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    AULA 05 PARTE 1:TEORIA, QUESTES COMENTADAS (E-BOOK) E QUESTES

    COMENTADAS DE CONCURSOS ANTERIORES SOBRE A

    CONSTITUIO FEDERAL DE 88 DA SADE ARTS. 196 AO 200.SUMRIO PG

    1. Introduo 12. Objetivos da aula 13. Sade na Constituio Federal de 1988 23.1. Sade - uma das trs reas da seguridade social 23.2. Direito sade 33.3. Anlise pontual dos dispositivos constitucionais 4

    1. INTRODUO

    Ol, nobres alunos e alunas.

    Firmes no propsito? Na aula de hoje veremos a Constituio Federal de

    1988 Da Sade arts. 196 ao 200. Nesta primeira parte passaremos a teoria e na

    segunda parte que vir as diversas questes. Vamos que vamos? Grande abrao!

    F NA MISSO!!!

    Profs. Davi Sales e Adriana Braga.

    [email protected]

    [email protected]

    2. OBJETIVOS DA AULA

    OBJETIVOS DA AULA 05

    Ler previamente CF/88 arts. 196 ao 200.

    Fazer as questes Disponveis na parte 2 desta aula.

    Estudar para a prxima aula Lei n 9.656/98 e Lei n 10.185/01.

    Onde encontrar as normashttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htm

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10185.htm

    mailto:[email protected]:[email protected]://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10185.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10185.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10185.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htmmailto:[email protected]
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    3. SADE NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988

    Segundo Pedro Lenza, 2012, conforme a CF/88 a sade direito de todos edever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem

    reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio

    s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

    Nos termos do art. 197, so de relevncia pblica as aes e servios de

    sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre sua

    regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuo ser feita

    diretamente ou atravs de terceiros e, tambm, por pessoa fsica ou jurdica dedireito privado.

    Como se sabe, a doutrina aponta a dupla vertente dos direitos sociais,

    especialmente no tocante sade, que ganha destaque, enquanto direito social, no

    texto de 1988: a) natureza negativa: o Estado ou terceiros devem abster-se de

    praticar atos que prejudiquem terceiros; b) natureza positiva: fomenta-se um Estado

    prestacionista para implementar o direito social.

    Nos termos do art. 6 da CF/88 (ECs nos 26/2000 e 64/2010), o ser humano

    apresenta-se como destinatrio dos direitos sociais, que foram estabelecidos como

    sendo educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a

    segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia e a

    assistncia aos desamparados.

    Nesse contexto, com razo, anota Jos Afonso da Silva que, juntamente com

    o ttulo dos direitos fundamentais, a ordem social forma o ncleo substancial do

    regime democrtico.

    3.1. SADE - UMA DAS TRS REAS DA SEGURIDADE SOCIAL

    Nos termos do art. 194, caput, a seguridade social compreende um conjunto

    integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a

    assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

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    3.2. DIREITO SADE

    Segundo o art. 196 da Constituio Federal de 1988, a sade direito de

    todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que

    visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e

    igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

    Consoante lio de Dirley da Cunha Jr. e Marcelo Novelino, 2013, por sua

    ntima ligao com o direito vida e com a dignidade da pessoa humana, o direito sade possui um carter de fundamentalidade que o inclui, no apenas dentre os

    direitos fundamentais sociais (CF. art. 6), mas tambm no seleto grupo de direitos

    que compem o mnimo existencial.

    O dispositivo que consagra a sade como direito de todos e dever do Estado

    (CF art. 196) est consubstanciado em uma norma de natureza principiolgica que

    estabelece fins a serem buscados pelo Estado sem, no entanto, especificar os

    meios a serem utilizados para tanto.Por sua vinculao direta dignidade da pessoa humana, o direito sade

    titularizado por todas as pessoas que estejam no territrio brasileiro,

    independentemente da nacionalidade (brasileiro ou estrangeiro) e do pas de

    domiclio (ver comentrios ao art.5). O principal destinatrio do devem sem dvida,

    o Estado (gnero), sendo todos os entes federativos solidariamente responsveis

    (CF, art. 23, II). No entanto, isso no excluiu a responsabilidade da famlia e da

    sociedade nesta rea, cujos papis so extremamente relevantes para conferirmaior efetividade a este direito fundamental.

    SEGURIDADE SOCIAL

    SADEPREVIDNCIA SOCIAL ASSISTNCIA SOCIAL

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    A Constituio imps aos poderes pblicos a adoo de polticas sociais e

    econmicas de carter preventivo (e.g, reduo do risco de doena e de outros

    agravos) e reparativo. O princpio do acesso universal e igualitrio s aes e

    servios de sade, enquanto concretizao do principio da isonomia (CF, art. 5),

    impe aos poderes pblicas a dever de agir fornecendo, a todos, prestaes

    materiais e jurdicas adequadas promoo e proteo da sade, bem como sua

    recuperao nos casos de doena, independentemente da situao econmica do

    indivduo (STF - RE (AgR) 271.286/RS, rel. Min. Censo de Mello, Julgamento:

    12/09/2000).

    As prestaes de servios de sade, apesar de abertas a iniciativa privada,

    esto submetidas ao controle do Estado, a quem foi atribudo tambm o dever de

    regulamentar as aes e servios nesta rea e fiscalizar o cumprimento das normas

    que dispem sobre o tema (CF art. 197).

    Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de

    sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei,

    sobre sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendosua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e,

    tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    Considerando a relevncia pblica das aes e servios de sade, cabe ao

    Ministrio Pblico zelar pelo efetivo respeito aos direitos assegurados neste mbito

    pela Constituio e promover as medidas necessrias a sua garantia (CF. art. 129,

    II).

