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1 Linha de Pesquisa: 1ª - Estudos Populacionais e Estratégias Regionais AMOR E ÓDIO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Uma pesquisa bibliográfica............2 ANÁLISE DOS FATORES DA ROTATIVIDADE NA INDÚSTRIA DE PRÉ- MOLDADOS............................................................................................................... 17 CAPACITAÇÃO COMO GERAÇÃO DE VALOR PARA AS MICROEMPRESAS......33 CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma análise da efetividade na retenção de colaboradores na empresa.........................................................................................48 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO RAMO AUTOMOBILÍSTICO X TAXA SELIC.........................................................................................................................67 CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma análise empírica.............................99 CULTURA ORGANIZACIONAL EM FRANQUIAS: Uma análise preliminar............117 ESTILOS DE LIDERANÇA E SUA RELAÇÃO COM AS GERAÇÕES....................143 MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Um estudo bibliográfico................168 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO: O que os colaboradores consideram ao decidir continuar ou não na empresa...................................................................................183 PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO: Um estudo de caso da empresa familiar..........196 PROCESSO DE COACHING NAS ORAGANIZAÇÕES..........................................218 PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES............235 QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES DE TAB: Um estudo de caso...........250 REMUNERAÇÃO POR COMPETÊNCIA: Uma análise bibliográfica.......................262

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Linha de Pesquisa: 1ª ­ Estudos Populacionais e Estratégias

Regionais

AMOR E ÓDIO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Uma pesquisa bibliográfica............2

ANÁLISE DOS FATORES DA ROTATIVIDADE NA INDÚSTRIA DE PRÉ-

MOLDADOS...............................................................................................................17

CAPACITAÇÃO COMO GERAÇÃO DE VALOR PARA AS MICROEMPRESAS......33

CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma análise da efetividade na retenção de

colaboradores na empresa.........................................................................................48

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO RAMO AUTOMOBILÍSTICO X TAXA

SELIC.........................................................................................................................67

CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma análise empírica.............................99

CULTURA ORGANIZACIONAL EM FRANQUIAS: Uma análise preliminar............117

ESTILOS DE LIDERANÇA E SUA RELAÇÃO COM AS GERAÇÕES....................143

MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Um estudo bibliográfico................168

MOTIVAÇÃO NO TRABALHO: O que os colaboradores consideram ao decidir

continuar ou não na empresa...................................................................................183

PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO: Um estudo de caso da empresa familiar..........196

PROCESSO DE COACHING NAS ORAGANIZAÇÕES..........................................218

PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES............235

QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES DE TAB: Um estudo de caso...........250

REMUNERAÇÃO POR COMPETÊNCIA: Uma análise bibliográfica.......................262

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AMOR E ÓDIO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Uma Pesquisa Bibliográfica

Kamilla Bueno1

Tiago Mendes Campião2

Marisa Claudia Jacometo Durante3

RESUMO O amor e o ódio no ambiente de trabalho fazem parte do nosso dia a dia, e estamos frequentemente envolvidos em conflitos empresariais e pessoais. Em uma empresa somos formados por um grupo de trabalho e colaboradores que é composto por personalidades, anseios, sentimentos, perspectivas e culturas individuais. Este estudo teve como objetivo identificar como o amor e o ódio podem influenciar no trabalho. Especificamente pretendeu-se: a) Conhecer os motivos que causam amor e ódio no trabalho; b) Pesquisar se há mudanças no comportamento de pessoas que desenvolvem esses sentimentos no trabalho; c) Descrever qual o efeito que o amor e ódio causa no meio ambiente de trabalho. Metodologicamente, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica e quanto aos procedimentos de análise considerando-se que esse estudo optou pela abordagem indutiva, método que utiliza a interpretação do pesquisador, o procedimento de análise teve como embasamento as obras de Joaci Góes (2004). Os principais resultados da pesquisa revelaram que o amor e ódio podem influenciar sim os trabalhadores de uma empresa, como por exemplo baixo rendimento, estresse; os motivos de causam amor e ódio no ambiente de trabalho muitas vezes se dá pela ganância, egoísmo e falta de companheirismo, no caso do ódio. Por outro lado, a relação de amor se dá pela amizade, boa educação e companheirismo. O estudo revela que existe sim mudanças no comportamento de pessoas que desenvolvem estes sentimentos, pois uma pessoa com ódio tem baixo rendimento, falta de atenção, desgaste profissional, e com amor ela é mais compreensiva, suas tarefas obtém ótimos resultados; os efeitos que o amor tem sobre o ambiente de trabalho são sentimentos bons e harmoniosos, já o ódio é destrutivo e rancoroso, gerando conflitos entre os colaboradores. Palavras-chave: Amor e Ódio. Ambiente de trabalho. Colaboradores.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa entender um pouco mais sobre as relações de Amor e Ódio

no ambiente de trabalho existentes dentro das organizações. O referencial teórico

será baseado nas teorias de Joaci Góes, que tem um estudo aprofundado no assunto,

1 Acadêmica do 7º semestre do curso de administração da Faculdade La Salle. Artigo entregue como requisito para o TC I, 2016. E-mail. [email protected] 2 Acadêmico do 7º semestre do curso de administração da Faculdade La Salle. Artigo entregue como requisito para o TC I, 2016. E-mail. [email protected] 3 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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como “Anatomia do ódio na família, no trabalho, na sociedade” e “A inveja nossa de

cada dia”.

O Amor no ambiente de trabalho é muito difícil e complexo de se achar pois

vivemos em um mundo muito competitivo, e que exige que sejamos rígidos e muitas

vezes rancorosos. A competitividade é acirrada, o que pode ocasionar a ausência de

amor ao próximo, solidariedade, compaixão e respeito, primando apenas pelo nosso

crescimento pessoal.

O amor pode ser considerado dentro de uma empresa como uma ferramenta

principal a ser usada e através dele as empresas podem chegar a resultados

surpreendentes. Sendo assim, traz para o ser humano resultados positivos.

O amor precisa ser representado por ações e não somente em palavras, pois

quando uma organização trabalha com amor é perceptível no ambiente

organizacional. Por exemplo, um líder preocupado e que ama sua equipe não

arriscaria o salário e nem o alimento de sua equipe num lance em ações para a

empresa. Um político que ama a população que os escolheu para governar não se

envolveria em escândalos, ou seja, quando há amor diminui as chances de se fazer

algo de ruim para o próximo, todos trabalham em um bem comum, se apoiam para

chegar em resultados.

Porém, apesar desses exemplos demostrar o amor negativo para as empresas

há sim o amor positivo que é o amor onde você pode compartilhar algo, quando um

líder apresenta para um colaborador um ambiente de trabalho onde existe uma equipe

disposta a compartilhar o conhecimento e não um ambiente cheio de intrigas e fofoca

o líder está promovendo nesse colaborador a vontade de fazer parte dessa equipe e

assim chegar a resultados positivos para ele e equipe, por isso as melhores equipes

são aquelas onde há confiança, apoio mútuo e respeito pelo real talento de cada

indivíduo envolvido e interesse real em ajudar uns aos outros.

É comum no ambiente de trabalho encontrar aquelas pessoas que na sua frente

te tratam bem, te motivam a conseguir resultados melhores, mas no dia seguinte estas

mesmas pessoas estão falando mal de você e te criticando para o seu chefe fazendo

assim você se sentir mal. Essas relações existem em todo trabalho e são conhecidas

como o amor e ódio no trabalho. Há pessoas que colocam apelidos de inimigo para

definir esse tipo de pessoas, mas há pesquisadores (Patrícia Rodrigues 2006). Que

afirma ser relações ambivalentes que são relações mais ou menos parecidas como

os familiares onde há ódio, conflitos, até mesmo confusões entre irmãos ou pais, mas

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também existem o amor, e nesse caso os parentes estão unidos uns aos outros e não

têm como desfazer a relação, diferentemente no caso de amigos que podem deixar

de se falar sem nenhum problema.

O ódio nasce de representações e desejos conscientes e inconscientes, os

quais refletem mais ou menos o narcisismo fisiológico que nos faz pensar sermos

muito especiais.

Narcisismo é um conceito da psicanálise que define o indivíduo que admira

exageradamente a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo.

Segundo Sigmund Freud (1914), é uma característica normal em todos os seres

humanos e está relacionado com o desenvolvimento da libido. E o narcisismo

fisiológico é as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos seres humanos

que estuda o funcionamento do organismo.

Nesse sentido, o Ódio é o sentimento mais negativo que o ser humano pode

experimentar em sua vida, pois ele é o maior mal possível, causando a inimizade e

repulsão, o ódio é uma emoção profunda de desgosto extremo, que pode ser dirigido

a pessoas, objetos, memórias e até mesmo ideias (EDUCAÇÃO PARA A VIDA, 2013).

O Sentimento do ódio não é o único a prejudicar as pessoas em suas vidas e

em seu ambiente de trabalho, existe também o sentimento da Inveja que pode trazer

tantos ou mais problemas que o ódio. A inveja é um dos piores pecados que existem,

pois, dela não se tira nem um proveito, quando todos os outros pecados possuem um

lado bom para a pessoa que os tem, mas a inveja só traz problemas para si mesmo e

às vezes para o outro. No dicionário Aurélio a inveja é definida de duas maneiras: 1ª)

desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem; e 2ª) desejo violento de possuir

o bem alheio. A pessoa que possui esse sentimento, ou ela o menospreza, ou tem

uma vontade incontrolável de ter as habilidades, bens e ideias do outro (PAIXÃO,

2009).

A inveja no trabalho vem sendo cada vez mais notória e presente nos dias

atuais, se tornando assim um problema a ser gerido, normalmente a pessoa que está

sendo invejado pode não notar tão rapidamente, mas basta trocar palavras com o

invejoso que ela se dará conta de quanto a suas palavras são egoístas e amarguradas

além de poder notar pelos olhares e suas fofocas maliciosas.

Em alguns casos a inveja vem depois de o indivíduo sentir pelo outro a

Admiração que é um sentimento bom de olhar para as qualidades e conquistas do

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outro e sentir-se feliz por ele e sentir vontade de talvez um dia poder chegar ao mesmo

lugar de destaque conquistado pelo outro (GÓES,2004).

Outro sentimento que muitas vezes pode ser confundido com a inveja é o ciúme

por se tratar de sentimentos parecidos, o ciúme é quando sentimos um desconforto

ou mesmo uma ameaça deperder aquilo que é nosso, podendo ser no caso do

ambiente de trabalho o nosso cargo. O pior é quando junto do ciúme vem a cobiça

que é a vontade de ter algo que já pertence outro indivíduo, que dependendo da

pessoa faz a mesma se tornar perversa ao ponto até mesmo de roubar.

A inveja é um sentimento que já existe desde os primórdios da criação sendo

apresentada pela primeira vez quando Lúcifer olhou com maus olhos a posição

privilegiada em que o Arcanjo Gabriel ocupava ao lado direito de Deus, querendo o

seu lugar.Com a recusa de Deus, Lúcifer desferiu um ataque contra Deus, e, ao final

da batalha Lucífer foi banido para o reino das trevas (GÓES,2004).

Atualmente vivemos uma rotina intensa e estressante, o que pode influenciar

nossos sentimentos, falta de concentração e de foco, produção reduzida e distração são

algumas das características dos profissionais insatisfeitos, assim resultando em coisas

negativas e positivas, como, por exemplo, o Amor e Ódio no ambiente de trabalho.

Esse tema vem fazendo parte de diversos estudos, que busca entender como e

quando estes sentimentos aflorados impactam no ambiente de trabalho e na vida

pessoal.

A insatisfação é um problema que a cada dia afeta mais profissionais. Falta de

concentração e foco, produção reduzida e distração são algumas características dos

profissionais insatisfeitos.

“Geralmente a insatisfação com o trabalho é silenciosa e apenas quando algum

problema ou conflito aparece é que as reclamações surgem e as insatisfações são

expostas”, afirma o coach (RICCARDO OLIVEIRA, 2015, G1.com).

Esse problema pode ser potencializado, aumentando o número de erros do

funcionário se não houver uma interferência do líder. “A pior decisão que um líder

pode tomar é ignorar ou não agir para melhorar a situação com o funcionário ou equipe

insatisfeita”, diz (OLIVEIRA, 2015, G1.com).

Segundo a pesquisa Isma Brasil (International Stress Management

Association) no ano de 2015, a insatisfação em 89% dos casos tem a ver com

reconhecimento, em 78% com excesso de tarefas e em 63% com problemas de

relacionamento.

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“Deixar o tempo passar sem fazer alguma mudança pode deixar a pessoa

doente. Ela entra em um círculo vicioso e tudo parece dar errado. Nesse momento, o

melhor a fazer é procurar ajuda (OLIVEIRA, 2015, G1.com).

Segundo Oliveira (2015), profissional e empresa podem trabalhar juntos para

tentar acabar com a insatisfação. A empresa deve avaliar o perfil do colaborador para

saber se ele está na área e na função mais adequada e também entender quais os

motivos da insatisfação. Já o profissional deve listar os pontos negativos e apresentar

para a chefia imediata. A partir daí as duas partes devem trabalhar em conjunto para

encontrar uma solução que seja boa para todos.

Assim, após esse breve contexto, questiona-se: como o amor e o ódio podem

influenciar no trabalho? Tendo por objetivo geral identificar como o amor e o ódio

podem influenciar no trabalho.

Especificamente buscou-se:

a) Conhecer os motivos que causam amor e ódio no trabalho;

b) Pesquisar se há mudanças no comportamento de pessoas que desenvolvem

esses sentimentos no trabalho;

c) Descrever qual o efeito que o amor e ódio causa no meio ambiente de trabalho.

O tema foi escolhido devido a real importância em esclarecer as dúvidas de

como esses dois sentimentos, amor e ódio, influenciam no ambiente de trabalho haja

visto que esses sentimentos estão cada vez mais presentes nas organizações.

Atualmente qualquer empresa tem esses sentimentos em evidência, porém, os

estudos sobre eles ainda são poucos discutidos e é importante saber como esses

sentimentos podem influenciar, auxiliando o funcionário a se desenvolver e ajudar a

empresa a obter melhores resultados, já que o maior recurso que uma empresa possui

são seus funcionários.

2 METODOLOGIA

O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas informações sobre o

tema: Amor e Ódio no ambiente de trabalho. O método de abordagem utilizado é o

indutivo porquê de um resultado específico buscou-se generalizar um resultado a

partir da interpretação do pesquisador.

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O método de procedimento foi o estudo bibliográfico onde foi permitido um

amplo e detalhado conhecimento nesse tema. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p.

66),

A pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisados, livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre o mesmo.

A classificação da pesquisa com base nos objetivos foi descritiva porque os

objetivos apontam estudar como o Amor e Ódio pode influenciar no trabalho e

especificamente conhecer os motivos que causam amor e ódio no trabalho; pesquisar

se há mudanças no comportamento de pessoas que desenvolvem esses sentimentos

no trabalho; descrever qual o efeito que o amor e ódio causa no meio ambiente de

trabalho. Segundo Almeida (1996, p. 104),

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulados, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, características, causas, relações com outros fatos. Assim para coletar tal dados, utilizam-se de técnicas especificas, dentre as quais destacam-se a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e observação.

O procedimento técnico é um estudo de caso em virtude de estar estudando o

Amor e Ódio no ambiente de trabalho. Quanto aos procedimentos de análise

considera-se que esse estudo optou pela abordagem indutiva, ou seja, método que

utiliza a interpretação do pesquisador, o procedimento de análise teve como

embasamento as obras de Joaci Góes (2004).

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Conhecer os Motivos que Causam Amor e Ódio no Trabalho

Quando falamos em grupo de trabalho vem em nossa mente uma imagem de

várias pessoas reunidas em prol de um objetivo um grupo saudável e focado no bem

maior. Em parte, é realmente isso mais quanto à relação entre estas pessoas que

fazem parte desse grupo será que é realmente amigável.

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Um grupo de trabalho é composto por personalidades, anseios, sentimentos,

perspectivas e culturas individuais. Cada qual tem sua origem e de repente o

integrante se vê diante de uma dinâmica completamente fora de seu cotidiano, de

repente se está diante da necessidade de se relacionar para obter resultados, não

somente organizacionais, mas objetivos pessoais.

A verdade é que nem sempre essa relação dá-se de maneira harmoniosa as

pessoas envolvidas nesse processo vêm a acreditar e defender suas ideias fazendo

com que o trabalho em grupo, por muitas vezes, gere sentimentos não harmoniosas

para si próprias, para o grupo e para a organização em si. Os sentimentos florescem

e a não aceitabilidade por todos, que é algo completamente normal, acaba por gerar

conflitos.

Ódio e agressão, expressos de diferentes modos, estão sempre presentes no ambiente de trabalho. Tomada, por equivoco, como uma singular emoção, ainda que difícil de lidar o ódio é na realidade, um complexo conjunto de respostas nem sempre reconhecido como tal (GÓES, 2004, p. 188).

Amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve

entre seres que possuem a capacidade de demonstrá-lo, o amor motiva a

necessidade de proteção, carinho, amizade, afeto, harmonia, respeito, dedicação,

solidariedade, bondade, amor ao próximo.

O amor motiva as nossas necessidades mais bonitas e simples que existem

em nós, como a proteção, como zelo, como a vontade de estar junto, de ver a pessoa

crescer na vida e se sentir feliz com a vitória do outro, de estar lado a lado quando as

coisas não estão bem, quando tudo está querendo desmoronar, de estar junto

comemorando as alegrias da vida.

A diferentes formas de amor como, por exemplo: amor materno ou paterno,

amor entre irmãos (Fraterno), amor pelos amigos, amor pelos colegas de trabalho

(Sentido amizade, Convivência do dia a dia, Respeito, Educação, ajuda com

problemas, Etc.), amor físico, amor platônico, amor pela vida, pelos animais, entre

outras várias formas de se amar.

O amor no ambiente de trabalho refere-se ao companheirismo, dedicação,

amizade, boa convivência, do entendimento entre as partes para a construção de

valores e para isso acontecer devemos ter o pensamento de agregar algo na

sociedade, na vida e no ambiente de trabalho.

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É claro que nem sempre nossos colegas de trabalho estão no mesmo clima,

até mesmo pelo cansaço, pelo estresse do dia a dia, pela rotina exaustiva, mas

sempre tem alguém que está bem e acaba contagiando a todos. Segundo Freud

(1996, p. 107) a “disposição para o amor universal e pela humanidade e pelo mundo

representa o ponto mais alto que o homem pode alcançar” (apud RAVALLENO, 2013,

p. 167).

Ódio trata-se de um sentimento negativo em que se deseja mal ao sujeito ou

objeto odiado, o ódio está relacionado com a inimizade, repulsão, raiva, desprezo.

No ambiente de trabalho o ódio surgi a partir de intrigas, inveja, falsidade, falta

de caráter, falta de respeito e falta de dignidade. Segundo Barros (2013, p. 17),

O ódio é um sentimento, sempre intenso, de uma pessoa em relação a outra ou outras pessoas, a quem se deseja o mal ou com cujas desgraças se alegra. O ódio é desencadeado por inveja, ciúme, amor-próprio ferido, injustiça sofrida, etc. Pode provocar desprezo, agressividade, vingança. Pode se alternar com sentimentos de amor para com a mesma pessoa (ambivalência) ou da transformação em contrário de uma paixão amorosa excessiva ou desiludida “Enquanto o amor busca semelhança ou complementaridade com o parceiro, o ódio é uma reação de intolerância com as diferenças relativas ao outro ou aos outros. As bases inconscientes do ódio foram estudadas pela psicanálise: S. Freud as relaciona com as pulsões de morte; M. Klein precisou a precocidade das fantasias sádicas e destrutivas no bebê; D. Winnicott fez com que se reconhecesse o papel, as vezes necessário, do ódio na contratransferência do psicanalista D. Anzieu (apud DORON & PAROT, 2001).

Na maioria das vezes estamos estressados por causa do dia a dia agitado, da

rotina cansativa, dos problemas pessoais e até mesmo problemas no ambiente de

trabalho, e quando estamos assim não precisa de muito para nos tirar do sério, para

perdemos a paciência e compreensão que precisamos ter com nossos colegas de

trabalho, e isso acaba resultando em brigas, discussões, discórdia, mágoa, raiva, ódio,

sentimentos que não se deve ter em uma empresa e muito menos em uma equipe,

pois isso é prejudicial a todos.

Ter sentimentos ruins faz com que nosso rendimento profissional diminua, nos

sentimos desmotivados, e faz com que nos tornamos agressivos gerando uma série

de conflitos, ataques pessoais e muitas vezes submissão negativa.

3.2 Pesquisar se há Mudanças no Comportamento de Pessoas que Desenvolvem

Esses Sentimentos no Trabalho

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Hoje em dia é muito difícil de ser ter uma boa relação com os colegas de

trabalho, ter uma boa convivência e uma boa índole, pois vivemos em um mundo

competitivo e egoísta, a correria do dia a dia nos torna pessoas frias, nos deixa

amargos e rancorosos, esquecendo assim do nosso próximo (Colega de Trabalho).

Somos seres Humanos e não somos perfeitos, sentimos amor e ódio na mesma

proporção estes sentimentos causam mudanças no comportamento das pessoas.

A pessoa de baixa experiência tem consciência dos seus sentimentos virulentos, mesmo que ainda tenha dificuldades para identificar e intender sua causa, quando o indivíduo não percebe que esconde seus sentimentos de ódio de forma crônica suas relações são sempre imaturas, criando uma duplicidade de atitude fazendo com que a comunicação da ira possa ser tanto construtiva como destrutiva. Quando a ira é camuflada ou negada, o resultado pode ser mal-estar psicológico (GÓES, 2004, p. 188).

Á negação do ódio desdobrasse de três maneiras. A mais comum conduz a

busca de consolo e satisfação em coisas materiais como alcoolismo ou a compra de

bens materiais de consumo. A segunda principal causa da manipulação,

desconfiança, inveja e auto depreciação em favor de seus próprios interesses. Um

terceiro modo de camuflar o ódio se processa através da adoção de uma continua

expressão de desespero fazendo com que o indivíduo passe a crer que as pessoas

não prestam e que não vale a pena viver.

O conhecimento desses modos é fundamental para saber como as pessoas

reagem ao ódio em qualquer cenário, sobretudo no ambiente de trabalho, onde a

expressão do sentimento e inibida por razões profissionais ou por receio de seu

possuído vir a ser rotulada de “pavio curto”.

A camuflagem do sentimento de ódio, quando mantida pode fazer com que os

odiados nunca sequer saibam que alguém tenha esse sentimento por ele mesmo

quando ajam com regular brutalidade ao tratar as pessoas especialmente as de níveis

inferiores ao dela dentro da empresa. O ódio pode influenciar em todos os níveis da

empresa, segundo Góes (2004, p. 77) “o ódio e culpa influenciam o processo de

tomada de decisão, o planejamento e a organização de um modo que habilita os

gerentes a negar sua ira e a acalmar seus patrões”.

O principal propósito do ódio é de dominar os outros, induzindo-os ao

conformismo e a renúncia de crescimento pessoal.

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3.3 Descrever qual o Efeito que o Amor e o Ódio Causam no Meio Ambiente de

Trabalho

O Amor e Ódio no ambiente de trabalham causam efeitos surpreendentes tanto

positivos como negativos, por exemplo: o amor no ambiente de trabalho tem muitos

efeitos bons e refere-se a amizade, companheirismo, compreensão, dignidade,

respeito, boa índole e educação, gerando assim um afeto de carinho, uma a

proximidade maior entre os colaboradores, se uma empresa tem seus colaboradores

harmoniosos tudo funciona e conspira para dar certo, pois tratar uma pessoa bem e

com educação acaba motivando a ser uma pessoa melhor no dia a dia, dizer bom dia,

boa tarde, boa noite ou até mesmo como vai? Ou como passou seu dia? Está tudo

bem?

Esse comportamento amigável ou educado ou também de atenção, pode levar

a melhora da autoestima do indivíduo e do outro, pois ele sente que você se preocupa

e que ele pode contar com você quando ele estiver precisando de ajuda ou até mesmo

em apuros, essa forma de respeito, preocupação e educação faz com que a pessoa

se sinta incentivada, gerando assim um aumento de rendimento na empresa, vontade

de trabalhar, fazer as coisas com prazer e não apenas como uma obrigação imposta

pela empresa e seus supervisores, ser amigável e compreensivo no seu ambiente de

trabalho gera vários benefícios a si próprio e até mesmo a empresa.

Já o Ódio é o pior sentimento que uma pessoa pode sentir, pois junto com ele

vem outros sentimentos ruins como, por exemplo: o egoísmo, falta de amor ao

próximo, falta de companheirismo, rancor, ganância, rejeição, inimizade,

ressentimento, antipatia, raiva, desprezo, falta de educação, etc.

Todos os sentimentos citados acima sobre o ódio são prejudiciais à empresa e

seus colaboradores, pois uma empresa não harmoniosa tem sérios problemas, pois o

ódio causa baixo rendimento profissional, baixa estima, falta de interesse, falta de

atenção, quando se está com ódio o funcionário não consegue ter uma atenção

necessária e cautelosa com o que se está fazendo, causando assim alguns

transtornos que acaba prejudicando na maioria das vezes seus colegas de trabalho e

a empresa em si.

Um funcionário com Ódio e raiva acaba deixando suas tarefas de lado, acaba

não agregando devido valor e interesse no que se está fazendo, acaba atrapalhando

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sua equipe, e é sempre negativo e rancoroso, não aceita críticas positivas, e nem

ajuda de seus colegas de trabalho.

Quando se está com Ódio, a pessoa se sente estressada, exausta, com falta

de animo, cansaço físico e psíquico, entre outros, quando a pessoa diariamente passa

por ódio, ela está sujeita a ficar doente e ter sérios problemas de saúde como, por

Exemplo: dores e tensões musculares, doenças do sistema nervoso (enxaqueca,

vertigens, entre outras), doenças cardiovasculares (hipertensão, angina, ataque

cardíaco), etc.

Segundo Freud (1992, p. 184) “o ódio, enquanto relação de objeto é mais antigo

que o amor: nos primórdios da origem ele tem sua fonte na recusa do mundo exterior

que emite estímulos, recusa que emana do Eu narcísico” (apud NISKIER, 2016, p.

2015).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após feito a revisão e discussão da literatura, considera-se a problemática de

pesquisa respondida, cujo resultado demonstra que para saber como o amor e o ódio

podem influenciar no trabalho, é preciso conhecer os sentimentos das pessoas e

estudar suas reais necessidades e causas que podem ocasionar amor e ódio, que foi

trabalhado pelas obras literárias de Joaci Góes, o qual busca entender a influência

que o Amor e Ódio causa nas pessoas, de modo específico no ambiente de trabalho.

As principais dificuldades decorrem pela falta de treinamento e conhecimento

emocional, as empresas querem apenas resultados satisfatórios a qualquer custo,

sem pensar no bem-estar e sentimentos de seus colaboradores, quando isto

acontece, em razão deste conflito, as estruturas da empresa são abaladas, trazendo

ódio a este ambiente. Desse modo, entende-se que uma forma de resolver esta

situação é trazendo uma relação afetiva, sendo amor, amizade e companheirismo.

Diante disso, entendemos que Amor e Ódio no ambiente de trabalho faz parte

do nosso dia a dia, e estamos frequentemente envolvidos em conflitos empresariais e

pessoais. Considerando que em todo comportamento há benefícios e malefícios,

esses produzem resultados destrutivos ou construtivos, tanto para o agressor, que

tende a desenvolver sentimento de culpa, quanto para o seu alvo e outras pessoas à

sua volta, agravando, ainda mais, a situação que se desejava alterar.

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Desta maneira, foi respondido o primeiro objetivo específico, ter sentimentos

ruins faz com que nosso rendimento profissional diminua nos sentimos desmotivados,

e faz com que nos tornamos agressivos gerando uma série de conflitos, ataques

pessoais e muitas vezes submissão negativa.

O amor no ambiente de trabalho refere-se ao companheirismo, dedicação,

amizade, boa convivência, do entendimento entre as partes para a construção de

valores e para isso acontecer devemos ter o pensamento de agregar algo na

sociedade, na vida e no ambiente de trabalho.

Ao longo do estudo, foi encontrada a resposta do segundo objetivo específico,

Dentro da empresa o sentimento de ódio tem como principal consequência a baixa

estima de muitos colaboradores, comprometendo a qualidade do seu envolvimento e

desenvolvimento de suas funções dentro da organização, levando-os a sentir-se

inseguros e despreparados para lidar com as situações proposta pela empresa.

Com isso, infere-se que nasça diariamente um grande número de conflitos e

situações indesejadas todos os dias, esses funcionários acabam por transformar

todos esses sentimentos ruins em fontes de ofensas, ameaças, frustrações,

ansiedades, irá, desgosto, remorso e inimizade, alastrando-se por todo o corpo

organizacional, produzindo variadas reações individuais todas sendo prejudiciais ao

esforço conjunto em torno dos objetivos da organização empresarial.

Para ajudar a vencer essas dificuldades, o ambiente de trabalho deve ser

desenvolvido através de conceitos que visa trabalho em equipe, onde o foco deve ser

o desenvolvimento e crescimento da organização, não apenas seu desenvolvimento

pessoal por parte de funcionários específicos que insistem em ter ganância e falta de

amor ao próximo.

Como resposta ao terceiro objetivo específico, O amor no ambiente de trabalho

tem muitos efeitos bons e refere-se a amizade, companheirismo, compreensão,

dignidade, respeito, boa índole e educação, gerando assim um afeto de carinho, uma

a proximidade maior entre os colaboradores, se uma empresa tem seus colaboradores

harmoniosos tudo funciona e conspira para dar certo, pois tratar uma pessoa bem e

com educação acaba motivando a ser uma pessoa melhor no dia a dia.

Ódio causa baixo rendimento profissional, baixa estima, falta de interesse, falta

de atenção, quando se está com ódio o funcionário não consegue ter uma atenção

necessária e cautelosa com o que se está fazendo, causando assim alguns

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transtornos que acaba prejudicando na maioria das vezes seus colegas de trabalho e

a empresa em si.

Lançando um olhar crítico ao tema estudado, podemos observar a grande

dificuldade enfrentada pelas organizações empresariais em relação ao Amor e Ódio

no ambiente de trabalho, grande parte desta dificuldade é relacionada a falta de

harmonia e companheirismo dentro dos setores empresariais, que na maioria das

vezes visa apenas seu crescimento individual, em contra partida o amor em relação

ao ambiente de trabalho é pouco difundido, pois somos muito individualistas e

rancorosos, motivados pelo próprio ego.

Deixamos como sugestão para as organizações empresarias que realizem

investimentos em treinamentos, trabalhos em grupos e que conheçam mais seus

colaboradores através da criação de mecanismos para a interação dos mesmos com

o ambiente de trabalho e com os objetivos e metas da empresa.

É de suma importância que a organização faça com que o trabalhador se sinta

parte da equipe, com participação ativa, que veja a sua função indispensável para o

crescimento, desenvolvimento, produção, lucratividade e qualidade da empresa.

Outro fator primordial para o bom desempenho da equipe de trabalho é a forma

como o líder a conduz. Para garantir que haja uma boa convivência entre seus

colaboradores é necessário que o ambiente de trabalho esteja sempre em harmonia

de modo que os ajude a superar as dificuldades e desafios encontrados na empresa.

A partir desse estudo, propomos como tema a ser desenvolvido em uma

pesquisa futura investigar métodos a serem adotados dentro de setores empresaria

fim de difundir o amor no ambiente de trabalho tornando mais afetivo e com menor

incidência de ódio entre os colaboradores.

Por corolário, é propício deixar aqui uma reflexão com base em Capelatto

(2007, p.15) sobre o amor e afetividade e o que a ausência desse sentimento pode

causar ao ser humano.

Afetividade é a dinâmica humana mais profunda e complexa que podemos experimentar, é a loucura das relações, tão difícil de compreender e aceitar. A afetividade se dinamiza a partir do momento em que o sujeito humano se liga a outro sujeito pelo amor incondicional [...] a afetividade é o maior conflito humano... Preciso suportar esse conflito humano, porque sabemos que ele é preciso (brigar, gritar, pedir desculpas, abraçar, beijar...). É o conflito que nos mantém vivos... Quando uma pessoa fica indiferente ao outro e indiferente a si mesma, não estuda, não trabalha, ela está em sofrimento, perdeu a

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relação afetiva com os outros. Quando perdemos a relação afetiva, isso é muito perigoso.

REFERÊNCIAS

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Topbooks Editora e Distribuidora de Livros LTDA, 2004.

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ANÁLISE DOS FATORES DA ROTATIVIDADE NA INDÚSTRIA DE PRÉ-

MOLDADOS

Lisiane Schmitz Severo4

Marisa Claudia Jacometo Durante5

RESUMO Os noticiários têm anunciado as áreas mais afetadas com a crise econômica do país, sendo uma delas a construção civil. Desse modo, esse é o objeto desse estudo. Este trabalho procurou identificar os fatores de rotatividade na aérea da construção civil, onde analisamos as causas da rotatividade, suas causas e o índice de rotatividade do período de janeiro a setembro de 2015. Os resultados foram coletados a partir de documentos cedidos pela empresa e de questionário aplicado ao sócio proprietário de uma empresa da construção civil, principalmente seus documentos do departamento de Recursos Humanos. A pesquisa aponta que em alguns meses a entrada e saída de colaboradores ocila, isso varia também conforme o término e início de obras, nos mostra também que os índices variaram de 5,17% a 12,94%, sendo o destaque para o mês de maio com o menor índice e o mês de junho com o maior índice de rotatividade, sendo a média do período estudado 8,48%. Considera-se que não tem um segredo para acabar com a rotatividade, mas é possível melhorá-los se o relacionamento entre empresa e funcionário for bom e também se houver a valorização do colaborador. É essencial que exista uma constante motivação e valorização do colaborador. Palavras-chave: Rotatividade. Causas. Colaboradores. Construção Civil.

1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais os colaboradores se tornam importantes para as empresas pois

são eles que executam os serviços e produzem os produtos a serem vendidos. Porém,

a situação econômica pela qual o País atravessa, especificamente nos anos 2015,

2016, tem levado as empresas a diminuírem a mão de obra. Esse fenômeno é

conhecido por rotatividade de pessoal ou turnover. A rotatividade de pessoal é

caracteriza pelo movimento de pessoas que são admitidos e demitidos em um

ambiente de trabalho num determinado período.

4 Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Estratégica em Negócios Corporativos, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 5 Doutora em Educação. Professora Orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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Os noticiários têm anunciado as áreas mais afetadas com a crise econômica

do país, sendo uma delas a construção civil. Desse modo, esse é o objeto desse

estudo. A empresa pesquisada tem mais de 10 anos de atuação no ramo de

construção civil, sendo que nos últimos 5 tem investido e diversificado suas opções

de construção, crescendo o número de funcionários e, consequentemente, com índice

de rotatividade.

A rotatividade além de gerar gastos para a empresa, também traz o transtorno

de contratar outro profissional. Assim a pergunta norteadora do estudo foi: quais as

causas da rotatividade na área da construção civil? Tendo por objetivo geral identificar

quais as causas da rotatividade na aérea da construção civil. De modo específico: a)

Calcular o índice de rotatividade no período de janeiro a setembro de 2015; b)

Levantar as causas da rotatividade na área da construção civil; c) Analisar as causas

da rotatividade na área da construção civil.

Esse estudo é importante tanto para conhecimento pessoal como para as

empresas desse ramo terem uma visão mais clara sobre esse assunto. A contribuição

que esse estudo trará é tanto profissional quanto pessoal podendo assim ter um

conhecimento maior nessa área e também para mostrar e auxiliar a empresa quanto

ao seu índice de rotatividade nesse período.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Rotatividade

O Turnover ou rotatividade é um termo de língua inglesa que significa

renovação, é usado para área de recursos humanos para mostrar a entrada e saída

de funcionários em um determinado período de tempo independente de ter sido

motivado pelo empregador ou por decisão do empregado. A sua função é determinar

a percentagem dessas trocas de funcionários, o alto índice de rotatividade pode

ocasionado por vários motivos entre eles: recrutamento e seleção com problemas;

baixo comprometimento organizacional; problemas com clima organizacional; suporte

organizacional com problemas; remuneração inadequada; mercado de trabalho

aquecido entre outros, e esses altos índices preocupam as empresas pois além de

gerar altos custos com as demissões e contratações o trabalho acaba ficando mais

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lento não evoluindo da maneira esperada, pois várias pessoas passam pelo mesmo

cargo e não conseguem desenvolver um trabalho que satisfaça a organização.

Para Pomi (2005) (apud BASTOS, 2009), Turnover é o termo em inglês

utilizado para o movimento de entradas (admissões) e saídas (demissões), de

profissionais empregados de uma empresa, em um determinado período. Quanto às

demissões, elas podem ser espontâneas (quando a iniciativa é do funcionário) ou

provocados (quando a iniciativa é da empresa, independente da vontade do

empregado).

Para Chiavenato (1997) apud BASTOS, 2009), Turnover ou Rotatividade de

Recursos Humanos é o termo usado para definir a flutuação de pessoas entre uma

organização e seu ambiente; em outras palavras, o intercâmbio de pessoas entre a

organização e o ambiente definido pelo volume de pessoas que ingressão e saem da

organização. Este autor argumenta que essa rotatividade de pessoal, se ocorrida sob

o controle da organização e em volume pequeno, ela será saudável para empresa.

Chiavenato (2009, p.42) descreve dois tipos de rotatividade de pessoas:

1) Rotatividade provocada pelas pessoas: quando os desligamentos ocorrem por decisão e iniciativa dos funcionários. Quando o mercado de trabalho é competitivo e em oferta intensa, ocorre geralmente um aumento da rotatividade provocada pelas pessoas. [...] 2) Rotatividade provocada pela organização: quando os desligamentos são provocados pela organização para fazer substituições no sentido de melhorar o potencial humano existente ou para reduzir o efetivo de pessoal para redução de operações ou de custos.

Nas empresas os dois tipos de rotatividade são comuns pois em alguns casos

o funcionário se desliga da empresa pois não está mais contente com o trabalho ou

encontrou uma oportunidade melhor e outro caso é quando o funcionário é desligado

da empresa porque a empresa não está mais contente com o desempenho das suas

atividades ou para diminuir gastos fazendo corte de pessoal.

Conforme Chiavenato (2009, p. 43) o cálculo do índice de rotatividade de

pessoal é “baseado no volume de entradas e de saídas de pessoal em relação ao

efetivo disponível em certa área ou unidade da organização, dentro de certo período

de tempo e em termos percentuais”.

Para medir o índice de rotatividade de pessoal para efeito de planejamento de

recursos humanos pode ser utilizada a seguinte equação:

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Equação do índice de rotatividade para efeito do planejamento

A + D x 100 Índice de Rotatividade de pessoal = 2 EM Em que:

A = admissões de pessoal na área ou unidade considerada dentro de um período de tempo

considerado (entradas).

B = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos

funcionários) na área ou unidade considerada dentro do período de tempo considerado (saídas).

EM = efetivo médio da área considerada dentro do período considerado. Pode ser calculado

pela soma dos efetivos existentes no início e no final do período e dividida por dois.

Fonte: Chiavenato, 2009, p. 43.

O índice de rotatividade de pessoal representa o valor percentual dos

funcionários que são admitidos e demitidos da empresa em relação ao número médio

de empregados.

Para se analisar apenas as perdas de pessoal e suas causas sejam por

iniciativa da empresa ou dos funcionários, pode ser utilizada a seguinte equação:

Equação do índice de rotatividade para analisar perdas de pessoal e suas causas.

D x 100

Índice de Rotatividade de Pessoal= EM

Em que:

D = desligamentos.

EM = efetivo médio no período.

Fonte: Chiavenato, 2009, p. 44.

Na equação não se consideram as admissões, é considerado somente os

desligamentos onde esta equação por ser parcial segundo Chiavenato (2009, p.44),

“pode mascarar os resultados por não considerar o ingresso de funcionários que fluem

para dentro da organização, alterando o volume do efetivo disponível”.

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Para analisar as perdas de pessoal, verificando assim os motivos que levaram

os funcionários a sair da empresa, a seguinte equação pode ser utilizada:

Equação do índice de rotatividade de pessoal para analisar as perdas por desligamentos de iniciativa dos funcionários

D x 100

Índice de Rotatividade de Pessoal= N1 + N2 +...+ Nn

a

Em que:

D = desligamentos espontâneos.

N1 + N2 +...+ Nn = somatória dos números de funcionários no início de cada mês.

a = número de meses do período de tempo considerado.

Fonte: Chiavenato, 2009, p. 44.

Nesta equação são considerados apenas os desligamentos que partem da

iniciativa de funcionários, analisando assim, o índice de rotatividade de pessoal

causado pelas saídas de funcionários exclusivamente por iniciativa dos mesmos.

Quando a intenção é de se analisar a rotatividade de pessoal entre

departamentos ou seções, pode ser utilizada a seguinte equação:

Equação do índice de rotatividade de pessoal por departamentos ou seções.

A + D + R + T

Índice de Rotatividade de Pessoal = 2

EM X 100

Em que:

R = recebimentos de pessoal por transferência de outras áreas ou unidades.

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T = transferências de pessoal para outras áreas ou unidades da organização.

Fonte: Chiavenato, 2009, p. 45.

Para se avaliar a rotatividade de pessoal por departamentos ou seções,

conforme equação, onde soma-se as admissões e desligamentos e depois dividido

pela variável 2, somando-se pelos recebimentos e transferências de pessoal dividindo

essa soma pelo efetivo total médio dos departamentos, multiplicando-se pela variável

100, resultando assim, na porcentagem da referida rotatividade.

2.2 Construção Civil

Obra de construção civil é a construção, demolição, a reforma ou ampliação de

edificação ou de qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou subsolo onde

participam arquitetos e engenheiros civis. No Brasil a Associação de Normas Técnicas

(ABNT) regulamenta as normas e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

(CREA) fiscalizando o exercício da profissão e a responsabilidade técnica. Toda Obra

precisa ser aprovada previamente pelos órgãos competentes e acompanhada por

profissionais registrados no CREA. O profissional de engenharia orienta e gerencia as

atividades e as equipes no canteiro de obras, além de fazer o controle técnico dos

materiais.

De acordo com Samarcos; et al. (2000, p. 9):

A área de Construção Civil abrange todas as atividades de produção de obras. Estão incluídas nesta área as atividades referentes às funções planejamento e projeto, execução e manutenção e restauração de obras em diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos, aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, de fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades relacionadas às operações, tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de transportes, a operação de estações de tratamento de água, de barragens, etc.

A Construção civil, conforme nos fala Samarcos, inclui muitas atividades

começando desde o projeto e terminando no acabamento vamos descrever as três

fases principais de uma Obra conforme segue abaixo:

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Um projeto de construção civil passa por basicamente três fases, nas quais há

a participação de profissionais técnicos da área, conforme Samarcos; et al. (2000, p.

9):

Na fase de planejamento e projeto, faz-se o estudo de viabilidade, levantamento de custos, elaboração dos projetos básicos e executivos, planejamento e processos burocráticos junto aos órgãos competentes.

Posteriormente, na fase de execução, inicia-se com a instalação do canteiro de obras, contratação dos profissionais envolvidos na execução, aquisição dos insumos, prosseguindo com a execução da obra propriamente dita seguindo os projetos e planejamento determinados na fase anterior e controle e levantamento dos custos da obra.

Finalmente, na fase de manutenção e restauração de obras, no que envolve profissionais da construção civil, abrange principalmente manutenções estéticas decorrentes de deterioração por tempo de uso e manutenções estruturais decorrentes de tempo de uso ou mal-uso.

Essas três fases para execução de uma obra são muito importantes pois se

alguma delas não por pensada e executada com precisão podemos ter prejuízo ao

final ou acidentes graves por algum erro no cálculo ou na execução dos serviços por

isso precisamos ter profissionais capacitados e comprometidos com o trabalho que

estão elaborando pois qualquer falha tanto na fase de projeto quanto na execução da

Obra são graves e na maioria dos casos difícil de ser resolvida já que depois de uma

parte executada errada não se volta mais atrás a não ser que se derrube a parte da

executada e isso gera custo, tempo e as vezes a empresa ou profissional que está

fazendo a Obra não tem por isso é muito importante nessa área se ter profissionais

capacitados para desenvolverem o serviço com exatidão.

3 METODOLOGIA

Para este estudo utilizou-se a abordagem indutiva, analisando uma empresa

específica. A pesquisa tem por característica qualitativa, com levantamento e

interpretação dos dados necessários para chegar-se a % da rotatividade.

Para alcançar o objetivo da pesquisa foi utilizado o procedimento estudo de

caso. Ainda tendo como base os objetivos, essa pesquisa é descritiva, pois foi

realizada uma descrição detalhada das situações encontradas na empresa. O

procedimento técnico foi um estudo de caso, pois foi analisada uma empresa.

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A análise dos dados considerou a maior % das respostas, à luz da teoria

estudada.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Índice de Rotatividade no Período de Janeiro a setembro de 2015

Conforme a fórmula do índice de rotatividade de pessoal apresentada por

Chiavenato (2011), a mesma é composta pela soma do número de admissões e

demissões divididos por 2 e o resultado multiplica-se pelo número de efetivos do

período multiplicado pela variável 100 para encontrar a porcentagem do referido

índice.

A + Dx 100 Índice de Rotatividade de pessoal = 2 EM

Assim, o gráfico 1 apresenta o número de funcionários admitidos e demitidos

no período de janeiro a setembro 2015.

GRÁFICO 01 – Número de funcionários admitido e demitidos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

7

19

11

3 3

10

3

6

10

5 5

7

20

6

12

6

34

0

5

10

15

20

25

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15

Admissões Demissões

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No mês de janeiro foram 7 admissões e 5 demissões, no mês de fevereiro 19

admissões e 5 demissões, no mês de março 11 admissões e 7 demissões, no mês de

abril 03 admissões e 20 demissões, no mês de maio 03 admissões e 06 demissões

Como apresentado no gráfico 01 no mês de janeiro registrou-se 07 admissões e 05

demissões, no mês de fevereiro 19 admissões e 5 demissões, no mês de março 11

admissões e 07 demissões, no mês de junho ocorreu 10 admissões e 12 demissões,

no mês de julho ocorreu 03 admissões e 06 demissões, no mês de agosto 06

admissões e 03 demissões e por fim no mês de setembro ocorreu 10 admissões e 04

demissões.

A pesquisa aponta que em alguns meses a entrada e saída de colaboradores

ocila, isso varia também conforme o término e início de obras, as vezes desligamos

ou contratamos colaboradores porque eles são ineficientes ou a empresa não está

contente com eles e então se contrata outro colaborador para o seu cargo ou se faz o

desligamento de determinado colaborador de determinado setor pois é analisado pelo

supervisor do setor que não há necessidade de tantas pessoas para executar tal

serviço ou como acontece na maioria das vezes quando uma obra de médio ou grande

porte se inicia se contrata vários colaboradores e também quando uma obra tem seu

término se faz o desligamento dos mesmos.Isso para empresa representa um

aumento nos custos com a demissão e tambem com a nova contratação e alem disso

ate o colaborador novo estar apto a desenvolver com rapidez e eficiência o trabalho a

empresa tambem perde pois em vez de acelerar os processos eles demoram cada

vez mais.

GRÁFICO 02 – Número de fúncionários efetivos em cada mês.

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Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

O gráfico 02 demonstra o número de funcionários efetivos no final de cada mês

e após as admissões e demissões, demonstrando que no mês de março tem-se o

maior número de funcionários, isso provavelmente ocorreu devido a empresa estar

com uma ou mais obras de médio ou grande porte e ter a necessidade de estar com

o seu quadro de funcionários mais alto, e nos meses de julho e agosto esse número

diminui provavelmente por essas obras terem acabado.

O cálculo do índice de rotatividade de cada mês é apresentado a seguir:

QUADRO 03 – Índices de rotatividade em cada mês.

Meses Índices %

Janeiro 6,74%

Fevereiro 11,65%

Março 8,41%

Abril 12,78%

Maio 5,17%

Junho 12,94%

Julho 5,49%

jan/15; 89

fev/15; 103

mar/15; 107

abr/15; 90

mai/15; 87

jun/15; 85

jul/15; 82

ago/15; 84

set/15; 90

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15

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Agosto 5,36%

Setembro 7,78%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

A pesquisa mostra que os índices variaram de 5,17% a 12,94%, sendo o

destaque para o mês de maio com o menor índice e o mês de junho com o maior

índice, onde estes valores representam a porcentagem da média de admitidos e

demitidos referente ao número de efetivo no final de cada mês.

O gráfico 3 apresenta o mês que tem o maior e o mês que tem o menor índice

de rotatividade que varia conforme as obras que a empresa está executando.

Gráfico 03 – Índice de rotatividade mês a mês

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

A pesquisa revela o índice de rotatividade de cada mês, e a média do período

estudado é de 8,48%.

4.2 Levantar as Causas da Rotatividade na Área da Construção Civil

Depois de analisar os dados do RH da empresa e aplicar o questionário ao

sócio proprietário da empresa, a pesquisa indica que as causas da rotatividade de

pessoal podem ser diversas, entre elas: a insatisfação quanto ao salário ofertado na

empresa; ofertas mais atraentes por outras empresas; descontentamento quanto ao

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local de trabalho (distância, estrutura física, ambiente em geral); insatisfação quanto

aos benefícios; problemas de relacionamento com os colegas; insatisfação quanto à

função exercida pelo colaborador; política inadequada de desenvolvimento e

crescimento profissional e o mais importante é o início e termino das obras de médio

e grande porte executadas pela empresa.

Os problemas relacionados ao alto nível de rotatividade de pessoal podem ter

seu início mesmo durante o recrutamento e seleção.

Os administradores devem prestar mais atenção e conhecer melhor as atitudes

de seus colaboradores. Pois se os colaboradores estiverem satisfeitos e

comprometidos o índice de rotatividade ficara baixo. As empresas de construção civil

são as que mais se desenvolvem nos últimos anos, isso ocorre devido ao acelerado

crescimento de infraestrutura dentro do país.

No meu estudo também analisei que na mesma proporção em que se destacam

pela quantidade de oportunidades que estas empresas oferecem, também estão no

topo das taxas de rotatividade de pessoal em relação às demais organizações pois

contratam muitos colaboradores pois como cada vez mais aumenta a demanda de

obras cada vez mais a empresa precisa contratar pessoas para preencher as vagas e

aumentar o ritmo do trabalho assim também cada vez mais aumenta a rotatividade

pois um funcionário por um dos vários motivos que já citamos se desliga ou é

desligado da empresa precisa ser contrato ou para o seu lugar, e quando num

determinado período se tem várias obras sendo executadas precisam ser contratadas

várias pessoas e dessas várias se desligam e se contratam outras assim é o clico da

rotatividade.

Para tentar diminuir essa rotatividade podemos pagar um salário justo, dando

qualidade de vida e de trabalho aos colaboradores, benefícios como plano de saúde,

vale alimentação entre outras coisas. Pois a empresa sofre muito com essa

rotatividade pois cada vez que um colaborador sai da empresa fica desfalcado o seu

setor e até se contratar outra pessoa o serviço atrasa e consequentemente a obra

também o que gera prejuízos e gastos para empresa.

Por corolário, infere-se que as causas da rotatividade na construção civil estão

mais ligadas ao início e termino das obras, também a necessidade de diminuir gastos

e assim enxugar o quadro de funcionários, como também a insatisfação por parte do

colaborador pela função que desempenha ou pelo salário que ganha e a insatisfação

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pela empresa pelo colaborador não estar desenvolvendo seu trabalho como se

esperava.

4.3 Analisar as Causas da Rotatividade na Área da Construção Civil

As causas da rotatividade são a insatisfação quanto ao salário ofertado na

empresa, onde muitos colaboradores acham que seus salários não são justos pelo

trabalho que desenvolvem mais muitas vezes eles mesmos não desenvolvem seu

trabalho com empenho para que possam ser reconhecidos e ganhar o aumento que

gostariam. Ofertas mais atraentes por outras empresas; Muitas vezes o colaborador

tem a oportunidade de ir para outra empresa onde o salário ou os benefícios sejam

mais atraentes e optam por trocar de empresa. Descontentamento quanto ao local de

trabalho (distância, estrutura física, ambiente em geral); A distância ou até mesmo o

local de trabalho para muitas pessoas é de suma importância pois devido a não terem

um meio de locomoção para de deslocarem até o trabalho e se o ambiente não é

propicio para desenvolver suas atividades com tranquilidade. Insatisfação quanto aos

benefícios; nem todas as empresas tem benefícios então os colaboradores se

interessam sempre pelas empresas que mais benefícios os oferecem como auxilio

educação, vale alimentação e transporte, convenio de saúde.

Os problemas de relacionamento com os colegas: Muitos colaboradores se

desligam ou são desligados pelas empresas não saberem ou não conseguirem de

relacionar com os colegas e isso é muito frequente pois ficamos com essas pessoas

na maioria das vezes mais tempo que com nossa própria família. Insatisfação quanto

à função exercida pelo colaborador; vários colaboradores mesmo não tendo

capacitação ou mesmo os que tem sempre veem a necessidade de já começarem

trabalhando na área que estão estudando ou mesmo na que tem mais afinidade, mas

muitas vezes não se tem a vaga para esses setores e as vezes o colaborador também

não está habilitado o suficiente para desempenhar aquela função. Política inadequada

de desenvolvimento e crescimento profissional; A empresa ainda não tem um plano

de cargos e salários então muitas vezes alguns colaboradores que se destacam mais

que outros que já estão na empresa a mais tempo são mais valorizados e isso com

certeza gera um descontentamento muito grande. Início e termino das obras de médio

e grande porte executadas pela empresa; O maior fluxo de rotatividade está ligada a

essa razão pois quando a empresa tem muitas obras se contrata mais pessoas e

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quando essas obras vão tendo fim e se demora um período para início de outras se

faz o desligamento desses colaboradores.

O setor de construção civil vem enfrentando nos últimos anos diversos

problemas quanto à falta de mão de obra qualificada o que se chama de apagão da

mão de obra, ocasionando a rotatividade de pessoal que, em função disso está

buscando se aperfeiçoar cada dia mais para se manter no mercado. Essa rotatividade

gera transtornos e prejuízos para as organizações, no que diz respeito ao elevado

custo com admissões e demissões e o impacto da falta e desqualificação da mão de

obra hoje disponível no mercado.

O setor de construção civil é um dos setores que estão contribuindo para o

crescimento da economia brasileira, pois comporta uma grande parte dos

trabalhadores do país. A todo o momento, vê-se mais uma obra na cidade, e

consequentemente, maior número de empregos e com isso também o aumento da

rotatividade pois analisamos que quanto mais obras e funcionários tiver mais alto é o

indicie da rotatividade. E com isso os profissionais da construção civil costumam

migrar de uma construtora para outra, devido à oferta de maiores benefícios,

vantagens e salários, acarretando grande rotatividade da mão de obra.

Quando um funcionário é motivado e tem bem-estar dentro de uma empresa

ele tende a ficar e sempre pensar em ajudar a empresa não migrar para outra

empresa, então se o índice de rotatividade estiver muito alto em determinada empresa

precisa ser verificado se não tem nada de errado na gestão da empresa ou no setor

de RH.

A rotatividade de pessoal é um problema muito grande dentro da construção

civil, por diversos motivos, como salários, satisfação quanto à empresa, benefícios

concedidos ou não, desvalorização do funcionário, desqualificação profissional, isso

gera resultados negativos para a empresa tato financeiros quanto operacionais.

A empresa não consegue mais escolher suas contratações, ela precisa

contentar-se com as pessoas disponíveis, que na maioria das vezes não é qualificada.

Para enfrentar esta dificuldade, é de grande ênfase que as organizações mantenham

uma administração apropriada de recursos humanos e gestão de pessoas que tenham

um bom relacionamento como empresa e funcionário, pois esta possui grande

contribuição na tomada de decisão do colaborador.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A rotatividade de pessoal é um problema muito expressiva dentro da

construção civil, por diversos motivos, como salários, satisfação quanto à empresa,

benefícios concedidos ou não, desvalorização do funcionário, desqualificação

profissional.

A empresa não consegue mais escolher suas contratações, ela precisa

contentar-se com as pessoas disponíveis, que na maioria das vezes não é qualificada.

Com isso são contratadas pessoas sem qualificação e na maioria das vezes elas não

se fixam na empresa.

A Pesquisa nos deu os principais motivos de desligamentos por parte dos

funcionários, sendo eles: salários, mudança de emprego, distância entre a residência

e a empresa e o relacionamento com os outros colaboradores e os seus superiores.

Esta alta rotatividade de funcionários gera resultados negativos à empresa, tanto

financeiros quanto operacionais. Financeiros quanto ao custo na contratação e

demissão e baixa produtividade e, operacionais pelo fato de atrasar as obras e, por

empregar mão de obra desqualificada, acaba agregando isso ao produto. Não existe

uma solução certa para este problema de rotatividade, o segredo está no

relacionamento entre empresa e funcionário. Dentre eles a valorização do funcionário

é a que mais se destaca quanto à satisfação dos mesmos, visto que esta não se dá

apenas de forma financeira, mas também, no tratamento e diálogo com as pessoas.

É essencial que exista uma constante motivação e valorização do colaborador.

Deixa-se como sugestão de melhoria para a empresa que ela procure valorizar

mais o funcionário não só com aumento de salários, mas também com mais atenção

quanto as suas reinvindicações e ideias, ficar mais atento ao processo seletivo e

desenvolver o recrutamento e seleção de pessoas com mais detalhamento.

Esse estudo contribuiu para conhecermos melhor os motivos da rotatividade na

aérea da construção civil e assim ajudar as empresas que trabalham nesse ramo e

também agrega ao conhecimento da pesquisadora fatores que influenciam eu seu

trabalho e na empresa que o desenvolve.

REFERÊNCIAS

BASTOS, Cristiane Monteiro Peixoto. Importância do Planejamento, Recrutamento e Seleção na redução do Turnover. Rio de Janeiro, 2008.

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BORGES, Lidiane Cechinel. Principais Causas da Rotatividade de Pessoal no Setor de Construção Civil e seus Reflexos nas Organizações. Criciúma, 2011. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal: como agregar talentos à empresa. 7ed. Barueri, SP: Manole, 2009. SAMARCOS, Moacyr Ramos; CONCIANI, Wilson; OLIVEIRA, Nemias Alves de; BIBIANO, Carlos Marcelo. Educação Profissional: Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico; Área Profissional: Construção Civil. Brasília, 2000. SCHMITZ, Lisiane; PAHIM, Márcia da Silva. Custos da Rotatividade de pessoal: Um estudo de caso no setor de Produção da Empresa BDR Tanque. Lucas do Rio Verde, 2012.

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CAPACITAÇÃO COMO GERAÇÃO DE VALOR PARA AS MICROEMPRESAS

Kelen Vanessa Becker6

Michele Moreno Savaris7

Marisa Claudia Jacometo Durante8

RESUMO No cenário atual de crescente competitividade entre as empresas, tem-se a necessidade de introduzir novas mudanças e inovações, buscando através da capacitação o desenvolvimento pessoal e profissional para os colaboradores, aplicando estratégias como valorização de pessoal, treinamento e desenvolvimento, com objetivo de manter a microempresa sadia no mercado. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo geral identificar as contribuições que a capacitação traz em relação às microempresas, verificando a relação entre capacitação e desenvolvimento organizacional, demonstrando as estratégias de capacitação e reconhecendo a importância da capacitação nas microempresas. A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e descritiva, utilizando obras e artigos de diversos autores sobre o tema proposto, tais como Chiavenato (1999; 2003) e Lacombe (2008). Após os estudos realizados entende-se que a capacitação é de suma importância dentro das microempresas levando em consideração o desenvolvimento organizacional, para que sua produtividade e lucratividade aumentem juntamente com o conhecimento e desenvolvimento de habilidades para as pessoas que fazem com que esse processo seja concluído. Palavras-chave: Capacitação. Desenvolvimento Organizacional. Treinamento. Microempresas.

1 INTRODUÇÃO

O cenário atual de crescente competitividade entre empresas tem estabelecido

à necessidade de introduzir e cultivar as noções de mudança e inovação nas

organizações, tornando altamente desejável a definição de estratégias

organizacionais que orientem sua sobrevivência no mercado. A capacitação e o

desenvolvimento de profissionais para atuar de forma integrada e competente tem

sido um permanente desafio para as inovações e tecnologias atuais. Tendo isso como

base, a eficácia de diversos tipos de treinamentos pode ser uma oportunidade para

6Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração. Artigo entregue como requisito para o TC I, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 7Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração. Artigo entregue como requisito para o TC I, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 8Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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as empresas aprimorarem seus funcionários em suas diversas áreas de atuação.

Desse modo, entende-se que o desenvolvimento organizacional tem ligação direta

com capacitação. Por isso, proporcionar conhecimento e autodesenvolvimento ao

funcionário o condiciona a assumir com naturalidade suas atividades e proporciona

maior comprometimento com a organização em que está inserido.

Buscando aprimorar sua atuação no mundo dos negócios, as microempresas

têm como opção válida a capacitação de colaboradores para geração de valor, pois,

a valorização humana tem sido vista como a maior geradora de capital dentro das

empresas e tratando destes como um dos principais agentes do processo produtivo

da organização. Atualmente, capacitar funcionário é uma ideia que tem pouca ênfase

no âmbito das microempresas devido a essas serem de início, com pequeno porte.

Os empreendedores e gestores desse setor muitas vezes enfrentam este tipo de

estratégica como um gasto desnecessário, quase que inaplicável, e muitos não

imaginam um futuro de prosperidade, apenas vivem o presente do negócio. Neste

cenário de constantes mudanças em que se vive aplicar estratégias de valorização de

pessoal, capacitar, treinar e desenvolver pessoas pode ser uma forma de manter a

microempresa sadia no mercado.

Assim surgiu o questionamento: Como a capacitação pode gerar valor para as

microempresas? Apresentando como objetivo geral identificar as contribuições que a

capacitação trás em relação às microempresas.

De modo específico busca-se: a) Verificar a relação entre capacitação e

desenvolvimento organizacional; b) Demonstrar estratégias de capacitação; c)

Reconhecer a importância da capacitação nas microempresas.

Buscando analisar o tema proposto, Capacitação como Geração de Valor para

as Microempresas, sem a pretensão de englobar todos os cenários possíveis de

aplicação de treinamento e capacitação, o presente artigo tem em seu caráter um

estudo focado na necessidade de capacitação nas microempresas, visto que estas,

no cenário atual, possuem dificuldades relacionadas a elevados índices de

rotatividade, absenteísmo, acidentes de trabalho, problemas com qualidade dos

produtos, retrabalhos, desperdícios de materiais, baixos salários, condições de

trabalho inadequadas e relações de trabalho insatisfatórias. Esses são fatores que

estão diretamente ligados à administração de recursos humanos, que, na maioria das

microempresas, é limitada apenas ao cumprimento dos aspectos legais.

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Esse estudo tem por finalidade contribuir para maior conhecimento e

entendimento sobre o tema proposto, tentando explicar a importância da

aplicabilidade da capacitação nas microempresas como uma estratégia de mantê-las

no cenário de constantes mudanças em que estão inseridas.

