32
Manual do Professor de Arte Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Proff

Manual do Professor deArte

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

Page 2: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte2

Apresentação

O material didático da Coleção EJA Educação Profissional foi elaborado a par-tir do documento base do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens

e Adultos, tendo como pressupostos alguns princípios e fundamentos pedagógicos: compreensão do trabalho como princípio educativo; pesquisa como fundamento da for-mação, por entendê-la como modo de produção de conhecimentos e de entendimento da realidade, além de contribuir para a construção da autonomia intelectual dos educandos; integração do currículo; valorização dos diferentes saberes no processo de ensino e apren-dizagem; e o trabalho como princípio educativo.

Nos livros que compõem a coleção, as abordagens das áreas dos conhecimentos são embasadas na perspectiva de complexos temáticos, ou seja, em temas gerais comuns liga-dos entre si. Temas que abrangem os conteúdos mínimos a serem abordados sob o enfoque de cada área do conhecimento; possibilitam a compreensão do contexto em que os alunos vivem; atendem às condições intelectuais e sociopedagógicas dos alunos; garantem um aprofundamento progressivo ao longo do material; e promovem o aprofundamento e a ampliação do conhecimento do aluno.

A abordagem dos materiais didáticos é centrada em resoluções de problemas, ou seja, no início da unidade são propostos os problemas, dilemas reais vividos pela sociedade e, a partir da disciplina, são fornecidos dados e fatos buscando a solução dos problemas propostos.

Para efetivar a integração das diferentes áreas do conhecimento, articulando-as ao mundo do trabalho, são utilizados grandes temas integradores: sociedade e trabalho; ciên-cia e tecnologia e trabalho; saúde e trabalho; linguagens e trabalho; entre outros.

Em cada volume da coleção, a disciplina é dividida em unidades que, por sua vez, são separadas em capítulos. Cada unidade conta com seção inicial de abertura, em que é colocado o problema gerador; conteúdos desenvolvidos de modo a propiciar a construção de soluções para o problema inicial por meio de atividades, propostas de reflexão, aná-lise de situações, simulação de cenários para tomada de decisão que são intercalados ao conteúdo em estudo; atividades de reflexão, de análise, de pesquisa e de produção (oral e escrita); seção final de sistematização da unidade, retomando o percurso de aprendizagem e relacionando-o ao problema inicial.

Com a intenção de desenvolver ideias e conceitos, ampliando os conhecimentos do educando de maneira estimulante e participativa, as obras contam ainda com sugestões de livros e sites, nos quais o aluno poderá realizar pesquisas para explorar as conexões entre as áreas do conhecimento.

Por meio da participação de todos os envolvidos no processo educacional, o material foi desenvolvido de modo que o trabalho dos alunos se desenvolva de maneira prazerosa e significativa.

Page 3: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte3

Orientações aos Professores

Orientações aos Professores

Orientações Gerais do VolumeEste livro está dividido em quatro unidades. Os conteúdos específicos estão articulados por

meio de temas integradores comuns para a área de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias. Na primeira unidade, para estabelecer uma relação com o tema “linguagem e comunicação”, discutem- -se questões sobre arte e cotidiano. Na segunda unidade, para estabelecer uma relação com o tema “linguagem, comunicação e cidadania”, estuda-se a proximidade entre arte e identidade. Na terceira unidade, o tema “linguagem, cultura e globalização” foi relacionado à arte e à globalização. E, na quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”.

A proposta de ensino foi desenvolvida com base em uma pedagogia problematizadora, ou seja, os conteúdos aqui propostos contribuem para que o aluno responda a problemas do cotidiano, da realidade social e do mundo do trabalho. Assim, a abordagem do livro é centrada na solução de problemas. A cada início de unidade, são propostos problemas, dilemas reais vividos pela sociedade, em uma abordagem mediada por perguntas, propostas de reflexão e análise de várias obras de arte. A proposta busca incentivar os alunos na resolução dos problemas e tomada de decisões, garantindo um aprofundamento progressivo ao longo do curso.

Objetivos Gerais do Volume• Propiciar uma aprendizagem cada vez mais complexa no domínio do conhecimento artístico e

estético necessário à apreciação (leitura e interpretação) do significado dos objetos que cons-tituem a produção artístico-cultural e do exercício de processo criador, o fazer artístico.

Princípios Pedagógicos Gerais do VolumeA proposta metodológica abrange o conteúdo por meio de três eixos de aprendizagem: produ-

ção, apreciação e reflexão sobre a arte.

A estrutura criada desenvolve o conteúdo a partir das imagens. Cada unidade é introduzida por meio de questões que problematizam o tema, ancorados em um conjunto de obras de arte e artistas de lugares e tempos variados.

Page 4: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte4

A apreciação – leitura e interpretação das representações artísticas – é de extrema importância, especialmente no âmbito da escola: primeiro, porque se conectam com a necessidade de se oferecer alternativas aos alunos para que aprendam a se orientar e a encontrar sentidos e pontos de referência que lhes permitam interpretar não só as repre-sentações, mas a própria realidade. Por isso, é fundamental o aluno também explorar o universo de imagens que fazem parte do entorno: as imagens veiculadas pelos meios de comunicação, um cartaz, uma ilustração, artefatos do cotidiano, a arquitetura, a fachada das casas e o desenho das cidades. Sem deixar de incluir a cultura de outros grupos, estabe-lecendo relações entre o significado que possui para aquele grupo e para nós: as máscaras africanas, a pintura corporal indígena, etc.

Segundo educadores em arte, embora os meios de comunicação apresentem uma falsa ideia de que é naturalmente fácil ler uma imagem, não se pode esquecer de que a lei-tura realizada por um aluno com conhecimento precário dos códigos próprios desse tipo de representação é de caráter mais emotivo que cognitivo. Em consequência, o discente não consegue ver além da sua aparência imediata, não superando, nesse tipo de leitura, o nível descritivo da representação. Longe de ser mera assimilação do repertório de alguém, a apreciação exige do apreciador um acervo, um conjunto de saberes e um esforço de interpretação da produção artística, para vê-la como a expressão de um sujeito para outro e como uma mensagem a ser compreendida.

A produção – o fazer artístico – da iniciação técnico-artística constitui um instru-mento fundamental para o domínio da composição, da representação com os elementos formais, das características estilísticas, dos gêneros e dos movimentos artísticos. O exer-cício artístico sistemático permite ao aluno compreender quais são os procedimentos técnico-estilísticos, ou seja, na compreensão do estilo inclui o conhecimento da técnica, do material utilizado e do modo como os artistas organizam os elementos na composição, tendo em vista a função da arte.

A reflexão – conhecer arte – se faz a partir do desenvolvimento de ideias e reflexões do aluno a partir da interação com fatos, conceitos e questões contextuais da obra. Na ver-dade, existem outras formas de sistematizar o conhecimento artístico, mas a opção foi por uma metodologia cujo referencial são as perguntas que a maioria das pessoas faz frente a uma obra de arte. São questionamentos que permitem ao aluno partir de um olhar descri-tivo da obra e chegar a uma leitura reflexiva dos seus porquês, ou seja, ao seu significado no contexto histórico em que está inserida.

Ressalta-se que, nessa abordagem, o aluno vai conhecer e pesquisar obras, artis-tas e momentos históricos, mas não de forma cronológica. Tendo como ponto central o estudo da arte contemporânea, o aluno será levado a reconhecer e valorizar expressões culturais presentes em seu cotidiano e a compreender a finalidade da arte, sendo a chave para tal compreensão só ser encontrada nesse quadro histórico e social mais amplo; um espaço-tempo histórico organizado segundo um conjunto de relações sociais e um modo de organização da sociedade.

