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LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. TÍTULO I Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

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LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.

 

TÍTULO I

Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal       

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

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EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Conforme entendimento dos Tribunais Superiores, ofende o princípio da não-culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar do réu, desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 312, do CPP.

A execução provisória da pena sem a demonstração dos requisitos cautelares caracteriza constrangimento ilegal.

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► SÚMULAS DO STF

Súmula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

 

Súmula 717: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

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Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

• Em regra, compete à Justiça comum estadual a execução, ressalvando-se os casos de pena cumprida em estabelecimento federal de segurança máxima.

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Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

SÚMULA DO STJ

Súmula 192: Compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administraçãoestadual.

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EXAME CRIMINOLÓGICO

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

► SÚMULA DO STJ - Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

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IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO (DNA)

Art. 9o-A.  

Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no

 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)

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§ 1o  A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)

§ 2o  A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)

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Em que pese inserida logo após o exame criminológico, a alteração da LEP não apresenta nenhuma aplicação prática em sede de execução penal, não servindo para a individualização do cumprimento da pena, já que o artigo 9º-A não especificou sua finalidade nesta seara.

Ademais, de acordo com a lei 12654/2012, as informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas. 

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Na verdade, se a extração das amostras de DNA de condenados tem por objetivo constituir meio de prova, caracteriza-se flagrante violação à garantia de direito ao silêncio e de inexigibilidade de auto-incriminação (artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição).

Portanto, em respeito ao nemo tenetur se detegere, o condenado poderia recusar-se a fornecer material genético para realização de exame que lhe fosse desfavorável.

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Todavia, alerta a doutrina que não há proibição de o Estado usar vestígios para colher material útil na identificação do indivíduo. Assim, partes desintegradas do corpo humano podem ser objeto de apreensão e exame, uma vez que já não lhe pertencem (como, por exemplo, saliva em “guimba” de cigarro). Em consequência, esses elementos podem ser apreendidos e submetidos a exame, independentemente de consentimento do condenado, sem caracterizar violação do texto constitucional.

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Do Trabalho

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

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Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.

►APLICAÇÃO EM CONCURSO:

TJ/SE. Juiz Substituto. 2008 - CESPE.

O trabalho do preso será sempre remunerado, exceto nas tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade.

Correta. Art. 29 e 30, LEP.

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Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.

Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.

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DO TRABALHO EXTERNO

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em REGIME FECHADO somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.

§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.

§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

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Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

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► APLICAÇÃO EM CONCURSO:

MPE/RR. Promotor de Justiça Substituto. 2008 - CESPE.

Para a admissão do trabalho externo ao réu condenado a pena em regime semiaberto, será necessária a demonstração de aptidão, bem como o cumprimento mínimo de um sexto da pena, estando a medida sujeita a autorização judicial, após a oitiva do Ministério Público.

Errada. Art. 37, LEP.

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Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.

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Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.

§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares.

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►APLICAÇÃO EM CONCURSO:

TJ/AL. Juiz de Direito Substituto. 2008 - CESPE.

O princípio da legalidade não se aplica ao regime disciplinar previsto na LEP, de forma que é possível haver falta disciplinar que não esteja prevista expressamente em lei ou regulamento, a depender de ato do diretor do presídio, ratificado pelo juiz competente. Errada. Art. 45, LEP.

MPE/AM. Promotor. 2007 - CESPE.

Havendo rebelião em um pavilhão do presídio, não se podendo identificar ao certo quem deu início a ela, é cabível a punição de todos os condenados desse pavilhão. Errada. Art. 45, §3º, LEP.

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Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.

Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

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Compete ao Diretor do estabelecimento o exercício do poder disciplinar, sendo incabível a delegação.

Não há necessidade de comunicação ao juiz da execução acerca da imposição de sanções disciplinares, salvo na hipótese de cometimento de falta grave, em que a autoridade deve representar para os fins dos artigos:

118, inciso I (regressão), 125 (revogação de saídas temporárias), 127 (perda dos dias remidos), 181 (conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade), §§ 1º, letra d, e 2º, todos da LEP.