2 METODOLOGIA

Nesta pesquisa utilizou-se o método de abordagem indutivo. Nessa modalidade

de abordagem não são utilizadas técnicas estatísticas, mas sim a interpretação do

pesquisador, pois, a partir de um resultado específico busca-se generalizar o

resultado. Foram utilizados procedimentos de leitura de obras e artigos publicados

sobre o tema proposto bem como o entendimento dos mesmos. Dessa forma, a

pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, pois, é considerável o estudo apenas de

obras tratadas analiticamente.

Segundo Marconi e Lakatos (2001), a finalidade da pesquisa bibliográfica é

colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre

determinado assunto, com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na

análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.

O estudo foi classificado como uma pesquisa descritiva, pois, com base nos

objetivos específicos, identificou e analisou como a capacitação pode gerar valor nas

microempresas. Com base nos procedimentos técnicos, esse artigo é um estudo de

caso, visto que se aprofunda num determinado estudo que se torna significativo no

âmbito de pesquisa, em efeito de estar estudando a capacitação como geração de

valor para as microempresas.

Quanto aos procedimentos de análise, considerando-se que esse estudo optou

pela abordagem indutiva, de forma a enfatizar a interpretação do pesquisador, o

procedimento de análise teve como embasamento as obras de Chiavenato “Gestão

de Pessoas, o novo papel dos recursos humanos nas organizações” (1999) e

“Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na

empresa” (2003) e a obra de Lacombe “Administração: princípios e tendências”

(2008).

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

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3.1 Verificar a Relação entre Capacitação e Desenvolvimento Organizacional

No mundo dos negócios é imprescindível que as empresas busquem

aperfeiçoamento amplo. Devem se atentar a mudanças causadas pela globalização,

levando em consideração os fatores econômicos, financeiros e humanos. Quando

esses fatores ocorrem, a organização sofre consequências que afetam desde seus

gestores até seus colaboradores. É impossível que a organização de adeque a

mudanças sem um programa de capacitação e desenvolvimento. Chiavenato (1999,

p. 331) traz que “o Desenvolvimento Organizacional (DO) é uma abordagem especial

de mudança organizacional na qual os próprios funcionários formulam a mudança

necessária e a implantam, muitas vezes, através da assistência de um consultor

interno ou externo”. Quando a organização percebe mudanças, seus colaboradores

automaticamente as percebem também. São o capital humano da empresa e os

primeiros que sofrem os impactos. Diante disso, procuram absorver essas mudanças

de forma a ajudar a organização se manter ativa no mercado.

Em resumo, o DO é um esforço integrado de mudança que envolve a

organização em sua totalidade. Chiavenato (1999, p. 332) diz:

DO é a aplicação dos conhecimentos das ciências comportamentais no esforço a longo prazo para melhorar a capacidade da organização de confrontar-se com as mudanças no ambiente externo e aumentar suas habilidades na solução de problemas. DO é um conjunto de intervenções planejadas de mudança construído sobre valores humanísticos e democráticos que procuram incrementar a eficiência organizacional e o bem-estar dos funcionários.

As intervenções do DO demandam um longo prazo para serem estabelecidas

na organização. Essas intervenções buscam melhorias no ambiente organizacional a

fim de proporcionar à organização uma facilidade em enfrentar problemas e solucioná-

los, e aumentar sua capacidade de receber as mudanças que ocorrem no ambiente

externo, mudanças essas que buscam agregar valor ao negócio, as pessoas e aos

clientes. Por fim, o DO é uma verdadeira ferramenta utilizada na organização com

intuito de mudar atitudes e comportamentos das pessoas que nela estão inseridas,

trazendo para a empresa, colaboradores com uma mentalidade flexível, estimulando

a busca de desenvolvimento e conhecimento pessoal e profissional, visando alcançar

os objetivos propostos.

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Para que ocorra absorção do desenvolvimento e conhecimento nos

colaboradores, a organização deve buscar meios educacionais. Uma maneira prática

e de curto prazo seria um programa de treinar e/ou capacitar. Chiavenato (1999,

p.295):

O treinamento pode envolver uma mudança de habilidades, conhecimento, atitudes e comportamento. Isso significa mudar aquilo que os empregados conhecem, como eles trabalham, suas atitudes frente ao seu trabalho ou suas interações com os colegas ou supervisor. Treinamento é um processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos.

A capacitação busca melhorias para o aperfeiçoamento dos colaboradores

dentro de uma organização, visando treinamentos, educação e o conhecimento sobre

todo o ambiente organizacional da empresa, podendo aumentar as habilidades e

competências para o melhor desempenho das tarefas e responsabilidades atuais e

futuras do colaborador, visando crescimento pessoal e profissional dos mesmos não

deixando de atender as necessidades da empresa em curto prazo. Marques (2014,

p.01) cita algumas formas de capacitação:

Treinamento de Gestão.

Treinamentos específicos.

Educação continuada.

Educação corporativa.

No treinamento de Gestão, os líderes são peça chave, pois deve estar à frente

de sua equipe para que possam atingir bons resultados aprimorando as suas

habilidades e dos demais colaboradores que seguem essa liderança, gerando alto

impacto no sucesso da organização.

Treinamentos específicos visam à qualificação e capacitação dos profissionais

no meio organizacional, para que esses atendam às necessidades e eficiência das

tarefas realizadas no trabalho aumentando o nível de produtividade e lucratividade na

empresa, desenvolvendo suas habilidades e competências.

Para alcançar o sucesso no presente e no futuro próximo, faz-se necessário o

desenvolvimento contínuo dessa estratégia, ou seja, uma educação contínua de

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conhecimentos tais como cursos, palestras, seminários entre outros, que podem dar

continuidade no sucesso futuro da empresa.

Ter um ambiente corporativo é sempre promover a educação corporativa dos

colaboradores, sendo o maior patrimônio dentro da organização, fazer com que todos

os integrantes sejam altamente capacitados e qualificados para o seu

desenvolvimento profissional e pessoal.

De acordo com estudos e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômico

Aplicado (IPEA) (2014, p.21) “capacitação não deve estar voltada apenas para o

desenvolvimento de conhecimentos e habilidades requeridas para o desempenho das

funções atuais, mas também propiciar meios para o desenvolvimento pleno de todas

as potencialidades existentes nas pessoas”. A capacitação não deve ser aplicada

somente com intuito de desenvolver habilidades para cargos atuais, mas sim para que

o colaborador desenvolva um diferencial para poder assumir cargos futuros.

Com base nesses conceitos, pode-se relacionar o desenvolvimento

organizacional com capacitação, devido ao fato de, tanto um como o outro, visarem o

bem-estar dos colaboradores e da empresa, com geração de valor capital e humano.

O quadro 1 apresenta a relação entre capacitação e desenvolvimento

organizacional.

QUADRO 1 - Relação entre capacitação e desenvolvimento organizacional

Desenvolvimento

organizacional

Capacitação Relação entre eles

Longo prazo Curto Prazo Em longo ou curto tempo

de aplicação, as duas

técnicas visam atingir o

comportamento humano

para melhorias no

processo produtivo

Prepara para possíveis

mudanças

Desenvolve habilidades

para enfrentar mudanças

Fazer com que a

organização se adapte as

mudanças necessárias

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Gera valor Gera valor As duas técnicas têm

como objetivo manter a

organização ativa no

mercado, visando o bem-

estar humano e gerando

valor para o negócio

Fonte: Diversos autores inseridos nas referências. Nota: Dados trabalhados pelas autoras, 2016.

A relação entre a capacitação e o desenvolvimento organizacional é visível. Os

dois processos se fazem presentes quando a organização passa por mudanças e

necessita de pessoal qualificado colocá-las em prática. A capacitação é uma

estratégia que, quando aplicada nas empresas as deixa propícias para mudanças, já

o desenvolvimento organizacional se utiliza do retorno da capacitação para obter uma

renovação organizacional visando manter a empresa ativa no mercado.

3.2 Demonstrar Estratégias de Capacitação

Capacitar também é treinar, visando direcionar o papel de cada profissional de

acordo com a sua função, é educar e alterar o comportamento organizacional do

colaborador (CHIAVENATO, 1999).

Treinar e desenvolver pessoas tem uma pequena diferença, ao treinar seu

colaborador a empresa realiza um trabalho específico no tempo presente, ou seja,

visa melhoras no cargo atual de cada um e busca melhorar habilidades e capacidades

relacionadas com o cargo.

O treinamento visa facilitar a transmissão de informações, aumentando o

conhecimento das pessoas sobre a empresa em que estão inseridos, seus produtos

e serviços, regras, clientes e diretrizes; desenvolver habilidades para que a operação

e execução de tarefas sejam feitas de forma correta; desenvolver atitudes,

conscientização e sensibilidade com as pessoas do ambiente interno e externo e por

fim desenvolver conceitos para que as pessoas pensem fora da empresa, em termos

globais e amplos, trazendo novas ideias para melhorias futuras.

Para Chiavenato (1999, p.297) o processo de treinamento é composto de

quatro etapas:

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Diagnóstico: é o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras.

Desenho: é a elaboração do programa de treinamento para atender ás necessidades diagnosticada.

Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento.

Avaliação: é a verificação dos resultados do treinamento.

Podemos dizer que a primeira etapa é quando a empresa identifica se há

necessidade de treinamento para seus colaboradores, onde essas podem ser com

necessidades passadas, presentes ou futuras da organização. Quando as

necessidades foram encontradas e diagnosticadas é dever do gestor com a sua

organização, elaborar um programa de treinamento para atender essas necessidades

e chegar a uma satisfação geral de seus colaboradores, processo denominado

desenho no meio organizacional.

Na terceira etapa, o programa de treinamento é aplicado e conduzido pelo

gestor para que ao final possa fazer uma verificação e avaliação do desenvolvimento

de seu pessoal com o treinamento, e chagar a concluir as necessidades com

satisfação dos colaboradores, podendo aplicar o programa a necessidades futuras ou

presentes.

A organização pode adotar vários tipos de estratégias, dentre elas,

disponibilizar um curso dentro ou fora da organização (ação formal) ou propor

programas de autodesenvolvimento, utilizando, por exemplo, livros, discussões no

processo de trabalho (ação não formal), rodízio de funções, estágios etc. (CARTONI,

2011). Nas ações formais, a empresa pode optar por cursos presencias seminários,

Workshops (trabalho prático), ensinam a distância e fóruns de debate. Ou ações não

formais, onde se incluem coaching, autodesenvolvimento e grupos de trabalho,

(CARTONI, 2011). A capacitação tem como objetivo fornecer conhecimentos,

habilidades e atitudes para os colaboradores, sendo por meio formal ou informal,

desde que os meios de estratégia forneçam a qualificação do profissional e o sucesso

da empresa.

Da mesma forma que os treinamentos e desenvolvimento são estratégias da

capacitação, a empresa utiliza as mesmas para o sucesso da competividade no

mercado de negócios, com profissionais qualificados e capacitados a empresa atinge

o sucesso com mais facilidade ao decorrer do desenvolvimento organizacional. Assim

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os treinamentos estão associados ao aumento da lucratividade no longo prazo, e na

produtividade com qualidade.

Um tipo de treinamento que pode ser aplicado é o treinamento no trabalho,

sendo, formal interno ou formal externo. Seguindo a linha de raciocínio de Lacombe

(2008), o treinamento no trabalho se destaca por ser realizado no dia a dia, dentro da

própria empresa que seguem por formas de execução: orientação de chefia;

estabelecimento de metas e avaliação; rotação de funções e incumbências especiais.

Ainda sobre Lacombe (2008, p.271):

A orientação de chefia é a principal forma de treinamento no trabalho, cada vez que o chefe orienta o subordinado, ele o está treinando. A administração por metas consiste no estabelecimento de metas periódicas, com acompanhamento e possíveis revisões e reuniões programadas pela chefia. Já na revisão de funções é uma das técnicas mais usadas nas grandes empresas para treinar suas pessoas e prepara lós para novas posições. E por algumas pessoas são treinadas por meio de incumbências especiais que são participações em comitês e grupos de trabalho.

Treinar os colaboradores no dia a dia de seu trabalho com a orientação dos

próprios gestores pode ser a melhor forma de treinamento, pois a chefia vai dar o

exemplo de como trabalhar com eficiência, estabelecendo metas para atingir bons

resultados onde os colaboradores poderão participar de reuniões e programas da

chefia, desenvolvendo melhor suas habilidades e descobrindo novas oportunidades,

assim, o mesmo colaborador que estar apto para estabelecer a sua função no

determinado cargo poderá ser capacitado para outras funções de necessidades da

empresa. Tendo transparência na empresa os colaboradores participam ainda de

comitês executivos onde os mesmos podem desenvolver planejamentos e relatórios

de melhorias para a empresa.

O treinamento formal interno estabelecido por Lacombe (2008) é programado

e executado pela empresa exclusivamente para seus empregados, mas realizado fora

do ambiente de trabalho. São cursos, palestras e seminários de aperfeiçoamento e

desenvolvimento pessoal. Já o treinamento formal externo é programado e executado

por universidades e demais intuições de educação, de treinamento empresarial e de

formação de mão de obra especializada.

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A vantagem desses tipos de treinamento é atingir um maior número de

colaboradores para serem capacitados em menor tempo e espaço, alcançando

resultados mais rápidos para a empresa.

3.3 Reconhecer a Importância da Capacitação nas Microempresas

No Brasil para que uma empresa seja considerada microempresa ela precisa

responder por alguns requisitos, no qual o faturamento é de R$ 240 mil anualmente.

Ainda pelo SEBRAE (2004), essas empresas referem-se aquelas que possuem até

nove funcionários para comércio e serviço, e até 19 no setor industrial e de construção.

As microempresas contribuem para a economia em geral, produzindo uma

grande parte de bens e serviços assimilando o bem-estar econômico da nação. Elas

oferecem contribuições para a sociedade no mercado de negócio, fornecendo novos

empregos, estimulando inovações e competição auxiliando na eficiência das mesmas.

De acordo com dados relatados pelo SEBRAE (2004), as microempresas representam

mais de 90% das empresas brasileiras nas quais empregam mais da metade das

pessoas economicamente ativa do país.

Mesmo diante de representarem a metade das empresas brasileiras, muitas

microempresas ainda não possuem um sistema de formalização seguindo de

princípios, missão e valores, fatores essenciais para alcançar suas metas e atingir

sucesso presente e futuro. Sem capacitar, treinar e desenvolver seus colaboradores,

a microempresa pode enfrentar malefícios, informações postadas pelo SEBRAE

(2007), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, mostram como

elevados os índices de rotatividade, absenteísmo, acidentes de trabalho, problemas

com qualidade dos produtos, retrabalhos, desperdícios de materiais, baixos salários,

condições de trabalho inadequadas e relações de trabalho insatisfatórias, como

fatores que estão diretamente ligados à administração de recursos humanos, que, na

maioria das microempresas, é limitada apenas ao cumprimento dos aspectos legais

da relação governo x empresa x empregado.

Sem o desenvolvimento organizacional, atribuído pela capacitação, muitas

microempresas não conseguem chegar ao segundo ano de atividade elevando a

falência das mesmas. Segundo dados do SEBRAE (2004), das empresas abertas,

31% não ultrapassam o primeiro ano de atividade e após cinco anos chega a 60%,

sendo assim, para superar essas dificuldades, as empresas podem optar por investir

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em capacitação e/ou treinamentos que levem as pessoas a adquirem

autoconhecimento e autodesenvolvimento, procurando maior capacidade de trabalho

e condições dos postos de trabalho, visando conforto e bem-estar de seus

colaboradores.

A importância em investir em capacitação está relacionada ao valor que a

empresa dá para seu colaborador, sendo este o principal membro para o bom

desenvolvimento de qualquer empresa. O capital humano é o principal diferencial

competitivo das organizações bem-sucedidas (CHIAVENATO, 1999). Diante disso

cabe ao empresário estar ciente de que, mesmo em uma microempresa, a

capacitação e/ou treinamento aplicado aos seus poucos colaboradores pode gerar

significativas mudanças como: oferecer produtos e serviços de qualidade, obter

melhor uso de tecnologia, melhor administração do tempo de trabalho, desenvolver

políticas organizacionais e incorporar práticas e procedimentos novos para que a

microempresa tenha seu marco no mundo dos negócios.

É primordial que o empreendedor perceba a importância do treinamento dentro

de sua empresa, posto que, sem esta estratégia pode ser difícil manter a

sobrevivência da microempresa no mundo em constante mudança em que se vive. O

treinamento nas organizações serve para alinhar os gestores e colaboradores com

suas habilidades. Após o processo de capacitação e desenvolvimento pessoal, os

mesmos passam por aprimoramentos de qualificação tornando os profissionais e

líderes competentes para assumir um cargo dentro da organização.

A capacitação de pessoas na organização deve ser uma atividade continua,

constante e ininterrupta. Mesmo quando as pessoas apresentam excelente

desempenho, alguma orientação e melhoria das habilidades sempre devem ser

introduzidas ou incentivadas (PEREIRA; et al, 2015). O bom gestor deve sempre

trazer para dentro de sua empresa inovações e adequações para o bom andamento

e desempenho da organização, e não deve permanecer na mesma linha de atividade

por um longo período e sim fazer adequações as mudanças que ocorrem junto com o

processo de globalização no mercado, atentando se para situações econômicas e

financeiras no país.

Para as empresas que desejam alcançar o sucesso e atingir um nível de

eficiência maior, é necessário que o gestor da empresa busque sempre por melhorias,

estando atento com seus colaboradores, proporcionando o treinamento e

desenvolvimento para que estes se sintam motivados e aptos a desenvolverem suas

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habilidades atingindo necessidades dos mesmos. Com o raciocínio de Rebouças,

(2013, p.01):

Por meio da capacitação profissional, o trabalhador adquire melhores condições de ação, de conhecimento sobre as necessidades da empresa, do setor e, muitas vezes, estar preparado para capacitar outras pessoas. A capacitação protege a empresa da perda de qualidade, da baixa produtividade e da falta de habilidade perante as novas tecnologias. O profissional se sente mais motivado e com maior autoestima.

Ter capacitação dentro das microempresas é um sinal de investimento, que

retorna em desempenho, produtividade e lucratividade tendo um diferencial no

mercado competitivo, além desses fatores a importância da capacitação traz

benefícios para o gestor que aplica o processo de capacitação e treinamento e

também para o colaborador que participa, desenvolvendo melhor suas habilidades e

adquirindo conhecimentos profundos sobre a empresa que trabalha, acompanhando

os valores, princípios e normas da empresa. Seguindo o mesmo raciocínio do autor

Rebouças, (2013, p.01). Os benefícios são:

• Aumento de produtividade; • Redução de custos; • Bom ambiente de trabalho; • Diminuição na rotatividade de pessoal; • Maior entrosamento; • Empresa mais competitiva.

A empresa que possui um processo de capacitação, treinamento e

desenvolvimento para seus colaboradores e demais profissionais, desenvolve um

ambiente de trabalho propicio para o aumento da produtividade, diminuindo custos,

pois seus colaboradores vão estar aptos às tarefas do dia a dia, trabalhando com

maior qualidade e atingindo eficiência. Fornecendo maior afinidade entre gestor e

funcionários, possibilitando a entrada de novas ideias e críticas para a empresa

evitando a rotatividade de seu pessoal, cujos colaboradores vão estar motivados e

valorizados pela empresa tornando-a mais competitiva e profissional no mercado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O crescente aumento da competitividade faz com que as empresas passem a

se preocupar com o frequente aperfeiçoamento de seus funcionários e é visível que

esta postura não pode ser alcançada de repente nas microempresas, mas incumbe

aos seus gestores tornar do treinamento uma realidade imprescindível para o sucesso

das mesmas. Através da capacitação as microempresas alcançam as suas

necessidades de mudanças atingindo satisfação de seus colaboradores, aumentando

a sua produtividade, gerando valor capital e humano.

Observa-se a relação que existe entre desenvolvimento organizacional e

capacitação, de modo que os dois fatores são primordiais para o colaborador

desenvolver conhecimento e habilidade em sua função atual e numa possível função

futura que pode ser causada por alguma mudança ocorrida na organização. Capacitar

é uma estratégia que as microempresas podem adotar para desenvolver

conhecimento, habilidade e mudar atitude e comportamento de seus colaboradores,

através de treinamentos, cursos dentro ou fora da organização ou propor programas

de autodesenvolvimento. Pode ainda, optar por cursos presencias, seminários,

Workshops, fóruns de debate coaching, autodesenvolvimento e grupos de trabalho.

Ressalta a importância dessa estratégia nas microempresas, visto que a

competitividade no mundo dos negócios vem crescendo de maneira gradativa, e para

manter-se no mercado, as microempresas precisam adequar-se as mudanças

necessárias. Capacitar seu pessoal traz benefícios que geram valor capital e humano

para a microempresa, levando em consideração o bem-estar dos mesmos e da própria

organização, tendo pessoas capacitadas e hábeis para qualquer problema e

oportunidade que possa surgir.

Ao analisarmos o objetivo geral desse estudo, consideramos que as

microempresas ainda estão encontrando dificuldades para se manter ativas no

mercado atual, pois, com constantes mudanças de processos, de comportamentos,

do cenário econômico e financeiro, acompanhar o tempo é uma tarefa árdua. Entende-

se que mesmo sendo uma organização pequena de fato, com poucos funcionários e

rotatividade de capital menor que uma empresa de grande porte, necessita de pessoal

capacitado para exercer qualquer tipo de função a fim de colaborar para a obtenção

do objetivo final de qualquer organização, que é ter lucro. Torna-se necessária a

aplicação de qualquer tipo de estratégia que valorize pessoas, pois, estas estando

motivadas, informadas, habilitadas, com capacidade de adquirir novos

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conhecimentos, desenvolvidas, fazem com que a microempresa tenha seu pilar fixo

sem dificuldade de enfrentar problemas e com facilidade de encontrar soluções.

Sugere-se que empreendedores e gestores dessa modalidade de organização,

que é a microempresa, invistam em técnicas que valorizem pessoas, que visem

obtenção de bem-estar, que trabalhem o comportamento humano, enfim, técnicas que

sejam capazes de abranger a organização num todo.

A partir do estudo que se fez sobre a geração de valor que a capacitação pode

trazer para microempresas, tem-se observado que este conteúdo ainda é de pouco

conhecimento nesse meio. Para os que pretendem entrar nesse ramo de negócio ou

para os que buscam técnicas e estratégias para aplicar nas microempresas para

geração de valor, e também para os que estudam sobre o assunto, enfatiza-se novos

estudos com base no termo capacitar.

REFERÊNCIAS

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REBOUÇAS, Fernando. Por que investir em capacitação profissional de seus

funcionários. Disponível em: http://www.moraisconsultorias.com.br/porque-investir-

em-capacitacao-profissional-de-seus-funcionarios/. Acessado em 10 maio, 2016.

SEBRAE. Administração de Recursos Humanos em Pequenas Empresas. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/. Acessado em 17 maio, 2016. PEREIRA, Maria Jaqueline Gomes; ARAGÃO, José Daniel Frota. Um estudo de caso na lavanderia industrial Alfa: Importância do treinamento e capacitação de pessoas. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=-A-Importancia-Do-Treinamento-E-Capacitacao-De-Pessoas:--Um-Estudo-De-Caso-Na-Lavanderia-Industrial-A. Acessado em 10 maio, 2016.

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CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma Análise da Efetividade na Retenção de

Colaboradores na Empresa

Geniceli Cristina de Freitas Lopes Oliveira9

Marisa Claudia Jacometo Durante10

RESUMO A Retenção é uma prática da gestão estratégica em que a empresa promove fidelização com seus colaboradores através de políticas e práticas a serem desenvolvidas por meio de programas específicos. Assim, o objetivo geral do estudo foi identificar se o clima organizacional pode ser instrumento de retenção de colaboradores na empresa. De modo específico buscou-se: a) identificar o índice de rotatividade da empresa no período de março 2013 a fevereiro 2015; b) levantar as ações aplicadas pelos profissionais da área de clima organizacional; c) relacionar o índice de rotatividade com as ações aplicadas para identificar se o clima organizacional pode ser instrumento de retenção de colaboradores na empresa. Utilizou-se o método de estudo comparativo, avaliando o período de março de 2013 a fevereiro de 2014 quando a empresa “X” não tinha a atuação da área de Clima Organizacional e março de 2014 a fevereiro de 2015 após a atuação da área de Clima com ações voltadas a melhoria de condições básicas, segurança, remuneração e recreação envolvendo a família dos colaboradores. Os principais resultados indicam que após a implementação das ações da área de clima pode-se visualizar a diminuição dos índices de rotatividade, bem como perceber que as pessoas que ali trabalham sentem-se mais motivadas e conseguem visualizar perspectivas de crescimento. Palavras-chave: Clima Organizacional. Motivação. Retenção.

1 INTRODUÇÃO

O clima organizacional reflete o modo como as pessoas interagem uma com as

outras, como clientes e fornecedores externos e internos, bem como o grau de

satisfação como o contexto que as cerca.

O clima pode ser agradável ou desagradável em extremo, cabe as empresas

balancear e analisar se o clima está trazendo benefícios ou não para que a

organização tenha sucesso.

9 Artigo entregue como exigência parcial para obtenção do título de MBA em Desenvolvimento Organizacional com foco em Gestão de Pessoas, na Faculdade La Salle, 2015. E-mail: 10 Doutora em Educação. Professora Orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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A organização é composta por um conjunto de pessoas, e são estas que

precisam trabalhar, executar, vender, enfim, agir para que a empresa caminhe para o

sucesso, essas pessoas precisam sentir-se valorizadas e motivas para executar essas

ações.

A motivação procura explicar porque as pessoas se comportam de tal maneira.

Entendemos por motivação toda força ou impulso interior que inicia, mantém e dirige

a conduta de uma pessoa visando alcançar um objetivo determinado. No ambiente

profissional, "estar motivado" supõe estar estimulado e suficientemente interessado.

Podemos destacar dois tipos de motivação, a intrínseca que é aquela em que

a ação é um fim em si mesmo, ou seja, vem de dentro do ser humano, e a extrínseca

a qual surge de fatores externos do dia-a-dia. Quado dentro da organização temos

pessoas que apresentam-se motivados e visualizam crescimento, elas se fidelizam a

empresa, contribuindo com o índice de retenção.

A Retenção é uma prática da gestão estratégica em que a empresa promove

fidelização com seus colaboradores. Através de políticas e práticas a serem

desenvolvidas por meio de um programa específico para cada organização, as

empresas oferecem meios atrativos aos seus colaboradores de crescimento,

incentivo, além de desenvolvimento profissional e pessoal.

Assim, a pergunta norteadora do estudo foi: O clima organizacional pode ser

instrumento de retenção de colaboradores na empresa? Apresentando como objetivo

geral identificar se o clima organizacional pode ser instrumento de retenção de

colaboradores na empresa.

De modo específico buscou-se: a) identificar o índice de rotatividade da

empresa no período de março 2013 a fevereiro 2015; b) levantar as ações aplicadas

pelos profissionais da área de clima organizacional; c) relacionar o índice de

rotatividade com as ações aplicadas para identificar se o clima organizacional pode

ser instrumento de retenção de colaboradores na empresa.

O tema escolhido foi consequência de um ótimo resultado de um trabalho

executado pela área de Clima Organizacional em que eu pude contribuir com o estudo

do perfil das pessoas que estavam deixando a empresa e que demonstrou que

existem fatores vinculados as necessidades fisiológicas que podem ser determinantes

a motivação e retenção das pessoas nas organizações.

2 REVISÃO DA LITERATURA

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2.1 Clima Organizacional

O clima organizacional é como as pessoas veem o seu ambiente de trabalho,

se elas estão satisfeitas é natural que o ambiente esteja bem, se algo está errado

podemos afirmar que o clima esteja ruim e com isso acaba influenciando o

comportamento do indivíduo.

Pode-se definir clima organizacional como sendo as impressões

gerais ou percepções dos empregados em relação ao seu ambiente

de trabalho; embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião

(pois não têm a mesma percepção), o clima organizacional reflete o

comportamento organizacional, isto é, atributos específicos de uma

organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira das

pessoas e grupos (CHAMPION, 1985, p. 88).

O clima organizacional é o reflexo do estado de espírito ou do ânimo

das pessoas, que predomina numa organização, em um determinado

período. O clima é resultante da cultura das organizações; de seus

aspectos positivos e negativos (conflitos). Resulta, também, dos

acontecimentos fortemente positivos e negativos, que ocorrem fora

delas (LUZ, 1995, p. 6).

O clima pode influenciar a motivação dos funcionários na empresa, se esta

não se importa com seus empregados é provável que haja desinteresse, desânimo,

insatisfação, queda da produtividade.

O que as pessoas buscam nas organizações é oportunidade de crescimento,

o reconhecimento, o desenvolvimento profissional, mostrar o valor que ele tem para a

empresa. Todos desejam sucesso na sua vida profissional, mas para que isso

aconteça é necessário que os colaboradores e empregadores caminhem juntos, que

haja retorno de ambas as partes, pois o sucesso só ocorre se um atender o desejo do

outro. Segundo Chiavenato (1985, p. 58).

O conceito de clima organizacional envolve um quadro mais amplo e

flexível da influência ambiental sobre a motivação. O clima

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organizacional é qualidade ou propriedade do ambiente

organizacional que:

a) é percebida ou experimentada pelos membros da organização; e;

b) influencia o seu comportamento.

O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre

os membros da organização e está intimamente relacionado com o

grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional

refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente

organizacional, ou seja, àqueles aspectos da organização que levam

à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus

participantes. Assim, o clima organizacional é favorável quando

proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes

e elevação da moral. É desfavorável quando proporciona a frustração

daquelas necessidades.

Assim, pode-se dizer que o clima organizacional influencia o estado

motivacional das pessoas e é por ele influenciado.

O clima pode ser considerado como bom, quando o ambiente de trabalho é

satisfatório para se trabalhar, as pessoas têm orgulho daquilo que fazem, estão

motivadas, percebem que a organização está disposta ajudá-los, mostra o valor de

cada um, é um ambiente alegre e motivador para se trabalhar.

E pode ser considerado como ruim, quando há desinteresse dos indivíduos

de permanecer neste ambiente de trabalho, porque as pessoas estão desmotivadas

com a organização, porque não está preocupada com os seus funcionários. A

empresa não investe nas pessoas, não oferece oportunidade tanto de crescimento

como de desenvolvimento profissional, às vezes está voltada somente para o lucro e

acaba esquecendo das pessoas.

2.2 Motivação

Um pouco antes da Revolução Industrial a maneira de motivar as pessoas

era através de punições e com isso aumentava o medo entre as pessoas. Com o

passar do tempo, a maneira como a motivação é vista nas empresas já começa a

sofrer mudanças. Para Bergamini (1997, p. 19).

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Tais punições não eram unicamente de natureza psicológica, podendo

aparecer sob a forma de restrições financeiras, chegando até a se

tornar reais sob a forma de prejuízos de ordem física. Levando em

conta que as organizações passaram há existir muito tempo antes da

Revolução Industrial, é possível concluir que a preocupação com o

aspecto motivacional do comportamento humano no trabalho

represente um fato bastante recente.

Para Elton Mayo o fundamental é mostrar a importância de cada um, com

isso a pessoa sentirá valorizada e satisfeita com o seu atendimento de suas

necessidades. Conforme Bergamini (1997, p. 21),

Uma segunda proposta surge com Elton Mayo que defende nova

filosofia administrativa. Com ele, percebeu-se a importância de

considerar a pessoa na sua totalidade. Pressupunha-se que a melhor

maneira de motivar os empregados deveria caracterizar-se por forte

ênfase do comportamento social dos mesmos, os administradores e

supervisores passaram, então, a procurar fazer com que os

empregados sentissem a sua utilidade e importância pessoal no

trabalho. A estratégia administrativa deveria promover o

reconhecimento do valor de cada pessoa, além de buscar, de forma

muito especial, a satisfação das suas necessidades sociais.

Na Escola de Relações Humanas, o que eles pregavam para as pessoas, era

para elas se sentirem úteis e importantes. Era preciso atender as necessidades dos

indivíduos, havia o reconhecimento de cada ser humano. Conforme é afirmado pela

autora Bergamini (1997, p. 21).

Para os adeptos da Escola de Relações Humanas, os objetivos

motivacionais a serem perseguidos em situação de trabalho

orientavam as pessoas para se sentirem úteis e importantes. Além

disso, era necessário satisfazer ao desejo natural dos trabalhadores

de se considerarem parte integrante de um grupo social, sem que

fosse esquecido o reconhecimento individual a cada um deles. Essas

necessidades eram, por assim dizer, consideradas como as mais

importantes e substituíam com vantagens o efeito das recompensas

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pecuniárias. O papel desempenhado pelos supervisores deveria

deixar clara a sua preocupação e simpatia para com os problemas, as

necessidades e os desejos dos subordinados. Embora de maneira

diferente, continuou-se a manipular as pessoas no trabalho.

Motivar o funcionário é mostrar o valor que ele tem na empresa, que o

trabalho dele é fundamental para seu funcionamento.

Motivar não consiste só aumentar o salário do funcionário, isso é importante,

mais existem outras formas de motivá-los, que pode ser oportunidade de crescimento,

um reconhecimento, um investimento em cursos, treinamentos. Conforme Bergamini

& Beraldo (1988, p. 30).

A motivação pode ser, portanto, caracterizada como um processo intrínseco ao indivíduo, que o impulsiona, que o leva a atuar, a comportar-se de determinada maneira em direção ao mundo exterior. Trata-se de um fenômeno intrigante e que por isso mesmo tem sido, ao longo do tempo, objeto de intensas pesquisas pelos estudiosos do comportamento humano. É importante, pois, ressaltar que o conhecimento das diferenças individuais sob a dimensão motivacional é imprescindível para uma convivência harmônica entre as pessoas, ao mesmo tempo em que é essa mesma convivência que permitirá conhecê-las. Até porque não se pode esquecer que muitas vezes é através das outras pessoas que se consegue suprir as próprias carências.

Se a empresa não motiva os empregados é claro que isso irá repercutir na

execução de suas tarefas, com isso haverá queda no rendimento profissional,

insatisfação com o ambiente de trabalho, desânimo, falta de perspectiva e também à

procura de um novo emprego. Para o autor Ricardo Luz (1995, p. 24),

A falta de perspectiva de desenvolvimento profissional causa sérios

danos aos ambientes de trabalho, a ponto de motivar a mudança de

emprego de muitos profissionais, notadamente daqueles que ocupam

cargos-chaves ou cargos de chefia.

Nas organizações podemos encontrar várias pessoas que estão

desmotivadas com seu trabalho ou com a empresa. São pessoas que estão cansadas

pela falta de oportunidade, pela falta de reconhecimento, por buscar algo que às vezes

não acontece. O que elas realmente querem é que a organização demonstre interesse

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em seus trabalhos, que valorize cada pessoa, que dê oportunidade de crescer na

organização.

Todos desejam ser motivados, para que isso aconteça à empresa precisa

olhar para os funcionários, verificar o que a equipe precisa para atingir seus objetivos,

estar atenta a cada dificuldade apresentada e também estar disposta a mudar aquilo

que está errado, ou que está desmotivando a equipe.

Às vezes as pessoas estão desmotivadas por aquilo que executam

diariamente na organização e acreditam que o trabalho que fazem é uma obrigação e

não uma satisfação, com isso as pessoas se tornam insatisfeitas na execução de suas

tarefas. Conforme a autora Bergamini (1997, p. 35).

Infelizmente, em muitas organizações é mais comum encontrar um

grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação

por aquilo que fazem. Esses trabalhadores não experimentam,

portanto, nenhuma satisfação ou realização pessoal gerada por aquilo

que fazem em seu trabalho. O emprego, neste caso, passa a ser

entendido como uma forma de angariar recursos para que possam

sentir-se felizes fora dele. É nesse momento que o trabalho deixa de

exercer seu papel como referencial de autoestima e valorização

pessoal, passando a ser fonte de sofrimento e não oportunidade de

realização sadia dos desejos interiores que cada um tem.

As pessoas estão interessadas em saber como é que elas estão indo no

trabalho, querem saber se a empresa está satisfeita com o seu trabalho, se está

atingindo as metas estabelecidas pela organização. O que eles querem realmente é

ouvir a opinião dos seus supervisores a respeito de seu trabalho é dar um feedback

para as pessoas. É importante que os funcionários saibam que a empresa se importa

com sua equipe de trabalho, que ela está disposta a ouvi-los, a mostrar soluções para

os problemas apresentados e também quer dar um retorno sobre o desempenho de

cada um.

Uma das principais causas que geram a insegurança das pessoas nas empresas é a falta de feedback. Os funcionários ficam sem saber como estão indo no trabalho, pois não têm de suas chefias qualquer retorno quanto ao seu desempenho.

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É preciso que as chefias sejam treinadas para dar feedback (retorno) sobre o desempenho de seus subordinados, e que saibam o quanto isto é importante para eles (LUZ, 1995, p. 26-27).

O fato da organização não valorizar ou reconhecer os colaboradores, com isso

as pessoas ficam desanimadas, desmotivadas, infelizes com seus cargos.

Motivação em um indivíduo começa quando aparecem estímulos. E a partir

daím surgem as necessidades. Das necessidades concretizadas, surgem os desejos.

Estes desejos nos levam aos obejtivos para concretizar estes desejos. E tudo isso

leva a satisfação das necessidades.

Com esse pensamento, podemos entender que o capital humano é realmente

muito importante. As empresas são reconhecidas pela excelência no gerenciamento

de pessoas e tendem a serem mais prósperas, rentáveis e duradouras do que aquelas

com gestão mais tradicional.

Os programas de educação e treinamento, apropriadamente articulados,

implementados e operados, podem ajudar a desenvolver as qualidades humanas

necessárias e as habilidades exigidas para o desenvolvimento e crescimento da

empresa, e também para o desenvolvimento econômico do país.

O que podemos dizer e é uma grande verdade, é que a eliminação de uma

satisfação não gera uma satisfação. É nessa hora que se inclui a vantagem de se ter

um Clima Organizacional agradável, ou seja, uma liderança adequada, condições de

trabalho agradáveis e reconhecimento constante.

2.3 Retenção

Percebe-se que reter talentos é fundamental para diminuir gastos com

recrutamento, seleção e treinamento, além de proporcionar estabilidade aos

colaboradores, porém nem todas as empresas ainda conseguiram enxergar esse

tema por esse prisma.

[...] hoje não é mais tão importante reter talentos na organização. Possuir talentos é apenas uma parte da questão. O mais importante é o que fazer para que estes talentos sejam aplicados de maneira rentável, ou seja, como aplicar esses talentos no sentido de obter elevados retornos desse precioso capital humano (CHIAVENATO 2005, p.4).

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Para Milkovicki e Boudreau (2000, p. 265) “o padrão de retenções determina o

efeito da demissão sobre as metas de eficiência e equidade”.

Aqui observamos duas visões que se contrapõem ao se referir à retenção de

pessoas, pois Chiavenato fala que é extremamente importante que os talentos sejam

capacitados e motivados, abrindo assim, oportunidade de crescimento, já que talentos

as organizações possuem. O importante mesmo é saber aplicá-los. Já Milkovicki e

Boudreau, tratam da questão da retenção como uma padronização para se determinar

o tipo da demissão quando essa venha acontecer na empresa.

Percebe-se que reter pessoas vai além de um objetivo e sim uma consequência

perfeita se as organizações possuírem uma boa gestão e reconhecer que a única

maneira das empresas prosperarem é através da fidelização e retenção dos

colaboradores potenciais, através de medidas eficientes, como reconhecimento e

capacitação constante. Vê-se que o fator humano no mundo contemporâneo deve-se

ser mais valorizado do que mesmo a tecnologia, sendo assim, é relevante que as

empresas utilizem de subsidio para reter seu capital e consigam ter um diferencial.

Rowh (HSM Management, 2008, vol. 12, nº67 p.138) afirma que “Quando atraímos

pessoas maravilhosas e as retemos, criamos uma vantagem competitiva para nossos

negócios”.

A partir do momento em que a empresa alocou o colaborador no local correto

é necessário que ele seja retido, já que ele passa a ser um ativo de grande valor

econômico. Também é necessário que essas empresas tenham uma visão de futuro

e percebam que manter o capital humano vai além de uma medida econômica e sim

uma forma de ter em seu rol, pessoas talentosas e que irão fazer a diferença.

3 METODOLOGIA

O presente artigo foi baseado no método de estudo comparativo, avaliando o

período de março de 2013 a fevereiro de 2014 quando a empresa “X” não tinha a

atuação da área de Clima Organizacional e março de 2014 a fevereiro de 2015 após

a atuação da área de Clima com ações voltadas a melhoria de condições básicas,

segurança, remuneração e recreação envolvendo a família dos colaboradores. Os

índices de rotatividade foram obtidos através de relatórios de funcionários deligados

extraídos do S.A.P (Sistemas, Aplicações, Programas em processamento de Dados),

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onde o indicador é extraído através do número de pessoas desligadas dividido pelo

número total de pessoas ativas multiplicado por 100.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Índice de Rotatividade da Empresa no Período de Março 2013 a fevereiro 2015

TABELA 1 – Índices de Rotatividade da empresa X de Mar/2013 a Fev/2014 antes das ações de Clima e Mar/2014 a Fev/2015 após as ações de Clima

Fonte: Criada pelo autor através de dados extraídos pelo S.A.P, 2015.

A Rotatividade média no período de Mar/2013 a Fev/2014 foi de 5,38% e no

período de Mar/2014 a Fev/2015 foi de 3,34, ou seja, uma redução de 2,04%.

4.2 Ações Aplicadas Pelos Profissionais da Área de Clima Organizacional

Os profissionais da área de Clima Organizacional estudaram o público que

solicitava desligamento no primeiro período e obtiveram os seguintes dados:

GRÁFICO 1 – Motivos Alegados nos pedidos de demissão de março de 2013 a fevereiro de 2014

Meses % Rotatividade Meses % Rotatividade

mar/13 3,72 mar/14 3,42

abr/13 5,33 abr/14 4,80

mai/13 5,38 mai/14 3,37

jun/13 4,52 jun/14 3,29

jul/13 5,65 jul/14 3,71

ago/13 4,81 ago/14 3,15

set/13 8,91 set/14 3,46

out/13 6,13 out/14 3,75

nov/13 5,07 nov/14 2,77

dez/13 5,09 dez/14 2,96

jan/14 4,73 jan/15 3,06

fev/14 5,25 fev/15 2,35

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Fonte: Resultado da entrevista aplicada no momento do desligamento, 2015.

O maior motivo alegado, totalizando 34% do total foi “Problemas Familiares”,

isso porque mais de 90% das pessoas foram contratadas na região Norte do País e

deixaram seus familiares em suas cidades de origem, ou os que trouxeram a família

não conseguia apoio para deixar seus filhos em escolas, creches e decidiam então

sair da empresa para evitar que esses problemas continuassem a acontecer.

A “Melhor oportunidade de trabalho” que aparece com a segunda maior causa

era proveniente a contratação de muitos “artesãos, pescadores, vendedores

ambulantes, ou seja, pessoas que faziam seu horário e ritmo de trabalho e por

consequência não se adaptavam a atividade oferecida pela empresa. O mesmo pode

ser considerado para o terceiro maior motivo “Inadaptação ao tipo de Trabalho”.

O motivo de “Insatisfação com as condições de trabalho” era consequência com

uma condição básica que é alimentação, pois os trabalhadores realizam uma refeição

na empresa e reclamavam do sabor, apresentação e quantidade de proteína oferecida

durante a refeição.

O problema com a remuneração aparecia de forma tímida, sendo apenas 8%

dos motivos relatados, mais ao serem questionados, foi visto que muitos nunca tinham

trabalhado com carteira assinada e por esse motivo tinham total desconhecimento do

desconto obrigatório INSS e de alguns benefícios que a empresa oferecia e cobrava

uma coparticipação.

Problemas de moradia e com saúde, juntos somaram 5% dos motivos

alegados, onde questionados relataram que o aluguel na cidade é muito caro e quase

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não se encontrava casas para alugar e nos postos de saúde passavam por triagens

com enfermeiros, onde os mesmos só eram encaminhados para os médicos em casos

de urgência e isso não os deixam satisfeitos com o atendimento recebido nos Postos

de Saúde.

Após esse estudo detalhado utilizando um formulário aplicado no ato do

desligamento e consolidado em gráficos de barras, os profissionais da área de Clima

Organizacional elaboram um plano de ação e com a execução do mesmo o índice foi

reduzindo.

Algumas das ações executadas foram:

1. Estabelecer parceria com creches do município, para auxiliar na

disponibilização das vagas para filhos de funcionários;

2. Reajuste do cartão alimentação em 43%;

3. Explicação detalhada em cartaz dos descontos da folha de pagamento e do

valor líquido do salário;

4. Liberação da proteína nas refeições, as pessoas podem comer o quanto

quiserem;

5. Possibilidade de promoção nos primeiros 6 meses para funcionários com boa

conduta;

6. Atendimento clínico oferecido dentro da empresa por um médico do trabalho;

7. Parceria com instituições de ensino para oferecer descontos diferenciados aos

funcionários;

8. Torneios Esportivos para funcionários e familiares;

9. Comemorações de datas especiais, como carnaval, páscoa, dia das mães,

pais, natal;

10. Comida diferenciada em dias de trabalho extra, oferecendo refrigerante sorvete

na sobremesa;

11. Atendimento psicossocial com profissionais da área da psicologia.

Observemos abaixo a pirâmide da hierarquia das necessidades de Maslow e

relacionamos as ações implementadas pela área de Clima Organizacional com a

referida pirâmide.

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Figura 1 – Pirâmide de Hierarquia das necessidades básicas Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow, 2015.

A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de

motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma

hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no

momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar,

exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas pessoas,

ou até mesmo nenhuma, buscam reconhecimento pessoal e status se suas

necessidades básicas estiverem insatisfeitas.

Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades

humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e

de influência, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades

fisiológicas ou básicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades

de auto realização).

Necessidades fisiológicas: São aquelas que relacionam-se com o ser humano

como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de

respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc.

No trabalho: Necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho,

alimentação adequada, água para consumo com qualidade e temperatura adequada,

etc.

Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as

necessidades de sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de

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conservar o emprego etc. No trabalho: emprego estável, plano de saúde, seguro de

vida, filhos em escola, etc.

No trabalho: Necessidade de estabilidade no emprego, boa remuneração, condições

seguras de trabalho etc.

Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com

harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho e

afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto.

No trabalho: Necessidade de conquistar amizades, manter boas relações, ter

superiores gentis etc.

Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas

capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade

de adequação. Em geral é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos

outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as

necessidades de auto-estima.

No trabalho: Responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos,

promoções ao longo da carreira, feedback etc.

Necessidades de auto-realização: Também conhecidas como necessidades de

crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que

se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com

as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o autocontrole.

No trabalho: Desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas decisões,

autonomia etc.

Uma conseqüência desse fato, para a administração de pessoas, é que uma

pessoa com necessidades comprometidas de segurança, por exemplo, não é

motivada pela possibilidade de satisfação de suas necessidades de "status" ou

estima.

Maslow também mostra que o dinheiro não é o principal motivador do indivíduo,

ele deixa claro que dinheiro é apenas uma necessidade, e isto não basta, seguindo o

mesmo pensamento, Chiavenato (2004) diz que o ser humano é motivado, não por

estímulos salariais e econômicos, mas por recompensas sociais e simbólicas.

Deste modo as ações sugeridas e implementadas nos mostram que as pessoas

quando tem suas necessidades atendidas, sente-se melhor e mais motivada e quando

esses fatores são valorizados e oferecidos pela empresa fortalece o vínculo de

emprega e empregador e isso auxilia na retenção das pessoas.

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4.3 Clima Organizacional Como Instrumento de Retenção de Colaboradores na

Empresa

Foi aplicado uma avaliação estruturada para ser feitas nos primeiros 90 dias

dos novos colaboradores, com o intuito de diagnosticar as insatisfações e evitar o

desligamento dos mesmos, essas avaliações geraram os seguintes resultados:

GRÁFICO 2 – Avaliação das Condições de Trabalho

Fonte: entrevista de período de experiência aplicada para novos colaboradores, 2015.

Mais de 66% dos novos funcionários consideraram “Boa” as condições de

trabalho.

GRÁFICO 3 – Avaliação das Possibilidades de crescimento e Desenvolvimento na empresa.

Fonte: entrevista de período de experiência aplicada para novos colaboradores, 2015.

Mais de 67% das pessoas percebem possibilidade de crescimento e

Desenvolvimento na empresa.

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GRÁFICO 4– Avaliação da Área de recursos Humanos

Fonte: entrevista de período de experiência aplicada para novos colaboradores, 2015.

Mais de 64% das pessoas consideram a atuação da área de Recursos

Humanos “Boa”, após a atuação da área de Clima, os profissionais da área de

Recursos Humanos em geral começaram a ser bem avaliada por todos os

funcionários.

GRÁFICO 5– Avaliação da Remuneração e Benefícios

Fonte: entrevista de período de experiência aplicada para novos colaboradores, 2015.

Mais de 47% das pessoas julgam a remuneração “Boa”.

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GRÁFICO 6– O que Mudaria no Setor de Trabalho

Fonte: entrevista de período de experiência aplicada para novos colaboradores, 2015.

Quando questionados se mudariam algo no setor de trabalho pode-se observar

que mais de 34% das pessoas não mudariam nada e os outros fatores que eram

determinantes para os desligamentos apresentou grande redução.

5 COSIDERAÇÕES FINAIS

Após a implementação das ações da área de clima pode-se visualizar a

diminuição dos índices de rotatividade, bem como perceber que as pessoas que ali

trabalham sentem-se mais motivadas e conseguem visualizar perspectivas de

crescimento.

Pois uma redução de 2,04% no indicador de Rotatividade em uma empresa de

médio porte é muito significativa e contribui com os resultados de produtividade, pois

pessoas novas precisam de constante treinamento para execução de suas atividades

e consequentemente a empresa deixa de investir em outros pontos importantes como

melhorias das condições básicas.

As empresas de todo o mundo estão objetivando desenvolver melhores

ambientes de trabalho, já que se conscientizaram da importância deste item para o

desenvolvimento satisfatório das atividades de seus colaboradores, o que impacta

diretamente em seus resultados, além de influenciar beneficamente em seu

marketing, já que atualmente existem pesquisas de conceituadas revistas que

proporcionam que elas disputem o ranking de melhor empresa para se trabalhar,

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sendo que para isto é necessário ações que estejam focadas no Clima

Organizacional.

O trabalhador passa a maior parte do seu tempo na empresa, então o ambiente

de trabalho deve ser convidativo. Entretanto, se o clima é desfavorável, fica

complicado se obter motivação para realizar tarefas.

Diante disso, temos em mente a importância do clima organizacional na

motivação e permanência de um colaborador na empresa. Segundo Luz (1995) o

clima retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no trabalho.

Com base nestas definições, percebe-se que Comportamento Organizacional

é a maneira como o trabalhador percebe a empresa. Isso vem de atitudes que são

tomadas pela organização diariamente. Mas este clima pode ser variado de acordo

com a situação psicológica em que se encontram cada colaborador.

Um Clima Organizacional favorável permite a satisfação das necessidades do

indivíduo, o que afeta de forma positiva as suas atividades e a partir disso, o

colaborador se sente motivado a colaborar com a empresa em todas as formas.

Foi muito importante realziar esse estudo, pois a área avaliar a importancia das

ações voltadas a melhoria do Clima Organizacional está diretamente ligada a

satisfação dos funcionários e ao seu grau de motivação e que isso interfere

diretamente em sua decisão de permanecer ou não na empesa e como detalhes tão

básicos como “comer proteína sem restrições a quantidade” pode ser algo tão

valorizado e que a remuneração não é um item determinante na decisão de um

profissional a desligar-se de uma empresa.

O funcionário precisa setir-se valorizado e acreditar que suas necessidades

básicas são reconhecidas e respeitadas em seu ambiente de trabalho.

Muitos empregadores acreditam que oferecer uma boa comissão e bônus são

unicamente motivos que podem atrair e manter bons profissioais, as pessoas querem

ter e oferecer seguraça aos familiares, chegar em casa da mesma forma que saiu,

saudáveis e intusiasmadas a voltarem no dia seguinte, pois reconhecem em seu local

de trabalho um ambiente que vai lhe proporcionar o suprimento de todas as etapas de

sua pirâmide de necessidades.

Quando refletimos sobre clima oraganizacional, devemos perceber que isso

implica em valores internos e externos ligados diretamente no desenvolvimento da

oraganização.

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REFERÊNCIAS BERGAMINI, Cecília Whitaker. Avaliação de Desempenho Humano na Empresa. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1977. ______. Avaliação de Desempenho Humano na Empresa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1988. BUONO, Anthony F.; BOWDITCH, James L. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992. CHAMPION, Dean J. A sociologia das Organizações. São Paulo: Saraiva, 1985. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1985. ______. Gestão de Pessoas: O novo papel de recursos humanos nas organizações. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. LUZ, Ricardo. Clima Organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 1995. ______. Gestão do Organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2003. MASLOW, A. H.Introdução à Psicologia do Ser. 2ed. Rio de Janeiro: Eldorado, s/d. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2000. SCHEIN, Edgar H. Organizational culture and leadership. 2 ed. San Francisco: Jossey-Bass, 1992.

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COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO RAMO AUTOMOBILÍSTICO X TAXA

SELIC

Fernando Henrique Gil de Oliveira11

Marisa Claudia Jacometo Durante12

RESUMO Diante da atual crise econômica brasileira, o ramo automobilístico sofre queda na produção de veículos e consecutivamente nas vendas, onde a taxa Selic interfere no comportamento dos consumidores pelo aumento/diminuição do consumo. Para analisar este cenário, a pergunta problema se direciona para qual efeito da taxa Selic para as concessionárias de veículos e consumidores? Sendo assim, o objetivo geral foi apoiado pelos quatro objetivos específicos em: 1º identificar os efeitos da taxa Selic aos consumidores; 2º identificar os efeitos da taxa Selic às concessionárias de veículos; 3º avaliar o consumo no ramo automobilístico resultante do aumento/diminuição da taxa Selic e o 4º sintetizar o cenário atual no ramo automobilístico na cidade de Lucas do Rio Verde MT. Nesta avaliação de dados foi aplicado como metodologia o procedimento de estudo de caso, tendo como classificação a pesquisa descritiva. Para tanto, os sujeitos da pesquisa foram 12 consumidores de carros novos e seminovos no período de janeiro de 2012 a abril de 2016 e 06 empresas do seguimento de veículos do município de Lucas do Rio Verde. Na qual a pesquisa identificou que os consumidores não estão atentos há interferência que a taxa Selic têm sobre os bens de consumo e às lojas de carros, pois interfere diretamente no valor do veículo. Nota-se que o ramo automobilístico pode se beneficiar nas vendas e na continuidade do negócio, dependendo da região onde se localiza, pois a população por mais que sente no bolso a alteração de preço dos produtos, continuam comprando. Palavras-chave: Ramo Automobilístico. Taxa Selic. Comportamento do Consumidor.

1 INTRODUÇÃO

Todo mundo tem o sonho do carro próprio, essa conquista influência

diretamente no bolso do consumidor no momento da compra, e as concessionárias

fazem de tudo para não perderem as vendas, mas em contrapartida a taxa de juros

pode ser a grande anfitriã ou a vilã do veículo próprio.

11 Artigo entregue como requisito parcial para obtenção do título de Especialista Gestão Estratégica em Negócios Corporativos, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 12 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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A história dos primeiros meios de transportes terrestre começou antes mesmo

da era moderna. Algumas considerações são encontradas no site clickescolar.com.br

(2016) e site meios-de-transporte.info (2016), os quais apontam que na pré-história os

homens paleolíticos aperfeiçoaram suas habilidades na confecção de utensílios,

armas, artesanato, passaram a construir casas e abrigos, inventaram os meios de

comunicação e de transportes. Nesta mesma época, houve a grande descoberta da

criação da roda (3.500 a.C.), onde utilizava-se rolos de madeiras, este seria o

percursor da roda, na qual incentivou-os a transportar cargas pesadas em diversas

planícies, puxados por animais de porte grande numa espécie de trenó ou carroça.

Este tipo de carroça ou trenó era muito útil nas construções de templos e pirâmides e

também utilizados para uso comum, quanto para guerras (KERDNA 2016).

O meio de transportar coisas, objetos, mateiras, animais e pessoas em cima de

algo como carroças ou trenó facilitou muito a vida do homem, com isso possibilitou

andar longas distâncias em pouco espaço de tempo, porque a forma tradicional

sempre foi o caminhar. Conforme o homem evoluía, o modo de transportar se

transformava. A propósito, na Revolução Industrial, a partir do ano 1760 começou-se

as primeiras experiências para ramo automobilístico, o alemão Karl Benz foi

responsável pela criação do primeiro automóvel terrestre movido a gasolina (Meios-

de-transportes) (KERDNA 2016).

Com a implementação dos motores movido a combustível, foi um salto

significante na evolução do transporte terrestre, pois até dado momento os trens eram

o mais comum, com isto, o automóvel era ligado por cabos e fios para que o mesmo

funcionasse sem a necessidade de animais. Tal acontecimento, surpreendeu tanto,

que no século XIX eram abertas as primeiras fábricas na Alemanha. Com efeito, a

união dos engenheiros mecânicos para a fabricação de novos tipos de veículos,

começou a ser incentivado a partir do século XX, em designs, enfoque na tecnologia

e na acessibilidade, modelos diferentes, estruturas de pequeno a grande porte

(KERDNA, 2016).

Já nos tempos modernos, para onde se vai, o transporte é essencial na vida

das pessoas, inclusive, pode ser de bicicleta, moto, ônibus ou carro sempre haverá

um custo para ter ou utiliza-lo, ora pagando pela aquisição da nova bicicleta ou

manutenções de pneus e freios, ora pagando pela viagem do táxi ou transporte

público.

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Esse custo mensal que cada pessoa tem para ir e vir de suas casas à atividades

cotidianas, fazem refletir em novas aquisições, sendo entre as principais, o carro novo

ou semi usado. Na hora de comprar um novo veículo, o consumidor faz certas

manobras para sair ganhando no preço ou formas de encaixar no orçamento mensal,

parcelas que consegue adquirir um novo automóvel.

Contudo, muitos sonham em ter o carro zero ou adquirir seu primeiro carro,

mas essa compra não é tão simples, pois incidem sobre o bem impostos, taxas,

emplacamento, documentação, que no fim das contas, quem não estiver preparado

financeiramente acaba levando um susto e por muitas vezes desistem da compra.

Entretanto, em eventuais tempos de crises, há uma forte redução nas vendas pelas

concessionárias, surgindo a grande oportunidade aos pretendentes, pois as

revendedoras oferecem descontos e benefícios que são bem atraentes.

Percebe-se que nos últimos meses (2015/2016), e principalmente em início de

ano, o consumidor está gastando somente o necessário. Aquele que tem reservas

financeiras pode-se beneficiar com as ofertas que são oferecidos pelos comércios.

Nesta hora, as concessionárias buscam facilitar a venda pelo fato de haver uma

diminuição, e são oferecido uma série de benefícios para atrair o cliente, dentre elas,

emplacamento com documentação, tanque cheio, e até as primeiras revisões com

troca de óleo grátis. É uma das formas de não sobrar veículos no estoque da

concessionária e gerando oportunidade de negócios a novos compradores.

Atualmente, o perfil de compradores de novos veículos é da classe A e B, onde

a classe C era a responsável pela maior porcentagem das aquisições, mas com o

atual cenário econômico, o grupo C praticamente sumiu do mapa na avaliação das

indústrias. Impactando fortemente no desemprego e fechamento de algumas fabricas

no Brasil. Vale a pena lembrar que o fator determinante que edita essa instabilidade

ou incerteza de fazer uma nova aquisição por parte dos consumidores ou pelo

aumento/diminuição do valor dos veículos fabricados no pais, é a taxa de Juros básica,

conhecida também como a Taxa Selic, esta taxa é um instrumento econômico

utilizado pelo Banco Central para medir a inflação sob controle ou para estimular a

economia brasileira, conforme o próprio site do Banco Central do Brasil (2016).

De modo geral, se a taxa de Juros estiver num patamar baixo, a população tem

maior acesso ao crédito, tendo o poder de compra e investimento, entre linhas, o

governo quer incentivar o consumo, mas em contrapartida, se a Taxa de Juros estiver

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em alta, o governo quer desacelerar o crescimento, inibi a oferta de crédito, corta o

consumo da população, gerando a tão famosa inflação.

Diante disso, o presente artigo possui a seguinte pergunta: Qual efeito da taxa

Selic para as concessionárias de veículos e consumidores?

Sendo assim, tem por objetivo geral identificar quais os efeitos da taxa Selic

para as concessionárias de veículos e consumidores. Para que o objetivo geral seja

alcançado, foram propostos os seguintes objetivos específicos:

Identificar os efeitos da taxa Selic aos consumidores;

Identificar os efeitos da taxa Selic às concessionárias de veículos;

Avaliar o consumo no ramo automobilístico resultante do aumento/diminuição

da taxa Selic;

Sintetizar o cenário atual no ramo automobilístico na cidade de Lucas do Rio

Verde MT.

Esse artigo é destinado ao ramo automotivo, sua importância é analisar o atual

cenário econômico que se encontra, e quais reflexos que a taxa de juros incide a

população e ao comércio. A contribuição deste material será comparar os índices que

implicam para comercialização de veículos ao consumidor. O interesse em elaborar

este artigo reflete nas informações jornalísticas que indicam uma forte queda nas

vendas de carros no país, onde as empresas buscam alternativas para se manterem

no mercado e maneiras de fechar negócio. Preocupei em saber como as

concessionárias locais estão lidando com esta crise e a partir dos dados coletados

poderei contribuir a elas na prestação dos resultados que o artigo terá.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Segmentação de Mercado

Para entendermos melhor como funciona o mercado de compra e vende de

automóveis, será embasado os conceitos técnicos de autores do ramo da

segmentação de mercado e comportamento dos consumidores.

O surgimento da segmentação de mercado não tem uma data ao certo de

quando começou, mas alguns autores acreditam que ela foi desenvolvida na década

de 30, no início da Revolução Keynesiana, em outra perspectiva, ela passou a ser

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implementada por volta da década de 60, de forma tímida nos Estados Unidos,

atingindo nível mundial na década de 80 (ALMEIDA, 2003).

Pode-se conceituar a segmentação de mercado como um grupo de

consumidores, com as mesmas necessidades onde uma determinada empresa venda

os mesmos tipos de produtos que os mesmos almejam (PINHEIRO, 2005). Uma única

empresa não conseguirá ofertar ou atender todo tipo de produtos aos seus clientes,

então, ela direciona seu ramo de vendas para uma linha especifica de produtos

comercializados.

Essa divisão facilita aos consumidores irem direto as suas necessidades e

desejos para comprarem o que precisam e para empresas que comercializam, ajuda

no aprimoramento da marca escolhida para se trabalhar, sendo eficaz na venda,

dando enfoque na qualidade dos serviços prestados.

