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2018 LEONARDO BARRETO MOREIRA ALVES MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS LEGISLAÇÃO E DICAS Inclui: LEGISLAÇÃO FEDERAL LEGISLAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS RESOLUÇÕES DO CNMP e CNJ ATOS NORMATIVOS DO MPMG DE ACORDO COM O EDITAL PARA O LVI CONCURSO DE PROMOTOR SUBSTITUTO/2018

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20 18LEONARDOBARRETO MOREIRA

ALVES

MINISTÉRIO PÚBLICODE MINAS GERAIS

LEGISLAÇÃO E DICAS

Inclui:

• LEGISLAÇÃO FEDERAL

• LEGISLAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

• RESOLUÇÕES DO CNMP e CNJ

• ATOS NORMATIVOS DO MPMG

DE ACORDO COM O EDITAL PARA OLVI CONCURSO DE PROMOTOR SUBSTITUTO/2018

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LEONARDOBARRETO MOREIRA

ALVES

MINISTÉRIO PÚBLICODE MINAS GERAIS

LEGISLAÇÃO

DE ACORDO COM O EDITAL PARA OLVI CONCURSO DE PROMOTOR SUBSTITUTO/2018

20 18

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2018 © Editora FocoAutor: Leonardo Barreto Moreira AlvesDiretor Acadêmico: Leonardo Pereira

Editor: Roberta DensaAssistente Editorial: Paula Morishita

Revisora Sênior: Georgia Renata DiasCapa Criação: Leonardo Hermano

Diagramação: Ladislau Lima

2018Todos os direitos reservados à

Editora Foco Jurídico Ltda.

Al. Júpiter, 542 – American Park Distrito Industrial CEP 13347-653 – Indaiatuba – SP

E-mail: [email protected] www.editorafoco.com.br

DIREITOS AUTORAIS: É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação, por qualquer forma ou meio, sem a prévia autorização da Editora FOCO, com exceção do teor das legislações que, por serem atos oficiais, não são protegidas como Direitos Autorais, na forma do Artigo 8º, IV, da Lei 9.610/1998. Referida vedação se estende às características gráficas da obra e sua editoração. A punição para a violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do Código Penal e as sanções civis às violações dos Direitos Autorais estão previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei 9.610/1998. Os comentários das questões são de responsabilidade dos autores.

NOTAS DA EDITORA:

Atualizações: A presente obra é vendida como está, atualizada até a data do seu fechamento, informação que consta na página II do livro. Havendo a publicação de legislação de suma relevância, a editora, de forma discricionária, se empenhará em disponibilizar atualização futura.

Bônus ou Capítulo On-line: Excepcionalmente, algumas obras da editora trazem conteúdo no on-line, que é parte integrante do livro, cujo acesso será disponibilizado durante a vigência da edição da obra.

Erratas: A Editora se compromete a disponibilizar no site www.editorafoco.com.br, na seção Atualizações, eventuais erratas por razões de erros técnicos ou de conteúdo. Solicitamos, outrossim, que o leitor faça a gentileza de colaborar com a perfeição da obra, comunicando eventual erro encontrado por meio de mensagem para [email protected]. O acesso será disponibilizado durante a vigência da edição da obra.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

V1A474m Alves, Leonardo Barreto Moreira

Ministério Público de Minas Gerais: legislação e dicas de acordo com o edital para o LVI concurso de promotor substituto 2018 / Leonardo Barreto Moreira Alves. - Indaiatuba, SP : Editora Foco, 2018. 106 p. : il. ; 17cm x 24cm.

ISBN: 978-85-8242-289-2

1. Direito. 2. Ministério Público de Minas Gerais. 3. Legislação. 4. Concurso. 5. Promotor. I. Título

2018-302 CDD 3CDD 340 CDU 3404

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Índices para Catálogo Sistemático:

1.Direito 340 2.Direito 340

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SOBRE O AUTOR

Leonardo Barreto Moreira Alves

Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Direito Civil pela PUC/MG. Mestre em Direito Privado pela PUC/MG. Professor de Direito Processual Penal dos cursos Supremo Concursos e Pro Labore. Professor de Direito Processual Penal da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais (FESMPMG). Membro do Conselho Editorial do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Membro do Conselho Editorial da Revista de Doutrina e Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Redes sociais: Instagram (lbmalves); Twitter (@leonardobmalves);

Facebook (www.facebook.com/leonardobarretomalves).

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SUMÁRIO

ANÁLISE GERAL DA LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (LEI Nº 8.625/93) E DA LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 34/94) .......................................................................................... 1

QUESTÕES DE CONCURSOS COMENTADAS DO MPMG QUE COBRARAM A LONMP E LOMPMG ........ 5

CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................ 9

(ARTS. 127 A 130-A – DO MINISTÉRIO PÚBLICO) .......................................................................... 9

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS ............................................................................ 11

(ARTS. 119 A 127 – DO MINISTÉRIO PÚBLICO) ............................................................................. 11

LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993 .................................................................................. 13

LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO .................................................................... 13

LC Nº 34 DE 12/09/1994 .................................................................................................................. 21

LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS ....................................................... 21

LEI ESTADUAL 13.209/1999 ............................................................................................................ 51

POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................ 51

LEI ESTADUAL 13.994/2001 ............................................................................................................ 59

CADASTRO DE FORNECEDORES IMPEDIDOS DE LICITAR E CONTRATAR COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL .......................................................................................... 59

LEI ESTADUAL 14.167/2002 ............................................................................................................ 61

ADOÇÃO DO PREGÃO COMO MODALIDADE DE LICITAÇÃO .......................................................... 61

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

VI

DECRETO ESTADUAL 45.229/2009 ................................................................................................. 63

COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA ............................................................................................................................................ 63

ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018 ............................................................................... 65

CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DIRETORIA DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ........................................................................... 83

RECOMENDAÇÃO GERAL CGMPMG Nº 01/2017 – 2ª EDIÇÃO ........................................................ 85

RESOLUÇÃO 213, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015 .......................................................................... 89

RESOLUÇÃO Nº 181, DE 7 DE AGOSTO DE 2017 ............................................................................ 93

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O Decreto nº 5.618, de 02 de maio de 1874 (artigo 18), é apontado como o diploma legal que em-pregou, pela primeira vez no Brasil, a expressão “Ministério Público”. Mesmo assim, a Constituição de 1891 não cuidou, sistematicamente, da Institui-ção, limitando-se, no artigo 58, § 2º, a estabelecer que o presidente da República designaria, dentre os membros do Supremo Tribunal Federal, o Pro-curador-Geral da República, com as atribuições definidas em lei. 1

Ao longo dos anos, a Instituição foi-se aperfei-çoando em termos legislativos e, no final da dé-cada de oitenta, ao ser retomada a democracia em nosso País, o Ministério Público ganhou novo status, sendo a Instituição mais prestigiada pela Constituição de 1988.

Deixou de ser um organismo público cujo posicio-namento constitucional sequer era bem definido e cuja preocupação primordial era com a delinquên-cia, e assim mesmo de forma reflexa da atividade de polícia-judiciária, para se fortalecer e se tornar uma das instituições de maior credibilidade na so-ciedade brasileira. Abandonou uma tímida atuação no âmbito cível (ausentes, incapazes, “menores”, acidentados do trabalho, trabalhadores dispensa-dos, falências e concordatas e outros setores em que presidia o interesse público secundário) e a representação do Estado em juízo, que passou a ser confiada à Advocacia Pública (CF, artigos 131 e 132), para assumir uma posição de destaque na sociedade política, a teor das novas atribuições da referida carta constitucional, como agentes políticos por excelência.

Assim é que a Constituição Federal, no seu artigo 127, caput, estabeleceu que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função ju-risdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

A esse respeito, segundo Hugo Nigro Mazzilli, “[...] ao afirmar seu caráter permanente, o poder consti-tuinte originário vetou, implicitamente, que o poder constituinte derivado suprimisse ou deformasse a Instituição ministerial, pois, caso contrário, haveria forma indireta de burlar o princípio” (MAZZILLI, Hugo Nigro. Regime Jurídico do Ministério Público. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 107).

Ainda de acordo com Mazzilli, afirmar que o Minis-tério Público é essencial à função jurisdicional do Estado significa cometer dois erros, pois “[...] diz menos do que deveria (o Ministério Público tem inúmeras funções exercidas independentemente da prestação jurisdicional, como na fiscalização de fundações e prisões, nas habilitações de casa-mento, na homologação de acordos extrajudiciais, na direção de inquérito civil, no atendimento ao

1. O presente texto é um trecho extraído da obra Ministério Público: Lei nº 8.625/93, publicada por Leonardo Barreto Moreira Alves e Marcelo Zenkner, em 2017 (5ª edição), pela editora Jus-PODIVM.

público, nas funções de ombudsman) e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, diz mais do que deveria (pois o Ministério Público não oficia em todos os feitos submetidos à prestação jurisdicional, e sim, normalmente, apenas naqueles em que haja algum interesse indisponível, ou, pelo menos, transindi-vidual, de caráter social, ligado à qualidade de uma das partes ou à natureza da lide)” (Regime Jurídico do Ministério Público. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 109).

Com relação à defesa da ordem jurídica, Emer-son Garcia ensina que tal dever “[...] pressupõe a aferição de todos os atos praticados pelos órgãos do Estado, podendo ajuizar as medidas necessárias à coibição de abusos ou ilegalidades, sempre buscando mantê-los adstritos aos limites da Constituição e do Direito. – Ordem jurídica não guarda similitude com a lei, mas, sim, com o Direito, sendo noção eminentemente mais am-pla” (Ministério Público: organização, atribuições e regime jurídico. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 49).

Desse modo, deve ser abandonado o designa-tivo de “custos legis”, pois é mais apropriada a expressão “custos iuris” para explicitar a missão do Ministério Público de defender o ordenamento jurídico a partir das bases estabelecidas na Cons-tituição Federal.

Noutro giro, para Hugo Nigro Mazzilli, a defesa do regime democrático pelo Ministério Público deve ser realizada em dois níveis: “a) controle de constitucionalidade das leis que violem princípio constitucional, a ser feito ‘sob forma concentrada’ (especialmente por meio da propositura de ações diretas de inconstitucionalidade, de representações interventivas e de algumas ações civis públicas para defesa de interesses difusos); b) controle de constitucionalidade das leis que violem princípio constitucional, a ser feito ‘sob forma difusa’, caso a caso, impugnando-se as medidas e atos concretos que violem uma norma constitucional (especial-mente por meio da ação penal, do inquérito civil e da ação civil pública para defesa de interesses sociais, difusos, coletivos e individuais homogê-neos, além de outros mecanismos de fiscalização e controle afetos à Instituição)” (Ministério Público e a Defesa do Regime Democrático. In: VIGLIAR, José Marcelo Menezes; MACEDO JR., Ronaldo Porto (Coord.). Ministério Público II – Democracia. São Paulo: Atlas, 1999, p. 95).

No que tange à defesa dos interesses sociais, há de se ressaltar que os direitos (ou interesses) sociais estão expressamente enumerados no artigo 6º da Constituição Federal e assim são reconhecidos a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro-teção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Tais direitos – fundamentais de 2ª geração – constituem prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indireta-mente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização

de situações sociais desiguais. São, portanto, di-reitos que se ligam ao direito de igualdade, como ensina José Afonso da Silva (Direito Constitucional Positivo, 15. ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 289). Desse modo, cumpre observar, inclusive com base na expressiva lição de Jorge Miranda (Os Direitos Fundamentais – sua dimensão individual e social. In: Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política – CDCCP – nº 1, 1992, p. 200), que, por meio dos direitos sociais, se objetiva atingir uma liberdade tendencialmente igual para todos, a qual apenas pode ser alcançada com a superação das desigualdades e não por meio de uma igualdade sem liberdade.

No que concerne à defesa dos interesses indi-viduais indisponíveis, é preciso esclarecer que indisponível, de acordo com Ricardo Pieri Nunes (Manual de princípios institucionais do Ministério Público. Rio de Janeiro: Espaço Jurídico, 2001, p. 117/118), “[...] é o interesse que, pela sua pre-cípua relevância para a coletividade, se apresenta como indispensável à manutenção da integridade do corpo social e, por conseguinte, à própria existência do Estado. Diante desta magnitude, os interesses indisponíveis são tutelados por normas cogentes, imperativas ou de ordem pública, que jamais podem ser afastadas por convenção das partes, incidindo obrigatoriamente quando de-terminada situação concreta se amolda ao seu preceito abstrato”. É o que ocorre, por exemplo, numa ação de investigação de paternidade, na qual o Ministério Público atua em favor do direito de filiação do autor-investigante em vista do comando constitucional que proíbe quaisquer designações discriminatórias ou mesmo incorreções a esse respeito (artigo 227, § 6º).

Reforçando ainda mais o Ministério Público, a Carta Magna Federal consagrou, no seu art. 127, § 1º, os princípios institucionais deste órgão, a saber, a unidade, a indivisibilidade e a indepen-dência funcional.

Pelo princípio da unidade, “[...] entende-se que o Ministério Público se constitui de um só organismo, uma única Instituição. Quando um membro do Parquet atua, quem na realidade está atuando é o próprio Ministério Público” (CARNEIRO, Paulo Ce-zar Pinheiro. O Ministério Público no processo civil e penal. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 43). É por isso que os membros da Instituição não devem ser identificados de forma individualizada, já que são componentes de um único organismo em nome do qual exercem suas atribuições.

Em relação ao princípio da indivisibilidade, há uma dificuldade natural de conceituação em razão de estar ele diretamente atrelado ao da unidade. Exatamente por esse motivo, alguns autores, ao tratarem do princípio em comento, fazem referências no sentido de que, como o Ministério Público constitui um só corpo, seus membros podem ser substituídos uns pelos outros, sem solução de continuidade das funções institucio-nais, não arbitrariamente, mas segundo a forma estabelecida em lei.

Análise GerAl dA lei OrGânicA nAciOnAl dO MinistériO PúblicO (lei nº 8.625/93) e dA lei OrGânicA dO MinistériO PúblicO dO estAdO de MinAs GerAis

(lei cOMPleMentAr estAduAl nº 34/94)1

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Tal explicitação, entretanto, melhor se afina com o princípio anteriormente analisado (unidade), lem-brando muito bem Emerson Garcia que esse é o motivo pelo qual, ao ser apresentada uma peça processual em juízo, há a indicação de que é o Ministério Público que está atuando, seja como agente ou interveniente, e não o Promotor ou o Procurador de Justiça que a elaborou e assinou (Ministério Público – organização, atribuições e regime jurídico. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris 2008, p. 62). O princípio da indivisibilidade, em verdade, deve ser compreendido no sentido de que não se deve admitir a atuação simultânea e transversal, em um mesmo processo, de dois órgãos do Ministério Público com a mesma função.

Sobre o princípio da independência funcional, trata-se, em verdade, de uma prerrogativa cons-titucional afeta a cada membro da Instituição, que não fica sujeito a qualquer orientação ou deter-minação dos órgãos da Administração Superior em sua atuação funcional e deve prestar contas, apenas e tão-somente, à sua própria consciência e à ordem jurídica.

Para Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, “[...] é o prin-cípio maior da Instituição, que se traduz no direito de o Promotor ou Procurador de Justiça oficiar livre e fundamentadamente de acordo com sua cons-ciência e a lei, não estando adstrito, em qualquer hipótese, à orientação de quem quer que seja”.

Como se vê, o Texto Constitucional criou uma instituição profundamente sólida, incumbida de missões das mais relevantes, caracterizando-a, pois, como o principal instrumento de defesa da sociedade. Por consequência, setores des-tacados desta mesma sociedade, notadamente governantes, políticos, agentes detentores do poder econômico e parte da imprensa, passaram a fiscalizar (para não falar perseguir) de perto a atuação dos membros do Ministério Público, o que, a princípio, poderia inibi-los.

Desse modo, embora o regramento do Parquet feito pela Constituição Federal fosse robusto e aplicável de forma imediata, sentiu-se a necessi-dade de se disciplinar com riqueza de detalhes a atuação dos membros do Ministério Público em todos os seus vieses. A Constituição Federal, por sua própria natureza, não comportaria essa disciplina. Sem dúvida alguma, o instrumento normativo mais adequado para este fim era a lei infraconstitucional.

Nesse contexto, é de se relembrar que a própria Constituição Federal, no seu art. 61, § 1º, inciso II, alínea “d”, já previa a criação de uma lei que organizasse a carreira do Ministério Público. Não obstante, essa lei somente foi publicada em 12 de fevereiro de 1993, vindo a ser conhecida como a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (LONMP).

Esta lei, no seu art. 84, revogou o antigo diploma legal aplicado ao Ministério Público, qual seja, a Lei Complementar nº 40/81. Esta última lei, inclu-sive, foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 como se lei ordinária fosse, daí porque foi possível a sua revogação por uma lei ordiná-ria. Ressalte-se, contudo, que algumas matérias da Lei Complementar nº 40/81 ainda podem ter ultra-atividade, pois o art. 29, § 3º, do ADCT as-segurou expressamente aos membros ingressos na Instituição antes de 1988 a opção pelo regime jurídico anterior.

Nesse trilhar, como já afirmado alhures, impende asseverar que a Lei nº 8.625/93 tem natureza de lei ordinária. De acordo com Hugo Nigro Mazzilli, “invocando-se tradição legislativa de só admitir como lei complementar a que foi prevista nessa qualidade pela própria Constituição, o entendi-

mento que acabou predominando no governo e no Congresso Nacional foi o de que deveria ser ordinária a lei que estipulasse as normas gerais de organização do Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, como vinha referida no art. 61, § 1º, II, d, da Constituição de 1988. A análise sistemática do problema demonstra ter sido incorreto o entendimento adotado, o que deu ensejo a absurdos: a) como uma lei ordiná-ria federal poderia fixar normas gerais para os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios, que é organizado por lei com-plementar federal? Ou seja, como poderia uma ‘lei ordinária’ ser de observância obrigatória para ‘lei complementar federal’ que deveria organizar o Ministério Público da União? b) como poderia uma ‘lei ordinária federal’, sem expressa autorização da Lei Maior, fixar normas gerais de observância obrigatória para o ‘constituinte estadual’ e para a ‘legislação complementar’ à Constituição es-tadual? Escolheu-se inadequadamente, pois, a natureza de lei ordinária para a nova Lei Orgânica Nacional do Ministério Público – a Lei nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993” (Regime Jurídico do Ministério Público. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 357/358).

De outro lado, a Lei nº 8.625/93 constitui uma norma que apresenta apenas e tão somente di-retrizes gerais sobre a organização do Ministério Público dos Estados, sendo que cada Estado--membro, no exercício de sua autonomia, pode disciplinar com pormenores o respectivo órgão ministerial por meio de lei complementar estadual (art. 2º da lei). No caso particular do Estado de Minas Gerais, a lei que regulamenta o Parquet mineiro é a Lei Complementar Estadual nº 34/94 (Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais).

Além disso, nos termos do seu art. 80, a Lei nº 8.625/93 determina a aplicação subsidiária aos Ministérios Públicos dos Estados das normas previstas na Lei Orgânica do Ministério Público da União, que é a Lei Complementar nº 75/93.

Essa aplicação subsidiária é de extrema importân-cia, pois a Lei nº 8.625/93, por estipular apenas normas gerais (art. 61, § 1º, II, “d”, CF), a serem integradas pelas leis orgânicas estaduais, é omissa em determinadas matérias, enquanto que a Lei Complementar nº 75/93, por não necessitar ser complementada por nenhuma outra legislação, é extensa e trata expressamente de temas não contemplados naquele diploma legal.

Mas é preciso muita cautela nessa aplicação sub-sidiária, para que a Lei Complementar nº 75/93 não acabe substituindo a Lei nº 8.625/93. Por isso, entende-se que apenas é possível tal aplicação nas questões relacionadas à atuação funcional propriamente dita, o que envolve, por exemplo, as garantias e prerrogativas dos membros do Minis-tério Público, os instrumentos de sua atuação etc.

Não obstante os eventuais equívocos cometidos pela Lei nº 8.625/93, certo é que esse diploma legal traz inúmeros avanços para a instituição.

Assim, por exemplo, o detalhamento da autonomia funcional, administrativa e financeira realizado pelos artigos 3º e 4º; a definição dos órgãos de execução (art. 7º) e dos órgãos auxiliares (art. 8º) do Ministério Público; a delimitação das funções dos órgãos de administração, a saber, da Procuradoria-Geral de Justiça (artigos 9º a 11), do Colégio de Procura-dores de Justiça (artigos 12 e 13); do Conselho Superior do Ministério Público (artigos 14 e 15), da Corregedoria-Geral do Ministério Público (artigos 16 a 18); das Procuradorias de Justiça (artigos 19 a 22) e das Promotorias de Justiça (artigos 23 e 24); a disciplina das funções dos órgãos de

execução, quais sejam, o Procurador-Geral de Justiça (art. 29), o Conselho Superior do Ministério Público (art. 30), os Procuradores de Justiça (art. 31) e os Promotores de Justiça (art. 32); a discri-minação das funções dos órgãos de execução, são eles, os Centros de Apoio Operacional (art. 33), a Comissão de Concurso (art. 34), o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (art. 35), os órgãos de apoio administrativo (art. 36) e os estagiários (art. 37).

Sobreleva destacar ainda o fato de que o diploma legal em questão consagra, no seu art. 38, impor-tantes garantias, a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade dos vencimentos, fundamentais para um independente exercício das funções ministeriais.

Em complemento, os artigos 40 a 42 da lei elencam relevantes prerrogativas dos membros do Ministério Público, as quais não são propriamente atributos destinados à pessoa do agente ministerial, mas sim uma proteção ao cargo e ao exercício profícuo das suas funções a fim de viabilizar a independência funcional daqueles.

Nesse cenário, registre-se que as “garantias” indicadas no art. 38 não se confundem com as “prerrogativas” insculpidas nos artigos 40 a 42: enquanto aquelas dizem respeito ao membro do Ministério Público, estas se referem ao cargo e à função exercida por ele, ambas irrenunciáveis.

Conveniente também que a lei esclareça e deli-mite os deveres e as vedações dos membros do Ministério Público, o que é feito com detalhes, respectivamente, nos artigos 43 e 44.

Nos artigos 45 a 58, são apresentados os ven-cimentos, vantagens e direitos dos membros do Parquet. Na sequência, é desenhada a carreira do Ministério Público (artigos 59 a 68), desde o concurso público para o seu ingresso, passando pelo estágio probatório, até as remoções e pro-moções por antiguidade ou merecimento, este último critério, como é cediço, na prática, tendendo cada vez mais a se configurar de forma objetiva.

Dentre as disposições finais e transitórias (artigos 69 a 84), merece destaque a previsão contida no art. 82 de fixação do dia 14 de dezembro como Dia Nacional do Ministério Público. A título de curiosidade, esclareça-se o motivo da escolha desta data: a antiga Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, Lei Complementar nº 40/81, estipulava, no seu art. 61, que o dia da sanção desta mesma lei seria tratado com Dia Nacional do Ministério Público, o que veio a ocorrer em 14 de dezembro de 1981; como tal diploma legal é reconhecido como um verdadeiro marco na história da Instituição, preferiu-se conservar a tradição.

Não obstante, como a Lei nº 8.625/93 possui apenas normas gerais, a serem complementadas pelas leis orgânicas estaduais, é possível que cada Estado escolha a data que entenda mais interessante para os festejos. No caso particular do Estado de Minas Gerais, elegeu-se o dia 11 de setembro como Dia do Ministério Público mineiro.

Aliás, atendo-se agora à situação do Parquet de Minas Gerais, é de se destacar que a sua lei orgâ-nica estadual, Lei Complementar nº 34, de 12 de setembro de 1994, traz disposições extremamente relevantes, que marcam o perfil da instituição e interferem na atuação prática dos seus membros, a saber: apenas os Procuradores de Justiça, com no mínimo dez anos de carreira, podem candida-tar-se ao cargo de Procurador-Geral de Justiça, em votação que contará com a participação de toda a classe (art. 5º, §§ 1º e 2º); o substituto do Procurador-Geral de Justiça, nos casos de afas-tamentos, ausências e impedimentos temporários,

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LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MP (LEI Nº 8.625/93) E LEI ORGÂNICA DO MP/MG (LC ESTADUAL Nº 34/94)

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será o Procurador-Geral de Justiça Adjunto, sendo certo, porém, que, nos casos de suspeição e de vacância do cargo nos últimos 6 (seis) meses do mandato, a substituição será feita pelo membro mais antigo, o decano (art. 9º, § 2º); o Colégio de Procuradores de Justiça possui um órgão especial, denominado Câmara de Procuradores de Justiça, formado pelos 10 (dez) Procuradores de Justiça mais antigos no cargo e 10 (dez) Pro-curadores de Justiça eleitos pelo próprio Colégio de Procuradores, além do Procurador-Geral e do Corregedor-Geral, membros natos, para mandato de 2 (dois) anos (art. 23); o Conselho Superior é composto pelo Procurador-Geral de Justiça, seu presidente, pelo Corregedor-Geral e por 09 (nove) Procuradores de Justiça, escolhidos por todos os membros da carreira, para mandato de 1 (um) ano, não admitida a recondução, salvo se na condição de suplente, com exercício inferior a 6 (seis) meses (artigos 27 a 29); o Corregedor-Geral é eleito pelos Procuradores de Justiça, sendo assessorado por Subcorregedores-Gerais e por até 10 (dez) Pro-motores de Justiça da entrância mais elevada, por ele indicados e designados pelo Procurador-Geral de Justiça (arts. 37 e 43).

Voltando-se a mirar as atenções para a Lei nº 8.625/93, impende registrar a sua importância para a experiência profissional prática do cotidiano dos membros do Ministério Público, no sentido de que ela funciona como base legal de susten-tação de diversos institutos utilizados na atuação extrajurisdicional e jurisdicional de tais profissionais (art. 23, § 1º, da LONMP), como, por exemplo, a ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face à Constituição Estadual (art. 25, inciso I); a representação de inconstitucionalidade para efeito

de intervenção do Estado nos Municípios (art. 25, inciso II); a ação penal pública (art. 25, inciso III). o inquérito civil, os procedimentos administrativos e a ação civil pública (artigos 25, inciso IV, e 26, inciso I); a intervenção apenas em feitos que demandem a sua participação, o que denota a ideia de racio-nalização das suas funções (artigos 25, inciso V, e 26, inciso VIII); a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, menores, incapazes, ou pessoas portadoras de deficiência (art. 25, inciso VI); a ação de improbidade admi-nistrativa em defesa do patrimônio público (art. 25, inciso VIII); os recursos perante o STF e o STJ (art. 25, inciso IX), os quais, no entanto, devem ser oferecidos por Procuradores de Justiça (art. 31); a requisição para instauração de investigações criminais (art. 26, inciso IV), o que, por força da teoria dos poderes implícitos e com fundamento na Resolução nº 181/2017 do CNMP, implica na possibilidade de presidência de investigação cri-minal pelo próprio órgão de execução ministerial; a recomendação ministerial (art. 26, inciso VII); as audiências públicas (art. 27, parágrafo único, inciso IV); o habeas corpus, o mandado de segurança e a correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes (art. 32, inciso I).

Ademais, no exercício de todas essas funções, o agente ministerial poderá expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei (art. 26, inciso I, alínea “a”); requisitar informações, exames periciais e documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 26, inciso I, alínea “b”); promover inspeções e diligências investigatórias junto às autoridades, órgãos e entidades anteriormente referidos (art. 26, inciso I, alínea “c”); requisitar diretamente in-formações e documentos a entidades privadas, para instruir procedimentos ou processo em que oficie, mesmo aqueles de caráter sigiloso, envol-vendo dados bancários e fiscais, afinal de contas o membro do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo (artigo 26, inciso II e § 2º).

Relembre-se, porém, que as notificações e re-quisições acima mencionadas, quando tiverem como destinatários o Governador do Estado, os membros do Poder Legislativo e os desembarga-dores, serão encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça (art. 26, § 1º).

Não se pode esquecer ainda que o diploma legal em referência consagra princípios da mais alta relevância para a atuação dos Promotores e Pro-curadores de Justiça, notadamente o princípio do promotor natural (art. 24).

Em suma, este é, em linhas gerais, o perfil da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e, por consequência, da própria Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, instrumentos normativos que, em essência, visam estruturar adequadamente a instituição e valorizar os seus membros para que as funções constitu-cionais atribuídas ao Ministério Público, agente de transformação social no Estado Democrático de Direito, possam ser realizadas com a máxima eficiência possível.

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38º CONCURSO MPMG

52. É correto dizer:

I. A defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis são incumbências exclusivas do Ministério Público;

II. São órgãos da Administração Superior do Ministério Público do Estado de Minas Gerais: Procuradoria-Geral de Justiça; Colégio de Procuradores de Justiça, neste com-preendido seu órgão especial denominado Câmara de Procuradores de Justiça; Conselho Superior do Ministério Público e Corregedoria-Geral do Ministério Público;

III. Pelo exercício irregular de suas funções o membro do Ministério Público responde penal, civil e administra-tivamente. No campo penal, observada a competência ratione materiae e ratione personae, pode ser denunciado e processado perante o Tribunal competente. Na área cível se o Estado viera a ser responsabilizado por ato seu, deve sofrer ação regressiva fundada na culpa. Em sede admi-nistrativa pode responder processo disciplinar cuja pena máxima, observada a infração praticada e o due process of Law, pode ser a exoneração no caso de membro ainda não vitalício;

IV. Em face do princípio da independência funcional o Promotor de Justiça, enquanto órgão de execução, não é subordinado a nenhum outro órgão de execução ou da Administração Superior do Ministério Público;

V. Ao Promotor de Justiça, a exemplo do que ocorre com o Procurador-Geral da República, em nível federal e com o Procurador-Geral de Justiça, em nível estadual, compete, em nível municipal, propor Ação Direta de Inconstitu-cionalidade de Leis ou Atos Normativos municipais.

a) Exceto o enunciado IV, os demais são corretos;b) Os enunciados II e V são corretos;c) Os enunciados I e III são corretos;d) Nenhum dos enunciados é inteiramente correto;e) Os enunciados II, III e IV são corretos.

O item I está errado por ausência de previsão expressa a esse respeito no art. 127, caput, da Constituição Federal. O item II está correto, consoante o art. 4º, inciso I, alíneas “a” a “d”, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994). O item III está correto, nos termos dos artigos 201 e 223 da referida lei e dos artigos. 37, §6º, e 96, inciso III, do Texto Constitucional. O item IV está correto, por interpretação doutrinária do princípio da independência funcional insculpido no art. 127, §1º, da Carta Magna Federal. O item V está errado, com fundamento no art. 69, inciso II, da citada lei.GABARITO COMENTADO: E

41º CONCURSO MPMG:

70. Nos termos da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar Estadual 34/94, com as alterações da LC 61/01), é correto afirmar:

a) as deliberações não unânimes do Conselho Superior do Ministério Público sobre revisão de arquivamento de inquéritos civis, sujeitam-se a recurso dirigido ao Colégio de Procuradores de Justiça;

b) o candidato aprovado no concurso de ingresso na carreira será nomeado para o cargo de Promotor de Justiça Substi-tuto, com as prerrogativas, as vedações, os vencimentos e as vantagens do cargo respectivo à entrância da comarca em que exerça suas atribuições;

c) compete à Corregedoria Geral do Ministério Público acompanhar o estágio probatório, elaborar seu regu-lamento, bem como propor ao Conselho Superior do Ministério Público o vitaliciamento ou não dos membros do Ministério Público;

d) o Procurador-Geral de Justiça, a quem compete dirimir conflitos de atribuições entre órgãos de execução do Ministério Público, pode designar outro Promotor de Justiça para funcionar em feito determinado, indepen-dentemente do consentimento do respectivo titular, desde que previamente autorizado pelo Conselho Superior do Ministério Público;

e) é vedado a membro do Ministério Público receber auxílio do poder público municipal a qualquer título, ressalvada a possibilidade de locação de imóvel às expensas da municipalidade para fins de moradia do Promotor de Justiça.

“a”: art. 33, §1º, e ausência de previsão expressa no art. 21, ambos da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Comple-mentar nº 34/1994).“b”: art. 163, caput, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“c”: art. 39, incisos V, VI e XV, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“d”: art. 74, parágrafo único, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“e”: art. 274 da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.GABARITO COMENTADO: C

44º CONCURSO MPMG

64. Assinale a alternativa CORRETA.

O membro vitalício do Ministério Público perderá o cargo por decisão judicial transitada em julgado, proferida em ação civil proposta pelo

Questões de cOncursOs cOMentAdAs dO MPMG Que cObrArAM A lOnMP e lOMPMG

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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a) Corregedor-Geral do Ministério Público após autorização do Colégio de Procuradores;

b) Procurador-Geral de Justiça após autorização do Conse-lho Superior do Ministério Público;

c) Corregedor-Geral do Ministério Público após autorização do Procurador-Geral de Justiça;

d) Procurador-Geral de Justiça após autorização da Câmara de Procuradores;

e) Todas as alternativas estão incorretas.

nos termos do art. 18, inciso LX, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994).]GABARITO COMENTADO: D

45º CONCURSO MPMG

69. De acordo com a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/93) é CORRETO afirmar que

a) os Procuradores e Promotores de Justiça são órgãos de exe-cução do Ministério Público, sendo que o Procurador-Geral de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público são órgãos da Administração Superior da Instituição.

b) os conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público serão dirimidos pelo Corregedor-Geral do Minis-tério Público.

c) o membro do Ministério Público é vedado participar como cotista ou acionista de sociedade comercial.

d) o Procurador-Geral de Justiça poderá, por ato excepcio-nal e fundamentado, designar Promotor de Justiça, para exercer as funções processuais afetas a outro Promotor de Justiça, submetendo sua decisão previamente ao Conselho Superior do Ministério Público.

e) compete ao Conselho Superior do Ministério Público sugerir ao Procurador-Geral de Justiça a edição de recomendações, de caráter vinculativo, aos órgãos do Ministério Público para o desempenho de suas funções e a adoção de medidas convenientes ao aprimoramento dos serviços.

“a”: art. 4º, incisos I, alínea “c”, e III, alíneas “a”, “c” e “d”, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994).“b”: art. 18, inciso XXII, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“c”: art. 111, inciso III, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“d”: art. 18, inciso XXI, alínea “g”, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“e”: art. 33, inciso IX, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.GABARITO COMENTADO: D.

46º CONCURSO MPMG

52. No que tange ao exercício das funções ministeriais é INCORRETO afirmar que:

a) oficia na estrita observância do direito objetivo como fiscal da lei.

b) é civilmente responsável quando, no exercício de suas funções, proceder com culpa, dolo ou fraude.

c) atua como parte quando age como legitimado ativo na Ação Civil Pública e na Ação Coletiva por improbidade administrativa.

d) atua como assistente nas Ações Civis Públicas proposta por outro legitimado ativo.

e) a lei exige que nos casos de intervenção obrigatória as intimações de seus órgãos se façam sempre pessoal-mente, entendendo o Pleno do STF que o prazo inicia na data da entrega dos autos a secretaria da instituição.

“a”: entendimento doutrinário extraído a partir do perfil constitucional do Ministério Público (art. 127, caput, da Carta Magna Federal).“b”: art. 181 do Código de Processo Civil.“c”: art. 5º, inciso I, da Lei nº 7.347/1985 e art. 17, caput, da Lei nº 8.429/1992.“d”: art. 5º, §1º, da Lei nº 7.347/1985.“e”: interpretação jurisprudencial dos artigos 180, caput, e 183, §1º, do Código de Processo Civil.GABARITO COMENTADO: B.

65. Nos termos da Legislação do Ministério Público, espe-cificamente a Lei Complementar Estadual nº 34/94, com a redação conferida pela Lei Complementar nº 66/2003 e a Lei Federal nº 8.625/93,

I. para decretação de perda do cargo do membro do Ministério Público, o Procurador- Geral de Justiça pro-porá Ação Civil Pública perante o Tribunal de Justiça local, após autorização da Câmara de Procuradores ou do Colégio de Procuradores, na forma da lei.

II. é permitido ao membro do Ministério Público participar de sociedade comercial como cotista ou acionista.

III. compete à Câmara de Procuradores de Justiça eleger os membros do Ministério Público que integrarão a Comissão de Concurso para ingresso na Carreira.

IV. compete ao Conselho Superior do Ministério Público aprovar o Plano Geral de Atuação do Ministério Público.

V. a Diretoria-Geral e o Centro de Estudos e Aperfeiçoa-mento do Ministério Público são órgãos de assessora-mento da Procuradoria-Geral de Justiça.

As afirmativas CORRETAS são:

a) I e II.b) II e III.c) III e IV.d) IV e V.e) V e I.

O item I está correto, conforme artigos 18, inciso LX, 21, inciso VIII, 24, inciso VI, 69, inciso VIII, e 103, §2º, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994). O item II está correto, nos termos do art. 111, inciso III, da citada lei. O item III está errado, de acordo com o art. 33, inciso V, desta lei. O item IV está errado, ex vi do art. 24, inciso III, da lei. O item V está errado, com base no art. 88 da lei.GABARITO COMENTADO: A

47º CONCURSO MPMG

62. Assinale a alternativa INCORRETA, relativamente ao disposto na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/93).

a) A Comissão de Concurso e os estagiários são considera-dos órgãos auxiliares do Ministério Público.

b) Compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público decidir processo disciplinar contra membro do Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis.

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QUESTÕES DE CONCURSOS COMENTADAS DO MPMG QUE COBRARAM A LONMP E LOMPMG

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c) A exclusão de atribuições das Promotorias de Justiça será efetivada mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada por maioria absoluta do Colégio de Procuradores.

d) Ao Conselho Superior do Ministério Público compete autorizar o afastamento de membro do Ministério Público para freqüentar curso ou seminário de aperfeiçoamento e estudo, no País ou no exterior.

e) A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por inicia-tiva do Colégio de Procuradores, deverá ser precedida de autorização de um terço dos membros da Assembléia Legislativa.

“a”: art. 8º, incisos II e V, da Lei nº 8.625/1993.“b”: art. 10, inciso XI, da Lei nº 8.625/1993.“c”: art. 23, §3º, da Lei nº 8.625/1993.“d”: art. 15, inciso XI, da Lei nº 8.625/1993.“e”: art. 9º, §2º, da Lei nº 8.625/1993.GABARITO COMENTADO: B.

48º CONCURSO MPMG

62. Assinale a alternativa CORRETA, relativamente ao disposto na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/93).

a) O Ministério Público elaborará sua proposta orçamen-tária anual, encaminhando-a diretamente ao Poder Legislativo.

b) O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional é con-siderado órgão da Administração Superior do Ministério Público.

c) São elegíveis para o Conselho Superior do Ministério Público Procuradores e Promotores de Justiça que não estejam afastados da carreira.

d) Em caso de extinção do órgão de execução, será facultado ao Promotor de Justiça remover-se para outra Promotoria de igual entrância ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais e a contagem de tempo de serviço como se em exercício estivesse.

e) A apuração de infração penal por parte de membro do Ministério Público compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público.

“a”: art. 4º, caput, da Lei nº 8.625/1993.“b”: art. 8º, inciso III, da Lei nº 8.625/1993.“c”: art. 14, inciso II, da Lei nº 8.625/1993.“d”: art. 39, caput, da Lei nº 8.625/1993.“e”: art. 41, parágrafo único, da Lei nº 8.625/1993.GABARITO COMENTADO: D.

52º CONCURSO MPMG

7. Assinale a alternativa CORRETA:

a) O Ministério Público da União tem por chefe o Procu-rador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria do Congresso Nacional, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

b) O Conselho Nacional do Ministério Público, cujo presi-dente será o Procurador-Geral da República, compõe-se de dezesseis membros nomeados pelo Presidente da

República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução.

c) Ao Colégio de Procuradores de Justiça compete, segundo a Lei n. 8.625/93, entre outras funções, a destituição do Corregedor-Geral do Ministério Público, pelo voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder, con-duta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, por representação do Procurador-Geral de Justiça ou da maioria de seus integrantes, assegurada ampla defesa.

d) Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta da Assembleia Legislativa, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

“a”: art. 128, §1º, da Constituição Federal.“b”: art. 130-A, caput e inciso I, da Constituição Federal.“c”: art. 12, inciso VI, da Lei nº 8.625/1993.“d”: art. 128, §3º, da Constituição Federal.GABARITO COMENTADO: C.

53º CONCURSO MPMG

7. Em relação à atividade funcional dos membros do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, assinale a alternativa INCORRETA:

a) As inspeções extraordinárias serão realizadas pela Corre-gedoria-Geral do Ministério Público, independentemente de prévia designação.

b) As inspeções permanentes serão exercidas pelos Procura-dores de Justiça e pela Corregedoria-Geral do Ministério Público.

c) A Corregedoria-Geral do Ministério Público realizará, anualmente, correições ordinárias em 1/3 (um terço) das Promotorias de Justiça, no mínimo.

d) As inspeções ordinárias em Procuradorias de Justiça serão realizadas pelo Corregedor-Geral do Ministério Público ou pelos Subcorregedores-Gerais, na forma do regimento interno.

“a”: art. 204 da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994).“b”: art. 203 da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“c”: art. 205, §1º, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“d”: art. 205, §2º, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.GABARITO COMENTADO: B.

54º CONCURSO MPMG

7. Conforme a Lei Complementar n° 34, de 12 de setem-bro de 1994 (Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais), são deveres dos membros do Ministério Público, entre outros:

I. Atender aos interessados, a qualquer momento nos casos urgentes, ou quando necessária a intervenção de membro do Ministério Público, e guardar sigilo profissional.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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II. Encaminhar, durante o estágio probatório, à Correge-doria-Geral do Ministério Público relatórios trimestrais de atividades, instruídos com até 10 (dez) trabalhos, abrangendo as diversas áreas de atuação, na forma que dispuser o regulamento respectivo.

III. Fiscalizar, trimestralmente ou quando conveniente, as cadeias públicas, os estabelecimentos prisionais e os que abriguem idosos, crianças, adolescentes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência, registrando em livro próprio da Promotoria de Justiça as observações que julgar pertinentes e as providências efetivadas.

IV. Declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei, devendo comunicar os motivos, de forma reservada, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias.

Somente está CORRETO o que se afirma em:

a) I e II;b) I e III;c) II e III;d) III e IV.

O item I está correto, conforme artigo 110, incisos XIV e XVI, da Lei Orgâ-nica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994). O item II era correto à época da realização do concurso. No entanto, atualmente, é aplicável o teor do art. 171, com a redação dada pelos artigos 17 e 33 da Lei Complementar nº 136/2014. O item III está errado, de acordo com o art. 110, inciso XXVII, desta lei. O item IV está errado, ex vi do art. 110, inciso VIII, da lei. GABARITO COMENTADO: A.

17. É INCORRETO afirmar:

a) São inelegíveis para o cargo de Procurador-Geral de Justiça os membros do Ministério Público que estiverem afastados do exercício do cargo para desempenho de função junto à associação de classe.

b) A destituição do Procurador-Geral de Justiça prescinde de autorização da Assembleia Legislativa, desde que ocorra a expedição de expressa resolução pelo Colégio de Procuradores de Justiça nesse sentido.

c) Os órgãos do Ministério Público têm asseguradas instala-ções privativas nos edifícios onde exerçam suas funções,

especialmente nos Tribunais e nos fóruns, cabendo-lhes a respectiva administração.

d) Poderá o Ministério Público expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimento, facultando ao seu membro, em caso de desatendimento injustificado, requisitar condução coercitiva quer pela Policia Civil ou Policia Militar, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei.

“a”: art. 7º, inciso VI, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994).“b”: art. 12, caput, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“c”: art. 2º, §2º, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.“d”: art. 67, inciso I, alínea “a”, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.GABARITO COMENTADO: B.

55º CONCURSO MPMG

7. O Ministério Público é instituição permanente, essen-cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da Constituição da República). Partindo dessas premissas, analise as assertivas abaixo:

[...]

IV. Em caso de aproveitamento insuficiente no estágio de orientação e preparação, o Promotor de Justiça Substituto do Estado de Minas Gerais permanecerá, pelo prazo máximo de 60 (sessenta) dias, à disposição do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional para aprimo-ramento, podendo o seu diretor, a qualquer tempo, de ofício ou mediante provocação do corpo docente, impug-nar a permanência na carreira à Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

GABARITO COMENTADO: Assertiva CORRETA, nos termos do art. 168, caput, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei Complementar nº 34/1994).

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cAPÍtulO iVDAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Seção IDO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º – São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-dência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remune-ratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de con-solidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Exe-cutivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I – o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Ter-ritórios;

II – os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da Repú-blica, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Le-gislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procu-radores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I – as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 45, de 2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II – as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária; è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

è (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 129. São funções institucionais do Minis-tério Público:

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III – promover o inquérito civil e a ação civil pú-blica, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI – expedir notificações nos procedimentos ad-ministrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII – exercer o controle externo da atividade po-licial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

VIII – requisitar diligências investigatórias e a instau-ração de inquérito policial, indicados os fundamen-tos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX – exercer outras funções que lhe forem confe-ridas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º – A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigin-do-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.

è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

è (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

cOnstituiçãO FederAl

(Arts. 127 A 130-A – dO MinistériO PúblicO)

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros no-meados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

è (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I o Procurador-Geral da República, que o preside;

II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

V dois advogados, indicados pelo Conselho Fede-ral da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e re-putação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Mi-nistério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministé-rio Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumpri-mento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos re-gulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência discipli-nar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções admi-nistrativas, assegurada ampla defesa;

IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministé-rio Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V elaborar relatório anual, propondo as provi-dências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem pre-vista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a re-condução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Or-dem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interes-sado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

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TÍTULO IIIDO ESTADO

cAPÍtulO iiDA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Seção IVDas Funções Essenciais à Justiça

Subseção IDo Ministério Público

è (Vide Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.) è (Vide Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.) è (Vide Lei Complementar nº 67, de 22/1/2003.) è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.) è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.) è (Vide Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.) è (Vide Lei Complementar nº 126, de 25/6/2013.) è (Vide Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 119 O Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, a que incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Parágrafo único São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 120 São funções institucionais do Minis-tério Público:

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos constitucionalmente assegurados, promovendo as medidas necessárias à sua garantia;

III – promover inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV – promover ação de inconstitucionalidade ou re-presentação para o fim de intervenção do Estado em Município, nos casos previstos nesta Constituição;

è (Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Cons-tituição nº 88, de 2/12/2011.)

V – expedir notificação nos procedimentos ad-ministrativos de sua competência, requisitando informação e documento para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VI – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar respectiva;

VII – requisitar diligência investigatória e instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

VIII – exercer outras funções que lhe forem confe-ridas, desde que compatíveis com sua finalidade, vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidade pública.

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

Art. 121 Além das funções previstas na Constitui-ção da República e nas leis, incumbe ao Ministério Público, nos termos de sua lei complementar:

è (Vide Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.) è (Vide Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

I – exercer a fiscalização de estabelecimento pri-sional ou que abrigue idoso, menor, incapaz ou portador de deficiência;

II – participar de organismo estatal de defesa do meio ambiente, do consumidor, de política penal e penitenciária e de outros afetos à sua área de atuação.

Art. 122 Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:

è (Vide Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.) è (Vide Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

I – propor ao Poder Legislativo a criação e a extin-ção de seus cargos e serviços auxiliares e a fixação do subsídio de seus membros e da remuneração de seus servidores;

è (Inciso com redação dada pelo art. 34 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

II – expedir, nos termos desta Constituição, ato de provimento de cargo inicial de carreira e dos serviços auxiliares, de promoção, de remoção, de readmissão e de reversão;

III – editar ato de aposentadoria, exoneração, de-missão e outros que importem vacância de cargo de carreira ou dos serviços auxiliares;

IV – organizar suas secretarias e os serviços auxi-liares das Procuradorias e Promotorias de Justiça;

V – elaborar regimento interno;

VI – elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

è (Inciso acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Constitui-ção nº 84, de 22/12/2010.)

§ 1º Os atos de que tratam os incisos I, II, III e VI do caput deste artigo são da competência do Procurador-Geral de Justiça.

è (Parágrafo renumerado e com redação dada pelo art. 34 da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.)

§ 2º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consoli-dação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites mencionados no inciso VI do caput deste artigo.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Consti-tuição nº 84, de 22/12/2010.)

§ 3º Se a proposta orçamentária do Ministério Público for encaminhada em desacordo com os limites a que se refere o inciso VI do caput deste artigo, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Consti-tuição nº 84, de 22/12/2010.)

§ 4º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Consti-tuição nº 84, de 22/12/2010.)

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.) è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

Art. 123 O Ministério Público Estadual é exercido:

I – pelo Procurador-Geral de Justiça;

II – pelos Procuradores de Justiça;

III – pelos Promotores de Justiça.

§ 1º Os membros do Ministério Público, em exer-cício, que gozem de vitaliciedade, formarão lista tríplice entre os Procuradores de Justiça de cate-goria mais elevada, na forma da lei complementar, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Governador do Estado para man-dato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.

è (Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar nº 21, de 27/9/1991.)

è (Vide art. 74 da Lei Complementar nº 30, de 10/8/1993.)

§ 2º Recebida a lista tríplice, o Governador do Estado, nos vinte dias subsequentes, nomeará um dos seus integrantes e lhe dará posse.

§ 3º Caso o Governador do Estado não nomeie ou emposse o Procurador- Geral de Justiça no prazo do parágrafo anterior, será investido no cargo o mais votado entre os integrantes da lista, para o exercício do mandato.

§ 4º O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por deliberação da maioria dos membros do Poder Legislativo, na forma da lei complemen-tar respectiva.

è (Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar nº 21, de 27/9/1991.)

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 30, de 10/8/1993.)

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.) è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

Art. 124 O Ministério Público junto do Tribunal de Contas e do Tribunal de Justiça Militar será exercido por Procurador de Justiça integrante do Ministério Público Estadual.

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Expressão “do Tribunal de Contas e” declarada inconsti-tucional em 3/4/2003 – ADI 2.068. Acórdão publicado no Diário Oficial da União em 10/4/2003.)

è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

cOnstituiçãO dO estAdO de MinAs GerAis

(Arts. 119 A 127 – dO MinistériO PúblicO)

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.) è (Vide Lei Complementar nº 102, de 17/1/2008.) è (Vide art. 1º da Lei Complementar nº 108, de 13/1/2009.)

Art. 125 É facultada ao Procurador-Geral de Justiça a iniciativa de lei complementar que dis-ponha sobre:

I – organização, atribuições e Estatuto do Ministério Público, observado o seguinte:

a) ingresso na carreira do Ministério Público me-diante concurso público de provas e títulos, asse-gurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, em sua realização, sendo exigidos o título de bacharel em Direito e, no mínimo, três anos de atividade jurídica, e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação;

è (Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

b) promoção, por antiguidade e merecimento, alternadamente, de uma para outra entrância ou categoria, e da entrância mais elevada para o cargo imediato de Procurador de Justiça, aplicado, no que couber, o disposto no art. 98, II;

c) subsídio fixado em lei, com diferença não su-perior a 10% (dez por cento) nem inferior a 5% (cinco por cento) de uma categoria da carreira para a subsequente, não podendo exceder o valor atribuído ao Procurador-Geral de Justiça, que não poderá ser superior ao que perceber o Desembargador do Tribunal de Justiça;

è (Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

d) aposentadoria dos membros do Ministério Pú-blico e pensão de seus dependentes, nos termos do art. 36 desta Constituição;

è (Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

e) direitos previstos nos incisos VIII, XII, XVII, XVIII e XIX do art. 7º da Constituição da República, no § 4º e no inciso I do § 6º do art. 31 desta Constituição;

è (Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

II – controle externo da atividade policial, por meio do exercício das seguintes atribuições, en-tre outras:

a) fiscalizar o cumprimento dos mandados de prisão;

b) receber, diretamente da autoridade policial, os inquéritos e quaisquer outras peças de informação;

c) fixar prazo para prosseguimento de inquérito policial;

d) requisitar diligência à autoridade policial;

e) inspecionar as unidades policiais civis ou mi-litares;

f) receber cópia de ocorrência lavrada pela Polícia Civil ou pela Polícia Militar;

g) avocar, excepcional e fundamentadamente, inquérito policial em andamento;

III – procedimentos administrativos de sua com-petência;

IV – manutenção de curadorias especializadas para atuação na defesa do meio ambiente, dos direitos do consumidor e do patrimônio cultural do Estado.

Parágrafo único A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 35 da Emenda à Consti-tuição nº 84, de 22/12/2010.)

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Vide Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.) è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.) è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

Art. 126 Aos membros do Ministério Público são asseguradas as seguintes garantias:

I – vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada a ampla defesa;

è (Inciso com redação dada pelo art. 36 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis-posto no caput e nos §§ 1º e 7º do art. 24 desta Constituição e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da Constituição da República.

è (Inciso com redação dada pelo art. 36 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

Parágrafo único Aplica-se aos casos de dispo-nibilidade e aposentadoria, por interesse público, o disposto no inciso II deste artigo.

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

Art. 127 Os membros do Ministério Público se

sujeitam, entre outras, às seguintes vedações:

I – receber, a qualquer título e sob qualquer pre-

texto, honorários, percentagens ou custas pro-

cessuais;

II – exercer a advocacia;

III – participar de sociedade comercial, na forma

da lei;

è (Inciso com redação dada pelo art. 37 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

IV – exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer

outra função pública, salvo uma de magistério;

V – exercer atividade político-partidária;

è (Inciso com redação dada pelo art. 37 da Emenda à Cons-tituição nº 84, de 22/12/2010.)

VI – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio

ou contribuição de pessoa física ou de entidade

pública ou privada, ressalvadas as exceções

previstas em lei.

è (Inciso acrescentado pelo art. 37 da Emenda à Constitui-ção nº 84, de 22/12/2010.)

§ 1º As funções do Ministério Público só podem ser

exercidas por integrantes da carreira, que deverão

residir na comarca da respectiva lotação, salvo

autorização do chefe da instituição.

è (Parágrafo renumerado e com redação dada pelo art. 37 da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.)

§ 2º Aplica-se aos membros do Ministério Público o

disposto no inciso V do art. 102 desta Constituição.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 37 da Emenda à Consti-tuição nº 84, de 22/12/2010.)

è (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.)

è (Vide Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

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Institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre normas gerais para a or-ganização do Ministério Público dos Estados e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

cAPÍtulO iDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 2º Lei complementar, denominada Lei Orgâ-nica do Ministério Público, cuja iniciativa é facultada aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados, estabelecerá, no âmbito de cada uma dessas unidades federativas, normas específicas de or-ganização, atribuições e estatuto do respectivo Ministério Público.

Parágrafo único. A organização, atribuições e estatuto do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios serão objeto da Lei Orgânica do Mi-nistério Público da União.

Art. 3º Ao Ministério Público é assegurada au-tonomia funcional, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:

I – praticar atos próprios de gestão;

II – praticar atos e decidir sobre a situação fun-cional e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;

III – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os competentes demonstrativos;

IV – adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva contabilização;

V – propor ao Poder Legislativo a criação e a ex-tinção de cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus membros;

VI – propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos cargos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus servidores;

VII – prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de re-moção, promoção e demais formas de provimento derivado;

VIII – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de cargos e carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de disponibilidade de membros do Ministério Público e de seus servidores;

IX – organizar suas secretarias e os serviços auxi-liares das Procuradorias e Promotorias de Justiça;

X – compor os seus órgãos de administração;

XI – elaborar seus regimentos internos;

XII – exercer outras competências dela decorrentes.

Parágrafo único As decisões do Ministério Público fundadas em sua autonomia funcional, administrativa e financeira, obedecidas as forma-lidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.

Art. 4º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a diretamente ao Governador do Estado, que a submeterá ao Poder Legislativo.

§ 1º Os recursos correspondentes às suas do-tações orçamentárias próprias e globais, com-preendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês, sem vinculação a qualquer tipo de despesa.

§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-ria, operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e re-núncia de receitas, será exercida pelo Poder Le-gislativo, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido na Lei Orgânica.

cAPÍtulO iiDA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO

SEÇÃO IDos Órgãos de Administração

Art. 5º São órgãos da Administração Superior do Ministério Público:

I – a Procuradoria-Geral de Justiça;

II – o Colégio de Procuradores de Justiça;

III – o Conselho Superior do Ministério Público;

IV – a Corregedoria-Geral do Ministério Público.

Art. 6º São também órgãos de Administração do Ministério Público:

I – as Procuradorias de Justiça;

II – as Promotorias de Justiça.

SEÇÃO IIDos Órgãos de Execução

Art. 7º São órgãos de execução do Ministério Público:

I – o Procurador-Geral de Justiça;

II – o Conselho Superior do Ministério Público;

III – os Procuradores de Justiça;

IV – os Promotores de Justiça.

SEÇÃO IIIDos Órgãos Auxiliares

Art. 8º São órgãos auxiliares do Ministério Público, além de outros criados pela Lei Orgânica:

I – os Centros de Apoio Operacional;

II – a Comissão de Concurso;

III – o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;

IV – os órgãos de apoio administrativo;

V – os estagiários.

cAPÍtulO iiiDOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO

SEÇÃO IDa Procuradoria-Geral de Justiça

Art. 9º Os Ministérios Públicos dos Estados for-marão lista tríplice, dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.

§ 1º A eleição da lista tríplice far-se-á mediante voto plurinominal de todos os integrantes da carreira.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por iniciativa do Colégio de Procuradores, deverá ser precedida de autorização de um terço dos membros da Assembléia Legislativa.

§ 3º Nos seus afastamentos e impedimentos o Procurador-Geral de Justiça será substituído na forma da Lei Orgânica.

§ 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Procurador-Geral de Justiça, nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o membro do Ministério Público mais votado, para exercício do mandato.

Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça:

I – exercer a chefia do Ministério Público, repre-sentando-o judicial e extrajudicialmente;

II – integrar, como membro nato, e presidir o colégio de Procuradores de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público;

III – submeter ao Colégio de Procuradores de Justiça as propostas de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares e de orçamento anual;

IV – encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de lei de iniciativa do Ministério Público;

V – praticar atos e decidir questões relativas à administração geral e execução orçamentária do Ministério Público;

VI – prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de re-moção, promoção, convocação e demais formas de provimento derivado;

VII – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de cargos da carreira ou dos serviços auxiliares e atos de dis-ponibilidade de membros do Ministério Público e de seus servidores;

VIII – delegar suas funções administrativas;

lei nº 8.625, de 12 de FeVereirO de 1993

lei OrGânicA nAciOnAl dO MinistériO PúblicO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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IX – designar membros do Ministério Público para:

a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros de Apoio Operacional;

b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da Administração Superior;

c) integrar organismos estatais afetos a sua área de atuação;

d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas hipóteses de não confirmação de arquiva-mento de inquérito policial ou civil, bem como de quaisquer peças de informações;

e) acompanhar inquérito policial ou diligência investigatória, devendo recair a escolha sobre o membro do Ministério Público com atribuição para, em tese, oficiar no feito, segundo as regras ordinárias de distribuição de serviços;

f) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de titular de cargo, ou com consentimento deste;

g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as funções processuais afetas a outro membro da instituição, submetendo sua decisão previamente ao Conselho Superior do Ministério Público;

h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, ou junto ao Procurador-Regional Eleitoral, quando por este solicitado;

X – dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito;

XI – decidir processo disciplinar contra membro do Ministério Público, aplicando as sanções cabíveis;

XII – expedir recomendações, sem caráter nor-mativo aos órgãos do Ministério Público, para o desempenho de suas funções;

XIII – encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, caput, e 104, parágrafo único, inciso II, da Cons-tituição Federal;

XIV – exercer outras atribuições previstas em lei.

Art. 11. O Procurador-Geral de Justiça poderá ter em seu Gabinete, no exercício de cargo de confiança, Procuradores ou Promotores de Jus-tiça da mais elevada entrância ou categoria, por ele designados.

SEÇÃO IIDo Colégio de Procuradores de Justiça

Art. 12. O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos os Procuradores de Justiça, competindo-lhe:

I – opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Justiça ou de um quarto de seus integrantes, sobre matéria relativa à autonomia do Ministério Público, bem como sobre outras de interesse institucional;

II – propor ao Procurador-Geral de Justiça a criação de cargos e serviços auxiliares, modificações na Lei Orgânica e providências relacionadas ao de-sempenho das funções institucionais;

III – aprovar a proposta orçamentária anual do Mi-nistério Público, elaborada pela Procuradoria-Geral de Justiça, bem como os projetos de criação de cargos e serviços auxiliares;

IV – propor ao Poder Legislativo a destituição do Procurador-Geral de Justiça, pelo voto de dois terços de seus membros e por iniciativa da maioria absoluta de seus integrantes em caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, assegurada ampla defesa;

V – eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público;

VI – destituir o Corregedor-Geral do Ministério Pú-blico, pelo voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder, conduta incompatí-vel ou grave omissão nos deveres do cargo, por representação do Procurador-Geral de Justiça ou da maioria de seus integrantes, assegurada ampla defesa;

VII – recomendar ao Corregedor-Geral do Mi-nistério Público a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra membro do Mi-nistério Público;

VIII – julgar recurso contra decisão:

a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Mi-nistério Público;

b) condenatória em procedimento administrativo disciplinar;

c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de antigüidade;

d) de disponibilidade e remoção de membro do Ministério Público, por motivo de interesse público;

e) de recusa prevista no § 3º do art. 15 desta lei;

IX – decidir sobre pedido de revisão de procedi-mento administrativo disciplinar;

X – deliberar por iniciativa de um quarto de seus integrantes ou do Procurador-Geral de Justiça, que este ajuíze ação cível de decretação de perda do cargo de membro vitalício do Ministério Público nos casos previstos nesta Lei;

XI – rever, mediante requerimento de legítimo in-teressado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua atribuição originária;

XII – elaborar seu regimento interno;

XIII – desempenhar outras atribuições que lhe forem conferidas por lei.

Parágrafo único. As decisões do Colégio de Procuradores da Justiça serão motivadas e pu-blicadas, por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes.

Art. 13 Para exercer as atribuições do Colégio de Procuradores de Justiça com número supe-rior a quarenta Procuradores de Justiça, poderá ser constituído Órgão Especial, cuja composição e número de integrantes a Lei Orgânica fixará.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses previstas nos incisos I, IV, V e VI do artigo anterior, bem como a outras atri-buições a serem deferidas à totalidade do Colégio de Procuradores de Justiça pela Lei Orgânica.

SEÇÃO IIIDo Conselho Superior do Ministério

Público

Art. 14. Lei Orgânica de cada Ministério Público disporá sobre a composição, inelegibilidade e prazos de sua cessação, posse e duração do mandato dos integrantes do Conselho Superior do Ministério Público, respeitadas as seguintes disposições:

I – o Conselho Superior terá como membros natos apenas o Procurador-Geral de Justiça e o Corregedor-Geral do Ministério Público;

II – são elegíveis somente Procuradores de Justiça que não estejam afastados da carreira;

III – o eleitor poderá votar em cada um dos elegí-veis até o número de cargos postos em eleição, na forma da lei complementar estadual.

Art. 15. Ao Conselho Superior do Ministério Público compete:

I – elaborar as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, caput e 104, parágrafo único, II, da Constituição Federal;

II – indicar ao Procurador-Geral de Justiça, em lista tríplice, os candidatos a remoção ou promoção por merecimento;

III – eleger, na forma da Lei Orgânica, os membros do Ministério Público que integrarão a Comissão de Concurso de ingresso na carreira;

IV – indicar o nome do mais antigo membro do Ministério Público para remoção ou promoção por antigüidade;

V – indicar ao Procurador-Geral de Justiça Promo-tores de Justiça para substituição por convocação;

VI – aprovar os pedidos de remoção por permuta entre membros do Ministério Público;

VII – decidir sobre vitaliciamento de membros do Ministério Público;

VIII – determinar por voto de dois terços de seus integrantes a disponibilidade ou remoção de mem-bros do Ministério Público, por interesse público, assegurada ampla defesa;

IX – aprovar o quadro geral de antigüidade do Ministério Público e decidir sobre reclamações formuladas a esse respeito;

X – sugerir ao Procurador-Geral a edição de reco-mendações, sem caráter vinculativo, aos órgãos do Ministério Público para o desempenho de suas funções e a adoção de medidas convenientes ao aprimoramento dos serviços;

XI – autorizar o afastamento de membro do Minis-tério Público para freqüentar curso ou seminário de aperfeiçoamento e estudo, no País ou no exterior;

XII – elaborar seu regimento interno;

XIII – exercer outras atribuições previstas em lei.

§ 1º As decisões do Conselho Superior do Minis-tério Público serão motivadas e publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes.

§ 2º A remoção e a promoção voluntária por antigüidade e por merecimento, bem como a convocação, dependerão de prévia manifestação escrita do interessado.

§ 3º Na indicação por antigüidade, o Conselho Superior do Ministério Público somente poderá recusar o membro do Ministério Público mais an-tigo pelo voto de dois terços de seus integrantes, conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação, após o julgamento de eventual recurso interposto com apoio na alínea e do inciso VIII do art. 12 desta lei.

SEÇÃO IVDa Corregedoria-Geral do Ministério

Público

Art. 16. O Corregedor-Geral do Ministério Público será eleito pelo Colégio de Procuradores, dentre os Procuradores de Justiça, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.

Parágrafo único. O Corregedor-Geral do Mi-nistério Público é membro nato do Colégio de Procuradores de Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público.

Art. 17. A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público, incumbindo-lhe, dentre outras atribuições:

I – realizar correições e inspeções;

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II – realizar inspeções nas Procuradorias de Jus-tiça, remetendo relatório reservado ao Colégio de Procuradores de Justiça;

III – propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na forma da Lei Orgânica, o não vitalicia-mento de membro do Ministério Público;

IV – fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a órgão de execução;

V – instaurar, de ofício ou por provocação dos demais órgãos da Administração Superior do Ministério Público, processo disciplinar contra membro da instituição, presidindo-o e aplicando as sanções administrativas cabíveis, na forma da Lei Orgânica;

VI – encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça os processos administrativos disciplinares que, na forma da Lei Orgânica, incumba a este decidir;

VII – remeter aos demais órgãos da Administra-ção Superior do Ministério Público informações necessárias ao desempenho de suas atribuições;

VIII – apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na primeira quinzena de fevereiro, relatório com dados estatísticos sobre as atividades das Procuradorias e Promotorias de Justiça, relativas ao ano anterior.

Art. 18. O Corregedor-Geral do Ministério Público será assessorado por Promotores de Justiça da mais elevada entrância ou categoria, por ele indicados e designados pelo Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único. Recusando-se o Procurador--Geral de Justiça a designar os Promotores de Jus-tiça que lhe foram indicados, o Corregedor-Geral do Ministério Público poderá submeter a indicação à deliberação do Colégio de Procuradores.

SEÇÃO VDas Procuradorias de Justiça

Art. 19. As Procuradorias de Justiça são órgãos de Administração do Ministério Público, com car-gos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das funções que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica.

§ 1º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas sessões de julgamento dos processos da respectiva Procuradoria de Justiça.

§ 2º Os Procuradores de Justiça exercerão ins-peção permanente dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em que oficiem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral do Minis-tério Público.

Art. 20. Os Procuradores de Justiça das Procu-radorias de Justiça civis e criminais, que oficiem junto ao mesmo Tribunal, reunir-se-ão para fixar orientações jurídicas, sem caráter vinculativo, encaminhando-as ao Procurador-Geral de Justiça.

Art. 21. A divisão interna dos serviços das Procu-radorias de Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos definidos pelo Colégio de Procuradores, que visem à distribuição eqüitativa dos processos por sorteio, observadas, para esse efeito, as regras de propor-cionalidade, especialmente a alternância fixada em função da natureza, volume e espécie dos feitos.

Parágrafo único. A norma deste artigo só não incidirá nas hipóteses em que os Procuradores de Justiça definam, consensualmente, conforme critérios próprios, a divisão interna dos serviços.

Art. 22. À Procuradoria de Justiça compete, na forma da Lei Orgânica, dentre outras atribuições:

I – escolher o Procurador de Justiça responsável pelos serviços administrativos da Procuradoria;

II – propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias de seus integrantes;

III – solicitar ao Procurador-Geral de Justiça, em caso de licença de Procurador de Justiça ou afastamento de suas funções junto à Procura-doria de Justiça, que convoque Promotor de Justiça da mais elevada entrância ou categoria para substituí-lo.

SEÇÃO VIDas Promotorias de Justiça

Art. 23. As Promotorias de Justiça são órgãos de administração do Ministério Público com pelo menos um cargo de Promotor de Justiça e ser-viços auxiliares necessários ao desempenho das funções que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica.

§ 1º As Promotorias de Justiça poderão ser ju-diciais ou extrajudiciais, especializadas, gerais ou cumulativas.

§ 2º As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos dos Promotores de Justiça que a integram serão fixadas mediante proposta do Pro-curador-Geral de Justiça, aprovada pelo Colégio de Procuradores de Justiça.

§ 3º A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições das Promotorias de Justiça ou dos cargos dos Promotores de Justiça que a integram serão efetuadas mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada por maioria absoluta do Colégio de Procuradores.

Art. 24. O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concordância do Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor para funcionar em feito determinado, de atribuição daquele.

cAPÍtulO iVDAS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE

EXECUÇÃO

SEÇÃO IDas Funções Gerais

Art. 25. Além das funções previstas nas Consti-tuições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público:

I – propor ação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face à Constituição Estadual;

II – promover a representação de inconstitucio-nalidade para efeito de intervenção do Estado nos Municípios;

III – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

IV – promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:

a) para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumi-dor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros inte-resses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos;

b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem;

V – manifestar-se nos processos em que sua pre-sença seja obrigatória por lei e, ainda, sempre que cabível a intervenção, para assegurar o exercício de suas funções institucionais, não importando a fase ou grau de jurisdição em que se encontrem os processos;

VI – exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, menores, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência;

VII – deliberar sobre a participação em organis-mos estatais de defesa do meio ambiente, neste compreendido o do trabalho, do consumidor, de política penal e penitenciária e outros afetos à sua área de atuação;

VIII – ingressar em juízo, de ofício, para responsa-bilizar os gestores do dinheiro público condenados por tribunais e conselhos de contas;

IX – interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça;

X – (Vetado);

XI – (Vetado).

Parágrafo único. É vedado o exercício das funções do Ministério Público a pessoas a ele estranhas, sob pena de nulidade do ato praticado.

Art. 26. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:

I – instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos administrativos pertinentes e, para instruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimentos e, em caso de não compareci-mento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei;

b) requisitar informações, exames periciais e do-cumentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às autoridades, órgãos e entidades a que se refere a alínea anterior;

II – requisitar informações e documentos a enti-dades privadas, para instruir procedimentos ou processo em que oficie;

III – requisitar à autoridade competente a instau-ração de sindicância ou procedimento adminis-trativo cabível;

IV – requisitar diligências investigatórias e a instau-ração de inquérito policial e de inquérito policial militar, observado o disposto no art. 129, inciso VIII, da Constituição Federal, podendo acompanhá-los;

V – praticar atos administrativos executórios, de caráter preparatório;

VI – dar publicidade dos procedimentos admi-nistrativos não disciplinares que instaurar e das medidas adotadas;

VII – sugerir ao Poder competente a edição de normas e a alteração da legislação em vigor, bem como a adoção de medidas propostas, destinadas à prevenção e controle da criminalidade;

VIII – manifestar-se em qualquer fase dos proces-sos, acolhendo solicitação do juiz, da parte ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que justifique a intervenção.

§ 1º As notificações e requisições previstas neste artigo, quando tiverem como destinatários o Gover-nador do Estado, os membros do Poder Legislativo e os desembargadores, serão encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça.

§ 2º O membro do Ministério Público será res-ponsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo.

§ 3º Serão cumpridas gratuitamente as requisições feitas pelo Ministério Público às autoridades, ór-gãos e entidades da Administração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 4º A falta ao trabalho, em virtude de atendimento à notificação ou requisição, na forma do inciso I deste artigo, não autoriza desconto de vencimen-tos ou salário, considerando-se de efetivo exercício, para todos os efeitos, mediante comprovação escrita do membro do Ministério Público.

§ 5º Toda representação ou petição formulada ao Ministério Público será distribuída entre os membros da instituição que tenham atribuições para apreciá-la, observados os critérios fixados pelo Colégio de Procuradores.

Art. 27. Cabe ao Ministério Público exercer a defesa dos direitos assegurados nas Constitui-ções Federal e Estadual, sempre que se cuidar de garantir-lhe o respeito:

I – pelos poderes estaduais ou municipais;

II – pelos órgãos da Administração Pública Estadual ou Municipal, direta ou indireta;

III – pelos concessionários e permissionários de serviço público estadual ou municipal;

IV – por entidades que exerçam outra função de-legada do Estado ou do Município ou executem serviço de relevância pública.

Parágrafo único. No exercício das atribuições a que se refere este artigo, cabe ao Ministério Público, entre outras providências:

I – receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações de qualquer natureza, promover as apurações cabíveis que lhes sejam próprias e dar-lhes as soluções adequadas;

II – zelar pela celeridade e racionalização dos procedimentos administrativos;

III – dar andamento, no prazo de trinta dias, às no-tícias de irregularidades, petições ou reclamações referidas no inciso I;

IV – promover audiências públicas e emitir re-latórios, anual ou especiais, e recomendações dirigidas aos órgãos e entidades mencionadas no caput deste artigo, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e imediata, assim como resposta por escrito.

Art. 28. (Vetado).

SEÇÃO IIDo Procurador-Geral de Justiça

Art. 29. Além das atribuições previstas nas Cons-tituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, compete ao Procurador-Geral de Justiça:

I – representar aos Tribunais locais por inconstitu-cionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual;

II – representar para fins de intervenção do Estado no Município, com o objetivo de assegurar a ob-servância de princípios indicados na Constituição Estadual ou prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial;

III – representar o Ministério Público nas sessões plenárias dos Tribunais;

IV – (Vetado);

V – ajuizar ação penal de competência originária dos Tribunais, nela oficiando;

VI – oficiar nos processos de competência origi-nária dos Tribunais, nos limites estabelecidos na Lei Orgânica;

VII – determinar o arquivamento de representação, notícia de crime, peças de informação, conclu-são de comissões parlamentares de inquérito

ou inquérito policial, nas hipóteses de suas atri-buições legais;

VIII – exercer as atribuições do art. 129, II e III, da Constituição Federal, quando a autori-dade reclamada for o Governador do Estado, o Presidente da Assembléia Legislativa ou os Presidentes de Tribunais, bem como quando contra estes, por ato praticado em razão de suas funções, deva ser ajuizada a compe-tente ação;

IX – delegar a membro do Ministério Público suas funções de órgão de execução.

SEÇÃO IIIDo Conselho Superior do Ministério

Público

Art. 30. Cabe ao Conselho Superior do Ministério Público rever o arquivamento de inquérito civil, na forma da lei.

SEÇÃO IVDos Procuradores de Justiça

Art. 31. Cabe aos Procuradores de Justiça exer-cer as atribuições junto aos Tribunais, desde que não cometidas ao Procurador-Geral de Justiça, e inclusive por delegação deste.

SEÇÃO VDos Promotores de Justiça

Art. 32. Além de outras funções cometidas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e demais leis, compete aos Promotores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições:

I – impetrar habeas-corpus e mandado de segu-rança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;

II – atender a qualquer do povo, tomando as providências cabíveis;

III – oficiar perante à Justiça Eleitoral de primeira instância, com as atribuições do Ministério Público Eleitoral previstas na Lei Orgânica do Ministério Público da União que forem pertinentes, além de outras estabelecidas na legislação eleitoral e partidária.

