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PREFÁCIO As igrejas costumam passar da beira dos grandes reavivamentos às profundezas da letargia e da camalidade. Quando os indivíduos ou as igrejas caem do alto de suas escadas espirituais, tem de subir degrau por degrau às alturas novamente. Israel chegara ao fundo. Sua idolatria e obstinação provocaram a ira de Deus. Em 722 A.C o rei da Assíria apoderou-se das dez tribos do norte e as dispersou. Em 605 A.C., Nabucodonosor entrou em Jerusalém, levando cativas as duas tribos do sul. O Templo foi destruído. Os judeus no tinham mais um lugar central de adoração, e foram lentamente absorvidos pelas sociedades estranhas. Foi um período novo e depressivo para os descendentes de Jacó. Sofreram o fruto de sua inconstância. Levantou-se um punhado de líderes piedosos que reconduziram os israelitas ao caos e aos entulhos da Palestina para restabelecer o povo escolhido em sua própria terra e restaurar o culto a Jeová. Os Livros de Esdras e Neemias registram as vidas e o ministério de três desses homens. Estes dois livros despertam o entusiasmo do leitor, refletindo os problemas humanos do medo, da ansiedade, do egoísmo e da sensualidade, como também as causas e a cura desses pecados. Leia e estude na expectativa de perceber a glória de Deus reluzindo no meio dos entulhos de Jerusalém. Capítulo 1 CHAMADO À AÇÃO Texto Bíblico: Esdras 1: 1-2: 70. Versículo para Memorizar: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Rm. 13: 1). Deus está sempre no controle. Quando os israelitas estavam completando setenta anos de cativeiro, Deus levou a profecia de Jeremias aos ouvidos de Ciro, Rei da Pérsia, que, por sua vez, fez uma proclamação que mudaria o curso da história dos judeus. Deus usara os gentios para expulsar os judeus da terra; agora, Ele usaria um gentio para fazê-los voltar. Quando um governador fala (Esdras 1: 1-4). Desde que os poderosos exércitos de Nabucodonosor marcharam sobre Jerusalém, em 605 A.C., Israel estivera vivendo sob o punho da Babilônia e, mais tarde, da Pérsia. O cativeiro da Babilônia foi muito mais severo do que o do Medo-Pérsia. A filosofia persa era de bondade para com os povos cativos, permitindo que adorasse a quem quisessem e que se ocupassem de muitas das suas próprias atividades sociais. Ciro

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PREFÁCIO

As igrejas costumam passar da beira dos grandes reavivamentos às profundezas da letargia e da camalidade. Quando os indivíduos ou as igrejas caem do alto de suas escadas espirituais, tem de subir degrau por degrau às alturas novamente. Israel chegara ao fundo. Sua idolatria e obstinação provocaram a ira de Deus. Em 722 A.C o rei da Assíria apoderou-se das dez tribos do norte e as dispersou. Em 605 A.C., Nabucodonosor entrou em Jerusalém, levando cativas as duas tribos do sul. O Templo foi destruído. Os judeus no tinham mais um lugar central de adoração, e foram lentamente absorvidos pelas sociedades estranhas. Foi um período novo e depressivo para os descendentes de Jacó. Sofreram o fruto de sua inconstância. Levantou-se um punhado de líderes piedosos que reconduziram os israelitas ao caos e aos entulhos da Palestina para restabelecer o povo escolhido em sua própria terra e restaurar o culto a Jeová. Os Livros de Esdras e Neemias registram as vidas e o ministério de três desses homens. Estes dois livros despertam o entusiasmo do leitor, refletindo os problemas humanos do medo, da ansiedade, do egoísmo e da sensualidade, como também as causas e a cura desses pecados. Leia e estude na expectativa de perceber a glória de Deus reluzindo no meio dos entulhos de Jerusalém.

Capítulo 1 CHAMADO À AÇÃO Texto Bíblico: Esdras 1: 1-2: 70. Versículo para Memorizar: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Rm. 13: 1). Deus está sempre no controle. Quando os israelitas estavam completando setenta anos de cativeiro, Deus levou a profecia de Jeremias aos ouvidos de Ciro, Rei da Pérsia, que, por sua vez, fez uma proclamação que mudaria o curso da história dos judeus. Deus usara os gentios para expulsar os judeus da terra; agora, Ele usaria um gentio para fazê-los voltar. Quando um governador fala (Esdras 1: 1-4). Desde que os poderosos exércitos de Nabucodonosor marcharam sobre Jerusalém, em 605 A.C., Israel estivera vivendo sob o punho da Babilônia e, mais tarde, da Pérsia. O cativeiro da Babilônia foi muito mais severo do que o do Medo-Pérsia. A filosofia persa era de bondade para com os povos cativos, permitindo que adorasse a quem quisessem e que se ocupassem de muitas das suas próprias atividades sociais. Ciro tornou-se o instrumento de Deus, permitindo que retornassem à sua terra natal e que reconstruíssem o seu local de cultos novamente.

As leis ditadas pelos governantes foram para o bem do povo de Deus, Em Romanos 13: 1-3, recebemos a ordem: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor quando se faz o bem, e, sim, quando se faz o mal”. Paulo prossegue admoestando-nos a pagar tributos, impostos, a temer o governo e honrar aqueles que devem ser honrados. Em 1 Pedro 2: 13 e 14, o crente enfrenta ordem semelhante em relação ao seu governo: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor; quer seja ao rei, Como soberano; quer seja autoridades como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores, como para louvor dos que praticam o bem”. O crente não precisa obedecer ao governo quando este lhe pede que faça coisas contrárias à Palavra de Deus escrita. Em Atos 4, Pedro e João foram chamados para prestar contas por causa d que ensinavam e, finalmente, receberam ordens de não falar mais no nome de Jesus. Nos versículos 19 e 20, eles responderam: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós mio podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos” - Mas em questões comuns como o pagamento de impostos, alfândega, licenciamentos ou leis de trânsito, os crentes devem ficar sujeitos à autoridade do país. Em 1 Timóteo 2. 1-8, encontramos mais uma advertência para os crentes, referente ao governo. Os

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homens são aconselhados a fazer “súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade”, para poder viver “vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito”. Os crentes têm ordem de serem obedientes, mas também de apoiar os reis e os que se acham em posição de autoridade, orando por eles. O maior instrumento que um crente tem para operar mudanças no governo é a oração. Quando um crente vai a Deus, que é o Criador de cada nação sobre a face da terra, está falando com Aquele que é capaz de alterar o governo. Primeira Timóteo 2: 1 revela que os homens devem fazer súplicas. Orações, intercessões e ações de graças pelos governadores. A palavra súplica vem de uma palavra grega que significa “rogar” ou “gritar” com todo fervor pedindo misericórdia e ajuda. Nossa tendência é ficarmos zangados ou desapontados com o governo e nos queixamos dele em lugar de buscar o Senhor em intercessão. Devemos acabar com a idéia de que Deus não está no controle do governo ou que nenhum governo na terra é bom. Nossa responsabilidade é, em primeiro lugar, orar e, então, obedecer. Ciro era o rei supremo. Os judeus eram escravos e ainda assim Ciro tornou-se o instrumento de Deus para sua liberdade. Sua proclamação foi feita com cuidado e consideração. Primeiro foi proclamada em todas as províncias do seu reino e, então, foi registrada. Ele preocupou-se em que não fosse mal-interpretada e que não ficasse desconhecida (Esdras 1:1). Depois, Ciro deu glória a Deus pelo que ia acontecer. Tornou claro que Deus o incumbira da responsabilidade de edificar a casa de Deus em Jerusalém. Como gentil foi e governante, foi instrumento nas mãos de Deus e porta-voz de Deus para o povo de Deus. Ele convocou voluntários para irem a Jerusalém e reconstruírem o Templo. Percebendo que nem todos queriam ir, ele tornou claro que aqueles que ficassem na Pérsia teriam de ajudar aqueles que estavam prontos a iniciar a cansativa viagem de diversas centenas de milhas a uma terra cheia de inimigos e uma cidade destruída, a fim de fazer a obra de Deus. Teriam de contribuir com prata, ouro, mantimentos e animais, fazendo uma oferta de livre e espontânea vontade, para a reconstrução do Templo. Lembre-se que estas ordens incisivas vieram de um rei gentio, não de um sumo-sacerdote ou dos líderes religiosos da época. Voluntários (Esdras 1: 5-1 1). Deus sempre convoca voluntários. Ele não forçou que 100 por cento dos israelitas se envolvessem na obra da reconstrução do Templo. Apenas aqueles que eram sensíveis ao Espírito de Deus. (v. 5), reagiram à convocação de Ciro para ir a Jerusalém. Dentro de nossas igrejas, hoje em dia, há homens e mulheres que deveriam atender ao chamamento de Deus para o trabalho cristão, em casa e nos campos missionários à volta do mundo. Ninguém é chamado para descansar, mas para lutar. É preciso armar a barraca no campo de batalha, não no paraíso. Temos de encarar a tarefa da Grande Comissão como uma tarefa, um serviço, um programa, um dever, um instrumento, um supremo esforço. Missões mundiais sob o comando de Cristo é uma mobilização para enfrentar dificuldades e conflito. Alguns são culpados de preguiça e falta de compromisso. Um comunista militante disse o seguinte a um cristão: “Creia-me, nós ganharemos. Estamos prontos a sacrificar tudo, até as nossas vidas; mas vocês, cristãos, têm medo até de sujar as mãos”. Dizemos que estamos prontos a sermos dedicados, submissos e consagrados ao encantador Senhor Jesus Cristo, para vivermos uma vida bela, bem-comportada, mas não para sofrer o opróbrio e enfrentar a luta indo a um país estranho para realizar a vontade de Deus a qualquer preço. Somos como os homens de Efraim que “embora armados de arco, bateram em retirada no dia do combate” (Sl. 78: 9). Temos uma fé anêmica. A inércia nos fez parar em nossos caminhos. Dizia-se que Douglas MacArthur “nasceu para a batalha”. Ele não era general de gabinete. Ele sabia o que fazer, mas também o realizava. Nós ficamos sentados cantando hinos missionários, escrevemos livros, fazemos filmes e despachamos circulares, enquanto agitamos bandeiras com os dizeres: “Temos uma história para contar às nações”; mas deixamos de nós mesmos nos oferecer para o trabalho missionário. Que Deus fale aos nossos corações sobre as necessidades de nossa geração como Ele falou aos corações daqueles que viveram no tempo de Ciro. Naturalmente, Ciro sabia que nem todos poderiam se oferecer para ir; por isso organizou o trabalho de maneira tal que aqueles que ficaram para trás podiam contribuir com o sustento para aqueles que fariam à árdua viagem. Eles deram prata, ouro, mantimentos e animais para os voluntários.

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De maneira semelhante, nós enviamos missionários que oferecem suas vidas, deixando a comodidade do lar para os desafios do ministério em terras distantes. Eles são sustentados com o dinheiro de pessoas que ficam em casa trabalhando. Cada filho de Deus deveria fazer as coisas para as quais tem mais capacidade. Deus formou o corpo de Cristo de maneira que cada igreja local tem uma variedade de talentos e capacidade. Esta maravilhosa disposição permite que cada um se encaixe em seu lugarzinho particular dentro do plano de Deus. Enquanto os voluntários se apresentavam, os chefes das famílias, os sacerdotes e os levitas foram os primeiros (Esdras 1: 5). Os líderes sempre devem ser os primeiros a se apresentar. Quando aquele impulso especial do Espírito Santo está agindo na vida de um líder, outros crentes reagirão adequadamente a qualquer desafio. Em cada geração, os homens tiveram de escolher entre Deus e Mamon, entre o eterno o passageiro. Essa gente escolheu a vontade de Deus. A antiga Éfeso foi uma das mais famosas cidades do primeiro século. Seu templo dedicado a Diana era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Quando o Apóstolo Paulo visitou Éfeso, a cidade possuía teatros, imensos ginásios e saunas. As glórias da cidade e do templo há muito que se desvaneceram no tempo, e hoje são apenas vistas por meio das pás da arqueologia, O templo de Diana é a mais desbotada de todas as glórias de Éfeso. Hoje, o que resta dele são alguns caquinhos de uma coluna no fundo de uma cova rasa. Um escritor antigo, quando observou o templo de Diana. Disse: “Eu já vi os jardins da Babilônia, o colosso de Rodes, as imensas pirâmides e o mausoléu; mas, quando meus olhos voltaram-se para o templo de Diana em Éfeso, todas as outras maravilhas do mundo perderam o seu brilho”. Essas palavras foram enunciadas, entretanto, diante de um templo que fora construído com a engenhosidade humana para a satisfação de necessidades humanas. Se esse escritor pudesse ver a Éfeso de hoje, reconheceria inteiramente que todas as realizações fora da vontade de Deus são muito passageiras. Ele teria de concordar com o Apóstolo João: “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1 João 2: 17). Operários registrados (Esdras 2: 1-70). Deus mantém registro exato do Seu povo e do que tem feito. O segundo capítulo de Esdras contém uma lista das famílias de pessoas que se entregaram ao trabalho em Jerusalém. Menos que 50.000 pessoas atenderam ao desafio da reconstrução do Templo. Ë muito menos do que aqueles que constituíram o grupo que originalmente deixou o Egito sob a liderança de Moisés cerca de 1.000 anos antes. De acordo com o Livro de Números, 600.000 homens com vinte anos de idade e mais velhos saíram do Egito sob a liderança de Moisés. Naturalmente foram também 600.000 mulheres, o que totalizava 1.200.000 pessoas de vinte anos para cima, além das crianças, mais o gado e pertences. Uma estimativa conservadora diria que 2.500.000 pessoas, mais o gado, foram o total daquela expedição. Agora, após viver na terra por tantos anos e tendo sofrido o cativeiro como castigo pelo seu pecado, eram apenas 50.000 pessoas. A Palavra de Deus não contém registro das famílias que se perderam no cativeiro ou daqueles que não retornaram. Mas Deus escolheu que aqueles que foram fiéis à convocação feita por Ciro ficassem eternamente registrados. Deus está mantendo um registro das vidas dos Seus todos os dias. Paulo falou desse registro em II Cor. 5:9 e 10, onde disse: “Ë por isso também que nos esforçamos, quer presentes, querem ausentes, para lhe ser agradáveis. Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito, por meio do corpo”. Veja também: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troca a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas” Col.3:23-25. Também se mantém um registro das vidas daqueles que não aceitaram o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. Apocalipse 20: 12-15 declara esta verdade explicitamente. Diz, em parte: “Então se abriram os livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi aberto: E os mortos foram julgados, um por um, segundo as suas obras”. Deus teve o cuidado especial de registrar as obras dos justos em Hebreu capítulo 11. Nesse extenso registro, Ele mencionou Abel, que foi a primeira vítima de um homicídio; Enoque e Noé; Abraão e Sara; Isaque e Jacó; Moisés; Raabe e outros que sofreram zombarias e flagelos, mas que permaneceram firmes na fé em Deus, Deus incluirá você em Sua galeria da fé, se você se lhe entregar como servo fiel.

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O Dr. BilI McColl foi um grande jogador de futebol universitário e profissional, que cursou uma escola médica enquanto jogava futebol. Depois de concluir seus estudos, aceitou Jesus Cristo como Salvador e foi para a Coréia onde serviu como missionário de tempo reduzido. Depois que voltou da Coréia, foi escolhido pela Câmara de Comércio dos EEUU, como um entre os dez jovens que mais se destacaram no país. Ficou sabendo que um colega seu do colégio, Albert Graham, tornara-se um missionário no Brasil. O Dr. McColl só se lembrava de duas coisas sobre Graham: Tinham concluído o colégio no mesmo ano e ele sempre achara que Graham era um sujeito “esquisito”. Sua curiosidade levou-o a folhear seu álbum de formatura para olhar a fotografia de Albert Graham. Ele fora um lutador da equipe do colégio, cantava no coro e tinha sido o presidente do clube bíblico. Dr. McColl descobriu esta mensagem do seu antigo colega escrita na primeira página: “Caro Bili, foi um ano excelente. Você foi um astro e eu fui, bem, sem comentários. Bill espero que você tenha uma vida sempre feliz, e lembre- se: Uma vida feliz é a vida cristã”. Albert Graham deixara um registro de vida permanente naquele álbum de formatura. Estava ali para o Dr. McColl ver. Cada um de nós deixa um registro da vida permanente, não apenas aqui na terra para aqueles que podem vê-lo num futuro não muito distante, mas também para toda a eternidade, onde fica registrado no livro de Deus.

Capítulo 2 LUTA E LÁGRIMAS Texto Bíblico: Esdras 3: 14: 24. Versículo para Memorizar: “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (II Co. 6: 17, 18). O início da obra (Esdras 3: 1-13). Toda grande obra feita para Deus deve ter o seu dia de início. Os 50.000 judeus reuniram-se como um só homem em Jerusalém. Sob a liderança de Zorobabel, estavam preparados para iniciar a construção do santo Templo. Muros quebrados, vigas queimadas e pilhas de entulho, eram o que encontravam por todos os lados. Teria sido fácil perder-se no labirinto dos problemas que tiveram de enfrentar. Mas com determinação, impulsionados pelo Espírito de Deus, selecionaram as coisas mais importantes e começaram a trabalhar com vigor. Geralmente é fácil analisar um problema. Cada escritório e fábrica do país estão cheio de gente que continuamente analisa os problemas do governo. Diagnosticam dificuldades com facilidade; criticam com eloqüência - e às vezes com termos depreciativos -- a situação no governo federal, estadual e local. Mas muito poucos tomam a iniciativa de resolver os problemas. A Escritura toda nos adverte, a nós os crentes, a fugir da crítica e ajudar na obra. Homens de fé e devem ser homens de ação. Zorobabel e seus amigos deram prioridade às atividades que selecionaram por serem as mais urgentes; depois continuaram com firmeza, realizando uma coisa de cada vez.

Começando com Deus (Esdras 3: 1-7).

