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LElitIA-FATIMA · flexão ao aprofundamento dos temas do guião sinodal e a ade são das pessoas (a aula magna cheia), bem como a estrutura ção de outras acções de formação;

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LElitIA-FATIMA Órgão Oficial da DiocclSCl

Ano VI • N. º 16 • Janeiro-Abri/ 199B

DIRECTOR AMÉRICO FERREIRA

CHEFE DE REDACÇÃO FRANCISCO PEREIRA

ADMINISTRADOR HENRIQUE DIAS DA SILVA

CONSELHO DE REDACÇÃO BELMIRA DE SOUSA

JORGE GUARDA LUCIANO CRISTINO

MANUEL MELQUÍADES SAULGOMES

PERIODICIDADE QUADRIMESTRAL

PROPRIEDADE E EDIÇÃO DIOCESE DE LEfRIA-FÁTIMA

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEfRIA 2410 LEIRIA • TELEF. (044) 832760

ASSINATURA ANUAL - 2.000$00

Balanço da Caminhada Sinodal ..... .... ....... 3

Só no Espírito de Deus podemos caminhar 7

Estatutos do Conselho Pastoral Diocesano 17

Estatutos da Fraternidade Sacerdotal da Diocese de Leiria-Fátima .... . . ....... .... .... .. . . .

Nota Episcopal sobre Formação e Acção M

· . , . Lsszonanas . .. . .... . . . . .. . . . . ... . . .. . ...... . . . . ...... .... .

Homilia do Sr. Bispo em Quinta-feira Santa

Instrução Pastoral sobre os Bens da Igreja

Carta Pastoral a propósito dos 80 anos da Restauração da Diocese de Leiria-Fátima

Nota Episcopal para a Quaresma . .... ... . .. .. .

Carta Pastoral aos Condutores de Veículos

Actos Episcopais . . .... . . .. ........... . . . ....... ....... .. . . .

O Coração de Maria, Caminho para Deus

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BALANÇO DA

CAMINHADA SINODAL

1. Convidado a intervir na reunião do Conselho Presbite­ral, no passado dia 16 de Fevereiro, o Coordenador-Geral do Sínodo, Pe. Jorge Guarda, começou por informar sobre os pas­sos recentes da caminhada. Referiu o lançamento do guião "Só com Deus podemos caminhar", a reflexão em grupos e as duas sessões da formação permanente do clero, que constituiram mo­mentos marcantes deste relançamento do trabalho nos grupos.

Depois, informou que haviam sido distribuídos cerca de 4.500 guiões gerais e 1.800 dejovens, por 70 paróquias e 10 ou­tras instituições (serviços, movimentos e comunidades religio­sas), sendo 3 as paróquias que ainda não tinham requisitado qualquer guião. Disse verificar-se, relativamente ao primeiro guião, maior lentidão e menor interesse na participação.

2. Factos positivos

Como factos positivos na caminhada, apontou : * Várias paróquias estarem a fazer diligências para a cons­

tituição dos conselhos pastorais; * A Escola de Leigos ter dedicado as suas jornadas de re­

flexão ao aprofundamento dos temas do guião sinodal e a ade­são das pessoas (a aula magna cheia), bem como a estrutura­ção de outras acções de formação;

* As Escolas de Catequistas e de Cursistas terem promo­vido juntas uma celebração pela unidade dos cristãos.

* Em Leiria, a partir de uma proposta dos grupos na pri­meira fase, vários organismos de acção sócio-caritativa esta­rem empenhados na constituição de um centro de acolhimen­to aos sem abrigo.

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BALANÇO DA CAMINHADA SINODAL ______________ _

Apesar destes sinais positivos, o Pe. Jorge salientou tam­bém alguns sinais preocupantes que revelam falta de sentido de sinodalidade e alheamento da caminhada comum, tais como:

* Em muitas paróquias, houve pouco empenho na distri­buição, reflexão e aplicação da Exortação Sinodal, da qual mui­tos grupos nem chegaram ao conhecimento;

* Os serviços, movimentos e mesmo paróquias, com pou­cas excepções, caminham e programam isoladamente as suas iniciativas, sem perspectivas de comunhão e coordenação;

* Persistem reservas e resistências à implementação do Regulamento de Administração dos Bens da Igreja na Diocese;

* Bastantes paróquias e movimentos atrasaram-se dois meses na reconstituição dos grupos de reflexão, o que dificul­ta o ritmo diocesano;

* As equipas sacerdotais, a nivel de vigararias, parecem não constituir ainda verdadeiros espaços de comunhão ecle­sial e de colaboração pastoral;

* O facto de o Conselho Diocesano de Pastoral, recente­mente nomeado, não ter qualquer representante explícito do Sínodo, contrariamente ao que tinha ficado decidido anterior­mente e seria de esperar.

3. Lançar as redes para que que águas?

Perante tais factos, positivos e negativos , tendo por refe­rência o episódio evangélico da pesca milagrosa (Cfr. Lc. 5, 1--11 e o nº anterior deste Boletim), o Coordenador-Geral mani­festou receio de que a generalidade da Diocese e nomeadamente os pastores continuem a lançar as redes da mesma forma e pa­ra as águas onde sempre o têm feito, acomodando-se às situa­ções, estruturas e métodos usados há muitos anos.

Dizia o Pe. Jorge: "perante a novidade, as exigências de re­novação, os apelos à mudança e ao empenhamento numa aber­tura atenta e dinâmica às interpelações do Espírito, opta-se

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_______________ BALANÇO DA CAMINHADA SINODAL

pelo mais fácil, pelas desculpas do muito trabalho e pouco tem­po, pela segurança dos caminhos já andados. O medo de arris­car em novos caminhos é tão grande que acaba por abafar a boa vontade, que se manifesta quando se vê a necessidade de renovar as iniciativas, os métodos e as estruturas pastorais, por sentirmos que os tradicionais deixaram de dar frutos."

4. Desafios

Como conclusão, deixou alguns pontos de análise e alguns desafios:

* Depois do caminho percorrido e de todos os esforços fei­tos, este é o memento de concentrarmos a nossa atenção nas pessoas mais responsáveis na animação pastoral para, com elas , desenvolvermos a comunhão eclesial e trabalharmos si­nodalmente, de modo a identificarmos e definirmos as orien­tações comuns e elaborarmos os projectos e as iniciativas pas­torais que podem concretizar a renovação nos diversos níveis da vida eclesial da diocese.

* É preciso introduzir fermentos de renovação em todas as comunidades, movimentos e serviços. Podemos já entender nesse sentido a proposta de criação de um centro diocesano de pastoral.

* Certamente, todos temos consciência de que, dada a nos­sa estruturação pastoral e a mentalidade dominante nas nossas comunidades, ainda muito centradas à volta do padre, sem a nossa disponibilidade e cooperação para dar este passo, o Síno­do corre o risco de se tomar inútil ou de conduzir ao desencanto.

* Perante a multiplicidade de actividades, por vezes con­correntes entre si, e a sobrecarga de trabalho que pesa sobre muitos de nós, há que explorar as novas possibilidades que nos podem oferecer a comunhão e colaboração entre todos nós e a coordenação tanto na diocese como nas vigararias e nas paró­quias.

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BALANÇO DA CAMINHADA SINODAL _____________ _ _

• Perante as carências de formação dos crentes e a multi­dão que permanece à margem da vida eclesial e alheia à men­sagem cristã, há que procurar novas vias e novos modos de anunciar o Evangelho e ousar ir ao encontro dos homens nos lugares onde eles se encontram.

A terminar, dizia o Pe. Jorge Guarda:

"Não me perguntem se teremos ou não pesca milagrosa, porque ainda não é o tempo para recolher as redes. Agora, o que temos a fazer é lançar as redes onde o Espínto nos sugere. A situação presente da nossa Igreja diocesana e da sua cami­nhada sinodal exige de todos nós a máxima atenção aos apelos de Deus e um acto de confiança que motive um empenho maior. É preciso e é urgente dar um salto de qualidade na vida pasto­ral da nossa diocese, para que ela se renove".

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Catequistas de Fátima em Sínodo Cerca de centena e meia de catequistes da paróquia de Fáti­

ma, representando todos os seus centros de catequese, reuniram-se no Centro Paroquial daquela cidade, no dia 21 de Novembro, cOm o objectivo de promover um maior conhecimento mútuo entre todos

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o's catequistas da paróquia, que educam na fé mais de mil crianças e adolescentes.

".

O tema de formação foi "O Sínodo Diocesano". Na sua inter­venção, o P. Jorge Guarda referiu que o primeiro grande objectivo da caminhada sinodal é o desenvolvimento de um novo espírito em todos os membros das comunidades cristãs de modo a que se tomem sujeito nas mesmas, sentindo que são Igreja e têm nela a sua voz, apontou o principal meio para concretizar o Sínodo na paróquia: im­plementar as medidas indicadas pelo Bispo diocesano na Exorta­ção Sinodal, terminaIldô por dizer que as actuais catequeses, se bem feitas, podem contribuir para renovar a liturgia na comunidade pa­roquial, evangelizar. a família, fazer das crianças apóstolos e sensi­bilizá-las para a vivência da solidariedade.

Outras iniciativas do mesmo género se vão fazendo pelas res­tantes paróquias.

SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR

Apresentamos agora a partilha que algumas paróquias fi­zeram por ocasião da peregrinação da Diocese de Leiria-Fáti­ma ao seu santuário mariano. É um exemplo daquilo que se vai fazendo por todas as paróquias da nossa diocese que estão em caminhada sinodal.

Paróquia de Leiria

Centro de Acolhimento aos 'sem abrigo'

No Sínodo que estamos a viver, é possível detectar reac­ções menos entusiastas ou algum desânimo, a par de outras de maior satisfação perante os sinais de renovação que também vão acontecendo.

Num movimento que abarca toda a diocese, mas que en­volve comunidades e pessoas com seus dinamismos, ritmos e capacidades muito diversas não surpreende que se cruzem es­tes dois estados de alma, dependendo a primazia que demos a um ou a outro, da parte da realidade que conhecemos melhor, e também das expectativas que à partida criámos, mais ime­diatistas para uns, ou de prazo mais alargado para outros.

Eu creio que apesar de tudo é legítimo cultivar um são op­timismo e alimentar a firme certeza de que o Espírito nos guia neste trabalho de redescoberta do modo de ser e do modo de agir cristãos, no tempo que é o nosso.

A peregrinação de hoje constitui tempo de encontro, tem­po de pôr em comum os sentimentos e as esperanças que nos animam e de partilharmos experiências que constituam sinais de renovação que aqui e ali vão aflorando.

Quero transmitir-vos um desses sinais que tem a marca do Sínodo diocesano.

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SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR � ________ _

Refiro-me ao Centro de Acolhimento de Leiria. É uma es­trutura liderada pela paróquia de Leiria, a que se juntaram, como parceiros : a Cáritas, a Misericórdia, a Conferência Vi­centina e a Legião de Maria.

Vai prestar cuidados de alimentação, roupa, higiene e dor­mida aos 'sem abrigo', às pessoas que já hoje, na cidade, só en­contram alimentação diária em comunidades religiosas, e a quantos diariamente se deslocam a Leiria em busca de traba­lho e, sem quaisquer meios, procuram apoio em várias organi­zações da cidade, nomeadamente no Centro Social Paulo VI.

É uma estrutura que nasce do Sínodo Diocesano, tem o seu selo e marca de origem. Sem o movimento gerado pelo Sí­nodo, este Centro não existiria. Ele corresponde a um anseio partilhado por todos os grupos sinodais de Leiria e a necessi­dade da sua realização constituiu uma das principais conclu­sões da assembleia paroquial

Ainda não abriu. Mas estão em muito bom ritmo as obras de adaptação de um edificio, junto ao antigo Hospital de Leiria.

Está também a ser reflectido o seu modo de funcionamen­to, a regulamentação, a rede de ligações a outras instituições oficiais e particulares, que possam colaborar com algum tipo de resposta ou de encaminhamento para a variada tipologia de situações que irão ser encontradas.

Sendo um centro de acolhimento para o imediatamente necessário, não pode perder de vista o objectivo sempre pre­sente neste tipo de trabalho: a reaquisição da autonomia, a su­peração das dificuldades, o caminhar por si próprio, mesmo ca­minhos de realização pessoal.

O acolhimento muito favorável que a notícia deste centro encontrou em toda a comunicação social, mesmo de expressão nacional, reflecte, com certeza, uma sensibilidade muito alar­gada para esta problemática, aliás bem expressa nas respos­tas ao inquérito que antecedeu o início do Sínodo. Mas consti­tui acima de tudo, um desafio à comunidade cristã de Leiria,

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SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR

e não só, para que, empenhadamente, assuma o projecto como seu, não apenas na sua génese, mas, principalmente, através do insubstituível apoio quotidiano.

O Centro de Acolhimento acontece em Leiria. Porém, o ser sinal e sacramento da solicitude misericordiosa do Senhor para com as vítimas de qualquer forma de pobreza, tem de acontecer na vida de cada comunidade cristã em qualquer ponto da dioce­se. De contrário, Sínodo, renovação, verdade, ainda não houve.

Como na transfiguração, hoje viemos à montanha e hou­ve festa. Somos agora convidados, como Pedro, Tiago e João, a desfazer as tendas, a descer o monte e a embrenharmo-nos na cidade. É aí que O havemos de encontrar.

Ambrósio Santos

Paróquia de Urqueira

Criação do Conselho Pastoral

A iniciativa de criar o Conselho Pastoral na paróquia de Urqueira partiu da Assembleia Paroquial, quando se reflectiu o nº 3 do guião "Pôr-se a caminho", para o trabalho de grupos do Sínodo Diocesano. A partir daí, aproveitaram-se todas as ocasiões para, ainda que duma maneira informal, falar sobre o acolhimento, em ordem à mentalização da comunidade, ao menos da praticante.

Como as comissões existentes na altura acabavam o seu mandato no fim do ano de 1997, esperou-se pelas novas comis­sões para concretizar a ideia. Assim, a partir de Janeiro de 1998, depois de sucessivas reuniões com as novas comissões, cada uma delas elegeu o seu representante. O mesmo fizeram as outras instituições paroquiais: centros de catequese, grupos litúrgicos e Conferência de São Vicente de Paulo.

Para além destes elementos escolhidos pela comunidade, o pároco convidou mais algumas pessoas, conforme prevêem os

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SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR

Estatutos ficando assim representados cada um dos centros de culto e cada um dos movimentos ou serviços devidamente inte­grados na orgãnica pastoral da paróquia. Garantida ficou tam­bém a equilibrada participação de ambos os sexos e diversos es­calões etários , bem como os vários sectores sócio-profissionais.

A primeira reunião, para tomada de posse, venficou-se no 1º Domingo da Quaresma. Depois disso, reuniu-se o Secreta­riado Permanente, eleito na reunião da tomada de posse, pa­ra troca de ideias em ordem à preparação do próximo plenário.

Embora não tenhamos ainda obra feita, temos já alguns planos : acções junto das comissões e grupos litúrgicos para uma melhor vivência das celebrações dominicais, nomeada­mente nas capelas; séria reflexão sobre a catequese, festas da Primeira Comunhão, Profissão de Fé, Crisma, Baptismo, Ca­samento; visita pascal, serviço do cartório paroquial.

Esperamos também alargar a acção do Conselho Pastoral a outros sectores, de nível sócio-cultural: encontros de escla­recimento sobre defesa da vida, cuidados primários de saúde, planeamento familiar e outros, onde se nota grande falta de conhecimentos, tendo até, na comunidade pessoas habilitadas a prestar estes serviços.

Isto é, em resumo, o que se fez para a criação do Conselho Pastoral Paroquial da freguesia da Urqueira.

Luís Miguel Freire Lopes

Paróquia de Parceiros

Conselho Económico e implementação do Regulamento de Administração dos Bens da Igreja

1. A renovação sinodal da Igreja diocesana também passa pela renovação da administração dos bens materiais ao seu dis­por, de modo que eles sirvam melhor os seus fins. Nesse senti-

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do, foi publicado, em 1 de Dezembro de 1993, o Regulamento da Administração dos Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima, que entrou em vigor, em regime voluntário e experimental, no início de 1995 e, obrigatoriamente para toda a Diocese, em 1 de Janeiro do corrente ano de 1998. Faz parte integrante deste no­vo Regulamento o Estatuto Económico do Clero.