CAPÍTULO VDOS ÓRGÃOS AUXILIARES

SEÇÃO IDos Centros de Apoio Operacional

Art. 33. Os Centros de Apoio Operacional são órgãos auxiliares da atividade funcional do Mi-nistério Público, competindo-lhes, na forma da Lei Orgânica:

I – estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de execução que atuem na mesma área de atividade e que tenham atribuições comuns;

II – remeter informações técnico-jurídicas, sem ca-ráter vinculativo, aos órgãos ligados à sua atividade;

III – estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou órgãos públicos ou privados que atuem em áreas afins, para obtenção de ele-mentos técnicos especializados necessários ao desempenho de suas funções;

IV – remeter, anualmente, ao Procurador-Geral de Justiça relatório das atividades do Ministério Público relativas às suas áreas de atribuições;

V – exercer outras funções compatíveis com suas finalidades, vedado o exercício de qual-quer atividade de órgão de execução, bem como a expedição de atos normativos a es-tes dirigidos.

SEÇÃO IIDa Comissão de Concurso

Art. 34. À Comissão de Concurso, órgão auxiliar de natureza transitória, incumbe realizar a seleção de candidatos ao ingresso na carreira do Ministério Público, na forma da Lei Orgânica e observado o art. 129, § 3º, da Constituição Federal.

Parágrafo único A Lei Orgânica definirá o cri-tério de escolha do Presidente da Comissão de Concurso de ingresso na carreira, cujos demais integrantes serão eleitos na forma do art. 15, inciso III, desta Lei.

SEÇÃO IIIDo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento

Funcional

Art. 35. O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional é órgão auxiliar do Ministério Público destinado a realizar cursos, seminários, congres-sos, simpósios, pesquisas, atividades, estudos e publicações visando ao aprimoramento profissional e cultural dos membros da instituição, de seus auxiliares e funcionários, bem como a melhor execução de seus serviços e racionalização de seus recursos materiais.

Parágrafo único. A Lei Orgânica estabelecerá a organização, funcionamento e demais atribui-ções do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional.

SEÇÃO IVDos Órgãos de Apoio Administrativo

Art. 36. Lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça disciplinará os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo, organizados em quadro próprio de carreiras, com os cargos que atendam às suas peculiaridades e às necessidades da ad-ministração e das atividades funcionais.

SEÇÃO VDos Estagiários

Art. 37. Os estagiários do Ministério Público, auxiliares das Promotorias de Justiça, serão no-meados pelo Procurador-Geral de Justiça, para período não superior a três anos.

Parágrafo único. A Lei Orgânica disciplinará a seleção, investidura, vedações e dispensa dos estagiários, que serão alunos dos três últimos anos do curso de bacharelado de Direito, de escolas oficiais ou reconhecidas.

cAPÍtulO ViDAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS DOS

MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 38. Os membros do Ministério Público su-jeitam-se a regime jurídico especial e têm as se-guintes garantias:

I – vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;

III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o disposto na Consti-tuição Federal.

§ 1º O membro vitalício do Ministério Público somente perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado, proferida em ação civil própria, nos seguintes casos:

I – prática de crime incompatível com o exercício do cargo, após decisão judicial transitada em julgado;

II – exercício da advocacia;

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LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993 –LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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III – abandono do cargo por prazo superior a trinta dias corridos.

§ 2º A ação civil para a decretação da perda do cargo será proposta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal de Justiça local, após autorização do Colégio de Procuradores, na forma da Lei Orgânica.

Art. 39. Em caso de extinção do órgão de exe-cução, da Comarca ou mudança da sede da Promotoria de Justiça, será facultado ao Promotor de Justiça remover-se para outra Promotoria de igual entrância ou categoria, ou obter a disponibili-dade com vencimentos integrais e a contagem do tempo de serviço como se em exercício estivesse.

§ 1º O membro do Ministério Público em dis-ponibilidade remunerada continuará sujeito às vedações constitucionais e será classificado em quadro especial, provendo-se a vaga que ocorrer.

§ 2º A disponibilidade, nos casos previstos no caput deste artigo outorga ao membro do Minis-tério Público o direito à percepção de vencimentos e vantagens integrais e à contagem do tempo de serviço como se em exercício estivesse.

Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei Orgânica:

I – ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade competente;

II – estar sujeito a intimação ou convocação para comparecimento, somente se expedida pela au-toridade judiciária ou por órgão da Administração Superior do Ministério Público competente, res-salvadas as hipóteses constitucionais;

III – ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador--Geral de Justiça;

IV – ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça de seu Estado, nos crimes co-muns e de responsabilidade, ressalvada exceção de ordem constitucional;

V – ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à disposição do Tribunal competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;

VI – ter assegurado o direito de acesso, retificação e complementação dos dados e informações relativos à sua pessoa, existentes nos órgãos da instituição, na forma da Lei Orgânica.

Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:

I – receber o mesmo tratamento jurídico e protoco-lar dispensado aos membros do Poder Judiciário junto aos quais oficiem;

II – não ser indiciado em inquérito policial, obser-vado o disposto no parágrafo único deste artigo;

III – ter vista dos autos após distribuição às Turmas ou Câmaras e intervir nas sessões de julgamento, para sustentação oral ou esclarecimento de ma-téria de fato;

IV – receber intimação pessoal em qualquer pro-cesso e grau de jurisdição, através da entrega dos autos com vista;

V – gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo teor de suas manifestações processuais ou procedimentos, nos limites de sua independência funcional;

VI – ingressar e transitar livremente:

a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites que separam a parte reservada aos Magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, se-cretarias, cartórios, tabelionatos, ofícios da justiça, inclusive dos registros públicos, delegacias de polícia e estabelecimento de internação coletiva;

c) em qualquer recinto público ou privado, ressal-vada a garantia constitucional de inviolabilidade de domicílio;

VII – examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos de processos findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

VIII – examinar, em qualquer repartição policial, autos de flagrante ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

IX – ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento, mesmo quando decretada a sua in-comunicabilidade;

X – usar as vestes talares e as insígnias privativas do Ministério Público;

XI – tomar assento à direita dos Juízes de primeira instância ou do Presidente do Tribunal, Câmara ou Turma.

Parágrafo único. Quando no curso de investi-gação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, ime-diatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.

Art. 42. Os membros do Ministério Público terão carteira funcional, expedida na forma da Lei Orgâ-nica, valendo em todo o território nacional como cédula de identidade, e porte de arma, indepen-dentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização.

cAPÍtulO ViiDOS DEVERES E VEDAÇÕES DOS

MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 43. São deveres dos membros do Ministério Público, além de outros previstos em lei:

I – manter ilibada conduta pública e particular;

II – zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerro-gativas e pela dignidade de suas funções;

III – indicar os fundamentos jurídicos de seus pro-nunciamentos processuais, elaborando relatório em sua manifestação final ou recursal;

IV – obedecer aos prazos processuais;

V – assistir aos atos judiciais, quando obrigatória ou conveniente a sua presença;

VI – desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções;

VII – declarar-se suspeito ou impedido, nos ter-mos da lei;

VIII – adotar, nos limites de suas atribuições, as providências cabíveis em face da irregularidade de que tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a seu cargo;

IX – tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Justiça;

X – residir, se titular, na respectiva Comarca;

XI – prestar informações solicitadas pelos órgãos da instituição;

XII – identificar-se em suas manifestações fun-cionais;

XIII – atender aos interessados, a qualquer mo-mento, nos casos urgentes;

XIV – acatar, no plano administrativo, as deci-sões dos órgãos da Administração Superior do Ministério Público.

Art. 44. Aos membros do Ministério Público se aplicam as seguintes vedações:

I – receber, a qualquer título e sob qualquer pre-texto, honorários, percentagens ou custas pro-cessuais;

II – exercer advocacia;

III – exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

IV – exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de Magistério;

V – exercer atividade político-partidária, ressalvada a filiação e as exceções previstas em lei.

Parágrafo único. Não constituem acumulação, para os efeitos do inciso IV deste artigo, as ativi-dades exercidas em organismos estatais afetos à área de atuação do Ministério Público, em Centro de Estudo e Aperfeiçoamento de Ministério Público, em entidades de representação de classe e o exer-cício de cargos de confiança na sua administração e nos órgãos auxiliares.

cAPÍtulO ViiiDOS VENCIMENTOS, VANTAGENS E

DIREITOS

Art. 45. O membro do Ministério Público, convo-cado ou designado para substituição, terá direito à diferença de vencimento entre o seu cargo e o que ocupar.

Art. 46. A revisão da remuneração dos mem-bros do Ministério Público far-se-á na forma da lei estadual.

Art. 47. Os vencimentos dos membros do Mi-nistério Público serão fixados com diferença não excedente a dez por cento de uma para outra entrância ou categoria, ou da entrância mais ele-vada para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, garantindo-se aos Procuradores de Justiça não menos de noventa e cinco por cento dos venci-mentos atribuídos ao Procurador-Geral.

Art. 48. A remuneração dos membros dos Mi-nistérios Públicos dos Estados observará, como limite máximo, os valores percebidos como re-muneração, em espécie, a qualquer título, pelos membros do Poder Judiciário local.

Art. 49. Os vencimentos do Procurador-Geral de Justiça, em cada Estado, para efeito do dis-posto no § 1º do art. 39 da Constituição Federal, guardarão equivalência com os vencimentos dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça. (Vide ADIN nº 1.274-6)

Art. 50. Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas, a membro do Ministério Público, nos termos da lei, as seguintes vantagens:

I – ajuda de custo, para despesas de transporte e mudança;

II – auxílio-moradia, nas Comarcas em que não haja residência oficial condigna para o membro do Ministério Público;

III – salário-família;

IV – diárias;

V – verba de representação de Ministério Público;

VI – gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral, equivalente àquela devida ao Magistrado ante o qual oficiar;

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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VII – gratificação pela prestação de serviço à Jus-tiça do Trabalho, nas Comarcas em que não haja Junta de Conciliação e Julgamento;

VIII – gratificação adicional por ano de serviço, incidente sobre o vencimento básico e a verba de representação, observado o disposto no § 3º deste artigo e no inciso XIV do art. 37 da Cons-tituição Federal;

IX – gratificação pelo efetivo exercício em Comarca de difícil provimento, assim definida e indicada em lei ou em ato do Procurador-Geral de Justiça;

X – gratificação pelo exercício cumulativo de car-gos ou funções;

XI – verba de representação pelo exercício de car-gos de direção ou de confiança junto aos órgãos da Administração Superior;

XII – outras vantagens previstas em lei, inclusive as concedidas aos servidores públicos em geral.

§ 1º Aplicam-se aos membros do Ministério Pú-blico os direitos sociais previstos no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII e XIX, da Constituição Federal.

§ 2º Computar-se-á, para efeito de aposentadoria, disponibilidade e adicionais por tempo de serviço, o tempo de exercício da advocacia, até o máximo de quinze anos.

§ 3º. Constitui parcela dos vencimentos, para todos os efeitos, a gratificação de representação de Ministério Público.

Art. 51. O direito a férias anuais, coletivas e indivi-duais, do membro do Ministério Público, será igual ao dos Magistrados, regulando a Lei Orgânica a sua concessão e aplicando-se o disposto no art. 7º, inciso XVII, da Constituição Federal.

Art. 52. Conceder-se-á licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por motivo de doença de pessoa da família;

III – à gestante;

IV – paternidade;

V – em caráter especial;

VI – para casamento, até oito dias;

VII – por luto, em virtude de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmãos, sogros, noras e genros, até oito dias;

VIII – em outros casos previstos em lei.

Parágrafo único. A Lei Orgânica disciplinará as licenças referidas neste artigo, não podendo o membro do Ministério Público, nessas situações, exercer qualquer de suas funções.

Art. 53. São considerados como de efetivo exercí-cio, para todos os efeitos legais, exceto para vitali-ciamento, os dias em que o membro do Ministério Público estiver afastado de suas funções em razão:

I – de licença prevista no artigo anterior;

II – de férias;

III – de cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos, no País ou no exterior, de duração máxima de dois anos e mediante prévia autoriza-ção do Conselho Superior do Ministério Público;

IV – de período de trânsito;

V – de disponibilidade remunerada, exceto para promoção, em caso de afastamento decorrente de punição;

VI – de designação do Procurador-Geral de Jus-tiça para:

a) realização de atividade de relevância para a instituição;

b) direção de Centro de Estudos e Aperfeiçoa-mento Funcional do Ministério Público;

VII – de exercício de cargos ou de funções de direção de associação representativa de classe, na forma da Lei Orgânica;

VIII – de exercício das atividades previstas no parágrafo único do art. 44 desta lei;

IX – de outras hipóteses definidas em lei.

Art. 54. O membro do Ministério Público será apo-sentado, com proventos integrais, compulsoria-mente, por invalidez ou aos setenta anos de idade, e, facultativamente, aos trinta anos de serviço, após cinco anos de efetivo exercício na carreira.

Art. 55. Os proventos da aposentadoria, que corresponderão à totalidade dos vencimentos percebidos no serviço ativo, a qualquer título, serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos membros do Ministério Público em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente conce-didos àqueles, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Parágrafo único. Os proventos dos membros do Ministério Público aposentados serão pagos na mesma ocasião em que o forem os vencimentos dos membros do Ministério Público em atividade, figurando em folha de pagamento expedida pelo Ministério Público.

Art. 56. A pensão por morte, igual à totalidade dos vencimentos ou proventos percebidos pelos membros em atividade ou inatividade do Minis-tério Público, será reajustada na mesma data e proporção daqueles.

Parágrafo único. A pensão obrigatória não impedirá a percepção de benefícios decorrentes de contribuição voluntária para qualquer entidade de previdência.

Art. 57. Ao cônjuge sobrevivente e, em sua falta, aos herdeiros ou dependentes de membro do Ministério Público, ainda que aposentado ou em disponibilidade, será pago o auxílio-funeral, em importância igual a um mês de vencimentos ou proventos percebidos pelo falecido.

Art. 58. Para os fins deste Capítulo, equipara-se à esposa a companheira, nos termos da lei.

cAPÍtulO iXDA CARREIRA

Art. 59. O ingresso nos cargos iniciais da carreira dependerá da aprovação prévia em concurso pú-blico de provas e títulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça, com participação da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 1º É obrigatória a abertura do concurso de ingresso quando o número de vagas atingir a um quinto dos cargos iniciais da carreira.

§ 2º Assegurar-se-ão ao candidato aprovado a nomeação e a escolha do cargo, de acordo com a ordem de classificação no concurso.

§ 3º São requisitos para o ingresso na carreira, dentre outros estabelecidos pela Lei Orgânica:

I – ser brasileiro;

II – ter concluído o curso de bacharelado em Direito, em escola oficial ou reconhecida;

III – estar quite com o serviço militar;

IV – estar em gozo dos direitos políticos.

§ 4º O candidato nomeado deverá apresentar, no ato de sua posse, declaração de seus bens e prestar compromisso de desempenhar, com retidão, as funções do cargo e de cumprir a Cons-tituição e as leis.

Art. 60. Suspende-se, até definitivo julgamento, o exercício funcional de membro do Ministério Pú-blico quando, antes do decurso do prazo de dois anos, houver impugnação de seu vitaliciamento.

§ 1º A Lei Orgânica disciplinará o procedimento de impugnação, cabendo ao Conselho Superior do Ministério Público decidir, no prazo máximo de ses-senta dias, sobre o não vitaliciamento e ao Colégio de Procuradores, em trinta dias, eventual recurso.

§ 2º Durante a tramitação do procedimento de impugnação, o membro do Ministério Público perceberá vencimentos integrais, contando-se para todos os efeitos o tempo de suspensão do exercício funcional, no caso de vitaliciamento.

Art. 61. A Lei Orgânica regulamentará o regime de remoção e promoção dos membros do Minis-tério Público, observados os seguintes princípios:

I – promoção voluntária, por antigüidade e me-recimento, alternadamente, de uma para outra entrância ou categoria e da entrância ou categoria mais elevada para o cargo de Procurador de Jus-tiça, aplicando-se, por assemelhação, o disposto no art. 93, incisos III e VI, da Constituição Federal;

II – apurar-se-á a antigüidade na entrância e o merecimento pela atuação do membro do Minis-tério Público em toda a carreira, com prevalência de critérios de ordem objetiva levando-se inclusive em conta sua conduta, operosidade e dedicação no exercício do cargo, presteza e segurança nas suas manifestações processuais, o número de vezes que já tenha participado de listas, bem como a freqüência e o aproveitamento em cursos oficiais, ou reconhecidos, de aperfeiçoamento;

III – obrigatoriedade de promoção do Promotor de Justiça que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

IV – a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância ou cate-goria e integrar o Promotor de Justiça a primeira quinta parte da lista de antigüidade, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago, ou quando o número limitado de membros do Ministério Público inviabilizar a formação de lista tríplice;

V – a lista de merecimento resultará dos três no-mes mais votados, desde que obtida maioria de votos, procedendo-se, para alcançá-la, a tantas votações quantas necessárias, examinados em primeiro lugar os nomes dos remanescentes de lista anterior;

VI – não sendo caso de promoção obrigatória, a escolha recairá no membro do Ministério Público mais votado, observada a ordem dos escrutínios, prevalecendo, em caso de empate, a antigüi-dade na entrância ou categoria, salvo se preferir o Conselho Superior delegar a competência ao Procurador-Geral de Justiça.

Art. 62. Verificada a vaga para remoção ou pro-moção, o Conselho Superior do Ministério Público expedirá, no prazo máximo de sessenta dias, edital para preenchimento do cargo, salvo se ainda não instalado.

Art. 63. Para cada vaga destinada ao preenchi-mento por remoção ou promoção, expedir-se-á edital distinto, sucessivamente, com a indicação do cargo correspondente à vaga a ser preenchida.

Art. 64. Será permitida a remoção por permuta entre membros do Ministério Público da mesma entrância ou categoria, observado, além do dis-posto na Lei Orgânica:

I – pedido escrito e conjunto, formulado por ambos os pretendentes;

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LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993 –LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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II – a renovação de remoção por permuta somente permitida após o decurso de dois anos;

III – que a remoção por permuta não confere direito a ajuda de custo.

Art. 65. A Lei Orgânica poderá prever a substi-tuição por convocação, em caso de licença do titular de cargo da carreira ou de afastamento de suas funções junto à Procuradoria ou Promotoria de Justiça, somente podendo ser convocados membros do Ministério Público.

Art. 66. A reintegração, que decorrerá de sentença transitada em julgado, é o retorno do membro do Ministério Público ao cargo, com ressarcimento dos vencimentos e vantagens deixados de perceber em razão do afastamento, inclusive a contagem do tempo de serviço.

§ 1º Achando-se provido o cargo no qual será reintegrado o membro do Ministério Público, o seu ocupante passará à disponibilidade, até posterior aproveitamento.

§ 2º O membro do Ministério Público reintegrado será submetido a inspeção médica e, se conside-rado incapaz, será aposentado compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se efetivada a reintegração.

Art. 67. A reversão dar-se-á na entrância em que se aposentou o membro do Ministério Público, em vaga a ser provida pelo critério de merecimento, observados os requisitos legais.

Art. 68. O aproveitamento é o retorno do mem-bro do Ministério Público em disponibilidade ao exercício funcional.

§ 1º O membro do Ministério Público será aprovei-tado no órgão de execução que ocupava quando posto em disponibilidade, salvo se aceitar outro de igual entrância ou categoria, ou se for promovido.

§ 2º Ao retornar à atividade, será o membro do Ministério Público submetido a inspeção médica e, se julgado incapaz, será aposentado compul-soriamente, com as vantagens a que teria direito se efetivado o seu retorno.

cAPÍtulO XDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E

TRANSITÓRIAS

Art. 69. Os Ministérios Públicos dos Estados ade-quarão suas tabelas de vencimentos ao disposto nesta Lei, visando à revisão da remuneração dos seus membros e servidores.

Art. 70. Fica instituída a gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral, de que trata o art. 50, VI, desta Lei.

Art. 71. (Vetado).

Art. 72. Ao membro ou servidor do Ministério Público é vedado manter, sob sua chefia ime-diata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro, ou parente até o segundo grau civil.

Art. 73. Para exercer as funções junto à Justiça Eleitoral, por solicitação do Procurador-Geral da República, os membros do Ministério Público do Estado serão designados, se for o caso, pelo respectivo Procurador-Geral de Justiça.

§ 1º Não ocorrendo designação, exclusivamente para os serviços eleitorais, na forma do caput deste artigo, o Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie perante o Juízo incumbido daqueles serviços.

§ 2º Havendo impedimento ou recusa justificável, o Procurador-Geral de Justiça designará o substituto.

Art. 74. Para fins do disposto no art. 104, pará-grafo único, inciso II, da Constituição Federal e observado o que dispõe o art. 15, inciso I, desta Lei, a lista sêxtupla de membros do Ministério Público será organizada pelo Conselho Superior de cada Ministério Público dos Estados.

Art. 75. Compete ao Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público, autorizar o afastamento da carreira de membro do Ministério Público que tenha exercido a opção de que trata o art. 29, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para exercer o cargo, emprego ou função de nível equivalente ou maior na Administração Direta ou Indireta.

Parágrafo único. O período de afastamento da carreira estabelecido neste artigo será considerado de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, ex-ceto para remoção ou promoção por merecimento.Art. 76. A Procuradoria-Geral de Justiça deverá propor, no prazo de um ano da promulgação desta Lei, a criação ou transformação de cargos correspondentes às funções não atribuídas aos cargos já existentes.Parágrafo único. Aos Promotores de Justiça que executem as funções previstas neste artigo asse-gurar-se-á preferência no concurso de remoção.Art. 77. No âmbito do Ministério Público, para os fins do disposto no art. 37, inciso XI, da Constitui-ção Federal, ficam estabelecidos como limite de remuneração os valores percebidos em espécie, a qualquer título, pelo Procurador-Geral de Justiça.Art. 78. O Ministério Público poderá firmar con-vênios com as associações de membros de ins-tituição com vistas à manutenção de serviços assistenciais e culturais a seus associados.Art. 79. O disposto nos arts. 57 e 58 desta Lei aplica-se, a partir de sua publicação, aos proventos e pensões anteriormente concedidos, não gerando efeitos financeiros anteriormente à sua vigência.Art. 80. Aplicam-se aos Ministérios Públicos dos Estados, subsidiariamente, as normas da Lei Or-gânica do Ministério Público da União.Art. 81. Os Estados adaptarão a organização de seu Ministério Público aos preceitos desta lei, no prazo de cento e vinte dias a contar de sua publicação.Art. 82. O dia 14 de dezembro será considerado “Dia Nacional do Ministério Público”.Art. 83. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 84. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 12 de fevereiro de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO Maurício Corrêa

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.2.1993

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Dispõe sobre a organização do Ministério Pú-blico do Estado e dá outras providências.

è (Vide Lei nº 16.079, de 26/4/2006.) è (Vide Lei nº 14.323, de 20/6/2002.) è (Vide Lei nº 15.963, de 3/1/2006.) è (Vide Lei nº 17.681, de 23/7/2008.) è (Vide Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) è (Vide Lei Complementar nº 94, de 10/1/2007.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei Complementar:

Título IDisposições Gerais

Art. 1º O Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Parágrafo único São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 2º Ao Ministério Público é assegurada au-tonomia funcional, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:

I – praticar atos próprios de gestão;

II – praticar atos e decidir sobre a situação fun-cional e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;

III – elaborar suas folhas de pagamento e expedir os demonstrativos correspondentes;

IV – adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva contabilização;

V – propor ao Poder Legislativo a criação e a extin-ção de seus cargos e serviços auxiliares e a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

VI – prover os cargos iniciais da carreira e os de-mais cargos nos casos de promoção, remoção, permuta e outras formas de provimento derivado;

VII – prover os cargos iniciais dos serviços auxiliares e editar atos que importem em movimentação, pro-gressão e demais formas de provimento derivado;

VIII – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de cargos da carreira, bem como os de disponibilidade de seus membros;

IX – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de cargos dos serviços auxiliares, bem como os de disponibilidade de seus servidores;

X – editar atos de concessão, alteração e cas-sação de pensão por morte e outros benefícios previstos nesta lei;

XI – organizar suas secretarias e os serviços auxi-liares dos órgãos de administração e de execução;

XII – compor os seus órgãos de administração;

XIII – elaborar seus regimentos internos;

XIV – exercer outras competências delas de-correntes.

§ 1º As decisões do Ministério Público fundadas em sua autonomia funcional, administrativa ou financeira, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressal-vada a competência constitucional dos Poderes Judiciário e Legislativo.

§ 2º Os órgãos do Ministério Público têm as-seguradas instalações privativas nos edifícios onde exerçam suas funções, especialmente nos Tribunais e nos fóruns, cabendo-lhes a respectiva administração.

Art. 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária, observado o disposto no art. 156 da Constituição do Estado.

§ 1º Os recursos correspondentes às suas do-tações orçamentárias próprias e globais, com-preendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 (vinte) de cada mês, sem vinculação a nenhum tipo de despesa.

è (Vide Lei Complementar nº 67, de 22/1/2003.)

§ 2º Os recursos próprios, não originários do Tesouro Estadual, serão recolhidos diretamente e vinculados aos fins da instituição, vedada outra destinação.

§ 3º A fiscalização contábil, financeira, orçamentá-ria, operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renún-cia de receitas, será exercida pelo Poder Legisla-tivo, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno efetivado pelas superintendências administrativa, de finanças, de planejamento e coordenação e de auditoria interna, mediante comissão integrada por servidores efetivos do quadro de carreira da instituição.

§ 4º As contas do Ministério Público serão julga-das pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, nos termos do art. 76, II e III, da Consti-tuição Estadual.

Título IIDa Organização do Ministério

Público

cAPÍtulO iDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 4º São órgãos do Ministério Público:

I – da administração superior:

a) a Procuradoria-Geral de Justiça;

b) o Colégio de Procuradores de Justiça;

c) o Conselho Superior do Ministério Público;

d) a Corregedoria-Geral do Ministério Público;

II – de administração:

a) as Procuradorias de Justiça;

b) as Promotorias de Justiça;

c) o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon-MG –;

è (Alínea acrescentada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 117, de 11/1/2011.)

è (Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.)

III – de execução:

a) o Procurador-Geral de Justiça;

b) o Conselho Superior do Ministério Público;

c) os Procuradores de Justiça;

d) os Promotores de Justiça;

e) a Junta Recursal do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor – Jurdecon –;”.

è (Alínea acrescentada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 117, de 11/1/2011.)

è (Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.)

IV – auxiliares:

a) os Centros de Apoio Operacional;

b) a Comissão de Concurso;

c) o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Fun-cional;

d) os órgãos de apoio administrativo e de as-sessoramento;

e) os estagiários.

cAPÍtulO iiDOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO

SUPERIOR

Seção IDa Procuradoria-Geral de Justiça

Art. 5º A Procuradoria-Geral de Justiça, órgão de direção superior do Ministério Público, que funcionará em sede própria, será chefiada pelo Procurador-Geral de Justiça.

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo Governador do Estado, entre os Procura-dores de Justiça com o mínimo de 10 (dez) anos de serviço na carreira, indicados em lista tríplice, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.

§ 2º A eleição para a formação da lista tríplice far-se-á mediante voto obrigatório e plurinominal de todos os integrantes da carreira.

§ 3º O Procurador-Geral de Justiça, o Correge-dor-Geral do Ministério Público e os ocupantes de cargos de confiança da Administração Superior do Ministério Público, para concorrerem à formação da lista tríplice, deverão renunciar aos respectivos cargos até 30 (trinta) dias antes da data fixada para a eleição.

§ 4º A eleição referida no § 2º deste artigo será regulamentada pela Câmara de Procuradores de Justiça e deverá ocorrer no 2º (segundo) dia útil do mês de novembro dos anos ímpares, vedado o voto por procuração.

lc nº 34 de 12/09/1994lei OrGânicA

dO MinistériO PúblicO de MinAs GerAis

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 5º A Comissão Eleitoral será indicada pela Câ-mara de Procuradores de Justiça, cabendo-lhe encaminhar a lista tríplice ao Procurador-Geral de Justiça logo que encerrada a apuração.

§ 6º Os 3 (três) candidatos mais votados figurarão em lista, e, em caso de empate, incluir-se-á o mais antigo na instância, observando-se, caso neces-sário, os demais critérios de desempate previstos no art. 185, parágrafo único.

§ 7º O Procurador-Geral de Justiça encaminhará ao Governador do Estado a lista tríplice com in-dicação do número de votos obtidos, em ordem decrescente, até o dia útil seguinte àquele em que a receber.

§ 8º Caso o Governador do Estado não efetive a nomeação do Procurador-Geral de Justiça nos 20 (vinte) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o Procurador de Justiça mais votado, para o exercício do mandato.

Art. 6º O Procurador-Geral de Justiça tomará posse perante o Governador do Estado no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados da nomeação, ressalvado o disposto no § 8º do artigo anterior, e entrará em exercício, em sessão solene do Colégio de Procuradores de Justiça, no primeiro dia útil seguinte.

Parágrafo único O Procurador-Geral de Justiça terá prerrogativas e representação de Secretário de Estado, observado, ainda, o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal, e nos arts. 24, § 1º, 32, “caput”, e 125, I, “c”, da Constituição Estadual.

Art. 7º São inelegíveis para o cargo de Procura-dor-Geral de Justiça os membros do Ministério Público que:

I – tenham-se afastado do exercício das funções, na forma prevista no art. 142, nos 6 (seis) meses anteriores à data da eleição;

II – forem condenados por crimes dolosos, com decisão transitada em julgado;

III – à data da eleição não apresentarem declaração de regularidade dos serviços afetos a seu cargo;

IV – estejam respondendo a processo disciplinar administrativo ou cumprindo sanção correspon-dente;

V – mantenham conduta pública ou particular incompatível com a dignidade do cargo;

VI – estiverem afastados do exercício do cargo para desempenho de função junto a associação de classe;

VII – estiverem inscritos ou integrarem as listas a que se referem os arts. 94, “caput”, e 104, pará-grafo único, II, da Constituição Federal, e art. 78, § 3º, da Constituição Estadual.

Parágrafo único Qualquer membro do Ministério Público poderá representar à Comissão Eleitoral acerca das causas de inelegibilidade previstas neste artigo, cabendo da decisão recurso à Câ-mara de Procuradores de Justiça no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 8º O Procurador-Geral de Justiça será subs-tituído, automaticamente, em seus afastamentos, ausências e impedimentos temporários, pelo Procurador-Geral de Justiça Adjunto Jurídico, pelo Procurador-Geral de Justiça Adjunto Administra-tivo e pelo Procurador-Geral de Justiça Adjunto Institucional, observado o disposto no artigo 89, § 4º, desta Lei.

è (Caput com redação dada pelo art. 14 da Lei Complemen-tar nº 66, de 22/1/2003).

Parágrafo único Em caso de suspeição, o Procurador-Geral de Justiça será substituído pelo Procurador de Justiça mais antigo na instância.

Art. 9º Ocorrendo a vacância do cargo de Pro-curador-Geral de Justiça, assumirá interinamente o Procurador de Justiça mais antigo na instância, e será realizada nova eleição, em 30 (trinta) dias, para o preenchimento do cargo, na forma do respectivo edital.

§ 1º O cargo de Procurador-Geral de Justiça será exercido pelo Procurador de Justiça mais antigo na instância se a vacância se der nos últimos 6 (seis) meses do mandato.

§ 2º No caso do parágrafo anterior, o sucessor deverá completar o período de mandato de seu antecessor.

Art. 10 O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído do cargo por deliberação da maioria absoluta da Assembléia Legislativa, nos casos de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, assegurada ampla defesa, ou condenação por infração apenada com reclusão, em decisão judicial transitada em julgado.

Art. 11 O Colégio de Procuradores de Justiça decidirá, por maioria absoluta, acerca da admis-sibilidade da representação para a destituição do Procurador-Geral de Justiça, nos casos previstos no artigo anterior, desde que formulada por 1/3 (um terço) de seus integrantes ou, no mínimo, 1/5 (um quinto) dos membros do Ministério Público em atividade, em sessão presidida pelo Procurador de Justiça mais antigo na instância.

Parágrafo único Admitida a representação, a deliberação quanto à destituição do Procurador--Geral de Justiça far-se-á na forma disposta nos artigos subsequentes.

Art. 12 A destituição do Procurador-Geral de Justiça será precedida de autorização da Assem-bléia Legislativa.

§ 1º O pedido de autorização para destituição do Procurador-Geral de Justiça, se aprovado pelo Colégio de Procuradores de Justiça, será enca-minhado à Assembléia Legislativa pelo Procurador de Justiça mais antigo na instância.

§ 2º O Colégio de Procuradores de Justiça estará habilitado a iniciar o procedimento de destituição do Procurador-Geral de Justiça se a Assembléia Legislativa não se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento do pedido de autorização.

Art. 13 Autorizada a proposta de destituição do Procurador-Geral de Justiça, o Colégio de Procuradores de Justiça, em sessão presidida pelo Procurador de Justiça mais antigo na ins-tância, constituirá, em votação secreta, comissão processante integrada por 3 (três) Procuradores de Justiça e presidida pelo Corregedor-Geral do Ministério Público.

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça será cientifi-cado, no prazo de 10 (dez) dias, da proposta de destituição, podendo, em 15 (quinze) dias, oferecer defesa escrita, pessoalmente ou por defensor, e requerer produção de provas.

§ 2º Não sendo oferecida defesa, o Corregedor--Geral do Ministério Público nomeará defensor dativo para fazê-la em igual prazo.

§ 3º Findo o prazo, o Corregedor-Geral do Mi-nistério Público designará data para instrução e julgamento nos 10 (dez) dias subsequentes.

§ 4º Na sessão de julgamento, presidida pelo Pro-curador de Justiça mais antigo na instância, após a leitura do relatório da comissão processante, o Procurador-Geral de Justiça, pessoalmente ou

por defensor, terá 30 (trinta) minutos para produzir defesa oral, deliberando, em seguida, o Colégio de Procuradores de Justiça pelo voto fundamentado de 2/3 (dois terços) de seus membros.

§ 5º A presença à sessão de julgamento será limitada aos membros do Colégio de Procurado-res de Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e ao seu defensor.

§ 6º A sessão poderá ser suspensa, pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, para a realização de diligência requerida pelo Procurador-Geral de Justiça ou por qualquer membro do Colégio de Procuradores de Justiça, desde que reputada, por maioria de votos, imprescindível ao esclare-cimento dos fatos.

Art. 14 Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a votação prevista no § 4º do artigo anterior, o Presidente da sessão determinará o arquivamento dos autos do procedimento.

Art. 15 Acolhida a proposta de destituição, o Pre-sidente da sessão, em 48 (quarenta e oito) horas, encaminhará os autos à Assembléia Legislativa, que decidirá, por maioria absoluta, na forma do seu Regimento Interno.

Art. 16 Destituído o Procurador-Geral de Justiça, proceder-se-á na forma determinada pelo art. 9º.

Art. 17 O Procurador-Geral de Justiça ficará afastado de suas funções:

I – em caso de cometimento de infração penal, cuja sanção cominada seja de reclusão, desde o recebimento da denúncia oferecida pelo Correge-dor-Geral do Ministério Público, ou queixa-crime, até o trânsito em julgado da decisão judicial;

II – no procedimento de destituição, desde a apro-vação do pedido de autorização pelo Colégio de Procuradores de Justiça, na forma prevista pelo art. 11, até final decisão da Assembléia Legislativa, ressalvado o disposto no art. 14.

§ 1º O período de afastamento contará como de exercício do mandato.

§ 2º Nas hipóteses disciplinadas neste artigo, as-sumirá a chefia do Ministério Público o Procurador de Justiça mais antigo na instância.

Art. 18 Ao Procurador-Geral de Justiça compete:

I – exercer a chefia do Ministério Público, repre-sentando-o judicial e extrajudicialmente;

II – integrar como membro nato e presidir os órgãos colegiados do Ministério Público;

III – proferir voto de qualidade, salvo em matéria disciplinar, quando prevalecerá a decisão mais favorável ao membro do Ministério Público;

IV – submeter à Câmara de Procuradores de Justiça as propostas de orçamento anual e as de criação, transformação e extinção de cargos e serviços auxiliares;

V – solicitar ao Colégio de Procuradores de Justiça manifestação sobre matéria relativa à autonomia do Ministério Público, bem como sobre outras de interesse institucional;

VI – decidir sobre as sugestões encaminhadas pela Câmara de Procuradores de Justiça acerca da criação, da transformação e da extinção de cargos e serviços auxiliares, das modificações na Lei Orgânica e das providências relacionadas com o desempenho das funções institucionais;

VII – elaborar a proposta orçamentária, estabele-cendo as prioridades institucionais e as diretrizes administrativas, aplicando as respectivas dotações;

VIII – encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de lei de iniciativa do Ministério Público;

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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IX – comparecer, espontaneamente ou quando re-gularmente solicitado, à Assembléia Legislativa ou às suas comissões, para prestar esclarecimentos;

X – apresentar, todos os anos, pessoalmente, em reunião da Assembléia Legislativa, relatório das atividades do Ministério Público referentes ao ano anterior, indicando providências consideradas necessárias para o aperfeiçoamento da instituição e da administração da justiça;

XI – praticar atos e decidir questões relativas à administração geral e à execução orçamentária do Ministério Público;

XII – praticar atos de gestão administrativa e fi-nanceira;

XIII – prover os cargos iniciais da carreira e os de-mais cargos nos casos de promoção, remoção, permuta e outras formas de provimento derivado;

XIV – prover os cargos iniciais dos serviços auxi-liares e editar atos que importem em movimenta-ção, progressão e demais formas de provimento derivado;

XV – propor ao Poder Legislativo a fixação, a revisão, o reajuste e a recomposição dos venci-mentos dos membros do Ministério Público e de seus servidores, determinando as implantações decorrentes do sistema remuneratório, observado o disposto no art. 299 da Constituição Estadual;

XVI – deferir o compromisso de posse dos mem-bros do Ministério Público e dos servidores do quadro administrativo;

XVII – praticar atos e decidir sobre a situação fun-cional e administrativa do pessoal ativo e inativo da carreira e dos serviços auxiliares;

XVIII – editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em vacância de cargos da carreira ou dos serviços auxiliares, bem como decidir sobre o aproveitamento de membro da instituição em disponibilidade, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público;

XIX – editar atos de concessão, alteração e cas-sação de pensão por morte e de outros benefícios previstos nesta lei;

XX – delegar suas funções administrativas, obser-vado o disposto no § 1º deste artigo;

XXI – designar membro do Ministério Público para:

a) exercer as atribuições de dirigente de Centro de Apoio Operacional e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;

b) ocupar cargo de confiança ou assessoramento junto aos órgãos da Administração Superior do Ministério Público, observado o disposto no inciso XXXVII deste artigo;

c) integrar organismos estatais afetos à sua área de atuação;

d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas hipóteses de não-confirmação de arquiva-mento de inquérito policial ou civil, ou de quaisquer peças de informação;

e) acompanhar inquérito policial ou diligência inves-tigatória, devendo recair a escolha sobre membro do Ministério Público com atribuição para, em tese, oficiar no feito, segundo as regras ordinárias de distribuição de serviços;

f) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de titular de cargo, ou, em caso de excepcional volume de feitos, com o consentimento deste;

g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as funções processuais afetas a outro membro da

instituição, submetendo sua decisão previamente ao Conselho Superior do Ministério Público;

h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância ou junto ao Procurador Regional Eleitoral, quando por este solicitado;

i) propor ação de perfilhação compulsória;

j) atuar em plantão nas férias forenses;

XXII – dirimir conflitos de atribuições entre mem-bros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito;

XXIII – decidir, na forma desta lei, processo disci-plinar administrativo contra membro do Ministério Público e seus servidores, aplicando as sanções cabíveis;

XXIV – expedir recomendações, sem caráter nor-mativo, aos órgãos do Ministério Público para o desempenho de suas funções, nos casos em que se mostrar conveniente a atuação uniforme, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público;

XXV – editar, caso aprovadas, as recomendações, sem caráter vinculativo, sugeridas pelo Conselho Superior do Ministério Público aos membros da instituição;

XXVI – encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as listas a que se referem os arts. 94, “caput”, e 104, parágrafo único, II, da Constituição Federal, e o art. 78, § 3º, da Constituição Estadual;

XXVII – determinar a abertura de concurso para in-gresso na carreira e presidir a respectiva comissão;

XXVIII – solicitar à Ordem dos Advogados do Brasil a elaboração de lista sêxtupla para a esco-lha de representantes para integrar a Comissão de Concurso;

XXIX – convocar membro do Ministério Público em atividade para colaboração com a Comissão de Concurso;

XXX – designar, mediante eleição do Conselho Superior do Ministério Público, os membros da Comissão de Concurso e seus substitutos e ar-bitrar-lhes gratificação pelos serviços prestados, durante a realização das provas;

XXXI – despachar expediente relativo ao Ministério Público e fornecer informações sobre as providên-cias efetivadas;

XXXII – dar publicidade ao protocolo, à movimen-tação e aos despachos que proferir nos expedien-tes cíveis e criminais que lhe forem diretamente dirigidos;

XXXIII – propor à Câmara de Procuradores de Justiça a fixação das atribuições das Procura-dorias e das Promotorias de Justiça e dos res-pectivos cargos;

XXXIV – propor à Câmara de Procuradores de Justiça a exclusão, a inclusão ou outra modifi-cação das atribuições das Procuradorias e das Promotorias de Justiça e dos respectivos cargos;

XXXV – designar outro Procurador ou Promotor de Justiça para funcionar em feito determinado de atribuição do titular, com a concordância deste;

XXXVI – dispor a respeito da movimentação dos Promotores de Justiça Substitutos, no interesse do serviço;

XXXVII – convocar Procuradores de Justiça ou Promotores de Justiça, estes da mais elevada entrância, para prestar, temporariamente, serviços à Procuradoria-Geral de Justiça ou ocupar cargos de confiança;

XXXVIII – despachar os requerimentos de inscrição para promoção, remoção ou permuta formulados por membros do Ministério Público;

XXXIX – representar ao Corregedor-Geral do Mi-nistério Público acerca de infração disciplinar praticada por membro da instituição;

XL – representar, de ofício ou por provocação do interessado, à Corregedoria-Geral de Justiça sobre falta disciplinar de magistrado ou de ser-ventuário de justiça;

XLI – interromper, por conveniência do serviço, férias ou licença, salvo por motivo de saúde, de membro do Ministério Público e de seus servidores;

XLII – autorizar o membro do Ministério Público a ausentar-se do País;

XLIII – autorizar o membro do Ministério Público a ausentar-se da Procuradoria ou da Promotoria de Justiça, justificadamente, pelo prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis;

XLIV – designar membros da instituição para plantões em finais de semana, em feriados ou em razão de outras medidas urgentes;

XLV – decidir sobre a escala de férias e a atuação em plantões forenses propostas pelas Procura-dorias e pelas Promotorias de Justiça;

XLVI – conceder férias, férias-prêmio, licenças, afastamentos, adicionais e outras vantagens pre-vistas em lei;

XLVII – requisitar as dotações orçamentárias des-tinadas ao custeio das atividades do Ministério Público;

XLVIII – participar ou indicar membro da instituição para compor a Comissão Permanente prevista no art. 155, § 2º, da Constituição Estadual;

XLIX – encaminhar ao Governador do Estado a proposta do Ministério Público para elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias;

L – propor alteração, na dotação orçamentária do Ministério Público, dos recursos dos elementos semelhantes, de um para o outro, dentro das consignações respectivas, de acordo com as ne-cessidades do serviço e as normas legais vigentes;

LI – propor a abertura de crédito, na forma da legislação pertinente;

LII – celebrar convênios com os órgãos munici-pais, estaduais e federais para atendimento das necessidades da instituição;

LIII – requisitar de qualquer autoridade, repartição, secretaria, cartório ou ofício de justiça, certidões, exames, diligências e esclarecimentos necessários ao exercício de suas funções;

LIV – expedir carteira funcional dos membros do Ministério Público e servidores;

LV – expedir atos normativos que visem à ce-leridade e a racionalização das atividades do Ministério Público;

LVI – requisitar policiamento para a guarda dos prédios e das salas do Ministério Público ou para a segurança de seus membros e servidores;

LVII – fazer publicar no órgão oficial do Estado:

a) semestralmente, nos meses de fevereiro e agosto, a lista de antiguidade dos membros da instituição, bem como a relação das Procuradorias e das Promotorias de Justiça vagas e os corres-pondentes critérios de provimento;

b) anualmente, até o dia 31 de dezembro, a tabela de substituição dos membros do Ministério Público nas comarcas;

LVIII – propor a verificação de incapacidade física ou mental de membro do Ministério Público;

LIX – representar ao Presidente do Tribunal de Jus-tiça para instauração de processo de verificação

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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de incapacidade física ou mental de magistrado e serventuário de justiça;

LX – propor ação civil para decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público;

LXI – convocar membro do Ministério Público para deliberação sobre matéria administrativa ou de interesse da instituição;

LXII – requisitar, motivadamente, meios materiais e servidores públicos, por prazo não superior a 90 (noventa) dias, para o exercício de atividades técnicas ou especializadas nos procedimentos administrativos do Ministério Público;

LXIII – exercer outras atribuições compatíveis e necessárias ao desempenho de seu cargo.

§ 1º As funções indicadas nos incisos XI, XII, XVI, XVII, XXI, XXII, XXIX, XXXI, XXXII, XXXV, XXXVI, XXXVIII, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV, XLVI e LII deste artigo poderão ser delegadas.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001).

§ 2º (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“§ 2° Resolução do Procurador-Geral de Justiça disciplinará o pagamento da indenização decor-rente da designação prevista no inciso XLIV do caput deste artigo.”

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 99, de 14/8/2007).

è (Vide art. 26 da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 19 O Procurador-Geral de Justiça apresen-tará, no mês de abril de cada ano, o Plano Geral de Atuação do Ministério Público, destinado a viabilizar a consecução de metas prioritárias, nas diversas áreas de suas atribuições.

Parágrafo único O Plano Geral de Atuação será elaborado com a participação dos Centros de Apoio Operacional, das Procuradorias e das Promotorias de Justiça e aprovado pela Câmara de Procuradores de Justiça.

Seção IIDo Colégio de Procuradores de Justiça

e de Seu Órgão Especial

Art. 20 O Colégio de Procuradores de Justiça e seu órgão especial, denominado Câmara de Pro-curadores de Justiça, reunir-se-ão na forma desta lei e do respectivo regimento interno.

Subseção IDo Colégio de Procuradores de Jus-

tiça

Art. 21 O Colégio de Procuradores de Justiça, órgão da administração superior do Ministério Público, é presidido pelo Procurador-Geral de Justiça e integrado por todos os Procuradores de Justiça, competindo-lhe:

I – opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Justiça ou deliberação de 1/4 (um quarto) de seus integrantes, sobre matéria relativa à autonomia do Ministério Público e outras de interesse institucional;

II – representar, na forma desta lei, ao Poder Le-gislativo para a destituição do Procurador-Geral de Justiça;

III – conferir exercício ao Procurador-Geral de Justiça;

IV – eleger, dar posse e exercício ao Corregedor--Geral do Ministério Público;

V – destituir, na forma desta lei, o Corregedor-Geral do Ministério Público;

VI – eleger, na segunda quinzena do mês de no-vembro dos anos pares, 10 (dez) membros do ór-gão especial, conferindo-lhes, concomitantemente, posse e exercício com os demais componentes, nos termos do regimento interno;

VII – conferir posse e exercício, na segunda quin-zena do mês de dezembro, aos membros do Conselho Superior do Ministério Público;

VIII – autorizar, em caso de omissão da Câmara de Procuradores de Justiça e por iniciativa da maioria de seus integrantes, que o Procurador-Geral de Justiça ajuíze ação civil de decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público;

IX – convocar reunião extraordinária, na forma do regimento interno;

X – recomendar ao Corregedor-Geral do Ministério Público a instauração de processo disciplinar ad-ministrativo contra membro do Ministério Público;

XI – decidir, em grau de recurso, acerca das cau-sas de inelegibilidade para escolha de membro de órgão colegiado do Ministério Público e do Corregedor-Geral do Ministério Público;

XII – elaborar seu regimento interno, regulamen-tando, inclusive, a atuação da Câmara de Procu-radores de Justiça;

XIII – exercer outras atribuições conferidas por lei.

Art. 22 As decisões do Colégio de Procuradores de Justiça serão motivadas e publicadas, salvo nas hipóteses legais de sigilo.

Parágrafo único As propostas referentes a home-nagens, votos de congraçamento e atos asseme-lhados, ressalvados os casos de notório interesse institucional, não serão objeto de publicação.

Subseção IIDa Câmara de Procuradores de Jus-

tiça

Art. 23 A Câmara de Procuradores de Justiça, presidida pelo Procurador-Geral de Justiça, é composta pelos 10 (dez) Procuradores de Justiça mais antigos no cargo e por 10 (dez) Procuradores de Justiça eleitos pelo Colégio de Procuradores, para mandato de 2 (dois) anos.

§ 1º O Procurador de Justiça que pretender inte-grar, como membro eleito, a Câmara de Procurado-res de Justiça deverá manifestar-se, por escrito, ao Procurador-Geral de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias contados do primeiro dia útil subsequente à convocação da eleição.

§ 2º Serão investidos no mandato tantos membros mais antigos quantos forem os necessários para a composição da Câmara de Procuradores de Justiça, se o número de inscritos à eleição não atingir o número de vagas.

§ 3º Os Procuradores de Justiça eleitos para inte-grar a Câmara de Procuradores de Justiça serão substituídos, no caso de vacância, impedimento ou suspeição, pelos suplentes, assim considerados os Procuradores de Justiça que se seguirem na ordem de votação.

§ 4º A substituição dos membros mais antigos caberá, para todos os efeitos, aos Procuradores de Justiça que se lhes seguirem na ordem de antiguidade, excluindo-se os eleitos.

§ 5º O Procurador-Geral de Justiça e o Correge-dor-Geral do Ministério Público são membros natos da Câmara de Procuradores de Justiça.

§ 6º Aplica-se o disposto no art. 7º, I a VII, à elei-ção para a Câmara de Procuradores de Justiça.

§ 7º O membro eleito da Câmara de Procuradores de Justiça é inelegível para o mandato subse-

quente, salvo se na condição de suplente com exercício inferior a 6 (seis) meses.

§ 8º O exercício de cargo de confiança e a con-dição de integrante eleito do Conselho Superior do Ministério Público são incompatíveis com a condição de membro da Câmara de Procurado-res de Justiça.

§ 9º A eleição de que trata este artigo será reali-zada, em escrutínio secreto e voto plurinominal, na segunda quinzena do mês de novembro dos anos pares, considerando-se eleitos os 10 (dez) Procuradores de Justiça mais votados.

§ 10 No caso de empate na votação para a elei-ção dos membros da Câmara de Procuradores de Justiça, será considerado eleito o mais antigo no cargo.

§ 11 Os membros da Câmara de Procuradores de Justiça tomarão posse e entrarão em exercício perante o Colégio de Procuradores de Justiça, em sessão solene a ser realizada na primeira sessão do ano seguinte à eleição.

§ 12 Os membros natos e os mais antigos no cargo que deixarem a condição de integrantes da Câmara de Procuradores de Justiça estarão impedidos de a ela retornar pelo critério de antiguidade, no mesmo mandato, ressalvada a vacância.

§ 13 O Procurador de Justiça que assumir o cargo de Procurador-Geral de Justiça ou de Cor-regedor-Geral do Ministério Público passará a integrar a Câmara de Procuradores de Justiça na qualidade de membro nato e será substituído na forma desta lei.

§ 14 A Câmara de Procuradores de Justiça reu-nir-se-á mensalmente em sessão ordinária, por convocação extraordinária do Procurador-Geral de Justiça ou por proposta da maioria de seus integrantes, na forma do regimento interno.

Art. 24 Compete à Câmara de Procuradores de Justiça:

I – propor ao Procurador-Geral de Justiça a criação de cargos e serviços auxiliares, modificações na Lei Orgânica e providências relacionadas com o desempenho das funções institucionais;

II – aprovar os projetos de criação, transformação e extinção de cargos e serviços auxiliares e a pro-posta orçamentária anual do Ministério Público;

III – aprovar o Plano Geral de Atuação do Minis-tério Público;

IV – representar ao Corregedor-Geral do Ministério Público acerca da instauração de processo disci-plinar administrativo contra membro do Ministério Público e recomendar a realização de inspeções e correições;

V – dar posse e exercício aos Procuradores de Justiça e posse coletiva e exercício aos Promotores de Justiça Substitutos aprovados em concurso;

VI – deliberar, por iniciativa de 1/4 (um quarto) de seus integrantes ou do Procurador-Geral de Jus-tiça, que este ajuíze ação civil de decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público;

VII – julgar, nos termos do regimento interno, recurso contra decisão:

a) de vitaliciamento ou não de membro do Minis-tério Público, inclusive permanência na carreira durante o estágio probatório;

b) do processo disciplinar administrativo; è (Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de antiguidade;

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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d) de recusa de indicação para promoção ou remoção por antiguidade;

e) de indeferimento do requerimento de acesso, complementação ou retificação de dados do assento funcional;

f) prevista no art. 7º, parágrafo único;

VIII – rever atos e decisões do Procurador-Geral de Justiça sobre a situação funcional e adminis-trativa do pessoal ativo e inativo da carreira e dos serviços auxiliares, na forma do regimento interno;

IX – decidir sobre pedido de revisão de processo disciplinar administrativo;

X – decidir acerca das causas de inelegibilidade para escolha de membro do Conselho Superior do Ministério Público;

XI – aprovar o regimento interno da Corregedoria--Geral do Ministério Público;

XII – aprovar, por maioria absoluta, proposta de fixação das atribuições das Procuradorias e Pro-motorias de Justiça e dos respectivos cargos;

XIII – aprovar, por maioria absoluta, a exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições das Procuradorias e Promotorias de Justiça e dos respectivos cargos;

XIV – conhecer dos relatórios reservados elabora-dos pela Corregedoria-Geral do Ministério Público em inspeções realizadas nas Procuradorias de Justiça, recomendando as providências cabíveis;

XV – convocar reunião extraordinária, na forma do regimento interno;

XVI – determinar a apuração da responsabilidade criminal de membro do Ministério Público quando, em processo disciplinar administrativo, verificar-se a existência de indícios da prática de infração penal;

XVII – aprovar o regulamento do concurso para ingresso na carreira do Ministério Público e o do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;

XVIII- deliberar sobre a indicação de Subcorregedo-res-Gerais e de Promotores de Justiça para asses-sorar o Corregedor-Geral do Ministério Público, no caso de recusa injustificada do Procurador-Geral de Justiça à designação;

XIX – instituir comissões, permanentes ou tempo-rárias, para preparar os assuntos a serem levados à sua apreciação, sem prejuízo das atividades de seus membros e sem acréscimo, a qualquer título, de sua remuneração;

XX – desempenhar outras atribuições conferidas por lei ou previstas no regimento interno.

§ 1º Os recursos referidos no inciso VII, “a” a “d”, terão efeito suspensivo.

§ 2º Salvo disposição em contrário, as decisões da Câmara de Procuradores de Justiça serão tomadas por maioria simples de votos, presente mais da metade de seus integrantes, cabendo ao seu Presidente, em caso de empate, o voto de qualidade, na forma prevista no art. 18, III.

§ 3º As decisões da Câmara de Procuradores de Justiça serão motivadas e publicadas no prazo de 5 (cinco) dias, exceto nas hipóteses legais de sigilo.

§ 4º As propostas referentes a homenagens, votos de congraçamento e atos assemelhados, ressal-vados os casos de notório interesse institucional, não serão objeto de publicação.

Art. 25 A ausência injustificada de membro da Câmara de Procuradores de Justiça a 3 (três) reuniões solenes, ordinárias ou extraordinárias consecutivas ou 5 (cinco) alternadas implicará a perda automática do mandato.

§ 1º A Câmara de Procuradores de Justiça apre-ciará, em cada sessão, as justificativas de ausência

apresentadas, deliberando, por maioria, acerca do acolhimento destas, na forma do regimento interno.

§ 2º A Câmara de Procuradores de Justiça fará inserir em ata o resultado do julgamento quando recusar as justificativas apresentadas.

§ 3º Decretada a perda do mandato, será con-vocado suplente para preenchimento da vaga.

Seção IIIDo Conselho Superior do Ministério

Público

Art. 26 O Conselho Superior do Ministério Público é órgão da Administração Superior do Ministério Público, incumbindo-lhe velar pela observância de seus princípios institucionais.

Art. 27 O Conselho Superior do Ministério Público é composto pelo Procurador-Geral de Justiça, que o presidirá, pelo Corregedor-Geral do Minis-tério Público e por nove Procuradores de Justiça eleitos por todos os integrantes da carreira, para mandato de um ano.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001).

Art. 28 A eleição dos membros do Conselho Superior do Ministério Público será realizada em escrutínio secreto, votação obrigatória e plurino-minal, na primeira quinzena do mês de dezembro.

§ 1º Resolução expedida pelo Procurador-Geral de Justiça regulamentará a escolha dos membros do Conselho Superior do Ministério Público, vedado o voto por procuração.

§ 2º O Procurador de Justiça que pretender in-tegrar como membro eleito o Conselho Superior do Ministério Público deverá manifestar-se, por escrito, junto ao Procurador-Geral de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias contados do primeiro dia útil subsequente à convocação da eleição.

§ 3º Os Procuradores de Justiça eleitos para in-tegrar o Conselho Superior do Ministério Público serão automaticamente substituídos, no caso de vacância, pelos suplentes, assim considerados os Procuradores de Justiça que se seguirem na ordem de votação.

§ 4º No caso de empate na votação para a eleição dos membros do Conselho Superior do Ministério Público, será considerado eleito o mais antigo no cargo.

§ 5º Serão investidos no mandato tantos inte-grantes do Colégio de Procuradores de Justiça mais antigos quantos forem necessários para a composição do Conselho Superior do Ministério Público, se o número de inscritos para a eleição for inferior ao de vagas, observado o disposto no art. 29, § 3º.

Art. 29 O disposto no art. 7º, I a VII, aplica-se à eleição para o Conselho Superior do Ministério Público.

§ 1º O membro eleito do Conselho Superior do Ministério Público é inelegível para o mandato subsequente, salvo se na condição de suplente com exercício inferior a 6 (seis) meses.

§ 2º Os membros natos do Conselho Superior do Ministério Público que, por qualquer motivo, deixarem de integrá-lo nessa condição são inele-gíveis para o exercício de mandato subsequente.

§ 3º O exercício de cargo de confiança e a condi-ção de integrante da Câmara de Procuradores de Justiça são incompatíveis com a de membro do Conselho Superior do Ministério Público.

§ 4º Qualquer membro do Ministério Público po-derá representar à Comissão Eleitoral acerca das causas de inelegibilidade previstas neste artigo,

cabendo da decisão recurso para o Colégio de Procuradores, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 30 Aplica-se ao Conselho Superior do Minis-tério Público o disposto no art. 25.

Art. 31 A posse e o exercício dos membros do Conselho Superior do Ministério Público efetivar--se-ão na segunda quinzena do mês da eleição, em sessão solene do Colégio de Procuradores de Justiça.

Art. 32 O Conselho Superior do Ministério Pú-blico reunir-se-á quinzenalmente, em sessão or-dinária, por convocação extraordinária de seu Presidente ou por proposta de 1/3 (um terço) de seus membros.

Art. 33 Ao Conselho Superior do Ministério Pú-blico compete:

I – elaborar as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94, “caput”, e 104, parágrafo único, II, da Constituição Federal e o art. 78, § 3º, da Cons-tituição Estadual;

II – indicar ao Procurador-Geral de Justiça, em lista tríplice, os candidatos a promoção ou remoção por merecimento;

III – indicar o nome do mais antigo membro do Ministério Público para promoção ou remoção por antiguidade;

IV – aprovar os pedidos de remoção por permuta entre membros do Ministério Público;

V – eleger os membros do Ministério Público que integrarão a comissão de concurso para ingresso na carreira;

VI – decidir, em sessão pública e por maioria ab-soluta de seus integrantes, sobre a permanência de membro do Ministério Público em estágio probatório e seu vitaliciamento;

è (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

VII – determinar, em sessão pública e pelo voto da maioria absoluta de seus integrantes, a remoção ou a disponibilidade compulsória de membro do Ministério Público;

è (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

VIII – decidir sobre reclamações apresentadas no prazo de 15 (quinze) dias contados da publicação, e aprovar o quadro geral de antiguidade;

IX – sugerir ao Procurador-Geral de Justiça a edi-ção de recomendação, sem caráter vinculativo, aos órgãos de execução para o desempenho de suas funções;

X – autorizar, atendida a necessidade do serviço, o afastamento de membro do Ministério Público para, sem prejuízo de vencimentos e vantagens, frequentar curso ou seminário de aperfeiçoamento ou estudos, no País ou no exterior, de duração máxima de 2 (dois) anos, evidenciado o interesse da instituição e observado, ainda, o disposto no art. 137, § 3º;

XI – decidir, em caso de omissão injustificada do Procurador-Geral de Justiça, pela abertura de concurso para provimento de cargos iniciais da carreira, quando o número de vagas exceder a 1/5 (um quinto) do quadro respectivo;

XII – homologar o resultado do concurso para ingresso na carreira do Ministério Público;

XIII – autorizar, em razão de ato excepcional e fundamentado, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus integrantes, o Procurador-Geral de Justiça a exercer, pessoalmente ou por designação, as funções processuais afetas a outro membro da instituição;

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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XIV – representar ao Corregedor-Geral do Minis-tério Público acerca da instauração de processo disciplinar administrativo contra membro do Mi-nistério Público;

XV – determinar a apuração da responsabilidade criminal de membro do Ministério Público quando, em processo disciplinar administrativo, verificar-se a existência de indícios da prática de infração penal;

XVI – opinar sobre o aproveitamento de membro do Ministério Público em disponibilidade;

XVII – solicitar ao Corregedor-Geral do Ministério Público informações sobre a conduta e a atuação funcional de membro da instituição, determinando a realização de visitas de inspeção para verificação de eventuais irregularidades no serviço, especial-mente no caso de inscritos para promoção ou remoção voluntária;

XVIII – conhecer dos relatórios reservados ela-borados pela Corregedoria-Geral do Ministério Público em inspeções e correições realizadas nas Promotorias de Justiça, recomendando as providências cabíveis;

XIX – determinar a suspensão do exercício funcio-nal de membro do Ministério Público, em caso de verificação de incapacidade física ou mental ou por participação em atividade político-partidária, salvo quando em decorrência de suas funções institucionais;

è (Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XX – aprovar o regulamento de estágio probatório elaborado pela Corregedoria-Geral do Ministério Público;

XXI – elaborar seu regimento interno;

XXII – exercer outras atribuições previstas em lei ou no regimento interno.

§ 1º Salvo disposição em contrário, as delibera-ções do Conselho Superior do Ministério Público serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus integrantes, cabendo ao seu Presidente o voto de qualidade.

§ 2º As decisões do Conselho Superior do Mi-nistério Público serão motivadas e publicadas no prazo de 5 (cinco) dias, exceto nas hipóteses legais de sigilo.

§ 3º Na indicação para promoção ou remoção voluntária por antiguidade, observar-se-á o dis-posto no art. 186.

§ 4º Na indicação para promoção ou remoção voluntária por merecimento, o processo de vota-ção será oral, atendidos os critérios estabelecidos no art. 177.

§ 5º Das decisões referentes aos incisos VI, VII e VIII, caberá recurso à Câmara de Procuradores de Justiça no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do ato no órgão oficial.

§ 6º (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“§ 6º Não será admitida a inscrição nas listas a que se refere o inciso I dos membros do Ministério Público que, nos 12 (doze) meses anteriores à data da elaboração, tenham exercido, ainda que transitoriamente, o cargo de Procurador-Geral de Justiça, Procurador-Geral de Justiça Adjunto ou Corregedor-Geral do Ministério Público.”

§ 7° O convênio com os Poderes Executivo ou Legislativo do Estado ou de Município que en-volva a cessão de bens ou de servidores desses poderes será firmado pelo Procurador-Geral de Justiça, mediante aprovação prévia do Conselho Superior do Ministério Público.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Seção IVDo Impedimento e da Suspeição nos

Órgãos Colegiados

Art. 34 O integrante de órgão colegiado é consi-derado impedido nos seguintes casos:

I – quando a deliberação envolver interesse de cônjuge, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o quarto grau, inclusive;

II – quando for interessado no resultado do jul-gamento;

III – quando não comparecer à sessão de leitura de relatório ou de discussão de matéria em pauta;

IV – quando tiver analisado, no exercício de outra função, o mérito do pedido.

è (Inciso acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 35 Considera-se fundada a suspeição de par-cialidade do integrante de órgão colegiado quando:

I – houver notória inimizade com o interessado no julgamento da matéria;

II – for parte em processo cível, criminal ou admi-nistrativo em que tiver funcionado o interessado no julgamento da matéria;

III – houver motivo de foro íntimo.

Art. 36 A exceção de impedimento ou suspeição, salvo por motivo de foro íntimo, poderá ser arguída pelo interessado ou por qualquer integrante do órgão colegiado, até o início do julgamento.

§ 1º O integrante do órgão colegiado poderá alegar o impedimento e a suspeição por motivo de foro íntimo, no prazo do parágrafo anterior.

§ 2º Arguído o impedimento ou a suspeição, o órgão colegiado, após a oitiva do integrante considerado impedido ou suspeito, decidirá a questão de plano.

§ 3º Serão convocados os suplentes necessários se, em razão de impedimento ou suspeição de integrantes do órgão colegiado, houver prejuízo, por falta de número legal, à apreciação de ma-téria em pauta, suspendendo-se, se for o caso, o julgamento.

Seção VDa Corregedoria-Geral do Ministério

Público

Art. 37 O Corregedor-Geral do Ministério Público será eleito pelo Colégio de Procuradores, entre os Procuradores de Justiça inscritos, na segunda quinzena do mês de dezembro dos anos ímpares, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.

§ 1º A eleição do Corregedor-Geral do Ministério Público far-se-á na forma de resolução expedida pelo Procurador-Geral de Justiça.

§ 2º O Corregedor-Geral do Ministério Público, membro nato da Câmara de Procuradores de Jus-tiça e do Conselho Superior do Ministério Público, será nomeado pelo Procurador-Geral de Justiça e empossado, com imediato exercício, perante o Colégio de Procuradores de Justiça.

Art. 38 A Corregedoria-Geral do Ministério Público é órgão orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos membros do Mi-nistério Público.

Art. 39 Compete ao Corregedor-Geral do Mi-nistério Público:

I – realizar inspeções nas Procuradorias de Jus-tiça, remetendo relatório reservado à Câmara de Procuradores de Justiça;

II – realizar inspeções e correições nas Promoto-rias de Justiça, remetendo relatório reservado ao Conselho Superior do Ministério Público;

III – oferecer denúncia contra o Procurador-Geral de Justiça, na forma prevista pelo art. 17, I;

IV – realizar, de ofício ou mediante determinação do Conselho Superior do Ministério Público, inspeções para verificação de regularidade de serviço dos inscritos para promoção ou remoção voluntária;

V – acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público;

VI – propor ao Conselho Superior do Ministério Público o vitaliciamento ou não de membro da instituição e apresentar à Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo de quinze dias, recurso contra a decisão proferida, o qual terá efeito suspensivo;

è (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

VII – fazer recomendações, nos limites de sua atribuição, sem caráter vinculativo, a órgão de execução;

VIII – instaurar, de ofício, por provocação do órgão da Administração Superior do Ministério Público ou do Procurador-Geral de Justiça, processo disciplinar administrativo contra membro da insti-tuição e apresentar à Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo de quinze dias, recurso contra a decisão proferida;

è (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

IX – encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça o processo disciplinar administrativo afeto à de-cisão deste;

X – remeter, de ofício ou quando solicitado, infor-mações necessárias ao desempenho das atribui-ções dos órgãos da Administração Superior do Ministério Público;

XI – apresentar, quando requisitado pelo Procura-dor-Geral de Justiça, relatório estatístico sobre as atividades das Procuradorias e das Promotorias de Justiça;

XII – prestar ao membro do Ministério Público informações de caráter pessoal e funcional, as-segurando-lhe o direito de acesso, retificação e complementação dos dados;

XIII – manter atualizados os assentamentos funcio-nais dos membros do Ministério Público;

XIV – requisitar informações, exames, perícias, documentos, diligências, certidões, pareceres técnicos e informações indispensáveis ao bom desempenho de suas funções;

XV – elaborar o regulamento de estágio probatório;

XVI – elaborar o regimento interno, submetendo-o à apreciação da Câmara de Procuradores de Justiça;

XVII – informar ao Conselho Superior do Ministé-rio Público sobre a conduta pessoal e a atuação funcional dos membros da instituição inscritos para promoção ou remoção por merecimento ou antiguidade, inclusive permuta;

XVIII – acompanhar as comunicações de suspeição de membros do Ministério Público, por motivo de foro íntimo, apurando, quando for o caso e reservadamente, a razão de sucessivas arguições;

XIX – submeter à apreciação do Conselho Superior do Ministério Público impugnação à permanência na carreira do Promotor de Justiça em estágio probatório;

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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XX – examinar o relatório anual das Procuradorias e Promotorias de Justiça;

XXI – dar posse e exercício aos Promotores de Justiça promovidos ou removidos para o cargo de Promotor de Justiça Auxiliar da Comarca de Belo Horizonte, aos Promotores de Justiça que, justifica-damente, não puderem tomar posse na comarca e, em caráter supletivo, aos Promotores de Justiça Substitutos nomeados, encaminhando os termos respectivos à Procuradoria-Geral de Justiça;

è (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XXII – indicar ao Procurador-Geral de Justiça os Subcorregedores-Gerais do Ministério Público e os Promotores de Justiça Assessores, e designar o Chefe de Gabinete da Corregedoria-Geral;

è (Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XXIII – dar posse e exercício aos Subcorregedo-res-Gerais do Ministério Público;

XXIV – rever e atualizar, anualmente, os atos e as recomendações expedidas pela Corregedoria-Ge-ral do Ministério Público;

XXV – propor ao Procurador-Geral de Justiça e à Câmara de Procuradores de Justiça a expedição de instruções e outras normas administrativas, sempre que necessário ou conveniente ao serviço;

XXVI – convocar membro do Ministério Público para deliberação sobre matéria administrativa ou de interesse da instituição;

XXVII – designar membro do Ministério Público para os fins previstos no art. 170;

XXVIII – examinar em até noventa dias as informa-ções e os relatórios encaminhados por Comissão da Assembléia Legislativa relativos a denúncia ou reclamação apresentada por qualquer pessoa so-bre irregularidade ou abuso cometido por membro do Ministério Público, dando o encaminhamento que for de direito e instaurando, se for o caso, o devido processo disciplinar, cujo ato de abertura será publicado no órgão oficial do Estado;

è (Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XXIX – receber denúncia ou reclamação funda-mentada apresentada por qualquer pessoa sobre irregularidade ou abuso cometido por membro do Ministério Público, dando o encaminhamento que for de direito e instaurando, se for o caso, o devido processo disciplinar, cujo ato de abertura será publicado no órgão oficial do Estado;

è (Inciso acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XXX – publicar no órgão oficial do Estado e man-ter disponível na internet, a partir do dia 15 de cada mês, a relação dos inquéritos civis e dos procedimentos investigatórios não concluídos no prazo de cento e vinte dias contados da data de sua instauração, com os respectivos número, data de abertura e nome do membro do Ministério Público responsável;

è (Inciso acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XXXI – manter disponível na internet, a partir do dia 15 de março de cada ano, relatório contendo as ações ajuizadas por membro do Ministério Público no ano anterior e informações sobre sua tramitação processual, conforme o Anexo II desta lei, e o resumo do dispositivo das sentenças prola-tadas no ano anterior relativas a ações propostas pelo Ministério Público em anos anteriores, na forma do Anexo III, bem como o percentual de ações impetradas por membros do Ministério Público julgadas procedentes e improcedentes, em cada Comarca;

è (Inciso acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XXXII – manter disponível na internet a relação dos processos em andamento em todas as Comarcas que, nos termos do art. 74, XV, e do art. 72, VIII, não tenham sido devolvidos no prazo legal, com pareceres ou manifestações cabíveis, identificando a espécie e o número do feito, o nome das partes, salvo nos casos de segredo de justiça, e a data de recebimento dos autos;

è (Inciso acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XXXIII – apurar falta disciplinar dos servidores do Ministério Público, na forma do art. 233;

è (Inciso acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XXXIV – desempenhar outras atribuições previstas em lei ou no regimento interno;

è (Inciso renumerado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2007.)

§ 1º Nos assentamentos funcionais a que se refere o inciso XIII, deverão constar, obrigatoriamente:

I – os pareceres da Corregedoria-Geral do Minis-tério Público, inclusive o previsto no art. 171, § 5º, e a decisão do Conselho Superior do Ministério Público sobre o estágio probatório;

II – as anotações resultantes de apreciação dos Procuradores de Justiça, desde que identificado o número do processo, o nome das partes, a comarca e o nome do Procurador de Justiça que atuou no feito;

III – as observações feitas em inspeções e cor-reições;

IV – as penalidades disciplinares eventualmente aplicadas.

§ 2º As anotações que importem em demérito serão lançadas no assentamento funcional após prévia ciência do interessado, permitindo-se a retificação, na forma prevista no art. 105, §§ 2º e 3º.

§ 3º Decorrido o prazo de noventa dias previsto no inciso XXVIII do “caput” deste artigo sem decisão final do Corregedor-Geral, a denúncia e o respec-tivo processo disciplinar serão encaminhados, na situação em que se encontrarem, ao Conselho Nacional do Ministério Público.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 4º Serão encaminhados ao Conselho Nacional do Ministério Público:

I – o processo disciplinar instaurado em razão das denúncias e reclamações a que se referem os incisos XXVIII e XXIX, após a sua conclusão;

II – as denúncias e reclamações a que se referem os incisos XXVIII e XXIX que não tenham ensejado a abertura de processo disciplinar.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Art. 40 Os Subcorregedores-Gerais do Ministério Público, escolhidos entre os Procuradores de Jus-tiça, em número mínimo de seis, serão designados pelo Procurador-Geral de Justiça, após indicação do Corregedor-Geral do Ministério Público.

è (Caput com redação dada pelo art. 5º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 1º Os Subcorregedores-Gerais do Minis-tério Público poderão ser destituídos pelo Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Cor-regedor-Geral do Ministério Público, ou por provocação deste.

§ 2º É obrigatório o exercício da função de Sub-corregedor-Geral do Ministério Público, ressalvado o disposto no parágrafo anterior.

Art. 41 Aos Subcorregedores-Gerais compete:

I – substituir o Corregedor-Geral do Ministério Público em suas faltas, afastamentos temporários, impedimento ou suspeição, recaindo a atribuição no Subcorregedor-Geral mais antigo na instância;

II – realizar inspeções e correições, podendo ser assessorados por Promotores de Justiça desig-nados pelo Procurador-Geral de Justiça;

III – presidir processo disciplinar administrativo contra Procurador de Justiça, na forma disposta no art.228, § 1º;

IV – exercer, por delegação, outras atribuições do Corregedor-Geral do Ministério Público.

Art. 42 O exercício das funções de Subcorre-gedor-Geral do Ministério Público não importará dispensa de suas normais atribuições, exceto quando no exercício temporário do cargo de Corregedor-Geral, no exercício da chefia de ga-binete da Corregedoria-Geral, na presidência de processo disciplinar administrativo de servidor quando necessária para a realização de atos ou durante a realização de inspeções e correições.

è (Caput com redação dada pelo art. 6º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Parágrafo único O exercício das funções de que trata este artigo não implicará acréscimo na remuneração do membro do Ministério Público, a qualquer título.

Art. 43. O Corregedor-Geral do Ministério Público será assessorado por Subcorregedores-Gerais e por até dez Promotores de Justiça da entrância mais elevada, por ele indicados e designados pelo Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único. Dentre os Subcorregedores--Gerais e assessores da Corregedoria-Geral, será designado um membro do Ministério Público, pelo Corregedor-Geral, para integrar a chefia de gabi-nete da Corregedoria-Geral, exercendo as atribui-ções que forem delegadas pelo regimento interno.