Zorobabel e Jozadaque, junto com seus irmãos, os sacerdotes, decidiram que deviam começar com Deus. Edificaram um altar porque tiveram medo do povo da terra. Durante gerações Israel vivera numa terra estranha onde não tia liberdade de adorar a Deus livremente. Agora, finalmente, tinham o privilégio de aproximar-se de Deus de acordo com o plano estabelecido pela lei. Edificaram um altar para oferecer sacrifícios pelos seus pecados e para adorar a Deus. Sabiam que se Deus estivesse satisfeito com eles, Ele lhes daria assistência contra seus inimigos e ajudaria na construção do Templo. Era uma suposição razoável. Deus honra os justos, e Ele não recompensa os injustos. Primeiro Pedro 3: 12 dizem: “Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, tuas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males”. O princípio pelo qual Deus reconhece a justiça começou lá no Livro de Gênesis quando Abel obedeceu a

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Deus, oferecendo-lhe um sacrifício adequado. Hebreus 11: 4 diz: “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo”. As escrituras estão cheias de ilustrações e declarações de que Deus recompensa a obediência e julga a desobediência. Quando Zorobabel e seus companheiros enfrentaram os seus problemas, reconheceram que precisavam acertar suas vidas com Deus. Por isso, era essencial que edificassem um altar a fim de poder oferecer sacrifícios apropriados pelos seus pecados e adorar a Deus de acordo como modo prescrito no Velho Testamento. O princípio de Deus recompensar a justiça e julgar a injustiça aplica-se a cada cristão que deseja fazer alguma coisa para Deus. Necessário que entenda que a bênção de Deus é retida se a sua vida não for justa diante de Deus. Ele tem de proceder de acordo com o plano de Deus. Se a sua vida é caracterizada pelo ódio, pela ira, pelos pecados sexuais, pela mentira, pela amargura, pelas fofocas, pelo espírito partidário ou pelas palavras ofensivas para com os irmãos, a mão de Deus certamente reterá as bênçãos na sua vida. Gálatas 6: 7 declara: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. Os judeus começaram a oferecer as ofertas queimadas prescritas diariamente de acordo com o costume que vinha de gerações. Trouxeram ofertas alçadas para o Senhor e deram dinheiro para os trabalhadores. Com seus corações purificados, encontravam nova motivação para oferecer dádivas adicionais, louvando a Deus por Sua bondade para com eles. Quando a alma é purificada do fardo da culpa e iluminada pelo perdão de Deus, nenhum sacrifício é pesado. Emoções mistas (Esdras 3:8-13). Quando, finalmente, os alicerces do Templo foram colocados, o povo começou a cantar, louvando a Deus e dando graças. Grandes gritos elevaram-se aos céus da Palestina. Mas o Povo estava tomado de emoções mistas. Alguns dos homens muito velhos tinham visto o Templo de Salomão antes da destruição de Jerusalém em 605 A.C. Eles se lembravam da glória de antigamente, quando as ruas se enchiam de gente e animais. Eles se lembravam do som dos cânticos, dos salmos, das trombetas e das harpas quando o povo vinha de perto e de longe para as festividades especiais. Eles tinham atravessado os setenta anos do cativeiro da Babilônia; e, agora, tendo retornado a terra, podiam ver as pedras sólidas dos alicerces que começavam a levantar-se sobre o chão. A reação destes anciãos foi o choro e a lamentação. Tão violenta foi sua reação que o seu pranto foi tão audível quanto os gritos de alegria. Suas mentes estavam indubitavelmente, cheias de lembranças da glória do passado, e eles lamentavam o pecado que os obrigara a viver como escravos em uma terra estranha durante quase todas as suas vidas. O arrependimento inundara suas mentes enquanto pensavam nos anos desperdiçados. Observando os montes de entulho e o começo inadequado no local do Templo, devem ter sentido um desamparo, imaginando se a gloriosa (erra natal poderia algum dia ser restaurada à sua glória antiga. Talvez, também chorassem porque viam um começo que, embora simples, os aproximava das bênçãos dos dias de outrora. As reações mistas de alegria e pranto, entretanto, não diminuíram a celebração; nem atrapalharam a obra. Velhos e jovens regozijaram-se e choraram enquanto trabalhavam lado a lado na realização da vontade de Deus. Ë importante observar que as pessoas idosas, embora se lembrassem de dias melhores, desejavam continuar trabalhando apesar da atual condição de dificuldades. Enfrentando o ataque (Esdras 4: 1-24). Logo que Deus começou a abençoar o inimigo começou a atrapalhar o ministério. Mal o Pentecoste havia passado quando a perseguição se desencadeou contra a Igreja nascente. Pedro e João foram lançados na prisão e foram ameaçados. Estevão foi apedrejado. Os Apóstolos foram espancados e vergonhosamente tratados. E, quando Saulo entrou em cena, no final de Atos 7, a perseguição atingiu um espantoso crescimento, a ponto de eles serem “dispersos... por toda parte” (Atos 8: 4). Isso aconteceu também nos dias de Zorobabel. Três tipos diferentes de ataque foram lançados contra os judeus enquanto eles trabalhavam. Desafiando a transigência (Esdras 4: 1-3). Um dos ataques mais fraudulentos e devastadores contra o povo de Deus sempre foi a transigência. Quando uma geração de crentes começa a se comprometer, perde o poder e fica subjugada por Satanás. Um antigo escritor disse: “Os cristãos que conquistaram o Império Romano para Cristo tinham o aspecto de invasores de um outro planeta que absolutamente se recusavam a serem naturalizados por este mundo. Sua conduta enchia seus vizinhos de estranha perplexidade. Eles se importavam tão pouco com a vida. Mas tanto com a consciência. Tão pródigos com o seu próprio sangue. Tão confiantes no poder triunfante do sangue do Cordeiro. Tão insubmissos aos costumes da terra pela qual peregrinavam. Tão

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cônscios do país do qual vinham. “Recusavam totalmente a ajuda do mundo, a proteção de seus governantes, o uso dos seus recursos, o emprego dos seus métodos, para que não viessem, através deles, prejudicar o seu rei”. A Igreja nascente era uma igreja separada. Recusava-se a transigir no poder e na posição, não permitindo que o mundo e os seus recursos entrassem em seu ministério. Zorobabel manteve o mesmo nível de separação intransigente. Embora os samaritanos da terra declarassem que buscavam o Deus de Israel, não era verdade. A religião dos samaritanos era um culto poluído, de modo que Zorobabel replicou: “Nada tendes conosco na edificação da casa a nosso Deus” (v. 3). O primeiro motivo para não cooperar era uma questão de doutrina. A igreja atualmente não deveria jamais permitir-se a transigir com aqueles que defendem doutrinas falsas. A pureza de doutrina deveria ser o fundamento básico para a comunhão. Se a igreja perde sua posição de separação neste aspecto, perde a razão de sua existência. Também havia uma razão ética para Zorobabel não cooperar com os samaritanos da terra. Ciro responsabilizara os judeus de fazer a obra. Ele não pretendera que os samaritanos os ajudassem. Se Zorobabel permitisse que estranhos participassem da obra, haveria uma violação de ética. Zorobabel disse simplesmente que edificariam a casa “ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou Ciro, rei da Pérsia” (v. 3). transigência ética é a segunda força destrutiva na igreja. A doutrina e a ética andam de mãos dadas. Se um indivíduo, uma igreja ou uma denominação podem enfrentar a pressão da transigência nestes dois pontos principais, será capaz de manter o seu testemunho e o seu poder diante de Deus. O navio Olympic Bravery partiu em sua primeira viajem no dia 24 de janeiro de 1976. Quando o barco teve de enfrentar uma tempestade, as máquinas, por algum motivo inexplicável, pararam, deixando-o à deriva de um vento de 112 quilômetros por hora. A tripulação de trinta homens jogou duas âncoras para proteger o navio contra o vento, mas as correntes de ambas se romperam. O navio deslocou 5 quilômetros, bateu contra as rochas de uma ilha e lentamente afundou. As duas correntes das âncoras da igreja são a sã doutrina e a ética cristã. Sem elas, a igreja certamente vai bater contra rochas da destruição.

Temos uma âncora que mantém firme a alma, Firme e segura, enquanto as ondas se encapelam, Presa à Rocha que não sai do lugar, Assentada firme e profundamente no amor do Salvador.

Priscila J. Owens

Ataques (Esdras 4:4,5)

Quando a transigência não funcionou para impedir a oh,a dos peregrinos judeus, o povo da terra tomou medidas mais fortes para impedi-los. Começaram a atormentá-los na obra propriamente dita da construção. Isto, sem dúvida, envolvia ameaças aos operários que transportavam madeira e os pedreiros que preparavam as pedras, além de importunação verbal. Esta espécie de ataque a igreja tem enfrentado desde o tempo de Paulo. Em II Timóteo 4: 14-17, ele conta: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males”. Ele também disse: “Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram”. Sua conclusão final, entretanto, foi a gloriosa vitória que ele encontrou na provisão divina, quando disse: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão”. Não tema, meu amigo. Deus permanecerá ao seu lado quando as tempestades da perseguição sobrevierem. Essa esperança está à disposição de cada indivíduo sacudido pelas tempestades, que está à procura de alívio e refúgio. Impedidos pela Legislação (Esdras 4: 6-24). O ataque final que provocou uma pausa desagradável no trabalho do Templo foi o apelo às autoridades governamentais. Os samaritanos escreveram uma carta ao rei da Pérsia, contendo distorções da verdade e insinuações de que os judeus estavam, na verdade, pretendendo prejudicar os reis da Pérsia. Uma carta chegou a Jerusalém, enviada por Artaxerxes, que ordenou que o trabalho fosse interrompido. É difícil saber se os judeus tiveram algum outro recurso; mas, por causa do medo, interromperam a

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construção. Durante quatorze anos os alicerces permaneceram intactos, até o segundo ano do reinado de Dano. Os inimigos tiveram uma vitória temporária. Sem dúvida, regozijaram-se com o seu sucesso e ridicularizaram os pobres judeus que ficaram morando no meio dos entulhos, sem um lugar permanente para oferecer sacrifícios ou invocar o nome de Jeová. Através das gerações, o povo de Deus tem sofrido semelhantes contratempos quando Satanás e o mundo triunfam por algum tempo. Embora freqüentemente oprimida e perseguida, forçada a se esconder debaixo da terra por um governo antagônico ou privada de seu manual, a Bíblia, a Igreja tem sempre continuado triunfante. Batalhas são perdidas, mas a guerra será vencida pelo Rei dos reis e Seu grande exército, a Igreja. “Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm. 8:37).

Capítulo 3 DE VOLTA AOS ALICERCES Texto Bíblico: Esdras 5: 1-6: 22. Versículo para Memorizar: “Os fïlhos de Israel, os sacerdotes, os levitas e o restante dos exilados celebraram com regozijo a dedicação desta casa” (Esdras 6: 16). Às vezes, torna-se necessário e importante que os atletas recordem os princípios básicos do seu jogo. É possível envolver-se em competições todos os dias, mas esquecer-se dos princípios básicos que tornam o jogo bem sucedido. Conseqüentemente, organizam-se seminários, cursos e acampamentos para aqueles que desejam retornar aos fundamentos básicos. Aproveitando-se desta espécie de treinamento, um atleta geralmente é capaz de melhorar o seu jogo e avançar na direção da vitória. O mesmo acontece com a vida cristã e como ministério. Quando o cristão enfrenta a sociedade pecadora, ou as gritantes necessidades de um ministério, geralmente ficam tão absorvidas com as tarefas que se esquece dos alicerces dados por Deus para tornar sua vida e seu ministério um sucesso. A comunidade judia de Zorobabel ficou parada durante quatorze anos, quando foram impedidos pelos samaritanos que tiveram sucesso em influenciar as autoridades a fim de que a obra do Templo fosse interrompida. Preparativos para a Vitória (Esdras 5: 1, 2). Depois da morte de Josué, Israel caiu em pecado. Os israelitas perderam sua posição separada e ficaram sob o poder dos cananeus e outros habitantes da terra. Eles começaram a adorar a Baal e Astarote. A ira de Deus voltou-se contra eles, e Ele os entregou na mão dos saqueadores. Como acontece na vida dos atletas, o jogo de Israel estava decaindo. Precisavam de um seminário, alguém que os treinasse. Precisavam de uma palavra de Deus. Juizes 2: 16 diz: “Suscitou o Senhor juizes, que os livraram da mão dos que os pilharam”. Depois de cada livramento e exaltação, Israel caía de novo no pecado e começava de novo a adorar outros deuses. Quando sua corrupção chegava às profundezas, os israelitas tornavam a clamar a Deus pedindo livramento. Deus levantava outro juiz que os tirava dos seus problemas. Este processo de treinamento e retreinamento de Israel ocorreram sete vezes no Livro de Juizes. Mas esse padrão não mudou através dos séculos. Deus sempre levantou homens que treinassem os Seus quando perdiam o zelo, relaxavam na separação ou pioravam em sua capacidade de realizar o ministério. Deus usa estes grandes homens como líderes de seminário ou treina:ores para levar Seu povo de volta ao lugar da produtividade. Os profetas Ageu e Zacarias foram homens assim. Profetizaram aos judeus que estavam em Jerusalém. O texto de Esdras não diz o que pregaram,mas os livros que escreveram registram a mensagem que apresentaram a Zorobabel e ao povo da terra. O livro de Ageu começa declarando a época da profecia de Ageu. Foi no segundo ano do rei Dano e, assim, corresponde ao período de Esdras, capítulo 5. Ageu 1: 1 diz que ele profetizou para Zorobabel e Josué. Todo o Livro de Ageu consta de apenas dois curtos capítulos. Você deveria procurar o Livro de Ageu e ler a sua profecia. Observe as coisas básicas ensinadas. Aquela gente não tinha capacidade de realizar o propósito para o qual viera a Jerusalém. Logo no começo, fê-los lembrar que tinham vindo satisfeitos para morar em casas boas e não fazer o esforço necessário para a construção do Templo. Eles não se encontravam nas profundezas do pecado. Simplesmente estavam tomados de letargia. Este pecado é provavelmente um dos motivos mais freqüentes para o fracasso na vida pessoal e no ministério, O povo de Deus simplesmente está satisfeito com tudo o que possui e não

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deseja lutar e suar paia execução do programa de Deus. No capítulo 2, Ageu dirigiu-se àqueles que tinham visto o primeiro Templo edificado por Salomão. Quando comparou aquele Templo com o atual, disse que o Templo atual era, em comparação, “como cousa de nada aos vossos olhos” (Ageu 2: 3). Contudo, ele lhes lembrou que o tamanho do edifício não era importante. Ensinou-lhes que a glória de Deus encheria a casa e que a glória do Templo que estava sendo edificado seria maior do que a glória do Templo de Salomão. A grande exortação final de Ageu falava das impurezas do povo. Ele lembrou aos israelitas que, assim como os sacerdotes ficavam contaminados quando tocavam em coisas impuras, assim também os filhos de Israel ficavam contaminados porque participavam de coisas que não estavam de acordo com a vontade de Deus. Estas três verdades básicas são raízes que produzem o verdadeiro sucesso na vida de qualquer crente. Devemos constantemente nos lembrar que não podemos ficar acomodados com a nossa situação. Nossa tendência é viver em casas lindas com carpetes macios. Desfilamos em nossa comunidade com o melhor carro que podemos comprar usando as roupas mais bonitas, mas pouco nos preocupamos com os programas e construções de Deus. Precisamos reavaliar nossas atitudes para com o dinheiro e as propriedades em geral, a fim de focalizar as coisas importantes que vão durar até a eternidade. As pessoas mais idosas do tempo de Esdras, que se lembravam da glória do primeiro Templo e achavam que o tempo gasto na construção do novo Templo não era bem aproveitado, servem para nos fazer lembrar que qualquer projeto em que nos envolvemos terá uma glória especial se Deus estiver nele. Talvez não seja tão grande como o projeto de outra pessoa; mas, quando o Espírito de Deus manifesta a glória de Deus, é um lugar especial. Quer a nossa igreja seja grande ou pequena, quer nosso ministério seja local ou nacional isso não determina o seu valor aos olhos de Deus. Se Deus está nele, é glorioso. Muitos anos atrás, um garotinho ia, ocasionalmente, do outro lado do vale, até uma caixa dágua de concreto, levando uma escova de aço para limpar o filtro no fim do encanamento que levava água para a sua fazenda, uns 92 metros adiante. A água era extremamente fria e, uma vez, ele simplesmente desparafusou o filtro, deixando que a água corresse livremente para dentro do cano. Em sua mente infantil achou que seria muito melhor deixar o cano livre para que a água nunca mais fosse impedida de fluir para dentro do cano. Pouco tempo depois, um sapo pulou dentro do reservatório e foi sugado pelo cano. O fluxo de água foi totalmente impedido. Exatamente como o sapo impediu que a água corresse pelo cano, o pecado na vida dos judeus em Jerusalém impediu que terminassem o Templo. E da mesma maneira, os crentes hoje descobrem que os céus estão fechados porque não confessaram nem abandonaram os seus pecados. A prática da vitória (Esdras 5: 3-6: 12). Depois que os profetas Ageu e Zacarias terminaram de pregar, o povo estava preparado para um segundo assalto à obra diante deles. Voltaram ao local do Templo e começaram a tirar o pó de cima dos alicerces abandonados há quatorze anos e iniciaram a preparar as pedras para a reconstrução das paredes. O governador da terra veio imediatamente fazer perguntas sobre o seu trabalho. Os judeus provavelmente suspeitavam que ele pretendia novamente prejudicar o seu empreendimento “Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, de maneira que não foram obrigados a parar” (Esdras 5:5). Os judeus ouviram a voz de Ageu e Zacarias. Seus corações foram corrigidos; por isso, sua segunda tentativa de reconstrução do Templo não precisou ser interrompida. Os versículos que se seguem dão-nos a história da entrevista do governador com os judeus, sua carta a Dano e o decreto de Dano permitindo que concluíssem o Templo. Paulo advertiu Timóteo, dizendo que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão persegui- dos” (II Tm. 3: 12). Mas Paulo não usou isso como desculpa para desistir ou ficar calado na execução da vontade de Deus. Mais tarde, ainda admoestou Timóteo: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste” (II Tm. 3: 14). Do mesmo modo, deveríamos continuar avançando sem demora. Quando recordamos os fundamentos básicos, podemos depender de Deus para cuidar de nós de acordo com a Sua perfeita vontade. Depois que Henry Martyn serviu como missionário na Índia por muitos anos, anunciou que ia à Pérsia. Médicos o aconselharam a deixar a Índia porque o calor estava prejudicando a sua saúde. O calor na Pérsia era ainda mais severo do que na Índia. Quando seus amigos disseram que morreria na Pérsia, Martyn respondeu: “Então morrerei por meu Mestre”. Viajou para a Pérsia, estudou a língua persa e trabalhou numa tradução persa do Novo Testamento e

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Salmos. Completou a tradução persa do Novo Testamento e Salmos em nove meses e, então, foi informado que não poderia distribuí-Ia sem a permissão do xá. Viajou 960 quilômetros até Teerã, apenas para não receber permissão de ver o xá. Imediatamente partiu para uma viagem adicional de mais de 640 quilômetros à procura do embaixador britânico que lhe deu as credenciais necessárias. Cansado, mas determinado, Martyn viajou de noite no lombo de uma mula, descansando de dia por causa do calor sufocante. De posse de suas credenciais foi capaz de avistar- -se com o xá que lhe deu permissão para distribuir as Escrituras. Dez dias mais tarde, tendo realizado sua tarefa, morreu na Turquia. Seu diário registrava sua satisfação em ter concluído a tarefa apesar do calor, das atitudes negativas dos seus companheiros missionários e da inacessibilidade do xá. Ele não era um perdedor. Do mesmo modo, nós também devemos avançar com determinação. Uma corrida perfeita (Esdras 6: 13, 14). No devido tempo, o Templo foi terminado. Esdras 6: 14 diz: “Edificaram a casa e a terminaram segundo o mandado do Deus de Israel, e segundo o decreto de Ciro, de Da- rio, e de Artaxerxes, reis da Pérsia”. Pesares, lágrimas e de moras finalmente ficaram para trás, e os projetos da celebração já se antecipavam. Mandou-se avisar a todo Judá que as pedras finais estavam sendo colocadas e que o trabalho interno estava sendo concluído. O ar se enchia de expectativa e o povo se aprontava para a dedicação deste edifício. O culto de dedicação (Esdras 6: 15-22). Uma cidadezinha que possuía um despretensioso colégio organizou uma equipe de futebol que conseguiu ser a campeã por dois anos consecutivos. No final do segundo a no, sendo novamente campeões, decidiram celebrar. Muitos dos que deram início à equipe iam se formar naquele ano. Sua noite de celebração transformou-se em uma selvagem e hilariante bebedeira. Nas primeiras horas da manhã, quando se dirigiam para casa, dois deles deram uma batida num outro carro que vinha no sentido contrário em uma curva fechada. Um deles ficou aleijado para o resto da vida e o outro foi instantaneamente morto. Esse é o padrão de celebração do mundo. Para o povo de Deus, a celebração de uma vitória se transforma no exercício de piedosa alegria e dedicação àquele que deu o poder e a determinação para realizar aquilo. Zorobabel e seus amigos realizaram uma alegre festa de dedicação da casa de Deus. Para demonstrar sua gratidão a Deus, ofereceram sacrifícios de uma centena de novilhos, duzentos carneiros e quatrocentos cordeiros, O grande número de sacrifícios indicava a gratidão que sentiam pela fidelidade que Deus tivera em assisti-los. Depois do culto da dedicação propriamente dito, os judeus começaram a comemorar a Páscoa. Era apropriado que concluíssem esta grande celebração lembrando-se de sua redenção da escravidão do Egito. Poderiam bem cantar junto com o autor do hino:

Tocai trombetas, tocai, Com alegria e solenidade; Que todas as nações saibam, Até as regiões mais remotas da terra, Que o ano do jubileu chegou, Que o ano do jubileu chegou, Voltai, pecadores remidos, para casa.