    3.3. ANLISE PONTUAL DOS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

    Art. 196. A sade direito de todos e dever do Estado,

    garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem

    reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso

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    universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo,

    proteo e recuperao.

    O dispositivo atende ao princpio da universalidade, seja da cobertura, seja

    do atendimento. Da cobertura, porque se dirige a todas as etapas: promoo,

    proteo e recuperao. Do atendimento, porque garante a todos o direito e o

    acesso igualitrio s aes e servios de sade.

    Trata-se de direito subjetivo de todos quantos vivem no territrio nacional,

    que tem o Estado (Poder Pblico) como sujeito passivo, eis que contempla todos os

    que tiverem a sua sade afetada, independentemente de filiao e decontribuio para o financiamento da seguridade social.

    Mas no s do Estado o dever de garantir o direito sade, uma vez que

    essa responsabilidade tambm das pessoas, da famlia, das empresas e da

    sociedade (Lei n. 8.080/90, art. 2).

    O direito sade amplo, a CF no fez distines, da se poder afirmar

    que abrange a sade fsica e mental, tanto que o art. 3, pargrafo nico, da Lei n

    8.080/90 dispe que dizem respeito tambm sade as aes que se destinam a

    garantir s pessoas e coletividade condies de bem-estar fsico, mental e

    social.

    "Consolidou-se a jurisprudncia desta Corte no sentido de que, embora o art.

    196 da Constituio de 1988 traga norma de carter programtico, o Municpio

    no pode furtar-se do dever de propiciar os meios necessrios ao gozo do

    direito sade por todos os cidados. Se uma pessoa necessita, para garantir

    o seu direito sade, de tratamento mdico adequado, dever solidrio da

    Unio, do Estado e do Municpio providenci-lo." (AI 550.530-AgR, rel. min.

    Joaquim Barbosa, julgamento em 26-6-2012, Segunda Turma, DJE de 16-8-2012.)

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    O recebimento de medicamentos pelo Estado direito fundamental, podendo

    o requerente pleite-los de qualquer um dos entes federativos, desde que

    demonstrada sua necessidade e a impossibilidade de custe-los com recursos

    prprios. Isso por que, uma vez satisfeitos tais requisitos, o ente federativo deve se

    pautar no esprito de solidariedade para conferir efetividade ao direito garantido pela

    Constituio, e no criar entraves jurdicos para postergar a devida prestao

    jurisdicional. (RE 607.381-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 31-5-2011,

    Primeira Turma, DJE de 17-6-2011.) No mesmo sentido: AI 553.712-AgR, Rel. Min.

    Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-5-2009, Primeira Turma, DJE de 5-6-2009;

    AI 604.949-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-10-2006, Segunda Turma,

    DJ de 24-11-2006.

    O direito a sade prerrogativa constitucional indisponvel, garantido

    mediante a implementao de polticas pblicas, impondo ao Estado a

    obrigao de criar condies objetivas que possibilitem o efetivo acesso a tal

    servio. (AI 734.487-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-8-2010,

    Segunda Turma, DJE de 20-8-2010.) Vide: RE 436.996-AgR, Rel. Min. Celso de

    Mello, julgamento em 22-11-2005, Segunda Turma, DJ de 3-2-2006; RE 271.286-

    AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-9-2000, Segunda Turma, DJ de

    24-11-2000.

    "Para obteno de medicamento pelo SUS, no basta ao paciente comprovar

    ser portador de doena que o justifique, exigindo-se prescrio formulada por

    mdico do Sistema." (STA 334-AgR, Rel. Min. Presidente Cezar Peluso,julgamento em 24-6-2010, Plenrio, DJE de 13-8-2010.)

    "O servio pblico de sade essencial, jamais pode-se caracterizar como

    temporrio, razo pela qual no assiste razo administrao estadual (...) ao

    contratar temporariamente servidores para exercer tais funes." (ADI 3.430,

    Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 12-8-2009, Plenrio, DJE de 23-10-

    2009.)

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    "O direito pblico subjetivo sade representa prerrogativa jurdica

    indisponvel assegurada generalidade das pessoas pela prpria Constituio

    da Repblica (art. 196). Traduz bem jurdico constitucionalmente tutelado, por

    cuja integridade deve velar, de maneira responsvel, o Poder Pblico, a quem

    incumbe formular e implementar polticas sociais e econmicas idneas

    que visem a garantir, aos cidados, inclusive queles portadores do vrus HIV,

    o acesso universal e igualitrio assistncia farmacutica e mdico-

    hospitalar. O direito sade alm de qualificar-se como direito fundamental

    que assiste a todas as pessoas representa consequncia constitucional

    indissocivel do direito vida. O Poder Pblico, qualquer que seja a esfera

    institucional de sua atuao no plano da organizao federativa brasileira, nopode mostrar-se indiferente ao problema da sade da populao, sob pena de

    incidir, ainda que por censurvel omisso, em grave comportamento

    inconstitucional. A interpretao da norma programtica no pode transform-la

    em promessa constitucional inconsequente. O carter programtico da regra

    inscrita no art. 196 da Carta Poltica que tem por destinatrios todos os

    entes polticos que compem, no plano institucional, a organizao federativa

    do Estado brasileiro no pode converter-se em promessa constitucionalinconsequente, sob pena de o Poder Pblico, fraudando justas expectativas

    nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegtima, o

    cumprimento de seu impostergvel dever, por um gesto irresponsvel de

    infidelidade governamental ao que determina a prpria Lei Fundamental do

    Estado. (...) O reconhecimento judicial da validade jurdica de programas de

    distribuio gratuita de medicamentos a pessoas carentes, inclusive quelas

    portadoras do vrus HIV/Aids, d efetividade a preceitos fundamentais da

    Constituio da Repblica (arts. 5, caput, e 196) e representa, na concreo do seu

    alcance, um gesto reverente e solidrio de apreo vida e sade das pessoas,

    especialmente daquelas que nada tm e nada possuem, a no ser a conscincia de

    sua prpria humanidade e de sua essencial dignidade. Precedentes do STF." (RE

    271.286-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-9-2000, Segunda Turma,