Com isto, o pensamento de Churchill & Peter (2000, p. 204) é defendido sendo

“segmentação de mercado é dividir um mercado em grupos de compradores

potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores

ou comportamentos de compra”.

Uma segunda perspectiva de pensamento é oferecida por Santesmases (1998,

p. 212), na qual define “a segmentação é um processo de divisão de mercado em

subgrupos homogéneos, para aplicação de uma estratégia comercial diferenciada,

com o fim de satisfazer de forma afetiva as suas necessidades e alcançar os objetivos

comerciais da empresa”. Percebe-se que é uma escolha que a empresa faz dentro de

várias opções de ramos de atividades comerciais para atender seu público alvo. A

escolha de segmentação de mercado diz muito a respeito à empresa para quem ela

irar vender e o que eles querem.

Dentre as formas para se definir segmentação de mercado, para o autor Cobra

(2009, p. 124 e 125) deve ser levado em consideração as seguintes categorias:

Geográfica; consistem em dividir o mercado em unidades geográficas diferentes, como países, estados, regiões municípios e bairro.

Demográfica; definem grupos a partir de variáveis como idade, sexo, tamanho da família, ciclo de vida familiar, renda, ocupação, educação, religião, raça e nacionalidade.

Cultura; a cultura cobre uma enorme variedade de fatores como religião, educação e língua que são facilmente mensuráveis, mas existem outras preferências da sociedade de mais difícil agrupamento.

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Ambiente; Uma segmentação global é complicada quando se consideram os diferentes ambientes políticos, legais e de negócios em cada país. Podem ser consideradas as variáveis como o produto interno bruto – PIB – taxa da inflação etc.

A preocupação de verificar as categorias do segmento de mercado e para qual

público será atendido é de suma importância, pois dependendo do negócio que um

investidor queira fazer em um país, ou numa região que um determinado produto

ofertado não condiz com o costume local, por exemplo, seu investimento será nulo,

pois não irá atender as necessidades daqueles consumidores.

Pelas citações já expostas, para este artigo o pensamento de Santesmases e

as categorias que Cobra traz, auxiliará para o atingimento dos objetivos já propostos,

o primeiro pelo fato de dizer que a segmentação são subgrupos homogêneos, com

necessidades iguais dos interessados afins e o segundo no que diz respeito ao

ambiente que acontece o negócio, exemplo, as taxas que impactam as vendas.

A intenção deste subtítulo é dar uma ênfase geral do que é segmentação de

mercado, sem dar muitos detalhes em si. Mas de qualquer forma, analisa-se que os

seguimentos ajudam atingir o público alvo para oferecer-lhes conforme perfil pré-

existente no meio em que está.

2.1.1 Segmentação de automóveis

Como já percebemos no tópico anterior que segmentação de mercado é um

grupo de pessoas com necessidades homogêneas. Ao ramo de automóveis, isto é o

que não falta, são pretendentes incomuns à uma nova aquisição. O carro tem um

significado importante na vida dos brasileiros e é valorizado por diversos aspectos

(LABORTIME, 2016). Para ilustrar, a Revista Mercado Automotivo (2014, revista

eletrônica, p.1, edição 238) cita que “em 2004 a frota no País não passava dos 23

milhões de unidades. Em 2013 ela já tinha alcançado os 40 milhões”, percebe-se que

este tipo seguimento cresceu muito nos últimos anos no Brasil, aonde o brasileiro faz

de tudo para conquistar seu primeiro automóvel.

Para que seja adquirido um novo veículo, as lojas de carros, ou seja, as

concessionárias entram em cena para interceder na relação entre fábrica e o cliente

final. Até chegar às lojas o carro com cheiro de novo, ele passa por um processo

chamado cadeia de distribuição, sendo estes: fábrica, distribuidor, concessionária e

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cliente final. Cada um tem a responsabilidade de executar seu papel, para que não

haja atrasados e erros, por exemplo. (COUTINHO, BRANCO, 2001)

Já por sua vez, a concessionária responsável pelo comercial, aquela que cativa

o cliente, coloca as propostas na mesa, o que efetiva a compra junto ao consumidor,

reformula sua estratégica na adoção de novos métodos de gestão (RAI, 2014).

Acredita-se, por vivenciarmos um período difícil em relação aos juros que o governo

incide sobre os produtos, a indústria busca estratégicas para fazer negócios. No

entendimento do autor Ivanenko (2015, p. 1, site papodehomem.com.br), opinião dada

à revista Papo de Homem, cita que “financiar um carro em época de juros altos, como

a que vivemos hoje, é um mau hábito que deve ser evitado”.

Umas das características, que ainda não foi apresentado, é o marketing que as

concessionárias, ou melhor, que o seguimento automobilístico possui para transmitir

sua marca aos consumidores. A respeito disto, será comentado a seguir.

2.2 Marketing para Ramo Automobilístico

O marketing é uma forma apresentada aos consumidores para ilustrar o

objetivo do negócio ou do produto. Pode ser entendido como uma filosofia apropriada

para a condução dos negócios. Em poucas palavras, o conceito de marketing propõe

que uma organização deve satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor

para gerar lucros. Para fazer valer esse conceito, as organizações precisam

compreender seus clientes e permanecer próximas a eles a fim de oferecer produtos

e serviços que eles comprarão e usarão de acordo com suas necessidades (Peter &

Olson, 2009).

Já Kotler (2000, p. 30) classifica o marketing como “o processo social por meio

do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que

desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com

outros”. Em outra linha de pensamento, Ataides (2003, p. 46) exprime que “marketing

é o processo de planejamento e execução do conceito, preço, comunicação e

distribuição de ideias, bens e serviços, de modo a criar trocas que satisfaçam objetivos

individuais e organizacionais”.

Nestas definições, verifica-se que a maneira, a aplicabilidade da oferta que os

comércios, prestadoras de serviços e outras formas de vender/oferecer algo ao

consumidor, é resultante do marketing em si, onde a mesma está diretamente

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correlacionada a sua segmentação de mercado. Para o ramo automobilístico não seria

diferente a forma de chegar até o cliente. Uma das maneiras mais comuns e

predominante é o marketing em massa.

O marketing em massa pertence a uns dos níveis da segmentação de

marketing, onde a mesma preocupa-se em produção, distribuição e promoção de

massa de um produto para todos os compradores segundo KLOTLER (2000).

Neste artigo não serão aprofundados os níveis de marketing e as formas da

sua aplicabilidade, mas, um relato da sua existência para este cenário.

2.3 Comportamento do Consumidor

Diante de uma necessidade, a pessoa é levada a reagir conforme seus anseios,

refletindo no comportamento para adquirir ou utilizar determinado bem. Segundo

Limeira (2008, p. 8), o comportamento do consumidor é entendido como “um conjunto

de reações ou respostas dos indivíduos a determinados estímulos, os quais decorrem

de fatores pessoais, ambientais, situacionais e de marketing”.

Já para Cobra (1997, p. 55) é compreendido sendo “o comportamento humano

se faz principalmente através da análise de suas necessidades”.

Para Basta (2006, p. 51) define o comportamento das pessoas sendo “o

conjunto das reações que se podem observar num indivíduo, estando este em seu

ambiente e em dadas circunstâncias: é o reflexo de sua personalidade, percepção,

motivação, atitudes e aprendizagem”.

Para simplificar, o dicionário Michaelis (2009, p.1) defini:

(comportar+mento) 1-Maneira de se comportar; procedimento. 2-Em sentido restrito, designação genérica de cada modo de reação em face de um estímulo presente; em sentido amplo, qualquer atividade, fato ou experiência mental, passível de observação direta ou indireta. C. social, Sociol: todas as maneiras de agir relacionadas com a presença ou influência de outros”.

De maneira geral, entende-se que o homem é motivado, impulsionado,

desafiado a buscar e agir diante de algo que necessite. Desde o surgimento do

comércio, onde o fator marcante deste período era determinado em trocas, o homem

oferecia o que tinha por determinado algo que necessitasse. Com o passar dos anos,

o comercio continua sendo por meios de trocas, mas, de forma diferente, os produtos

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ou serviços são comercializados por meio da venda ou compra e são compensados,

ou melhor dizendo, são pagos mediante ao dinheiro que o interessado dá a

negociação fechada entre ambos, consumidor e comerciante (PETER, 2009).

Estudar o comportamento do consumidor é uma área interdisciplinar, envolve

metodologias diferentes a psicologia, a economia, a sociologia, a demografia e a

história. Para Pinheiro (2005, p. 14) estudar o comportamento do consumidor “é de

fundamental importância para os profissionais de marketing, por permitir que se

compreenda a geração de valor para o consumidor, dado o seu propósito central de

satisfação das necessidades e desejos dos clientes”. Na obra de Limeira (2008, p. 13)

ela dirá que o “comportamento do consumidor é uma disciplina acadêmica e uma

ciência social aplicada que visa explicar como e por que os indivíduos, os grupos ou

as organizações tomam decisões de troca de recursos, como tempo e dinheiro, por

produtos e serviços”. Vale apena ressaltar, que os estudos destinados ao

comportamento do consumidor começaram-se por volta da segunda metade do século

XVIII, pelo economista Adam Smith, que até hoje são embasados por suas teorias e

pensamentos, conhecido como paradigma dominante.

Os autores Peter e Olson (2009), comentam em sua obra, comportamento do

consumidor e estratégica de marketing, que este estudo do comportamento é eclético,

por questões que envolve interações entre pensamentos, sentimentos e ações de

pessoas e seu ambiente. Aí, entra um fator muito importante às organizações, como

influenciar e compreender as necessidades das pessoas. A área de marketing, tem

fator predominante para avaliar como anda o perfil da classe consumidora e como as

abordagens ou formas de anunciar podem influenciar nas vendas dos produtos.

Enfim, o ser humano diante a uma situação de necessidade, é estimulado a

buscar algo para suprir sua deficiência. Este estímulo de agir ou comprar produtos

que lhe faltam será embasado conforme sua personalidade e percepção. No próximo

item será comentado os fatores que influenciam o comportamento do consumidor.

2.3.1 Influência ao comportamento do consumidor

Para se determinar ou motivar o comprador a realizar seu desejo, há fatores

que são levados em consideração. Na obra de Peter e Olson (2009) é comentado que

nenhuma abordagem é totalmente aceita, que tampouco se possa desenvolver uma

única superteoria. Mas classificam em três fatores seguintes: Afeto e cognição; afeto

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está relacionado aos sentimentos do consumidor em relação a esses estímulos e

eventos. E cognição está relacionada às suas opiniões como crença/convicções a

respeito do produto. Comportamento do consumidor; está relacionado às ações

físicas dos consumidores que podem diretamente observadas e avaliadas por outras

pessoas, também chamado de comportamento observável e por último Ambiente do

consumidor; está relacionado todas as coisas que lhe são externas e que influenciam

a maneira como ele pensa, sente e age.

Em outra linha de pensamento o autor Cobra (1997, p. 53-54) pontua a

influência do comportamento sendo:

1. Dom meio ambiente físico – o lugar, as pessoas, as coisas, o clima, os costumes do ambiente, etc. 2. Tecnológicas – as inovações tecnológicas que tornam obsoletam uma série de bens, as expectativas de inovação tecnológicas que podem retardar a compra. 3. Econômicas – que podem estimular a compra, como a facilidade de crédito etc.; ou que podem inibir a compra, como as restrições de crédito; a inflação que pode estar diminuindo o poder aquisitivo dos compradores etc. 4. Políticas – o sistema político vigente em um país poderá estimular o consumo de certos produtos e inibir o de outros. 5. Legais – normas, leis e regulamentos emanados dos poderes executivos judiciários e legislativo podem inibir ou estimular a compra de determinados bens. Um filme ou um livro proibido estimulam o comprador a querer assisti-lo ou compra-lo. 6. Culturais – é inegável a influência dos meios de comunicação sobre o consumidor: um filme, um programa de televisão, uma peça de teatro, um livro, um artigo de revista ou de jornal, ou mesmo uma literatura de cordel no Nordeste, exercem grande poder de persuasão sobre o consumidor.

Nestas pontuações que o autor faz acima, é de suma importância para este

artigo, pois retrata as questões econômicas e políticas que os bens de consumo

sofrem em relação ao que é determinado por aqueles que o regem.

Para uma terceira visão aos fatores de influência ao consumo, na obra de

Pinheiro (2005) é colocado que conhecer o cliente, saber o que pensa e acredita, qual

sua posição social, a idade, a renda o estilo de vida, sexo, bem como a reação dele

aos estímulos presentes no momento da compra são fundamentais na compreensão

dos consumidores. São pontuadas as seguintes ideias: Fatores psicológicos; diz a

respeito ao conjunto de funções cognitivas (pensamentos), conativas

(comportamento) e afetivas (sentimentos) [...]. Fatores socioculturais; envolve

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influência do grupo da família, a classe social e os efeitos da cultura e das subculturas

no comportamento da compra. O consumidor não é visto como indivíduo isolado, mas

um ser social que reage e é transformado pelo contexto no qual está inserido. Fatores

situacionais; diz a respeito das influências momentâneas e circunstanciais por ocasião

da compra, tais como ambientação da loja, displays nos pontos de vendas, disposição

dos corredores das prateleiras, posição dos produtos nas gôndolas e outros.

E por último, a percepção da autora Limeira (2008) sobre as influências ao

consumo é dada pelos fatores: Fatores pessoais; são o conjunto de estados

fisiológicos e psicológicos, bem como os traços da personalidade e características

particulares do indivíduo, como emoções e percepções, crenças e experiências, idade

e renda, estados de privação ou carência. Fatores ambientais: são aqueles de

natureza cultural, social, econômica política e legal. O meio em que o indivíduo se

estabelece. E por fim Fatores Situacionais; são as condições circunstancias e

momentâneas que interferem no comportamento do consumidor, como sua

disponibilidade de tempo e características do ambiente físico da loja.

Em síntese, os fatores podem ser considerados como estímulos ao consumidor

decidir ou não pela sua aquisição em determinado algo, levando em consideração os

valores, crenças, necessidades, facilidade para obtenção, situação política, situação

econômica e a influência que o ambiente exerce sobre ele.

A seguir, será estudado um dos fatores que mais impactam na decisão do

comportamento dos consumidores ao ramo de automóveis. A taxa Selic, está presente

no cenário dos fatores econômicos apresentado acima, sendo de extrema importância

seu estudo, o próximo tópico é dedicado a este assunto.

2.2 Taxa SELIC

É muito comum ouvir falar nos telejornais as seguintes reportagens: “Hoje a

taxa Selic fechou em alta, ou a taxa Selic teve uma queda”. Mas o que isto impacta

na vida do cidadão brasileiro? Qual contribuição à economia?

Para que se entenda melhor, Selic é a nomenclatura de Sistema Especial de

Liquidação e de Custodia, este sistema como o próprio nome diz, irá liquidar títulos

públicos e também fará sua guarda, ou melhor, cuidará dos títulos que estão em poder

até o vencimento dos mesmos. No site www.bcb.gov.br é encontrado o seguinte

conceito:

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Defina-se Taxa Selic como a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. Para fins de cálculo da taxa, são considerados os financiamentos diários relativos às operações registradas e liquidadas no próprio Selic e em sistemas operados por câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação.

Na obra de Pinheiro (2009, p.335) ele resume o SELIC da seguinte forma:

é um grande computador, ao qual têm acesso apenas as instituições credenciadas no mercado financeiro, como bancos comercias, bancos de investimento e corretoras. Por meio do Selic, os negócios têm liquidação imediata. [...] apenas títulos públicos federais, emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Bacen, e os títulos públicos estaduais e/ou municipais são registrados no Selic.

Com estas citações acima, perceba que não é da taxa Selic que está sendo

comentado, e sim, de uma câmara de Liquidação e Custódia de títulos públicos que

instituições credenciadas operam seus negócios instantaneamente.

No material disponibilizado no site do professor Edgar Abreu, ele explica sobre

a taxa Selic. É comentado que a taxa é do órgão federal e comandada pelo Comitê

de Política Monetária, COPOM, no qual este define a meta da taxa de juros “Selic

meta” e também a existência ou não de Viés. Por sua vez, este comitê acontece entre

a cada 45 dias, para discutirem assuntos como exemplo diminuir/aumentar a taxa de

juros, e direcionar quais caminhos o sistema financeiro percorrerá até próxima

reunião.

A propósito, no material do professor é esclarecido a diferença entre Selic Meta

e Selic Over, sendo:

A taxa Selic Over taxa apurada no Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastradas em títulos públicos federais e cursadas no referido Sistema na forma de operações compromissadas. A taxa Selic Meta é definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação (só é alterada pelo Copom, através de reuniões ordinárias ou Extraordinárias). É a Selic Meta que regula a Selic Over assim como todas as outras taxas do Brasil (PROF. EDGAR ABREU, P.10 ED. SET/2014).

Para que fique claro, o referido artigo, estará mencionando ou sempre

reportando se a Taxa Selic Meta, a quem tem como base a inflação. E não pela taxa

Selic Over, pois é um cálculo da média pondera que as instituições financeiras utilizam

para conceder empréstimos interbancários, uma prática muito comum entre bancos

para suprir os déficits de reservas financeiras.

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No livro do autor Mellagi (2003, p.143), ele coloca todo o contexto da taxa de

juros praticado no brasil, é uma base documental, mas o conteúdo se refere ao mesmo

dado pelo professor Edgar Abreu, conforme a seguir:

Taxa Selic over é praticada nas operações diárias com títulos públicos federais, registrados pelo Selic. A partir do primeiro semestre de 1999, quando a taxa de câmbio deixou de ser formalmente utilizada no controle da taxa de inflação, tornou-se instrumento de política monetária a fixação, nas reuniões ordinárias do Copom, de meta para a taxa Selic, visando ao cumprimento de dada meta de inflação (Circular nº 2.900, de 24-6-99, do BCB). Para permitir certa flexibilidade na consecução da política, também ficou acordada a divulgação do viés, para cima ou para baixo, permitido para a taxa Selic. Isso é, sem necessidade de nova reunião do Copom, a taxa de Juros pode variar na direção pré-sinalizada. Em Nota Explicativa da Decisão do Copom de 4-3-99, lemos: “O objetivo primário do Banco Central é o de manutenção da estabilidade dos preços [...]”. Além disso, a taxa Selic passou a referenciar a taxa de Assistência Financeira de Liquidez (redesconto) do BC para as instituições do SFN (Circular nº 2.869, de 4-3-99). Com isso, a taxa Selic substitui a TBC (Tabela Básica do BC) e a Tban (Taxa de Assistência do BC), que desde 1996 parametrizavam as operações de redesconto e eram determinadas arbitrariamente pelas autoridades monetárias, acabando por consistir em espécie de banda de juros para o mercado. Os encargos financeiros dos Empréstimos de Liquidez do BC (de curto prazo e fora do âmbito de programas especiais, tais como Proer) passaram a ser equivalentes à taxa Selic acrescida de percentuais em função das garantias constituídas e da frequência de utilização.

Nestas colocações, pode-se dizer que a taxa de juros Selic serve de amparo

para todas outras taxas que existe no sistema financeiro, servindo de instrumento aos

agentes que supervisionam o sistema. Uns dos principais agentes relatado na citação

é o Banco Central, que juntamente com o Comitê de Política Monetária (COPOM)

intervém com indicadores para avaliar o aumento ou diminuição da inflação, as

operações cambiais, operações de mercado aberto de títulos públicos, as reservas

compulsórias e o redesconto. No site www.bcb.gov.br (acessado abril/2016) diz: “O

banco central é responsável pela condução da política monetária, estabelecendo a

taxa de juros básica, e da regulação prudencial, fixando o requerimento de capital

bancário”.

Nestes termos, quando este artigo tratar de taxa de Juros básica ou taxa Selic,

está se referindo ao mesmo conceito. Mas, o que realmente a taxa de juros impacta

com o aumento ou diminuição ao consumidor? Pinheiro (2005, p. 21) vai dizer que

“quando estão baixas, as pessoas tendem a consumir mais e os custos financeiros

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das empresas passam a ser menores”. Entretanto, quando os juros sobem, a inflação

também sofre uma alteração. Para Vasconcellos (2010, p. 338) ele relata que “a

inflação é alterada com um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços.

Ou seja, os movimentos inflacionários são dinâmicos e não podem ser confundidos

com altas esporádicas de preços”. Já para Pinheiro (2005, p. 231) a inflação será

causada por “aumento da quantidade de moeda em circulação na economia, gerando

aumento em termos monetários dos produtos negociados, ainda que em termos reais

os preços continuem iguais”.

Enfim, a política monetária brasileira atribui dos instrumentos utilizados por

seus agentes financeiros para controlar a inflação, bem como a taxa de juros. Assim,

proporciona um crescimento na renda das pessoas ou uma paralização econômica.

Como já se sabe, a proposta do artigo é destinada a segmentação de automóveis

versus o impacto da taxa de juros a este mercado, onde pode ser visto que a

segmentação automobilística sofre muito com as alterações da taxa de juros básica.

Para o próximo item será exposto como funciona o ramo automotivo bem como as

classificações.

2.3 Ramo Automobilístico

Este tópico é destinado à segmentação de mercado (brasileiro) que mais teve

queda nas vendas do primeiro trimestre de 2016, o ramo automobilístico. Segundo a

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) as vendas

e produção de veículos caíram 28% no primeiro trimestre deste ano em comparação

com o mesmo período de 2015. Diante desta situação, o presente artigo comentará

como funciona este setor.

Relembrando um pouco a introdução já apresentada, a partir da necessidade

do homem em carregar grandes quantidades de coisas, objetos ou pessoas e também

útil para construções e utilizado em guerras, o homem utilizou-se de um suporte

conhecido como trenó ou carroça. Esse meio de transporte era puxado por animais

de grande porte, onde foi utilizado até meados de 1880 (KERDNA, 2016)

O inventor, por fazer o primeiro automóvel se locomover por combustão interna

(a motor) foi o alemão Karl Benz, em 1886, o qual possuía três rodas com motor.

Desde então, a engenharia mecânica não parou de inovar e modernizar os veículos

fabricados (site www.meios-de-trasnpotres.com, abr/2016).

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Com o passar do tempo, por volta de 1920 as importações de automóveis eram

muito comuns ao Brasil, a Ford Motors Company iniciou-se a montagem de seus Ford

“T” em São Paulo. Depois disso, veio a General Motors Company, importando o

Chevrolet “Cabeça de Cavalo”. Na época havia somente veículos importados, mas

conforme a utilização dos veículos, uma peça e outra precisava de concertos ou

trocas, forçando a improvisação para reposição de peças, foi então que engenheiros

e mecânicos se mobilizaram para que peças e carros fossem fabricados no Brasil.

Com isto, por volta de 1957, era fabricado o primeiro automóvel no Brasil, tratava-se

da perua DKW. Em 1959, o automóvel nacional era visto nas ruas e nas estradas,

estava nas concessionárias e podia ser adquirido até mesmo por financiamento (site

www.carroantigo.com, abr/2016).

Da década de 50, onde teve início das primeiras fabricações de carros, até

tempos atuais, os brasileiros sempre tiveram uma paixão por carro, seja pelo conforto

e comodidade, ou pelo sonho de possuir seu primeiro veículo automotor. Pelo site do

g1.globo.com, matéria publicada em março de 2014, o aumento de carros nos últimos

60 anos foi significativo, a frota brasileira registrava um automóvel para cada 4,4

habitantes no ano de 2014. Na época, estimativas apontavam 45,4 milhões de carros.

Já para o Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito – Denatran – o

parecer registrado em 2014 correspondia conforme tabela 1:

TABELA 1 – Número de veículo no Brasil

Variável Brasil

Automóveis 47.946.664

Caminhões 2.588.984

Caminhões-trator 578.765

Caminhonetes 6.245.837

Caminhonetas 2.732.871

Micro-ônibus 361.501

Motocicletas 19.242.916

Motonetas 3.599.581

Ônibus 574.125

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Tratores 29.516

Utilitários 563.861

Fonte: http://cod.ibge.gov.br/LHA , acessado abr/2016 Nota: Dados trabalhado pelo autor.

Verifica-se que o Denatran juntamente com o instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) calculam mais de 47 milhões de unidades de automóveis

circulando pelas estradas brasileiras, isso significa 4 pessoas para 1 carro. Com a

chegada das indústrias e fabricação nacional, permitiu atender a demanda crescente

que vinha sendo registrado com passar do tempo. O documento disponibilizado pela

confederação nacional dos metalúrgicos (CNM/CUT) apresenta em seu relatório (site

http://www.cnmcut.org.br/, abr/2016) a seguinte análise:

O setor automotivo brasileiro é formado por 26 empresas (montadoras de veículos e máquinas agrícolas automotrizes) que operam 38 unidades produtivas concentrado principalmente no estado de São Paulo (9 montadoras de veículos e 5 máquinas agrícola automotrizes), apesar do processo de descentralização dessa indústria durante a década de 90, com os expressivos investimentos realizados. Os investimentos realizados no setor automotivo possibilitam um expressivo incremento na capacidade produtiva instalada, no caso das montadoras estima se uma capacidade de 4,3 milhões de unidades anuais no Brasil, e 109 mil unidades de máquinas agrícolas.

Esta citação comenta que no brasil existe 26 montadoras responsáveis por

fabricar os veículos brasileiro e que grande parte da indústria se concentra na região

de São Paulo, onde, percebe-se que a produção anual é bem considerável, pelo

investimento que é injetado pelas montadoras. O enfoque dado pela indústria

automobilística em inovação é percebido da seguinte forma:

Além da importância na economia, a indústria automobilística tem sido precursora no desenvolvimento de novas tecnologias e, mais notadamente, em novos modelos de gestão fabril. No último século, ela foi o berço das principais mudanças ocorridas no processo produtivo de toda a cadeia industrial, fundando o que, hoje, conhecemos como Indústria Moderna (CASOTTI; GOLDENSTEIN 2008, p. 149).

Como visto acima, a indústria automobilística tem seu papel econômico, por

gerar empregos e renda as famílias, busca evoluir com inovação tecnológica e seu

processo de gestão cria um ambiente moderno, capaz de atender toda a cadeia de

distribuição, sendo eles: fábrica, distribuidor, concessionário e cliente final.

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O ramo automobilístico possui um público exigente, na análise feita pelo diretor

de vendas e engenharia para América do Sul da Penske Logistics, Gustavo Paschoa,

(matéria disponível em www.raiarmazenagem.com.br, RAI, 2014) ele comenta a

seguinte situação, “Uma das principais exigências de quem opera neste segmento é

fornecer serviços inteligentes e sistemas avançados de tecnologia para o

armazenamento, já que agilidade na separação e rapidez na distribuição são

fundamentais, e o tempo de entrega é de extrema importância”. Significa que a cadeia

de distribuição trabalha em conjunto para o cumprimento das demandas, como por

exemplo: transporte, armazenagem, gestão de estoques e administrativo. Lembrando

que o cliente final é a razão da existência da cadeia de distribuição.

O cliente final sendo a razão do segmento automobilístico existir, o setor

concessionário busca formas de driblar a atual situação econômica que se encontra.

Matéria exibida pelo site da uol.com.br em abril de 2016, é comentado que no primeiro

trimestre deste ano os contratos de financiamento chegaram ao pior nível desde 2005,

o que influenciou na redução de vendas das montadoras. O presidente da Anfavea,

Luiz Moan (www.uol.com.br, 2016), argumenta que “Com a taxa de desemprego alta,

o cliente não vai arriscar no financiamento. Aliada a isso, há ainda a escassez do

crédito”. Ainda em outro trecho, ele comenta “a queda foi maior do que a esperada e

se deve ao agravamento da crise política no país”.

No boletim disponibilizado pela Anfavea, foram produzidos, no segmento de

automóveis e comerciais leves, o total de 462.838 unidade nos três primeiros meses

de 2016, baixa de 27,3% ante igual intervalo de 2015. Com corte na produção, as

demissões nas montadoras ficaram evidente, as fabricantes de autos cortaram cerca

de 28 mil postos de trabalhos nos últimos dois anos, fechando 2015 com 130 mil

contratados (site uol.com.br, abr/2016).

Diante da atual situação economia agravada, os diretores de montadoras

acreditam os últimos tempos tenham sido de grandes desafios. Para Marcos Munhoz,

vice-presidente da General Motors do Brasil, acredita que o aumento dos custos, das

taxas de juros e dos impostos, além de acentuada queda na confiança do consumidor

prejudicou a redução de vendas. Já com perspectiva confiante, o vice-presidente da

GM afirma que o plano atual de investimento está mantido, com aplicação de R$13

bilhões entre 2014 e 2019. Parte dos recursos vem sendo direcionada para o varejo,

que é mais rentável que as vendas diretas para empresas (site uol.com.br, abr/2016).

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Enfim, de uma forma ou de outra, crises financeiras sempre haverá, seja

causada por crise política ou monetária, haverá momentos de cortes por parte das

empresas e outros que buscam alternativas criativas para superarem a crise e se

manterem no mercado. O ramo automobilístico sofre grande impacto em momentos

de crise, pois seu elo entre departamentos até chegar ao cliente final, gera encargos

entre a cadeia produtiva que quando chega no seu objetivo final, o consumidor sente

no bolso.

3 METODOLOGIA

O enfoque deste artigo refere-se ao impacto da taxa de juros ao comportamento

do consumidor, na qual a abordagem é estruturalista, pois procura relações que

outorgam a interdependência. A pesquisa é qualitativa.

O método de procedimento é o estudo de caso, tendo como classificação a

pesquisa descritiva, apontando os efeitos da taxa e consequente relação ao consumo.

Para tanto, os sujeitos da pesquisa foram 12 pessoas que compraram veículos novos

ou seminovos no período janeiro 2012 a abril 2016.

A caracterização do sujeito foi obtida por meio de questionário. Sendo que 06

foram do sexo masculino e 06 do sexo feminino, dentre a idade de 23 anos até 62

anos. A profissão marcada por eles foram as seguintes: 3 são bancários, 4 são

empresários, 01 servidor público, 01 agricultor, 01 farmacêutica, 01 escrevente

autorizada e 01 estudante, sendo que 03 pessoas informaram que possuem uma

renda mensal de 2 a 4 salários mínimos, 03 pessoas informaram que possuem uma

renda mensal de 4 a 6 salários mínimos e para finalizar, 06 pessoas informaram que

ganham mais que 7 salários mínimos. Para ilustrar a formação acadêmica, os

entrevistados responderam da seguinte maneira: 02 possuem o ensino médio

incompleto, 01 possui graduação completa, 04 possuem graduação incompleta e para

encerrar 05 possuem pós-graduação completa.

Também foram participantes da pesquisa os gerentes de 06 concessionários

e/ou revendas de veículos novos e/ou seminovos no município de Lucas do Rio Verde.

A análise dos dados ocorreu através de um questionário intencional aplicado

aos consumidores de veículos de 01/2012 até 04/2016 onde cada um pode responder

as perguntas proposta, e as revendas/concessionárias de Lucas do Rio Verde foi

colocado à disposição questionário mediante de uma entrevista gravada.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com intuito de preservar a identidade dos respondentes da pesquisa, eles

serão identificados ao longo do texto como “P 1, 2, [...] 12” para os consumidores. Já

para as concessionárias, os participantes serão identificados por “R 1, 2, [...] 6”.

4.1 Identificar os Efeitos da Taxa Selic aos Consumidores

Para alcançar os objetivos propostos no artigo, aplicou-se um questionário a 12

pessoas de modo intencional, ou seja, escolhidas por terem adquirido um veículo novo

ou seminovo no período proposto pela pesquisa. Assim, verificou-se que dos

entrevistados 09 pessoas compraram um veículo novo e 03 compraram um seminovo

no período de 01/2012 até 04/2016, destacando que para as seguintes categorias de

veículos, os participantes classificaram conforme a tabela 2:

TABELA 2 – Categoria de veículos

Categoria Quantidade

Econômica 3

Compacto 1

Sedan 2

Pick-Up 2

Intermediário 2

Utilitário 1

Luxo 1

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Quando perguntados sobre o que o levou a decidir pela compra de um veículo,

a pesquisa indica necessidade, independência e sonho. Para o P 4 o motivo de

comprar um veículo foi “a necessidade para trabalho” já para o P 3 foi o “sonho de ter

meu carro próprio”. Percebe-se que as respostas dos entrevistados, para esta primeira

pergunta, fica claro que o consumidor/pessoa reage conforme suas necessidades e

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vontades para obter um determinado bem. Conforme destacado no capítulo 2.3

comportamento do consumidor, Cobra (1997, p. 55) compreende que “o

comportamento humano se faz principalmente através da análise de suas

necessidades”, ora para a conquista de um sonho, ora para utilização no trabalho.

Na sequência questionou-se porque optou pelo carro novo ou seminovo, sendo

que a maioria que adquiriram carro zero justificaram que manutenção, garantia de

fábrica e desconto os atraíram para efetivar a compra do carro zero. O P 8 relata que

foi “pela garantia oferecida pela concessionária”, já o P 10 comenta “por dar menos

problemas e garantia”. Em análise geral, pelo veículo ser novo, a manutenção de

mecânica, é praticamente custo zero ao cliente enquanto estiver na garantia da loja.

Para aqueles que compraram um veículo seminovo, o motivo evidenciado foi

custo mais baixo para compra. O P 7 relata a seguinte situação “optei pelo seminovo

pois eu não havia todo valor disponível para adquirir um novo e não quis financiar”, já

para o P 11 comenta “seminovo era mais barato”. Pelos comentários dos

entrevistados, percebe-se cautela ao decidir pelo seminovo, pelo fato de comprarem

um carro com valor já disponível para compra. Para argumentar esta questão de perfil

conservador, no tópico 2.3.1 influência ao comportamento do consumidor, é

destacado que o fator econômico tem grande peso na decisão da compra.

Continuando a análise da pesquisa, perguntou-se se a taxa Selic teve influência

na decisão da compra, sendo que todos responderam que NÃO houve influência, para

o P 9 “Não, pois comprei a vista” já o P 6 diz “Não, nem consultei a taxa”. Nota-se que

os entrevistados não conhecem a taxa Selic, ou não compreende que mesmo sendo

a vista a compra, ela interfere SIM na aquisição de um novo bem, pois esta é a taxa

básica de juros que o governo escolheu para servir de amparo a outras taxas que

existe no mercado.

Na obra de Cavalcante (2009, p. 14 a 17) é evidenciado o seguinte conceito:

No Brasil, a taxa de juros básica é definida pelo Banco Central do Brasil através das decisões do COPOM, cujos objetivos são estabelecer as diretrizes da política monetária e definir as taxas de juros. A intervenção do COPOM na administração da moeda se dá através da: 1-Fixação da taxa de juros da economia, definindo uma taxa Selic. 2-Definição de seu eventual viés13. 3-Emissão de um relatório periódico de inflação.

13 Tendência geral ou determinada por forças externas. É utilizado para avaliar o que pode ocorrer com os juros no futuro próximo. Pode fazer parte de uma decisão do COPOM visando alterar a taxa Selic antes da próxima reunião do órgão.

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[...] A taxa Selic é a taxa média ajustada dos financiamentos diários, com lastro em títulos públicos, apurados no sistema especial de liquidação e custódia (SELIC). Cabe ainda mencionar que uma variável fundamental da meta de inflação reside no comportamento dos preços.

Nestas considerações do autor, mesmo que o consumidor não saiba ou

desconhece que o bem adquirido, seja ele à vista ou por financiamento, seu valor final

sofre influência da taxa através da política monetária nacional.

Seguindo o roteiro da pesquisa, foi perguntado a forma de pagamento que o

entrevistado fez para adquirir o novo veículo. Sendo que do total dos entrevistados, 7

pessoas responderam que compraram a vista. Os demais, justificaram seu modo de

pagamento da seguinte maneira: P 3 respondeu que “80% a vista e o restante

parcelado em 12x sem juros”, ao P 6 foi “através do consórcio” e ao P 11 esclarece

“foi através de financiamento”. Salienta-se que o estudo entrevistou consumidores de

veículos entre 01/2012 a 04/2016, pois a maioria respondeu que compraram a vista o

carro, e outros deram uma porcentagem maior de entrada para obter descontos ou

taxas atrativas de parcelamentos restante da dívida.

Apesar do cenário atual que o Brasil está passando, e conforme já comentado

no tópico 2.3 ramo automobilístico, infere-se que parte dos respondentes que

compraram seu carro a vista pode ter aproveitado o período de incentivo da redução

do IPI14 de carros e tributo sobre operações de crédito, que o governo estimulou a

população a gastar dinheiro no ano de 2012, diante do agravamento da crise

financeira internacional (g1.globo.com, matéria 05/2012). Em análise da taxa Selic,

sua variação oscilava na casa dos 8,00% a 10,00% a.a., situação que ocorreu entre o

ano de 2012 a 2014, hoje na atualidade sua porcentagem passa dos 14,00%. Para

entender melhor a variação da taxa Selic nos últimos anos, apresenta-se o gráfico 1:

14 Imposto sobre Produtos Industrializados, abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na Tabela de Incidência do IPI. (Potaltributário.com.br, acessado maio/2016).

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GRÁFICO 1 – Variação da taxa Selic

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS, acessado maio/2016 Nota: Dados trabalhado pelo autor.

Para embasamento aos 9 participantes que disseram que compraram veículo

zero, quando perguntado qual o incentivo que o levou a efetivar a compra ou troca, o

P 8 respondeu “juros baixos” e o P 3 disse “desejo de ter o próprio carro e as condições

de pagamento oferecido pela empresa”. Entre os 3 entrevistados que disseram que

compraram o carro seminovo, o P 1 respondeu que “fiz troca entre familiares”.

Percebe-se conforme as respostas, cada um foi motivado a fidelizar a nova compra

através da promoção oferecida pela concessionária ou a facilidade de negociar com

pessoas próximas de confiança.

E para finalizar a entrevista, foi questionado ao respondente o que ele fará

futuramente com o carro adquirido hoje. Para tanto, a maioria disse que pretende ter

um modelo melhor ou até mais novo, também a maioria está disposta a fazer negócio

em bens imóveis, como terreno ou casa. O P 10 coloca que “vender e comprar outro

melhor, e dar de entrada num modelo novo” para o P 4 é respondido da seguinte forma

“poderá ser negociado por imóvel ou outro veículo”.

Verifica-se que os consumidores, apesar de sofrerem com as consequências

que a taxa Selic impacta nos valores dos bens, estão comprando ou utilizando-se de

meios que ajudem a comprar. A pesquisa percebeu que as estratégicas de marketing

usado pelas concessionárias para estimular vendas, se dá com anúncios de ofertas

como de taxas reduzidas com entrada de mais de 50% do valor do bem, onde pode

chegar a 0% de taxa de juros para parcelamentos mensais de 12 ou até 24 vezes. E

02468

10121416

01/0

1/2

01

2

01/0

3/2

01

2

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5/2

01

2

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7/2

01

2

01/0

9/2

01

2

01/1

1/2

01

2

01/0

1/2

01

3

01/0

3/2

01

3

01/0

5/2

01

3

01/0

7/2

01

3

01/0

9/2

01

3

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1/2

01

3

01/0

1/2

01

4

01/0

3/2

01

4

01/0

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01

4

01/0

7/2

01

4

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01

4

01/1

1/2

01

4

01/0

1/2

01

5

01/0

3/2

01

5

01/0

5/2

01

5

01/0

7/2

01

5

01/0

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01

5

01/1

1/2

01

5

01/0

1/2

01

6

01/0

3/2

01

6

Meta Selic % a.a.

Meta Selic % a.a.

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que o produto consórcio houve um aumento significativo nos últimos tempos, pela

questão de não haver juros nas parcelas, somente o custo da taxa de administração

do grupo e uma porcentagem para fundo de reserva, mas que no fim das contas, o

consumidor não paga muito. E aos que buscaram o financiamento, optou por esse

meio para complementar o valor final da compra do carro, pois entregou um valor

considerável como pagamento a vista e o restante financiou pela loja ou alguma

financeira.

4.2 Identificar os Efeitos da Taxa Selic às Concessionárias de Veículos

Este tópico foi direcionado as concessionárias de veículos instaladas na cidade

de Lucas do Rio Verde – MT, sendo que 6 empresas se colocaram a disposição pelos

seus gerentes ou responsáveis a responderem as perguntas proposta da pesquisa.

Quando perguntados sobre qual o efeito da taxa Selic para a concessionária/revenda,

a pesquisa indica que reflete negativamente ao ramo de veículos, mais de 80% das

vendas então relacionadas ao financiamento e como consequência do aumento da

taxa, acresce o valor da parcela do financiamento ao consumidor, reduzindo assim as

vendas.

No entendimento do R 6 “no atual cenário econômico, em virtude do alto índice

da taxa, reflete negativamente no nosso ramo, pois 80% das vendas são feitas através

de financiamento, reduzindo assim o número de negociações efetuadas”, para o R 2

“reflete diretamente no negócio, pois o ‘bugui’ de vendas de veículos é por

financiamento, assim, a taxa Selic impacta diretamente nos juros do financiamento,

pois 80% são financiados, impactando na queda de 40% dos novos”.

A pesquisa indica que a taxa Selic reflete no negócio, tem peso no ramo de

veículos, e que esse segmento é refém de ofertar uma parcela acessível ao cliente.

Nos anos em que a taxa Selic variava entre 7% ou 8%, o consumidor saia da loja com

prestações mensais de um veículo popular na faixa de R$500,00 até R$700,00 no

máximo. Hoje, a taxa próximo a 14,25% a.a., além das financeiras estarem mais

criteriosas ao liberar crédito para financiamento, as prestações mensais de um carro

popular sai na faixa de R$800,00 até R$1.000,00. Entende-se que para os

consumidores que tem reservas financeiras acumuladas, podem se beneficiar pelos

descontos oferecidos, pois entra em jogo a negociação entre cliente e vendedor.

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4.3 Avaliar o Consumo no Ramo Automobilístico Resultante do Aumento/Diminuição

da Taxa Selic

Ao analisar o período de vendas que as lojas de carros em Lucas do Rio Verde

– MT sentem mais a procura por parte de seus clientes, os entrevistados responderam

que por se tratar de uma região agrícola, seu comércio caminha junto aos períodos

de safra. Nos meses de março, abril e maio é final da safra de soja. Nos meses de

julho a agosto final da safra de milho e de costume, muitos saem da cidade para viajar

no final de ano, sendo que nos meses de novembro e dezembro há uma grande

procura para compra do novo veículo. Os meses listados demonstra um forte

aquecimento nas vendas, seja ela por motivos de comissão agrícola, seja para

necessidade de viajar.

Assim, ao perguntar ao responsável da loja 3, ele comenta que “as vendas são

sazonais, quando há colheita de milho ou soja, vendemos mais. Que também

empresas multinacionais acabam investindo na compra de veículos aos seus

funcionários”. Na perspectiva de R 4 “minha loja vende mais entre fevereiro a março

– comissão de soja, julho a agosto – comissão de milho, e final de ano outubro,

novembro e dezembro para viajar. Tenho uma carteira de cliente fidelizado há mais

de 15 anos”. Com estas considerações por parte dos responsáveis, é notável que a

economia local tenha peso ao ramo de veículos, onde percebe-se que os meses mais

fracos de vendas são compensáveis aos meses fortes por causa da safra.

É interessante destacar, que na entrevista, todos comentaram que possui a

chamada futura troca/compra, pois o cliente sai hoje da loja com seu veículo novo,

mas, depois de 2 a 3 anos ele retorna a loja para negociar um modelo mais novo de

ano, estratégica feita para fidelizar cliente ou montar carteira de clientes. A propósito,

foi comentado pelos entrevistados que não somente a agricultura está interferindo nos

meses de vendas, mas que grandes empresas e o comércio local estão interferindo

no decorrer dos meses do ano, e fechando parcerias para negócios futuros.

4.4 Sintetizar o Cenário Atual no Ramo Automobilístico na Cidade de Lucas do Rio

Verde MT

Na região em que Lucas do Rio Verde está localizada, é privilegiada em

comparação a outras cidades no setor automobilístico. Segundo os responsáveis

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pelas lojas de carros, participantes da pesquisa, por tratar de região agrícola, a atual

crise econômica não surtiu tanto efeito para o cenário local. Quando perguntados qual

análise você faz do cenário atual no ramo de automóveis no município, a

predominância das respostas foi que houve de fato queda nas vendas em comparação

há anos anteriores, o cliente está mais cauteloso, o cliente perdeu a confiança de

investir e tem medo de ficar desempregado. Porém, mesmo com esse cenário, os

pesquisados enxergam que os clientes estão buscando outras alternativas, como o

consórcio, por exemplo.

No decorrer da entrevista, o R 5 responde “dentro dos 16 anos, trabalho no

ramo, e nunca tinha passado por tão poucas vendas. Lucas por mais que seja

diferente, a crise política e de desconfiança o consumidor tem medo de investir, o

consumidor fica recuado”, no entendimento do R 2 ele coloca:

A classe média sumiu do mercado. Quem esta saindo da moto e indo para o carro básico/popular de até seus 20.000,00 o consumidor irá comprar, com ou sem crise. O carro dos 30.000,00 até 60.000,00 é a classe média, não esta comprando, pois é mais cautelosa. Acima dos 70.000,00, pertence à classe alta que continua comprando e fazendo as troca do modelo antigo. Nossa região é privilegiada. Aumentou as vendas de consórcio no Brasil nos últimos meses.

Perceba que o responsável da loja 2 entende que a classe média deixou de

comprar em seu estabelecimento e notou o aumento na aquisição do plano de

consórcio, seja pelo fato de pagar menos juros em parcelas do bem. Já o R 6 quando

questionado pela situação atual, ele descreve:

No atual cenário econômico, ainda que o número de vendas tenha caído em média 20%, a expectativa é que volte a melhorar as vendas, pois estamos em uma região extremamente produtiva com potencial de aumento econômico, com a integração de novas indústrias, e diversificação de atividades, fortalecendo assim todos os seguimentos.

Ao descrever essas frases, o R 6 alega que a região em que Lucas do Rio

Verde se encontra, está na rota das grandes indústrias e empresas a se instalarem

na cidade. Com a diversificação de atividades, de modo geral seu comércio e outros

setores serão beneficiados na venda de seus produtos e serviços. Neste

entendimento, que a mídia nacional propaga a queda de venda no seguimento de

automóveis, auxiliada pelo alto índice da taxa Selic nos últimos tempos, o comércio

local sentiu sim os reflexos, mas não comparado a outras regiões que obtiveram

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quedas nas vendas e consecutivamente paralização nas fábricas, como descreve a

reportagem da revista exame:

O consumo caiu 4%. A produção recuou em todos os 25 segmentos da indústria de transformação. [...] a taxa de desemprego vem crescendo. No setor automotivo, por exemplo, a consultoria GO Associados, de São Paulo, projeta uma redução de 18% na venda de carros em 2016, após o recuo de 25% observado em 2015. Os pátios lotados são uma prova contundente. “já estamos num momento difícil. Se ficar pior do que isso, será uma situação de calamidade”, diz o português Carlos Gomes, presidente para o Brasil e para a América Latina do grupo francês PSA, dono das marcas de automóveis Peugeot e Citroen (REVISTA EXAME, ed. 1109, ano 50, nº 5, p.95-96).

No comentário do presidente Carlos Gomes, é duro ver o pátio da montadora

da marca que ele representa lotado de carros zero quilometro, e não ter consumidores

disponível para a compra, seja pelo medo de investir ou medo de ficar desempregado.

No que tange as informações dos últimos meses houve a queda de venda de

veículos, a pesquisa buscou investigar juntos aos responsáveis qual foi o volume de

veículos vendidos do período de 01/2012 a 04/2016, onde a predominância das

respostas foi que ano de 2012, 2013 e 2014 as vendas de carros novos e seminovos

superou as expectativas. Para o R 2 “em 2012 vendemos 540 unidades, em 2013

vendemos 768 unidades, 2014 – 690 unidades, 2015 – 420 unidades e 2016 média

de 32 unidades ao mês”, já para o R 5 ele coloca que sua loja de 2012 a 04/2016 teve

a seguinte situação “nós vedemos praticamente 600 carros ao ano de lá para cá, em

2014 foram em torno de 70 carros ao mês e 2015 a 2016 representou a queda de

35%”.

Fazendo uma retrospectiva dos anos em que as vendas superaram as metas

das concessionárias e entender um pouco porque estes anos foram louváveis, se dá

pelo fato que o governo queria estimular o consumo das pessoas, reduzindo alguns

impostos como o IPI, incentivos fiscais e a taxa Selic na casa dos 7,5% (revista exame

edição 1110, p. 83), entende-se que o consumo era incentivado. Mas a população de

modo geral não tendo condições necessárias de educação financeira, gastou mais do

que tinha, e hoje colhe frutos de estagnação. Na obra de Pinheiro ele comenta que o

crescimento econômico é sensível a taxa de juros, pois quando as taxas de juros da

economia estão baixas, as pessoas tendem a consumir mais e os custos financeiros

das empresas passam a ser menores (PINHEIRO, 2009).

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Para o seguimento de automóveis em Lucas do Rio Verde, segundo os

responsáveis das lojas, a queda das vendas chega aproximadamente de 30%

comparado ao mesmo período de 2015, mas ainda estão conseguindo se manter no

mercado. Outro dado importante a ser listado, foi que a pesquisa identificou que o

comportamento do consumidor local ao ramo de veículos está sendo feito no

particular, consumidor entre consumidor, esta informação surgiu do comentário do R

2 “os compradores do zero passaram a comprar o semi usado, mas do particular.

Como nós sabemos disso? A medição é analisar as vendas do semi usado pelo

Detran, onde carro zero se dá pelo emplacamento, e do usado pela transferência”.

Nestas afirmações, a pesquisa investigou junto ao Detran/MT quantos veículos

foram transferidos e emplacados em 2015 em comparação a 2016 nos quatro

primeiros meses do ano na cidade de Lucas do Rio Verde, pois o mesmo ainda

acrescenta “em 2016 manteve-se as transferências em comparação há outros anos

(vendas particulares)”.

TABELA 3 – Comparação de Emplacamento e Transferência

Veículos Novos – emplacamentos Veículos usados – transferências

2015 2016 2015 2016

Janeiro 96 89 566 582

Fevereiro 106 75 560 498

Março 146 122 458 780

Abril 171 123 730 751

Total 519 409 2314 2611

Fonte: Detran do Mato Grosso – Estatísticas Dinâmicas Nota: Dados trabalhado pelo autor.

Com esta informação disponibilizada pelo departamento estadual de trânsito,

pode ser avaliado dois pontos da pesquisa, o aumento/diminuição de veículos novos

e seminovos. A título de informação, a quantidade listada na tabela 3, engloba todos

os tipos de veículos que Lucas do Rio Verde possui, sendo tanto carro, moto, ônibus

e caminhão, não podendo afirmar qual o avanço/diminuição de carros que houve de

um ano ao outro como a pesquisa propõe, mas ajuda ter uma visão geral como todo.

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Perceba que o comentário do R 2 feita anteriormente é confirmada pelas

quantidades listadas acima, pois analisando a quantidade total de transferências entre

2015 a 2016 houve de fato uma evolução, por mais que no mês de fevereiro de 2016

houve uma queda, mas o número de veículos usados cresceu, seja ela no particular

ou pela concessionária. Ainda, a tabela disponibiliza que os veículos novos (todos os

tipos) sofreram uma diminuição de emplacamento de 2015 a 2016 nos quatro

primeiros meses, onde a queda foi de 21% no município, confirmando assim, o relato

no capítulo 2.3 Ramo Automobilístico, onde a Anfavea emitiu o boletim comunicando

a queda na produção de veículos no Brasil.

Diante disso, outro agravante para o seguimento de veículos na queda das

vendas, são que os consumidores estão fazendo negócios sem envolver uma

concessionária/revenda, não que isto seja ilegal, mas de certa forma estes

estabelecimentos que possuem porta aberta, paga seus impostos, tem seus

funcionários a pagar, são prejudicados com uma concorrência a céu aberto.

Enfim, por mais que a situação do Brasil não seja das melhores, a conjuntura

atual como a política, crise social e financeira sejam obstáculos para um

comportamento ao consumo das pessoas, Lucas do Rio Verde se prevalece em

comparação a outras regiões do país por ser rica na produção de alimentos, com

grandes empresas instaladas e consumidores com um poder aquisitivo superior a

média nacional, isso faz com que os empresários do ramo automobilístico continuem

a creditar em dias melhores em seu negócio.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho surtiu da necessidade pessoal de analisar os reflexos da taxa

Selic ao comportamento do consumidor do ramo automobilístico e as concessionárias.

Onde a pesquisa indica que a Taxa Selic ao ramo de automóveis é extremamente

importante, pois impacta diretamente nos preços dos veículos ofertados ao

consumidor e com consequência o consumidor sente no bolso parcelas mais elevada.

A pesquisa descobriu que para os consumidores entrevistados, foi respondido

que a taxa Selic não interferiu na compra do novo veículo comprado, em contrapartida,

as concessionárias alegam que as taxas interferem diretamente no seguimento

automobilístico. Para tanto, a pesquisa buscou junto as lojas de carros em Lucas do

Rio Verde qual foi o volume de veículos vendido de 01/2012 a até 04/2016, onde os

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anos de 2012, 2013 e 2014 foram anos surpreendentes nas vendas, mas que 2015 e

2016 as vendas caíram aproximadamente 30%. Entretanto, as vendas nas lojas

podem ter caído, mas analisando os dados do departamento de trânsito, o comércio

de compra e venda de veículos continua fluindo normalmente, seja pelo particular ou

por alguma concessionária. Os responsáveis entrevistados acreditam que por estarem

localizado em uma região forte na agricultura e implementação de grandes indústrias

na cidade, seu seguimento caminha junto a economia local, ajudando assim, a se

manterem no mercado.

Mediante aos resultados obtidos das entrevistas, coloco que grande parte dos

consumidores não fazem ideia o que venha a ser taxa Selic e que ela tem grande

influência no comportamento de compra das pessoas, seja para fazer a compra no

supermercado, ou comprar um novo veículo, pois esta taxa implica no

aumento/diminuição dos preços. Para as concessionárias, o que restam a eles é

buscar estratégias para vender seu produto de maneira a ofertar condições

adequadas de pagamento.

Deixa-se como sugestão aos consumidores, informa-los que quando forem

fazer uma nova aquisição de um bem material, sempre é bom verificar em qual

oscilação a Taxa Selic se encontra, pois, dependendo de como ela vem reagindo nos

últimos tempos, seja interessante ou não fazer a nova compra naquele determinado

período. E às concessionárias, deixo como sugestão informar aos seus clientes, ou

seja, nos contratos de venda que os valores ofertados em financiamentos, as taxas

de descontos à compras à vista foram equiparados a taxa Selic para se chegar no

valor ofertado.

A contribuição desta pesquisa surte da necessidade pessoal em descobrir os

efeitos da taxa Selic ao seguimento de carro nos tempos atuais e o acervo informação

aos consumidores a entenderem mais o que venha a ser a taxa Selic e quais os

impactos que interfere no comportamento de compra da população e as

concessionárias a disponibilidade do resultado as informações obtidas neste trabalho.

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CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: Uma Análise Empírica

Jaqueline Aparecida Ferreira15

Marisa Claudia Jacometo Durante16

RESUMO A gestão da Cultura e do Clima Organizacional tornou-se fundamental para a eficiência dos resultados e o engajamento dos colaboradores diante dos desafios propostos no dia a dia. E através delas que pode-se verificar e monitorar a saúde interna do capital intelectual da empresa. Este artigo tem como objetivo geral, identificar quais as implicações do clima organizacional para as empresas. De modo específico busca-se: a) Explicitar a relação entre cultura e clima organizacional; b) Pesquisar ferramentas para gerir o clima organizacional. Como procedimento foi utilizado estudo bibliográfico, através de artigos e livros, sendo os principais: para a Cultura Organizacional utilizou-se os autores Ricardo Luz (2003) e Edgar H. Schein (2009), para Clima Organizacional os autores Ricardo Luz (2003) e Idalberto Chiavenato (2003 e 2009) e Gestão do Clima Organizacional utilizou-se o autor Ricardo Luz (2003) e Bispo (2006). Os principais resultados indicam que não existe um modelo definido de cultura e clima organizacional para utilizar em todas as organizações, pois cada empresa com a sua característica e individualidade irá perceber qual é o melhor modelo a ser aplicado. Considera-se que o clima é decorrente da cultura organizacional, sofrendo influência e influenciando no comportamento dos indivíduos. Portanto estão relacionadas, sendo a cultura a causa e o clima a consequência. Palavras-chave: Cultura Organizacional. Clima Organizacional. Gestão do Clima Organizacional.

1 INTRODUÇÃO

O maior patrimônio de uma organização é o seu capital humano, ou seja, o

grupo de indivíduos/profissionais com conhecimentos, competências e atributos que

as compõe.

Com as mudanças que ocorrem de forma dinâmica na sociedade, as empresas

e demais organizações norteiam-se procurando ser mais competitivas e lucrativas. O

Capital Intelectual e Humano é um recurso cada vez mais valorizado e apreciado, pois

a empresa que mantem um bom grupo de colaboradores tende a ser mais dinâmica e

15 Artigo entregue como requisito parcial para obtenção do título de Especialista Gestão Estratégica em Negócios Corporativos, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 16 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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arrojada. Para isso ela se utiliza de alguns indicadores e ferramentas de percepção

tais como a Gestão da Cultura e Clima Organizacional.

A gestão da Cultura e do Clima Organizacional tornou-se fundamental para a

eficiência dos resultados e o engajamento dos colaboradores diante dos desafios

propostos no dia a dia, é através delas que pode-se verificar e monitorar a saúde

interna do capital intelectual da empresa.

Vários estudos como de Schein (2009) e Luz (2003) são realizados para ajudar

os líderes a gerir melhor a Cultura e o Clima nas organizações, identificando

oportunidades e melhorias no ambiente de trabalho.

Existe uma interação entre Cultura e Clima Organizacional, portanto

precisamos entender o conceito de cada uma.

A cultura de uma organização pode ser explicada por Schein (2009), como o

resultado de um complexo processo de aprendizagem de grupo que é apenas

parcialmente influenciado pelo comportamento do líder.

Ricardo Luz (2003) define cultura como um conjunto de crenças, valores,

costumes, rituais, slogans, mitos, tabus, tradições, sentimentos e comportamentos

compartilhados pelos membros de determinada organização, enfim, o conjunto de

atributos físicos e psicossociais de uma organização que caracteriza o seu modo de

ser e sua identidade.

Entende-se assim, que cada indivíduo traz consigo sua própria cultura, que

juntamente com a cultura da empresa impacta no cotidiano da organização, criando

assim o clima organizacional.

Para Chiavenato (2003) o clima organizacional envolve uma visão mais ampla

e flexível da influência ambiental sobre a motivação. É a qualidade ou propriedade do

ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da

organização e influencia no seu comportamento.

Segundo Luz (2003), o clima é afetado por diferentes fatores externos à

organização, como condições de saúde, habitação, lazer e familiar, e também pela

cultura organizacional, que é uma das suas principais causas.

O clima influência positiva e negativamente os colaboradores de uma

organização, pois a maneira que as pessoas interagem umas com as outras torna o

ambiente agradável ou não de trabalhar.

Uma empresa onde o clima entre seus colaboradores é pesado, estressante,

desmotivante, e a maneira como os colaboradores são tratados pelo seu líder, pode

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ocasionar, além de baixa produtividade, problemas psicológicos. Fazendo com que a

empresa aumente a rotatividade de funcionários, perdendo seu capital humano para

a concorrência, acrescendo consideravelmente os custos com desligamento e

contratação de novos funcionários.

Podemos perceber a importância de um líder em influenciar seus

colaboradores, relacionando clima e cultura da empresa, para obter sucesso e

resultados satisfatórios, onde a cultura é a causa e é estabelecida ao longo do tempo

e o clima é a consequência, como os funcionários sentem-se animados e respeitados

dentro da empresa.

As organizações empenhadas em ser mais eficientes focam em treinamentos

e boas práticas aplicadas na rotina de trabalho junto aos seus colaboradores, fazendo

com que esses sintam-se comprometidos com o clima e a cultura da empresa. Mas

sabemos que, muitas vezes não é fácil administrar a Cultura e o Clima nas

organizações, desta forma surgiu o questionamento: Quais as implicações do clima

organizacional para as empresas?

Este artigo tem como o objetivo geral, identificar quais as implicações do clima

organizacional para as empresas. De modo específico busca-se: a) Explicitar a

relação entre cultura e clima organizacional; b) Pesquisar ferramentas para gerir o

clima organizacional.

Alguns problemas como insatisfação, desmotivação, clima pesado, estresse,

entre outros, estão atrelados com as relações interpessoais que acontecem tanto no

nível pessoal, quanto no nível profissional e o estudo do Clima Organizacional torna-

se importante para a percepção e identificação de como essas relações interferem no

ambiente de trabalho e nos resultados almejados.

2 METODOLOGIA

Para esse artigo o método de abordagem utilizado foi o Indutivo, que é um

conhecimento empírico, ou seja, da observação de estudos e experiências do

cotidiano.

Como procedimento foi utilizado estudos bibliográficos, através de artigos e

livros, sendo os principais: para a Cultura Organizacional utilizou-se os autores

Ricardo Luz (2003) e Edgar H. Schein (2009), para Clima Organizacional os autores

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Ricardo Luz (2003) e Idalberto Chiavenato (2003 e 2009) e Gestão do Clima

Organizacional utilizou-se o autor Ricardo Luz (2003) e Bispo (2006).

A Classificação da Pesquisa com base nos objetivos e procedimentos foi a

explicativa, pois explicitou a relação entre a cultura e o clima organizacional, bem

como as ferramentas para gestão do clima organizacional. Esse tipo de pesquisa tem

como finalidade observação, registro e análise dos conteúdos.

Os procedimentos de análise foram feitos através dos estudos bibliográficos de

pesquisas realizadas anteriores, tais como: Campos, Rédua e Alvareli, 2011. A

influência da cultura organizacional para o desempenho das organizações e Sbragia,

Roberto, 1983. Um estudo empírico sobre o Clima Organizacional em Instituições de

Pesquisa, bem como as interpretações feitas pela autora.

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Explicitar a Relação entre Cultura e Clima Organizacional

A cultura e o clima organizacional são dependentes um do outro, onde a cultura

é mais profunda, ampla e demanda de mais tempo para ser observada e o clima é de

fácil percepção, podendo ser administrado em pequenos espaços de tempo.

De acordo com Freitas (2002), foi na década de 80 que o tema cultura

organizacional começou a ser propagado e até hoje sua importância é inegável. As

organizações passaram a ver os aspectos culturais como fundamentais.

Empiricamente a cultura sempre existiu nas organizações, mas foi a partir da

década de 80 que se tornou importante, começando a ser estudada e aplicada nas

organizações para entender melhor o comportamento e assim elaborar estratégias de

desempenho.

A cultura organizacional influencia no desempenho das organizações e está

relacionada com todos os valores dos indivíduos envolvidos, sendo que os fundadores

são os responsáveis por tomar a iniciativa e os demais atuam sobre sua direção,

sendo influenciado pelas suas crenças e costumes.