2. Na Paróquia dos Parceiros entrou em vigor, na sua to­talidade logo em Janeiro de 1995, portanto já há mais de 3 anos. Não foi difícil, nem para o pároco, porque foi de boa von­tade, nem para a comunidade paroquial, porque houve um lar­go tempo de mentalização.

3. Como se procedeu? O pároco estudou, com o Conselho Económico Paroquial e

a Comissão da Capela de Pernelhas, o texto do Regulamento, durante certo tempo, e todos foram unânimes em levar por dian­te esta modalidade de administração. O Conselho Pastoral Pa­roquial também teve oportunidade de reflectir sobre o assunto e, por diversas vezes, o pároco explicou à comunidade paroquial, quer de viva voz nas missas dominicais, quer através da Folha Informativa da Paróquia, que chega a todas as casas.

4. Neste momento as coisas correm normalmente e já va­mos no 42 ano: todos os rendimentos, ofertórios, a pensão, a oferta pascal, o saldo das festas e emolumentos, tudo é coloca­do no Fundo Económico Paroquial, para o qual também contri­bui a capela de Pemelhas com a percentagem que lhe compe­te. Este Fundo é administrado pelo Conselho Económico, que satisfaz as necessidades da paróquia, no que diz respeito às obras, às actividades pastorais e ainda entregando ao pároco o que lhe compete.

5. Pelo meu conhecimento pessoal, como leigo e membro do Conselho Pastoral, verifico que este sistema agrada à co-

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munidade paroquial e é vantajoso, porque há mais transpa­rência e mais justiça.

No entanto, devo dizer que, tanto da parte do clero como dos leigos, deve haver interesse e empenhamento para que te­das as famílias contribuam e isso fique registado em ficheiro próprio; trata-se efectivamente dum bem que diz respeito a te­da a comunidade paroquial a qual deve ser informada, anual­mente, na apresentação das contas.

José da Silva Henriques

Paróquia do Coimbrão

Ressonância no campo da Caridade Cristã

Na paróquia do Coimbrão, o Sínodo deu-nos já a oportu­nidade de penetrarmos um pouco no âmago do Evangelho de J e­sus Cristo, e de percebermos como devemos viver o verdadeiro cristianismo, abrindo-nos um pouco mais à dimensão sócio-<:a­ritativa. A presença de Deus nos outros, particularmente nos doentes , na 3ª idade, a solidão e as carências humanas e afec­tivas a que tantos estão sujeitos levaram-nos a pensar a sério neles e a tomar posições concretas, de tal maneira que nos or­ganizamos em grupo, preparámo-nos através de vários encon­tros de formação, e definimos uma linha de acção que pudesse constituir uma verdadeira resposta às necessidade detectadas e porventura ainda a detectar na nossa comunidade paroquial.

Não tem sido fácil porque, como já prevíamos, ao lado da nossa acção de principiantes, surgiu a acção chamada oposição. Temos tido contrariedades, mas desde sempre pensámos que quem trabalha por Deus e com Deus sairá vitorioso.

Nesta ordem de ideias, e no espírito da caminhada sino­dal, sentimos, a partir de uma determinada altura forte dese­jo de nos unirmos em grupo e de fundarmos na paróquia a Con­ferência de S. Virente de Paulo, que funciona há cerca de um

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ano e que já realizou, com alguns resultados positivos, deter­minadas acções merecedoras de aplauso e de simpatia, a favor dos idosos e das crianças.

Sentimo-nos embalados no Espírito do Senhor para conti­nuarmos na pesquisa de casos e mais casos que, tanto material­mente como espiritualmente, necessitam de rápidas e prontas soluções e que só os que conhecem e entendem o mandamento do Senhor "mostrareis que sois Meus discípulos se vos amardes uns aos outros" poderão resolver da melhor maneira.

Neste espaço de tempo, descendo ao concreto, já reunimos na igreja, e em convívio, cerca de 200 idosos, e juntámos em convívio alegre e festivo todas as crianças da paróquia. Tentá­mos, igualmente, ajudar a resolver situações muito graves e importantes na vida de alguns irmãos, a nível individual, e es­tamos a trabalhar para que sejam resolvidos outros problemas, colaborando inclusive com as entidades oficiais.

A partir do momento em que sentimos que somos Igreja e Igreja co-responsável, nós, leigos, seguindo a orientação do Di­vino Espírito Santo e do nosso pastor, queremos e estamos prontos para caminhar, testemunhando, tanto quanto possí­vel à maneira dos primeiros cristãos, o Evangelho e a Doutri­na de Jesus Cristo, e entendemos que será esta, e só esta, a única forma de nos sentirmos felizes e realizados.

Manuel Henriques das Neves

Paróquia de Mira de Aire

Equipas Paroquiais de Liturgia

À "Equipa" de Liturgia da paróquia de Míra de Aíre foi fei­to um pedido para partilhar convosco a sua experiência. Tal co­mo a viúva pobre, temos pouco para dar, mas é com alegria que damos o que temos.

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SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR _________ _

Iniciámos, há cerca de uma década, tendo como objectivo a animação litúrgica. Tentámos organizar os seguintes servi­ços: Leitores, Cantores, Acólitos.

Procurámos dinamizar o mais possível a assembleia em ordem a uma participação activa: elaborámos um folheto sema­nal com as referências bíblicas das leituras dominicais, com uma pequena reflexão sobre a liturgia do dia e o programa de cânticos; como complemento, mantemos actualizado o placar à entrada da igreja, com informações eclesiais, a escala de ser­viço de Leitores e Acólitos e, ainda, um "cartaz-mensagem" re­ferente ao tempo litúrgico.

Falando um pouco do serviço de Leitores, tentámos orga­nizar um grupo mais ou menos fixo. Fizemos com eles algu­mas reuniões de preparação. Essas reuniões focaram os cuida­dos a ter com a leitura e com o microfone, postura do leitor e, fundamentalmente, aprender a proclamar a palavra de Deus. As leituras entregam-se previamente, para possibilitar ao lei­tor a sua interiorização em ordem a uma boa proclamação. Ela­bora-se também, sempre que possível, uma escala de serviço.

Em relação ao serviço de Cantores, este é um sector que pela sua exigência técnica, nos transcende um pouco. Nenhum membro da equipa litúrgica domina a música. Durante alguns anos, tivemos na paróquia uma religiosa que assegurou este serviço. Com a saída dela, ficámos em "pausa musical!"". Ac­tualmente, estamos no "prelúdio de um novo andamento", ou seja, temos dois grupos essencialmente juvenis que estão a ini­ciar-se neste serviço.

Vou agora dar-vos o meu testemunho, como responsável pelo serviço de Acólitos. "Para ser Acólito, não basta saber fa­zer tudo muito bem, é preciso adorar Aquele para quem servi­mos". Esta frase não é minha, foi dita por um deles. É um eco do que pretendo transmitir. Obrigado Humberto.

Este grupo surgiu a pedido do pároco, e foi escolhido pe­los catequistas do 5º e 6º anos. Tiveram um período de prepa-

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SÓ NO ESPÍRITO DE DEUS PODEMOS CAMINHAR

ração de alguns meses, iniciando o serviço ao altar no dia do Acólito, em 5ª Feira-Santa.

As reuniões são semanais, com algumas pausas. Para alem da preparação prática e doutrinal, está sempre em pri­meiro lugar ir descobrindo e aprofundando a relação pessoal com Deus, em ordem ao compromisso na Igreja. Essa relação com Deus e esse compromisso leva-os a descobrirem e a em­penharem-se até noutros serviços!

Ouçamos o testemunho da Rita, uma deste grupo: "Consi­deramos que ser acólito é como um privilégio, porque cabe-nos a nós servir Jesus Cristo no altar, fazendo--nos sentir mais pró­ximos d'Ele. Neste grupo fizemos experiências inesquecíveis. Ser acólito alterou a nossa vida, sentimos mais necessidade e responsabilidade de pensar e agir como cristãos. Nestes 4 anos tornámo--nos mais amigos, temos algo importante em comum que nos une."

Maria José Micaela, (responsável do Serviço de Acólitos)

Vigararia de Leiria

Equipa Pastoral Vicarial

A Equipa Pastoral Vicarial de Leiria foi constituída em re­sultado das conclusões da 1ª Assembleia Vicarial Sinodal.

É formada pelos párocos, vigários paroquiais e dois repre­sentantes de cada uma das paróquias da Vigararia de Leiria, num assumir, por parte dos leigos, das responsabilidades que devem partilhar com os sacerdotes, nas actividades pastorais.

Tem como objectivos: o estudo, a implementação e a dina­mização, partilhada por leigos e padres, da Pastoral, no que tem de comum à Vigararia de Leiria, e encontrar as respostas pastorais para os problemas que se lhe colocam no dia a dia.

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Reúne mensalmente com todos os seus membros, sendo discutidos os problemas pastorais, as iniciativas a nível vica­rial e , tanto quanto possível, a sua implementação paroquial e vicarial : Sem pôr em causa a especificidade de cada paróquia, pretende-se, com esta equipa, constituir um polo dinamizador das actividades pastorais para as várias paróquias, e da Viga­raria, no seu todo.

A Equipa Pastoral Vicarial de Leiria organizou as Jorna­das Vicariais em 1996, subordinadas ao tema "O acolhimento na Pastoral Urbana", tendo, durante todo o ano, reflectido so­bre a mesma problemática, nomeadamente, a formação de equipas paroquiais de acolhimento que, em espírito de colabo­ração com os respectivos párocos, constituam pontos de encon­tro a quantos procuram os serviços paroquiais ou, simplesmen­te, alguém que os acolha.

Em Novembro de 1997, as Jornadas foram subordinadas ao tema "Como fazer comunhão em pastoral urbana".

As jomadas vicariais têm tido lugar no serão de sexta-fei­ra e sábado durante o dia, constituindo um espaço de reflexão, estudo e partilha para quantos se encontram envolvidos em actividades pastorais ou, IÍlesmo, outros ainda não comprome­tidos mas que estejam despertos para uma vivência pastoral mais preocupada e activa.

A 2' Assembleia Vicarial Sinodal, que será levada a efei­to no próximo dia 3 de Abril, está a ser organizada pela mes­ma Equipa Pastoral Vicarial.

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Júlio Martins (da Equipa Pastoral Vicarial)

CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

ESTATUTOS

Capítulo I

NATUREZA

Art.º 1.º

O Conselho Pastoral Diocesano (CPD) é um órgão auxi­liar e assessor do Bispo Diocesano, que a ele preside, como expressão da corresponsabilidade apostólica de todos os bap­tizados em comunhão eclesial.

Art.º 2.º

O CPD rege-se pelo Direito e demais orientações uni­versais da Igreja, por estes Estatutos e outras normas que vierem a ser estabelecidas pelo Bispo Diocesano.

Art.º 3.º

O CPD tem voto consultivo. Pode, porém, o Bispo Dioce­sano atribuir-lhe força deliberativa, comunicando previa­mente ao Conselho essa sua decisão.

Art.º 4."

O CPD tem a sua sede no Seminário Diocesano de Leiria.

Capítulo II

COMPETÊNCIAS E FUNÇÕES

Art.º 5.º

É da competência do CPD estudar a apreciar o que diz res­peito às actividades pastorais na Diocese, em ordem a chegar

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ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO ________ _

a conclusões práticas que possam ser tomadas como sugestões de acção.

Art.º 6.º

São funções do CPD: a) Ajudar o Bispo Diocesano a efectivar a coordenação

de todas as actividades pastorais. b) Promover o estudo da realidade sócio-económica da

Diocese e tirar conclusões práticas sobre ela e indicar cami­nhos a seguir.

. c) Possibilitar a partilha das experiências pastorais, nos

projectos e preocupações dos diversos grupos ou agentes da Pastoral Profética, Litúrgica e Sócio-Caritativa.

d) Elaborar um programa geral de acção pastoral e apre­sentá-lo ao Bispo Diocesano.

e) Fomentar a coordenação dos Conselhos Pastorais Pa­roquiais entre si e com os Orgãos diocesanos de pastoral.

f) Esclarecer a adequação das diferentes obras, movi­mentos e iniciativas de apostolado aos diversos sectores da vida humana.

Art.º 7.º

No exercício das suas funções, contará o CPD com o apoio e colaboração de todas as estruturas do Povo de Deus, públicas ou privadas, podendo mesmo constituir comissões especiais.

Capítulo III

CONSTITUIÇÃO

Art.8.º

O CPD é constituído por clérigos, membros dos Institu­tos de Vida Consagrada e, sobretudo, por leigos Cc. 5 12 § 1), por forma a retratar a variedade do Povo de Deus na Dioce-

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_________ ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

se segundo as condições sociais, culturais e de apostolado, tendo em conta as diferentes zonas (C. 512 § 2).

§ único - Só devem ser escolhidos fiéis que estejam em plena comunhão com a Igreja Católica (512 § 1), que se des­tingam pela firmeza de fé, bons costumes e prudência.

Art.2 9.2

São membros do CPD: 1.0 - Em função do seu cargo: a) Vigário Geral. b) Chanceler da Cúria Diocesana. c) Secretário do Conselho Presbiteral . d) Presidente do Cabido. e) Reitor do Seminário Diocesano. f) Vigário Judicial. g) Reitor do Santuário de Fátima. 2.° - Por eleição: a) Um membro representante dos Institutos de Vida

Consagrada masculinos, um dos femininos e um dos Institu­tos Seculares , eleitos , respectivamente, pelos membros da CNIR, FNIRF e FNIS nas suas expressões dioc!)sanas.

b) Cinco representantes -leigos de preferência -dos vá­rios Secretariados Diocesanos, Comissões e congéneres, elei­tos de entre os respectivos membros, em assembleia convoca­da e presidida por quem o Vigário Geral ou o Coordenador Diocesano da Pastoral, se o houver, designar para o efeito.

c) Três leigos representantes de todos os Sectores ou Grupos, Associações de Fiéis, Movimentos de apostolado e de caridade, de âmbito diocesano, eleitos pelos presidentes das direcções diocesanas, em assembleia convocada e presi­dida por quem o Vigário Geral ou o Coordenador Diocesano da Pastoral, se o houver, designar para o efeito.

d) Um sacerdote representante dos Assistentes de Mo­vimentos ou Associações de nível diocesano, eleito pelos As-

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ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO ________ _

sistentes de Movimentos ou Associações, em assembleia con­vocada e presidida pelo mais velho.

e) Um leigo representante de cada Vigararia, eleito em assembleia vicarial, convocada pelo respectivo vigário.

3.° - Por nomeação: Os que o Bispo Diocesano queira designar, sendo dese­

jável que o seu número não ultrapasse um décimo do total.

Art.O lO."

§ 1- De cada uma das eleições, a que se refere o n.º 2 do Art.º 9, deverá lavrar-se uma acta, assinada pelo Presi­dente do grupo e pelo Secretário, na qual devem constar os resultados do escrutínio, com a indicação do número de pre­senças e ausências, nome dos eleitos , sua data de nascimen­to, profissão, endereço postal, número de telefone e de fax , se o tiver. O Presidente providenciará pelo envio, o mais rá­pido possível, dessa acta ao Bispo da Diocese.

§ 2 - As eleições serão feitas por sufrágio directo, escri­to e secreto.

§ 3 - Todos os membros eleitos deverão ser confirma­dos pelo Bispo Diocesano.

Art." lI."

Dentro do espírito do Art.O 8, a livre nomeação do Bispo Diocesano deve incidir em pessoas de áreas não abrangidas pelo n.o 2 do Art.Q 9.

Art." 12."

O CPD é constituído pelo prazo de três anos. Ao vagar a Sede Episcopal, o CPD cessa as suas funções.

§ único - Todos os membros do CPD podem ser sempre nomeados de novo ou reeleitos.

20

_________ ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

Art.º 13.2

Cessam o mandato os membros do CPD:

a) por demissão ou renúncia aceite pelo Bispo Diocesano; b) por cessação do respectivo cargo, os membros natos; c) por deixarem de pertencer ao grupo que os elegeu.

§ úrúco - As vagas serão preenchidas da mesma forma da anterior designação, mas apenas para completar o mandato.