    DJ de 24-11-2000.) No mesmo sentido: AI 550.530-AgR, rel. min. Joaquim Barbosa,

    julgamento em 26-6-2012, Segunda Turma, DJE de 16-8-2012; RE 368.564, Rel. p/

    o ac. Min. Marco Aurlio, julgamento em 13-4-2011, Primeira Turma, DJE de 10-8-

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    2011; STA 175-AgR, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, julgamento em 17-3-

    2010, Plenrio, DJE de 30-4-2010. Vide: AI 734.487-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie,

    julgamento em 3-8-2010, Segunda Turma, DJE de 20-8-2010.

    "Acrdo recorrido que permitiu a internao hospitalar na modalidade diferena de

    classe, em razo das condies pessoais do doente, que necessitava de quarto

    privativo. Pagamento por ele da diferena de custo dos servios. Resoluo

    283/1991 do extinto Inamps. O art. 196 da CF estabelece como dever do Estado a

    prestao de assistncia sade e garante o acesso universal e igualitrio do

    cidado aos servios e aes para sua promoo, proteo e recuperao. O direito

    sade, como est assegurado na Carta, no deve sofrer embaraos impostos por

    autoridades administrativas, no sentido de reduzi-lo ou de dificultar o acesso a ele.

    O acrdo recorrido, ao afastar a limitao da citada Resoluo 283/1991 do

    Inamps, que veda a complementariedade a qualquer ttulo, atentou para o objetivo

    maior do prprio Estado, ou seja, o de assistncia sade." (RE 226.835, Rel. Min.

    Ilmar Galvo, julgamento em 14-12-1999, Primeira Turma, DJ de 10-3-2000.) No

    mesmo sentido: RE 207.970, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 22-8-2000,

    Primeira Turma, DJ de 15-9-2000.

    Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de

    sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei,

    sobre sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua

    execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e,

    tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    O art. 197 da CF deu relevncia pblica s aes e aos servios de sade.

    Cabe ao Estado, por meio de polticas econmicas e sociais, efetivar o direito

    sade de todos quantos se encontram no territrio nacional. A regulamentao,

    fiscalizao e controle da sade cabem ao Estado.

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    O agir do Estado deve ser dirigido a reduzir o risco doena e outros agravos

    e garantir acesso universal e igualitrio s aes e servios de sade, sempre com

    vista sua promoo, proteo e recuperao (art. 196).

    Depreendemos da leitura do dispositivo constitucional acima exposto que a

    execuo de servios e aes de sade cabe tanto ao Estado quanto a

    terceiros iniciativa privada -, e tambm a pessoa fsica ou jurdica de direito

    privado.

    O servio de assistncia sade servio pblico, seja prestado diretamente

    pelo Estado, seja pela iniciativa privada. A falta ou deficincia do servio, caso

    acarrete dano para o usurio, poder dar origem responsabilidade objetiva do

    Estado e, consequentemente, ao dever de indenizar.

    A relao jurdica entre o titular do direito e o Estado garante apenas

    prestao de servios, uma vez que no h at o momento previso legal de

    pagamento de benefcios.

    A sade direito fundamental de todos e dever do Estado (arts. 6 e 196 da CF).

    Dever que cumprido por meio de aes e servios que, em face de sua prestao

    pelo Estado mesmo, se definem como de natureza pblica (art. 197 da Lei das leis).

    A prestao de aes e servios de sade por sociedades de economia mista

    corresponde prpria atuao do Estado, desde que a empresa estatal no

    tenha por finalidade a obteno de lucro. (RE 580.264, Rel. p/ o ac. Min. Ayres

    Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenrio, DJE de 6-10-2011, com repercusso

    geral.)

    "Cumpre assinalar que a essencialidade do direito sade fez com que o legisladorconstituinte qualificasse, como prestaes de relevncia pblica, as aes e

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    servios de sade (CF, art. 197), em ordem a legitimar a atuao do Ministrio

    Pblico e do Poder Judicirio naquelas hipteses em que os rgos estatais,

    anomalamente, deixassem de respeitar o mandamento constitucional, frustrando-

    lhe, arbitrariamente, a eficcia jurdico-social, seja por intolervel omisso, seja por

    qualquer outra inaceitvel modalidade de comportamento governamental desviante.

    Tenho para mim, desse modo, presente tal contexto, que o Estado no poder

    demitir-se do mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhe foi

    outorgado pelo art. 196, da Constituio, e que representa como anteriormente

    j acentuado fator de limitao da discricionariedade poltico-administrativa do

    Poder Pblico, cujas opes, tratando-se de proteo sade, nopodem ser

    exercidas de modo a comprometer, com apoio em juzo de simples convenincia oude mera oportunidade, a eficcia desse direito bsico de ndole social. Entendo, por

    isso mesmo, que se revela inacolhvel a pretenso recursal deduzida pela entidade

    estatal interessada, notadamente em face da jurisprudncia que se formou, no

    Supremo Tribunal Federal, sobre a questo ora em anlise. Nem se atribua,

    indevidamente, ao Judicirio, no contexto em exame, uma (inexistente) intruso em

    esfera reservada aos demais Poderes da Repblica." (STA 175-AgR, Rel. Min.

    Presidente Gilmar Mendes, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 17-3-2010,Plenrio, DJE de 30-4-2010.)

    "Ao direta de inconstitucionalidade. Lei Ordinria 9.656/1998. (...) Prestao de

    servio mdico pela rede do SUS e instituies conveniadas, em virtude da

    impossibilidade de atendimento pela operadora de Plano de Sade.