A Figura 1 demonstra como se formam as Culturas Organizacionais.

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Figura 1 – Como se formam as Culturas Organizacionais FONTE: Robbins, 2005, p. 385 (apud Campos, Rédua e Alvareli, 2011, p. 27).

Percebe-se que os critérios de seleção são baseados na filosofia dos

fundadores da organização, sendo que os dirigentes influenciam na harmonia e no

modo de pensar dos funcionários, assim ajudam os funcionários na adaptação da

cultura organizacional.

Segundo Souza (1978) (apud17 LUZ, 2003, p. 33) “entende-se por cultura

organizacional o conjunto de fenômenos decorrentes da atuação dos homens na

organização. É, portanto, um fenômeno grupal, resultante e característico de uma

coletividade”.

O autor descreveu de forma abrangente que a cultura organizacional é a união

dos fenômenos ocasionados pela atuação e ação humana na organização. Também

se caracteriza de forma coletiva, abrangendo fatores materiais e abstratos, todos eles

coligados e gerados pelo convívio humano.

Luz (2003, p. 32) cita que:

A cultura organizacional é constituída de aspectos, que dão às organizações um modo particular de ser. Ela está para a organização, assim como a personalidade está para o indivíduo. Ela representa o conjunto de crenças, valores, estilos de trabalho e relacionamentos, que distingue uma organização da outra.

Entende-se que basicamente a cultura organizacional diferencia uma

organização da outra através de seus aspectos, pois assim como cada indivíduo tem

a sua personalidade, cada organização tem a sua própria identidade.

Schein (1984) (apud PASETTO; MESADRI, 2012) cita que existe três níveis

que a cultura pode ser apreendida:

Artefatos visíveis: Layout18; Comportamento e Vestuário das pessoas;

17 Palavra latina usada para citações indiretas 18 Estrutura física

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Tabus.

Valores compartilhados: São valores que os empregados e as

empresas têm em comum. São pilares de sustentação da cultura.

Pressupostos básicos: São valores determinantes dos

comportamentos, como as pessoas devem perceber, sentir e pensar

diante dos problemas e como solucioná-los.

Observa-se que Schein identificou que há três níveis de cultura, nos artefatos

visíveis são observados todos os elementos físicos internos da empresa; nos valores

compartilhados são o que cada um traz de dentro de si e partilha junto aos demais, e

por último, os pressupostos básicos está fortemente relacionado com o inconsciente,

fazendo com que o indivíduo solucione os desafios do seu dia a dia.

Dubrin (2003) (apud LUZ, 2003) cita alguns elementos que explicam a cultura

de uma organização:

Valores: representam a importância que as organizações dão a

determinadas coisas, balizam e demonstram quais as prioridades que

uma empresa procura seguir.

Ritos ou Rituais: são cerimônias típicas de uma organização, que

envolve desde uma comemoração até a integração de um novo

colaborador.

Mitos: são alegorias ou figuras imaginárias que simbolizam ou reforçam

diferencias competitivos.

Tabus: são questões proibidas ou não bem vistas dentro da

organização.

O autor é enfático ao destacar os elementos que explicam a Cultura

Organizacional, onde os valores são representados pelas prioridades que a empresa

irá seguir, respeitar e pregar; ritos e rituais são a forma da empresa em engajar novos

colaboradores no novo ambiente de trabalho ou simplesmente proporcionar a devida

ambientação dos mesmos na organização; mitos são como a empresa é vista em

relação aos outros já com certo ar de superioridade sobre as concorrentes; e por fim

os tabus que limitam, privam ou desviam de questões mais delicadas dentro da

organização, simplesmente abafando ou proporcionando o esquecimento sobre

certos assuntos .

Oliveira (1988) (apud LUZ, 2003) aponta as figuras encontradas na cultura

organizacional:

Cânones: são preceitos eclesiásticos, entre eles: Missão, Visão,

Valores e Regulamentos.

Herói: é uma figura heroica que inspira a organização e é

frequentemente citada pelos funcionários.

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Etiqueta: o que é correto ou não de se fazer.

Linguagem: conjunto de símbolos verbais que reflete a cultura da

organização.

Podemos ver que o autor demonstrou quais são as figuras encontradas na

Cultura Organizacional, assim podemos entender que os cânones são a missão da

empresa, a visão, os valores e os regulamentos da mesma; herói é a figura retratada

do fundador, ou alguém que se destacou de forma excepcional na organização, um

líder e guerreiro nato; etiqueta está relacionada com o que pode ou não fazer na

organização, serve como parâmetro para manter a boa postura dentro da

organização; linguagem é a forma que é passada a comunicação através do conjunto

dos símbolos verbais os quais refletem a cultura particular da organização.

Oliveira (1988) (apud LUZ, 2003) apresenta também alguns personagens

folclóricos, significativos da cultura, sendo eles:

Arautos: aqueles que sabem das novidades antes dos outros.

Cabalas: grupos de conchavos ou “panelinhas”.

Espiões: aqueles que levam informação aos que decidem.

Mestres: aqueles que sabem tudo sobre a empresa. São os salvadores

da pátria.

Eminências pardas: aqueles que têm um poder não-formalizado.

O autor aqui representa alguns dos personagens folclóricos destacados dentro

da cultura. Os arautos são os colaboradores premiados que recebem as novidades e

acontecimentos antes dos outros, tirando certa vantagem; cabalas são grupos

pequenos e fechados organizados por pessoas com ideias ou posições iguais, que

compartilham das mesmas opiniões; espiões são aqueles que coletam e levam

informações importantes para os gestores, para tomadas de decisões de forma rápida

e eficiente; mestres são aqueles que têm muita experiência junto à organização, visto

que devido as dificuldades decorrentes ao trabalhos, sabe como contorná-los de

forma rápida e eficaz, são vistos como possíveis conselheiros e eminências pardas

são aqueles que exercem um grau de influência, mesmo não sendo o gestor ou líder.

Para Ricardo Luz (2003, p. 37), a cultura organizacional:

Se expressa, se tangibiliza e se materializa através dos fatores relacionados a seguir: Código de Ética, Carta de Princípios, Filosofia, Declaração da Missão, Declaração da Visão e dos Valores da empresa, através de seus Slogans19, através de suas Figuras Folclóricas e, finalmente, através do comportamento da organização e

19 Divisa, lema, legenda.

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das pessoas que nela trabalham.

Percebemos que a cultura organizacional se manifesta de maneiras diferentes,

pois está relacionada a vários fatores: Ética, Princípios, Missão, Visão, Valores e etc.,

sendo que em cada empresa ela é determinada pelo comportamento e interação de

todos os indivíduos, influenciando também no clima organizacional.

O clima organizacional, segundo Rizzatti (2002) surgiu nos Estados Unidos, no

início dos anos 1960, com os trabalhos de Forehand e Gilmer que levantaram

conceitos e indicadores do clima a partir de estudos sobre o comportamento individual.

Posteriormente, Litwin e Stringer (1968) aproveitaram esses estudos e realizaram

experiências em três diferentes organizações americanas, os resultados ajudaram a

definir melhor o clima organizacional.

No Brasil, foi difundido e aplicado com Souza (1977, 1978, 1980, 1982 e 1983),

que realizou diversos trabalhos em empresas privadas e órgãos públicos utilizando o

modelo de Litwin e Stringer.

Segundo Chiavenato (2009, p. 143) o nome clima organizacional é “dado ao

ambiente interno existente entre os membros da organização. O clima organizacional

está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes”.

Podemos observar que segundo interpretação de Chiavenato o clima

organizacional serve de indicador do grau de motivação e satisfação dos

colaboradores. Ele é aplicado de forma interna dentro da organização, sendo uma de

suas características. Através dele podemos identificar dificuldades, criar melhorias,

readequar o quadro de colaboradores, ou distribuir melhor as tarefas e deveres.

Na Figura 2, Sbragia (1983, p. 31) sintetiza o entendimento do clima

organizacional.

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Figura 2: Um modelo integrativo para entendimento do clima organizacional FONTE: Sbragia, Roberto, 1983, p. 31.

A figura explica de forma sucinta todos os elementos que estão relacionados e

que contribuem para a formação do Clima Organizacional e este por sua vez favorece

a motivação dos colaboradores dentro da empresa.

D. J. Champion (1979) (apud LUZ, 2003, p. 28) afirma que:

Pode-se definir clima organizacional como sendo as impressões gerais ou percepções dos empregados em relação ao seu ambiente de trabalho; embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião, pois não tem a mesma percepção, o clima organizacional reflete o comportamento organizacional, isto é, atributos específicos de uma organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho.

Observa-se que devido a peculiaridades humanas, a percepção e a opinião

sempre serão diferentes entre um indivíduo e outro, não sendo possível identificar um

padrão para relacionamento no ambiente de trabalho.

Segundo Luz (2003, p. 29) Clima Organizacional:

É o reflexo do estado de ânimo ou de graus de satisfação dos

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funcionários de uma empresa, num dado momento. Pode-se também conceituar clima como sendo a atmosfera psicológica que envolve, num dado momento, a relação entre empresa e funcionário.

O autor pondera que o Clima Organizacional nada mais é que o termômetro da

satisfação e harmonia dos colaboradores dentro da organização. Cativando os

mesmos a seguir os valores, atitudes e padrões almejados pela empresa.

Após a análise das características e conceitos de Clima Organizacional,

podemos observar que o objetivo do Clima é analisar o ambiente de trabalho como

um todo, de como os colaboradores sofrem influência positiva e/ou negativa e como

se mantem satisfeitos.

É muito importante efetuar a identificação das causas que podem interferir de

forma negativa os colaboradores junto ao ambiente de trabalho. Uma vez que eles

podem desencadear um efeito em cascata, de certa forma afetando outros

colaboradores até então satisfeitos e que não apresentavam riscos de conflito ou

desarmonia.

Segundo Luz (2003), a cultura organizacional está presente em diversas

conceituações de clima. Alguns autores tratam clima e cultura como sendo coisas

parecidas, fazendo sempre uma menção à cultura quando se referem ao clima.

Portanto, o clima é resultante da cultura organizacional, tanto dos seus

aspectos positivos quanto dos negativos, pois sofre influência e influencia o

comportamento dos indivíduos. Assim podemos dizer que entre cultura e clima existe

uma relação, onde a cultura é a causa e o clima é a consequência.

3.2 Identificar quais as Implicações do Clima Organizacional para as Empresas

Como foi citado anteriormente, o capital humano é o maior patrimônio da

organização e como a competitividade vem crescendo a cada dia, torna-se

imprescindível a melhoria contínua da qualidade de vida dos indivíduos nela inseridos,

a fim de tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

Luz (2003, p. 48) menciona que através de alguns indicadores podemos

identificar sinais do clima na organização:

No dia-a-dia das organizações podemos encontrar “sinais” de que o clima vai bem ou mal. Esses indicadores não nos fornecem elementos capazes de descobrirmos as causas que mais estão afetando positiva

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ou negativamente o clima da empresa. Todavia servem para alertar quando algo não está bem, ou ao contrário, quando o clima está muito bom.

O autor demonstra de forma clara e direta que os indicadores são as

ferramentas ideais e necessárias para mapear os problemas e obstáculos que estão

impactando no Clima Organizacional, é através deles que pode-se criar um plano de

ação necessário para contornar o problema e estabelecer novos parâmetros de

melhoria.

Dentre os indicadores de clima organizacional podemos citar:

Turnover20

Absenteísmo

Pichações nos banheiros

Programas de sugestões

Avaliações de desempenho

Greves

Conflitos

Desperdícios de materiais

Reclamações

O turnover está relacionado com a rotatividade dos colaboradores da empresa,

é um importante indicador, pois serve como um termômetro eficiente para observar

que está gerando alguma inconformidade. Quando é elevado significa que falta

comprometimento das pessoas com a empresa ou que algo não está agradando.

Além da rotatividade de colaboradores, a ausência ou atraso do colaborador

junto ao seu posto de trabalho, ocasiona o descumprimento de suas tarefas e

responsabilidade diárias, causando problemas como a sobrecarga de seu trabalho

aos demais colegas para conseguirem atender a demanda do dia.

Pichações no banheiro são descritas como a forma mais comum de protesto

por parte dos colaboradores, eles vêm no banheiro uma oportunidade de se

manifestar de forma anônima, fazendo críticas, ou sugestões sobre o que ocorre no

dia a dia dentro da empresa.

O programa de sugestões visa proporcionar a opinião dos colaboradores sobre

formas de trazer melhorias no processo produtivo, ou apontar sugestões de possíveis

melhorias no ambiente de trabalho, nas ferramentas e sistemas utilizados ou na forma

que são tratados. Quando os colaboradores não são comprometidos com a empresa,

20 Rotatividade

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esse programa tende a se malsucedido, pois a qualidade das sugestões não atende

ao que a empresa esperava.

Outro indicador são as avaliações de desempenho, que são vistas como

ferramentas eficazes para monitorar o desempenho dos colaboradores frente ao

ambiente de trabalho, e os desafios propostos do dia a dia. Além de medir o

desempenho pode ajudar a apontar possíveis causas dos problemas e oferecer

correções rápidas para reverter os problemas.

Quando empresa e colaboradores não estão em sintonia e alguns fatores

começam a afetar o clima, gerando descontentamento dos empregados com a

empresa, estes podem aderir à greve, que são vistas como a forma mais radical da

empresa e colaboradores entrarem em conflito, as greves podem ser desencadeadas

por diversos fatores, remuneração incompatível, mudanças em normas ou regimentos

internos da empresa, condições de trabalho, desacordos sindicais, alteração nos

benefícios, entre outros.

Além do descontentamento colaborador/empresa, outro conflito pode ocorrer

dentro da organização. Os conflitos interpessoais e interdepartamentais são os mais

aparentes na organização, pois torna a percepção do clima mais fácil de ser

compreendida. Conflitos interpessoais estão ligados às pessoas e os

interdepartamentais estão ligados aos setores da empresa.

Os colaboradores também podem reagir estragando os materiais e/ou

danificando os equipamentos, pois entendem que é uma maneira de rebelar-se contra

as condições de trabalho. O desperdício de material causa impacto imediato ou em

médio prazo na empresa, pois onera custos e impacta na produção futura da empresa,

além do desperdício ocorre também à sabotagem industrial que nada mais é que outra

forma de causar impactos na produção a fim de se chamar a atenção dos gestores,

ela é mais radical, pois danifica equipamentos ou simplesmente condena lotes inteiros

de produtos e materiais acabados.

O último indicador diz respeito às reclamações nos consultórios médicos das

empresas, pois é ali que as pessoas optam em expressar suas angústias, problemas

e insatisfações decorrentes ao trabalho. O maior impacto está na questão psicológica

dos colaboradores, pois acabam impactando de forma negativa nas questões

pessoais e profissionais.

Luz (2003) destaca que além desses indicadores, outros fatores podem

contribuir para monitorar e avaliar o clima dentro da empresa:

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Reuniões

Entrevistas de desligamento

Ombudsman21

Programas de Sugestões

Sistema de atendimento às queixas e reclamações

Café da manhã com presidente/diretores/gerentes

Pesquisa de clima organizacional

Reuniões são descritas como uma forma de contato direto dos gestores e

colaboradores, para avaliar e monitorar os problemas que podem afetar o clima da

empresa.

Entrevista de desligamento tem a finalidade de ouvir, identificar, analisar e

tentar eliminar os problemas que os colaboradores descreverem no desligamento.

Ombudsman tem um papel crucial para a empresa, pois ele será responsável

por ouvir, receber as críticas, sugestões e reclamações, sempre tratando de forma

imparcial a fim de não prejudicar a análise.

Programa de sugestões estimula os colaboradores a demonstrarem e

aplicarem as suas ideias, pois muitas vezes estas trazem benefícios para a empresa

e consideráveis reduções de custos de operação, sendo muito aplicado e estimulado

nas empresas nos dias atuais.

Sistema de atendimento às queixas e reclamações é definido como o principal

canal de atendimento entre a empresa de manufatura ou prestação de serviço junto

aos seus clientes, é uma forma simples de fazer o cliente entrar em contato direto com

a empresa e de certa forma oferecer críticas, sugestões, reclamações e também

elogios.

Café da manhã com presidente/diretores/gerentes é uma forma simples e

rápida de aumentar o entrosamento entre a diretoria e demais gestores. Tem cunho

quase que político, pois promove o engajamento entre os níveis mais elevados da

empresa.

A pesquisa de clima dentro da organização é tida como a melhor estratégia

para identificar os pontos fortes e fracos, bem como medir/avaliar a satisfação dos

colaboradores com relação aos vários aspectos da organização.

Segundo Chiavenato (1993, p. 610) (apud LUZ, 2003, p. 47) “o clima de uma

empresa pode ser saudável ou doentio, pode ser quente ou frio, pode ser negativo ou

21 Um profissional contratado por um órgão, instituição ou empresa com a função de receber críticas, sugestões e reclamações de usuários e consumidores.

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positivo, satisfatório ou insatisfatório, dependendo de como os participantes se sentem

em relação à sua organização”.

Com os indicadores citados e explicados acima, percebemos que dependendo

da interação e participação de cada colaborador dentro da empresa o clima

organizacional pode ser desfavorável ou favorável. O Quadro 1 demonstra os

resultados proporcionados por esses tipos de clima:

QUADRO 1: Clima Desfavorável e Clima Favorável

CLIMA ORGANIZACIONAL

Desfavorável Favorável

Frustração Satisfação

Desmotivação Motivação

Falta de integração empresa/funcionários Alta integração empresa/funcionários

Falta de retenção de talentos Alta retenção de talentos

Baixa produtividade Alta produtividade

Baixa adaptação às mudanças Alta adaptação às mudanças

Turnover alto Turnover baixo

Alta abstenção Baixa abstenção

Baixa dedicação Alta dedicação

Pouco comprometimento com a qualidade Comprometimento com a qualidade

Insatisfação dos clientes Satisfação dos clientes

Pouco aproveitamento nos treinamentos Maior aproveitamento nos treinamentos

Falta de envolvimento com os negócios Alto envolvimento com os negócios

Aumento das doenças psicossomáticas Raras doenças psicossomáticas

Insucesso nos negócios Sucesso nos negócios

FONTE: Dados da Pesquisa, 2016.

O Clima organizacional dentro da empresa desempenha grande vitalidade para

a mesma, pois sendo favorável ela irá estimular os colaboradores a sentirem-se

motivados, desta forma tendem a ter um desempenho satisfatório na rotina de seus

trabalhos e gera harmonia da equipe. Outro fator é que a produtividade será sempre

alta, pouca rotatividade de pessoas irá manter a cultura forte dentro da empresa e a

retenção de talentos. Por outro lado, o clima sendo desfavorável tende a desgastar as

equipes, gerar a falta de desempenho, pouca eficiência no processo, rotatividade

elevada, desmotivação, frustração e insucessos.

3.3 Pesquisar Ferramentas para Gerir o Clima Organizacional

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Os gestores das organizações emprenhados em melhorar a qualidade de vida

dos seus colaboradores têm buscado alternativas para a garantia dessa melhoria, e

uma delas é a busca de ferramentas no auxílio da gestão do clima organizacional.

Luz (2003) ressalta que a Pesquisa de Clima Organizacional é uma das

estratégias que melhor auxiliam na identificação de oportunidades e melhorias no

ambiente de trabalho, auxiliando assim na gestão do clima.

As Pesquisas de Clima Organizacional visam proporcionar uma análise da

organização como um todo, bem como o nível de satisfação e/ ou insatisfação, de

comprometimento e de interação dos colaboradores na empresa.

Essas pesquisas podem contribuir de várias formas, conforme autores Luz

(2003) e Bispo (2006), dentre elas:

Integração das áreas/departamentos

Otimização da comunicação

Diminuição de burocracia

Identificação da necessidade de treinamentos/cursos

Melhor interação empresa/colaborador

Satisfação pessoal

Obtenção de melhores resultados

Tem como objetivo principal maximizar as relações entre empresa/colaborador,

oferecendo melhores condições de trabalho e oportunidades de desenvolvimento,

proporcionando assim os resultados almejados.

Recomendam-se para as organizações que a pesquisa de clima seja aplicada

anualmente, ou no máximo a cada dois anos. Vários modelos de pesquisas foram

desenvolvidos para tentar ajudar no entendimento e melhoria do clima de uma

organização. O Quadro 2 demonstra alguns modelos desenvolvidos:

QUARDRO 2 - Modelos de Pesquisa de Clima Organizacional

MODELOS INDICADORES

Litwin e Stringer (1968)

• Estrutura • Responsabilidade • Desafios • Recompensas • Relacionamentos

• Cooperação • Conflito • Identidade • Padrões

Kolb (1986)

• Responsabilidade • Padrões • Recompensas • Conformismo

• Clareza Organizacional • Calor e Apoio • Liderança

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Coda (1997)

• Liderança • Compensação • Maturidade empresarial • Colaboração • Valorização profissional

• Identificação com a empresa • Comunicação • Sentido de trabalho • Política global de RH • Acesso

Sbragia (1983)

• Conformidade • Estrutura • Recompensas • Cooperação • Padrões • Conflitos • Identidade • Estado de Tensão • Ênfase na participação • Proximidade da supervisão

• Humanização • Autonomia • Prestígio • Tolerância • Clareza • Justiça • Condições de Progresso • Apoio logístico • Reconhecimento • Controle de desempenho

Luz (2003)

• Trabalho • Integração interdepartamental • Salário • Supervisão • Comunicação • Progresso Profissional • Relacionamento interpessoal • Estabilidade • Autonomia do colaborador • Benefícios

• Condições físicas de trabalho • Relacionamento empresa x sindicato x funcionário • Disciplina • Participação • Pagamento • Segurança • Objetivos organizacionais • Orientação para resultados

FONTE: Diversos autores elencados nas referências. NOTA: Dados trabalhados pela autora, 2016.

Verifica-se que todos os modelos abordam a motivação e liderança, sendo que

Litwin e Stringer (1968), Kolb (1986) e Coda (1997) focaram a maior parte dos estudos

em liderança e estrutura. Já Sbragia (1983) e Luz (2003), além de focarem em

liderança e estrutura, também abordaram as políticas empresariais.

Os pesquisadores intensificaram-se cada vez mais na elaboração de

questionários abrangendo um número maior de indicadores, a fim de estratificar dados

e apontar possíveis pontos de melhoria.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que após estudar e avaliar os vários pesquisadores citados

neste trabalho, ficou evidente que os mesmos adotaram diferentes tipos de pesquisa

de clima organizacional, e diferentes tipos de indicadores, para apontar possíveis

distorções ou anomalias nas organizações. Sendo que todos chegaram basicamente

aos mesmos resultados, de que o clima organizacional favorável influência de maneira

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positiva na obtenção de resultados e quando ocorrerem sinais de anomalias, os

mesmos devem ser tratados rapidamente para manter o clima favorável.

Entende-se que o clima é decorrente da cultura organizacional, sofrendo

influência e influenciando no comportamento dos indivíduos. Portanto estão

relacionadas, sendo a cultura a causa e o clima a consequência. Foram explanadas

as ferramentas para gerir o clima organizacional, porém a que se referendar que não

existe um modelo definido para utilizar em todas as organizações, pois cada empresa

com a sua característica e individualidade irá perceber qual é o melhor modelo a ser

aplicado.

Dentre todos os modelos apresentados nesse artigo, indica-se o Modelo de

Luz para a realização de pesquisa organizacional, pois abrange um maior número de

indicadores, tornado os resultados mais completos.

Podemos observar que as organizações que não dão a devida atenção ao

capital humano tendem-se a tornarem obsoletas, pouco lucrativas e com alta

rotatividade de colaboradores, trazendo uma imagem negativa ao exigente e

atencioso mercado consumidor. O mundo globalizado está cada vez mais preocupado

com o capital humano, pois este é o principal pilar das empresas, sem talentos a

empresa não se destaca, sem destaque no mercado ela não se torna um diferencial

e fica no mesmo patamar das demais tornando-se apenas mais uma entre tantas

outras.

Este artigo visa contribuir no auxílio de estudo e pesquisas sobre Cultura e

Clima Organizacional e na formulação de estratégias competitivas, gerando

vantagens para organização e colaboradores.

REFERÊNCIAS

BISPO, C. A. F. Um novo modelo de pesquisa de clima organizacional. Produção: v. 16, n. 2, p. 258-273, 2006.

CAMPOS, F. P.; RÉDUA, T. S.; ALVARELI, L. V. G. A influência da cultura organizacional para o desempenho das organizações. Janus, Lorena: n. 14, p. 021-031, 2011.

CHIAVENATO, I. Introdução a teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier. 7ª ed., 2003.

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CHIAVENATO, I. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Manole. 7 ed. 2009.

FREITAS, M. E. de. Cultura Organizacional: identidade, sedução e carisma? 3 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.

LUZ, R. S. Gestão do Clima Organizacional: proposta de critérios para metodologia de diagnóstico, mensuração e melhoria. Estudo de caso em organizações nacionais e multinacionais localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Tese de mestrado, 2003.

PASETTO, N. V.; MESADRI, F. E. Comportamento organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia. Curitiba: Intersaberes, 2012.

RIZZATTI, G. Categorias de análise de clima organizacional em universidades federais brasileiras. Florianópolis. Tese de Doutorado, 2002

SBRAGIA, R. Um estudo empírico sobre clima organizacional em instituições de pesquisa. Revista de administração, v. 18, n. 2, p. 30-39, 1983.

SCHEIN, E. H. Cultura Organizacional e Liderança. São Paulo: Atlas S/A, 2009.

SOUZA, E. L. P. Diagnóstico de clima organizacional. Revista de Administração Pública, v. 11, n. 2, p. 141-58, 1977.

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SOUZA, E. L. P. Percepção de clima conforme escalão hierárquico. Revista de administração de empresas, v. 20, n. 4, p. 51-56, 1980.

SOUZA, E. L. P. Clima e motivação em uma empresa estatal. Revista de administração de empresas, v. 22, n. 1, p. 18-38, 1982.

SOUZA, E. L. P. Clima e estrutura de trabalho. Revista de administração, v. 18, n. 3, p. 68-71, 1983.

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CULTURA ORGANIZACIONAL EM FRANQUIAS: Uma Análise Preliminar

Josiê Hirt22

Kendra Fabia Fischer23

Marisa Claudia Jacometo Durante24

RESUMO

As exigências do mercado, o aumento da concorrência, entre outros fatores, fez com

que as empresas buscassem meios para melhorias e aperfeiçoamento. Neste

contexto, observou-se a necessidade de valorização dos recursos humanos, já que

são os colaboradores os responsáveis por colocar em prática projetos e ações da

empresa. É necessário que os processos de gerenciamento estratégico da gestão de

pessoas levem em consideração as crenças, normas e valores de uma empresa, bem

como as percepções de todos os colaboradores. Desse modo, o objetivo geral foi

estudar se a Cultura Organizacional influencia na gestão de Pessoas nas Franquias,

tendo como objetivos específicos: a) descrever o conceito de gestão de pessoas e

suas ramificações; b) descrever o conceito de Cultura Organizacional e sua formação;

c) entender o conceito de franquias; e d) analisar se a Cultura Organizacional

influencia na gestão de Pessoas nas Franquias. Quanto à metodologia o método de

abordagem é indutivo, a classificação da pesquisa é descritiva, o método de

procedimento é bibliográfico, sendo a base teórica Chiavenato (2004), Knapik (2011)

e Lacombe (2011), sendo a natureza qualitativa. Na pesquisa verificou-se que a

cultura organizacional está diretamente ligada com as atividades de uma empresa,

sendo a gestão de pessoas o setor da empresa responsável pelo cuidado e

ensinamento dos colaboradores e considerando a franquia uma autorização para

usufruir dos produtos e serviços de uma determinada empresa, a cultura

organizacional influencia diretamente na gestão de pessoas de uma franquia.

Palavras-chave: Cultura organizacional. Gestão de Pessoas. Franquias.

1 INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização, as exigências do mercado, o aumento da

concorrência, entre outros fatores, fez com que as empresas buscassem meios para

22Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração. Artigo entregue como requisito para o TC I, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 23Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração. Artigo entregue como requisito para o TC I, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 24Doutora em Educação, Professora Orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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melhorias e aperfeiçoamento dentro do seu mercado de atuação. Neste contexto,

observou-se a necessidade de valorização dos recursos humanos, já que são os

colaboradores os responsáveis por planejar e colocar em prática projetos, ações e

metas necessárias para o bom andamento da empresa. Contudo, gerir pessoas pode

ser considerado uma atividade complexa, haja vista que o ser humano é um indivíduo

único, possui desejos, prioridades e anseios diferentes, isso tanto no âmbito

profissional quanto pessoal, assim, a gestão de pessoas procura uma harmonia entre

objetivo empresarial e pessoal.

De acordo com Knapik (2011, p. 53) o departamento de gestão de pessoas é

“o conjunto de políticas e subsistemas que se preocupa com o gerenciamento

estratégico das pessoas e leva à eficácia dos colaboradores em busca dos objetivos

pessoais e empresariais”. Sendo assim, a gestão de pessoas tem um impacto

significativo dentro das empresas, pois, a mesma é responsável pela busca da eficácia

dos seus colaborados.

Para tanto, é necessário que os processos de gerenciamento estratégico da

gestão de pessoas levem em consideração as crenças, normas e valores de uma

empresa, bem como as percepções de todos os colaboradores independentemente

de cargos, deste modo, passe a observar a cultura organizacional a qual possui um

papel de suma importância dentro das empresas.

Pode-se entender como cultura organizacional as normas informais e formais

que norteiam o comportamento dos colaboradores de uma empresa no seu dia-a-dia,

tais normas dão um direcionamento para as suas ações na busca do alcance dos

objetivos empresariais. Por este motivo, a gestão de pessoas e a cultura

organizacional estão atreladas.

Em um conceito mais amplo sobre a cultura organizacional, Wagner III

&Hollenbeck (2003) (apud PAULA; et al, 2011, p. 64) dizem que:

A cultura organizacional possui funções como a criação de uma identidade organizacional, facilita o compromisso coletivo, promove a estabilidade organizacional e molda o comportamento ao ajudar os membros, dando sentido a seus ambientes. Assim sendo, essas funções coordenam o trabalho e fazem com que o comportamento seja reforçado dentro das organizações.

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Sendo assim, a cultura organizacional torna-se um facilitador entre os

colaboradores e os anseios da empresa, auxiliando-os para o entendimento quanto à

identidade organizacional.

Partindo desta premissa, podemos verificar que o processo de gestão de

pessoas e a cultura organizacional poderão ser trabalhados em qualquer modalidade

de empresa. Neste caso em específico, a modalidade de empresa escolhida é a

franquia, a qual, de acordo com o SEBRAE (2013, p.7) segundo a “Lei 8.955/94 é um

sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou

patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos

ou serviços”. Deste modo a franquia dá o direito ao seu franqueado de fazer o uso de

seus produtos ou serviços, entre outros.

Nos últimos dez anos o número de franquias aumentou em torno de 127%,

atualmente no Brasil existem mais de 220 mil franquias, sendo que o faturamento

chega a R$ 1 bilhão diariamente, o Brasil é o terceiro maior país do mundo em

franquia, é ultrapassado apenas pela China e pelos Estados Unidos (PORTAL G1,

2015). Assim, observa-se a importância dessa modalidade de empresa no Brasil.

Entretanto, deve-se levar em consideração que uma franquia não disponibiliza

apenas produtos ou serviços, mas também toda a sua cultura organizacional, daí a

importância da gestão de pessoas, pois, muitas vezes poderá ser necessária uma

adaptabilidade maior por parte dos seus colaboradores. Sendo assim, a pergunta

problema do estudo reside em: A Cultura Organizacional Influencia a Gestão de

Pessoas nas franquias? Tendo por objetivo geral estudar se a Cultura Organizacional

influencia na gestão de Pessoas nas Franquias.

De modo específico busca-se: a) descrever o conceito de gestão de pessoas e

suas ramificações; b) descrever o conceito de Cultura Organizacional e sua formação;

c) entender o conceito de franquias e d) analisar se a Cultura Organizacional influencia

na gestão de Pessoas nas Franquias.

Justifica-se a escolha deste tema, pois entende-se que existe grande relevância

quanto à cultura organizacional da empresa, levando-se em consideração as

possíveis influências ou não que as suas ações poderão vir a causar nos processos

da gestão de pessoas.

Este tema é importante, pois empresas da modalidade de franquia vêm cada

vez mais conseguindo espaço no mercado, atuando assim, de modo significativo na

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economia, portanto, é necessária uma visão sistêmica deste tipo de modalidade de

empresa a fim de buscar conhecimentos e aperfeiçoamento quanto as suas funções.

A contribuição efetiva desse estudo se dá pelo ganho de conhecimento

específico quanto ao assunto em questão por parte das acadêmicas, além de

demonstrar de que modo a cultura organizacional e a gestão de pessoas são

trabalhadas em conjunto na empresa da modalidade de franquia, podendo servir

posteriormente como base de estudo para quem necessitar.

2 METODOLOGIA

A metodologia é o meio pelo qual se encontra os resultados obtidos na

pesquisa. Sendo assim, o método de abordagem é o indutivo, que segundo

Richardson (2012, p. 35) “A indução é um processo pelo qual, partindo de dados ou

observações particulares constatadas, podemos chegar a proposições gerais”, ou

seja, parte-se de uma situação específica para, se possível, posteriormente

generalizar. Quanto ao método de procedimento é o estudo de caso, pois o mesmo

consiste em estudar de modo específico e aprofundado um grupo, um indivíduo, etc.

Nesse estudo, o caso em questão é a cultura organizacional e sua influência nas

franquias.

Já a classificação da pesquisa com base nos objetivos é descritiva, pois

Richardson (2012, p. 71) diz que “os estudos de natureza descritiva propõem-se

investigar o que é, ou seja, a descobrir características de um fenômeno como tal.

Nesse sentido, são considerados como objeto de estudo uma situação específica”.

Assim, a pesquisa descritiva descreve as características de determinada população

ou fenômeno, indivíduos, etc.

A natureza da pesquisa com base nos procedimentos técnicos é bibliográfica,

onde utiliza-se material já elaborado, com tratamento analítico e já publicado, como

por exemplo, livros, artigos científicos, entre outros. Nesta pesquisa em questão no

que tange a gestão de pessoas utilizou-se Lacombe (2011), Cabral (2010), Knapik

(2011), Chiavenato (2004), Gil (2007) e Bitencourt (2010). Quanto à cultura

organizacional utilizou-se Robbins (2005), Wagner e Hollenbeck (2009), Chiavenato

(2004) e Zago (2013). E quanto a franquia utilizou-se Noro; et al (2012) e Santos

(2016).

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Quanto à natureza da pesquisa é qualitativa que, de acordo com Richardson

(2012, p. 90) é “a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção

de medidas quantitativas de características ou comportamentos”. Portanto, na

natureza qualitativa o foco está na qualidade do se extrai na pesquisa, não se

preocupando em quantificar tal situação.

E para a análise de dados considerou-se os conceitos de gestão de pessoas,

cultura organizacional e franquia utilizados nesta pesquisa com o intuito de

afirmar/informar os resultados obtidos na pesquisa.

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Descrever o Conceito de Gestão de Pessoas e suas Ramificações

Historicamente podemos verificar que a gestão de pessoas passou a existir a

partir da Revolução Industrial, quando houve a criação de associações sindicais que

lutavam por melhorias para os trabalhadores (LACOMBE, 2011) e, a partir desse

momento a gestão de pessoas passou a sofre constantes modificações. Dutra (2006)

(apud CABRAL; et al, 2010, p. 10) diz que a gestão de pessoas passou por três fases,

sendo elas:

Operacional: até a década de 60. Nessa fase, o objetivo da gestão de pessoas era basicamente preocupar-se com a operacionalização de captação, treinamento, remuneração, informações etc.;

Gerencial: dos anos 60 até início dos anos 80, a gestão de pessoas passa colaborar nos diferentes processos da organização, sendo requisitada como parceira nos processos de desenvolvimento organizacional;

Estratégica: a partir dos anos 80, a gestão de pessoas começa a assumir um papel estratégico na internalização de novos conceitos de pensar nas pessoas como geração de valor para as organizações.

Assim é a partir dessa evolução que as pessoas deixam de ser apenas recursos

dentro das empresas e passam a ser consideradas como parte importante da mesma,

considerando assim, os seus colaboradores com ativo intangível e não mais como um

passivo dentro das empresas.

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Sendo assim, Dutra (2006, p.17) (apud CABRAL; et al, 2010, p. 3) conceitua a

gestão de pessoas como “um conjunto de políticas e práticas que permitem a

conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas

possam realizá-las ao longo do tempo”. Portanto, a gestão de pessoas em seu

contexto geral, tem o intuito de gerir os colaboradores de modo que as empresas

consigam alcançar os seus objetivos bem como os objetivos dos próprios

colaboradores.

Considera-se então que “gestão de pessoas pode ser entendida como a forma

que a empresa se organiza para gerenciar e orientar os colaboradores no trabalho a

fim de se alcançar os objetivos organizacionais e individuais” (FISCHER, 2002 apud

GOMES; SILVA, 2011, p.7). Desse modo, a gestão de pessoas faz um elo de ligação

entre os anseios da empresa e dos seus colaboradores, buscando um equilíbrio entre

as partes.

Em outro conceito, Knapik (2011, p. 52) define que a gestão de pessoas é

“focada no gerenciamento com e para pessoas. Considerando os colaboradores como

talentos dotados de capacidade, habilidades e intensão de levar a empresa ao

sucesso”. Deste modo, a gestão de pessoas cuida do capital intelectual da empresa,

gerindo-os de modo que as pessoas deixem de ser recursos das empresas e passem

a ser parceiros das mesmas, conseguindo assim, alcançar os objetivos propostos.

A gestão de pessoas passou a ter papel fundamental dentro das empresas e

através de suas estratégias busca melhorado desempenho dos seus colaboradores

com o intuito de atingir as metas estipuladas pelas empresas. Para tanto, a gestão de

pessoas vem passando por novas abordagens, pois a mesma passou a ser agente

estratégico dentro das empresas na busca por seus resultados, para tais ações, a

gestão de pessoas possui um conjunto de subsistemas ou processos de gestão de

pessoas, os quais estão disponíveis no quadro 01:

QUADRO 1 – Conjunto de subsistemas ou processos de Gestão de Pessoas

Capacitação de Pessoas Orientação e acompanhamento de

pessoas

Desenvolvimento de pessoas

Remuneração, valorização e segurança

de pessoas.

Planejamento das demandas de contratação

Definição das competências e

requisitos necessários para o desempenho

das funções do cargo.

Elaboração de um sistema de

levantamento de necessidades de treinamento de

Estruturação de equilíbrio interno e

externo de remuneração, por meio

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treinamento e desenvolvimento.

de pesquisas de salário e plano de carreira.

Técnicas de recrutamento

Determinação do posicionamento e da

alocação das pessoas

Elaborar projetos voltados à preparação

para mudanças organizacionais

Condução de um programa de benefícios

adequado às necessidades dos funcionários e do

ambiente

Ferramentas e critérios de seleção.

Determinação de um plano de ascensão

profissional.

Aplicação de programas que

facilitem a comunicação interna e

o engajamento.

Criação de programas que proporcionem um ambiente higiênico e

seguro aos colaboradores.

Programa de integração de novos funcionários

Implantação de um plano de avaliação sistemática para

avaliação do desempenho das

pessoas nas organizações.

Definição de estratégias e procedimentos relacionados ao

envolvimento dos empregados com

sindicatos.

Garantia dos direitos trabalhistas aos

empregados

Fonte: Knapik, 2011, p. 60.

Deste modo, pode-se verificar que a gestão de pessoas é uma junção de

subsistemas que se atenta a gerir de forma estratégica as pessoas, conseguindo

assim a eficácia por parte dos seus colaboradores em busca dos objetivos tanto

pessoais quanto profissional.

Quanto aos seus objetivos a gestão de pessoas busca proporcionar aos seus

colaboradores motivação e engajamento, treinamento e desenvolvimento profissional,

assegurar a empresa uma vantagem competitiva, manter a qualidade de vida dos

trabalhadores, gerenciar as mudanças, assegurar uma política ética, desenvolver a

liderança (KNAPIK, 2011). Neste contexto, a gestão de pessoas busca através desses

recursos o aprimoramento das estratégias das empresas a fim de concretizar os seus

objetivos.

De acordo com Gil (2007, p. 17) gestão de pessoas é uma “função gerencial

que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos

objetivos tanto organizacionais quanto individuais”. Neste sentido, a gestão de

pessoas tem como foco alcançar os objetivos da empresa, porém, busca o equilíbrio

entre o que a empresa deseja e o que o colaborador deseja.

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Chiavenato (2004) explana que a gestão de pessoas trabalha de modo a

permitir a colaboração eficaz das pessoas tendo como finalidade alcançar as metas

das empresas, proporcionando as mesmas competitividade e organização,

treinamentos, qualidade de vida no trabalho, políticas éticas e comportamento

socialmente responsável. Assim, o objetivo da gestão de pessoas se fundamenta em

ações que permitem a melhoria do colaborador e da empresa vislumbrando alcançar

as metas estipuladas por ambas às partes.

Por corolário, entende-se que a gestão de pessoas tem como objetivo principal

gerir os colaboradores de uma empresa com o intuito de alcançar as metas

organizacionais e individuais, buscando assim, satisfação das partes envolvidas.

3.1.1 Ramificações da gestão de pessoas

As ramificações da gestão de pessoas estão contidas em suas políticas

básicas, sendo elas recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento,

remuneração e plano de carreira.

3.1.1.1 Recrutamento

O processo de recrutamento está relacionado com a captação de pessoas para

trabalhar nas empresas, assim, a partir do deste processo a empresa forma ou

completa o seu quadro de colaboradores.

“O recrutamento consiste em identificar candidatos potenciais que tenham o

perfil deseja pela organização para preencher as posições em aberto em sua estrutura

organizacional” (BITENCOURT, 2010, p. 83). Neste contexto, entende-se que o

recrutamento tem como finalidade encontrar pessoas que possivelmente estejam

aptas a trabalhar nas organizações, preenchendo assim, a falta ou aumentando a

quantidade de colaboradores. Lacombe (2011, p.85) explica que:

Recrutamento abrange o conjunto de práticas e processos usados para atrair candidatos para a vaga existentes ou potencias. Ele deve ser efetuado em uma unidade centralizada, e é uma atividade permanente, sendo apenas intensificada nas ocasiões em que existem vagas.

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Desta forma, o recrutamento segue processos e práticas criadas de acordo com

as necessidades da empresa, com o intuito de captar pessoal com um grau de

qualificação adequado para a atividade em questão. Chiavenato (2004, p.113) explica

que “o recrutamento é um conjunto de atividades desenhadas para atrair candidatos

qualificados para uma organização”. Assim, as empresas buscam meios de realizar o

processo de recrutamento de acordo as suas necessidades principais, por exemplo.

Lacombe (2011) explica que o processo recrutamento tem o seu início com a

requisição de pessoal, onde cada empresa desenvolve seu próprio formulário e

deverá explicar os motivos pelos quais estão emitindo a requisição, devendo constar

o perfil que deseja da pessoa, a carga horaria de trabalho, salários, entre outros.

Existem dois tipos de recrutamento, o externo que quando a empresa busca no

mercado novos colaboradores e o interno onde a empresa busca entre os seus

colaboradores alguém para assumir um cargo ou exercer funções em outros setores.

Quanto ao recrutamento externo, o Chiavenato (2004, p.113) diz que “atua sobre

candidatos que estão no mercado de trabalho, portanto, fora da organização para

submetê-los a seu processo de seleção de pessoal”. Portanto, o recrutamento externo

visa captar colaboradores que ainda não fazem parte da organização.

Para o processo de recrutamento externo é necessário que ocorra algumas

ações por parte das empresas para que se chegue ao mercado à informação de que

há vagas de serviços disponíveis naquela organização. Segundo Bitencourt (2010, p.

84-85):

Recrutamento externo inclui atividades relacionadas com a contratação externa de pessoas necessárias para o funcionamento da organização. Seu sucesso exige critérios bem-definidos para a execução do recrutamento e seleção. A realização do recrutamento externo uma ou mais das seguintes técnicas:

Base de dados de candidatos. Anúncios em jornais, revistas, etc. Cartazes, anúncios em portarias. Indicação dos próprios funcionários. Empresas de consultarias especializadas em consultorias. Internet.

Neste contexto, considera-se que o processo de recrutamento externo deverá

seguir ações para que haja divulgação de modo que a empresa consiga encontrar a

pessoa com o perfil desejado pela mesma.

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No que tange ao recrutamento interno, o mesmo é considerado assim, pois,

existe por parte da empresa um aproveitamento do seu pessoal, onde há um

reconhecimento quanto à capacidade dos seus colaboradores e a partir disso havendo

vagas disponíveis esses colaboradores são remanejados.

“O recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro

das organizações – isso é, funcionários para promovê-los ou transferi-los para outras

atividades mais complexas ou motivadoras” (CHIAVENATO, 2004, p.113). Este tipo

de recrutamento é interessante, pois colaboradores que conseguem melhorias em

suas funções, transferência, entre outros, se sentem mais motivados para

desempenhar o seu trabalho. Lacombe (2011, p. 85) explica que:

O aproveitamento do pessoal da empresa tem as seguintes vantagens: motiva todos os empregados, sinalizando a disposição de se promover a “a prata da casa” e de se criar perspectivas de carreira, no longo prazo, facilita o recrutamento de pessoas mais qualificadas, costuma ser mais rápido, pois as pessoas estão disponíveis e as vagas são preenchidas mais depressa, custo de admissão é praticamente nulo, se houver uma boa avaliação dos candidatos, a probabilidade de acertos tende a ser bem maior, uma vez que eles já estão na empresa e são conhecidos, aproveita melhor o treinamento de pessoal, diminui a probabilidade de rejeição dos colegas.

Sendo assim, o recrutamento interno é relevante tanto para a empresa quanto

para os seus colaboradores, pois, é possível verificar ganho por ambas as partes,

sendo que no que tange à empresa o processo de recrutamento dura menos tempo,

o que acarreta em ganhos, já que o colaborador poderá assumir de modo imediato à

função, por exemplo, no tocante do colaborador, o mesmo terá ganhos emocionais já

que estará motivo a trabalhar, por exemplo, portanto, analisa-se que este tipo de

recrutamento é benéfico para ambas as partes quando pode ser praticado.

3.1.1.2 Seleção

O processo de seleção consiste em encontrar entre os candidatos disponíveis

para aquela função, os quais possuem habilidades e qualidades pertinentes a função

que a empresa está em busca. Bitencourt (2010, p. 84-85) explica que:

A seleção consiste em escolher os candidatos que tem a necessárias qualificações para preencher as vagas abertas em uma organização.

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Para ter sucesso, qualquer organização necessita de empregados qualificados. Por isso a seleção tem uma importância vital para o desempenho organizacional, uma vez que nem sempre se consegue compensar um mau processo de seleção por meio de recrutamento.

Nesse sentido, a seleção de pessoas consiste em encontrar novos

colaboradores para a empresa, entretanto, é necessário que este processo seja

realizado de forma adequada para que não haja perdas nem por parte da empresa e

nem para o possível colaborador. “A seleção abrange um conjunto de práticas e

processos usados para escolher, dentre os candidatos disponíveis, aquele que parece

ser o mais adequado para a vaga existente” (LACOMBE, 2011, p. 97).

Sendo assim, o processo de seleção deve ser adequado para a função que a

empresa deseja contratar. É relevante salientar que no processo de seleção deve-se

levar em conta a crença, cultura da empresa, pois é necessário que o candidato

consiga se adequar à cultura organizacional da empresa.

De modo sucinto, “a seleção é o processo pelo qual a organização utiliza certas

estratégias para filtrar e identificar os candidatos que reúnem as qualificações e as

capacidades exigidas para ocupar um cargo oferecido pela empresa” (KNAPIK, 2011,

p. 201). Neste sentido, a seleção busca encontrar o candidato certo para a função

certa dentro da empresa.

Quanto ao processo em si, a seleção tem início com a análise de currículo dos pretendentes ao cargo, a partir desta ação, as pessoas com o currículo selecionado devem preencher um formulário com informações do candidato, este tipo de formulário é denominado de proposta de emprego, onde irá conter perguntas como: a função que o candidato pretende, grau de escolaridade, habilidades do candidato, condições de moradia, entre outros (LACOMBE, 2011, p. 98).

Assim, a seleção de pessoas é um processo criterioso e minucioso pela busca

de novos colaboradores de uma empresa, já que o grau e nível de conhecimento

devem estar de acordo com a função pretendida, haja vista que, um grau de

conhecimento mais elevado ou menos elevado afetará diretamente na função

disponibilizada pela empresa. Portanto, uma seleção adequada resultará em

situações positivas tanto para empresa quanto para a pessoa.

3.1.1.3 Treinamento e Desenvolvimento

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Considerando que as pessoas são o principal patrimônio de uma organização,

tê-las sempre bem instruídas possibilita o melhor desempenho da empresa, e é neste

contexto que o Treinamento tem o seu envolvimento dentro das empresas, pois,

através deste, é possível qualificar melhor os colaboradores, melhorar suas

habilidades, etc. Lacombe (2011, p.380) diz que:

O treinamento é qualquer atividade que contribua para tornar uma pessoa apta a exercer sua função ou atividade, para aumentar a sua capacidade para exercer melhor essas funções ou atividade ou prepará-la para exercer de forma eficiente novas funções ou atividades.

Desta forma, o treinamento é considera um tipo de capacitação de colaborados

num processo de curto prazo, pois, o treinamento está focado no acontecimento

presente, ou seja, é uma busca por melhorias das habilidades de quem realiza. Marras

(2001, p. 145) (apud PEREIRA; ARAGÃO; GOMES, 2015, p.1) dizem que o

“Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva

repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente

à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”.

Portanto, o treinamento são ações que as empresas praticam na busca de

melhorias continuas para os seus colaboradores, visando a partir dessas ações que

os mesmos tenham um conhecimento mais aprofundado sobre as suas atividades,

podendo incluir neste processo também aprendizados sobre a empresa, como visão,

missão, políticas, etc.

Ainda Segundo Araújo (2006) (apud MORAIS, 2016, p.1) “o treinamento é a

educação profissional que visa adaptar o homem ao trabalho em determinada

empresa, preparando-o adequadamente para o exercício de um cargo”. Neste sentido,

o treinamento visa o melhoramento das habilidades e qualificação dos colaboradores

das empresas, é importante frisar que o treinamento não deve ser visto como um

simples curso, mas como um meio do colaborador se qualificar para atender de modo

eficaz as necessidades das empresas.

Em relação ao desenvolvimento a diferença entre o mesmo e o treinamento é

que o treinamento está diretamente ligado ao presente, ou seja, as ações são

desenvolvidas para melhorar o desempenho do cargo atual, já o desenvolvimento é

realizado visando um futuro, ou seja, vislumbrando cargos a serem ocupados

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futuramente na empresa, contudo, treinamento e desenvolvimento constituem um

processo de aprendizagem por parte dos colaboradores (CHIAVENATO, 2004).

Quanto as finalidades do treinamento e desenvolvimento, Araújo (2006) (apud

MORAIS, 2016, p.1) explica que suas principais finalidades são:

Adequar a pessoa à cultura da empresa; Mudar atitudes; Desenvolver pessoas; Adaptação das pessoas para lidar com a modernização

da empresa; Desfrutar da competência humana; Preparar pessoas para serem remanejadas; Passar informações adiante; e Reduzir custos na busca por objetivos empresariais.

Assim, o treinamento e desenvolvimento possuem em suas finalidades

melhorias e consequentemente o bom desempenho dos colaboradores participantes

do processo. Quanto ao desenvolvimento especificamente, Milkovich e Boudreau

(2000) (apud MORAIS, 2016, p.1) relata que “o desenvolvimento visa aperfeiçoar as

capacidades e motivações dos empregados a fim de torna-los membros eficientes e

valiosos para a organização”. Portanto, o desenvolvimento assim como o treinamento

trazem melhorias para o colaborador e para a empresa.

No entanto, o desenvolvimento deve ser buscado pelo colaborador, pois,

considera-se que o desenvolvimento seja ele gerencial ou administrativo é

autodesenvolvimento, entretanto as empresas devem agir como facilitadores

apoiando assim o desenvolvimento de cada colaborador que assim o desejar

(LACOMBE, 2011).

Nesse corolário, treinamento e desenvolvimento possuem o mesmo grau de

importância tanto para a empresa quanto para os colaboradores, pois, as melhorias

advindas dessas ações serão benéficas para ambas às partes.

Em um conceito mais claro sobre o treinamento e desenvolvimento Morais

(2016, p.1) define que:

Os processos de treinamento e de desenvolvimento se complementam, pois, visa suprir a empresa com as competências de que ela necessita para seu funcionário. O treinamento é voltado ao condicionamento de pessoa e a execução de tarefas, o desenvolvimento visa o crescimento da pessoa.

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Assim, é importante que exista por parte das empresas investimento quanto ao

treinamento bem como ao desenvolvimento dos colaboradores, pois, tais ações são

consideradas de fato como melhorias, vantagens competitivas, etc. isso vale tanto

para o âmbito profissional quanto pessoal.

3.1.1.3 Remuneração

Mensalmente, os colaboradores das empresas recebem pelo serviço prestado,

e isso é entendido como salário, por exemplo. É sabido que no mundo dos negócios

existe uma troca entre os resultados que o colaborador deverá atingir e quanto à

recompensa que a empresa dará ao mesmo, neste sentindo, em valores financeiros.

Assim, existe uma diferença entre o que seja o salário e a remuneração, Knapik (2011,

p. 260) explana que:

O termo salário se refere somente àquilo que a empresa oferece pela prestação de serviços do colaborador à empresa. Já o termo remuneração é mais abrangente, pois corresponde a um pacote que envolve, além de salários fixos, recompensas (bônus, participação nos resultados, premiação com viagens, etc.) e benefícios (plano de saúde, se seguro de vida, previdência privada, refeições e transportes pagos, etc.) aos funcionários em troca dos seus esforços e da sua dedicação à empresa e serve para motivar as pessoas e compromete-las com a organização.

Desta forma, o salário possui um valor menor que a remuneração, haja vista

que o salário é pago visando apenas a prestação de serviço por parte do colaborador,

já quando existe a remuneração a empresa está pagando pela dedicação, esforço

desempenhado pelo colaborador quanto as ações a serem desenvolvidas na

empresa.

De acordo com Chiavenato (2004) a remuneração pode ser entendida com a

recompensa dada ao colaborador referente ao trabalho desempenhado pelo mesmo

na empresa, levando sempre em consideração a dedicação, esforço, entre outros.

Ainda remuneração é composta de três componentes principais, sendo eles:

Remuneração Básica que é o pagamento fixo que o funcionário recebe

mensalmente referente às suas atividades desenvolvidas na empresa;

Incentivos Salariais que são programas desenvolvidos com o intuito de

recompensa pelo bom desempenho do colaborador;

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Benefícios que são dados através de diversos programas, como plano de

saúde, vale transporte, refeições, seguro de vida, etc.

Neste contexto, a remuneração envolve muito além de um salário fixo, ela

abrange metas, objetivos bem maiores que os designados diariamente pelas funções

dentro das empresas, assim, a remuneração é uma recompensa pelo colaborador

atingir as metas e objetivos propostos.

Segundo Lacombe (2011) a remuneração engloba três situações, sendo elas:

Remuneração por resultados que consiste em pagar os colaboradores de acordo

metas, padrões, objetivos a serem alcançados; Remuneração por habilidade no qual

consiste em pagar o colaborador pelas suas habilidades, ou seja, o que ele sabe fazer

e Remuneração por competência que consiste em pagar os colaboradores pelos pelo

seu conhecimento, qualidades pessoas, atributos, entre outros.

Desta forma, cabe a gestão de pessoas analisar o seu colaborador e ajustar a

remuneração segundo o grau de ações e atividades desenvolvidas pelo mesmo.

3.1.1.4 Plano de carreira

O plano de carreira pode ser utilizado pelas empresas como estratégia para

assegurar o seu capital intelectual, já que empresas que praticam o plano de carreira

demonstram para os seus colaboradores maior interesse quanto às necessidades dos

mesmos.

Sendo assim, o plano de carreira consiste no crescimento profissional do

colaborador dentro da empresa ou em sua área de atuação. O Portal Verbo

Educacional (2015) explica que o plano de carreira é uma junção de diversas ações

onde através delas, traça-se os melhores caminhos para que o profissional percorra

o caminho adequado a fim de conquistar um nível mais elevado em sua área ou

empresa. Dessa forma, o plano de carreira busca da acessão aos colaboradores de

uma determinada empresa.

Veronezzi (2016, p.1) explica que o “plano de carreira nada mais é do que um

conjunto de caminhos e metas bem definidos que servem como um guia de

crescimento profissional”. Assim, para que o plano de carreira aconteça, é necessário

seguir algumas regras definidas para que o crescimento profissional seja atingido.

Assim, o plano de carreia, pode seguir duas situações, sendo que poderá

ocorrer a promoção vertical, a qual o colaborador passa a ocupar um cargo superior

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ao que ocupava anteriormente ou horizontal que é a promoção onde o colaborador

apenas muda de função (KNAPIK, 2011). Deste modo, o plano de carreira não é

apenas elevar o nível de hierarquia dentro da empresa, mais pode ser a mudança de

setor que trará um novo desafio para o colaborador.

Contudo ressalta-se que o plano de carreira pode ser observado por duas

óticas que é da ótica da empresa e a ótica do indivíduo. Knapik (2011, p. 249-250) diz

que:

O plano de carreira sob a ótica da empresa, a mesma, se preocupa com a retenção e motivação de suas equipes de trabalho precisa ter um bom plano de sucessão e ter a cultura de valorizar a “prata da casa” nos momentos em que surgem vagas disponíveis para as quais possa ser remanejada ou promovida. O plano de carreira sob a ótica do indivíduo, o indivíduo que deve desejar a sucessão, assumir a responsabilidade sobre sua carreira profissional e gerenciá-la. A gestão de carreira é de responsabilidade do indivíduo.

Neste contexto, o plano de carreira deixa de ser apenas de responsabilidade

das empresas e passa a ser responsabilidade do colaborador também, pois para que

haja a acessão de carreira é necessário que haja desenvolvimento profissional por

parte do colaborador, onde, o mesmo deverá merecer tal situação.

3.2 Descrever o Conceito de Cultura Organizacional e sua Formação

A cultura organizacional é considerada um fenômeno recente, assim, a ideia de

verificar a organização como uma cultura não era vista há tempos atrás, até os

meados de 1980, as organizações eram vistas apenas como uma forma racional, onde

era possível controlar as pessoas por exemplo, entretanto, mais recentemente,

entendeu-se que as organizações possuem personalidade própria assim como

qualquer indivíduo (ROBBINS, 2005). Assim, a cultura organizacional é a identidade,

ou seja, a forma individual de atuação da empresa no mercado.

Em um conceito mais amplo, Lacombe (2011, p. 275) descreve que a cultura

organizacional é:

O conjunto de crenças, costumes, sistema, valores, normas de comportamento e formas de fazer negócios, que são peculiares a cada empresa, o que define um padrão geral para as atividades, decisões e ações da empresa e descrevem os padrões explícitos e implícitos de

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comportamento e as emoções que caracterizam a vida na organização.

Assim, entende-se que a cultura organizacional rege toda a conduta dos

colaboradores da empresa e as ações desenvolvidas tanto para a tomada de decisão

quanto pela busca do resultado esperado. Sendo assim, a cultura organizacional está

impregnada em todas as atividades da empresa, não havendo a possibilidade de

separar as ações desenvolvidas na empresa de sua cultura propriamente dita.

Outro conceito é explicado por Wagner e Hollenbeck (2009, p.2005) é “a

maneira informal e compartilhada de perceber a vida e a participação na organização,

que mantém seus membros unidos e influencia o que pensam sobre si mesmo e seu

trabalho”. Deste modo, a mesma tem o poder de influenciar de modo significativo a

percepção do colaborador quanto o seu trabalho e a si mesmo.

Robbins (2005, p.376) reforça essa informação explicando que a cultura

organizacional “representa uma percepção comum mantida pelos membros da

organização. Isso ficou explicito quando definimos cultura como um sistema

compartilhado de valores”. Portanto, a cultura organizacional é a junção de o modo

crenças, valores, moral, leis, entre outras, compartilhas entre as organizações e seus

colaboradores.

Quanto a sua função Robbins (2005, p. 378) apresenta que:

Em primeiro lugar ela tem o papel de definidora de fronteiras, ou seja, cria distinções entre uma organização e as outras. Segundo, ela proporciona um senso de identidade aos membros da organização. Terceiro, facilita o comprometimento com algo maior do que o interesse individual de cada um. Quarto, determina a estabilidade do sistema social. A cultura é a argamassa social que ajuda a manter a organização coesa fornecendo os padrões adequados para que os funcionários vão fazer ou dizer.

Assim, a cultura organizacional desenvolve dentro das empresas o papel

fundamental de direcionar todas as ações de modo que as suas características sejam

identificadas, seja pelo tratamento dado pelos seus colaboradores, seja pelo seu

ambiente, enfim, em seu contexto geral é possível identificar as normas éticas,

crenças, etc.

3.2.1 Formação da cultura organizacional

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A cultura organizacional tem o seu início com o fundador da empresa, neste

sentido, partindo da premissa que a cultura é formada pelos valores, crenças, normas,

ética, condutas que um indivíduo traz consigo durante a vida, tais situações serão

norteadoras para o desenvolvimento de algumas atividades ou tomada de decisão.

Assim, o fundador da empresa é o responsável por formar a cultura organizacional, já

que é a partir dele que a empresa passará a desenvolver as suas atividades. O mesmo

também é o primeiro responsável por disseminar tal cultura para os seus

colaboradores.

O “pontapé” inicial é dado pelos fundadores da organização. É em seu período inicial que a cultura é mais versátil e resiliente as necessidades da recém-formada organização. É quando os primeiros mitos, ritos e valores começam a se desenvolver. Pelo seu tamanho inicialmente reduzido, é mais fácil impor os valores dos fundadores e disseminá-los para os poucos membros da organização (MAXWELL, 2016, p.57).

Neste contexto, de um modo geral, a interação existente entre os membros de

um determinado ambiente, sua vivencia, experiências, o modo como se comportam

diante certas situações, se identificadas como situações que trouxeram reações

positivas, elas passam a ser adotas por todos seja de forma consciente ou não. E é

assim que a cultura se forma.

Cultura pode ser entendida, então, como a resultante cognitiva de uma construção social que é extraída de aspectos importantes da experiência coletiva dos membros de uma sociedade que se configuram como modelo mentais, visão compartilhada ou arquétipos; os quais, uma vez incorporados, passam para o nível do inconsciente coletivo, onde muitas vezes o porquê dos procedimentos não é explicável. São apenas aceitos como certos, sem questionamentos (ZAGO, 2013, p. 107).

Desta forma, a cultura se desenvolve a partir de ações e situações que são

consideradas positivas, boa, instituídas para o bem comum, verificando a sua

aceitação no ambiente e assim, se aceito se consolida tanto em uma sociedade

quanto em uma empresa.