Articulação do ConteúdoOs conteúdos desenvolvidos no livro de arte podem ser mais facilmente articulados

aos conteúdos dos livros das demais disciplinas de linguagens (como língua portuguesa, língua inglesa e língua espanhola), assim como das disciplinas de ciências humanas (como filosofia, sociologia e história). Ainda há possibilidades de articulação com outras áreas, por exemplo, a matemática, quando esta aborda a proporção áurea.

Page 5: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte5

Atividades ComplementaresO ensino da arte engloba diferentes linguagens artísticas: teatro,

dança, música e artes visuais, além disso, os conteúdos previstos para a dis-ciplina de arte são vastos. Nesta coleção, a ênfase se dá nas artes visuais, sem deixar de abranger de modo mais sucinto as demais linguagens. Algumas atividades do livro, principalmente as interdisciplinares, propõem ao aluno explorar o corpo, a voz, o gesto e os movimentos no espaço. Ao professor que desejar acrescentar em seu curso atividades complementares, reco-menda-se que sejam programadas com antecedência, para que os alunos tragam o material necessário ou a pesquisa de casa. As propostas podem envolver o uso de materiais específicos, trabalhos em grupo ou coletivos, aulas-passeio, audições, encenações, jogos dramáticos e visitas a museus e exposições.

Sugestão de PlanejamentoEste livro foi elaborado para apoiar os processos de ensino e aprendi-

zagem da disciplina de arte ao longo do curso das modalidades de Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional de Jovens e Adultos – Ensino Médio. Nesse sentido, o livro pode ser utilizado ao longo de apenas um semestre ou dividido em dois semestres. Nele, o professor irá encontrar muitas sugestões de atividades de pesquisas, análise, reflexão, produção e interdisciplinares para desenvolver os conteúdos, mas não haverá tempo, ao decorrer do curso, para realizar todas as atividades. Assim, sugere-se que o professor faça um planejamento, escolhendo com liberdade o que se ajusta a seus interesses e às necessidades e interesses dos alunos. O planejamento deve ser realizado com flexibilidade para incluir ou excluir atividades pre-vistas, de modo a acompanhar o andamento da turma.

Sugere-se ao professor de arte que, ao longo do curso, registre a pro-dução dos alunos. Essa pode ser uma prática que, quando adotada, produz a memória do processo de ensino, por meio da qual a avaliação do próprio curso pode ser feita. Para a documentação, basta ter em mãos uma câmera fotográfica e, ao longo do ano, registrar o processo e/ou o resultado dos trabalhos desenvolvidos, os alunos trabalhando em sala de aula, as ativida-des que tiveram melhor aproveitamento, os passeios, visitas, etc. Em posse desse material, o professor pode realizar a sua autoavaliação, apresentar uma exposição fotográfica do trabalho desenvolvido nas aulas de arte na escola ou mesmo mostrá-lo nas reuniões de pais ou para as novas turmas.

A avaliação dos trabalhos de arte encontra um enorme grau de subje-tividade e isso é um fator que causa grande dificuldade ao professor. Deve-se sempre estar atento ao fato de que o aluno é um aprendiz, portanto ainda não domina determinada técnicas ou materiais e seu repertório cultural é distinto do universo referencial do professor. Assim, uma das indicações é fazer a avaliação coletiva, pela qual se pode conversar com os alunos sobre o que se pretendia e o que se alcançou com o trabalho. Essa é uma maneira de se legitimar, perante a turma, as qualidades e os problemas do que será apresentado. Desse modo, todos os alunos terão a oportunidade de ver os trabalhos uns dos outros.

Page 6: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte6

Sugestões de LeituraARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

ARGAN, G. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

COLI, J. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1990.

GOMBRICH, E. H. História da arte. São Paulo: Círculo do Livro, 1972.

GOODING, M. Arte abstrata. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

HARRISON, C. Modernismo. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.

McCARTHY, D. Arte pop. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

MORAIS, F. Arte é o que eu e você chamamos arte: 801 definições sobre arte e o sistema da arte. Rio de Janeiro: Record, 1998.

PROENÇA, G. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 2005.

STRICKLAND, C. Arte comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

STANGOS, N. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

WOOD, P. Arte conceitual. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

Assistir à série Todo passado dentro do presente. Disponível em: <http://artenaescola.org.br/todo-passado/material/>. Essa série tem programas que enfocam os principais movimentos e meios formadores da arte contemporânea brasileira, no período histórico de 1950 a 2000, incluindo também os antecedentes encontrados na Revolução Industrial e na fotografia. Cada programa acompanha um guia com sugestões de atividades para se aplicar em sala de aula.

Conferir também a Midiateca – arte na escola, que disponibiliza mais de 160 documentários sobre arte brasileira, acompanhados por um material educativo que oferece ao professor proposições pedagógicas. Disponível em: <http://arte-naescola.org.br/midiateca/>.

Ler o texto Quem tem medo de arte contemporânea. Disponível em: <http://novo.itaucultural.org.br/materiacontinuum/marco-abril-2009- quem-tem-medo-da-arte-contemporanea/>.

Conhecer a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira, uma obra de referência virtual que reúne informações sobre artes visuais, arte, tecnolo-gia, literatura, teatro, cinema, dança e música (essas três últimas em elaboração) produzidos no Brasil. Disponível em: <http://novo.itaucultural.org.br/conheca/enciclopedia/>.

Page 7: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte7

Orientações Didáticas

Unidade 1

Orientações GeraisNo encaminhamento do trabalho pedagógico, é possível, a partir de quais-

quer conteúdos desta unidade, acrescentar outros, graduando-os e selecionando-os de acordo com os conhecimentos já adquiridos e a experiência da turma. Devem ser objeto de constante pesquisa pelo professor a organização e o desencadeamento compatíveis com as possibilidades de aprendizagem da turma.

O trabalho inicia-se a partir da pergunta-chave: O que é isto?, ou Que coisa é essa que chamamos de arte?. A problemática está relacionada com a função desse objeto, isto é, com o sentido da arte na vida humana. É claro que, quanto maior for o domínio dos conteúdos das linguagens artísticas, mais preparado estará o aluno para refletir sobre o que é arte e sobre os seus porquês.

É importante ter sempre claro que entre suas finalidades, a arte cria versões extraordinárias de objetos ordinários, ou seja, (res)significa objetos; revela-nos o desconhecido e impõem-nos um exercício de compreensão do mundo. Enfim, a arte amplia o olhar do ser humano sobre o cotidiano e enriquece suas interpretações sobre o real.

Mas, para além dessas perguntas, existem várias outras que a maioria das pessoas faz frente a uma obra de arte e elas nos permitem chegar aos fundamentos, isto é, aos princípios organizadores de uma composição artística. Tais perguntas podem ser resumidas assim: O que é? Quem fez? Quando? Onde? Como? Por quê?

Por isso, além das sugestões de atividades de pesquisa, análise, reflexão e produção, sugere-se que no trabalho em sala de aula o educador aborde outras questões.

As perguntas Quem fez? Quando? Onde? dizem respeito a um período ou a um momento da história da arte que refletem algumas características em comum. Por exemplo: arte do renascimento, arte moderna, arte contemporânea, etc. Podemos também nos referir a alguns movimentos: romantismo, impressionismo, etc.

A questão Como? refere-se ao modo de expressão de um determinado artista ou de um grupo em qualquer forma de arte e inclui, por sua vez, o conhecimento da técnica, do material utilizado, de suportes, instrumentos e princípios de composição com os elementos formais, tendo em vista a função da arte ou a intenção do artista.

Por último, O que é? refere-se às diferentes formas artísticas: uma gravura, uma música erudita, uma tragédia, um tango, etc. Em um sentido mais amplo, pode-mos empregar o termo gênero para designar um ramo ou uma categoria particular de forma artística.