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Das Faltas DisciplinaresArt. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

►APLICAÇÃO EM CONCURSO:MPE/AM. Promotor. 2007 - CESPE.Segundo a Lei de Execução Penal, a tentativa é punida com sanção mais branda do que a correspondente à falta consumada. Errada

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Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

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VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave (...)

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COMPONENTE DE CELULAR - POLÊMICA

1ª Corrente (STJ e STF): A definição de “aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação” engloba tanto o aparelho completo como as partes componentes que forem essenciais para o seu funcionamento (carcaça de celular, “chip”, bateria etc).

Se a finalidade da norma é impedir a comunicação entre os presos ou destes com o meio externo, permitir-se a entrada fracionada do celular, seria um estímulo a burlar as medidas disciplinares da Lei de Execução Penal.

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2ª Corrente (minoritária):

Somente haveria falta grave em caso de posse de aparelho que permitisse a efetiva comunicação.

Aponta-se a violação ao princípio da legalidade por alargar-se o conteúdo da falta grave para abranger-se a posse de “chip” ou qualquer componente que, mesmo sendo essencial, por si só, não permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

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PRESCRIÇÃO DA FALTA GRAVE

Segundo entendimento pacífico dos Tribunais Superiores é de três anos o prazo prescricional para aplicação de sanção administrativa disciplinar decorrente da prática de falta grave no curso da execução penal, uma vez que, ante a inexistência de legislação específica acerca da matéria, aplica-se o disposto no art. 109, VI, do Código Penal, considerando-se, assim, o menor lapso temporal previsto.

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Súmula 441: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional”.

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REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:

(...) § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

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§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

►APLICAÇÃO EM CONCURSO:

TJ/AL. Juiz. 2008 - CESPE.

O preso provisório não se submete ao regime disciplinar diferenciado, que é aplicável somente ao condenado definitivamente a pena privativa de liberdade. Errada.

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REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;

II - recolhimento em cela individual;

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas;

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.

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DURAÇÃO MÁXIMA: 360

DIASsem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie até o limite de 1/6 da pena aplicada

recolhimento em cela individual

visitas semanais de 02 pessoas,

sem contar as crianças, com duração de 02 horas

direito à saída da cela por 2 horas diárias para

banho de sol

CARACTERÍSTICAS DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)

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Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

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Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.        

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.

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Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

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Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias.

A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

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Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade;

► SÚMULA DO STF

Súmula 611: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

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III - decidir sobre:

        a) soma ou unificação de penas;

        b) progressão ou regressão nos regimes;

        c) detração e remição da pena;

        d) suspensão condicional da pena;

        e) livramento condicional;

        f) incidentes da execução.

IV - autorizar saídas temporárias;

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               V - determinar:

        a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;

        b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;

► APLICAÇÃO EM CONCURSO:

TJ/SE. Juiz Substituto. 2008 - CESPE.

Entre outros, ao juiz da execução compete declarar extinta a punibilidade, converter pena de multa em privativa de liberdade e decidir sobre regressão de regime. Errada

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c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;

e) a revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.

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VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;

IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.

X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.

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► JURISPRUDÊNCIA DO STJ

Não compete ao Juízo da Execução reconhecer uma nulidade, ainda que absoluta, ocorrida no curso de processo findo, ocasionando verdadeira rescisão de decisão proferida por instância superior.

Somente o Tribunal prolator da decisão final é competente para, nas hipóteses legais e pela via própria, rescindir, originariamente, seus julgados.

(HC 193.434/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 29/08/2011).

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Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.

§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.

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§ 2º Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.

§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.

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EXECUÇÃO EM OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO

A execução da pena deve ocorrer, sempre que possível, em local próximo ao meio social e familiar do apenado, conforme previsto no art. 103 da Lei de Execução Penal.

O direito do preso de ter suas reprimendas executadas onde reside sua família não é absoluto, devendo o magistrado fundamentar devidamente a sua decisão, analisando a conveniência e real possibilidade e necessidade da transferência, decidindo sobre o cumprimento da pena em local longe do convívio familiar, não havendo que se falar em constrangimento ilegal.

(HC 166.837/MS, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 12/09/2011).