Capítulo IV

ORGANIZAÇÃO

Art.º 14.º

Os órgãos do CPD são: - O Presidente - O Secretariado Permanente

- O Plenário

Art.º 15.2

Compete ao Presidente, que é sempre o Bispo Diocesano:

a) Aprovar e promulgar os Estatutos. b) Confirmar os membros a que se refere o Art." 9.º, n.º 2. c) Designar os membros da sua escolha, conforme o Art.º

9.º, n.º 4 e Art.º 11. d) Nomear o Secretário do CPD. e) Convocar as reuniões do Plenário e aprovar a agenda

de trabalhos. f) Presidir, por si, por seus vigários ou por delegados, a

essas reuniões. g) Aprovar e tornar públicas as conclusões tomadas nas

reuniões plenárias. h) Coordenar superiormente toda a actividade do CPD.

21

ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO ________ _

Art.º 16.º

O Secretariado Permanente será constituído pelo Secre­tário do CPD, mais quatro membros do CPD, eleitos pelo Ple­nário na sua primeira reunião ordinária e confirmados pelo Bispo Diocesano, sendo o mais votado o Secretário-Adjunto.

Art.º 17.º

Compete ao Secretariado Permanente: a) Recolher as manifestações de necessidades e desejos,

as opiniões e pareceres dos diocesanos , através não só dos membros do CPD como todos os meios legítimos.

b) Preparar as reuniões, incluindo a agenda, tendo em conta os elementos recolhidos segundo a sua importância e urgência.

c) Executar as decisões tomadas nas reuniões plenárias. d) Dar parecer ao Presidente, sempre que solicitado, dis­

ponibilizando-se para todas as formas de colaboração pastoral. § único - O Secretariado Permanente reunirá de acor­

do com as necessidades para o cumprimento das tarefas que lhe incumbem.

Art.º 18.º

Compete ao Secretário do CPD: a) Moderar as reuniões plenárias do CPD e as do Secre­

tariado permanente. b) Orientar, no Secretariado Permanente, a preparação

da agenda de trabalhos das reuniões ordinárias do Plenário e submetê-la à aprovação do Presidente, de acordo com o Art.Q 15.Q, e) e o Art.2 17.2, b).

c) Convocar as reuniões do Secretariado Permanente e fixar a agenda de trabalhos.

d) Dinamizar o trabalho, quer do Plenário, quer do Se­cretariado Premanente, em ordem a um funcionamento efi­ciente do CPD.

22

_________ ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

Art.· 19.2

Compete ao Secretário-Adjunto: a) Auxiliar o Secretário do CPD em tudo o que lhe for so­

licitado e substituí-lo em caso de impedimento. b) Redigir as actas das reuniões do Secretariado Perma­

nente e do Plenário. c) Enviar as convocatórias e demais correspondência. d) Ordenar e guardar os documentos na sede do CPD,

nomeadamente relatórios , informações e correspondência. e) Assinar com o Presidente Permanente, rubricando to­

dos os documentos do Conselho.

Art.º 30.9

Compete ao Plenário: a) Fornecer a mais completa informação sobre as neces­

sidades, desejos , problemas e opiniões (L.G. n.º 37). b) Colaborar no estudo e programação de planos e ac­

ções pastorais e propor iniciativas . . c) Pronunciar-se sobre o trabalho e projectos de comis­

sões eventuais , segundo o Art.· 7.· d) Debater propostas e formular conclusões práticas,

através de votação ou outra forma adequada (cf. L.G. n.· 37; C.D. n.· 27).

Capítulo V

FUNCIONAMENTO

Art.º 21.2

§ 1- O CPD reunirá, ordinariamente, três vezes por ano, de preferência nos meses de Outubro, Fevereiro e Junho. A reunião no final do Ano Pastoral deve incluir, obrigatoriamen­te, na sua agenda, a programação do Ano Pastoral seguinte; a

23

ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO ________ _

reunião no início deste, a avaliação do trabalho realizado no Ano Pastoral anterior.

§ 2 - O CPD reunirá extraordinariamente quando o Presidente o julgar conveniente, por sua própria iniciativa ou mediante proposta do Plenário, em conformidade com o espírito do Art.o 23.0

Art.2 22.º

A reunião ordinária do CPD deverá ser convocada com um mínimo de um mês de antecedência, devendo, nessa oca­sião, ser enviada a agenda de trabalho.

§ único - No caso de julgar insuficiente a documentação sobre os temas da agenda, cada membro poderá requerer ao Se­cretariado Permanente as informações que lhe parecerem ne­cessárias para estudar os assuntos a debater. O Secretariado Permanente ajuizará da oportunidade de as facultar.

Art.º 23.2

Cada membro do CPD procurará actuar com eficácia e de modo responsável, quer tomando parte activa nas reu­niões, quer enviando ao Secretariado Permanente notas es­critas, relatórios, comunicação de experiências , resultados de inquéritos e entrevistas, quer por outros meios legítimos.

Capítulo VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art.º 24.º

Estes Estatutos, que entram em vigor após a promulga­ção pelo Bispo Diocesano, têm carácter experimental e deve­rão ser revistos em reunião plenária do CPD dentro de três anos.

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__________ ESTATUTOS DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

Art.º 25.2

Nos casos omissos ou duvidosos, resolverá o Bispo Dio­cesano.

Aprovamos e promulgamos os presentes estatutos do CONSELHO PASTORAL DIOCESANO de Leiria-Fátima, em 25 artigos, que foram elaborados pelo CONSELHO PASTO­RAL cessante. Agradecemos a quantos colaboraram neste mandato inicial e decretamos que se proceda, de acordo com as disposições estatutárias, às respectivas eleições previstas nos artigos 9--10 e que os resultados consignados em acta nos se­jam comunicados até ao dia 20 de Setembro. Comunique-se.

Leiria, 1 de Agosto de 1997.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

Ménsagem de Natal Na sua mensagem de Natal, o Sr. Bispo de Leiria referiu a

importância de viver pelo Espírito e à luz do Espírito Santo para que o homem não se deixe subjugar pelo materialismo, nem con­tagiar por febres henonistas e loucas.

Lembrou também o respeito pelos direitos do homem no ano em que se comemora o 5Q9 aniversário da Declaração Universal dos DÜ'eitos Humanos. Direitos que são também deyeres e de on-de nasce a paz para todos. J

Referindo o Sínodo que se vive na Diocese de Leiria-Fátima, apelou à participação de todos na tarefa de acrescentar valor à vi­da para que todos sejam obreiros de uma sociedade mais justa e mais feliz.

25

Escola Diocesana de Catequistas

A MISSÃO EM FOCO A dimensão missionária da Igreja é o tema do segun­

do semestre da Escola Diocesana de Catequistas da nossa diocese de Leiria-Fátima, que funciona nas instalações do Seminário Diocesano.

Este estudo e reflexão teve início no passado dia 3 de ,",Fevereiro e seguirá o calendário já previamente estab,ele�

cido pelo Secretariado Diocesano da Educação Cristã da Infância e Adolescência.

Esta iniciativa insere-se na caminhada que em Igreja somos convidados a fazer rumo à celebração do Jubileu do ano 2000. Estando nós no Ano do Espírito Santo e tendo os bispos portugueses declarado este como Ano Missionário, é com plena oportunidade que a Escola de Catequistas se abre a esta dimensão da Igreja que lhe é tão fundamental.

Pretende-se transmitir aos catequistas as noções bá­sicas acerca da natureza missionária da Igreja bem como a certeza de que o trabalho que fazem ao instruírem os ca­tequisandos nas verdades da fé, é uma forma de activida­de missionária. Também se deseja suscitar neles o desejo de que aqueles a quem transmitem a fé recebam a doutri­na já marcada pelo dinamismo missionário, e não simples­mente como uma lnstrução., '

Este semestre será orientado, numa atitude de proc funda colegialidade, por missionários de vários institutos missionários, todos eles com experiência de missão "ad gentes". A Missão será abordada sob diversos pontos de vista, o que permitirá ficar com uma visão de conjunto e ac­tualizada. Os temas serão desenvolvidos com base nos do­cumentos da Igreja, nomeadamente do pós Vaticano II. ,

Participar nestas sessões será, sem dúvida, uma das melhores formas de vivência deste Ano Missionário rela­tivamente ao qual nenhum cristão se deverá sentir indife­rente.

P. Vítor Mira

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FRATERNIDADE SACERDOTAL DA DIOCESE

DE LEIRIA-FÁTIMA

DOM SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA BISPO DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

Fazemos saber que o Presidente da FRATERNIDADE SA­CERDOTAL DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA, reverendo Padre Jorge Manuel Faria Guarda, em seu requerimento de 18 de Dezembro de 1997, nos requereu o reconhecimento da mes­ma FRATERNIDADE SACERDOTAL como associação priva­da de fiéis, a aprovação dos seus Estatutos e a concessão de personalidade jurídica.

Atendendo a que a Associação de Auxílio Mútuo do Clero da Diocese de Leiria e a Associação de Sufrágios do Clero de Leiria, em votação das respectivas assembleias gerais, em 20 de Maio de 1997, determinaram a fusão das duas associações nesta nova FRATERNIDADE SACERDOTAL, e que desta fu­são resulta um maior espírito de partilha, entreajuda e carida­de fraterna no Presbitério Diocesano, e reconhecendo que os Estatutos estão de acordo com as normas canónicas e traduzem as orientações dos documentos conciliares sobre a vida dos presbíteros (P.O. 8),

HAVEMOS POR BEM

1 º - Reconhecer como associação privada de fiéis a FRA­TERNIDADE SACERDOTAL DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁ­TIMA;

2º - Aprovar os seus Estatutos, que nos foram presen­tos e que constam de nove capítulos e quarenta e um artigos ,

27

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

exarados em dez folhas de papel, numeradas e rubricadas pelo Vigário Geral da Diocese, e pelos quais se há-de reger no futuro ;

3º - Conceder-lhe personalidade jurídica no foro canó­nico e solicitar a mesma concessão no foro civil.

Esperamos que a nova FRATERNIDADE contribua pa­ra desenvolver, no Presbitério Diocesano, o espírito de união e de amor fraterno e exprima o empenho de renovação dos presbíteros na caminhada sinodal da Diocese.

Dado em Leiria, sob o nosso sinal e selo, aos 30 dias do mês de Dezembro de mil novecentos e noventa e sete.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SA CERDOTAL DA DIOCESE /

DE LEIRIA-FATIMA

Capítulo I

NATUREZA E FINS

Artigo 1 A Fraternidade Sacerdotal da Diocese de Leiria-Fátima,

com sede no Seminário Diocesano, é uma associação privada de ajuda mútua dos membros do presbitério diocesano, cons-

28

___________ ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

tituída segundo o espírito do nº 2 1 do Decreto dobre o Ministé­rio e a Vida dos Sacerdotes, do Concílio Vaticano II, e de acor­do com as normas aplicáveis do Direito Canónico e do Direito Civil.

§ único - A Fraternidade resulta da união da Associa­ção de Auxílio Mútuo do Clero da Diocese de Leiria e da As­sociação do Clero de Leiria, e assume todos os direitos e de­veres das mesmas, tendo em conta a situação criada pela entrada em vigor do Estatuto Económico do Clero.

Artigo 2

A Fraternidade tem por fins: 1- estimular a união entre os presbíteros, promover efi­

cazmente o espírito de caridade fraterna e o desprendimen­to pessoal;

2 - prestar assistência pessoal, espiritual e económica aos irmãos, nos casos de doença, acidente, invalidez e velhice;

3 - sufragar as almas dos irmãos e benfeitores falecidos; 4 - colaborar com outras formas de assistência e previ­

dência, dentro do que a experiência aconselhar e os recursos o permitirem.

Capítulo II DOS IRMÃos

Artigo 3

São irmãos da Fraternidade, além dos membros das As­sociações nela unidas, os presbíteros incarnados na Diocese de Leiria-Fátima que o desejem e sejam admitidos pela res­pectiva Direcção.

§ 1 º - Os membros das Associações referidas que não ade­riram à totalidade dos fins da Fraternidade, mantêm apenas os direitos e deveres adquiridos.

29

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

§22 - Em princípio não poderão admitir-se presbíteros inválidos ou hospitalizados, por constituírem encargos cer­tos e não apenas riscos.

Artigo 4

Há três categorias de irmãos: 1 - os irmãos fundadores: aqueles que, desde a fundação

da Fraternidade, ou no prazo de seis meses, aderiram a todos os seus fins; são ainda equiparados a fundadores aqueles que se inscreverem dentro do prazo de seis meses, a contar da or­denação presbiteral ou da incardinação na Diocese;

2 - os irmãos comuns: aqueles que aderiram a todos os fins da Fraternidade fora do prazo mencionado para a admissão;

3 - os irmãos em situação particular : aqueles membros das Associações acima referidas, que não aderiram a todos os fins da Fraternidade.

§ único - Aqueles que venham a ser admitidos na Fra­ternidade, depois da sua constituição, aderem a todos os fins da mesma.

Artigo 5

Para ser admitido na Fraternidade, o candidato a irmão enviará ao presidente da Direcção requerimento escrito, no qual indicará o nome completo, as datas e locais do seu nas­cimento e ordenação presbiteral, e o múnus que exerce.

Artigo 6

Obtido despacho favorável, o candidato fará o depósito da jóia que lhe for atribuída, nos termos do artigo 7, acto pe­lo qual é considerado admitido.

Artigo 7 A jóia de entrada de cada irmão é igual à quota anual.

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----------- ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

§ único - O sacerdote que não tenha entrado como ir­mão fundador ou equiparado pagará, além da jóia, todas as quotas anuais que teria pago se tivesse entrado nas condi­ções referidas no artigo 4.

Artigo 8

São direitos gerais dos irmãos: 1 - ser auxiliado nos termos do prescrito nos capítulos

III e VIII; 2 - ser sufragado, por sua morte, nos termos do art. 19 §2Q; 3 - participar nas reuniões da Assembleia Geral; 4 - tomar conhecimento das contas e examinar os livros

respeitantes à Fraternidade; 5 - eleger e ser eleito para os corpos gerentes.

Artigo 9

São deveres gerais dos irmãos : 1 - cumprir os encargos da sua condição de irmão e os

decorrentes da sua situação específica; 2 - pagar anualmente a quota de 1% sobre a soma anual

da remuneração mensal - a saber, 12 meses - ao abrigo do Estatuto Económico e , quando necessário , pagar a quota ex­traordinária, conforme decisão da Assembleia Geral;

3 - desempenhar os cargos para que forem eleitos; 4 - prestar à Direcção e ao Conselho Deliberativo qual­

quer informação útil à Fraternidade.

Artigo 10 Perde-se a qualidade de irmão, para além do que decor­

re do cân. 290 do CDC, pelos motivos seguintes;

1 - se, não tendo pago a quota anual no prazo estabeleci­do nos presentes Estatutos, o não fizer, sem justificação reco­nhecida, nos trinta dias após a notificação;

31

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

2 - tentativa de defraudamento da Fraternidade, quan­do devidamente comprovada;

3 - abandono de "motu proprio" do exercício do ministé­rio presbiteral.

§ único - Quem perder a qualidade de irmão, removido o motivo da exclusão, pode ser readmitido, mediante o paga­mento do valor correspondente às quotas dos anos decorri­dos. Só readquire direitos seis meses após a readmissão.

Capítulo III

DO FUNCIONAMENTO

Artigo 11

Os irmãos, à excepção daqueles de que trata o capítulo VIII, têm direito à solidariedade espiritual na vida e na mor­te e a apoios nas seguintes circunstãncias:

1 - prevenção da saúde;

2 - intervenção cirúrgica ou hospitalização;

3 - convalescença ; 4 - ajuda económica em casos extraordinários.

Artigo 12

O irmão tem direito a apoio monetário na prevenção da saúde, através de exames periódicos, por determinação médica, até 50% do custo dos mesmos. A percentagem do apoio será cal­culada com base nos critérios a aprovar pela Assembleia Geral.

Artigo 13

O irmão que necessitar poderá ser sujeito a intervenção ci­rúrgica ou internado em qualquer estabelecimento adequado,

32

__________ ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

dentro do País, à sua escolha, devendo comunicá-lo, por si ou por outrem, à Direcção.

§lQ- Entende-se por intervenção cirúrgica a cirurgia que implique ou não internemento; entende-se por hospitalização o internamento por suficiente motivo de saúde, em hospital, clínica, casa de saúde ou sanatório.

§2 - No caso de intervenção cirúrgica ou internamento, com despesas a cargo do irmão, recairá sobre a Fraternidade a percentagem de 75% sobre as despesas, a saber: diária, me­dicamentos, transfusões, radiografias, análises e outros ele­mentos de diagnóstico e terapia, sala de operações e honorários clínicos.