Quanto ao modo de transmitir a cultura organizacional para os seus

colaboradores Robbins (2002) (apud MAXWELL, 2016, p. 57) diz que:

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1. Os fundadores só contratam e mantêm funcionários que pensem e sintam as coisas da mesma forma que eles. 2. Os fundadores doutrinam e socializam esses funcionários de acordo com sua forma de pensar e sentir. 3. O comportamento dos fundadores age como um modelo, encorajando os funcionários a se identificarem com ele e, dessa forma, introjetando seus valores, convicções e premissas.

Neste sentido, a cultura organizacional é implantada por seu fundador em seus

colaboradores a partir de suas doutrinas, encorajando os mesmos a fim de

participarem desta cultura.

Chiavenato (2004, p.131-132) descreve quatro tipos de cultura:

Cultura conservadora e Cultura Tradicional: são organizações com cultura conservadora e tradicionalistas, basicamente não-adaptativas e se caracterizam por sua rigidez e conservadorismo. Elas adotam o chamado estilo tradicional e autocrático. O perigo desse tipo de cultura é que o mundo muda, o ambiente também e essas organizações se mantém totalmente inalteradas, como se nada houvesse mudado no contexto.

Cultura Adaptativa e Cultura participativa: se caracterizam por sua maleabilidade flexibilidade. Também se caracteriza pela constante revisão e atualização de suas culturas adaptativas. O perigo, por lado, é que essas organizações mudam constantemente suas ideias, valores e costumes e podem perder sua identidade.

Assim, todos os tipos de cultura organizacional tem o seu grau de importância

e caso seja levado ao extremo, as empresas poderão sofre, pois, a cultura

conservadora e tradicional não são abertas a mudanças e no mundo dos negócios as

mudanças são acontecimentos diários, já a cultura adaptativa e participativa, mesmo

entendendo que no mundo dos negócios a mudança é constante, a falta de

estabilidade poderá prejudicar a identidade da empresa, já que a cultura

organizacional faz parte de sua identidade.

3.3 Entender o Conceito de Franquias

A franquia não é um termo recente no mundo dos negócios, não se sabe ao

certo como e quando o sistema de franquia teve o seu início, entretanto há indícios

que no século XII na Europa já haviam sistemas parecidos com o da franquia. O seu

auge pode ser observado no sistema feudal, quando as terras eram divididas entre a

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igreja e a nobreza pelo chamado franchising, que significava algo como transferência

de um direito ou conceder um privilégio. Já a prática que conhecemos hoje teve início

em de 1850 nos Estados Unidos. Já no Brasil, teve o seu início nos anos de 1960

(SANTOS, 2016).

A franquia em si é uma autorização do franqueador ao franqueado, dando

direitos de explorar os direitos do uso da sua marca, produtos ou serviços, entre

outros. O termo pode ser definido por

Plá (2001 p. 17) (apud NORO; et al, 2012, p.3) diz que a franquia é considerada

“um sistema de distribuição de produtos, tecnologia e/ou serviços. Estabelece que o

franqueador concede ao franqueado o direito de explorar o seu conceito, know-how e

marca, mediante uma contraprestação financeira”. Deste modo, a franquia é direito

concedida do franqueador para o franqueado, onde o segundo poderá usufruir da

empresa franqueada em questão.

Outro conceito é dado por Leite (2000, p. 9) (apud NORO; et al, 2012, p.4) que

diz que “o conceito exato de franqueador indica aquele que outorga, ou que concede

o direito de uso de sua marca a outrem”, ou seja, é conferido a uma pessoa o direito

de modo especifico de utilizar a marca, produto ou serviço de uma empresa, por

exemplo.

De modo sucinto, o objetivo das franquias está primeiramente ligado ao

empreendedorismo, pois, as pessoas acabam sendo donas do seu próprio negócio,

mesmo que esse negócio já tenha sua base formada e segundo, pode ser visto como

meio de expansão de uma marca.

Segundo Leite (2000, p. 6) (apud NORO; et al, 2012, 3) explicam que o “sistema

de franchising se destina a toda e qualquer pessoa que esteja interessada em utilizá-

lo como consagração do espírito empreendedor, com o objetivo de criar uma

alternativa de novos negócios”.

Neste sentindo, a franquia é um meio de empreendedorismo e de divulgação e

expansão do produto ou serviço que estará sendo franqueado.

3.4 Analisar se a Cultura Organizacional Influencia na Gestão de Pessoas nas

Franquias

A cultura organizacional é a responsável por conduzir as normas e condutas

ética dentro das empresas, desta forma, a cultura organizacional trabalha de modo

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que seja possível difundir a sua cultura, neste sentido, os colaboradores são peças

fundamentais para esse processo, pois o mesmo precisa estar comprometido com a

cultura organizacional da empresa.

Lacombe (2011) deixa claro que no momento do processo de seleção o setor

da gestão de pessoas deve levar em consideração a cultura da empresa e as crenças

e valores dos candidatos, pois, há necessidade de adequação do colaborador a

cultura da empresa.

Assim, a gestão de pessoas deve alinhar a cultura organizacional da empresa

com a dos seus colaboradores, pois, é necessário que os anseios e desejos de ambos

sejam direcionados de forma a satisfazê-los e isso é um desafio. Knapik (2011, p. 297)

explica que “a cultura da empresa é constituída por um complexo conjunto de valores,

fatores tangíveis e intangíveis, revelando um processo social complexo, que resulta

em um desafio para a área de gestão de pessoas”.

Neste sentido, a gestão de pessoas deve desenvolver meios que permitam que

a cultura da empresa seja entendida e praticada por seus colaboradores de modo que

ambas as partes se sintam confortáveis com a situação.

Para tanto, é necessário que o colaborador aprenda sobre a cultura da empresa

onde presta os seus serviços, assim, a gestão de pessoas deve está engajada em

ensinar a cultura organizacional para os seus colaboradores.

Robbins (2005) comenta que a cultura deve ser ensinada a partir da história da

empresa, ou seja, desde o seu início, como foi fundada, sua importâncias, etc. outra

informação são os rituais que são as repetições de atividades que demonstram o valor

da empresa, seus objetivos, outro meio é o símbolo materiais e a linguagem, no que

diz respeito ao símbolo material refere-se a estrutura da empresa, o carro utilizado

pelo alto escalão, etc. no que tange a linguagem as organizações desenvolvem meios

com linguagens própria para algumas de suas ações, esse tipo de linguagem pode

ser utilizada para identificar membros de sua cultura ou subcultura, quando o

colaborador entende essa linguagem demonstra que houve aceitação da cultura

organizacional.

Toda empresa possui a sua cultura organizacional, com as franquias não é

diferente. A cultura organizacional trabalha a missão da empresa, direcionando-a.

Freitas (1991) (apud MATOS; LEBARCKY, 2011, p.4) dizem que “ao fornecerem um

senso de direção comum para todos os seus membros, os valores servem como um

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manual para o comportamento diário, a fim de se alcançarem os resultados

esperados”.

Neste contexto, a cultura organizacional transmite para a empresa franqueada

de que modo ela deve exercer as atividades. Ainda Volberda (1998) (apud MATOS;

LEBARCKY, 2011, p.6) diz que “a identidade de uma organização é o entendimento

compartilhado do que a organização é e de como a organização deve operar”. Assim

a cultura organizacional dá um direcionamento para a empresa franqueada. Deste

modo, entende-se que cultura organizacional está intimamente ligada a gestão de

pessoas nas franquias.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a revisão e discussão da literatura, considerando a pergunta problema

desta pesquisa, considera-se que a cultura organizacional influencia a gestão de

pessoas nas franquias.

Assim, considerando que a cultura de uma empresa está ligada diretamente

com o que é entendido como ética, normas, condutas, etc., sendo a gestão de pessoas

um setor dentro da empresa, a mesma recebe influência diretamente pela sua cultura,

pois, além de não haver possibilidade de um setor trabalhar diferente da cultura

organizacional, o mesmo ainda é responsável por ensinar os colaboradores e,

considerando que a franquia é uma autorização para explorar os produtos e serviços

de uma empresa, possui as características da empresa franquiada. Sendo assim, a

cultura organizacional está presente nas franquias e a gestão de pessoas precisa

trabalhar coma cultura organizacional na franquia.

No que diz respeito a descrever o conceito de gestão de pessoas e suas

ramificações, entendeu-se que a gestão de pessoas é o setor dentro da empresa

responsável por gerir os colaboradores, considerando os objetivos da empresa e do

colaborador, buscando assim, a satisfação de ambas as partes, e através das suas

ramificações, como recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento,

remuneração e plano de carreira é possível melhorar o desempenho dos

colaboradores, o que consequentemente, trará resultados satisfatórios para a

empresa.

No que tange a descrever o conceito de Cultura Organizacional e sua formação,

verificou-se que a cultura organizacional é a junção de crenças, costumes, valores,

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normas e hábitos compartilhados por todos os membros dentro da empresa. A cultura

organizacional também é responsável pela caracterização de uma empresa, já que

descreve o comportamento da vida da mesma.

A particularidade da cultura de uma empresa é demonstrada através da

maneira como ela lida com os negócios, clientes, funcionários, ou seja, com tudo que

está a sua volta, ressalta-se que a mesma reflete a mentalidade da empresa.

Com relação a entender o conceito de franquias, verificou-se que é uma

permissão de utilização de produtos ou serviços, uso da marca a fim de empreender

um negócio, ou até mesmo expandir o negócio.

Verificou-se que a cultura organizacional está diretamente ligada com as ações

e atividades desempenhadas por uma empresa, sendo a gestão de pessoas o setor

responsável pelo cuidado e ensinamento dos colaboradores, e considerando a

franquia uma autorização para usufruir dos produtos e serviços de uma determinada

empresa, a cultura organizacional influencia diretamente na gestão de pessoas de

uma franquia.

Portanto, identificou-se que não é possível separar a cultura organizacional dos

processos de gestão de pessoas, bem como dos seus franqueados, já que a mesma

é característica particular de uma empresa. Entretanto, é importante levar em

consideração as constantes mudanças no mundo dos negócios, neste sentido, faz-se

a seguinte sugestão: que exista por parte das empresas flexibilidade para aceitar

novas crenças, costumes, valores, entre outros, pois os colaboradores trazem consigo

culturas já formadas, o que consequentemente, acabam sendo compartilhadas dentro

da empresa e muitas vezes agregar à cultura da empresa a tais características poderá

ser benéfico para ambas às partes.

Assim, deixa-se a sugestão para que este tipo de pesquisa seja realizado em

uma empresa franqueada para que seja possível verificar se o que a teoria demonstra,

na prática de fato é vivenciado.

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ESTILOS DE LIDERANÇA E SUA RELAÇÃO COM AS GERAÇÕES

Adriana dos Reis Silva25

Marisa Claudia Jacometo Durante26

RESUMO A liderança é uma competência exercida por algumas pessoas, sendo uma característica obtida de influenciar facilmente as pessoas que estão ao seu redor. O presente trabalho apresenta as diversas transformações que o perfil de liderança vem modificando a cada surgimento de uma nova geração, influenciando as formas de gestão nas organizações, pois as empresas estão convivendo cada vez mais com pessoas de diversas idades num mesmo ambiente de trabalho. Gerações essas que são denominadas como Baby Boomer, X, Y e Z. O objetivo geral deste trabalho foi identificar se a Geração de profissionais influencia no Estilo de Liderança da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde-MT. Especificamente buscou-se: 1) Identificar as Gerações atuais de Líderes na Faculdade La Salle; 2) A partir das Gerações, identificar os Estilos de Liderança; 3) Descrever se as Gerações influenciam no estilo de Liderança. A metodologia utilizada foi qualitativa e descritiva com abordagem indutiva, sendo aplicado questionário a 17 líderes da instituição. O resultado aponta que os líderes predominantes são da Geração Y. O estilo de liderança identificado nos respondentes foi o Democrático. A influência da Geração ao Estilo de Liderança foi comprovada através dos resultados obtidos existindo diversas características que estão correlacionadas a cada estilo e a cada geração. Desse modo, considera-se que as gerações influenciam no estilo de liderança e liderados, cabendo a cada líder utilizar-se do estilo mais adequado em determinada situação. Palavras-chave: Liderança. Estilos de Liderança. Geração. Influência.

25 Artigo entregue como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Estratégica em Negócios Corporativos, na Faculdade La Salle, 2016, e-mail: [email protected]. 26 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O surgimento das denominadas gerações teve seu início logo após o

encerramento da segunda guerra mundial, sendo definidas pelas faixas etárias de um

grupo de pessoas, seguindo de diversas transformações do mundo profissional o perfil

de líderes vem modificando a cada surgimento de uma nova geração, influenciando

as formas de gestão nas organizações, pois as empresas estão convivendo cada vez

mais com pessoas de diversas idades num mesmo ambiente de trabalho.

Desta forma, podemos perceber que as empresas atualmente estão sendo

gerenciadas por todas essas gerações e que são denominadas como Baby Boomer,

X, Y e Z, esta última composta por jovens que estão terminando o ensino médio e não

sabem o que querem, o que fazer e como serão inseridas no mercado de trabalho,

por ser uma geração que faz tudo ao mesmo tempo. Porém, o presente trabalho

aborda as Gerações Baby Boomer, X e Y.

Por assim, entende-se que independente da liderança adotada, elas precisam

se manter equilibradas, ter uma boa convivência, compreender o perfil de cada

profissional e entender o que a empresa necessita para o momento, pois, a

organização precisa obter resultados e o ambiente de trabalho pode sofrer uma forte

influência dependendo do tipo de líder.

Em vista disso, considerando a importância de entender no ambiente de

trabalho qual o perfil destes líderes que atuam numa organização, e identificar estes

comportamentos humanos, e visando compreender no ensino superior frente ao novo

cenário da educação, repleto de incertezas, onde as instituições de ensino precisam

se adequar as regras impostas pelo Governo em se adaptar ao ensino frente as

Tecnologias de Informação e de Comunicação as (TIC’s), a Educação Superior à

Distância (EAD), e ainda enfrentar a crise econômica que o Brasil vem passando no

momento, são situações que precisam ser bem administradas pelas instituições para

que não aconteça um retrocesso nestas empresas.

Neste ambiente se encontra a jovem instituição situada no Centro Oeste de

Mato Grosso, a Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde constituída desde janeiro

de 2008, incorporando a instituição anterior União das Escolas Superiores de Lucas

do Rio Verde (UNIVERDE), que vem desenvolvendo sua proposta pedagógica há 8

anos baseada nos princípios de São João Batista de La Salle e faz parte da Rede La

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Salle de Ensino, a qual, conforme sua visão, busca ser reconhecida como uma

instituição de educação superior na excelência de sua presença e atuação voltada

para o desenvolvimento local e da região.

Em nível de gestão a Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde atualmente

possui três diretores, oito coordenadores de cursos e nove responsáveis de setores.

E visando compreender, analisar e identificar a influência dos estilos de lideranças

sobre uma organização e sobre seus liderados, torna-se o fundamento desta

pesquisa.

Neste contexto, considerando as diversas mudanças no perfil de líderes

inseridos nas organizações, surge assim o interesse pelo questionamento: A Geração

de profissionais influencia no Estilo de Liderança? Tendo por objetivo geral identificar

se a Geração de profissionais influencia no Estilo de Liderança da Faculdade La Salle

de Lucas do Rio Verde-MT. Especificamente buscou-se: 1) Identificar as Gerações

atuais de Líderes na Faculdade La Salle; 2) A partir das Gerações, identificar os Estilos

de Liderança; 3) Descrever se as Gerações influenciam no estilo de Liderança.

Assim, a motivação para a escolha deste tema foi o fato que nos dias atuais

com o surgimento dessas Gerações, é significativo para a organização conhecer o

perfil de seus líderes que estão presentes em um mesmo ambiente organizacional

visando um mesmo objetivo.

Nessa situação, está inserida a autora desse artigo, atuando como líder nesta

instituição de ensino no setor de registro acadêmico.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Liderança

Acredita-se que o termo liderança exista desde o início da humanidade, embora

como afirma Bergamini (1994, p. 24) “esse termo vem sendo utilizado apenas há

aproximadamente duzentos anos”. Na língua inglesa, Stogdill (1974) (apud

BERGAMINI, 1994, p. 24) “acredita que ele tenha aparecido por volta do ano 1.300

da era cristã”. Já Fiedler (1967) (apud BERGAMINI, 1994, p. 24) afirma que “a

preocupação com a liderança é tão antiga quanto a história da escrita”. Neste sentido

é possível dizer que a liderança tem sido investigada há muito tempo, e apresenta

diversas interpretações que se complementam sobre o assunto, como podemos

evidenciar neste subtítulo.

A liderança é um tema explorado por diversos autores em diversas obras, tema

que vem sendo estudado constantemente e evidencia o papel da liderança no mundo

organizacional. A liderança é uma competência exercida por algumas pessoas, sendo

uma característica obtida de influenciar facilmente as pessoas que estão ao seu redor.

Existem vários conceitos que podem denominar a liderança. Segundo Adair (2007, p.

23) no estilo militar “É a arte de influenciar um grupo de pessoas a seguir certo curso

de ação; a arte de controlá-las, direcioná-las e tirar delas o melhor. Uma grande parte

da liderança é a Administração do Homem”. Desta forma, percebe-se que é uma

habilidade de garantir um trabalho eficiente, orientando o liderado a entender a tarefa

que é solicitado. Para Chiavenato (2003, p. 122):

Liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos sociais. Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência significa uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra de modo intencional.

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Para Hunter, (2006, p. 18) (apud MARTINS; et al, 2015, p. 87-88) “A liderança

é a habilidade de influenciar as pessoas para trabalharem entusiasticamente visando

atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força e do caráter”.

De acordo com Minicucci (2001, p. 170) “Liderança é a influência interpessoal

exercida numa situação, por intermédio do processo de comunicação, para que seja

atingida uma meta”. Percebe-se que, para o autor a liderança é uma influência sobre

as pessoas conforme a situação determinada em cada momento.

Logo liderar é envolver as pessoas de modo que administre o sentido que elas

dão ao que estão fazendo. Bergamini (1994, p. 22) demostra que:

Essa administração do sentido implica o conhecimento e domínio das características da cultura organizacional, ao mesmo tempo em que liderar exige também o conhecimento do sentido que cada um dá à atividade que desempenha. No cruzamento dessas duas fontes de significado é que o líder se tem proposto, cada vez de forma mais clara, como elemento chave dentro das organizações.

Para Felix (2012):

Um bom líder precisa ter certas qualidades como: responsabilidade, persistência, iniciativa, boa vontade, conhecimento, postura, mas a principal virtude de um líder é a sua boa relação com seus liderados, pois isso indica que você os considera e respeita. Uma liderança despreparada, que persegue e chateia seus liderados, cria conflitos e não atinge seus objetivos, pois são os colaboradores que fazem o sucesso da empresa, e caso eles se sintam desconfortáveis, não se esforçarão por um bom resultado (FELIX; et al, 2012, p. 11).

Portanto, pode-se dizer que esses teóricos concordam que a liderança é

empregada por um indivíduo capaz de influenciar diversas pessoas que por ele é

liderado, evidenciando o processo da influência no comportamento organizacional

intencionalmente sobre seus subordinados.

2.1.1 Teorias de liderança

Diversas teorias de lideranças foram caracterizadas por diferentes escolas de

pensamento sobre este tema ao longo da história, que causaram impactos

significativos no conceito de liderança, pois buscaram formas de se poder avaliar a

eficácia da liderança em conseguir tornar o líder mais evidente em suas atividades na

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influência sobre seus seguidores. Marinho (2006, p. 11-14), resume um pouco de cada

uma dessas principais teorias.

Maquiavel - uma das teorias mais antigas de liderança é a de Nicolau Maquiavel

que descreve os riscos da liderança e os desafios para preservar a posição do líder,

com seu livro publicado em 1513, O príncipe afirma que os líderes precisam de firmeza

e da preocupação em se manter no poder, a autoridade e a ordem no exercício do

governo. Segundo Maquiavel o ideal é que se consiga atingir estes três objetivos

através da simpatia, caso contrário à ameaça, o engano e a violência podem ser

utilizados. Portanto, considera-se que é através desses dois métodos básicos que se

pode manter-se no poder, sendo a lei e a força.

Teoria dos Traços - uma das primeiras teorias a ser formulada, tendo Gordon

Allport como um dos pioneiros neste estudo, baseia-se em que os líderes possuem

traços de personalidade que os tornam diferentes dos liderados. Bryman, (1992, p. 2)

(apud BERGAMINI 1994, p. 28-29) referia-se a três tipos de traços, físicos, mentais e

psicológicos, ou seja, admite que as pessoas já nascem com as características que

as tornam líderes ou liderados. Bergamini (1994) destaca que:

O enfoque dos traços predominou até a década de quarenta, tendo como grandes contribuintes para o seu sucesso as pesquisas desenvolvidas pelos testes psicológicos muito incrementados a partir de 1920 até 1950 [...]. Stogdill e Mann serviram-se dos resultados das pesquisas disponíveis acerca de liderança que datavam de 1904 a 1948, encontrando aproximadamente 124 projetos voltados a esse tipo de enfoque no estudo da liderança. Com revisão desses projetos foi possível chegar a um resultado que permitiu listar aproximadamente 34 traços de personalidade considerados como características típicas da amostragem dos líderes eficazes. [...] alguns exemplos dos traços encontrados são: sociabilidade e habilidades interpessoais, autoconfiança, ascendência e domínio, participação nas trocas sócias, fluência verbal, equilíbrio emocional e controle, busca de responsabilidade e outros.

Nesse contexto a teoria dos traços era voltada com foco no líder, e os

pesquisadores da época elegeram atributos dos quais melhor definiriam a

personalidade do líder.

Behaviorismo e Estilos de Liderança – o estudo da liderança foi influenciado

pela crescente ênfase da psicologia nos aspectos comportamentais, uma escola de

pensamento conhecida como Behaviorismo criada por John Broadus Watson. O

enfoque mudou dos traços da personalidade para os comportamentos do líder, assim,

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dando origem a três estilos básicos da liderança: autocrático, democrático e liberal.

Teorias Contingenciais ou Situacionais – apresentada em meados da década

de 60 por Fred Fiedler que procurou mostrar como a situação na qual o líder se

encontra pode interferir no uso eficaz do seu estilo de liderança. Ao final deste período

Kenneth Blanchard e Paul Hersey surgiram com a liderança situacional, introduzindo

alterações ao modelo de liderança que não há um estilo que seja melhor do que os

restantes, tudo irá depender da situação. Assim, essas teorias abandonam o enfoque

no comportamento e se concentram na eficácia do líder diante de diferentes situações

com ênfase na interação líder e liderado.

Teoria Transacionais – também conhecida como teoria das trocas foi

desenvolvida por Edwin P. Hollander a partir de 1964, que busca nesta teoria

encontrar equilíbrio entre líder e subordinado, seu enfoque central se concentra na

figura líder, estuda o processo de intercâmbio ou troca social, de influência no

relacionamento entre líderes e liderados, valorizando o papel do liderado no

fortalecimento do líder e de seu vínculo com a equipe. Bergamini (1994, p. 49)

comenta que:

Com a Teoria das Trocas de Hollander, o papel desempenhado pelos subordinados no processo da liderança começa a despontar como um elemento que pode favorecer a formação eficaz desse vínculo. Até então, os estudos vigentes somente dirigiam sua atenção às características que tipificavam o líder.

Nesse sentido, a partir dessa teoria, mais uma variável é sucedida às condições

que a eficácia do exercício da liderança, é representada pela percepção que os

liderados possuem da figura do líder.

Teoria Transformacional – apresentada por James MacGregor Burns baseada

no que acontece quando líderes e liderados interagem entre si de tal maneira que

tanto os líderes quanto os seguidores são elevados a um nível maior de motivação e

moralidade em decorrência dessa interação, produzindo um efeito transformador em

ambos. Essa teoria demonstra que o líder colabora com os liderados para identificar

a mudança necessária, orientada através da inspiração para o bem da organização.

Abordagens Cognitivas - aplicada a psicologia social e a teoria da atribuição ao

estudo de liderança, Calder desenvolveu a Teoria da Atribuição em Liderança, que

segundo a qual os efeitos e a eficácia da liderança são um processo de percepção

que existe na mente dos seguidores. A qualidade da liderança dependerá do

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150

julgamento que o observador atribui ao líder. Essa teoria pressupõe que a avaliação

do comportamento do líder depende mais da cultura dos seguidores que do

comportamento do líder.

Portanto, conforme aborda Chemers (1995) (apud MARINHO, 2006, p. 14) “a

grande lacuna nas teorias de liderança é a falta de atenção ao estudo dos líderes e

seus seguidores como pessoas humanas, com seus valores, necessidades e

motivos”. Assim, estas diferentes teorias de lideranças apresentam aspectos

relacionados a personalidade e o comportamento dos líderes para a eficiência na

liderança, mas deixa de explorar o lado dos valores pessoais, humanos dos líderes e

liderados.

2.1.1.1 Estilos de liderança

Os estilos de liderança consistem nas maneiras de liderar as pessoas de

acordo com certas situações. A escolha do estilo de liderança a ser utilizado por um

líder depende de alguns fatores que precisam ser levados em consideração, existem

conjuntos de forças que o levam a escolher determinado estilo. As forças estão

presentes nos colaboradores, no próprio líder e nas situações encontradas na

organização.

Na visão de Stogdill (1974) (apud BERGAMINI, 1994, p. 31), o líder caracteriza-

se:

[...] por uma forte busca de responsabilidade e perfeição na tarefa, vigor e persistência na perseguição dos objetivos, arrojo e originalidade na resolução de problemas, impulso para o exercício da iniciativa nas situações sociais, autoconfiança e senso de identidade pessoal, desejo de aceitar as consequências da decisão e ação, prontidão para absorver o stress interpessoal, boa vontade em tolerar frustrações e atrasos, habilidade para influenciar o comportamento de outras pessoas e capacidade de estruturar os sistemas de interação social no sentido dos objetivos em jogo.

Desta forma, o estilo de liderança que um líder exercerá consiste nas suas

atitudes, depende muito de seus conhecimentos, e os valores que este atribui à sua

função. Para Felix; et al (2012, p. 10) “Líderes influenciam liderados e liderados

também influenciam seus líderes, portanto deve-se lembrar de que o relacionamento

entre os membros da equipe pode também interferir no estilo que o líder adotará”.

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151

Assim, é possível verificar três estilos de líderes, o Líder Autocrático, que é

caracterizado pelo controle do grupo, das atividades e das decisões, o Líder

Democrático, que enfatiza a participação do grupo e a decisão da maioria, o Líder

Liberal que envolve um nível baixo de atividade, assim, cabe cada liderado a iniciativa,

a decisão e a responsabilidade por suas atividades.

Para Chiavenato (2003, p. 124) “a abordagem dos estilos de liderança se refere

àquilo que o líder faz, isto é, o seu estilo de comportamento para liderar”

Liderança Autocrática é o estilo de liderança caracterizado pela autocracia e pelo comando, no qual o líder assume e centraliza todas as decisões, enquanto os subordinados apenas obedecem cegamente às suas ordens. Liderança Democrática é o estilo de liderança caracterizado pela participação dos subordinados nas decisões e no comportamento orientador e impulsionador do líder. Liderança Liberal é o estilo de liderança caracterizado pela omissão do líder e no qual os subordinados atuam livre e espontaneamente

sem nenhuma orientação ou direção (CHIAVENATTO, 2003, p. 144).

Deste modo, percebe-se que os três processos de estilos de liderança acabam

sendo utilizados pelos líderes, cada um de acordo com uma ocasião, com as tarefas

a serem cumpridas ou com as pessoas subordinadas. Constituindo a partir de uma

situação criada entre a pessoa, seu perfil e o ambiente organizacional onde se atua.

Pertencendo ao líder escolher qual o estilo mais adequado para alcançar o objetivo

da empresa, pois os objetivos são alcançados com o esforço de todos da equipe, tanto

dos líderes quanto dos liderados.

2.2 Gerações

Com o desenvolvimento do ambiente organizacional nos últimos anos é

possível perceber as diferentes gerações de pessoas que vêm atuando nas

organizações. Essas gerações são identificadas pelas diferentes faixas etárias,

porém, não há menção de uma data exata do início de cada uma, conforme afirma

Nascimento; et al (2016, p. 4) “A literatura não apresenta um consenso em relação a

divisão temporal das gerações, os períodos de cada geração são encontrados com

intervalos parecidos, entretanto, outras vezes não”. Nessas gerações estão

classificadas a Baby Boomers, X e Y, atualmente as principais que estão ativamente

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trabalhando, cada uma possuindo suas características próprias.

Diante desse desenvolvimento os gestores precisam estar preparados para as

diferentes gerações em suas organizações para que não haja conflitos e se conserve

a eficácia no desenvolvimento das atividades em virtude do compartilhamento destas

experiências. Para Foja, (2009) (apud TEIXEIRA; et al, 2014, p. 2) “convivem nas

organizações diferentes gerações, e esta convivência pode provocar inquietudes no

ambiente de trabalho e conduzir a falta de perspectivas, problemas de liderança e

fragilidade nas relações”. Portanto, para entender os indivíduos organizacionais, é

necessário saber a qual geração eles pertencem, pois assim, os gestores podem lidar

com as especificidades de cada geração.

2.2.1 Geração Baby Boomers

A Geração Baby Boomers é composta por indivíduos nascidos no fim ou após

a segunda guerra mundial, que após este período houve uma explosão populacional,

devido ao retorno de soldados para suas casas, essa geração foi criada e educada de

uma forma muito rigorosa, são pessoas que buscam o sucesso e a ambição no

trabalho, conforme afirma Robbins (2005) (apud NASCIMENTO; et al, 2016, p. 4):

A Geração Baby Boomers (1941-1965) ingressou como força de trabalho nas organizações entre 1965 e 1985, e se desenvolveu marcada por movimentos de direitos civis, pela irreverência dos Beatles e pela Guerra do Vietnã. No Brasil, foram influenciados pelo Movimento Hippie, ditadura militar etc.

Conger (1998) (apud SANTOS; et al, 2011, p. 2):

Considera que a geração Baby Boomers é composta de pessoas que presenciaram a guerra e os movimentos feministas na luta pelos seus direitos. Foram educadas com rigidez e seguiam regras padronizadas em relação à disciplina e a obediência. São pessoas que não se abrem muito para questionamento e a principal preocupação está na busca pela estabilidade no emprego. Colocam a carreira acima de tudo e se adaptam em qualquer organização, porém, é uma geração que está saindo do mercado de trabalho.

Ainda para Oliveira (2009) (apud SANTOS; et al, 2011, p. 3) a geração Baby

Boomers:

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Os anos correspondem a 1940 a 1960. São consideradas pessoas motivadas, otimistas e workaholies [pessoas viciadas em trabalho]. Nasceram no período de crescimento econômico, no final e após a segunda Guerra Mundial, por isso idealizavam atuar na reconstrução de um novo mundo pós-guerra.

Neste contexto, conforme é abordado pelos autores, esta geração é composta

por indivíduos que demonstram lealdade e buscam estabilidade no ambiente

corporativo. Trata-se de uma geração resistente às mudanças, e que nos dias atuais

está deixando o mercado de trabalho.

2.2.2 Geração X

A Geração X está presente no mercado da atualidade, se desenvolveu no

processo das inovações tecnológicas e os sujeitos buscam pelo sucesso da vida

pessoal. Nascimento; et al (2016, p. 4) considera que “A Geração X (1965-1980)

cresceu em processo de transformação, principalmente em relação à força de trabalho

feminina, tendo preferência pela administração e economia”. Khoury (2009, p.124)

(apud NASCIMENTO; et al (2016, p. 4) afirma que esta geração, “[...] tende a ter o

foco em resultados, tem uma visão empreendedora e desenvolveu habilidade para

aprender novas tecnologias para se manter no mercado”.

Para Robbins, (2005) (apud NASCIMENTO; et al 2016, p. 4):

Os membros valorizam títulos acadêmicos e entendem cargos hierárquicos como resultados de muito esforço, também são caracterizados pelo imediatismo, mas os sujeitos são otimistas e confiantes demonstrando flexibilidade e criatividade.

Para Santos (2011, p. 2):

A geração X, por sua vez, é a geração que predomina no mercado na atualidade. Não se detém a padrões tão rígidos, apesar de certo conservadorismo em algumas questões. São filhos de pais separados, que trabalham fora. [...] viveram a expansão tecnológica e assistiram ao início da decadência de padrões sociais.

Já Oliveira (2009) (apud SANTOS 2011, p. 2) destaca que “essa geração

presenciava nos movimentos estudantis e “Hippies” uma forma de manifestar suas

insatisfações. Como profissionais essa geração valoriza o trabalho e busca ascensão

profissional, sendo independente e autoconfiante”.

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Assim, percebe-se que esta geração não está disposta a sacrificar-se pela

empresa, pois sempre está na busca pela elevação profissional e se mantem num

equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

2.2.3 Geração Y

A geração Y é a geração que está ingressando no mercado de trabalho, são

descendentes da geração X, é uma geração que convive na insegurança da carreira

dando valor ao sucesso financeiro. Engelmann (2007) (apud NASCIMENTO; et al

2016, p. 4) relata que:

A Geração Y (1978-1989) é conhecida identicamente como Geração Internet e ‘Generationwhy’ a “geração do por que”, pois, são muito questionadores e cresceram usufruindo as facilidades da tecnologia, além disso, gostam de receber atenção, creem em mudanças constantes e o foco está sempre no curto prazo.

Para Lombardia (2008) (apud SANTOS 2011, p. 2):

É a geração dos resultados, sendo que tais indivíduos são filhos da geração X. Nasceram na era das inovações tecnológicas, da Internet, do excesso de segurança e do recebimento de estímulos constantes por parte dos pais.

Ainda para Loiola (2009) (apud SANTOS 2011, p. 5):

As pessoas dessa geração são consideradas ambiciosas, individualistas, instáveis, todavia, preocupadas com o meio ambiente e com os direitos humanos. Também são identificadas como esperançosas, decididas, coletivas e com um bom nível de formação, geralmente agindo sem autorização e desenvolvendo um alto poder e/ou pretensão de consumo. Tendem a fazer várias coisas ao mesmo tempo, gostam de variedade, desafios e oportunidades. Outra característica marcante das pessoas da geração Y é que aceita a diversidade, convive muito bem com as diferenças de etnia, sexo, religião e nacionalidades em seus círculos de relação.

Nesse sentido, os indivíduos dessa geração referem-se a uma população que

estão entrando no mercado de trabalho, possuem acesso rápido as informações,

embora dominem as tecnologias, não se satisfazem com os desafios propostos,

sempre anseiam mais, motivo para não permanecerem nas corporações em que

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trabalham. Santos (2011, p. 5) afirma que “são impacientes, folgados, distraídos,

superficiais e insubordinados, só fazendo o que gostam e quando percebem que há

algum sentido ou alguma recompensa. Possuem dificuldades de acatar os limites e

adoram fastfoods [refeições rápidas]”.

Para Oliveira (2009) (apud SANTOS, 2011, p. 6):

As pessoas dessa geração valorizam menos a permanência em uma única empresa e mantém mais lealdade a si mesmos, porém são mais fáceis de serem recrutadas, uma vez que buscam trabalhar com liberdade, flexibilidades e criatividade, sentindo, ainda, necessidades de avaliações contínuas.

Assim, conforme afirmam esses autores, esta geração gosta de ser

independente, está sempre ligada as tecnologias, sendo muito normal encontrar

jovens dessa geração trocando frequentemente de emprego, pois buscam ser

desafiados e buscam o crescimento profissional.

Nesse contexto, após a explanação dessas gerações, é necessário que os

gestores identifiquem o perfil de seus colaboradores, saber em qual classificação eles

se encontram, para que assim possam lidar com as diversas situações de

divergências que possam surgir, buscando pela eficiência e crescimento

organizacional.

3 METODOLOGIA

Para esse estudo adotou-se o método de abordagem indutivo, procurando

obter resultados generalizados através de uma pesquisa qualitativa, buscando

verificar os estilos de liderança na Faculdade La Salle no município de Lucas do Rio

Verde no Estado do Mato Grosso, onde os dados foram coletados através de um

questionário aplicado aos líderes desta instituição.

A pesquisa com base nos objetivos é descritiva e a classificação da pesquisa

com base nos procedimentos trata-se de estudo de caso sobre a influência das

gerações nos estilos de liderança.

Os sujeitos dessa pesquisa foram os diretores, coordenadores e responsáveis

de setores da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde onde foram identificados os

estilos de liderança de 17 (dezessete) participantes.

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Para a realização desta pesquisa os dados de identificação dos líderes da

Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde foram fornecidos pelo Setor de Recursos

Humanos no dia 09 de maio de 2016. Através dos dados obtidos e da pesquisa foi

possível demonstrar como a instituição é composta de sua liderança conforme

demonstra o quadro 1:

QUADRO 1 – Identificação dos líderes

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Os questionários foram entregues diretamente a 15 líderes nos dias 10 e 11 de

maio de 2016, e enviado por e-mail a dois coordenadores e um responsável de setor,

os mesmos tiveram algumas horas para responderem e não houve dificuldade na

coleta, ficaram de fora da pesquisa a autora e a orientadora deste artigo, e apenas um

coordenador que não retornou a pesquisa.

A seleção foi com base nos questionários respondidos, criado pela própria

pesquisadora. Após o recolhimento procedeu-se a seleção dos dados, atentando para

as respostas buscando identificar rasuras para fins de validação dos dados. Após este

procedimento não foram encontradas rasuras, sendo todos válidos para o estudo.

A codificação foi feita pela numeração. Como os resultados da pesquisa

encontram-se apresentados no capítulo quatro, optou-se pelo número 4 seguido das

categorias definidas a priori com base nos objetivos específicos.

4.1 As Gerações atuais de Líderes na Faculdade La Salle.

4.2 Estilos de Liderança.

4.3 As Gerações influenciam no estilo de Liderança.

Após o tratamento, preparamos para a análise dos dados, utilizando das

respostas conforme os objetivos propostos. Procedemos a leitura dos resultados

verificando as respostas das características que mais possuíam entre os participantes

da pesquisa.

Masculino FemininoAté Ensino

Médio

Até Ensino

SuperiorPós-Graduado(a) Direção Coordenação

Responsável

de SetorAté 1 ano

Entre 1 a

5 anos

Acima de

5 anos

0 a 25 1 0 1 1 1

36 a 51 3 1 4 2 2 4

52 a 76 2 0 2 1 1 1 1

Escolaridade

26 a 35

Área de Atuação Tempo de Empresa

Faixa Etária

2 8 1

Sexo

33 7 3 43 6

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 As Gerações atuais de Líderes na Faculdade La Salle

Este subtítulo apresenta os resultados obtidos através dos dados coletados

referente a identificação das gerações atuais presentes nos líderes da Faculdade La

Salle. Desse modo, é possível identificar a quantidade de líderes existentes na

instituição de acordo com a faixa etária e o sexo, conforme demonstra o gráfico 1:

GRÁFICO 1 – Identificação das Gerações

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Pode-se observar que dos 17 (dezessete) pesquisados, 1 (um) possui idade

entre 0 a 25 anos pertence a (Geração Z), 10 (dez) possuem idade entre 26 a 35 anos

pertence a (Geração Y), 4 (quatro) possuem idade entre 36 a 51 anos pertence a

(Geração X), e 2 (dois) possuem idades entre 52 a 76 anos pertence a (Geração Baby

Boomer).

Dando continuidade buscou-se saber qual é o índice existente para cada

geração, o qual segue demonstrada no gráfico 2:

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 a 25 26 a 35 36 a 51 52 a 76

1

2

3

2

0

8

1

0

Sexo Masculino Sexo Feminino

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GRÁFICO 2 – Índice de Geração

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

O gráfico 2 demonstra que 12% dos pesquisados pertencem à Geração Baby

Boomer, 23% pertencem à Geração X, 59% pertencem à Geração Y e somente 6%

representam a Geração Z, que é resultante de um pesquisado.

Buscando responder este objetivo que é identificar as gerações atuais de

líderes na Faculdade La Salle, o resultado apresenta que a liderança da empresa é

formada por quatro Gerações Baby Boomers, X, Y e Z, sendo que a maioria é formada

pela Geração Y sendo 59 %. A pesquisa demonstra que 52.94% desses profissionais

estão há mais de cinco anos na instituição.

Considerando os pontos principais da Geração Y, sejam a insegurança na

carreira, motivação por desafios, ascensão rápida e pessoas instáveis, destaca

Oliveira (2009) (apud SANTOS, 2011, p. 6):

As pessoas dessa geração valorizam menos a permanência em uma única empresa e mantém mais lealdade a si mesmos, porém são mais fáceis de serem recrutadas, uma vez que buscam trabalhar com liberdade, flexibilidade e criatividade, sentindo, ainda, necessidades de avaliações contínuas.

Comparando o resultado da pesquisa com a citação, nota-se divergência, pois,

os líderes da Geração Y, que são predominantes na instituição com 52.94%

equivalentes a 10 líderes, estão trabalhando há mais de 5 (cinco) anos.

Dessa forma, comprova-se a permanência em uma única empresa por um

longo período de sua vida profissional, mostrando que esses líderes estão buscando

pela ascensão pessoal e profissional não migrando por diversas empresas, sendo de

certa forma um benefício à Faculdade La Salle, pois ganha-se com a experiência e

conhecimento destes líderes em seu ambiente organizacional com uma gestão

eficiente, além da redução do índice de turnover (rotatividade) no quadro técnico

6%

59%

23%

12%

0 a 25 26 a 35 36 a 51 52 a 76

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administrativo.

4.2 Estilos de Liderança

Buscando identificar nos líderes seus estilos de liderança, foi exposto a eles

dez características de cada estilo autocrático, democrático e liberal. Essas

características estavam mescladas sem a identificação do estilo de liderança,

solicitando que os participantes assinalassem as características que mais possuíam,

conforme demonstra o quadro 2:

QUADRO 2 – Características dos Estilos de Liderança

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Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Analisando a Geração Baby Boomer, que costuma ser uma geração mais rígida

devido a sua forma de criação, apresentou uma forte tendência em que os dois líderes

foram equivalentes em 80% das características do estilo democrático, apresentando

também uma tendência de 40% nas características do estilo autocrático. Percebe-se

Estilo

Gerações

Característica B.B. G. X. G.Y G.Z. A

uto

crá

tic

a

Não costuma considerar as opiniões da equipe 0% 0% 0% 0%

É rígido no cumprimento dos prazos estabelecidos 50% 50% 30% 100%

Impõe suas ideias movido pela autoridade do cargo 0% 0% 0% 0%

Delega as tarefas a serem desenvolvidas aos membros do grupo, uma de cada vez, conforme a necessidade

100% 50% 50% 100%

Busca tomar todas as decisões sozinho 0% 0% 0% 0%

Assume a responsabilidade pelo desenvolvimento dos liderados 50% 75% 80% 100%

Gosta de ser copiado nos e-mails e estar envolvido em tudo 0% 100% 70% 100%

Acompanha periodicamente o desempenho dos liderados 100% 100% 100% 100%

Mantém o controle e responsabilidade dos projetos que lhe são atribuídos

100% 100% 100% 100%

Pede aos membros do grupo que sigam normas e regras estabelecidas

100% 100% 60% 100%

Dem

oc

ráti

ca

Gosta de estimular o grupo no desenvolvimento das tarefas 100% 75% 80% 100%

Encoraja a participação das pessoas 100% 100% 80% 100%

Dá sugestões, ouve a equipe e acompanha os resultados 100% 100% 100% 100%

Compartilha as informações com o grupo liderado 100% 100% 100% 100%

Incentiva a equipe a criar novas alternativas para processos e rotinas 100% 100% 100% 100%

Reconhece a responsabilidade e auxilia a equipe a identificar as soluções de modo participativo

100% 100% 80% 100%

Busca a aprovação da equipe para alterar e implantar os procedimentos

50% 75% 80% 100%

Compartilha as decisões com os liderados 50% 100% 100% 100%

Participa com os liderados no desenvolvimento das atividades 100% 50% 100% 100%

Preocupa-se com o trabalho desenvolvido e com grupo 100% 100% 100% 100%

Lib

era

l

Participa nos debates apenas se lhe pedirem informações 0% 0% 0% 0%

Evita envolver-se quando assuntos importantes surgem 0% 0% 0% 0%

Está ausente quando necessitam de você 0% 0% 0% 0%

Permite que os liderados fiquem à vontade para desenvolver as tarefas 100% 75% 80% 100%

Não realiza nenhuma avaliação ou regulação das atividades 0% 0% 0% 0%

Deixa a equipe reformular os procedimentos de trabalho 50% 75% 40% 0%

Dá liberdade total para decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder 0% 0% 0% 0%

A divisão das tarefas e escolha dos colegas fica totalmente a cargo do grupo 0% 0% 0% 0%

Evita tomar decisões 0% 0% 0% 0%

Demora a responder as questões urgentes 50% 0% 0% 0%

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161

que esta geração mesmo sendo composta por pessoas mais rigorosas, apresentou

um estilo de liderança mais participativo e comunicativo com seus liderados.

A Geração X demonstra um resultado semelhante, pois apresentou uma forte

tendência pela escolha de 70% das características do estilo democrático, e 40% das

características do estilo autocrático, predominando assim, que a Geração X possui

um estilo democrático, por mais que seja composta por pessoas conservadoras e

autoconfiantes, apresentou um resultado que os líderes gostam de tomar as decisões

e compartilhar as informações com seus liderados.

Observa-se que a Geração Y possui algumas características do estilo

autocrático, mas o que prevaleceu para esta geração foi a tendência ao estilo

democrático onde 100% dos líderes consideram possuir 60% das características

deste estilo democrático, e apenas 20% dos líderes não possuem 40% das

características deste estilo.

Observa-se que na Geração Z apresentou totalmente a tendência pelo estilo

democrático, possuindo 100% das características deste estilo, porém mesmo sendo

uma geração focada na evolução tecnológica, e estar realizando várias atividades ao

mesmo tempo, apresentou uma tendência em 70% pelas características ao estilo

autocrático.

Diante disso, é visivelmente demonstrado no quadro 2 a relação entre os estilos

de liderança autocráticos e democráticos identificados na pesquisa. Analisando o

índice percentual pela escolha das características assinaladas, foi possível identificar

que as mais apontadas pelos líderes pertencem ao estilo democrático, porém todos

os pesquisados possuem uma oscilação pelo estilo autocrático, onde é

aparentemente demonstrado a importância no seguimento as regras estabelecidas,

cumprimento de prazos e o acompanhamento as atividades desenvolvidas. Conforme

as características demonstradas por esses dois estilos, ficam visível a relação dos

líderes com seus liderados numa liderança participativa, com tendência do estilo

autocrático, onde os líderes são inflexíveis e dominadores.

Para o estilo Laissez-faire/liberal não apresentou caracterização para nenhuma

geração, sobressaindo apenas 2 (duas) características ao estilo.

4.3 As Gerações influenciam no estilo de Liderança

Para responder a esse objetivo específico, utilizou-se os resultados

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162

encontrados nos dois objetivos anteriores, visando descrever se as gerações

influenciam no estilo de liderança.

Percebe-se que a geração dominante é a Y e o estilo mais utilizado é o

democrático, nota-se a grande relação entre essa geração e esse estilo, pois as

pessoas são identificadas pela coletividade, o bom nível de relacionamento, gostam

de variedades, aceitam as diversidades, tudo isso de forma participativa entre líderes

e liderados.

QUADRO 3 – Influência da geração no estilo de liderança

Gerações

Estilo lid.

Baby Boomers X Y Z

Autocrático Centralizador Conservadores Individualistas Isolamento

Democrático Responsável Valorização do

trabalho

Trabalho em

equipe

Liberal Flexibilidade Descontraídos Insubordina

dos

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Conforme as gerações, os estilos de liderança e as características constantes

no quadro 3, observa-se que a Geração Baby Boomer é influenciada pelo estilo

autocrático na centralização, pois os indivíduos desta geração são centralizadores das

informações, mantendo sempre o controle das tarefas desenvolvidas para si. Com

relação ao estilo democrático é influenciado pela responsabilidade, característica

marcante deste estilo, pois essa geração assume a responsabilidade pelos projetos

desenvolvidos, sendo rigorosos no cumprimento dos prazos que lhe são atribuídos.

Quanto ao estilo liberal não se percebe a influência nesta geração.

Sobre a Geração X nota-se a influência nos três estilos. No autocrático

apresenta-se os conservadores, uma vez que são indivíduos que são guiados pelo

certo ou errado, sendo autoconfiantes e sempre estão na busca dos resultados. Já

para o estilo democrático tem-se influência à valorização do trabalho, indivíduos que

buscam pela qualificação profissional e valorização de uma carreira sólida. No estilo

liberal tem-se a influência na flexibilidade, já que esses sujeitos são flexíveis as

informações e tarefas que lhe são atribuídas.

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Para a Geração Y percebe-se a influência dos três estilos de liderança também.

Sobre o estilo autocrático tem-se a influência individualista, sendo pessoas instáveis,

criticadas muitas vezes pela falta de compromisso, pois pensam em seu próprio

crescimento ao invés da empresa. A influência desta geração sobre o estilo

democrático é perceptível pelo trabalho em equipe, possuem um bom nível de

comunicação, aceitando as diversidades encontradas nos ambientes de trabalho. No

estilo liberal percebe-se a influência por serem descontraídos, buscam por empresas

que adotam ambientes mais modernos, sem tantas restrições e até com vestes mais

livres, saindo do clássico social.

Conforme destacado por Loiola (2009) (apud SANTOS 2011, p. 5):

As pessoas dessa geração são consideradas ambiciosas, individualistas, instáveis, todavia, preocupadas com o meio ambiente e com os direitos humanos. Também são identificadas como esperançosas, decididas, coletivas e com um bom nível de formação, geralmente agindo sem autorização e desenvolvendo um alto poder e/ou pretensão de consumo. Tendem a fazer várias coisas ao mesmo tempo, gostam de variedade, desafios e oportunidades. Outra característica marcante das pessoas da geração Y é que aceita a diversidade, convive muito bem com as diferenças de etnia, sexo, religião e nacionalidades em seus círculos de relação.

Comparando o resultado da pesquisa com a citação, nota-se a aproximação,

pois a Geração Y possui diversas características que assemelham aos três estilos de

liderança.

Por fim, temos a Geração Z que é influenciada pelo estilo autocrático pelo

isolamento, esses indivíduos gostam de se isolar em seus ambientes e ficam cercados

pelas tecnologias disponíveis, percebe-se com isso, que essa geração não é

influenciada pelo estilo de liderança democrático, visto que esses sujeitos escutam

pouco, quase sempre estão utilizando fone de ouvidos, evitam o contato social,

surgindo assim o egocentrismo, pois se preocupam somente consigo mesmo. Nota-

se que a Geração Z é influenciada no estilo liberal por serem indivíduos

insubordinados, são revoltados e possuem comportamento desobedientes, e não

gostam de ouvir não como resposta, com isso não gostam de ser liderados e gostam

de ser livres em suas escolhas.

Portanto, a partir dos estudos realizados durante esse trabalho infere-se que

as gerações influenciam no estilo de liderança, cabendo cada líder utilizar-se do estilo

de liderança mais adequado para o momento de uma determinada situação.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente estudo foi possível constatar as diversas mudanças

organizacionais obtidas através do surgimento das gerações ao longo dos anos, e

com isso os diversos estudos sobre a liderança, suas teorias e seus estilos.

Assim, o objetivo desse trabalho foi identificar se as gerações de profissionais

influenciam no estilo de liderança, após a apresentação e análise dos resultados

obtidos através da pesquisa realizada na Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde-

MT, empresa do setor de educação do ensino superior, acredita-se que a geração de

profissionais influencia no estilo de liderança, isto devido aos presentes

levantamentos, pois identificou-se que na Faculdade La Salle a geração mais

predominante é a Geração Y.

Os resultados obtidos indicam que 59% dos líderes pertencem à Geração Y, e

52.94% dos líderes estão atuando na instituição há mais de 5 anos. Foi demonstrando

na pesquisa que o estilo de liderança que mais se destaca é o democrático,

constatando pelas características reconhecimento, incentivo, preocupação e

compartilhamento das informações entre líder e liderados, com essas características

a empresa pode conseguir manter um bom relacionamento no ambiente de trabalho.

Quanto ao resultado obtido na influência das gerações sobre os estilos de

liderança, conclui-se que existe sim essa influência, existindo diversas características

que estão correlacionadas a cada estilo e a cada geração.

Ressalta-se que não existe um estilo de liderança ideal a ser adotado, pois nem

sempre um estilo poderá ser eficaz em todas as situações, o líder precisa analisar e

optar pelo estilo mais adequado para conseguir alcançar o objetivo da organização.

Observou-se nos líderes que 47% estão atuando na empresa entre 1 e 5 anos.

Sabe-se, por meio do site, que a instituição de ensino é integrante de um programa

de liderança em nível internacional com a Rede La Salle, realizado uma vez ao ano.

Considerando a dificuldade de enviar a todos a este programa, sugere-se que a

Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde-MT elabore um programa de

desenvolvimento de liderança, visando assim que todos os seus líderes possam

desenvolver competências para uma excelente liderança, criando a valorização de

seus profissionais, no intuito de reter esses talentos.

Diante disso, a realização desta pesquisa foi muito gratificante, pois foi possível

aprofundar conhecimentos sobre o assunto, além de contribuir para a empresa

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demonstrando qual os estilos e as gerações de líderes existentes hoje na instituição,

podendo melhorar ainda mais a comunicação com os gestores, proporcionando um

ambiente agradável a seus colaboradores, visto a inter-relação entre todos os setores.

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<http://www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Dialogo> Canoas, n. 25, abr. 2014.

UnilaSalle Editora. DIÁLOGO, Canoas, n. 25, p. 25-37, abr. 2014. / ISSN 2238-9024.

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MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO: Um Estudo Bibliográfico

Djeysa Danyella Eichelt Righi27

Poliana Bressan Valiati28

Marisa Claudia Jacometo Durante29

RESUMO A motivação é algo que cada um tem dentro de si, para que a pessoa seja motivada ela precisa de um impulso para que essa energia que carregamos dentro de nós se acenda. Esse impulso pode ser causado por outrem ou pela nossa automotivação. Este estudo teve como objetivo estudar como se dá a motivação no ambiente organizacional. Especificamente pretendeu-se: a) entender como ocorre o processo de motivação; b) estudar quais são os tipos de motivação; c) descrever qual a sua influência no ambiente de trabalho. Metodologicamente, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica e quanto aos procedimentos de análise considerando-se que esse estudo optou pela abordagem indutiva, método que utiliza a interpretação do pesquisador, o procedimento de análise teve como embasamento as obras de Vilela (2010), Chiavenato (2008) e Miranda (2009). Os principais resultados da pesquisa revelaram que a motivação se dá a partir de um estímulo ou impulso, sendo este uma energia que cada um traz dentro de si próprio; a motivação pode ser originária de duas fontes, extrínseca ou intrínseca; e que os líderes são os principais responsáveis por manter um clima organizacional motivador. Considera-se que uma organização com ambiente de trabalho adequado é capaz de melhorar o rendimento e a eficácia dos trabalhadores. Outro fator primordial para o bom desempenho da equipe é o líder que a conduz, motivado e satisfeito com seu trabalho, de modo que os ajudem a superar as dificuldades e desafios encontrados no ambiente de trabalho; promover o crescimento individual, profissional e motivacional do mesmo. Palavras-chave: Motivação. Empresa. Colaboradores. Líderes.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo de toda a história dos seres humanos, sabe-se que a motivação

sempre esteve presente no mais íntimo de cada ser. A motivação para saciar as

necessidades mais básicas de sobrevivência fez com que o homem descobrisse o

fogo e desenvolvesse armas de caça. A motivação também fez o ser humano ir além,

27 Acadêmica do 7º semestre do curso de administração, na Faculdade La Salle. Artigo entregue como requisito para conclusão do TC I. e-mail: [email protected] 28 Acadêmica do 7º semestre do curso de administração, na Faculdade La Salle. Artigo

entregue como requisito para conclusão do TC I. e-mail: [email protected] ³ Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: marisa @faculdadelasalle.edu.br

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fez o homem desafiar a gravidade, fez chegar à lua, avançou na tecnologia e na

medicina, com a descoberta da cura de diferentes doenças. Essa motivação é o que

nos direciona a seguir em frente e transforma o nosso dia a dia.

Tais fatos nos levam a pensar na relação da motivação com o ambiente de

trabalho, que vem sendo descrita antes da Revolução Industrial, conforme Vilela

(2010, p.9) “Anterior à Revolução Industrial (surgida a partir do advento das máquinas

que podiam dispensar o trabalho humano), o uso de punições, criando medo

generalizado, era a maneira de motivar os trabalhadores”. A punições recebidas eram

por vezes de caráter financeiro, mas de tal modo que poderia afetar a integridade

física dos trabalhadores.

As perspectivas do fator motivacional foi mudando com o passar do tempo. Em

um segundo momento, as punições foram sendo substituídas por incentivos

remuneratórios, o que a priori apresentou bons resultados, porém não se manteve

eficiente por muito tempo. A partir de então, surgiu a necessidade de ver o indivíduo

como um todo. De acordo com Vilela (2010, p.10) “As organizações passaram a fazer

com que os empregados sentissem a sua utilidade e importância pessoal no trabalho”.

O reconhecimento do valor da pessoa, satisfazendo suas necessidades com ênfase

no comportamento humano, faz com que o indivíduo se sinta valorizado em sua

totalidade.

Essa motivação de natureza complexa, responsável por tantas mudanças no

mundo, é também responsável por mudar todo o ambiente de trabalho, ela é capaz

de criar um clima agradável e propício para o bom desenvolvimento das atividades da

empresa, por meio de um caminho percorrendo lado a lado os interesses individuais

e da organização.

Diante disso, a questão norteadora do estudo foi: Como se dá a motivação no

ambiente organizacional? Apresentando como objetivo geral estudar como se dá a

motivação no ambiente organizacional.

Especificamente pretendeu-se: a) entender como ocorre o processo de

motivação; b) estudar quais são os tipos de motivação; c) descrever qual a sua

influência no ambiente de trabalho.

Essa pesquisa justificou-se pela necessidade de estudar esse tema que é

interessante para compreender melhor o ambiente de trabalho. Ele é estudado no

curso de Administração, justamente por isso é conveniente aprofundar os estudos

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nesse tema, pois um futuro gestor de uma empresa deve saber como motivar seus

colaboradores para que a empresa se desenvolva.

É importante para o crescimento da empresa, ou seja, colaboradores motivados

melhor desempenho, pois os colaboradores devem sentir prazer no que fazem todos

os dias, não ver o trabalho somente como uma obrigação, para apenas chegar ao fim

do mês e receber seu salário, e sim, vê-lo como contribuinte do crescimento e

desenvolvimento psicossocial.

Para a sociedade, neste caso, voltado principalmente para os colaboradores

das empresas, é muito importante estarem motivados no ambiente onde trabalham,

pois, desmotivados podem acarretar consequência negativas. Este trabalho

contribuirá com mais informações e conhecimento sobre o assunto.

2 METODOLOGIA

O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas informações sobre o

tema: motivação empresarial. O método de abordagem que foi utilizado é o indutivo

porquê de um resultado específico busca-se generalizar um resultado a partir da

interpretação do pesquisador. E o método de procedimento foi o estudo bibliográfico

onde foi permitindo um amplo e detalhado conhecimento nesse tema. Segundo Gil

(2010, p. 30) esse estudo “ reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de

uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar

diretamente”.

A classificação da pesquisa com base nos objetivos foi descritiva porque os

objetivos apontam estudar como se dá a motivação no ambiente organizacional e

especificamente entender como ocorre o processo de motivação; estudar quais são

os tipos de motivação; descrever qual a sua influência no ambiente de trabalho.

Segundo Gil (2010, p. 28) a pesquisa descritiva “têm como objetivo primordial a

descrição as características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis”. O procedimento técnico é um estudo de

caso em virtude de estar estudando a motivação dos colaboradores na empresa.

Quanto aos procedimentos de análise considerando-se que esse estudo optou

pela abordagem indutiva, ou seja, método que utiliza a interpretação do pesquisador,

o procedimento de análise teve como embasamento as obras de Vilela (2010),

Chiavenato (2008) e Miranda (2009).

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3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Entender Como Ocorre o Processo de Motivação

Para entender como ocorre o processo de motivação é necessário entender,

antes de tudo, o comportamento humano. Sendo este formado a partir da

subjetividade, pois cada ser tem o seu comportamento composto por hábitos,

costumes e rotinas diferentes. Para uma óptica empresarial este fato reflete um

grande desafio, pois cabe a empresa saber lidar com o comportamento de cada um

de seus colaboradores. Segundo Miranda (2009, p.36) considera que “o

comportamento humano é geralmente motivado por um desejo de atingir algum

objetivo e esses nem sempre são conscientemente conhecidos pelo indivíduo”. Neste

ensejo, vislumbramos os preceitos da Teoria das necessidades proposta por Maslow.

Diante do que aborda a teoria, Maslow apresenta uma pirâmide ordenando

hierarquias de necessidades em níveis de importância e influência. Quando atingida

a satisfação em um nível de necessidade, passa-se a buscar meios de saciar o

próximo nível, pois uma necessidade que já foi satisfeita não vai mais motivar o

comportamento do indivíduo. Segundo Miranda (2009, p.18) “Conforme essa teoria

dificilmente atinge-se o topo da pirâmide, pois sempre haverá novos objetivos e

sonhos”. Em presença de uma necessidade satisfeita o indivíduo passa para um

próximo nível, que não necessariamente seja ordenado pela pirâmide, porém,

depende da necessidade predominante de cada ser, muito raro se complete todos os

níveis de satisfação devido às constantes mudanças de necessidades das pessoas.

Na sequência, a pirâmide de Maslow apresenta-se esboçada na figura 1,

demostrando quais são as cinco necessidades hierárquica, sendo estas divididas em

primárias e secundárias. As necessidades primárias são as mais rápidas e fáceis de

se satisfazer, já as necessidades secundárias são mais demoradas e complexas de

serem satisfeitas, como por exemplo, a necessidade de auto realização, que está

constantemente se modificando e aumentando, de modo que se apresente insaciável,

por isso, ocupa o topo da pirâmide.

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Figura 1: A Pirâmide das Necessidades de Maslow. Fonte: Chiavenato, 2003 (apud MIRANDA, 2009, p. 19).

Após estudar e compreender o comportamento humano, com sua forma de

suprir suas necessidades, podemos compreender os aspectos ligados a motivação.

A palavra motivação pode possuir vários significados, cada autor possui sua

forma de interpretação, mas chegam a mesma conclusão. Segundo o Dicionário

Aurélio é o “ato ou efeito de motivar, exposição de motivos ou causas, conjunto de

fatores, os quais agem entre si, e determinam a conduta de um indivíduo” (FERREIRA,

2010, p 1431). De acordo com Vilela (2010, p.13) “motivação deriva dom latim motivos,

movere, que significa mover”. Fazendo uma analogia, o ser humano seria como um

automóvel e a motivação o motor, assim como o automóvel é movido pelo motor, o

ser humano é movido pela motivação. Esta motivação que é responsável por induzir

os indivíduos na execução de determinada ação.