O que importa é não perder de vista que a separação forma-conteúdo. Em uma produção artística, é apenas uma estratégia para facilitar o encaminhamento didático.

Page 8: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte8

Objetivos Gerais• Possibilitar ao aluno o exercício da leitura da imagem a partir de

algumas obras de artistas brasileiros contemporâneos, chamando a atenção para o deslocamento de objetos cotidianos de seus contex-tos originais e a proposição de novos significados poéticos para eles.

• Levar o aluno a compreender as mudanças do conceito de arte e da própria figura do artista ocorridas desde o final do século XIX.

• Enfatizar, principalmente, que as obras de arte, como testemunhas que “falam” de certo tempo e espaço, são legitimadas por um sis-tema da arte.

• Destacar o fato de terem sido produzidas por alguém a quem a iden-tidade artística é conferida por este sistema.

Conteúdos Privilegiados• A utilidade da arte.

• Procedimentos artísticos: uso de objetos cotidianos e materiais não convencionais.

• Duchamp e os seus “objetos prontos”.

• Dadaísmo.

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 11

Abertura

Objetivo desta unidade é levar o aluno a compreender que muitas obras, hoje famosas e aceitas pela crítica, são realizadas com objetos que não são elaborados originalmente como objetos de arte, mas, sim, como coisas utilitárias. Artistas contemporâneos criam, a partir de objetos ordi-nários, versões extraordinárias, (res)significando esses objetos. Por meio das perguntas propostas na página de abertura, o professor deve condu-zir uma discussão com os alunos, buscando obter alguns conhecimentos prévios; afinal, o que pensam os alunos sobre a função da obra de arte? Questionar: para que serve a arte?

Por que há tanta dificuldade para responder a essa pergunta? Por que se sabe responder sobre a função dos objetos que rodeiam o cotidiano com facilidade, mas não sobre os objetos artísticos? As respostas, eles encontrarão ao decorrer da unidade.

Page 9: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte9

Página 12

Análise

Sugestão de resposta para análise da cama centralizada na imagem:

1) A cama é para um casal, na cor preta. A cabeceira da cama é de metal com arabescos, composta por vários elementos arredondados que se entrelaçam. O pé da cama aparenta ser de madeira com detalhe curvo.

2) A forma é adequada para um casal se deitar lado a lado, condizendo com seu uso.

3) Com relação à sua construção, é provável que a cabeceira tenha sido feita por um profissional que saiba trabalhar com metal – ferro, por exemplo – e saiba contorcê-lo; e o restante do móvel, por um marceneiro.

4) Para as pessoas que a fabricaram e a vendem, ela tem um valor comercial; para quem a usa, tem um valor utilitário e pode adquirir um valor sentimen-tal; para um especialista em decoração ou um design, ela pode ter um valor artístico; para um museu, ela pode se transformar em um patrimônio e ter um valor artístico, cultural e histórico. Para os doentes, a recuperação; para os cansados, o descanso; para os apaixonados, a intimidade; para os insones, noites intermináveis rolando de um lado para o outro; e assim por diante.

Página 13

Reflexão

Propor que, a partir desse tema e utilizando as mais diversas linguagens, os alunos criem suas interpretações sobre esse objeto que ocupa um espaço necessário e significativo em nossas vidas.

Análise

A primeira distinção pode ser definida pelo espaço que a cama do artista Felipe Barbosa ocupa, um museu. Outra distinção se dá pelo fato de o artista interferir na cama, preenchendo o espaço do colchão com terra, por onde foram espalhadas sementes, impossibilitando o seu uso como um lugar para se deitar e transformando-o em um lugar diferente, onde "brota" a vida.

Page 10: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte10

Reflexão

1) Independente de a cama pertencer ou não ao artista ou à sua família, a questão quer des-pertar no aluno a compreensão de que objetos podem ser considerados como testemunhos, documentos materiais de quem por ali passou e vivenciou histórias. É muito relevante des-tacar que, se o artista tivesse utilizado uma cama antiga, esse procedimento traz consigo uma carga de significados.

2) Ele nos provoca ao nos fazer pensar nas pessoas que já usaram essa cama: nasceram, vive-ram dormindo sobre ela ou ali morreram, perpetuando o ciclo da vida, tal qual as plantas fazem na terra. Experiências únicas e universais.

Página 14

Análise

Objetos úteis possuem uma função prática e utilitária, afinal, tem uma serventia; objetos inúteis, por lhes faltar utilidade, são tidos como coisas sem valor. Contudo, no campo artís-tico, objetos que não têm uma utilidade prática não podem ser considerados sem valor, pois adquirem um valor simbólico, superando o princípio utilitarista. Embora o artista uti-lize um objeto como uma cama, por exemplo, ele não se prende única e exclusivamente à sua função prática, vai além, (res)significando sua função. A questão é que a utilidade/necessidade da arte não se realiza de forma imediata como a que temos com os objetos aos quais estamos familiarizados.

O professor deve propor uma reflexão sobre as diferentes funções de um objeto artístico, com base na seguinte afirmativa de Maria José Justino (2000, p. 201):

Entre a função de uma faca (cortar alimentos) e a de uma pintura certamente há uma dis-tância, mas ambas têm funções, ambas desempenham papéis dentro de uma cultura. Se práticas, emotivas, simbólicas, pouco importa.

Página 15

Análise

1) Os artistas nos possibilitam ver a arte através dos objetos do mundo. Entre suas finalida-des, a arte cria versões extraordinárias de objetos ordinários, ou seja, (res)significa objetos; revela-nos o desconhecido, impondo-nos um exercício de compreensão do mundo.

Page 11: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte11

2) Porque, de modo geral, é dominante na sociedade ocidental a visão imediatista e prática do mundo, levando muitas pessoas diante da arte a denominarem os objetos artísticos de inu-tensílios (objetos inúteis). O entendimento de que a arte não cumpre uma função utilitária significa entender que a arte é portadora de diferentes valores e significados.

3) A arte pode vir cumprir a função decorativa, mas não apenas essa. A arte nos coloca em uma relação com os objetos, os quais expressam um conteúdo que em si não possuem e, para conhecê-la, exige do apreciador um esforço de interpretação. É preciso vê-la como a expressão de um sujeito para outro e como uma mensagem a ser compreendida.

Página 16

Produção

1) A terceira margem pode ser entendida como um espaço que fica entre as duas margens de um rio, seria o lugar que não se vê; não se toca; não se conhece.

Comentar a alusão que este título faz ao conto A terceira margem do rio, do livro Primeiras histórias (1962) de João Guimarães Rosa. Se possível, apresentar o conto aos alunos. A terceira margem do rio é também o título do filme de 1994, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, com o roteiro baseado no conto acima citado, de Guimarães Rosa. Há também a música A terceira margem do rio, de Milton Nascimento e Caetano Veloso.

2) É um espaço que remete a algo inseparável e que não se consegue delimitar, mas que estabelece uma forte relação, seja entre um livro e outro que se leu; entre um texto que se escreve e o outro que se escreva a seguir; entre coisas vistas, pensadas, experimentadas e sentidas dia após dia.

3) Podem ser várias as razões que impedem o acesso aos livros. Em nosso país, o analfabe-tismo, o difícil acesso às bibliotecas, o preço alto dos livros e a baixa qualidade do ensino são alguns dos maiores problemas que propiciam os baixos índices de leitura.

Página 17

Produção

Uma possibilidade para dar início à atividade de produção é pedir aos alunos que façam um levantamento das características essenciais de um livro ou dos livros que mais gostaram de ler e, com base nesse levantamento, confeccionem o livro “artístico”.