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TRANSFERÊNCIA PARA PRESÍDIO FEDERAL

A admissão do preso, condenado ou provisório, necessita de decisão prévia fundamentada do juízo federal. O Juízo de origem deve fundamentar o pedido de transferência dos presos para o presídio de segurança máxima, consoante os arts. 3º e 4º da Lei 11.671/08.

PRAZO DE PERMANÊNCIA EM PRESÍDIO FEDERAL

O prazo máximo É de 360 (trezentos e sessenta) dias, e a renovação somente ocorrerá excepcionalmente, desde que cumpridos os requisitos previstos no art. 10, § 1º, da Lei 11.671/08.

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EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

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§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.        

§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

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REQUISITO OBJETIVO

A LEP exige o lapso temporal de 1/6 (um sexto) do cumprimento da pena no regime anterior para que o preso possa progredir de regime. Para uma nova progressão, o período deve ser calculado sobre o remanescente da pena, pois pena cumprida é pena extinta.

► SÚMULA DO STF

Súmula 715: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

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CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS.

A gravidade do crime e a extensão da pena não é óbice para a progressão de regime. Nos termos do artigo 2º, §2º, da lei 8072/90, o lapso para a progressão de regime em crimes dessa natureza é de 2/5 (dois quintos) para o condenado primário e de 3/5 (três quintos) para o reincidente, não havendo que se falar em reincidência específica.

► SÚMULA DO STJ

Súmula nº 471 - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

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CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Nos crimes contra a administração pública em que decorra prejuízo ou locupletamento, impõe-se como condição para a progressão de regime a reparação integral do dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, nos termos do artigo 33, §4º, do Código Penal.

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REQUISITO SUBJETIVO.

O bom comportamento carcerário é comprovado por atestado, emitido pelo diretor do estabelecimento penal.

Não obstante a revogação da obrigatoriedade do exame criminológico, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é firme no sentido da possibilidade de sua realização a critério do juízo da execução.

► SÚMULA DO STJ

Súmula 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

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► SÚMULA DO STF

Súmula Vinculante 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.

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PROGRESSÃO PER SALTUM. É vedada a chamada progressão por salto, em que o apenado que cumpre pena em regime fechado progride diretamente para o regime aberto. Obrigatoriamente, deve-se passar pelo regime intermediário (semiaberto) para alcançar-se o regime mais brando (aberto).

► SÚMULA DO STJ

SÚMULA n. 491

É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.

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PRISÃO DOMICILIAR

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.• A jurisprudência dos tribunais superiores tem

admitido o recolhimento domiciliar em caso de falta de vagas, bem como da inexistência de casa de albergado.

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REGRESSÃO

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

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§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

       

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

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PRÁTICA DE CRIME DOLOSO

A prática de fato definido como crime doloso é suficiente para dar ensejo à regressão de regime, não sendo necessário o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Segundo o entendimento dominante, não há que se falar em violação do princípio da presunção de inocência.

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PRÁTICA DE FALTA GRAVE.

A prática de falta grave (art. 50 e 52, LEP) também gera regressão de regime.

A data-base para a contagem de período aquisitivo de novos benefícios é a do cometimento da falta grave e, em caso de fuga, da recaptura.

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SUPERVENIÊNCIA DE CONDENAÇÃO POR CRIME ANTERIOR.

A execução da pena privativa de liberdade, a teor do disposto no art. 118 e inciso II, c.c. o art. 111, parágrafo único, ambos da Lei n.º 7.210/84, ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência do reeducando para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando sofrer condenação por crime anterior, se a quantidade de pena decorrente da unificação tornar incompatível a continuidade do cumprimento no regime atual.

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FRUSTRAR OS FINS DA EXECUÇÃO. Nessa hipótese legal, ampliou-se o rol de situações que autorizam a regressão daquele que se encontra em regime aberto, uma vez que qualquer ato atentatório aos fins da execução poderia ser invocado.

FALTA DE PAGAMENTO DE MULTA. Essa última hipótese não encontra mais aplicação com o advento da lei 9268/1996, que passou a tratar a multa com natureza de dívida de valor, vedando-se a sua conversão em prisão.