    Ressarcimento administrao pblica mediante condies preestabelecidas

    em resolues internas da Cmara de Sade Complementar. Ofensa ao devido

    processo legal. Alegao improcedente. Norma programtica pertinente

    realizao de polticas pblicas. Convenincia da manuteno da vigncia da

    norma impugnada." (ADI 1.931-MC, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 21-8-

    2003, Plenrio, DJ de 28-5-2004.) No mesmo sentido: RE 594.266-ED, Rel. Min.

    Dias Toffoli, julgamento em 2-12-2010, Primeira Turma, DJE de 15-3-2011; AI

    589.182-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 15-12-2009, Primeira

    Turma, DJE de 5-2-2010; RE 510.606-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento

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    em 4-12-2009, Segunda Turma, DJE de 5-2-2010; RE 542.116-ED, RE 544.102-ED,

    RE 568.820-ED e RE 573.899-ED, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 8-9-

    2009, Primeira Turma, DJE de 9-10-2009; AI 687.660-AgR, Rel. Min. Celso de

    Mello, julgamento em 19-5-2009, Segunda Turma, DJE de 26-6-2009; RE 488.026-

    AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-5-2008, Turma, DJE de 6-6-2008.

    Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram uma

    rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema

    nico, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

    I - descentralizao, com direo nica em cada esfera degoverno;

    II - atendimento integral, com prioridade para as atividades

    preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais;

    III - participao da comunidade.

    Nos termos da Constituio, as aes e servios pblicos de sade integram umarede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema nico (CF art. 198).

    A estrutura conferida ao Sistema nico de Sade, com a descentralizao

    das aes e a cooperao tcnica e financeira dos entes federativos, reflete o

    federalismo cooperativo aditado pela Constituio de 1988. Nos termos da

    Constituio, os servios de atendimento sade da populao devem ser

    prestados pelo Municpio, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do

    Estado (CF art. 30, VII). Portanto, apesar de constiturem um sistema nico eintegrarem uma rede regionalizada e hierarquizada, as prestaes de sade foram

    descentralizadas no tocante sua execuo.

    Ao lado da descentralizao, o dispositivo estabelece como diretriz para a

    organizao do SUS, o atendimento integral, com prioridade para as atividades

    preventivas. No art. 196, o constituinte originrio j havia destacado o carter

    preventivo ao assegurar o direito sade mediante polticas sociais e econmicas

    que visem reduo do risco de doena e de outros agravos.

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    A participao da comunidade reflete o carter democrtico que deve

    informar toda a seguridade social.

    "Para efeito de suspenso de antecipao de tutela, no constitui deciso genrica

    a que determina fornecimento de medicamentos a pacientes usurios do SUS,residentes nos Municpios da comarca ou da seo judiciria, mediante prescrio

    expedida por mdico vinculado ao SUS." (STA 328-AgR, Rel. Min. Presidente Cezar

    Peluso, julgamento em 24-6-2010, Plenrio, DJE de 13-8-2010.)

    "Para obteno de medicamento pelo SUS, no basta ao paciente comprovar ser

    portador de doena que o justifique, exigindo-se prescrio formulada por mdico do

    Sistema." (STA 334-AgR, Rel. Min. Presidente Cezar Peluso, julgamento em 24-6-

    2010, Plenrio, DJE de 13-8-2010.)

    "Incumbe ao Estado (gnero) proporcionar meios visando a alcanar a sade,

    especialmente quando envolvida criana e adolescente. O SUS torna a

    responsabilidade linear alcanando a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios." (RE 195.192, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 22-2-2000,Sugunda Turma, DJ de 31-3-2000.)

    "(...) podemos concluir que, em geral, dever ser privilegiado o tratamento

    fornecido pelo SUS em detrimento de opo diversa escolhida pelo paciente,

    sempre que no for comprovada a ineficcia ou a impropriedade da poltica de

    sade existente. Essa concluso no afasta, contudo, a possibilidade de o

    Poder Judicirio, ou de a prpria Administrao, decidir que medida diferente

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    da custeada pelo SUS deve ser fornecida a determinada pessoa que, por

    razes especficas do seu organismo, comprove que o tratamento fornecido

    no eficaz no seu caso. Inclusive, como ressaltado pelo prprio Ministro da

    Sade na Audincia Pblica, h necessidade de reviso peridica dos protocolos

    existentes e de elaborao de novos protocolos. Assim, no se pode afirmar que os

    Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas do SUS so inquestionveis, o que

    permite sua contestao judicial. Situao diferente a que envolve a inexistncia

    de tratamento na rede pblica. Nesses casos, preciso diferenciar os tratamentos

    puramente experimentais dos novos tratamentos ainda no testados pelo Sistema

    de Sade brasileiro. Os tratamentos experimentais (sem comprovao cientfica

    de sua eficcia) so realizados por laboratrios ou centros mdicos de ponta,consubstanciando-se em pesquisas clnicas. A participao nesses tratamentos

    rege-se pelas normas que regulam a pesquisa mdica e, portanto, o Estado no

    pode ser condenado a fornec-los. (...) Quanto aos novos tratamentos (ainda no

    incorporados pelo SUS), preciso que se tenha cuidado redobrado na apreciao

    da matria. Como frisado pelos especialistas ouvidos na Audincia Pblica, o

    conhecimento mdico no estanque, sua evoluo muito rpida e dificilmente

    suscetvel de acompanhamento pela burocracia administrativa. Se, por um lado, aelaborao dos Protocolos Clnicos e das Diretrizes Teraputicas privilegia a melhor

    distribuio de recursos pblicos e a segurana dos pacientes, por outro a

    aprovao de novas indicaes teraputicas pode ser muito lenta e, assim, acabar

    por excluir o acesso de pacientes do SUS a tratamento h muito prestado pela

    iniciativa privada. Parece certo que a inexistncia de Protocolo Clnico no SUS no

    pode significar violao ao princpio da integralidade do sistema, nem justificar a

    diferena entre as opes acessveis aos usurios da rede pblica e as disponveis

    aos usurios da rede privada. Nesses casos, a omisso administrativa no

    tratamento de determinada patologia poder ser objeto de impugnao judicial,

    tanto por aes individuais como coletivas. No entanto, imprescindvel que haja

    instruo processual, com ampla produo de provas, o que poder configurar-se

    um obstculo concesso de medida cautelar. (STA 175-AgR, voto do Rel. Min.