è (Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 44 Aplica-se o disposto no art. 7º, I a VII, à eleição do Corregedor-Geral do Ministério Público e, no que couber, à escolha dos Subcorregedo-res-Gerais do Ministério Público.

Parágrafo único Qualquer membro do Ministério Público poderá representar à Comissão Eleitoral acerca das causas de inelegibilidade previstas neste artigo, cabendo da decisão recurso ao Colégio de Procuradores de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 45 Ocorrendo a vacância do cargo de Cor-regedor-Geral do Ministério Público, assumirá interinamente o Subcorregedor-Geral mais antigo na instância, e será realizada nova eleição em 30 (trinta) dias para preenchimento do cargo e com-plementação do mandato.

Parágrafo único Caso a vacância se verifique nos últimos 6 (seis) meses de mandato, o cargo de Corregedor-Geral do Ministério Público será exercido, no período remanescente, pelo Subcor-regedor-Geral mais antigo na instância.

Art. 46 O Corregedor-Geral do Ministério Público poderá ser destituído do cargo pelo Colégio de Procuradores de Justiça, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, nos casos de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, assegurada ampla defesa, ou condenação por infração apenada com reclusão, em decisão judicial transitada em julgado.

Parágrafo único O Colégio de Procuradores de Justiça decidirá, por maioria de votos, pela admis-sibilidade da representação para a destituição do

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Corregedor-Geral do Ministério Público, nos ca-sos previstos no “caput” deste artigo, desde que formulada pelo Procurador-Geral de Justiça, por 1/3 (um terço) de seus integrantes ou por 1/10 (um décimo) dos membros do Ministério Público em atividade.

Art. 47 Autorizada a proposta de destituição do Corregedor-Geral do Ministério Público, o Colégio de Procuradores, em sessão presidida pelo Pro-curador-Geral de Justiça, constituirá, em votação secreta, comissão processante integrada por três Procuradores de Justiça, cabendo a presidência ao mais antigo na instância.

§ 1º O Corregedor-Geral do Ministério Público será cientificado, no prazo de 10 (dez) dias, da proposta de destituição, podendo, em 15 (quinze) dias, oferecer defesa escrita, pessoalmente ou por defensor, e requerer produção de provas.

§ 2º Não sendo oferecida defesa, o presidente da comissão processante nomeará defensor dativo para fazê-la em igual prazo.

§ 3º Findo o prazo, o presidente da comissão processante designará data para instrução e jul-gamento, nos 10 (dez) dias subsequentes.

§ 4º Na sessão de julgamento, presidida pelo Pro-curador-Geral de Justiça, após a leitura do relatório da comissão processante, o Corregedor-Geral do Ministério Público, pessoalmente ou por defensor, terá 30 (trinta) minutos para produzir defesa oral, deliberando, em seguida, o Colégio de Procura-dores de Justiça, pelo voto fundamentado de 2/3 (dois terços) de seus membros.

§ 5º A presença à sessão de julgamento será limi-tada aos membros do Colégio de Procuradores de Justiça, ao Corregedor-Geral do Ministério Público e ao seu defensor.

§ 6º A sessão poderá ser suspensa, pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, para a realização de diligência requerida pelo Corregedor-Geral do Ministério Público ou por qualquer membro do Colégio de Procuradores, desde que reputada, por maioria de votos, imprescindível ao esclare-cimento dos fatos.

Art. 48 Rejeitada a proposta de destituição ou não atingida a votação prevista no § 4º do artigo anterior, o Presidente da sessão determinará o arquivamento dos autos do procedimento.

Art. 49 Acolhida a proposta de destituição, o Procurador-Geral de Justiça, em 48 (quarenta e oito) horas, lavrará o ato de destituição do Corre-gedor-Geral do Ministério Público.

Art. 50 Destituído o Corregedor-Geral do Ministé-rio Público, proceder-se-á na forma determinada pelo art. 45.

Art. 51 O Corregedor-Geral do Ministério Público ficará afastado de suas funções:

I – em caso de cometimento de infração penal, cuja sanção cominada seja de reclusão, desde o recebimento da denúncia oferecida pelo Pro-curador-Geral de Justiça, ou queixa-crime, até o trânsito em julgado da decisão judicial;

II – no procedimento de destituição, desde a apro-vação do pedido de autorização pelo Colégio de Procuradores de Justiça, na forma disposta no art. 46, parágrafo único, até final decisão.

Parágrafo único O período de afastamento contará como de exercício do mandato.

Seção VIDas Procuradorias de Justiça

Art. 52 As Procuradorias de Justiça são órgãos da administração do Ministério Público, com car-gos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares

necessários ao desempenho das funções que lhes forem cometidas por lei.

Art. 53 As atribuições das Procuradorias de Jus-tiça e dos cargos de Procurador de Justiça serão fixadas mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pela Câmara de Procura-dores de Justiça.

§ 1º A exclusão, a inclusão ou outra modificação nas atribuições das Procuradorias de Justiça e dos cargos de Procurador de Justiça serão fixadas mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pela Câmara de Procuradores de Justiça.

§ 2º A remoção, mesmo por permuta, nas Procu-radorias de Justiça será feita, em qualquer época, a requerimento dos interessados e por ato do Procurador-Geral de Justiça.

Art. 54 A divisão interna dos serviços das Procu-radorias de Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos definidos pela Câmara de Procuradores de Justiça, ressalvada a possibilidade de cada Procuradoria de Justiça definir, por consenso, a distribuição.

Art. 55 As Procuradorias de Justiça, nominadas de Procuradorias de Justiça Cível, Criminal, de Contas e Especializada, terão coordenadores e substitutos, designados pelo Procurador-Geral de Justiça, competindo-lhes, sem prejuízo das normais atribuições:

I – propor ao Procurador-Geral de Justiça a es-cala de férias e a atuação de seus integrantes em plantões forenses;

II – promover reuniões mensais internas para fixação de orientações, sem caráter vinculativo, e para deliberação sobre matéria administrativa, com comparecimento obrigatório, salvo motivo justificado;

III – organizar a biblioteca e o arquivo geral da Pro-curadoria de Justiça, recolhendo e classificando as cópias de todos os trabalhos forenses elaborados pelos seus integrantes, bem como o material le-gislativo, doutrinário e jurisprudencial de interesse;

IV – remeter ao Corregedor-Geral do Ministério Público relatório anual das atividades;

V – encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça sugestões para a elaboração do Plano Geral de Atuação do Ministério Público;

VI – fiscalizar a distribuição equitativa dos autos ou outro expediente em que deva funcionar Pro-curador de Justiça;

VII – organizar os serviços auxiliares da Procura-doria de Justiça, distribuindo tarefas e fiscalizando trabalhos executados.

Art. 56 O Procurador-Geral de Justiça poderá instituir Procuradorias de Justiça Especializadas para a interposição de recursos junto aos Tribunais locais e Superiores.

Seção VIIDas Promotorias de Justiça

Art. 57 As Promotorias de Justiça são órgãos da administração do Ministério Público, com cargos de Promotor de Justiça e serviços auxiliares ne-cessários ao desempenho das funções que lhe forem cometidas por lei.

§ 1º As Promotorias de Justiça poderão ser ju-diciais ou extrajudiciais, especializadas, gerais ou cumulativas.

§ 2º As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos de Promotor de Justiça serão fixadas mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pela Câmara de Procuradores de Justiça.

§ 3º A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições das Promotorias de Justiça e dos

cargos de Promotor de Justiça serão fixadas me-diante proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pela Câmara de Procuradores de Justiça.

Art. 58 As Promotorias de Justiça são classificadas em cíveis, criminais e especializadas.

Art. 59 As Promotorias de Justiça Cíveis sub-dividem-se em:

I – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo da Fazenda Pública;

II – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo de Família;

III – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo Empresarial;

(Inciso com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014);

IV – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo de Sucessões;

V – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo de Registros Públicos.

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001).

Parágrafo único As Promotorias de Justiça não incluídas no “caput” deste artigo exercerão as respectivas atribuições perante os juízos re-manescentes.

Art. 60 As Promotorias de Justiça Criminais subdividem-se em:

I – Promotoria de Justiça com atuação perante o Tribunal do Júri;

II – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo Criminal da Vara de Tóxicos;

III – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juizado Especial Criminal;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.

IV – Promotoria de Justiça com atuação perante a Auditoria Militar;

V – Promotoria de Justiça com atuação perante o Juízo de Execução Penal;

VI – Promotoria de Justiça de Combate ao Crime Organizado.

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001, com redação dada pelo art. 14 da Lei Complementar nº 66, de 22/1/2003).

Parágrafo único As Promotorias de Justiça não incluídas no “caput” deste artigo exercerão as respectivas atribuições perante os juízos re-manescentes.

Art. 61 As Promotorias de Justiça Especializadas, também denominadas Promotorias de Justiça do Cidadão, subdividem-se em:

è (Caput com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

I – Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor;

(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Vide § 1º do art. 23 da da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.)

II – Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

III – Promotoria de Justiça de Defesa do Patri-mônio Público;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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IV – Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, de Apoio Comunitário e de Conflitos Agrários;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

V – Promotoria de Justiça de Fiscalização da Atividade Policial;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

VI – Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde; è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

VII – Promotoria de Justiça de Habitação e Ur-banismo;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

VIII – Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária;

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

IX – Promotoria de Justiça de Tutela das Fun-dações;

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

X – Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e dos Idosos;

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XI – Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes;

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XII – Promotoria de Justiça de Defesa da Educação; è (Inciso acrescentado pelo art. 9º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XIII – Promotoria de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

è (Inciso acrescentado pelo art. 9º da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 1º A Promotoria de Justiça de Defesa do Cida-dão exercerá a titularidade das ações cível e penal públicas nos casos afetos à sua área de atuação.

§ 2º Nas comarcas do interior do Estado, as atri-buições previstas neste artigo serão disciplinadas na forma prevista no art. 57.

§ 3º As Promotorias de Justiça da Promotoria de Justiça do Cidadão e seus respectivos órgãos de execução poderão estabelecer formas de atuação conjunta em matérias de interesse comum.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001).

§ 4° As Promotorias de Justiça mencionadas no art. 59 e neste artigo serão exercidas por membro do Ministério Público pelo prazo de um ano, prorrogável uma vez por igual período, por determinação expressa do Procurador-Geral de Justiça, por meio de portaria publicada no órgão oficial do Estado.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 5° O membro do Ministério Público somente poderá exercer novamente Promotoria já exercida na mesma Comarca após o exercício de todos os membros daquela Comarca na mesma Promotoria.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Art. 62 Nas comarcas do interior do Estado com mais de 2 (duas) Promotorias de Justiça, estas serão compostas por, no mínimo, 1/3 (um terço) de Promotores de Justiça com atribuições na área criminal, na forma disposta no art. 18, XXXIII e XXXIV.

Parágrafo único As Promotorias de Justiça criminais poderão acumular as atribuições refe-rentes à defesa dos direitos humanos, ao controle externo da atividade policial e a outras de natureza assemelhada.

Art. 63 Nas Promotorias de Justiça com mais de 1 (um) cargo de Promotor de Justiça, haverá coordenadores e seus substitutos, designados pelo Procurador-Geral de Justiça, competindo--lhes, sem prejuízo de suas atribuições normais:

I – promover reuniões mensais internas para fi-xação de orientações, sem caráter vinculativo, e para deliberação sobre matéria administrativa, com comparecimento obrigatório, salvo motivo justificado;

II – dar posse e exercício aos auxiliares administra-tivos nomeados pelo Procurador-Geral de Justiça;

III – organizar os serviços auxiliares da Promoto-ria de Justiça, distribuindo tarefas e fiscalizando trabalhos executados;

IV – presidir, mediante designação do Procura-dor-Geral de Justiça, processo disciplinar ad-ministrativo relativo a infrações funcionais dos seus servidores;

V – fiscalizar a distribuição equitativa dos autos ou outro expediente em que deva funcionar Pro-motor de Justiça;

VI – representar o Ministério Público nas soleni-dades oficiais;

VII – encaminhar aos órgãos da administração superior do Ministério Público as sugestões para o aprimoramento dos seus serviços;

VIII – organizar a biblioteca e o arquivo geral da Promotoria de Justiça, recolhendo e classificando as cópias de todos os trabalhos elaborados pelos integrantes, bem como o material legislativo, dou-trinário e jurisprudencial de interesse;

IX – remeter ao Corregedor-Geral do Ministério Público relatório das atividades desempenhadas, na forma do regulamento próprio, e declaração de regularidade de serviços;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

X – solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a de-signação de estagiários, mediante requerimento de qualquer de seus integrantes;

XI – encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça sugestões para a elaboração do Plano Geral de Atuação do Ministério Público.

Parágrafo único (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“Parágrafo único As funções de coordenador serão consideradas para apuração de mérito na ocasião da promoção e serão exercidas sem nenhum acréscimo, a qualquer título, na remuneração do membro do Ministério Público.”

Art. 64 A divisão interna dos serviços das Promo-torias de Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos, definidos pela Câmara de Procuradores de Justiça, ressalvada a possibilidade de cada Promotoria de Justiça definir, por consenso, a distribuição.

Art. 65 Havendo mais de um membro do Ministé-rio Público com funções idênticas ou concorrentes na mesma Promotoria de Justiça, a denominação do cargo será precedida do número indicativo da ordem de sua criação.

cAPÍtulO iiiDAS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE

EXECUÇÃO

Seção IDas Funções Gerais

Art. 66 Além das funções previstas na Constituição Federal, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, na Constituição Estadual e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público:

I – propor ação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual, inclusive por omissão e o respectivo pedido de medida cautelar;

II – representar ao Procurador-Geral da República para a arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual em face da Constituição Federal;

III – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para efeito de intervenção do Estado nos municípios;

IV – zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal e em outras leis, promovendo as medidas judiciais e adminis-trativas necessárias à sua garantia;

V – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

VI – promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei, para:

a) proteção, prevenção e reparação de danos cau-sados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e aos direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos;

b) anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou do município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem;

VII – manifestar-se nos processos em que sua pre-sença seja obrigatória por lei e, ainda, sempre que cabível a intervenção, para assegurar o exercício de suas funções institucionais, não importando a fase ou o grau de jurisdição em que se encontrem;

VIII – exercer a fiscalização de cadeias públicas, dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, crianças e adolescentes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência;

IX – deliberar sobre a participação em organismos estatais de política penal e penitenciária, do con-sumidor, de direitos humanos, do meio ambiente, neste compreendido o do trabalho, e outros afetos à sua área de atuação;

X – ingressar em juízo, de ofício e supletivamente, para responsabilizar os gestores do dinheiro pú-blico condenados pelo Tribunal de Contas;

XI – interpor recursos aos Tribunais Superiores;

XII – provocar a atuação de órgão de execução que oficie junto a juízo ou Tribunal competente, por meio da remessa direta de expediente;

XIII – (Vetado).

XIV – (Vetado).

§ 1º É vedado o exercício das funções do Ministério Público a pessoas a ele estranhas, sob pena de nulidade do ato praticado.

è (Parágrafo renumerado pelo art. 5º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 2º Nas hipóteses do inciso VI do “caput” deste artigo, poderá o Ministério Público propor a ce-

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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lebração de Compromisso de Ajustamento de Conduta.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 3º O Compromisso de Ajustamento de Con-duta firmado será publicado na íntegra no órgão oficial do Estado e produzirá efeitos após a sua publicação.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 4º O pagamento das despesas com a publica-ção da matéria a que se refere o § 3º será feito pelo Ministério Público, com recurso orçamentário próprio, observadas as tabelas de cobrança da Imprensa Oficial e vedada a transferência do ônus para o compromitente.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Art. 67 No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá:

I – instaurar inquéritos civis e outros procedimen-tos administrativos pertinentes e, para instruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimento e, em caso de desatendimento injustificado, requisitar condução coercitiva pela Polícia Militar ou Civil, ressalvadas as prerrogativas previstas em lei;

b) requisitar informações, exames periciais, certi-dões e outros documentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e das entidades da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios;

c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às autoridades, aos órgãos e às entidades a que se refere a alínea anterior;

d) expedir cartas precatórias para outros órgãos de execução;

II – representar à autoridade competente para a instauração de sindicância ou procedimento admi-nistrativo, podendo, se solicitado, acompanhá-los e produzir provas;

III – (Vetado).

IV – exercer o controle externo da atividade policial, observado o disposto no inciso II do art. 125 da Constituição do Estado de Minas Gerais;

V – dar publicidade dos procedimentos admi-nistrativos não disciplinares que instaurar e das medidas adotadas;

VI – (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Dispositivo revogado:

“VI – fazer recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e dos serviços de relevân-cia pública;”

VII – solicitar, fundamentadamente, meios mate-riais e servidores públicos, por prazo não superior a noventa dias, para o exercício de atividades técnicas ou especializadas, nos procedimentos administrativos afetos à sua área de atuação;

è (Inciso com redação dada pelo art. 6º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

VIII – acompanhar a fiscalização dos processos nos cartórios ou nas repartições congêneres, ado-tando, quando for o caso, as medidas necessárias para a apuração da responsabilidade de titulares de ofícios ou serventuários de justiça;

IX – requisitar, no exercício de suas atribuições, a proteção de força policial em caso de ameaça de violência física;

è (Inciso com redação dada pelo art. 6º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

X – despachar diretamente com a autoridade judiciária e fazer juntar aos autos as respectivas manifestações processuais;

XI – levar ao conhecimento do Procurador-Geral de Justiça ou do Corregedor-Geral do Ministé-rio Público fatos que possam ensejar processo disciplinar administrativo ou ação penal pública;

XII – atuar perante o Tribunal de Contas, caben-do-lhe, entre outras atribuições:

a) oficiar nos feitos respectivos e participar dos julgamentos, assegurando-se-lhe o direito de fazer sustentação oral;

b) requisitar, motivadamente, a realização de ins-peção e auditoria contábil e financeira em órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundacional, no âmbito estadual e municipal;

c) fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, a aplicação de verbas públicas;

d) receber petições, reclamações ou queixas de qualquer do povo, em caso de desrespeito na aplicação ou desvio de verbas públicas;

XIII – exercer outras funções que lhe forem con-feridas por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.

XIV – consultar banco de dados de caráter público ou relativo a serviço de relevância pública, ressalva-das as hipóteses de sigilo legal e a inviolabilidade dos direitos individuais.

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

§ 1º As notificações e requisições previstas neste artigo, quando tiverem como destinatários exclusi-vos para a prática do ato o Governador do Estado, os membros do Poder Legislativo estadual, os Magistrados, o Vice-Governador do Estado, os Conselheiros do Tribunal de Contas, os Secre-tários de Estado, o Advogado-Geral do Estado ou o Defensor Público-Geral serão encaminha-das pelo Procurador-Geral de Justiça, mediante requerimento de membro do Ministério Público.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei Comple-mentar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 2º O membro do Ministério Público será res-ponsável pelo uso indevido das informações e dos documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo.

§ 3º As notificações ou requisições expedidas pelo Ministério Público às autoridades, aos órgãos e às entidades da administração direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios serão cumpridas gratuitamente.

§ 4º A falta ao trabalho, em virtude de atendimento à notificação ou requisição, na forma do inciso I deste artigo, não autoriza o desconto de venci-mentos ou salário e será considerada como efetivo exercício, para todos os efeitos, mediante compro-vação escrita do membro do Ministério Público.

§ 5º A representação ou petição formulada ao Mi-nistério Público será distribuída entre os membros, com atribuições para apreciá-la.

§ 6º As requisições do Ministério Público serão fundamentadas e com fixação de prazo razoável para atendimento.

§ 7º O desatendimento imotivado ou retardamento no cumprimento das notificações e requisições do Ministério Público implicará a responsabilidade de quem lhe der causa.

§ 8º Os procedimentos administrativos investigató-rios, inclusive o inquérito civil público, observarão,

obrigatoriamente, os requisitos e prazos estabe-lecidos em ato do Procurador-Geral de Justiça, atendidas as normas pertinentes.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

§ 9º Na hipótese do inciso XIV do “caput” deste artigo, as notificações e requisições, quando tive-rem como destinatários exclusivos para a prática do ato o Governador do Estado, os membros do Poder Legislativo estadual, os Magistrados, o Vice-Governador do Estado, os Conselheiros do Tribunal de Contas, os Secretários de Estado, o Advogado-Geral do Estado ou o Defensor Públi-co-Geral serão requeridas pelo Procurador-Geral de Justiça.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 80, de 9/8/2004.)

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei Comple-mentar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 10 Os inquéritos civis e os procedimentos inves-tigatórios terão início após a publicação, no órgão oficial do Estado, da portaria de abertura, contendo o respectivo número, a data de abertura e o nome do membro do Ministério Público responsável.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 11 Os inquéritos civis e os procedimentos inves-tigatórios serão autuados e receberão numeração seqüencial.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 12 Nos procedimentos previstos nas alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I do “caput” o membro do Ministério Público portará cópia da publicação, no órgão oficial do Estado, da portaria de abertura do respectivo inquérito civil ou procedimento investigatório.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 13 O não cumprimento do previsto no § 12 impli-cará falta grave e afastamento imediato do membro do Ministério Público do respectivo inquérito civil ou procedimento investigatório.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Art. 68 Cabe ao Ministério Público exercer a defesa dos direitos assegurados nas Constitui-ções Federal e Estadual, sempre que se cuide de garantir-lhes o respeito:

I – pelos Poderes Estaduais e Municipais;

II – pelos órgãos da administração pública estadual ou municipal, direta ou indireta;

III – pelos concessionários e permissionários de serviço público estadual ou municipal;

IV – por entidades que exerçam outra função delegada do Estado ou município, ou executem serviço de relevância pública.

Parágrafo único No exercício das atribuições a que se refere este artigo, cabe ao Ministério Público, entre outras providências:

I – receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações de qualquer natureza, promovendo as apurações cabíveis e dando-lhes as soluções adequadas;

II – zelar pela celeridade e racionalização dos procedimentos administrativos;

III – dar andamento, no prazo de 30 (trinta) dias, às notícias de irregularidades, petições ou recla-mações referidas no inciso I;

IV – promover audiências públicas e emitir relató-rios anuais ou especiais, dirigidos aos Poderes, aos órgãos ou às entidades mencionadas neste

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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artigo, solicitando ao destinatário sua divulgação adequada e, quando for o caso, as providências cabíveis.

Art. 68-A Nas causas em que for vencido o Ministério Público, as despesas processuais que o órgão for condenado a ressarcir, na forma da legislação processual civil, correrão por conta de dotação orçamentária específica do orçamento do Ministério Público.

Parágrafo único Nos casos de dolo ou culpa de membro do Ministério Público, este responderá pelas despesas a que se refere o “caput” deste artigo, nos termos da Lei n° 11.813, de 26 de janeiro de 1995.

è (Artigo acrescentado pelo art. 7º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Seção IIDo Procurador-Geral de Justiça

Art. 69 Além das atribuições previstas na Consti-tuição Federal, na Lei Orgânica Nacional do Minis-tério Público, na Constituição Estadual e em outras leis, compete ao Procurador-Geral de Justiça:

I – velar pela observância, aplicação e execução das Constituições e das leis;

II – representar ao Tribunal de Justiça por in-constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Consti-tuição Estadual;

III – representar para fins de intervenção do Estado no município, objetivando assegurar a observância de princípios indicados na Cons-tituição Estadual ou prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial;

IV – representar ao Procurador-Geral da República para fins de intervenção da União no Estado, nas hipóteses previstas no art. 34, VII, da Constitui-ção Federal;

V – representar o Ministério Público nas sessões plenárias dos Tribunais de Justiça, de Alçada, Militar e de Contas, podendo intervir para sustentação oral ou esclarecimento de matéria de fato;

VI – ajuizar ação penal de competência originária do Tribunal de Justiça, nela oficiando;

VII – oficiar nos processos de competência origi-nária dos Tribunais;

VIII – propor, perante o Tribunal de Justiça, a ação civil de decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público;

IX – interpor recursos aos Tribunais locais e Supe-riores e neles oficiar;

X – oficiar nos processos de decretação de perda do cargo, remoção ou disponibilidade de ma-gistrado;

XI – exercer as atribuições previstas no art. 129, II e III, da Constituição Federal, quando a autoridade reclamada for o Governador do Estado, o Presidente da Assembléia Legis-lativa ou os Presidentes de Tribunais, bem como quando, por ato praticado em razão de suas funções, contra estes deva ser ajuizada a competente ação;

XII – ajuizar mandado de injunção, quando a falta de norma regulamentadora inviabilizar o exercício de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos e a iniciativa de sua elaboração for do Governador do Estado, de Secretário de Estado, da Assembléia Legislativa ou de Tribunal;

XIII – instaurar procedimentos investigatórios e promover o inquérito civil nas hipóteses previstas no art. 129, II, da Constituição Federal, e para a

defesa do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, quando a responsabilidade for decorrente de ato praticado pelo Vice-Governador do Estado, pelo Advogado-Geral do Estado, pelo Defensor Públi-co-Geral ou por Secretário de Estado, membro da Assembléia Legislativa, Magistrado, membro do Ministério Público ou Conselheiro do Tribunal de Contas, em razão de suas funções;

è (Inciso com redação dada pelo art. 8º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XIV – informar ao Presidente da Assembleia Le-gislativa as providências adotadas, no prazo de cento e oitenta dias contados do recebimento de relatório final de comissão parlamentar de inquérito que indique a prática de atos de sua competência;

è (Inciso com redação dada pelo art. 11 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XV – informar ao Presidente da Assembleia Le-gislativa as providências adotadas, no prazo de cento e oitenta dias contados do recebimento de solicitação de apuração e investigação formulada por comissão permanente ou comissão especial da Assembleia Legislativa;

è (Inciso acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

è (Inciso com redação dada pelo art. 11 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XVI – delegar a outro membro do Ministério Público suas funções de órgão de execução;

è (Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XVII – praticar outros atos previstos em lei. è (Inciso renumerado pelo art. 8º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Parágrafo único O procedimento do inquérito civil instaurado na forma da lei poderá ser disciplinado, ainda, em ato do Procurador-Geral de Justiça.

Seção IIIDo Conselho Superior do Ministério

Público

Art. 70 Cabe ao Conselho Superior do Ministério Público rever o arquivamento do inquérito civil, na forma da lei.

Seção IVDos Procuradores de Justiça

Art. 71 Compete aos Procuradores de Justiça o exercício das atribuições do Ministério Público junto aos Tribunais de Justiça, de Alçada, de Contas e Militar, desde que não cometidas ao Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único O Procurador-Geral de Justiça poderá designar outro Procurador de Justiça para funcionar em feito determinado de atribuição do titular, com a concordância deste.

è (Vide Lei Complementar nº 102, de 17/1/2008.)

Art. 72 Além das atribuições previstas na Cons-tituição Federal, na Constituição Estadual, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e em outras leis, compete aos Procuradores de Justiça, no âmbito de suas atribuições:

I – comparecer às sessões de Câmaras Isoladas, Reunidas, Grupo de Câmaras, Conselho da Ma-gistratura e do Órgão Especial;

II – oficiar e emitir parecer escrito e fundamentado nos processos cíveis, criminais e administrativos, inclusive por delegação;

III – participar das sessões dos Tribunais, no julga-mento dos processos em que oficiou, tomando

ciência, pessoalmente e mediante vista dos autos respectivos, das decisões proferidas;

IV – interpor, quando for o caso, recursos aos Tribunais locais ou Superiores, ou sugerir ao Pro-curador-Geral de Justiça, fundamentadamente, a interposição ou a adoção de outras medidas cabíveis;

V – exercer, por designação do Procurador-Geral de Justiça, a direção de órgãos auxiliares e de apoio administrativo;

VI – impetrar “habeas corpus”, mandado de se-gurança, requerer correição parcial, bem como propor outras medidas cabíveis, perante os Tri-bunais competentes;

VII – compor os órgãos colegiados da instituição;

VIII – informar, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, para efeito de publicação no órgão oficial, a relação de processos não devolvidos no prazo legal, com pareceres ou ma-nifestações cabíveis, identificando a espécie e o número do feito, o nome das partes e indicando, fundamentadamente, as razões de eventual atraso e a data de recebimento dos autos;

IX – integrar comissão de concurso de ingresso na carreira do Ministério Público;

X – integrar comissão de processo disciplinar administrativo instaurado contra membro do Mi-nistério Público;

XI – comparecer, quando necessário ou conve-niente, aos gabinetes ou aos locais destinados às Procuradorias de Justiça;

XII – informar, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, para efeito de publicação no órgão oficial, a relação dos inquéritos civis e dos procedimentos investigatórios não concluídos no prazo de cento e vinte dias contados da data de sua instauração, identificando a espécie, o número, a data de abertura e o nome do membro do Ministério Público responsável;

è (Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XIII – exercer outras atribuições previstas em lei ou ato normativo, desde que afetas à sua área de atuação.

è (Inciso renumerado pelo art. 9º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 1º Nas sessões de julgamento, o Procurador de Justiça deverá, se necessário, sustentar oralmente a posição do Ministério Público, quando este intervier como fiscal da lei.

§ 2º Nos processos de competência originária em que o Ministério Público for parte, é obrigatória a intervenção e a sustentação oral pelo Procurador de Justiça.

§ 3º O Procurador de Justiça que, à data da forma-ção das listas a que se referem os arts. 94, “caput”, e 104, parágrafo único, II, da Constituição Federal e o art. 78, § 3º, da Constituição Estadual, não apresentar declaração de regularidade dos serviços afetos a seu cargo ficará impedido de integrá-las.

§ 4º A interposição de recurso perante os Tribunais Superiores é atribuição concorrente do Procurador--Geral de Justiça e dos Procuradores de Justiça.

§ 5º Em caso de interposição simultânea do mesmo recurso, processar-se-á o interposto pelo Procurador-Geral de Justiça, reputando-se o outro prejudicado.

Art. 73 Os Procuradores de Justiça, nos autos em que oficiem, exercerão inspeção permanente nos serviços dos Promotores de Justiça, remetendo relatório à Corregedoria-Geral do Ministério Público, observado o disposto no art. 39, § 1º, II, e § 2º.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Seção VDos Promotores de Justiça

Art. 74 Além das atribuições previstas na Cons-tituição Federal, na Constituição Estadual, na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e em outras leis, compete aos Promotores de Justiça:

I – impetrar “habeas corpus”, mandado de segu-rança e requerer correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;

II – atender a qualquer do povo, tomando as pro-vidências cabíveis e cientificando o interessado das medidas efetivadas;

III – oficiar perante a Justiça Eleitoral de 1ª instância, com as atribuições previstas na Lei Orgânica do Ministério Público da União e outras estabelecidas na legislação eleitoral e partidária;

IV – propor ação de perfilhação compulsória;

V – oficiar nos juizados especiais de pequenas causas;

VI – remeter ao Procurador-Geral de Justiça as notificações e as requisições que tiverem como destinatárias as pessoas referidas no art. 67, § 1º, para subsequente encaminhamento;

VII – integrar a comissão de concurso de ingresso na carreira do Ministério Público;

VIII – expedir notificações e requisições e instaurar procedimentos investigatórios nos casos afetos à sua área de atuação, salvo os que tenham como destinatárias as autoridades a que se referem os §§ 1º e 9º do art. 67 e o inciso XIII do art. 69;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

IX – inspecionar e fiscalizar cadeias públicas, ma-nicômios judiciários, estabelecimentos prisionais de qualquer natureza, hospitais públicos ou con-veniados e locais que abriguem idosos, crianças, adolescentes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência, mediante comunicação funda-mentada ao dirigente da instituição, adotando as medidas cabíveis;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

X – proceder à justificação de tempo de serviço de trabalhador rural;

XI – fiscalizar e inspecionar as fundações privadas e as instituídas pelo poder público, mediante comu-nicação fundamentada ao dirigente da instituição, adotando as medidas cabíveis;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XII – exercer, mediante designação do Procura-dor-Geral de Justiça, a Coordenadoria de Pro-motoria de Justiça e outros cargos de confiança da instituição;

XIII – integrar comissão de processo disciplinar administrativo;

XIV – solicitar o auxílio de serviços médicos, edu-cacionais e assistenciais públicos ou conveniados;

XV – informar, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, para efeito de publicação no órgão oficial, a relação de processos não devolvidos no prazo legal, com pareceres ou ma-nifestações cabíveis, identificando a espécie e o número do feito, o nome das partes e indicando, fundamentadamente, as razões de eventual atraso e a data de recebimento dos autos;

XVI – permanecer no Fórum ou nos locais desti-nados às Promotorias de Justiça, das 13 às 17 horas, ou além desse horário quando necessário ou conveniente ao desempenho de sua função,

salvo nos casos de realização de diligência indis-pensável ao exercício de atribuições;

XVII – acompanhar o alistamento, participar da verificação de urna referida na lei processual e assistir ao sorteio de jurados;

XVIII – requisitar a instauração de inquérito policial e diligências investigatórias para apuração de crime de ação penal pública;

XIX – assumir a direção de inquéritos policiais, quando designado pelo Procurador-Geral de Justiça, nos termos do art. 125, II, “g”, da Cons-tituição Estadual;

XX – prestar assistência judiciária na defesa dos interesses individuais e sociais indisponíveis;

XXI – participar, por designação do Procurador--Geral de Justiça, de Comissão de Concurso para provimento de cargos de serventuários da Justiça;

XXII – requisitar a cartórios, repartições ou autori-dade competente certidões, exames e esclareci-mentos necessários ao exercício de suas funções;

XXIII – inspecionar, periodicamente, estabelecimen-tos e órgãos de tratamento e amparo à criança ou ao adolescente, públicos ou privados, mediante comunicação fundamentada ao dirigente da ins-tituição, adotando as medidas cabíveis;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XXIV – zelar pela regularidade dos registros pú-blicos;

XXV – exercer o controle externo da atividade policial;

XXVI – fiscalizar a observância do Regimento de Custas do Estado e o recolhimento de multas impostas, adotando as providências cabíveis;

XXVII – zelar pela regularidade da distribuição de feitos;

XXVIII – conservar em arquivo da Promotoria de Justiça cópias de manifestações processuais e outros atos praticados no exercício do cargo;

XXIX – defender, supletivamente, os direitos e os interesses das populações indígenas;

XXX – zelar pela gratuidade do registro civil de nascimento e de óbito para os reconhecidamente pobres;

XXXI – informar, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, para efeito de publicação no órgão oficial, a relação dos inquéritos civis e dos procedimentos investigatórios não concluídos no prazo de cento e vinte dias contados da data de sua instauração, identificando a espécie, o número, a data de abertura e o nome do membro do Ministério Público responsável;

è (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei Complemen-tar nº 99, de 14/8/2007.)

XXXII – exercer outras atribuições definidas em lei ou ato normativo, desde que afetas à sua área de atuação.

è (Inciso renumerado pelo art. 10 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Parágrafo único O Procurador-Geral de Justiça poderá designar outro Promotor de Justiça para funcionar em feito determinado de atribuição do titular, com a concordância deste.

cAPÍtulO iVDOS ÓRGÃOS AUXILIARES

Seção IDos Centros de Apoio Operacional

Art. 75 Os Centros de Apoio Operacional são ór-gãos auxiliares da atividade funcional do Ministério

Público, instituídos por ato do Procurador-Geral de Justiça, competindo-lhes:

I – estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de execução que atuem na mesma área de atividade e que tenham atribuições comuns;

II – remeter informações técnico-jurídicas aos órgãos ligados à sua atividade;

III – estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou órgãos públicos ou privados que atuem em áreas afins;

IV – remeter, anualmente, ao Procurador-Geral de Justiça relatório das atividades do Ministério Público;

V – coordenar e sistematizar as ações dos órgãos de execução, integrar e uniformizar sua atuação e exercer outras funções compatíveis com sua fina-lidade, vedados o exercício de atividade de órgão de execução e a expedição de atos normativos de caráter vinculativo.

è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001).

§ 1º A direção dos Centros de Apoio Operacional estaduais será exercida por coordenador, esco-lhido livremente pelo Procurador-Geral de Justiça entre os Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça da mais elevada entrância.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001).

§ 2º A direção dos Centros de Apoio Operacional regionais será exercida por coordenador, escolhido livremente pelo Procurador-Geral de Justiça entre os Promotores de Justiça integrantes da base territorial de atuação do respectivo órgão.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001).

§ 3º Em cada comarca do interior e da Capital, funcionará uma Secretaria das Promotorias, cujas atribuições, de natureza administrativa, serão definidas por ato do Procurador-Geral de Justiça.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001).

§ 4º A Secretaria das Promotorias será dirigida por um dos Promotores de Justiça da comarca, eleito por seus integrantes, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001).

Seção IIDa Comissão de Concurso

Art. 76 A Comissão de Concurso, órgão auxiliar de natureza transitória, presidida pelo Procurador--Geral de Justiça, será constituída de membros do Ministério Público e de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Minas Gerais, e a ela incumbe realizar a seleção de candidatos ao ingresso na carreira.

Art. 77 Os integrantes da Comissão de Concurso serão eleitos pelo Conselho Superior do Minis-tério Público entre Procuradores e Promotores de Justiça de entrância especial, atendidos os seguintes requisitos:

I – ser, preferencialmente, especializado em disci-plina exigida no edital do concurso;

II – não compor o Conselho Superior do Minis-tério Público;

III – apresentar regularidade de serviço;

IV – não estar respondendo a ação penal por infração apenada com reclusão ou cumprindo pena imposta;

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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V – não estar afastado do exercício do cargo para desempenho de função junto à associação de classe;

VI – não ter exercido o magistério em curso de preparação de candidato para concurso de carreira jurídica, nos 6 (seis) meses anteriores à abertura do edital;

VII – não ser parente consanguíneo ou afim, até o quarto grau, inclusive, de candidato inscrito;

VIII – não estar respondendo a processo disciplinar administrativo ou cumprindo penalidade imposta.

Art. 78 Os examinadores, mediante aprovação da maioria da Comissão de Concurso, poderão ser substituídos pelos suplentes.

§ 1º A Comissão de Concurso terá 2 (dois) mem-bros para cada disciplina, sendo 1 (um) deles suplente.

§ 2º Redigidas as provas, o suplente necessaria-mente funcionará como revisor, cabendo-lhe o exame das questões e a sugestão à Comissão de Concurso, quando for o caso, de eventuais alterações.

Art. 79 O representante da Ordem dos Advogados do Brasil e seu suplente serão escolhidos pelo Pre-sidente da Comissão entre os integrantes de lista sêxtupla apresentada pela Seção de Minas Gerais.

Art. 80 A Comissão de Concurso deverá, até a realização da última fase do concurso, colher informações circunstanciadas sobre a conduta pessoal, profissional e familiar dos candidatos.

Art. 81 Os integrantes da Comissão de Concurso farão jus a gratificação pelo desempenho da fun-ção, fixada por ato do Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único Os membros do Ministério Público em atividade e seus servidores deve-rão, obrigatoriamente, auxiliar na realização do concurso, fazendo jus a gratificação fixada pelo Procurador-Geral de Justiça.

Seção IIIDo Centro de Estudos e

Aperfeiçoamento Funcional

Art. 82 O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional é órgão auxiliar do Ministério Público, dirigido por Procurador de Justiça ou Promotor de Justiça da mais elevada entrância, de livre escolha do Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único O Centro de Estudos e Aperfei-çoamento Funcional poderá, ainda, ser integrado por membros e estagiários do Ministério Público designados pelo Procurador-Geral de Justiça.

Art. 83 Incumbe ao Centro de Estudos e Aper-feiçoamento Funcional, entre outras atribuições previstas no regulamento:

I – instituir curso preparatório de candidatos apro-vados no concurso de ingresso na carreira do Mi-nistério Público e serviços auxiliares, com duração mínima de 30 (trinta) dias;

II – instituir curso de aperfeiçoamento e especia-lização de membro do Ministério Público e de serviços auxiliares;

III – realizar seminários, congressos, cursos, sim-pósios, pesquisas e estudos, visando ao aprimo-ramento profissional e cultural dos membros do Ministério Público e de serviços auxiliares;

IV – promover curso de reciclagem e aprimora-mento de membro do Ministério Público, espe-cialmente em estágio probatório;

V – realizar encontros locais e regionais e ciclos de estudo e pesquisa entre membros das Procu-radorias e Promotorias de Justiça;

VI – promover intercâmbio cultural e científico com instituições públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras;

VII – editar trabalhos jurídicos de membros do Ministério Público;

VIII – firmar convênios com entidades de classe, de ensino jurídico ou área correlata, nacionais ou estrangeiras;

IX – realizar o curso referido no art. 179;

X – indicar os expositores regulares ou eventuais para os cursos oficiais do órgão, ouvido o Procu-rador-Geral de Justiça.

Art. 84 O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional exercerá, ainda, atividade de Centro de Apoio Operacional às Procuradorias de Justiça, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 75.

Art. 85 O funcionamento e a organização do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional serão definidos em resolução do Procurador-Ge-ral de Justiça, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público.

Seção IVDos Órgãos de Apoio Administrativo

Art. 86 Lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça, nos termos do art. 66, § 2º, da Consti-tuição do Estado de Minas Gerais, disciplinará os órgãos e os serviços auxiliares de apoio ad-ministrativo do Ministério Público, organizados em quadro próprio de carreira, com os cargos e as funções que atendam às peculiaridades e às necessidades da administração e das ativi-dades funcionais.

è (Vide incisos III, IV e V do art. 2º; alínea “d” do inciso IV do art. 4º; inciso XIV do art. 18, e inciso II do art. 24 da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Vide arts. 2, 4 e 24 da Lei nº 14.323, de 20/6/2002.)

Art. 87 O cargo de Diretor-Geral da Procurado-ria-Geral de Justiça será provido por servidor ativo pertencente aos quadros específicos de provi-mento efetivo ou mediante recrutamento amplo.

Parágrafo único Exige-se, para o preenchimento do cargo de que trata este artigo, formação su-perior compatível com as funções a ele inerentes.

è (Artigo com redação dada pelo art. 14 da Lei Complemen-tar nº 66, de 22/1/2003).

Seção VDos Órgãos de Assessoramento

Art. 88 São órgãos de assessoramento da Pro-curadoria-Geral de Justiça:

I – as Procuradorias-Gerais de Justiça Adjuntas;

II – o Gabinete do Procurador-Geral de Justiça;

III – a Secretaria-Geral;

IV – a Assessoria Especial. è (Artigo com redação dada pelo art. 14 da Lei Complemen-tar nº 66, de 22/1/2003).

Subseção IDo Procurador-Geral de Justiça Ad-

junto

Art. 89 Os Procuradores-Gerais de Justiça Ad-juntos, em número de três, são de livre escolha do Procurador-Geral de Justiça.

§ 1°– Compete ao Procurador-Geral de Justiça Adjunto Jurídico:

I – substituir o Procurador-Geral de Justiça em suas faltas;

II – exercer, por delegação, a coordenação da As-sessoria Especial do Procurador-Geral de Justiça;

III – coordenar o recebimento dos processos oriundos dos Tribunais e a sua distribuição entre os Procuradores de Justiça com atuação nos res-pectivos colegiados, observada sua classificação ou designação;

IV – remeter, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério Público relatório dos processos recebi-dos e dos pareceres emitidos pelos Procuradores de Justiça que atuam nos Tribunais;

V – elaborar, anualmente, o relatório geral do mo-vimento processual e o dos trabalhos realizados pela Assessoria Especial e remetê-los ao Procu-rador-Geral de Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público;

VI – exercer outras atribuições que lhe sejam conferidas ou delegadas.

§ 2° Compete ao Procurador-Geral de Justiça Adjunto Administrativo:

I – substituir o Procurador-Geral de Justiça na falta do Procurador-Geral de Justiça Adjunto Jurídico;

II – assistir o Procurador-Geral de Justiça no de-sempenho de suas funções administrativas e legislativas;

III – executar a política administrativa da instituição;

IV – elaborar anteprojeto de lei sobre matéria de interesse do Ministério Público e acompanhar sua tramitação;

V – coordenar a elaboração da proposta orça-mentária do Ministério Público e encaminhá-la ao Procurador–Geral;

VI – supervisionar as atividades administrativas que envolvam membros do Ministério Público;

VII – exercer as atribuições administrativas que lhe sejam delegadas conforme o inciso XX do artigo 18 desta lei.

§ 3° Compete ao Procurador-Geral de Justiça Adjunto Institucional:

I – substituir o Procurador-Geral de Justiça na falta dos Procuradores-Gerais de Justiça Adjuntos Jurídico e Administrativo;

II – assistir o Procurador-Geral de Justiça no de-sempenho de suas funções;

III – auxiliar o Procurador-Geral de Justiça na pro-moção da integração dos órgãos de execução do Ministério Público, para estabelecimento da atuação institucional;

IV – promover a cooperação entre o Ministério Público e as entidades relacionadas com as ativi-dades penal e não criminal;

V – exercer outras atribuições que lhe sejam con-feridas ou delegadas.

§ 4° Na hipótese de vacância, impedimento, afas-tamento ou ausência dos Procuradores-Gerais de Justiça Adjuntos, o Procurador-Geral de Justiça será substituído temporariamente pelo Procurador de Justiça mais antigo na instância.”

è (Artigo com redação dada pelo art. 14 da Lei Complemen-tar nº 66, de 22/1/2003).

Subseção IIDo Gabinete do Procurador-Geral de

Justiça

Art. 90 O Gabinete do Procurador-Geral de Jus-tiça será integrado por Procurador de Justiça ou Promotor de Justiça da mais elevada entrância, em atividade ou não, livremente escolhido pelo Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único O Chefe de Gabinete exercerá as atribuições delegadas pelo Procurador-Geral de Justiça.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Subseção IIIDa Secretaria-Geral

Art. 91 A Secretaria-Geral será exercida por Procurador de Justiça ou Promotor de Justiça da mais elevada entrância, em atividade ou não, escolhido livremente pelo Procurador-Geral de Jus-tiça, cabendo-lhe, entre outras atribuições que lhe forem conferidas por ato normativo, a organização dos expedientes administrativos encaminhados à chefia da instituição.

Subseção IVDa Assessoria Especial

Art. 92 A Assessoria Especial do Procurador-Geral de Justiça será constituída de Procuradores de Justiça ou Promotores de Justiça de entrância especial, de livre escolha do Procurador-Geral de Justiça.

Seção VIDos Estagiários

Art. 93 Os estagiários do Ministério Público, auxi-liares das Promotorias de Justiça, serão nomeados pelo Procurador-Geral de Justiça por período não superior a 3 (três) anos.

Subseção IDa Seleção, da Investidura e do Exer-

cício

Art. 94 Os estagiários serão selecionados pelo Promotor de Justiça, por meio de provas e avalia-ção do histórico escolar, entre alunos de escolas de Direito oficiais ou reconhecidas, matriculados nos 3 (três) últimos anos ou semestres correspondentes do curso de bacharelado.

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça poderá con-ceder aos estagiários, a título de bolsa de es-tudo, auxílio correspondente a até dois salários mínimos legais.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001).

§ 2º Os estagiários nomeados pelo Procura-dor-Geral de Justiça tomarão posse e entrarão em exercício perante as Promotorias de Justiça respectivas, prestando o compromisso de bem desempenhar suas funções.

§ 3º Por meio de convênio com instituições de ensino superior poderão ser admitidos, tempora-riamente, estagiários de áreas técnicas específicas, para auxílio a membro da instituição ou órgão da administração do Ministério Público.

è (Vide art. 8º da Lei nº 16.180, de 16/6/2006.)

Art. 95 São requisitos para a investidura na função de estagiário do Ministério Público:

I – declaração de disponibilidade de horário e opção de turno;

II – documento comprobatório de regularidade escolar, com indicação do ano ou período do curso de bacharelado em Direito e disciplinas cursadas;

III – declaração de inexistência de antecedentes criminais;

IV – documento relativo à qualificação pessoal.

Art. 96 Os estagiários do Ministério Público exer-cerão suas funções pelo período mínimo de 1 (um) ano, em expediente não inferior a 4 (quatro) horas diárias.

Art. 97 Compete aos estagiários:

I – participar, com a presença do Promotor de Justiça, das audiências, colaborando em mani-festações processuais e assinando conjuntamente as respectivas peças;

II – participar das sessões do Tribunal do Júri, auxi-liando, quando solicitados, o Promotor de Justiça;

III – elaborar pesquisas doutrinárias e jurispru-denciais por recomendação de membro do Mi-nistério Público;

IV – colaborar nos serviços administrativos da Promotoria de Justiça;

V – auxiliar no cumprimento das notificações e re-quisições expedidas pelos Promotores de Justiça;

VI – acompanhar as ações propostas pelo Minis-tério Público, por meio da respectiva Promotoria de Justiça;

VII – exercer as funções de escrevente, mediante compromisso, em inquéritos civis e procedimen-tos administrativos instaurados pela Promotoria de Justiça;

VIII – exercer outras atribuições que lhes forem cometidas.

Art. 98 Aplicam-se aos estagiários, durante o estágio e sob pena de cancelamento sumário deste, as proibições e as normas disciplinares a que estão sujeitos os integrantes do quadro de serviços auxiliares do Ministério Público e os servi-dores públicos em geral, sendo-lhes ainda vedado:

I – exercer qualquer atividade relacionada com funções judiciárias ou policiais, salvo no caso de compatibilidade técnica;

II – revelar quaisquer fatos de que tenham co-nhecimento em razão das atividades do estágio;

III – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens, custas ou participações de qualquer natureza.

Art. 99 São impedidos para o exercício das funções de estagiário do Ministério Público os parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o quarto grau, inclusive, do Promotor de Justiça, salvo em outra Promotoria de Justiça.

Subseção IIDa Dispensa e do Certificado de Es-

tágio

Art. 100 Os estagiários poderão ser dispensados por ato do Procurador-Geral de Justiça mediante representação motivada do Promotor de Justiça.

Art. 101 Ao término do período de estágio, será expedido certificado pelo Promotor de Justiça quanto ao desempenho e assiduidade, instruído com os documentos pertinentes, observado o prazo previsto no art. 96.

§ 1º O certificado a que se refere este artigo suprirá o período a que se refere o art. 159, II.

§ 2º Por decisão da comissão de concurso, poderá ser aplicado o disposto no parágrafo anterior aos estagiários do Ministério Público de outros Estados ou de escolas de Direito oficiais ou reconhecidas, na hipótese de critérios semelhantes de estágio.

Art. 102 O tempo de estágio no Ministério Público será contado para todos os efeitos legais até o máximo de 3 (três) anos.

cAPÍtulO VDAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS

DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 103 Os membros do Ministério Público sujeitam-se a regime jurídico especial e têm as seguintes garantias:

I – vitaliciedade, após 2 (dois) anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado, observado o dis-posto no art. 121;

II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;

III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o disposto na Consti-tuição Federal.

§ 1º O membro vitalício do Ministério Público somente perderá o cargo por decisão judicial transitada em julgado, proferida em ação civil própria, nos seguintes casos:

I – prática de infração penal incompatível com o exercício do cargo, após decisão judicial transi-tada em julgado;

II – exercício da advocacia, inclusive a represen-tação judicial e a consultoria jurídica a entidades públicas;

III – abandono do cargo por prazo superior a 30 (trinta) dias consecutivos.

IV – lesão aos cofres públicos, dilapidação do patri-mônio nacional ou de bens confiados a sua guarda;

è (Inciso acrescentado pelo art. 11 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°, da Constituição Federal;

è (Inciso acrescentado pelo art. 11 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

VI – condenação por crime praticado com abuso de poder ou violação de dever para com a ad-ministração pública, quando a pena aplicada for superior a dois anos;

è (Inciso acrescentado pelo art. 11 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

VII – incontinência pública e escandalosa que comprometa gravemente, por sua habitualidade, a dignidade da instituição;

è (Inciso acrescentado pelo art. 11 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

VIII – revelação de assunto de caráter sigiloso, que conheça em razão do cargo ou da função, comprometendo a dignidade de suas funções ou da justiça;

IX – aceitação ilegal de cargo ou função pública. è (Inciso acrescentado pelo art. 11 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 2º A ação civil para a decretação da perda do cargo será proposta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal de Justiça, após auto-rização da Câmara de Procuradores de Justiça, na forma desta lei.

§ 3º O membro do Ministério Público aposentado perderá o cargo, ficando cassados os respectivos proventos, em ação civil proposta pelo Procurador--Geral de Justiça, se, em atividade, incorreu nas vedações previstas no § 1º deste artigo.

§ 4º A ação civil referida no § 1º, no caso do inciso I, será proposta enquanto não verificada a prescrição da infração penal e nas hipóteses previstas nos incisos II e III, no prazo de 5 (cinco) anos contados do fato.

§ 5º O pedido de autorização à Câmara de Procu-radores de Justiça, previsto no § 2º deste artigo, interrompe a prescrição, ressalvado o caso previsto no inciso I do § 1º.

Art. 104 Em caso de extinção do órgão de exe-cução, da Comarca ou de mudança da sede da Promotoria de Justiça, será facultado ao Promotor de Justiça obter a remoção para outra Promotoria de igual entrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais e a contagem do tempo de serviço como se em exercício estivesse.

§ 1º O membro do Ministério Público em disponibi-lidade remunerada continuará sujeito às vedações

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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previstas no art. 111 e será classificado em quadro especial, provendo-se a vaga que ocorrer.

§ 2º Aplica-se à disponibilidade prevista no “caput” deste artigo o disposto no art. 127, parágrafo único.

Art. 105 Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público:

I – ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados com o Juiz ou com autoridade competente;

II – estar sujeito a intimação ou convocação para comparecimento somente se expedida pela au-toridade judiciária ou por órgão da administração superior do Ministério Público competente, res-salvadas as hipóteses constitucionais;

III – ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça, sob pena de responsabilidade;

IV – ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça deste Estado, nos crimes co-muns e de responsabilidade, ressalvada exceção de ordem constitucional;

V – ser custodiado ou recolhido a prisão domiciliar ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do Tribunal competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;

VI – ter assegurado o direito de acesso a dados e informações relativos à sua pessoa e à sua ativi-dade funcional existentes nos órgãos da instituição, bem como a sua retificação e complementação;

VII – exercer os direitos relativos à livre associa-ção sindical.

§ 1º Quando no curso da investigação houver indício de prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a autoridade poli-cial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.

§ 2º No caso do inciso VI deste artigo, o requeri-mento será endereçado ao Corregedor-Geral do Ministério Público, instruído, quando for o caso, com os documentos pertinentes.

§ 3º O Corregedor-Geral do Ministério Público decidirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, cabendo, em caso de indeferimento, recurso à Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias contados da efetiva ciência.

§ 4º As garantias previstas neste artigo aplicam-se aos membros do Ministério Público aposentados, salvo o disposto no inciso VI.

Art. 106 Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício da função:

I – receber o mesmo tratamento jurídico e protoco-lar dispensado aos membros do Poder Judiciário e aos Conselheiros do Tribunal de Contas junto aos quais oficiem;

II – ter vista dos autos após distribuição às Turmas ou Câmaras e intervir nas sessões de julgamento, para sustentação oral ou esclarecimento de ma-téria de fato;

III – receber intimação pessoal em qualquer pro-cesso e grau de jurisdição, por meio da entrega dos autos com vista;

IV – despachar diretamente com o magistrado, ou fazer juntar, independentemente de protocolo, as manifestações aos autos, mediante recibo da respectiva secretaria;

V – gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo teor de suas manifestações processuais ou procedimentais, nos limites de sua independência funcional;

VI – ingressar e transitar livremente:

a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites que separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, se-cretarias, cartórios, tabelionatos, ofícios de justiça e edifícios dos Fóruns e Tribunais;

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial, policial ou estabelecimento de internação coletiva onde deva praticar ato, colher prova ou informação útil ao desempenho de suas funções, inclusive, quando indispensável, fora do expediente regulamentar, requisitando, nesse caso, a presença de funcionário;

d) em qualquer recinto público ou privado, ressal-vada a garantia constitucional de inviolabilidade de domicílio;

VII – dispor, utilizar e administrar livremente, nas comarcas em que servir, instalações próprias e condignas da Promotoria de Justiça, sendo-lhe assegurada a direção dos serviços auxiliares;

VIII – requisitar a realização de buscas ou o forne-cimento gratuito de certidões a cartórios, tabelio-natos e ofícios de justiça;

IX – examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

X – retirar, mediante carga, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos findos ou em andamento, in-clusive por delegação do Procurador-Geral de Justiça, salvo nas hipóteses de prazo comum ou conclusão;

XI – examinar, em qualquer repartição policial, autos de prisão em flagrante ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

XII – ter acesso ao réu ou indiciado preso, a qual-quer momento, mesmo quando decretada a incomunicabilidade;

XIII – usar sala privativa para seus trabalhos nos edifícios dos Fóruns e dos Tribunais;

XIV – usar as insígnias privativas do Ministério Pú-blico e as vestes talares, que terão modelo fixado por ato do Procurador-Geral de Justiça;

XV – tomar assento imediatamente à direita e no mesmo plano dos Juízes de 1ª instância ou do Presidente do Tribunal, da Câmara ou da Turma;

XVI – não ser indiciado em inquérito policial, ob-servado o disposto no § 1º do art. 105.

Art. 107 As garantias e prerrogativas previstas neste capítulo não excluem outras estabeleci-das em lei.

Art. 108 O membro do Ministério Público, após 10 (dez) anos de exercício na carreira, poderá ser indicado em lista sêxtupla elaborada pelo Conselho Superior do Ministério Público e ser nomeado para compor os Tribunais de Justiça, de Alçada, Militar e de Contas, na forma da lei.

Art. 109 Os membros do Ministério Público terão carteira funcional, na forma de resolução expedida pelo Procurador-Geral de Justiça, válida em todo o território nacional como cédula de identidade, e porte de arma, independentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização.

§ 1º A carteira funcional consignará o livre acesso do membro do Ministério Público, no exercício

de suas atribuições, a locais públicos, para a garantia de direitos assegurados na Constituição ou em outras leis, podendo ele requisitar o auxílio de autoridade administrativa, de policial ou de qualquer pessoa.

§ 2º Ao membro do Ministério Público aposentado são assegurados, em razão do cargo que exerceu, a carteira funcional, nas condições estabelecidas no “caput” deste artigo, e o uso das insígnias pri-vativas, preservadas as garantias e prerrogativas previstas no art. 103, I e III.

§ 3º A carteira funcional do membro do Ministé-rio Público aposentado por invalidez decorrente de doença mental não valerá como licença para porte de arma, e a constatação de doença mental, posterior à expedição, implicará o cancelamento da autorização.

cAPÍtulO ViDOS DEVERES E VEDAÇÕES DOS

MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 110 São deveres dos membros do Ministério Público, além de outros previstos em lei:

I – exercer as atribuições previstas na Constituição Federal, na Constituição Estadual e em outras leis;

II – manter ilibada conduta pública e particular;

III – zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerro-gativas e pela dignidade de suas funções;

IV – indicar os fundamentos jurídicos de seus pronunciamentos processuais, elaborando rela-tório em sua manifestação final e recursal, e nos procedimentos administrativos afetos à sua área de atuação;

V – observar os prazos processuais e procedimen-tais, justificando os motivos de eventual atraso;

VI – assistir aos atos judiciais ou extrajudiciais, quando obrigatória ou conveniente a sua presença, permanecendo no fórum das 13 às 17 horas, ou além deste horário, quando necessário ou conve-niente ao desempenho de sua função, salvo nos casos de realização de diligência indispensável ao exercício de atribuições;

VII – desempenhar com zelo e presteza suas funções;

VIII – declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei, devendo comunicar os motivos, de forma reservada, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias;

IX – adotar, nos limites de suas atribuições, as providências cabíveis em face de irregularidade de que tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços afetos a seu cargo;

X – tratar com urbanidade magistrados, advoga-dos, partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Justiça, não prescindindo de igual tratamento;

XI – residir, se titular, na respectiva comarca, ou na sede do Tribunal perante o qual oficie;

XII – prestar informações solicitadas pelos órgãos da instituição;

XIII – identificar-se, mecanicamente ou mediante carimbo, em suas manifestações;

XIV – atender aos interessados, a qualquer mo-mento nos casos urgentes, ou quando necessária a intervenção de membro do Ministério Público;

XV – acatar, no plano administrativo, as decisões dos órgãos da administração superior do Minis-tério Público;

XVI – guardar sigilo profissional;

XVII – apresentar, no início do gozo de férias indi-viduais, declaração de regularidade de serviço e informação do local onde possa ser encontrado;

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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XVIII – apresentar, ao término de substituição de membro do Ministério Público em gozo de férias ou licença, declaração de regularidade de serviço, acompanhada de relatório de atividades desem-penhadas no período;

XIX – fornecer, quando da entrada em exercício na Promotoria de Justiça, declaração referente aos processos, inquéritos policiais e outros pro-cedimentos que estejam com vista ao Ministério Público;

XX – apresentar, ao término do exercício na Pro-motoria de Justiça respectiva, declaração de regularidade de serviço;

XXI – comparecer às reuniões dos órgãos colegia-dos da instituição aos quais pertencer, até como suplente, se convocado;

XXII – comparecer às reuniões dos órgãos de execução;

XXIII – respeitar a dignidade pessoal do acusado;

XXIV – velar pela regularidade e pela celeridade dos processos em que intervenha;

XXV – usar, em reuniões solenes, ordinárias e extraordinárias dos órgãos colegiados, em au-diências e nos julgamentos perante os Tribunais, inclusive o Tribunal do Júri, as vestes talares do Ministério Público;

XXVI – realizar, trimestralmente, inspeção nas se-cretarias criminais, examinando individualmente os feitos criminais, providenciando ou requerendo, quando for o caso, entre outras medidas:

a) a decretação da extinção da punibilidade;

b) o livramento condicional e a comutação de pena;

c) o “habeas corpus”;

d) o prosseguimento dos processos que estiverem paralisados injustificadamente;

e) a intimação do réu para justificar, sob pena de cassação do benefício, o motivo de descumpri-mento de “sursis” e do livramento condicional;

f) a intimação do réu da sentença, por mandado e, se ignorado seu paradeiro, por edital, nos ter-mos da lei.

XXVII – fiscalizar, mensalmente ou quando conve-niente, as cadeias públicas, os estabelecimentos prisionais e os que abriguem idosos, crianças, adolescentes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência, registrando em livro próprio da Promotoria de Justiça as observações que julgar pertinentes e as providências efetivadas;

XXVIII – prestar assistência judiciária aos necessi-tados, na defesa de interesses sociais e individuais indisponíveis;

XXIX – prestar as informações necessárias à elabo-ração do relatório das atividades da Procuradoria e da Promotoria de Justiça, na forma que dispuser o regulamento próprio;

è (Inciso com redação dada pelo art. 12 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

XXX – manter atualizados os dados pessoais junto à administração do Ministério Público;

XXXI – colaborar na organização da biblioteca e do arquivo geral da Procuradoria ou da Promo-toria de Justiça;

XXXII – trajar-se adequadamente e de confor-midade com as tradições forenses, quando do comparecimento na Procuradoria-Geral de Jus-tiça ou a solenidade promovida pela instituição, bem como, no exercício da função, em qualquer repartição pública.

XXXIII – integrar escala de plantão em finais de semana ou feriados, para adoção de medidas urgentes e atuação perante os Juizados Especiais

ou em Promotorias cujas funções demandem atuação naqueles períodos.

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

Parágrafo único As declarações a que se referem os incisos XVII, XVIII, XIX e XX serão remetidas à Corregedoria-Geral do Ministério Público, na forma do Regimento Interno.

Art. 111 Ao membro do Ministério Público é vedado:

I – receber, a qualquer título e sob qualquer pre-texto, honorários, percentagens ou custas pro-cessuais;

II – exercer a advocacia, inclusive a representação judicial e a consultoria jurídica a entidades públicas;

III – exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;

IV – exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

V – exercer atividade político-partidária, ressalvada a filiação e o afastamento para o exercício de cargo eletivo ou para a ele concorrer;

VI – participar de leilão ou praça judiciais, inclusive por interposta pessoa.

VII – fiscalizar as finanças e a contabilidade de pessoa jurídica de direito privado que não receba recurso público, ressalvadas as fundações privadas, as entidades públicas constituídas na forma do direito privado e as prestadoras de serviço público.

è (Inciso acrescentado pelo art. 12 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Parágrafo único Não constituem acumulação, para os efeitos do inciso IV deste artigo, as ativida-des exercidas em organismos estatais afetos à área de atuação do Ministério Público, em Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, em Centro de Apoio Operacional, em Coordenadoria de Pro-curadoria e Promotoria de Justiça, em entidades de representação de classe, nos órgãos auxiliares da instituição e o exercício de cargo de confiança.

cAPÍtulO ViiDOS VENCIMENTOS, DAS VANTAGENS

E DOS DIREITOS

Seção IDos Vencimentos e das Vantagens

Art. 112 Os vencimentos dos membros do Mi-nistério Público serão fixados por proposta do Procurador-Geral de Justiça, em nível condizente com a relevância da função e de forma a com-pensar todas as vedações e incompatibilidades específicas que lhes são impostas.

Art. 113 O membro do Ministério Público titular de Promotoria de Justiça designado para substituição terá direito à diferença de vencimentos entre o seu cargo e o que ocupar, salvo no caso de cumulação.

Art. 114 Os vencimentos dos membros do Mi-nistério Público serão fixados com diferença não excedente a 10% (dez por cento) de uma para outra entrância e da entrância mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, garantin-do-se aos Procuradores de Justiça não menos de 95% (noventa e cinco por cento) dos vencimentos atribuídos ao Procurador-Geral de Justiça.

Art. 115 A remuneração dos membros do Minis-tério Público terá, como limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em espécie e a qualquer título, pelos membros do Poder Ju-diciário local.

è (Vide art. 1º da Emenda à Constituição nº 79, de 11/7/2008.)

è (Vide Lei nº 18.715, de 8/1/2010.)

Art. 116 O valor do subsídio mensal do Procu-rador-Geral de Justiça e dos Procuradores de Justiça, para efeito dos arts. 39, § 4º, 127, § 2º, e 128, § 5º, da Constituição da República não poderá exceder a 90,25% (noventa vírgula vinte e cinco por cento) daquele estabelecido como limite máximo no art. 37, inciso XI, da Constituição da República.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/07/2001.)

è (Vide art. 1º da Emenda à Constituição nº 79, de 11/7/2008.)

Art. 117 A revisão dos subsídios mensais dos membros do Ministério Público será feita nos termos do art. 127, § 2º, da Constituição da Re-pública, observada a iniciativa de lei facultada ao Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único Os proventos dos membros aposentados do Ministério Público e as pensões devidas a dependentes dos membros do Ministério Público serão fixados de acordo com o valor do subsídio respectivo e serão revistos sempre que se modificar o valor devido àqueles que estejam em atividade, na mesma data e em idêntico percentual.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/07/2001.)

Art. 118 O Promotor de Justiça titular de Promo-toria de Justiça de comarca que seja classificada em entrância mais elevada e que nela permanecer receberá, enquanto se mantiver nessa situação, os subsídios referentes à entrância mais elevada.

Parágrafo único A hipótese prevista no caput compreende as situações decorrentes da aplica-ção do art. 8º da Lei Complementar nº 61, de 12 de julho de 2001.

è (Artigo com redação dada pelo art. 13 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 119 Além dos vencimentos, serão outorgadas ao membro do Ministério Público as seguintes vantagens:

I – ajuda de custo para despesas de transporte e mudança;

II – auxílio-moradia; è (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/07/2001.)

è (Art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/07/2001, vetado pelo Governador do Estado e mantido pela Assem-bléia Legislativa em 29/9/2001.)

III – auxílio-funeral, a ser pago ao cônjuge so-brevivente ou aos dependentes do membro do Ministério Público, ainda que aposentado ou em disponibilidade, cuja importância será igual a um mês de vencimentos ou proventos percebidos, à data do óbito, pelo falecido;

IV – auxílio-doença, correspondente a 1 (um) mês de vencimentos, após cada período de 12 (doze) meses ininterruptos em que o membro do Ministério Público permanecer em licença para tratamento de saúde;

V – salário-família;

VI – diárias;

VII – verba de representação de Ministério Público equivalente ao vencimento básico;

VIII – gratificação pela prestação de serviço à Jus-tiça Eleitoral, com os recursos desta e equivalente à devida ao magistrado perante o qual oficie;

IX – gratificação adicional por tempo de serviço equivalente a 10% (dez por cento) para cada 5 (cinco) anos de serviço, incidente sobre o venci-mento e a verba de representação;

X – gratificação, correspondente a 10% (dez por cento) do vencimento básico, pelo exercício em comarca de difícil provimento, esta definida e

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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indicada em lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça;

XI – gratificação de magistério por aula proferida em cursos oficiais promovidos pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, cujo valor será fixado por ato do Procurador-Geral de Justiça, ouvida a Câmara de Procuradores de Justiça;

XII – gratificação adicional de 10% (dez por cento), após 30 (trinta) anos de efetivo exercício, incidente sobre os vencimentos e vantagens, nos termos da Lei nº 134, de 28 de dezembro de 1947, e art. 31, VI, da Constituição Estadual;

XIII – gratificação natalina, correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício no respectivo ano, considerando-se como mês integral a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias;

XIV – gratificação de férias não inferior a 1/3 (um terço) dos vencimentos, após 1 (um) ano de exer-cício na carreira.

XV – gratificação por cumulação de atribuições; è (Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XVI – indenização por plantões exercidos em finais de semana, em feriados ou em razão de medidas urgentes.

è (Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

XVII – auxílio ao aperfeiçoamento profissional, mediante reembolso, para aquisição de livros jurídicos e material de informática, no valor anual de até a metade do subsídio mensal, conforme critérios estabelecidos em resolução do Procura-dor-Geral de Justiça;

è (Inciso acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XVIII – gratificação mensal pelo exercício de coor-denação de Promotoria de Justiça, conforme disposto no art. 63, e de Procuradoria de Justiça, na forma da lei;

è (Inciso acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XIX – gratificação mensal pelo exercício em turma recursal, na forma da lei;

è (Inciso acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XX – auxílio-saúde, limitado a 10% (dez por cento) do subsídio mensal, conforme critérios estabelecidos em resolução do Procurador--Geral de Justiça;

è (Inciso acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

XXI – auxílio-alimentação, conforme critérios es-tabelecidos em resolução do Procurador-Geral de Justiça.

§ 1º Aplicam-se aos membros do Ministério Público os direitos sociais previstos no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII e XIX, da Constituição Federal, e art. 31, I, II e III, da Constituição Estadual.

§ 2º Constitui parcela dos vencimentos, para todos os efeitos, a verba de representação de Ministério Público.

§ 3º As vantagens previstas nos incisos II e X serão devidas durante o período em que o membro do Ministério Público residir na comarca e sobre elas não incidirá outra.

§ 4º Equipara-se, para efeito de percepção do auxílio-funeral, o companheiro ao cônjuge.

§ 5° Resolução do Procurador-Geral de Jus-tiça disciplinará o pagamento da gratificação

por cumulação de atribuições, no valor de até 15% (quinze por cento) do valor do subsí-dio, ao membro do Ministério Público que for designado, nos termos do art. 200 desta lei, para atender, concomitantemente, em subs-tituição, mais de uma Procuradoria de Justiça ou Promotoria de Justiça na mesma Comarca em que for titular.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 13 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

§ 6º O membro do Ministério Público que perma-necer de plantão, quando escalado, nos fins de semana, feriados ou em qualquer outro dia em que não houver expediente forense, terá direito a compensação ou indenização, a ser paga no prazo de trinta dias após o requerimento de conversão.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 13 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 14 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 7º O servidor do Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares do Ministério Público que prestar serviço de apoio ao membro do Ministério Público durante o plantão mencionado no § 6º poderá fazer jus a gratificação fixada por resolução do Procurador--Geral de Justiça.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 13 da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

Seção IIDos Direitos

Subseção IDisposições Preliminares

Art. 120 Além dos vencimentos e das vanta-gens de que trata a seção anterior, asseguram-se aos membros do Ministério Público os seguintes direitos:

I – férias e férias-prêmio;

II – licenças e afastamentos;

III – aposentadoria.

Parágrafo único Ato do Procurador-Geral de Justiça disciplinará o gozo dos direitos previstos nesta lei.

Art. 121 São considerados como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, exceto para vitaliciamento, os dias em que o membro do Ministério Público estiver afastado de suas funções em razão de:

I – licença prevista nesta lei;

II – férias;

III – cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos, no País ou no exterior, de duração má-xima de 2 (dois) anos, na forma prevista no art. 33, X, mediante prévia autorização do Conselho Superior do Ministério Público;

IV – período de trânsito;

V – disponibilidade remunerada, exceto para promoção, em caso de afastamento decorrente de punição;

VI – designação do Procurador-Geral de Jus-tiça para:

a) realização de atividade de relevância para a instituição;

b) direção do Centro de Estudos e Aperfeiçoa-mento Funcional do Ministério Público;

VII – exercício de cargo ou função de direção de associação representativa de classe, na forma desta lei;

VIII – outras hipóteses definidas em lei.

Subseção IIDas Férias

Art. 122 O direito a férias coletivas e individuais dos membros do Ministério Público será igual ao dos magistrados.

§ 1º O membro do Ministério Público que integrar a escala de plantão forense terá direito a férias individuais.

§ 2º O membro do Ministério Público integrará, quando necessário, a escala de plantão forense no primeiro ano de exercício na carreira.

§ 3º Decorrido o período mencionado no parágrafo anterior, é assegurado ao membro do Ministério Público o gozo de férias individuais corresponden-tes aos meses de plantão forense.

§ 4º O Promotor de Justiça Substituto desig-nado para a

escala de plantão forense não fará jus a diárias.

§ 5º As férias excepcionalmente não gozadas, por necessidade de serviço, a critério do Procurador--Geral de Justiça, serão indenizadas.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº61, de 12/7/2000.)

Art. 123 O Procurador-Geral de Justiça poderá, por necessidade de serviço, suspender ou in-deferir férias de qualquer natureza, ressalvado o gozo oportuno.

§ 1º As férias não poderão ser fracionadas ou acumuladas por período superior a 2 (dois) meses, salvo na hipótese prevista no “caput” deste artigo.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior não se aplica ao Procurador-Geral de Justiça, ao Procurador--Geral de Justiça Adjunto, ao Corregedor-Geral do Ministério Público, aos ocupantes de cargos de confiança e aos membros da instituição que exerçam as funções previstas no art. 137, I.

Art. 124 A gratificação a que se refere o art. 119, XIV, será percebida nos meses de janeiro e julho de cada ano.

Art. 125 O membro do Ministério Público, para entrar em gozo de férias individuais, deverá apre-sentar declaração de regularidade de serviço e in-formar à Procuradoria-Geral de Justiça o local onde possa ser encontrado, sob pena de indeferimento.

Parágrafo único Constatada a ausência de regu-laridade do serviço afeto ao membro do Ministério Público, o gozo de férias individuais será imedia-tamente suspenso por ato do Procurador-Geral de Justiça, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Art. 126 Os membros do Ministério Público mencionados no art. 123, § 2º, gozarão férias oportunamente.

Subseção IIIDas Férias-Prêmio

Art. 127 Ao membro do Ministério Público, após cada decênio de exercício no serviço público, será concedido, mediante requerimento ao Procura-dor-Geral de Justiça, o direito a férias-prêmio de 6 (seis) meses, com vencimentos e vantagens integrais do cargo.

Parágrafo único O período de disponibilidade do membro do Ministério Público não será computado para efeito de férias-prêmio.

Art. 128 O disposto no art. 123, § 1º, desta lei não se aplica às férias-prêmio.

Art. 129 (Revogado pelo art. 28 da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001.)

Dispositivo revogado:

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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“Art. 129 As férias-prêmio poderão ser convertidas em espécie ou ter contados em dobro, para efeito de aposentadoria, os períodos não gozados.”

Art. 130 Ao cônjuge sobrevivente ou aos depen-dentes são devidos os vencimentos e as vantagens correspondentes aos períodos de férias-prêmio não gozados e não contados em dobro, em caso de falecimento do membro do Ministério Público.