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REGRESSÃO CAUTELAR.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de ser cabível a regressão cautelar do regime prisional promovida pelo Juízo das Execuções, sem a oitiva prévia do apenado, que somente é exigida na regressão definitiva ao regime mais severo (HC 159.435/SP, HC 141.702/RJ)

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AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA

Trata-se de benefícios que mitigam os rigores da execução contínua da pena privativa de liberdade, sendo gênero que comporta duas espécies: a permissão de saída, de cunho humanitário (art. 120 e 121, LEP) e a saída temporária (art. 122 a 125, LEP).

Autorizações de Saída(Gênero)

Permissão de Saída(art. 120 e 121, LEP)

Saída Temporária(art. 122 a 125, LEP)

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Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;

II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

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Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída.

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Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I - visita à família;

II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

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Parágrafo único.  A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

► APLICAÇÃO EM CONCURSO:

DPU. Defensor Público Federal. 2007 - CESPE.

As hipóteses de saídas, reguladas pela Lei de Execução Penal, são hipóteses taxativas e serão autorizadas pelo diretor do estabelecimento, somente aos presos definitivos em regime fechado. Errada.

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Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.  

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Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

§ 1o  Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: 

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I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;        

III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. 

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§ 2o  Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 

§ 3o  Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

► SÚMULA DO STJ

Súmula 40: Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado.

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Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.

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DA REMIÇÃO

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.

§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; 

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

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REMIÇÃO PELO ESTUDO.

A Lei 12433/2011 acrescentou ao artigo 126 da LEP a possibilidade de remição pelo estudo, consagrando o entendimento já consolidado da doutrina e da jurisprudência dos Tribunais Superiores.

► SÚMULA DO STJ

Súmula 341: A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto.

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REMIÇÃO. Trata-se de benefício concedido, em regra, ao preso submetido a regime fechado ou semiaberto, que pode reduzir o tempo de duração da pena privativa de liberdade através do trabalho ou do estudo.Segundo entendimento pacífico dos Tribunais Superiores, não se admite a remição pelo trabalho no regime aberto. A racionalidade disso estaria no art. 36, § 1º, do CP, que considera o trabalho pressuposto da nova condição de cumprimento de pena. (HC 98261/RS, rel. Min. Cezar Peluso, 2.3.2010 - Informativo nº 577/STF).

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Todavia, com a edição da Lei 12433/2011, a LEP passou a admitir que o condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional possa remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova (artigo 126, §6º, LEP), na razão de um dia de pena a cada doze horas de atividade escolar.

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Art. 126, § 6o 

O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.

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§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.

§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. 

 

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POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO

Antes da Lei 12433/2011, o STJ não admitia reconhecer duas vezes a remição da pena em decorrência de trabalho e estudo realizados no mesmo período, porque a remição deveria guardar correspondência com a jornada de trabalho prevista no art. 33, da Lei de Execuções Penais.

Contudo, o novo § 3o do artigo 126 da LEP determina que, “para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem”. 

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§ 4o  O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.

§ 5o  O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.

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§ 7o  O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.

§ 8o  A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.

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Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

► Súmula vinculante do STF nº 9: O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.

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PERDA DOS DIAS REMIDOS

Antes da edição da lei 12433/2011, segundo entendimento pacífico dos Tribunais Superiores, os dias de trabalho ou estudo criariam mera expectativa de direito à remição, não havendo que se falar em direito adquirido ou coisa julgada (STF, HC 85552/SP, rel. Min. Carlos Britto, 28.6.2005).

Considerava-se o benefício sujeito a condição resolutiva, ligado ao comportamento carcerário do condenado.

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A lei 12433/2011 alterou substancialmente a questão da perda dos dias remidos, limitando-a a um teto máximo, sem atingir a sua integralidade. Assim, levando-se em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão, o juiz poderá decretar a perda de até 1/3 dos dias remidos. Por se tratar de norma penal mais benéfica, deve a nova regra incidir retroativamente, em obediência ao art. 5.º, inciso XL, da Constituição Federal.

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Na visão do STJ:

Tal redução se dará por forma proporcional à gravidade da falta, pois observado o disposto no art. 57 da Lei de Execução Penal, cabendo ao Juízo da Vara de Execuções Penais examinar a aplicação retroativa do art. 127 da Lei de Execução Penal

(HC 215.439/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, DJe 28/09/2011; HC 174.617/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJe 07/12/2011).