Charles Wesley

Capítulo 4 PREPARATIVOS PARA O CULTO Texto Bíblico; Esdras 7: 1-28. Versículo para Memorizar “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Esdras 7: 10). De que se constitui a perfeita adoração? Esta pergunta provavelmente será respondida de diferentes maneiras pelas pessoas que leram estas palavras. O dicionário diz; “Ato de adorar; prestar culto a Deus; prestar honras divinas, venerar; realizar atos de homenagens ou adoração, especialmente realizar cultos religiosos” Com uma definição tão vasta é possível que o ato de adoração assuma as mais variadas

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manifestações. As igrejas realizam seus cultos de adoração de diversas maneiras Alguns são espontâneos Outros,cheios de ritual. A ordem e a atitude de um culto de adoração certamente é importante O Salino 95: 6 e 7 diz’ “Vinde, adoremos e prostemo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou Ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto, e ovelhas de sua mão”. A reverência e o temor são partes vitais da adoração. Napoleão disse; “Se Sócrates pudesse entrar neste recinto, deveríamos nos levantarem sua honra; mas se Jesus Cristo entrasse, deveríamos cair de joelhos em adoração”. Provavelmente, muito daquilo que chamamos de adoração não é adoração coisa nenhuma. É apenas uma questão de ir à igreja para cantar, estudar e comungar. Duas exigências importantes para a adoração perfeita encontram-se ilustradas no sétimo capítulo de Esdras. Referem-se á liderança na adoração e as provisões para a adoração. As Escrituras estabelecem padrões muito altos para aqueles que são separados para dirigir os cultos de adoração a Deus. Em 1 Timóteo 3 e Tito 1, encontramos padrões extremamente altos para os pastores que têm a responsabilidade de liderar a igreja na adoração. Suas vidas têm de estar acima de qualquer reprovação e suas famílias têm de ser obedientes e piedosas. Não devem ser vítimas de problemas sociais. E sua reputação deve ser imaculada. No Velho Testamento, os sacerdotes tinham de ser segundo exigências especiais. Não podiam ter defeito físico. Suas famílias também deviam ter boa reputação. A liderança assumida por pessoas que não estão espiritualmente qualificadas leva o povo de Deus por um caminho descendente. Quer a liderança seja da igreja local ou de qualquer outra organização cristã, é necessário que os seus líderes sejam altamente qualificados em diversos setores, O capítulo 7 do Livro de Esdras discute quatro áreas específicas da vida de Esdras nas quais suas qualificações eram excelentes. A história de sua família o qualificava para a liderança (Esdras7; 1-5). Esdras foi descrito como sendo filho de Seraias Sua genealogia podia ser traçada até Arão. Os antecedentes de sua família o qualificavam corno sacerdote em Israel. A liderança do Novo Testamento não fica desqualificada para o ministério por causa de antecedentes familiares. Contudo, a família do líder cristão é extremamente importante. Primeira Timóteo 3: 2 fala da família de um pastor quando diz que ele deve ser “esposo de uma só mulher”. Mais adiante diz que ele deve ser um homem que “governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito; (pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus’?)” (vs. 4, 5). É absolutamente essencial que a família de um homem que deseja liderar a adoração esteja em ordem. Deus instituiu a família como a primeira instituição dada à humanidade. Se a família de um líder não estiver em ordem, ele não está capacitado a liderar o povo de Deus em adoração. Deus contou a Samuel que agiria contra Ele de maneira severa (1 Sm. 3: 11). O motivo foi o seguinte: “Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu” (1 Sm. 3: 13). Portanto um líder da igreja que tiver consciência de uma família desordenada e filhos desobedientes, não basta simplesmente que chore por causa disso. Tem de enfrentar o fato de que Deus não quer que continue liderando a adoração. Capacidade pessoal (Esdras 7: 6). Esdras foi descrito como sendo um escriba versado na lei de Moisés Ele é a primeira pessoa nas Escrituras chamada de escriba. Os escribas eram estudiosos da lei que ensinavam o povo num período em que os profetas estavam em declínio. Estando consciente de quem era Deus e quais os Seus desejos, Esdras estava em boa posição de liderar o povo na adoração. Os líderes cristãos de nossa geração também precisam ter um conhecimento exato da Palavra de Deus, se quiserem liderar o povo de Deus na adoração e no louvor. Grande parte do emocionalismo frívolo que existe nas igrejas de todo o mundo não é adoração. Não se baseia no estudo exato e completo da Palavra de Deus. Há pouco respeito por Sua soberania, santidade, imutabilidade e caráter misericordioso. Sem uma análise consistente das Escrituras, o homem é elevado e Deus é destronado. A experiência humana é colocada acima da honra de Deus. Hinos e meditações refletem os desejos subjetivos e as necessidades humanas em lugar de exaltar o Deus do céu e da terra. Pois, para que haja uma verdadeira adoração, os líderes da igreja devem pintar quadros vivos do Deus da Bíblia nos muros das mentes daqueles que o desejam adorar. Bons amigos (Esdras 7: 7). Quando Esdras preparou-se para ir a Jerusalém, um pequeno contingente foi com ele. As categorias de pessoas representadas foram os sacerdotes, os levitas, os cantores, os porteiros e os servidores do

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Templo. Eram pessoas envolvidas no ministério da adoração. Os sacerdotes eram descendentes de Arão. Os levitas eram membros da tribo de Levi, cujas responsabilidades envolviam o transporte do Tabernáculo no deserto e serviços generalizados relacionados com a adoração. Os cantores, tal como os sacerdotes, eram levitas, mas faziam a música do Templo. Os porteiros eram carregadores e os serviçais também serviam no Templo. Os companheiros deste grande líder da adoração eram homens que podiam ajudar na adoração. Ele não pegou um grupo de pessoas que fossem carnais ou interessadas em outras coisas da vida. “Eram pássaros da mesma plumagem”. As pessoas que cercavam Esdras eram gente relacionada com o Templo. Estavam interessadas em adoração. Os diáconos freqüentemente brincam sobre os maus hábitos que seus filhos adquirem com os filhos do pastor. Os pastores, por outro lado, invertem a brincadeira, reclamando que os seus filhos é que adquirem maus hábitos dos garotos dos diáconos. Creio que pastores e diáconos piedosos não falam sério quando brincam assim. As famílias dos pastores e dos diáconos devem aprender como adorar a Deus mais eficazmente umas das outras e devem cooperar na orientação do povo da congregação na adoração do Deus santíssimo. Todos os amigos dos pastores e dos diáconos deveriam ser gente piedosa que se lhes juntassem diante de Deus em adoração e louvor. Deveriam ser cuidadosos para não se misturarem com pessoas do mundo que distorcem seus pensamentos e pervertem suas convicções.

Fé bem fundamentada (Esdras 7: 8-10). Esdras possuía um coração preparado que o levava continuamente a procurar a lei para cumpri-la e ensiná-la a Israel. Ele era uma pessoa preparada e qualificada cuja fé repousava solidamente nas Escrituras. Ele podia dizer:

Meu coração se apóia na Palavra — Na Palavra escrita de Deus: Salvação pelo nome do meu Salvador — Salvação através do Seu sangue. Eu não preciso de outro argumento, Não preciso de outra justificativa; Basta que Jesus tenha morrido, E que tenha morrido por mim.

Provisões para a adoração (Esdras 7: 11-28).

Lidie H. Edmunds

Esdras estava bem qualificado para dirigir a adoração em Jerusalém. Contudo, havia alguns outros elementos essenciais necessários para que os cultos de adoração fossem como deviam ser. Deus permitiu que Esdras se certificasse de que essas coisas estavam presentes. Potencial humano (Esdras 7: 13). A Babilônia, como o mundo secular de hoje, tinha muitos atrativos para os filhos de Deus. Havia pouquíssimos que realmente estivessem interessados em servir o Senhor na distante terra da Palestina. Os exilados tinham aprendido a desfrutar do conforto na Babilônia; e deixar tudo o que tinham adquirido, além dos prazeres e da abundância da terra, para fazer uma viagem de 1.440 quilômetros até a perturbada Jerusalém, exigia um nível especial de espírito pioneiro além de submissão à voz de Deus. Contudo, Esdras transmitiu o decreto de Artaxerxes ao povo com o pedido para que todo aquele que quisesse ir estivesse preparado. Ele foi muito cuidadoso em obter os devidos representantes para cada um dos grupos necessários a fim de realizar a adoração no Templo. Ele não ficou satisfeito até que arranjou uma representação completa daqueles que eram necessários. Esdras 8: 1-20 dá uma lista completa das pessoas que foram com ele. Não é o plano de Deus fazer a Sua obra com metade das pessoas necessárias. Com demasiada freqüência arranjamos um contingente deficiente de professores e obreiros quando deveríamos procurar cuidadosamente e com oração por aqueles que Deus estabeleceu para a realização de Sua obra. Infelizmente, muitas vezes, nossos cultos de adoração e as ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor são realizados por pessoas não qualificadas que cumprem suas obrigações de modo inadequado e embaraçoso. Pianista que desafina bandejas da Ceia que batem umas nas outras, brincadeiras impróprias e falta de preparo não têm lugar no culto de adoração. Pessoas qualificadas que tenham estudado suas

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responsabilidades e praticado seu ministério devem liderar o povo de Deus na adoração. O potencial humano é uma parte importante do culto de adoração. Sem ele, torna-se difícil um grupo de pessoas reunirem-se para adorar o seu Deus de maneira adequada. Dinheiro (Esdras 7: 14-23). A adoração no tempo de Israel incluía a oferta de novilhos, carneiros, cordeiros e libações no altar da casa de Deus. Era preciso considerável quantia de dinheiro para comprar essas ofertas, como também os vasos associados com a prestação do culto. Essas coisas tinham de ser oferecidas livre e espontaneamente pelo povo. Neste caso particular, Artaxerxes e seus setenta conselheiros decidiram contribuir para o ministério do Templo em Jerusalém. Esta muito benévola provisão da parte de Artaxerxes é uma indicação de que, quando Deus opera no coração de um homem, o financiamento vem de muitas fontes para a realização do que Deus quer. Artaxerxes resumiu o seu desejo de contribuir no versículo 23, quando disse: “Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do céu, exatamente se faça para a casa do Deus do céu”. F’ preciso que o povo de Deus desta geração perceba que tem uma grande responsabilidade no uso de cada centavo da riqueza que têm, e deve fazê-lo de acordo com a vontade de Deus. Deus proibe que desperdicem o seu dinheiro, abusando. dele ou usando-o de maneira imprópria na satisfação da carne, na glorificação do homem ou edificação de monumentos humanos. O dinheiro usado na adoração a Deus não é um dinheiro desperdiçado. Os judeus ofereciam milhares de sacrifícios no culto prestado a Deus; e, de maneira igual, nós devemos estar prontos a oferecer grandes somas de dinheiro para servir a Deus. Talvez uma das manifestações mais óbvias de culto ocorra quando se passa o prato das ofertas. Se um homem adora o seu Deus, vai contribuir para Ele — não apenas com o que lhe sobrar, mas com uma grande porção de sua riqueza. Privilégios especiais (Esdras 7: 24-26). Um dos privilégios mais significativos que Esdras teve, na qualidade de líder da adoração em Jerusalém, foi o poder de julgar. Recebeu autoridade para até enunciar sentença de morte. Um poder assim tão impressionante nos faz lembrar que o nosso Deus também é Deus de justiça. Lembramo-nos da morte de Ananias e Safira em Atos 5: 1-11. As pessoas, nas igrejas de nossa geração, que aprenderam que os padrões do passado estão fora de moda e que agora há uma nova liberdade moral e doutrinária, foram logradas. Estas vítimas do erro estão sendo roubadas do privilégio de participar de uma adoração íntima a Jeová. A permissividade e a adoração não andam juntas. A ego-centralidade do hedonismo não deixa lugar para a adoração a Deus. Quando, hoje de manhã, você comparecer ao culto de adoração de domingo, ore pelos líderes da igreja. Peça a Deus que faça deles tudo o que deveriam ser. Certifique-se de que você está contribuindo para o culto de adoração com a sua atitude. Não cochiche, não ria, nem ignore a mensagem. Dê sua oferta como ato de adoração. Preste atenção especial às palavras dos hinos. Finalmente, verifique se o seu coração está livre de contaminação do pecado que faz separação entre você e o seu Deus.

Adorai o Rei, o Rei glorioso, E com gratidão cantai o Seu poder e o Seu amor. Robert Grant

Capítulo 5 ORE E VÁ Texto Bíblico: Esdras 8: 1-36. Versículo para Memorizar: “Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando as mãos santas, sem ira e sem animosidade” (1 Tm. 2:8). A viagem de 1.440 quilômetros da Babilônia até Jerusalém levou quatro meses, fazendo 16 quilômetros por dia. Foi um esforço tremendo para um grupo de pessoas que não estavam costumadas a viajar. Esdras estava preocupado com que se fizessem preparativos adequados a fim de que tudo desse certo. Sem um planejamento prévio, qualquer expedição, por mais simples que seja, torna-se um peso. Freqüentemente, os objetivos não são alcançados quando não se fazem os devidos preparativos, tanto físicos como espirituais. Esdras reuniu os voluntários em Aava onde acamparam em barracas por três dias. Escolhendo as pessoas (Esdras 8: 1-20). A primeira coisa que Esdras fez depois que chegou a Aava foi uma lista de pessoas que viajariam com

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Ele. Este foi o primeiro registro oficial dos voluntários e suas famílias. As Escrituras nos dizem quem era o chefe de cada família. Um estudo cuidadoso da genealogia do capítulo 2 de Esdras revela que muitas pessoas que viajavam no segundo grupo eram parentes daqueles que fizeram a primeira viagem com Zorobabel. Depois de décadas de separação, algumas dessas pessoas estavam fazendo a viagem para se reunirem com primos, tios e tias. É muito freqüente acontecer isto entre as famílias também hoje em dia. Alguns membros da família aceitam o Senhor Jesus Cristo e andam com Ele. Depois, outros o aceitam muitos anos mais tarde. Mas, quando isso acontece, há regozijo, comunhão renovada e troca de confidências. Muitos de nós nos lembramos de tais experiências com alegria e ação de graças. Outros de nós estamos muito cônscios de que fizemos a viagem à cruz sozinhos e que grande parte de nossa família jamais deixou o cativeiro do pecado. Esdras não ficou totalmente satisfeito com a lista dos voluntários. Descobriu que não havia nenhum filho de Levi presente. A Bíblia não diz por que os levitas não se apresentaram como voluntários para a viagem a Jerusalém. Talvez, como muitos dos seus irmãos, tivessem se estabelecido e desfrutassem de uma vida confortável na Babilônia e não sentisse nenhum desejo de enfrentar as dificuldades da vida e do ministério em Jerusalém. Talvez não estivessem satisfeitos com as notícias que tinham recebido sobre o novo Templo. Considerando que não tinha a grandeza do Templo de Salomão, talvez achassem que estava aquém de sua dignidade fazer a longa viagem para ministrar numa casa de Deus menos encantadora. Fossem quais fossem suas razões, não se ofereceram para ir. Foram como veteranos de guerra realizando batalhas com soldadinhos de chumbo. Um deles disse uma vez: “O grande atrativo é a guerra sem bestialidade”. Infelizmente, temos muitos soldadinhos de chumbo na igreja de hoje. Pregadores, professores e líderes freqüentemente sabem tudo sobre as batalhas do passado e contam os acontecimentos de cor; mas eles não querem participar do conflito. Sabem tudo sobre Satanás e suas hostes, mas não lhe resistem. Entendem de estratégia missionária, mas não querem fazer uma viagem ao campo missionário. As palavras deste hino deviam ser ouvidas e obedecidas: Levantai-vos, homens de Deus! Deixai as coisas menos importantes; Entregai-vos de coração, alma, mente e forças Para o serviço do Rei dos reis. William Pierson Merril

Quando Esdras certificou-se de que tinha tudo que era necessário para o povo realizar a obra do ministério em Jerusalém, fez uma pausa para uma coisa adicional importante. Esdras não tinha um guarda pessoal que o acompanhasse através das terras perigosas a caminho de Jerusalém. E sentia-se muito embaraçado em pedi-lo ao rei, uma vez que havia declarado: “A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira contra todos os que o abandonam” (8: 22). Esdras sabia que poderia depender do Senhor; por isso, reuniu o povo todo e declarou um período de jejum e oração. Ele não se colocou simplesmente junto às margens do rio para dizer a Deus: “Eu sei que Tu és soberano e capaz de cuidar de nós; por isso, vou simplesmente entregar-te a situação e esquecê-la”. Ele convocou o povo para jejuar e orar com fervor e submissão. Abster-se de alimento e outros prazeres era uma indicação da seriedade do povo. Não era um tipo de oração petulante e improvisada. Em todo o Velho Testamento encontramos homens e mulheres de Deus que jejuavam quando enfrentavam uma crise e quando precisavam da mão de Deus para ajudá-los em sua provação. No Novo Testamento temos diversas palavras gregas para oração. Entre elas há uma que indica pedido fervoroso. É o tipo de palavra que usaríamos com jejum. Tiago 5: 16 diz: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. Esta oração fervorosa é a oração da qual estamos falando. A mesma palavra foi usada em 1 Pedro 3: 12: “Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas”. Os pais de João Batista não tiveram filhos até muito tarde em suas vidas. Zacarias pediu um filho. Finalmente, com a idade avançada, um anjo lhe apareceu dizendo: “Não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho a quem darás o nome de João” (Lc. 1: 13). A palavra usada para oração neste versículo é aquele que indica oração fervorosa.

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Os cristãos são freqüentemente culpados de orar com neutralidade. Delicadamente apresentam o seu caso a Deus, então, sem convicção ou emoções, esquecem o assunto. Embora a confiança no Deus vivo seja essencial, é preciso lembrar que nosso relacionamento com o Pai é muito parecido com o relacionamento de uma criança com o seu pai humano. A seriedade da intenção de uma criança e a importância de sua necessidade levará um pai a reagir diante do seu pedido. A parábola do homem que foi à procura do seu amigo à meia-noite em busca de três pães, apenas para descobrir que seu vizinho já se encontrava dormindo com todos os seus filhos, foi usada para ensinar aos discípulos que Deus se comove quando continuamos pedindo, buscando e batendo à porta do céu (Lc. 11: 5-10). A declaração direta da passagem é: “Se não se levantar para dar-lhos, por ser seu amigo, todavia o fará por causa da importunação, e lhe dará tudo o que tiver necessidade”. Oração justa e fervorosa leva Deus a agir. Sabemos que Deus é absolutamente soberano e opera segundo a Sua vontade aqui na terra; mas, de certo modo, Ele atende ao clamor dos homens e mulheres que se prostram diante dele. O jejum sacrifical torna-se um instrumento na mão de um homem santo para pôr em ação o poder do Deus Todo-poderoso.