Page 12: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte12

Página 18Waltercio Caldas faz uma analogia entre a possibilidade de se apreciar um objeto artístico e a

de se ler um livro, levando-nos a perceber que, assim como este cumpre sua função quando é lido, uma obra de arte só realiza seu papel quando é apreciada. Afinal, o que é preciso para “ler” arte? A leitura não deve ficar restrita à noção de atividade descritiva do que se vê na imagem, pois leitura exige compreensão, é uma prática que exige um processo reflexivo e que implica em um diálogo mediado pela obra entre o autor e o apreciador.

Página 22

Reflexão

É importante levar o aluno a compreender que Duchamp, com sua atitude de designar um objeto fabricado em série como obra de arte, provocou questionamentos sobre as fronteiras da arte. Para o artista, a obra de arte não tinha o propósito de ser alvo de uma contempla-ção, admiração, pois afirmava que não são simplesmente produtos visuais. Deve-se, antes, considerar os fatores contextuais, como o de a obra vir ao público em uma exposição de arte e, assim, ser legitimada pelo sistema da arte; ou, ainda, o fato de ter sido produzida por alguém a quem a identidade “artista” já foi conferida.

Página 23

Produção

Esta atividade é uma oportunidade para verificar o nível de compreensão que os alunos têm sobre as mudanças do conceito de arte e da própria figura do artista. A escolha da imagem pode ser um bom indicador sobre as preferências dos estudantes. Não deixar de solicitar aos alunos que argumentem, explicando os motivos que os levaram a escolher determinada imagem.

Página 25

Produção

1) Ressaltar aos alunos que a arte é um meio de conhecimento e questionamento da reali-dade. A arte leva ao questionamento das formas de ver e pensar habituais, das certezas e dos dogmas, e tem, como fim, por exemplo, sugerir novos olhares sobre a realidade.

2) Solicitar que o resultado seja exposto aos demais.

Page 13: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte13

Unidade 2

Orientações GeraisEsta unidade inicia com o estudo dos retratos, um gênero artístico que perdurou como um dos

mais importantes até o surgimento da fotografia, em meados do século XIX. A partir desse início, o estudo dos gêneros aborda suas variações e seus conceitos, abarcando a pintura histórica; o retrato; as pinturas de gênero; as naturezas-mortas; as paisagens e a pintura religiosa. Todos os gêneros citados encaixam-se na categoria da arte figurativa e, consequentemente, é indicado abordar a arte abstrata e as linguagens contemporâneas, abrindo-se assim a possibilidade de se trabalhar com os alunos, por comparação, com outras correntes estilísticas.

Ao contrário do que prega o senso comum, no qual predomina a ideia de uma cena histórica retratada como o registro fiel do que aconteceu, enfatiza-se aqui o entendimento das obras de arte como testemunhos que representam a sociedade na qual foram produzidas. O exemplo trabalhado para estabelecer tal noção é a pintura histórica de Pedro Américo, Independência ou morte! (O Grito do Ipiranga), tendo como objetivo uma reflexão sobre o poder das imagens.

E, para finalizar a unidade, um retrato bem brasileiro, o Abaporu, de Tarsila do Amaral, possi-bilitando assim ao aluno o estudo sobre a Arte Moderna Brasileira.

Objetivos Gerais• Possibilitar ao aluno o exercício da leitura de imagens a partir do estudo de pinturas, chamando

a atenção para o estudo de grupos de temas ou assuntos chamados de gêneros: pintura histó-rica; retrato; pinturas de gênero; naturezas-mortas; paisagens; pintura religiosa.

• Levar o aluno a compreender que a arte está ligada à memória, possibilitando criar teste-munhos da história e contribuindo para a compreensão de determinado momento de uma sociedade.

• Revelar o que está além do olhar e ter o poder de criar identidade para o ser retratado e/ou uma nação.

• Propor o estudo do Movimento Antropófago que surge em torno do quadro Abaporu, pintado em 1928, e desse momento histórico muito intenso da Arte Moderna Brasileira.

Conteúdos Privilegiados• Gêneros artísticos da pintura.

• Retratos na pintura e na fotografia.

• Alguns gêneros artísticos: pintura histórica, retrato, pinturas de gênero, naturezas-mortas, pai-sagens, pintura religiosa, o retrato de quem não está.

• Arte: testemunho ou ficção?

• Um retrato bem brasileiro.

Page 14: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte14

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 28

Abertura

Pedir aos alunos que observem a imagem e leiam o título da uni-dade: Arte para Testemunhar. Problematizar com eles as perguntas que se apresentam na abertura da unidade e fazer um levantamento das hipóteses dos alunos sobre a possibilidade de a arte registrar a história.

Explicar sobre o autocromo, que foi o primeiro processo de cria-ção de fotografias coloridas. Ele foi criado e patenteado pelos irmãos Lumière, em 1903, era uma técnica inovadora para a época – meio caminho entre a fotografia e pintura –, utilizava fécula de batata e pla-cas de vidro para dar cor às imagens. Em junho de 1907, o Autocromo Lumière, primeiro processo comercial de fotografia em cores, foi intro-duzido no mercado, com sucesso imediato e duradouro. Somente trinta anos depois viria a surgir o processo com cores químicas.

Os Lumière são considerados os pais do cinema, pois já em 1895 haviam patenteado o cinematógrafo, que tornou possível a projeção de filmes com o uso de películas fotográficas.

Página 29

Reflexão

O objetivo desta atividade é levar o aluno a compreender que objetos artísticos (assim como as fotografias) são testemunhos históricos. Até o começo do século XX, a fotografia teve como principal função a de ser o registro, a memória, o arquivo e o inventário do mundo pela documentação referencial que rea-liza. Assim, por meio das fotografias, sendo elas representantes de um evento histórico, podemos aprender algo sobre aquele tempo, espaço e o fotógrafo que a produziu.

Para isso, os alunos devem ser estimulados a narrar o que sabem sobre como as fotografias são guardadas em suas casas e por suas famílias. Se possível, o professor também deve levar fotografias antigas da sua cidade para a sala de aula.

Page 15: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte15

Página 31

Pesquisa

No texto do livro, as técnicas apresentadas referem-se à pintura. Na verdade, tanto quanto for possível, parece-nos particularmente necessário um exercício artístico sistemático. Nesse sentido, o conhecimento da arte do passado e também o da arte contemporânea, aliados ao exercício com as técnicas, permitem ao aluno compreender quais são os procedi-mentos técnico-estilísticos inventados por artistas de diferentes épocas, quais são os velhos e os novos códigos, materiais, procedimentos e suportes.

O quadro a seguir é uma síntese (parcial) dos procedimentos técnicos da linguagem:Procedimentos técnicos das linguagens visuais e audiovisuais

Bidimensionais Tridimensionais Novos Meios Novas MídiasDesenhoGrafite Lápis de cor Giz de ceraCarvãoLápis de cor aquarelável Pincel atômicoCanetinhasNanquim

PinturaGuacheÓleo AquarelaAcrílicaEncáusticaAfrescoTempera

Técnicas relativas à pintura:ColagemPintura em vidroMosaico

GravuraLinóleoXilogravuraLitografiaSerigrafiaMonotipiaGravura em metalPonta secaÁgua forte

EsculturaEsculturas planasModelagem, cerâmicaFundiçãoEntalhe Vulto redondo Relevo baixo, alto relevoMóbile StabileEsculturas molesEscultura e meio ambienteReady-madesAssemblage

Arquitetura

Arte pública

Arte ambienteSite specificInstalação Land art (arte da terra)

Arte do corpoBody artPerformanceHappening

Híbridos

Fotografia

Videoarte

Vídeo instalação

Cinema

História em quadrinhos

Arte digital

Arte multimídia

Page 16: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte16

Elementos da linguagem teatral:

A linguagem cênica é composta por alguns dos seguintes elementos:• Cenografia: a cenografia não é apenas decoração e ornamentação, ela é também

criação e transformação do espaço cênico. A cenografia é a técnica de organizar o espaço, no qual as ações dramáticas são encenadas, ambientando e ilustrando o espaço/tempo, materializando o imaginário e aproximando o público da representação.