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De acordo com o STF:

“da leitura do dispositivo legal se infere que o legislador pretendeu limitar somente a revogação dos dias remidos ao patamar de 1/3, razão pela qual não merece acolhida a pretensão de se estender o referido limite aos demais benefícios da execução”.

(HC 110851, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 16-12-2011).

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STJ Informativo nº 0539o cometimento de falta grave implica a perda de até 1/3 dos dias remidos, cabendo ao Juízo das Execuções dimensionar o quantum cabível, observando os critérios do artigo 57 da Lei 7.210/1984, relativos à natureza, aos motivos, às circunstâncias e às consequências do fato, bem como à pessoa do faltoso e seu tempo de prisão, recomeçando a contagem a partir da data da infração. (HC 271.185-RS, Sexta Turma, DJe 14/3/2014). Dessa forma, ao decretar a perda dos dias remidos, o magistrado não pode apenas repetir o disposto no art. 57 da LEP, deixando de apontar elementos concretos do caso que, efetivamente, evidenciem a necessidade de decretação da perda dos dias remidos na fração máxima de 1/3. HC 282.265-RS, Rel. Min. Rogerio Shietti Cruz, julgado em 22/4/2014.  

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Art. 128.  O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

FORMA DE CÔMPUTO DOS DIAS REMIDOS.

Antes do advento da Lei 12433/2011, havia severa controvérsia quanto à forma de contagem dos dias remidos.

A primeira corrente (STJ), entendia que a pena remida deveria ser considerada como pena cumprida, somando-se ao tempo de pena já cumprido (mais benéfica ao condenado). Em sentido contrário, sustentava-se que o tempo remido deveria ser abatido do total da pena aplicada.

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Atualmente, com a nova redação do artigo 128 da LEP, esvaziou-se a polêmica, não havendo mais dúvida quanto a computar-se os dias remidos como pena efetivamente cumprida para todos os efeitos.Esta Corte já tinha firmado o entendimento segundo o qual o tempo remido deve ser considerado como pena efetivamente cumprida para fins de obtenção dos benefícios da execução e não simplesmente como tempo a ser descontado do total da pena. (HC 205.895/SP, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 08/09/2011).

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Art. 129.  A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 1o  O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.       (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o  Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

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LIVRAMENTO CONDICIONALArt. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.É a última etapa do sistema progressivo, devendo o liberado cumprir o restante da pena em liberdade, submetendo-se a determinadas condições. Configura benefício de política criminal voltado a permitir a redução do tempo de encarceramento, com a concessão antecipada e provisória da liberdade do apenado.

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Pena cumprida SITUAÇÃO

1/3 (um terço) não reincidente em crime doloso e bons antecedentes

1/2 (metade) reincidente em crime doloso (ou maus antecedentes)

2/3 (dois terços) crime hediondo ou equiparado e não reincidente específico

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► SÚMULA DO STF

Súmula 715: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o LIVRAMENTO CONDICIONAL ou regime mais favorável de execução.

► SÚMULA DO STJ

Súmula 441: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramentocondicional.

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LIVRAMENTO NO “TRÁFICO PRIVILEGIADO”.

De acordo com a jurisprudência pacífica dos Tribunais Superiores, o "tráfico privilegiado" não é tipo autônomo, distinto da figura descrita no caput do mesmo artigo.

Assim, não podem ser considerados os prazos estabelecidos para os crimes comuns como requisito objetivo para a obtenção de benefícios da execução penal, devendo incidir o prazo de 2/3 (dois terços) de cumprimento da pena, conforme disposto no art. 44, parágrafo único, da Lei n.º 11.343/2006, para a concessão do livramento condicional.

(HC 219.960/MS, Rel. Min. Vasco Della Giustina, Sexta Turma, DJe 05/12/2011).

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PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS

Além da verificação das hipóteses vinculadas à reincidência dos incisos I, II e V, o art. 83, CP, em seu inciso III, aponta os seguintes requisitos subjetivos:

a) comprovação de comportamento satisfatório durante a execução da pena;

b) bom desempenho do trabalho que lhe foi atribuído;

c) aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto.

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CONDIÇÕES.

Obrigatórias: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.

Facultativas: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares.