Assim como Bergamini (2006) (apud SILVA; ESTENDER, 2015, p. 84)

“motivação é uma cadeia de eventos com base no desejo de reduzir um estado interno

de desequilíbrio e tem como base a crença de que certas ações devem servir a este

propósito”. A motivação é estímulo, um impulso, uma energia que cada um carrega

dentro de si, é uma força com que faz as pessoas se esforçarem para atingir uma

meta, um objetivo que mais tarde vai trazer satisfação de um desejo realizado.

A motivação tem como objetivo fazer com que os colaboradores se sintam

capazes de se efetivar, desenvolver-se profissionalmente, produzir com mais eficácia

e sentirem-se com vontade de permanecer em determinada empresa.

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Antes da Revolução Industrial, a maneira de estimular a motivação dos

trabalhadores era em forma de ameaças e punições, que acabava ocasionando um

ambiente de medo, obtinham incentivos financeiros se tivesse um maior desempenho.

Mas a partir da Revolução Industrial, o cenário começou a mudar, as ameaças

e punições foram substituídas pelo dinheiro, por novos planos salariais e benefícios

para os colaboradores. Pois, nesta fase, os gestores acreditavam que os incentivos

financeiros garantidos e sem punições violentas iriam alcançar maior eficiência nos

processos industriais por parte dos colaboradores. Com isso, os gestores acreditavam

que com dinheiro conseguiriam resolver tudo, começaram a cobrar muito mais de seus

funcionários o que acabou gerando um profundo desgaste por parte dos

trabalhadores, por um lado não estavam satisfeitos com o pouco que ganhavam em

comparação com que trabalhavam, mas por outro, tinham uma fonte de sustento para

suas famílias (MIRANDA, 2009).

Conforme o tempo foi passando, percebeu-se que os trabalhadores deveriam

ter outras formas de motivação, pois o dinheiro apenas é um resultado final no trabalho

exercido por um determinado tempo. Segundo Drucker (1977, p.315) (apud

SCALIONI, 2010, p.33) analisa que “os incentivos econômicos vão se tornando

direitos em vez se recompensas”.

Então foi compreendido que teria que procurar outras formas de estimular a

motivação. Segundo Elton Mayo (apud FIORAVANÇO, 2010, p.3) “percebeu-se a

importância de considerar a pessoa na sua totalidade”, ou seja, estimular a motivação

dos trabalhadores com ênfase no comportamento social dos mesmos. Assim, os

administradores começaram a dar mais reconhecimento aos seres humanos,

orientando os próprios colaboradores a se sentirem úteis e importantes e fazer com

que eles se sentissem satisfeitos como parte integrante do grupo social da empresa.

As formas instigar a motivação são diferentes, o que se apresenta como um

desafio para os administradores, pois é sabido que cada ser humano é único no

mundo, por esse motivo somos diferentes um dos outros. Segundo Vilela (2010, p.11)

“Atualmente, reconhece-se que cada um já traz, de alguma forma, dentro de si, suas

próprias motivações”. Ou seja, a empresa investe em incentivos motivacionais, mas

depende de como cada um vai dar sentido a isso, pois o que gera motivação para um

colaborador pode não surtir efeito em outro, este resultado pode ser derivado dos

diferentes níveis de hierarquia de necessidades que os colaboradores estão buscando

satisfazer.

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Entendemos que a motivação faz parte da subjetividade de cada indivíduo, se

formando junto com o comportamento e por isso ela se manifesta de formas e

intensidade diferentes. Enfim, uma das maiores dificuldades dos líderes é saber lidar

com os seus colaboradores, como indivíduos únicos e com comportamentos distintas,

encontrar o melhor caminho a ser trilhado para manter a equipe sempre bem motivada

é um grande desafio. Para isso, estudamos quais os tipos de motivação.

3.2 Estudar Quais são os Tipos de Motivação

Ao estudarmos os tipos de motivação, nos deparamos com a Teoria de

Herzberg, que aborda os fatores higiênicos e os fatores motivacionais. Os fatores

higiênicos são os fatores extrínsecos, que devem sua origem ao meio externo, já os

fatores motivacionais são os fatores intrínsecos, oriundos do meio interno ao

indivíduo.

Segundo a Teoria de Herzberg, Spector (2010, p.289) reforça:

Os aspectos do trabalho relevantes às necessidades de natureza animal são chamados fatores de higiene e incluem salário, supervisão, companheiros de trabalho e políticas organizacionais. Os aspectos do trabalho importantes para as necessidades de crescimento são chamados fatores de motivação e incluem realização, reconhecimento, responsabilidade e a natureza do trabalho em si.

Diante deste contexto, buscamos aprofundar nossos estudos nestes dois

fatores motivacionais.

3.2.1 Motivação extrínseca

Esse termo, como o nome já diz, segundo o Dicionário Aurélio, significa

“externo, não pertence à essência de uma coisa” (FERREIRA, 2010, p. 906).

Motivação extrínseca é aquela que vai de fora para dentro, ou seja, são estímulos

externos do meio ambiente para a criatura que pode ser um animal ou uma pessoa.

A motivação está extremamente relacionada com o comportamento do indivíduo.

Para entender melhor o que é motivação extrínseca um estudioso chamado

Pavlov (1997) fez um experimento com um cão, estimulou-o a salivar toda vez que

ouvisse o som de uma campainha, pois com esse estímulo externo o cão sabia que

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iria ganhar uma recompensa e saciar sua fome. Como Pavlov, Thorndike (1997)

também fez experimentos com animais, porém, trabalhou com dois elementos: o

Reforço Positivo e o Negativo, se preocupando com as punições. Ele usou pombos,

os animais foram condicionados à bicarem um dispositivo que liberava alimento, até

que não se sentia saciado o pombo bicava o dispositivo, mas na segunda etapa do

teste esse mesmo dispositivo quando bicado, o pombo levava uma descarga elétrica

(BERGAMINI, 1997).

O comportamento da etapa anterior e posterior apresentou-se totalmente

diferente, pois enquanto em um primeiro momento o animal recebia um reforço

positivo (benefício) que o motivava a repetir a ação, já na segunda etapa, ao bicar o

dispositivo o animal recebia um reforço negativo (punição) que desmotivava a

continuar a ação.

Com esses dois exemplos entende-se que os estímulos podem ser usados com

seres humanos, pois com um planejamento prévio, basta que os estímulos sejam bem

manipulados pelos reforçadores, que seriam os gestores e administradores, para que

os colaboradores respondam o que é desejado.

Deste modo, pode-se aplicar a Teoria do Reforço Positivo e Negativo de forma

muito clara. Quanto o colaborador tem um comportamento desejável, com bom

desempenho, seguindo as orientações do líder e aceitando de maneira

compreensível, receberá um reforço positivo que pode apresentar-se como um elogio

ou aumento salarial. Já o reforço negativo é aplicado quando o colaborador mantém

um comportamento indesejável, como faltas frequentes ou trabalhos mal executados,

podendo receber uma advertência ou até mesmo o afastamento.

Para o psicólogo comportamentalista Skinner, os homens podem ser

controlados pelos outros, pois só depende que as variáveis do meio ambiente

(externo) sejam adequadamente manipuladas. No entanto, há uma crítica sobre essa

teoria comportamentalista, pois ela não considera que as pessoas são diferentes

umas das outras, que tem suas próprias escolhas.

Sabemos que nessa forma de motivação, o colaborador faz o que o líder pediu

para ser recompensado ou para não sofrer punição, como por exemplo, o

desligamento. No caso, a pessoa não gosta da tarefa que lhe foi proposta, mas deseja

a recompensa que isso vai lhe trazer, como consequência há pouca satisfação e

prazer na execução da tarefa. Os fatores motivacionais comumente usados nas

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empresas são punições e recompensas, mas de acordo com os estudos da motivação

extrínseca, é um tipo de motivação muito instável e não muito correto.

Por tanto, a motivação extrínseca é a energia que vem do meio para dentro do

indivíduo, podemos exemplificar através de um ambiente de trabalho em que o diálogo

se faz presente, há um bom relacionamento entre os integrantes da equipe e os

reforços positivos são constantes, podemos dizer que se desenvolveu um

condicionamento para o bom comportamento. Em decorrência disto, os

colaboradores, apesar de sua singularidade motivacional, tendem a manterem-se

motivados para desempenharem suas funções dentro da empresa.

3.2.2 Motivação intrínseca

Como esse termo é o antônimo da palavra extrínseca, significa interno,

segundo o Dicionário Aurélio, é que está “dentro de alguma coisa ou pessoa e lhe é

próprio; interior; íntimo” (FERREIRA, 2010, p. 1178). Significa dizer que é a forma de

cada um ser, os seus interesses, seus gostos, ou seja, não tem necessidade de

recompensas, pois a tarefa a ser realizada é vista como a própria recompensa, pois,

é algo que a pessoa gosta de fazer e não porque foi obrigada a fazer para ganhar

dinheiro. E como a pessoa se sente bem com o que está fazendo é mais provável

sentir-se feliz e realizada pessoalmente.

O trabalho deve ser algo que traga prazer e satisfação, por isso, Confúcio (apud

ELÓI, 2012, p.1) sabiamente recomendava “escolhe um trabalho de que gostes, e não

terás que trabalhar nem um dia na tua vida”. Então se o colaborador de uma empresa

gosta do que faz, e tem isso como algo positivo, como um aprendizado não vai achar

que o trabalho é um fardo ou castigo, que apenas tem que trabalhar para ganhar o

dinheiro para seu sustento.

Porém, sabemos que cada sujeito tem sua forma de motivação, tem sua

perspectiva e subjetividade. Podemos alocar como exemplo uma determinada tarefa

proposta para duas pessoas, sendo que uma está muito motivada e outra não;

certamente o resultado da tarefa executada por ambos apresentará diferentes

resultados, podendo diferenciarem-se no tempo gasto para desenvolver a atividade,

diferença na qualidade e eficiência. Perante esta situação, faz-se necessária a

atuação do líder da empresa, que trabalha para estimular positivamente o seu

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colaborador, fazer com que encontre nas tarefas algo de seu interesse e que o motive,

segundo a sua forma de ser.

Entende-se que a motivação intrínseca é mais motivadora que a extrínseca,

pois essa motivação é voltada mais para o interior da pessoa, se importa mais com o

que ela gosta, sente, e faz com que ela encontre um significado que o transmita em

algum tipo de aprendizagem para si próprio, precisando apenas de um reforço ou

estímulo positivo. Para facilitar a compreensão da aplicação da motivação, vamos

descrever qual a sua influência no ambiente de trabalho.

3.3 Descrever qual a sua Influência no Ambiente de Trabalho

O ambiente de trabalho é o local onde os colaboradores desenvolvem suas

tarefas por encargo da empresa. Este ambiente é composto por duas estruturas

distintas: o ambiente físico e o psicológico.

Podemos caracterizar o ambiente físico pelos aspectos como luminosidade;

gases; odores; fumaça; temperatura; ruídos e conforto. Já o ambiente psicológico

abrange as abordagens relacionadas aos relacionamentos humanos agradáveis;

atividades agradáveis e motivadoras; gerência democrática e participativa; eliminação

de possíveis fontes de estresse; envolvimento pessoal e emocional (CHIAVENATO,

2008).

O ambiente de trabalho é formado, ainda, por uma estrutura organizacional de

líderes e colaboradores. Nesse sistema, é importante contar com a presença ativa da

motivação, pois indivíduos motivados proporciona um melhor desenvolvimento no

trabalho e é essencial a participação dos líderes com papel motivador, pois através

deles os colaboradores podem realizar diferentes tarefas que antes se julgavam

incapazes. Estes líderes também devem estar satisfeitos e motivados com seu

trabalho.

A influência dos líderes segundo Pena (1991) e Bezerra (2010) (apud SILVA;

ESTENDER, 2015, p. 3):

Dão grandes contribuições para que os colaboradores alcance metas, respeite e siga as orientações, portanto o líder tem influência sobre muitas atitudes dos colaboradores, tendo o papel de alavancar os objetivos da empresa e dos colaboradores, incentivando a ter forças e desenvolver seu potencial diante das tarefas delegadas afim de que haja maior desempenho e motivação.

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Um bom líder é aquele que está sempre perto, atento e integrado com a sua

equipe, passando a ela continuamente mensagens de motivação, como elogios e

reconhecimento. É aquele que observa novos talentos e dá oportunidades, assim

movendo cada vez mais prazer e motivação entre os colaboradores, acarretando

crescimento para a empresa e para a vida profissional e pessoal dos indivíduos.

É importante que a empresa valorize a motivação intrínseca, ou seja,

proporcionar que os colaboradores se auto motivem, fazer com que eles gostem do

que fazem, que tenham disposição para trabalhar. Faz-se interessante a adoção de

um perfil flexível, permitindo aos funcionários a escolha de qual função dentro da

organização gostariam de atuar, os deixando mais satisfeitos e interessados.

Compete, também, à empresa, proporcionar condições e estímulos, mas não apenas

incentivos financeiros e sim incentivos como liberdade de criar novas formas de

trabalho, proporcionar comprometimento, estimular a criatividade e quando merecido

dar gratificações como elogios e aumento de cargo.

Neste contexto, a higiene do trabalho pretende garantir condições de trabalho

em um ambiente saudável e seguro. Segundo Chiavenato (2008, p.471) “Higiene do

Trabalho refere-se a um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da

integridade física e mental do trabalhador”. Sendo, deste modo, responsável pela

manutenção da saúde, segurança do trabalho e bem-estar dos indivíduos que

compõem a organização.

Por fim, a motivação exerce influência positiva direta no ambiente de trabalho,

tanto um líder satisfeito e motivado com o que faz, exala aos seus subordinados

respeito, confiança, união e força de equipe, como um ambiente de trabalho em

harmonia entre seus aspectos físicos e psicológicos. Um ambiente organizacional

saudável e higiênico, composto por líderes e colaboradores motivados gera maiores

e melhores resultados, tornando a empresa mais forte e competitiva no mercado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, após feito a revisão e discussão da literatura, considera-

se a problemática de pesquisa respondida. Cujo o resultado demonstra que para

entender a motivação, primordialmente é necessário compreender o comportamento

humano, que foi trabalhado pela Teoria das Necessidades de Maslow, que busca

satisfazer as necessidades mais básicas, sendo elas fisiológicas e segurança, até as

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necessidades mais elevadas, sendo social, de estima e auto realização, pois, para

alcançar cada nível de necessidade, a motivação se faz presente.

Diante disso, entendemos que a motivação é parte do comportamento de cada

ser, sendo que esta já nasce com o indivíduo. A motivação é uma energia existente

no íntimo de cada um, que instiga a busca ininterrupta por saciar as necessidades.

Para que esta motivação se exteriorize e se mantenha viva, a Teoria dos dois fatores

de Herzberg determina a existência dos fatores extrínsecos ou higiênicos e os fatores

intrínsecos ou motivacionais.

Essa motivação pode se manifestar através de estímulos intrínsecos, que são

originários do interior de cada ser, e/ou por estímulos extrínsecos que são advindos

do meio onde o indivíduo está inserido.

Desta maneira, foi respondido o primeiro objetivo específico, que postula os

parâmetros de como ocorre o processo de motivação, sendo este processo iniciado a

partir de um estímulo ou impulso, uma energia que cada indivíduo carrega dentro de

si, é uma força que leva ao esforço para atingir um objetivo que posteriormente será

convertido em satisfação de um desejo realizado.

Ao longo do estudo, foi encontrada a resposta do segundo objetivo específico,

determinando a existência de dois tipos de motivação: a extrínseca a que se refere a

estímulos externos e a intrínseca a que se refere a estímulos internos. A primeira é

aquela que o colaborador muitas vezes não gosta da tarefa proposta a ele mas faz

porque isso vai lhe trazer algum tipo de recompensa e se não fizer vem por

consequência punições, mas de acordo com os estudos é um tipo de motivação muito

instável e não muito correto. No entanto, a motivação intrínseca é mais motivadora,

pois essa motivação se importa mais com que o colaborador sente, gosta e lhe

satisfaz, pois transmite algum tipo de aprendizagem para si próprio.

Como resposta ao terceiro objetivo específico, a influência da motivação é

capaz de transformar positivamente todo o ambiente de trabalho, tanto físico quanto

psicológico. Para alcançar um nível motivacional satisfatório dentro da empresa, é

essencial a presença de um líder que desempenhe seu papel de forma comprometida

e íntegra, pois compete a ele estimular sua equipe na execução de tarefas

desafiadoras. A união, confiança e respeito, bem como um ambiente de trabalho

saudável e higiênico, são responsáveis por tornar a empresa mais forte, com bons

resultados e competitiva no mercado.

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Lançando um olhar crítico ao tema estudado, podemos observar a grande

dificuldade enfrentada pelos líderes em manter a equipe motivada e empenhada na

execução de seus trabalhos. Grande parte desse obstáculo deve-se a falta de

compreensão do líder para com os seus subordinados. Por vezes o estímulo lançado

à equipe não atinge a todos, pois os colaboradores devem ser tratados de maneira

igualitária diante de sua singularidade, é preciso compreender as peculiaridades de

cada membro para alcançar o todo.

Deixamos como sugestão para as empresas que realizem investimentos no

ambiente psicológico, através da criação de mecanismos para a interação dos

colaboradores com o ambiente de trabalho e com os objetivos e metas da empresa;

proporcionar treinamento com o foco motivacional, alocar seus colaboradores em

funções que eles se sintam mais satisfeitos. É importante que a organização faça com

que o trabalhador se sinta parte da equipe, com participação ativa, que veja a sua

função indispensável para o crescimento, produção, lucratividade e qualidade da

empresa.

Cabe aqui ressaltar que a empresa precisa levar em consideração todos os

aspectos do ambiente físico, se preocupando com a ergonomia, saúde, higiene e bem-

estar de seus colaboradores. Para isso, se faz necessário investimentos na

infraestrutura, proporcionar condições agradáveis de iluminação, temperatura,

isolamento acústico e de odores. Um ambiente de trabalho adequado é capaz de

melhorar o rendimento e a eficácia dos trabalhadores.

Outro fator primordial para o bom desempenho da equipe de trabalho, é o líder

que a conduz. Para garantir que o líder se mantenha motivado e satisfeito com seu

trabalho, sugerimos treinamentos intensivos e específicos para eles, de modo que os

ajude a superar as dificuldades e desafios encontrados no ambiente de trabalho;

promover o crescimento individual, profissional e motivacional do mesmo.

A partir desse estudo, propomos como tema a ser desenvolvido em uma

pesquisa futura, investigar quais os tipos de treinamento motivacionais existentes para

líderes e colaboradores, bem como a sua forma de aplicação na empresa, abordando

os seus reais efeitos no ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS

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MOTIVAÇÃO NO TRABALHO: O que os Colaboradores Consideram ao Decidir

Continuar ou Não na Empresa?

Neiva Marina Bleich30

Marisa Claudia Jacometo Durante31

RESUMO

Em um mundo cada vez mais competitivo as empresas tendem a investir para se sobressair em relação às outras. Colaboradores tendem a procurar melhores condições de trabalho quando não se sentem motivados, valorizados pela empresa, com isso muitas empresas sofrem com a rotatividade de pessoal. O objetivo desse trabalho é identificar se os colaboradores efetivos da empresa X se sentem motivados, e o que os motiva. De modo específico buscou-se: a) Identificar as Motivações ou a Falta delas nos Colaboradores da Empresa; b) Levantar qual a Perspectiva dos Colaboradores em Continuar ou não na Empresa nos Próximos Anos; c) Identificar os Motivos que Levam os Colaboradores a Continuar Trabalhando na Empresa. Para tanto a metodologia utilizada empregou pesquisa bibliográfica e os dados foram colhidos numa pesquisa de campo, através de um questionário contendo perguntas fechadas. Os principais resultados demonstram que 75% dos entrevistados consideram o salário, os benefícios e a flexibilidade e 87,5 % consideram o ambiente de trabalho na hora de continuar ou não na empresa, e alguns mesmo estando motivados pretendem nos próximos anos ir em busca de novas oportunidades, com isso a empresa necessita estar sempre analisando formas de manter seu quadro de colaboradores motivados. Considera-se que os colaboradores da empresa X se sentem motivados em suas funções. Palavras-chave: Rotatividade. Retenção. Motivação.

1 INTRODUÇÃO

Em um mundo cada vez mais competitivo as empresas tendem a investir para

se sobressair em relação às outras, isso inclui ter consigo profissionais capazes e

motivados para as atividades rotineiras. Quando a empresa não valoriza o seu quadro

de colaboradores, não motivando e criando um ambiente bom para o trabalho, esses

tendem a buscar melhores condições para se satisfazer profissionalmente.

30 Artigo entregue como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista Gestão Estratégica em Negócios Corporativos, pela Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 31 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. e-mail: [email protected]

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Nesse contexto, a rotatividade de colaboradores tem sido um problema que

acaba saindo caro para as empresas. Chiavenato (2008) define a rotatividade como

uma despesa que pode ser evitada se houver mais critério e atenção na seleção de

mão de obra. Nesse sentido, as empresas precisam estar atentas a este fator e primar

pela retenção de seus funcionários de forma motivadora. Parar reter um colaborador,

além de um salário condizente com sua capacidade, o ambiente precisa ser

harmonioso e ter os instrumentos necessários para que possa ser feito o trabalho da

melhor forma possível.

Um levantamento realizado pelo Hay Group32 em 2010, identificava como

prioridades para as áreas de recursos humanos: 1) atração e retenção de talentos; 2)

revisão da estratégia de remuneração; e 3) desenvolvimento da liderança. Esse

estudo ainda identificou, na época, que 84% das empresas não tinha políticas

estruturadas para retenção de funcionários. Funcionários motivados, tanto com o

salário quanto com o ambiente, tendem a render mais para a empresa.

A empresa “X” objeto desse estudo, trabalha no segmento de beneficiamento

de semente, sua matriz fica sediada em Cambé no Paraná, tendo filiais no Rio Grande

do Sul, Goiás, Tocantins e Mato Grosso, o presente estudo ocorreu na filial de Lucas

do Rio Verde / Mato Grosso.

Na unidade de Lucas do Rio Verde, são 26 colaboradores efetivos, 13

temporários e 01 menor aprendiz. Os temporários são dispensados conforme término

de safra, tempo máximo de 09 meses, mas geralmente ficam durante o plantio e

colheita, cerca de 02 a 03 meses, sempre é renovado o quadro de safristas, podendo

alguns serem efetivados, os efetivos continuam. O índice de rotatividade entre os

efetivos é baixo, cerca de 8%33.

Nesse breve contexto surgiu o questionamento: O que leva os colaboradores

efetivos a permanecer trabalhando na empresa? Tendo como objetivo geral identificar

o que leva os colaboradores efetivos a permanecer trabalhando na empresa.

De modo específico busca-se: 1) Identificar as motivações ou a falta delas nos

colaboradores da empresa; 2) Levantar qual a perspectiva dos colaboradores em

32 O Hay Group é uma empresa global de consultoria de gestão de negócios, que trabalha com líderes com a finalidade de transformar estratégia em realidade. 33 Dados levantados junto ao RH, referente a fevereiro de 2016, colaboradores que trabalham e moram em Lucas do Rio Verde/MT. Porcentagem calculada dentro do período de 01 ano.

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continuar ou não na empresa nos próximos anos; 3) Identificar os motivos que levam

o colaborador a continuar trabalhando na empresa.

Esse estudo justifica-se em face que os índices de rotatividade de

colaboradores se apresentam prejudicial para as empresas. Assim, com intuito de

verificar as motivações dos colaboradores para permanecer ou não na empresa, a

pesquisa traz resultados aos empresários para tomada de decisão. É importante para

a empresa saber onde está acertando e onde poderá melhorar, conforme a visão dos

colaboradores que realizam o trabalho no dia-a-dia.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Rotatividade

A rotatividade está ligada a entrada e saída de colaboradores na empresa. De

acordo com Pinheiro (apud CHIAVENATO, 2013), a rotatividade de pessoal refere-se

a relação entre as admissões e os desligamentos de profissionais ocorridos de forma

voluntária ou involuntária, em um determinado período. Pode-se afirmar que a

rotatividade de pessoal influencia significativamente os processos e resultados das

empresas, pois é um aspecto muito importante na dinâmica organizacional.

Um colaborador desmotivado com a empresa tende a não produzir tanto quanto

a sua capacidade, e provavelmente buscará melhores condições de trabalho em outro

local. Segundo Oliveira (2006), as razões para o desligamento podem ser diversas;

os indivíduos podem solicitar a sua demissão por descontentamento com alguma

política da empresa, falta de motivação, ou busca de uma melhor colocação

profissional.

Para a empresa calcular a porcentagem de rotatividade mensal, segundo o

Portal RH (2016), pode ser utilizada a seguinte fórmula:

% de rotatividade mensal =

𝑛° 𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠100

𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠

Ainda segundo o Portal RH, para reduzir o índice de rotatividade de pessoal,

devemos em primeiro lugar, pesquisar as principais causas que podem estar

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acontecendo internamente na empresa e através delas, diagnosticar cada uma e

finalmente atribuir uma solução.

Conforme Chiavenato (2009), quando se trata de analisar as perdas de pessoal

para verificar os motivos que levam as pessoas a deixar a organização, consideram-

se apenas os desligamentos por iniciativa dos funcionários, utilizando a seguinte

formula:

Índice de rotatividade de pessoal = 𝐷 𝑋 100

(𝑁1 + 𝑁2 + ⋯ 𝑁𝑛

𝑎)

Em que:

D = demissões espontâneas a serem substituídas

N1+N2+...Nn = somatória dos números de funcionários no início de cada mês.

a = números de meses do período de tempo considerado.

Ainda de acordo com Chiavenato (2009), quando se trata de avaliar a

rotatividade de pessoal por departamentos ou seções, pode ser utilizada a seguinte

equação:

Índice de rotatividade de pessoal =

𝐴 + 𝐷2 + 𝑅 + 𝑇

EM𝑋 100

Em que:

R = recebimentos de pessoal por transferência de outras áreas ou unidades da

organização.

T = transferências de pessoal para outras áreas ou unidades da organização.

Chiavenato diz que o índice ideal seria aquele que permitisse à organização

reter seu pessoal de boa qualidade, substituindo apenas as pessoas que apresentam

distorções de desempenho difíceis de ser corrigidas dentro de um programa

exequível.

Cada empresa precisa verificar o seu índice de rotatividade de acordo com a

sua realidade, não existe uma porcentagem ideal.

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A empresa deve tentar diminuir a rotatividade, Machado (2014) cita Pereira,

onde destaca como as empresas podem diminuir a rotatividade com os seguintes

passos:

Detectar quais as razões que estão levando seus funcionários a

deixarem a organização e trabalhar estratégias que estabeleçam a

solução do problema.

Se for por razões motivacionais, estudar possibilidades para estimular

os funcionários a permanecerem na empresa, de maneira que o

mesmo enxergue mudanças na gestão e, sobretudo sinta-se

valorizado.

Questões salariais e benefícios são muito importantes, por exemplo,

empresas que oferecem participação nos resultados, são empresas

muito desejadas em se trabalhar e muito concorridas também, isso

porque motiva o funcionário a produzir mais e de melhor qualidade. É

evidente o entendimento de que quanto melhor o resultado da

empresa, melhor será para ele também.

Treinar as pessoas para desempenharem novas funções, faz com que

o colaborador se sinta valorizado aumentando sua autoconfiança e se

sinta reconhecido por seus talentos, tomando gosto pelo que faz e

dando seu melhor.

Portanto existem diversas maneiras para diminuir a rotatividade dentro das

empresas cabe a cada uma analisar a melhor maneira de manter seus colaboradores

motivados, para assim renderem mais e continuarem na organização.

2.2 Retenção de Colaboradores

A empresa para atingir suas metas necessita diretamente dos colaboradores,

pois são eles que fazem com que todo o processo ocorra da maneira mais correta

possível. O capital intelectual geralmente se destaca nas empresas, e cada uma tem

seus métodos para retê-los.

Para Brígido (apud ECHER; et al, 2010), reter talentos é atrair, investir e

recompensar o colaborador, é fazer com que se sinta uma peça importante dentro do

processo, é torná-lo comprometido, hábil a executar as tarefas atribuídas de forma

espontânea, estimulada e satisfeita. Ainda de acordo com Brígido reter talentos requer

não somente o envolvimento dos gestores de recursos humanos, mas, deve fazer

parte do planejamento, agregado a estratégia da organização, para todos terem

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conhecimento e assumirem responsabilidades quanto ao desenvolvimento deste

processo.

Para reter talentos a empresa necessita de políticas de recursos humanos, de

acordo com o Blog Carreiras Terra (2013), estão entre essas políticas:

Salário condizente com o cargo e valor pago pelo mercado;

Treinamentos e capacitações constantes;

Oferecer desafios e bonificações por desempenho;

Promoções de cargo ou de conquista de metas;

Ambiente de trabalho motivador e aberto a sugestões e feedbacks;

Treinamento de Coaching para o desenvolvimento do potencial infinito

dos colaboradores.

Um colaborador precisa estar motivado para então a empresa conseguir retê-

lo, o colaborador necessita receber de acordo com suas atividades, ter treinamentos

e capacitações para então estar ajustado com as normas e regras da empresa,

podendo aflorar as suas habilidades, recebendo bonificações pelo seu desempenho,

como também tendo cumprimento de metas, dentro de um ambiente considerado

tranquilo e aberto para sugestões e feedbacks.

As empresas necessitam fazer com que seus colaboradores se sintam

satisfeitos, motivados e parte da organização, com isso o ambiente se tornará mais

produtivo, trazendo benefícios tanto para a empresa quanto para o colaborador.

3 METODOLOGIA

A coleta de dados para essa pesquisa se deu através de pesquisa bibliográfica,

que segundo Koche (1997) (apud ZANELLA, 2009, p. 82-83) “tem a finalidade de

ampliar o conhecimento na área, de dominar o conhecimento para depois utilizá-lo

como modelo teórico que dará sustentação a outros problemas de pesquisa e para

descrever e sistematizar o estado da arte na área estudada”.

Os dados dessa pesquisa foram colhidos numa pesquisa de campo, de acordo

com Vergara (2004, p. 45-46) “É investigação empírica realizada no local onde ocorre

ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explica-lo. Pode incluir

entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou não”.

Utilizou-se um questionário com perguntas fechadas, a aplicação foi realizada

na segunda semana do mês de março de 2016, os questionários foram entregues

para 08 funcionários que estão há mais de um ano na empresa X, os participantes

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tiveram sua identidade preservada. Ao analisar os dados obteve-se resultados em

percentuais.

A caracterização do sujeito foi obtida por meio da aplicação do questionário.

Entre os funcionários entrevistados todos são do sexo masculino. Há predominância

da faixa etária dos 26 a 33 anos, seguidos pela faixa etária dos 34 a 41. Os que

possuem Ensino Superior completo são 50% deles, seguido dos que possuem Ensino

Superior Incompleto 25% e Ensino Médio Completo 25%.

Os dados foram analisados a luz da teoria estudada, evidenciando o maior

resultado em %.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O questionário foi aplicado entre os dias 07 a 11 do mês de março do ano 2016,

totalizando 08 colaboradores entrevistados, a fim de identificar se estão ou não

motivados, o que os motiva e suas perspectivas em continuar trabalhando ou não na

empresa X.

4.1 Identificar as Motivações ou a Falta delas nos Colaboradores da Empresa

Para Higa (2014) motivação é uma palavra popularmente usada para explicar

por que as pessoas agem de uma determinada maneira, ou impulso interno que nos

leva à ação onde sugere exatamente isso: motivo + ação, a força (motivo) que me

leva a agir; vem do latim moveres, mover. Envolve anseios, desejo, esforço, sonho e

esperanças. Costa (apud CHIAVENATTO, 2010), diz que a motivação é a pressão

interna surgida de uma necessidade, também interna, que excitando (via

eletroquímica) as estruturas nervosas, origina um estado energizador que impulsiona

o organismo à atividade, iniciando, guiando e mantendo a conduta até que alguma

meta (objetivo, incentivo) seja conseguida ou a resposta seja bloqueada.

Colaboradores motivados rendem mais, de acordo com Pereira (2008), um

clima organizacional que proporciona motivação a seus funcionários não imagina o

bem imensurável que possui, se for comparado com alguns ativos da empresa

julgados pelo seu valor. O funcionário não é somente um empregado, porém uma

pessoa capacitada de habilidades profissionais, sociais, culturais, dentre outras. Um

bem imensurável sim! Um funcionário motivado pode ser considerado um capital

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intelectual dotado de intangibilidade, com valor imensurável, ou seja, um bem tão

precioso que não se pode medir.

Analisando os dados, onde foi questionado se o colaborador se sente motivado

ou não, todos os entrevistados se sentem motivados na sua atual função dentro da

empresa. Tortorette (2010) afirma que funcionários satisfeitos com seu trabalho e que

se sentem respeitados e reconhecidos por aquilo que desenvolvem tornam-se

parceiros de negócio, fazem muito além do que as suas obrigações e se preocupam

com o andamento da empresa. Diz ainda que cada profissional possui expectativas e

valores diferentes, por isso fica difícil agradar a todos quando o assunto é motivação.

O fato é que ter uma boa liderança faz com a empresa evolua e consiga incentivar

grande parte de seus colaboradores.

Oliveira (2013) destaca que a motivação manifesta-se de várias maneiras, em

diferentes momentos, por diversos fatores e em níveis diferentes de importância a

cada momento, de indivíduo para indivíduo. As pessoas não são iguais e nem fazem

as mesmas coisas pelas mesmas razões. Sendo assim, é indispensável respeitar o

ser humano, mantendo intacta sua maneira espontânea de ser. Motivação é a

diferença que faz diferença. Não se tem um truque específico para vencer, o que

existe é uma atitude cotidiana. Quando há motivação, o indivíduo faz acontecer.

4.2 Levantar qual a Perspectiva dos Colaboradores em Continuar ou não na Empresa

nos Próximos Anos

A rotina é uma das possíveis causas que levam os colaboradores a procurar

novas oportunidades, Marques (2015), diz que existem aquelas pessoas que acabam

precisando sair de seus empregos por motivos pessoais, como doenças, mudanças

ou viagens, porém, o que mais causa a rotatividade de funcionários são problemas

internos, que fazem com eles se sintam desmotivados e procurem por outros lugares

para trabalhar.

De acordo com os colaboradores entrevistados, onde foi questionado se

pretenderiam continuar ou não na empresa, 62,50% deles dizem querer ir em busca

de novas oportunidades, e 37,50% pretendem continuar na empresa. Uma pesquisa

realizada pela pesquisa do PageGroup, consultoria líder mundial em recrutamento

executivo especializado, apontou que mais da metade dos profissionais que buscam

novas oportunidades no mercado de trabalho estão empregados atualmente, há

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menos de dois anos, segundo a Revista Melhor, gestão de pessoas. Mesmo eles se

sentindo motivados com a atual função, a maioria pretende ir em busca de novas

oportunidades.

O Portal Coppini destaca uma pesquisa realizada pela Robert Half, empresa de

recrutamento especializado, o levantamento feito em 10 países levou em

consideração as respostas de 2.406 profissionais. Enquanto a média mundial para

profissionais que ficaram mais propensos as novas oportunidades foram de apenas

29%, no Brasil o resultado foi bem diferente, 56% dos pesquisados brasileiros

disseram estar abertos para novas oportunidades, contra 6% que ficaram menos

inclinados a buscar vagas de trabalho fora da empresa na qual atuam hoje. Conforme

a pesquisa realizada na empresa X, 62,50% pretendem ir em busca de novas

oportunidades nos próximos anos, um percentual muito parecido com a pesquisa

realizada pela empresa Robert Half.

4.3 Identificar os Motivos que Levam os Colaboradores a Continuar Trabalhando na

Empresa

Todas as empresas por lei devem pagar a seus colaboradores Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), férias, décimo terceiro e vale transporte, mas

elas podem ir além para motivar seus colaboradores. Chiavenatto (1983, p. 251-252)

fala sobre os benefícios espontâneos, que são aqueles concedidos por liberdade das

empresas, já que não são exigidos por lei, nem por negociação coletiva, onde incluem:

Gratificações.

Seguro de vida em grupo.

Empréstimos.

Assistência Médico-Hospitalar diferenciada mediante convênio.

Complementação de aposentadoria.

Etc.

Chiavenatto também comenta sobre os planos supletivos, que são serviços e

benefícios que visam proporcionar aos empregados certas facilidades, conveniências

e utilidades, para melhorar sua qualidade de vida, incluem:

Transporte ou condução do pessoal.

Restaurante no local de trabalho.

Estacionamento privado aos empregados.

Horário móvel de trabalho.

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Cooperativa de gêneros alimentícios.

Agência bancária no local de trabalho.

Etc.

Dos motivos que levam os colaboradores a continuar trabalhando na empresa,

no questionário foi deixado em aberto, para que assinalassem quantas opções

achassem relevantes, 75% dos entrevistados consideram o salário, os benefícios e a

flexibilidade e 87,5 % consideram o ambiente de trabalho, conforme gráfico 1. De

acordo com Mota (2016), do site RH, percebe-se a importância de uma pessoa

motivada quando encontramos um ambiente agradável para poder desenvolver as

tarefas do dia-a-dia. Os benefícios, juntamente com o salário, a flexibilidade e o

ambiente de trabalho, fazem com que os colaboradores se sintam satisfeitos em

trabalhar na empresa. Tortorette (2010) comenta que Fernando Montero da Costa,

diretor de operações da Human Brasil, acredita que existem diversos fatores que

podem aumentar a satisfação do profissional, no entanto, para ele, a remuneração

continua sendo o maior fator motivacional. O profissional que trabalha em uma

organização com uma boa política de RH, em aspecto de motivação e respeito, se

sente mais integrado e tem um rendimento maior. Mas, quando você coloca o fator da

remuneração variável, esse aspecto motivacional comportamental acaba se diluindo

no todo da compensação financeira, explica. Assim, o gráfico 1 ilustra o resultado:

GRÁFICO 1 – O que motiva a continuar trabalhando na empresa.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

75

7587,5

75SALÁRIO

BENEFÍCIOS

AMBIENTE

FLEXIBILIDADE

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A finalidade desse trabalho foi verificar se os colaboradores que estão a mais

de um ano na empresa estão motivados, e o que de fato os motiva. Atualmente todos

os colaboradores entrevistados se sentem motivados para exercer as suas

respectivas funções, 75% consideram o salário, os benefícios e a flexibilidade e 87,5%

consideram o ambiente de trabalho, como algo que os motiva a continuar na empresa.

Verificou-se que a motivação no trabalho, sendo ele de benefícios, ambiente

de trabalho, flexibilidade e salário, não garante que o colaborador ficará na empresa,

muitos pensam em ir em busca de novas oportunidades nos próximos anos, isso

mostra que a empresa precisa estar em constante análise do que pode melhorar, para

que assim os colaboradores se sintam cada vez mais motivados, e continuem a

trabalhar na empresa dando o seu melhor, aumentando assim a produtividade.

Notou-se que muitos dos entrevistados irão procurar novas oportunidades de

emprego, mesmo considerando estar motivados. A empresa precisa ficar atenta, para

reter os seus melhores talentos, e fazer com que outros possam se destacar com suas

habilidades, uma sugestão seria incentivar os colaboradores efetivos a continuar

estudando, a fazer cursos de curta duração para que estejam sempre em constante

atualização.

Concluindo pode-se considerar o trabalho em questão como uma ferramenta

para a empresa buscar sempre mais estar motivando os colaboradores, e de forma

pessoal o trabalho foi de grande valia com as informações obtidas sobre motivação,

retenção de trabalhadores, e demais informações contidas nele.

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PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO: Um Estudo De Caso Da Empresa Familiar

Renata Cristina Kirst34

Marisa Claudia Jacometo Durante35

RESUMO A tendência em uma empresa familiar é o segmento dos filhos, porém essa prática é rara hoje em dia. Em decorrência disso, o momento de passagem de bastão acarreta e dá início a complicações no negócio familiar. Assim, esse estudo teve como questionamento: Como ocorre o processo de sucessão na empresa rural de gestão familiar, tendo como objetivo geral identificar como ocorre o processo de sucessão na empresa rural de gestão familiar, e de modo específico esse artigo busca identificar se a empresa rural de gestão familiar possui planejamento sucessório e se caso houver planejamento sucessório, pesquisar como ele ocorre. Para tanto utilizou-se o método de abordagem indutivo, com aplicação de questionário a uma empresa. Os principais resultados indicam que a empresa de gestão familiar possui planejamento sucessório cujo processo foi auxiliado por uma empresa terceirizada. Considera-se que a empresa obteve resultados positivos com a intervenção de uma empresa terceirizada capacitada para guiar o processo sucessório e definir os pontos pertinentes para o atingir o objetivo da mesma. Palavras-chave: Empresa familiar. Sucessão Familiar. Processo de Sucessão. Planejamento Sucessório.

1 INTRODUÇÃO

A empresa familiar é uma realidade no mundo inteiro, e até os dias de hoje

carrega as bases conceituais, estruturais e funcionais da prática do escambo, que

nada mais é do que a troca entre indivíduos, ou seja, produto por produto, produto por

serviço, serviço por serviço e serviço por produto. Até hoje comandam a economia

global. A revista Exame (2015) apresenta dados de estimativas, onde 80% das

empresas no mundo são familiares. Sua dimensão e força não às impedem de

sofrerem grandes problemas ao se referir a sua forma de gestão e a maneira de

sucessão na empresa.

34Artigo entregue como requisito para aprovação no TC II. Acadêmica do oitavo semestre do curso de Administração da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde – MT, 2016. E-mail: [email protected] 35 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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O que é fato é que a empresa familiar existe e sempre existirá. Empresas de

perfil familiar são maioria no Brasil, segundo dados do SEBRAE São Paulo (2015). O

levantamento aponta que 95% dos negócios brasileiros são conduzidos por pessoas

da mesma família, à frente se países como Espanha, Inglaterra, Portugal e Estados

Unidos. Este tipo negócio reserva algumas particularidades que colaboram para o

sucesso.

No entanto, de cada 100 organizações desse modelo, uma média de apenas

30 empresas chegam à segunda geração, e dentre isso, menos de 10% sobreviverão

até a quarta geração.

Cabe salientar que a empresa familiar é gerida por membros da família, daí

decorre o nome “gestão familiar”, não configurando um modelo de gestão, mas sim

um estilo de gestão.

A sucessão nos tempos modernos não mudou dos tempos passados, onde é

uma atividade se iniciava pelo sonho do seu fundador, a qual o intuito é crescimento,

expansão e solidificação. A tendência é o segmento dos filhos, porém essa prática é

rara hoje em dia. Em decorrência disso, o momento de passagem de bastão acarreta

e dá início a complicações no negócio familiar.

Na região de Lucas do Rio Verde-Mato Grosso, assim como no mundo inteiro,

existem empresas familiares bem-sucedidas, porém acredita-se que ainda exista falta

de planejamento nos processos de transição sucessória, apesar de supor que grande

parte dos gestores já esteja preparando seu sucessor, e até mesmo esteja

concedendo parte do poder decisório para este sucessor. A opção de estudo de

processo de sucessão em fazenda se dá ao notar que o inicio da empresa familiar se

origina na segmentação rural, onde se iniciou com trocas de produtos base, como sal,

trigo, açúcar e etc. O “pai” buscava produtos, bens ou serviços para sustentação da

família e alimentava um sonho, onde seus filhos continuariam com o segmento

conforme os anos passavam. Atualmente é notória essa prática de trocas e de sonhos,

que vem acarreta de acontecimentos que necessitam de processo sucessório.

A empresa objeto desse estudo, tem sua identidade preservada a pedido do

proprietário, sendo abordada ao longo do trabalho pelo pseudônimo de Fazenda Rural

X, teve seu início em 1978, quando dois irmãos saíram do estado de Santa Catarina

e passaram a adquirir as primeiras áreas e lotes rurais na cidade de Sorriso – MT,

localizada à 60km da cidade de Lucas do Rio Verde – MT. Primeiramente o objetivo

na região mato-grossense era extração de madeira, a qual já era na região

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catarinense, mas com o tempo partiram para a agricultura. No início dos anos 80

iniciaram o cultivo de arroz, nos cinco anos seguintes iniciaram o plantio de soja e em

1988 os irmãos dividiram a sociedade. Um dos irmãos fundou uma nova sede

juntamente com sua família e foi nesse período que tudo começou novamente,

desenvolvendo cada vez mais a atividade agrícola.

A empresa Rural X é composta por três fazendas, tendo como membros da

família o casal e quatro filhos, totalizando seis pessoas. As três fazendas possuem

um total de 50 colaboradores em tempo integral, contando com aproximadamente 30

colaboradores nos meses entre novembro e março, sendo assim em períodos

sazonais a empresa conta com uma média de 80 colaboradores.

Desse modo surgiu o questionamento: Como ocorre o processo de sucessão

na empresa rural de gestão familiar? Tendo por objetivo geral identificar como ocorre

o processo de sucessão na empresa rural de gestão familiar.

De modo específico esse artigo busca: a) identificar se a empresa rural de

gestão familiar possui planejamento sucessório; b) caso houver planejamento

sucessório, pesquisar como ele ocorre.

A escolha deste tema se deu ao mesmo tempo em que a autora do presente

artigo se beneficiara em âmbito particular, no sentindo de aprimorar o conhecimento

e seu modelo de gestão de maneira prática, que passará a exercer no futuro, bem

como a universidade pelo qual está sendo realizado a presente pesquisa e, além de

tudo será um ponto de referência para outras empresas ou acadêmicos que

necessitam de uma base aprimorada sobre o presente tema.

A importância deste estudo vale tanto para acadêmicos de administração,

administradores como para a sociedade em geral, pois entende-los nos permitirá dar

segmentação a uma gestão que possua maior eficácia nessa área, em vista aos

problemas que existem no momento da sucessão das empresas desta natureza.

Neste sentido, ao tratarmos de planejamento sucessório são inúmeras as

particularidades encontradas, principalmente pelo fato de que as empresas familiares

enfrentam um processo cíclico de existência, pois enquanto umas morrem, outras

nascem, ou seja, é um ciclo de criação continuo, e, dessa forma, é notório que o

processo sucessório representa um dos momentos mais importantes para a empresa

familiar.

Assim é de extrema importância o conhecimento de planejamento sucessório

para qualquer empresa familiar.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Empresa Familiar

As empresas familiares são empresas de cunho familiar, criadas e geridas por

uma unidade familiar que trabalha em conjunto para atingir objetivos empresariais

comuns, como rentabilidade e expansão patrimonial.

As empresas familiares surgiram no Brasil com a chegada das companhias que

seguiam um modelo administrativo hereditário, no início do século XIV, após o país

ter sido descoberto por Portugal.

A explicação que Oliveira (1999) (apud NISHITSUJI, 2009, p. 21) tem para o

fato é:

a necessidade de segmentação das companhias hereditárias seguindo a melhor administração e, após, a sua entrega para herdeiros ou não, incentivando o início de outros empreendimentos necessários, como a construção de estradas, os centros de distribuição, entre outros, geralmente com o fim de manter-se sólida durante o passar das gerações, na mesma família, ou seja, o investimento em outros setores que não seriam necessariamente do cunho principal da temática de empresa, porém investimentos que tem a visão de melhorar o empenho e qualidade, e até trazendo eficiência ao aos empreendimentos.

Com os constantes movimentos imigratórios, ao nosso país, apenas como título

exemplificado, podemos citar o imigrante italiano, o japonês, o alemão entre outros,

houve também o incremento de demais culturas de empresas familiares, não

esquecendo o surgimento de alguns empreendimentos desenvolvidos por brasileiros,

os quais consolidaram várias empresas familiares de sucesso.

Todos os movimentos imigratórios surgiram no século XIX, no entanto, a

época, eram os imigrantes considerados “invasores” holandeses, franceses,

espanhóis e/ou degradados, portugueses presos que recebiam a liberdade se

viessem ao Brasil.

Com a chegada de pessoas a cada dia, a necessidade de fabricação de bens

e serviços aumentava, não demorando até que as famílias dessem início ao que

atualmente é nomeada de “pequenas empresas familiares” sem mesmo saber a

grandiosidade do empreendimento.

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Segundo Bernhoeft e Gallo (2003) (apud NISHITSUJI, 2009, p. 22) “a maioria

de nossas empresas tem sua história inicial vinculada à figura de um imigrante que,

em algum momento da sua vida, fugiu de uma realidade adversa e chegou ao novo

país sem grandes recursos materiais”.

Considerando o início da exploração do Brasil e junção dos movimentos

imigratórios a história da economia brasileira foi escrita em boa parte por empresas

familiares. Conforme estimativas da Fundação Dom Cabral, Desenvolvimento de

Executivos e Empresa (Dezembro 2015), as organizações de origem familiar

respondem por quase metade do PIB nacional, bem como atinge 60% dos empregos

formais no Brasil.

As empresas familiares constituem uma parcela significativa dos grandes

grupos empresariais brasileiros, geralmente estando ligadas a uma família que possui

em média duas gerações na gestão, e refletindo diretamente na conduta e garantindo

assim um destaque na economia e relevância de estudos. Sendo assim, há

necessidade de coletividade entre os gestores e seus colaboradores, sendo que o

objetivo individual de cada indivíduo, porém deve estar em concordância com o

objetivo maior e assim atingir os resultados buscados.

Segundo Lodi (1999) (apud MACHADO, 2005, p. 01) “as organizações estão

inseridas na dinâmica social, política e econômica que se desenvolve no ambiente

onde atuam e, simultaneamente, exercem impacto e precisam se adequar às

mudanças”.

Sendo assim, para estudá-las é preciso considerar a realidade na qual elas se

inserem, pois elas são produzidas em um dado contexto. Da mesma forma, a empresa

familiar é um tipo de organização sujeito às modificações do ambiente que fica sujeita

às modificações do meio ambiente em que coexiste.

2.2 Sucessão em Empresas Familiares

A sucessão é marcada pela convivência de duas ou mais gerações adultas e

inicia-se o processo de sucessão quando o indivíduo que comanda a empresa familiar,

geralmente o varão, falece ou não possui mais condições de governar a firma,

transferindo sua administração e comando aos herdeiros, sejam eles filhos ou até

mesmo sem vínculo familiar atingem a idade adulta, e estes colaboram para a

continuidade dos negócios.

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Em um livreto da empresa Petrobras, TAGIURI e DAVIS (2014 p. 12 e 13)

apresentam e classificam os sistemas de sucessão da empresa familiar, onde a

empresa familiar é composta por três sistemas bastante distintos: família, Empresa e

Propriedade:

A empresa familiar é composta por três sistemas bastante distintos: família, Empresa e Propriedade. A característica de família nada mais é que amor, afeto, proteção e a preservação dos valores familiares. A empresa é capitalismo, lucratividade, concorrência e a sobrevivência no mercado. Já propriedade caracteriza-se como bens, participações societárias, preservações patrimoniais entre outras.

Com isso em mente, é importante trazermos definições a estes institutos, sendo

que, conforme definido pela Revista da Escola da Magistratura do Distrito Federal,

(edição número 13 – 2011) “o conceito de família restou flexibilizado, indicando que

seu elemento formador precípuo é, antes mesmo do que qualquer fator genético, o

afeto”.

Logo, podemos conceituar família como sendo um grupo de indivíduos que

possuem convivência e ensejos conexos, geralmente formada pelo matrimônio e

união estável, e eventualmente, a filiação destes.

A empresa, que trata o presente artigo, pode ser definida como sendo uma

organização interpessoal que busca um fim específico, tal como a lucratividade e

expansão, podendo oferecer serviços ou comercialização de modo a atingir sua

finalidade.

Já propriedade pode ser caracterizada como sendo participações societárias,

preservações patrimoniais, entre outros bens materiais ou imateriais que contribuem

à formação de um patrimônio/capital para a empresa/indivíduo.

Esses três sistemas são de suma importância e consciência sobre a evolução

que ocorre em cada um deles durante a transição de gerações.

A importância do processo de sucessão em uma empresa familiar merece total

destaque assim como destaca Lethbridge (2016, p. 08) “a questão sucessória merece

lugar de destaque, até porque, para alguns estudiosos, uma empresa só se transforma

numa “verdadeira” empresa familiar quando consegue passar o controle para a

segunda geração”.

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A essência para sucesso de passagem de bastão é manter controle e trabalhar

em equipe, isso exige dialogo, negociação e muita paciência para compreender os

pontos de vista de cada uma das gerações envolvidas.

Lodi (1994) (apud NETO; CAVEDON, 2004, p.41) conclui que antes de iniciar

o processo sucessório, há que se considerar sete componentes de análise:

1. Os valores da família, ou seja, o código não escrito em torno do qual se desenvolveu a vida do fundador e que deveria unir as gerações maduras e vindouras;

2. As relações de poder, ou seja, quem manda, quem segue e quem disputa a liderança;

3. A ética interpessoal, ou o que é próprio e impróprio na relação com o patrimônio coletivo, com as pessoas, com as retiradas, com os negócios paralelos e com os conflitos de interesse;

4. O dado comportamental que determina o padrão de interações psicológicas, as decisões, a motivação e a satisfação tanto pessoal quanto coletiva;

5. Os interesses patrimoniais, as preferências quanto à distribuição de resultados, a posses de ativos, a previsão de inventário e a doação de ações;

6. O acesso à competência profissional que abre caminho para a autossuficiência econômica e para a projeção profissional ou negocial na sociedade;

7. A instrumentação jurídica.

Neste sentido, é notória a necessidade de um “norte principiológico” que traga

uma relação de confiança entre o indivíduo que irá assumir a gestão da empresa

familiar e o que será sucedido, de modo a garantir que neste processo não se perca

as ideologias fundamentais aquele núcleo empresarial familiar que passa pelo

processo sucessório, assim, garantindo a integridade da empresa e razoabilidade aos

objetivos que a empresa buscava atingir em sua constituição.

Conforme já tratado, a sucessão familiar da empresa poderá ser a razão de sua

promiscuidade, bem como de sua extinção, já que o processo sucessória é um

momento delicado, sendo necessário um planejamento sucessório para garantir de

forma segura e fácil uma “passagem de bastão” dentro das diretrizes jurídicas e

preceitos morais, que englobam os conceitos diretivos acima delineados, com os

estágios apresentados por, Longenecker (1997) (apud NETO; CAVEDON, 2004, p.8)

destaca os estágios do processo sucessório:

I. Estágio I ou pré-empresarial: não há planejamento formal na preparação da criança nesse período, quando ela pode ter apenas

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quatro ou cinco anos de idade, sendo um preparo para a próxima etapa;

II. Estágio II ou introdutório: difere do estágio I, no sentido de que os membros da família apresentam deliberadamente a criança para certas pessoas, associadas direta ou indiretamente à empresa, e lhe mostram outros aspectos relacionados aos negócios;

III. Estágio III ou funcional introdutório: o filho começa a trabalhar como empregado em tempo parcial. Isso ocorre frequentemente durante períodos de férias, ou diariamente, depois das aulas. Nessa fase, o filho passa a conhecer alguns indivíduos-chave empregados na empresa. O estágio funcional introdutório inclui a preparação educacional e a experiência que o filho ganha em outras organizações;

IV. Estágio IV ou funcional: começa quando o sucessor assume o emprego em tempo integral, após concluir sua formação educacional. Antes de passar a um posto gerencial, o sucessor pode trabalhar como contador, vendedor ou funcionário do estoque e possivelmente adquirir experiência em diversas outras funções;

V. Estágio V ou funcional avançado: ocorre quando o sucessor assume tarefas de supervisão, envolvendo a direção do trabalho dos empregados, mas não a administração-geral da empresa;

VI. Estágio VI ou de sucessão: nesse estágio o filho é nomeado presidente ou gerente geral dos negócios. Nesse ponto, ele exerce, presumivelmente, a direção-geral dos negócios, mas o pai ainda está lhe dando apoio. O sucessor não dominou, necessariamente, as complexidades da presidência, e o predecessor pode estar relutante em abrir mão de todas as decisões;

VII. Estágio VII ou maduro de sucessão: é atingido quando o processo de transição se completou, e o sucessor é tanto líder de fato quanto nominalmente. Em alguns casos, isso não ocorre até que o predecessor morra.

Observando a relação entre os conceitos trazidos por Lodi e os procedimentos

explanados por Longenecker, no tocante ao processo sucessório na empresa familiar,

uma verossimilhança entre os objetivos constituintes da empresa e os objetivos que

serão delineados futuramente na administração da empresa pela geração sucessora,

evitando alguns dos diversos problemas que poderiam advir do procedimento em tela,

os quais, explanados no tópico que segue.

3 METODOLOGIA

O método de abordagem utilizado foi o indutivo, pois, a partir de uma situação

específica, buscou-se, por meio da interpretação do pesquisador, generalizar o

resultado. É uma pesquisa qualitativa com estudo de caso, tendo por objeto de estudo

a Fazenda Rural X.

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O sujeito respondente é um dos filhos, do sexo masculino, tem 28 anos de

idade, é casado e tem 1 filho, sendo identificado pelo pseudônimo de Pedro. Pedro

tem 3 irmãos que fazem parte da empresa. O negócio familiar completa mais de 30

anos e é formado por 3 fazendas onde possui um total de 50 funcionários em tempo

integral e aproximadamente 30 temporários entre os meses de novembro e março.

O questionário aplicado é composto por 36 questões, cada qual com suas

particularidades, que ao analisadas em conjunto oportuniza responder o objetivo geral

deste artigo.

Para obter todas as informações o primeiro contanto referente a participação

neste artigo, foi por meio telefônico onde em seguida os detalhes e anexos foram

feitos através de e-mail direto com o diretor da empresa, sendo que no início do mês

de julho o questionário foi encaminhado digitalmente e logo no final do mês devolvido.

O processo de análise se deu logo que recebido o arquivo.

Quanto aos procedimentos de análise, considerando-se que este estudo optou

pela abordagem indutivo, utilizou a interpretação do pesquisador pautado na revisão

da literatura.

Após recebimento do questionário preenchido, existiu a necessidade de uma

pré-análise para base de como seria estruturada o desabrochamento do conteúdo

distribuído no capítulo 4, o qual é a apresentação e análise dos resultados.

Cada questão formulada foi enquadrada em forma de um pequeno texto onde

contém dados da empresa e/ou conhecimentos teóricos, seguindo então com a

resposta do pesquisado. Através desta resposta fez-se uma análise detalhada com

intuito de identificar se a empresa possui planejamento e como ocorre esse

planejamento.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A História da empresa teve início em 1978 com a aquisição de áreas, lotes

rurais na cidade de Sorriso – MT, Sr. “João” e seu irmão “José” (pseudônimos) eram

sócios de uma madeireira em Coronel Freitas – SC, através da empresa Colonizadora

Tropical ficaram sabendo da nova região no Mato Grosso, a Colonizadora Tropical

incentivada pelo Governo Federal na época militar, adquiria área da União para

montar projetos de Colonização e vender para empreendedores, geralmente do sul

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do Brasil, para desbravarem as terras no médio norte do estado e colonizar o norte do

pais, na época ainda muito pouco desbravado.

No ano de 1978 compraram os primeiros lotes de terra, no início as principais

motivações para as compras de terra eram para extração de madeira, uma vez que

não tinham conhecimento com a agricultura, mas logo de início já mudaram de ideia

uma vez que as áreas eram de cerrado leve, e então partiram para a agricultura.

No início dos anos 1980 iniciaram o cultivo de arroz, desmatando as áreas de

cerrado, a partir do ano de 1985 começaram os primeiros plantios de soja, em 1988 o

Sr. “João” e Sr. “José” dividiram a sociedade, onde o Sr “João” fundou uma nova sede

com sua família a Fazenda Rural X, onde tudo começou novamente. A partir daí foi

desenvolvendo a atividade agrícola, sempre com o plantio de soja e mais para frente

com o milho segunda safra.

A empresa Fazenda Rural X foi questionada sobre seu início, sua vinda e sobre

os objetivos com a região do Mato Grosso, onde Pedro explicou que “o objetivo era

principalmente desenvolver o solo fraco do cerrado, apesar das perspectivas de

produção serem muito fracas, com o uso do calcário um novo horizonte começou a se

desenhar”.

A resposta remete que a empresa possuía o espirito de conquistar e aperfeiçoar

o solo da região para seguir com seu ramo. É possível identificar que o planejamento

já faz parte da empresa, pois foi necessário planejar sob o que era necessário para

atingir os objetivos esperados.

Para atingir objetivos é necessária uma formação de equipe, pessoas

qualificadas, mentes abertas, uma boa gestão, porém anos atrás não era tão fácil o

acesso a informações e nem a meios de comunicação como nos dias atuais.

Sendo assim Pedro disse que quem contribuiu no início da atividade rural

foram:

desenvolvidas pelos familiares, e também funcionários trazidos do Sul, na época que não existia mão de obra na região, e o serviço de abertura de terra é muito pesado e demanda certo conhecimento, muitos antigos funcionários da madeireira se propuseram a vir morar no Mato Grosso na mesma ideia de melhorarem a qualidade de vida.

É notória que a empresa é uma empresa familiar, pois a contribuição para início

da atividade vem da família, claro que a participação de não familiares é existente. A

relação com a falta de mão de obra, e falta do conhecimento necessário permitiu que

o espírito de equipe se colocasse em pé em forma de colaborar com empregos e

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auxiliar na melhoria de vida de quem já contribuía na região Sul, continuando na região

Matogrossense.

Quando se sai de uma região conhecida para desbravar e encarar uma região

desconhecida, a presença do risco, seja ele econômico, profissional, empresarial e

emocional é muito grande, como lembrado por Pedro, “era tudo muito difícil, não

existiam linhas de crédito bancário e as que existiam os juros eram muito altos, não

existia uma agricultura desenvolvida e, portanto, nenhum incentivo era dado a mesma,

a ideia de agricultura em larga escala ainda não era difundida”.

Como expressado por Pedro, a ideia de agricultura em larga escala não estava

difundida. O contexto econômico da época não era favorável para impulsionar um

desenvolvimento rápido no ramo, não possuía incentivos bancários que facilitassem

desbravar a região para contribuir com o crescimento da mesma. Por este motivo o

planejamento estava sendo executado, no momento em que a ideia da agricultura em

larga escala estava sendo estudada, analisando se existia ou não meios facilitadores

para atingir os objetivos desejados.

4.1 Identificar se a Empresa Rural de Gestão Familiar Possui Planejamento

Sucessório

A Fazenda Rural X teve seu inicio na região mato-grossense no final dos anos

70. Com a chegada à região novos desafios surgiam a cada momento, assim como

novas descobertas. Com relação aos insumos necessários para a atividade na

fazenda naquela época, é destacado por Pedro:

Adquirimos os insumos através de compra a parceiros fornecedores, geralmente são empresas da região e ou multinacionais, o relacionamento com estes fornecedores na maioria das vezes já é de longa data, o que torna uma negociação clara e objetiva.