§3 - Ficam expressamente excluídas, além de outras con­géneres, as verbas referentes a viagens de ida e volta ao local de hospitalização, telefonemas e companhia de algum familiar ou amigo do doente, mesmo se recomendada pelo médico.

§4 - Quando, ajuízo da medicina ou por motivos justifica­dos, o irmão for sujeito a uma intervenção cirúrgica ou inter­namento fora do País, a Fraternidade pagar-Ihe-á 75% sobre as despesas. Se esta deslocação se fizer por iniciativa própria, ser-Ihe-á atribuído um subsídio equivalente às despesas su­portadas por internamento congénere dentro do País e de acor­do com o §2Q.

§5 - No caso de se verificar o óbito do irmão, a Fraterni" dade responderá pelos encargos da hospitalização, nos termos do presente artigo.

Artigo 14

O irmão tem direito a auxílio monetário da Fraternida­de no período indispensável de convalescença, determinado por prescrição médica, no valor de 50% das despesas da diá­ria e do acompanhamento médico, dentro dos critérios a de­finir pela Assembleia Geral.

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ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

Artigo 15 As despesas a que se referem os artigos 12, 13 e 14 serão

pagas pela Fraternidade com cheque sobre o seu depósito ban­cário, mediante a entrega ao Presidente da Direcção da con­ta descriminada e comprovada das despesas bem como, no que se refere aos artigos 12 e 14, das respectivas prescrições médicas, e depois da decisão favorável do Conselho Delibera­tivo.

Artigo 16 O irmão tem ainda direito a solicitar empréstimos, se­

gundo os critérios a definir pela Assembleia Geral.

Artigo 17 É da competência do Conselho Deliberativo decidir, em

cada caso, a concessão de todos e quaisquer auxílios econó­micos previstos nestes Estatutos, cabendo, das suas deci­sões, recurso para a Assembleia Geral.

Artigo 18 Os auxílios económicos concedidos durante o ano serão

pagos com o depósito bancário proveniente da capitalização dos anos anteriores e que será reconstituído, como regra, no ano seguinte, com as quotas dos irmãos.

§12 - As quotas deverão ser pagas até 90 dias, a contar da Assembleia Geral anual.

§22 - Em caso de despesas excessivamente elevadas, po­derá recorrer-se a uma quota extraordinária, cujo montante será fixado pela Assembleia Geral, sob proposta da Direcção.

§32 - Os recém-ordenados não pagarão a quota anual ex­traordinária referente ao ano em que foram admitidos.

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___________ ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

Artigo 19 A solidariedade espiritual entre os innãos exprimir-se--á: §Iº - Quanto aos vivos: visitar, rezar e apoiar o irmão, es­

pecialmente em situação de doença. §2º - Quanto aos mortos: 1 - celebrar, por si ou por outrem, dentro de um mês ou

o mais depressa possível, cinco Missas por cada irmão fale­cido, e comunicar que cumpriu;

2 - participar no funeral do irmão, quando o puder fazer; 3 - participar nas exéquias colectivas anuais, a não ser

que esteja legitimamente impedido. §3º - Se algum presbítero, por doença ou por idade, se en­

contrar impedido de cumprir as obrigações do §2º número 1, a Fraternidade providenciará para que nenhum irmão falecido fique privado de todos os sufrágios a que tem direito.

Capítulo IV

DA ASSEMBLEIA GERAL

Artigo 20 A Assembleia Geral da Fraternidade reúne--se ordinaria­

mente na segunda quinzena de Maio, em dia e local a determi­nar pelo Presidente da Direcção; extraordinariamente, reunir­-se--á a pedido de, pelo menos, dez irmãos ou por "motu proprio" da Direcção.

§ 1 -'Ibdos os innãos têm assento na Assembleia Geral, mas, quando legitimamente impedidos de assistir, podem enviar por escrito o deu voto e parecer sobre os assuntos em agenda.

§2º- O presidente da Direcção elaborará a agenda e comu­nica-la-á com a antecedência de 15 dias. No caso de funcionar como Assembleia Eleitoral, enviará também uma lista de todos os innãos.

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ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL _________ _

Artigo 21 Compete à Assembleia Geral: 1 - eleger a Direcção e o Conselho Deliberativo; 2 - alterar os Estatutos; 3 - aprovar o regulamento interno; 4 - aprovar as contas do ano anterior; 5 - tomar quaisquer decisões de interesse geral da Fra­

ternidade; 6 - apreciar os recursos das decisões do Conselho Deli­

berativo; 7 - decidir do montante da quota extraordinária, sem­

pre que necessário; 8 - aplicar sanções.

Artigo 22

A Mesa da Assembleia Geral será constituída pelos membros da Direcção.

§ 1º - As deliberações serão nela tomadas pela maioria absoluta de votos dos presentes e por carta à Direcção dos ausentes, na primeira votação; por maioria relativa, se for necessária uma segunda votação.

§2º - O parecer e o sentido se votos dos irmãos ausentes que os apresentarem por escrito serão tornados públicos após os presentes se pronunciarem sobre os assuntos em questão. Se houver mais que uma votação, o sentido de voto enviado por escrito é válido apenas para a primeira.

§3º - Quando houver eleições, o processo eleitoral será, em cada caso, regulamentado pela Direcção.

§4º - Nenhum associado poderá ser eleito, ao mesmo tem­po, para um lugar da Direcção e do Conselho Deliberativo.

§5º- De tudo o que se passar na Assembleia Geral, o se­cretário lavrará acta.

36

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

Capítulo V

DA DIRECçAü

Artigo 23 A Direcção será constituída por um presidente, um secre­

tário e um tesoureiro. O secretário fará de vice-presidente. §1º - Os membros da Direcção serão eleitos trienalmen­

te pela Assembleia Geral, entrando em exercício no dia 1 de Janeiro seguinte à eleição.

§2º - Após a eleição, o secretário comunicará à Secreta­ria Episcopal o resultado da mesma, acompanhado da res­pectiva acta.

§3º - Os membros da Direcção consideram-se solidaria­mente responsáveis por todas as decisões da mesma, a me­nos que se tenham abstido ou votado contra.

Artigo 24 §1º - Compete à Direcção: 1 - cumprir e fazer cumprir os Estatutos e as delibera­

ções da Assembleia Geral; 2 - deliberar sobre a admissão dos irmãos; 3 - acompanhar particularmente, por si ou por outrem, os

irmãos que se encontram doentes ou noutras condições dificeis; 4 - administrar os bens da Fraternidade e conceder sub­

sídios mediante decisão do Conselho Deliberativo; 5 - elaborar e publicar anualmente as contas da Frater­

nidade e enviar uma cópia delas a cada irmão. §2º - Condições de funcionamento: 1 - as despesas necessárias que os membros da Direc­

ção fizerem no desempenho das suas funções correrão por conta da Fraternidade;

2 - a Direcção reunir-se-á as vezes que for necessário ou parecer oportuno.

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ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

Artigo 25 Compete ao Presidente: 1 - representar a Fraternidade; para a vincular, é neces­

sário o acordo de, pelo menos, dois membros da Direcção; 2 - convocar a Assembleia Geral, elaborar a respectiva

agenda e presidir às reuniões; 3 - comunicar ao presidente do Conselho Deliberativo os

pedidos de subsídio; 4 - assinar as ordens de pagamento.

Artigo 26 Compete ao Secretário: 1 - lavrar as actas das reuniões da Assembleia Geral e

da Direcção; 2 - ter a seu cargo a escrituração e correspondência da

Fraternidade; 3 - informar os irmãos sobre a morte de algum membro

da Fraternidade, bem como da hora e local das exéquias, se tal se não fizer por outra via.

Artigo 27 Compete ao Tesoureiro: 1 - arrecadar as receitas da Fraternidade; 2 - executar as ordens de pagamento e exigir recibos; 3 - fazer toda a contabilidade.

Capítulo VI

DO CONSELHO DELIBERATI VO

Artigo 28 O Conselho Deliberativo é composto de cinco membros,

eleitos trienal mente pela Assembleia Geral, entre os irmãos.

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___________ ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

§ único - o mais novo dos eleitos convocará os restantes pa­ra a primeira reunião, na qual se procederá à eleição do respec­tivo presidente.

Artigo 29 Compete-lhe decidir sobre a concessão de subsídios ou

empréstimos requeridos pelos irmãos. § único - Na concessão dos empréstimos previstos no ar­

tigo 16, definirá as condições dos mesmos, dentro do espírito da Fraternidade e do princípio da responsabilização pessoal, tais como: pagamento de uma compensação e escalonamento da amortização.

Artigo 30 Recebida a comunicação de qualquer pedido, o presidente

comunica-la-á a cada um dos membros do Conselho, marcan­do data e lugar para a reunião e indicando o assunto a tratar.

Artigo 31 A decisão será tomada pelo mínimo de três votos, depois

da apreciação dos documentos.

Artigo 32 Os membros do Conselho Deliberativo serão solidaria­

mente responsáveis pelas decisões tomadas, a menos que se tenham abstido ou votado contra elas.

Artigo 33 O membro mais novo do Conselho, fazendo de secretário,

lavrará acta das reuniões, dando fé de quanto nelas se tiver passado e deliberado.

Artigo 34 O Presidente do Conselho Deliberativo comunicará por es­

crito ao Presidente da Direcção as decisões tomadas.

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ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL __________ _

Artigo 35 As despesas feitas pelo Conselho Deliberativo, no desem­

penho das suas funções, correrão por conta da Fraternidade.

Artigo 36 Se vagar o lugar de algum membro da Direcção ou do Con­

selho Deliberativo, os membros restantes desses dois corpos, em reunião conjunta, elegerão para essa vaga um irmão, que exer­cerá o cargo interinamente até à próxima Assembleia Geral.

Capítulo VII

DO FUNDO SOCIAL

Artigo 37 §1º - Constituirão fundos da Fraternidade: 1 - os saldos Actuais da Associação de Auxílio Mútuo do

Clero da Diocese de Leiria e da Associação de Sufrágios do Clero de Leiria;

2 - as jóias dos irmãos e as respectivas quotas; 3 - os juros dos capitais depositados; 4 - quaisquer bens adquiridos pela Fraternidade, a tí-

tulo gratuito ou oneroso; 5 - as ofertas ou heranças.

§2º - Condições de funcionamento: 1 - o capital realizado será depositado em conta bancá­

ria, em nome da Fraternidade, fazendo-se os respectivos le­vantamentos mediante a assinatura de dois membros da Di­recção, sendo uma delas a do tesoureiro.

2 - havendo capital imobilizado, este poderá ser inves­tido para o rendibilizar.

40

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL

Capítulo VIII

DOS IRMÃos EM SITUAÇÃO PARTICULAR

Artigo 38 Os irmãos em situação particular que eram membros da

Associação de Auxílio Mútuo do Clero da Diocese de Leiria go­zam dos seguintes direitos e obrigações na Fraternidade:

§1º - São seus direitos específicos:

1 - ser auxiliado nos termos do artigo 13.

§2º - São seus deveres específicos:

1 - pagar a quota anual nos termos do artigo 9, 2;

2 - exercer os cargos para que forem eleitos, segundo os Estatutos da Fraternidade, não obstante a sua situação par­ticular.

Artigo 39 Os irmãos em situação particular que eram membros da

Associação de Sufrágios do Clero de Leiria gozam dos seguin­tes direitos e obrigações:

§1º - São seus direitos específicos:

1 - ser sufragado nos termos do artigo 19, §2º.

§2º - São seus deveres específicos:

1 - sufragar os irmãos, nos termos do artigo 19, §2º;

2 - pagar a quota anual no valor do estipêndio de uma Missa;

3 - exercer os cargos para que forem eleitos, segundo os Estatutos da Fraternidade, não obstante a sua situação par­ticular.

41

ESTATUTOS DA FRATERNIDADE SACERDOTAL _________ _

Capítulo IX

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 40 A fraternidade dissolver-se-á quando, a juízo da As­

sembleia Geral, o número de irmãos for de tal maneira re­duzido que os encargos se tornem incomportáveis.

§ único - Se, depois de liquidadas as dívidas e encargos da Fraternidade, ainda restarem alguns bens, estes serão aplicados conforme deliberação da Assembleia Geral.

Artigo 41 Os presentes Estatutos, após aprovação em Assembleia

Geral e do Bispo Diocesano, entram em vigor em 1 de Janei­ro do ano seguinte.

§ único - Na mesma Assembleia, serão eleitos a Direc­ção e o Conselho Deliberativo, que entrarão em funções no dia 1 de Janeiro do ano seguinte.

Leiria, 18 de Dezembro de 1997

Pela Direcção:

O Presidente

(Rev. Pe. Jorge Manuel Faria Guarda)

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NOTA EPISCOPAL SOBRE FORMAÇÃO

E ACÇÃO MISSIONÁRIAS

1. O Papa Paulo VI, no motu próprio Eclesiae Sanctae (6 de Setembro de 1966), que promulga nonnas para aplicação dos de­cretos conciliares Christus Dominus e Presbiterorum Ordinis, diz o cap. III, nQ 3: "Em cada diocese seja designado um sacerdo­te para promover eficazmente a actividade a favor nas missões; este sacerdote deverá fazer parte do Conselho pastoral Diocesa­no" (EV 2, 889).

Com base nestas nonnas, foi designado para a nossa Dio­cese de Leiria-Fátima, em 17 de Setembro de 1997 como direc­tor diocesano das "Obras Missionárias Pontifícias", o Rev.Q P. Ví­tor José Míra de Jesus, que nomeamos, por esta, membro nato do Conselho Pastoral Diocesano a fim de fonnar e promover o espírito missionário na nossa Igreja, sem esquecer o relaciona­mento inter-religioso e ecuménico, bem como a evangelização querigmática para os não crentes. Exercerá esta actividade den­tro da pastoral diocesana de conjunto, em ligação com a CNIR, a FNIR, a FNIS e todos os demais serviços ou movimentos de in­tenção e expressão missionária. Será também o delegado da Dio­cese junto da Comissão Episcopal para as Míssões e a equipa que prepara o Ano Missionário de 1998, Ano do Espírito Santo, na perspectiva do Grande Jubileu do Ano 2000.

2. A nossa Diocese de Leiria-Fátima tem sido alfobre de missionários. Agora que está em renovação sinodal, não esque­cerá o propósito da animação missionária. Como diz o n.Q 35 do decreto conciliar Ad Gentes, "'Ibda a Igreja é por sua natureza missionária".

Assim expressa por sua vez o cãnon 781: "Sendo toda a Igreja por sua natureza missionária e a obra de evangelização

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NOTA EPISCOPAL SOBRE FORMAÇÃO E ACÇÃO MISSIONÃRlAS _____ _

um dever fundamental do Povo de Deus, todos os fiéis, cons­cientes da sua própria responsabilidade, assumam a sua quo­ta parte na acção missionária".

A missão de evangelizar cum pre-se em toda a parte. Mas há muitos povos que esperam por Alguém. Por isso, conforme diz o cânon 786, "a acção propriamente missionária realiza-se pelo envio de mensageiros do Evangelho, até que as novas Igre­jas estejam plenamente constituídas".

3. A Evangelização precisa de ser permanente. Vemos ve­lhas cristandades paganizadas ou enfraquecidas na Fé. Re­quer-se sempre nova evangelização. Sem colonialismos e sem proselitismo.

A missão é una e colegial; a padroeira das missões não via­jou; antigas terras de missão oferecem missionários à Igreja; a nossa Diocese recebe e envia missionários.

Se todo o Oriente está à espera da nossa Igreja, também no nosso país há muitas áreas e pessoas por evangelizar. Ca­da cristão deve ser evagelizador. Todavia, os que partem em missão carecem duma preparação especial (AG, 25 e 26), e as­sim se recomenda que o serviço diocesano de animação missio­nária esteja também em íntima comunhão com os secretaria­dos diocesanos da pastoral juvenil e vocacional.

Que o ANO DO ESPÍRITO SANTO ajude a despertar e animar muitos evangelizadores ad gentes.

Leiria, 27 de Dezembro de 1997, festa de S. João Após­tolo e Evangelista.

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t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

HOMILIA DO SR. BISPO EM

QUINTA-FEIRA SANTA

1. Da carta do Papa aos Sacerdotes permito-me salien­tar o seguinte:

"Ao meditarmos hoje, Quinta-feira Santa, o nascimento do nosso Sacerdócio, volta à memória de cada um de nós o mo­mento litúrgico altamente sugestivo de prostração no dia da ordenação presbiteral. . . Este gesto simbólico convida-nos a voltarmos cada dia à mesma experiência, a fim de se consoli­darem em nós os dons do Espírito Santo".