• Figurino: elemento essencial da linguagem visual do espetáculo teatral, o figurino é formado por vestimentas e acessórios. Ele é carregado de simbologia e pode reforçar o perfil psicológico do personagem, os objetivos e as características da história.

• Sonoplastia: a sonoplastia é um conjunto de sons que complementa ou enfatiza as cenas ou as emoções dos atores, ajudando a envolver o público na construção de imagens e sensações.

• Iluminação: a iluminação pode reforçar certos aspectos do cenário, podendo estabelecer relações entre o ator e os objetos, tendo a possibilidade de enfatizar as expressões do ator ou de limitar o espaço de representação e assim por diante. Esse recurso amplia as dinâmicas no palco e na plateia, ajudando a criar o clima desejado para o espetáculo.

Para conhecer melhor a linguagem cênica, o professor deve acessar o seguinte link: <http://www.educacional.com.br/upload/blogSite/5048/5048578/8577/1%20serie%20EM%20Elementos%20da%20Linguagem%20Cenica112200913349.pdf>.

Elementos da linguagem da dança:• Espaço: direção, nível, amplitude, foco, ordem e forma.• Ritmo: tempo, duração, ênfase e compasso.• Dinâmica: força, energia, tensão, relaxamento e fluxo.• Forma: relação estabelecida entre quem dança com o outro, com o espaço e com

os objetos.• Locomoção: caminhar, pular, correr, saltar, rolar, estirar-se, rodopiar, etc.• Gesto: movimentos como rotação, flexão, extensão e vibração.• Frase corporal: movimentos em sequência capazes de denotar uma afirmação

específica.• Motivo: parte do movimento apresentada de maneiras distintas: rápido ou lento,

forte ou suave, etc.

Elementos da linguagem musical:• O som é o resultado da vibração dos corpos, que provoca uma onda mecânica e

longitudinal. Esta se propaga de forma circuncêntrica (em todas as direções) em meios com massa e elasticidade, sejam meios sólidos, líquidos ou gasosos.

Page 17: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte17

As principais características do som são: altura, duração, intensidade e timbre. Todo som tem essas quatro propriedades.• Altura é a característica do som que faz distinguir o som grave do som agudo. A altura é

determinada pela velocidade ou frequência da vibração. Quanto menor for a velocidade da vibração mais grave será o som, e quanto maior for a velocidade da vibração mais agudo.

• Duração é a dimensão do som, sendo determinado pelo tempo de emissão das vibra-ções, podendo o som ser longo ou curto.

• A intensidade é a característica da música relacionada à força ou energia da vibração da fonte sonora, sendo representada pelos sinais da dinâmica, podendo variar ao longo da música, tornando-se forte ou fraca.

• Timbre é o tipo de som de cada instrumento ou voz. Em termos mais simples, timbre é o que faz um som musical particular diferente do outro. Cada instrumento musical tem uma qualidade de som que lhe é própria. As ondas sonoras produzidas pelo som de cada voz ou instrumento são diferentes.

Página 32

História da Arte

Para enriquecer o estudo sobre o quadro da linha do tempo na história da arte, é impor-tante fazer uma retomada de alguns conhecimentos. Sugere-se uma articulação com a área de história a fim de que os alunos percebam que a mudança no modo de trabalhar dos artistas foi uma decorrência das transformações sociais ocorridas na época.

Páginas 39-40

Análise

1) Pintura com a representação de dois meninos comendo: pintura de gênero, pois faz refe-rência às representações da vida cotidiana.

Pintura com a representação de um vaso com frutas: natureza-morta, pois retrata objetos inanimados, ou seja, sem vida, parados, como frutas.

Pintura com a representação de um barco: pintura de paisagem, pois retrata a natureza em uma paisagem marinha.

Pintura com a representação de uma mulher sentada: retrato, pois se trata de uma repre-sentação de uma pessoa. Observa-se, inclusive, que a pessoa estava posando para o(a) pintor(a).

Page 18: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte18

2) Peter Paul Rubens pintou Henrique IV, recebendo o retrato de sua futura esposa, Maria de Médici. Ao fundo, nota-se ainda a presença de resquícios da guerra – como a fumaça – e o próprio rei ainda se encontra vestido com a armadura e portando sua espada. Dois queru-bins brincam com o escudo e o elmo de Henrique IV. O artista insere uma personagem da mitologia na representação, Minerva, deusa da guerra, logo atrás de Henrique IV.

3) Uma das respostas possíveis refere-se ao uso da internet nos dias de hoje. Muitos relacio-namentos começam na web. Hoje, sites de relacionamento aproximam pessoas à procura de um par. No entanto, é importante alertar que é preciso saber paquerar de forma segura, para não correr riscos.

Página 43

Produção

Toda representação apresenta-se mostrando alguma coisa, torna presente uma ausência, mas também exibe sua própria presença enquanto imagem. O educador, em seu trabalho diário, pode levar o aluno a descortinar o poder da imagem como representação, fazendo--o desvelar o que reflete ou exibe a representação, ou seja, aquilo que não se apresenta imediatamente na imagem. É certo que as formas simbólicas são intencionais, pois são expressões de um sujeito para um sujeito, construções que representam algo, referem--se a algo, dizem algo sobre alguma coisa. Por outro lado, a produção, a construção ou o emprego das formas simbólicas, bem como a interpretação delas pelos sujeitos que as recebem, são processos que envolvem a aplicação de regras, códigos ou convenções de vários tipos. Por último, as formas simbólicas estão sempre inseridas em modelos constru-ídos historicamente e afetados pelas condições políticas, econômicas, etc., dentro e por meio dos quais elas são produzidas, transmitidas e recebidas.

Página 44

Análise

Chamar a atenção dos alunos para o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral. Fazê-los perce-ber a deformação da figura, a falta de proporção entre os membros e a cabeça. Perguntar: por que a figura está retratada sozinha? Em que posição ela está? O que há ao lado dela? Que cores a artista usou? Se a artista utilizou a perspectiva, é possível imaginar o lugar de onde olhou a cena que representou ou qual é seu ponto de vista. Como se percebe isso? E, caso não se soubesse o título da pintura, que título se poderia dar a ela? O objetivo é que os alunos exercitem o olhar, observem atentamente as características da pintura e reflitam sobre o que pode ser essa representação antes de responder às perguntas.

Page 19: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte19

Página 46

Análise

Todas as alternativas são verdadeiras.

Produção

Após a execução de uma composição de colagem em papéis, debata com os alunos as dife-renças e semelhanças entre as composições.

Página 47

Pesquisa

As tribos urbanas, também chamadas de subculturas, são constituídas por grupos peque-nos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com interesses comuns. Uma das características desses grupos é criar identidade própria e apresentar um consenso de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.

Alguns exemplos conhecidos de tribo urbana são: punks, emos, funkeiros, hippies, góti-cos, grunges, nerds, playboys, rastas, skinheads, vegans, yuppies, entre tantos outros.

Página 48

Trabalho Interdisciplinar

Uma boa fonte de pesquisa sobre os manifestos da Arte Moderna são os seguintes livros: • CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1993.• STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

Especificamente sobre o Manifesto Pau-Brasil e o Manifesto Antropofágico sugere-se:• ZILIO, C. A querela do Brasil: a questão da identidade na arte brasileira – A obra de Tarsila,

Di Cavalcanti e Portinari, 1922-1945. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997.