Com a pesquisa é possível destacar algumas palavras que agregam valor para

o desenvolvimento deste artigo. Ao mostrar que existe relacionamento claro e objetivo

com seus fornecedores e parceiros, sendo algumas vezes de longa data é plausível

fazer uma conexão direta com o sentido de planejamento sucessório, pelo fato de

durabilidade de parceiras fornecedoras que se conectam com os funcionários

familiares de acordo com seu setor e grau de envolvimento na empresa, ou seja,

gerações novas chegam, mas os parceiros e fornecedores são na maioria das vezes

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os mesmos. Isso de fato afeta na gestão facilitando a sucessão de forma com que

criem laços e confiabilidade entre comprador e vendedor, sendo mais fácil para quem

assume novo lugar na empresa e mais segurança para quem a deixa.

A relação de fornecedores e parceiros de insumos para com a empresa

Fazenda Rural X, já possui uma ligação duradoura, mas em relação a mão de obra

direta e a prestação de serviços, assim como de máquinas e equipamentos para a

produção talvez venha acompanhada de desafios, como sugere a resposta de Pedro.

A mão de obra e equipamentos para toda a produção agrícola da Fazenda Rural X é própria, a única atividade da empresa que dispõe de caminhões e motoristas de terceiros é o serviço de frete da produção das unidades de produção no campo até as unidades beneficiadoras. Hás maiores dificuldades que encontramos, são encontrar mão de obra qualificada para operar as máquinas de hoje me dia com avançado grau de tecnologia e conciliar a jornada de trabalho de 8 horas diárias + 2 horas extras possíveis, na época de “pico de safra”, onde o trabalho se estende por mais tempo devido às intempéries climáticas e necessidades da atividade.

A empresa Fazenda Rural X possui equipamentos e elementos para produção

agrícola própria de última geração em relação à tecnologia, somente o trajeto da

produção do campo até unidades beneficiadoras é realizada por terceiros. A falta de

mão de obra qualificada para operar as máquinas, além da conciliação da jornada de

trabalho em períodos sazonais é um dos desafios encarados tanto em tempos atrás

quanto nos dias atuais.

O planejamento para a execução de serviço no ramo de agricultura é essencial

e isso é justificado pela mudança climática repentina. O pré-planejamento em relação

as jornadas trabalhistas de diferentes épocas do ano de acordo com o “pico de safra”,

quantidade de colaboradores e outros fatores que afetam o processo de realização

dos serviços via mão de obra também é essencial.

Planejar a quantidade necessária de mão de obra para tal época, planejar

difundir seus conhecimentos relacionados a tecnologia para novos operantes, planejar

detalhes por detalhes para que a safra ocorra bem é uma característica que passa

para as futuras gerações, onde é essencial compartilhar experiências sejam elas boas

ou ruins, desta forma o que foi um dia dificuldade passa a ser facilidade.

As experiências em uma empresa onde sua principal necessidade para a

vitalidade duradoura é o clima, nem sempre são boas, pois todos os dias, semanas,

meses e anos o clima somente é suposto e não confirmado, o que acaba algumas

vezes desmotivando seguir em frente, assim como em qualquer outro ramo onde

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possui uma principal característica para sobrevivência. Mas a realidade da empresa

Fazenda Rural X é outra, como destaca Pedro.

Em nenhum momento os patriarcas ou sucessores cogitaram abandonar ou vender o negócio, já foi cogitado investir em outros segmentos, mas nunca deixar o agro, devido ao Know-How já adquirido e a paixão pela atividade.

Pelo fato de Pedro ter apenas 28 anos de idade e a empresa existir há mais de

38 anos no ramo, a persistência e paixão pela atividade é uma característica atribuída

aos sucessores e patriarcas que nunca cogitaram abandonar ou vender o negócio,

muito pelo contrário, possuíam tamanha confiabilidade em sua equipe e estilo de

gestão que pensaram em investir em outro segmento, mas jamais abandonar o

agronegócio.

Uma ferramenta que se torna característica da empresa Fazenda Rural X é o

Know-How, que traduzindo do inglês significa “saber como”, ele pode ser

caracterizado como um conjunto de conhecimentos práticos sejam eles fórmulas

secretas, informações, tecnologias, técnicas e procedimentos, o qual dentro da

empresa isso vem atribuído para agregar os conhecimentos dos sucessores.

O Know-How possui ligação direta com inovação, habilidade e eficiência na

execução de determinados serviços, é de suma importância a experiência para quem

executa cada função. A empresa Fazenda Rural X, indagada sobre qual a ajuda

técnica necessária para auxiliar na produção, Pedro respondeu:

Hoje a Fazenda Rural X conta com 3 unidades de produção, cada unidade de produção possui sua equipe de gestão e trabalho, composta por um Gerente de Fazenda, Técnico Agrícola e Trabalhadores e operadores, além disto temos uma Gerente Agrícola e um Agrônomo que ficam no escritório da cidade e rodam as fazendas toda a semana para acompanhamento dos trabalhos.

Destacado desta maneira é clara a existência de profissionais da área agrícola,

onde afeta diretamente na excelência do Know-How. A organização de subdivisões,

com ajuda técnica para cada uma das 3 unidades de produção faz com que os

resultados buscados sejam atingidos, contribuindo para decisões futuras, quando as

3 unidades tomam conhecimento geral de informações e procedimentos adotados

para atingir o mínimo esperado da produção.

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Seguindo na linha de produção, Pedro explica os fatores facilitadores ou

dificultadores ligados à produção:

Como toda atividade a nossa tem suas particularidades, a mais difícil de todas e que não podemos controlar é o clima, isto nos trás um fator de risco extremo que sempre deve ser avaliado, analisado e levado em consideração em projetos de longo prazo ou investimentos, muitas vezes a empresa pode fazer tudo correto mas se uma chuva não vier ou vier a mais pode fazer o trabalho e planejamento de um ano inteiro fracassar em questão de dias ou horas.

Quando tratado de desafios anteriormente, o fator clima foi mencionado, e

repetidamente o fator clima se destaca como uma das dificuldades de importância

capital. A empresa Fazenda Rural X precisa analisar e levar em consideração todos

os projetos de longo prazo, pois o risco causado pelo clima é de extrema preocupação,

uma chuva a mais ou uma chuva a menos é capaz de fracassar um trabalho ou projeto

de um ano todo, em apenas algumas horas. A função do planejamento sucessório

neste caso se torna difícil de ser especificada, porém o acompanhamento do futuro

sucessor pode ser um benchmarking para analisar os projetos de longo prazo com

mais peculiaridades nos detalhes a ser pensados.

Apesar das dificuldades que o setor do agronegócio enfrenta e mesmo

contando com fatores imprevisíveis que afetam o resultado final, a empresa Fazenda

Rural X contribui argumentando se consegue imaginar sua atividade em longo prazo,

ou seja, daqui 10 anos, conforme Pedro.

Sim, vemos na atividade agrícola uma sustentabilidade em todos os aspectos para vários anos, a produção de alimentos pode passar por mudanças conforme os hábitos de consumo e tudo mais, mas nunca deixara de existir, com novas tecnologias surgindo pode-se fazer muito mais e melhor.

A empresa Rural X confia no intuito de ter participação no mercado por vários

anos futuros, e Pedro destaca; “Imagino estar no comando da atividade por mais 30

anos, após isto ir passando a atividade para os sucessores, mas não me imagino sem

trabalhar ou fora do negócio indiferente da idade, logicamente se minha saúde

permitir”. Neste sentido é notória a inexistência de um planejamento a curto prazo para

realização de transferência de poder através da sucessão de forma legal.

Após a análise onde permitiu identificar através do questionário, o qual

pretende continuar no poder da empresa Fazenda Rural X por mais 30 anos, comenta

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como acredita que seja o sentimento na hora de pensar que terá que passar a

atividade para o sucessor.

Deve ser uma atitude muito difícil, e que deve ser feita aos poucos, no caso de nosso pai que foi passando a atividade aos poucos para os filhos vejo que não houve trauma quanto a isso, vejo que é melhor alternativa desta forma que o mesmo fez. Mas de qualquer forma não deve ser fácil e a pessoa tem que ter certo despreendimento.

É possível identificar a existência do planejamento sucessório, quando o

patriarca planeja a passagem das atividades aos poucos, contribuindo assim para os

dois lados, pois não é um momento e uma atitude fácil para o sucessor patriarca, onde

é necessário desapegar das responsabilidades que antes eram apenas dele e passar

para os sucessores, em contrapartida os filhos também passam por um momento

difícil, onde surgem novas responsabilidades se tornando o sucessor.

O planejamento para o setor do agronegócio, como ressaltado inúmeras vezes,

é de suma importância e quando questionado de como percebe o planejamento para

o desenvolvimento de suas atividades, Pedro explica:

O planejamento para a atividade agrícola é crucial, principalmente no nosso caso que dependemos muito de clima e nossa logística também é precária, devido a isto temos que estar preparados, planejados e orientados para sabermos agir no momento certo, seja no caso de um plantio, colheita, venda de produção ou tudo mais. Passamos 1 ano planejando uma safra para colocá-la em pratica por 90 a 120 dias, ainda não terminamos de rever ou planejar a safra 2016-2017 e já estamos com compras e custos formados para safra 2017-2018. Uma coisa que na agricultura principalmente deve ser destacado é que é muito difícil planejar, e o planejamento deve ser revisto constantemente, não pode ser nada engessado, devido aos fatores externos, diferentemente de uma indústria, estamos lidando com serres vivos, temos pragas, chuvas de pedra, dentre outros que podem nos afetar ou não, isto pode ser estipulado, mas planejar isto não tem como.

O planejamento relacionado com as atividades da empresa Fazenda Rural X é

destacado como difícil de pensar de forma engessada, pois necessita de revisão

constante devido aos fatores externos, no caso, o principal fator externo é o clima.

Diferente do planejamento sucessório onde o patriarca busca aos poucos transpassar

suas responsabilidades e dar espaço para os sucessores aos poucos se localizarem

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com o novo cargo, para que os resultados sejam positivos e tudo ocorra dentro do

previsto.

Para o planejamento sucessório Pedro destaca que “para o nosso

planejamento sucessório a empresa ACESSORIA P.S nos auxilia, e possuem amplo

Know How no assunto”. Ou seja, a empresa Fazenda Rural X possui uma empresa

terceirizada que contribui para o planejamento sucessório, e contribuiu para o como

fazer essa passagem. Porém destaca que “somente para o planejamento sucessório

e organizacional, o planejamento que citei no item anterior é o planejamento

operacional”. Nota-se que para o planejamento relacionado com atividades que a

empresa fornece não existe uma empresa terceirizada, pois os sucessores, no caso

os 4 filhos, dentre eles possuem formação na área de engenharia agronômica e

administração, o que capacita a coordenação do planejamento das atividades, além

de toda a carga de experiências adquiridas ao longo dos anos.

Quando se adquire algo novo em uma empresa, seja do ramo X ou Y, essa e

os colaboradores sofrem modificações. Na empresa estudada perguntou-se quais

foram as mudanças, Pedro explicou:

Depois que começou o planejamento sucessório definimos melhor as atividades, e responsabilidades de cada um dentro da empresa, realocamos cargos e extinguimos alguns também, definimos melhor a forma de remuneração de todos os funcionários familiares ou não, conforme o cargo, também introduzimos um orçamento anual para apresentação e aprovação de conta entre os sócios. Queremos chegar a um balanço auditado, mas este é um próximo passo, que por enquanto todos os sócios resolveram esperar para um futuro.

As mudanças adquiridas com o auxilio da ACESSORIA P.S foram favoráveis

para o bom andamento da empresa, não somente favoreceram os cargos chefes

como também os colaboradores não familiares. Mesmo satisfeitos com os resultados,

a empresa Fazenda Rural X busca melhorar ainda mais seu estilo de gestão,

introduzindo no futuro um balanço auditado. Por corolário, entende-se que a Fazenda

Rural X possui planejamento sucessório.

4.2 Como Ocorre o Planejamento Sucessório

A empresa de gestão familiar, em sua maioria, atribui os cargos de gestão para

pessoas ligadas a família, como era o caso da empresa Fazenda Rural X, onde Pedro

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afirma “antes do planejamento sucessório e sucessão familiar, a maior parte da gestão

era feita diretamente pelo Sr. João”. Porém, após a empresa agregar o serviço da

ACESSORIA P.S, Pedro destaca que “muitos cargos e processos foram criados,

então hoje temos muito mais pessoas trabalhando”.

Apesar de possuir muitas pessoas trabalhando na empresa, quem exerce as

funções de patriarcas, ou seja, os atuais gestores são colocados por Pedro como “as

funções de gestão são exercidas por mim Diretor Administrativo e minha irmã a

Coordenadora Administrava”.

Mesmo ocupando cargos de gestores, as decisões da empresa Fazenda Rural

X são “as decisões de investimento são tomadas todas em reunião de sócios no

conselho, as decisões de gastos para operação da empresa até determinada alçada

dentro do orçamento anual são tomadas por diretores da empresa, fora disto devem

ser levadas para reunião de conselho”.

As empresas passam por mudanças constantes e decorrente disso necessita

de decisões a quais precisam ser tomadas para dar continuidade e aplicar em

determinada função administrativa ou de serviço. Por a empresa Fazenda Rural X se

tratar de uma empresa de gestão familiar, buscou-se identificar se toda a família

possui conhecimento geral da empresa e porque, sendo assim, Pedro destacou “sim

todos possuem conhecimento, porque hoje todos possuem cotas e, portanto, todos

participam da reunião anual para elaboração e aprovação do orçamento safra”.

É essencial a participação nas decisões dos que possuem alguma ligação no

resultado da empresa, para que estejam a par dos resultados finais. Nem sempre os

sócios que fazem parte de uma empresa possuem ligação familiar com ela, por mais

que seja caracterizada como empresa de gestão familiar. No caso da empresa

Fazenda Rural X, segundo Pedro, ao ser questionado se possui sócios e quem eram,

o resultado foi “sim a empresa possui os sócios majoritários X e Y, e os 4 filhos, Pedro

e seus três irmãos”

Os sócios possuem ligação primária de parentesco e não sabem quem serão

os futuros sucessores, apesar de destacar que alguns possuem filhos e a família

interligada na empresa, e que provavelmente possam ser os futuros sucessores, como

foi o caso da geração antiga passando para a geração atual, porém “hoje os

sucessores da empresa são, Pedro e seus irmãos” (PEDRO).

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Esta escolha se deu automaticamente pela liderança e atividades já desenvolvidas por cada um. No processo sucessório juntamente com a ajuda da P. reunimos os familiares, e descrevemos as atividades que cada um já exercia antigamente, através disto fomos desenhando novos cargos e encaixando nas novas atividades (PEDRO).

As decisões para a escolha dos sucessores tiveram auxílio da assessoria

terceirizada já mencionada anteriormente, e para o futuro Pedro destaca:

Todos os sucessores que trabalham hoje na empresa possuem formação na área administrativa ou agronômica. Já vamos ter que pensar na sucessão para a próxima geração que esta chegando, alguns com 15 anos, mas a prioridade é estudo e formação na área, administrativa, econômica ou engenharia”.

Mesmo acreditando estar no comando por longos anos, e o amanhã ser incerto

existe a necessidade de começar um novo processo de sucessão, porém, ao

investigar se a empresa Rural X está preparando alguém para conduzir as atividades

quando o atual sucessor não puder estar à frente pensando em um curto prazo, Pedro

respondeu:

Não, passamos por um processo sucessório muito recente, hoje as atividades da empresa estão divididas de tal forma que ninguém é insubstituível, logicamente cada pessoa tem suas particularidades, mas no caso de um diretor ou presidente faltar, pessoas do escalão mais baixo da empresa que não são familiares e ou pessoas de fora podem assumir estes cargos.

Apesar de que, com o tempo novas pessoas passam a ocupar o lugar de outras,

seja por motivos pessoais ou empresariais, pois ninguém é insubstituível apesar das

particularidades de cada um, e caso houver a necessidade de substituição temporária

qualquer pessoa ligada a tal atividade é capaz de assumir os cargos.

Pedro encerra a pesquisa respondendo uma pergunta de suma importância,

pois durante toda a pesquisa, ele demonstrou amor, paixão e dedicação que tem com

sua empresa, por fim, afirma que, “quando um próximo sucessor assumir a empresa,

quero acompanhar os trabalhos do mesmo de perto, além de acompanhar todas as

reuniões de conselho que são onde são determinados os rumos da empresa”.

Na empresa pesquisada o processo sucessório iniciado em 2010, se deu

através de uma empresa com conhecimento no assunto o qual não foi identificada a

pedido do pesquisado. Desta maneira, a empresa contratada proporcionou a

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organização do arranjo familiar, bem como de todas as atividades da empresa, através

de reuniões com familiares onde descreviam as atividades e então redesenhavam os

cargos encaixando nas propostas do planejamento estratégico. O planejamento

sucessório ocorre de forma em que as atividades, em geral, foram melhores definidas,

assim como a responsabilidade de cada um dentro da empresa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a revisão e discussão da literatura, considera-se a problemática da

pesquisa resolvida. Assim, a pesquisa demonstra que a empresa Fazenda Rural X

possui um processo sucessório formal iniciado no ano de 2010 que já teve seu término

em 2014, o qual ocorreu por meio de auxílio de uma assessoria que conduziu os

caminhos que deveriam ser tomados. Porém, na empresa costuma-se dizer que o

processo sucessório iniciado pelo Sr João e pela Sr Joana, começou desde a

educação de todos os filhos para o trabalho e para o amor pela terra, onde criaram os

filhos instigando os mesmos para suceder os seus trabalhos e a gostarem do que

faziam.

No ano 2016 os três filhos participam das atividades da empresa, e todos os

integrantes da família participam do Conselho de Administração. Foi instituído um

planejamento estratégico, criado a empresa Fazenda Rural X, que hoje é proprietária

e administra todos os bens da família. Dentro da empresa todos os familiares são

sócios e seguem as regras determinadas em Contrato Social, também existe um

estatuto familiar, onde foram determinadas regras para saída e ou entrada de sócios

bem como todos os outros detalhes familiares e da empresa.

Para responder o questionamento a cerca da existência ou não de

planejamento sucessório em empresa familiar, a presente pesquisa teve como

objetivo geral identificar como ocorre o planejamento sucessório nas empresas

familiares, como objetivos específicos identificar se as empresas contribuintes

possuem planejamento sucessório e caso sim, como ocorre o planejamento

sucessório.

Foi possível identificar que a empresa Fazenda Rural X possui sim um

planejamento sucessório que de fato é muito recente. Aconteceu com auxílio de uma

empresa terceirizada que contribuiu desde o início, tanto para o planejamento assim

como também todo o desenrolar do processo para que saísse de forma esperada

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A empresa familiar, como toda e qualquer empresa, é uma criação humana que

existe há milhares de anos e tem por finalidade atuar economicamente por diversas

maneiras, porém com o mesmo objetivo que é empreender em uma atividade e atingir

o sucesso. A empresa familiar possui alguns pontos primordiais que as distinguem,

elas devem estar ligadas a uma família durante pelo menos duas gerações, ou seja,

essa ligação mostra uma influência geral do empreendimento, como nos interesses e

objetivos da família.

O processo de sucessão está incluso no corpo da empresa, seja ela de ramo

familiar ou não. Esse processo inicia quando o indivíduo que comanda a empresa,

geralmente o varão, falece ou não possui mais condições de governar a firma,

transferindo sua administração e comando aos herdeiros, sejam eles filhos ou até

mesmo sem vínculo familiar, atingirem a idade adulta, e estes colaboram para a

continuidade dos negócios.

A fase do processo sucessório não é simples e nem fácil de ser administrada,

já que é comum uma empresa possuir inúmeras divergências de interesses entre seus

sócios, departamentos ou entre colaboradores, mas em empresas familiares as

dificuldades podem se tornar maiores, pois além de estar em jogo todos os interesses

da empresa, o parentesco e laços afetivos também estão envolvidos, e tudo isso traz

mais complicação ao processo de sucessão empresarial.

Pelo fato dos gestores da empresa estudada neste artigo possuírem laços

familiares é notório que a participação de um planejamento, e como no caso da

Fazenda Rural X, uma empresa terceirizada para contribuir no processo, foi de suma

importância para a colocação dos mínimos detalhes para a conclusão da transferência

de poderes.

A empresa já com a passagem gradativa da gestão dos fundadores para a

segunda geração, implantou novas visões de tecnologia e administração, porém,

sempre manteve os valores e princípios dos fundadores, visando buscar o máximo

em produtividade, otimizando o tempo e o capital, alavancando os resultados da

organização.

Após análise geral e detalhada da empresa Fazenda Rural X observou-se que

existe muita organização, foco e determinação para com os resultados atingidos assim

como nos resultados previstos.

Como sugestão para a empresa estudada, a qual nota-se uma estrutura já

integrada para o futuro processo sucessório, que continue a implantar processos de

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gestão profissionalizados, atentando-se para a área de gestão de pessoas, a qual

busca integrar os interesses organizacionais aos individuais.

Como sugestão para pesquisadores em tema ligados a empresa familiar,

sucessão familiar, processo de sucessão e planejamento sucessório, analisar o

comportamento e atitudes dos gestores, que podem ser destacados como problemas

ou soluções dentro de uma empresa no momento do processo de sucessão.

REFÊRENCIAS

FIEL e BICALHO. Empresas familiares avançam, mas, lutam contra mortalidade

na segunda e terceira geração. Disponível em

<http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/empresas-familiares-

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PROCESSO DE COACHING NAS ORGANIZAÇÕES

Andrezza Carolina Colla de Oliveira36

Kate Marronei Danelli Dutra37

Marisa Claudia Jacometo Durante38

RESUMO Sabemos que cada organização tem um método a utilizar referente à sua gestão, cultura e estrutura de acordo com o ramo empresarial em que se destacam, seus processos internos, entre outros. O coaching empresarial entra na organização para auxiliar e melhorar os processos que já existem e deve ser visto como um treinamento, um conjunto de descobrimento pessoal e desempenho em busca do crescimento profissional. O coaching abrange muitas áreas, tanto na vida pessoal, quanto na profissional. O coaching vem se destacando pela forma em que reage nas pessoas, na forma em que trata os problemas e ajuda os mesmos a encontrar soluções, atingir objetivos, alcançar metas, entre outros. Assim, o objetivo geral foi identificar como é o processo de coaching dentro das empresas. De modo mais específico: a) Identificar quando se faz necessária a contratação de um Coaching na organização; b) Verificar a diferença entre Coach interno e externo; c) Descrever o limite de um profissional de Coaching. Essa pesquisa justificou-se pela necessidade de verificar o funcionamento do processo do coaching. Metodologicamente utilizou-se a abordagem indutiva pois usa a interpretação do pesquisador. A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, utilizando autores como Dutra (2010) e Marques (2012). Os principais resultados indicam que cada vez mais organizações procuram utilizar o coaching em prol do sucesso. Considera-se que tudo que precisamos está em nós mesmos, o coaching é apenas a ferramenta que nos ajuda a encontrar o que buscamos. Palavra-chave: Gestão de Pessoas. Coaching. Organização.

1 INTRODUÇÃO

A gestão de pessoas é uma área importante em todas as organizações, mesmo

que se apresenta com as políticas básicas de gestão de pessoas. Cada organização

tem um método a utilizar referente à sua gestão, cultura, sua estrutura, o ramo

empresarial em que se destacam, seus processos internos, entre outros. Porém nos

dias atuais, independentemente de como funciona a organização da empresa ainda é

36 Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração na Faculdade La Salle. Artigo entregue como requisito para o TC I. e-mail: [email protected] 37 Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração na Faculdade La Salle. Artigo entregue como requisito para o TC I. e-mail: [email protected] 38 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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muito visto e analisado quando se busca novos colaboradores, a busca por quesitos

especiais como talento, habilidades e etc.

Atualmente, fatores como o talento humano e a capacidade são vistos como

diferenciais no mercado de trabalho. Por isso, o corpo funcional assume uma

variedade de grupos de colaboradores, que não está ali apenas para cumprir ordens,

mas para aplicar sua experiência e conhecimento em prol do crescimento da

organização.

Para garantir que estes colaboradores realizem um bom trabalho e se

comprometam com os valores da corporação, é necessário investir em sua formação

profissional e se preocupar com seu bem-estar físico e mental tanto no ambiente de

trabalho e até mesmo quando necessário em sua vida pessoal. O resultado é um

impacto positivo no rendimento, uma vez que são geradas motivação e satisfação,

impulsionando a força trabalhista.

O contexto de Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. As

pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações, e estas

dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar o sucesso. De um lado, o

trabalho toma considerável tempo de vida e de esforço das pessoas, que dele

dependem para sua subsistência e sucesso pessoal. Assim, as pessoas dependem

das organizações onde trabalham para atingir seus objetivos pessoais e individuais.

Crescer na vida e ser bem-sucedido quase sempre significa crescer dentro das

organizações (CHIAVENATO, 1999).

De outro lado, as organizações dependem direta e irremediavelmente das

pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir

no mercado e atingir seus objetivos globais e estratégicos. As organizações jamais

existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, impulso, criatividade e

racionalidade. Na verdade, cada uma das partes depende da outra (CHIAVENATO,

1999).

A gestão de pessoas se caracteriza fundamentalmente pela participação,

capacitação, envolvimento e desenvolvimento dos colaboradores da empresa. Uma

gestão bem estruturada garante o alcance de metas e objetivos. Porém, sabemos que

muitas organizações às vezes dependem de uma ajuda, e isso não significa que são

incapazes, mas sim que precisam de preparo para ir além, alcançando suas metas e

atingindo seus objetivos. E quando falamos disso não tratamos somente da

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organização em si, mas sim dela como um todo, gestores, administradores e seus

colaboradores.

Com o passar do tempo e a necessidade cada vez mais premente de

aperfeiçoar a gestão, uma ferramenta vem ganhando força nesse meio

organizacional, uma forma na qual auxilia a empresa e seus colaboradores a

chegarem onde deseja, isto é o Coaching.

Este processo pode ser utilizado para identificar inúmeros problemas

independente de qual setor se encontra dentro da empresa, como por exemplo:

problemas de gerência, de distribuição de cargos e setores. O coaching incentiva a

pessoa, seja ela colaborador ou líder empresarial, a se descobrir, identificar quais

suas qualidades, onde mais se destaca, inovar ideias, a traçar metas e cumpri-las.

Pode ser conceituado como um processo de autoconhecimento e descoberta

voltado tanto para a vida pessoal, quanto para a vida profissional. Onde o Coach

(profissional em Coaching) e o Coachee (cliente) firmam uma parceria para a

realização de metas e objetivos em curto, médio e longo prazo, levando em

consideração perspectivas de diversas ciências para aplicação de forma prática,

sendo um método extremamente eficaz (MARQUES, 2012). É uma filosofia que

garante uma percepção natural na melhoria e aumento da qualidade de vida. Onde a

busca por respostas para dúvidas do futuro, começam a ser respondidas no presente,

dependendo apenas do seu esforço individual.

Nota-se mudanças diversas nas últimas décadas. As empresas avançaram

para outra direção, começaram a ver e perceber que tudo deve funcionar em conjunto,

sendo assim perceberam que não se pode somente ver o lado da empresa, mas

também de quem está dentro dela. Desse modo, começaram a investir mais em seus

colaboradores. E isso tem levado as organizações a buscarem novas formas de

gestão com o intuito de melhorar o desempenho, alcançar resultados e atingir metas.

Contudo percebemos que muitas empresas buscam por profissional que traga

uma ferramenta que seja a base para alavancarem na carreira organizacional e

crescerem tanto pessoal quanto profissionalmente. Esse profissional é o Coach.

Diante disso surgiu a problemática desta pesquisa: Como funciona o processo de

coaching dentro de uma organização empresarial? Tendo por objetivo geral identificar

como funciona o processo de coaching dentro de uma organização empresarial.

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De modo específico buscou-se: a) Identificar quando se faz necessária a

contratação de um Coaching na organização; b) Verificar a diferença entre Coach

interno e externo; b) Descrever o limite de um profissional de Coaching.

O coaching ainda não é conhecido por todos, poucos sabem sobre a sua

existência. Para a sociedade isso era um método que fazia parte da área de psicologia

dentro das empresas, visando assim que muitos confundem consultoria com

treinamento, terapia entre outros. Para a administração se tornou um fator de suma

importância, pois muitas empresas sofrem com problemas de má estruturação e

organização, ter um profissional que pode ajudar nesta parte faz a diferença.

O tema ganha maior destaque nas empresas de grande porte, baseado em que

se é um investimento muito alto para a empresa, ela investe em si mesmo e em seus

próprios colaboradores, diante o estudo teórico o tema ganha mais aprimoramento em

grandes empresas.

2 METODOLOGIA

O método é o responsável pela condução do pesquisador ao seu objetivo, é ele

quem leva o pesquisador desde o problema inicial que o motivou a pesquisar até a

comprovação de uma resposta, no término da pesquisa. O método é responsável pela

transparência e pela objetividade da pesquisa.

Significa, portanto, que o método traduz a forma por meio da qual o pesquisador

obteve seus resultados, possibilitando a outros pesquisadores seguirem os mesmos

passos, o mesmo caminho utilizado pelo pesquisador.

Utilizou-se do método de abordagem indutivo, pois usou a interpretação do

pesquisador, onde partiu-se de algo particular para uma questão mais ampla, mais

geral. Portanto, o objetivo do argumento indutivo é levar a conclusão cujo conteúdo é

muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos baseamos.

O artigo caracteriza-se com uma pesquisa bibliográfica, realizada a partir de

registros disponíveis, decorrente de pesquisas anteriores. Classifica-se também em

descritiva, pois só identificou o resultado em empresas que utilizam o coaching. O

procedimento técnico é um estudo de caso em virtude de estar estudando o coaching

dentro das empresas.

Quanto aos procedimentos de análise, considerando que esse estudo optou

pela abordagem indutiva, ou seja, método que utiliza a interpretação do pesquisador,

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o procedimento e análise teve como embasamento as obras de Dutra (2010) e

Marques (2012).

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Gestão de Pessoas

A gestão de pessoas é uma expressão destacada pela evolução no mundo do

trabalho, atuando como função gerencial que visa a cooperação das pessoas que

atuam dentro de uma organização. Sua origem se deu a partir das experiências de

vários estudiosos como Taylor (1856-1915) que se fixou na produção, na execução

da tarefa, levantando que os operários produziam menos do que eram capazes.

Baseado nesta visão desenvolveu a técnica da racionalização dos movimentos

requeridos para o cumprimento da tarefa, otimizando o tempo. Fayol (1841- 1925)

com uma visão de estrutura, embora mecanicista também, contribuiu com o

movimento da administração, atribuindo valor aos seguintes princípios: conhecer,

prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Henry Ford (1863–1947), pioneiro

na indústria automobilística, demonstrou que se cada funcionário recebesse uma

tarefa específica e repetitiva, a tarefa poderia ser mais eficiente e sofreria redução de

custo.

“Gestão de Pessoas é o conjunto integrado de atividades de especialistas e de

gestores, como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar

pessoas, no sentido de proporcionar competências e competitividade a organização”

(CHIAVENATO, 2008, p. 9). É a área que constrói talentos por meio de um conjunto

integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento

fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso.

A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes (CHIAVENATO,1999, p.6).

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A Gestão de Pessoas tem como objetivo mostrar que as pessoas constituem o

principal ativo da organização. A Gestão de Pessoas ocorre através da participação,

capacitação, envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma empresa, e a

área tem a função de humanizar as empresas. Muitas vezes, a gestão de pessoa é

confundida com o setor de Recursos Humanos (RH), porém RH é a técnica e os

mecanismos que o profissional utiliza e gestão de pessoas tem como objetivo a

valorização e o desenvolvimento dos profissionais. As organizações bem-sucedidas

estão percebendo que somente podem crescer prosperar e manter sua continuidade

se forem capazes de aperfeiçoar o retorno sobre os investimentos de todos os

parceiros, principalmente o dos empregados.

Segundo Chiavenato (2000, p.8) “os objetivos da gestão de pessoas constituem

o principal ativo da organização”. Daí a necessidade de tornar as organizações mais

conscientes e atentas a seus funcionários. As organizações bem-sucedidas estão

percebendo que somente podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se

forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros,

principalmente o dos empregados. Quando uma organização está realmente voltada

para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir

essa crença.

3.2 Identificar Quando se faz Necessária a Contratação de um Coaching na

Organização

O Coaching pode ser visto como um treinador de pessoas, que utiliza um

método de apoio de desenvolvimento, ele auxilia seu cliente a responder

questionamentos simples sobre si mesmo: quem ele é, o que está fazendo, por que o

está fazendo, aonde quer chegar e como chegar lá.

Muitos pensam que o Coaching foi um conceito criado para o meio empresarial.

Na verdade, o Coaching foi uma adaptação e uma evolução natural de um

procedimento utilizado no acompanhamento e capacitação de estudantes e

profissionais.

Sobre a origem do Coaching existem várias teorias segundo vários autores.

Segundo Marcela Buttazzi (2010), o coaching é uma palavra de origem anglo-

saxônica que surgiu em 1500, na Inglaterra, para denominar aquele que conduzia uma

carruagem. Já em 1850, a palavra ‘Coach’ era utilizada nas universidades da

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Inglaterra denominando o tutor de uma pessoa (responsável por orientar os

universitários com os estudos). Em 1950, o conceito de ‘Coaching’ foi primeiramente

introduzido na literatura dos negócios, como sendo uma habilidade para o

gerenciamento de pessoas. Dez anos depois, o programa educacional em Nova York

introduziu pela 1º vez as habilidades de Coaching de Vida. Este programa foi

transportado para o Canadá e melhorado com a inclusão da resolução de problemas.

Na década de 80, os programas de liderança incluíram o conceito de Coaching no

mundo dos negócios.

Existem várias versões sobre a origem do coaching. A que, na minha opinião, é a mais coerente é a seguinte: em 1971, W. Timothy Gallwey publicou The inner Game Of Tennis (O jogador de Tênis. Gallwey, 1996). Nesse livro o autor descreve como o jogador pode lidar com os obstáculos criados pelo seu próprio estado de espírito, o que leva a render muito mais do que normalmente (DUTRA, 2010, p.13).

O coaching é formado entre o Coach (profissional) e o Coachee (cliente) com

intuito de evoluir, crescer, e obter um aperfeiçoamento e aprimoramento conceituando

assim, é um processo de autoconhecimento voltado tanto para a vida pessoal quanto

profissional.

Segundo a International Coaching Federation (ICF) (2009), coaching é uma

parceria com clientes num processo criativo, provocador de pensamentos e de

autoconsciência, que inspira os clientes a maximizarem o seu potencial pessoal e

profissional. Existe uma relação profissional de coaching quando o processo inclui um

acordo comercial, que define as responsabilidades de cada parte.

O maior objetivo do Coaching é ajudar seu cliente a alcançar seus objetivos. O Coaching lida diretamente com a realização entre metas e objetivos. Quando um cliente quer realizar uma meta ele estabelece um roteiro e será ajudado pelo Coach na realização dessas metas. Contudo, nem sempre as coisas correm conforme o planejado. Manter a motivação é um problema, e enfrentar as dificuldades é outro grande inimigo. (MARQUES, 2012, p 17).

. A finalidade do Coaching é promover o aprendizado e o desenvolvimento. O

Coaching desafia as pessoas a aprenderem, a conquistarem metas, o que faz

aumentar a autoconfiança na capacidade de superar desafios, gerando satisfação do

desafiante e desafiado. Di Stéfano (2005, p. 30) explica que o coaching tem como

finalidade:

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Esclarece os objetivos do cliente e se compromete com os resultados.

Identifica as lacunas entre onde o cliente está e aonde o cliente quer chegar.

Identifica obstáculos potenciais.

Ajuda o cliente a desenvolver estratégias e a traçar um plano de ação.

Incentiva o cliente para a ação.

Acompanha a evolução do plano de ação do cliente.

O coaching tem como finalidade permitir aos profissionais comunicar-se

melhor, persuadir e negociar com mais eficiência e ser mais assertivos. Ao mesmo

tempo, promove a capacidade de trabalhar eficientemente em equipes, e o aumento

da capacidade de liderança, da motivação e da satisfação no trabalho.

Segundo Silva (2014) as empresas buscam por um Coach quando tem um

obstáculo pelo qual não consegue passar sozinha ou até mesmo quando querem

alavancar um degrau a mais em seu ramo de atividade, porém, para isso, ela precisa

desenvolver seus colaboradores de maneira eficaz, descobrir seus talentos, e

aptidões, combinar de acordo com a demanda no mercado, encontrar para cada um

a atividade ideal para se exercer. Fazer com que a equipe toda se descubra

particularmente, para assim ocorrer às distribuições e tarefas da mesma. Procura

também melhorar a qualidade do relacionamento entre as pessoas no próprio

ambiente de trabalho. E também quando quer aperfeiçoar seus colaboradores para o

atendimento ao cliente, um dos mais procurados pelas empresas.

Sendo assim vimos que as empresas precisam encontrar soluções que

agreguem valores e façam com que elas se tornem mais sólidas perante as mudanças

e inovações. A partir do momento em que uma empresa está disposta a mudar, inovar

e até mesmo influenciar ela carrega junto seus colaboradores, o Coach está nesse

ramo para auxiliar, traçar metas, identificar os objetivos e alcança-los, ou seja, a partir

do momento em que a empresa sente que precisa de algo a mais e muitas vezes não

sabe por onde começar é nessa parte que se contrata um Coach.

3.3 Verificar a diferença entre Coach interno e externo

O coach pode ser profissional ou não. Uma pessoa que ouve você a outra com

atenção, procurando entendê-la e não tentando lhe aconselhar, está tendo uma

atitude coach, as vezes pode até usar técnicas do coach sem notar.

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Porém, quando falamos em coaching nas organizações, esse Coach pode

trabalhar na mesma organização que o Coachee ou pode ser um profissional externo

contratado para isso.

Dentro do sistema organizacional, o cliente terá maior dificuldade para “confessar” um ponto fraco do qual se envergonha, ou de desabafar sobre um chefe. O apoio do coach externo possibilita uma abertura para a qual o coach interno, pela própria circunstância, enfrenta maiores obstáculos (DUTRA, 2010, p.45).

Pesquisando em Dutra (2010) entendemos que pode existir tanto um Coach

interno quanto externo, e nos perguntamos no que isso pode influenciar em meio ao

processo.

Dutra (2010) apresenta que o Coach interno, como nome já diz, é interno da

empresa. Nos dias atuais, psicólogos e consultores se especializam na área de

Coaching, sendo assim um Coach interno pode ser um consultor, psicólogo, até

mesmo um profissional de recursos humanos, atendendo a todos que tem vínculo com

a empresa.

Já o coach externo quando procurado pela empresa, é um profissional e atende

a empresa como um todo, ou somente uma área ou setor específico que esteja com

dificuldades (DUTRA,2010).

Tanto o Coach interno quanto externo tem vantagens e desvantagens. Uma

vantagem do Coaching interno é que ele já conhece a empresa o que seria mais fácil

para estabelecer as metas a serem seguidas.

Uma desvantagem é que talvez por ele estar na empresa alguns colaboradores

tenham dificuldades de se abrir, uma timidez ou algo parecido. Um Coach externo traz

um ponto de vista não “contaminado”, por ser de fora pode ver possibilidades que

outros não enxergavam.

QUADRO 1 - Diferença entre Coach interno e externo

Tipo de Coach Coach interno Coach externo

Quem realiza É um superior na hierarquia,

profissional de recursos

humanos, consultor interno,

coach interno.

Coach Profissional

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Tipo de cliente Todos que tem vínculo

empregatício com a

organização.

Gestores, equipes e etc.

Influência Forte pela diretriz da

organização.

Pauta do trabalho fica fora

do controle direto da

organização, por causa do

compromisso de

confidencialidade com o

coach.

Fonte: Diversos autores inseridos nas referências. Nota: Dados trabalhados pelas autoras, 2016.

Como vimos o Coach interno é aquele que já se encontra dentro da empresa,

podendo ser ele um consultor ou psicólogo aprimorado em coaching, podemos notar

que assim como a autora cita isso pode acarretar algumas dificuldades pois quando

precisamos conversar com alguém que já trabalha conosco, que está no mesmo

ambiente sempre é complicado, ficamos com vergonha e acabamos não nos expondo

corretamente.

Quando a empresa busca alguém externo, em nossa opinião é melhor, pois

podemos falar abertamente com segurança, pois sabemos que esse profissional irá

nos julgar, mas de certo modo com uma outra visão.

Muitas vezes, durante uma conversa, o coach externo tem mais chances de

manter um ponto de vista diferente de um coach interno, e essa seria a maior diferença

entre ambos. O coach externo pode ajudar seu coachee a reexaminar as

possibilidades que foram descartadas como impossíveis e assim trazer isso como

uma meta e alcança-la.

Sendo assim identificamos também que Coaching além de interno e externo

pode ser subdividido em quatro principais áreas de atuação, de acordo com Marques

(2012, p.12), expresso na figura 1.

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FIGURA 1 – Áreas de atuação do coaching Fonte: Marques, 2012, p12.

Segundo o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) (2012), o mercado de

Coaching é basicamente dividido em Coaching Pessoal, Coaching de Vida e Coaching

Executivo.

De acordo com o IBC (2012), o Coaching de Vida, é normal que você já tenha

vivido alguma situação em sua vida de medo, insegurança, falta de coragem e

motivação, desânimo, ou apenas queira melhorar como pessoa em seus vários

aspectos. Caso você se identifique com uma dessas situações, o coaching pode ser

um divisor de águas em sua vida, não tenha dúvidas. O Coaching de Vida, por sua

vez, é um processo constante de desenvolvimento e evolução do potencial humano.

Neste procedimento, é buscado o alcance de objetivos previamente definidos através

da identificação e utilização de competências desenvolvidas pelas próprias pessoas,

bem como o reconhecimento e superação de possíveis obstáculos.

Sendo assim entendemos que o coaching de vida auxilia ao melhoramento da

autoestima e autoconfiança, estimulando as pessoas a não desistirem do que buscam.

Basta ser alguém que queira desenvolver suas habilidades sempre buscando alcançar

objetivos, aumentar seu desempenho, superar seus limites, melhorar como pessoas

e seu relacionamento, entre vários outros aspectos.

Para o Coaching de Negócios, o IBC (2012) explica que se destina a pequenas

e médias organizações que visam o desenvolvimento de seus colaboradores, ou ainda

empreendedores com dúvidas a respeito de que rumo seguir em seus negócios, em

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potencial ou já existentes, sempre visando o aprimoramento de aspectos profissionais,

em ambos os casos.

Neste sentido, compreendemos que se você possui um negócio amparado

pelos serviços de um Coach de Negócios, você conseguirá aproveitar melhor o

potencial e o desempenho de sua empresa e de seus colaboradores em geral. Para

tal, será incentivado que todos se alinhem frente ao mesmo objetivo, com missão,

visão e valores também alinhados, visando desenvolvimento de habilidades de forma

constante e continua para que os resultados sejam mais eficazes e efetivos.

No caso do Coaching Executivo é destinado às pessoas que possuem algum

nível de autoridade e poder dentro de uma organização. É ideal para executivos que

almejam aprimorar sua liderança, bem como suas tomadas de decisões estratégicas,

visando sempre capacitar pessoas no que diz respeito ao seu desempenho e

excelência pessoal e profissional nos negócios. O Coaching Executivo, neste sentido,

auxilia o desenvolvimento de competências identificadas como prioritárias para o

aprimoramento profissional, fazendo com que o executivo aprenda a desempenhar

sua própria liderança. A empresa como um todo irá se beneficiar com o coaching

executivo, visto que haverá uma evolução organizacional continua através do

alinhamento individual e coletivo sempre se baseando nos objetivos futuros a serem

alcançados, explica o (IBC, 2012).

Entendemos que assim o coachee conseguirá definir mais facilmente as metas

e estratégicas, tomará melhores decisões, ampliará suas habilidades de liderança e

competências para fortalecer o seu alto desempenho, eliminando hábitos improdutivos

e transformando crenças limitantes em ideias inovadoras. O executivo estará, no

geral, muito bem capacitado para administrar melhor seu tempo, reconhecer seus

valores e estar em harmonia com eles, o que terá um efeito muito positivo na empresa

como um todo.

O Coaching de Carreira é destinado àquelas pessoas que possuem algum tipo

de dúvida ou insatisfação a respeito de suas carreiras, seja ela já iniciada ou não.

Neste caso, podem demandar este tipo de Coaching as pessoas nas seguintes

situações: iniciantes em uma carreira; insatisfeitas com sua carreira; em transição de

carreira; que buscam recolocação no mercado; que almejam uma nova profissão ou

cargo; entre outros (IBC, 2012).

Portanto o coaching de carreira auxilia o indivíduo a fazer um balanço a respeito

de sua vida como um todo voltado para sua carreira, percebendo quais habilidades e

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competências que já possui e quais precisam ser aprimoradas para fazer de do

mesmo um profissional eficiente dentro de sua carreira e no mercado, sempre

desenvolvendo suas aptidões neste sentido, visando sua satisfação pessoal e

profissional como um todo.

3.4 Descrever o Limite de um Profissional de Coaching

Quando uma organização busca por ajuda, quase sempre é porque a mesma

está disposta a mudar e inovar seus conceitos, e isso se enquadra no Coaching

externo. Quando a empresa já possui um Coaching interno isso pode até tornar-se um

problema.

Muitas vezes a empresa quer que seu colaborador se abra, que ele inove,

pratique e descubra coisas novas tanto para ele próprio quanto para a empresa, porém

nem todos os colaboradores pensam assim, muitos deles trabalham desmotivados

querem algo melhor, mas não correm atrás. Quando já possui um coaching dentro da

organização, e ele pode ser até mesmo um psicólogo, os colaboradores vão até eles

a pedidos de seus gestores, alguns aceitam e gostam e outros vão por ir.

A principal missão do Coaching é ajudar as pessoas. Ajudá-las em várias áreas de suas vidas, tais como a pessoal, profissional, social etc. A forma como o Coaching auxilia é por meio de união, entendimento e compreensão, sempre deixando as pessoas à vontade para ditarem as regras e diretrizes de suas vidas. O importante é o crescimento pessoal (MARQUES, 2012, p. 9).

Segundo Marques (2012) o limite de um profissional de Coaching é exatamente

a disposição do seu cliente ou colaborador. Quando se contrata um coach define-se

uma meta a ser alcançada, um objetivo a ser atingido, se após as sessões

estabelecidas a pessoa não estiver aberta a mudança não tem porque continuar o

processo de coaching.

Dutra (2010) mostra que é muito importante que o cliente do Coaching conheça

os diferentes tipos de ferramentas que existem, muitas vezes o profissional de Coach

chega a seu limite por não conseguir ajudar, pois talvez não seja sua área de atuação.

Nos últimos anos o tema coaching vem ganhando cada vez mais o mercado e

com isso outros temas também apareceram, diferentes do coaching, porém

semelhantes.

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Pessoas e mais pessoas se formam e se qualificam, as empresas estão cada vez mais exigentes e o perfil dos candidatos deve se adequar a essas exigências. Eis que surge o Coaching, o Counselling e o Mentoring, como forma de sanar essa necessidade do mercado, capacitando cada vez mais os profissionais (MARQUES, 2012, p16).

Sendo assim, além do Coaching, temos também o Couselling e Mentoring, que

Segundo Marques (2012) são definidos como:

• Counselling: é uma forma de desenvolvimento interior onde o cliente é

ajudado por meio de um operador (conselheiro) onde se cria um processo de

ajuda por meio da relação. O counseling parte do princípio que cada pessoa

tem dentro de si os recursos necessários para resolução de problemas, e se

serve de técnicas para ajudar a pessoa a se ajudar. Esta prática surgiu nos

Estados Unidos nos anos 50, chegando à Europa na década de 70. Graças

ao psicólogo americano Carl Rogers, o counseling foca a sua atenção na

pessoa em primeiro lugar, e não no problema que ela apresenta, havendo

uma valorização do relacionamento humano.

Sendo assim entendemos que é um processo de interação entre duas pessoas

(um profissional especializado e o cliente), que tem como objetivo ajudar a pessoa a

fazer escolhas acertadas no âmbito pessoal ou profissional. Porém o conselheiro

também tem seu limite. Em Marques (2012) entendemos que nessa atuação é

trabalhado mais o emocional de cada pessoa, o conselheiro vai até onde a pessoa

está disposta a se abrir, querendo ou não para ajudar o indivíduo o mesmo precisa

entender o que se passa por dentro de seus sentimentos.

• Mentoring: o mentor (pessoa com grande experiência) se dispõe a ensinar,

aqueles que estão iniciando ou querem se aperfeiçoar em determinada

carreira. O conceito utilizado neste tipo de serviço é o da relação entre mestre

e aprendiz. O intuito é treinar os clientes para se tornarem aptos a

enfrentarem as dificuldades inerentes a carreira, aproveitando as sugestões e

conselhos do mentor (MARQUES, 2012).

Para o mentoring seu limite não é diferente, porém como Marques (2012, p.35)

cita “se dispõe a ensinar, aqueles que estão iniciando ou querem se aperfeiçoar em

determinada carreira”, nesse caso a própria pessoa/profissional a procura para se

aperfeiçoar de modo geral na sua carreira e sendo assim aprende a como se portar

mediante as dificuldades.

Contudo entendemos que para o mentoring a chance de o mentor chegar ao

seu limite é baixa, já que quem o procura o mostra o que precisa e aprende com o

mesmo.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a revisão da literatura, entendemos que o processo de coaching é

implementado através do uso de ferramentas e técnicas que promovem mudanças

comportamentais, visando principalmente o desenvolvimento de potenciais e a

melhoria do desempenho. O coaching estimula o cliente a agir, a realizar ações em

direção a seus objetivos, metas e desejos.

Por ser um processo confidencial e o coach não estar envolvido no dia ao dia

do cliente, este se sente à vontade para mostrar suas vulnerabilidades e limitações, o

que leva ao aumento da consciência de si, da responsabilidade e do foco, oferecendo

um feedback realista e suporte, para ter sucesso nos reais desafios que enfrenta.

Os processos de coaching inicialmente usam ferramentas básicas, para que o

Coach conheça seu cliente e que permitem a seguinte linha de raciocínio:

• diagnóstico da situação atual do cliente.

• definição da questão a tratar.

• identificação de habilidades, valores e crenças.

• identificação de hábitos de pensamento e crenças limitantes.

• ressignificação.

• identificação de recursos disponíveis e necessários.

• construção de um plano de ação.

• definição de estruturas.

• acompanhamento e suporte.

Após isso, o Coach estabelece metas dentro do que foi analisado, e assim

saberá quanto tempo levará para concluir o processo de coaching, podendo durar por

semanas, meses ou até algo recorrente, onde o coach sempre estará presente.

Em nossos objetivos específicos vimos que as empresas buscam por um

Coach quando tem um obstáculo pelo qual não consegue passar sozinha, quando

quer aperfeiçoar seus colaboradores entre outros. Identificamos também a diferença

entre um Coach que já faça parte da empresa, quanto um Coach que não faz e em

como isso pode afetar ou não o Coachee, a maior diferença é a influência que causa

no colaborador. Sobre o limite de um profissional de coaching compreendemos que

seu limite é exatamente a disposição do seu cliente. Muitas as vezes a empresa

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oferece essa ferramenta ao colaborador e ele pode-se rejeitar não querendo participar

da mesma sendo assim o coach não pode insistir em algo a mais.

Com essa pesquisa conseguimos entender todo o processo de coaching e

como ele age dentro de uma organização. Vimos que o tema coaching vem ganhando

cada vez mais o mercado e assim conseguimos identificar o quão importante é para

uma organização.

Nos dias atuais muitos jovens adentraram ao mercado de trabalho, novas áreas

surgiram e com isso as organizações também compreendem cada vez mais como é

de fundamental importância investir em seus colaboradores. Contudo, vimos que o

coaching é algo simples e nada difícil de se aplicar a uma empresa.

Nessa pesquisa vimos que existem muitos tipos de coaching, muitas vezes a

empresa busca por um, e muitas vezes o próprio colaborador pode querer um. Como

sugestão para as empresas, seria adentrar com esse profissional mais calmamente,

muitas vezes o líder vê o lado do seu colaborador e outras não, ele identifica um

problema e logo quer incluir a solução de forma rápida e é isso pode fazer com que

esse processo não funcione.

Com este estudo acreditamos que seja interessante para novos

aprimoramentos futuros, o conhecimento da teoria do coaching, estudo esse que só

têm a contribuir sobre como utilizar uma ferramenta tanto para uso pessoal, como para

o aperfeiçoamento do profissional. O coaching possui várias áreas, mas ganha cada

vez mais destaque em empresas por trazer novos resultados a aqueles que achavam

que não seriam capazes de alcança-los.

REFERÊNCIAS BUTAZZI, Marcela. O que é coaching? Disponível em: http://www.coachmarcelabuttazzi.com.br/site/. Acessado em 30 de abril de 2016 às 15h40min. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. DUTRA, Eliana. Coaching que você precisa saber. Rio de Janeiro: Mauad X, 2010. DI STEFANO, Rhandy. O líder-coach. Brasil: Qualitymark,2005.

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IBC. Quais os tipos de nichos de coaching? Disponível em: http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/quais-tipos-nichos-coaching/. Acessado em 25 de abril de 2016 às 13h00min. LEITE, Giancarlo de Cristo. Estudo de coaching nas organizações: papéis e fatores críticos de sucesso para sua implantação. (trabalho de conclusão de curso) Argentina: Universidade Nacional de Misiones,2009, 13 Vol. Disponível em: http://www.revistacientificadeadministração.com.br. Acessado em 05 de maio 2016 às 09h30min. MARQUES, José Roberto. Coaching um acelerador para o seu sucesso. São Paulo: Editora Ser Mais, 2012. MELLO, Antônia Rosélia. Estudo de coaching corporativo como ferramenta para maximizar a eficiência dos colaboradores e a produtividade da organização. (trabalho de conclusão de curso) Goiânia: Instituto de Pós Graduação-IPOG, 2013, 01 Vol. Disponível em: http://www.revistaespecializeipog.com.br. Acessado em 05 de maio 2016 às 08h00min. RECINELLA, Roberto. Coaching, a arte de fazer acontecer. Disponível em: http://www.administradores.com.br. Acessado em 09 de maio 2016. às 20h30min.

SILVA, Tarcísio. Por que e quando devo contratar um coach? Disponível em http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/por-que-e-quando-devo-contratar-um-coach/. Acessado em 01 de maio de 2016 às 20h30min.

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PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Tais Pietroski39

Marisa Claudia Jacometo Durante40

RESUMO Os processos de recrutamento e seleção são muito importantes na contração de pessoal nas organizações buscando sempre melhores resultados. Assim o objetivo deste estudo é identificar o conceito e aplicação do processo de recrutamento e seleção nas organizações. Tendo como objetivos específicos, a) Entender o conceito e aplicabilidade do processo de recrutamento nas organizações; b) Estudar o conceito e aplicabilidade do processo de seleção nas organizações. Este estudo baseia-se em uma pesquisa bibliográfica nas obras de Chiavenato (1985; 2004) e Lacombe (2011), os procedimentos técnicos classificam como pesquisa descritiva. Os principais resultados indicam que utilizando as técnicas de recrutamento e seleção de maneira correta, esses trazem melhores resultados para a organização. Considera-se que para o sucesso de uma organização é importante buscar novas formas de gestão com o intuito de melhorar e alcançar os resultados, para que isso aconteça depende de investimento em capital humano qualificado, utilizando os instrumentos e técnicas de recrutamento e seleção para escolher candidatos que colaborarão para o crescimento da empresa. Palavras-chave: Recrutamento. Seleção. Candidatos. Organização.

1 INTRODUÇÃO

Diante da globalização, competitividade do mercado e das constantes

mudanças de cenário econômico, para as empresas garantirem sua sobrevivência e

crescer, precisa de planejamento e uma boa gestão. Nesse aspecto a área de gestão

de pessoas tem importância capital para as organizações.

Dentro do ambiente organizacional a gestão de pessoas engloba um amplo

conceito em estudo comportamental dos indivíduos que o compõe. Utilizando-se de

vários aspectos que podem fornecer informações relevantes para tomada de decisão.

De acordo com Chiavenato (2005) (apud SOUZA, 2014 p.11) “a gestão de

pessoas é uma área que procura ajudar o administrador a desempenhar as funções

de planejar, organizar, dirigir e controlar, pois ele não realiza seu trabalho sozinho,

39 Acadêmica do 7º semestre do curso de Administração. Artigo entregue como requisito para o TC I, na faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 40 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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mas através de pessoas que formam uma equipe”. Sendo assim é por meio de sua

equipe que o administrador executa suas tarefas e alcança suas metas e objetivos.

As organizações dependem diretamente de pessoas para produção de bens e

serviços, deste modo a gestão de pessoas é uma ferramenta usada para controlar o

capital humano, para que possa ser extraído o máximo de rendimento atingindo os

objetivos organizacionais e individuais.

Para o sucesso de uma organização é imprescindível escolher como

colaboradores pessoas que pretendem aplicar seus esforços e competências para

alcançar os objetivos, buscando essas pessoas tanto interna quanto externamente

através dos processos de recrutamento e seleção.

Segundo Chiavenato (1985, p.121) “recrutamento é o conjunto de

procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de

ocupar cargos dentro da organização”. É basicamente um sistema de informação,

através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos

oportunidades de emprego que pretende preencher.

Utilizando de várias técnicas para atrair os candidatos para a organização, que

sejam mais rápidas e de menor custo para a organização, logo depois de todo o

processo de recrutamento, segue o processo de seleção com intuito de decidir pelo

melhor candidato.

De acordo com Chiavenato (1985, p.139) “a seleção de recursos humanos

pode ser identificada singelamente como a escolha do homem certo para o cargo

certo, ou, mais amplamente entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados

aos cargos existentes na empresa”.

Devido à alta competitividade de mercado, atrair e reter pessoas capacitadas

para ocupar cargos nas organizações se torna um grande desafio para a gestão de

pessoas, que é responsável por gerenciar o capital humano o qual contribui com seu

trabalho para o crescimento organizacional.

Deste modo busca-se responder a problemática: Qual o conceito e aplicação

do processo de recrutamento e seleção nas organizações? Tendo por objetivo geral

identificar o conceito e aplicação do processo de recrutamento e seleção nas

organizações.

De modo específico busca-se: a) Entender o conceito e aplicabilidade do

processo de recrutamento nas organizações; b) Estudar o conceito e aplicabilidade

do processo de seleção nas organizações.

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Como as pessoas constituem o principal ativo de uma organização e dependem

delas para sobreviver no mercado, é importante conhecer tanto as técnicas de

recrutamento quanto as de seleção, para que seja feita a análise e escolhido o melhor

candidato.

Para o sucesso de uma organização é muito importante que sua equipe seja

comprometida com seu trabalho e busque sempre contribuir para seu crescimento,

mas para que haja comprometimento é de responsabilidade da gestão de pessoas

analisarem e escolher os colaboradores capacitados.

O estudo contribui para o desenvolvimento da empresa buscando melhorias

constantes e oferecendo informações uteis para a gestão da empresa, para que possa

buscar cada vez mais melhorar seus processos e garantir o sucesso da organização.

2 METODOLOGIA

O estudo aborda o método o indutivo, e de acordo com Marconi; Lakatos (2011

p.254) é a “operação mental que consiste em estabelecer uma verdade universal ou

uma proposição geral com base no conhecimento de certos números de dados

singulares ou proposições de menores generalidades”. Este método utiliza a

interpretação do pesquisador, e a partir de um resultado específico busca-se

generalizar um resultado a partir da interpretação.

Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica por se tratar de um estudo que

se baseia somente em consulta bibliográfica. A classificação da pesquisa com base

nos objetivos e procedimentos técnicos é descritiva por que somente identificam-se

os resultados da aplicação dos processos de recrutamento e seleção. O procedimento

técnico é um caso em virtude de estar estudando os processos de recrutamento e

seleção nas organizações.

Quanto aos procedimentos de análise, considerando que esse estudo optou

por uma abordagem indutiva, ou seja, método que utiliza a interpretação do

pesquisador, o procedimento e análise teve como embasamento as obras de

Chiavenato (1985; 1999; 2004) e Lacombe (2011).

3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

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3.1 Entender o Conceito e Aplicabilidade do Processo de Recrutamento nas

Organizações

Devido às mudanças que estão ocorrendo no mercado um dos grandes

desafios das empresas é atrair e reter profissionais capacitados. Na busca por

crescimento por parte dos profissionais, muitos acabam deixando seus empregos na

expectativa de oportunidades melhores onde possam ser mais valorizados.

De acordo com Chiavenato (2004, p.102) “mercado significa o espaço de

transações, o contexto de trocas e intercâmbios entre aqueles que oferecem um

produto ou serviço. O mecanismo de oferta e procura é a característica principal de

todo mercado”.

O mercado de trabalho está em oferta quando às oportunidades são maiores

que a procura, nesse caso as pessoas são insuficientes para preencher as vagas que

estão disponíveis pelas organizações, e os candidatos podem escolher as melhores

oportunidades. Já quando o mercado de trabalho está em situação de procura as

oportunidades são menores, assim as organizações encontram recursos abundante

pois há uma disputa grande pelas vagas.

O recrutamento está associado à necessidade de admissão e representa o

primeiro contato entre a organização e os candidatos ao cargo. Segundo Chiavenato

(1985, p.139.),

a tarefa do recrutamento é a de atrair com seletividade, mediante várias técnicas de divulgação, candidatos que possuam os requisitos mínimos do cargo a ser preenchido, enquanto a tarefa da seleção é de escolher entre os candidatos recrutados aqueles que tenham maior probabilidade de ajustar-se ao cargo vago.

Para atrair e preservar as pessoas em uma organização a área de recursos

humanos tem a responsabilidade de atrair, capacitar e gerenciar todo o processo para

que as pessoas possam desenvolver suas atividades na organização, evitando

problemas que possam afetar a produtividade.

Os métodos de recrutamento e seleção utilizados pela área de recursos

humanos são muito importantes, tanto para a organização quanto para o colaborador.

Para Chiavenato (1985 p.125) em outros termos,

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o mercado de recursos humanos apresenta fontes diversificadas de recursos humanos que devem ser diagnosticadas e localizadas pela empresa que passa a influenciá-las, através de uma multiplicidade de técnicas de recrutamento, visando atrair candidatos para atender as suas necessidades.

Como o mercado está em constante mudança, a área de recursos humanos

utiliza suas melhores técnicas para recrutar os melhores candidatos, que serão

capazes de suprir suas necessidades. O recrutamento pode ser interno, externo e

misto.

Ainda segundo Chiavenato (1985 p. 126) “o recrutamento é denominado

externo quando aborda candidatos reais ou potenciais disponíveis ou aplicados em

outras empresas, e suas consequências é uma entrada de recursos humanos”.

Buscando competências externas, procurando candidatos com experiências e

habilidades que ainda não são encontradas no ambiente da organização, pois a

entrada de novas pessoas dispõe novas ideias, abordagens diferentes dos problemas

e ajudando a organização a rever como está sendo conduzido seu ambiente de

trabalho.