De facto, recordamos com emoção estes gestos e sinais sa­cramentais, na fonte e início do nosso sacerdócio ministerial. E recordamos também, com gratidão e alegria, a diligente vi­vência pastoral nas comunidades da mesma Igreja.

Vamos sinceramente renovar as nossas promessas e dizer publicamente que queremos manter-nos unidos a Cristo, ao serviço dos irmãos.

Sabemos e dizemos que o segredo da felicidade é a fideli­dade. Queremos ser fiéis e felizes.

2. As limitações e os problemas são da nossa condição humana, que a graça sacramental da Ordem não suprime . . . Pedimos perdão pelas nossas faltas e queremos testemunhar que Cristo é a força da nossa fraqueza.

Estamos todos em renovação sinodal, a caminho do ter­ceiro milénio, e mais além. Sabemos que Deus quer precisar de nós. E a sociedade, mesmo que não creia ou não queira, tem mesmo necessidade dos vigários de Cristo, o Salvador. E quantos perguntam ansiosamente quais as razões e as regras da vida.

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HOMILIA DO SR. BISPO EM QUINTA-FEIRA SANTA _________ _

3. Sim, apesar da fragilidade e para além da sua finitu­de, todo o presbítero é importante para os outros . . . No princí­pio deste mês um semanário de Leiria nomeava 'embaixado­res' do distrito e só indicava um eclesiástico; não será vaidade que eu diga que todos os sacerdotes são 'notáveis' e quantos evangelizadores e missionários merecem a nossa homenagem!

Não esquecemos os quejá partiram_ Rezamos pelos doen­tes. Fazemo-nos eco vivo do chamamento 'vocacional' para a consagração e para o ministério_ Aguardamos a ajuda dos diá­conos ordenados. Agradecemos a colaboração e a amizade dos nossos irmãos leigos. Em comunhão de fé e de esperança!

Não somos de mais e ninguém quer estar a menos. Dize­mos aos mais novos e aos mais velhos que podem contar con­nosco .. . E nós queremos contar com Maria: seja sempre feita a vontade de Deus!

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

,

Vamos ao Orgão Pouco depois da inauguração do órgão da Sé, foi lançado

um programa de visitas quinzenais, às quartas-feiras, dedica­dó a todas as escolas do concelho de Leiria. Porque ninguém ama o que não conhece, ao dar-se a conhecer o grande órgão, poderá surgir nos mais novos o amor à arte musical.

Ver o órgão, ouvir a descrição promenorizada da sua es-o trutura e técnica de funcionamento, apreciando ao mesmo tempo a sua sonoridade, roi o que puderam fazer centenas de crianças das escolas de Leiria; mesmo os deficientes tiveram oportunidade de ver e sentir esta grandiosa obra e a beleza que dela dimana.

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INSTRUÇÃO PASTORAL SOBRE

OS BENS DA IGREJA

L Hoje mesmo, 1 de Janeiro de 1998, entra definitivamen­te em vigor total o Regulamento da Administração dos Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima.

Este Regulamento foi promulgado e publicado em 1 de De­zembro de 1993. Desde 1 de Janeiro de 1995, podia ser aplica­do "de maneira experimental e livre", o que aconteceu em al­guns casos.

Entretanto, o referido Regulamento foi estudado e testa­do, o que levou à publicação, em 1 de Dezembro de 1997 do pri­meiro aditamento que esclarece e preenche algumas dúvidas e lacunas.

Como todos os católicos da nossa Diocese têm o direito e al­guns têm a obrigação de conhecer, este Regulamento que já foi publicado no Órgão Oficial da Diocese e em separata, providen­ciar-se-á agora para que o texto integral possa ser consultado e adquirido. Também continua em exercício uma comissão es­pecial para explicar e aperfeiçoar o citado Regulamento da Ad­ministração de Bens da Igreja, às vezes identificada pelas ini­ciais de RABI.

2. A Igreja, que é provadamente um grande bem para a so­ciedade, e que, para além dos valores espirituais, é detentora dum rico património histórico e artístico, precisa de ter estru­turas e meios adequados para atingir os objectivos da sua mis­são global (c. 1254).

Esse direito básico é reconhecido por constituições, códi­gos e concordatas. No direito constituído e constituendo. 'Ibda­via, no decurso da história têm acontecido privações e agres­sões. Também em Portugal ocorreram repetidas espoliações.

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INSTRUÇÃO PASTORAL SOBRE OS BENS DA IGREJA ________ _

Na nossa Diocese de Leiria-Fátima, à extinção dos con­ventos e outras espoliações acrescente-se o facto das invasões napoleónicas e não se esqueça um outro acontecimento triste, que foi a extinção da Diocese em 4 de Setembro de 1882. Res­taurada em 17 de Janeiro de 1918, a nossa Diocese foi recupe­rando e enriquecendo o seu património que está a ser cuidado­samente inventariado.

Como é óbvio, aos bens artísticos e arquivísticos juntam­-se alguns outros valores materiais e monetários. 'lbdos estes haveres de paróquias e outras instituições canónicas, como ir­mandades e confrarias, têm o fim abrangente do culto e da ca­ridade. Os seus destinatários (Actos 2, 44-45), nesta vertente da côngrua sustentação e da partilha, são especialmente "os mais pobres" (Actos 11, 29-30). Assim deve ser. Sempre.

Nos tempos modernos, de tantas mudanças, mantem-se inesgotável a fonte da generosidade para cobrir as necessida­des orgânicas e garantir os serviços comuns, que porém, deve ser estimulada e regulamentada.

E, assim as ofertas e as taxas, na organização da nossa Diocese e das suas comunidades, são canalizadas para os res­pectivos "Fundos" estabelecidos no RABI (Cfr. Leiria-Fátima, Órgão Oficial da Diocese, nO 3, pp. 165-196). Para que haja mais justiça e sej a possível mais caridade.

3. Como dissemos oportunamente na introdução do RABI, "os fundos diocesano e paroquial permitem unificar toda a ad­ministração", a fim de "prover a condigna ejusta remuneração dos servidores da Igreja", sem esquecer "a solicitude com os po­bres, dentro e fora das comunidades cristãs" para que a Igre­ja seja mais ela mesma, no dinamismo e na fidelidade da sua missão.

A força da co-responsabilidade não se fecha no egoísmo pagão ou na capitalização insensata; abre-se ao espírito do "in­tercâmbio", com clareza e esperança. E é assim que a nossa

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_________ INSTRUÇÃO PASTORAL SOBRE OS BENS DA IGREJA

Igreja particular de Leiria-Fátima, em caminhada sinodal, se apresenta e quer viver como "sacramento de salvação".

Recomendo vivamente aos Conselhos Económico e Pasto­ral, bem como às comissões de festas e de obras, que estudem a boa letra do RABI e descubram a sua grande alma, para que da Justiça de cada um nasça a paz para todos".

O património histórico requer especial diligência (c. 1284), sobremaneira as imagens (c. 1190) e os ex-votos (c. 1234). Cha­mo a atenção para que compete à autoridade diocesana discer­nir as eventuais propostas de classificação, restauro ou bene­ficiação dos bens patrimoniais da Igreja.

Leiria, 1 de Janeiro de 1998.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

J ornada,s de Teologia A Escola de Formação Teológica de Leigos promoveu as

jornadas de reflexão sobre "O Deus que nos faz viver" , nas tar­des das dias 17 e 18 de Janeiro -de 1998, na Aula Magna do Se­rnináno de Leiria. Os confe.rencistas foram o dr. Carlos Henri­ques do Carmo Silva, professor da Universidade Católica de Lisboa, e a esposa, Maria Isabel Silva, e ainda o dr. Carlos Paes, também ele professor da mesma Universidade e pároco de S. João de Deus, em Lisboa. O tema em reflexão visou contribuir para o aprofundamento dos assuntos tratados no guião sino­dal "Só com Deus podemos' caminhar". Por isso, os conferen­cistas desenvolveram os subtemas: "Eu quero é viver" , "O Deus que nos faz viver", "Como falamos de Deus?" e "Só no amor se encontra Deus",

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Morreu o Cardeal-Patriarca Prestes a completar 70 anos de idade, morreu, no dia 24

de Março, na Clínica de Santo António, na Reboleira, D. An­tónio Ribeiro, vitima de doença prolongada que, com o seu consentimento, se havia tornado pública hájá algum tempo.

Através dos meios de comunicação social, a noticia che­gou rapidamente a todo o país, que recebeu, com pesar, o anúncio da morte de uma figura marcante da Igreja Portu­guesa e da vida hacional.

As exéquias solenes realizaram-se na Catedral de Lis­boa, sendo os restos mortais de D. António Ribeiro levados, em cortejo a pé, para o Panteão dos Patriarcas no Mosteiro de S . Vicente de Fora, no dia seguinte à sua morte.

D. António Ribeiro nasceu em 1928, perto de Celorico de Basto, estudou no Seminário de Braga e foi ordenado sa­çerdote aos 25 anos. Partiu depois para Roma, onde estudou Teologia na Universidade Gregoriana.

Entrou na vida ''lisboeta" na década de 60 onde se des­tacou à frente de alguns movimentos da Igreja, mas onde ganhou notoriedade pelo seu desempenho como apresenta­dor de programas religiosos na televisão com destaque pa­ra "O Dia do Senhor".

Ordenado bispo, em 1970 foi nomeado Cardeal-Pa­triarca de Lisboa, cargo que desempenhava há 27 anos e ón­de, agora, terá como sucessor designado D. José da Cruz Po-1icarpo, que comentou o falecimento de D. António como "uma morte anunciada" devido ao progressivo agravamen­to do seu estado de saúde.

Entre as muitas reacções à morte do Cardeal-Patriar­ca de L isboa, o Presidente da República Jorge Sampaio, apressou-se a "apresentar condolências à Igreja Portugue­

lf sa" salientando a "forma exemplar" como ele viveu a sua vi-da e a sua doençà. . ".

O primeiro-ministro, António Guterres , decretou o dia da celebração das exéquias do 15º cardeal de Lisboa como dia de luto nacional. A Bandeira Nacional, no dia 25, este­ve a meia haste nos edificios públicos em todo o País.

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CARTA PASTORAL A PROPÓSITO DOS 80 ANOS

DA RESTAURAÇÃO DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

1. O Rei D. João III impetrou com insistência, a partir de 1543, a criação do Bispado de Leiria. O Papa nomeou uma co­missão "ad hoc", até que pela bula Pro Excellenti de 22 de Maio de 1545 o Sumo Pontífice Paulo III criou a diocese de Leiria. Era o "bispado velho", desligado de Coimbra, e que, quarenta anos depois, foi enriquecido com novas freguesias mais a sul, que formaram o que então se chamou "bispado novo".

A história desta Diocese foi sempre rica de personalidades e de factos. Os seus 2 1 bispos, até à extinção, embora diferen­tes, foram diligentes e notáveis. A um chamaram o Fundador; a outro deram o nome de Teólogo, um outro recebeu o apelido de o Construtor; um outro mereceu o epíteto de o Eloquente, e um outro foi chamado de o Misericordioso . . . Thdos foram bên­çãos e sinais de uma Igreja viva.

As três sés e os dois sínodos, as igrejas e os santuários, as albergarias e os hospitais, são bons pontos de referência desta Igreja. Mas foi sobretudo a formação do clero e do laica do que ganhou prioridade na solici tude pastoral de toda a Diocese de Leiria.

2. Nos princípios do século XIX surgiram nuvens de maus tempos. Já no ano de 1808 se falava da possível redução dos bispados. Expressamente no dia 24 de Janeiro de 1843 falava­-se da extinção de alguns bispados, pelo facto de terem desa­parecido os dízimos, que constituíam "a máxima parte da do­tação das mitras e dos cabidos".

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CARTA PASTORAL SOBRE A RESTAURAÇÃO DA DIOCESE _______ _

Este propósito/projecto do governo foi ganhando corpo e for­ma. Em 10 de Fevereiro de 1873 o Ministério dos Negócios Ecle­siásticos e da Justiça dizia: "O Bispo de Leiria está de tal sorte valeturunário que de há muitos anos não pode reger pessoalmen­te a sua pequena ruocese". Morria 17 ruas depois, com 85 anos.

Sucederam-se honrosos passos e dolorosos impasses. Em 13 de Dezembro de 1880 todo o clero da Diocese (81 sacerdo­tes e 7 clérigos) escreveu ao Papa a solicitar mantivesse a Dio­cese de Leiria, a que chamava "flos dioecesium"". Apesar de tantos esforços, a bula pontifícia que extinguia a Diocese foi executada em 4 de Setembro de 1882. Os haveres da mitra fo­ram adjudicados a Coimbra.

O Bispo de Coimbra tomou posse (em 30 de Setembro de 1882) da parte que lhe coubera (23 freguesias do conselho de Leiria e 2 de Pombal) e o Patriarca de Lisboa, por decreto de 2 de Outubro do mesmo ano assumiu a jurisdição da parte que ficou ligada ao Patriarcado (11 freguesias do concelho de Porto de Mós, 4 de Alcobaça, e da Batalha e 8 de Vila Nova de Ourém).

3. Será curioso notar que jornais (como A Nação, Bem Pú­blico, Jornal da Noite, Correio da Tarde e outros) lutaram sem êxito, e que um outro (O Mensageiro) nasceu para vencer. E a Diocese foi restaurada. A bula de Bento XV de 17 de Janeiro de 1918 Quo Vehementius começa assim: "Com tanta veemên­cia foi doloroso à Sé Apostólica suprimir a Sé de Leiria, quan­to agora rejubila porque a feição dos tempos lhe permite res­tabelecer esta Igreja".

Em 1885 Um Bispo segundo Deus (de Vitorino da Silva Araújo) demonstrava a identidade de uma Diocese que devia renascer. Para isso era preciso proclamá-lo "com afoiteza", a mesma que teve Jupero (P. Júlio Pereira Roque) no Portomo­zense. O grande obreiro da restauração foi o P. José Ferreira Lacerda, que em 25 de Novembro de 1913 deu inicio à vigoro­sa campanha da vitória.

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________ CARTA PASTORAL SOBRE A RESTAURAÇÃO DA DIOCESE

Em Junho de 1918 foi executada a bula pontifícia pelo Pa­triarcado de Lisboa, que continuou Administrador Apostólico da Diocese, até que em 15 de Maio de 1920 foi nomeado o pri­meiro Bispo da Diocese restaurada.

Presto homenagem aos três Bispos (mais um que foi Au­xiliar) que me precederam nesta pequena-grande Diocese, que desde 13 de Maio de 1984 passou a chamar-se de Leiria­-Fátima. Lembro quantos (do Clero e do Laicado) trabalha­ram nesta Igreja, e a todos os actuais diocesanos ouso dizer que pertencemos a uma Igreja em restauração e renovação permanentes.

4. Que o nosso Sínodo, em curso (o quarto sínodo diocesa­no), seja uma grande bênção. Desde que se iniciou a sua cami­nhada, já muitas coisas foram feitas à sua luz. Poderíamos fa­lar do Regulamento de Administração dos Bens da Igreja, da Fraternidade Sacerdotal, da participação de leigos na Pastoral e na Administração, do Seminário e das Paróquias . . . São bons sinais muito animadores e de fundada esperança.

Muitos outros factos e actos menos visíveis fazem parte importante de um conjunto de renovação sinodal, por exemplo a visita do Bispo a todos os centros de culto em 2 1 comunida­des paroquiais . . . Também não são visíveis planos e projectos de âmbito mais alargado no espaço e no tempo, nem aspectos de­licados das áreas ecuménicas e de solidariedade. É, sim, notó­ria a presença dos Consagrados.

Sabemos e queremos que muito há a fazer e já vemos no horizonte o centro pastoral com os diversos secretariados; a ca­sa de acolhimento e pastoral urbana, os espaços de bibliote­ca/arquivo/museu . . . Mas sobremaneira, na sequência da pri­meira "exortação sinodal", vamos investir na formação de dirigentes e animadores. Para que uma evangelização nova ge­re verdadeira e duradoira fraternidade.

Thdos, e que ninguém esteja a menos, estamos empenha-

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CARTA PASTORAL SOBRE A RESTAURAÇÃO DA DIOCESE _______ _

dos em restaurar e viver os valores de sempre, da Vida, da Fa­mília e da Liturgia.