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MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

Art. 146-B.  O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: 

        I - (VETADO); 

        II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;  

        III - (VETADO); 

        IV - determinar a prisão domiciliar; 

        V - (VETADO);  Parágrafo único.  (VETADO). 

MEDIDA CAUTELAR: A monitoração também pode ser empregada como medida cautelar, antes do trânsito em julgado, conforme inserção da lei 12403/2011 no Código de Processo Penal (art. 319, CPP).

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Art. 146-C.  O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: 

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; 

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;  

III - (VETADO); 

       

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Parágrafo único.  A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: 

I - a regressão do regime; 

II - a revogação da autorização de saída temporária; 

III - (VETADO);  IV - (VETADO);  V - (VETADO); 

VI - a revogação da prisão domiciliar; 

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. 

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Art. 146-D.  A monitoração eletrônica poderá ser revogada: 

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; 

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.

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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

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NECESSIDADE DO TRÂNSITO EM JULGADO

A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem admitido excepcionalmente a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da sentença condenatória se esgotados os recursos com efeito suspensivo, sobretudo quando evidenciada no caso concreto a intenção procrastinatória (v. HC 88500/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 20.10.2009. INFORMATIVO Nº 564/STF).

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SUSPENSÃO CONDICIONAL - SURSIS

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.

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Trata-se de medida descarcerizadora, tendo por finalidade evitar o aprisionamento daqueles sujeitos condenados a penas privativas de liberdade de curta duração.

Não se trata de incidente da execução, mas de efetiva forma de cumprimento de pena.

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REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS (art. 77, CP)

1) Objetivos: condenação à pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos em que não seja indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de direitos;

2) Subjetivos: o apenado não seja reincidente em crime doloso, ressalvada a condenação anterior a pena de multa;

3) Circunstâncias Judiciais favoráveis: a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, os motivos e as circunstâncias do crime.

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ESPÉCIES DE SURSIS

SIMPLES (art. 78, §1º, CP)

ESPECIAL (art. 78, §2º, CP)

ETÁRIO (art. 77, §2º, 1ª parte, CP)

HUMANITÁRIO (art. 77, §2º, 2ª parte, CP)

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SURSIS E CRIMES HEDIONDOS.

A lei de crimes hediondos não impede a concessão de sursis. Assim, preenchidos os requisitos legais, o réu teria direito subjetivo à suspensão condicional da pena.

Segundo a orientação dos Tribunais Superiores é perfeitamente compatível a concessão de suspensão condicional da pena, nos termos do art. 77 do Código Penal, aos condenados por crimes dessa natureza.

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SURSIS E TRÁFICO DE DROGAS.

A lei de drogas veda expressamente a concessão de sursis em relação ao crime de tráfico de entorpecentes (art. 44, da Lei 11.343/2006).

► JURISPRUDÊNCIA DO STF

“O óbice, previsto no artigo 44 da Lei nº 11.343/06, à suspensão condicional da pena imposta ante tráfico de drogas mostra-se afinado com a Lei nº 8.072/90 e com o disposto no inciso XLIII do artigo 5º da Constituição Federal”. (HC 101919, Relator Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 25-10-2011).

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. CRIME COMETIDO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 11.343/06. CONCESSÃO DE SURSIS. IMPOSSIBILIDADE.

3. A vedação expressa da concessão de sursis aos condenados pelo crime de tráfico ilícito de entorpecentes, disciplinada no art. 44 da Lei n.º 11.343/06 é, por si só, motivo suficiente para impedir a concessão da referida benesse.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no REsp 1185785/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, DJe 18/02/2013)

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SURSIS INEFICAZ OU SEM EFEITO ou CASSAÇÃO DO SURSIS

Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.

Não é caso de revogação do sursis, visto que o período de prova sequer começou. Logo, o prazo prescricional é contado a partir do trânsito em julgado da sentença para a acusação (art. 112, I, 1ª parte, CP).

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REVOGAÇÃO DO SURSIS

Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.

A decisão que concede o sursis não faz coisa julgada, pois submete-se à cláusula rebus sic stantibus.

a) Revogação obrigatória: se o beneficiário é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; ou descumpre no primeiro anos do período de prova as condições de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana.