Uma das ilustrações mais significativas da oração fervorosa encontra-se em Mateus 15: 21-28, onde o Senhor Jesus Cristo e os Seus discípulos encontraram-se com a mulher Cananéia. Ela se aproximou dele pedindo ajuda porque tinha uma filha perturbada por demônio. O registro nos diz que ela seguiu os discípulos, importunando-os. Jesus chegou a informá-la que viera à procura das ovelhas perdidas da casa de Israel, mas ela ficou inflexível no seu pedido de ajuda, gritando: “Senhor, ajuda-me”. Ele a informou que não era adequado que lhe concedesse esta bênção uma vez que fora enviado apenas a Israel. Mas ela continuou implorando e pedindo que lhe concedesse uma migalha de sua bênção. A resposta de Jesus foi: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres”. Sua oração baseava-se na fé. Súplicas fervorosas que não têm raízes firmemente estabelecidas numa vida de fé têm pouco valor. Mas quando um homem justo, cheio de fé e seriedade em suas orações aproxima-se de Deus, pode esperar resultados de sua permanência diante do trono da graça. O padrão comum entre os cristãos modernos é de inventar um método melhor para execução da obra de Deus, incluindo propaganda inteligente ou levantamento de fundos mais eficaz com ênfase maciça sobre a capacidade dos homens. Esdras e seus amigos não dependeram de sua própria esperteza ou da proteção de Artaxerxes. Lançaram-se sobre a proteção de Deus. No foi simples formalidade religiosa. Foi um item de alta prioridade no qual substituíram o seu próprio poder e o poder do rei pelo poder do Deus onipotente. Protegendo as riquezas (Esdras 8: 24-31). Antes que Esdras começasse a viagem, selecionou menos que vinte e cinco homens para se responsabilizarem pelos tesouros que Artaxerxes e outros deram ao povo. Ele estava preocupado em que não houvesse roubos ou perdas dessas valiosas propriedades a caminho da Palestina. Deus está vitalmente preocupado com o uso ou abuso das riquezas, especialmente quando foram entregues para a obra do Senhor. Perder ou roubar dinheiro que foi entregue para o serviço de Deus é um grave pecado. No caso de Ananias e Safira, Deus os matou simplesmente porque mentiram sobre a extensão de sua oferta. As igrejas deveriam ser extremamente cautelosas na administração do dinheiro da Igreja. Jamais deveria ser relegado aos cuidados de um só indivíduo que possa ser tentado a apropriar-se ou roubar uma parte dele. Os anais da história da igreja estão cheios de registros de pastores e leigos que tiraram dinheiro dos cofres da igreja para seu uso pessoal. Esdras designou menos que vinte e cinco homens. Depois, transmitiu-lhes ordens cuidadosas para que protegessem a riqueza. Ele manteve registro de tudo que fora entregue em suas mãos; e sua ordem foi: “Vigiai-os e guardai-os até que os peseis na presença dos principais sacerdotes e dos levitas e dos cabeças de famílias de Israel,em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor” (Esdras 8: 29). Nem havia possibilidade de negócios fraudulentos porque os tesoureiros foram cuidadosamente escolhidos e foram feitos registros exatos de quanto cada homem recebeu para guardar. Embora fossem homens fiéis, Esdras confiou desconfiando. Estabeleceu um plano exato para protegê-los de observações injuriosas como de sua própria tentação de roubar. Depois que Esdras preparou-se cuidadosamente em Aava, convocando recrutas adicionais, passando o tempo em jejum e oração e designando tesoureiros, partiram. Aparentemente, a viagem não teve sérias delongas ou dificuldades. Esdras 8:31 diz: A boa mão do nosso Deus estava sobre nós, e livrou-nos da

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mão dos inimigos e dos que nos armavam ciladas pelo caminho”. Seu planejamento e orações fizeram efeito, e Esdras tomou o cuidado de registrá-lo em seu livro. Ele sentiu-se grato pelo livramento de Deus das coisas que não aconteceram. Muitos de nós deixam de agradecer a Deus pelas coisas que nunca aconteceram: pela pobreza que não sofremos, pelos acidentes que não temos e pelas enfermidades que não passamos. Somos propensos a considerar a proteção de Deus como coisa garantida e deixamos de lhe agradecer pelo Seu contínuo cuidado para conosco. Apresentações em Jerusalém (Esdras 8:32-36). Três dias depois de sua chegada em Jerusalém, Esdras e o seu grupo de viajantes foram à casa de Deus. Levavam três tipos de coisas que deviam ser apresentadas a Deus: prata, ouro e os vasos que pertenciam ao Templo. Também ofereceram sacrifícios, inclusive holocaustos e ofertas pelo pecado. Além de suas ofertas ao Senhor, entregaram aos governadores e vice-governadores as ordens especiais recebidas do rei. Tinham chegado ao fim da viagem. Fora planejada e executada com sucesso, O propósito de Deus e os pianos dos homens mesclaram-se produzindo outra vitória. Esdras conhecia o segredo da oração junto com a ação. Ele possuía a capacidade de motivar e dirigir as pessoas, como também de manter um espírito contrito e dependente de Deus. Como resultado, a obra de Deus progrediu sob a sua liderança, porque a mo de Deus repousava sobre ele. rança, porque a mão de Deus repousava sobre ele. Esdras representava as mais excelentes qualidades de liderança. Que Deus nos conceda a submissão e a determinação de andar nos passos dele.

Capítulo 6 IMPEDIMENTOS À ADORAÇÃO Texto Bíblico: Esdras 9: 1-10: 44. versículo para Memorizar: “Agora, pois, fazei confissão ao Senhor Deus de vossos pais, e fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos de outras terras, e das mulheres estrangeiras”(Esdras 10:11). A Catedral Metropolitana na Cidade do México é uma igreja centenária, O período de sua construção foi de dois séculos e meio. De acordo com uma notícia jornalística, os arquitetos do governo calculam que, dentro de vinte anos, esta gigantesca estrutura que se encontra na praça principal da cidade virá abaixo. Todo o edifício está afundando, mas o assoalho sob a torre que fica a oeste está 77 cm mais baixo do que a outra extremidade e está baixando numa proporção de quase 2, 5 cm por ano. A razão dessa inclinação é estranha. Quando os conquistadores da Espanha construíram uma igreja no local da atual catedral, derrubaram um velho templo asteca e usaram suas pedras para o alicerce. Mais tarde, quando a catedral foi construída, apenas o lado leste ficou em cima das grandes pedras do templo asteca. O restante foi construído sobre o sedimento macio do lago seco que compreende a maior parte do solo sob a Cidade do México. Não tendo alicerces fortes sob aquela parte da catedral, ela continua afundando. Quando Esdras chegou à cidade de Jerusalém, ele descobriu que as pedras fundamentais da comunidade judia estavam deteriorando-se. Os israelitas tinham se comprometido com o povo da terra, fazendo casamentos mistos. Esdras sabia que tinha de resolver este problema imediatamente, ou a adoração não poderia ser feita apropriadamente e a comunidade judia fracassaria novamente por causa do seu pecado. Como a catedral na Cidade do México, seu destino era certo, a não ser que alguma coisa fosse feita para fortalecimento dos alicerces. Enfrentando o compromisso (Esdras 9: 1-4). Os príncipes dos judeus foram à procura de Esdras contando que muitas pessoas estavam envolvidas nas abominações dos habitantes da Palestina. Os que estavam envolvidos incluíam sacerdotes, levitas e o povo em geral. Esdras 9: 2 revela que os príncipes e os governadores eram os mais flagrantes transgressores. A participação nas práticas pagãs aconteceu porque os judeus tinham se casado com as mulheres da terra. Desde o tempo em que Zorobabel tinha chegado à terra, os judeus começaram a se adaptar ao povo que os rodeava. No princípio, ficaram distantes e separados. Não entendiam a língua deles e perceberam que seu modo de vida era ímpio. Mas, com o passar dos anos, ficaram cada vez mais amigos, vendendo e comprando em seus mercados, emprestando ferramentas e conversando nas ruas. Seus filhos brincavam juntos e, finalmente, depois de crescidos, apaixonaram-se e casaram-se. A separação tomou-se completamente ineficaz. Os pagãos ímpios com o seu culto pagão já não pareciam mais tão repulsivos

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aos adoradores de Jeová. As vezes, a adaptabilidade é uma força mais destrutiva do que auto-preservativa. A rã, sendo um animal de sangue frio, adapta sua própria temperatura à temperatura que a rodeia. Sob muitas circunstâncias sua capacidade de adaptar-se à temperatura ambiente ajuda na sobrevivência. Mas se uma rã for colocada sobre uma frigideira com água e for colocada sobre o fogão, sua adaptabilidade não a prevenirá de que a água está ficando quente demais para ela continuar com vida. Ela fica nadando na água quente até que finalmente é cozida sem a mais leve suposição de que deveria fugir.Os filhos de Israel estavam envolvidos no mesmo processo. Estavam simplesmente se adaptando à situação sem perceber que estavam cometendo um erro fatal. Os cristãos de hoje caem na mesma armadilha. Trabalham no mundo, vão à escola no mundo, compram e vendem no mundo. Freqüentemente, divertem-se no mundo e fazem intercâmbios com o mundo em níveis sociais agradáveis. Já não sentem mais repulsa pela linguagem ou música do mundo e são finalmente absorvidos pela comunidade. Seus filhos brincam com os filhos do mundo, apaixonam-se e casam-se com eles. Conseqüentemente, esquecem o seu compromisso com Cristo. Embora seja necessário trabalhar no mundo, fazer compras no mundo e talvez até ir à escola no mundo, não é essencial divertir-se no mundo. Sempre que um cristão começa a participar dos prazeres ou recreações no nível do mundo, quando coisas tais como a música contemporânea ou a televisão passam a ser fontes constantes de prazer em um lar, está armado o palco para a transigência e a derrota. Os prazeres do mundo deveriam ser repulsivos para o cristão. Ele deveria encontrar satisfação e prazer em Jesus Cristo e no viver para o seu Deus. Quando Esdras ouviu a notícia sobre os casamentos mistos com o povo da terra, reagiu rasgando suas roupas e arrancando o seu cabelo. Ficou horrorizado com aquela falta de santidade. Nos dias de hoje, quando o padrão moral tem descido tanto, damos alta prioridade para a satisfação das necessidades físicas e pouca ênfase no atendimento da vontade de Deus. O resultado é “viva e deixe viver”, uma filosofia com pouco alvoroço e nenhum luta contra os pecados do povo, dentro ou fora da igreja. Com Esdras foi diferente. Ele manteve sua santificação através dos anos na Pérsia. Agora, quando retornava à sua terra, vendo que os outros estavam envolvidos em pecados de transigência, reagiu imediatamente.

Confessando o comprometimento (Esdras 9: 5-15).

O dia todo Esdras ficou sentado estupefato. Mas, ao entardecer, caiu de joelhos e estendeu suas mãos na direção do Deus dos céus e da terra. A visão que tinha da pureza de Deus fé-lo ficar envergonhado. Ele não podia levantar o rosto para o céu. Ele tinha um espírito quebrantado e contrito quando cofessou os crimes do seu povo ao Rei do Universo.

Oh! Que ternura profunda De quem se prostra diante do Senhor,

Reconhecendo como Ele é justo, E tremendo diante de Sua Palavra;

Oh! Que lágrimas humildes e contritas, Que fluem do arrependimento;

Aquela consciência de culpa, que teme O castigo há muito suspenso.

Os pecados do povo fizeram este homem de Deus ficar com medo. Muitos outros reuniram-se com ele, tremendo de medo quando perceberam o castigo que mereciam por causa da infidelidade do povo. Muito pecado dentro da igreja fica inconfessado. Os cristãos nem sempre reconhecem seu pecado; se o fazem, deixam de confessá-lo a Deus. O grande desejo do coração do crente deveria ser a comunhão com o seu Deus. Ele não deveria nunca permitir que o pecado interrompesse esta comunhão. Se ele medir seus pecados segundo a justiça de Deus, a vastidão do grande abismo entre ele e Deus, mais o reconhecimento do juízo de Deus, produzirão temor em sua vida e o impulsionarão à confissão.

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Abandonando o comprometimento (Esdras 10: 144). Não basta a confissão. Esdras idealizou um plano bem definido para remover o pecado da transigência do meio dos filhos de Israel. Arrependimento verdadeiro e confissão que produz mudanças. O crente que peca o mesmo pecado dia após dia e, então, corre em busca de misericórdia, antes de colocar a cabeça no travesseiro, confessando o seu pecado, só para levantar-se no dia seguinte e repetir o mesmo pecado sem nenhuma mudança de comportamento, não entende as implicações bíblicas do arrependimento e da confissão. A proposta do plano (Esdras 10: 14). A solução do problema do casamento misto pode, à primeira vista, parecer racial. A decisão foi: “. . . despediremos todas as mulheres, e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor, e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se segundo a lei” (Esdras 10: 3). Quando homens e mulheres foram salvos na igreja de Corinto, tiveram dúvidas sobre se deveriam permanecer com seus cônjuges incrédulos. Talvez alguns até se separassem de seus companheiros não salvos. Por causa disto, Paulo, sob a orientação do Espírito Santo de Deus, deu-lhes a seguinte ordem, em 1 Coríntios 7: 12 e 13: “Se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido”. Esta ordem do Novo Testamento parece tratar de maneira diferente o casamento com incrédulos. Deus não pretende que um cristão se divorcie de seu cônjuge simplesmente porque a outra pessoa é incrédula. A regra no Novo Testamento é: “Se você estiver casado com incrédulo, continue casado”. O Novo Testamento é muito explícito, entretanto, em seus ensinamentos quando diz que um cristão não deveria casar-se com um incrédulo. É preciso haver separação. “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? ou que comunhão da luz com as trevas?” (II Co. 6:14). No tempo de Esdras, a pureza religiosa e ética do povo estava em jogo. Deus estava formando Israel, a Sua nação escolhida. Ele desejava manter a pureza da nação e a pureza da fé. Os cristãos não deveriam casar-se com incrédulos. Um voto (Esdras 10:6-12). Quando um plano foi elaborado, tornou-se necessário que o povo lhe desse consentimento público. Esdras reuniu os israelitas e apresentou-lhes o voto que desejava que tomassem. Fê-los lembrar de sua transgressão e, então, advertiu-os de que deviam confessar ao Senhor Deus, fazer a vontade dele e separar-se do povo da terra e das esposas estrangeiras. Uma forte convicção caiu sobre a congregação; por isso responderam com voz alta: “Assim seja; segundo as tuas palavras assim nos convém fazer” (Esdras 10: 12). Confissão pública de pecados particulares, às vezes resulta em prejuízo. Mas confissão pública de pecados públicos é essencial. Tornou-se necessário que fossem a um lugar público para fazer um voto público de que fariam a vontade de Deus na questão de sua separação. O compromisso público é útil. Atender a um apelo indo à frente dando um testemunho público, geralmente resolve o problema da decisão na vida de uma pessoa que está sob a convicção do Espírito Santo de Deus. O crente não deveria nunca envergonhar-se de seu compromisso pessoal com Deus. O Apóstolo Paulo disse: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm. 1: 16). E nosso Senhor disse em Lucas 12: 8, 9: “Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus”. Ação cumprida (Esdras 10: 13-17). Tantas pessoas estavam envolvidas no pecado do casamento misto que não foi tarefa fácil determinar exatamente eorno poderiam se descartar de todas as esposas. Como conseqüências, foram marcadas reuniões com os anciãos e juízes da cidade para que o assunto fosse resolvido de maneira adequada. Levou dois meses para que todos os casos fossem ouvidos e providências adequadas fossem tomadas. Como em todas as demais áreas da vida cristã, quando é necessário quebrar o relacionamento com o mundo, é preciso fazê-lo da maneira certa. Não há lugar no programa de Deus para transações malfeitas e prejudiciais. Tudo devia ser feito com decência e ordem, mas sem transigência ou fraqueza. Uma atitude franca de manter a vida do cristão limpa honra a Deus e recompensa a qualquer um que estiver envolvido. Não sabemos exatamente como as esposas foram despedidas, ou o que aconteceu com elas depois da separação. Sabemos que o povo foi fiel e executou a vontade de Deus sob a orientação dos anciãos e

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juízes. Deve ter sido um dia cheio de tristeza quando os homens separaram-se de suas famílias para satisfazer as exigências do seu Deus. Contudo, Deus não podia ser acusado da situação, pois foram os judeus que tinham transgredido e eram responsáveis pelo sofrimento e pesar que resultaram. Em períodos de crescente transigência e ilusão, as famílias cristãs devem, com entusiasmo e alegria, manter-se separadas do mundo. Mães e pais devem ter o cuidado de manter um lar piedoso com padrões claros e explícitos. Devem sempre confirmar o que fazem com base nas Escrituras, fornecendo evidências suficientes para os seus filhos e a razão da esperança que há neles, A piedade familiar produz virtude pública. Registrando os resultados (Esdras 10: 1844). Talvez pareça injusto que Deus mandasse registrar nos anais das Escrituras os nomes daqueles que foram apanhados neste terrível pecado. Deus perdoa todos os homens, mas Ele no deixa de registrar na Palavra eterna. Este registro deveria fazer cada um de nós se lembrar do cuidado que devemos ter em nossas atitudes; pois um dia, nós também enfrentaremos o registro de nossas vidas. Podemos estar perdoados como os homens de Israel, mas seremos lembrados de nossas terríveis transgressões.

Capítulo 7 MOTIVADO POR DEUS Texto Bíblico: Neemias 1:1-11. Versículo para Memorizar: “Mas se vos converterdes a mim e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremas do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome” (Ne. 1: 9). O Livro de Neemias é um dos mais importantes manuais escritos sobre a questão da liderança. Este estudo, entretanto, não é um remédio infalível para o fracasso. É possível pegar um conjunto de idéias sobre liderança, aplicá-las a um cristão medíocre e continuar como um cristão medíocre. Bons princípios de liderança são necessários; mas o cristão deve entender que, para ter sucesso como cristão, é preciso que primeiro e relacione devidamente com o Senhor Jesus Cristo. Ele deve ser submisso a Deus em sua vida antes de ser um líder piedoso. Quando um cristão é genuinamente bom, pode receber grandes princípios, pô-los em prática em sua vida e tornar-se um líder eficiente. Vamos fazer duas suposições básicas com referência à sua vida, enquanto estudamos Neemias: 1) Sua vida espiritual é o que deveria ser, e você está devidamente relacionado com Deus; 2) você deseja ser um líder. Se estas duas coisas são verdadeiras, você pode estudar o Livro de Neemias e descobrir algumas coisas que o ajudarão a tornar-se um administrador eficiente de homens e mulheres. Você não tem de permanecer na síndrome da mediocridade. Você pode sair dela e ser alguma coisa grande para Deus. Tendo isto em mente, vamos começar a nossa viagem através deste primeiro capítulo de Neemias.

Despertando a motivação (Ne. 1: 1-4).

Nossa geração deseja alguém que a motive. Todos dizem: “Se você me der uma motivação, eu trabalho”, Um líder não pode usar motivações externas. Um líder não precisa ficar sentado à espera que outros o motivem. Cada líder cristão deve fazer-se esta importante pergunta: “Considerando que desejo ser um líder de pessoas e fazer alguma coisa para Deus, como devo ser motivado”? Neemias despertou ou criou motivação da seguinte maneira. Em primeiro lugar, olhou. Quando Hanani, um dos seus irmãos, veio visitá-lo, começou a fazer perguntas sobre a situação em Jerusalém. Foi por causa de suas indagações que começou a sentir compaixão pela situação e um desejo de fazer alguma coisa a respeito. Jamais seremos motivados se conservarmos nossos olhos fechados. Muitos cristãos atravessam a vida, dizendo: “Sei muito pouco sobre o que acontece à minha volta. Levanto-me de manhã e vou para o trabalho. À noite volto para casa, e fico diante da minha TV até a hora de dormir. Vou à Escola Dominical aos domingos de manhã e depois para a igreja. Volto da igreja e almoço. Depois, cochilo, levanto-me e vou ao culto da noite. Depois, na segunda-feira de manhã, repito tudo de novo. Não estou bastante motivado para me envolver”. Jamais seremos motivados até que abramos nossos olhos para ver o que está acontecendo ao nosso redor. Temos de ver o pecado e o sofrimento. Temos de perceber claramente os perdidos e os que estão

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morrendo. Temos de reconhecer o trabalho que precisa ser feito e o tempo reduzido. Temos três aspectos específicos das indagações de Neemias que não são importantes. Primeiro, ele fez perguntas ali mesmo onde se encontrava, Neemias era mordomo do rei, mas não saiu correndo na direção de algum seminário fantástico para sentir-se motivado pela situação. Ele não sentiu que devia sair do palácio. Fez o que tinha de fazer cm seu próprio ambiente. É importante que reconheçamos que nós, também, devemos nos envolver exatamente onde estamos. Não devemos pensar que temos de ir a algum outro lugar. Não faz diferença se moramos na cidade ou nos subúrbios. Nossa comunidade deveria servir de fonte para nossa primeira linha de motivação. Hoje em dia, um dos motivos por que não temos uma forte liderança cristã que promova e execute a vontade de Deus na realização da Grande Comissão, é que esperamos que a motivação venha de fontes glamorosas. Estamos sempre olhando por cima dos muros, além de nossos próprios limites. Segundo, Neemias buscou informações com os que estavam perto dele. Eram pessoas que ele conhecia. Falou com o seu irmão e obteve informações dele. Há diversos anos atrás, nosso trabalho de jovens estava seriamente carente de motivações. Ouvi contar algumas coisas sobre jovens que estavam fazendo “círculos” no centro da cidade. Eu não sabia o que eram esses “círculos”, por isso uma noite fui olhar. Quando cheguei à rua principal, vi carros uns atrás dos outros. Os motoristas riam, tocavam as buzinas, acenavam para todo mundo e conversavam uns com os outros pelas janelas. Dirigi com eles até a Avenida Monroe, voltamos pela Rua Pérola e passamos pela ponte. Logo a procissão encontrava-se no ponto de partida e recomeçou o circuito em sentido contrário. Os carros continuaram rodando uns atrás dos outros — grandes e pequenos, velhos e novos, com uma só pessoa dentro ou seis pessoas amontoadas num só carro. Enquanto eu os seguia pela cidade, orei: “Senhor, são dezenas de jovens. Não entendendo por que eles estão aqui. Não sei o que está acontecendo com eles, mas se Tu me ajudares, vou descobrir”. Finalmente, fomos parar num estacionamento cheio de carros. Centenas de jovens estavam sentados nas capotas dos carros e dentro deles. Os jovens sentiram-se perturbados com a minha presença. Sua reação imediata foi: “O que é que você está fazendo aqui, velho”? Mas quando começamos a conversar, descobri que esses jovens eram seres humanos que estavam social e espiritualmente perdidos. Suas risadas e brincadeiras não passavam de uma fachada. No fundo havia problemas que não conseguiam enfrentar. Alguns sentiam tédio. Outros desejavam encontrar um amigo Alguns procuravam sexo. Outros vendiam e compravam drogas. Todos estavam à deriva, imaginando por que estavam vivos. Não houve nenhuma transigência em visitar o estacionamento deles, pois aprendi muito a respeito do seu mundo e seus corações. Quanto mais olhava mais me convencia que precisava fazer alguma coisa pelos jovens daquela cidade. Eu não sabia quantos deles eram casados ou solteiros, quantos eram divorciados. Eu não sabia quantos deles trocavam de parceiros de noite ou usavam drogas, mas eu sabia que todos precisavam de Jesus Cristo como Salvador. Chorei e comecei um ministério na busca de centenas daqueles garotos para Cristo. Se você quiser sentir-se motivado a fazer alguma coisa pelas pessoas do seu mundo, é preciso olhar para elas. Você não se sentirá motivado se não souber o que está acontecendo. Se você não olhar, não agirá. Você conhece a sua comunidade? Já permitiu que o seu coração fosse quebrantado por amor às pessoas que estão à sua volta quando vê suas necessidades e reage com uma preocupação piedosa? Neemias começou a olhar de onde ele estava, e é o que você deve fazer. Não se preocupe em passar para o outro lado da cerca. Comece a examinar o seu próprio quintal e as pessoas que estão perto. A terceira coisa foi que Neemias recebeu os relatórios. “Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém já estão derribados, e as suas portas queimadas a fogo”. Quando as pessoas falavam, Neemias ouvia o que tinham a dizer. Do mesmo modo, você deve ouvir. Ouvir o que as pessoas estão realmente dizendo. Entender suas aflições. Observe que o ouvir de Neemias incluiu duas coisas. Ele ouviu os relatórios sobre o povo e ouviu os relatórios sobre a cidade. Mencionei o lugar, além das pessoas, porque um empreiteiro ou incrementador interessa-se por lugares. A fim de realizar certo tipo de tarefa, é mais importante interessar-se na situação do que nas pessoas da situação. No caso de Neemias, ele interessou-se por ambos. Ele se preocupava com o povo, mas sua preocupação maior eram os muros de Jerusalém; e ele respondeu, dizendo: “Eu quero levantar esses muros”. Motivação amadurecida (Ne. 1: 4).