Vamos, em comunhão e diálogo, tentar responder no am­bão e nos mass media, na escola e na rua, às novas questões suscitadas pelas tantas mudanças sociais e culturais. Na pers­pectiva do ANO 2000 e mais além.

5. Tudo quanto acima se esboça é singelo pretexto para proclamar bem alto que a nossa Diocese quer preservar e res­taurar o rico património teológico--pastoral. E desenvolver. E comunicar . . .

De facto, há valores espirituais algo obnubilados por ne­blinas de indiferentismo e secularismo.

Há costumes sagrados que estão a acumular poeiras pa­gãs e profanas.

Há tradicionais práticas de solidariedade que se vão con­tagiando pelo virus do egoísmo, que é uma forma de injustiça.

Há imperativos de ascese do ser que se deixam enfraque­cer pelas falazes seduções do ter e do bem estar.

Há exígências da verdade que cedem à corrupção do ído­los do prazer e do poder, ou se disfarçam na máscara de um fa­riseísmo que acaba por ter de pagar a factura . . .

Queremos, todos sem excepção, restaurar e pôr bem de pé os valores e os direitos. Sem restauracionismos arqueológicos ou fanáticos. Purificando o que entrou no cotio, como porven­tura o mistério da Eucaristia. Recuperando o que entrou no desuso ou esquecimento, como o diaconado permanente. Re­criando o que se tornou mais exígente no ritmo da vida moder­na, como o tempo sabático de pausa e reciclagem. Actualizan­do o que passou à rotina ou quase derrapagem, como a visita pascal. . .

Há frustrações e complexos em famílias que inverteram a ordem dos valores. Ao lado de famílias exemplares há outras que são um caos. Não é o sexo, nem a droga que vai preencher

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________ CARTA PASTORAL SOBRE A RESTAURAÇÃO DA DIOCESE

vazios. As rupturas e os divórcios têm precedentes. A família que se reúne para rezar permanece mais unida e feliz . . .

Queremos que as escolas sejam santuários, onde todos aprendem e crescem. Queremos que as empresas sejam lucra­tivas, para équo benefício de todos. Queremos que o desporto seja saúde e festa. Queremos que a violência e o ódio dêem lu­gar ao respeito e ao perdão. Queremos que haja menos pobres e que sejam menos pobres, e nem sempre os mesmos . . .

Sim, queremos estar e agir na União Europeia, sem olvi­dar outros povos e sem imolar bens particulares e das minorias. Temos projectos e fazemos votos. Sem distâncias. Mais dentro da nossa casa comum, desejamos que a média etária do Clero baixe de 58,13 para 55, que o Laicado assuma as suas obriga­ções eclesiais . . . que a todos chegue a salvação!

Rezamos para que na nossa Diocese a Mensagem de Fá­tima seja uma bênção eficaz de graça e de paz. O Espírito da Verdade ensina-nos que há muitos caminhos a restaurar e que há muitos "caminhos não andados".

Rogamos aos nossos Padroeiros (Nossa Senhora de Fáti­ma e Santo Agostinho) que nos ajudem neste esforço colectivo de renovação sinodal, tendo nós presente que "só com Deus po­demos caminhar".

Leiria, 17 de Janeiro de 1998, 80º aniversário da restaura­ção da Diocese.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

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ANO MISSIONARIO

Semana Missionária nos Marrazes o envio missionário do Pe. Paulino Ferreira, originário da'

paróquia dos Marrazes, para as missões da Tanzânia, foi a opor­tunidade escolhida para se realizar nesta comunidade uma sema­na de animação missionária, que decorrereu de 10 a 18 de Janei­ro de 1998, promovida pelos Missionários da Consolata (a que pertence o Pe. Paulino) em coordenação com a paróquia dos Mar­razes e o sector de animação missionária da nossa Diocese.

Do programa,constaram várias iniciativas pâra levar a co­munidade a viver mais intensamente este acontecimento e sensi­bilizar para a vocação missionária "ad gentes".

Na missa do envio o seu pároco entregou-lhe a cruz que o vai acompanhar na tarefa missionária, cruz que no fim foi beija­da por todos os presentes. O Pe. Paulino deixou a seguinte men­sagem: "Simana é uma palavra suaili, a língua que iriei falar na Tanzânia: sede consequentes com o caminho iniciado e ponde de lado o medo, porque ele ampara aqueles que se erquem para ca­minhar".

Também noutras paróquias se estão a realizar remanas de ' animação missionária, pois estamos no Ano Missionário, promovi­das pelo secretariado diocesano das missões em conjunto com as diversas ordens missionárias: Monte Redondo, de 11 a 18 de Janei­ro; nas paróquias da vigararia da Batalha (de 14 a 22 de Março).

* * *

No dia 2 1 de Fevereiro de 1998, o Sr. Bispo D. Serafim or­denou como presbítero o diácono Adelino Ascenso, membro da Sociedade Missionária da Boa Nova. A celebração foi realizada na igreja do Souto da Carpalhosa de onde o novo presbítero é na­tural. Depois da sua missa nova partiu para o Japão onde vai anunciar a palavra de Deus em territórios de missão.

* * *

No ,dia 25 de Março de 1998, o Frei José Carlos Vaz Lucas, da Ordem Dos Pregadores (Dominicanos) foi ordenado presbíte­ro pelo Sr. D. Serafim, Bispo de Leiria-Fátima, no Convento Do­minicano em Fátima, na presença do padre provincial, Fr. Miguel dos Santos, e de muitos outros confrades.

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NOTA EPISCOPAL PARA

A QUARESMA

• Uma quarentena de dias prepara a grande festa da Res­surreição, que ocorre sempre depois do equinócio da primave­ra. É tempo especial de reflexão, que vai desde quarta-feira de cinzas até à tarde de quinta-feira da semana santa.

Durante a quaresma somos chamados à conversão. Todos os cristãos sentem apelos íntimos de ascese e purificação. Tam­bém ouvem convites expressos à moderação alimentar e à pri­vação de algo supérfluo, e que possam partilhar.

As normas estabelecidas pela Conferência Episcopal em 1984 continuam em vigor e devem ser bem explicadas e cum­pridas.

• Pela quaresma, o Papa costuma dirigir-nos uma men­sagem. Para este ano escolheu o seguinte tema: sois benditos, porque escolhestes os marginalizados (cfr. Mt.25,34-36).

Sem dúvida, há muita gente excluída ou rejeitada. E tam­bém há novas formas de pobreza. Em qualquer dos casos, to­dos somos corresponsáveis. Assim diz João Paulo II: "o tempo da quaresma é especialmente indicado para lembrar aos mem­bros da Igreja o seu compromisso a favor dos irmãos".

• Os nossos egoísmos atropelam a justiça, sacodem a poeira dos pecados e quase não deixam ver os ofendidos. A qua­resma é um tempo de exame de consciência e conversão.

Na quaresma de 1997 a nossa Diocese de Leiria-Fátima ofereceu para a Guiné-Bissau e os sem abrigo a quantia de cin­co milhões de escudos, fruto do contributo penitencial e da re­núncia quaresmal. Para o corrente ano de 1998, consagrado ao

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NOTA EPISCOPAL PARA A QUARESMA ____________ _

Espírito Santo e à Missão, será dada à Diocese de São '!bmé e Príncipe.

Como no ano transacto, esta oferta será feita simbolica­mente na nossa peregrinação a Fátima (29 de Março), sob o le­ma: "S6 no Espírito de Deus podemos caminhar".

Leiria, 13 de Fevereiro de 1998

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

Reunião do Conselho Pastoral Diocesano o Conselho Pastoral Diocesano reuniu-se, pela primeira

vez, no dia 7 de Março, no Seminário Diocesano, sob a presi­dência do Sr. Bispo. Depois da apresentação de todos os seus membros procedeu-se à eleição do Secretariado Pennanente que ficou constituído da seguinte fonna: Eugénio Pereira Lu­cas (secretário), Júlio Coelho Martins (sécretário adjunto), .Pa­dre Vítor José Mira de Jesus, Padre Anacleto Cordeiro Gon­çalves de Oliveira e 1\mbr6sio Jorge dos Santos. As suas tarefas são: recolher os pareceres e opiniões dos diocesanos, preparar as reuniões e dar pareceres ao Sr. Bispo.

'!bmando a palavra, os membros do Conselho expressa­ram algumas opihlões e preocupações pastorais, apresentan­do também algumas propostas de actuàção.

O Sr. Bispo.agradeceu ao membros do anterior Conselho que elaboraram o projecto dos estatutos, que foi aprovado, ao Dr. Eugénio Lucas e aos restantes membros por terem aceite os cargos para que foram eleitos. Referiu ainda que o Conse­lho é lugar de liberdade e responsabilidade.

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CARTA PASTORAL AOS

CONDUTORES DE VEÍCULOS

Porque vi na estrada peregrinos a pé e encontrei muitas matrículas de emigrantes e espanhóis, resolvi escrever esta breve carta pastoral aos automobilistas e condutores de veícu­los de duas ou muitas rodas, sem esquecer as máquinas agrí­colas e industriais.

Não será estranho que no tempo da Ressurreição venha falar dos perigos de morte? É lógico que pretendo defender a vida e não posso ficar insensível ao saber que no ano passa­do morreram na minha diocese mais de cem acidentados na estrada!

De facto, a sinistralidade nas nossas estradas, as poucas auto-estradas, os escassos IP e IC e os muitos caminhos e ruas com pouca sinalização e muitas armadilhas, registou no ano transacto 1.972 mortos, 10. 193 feridos graves e 53.390 feridos ligeiros . . . 'Ibda esta tragédia envolve muitos milhares de pes­soas, nos transtornos e prejuízos, mas sobremaneira no sofri­mento.

Não queremos falar dos milhões de contos. Sim, intenta­mos apelar para a vida, que não tem preço!

Temos um novo código da estrada, que pode aumentar res­trições e coimas. Todavia, o que se quer é mais educação. De condutores e de peões. Desde a infância. Dos 250 mil novos con­dutores em cada ano e dos que se consideram bem rodados. Dos pesados e dos ligeiros. Dos que vão para o trabalho ou pa­ra férias e festas. Também dos peões que vão para o trabalho e dos yeregrinos que vão para Fátima ...

E bom que o "Plano integrado de segurança rodoviária" (PISER) para este ano projecte enfocar as condições da vida e

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CARTA PASTORAL AOS CONDUTORES ____________ _

do veículo. Mas deverá começar pelo condutor. A este nos diri­gimos nesta carta, como é óbvio. Aos condutores no ensino bá­sico e na reciclagem, deve ser oferecida uma filosofia de loco­moção, mas especialmente deve ser exigida uma lúcida moral de comportamento. Cada um deve pensar em si. E não pode deixar de pensar nos outros. No respeito pela vida, na sua dig­nidade e integridade.

É supérfluo repetir que o poder público deve pensar a sé­rio na sinistralidade que nos incomoda e mata. Os índices as­sustadores não são inevítáveis. Se o PISER 98, ao investir cer­ca de 14 milhões de contos, objectiva, sem fatalismos, o respeito pela vida, sabe que o investimento é lucrativo, no prejuízo ces­sante e nos beneficios advenientes com valor acrescentado. E todos devemos estar empenhados nesta louvável campanha global de educação. Não apenas a JAE, a DGV, a PSP, a GNR e o SNB, mas todos os condutores, que são também peões, e to­das as instituições e associações.

Poderíamos tornar a dizer que há "pontos negros" no ma­pa das estradas, que há veículos sem garantia, que pode haver escolas de condução que priorizam conduzir a água ao seu moi­nho, que há adolescentes e jovens que quase enlouquecem ao volante do 2 ou 4 rodas . . . Mas, como foi redito é questão de edu­cação global e cívica, que começa ao colo da mãe e no pré-es­colar. O civismo aprende-se, e o temperamento corrige-se. Da condução egoísta e agressiva pode-se e deve-se passar para uma boa conduta pacífica e respeitadora. Aí a harmonia e a se­gurança, no plural. Com muita atenção.

Não poderemos também esquecer que em 52% dos aciden­tes com vítimas mortais intervêm veículos de 2 rodas. Os ado­lescentes e os mais novos são seduzidos pela vaidade e pela ve­locidade, mas a DGV não pode facilitar-lhes as tentações. Nem a Família. Nem a Igreja.

Nesta grande e importante área da vida e dos perigos, queremos todos mais responsabilidade e menos sofrimento.

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____________________________ CARTA PASTORAL AOS CONDUTORES

As famílias, as autarquias e as escolas serão agentes privile­giados, mas todos estamos comprometidos e interessados. Sempre.

Nas circunstâncias especiais da EXPO'98, dos feriados e férias, das feiras e romarias, das comemorações e celebrações litúrgicas e desportivas vamos redobrar a atenção e o esforço para que a vida seja preservada e prosseguida como um lindo poema sem dissonâncias graves!

Quanto a fazer! É bom que a "estrada viva" ajude a clari­ficar os pontos negros para aumentar a segurança. Porém, ga­nha prioridade todo o programa para iluminar o espírito do condutor e eliminar os riscos mais previsíveis. É necessário que as infraestruturas melhorem o tráfego e protejam os uten­tes; é imprescindível que as vias rápidas tenham sinalização variável, com o concurso da electrónica; é de louvar e exigir que haja alternativa bem sinalizada . . . Mas, é evidente e já foi di­to, nada dispensa a educação cívica. E o bom senso!

Por tudo quanto fica esboçado, sem falarmos da Fórmula 1, ralys, provas radicais ou qualquer outra loucura de compe­tição, podemos concluir que ha muito a fazer. Por todos! Digo a mim mesmo que não devo ser frei Tomás. Recomendo aos meus irmãos sacerdotes e aos catequistas que falem, com o Evangelho nas mãos e no coração, da educação abrangente da vida toda. E de todos. E digo igualmente aos responsáveis das escolas e dos movimentos que façam saber que os direitos são deveres, e que as leis legitimas obrigam em consciência.

Sem dúvida, os riscos são traiçoeiros, e o ritmo da civili­zação e da vida vai muito acelerado. Por isso, a educação deve ser contínua e permanente. Contra o cansaço, que é um peri­go. Contra o egoísmo, que corrompe. Sempre a favor da vida!

A todos os cristãos exorto a serem, ou procurarem ser, os melhores cidadãos, mais cumpridores e mais felizes, uma vez que a simples devoção não faz milagres e a fé deve estar na vi­da toda, que se robustece e cresce na esperança da ressurreição.

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CARTA PASTORAL AOS CONDUTORES ________________________ ___

Queridos diocesanos, esta carta pastoral é uma pequena folha de uma grande mensagem pascal; podereis dizer que vem tarde, pois vistes, como eu, no telejornal imagens de horror; e muitos de nós já fomos vítimas da insegurança rodoviária . . . Mas a vida continua, e há-de ser melhor. Se todos quisermos.

Leiria, 10 de Abril de 1998, Sexta-feira da Paixão do Senhor.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

" BODAS , SACERDOTAIS , , < Neste ano de 1998, fazem 50 anos de ordenação sacel'do- , tal os rtlv."'·padres Dr. António. Carreira Bonifácio (a residir na ,Casá Diocesaná do Clero) e D�. Armindo da Cruz Valente (rio Santuário da Fátima), ambos no dia 27 de Março, e José Gasp'ar da Silva (na Casa Diocesálla do Clero) ,e Manuel, Mar:, ques dos Santos (pároco de Albergaria dos Doze), no dia 11 de, Jy1hO. Fàz também 50 anos de ordenado ? rei' Pe. Abílio Viei-'-ra; nâo diocesanb, a residir' na Fátima. ', '

'

I?Or sua vez, ?ompletam 25 anos de ordenação sacerdotal ,os rev." padres Joaquim de Almeida Baptista (pároco da Boa" vista e dir,ector do Secretariado Dioéesano da. Catequese) eJo­sé �uís de .Jesu� ]'erréira (pároco de,Seiça e Alburitel), no dia .,

<,23 de D�zembr6.-A dioce�tl hpm,enageáu, cbm algumas prelJ."