Page 20: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte20

Unidade 3

Orientações GeraisNo encaminhamento do trabalho pedagógico desta unidade, há uma forte

possibilidade de se explorar uma abordagem interdisciplinar, provocando o desenvol-vimento de atividades com professores de outras disciplinas. Isso porque o tema da globalização pode ser trabalhado com temas transversais, como a pluralidade social, a diversidade cultural, o trabalho, o consumo, a indústria cultural, entre outros.

Há atividades de pesquisa sobre gêneros musicais; indicações de filmes; a produção de um ensaio fotográfico; leitura de imagem a partir da obra de Nelson Leirner e Torres García; a produção de um mapa-múndi; a criação de uma instalação. Destaca-se a possibilidade de ampliar e articular as atividades com as disciplinas de geografia, história, sociologia, etc.

A problemática aqui apresentada por meio das representações artísticas pode ser relacionada diretamente a situações reais (imagens, objetos e símbolos da socie-dade de consumo; aspectos que diferenciem ou homogeneízem a cultura local/global; a indústria cultural; o mapa como uma representação) e, ainda, levar os alunos a entenderem que as mudanças no modo de trabalhar dos artistas são decorrência das transformações históricas e sociais.

Espera-se que as reflexões realizadas possam proporcionar ao aluno uma visão dinâmica e atualizada da diversidade e complexidade do mundo. Destaque a diversi-dade cultural brasileira, para que o aluno a compreenda e a valorize, sabendo que no cenário internacional, o país é um dos mais importantes produtores de arte desde a década de 1960.

Objetivos Gerais• Possibilitar ao aluno relacionar o surgimento da arte contemporânea com o

contexto histórico: os progressos científicos e tecnológicos alcançados a partir da segunda metade do século XX, o encurtamento das distâncias, a ampliação das fronteiras e a globalização.

• Ampliar o repertório visual do aluno.

• Exercitar a leitura de imagem a partir de produções artísticas contemporâneas provocativas, que utilizam novas práticas, entre elas: instalações, intervenções, deslocamentos e apropriações.

• Fazer o aluno compreender que desde os anos 1950-1960, os artistas da Art Pop já manifestavam a recusa da separação entre arte e vida, questionando a massificação do consumo influenciada pela indústria cultural.

• Fazer o aluno compreender que o termo instalação em arte refere-se à criação de um ambiente único construído em espaços de galerias e museus, e teve como um de seus precursores Marcel Duchamp, artista que contestou o conceito e o valor da arte.

Page 21: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte21

Conteúdos Privilegiados• Um mundo globalizado.

• Um mundo diferente.

• Jac Leirner e os objetos de consumo.

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 50

Abertura

Explorar a leitura da imagem com os alunos a partir das perguntas propostas. Todavia, é importante trabalhar o que cada vez nos faz mais parecidos com outras culturas. Para isso, incentivar os alunos a falar sobre tudo aquilo que se assemelha ou homogeneíza hábitos e relações. Ou ainda, sugerir que cada aluno diga uma única palavra que caracterize esses comportamentos, como se fosse um braistorming (tempestade cerebral – falar rapidamente o que vem à mente). Registrar a leitura dos alunos para depois utilizá-las como argumento nas discussões que seguem.

Página 52

Análise

Antes de propor a realização da atividade de análise, sugere-se realizar a leitura de imagem, destacando aos alunos o significado das situações retratadas e os ele-mentos que a compõe, ou seja, maneiras de dispor ornamentos, enfeites, formas ou cores para compor o fundo da obra.

Página 55

Trabalho Interdisciplinar

1) Nos últimos anos, notou-se uma nova adoção de palavras na Língua Portuguesa, principalmente de origem inglesa, incorporadas ao cotidiano das pessoas. Nós, brasileiros, desde sempre ouvimos palavras em inglês ao nosso redor, seja em jornais, revistas, na televisão ou em restaurantes, tais como: milkshake, hot dog, black, e-mail, fashion, self service, ticket, relax, spray, entre tantas outras. Mas, na maioria das vezes, essas palavras estão ligadas à tecnologia e ao mundo dos negócios.

Page 22: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte22

2) Nas músicas de Zeca Balero e Gilberto Gil aparecem inúmeros estrangeirismos. Estrangeirismos são termos de outras línguas que, por não terem uma tradução específica, foram agregados à nossa língua. Por sua vez, os neologismos consistem na criação de uma palavra ou expressão nova. Assim sendo, na condução da atividade, insistir na questão: Por que inserir tantas palavras estrangeiras em nossas falas e em nossa escrita? Isso é bené-fico ou maléfico para nossa língua materna? Por que isso acontece se há a possibilidade de inventar um termo brasileiro para se referir a tais palavras? Ou, ainda, essas palavras estrangeiras enriquecem o vocabulário, não devendo ser, portanto, temidas ou encaradas como algo negativo? Mas há quem pondere que todas essas aquisições estrangeiras que uma língua faz ocorrem principalmente por questões políticas, comerciais e, sobretudo, pela miscigenação de culturas. Eis um bom debate.

Página 55

Dica

A seguir, algumas ideias e encaminhamentos que podem facilitar ainda mais a ação do professor ao trabalhar com filmes em sala de aula: • Decidir previamente se o filme será utilizado na íntegra ou apenas algumas sequências

selecionadas.• Estabelecer a relação entre o filme e os conteúdos que estão sendo trabalhados em sala de

aula.• Apresentar as atividades que serão realizadas com a exibição do filme, dando todas as

orientações necessárias para que os trabalhos sejam feitos da melhor forma possível. Após o assistirem, por exemplo, os alunos poderão preencher um relatório de análise do filme. Outra sugestão é a proposta de trabalho em pequenos grupos para que os alunos troquem ideias entre eles, discutam questões previamente propostas e escrevam sobre o que viram. É possível, ainda, propor a criação de textos para a leitura nestas situações: uma redação de jornal, uma estação de rádio ou a dramatização de um trecho marcante de um filme.

• Caso considere necessário, os trechos mais importantes podem ser apresentados mais vezes, depois de discussões e debates.

Página 56

Reflexão

Realizar a leitura da imagem com os alunos, chamando a atenção para o que identifica o espaço fotografado. Problematizar com eles sobre qual é o impacto na vida das pessoas e das comunidades ao conviver cada vez mais com locais como o que registrou o fotógrafo, em uma sociedade de consumo e de hábitos massificados.

Page 23: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte23

Página 57

Produção

Após a execução da atividade, debater com os alunos sobre o que viram no passeio, as percepções deles sobre a localidade em que moram e o resultado fotográfico que obtiveram. Fazer uma leitura crítica das imagens e selecionar as mais representativas para a exposição. Uma segunda proposta de atividade seria uma nova saída fotográfica com o intuito de registrar o que há que particular, singular e local, enfim o que dá a identidade à cidade ou à sua região ou comunidade.

Página 58

Análise

1) O mapa mundial está representado com adesivos coloridos das personagens Mickey e Minnie Mouse (Disney) nos países ricos; com adesivos coloridos de carinhas do Papai Noel no polo sul; com adesivos preto e branco de esqueletos humanos no resto do mapa (uma alusão à representação de trabalhadores?).

2) Somos representados como uma massa de pessoas.

3) São adesivos, também chamados stickers, com imagens que usualmente representam personagens famosos de histórias em quadrinhos, filmes, desenhos animados ou programas de TV. São vendidos em papelarias, no formato de cartela com alguns adesivos.