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Depois que Neemias pesquisou devidamente a situação, viu-se pessoalmente envolvido no que ouviu. O versículo 4 fala de uma progressão no processo da motivação. A primeira coisa que Neemias fez foi assentar-se e chorar. Isso indicou uma reação forte, imediata, emocional. Esse tipo de reação é necessário como fundamento para a boa motivação; mas, quando uma pessoa chega ao ponto de chorar, ainda não chegou ao ponto da maturação. As lágrimas são necessárias, mas não constituem um nível produtivo da motivação. É possível que as pessoas se envolvam tanto emocional- mente em alguma coisa que chorem, mas logo se esquecem da coisa sem fazer nada a respeito dela. Depois que Neemias chorou, ele lamentou. Embora as lágrimas sejam uma espécie mais ou menos superficial de reação emotiva, a lamentação dura mais, é uma interação mais propositada com a tragédia ou o problema. É um passo além das lágrimas. Neemias não parou na lamentação. Depois de dias de lamentação, entregou-se ao jejum e à oração. As pessoas que jejuam colocam-se em posição de sacrifício. Há muitas pessoas que choram e até lamentam, mas nunca jejuam. Não estão prontas a perder uma de suas três refeições substanciais por dia. Vemos o devido progresso na direção da motivação amadurecida na vida de Neemias. Primeiro, ele permitiu-se reagir à informação que teve, chorando. Depois, passou para a lamentação mais estudada. Finalmente, esteve pronto a sacrificar-se clamando a Deus com jejum e a oração no recolhimento da intimidade. Quando o indivíduo examina o seu ambiente e é levado, através destes passos, das lágrimas à oração intensa, chegou ao ponto certo da motivação. Muitas pessoas dizem que não têm uma motivação forte para a salvação dos vizinhos, amigos, tios e tias. Talvez, como Neemias, precisamos observar a perdição e a confusão com o pleno reconhecimento de que os problemas nas vidas deles não podem se comparar com os problemas que terão no inferno. Precisamos meditar sobre isso até que sejamos levados às lágrimas e, finalmente, à lamentação, ao jejum e, então, à oração sincera pela sua salvação. Ore antes, salte depois (Ne. 1 5-11 . Há uma historiazinha familiar e engraçada sobre um vaqueiro nervoso que “montou o seu cavalo e cavalgou em todas as direções”. Muitos crentes ficam entusiasmados com muitíssimas coisas que gostariam de fazer. Primeiro vão numa direção depois, na outra; mas, como pedras que rolam, não criam limo. Cada motivação que vale a pena deve permanecer bem definida e positiva na vida da pessoa que a experimenta. Neemias levou a sua motivação a Deus e a avaliou claramente. Certificou-se que qualquer motivação que tinha era justa. Há uma certa liberdade de espírito que é a marca daqueles que conhecem a Deus e que avaliaram o que estão fazendo à luz desse conhecimento. Isto não é saber a respeito dele; é conhecer o próprio Deus. Daniel li: 32 nos lembra que “o povo que conhece o seu Deus se tomará forte e ativo”. No versículo 5, Neemias expressa seu intenso conhecimento de Deus. Seu desejo relacionado com o pro leio de Jerusalém foi colocado diante da luz escrutinadora do Deus que ele amava. Quando uma pessoa compreende um amigo íntimo, sabe que tipo de presentes lhe agradam, que jogos gosta de jogar e que comida aprecia. Do mesmo modo, uma pessoa que conhece a Deus sabe que tipos de coisas lhe agradam. Quando a figura de Deus fica explicitamente definida tia mente do cristão, ele pode olhar para si mesmo a fim de se comparar com o seu Deus. Quando Neemias o fez, viu -s e ao seu povo como pecadores. Muitas vezes nós, na qualidade de cristãos, criamos um mecanismo de defesa à nossa volta para não percebermos nosso pecado. Desviamos nossas cabeças dos fatos para que nossas motivações desonestas não sejam reveladas. Um jogador de tênis que perde uma jogada, geralmente acusa a sua raquete. Um arqueiro que erra o alvo acusa o seu arco. Um jovem cujo barco emborca acusa o vento. Não podemos acusar a Deus ou as pessoas ou as circunstâncias. Na qualidade de lideres de Deus, temos de nos examinar com exatidão. Tendo uma visão clara de Deus e de si mesmo, Neemias voltou-se para a Palavra (v. 8). todo plano e projeto deve ser avaliado à luz da Palavra de Deus. A Palavra de Deus fala claramente, e é da responsabilidade de cada crente viver sua vida de acordo com os claros ensinamentos das Sagradas Escrituras. Quando Neemias voltou-se para a Palavra, descobriu as promessas de Deus que diziam: “Se vos converterdes a mim e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, então, ainda que vossos rejeitados estejam pelas extremas do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome” (v. 9). Não há dúvidas que, com o devido arrependimento e submissão a Deus, a reconstrução dos muros se realizaria e a nação seria firmemente estabelecida na terra. Era de acordo com a promessa de Deus.

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Finalmente, Neemias orou pelas devidas circunstâncias, a fim de que sua motivação se cumprisse. Deus tinha de trabalhar. Era necessário que certas portas se abrissem, que o rei o ouvisse e que a permissão e a provisão fossem para a sua viagem à Cidade Santa. Vemos, então, quatro coisas básicas que são essenciais na determinação da vontade de Deus em nossas vidas. Primeiro, o indivíduo tem de entender quem Deus é e deve saber exatamente o que Ele gosta e o que não gosta. Segundo, deve olhar-se e verificar se todos os pecados foram confessados, se a sua vida está em ordem com Deus e se o seu coração não está abrigando hostilidade, medo, ressentimento ou qualquer outra obra da carne. Terceiro, a vontade de Deus para a vida do indivíduo não deve jamais contrariar a Palavra de Deus. A Palavra deve ser cuidadosamente consultada para que os princípios e as verdades particulares sejam aplicadas à sua vida. Quarto, Deus deve continuar abrindo as portas e limpando o caminho, de modo que as circunstâncias sejam contornadas, as vitórias ganhas e a certeza dada de que a pessoa está avançando dentro da vontade de Deus. Os líderes nunca devem tomar decisões apressadas e indiscriminadas sobre motivações que derivam do mundo, da carne e do diabo. Capítulo 8 PREPARÀTWOS METÓDICOS Texto Bíblico: Neemias 2: 1-20. Versículo para Memorizar: “E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera com,o, e também as palavras que o rei me falara. Então disseram. Disponhamo-nos edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra” (Ne. 2: 18). Quando Napoleão marchou contra o Duque de Wellington, em Waterloo, tinha a crédito seu uma série de campanhas espetaculares. A vitória em Waterloo parecia certa, mas Napoleão não levou em consideração alguns fatores que finalmente o levaram à derrota. A chuva tornou as estradas lamacentas, sua artilharia atolou e o trigo do inverno fez seus cavalos adoecerem. Estes fatores e outros selaram o destino de Napoleão. Cada obreiro sábio de Deus planeja sua vida e seus programas de maneira que não seja surpreendido por fatores desconhecidos que possam derrotá-lo ou desanimá-lo. No seu discurso sobre o discipulado registrado em Lucas 14: 25-35, o Senhor apresentou duas parábolas que enfatizam a necessidade de planejamento prévio. A primeira parábola se encontra nos versículos 28 a 30, onde Ele diz: “Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pode acabar”. A segunda parábola ensina a mesma verdade exceto que se refere a um rei que vai para a guerra. Se quisermos ser discípulos adequados do Senhor Jesus Cristo, temos de planejar abandonar tudo para segui-lo. Nada menos que um compromisso total com vontade de Deus. Em lugar de um envolvimento sem entusiasmo na obra do Senhor, com um pé no mundo e outro na igreja, devemos tomar a decisão de, pela Sua graça, planejar nossas vidas de modo que cada grama de energia e cada hora do dia sejam usados para a realização dos Seus propósitos. O Apóstolo Paulo era um homem assim. Segunda Coríntios 11: 24-33 nos fala dos perigos, espancamentos, fraqueza e ofensas que ele teve de suportar. Faziam parte de seu avanço na direção do prêmio da alta vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp. 3: 14). Tendo se alistado na busca da suprema vocação através de todas as provações de sua vida, o Apóstolo Paulo podia dizer com o coração cheio de alegria: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada” (II Tm. 4: 7,8). Devemos planejar o nosso trabalho e executar nossos planos de modo que, quando nos apresentarmos diante do tribunal de Cristo, possamos ouvi-lo dizer: “Muito bem, servo bom, foste fiel” (Lucas 19:17). O segundo capítulo de Neemias demonstra como Neemias foi além de simples motivações, tomando sete passos decisivos que garantiram a realização do seu ministério em Jerusalém. Fique quieto (Ne. 2: 1). No começo do segundo capítulo, vemos Neemias no mesmo lugar em que estava no final do primeiro capítulo. Depois de sua tremenda motivação, era de se esperar que o víssemos fugir do palácio na direção de Jerusalém; mas isso não aconteceu. Ele ficou em sua ocupação, não tomando nenhuma decisão excêntrica. Ele fez planos cuidadosos.

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Há diversos anos passados, dois pastores foram ao Canadá para pescar. Tomaram um barco emprestado, colocaram-no sobre um reboque que não era próprio para tal fim, encheram-no de material de pescaria, uma barraca, um fogão portátil, motor e gasolina e partiram na direção das florestas do norte. Enquanto estavam carregando o barco, perceberam que o barco e o reboque no encaixavam direito, mas como estavam com pressa, no perderam tempo fazendo os ajustes. Resultou que, depois de algumas centenas de quilômetros, o casco do barco rachou. Quando o colocaram no rio, quase afundaram antes de voltar à praia. Ë necessário ter motivação, mas no se pode nunca atingir os propósitos sem um planejamento adequado. Quando somos motivados a fazer alguma coisa, mesmo que seja na vontade de Deus, é importante perceber que é preciso reservar algum tempo para pôr as idéias em ordem. Neemias fez isso. Continuou servindo o rei e esperando pela oportunidade de pedir permissão para partir. Durante este período fez planos detalhados sobre o que ia fazer. Verifique com o Chefe (Ne. 2:2,3). Ocasionalmente, há pessoas que pensam que sendo lideres, não precisam subordinar-se àqueles que estão acima. Nenhum homem que é grande líder é insubordinado. Neemias sabia que ele tinha uma responsabilidade para com o rei. O cristão no deve nunca interromper a cadeia da autoridade. Geralmente, quando um crente recebe um chamado de Deus para entrar para o ministério, ele no fala com o seu patrão ou abandona simplesmente o emprego sem aviso prévio, tomando-se assim um opróbrio para Cristo. Defina os objetivos (Ne. 2:4, 5). Este passo seguinte que Neemias deu foi extremamente importante. Ele fez a pontaria. Os versículos 4 e 5 registram o pedido de Neemias: “Peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique”. Este deve constituir um resumo de todo o pedido porque Artaxerxes no tinha noção do que Jerusalém significava para Neemias e o seu povo. Provavelmente, nenhum deles estivera em Jerusalém, mas sabiam que os muros eram altos e largos, e que tinham sido queimados. Neemias declarou simplesmente: “Eu gostaria de ir reconstruir os muros de Jerusalém”. O plano de Neemias era gigantesco para um homem Ele nunca tinha construído muros antes. Ele no era nem sequer pedreiro. Ele fora criado em cativeiro e era o criado pessoal do Rei Artaxerxes. Apesar destas qualificações ai- suficientes, ele sabia exatamente o que desejava fazer. Ele viu seus alvos to claramente como se já estivessem realizados.Os planos de Neemias devem ter sido bastante detalhados. Em sua conversa com Hanani e outros irmãos de Jerusalém, ele tornou-se cônscio de que porções do muro estavam derrubadas, quantas pessoas havia para o trabalho e aproximadamente quanto tempo levaria para a reconstrução dos muros até sua altura original. Estipule os limites de tempo (Ne. 2:6). Conforme Neemias pensava nas coisas que tinha para fazer, dedicou a cada tarefa particular um determinado período de tempo para ser realizada. Com isto, foi capaz de computar a duração da obra. Portanto, quando o rei lhe perguntou: “Quanto durará tua ausência, quando voltarás”? ele pôde responder ao rei. Neemias certamente no calculou na hora. Se não tivesse planejado o seu trabalho meticulosamente, não poderia ter definido os limites de tempo. Quando pintamos a cozinha, limpamos ou forramos os armários da cozinha, apreciamos a capacidade de planejamento de Neemias. Em nossa inexperiência, planejamos fazer o trabalho em dois dias; mas três semanas depois, ainda no conseguimos terminar. Os menores projetos, quando não são cuidadosamente analisados, acabam em confuso. Há pouco tempo atrás, um jovem informou que ia organizar uma nova igreja. Declarou que pretendia ir para u ma cidadezinha para iniciar a sua obra. Quando lhe perguntaram para quanto tempo tinha planejado o seu trabalho, ele respondeu: “Isso é lá com Deus. Eu não tenho a menor idéia de como será”. Perguntaram-lhe, então, quanto tempo ele achava que a igreja precisaria para poder manter-se sozinha. Novamente ele respondeu: “Eu não sei”. Alguém lhe perguntou se tinha algum alvo para o primeiro ano. Ele replicou dizendo que os inquiridores estavam indo longe demais e queriam saber de coisas que só Deus sabia. Como muita gente, este jovem, sem estabelecer limites de tempo para si mesmo, sem dúvida desperdiçou muitos dias e realizou muito pouco porque não aprendeu o extremo valor do tempo. Cada dia recebemos um suprimento de tempo: 24 horas, 1.440 minutos, 86.400 segundos; e, então se vão, não voltam nunca mais. Um poeta disse:

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Só se dá corda uma vez no relógio do tempo, Ninguém tem o poder de dizer Quando os ponteiros vão parar, Se tarde da noite ou de manhã cedo. Perder as riquezas é muito triste, Perder a saúde ainda mais, Mas perder a alma é uma perda tão grande, Que nenhum homem pode restaurar. Nossos minutos são tão preciosos que devemos planejar o seu uso ou seremos culpados pelo seu abuso. As ordens de nosso Senhor são claras quanto a remissão do tempo. Só tenho um único minuto, Só sessenta segundo, nada mais, São meus, Não posso recusá-los. Não posso escolhê-los. Terei de sofrer se os usar mal. Só um minutinho à toa, Mas contém toda a eternidade.

Você já pensou no que pretende realizar nos próximos dez anos? Você tem alguma coisa em mente, ou simplesmente espera pagar suas dívidas, não ficar inválido continuar ensinando na Escola Dominical? Você sabe o que pretende realizar? Você está pronto a estabelecer limites de tempo para que sua vida seja produtiva para o Senhor Jesus Cristo? Cada crente deveria planejar usar sua vida. Deveria estabelecer alvos para cada semana, mês e ano, para o resto de sua vida. Arranje um caderninho e anote tudo o que você faz diariamente durante um mês. Depois avalie o que você anotou e pergunte-se se valeu a pena. Depois, anote os alvos que você gostaria de atingir. Inclua as coisas que você gostaria de fazer esta semana, este mês, este verão ou este ano. Inclua evangelismo, estudos bíblicos, tempo passado com a família, trabalho e outras coisas que você gostaria de fazer. Peça a orientação de Deus e seja um sábio remidor do tempo. Viva cada dia para a glória de Deus. Ontem é um cheque cancelado; amanhã é uma nota promissória; hoje é o único dinheiro que você tem em mãos. Peça ajuda (Ne. 2:7-10). Enquanto Neemias conversava com o rei, ele fez um pedido de ajuda. Pediu cartas com salvo-condutos e permissão para usar a madeira das florestas do rei, para as portas, a casa e o palácio. Pessoas que desejam realizar algo em suas vidas, devem estar prontas a pedir a ajuda de pessoas que são mais capazes e qualificadas do que elas para ajudá-las. Não podemos nos dar ao luxo de sermos esquivos ou temerosos no emprego de gente capaz. Podem ser uma ajuda tremenda. David Ogilvy, o fundador das maiores agências de propaganda do mundo, diz que o sucesso é ser capaz de rodear-se de ajudantes que são melhores que nós. Neemias aprendeu essa lição há milhares de anos atrás. Ele sabia como pedir ajuda a seus superiores. Tomando decisões sem pressão de grupo (Ne. 2: 11-16). Neemias não fez a sua viagem a Jerusalém com fanfarras e sob a bandeira prestigiosa do rei da Pérsia. Ele entrou na cidade sem revelar o seu propósito. Então, analisou cuidadosamente os detalhes da tarefa, de noite, com a ajuda de alguns poucos amigos íntimos, fazendo seus planos antes de informar o povo. Não foi por malícia; mas simplesmente o processo de avaliar uma situação sem a incômoda pressão do grupo. Foi desastroso o que aconteceu a um pastor que entrou numa reunião de negócios de sua igreja com um bilhetinho. Dizia: “Não se esqueça de mencionar a necessidade de um edifício maior”. Na reunião, ele simplesmente levantou-se e declarou que precisavam fazer alguma coisa quanto à construção de um prédio maior e disse que gostaria de saber o que o povo sugeria, imediatamente, começaram a apresentar sugestões, dizendo o que devia e o que não devia ser feito. As pessoas discordavam entre si, sendo polarizadas e o resultado foi uma briga. O que ele deveria ter feito era gastar mais tempo pesquisando o assunto, preparando-se para responder a perguntas e vindo à reunião para fazer uma apresentação de modo que o povo pudesse honestamente avaliar e fazer sugestões. Neemias fez exatamente assim.