    Presidente Gilmar Mendes, julgamento em 17-3-2010, Plenrio, DJE de 30-4-2010.)

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    1. O sistema nico de sade ser financiado, nos termos do

    art. 195, com recursos do oramento da seguridade social, da

    Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm

    de outras fontes.

    Com o intuito de conferir maior efetividade s aes e servios pblicos de

    sade, a EC 29/2000 acrescentou os 2 e 3 ao art. 198, estabelecendo a

    obrigatoriedade de aplicao de recursos mnimos pela Unio, Estados, Distrito

    federal e Municpios a serem definidos por lei complementar. At o advento desta,

    os entes federativos devero observar os percentuais estabelecidos pelo art. 77 do

    Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT).

    O custeio do SUS feito com os recursos do oramento da seguridade social

    ou seja, com os recursos provenientes dos oramentos dos entes federados e de

    contribuies sociais da seguridade social (CF, art. 195).

    O Estado deve criar meios para prover servios mdico-hospitalares e fornecimento

    de medicamentos, alm da implementao de polticas pblicas preventivas, merc

    de os entes federativos garantirem recursos em seus oramentos para

    implementao delas. (RE 607.381-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 31-5-

    2011, Primeira Turma, DJE de 17-6-2011.)

    "O fato de o Sistema nico de Sade ter descentralizado os servios e conjugado

    os recursos financeiros dos entes da Federao, com o objetivo de aumentar a

    qualidade e o acesso aos servios de sade, apenas refora a obrigao solidria e

    subsidiria entre eles. As aes e os servios de sade so de relevncia pblica,integrantes de uma rede regionalizada e hierarquizada, segundo o critrio da

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    subsidiariedade, e constituem um sistema nico. (...) Alm disso, a agravante,

    reiterando os fundamentos da inicial, aponta, de forma genrica, que a deciso

    objeto desta suspenso invade competncia administrativa da Unio e provoca

    desordem em sua esfera, ao impor-lhe deveres que so do Estado e do Municpio.

    Contudo, a deciso agravada deixou claro que existem casos na jurisprudncia

    desta Corte que afirmam a responsabilidade solidria dos entes federados em

    matria de sade. Aps refletir sobre as informaes colhidas na Audincia Pblica

    Sade e sobre a jurisprudncia recente deste Tribunal, possvel afirmar que,

    em matria de sade pblica, a responsabilidade dos entes da Federao deve

    ser efetivamente solidria. No RE 195.192-3/RS, a Segunda Turma deste

    Supremo Tribunal consignou o entendimento segundo o qual a responsabilidadepelas aes e servios de sade da Unio, dos Estados e do Distrito Federal e

    dos Municpios. (...) Assim, apesar da responsabilidade dos entes da Federao em

    matria de direito sade suscitar questes delicadas, a deciso impugnada pelo

    pedido de suspenso, ao determinar a responsabilidade da Unio no fornecimento

    do tratamento pretendido, segue as normas constitucionais que fixaram a

    competncia comum (art. 23, II, da CF), a Lei Federal 8.080/1990 (art. 7, XI) e a

    jurisprudncia desta Corte. Entendo, pois, que a determinao para que a Unioarque com as despesas do tratamento no configura grave leso ordem pblica."

    (STA 175-AgR, voto do Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, julgamento em 17-3-

    2010, Plenrio, DJE de 30-4-2010.) No mesmo sentido: RE 607.385-AgR, Rel. Min.

    Crmen Lcia, julgamento em 21-6-2011, Primeira Turma, DJE de 1-8-2011; AI

    808.059-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-2010, Primeira

    Turma, DJE de 1-2-2011.

    2 A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios

    aplicaro, anualmente, em aes e servios pblicos de sade

    recursos mnimos derivados da aplicao de percentuais

    calculados sobre:

    I no caso da Unio, na forma definida nos termos da lei

    complementar prevista no 3;

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    II no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da

    arrecadao dos impostos a que se refere o art. 155 e dos

    recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alnea a, e

    inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos

    respectivos Municpios;

    III no caso dos Municpios e do Distrito Federal, o produto da

    arrecadao dos impostos a que se refere o art. 156 e dos

    recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alnea b e

    3.

    Vamos passar isso para um quadro para que fique visualmente mais didtico,

    no mesmo?

    APLICAO MNIMA DE RECURSOS ANUAIS EM AES E SERVIOSPBLICOS DE SADE

    UNIO Percentuais definidos em lei complementar

    ESTADOS E DF

    Percentuais calculados sobre o produto da arrecadao doITCMD, ICMS, IPVA, sobre a repartio de receitastributrias, sobre o Fundo de Participao dos Estados eDistrito Federal e sobre a parcela de 10% do IPI destinadoaos Estados e DF.

    MUNICPIOS e DF

    Percentuais calculados sobre o produto da arrecadao doIPTU, ITBI e ISS, sobre a repartio de receitas tributrias,sobre o Fundo de Participao dos Municpios e sobre a

    parcela de 25% dos 10% do IPI destinado aos Estados e DF.