Página 59

Produção

Sugerir aos seus alunos que pesquisem sobre as formas de repre-sentação cartográfica do globo. O trabalho pode ser realizado a partir de uma representação gráfica da superfície terrestre ou de uma esfera, o que significará em resultados bem diferentes.

Page 24: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte24

Página 60

Análise

1) A intenção do artista ao cobrir todo o mapa-múndi com adesivos que representam a sigla USA, que representa os Estados Unidos da América, é traçar uma crítica irônica sobre o poder de dominação a que se encon-tra esta nação.

2) Assim é... se lhe parece é o título de uma série realizada por Nelson Leirner, em 2003, composta de sete mapas com interferências de ima-gens da cultura popular, nos quais o artista faz irônica crítica à política e sociedade mundial. Por sua vez, Leirner o havia retirado do título da peça de teatro de Luigi Pirandello, escrita em 1917, na qual o drama-turgo siciliano ironiza a ilusão das pessoas na busca pela verdade.

Página 63

Análise

O artista Torres García retrata a América do Sul de “cabeça para baixo”, representando a necessidade de criarmos alternativas a partir do Sul. A palavra norte, da frase “nosso Norte é o Sul”, tem um sentido meta-fórico, é uma expressão usada para se referir à direção, ao rumo, ou seja, o artista fez um trocadilho ao se referir ao Sul como sendo nossa direção, nosso rumo, nosso norte.

Acessar o texto. Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/em-cima-embaixo-e-vice-versa/>.

Página 65

Sistematização

Marcel Duchamp, artista francês, um dos mais controversos de seu tempo, entre 1913-1915, criou uma nova forma de arte, conhecida como readymade, termo criado por ele mesmo e que, traduzido para o português, significa “objetos já prontos". Duchamp, com sua arte, pro-vocou questionamentos sobre as fronteiras da arte.

Page 25: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte25

Página 66

Produção

Sugere-se que esta atividade de produção seja desenvolvida em grupos. É impor-tante iniciar a atividade trazendo para sala de aula imagens de algumas instalações para que os alunos se aproximem ainda mais dessa linguagem. Ao observarem as diferentes instalações, além dos exemplos do livro, os estudantes certamente perceberão que a instalação tem objetivos diferentes das demais linguagens, prin-cipalmente por não ter qualquer possibilidade de venda, de ser consumida tal qual mercadoria.

Justamente por se tratar da criação de um ambiente único, construído em espa-ços específicos, as instalações (que buscam a instabilidade no espaço) e, também, as performances (a instabilidade no tempo) tornam-se poéticas significativas. Problematizar a inserção da obra de arte, que muitas vezes é projetada e realizada fora dos museus e galerias, que são os espaços tradicionalmente dedicados à arte. Chamar a atenção para o fato de que, frequentemente, o espectador é convidado a participar da obra, não mais se supõe que ele apenas a observe a distância, mas que a manipule, a toque, misturando as dimensões do sujeito e do objeto da criação.

Alertar o aluno de que cada dia mais vem se tornando urgente a reconsideração do vocabulário clássico que define a produção artística dentro de categorias como pintura, escultura, desenho e gravura. Novos termos surgiram para definir outras poéticas: happenings, ambientes, performances, instalações, videoarte e, por isso, os termos tradicionais sofrem, necessariamente, ampliações em seu sentido original.

Unidade 4

Orientações GeraisEsta unidade inicia com a apresentação do artista multimídia Arnaldo Antunes (poeta

e videomaker que entrelaça em seu trabalho poesia, pintura, desenho, colagem, instalação, música e vídeo) e, em seguida, do artista Augusto de Campos (poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música). O aluno é levado a refletir sobre o emprego de tecnologias eletrônicas nas formas de expressões artísticas. Nesse momento, é possível explorar as asas das fronteiras entre a imagem, o texto e as novas mídias, assim, mostrando a interseção entre arte/ciência/tecnologia.

Os demais textos que compõem esta unidade versam sobre a interação arte e ciências. Esse assunto é visto nas obras do artista Guto Lacaz, que trabalha com objetos comuns e conceitos de mecânica, química, física, robótica e eletricidade em performances e instala-ções, havendo, assim, a possibilidade de se aprimorar o conhecimento sobre essas linguagens artísticas.

Page 26: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte26

As atividades propostas (criação de uma pequena instalação; de um vídeo; análise de video-clipes; pesquisa sobre a criação do cinema e da televisão; sobre artistas brasileiros que se destacam na arte mídia e nas discussões contemporâneas da relação da arte com a tecnologia do vídeo e do computador) têm por objetivo capacitar os alunos para que possam se expressar utilizando as novas mídias e tecnologias com desenvoltura.

Espera-se que os temas tratados possam ampliar o senso crítico dos alunos, proporcionando--lhes momentos de reflexão e de busca de definições de quem pode ser considerado autor de uma obra de arte na contemporaneidade.

Objetivos Gerais• Auxiliar o aluno a compreender como a arte contemporânea apresenta-se cada vez mais de

forma múltipla, variável, instável, complexa e em uma variedade infinita de manifestações, dialogando com os materiais (alguns deles tecnológicos) e aproximações entre imagens, textos e novas mídias.

• Abordar o conceito de interatividade, ou seja, como o artista contemporâneo propõe obras a partir da inclusão do observador na construção da imagem, bem como a própria inclusão participativa do mundo contemporâneo.

• Fazer o aluno a aprender algumas noções sobre dança, música e teatro contemporâneos.

• Auxiliar o aluno a estudar arte multimídia, videoarte ou videoinstalação e as origens do cinema.

• Fazer o aluno inteirar-se sobre o debate contemporâneo da relação entre arte e tecnologia e aos conceitos de artista, autor, obra e espectador.

Conteúdos Privilegiados• Novas tecnologias e as linguagens artísticas.

• Arte multimídia.

• Dança, música e teatro contemporâneos.

• Interação arte-ciência.

• Instalação interativa.

• Videoarte e videoinstalação.

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 68

Abertura

É possível estabelecer relações como entre ciência e tecnologia para levar o aluno a perceber que o artista faz inter-relações entre os conhecimentos artísticos e de outros conhecimentos para realizar suas obras. Desafie-os a tentar estabelecer quais seriam essas relações e como se apresentam nas obras.

Page 27: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte27

Páginas 71-72

Produção

Procurar, nesta atividade de apreciação e audição, fazer com que a turma ouça atentamente a música antes de mostrar o vídeo-poema. Para isso, reserve um tempo da aula. Apreciar uma música não é algo que se nasce sabendo e, por isso, é fundamental educar os ouvidos para a apreciação.

À medida que esse processo formativo se inicia, a experiência com a linguagem musical se torna cada vez mais rica. Nesta atividade, alertar os alunos para que eles percebam a inten-cionalidade do artista em sua composição, em sua interpretação, bem como na relação que se estabelece com a representação gráfica da palavra com a palavra-som e sua sincroniza-ção no videoclipe.

Análise

1) O uso de novos recursos tecnológicos, alguns procedimentos antes impensáveis como parte da poesia incorporada ao poema, geram textos diferenciados, que incorporam um conjunto de novos elementos, como o movimento, a música, a animação e isso consequentemente gera algo novo.

2) As possíveis respostas podem trazer exemplos de novos suportes e procedimentos, bem como de entrelaçamento das linguagens (poesia, pintura, desenho, colagem, instalação, música, vídeo, entre outros).

3) Necessariamente a palavra não precisa ser reciclada, mas para o poeta, em sua afirmação, diante do contexto atual das novas tecnologias, a palavra deve entrar em contato com as demais linguagens e dimensões.

Página 73

Análise

O verbete entrever, no dicionário Aurélio, significa perceber de maneira imperfeita; ver-se de passagem ou rapidamente; perceber (coisas) antecipadamente; prever.