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Pessoal adequado (Ne. 2: 17-20). A última coisa que Neemias fez antes de começar a construção dos muros no meio das ruínas, foi selecionar o pessoal. Reuniu pessoas e as motivou para a grande obra que tinham diante delas. Oh! como precisamos fazer planos para alcançar a nossa geração para o Senhor Jesus Cristo. Os pungentes lamentos de uma humanidade decaída soam através dos corredores atravéz do tempo com pedidos de paz e poder, mas não há paz pala os perdidos. O vazio e a falta de paz do homem tornaram-no apressado na experimentação de aventuras novas e excitantes que se desvanecem no horizonte como miragens. Ele luta por direitos dos quais não pode desfrutar. Continuamente edifica pontes que não passam por cima de brechas e constrói casas que não abrigam o amor. Ele economiza para a velhice e prefere morrer a continuar vivendo na agonia de seus últimos anos. Ele luta pelos elogios das pessoas que o traem. Ele trabalha pelo dinheiro que lhe é roubado e morre para ficar para sempre esquecido do traidor e do ladrão. Isaías 57: 20 diz que a humanidade caída é “como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo”. Forças opostas puxam a humanidade, primeiro para um lado, depois para o outro. As vagas da vida o incitam continuamente. Deus quer um homem que tenha a sua vida ordenada, que apresente ao mundo a solução da pena eterna, como também dos problemas que tem de enfrentar no seu dia a dia. Devemos organizar nossas vidas de maneira a alcançar este alvo em nossa geração.

Capítulo 9 ADMINISTRADOR GERAL Texto Bíblico: Neemias 3: 1-6: 14. Versículo para Memorizar: “Inspecionei, dispus-me, e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Não os tentais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas” (Ne. 4: 14). Apenas alguns poucos homens escolhidos são capazes de dirigir um reino ou uma organização gigantesca. A capacidade de ver, ao mesmo tempo, o quadro geral e os detalhes mínimos, só a têm um pequeno grupo de homens. Quando um homem assim também tem a capacidade de treinar o pessoal para a execução da obra, ele merece o título de administrador geral. Conforme a vida de Neemias se revela, capítulo após capítulo, torna-se evidente de que ele foi um dos homens que mereceu este título. Responsabilidade delegada (Ne. 3: 1-32). Há dois fatores básicos a considerar na questão da delegação de responsabilidades. O administrador geral deve conhecer as tarefas a serem executadas e as pessoas que podem executá-las. Sem um conhecimento destes dois fatores, um administrador fica impossibilitado de associar as pessoas com as tarefas correspondentes. Uma leitura do capítulo 3 nos revela que Neemias dividiu cuidadosamente o muro da cidade em segmentos. Durante o período de observação do muro, sem duvida determinou quais os segmentos que precisariam de excelentes artesões, como, por exemplo, os portões e as torres. Também observou que porções do muro eram constituídas de pedras menores e onde os estragos eram menos extensos. Anotou mentalmente os números aproximados de horas que seriam precisas para reconstruir cada porção. Seu plano foi o de destacar pessoas ao longo do muro de modo que os mais capazes fariam as tarefas mais difíceis e aqueles que tivessem menos conhecimentos ou menos músculos trabalhariam nos setores que se adaptassem às suas capacidades. O capítulo 3 começa com Eliazibe, o sumo sacerdote, e seus irmãos edificando a Porta das Ovelhas. Perto deles trabalhavam os homens de Jericó e Zacur, filho de Inri. O registro continua, revelando que cada homem e sua família trabalharam numa seção separada. Uma vez que Neemias conhecia a situação do muro, e estava familiarizado com o povo, foi capaz de arranjar as pessoas ao longo do muro de maneira satisfatória. Os ourives, os perfumistas, os advogados, os sacerdotes e os inventores, todos trabalhavam juntos, cada um no seu local. No versículo 12,lemos: “Ao lado dele reparou Salum, filho de Laés, maioral da outra meia parte de Jerusalém, ele e suas filhas”. Considerando que Salum tinha filhas, devia estar trabalhando numa seção especial do muro, onde não havia pedras grandes. Devia ser interessante estar perto dessa parte do muro. Devia haver momentos em que os homens que trabalhavam de ambos os lados faziam questão de ajudar as moças em seus esforços. Talvez as moças levassem sanduíches extras todos os dias para atrair os homens de ambos os lados a fim

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de que as ajudassem nos trabalhos mais pesados. Alguns talvez digam que uma coisa assim não poderia acontecer nunca, mas essas pessoas que trabalhavam no muro eram seres humanos exatamente iguais a nós. Eram influenciadas pelas pessoas ao seu lado. Tropeçavam em pedras e machucavam os dedos. No meio de sua luta e trabalho, tinham um relacionamento interessante com os seus amigos. Mas o muro subia e permaneceu por muitas gerações porque Neemias teve a capacidade de delegar responsabilidades àqueles que podiam executar pequenas porções do trabalho. Um dos motivos principais do fracasso em nossas igrejas e que os dirigentes não colocam as pessoas certas nas tarefas certas. Não conhecem as tarefas nem entendem o que envolvido nelas. Um pastor tem a responsabilidade de conhecer e compreender as responsabilidades na Escola Dominical, incluindo todos os departamentos. Ele deveria entender as responsabilidades dos tesoureiros e diáconos para poder fazer uma exposição de tarefas, determinando o que tem de ser feito. Ele deveria ser capaz de explicar àqueles que vão trabalhar com ele o que têm a fazer e como devem fazê-lo. O pastor também deveria compreender o seu povo. Talvez os pastores creiam que qualquer pessoa na igreja pode realizar qualquer tarefa. Mas não é assim. Deus colocou pessoas na igreja para a execução de tarefas especiais. Deu- lhes certa capacidade na realização de tarefas específicas. O pastor não pode conceder capacidade às pessoas; ele apenas conhece a capacidade delas e pode colocá-las no lugar certo.

Muitas vezes, as pessoas sentem-se frustradas e perturbadas porque não estão fazendo um trabalho que poderiam executar com perfeição. Ë responsabilidade de o pastor ajudar essas pessoas a se colocarem na execução de tarefas nas quais se sintam à vontade e que possam executar mais proveitosamente para a Sua honra e glória. Isto pode exigir muita pesquisa, exame, avaliação e movimentação de pessoas; mas, no final de tudo, terá valido à pena. Em muitas igrejas, o pastor simplesmente pega uma revista de Escola Dominical e fica no saguão da igreja à procura de alguém que possa lecionar uma classe. Entrega a revista a qualquer um que parece estar alerta e lhe pede que dirija a classe. Essa pobre pessoa, geralmente despreparada e incapaz de lecionar, é a vítima de outra tragédia espiritual.

Enfrentando a crítica (Ne. 4: 1-6). Mal o projeto tinha começado, surgiram dois oponentes para criticar. Sambalá zombou dos judeus, dizendo: “Que fazem esses fracos judeus? Permitir-se-lhe-á isso? Sacrificarão? Darão cabo da obra num só dia? Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?” Seu amigo, Tobias, de pé ao lado dele, disse: “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra”. A crítica de ambos era injusta, como a maioria das críticas. Neemias ouviu as críticas, avaliou-as, vendo que eram injustas, entregou-as ao Senhor em oração e continuou na execução de sua obra. Não reagiu diante do povo. Não ficou na defensiva. Não deu lugar a uma discussão. Simplesmente, procurou o Senhor em oração e entregou-lhe o seu próprio destino e o dos que o criticavam. Algumas pessoas acham difícil aceitar críticas. Tiago 3: 17 diz que os crentes devem ser tratáveis. Isto significa que deveriam ser abertos às críticas e repreensões. Um homem de negócios com centenas de empregados nunca fora criticado. Não que fosse tão amável que todos o amassem. É que todos sabiam que, se o criticassem, perderiam o seu emprego. Ele pensava que todos sentiam-se felizes. A crítica é uma valiosa ajuda para o crescimento. Se for referente a alguma coisa que precisa mudar, o crente deveria mudar. Se não for uma crítica válida ou de alguma coisa que não pode ou não deveria ser mudada, o crente deveria entregá-la ao Senhor e esquecer-se dela. Jamais deveria se envolver em invectivas, lágrimas, retaliações ou defesas. Receber e reagir devidamente diante da crítica é crescimento contínuo. Enfrentando a conspiração (Ne. 4: 7-23). Quando os inimigos não puderam impedir o projeto Jerusalém pelo ridículo, conspiraram lutar contra os operá rio e interromper a construção do muro. Neemias respondeu, elaborando planos com vigias que observassem o inimigo. O povo trouxe suas espadas, lanças e arcos para o trabalho (v. 13). Ele encorajou os homens a lutar por suas famílias. É difícil imaginar o grau de fidelidade e perseverança que esses judeus tiveram diante de ameaças tão reais de violências físicas. Hoje em dia, nossas igrejas precisam da mesma espécie de fidelidade e determinação. Embora sejamos

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freqüentemente perturbados e ameaçados, precisamos orar e então planejar para enfrentar os ataques do inimigo. Devemos pregar o evangelho destemidamente e organizar programas com cuidado para a realização de uma obra fundamental para Deus, ainda que o povo de nossas comunidades nos ameace. Quando Martinho Lutero compareceu diante do tribunal do imperador germânico, dos príncipes e líderes da igreja do seu tempo, pediram-lhe para negar e desdizer os erros dos seus livros. Ele pediu tempo para explicar. Então, lançou-se numa defesa de suas crenças. Concluiu com o desafio: “Mostrem-me meus erros com provas da Bíblia, e eu serei o primeiro a jogar os meus livros no fogo. Mas, se eu não for convencido pelo testemunho das Escrituras, não posso desdizer nada, uma vez que não posso agir contra a minha consciência. Estou aqui! Não posso agir de outra forma!” Sua coragem e determinação diante da perseguição e da morte encabeçaram a Reforma Protestante. Essa espécie de determinação e fidelidade à vontade de Deus,junto com um planejamento cuidadoso, constituem forte defesa contra a conspiração. Criar um espírito de grupo (Ne. 5: 1-19). A oposição que vem de fora é mais fácil de manejar; mas, quando Neemias enfrentou o sério egoísmo dentro da comunidade dos judeus, ficou grandemente preocupado. Uma coisa era lutar contra os efeitos prejudiciais de Sambalá e Tobias; mas, quando os nobres começaram a tirar dinheiro de seus irmãos, executando hipotecas sobre suas terras e escravizando os seus filhos, a coisa tornou-se muito mais séria. As famílias mais pobres dos trabalhadores acharam extrema dificuldade em manter suas famílias, naquele tempo de carestia, sem receber ordenado. Os mais ricos emprestaram-lhe dinheiro e, então, ameaçaram a executar as hipotecas, quando sua própria riqueza começou a diminuir. Não era um procedimento aceitável para um judeu (Dt. 23: 19, 20). Era crime executar hipotecas contra os pobres e fazê-los escravos. Naquele período estratégico da história, era preciso que houvesse sacrifício pessoal a fim de que os muros fossem terminados. Ricos e pobres, todos estavam envolvidos no projeto. Não era momento de tirar vantagens uns dos outros a fim de encher o bolso. Neemias repreendeu os judeus que estavam se aproveitando de seus irmãos e exortou-os a devolver as terras, as vinhas, os olivais e as casas, além do dinheiro, trigo, vinho e azeite que tinham tomado deles. Chegaram a um acordo. Os bens foram devolvidos e a congregação concordou com um sincero “Amém!” Neemias estabeleceu um exemplo altruísta, recusando- se a receber o dinheiro que lhe fora destinado. Ele estava alimentando 150 pessoas entre os judeus, além dos visitantes, mas ele não cobrou nenhum centavo do povo por isso. Considerando que o rei o sustentava, ou talvez porque tivesse seus próprios rendimentos, ele foi capaz de fazer esta valiosa contribuição. Os ricos não deveriam nunca aproveitar-se dos irmãos cristãos para lucrar mais. Deveriam, antes, estar prontos a distribuir seus bens entre aqueles que passam necessidades. Primeira Timóteo 6: 17-19 diz: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento.Que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”. Atenção com a trapaça (Ne. 6: 1-14). O ridículo e as ameaças de violência física não surtiram os efeitos que Tobias e Sambalá esperavam. Quando os mulos estavam quase prontos, fizeram tentativas adicionais de impedir Neemias de completar sua tarefa. Convidaram-no para ir ao Vale de Ono para um encontro com eles. Ono ficava a 32 quilômetros de Jerusalém e teria sido um bom lugar para matar o administrador geral. Contudo, ele não deu ouvidos ao convite e enviou mensageiros informando-os de que estava ocupado demais para ir. Embora Neemias estivesse extremamente ocupado e pudesse sentir-se envaidecido com o convite, sua visão interior e sinceridade de propósito evitaram que fosse. Sendo impedidos na sua tentativa, eles publicaram uma carta aberta, acusando Neemias da reconstrução dos muros para poder revoltar-se contra a Pérsia, tornando-se o rei de Judá. Novamente, Neemias não se vingou. Simplesmente negou a declaração, dizendo-lhes que tinham inventado aquela história. Sambalá e Tobias fizeram um último esforço, contratando um falso profeta para se aproximar de Neemias com um plano de fazê-lo esconder-se no Templo até que o perigo passasse. Se Neemias tivesse fugido do muro, o povo teria parado. Neemias entendeu que o profeta não vinha de Deus; por isso, permaneceu em seu posto sobre o muro até que a tarefa foi completada. Este grande administrador de homens permaneceu em sua posição sem expressões dúbias. Ele analisou

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as tarefas cuidadosamente, colocando as pessoas certas em cada tarefa. Ele enfrentou a crítica e a malícia sem se vingar nem se defender, e criou um harmonioso grupo de trabalho, resolvendo os problemas entre o povo que dirigia.

Capítulo 10 NÃO DESISTA! Texto Bíblico: Neemias 6: 15-8: 18. Versículo para Memorizar: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Fp 1: 6). As estatísticas de nossas igrejas revelam uma grave falta de apoio aos novos convertidos. Muitas decisões para Cristo são registradas, mas o que fica na rede do rol de membros da igreja é muito pouco. Não há um apoio adequado nem doutrinamento para os novos convertidos. Aqueles que fazem decisões ficam perdidos para as nossas igrejas porque não são visitados, assistidos, doutrinados. Mesmo os gálatas já sofriam desse mal. Paulo os exortou em Gálatas 3: 1-3: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoando na carne?” Sem o devido apoio aos novos convertidos, desperdiça-se grande parte de esforços. O Apóstolo Paulo foi zeloso quanto à sua própria capacidade de dar apoio. Em! Coríntios 9: 24-27, ele lembra os leitores de que nem todos que correm recebem o prêmio. Apenas aqueles que correm bem e perseveram na corrida estão capacitados a vencer. Então, refletindo em sua própria vida cristã, ele disse: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. Começar bem não basta. E preciso que haja um contínuo prosseguimento da vitória inicial, ou o terreno ganho logo será perdido novamente. Completando a tarefa (Ne. 6: 15-19). Com equipamento sofisticado e tecnologia de alta potência, é preciso um ano para a construção de um “Shopping Center”. Neemias, usando ajuda de leigos, sem ferramentas poderosas, completou a construção dos muros de Jerusalém em cinqüenta e dois dias. Muitas pessoas têm dito que seria impossível reconstruir 3,2 quilômetros do muro em tão curto período. Uma combinação de fatores tornou-o possível. Quase todo o material para o projeto já se encontrava no local. A obra foi bem distribuída entre pessoas qualificadas e os operários trabalhavam perto de suas casas. Trabalharam muitas horas com dedicação fora do comum. Grande parte do muro não estava completamente derrubado, e outras partes estavam sem dúvida, completamente intactas. A reação do povo da terra foi negativa, exceto que reconheceram seu fracasso e perceberam que a obra fora realizada pelo Deus dos judeus. Tobias não esqueceria todo o ódio que sentia por Neemias e os que simbolizavam o sucesso de Neemias. De acordo com Neemias 6: 18, Tobias era “genro de Secanias, filho de Ará; e seu filho Joana se casara com a filha de Mesulao, filho de Berequias”. Tendo Tobias se casado com uma judia, alguns dos judeus sentiam que lhe deviam fidelidade e conversaram com ele sobre Neemias. Depois falaram com Neemias sobre as boas obras de Tobias, na tentativa de fechar a brecha que havia entre os dois homens, numa reconciliação. O coração de Tobias não era justo. Ele não tinha lugar na comunidade judia. Seus motivos eram destrutivos, e ele usou sua influência de família para proveito próprio na sua tentativa de intimidar Neemias. A igreja precisa ter muito cuidado para não permitir

que homens e mulheres destrutivamente negativos e críticos partilhem da liderança ou de programas da igreja. O negativismo crítico e as ameaças como as que foram feitas por Tobias são contrárias aos princípios básicos da paz, da gentileza e da unidade entre irmãos. Não têm lugar no corpo de Cristo. Designando administradores (Ne. 7: 1 -4). Quando um administrador geral completa a organização de uma empresa e o processo de formação, é essencial que designe homens para tomar o seu lugar de administrador, para poder dedicar seu tempo à expansão e desenvolvimento de outros projetos. Neemias fez exatamente isto. Selecionou dois homens que ficariam envolvidos com a administração da cidade de Jerusalém. Um deles era seu irmão, Hanani; e o outro era Hananias, governador do palácio.

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O princípio da reprodução se encontra em qualquer lugar da natureza. Adão e Eva receberam ordem do Senhor para se reproduzirem a fim de que a raça humana tivesse continuidade. A Grande Comissão é uma exortação para a reprodução. Os discípulos de nosso Senhor deviam ir a todo o mundo e fazer discípulos entre os homens. Paulo advertiu a Timóteo da mesma forma, quando disse: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isto mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (II Tm. 2: 2). O Apóstolo mesmo levou muitas pessoas ao Senhor Jesus Cristo, organizou igrejas por todo o Oriente Médio e finalmente foi a Roma para ali pregar as boas novas da salvação na casa de César.Em todas as suas lutas, ele nunca se esqueceu da importante tarefa de despertar nas vidas de homens escolhidos e privilegiados as mesmas técnicas de liderança que ele tinha. Ele trabalhou com Barnabé até que Barnabé começou a fazer as suas próprias viagens missionárias. Silas, Timóteo e Tito também foram treinados pelo Apóstolo Paulo para representá-lo em diversos lugares do mundo. Os administradores gerais devem reproduzir outros administradores gerais. Grandes pregadores devem reproduzir outros grandes pregadores. Evangelistas devem produzir outros evangelistas. Líderes devem produzir outros líderes. Tudo isto exige, naturalmente, que homens bem dotados percebam talentos iguais aos seus em outras pessoas e não poupem esforços no sentido de desenvolver essas capacidades em determinadas áreas. O valor dos registros (Ne. 7: 5-73). Quando os muros foram terminados e o entulho retirado, apareceu uma grande cidade quase sem habitantes. “A cidade era espaçosa e grande, mas havia pouca gente nela, e as casas não estavam edificadas ainda” (Ne. 7:4). Deus deu a Neemias um plano para aumentar a população da cidade. Começou a fazer um recenseamento, envolvendo toda a comunidade judia de dentro de Jerusalém e fora dela. Todos foram registrados por categorias junto com suas propriedades. Em Neemias 11: 1, 2, foi dada uma ordem para que todo o povo tirasse a sorte de modo que uma em cada dez famílias morasse em Jerusalém enquanto que as outras nove ficariam nas outras cidades do interior. Deste modo a população da cidade aumentou em dez por cento do número dos habitantes de Judá. Manter registros faz parte importante da vida. Deus mantém um registro exato dos homens e seus feitos. Ele também registra os acontecimentos desde o começo dos tempos. Ele ordenou o registro de Sua santa Palavra e prometeu que nenhum jota ou til passariam dela. Ele mantém um registro dos remidos no Livro da Vida do Cordeiro. Até os cabelos de nossas cabeças são contados. Muitas igrejas não podem apresentar o registro de sua história. Os pastores não podem se lembrar do número de batismos ou funerais que realizaram. Os sermões ou lições da Escola Dominical de muitos anos passados estão perdidos. Em muitas igrejas, o rol de membros não está completou não é exato. Uma igreja nunca deveria ser culpada de simplesmente amontoar papéis com datas sem significado, mas deveria manter um registro exato e completo de muitas coisas. Manter um registro individual também é importante. Durante uma série de anos um pastor lutou pessoalmente com um sistema de arquivo que fosse adequado para encontrar as informações de que necessitasse. Depois de vários a- nos, colecionando e arquivando, ele desenvolveu um sistema de informações para o ensino e pregações que se comprovou ser adequado. Sem aquele sistema de registro, ele ficaria perdido ao procurar sermões ou anotações dos anos anteriores. Usando este sistema, entretanto, era capaz de utilizar as pesquisas de anos passados e, em questão de segundos, podia encontrar a exegese de um versículo em particular junto com as ilustrações para apoiá-la. Em muitos casos, indivíduos ou igrejas têm medo de registros porque revelam a falta de crescimento ou até mesmo o declíneo numérico ou financeiro. Conseqüentemente, enterram a cabeça na areia, sempre falando em termos grandiosos, mas nunca enfrentando realmente os fatos. Neemias foi capaz de determinar qual a porcentagem do povo que morava em Jerusalém, e planejou um esquema para resolver o problema. Lendo a Palavra (Ne. 8: 1-18). Como escriba da lei, Esdras tinha uma cópia das Escrituras da qual se faziam cópias adicionais. O povo estava ansioso para ouvir e entender o que Deus dizia na lei. Reuniu- -se uma grande multidão na rua e chamaram a Esdras “que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel” (Ne. 8: 1). Diversas coisas foram mencionadas sobre a leitura das Escrituras nesta passagem. 1. Houve um pedido do povo para a leitura da Lei (8:1).