Parágrafo único Para efeito do disposto no “caput” deste artigo, equipara-se o companheiro ao cônjuge.

Subseção IVDa Ajuda de Custo

Art. 131 Ao membro do Ministério Público que, em virtude de promoção ou remoção compulsória, passar a residir em outra comarca será concedida ajuda de custo para indenização das despesas de transporte e mudança, por via terrestre, mediante comprovação da respectiva despesa e até o limite correspondente a 1 (um) mês de vencimentos do cargo a ser exercido, observados os critérios estabelecidos pela Procuradoria-Geral de Justiça.

Parágrafo único O membro do Ministério Público que for promovido na forma disposta no art. 177, § 1º, não fará jus à ajuda de custo prevista no “caput” deste artigo.

Subseção VDas Diárias

Art. 132 O membro do Ministério Público que se deslocar temporariamente da sede da Procuradoria ou da Promotoria de Justiça em razão de serviço e mediante designação terá direito a diárias para indenização de despesas, cujos critérios para concessão serão definidos por ato do Procura-dor-Geral de Justiça.

§ 1º A diária não será superior a 1/30 (um trinta avos) dos vencimentos do cargo inicial da carreira.

§ 2º O valor da diária poderá ser fixado em até o dobro do previsto no parágrafo anterior, indeniza-das as despesas de transporte, quando se tratar de deslocamento para fora do Estado.

Subseção VIDas Licenças

Art. 133 Conceder-se-á licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por motivo de doença em pessoa da família;

III – à gestante;

IV – por motivo de paternidade, por 5 (cinco) dias úteis;

V – em caráter especial;

VI – para casamento, por 8 (oito) dias;

VII – por luto, em virtude de falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, irmãos, sogros, noras e genros, por 8 (oito) dias;

VIII – em outros casos previstos em lei.

§ 1º As licenças previstas nos incisos IV, VI e VII deste artigo dar-se-ão por comunicação ao Pro-curador-Geral de Justiça, e as demais, mediante requerimento.

§ 2º Não será concedida licença para o exercício de função pública ou particular, salvo as exceções expressamente previstas nesta lei.

Art. 134 A licença para tratamento de saúde por prazo superior a 30 (trinta) dias depende de inspeção por junta médica oficial, até para o caso de prorrogação.

§ 1º A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término da anterior é considerada pror-rogação.

§ 2º O membro do Ministério Público que, no curso de 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao requerimento de nova licença, houver se licen-ciado por período contínuo ou descontínuo de 3 (três) meses deverá submeter-se à verificação de invalidez.

§ 3º Declarada a incapacidade definitiva para o serviço, o membro do Ministério Público será afastado de suas funções e aposentado, ou, se considerado apto, reassumirá o cargo imediata-mente ou ao término da licença.

Art. 135 A licença por motivo de doença em pes-soa da família será concedida, com vencimentos integrais, pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias.

§ 1º A licença somente será concedida se a as-sistência direta do membro do Ministério Público for indispensável e não puder ser dada simulta-neamente com o exercício do cargo.

§ 2º A licença a que se refere o “caput” deste artigo não comporta prorrogação.

§ 3º Considera-se, para o efeito deste artigo, como pessoa da família, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmãos, ou pessoa que viva sob a dependência econômica do membro do Ministério Público ou mantenha com este vínculo de parentesco civil ou afim.

Art. 136 A licença à gestante será de 120 (cento e vinte) dias, podendo iniciar-se no oitavo mês de gestação, salvo na hipótese de antecipação de parto ou prescrição médica.

§ 1º A licença à gestante dar-se-á pelo prazo de 30 (trinta) dias nos casos de natimorto ou aborto, salvo contraindicação médica, aplicando-se, nesta hipótese, o disposto no art. 134.

§ 2º A licença prevista no parágrafo anterior dar--se-á mediante comunicação ao Procurador-Geral de Justiça.

Art. 137 A licença em caráter especial poderá ser concedida nos seguintes casos:

I – exercício de cargo de Presidente de entidade de classe, bem como de cargo de direção com função que exija dedicação exclusiva, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público;

II – frequência a cursos ou seminários de aperfei-çoamento e estudos, no País ou no exterior, de duração máxima de 2 (dois) anos, observado o disposto no art. 33, X;

III – participação em congressos, seminários ou encontros relacionados com o exercício da função, pelo prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, sem prejuízo de vencimentos e vantagens.

§ 1º A licença a que se refere o inciso I será re-munerada e perdurará até o término do mandato.

§ 2º A licença a que se refere o inciso II não será concedida ao membro do Ministério Público em estágio probatório, ou que esteja submetido a processo disciplinar administrativo.

§ 3º A licença prevista no inciso II obriga à apre-sentação de relatório circunstanciado sobre as atividades desenvolvidas.

§ 4º O membro do Ministério Público perderá o tempo de serviço correspondente à licença se não comprovar o aproveitamento nos 30 (trinta) dias subsequentes ao término da atividade desempe-nhada, observado, ainda, o disposto no art. 212, IV.

§ 5º A exoneração do membro do Ministério Pú-blico que se tenha licenciado das funções para o fim previsto no inciso II deste artigo obriga ao res-

sarcimento dos valores percebidos a título de ven-cimentos e vantagens no período correspondente.

§ 6º Não se aplicará o disposto no parágrafo anterior quando decorrido mais de 1 (um) ano do retorno às normais atribuições do cargo.

Art. 138 O membro do Ministério Público licen-ciado não pode exercer nenhuma de suas funções nem outra função pública ou particular.

Subseção VIIDa Verificação de Incapacidades Físi-

ca e Mental

Art. 139 Em caso de fundados indícios de inca-pacidade física ou mental de membro do Minis-tério Público, o Conselho Superior do Ministério Público, de ofício, mediante representação do Procurador-Geral de Justiça ou do Corregedor Geral do Ministério Público, determinará a suspen-são do exercício funcional daquele, sem prejuízo da percepção de vencimentos e vantagens e da classificação na lista de antiguidade.

Parágrafo único Tratando-se de Promotor de Justiça em estágio probatório, a suspensão do exercício funcional implica também a suspensão do período de vitaliciamento.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 16 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 140 A incapacidade física ou mental averi-guada por junta médica oficial que tenha concluído pela impossibilidade do exercício regular da função acarretará a aposentadoria por invalidez do mem-bro do Ministério Público.

Parágrafo único Negada a incapacidade física ou mental, o membro do Ministério Público reas-sumirá imediatamente o exercício das funções.

Art. 141 Os indícios a que se refere o art. 139 poderão ser apurados em investigação sumária, aplicando-se o disposto no art. 235, I e III.

Subseção VIIIDos Afastamentos

Art. 142 O membro do Ministério Público somente poderá afastar-se do cargo para:

I – exercer cargo público eletivo ou a ele concorrer;

II – exercer cargo de Ministro, Secretário de Estado ou seu substituto imediato;

III – tratar de interesses particulares, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos.

§ 1º O afastamento previsto nos incisos II e III de-penderá de aprovação, por maioria absoluta, do Conselho Superior do Ministério Público.

§ 2º Não será permitido o afastamento de mem-bro do Ministério Público submetido a processo disciplinar administrativo, que esteja em estágio probatório ou que reúna as condições previstas no art. 145.

§ 3º O membro do Ministério Público afastado perderá sua classificação na Procuradoria ou na Promotoria de Justiça no caso previsto no inciso III.

§ 4º O afastamento previsto no inciso II implicará a percepção exclusiva dos vencimentos e das vantagens da função pública a ser exercida.

§ 5º O afastamento previsto no inciso III não será considerado como efetivo exercício e dar-se-á sem vencimentos e vantagens.

§ 6º Ressalvado o disposto nos incisos I e II, ao membro do Ministério Público afastado é vedado o exercício de função pública ou particular.

§ 7º O afastamento de membro do Ministério Público para concorrer a cargo público eletivo dar--se-á sem prejuízo da percepção de vencimentos

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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e vantagens, salvo no caso de eleição a se realizar em outro Estado da Federação.

Subseção IXDo Tempo de Serviço

Art. 143 A apuração do tempo de serviço para aposentadoria será feita em dias, convertidos em anos, estes considerados como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

§ 1º Realizada a conversão, os dias restantes, até 182 (cento e oitenta e dois), não serão compu-tados, arredondando-se para 1 (um) ano quando excederem este número.

§ 2º (Revogado pelo art. 28 da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

Dispositivo revogado:

“§ 2º O membro do Ministério Público que houver averbado mais de 29 (vinte e nove) anos e 6 (seis) meses de serviço terá arredondado o respectivo tempo para efeito exclusivo de concessão de aposentadoria, antecipando-se-lhe, neste caso, o anuênio e o adicional trintenário correspondentes.”

Art. 144 O tempo de serviços público e privado será computado para os efeitos legais, salvo se concomitante.

§ 1º O tempo de serviço privado não será con-siderado para a concessão de férias-prêmio e adicionais.

§ 2º A contagem de tempo de serviço poderá ser realizada em procedimento administrativo interno, vedada a produção de prova exclusivamente testemunhal.

§ 3º Computar-se-á, para efeito de aposentado-ria e adicionais, o tempo de advocacia, incluído o de estagiário de Direito, até o máximo de 15 (quinze) anos.

Subseção XDa Aposentadoria

Art. 145 O membro do Ministério Público será aposentado com proventos integrais, compul-soriamente, por invalidez ou aos 70 (setenta) anos de idade, e, facultativamente, aos 30 (trinta) anos de serviço, após 5 (cinco) anos de efetivo exercício na carreira.

Art. 146 Os proventos de aposentadoria, que corresponderão à totalidade dos vencimentos percebidos a qualquer título no serviço ativo, serão revistos sempre que se modificar a remuneração dos membros do Ministério Público em atividade, na mesma proporção e data, estendendo-se, ainda, aos inativos quaisquer benefícios ou vanta-gens posteriormente concedidos àqueles, mesmo quando decorrentes de transformação ou reclas-sificação do cargo ou da função em que se deu a aposentadoria ou da conversão de adicionais.

§ 1º Os proventos do membro do Ministério Público aposentado serão pagos na mesma ocasião em que o forem os vencimentos do membro em ativi-dade, figurando em folha de pagamento expedida pela Procuradoria-Geral de Justiça.

§ 2º É assegurado ao membro do Ministério Pú-blico afastar-se da atividade, a partir do protocolo do pedido de aposentadoria, salvo na hipótese prevista no art. 210 ou quando estiver em tramita-ção pedido de instauração de processo disciplinar administrativo.

è (Vide Lei 12.329, de 31/10/1996.)

Subseção XIDa Pensão por Morte

Art. 147 Por falecimento do membro do Ministério Público, será devida a seu cônjuge ou companheiro

por união estável, assim declarado por sentença, ou, na falta destes, aos filhos dependentes, me-nores ou incapazes, pensão mensal a ser paga pela Tesouraria do Ministério Público encarregada do pagamento, no mesmo valor dos proventos da aposentadoria do membro falecido ou da re-muneração a que o membro teria direito, se em atividade, na forma da Constituição, com direito a compensação financeira desses pagamentos pelo órgão previdenciário do Estado.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/07/2001, vetado pelo Governador do Estado e mantido pela Assem-bléia Legislativa em 29/9/2001.)

Art. 148 A pensão por morte, prevista no artigo anterior, será devida ao cônjuge sobrevivente e a filhos menores de 21 (vinte e um) anos do membro do Ministério Público.

§ 1º Na falta dos beneficiários designados no “caput” deste artigo, a pensão será concedida aos genitores do membro do Ministério Público, desde que comprovada dependência econômica, inaptidão involuntária para o trabalho, grave enfer-midade ou senilidade.

§ 2º A pensão prevista no parágrafo anterior cor-responderá a 1/3 (um terço) dos valores previstos no art. 147.

Art. 149 A pensão destinada ao cônjuge sobre-vivente e a filhos será devida àquele enquanto perdurar a sua viuvez e, no caso de filhos matricu-lados em curso regular de nível superior, estendida até a conclusão do curso, observado o limite de 25 (vinte e cinco) anos de idade, extinguindo-se, também, pela convolação de núpcias.

§ 1º A parcela destinada ao cônjuge sobrevivente reverterá em benefício dos filhos, em caso de morte ou cessação da viuvez, observado o disposto no “caput” deste artigo.

§ 2º A parcela dos filhos, quando extinta a condição de beneficiários, reverterá em favor do cônjuge sobrevivente.

§ 3º O limite de idade previsto neste artigo não se aplica aos filhos permanentemente inválidos, de acordo com laudo médico, ou aos legalmente incapazes.

Art. 150 Ao cônjuge do casamento anterior, a quem o membro do Ministério Público, por deci-são judicial, prestava alimentos, é assegurada a continuidade do encargo alimentar, reduzido, se for o caso, a 1/3 (um terço) dos valores previstos no art. 147.

§ 1º O novo casamento ou o estabelecimento de relação de natureza conjugal fixa e estável, devidamente comprovada, implica a extinção automática do pensionamento.

§ 2º Os valores remanescentes serão destinados aos demais beneficiários, mesmo no caso de ex-tinção da obrigação alimentar prevista no “caput” deste artigo, observado o disposto no art. 149.

Art. 151 Ao cônjuge que, no caso de separação judicial ou divórcio, era assistido economicamente pelo membro do Ministério Público, indepen-dentemente de decisão judicial, será concedida pensão correspondente a 1/3 (um terço) dos valores previstos no art. 147, “caput”, desde que comprovada a inaptidão involuntária para o trabalho, a insuficiência de recursos próprios para a subsistência, grave enfermidade ou senilidade, observado, ainda, o disposto nos parágrafos do artigo anterior.

Art. 152 Os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, para efeito da pensão por morte disciplinada nesta subseção,

concorrerão em igualdade de condições com o cônjuge, garantindo-se aos beneficiários parcelas individuais isonômicas.

Parágrafo único Aplica-se a isonomia disciplinada neste artigo em caso de concurso de beneficiários reconhecidos nesta lei, salvo se resultar em majo-ração das parcelas previstas nos arts. 148, § 2º, 150 e 151, as quais serão reduzidas, se for o caso.

Art. 153 O disposto no § 2º do art. 149 não se aplica aos beneficiários a que se refere o “caput” do art. 150 e o do 151.

Art. 154 Não será concedida pensão por morte aos beneficiários a que se referem os arts. 148, § 1º, 150 e 151, se, à data do óbito do membro do Ministério Público, os beneficiários já perceberem verba previdenciária de qualquer natureza.

Art. 155 Até a conclusão de curso universitário, implemento da idade ou convolação de núpcias pelos filhos, os valores da pensão por morte serão administrados pelo respectivo genitor.

Art. 156 A pensão por morte será concedida por ato do Procurador-Geral de Justiça, procedendo--se, se for o caso, a justificação administrativa.

Art. 157 Para os fins desta subseção, equipara-se, para concessão, alteração ou cassação da pensão por morte, o companheiro ao cônjuge.

cAPÍtulO ViiiDA CARREIRA

Seção IDo Concurso de Ingresso

Art. 158 O ingresso na carreira do Ministério Pú-blico, no cargo de Promotor de Justiça Substituto, dar-se-á mediante aprovação em concurso público de provas e títulos.

§ 1º O concurso será organizado e realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 2º O concurso terá validade de 2 (dois) anos contados da homologação, prorrogável por igual período.

§ 3º É obrigatória a abertura do concurso de in-gresso quando o número de vagas atingir 1/5 (um quinto) dos cargos iniciais da carreira.

§ 4º A abertura do concurso será determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, ressalvado o disposto no art. 33, XI, por meio de edital publi-cado 3 (três) vezes no órgão oficial do Estado, no qual deverão constar o prazo de inscrição de 30 (trinta) dias, o número de vagas existentes e outros requisitos previstos nesta lei e no regulamento para o provimento do cargo.

Art. 159 São requisitos para o ingresso na carreira do Ministério Público, entre outros constantes no regulamento do concurso:

I – ser brasileiro;

II – ter concluído curso de bacharelado em Direito há 1 (um) ano, no mínimo, em escola oficial ou re-conhecida, observado o disposto no art. 101, § 1º;

III – estar quite com o serviço militar e com as obrigações eleitorais;

IV – estar em gozo dos direitos políticos;

V – ser detentor de comprovada idoneidade mo-ral, no âmbito pessoal, profissional e familiar, sem prejuízo do disposto no art. 80;

VI – apresentar higidez física e mental, atestada por médicos oficiais;

VII – ter satisfeito os demais requisitos previstos no edital e no regulamento do concurso.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 1º O prazo previsto no inciso II não se aplica a funcionário público aprovado em concurso público de provas e

títulos ou a este equiparado por força de lei.

§ 2º O candidato aprovado nas provas escritas somente será admitido às provas orais após realiza-ção de exame psicotécnico vocacional, elaborado por instituição pública ou por entidade particular registrada no Conselho Regional de Psicologia, o qual servirá de subsídio para o julgamento final, sem prejuízo de entrevista pessoal com os inte-grantes da comissão examinadora do concurso.

Art. 160 Salvo motivo justificado, o prazo máximo para conclusão do concurso é de 90 (noventa) dias úteis contados do encerramento das inscrições.

Art. 161 Observados os requisitos previstos nesta lei, o concurso de ingresso na carreira do Ministério Público será, ainda, disciplinado em regulamento específico, aprovado pela Câmara de Procuradores de Justiça.

Seção IIDa Nomeação, da Posse e do Exercício

Art. 162 O Procurador-Geral de Justiça nomeará, observada a ordem de classificação no concurso, tantos candidatos aprovados quantas forem as vagas existentes.

At. 163 O candidato aprovado no concurso de ingresso na carreira será nomeado para o cargo de Promotor de Justiça Substituto, com as prerrogati-vas, as vedações, os vencimentos e as vantagens do cargo de Promotor de Justiça de Primeira Entrância, independentemente da entrância na qual exerça suas atribuições.

è (Caput com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

Parágrafo único O candidato nomeado deverá apresentar, no ato de sua posse, declaração de bens relativa aos 2 (dois) últimos exercícios fiscais e prestar compromisso de desempenhar, com retidão, as funções do cargo e de cumprir a Constituição e as leis.

Art. 164 Após a nomeação, os candidatos serão empossados, com imediato exercício, perante a Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis.

§ 1º O candidato nomeado que não comparecer à posse no prazo previsto no “caput” deste artigo deverá ser empossado e entrar em exercício nos 10 (dez) dias úteis subsequentes à nomeação, na forma disposta no art. 39, XXI.

§ 2º Caso a posse não ocorra dentro dos prazos previstos, por ausência do nomeado, será decre-tada automaticamente a perda do cargo em ato do Procurador-Geral de Justiça.

§ 3º O candidato remanescente que pretender nomeação deverá requerê-la até a data da homo-logação do concurso subsequente, apresentando os documentos a que se refere o art. 159, IV, V e VI.

§ 4º Não requerida a nomeação no prazo es-tabelecido no parágrafo anterior, o candidato decairá do direito.

Seção IIIDo Estágio de Orientação e Preparação

Art. 165 Após entrar em exercício, o Promotor de Justiça Substituto ficará à disposição do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional pelo período mínimo de 30 (trinta) dias, para estágio de orientação e preparação.

Parágrafo único Durante o estágio a que se refere este artigo, o Promotor de Justiça Substi-

tuto poderá ser designado para o exercício das atribuições do cargo.

Art. 166 Ao assumir suas funções na Promotoria de Justiça para a qual foi designado, o Promotor de Justiça Substituto fará imediata comunica-ção à Corregedoria-Geral do Ministério Público, acompanhada de declaração sobre a situação dos serviços que lhe forem afetos.

Parágrafo único Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo em caso de nova designação do Promotor de Justiça Substituto.

Art. 167 Para todos os efeitos legais, o período de estágio probatório compreende o de orientação e preparação.

Art. 168 Em caso de aproveitamento insuficiente no estágio de orientação e preparação, o Promotor de Justiça Substituto permanecerá, pelo prazo máximo de 60 (sessenta) dias, à disposição do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional para aprimoramento, podendo seu diretor, a qual-quer tempo, de ofício ou mediante provocação do corpo docente, impugnar a permanência na carreira à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

§ 1º A impugnação será fundamentada e instruída com os documentos referentes ao desempenho insatisfatório.

§ 2º O Corregedor-Geral do Ministério Público, motivadamente, submeterá a impugnação à apreciação do Conselho Superior do Ministério Público, observado o disposto nos arts. 33, VI, e 173, §§ 2º, 3º e 4º.

§ 3º Rejeitada a impugnação, o membro do Minis-tério Público permanecerá em estágio probatório, na forma desta lei.

Seção IVDo Vitaliciamento

Art. 169 Os 2 (dois) primeiros anos de efetivo exercício na carreira são considerados de estágio probatório, durante os quais será examinada pelo Conselho Superior do Ministério Público, pela Corregedoria-Geral do Ministério Público e pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional a conveniência da permanência na carreira e do vitaliciamento do membro da instituição, observa-dos os seguintes requisitos:

I – idoneidade moral, no âmbito pessoal, profis-sional e familiar;

II – conduta pública e particular compatível com a dignidade do cargo;

III – dedicação e exação no cumprimento dos deveres e funções do cargo;

IV – eficiência, pontualidade e assiduidade no desempenho de suas funções;

V – presteza e segurança nas manifestações processuais;

VI – referências em razão da atuação funcional;

VII – publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos, inclusive de premiação obtida;

VIII – atuação em Promotoria de Justiça que apresente dificuldade ao exercício das atribuições;

IX – contribuição à melhoria dos serviços da ins-tituição e da Promotoria de Justiça;

X – integração comunitária no que estiver afeto às atribuições do cargo;

XI – frequência a cursos de aperfeiçoamento realizados pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoa-mento Funcional.

§ 1º Durante o biênio a que se refere este artigo, a atuação do membro do Ministério Público será, ainda, acompanhada e avaliada pela Corregedo-

ria-Geral do Ministério Público, por meio de inspe-ções, correições, análise de trabalhos remetidos e outros meios a seu alcance.

§ 2º A permanência na carreira e o vitaliciamento do membro do Ministério Público serão deliberados pelo Conselho Superior do Ministério Público, na forma desta lei.

è (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Subseção IDo Acompanhamento do Estágio

Probatório

Art. 170 O Corregedor-Geral do Ministério Pú-blico, para os fins do disposto no art. 169, § 1º, decorrido o prazo previsto no art. 165, designará, no mínimo, 1 (um) Procurador de Justiça e 1 (um) Promotor de Justiça de entrância especial para acompanhamento e avaliação individual de está-gio probatório do membro do Ministério Público.

Art. 171 O membro do Ministério Público encami-nhará à Corregedoria-Geral do Ministério Público relatórios de atividades, na forma que dispuser o regulamento respectivo.

è (Caput com redação dada pelo art. 17 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 1º (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“§ 1º O Corregedor-Geral do Ministério Público, o Procurador de Justiça e o Promotor de Justiça designados na forma determinada pelo art. 170 poderão requisitar ao membro do Ministério Público em estágio probatório cópias de trabalhos referidos nos relatórios trimestrais e não encaminhados.”

§ 2º O Corregedor-Geral poderá, a qualquer tempo, de ofício ou mediante provocação do Procurador de Justiça ou do Promotor de Justiça designados na forma determinada pelo art. 170, impugnar, fundamentadamente, a permanência de Promotor de Justiça na carreira, observado o disposto no inciso VI do art. 33 e nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 173.

è (Inciso com redação dada pelo art. 17 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 3º Acolhida a impugnação pelo Conselho Supe-rior do Ministério Público, o Promotor de Justiça será exonerado por ato do Procurador-Geral de Justiça, cabendo da decisão recurso à Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 4º Rejeitada a impugnação, o membro do Minis-tério Público permanecerá em estágio probatório, na forma desta lei.

§ 5º Caso não concorde com a rejeição da im-pugnação, o Corregedor-Geral poderá recorrer da decisão à Câmara de Procuradores de Justiça no prazo de cinco dias.

è (Inciso com redação dada pelo art. 17 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 172 Fica suspenso, até definitivo julgamento, o período de vitaliciamento do membro do Ministé-rio Público no caso de impugnação à sua perma-nência na carreira, podendo o Conselho Superior, verificado o interesse público, também suspender o seu exercício funcional até a decisão final.

è (Artigo com redação dada pelo art. 18 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Subseção IIDa Confirmação na Carreira

Art. 173 A conveniência da confirmação na car-reira do membro do Ministério Público em estágio probatório será examinada por integrante do Con-selho Superior do Ministério Público, designado mediante distribuição dos relatórios.

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§ 1º O Conselheiro designado deverá, até o pri-meiro dia útil do trimestre que antecede o vitalicia-mento, em exposição fundamentada e instruída com os documentos necessários, propor ou não a confirmação na carreira do membro do Ministério Público em estágio probatório.

§ 2º Impugnado o vitaliciamento, o Conse-lho Superior do Ministério Público ouvirá, no prazo de 5 (cinco) dias, o Promotor de Justiça interessado.

§ 3º O Conselho Superior do Ministério Público, na primeira reunião subsequente, decidirá acerca da proposta, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, cabendo da decisão recurso à Câmara de Procuradores de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 4º A intimação do interessado far-se-á por meio de publicação no órgão oficial do Estado.

Art. 174 Ficam suspensos, automaticamente, até definitivo julgamento, o exercício funcional e o período de vitaliciamento do membro do Minis-tério Público, quando houver impugnação pelo Conselheiro designado.

§ 1º Propondo o Conselheiro a confirmação na carreira do membro do Ministério Público em está-gio probatório, suspende-se, automaticamente, o período de vitaliciamento, até definitivo julgamento pelo Conselho Superior do Ministério Público.

§ 2º O tempo de suspensão do exercício funcional será contado para todos os efeitos legais em caso de vitaliciamento.

Art. 175 Durante o período de estágio probató-rio, será aprofundada a investigação relativa aos aspectos moral, pessoal, profissional e familiar do membro do Ministério Público, valendo as conclusões como subsídio à decisão do Conselho Superior do Ministério Público.

Seção VDa Vacância e das Formas de

Provimento Derivado

Subseção IDisposições Preliminares

Art. 176 Na existência de vaga a ser provida, o Conselho Superior do Ministério Público, por meio de seu Presidente, fará publicar, no órgão oficial, edital de inscrição dos candidatos.

§ 1º O regimento interno do Conselho Superior do Ministério Público disciplinará os requisitos do edital de promoção ou remoção e os critérios de votação, observado o disposto nesta lei.

§ 2º A data da abertura da vaga, para efeito de determinação do critério de provimento, será:

I – a do falecimento do membro do Ministério Público;

II – a da publicação do ato de aposentadoria ou de exoneração do membro do Ministério Público;

III – a da publicação do ato que decretar a perda do cargo, a remoção compulsória ou a que decretar a disponibilidade na forma prevista no art. 104;

IV – a da publicação do ato que decretar a disponi-bilidade compulsória, na forma prevista no art. 216;

V – aquela em que o membro do Ministério Pú-blico, promovido ou removido, assumir as funções do outro cargo.

§ 3º Havendo simultaneidade na data da ocorrência da vaga, a precedência de abertura será deter-minada pela ordem alfabética das Procuradorias ou Promotorias de Justiça e, em ordem numérica, no caso de vacância de Promotorias de Justiça da mesma comarca ou Procuradorias de Justiça.

Subseção IIDa Promoção

Art. 177 As promoções serão voluntárias e far--se-ão alternadamente, por antiguidade e me-recimento, de uma para outra entrância, ou da entrância mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça, aplicando-se, por assemelhação, o disposto no art. 93, III e IV, da Constituição Fede-ral, observando-se, ainda, os seguintes critérios:

I – operosidade, assiduidade e dedicação no exercício do cargo;

II – presteza e segurança nas manifestações pro-cessuais;

III – conduta pública e particular ilibada;

IV – conceito funcional constante em assenta-mentos da instituição ou apurado em inspeções, correições e informações idôneas;

V – referências em razão da atuação funcional;

VI – frequência a cursos, seminários, encontros e outras atividades similares de aprimoramento cultural;

VII – publicação de livros, teses, estudos e artigos jurídicos, inclusive premiação obtida;

VIII – atuação em Promotoria de Justiça que apresente dificuldade ao exercício das atribuições;

IX – contribuição à melhoria dos serviços da ins-tituição e da Promotoria de Justiça;

X – número de vezes que tenha participado de listas de promoção.

§ 1º Ao membro do Ministério Público que per-manecer na comarca elevada de entrância é assegurado, se promovido, o direito de retornar àquela, por remoção, por ato do Procurador-Ge-ral de Justiça, independentemente da expedição de novo edital, desde que o requeira no ato de inscrição à promoção.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001.)

§ 2º A hipótese referida no parágrafo anterior fica limitada a duas vezes consecutivas em relação ao mesmo cargo vago.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001.)

§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafos an-teriores, será mantido o critério de provimento para a Promotoria de Justiça da qual o membro do Ministério Público foi promovido.

§ 4º A alteração da classificação da comarca não implicará promoção nem rebaixamento do Promo-tor, que poderá nela permanecer ou ser removido.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Comple-mentar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 178 Sob pena de indeferimento, a inscrição para promoção por antiguidade ou merecimento será instruída com:

I – prova de residência na comarca, se titular;

II – declaração de regularidade de serviço, escla-recendo os motivos de atraso a que não houver dado causa;

III – informações sobre a próxima sessão do Tribu-nal do Júri e sobre outros feitos cujo andamento reclame prioridade.

§ 1º A declaração referida no inciso II não exclui a possibilidade de averiguação, pela Corregedo-ria-Geral do Ministério Público, das informações prestadas, inclusive por recomendação do Conse-lho Superior do Ministério Público, sobrestando-se, nesse caso, a respectiva lista.

§ 2º Constatada a irregularidade de serviço, será recusada a promoção do membro do Ministério

Público ou revogado o ato que a concedeu, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

§ 3º A renúncia à inscrição somente será admi-tida até os 3 (três) dias anteriores à elaboração das listas.

§ 4º No prazo correspondente à entrada em exer-cício, é facultada a renúncia à promoção, ficando o membro do Ministério Público impedido, nesse caso, de concorrer a nova promoção pelo período de 1 (um) ano.

§ 5º Na hipótese do § 4º, serão promovidos, em sequência, os candidatos que complementarem a lista pertinente ou os mais antigos, segundo o critério de preenchimento da vaga, desde que não tenham sido indicados a promoção ou a remoção posteriores.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 19 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 6º No caso de renúncia de todos os candidatos integrantes de lista indicados à promoção para o mesmo cargo, haverá republicação do edital correspondente, o qual adotará o mesmo critério de preenchimento da vaga recusada.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 19 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 7º Ao entrar em exercício na Promotoria ou na Procuradoria de Justiça para a qual foi promovido ou removido, o membro do Ministério Público deverá encaminhar à Corregedoria-Geral do Mi-nistério Público declaração acerca da regularidade de serviço afeto ao cargo assumido.

è (Parágrafo renumerado pelo art. 19 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 179 Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores, somente poderão ser promovidos a Procurador de Justiça os membros do Ministério Público que, nos 2 (dois) anos anteriores à inscri-ção, tenham frequentado, com aproveitamento, curso de aprimoramento funcional para o exercí-cio de atribuições na 2ª instância, realizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional.

Parágrafo único O curso referido no “caput” deste artigo poderá ser realizado no período de férias coletivas e não dispensa o membro do Ministério Público do exercício de suas normais atribuições.

Art. 180 O membro do Ministério Público promo-vido ou removido entrará em exercício no prazo máximo de quinze dias, exceto na hipótese de remoção na própria comarca ou de promoção ou de remoção para comarca na qual já resida ou exerça suas funções, casos em que o exercício terá início com a publicação do ato no órgão oficial.

è (Caput com redação dada pelo art. 20 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 1º O Procurador-Geral de Justiça poderá desig-nar o membro do Ministério Público promovido ou removido voluntariamente para, no período de trânsito, que ficará suspenso, exercer suas atribuições na Promotoria de Justiça em que encerrou o exercício, visando assegurar a conti-nuidade do serviço.

§ 2º Finda a designação prevista no parágrafo anterior, será restituído ao membro do Ministério Público o período de trânsito remanescente.

§ 3º Será considerado promovido o membro do Mi-nistério Público que falecer no período de trânsito.

§ 4º O Promotor de Justiça promovido ou removido tomará posse na respectiva comarca, devendo lavrar o ato em livro próprio e remeter cópia para a Corregedoria-Geral do Ministério Público e para a Secretaria-Geral, ressalvando-se a hipótese pre-vista no inciso XXI do caput do art. 39.

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è (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 20 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 181 A promoção por antiguidade ou me-recimento pressupõe, além da observância dos critérios previstos no art. 177, o desempenho eficaz das funções previstas na Constituição Federal, na Constituição Estadual, nesta lei e em outras leis.

Parágrafo único Para efeito de promoção, por antiguidade ou merecimento, do Promotor de Justiça em estágio probatório, somente serão consideradas preenchidas as condições previs-tas no “caput” deste artigo e no art. 169 se, até o trimestre que anteceder o vitaliciamento, não houver impugnação, e se o Conselheiro designado propuser a confirmação na carreira.

Art. 182 Para cada vaga destinada ao preenchi-mento por promoção ou remoção, expedir-se-á edital correspondente, exceto no caso previsto no art. 177, § 2º.

Art. 183 A remoção precede a promoção, salvo no caso de provimento pelo critério de antiguidade.

Parágrafo único (Revogado pelo art. 1º da Lei Complementar nº 137, de 11/7/2014.)

Dispositivo revogado:

“Parágrafo único A vaga decorrente de remoção será provida, obrigatoriamente, por promoção.”

Art. 184 Não poderá concorrer a promoção e à re-moção voluntária o membro do Ministério Público:

è (Caput com redação dada pelo art. 21 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

I – em disponibilidade cautelar ou decorrente de punição;

II – que tenha sofrido penalidade disciplinar nos 12 (doze) meses anteriores à formação da respectiva lista ou esteja submetido a processo disciplinar administrativo;

III – que esteja respondendo a ação penal por infração cuja sanção cominada seja de reclusão ou que esteja cumprindo pena imposta;

IV – afastado do exercício das funções nos úl-timos 2 (dois) anos, ressalvado o disposto nos arts. 133 e 137;

V – cujo exercício funcional se encontre suspenso em razão de impugnação ao vitaliciamento ou de instauração de incidente de sanidade mental.

è (Inciso acrescentado pelo art. 21 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Subseção IIIDa Antiguidade

Art. 185 A antiguidade será determinada pelo efetivo exercício, observado o disposto nos arts. 121, V, e 142, § 5º.

Parágrafo único Em caso de empate na antigui-dade, terá preferência, sucessivamente:

I – o mais antigo na carreira do Ministério Público;

II – o mais antigo na entrância anterior;

III – o que tiver obtido melhor classificação no concurso de ingresso na carreira;

IV – o mais idoso;

V – o que tiver maior número de filhos;

VI – o mais antigo no serviço público estadual.

Art. 186 Na promoção por antiguidade, o Conse-lho Superior do Ministério Público somente poderá recusar o candidato mais antigo pelo voto oral e motivado de 2/3 (dois terços) de seus integrantes.

§ 1º No caso da recusa prevista no “caput” deste artigo, será suspensa a indicação de promoção por antiguidade.

§ 2º O candidato recusado poderá, no prazo de 5 (cinco) dias contados da data da sessão de julga-mento, interpor, fundamentadamente, o recurso previsto no art. 24, VII, “d”.

§ 3º Interposto o recurso mencionado no parágrafo anterior, a indicação de promoção por antiguidade será sobrestada até a decisão da Câmara de Procuradores de Justiça.

Subseção IVDo Merecimento

Art. 187 A promoção por merecimento pressupõe ter o Promotor de Justiça 2 (dois) anos de exer-cício na respectiva entrância e integrar a primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o lugar vago ou quando o número limitado de membros do Ministério Público inviabilizar a formação de lista tríplice, observado, ainda, o disposto nas subseções II e III desta seção.

Parágrafo único Em caso de ausência, total ou parcial, de candidatos da primeira quinta parte, formar-se-á ou completar-se-á a lista tríplice com candidatos da segunda quinta parte e assim sucessivamente.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 22 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 188 Para a promoção por merecimento, o Conselho Superior do Ministério Público organizará lista tríplice, sempre que possível.

Art. 189 A lista de merecimento resultará dos 3 (três) nomes mais votados, desde que obtida maioria de votos, procedendo-se, para alcançá-la, a tantas votações quantas forem necessárias, examinando-se em primeiro lugar os nomes re-manescentes de lista anterior.

Art. 190 É obrigatória a promoção de Promotor de Justiça que figure por 3 (três) vezes consecutivas ou 5 (cinco) alternadas em lista de merecimento, aplicando-se, em caso de empate, o disposto no art. 185, parágrafo único.

Art. 191 Não sendo o caso de promoção obriga-tória, a escolha recairá no membro do Ministério Público mais votado, considerada a ordem dos escrutínios, prevalecendo, em caso de empate, o disposto no art. 185, parágrafo único.

Subseção VDa Remoção Voluntária

Art. 192 A remoção voluntária para outra comarca, por antigüidade ou merecimento, somente será deferida após um ano de exercício na Promotoria de Justiça, salvo se não houver quem preencha o último requisito e aceite o cargo, mediante indica-ção do Conselho Superior do Ministério Público.

§ 1º A movimentação na carreira decorrente de remoção para outra comarca não impede a sub-seqüente promoção do membro do Ministério Público.

§ 2º A remoção voluntária na mesma comarca não impede a promoção subseqüente e será deferida mediante indicação do Conselho Superior do Ministério Público.

§ 3º Não se aplica o requisito temporal previsto no “caput” deste artigo à remoção voluntária ocorrida na mesma comarca.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 193 Aplica-se à remoção voluntária o disposto nas subseções II, III e IV desta seção.

Art. 194 A remoção voluntária para outra comarca não poderá ser renovada antes de um ano, salvo se não houver interessado no preenchimento da vaga.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

Subseção VIDa Remoção por Permuta

Art. 195 Será permitida a remoção por permuta entre membros do Ministério Público da mesma entrância ou instância em razão de conveniência de serviço mediante requerimento escrito e funda-mentado, formulado por ambos os pretendentes.

§ 1º A remoção por permuta, que pressupõe a regularidade de serviço, não confere direito a ajuda de custo e somente poderá ser renovada após o decurso de 2 (dois) anos da remoção an-terior, exceto na hipótese prevista no art. 53, § 2º.

è (Parágrafo renumerado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

§ 2º A remoção por permuta, no caso da ele-vação da entrância da Promotoria de Justiça, somente será admitida entre Promotorias de mesma entrância.”.

è (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 196 Presume-se inconveniente ao serviço a remoção mediante permuta quando um dos permutantes estiver às vésperas de aposentadoria, exoneração do cargo a pedido, promoção por antiguidade ou merecimento.

Parágrafo único O Conselho Superior do Minis-tério Público revogará, obrigatoriamente, a remo-ção por permuta se, por qualquer motivo, não se verificar a conveniência do serviço indicada pelos permutantes, sem prejuízo de penalidade disciplinar.

Art. 197 Aplica-se à remoção por permuta o disposto nos arts. 192, parágrafo único, e 194.

Subseção VIIDa Reintegração

Art. 198 A reintegração, decorrente de decisão judicial transitada em julgado, é o retorno do mem-bro do Ministério Público ao cargo, com direito à contagem do tempo de serviço e aos vencimentos e às vantagens não percebidos em razão do afas-tamento, atualizados monetariamente.

§ 1º Achando-se provido ou extinto o cargo no qual será reintegrado o membro do Ministério Público, o seu ocupante passará à disponibilidade até posterior aproveitamento.

§ 2º O membro do Ministério Público reintegrado será submetido a inspeção médica por junta oficial e, se considerado incapaz, será aposentado com-pulsoriamente, com os vencimentos e as vanta-gens a que teria direito se efetivada a reintegração.

Subseção VIIIDo Aproveitamento

Art. 199 O aproveitamento é o retorno do mem-bro do Ministério Público em disponibilidade ao exercício funcional.

§ 1º O membro do Ministério Público será aprovei-tado no órgão de execução que ocupava quando posto em disponibilidade, salvo se aceitar outro de igual entrância ou se for promovido.

§ 2º Ao retornar à atividade, será o membro do Ministério Público submetido a inspeção médica e, se julgado incapaz, será aposentado compul-soriamente, com os vencimentos e as vantagens do cargo.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à dis-ponibilidade decorrente de punição.

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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Seção VIDas Substituições

Art. 200 Os membros do Ministério Público serão substituídos automaticamente uns pelos outros, mediante critérios fixados em ato do Procurador--Geral de Justiça.

§ 1º O substituído comunicará ao substituto e à Corregedoria-Geral do Ministério Público o início do exercício cumulativo de atribuições.

§ 2º Em caso de afastamento, licença, férias, re-moção compulsória, disponibilidade e verificação de incapacidade física ou mental, o Procurador--Geral de Justiça designará outro membro do Ministério Público para, em substituição, exercer as funções do cargo.

§ 3º O integrante de órgão colegiado, em gozo de férias individuais, será substituído pelo suplente.

cAPÍtulO iXDO REGIME DISCIPLINAR

Seção IDisposições Preliminares

Art. 201 Pelo exercício irregular da função pública, o membro do Ministério Público responde penal, civil e administrativamente.

Art. 202 A atividade funcional dos membros do Ministério Público está sujeita a:

I – inspeções permanentes e extraordinárias;

II – correições ordinárias e extraordinárias;

III – processo disciplinar administrativo.

Parágrafo único – Qualquer interessado poderá reclamar junto aos órgãos da administração supe-rior do Ministério Público contra abusos, erros ou omissões de membros da instituição, observado o disposto no art. 235, I e II.

Art. 203 As inspeções permanentes serão exer-cidas pelos Procuradores de Justiça, na forma prevista no art. 73.

Art. 204 As inspeções extraordinárias serão realizadas pela Corregedoria-Geral do Ministério Público, independentemente de prévia designação.

Art. 205 As correições ordinárias serão realizadas pela Corregedoria-Geral do Ministério Público, na forma do regimento interno, para verificar a regu-laridade do serviço, a eficiência, a pontualidade, o exercício das funções, o cumprimento dos de-veres do cargo e a conduta pública e particular dos membros da instituição.

§ 1º A Corregedoria-Geral do Ministério Público realizará, anualmente, correições ordinárias em 1/3 (um terço) das Promotorias de Justiça, no mínimo.

§ 2º As inspeções ordinárias em Procuradorias de Justiça serão realizadas pelo Corregedor-Geral do Ministério Público ou pelos Subcorregedores-Ge-rais, na forma do regimento interno.

Art. 206 As correições extraordinárias serão realizadas, de ofício, pela Corregedoria-Geral do Ministério Público e por determinação dos órgãos da administração superior do Ministério Público.

Art. 207 O processo disciplinar administrativo será instaurado nos termos desta lei.

Seção IIDas Penalidades

Subseção IDisposições Preliminares

Art. 208 Os membros do Ministério Público estão sujeitos às seguintes penalidades, que constarão em seus assentos funcionais:

I – advertência;

II – censura;

III – disponibilidade compulsória e cautelar;

IV – remoção compulsória;

V – exoneração.

Art. 209 As penas disciplinares serão aplicadas cumulativamente em caso de concurso de infra-ções, salvo quando, em razão de reincidência, esta implicar sanção mais grave.

§ 1º Aplica-se a pena de advertência às infrações disciplinares, previstas nesta lei, não punidas com sanção específica.

§ 2º A inobservância dos deveres do cargo, sem a cominação de expressa penalidade, ensejará a inscrição de nota desabonadora nos assentos funcionais do membro do Ministério Público.

§ 3º A habitualidade de conduta nos casos pre-vistos no parágrafo anterior implicará pena de advertência, sem prejuízo de sanção mais grave na hipótese de reincidência.

§ 4º Os antecedentes do infrator e os danos acar-retados ao serviço ou à instituição serão conside-rados para aplicação de penalidade, salvo se o fato imputado configurar expressa infração disciplinar.

Art. 210 O membro do Ministério Público que praticar infração punível com censura ou disponi-bilidade compulsória não poderá aposentar-se até o trânsito em julgado do procedimento disciplinar administrativo, salvo por implemento de idade.

Subseção IIDa Pena de Advertência

Art. 211 A pena de advertência será aplicada nos seguintes casos:

I – negligência no exercício da função;

II – inobservância das determinações e das ins-truções de caráter administrativo expedidas pelos órgãos da administração superior do Ministério Público;

III – prática de ato reprovável;

IV – utilização indevida das prerrogativas do cargo;

V – descumprimento do disposto no art. 110, IV, V, X, XI, XII, XIII, XVII, XVIII, XIX, XX, XXIII, XXIV, XXVI e XXXII;

VI – constatação de irregularidade em serviço afeto ao membro do Ministério Público, na forma prevista no art. 125, parágrafo único;

VII – afastamento injustificado do exercício das funções ou do local onde o membro do Ministério Público exerça suas atribuições;

VIII – desatendimento das convocações expe-didas na forma determinada pelos arts. 18, LXI, e 39, XXVI.

Parágrafo único A advertência será feita por escrito e de forma reservada pelo Procurador-Geral de Justiça ou pelo Procurador-Geral de Justiça Adjunto Jurídico, por delegação daquele.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 23 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

Subseção IIIDa Pena de Censura

Art. 212 A pena de censura será aplicada em caso de reincidência em infração punível com pena de advertência e nas seguintes hipóteses:

I – conduta incompatível com a dignidade do cargo, nos casos definidos no art. 110, II, III e XVI;

II – procedimento funcional incompatível com o desempenho das atribuições do cargo;

III – acumulação indevida de funções, ressalvado o disposto no art. 111, IV, e parágrafo único;

IV – descumprimento do disposto no art. 137, § 3º.

Art. 213 A pena de censura será aplicada pessoal-mente pelo Procurador-Geral de Justiça em sessão pública do Conselho Superior do Ministério Público.

Subseção IVDa Remoção Compulsória

Art. 214 A remoção compulsória de membro do Ministério Público, fundamentada em motivo de interesse público, será determinada pelo Conselho Superior do Ministério Público, por voto de 2/3 (dois terços) de seus integrantes, em sessão secreta.

Art. 215 Sem prejuízo da verificação em ou-tros casos, será obrigatoriamente reconhecida a existência de interesse público determinador da remoção compulsória nas seguintes hipóteses:

I – reincidência em infração punível com pena de censura;

II – exposição de membro do Ministério Público a risco de descrédito quanto às prerrogativas do cargo ou da instituição;

III – recusa, por membro do Ministério Público, de atendimento ao Procurador-Geral de Justiça ou ao Corregedor-Geral do Ministério Público quando em visita, inspeção ou correição;

IV – descumprimento do disposto no art. 111, III, V e VI.

Art. 216 Decretada a remoção compulsória, o membro do Ministério Público ficará em disponi-bilidade, com vedações, vencimentos e vantagens do cargo, até oportuna designação do Procura-dor-Geral de Justiça.

Parágrafo único (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“Parágrafo único A vaga decorrente de remoção compulsória será provida, obrigatoriamente, por promoção.”

Art. 217 A remoção compulsória impede a mo-vimentação na carreira, por antiguidade ou me-recimento, pelo prazo de um ano.

è (Artigo com redação dada pelo art. 24 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Subseção VDa Disponibilidade Compulsória

Art. 218 A disponibilidade compulsória de membro do Ministério Público, que perceberá vencimentos e vantagens proporcionais ao tempo de serviço, será fundamentada em mo-tivo de interesse público e determinada pelo Conselho Superior do Ministério Público, por voto de 2/3 (dois terços) de seus integrantes, em sessão secreta.

§ 1º Será observado o mínimo de 1/3 (um terço) dos vencimentos e das vantagens do cargo se o membro do Ministério Público, à data da deter-minação de disponibilidade compulsória, possuir dependentes inscritos na Procuradoria-Geral de Justiça.

§ 2º Consideram-se dependentes as pessoas referidas nos arts. 148, 150, 151, 152 e 157.

§ 3º (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“§ 3º A vaga decorrente de disponibilidade com-pulsória será, obrigatoriamente, provida por pro-moção.”

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Art. 219 Sem prejuízo da verificação em outros casos, será obrigatoriamente reconhecida a existência de interesse público determinador da disponibilidade compulsória nas seguintes hipóteses:

I – grave omissão nos deveres do cargo;

II – ocorrência de fatos que, envolvendo o membro do Ministério Público, resultem em perigo iminente ao prestígio da instituição;

III – capacidade de trabalho reduzida, produtividade escassa, atuação funcional comprometedora ou demonstração superveniente de insuficientes conhecimentos jurídicos;

IV – induzimento dos órgãos da administração superior do Ministério Público a erro, por meio reprovável;

V – inobservância da vedação prevista no art. 111, I.

Art. 220 Aplicam-se ao membro do Ministério Público em disponibilidade compulsória o disposto no art. 127, parágrafo único, e as vedações disci-plinadas do art. 111.

Subseção VIDa Disponibilidade Cautelar

Art. 221 Será decretada, como providência cau-telar e por ato fundamentado do Procurador-Geral de Justiça, a disponibilidade do membro do Mi-nistério Público, quando inconveniente o exercício das funções.

Parágrafo único A disponibilidade prevista neste artigo assegura ao membro do Ministério Público a percepção de vencimentos e vantagens inte-grais do cargo.

Art. 222 A disponibilidade cautelar, que terá duração determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, pressupõe a instauração de sindicân-cia ou procedimento disciplinar administrativo e não excederá o trânsito em julgado da decisão proferida neste.

§ 1º Aplica-se o disposto no art. 221 às hi-póteses previstas nesta lei para a decretação de perda do cargo de membro do Ministério Público.

§ 2º No caso do parágrafo anterior, a disponibili-dade cautelar não excederá o trânsito em julgado da decisão judicial.

Subseção VIIDa Exoneração

Art. 223 O membro do Ministério Público que não goze da garantia da vitaliciedade será exonerado por ato do Procurador-Geral de Justiça após de-cisão da maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público, no caso de cometimento das infrações disciplinadas nos arts. 212, 215 e 219, bem como nas hipóteses previstas no art. 103, § 1º.

Parágrafo único No caso de vitaliciamento do membro do Ministério Público sem conclusão do procedimento disciplinar administrativo, apli-car-se-á a penalidade prevista nesta lei para a infração cometida.

Seção IIIDa Reincidência

Art. 224. Considera-se reincidente o membro do Ministério Público que praticar nova infração antes de obtida a reabilitação ou verificada a prescrição de falta funcional anterior.

Art. 225 Em caso de reincidência, contar-se-ão em dobro os prazos prescricionais.

Seção IVDa Prescrição

Art. 226 Prescreverá:

I – em 1 (um) ano a infração punível com ad-vertência;

II – em 2 (dois) anos a infração punível com censura;

III – em 4 (quatro) anos a infração punível com disponibilidade ou remoção compulsória.

§ 1º A infração disciplinar punida em lei como crime terá o prazo de prescrição deste.

§ 2º A instauração de processo disciplinar ad-ministrativo, a publicação de extrato da portaria noórgão oficial e a decisão condenatória interrom-pem a prescrição.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 25 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 3º A verificação de incapacidade mental, no curso de processo disciplinar administrativo, suspende a prescrição.

§ 4º A prescrição não terá curso durante o período de estágio probatório.

cAPÍtulO XDO PROCESSO DISCIPLINAR

ADMINISTRATIVO

Seção IDisposições Preliminares

Art. 227 Para efeito de aplicação das penalidades previstas nesta Lei, o processo disciplinar admi-nistrativo observará os princípios do contraditório, da ampla defesa e da igualdade das partes e será dividido em sindicância e procedimento disciplinar administrativo.

è (Artigo com redação dada pelo art. 26 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 228 O processo disciplinar administrativo será conduzido por comissão composta de 3 (três) membros, designados pelo Procurador--Geral de Justiça.

§ 1º A comissão será constituída por Subcorre-gedores-Gerais do Ministério Público, cabendo a Presidência ao mais antigo na instância, em caso de processo disciplinar administrativo instaurado contra Procurador de Justiça.

§ 2º Serão assegurados à comissão todos os meios necessários ao desempenho de suas atribuições e especial-mente o exercício das prerrogativas previstas no art. 67, I, “a”, “b” e “d”, e IX.

Art. 229 Será determinada a suspensão do feito se, no curso do processo disciplinar administra-tivo, houver indícios de incapacidade mental do membro do Ministério Público, aplicando-se o disposto nos arts. 139, 140 e 141 e observado o previsto no art. 226, § 3º.

Art. 230 Caberá das decisões proferidas em processo disciplinar administrativo recurso à Câ-mara de Procuradores de Justiça no prazo de quinze dias contado da intimação pessoal do membro do Ministério Público, de seu defensor e do Corregedor-Geral.

è (Artigo com redação dada pelo art. 27 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 230-A. O Procurador-Geral de Justiça não votará no julgamento dos recursos apresentados contra decisão proferida em processo disciplinar administrativo.

è (Artigo acrescentado pelo art. 28 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 230-B. O Corregedor-Geral não votará:

I – no julgamento de processo disciplinar admi-nistrativo instaurado contra membro do Ministério Público;

II – no julgamento de proposta de impugnação ao vitaliciamento de membro do Ministério Público, quando a tenha apresentado;

III – no julgamento de recursos concernentes às matérias previstas nos incisos I e II.

è (Artigo acrescentado pelo art. 28 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 231 A Corregedoria-Geral do Ministério Público regulamentará o processo disciplinar ad-ministrativo, atendido o disposto nesta lei.

Art. 232 Aplicar-se-á, subsidiariamente, ao pro-cesso disciplinar administrativo o disposto no Es-tatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.

Art. 233 A apuração de falta disciplinar dos ser-vidores do Ministério Público será feita pela Cor-regedoria-Geral, na forma de resolução conjunta do Procurador-Geral de Justiça e do Corregedor--Geral do Ministério Público, observado o regime disciplinar estabelecido em lei.

è (Artigo com redação dada pelo art. 29 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Seção IIDa Sindicância

Art. 234 A sindicância, de caráter sigiloso, tem por finalidade a aplicação da pena de advertência, mediante averiguação da conduta do membro do Ministério Público, podendo instruir, quando for o caso, o procedimento disciplinar administrativo.

Art. 235 A Corregedoria-Geral do Ministério Público, de ofício, por provocação dos órgãos da administração superior do Ministério Público ou do Procurador-Geral de Justiça, bem como por representação escrita ou reduzida a termo de qualquer interessado, poderá instaurar sindicância, atendidos os seguintes requisitos:

I – qualificação do representante;

II – exposição dos fatos e indicação das provas;

III – notificação pessoal do membro do Ministério Público sobre os fatos a ele imputados, para defesa em 5 (cinco) dias contados do efetivo recebimento;

IV – conclusão da sindicância no prazo máximo de 30 (trinta) dias, admitindo-se uma prorrogação;

V – plenitude de defesa.

Art. 236 O Corregedor-Geral do Ministério Público poderá determinar o arquivamento da representa-ção se desatendidos os requisitos do artigo anterior ou se ela for manifestamente improcedente, dan-do-se ciência ao membro do Ministério Público e ao Procurador-Geral de Justiça.

Parágrafo único O Procurador-Geral de Justiça poderá avocar a representação se considerar in-subsistentes os motivos do arquivamento previsto no “caput” deste artigo, determinando a instaura-ção da sindicância.

Art. 237 A notificação do membro do Ministério Público será feita mediante edital publicado no órgão oficial, com prazo de 5 (cinco) dias, se ele estiver em lugar incerto, ignorado, inacessível ou se se furtar à realização do ato.

Art. 238 A defesa poderá ser oferecida pessoal-mente ou por intermédio de defensor constituído.

Art. 239 Em caso de revelia, a defesa será apre-sentada por Procurador ou Promotor de Justiça, este da mais elevada entrância, mediante desig-nação do Presidente da comissão.

Art. 240 Em qualquer fase da sindicância, o membro do Ministério Público considerado revel

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

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poderá constituir defensor ou assumir, pessoal-mente, a defesa.

Art. 241 A comissão, após colhidas as decla-rações do membro do Ministério Público, salvo na hipótese prevista no art. 239, determinará a oitiva de testemunhas arroladas, a juntada de documentos indicados e a realização de outras provas, nos 15 (quinze) dias subsequentes à apresentação da defesa.

§ 1º A comissão poderá indeferir as provas repu-tadas impertinentes ou meramente protelatórias.

§ 2º Concluída a instrução, o membro do Ministério Público ou seu defensor, nos 5 (cinco) dias subse-quentes, poderá oferecer alegações finais escritas.

§ 3º A comissão, finalizada a sindicância, apresen-tará relatório conclusivo, encaminhando os autos ao Procurador-Geral de Justiça.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 30 da Lei Comple-mentar nº 136, de 27/6/2014.)

§ 4º (Revogado pelo art. 33 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Dispositivo revogado:

“§ 4º O Procurador-Geral de Justiça poderá avocar os autos da sindicância se o Corregedor-Geral do Ministério Público, nos 30 (trinta) dias subsequentes à apresentação do relatório pela comissão, não proferir a decisão cabível.”

§ 5º O membro do Ministério Público ou seu defensor, este no caso de revelia, será intimado pessoalmente da decisão proferida.

Art. 242 A comissão, a qualquer tempo e em exposição motivada, poderá representar ao Cor-regedor-Geral do Ministério Público pela conversão da sindicância em procedimento disciplinar admi-nistrativo, havendo indícios de infração mais grave.

Art. 243 A Corregedoria-Geral do Ministério Público somente fornecerá certidões relativas à sindicância ao membro do Ministério Público, ao seu defensor, ao Procurador-Geral de Justiça, aos órgãos da administração superior do Minis-tério Público ou, se for o caso, àquele que tenha representado sobre o fato.

Seção IIIDo Procedimento Disciplinar

Administrativo

Art. 244 O procedimento disciplinar administrativo será instaurado para a aplicação das penalidades previstas nesta lei, salvo a de advertência e para os fins previstos no art. 223.

Parágrafo único O procedimento disciplinar administrativo poderá ser instaurado para instruir a ação de decretação da perda do cargo de membro do Ministério Público.

Art. 245 A Corregedoria-Geral do Ministério Público, de ofício, por provocação dos órgãos da administração superior do Ministério Público ou do Procurador-Geral de Justiça, determinará a instauração do procedimento disciplinar adminis-trativo, observado o disposto no art. 235, I, II e V.

Art. 246 O membro do Ministério Público será notificado pessoalmente dos fatos a ele imputados, para defesa em 10 (dez) dias contados do efetivo recebimento da notificação.

§ 1º Aplica-se ao procedimento disciplinar admi-nistrativo o disposto nos arts. 237, 238, 239, 240, 241, “caput” e §§ 1º, 2º e 5º, e 243.

§ 2º O procedimento disciplinar administrativo será concluído no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, admitindo-se uma prorrogação.

Art. 247 A comissão, concluído o procedimento disciplinar administrativo, apresentará relatório

conclusivo, encaminhando os autos ao Correge-dor-Geral do Ministério Público, para os fins do disposto no art. 39, IX.

Seção IVDa Revisão e da Reabilitação

Subseção IDa Revisão

Art. 248 A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão do processo disciplinar administrativo, na forma determinada pelo art. 24, IX, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de provar a inocência do infrator ou de justificar a imposição de pena disciplinar mais benéfica.

§ 1º A revisão será requerida pelo próprio inte-ressado ou, se falecido ou interdito, por cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem efeito o ato punitivo ou será, se for o caso, aplicada a pena disciplinar adequada, restabelecendo-se os direitos atingidos pela punição.

Subseção IIDa Reabilitação

Art. 249 O membro do Ministério Público que houver sido punido disciplinarmente com ad-vertência ou censura poderá obter do Conselho Superior do Ministério Público o cancelamento das respectivas notas nos assentos funcionais, decorridos 2 (dois) anos do trânsito em julgado da decisão condenatória, salvo se reincidente.

cAPÍtulO XiDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E

TRANSITÓRIAS

Art. 250 O Ministério Público encaminhará ao Po-der Legislativo projeto de lei que ajuste as tabelas de vencimentos de seus membros e servidores ao disposto nesta lei.

Art. 251 Ao membro ou servidor do Ministério Público é vedado manter, sob sua chefia ime-diata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil.

Parágrafo único Considera-se chefia imediata, para os fins do disposto neste artigo, a subordi-nação administrativa direta ao membro do Mi-nistério Público.

Art. 252 Para exercer as funções junto à Justiça Eleitoral, por solicitação do Procurador-Geral da República, os membros do Ministério Público do Estado serão designados pelo Procurador-Geral de Justiça.

§ 1º Não ocorrendo designação exclusivamente para os serviços eleitorais, na forma prevista no “caput” deste artigo, o Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público que oficie perante o juízo incumbido daqueles serviços.

§ 2º Havendo impedimento ou recusa justificável, o Procurador-Geral de Justiça designará o substituto.

Art. 253 No âmbito do Ministério Público, para os fins do disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal, ficam estabelecidos como limite de re-muneração os valores percebidos em espécie, a qualquer título, pelo Procurador-Geral de Justiça.

Art. 254 Fica autorizado o Poder Executivo a dotar a Procuradoria-Geral de Justiça de sede própria, com instalações compatíveis com as suas necessidades e com a relevância da instituição.

Art. 255 A Associação Mineira do Ministério Público, fundada em 1º de agosto de 1953, é reconhecida como entidade de representação da classe.

§ 1º O Ministério Público poderá firmar convênios com a associação de classe ou entidades congê-neres e assemelhadas, objetivando a manutenção de serviços assistenciais e culturais a seus mem-bros e servidores.

§ 2º A Associação dos Servidores do Ministério Público, fundada em 16 de março de 1993, é reconhecida como entidade de representação de classe dos servidores do Ministério Público, aplicando-se-lhe, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Art. 256 O Ministério Público, sem prejuízo de outras dependências, instalará as Promotorias de Justiça em salas sob sua administração, in-tegrantes do conjunto arquitetônico dos Fóruns.

Art. 257 No conjunto arquitetônico dos Fóruns e dos Tribunais, é obrigatória a inclusão de de-pendências exclusivas do Ministério Público, em condições adequadas ao exercício das funções da instituição, assegurando-se à Procuradoria-Geral de Justiça vista prévia dos projetos de construção e reforma dos prédios.

Parágrafo único A modificação da destinação de dependências, salas, gabinetes e locais de trabalho do Ministério Público, em qualquer edifício perten-cente ao Estado, deve ser previamente autorizada pelo Procurador-Geral de Justiça.

Art. 258 O disposto nesta lei não se aplica aos integrantes dos órgãos colegiados do Ministério Público, quanto às suas condições de elegibilidade e ao seu número, até o término dos respectivos mandatos.

Art. 259 O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional poderá celebrar convênios ou manter outras formas de cooperação técnica com entida-des mantidas pela Associação Mineira do Minis-tério Público, visando ao aprimoramento cultural e profissional dos membros e dos servidores do Ministério Público.

Art. 260 Os membros do Ministério Público junto à Justiça Militar e ao Tribunal de Contas integram o quadro único do Ministério Público.

Art. 261 Em cada Procuradoria e Promotoria de Justiça servirá, pelo menos, 1 (um) membro do Ministério Público.

Art. 262 As promoções na carreira do Ministério Público serão precedidas da adequação da lista de antiguidade aos critérios de desempate esta-belecidos nesta lei.

Art. 263 Os responsáveis pelo controle interno e externo dos atos dos Poderes do Estado e de entidades das administrações direta, indireta e fundacional, tomando conhecimento de qualquer infração penal ou ilícito civil público, deles darão ciência ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 73 da Constituição do Estado.

Art. 264 Fica criada a Medalha do Mérito do Ministério Público, cuja concessão será regula-mentada em ato do Procurador-Geral de Justiça.

Art. 265 A Procuradoria-Geral de Justiça publicará a Revista do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com a finalidade de divulgar os trabalhos jurídicos de interesse da instituição.

Art. 266 (Vetado).

Art. 267 Salvo disposição em contrário, os prazos previstos nesta lei serão computados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

Parágrafo único Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil subsequente se o vencimento cair em sábado, domingo, feriado ou em dia em que não haja expediente na Procura-doria-Geral de Justiça.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

46

Art. 268 Em todo o Estado, servirão duzentos e dez Promotores de Justiça Substitutos, com sede na Capital e lotados na Procuradoria-Geral de Justiça, os quais exercerão as suas funções em qualquer Promotoria de Justiça do Estado.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 269 – O quadro de carreira do Ministério Público é integrado pelos cargos relacionados no anexo desta lei.

è (Vide art. 4º da Lei Complementar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 270 Aos estagiários do Ministério Público com investidura no cargo até o ano anterior à vi-gência desta lei, aplica-se o disposto no art. 101, § 1º, desde que preenchido o requisito do art. 96.

Art. 271 Aplica-se ao Procurador-Geral de Jus-tiça o disposto na Lei nº 10.228, de 12 de julho de 1990.

Art. 272 A Procuradoria-Geral de Justiça e os órgãos da administração superior da instituição adaptarão seus atos normativos aos preceitos desta lei, no prazo de 90 (noventa) dias contados de sua publicação.

Art. 273 As atividades do Programa Estadual de Proteção ao Consumidor ficam transferidas para o Ministério Público e serão regulamentadas por ato do Procurador-Geral de Justiça.

è (Vide Lei Complementar nº 119, de 13/1/2011.)

Art. 274 É vedado a membro do Ministério Público residir em imóvel locado por município ou receber auxílio do poder público municipal, a qualquer título.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complemen-tar nº 61, de 12/7/2001.)

Art. 275 A instalação de foros ou tribunais distritais ou regionais e de novas comarcas importará na criação dos correspondentes cargos do Ministério Público e serviços auxiliares.

Parágrafo único A proposta de criação de car-gos e serviços auxiliares será encaminhada à Assembléia Legislativa no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 276 A pensão por morte de membro do Ministério Público, anteriormente concedida, será adaptada aos preceitos desta lei, no que concerne ao reconhecimento de beneficiários, a requeri-mento do interessado.

Art. 277 Aplica-se o disposto nesta lei ao processo disciplinar administrativo em curso.

Art. 278 Fica mantido o dia 11 de setembro como o Dia do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, e comemora-se o dia 14 de dezembro como o Dia Nacional do Ministério Público.

Art. 279 Aplicam-se ao Ministério Público do Es-tado, subsidiariamente, a Lei Orgânica do Ministério Público da União e o Estatuto dos Funcionários Civis do Estado de Minas Gerais.

Art. 279-A Os direitos, os deveres, as garantias e as prerrogativas assegurados ao Ministério Público do Estado serão, quando for o caso, regulamenta-dos por ato do Procurador-Geral de Justiça, nos termos do inciso XVII do caput do art. 18.

è (Artigo acrescentado pelo art. 31 da Lei Complementar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 280 As despesas decorrentes da aplicação desta Lei Complementar correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas ao Minis-tério Público.

è (Artigo com redação dada pelo art. 32 da Lei Complemen-tar nº 136, de 27/6/2014.)

Art. 281 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 282 Revogam-se as disposições em con-trário, em especial a Lei nº 8.222, de 2 de junho de 1982; e as Leis Complementares nºs 18, de 22 de dezembro de 1988; 20, de 22 de julho de 1991; 22, de 8 de novembro de 1991; e 25, de 13 de novembro de 1992.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 12 de setembro de 1994.

HÉLIO GARCIA

Evandro de Pádua Abreu

Paulo de Tarso Almeida Paiva

José Afonso Bicalho Beltrão da Silva

Kildare Gonçalves Carvalho

Anexo I(a que se refere o art. 269 da Lei

Complementar nº 34, de 12 de setembro de 1994).

QUADRO DE PESSOAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

I – Cargos:

Promotor de Justiça Substituto 210

Promotor de Justiça de 1ª Entrância 261

Promotor de Justiça de 2ª Entrância 387

Promotor de Justiça de Entrância Es-pecial

647

Procurador de Justiça 182

II – Lotação dos Cargos

II. 1 – Entrância Especial Número de Cargos

1. Barbacena 10

2. Belo Horizonte 264

3. Betim 25

4. Conselheiro Lafaiete 11

5. Contagem 43

6. Coronel Fabriciano 6

7. Divinópolis 18

8. Governador Valadares 20

9. Ipatinga 18

10. Juiz de Fora 37

11. Montes Claros 22

12. Patos de Minas 10

13. Poços de Caldas 11

14. Pouso Alegre 12

15. Ribeirão das Neves 14

16. Santa Luzia 12

17. São João del-Rei 7

18. Sete Lagoas 14

19. Teófilo Otôni 12

20. Timóteo 5

21. Uberaba 28

22. Uberlândia 38

23. Varginha 10

II. 2 – Segunda Entrância Número de Cargos

1. Abre-Campo 2

2. Além Paraíba 3

3. Alfenas 8

4. Almenara 4

5. Andradas 3

6. Araçuaí 2

7. Araguari 12

8. Araxá 8

9. Arcos 2

10. Boa Esperança 3

11. Bocaiuva 3

12. Bom Despacho 2

13. Brasília de Minas 2

14. Brumadinho 2

15. Caeté 3

16. Cambuí 4

17. Capelinha 2

18. Campo Belo 6

19. Carangola 3

20. Caratinga 7

21. Cássia 2

22. Cataguases 8

23. Congonhas 2

24. Curvelo 6

25. Diamantina 4

26. Formiga 6

27. Frutal 5 5

28. Guanhães 2

29. Guaxupé 4

30. Ibirité 8

31. Igarapé 4

32. Inhapim 2

33. Itabira 6

34. Itajubá 8

35. Itambacuri 2

36. Itaúna 7 7

37. Ituiutaba 10

38. Iturama 4

39. Janaúba 4

40. Januária 4

41. João Monlevade 4

42. João Pinheiro 4

43. Lagoa da Prata 2

44. Lagoa Santa 4

45. Lavras 7

46. Leopoldina 4

47. Machado 2

48. Manga 2

49. Manhuaçu 7

50. Manhumirim 2

51. Mantena 3

52. Mariana 3

53. Mateus Leme 2

54. Matozinhos 3

55. Monte Carmelo 3

56. Muriaé 8

57. Nanuque 4

58. Nova Lima 5

59. Nova Serrana 4

60. Oliveira 4

61. Ouro Fino 3

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

47

62. Ouro Preto 4

63. Pará de Minas 8

64. Paracatu 5

65. Passos 9

66. Patrocínio 7

67. Pedro Leopoldo 5

68. Pirapora 4

69. Pitangui 2

70. Piumhi 2

71. Ponte Nova 5

72. Sabará 6

73. Sacramento 2 2

74. Santa Rita do Sapucaí 3

75. Santos Dumont 4

76. São Francisco 2

77. São Gonçalo do Sapucaí 3

78. São João Nepomuceno 2

79. São Lourenço 7

80. São Sebastião do Pa-raíso

7

81. Três Corações 7

82. Três Pontas 4

83. Ubá 6

84. Unaí 6

85. Várzea da Palma 2

86. Vespasiano 6

87. Viçosa 6

88. Visconde do Rio Branco 4

II. 3 – Primeira Entrância Número de Cargos

1. Abaeté 2

2. Açucena 1

3. Água Boa 1

4. Águas Formosas 1

5. Aimorés 1

6. Aiuruoca 2

7. Alpinópolis 2

8. Alto Rio Doce 1

9. Alvinópolis 1

10. Andrelândia 1

11. Areado 1

12. Arinos 2

13. Baependi 2

14. Bambuí 1

15. Barão de Cocais 2

16. Barroso 1

17. Belo Oriente 1

18. Belo Vale 1

19. Bicas 1

20. Bom Jesus do Galho 1

21. Bom Sucesso 1

22. Bonfim 1

23. Bonfinópolis de Minas 1

24. Borda da Mata 1

25. Botelhos 1

26. Brasópolis 1

27. Bueno Brandão 1

28. Buenópolis 1

29. Buritis 2

30. Cabo Verde 1

31. Cachoeira de Minas 1

32. Caldas 1

33. Camanducaia 2

34. Cambuquira 1

35. Campanha 1

36. Campestre 1

37. Campina Verde 1

38. Campos Altos 1

39. Campos Gerais 2

40. Canápolis 1

41. Candeias 1

42. Capinópolis 1

43. Carandaí 1 1

44. Carlos Chagas 1

45. Carmo da Mata 1

46. Carmo de Minas 1

47. Carmo do Cajuru 1

48. Carmo do Paranaíba 2

49. Carmo do Rio Claro 2

50. Carmópolis de Minas 1

51. Carneirinho 1

52. Caxambu 2

53. Cláudio 2

54. Conceição das Alagoas 2

55. Conceição do Mato Dentro

1

56. Conceição do Rio Verde

1

57. Conquista 1

58. Conselheiro Pena 2

59. Coração de Jesus 1

60. Corinto 2

61. Coroaci 1

62. Coromandel 2

63. Cristina 1

64. Cruzília 1

65. Divino 1

66. Dores do Indaiá 2

67. Elói Mendes 2

68. Entre-Rios de Minas 1

69. Ervália 1

70. Esmeraldas 2

71. Espera Feliz 1

72. Espinosa 1

73. Estrela do Sul 1

74. Eugenópolis 1

75. Extrema 2

76. Ferros 1

77. Francisco Sá 2

78. Fronteira 1

79. Galileia 1

80. Grão-Mogol 1

81. Guapé 1

82. Guaranésia 1

83. Guarani 1

84. Ibiá 2

85. Ibiraci 1

86. Iguatama 1

87. Ipanema 1

88. Itabirinha de Mantena 1

89. Itabirito 2

90. Itaguara 1

91. Itamarandiba 2

92. Itamoji 1

93. Itamonte 1

94. Itanhandu 1

95. Itanhomi 1

96. Itaobim 1

97. Itapajipe 1

98. Itapecerica 2

99. Itumirim 1

100. Jabuticatubas 1

101. Jacinto 1

102. Jacuí 1

103. Jacutinga 2

104. Jaíba 1

105. Jequeri 1

106. Jequitinhonha 1

107. Joaíma 1

108. Juatuba 1

109. Lagoa Dourada 1

110. Lajinha 1

111. Lambari 2

112. Lima Duarte 1

113. Luz 1

114. Malacacheta 1

115. Mar de Espanha 1

116. Martinho Campos 1

117. Matias Barbosa 2

118. Mato Verde 1

119. Medina 2

120. Mercês 1

121. Mesquita 1

122. Minas Novas 2

123. Mirabela 1

124. Miradouro 1

125. Miraí 1

126. Montalvânia 1

127. Monte Alegre de Minas

1

128. Monte Azul 1

129. Monte Belo 1

130. Monte Santo de Minas 2

131. Monte Sião 1 1

132. Morada Nova de Minas

1

133. Mutum 1

134. Muzambinho 2

135. Natércia 1

136. Nepomuceno 2

137. Nova Era 1

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

48

138. Nova Ponte 2

139. Nova Resende 1

140. Novo Cruzeiro 1

141. Ouro Branco 2

142. Padre Paraíso 1

143. Pains 1

144. Palma 1

145. Papagaios 1

146. Paraguaçu 2

147. Paraisópolis 3

148. Paraopeba 2

149. Passa-Quatro 1

150. Passa-Tempo 1

151. Peçanha 1

152. Pedra Azul 2

153. Pedralva 1

154. Perdizes 1

155. Perdões 1

156. Piranga 1

157. Pirapetinga 1

158. Poço Fundo 1

159. Pompéu 2

160. Porteirinha 2

161. Prados 1

162. Prata 2

163. Pratápolis 1

164. Presidente Olegário 1

165. Raul Soares 1

166. Resende Costa 1

167. Resplendor 1

168. Rio Casca 1

169. Rio Novo 1

170. Rio Paranaíba 1

171. Rio Pardo de Minas 2

172. Rio Piracicaba 1

173. Rio Pomba 1

174. Rio Preto 1

175. Rio Vermelho 1

176. Rubim 1

177. Sabinópolis 1

178. Salinas 2

179. Santa Bárbara 2

180. Santa Maria de Itabira 1

181. Santa Maria do Suaçuí 1

182. Santa Rita de Caldas 1

183. Santa Vitória 1

184. Santo Antônio do Amparo

1

185. Santo Antônio do Monte

1

186. São Domingos do Prata

1

187. São Gonçalo do Abaeté

1

188. São Gonçalo do Pará 1

189. São Gotardo 2

190. São João da Ponte 2

191. São João do Paraíso 1

192. São João Evangelista 1

193. São Romão 1

194. São Roque de Minas 1

195. São Tomás de Aquino 1

196. Senador Firmino 1

197. Serro 1

198. Silvianópolis 1

199. Taiobeiras 1

200. Tarumirim 1

201. Teixeiras 1

202. Tiros 1

203. Tocantins 1

204. Tombos 1

205. Três Marias 2

206. Tupaciguara 2

207. Turmalina 1

208. Vazante 2

209. Virginópolis 1

(Anexo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 118, de 12/1/2011.)