E subverter significa voltar de baixo para cima, revirar, agitar, sublevar, perverter, corromper.

Page 28: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte28

Página 75

Pesquisa

Uma boa fonte de pesquisa é o site Enciclopédia Itaú Cultural –Literatura Brasileira, na aba “termos e conceitos” há um bom texto sobre o Concretismo. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm>.

Ainda na Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais, na aba “termos e conceitos” há um bom texto sobre a Arte Concreta. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm>.

Para enriquecer a pesquisa, seria necessário contextualizar melhor a poesia concreta, conhecer as vanguardas europeias que deram ori-gem à estética modernista e às concepções iniciais do concretismo. A obra do poeta russo Maiakovski, como também a criação poética do francês Mallarmè e a do irlandês Ezra Pound, influenciou diretamente esse movimento. Selecionar alguns poemas dos irmãos Campos, Décio Pignatari e da fase concretista de Ferreira Gullar.

Pesquisa

• BENNETT, R. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

• COSTA, C. Uma breve história da música ocidental. São Paulo: ARS Poética, 1992.

Página 76

Pesquisa

• História da dança. Disponível em: <http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/administracao/Anexos/Documentos/420091014164533Linha%20do%20Tempo%20-%20Historia%20da%20Danca.pdf>.

Page 29: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte29

Página 77

Reflexão

A Cantora careca, primeira peça de Eugène Ionesco, representante do teatro do Absurdo, movimento de vanguarda francês da década de 1950, foi classificada por seu autor como uma "antipeça", devido ao seu texto dramático que rompe com o formato e com a temática do teatro tradicional. Nota-se que nos diálogos há trechos nonsense ou com fortes debilida-des. A peça é dividida em 11 cenas e trata-se de diálogos entre dois casais, Sr. e Sra. Smith e Sr. e Sra. Martin, constituídos de forma extremamente estranha e "absurda".

Pesquisa

• Breve história do teatro. Disponível em: <http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/ teatro/backstage.php?s=2>.

• Teatro contemporâneo. Disponível em: <http://www.infoescola.com/teatro/teatro- contemporaneo/>.

• Teatro do Século XX. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia- do-teatro/teatro-no-seculo-xx.php>.

Uma boa fonte de pesquisa é o site Enciclopédia Itaú Cultural – Teatro, na aba “termos rela-cionados”, na letra T, há vários textos sobre os movimentos teatrais. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm>.

Página 80

Produção

A escolha do espaço e a permissão para o seu uso por parte da escola são fundamentais. É importante verificar se o tema do trabalho está claramente definido pela equipe. Nesta ati-vidade, é preciso planejar muito bem o trabalho que se realizará para que o resultado seja o esperado, por isso o professor deve propor que os alunos façam um plano de trabalho, elencando sequencialmente as tarefas que deverão realizar.

A instalação, como modalidade de expressão artística, pode sugerir diferentes ações, como estabelecer algo, dispor algo para funcionar, pressupondo a ocupação de um determinado espaço, a partir de uma ideia, em um processo criativo e com o objetivo de transformar o espaço.

Page 30: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte30

Página 82

Análise

Esta questão é chave (e polêmica) para o entendimento das prin-cipais características da arte e tecnologia. Os problemas gerados pelo diálogo entre autor/leitor não são novos, pois o tema da "dissolução dos autores" tem um nome: intertextualidade, ou seja, "tudo circula".

Há de se pensar atualmente nos vários tipos de participação: a passiva (contemplação, percepção, imaginação, etc.); a ativa (exploração, manipulação do objeto artístico, intervenção, modi-ficação da obra pelo espectador); a perceptiva (arte cinética); e a interatividade tecnológica, como relação recíproca homem--máquina. Esta abertura, mediada por interfaces técnicas, coloca a intervenção da máquina como novo e decisivo agente de instauração estética. Afinal, é preciso problematizar: "pode o computador criar obras de arte?"; "as obras criadas com a ajuda da informática possuem um valor estético?".

E não há como contestar Arlindo Machado: os conceitos de "artista", "autor" e "poética", a imaterialidade da obra de arte, a recepção, as artes de reprodução e mesmo o conceito de repro-dutibilidade encontram-se, atualmente, revolucionados.

Página 83

Análise

Outra sugestão para a atividade de análise é a da criação cole-tiva de um roteiro. Inicialmente, propor a todos os alunos que assistam a um videoclipe juntos e debatam quais são as princi-pais questões técnicas que podem ser percebidas sob o aspecto da produção. Fazer com que eles anotem suas observações e, a partir delas, sistematizem o roteiro. Posteriormente, solicitar que pequenos grupos assistam a outros videoclipes e que o ana-lisem, preenchendo o roteiro preestabelecido.

Page 31: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte31

Página 84

Pesquisa

Sobre o cinema:• MASCARELLO, F. (Org.) História do cinema mundial. Campinas:

Papirus, 2006.• MERTEN, L. C. Cinema entre a realidade e o artifício. Porto Alegre:

Artes e Ofícios, 2010.• Instituto Lumière. Disponível em: <http://www.institut-lumiere.org/

english/lumiere/cinematographe.html>. (Em inglês ou francês).• História do cinema brasileiro. Disponível em: <http://dc.itamaraty.

gov.br/cinema-e-tv/historia-do-cinema-brasileiro>.• História do cinema brasileiro. Disponível em: <http://www.historiado

cinemabrasileiro.com.br/>.• História do cinema brasileiro. Disponível em: <http://super.abril.

com.br/cultura/historia-cinema-446090.shtml>.

Sobre a televisão:• História da televisão brasileira. Disponível em: <http://www.

brasilescola.com/historiag/breve-historia-televisao.htm>.• História da televisão brasileira. Disponível em: <http://www.

tecmundo.com.br/projetor/2397-historia-da-televisao.htm>.

Página 85

Produção

Explorar esta atividade proporcionando aos alunos, por meio da pro-dução artística, a possibilidade de compreender que há subjetividades nas abordagens – como a visão do diretor, a perspectiva do roteirista, a escolha das falas e das imagens.

Sabe-se que não basta criticar por criticar, mas é preciso dar ferramen-tas e meios para que o aluno tenha uma crítica consistente, observando a sua realidade e o que o cerca. Entender o lugar de fala de quem pro-duz, seja a história, seja um filme ou o livro didático.

Page 32: Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias · quarta unidade, as novas tecnologias e as linguagens artísticas foram tratadas sob o tema “tecnolo-gias da informação e da comunicação”

Manual do Professor de Arte32

Anexos

Quadro de Articulação de ConteúdoVolume 1

Arte L. portuguesa e literatura Língua inglesa Língua

espanhola História Filosofia Sociologia

Arte: que coisa é essa?

Unidade 1

A linguagem como reflexão

Volume 3

Unidade 3Gêneros artísticos

Unidade 2

Gêneros Textuais

Volume 1

Unidade 1Jac Leirner e os objetos de consumo

Unidade 3

A Literatura como inter-pretação da realidade

Volume 3

Unidade 4

O capitalismo e as potências imperialistas

Capitalismo industrial: o imperialismo e as revoluções proletárias

Volume 3

Unidade 2

Desigualdades nas socie-dades capitalistas

Unidade 3

A Arte e as fronteiras alargadas

Bem-vindos ao mundo globalizado

Unidade 3

Linguagem, cultura e globalização

Volume1

Unidade 3

De estran-geiro a produto da língua nacional

Unidade 1

Linguagem, cultura e globalização

Unidade 3

A globalização

Unidade 4

A sociologia e o mundo globalizado

Unidade 4

Novas tecnologias e as linguagens artísticas

Unidade 4

Indústria cultural

Unidade 4