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A frustração da execução de pena de multa foi revogada tacitamente pela lei 9268/96, que alterou o artigo 51, do Código Penal, estabelecendo a impossibilidade de conversão da pena de multa em privativa de liberdade, por ser considerada dívida de valor.

b) Revogação facultativa: se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Se for condenado exclusivamente à pena de multa, não há que se falar em revogação facultativa do sursis.

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PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA.

Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 

Nas hipóteses de revogação facultativa, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

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PENA DE MULTA

Com o advento da lei nº 9268/96, a multa passou a ser considerada dívida de valor, não podendo ser convertida em privação da liberdade no caso de inadimplemento (art. 51, CP).

Deve ser cobrada de acordo com as disposições da lei 6830/80, via execução fiscal.

Todavia, a referida lei não mudou a natureza jurídica da multa aplicada ao condenado, mantendo-se seu caráter de sanção penal.

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De acordo com o STJ:

A legitimidade passou a ser da Fazenda Pública, cabendo ao Estado, através de seus procuradores, a cobrança da dívida oriunda de aplicação da pena de multa.

A competência é da Vara de Fazenda Pública Estadual, se a condenação for imposta pela Justiça Estadual ou da Vara Federal de Execução Fiscal, se a condenação ocorrer no âmbito da Justiça Federal.

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► SÚMULA Nº 693 DO STF : Não cabe "habeas corpus" contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

 

Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).

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MEDIDAS DE SEGURANÇA(artigo 96, I e II, do Código

Penal)

INTERNAÇÃO EM HOSPITAL DE CUSTÓDIA E

TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO (detentiva)

TRATAMENTO AMBULATORIAL

(restritiva ou não detentiva)

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DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA. O prazo mínimo é de 1 (um) ano a 3 (três) anos para a realização do exame de verificação da cessação da periculosidade.

De acordo com o Código Penal, o prazo máximo é indeterminado, mantendo-se enquanto persistir a periculosidade.

O Supremo Tribunal Federal entende que o prazo máximo é de 30 anos, tendo em vista vedação das penas de caráter perpétuo (art. 75 e 97, do CP e art. 183, LEP).

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Segundo orientação do STJ, “levando em conta o preceito segundo o qual "não haverá penas de caráter perpétuo" (art. 5º, XLII, b, da CF) e os princípios da isonomia e da proporcionalidade, o tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”.

(HC 174.342/RS, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 14/11/2011).

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STJ Informativo nº 0535. Quinta Turma.

A prescrição da medida de segurança imposta em sentença absolutória imprópria é regulada pela pena máxima abstratamente prevista para o delito. O CP não cuida expressamente da prescrição de medida de segurança, mas essa é considerada uma espécie do gênero sanção penal. Assim considerada, sujeita-se às regras previstas no CP relativas aos prazos prescricionais e às diversas causas interruptivas da prescrição.

REsp 39.920-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 6/2/2014

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SISTEMA VICARIANTE

Com a reforma de 1984, o Código Penal passou a adotar o Sistema Vicariante (unitário), revogando o Sistema do Duplo Binário ou Duplo trilho, em que a medida de segurança era aplicada conjuntamente com a pena fundamentada na periculosidade do agente.

Aplica-se medida de segurança ao inimputável (art. 26, caput, CP).

Ao semi-imputável aplica-se pena reduzida (art. 26, p. Único, CP) ou medida de segurança substitutiva caso constatada a necessidade de especial tratamento curativo (art. 98, CP).

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EXAME DE VERIFICAÇÃO

DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE

É realizado obrigatoriamente ao término do prazo mínimo fixado, repetindo-se de ano em ano (art. 175, LEP), ou a qualquer tempo, facultativamente, por ordem judicial, mediante requerimento do Ministério Público ou do interessado (ART. 176, LEP).

Nada impede, portanto, que o exame de cessação da periculosidade seja realizado antes do prazo mínimo, desde que haja manifestação do Ministério Público ou do interessado.

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DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL. A desinternação (liberação) será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade (ART. 97, § 3º, CP). Cessada a periculosidade do agente, encerra-se a medida de segurança, mediante sentença do juízo da execução, que expedirá ordem de desinternação ou liberação, após o trânsito em julgado.