è (Vide art. 4º da Lei Complementar nº 61, de 12/9/1994.)

(Anexo numerado pelo art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

ANEXO II(a que se refere o inciso xxxi do art. 39 da Lei Complementar nº 34, de 1994)

TRAMITAÇÃO DAS AÇÕES AJUIZADAS POR MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ANO DE REFERÊNCIA

COMARCA

VARA

PROMOTOR

Data da distribuição Nº do processo Tipo de ação Motivo que ense-jou a ação

Tipo penal

(nas ações penais)

Sentença

em 1ª instância

Recurso

(sim ou não)

Situação atual do processo

(Anexo acrescentado pelo anexo da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

è (Vide art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

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LC Nº 34 DE 12/09/1994 – LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS

49

ANEXO III(a que se refere o inciso XXXI do art. 39 da Lei Complementar nº 34, de 1994)

RESULTADO DAS AÇÕES PROLATADAS AJUIZADAS POR MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ANO DE REFERÊNCIA

COMARCA

VARA

PROMOTOR

Sentença de 1ª instância (prolatadas no ano de referência) Data da

distribuição

Número do

processo

Motivo que

ensejou a ação

Tipo penal

(nas ações penais)

Recurso

(sim ou não)

(Anexo acrescentado pelo anexo da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.) è (Vide art. 3º da Lei Complementar nº 99, de 14/8/2007.)

================================================================

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51

Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências.

è (Vide Lei nº 14.309, de 19/6/2002.) è (Vide Lei nº 14.596, de 23/2/2003.) è (Vide Lei nº 15.660, de 6/7/2005.) è (Vide Lei nº 15.971, de 12/1/2006.) è (Vide art. 107 da Lei nº 20.922, de 16/10/2013.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

cAPÍtulO iDISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º A Política estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH-MG – são disciplinados por esta lei, nos termos da Constituição do Estado e na forma da legislação federal aplicável.

è (Vide art. 2º da Lei nº 15.910, de 21/12/2005.) è (Vide Lei nº 18.024, de 9/1/2009.)

cAPÍtulO iiDA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS

HÍDRICOS

Seção IDos Fundamentos

Art. 2º A Política Estadual de Recursos Hídricos visa a assegurar o controle, pelos usuários atuais e futuros, do uso da água e de sua utilização em quantidade, qualidade e regime satisfatórios.

Art. 3º Na execução da Política Estadual de Re-cursos Hídricos, serão observados:

I – o direito de acesso de todos aos recursos hídri-cos, com prioridade para o abastecimento público e a manutenção dos ecossistemas;

II – o gerenciamento integrado dos recursos hídri-cos com vistas ao uso múltiplo;

III – o reconhecimento dos recursos hídricos como bem natural de valor ecológico, social e econômico, cuja utilização deve ser orientada pelos princípios do desenvolvimento sustentável;

IV – a adoção da bacia hidrográfica, vista como sistema integrado que engloba os meios físico, biótico e antrópico, como unidade físico-territorial de planejamento e gerenciamento;

V – a vinculação da cobrança pelo uso dos re-cursos hídricos às disponibilidades quantitativas e qualitativas e às peculiaridades das bacias hi-drográficas;

VI – a prevenção dos efeitos adversos da poluição, das inundações e da erosão do solo;

VII – a compensação ao município afetado por inundação resultante da implantação de reserva-tório ou por restrição decorrente de lei ou outorga relacionada com os recursos hídricos;

VIII – a compatibilização do gerenciamento dos recursos hídricos com o desenvolvimento regional e com a proteção do meio ambiente;

IX – o reconhecimento da unidade do ciclo hidro-lógico em suas três fases: superficial, subterrânea e meteórica;

X – o rateio do custo de obras de aproveitamento múltiplo, de interesse comum ou coletivo, entre as pessoas físicas e jurídicas beneficiadas;

XI – a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;

XII – a descentralização da gestão dos recursos hídricos;

XIII – a participação do poder público, dos usuá-rios e das comunidades na gestão dos recursos hídricos.

Seção IIDas Diretrizes Gerais

Art. 4º O Estado assegurará, por intermédio do SEGRH-MG os recursos financeiros e institucio-nais necessários ao atendimento do disposto na Constituição do Estado com relação à política e ao gerenciamento de recursos hídricos, espe-cialmente para:

I – programas permanentes de proteção, melhoria e recuperação das disponibilidades hídricas su-perficiais e subterrâneas;

II – programas permanentes de proteção das águas superficiais e subterrâneas contra poluição;

III – ações que garantam o uso múltiplo racional dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, das nascentes e ressurgências e das áreas úmidas adjacentes e sua proteção contra a superexplo-ração e contra atos que possam comprometer a perenidade das águas;

IV – diagnóstico e proteção especial das áreas rele-vantes para as recargas e descargas dos aqüíferos;

V – prevenção da erosão do solo nas áreas urbanas e rurais, visando à proteção contra a poluição e o assoreamento dos corpos de água;

VI – defesa contra eventos hidrológicos críticos que ofereçam riscos à saúde e à segurança públicas ou provoquem prejuízos econômicos e sociais;

VII – instituição de sistema estadual de rios de preservação permanente, com vistas à conser-vação dos ecossistemas aquáticos, ao lazer e à recreação das populações;

è (Vide Lei nº 15.082, de 27/4/2004.)

VIII – conscientização da população sobre a ne-cessidade da utilização múltipla e sustentável dos recursos hídricos e da sua proteção;

IX – concessão de outorgas e registros, bem como acompanhamento e fiscalização das con-cessões de direito de pesquisa e de exploração de recursos hídricos;

X – concessão de incentivo financeiro a proprie-tários e posseiros rurais, para identificação, recu-peração, preservação e conservação de áreas necessárias à proteção e à recarga de aqüíferos, nos termos da legislação vigente.

è (Inciso acrescentado pelo art. 6º da Lei nº 17.727, de 13/8/2008.)

Art. 5º O Estado desenvolverá programas que objetivem o uso múltiplo de reservatórios e o desenvolvimento regional, nos municípios que:

I – tenham área inundada por reservatório ou sofram impactos ambientais resultantes de sua implantação;

II – sofram restrição decorrente de lei de proteção de recursos hídricos e de implantação de área de proteção ambiental.

Art. 6º O Estado promoverá o planejamento de ações integradas nas bacias hidrográficas, com vistas ao tratamento de esgotos domésticos, efluentes, industriais e demais efluentes, antes do seu lançamento nos corpos de água receptores.

Parágrafo único Para atender ao disposto no “caput” deste artigo, serão utilizados os meios financeiros e institucionais previstos nesta lei e em seu regulamento.

Art. 7º O Estado celebrará convênios de coopera-ção mútua e de assistência técnica e econômico--financeira com os municípios, para a implantação de programas que tenham como objetivo:

I – a manutenção do uso sustentável dos recur-sos hídricos;

II – a racionalização do uso múltiplo dos recur-sos hídricos;

III – o controle e a prevenção de inundações e de erosão, especialmente em áreas urbanas;

IV – a implantação, a conservação e a recupe-ração da cobertura vegetal, em especial das matas ciliares;

V – o zoneamento e a definição de restrições de uso de áreas inundáveis;

VI – o tratamento de águas residuárias, em especial dos esgotos urbanos domésticos;

VII – a implantação de sistemas de alerta e de defesa civil para garantir a segurança e a saúde públicas em eventos hidrológicos adversos;

VIII – a instituição de áreas de proteção e conser-vação dos recursos hídricos;

IX – a manutenção da capacidade de infiltração do solo.

Art. 8º O Estado articular-se-á com a União, com outros Estados e com municípios, respeitadas as disposições constitucionais e legais, com vistas ao aproveitamento, ao controle e ao monitoramento dos recursos hídricos em seu território.

§ 1º Para o cumprimento dos objetivos previstos no “caput” deste artigo, serão consideradas:

I – a utilização múltipla e sustentável dos recursos hídricos, em especial para fins de abastecimento público, geração da energia elétrica, irrigação, na-vegação, pesca, piscicultura, turismo, recreação, esporte e lazer;

II – a proteção dos ecossistemas, da paisagem, da flora e da fauna aquáticas;

lei estAduAl 13.209/1999POlÍticA estAduAl de recursOs HÍdricOs

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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III – as medidas relacionadas com o controle de cheias, prevenção de inundações, drenagem e correta utilização de várzeas, veredas e outras áreas sujeitas a inundação;

IV – a proteção e o controle das áreas de recarga, descarga e captação dos recursos hídricos sub-terrâneos.

§ 2º O Estado poderá celebrar convênio com a União e com as demais unidades da Federação a fim de disciplinar a utilização de recursos hídricos compartilhados.

cAPÍtulO iiiDOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA

ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Seção IDos Instrumentos

Art. 9º São instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos:

I – o Plano Estadual de Recursos Hídricos;

II – os Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas;

III – o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos;

IV – o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo seus usos preponderantes;

V – a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;

VI – a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

VII – a compensação a municípios pela exploração e restrição de uso de recursos hídricos;

VIII – o rateio de custos das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo;

IX – as penalidades.

Seção IIDa Caracterização dos Instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos

Subseção IDo Plano Estadual de Recursos Hí-

dricos

Art. 10 O Plano Estadual de Recursos Hídricos, aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH-MG -, de que trata esta lei, será submetido ao Governador do Estado, que o editará por meio de decreto.

§ 1º Os objetivos e a previsão dos recursos fi-nanceiros para a elaboração e a implantação do Plano Estadual de Recursos Hídricos constarão nas leis relativas ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias e ao Orçamento Anual do Estado.

§ 2º O Plano Estadual de Recursos Hídricos conterá:

I – a divisão hidrográfica do Estado, na qual se caracterizará cada bacia hidrográfica utilizada para o gerenciamento descentralizado e compartilhado dos recursos hídricos;

II – os objetivos a serem alcançados;

III – as diretrizes e os critérios para o gerenciamento de recursos hídricos;

IV – os programas de desenvolvimento institu-cional, tecnológico e gerencial, de valorização profissional e de comunicação social, no campo dos recursos hídricos.

§ 3º A periodicidade para elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos de que trata este artigo será estabelecida por ato do CERH-MG.

è (Vide art. 20 da Lei nº 13.771, de 11/12/2000.)

Subseção IIDos Planos Diretores de Recursos Hí-

dricos de Bacias Hidrográficas

Art. 11 O planejamento de recursos hídricos, elaborado por bacia hidrográfica do Estado e consubstanciado em Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas, tem por finalidade fundamentar e orientar a implementação de programas e projetos e conterá, no mínimo:

I – diagnóstico da situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica;

II – análise de opções de crescimento demográ-fico, de evolução de atividades produtivas e de modificação dos padrões de ocupação do solo;

III – balanço entre disponibilidades e demandas atuais e futuras dos recursos hídricos, em quan-tidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;

IV – metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;

V – medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados para o atendimento de metas previstas, com estimativas de custos;

VI – prioridade para outorga de direito de uso de recursos hídricos;

VII – diretrizes e critérios para cobrança pelo uso dos recursos hídricos;

VIII – proposta para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção de recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos.

Subseção III

Do Sistema Estadual de Informações sobre Re-cursos Hídricos

Art. 12 A coleta, o tratamento, o armazena-mento, a recuperação e a divulgação de in-formações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão serão organizados sob a forma de um Sistema Estadual de Infor-mações sobre Recursos Hídricos, compatível com o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 13 O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos tem como objetivos:

I – reunir, dar consistência e divulgar dados e infor-mações sobre as situações qualitativa e quantita-tiva dos recursos hídricos do Estado, bem como informações socioeconômicas relevantes para o seu gerenciamento;

II – atualizar, permanentemente, as informações sobre a disponibilidade e a demanda de recursos hídricos e sobre ecossistemas aquáticos, em todo o território do Estado;

III – fornecer subsídios para a elaboração do Plano Estadual e dos Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas;

IV – apoiar ações e atividades de gerenciamento de recursos hídricos no Estado.

Art. 14 São princípios básicos para o funciona-mento do Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos:

I – a descentralização da obtenção e da produção de dados e informações;

II – a coordenação unificada dos sistemas;

III – a garantia de acesso a dados e informações a toda a sociedade.

Subseção IVDo Enquadramento dos Corpos de

Água em Classes, Segundo os Usos Preponderantes da Água

Art. 15 As classes de corpos de água serão as estabelecidas pelas legislações ambientais federal e estadual.

Art. 16 O enquadramento de corpos de água em classes, segundo seus usos preponderan-tes, visa a:

I – assegurar qualidade de água compatível com os usos mais exigentes;

II – diminuir os custos de combate à poluição da água, mediante ações preventivas permanentes.

Subseção VDa Outorga dos Direitos de Uso de

Recursos Hídricos

Art. 17 O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos do Estado tem por objetivo assegurar os controles quantitativos e qualitativos dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

Art. 18 São sujeitos a outorga pelo poder pú-blico, independentemente da natureza pública ou privada dos usuários, os seguintes direitos de uso de recursos hídricos:

I – as acumulações, as derivações ou a captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, até para abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;

II – a extração de água de aqüífero subterrâ-neo para consumo final ou insumo de processo produtivo;

III – o lançamento, em corpo de água, de esgotos e demais efluentes líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;

IV – o aproveitamento de potenciais hidrelétricos;

V – outros usos e ações que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.

§ 1º Independem de outorga pelo poder público, conforme definido em regulamento, o uso de re-cursos hídricos para satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais distribuídos no meio rural, bem como as acumulações, as derivações, as capacitações e os lançamentos considerados insignificantes.

§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica ficam con-dicionadas a sua adequação ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto na Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e ao cumprimento da legislação setorial específica.

Art. 19 A outorga de uso de recursos hídricos respeitará as prioridades de uso estabelecidas nos Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas, a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte hidroviário, quando for o caso.

§ 1º A outorga levará em conta a necessidade de se preservar o uso múltiplo e racional das águas.

§ 2º A outorga efetivar-se-á por ato do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM.

Art. 20 A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa, parcial ou total-mente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:

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LEI ESTADUAL 13.209/1999 – POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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I – não cumprimento, pelo outorgado, dos termos da outorga;

II – não utilização da água por três anos con-secutivos;

III – necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;

IV – necessidade de se prevenir ou fazer reverter grave degradação ambiental;

V – necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se dispo-nha de fontes alternativas;

VI – necessidade de se manterem as características de navegabilidade do corpo de água.

Art. 21 A outorga confere ao usuário o direito de uso do corpo hídrico, condicionado à dispo-nibilidade de água, o que não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis.

Art. 22 O prazo inicial de outorga de direito de uso de recursos hídricos não excederá a trinta e cinco anos, podendo ser renovado.

Subseção VIDa Cobrança pelo Uso de Recursos

Hídricos

Art. 23 Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga nos termos do art. 18 desta Lei.

Art. 24 Sujeita-se à cobrança pelo uso da água, segundo as peculiaridades de cada bacia hidro-gráfica, aquele que utilizar, consumir ou poluir recursos hídricos.

Parágrafo único A cobrança pelo uso de recur-sos hídricos visa a:

I – reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;

II – incentivar a racionalização do uso da água;

III – obter recursos financeiros para o financiamento de programas e intervenções incluídos nos planos de recursos hídricos;

IV – incentivar o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio, na forma desta lei, dos custos das obras executadas par esse fim;

V – proteger as águas contra ações que possam comprometer os seus usos atual e futuro;

VI – promover a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde e à segurança públicas e causem prejuízos econômicos ou sociais;

VII – incentivar a melhoria do gerenciamento dos recursos hídricos nas respectivas bacias hidro-gráficas;

VIII – promover a gestão descentralizada e inte-grada em relação aos demais recursos naturais;

IX – disciplinar a localização dos usuários, bus-cando a conservação dos recursos hídricos, de acordo com sua classe preponderante de uso;

X – promover o desenvolvimento do transporte hidroviário e seu aproveitamento econômico.

Art. 25 No cálculo e na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos, serão observados os seguintes aspectos, dentre outros:

I – nas derivações, nas captações e nas extra-ções de água, o volume retirado e seu regime de variação;

II – nos lançamentos de esgotos domésticos e demais efluentes líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as caracte-

rísticas físico-químicas, biológicas e de toxicidade do efluente;

III – a natureza e as características do aqüífero;

IV – a classe de uso preponderante em que esteja enquadrado o corpo de água no local do uso ou da derivação;

V – a localização do usuário na bacia;

VI – as características e o porte da utilização;

VII – a disponibilidade e o grau de regularização da oferta hídrica local;

VIII – a proporcionalidade da vazão outor-gada e do uso consultivo em relação à vazão outorgável;

IX – o princípio de tarifação progressiva em razão do consumo.

§ 1º Os fatores referidos neste artigo poderão ser utilizados, para efeito de cálculo, de forma isolada, simultânea, combinada ou cumulativa, observado o que dispuser o regulamento.

§ 2º Os procedimentos para o cálculo e a fixação dos valores a serem cobrados pelo uso da água serão aprovados pelo CERH-MG.

Art. 26 A cobrança pelo uso de recursos hídricos será implantada de forma gradativa e não recairá sobre os usos considerados insignificantes, nos termos do regulamento.

Art. 27 O valor inerente à cobrança pelos direitos de uso de recursos hídricos classificar-se-á como receita patrimonial, nos termos do artigo 11 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982.

§ 1º Os valores diretamente arrecadados por órgão ou unidade executiva descentralizada do Poder Executivo referido nesta Lei, em decorrência da cobrança pelos direitos de uso de recursos hídricos, serão depositados e geridos em conta bancária própria, mantida em instituição financeira oficial.

§ 2º A forma, a periodicidade, o processo e as demais estipulações de caráter técnico e admi-nistrativo inerentes à cobrança pelos direitos de uso de recursos hídricos serão estabelecidos em decreto do Poder Executivo, a partir de proposta do órgão central do SEGRH-MG, aprovada pelo CERH-MG.

Art. 28 Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados, na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:

I – no financiamento de estudos, programas, proje-tos e obras incluídos no Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica;

II – no pagamento de despesas de monitoramento dos corpos de água e custeio dos órgãos e en-tidades integrantes do SEGRH-MG, na sua fase de implantação.

§ 1º O financiamento das ações e das atividades a que se refere o inciso I deste artigo corresponderá a, pelo menos, dois terços da arrecadação total gerada na bacia hidrográfica.

§ 2º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado.

§ 3º Os valores previstos no “caput” deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água, consi-derados benefícios para a coletividade.

Subseção VIIDa Compensação a Município pela Exploração e pela Restrição de Uso

de Recursos Hídricos

Art. 29 A compensação a município afetado por inundação causada por implantação de reserva-tório ou por restrição decorrente de lei ou outorga relacionada com recursos hídricos será discipli-nada pelo Poder Executivo, mediante decreto, a partir de estudo próprio, aprovado pelo CERH-MG.

Subseção VIIIDo Rateio de Custos das Obras de

Uso Múltiplo de Interesse Comum ou Coletivo

Art. 30 As obras de uso múltiplo de recursos hídricos, de interesse comum ou coletivo, terão seus custos rateados, direta ou indiretamente, segundo critérios e normas a serem estabelecidos em regulamento baixado pelo Poder Executivo, após aprovação pelo CERH-MG, atendidos os seguintes procedimentos:

I – a concessão ou a autorização de vazão com potencial de aproveitamento múltiplo serão prece-didas de negociação sobre o rateio de custos entre os beneficiários, inclusive os de aproveitamento hidrelétrico, mediante articulação com a União;

II – a construção de obras de interesse comum ou coletivo dependerá de estudo de viabilidade téc-nica, econômica, social e ambiental, que conterá previsão de formas de retorno dos investimentos públicos ou justificativas circunstanciadas da des-tinação de recursos a fundo perdido.

§ 1º O Poder Executivo regulamentará a matéria de que trata este artigo, mediante decreto que es-tabelecerá diretrizes e critérios para financiamento ou concessão de subsídios, conforme estudo aprovado pelo CERH-MG.

§ 2º Os subsídios a que se refere o parágrafo anterior somente serão concedidos no caso de interesse público relevante ou na impossibilidade prática de identificação dos beneficiários, para conseqüente rateio dos custeios inerentes às obras de uso múltiplo de recursos hídricos, de interesse comum ou coletivo.

Subseção IXDas Penalidades

Art. 31 As penalidades decorrentes do descum-primento do disposto nesta Lei serão fixadas e aplicadas conforme o disposto no Capítulo VI e no regulamento.

cAPÍtulO iVDO SISTEMA ESTADUAL DE

GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS – SEGRH/MG

Seção IDos Objetivos

Art. 32 O SEGRH-MG tem os seguintes objetivos:

I – coordenar a gestão integrada e descentrali-zada das águas;

II – Arbitrar administrativamente os conflitos rela-cionados com os recursos hídricos;

III – implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos;

IV – planejar, regular, coordenar e controlar o uso, a preservação e a recuperação de recursos hídricos do Estado;

V – promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Seção IIDa Composição do Sistema

Art. 33 Integram o SEGRH-MG:

I – a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;

II – o Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH-MG -;

III – o Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM -;

IV – os comitês de bacia hidrográfica;

V – os órgãos e as entidades dos poderes estadual e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;

VI – as agências de bacias hidrográficas.

Parágrafo único O Poder Executivo disciplinará, mediante decreto, as atribuições de órgãos e en-tidades da administração pública estadual incum-bidos de exercer ações ou atividades relacionadas com a gestão de recursos híbridos.

Art. 34 O CERH-MG é composto por:

I – representantes do poder público, de forma paritária entre o Estado e os municípios;

II – representantes dos usuários e de entidades da sociedade civil ligadas aos recursos hídricos, de forma paritária com o poder público.

Parágrafo único A presidência do CERH-MG será exercida pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, à qual está afeta a Política Estadual de Recursos Hídricos.

Art. 35 Os comitês de bacia hidrográfica terão como território de atuação:

I – a área total da bacia hidrográfica;

II – a sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia ou de tributário desse tributário;

III – o grupo de bacias ou sub-bacias hidrográfi-cas contíguas.

Parágrafo único Os comitês de bacia hidrográfica serão instituídos por ato do Governador do Estado.

Art. 36 Os comitês de bacia hidrográfica serão compostos por:

I – representantes do poder público, de forma pa-ritária entre o Estado e os municípios que integram a bacia hidrográfica;

II – representantes de usuários e de entidades da sociedade civil ligadas aos recursos hídricos, com sede ou representação na bacia hidrográfica, de forma paritária com o poder público.

Art. 37 As agências de bacia hidrográfica, quando instituídas pelo Estado, mediante autorização le-gislativa, terão personalidade jurídica própria, auto-nomia financeira e administrativa e organizar-se-ão segundo quaisquer das formas permitidas pelo Direito Administrativo, Civil ou Comercial, atendidas as necessidades, características e peculiaridades regionais, locais e multissetoriais.

§ 1º O Poder Executivo aprovará, por meio de decreto, os atos constitutivos das agências de bacia hidrográfica, que serão inscritos no registro público, na forma da legislação aplicável.

§ 2º Os consórcios ou as associações intermu-nicipais de bacias hidrográficas, bem como as associações regionais e multissetoriais de usuários de recursos hídricos, legalmente constituídos, poderão ser equiparados às agências de bacia hidrográficas, para os efeitos desta Lei, por ato do CERH-MG, para o exercício de funções, compe-tências e atribuições a elas inerentes, a partir de

propostas fundamentadas dos comitês de bacias hidrográficas competentes.

Art. 38 As Agências de Bacias Hidrográficas, ou as entidades a elas equiparadas, por ato do CERH-MG, atuarão como unidades executivas descentralizadas de apoio aos respectivos Co-mitês de Bacia Hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e financeiro, e pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos, na sua área de atuação.

Art. 39 A proposta de criação de consórcio ou de associação intermunicipal de bacia hidrográfica ou de associação regional, local ou multissetorial de usuários de recursos hídricos dar-se-á:

I – mediante livre iniciativa dos municípios, devi-damente autorizados pelas respectivas Câmaras Municipais;

II – mediante livre manifestação de usuários de recursos hídricos.

Parágrafo único (Vetado).

Seção IIIDa Competência dos Órgãos Integrantes

do Sistema

Art. 40 À Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, na condição de órgão central coordenador do SEGRH-MG, compete:

I – aprovar a programação do gerenciamento de recursos hídricos elaborada pelos órgãos e pelas entidades sob sua supervisão e coordenação;

II – encaminhar à deliberação do CERH-MG pro-postas do Plano Estadual de Recursos Hídricos e de suas modificações elaborados com base nos Planos Diretores de Bacias Hidrográficas de Recursos Hídricos;

III – fomentar a captação de recursos para finan-ciar as ações e atividades do Plano Estadual de Recursos Hídricos, supervisionar e coordenar a sua aplicação;

IV – prestar orientação técnica aos municípios relativamente a recursos hídricos, por intermédio de seus órgãos e entidades;

V – acompanhar e avaliar o desempenho do SEGRH-MG;

VI – zelar pela manutenção da política de cobrança pelo uso da água, observadas as disposições constitucionais e legais aplicáveis.

Art. 41 Ao CERH-MG, na condição de órgão deliberativo e normativo central do SERGH-MG, compete:

I – estabelecer os princípios e as diretrizes da Polí-tica Estadual de Recursos Hídricos a serem obser-vados pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos e pelos Planos Diretores de Bacias Hidrográficas;

II – aprovar proposta do Plano Estadual de Re-cursos Hídricos, na forma estabelecida nesta Lei;

III – decidir os conflitos entre comitês de bacia hidrográfica;

IV – atuar como instância de recurso nas decisões dos comitês de bacia hidrográfica;

V – deliberar sobre projetos de aproveitamento de recursos hídricos que extrapolem o âmbito do comitê de bacia hidrográfica;

VI – estabelecer os critérios e as normas gerais para a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;

VII – estabelecer os critérios e as normas gerais sobre a cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos;

VIII – aprovar a instituição de comitês de bacia hidrográfica;

IX – reconhecer os consórcios ou as associações intermunicipais de bacia hidrográfica ou as as-sociações regionais, locais ou multissetoriais de usuários de recursos hídricos;

X – deliberar sobre o enquadramento dos corpos de água em classes, em consonância com as dire-trizes do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM-MG – e de acordo com a classificação estabelecida na legislação ambiental;

XI – exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei ou regulamento, compatíveis com a gestão de recursos hídricos do Estado ou de sub-bacias de rios de domínio da União cuja gestão lhe tenha sido delegada.

Art. 42 Ao IGAM, na condição de entidade gestora do SEGRH-MG, compete:

I – superintender o processo de outorga e de sus-pensão de direito de uso de recursos hídricos, nos termos desta lei e dos atos baixados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos;

II – gerir o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos e manter atualizados, com a cooperação das unidades executivas descentra-lizadas da gestão de recursos hídricos, os bancos de dados do sistema;

III – manter sistema de fiscalização de uso das águas da bacia, com a finalidade de capitular infrações, identificar infratores e representá-los perante os órgãos do sistema competentes para a aplicação de penalidades, conforme dispuser o regulamento;

IV – exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei, regulamento ou decisão do CERH-MG, compatíveis com a gestão de recursos hídricos.

Art. 43 Aos comitês de bacia hidrográfica, órgãos deliberativos e normativos na sua área territorial de atuação, compete:

I – promover o debate das questões relacionadas com os recursos hídricos e articular a atuação de órgãos e entidades intervenientes;

II – arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados com os recursos hídricos;

III – aprovar os Planos Diretores de Recursos Hí-dricos das bacias hidrográficas e seus respectivos orçamentos, para integrar o Plano Estadual de Recursos Hídricos e suas atualizações;

IV – aprovar planos de aplicação dos recursos ar-recadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos, inclusive financiamentos de investimentos a fundo perdido;

V – aprovar, em prazo fixado em regulamento, sob pena de perda da competência para o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para empreen-dimentos de grande porte e com potencial poluidor;

è (Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Delegada nº 178, de 29/1/2007.)

VI – estabelecer critérios e normas e aprovar os valores propostos para cobrança pelo uso de recursos hídricos;

VII – definir, de acordo com critérios e normas estabelecidos, o rateio de custos das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo, relacionados com recursos hídricos;

VIII – aprovar o Plano Emergencial de Controle de Quantidade e Qualidade de Recursos Hídricos proposto por agência de bacia hidrográfica ou entidade a ela equiparada, na sua área de atuação;

IX – deliberar sobre proposta para o enquadra-mento dos corpos de água em classes de usos preponderantes, com o apoio de audiências pú-

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LEI ESTADUAL 13.209/1999 – POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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blicas, assegurando o uso prioritário para o abas-tecimento público;

X – deliberar sobre contratação de obra e serviço em prol da bacia hidrográfica, a ser celebrada di-retamente pela respectiva agência ou por entidade a ela equiparada nos termos desta Lei, observada a legislação licitatória aplicável;

XI – acompanhar a execução da Política Estadual de Recursos Hídricos na sua área de atuação, for-mulando sugestões e oferecendo subsídios aos ór-gãos e às entidades participantes do SEGRH-MG;

XII – aprovar o orçamento anual de agência de bacia hidrográfica na sua área de atuação, com observância da legislação e das normas aplicá-veis e em vigor;

XIII – aprovar o regime contábil da agência de ba-cia hidrográfica e seu respectivo plano de contas, observando a legislação e as normas aplicáveis;

XIV – aprovar o seu regimento interno e modi-ficações;

XV – aprovar a formação de consórcios inter-municipais e de associações regionais, locais e multissetoriais de usuários na área de atuação da bacia, bem como estimular ações e atividades de instituições de ensino e pesquisa e de organizações não governamentais, que atuem em defesa do meio ambiente e dos recursos hídricos na bacia;

XVI – aprovar a celebração de convênios com órgãos, entidades e instituições públicas ou pri-vadas, nacionais e internacionais, de interesse da bacia hidrográfica;

XVII – aprovar programas de capacitação de recur-sos humanos, de interesse da bacia hidrográfica, na sua área de atuação;

XVIII – exercer outras ações, atividades e funções estabelecidas em lei, regulamento ou decisão do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, compa-tíveis com a gestão integrada de recursos hídricos.

Parágrafo único. A outorga dos direitos de uso de recursos hídricos para empreendimentos de grande porte e com potencial poluidor compete, na falta do Comitê de Bacia Hidrográfica, ao CERH, por meio de câmara a ser instituída com esta finali-dade a qual terá assessoramento técnico do IGAM.

è (Parágrafo com redação dada pelo art. 9º da Lei Delegada nº 178, de 29/1/2007.)

Art. 44 A agência da bacia hidrográfica tem a mesma área de atuação de um ou mais comitês de bacias hidrográficas.

Parágrafo único A criação de agência da bacia hidrográfica será autorizada pelo CERH-MG, mediante solicitação de um ou mais comitês de bacias hidrográficas.

Art. 45 À Agência de bacia hidrográfica e às entidades a ela equiparadas, na sua área de atuação, compete:

I – manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação;

II – manter atualizado o cadastro de usos e de usuários de recursos hídricos;

III – efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

IV – analisar e emitir pareceres sobre os projetos e as obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso da água e en-caminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos;

V – acompanhar a administração financeira dos valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

VI – analisar projetos e obras considerados rele-vantes para a sua área de atuação, emitir pare-ceres sobre eles e encaminhá-los às instituições responsáveis por seu financiamento, implantação e implementação;

VII – gerir o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;

VIII – celebrar convênios e contratar financiamen-tos e serviços para a execução de suas atribui-ções, mediante aprovação do comitê de bacia hidrográfica;

IX – elaborar a sua proposta orçamentária e sub-metê-la à apreciação dos comitês de bacias hi-drográficas que atuem na mesma área;

X – promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;

XI – elaborar ou atualizar o Plano Diretor de Re-cursos Hídricos e submetê-lo à apreciação dos comitês de bacias hidrográficas que atuem na mesma área;

XII – propor ao comitê de bacia hidrográfica:

a) o enquadramento dos corpos de água nas clas-ses de uso, para encaminhamento ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos;

b) os valores a serem cobrados pelo uso de re-cursos hídricos;

c) o plano de aplicação dos valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

d) o rateio do custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo;

XIII – promover o monitoramento sistemático da quantidade e da qualidade das águas da bacia;

XIV – prestar o apoio administrativo, técnico e financeiro necessário ao bom funcionamento do comitê de bacia hidrográfica;

XV – acompanhar a implantação e o desenvol-vimento de empreendimentos públicos e priva-dos, considerados relevantes para os interesses da bacia;

XVI – manter e operar instrumentos técnicos e de apoio ao gerenciamento da bacia, de modo especial os relacionados com o provimento de dados para o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos;

XVII – elaborar, para apreciação e aprovação, os Planos e Projetos Emergenciais de Controle da Quantidade e da Qualidade dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica, com a finalidade de garantir a sua proteção;

XVIII – elaborar, para conhecimento, apreciação e aprovação do comitê, relatórios anuais sobre a situação dos recursos hídricos da bacia;

XIX – proporcionar apoio técnico e financeiro aos planos e aos programas de obras e serviços, na forma estabelecida pelo comitê;

XX – elaborar pareceres sobre a compatibilidade de obras, serviços, ações ou atividades específicas relacionadas com o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica;

XXI – solicitar de usuários e de órgão ou entidade pública de controle ambiental, por instrumento próprio, quando for o caso, dados gerais relacio-nados com a natureza e a características de suas atividades e dos efluentes lançados nos corpos de água da bacia;

XXII – gerenciar os recursos financeiros gerados pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos da bacia e outros estipulados em lei, por meio de instituição financeira, de acordo com as normas do CERH-MG e com as deliberações do comitê de bacia;

XXIII – analisar, tecnicamente, pedidos de finan-ciamento, relacionados com recursos hídricos, segundo critérios e prioridades estabelecidos pelo comitê;

XXIV – propor ao comitê de bacia hidrográfica plano de aplicação dos recursos financeiros ar-recadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos, inclusive financiamentos de investimentos a fundo perdido;

XXV – efetuar estudos técnicos relacionados com o enquadramento dos corpos de água da bacia em classes de usos preponderantes, assegurando o uso prioritário para o abastecimento público;

XXVI – celebrar convênios, contratos, acordos, ajustes, protocolos, parcerias e consórcios com pessoas físicas e jurídicas, de direito privado ou público, nacionais e internacionais, notadamente os necessários para viabilizar aplicações de recursos financeiros em obras e serviços, em conformidade com o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica;

XXVII – proporcionar apoio financeiro a planos, programas, projetos, ações e atividades para obras e serviços de interesse da agência, devidamente aprovados pelo comitê;

XXVIII – efetuar a cobrança pela utilização dos re-cursos hídricos da bacia e diligenciar a execução dos débitos de usuários, pelos meios próprios e segundo a legislação aplicável, mantendo, para tanto, sistema de faturamento, controle de arre-cadação e fiscalização do consumo;

XXIX – manter, em cooperação com órgãos e entidades de controle ambiental e de recursos hídricos, cadastro de usuários de recursos hídricos da bacia, considerando os aspectos de derivação, consumo e diluição de efluentes;

XXX – efetuar estudos sobre recursos hídricos da bacia, em articulação com órgãos e entidades similares de outras bacias hidrográficas;

XXXI – conceber e incentivar programas, projetos, ações e atividades ligados à educação ambiental e ao desenvolvimento de tecnologias que possi-bilitem o uso racional, econômico e sustentado de recursos hídricos;

XXXII – promover a capacitação de recursos hu-manos para o planejamento e o gerenciamento de recursos hídricos da bacia hidrográfica, de acordo com programas e projetos aprovados pelo comitê;

XXXIII – praticar, na sua área de atuação, ações e atividades que lhe sejam delegadas ou atribuídas pelo comitê de bacia;

XXXIV – exercer outras ações, atividades e fun-ções previstas em lei, regulamento ou decisão do CERH-MG, compatíveis com a gestão integrada de recursos hídricos.

cAPÍtulO VDA PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO

INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS

Seção IDos Consórcios e das Associações

Intermunicipais de Bacias Hidrográficas

Art. 46 O CERH-MG reconhecerá a formação de consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas, de modo especial as que apresentarem quadro crítico relativamente aos recursos hídricos, nas quais o gerenciamento deva ser feito segundo diretrizes e objetivos especiais, e estabelecerá com eles convênios de mútua cooperação e assistência.

è (Vide art. 4º da Lei nº 15.910, de 21/12/2005.) è (Vide Lei nº 18.024, de 9/1/2009.)

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Seção IIDas Associações Regionais, Locais

e Multissetoriais de Usuários de Recursos Hídricos

Art. 47 O CERH-MG poderá atestar a organi-zação e o funcionamento de associações re-gionais e multissetoriais civis de direito privado e reconhecê-las como unidades executivas descentralizadas, equiparadas às agências de bacias hidrográficas de que trata esta Lei, mediante solicitação do comitê de bacia hi-drográfica.

§ 1º A natureza jurídica da organização admi-nistrativa de consórcio intermunicipal ou asso-ciações regional e multissetorial de usuários de recursos hídricos será estabelecida no ato de sua criação, na forma de organização civil para recursos hídricos.

§ 2º As agências de bacias hidrográficas ou as entidades a elas equiparadas celebrarão contrato de gestão com o Estado.

§ 3º O contrato de gestão previsto no § 2º, para os efeitos desta Lei, é o acordo de vontades, bi-lateral, de direito civil, celebrado com a finalidade de assegurar aos consórcios intermunicipais e às associações regionais e multissetoriais de usuários de recursos hídricos autonomias técnica, administrativa e financeira.

§ 4º Os critérios, as exigências formais e legais e as condições gerais para a celebração do contrato de gestão serão objeto de regulamento, aprovado por meio de decreto.

è (Vide art. 4º da Lei nº 15.910, de 21/12/2005.) è (Vide Lei nº 18.024, de 9/1/2009.)

Seção IIIDas Organizações Técnicas de Ensino e Pesquisa na Área de Recursos Hídricos

Art. 48 As organizações técnicas de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos poderão prestar apoio e cooperação ao SEGRH-MG, mediante convênio, contrato, acordo, parceria ou consórcio, observada a legislação aplicável e regulamento próprio.

Parágrafo único O apoio e a cooperação referidos no “caput” deste artigo consistirão em ações e atividades de pesquisa, desenvol-vimento tecnológico e capacitação de recursos humanos, basicamente relacionados com re-cursos hídricos.

è (Vide art. 4º da Lei nº 15.910, de 21/12/2005.) è (Vide Lei nº 18.024, de 9/1/2009.)

Seção IVDas Organizações Não Governamentais

na Área de Recursos Hídricos

Art. 49 A participação de organizações não governamentais com objetivo de defender interesses difusos e coletivos da sociedade será permitida mediante credenciamento pelo SEGRH-MG, na forma de regulamento pró-prio aprovado por meio de decreto do Poder Executivo.

è (Vide art. 4º da Lei nº 15.910, de 21/12/2005.) è (Vide Lei nº 18.024, de 9/1/2009.)

cAPÍtulO ViDAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 50 Constitui infração às normas de uti-lização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:

I – derivar ou utilizar recursos hídricos sem a res-pectiva outorga de direito de uso;

II – ampliar e alterar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização de recursos hídricos que importe alterações no seu regime, quantidade e qualidade, ou iniciar a sua implan-tação, sem autorização do órgão ou da entidade da administração pública estadual integrante do SEGRH-MG;

III – utilizar recursos hídricos ou executar obra ou serviço relacionado com eles, em desacordo com as condições estabelecidas na outorga;

IV – perfurar poços para a extração de águas sub-terrâneas ou operá-los sem a devida autorização, ressalvados os casos de vazão insignificante, assim definidos em regulamento;

V – fraudar as medidas dos volumes de água captados e a declaração dos valores utilizados;

VI – infringir instruções e procedimentos estabele-cidos pelos órgãos e pelas entidades competentes da administração pública estadual que integram o SEGRH-MG;

VII – obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes, como referido no inciso anterior, no exercício de suas funções.

è (Vide art. 24 da Lei nº 13.771, de 11/12/2000.) è (Vide Lei nº 18.712, de 8/1/2010.)

Art. 51 (Revogado pelo art. 26 da Lei nº 15.972, de 12/1/2006.)

Dispositivo revogado:

“Art. 51 Por infração de qualquer disposição legal referente à execução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recur-sos hídricos de domínio do Estado ou em sub-bacias de rios de domínio da União, cuja gestão a ele tenha sido delegada, ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:

è (Vide art. 9º da Lei nº 15.056, de 31/3/2004.)

I – advertência por escrito, na qual serão es-tabelecidos prazos para a correção das irre-gularidades;

II – multa, simples ou diária, proporcional à gravi-dade da infração, de 379,11 (trezentos e setenta e nove vírgula onze) a 70.000 (setenta mil) vezes o valor nominal da Unidade Fiscal da Referên-cia – UFIR -;

III – embargo provisório, com prazo determinado, para execução de serviços e obras necessários ao efetivo cumprimento das condições de outorga, ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, ao controle, à conservação e à proteção dos recursos hídricos;

IV – embargo definitivo, com revogação da ou-torga, se for o caso, para reconstituir, imedia-tamente, os recursos hídricos, os leitos e as margens, nos termos dos artigos 58 e 59 do Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, que institui o Código de Águas, ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.

§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo ao serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada não poderá ser inferior à metade do valor máximo estabelecido pelo inciso II deste artigo.

§ 2º No caso dos incisos III e IV, independen-temente da pena de multa, serão cobrados do infrator as despesas em que incorrer a

administração para tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos artigos 36, 53, 56 e 58 do Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, que institui o Código de Águas, permanecendo o infrator obrigado a responder pela indenização dos danos a que der causa.

§ 3º A pauta tipificada de infrações e res-pectivas penalidades, segundo o grau e as características de sua prática, será fixada em tabela própria, nos termos do regulamento previsto nesta lei.

§ 4º A aplicação das penalidades previstas nesta lei levará em conta:

I – as circunstâncias atenuantes e agravantes;

II – os antecedentes do infrator.

§ 5º Em caso de reincidência, a multa será apli-cada em dobro.

§ 6º Da aplicação das sanções previstas neste capítulo caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do regulamento.”

è (Vide art. 26 da Lei nº 13.771, de 11/12/2000.)

Art. 52 (Revogado pelo art. 26 da Lei nº 15.972, de 12/1/2006.)

Dispositivo revogado:

“Art. 52 A autoridade administrativa procederá à cobrança amigável de débitos decorrentes do uso de recursos hídricos, após o término do prazo para o seu recolhimento, acrescida de multa de cinco por cento e de juros legais, a título de mora, enquanto não inscritos para a execução judicial.

Parágrafo único Esgotado o prazo conce-dido para a cobrança amigável, a autoridade administrativa encaminhará o débito para inscrição em Dívida Ativa, na forma da legis-lação em vigor.”

cAPÍtulO ViiDISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 53 A implantação da cobrança pelo uso de recursos hídricos será precedida:

I – do desenvolvimento de programa de comu-nicação social sobre a necessidade econômica, social e ambiental da utilização racional e proteção das águas;

II – da implantação do sistema integrado de ou-torga de direitos de uso dos recursos hídricos, devidamente compatibilizados com os sistemas de licenciamento ambiental;

III – do cadastramento dos usuários das águas e da regularização dos direitos de uso;

IV – de articulações do Estado com a União e com os Estados vizinhos, tendo em vista a implantação da cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias hidrográficas de rios de do-mínio federal e a celebração de convênios de cooperação técnica;

V – da proposição de critérios e normas para fixação de tarifas, definição de instrumentos téc-nicos e jurídicos indispensáveis à implantação da cobrança pelo uso da água.

Art. 54 O enquadramento das águas nas clas-ses de qualidade, por bacia hidrográfica, será definido pelo COPAM-MG, com apoio técnico e operacional das entidades vinculadas à Se-cretaria de Estado de Meio Ambiente e De-senvolvimento Sustentável, até a implantação do comitê e da agência da bacia hidrográfica previstos nesta Lei.

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LEI ESTADUAL 13.209/1999 – POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

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Art. 55 Na formulação e na aprovação do Plano Estadual de Recursos Hídricos, os órgãos e as en-tidades envolvidos deverão levar em conta planos, programas e projetos aprovados ou em processo de implantação, andamento ou conclusão, que com ele interfiram ou interconectem, de modo especial, os seguintes:

I – Plano Diretor de Recursos Hídricos para os Vales do Jequitinhonha e Pardo -PLANVALE -;

II – Plano Diretor de Irrigação dos Municípios da Bacia do Baixo Rio Grande;

III – Plano de Gerenciamento Integrado de Re-cursos Hídricos da Bacia do Rio Verde Grande;

IV – Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paracatu;

V – Plano Diretor de Recursos Hídricos das Bacias de Afluentes do Rio São Francisco;

VI – Planos Diretores de Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Mucuri, São Mateus, Jucuruçu, Itanhém, Buranhém, Peruípe e Paranaíba.

Art. 56 O SEGRH-MG, para dar cumprimento ao disposto nesta Lei, aplicará, quando e como couber, o regime das concessões, permissões e autorizações previstos nas Leis Federais nºs 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; 9.074, de 7 de julho de 1995, e, como norma geral, a Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e a legislação complementar que trata do regime licitatório, sem prejuízo da legislação estadual aplicável.

Art. 57 (Vetado).

Art. 58 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias contados da data de sua publicação.

cAPÍtulO ViiiDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 59 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 60 Revogam-se as disposições em con-trário, em especial a Lei nº 11.504, de 20 de junho de 1994.

Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Hori-zonte, aos 29 de janeiro de 1999.

ITAMAR FRANCO

Henrique Eduardo Ferreira Hargreaves

Tilden Santiago

Data da última atualização: 17/10/2013.

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Institui o Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar e Contratar com a Administração Pú-blica Estadual.

è (Vide caput do art. 103 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.598, de 13/10/2014.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:Art. 1° Fica instituído o Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar e Contratar com a Adminis-tração Pública Estadual.Parágrafo único Para os efeitos desta Lei, con-sidera-se fornecedor toda pessoa física ou jurídica que preste serviço, realize obra ou forneça bens à administração pública estadual.

è (Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.358, de 24/5/2005.)

è (Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.514, de 11/7/2011.)

Art. 2° Será incluída no Cadastro instituído por esta Lei a pessoa física ou jurídica que:I – não cumprir ou cumprir parcialmente obriga-ção decorrente de contrato firmado com órgão ou entidade da administração pública estadual;II – tenha praticado ato ilícito visando a frustrar os objetivos de licitação no âmbito da administração pública estadual;III – tenha sofrido condenação definitiva por praticar, por meio doloso, fraude fiscal no recolhimento de qualquer tributo;IV – demonstrar não possuir idoneidade para contratar com a administração pública em virtude de ato ilícito praticado.Parágrafo único Será imediatamente incluído no Cadastro o fornecedor que, na data da entrada em vigor desta Lei, esteja cumprindo penalidade prevista nos incisos III ou IV do art. 87 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993.Art. 3° São consideradas situações caracteri-zadoras de descumprimento total ou parcial de obrigação contratual, dentre outras:I – o não-cumprimento de especificação técnica re-lativa a bem, serviço ou obra prevista em contrato;II – o retardamento imotivado da execução de obra, de serviço, ou de suas parcelas, ou de fornecimento de bens;II – a paralisação da obra, do serviço ou do for-necimento do bem, sem justa causa e prévia comunicação à administração;IV – a entrega, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, furtada, deteriorada, dani-ficada ou inadequada para o uso;V – a alteração de substância, qualidade ou quan-tidade da mercadoria fornecida;VI – a prestação de serviço de baixa qualidade;VII – a não assinatura do contrato no prazo es-tabelecido pela administração pública estadual.

è (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)

Art. 4° Quando for constatada a ocorrência de descumprimento, ainda que parcial, de obrigação

contratual, o servidor público responsável pelo atestado de prestação de serviços, de recebi-mento parcial ou total, de obra ou de entrega de bens emitirá parecer técnico fundamentado e o encaminhará ao respectivo ordenador de despesa.Art. 5° O ordenador de despesa, ciente do parecer técnico a que se refere o art. 4º, fará, imediata-mente, a notificação da ocorrência ao fornecedor, ao qual será facultada a defesa, na forma e nos prazos fixados pela Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993.Art. 6º Não sendo aceita a defesa a que se refere o art. 5º, o fornecedor estará sujeito, sem prejuízo das demais sanções previstas no art. 87 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, à suspensão temporária do direito de licitar e contratar com a administração pública estadual ou à declaração de inidoneidade. Parágrafo único. A aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade, conforme previsto no § 3º do art. 87 da Lei Federal nº 8.666, de 1993, é de competência exclusiva de Secretário de Estado ou autoridade equivalente, insuscetível de delegação.

è (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)

Art. 7º Os órgãos ou entidades do Poder Executivo encaminharão à Auditoria-Geral do Estado, até o quinto dia útil de cada mês, os autos dos processos administrativos que concluírem pela aplicação de uma das sanções mencionadas no art. 6º. § 1º O encaminhamento dos autos dos processos administrativos, nos termos deste artigo, é de responsabilidade do ordenador de despesas do órgão ou entidade. § 2º A Auditoria-Geral do Estado procederá à análise do processo administrativo e determinará a inclusão, no Cadastro de que trata esta Lei, do nome ou da razão social do fornecedor punido. § 3º Em razão da análise a que se refere o § 2º, a Auditoria-Geral do Estado poderá converter o processo em diligência à autoridade que aplicou a sanção, sugerindo a sua revisão, para adequá-la aos preceitos da legislação, nos termos do art. 64 da Lei nº 14.184, de 31 de janeiro de 2002. § 4º A conversão do processo em diligência, nos termos do § 3º, implica a suspensão dos efeitos da decisão, até a sua confirmação ou revisão.

è (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)

Art. 8º Os órgãos ou entidades dos Poderes Legislativo e Judiciário, o Tribunal de Contas e o Ministério Público encaminharão à Auditoria-Geral do Estado, até o quinto dia útil de cada mês, a cópia dos autos dos processos administrativos punitivos que concluírem pela aplicação de uma das sanções mencionadas no art. 6º e solicitarão a inclusão dos fornecedores punidos no Cadastro de que trata esta Lei. § 1º No processo constarão o nome ou a razão social do fornecedor, seu número no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF – ou no Cadastro Na-cional da Pessoa Jurídica – CNPJ – do Ministério da Fazenda, o número do contrato, a descrição

da inadimplência contratual e a sanção aplicada, com o respectivo prazo de vigência. § 2º O encaminhamento da cópia dos autos dos processos administrativos é de responsabilidade do titular do órgão ou entidade.

è (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)

Art. 9º No caso de declaração de inidoneidade, o ressarcimento integral dos prejuízos resultantes da inadimplência contratual ou do ato ilícito praticado importará a reabilitação do fornecedor, desde que requerida pelo interessado à autoridade que aplicou a penalidade e após o decurso do prazo mínimo de dois anos, conforme disposto no § 3º do art. 87 da Lei Federal nº 8.666, de 1993.

è (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)

Art. 10 (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 18.376, de 8/9/2009.)Dispositivo revogado:“Art. 10 Na hipótese de ocorrência dos incisos II e III do art. 2° desta Lei, caberá ao ordenador de despesa do órgão ou da entidade da administra-ção pública estadual a aplicação da penalidade de suspensão temporária de participação em licitação e de impedimento de contratar com a administração pelo prazo de dois anos, além da adoção da providência prevista no art. 7°.”Art. 11 Fica assegurado aos órgãos e entidades da administração pública estadual o livre acesso ao Cadastro instituído por esta Lei.Art. 12 Os responsáveis pela realização de licita-ção no âmbito da administração pública estadual consultarão o Cadastro em todas as fases do procedimento licitatório, tomando as necessárias providências para que sejam excluídas do processo licitatório as pessoas físicas ou jurídicas nele inscritas.Parágrafo único Os ordenadores de despesa procederão à consulta de que trata o “caput” deste artigo antes da assinatura dos contratos, mesmo nos casos de dispensa ou de inexigibi-lidade de licitação.Art. 13 A observância do disposto nesta Lei será prevista expressamente no preâmbulo de editais de licitação e nos contratos de prestação de serviços, de obras e serviços de engenharia e de fornecimento de bens.Art. 14 A não-observância dos preceitos desta Lei é considerada infração funcional e sujeita o servidor público à instauração de processo ad-ministrativo-disciplinar.Art. 15 O Poder Executivo regulamentará esta Lei.Art. 16 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 17 Revogam-se as disposições em contrário.Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos

18 de setembro de 2001.ITAMAR FRANCO

Henrique Eduardo Ferreira HargreavesMauro Santos Ferreira

José Pedro Rodrigues de OliveiraData da última atualização: 20/10/2014.

lei estAduAl 13.994/2001cAdAstrO de FOrnecedOres iMPedidOs de licitAr e cOntrAtAr cOM A AdMinistrAçãO PúblicA estAduAl

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Dispõe sobre a adoção, no âmbito do Estado, do pregão como modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências.

è (Vide parágrafo 1º do art. 44 e caput do art. 103 da Deli-beração da Mesa da ALMG nº 2.598, de 13/10/2014.)

è (Vide Lei nº 20.825, de 31/7/2013.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O Estado poderá adotar o pregão como modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços comuns, na forma do disposto nesta Lei.

è (Vide art. 24 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.332, de 13/5/2003.)

è (Vide Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.358, de 24/5/2005.)

è (Vide art. 32 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.396, de 28/5/2007.)

è (Vide art. 23 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.514, de 11/7/2011.)

Art. 2º Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins desta Lei, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetiva-mente definidos pelo edital, por meio de especi-ficações usuais no mercado.

Parágrafo único O regulamento desta Lei dis-porá sobre os bens e serviços comuns de que trata este artigo.

Art. 3º O pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, promovida exclusivamente no âmbito do Estado, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas de preços escritas e lances verbais em sessão pública.

Art. 4º O pregão poderá ser realizado utilizando-se recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

Art. 5º O pregão atenderá aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da eficiência, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao ins-trumento convocatório, do julgamento objetivo, da celeridade, da finalidade, da razoabilidade, da proporcionalidade, da competitividade, do justo preço, da seletividade e da comparação objetiva das propostas.

Parágrafo único As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não se comprometam o interesse público, a finalidade e a segurança da contratação.

Art. 6º Subordinam-se ao regime desta Lei os órgãos da administração direta dos Poderes do Estado, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as entidades controladas direta ou indire-tamente pelo Estado.

Art. 7º Na fase preparatória do pregão, será observado o seguinte:

I – a autoridade competente ou aquele a quem foi delegada competência, o ordenador de despesas ou o agente encarregado da compra demonstrará a necessidade da contratação, definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por ina-dimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive os prazos para fornecimento, e designará, entre os servidores dos órgãos ou das entidades da administração pública estadual, o pregoeiro, com capacitação específica, e sua equipe de apoio;

II – a definição do objeto será precisa, suficiente e clara, vedadas as especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem a competição;

III – nos autos do procedimento, constarão a jus-tificativa das definições a que se refere o inciso I deste artigo e os elementos técnicos que as fun-damentam, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados.

Parágrafo único A equipe de apoio ao pregoeiro será integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo, posto, graduação ou emprego público em órgão ou entidade da admi-nistração pública e preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou da entidade promotora do evento.

Art. 8º São atribuições do pregoeiro, entre outras:

I – a condução dos trabalhos de recebimento das propostas e dos lances;

II – a análise de aceitabilidade das propostas e sua classificação;

III – a habilitação dos interessados;

IV – a adjudicação do objeto do certame ao lici-tante vencedor;

V – a coordenação dos trabalhos da equipe de apoio.

Parágrafo único A função de pregoeiro será exercida por detentor de cargo, posto, graduação ou emprego público em órgão ou entidade da administração pública do Estado.

Art. 9º Na fase externa do pregão, que se iniciará com a convocação dos interessados, será obser-vado o seguinte:

I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso no órgão oficial dos Poderes do Estado e, conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, facultado seu processamento, também, por meio eletrônico, nos termos do regulamento de que trata o artigo 4º;

II – o aviso a que se refere o inciso I conterá a de-finição do objeto da licitação, a indicação do local e dos dias e horários para Leitura ou obtenção do edital completo e para o recebimento de propostas;

III – o edital conterá a especificação dos elementos definidos na forma do inciso I do artigo 7º, as nor-

mas que disciplinam o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV – o prazo fixado para a apresentação das pro-postas, a ser contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a oito dias úteis;

V – no dia, na hora e no local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado ou seu repre-sentante identificar-se e, se for o caso, comprovar poderes para a formulação de propostas e para a prática dos atos relativos ao certame;

VI – aberta a sessão, os interessados entregarão os envelopes contendo a proposta comercial e os documentos de habilitação, e o pregoeiro classifi-cará as propostas quanto ao preço;

VII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

VIII – não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas no inciso VII, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessi-vos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

IX – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, obser-vados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

X – examinada a proposta classificada em pri-meiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito de sua aceitabilidade;

XI – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilita-ção do licitante que tiver apresentado a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Estadual, a seguridade social e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS e com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e às qualifica-ções técnica e econômico-financeira;

XIII – verificado o atendimento das exigências fixa-das no edital, o licitante será declarado vencedor;

XIV – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências para habilitação, o pre-goeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classifi-cação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

(Vide art. 61 da Deliberação da Mesa da ALMG nº 2.598, de 13/10/2014.)

lei estAduAl 14.167/2002AdOçãO dO PreGãO cOMO MOdAlidAde de licitAçãO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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XV – nas situações previstas nos incisos X, XIV e XXI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVI – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, após o que lhe será concedido o prazo de três dias úteis para apre-sentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr a partir do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XVII – o acolhimento de recurso importará a in-validação apenas dos atos insuscetíveis de apro-veitamento;

XVIII – a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

XIX – o prazo para decisão de recurso é de cinco dias úteis, após o qual a autoridade competente fará a adjudicação ao licitante vencedor;

XX – homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital;

XXI – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XIV.

Art. 10 É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como con-dição para participação no certame;

III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica e ao custo da utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

Art. 11 O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital.

Art. 12 O licitante que deixar de entregar do-cumentação exigida para o certame, apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da execução do objeto do certame, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar a execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal ficará impedido de licitar e contratar com o Estado e, se for o caso, será descredenciado do Cadastro Geral de Forne-

cedores do Estado de Minas Gerais, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e em contrato e das demais cominações legais.

Art. 13 Os atos essenciais do pregão, inclusive os realizados por meios eletrônicos, serão docu-mentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no artigo 4º.

Art. 14 Aplicam-se, subsidiariamente, para a mo-dalidade de pregão, as normas da Lei Federal n.º 8.666, de 2l de junho de 1993, e da Lei nº 9.444, de 25 de novembro de 1987.

Art. 15 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 16 Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 10 de janeiro de 2002.

ITAMAR FRANCO

Henrique Eduardo Ferreira Hargreaves

Mauro Santos Ferreira

José Pedro Rodrigues de Oliveira

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regulamenta medidas do Poder Público do Es-tado de Minas Gerais referentes ao combate às mudanças climáticas e gestão de emissões de gases de efeito estufa e dá outras providências.

è (Vide o art. 1º do Decreto nº 45.463, de 3/12/2009.)

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GE-RAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.772, de 8 de setembro de 1980,

DECRETA:

Art. 1º Este Decreto regulamenta medidas do Poder Público do Estado referentes ao combate às mudanças climáticas e gestão de emissão de gases de efeito estufa, tendo em vista o disposto na Lei nº 7.772, de 8 de setembro de 1980.

Art. 2º Fica instituído o Registro Público das Emissões Anuais de Gases de Efeito Estufa de Empreendimentos do Estado.

§ 1º O Registro Público das Emissões Anuais de Gases de Efeito Estufa de Empreendimentos no Estado é um programa que tem por finalidade estimular a prática sistemática de declarações dessas emissões, por meio do uso de metodologia internacionalmente conhecida como Greenhouse Gas Protocol – GHG Protocol, bem como incen-tivar a redução das mesmas, inclusive por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto ou mecanismos equivalentes ou substitutos.

§ 2º Para os efeitos deste Decreto a expres-são “Registro Público” e as palavras “Registro” e “Programa” equivalem à denominação do Re-gistro Público das Emissões Anuais de Gases de Efeito Estufa de Empreendimentos no Estado de Minas Gerais.

è (Artigo com redação dada pelo art. 1º do Decreto nº 46.674, de 17/12/2014.)

Art. 3º O Registro Público a que se refere o art. 2º aplica-se aos empreendimentos sujeitos ao licen-ciamento ambiental ou à Autorização Ambiental de Funcionamento – AAF – e não passíveis de licenciamento ou AAF.

Parágrafo único. Os setores, gases e fontes sujeitas ao relato mandatório anual serão esta-belecidos por meio de deliberação normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM –, com base em critérios técnicos e prazos para incorporação gradativa dos agentes econômicos a serem regulados.

è (Artigo com redação dada pelo art. 2º do Decreto nº 46.674, de 17/12/2014.)

Art. 4º Os empreendimentos que aderirem ao Programa poderão fazer jus, no mínimo, aos seguintes benefícios, na medida da manutenção de seus registros anuais e ocorrência comprovada de redução de intensidade de suas emissões de gases de efeito estufa:

I – direto de figurar na lista dos “Empreendimen-tos Integrantes do Registro Público de Emissões

Anuais de Gases de Efeito Estufa”, a ser publicada anualmente pela Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM;

II – direito de figurar na lista dos “Empreendimentos com Redução de Intensidade de Emissões de Gases de Efeito Estufa – GEE” a ser publicada anualmente pela FEAM;

III – desconto percentual sobre o valor do custo de análise do requerimento de revalidação de Licença de Operação – LO – ou de renovação da AAF; e

IV – incremento de um ano no prazo da LO a ser revalidada ou da AAF a ser renovada, a ser aplicado quando da revalidação ou da renovação e obser-vados os limites legais da legislação pertinente.

§ 1º Somente farão jus aos benefícios previstos neste artigo os empreendimentos que não esti-verem inscritos na dívida pública estadual e forem portadores de licença ambiental ou AAF, quando sujeitos a uma dessas exigências.

§ 2º Os critérios para concessão, manutenção e perda dos benefícios de que trata este artigo serão estabelecidos por meio de deliberação normativa do COPAM.

è (Artigo com redação dada pelo art. 3º do Decreto nº 46.674, de 17/12/2014.)

Art. 5º Os procedimentos para a realização do registro bem como as demais normas regula-mentares necessárias para sua operacionalização serão estabelecidos por deliberação normativa do COPAM.

Art. 6º O Estado adotará as seguintes medidas para a diminuição de lançamento de gases de efeito estufa da frota de veículos pertencente à administração pública direta, autárquica, fun-dacional e empresas estatais dependentes que recebem recursos do Tesouro, que poderão ainda estar baseadas no uso de Mecanismos de De-senvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto ou mecanismos equivalentes ou substitutos:

I – será obrigatória a aquisição de veículos com motorizarão flex que permita o uso no mínimo de gasolina e álcool combustível – etanol, quando do acréscimo ou substituição de frota, seja ele de representação ou serviço;

II – no abastecimento dos veículos próprios ou em uso pelo Estado com motorização flex será obri-gatória a utilização de álcool combustível – etanol, desde que haja disponibilidade do combustível nas redes de abastecimento;

III – na contratação de serviços de transportes terrestre, bem como a locação de veículos, por órgãos da administração direta, autárquica, fun-dacional ou empresas estatais dependentes que recebem recursos do Tesouro, será obrigatória a disponibilização de veículos contratados ou loca-dos com motorização flex, que permita o uso no mínimo de gasolina e álcool combustível – etanol.

Parágrafo único. Fica ressalvada, nas hipóteses dos incisos I e III deste artigo, a necessidade de aquisição ou contratação de veículo que, pela

natureza do uso a ser desenvolvido e decorrente especificação, necessite de veículo com outra mo-torização ou que não possua no mercado modelo com motorização flex, desde que devidamente justificado para análise e autorização da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG.

Art. 7º Os arts. 4º e 5º do Decreto nº 44.710, de 30 de janeiro de 2008, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 4º A aquisição de veículo automotor para acréscimo ou substituição de frota, mesmo à conta de fundos próprios ou de convênios, será efetuada mediante proposta fundamentada e justificada do titular do órgão, entidade ou corporação, ao Governador do Estado, que, após prévio pronun-ciamento da DCLSG, poderá autorizá-la, desde que comprovada, no mínimo:

I – a existência de disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros;

II – a ampliação das atividades do órgão ou en-tidade interessada que justifique o aumento da frota ou a necessidade de substituir veículo da frota considerado antieconômico ou inservível à atividade a que se destina;

III – escolha obrigatória de modelo de veículo com motorização flex, que permita o uso no mínimo de gasolina e álcool combustível – etanol.

§ 1º No caso de substituição, o veículo deverá ser recolhido para alienação ou redistribuição.

§ 2º Fica dispensada a manifestação da SEPLAG quando se tratar de órgão ou entidade que tenha acordo de resultados em vigor, com previsão expressa desta autonomia, ficando mantida, en-tretanto, a determinação contida no inciso III.

§ 3º A autorização de que trata o caput poderá ser delegada ao Secretário de Estado de Plane-jamento e Gestão.

§ 4º Fica ressalvada, na hipótese do inciso III a necessidade de aquisição ou contratação de veí-culo que, pela natureza do uso a ser desenvolvido e decorrente especificação, necessite de veículo com outra motorização ou que não possua no mercado modelo com motorização flex, desde que devidamente justificado para análise e auto-rização da SEPLAG.

Art. 5º O veículo destinado ao serviço público estadual, classificado como de serviço, será adqui-rido na versão mais econômica com motorização flex, que permita o uso no mínimo de gasolina e álcool combustível – etanol, sendo vedada a aquisição de veículo de luxo ou equipado com acessórios não necessários ao seu desempenho, ressalvada a hipótese prevista no § 4º do art. 4º deste Decreto.” (nr)

Art. 8º O art. 10 do Decreto nº 44.710, de 2008, fica acrescido do seguinte § 7º passando a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 10

§ 7º A contratação de serviços de transporte ou locação de veículo terrestre deverá obedecer à

decretO estAduAl 45.229/2009cOMbAte às MudAnçAs cliMáticAs e GestãO

de eMissões de GAses de eFeitO estuFA

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mesma especificação quanto à utilização de veículo com motorização flex, que permita o uso no mínimo de gasolina e álcool combustível – etanol, previstas no inciso III e no § 4º do art. 4º deste Decreto.” (nr)

Art. 9º O Decreto nº 44.710, de 2008, fica acres-cido dos seguintes arts. 41-A e 41-B:

“Art. 41-A. Todos os abastecimentos dos veículos próprios ou em uso pelo Estado com motoriza-ção flex deverão utilizar, exclusivamente, álcool combustível, desde que haja disponibilidade do combustível nas redes de abastecimento.

Art. 41-B. A rede de postos próprios do Poder Executivo deverá passar por benfeitorias para que todos tenham tanques com álcool combus-tível – etanol e estejam adequados à legislação ambiental.” (nr)

Art. 10. O COPAM, em articulação com o Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, deverá apresen-tar ao Governo do Estado, até o dia 30 de setem-bro de 2010, anteprojeto de lei que estabeleça a Política Estadual de Mudança Climática, inclusive com propostas de metas voluntárias de redução da emissão de gases de efeito estufa de Minas Gerais.

Art. 11. O Estado, por meio da ação conjunta de seus órgãos e entidades, promoverá as ações necessárias para a elaboração, aprovação e pu-blicação de seu Plano de Controle da Poluição por Veículos em Uso – PCPV, de que tratam as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Am-biente – CONAMA nº 18, de 13 de dezembro de 1995, e nº 256, de 30 de junho de 1999.

Parágrafo único. O Plano de Controle da Po-luição por Veículos em Uso – PCPV de que trata o caput deverá contemplar, além do conteúdo previsto na legislação pertinente, a implantação e operação do Programa de Inspeção e Manuten-ção de Veículos em Uso – I/M de forma gradual, tendo como área inicial a região conurbada dos Municípios de Belo Horizonte, Contagem e Betim.

Art. 12. A FEAM e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG elaborarão e publicarão no prazo de noventa dias, contados da data da publicação deste Decreto, Edital de Demanda Induzida específico no campo das mudanças climáticas.

Art. 13. O Estado, por meio de seus órgãos e entidades competentes, compromete-se a de-senvolver um programa de estímulo a práticas sustentáveis de reflorestamento para o supri-mento de carvão vegetal renovável e de outras fontes de energia renováveis capazes de evitarem emissões de combustíveis fósseis ou não-re-nováveis, especialmente no setor siderúrgico, com base no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto ou mecanismos equivalentes ou substitutos.

Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 3 de dezembro de 2009; 221º da Inconfidên-

cia Mineira e 188º da Independência do Brasil.

AÉCIO NEVES

Danilo de Castro

Renata Maria Paes de Vilhena

José Carlos Carvalho

Data da última atualização: 18/12/2014.

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Aprova a revisão e a atualização dos Atos Orientadores expedidos pela Corregedoria- Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

O CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso das atribuições que lhe foram outor-gadas pelo artigo 39, XXIV, da Lei Comple-mentar Estadual n.º 34, de 12 de setembro de 1994, CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecerem diretrizes para a concreti-zação paulatina e dialógica dos princípios da unidade e da indivisibilidade institucionais, nas diversas áreas de atuação finalística do Ministério Público;

CONSIDERANDO que a instituição deve bus-car, em respeito à independência funcional e a partir da ampliação dos canais democráticos de debate sobre a eficiência da atividade-fim, sempre com fulcro nos objetivos fundamentais da República, o alinhamento procedimental e a definição pragmática da atuação institucional, nos termos do Plano Geral de Atuação;

CONSIDERANDO que a Corregedoria-Geral é órgão orientador e fiscalizador das atividades funcionais dos membros da instituição, nos termos do art. 38, “caput”, da LC n.º 34/1994;

CONSIDERANDO que compete à Corregedoria--Geral fazer recomendações, sem caráter vincu-lativo, aos órgãos de execução, nos termos do art. 39, VII, da LC n.º 34/1994,

DELIBERA:

Art. 1º Fica aprovada a revisão e a atualização da Consolidação dos Atos Orientadores expe-didos pela Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, anterior-mente disciplinados no Ato CGMP n.º 2, de 2 de janeiro de 2017.

Art. 2º Esta Consolidação estará disponível na página da Corregedoria-Geral, acessível no portal do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (www.mpmg.mp.br).

Art. 3º As recomendações e orientações emanadas do Conselho Nacional do Ministério Público, bem como os atos análogos conjun-tos de que participa a Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, integram e complementam esta Consolidação, independentemente de referência expressa, salvo naquilo em que esta dispuser de modo diverso.

Art. 4º Este ato entra em vigor na data de sua publicação. Belo Horizonte, 2 de janeiro de 2018.

PAULO ROBERTO MOREIRA CANÇADO

Corregedor-Geral do Ministério Público

CONSOLIDAÇÃO DOS ATOS ORIENTADORES DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS – ATO CGMP N.º 02/2018 SUMÁRIO

Título I.

Das normas gerais Capítulo I. Dos atos orien-tadores

Capítulo II.

Dos enunciados de súmulas correcionais

Título II.

Das recomendações e orientações destinadas ao exercício da atividade-fim

Capítulo I. Das recomendações comuns

Capítulo II. Da matéria criminal

Capítulo III. Do controle externo da atividade policial

Capítulo IV. Da promoção dos direitos humanos

Capítulo V. Da defesa da ordem econômica e tributária

Capítulo VI. Da matéria cível

Capítulo VII. Da proteção à infância e à adoles-cência

Capítulo VIII. Da proteção do meio ambiente

Capítulo IX. Da intervenção em conflitos agrários

Capítulo X.Da proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural

Capítulo XI. Da proteção do patrimônio público

Capítulo XII. Da promoção da saúde pública

Capítulo XIII. Da promoção dos direitos das pes-soas com deficiência

Capítulo XIV. Da intervenção nas relações de consumo

Capítulo XV. Da proteção aos idosos

Capítulo XVI. Da promoção da educação Capí-tulo XVII. Da fiscalização das fundações Capítulo XVIII. Da habitação e do urbanismo Título III. Das disposições finais e transitórias

TÍTULO IDAS NORMAS GERAIS

cAPÍtulO iDOS ATOS ORIENTADORES

Art. 1º Esta Consolidação, norteada pelos princí-pios da unidade, da indivisibilidade e da indepen-dência funcional, dispõe sobre os atos orientadores emanados da Corregedoria- Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, nos termos do art. 4º do Ato CGMP n.º 1/2018.

Art. 2º Esta Consolidação complementa o sistema normativo da Corregedoria-Geral do Ministério Público, de conhecimento cogente por parte de todos os integrantes da instituição, tendo por objeto recomendações e orientações sobre matérias de relevância institucional, referentes à atividade-fim, nos termos dos arts. 38 e 39, VII, da Lei Complementar Estadual n.º 34/1994, e dos arts. 46, III, e 58, § 2º, do Regimento Interno da Corregedoria-Geral (aprovado pela Resolução n.º

12, de 28.09.2016, da Câmara de Procuradores, e publicado no D.O. em 06.10.2016).

§ 1º As manifestações processuais e procedi-mentais dos órgãos de execução natural, desde que fundamentadas e voltadas à afirmação ma-terial dos valores constitucionais democráticos e dos objetivos fundamentais da República, estão guarnecidas pela insindicabilidade da interpretação jurídica e pela mínima intervenção correcional, ressalvados os casos de:

I – fraude ou má-fé;

II – abdicação, esvaziamento ou delegação in-devida de atribuição; III – abuso ou renúncia de prerrogativa institucional.

§ 2º As normas orientadoras da Corregedoria-Geral serão interpretadas de acordo com os conside-randos e as diretrizes da Carta de

Brasília, aprovada em 22 de setembro de 2016, no 7º Congresso de Gestão do Conselho Nacional do Ministério Público, pelas Corregedorias Nacio-nal e dos Ministérios Públicos dos Estados e da União, cujo texto integra a presente Consolidação, podendo ser pelo “link” http://www.cncgmp.org/wp-content/uploads/2015/02/CARTA_DE_BRA-SILIA- 2016.pdf.

Art. 3º A função orientadora da Corregedoria--Geral (art. 38 da Lei Complementar Estadual n.º 34/1994) manifesta-se, notadamente, por meio da expedição de recomendações e orientações aos órgãos de execução quanto a aspectos inerentes ao exercício das atribuições típicas, finalísticas e naturais do Ministério Público.

Parágrafo único. As recomendações e orienta-ções editadas pela Corregedoria-Geral do Ministé-rio Público versarão principalmente sobre questões praxistas, procedimentais e instrumentais, embora possam contemplar aspectos jurídico-processuais, coexistindo com as recomendações e diretrizes emanadas de outros órgãos da Administração Superior, ou oriundas do Plano Geral de Atuação do Ministério Público, assim como as advindas de dinâmicas adotadas pelas Coordenadorias Estaduais ou Regionais, devendo primar pela sua harmonização com as metas estabelecidas no Planejamento Estratégico Institucional (arts. 19, parágrafo único, XXIV e XXV, 33, IX, e 24, III, da Lei Complementar Estadual n.º 34/1994).