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2. Todos, inclusive mulheres e crianças, tiveram permissão de ouvir a leitura da Lei, contrariando cs costumes (8: 2). 3. Longos períodos de tempo foram gastos na leitura da Palavra, até cinco ou seis horas de cada vez, quando “todo o povo tinha os ouvidos atentos” (8: 3). 4. Esdras subiu sobre um púlpito de madeira, dando à leitura das Escrituras um destaque especial (8: 4). 5. Quando Esdras abriu o Livro da Lei, todos os presentes se levantaram (8: 5). 6. Como resultado da leitura das Escrituras, o povo adorou o Senhor com os seus rostos em terra. Quando o povo de Deus sente fome da Palavra escrita, é preciso que peça que lhe seja ensinada. É importante procurar um homem piedoso, como os judeus fizeram em Jerusalém com Esdras, para que leia a Palavra e dê a interpretação. Não pode haver crescimento sem a Palavra. Pedro declarou: “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe. 2: 2). Todos deveriam interessar-se em ouvir a Palavra. Homens, mulheres e crianças que têm idade suficiente para entender deveriam ouvir o ensino e a pregação da Palavra de Deus. As igrejas deveriam tomar o cuidado de não negligenciar suas crianças, pensando que talvez não tenham capacidade de entender as Escrituras. Muitas igrejas colocam suas crianças em recintos separados durante os cultos com programas que não têm estudo intensivo das Escrituras. O relatório de Neemias é que a Palavra era lida desde a manhã até o meio-dia, o que perfaz um total de cinco a seis horas, e diz que o povo prestava atenção. Muitas das nossas igrejas têm abreviado consideravelmente o horário dos cultos e reduzido o tempo da pregação para trinta e cinco minutos. Não respeitamos as Escrituras só porque ficamos de pé quando são lidas, se lhe damos atenção dividida. Com freqüência cochichamos e somos irreverentes, não reconhecem da voz de Deus nas Escrituras que estão sendo lidas. Não há uma verdadeira adoração. Quando o povo sente fome da Palavra, pede que seja lida, ouve com atenção, dá-lhe lugar de prioridade em suas vidas e há reverência enquanto é lida, o resultado tem de ser a adoração. A Palavra de Deus “é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb. 4: 12).

Capítulo 11 EM PASSO COM DEUS Texto Bíblico: Neemias 9: 1-12:47 Versículo para Memorizar: “Levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus uma quarta parte do dia; em outra quarta parte dele fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus” (Ne. 9: 3). Neemias 9-12 registram um dia extraordinário na experiência do remanescente que voltou à terra de Judá. Eles completaram a tarefa monumental de levantar os muros e voltaram-se para a Palavra de Deus em busca de orientação e conforto. A Festa dos Tabernáculos fora restaurada com muita alegria. Agora, aguardavam a dedicação dos muros e o estabelecimento do culto e do trabalho na cidade santa. Preparativos e consagração (Ne. 9: 1-38) No dia vinte e quatro do sétimo mês do ano, reuniram- se vestidos de pano de saco e terra sobre si para jejum e oração. Separaram-se do povo que os cercava, puseram-se de pé e confessaram os seus pecados. Depois leram a Palavra de Deus juntos. Um quarto do dia liam a Palavra, para que Deus lhes falasse, e o outro quarto passaram confessando os pecados e adorando o Senhor seu Deus. Foi um modelo excelente. Deus lhes falava através de Sua Palavra, e eles falavam com Deus através de sua confissão e adoração. Muitas pessoas oram todos os dias: quando se levantam de manhã, antes de cada refeição e, à noite, antes de dormir. Também procuram a Deus pedindo orientação especial através do dia. Mas nunca reservam tempo para a leitura da Palavra para que Deus possa falar-lhes. A revelação especial de Deus ao homem é a Bíblia. É importante que a Bíblia seja lida e entendida. Segundo Reis 22 nos diz que Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou o Livro da Lei no Templo durante o remado de Josias. Levou-o ao rei para lê-lo. Josias ouviu as palavras que penetraram em seu coração. Rasgou suas roupas e imediatamente buscou ao Senhor. Como resultado, houve um dos maiores reavivamentos de todos os tempos. As orações de um cristão devem ser enunciadas sob a orientação das Escrituras. Muitos cristãos oram pedindo coisas absurdas. Pedem a Deus objetivos ou experiências que a Sua Palavra declara que elas não podem ou não devem ter. Que conversa ridícula deve ser essa entre Deus e o crente que lhe fala, dia

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após dia, sobre o seu desejo de ter alguma coisa que a Palavra de Deus tem clara e enfaticamente lhe negado o privilégio de possuir. Deus deve ficar, lá no céu, perplexo diante do egoísmo, da ignorância e do atrevimento dos homens que continuamente confessam o Seu nome e o adoram sem entender exatamente a Sua mensagem escrita para eles. Enquanto os judeus confessavam e adoravam, diversos dos levitas subiram nas escadas que davam para a rua e começaram a clamar em alta voz ao Senhor seu Deus. Suas palavras ficaram registradas em Neemias 9:5-38. Eles clamaram ao povo para que se levantasse e louvasse o Senhor para sempre. Depois de exortar o povo a que se lhes unissem, eles recordaram a interação de Deus com o Seu povo desde os dias de Abraão até aquele dia. Falaram do Seu poder e interesse pessoal neles. Falaram sobre sua própria desobediência e do juízo e misericórdia de Deus. Quando concluíram seu grande louvor a Deus, colocaram-$e sob o holofote de Sua misericórdia e graça, confessando seu pecado e implorando que os abençoasse e se compadecesse deles. Com base no que recapitulamos sobre Deus, sua nação e eles mesmos, prepararam-se para fazer uma aliança honesta com Ele. Fizeram um voto com base no que entenderam da interação de Deus com Israel no passado. Concordaram em ser fiéis a Ele nas diversas áreas de seu comportamento pessoal e social a fim de receber as bênçãos de Deus no meio deles. Através do estudo da Palavra de Deus e uma revisão de suas vidas, compreenderam que a justiça exaltaria sua nação e o pecado significaria destruição e cativeiro. Este padrão de revisão das obras operadas por Deus no passado, em um sermão, foi também usado pelos pregadores do Novo Testamento. No primeiro sermão de Pedro, ele fez extensivas referências a Davi antes de concluir sua mensagem, ocasião em que o povo sentiu-se tocado em seus corações e atendeu ao convite de Pedro ao arrependimento. Estevão recordou muito da história de Israel, mostrando a interação de Deus com eles, quando pregou diante do Sinédrio. Quando recordou as glórias de Deus e a depravação do povo, seus ouvintes sentiram-se tocados. Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Podemos predizer Sua reação para com o nosso pecado, vendo como Ele reagiu com os pecados das gerações passadas. Os pregadores fazem bem em usar ilustrações bíblicas em seus sermões, mostrando como Deus lidou com justiça para com a humanidade pecadora. Produz convicção e transformação porque o Espírito de Deus usa as Escrituras como alavanca para levar os corações ao arrependimento e fazer novas alianças com Deus. As palavras do Senhor a Salomão, em II Crônicas 7: 14, têm servido para convencer e modificar multidões de corações: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. O ato da consagração (Ne. 10: 1-39). A leitura e a recordação da Palavra foi poderosa. O povo ficou preparado para assinar uma aliança. Disseram: “Estabelecemos aliança fiel, e o escrevemos; e selaram-na os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes” (Ne. 9:38). O capítulo 10 registra essa aliança junto com aqueles que a selaram. Essas pessoas foram tão sérias no que fizeram que estiveram prontas a assinar um compromisso detalhado sobre como viveriam suas vidas. Segue-se uma lista das coisas sobre as quais concordaram: 1. Concordaram em obedecer a todos os mandamentos do Senhor (Ne. 10: 29). 2. Não permitiriam que seus filhos se casassem com os habitantes da terra (10: 30). 3. Não comprariam nem venderiam no dia do sábado (10: 31). 4. Deixariam aterra descansar no sétimo ano (10:3 1). 5. Observariam a lei referente às dívidas (10: 31). 6. Separariam o terço de um ciclo para o serviço do Templo (10: 32). 7. Concordaram em tirar a sorte para determinar quem traria lenha para ser queimada sobre o altar (10: 34). 8. Concordaram em oferecer as primícias das colheitas e das árvores frutíferas de ano em ano. Também dedicariam os primogênitos dos filhos e do gado de acordo com a lei de Moisés (10: 35, 36). 9. Concordaram que dariam seus dízimos aos levitas inclusive do trigo, do vinho e do azeite (10: 37-39).

Muitas igrejas locais têm pactos que os membros devem assinar. Seria sábio recordar esses pactos para ver se a sua vida está de acordo com as promessas feitas neles. Tais promessas constituem uma expressão válida de compromisso com Deus e não devem ser relaxadamente esquecidas como coisa sem

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importância. Cada homem no seu lugar (Ne. 11: 1-36) Com base nas informações conseguidas na terra, como também sobre a localização desta, fez-se um pedido para tirar a sorte a fim de que uma em cada dez famílias pudesse mudar-se para Jerusalém. Depois que todos já se encontravam no seu devido lugar, fez-se um registro exato do local de habitação de cada pessoa na terra. Novamente nossa atenção é chamada para o fato de que a manutenção de registros é essencial. Recordando o sacerdócio (Ne. 12: 1-26) A longa lista dos sacerdotes registrada em Neemias, capítulo 12, inclui apenas aqueles sacerdotes e levitas que foram para Jerusalém com Zorobabel, muitos anos antes, junto com os seus descendentes no tempo de Neemias, o governador de Jerusalém. O registro simplesmente mostra a genealogia do sacerdócio. Era imperativo que cada sacerdote fosse capaz de traçar sua genealogia para poder servir. Nenhum sacerdote renegado poderia participar do ministério do Templo.Este registro era importante como um passaporte ou o visto é para o viajante, ou como uma certidão de nascimento para um indivíduo que deseja provar quem é. O sacerdote não podia exercer suas funções sem ela. Da mesma maneira, um homem ou uma mulher que deseja servir ao Senhor não pode fazê-lo sem o testemunho do Espírito Santo de que nasceu de novo. Dedicando os muros (Ne, 12: 2743) Tudo estava em ordem para o grande dia da dedicação. Os judeus tinham se separado do povo ímpio de suas comunidades, tinham confessado os seus pecados, tinham lido as Escrituras e tinham ouvido as fervorosas pregações. Fizeram uma aliança com Jeová de que seriam obedientes à lei. Foram feitas listas exatas de todo o povo responsável. Estabe1eceu-os um sacerdócio genuíno. Nada poderia impedir a festa da celebração piedosa e da dedicação dos muros de Jerusalém Os músicos com seus instrumentos e os cantores juntaram e de Jerusalém e todos os arredores. Os sacerdotes e levitas purificaram-se em preparação para seu ministério.

Os príncipes de Judá e os filhos dos sacerdotes — com trombetas e instrumentos musicais de todos os tipos — subiram as escadas da cidade até a parte superior do muro. Dividiram-se em dois grandes grupos, colocaram-se um diante do outro, dando graças e regozijando-se diante do Senhor. Neemias e Esdras estavam presentes sobre o muro para esta ocasião especial de gratidão ao Deus do céu e da terra. Mães, pais e filhos, todos se regozijavam tanto que o barulho foi ouvido por cima das colinas do lado de fora dos muros. Momentos de dedicação cheios de alegria são experiências que não se esquecem nunca. A dedicação de um órgão ou de um templo são ocasiões especiais para o povo que fez esforços para a sua compra ou construção. A dedicação ao Senhor substitui a satisfação egoísta de uma realização por um propósito santo de que o instrumento ou edifício podem ser usados para a glória de Deus. Não há nada tão precioso como uma reunião do pai com a mãe na maternidade depois do nascimento da criança. A alegria e o entusiasmo de tão maravilhosa criação de Deus é irresistível. Como é maravilhoso inclinar a cabeça junto com a mãe e o pai dedicando a criança recém-nascida ao Senhor Jesus Cristo para que seja usada como Deus quiser. É igualmente excitante ver aqueles mesmos pais pedindo a Deus ajuda para criar aquela criança, guardá-la, protegê-la e torná-la produtiva como serva de Deus. É uma alegria ouvi-los simplesmente dedicando-se a si mesmos como guardiões ou responsáveis daquela vida jovem, para nunca dizer ou fazer alguma coisa que possa prejudicar ou desiludir aquela criança. Esses cultos informais de dedicação são experiências inesquecíveis. Da mesma maneira, um homem de negócios precisa dedicar seus negócios ao Senhor, urna dona de casa o seu lar, uma criança o seu quarto, uma congregação a sua igreja, um pastor o seu púlpito e um carpinteiro a sua banca. Cada um deveria ser dedicado ao Senhor para servi-lo e ser usado por ele. Quando Deus se encontra em nossos filhos, em nossos lares, em nossas igrejas e em nosso trabalho, porque nós os dedicamos a Ele, serão usados por Ele de maneira sobrenatural para ganhar os perdidos e edificar santos. Restaurando a ordem do Templo (Ne. 12: 4447) Conclusão da a dedicação, foi necessário que algumas questões referentes ao Templo e sua ordem fossem resolvidas. Nesse Templo, como também no Templo de Salomão, diversas salas foram separadas para servir de despensas para as ofertas do Templo, as primícias e os dízimos dos campos. Quando esses artigos eram levados ao Templo, eram simplesmente colocados naquelas salas e guardados para uso

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futuro. Era necessário que fossem designadas pessoas para administrar aqueles depósitos a fim de que os dízimos pudessem ser recebidos e distribuídos entre os sacerdotes e os levitas que tinham o direito de usá-los para o seu sustento. Durante o cativeiro, os sacerdotes e os levitas tiveram de trabalhar nos campos como toda gente. Não foram sustentados pelas ofertas dos judeus. Anos depois de seu retorno a Jerusalém estavam novamente dependendo das ofertas dadas por seus irmãos. Certamente aquele foi um período de renovação de fé e consagração a Deus para aqueles homens, quando deixaram de lado suas ferramentas, voltaram dos campos e passaram a depender completamente dos outros para se vestir e comer. Todo Israel foi fiel ao compromisso assumido. Todos trouxeram porções destinadas aos sacerdotes e levitas, para os cantores e outros músicos, todos os dias. Santificaram as coisas santas que pertenciam aos levitas e as separaram para uso exclusivo deles. À esta altura, parecia que a obra de Neemias chegara a um fim frutífero e próspero. Tudo estava em ordem. Ele terminara a sua carreira com alegria. Mas, o restante do Livro de Neemias registra a triste história dos anos seguintes. Veremos que o povo de Deus está sujeito a se desviar; seu

entusiasmo se desvanece; sua energia some e sua dedicação se evapora. Sem uma contínua dependência do Pai Celestial os filhos de Deus se esquecem dos votos de ontem e caem na armadilha de Satanás. Martinho Lutero disse-o bem na letra do hino “Castelo Forte É Nosso Deus”.

“A nossa força nada faz, Estamos, sim, perdidos; Mas nosso Deus socorro traz E somos protegidos. Sabeis que é? Jesus, O que venceu na cruz, Senhor dos altos céus; E, sendo o próprio Deus, Triunfa na batalha”.

Capítulo 12 QUANDO O POVO DE DEUS SE DESVIA Texto Bíblico: Neemias 13: 1-31. Versículo para Memorizar: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina, continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm. 4:16). Um despertador fiel pode viajar com você pela face da terra e consistentemente vai acordá-lo se você lhe der corda e o acertar direitinho, O maior perigo está em você se descuidar dele, deixando de dar corda ao alarme. Aí ele passa da hora em que você queria acordar sem dar sinal de vida. O povo de Deus é muito parecido. Leva algum tempo para gastar a sua corda, mas depois esquece-se de renová-la. Ë por isso que Deus deu a Sua Palavra escrita como fonte objetiva de revitalização e poder. Foi por isso também que Ele deu pastores-professores à igreja para lhe pregar a imutável Palavra e para exortar os seguidores do Rei dos reis a serem fiéis ao seu Senhor, mantendo sua formação de marcha. Embora Neemias reconstruísse os muros de Jerusalém, os dedicasse e restabelecesse a cidade, no foi garantia suficiente para o povo no se desviar de Deus. Ele chegou a Jerusalém no ano vigésimo do Rei Artaxerxes para começar sua obra. Doze anos depois, de acordo com Neemias 13: 6, no trigésimo segundo ano de Artaxerxes ele retornou à Pérsia por algum tempo. Sua influência deixou de ser sentida na cidade. O povo esqueceu os seus votos. A situação começou a deteriorar. Alguns anos depois, quando Neemias retornou a Jerusalém, encontrou a cidade em condições desprezíveis. O último capítulo de Neemias registra alguns dos problemas e como Neemias os resolveu quando voltou à terra novamente.

A purificação da multidão (Ne. 13: 1-3) Quando os filhos de Israel viajaram do Egito para a Palestina, através do deserto, durante quarenta anos, encontraram-se com diversos povos pelo caminho. Algumas das tribos que viviam no deserto reagiram favoravelmente a Israel, mas outras se antagonizaram com eles. Entre os que se mostraram muito

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antagônicos estavam os amonitas e os moabitas. Não só recusaram-se a dar pão e água a Israel, mas pagaram a Balaão, filho de Beor, para amaldiçoá-los. Como resultado, Deus dissera: “Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na assembléia do Senhor eternamente”(Dt. 23:3). Considerando que a terra de Judá não era muito povoada, os judeus permitiram que os amonitas e os moabitas se misturassem a eles. Seus padrões de separação foram prejudicados, e já não puderam manter seu modo de vida separacionista. Quando os judeus leram a advertência de Deuteronômio 23 referente aos amonitas e moabitas, convenceram- se do seu pecado e separaram-se deles. A igreja de Jesus cristo tem o mesmo problema. Ela se esquece de sofrimentos causados no passado por gente ímpia. depois de anos de separação de pessoas problemáticas, cai na mesma armadilha novamente. É comum que isto aconteça geração após geração.