-dà� e palàvtf.ls alusivag por UIl). representante leigó-do Cons"," , jho I?astoral Diocesano, estes sacerdotes na Quinta-Feira

(r Sal1ta, aqurtndo .da MiSsa Crismal, na Sé, presidida pelo Si. Bispa D. Serafim. •

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ACTOS EPISCOPAIS

DECRETOS E NOMEAÇOES

DECRETO

Achamos por bem, depois de ter ponderado e pedido con­selho, autorizar que o P. Davide Vieira Gonçalves, a seu insis­tente pedido e do Rev. P. Acílio da Cruz Fernandes, da Obra da Rua, preste serviço sacerdotal e pastoral na Casa do Gaia­to de Algeruz, por um período até oito meses, cessando por conseguinte as funções de Pároco de Arrimal, Mendiga e Ser­ro Ventoso.

Nomeamos encarregado das ditas paróquias de Arrimal, Mendiga e Serro Ventoso, com todos os poderes e direitos de Pároco, o P. João Rodrigues.

Comunique--se.

Leiria, 17 de Fevereiro de 1998.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

DECRETO

Considerando que na data de 13-9-1962 foi criada a CO­MISSÃO DIOCESANA DE ARTE SACRA E ARQUEOLOGIA, transformada em 22-5-1979 em SECRETARIADO DIOCE­SANO DE PASTORAL LITÚRGICA,

Tendo ponderado atentamente as conclusões da ASSEM-

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ACTOS EPISCOPAIS _________________ _

BLEIA SINODAL e tendo pedido conselho às pessoas mais li­gadas às questões do Património e da Liturgia da Igreja,

HAVEMOS POR BEM homologar e renovar este SERVI­ÇO DIOCESANO, que passa a estruturar-se em duas verten­tes autónomas e convergentes, a saber:

1. COMISSÃO DE ARTE E PATRIMÓNIO CULTU­RAL, que inclui a arquivística (c.491 § 2) e assume também as funções que estavam atribuídas à Comissão para o Inventário do Património Cultural Móvel.

NOMEAMOS a seguinte equipa responsável:

Cón. Doutor Américo Ferreira Dr". Ana Mercedes StofTel Fernandes Mons. Henrique Fernandes da Fonseca Cón. Dr. Luciano Coelho Cristino Mons. Manuel Lopes Perdigão Arqº. Paulo Joaquim Costa Pereira.

2. SECRETARIADO DE PASTORAL LITÚRGICA E DE MÚSICA SACRA, para os fins previstos nas leis e reco­mendações da Igreja, nomeadamente na constituição Sacro­sanctum Concilium.

NOMEAMOS a seguinte equipa responsável:

P. Dr. Artur Ribeiro Oliveira Cón. Dr. Carlos Silva Rev. David Rodrigues Barreirinhas P. Dr. Manuel dos Santos José. Cón. Manuel da Silva Gaspar Dr. Paulo Jorge dos Santos Lameiro

Estes dois grupos de trabalho podem agregar a si, ocasio­nal ou habitualmente, os peritos ou assessores que entende­rem. Cada grupo pode articular-se em dois departamentos

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___________________ ACTOS EPISCOPAIS

complementares, respectivamente Património Artístico e Ar­quivística, e Liturgia e Música Sacra. O grupo ou departamen­to escolhe o seu Moderador. Apresentarão ao Bispo da Diocese um plano de actividades, com o respectivo orçamento. Esta no­meação é experimental por um ano, e o presente decreto entra em vigor nesta data.

Convocamos uma reunião de conjunto para o dia 17 de Abril às 14,30 horas nesta casa episcopal.

Agradecemos a quantos trabalharam neste sector e o bom esforço que estas duas equipas vão diligenciar.

Leiria, 25 de Março de 1998, solenidade da Anunciação do Senhor

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

DECRETO

Havemos por bem, de acordo com o artigo 9º dos Estatu­tos do CONSELHO PASTORAL DIOCESANO, confirmar e constituir, por um triénio, o segundo Conselho Pastoral Dioce­sano, como segue:

• Mons. Cón. Henrique Fernandes da Fonseca • Cón. José de Oliveira Rosa • P. Dr. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira • Cón. Dr. Américo Ferreira • P. Dr. Virgilio do Nascimento Antunes • P. Dr. Filipe Luciano de Oliveira Vieira • Mons. Dr. Luciano Gomes Paulo Guerra • P. Vítor José Mira de Jesus

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ACTOS EPISCOPAIS __________________ _

• P. Dr. António José Ribeirinha Barreleiro • Irmã Maria do Céu Matos • Delegada da FNIS • Ambrósio Jorge dos Santos • Vítor Manuel Joaquim • Maj. Francisco Pereira Neves • Dr. Paulo Adriano Jorge Santos • Luís Silva Ginja • Eng". David José da Silva • Jaime Pereira da Silva • Irmã Maria Luisa Dias Ferreira • P. José Lopes Baptista • Ana Maria Pinheiro Fernandes • Armando dos Reis Dias • José de Oliveira Amado • Dr. Eugénio Pereira Lucas • Delegado da Vigararia de Leiria • Luís da Encarnação Morouço • Albertino do Carmo Moreira Lima • Domingos da Silva Azinheiro • Anabela Alves da Silva • Delegado da Vigararia de Porto de Mós Nomeamos secretário, segundo o artigo 15º, o Dr. Eugé­

nio Pereira Lucas. Manifestamos o maior apreço por quantos participaram

no primeiro mandato, e convocamos, tendo presente o artigo 21º, a primeira reunião para o dia 28 de Fevereiro.

Comunique-se

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t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

___________________ ACTOS EPISCOPAIS

CORPOS DIRECTIVOS DA CÁRITAS DIOCESANA

Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, homologou a constituição dos novos corpos directivos da Cáritas Diocesana que passa a ser a seguinte:

Assistente Religioso: Padre Albino da Luz Carreira Presidente: Sr. Ambrósio Jorge dos Santos

Vic�Presidente: Dr.". Teresa Maria Rodrigues Figueiredo Tesoureiro: Sr. João José Pereira da Silva Antunes Secretário: Sr. Carlos Alberto Pereira Roda

Vogais: Sr. António Martins Ribeiro Sr. José Costa Bernardino Sr. Vítor António C. Cordeiro Gonçalves Sr. Fernando Patrício da Silva Dr". Maria F. A. T. Brum Prezado Santos Sr. António Monteiro de Almeida

Conselho Fiscal: Sr. Justino Pereira Lopes Dr". Maria Leonor Gaspar Sr. Henrique Dias da Silva

Leiria, 20 de Fevereiro de 1998

JosÉ DE ALMEIDA E SOUSA

(Secretário Episcopal)

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, <'M

PEREGRINÀÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA . � . . . . . . . s · · ·

A pereirlnaçãô diocesallB. a F'átima começou no dia 28 de Março, sá· b " bado,'cop1 um programa especial para oS jovens� As quatn>

.centenas dejo�

, vens presentes puderam participar -em várias 'actividades "Organizadas pelo Secretariado da ·Pistoral Juvenil é à Comissão Sinodal de Jovens. .

A partir das 17 horas, começou o ajuntamento. O dia teve de tudo, des­'de que começou a cá:rninhada para 0< santuário para ai fazerem uma celebra­ção a Nossa Senhora. Mas ó.,rnomento mais alto seria às 21 horas, 'estavam W90s às portas do Centro Pastoral de Paulo VI. Com o atraso dos prepárati· vos, a noite teve de (X)m�çar às 22 hdras. Entre uma coreografia apresenta· da por áhiriàs de enfenIlagem âe Leiria e algumas encenações féitas por eg.. cuteiros, a animação

, musical, fioo,u a cargo d?s Gólgota. A :rneio da, festa, os

, parficipànres fora� diVidido� em, grupos parn retlectireIll al�s dos temas apresentados pelo'guião sinodal. Foi interessante ver as áreas do edifício com

" o chão cobertó de jovens a conversar: serenamente sobre as�untos que lhes di � ,zem respeitq mas, como a horà ,se foi adiantando, _fioou por fazer....;se 'o JÍlais importan1k: pronunciar'as conclusõés a que éada grUpO tinha chegadoValeu í a vigilia que se seguiu ría capelinha, para onde todos se dirigiram no fim. Pr0-porcionou um maior recolhimento através da imPOrtância dada aos gestos. ,

.o dia da peregIi.hação propriamente dita começou com a ooncentração dàs pere&rinos em quatro pontos da Fátima cpnsoante a proveniência dê ca­

< da lUn.;Aí, capa gruPo foi caminhando em direcção ao santuário rezando a vil!-s,acra" Simbolizou este gesto ,a totalidade da Igreja particular qué'é a Diocese; convergente nuin único sentido. Com a ehegada, à capelinha, fez-se uma saudaç,ão a Nossa SeÍlhoral segUida duma evocação do Espúi.to Santo: Um gesto significativo acompanhou este momento, através do acender de sete cirlos, símbolo dos d011S.dq Espírito,'ql'e seté representljn'tes do Conse­lho Pastoral Diocesano levàram em cortejo até à escadaria principâl. "O Es� púito de Deus é sopro de vida nova que no Pentécostes veio como fogo; Ele é fogo de amor em"qqe fomos baptizadosr é fogueira para ser ateada por to­da a terra", explicóu o coordenador-geral do Smodo, Pe. Jorge Guarda.

;., . Seguiu-se a celebração da Eucaristia. Quase uo fim, foi evocado o ano mi!?sí011:ário. "Este ano, ,dedicado ao aprofundamento da fé no 'Espfrito: ,$�· to" é tlpTIQem, e,m Portugal, ano missionário; toda a Diocese é enviada a tes­temunhar Deus e_ a anunciar a Sua Palavra de ,amor a toda a gente" Duran­te estas paJavras dó coordenador-geral, representantes das 73 paroquiaS institutos de vida consàgrada receberam das mãos do:Bispo Uma Bíblia co-mo sinal de missão. . ... " . , ;';"'- '-'-

Com o térmo da Eucaristiá, a celebração foi oui;"'. Era a hora do a!IDo­ço e. ocãsi�� para. o conVívio fratémo, que também faz parte da peregrinação.

§,. tarde, houve tàmbém no Centro Pastoral Panlo VI uma festa-men­sagem. pafa a quà1 todo,s foram convidados. Estiveram em destaque seis re­presentantes de comunidades cristãs para falarem da sua-experiência de re.­novação, intercalados com mllita ··m úsica, , a cargo de alguns grupos concorrentes ao VII Festival da' Canção Jovem da Diocese e dos Gólgota. , . x , , ..... , . . .,

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o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS

A espiritualidade de Fátima (*)

L Introdução

Sobre Fátima há múltiplos aspectos que se podem abor­dar: históricos, teológicos, espirituais . . . Neste trabalho, sob o título "O Coração de Maria, caminho para Deus" ('), optei por uma perpectiva particular: a espiritualidade. Procuro inves­tigar a espiritualidade que se manifesta nas aparições, segun­do o relato que a vidente Lúcia faz nas suas "Memórias". Vou considerar quatro vertentes principais: a experiência vivida pelas crianças, a mensagem que lhes foi comunidada, a peda­gogia utilizada e a forma como elas passaram a viver. Mas, em primeiro lugar, começamos por considerar o que é espirituali­dade e qual o contexto histórico das aparições. Por fim, vere­mos em que aspectos esta espiritualidade pode enriquecer a vida dos cristãos de hoje.

O objectivo da minha comunicação não é tanto académico quanto o oferecer uma palavra que seja útil à nossa vida espi­ritual e religiosa. Por isso, mais do que uma análise crítica, fa­ço uma apresentação, uma anúncio da espiritualidade de Fá­tima, ainda que lhe aponte alguns limites.

• Reelaboração das conferências aos Servos do Coração Imaculado de Maria, em Fátima, nos dias 1ge 26 de Novembro de 1997.

1. A expressão "Coração de Marian ou "Imaculado Coração de Maria� é muito frequente na mensa­gem de Fátima. Na aparição de Junho, por exemplo, ao anunciar a missão que Jesus quer con­fiar à Llícia, Nossa Senhora diz: "Jesus quer seruir-serk ti para mefazerconhecereamar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração" Mem6rias da Irmã Lúcia, Fátima 1990', 162. A expressão tem um sentido simbólico: "Coroção de Maria s ignifica para nós a pessoa di! Maria, mas conotando oseu amor: seu amor entendido em toda a sua plenitude objectiua -amor a Deus e aos homens na qualidade de �. e seu amor considerado subjectivamente -o possessão plena da sua alma pelo Esplrito Santo, a caridade espalhada por este mesmo Esplrito, o amor de vontade e o seu amor sensluel com todas as implicações e ressonfzncias corporais". A PINA RIBEI­RO, Consagroçdo ao Coração Imaculado de Maria, in MANUEL LUIS M. TEIXElRA(Org-l,Ape­lo e Resposta. Semana de Estudos sobre a Mensagem de Fátima, Fátima 1983, 208.

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o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS ___________ _

Reconheço que a minha investigação é muito limitada, Não estudei muitos outros documentos para além das "Memó­rias da Irmã Lúcia", Esta é a minha fonte fundamental e qua­se exclusiva, Para um aprofundamento maior, seria necessá­rio fazer outros estudos e pesquisas, Mas, como disse, não foi meu objectivo fazer um estudo crítico e exaustivo,

2. A Espiritualidade o que é?

Deixando de lado um sentido mais geral e situando-se no âmbito especificamente cristão, Fabio Ciardi define a espiritua­lidade como "um modo de viver o Evangelho, quase um 'estilo de vida' cristã" ('), Tal vida, segundo S, Paulo (cfr 1 Cor 2, 13; Gal 6, 1; Rom 8, 9; 1 Tes 5, 23), "deve ser entendida como vida domi­nada pelo Espírito do Ressuscitado como vida de membros da Igreja, come abertura existenzial a toda a humanidade, como espera da plenitude futura para todo o cosmos (Rm 8)" ('), No próprio nome - espiritualidade - está indicado o autor desta modalidade de vivência do Evangelho: o Espírito Santo, Jesus fez aos seus discípulos a promessa: "Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total... , porque há-de receber do que é Meu, para vo-lo anunciar" (Jo 16, 13-15),

No sentido dinâmico da vida de cada pessoa, falar de es­piritualidade "quer dizer falar da vida cristã que se desenvol­ve, se consolida até à maturidade, quer segundo as leis do cres­cimento antropológico e psicológico quer segundo os ritmos do mistério da graça" ('),

Ao longo da história cristã, surgiram múltiplas espiritua­lidades, Isto acontece devido à esperiência e compreensão pro­gressivas do mistério cristão e também por causa do contexto cultural e social em que elas surgem, Escreve Ciardi: "O Espí-

2. FABIO ClARDl, IA! spiritualità cristiane nella storia, Gen's xxv (1995) 37. 3. BRUNO SECONDIN -TULLQ GOFFl (edd,l, Corso di Spirilualità, Brescia 1989, 11. 4. lbidem.

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___________ o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS

rito introduz os fiéis naquela compreensão mais profunda das coisas espirituais que permite apreender o mistério cristão de um ângulo particular. Surgem assim, por iniciativa do Espíri­to, homens e mulheres que dão origem a movimentos carismá­ticos e oferecem à Igreja novas espiritualidades" (').

Uma particular espiritualidade constitui um dom divino adequado a um momento histórico determinado. De facto, co­mo diz Ciardi, o Espírito, que "conhece os anseios e os gemidos próprios de cada geração", vem ao encontro das variadas situa­ções e problemas da Igreja e do Mundo: "em cada momento his­tórico de crise, de dificuldades, de transformações, o Espírito repropõe, com a sua típica criatividade, a vitalidade fecunda do Evangelho e assim Cristo continua, de forma sempre nova, a ser luz que ilumina todo o ser humano que vem ao mundo". Deste modo, continua o mesmo autor, "as espiritualidades sur­gem como Evangelho inculturado, isto é , Evangelo que se faz história, que se incarna numa cultura determinada, num deter­minado povo, numa situação politica e económica concreta" (').

É a partir do conceito e das características de espirituali­dade explicitados que falaremos do ambiente histórico, da ex­periência vivida e da mensagem recebida pelos videntes de Fá­tima.