Art. 4º Atos Orientadores são deliberações des-tinadas aos órgãos de execução que abrangem preceitos de natureza funcional afetos aos mem-bros do Ministério Público, aos órgãos de admi-nistração e, eventualmente, aos órgãos auxiliares, os quais serão editados com observância do art. 36 do Regimento Interno da Corregedoria-Geral.

§ 1º O Corregedor-Geral, de ofício, por sugestão de seus Assessores ou de seus Subcorregedores, ou por representação de qualquer órgão institucional, avaliará a conveniência da publicação de matéria de repercussão geral, com caráter abstrato fun-cional, para conhecimento da classe, nos termos do art. 40 do Regimento Interno.

AtO cGMP n.º 2, de 02 de JAneirO de 2018

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 2° O Corregedor-Geral poderá conferir publi-cidade geral aos procedimentos de orientação, com a finalidade de levar ao conhecimento dos membros da Instituição ou de destinatários da atuação ministerial posicionamentos, providências ou procedimentos relevantes à atuação correcional ou funcional dos membros ou dos servidores (art. 41 do Regimento Interno).

§ 3º As consultas dirigidas à Corregedoria-Geral do Ministério Público para fins de orientação so-mente serão admitidas se tiverem sido formuladas por membros do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e guardarem pertinência temática com as finalidades institucionais e as competên-cias da Casa Corregedora, não sendo conhecidas as que visarem à solução de caso concreto, em substituição ao órgão natural, e as que versarem sobre questões puramente acadêmicas, sem efeito na práxis ministerial (art. 42 do Regimento Interno).

Art. 5º Em correições e inspeções, nos termos do Ato CGMP n.º 01/2018, cabe aos Subcorregedo-res-Gerais e aos Assessores do Corregedor-Geral, conforme a necessidade de orientação ou de fiscalização, emitir:

I – recomendações sem efeito vinculativo, espe-cialmente baseadas nesta Consolidação; II – orien-tações em virtude de consulta oral apresentada pelo órgão correcionado, observado o § 3º do art. 4º desta Consolidação;

III – recomendações com força de determinações (art. 36, VIII, do Regimento Interno), nos casos de inobservância das normas legais e dos atos administrativos cogentes emanados da Correge-doria-Geral, especialmente as do Ato CGMP n.º 1/2018, de outros órgãos da Administração Supe-rior ou do Conselho Nacional do Ministério Público.

cAPÍtulO iiDOS ENUNCIADOS DE SÚMULAS

CORRECIONAIS

Art. 6º Os Enunciados de Súmulas da Correge-doria-Geral são verbetes que conterão a síntese de questões já sedimentadas no âmbito de sua orientação funcional, nos termos do art. 44 de seu Regimento Interno.

Parágrafo único. Os Enunciados de Súmulas objetivam propiciar a consulta rápida e fácil, para orientação aos membros e aos servidores em relação a questões já sedimentadas no âmbito institucional.

Art. 7º Os Enunciados de Súmulas estarão dispo-níveis na página eletrônica da Corregedoria-Geral e no “Vade Mecum” da Corregedoria-Geral, ambos acessíveis a partir do portal do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (www.mpmg.mp.br).

Art. 8º Os Enunciados de Súmulas seguirão ordem numérica e, eventualmente, serão organizados por matérias, para facilitação da consulta.

Art. 9º O Corregedor-Geral do Ministério Público designará membros e servidores para compo-rem grupos de trabalho para a elaboração das propostas de enunciados em relação a assuntos já sedimentados.

Parágrafo único. Os Enunciados serão apro-vados pelo Corregedor-Geral após manifestação favorável de grupos de trabalhos formados por Subcorregedores-Gerais e Assessores.

Art. 10. Sempre que conveniente e oportuno, o Corregedor-Geral solicitará, de forma ampla, atual e plural, o envio de propostas de Enunciados de Súmulas sobre matérias específicas, que serão encaminhadas pelos órgãos de execução e pelos servidores para o “e-mail” projetoscorregedoria@

mpmg.mp.br, com prazo de resposta de 20 (vinte) dias, se outro não for indicado na solicitação.

TÍTULO IIDAS RECOMENDAÇÕES E

ORIENTAÇÕES DESTINADAS AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE-FIM

cAPÍtulO iDAS RECOMENDAÇÕES COMUNS

Participação de Membro do Ministério Público em Fundos, Conselhos, Comissões ou Orga-nismos Estatais. Restrições. (Pedidos de Pro-vidências CNMP 0.00.000.000871/2012-75; 0.00.000.001390/2012-87; PROFs 156/2015 e 18/2016; PAI 297/2015).

Art. 11. O membro do Ministério Público pode participar da composição de Conselhos Estaduais ou Municipais, constituídos para a gestão ou definição de políticas públicas, desde que não se vincule como signatário direto das decisões colegiadas e tal colaboração se dê em áreas relacionadas às funções institucionais do Minis-tério Público, com direito à voz, mas sem exercer eventual direito a voto.

§ 1º Não se aplica a parte final do “caput” deste artigo, quanto à restrição ao exercício do direito a voto, aos integrantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Difusos (CEDIF) (art. 13 da Lei n.º 7.347/1985 e art. 10 da Lei Estadual n.º 14.086/2001), do Grupo Coordenador do Fundo Estadual do Ministério Público (FUNEMP) (Lei Complementar estadual n.º 67/2003) e do Grupo Gestor do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FEPDC) (Lei Complementar es-tadual n.º 66/2003).

§ 2º O órgão do Ministério Público não deve integrar conselho municipal instituído por lei local que pretenda criar dever para o Ministério Público estadual em descompasso com suas funções constitucionais e orgânicas, devendo exercer o direito à participação, quando for o caso, em compatibilidade com suas funções ordinárias. Determinações Judiciais. Órgãos Subordinados ao Banco Central do Brasil. Acesso ao BACEN-JUD.

Art. 12. O órgão de execução, observada a conveniência e oportunidade, deverá requerer ao juízo perante o qual oficiar que sejam realizadas por meio do sistema BACEN-JUD (www.bcb.gov.br/BCJUDINTRO) todas as determinações judiciais destinadas aos órgãos subordinados ao Banco Central, como desbloqueio de contas e ativos financeiros, comunicação de decretação e extinção de falências, solicitações de informações sobre a existência de contas correntes e aplicações finan-ceiras, saldos, extratos e endereços de clientes.

Fiscalização de custas judiciais.

Art. 13. O órgão de execução deve fiscalizar o recolhimento das custas processuais, nos termos do artigo 21 da Lei estadual n.º 14.939/2003 e, no caso da justiça gratuita, observar o disposto no art. 98, § 3º, do Código de Processo Civil, com remessa de certidão à AGE para cobrança, observado o prazo quinquenal.

Resolução Consensual de Controvérsias e Confli-tos. Projeto de Conciliação Instituído pela Resolu-ção n.º 460/2005, da Corte Superior do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Reflexos do Novo Código de Processo Civil. Conciliações Interme-diadas por Estagiários sem Efetiva Presidência de Juiz de Direito.

Art. 14. O órgão de execução avaliará a possibi-lidade e a relevância em participar de sessões de conciliação definidas no art. 26 da Resolução n.º

460/2005, da Corte Superior do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, facultando-se ao mem-bro do Ministério Público acompanhar os juízes orientadores na supervisão das referidas sessões.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo à fase conci-liatória inerente aos procedimentos cíveis, sempre que não houver Juiz de Direito na presidência efetiva do ato, notadamente nos casos em que o Ministério Público não atuar como parte.

§ 2º A manifestação do Ministério Público, na qualidade de fiscal da ordem jurídica, ocorrerá, criteriosamente, após a verificação dos termos de eventual acordo firmado na sessão de conci-liação e antes da prolação da respectiva sentença.

Art. 15. Os órgãos de execução devem priorizar, sempre que possível, a resolução consensual das controvérsias e conflitos, nos termos do art. 3º, § 2º, do novo Código de Processo Civil, norma processual de eficácia geral aplicável ao Ministério Público nos planos processual e extrajudicial.

Parágrafo único. A possibilidade referida no “caput” deste artigo deve ser interpretada à luz da tutela adequada, no sentido de que o membro do Ministério Público deve considerar as reais vantagens para a efetividade do interesse social nas circunstâncias do caso concreto, evitando-se a judicialização sem o exaurimento dos mecanis-mos de resolução consensual, quando estes se revelarem cabíveis e suficientes.

Tutela Coletiva. Destinação de Recursos (PROF 414/2016; PEP 280/2016).

Art. 16. O órgão de execução deve velar pela prer-rogativa da formulação das propostas de consenso como decorrência da titularidade constitucional da ação, bem como pela indicação e adequada destinação de recursos relativos a essas medidas, inclusive os provenientes de descumprimentos de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs).

Medidas Compensatórias Ajustadas em Sede de Negócios Jurídicos. Destinação de Recursos Provenientes de Descumprimentos de Termos de Ajustamento de Conduta (PROF 221/2017). “Astreintes” e Sanções Pecuniárias.

Art. 17. Nos termos de ajustamento de conduta que vierem a celebrar, os órgãos de execução não devem firmar cláusulas que posicionem, a qualquer título, o próprio Ministério Público como beneficiário de bens ou serviços de qualquer na-tureza, seja a partir de ônus impostos diretamente ao próprio celebrante, seja a partir de medidas compensatórias ou reparadoras efetivadas por interpostas pessoas, observada disciplina legal do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP).

§ 1º Os recursos decorrentes de medidas com-pensatórias, inclusive nos casos de danos a bens ou ambientes de valor natural, urbanístico, histó-rico-cultural, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico e científico, devem ser destinados prioritariamente ao Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP), nos termos dos incisos VII, IX e X do art. 3º da Lei Comple-mentar Estadual n.º 67, de 22 de janeiro de 2003.

§ 2º Alternativamente, havendo acordo entre o Ministério Público e a parte adversa, a compen-sação poderá ser revertida em medidas de valia ao bem jurídico afetado, tais como o custeio de programas e de projetos de fiscalização, proteção e reparação de bens coletivos, inclusive ambientais, ações para capacitação técnica na matéria do dano ou interesse protegido, e também para educação ambiental ou depósito em contas judiciais para projetos de relevância ambiental, urbanística, socioassistencial, etc.

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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§ 3º Os recursos provenientes das multas por des-cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (“astreintes”), previstas em TACs ou impostas por sentenças condenatórias, deverão ser destinados ao Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais (FUNEMP).

§ 4º Os valores relativos ao ressarcimento de despesas realizadas pela Procuradoria- Geral de Justiça com perícias, laudos e pareceres devem ser destinados exclusivamente ao FUNEMP.

§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo aos recursos decorrentes de acordos de não persecução penal (Resolução CNMP n.º 181/2017) e de condenação por ato de improbidade administrativa, capitulado na Lei n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, sem pre-juízo dos ressarcimentos concretos previstos na legislação e da reparação do dano em favor das pessoas, físicas e/ou jurídicas (inclusive de direito público), prejudicadas pelo ilícito.

cAPÍtulO iiDA MATÉRIA CRIMINAL

Tutela Penal. Destinação de Recursos (Art. 1º, § 1º, do Provimento Conjunto TJMG/CGJ n.º 27/2013).

Art. 18. O órgão de execução deve velar pela prerrogativa da formulação das propostas de consenso como decorrência da titularidade consti-tucional da ação penal, bem como pela indicação e adequada destinação de recursos relativos a essas medidas, conforme reconhecido, inclusive, pelo § 1º do art. 1º do Provimento Conjunto TJMG CGJ n.º 27/2013.

Medidas Pecuniárias Ajustadas em Sede de Tran-sação Penal.

Art. 19. Os recursos decorrentes de penas pe-cuniárias ajustadas consensualmente no âmbito criminal (transação penal e suspensão condicional do processo), nos casos de danos a bens ou ambientes de valor natural, urbanístico, históri-co-cultural, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico e científico, devem ser destinados prioritariamente ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos (FUNDIF) ou, havendo acordo neste sentido e homologação pelo Judiciário, revertidos em medidas de valia ao bem jurídico afetado, tais como o custeio de programas e de projetos de fiscalização, proteção e reparação de bens ambientais, ações para capacitação técnico- ambiental ou para educação ambiental ou depósito em contas judiciais para projetos de relevância ambiental, urbanística, socioassistencial, etc, in-clusive Fundos Municipais, desde que garantidas a efetividade e a localidade da reparação do dano.

§ 1º Nas transações penais celebradas perante o JECRIM, a destinação dos valores ao FUNDIF, quando for o caso, deve ser realizada por meio de Documento de Arrecadação Estadual (DAE), conforme já disponível no sítio do TJMG, que permite a identificação do local do dano a partir da numeração do processo.

§ 2º Nos demais casos, deverá ser indicada ao destinatário da obrigação a solicitação do DAE pelo “e-mail” [email protected] ou ainda por meio do sítio da Secretaria de Estado da Fazenda (http://daeonline1.fazenda.mg.gov.br/daeonline/submeterReceitaOrgaosEstaduais.act ion), onde há indicação do tipo de receita e do tipo de serviço/espécie com destinação ao Fundo de Direitos Difusos/FUNDIF.

§ 3º Fora da hipótese prevista na parte final do § 1º do art. 1º do Provimento Conjunto TJMG CGJ n.º 27/2013, a função fiscalizadora do Ministério Público, quanto ao regular emprego dos numerá-rios oriundos de medidas de natureza penal, nos termos da Portaria n.º 4.994/CGJ/2017, é extraor-

dinária, ou seja, não traduz obrigações próprias de órgãos tomadores de contas, devendo o órgão de execução ministerial, ao tomar ciência da prestação de contas apresentada ao Judiciário, consignar que apenas atuará, oportunamente, diante de eventual notícia concreta de irregularidades, cabendo ao próprio Poder Judiciário o controle ordinário dos recursos que administra.

Investigação Criminal. Prioridades. Origem e Com-pletude das Provas. (Res. Conj. PGJ CGMP n.º 2/2009).

Art. 20. Recomenda-se prioridade na tramitação dos inquéritos policiais e de processos judiciais criminais:

I – referentes a crimes hediondos;

II – referentes a crimes de homicídio;

III- referentes a crimes sexuais contra vítimas crian-ças, adolescentes e mulheres; IV – cuja apuração da autoria recaia sobre agentes públicos;

V – em que os crimes comuns tenham decorrido de intervenção policial, bem como daqueles que tenham sido cometidos contra a vida de profissio-nais de segurança pública e, no exercício da pro-fissão, de profissionais jornalistas e assemelhados;

VI – referentes a crimes mais graves, notadamente com emprego de violência; VII – referentes a crimes praticados contra idosos e pessoas com deficiência.

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, havendo necessidade de retorno dos autos à Delegacia de Polícia, o órgão de execução deve indicar circunstanciada e expressamente as diligências pendentes, cuja ausência impede o oferecimento imediato de denúncia, independentemente de in-diciamento formal, observado o art. 17 do Código de Processo Penal.

§ 2º O órgão de execução velará para que ne-nhuma apuração seja sobrestada ou arquivada sem que nela tenham sido juntados os laudos necessários, em especial o cadavérico e o pe-rinecroscópico, cuidando ainda para que estes sejam subscritos por peritos não subordinados às autoridades investigadas, se for o caso.

§ 3º Havendo nos autos da investigação criminal notícia de morte de coautor ou partícipe em con-fronto com policial, o órgão de execução com atribuição criminal comum/residual, ao oferecer a denúncia, velará para que o Promotor de Justiça oficiante no Tribunal do Júri seja cientificado do seu conteúdo, a fim de velar pela regular investigação das circunstâncias da morte, se for o caso via procedimento autônomo (PEPP n.º 343/2017).

§ 4º O órgão de execução, quando necessário e materialmente possível, complementará a inves-tigação com sua própria atividade.

§ 5º O órgão de execução com atribuição criminal exclusiva, no caso do inciso III, primeira parte (víti-mas menores), deste artigo, deverá velar para que a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude esteja sempre ciente do andamento das investi-gações ou da marcha processual, inclusive para fins de atuação conjunta ou coordenada visando à proteção do ofendido.

Mandados de Prisão. Levantamento. Encaminha-mento à Polícia.

Art. 21. Os órgãos de execução, respeitadas as possibilidades materiais, deverão levantar os processos em que há pendência do cumprimento de prisões, inclusive as lastreadas no art. 366 do Código de Processo Penal, sem notícia de diligên-cia por parte da Polícia Judiciária, para que, após análise individualizada, envide esforços conjuntos para a efetividade dos comandos prisionais, sem

prejuízo de consultas a fontes abertas, como www.cnj.jus.br/bnmp (relação de mandados de prisão em aberto), SERASA, SISCON, Google e demais bancos de dados que possam disponibilizar ende-reços úteis ao cumprimento das ordens de prisão.

§ 1º Se, efetuado o levantamento, constatar-se a multiplicidade de processos criminais contra réu contumaz ou autor de crimes que revelem peri-culosidade, o órgão de execução deve verificar se é caso de pleitear nova prisão preventiva nos múltiplos feitos, comunicando-se com os outros órgãos de execução que oficiam nos casos, para ação conjunta e coordenada.

§ 2º Se, efetuado o levantamento, o órgão de execução reunir elementos sobre o possível pa-radeiro do réu foragido, deverá extrair cópia das peças necessárias ao cumprimento do mandado e encaminhá-las à Polícia, em expediente reser-vado e autônomo.

Recebimento de Comunicação de Flagrante. Fundamentação de Manutenção do Cárcere Pro-visório. Lei n.º 12.403/2011.

Art. 22. Ao receber comunicação de prisão em flagrante ou qualquer expediente relativo a preso provisório, o órgão de execução deverá pronun-ciar-se, fundamentadamente, acerca da legalidade da medida, postulando de ofício, conforme o caso, o relaxamento e imediata soltura do investigado/processado.

Parágrafo único. Constatada a legalidade do fla-grante, o órgão de execução deve representar pela sua conversão em prisão preventiva, se entender necessária e adequada a medida, manifestando-se expressamente sobre a (in)suficiência de cautelar pessoal menos gravosa.

Arquivamento de Inquérito Policial. Arquivamentos Indireto e Implícito.

Art. 23. A fim de dar ciência a possíveis interessa-dos, notadamente ofendidos, o órgão de execução deve ressalvar, expressamente, a possibilidade de reabertura do inquérito policial cujo arquivamento requerer, nos termos do artigo 18 do Código de Processo Penal.

Parágrafo único. Todos os aspectos contem-plados no indiciamento deverão ser discutidos na promoção de arquivamento, evitando-se que a providência se dê por via meramente implícita em razão da não inclusão de pessoa ou de infração penal indicadas no relatório de conclusão das investigações policiais.

Crime de Competência Federal. Inquérito Policial ou Ação Penal. Imediata Declinação de Atribuição. Remessa dos Autos à Justiça Federal.

Art. 24. Os órgãos de execução deverão suscitar a imediata declinação de competência à Justiça Federal, na primeira oportunidade em que for possível constatá-la, tendo em vista o inquérito policial ou a ação penal em que devem intervir.

Crimes Praticados por Agentes Políticos Munici-pais com Foro Privilegiado. Remessa de Peças de Informação. Competência do Tribunal de Justiça. Emissão da “opinio delicti”.

Art. 25. O órgão de execução que receber peças de informação ou inquérito policial envolvendo agentes políticos municipais com foro especial por prerrogativa de função deverá requerer a declinação da competência e o encaminhamento dos autos ao Tribunal de Justiça para posterior remessa ao grupo especial de combate aos cri-mes praticados por agentes políticos municipais que gozam de foro por prerrogativa de função, evitando-se, assim, a manutenção da carga em aberto na primeira instância.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Parágrafo único. Idêntica providência, para fins de registro no sistema judiciário, deverá adotar quando, em Procedimento de Investigação Cri-minal sob sua presidência, deparar com notícia de crime cuja suspeita de autoria ou participação recaia sobre pessoa com foro privilegiado.

Oferecimento da Denúncia. Letalidade Policial. Ne-cessidade de Manifestação Expressa. Diligências Mínimas a serem Requeridas em Cota.

Art. 26. A denúncia deverá ser formalizada de modo a contemplar, entre seus requerimentos, tópico expresso relativo à reparação dos danos causados pela infração, de modo a propiciar que a sentença penal condenatória a contemple (art. 387, IV, CPP), sem prejuízo do disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal.

§ 1º Fora dos casos em que se admite a suspensão condicional do processo, o órgão de execução, ao oferecer denúncia, requererá a juntada da Folha de Antecedentes Criminais (FAC) das pessoas denunciadas, bem como as Certidões de Ante-cedentes Criminais das comarcas eventualmente mencionadas na FAC expedida pela Polícia Civil, sem prejuízo de outros pleitos aplicáveis ao caso.

§ 2º Se, pela análise dos antecedentes criminais, constatar-se a pendência de execução penal ou liberdade provisória em relação ao denunciado, o órgão de execução deve verificar se é caso de pleitear a prisão preventiva, comunicando aos outros órgãos de execução que oficiam nos ca-sos a denúncia por fato novo, bem como o atual paradeiro do denunciado, se for o caso, para ação conjunta e coordenada.

§ 3º Se, pela análise dos antecedentes criminais, constatar-se que o denunciado encontra-se em liberdade provisória concedida por outro juízo, com ou sem cautelares, o órgão de execução deve co-municar tal fato ao Promotor de Justiça que oficia perante aquele juízo, encaminhando-lhe cópia da denúncia por qualquer meio idôneo.

§ 4º Ao arrolar a vítima para que seja ouvida na instrução, o órgão de execução deve, salvo se imprescindível à descrição circunstancial do fato, evitar menção ao seu endereço residencial na inicial acusatória.

§ 5º Sempre que a menção ao nome completo da vítima na denúncia puder lhe trazer grave constrangimento ou ofensa aos direitos da per-sonalidade, pela natureza ou pelas circunstancias do crime imputado ao denunciado, o órgão de execução consignará apenas suas iniciais na peça acusatória, fazendo menção expressa às folhas do procedimento investigatório em que consta sua identificação.

§ 6º Ao oferecer denúncia, o órgão de execução deve se manifestar expressamente sobre circuns-tância não incluída na imputação, que verse sobre eventual lesão, letal ou não, do denunciado ou de terceiro em virtude da ação policial, encaminhando notícia circunstanciada ou reportando o fato, conforme o caso, à Promotoria de Justiça com atribuição no controle externo da atividade policial.

Citação por Edital. Observância da Súmula 351 do STF.

Art. 27. Antes de requerer a citação editalícia, o órgão de execução deverá esgotar as possibilida-des de localização do réu, requerendo tentativas de sua citação pessoal em todos os endereços constantes dos autos.

§ 1º O órgão de execução deverá valer-se dos bancos de dados informatizados acessíveis ao próprio Ministério Público do Estado de Minas Gerais, evitando diligências procrastinatórias junto a

bancos de dados de baixa probabilidade quanto à atualidade (Copasa, CEMIG, cartório eleitoral, etc.).

§ 2º Frustradas as diligências, o órgão de execução requererá, nos autos, seja certificado se o réu se encontra preso em algum estabelecimento prisional do Estado de Minas Gerais para, somente depois, pleitear a sua citação por edital.

§ 3º O órgão de execução deverá verificar, espe-cialmente, se o réu se encontra, em outra comarca, submetido à execução penal, ainda que em meio aberto, circunstância incompatível com o reconhe-cimento da revelia, salvo se, no juízo da execução, reconhecer-se que se encontra foragido, com o respectivo mandado de recaptura.

§ 4º Na hipótese do § 3º deste artigo, o órgão de execução deverá manter contato com a Promotoria de Justiça responsável pela fiscalização da execu-ção da pena, para ação conjunta e coordenada.

Infrações Penais que Deixam Vestígios. Inserção dos Respectivos Laudos aos Processos Penais. Cognição.

Art. 28. Na persecução de infrações penais que deixam vestígios, o órgão de execução diligenciará, sempre que a prova depender de conhecimento técnico especializado, no sentido da inserção dos respectivos laudos, ainda que elaborados de forma indireta (art. 158 e segs. do CPP).

Parágrafo único. Nos casos de tentativa de ho-micídio, o órgão de execução velará para que se produza, oportunamente, o laudo que comprove eventual gravidade das lesões corporais.

Recursos que Demandem a Formação de Instru-mentos. Inteligência dos Arts. 587 e 588 do CPP. Indicação Específica das Peças.

Extração de Cópias. Ônus da Administração da Justiça (PROF. 373/2017).

Art. 29. Os órgãos de execução, ao aviarem recursos em sentido estrito ou de agravo em execução, que demandem a formação de instru-mento, deverão especificar as peças dos autos que se refiram à matéria necessária ao conheci-mento do objeto do recurso endereçado ao órgão “ad quem”, evitando a indicação de extração de cópia integral dos autos, ressalvada hipótese de insuperável necessidade.

Parágrafo único. Os órgãos de execução devem interpor correição parcial ou outra medida que entender adequada quando, indicadas opor-tuna e regularmente as peças e apresentadas as razões, houver tentativa de impor ao Ministério Público o ônus do fornecimento das respectivas peças indicadas.

Efeitos da Condenação. Perda do Cargo, Função Pública ou Mandato Eletivo. Art. 92, I, “a” e “b”, do CP. Observância pelo MP.

Art. 30. Além de formular o pedido condenatório genérico na denúncia, o órgão de execução de-verá, conforme o caso, requerer expressamente a incidência dos efeitos da condenação previstos no art. 92, I, “a” e “b”, do Código Penal, pleiteando a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo, conforme o caso, quando prevista pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração, ou pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos nos demais casos.

Parágrafo único. Ao fiscalizar o cumprimento de sentenças que tiverem aplicado pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, ou pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos nos demais casos, o órgão

de execução deverá velar pela estrita observância do disposto no inciso I do art. 92 do Código Penal, interpondo eventuais recursos, conforme o caso.

Apreensão dos Objetos do Crime. Arma de Fogo.

Art. 31. Recomenda-se aos órgãos de execução que não encaminhem nem se manifestem pelo en-caminhamento ao Exército brasileiro de objetos de crime, devidamente apreendidos, diversos de ar-mas de fogo, acessórios e munições, uma vez que a norma do art. 25 da Lei n.º 10.826/2003, com a redação que lhe foi dada pela Lei n.º 11.706/2008, faz referência apenas ao envio de tais objetos.

Parágrafo único. O órgão de execução deve velar para que as armas, munições e explosivos sejam encaminhados às unidades militares de-signadas pelo Comando da 4.ª Região Militar do Exército nos seguintes grupamentos para receber as armas oriundas da Justiça: 4.º Depósito de Suprimentos, localizado na Praça Presidente An-tônio Carlos, s/n.º, Centro, Juiz de Fora – MG, e 55.º Batalhão de Infantaria, localizado na Avenida do Exército, s/n.º, Bairro Santo Antônio II, Montes Claros – MG.

Execução da Pena de Multa.

Art. 32. Não havendo adimplemento voluntário da pena de multa, a execução por quantia certa poderá ser reportada à Procuradoria da Fazenda, mediante remessa de peças necessárias à adoção das providências cabíveis, tendo em vista que se trata de dívida de valor.

Presos Militares. Comunicações.

Art. 33. O órgão de execução com atribuição perante as auditorias militares comunicará a prisão de militar acautelado em unidade situada fora da Capital ao Promotor de Justiça da localidade em que se efetivar a prisão.

§ 1º A comunicação será endereçada:

I – ao órgão de execução com atribuição na Defesa dos Direitos Humanos, quando a custódia tiver natureza cautelar;

II – ao órgão de execução com atribuição nas execuções penais, quando a prisão for definitiva.

§ 2º Sempre que houver indícios de cumprimento irregular de custódia de natureza castrense, o órgão de execução com atribuição perante as auditorias militares solicitará apoio ao órgão com atribuição criminal ou de execução, conforme o caráter provisório ou definitivo da prisão.

§ 3º O órgão de execução que receber a comuni-cação referida no “caput” deste artigo, ressalvada a hipótese do artigo 2º, parágrafo único, da Lei de Execuções Penais, somente ingressará em recinto militar em que o policial ou bombeiro militares esta-duais estiverem custodiados quando houver notícia concreta de desrespeito aos direitos humanos e práticas de crimes contra tais pessoas cuja com-petência extrapole aquelas típicas da Justiça Militar, ressalvadas as normas que determinam inspeções ordinárias nas unidades policiais, civis ou militares, inerentes ao controle externo da atividade policial.

Atuação no Juizado Especial Criminal. Arquiva-mento de Termo Circunstanciado de Ocorrência. Presidência de Audiências

Preliminares. Propositura de Transação Penal e Suspensão Condicional do Processo.

Art. 34. A formação sobre a “opinio delicti”, inclu-sive para fins de arquivamento de termo circuns-tanciado de ocorrência, antecede a proposta de transação penal.

Art. 35. O órgão de execução não deve participar de audiência preliminar, no âmbito do Juizado Especial Criminal, que não seja presidida por Juiz de Direito, uma vez que a atuação do conciliador

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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restringe-se à fase de composição de danos civis, observada a parte final do art. 72 da Lei n.º 9.099/95, que faz alusão expressa à presidência do ato pelo Juiz.

Parágrafo único. O órgão de execução velará para que a denúncia seja apresentada oralmente, na própria audiência em que se frustrar a proposta de transação penal.

Art. 36. Recomenda-se aos órgãos de execução que velem efetivamente pela prerrogativa ministerial das propostas de transação penal e de suspensão condicional do processo, salvo, quanto a esta, nos casos de ação penal de iniciativa privada, não as admitindo por órgãos estranhos ao Ministério Público, nem mesmo a estagiários ou servidores do próprio Ministério Público.

Suspensão Condicional do Processo. Funda-mentação.

Art. 37. Oferecida a denúncia, devem ser expos-tos, por cota nos autos, os motivos que ensejam ou não a proposta de suspensão condicional do processo.

Parágrafo único. No âmbito dos Juizados Espe-ciais Criminais, além do disposto no “caput” deste artigo, devem ser declinados os motivos de não apresentação de proposta de transação penal, quando do oferecimento de denúncia.

Juizados Especiais Criminais. Atuação em Se-gunda Instância.

Art. 38. Tendo em vista os princípios da informali-dade e da oralidade, consagrados expressamente no art. 2º da Lei n. 9.099/95, o órgão de execução com atribuição para a emissão de parecer recursal nas causas submetidas aos Juizados Especiais Criminais poderá avaliar a conveniência e a opor-tunidade de sua elaboração, privilegiando, quando a matéria apresentar relevância institucional, nos termos dos planos institucionais, a sustentação oral da pretensão ministerial como parte, perante a respectiva Turma Recursal.

Parágrafo único. Na hipótese de eventual au-sência do Promotor de Justiça com atribuição para o parecer recursal na sessão de julgamento da Turma Recursal, faculta- se ao próprio órgão de execução “a quo”, como parte natural, realizar a sustentação oral de sua pretensão como recor-rente ou recorrido.

Suspensão dos Direitos Políticos. Inelegibilidade. Condenação Criminal.

Art. 39. Os órgãos de execução, ao elaborarem as alegações finais com pedido condenatório no processo penal, devem postular expressamente a comunicação do trânsito em julgado à Justiça Eleitoral, para efeito de anotação da suspensão dos direitos políticos, efeito automático da condenação (art. 15, III, da Constituição Federal), no Cadastro Geral de Eleitores, para efetivar o impedimento ao exercício dos direitos de votar e ser votado.

Parágrafo único. Análoga providência deve ser adotada nas ações penais por crimes que tenham afetado os bens jurídicos mencionados no art. 1.º, I, alínea “e”, da Lei Complementar n.º 64/1990, com a redação dada pela Lei Complementar n.º 135/2010, quanto à comunicação da decisão condenatória colegiada à Justiça Eleitoral, para efeito de sua anotação no Cadastro Geral de Eleitores, na forma do art. 51 da Resolução TSE n.º 21.538/2003, efetivando-se o impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva.

Ação Penal de Iniciativa Privada. Atuação Restrita. Descabimento da Participação Direta em Diligên-cias Investigatórias. Atuação Processual Limitada ao Velamento pelo Devido Processo Legal.

Art. 40. Não há justificativa constitucional para a participação direta do Ministério Público em diligências investigatórias que tenham por objeto, exclusivamente, a prática de crime de ação penal de iniciativa privada.

Parágrafo único. Nos processos de crime de ação penal de iniciativa privada, a atuação do Ministério Público deve se restringir ao velamento pelas garantias processuais e à observância do devido processo legal, na medida do contraditório e da efetiva defesa.

cAPÍtulO iiiDO CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE

POLICIAL

Crimes Contra a Vida de Vítimas Civis Perpetrados por Militares. Comunicação do Flagrante. Inquérito Policial Militar. Inadequação por Incompetência Absoluta para Análise da Tipicidade Subjetiva.

Art. 41. Ao receber a comunicação do flagrante de militar que tenha, em tese, cometido crime violento com vítima fatal contra vítima civil, o órgão de execução com atribuição perante as auditorias militares requererá o imediato encaminhamento dos autos ao Tribunal do Júri, em observância à competência para a apreciação da matéria, nos termos do artigo 125, § 4º, da Constituição Federal.

§ 1º Na hipótese prevista no “caput” deste artigo, a análise das circunstâncias concretas indicativas de dolo de homicídio caberá, preferencialmente, ao órgão de execução ministerial com atribuição perante o Tribunal do Júri.

§ 2º Na hipótese prevista no § 1º deste artigo, o órgão de execução com atribuições perante as auditorias militares, ao receber comunicação de flagrante confeccionada por autoridades militares em desfavor de indiciado militar, deverá se abster da emissão de parecer acerca da soltura ou da conversão da prisão em preventiva, devendo requerer a imediata remessa dos autos ao Juízo competente à apreciação do tema, onde a situação cautelar deverá ser analisada, inclusive quanto à presença ou não, na espécie, de evidência das causas excludentes de antijuridicidade ou de culpabilidade.

§ 3º Na hipótese material de flagrante de crime violento com resultado morte, perpetrado por militar contra vítima civil, caso o Juiz da Auditoria Militar, ou, indevidamente, o próprio superior na hierarquia militar, tenha deliberado unilateralmente pela soltura do militar a quem se possa imputar, em tese, homicídio, vindo os autos ao Ministério Público para a ciência do órgão de execução ofi-ciante perante as auditorias militares, o Promotor de Justiça deverá recorrer da decisão, ante a manifesta incompetência da autoridade judicial ou militar para a adoção da medida, sem prejuízo das demais providências previstas neste artigo.

Art. 42. É facultado ao órgão de execução com atribuição perante o Tribunal do Júri que rece-ber autos de inquérito policial militar em que se vislumbrar a prática, por militar, de crime doloso contra a vida de vítima civil, oriundos das auditorias militares, tomá-los como peças de informação e, com base nelas:

I – requerer ao Juiz presidente do Tribunal do Júri o retorno do expediente à autoridade militar, para o prosseguimento das investigações, nos termos do art. 82, § 2º, da Lei n.º 9.299/1996;

II – remetê-las à Polícia Civil, requisitando, funda-mentadamente, a instauração de inquérito policial.

II – adotar diretamente as providências procedi-mentais e processuais que entender cabíveis ao enfrentamento do caso.

cAPÍtulO iVDA PROMOÇÃO DOS DIREITOS

HUMANOS

Igualdade e Não Discriminação em Virtude de Preconceito.

Art. 43. O órgão de execução deve estimular, integral e efetivamente, a implementação da Lei n.º 12.288/2010, em especial no que diz respeito à criação e ao regular funcionamento dos conselhos e das coordenadorias municipais de igualdade étnico- racial.

Direito à Identidade de Gênero.

Art. 44. O órgão de execução, nos termos da Nota Técnica n.º 5/2014 CAO-DH, deve:

I – adotar medidas tendentes a fomentar o re-conhecimento do direito ao uso do nome social quando da utilização de todo e qualquer serviço público;

II – verificar a adequação da atuação das Polícias no que diz respeito a não discriminação e ao re-conhecimento da identidade de gênero quando de abordagens e/ou identificação de pessoas trans;

III – fiscalizar a emissão de carteiras de acesso ao SUS já com a aposição do nome social das pessoas trans;

IV – respeitar e fazer respeitar o nome social, sempre que por ele a pessoa se identificar, nos atos de que participar.

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Rede de Serviços de Proteção e Acolhimento.

Art. 45. O órgão de execução deve fiscalizar o funcionamento da rede de serviços e programas destinados ao atendimento especializado às mu-lheres em situação de violência, inclusive com a adoção das providências que se destinarem ao saneamento de eventuais omissões do poder público local.

Parágrafo único. Para os fins de sua implanta-ção, aplicam-se, no que couber, os dispositivos legais específicos destinados à defesa de direitos de crianças, adolescentes e idosos, conforme arti-gos 13, 26, II, e 37, todos da Lei n.º 11.340/1996.

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Medidas Protetivas de Urgência. Oportunidade de Manifestação do Ministério Público.

Enunciado n.º 18 do Fórum Nacional de Juízes da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (FONAVID) (PROF 425/2016).

Art. 46. A intervenção do Ministério Público nos pedidos de medidas protetivas pode ser poster-gada para momento posterior à decisão judicial preliminar, nos termos dos arts. 18, I, e 19, § 1º, da Lei n.º 11.340/2006.

§ 1º Nos casos de urgência, a concessão de novas medidas protetivas, ou a substituição daquelas já concedidas, não se sujeita à oitiva prévia do Ministério Público.

§ 2º Cientificado da concessão de medida prote-tiva, nos termos do art. 18, III, da Lei n.º 11.340/06, o órgão de execução deve tomar as medidas tendentes a garantir a sua eficácia.

Inclusão e Mobilização Sociais. Pessoas em Si-tuação de Rua.

Art. 47. Os órgãos de execução devem inspe-cionar, com a periodicidade mínima anual, as unidades que executam serviços socioassistenciais especializados na abordagem social ou nas diver-sas modalidades de acolhimento institucional das pessoas em situação de rua, adotando as medidas pertinentes, caso constatem a inefetividade ou a precariedade do serviço prestado.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

70

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, reco-menda-se a observância da diretriz de atuação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), disponibilizada no “Guia Ministerial: defesa dos direitos das pessoas em situação de rua”, bem como da Recomendação Conjunta CGJ CGMP n.º 1/2017.

Inclusão e Mobilização Sociais. Remoção Forçada de Pessoas em Situação de Vulnerabilidade So-cioeconômica.

Art. 48. O órgão de execução, ciente da existência de ocupações urbanas coletivas e irregulares, ou de risco de remoção forçada, deve adotar:

I – preliminarmente, as seguintes medidas:

a) instauração de procedimento preparatório;

b) imediato contato com o Juízo correspondente, solicitando que, antes de eventual concessão de medidas liminares com caráter satisfativo e que terão como consequência o desalojamento de famílias, seja concedida vista de todos os proces-sos que versem sobre conflitos dessa natureza, oportunidade em que o órgão de execução poderá requerer eventuais diligências, inclusive inspeção judicial aos locais das obras e empreendimentos, para constatar pessoalmente as condições de vida dos moradores.

II – nos casos de remoção forçada, as seguintes medidas:

a) o acompanhamento imediato, pessoal e efetivo nos casos de remoção forçada, incluindo, entre outras medidas:

b) visitas ao local de remoção para conhecer de forma aprofundada a situação fática, assim como assegurar que os mais variados atores sejam ouvidos durante o processo;

c) valorização da opinião da população afetada e da não desqualificação por não se tratar de saber técnico;

d) conhecimento sobre a existência de acordos com a comunidade afetada que devem ser ob-servados quando do planejamento dos projetos de remoção;

e) a intermediação do diálogo prévio entre as forças policiais e a população a ser afetada, de forma a prevenir o uso da intimidação e da violência pelos agentes policiais.

Parágrafo único. Para os fins de uniformização procedimental da atuação nos casos previstos neste artigo, recomenda-se a observância da Nota Técnica/FPRS n.º 1/2013, elaborada pela Comissão de Prevenção de Conflitos Urbanos e Inclusão Social, acessível pelo link HTTPS://intranet.mpmg.mp.br/intranetmpmpg/ativida-de-fim/forum-de- resultados-para-a-ociedade/notas-tecnicas/.

Verificação das Condições Carcerárias. Prevenção e Repressão à Tortura, Maus-Tratos e Outros Tra-tamentos Desumanos ou Degradantes.

Art. 49. Recomenda-se ao órgão de execução, ao fiscalizar as condições gerais do cárcere ou ao verificar notícia de prática de tortura, maus-tratos ou tratamentos degradantes contra pessoas pri-vadas da liberdade, que verifique:

I – os registros relativos a eventual assistência mé-dica ou hospitalar oferecida ao ofendido;

II – os registros referentes à aplicação de penalida-des disciplinares; III – a preservação da integridade dos apenados;

IV – as condições, o tempo de isolamento e o nível de salubridade das celas destinadas

ao cumprimento de medidas disciplinares im-postas;

V – a forma e as condições em que ocorrem visi-tas sociais, bem como o tratamento dispensado a familiares;

VI – as condições de trabalho dos agentes pri-sionais e dos demais profissionais que atuam na guarda das pessoas presas;

VII – outras circunstâncias que se revelarem re-levantes.

§ 1º Constatadas irregularidades durante a fisca-lização, recomenda-se, preliminarmente, a oitiva direta das pessoas que possam figurar como vítimas e testemunhas, bem como a documen-tação e o registro dos achados colhidos durante a visita, a fim de que tais possam, inclusive, servir de elementos probatórios na adoção de eventuais medidas extrajudiciais e judiciais.

§ 2º Recomenda-se ainda a realização de visitas extraordinárias sempre que houver notícias de violação de direito fundamental e da ocorrência de tortura, maus-tratos ou qualquer tratamento cruel, desumano ou degradante praticado contra pessoa privada de liberdade, visitante ou agente público que trabalhe em estabelecimento penal.

Art. 50. Nas apurações referentes às notícias de homicídio, tortura, maus-tratos, abuso de auto-ridade e demais condutas violadoras de direitos humanos ocorridas no interior da unidade prisional, recomenda-se que o órgão de execução vele pela:

I – preservação da integridade das demais pessoas privadas de liberdade;

II – oitiva de todas as pessoas privadas de liber-dade que possam contribuir para a investigação;

III – urgente viabilização da transferência, para outra unidade prisional, quando necessário, das pessoas privadas de liberdade que tenham se colocado em iminente risco em razão das informações pres-tadas, comunicando-se ao órgão de execução responsável pelas inspeções naquela unidade.

Parágrafo único. Na hipótese de instauração, para os fins deste artigo, de Procedimento de Investigação Criminal, recomenda-se, quando necessária à preservação da integridade de vítimas e testemunhas, a decretação de seu sigilo, bem como o afastamento cautelar dos investigados do exercício de suas funções, além da adoção de medidas capazes de ensejar os efeitos próprios da Lei n.º 8.429/1992.

cAPÍtulO VDA DEFESA DA ORDEM ECONÔMICA E

TRIBUTÁRIA

Cuidados Especiais contra a Prescrição.

Art. 51. Recomenda-se ao órgão de execução com atribuição na defesa da ordem econômica e tributária a efetivação de medidas cabíveis nos procedimentos sob seus cuidados, antes da ocor-rência do prazo prescricional, tendo em vista as consequências sociais e orçamentárias referentes à recuperação de ativos.

Recuperação de Ativos.

Art. 52. Recomenda-se aos órgãos de execução que, dada a importância da recuperação de ativos no âmbito da criminalidade econômica, uma vez localizados bens e direitos em nome da pessoa devedora, ou ainda transferidos dolosamente a terceiros, seja aforada a competente medida cautelar de sequestro.

Parágrafo único. A mencionada pesquisa aos bens e direitos titularizados pelos envolvidos deve abranger o patrimônio mobiliário e imobiliário, devendo o investigador valer-se dos bancos de dados disponíveis para pesquisa em fontes abertas e outros acessíveis ao Ministério Público.

Apuração do Crime Tributário.

Art. 52-A. Recomenda-se ao órgão de execução com atribuição na defesa da ordem econômica e tributária:

I – a instauração do competente procedimento investigatório criminal assim que recebido o auto de notícia-crime ou representação fiscal, promo-vendo-se a intimação imediata do representante legal do contribuinte devedor para comparecimento ao Ministério Público, com o fim de esclarecer e especificar a conduta típica em tese praticada;

II – a não requisição, exceto em situações excep-cionais e de justificada necessidade, de instauração de inquérito policial para apuração de crime tribu-tário já suficientemente informado no respectivo auto de notícia-crime/representação fiscal.

§ 1º Em caso de dúvida em relação ao conteúdo do delito, recomenda-se ao órgão de execução a solicitação de esclarecimentos diretamente à autoridade fazendária responsável pela comuni-cação do fato criminoso, bem como ao terceiro eventualmente identificado.

§ 2º Em qualquer situação, independentemente do valor do tributo sonegado, recomenda-se a realiza-ção de pesquisa junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), abrangendo todas as pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao fato supostamente criminoso.

cAPÍtulO ViDA MATÉRIA CÍVEL

Visão Geral do Novo CPC. Reflexos na Atuação do Ministério Público.

Art. 53. O membro do Ministério Público, em atenção ao disposto no art. 1º do CPC, zelará para que o novo Código de Processo Civil (Lei Federal n.º 13.105, de 16 de março de 2015) seja interpretado e concretizado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidas na Consti-tuição da República Federativa do Brasil de 1988.

Art. 54. Os membros do Ministério Público, em atenção ao disposto no art. 4º do CPC, adotarão todas as medidas necessárias para que o pro-cesso em que atuem tenha duração razoável, o que abrange a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.

§ 1º O prazo razoável para a solução integral do mérito, incluída a atividade satistativa, previsto nos arts. 4º e 6º do novo CPC, deverá atender às necessidades concretas do direito material, de modo que permita, conforme o caso, a aceleração ou até o alargamento do procedimento.

§ 2º Os membros do Ministério Público zelarão para que, nos processos em que atuarem, todos cooperem entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º do CPC), assim como para que, ressalvadas as exceções legais (parágrafo único do art. 9º do CPC), não seja proferida decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (arts. 9º e 10 do CPC).

§ 3º Os membros do Ministério Público zelarão, sempre que possível, pela primazia do julgamento de mérito sobre questões meramente processuais (arts. 4º, 139, IX, do CPC).

Art. 55. Em atenção ao disposto nos §§ 2º e 3º do art. 3º do CPC, os membros do Ministé-rio Público priorizarão, sempre que possível, a resolução consensual dos conflitos em todas as suas áreas de atuação jurisdicional ou extrajuris-dicional, atentando-se, quando cabível, para o disposto na Resolução CNMP n.º 118, de 1.º de dezembro de 2014.

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

71

§ 1º Para fins do disposto no “caput” deste artigo, os membros do Ministério Público analisarão, diante do caso concreto, se a resolução con-sensual apresenta vantagens sobre a tutela por adjudicação judicial (liminar e/ou sentença ou acórdão), por demonstrar ser a mais adequada, justa e razoável.

§ 2º A aferição da adequação, justiça e razoabili-dade da resolução consensual, nos termos do § 1º deste artigo, ocorrerá por intermédio da aplica-bilidade de testes de fatores e/ou indicadores de resultado, amparados nas regras de experiência comum decorrentes da observação do que ordi-nariamente acontece nas atuações dos órgãos institucionais do Ministério Público.

§ 3º Para avaliar se uma proposta de acordo é justa, razoável e adequada, é recomendável ainda, entre outras diretrizes que podem ser apli-cadas, aferir:

I – se na proposta não há discriminação negativa entre os interessados envolvidos na resolução consensual ou entre os membros do grupo ou da comunidade em situação similar quando se tratar de tutela coletiva;

II – se está contemplada na proposta de acordo, sempre que possível, a dimensão dos direitos fundamentais envolvidos no litígio, na controvérsia ou no problema;

III – se a proposta de acordo é produto de ne-gociação com a participação de representantes adequados e legítimos;

IV – se a proposta de acordo proporciona, em magnitude, a suficiente proteção e a garantia para os titulares dos direitos ou interesses difusos, coletivos, individuais homogêneos e/ou individuais puros, tais como aqueles pertencentes à sociedade em geral e ao Estado, à comunidade, ao grupo e aos respectivos membros afetados;

V – se a proposta de acordo está racionalmente relacionada com o prejuízo alegado e sofrido e se nela estão inseridas as medidas preventivas, ressarcitórias e repressivas necessárias;

VI – se a proposta de acordo considerou, quando possível, prognósticos sobre prováveis efeitos fáticos e jurídicos, a curto, médio e longo prazo.

§ 4º A aferição da adequação, da justiça e da ra-zoabilidade da resolução consensual, nos termos deste artigo, ocorrerá também por intermédio da aplicabilidade de testes de fatores e/ou in-dicadores de resultado, recomendando-se que sejam levados em consideração, entre outros, os seguintes fatores:

I – os argumentos favoráveis e contrários à pro-posta;?

II – as questões de fato e de direito envolvidas no litígio;?

III – a probabilidade de procedência da pretensão caso fosse levada à adjudicação judicial;?

IV – a comparação entre o acordo proposto e o provável resultado de um julgamento judicial sobre o mérito da demanda, com ênfase na responsa-bilidade e nos danos;?

V – os riscos envolvidos no litígio, inclusive as dificuldades para se estabelecer judicialmente a responsabilidade e de se apurarem os danos sofridos e os possíveis prejuízos a terceiros;?

VI – a ausência na proposta de colusão ou de qualquer espécie de fraude; VII – a complexidade, o custo e a provável duração do processo;

VIII – o comportamento das partes envolvidas, o seu comprometimento e a sua capacidade para o cumprimento do que for acordado;

IX – a possibilidade de o acordo abranger os di-versos grupos atingidos e/ou afetados;

X – a possibilidade de se trazerem para a nego-ciação representantes adequados dos grupos ou comunidades afetadas.

§ 5º Se o conflito, controvérsia ou problema envol-ver a atuação de mais de um órgão de execução do Ministério Público, é recomendável a atuação articulada e integrada para a formulação ou a aceitação de propostas de acordos que abranjam a mais adequada proteção conjunta dos bens jurídicos envolvidos, nos âmbitos cível, criminal e administrativo.

§ 6º O rol dos métodos de resolução consensual dos conflitos, previsto no § 3º do art. 3º do novo CPC, é meramente exemplificativo, de modo que, além da conciliação e da mediação, também po-dem ser destacadas as técnicas de negociação e as práticas restaurativas como medidas a se-rem adotadas ou sugeridas nos processos pelos membros do Ministério Público.

Art. 56. A indisponibilidade, em termos de tutela individual, que justifica a atuação do Ministério Público no processo civil como agente ou in-terveniente é tanto a indisponibilidade subjetiva, decorrente da incapacidade da pessoa, quanto a objetiva, ligada à indisponibilidade do bem jurídico tutelado (art. 127, “caput”, da CR/1988), princi-palmente, nesse caso, quando houver situação concreta de lesão ou ameaça ao direito à vida.

Art. 57. Para se atender aos fins sociais e às exigências do bem comum na aplicação do or-denamento jurídico, conforme estatui o art. 8º do novo CPC/2015, os membros do Ministério Público poderão pleitear todas as medidas e técnicas de tutelas jurídicas adequadas às peculiaridades do caso, inclusive a produção de provas atípicas legítimas, tais como as provas por estatísticas ou por amostragem.

Parágrafo único. Os membros do Ministério Público, nos casos previstos em lei ou diante das peculiaridades da causa, relacionadas à impos-sibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo do ônus estático da prova, previsto no “caput” do art. 373 do novo CPC, ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrá-rio, zelarão, nas causas em que atuarem, para que o juiz ou o tribunal atribua o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada e garanta à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, nos termos do § 1º do art. 373 do novo CPC.

Art. 58. Os membros do Ministério Público zelarão para que a aplicabilidade do novo CPC/2015 ao direito processual coletivo seja limitada e condi-cionada à presença de compatibilidade formal e material, evitando-se, com isso, que hipóteses de aplicabilidade de normas de tutela processual individual gerem prejuízos e/ou restrições à tutela de direitos ou interesses coletivos, amplamente considerados.

§ 1º Os membros do Ministério Público zelarão para que o encaminhamento previsto no art. 139, inciso X, do novo CPC e no art. 7º da Lei da Ação Civil Pública (Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985) prevaleça, com o ajuizamento das respectivas ações coletivas, sobre a instauração do Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva, previsto no art. 976 e seguintes do novo CPC.

§ 2º Os membros do Ministério Público zelarão para que, na defesa dos direitos fundamentais afetos às suas áreas de atribuição, sejam concedidas e efetivadas todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para o cumprimento da ordem judicial, inclusive nas

ações que tenham por objeto a prestação pecu-niária (art. 139, inciso IV, do novo CPC).

§ 3º Os membros do Ministério Público adotarão medidas para requerer a desconsideração da personalidade jurídica sempre que essa medida mostrar-se útil e adequada ao resultado da de-manda, nos termos do art. 133 do novo CPC.

§ 4º Quando a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, os membros do Ministério Público zelarão para que o juiz designe audiência a fim de que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, as quais poderão integrar ou esclarecer suas alegações, nos termos do § 3º do art. 357 do novo CPC.

§ 5º Para fins do disposto no § 2º do art. 12 do novo CPC/2015, os membros do Ministério Pú-blico zelarão para que seja conferida prioridade no processamento e no julgamento das ações coletivas e de outras que envolvam a tutela de direitos fundamentais relacionados a situação de lesão e/ou ameaça à vida ou a sua existência com dignidade.

Art. 59. A disciplina do pagamento das despesas dos atos processuais, prevista nos §§ 1º e 2º do art. 91 do novo CPC, é incompatível, do ponto de vista formal e material, com o direito processual coletivo, diante da existência de norma especial sobre a matéria (art. 87 do CDC e art. 18 da LACP), de modo que os membros do Ministério Público, quando requererem a produção de provas peri-ciais, zelarão pela inaplicabilidade dos referidos dispositivos aos processos coletivos.

Art. 60. Os membros do Ministério Público zelarão para que os acordos processuais disciplinados no art. 190 do novo CPC não tragam restrição aos poderes do juiz no processo, nem restrinjam ou afastem a atuação do Ministério Público.

Parágrafo único. Os membros do Ministério Público também zelarão para que os acordos processuais disciplinados no artigo 190 do novo CPC não restrinjam ou afastem os princípios e as garantias constitucionais do processo.

Art. 61. Os membros do Ministério Público zela-rão para que a aplicabilidade da estabilização de tutela provisória disciplinada no art. 304 do novo CPC somente possa ocorrer quando requerida na petição de tutela provisória antecedente.

Art. 62. Nos termos do art. 322, § 2º, do novo CPC, em caso de demanda que verse sobre direitos fundamentais relacionados à vida ou a sua existência com dignidade, os membros do Ministério Público zelarão para que a interpretação do pedido seja, sempre que possível, ampliativa em relação ao respectivo direito fundamental objeto da tutela.

Art. 63. Os membros do Ministério Público zela-rão para que a previsão de reconvenção em face do autor na qualidade de substituto processual, prevista no art. 343, § 5º, do novo CPC, não se aplique aos processos coletivos, tendo em vista a sua incompatibilidade material com o sistema do direito processual coletivo e os riscos que poderão ser gerados ao tratamento adequado e à duração razoável do processo coletivo.

Art. 64. A teor das diretrizes fixadas no art. 489, § 1º, do novo CPC, os membros do Ministério Público, quando fizerem a citação de súmula, jurisprudência, Constituição ou leis em geral, ou quando se utilizarem de conceitos jurídicos inde-terminados, zelarão para demonstrar, em suas manifestações, a correlação adequada com o caso em análise, evitando fundamentações meramente abstratas e sem correspondência com a matéria de fato e de direito em apreciação.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

72

Art. 65. Tendo em vista que a disciplina da tutela inibitória e da tutela de remoção do ilícito, pre-vistas no parágrafo único do art. 497 do CPC, é norma geral de eficácia transcendente, aplicável também aos procedimentos especiais previstos no citado Código ou em legislação extravagante, assim como no processo de execução e na fase de cumprimento de sentença, os membros do Ministério Público atuarão para a devida carga de eficácia desse dispositivo.

Parágrafo único. Os membros do Ministério Público priorizarão, sempre que possível, a atuação preventiva, de modo a evitar a prática, a continui-dade e a repetição do ilícito, assim como para promover remoção dos ilícitos, sendo irrelevante, para as referidas atuações, a teor do disposto no parágrafo único do art. 497 do CPC, a demons-tração da ocorrência de dano ou a existência de culpa ou dolo.

Art. 66. Os membros do Ministério Público, quando da execução de Termo de Ajustamento de Conduta, em vez de executar o título, podem optar, desde que existam justificativas para tanto, pelo ajuizamento da ação de conhecimento para obter título judicial, a teor do art. 785 do CPC.

Art. 67. Os membros do Ministério Público atuarão para que não lhes seja exigida a demonstração da pertinência temática para a suscitação do Incidente de Resolução de Demandas Repeti-tivas pelo Ministério Público, que é legitimado para tanto, nos termos do art. 977, III, do CPC, em sua combinação com o art. 127, “caput”, da Constituição de 1988.

Art. 68. Em razão da falta de razoabilidade e, ainda, da restrição indevida que poderá gerar à tutela coletiva, os membros do Ministério Público atuarão para que seja afastada dos casos concre-tos, por ser considerada inconstitucional, a previsão de suspensão de ações coletivas, prevista no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (arts. 976 a 987 do CPC) e no procedimento dos Recursos Especial e Extraordinário Repetitivos.

Art. 69. Os membros do Ministério Público, nas suas respetivas áreas de atuação, adotarão todas as medidas para garantir a efetiva manifestação institucional nos processos, incidentes e procedi-mentos nos Tribunais capazes de gerar a formação, o cancelamento e/ou a revisão de precedentes de caráter vinculante (artigos 926, 927 e 928 do novo CPC/2015), de forma a contribuir para que estes e a jurisprudência uniformizada possam ser estáveis, íntegros, coerentes e justos, principal-mente em relação à tutela jurídica dos direitos e das garantias constitucionais fundamentais (arts. 3º, 5º, “caput”, §§ 1º e 2º, 127, “caput”, e 129, todos da Constituição de 1988).

§ 1º Para fins do disposto no “caput” deste artigo, os membros do Ministério Público zelarão para que não ocorram retrocessos, restrições ou limitações aos direitos e às garantias constitucionais funda-mentais afetos às atribuições constitucionais do Ministério Público (arts. 3º, 5º, §§ 1º e 2º, 127 e 129, todos da Constituição de 1988).

§ 2º Os membros do Ministério Público adotarão medidas para, em sendo o caso e essa providência mostrar-se a mais adequada, requerer o incidente de assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante ques-tão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos (art. 947, “caput” e § 1º, do novo CPC).

Art. 70. A antinomia de regras previstas no Código Civil e no Código de Processo Civil, relativamente à definição da curatela da pessoa com deficiência,

mediante a alteração do sistema de incapacidades efetivada pelo advento da Lei n.º 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão/Estatuto da Pessoa com Deficiência) e a vigência pós “vacatio legis” da Lei n.º 13.105/2015, deve ser resolvida através do diálogo de fontes, preservando sempre a dignidade da pessoa humana com deficiência (Constituição de 1988, art. 1º, III), o efeito jurídico-constitucional da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (art. 3, a, princípios ge-rais), o protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.

Parágrafo único. Para fins do disposto no “caput” deste artigo, na exegese das normas materiais e procedimentais, deve prevalecer aquela mais benéfica à pessoa com deficiência (art. 121 da Lei n.º 13.146/15), preferindo-se, no caso, a definição de curatela da pessoa com deficiência como me-dida protetiva extraordinária, com o arredamento da expressão jurídica interdição como medida determinante da incapacidade civil.

Processo Civil. “Custos Legis”. Verificação do Inte-resse Público que Justifica, Constitucionalmente, a Intervenção do Ministério Público.

Art. 71. A identificação do interesse público ou social no processo é juízo exclusivo dos membros do Ministério Público, constituindo-se, para tanto, necessária a remessa dos autos e indevida a renúncia de vista.

Art. 72. A intervenção ministerial nas causas relativas a processos e procedimentos cíveis de qualquer natureza será precedida do recebimento formal dos autos oriundos das secretarias judiciais ou de cartórios de registros, vedada a negativa genérica de recebimento, bem como a solicita-ção de que não sejam remetidos os expedientes, observadas as Resoluções CNMP n.ºs 34/2016 e 37/2016, naquilo que este Ato não dispuser de maneira diversa.

§ 1º A avaliação da necessidade ou não de in-tervenção no processo civil será feita exclusi-vamente pelos órgãos de execução, mediante vista dos autos.

§ 2º Verificando que não se trata de causa que jus-tifique a intervenção, o órgão de execução deverá fundamentar, ainda que concisamente, as razões fáticas e jurídicas de sua conclusão.

§ 3º Nos casos de intervenção ministerial obriga-tória, havendo recurso interposto pelas partes, poderá o órgão de execução que atua perante o primeiro grau manifestar-se somente sobre os requisitos de admissibilidade recursal, ou mesmo deixar de fazê-lo, tendo em vista o disposto no art. 1.010, § 3º, do novo Código de Processo Civil.

§ 4º O membro do Ministério Público deve ingres-sar formalmente na causa em que reconheça, por qualquer meio de ciência, motivo para sua intervenção.

§ 5º O membro do Ministério Público deverá intervir nas causas em que o objeto da ação seja social-mente relevante pela repercussão econômica, política ou jurídica que projetar, ultrapassando a esfera dos interesses das partes com reflexos nos interesses municipais ou estaduais, atentando-se, inclusive, para eventual alcance de arguição inci-dental de inconstitucionalidade.

§ 6º Havendo divergência, em caso concreto, entre o órgão de execução e o Judiciário acerca da obrigatoriedade da intervenção ministerial no processo civil, o membro do Ministério Público poderá se valer da aplicação analógica do art. 28 do Código de Processo Penal ou, conforme o caso, dos instrumentos processuais cabíveis (mandado de segurança, agravo etc.).

Art. 73. Os membros do Ministério Público, em matéria cível, ao receberem vista dos autos pela primeira vez, poderão limitar sua manifestação ao exame de interesse público ou social que justifique sua intervenção no processo, nos termos do art. 178 do CPC.

§ 1º Caso avaliem a ausência de causa justificadora para a intervenção, os membros do Ministério Público consignarão sua manifestação nesse sentido e diligenciarão para providenciar a ime-diata restituição dos autos ao juízo competente, evitando-se, com isso, a demora no transcurso do prazo processual, contado agora somente em dias úteis, nos termos do art. 219 do CPC.

§ 2º Caso avaliem a presença de causa justifica-dora da intervenção, os membros do Ministério Público poderão restituir os autos ao cartório, com promoção, informando objetivamente que irão intervir no feito, requerendo, no entanto, que somente seja efetuada nova abertura de vista para manifestação acerca de eventual medida cautelar, antecipação de tutela ou para parecer final, ob-servada a última parte do inciso I do art. 179 do CPC (intimação de todos os atos do processo).

§ 3º Mesmo adotada a providência mencionada no § 1º deste artigo, caso haja nova abertura de vista antes do parecer final, os membros do Ministério Público poderão, após examinar o feito, postular diligências e provas e, caso constatem tratar-se de mero impulso processual, devolver os autos ao cartório com manifestação de ciência.

§ 4º O exame mencionado no “caput” deste artigo poderá ser reavaliado a qualquer momento, a juízo exclusivo dos membros do Ministério Público.

§ 5º Quando da manifestação final, os membros do Ministério Público priorizarão, no seu pare-cer, o exame das questões atinentes às funções constitucionais da Instituição, objetivando apurar irregularidades e induzir políticas públicas de efe-tivação de direitos fundamentais, conectando a atuação interveniente com aquela de órgão agente.

Art. 74. Destacam-se como de interesse social, determinando a atuação do Ministério Público, nos termos da Recomendação n.º 34/2016 do Conselho Nacional do Ministério Público e desta Recomendação, as demandas que abranjam:

I – ações que visem à prática de ato simulado ou à obtenção de fim proibido por lei; II – normatização de serviços públicos;

III – licitações, contratos administrativos, concurso público, bens públicos, saúde pública e defesa de prerrogativas de órgãos públicos;

IV – ações de improbidade administrativa e outras ações constitucionais, notadamente as que visem à tutela de interesse social ou de direito individual indisponível;

V – os direitos assegurados às minorias em situa-ção de vulnerabilidade;

VI – meio ambiente, notadamente licenciamento ambiental, infrações ambientais, ações relativas à ordem urbanística, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

VII – direito econômico e direitos coletivos dos consumidores;

VIII – os direitos das crianças e dos adolescentes, dos incapazes, dos deficientes e dos idosos em situação de vulnerabilidade ou de risco;

IX – ações que envolvam acidentes de trabalho, quando o dano tiver projeção coletiva; X – ações rescisórias de decisões proferidas em ações judi-ciais nas quais o Ministério Público já tenha atuado como órgão interveniente ou agente;

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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XI – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana;

XII – ações anulatórias de termo de ajustamento de conduta, ações impugnando atos praticados no inquérito civil, nos procedimentos administrativos instaurados pelo Ministério Público e ações ou medidas relacionadas com o exercício de ativida-des ligadas ao crime e/ou à contravenção penal;

XIII – ações e medidas relacionadas com a tutela de outros interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

XIV – processos, incidentes e procedimentos nos Tribunais capazes de gerar precedentes de caráter vinculante, nos termos dos artigos 926, 927 e 928 do CPC.

Parágrafo único. Os assuntos considerados relevantes pelo Planejamento Estratégico Institu-cional e pelo Plano Geral de Atuação são equi-parados aos de interesse social (art. 5º, parágrafo único, da Recomendação CNMP n.º 34, de 5 de abril de 2016).

Art. 75. Em matéria cível, os membros do Minis-tério Público, verificando inexistência de interesse público ou social que justifique sua intervenção, poderão limitar-se a consignar a sua conclusão, especialmente nas seguintes hipóteses:

I – procedimentos especiais de jurisdição voluntária, quando não houver interesse público ou social, interesse de incapaz ou interesses subjacentes a litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana;

II – habilitação de casamento, salvo quando se tra-tar de estrangeiro, ou quando houver apresentação de impugnação, oposição de impedimento, justifi-cações que devam produzir efeito nas habilitações e pedido de dispensa de proclamas;

III – ação de divórcio ou separação judicial, quando não houver interesses de incapazes;

IV – ação de reconhecimento e de extinção de união estável, e respectiva partilha de bens, quando não houver interesse de incapazes;

V – procedimento de conversão de união estável em casamento e conversão de união homoafetiva em casamento, quando não houver interesse de incapazes;

VI – ação ordinária de partilha de bens entre partes maiores e capazes;

VII – ação relativa ao estado de filiação quando as partes envolvidas forem maiores e capazes;

VIII – ação de alimentos, revisional de alimentos e execução de alimentos fundada no rito da penhora, entre partes capazes, excetuadas as hipóteses das ações envolvendo pessoas em situação de risco, tais como idosos e pessoas com deficiência;

IX – ação relativa às disposições de última vontade sem interesse de incapazes, excetuada a aprova-ção, cumprimento e registro de testamento, ou quando envolver reconhecimento de paternidade ou legado de alimentos;

X – ação de indenização decorrente de acidente do trabalho entre partes capazes, salvo quando houver repercussão coletiva;

XI – ação que verse sobre direitos previdenciários, ressalvada a existência de interesse de incapazes, deficientes e/ou idosos em situação de vulnerabi-lidade ou de risco;

XII – ação de usucapião não coletiva de imóvel, quando não houver interesse de incapaz, ressal-vadas as hipóteses do art. 12, § 1º, da Lei n.º 10.257/2001, ou quando envolver parcelamento ilegal do solo para fins urbanos ou rurais, ou quando se vislumbrar risco, ainda que potencial, de lesão a interesses sociais e individuais indisponíveis;

XIII – ação de usucapião de bem móvel, quando não houver interesse de incapaz;

XIV – ação em que seja parte a Fazenda Pública ou o Poder Público (Estado, Município, Autarquia ou Empresa Pública), com interesse meramente patrimonial, sem implicações de ordem constitu-cional, quando o objeto da demanda não tiver pro-jeção coletiva e não identificada relevância social;

XV – ação que envolva fundação de entidade de previdência privada, quando o objeto da demanda não tiver projeção coletiva;

XVI – ação em que seja parte sociedade de eco-nomia mista, quando o objeto da demanda não tiver projeção coletiva;

XVII – requerimento de falência ou de recuperação judicial da empresa, antes da decretação ou do deferimento do pedido, salvo hipótese de projeção coletiva ou de existência de ilícito grave;

XVIII – ação em que seja parte empresa em recu-peração judicial ou extrajudicial, salvo a situação prevista no art. 66 da Lei n.º 11.101/2005;

XIX – ação em que seja parte a massa falida fora do juízo falimentar, salvo se prevista a interven-ção na lei ou se o objeto da demanda repercutir coletivamente;

XX – ação que verse sobre direito individual dispo-nível de consumidor, de caráter não homogêneo, sem a presença de interesses de incapazes, de deficientes ou de idosos em situação de risco;

XXI – ação individual em que seja parte sociedade em liquidação extrajudicial;

XXII – procedimento administrativo ou judicial em matéria de registro público, referente à suscitação de dúvidas e retificações de registros, quando não houver interesse de incapazes e relevância social;

XXIII – ação rescisória, se, na causa em que tiver sido proferido o julgado rescindendo, não tiver ocorrido ou sido cabível a intervenção do Minis-tério Público;

XXIV – pedido de assistência judiciária, salvo quando formulado por ausente, incapaz, deficiente ou idoso em situação de risco;

XXV – ação em que, no seu curso, cessar a causa de intervenção.

Parágrafo único. A redução significativa do quan-titativo processual de Promotoria ou Procuradoria, decorrente da adoção da postura decorrente deste artigo, deverá repercutir na adesão e no engaja-mento do órgão de execução a projeto institucional de impacto social (art. 204 do Regimento Interno da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais) ou no acréscimo e/ou na redefinição das atribuições, nos termos do art. 7º da Recomendação CNMP n.º 34, de 5 de abril de 2016.

Art. 76. Caso avaliem a presença de causa justifi-cadora da intervenção, os membros do Ministério Público poderão restituir os autos ao cartório, com promoção, informando objetivamente que irá intervir no feito, requerendo, no entanto, que somente seja efetuada nova abertura de vista para manifestação acerca de eventual medida cautelar, antecipação de tutela ou para parecer final, observada a última parte do inciso I do art. 179 do Código de Processo Civil (intimação de todos os atos do processo).

§ 1º Mesmo adotada a providência mencionada no “caput” deste artigo, caso haja nova abertura de vista antes do parecer final, os membros do Ministério Público poderão, após examinar o feito, postular diligências e provas e, caso constatem tratar-se de mero impulso processual, devolver os autos ao cartório com manifestação de ciência.

§ 2º Quando da manifestação final, os membros do Ministério Público priorizarão, no seu pare-cer, o exame das questões atinentes às funções constitucionais da Instituição, objetivando apurar irregularidades e induzir políticas públicas de efe-tivação de direitos fundamentais, conectando a atuação interveniente com aquela de órgão agente.

§ 3º Destacam-se como de interesse social, de-terminando a atuação do Ministério Público, nos termos da Recomendação n.º 34/2016 do Con-selho Nacional do Ministério Público e desta Con-solidação, as demandas que abranjam:

I – ações que visem à prática de ato simulado ou à obtenção de fim proibido por lei; II – normatização de serviços públicos;

III – licitações, contratos administrativos, concurso público, bens públicos, saúde pública e defesa de prerrogativas de órgãos públicos;

IV – ações de improbidade administrativa e outras ações constitucionais, notadamente as que visem à tutela de interesse social ou de direito individual indisponível;

V – os direitos assegurados às minorias em situa-ção de vulnerabilidade;

VI – meio ambiente, notadamente licenciamento ambiental, infrações ambientais, ações relativas à ordem urbanística, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

VII – direito econômico e direitos coletivos dos consumidores;

VIII – direitos das crianças e dos adolescentes, dos incapazes, dos deficientes e dos idosos em situação de vulnerabilidade ou de risco;

IX – ações que envolvam acidentes de trabalho, quando o dano tiver projeção coletiva; X – ações rescisórias de decisões proferidas em ações judi-ciais nas quais o Ministério Público já tenha atuado como órgão interveniente ou agente;

XI – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana;

XII – ações anulatórias de termo de ajustamento de conduta, ações impugnando atos praticados no inquérito civil, nos procedimentos administrativos instaurados pelo Ministério Público e ações ou medidas relacionadas com o exercício de ativida-des ligadas ao crime e/ou à contravenção penal;

XIII – ações e medidas relacionadas com a tutela de outros interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

XIV – processos, incidentes e procedimentos nos tribunais capazes de gerar precedentes de caráter vinculante, nos termos dos artigos 926, 927 e 928 do novo CPC/2015.

§ 4º Os assuntos considerados relevantes pelo Planejamento Estratégico Institucional e pelo Plano Geral de Atuação são equiparados aos de interesse social (art. 5º, parágrafo único, da Recomendação n.º 34, de 5 de abril de 2016).

Art. 77. A identificação do interesse público ou social no processo é juízo exclusivo dos membros do Ministério Público, constituindo-se, para tanto, necessária a remessa dos autos e indevida a renúncia de vista.

§ 1º O Ministério Público deve intervir em todas as ações constitucionais, notadamente quando estiver em discussão a tutela de interesses sociais ou de direito ou interesse individual indisponível.

§ 2º Ao analisar o Mandado de Segurança, o membro do Ministério Público, no exercício da sua independência funcional, poderá, com base em normas orientadoras já expedidas por órgãos de orientação institucional, manifestar, em caráter

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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excepcional, fundamentadamente, que o interesse e/ou direito em discussão no “mandamus”, em razão da sua disponibilidade, não justificaria a intervenção do Ministério Público.

§ 3º A intervenção do Ministério Público nos pro-cedimentos de suscitação de dúvidas e retificação de Registros Públicos restringir-se-á apenas aos casos em que houver interesse de incapazes e/ou relevância social.

§ 4º Na execução de alimentos entre partes maio-res, o membro do Ministério Público deverá atuar nos processos em que houver pedido de prisão com a finalidade de se manifestar quanto à lega-lidade e à constitucionalidade da prisão preten-dida, isso tendo em vista a natureza do direito de liberdade como direito fundamental e seu núcleo de indisponibilidade material.

§ 5º Nos casos de remessa de expedientes das serventias extrajudiciais distantes, o membro do Ministério Público deverá, no exercício da sua inde-pendência funcional, deliberar sobre o assunto no âmbito local, expedindo, inclusive, recomendações no exercício das suas atribuições, considerando, para tanto, as peculiaridades locais e regionais, sem prejuízo da realizações de inspeções pe-riódicas nos respectivos cartórios das serventias extrajudiciais para os fins do disposto no art. 129, inciso II, da CR/1988.

§ 6º Nas ações de ausência, a atuação do Mi-nistério Público na fase anterior à decretação da ausência e arrecadação de bens do ausente deverá ocorrer sempre quando houver interesse de incapaz e/ou relevância social, nos termos das diretrizes estabelecidas neste Capítulo.

Rescisão de Contrato de Trabalho. Atuação Su-pletiva do Ministério Público Estadual. Desne-cessidade.

Art. 78. Extinta a homologação da rescisão de contrato de trabalho pela nova redação do art. 477 da CLT (determinada pela Lei n.º 13.467/2017), o órgão de execução está exonerado do dever supletivo de prestar assistência nas rescisões, sem prejuízo do regular atendimento ao cidadão que necessitar de qualquer orientação que se inclua no âmbito das atribuições regulares do Ministério Público estadual, notadamente quanto ao acesso aos meios de reivindicação dos direitos laborais.

Ações Civis Públicas Ajuizadas pelo Ministério Público. Órgão do Ministério Público em Segundo Grau. Atuação como Parte Processual.