    3 Lei complementar, que ser reavaliada pelo menos a cada

    cinco anos, estabelecer:

    I os percentuais de que trata o 2;

    II os critrios de rateio dos recursos da Unio vinculados

    sade destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios, e dos Estados destinados a seus respectivos

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    Municpios, objetivando a progressiva reduo das

    disparidades regionais;

    III as normas de fiscalizao, avaliao e controle das

    despesas com sade nas esferas federal, estadual, distrital e

    municipal;

    IV as normas de clculo do montante a ser aplicado pela

    Unio.

    A Lei Complementar (LC n 141 de 13 de janeiro de 2012), que ser

    reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecer os recursos mnimos a

    serem aplicados pela Unio em sade pblica e dever estabelecer ainda o que foi

    expresso nos demais incisos do pargrafo acima.

    "Sistema nico de sade: reserva lei complementar da Unio do

    estabelecimento de critrios de rateio dos recursos edisparidades regionais

    (CF, art. 198, 3, II): consequente plausibilidade da arguio da invalidez de lei

    estadual que prescreve o repasse mensal aos municpios dos 'recursos

    mnimos prprios que o Estado deve aplicar em aes e servios de sade';risco de grave comprometimento dos servios estaduais de sade: medida cautelar

    deferida para suspender a vigncia da lei questionada." (ADI 2.894-MC, Rel. Min.

    Seplveda Pertence, julgamento em 7-8-2003, Plenrio, DJ de 17-10-2003.)

    4 Os gestores locais do sistema nico de sade podero

    adm it ir agen tes comun itrio s de sade e agent es de

    com bate s end emias p or meio de p rocesso selet ivo

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    pblico, de acordo com a natureza e complexidade de suas

    atribuies e requisitos especficos para sua atuao.

    5 Lei federaldispor sobre o regime jurdi co , o p iso

    salar ial pro f ission al nacional, as diretr izes para os Planos

    de Car reir a e a regu lamentao das ativ idad es de agen te

    comun itrio de s ade e ag ente d e combate s en dem ias,

    competindo Unio, nos termos da lei, prestar assistncia

    financeira complementaraos Estados, ao Distrito Federal e

    aos Municpios, para o cumprimento do referido piso salarial.

    (Grifo nosso)

    Existe na Cmara dos Deputados um Projeto de Lei em trmite (PL

    7495/2006) - j aprovado no Senado - que regulamenta os 4 e 5 do art. 198 da

    Constituio Federal. Para ver detalhes, acesse:

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=

    334331

    A Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT), rgo da AGU defendeu a que

    no existe afronta autonomia municipal, pois no compete s municipalidades

    legislar sobre piso salarial, j que se trata de matria do direito do trabalho,

    disciplinada privativamente pela Unio, conforme previsto no artigo 22 da

    Constituio.

    Na manifestao a AGU refora que a Constituio estabelece que os

    gestores locais podem admitir agentes de sade por meio de processo seletivo, e

    no concurso pblico, pois estes submetem-se ao regime estabelecido na

    Consolidao das Leis do Trabalho.

    A SGCT confirma ainda que a possibilidade conferida ao legislador federal de

    dispor sobre diretrizes para os Planos de Carreira relativos s atividades dos dois

    agentes est de acordo com o artigo 24 da Constituio, que pontua caber Unio

    estabelecer normas gerais sobre proteo e defesa da sade por sua relevncia

    para o interesse pblico.

    http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=334331http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=334331http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=334331http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=334331http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=334331
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    No STF, a Ao de Inconstitucionalidade analisada pelo ministro Dias

    Toffoli.

    A SGCT o rgo da AGU responsvel pelo assessoramento do Advogado-

    Geral da Unio nas atividades relacionadas atuao da Unio perante o STF.

    (Ref.: ADI n 4801 STF).

    A contratao de Agente Comunitrio de Sade e Agente de Combate s

    Endemias, nos termos do art. 9 da Lei n 11.350/2006, dever ser precedida de

    processo seletivo pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a

    natureza e a complexidade de suas atribuies e requisitos especficos para o

    exerccio das atividades, que atenda aos princpios de legalidade, impessoalidade,

    moralidade, publicidade e eficincia.

    Interessados em participar da referida seleo devero observar os seguintes

    requisitos (art. 6) para o exerccio da atividade: (i) residir na rea da comunidade

    em que atuar, desde a data da publicao do edital do processo seletivo pblico; (ii)

    haver concludo, com aproveitamento, curso introdutrio de formao inicial e

    continuada; e (iii) possuir ensino fundamental completo.

    O Agente Comunitrio de Sade (ACS) um profissional sui generis. Oriundoda comunidade deve exercer uma liderana entre seus pares, apresentando um

    perfil distinto do servidor pblico clssico. Para os contratados so fundamentais os

    aspectos de solidariedade e liderana, a necessidade de residir na prpria

    comunidade e o conhecimento da realidade social que o cerca. Os ensinamentos

    tcnicos viro depois, mediante os cursos ministrados pelo Poder Pblico. Assim,

    em primeiro lugar, busca-se para o ACS, um perfil mais social do que burocrtico ou

    tcnico.Os ACS tm as suas atribuies bsicas descritas em documentos do

    Ministrio da Sade e, mais solenemente, no bojo do Decreto Federal n 3.189/99,

    que fixa diretrizes para o exerccio da atividade de Agente Comunitrio de Sade

    (ACS).

    Nesse Decreto esto arroladas as atividades de ACS em sua rea de

    atuao. Sua leitura permite verificar que o Agente tem uma misso bsica de

    execuo de atividades de preveno de doenas e promoo de sade no mbito

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    da comunidade em que resida, e na qual tenha liderana e possa manifestar

    solidariedade.