Purificando o Templo (Ne. 13: 4-9) Quando Neemias restaurou a ordem do Templo, diversos anos antes, ele fez provisões para o armazenamento dos tesouros, ofertas e primícias na despensa do Templo e designou responsáveis, sacerdotes e algum tempo depois, Eliasibe, que era encarregado das despensas do Templo, alterou completamente o uso das salas. Associou-se com Tobias, que tinha causado grandes perturbações e perseguições por ocasião da reconstrução dos muros muitos anos antes. Eliasibe permitiu que Tobias usasse as salas do Templo como lugar de moradia. Não sabemos se ele morava ali permanentemente, ou apenas quando vinha à cidade, como se fosse um apartamento. Eliasibe, permitindo que Tobias, um amonita, morasse no Templo, profanou o Templo. Não só interrompeu o uso da despensa do Templo, mas também permitiu que um homem que não tinha tais direitos legais entrasse ali. Parece que Tobias ocupava diversos recintos (v. 9) como moradia. Devia satisfazê-lo muito ter acomodações dentro dos muros, no lugar de adoração do seu inimigo. Tobias era sem dúvida parente de Eliasibe. Esse relacionamento facilitou a Eliasibe permitir que Tobias usasse aquelas salas. Mais adiante no capítulo descobrimos que os dízimos e as ofertas do povo não estavam mais sendo recebidos no Templo. Talvez as salas tivessem permanecido vazias durante meses ou anos antes que Eliasibe permitisse a Tobias fazer uso delas. Uma falha no programa dado por Deus não permite que os líderes usem a casa de Deus com propósitos não pretendidos por Deus. Só porque as ofertas são poucas ou o edifício da igreja não esteja sendo usado com propósitos religiosos na sexta-feira à noite, não dá permissão à liderança da igreja de organizar ali jogos para arrecadação de dinheiro. Mesmo nas igrejas fundamentalistas, pastores e líderes usam, às vezes, dependências, veículos ou equipamento da igreja, como Eliasibe fez; e são culpados de usar as coisas que pertencem a Deus para benefícios pessoais. Estas práticas deveriam ser cuidadosamente evitadas.

Restaurando o dízimo (Ne. 13: 10-14) Não foi preciso observar muito, para que Neemias percebesse que, morando Tobias nas câmaras usadas para depósito dos dízimos, tornou-se impossível guardar ali alimento para os sacerdotes e levitas que trabalhavam no Templo. Também percebeu que os levitas e os cantores já não se encontravam mais no Templo. Tinham voltado para os seus lares nas vilas a fim de trabalhar nos campos, pois precisavam de alimento. Ninguém mais trazia ofertas ou dízimos ao Templo; por isso estavam literalmente morrendo de fome. Não só era uma injustiça para com os levitas e os cantores; era um crime contra Deus. Ele tinha separado os levitas para a obra do ministério e o povo de Deus os estava roubando de sua subsistência. Em 1 Coríntios 9: 7-18, o Apóstolo Paulo discute toda a questão do sustento daqueles que estão no ministério com os dízimos e as ofertas do povo de Deus. No começo do seu ministério, ele faz referência à lei de Moisés (v. 9): “Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que debulha. Acaso é de bois que Deus se preocupa?” No versículo 13, ele prossegue: “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados, do próprio templo se alimentam; e quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento?” Era o santo propósito de Deus que os sacerdotes, os levitas e os cantores não precisassem preocupar-se com o seu sustento. Deviam dedicar-se completamente à obra do ministério do Templo,

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sem o peso de algum emprego secular. Paulo prossegue dizendo no versículo 14: “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o Evangelho, que vivam do Evangelho”. Ele aplica o conceito do Velho Testamento e diz a seus leitores com muita clareza que os pastores e outros obreiros, que dedicam o seu tempo integral ao trabalho da igreja, têm o privilégio de viver dos dízimos e das ofertas dadas à igreja. l da responsabilidade de cada assembléia local cuidar daqueles que se dedicam ao trabalho da igreja e não ao mundo secular para a sua subsistência. Muitos pastores são como um boi amordaçado que não pode comer nem manter um meio de vida adequado porque a igreja não lhe fornece os meios necessários para viver. A oração do velho diácono jamais deveria ser feita em relação a um pastor de qualquer igreja: “Senhor, mantenha-o humilde; nós o manteremos pobre!” Neemias discutiu com os governantes e perguntou-lhes por que os levitas não se encontravam no Templo. Depois que percebeu qual era a situação, foi às vilas para reunir os levitas e os cantores, trazendo-os de volta ao seu lugar de trabalho. Depois, advertiu o povo a que trouxesse os dízimos do trigo, do vinho e do azeite para o tesouro. Os recantos que Tobias tinha usado para morar, agora purificados, foram finalmente devolvidos ao seu uso adequado. A música encheu os átrios da casa de Deus e o cântico dos levitas foi novamente ouvida no pátio do Templo.

Santificando o sábado (Ne. 13: 15-22) O comércio assumira um lugar de tão alta prioridade nas vidas dos judeus que eles achavam que os seis dias da semana não bastavam para a realização de tudo o que precisavam fazer. Seus votos feitos a Deus em relação à guarda do sábado, embora feitos há apenas alguns anos antes, foram esquecidos. Eles tinham prometido que não permitiriam que ninguém comprasse ou vendesse no sábado. Por ocasião da volta de Neemias, não só estavam comprando e vendendo no sábado, mas o faziam com estrangeiros. Aqueles que tinham feito sua recente colheita de uvas estavam fabricando vinho no sábado. O comércio prosseguia dentro e fora da cidade todos os dias da semana. Neemias ficou naturalmente alarmado. Expulsou os homens de Tiro com o seu mercado de peixes para fora dos muros de Jerusalém, lembrando aos filhos de Israel que a profanação do dia do sábado fora um dos motivos porque Israel fora parar no cativeiro. Ele estava preocupado com que o sábado fosse mantido puro por causa da promessa que se encontra em Jeremias 17: 24, 25: “Se deveras me ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia de sábado, e santificardes o dia de sábado, não fazendo nele obra alguma; então pelas portas desta cidade entrarão reis e príncipes, que se assentarão no trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes, os homens de Judá, e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre habitada”. Com essa promessa soando em seus ouvidos, Neemias novamente estabeleceu o sábado como um período totalmente dedicado ao descanso e à adoração de Jeová. Ordenou que os portões fossem fechados e que não se abrissem até o final do sábado. Colocou servos juntos aos portões para reforçar seu regulamento. Quando os mercadores acamparam do lado de fora da porta da cidade e continuaram comerciando com aqueles que vinham no sábado, ele os advertiu de que se continuassem fazendo assim, ele os pegaria, dando a entender que provavelmente os mandaria prender. Tendo acabado com o comércio no dia do sábado, Neemias ordenou que os levitas guardassem as portas da cidade para santificar o sábado. De acordo com os bons costumes ele estava certo que os levitas ficariam encarregados da guarda das portas para impedir os comerciantes Considerando que eles mesmos não estavam envolvidos no mundo do comércio, não seriam influenciados pelo desejo de ganho, mas reforçariam os regulamentos. De maneira especial o sábado era o seu dia.Por causa de sua devoção a Jeová a separação para o ministério do Templo, eles estariam grandemente interessados na manutenção da santidade do sábado. Embora não sejamos guardadores do sábado, precisamos ter o cuidado de manter uma atitude adequada para com o Dia do Senhor. Deveria ser um dia dedicado a Ele. Cada crente deveria se esforçar, na medida do possível, no sentido de evitar fazer negócios naquele dia, para poder entregar-se totalmente ao Senhor.

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Separação dos lares (Ne. 13: 23-31) Uma das primeiras promessas que os judeus fizeram no voto por ocasião da dedicação dos muros foi que manteriam seus filhos separados dos filhos da terra. Declararam que não permitiriam que suas filhas se casassem com a gente da terra; eles também não tomariam das filhas da terra para esposas dos seus filhos. Mas a memória deles era curta; e permitiram que suas convicções se deteriorassem, de modo que, quando Neemias retornou à cidade, não só tinham dado suas filhas em casamento ao povo da terra, mas os filhos dessas uniões não sabiam nem falar a língua dos judeus. É difícil imaginar como poderiam ter ficado tão relaxados na manutenção das devidas restrições familiares. Muitos pais fracassam neste ponto. Falta-lhes vigilância e perseverança. Permitem-se a negligência. Passam por cima de faltas que deveriam ser notadas e corrigidas nos filhos. Permitem que as rédeas da autoridade escorreguem-lhes das mãos. Permitem que seus filhos façam o que é certo aos seus próprios olhos e, então, falta-lhes a coragem moral necessária para recuperar o que foi perdido. Uma disposição complacente, bonachona, indulgente ou tímida da parte dos pais, geralmente traz a ruína dos filhos e a miséria dos lares. Se você prefere o sossego e a tranqüilidade momentâneas mais do que o bem-estar dos filhos e sua própria felicidade permanente, não se queixe depois dos problemas que está criando dentro do seu lar. Quando você se reunir com os seus próprios filhos diante do trono da misericórdia e eles apontarem para você, dizendo: “Foi a sua negligência do dever que arruinou nossas vidas”, você sentirá a horrível agonia daqueles que não cumpriram sua responsabilidade para com os seus filhos. Os destinos eternos deles estão em suas mãos. A influência forte e piedosa que você exercer neles agora, atravessará os séculos nos quais seus filhos servirão o Senhor Jesus Cristo.

Capítulo 13 OLHANDO PARA OS DOIS LADOS Texto Bíblico: Daniel 2: 149. Versículo para Memorizar: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4: 4, 5). Terminando este livro, vamos voltar os olhos sobre Esdras e Neemias para avaliar os personagens principais destes dois livros. Vamos examinar juntos as qualidades de liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias. Eles servirão de lâmpada no caminho desta revisão.

Relembrando

Zorobabel (Esdras 1: 1-6: 22)

Zorobabel foi o primeiro grande líder que levou um grupo de judeus da Pérsia para Jerusalém num esforço de reconstruir a cidade e restaurar a terra depois de setenta a- nos de cativeiro na Babilônia. Sete características notáveis fizeram de Zorobabel um grande líder.

1. Outros o reconheceram como um grande líder (Esdras 2: 2). Depois de convocar os voluntários, Zorobabel veio à tona como aquele que poderia levar o grupo dos judeus a Jerusalém. Não temos registro de como ele foi escolhido, mas fica visível no texto que ambos, Artaxerxes e o povo da terra, viram nele aquelas características que o qualificariam para o trabalho. A liderança sempre é reconhecível. Em Atos, capítulo 6, quando surgiu a dificuldade referente às viúvas, os Doze Apóstolos disseram aos discípulos: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, Iieios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (Atos 6: 3). Eles presumiram que as qualidades de liderança necessárias ao desempenho da responsabilidade do diaconato seriam notadas pelo povo da igreja. Isso aconteceu também com Zorobabel. 2 Ele participou pessoalmente da obra (Esdras 3: 2). Depois que 50.000 pessoas chegaram a Judá e se estabeleceram nas cidades, Zorobabel determinou que era hora de começar a edificar um altar. Esdras 3:2 nos informa: “Levantou Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para sobre ele oferecerem holocaustos.

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como está escrito na lei de Moisés, homem de Deus”. Ele não teve medo de envolver-se pessoalmente na obra. 3. Ele delegou responsabilidades (Esdras 3:8). Quando a obra dos alicerces do Templo começou, Zorobabel e seus companheiros designaram os levitas de vinte anos para cima para prosseguir na obra da casa de Deus. Embora fosse capaz e tivesse vontade de trabalhar, ele sabia que o trabalho jamais poderia ser realizado só por ele e os outros líderes. Para ser feito, tinha de ser distribuído entre o povo. 4. Ele manteve a separação (Esdras 4: 1-3). Zorobabel não se comprometeu com os samaritanos que vieram oferecendo-se para ajudar na obra da reconstrução. Alguém já disse: “A posição lá em cima é solitária”. Zorobabel demonstrou suas qualificações de líder pela sua prontidão em separar-se e ao seu povo das influências do mundo à sua volta

5. Ele enfrentou a perseguição (Esdras 4:4). Quando o povo da terra perturbou os judeus com intimidações e perseguições, ele continuou trabalhando na construção até que, finalmente, agiram legalmente contra ele. 6. Ele reconheceu sua responsabilidade no atraso da obra devido à legislação do rei da Pérsia (Esdras 4: 23, 24). Embora seu primeiro compromisso fosse com Deus e o término da construção do Templo, não ignorou a necessidade de obedecer às leis do seu rei. Uma das marcas de um grande líder é que ele aceita a hierarquia da autoridade e joga de acordo com as regras. 7. Embora fosse impedido por algum tempo, foi reanimado pela Palavra de Deus e terminou o Templo depois de quatorze anos após o seu início (Esdras 5: 1, 2, 15). Zorobabel não perdeu de vista o propósito principal de sua presença em Jerusalém e fez uma segunda tentativa de completar o Templo. Depois de ser entrevistado por Tatenai, o governador, e avaliado por Artaxerxes, finalmente pôde alcançar o seu alvo. Zorobabel foi líder em todo o sentido da palavra. Embora não tenhamos oportunidade de avaliar sua capacidade de planejamento, vêmo-lo liderando o povo na realização da tarefa que ele resolveu executar para Deus.

Esdras (Esdras 7: 1-10: 44) Embora Esdras não apareça em cena a não ser no final do livro que leva o seu nome, ele se destaca como um grande líder espiritual. Sua responsabilidade não foi de construir o Templo ou os muros, mas de organizar o culto na terra. Como líder de um grupo de pessoas, vemos a manifestação de sua capacidade administrativa. Entretanto, suas qualidades de liderança são percebidas nos setores da pregação, oração e santidade pessoal. 1. Ele era um homem da Palavra (Esdras 7: 6). Depois de apresentar seus antecedentes familiares, a primeira coisa que a Bíblia diz a respeito de Esdras é que ele foi “escriba versado na lei de Moisés” (v. 6). Esdras talvez não fosse um homem muito estudado, mas foi um homem versado na Palavra. 2. Ele tinha um compromisso pessoal e desejava ensinar aos outros (Esdras 7: 10). Com o coração preparado Esdras empenhou-se em ensinar a Israel os estatutos e juízos de Jeová. Como qualquer grande líder, quer no reino espiritual quer no secular, Esdras empenhou-se primeiro em praticar o que ensinava àqueles que o ouviam. 3. Reuniu homens fortes ao seu lado para ajudá-lo (Isaías 7:28). Ele disse: “Assim me animei, segundo a boa mão do Senhor, meu Deus, sobre mim, e ajuntei de Israel alguns chefes para subirem comigo”. Um homem não é um líder só porque esteja avançando rapidamente. Ele só é líder se o povo o segue. Esdras teve a capacidade de liderar alguns dos homens mais influentes de Israel. 4. Ele planejou com antecedência sua viagem a Jerusalém (Esdras 8:15-30). Seu planejamento incluía a obtenção de mão de obra adicional para realização dos seus propósitos na Cidade Santa, embebendo a viagem em oração, jejuando para assegurar-se da presença e proteção de Deus, e distribuindo dinheiro a diversas pessoas que deveriam guardá-lo durante a viagem. Embora o seu ministério fosse basicamente espiritual, ele também foi um cuidadoso planejador de detalhes físicos. 5. Ele levou os judeus a separarem-se das alianças do mundo (Esdras 9: 1-10: 44). Sua última grande obra registrada no Livro de Esdras foi a purificação do povo após os casamentos feitos com idólatras.

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Neemias (Ne. 1:1-13:31) A lista das características de Neemias é quase tão ampla que não cabe nesta lição resumida. Suas características de liderança são quase impecáveis. 1. Ele entendeu o processo da motivação, examinando a situação, ouvindo o povo e envolvendo-se emocional- mente a ponto de cair sobre o rosto diante do Senhor. em oração, pedindo ajuda divina. 2. Ele não foi volúvel, correndo de um lugar para outro (Ne. 2: 1). 3. Ele permaneceu em sua tarefa até que o rei pudesse ser consultado e sua aprovação fosse garantida antes de partir para Jerusalém (Ne. 2: 2, 3).

4. Ele localizou com precisão sua tarefa e estabeleceu um limite de tempo apropriado para sua realização (Ne. 2:4-6). 5. Ele delegou responsabilidades a outras pessoas em lugar de empenhar-se em sua realização sozinho (Ne. 3: 1-32). 6. Ele tinha a capacidade de enfrentar a crítica e a conspiração. Ele não era facilmente logrado pela astúcia ou malícia. 7. Ele foi capaz de manter um relacionamento harmonioso com os operários e motivá-los a que se ajudassem mutuamente, como também a que dedicassem energia e tempo assombrosos á sua tarefa. 8. A notável característica de liderança de Neemias é que ele estava interessado e era capaz de lidar com os pequenos detalhes de suas tarefas. Disraeli disse certa vez: “Eu quero energia naqueles pequenos assuntos dos quais a vida consiste principalmente” O desprezo do trivial é causa de muita fraqueza. Espontaneidade abundante e energia transbordante jamais tomam o lugar do interesse íntimo dos pequenos detalhes pouco interessantes da vida. Com muita freqüência, o fracasso dos grandes homens pode ser lançado sobre uma característica falta de interesse nos detalhes. Muitos grandes homens que atingem uma esplêndida perfeição em seu trabalho e cujas vidas são triunfos, não consideram nenhum detalhe trivial demais. A vida não pode constituir-se só de coisas interessantes e bombásticas. Grande parte dela envolve o que é necessariamente velho e sem graça. Os grandes líderes estão prontos a enfrentar o trabalho enfadonho e detalhado. Eles não desprezam as pequenas coisas e não ficam impacientes quando têm de fazer as coisas corretamente Os pregadores gostam de falar em generalidades e omitir os detalhes do ministério. Eles engrandecem os maravilhosos acontecimentos que ocorreram nos altos das montanhas, e geralmente ficam fascinados pelo romance do que é majestoso. Mas Deus não confinou a Sua revelação àquela espécie de coisas. Geralmente é nos trechos sem graça, enfadonho e monótonos da vida que Deus fala com os homens e mostra-lhes a Sua glória. O poder de examinar atentamente as coisas que não são interessantes produz a glória de Deus e confere as recompensas que os líderes buscam. Examinamos três grandes líderes, todos gigantes, com nenhum registro de pecado ou fracasso em suas vidas. Que Deus nos ajude a cada um de nós moldar nossas vidas segundo estes superiores servos do Deus Altíssimo.

Antecipando Concluindo o Velho Testamento, Deus permitiu que as trevas cobrissem a Judéia até que a voz brilhante de João Batista foi ouvida no deserto pregando o arrependimento e a vinda do Rei. Este período de tempo geralmente é chamado de quatrocentos anos de silêncio. A queda da Pérsia (333 A.C.) Depois da morte de Artaxerxes em 423 A.C. , o poder da Pérsia diminuiu. Durante os últimos anos do império persa, os judeus continuaram vivendo em Judá, como no tempo de Esdras e Neemias. O conflito com os Samaritanos, ao norte, continuou. O período grego (333-63 A.C) Em 333 A.C. , um brilhante e jovem general chamado Alexandre subiu ao poder na Grécia. Ele foi capaz de dominar as rebeliões do seu reino e logo marchou através da Ásia Menor, conquistando a maior parte do Oriente Médio. Jadua, o sumo sacerdote de Jerusalém, recebeu Alexandre e lhe mostrou a profecia de Daniel sobre o bode (Dn. 8). Ficou tão impressionado com a profecia que fez um voto de ser bondoso para com Jerusalém e os judeus, jamais permitindo que fossem destruídos. Depois de sua morte, reinou a confusão na Palestina. O Egito e a Síria lutaram pela posse da terra durante muitos anos. A maior parte do tempo os Ptolomeus reinaram sobre Israel, permitindo-lhes viver em paz e adorar a

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Deus como 1 Que seis livros do Velho Testamento foram escritos de- queriam. Em 170 A.C. , Antíoco Epifânio subiu ao poder. Pois do cativeiro da Babilônia? Ele era um homem violento que profanou o Templo e o sacerdócio e saqueou Jerusalém. Ele perseguiu os judeus. Muitos deles morreram de fome ou foram assassinados. Os judeus revoltaram-se contra Antíoco sob a liderança dos Macabeus e, finalmente, foram capazes de restaurar o culto no Templo novamente.

A ascensão de Roma (63 A.C.) Em 63 A.C. , Pompeu marchou sobre Jerusalém, realizando a conquista romana na terra de Judá. A paz de Roma prevaleceu através do Oriente Médio. O cenário para a vinda de Cristo estava armado. Antipater veio a ser o procurador da Judéia e designou seu filho Herodes como governador da Galiléia. Logo depois do assassinato de César, Herodes foi designado rei dos judeus. Ele reinava quando nosso Senhor Jesus Cristo nasceu. Estava chegando a hora de Jogo Batista exclamar: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt. 3: 2).

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