Art. 79. É prescindível a manifestação, em pri-meiro grau, acerca da admissibilidade de recurso de apelação.

Art. 80. É prescindível a atuação simultânea, no mesmo grau de jurisdição, de mais de um órgão do Ministério Público em ações individuais ou cole-tivas, propostas ou não por membro da Instituição.

Art. 81. A manifestação em primeiro grau não vin-cula o exame dos membros do Ministério Público de segundo grau em relação à análise de pertinên-cia de sua intervenção perante a instância recursal.

Art. 82. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Pú-blico, a atuação do Procurador de Justiça, como representante do Ministério Público em segundo grau, deve se dar na qualidade de parte e na perspectiva da pretensão ministerial, e não como mero fiscal da lei.

Art. 83. Quando o Ministério Público intervier como mero fiscal da ordem jurídica (“custos legis”), é prescindível a manifestação, em primeiro grau, acerca da admissibilidade de recurso de apelação.

§ 1º É dever do membro do Ministério Público com atuação em primeiro grau de jurisdição apresentar contrarrazões ao recurso de agravo de instrumento

interposto de decisão judicial proferida no processo em que ele atua como parte na demanda.

§ 2º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, o Promotor de Justiça deve se atentar para a análise das peças que compõem o agravo de instrumento, instruindo as suas contraminutas com as peças entendidas necessárias para contradizer a tese do agravante, alegando, quando cabível, preliminar de não conhecimento do agravo de instrumento por descumprimento do disposto no § 1º do art. 1.018 do CPC, sendo certo que tais medidas não poderão ser supridas pela atuação do membro do Ministério Público em segundo grau.

Art. 84. É prescindível a atuação simultânea, no mesmo grau de jurisdição, de mais de um órgão do Ministério Público em ações individuais ou cole-tivas, propostas ou não por membro da Instituição.

Parágrafo único. A manifestação em primeiro grau não vincula o exame dos membros do Mi-nistério Público de segundo grau em relação à análise de pertinência de sua intervenção perante a instância recursal.

Art. 85. O Ministério Público intervirá obrigatoria-mente no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, ainda que verse a questão sobre direitos disponíveis (art. 976, II, do novo CPC).

Parágrafo único. O Ministério Público intervirá obrigatoriamente no Incidente de Assunção de Competência, com fundamento nos arts. 178, I, e 947, ambos do CPC, c/c art. 127, “caput”, da Constituição da República Federativa do Brasil.

cAPÍtulO ViiDA PROTEÇÃO À INFÂNCIA E À

ADOLESCÊNCIA

Combate ao Abuso, Maus-Tratos e à Exploração Sexual de Crianças e de Adolescentes.

Art. 86. Os órgãos de execução devem demandar dos municípios integrantes da comarca em que oficiem serviços de saúde e socioassistenciais capacitados para o atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual (abuso ou exploração sexual), sendo esses últimos pre-ferencialmente prestados pelo CREAS local ou regional, ou por equipe técnica de referência da proteção social especial.

Parágrafo único. Os órgãos de execução devem diligenciar junto aos estabelecimentos de ensino, de assistência social e de saúde com o intuito de orientar e estimular a notificação obrigatória de casos de suspeita ou de confirmação de abuso/castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra crianças e adolescentes, conforme disposições dos artigos 13, 56, I, e 245, todos da Lei n.º 8.069/1990.

Apreensão de Adolescentes em Virtude de Ato Infracional.

Art. 87. O órgão de execução deve acompanhar os procedimentos policiais de apreensão de ado-lescentes infratores, devendo somar esforços à Polícia Civil, à Assistência Social e outros órgãos municipais que tenham como finalidade o aten-dimento inicial a adolescentes a quem se atribua autoria de ato infracional, para que a obrigação de comunicação de apreensão em flagrante de ato infracional aos pais ou responsáveis seja, primei-ramente, empreendida pela Polícia, porém com o apoio dos outros órgãos, caso seja necessário (arts. 88, V, 107, 201, II, e 231, todos do ECA; art. 5º, VI, da Lei n.º 12.594/2012).

§ 1º O órgão de execução deve primar para que o acompanhamento de adolescentes apreendidos em Delegacias de Polícia seja feito, primordial-

mente, por seus familiares, em respeito ao princípio da responsabilidade parental.

§ 2º O órgão de execução deve demandar dos mu-nicípios, admitida a gestão regional, como se dará o atendimento dos casos em que há dificuldade de localização da família ou de sua locomoção até a unidade policial em que estiver apreendido o adolescente flagrado na prática infracional, para fins de sua condução à residência e diligências para localização dos pais.

§ 3º Nenhum adolescente privado de sua liber-dade poderá, em hipótese alguma, permanecer custodiado em companhia de outros do sexo oposto, ou com diversidade de gênero, ou com presos provisórios ou definitivos que já tenham alcançado a maioridade penal.

§ 4º O órgão de execução, detectando situação de risco, sem prejuízo das providências a seu cargo, deverá solicitar a atuação do Conselho Tutelar, que, a seu critério, poderá envolver-se na efetividade das disposições constantes deste artigo.

Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-cente. Alternativas Viáveis à Internação.

Art. 88. Os órgãos de execução devem velar pela implantação, ampliação e/ou reavaliação de programas de atendimento na área da criança e do adolescente, principalmente os referentes às ações protetivas e socioeducativas em meio aberto, correspondentes às medidas previstas nos arts. 101, II, IV, V e VI, 112, III e IV, e 129, I, II, III e IV, todos da Lei n.º 8.069, de 1990, as quais constituem, inclusive, alternativas viáveis à interna-ção. Para tanto, o Município deverá fazer constar nas peças orçamentárias as somas pertinentes a título de investimento e custeio a cada um dos programas por ele mantidos, a ser acompanhado pelo órgão de execução com atribuição na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Parágrafo único. Em sendo inviável a negocia-ção, deverão ser empregadas as medidas judiciais cabíveis, compelindo-se o poder público a garantir o atendimento à criança e ao adolescente em cada município (Recomendação Conjunta CGMP CAOIJ n.º 1, de 19 de agosto de 2008).

Excepcionalidade da Medida Socioeducativa de Privação de Liberdade. Estudo Psicossocial Interdisciplinar.

Art. 89. Detectada a necessidade de aplicação de medida socioeducativa de privação de liber-dade, mostrando-se incabíveis ou insuficientes as medidas em meio aberto, o órgão de execução deve requerer, nos autos do processo judicial, a elaboração de estudo psicossocial, realizado por equipe técnica interprofissional, com a participa-ção de psicólogo, pedagogo e assistente social, profissionais esses disponíveis na comarca ou em comarca contígua ou eventualmente a serviço da municipalidade, para que seja aferida eventual periculosidade e a necessidade de privação de liberdade.

§ 1º Não deve ser requisitada aos profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) a realização dos estudos sociais mencionados no “caput” deste artigo, bem como a elaboração de outras atividades ou documentos não condizentes com as suas atribuições no serviço em que atuam (Nota Técnica SNAS/MDSN n.º 02/2016).

§ 2º Não deve ser admitida a intervenção de mem-bros do Conselho Tutelar na elaboração de pare-ceres técnicos e/ou realização de estudos sociais para os quais não tenham a necessária formação técnica profissional (Recomendação Conjunta CGMP CAOIJ n.º 1, de 19 de agosto de 2008).

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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Permanência de Adolescentes em Delegacias de Polícia. Prazo Máximo de Cinco Dias. Observância. Art. 235 do ECA.

Art. 90. O órgão de execução deve velar pela efetiva aplicação dos arts. 123 e 185, § 2º, do ECA, segundo os quais o prazo máximo improrrogável para a permanência de adolescente em delega-cias de polícia é de cinco dias, período durante o qual deve ser providenciada, conforme o caso, a transferência para a entidade de atendimento em localidade mais próxima, cuja permanência injustificada está prevista como crime previsto no art. 235 do ECA.

§ 1º Para os fins do “caput” deste artigo, deverá o Promotor de Justiça, nos autos do procedimento para aplicação de medida socioeducativa, quando do oferecimento da representação e quando da apresentação das alegações finais, requerer ao Juiz que proceda nos termos do disposto nos artigos 325-A/330 do Provimento n.º 161 da Corregedo-ria-Geral de Justiça, que disciplinam a forma como o Juiz de Direito encaminhará ao Estado o pedido de vaga no sistema socioeducativo.

§ 2º Deve ser observado pelo órgão de execução o cumprimento do prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, para a condução da ação so-cioeducativa, estando o adolescente privado de liberdade, visto que o descumprimento do referido prazo pode configurar o crime previsto no art. 235 do ECA (Recomendação Conjunta CGMP CAOIJ n.º 1, de 19 de agosto de 2008).

Apuração de Ato Infracional. Medidas Socioedu-cativas. Políticas Públicas.

Art. 91. Os órgãos de execução devem verificar a existência de programas específicos de exe-cução de medidas socioeducativas, bem como fiscalizar a situação de adolescentes na cadeia pública local, assegurando-se-lhes, conforme for o caso, a efetivação do cumprimento das medidas socioeducativas em meio aberto (art. 49, II, da Lei n.º 12.594/2012), empregados para tanto os meios extrajudiciais e judiciais cabíveis (Recomendação Conjunta CGMP CAOIJ n.º 1/2008).

Armas, Munições e Explosivos. Fiscalização. Re-pressão.

Art. 92. Os órgãos de execução devem realizar diligências visando a impedir a destinação, a título oneroso ou gratuito, de armas, munições e mate-riais de natureza explosiva a crianças e adolescen-tes, dando publicidade às normas proibitivas, su-gerindo ainda gestões no sentido de se promover afixação do texto das capitulações criminais nos estabelecimentos que exercem o comércio dos objetos potencialmente lesivos, sem embargo do encetamento de outras medidas cíveis, criminais e administrativas cabíveis à espécie (arts. 201, VIII, 242 e 244, todos da Lei n.º 8.069, de 1990).

Produtos cujos Componentes Possam Causar Dependência Física ou Psíquica a Crianças e a Adolescentes. Fiscalização. Repressão.

Art. 93. Os órgãos de execução devem em-preender diligências visando a impedir a venda, o fornecimento gratuito ou a entrega, de qualquer forma, de bebidas alcoólicas e produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica a crianças e adolescentes, dando pu-blicidade às normas proibitivas, sugerindo ainda gestões públicas no sentido de se promover afixação do texto das capitulações criminais nos estabelecimentos comerciais, sem embargo do encetamento de outras medidas cíveis, criminais e administrativas cabíveis à espécie (arts. 81, II, 201, VIII, e 243, todos da Lei n.º 8.069/1990).

Suspensão e Destituição de Poder Familiar. Es-gotamento de Providências Visando à Reinserção na Família Natural. Medidas para Colocação em Família Substituta.

Art. 94. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que, nos processos e procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar, assu-mam as suas atribuições exclusivas de curador dos interesses das crianças e dos adolescentes, afastando a intervenção de qualquer outro órgão ou pessoa a título de “curadores especiais”, “as-sistentes inominados”, “defensores especiais” ou a qualquer outro título.

§ 1º Recomenda-se atenção quanto aos processos que envolvam crianças e adolescentes acolhidos em instituições de atendimento ou em programas de acolhimento familiar, notadamente com relação ao período de acolhimento, verificando se foram esgotados todos os meios possíveis de reinser-ção desses infantes em sua família natural, e, não logrando êxito, se há meios de providenciar, no prazo de 15 (quinze) dias, o ajuizamento da pre-tensão de destituição, com vistas a possibilitar a sua colocação em família substituta.

§ 2º Recomenda-se ainda que se adotem pro-vidências necessárias para que a autoridade judiciária promova a inclusão das crianças e dos adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional no Cadastro Nacional de Crian-ças Acolhidas (CNCA), bem como a inclusão no Cadastro Nacional de Adoção, quando já tiver ocorrido a destituição do poder familiar (arts. 5º e 101, §§ 11 e 12, do ECA).

Implementação dos Conselhos e Fundos Munici-pais Previstos nos Arts. 88, II e IV, e 132, ambos da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990.

Art. 95. Recomenda-se aos órgãos de execução que promovam a instauração de inquéritos civis para apuração de responsabilidades relativa-mente aos municípios que não implementaram ou protelaram a implantação dos conselhos e do fundo municipal previstos nos arts. 88, II e IV, e 132, ambos da Lei n.º 8.069/1990, visando à formalização de termos de ajustamento de con-duta ou, em caso de recusa, ao ajuizamento das competentes ações civis públicas.

Art. 96. Recomenda-se a instauração de Pro-cedimento Administrativo (PA) (Resolução Conj. PGJ CGMP n.º 4/2017) para que sejam aferidas as condições de funcionamento dos Conselhos Tutelares e do Conselho Municipal de Direitos, averiguando os seguintes itens:

I – constitucionalidade da lei municipal que instituiu os referidos conselhos e sua compatibilidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/1990);

II – proporção de um conselho para cada 100 mil habitantes, nos termos do disposto no § 1º do art. 3º da Resolução n.º 170, de 10 de dezembro de 2014, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA);

III – apresentação de dotação específica, na lei orçamentária municipal, para criação, manutenção e custeio do Conselho Tutelar e do Conselho Mu-nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, incluindo-se:

a) custeio com mobiliário, água, luz, telefone fixo e móvel, internet, computadores, fax e outros;

b) formação continuada para os membros do Conselho Tutelar e de Direitos;

c) custeio de despesas dos conselheiros inerentes ao exercício de suas atribuições;

d) espaço adequado para a sede do Conse-lho Tutelar, com sala exclusiva e reservada para entrevista;

e) transporte adequado, permanente e exclu-sivo para o exercício da função, incluindo sua manutenção.

Conselhos dos Direitos da Criança e do Ado-lescente. Fiscalização (arts. 204, II, e 227, § 7.º, da Constituição Federal; art. 17, IV, da Lei n.º 8.625/1993; art. 39, VII, da Lei Complementar Esta-dual n.º 34/1994; art. 88, I, da Lei n.º 8.069/1990).

Art. 97. Os órgãos de execução devem acompa-nhar, periodicamente, as reuniões dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente dos municípios que integram a comarca, sem em-bargo do exercício da contínua fiscalização dos trabalhos e das funções desempenhadas pelos Conselhos dos Direitos, cobrando-se a efetiva formulação, deliberação e controle das ações de implantação das políticas de atendimento à criança e ao adolescente; a fixação de priorida-des a serem enfrentadas no âmbito municipal, através da elaboração do plano de ação e ainda a fixação de critérios de utilização dos recursos do FIA, mediante elaboração do plano de aplicação dos seus recursos.

Parágrafo único. Recomenda-se ao órgão de execução manter, em arquivo próprio da Pro-motoria de Justiça, cópias de todas as atas de reuniões dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente dos municípios que integram a comarca, fazendo consignar eventual presença do membro do Ministério Público, bem como de documentos outros relacionados ao seu funciona-mento, para fins de controle e acompanhamento, podendo, para tanto, valer-se de procedimento administrativo devidamente registrado no SRU.

Direito à Convivência Familiar e Comunitária.

Art. 98. Recomenda-se aos órgãos de execução que verifiquem a existência, nas comarcas em que atuem, de programas e/ou serviços de atenção à família, bem como de serviço de acolhimento e cadastro de famílias interessadas na adoção.

§ 1º Recomenda-se, depois de requisitada ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e ao Conselho Municipal de Assis-tência Social a lista das entidades que executam serviços de acolhimento, que os órgãos de execu-ção as inspecionem, nos termos do que dispõem o art. 201, inciso XI, do Estatuto da Criança e do Adolescente e a Resolução n.º 71/2011, do Conselho Nacional do Ministério Público, en-caminhando- se relatório à Corregedoria-Geral, mediante sistema informatizado disponível no sítio eletrônico do CNMP.

§ 2º Os órgãos de execução devem verificar a existência dos serviços prestados por CRAS e CREAS e se eles correspondem ao tipificado pela Resolução n.º 109 do Conselho Nacional de Assistência Social, preferencialmente ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), ao Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

§ 3º Recomenda-se que, no caso de acolhimento, institucional ou familiar, empreendido pelo Juiz de Direito ou pelo Conselho Tutelar, o órgão de execu-ção diligencie pela imediata expedição de Guia de Acolhimento pela Vara da Infância e Juventude, que deverá se seguir da elaboração, pela entidade res-ponsável pelo programa de acolhimento, do plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar da criança ou adolescente acolhido ou a colocação em família substituta após esgotadas as medidas de reinserção.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 4º Os órgãos de execução devem velar pela estrita observância do cadastro de adoção, nos ter-mos do disposto no art. 50 da Lei n.º 8.069/1990, sobretudo para que as adoções sejam deferidas a postulantes já inscritos e para que se respeite a ordem de habilitação.

Fiscalização do Trabalho de Crianças.

Art. 99. Recomenda-se aos órgãos de execução que diligenciem para que crianças e adolescentes abaixo de catorze anos não trabalhem, verificando se existe, de fato, a condição de aprendiz, no caso de atividade laboral para a faixa compreendida entre 14 e 16 anos.

§ 1º Os órgãos de execução deverão zelar para que nenhuma criança ou adolescente abaixo de dezoito anos desempenhe qualquer uma das atividades arroladas no Decreto Federal n.º 6481/2008, que traz o rol das piores formas de trabalho de natureza insalubre e perigosa.

§ 2º Os órgãos de execução deverão tomar as pro-vidências necessárias para assegurar a matrícula e a frequência obrigatórias de crianças e adoles-centes à escola (art. 101, III, e 1219, V, do ECA).

Art. 100. Recomenda-se aos órgãos de execução que fiscalizem a documentação constitutiva das Associações de Guardas Mirins eventualmente existentes nas respectivas comarcas, a fim de apurar a regularidade formal de tais entidades, bem como a legitimação por parte do CMDCA.

§ 1º Constatadas irregularidades, recomenda-se:

I – notificar o Ministério Público do Trabalho, viabili-zando-lhe o exercício de sua atribuição fiscalizatória relativa às condições do trabalho desenvolvido por crianças e adolescentes;

II – tomar providências no sentido da imediata sus-pensão do encaminhamento de adolescentes para exercício de trabalho por intermédio da Associação de Guardas Mirins até que tal entidade atenda in-tegralmente às normas legais que digam respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes, com projeto de funcionamento devidamente aprovado pelos CMDCA, sob a supervisão ministerial.

Art. 101. Sem prejuízo do disposto nos artigos antecedentes, recomenda-se ao órgão de exe-cução com atribuição na área da infância e da adolescência:

I – o acompanhamento de políticas públicas es-pecializadas e eventual recomendação ao Poder Executivo Municipal visando à promoção de ações de combate ao trabalho infantil, traduzidas nas seguintes medidas:

a) realização, em prazo a ser determinado pelo Promotor de Justiça, de efetivo e sistemático tra-balho de identificação e abordagem das crianças e adolescentes abaixo de 16 (dezesseis) anos que se achem trabalhando ou abaixo de 18 (dezoito) anos que estejam em atividade noturna, perigosa ou insalubre, com apoio do Conselho Tutelar, da Secretaria de Assistência Social e de outros órgãos, procedendo aos encaminhamentos necessários aos programas sociais/assistenciais do município ou ao Programa de Erradicação do Trabalho In-fantil (PETI), cientificando ao Ministério Público as medidas adotadas, caso a caso, com a remessa de relatórios semestrais;

b) adoção de providências visando obstruir a entrada de crianças e adolescentes nos chama-dos “lixões”;

II – o encaminhamento ao Conselho Tutelar para a aplicação das medidas protetivas elencadas no art. 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente em benefício das crianças ou adolescentes em situa-ção de risco social decorrente do trabalho infantil, identificadas durante o atendimento ao público, por

via de notícia de fato trazida à Promotoria de Justiça ou através dos relatórios semestrais tratados na alínea “b” do inciso I deste artigo;

III – a instauração de inquérito civil público, con-forme o caso, para investigação de eventual omis-são do ente público municipal na prevenção e repressão do combate ao trabalho infantil, a teor dos artigos 203 e 204 da Constituição Federal e do artigo 88, I, do Estatuto da Criança e do Adoles-cente, adotando as medidas processuais cabíveis, caso frustrada solução extrajudicial;

IV – a busca por atuação institucional uniforme com o Ministério Público do Trabalho nas questões que versem sobre o combate ao trabalho infantil, fortalecendo a luta por sua erradicação;

V – a observância da Resolução CNMP n.º 105/2014, que dispõe sobre a atuação dos membros do Ministério Público como órgão in-terveniente nos processos judiciais em que se requer autorização para trabalho de crianças e adolescentes menores de 16 (dezesseis) anos.

Medidas de Proteção.

Art. 102. O órgão de execução deverá primar para que as medidas de proteção previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, com exceção das arroladas nos incisos VII, VIII e IX, venham a ser ordinariamente aplicadas pelo Conselho Tutelar.

§ 1º Recomenda-se, extraordinariamente, para a aplicação das medidas referidas no “caput” deste artigo, o manejo judicial de procedimento iniciado por ação do Ministério Público, ao qual se imprimirá o rito ordinário do Código de Processo Civil. Não é recomendável, para os fins deste dispositivo, a utilização de “pedidos de providência”, desprovidos de previsão legal quanto a sua ritualística, poten-cialmente sujeitos a questionamentos judiciais posteriores (por alegação de inobservância aos princípios da ampla defesa e do contraditório) e a desnecessários prolongamentos.

§ 2º A aplicação das medidas de proteção provi-das de contenciosidade presumida não deve ser descurada, máxime nas hipóteses em que sirva de base ao exercício de direitos.

§ 3º No caso da colocação em acolhimento ou na família extensa, seja por decisão do Conselho Tutelar, seja por decisão do Judiciário, a situação de fato deverá ser regularizada por meio da ação de afastamento do convívio familiar, também de litigiosidade presumida, a ser ajuizada pelo Minis-tério Público (art. 101, § 2º, do ECA).

Representação dos Interesses de Crianças e de Adolescentes em Juízo.

Art. 103. Recomenda-se aos órgãos de execução que, nos processos e procedimentos de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, assumam suas atribuições exclusivas de curado-res dos interesses das crianças e adolescentes, afastando a intervenção de qualquer outro órgão ou pessoa a título de “curadores especiais”, “as-sistentes inominados”, “defensores especiais” ou a qualquer outro título (Recomendação Conjunta CGJ CGMP n.º 01/2012).

Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Implantação, Ampliação e/ou Reavaliação dos Equipamentos, Serviços e Programas Socioas-sistenciais.

Art. 104. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que velem, junto aos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Assistência Social e perante o Executivo Municipal, pela implantação, ampliação e/ou reavaliação dos equipamentos, serviços e programas socioassis-tenciais do SUAS destinados à garantia do direito à convivência familiar e comunitária de crianças

e adolescentes no município, a fim de assegurar o seu funcionamento adequado, estrutura física e material condizente e recursos humanos, con-forme previsto na NOB-RH/SUAS (Resolução CNAS n.º 269/2006).

§ 1º Para os fins do “caput” deste artigo, deverá constar nas peças orçamentárias a previsão dos recursos destinados à Assistência Social, com alocação no Fundo Municipal de Assistência Social, mediante acompanhamento e fiscalização do órgão de execução com atribuições na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, ob-servados os limites de interferência nas políticas públicas municipais, que deverão constar dos roteiros de atuação disponibilizados pelos Centros de Apoio, § 2º Em sendo inviável a negociação, deverão ser empregadas as medidas judiciais ca-bíveis, compelindo-se o poder público a garantir o atendimento à criança e ao adolescente em cada município (Recomendação Conjunta CGMP CAOIJ n.º 1, de 19 de agosto de 2008).

Conselhos Tutelares. Processo de Escolha Uni-ficado.

Art. 105. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que velem, junto aos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e ao Poder Executivo Municipal, pela implementação das novas regras estabelecidas pela Lei Federal n.º 12.696/2012, pertinentes ao mandato de 4 (quatro) anos, processo de escolha unificado e previsão de remuneração e direitos sociais dos conselheiros tutelares, devendo constar da lei orçamentária municipal a previsão dos recursos necessários para o pagamento da remuneração e implementação dos direitos sociais dos conse-lheiros tutelares, como cobertura previdenciária, gozo de férias anuais remuneradas (acrescidas de 1/3 – um terço – do valor da remuneração men-sal), licença-maternidade, licença-paternidade e gratificação natalina, nos termos do artigo 134 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

§ 1º Os órgãos de execução devem diligenciar para que o Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes iniciem o processo de escolha unificado no mínimo 6 (seis) meses antes da eleição dos conselheiros tutelares, de forma organizada e com respeito aos atos normativos vigentes, cabendo ao Poder Executivo Municipal prestar o auxílio material necessário à realização do processo de escolha.

§ 2º Os Promotores de Justiça devem realizar efetiva fiscalização do processo de escolha dos membros dos Conselhos Tutelares e, como medida inicial, solicitar aos respectivos

Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente cópia das resoluções e dos editais publicados, bem como das leis municipais que regem a matéria, acompanhadas de suas eventuais alterações, para fins de adoção das medidas eventualmente necessárias para sua realização.

Procedimentos Judiciais para Autorização de Viagens de Crianças e de Adolescentes. Ma-nifestação.

Art. 106. Os órgãos de execução devem se manifestar em todos os procedimentos judiciais para autorização de viagens de crianças e de adolescentes, observando se há litígio entre os pais ou responsável legal da criança e do adoles-cente, bem como se foram respeitadas as regras dos artigos 83 e 85, ambos da Lei n.º 8.069/1990, e da Resolução CNJ n.º 131/2011, que dispõem sobre o tema. Procedimentos Judiciais que Re-gulam a Entrada de Crianças e de Adolescentes em Festas e Eventos. Manifestação.

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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Art. 107. Os órgãos de execução devem se manifestar em todos os procedimentos judiciais de expedição de portarias e alvarás que discipli-nem a entrada e a permanência de crianças e de adolescentes, desacompanhados dos pais ou de responsável, em festas e eventos, observando se os procedimentos e as regras de segurança estão sendo efetiva e completamente seguidas, com o intuito de se garantir a proteção integral desse público.

Parágrafo único. Em caso de não observância das regras e dos procedimentos previstos, caberá ao órgão de execução ajuizar a competente ação, com pedido liminar, para impedir a entrada de crianças e de adolescentes desacompanhados de pais ou de responsáveis no evento a ser realizado com condições atentatórias à exata disciplina da proteção integral a que fazem jus.

Coletivização das Demandas. Prioridade de Atua-ção Coletiva, sem Embargo do Ajuizamento de Providências de Cunho Individual e Específico.

Art. 108. Os órgãos de execução devem conferir prioridade à atuação de forma resolutiva e transin-dividual, procurando priorizar a coletivização das demandas, sem prejuízo da atuação subsidiária no plano individual, se imprescindível.

cAPÍtulO ViiiDA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Exploração Florestal. Obrigatória Autorização do Órgão Fiscalizador Competente. Infrações à Legis-lação Ambiental. Medidas Judiciais e Extrajudiciais. Instrumentos e Produtos do Crime. Medidas Gerais de Valia ao Meio Ambiente.

Art. 109. Os órgãos de execução com atua-ção no controle da exploração, do comércio, do transporte e do consumo de produtos de origem florestal, especialmente o carvão vegetal destinado à siderurgia, devem velar pela efetiva atuação dos órgãos fiscalizadores das práticas ilícitas de des-matamento, carvoaria e transporte de produtos de origem florestal, especialmente com a aplicação das sanções administrativas pertinentes, nos ter-mos do Decreto Federal n.º 6.514/2008.

§ 1º Eventual doação decorrente da apreensão de produtos de origem florestal deverá beneficiar, pre-ferencialmente, instituições que tenham entre seus objetivos estatutários a defesa do meio ambiente e que se comprometam, quando da comercialização daqueles produtos e instrumentos, a respeitar seu valor de mercado.

§ 2º O membro do Ministério Público com atuação no controle da exploração, comércio, transporte e consumo de produtos de origem florestal, espe-cialmente o carvão vegetal destinado à indústria siderúrgica, deve manter contato permanente com as autoridades ambientais e os juízes das comarcas em que oficiem para que estabeleçam mecanismos capazes de agilizar os procedimentos que envolvam infrações ambientais com carga de origem florestal apreendida, visando sobretudo à efetividade no combate à “máfia do carvão”.

Área de Reserva Legal. Averbação no Registro de Imóveis. Imposição Legal.

Art. 110. Recomenda-se aos órgãos de execução com atribuições na área de meio ambiente e de registros públicos que fiscalizem os atos registrais concernentes à averbação da área de reserva legal a serem efetivados perante os Cartórios de Registro de Imóveis, inspecionando os livros pertinentes e apontando outras providências capazes de tornar efetivas as normas insertas no art. 16 da Lei n.º 4.771/1965, bem como na Lei n.º 10.267/2001.

Parágrafo único. O cumprimento da legislação relativa à reserva legal deverá ser verificado pelo órgão de execução antes de promover o arquiva-mento de procedimento administrativo ambiental, mesmo que esta não seja a causa da instauração do procedimento (Enunciado de Súmula CSMP n.º 37/2006).

Celebração de Termo de Ajustamento de Conduta e Empreendimentos não Licenciados. Incom-patibilidade.

Art. 111. Os órgãos de execução não devem celebrar termos de ajustamento de conduta que possibilitem o funcionamento de empreendimen-tos cujas atividades se encontrem embargadas pela Administração Pública, ou que permitam o funcionamento de empresas que não possuam licenciamento ambiental, sem a interveniência do órgão ambiental competente.

Dano Ambiental. Transação Penal e Composição Civil. Termo de Ajustamento de Conduta.

Art. 112. A composição do dano ambiental, re-quisito legal para a admissibilidade da aplicação imediata da pena no âmbito dos Juizados Espe-ciais Criminais, nos termos do art. 27 da Lei n.º 9.608/1998, deve ser firmada preferencialmente mediante termo de ajustamento de conduta, em conformidade com o art. 5º, § 6º, da Lei n.º 7.347/1985.

cAPÍtulO iXDA INTERVENÇÃO EM CONFLITOS

AGRÁRIOS

Conhecimento de “Notitia Criminis”.

Art. 113. Recomenda-se aos órgãos de execução (art. 61, IV, da Lei Complementar n.º 34/1994) comunicarem ao Centro de Apoio Operacional de Conflitos Agrários a existência de ocorrências policiais, “notitia criminis”, termos circunstanciados de ocorrências, inquéritos policiais e/ou ações penais concernentes a infrações penais em tese perpetradas em razão de conflitos coletivos pela posse da terra rural.

Atribuição da Promotoria Especializada. Comu-nicações.

Art. 114. Os órgãos de execução devem velar pela atribuição da Promotoria de Justiça Especializada em Conflitos Agrários de Belo Horizonte e pela competência “ratione materiae” da Vara Agrária Estadual, nos conflitos coletivos sobre a posse da terra rural, nas ações discriminatórias de ter-ras devolutas estaduais e nas respectivas ações conexas, nos termos do art. 126 da Constituição Federal, do art. 82, III, do Código de Processo Civil e da Resolução n.º 438/2004, alterada pela Resolução n.º 620/2009, ambas do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Parágrafo único. Para tanto, os órgãos de exe-cução devem peticionar ao juízo perante o qual tramita o feito, requerendo sua remessa à Vara Agrária Estadual, com a revogação de eventuais atos decisórios, com ciência, para acompanha-mento, ao Centro de Apoio Operacional de Con-flitos Agrários.

cAPÍtulO XDA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO

HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL

Patrimônio Cultural e Turístico. Legislação Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.

Art. 115. Os órgãos de execução devem verificar se os municípios integrantes da comarca onde atuam apresentam legislação que contemple os diversos instrumentos, bem como os órgãos de defesa e promoção do patrimônio cultural, tais

como registros, inventários, tombamentos, gestão documental, poder de polícia, educação patrimo-nial, Conselho e Fundo Municipais de Patrimônio Cultural, tomando as medidas administrativas e judiciais cabíveis em caso de eventual omissão do Poder Público.

Municípios. Elaboração do Plano Diretor. Esgota-mento do Prazo Legal.

Art. 116. Os órgãos de execução devem adotar medidas para que os municípios de sua circuns-crição governem seus setores administrativos de forma integrada, inclusive para que não expeçam alvarás, autorizações ou licenças ambientais e/ou de reforma, demolição ou alteração de bens exis-tentes em seu território, sem prévia consulta aos Conselhos de Patrimônio Cultural e\ou Setores de Patrimônio Cultural do município, a fim de verificar se o bem é reconhecido como de interesse cultural.

Patrimônio Cultural Arquivístico. Preservação.

Art. 117. Os órgãos de execução devem adotar medidas para enfrentar eventual omissão dos municípios que, enquadrados nas obrigações previstas na Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001, nos termos do art. 50, com a redação dada pela Lei n.º 11.673, de 8 de maio de 2008, não aprovaram os respectivos planos diretores até a presente data.

Parágrafo único. Os órgãos de execução devem acompanhar as discussões no município para que a elaboração dos planos diretores respeite os Planos de Inventário de Patrimônio Cultural Municipais porventura existentes, adotando, nos limites de suas atribuições, as medidas pertinen-tes para o suprimento de eventuais omissões ou correção de irregularidades.

Art. 118. Os órgãos de execução devem fiscali-zar a existência e o adequado funcionamento de arquivos públicos municipais, que devem imple-mentar, acompanhar e supervisionar a gestão de documentos arquivísticos produzidos e recebidos pelos Poderes Executivo e Legislativo, e promover a organização, a preservação e o acesso dos do-cumentos de valor permanente ou histórico reco-lhidos dos diversos órgãos e entidades municipais.

Parágrafo único. Para o cumprimento do dis-posto no “caput” deste artigo, respeitadas as peculiaridades regionais e locais, o grau de es-pecialização das unidades do Ministério Público e respeitada a priorização das ações ministeriais quanto à prestação dos serviços públicos essen-ciais, devem-se adotar as medidas administrativas e ou judiciais necessárias à criação, implantação e adequado funcionamento dos arquivos públicos municipais dos Poderes Executivo e Legislativo.

cAPÍtulO XiDA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO

PÚBLICO

Estatuto das Pequenas e Microempresas. Lei Complementar Federal n.º 123, de 2006. Tomada de Providências para a Regulamentação e Aplica-ção no Âmbito Municipal. Inércia da Administração Pública. Descumprimento de Determinação Legal por Omissão. Ato de Improbidade Administrativa.

Art. 119. Os órgãos de execução com atribuição para atuar na tutela do patrimônio público e na defesa da ordem econômica e tributária devem adotar as providências pertinentes para a regula-mentação e aplicação, no âmbito municipal, da Lei Complementar Federal n.º 123/2006.

Parágrafo único. A inércia da Administração Pública municipal poderá configurar ato de impro-bidade administrativa, demandando a atuação do órgão de execução.

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Expedientes Oriundos do Tribunal de Contas. Autos Originais. Extração de Cópias.

Art. 120. O órgão de execução, na hipótese de recebimento de autos originais oriundos de pro-cedimento afeto ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais versando sobre prestação de contas de qualquer natureza, encaminhados ou não pelo Ministério Público oficiante naquela Corte, deve proceder à imediata análise dos expedientes, diligenciando a extração de cópias suficientes para instrução de procedimento administrativo, inquérito civil ou ajuizamento de ação civil pública visando à tutela do erário e da probidade admi-nistrativa, providenciando devolução daqueles autos à sua origem.

§ 1º A devolução dos autos originais visa preservar o acervo processual da Corte de Contas, reco-mendando-se o prazo de trinta dias a contar de seu recebimento, para devido controle e baixa.

§ 2º A providência prevista no “caput” deste artigo deve ser empreendida nos casos em que os au-tos originais estiverem instruindo procedimentos administrativos ou inquéritos civis.

§ 3º Na hipótese de os autos originais estarem instruindo ação civil pública ajuizada pelo órgão de execução, recomenda-se que solicite formal-mente ao magistrado, no âmbito do contraditório, o desentranhamento dos expedientes, após feitura das cópias pertinentes, comunicando qualquer deliberação jurisdicional ao Ministério Público oficiante no Tribunal de Contas.

Ressarcimento ao Erário. Título Executivo Extra-judicial Lavrado pelo Tribunal de Contas do Es-tado. Ilegitimidade Ministerial para Execução das Decisões Condenatórias Proferidas por Tribunais de Contas. Investigação que Deve Recair sobre as Providências do Legitimado (PEP 280/2016).

Art. 121. O órgão de execução deve proceder à investigação dos agentes públicos municipais que derem causa à inércia na execução dos títulos extrajudiciais expedidos pelo Tribunal de Contas do Estado, para apuração de eventuais infrações penais e atos configuradores de improbidade administrativa.

Improbidade Administrativa. Investigação. Indí-cios de Crime. Meta 18 do Conselho Nacional de Justiça.

Art. 122. O membro do Ministério Público, ao tomar conhecimento da existência de ilícito civil apto a configurar ato de improbidade administra-tiva, deve instaurar procedimento preparatório ou, havendo elementos suficientes, inquérito civil, com o escopo de se elucidarem devidamente os fatos.

§ 1º Se, no curso da apuração, surgirem indícios de prática criminosa por parte do agente público, deverão ser extraídas cópias dos respectivos autos para instauração de Procedimento de Investigação Criminal ou requisição de inquérito policial, aten-tando- se para as atribuições do Grupo Especial de Combate aos Crimes praticados por Agentes Políticos Municipais que gozam de foro por prer-rogativa de função.

§ 2º Os feitos indicados na Meta n.º 18 do Poder Judiciário para o ano de 2013 serão objeto de prioridade, nos termos da Recomendação n.º 21, de 30 de julho de 2013, do Conselho Nacional do Ministério Público.

Fiscalização da Destinação de Verbas Públicas.

Art. 123. Os órgãos de execução devem conhe-cer, no âmbito de suas respectivas comarcas, as entidades públicas e privadas beneficiadas com verbas dos orçamentos federal, estadual e mu-nicipal, fiscalizando a destinação dada a estas e

adotando as medidas civis e penais de sua alçada em caso de qualquer irregularidade.

Parágrafo único. Não sendo atribuição do órgão de execução nenhuma providência a respeito das irregularidades verificadas, estas deverão ser co-municadas à Procuradoria- Geral de Justiça, para o encaminhamento devido.

Interesses Difusos e Coletivos. Dano Patrimonial a Órgãos e Entidades Públicas. Valores Pecuniários Decorrentes de Multa Civil em Ação de Improbi-dade Administrativa. Destinação. Órgão Lesado.

Art. 124. Sem prejuízo do disposto no art. 17 desta Consolidação, o órgão de execução com atribuição na defesa do patrimônio público poderá destinar aos órgãos ou às entidades públicas es-taduais ou municipais que tenham sofrido a lesão patrimonial os valores pecuniários decorrentes de:

I – compromissos de ajustamento de conduta; II – descumprimento de decisões judiciais;

III – sanção de multa civil cominada em ação de improbidade administrativa.

Interesses Difusos e Coletivos. Término de Man-dato do Chefe do Poder Executivo Municipal. Equipes de Transição.

Art. 125. Os órgãos de execução devem adotar medidas judiciais e extrajudiciais que assegurem ao prefeito eleito o amplo acesso a todas as infor-mações administrativas do município necessárias à instalação da nova Administração.

Improbidade Administrativa. Dano ao Erário. Pe-rícia. CEAT. Intimação dos Acionados quanto à Prova Produzida.

Art. 126. Visando à constituição de acervo pro-batório sólido para o ajuizamento das ações de ressarcimento e/ou improbidade administrativa, o órgão de execução deve, no âmbito dos expe-dientes extrajudiciais instaurados, solicitar formal-mente à CEAT, por meio de envio de formulário padronizado (Instrução Normativa PGJAA CEAT n.º 01/2017), a viabilização das perícias que se fizerem necessárias, mediante indicação do es-clarecimento técnico pretendido, que delimite concreta e precisamente o fato ou a conduta objeto da investigação técnica.

Parágrafo único. Em eventual manejo da respec-tiva ação civil pública, o órgão de execução deve fazer constar, de maneira expressa, pedido para intimação dos réus para que se manifestem for-malmente acerca das provas periciais produzidas nos expedientes aludidos no “caput” deste artigo.

Calamidade Pública e Estado de Emergência. Fiscalização do Objeto dos Contratos Firmados sob o Permissivo da Inexigibilidade de Licitação.

Art. 127. Recomenda-se aos órgãos de execução que, quando decretado estado de emergência e/ou calamidade pública em município da comarca em que atue, atentem para a necessidade de se observar, nos contratos celebrados pelas adminis-trações municipais com inexigibilidade de licitação fundamentada no inciso IV do art. 24 da Lei n.º 8.666/1993, a pertinência do objeto contratado com a situação emergencial ou calamitosa que ensejou a decretação.

Número de Vereadores Empossados nas Câmaras Municipais. Fiscalização.

Art. 128. Recomenda-se aos órgãos de execução que apurem se o número de vereadores empossa-dos nas câmaras dos municípios integrantes das comarcas está previsto na respectiva lei orgânica e se não ultrapassa os limites postos no art. 29 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional n.º 58/2009.

Parágrafo único. Na hipótese de não se cons-tatar a correspondência referida no “caput” deste artigo e, em sendo o número de vereadores su-perior ao previsto na lei orgânica municipal e ao permitido na Constituição Federal, recomenda-se aos órgãos de execução a propositura de ação civil fulcrada na Lei n.º 8.429/1992, visando ao ressarcimento ao erário municipal e à aplicação das demais penalidades previstas nessa Lei aos envolvidos nos atos de improbidade.

Suspensão dos Direitos Políticos. Improbidade Administrativa.

Art. 129. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que, ao elaborarem as alegações finais nas ações de improbidade administrativa, e sendo cabível a imposição de suspensão dos direitos políticos, postulem a oportuna anotação da de-cisão transitada em julgado ouproferida por órgão judicial colegiado no Cadastro Geral de Eleitores, efetivando-se o impedimento ao exercício dos direitos de votar e ser votado.

Inelegibilidade. Improbidade Administrativa.

Art. 130. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que, ao elaborarem as alegações finais nas ações de improbidade administrativa, cuja con-duta tenha sido dolosa, causado dano ao erário e proporcionado enriquecimento ilícito ao agente ou a terceiros e sendo cabível a imposição de sus-pensão dos direitos políticos, postulem a oportuna comunicação da decisão colegiada condenatória à Justiça Eleitoral, para efeito de sua anotação no Cadastro Geral de Eleitores, na forma do art. 51 da Resolução TSE n.º 21.538/2003, efetivando--se o impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva.

Inelegibilidade. Abuso de Poder.

Art. 131. Recomenda-se aos órgãos de execução que, ao elaborarem as alegações finais ou parecer final nas ações de investigação judicial eleitoral por abuso de poder e sendo cabível a procedên-cia, postulem a oportuna anotação da decisão transitada em julgado ou proferida por órgão co-legiado da Justiça Eleitoral no Cadastro Geral de Eleitores, na forma do art. 51 da Resolução TSE n.º 21.538/2003, efetivando-se o impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva.

Inelegibilidade (arts. 23, 30-A, 41-A, 73, 75, 77 e 81, da Lei das Eleições).

Art. 132. Recomenda-se aos órgãos de execução que, ao elaborarem alegações finais ou pareceres finais nas representações por corrupção eleitoral, captação ilícita de sufrágio, doação ilícita, capta-ção ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais, e sendo cabível a proce-dência, postulem a oportuna anotação da decisão transitada em julgado ou proferida por órgão co-legiado da Justiça Eleitoral no Cadastro Geral de Eleitores, na forma do art. 51 da Resolução TSE n.º 21.538/2003, efetivando-se o impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva. Contra-tação de Advocacia no Âmbito dos Municípios. Nota Técnica CAO-PP n.º 01/2016. STJ, Resp n.º 1.192.332 – RS (2010/0080667-3), julgado em 12.11.2013. Inteligência da Recomendação CNMP n.º 36/2016 (PROF 303/2016).

Art. 133. O órgão de execução deve ter em conta que a contratação de serviço de advoca-cia privada por ente público, especialmente no âmbito dos municípios, somente se justifica se o objeto do serviço contratado se afigura singular e não caracteriza a própria atividade permanente do município, típica da advocacia pública, cujos quadros devem ser compostos mediante concurso público e estruturados em carreira.

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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§ 1º O órgão de execução deve fiscalizar se a contratação de serviço de advocacia por ente público, especialmente no âmbito dos municípios, efetivou-se por licitação pública, que somente poderá ser dispensada quando:

I – for inviável a competição;

II – o escritório de advocacia contratado ostentar notória especialização quanto ao objeto contra-tado, sem que o ente público disponha, em seus quadros regulares, de serviço compatível.

§ 2º Sem prejuízo da ilegitimidade da terceirização dos serviços jurídicos permanentes no âmbito do poder público, o órgão de execução, ao propor ação questionando a contratação de advocacia privada por ente público, deverá fundamentar especifica e concretamente em que consistiu a ilegalidade, observando-se o art. 37, § 2º, da Constituição Federal e os arts. 13 e 25, II, ambos da Lei n.º 8.666/93.

§ 3º O órgão de execução, no confronto entre o objeto do contrato e as informações sobre a especialização do advogado contratado, deverá demonstrar que o questionamento da legitimidade da contratação não viola, no caso concreto, a prerrogativa do exercício profissional da advocacia.

cAPÍtulO XiiDA PROMOÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA

Tutela Coletiva. Priorização. Enunciado n.º 16, de 07.12.2011. Comissão Permanente de Defesa da Saúde (COPEDS) do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional de Procu-radores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).

Art. 134. Recomenda-se aos órgãos de execução que priorizem a atuação coletiva nas questões de saúde pública, conforme Plano Nacional de Atuação Ministerial em Saúde Pública, aprovado pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), com destaque para a atenção básica e para os cuidados necessários específicos às populações mais vulneráveis, nos termos do art. 127, “caput”, da Constituição Federal.

Parágrafo único. A atuação priorizada coletiva do Ministério Público nas questões de saúde pública não prescinde de sua atuação nas de-mandas individuais, em especial na tutela das urgências e emergências, sobretudo quando não existirem na comarca Defensoria Pública e outros aparelhos de acesso do usuário aos Sistemas de Saúde e de Justiça.

Urgência e Emergência. Internação Hospitalar. Regulação. Compra de Leitos. Vaga Zero. Enun-ciados n.ºs 17, 18 e 20, de 27.07.2011, Fórum Permanente de Direito à Saúde de Minas Gerais – TJMG, MPMG e SES/MG.

Art. 135. Recomenda-se aos órgãos de execução que, em suas ações e procedimentos, observem a competência do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado da Saúde (Gestor SUS Estadual), para:

I – a regulação dos serviços de urgência e emer-gência médicas, de média e alta complexidades, e atenção hospitalar, devendo garantir o efetivo acesso dos usuários àqueles leitos;

II – nas situações de urgência e emergência mé-dicas, no nível hospitalar, de média e alta com-plexidades, garantir a compra de leitos privados para os usuários regularmente cadastrados no sistema oficial do SUS, sempre que constatada a insuficiência de seus leitos na rede pública ou privada contratada, na forma da Lei Estadual

n.º 15.474/2005 e da Nota Técnica SES/MG n.º 026/2010.

Art. 136. Recomenda-se aos órgãos de execução que se atentem para o fato de que as unidades de atendimentos pré-hospitalares (UPA, PAM e outras) destinadas às situações de urgência e emergência médicas e atenção ambulatorial não têm natureza de unidade hospitalar, sendo, portanto, inadequada a “internação” de pacientes em seus complexos, quando for caso de remoção para regular internação (leito) hospitalar.

Parágrafo único. Constatada a irregularidade técnica, com violação do direito de acesso dos usuários aos serviços de saúde, no nível hospitalar, deverá o órgão de execução adotar as providências judiciais ou extrajudiciais cabíveis.

Divisão de Competência entre os Entes Públicos. Enunciado n.º 17, de 07.12.2011, Comissão Permanente de Defesa da Saúde (COPEDS) do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União – CNPG. Enunciado n.º 10, de 18.11.2010, Fórum Permanente de Direito à Saúde de Minas Gerais – TJMG, MPMG e SES/MG.

Art. 137. Recomenda-se aos órgãos de execu-ção que, em ajuizamentos de ações envolvendo a Saúde Pública, observem a divisão de compe-tências dos entes no Sistema Único de Saúde (SUS), desde que tal observância não constitua óbice para a garantia do direito à saúde.

Art. 138. Para a garantia do planejamento e do orçamento, deve-se assegurar ao ente gestor, quando da realização de despesas de saúde para outra esfera governamental, não previstas no seu orçamento ou no plano de saúde, o ressarcimento por esse atendimento, na forma do artigo 35, VII, da Lei Federal n.º 8.080/90.

Garantia do Acesso às Ações e aos Serviços de Saúde. Ajuizamento de Ações em Face do Poder Público para Compra de Medicamentos. Enuncia-dos n.ºs 18, 19 e 20, de 07.12.2011, da Comissão Permanente de Defesa da Saúde (COPEDS) do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG). Enunciado n.º 5, de 09.08.2010, n.º 13, de 18.11.2010, e n.º 25, de 28.11.2011, Fórum Permanente de Direito à Saúde de Minas Gerais – TJMG, MPMG e SES/MG.

Art. 139. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela aten-ção primária, devendo se iniciar, preferencialmente, pelo SUS e se completar na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.

Art. 140. Deve ser dada preferência aos me-dicamentos disponibilizados pelo ente público, ressalvada sua ineficácia no tratamento de doença específica, mediante comprovação técnica, in-clusive pericial, apontando-se, concretamente, a eficácia do fármaco indicado.

Parágrafo único. Os órgãos de execução de-vem exigir das Secretarias Municipais de Saúde a elaboração e atualização da Relação Municipal de Medicamentos da Atenção Básica (REMUME).

Art. 141. Em razão da necessidade de eficiência da Administração Pública, devem ser preservadas as políticas públicas de saúde, com a utilização de medidas excepcionais não padronizadas apenas no caso de ineficiência ou ausência daquelas.

Art. 142. O órgão de execução deve obser-var, como referência, os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas, a Relação Nacional

das Ações e Serviços de Saúde (RENASES) e a Relação Nacional de Medicamentos (RENAME), atento à Medicina Baseada em Evidências (MBE), devendo observar ainda que a Lei n.º 8.080/1990 e o Decreto n.º 7.508/2011 organizam ações e serviços no âmbito do SUS, mas não restringem direitos, segundo a diretriz da integralidade do direito à saúde, estabelecida no art. 198, II, da Constituição Federal, cujo conteúdo foi explicado pelo Supremo Tribunal Federal na Suspensão de Tutela Antecipada n.º 175.

Art. 143. Os órgãos de execução, em casos de solicitação de medicamentos e procedimentos não relacionados nas padronizações do Ministério da Saúde, do Estado ou do Município, devem velar para que o médico prescritor justifique, fundamen-tadamente, as prescrições não constantes das listas iniciais (através de laudo com história clínica do paciente, anexando exames de diagnósticos e cópias de estudos baseados em evidências, por exemplo), devendo eles ainda justificar a prescri-ção como primeira escolha, em detrimento dos medicamentos padronizados.

Descontos em Medicamentos Adquiridos pelo Poder Público. (Ofício Circular n.º 12/2013/PGR/5.ª CCR/MPF).

Art. 144. Recomenda-se aos órgãos de execução que, ao ajuizarem ações que tenham por objeto a aquisição de medicamentos pelo poder público, requeiram, além da condenação à compra da substância (e não da marca do medicamento), a aplicação do desconto relativo ao Coeficiente de Aplicação de Preço (CAP).

Informações Básicas como Pressupostos da Atuação. Acervo Mínimo da Promotoria de Justiça. Enunciado n.º 23, de 07.12.2011, da Comissão Permanente de Defesa da Saúde (COPEDS) do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).

Art. 145. Os órgãos de execução devem deter o seguinte acervo mínimo na Promotoria de Justiça:

I – lei local atualizada de criação do Conselho de Saúde e do Fundo de Saúde;

II – regimento interno atualizado do Conselho de Saúde;

III – plano de saúde local em vigor;

IV – programação anual de saúde local em vigor;

V – relatório anual de gestão local do ano anterior, aprovado pelo Conselho de Saúde local;

VI – Relação Municipal de Medicamentos da Atenção Básica (REMUME) em vigor; VII – rela-ção estadual de medicamentos do componente especializado;

VIII – Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde (COAPS), se houver;

IX – relatório resumido do primeiro semestre e anual do Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde (SIOPS), verificando o percentual investido em saúde pública e o valor, em moeda nacional, por habitante;

X – lei orçamentária anual do Município, de forma a destacar a aplicação em saúde pública.

Orçamento e Aplicação de Recursos nas Ações e nos Serviços de Saúde. Prestação de Contas. Enunciados n.ºs 24 e 25, de 07.12.2011, da Comissão Permanente de Defesa da Saúde (CO-PEDS) do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) do Conselho Nacional de Procuradores--Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).

Art. 146. Prevendo a Lei Orçamentária Anual (LOA) percentual inferior ao estabelecido na Emenda

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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Constitucional n.º 29/2000, regulamentada pela Lei Complementar n.º 141/2012, o Ministério Público ajuizará Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) na instância competente.

Art. 147. Recomenda-se aos órgãos de execução a adoção de providências nos casos em que o ente público investir em saúde pública percentual inferior ao que fora previsto na respectiva lei orça-mentária anual, para a devida compensação nos exercícios subsequentes.

Art. 148. Recomenda-se que os órgãos de execução fiscalizem a exigência de o gestor do SUS, em cada ente da Federação, apresentar ao Conselho de Saúde, em audiência pública na respectiva Casa Legislativa, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, relatório detalhado correspondente ao quadrimestre anterior, o qual deverá conter, no mínimo, informações relativas ao montante e à fonte dos recursos aplicados no período, às auditorias realizadas ou em fase de execução no período e duas recomendações e determinações e à oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada, cotejando esses dados com os in-dicadores de saúde da população em seu âmbito de atuação (art. 36 da Lei Complementar n.º 141, de 13 de janeiro de 2012).

Saúde Mental. Requisitos da Internação Compul-sória (Interpretação da Portaria MS n.º 148, de 31.01.2012). Enunciado n.º 27, de 28.11.2011, do Fórum Permanente de Direito à Saúde de Minas Gerais – TJMG, MPMG e SES/MG.

Art. 149. O órgão de execução deve considerar, em sua atuação, que constitui atribuição do Gestor Municipal a organização, o acesso e o controle da porta de entrada da atenção psicossocial em seu território.

Parágrafo único. O fato de inexistirem, no muni-cípio, os serviços organizados em rede de saúde mental não afasta sua responsabilidade no aten-dimento territorial àquele serviço, notadamente no nível da atenção primária à saúde.

Art. 150. Os órgãos de execução devem observar a internação psiquiátrica como medida excepcio-nal, indicada, em qualquer de suas modalidades (voluntária, involuntária e compulsória), somente quando os recursos extra-hospitalares se mostra-rem insuficientes, uma vez que o tratamento tem como finalidade permanente a reinserção social do paciente (Lei Federal n.º 10.216/2001 e Lei Estadual n.º 12.684/1997).

§ 1º A internação psiquiátrica será utilizada após a exclusão das demais possibilidades terapêuticas e sua duração máxima corresponderá ao período necessário para que possa ser iniciado, em am-biente extra-hospitalar, o processo de reinserção social da pessoa portadora de transtorno mental.

§ 2º A internação em leitos públicos ou convenia-dos com o poder público terá encaminhamento exclusivo dos centros de referência de saúde mental públicos ou dos serviços públicos de emer-gência psiquiátrica e ocorrerá, preferencialmente, em estabelecimento escolhido pelo paciente.

§ 3º Inexistindo serviço psiquiátrico na localidade em que tiver sido atendido, o paciente será encami-nhado pelo médico responsável pelo atendimento para o Centro de Referência de Saúde Mental ou para o serviço de urgência psiquiátrica mais próximo, às expensas do SUS.

§ 4º A internação compulsória é medida excepcio-nal na conduta terapêutica do paciente em saúde mental (Lei n.º 10.216/2001), após esgotados todos os recursos extra- hospitalares, não neces-sitando do procedimento de interdição, devendo ser amparada em laudo técnico circunstanciado,

que indique os motivos que a justificam, expedido por médico no regular exercício de suas atribui-ções, não perdurando após o paciente receber alta clínica.

Art. 151. Os órgãos de execução devem adotar as providências necessárias à implantação do Serviço Hospitalar de Referência para Atenção a Pessoas com Sofrimento ou Transtorno Mental e com Necessidades de Saúde decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, junto ao Gestor SUS, nos municípios ou Regiões de Saúde, com existência de ações de saúde mental na Atenção Básica e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de referência.

Parágrafo único. O Serviço Hospitalar de Re-ferência deve ser implantado em Hospitais Ge-rais, preferencialmente de natureza pública ou filantrópica.

cAPÍtulO XiiiDA PROMOÇÃO DOS DIREITOS DAS

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Art. 152. Os órgãos de execução devem ela-borar planejamento, alinhado ao Plano Geral de Atuação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com cronograma e etapas viáveis, para ações locais concretas voltadas à inclusão social das pessoas com deficiência, com prioridade para a acessibilidade física e mobilidade urbana a partir de áreas mais vulneráveis do ponto de vista econômico.

Parágrafo único. No planejamento local, deve-rão ser incluídas entidades públicas e privadas destinadas a:

I – educação escolar regular;

II – comercialização de bens e produtos essenciais ou de uso corrente;

III – eventos culturais, atividades esportivas, tu-rísticas e de lazer.

cAPÍtulO XiVDA INTERVENÇÃO NAS RELAÇÕES DE

CONSUMO

Arrecadação de Multas. Fundo Estadual de Pro-teção e Defesa do Consumidor. Localização de Empresas Infratoras e seus Sócios.

Art. 153. O órgão de execução com atuação na defesa do consumidor (Procon Estadual) deverá velar para que as multas arrecadadas nos proce-dimentos administrativos sejam revertidas exclusi-vamente ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei Complementar Estadual n.º 66/2003), conforme determina o art. 57 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/1990) e o art. 29 do Decreto Federal n.º 2.181/1997.

Parágrafo único. Recomenda-se aos órgãos de execução com atuação administrativa no PROCON-MG a adoção das seguintes medidas, destinadas à localização das empresas infratoras e de seus sócios, visando à devida instrução do processo administrativo e à regularidade dos expedientes, sem prejuízo da adoção de outras medidas judiciais cabíveis:

I – incluir expressamente os sócios no feito antes do julgamento, nos casos de impossibilidade de localização da empresa que tenha encerrado suas atividades;

II – solicitar, via portal do Ministério Público de Minas Gerais, “link” da Coordenadoria de Planejamento Institucional/Solicitação de acesso a sistemas externos, o acesso aos convênios disponibilizados para obtenção de dados cadastrais, buscando a

localização das empresas infratoras e a identifica-ção de seus sócios;

III – oficiar, com o mesmo objetivo referido no inciso II do parágrafo único deste artigo, aos ór-gãos estaduais e federais que tenham atribuição pertinente às relações de consumo;

IV – observar o disposto no § 2º do art. 42 do Decreto n.º 2.181/1997 (intimação por edital) an-tes de proferir decisão em casos específicos de impossibilidade de notificação regular;

V – remeter à dívida ativa os casos em que houver a condenação do sócio e o não pagamento da multa.

Prioridade na Atuação Coletiva.

Art. 154. Recomenda-se aos órgãos de execução que exerçam, nos limites de suas atribuições, ges-tão política junto ao Poder Público Municipal com o escopo de estimular os Chefes dos Executivos locais a implementarem o Órgão de Defesa do Consumidor com competência local e/ou Regio-nal para atendimento das demandas individuais. Venda de Combustíveis e GLP.

Art. 155. O órgão de execução deverá velar pela regularidade da estocagem e comercialização de combustíveis e gás liquefeito de petróleo, sem pre-juízo das medidas administrativas eventualmente adotadas pelo Procon Estadual.

Parágrafo único. A constatação de irregulari-dades quanto às condições referidas no “caput” deste artigo deverá ser comunicada ao órgão de execução com atribuições criminais (Lei n.º 8.176/1991).

cAPÍtulO XVDA PROTEÇÃO AOS IDOSOS

Estatuto do Idoso. Situação de Risco. Legitimidade de Intervenção do Ministério Público.

Art. 156. Recomenda-se aos órgãos de execução a interpretação conjunta dos arts. 75 e 43 da Lei Federal n.º 10.741, de 1.º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), atentando- se para a obriga-toriedade da atuação ministerial nas hipóteses em que o idoso encontrar-se em situação de risco ou houver possibilidade de frustração de seus direitos, coletivamente considerados.

cAPÍtulO XViDA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO

Orçamento. Aplicação do Mínimo Constitucional. Oferta de Vagas. Educação Inclusiva. Atendimento Educacional Especializado. Plano de Carreira dos Profissionais da Educação Escolar Pública. Piso Salarial Profissional Nacional. Educação de Zero a Três Anos.

Efetividade da Emenda n.º 59/2009.

Art. 157. Recomenda-se aos órgãos de execução a adoção de medidas extrajudiciais ou processuais que assegurem:

I – o investimento em educação, por parte do ente público municipal, em patamares que efetivamente observem aquele previsto na respectiva lei orça-mentária anual, respeitando-se o mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de trans-ferências, na manutenção e no desenvolvimento do ensino, conforme determinado no artigo 212 da Constituição Federal;

II – a ampliação de ofertas de vagas na pré-escola, conforme artigo 208, I, da Constituição Federal;

III – a inclusão dos alunos com deficiência na rede regular de ensino, com a oferta do atendimento educacional especializado respectivo, nos termos do inciso III do artigo 208 da Constituição Federal, sem a cobrança de taxa extra;

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ATO CGMP N.º 2, DE 02 DE JANEIRO DE 2018

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IV – a regulamentação de plano de carreira para os profissionais da educação escolar pública, aten-tando-se para o respeito ao piso salarial nacional da categoria, em cumprimento ao artigo 206, V e VIII e parágrafo único, da Constituição Federal;

V – a ampliação do atendimento da população de zero a três anos em creche, bem como da busca pela universalização do atendimento da população de quatro a cinco anos em pré-escolas, observada também a educação inclusiva;

VI – o efetivo cumprimento do disposto no artigo 6.º da Emenda Constitucional n.º 59/2009, que determina a implementação progressiva, até 2016, da educação básica obrigatória e gratuita.

Conselho Municipal de Acompanhamento do FUN-DEB. Conselho Municipal de Alimentação Escolar. Conselho Municipal de Educação.

Verificação da Implantação e Regular Funcio-namento.

Art. 158. Recomenda-se aos órgãos de exe-cução que verifiquem a implantação e o regular funcionamento, no Município, do Conselho de Acompanhamento do FUNDEB, do Conselho de Alimentação Escolar e do Conselho Municipal de Educação.

§ 1º Verificada a inexistência de qualquer dos conselhos mencionados no “caput” deste artigo ou havendo indício de funcionamento irregular ou ineficiente, recomenda-se a instauração do competente expediente, no âmbito da Promotoria de Justiça, para a verificação da implantação e regular funcionamento, no Município, do Con-selho de Acompanhamento do FUNDEB, do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e do Conselho Municipal de Educação, averiguando, notadamente:

I – a constitucionalidade e a legalidade das res-pectivas leis de criação dos Conselhos;

II – a apresentação de dotação orçamentária específica para a criação, manutenção e custeio dos conselhos;

III – a garantia de estrutura adequada para o fun-cionamento, prevendo, inclusive, a capacitação de seus membros.

§ 2º Para o saneamento das irregularidades even-tualmente detectadas, recomenda-se ao órgão de execução valer-se do instrumento previsto no artigo 67, inciso VI, da Lei Complementar Estadual n.º 34/1994, dirigido ao respectivo ente público municipal.

§ 3º Caso o ente público, devidamente cientificado, não corrija eventual irregularidade apontada, reco-menda-se ao órgão de execução:

I – a celebração de termo de ajustamento de con-duta; II – a adoção da medida judicial pertinente.

cAPÍtulO XViiDA FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES

Tutela das Fundações de Direito Privado.

Art. 159. Recomenda-se ao órgão de execução que, no exercício de suas atividades funcionais:

I – exija a adequação dos estatutos das fundações de direito privado que se omitirem frente ao prazo estabelecido no art. 2.031 do Código Civil;

II – verifique, no exame prévio do ato de instituição de fundações de direito privado:

a) a licitude das suas finalidades, bem como sua natureza não econômica e de abrangência coletiva;

b) a suficiência da dotação patrimonial para a con-secução das finalidades eleitas, conforme estudo de viabilidade econômico-financeira (arts. 5º. 8º e 9º da Resolução PGJ n.º 30/2015);c) a presença exclusiva e inequívoca, na dotação patrimonial, de bens livres e desembaraçados (art. 62, “caput”, do Código Civil);d) a compatibilidade da minuta de estatuto com o ordenamento jurídico.III – exija, uma vez aprovado o ato constitutivo de fundação de direito privado, a comprovação da transferência dos bens dotados, bem como do assentamento da escritura pública de instituição no serviço registral competente (Ofício de Regis-tro Civil de Pessoas Jurídicas) (arts. 13 e 14 da Resolução PGJ n.º 30/2015);IV – exija anualmente o encaminhamento de presta-ção de contas das fundações de direito privado sob seu velamento, por meio do Sistema de Cadastro de Prestação de Contas (SICAP), consoante art. 4º, X, e 31 da Resolução PGJ n.º 30/2015;V – diligencie, perante o Oficial de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, para que atos de interesse de fundações de direito privado não sejam registrados sem prévia anuência do Ministério Público;VI – requisite o encaminhamento, para análise, de todas as atas de reuniões realizadas no âmbito das fundações sob seu velamento, e a averba-ção cartorária daquelas que produzirem efeitos perante terceiro;VII – certifique-se de que as fundações registradas no Ofício de Registro Civil de Pessoas Jurídicas constam do sistema de controle próprio da Pro-motoria de Justiça, encontram- se em atividade e vêm prestando contas regularmente.§ 1º Recomenda-se ao órgão de execução que somente autorize a alienação de bens das enti-dades sob seu velamento, na forma do art. 24 da Resolução PGJ n.º 30/2015, se demonstrada a imperiosa necessidade ou as condições ma-nifestamente vantajosas do negócio, caso em que o produto da venda deverá ser empregado na aquisição de novos bens que se evidenciem pertinentes aos objetivos da entidade envolvida com a transação.§ 2º Constatada a ilicitude do objeto, a impossi-bilidade de mantença, o vencimento do prazo de existência, a inatividade irreversível ou a inutilidade da fundação de direito privado para os fins a que se propõe, recomenda-se ao órgão de execução que adote as providências necessárias para extingui-la (art. 69 do Código Civil, art. 765 do Código de Processo Civil, arts. 4º, XXI, 39 e 41, da Resolução PGJ n.º 30/2015), bem como se certifique de que a escritura pública ou a sentença de extinção fora lançada no respectivo Ofício de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

cAPÍtulO XViiiDA HABITAÇÃO E DO URBANISMO

Ministério Público e Indução de Políticas Públi-cas. Estatuto da Cidade. Plano Diretor. Conselho da Cidade.

Art. 160. O órgão de execução, em atenção aos arts. 182 e 183 da Constituição, deve ado-tar providências que resultem na elaboração dos planos diretores pelos municípios que se enquadram nas hipóteses do art. 21 da Lei n.º 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), e dos planos de mobilidade, previstos na Lei n.º 12.561/2012, velando para que:

I – os planos atendam o mínimo conteúdo legal e sejam revisados a cada decênio; II – os Conse-lhos da Cidade sejam criados e implementados;

III – o planejamento e a gestão da cidade sejam implementados em harmonia com o plano de mobilidade.

TÍTULO IIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E

TRANSITÓRIASArt. 161. A atualização desta Consolidação será procedida à luz da legislação vigente, primando, sempre que possível, por manter simetria com as resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público, devendo prevalecer as necessidades e peculiaridades regionais, quando cabível.

Art. 162. A Corregedoria-Geral do Ministério Público promoverá, com periodicidade mínima anual, a revisão e a atualização desta Consolida-ção (artigo 39, inciso XXIV, da Lei Complementar Estadual n.º 34/1994), integrando ao texto, de maneira sistematizada, as novas recomendações baixadas ulteriormente à sua publicação.

§ 1º A Corregedoria-Geral poderá incorporar ao texto compilado, por ocasião de sua revisão anual, orientações originalmente decorrentes de consultas individuais, que versem sobre assunto de interesse geral, por sua repercussão e/ou potencial reiteração.

§ 2º As recomendações de caráter geral expe-didas ulteriormente à vigência desta Consolida-ção serão editadas em deliberações avulsas do Corregedor-Geral do Ministério Público e, na oportunidade da atualização, serão devidamente consolidadas.

§ 3º Caso a recomendação superveniente seja diretamente integrada ou tenha por objeto alterar o texto desta Consolidação, será dada especial publicidade à inovação.

§ 4º A adequação das recomendações efetivadas pela Corregedoria-Geral do Ministério Público em conjunto com Órgãos da Administração Superior, dos atos emanados do Conselho Nacional dos Corregedores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União, bem como dos expedidos com entes de outras esferas públicas, em face desta Compilação, efetivar-se-á após deliberação bilateral com os órgãos intervenientes.

Art. 163. Revogam-se o Ato CGMP n.º 2, de 2 de janeiro de 2017, e a 3ª edição da Recomendação Geral CGMP n.º 1/2017.

Art. 164. Este Ato entra em vigor na data de sua publicação. PAULO ROBERTO MOREIRA CANÇADO

Corregedor-Geral do Ministério Público

*Republicado em razão de alterações

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Fonte: Diário Oficial Eletrônico do MPMG de 14.09.2017

Texto capturado em: www.mpmg.mp.br Acesso em: 14.07.2017

RECOMENDAÇÃO CONJUNTA PGJ CGMP Nº 2, DE 13 DE SETEMBRO DE 2017

Recomenda aos Promotores e aos Procura-dores de Justiça de Minas Gerais a abstenção da celebração de “acordos de não-persecução penal”, nos termos dos arts. 18, §1º, II, e 22, ambos da Resolução CNMP n. 181, de 7 de agosto de 2017.

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA E O COR-REGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício das atribuições previstas nos artigos 18 e 39, da Lei Complementar nº 34/ 1994,

CONSIDERANDO o recente advento da Resolução Conjunta PGJ CGMP n. 3, de 18/07/2017, que regulamenta, no âmbito do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, os procedimentos de investigação criminal;

CONSIDERANDO a inovação do art. 18, da Re-solução CNMP n. 181, de 07/08/2017, prevendo hipótese negocial em matéria criminal cujos requi-sitos, procedimentos e consequências – práticas e jurídicas – não se encontram exaustivamente regulados na referida Resolução, que prevê normas de caráter geral;

CONSIDERANDO a necessidade de aprofundar o debate sobre a legitimidade constitucional da inovação, quanto ao poder normativo em ma-téria penal;

CONSIDERANDO que o Ministério Público, em-bora destinatário constitucional da titularidade da ação penal, está adstrito a critérios de lega-lidade estrita para mitigação (discricionariedade regrada) da obrigatoriedade da ação penal, nos termos do art. 42 do Código de Processo Penal, com exceções previstas na legislação especial

(colaboração premiada, transação penal, sus-pensão condicional do processo etc.);

CONSIDERANDO que o acordo de não persecu-ção-penal, trazendo aplicação imediata de pena não privativa de liberdade, se cumprido, produziria autêntico efeito impeditivo da punibilidade, aniqui-lando, no mérito, a pretensão punitiva do Estado, o que exige algum mecanismo de controle (interna corporis ou via função judicial anômala, a teor do art. 28, do CPP);

CONSIDERANDO que divergentes regulamen-tações locais do disposto na parte final do inciso II do §1º do art. 18 da Resolução CNMP n. 181/2017 poderiam comprometer a integri-dade federativa do Direito Penal brasileiro, cuja competência exclusiva, em matéria legislativa, está adstrita à União;

CONSIDERANDO a necessidade de ampla dis-cussão institucional sobre a matéria, inclusive nacionalmente no âmbito da representatividade dos Ministérios Públicos dos Estados;

CONSIDERANDO a necessidade de deliberar so-bre a aplicação do instituto aos inquéritos policiais e aos processos penais em curso, por se tratar, em tese, de norma benéfica, com inegáveis reflexos de direito penal material;

CONSIDERANDO a necessidade de aprimorar, no nível local, o sistema de controle (homolo-gação/revisão) com a prerrogativa natural do Procurador-Geral de Justiça em matéria de política criminal, compatibilizando-o com o art. 28, do Código de Processo Penal, a teor do que dispõe o art. 18, §8º, in fine, da indigitada Resolução do Conselho Nacional;

CONSIDERANDO a necessidade de regula-mentar o parâmetro negativo, que impediria a celebração de acordo de não persecução penal, nos termos do art. 18, §1º, II, parte final, da Resolução CNMP n. 181, de 07/08/2017, estabelecendo-se fator de gravidade do de-

lito que: a) observe os critérios sistemáticos previstos na legislação penal e processual penal para a mitigação da resposta penal (proporcionalidade, possibilidade de prisão provisória, máximo de pena cominada etc.); b) não se restrinja ao mero aspecto econômico da lesividade (sobretudo em atenção aos crimes de mera conduta e/ou de perigo abstrato etc.);

CONSIDERANDO o prazo estipulado pelo órgão constitucional de controle externo, para que os Ministérios Públicos promovam a adequação de seus procedimentos de investigação aos termos da Resolução CNMP 181/2017 (art. 22);

RESOLVEM:

Art. 1º Os órgãos de execução do Ministério Público do Estado de Minas Gerais devem se abster de celebrar acordos de não-persecução penal, cujas normas gerais estão previstas no art. 18 da Resolução CNMP n. 181/2017, até que, em oportuna revisão da Resolução Conjunta PGJ CGMP n. 3/2017, haja a competente regulamen-tação local das inovações previstas, como normas gerais, no ato normativo do órgão constitucional de controle externo.

Art. 2ª Esta Recomendação entra em vigor na data de sua publicação, devendo o órgão de execução comunicar à Corregedoria-Ge-ral do Ministério Público de Minas Gerais, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais acordos que tenha celebrado com amparo no art. 18, da Resolução CNMP n. 181/2017, desde sua publicação em 08/09/2017, para acompanha-mento e/ou orientação pontual das medidas a serem adotadas.

Belo Horizonte, 13 de setembro, de 2017 ANTÔNIO SÉRGIO TONET

Procurador-Geral de Justiça PAULO RO-BERTO MOREIRA CANÇADO

Corregedor-Geral do Ministério Público

Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional Do Ministério Público

Diretoria de Informação e Conhecimento

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dispõe sobre a atuação do Ministério Público como órgão agente e interveniente no pro-cesso civil diante do Novo Código de Processo Civil (Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015).

O CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚ-BLICO DO ESTADO DE MINAS

GERAIS, no exercício de suas atribuições legais, especialmente as previstas no art. 17, inciso IV, da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei Federal nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993), arts. 38 e 39, inc. VII, da Lei Complementar Estadual nº 34, de setembro de 1994, e nos arts. 36, inciso VIII, e 37, inciso I, do Regimento Interno da Cor-regedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Resolução CAPJ nº 12, de 28 de setembro de 2016);

PRIMEIRA PARTE – DOS CONSIDERANDOS:

CONSIDERANDO que a Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, em virtude da sua função orientadora, instaurou pro-cedimento de estudos para analisar algumas das consequências do Novo Código de Processo Civil Brasileiro (Lei Federal n.º 13.105, de 16 de março de 2015, alterada pela Lei Federal n.º 13.256, de 4 de fevereiro de 2016);

CONSIDERANDO que o procedimento de estu-dos sobre o Novo CPC/2015 instaurado no âmbito da CGMPMG visa colher propostas e sugestões dos membros e servidores do Ministério Público a partir da entrada em vigor do Novo CPC/2015, com o objetivo de preparar orientações e enun-ciados de súmulas que possam ser importantes para as atividades do Ministério Público no plano da aplicabilidade no Novo Sistema Processual Civil em relação ao exercício das atribuições institucionais;

CONSIDERANDO a importância, para fins de citações e referências, de se sistematizar uma recomendação de impactos no trabalho institu-cional no formato de artigos, parágrafos e incisos;

CONSIDERANDO que o art. 127 da Constitui-ção da República Federativa do Brasil de 1988 consagrou o Ministério Público como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;

CONSIDERANDO que, nos termos em que foi consagrado na Constituição de 1988, o Ministério Público possui a natureza institucional de garantia constitucional fundamental de acesso à justiça;

CONSIDERANDO que o art. 129 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 atribuiu ao Ministério Público funções institucionais preva-lentes de órgão agente;

CONSIDERANDO que o novo Código de Pro-cesso Civil (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015) traz consistente evolução em relação ao CPC de 1973, com destaque para a sintonia entre as

disposições sobre a atuação do Ministério Público no processo civil e as diretrizes consagradoras da Instituição, estabelecidas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;

CONSIDERANDO, assim, que o novo CPC brasileiro (Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015) reproduz o teor do artigo 127, caput, da Constituição de 1988 e, ainda, consagra que o Ministério Público exercerá o direito de ação nos termos das suas atribuições constitucionais, além substituir a expressão “fiscal da lei” por “fiscal da ordem jurídica” (arts. 176, 177, 178 e 179 etc.);

CONSIDERANDO que o art. 176 da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) define as formas de atuação do Ministério Público, quanto à promoção da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis;

CONSIDERANDO que o art. 178 da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) destacou a necessidade de intervenção do Ministério Público no processo quando envolvidos interesse público ou social, interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana, sendo certo que, nos termos do parágrafo único do referido dispostivo, a participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público;

CONSIDERANDO que o art. 279 e seus parágra-fos da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil) estabelecem que o processo será nulo em razão da ausência de intimação do órgão de execução, nos casos em que o Ministério Público identificar os fundamentos legais que justifiquem a sua intervenção e a existência de prejuízo em razão de sua não intimação;

CONSIDERANDO que o art. 26, inciso VIII, da Lei nº 8.625/93 atribuiu exclusivamente ao Minis-tério Público a avaliação sobre a pertinência de sua intervenção, quando identificar interesse em causa que a justifique;

CONSIDERANDO que cabe ao Ministério Público zelar por sua atuação qualificada como interve-niente no processo, bem como definir o foco e o momento adequado de sua intervenção;

CONSIDERANDO que o Planejamento Estra-tégico do Ministério Público e o Plano Geral de Atuação 2016/2017 identificaram a necessidade de posicionamento institucional em relação às prioridades de atuação;

CONSIDERANDO que a Recomendação nº 34/2016 do Conselho Nacional do Ministério Público reconhece a necessidade de otimizar a atuação do Ministério Público no processo civil, notadamente em função da utilidade e efetividade da referida intervenção em benefício dos interes-ses sociais, coletivos e individuais indisponíveis;

CONSIDERANDO que o art. 1º da Recomenda-ção nº 34/2016 do Conselho Nacional do Minis-tério Público dispõe que os órgãos do Ministério Público Brasileiro, no âmbito de sua autonomia

administrativa e funcional, devem priorizar o pla-nejamento das questões institucionais, a avaliação da relevância social dos temas e processos em que atuem, a busca da efetividade em suas ações e manifestações e a limitação da sua atuação em casos sem relevância social para direcioná-la na defesa dos interesses da sociedade;

CONSIDERANDO que o art. 2º da Recomenda-ção nº 34/2016 do Conselho Nacional do Ministério Público também dispõe que a identificação do interesse público no processo é juízo exclusivo do membro do Ministério Público, sendo necessária a remessa dos autos e indevida a renúncia de vista;

CONSIDERANDO que o art. 6º da Recomenda-ção nº 34/2016 do Conselho Nacional do Ministério Público dispõe que as unidades do Ministério Público, respeitada a autonomia administrativa e funcional, devem disciplinar a matéria da interven-ção no processo cível, por ato interno, preservada a independência funcional dos membros da Insti-tuição e sem caráter vinculante;

CONSIDERANDO o teor dos enunciados já aprovados pelo Fórum Brasileiro de Processua-listas Civis, pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) e, especialmente, os enunciados constantes na Carta de Tiradentes, aprovada pelos Magistrados e Membros do Ministério Público participantes do Congresso de Magistratura e do Ministério Público do Estado de Minas Gerais sobre o novo Código do Processo Civil, assinada pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e pelo Procurador-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais;

CONSIDERANDO, outrossim, o teor da Reco-mendação nº 01/2016 do Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, dispondo sobre a atuação do Ministério Público como órgão interveniente no processo civil;

CONSIDERANDO o teor da Carta de Brasília, aprovada em 22.09.2016, no 7º Congresso de Gestão do Conselho Nacional do Ministério Pú-blico, pelas Corregedorias Nacional e dos Minis-térios Públicos dos Estados e da União, que prevê o desenvolvimento de um sistema avaliativo que considere objetivos, metas e indicadores direcio-nados à análise da eficácia social da atuação dos membros e da Instituição;

CONSIDERANDO as inovações introduzidas pelo Regimento Interno da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, entre as quais se destaca a utilização de uma nova metodologia avaliativa pela Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (art. 204), principalmente no que se refere à atuação resolutiva da Instituição e à relevância social do trabalho prestado por seus membros;

CONSIDERANDO ainda as publicações e os estudos doutrinários e institucionais já realizados sobre a atuação do Ministério Público diante do novo Código de Processo Civil/2015 e, com isso, a

recOMendAçãO GerAl cGMPMG nº 01/2017 – 2ª ediçãO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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necessidade de a Corregedoria-Geral do Ministério Público contribuir, nas suas funções avaliativas e orientadoras, neste momento de transição, para uma atuação mais proativa do Ministério Público no processo civil;

CONSIDERANDO a sistematização constante na publicação efetivada pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público do Estado de Minas Gerais sobre O Ministério Público no Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15): principais inovações e aspectos específicos da atuação Ministerial;

CONSIDERANDO o teor das consultas e suges-tões apresentados por membros e servidores do Ministério Público do Estado de Minas Gerais no âmbito do Procedimento de Estudos e Pesquisas instaurado por esta Corregedoria-Geral, princi-palmente tendo em vista o AVISO CGMP N.º 3, DE 17 DE MARÇO DE 2016, que, submetendo a questão à consulta pública institucional, veio a dispor sobre a entrada em vigor do Novo Código de Processo Civil Brasileiro (Lei Federal n.º 13.105, de 16 de março de 2016, alterada pela Lei Federal n.º 13.256, de 4 de fevereiro de 2016) e sobre a instauração de procedimentos de estudo do refe-rido Código no âmbito desta Corregedoria-Geral;

CONSIDERANDO a necessidade e a importância de se destacarem normas fundamentais presen-tes no Novo CPC/2015 que possam contribuir para uma atuação mais proativa do Ministério Público, em termos da efetividade social de seu trabalho, em conformidade com o art. 204 do Regimento Interno da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e a Carta de Brasília, aprovada em 22.09.2016, no 7º Congresso de Gestão do Conselho Nacional do Ministério Público, pelas Corregedorias Nacional e dos Ministérios Públicos dos Estados e da União,

CONSIDERANDO, por fim, que, com o Novo CPC/2015 em vigor, as dúvidas interpretativas e as questões reais surgidas contribuíram para o trabalho da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais;

RESOLVE, resguardado o princípio da inde-pendência funcional, sem caráter vinculante, RECOMENDAR o seguinte:

SEGUNDA PARTE – DAS DISPOSIÇÕES ORIENTADORAS:

cAPÍtulO iDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

DIRECIONADAS AO MINISTÉRIO PÚBICO COMO ÓRGÃO AGENTE OU

INTERVENIENTE NO PROCESSO CIVIL:

Art. 1º. O Membro do Ministério Público, em aten-ção ao disposto no art. 1º do CPC/2015, zelará para que o novo Código de Processo Civil (Lei Federal nº 13.105, de 16 de março de 2015) seja interpretado e concretizado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidas na Consti-tuição da República Federativa do Brasil de 1988.

Art. 2º. Os Membros do Ministério Público, em atenção ao disposto no art. 4º do CPC/2015, adotarão todas as medidas necessárias para que o processo em que atuem tenha duração razoável, o que abrange a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.

§ 1º O prazo razoável para a solução integral do mérito, incluída a atividade satistativa, previsto nos arts. 4º e 6º do Novo CPC, deverá atender as necessidades concretas do direito material, de modo que permita, conforme o caso, a aceleração ou até o alargamento do procedimento.

§ 2º Os Membros do Ministério Público zelarão para que, nos processos em que atuarem, todos cooperem entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º do CPC/2015), assim como para que, ressalvadas as exceções legais (parágrafo único do art. 9º do CPC/2015), não seja proferida decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (arts. 9º e 10 do CPC/2015).

§ 3º Os Membros do Ministério Público zelarão, sempre que possível, pela primazia do julgamento de mérito sobre questões meramente processuais (arts. 4º, 139, IX, do Novo CPC/2015).

Art. 3º. Em atenção ao disposto nos §§ 2º e 3º do art. 3º do Novo CPC/2015, os Membros do Ministério Público priorizarão, sempre que pos-sível, a resolução consensual dos conflitos em todas as suas áreas de atuação jurisdicional ou extrajurisdicional.

§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, os Membros do Ministério Público analisarão, diante do caso concreto, se a resolução consensual apre-senta vantagens sobre a tutela por adjudicação judicial (liminar e/ou sentença ou acórdão), por demonstrar ser a mais adequada, justa e razoável;

§ 2º A aferição da adequação, justiça e razoabili-dade da resolução consensual, nos termos do § 1º deste artigo, ocorrerá por intermédio da aplica-bilidade de testes de fatores e/ou indicadores de resultado, amparados nas regras de experiência comum decorrentes da observação do que ordi-nariamente acontece nas atuações dos órgãos Institucionais do Ministério Público.

§ 3º O rol dos métodos de resolução consensual dos conflitos, previsto no § 3º do art. 3º do Novo CPC, é meramente exemplificativo, de modo que, além da conciliação e da mediação, também po-dem ser destacadas as técnicas de negociação e as práticas restaurativas como medidas a se-rem adotadas ou sugeridas nos processos pelos membros do Ministério Público.

Art. 4º. A indisponibilidade, em termos de tutela individual, que justifica a atuação do Ministério Público no processo civil como agente ou in-terveniente é tanto a indisponibilidade subjetiva, decorrente da incapacidade da pessoa, quanto a objetiva, ligada à indisponibidade do bem jurídico tutelado (art. 127, caput, da CR/1988), princi-palmente, nesse caso, quando houver situação concreta de lesão ou ameaça ao direito à vida.

Art. 5º. Para se atender aos fins sociais e às exigências do bem comum na aplicação do or-denamento jurídico, conforme estatui o art. 8º do Novo CPC/2015, os Membros do Ministério

Público poderão pleitear todas as medidas e técnicas de tutelas jurídicas adequadas às pe-culiaridades do caso, inclusive a produção de provas atípicas legítimas, tais como as provas por estatísticas ou por amostragem.

Parágrafo único. Os membros do Ministério Público, nos casos previstos em lei ou diante das peculiaridades da causa, relacionadas à impos-sibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo do ônus estático da prova, previsto no caput do art. 373 do Novo CPC, ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrá-rio, zelarão, nas causas em que atuarem, para que o juiz ou o tribunal atribua o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada e garanta à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, nos termos do § 1º do art. 373 do Novo CPC.

Art. 6º. Os Membros do Ministério Público zelarão para que a aplicabilidade do Novo CPC/2015 ao direito processual coletivo seja limitada e condi-

cionada à presença de compatibilidade formal e material, evitando-se, com isso, que hipóteses de aplicabilidade de normas de tutela processual individual gerem prejuízos e/ou restrições à tutela de direitos ou interesses coletivos, amplamente considerados.

§ 1º Os Membros do Ministério Público zelarão para que o encaminhamento previsto no art. 139, inciso X, do Novo CPC e no art. 7º da Lei da Ação Civil Pública (Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985) prevaleça, com o ajuizamento das respectivas ações coletivas, sobre a instauração do Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva, previsto no art. 976 e seguintes do Novo CPC.

§ 2º Os Membros do Ministério Público zelarão para que, na defesa dos direitos fundamentais afetos às suas áreas de atribuição, sejam concedidas e efetivadas todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para o cumprimento da ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto a prestação pecu-niária (art. 139, inciso IV, do Novo CPC).

§ 3º Os Membros do Ministério Público adotarão medidas para requerer a desconsideração da personalidade jurídica sempre que essa medida mostrar-se útil e adequada ao resultado da de-manda, nos termos do art. 133 do Novo CPC.

§ 4º Quando a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, os Membros do Ministério Público zelarão para que o juiz designe audiência a fim de que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, as quais poderão integrar ou esclarecer suas alegações, nos termos do § 3º do art. 357 do Novo CPC.

§ 5º Para fins do disposto no § 2º do art. 12 do Novo CPC/2015, os Membros do Ministério Pú-blico zelarão para que seja conferida prioridade no processamento e no julgamento das ações coletivas e de outras que envolvam a tutela de direitos fundamentais relacionados a situação de lesão e/ou ameaça à vida ou a sua existência com dignidade.

Art. 7º. A disciplina do pagamento das despesas dos atos processuais, prevista nos §§ 1º e 2º do art. 91 do Novo CPC, é incompatível, do ponto de vista formal e material, com o direito processual coletivo, diante da existência de norma especial sobre a matéria (art. 87 do CDC e art. 18 da LACP), de modo que os Membros do Ministério Público, quando requererem a produção de provas peri-ciais, zelarão pela inaplicabilidade dos referidos dispostivos aos processos coletivos.

Art. 8º. Os Membros do Ministério Público zelarão para que os acordos processuais disciplinados no art. 190 do Novo CPC não tragam restrição aos poderes do juiz no processo, nem restrinjam ou afastem a atuação do Ministério Público.

Parágro único. Os Membros do Ministério Público também zelarão para que os acordos processuais disciplinados no artigo 190 do Novo CPC não restrinjam ou afastem os princípios e as garantias constitucionais do processo.

Art. 9º. Os Membros do Ministério Público zela-rão para que a aplicabilidade da estabilização de tutela provisória disciplinada no art. 304 do Novo CPC somente possa ocorrer quando requerida na petição de tutela provisória antecedente.

Art. 10. Nos termos do art. 322, § 2º, do Novo CPC, em caso de demanda que verse sobre direitos fundamentais relacionados à vida ou a sua existência com dignidade, os Membros do Ministério Público zelarão para que a interpretação do pedido seja, sempre que possível, ampliativa em relação ao respectivo direito fundamental objeto da tutela.

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RECOMENDAÇÃO GERAL CGMPMG Nº 01/2017 – 2ª EDIÇÃO

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Art. 11. Os Membros do Ministério Público zela-rão para que a previsão de reconvenção em face do autor na qualidade de substituto processual, prevista no art. 343, § 5º, do Novo CPC, não se aplique aos processos coletivos, tendo em vista a sua incompatibilidade material com o sistema do direito processual coletivo e os riscos que poderão ser gerados ao tratamento adequado e à duração razoável do processo coletivo.

Art. 12. A teor das diretrizes fixadas no art. 489, § 1º, do Novo CPC, os Membros do Ministério Público, quando fizerem a citação de súmula, jurisprudência, Constituição ou leis em geral, ou quando se utilizarem de conceitos jurídicos inde-terminados, zelarão para demonstrar, em suas manifestações, a correlação adequada com o caso em análise, evitando fundamentações meramente abstratas e sem correspondência com a matéria de fato e de direito em apreciação.

Art. 13. Tendo em vista que a disciplina da tutela inibitória e da tutela de remoção do ilícito, previstas no parágrafo único do art. 497 do Novo CPC, é norma geral de eficácia transcendente, aplicável também aos procedimentos especiais previstos no citado Código ou em legislação extravagante, assim como no processo de execução e na fase de cumprimento de sentença, os Membros do Ministério Público atuarão para a devida carga de eficácia desse dispostivo.

Parágrafo único. Os Membros do Ministério Público priorizarão, sempre que possível, a atuação preventiva, de modo a evitar a prática, a continui-dade e a repetição do ilícito, assim como para promover remoção dos ilícitos, sendo irrelevante, para as referidas atuações, a teor do disposto no parágrafo único do art. 497 do Novo CPC, a de-monstração da ocorrência de dano ou a existência de culpa ou dolo.

Art. 14. Os Membros do Ministério Público, quando da execução de Termo de Ajustamento de Conduta, em vez de executar o título, podem optar, desde que existam justificativas para tanto, pelo ajuizamento da ação de conhecimento para obter título judicial, a teor do art. 785 do Novo CPC.

Art. 15. Os Membros do Ministério Público atuarão para que não lhes seja exigida a demonstração da pertinência temática para a suscitação do In-cidente de Resolução de Demandas Repetitivas pelo Ministério Público, que é legitimado para tanto, nos termos do art. 977, III, do Novo CPC, em sua combinação com o art. 127, caput, da Constituição de 1988.

Art. 16. Em razão da falta de razoabilidade e, ainda, da restrição indevida que poderá gerar à tutela coletiva, os Membros do Ministério Público atuarão para que seja afastada dos casos concre-tos, por ser considerada inconstitucional, a previsão de suspensão de ações coletivas, prevista no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (arts. 976 a 987 do Novo CPC) e no procedimento dos Recursos Especial e Extraordinário Repetitivos.

Art. 17. Os Membros do Ministério Público, nas suas respetivas áreas de atuação, adotarão todas as medidas para garantir a efetiva manifestação institucional nos processos, incidentes e procedi-mentos nos Tribunais capazes de gerar a formação, o cancelamento e/ou a revisão de precedentes de caráter vinculante (artigos 926, 927 e 928 do Novo CPC/2015), de forma a contribuir para que estes e a jurisprudência uniformizada possam ser estáveis, íntegros, coerentes e justos, principal-mente em relação à tutela jurídica dos direitos e das garantias constitucionais fundamentais (arts. 3º, 5º, caput, §§ 1º e 2º, 127, caput, e 129, todos da Constituição de 1988).

§ 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, os Membros do Ministério Público zelarão para que não ocorram retrocessos, restrições ou limitações aos direitos e às garantias constitucionais funda-mentais afetos às atribuições constitucionais do Ministério Público (art. 3º, 5º, §§ 1º e 2º e arts. 127 e 129, todos da Constituição de 1988);

§ 2º Os Membros do Ministério Público adotarão medidas para, em sendo o caso e essa provi-dência mostrar-se a mais adequada, requerer o incidente de assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária en-volver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos (art. 947, caput e § 1º, do Novo CPC).

cAPÍtulO iiDAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

VOLTADAS PARA A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

NO PROCESSO CIVIL

Art. 18. Os Membros do Ministério Público, em matéria cível, ao receberem vista dos autos pela primeira vez, poderão limitar sua manifestação ao exame de interesse público ou social que justifique sua intervenção no processo, nos termos do art. 178 do Novo Código de Processo Civil.

§ 1º Caso avaliem a ausência de causa justificadora para a intervenção, os Membros do Ministério Público consignarão sua manifestação nesse sentido e diligenciarão para providenciar a ime-diata restituição dos autos ao Juízo competente, evitando-se, com isso, a demora no transcurso do prazo processual, contado agora somente em dias úteis, nos termos do art. 219 do Novo Código de Processo Civil.

§ 2º Caso avaliem a presença de causa justifica-dora da intervenção, os Membros do Ministério Público poderão restituir os autos ao cartório, com promoção, informando objetivamente que irá intervir no feito, requerendo, no entanto, que somente seja efetuada nova abertura de vista para manifestação acerca de eventual medida cautelar, antecipação de tutela ou para parecer final, observada a última parte do inciso I do art. 179 do Código de Processo Civil (intimação de todos os atos do processo).

§ 3º Mesmo adotada a providência mencionada no § 1º deste artigo, caso haja nova abertura de vista antes do parecer final, os Membros do Ministério Público poderão, após examinar o feito, postular diligências e provas e, caso constatem tratar-se de mero impulso processual, devolver os autos ao cartório com manifestação de ciência.

§ 4º O exame mencionado no caput deste artigo poderá ser reavaliado a qualquer momento, a juízo exclusivo dos Membros do Ministério Público.

§ 5º Quando da manifestação final, os Membros do Ministério Público priorizarão, no seu pare-cer, o exame das questões atinentes às funções constitucionais da Instituição, objetivando apurar irregularidades e induzir políticas públicas de efe-tivação de direitos fundamentais, conectando a atuação interveniente com aquela de órgão agente.

Art. 19. Destacam-se como de interesse social, determinando a atuação do Ministério Público, nos termos da Recomendação nº 34/2016 do Conselho Nacional do Ministério Público e desta Recomendação, as demandas que abranjam:

I – ações que visem à prática de ato simulado ou à obtenção de fim proibido por lei;

II – normatização de serviços públicos;

III – licitações, contratos administrativos, concurso público, bens públicos, saúde pública e defesa de prerrogativas de órgãos públicos;

IV – ações de improbidade administrativa e outras ações constitucionais, notadamente as que visem à tutela de interesse social ou de direito individual indisponível;

V- os direitos assegurados às minorias em situação de vulnerabilidade;

VI – meio ambiente, notadamente licenciamento ambiental, infrações ambientais, ações relativas à ordem urbanística, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

VII – direito econômico e direitos coletivos dos consumidores;

VIII – os direitos das crianças e dos adolescentes, dos incapazes, dos deficientes e dos idosos em situação de vulnerabilidade ou de risco;

IX – ações que envolvam acidentes de trabalho, quando o dano tiver projeção coletiva;

X – ações rescisórias de decisões proferidas em ações judiciais nas quais o Ministério Público já tenha atuado como órgão interveniente ou agente;

XI – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana;

XII – ações anulatórias de termo de ajustamento de conduta, ações impugnando atos praticados no inquérito civil, nos procedimentos administrativos instaurados pelo Ministério Público e ações ou medidas relacionadas com o exercício de ativida-des ligadas ao crime e/ou à contravenção penal;

XIII – ações e medidas relacionadas com a tutela de outros interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

XIV – processos, incidentes e procedimentos nos Tribunais capazes de gerar precedentes de caráter vinculante, nos termos dos artigos 926, 927 e 928 do Novo CPC/2015.

Parágrafo único. Os assuntos considerados rele-vantes pelo Planejamento Estratégico Institucional e pelo Plano Geral de Atuação são equiparados aos de interesse social (art. 5º, parágrafo único, da Recomendação nº 34, de 5 de abril de 2016).

Art. 20. Em matéria cível, os Membros do Minis-tério Público, verificando inexistência de interesse público ou social que justifique sua intervenção, poderão limitar-se a consignar a sua conclusão, especialmente nas seguintes hipóteses:

I – procedimentos especiais de jurisdição voluntária, quando não houver interesse público ou social, interesse de incapaz ou interesses subjacentes a litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana;

II – habilitação de casamento, salvo quando se tra-tar de estrangeiro, ou quando houver apresentação de impugnação, oposição de impedimento, justifi-cações que devam produzir efeito nas habilitações e pedido de dispensa de proclamas;

III – ação de divórcio ou separação judicial, quando não houver interesses de incapazes;

IV – ação de reconhecimento e de extinção de união estável, e respectiva partilha de bens, quando não houver interesse de incapazes;

V – procedimento de conversão de união estável em casamento e conversão de união homoafetiva em casamento, quando não houver interesse de incapazes;

VI – ação ordinária de partilha de bens entre partes maiores e capazes;

VII – ação relativa ao estado de filiação quando as partes envolvidas forem maiores e capazes;

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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VIII – ação de alimentos, revisional de alimentos e execução de alimentos fundada no rito da penhora, entre partes capazes, excetuadas as hipóteses das ações envolvendo pessoas em situação de risco, tais como idosos e pessoas com deficiência;

IX – ação relativa às disposições de última vontade sem interesse de incapazes, excetuada a aprova-ção, cumprimento e registro de testamento, ou quando envolver reconhecimento de paternidade ou legado de alimentos;

X – ação de indenização decorrente de acidente do trabalho entre partes capazes, salvo quando houver repercussão coletiva;

XI – ação que verse sobre direitos previdenciários, ressalvada a existência de interesse de incapazes, deficientes e/ou idosos em situação de vulnerabi-lidade ou de risco;

XII – ação de usucapião não coletiva de imóvel, quando não houver interesse de incapaz, res-salvadas as hipóteses do art. 12, §1º, da Lei nº 10.257/2001, ou quando envolver parcelamento ilegal do solo para fins urbanos ou rurais, ou quando se vislumbrar risco, ainda que potencial, de lesão a interesses sociais e individuais indisponíveis;

XIII – ação de usucapião de bem móvel, quando não houver interesse de incapaz;

XIV – ação em que seja parte a Fazenda Pública ou o Poder Público (Estado, Município, Autarquia ou Empresa Pública), com interesse meramente patrimonial, sem implicações de ordem constitu-cional, quando o objeto da demanda não tiver pro-jeção coletiva e não identificada relevância social;

XV – ação que envolva fundação de entidade de previdência privada, quando o objeto da demanda não tiver projeção coletiva;

XVI – ação em que seja parte sociedade de eco-nomia mista, quando o objeto da demanda não tiver projeção coletiva;

XVII – requerimento de falência ou de recuperação judicial da empresa, antes da decretação ou do deferimento do pedido, salvo hipótese de projeção coletiva ou de existência de ilícito grave;

XVIII – ação em que seja parte empresa em recu-peração judicial ou extrajudicial, salvo a situação prevista no art. 66 da Lei nº 11.101/2005;

XIX – ação em que seja parte a massa falida fora do juízo falimentar, salvo se prevista a interven-ção na lei ou se o objeto da demanda repercutir coletivamente;

XX – ação que verse sobre direito individual dispo-nível de consumidor, de caráter não homogêneo, sem a presença de interesses de incapazes, de deficientes ou de idosos em situação de risco;

XXI ação individual em que seja parte sociedade em liquidação extrajudicial;

XXII – procedimento administrativo ou judicial em matéria de registro público, referente à suscitação de dúvidas e retificações de registros, quando não houver interesse de incapazes e relevância social;

XXIII – ação rescisória, se, na causa em que tiver sido proferido o julgado rescindendo, não tiver ocorrido ou sido cabível a intervenção do Minis-tério Público;

XXIV – pedido de assistência judiciária, salvo quando formulado por ausente, incapaz, deficien-tes ou idosos em situação de risco;

XXV – ação em que, no seu curso, cessar a causa de intervenção.

Art. 21. É prescindível a manifestação, em pri-meiro grau, acerca da admissibilidade de recurso de apelação.

Art. 22. É prescindível a atuação simultânea, no mesmo grau de jurisdição, de mais de um órgão do Ministério Público em ações individuais ou cole-tivas, propostas ou não por membro da Instituição.

Art. 23. A manifestação em primeiro grau não vin-cula o exame dos Membros do Ministério Público de Segundo Grau em relação à análise de pertinên-cia de sua intervenção perante a instância recursal.

Art. 24. O Ministério Público intervirá obrigatoria-mente no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, ainda que verse a questão sobre direitos disponíveis (art. 976, II, do Novo CPC).

Parágrafo único. O Ministério Público intervirá obrigatoriamente no Incidente de Assunção de Competência, com fundamento nos arts. 178, I, e 947, ambos do Novo CPC, c/c art. 127, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil.

Art. 25. A identificação do interesse público ou social no processo é juízo exclusivo dos Membros do Ministério Público, constituindo-se, para tanto, necessária a remessa dos autos e indevida a renúncia de vista.

cAPÍtulO iiiDAS DISPOSIÇÕES FINAIS:

Art. 26. A antinomia de regras previstas no Código Civil e no Código de Processo Civil, relativamente à definição da curatela da pessoa com deficiência, mediante a alteração do sistema de incapacidades efetivada pelo advento da Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão/Estatuto da pessoa com deficiência) e a vigência pós vacatio legis da Lei nº 13.105/2015, deve ser resolvida através do diálogo de fontes, preservando sempre a dignidade da pessoa humana com deficiência (Constituição de 1988, art. 1º, III), o efeito jurídico- constitucional da Convenção Internacional sobre os Direitos da

Pessoa com Deficiência (art. 3, a, princípios ge-rais), o protocolo facultativo à Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.

Parágra único. Para fins do dispsto no caput deste artigo, na exegese das normas materiais e procedimentais, deve prevalecer aquela mais benéfica à pessoa com deficiência (art. 121 da Lei 13.146/15), preferindo-se, no caso, a definição de curatela da pessoa com deficiência como medida protetiva extraordinária, com o arredamento da expressão jurídica interdição como medida de-terminante da incapacidade civil.

Art. 27. Para fins do disposto no art. 477, § 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho, em sua combinação com o art. 127, caput, da Constitui-ção de 1988, e considerando o disposto no art. 61 do Ato CGMP n.º 2, de 2 de janeiro de 2017, a assistência do Ministério Público às rescisões de contrato de trabalho deve ser prestada somente quando, no município-sede da comarca, não existir sindicato da categoria, órgão do Ministério Público do Trabalho, representação do Ministério Público do Trabalho ou Juiz de Paz e, notadamente, se houver interesse de incapaz, deficiente e /ou idoso em situação de vulnerabilidade.

Art. 28. É recomendável que a redução significa-tiva do quantitativo processual de Promotoria ou Procuradoria, decorrente da adoção da presente Recomendação, implique a adesão a projeto insti-tucional de impacto social (art. 204 do Regimento Interno da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais) ou o acréscimo e/ou a redifinição das atribuições, nos termos do art. 7º da Recomendação CNMP nº 34, de 5 de abril de 2016.

Art. 29. Esta Recomendação entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 30. A Chefia de Gabinete da Corregedoria--Geral adotará todas as medidas para promover a ampla divulgação institucional desta Recomenda-ção, inclusive no Boletim Informativo deste Órgão Correcional e em outros veículos de comunicação do Ministério Público.

Art. 31. Revogam-se as disposições orientado-ras em sentido contrário a esta Recomendação, emanadas desta Corregedoria.

Registre-se e publique-se.

Belo Horizonte (MG), 29 de março de 2017.

PAULO ROBERTO MOREIRA CANÇADO

Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

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Dispõe sobre a apresentação de toda pessoa presa á autoridade judicial no prazo de 24 ho-ras.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO o art. 9°, item 3, do Pacto Inter-nacional de Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas, bem como o art. 7°, item 5, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) ;

CONSIDERANDO a decisão nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 do Supremo Tribunal Federal, consignando a obrigatoriedade da apresentação da pessoa presa á autoridade judicial competente;

CONSIDERANDO o que dispõe a letra “a” do inciso I do art. 96 da Constituição Federal, que defere aos tribunais a possibilidade de tratarem da competência e do funcionamento dos seus serviços e órgãos jurisdicionais e administrativos;

CONSIDERANDO a decisão prolatada na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5240 do Supremo Tribunal Federal, declarando a constitucionalidade da disciplina pelos Tribunais da apresentação da pessoa presa á autoridade judicia l competente;

CONSIDERANDO o relatório produzido pelo Sub-comitê de Prevenção á Tortura da ONU (CAT/OP/BRA/R.1, 2011), pelo Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU (A/HRC/27/48/Add.3, 2014) e o relatório sobre o uso da prisão provi-sória nas Américas da Organização dos Estados Americanos ;

CONSIDERANDO o diagnóstico de pessoas pre-sas apresentado pelo CNJ e o INFOPEN do De-partamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (DEPEN/MJ), publicados, respectiva-mente, nos anos de 2014 e 2015, revelando o contingente desproporcional de pessoas presas provisoriamente;

CONSIDERANDO que a prisão, conforme previ-são constitucional (CF, art. 5°, LXV, LXVI), é medida extrema que se aplica somente nos casos expres-sos em lei e quando a hipótese não comportar nenhuma das medidas cautelares alternativas;

CONSIDERANDO que as inovações introduzidas no Código de Processo Penal pela Lei 12.403, de 4 de maio de 2011, impuseram ao juiz a obriga-ção de converter em prisão preventiva a prisão em flagrante delito, somente quando apurada a impossibilidade de relaxamento ou concessão de liberdade provisória, com ou sem medida cautelar diversa da prisão;

CONSIDERANDO que a condução imediata da pessoa presa á autoridade judicial é o meio mais eficaz para prevenir e reprimir a prática de tortura no momento da prisão, assegurando, portanto, o direito á integridade física e psicológica das pessoas submetidas á custódia estatal, previsto no art. 52 da Convenção Americana de Direitos Humanos e no art. 2.1 da Convenção Contra a

Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes;

CONSIDERANDO o disposto na Recomendação CNJ 49 de 1° de abril de 2014;

CONSIDERANDO a decisão plenária tomada no julgamento do Ato Normativo 0005913-65 .2015.2 .00.0000, na 223a Sessão Ordinária, realizada em 15 de dezembro de 2015;

RESOLVE:

Art. 1° Determinar que toda pessoa presa em flagrante delito, independentemente da motiva-ção ou natureza do ato, seja obrigatoriamente apresentada, em até 24 horas da comunicação do flagrante, á autoridade judicial competente, e ouvida sobre as circunstâncias em que se realizou sua prisão ou apreensão.

§ 1° A comunicação da prisão em flagrante á autoridade judicial, que se dará por meio do en-caminhamento do auto de prisão em flagrante, de acordo com as rotinas previstas em cada Estado da Federação, não supre a apresentação pessoal determinada no caput.

§ 2° Entende-se por autoridade judicial competente aquela assim disposta pelas leis de organização judiciária locais, ou, salvo omissão, definida por ato normativo do Tribunal de Justiça ou Tribunal Federal local que instituir as audiências de apresentação, incluído o juiz plantonista.

§ 3° No caso de prisão em flagrante delito da competência originária de Tribunal, a apresentação do preso poderá ser feita ao juiz que o Presidente do Tribunal ou Relator designar para esse fim.

§ 4° Estando a pessoa presa acometida de grave enfermidade, ou havendo circunstância com-provadamente excepcional que a impossibilite de ser apresentada ao juiz no prazo do caput, deverá ser assegurada a realização da audiência no local em que ela se encontre e, nos casos em que o deslocamento se mostre inviável, deverá ser providenciada a condução para a audiência de custódia imediatamente após restabelecida sua condição de saúde ou de apresentação.

§ 5° O CNJ, ouvidos os órgãos jurisdicionais locais, editará ato complementar a esta Resolu-ção, regulamentando, em caráter excepcional, os prazos para apresentação á autoridade judicial da pessoa presa em Municípios ou sedes regionais a serem especificados, em que o juiz competente ou plantonista esteja impossibilitado de cumprir o prazo estabelecido no caput.

Art. 2° O deslocamento da pessoa presa em flagrante delito ao local da audiência e desse, eventualmente, para alguma unidade prisional es-pecífica, no caso de aplicação da prisão preventiva, será de responsabilidade da Secretaria de Adminis-tração Penitenciária ou da Secretaria de Segurança Pública, conforme os regramentos locais.

Parágrafo único. Os tribunais poderão celebrar convênios de modo a viabilizar a realização da

audiência de custódia fora da unidade judiciária correspondente.

Art. 3° Se, por qualquer motivo, não houver juiz na comarca até o final do prazo do art. 1°, a pessoa presa será levada imediatamente ao substituto legal, observado, no que couber, o §5°do art.1°.

Art. 4° A audiência de custódia será realizada na presença do Ministério Público e da Defensoria Pública, caso a pessoa detida não possua defensor constituído no momento da lavratura do flagrante .

Parágrafo único. É vedada a presença dos agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia.

Art. 5° Se a pessoa presa em flagrante delito constituir advogado até o término da lavratura do auto de prisão em flagrante, o Delegado de polícia deverá notificá-lo, pelos meios mais comuns, tais como correio eletrônico, telefone ou mensagem de texto, para que compareça á audiência de custódia, consignando nos autos.

Parágrafo único. Não havendo defensor consti-tuído, a pessoa presa será atendida pela Defen-soria Pública.

Art. 6° Antes da apresentação da pessoa presa ao juiz, será assegurado seu atendimento prévio e reservado por advogado por ela constituído ou defensor público, sem a presença de agentes policiais, sendo esclarecidos por funcionário cre-denciado os motivos, fundamentos e ritos que versam a audiência de custódia.

Parágrafo único. Será reservado local apropriado visando a garantia da confidencialidade do atendi-mento prévio com advogado ou defensor público.

Art. 7° A apresentação da pessoa presa em flagrante delito á autoridade judicial competente será obrigatoriamente precedida de cadastro no Sistema de Audiência de Custódia (SISTAC) .

§ 1° O SISTAC, sistema eletrônico de amplitude nacional, disponibilizado pelo CNJ, gratuitamente, para todas as unidades judiciais responsáveis pela realização da audiência de custódia, é destinado a facilitar a coleta dos dados produzidos na audiência e que decorram da apresentação de pessoa presa em flagrante delito a um juiz e tem por objetivos:

I – registrar formalmente o fluxo das audiências de custódia nos tribunais;

II – sistematizar os dados coletados durante a au-diência de custódia, de forma a viabilizar o controle das informações produzidas, relativas ás prisões em flagrante, ás decisões judiciais e ao ingresso no sistema prisional;

III – produzir estatísticas sobre o número de pes-soas presas em flagrante delito, de pessoas a quem foi concedida liberdade provisória, de me-didas cautelares aplicadas com a indicação da respectiva modalidade, de denúncias relativas a tortura e maus tratos, entre outras ;

IV – elaborar ata padronizada da audiência de custódia;

resOluçãO 213, de 15 de dezeMbrO de 2015

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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V – facilitar a consulta a assentamentos anterio-res, com o objetivo de permitir a atualização do perfil das pessoas presas em flagrante delito a qualquer momento e a vinculação do cadastro de seus dados pessoais a novos atos processuais ;

VI – permitir o registro de denúncias de torturas e maus tratos, para posterior encaminhamento para investigação ;

VIl – manter o registro dos encaminhamentos so-ciais, de caráter voluntário, recomendados pelo juiz ou indicados pela equipe técnica, bem como os de exame de corpo de delito, solicitados pelo juiz;

VII I – analisar os efeitos, impactos e resultados da implementação da audiência de custódia.

§ 2° A apresentação da pessoa presa em flagrante delito em juízo acontecerá após o protocolo e distri-buição do auto de prisão em flagrante e respectiva nota de culpa perante a unidade judiciária corres-pondente, dela constando o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas do flagrante, perante a unidade responsável para operacionalizar o ato, de acordo com regramentos locais.

§ 3° O auto de prisão em flagrante subsidiará as informações a serem registradas no SISTAC, conjuntamente com aquelas obtidas a partir do relato do próprio autuado.

§ 4° Os dados extraídos dos relatórios menciona-dos no inciso 111 do § 1° serão disponibilizados no sítio eletrônico do CNJ, razão pela qual as auto-ridades judiciárias responsáveis devem assegurar a correta e contínua alimentação do SISTAC .

Art. 8° Na audiência de custódia, a autoridade judicial entrevistará a pessoa presa em flagrante, devendo :

I – esclarecer o que é a audiência de custódia, ressaltando as questões a serem analisadas pela autoridade judicial ;

II – assegurar que a pessoa presa não esteja alge-mada, salvo em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo á integridade física própria ou alheia, devendo a excepcionalidade ser justificada por escrito ;

III- dar ciência sobre seu direito de permanecer em silêncio;

IV- questionar se lhe foi dada ciência e efetiva oportunidade de exercício dos direitos constitu-cionais inerentes á sua condição, particularmente o direito de consultar-se com advogado ou defen-sor público, o de ser atendido por médico e o de comunicar-se com seus familiares;

V- indagar sobre as circunstâncias de sua prisão ou apreensão;

VI – perguntar sobre o tratamento recebido em todos os locais por onde passou antes da apre-sentação á audiência, questionando sobre a ocor-rência de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;

VIl -verificar se houve a realização de exame de corpo de delito, determinando sua realização nos casos em que:

a) não tiver sido realizado;

b) os registros se mostrarem insuficientes ;

c) a alegação de tortura e maus tratos referir-se a momento posterior ao exame realizado ;

d) o exame tiver sido realizado na presença de agente policial, observando-se a Recomendação CNJ 49/2014 quanto á formulação de quesitos ao perito;

VIII – abster-se de formular perguntas com fina-lidade de produzir prova para a investigação ou

ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão em flagrante;

IX- adotar as providências a seu cargo para sanar possíveis irregularidades;

X – averiguar, por perguntas e visualmente, hipó-teses de gravidez, existência de filhos ou depen-dentes sob cuidados da pessoa presa em flagrante delito, histórico de doença grave, incluídos os transtornos mentais e a dependência química, para analisar o cabimento de encaminhamento assistencial e da concessão da liberdade provisó-ria, sem ou com a imposição de medida cautelar.

§ 1º Após a oitiva da pessoa presa em flagrante delito, o juiz deferirá ao Ministério Público e á defesa técnica, nesta ordem, reperguntas compatíveis com a natureza do ato, devendo indeferir as per-guntas relativas ao mérito dos fatos que possam constituir eventual imputação, permitindo-lhes, em seguida, requerer:

I – o relaxamento da prisão em flagrante;

II – a concessão da liberdade provisória sem ou com aplicação de medida cautelar diversa da prisão;

III – a decretação de prisão preventiva;

IV – a adoção de outras medidas necessárias á preservação de direitos da pessoa presa.

§ 2° A oitiva da pessoa presa será registrada, preferencialmente, em mídia, dispensando-se a formalização de termo de manifestação da pes-soa presa ou do conteúdo das postulações das partes, e ficará arquivada na unidade responsável pela audiência de custódia.

§ 3° A ata da audiência conterá, apenas e re-sumidamente, a deliberação fundamentada do magistrado quanto á legalidade e manutenção da prisão, cabimento de liberdade provisória sem ou com a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, considerando-se o pedido de cada parte, como também as providências tomadas, em caso da constatação de indícios de tortura e maus tratos.

§ 4° Concluída a audiência de custódia, cópia da sua ata será entregue á pessoa presa em fla-grante delito, ao Defensor e ao Ministério Público, tomando-se a ciência de todos, e apenas o auto de prisão em flagrante, com antecedentes e cópia da ata, seguirá para livre distribuição.

§ 5° Proferida a decisão que resultar no relaxa-mento da prisão em flagrante, na concessão da liberdade provisória sem ou com a imposição de medida cautelar alternativa á prisão, ou quando de-terminado o imediato arquivamento do inquérito, a pessoa presa em flagrante delito será prontamente colocada em liberdade, mediante a expedição de alvará de soltura, e será informada sobre seus direitos e obrigações, salvo se por outro motivo tenha que continuar presa.

Art. 9° A aplicação de medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP deverá compreender a avaliação da real adequação e necessidade das medidas, com estipulação de prazos para seu cumprimento e para a reavaliação de sua manutenção, observando-se o Protocolo I desta Resolução.

§ 1° O acompanhamento das medidas cautelares diversas da prisão determinadas judicialmente ficará a cargo dos serviços de acompanhamento de alternativas penais, denominados Centrais Integradas de Alternativas Penais, estruturados preferencialmente no âmbito do Poder Executivo estadual, contando com equipes multidisciplinares, responsáveis, ainda, pela realização dos enca-minhamentos necessários á Rede de Atenção á Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e á rede

de assistência social do Sistema Único de Assis-tência Social (SUAS), bem como a outras políticas e programas ofertados pelo Poder Público, sendo os resultados do atendimento e do acompanha-mento comunicados regularmente ao juízo ao qual for distribuído o auto de prisão em flagrante após a realização da audiência de custódia.

§ 2° Identificadas demandas abrangidas por políti-cas de proteção ou de inclusão social implementa-das pelo Poder Público, caberá ao juiz encaminhar a pessoa presa em flagrante delito ao serviço de acompanhamento de alternativas penais, ao qual cabe a articulação com a rede de proteção social e a identificação das políticas e dos programas adequados a cada caso ou, nas Comarcas em que inexistirem serviços de acompanhamento de alternativas penais, indicar o encaminhamento direto ás políticas de proteção ou inclusão social existentes, sensibilizando a pessoa presa em flagrante delito para o comparecimento de forma não obrigatória.

§ 3º O juiz deve buscar garantir ás pessoas presas em flagrante delito o direito á atenção médica e psicossocial eventualmente necessária, resguar-dada a natureza voluntária desses serviços, a partir do encaminhamento ao serviço de acom-panhamento de alternativas penais, não sendo cabível a aplicação de medidas cautelares para tratamento ou internação compulsória de pessoas autuadas em flagrante que apresentem quadro de transtorno mental ou de dependência química, em desconformidade com o previsto no art. 4° da Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, e no art. 319, inciso VIl, do CPP.

Art. 1O. A aplicação da medida cautelar diversa da prisão prevista no art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal, será excepcional e determinada apenas quando demonstrada a impossibilidade de concessão da liberdade provisória sem cautelar ou de aplicação de outra medida cautelar menos gravosa, sujeitando-se á reavaliação periódica quanto á necessidade e adequação de sua ma-nutenção, sendo destinada exclusivamente a pessoas presas em flagrante delito por crimes dolosos puníveis com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos ou condenadas por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal, bem como pessoas em cumprimento de medidas protetivas de urgência acusadas por crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, quando não couber outra medida menos gravosa .

Parágrafo único. Por abranger dados que pres-supõem sigilo, a utilização de informações coleta-das durante a monitoração eletrônica de pessoas dependerá de autorização judicial, em atenção ao art. 5°, XII, da Constituição Federal.

Art. 11. Havendo declaração da pessoa presa em flagrante delito de que foi vítima de tortura e maus tratos ou entendimento da autoridade judi-cial de que há indícios da prática de tortura, será determinado o registro das informações, adotadas as providências cabíveis para a investigação da denúncia e preservação da segurança física e psicológica da vítima, que será encaminhada para atendimento médico e psicossocial especializado.

§ 1° Com o objetivo de assegurar o efetivo com-bate á tortura e maus tratos, a autoridade jurídica e funcionários deverão observar o Protocolo 11 desta Resolução com vistas a garantir condições adequadas para a oitiva e coleta idônea de de-poimento das pessoas presas em flagrante delito na audiência de custódia, a adoção de procedi-

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RESOLUÇÃO 213, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015

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mentos durante o depoimento que permitam a apuração de indícios de práticas de tortura e de providências cabíveis em caso de identificação de práticas de tortura.

§ 2° O funcionário responsável pela coleta de dados da pessoa presa em flagrante delito deve cuidar para que sejam coletadas as seguintes informações, respeitando a vontade da vítima:

I – identificação dos agressores, indicando sua instituição e sua unidade de atuação;

II – locais, datas e horários aproximados dos fatos ;

III – descrição dos fatos, inclusive dos métodos adotados pelo agressor e a indicação das lesões sofridas ;

IV – identificação de testemunhas que possam colaborar para a averiguação dos fatos;

V – verificação de registros das lesões sofridas pela vitima;

VI – existência de registro que indique prática de tortura ou maus tratos no laudo elaborado pelos peritos do Instituto Médico Legal;

VIl – registro dos encaminhamentos dados pela autoridade judicial para requisitar investigação dos relatos;

VIII – registro da aplicação de medida protetiva ao autuado pela autoridade judicial, caso a na-tureza ou gravidade dos fatos relatados coloque em risco a vida ou a segurança da pessoa presa

em flagrante delito, de seus familiares ou de tes-temunhas .

§ 3° Os registros das lesões poderão ser feitos em modo fotográfico ou audiovisual, respeitando a inti-midade e consignando o consentimento da vítima .

§ 4° Averiguada pela autoridade judicial a ne-cessidade da imposição de alguma medida de proteção á pessoa presa em flagrante delito, em razão da comunicação ou denúncia da prática de tortura e maus tratos, será assegurada, primor-dialmente, a integridade pessoa l do denunciante, das testemunhas, do funcionário que constatou a ocorrência da prática abusiva e de seus familiares, e, se pertinente, o sigilo das informações .

§ 5° Os encaminhamentos dados pela autoridade judicial e as informações deles resultantes deverão ser comunicadas ao juiz responsável pela instrução do processo.

Art. 12. O termo da audiência de custódia será apensado ao inquérito ou á ação penal.

Art. 13. A apresentação á autor idade judicial no prazo de 24 horas também será assegurada ás pessoas presas em decorrência de cumprimento de mandados de prisão cautelar ou definitiva, aplicando-se, no que couber, os procedimentos previstos nesta Resolução.

Parágrafo único. Todos os mandados de prisão deverão conter, expressamente, a determinação para que, no momento de seu cumprimento, a pessoa presa seja imediatamente apresentada á

autoridade judicia l que determinou a expedição da ordem de custódia ou, nos casos em que forem cumpridos fora da jurisdição do juiz processante, á autoridade judicial competente, conforme lei de organização judiciária local.

Art. 14. Os tribunais expedirão os atos necessá-rios e auxiliarão os juízes no cumprimento desta Resolução, em consideração á realidade local, podendo realizar os convênios e gestões neces-sárias ao seu pleno cumprimento.

Art. 15. Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais terão o prazo de 90 dias, conta-dos a partir da entrada em vigor desta Resolução, para implantar a audiência de custódia no âmbito de suas respectivas jurisdições.

Parágrafo único. No mesmo prazo será asse-gurado, ás pessoas presas em flagrante antes da implantação da audiência de custódia que não tenham sido apresentadas em outra audiên-cia no curso do processo de conhecimento, a apresentação á autoridade judicial, nos termos desta Resolução.

Art. 16. O acompanhamento do cumprimento da presente Resolução contará com o apoio técnico do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Execução das Medidas Socioeducativas .

Art. 17. Esta Resolução entra em vi ora partir de 1° de fevereiro de 2016.

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

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LEGISLAÇÃO

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Dispõe sobre instauração e tramitação do pro-cedimento investigatório criminal a cargo do Ministério Público.

O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no art. 130-A, § 2º, I, da Constituição Federal, com fundamento nos arts. 147 e seguintes de seu Regimento Interno, e na decisão plenária proferida nos autos da Proposição nº 1.00578/2017-01, julgada na 4ª Sessão Extraordinária, realizada no dia 7 de agosto de 2017;

Considerando o disposto nos arts. 127, caput, e 129, I, II, VIII e IX, da Constituição da República Federativa do Brasil, bem como no art. 8º da Lei Complementar nº 75/1993 (LOMPU) e no art. 26 da Lei nº 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público);

Considerando as conclusões do Procedimento de Estudos e Pesquisas nº 01/2017, instaurado com o objetivo de levantar sugestões e apresentar propostas de aperfeiçoamento: a) para o exercício mais efetivo da função orientadora e fiscalizadora das Corregedorias do Ministério Público, com o objetivo de aprimorar a investigação criminal presidida pelo Ministério Público; e b) da Resolu-ção CNMP nº 13 (que disciplina o procedimento investigatório criminal do Ministério Público), com o objetivo de tornar as investigações mais céleres, eficientes, desburocratizadas, informadas pelo princípio acusatório e respeitadoras dos direitos fundamentais do investigado, da vítima e das prerrogativas dos advogados;

Considerando que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, fixou, em repercussão geral, a tese de que o “Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo ra-zoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob in-vestigação do Estado”. (RE 593727, Repercussão Geral, Relator: Min. CÉZAR PELUSO, Relator para Acórdão: Min. GILMAR MENDES, julgamento em 14/5/2015, publicação em 8/9/2015);

Considerando que, como bem aponta o Ministro Roberto Barroso, em julgamento do Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, “a Constituição de 1988 fez uma opção inequívoca pelo sistema acu-satório – e não pelo sistema inquisitorial – criando as bases para uma mudança profunda na con-dução das investigações criminais e no processa-mento das ações penais no Brasil” (ADI 5104 MC, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, julgamento em 21/5/2014, publicação em 30/10/2014);

Considerando a necessidade de permanente aprimoramento das investigações criminais levadas a cabo pelo Ministério Público, especialmente na necessidade de modernização das investigações com o escopo de agilização, efetividade e prote-ção dos direitos fundamentais dos investigados, das vítimas e das prerrogativas dos advogados, superando um paradigma de investigação cartorial, burocratizada, centralizada e sigilosa;

Considerando a carga desumana de processos que se acumulam nas varas criminais do País e que tanto desperdício de recursos, prejuízo e atraso causam no oferecimento de Justiça às pessoas, de alguma forma, envolvidas em fatos criminais;

Considerando, por fim, a exigência de soluções alternativas no Processo Penal que proporcio-nem celeridade na resolução dos casos menos graves, priorização dos recursos financeiros e humanos do Ministério Público e do Poder Judiciário para processamento e julgamento dos casos mais graves e minoração dos efeitos deletérios de uma sentença penal condenatória aos acusados em geral, que teriam mais uma chance de evitar uma condenação judicial, re-duzindo os efeitos sociais prejudiciais da pena e desafogando os estabelecimentos prisionais, RESOLVE, nos termos do art. 130-A, § 2º, I, da Constituição Federal, expedir a seguinte RESOLUÇÃO:

cAPÍtulO iDA DEFINIÇÃO E FINALIDADE

Art. 1º O procedimento investigatório criminal é instrumento sumário e desburocratizado de natu-reza administrativa e investigatória, instaurado e presidido pelo membro do Ministério Público com atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de iniciativa pública, servindo como preparação e embasamento para o juízo de propositura, ou não, da respectiva ação penal. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 1º O procedimento investigatório criminal não é condição de procedibilidade ou pressuposto processual para o ajuizamento de ação penal e não exclui a possibilidade de formalização de investigação por outros órgãos legitimados da Administração Pública. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º A regulamentação do procedimento in-vestigatório criminal prevista nesta Resolução não se aplica às autoridades abrangidas pela previsão do art. 33, parágrafo único, da Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 2º Em poder de quaisquer peças de infor-mação, o membro do Ministério Público poderá:

I – promover a ação penal cabível;

II – instaurar procedimento investigatório criminal;

III – encaminhar as peças para o Juizado Especial Criminal, caso a infração seja de menor potencial ofensivo;

IV – promover fundamentadamente o respectivo arquivamento;

V – requisitar a instauração de inquérito policial, indicando, sempre que possível, as diligências necessárias à elucidação dos fatos, sem prejuízo

daquelas que vierem a ser realizadas por iniciativa da autoridade policial competente.

Art. 3.º O procedimento investigatório criminal poderá ser instaurado de ofício, por membro do Ministério Público, no âmbito de suas atribuições criminais, ao tomar conhecimento de infração penal de iniciativa pública, por qualquer meio, ainda que informal, ou mediante provocação. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 1º O procedimento investigatório criminal deverá tramitar, comunicar seus atos e transmitir suas peças, preferencialmente, por meio eletrônico. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º A distribuição de peças de informação deverá observar as regras internas previstas no sistema de divisão de serviços. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 3º No caso de instauração de ofício, o proce-dimento investigatório criminal será distribuído livremente entre os membros da instituição que tenham atribuições para apreciá-lo, incluído aquele que determinou a sua instauração, observados os critérios fixados pelos órgãos especializados de cada Ministério Público e respeitadas as regras de competência temporária em razão da matéria, a exemplo de grupos específicos criados para apoio e assessoramento e de forças-tarefas devidamente designadas pelo procurador-geral competente, e as relativas à conexão e à continência. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 4º O membro do Ministério Público, no exercício de suas atribuições criminais, deverá dar anda-mento, no prazo de 30 (trinta) dias a contar de seu recebimento, às representações, requerimentos, petições e peças de informação que lhe sejam en-caminhadas, podendo este prazo ser prorrogado, fundamentadamente, por até 90 (noventa) dias, nos casos em que sejam necessárias diligências preliminares. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 4º O procedimento investigatório criminal será instaurado por portaria fundamentada, devi-damente registrada e autuada, com a indicação dos fatos a serem investigados e deverá conter, sempre que possível, o nome e a qualificação do autor da representação e a determinação das diligências iniciais.

Parágrafo único. Se, durante a instrução do procedimento investigatório criminal, for constatada a necessidade de investigação de outros fatos, o membro do Ministério Público poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de peças para instauração de outro procedimento.

Art. 5º Da instauração do procedimento investi-gatório criminal far-se-á comunicação imediata e, preferencialmente, eletrônica ao Órgão Superior competente, sendo dispensada tal comunicação em caso de registro em sistema eletrônico.

resOluçãO nº 181, de 7 de AGOstO de 2017

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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cAPÍtulO iiDAS INVESTIGAÇÕES CONJUNTAS

Art. 6º O procedimento investigatório criminal poderá ser instaurado de forma conjunta, por meio de força tarefa ou por grupo de atuação especial composto por membros do Ministério Público, cabendo sua presidência àquele que o ato de instauração designar.

§ 1º Poderá também ser instaurado procedimento investigatório criminal, por meio de atuação con-junta entre Ministérios Públicos dos Estados, da União e de outros países.

§ 2º O arquivamento do procedimento investi-gatório deverá ser objeto de controle e eventual revisão em cada Ministério Público, cuja apreciação se limitará ao âmbito de atribuição do respectivo Ministério Público.

§ 3º Nas hipóteses de investigações que se refiram a temas que abranjam atribuições de mais de um órgão de execução do Ministério Público, os procedimentos investigatórios deverão ser objeto de arquivamento e controle respectivo com obser-vância das regras de atribuição de cada órgão de execução. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

cAPÍtulO iii DA INSTRUÇÃO

Art. 7º O membro do Ministério Público, obser-vadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e sem prejuízo de outras providências inerentes a sua atribuição funcional, poderá: (Re-dação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

I – fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer outras diligências, inclusive em orga-nizações militares;

II – requisitar informações, exames, perícias e do-cumentos de autoridades, órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

III – requisitar informações e documentos de en-tidades privadas, inclusive de natureza cadastral;

IV – notificar testemunhas e vítimas e requisitar sua condução coercitiva, nos casos de ausência injustificada, ressalvadas as prerrogativas legais;

V – acompanhar buscas e apreensões deferidas pela autoridade judiciária;

VI – acompanhar cumprimento de mandados de prisão preventiva ou temporária deferidas pela autoridade judiciária;

VII – expedir notificações e intimações necessárias;

VIII – realizar oitivas para colheita de informações e esclarecimentos;

IX – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou relativo a serviço de relevância pública;

X – requisitar auxílio de força policial.

§ 1º Nenhuma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública poderá opor ao Ministério Público, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso da informação, do registro, do dado ou do documento que lhe seja fornecido, ressalvadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição. (Redação dada pela Resolução n°183,de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º As respostas às requisições realizadas pelo Ministério Público deverão ser encaminhadas, sempre que determinado, em meio informatizado e apresentadas em arquivos que possibilitem a

migração de informações para os autos do pro-cesso sem redigitação.

§ 3º As requisições do Ministério Público serão feitas fixando-se prazo razoável de até 10 (dez) dias úteis para atendimento, prorrogável mediante solicitação justificada.

§ 4º Ressalvadas as hipóteses de urgência, as notificações para comparecimento devem ser efetivadas com antecedência mínima de 48 horas, respeitadas, em qualquer caso, as prerrogativas legais pertinentes.

§ 5º A notificação deverá mencionar o fato investi-gado, salvo na hipótese de decretação de sigilo, e a faculdade do notificado de se fazer acompanhar por defensor. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 6º As correspondências, notificações, requisi-ções e intimações do Ministério Público quando tiverem como destinatário o Presidente da Repú-blica, o Vice-Presidente da República, membro do Congresso Nacional, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribunal de Contas da União ou chefe de missão diplomática de ca-ráter permanente serão encaminhadas e levadas a efeito pelo Procurador-Geral da República ou outro órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja delegada.

§ 7º As notificações e requisições previstas neste artigo, quando tiverem como destinatários o Go-vernador do Estado, os membros do Poder Legis-lativo e os desembargadores, serão encaminhadas pelo Procurador-Geral de Justiça ou outro órgão do Ministério Público a quem essa atribuição seja delegada.

§ 8º As autoridades referidas nos §§ 6º e 7º po-derão fixar data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se for o caso.

§ 9º O membro do Ministério Público será respon-sável pelo uso indevido das informações e docu-mentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo e de documentos assim classificados.

Art. 8º A colheita de informações e depoimentos deverá ser feita preferencialmente de forma oral, mediante a gravação audiovisual, com o fim de obter maior fidelidade das informações prestadas.

§ 1º Somente em casos excepcionais e imprescin-díveis deverá ser feita a transcrição dos depoimen-tos colhidos na fase investigatória. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º O membro do Ministério Público poderá requisitar o cumprimento das diligências de oitiva de testemunhas ou informantes a servidores da instituição, policiais civis, militares ou federais, guardas municipais ou a qualquer outro servidor público que tenha como atribuições fiscalizar ati-vidades cujos ilícitos possam também caracterizar delito. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 3º A requisição referida no parágrafo anterior deverá ser comunicada ao seu destinatário pelo meio mais expedito possível, e a oitiva deverá ser realizada, sempre que possível, no local em que se encontrar a pessoa a ser ouvida. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 4º O funcionário público, no cumprimento das diligências de que trata este artigo, após a oitiva da testemunha ou informante, deverá imediata-mente elaborar relatório legível, sucinto e objetivo sobre o teor do depoimento, no qual deverão ser consignados a data e hora aproximada do crime, onde ele foi praticado, as suas circunstâncias, quem o praticou e os motivos que o levaram a praticar, bem ainda identificadas eventuais vítimas

e outras testemunhas do fato, sendo dispensável a confecção do referido relatório quando o depoi-mento for colhido mediante gravação audiovisual. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 5º O Ministério Público, sempre que possível, de-verá fornecer formulário para preenchimento pelo servidor público dos dados objetivos e sucintos que deverão constar do relatório. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 6º O funcionário público que cumpriu a requisição deverá assinar o relatório e, se possível, também o deverá fazer a testemunha ou informante(Re-dação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 7º O interrogatório de suspeitos e a oitiva das pessoas referidas nos §§ 6º e 7º do art. 7º deverão necessariamente ser realizados pelo membro do Ministério Público. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 8º As testemunhas, informantes e suspeitos ouvidos na fase de investigação serão informados do dever de comunicar ao Ministério Público qual-quer mudança de endereço, telefone ou e-mail. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 9º O autor do fato investigado poderá apre-sentar, querendo, as informações que considerar adequadas, facultado o acompanhamento por defensor. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 1º O defensor poderá examinar, mesmo sem procuração, autos de procedimento de investi-gação criminal, findos ou em andamento, ainda que conclusos ao presidente, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º Para os fins do parágrafo anterior, o defensor deverá apresentar procuração, quando decre-tado o sigilo das investigações, no todo ou em parte. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 3º O órgão de execução que presidir a investi-gação velará para que o defensor constituído nos autos assista o investigado durante a apuração de infrações, de forma a evitar a alegação de nulidade do interrogatório e, subsequentemente, de todos os elementos probatórios dele decorrentes ou derivados, nos termos da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. (Incluído pela Resoluçãon°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 4º O presidente do procedimento investigatório criminal poderá delimitar o acesso do defensor aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das di-ligências. (Incluído pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 10. As diligências serão documentadas em autos de modo sucinto e circunstanciado. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 11. As inquirições que devam ser realizadas fora dos limites territoriais da unidade em que se realizar a investigação serão feitas, sempre que possível, por meio de videoconferência, podendo ainda ser deprecadas ao respectivo órgão do Ministério Público local.

§ 1º Nos casos referidos no caput deste artigo, o membro do Ministério Público poderá optar por realizar diretamente a inquirição com a prévia ciência ao órgão ministerial local, que deverá

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RESOLUÇÃO Nº 181, DE 7 DE AGOSTO DE 2017

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tomar as providências necessárias para viabilizar a diligência e colaborar com o cumprimento dos atos para a sua realização.

§ 2º A deprecação e a ciência referidas neste artigo poderão ser feitas por qualquer meio hábil de comunicação.

§ 3º O disposto neste artigo não obsta a requisição de informações, documentos, vistorias, perícias a órgãos ou organizações militares sediados em lo-calidade diversa daquela em que lotado o membro do Ministério Público.

Art. 12. A pedido da pessoa interessada, será for-necida comprovação escrita de comparecimento.

Art. 13. O procedimento investigatório criminal deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, permitidas, por igual período, prorrogações suces-sivas, por decisão fundamentada do membro do Ministério Público responsável pela sua condução.

§ 1º Cada unidade do Ministério Público manterá, para conhecimento dos órgãos superiores, controle atualizado, preferencialmente por meio eletrônico, do andamento de seus procedimentos investi-gatórios criminais, observado o nível de sigilo e confidencialidade que a investigação exigir, nos termos do art. 15 desta Resolução.

§ 2º O controle referido no parágrafo anterior poderá ter nível de acesso restrito ao Procura-dor-Geral da República, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça Militar e ao respectivo Corregedor-Geral, mediante justificativa lançada nos autos. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

cAPÍtulO iVDA PERSECUÇÃO PATRIMONIAL

Art. 14. A persecução patrimonial voltada à loca-lização de qualquer benefício derivado ou obtido, direta ou indiretamente, da infração penal, ou de bens ou valores lícitos equivalentes, com vistas à propositura de medidas cautelares reais, confisco definitivo e identificação do beneficiário econômico final da conduta, será realizada em anexo autô-nomo do procedimento investigatório criminal.

§ 1º Proposta a ação penal, a instrução do procedi-mento tratado no caput poderá prosseguir até que ultimadas as diligências de persecução patrimonial.

§ 2° Caso a investigação sobre a materialidade e autoria da infração penal já esteja concluída, sem que tenha sido iniciada a investigação tratada neste capítulo, procedimento investigatório específico poderá ser instaurado com o objetivo principal de realizar a persecução patrimonial.

cAPÍtulO V PUBLICIDADE

Art. 15. Os atos e peças do procedimento inves-tigatório criminal são públicos, nos termos desta Resolução, salvo disposição legal em contrário ou por razões de interesse público ou conveniência da investigação.

Parágrafo único. A publicidade consistirá:

I – na expedição de certidão, mediante reque-rimento do investigado, da vítima ou seu repre-sentante legal, do Poder Judiciário, do Ministério Público ou de terceiro diretamente interessado;

II– no deferimento de pedidos de extração de cópias, com atenção ao disposto no § 1º do art. 3º desta Resolução e ao uso preferencial de meio eletrônico, desde que realizados de forma fundamentada pelas pessoas referidas no inciso I, pelos seus procuradores com poderes especí-ficos ou por advogado, independentemente de fundamentação, ressalvada a limitação de acesso

aos autos sigilosos a defensor que não possua procuração ou não comprove atuar na defesa do investigado; (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

III– no deferimento de pedidos de vista, realizados de forma fundamentada pelas pessoas referidas no inciso I ou pelo defensor do investigado, pelo prazo de 5 (cinco) dias ou outro que assinalar fun-damentadamente o presidente do procedimento investigatório criminal, com atenção à restrição de acesso às diligências cujo sigilo tenha sido determinado na forma do § 4º do art. 9º desta Resolução; (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

IV– na prestação de informações ao público em geral, a critério do presidente do procedimento investigatório criminal, observados o princípio da presunção de inocência e as hipóteses legais de sigilo. (Anterior inciso III renumerado para IV pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 16. O presidente do procedimento inves-tigatório criminal poderá decretar o sigilo das investigações, no todo ou em parte, por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou interesse público exigir, garantido o acesso aos autos ao investigado e ao seu defensor, desde que munido de procuração ou de meios que comprovem atuar na defesa do investigado, ca-bendo a ambos preservar o sigilo sob pena de responsabilização. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Paragrafo único. Em caso de pedido da parte interessada para a expedição de certidão a respeito da existência de procedimentos investigatórios cri-minais, é vedado fazer constar qualquer referência ou anotação sobre investigação sigilosa.

cAPÍtulO ViDOS DIREITOS DAS VÍTIMAS

Art. 17. O membro do Ministério Público que preside o procedimento investigatório criminal esclarecerá a vítima sobre seus direitos materiais e processuais, devendo tomar todas as medidas necessárias para a preservação dos seus direitos, a reparação dos eventuais danos por ela sofridos e a preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem.

§ 1º O membro do Ministério Público velará pela segurança de vítimas e testemunhas que sofre-rem ameaça ou que, de modo concreto, este-jam suscetíveis a sofrer intimidação por parte de acusados, de parentes deste ou pessoas a seu mando, podendo, inclusive, requisitar proteção policial em seu favor.

§ 2º O membro do Ministério Público que preside o procedimento investigatório criminal, no curso da investigação ou mesmo após o ajuizamento da ação penal, deverá providenciar o encami-nhamento da vítima ou de testemunhas, caso presentes os pressupostos legais, para inclusão em Programa de Proteção de Assistência a Vítimas e a Testemunhas ameaçadas ou em Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados, conforme o caso.

§ 3º Em caso de medidas de proteção ao inves-tigado, as vítimas e testemunhas, o membro do Ministério Público observará a tramitação prioritária do feito, bem como providenciará, se o caso, a oitiva antecipada dessas pessoas ou pedirá a antecipação dessa oitiva em juízo.

§ 4º O membro do Ministério Público que preside o procedimento investigatório criminal providenciará o encaminhamento da vítima e outras pessoas atingidas pela prática do fato criminoso apurado à rede de assistência, para atendimento multidis-

ciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.

cAPÍtulO ViiDO ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO

PENAL

Art. 18. Não sendo o caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor ao investigado acordo de não persecução penal quando, comi-nada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, o investigado tiver confes-sado formal e circunstanciadamente a sua prá-tica, mediante as seguintes condições, ajustadas cumulativa ou alternativamente: (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo;

è (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de2018)

II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público como instrumen-tos, produto ou proveito do crime; (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mí-nima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo Ministério Público; (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério Público, devendo a prestação ser des-tinada preferencialmente àquelas entidades que tenham como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de2018)

V – cumprir outra condição estipulada pelo Minis-tério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal aparentemente praticada. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 1º Não se admitirá a proposta nos casos em que: (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

I – for cabível a transação penal, nos termos da lei; (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

II – o dano causado for superior a vinte salários mí-nimos ou a parâmetro econômico diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local; (Redação dada pela Reso-lução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

III – o investigado incorra em alguma das hipóte-ses previstas no art. 76, § 2º, da Lei nº 9.099/95; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

IV – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

V – o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

VI – a celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. (Redação dada pela Reso-lução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

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MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – LEGISLAÇÃO E DICAS

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§ 2º A confissão detalhada dos fatos e as tratativas do acordo serão registrados pelos meios ou recur-sos de gravação audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, e o investigado deve estar sempre acompanhado de seu defensor. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 3º O acordo será formalizado nos autos, com a qualificação completa do investigado e estipu-lará de modo claro as suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cum-primento, e será firmado pelo membro do Minis-tério Público, pelo investigado e seu defensor. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 4º Realizado o acordo, a vítima será comuni-cada por qualquer meio idôneo, e os autos serão submetidos à apreciação judicial. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 5º Se o juiz considerar o acordo cabível e as condições adequadas e suficientes, devolverá os autos ao Ministério Público para sua implemen-tação. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 6º Se o juiz considerar incabível o acordo, bem como inadequadas ou insuficientes as condições celebradas, fará remessa dos autos ao procurador--geral ou órgão superior interno responsável por sua apreciação, nos termos da legislação vigente, que poderá adotar as seguintes providências: (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

I – oferecer denúncia ou designar outro membro para oferecê-la; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

II – complementar as investigações ou designar ou-tro membro para complementá-la; (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

III – reformular a proposta de acordo de não per-secução, para apreciação do investigado; (Re-dação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

IV – manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a Instituição. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 7º O acordo de não persecução poderá ser ce-lebrado na mesma oportunidade da audiência de custódia. (Redação dada pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 8º É dever do investigado comunicar ao Ministério Público eventual mudança de endereço, número de telefone ou e-mail, e comprovar mensalmente o cumprimento das condições, independente-mente de notificação ou aviso prévio, devendo ele, quando for o caso, por iniciativa própria, apresentar imediatamente e de forma documentada eventual justificativa para o não cumprimento do acordo. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 9º Descumpridas quaisquer das condições esti-puladas no acordo ou não observados os deveres do parágrafo anterior, no prazo e nas condições estabelecidas, o membro do Ministério Público deverá, se for o caso, imediatamente oferecer denúncia. (Incluído pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 10 O descumprimento do acordo de não per-secução pelo investigado também poderá ser utilizado pelo membro do Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 11 Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o arquivamento da investiga-ção, nos termos desta Resolução. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 12 As disposições deste Capítulo não se aplicam aos delitos cometidos por militares que afetem a hierarquia e a disciplina. (Incluído pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 13 Para aferição da pena mínima cominada ao delito, a que se refere o caput, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Resolução n°183 , de 24 de janeiro de 2018)

cAPÍtulO ViiDA CONCLUSÃO E DO ARQUIVAMENTO

Art. 19. Se o membro do Ministério Público res-ponsável pelo procedimento investigatório criminal se convencer da inexistência de fundamento para a propositura de ação penal pública, nos termos do art. 17, promoverá o arquivamento dos autos ou das peças de informação, fazendo-o funda-mentadamente. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 1º A promoção de arquivamento será apresen-tada ao juízo competente, nos moldes do art.

28 do Código de Processo Penal, ou ao órgão superior interno responsável por sua apreciação, nos termos da legislação vigente. (Anterior pará-grafo único renumerado para § 1º pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

§ 2º Na hipótese de arquivamento do procedi-mento investigatório criminal, ou do inquérito policial, quando amparado em acordo de não persecução penal, nos termos do artigo anterior, a promoção de arquivamento será necessariamente apresentada ao juízo competente, nos moldes do art. 28 do Código de Processo Penal. (Incluído pela Resolução n°183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 20. Se houver notícia da existência de novos elementos de informação, poderá o membro do Ministério Público requerer o desarquivamento dos autos, providenciando-se a comunicação a que se refere o art. 5º desta Resolução.

cAPÍtulO ViiDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E

TRANSITÓRIAS

Art. 21. No procedimento investigatório criminal serão observados os direitos e as garantias indivi-duais consagrados na Constituição da República Federativa do Brasil, bem como as prerrogativas funcionais do investigado, aplicando-se, no que couber, as normas do Código de Processo Penal e a legislação especial pertinente. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Parágrafo único (Revogado pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018)

Art. 22. Os órgãos do Ministério Público deverão promover a adequação dos procedimentos de investigação em curso aos termos da presente Resolução, no prazo de 90 (noventa) dias a partir de sua entrada em vigor.

Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24. Fica revogada a Resolução CNMP nº 13, de 2 de outubro de 2006. Brasília-DF, 7 de agosto de 2017.

RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS

Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público

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Código das Famílias Comentado. 2. ed. rev., ampl. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2011 (coordenação).

Direito de Família Mínimo: a possibilidade de aplicação e o campo de incidência da autonomia privada no Direito de Família. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

Leituras Complementares de Direito Civil: Direito das Famílias. Salvador: JusPODIVM, 2010 (coautoria).

Ministério Público: leis especiais para concursos, v. 14. 4. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2014 (coautoria).

Ministério Público de São Paulo: promotor de justiça. Salvador: JusPODIVM, 2017 (coordenação em coautoria).

Ministério Público em Ação: atuação prática jurisdicional e extrajurisdicional. 6. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017 (coautoria).

Ministério Público Estadual. 3. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2018 (coordenação).

O Fim da Culpa na Separação Judicial: uma perspectiva histórico-jurídica. Belo Horizonte: Del Rey, 2007.

O Projeto do Novo Código de Processo Penal. Salvador: JusPODIVM, 2012 (coordenação em coautoría).

OAB Direito Processual Penal. 3. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017, v. 6.

Processo Penal para os Concursos de Técnico e Analista. 6. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2017.

Sinopse para Concursos: Processo Penal – Parte Geral. 8. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2018, v. 7.

Sinopse para Concursos: Processo Penal – Parte Especial. 8. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2018, v. 8.

Temas Atuais de Direito de Família. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

Temas Atuais do Ministério Público. 6. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2016 (coordenação em coautoria

OBRAS DO AUTOR

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