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STJ Informativo nº 0537. Sexta Turma.

É ilegal a manutenção da prisão de acusado que vem a receber medida de segurança de internação ao final do processo, ainda que se alegue ausência de vagas em estabelecimentos hospitalares adequados à realização do tratamento.

RHC 38.499-SP, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, julgado em 11/3/2014.  

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Incidentes de Execução

(nominados)

CONVERSÕES (art. 180 a 184)

EXCESSO OU DESVIO

(art. 185 e 186)

ANISTIA E INDULTO

(art. 187 a 193)

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DAS CONVERSÕES

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável.

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CONVERSÃO POSITIVA

Consiste na transformação da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos durante a fase da execução. O incidente tem aplicação meramente residual, pois o condenado a pena privativa de liberdade que ostentasse as condições referidas no artigo 180, LEP possivelmente já teria obtido outro benefício, como a substituição por pena restritiva de direitos (art. 44, CP) ou sursis (art. 77, CP).

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CONVERSÃO NEGATIVA

Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.

A referência ao artigo 45, CP, deve ser atualizada para o artigo 44, e seus parágrafos 4o e 5o, incluídos pela lei 9714/98, que determinam que a pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta.

No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.

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STJ Informativo nº 0536. Quinta Turma.

É imprescindível a prévia intimação pessoal do reeducando que descumpre pena restritiva de direitos para que se proceda à conversão da pena alternativa em privativa de liberdade. Isso porque se deve dar oportunidade para que o reeducando esclareça as razões do descumprimento, em homenagem aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

HC 251.312-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 18/2/2014.

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CONVERSÃO DA PENA

EM MEDIDA DE SEGURANÇA

Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

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A orientação do STJ é de que, “no incidente de execução, consistente na conversão de pena privativa de liberdade em medida de segurança, a pena imposta na sentença condenatória é substituída por medida de segurança, sendo limitada ao tempo máximo da pena aplicada. Extrapolado o prazo máximo da pena privativa de liberdade, não há como manter o paciente no cumprimento da medida de segurança, a qual deve ser declarada extinta”.

(HC 130.160/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, DJe 14/12/2009)

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EXCESSO OU DESVIO

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.

Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:

I - o Ministério Público;

II - o Conselho Penitenciário;

III - o sentenciado;

IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.

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DA ANISTIA E DO INDULTO

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.

Art. 188. O indulto individual (graça) poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

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Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.

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Informativo 745. Tráfico de drogas e indulto humanitário

A 2ª Turma reiterou jurisprudência no sentido de não ser possível o deferimento de indulto a réu condenado por tráfico de drogas, ainda que tenha sido aplicada a causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 à pena a ele imposta, circunstância que não altera a tipicidade do crime.

Pontuou que haveria consenso na doutrina quanto à impropriedade entre o disposto no art. 5º, XLIII, da CF e a regra de competência privativa do Presidente da República, contida no art. 84, XII, da CF.

Assinalou que a proibição do art. 5º, XLIII, da CF seria aplicável ao indulto individual e ao indulto coletivo.

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STJ - Informativo nº 0538. Quinta Turma. DIREITO PENAL. CRITÉRIO OBJETIVO PARA A CONCESSÃO DE INDULTO. A regra prevista no art. 1º, I, do Dec. 7.873/2012, que admite a concessão de indulto coletivo aos condenados a pena inferior a oito anos, não pode ser interpretada de forma a permitir que também obtenham o benefício aqueles que, embora condenados a pena total superior a esse limite, tenham menos de oito anos de pena remanescente a cumprir na data da publicação do referido diploma legal.

HC 276.416-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/3/2014.

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AGRAVO EM EXECUÇÃO

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

O único recurso previsto na LEP é o agravo, já que a maioria das decisões em sede de execução terá natureza interlocutória.

Em regra, o recurso não terá efeito suspensivo, salvo na hipótese de desinternação ou liberação de pessoa sujeita à medida de segurança.

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O rito a ser aplicado é o do recurso em sentido estrito (art. 582 a 592, do Código de Processo Penal), sendo a interposição no prazo de 5 dias, conforme entendimento sumulado do STF.

► SÚMULA DO STF

Súmula nº 700: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.