3. O contexto histórico das aparições

É importante conhecer as condições históricas em que acontecem as aparições, já que estas são claramente condicio­nadas pelas circunstâncias sociais, culturais e religiosas da época. Dessas circunstâncias, as mais significativas são, no meu entender: a primeira guerra mundial (1914-18); as mu­danças, a instabilidade social e política e a hostilidade do Es­tado Português à Igreja depois da instauração do regime repu-

5. FABIO CIARDI, loc. dt., 37. 6. Ibidem, 38.

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o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS __________ _

blicano em 1910; e o ambiente religioso com as suas tradições cristãs na família e na paróquia de Fátima,

A guerra que então se desenvolvia no mundo constitui um tema muito presente nas aparições, De facto, já o Anjo se declara "da Paz" e Nossa Senhora fala da guerra e dos meios para lhe pôr termo: pede aos pastorinhos que rezem o terço to­dos os dias "para obter a paz no mundo e o fim da guerra" ('). Não é de admirar que este tema apareça muito frequentemen­te, em 5 das 6 aparições de Nossa Senhora, "pois nesse ano, quase todas as famílias de Fátima tinham algum filho na fren­te de batalha em Flandres e, portanto, era o assunto quase obri­gatório das conversas diárias. Um irmão da Jacinta e do Fran­cisco lá se encontrava e ignorava-se se estava vivo ou morto" (').

O novo regime político, republicano, instaurado em Por­tugal em 1910, provocou, como é sabido, uma grande instabili­dade sóci(}-política no país, E relativamente à religião e à Igre­ja tomou uma atitude de hostilidade e repressão, despojand(}-a dos bens e extinguindo as ordens religiosas. Deste modo, o am­biente não era nada favorável a novas manifestações religio­sas. As aparições são vistas pelas autoridades públicas anti­-clericais e anti-religiosas como "reacção da Igreja contra o Governo" (9). No dia 13 de Agosto, as crianças são mesmo pre­sas pelo Administrador de Vila Nova de Ourém, que assim as impede de ir nesse dia à Cova da Iria, onde se davam as apari­ções. Estas vêm provocar uma onda de entusiasmo na vivência religiosa entre o povo (10).

Quanto à prática e à vivência religiosa nas famílias e na paróquia de Fátima, as Memórias da Irmã Lúcia dã(}-nos algumas informações de grande interesse. Era costume a ora-

7. Memórias da Irmo Ulew, Fátima 19906, 162. Daqui em diante indicarei esta obra no próprio texto com o nome Memórias.

8. ANTÓNIO M. MARTINS, Fdtima, caminho da paz, Porto 1983, 7. Cfr também Memórias, p.l6a. 9. Ibidem, 9. 10. Talvez possamos pensar que a referência às ofensas a Deus na mensagem de Nossa Senhora incluam

também alguns dos actos do novo regime político. Seria assunto 8 investigar cuidadosamente.

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___________ o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS

ção de acção de graças depois das refeições, o "Angelus", com que se conclui a o trabalho do dia, e o terço rezava-se com mui­ta frequência (cfr Memórias, p. 202; 204). Na igreja paroquial havia uma imagem e uma confraria de Nossa Senhora do Ro­sário (U). E havia mesmo uma festa, a que, segundo testemu­nha a irmã Lúcia, Nossa Senhora faz referência (cfr Memórias, p. 168). As pessoas frequentavam os Sacramentos, sobretudo a missa dominical (cfr Memórias, p. 201). No próprio dia do nascimento da Lúcia, Quinta-feira-Santa, de manhã, a mãe ainda foi à missa e recebeu a comunhão e tinha a intenção de voltar à igreja, de tarde, para a visita ao Santíssimo (cfr Me­mórias, p. 195).

Em casa ensinava-se "a doutrina" e as orações e inicia­vam-se as crianças nos vários aspectos da fé cristã (cfr Memó­rias p. 204). Conta a Lúcia: "Quando calhava, (o Pai) levava­-me para a eira, sentava-se nos assentos que havia à volta, a tomar a fresca do ar que aí corria, muito agradável, apontava­-me para o céu e dizia-me: '- Olha: lá em cima, está Nossa Se­nhora e os anjinhos: a lua é a candeia de Nossa Senhora, as es­trelas são as candeias dos anjos que eles e Nossa Senhora lá acenderam e vieram pôr às janelas do Céu, para nos alumiar o caminho de noite. O sol, que tu vês nascer, todos os dias, aco­lá, por detrás da serra, é a candeia de Nosso Senhor que Ele acende todos os dias para nos aquecer e podermos ver para tra­balhar" (Memórias, p. 204-205).

As pessoas tinham a clara consciência e o sentido de pe­cado. E os pais educavam os seus filhos nessa mesma linha: "O Pai também costumava dizer-me, quando havia trovoada, que era o Pai do Céu a ralhar, porque os homens faziam pecados". Um dia, quando trovejava e chovia, Lúcia pergunta ao Pai: -

'''Está o Pai do Céu a ralhar. Quem fez pecados, foi o Pai ou fo-

11. RAUL ROLO, o Rosário na mensagem de Fátima, ia MANUEL LUIS M. TEIXEIRA (Org), Apelo e Resposta. Semana de estudos sobre a mensagem de Fátima, Fátima 1983, 230.

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o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS ___________ _

ram OS outros homens?' E o Pai reSpondeu: 'Fui eu mai-los ou­tros', " (Memórias, p, 205),

É nestas circunstâncias históricas e neste ambiente reli­gioso que se dá a experiência das aparições e uma mensagem é comunicada aos pastorinhos, Como se verá, a espiritualida­de responde às exigências dos tempos e exprime-se na lingua­gem religiosa da época, sem deixar de trazer novidade,

4. A experiência espiritual das crianças

a) A presenca e o amor de Deus

Lendo o relato das aparições quer do Anjo quer de Nossa Senhora, o que primeiro vem em evidência como central e de­terminante é que as crianças fazem uma intensa experiência da presença de Deus e do Seu amor por elas e pela humanida­de, Tal experiência marca e muda as suas jovens vidas de for­ma inesperada e admiráveL Escreve a Lúcia sobre a primeira aparição do Anjo:

"A atmosfera do sobrenatural que nos envolveu era tão in­tensa, que quase não nos dávamos conta da própria existência, por um grande espaço de tempo, permanecendo na posição em que (o Anjo) nos tinha deixado, repetindo sempre a mesma ora­ção, A presença de Deus sentia-se tão intensa e íntima que nem mesmo entre nós nos atrevíamos a falar, No dia seguinte, sen­tíamos o espírito ainda envolvido por essa atmosfera que só muito lentamente foi desaparecendo" (Memórias, p, 152),

Na terceira aparição do Anjo, segundo testemunha a Lú­cia, "a presença do sobrenatural foi ainda muitíssimo mais in­tensa" (Memórias, p. 123). E descreve a experiência nestes ter­mos:

''A força da presença de Deus era tão intensa que nos ab­sorvia e aniquilava quase por completo, Parecia privar-nos até do uso dos sentidos corporais por um grande espaço de tempo, Nesses dias fazíamos as acções materiais como que levados por

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____________ o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS

esse mesmo ser sobrenatural que a isso nos impelia. A paz e fe­licidade que sentíamos era grande, mas só íntima, completa­mente.concentrada a alma em Deus. O abatimento físico, que nos prostrava, também era grande" (Memórias, p. 154).

O pequeno Francisco, por sua vez, segundo as Memórias (p. 124), descreve a mesma experiência, sobretudo por efeito da comunhão recebida do Anjo, deste modo: "Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era".

Nas aparições de Nossa Senhora a experiência do di­vino é semelhante, mas agora é descrita recorrendo à lingua­gem da luz, apresentando uma maior precisão do que é vivido:

"Vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora, vestida to­da de branco, mais brilhante do que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal, cheio d'água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Parámos surpreen­didos pela aparição. Estávamos tão perto, que ficávamos den­tro da luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio de distância, mais ou menos" (Memórias p. 156 e 158).

Nesta aparição como nas do Anjo, os pastorinhos experi­mentam a mesma presença divina, mas com algumas diferen­ças quanto aos seus efeitos. Escreve Lúcia:

"A aparição de Nossa Senhora veio de novo a concentrar­-nos no sobrenatural, mas mais suavemente: em vez daquele aniquilamento na Divina Presença, que prostrava, mesmo fisi­camente, deixou-nos uma paz e alegria expansiva que nos não impedia de falar, em seguida, de quanto se tinha passado. No entanto, a respeito do reflexo que Nossa Senhora, com as mãos, nos tinha comunicado e de tudo que, com ele, se relacionava, sentíamos um não sei quê interior que nos movia a calar" (Me­mórias, p. 124).

Noutra passagem, a vidente observa ainda a continuida­de e a diferença na experiência:

"Não sei porquê, as aparições de Nossa Senhora produziam em nós efeitos bem diferentes. A mesma alegria íntima, a mes-

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o CORAÇÃO DE MARIA, CAMINHO PARA DEUS __________ _

ma paz e felicidade, mas, em vez desse abatimento físico, uma certa agilidade expansiva; em vez desse aniquilamento na Di­vina presença, um exultar de alegria; em vez dessa dificuldade no falar, um certo entusiasmo comunicativo" (Memórias, p. 154).

b) Um cQnhecimento íntimQ e intensQ de Deus

A experiência das aparições produz nas crianças um co­nhecimento especial e inesperado de Deus. É uma autêntica re­velação do rosto e dos desígnios misericordiosos de Deus, que tem efeitQs prQfundQs na vida dos videntes. Escreve Lúcia:

"Estas palavras do Anjo gravaram-se em nosso espíritQ, como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus, comQ nos amava e queria ser amado, o valor do sacrifício e como ele lhe era agradável, como, por atenção a ele, convertia os peca­dores" (Memórias, p. 153).

Nas aparições de Nossa Senhora, QS pastQrinhos são en­volvidos pela luz divina que lhes é comunicada por aquela Se­nhora. E eles mesmos se vêm em Deus, como testemunha a Lúcia sQbre o que lhes aconteceu nQ dia 13 de Maio:

"Foi ao pronunciar estas últimas palavras ta graça de Deus será o vosso conforto') que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que refle­xo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos es­pelhos" (Memórias, p. 158).

Na apariçãQ seguinte, fazem de nOVQ a mesma experiência: "Foi no momento em que disse estas últimas palavras ('O

meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus') que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia es­tarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra" (Memórias, p. 162).

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___________ o CORAÇÃO DE MARIA. CAMINHO PARA DEUS

Mais tarde, pensando naquela visão da luz, que tanto o impressionou, Francisco pergunta à prima:

- "Para que estava Nossa Senhora com um coração na mão, espalhando pelo mundo essa luz tão grande que é Deus? Th estavas com Nossa Senhora na luz que descia para a terra, e a Jacinta, comigo, na que subia para o Céu".

E a Lúcia respondeu-lhe, interpretando o significado da visão: "É que tu, com a Jacinta, vais breve para o Céu e eu fico com o Coração Imaculado de Maria mais algum tempo na ter­ra" (Memórias, p. 127).

c) Uma nova relacão com Deus

A experiência da presença e do novo conhecimento de Deus gera uma nova, intensa e profunda relação com Ele. A sua pri­meira característica é a atitude de adoração e de amor incon­-dicional a Deus. De facto, já desde a aparição do Anjo, quan­do, a uma nova luz, compreendem quem é Deus, "começámos a oferecer ao Senhor tudo que nos mortificava, - conta a Lúcia -mas sem discorrermos a procurar outras mortificações ou peni­tências, excepto a de passarmos horas seguidas prostrados por terra, repetindo a oração que o Anjo nos tinha ensinado" (Me­mórias, p. 153).

Depois da primeira aparição de Nossa Senhora, quando a luz divina penetra no peito das crianças, "então, - dizem as Me­mórias (p. 158 e 160) -por um impulso íntimo também comu­nicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: - Ó San­tíssima Trindade, eu vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu vos amo no Santíssimo Sacramento".

E a mesma atitude de adoração e de oferta de sacrificios se observa muitas vezes na vida destas crianças.

Nesta nova relação entre também Maria. Para os pasto­rinhos, Ela é caminho que vem de Deus e conduz a Ele. Assim o entendeu o Francisco comentando para a Lúcia:

"Esta gente fica tão contente só por a gente lhe dizer que

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

Nossa Senhora mandou rezar o terço e que aprendesses a ler! O que seria, se soubessem o que Ela nos mostrou em Deus, no Seu Imaculado Coração, nessa luz tão grande!" (Memórias, p. 127).

Para estas crianças, Maria comunica-lhes sobretudo a luz de Deus, que o mesmo é dizer o Seu amor e a Sua graça. É ain­da o Francisco quem assim o exprime: "Gostei muito de ver o An­jo, mas gostei ainda mais de Nossa Senhora. Do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus! Mas Ele está tão triste, por causa de tantos pecados! Nós nunca havemos de fazer nenhum" (Memórias, p. 124-125). Maria introduz os pastorinhos numa relação de amor com Deus, suscita neles um santo temor que os leva a desejar agradar em tudo a Deus e a não pecar.

A nova relação com Deus exprime-se também na miseri­córdia para com os pecadores, os pobres e os doentes. Uma manifestação disso mesmo temo-la nas atitudes da Ja­cinta, como refere a Lúcia:

"A Jacinta tomou tanto a peito os sacrifícios pela conver­são dos pecadores, que não deixava escapar ocasião alguma". Um dia, encontrando pelo caminho alguns pobres, correu ime­ditamente a levar-lhes a sua merenda. E o mesmo acontecia muitas vezes (Memórias, p. 31). As crianças tornam-se insa­ciáveis na prática do sacrificio por amor a Deus, para oferece­rem pela conversão dos pecadores e para os pobres. Na dimen­são própria delas, nota-se nestas crianças uma comunhão no amor e uma solidariedade admiráveis, que brotam de quanto Deus lhes fez experimentar.

(continua no próximo número)

P Jorge Manuel Faria Guarda

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Comunicado do Conselho Presbiteral da Diocese

o Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima, reunido no dia 16 de Fevereiro de 1998 sob a presidência do Sr. Bispo D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, reflectiu sobre alguns assuntos referentes à vida dos presbíteros e da Diocese, dos quais se destacaram:

L Caminhada Sinodal Ajudados pela presença e pela palavra do Pe. Jorge Manuel Fa­

ria Guarda, coordenador-geral do Sínodo, os conselheiros fizeram uma avaliação das etapas percorridas e da fase actual da caminhada sino· dal. Conduiu-se que é necessário, mais do que quantidade de acções e iniciativas, investir na qualidade e na inovação, e que as estruturas diocesanas devem ser renovadas para assumirem e dinamizarem os sectores da pastoral que competem a cada uma.

2. Ano Missionário 1998 O Pe. Vítor José Mira de Jesus, director diocesano das Obras Mis­

sionárias Pontificias, infonnou o Conselho dos projectos que está a in­crementar em colaboração com os institutos missionários, nomeada­mente as semanas de animação missionária Das paróquias e nas vigararias. Estas são um testemunho de eclesialidade dos vários ins­titutos e pretendem catequizar as pessoas e comunidades especifica­mente sobre a universalidade da Igreja e o espírito missionário que deve estar subjacente a toda a evangelização e pastoral.

3. Comunicação Social na Igreja. Na continuação das reflexões feitas já anteriormente, o Conselho

manifestou o desejo de que a Diocese providencie que, com pessoas pre­paràdas, instalações convenientes e materiais actualizados, os meios de comunicação social da IgreJa diocesana sejam renovados, dinamiza- .. , dos e dotados dos meios e da qualidade técnica que hoje é necessária.

4. Centro Diocesano de Pastoral. O Conselho tomou conhecimento do estilo da comissão que havia·

sido indigitada para pensar na possibilidade e modo de aproveitamen­to do edificio do Seminário para servir para o Seminário e para um Centro Pastoral. A opinião geral foi no sentido de continuar o estudo com algum técnico qualificado, de modo a conciliar as necessidades e as possibilidades do espaço. A propósito, verificou-se a necessidade de criar meios de formação teológica, eclesial e pastoral, de despertar pes­soas para se valorizarem nessa cultura crista, e de arranjar espaços não s6 para essa "escola" mas também para que os secretariados e ser­viços diocesanos tenham espaços convenientes e meios adequados pa­ra desenvolverem o seu trabalho.

Pelas 19 horas, encerraram-se os trabalhos, recordando-se q�ue a próx� sessão decorrerá no. dia 18 de Maio de 1998. �", �;�,

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LEIRIA-FÁTIMA, publicação quadrt�

mestral. que arquiva decretos e pro�

visões. divulga critérios e normas de

acção pastoral e recorda etapas im�

portantes da vida da Diocese.

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." . ," " � � , � ... \lt.ado em Offset fê;'f·v- 11<l ��ICA oe �ell'UA

Dep6sito Legal N° 64587/93