    A seleo do ACS no se deve cogitar de livre escolha, sem qualquer

    processo seletivo. Porm, no seria recomendvel o procedimento clssico do

    concurso pblico, no qual se apura somente o conhecimento do candidato.

    Portanto, a contratao dele se dar por processo seletivo, mtodo

    mais clere que o tradicional concurso pblico. Consequentemente, o ACS no

    segue regime estatutrio nem regime celetista. Os agentes seguem regime prprio

    institudo por lei federal.

    O exerccio da atividade profissional de Agente Comunitrio de Sade deveobservar a Lei n 10.507/2002, que cria a profisso de Agente Comunitrio de

    Sade, o Decreto n 3.189/1999, que fixa as diretrizes para o exerccio da atividade

    de Agente Comunitrio de Sade, e a Portaria n 1.886/1997 (do Ministro de Estado

    da Sade), que aprova as normas e diretrizes do Programa de Agente Comunitrio

    e do Programa de Sade da Famlia.

    6 Alm das hipteses previstas no 1 do art. 41 e no 4

    do art. 169 da Constituio Federal, o servidor que exera

    funes equivalentes s de agente comunitrio de sade ou de

    agente de combate s endemias po der per der o cargo em

    caso de descump rimento dos requisi tos especficos,

    fix ado s em lei, para o seu exerccio .

    De entendimento direto, extramos do pargrafo acima a criao de uma

    nova possibilidade de perda de cargo, exclusiva aos agentes comunitrios de

    sade, diferente daquelas previstas na prpria CF/1988.

    Art. 199. A assistncia sade livre iniciativa privada.

    1 - As ins tituies p rivad as p odero part ic ipar de f orm a

    complementar do sistema nico de sade, segundo

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    diretrizes deste, mediante contrato de direi to pblico ou

    convnio, tendo pre fernc iaas entidades filantrpicas e as

    sem fins lucrativos.

    2 - vedada a desti nao de recur so s pbl ico s para

    auxlios ou subvenes s instituies privadas com fins

    lucrativos.

    3 - vedadaa participao direta ou indireta de empresas

    ou capitais es trangeir os na as si s tnci a sade no Pas,

    salvo nos casos p rev is tos em lei.

    4 - A leidispor sobre as condies e os requisitos quefacilitem a remoo de rgos, tecidos e substncias humanas

    para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a

    coleta, processamento e transfuso de sangue e seus

    derivados, sendo vedado tod o tip o de comerc ializao.

    O art. 199 da CF autoriza que a iniciativa privada atue no setor de sade.

    Entretanto, o legislador constituinte enfatizou que a atuao da iniciativa privada s

    pode ocorrer de forma complementar, impondo que o Poder Pblico continue a

    prestar diretamente o servio. A disposio repetida pelo 2 do art. 4 da Lei n

    8.080/90.

    Sempre que a atuao do Poder Pblico se mostrar insuficiente para

    garantir cobertura assistencial populao de uma determinada rea, os servios

    privados de sade podem participar do SUS, em carter complementar. Essa

    participao ser viabilizada por contrato ou convnio, que devem ser precedidos de

    licitao, na forma do art. 24 e pargrafo nico da Lei n. 8.080/90.

    A exigncia do procedimento licitatrio para a participao da iniciativa

    privada tem sido confirmada pelo STF, que afirmou, inclusive, ter o Ministrio

    Pblico Federal legitimidade ativa para ajuizar ao civil pblica nessa hiptese.

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    (...) O Ministrio Pblico dispe de legitimidade ativa ad causam para

    ajuizar ao civil pblica, quando promovida com o objetivo de impedir que se

    consume leso ao patrimnio pblico resultante de contratao direta de servio

    hospitalar privado, celebrada sem a necessria observncia de procedimento

    licitatrio, que traduz exigncia de carter tico-jurdico destinada a conferir

    efetividade, dentre outros, aos postulados constitucionais da impessoalidade, da

    publicidade, da moralidade administrativa e da igualdade entre os licitantes,ressalvadas as hipteses legais de dispensa e/ou de inexigibilidade de licitao.

    Precedentes (RE-AgR 262134/MA, DJ 02.02.2007, p. 139).

    A participao de instituies privadas no SUS instrumentalizada atravs

    contratos de direito pblico ou convnios, firmados, preferencialmente, com

    entidades filantrpicas e sem finalidade lucrativa. No h, portanto, impedimento de

    participao de instituies privadas com fins lucrativos, apesar de ser vedada a

    destinao de recursos pblicos para auxlios ou subvenes a estas instituies.

    O dispositivo que veda a participao direta ou indireta de empresas ou

    capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas, ressalvadas as hipteses

    previstas em lei (CF, art. 199, 3), conforme observa Ana Paula de BARCELLOS,

    perdeu boa parte de seu contexto com o fim da distino entre empresa brasileira e

    empresa brasileira de capital nacional e a eliminao de algumas restries ao

    capital estrangeiro previstas anteriormente no texto constitucional (CF, art. 170, IX e

    art. 171).

    A Constituio imps ao Congresso Nacional o dever de regulamentar a

    remoo de rgos tecidos e substncias humanas para fins de transplante,

    pesquisa e tratamento, assim como a cometa, processamento e transfuso de

    sangue e seus derivados, de modo a facilitar a realizao desses procedimentos

    (CF, Art. 199, 4). Preocupado com aspectos ticos e possveis violaes da

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    dignidade da pessoa humana, o constituinte originrio vedou expressamente

    qualquer tipo de comercializao desse material orgnico.

    Este dispositivo foi regulamentado pela Lei 10.205/2001, apesar de existirem

    outros diplomas legais relacionados ao tema, como a Lei 9.434/97, que "Dispe

    sobre a remoo de rgos, tecidos e partes do corpo humano para fins de

    transplante e tratamento e d outras providncias", e a Lei 11.105/2005 (Lei de

    Biossegurana), que permite a utilizao de clulas-tronco embrionrias para fins de

    pesquisa e terapia (art. 5). A constitucionalidade desta norma permissiva foi

    questionada na ADI 3510/DF (rel. Min. Cries Britto, julgamento em 28 e 29-5-08),

    julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal.

    O indivduo tem liberdade para se utilizar, conjunta ou exclusivamente, doatendimento prestado pelo servio pblico de sade ou daquele disponibilizado por

    entidades particulares. Inexiste ofensa Constituio no fato de o paciente, custa

    de recursos prprios, complementar com o servio privado o atendimento arcado

    pelo SUS. (RE 516.671-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 1-6-

    2010, Primeira Turma, DJE de 6-8-2010.)

    A CF assegura que a sade direito de todos e dever do Estado, facultada

    iniciativa privada a participao de forma complementar no sistema nico de sade,

    por meio de contrato ou convnio, tendo preferncia as entidades filantrpicas e as

    sem fins lucrativos (CF, art. 199, 1). Por outro lado, assentou balizas entre

    previdncia e assistncia social, quando disps no art. 201, caput e inciso I, que os

    planos previdencirios, mediante contribuio, atendero cobertura dos eventos

    ali arrolados, e no art. 203, caput, fixou que a assistncia social ser prestada a

    quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social,

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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    tendo por fim a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e

    velhice; o amparo s crianas e adolescentes carentes; habilitao e reabilitao

    das pessoas deficientes e promoo de sua integrao vida comunitria;

    garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de

    deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover prpria

    manuteno ou de t-la provida por sua famlia, inferindo-se desse conjunto

    normativo que a assistncia social est dirigida toda coletividade, nose

    restringindo aos que no podem contribuir. V-se, pois, que a assistncia sade

    no nus da sociedade isoladamente e sim dever do Estado. A iniciativa

    privada no pode ser compelida a assistir sade ou a complementar a

    previdncia social sem a devida contraprestao. Por isso, se as entidadesprivadas se dispuseram a conferir aos seus filiados benefcios previdencirios

    complementares e os contratados assumiram a obrigao de pagar por isso, o

    exerccio dessa faculdade no lhes assegura o direito imunidade tributria

    constitucional, outorgada pelo legislador apenas s entidades que prestam

    assistncia social, independentemente de contribuio seguridade social (CF, art.

    203), como estmulo ao altrusmo dos seus instituidores." (RE 202.700, voto do Rel.

    Min. Maurcio Corra, julgamento em 8-11-2001, Plenrio, DJ de 1-3-2002.)

    O Plenrio, por maioria, julgou procedente pedido formulado em arguio de

    descumprimento de preceito fundamental ajuizada pela Confederao

    Nacional dos Trabalhadores na Sade (CNTS), a fim de declarar a

    inconstitucionalidade da interpretao segundo a qual a interrupo da

    gravidez de feto anencfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I

    e II, do CP. (...) No tocante ao argumento de possibilidade de doao de rgo

    dos anencfalos, asseverou que no seria dado invoc-lo em prol da proteo

    destes, por ser vedado obrigar a manuteno de gravidez apenas para

    viabilizar a doao de rgos, sob pena de se coisificar a mulher e ferir a sua

    dignidade, bem como por se revelar praticamente impossvel o

    aproveitamento dos rgos dos fetos em questo. Exps que a mulher,

    portanto, deveria ser tratada como fim em si mesma, e no sob perspectiva

    utilitarista, como instrumento para gerao de rgos e posterior doao.

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    Recordou haver autorizao pelo CFM quanto ao transplante de rgos de

    anencfalos (Resoluo 1.752/2009), porm, o Parecer 24/2003, do qual teria

    decorrido a resoluo, a indicar a inutilidade desses rgos, em razo de hipoxemia.

    Nesse aspecto, mencionou que a solidariedade no poderia ser utilizada para

    fundamentar a manuteno compulsria da gravidez de feto anenceflico e que a

    doao seria ato intrinsecamente voluntrio, jamais imposto, pelo que qualquer

    restrio aos direitos da gestante sobre o prprio corpo retiraria toda a magnitude do

    ato de doar rgos, espontneo em sua essncia. (ADPF 54, Rel. Min. Marco

    Aurlio, julgamento em 12-4-2012, Plenrio, Informativo 661.)

    Art. 200. Ao sistema nico de sade compete, alm de outras

    atribuies, nos termos da lei:

    I - controlar e f iscal izar procedimentos, produtos e

    substncias de interesse para a sade e participar da

    produo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos,

    hemoderivados e outros insumos;

    II - execut ar as aes de vig ilnc ia s an itria eepidemio lgica, bem c omo as de sade do trabalhado r;

    III - ordenara formao d e recu rsos humano sna rea de

    sade;

    IV - part ic iparda formulao da poltica e da execuo das

    aes de san eamento bsic o;

    V -incrementar

    em sua rea de atuao odesenvolv imento

    cien tfic o e tec no lgic o;

    VI - f iscal izar e inspecionar al imentos, compreendido o

    controle de seu teor nutricional, bem como bebi das e guas

    para consumo humano;

    VII - part ic ipar do controle e fiscalizao da produo,

    transporte, guarda e utilizao de substncias e produtos

    psicoativos, txicos e radioativos;

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    Prof . Davi SalesAula 05VIII - co labor ar na pr oteo do meio am bien te, nele

    compreendido o do trabalho.

    Essas so as competncias constitucionais do SUS que esto dispostas com

    maior riqueza de detalhes na Lei n 8.080/90.

    FIM DA PARTE 1 DA AULA 5.

    AT LOGO, PESSOAL! GRANDE ABRAO!

    PROFS. DAVI SALES E ADRIANA BRAGA.