O recrutamento externo aborda um número muito grande de candidatos,

procurando o melhor candidato para o cargo vago, e para atrair os candidatos são

usadas várias técnicas de recrutamento, conforme Chiavenato (2004):

Anúncios em jornais e revistas: este pode ser uma boa opção de recrutamento, para

cargos não tão específicos os jornais locais e regionais são uma boa opção, já para

cargos mais especifico pode alcançar mão de revistas mais especializadas.

Agências de recrutamento: em vez de procurar os candidatos diretamente no

mercado de trabalho, pode entrar em contato com agências de recrutamento, que

podem ser agências operadas a nível federal, estadual ou municipal e agências

associadas a organizações não lucrativas. Sendo eficazes quando a organização

não possui órgão de RH, e não está capacitada para recrutar ou selecionar pessoas.

Havendo necessidade de atrair um grande número de candidatos qualificados.

Quando visam alcançar pessoas que estão empregadas e que não se sentem

confortáveis em lidar diretamente com as empresas concorrentes.

Quando o preenchimento do cargo é confidencial e não pode ser divulgado ao

mercado ou internamente.

Contatos com escolas, universidades e agremiações: a organização pode entrar em

contato com essas instituições para divulgar as oportunidades que estão sendo

oferecidas ao mercado.

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Cartazes ou anúncios em locais visíveis: é um sistema de baixo custo e rápido, é

geralmente colocada próxima à organização, e em locais de grande movimentação.

Apresentação de candidatos por indicação de funcionários: é outro sistema de baixo

custo, rápido e eficaz. Onde a organização estimula seus colaboradores a indicarem

candidatos.

Consulta aos arquivos de candidatos: é um banco de dados de candidatos que se

apresentaram e não foram considerados em processo de recrutamento anteriores,

também é um sistema de baixo custo.

Banco de dados de candidatos: é um arquivo dos curriculum vitae de candidatos que

não foram recrutados anteriormente, para serem usados no futuro.

Cada uma das técnicas apresentadas tem a função de atrair candidatos para o

recrutamento, como os anúncios em jornais para cargos não tão específicos, e para

cargos mais específicos pode ser utilizado anúncios em revistas especializadas,

agências de emprego sendo eficazes na falta do órgão de RH, para atrair um grande

número de candidatos quando a contratação é confidencial.

Algumas técnicas podem ser muito eficazes e também de baixo custo para a

organização, como cartazes e anúncios em locais de grande movimentação,

candidatos apresentados por colaboradores, consulta aos arquivos de candidatos que

não foram considerados anteriormente. O recrutamento externo pode trazer muitas

vantagens para a organização, mas também tem suas desvantagens. Chiavenato

(1985 p. 132) aponta as vantagens do recrutamento externo:

Traz “sangue novo” e experiências novas para a organização.

Renova e enriquece os recursos humanos da organização.

Aproveita os investimentos em preparação e o desenvolvimento de pessoal efetuado por outras empresas ou pelos próprios candidatos.

As vantagens do recrutamento externo trazem pessoas novas e com

experiências diferentes que podem ajudar a rever os processos da empresa. Ajuda a

enriquecer o quadro ainda mais se a política da for de admitir pessoas mais

qualificadas que os colaboradores da empresa. Muitas empresas preferem recrutar

externamente procurando pessoal qualificado para evitar despesas com treinamento.

Chiavenato (1985 p.134) aponta também as desvantagens do recrutamento

externo

É geralmente mais demorado que o recrutamento interno.

É mais caro e exige inversões e despesas imediatas com anúncios.

É menos seguro que o recrutamento interno.

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Quando monopoliza as vagas e as oportunidades pode frustrar o pessoal que passa a vislumbrar barreiras.

Geralmente afeta a política salarial da empresa.

O processo externo de recrutamento tende a ser mais demorado devido ao

tempo despendido com escolha e associar as técnicas mais adequadas, triagem

inicial, exames médicos, liberação da outra empresa, documentação, entre outros

processos que acabam fazendo com que seja mais demorada a contratação.

Também é mais caro, pois exige investimentos, como jornais e revistas, e em

alguns casos é necessário que seja feito recrutamento através de agencias o que

acaba trazendo custos para a organização.

Por serem candidatos desconhecidos e não ter condições de verificar a

trajetória profissional tende a ser menos seguro e geralmente as empresas contratam

por um período experimental, para garantir a empresa frete a insegurança do

processo.

No caso de monopolizar as vagas, os colaboradores podem ver como

deslealdade com seus colaboradores, não dando oportunidade para seu pessoal.

Pode influenciar as faixas salariais se a oferta e a procura de recursos humanos

estiverem desequilibradas.

O recrutamento, explica Chiavenato (1985, p.126) é denominado interno

“quando aborda candidatos reais ou potenciais aplicados unicamente na própria

empresa, e sua consequência é o processamento interno de recursos humanos”.

Focando em desenvolver competências do seu próprio ambiente organizacional,

nesse caso quando há uma determinada vaga a organização procura ocupa-la

remanejando seus colaboradores promovendo-o ou transferindo de cargo.

A figura 1 apresenta as diferenças entre recrutamento interno e externo.

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Figura 1 - Diferenças entre recrutamento interno e externo

Fonte: Chiavenato, Idalberto, 2004, p. 115.

O recrutamento interno busca candidatos de outros setores da organização

assim dando oportunidade de crescimento para seus colaboradores, ou também

pessoas que já tiveram alguma passagem pela empresa como algum teste por

exemplo. Já o recrutamento externo procura candidatos de fora capaz de suprir suas

necessidades.

O processo de recrutamento interno também possui vantagens e desvantagens

para a organização. As vantagens segundo Chiavenato (1985 p. 128),

É mais econômico.

É mais rápido.

É mais seguro.

É uma fonte poderosa de motivação para seus colaboradores.

Aproveita investimentos da empresa em treinamento pessoal.

Desenvolve um sadio espírito de competição entre o pessoal.

O recrutamento interno, evita gastos com anúncios em jornais, com

atendimento, admissão etc., se tornando mais econômico. Torna-se mais rápido, mas

também depende se o colaborador pode ser transferido de imediato, mas evita

demoras com recrutamento externo, à espera de candidatos, demora com admissão

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entre outros. É mais seguro, pois o candidato já é conhecido, e na maioria das vezes

não precisa nem de período experimental.

Se os colaboradores vislumbrem crescimento na organização, pode ser uma

ferramenta para motiva-los. Aproveita seus investimentos em treinamentos que

geralmente tem retorno quando o colaborador ocupa cargos mais elevados. Sendo

oferecidas as oportunidades àqueles que demonstrem condições de merecê-las.

As desvantagens para Chiavenato (1985 p. 129),

Exige que os novos empregados tenham condições de potencial de desenvolvimento para poderem ser promovidos.

Pode gerar conflito de interesse.

Pode levar à uma situação que Laurence Peter denomina como “princípio de Peter”.

Pode levar os colaboradores a uma progressiva limitação as políticas e diretrizes da empresa.

Não pode ser feito em termos globais dentro da organização.

Exige-se que o candidato tenha alguns níveis acima do cargo onde está sendo

admitidos e motivação suficiente para ser promovido. Pode gerar conflitos entre os

colaboradores que por não demonstrarem condições de serem promovidos ou

transferidos, ou no caso de chefes que estão a muito tempo no cargo a fim de evitar

concorrência passam a sufocar o desempenho dos subordinados. Pode gerar o

“princípio de Peter” onde o colaborador mostra potencial e a empresa o promove

sucessivamente até o cargo em que o empregado se mostrar incompetente onde ele

estaciona, às vezes sem meios de retornar ao cargo anterior.

Os colaboradores que passam a conviver constantemente com os problemas e

situações acabam adaptando-se e perdendo a criatividade e atitude de inovação. O

recrutamento interno só pode ser feito se o candidato tenha condições de no mínimo

se igualar em curto prazo ao antigo ocupante. Geralmente as organizações não usam

somente o recrutamento externo ou interno, pois um complementa o outro.

De acordo com Chiavenato (1985 p. 135), “recrutamento misto, ou seja, aquele

que aborde tanto fontes internas como externas de recursos humanos”. Quando há

um cargo vago e é deslocado um colaborador ocupa-la outra vaga será aberta, pois

quando é feito recrutamento interno surgirá outra que precisa ser preenchida por

recrutamento externo a não ser que por algum motivo haja o cancelamento da vaga.

O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas segundo Chiavenato

(1985 p.135),

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a) Inicialmente recrutamento externo seguido de recrutamento interno, aonde a organização necessita rapidamente de capital humano e procura qualificação externamente, caso não encontre volta-se para seu próprio pessoal. b) Inicialmente recrutamento interno seguido de externo, onde a empresa oferece oportunidade a seus colaboradores, caso não haja candidato à altura, parte para o recrutamento externo. c) Recrutamento externo e interno, quando a organização está preocupada em preencher a vaga dando prioridade aos candidatos internos, assegurando que não está descapitalizando seus recursos humanos criando condições de competição profissional.

O recrutamento misto pode ser uma boa alternativa, onde pode ser analisado

tanto o ambiente externo quanto interno a fim de encontrar o candidato capacitado

para ocupar o cargo.

Assim, a aplicabilidade do processo de recrutamento tem a finalidade de utilizar

de suas técnicas e instrumentos da melhor maneira para atrair candidatos capacitados

que irão suprir as necessidades da organização e buscando atingir os melhores

resultados.

3.2 Estudar o Conceito e Aplicabilidade do Processo de Seleção nas Organizações

Devido as constantes mudanças no mercado as organizações necessitam de

profissionais qualificados em suas equipes, também pressiona cada vez mais as

organizações a adquirirem maior consciência no que diz respeito a melhorias na

gestão de pessoas para e no quadro de colaboradores. Dessa forma, a preocupação

da empresa com a atração e retenção é um fator muito importante para a eficiência

organizacional.

Segundo Chiavenato (1999, p.106) “as organizações estão sempre agregando

novas pessoas para integrar seus quadros, seja para substituir funcionários que se

desligaram, seja para ampliar o quadro em épocas de crescimento e expansão”.

Para se manter nesse mercado de constantes mudanças é necessário que

sejam incorporados a organizações pessoas que buscam crescimento e ajude no

crescimento da organização.

De acordo com Chiavenato (1985, p 139),

a seleção de recursos humanos pode ser definida singelamente como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou mais amplamente, entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos

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245

existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho pessoal.

Como os indivíduos possuem diferenças tanto nas formas de aprendizagem

quanto no trabalho, tanto físicas quanto psicológica, fazendo com que se comportem

e mostrem seu desempenho de maneiras diversas obtendo maior ou menor êxito nas

ocupações. Analisando essas diferenças entre os candidatos na disputa pelo cargo

vago a seleção passa por um processo de comparação e de decisão. Para Chiavenato

(1985, p.140),

O processo de comparação tem a finalidade de manter a objetividade e a precisão, a seleção do ponto de vista de seu processamento, deve ser tomada como um processo realista de comparação entre duas variáveis. Os requisitos do cargo (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e características dos candidatos que se apresentam. O processo de decisão uma vez feita a comparação entre as características exigidas pelo cargo e as oferecidas pelos candidatos, pode acontecer que vários destes tenham condições aproximadamente equivalentes para serem indicados aos órgãos requisitante para ocupar o cargo vago.

Nesse caso são analisadas todas variáveis necessárias para a melhor escolha,

onde são comparados todos os requisitos exigidos pelo cargo e as características dos

candidatos à vaga. A figura 2 demonstra o processo de seleção como uma

comparação.

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Figura 2 - Seleção como uma comparação Fonte: Chiavenato, Idalberto, 2004, p. 132.

A imagem acima apresenta algumas variáveis para o processo de comparação,

onde na variável X são apontadas as descrições do cargo a ser ocupado, e a variável

Y obtêm as informações através das técnicas de seleção. De acordo com Lacombe

(2011), os principais métodos mais utilizados para a seleção são:

Triagem preliminar de currículos destina-se a checar se o candidato tem

possibilidade de ser aproveitado, verifica-se formação, experiência e

compara-se com o que se requer da vaga.

Entrevista na unidade de seleção é realizada com o objetivo de observar o

candidato e checar as informações do currículo.

Informações de pessoas confiáveis buscam-se informações se o candidato e

conhecido por uma pessoa em que podemos confiar, tanto em termos de

capacidade de avaliação quanto em integridade.

Teste técnico-profissionais, a finalidade deste teste é avaliar a competência

técnico-profissional do candidato.

Testes psicológicos avaliam as características de personalidade e

temperamento do candidato, bem como seu raciocínio lógico e compreensão,

habilidade verbal, funções motoras etc.

Processo de seleção como comparação

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247

Dinâmica de grupo é efetuada colocando os candidatos em uma situação

simulada do trabalho cotidiano e observando suas atitudes e reações diante

dos problemas que surgem no tipo de trabalho que deverão executar.

Entrevistas pelas chefias futuras após a seleção preliminar os candidatos que

passaram são encaminhados às chefias futuras, que devem decidir entre os

que lhes foram encaminhados, quem deve ser admitido.

Informações de empregos anteriores. Escolhido o candidato a ser admitido,

resta o processo de coleta de informações a seu respeito.

Informações cadastrais buscam informações se os candidatos emitiram

cheques sem fundos, se estão na lista do SPC ou Serasa e se respondem

processos.

Exame médico é obrigatório por lei um exame antes da admissão. Por ser

caro, e pelo fato de raramente encontrar problemas que impeçam o

aproveitamento do candidato, esse exame costuma ser feito depois das

demais etapas.

O processo de seleção é composto de várias etapas pelas quais os candidatos

passam e cada técnica proporciona certas informações que são importantes para a

decisão.

A triagem de currículos verifica as informações e compara-se com o que se

requer da vaga, a entrevista é realizada com o objetivo de observar o candidato.

Buscam-se informações se o candidato e conhecido por uma pessoa confiável. Os

testes técnico-profissionais têm a finalidade deste teste é avaliar as competências.

Testes psicológicos avaliam as características de personalidade e temperamento, a

dinâmica de grupo coloca os candidatos em uma situação simulada do trabalho

cotidiano, depois os candidatos que passaram são encaminhados às chefias futuras,

após ser admitido resta o processo de coleta de informações a seu respeito, inclusive

se estão na lista Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Centralização de Serviços

dos Bancos (Serasa). Exame médico é obrigatório por lei um exame antes da

admissão e costuma ser feito depois das demais etapas

Depois do processo de seleção terminado, é processada a admissão, onde se

comunica o candidato e são solicitados os documentos que são exigidos por lei e pela

empresa.

As diversas técnicas de seleção citadas podem complementar uma a outra e

cada organização pode utiliza-las da melhor maneira possível, assim podendo

encontrar a mais adequada e que traz os melhores resultados para o processo seletivo

da empresa.

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A aplicação do processo de seleção determina que as pessoas sejam

selecionadas dentro de um processo adequado e criterioso. Pessoas certas

desempenhando a função certa contribuem para o bom funcionamento da empresa,

trazendo economia de tempo, menor custo para a organização.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a revisão e discussão da literatura considera-se a problemática de

pesquisa resolvida. Entende-se que o recrutamento é o conjunto de procedimentos

que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos

dentro da organização. E a aplicabilidade do processo de recrutamento tem a

finalidade de utilizar suas técnicas e instrumentos da melhor maneira para atrair

candidatos capacitados que irão suprir as necessidades da organização e buscando

atingir os melhores resultados.

No que tange o processo de seleção de recursos humanos, pode ser

identificada singelamente como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou,

mais amplamente entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos

existentes na empresa. E a aplicação do processo de seleção determina que as

pessoas sejam selecionadas dentro de um processo adequado e criterioso. Pessoas

certas desempenhando a função certa contribuem para o bom funcionamento da

empresa, trazendo economia de tempo e menor custo para a organização.

O estudo aponta as técnicas tanto de recrutamento quanto de seleção para que

seja feita a melhor escolha dos candidatos, admitindo pessoas que buscam

crescimento e que ajudarão a atingir os objetivos da organização, buscando melhorar

a forma de valorizar o capital humano e desenvolvendo pessoas comprometidas com

seu trabalho, com os objetivos da empresa e os resultados apurados.

Entende-se que os processos de recrutamento e seleção são de grande

importância para uma organização, pois são eles responsáveis por atrair e escolher o

principal ativo de uma empresa, as pessoas, escolhendo os candidatos que se

comprometam em ajudar a alcançar os objetivos da organização.

Além de utilizar as técnicas de recrutamento e seleção para a escolha dos

candidatos, um maior investimento em treinamento e desenvolvimento de seus

colaboradores, mantendo sua equipe motivada trazendo assim melhorias para a

organização.

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A partir do resultado da pesquisa, sugere-se um estudo a respeito da

rotatividade nas organizações, que indique quais os principais causadores deste

fenômeno.

REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto, Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro, Elsevier, 2004. CHIAVENATO, Idalberto, Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1985. CHIAVENATO, Idalberto, Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro, Elsevier, 1999. LACOMBE, Francisco José Masset, Recursos Humanos: princípios e tendências, São Paulo, Saraiva, 2011. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica, São Paulo, Atlas, 2011. SOUZA, Paula Rodrigues de. Os impactos da rotatividade de pessoal em uma rede de supermercado na cidade de Campina Grande - PB: um estudo de caso. Disponível em <http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/3546> acesso em 06 de abril de2016.

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QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES DE TAB: Um Estudo de Caso

Fernando Amaral Lima41

Marisa Claudia Jacometo Durante42

RESUMO

Segundo a organização mundial de saúde (OMS) (1990), qualidade de vida é um conceito que envolve parâmetros das áreas de saúde, arquitetura, urbanismo, lazer, gastronomia, esporte, educação, meio ambiente, segurança pública e privada e novas tecnologias. O objetivo geral identificar como está a qualidade de vida do portador do transtorno bipolar em Lucas do Rio Verde. De modo específico busca-se: a) identificar como é feito o tratamento do paciente com transtorno bipolar; b) analisar como é a qualidade de vida desse paciente. O tema foi escolhido por se identificar com o meu trabalho e por conhecer várias pessoas com esse mal. Foram entrevistados 11 pacientes, dos quais 10 eram mulheres e 1 homem, todos com idade superior a 30 anos. Para atingir os objetivos propostos para esse estudo, aplicou-se um questionário, ao qual os pacientes de TAB, deveriam analisar, sendo as opções de resposta: “nada”, “muito pouco”, “mais ou menos”, “bastante” e “extremamente”. Pela pesquisa feita os 11 entrevistados disseram que a qualidade de vida do portador do transtorno bipolar, estão muito bem, que tomando os medicamentos e o acompanhamento do CAPS, auxilia no seu bem-estar. Palavras-chave: Qualidade de Vida. Portadores de TAB. Tratamento.

1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1990), qualidade de vida é

um conceito que envolve parâmetros das áreas de saúde, arquitetura, urbanismo,

laser, gastronomia, esporte, educação, meio ambiente, segurança pública e privada e

novas tecnologias. Qualidade de vida não é apenas a ausência de doenças, mas

significa o bem-estar psicossocial do ser humano. Nesse sentido, a OMS avalia a

qualidade de vida por meio de 06 domínios: I – Físico; II – Psicológico; III – Nível de

independência; IV – Relações sociais; V – Ambiente; VI – Aspectos espirituais,

religiosos, crenças pessoas.

No contexto da qualidade de vida, também estão inseridos alguns transtornos.

Sabe-se que existem transtornos tais como depressão, síndrome de Burnout, entre

41 Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Controladoria e Auditoria, na Faculdade La Salle, 2016. E-mail: [email protected] 42 Doutora em Educação. Professora Orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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outros. Porém, esse estudo opta por pesquisar especificamente o transtorno afetivo

bipolar (TAB), que é uma doença degenerativa crônica com características que

envolvem a depressão e euforia com e sem surtos psicóticos variando conforme a

gravidade das crises.

No município de Lucas do Rio Verde existe o Centro de Atenção Psicossocial

(CAPS) que atende a população que necessita de cuidados especiais. Considerando

que no município há uma população itinerante, não há dados preciso sobre os doentes

afetados pelo transtorno Bipolar. Mas o CAPS da Cidade de Lucas do Rio Verde

atende em média 320 pacientes ao mês entre dependência química, esquizofrenia,

transtorno bipolar, depressão e deficientes mentais. Com comorbidades estima–se

que de 10% a 15% dos pacientes atendidos no CAPS sejam portador de TAB.

Assim, surgiu a pergunta problema norteadora do estudo: Como está a

qualidade de vida do portador do transtorno bipolar em Lucas do Rio Verde?

Apresentando como objetivo geral identificar como está a qualidade de vida do

portador do transtorno bipolar em Lucas do Rio Verde.

De modo específico busca-se: a) identificar como é feito o tratamento do

paciente com transtorno bipolar; b) analisar como é a qualidade de vida desse

paciente.

O tema foi escolhido por se identificar com o meu trabalho e por conhecer várias

pessoas com esse mal.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Transtorno Afetivo Bipolar

Precisa escrever sobre a origem do TAB, o conceito, sintomas, comportamento

e tratamento. Esta dentro deste texto abaixo:

Conforme Del-Porto & Del-Porto (2005) apresentaram uma síntese de vários

estudos, e esta sintética revisão da história da doença bipolar, eles apresentam a partir

de Areteu da capadócia até os tempos atuais. Eles ainda rebuscam conceitos do

século XIX da doença bipolar apresentando o conceito moderno segundo Falret

(1851) e Baillarger (1856), na França; Mas não se atentam apenas a estes autores,

partem dos franceses para os alemães com Kraepelin, Kleis, Leonahard, ANgst, Perris

e Winokur, enfatizando a distinção entre as formas unipolar e bipolar.

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Segundo Miasso, Monteschi e Giacchero (2009, p.1) o Transtorno Afetivo

Bipolar (TAB):

Constitui transtorno crônico, caracterizado por oscilações importantes do humor entre os polos da euforia (mania) e depressão. Afeta cerca de 1,6% da população e tem importante impacto na vida do paciente.

Godoy Terapeuta Ocupacional (2015), diz que o transtorno bipolar tem suas

características, sendo que o transtorno bipolar pode ter fases, sendo estas:

Depressivas, com crises de choro fáceis, tentativas de suicídio, tristeza

profunda, perda total ou parcial da libido, isolamento social, irritabilidade

agressividade verbal e/ou física.

Euforia: com um falar exagerado alto tom da voz, ideias mirabolantes,

pensamentos, pensamentos grandiosos e negando até alucinações e delírio,

aumento relevante da libido com vários parceiros sexuais.

Assim sendo temos ainda que classificar dois tipos de TAB, com ou sem surtos

psicóticos e a ciclotimia que é uma espécie de TAB mais leve com alternância de

humor maior que o normal, mas que não chega a ser grave.

O TAB possui vários fatores que predispõem para a doença, mas o seu

conhecimento ainda é incompleto. Os fatores genéticos e biológicos (na química do

cérebro) tem um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de

personalidade e o stress que a pessoa enfrenta desempenha um papel relevantes no

desencadeamento das crises.

Ela tem como consequência na vida do pessoal no que se refere às

modificações da rotina, ao desejo de encontrar a causa de todo o sofrimento, ao

preconceito sofrido dentro e fora do ambiente familiar, ao sentimento de culpa

vivenciado pelo portador, bem como influência nos relacionamentos interpessoais, no

estudo e no trabalho (MIASSO, MONTESCHI E GIACCHERO, 2010).

O melhor tratamento se dá através de uma forte aliança terapêutica, médico,

paciente e membros da família. De qualquer modo, sem tratamento nenhum o

prognóstico é muito pior e a vida em sociedade é severamente prejudicada

(PSIQWEB, 2005).

2.2 Qualidade de Vida

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A origem do termo Qualidade de Vida (QV) como medida de desfecho em

saúde surgiu a partir da década de 1970, no contexto do progresso da medicina

(CRUZ, 2010). Assim esse prolongamento se dá a custo do convívio com formas

abrandadas ou assintomáticas das doenças.

Qualidade de vida é:

Uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural. (MINAYO, HARTZ E BUSS, 2000, 1).

Há seis domínios de Qualidade de Vida, conforme a Organização Mundial da

Saúde (OMS), que são apresentados no quadro 1.

QUADRO 1 – Domínios da qualidade

Domínio I – Domínio Físico

1 – Dor de desconforto

2 – Energia e Fadiga

3 – Sono e repouso

Domínio II – Domínio Psicológico

4 – Sentimentos Positivos

5 – Pensar, aprender, memória e concentração

6 – Autoestima

7 – Imagem corporal e aparência

8 – Sentimentos negativos

Domínio III – Nível de Independência

9 – Mobilidade

10- Atividades da Vida cotidiana

11- Dependência de medicação ou de tratamento

12 – Capacidade de trabalho

Domínio IV – Relações Sociais

13 – Relações Pessoais

14 – Suporte (apoio) social

15 – Atividade sexual

Domínio V – Meio ambiente

16 – Segurança física e proteção

17 – Ambiente no lar

18 – Recursos Financeiros

19 – Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade

20 – Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades

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21 – Participação em oportunidades de recreação/lazer

22 – Ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima)

23 – Transporte

Domínio VI – Aspectos espirituais/religião/crenças pessoais

24 – Espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais FONTE: FLECK, 2015.p. 35.

A Organização Mundial de Saúde (2016, p.1) descreve cada um dos domínios

conforme abaixo:

DOR: Capacidade em controlar a dor. Supõe-se que quanto mais fácil for aliviar a dor, melhor é a QV. As pessoas têm reações diferentes frente a dor, diferenças em tolerância e aceitação da dor influenciam QV; ENERGIA E FADIGA: Exploram a energia, o entusiasmo e a resistência para as atividades diárias. Englobam o cansaço incapacitante e suas várias consequências, como enfermidades, depressão e esforço excessivo; SONO E REPOUSO: Problemas com o sono de qualquer razão (insônia, acordar muito cedo sem precisar, acordar no meio da noite, etc.) em um sono não reparador. Medicamentos para dormir estão em outra questão; SENTIMENTOS POSITIVOS: até que ponto uma pessoa experimenta sensações positivas de satisfação, equilíbrio, paz, felicidade, alegria, esperança e as ideias sobre o futuro; PENSAR, APRENDER, MEMÓRIA, CONCENTRAÇÃO: referente aos aspectos cognitivos de uma pessoa; AUTO-ESTIMA: sentimento da pessoa com relação a si mesma. Sensação de seu valor frente à diversos âmbitos de sua vida; IMAGEM CORPORAL E APARÊNCIA: Se a pessoa vê seu corpo de forma positiva ou negativa; SENTIMENTOS NEGATIVOS: O quanto a pessoa sente tristeza, ansiedade e falta de prazer com a vida; MOBILIDADE: A capacidade que a pessoa tem de mover-se de um lugar para o outro; ATIVIDADE DA VIDA COTIDIANA: Capacidade da pessoa de realizar as atividades que devem ser feitas todos os dias, como cuidar de si mesma e de sua casa; DEPENDÊNCIA DE MEDICAÇÃO OU DE TRATAMENTOS: dependência da pessoa com medicação ou tratamentos para respaldar seu bem-estar físico ou psicológico; CAPACIDADE DE TRABALHO: o quanto a pessoa se sente apta e capaz para trabalhar; RELAÇÕES POSSOAIS: Até que ponto os indivíduos sentem a companhia, o amor e o apoio que desejam das pessoas próximas à sua vida; SUPORTE (APOIO) SOCIAL: até que ponto a pessoa sente o compromisso, a aprovação e a disponibilidade de assistência prática por parte de suas famílias e seus amigos. Até que ponto famílias e amigos compartilham responsabilidades e trabalham em comum para resolver os problemas pessoais e familiares e até que ponto poderia contar com eles em momentos de crise; ATIVIDADE SEXUAL: refere-se ao impulso e desejo sexual, a expressão e a satisfação sexual; SEGURANÇA FÍSICA E PROTEÇÃO: A sensação de segurança de uma pessoa com relação a um dano físico. Refere-se à sensação de liberdade; AMBIENTE NO LAR: A forma com que o local que a pessoa mora repercute em sua vida e sua satisfação com esse local; RECURSOS FINANCEIROS: avalia a sensação de que os recursos que têm são

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suficientes, de ser dependente ou independente financeiramente; CUIDADOS DE SAÚDE: Satisfação com o acesso aos serviços de saúde e a qualidade e facilidade para recebê-lo caso necessite; NOVAS INFORMAÇÕES E HABILIDADES: oportunidade de adquirir novas informações e habilidades e de estar em contato com as informações atuais. Para muitos, é importante estar em contato com os acontecimentos à sua volta; RECREAÇÃO E LAZER: em que medida a pessoa pode participar de atividades de lazer; AMBIENTE FÍSICO: ruído, poluição, estética, clima, etc. se isso ajuda ou piora a sua qualidade de vida; TRANSPORTE: opinião da pessoa sobre a disponibilidade e facilidade para encontrar e utilizar serviços de transporte; ESPIRITUALIDADE: ajudam a afrontar as dificuldades da vida, fonte de consolo, bem-estar, segurança e sentido.

3 METODOLOGIA

Foram entrevistados 11 pacientes, dos quais 10 eram mulheres e 1 homem,

todos com idade superior a 30 anos. Deste total, 4 tem o ensino fundamental completo,

5 ensino médio completo e 2 ensino superior completo, dos quais 7 pessoas trabalham

e 4 não.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Para atingir os objetivos propostos para esse estudo, aplicou-se um

questionário, onde foi elaborado um quadro com diversos questionamentos, ao qual

os pacientes de TAB deveriam analisar o quanto a situação o incomoda, sendo as

opções de respostas: nada, muito pouco, mais ou menos, bastante, extremamente.

Salienta-se que os questionamentos foram retirados do instrumento de avaliação da

qualidade de vida, utilizado pela OMS e validado no Brasil, denominado WHOQOL-

100. Apresenta-se o resultado geral no quadro 2.

QUADRO 2 – Resultado geral da pesquisa

RESULTADOS

1. Sexo Feminino 10 Masculino 1

3. Nível Escolar: Fundamental 4 Médio 5 Superior 2

4. Trabalha Sim 7 Não 4

Nada Muito pouco

Mais ou menos

Bastante Extremamente

5. ‘DF” F1.2Você se preocupa com sua dor ou

2 1 3 3 2

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desconforto (físicos)?

6. “DF” F1.3Quão difícil é para você lidar com alguma dor ou desconforto?

3 1 2 5 0

7. “DF” F1.4 Em que medida você acha que sua dor (física) impede você fazer o que você precisa?

5 2 3 0 1

8. “DF” F2.2Quão Facilmente você fica cansado(a)?

2 3 2 3

9. “DF” F2.3O quanto você se sente incomodado (a) pelo cansaço?

4 1 1 5 0

10. “DF” F3.2Você tem alguma dificuldade para dormir (com sono)?

2 1 2 2 4

11. “DF” F3.3O quanto algum problema com sono lhe preocupar?

0 2 1 3 5

12. você toma medicamento?

SIM 11 NÃO 0

13. você faz acompanhamento no CAPS?

SIM 11 NÃO 0

14. “DP” F4.1O quanto você aproveita da vida?

1 3 2 4 1

15.“DP” F4.2Quão otimista você se sente em relação ao futuro?

3 2 3 3 0

16.“DP”F5.1O quanto você experimenta sentimentos

1 4 2 3 1

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positivos em sua vida?

17. “DP” F5.2O quanto você consegue se concentrar?

1 2 3 4 1

18. “DP” F6.1O quanto você se valoriza?

1 4 3 1 2

19. “DP”Quanta confiança você tem em si mesmo?

1 0 6 3 1

20. “DP” F7.1 Você se sente inibido (a) por sua aparência?

4 0 1 5 1

21. “DP” F7.2Há alguma coisa em sua aparência que faz você não se sentir bem?

3 1 1 4 2

22. “DP” F8.1 Quão preocupado (a) você se sente?

2 1 0 5 3

23.“DP” F8.2 Quanto algum sentimento de tristeza ou depressão interfere no seu dia-a-dia?

0 1 2 4 4

24. “DP” F8.1 O quanto algum sentimento de depressão lhe incomoda?

0 1 2 5 3

25.“DRS” F13.1 Quão sozinho (a) você se sente em sua vida?

0 1 2 3 5

26. “DRS” F15.1 Quão satisfeitas estão suas necessidades sexuais?

3 3 3 1 1

27. “DRS” F15.2 Você se sente incomodado (a)

10 1 0 0 0

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por alguma dificuldade na sua vida sexual?

FONTE: Dados da pesquisa, 2016.

4.1 Identificar como é Feito o Tratamento do Paciente com Transtorno Bipolar

Todos os pacientes são acompanhados pelo CAPS e tomam remédio

controlado, distribuído gratuitamente pelo próprio órgão público. Todos os pacientes

são acompanhados periodicamente, uns a cada 15 dias e outros mensalmente.

4.2 Analisar como é a Qualidade de Vida desse Paciente

Dos 11 respondentes, 5 afirmaram preocupar-se bastante ou extremamente

com sua dor ou desconforto físico, porém 6 participantes disseram preocupar-se

pouco a nada. Sobre a dificuldade e em lidar com alguma dor ou desconforto, repete-

se o mesmo resultado.

6 participantes responderam que ficam muito pouco ou bastante facilmente

cansados, e os demais responderam mais ou menos a nada. Cinco responde que

ficam incomodados pelo cansaço e o restante de pouco a nada.

Quatro dos 11 respondentes se sentem extrema dificuldade para dormir, 4 de

mais ou menos a bastante e o restante de pouco a nada. Este problema de não dormir

preocupa 5 dos entrevistados de extrema forma, e dos demais alguns demonstraram

em suas respostas pouco se preocuparem ou bastante.

Dos pacientes entrevistados 5 responderam aproveitar bastante a

extremamente a vida, e o restante de mais ou menos a nada. Em relação à expectativa

de um futuro 3 se mostraram bastante preocupados, porém 8 responderam de não ter

muitas ou nada de preocupações com o futuro.

Quanto a sentimentos positivos 4 pessoas responderam estar bastante ou

extremamente satisfeitos, e o demais de mais ou menos a nada.

A concentração dos pacientes está em sua grande maioria concentrada em

mais ou menos a nada com 6 respondentes, e 5 responderam que sentem facilidade

de se concentrar.

Em relação a quanto cada um se valoriza, 8 pacientes responderam mais ou

menos a nada, e 3 dizem se valorizar de bastante a extremamente. Apenas um não

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se sente nada confiante os demais se sentem mais ou menos a extremamente

confiantes.

A aparência é um fator que preocupa os pacientes onde 55% dos pacientes se

preocupam com a aparência e 45% pouco ou nada se preocupam.

A preocupação dos pacientes também é um fator, pois 8 se preocupam

bastante a extremamente, e apenas 3 pouco se preocupam ou nada. Quanto à

depressão e ao sentimento de tristeza, 91% demonstrar mais ou menos a extrema,

de forma a atrapalhar seu dia-a-dia e lhe incomodar, o restante pouco atrapalha.

A grande maioria respondeu que se sente extremamente ou bastante sozinho

totalizando 8 pessoas, e 3 responderam que mais ou menos ou pouco.

A satisfação sexual está em sua maioria concentrada em nada a mais ou menos

com 9 votos, apenas 2 responderam estar bastante e extremamente satisfeitos. Mas

dos 11, 10 responderam que em nada lhes incomoda a sua dificuldade na vida sexual,

e apenas 1 respondeu que pouco lhe incomoda.

Pelo questionário feito aos pacientes, obtivemos um número mais de respostas

concentrada em “bastante” totalizando 28,57% das respostas, vindo em seguida com

20,78% “nada”, 19,05% “mais ou menos”, 16,45% “extremamente” e 15,15% “muito

pouco”.

Do questionário levantamos algumas perguntas que expressão como está a

qualidade de vida do paciente. A questão 7, que questiona o quanto sua enfermidade

impede de fazer o que precisa, a dos 11, a grande maioria, ou seja 90,90% dizem

pouco afetar ou nada afetar.

Na questão 25, onde questionamos o quanto a pessoa se sente sozinha, onde

5 pessoas disseram se sentir extremamente sozinhos, 3 responderam que se sentem

bastante sozinho, 2 se sentem mais ou menos e 1 que pouco se sente sozinho, ou

seja grande parte dos pacientes se sentem sozinhos.

Ao questionarmos o quanto o paciente se sente confiante em si mesmo, 1

respondeu não se sentir confiante, 6 responderam que estão mais ou menos

confiantes, 3 bastante confiantes e 1 extremamente confiante.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Pela pesquisa feita os 11 entrevistados disseram que a qualidade de vida do

portador do transtorno bipolar, estão muito bem, que tomando os medicamentos e o

acompanhamento do CAPS, auxilia no seu bem-estar.

No Plano Terapêutico Individual de cada paciente, todo tem acompanhamento

médico. Cada usuário, além do acompanhamento e o tratamento médico envolvem

mais artesanatos e hortas para melhoria da sua saúde.

Dos 11 entrevistados, estão muito bem, todos estão sendo acompanhados pelo

CAPS e tomando os medicamentos corretamente, com melhorias dia após dia da

qualidade de vida. De um modo geral os entrevistados estão bem, e com o

acompanhamento do CAPS tendo progresso em seu transtorno, melhorando sua

qualidade de vida.

Pelos dados avaliados pela presente pesquisa sobre a qualidade de vida dos

pacientes de transtorno afetivo bipolar - TAB, foi observado que as pessoas mudam

com frequência de bom humor e para períodos de irritação ou depressão, podendo

ser muito rápido ou com muita ou pouca frequência.

A primeira coisa que um paciente com esta enfermidade deve fazer é admitir

que portador de problemas mentais ou psicológicos e deve procurar auxilio, que pode

e deve ajudar. Quando é feito o tratamento corretamente, com adesão do paciente, o

que dificilmente ocorre, os pacientes ficam felizes com o resultado e comentam.

Os pacientes que desejam e procuram auxilio, são orientados a continuar seu

tratamento e fazer exercícios físicos regularmente. Através desta pesquisa constatou-

se há algumas atividades voltadas para o tratamento, o que se sugere é que para

próximos estudos seja estudado novas atividades para os pacientes.

REFERÊNCIAS

CRUZ, Luciane Nascimento. Medidas de qualidade de vida e utilidade em uma amostra da população de porto alegre. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/>. Acessado em 10 de março de 2016. DEL PORTO, José Alberto. Conceito e diagnóstico. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acessado em: 17 de fevereiro de 2016. DELPORTO, José Alberto. DEL-PORTO, Kátia Oddone. História da caracterização nosológica do transtorno bipolar. Disponível em: <http://www.usp.br/>. Acessado em: 17 de fevereiro de 2016.

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261

MIASSO, Adriana Inocenti. MONTESCHI, Maristela. GIACCHERO, Kelly Graziani. Transtorno afetivo bipolar: adesão ao medicamento e satisfação com o tratamento e orientações da equipe de saúde de um Núcleo de Saúde Mental. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acessado em: 17 de fevereiro de 2016. MINAYO, Maria Cecília de Souza HARTZ, Zulmira Maria de Araújo. E BUSS, Paulo Marchiori. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Disponível em: <www.scielo.br>. Acessado em: 10 de março de 2016. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/>. Acessado em: 17 de Fevereiro de 2016. PSIQWEB. Tratamento do transtorno afetivo bipolar. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/>. Acessado em: 17 de fevereiro de 2016.

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REMUNERACAO POR COMPETÊNCIA: Uma Análise Bibliográfica

Sheila Bergamo de Oliveira43

Marisa Claudia Jacometo Durante44

RESUMO Atualmente, muitas organizações discutem sobre uma nova forma de gerir pessoas através do modelo de Remuneração por Competências. Este estudo especifica esta temática, tendo como objetivo geral identificar quais os desafios da utilização de remuneração por competências perante as organizações, e de modo específico busca-se: a) Discutir conceitualmente o tema remuneração por competência; b) Investigar os desafios da implantação da remuneração por competência. Para a elaboração deste artigo utilizou-se da pesquisa bibliográfica, tendo por base Chiavenato (2008), Dutra (2008), Fleury e Fleury (2001), com abordagem indutiva. Foram constatados através das literaturas analisadas alguns desafios para a implantação do processo de Remuneração por Competências. Os principais resultados indicam alguns desafios, em virtude da aplicação de novos modelos de gestão que gera transformação cultural, em alguns casos essa transformação significa mudança radical nas práticas de gestão, por isso, é provável que surjam resistências, até porque é muito difícil mudar radicalmente uma forma de avaliação dentro de uma organização quando se tem algo constituído solidamente. Assim, considera-se que diversos são os desafios ocasionados pelo processo de implantação da Remuneração por Competências, principalmente na tentativa de promover o aumento da qualidade e da eficiência dentro das organizações, tendo em vista que o colaborador será pago não somente mais pelo seu cargo, mas pelas competências desenvolvidas. Palavras-chave: Gestão de Pessoas. Remuneração por Competência. Organização.

1 INTRODUÇÃO

Inicialmente, é importante esclarecer que, quando falamos em Competência,

estamos adotando sua definição mais amplamente utilizada, que pode ser resumida

assim: “Competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos

e aptidões que possibilitam maior probabilidade de obtenção de sucesso na execução

de determinadas atividades” (ROCHA, 2009, p.16).

E a remuneração é o principal incentivo para os funcionários de uma

determinada organização, pois, refere-se ao salário, ou seja, ao pagamento pelos

43 Acadêmica do sétimo semestre do curso de Administração da Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde – MT. Artigo entregue como exigência para o TC I. e-mail: [email protected] 44 Doutora em Educação. Professora orientadora do artigo. E-mail: [email protected]

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serviços que o colaborador realizou para empresa, pode ser efetuado semanalmente,

trimestral ou mensalmente.

Todavia, atrelando ambas as informações, logo teremos a remuneração por

competência, que consiste numa nova estratégia para administrar os cargos e os

salários de uma determinada organização, dando importância primeiramente às

competências do colaborador e posteriormente ao cargo.

As transformações que vem ocorrendo no mundo dos negócios, provocadas

pelas novas tecnologias, competitividade e pela globalização, faz com que as

empresas moldem de forma diferente a sua estrutura, buscando nivelar e substituir a

gestão apoiada na hierarquia por outros modelos de gestão, bem como, obtendo

novas formas para gerir seus recursos organizacionais adotando formas de

remuneração diferenciadas, como a remuneração por competência, obtendo assim

mais competitividade no mercado de trabalho.

Embora a remuneração por competência ainda esteja crescendo no mercado

de trabalho e muitas empresas estejam adotando essa prática, o apelo à utilização de

competências vinculadas às estruturas de remuneração ainda não se estabeleceu

solidamente.

Para isso, condutas adequadas à cultura e valores da empresa são essenciais,

bem como, a escolha por um método de seleção mais adequado com a gestão da

empresa.

O estudo específico entre remuneração e competências demanda a

compreensão de diferentes elementos da dinâmica organizacional que se influenciam

mutuamente viabilizando a recompensa da contribuição das pessoas em função de

suas competências. Nesse sentido, o departamento de Recursos Humanos (RH)

adquire um papel preponderante nas organizações, pois viabiliza a gestão de

competências desde sua identificação, desenvolvimento, avaliação e posterior

recompensa.

Segundo Ettinger (1980), nenhuma empresa é melhor do que as pessoas que

nela trabalham. A mudança de pessoal é um contratempo custoso, tanto quanto

treinar empregados, a fim de que tenham bom desempenho. Parte constante da rotina

das empresas, o departamento de recrutamento e seleção são de suma importância

no desempenho das equipes, e desenvolvimento do trabalho nas organizações. A

avaliação é feita sobre as atividades e responsabilidades que o empregado assume

na empresa.

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Segundo Banov (2010, p. 27),

A preocupação com as competências surge em resposta a um ambiente altamente competitivo em que as empresas buscam novos modelos de gestão para adequar seus colaboradores as suas estratégias de negócios. O objetivo de alinhar as competências individuais as metas organizacionais.

Autores como Dutra (1996) e Flannery; et al (1997) contextualizam o estado de

mudança nas organizações e enfatizam a necessidade de a administração de

recursos humanos acompanhar esse processo. Porém, esse redirecionamento da

gestão de RH não reflete uma preocupação essencialmente humanista por parte das

empresas, mas a busca de resultados mais efetivos, posto que o capital humano seja

o diferencial que gera vantagem competitiva.

A seleção por competência tem apresentado grandes resultados, pois, as

pessoas são selecionadas para o cargo levando em consideração o conjunto de

conhecimento, habilidade e atitude, conhecido como CHA.

Com esta nova abordagem conceitual, os colaboradores serão pagos de

acordo com grupos de habilidades ou competências que possuírem, e não mais pelos

cargos que ocupam. Isto faz com que exista um aumento na produtividade e na

qualidade, diminuição de "turnover" (rotatividade de pessoal), de absenteísmo e de

acidentes.

A Remuneração por competência traz bons resultados para a empresa se for

bem executado, não se trata apenas de implantar, tem que querer faze-lo, não sendo

uma tarefa simples, pois, exige dedicação e maturidade para a execução, sua

desvantagem pode ser o despreparo do departamento de recursos humanos e seus

executivos na busca desse método. Existem passos a serem seguidos e formas

simples de execução, porém, caso não seja bem executado, alguns critérios estarão

seriamente comprometidos dentro da organização. É muito comum que o trabalhador

seja submetido a um treinamento para que adquira conhecimento, mas, não é

oferecida oportunidade de ser levado a aplicar na empresa, a culpa às vezes é da

própria organização por não dar oportunidade necessária para aplicação do

conhecimento adquirido, sendo também uma desvantagem.

A aplicação de novos modelos de gestão gera transformação cultural, em

alguns casos essa transformação significa mudança radical nas práticas de gestão,

por isso, é provável que surjam resistências, até porque é muito difícil mudar

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radicalmente uma forma de avaliação dentro de uma organização quando se tem algo

constituído solidamente.

Assim, a problemática desse estudo é: quais os desafios da utilização de

remuneração por competências perante as organizações? Tendo como objetivo geral

identificar quais os desafios da utilização de remuneração por competências perante

as organizações.

De modo específico busca-se: a) Discutir conceitualmente o tema remuneração

por competência. b) Investigar os desafios da implantação da remuneração por

competência.

Este estudo visa contribuir primeiramente para conhecimento pessoal e

profissional, além de auxiliar os acadêmicos e administradores que necessitam de

base do tema apresentado.

2 METODOLOGIA

O método de abordagem deste estudo é indutivo, pois a partir de um resultado

específico buscou-se generalizar o resultado a partir da interpretação do pesquisador.

Considera se a pesquisa realizada através de levantamento bibliográfico.

A pesquisa classifica-se como descritiva visto que o foco dos objetivos

específicos são discutir e identificar o processo de remuneração por competência.

Com base nos procedimentos técnicos o presente artigo tem como conceito técnico

um estudo de caso, pois é um estudo aprofundado em um determinado segmento que

se torna representativo no universo de pesquisa em virtude de se estar estudando ao

tema de remuneração por competência.

Considerando que este estudo optou pela abordagem indutiva, ou seja, método

que utiliza a interpretação do pesquisador, o procedimento e analise teve como

embasamento as obras de Chiavenato (2008), Dutra (2008), Fleury e Fleury (2001),

com abordagens esclarecedoras na área de Recursos Humanos, sobre o tema

Remuneração por Competência e principalmente sobre o processo e os desafios da

implantação da Remuneração por Competências nas organizações. Inicialmente são

abordados os principais conceitos da Remuneração por Competências, apresentando

em seguida os desafios para implantação sobre a remuneração por competência que

são ocasionados dentro da organização.

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3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA

3.1 Discutir Conceitualmente o Tema Remuneração por Competência

O conceito de Remuneração por Competências surgiu na década de 60, nos

EUA e Canadá, com a Procter & Gamble e se difundiu por outras organizações. A

partir dos anos 70, surge um conceito de maturidade para os profissionais e algumas

empresas começam a desenvolver um novo conceito de remuneração. A

Petroquímica Shell em Sarnia /Canadá, implanta este conceito para todos os seus

colaboradores em 1979 (LIMA, 2010).

A partir dos anos 80, com a propagação do conceito em diversos setores

(Comércio, Serviços, entre outros), aumentou o interesse de novas empresas neste

arrojado sistema de remuneração (LIMA, 2010).

Apenas na década de 90, este novo conceito veio a ser discutido nas

universidades. As empresas Dupont e Copesul foram pioneiras em implantar um

sistema de Remuneração por Competência. As organizações “foram” obrigadas a

mudar seu sistema de remuneração, época em que o “up” da carreira levava em

consideração o tempo de casa ou a função para aumentar os salários fixos, sendo

assim, as organizações passaram por constantes transformações e tiveram que se

adequar aos novos modelos de remuneração, entre eles a Remuneração por

Competências (LIMA, 2010).

Segundo Chiavenato (2008), Remuneração por Competências é uma forma de

remuneração relacionada com o grau de informação e o nível de capacitação de cada

pessoa.

A remuneração por competência considera que pessoas e organização estão

engajadas por um processo de troca: de um lado os indivíduos contribuem com a

organização de modo que esta atinja os resultados desejados e, do outro, como

contrapartida dessa contribuição, a organização oferece recompensas e incentivos

sob a forma de remuneração.

A remuneração é um ponto estratégico, capaz “de contribuir decisivamente

para os resultados das organizações, proporcionando vantagem competitiva”

(VIEIRA, 2010, p. 04). No processo incerteza, abstração e criatividade envolve muito

o comportamento individual para o de remuneração por competência, o colaborador é

reconhecido pela sua “capacidade em assumir atribuições e executar tarefas de maior

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complexidade” (VIEIRA, 2010, p. 06), pois assim, agrega maior valor à organização e

por isso deve receber recompensa adequada.

Para Oliveira e Ribeiro (2002), a Remuneração por Competências abrange o

trabalho administrativo, que se caracteriza pela incerteza, abstração e criatividade.

A empresa que deseja implantar tal modelo de remuneração deverá descobrir

que habilidades e competências são essenciais para a organização, contudo,

determinar tais competências não é tarefa fácil para a organização, porém depois que

for identificada, a mesma deverá buscar habilidades e competências tais como

conhecimentos, atitudes, interesses, valores e outras características pessoais, que

são importantes o desempenho das atividades, nos indivíduos ou grupos dentro da

organização.

A remuneração por competências cresceu por diversos fatores com o aumento

do setor de serviços, aumento por profissionais mais qualificados, redução da

estrutura hierárquica rígida, afirma (MINAMIDE, 2008). Diante disso, as empresas

estão procurando identificar os conhecimentos, comportamentos e atitudes que os

profissionais devem possuir para enfrentar essa nova realidade.

Buscando alinhar a política da organização aos aspectos inovadores do

departamento de Recursos Humanos com o resultado do negócio, a Remuneração

por Competências veio com o objetivo de implementar a quebra de paradigmas do

modelo tradicional de remuneração. Com características próprias, a Remuneração por

Competência é voltada para diferenciar os salários dos colaboradores através de

comportamento mensuráveis e se faz justa, realizando a diferenciação das

competências dos colaboradores. O objetivo é remunerar de maneira personalizada

cada funcionário, de acordo com a sua competência pessoal.

As competências individuais formam a base para as competências

organizacionais, de modo que a organização prepara as pessoas para enfrentar novas

situações dentro da própria organização ou mesmo em sua vida pessoal, enquanto o

indivíduo oferece à organização o seu aprendizado, de modo que esta tenha as

condições necessárias para enfrentar os novos desafios. Pode-se considerar que as

competências se influenciam mutuamente afirma (DUTRA, 2008).

Fleury e Fleury (2001) definem que essas ideias reforçam a concepção de

competência organizacional constituída a partir de recursos e de que a competência

agrega valor econômico à organização e valor social ao indivíduo, tendo mais retorno

para ambas as partes.

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A unidade de gestão deve ser o indivíduo e não o cargo, pois as competências

organizacionais “se originam dos diferentes arranjos que acontecem planejados ou

não, entre as pessoas, os recursos e os processos” (SOUZA, 2005, p. 45). O

departamento de recursos humanos deve proporcionar condições para que as

competências individuais possam ser aproveitadas pela organização, além de

entender a articulação entre as competências individuais e organizacionais. Dutra

(2008) demonstra a necessidade de se utilizar os conceitos de complexidade e espaço

ocupacional, pois argumenta que os resultados não são satisfatórios.

Fernandes (2006) e Hipólito (2000) mencionam o conceito de complexidade

para avaliar a entrega do indivíduo à organização. O conceito de complexidade

sempre esteve presente nos processos de valorização das pessoas (DUTRA, 2008),

no entanto, o que se percebe, é que não se tratava de algo sistematizado e que ficava

em segundo plano, uma vez que o foco de atenção eram os cargos.

Hipólito (2000), Amaral; et al. (2005) e Cardoso (2006) apresentam algumas

vantagens do sistema de remuneração por competência: o alinhamento das

competências individuais às organizacionais, o alinhamento entre os diversos

processos de recursos humanos, a clareza quanto aos diversos níveis de trabalho

existentes na organização e no que é esperado dos profissionais; o respeito às

particularidades, necessidades, à cultura e aos valores da organização, a avaliação

do valor agregado pelos profissionais; o aumento da capacidade da organização de

reter competências estratégicas e, a descentralização da gestão salarial, sem que se

perca a coerência da gestão de salários em seu todo.

Segundo Zarifian (2001) (apud SOUZA, 2005 p. 45) a gestão de pessoas deve

estar “fundamentada no desenvolvimento de competências individuais e na

responsabilidade compartilhada para o atingimento dos objetivos organizacionais”.

“São as demandas da organização que demarcam os limites para o exercício

da competência individual” (FERNANDES, 2006, p. 53). Dutra (2001) sugere que o

desenvolvimento de um indivíduo na organização seja resultado de sua capacidade

de realizar trabalhos e assumir responsabilidades de maior complexidade e assim

agregar maior valor à instituição, merecendo, portanto, remuneração compatível,

permitindo a correlação entre desenvolvimento e remuneração.

3.2 Investigar os Desafios da Implantação da Remuneração por Competência

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Para que a organização adote um sistema de remuneração por competências

é necessário que a mesma identifique suas competências individuais e estabeleça os

níveis de complexidade, ou seja, as competências individuais aliadas a outros

recursos formam as competências organizacionais e para isso é necessário que a

organização defina suas competências de acordo com seus objetivos e estratégias, e

posteriormente estabeleça quais são as competências individuais necessárias para

cada indivíduo. Costa (2008, p. 27) afirma que podemos chamar esse processo de

“mapeamento das competências” e diz ainda que podem ser utilizadas para a

realização do processo de mapeamento das competências “métodos e técnicas de

pesquisa social (entrevistas individuais e coletivas) ”, tais como avaliação de

desempenho, autoavaliação e através de entrevista qualitativa ou quantitativa com os

próprios colaboradores que descrevem as competências essenciais para executarem

de forma excelente suas atividades.

Esse novo modelo busca a valorização do talento humano, “baseado na

premissa de que o domínio de determinadas competências é o que faz com que

profissionais e organizações se diferenciem, se sustentem e tenham vantagem

competitiva no mercado” (CARVALHO, 2006, p. 25).

Nesse sentido, entende-se ser indispensável o envolvimento de todos os

gestores para desempenhar seus papéis na manutenção junto com o departamento

de Recursos Humanos, além de serem altamente estratégicos na implantação do

processo.

O sistema de Remuneração por Competências tende a proporcionar fatores

que desenvolvam e sustentem as competências existentes em cada colaborador,

gerando novas competências e eliminando as obsoletas, objetivando sempre a

aquisição, a retenção e o desenvolvimento dos colaboradores, exigindo também um

novo papel para o departamento de Recursos Humanos.

O maior objetivo da área de recrutamento e seleção nos tempos atuais é

encontrar as pessoas certas, “que se adequem à organização e que tenha todas as

qualidades necessárias exigidas” (DROPA; et al, 2008, p. 01). A área de recrutamento

e seleção é responsável por suprir essas necessidades para o departamento de

recursos humanos, logo, o processo de seleção por competências vem para contribuir

com esse objetivo, pois segundo Rocha (2006) (apud DROPA; et al, 2008, p. 03) a

seleção por competências tem como objetivo buscar e manter “pessoas capazes de

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desempenhar determinada atividade com eficácia, em qualquer situação” dentro da

organização.

Os gestores de recursos humanos precisam enfrentar com tenacidade alguns

possíveis desafios durante o processo, para que a introdução do mesmo seja bem-

sucedido. A aplicação de novos modelos de gestão gera transformação cultural, em

alguns casos essa transformação significa mudança radical nas práticas de gestão,

por isso, é provável que surjam resistências, até porque é muito difícil mudar

radicalmente uma forma de avaliação dentro de uma organização quando se tem algo

constituído solidamente.

Novas metodologias estão relacionadas com mudanças e nas organizações,

as pessoas encaram de diferentes formas essa questão (ORSI; et al, 2006). Assim,

ressalta-se a relevância de estar atento ao fator clima organizacional como um dos

desafios deste processo.

Para que a empresa faça a implantação do sistema de Remuneração por

Competência é necessário fazer o levantamento de alguns dados, segundo Lima

(2010):

Identificação das competências que são essenciais para a organização e as

específicas para cada cargo (processo/função).

Avaliação das pessoas em relação às competências mapeadas.

Participação indispensável dos gestores com seus respectivos subordinados.

Identificação dos "gap's" (diferença entre as competências mapeadas e o que

o ocupante tem).

Estabelecimento do plano de treinamento e desenvolvimento e estruturação do

modelo de remuneração (conceitos, metodologia e políticas para sustentar o

sistema).

O levantamento para implantação do sistema de remuneração e competência

é feito em empresas de estruturas flexíveis aumentando seu forte poder de

competitividade, atraindo talentos para sua empresa.

Distinguindo as pessoas que ocupam os mesmos cargos, mas que possuam

competência que diferenciam no resultado positivo para a empresa, este tipo de

remuneração tende a transpor a organização que antes hierarquizada para um

sistema de carreira horizontal com a utilização de cargos amplos sendo que esta

evolução profissional se dá a partir da competência.

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Para que a organização adote um sistema de Remuneração por Competências,

deverá criar ainda conceitos sobre o desenvolvimento de carreira, blocos de

habilidades, certificação e habilitação, além de medir a evolução dos custos na folha

de pagamento, item importantíssimo nesse contexto (LIMA, 2010).

Todavia, as competências essenciais irão permear toda a organização e os

conhecedores deverão estar presentes nas suas qualidades pessoais. Para tanto, se

devem levar em consideração os aspectos legais na construção deste sistema,

traçando sempre uma estratégia que minimize os riscos trabalhistas. Deve-se ainda

atender à igualdade salarial, acesso às carreiras, formas de certificação, composição

da remuneração, comprometimento da organização em relação ao plano de

desenvolvimento de treinamento, registro de acordos e ou formalizações junto

a órgãos competentes e envolver sempre órgãos sindicais (LIMA, 2010).

Se a organização adotar um sistema de remuneração por competência, não

gerará, necessariamente, aumento descontrolado na folha de pagamento, mas

permite um melhor dimensionamento da folha em razão da estratégia de remuneração

a ser adotada e um melhor controle face ao orçamento estabelecido pela própria

organização.

Dutra (2008, p. 20) afirma que a remuneração por competência deve incidir em

uma metodologia que, mesmo ocupando uma mesma posição, as pessoas contribuem

com a organização de formas e pesos diferentes, e consigam identificar o valor de

cada cargo para os resultados da organização e “os desempenhos diferenciados de

cada profissional em função de seus conjuntos de competências”.

Todavia, a Remuneração por Competência possui vantagens para a

organização, tais como: colaboradores motivados, estimular o autodesenvolvimento

dos mesmos, organizações com poucos níveis hierárquicos, maior visibilidade e

transparência dos indicadores que vão nortear o crescimento salarial dos

colaboradores, eliminação do achismo, eliminação do paternalismo existente da

administração salarial, fortalecimento das ações de feedback, tornar claro o quadro

de carreira proporcionando condições para o autodesenvolvimento dos colaboradores

e por último e não menos importante, o direcionamento estratégico para as ações

de treinamento e desenvolvimento e recrutamento e seleção, bem como

fortalecimento das ações dos gestores (LIMA, 2010), ou seja, a organização só tem a

ganhar com a remuneração por competência.

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Como forma de atrair os melhores profissionais a Remuneração por

Competência busca processos onde predominam a iniciativa, criatividade,

gerenciamentos de recursos e desenvolvimento de ideias. Wood Jr. e Picarelli Filho;

et al. (2004, p. 129) dizem que “fontes adicionais de informações sobre competências

podem ser utilizadas”, entre elas: a) Experiências de outras organizações, que exigem

que a organização analise e gere uma lista sintonizada com suas peculiaridades e

estratégias. b) Análise dos principais processos de negócio, pois, por meio da revisão

dos processos relacionados à estratégia organizacional, a organização identifica

novas competências.

Parry (apud WOOD JR. & PICARELLI FILHO; et al., 2004, p. 130) completam

a análise apresentando oito princípios para desenvolver e aperfeiçoar listas de

competências: “focalizar competências genéricas, agrupar semelhanças, focar

necessidades futuras, manter as competências mutuamente exclusivas, evitar o óbvio,

ter em mente que a competência deve ser mensurável e observável, definir níveis de

excelência e evitar traços de personalidade”. Além disso, Wood Jr. & Picarelli Filho; et

al. (2004, p. 130) ainda informam que para ter uma base de dados completa em

relação às competências, consideram que após identifica-las é importante “explicitar

quais são os conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) que suportam cada uma

das competências”, visando minimizar a subjetividade do processo.

Fernandes (2006) afirma a necessidade de identificação das competências

citadas acima, quando considera que a organização deve definir os níveis de

complexidade para cada competência individual determinada, e para cada nível deve

se especificar as atribuições e responsabilidades, ou seja, canais de saída conhecido

também como output e os requisitos de acesso, as entradas, input.

Ienaga (1998) (apud COSTA, 2008) fala que a próxima etapa é fazer o

levantamento dos gaps, ou seja, realizar uma comparação entre as competências

definidas pela organização e as competências já existentes na mesma, para identificar

a lacuna existente entre elas. Faz-se necessário também o gerenciamento das

competências por meio da gestão do desempenho e da remuneração para garantir

que a organização sempre possua as competências definidas. Deste modo, há

necessidade que os processos de RH estejam alinhados entre si e com a estratégia

organizacional.

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Gramigna (2007, p. 34), defende que “a condição básica para a obtenção de

resultados positivos é registrar que o principal objetivo da gestão por competências é

a integração dos processos de recursos humanos”.

Tendo em vista que, para a organização alcançar seus objetivos precisa estar

alinhada com o departamento de Recursos Humanos, área de recrutamento e seleção

que fará todo o processo de seleção e posterior avaliação dos candidatos, vemos

também que parte integrante desse processo, sendo um dos mais importantes, é a

seleção por competência, abaixo veremos em detalhes como essa ferramenta pode

auxiliar a organização para que consiga chegar ao objetivo proposto.

3.2.1 Seleção por Competências

A seleção por competências apresenta como vantagens o fato de “ser mais

objetiva, oferecer maior garantia de contratação de sucesso e maior adequação do

profissional à empresa”, aponta (MATOS, 2006 apud DROPA; et al, 2008 p. 01).

Chiavenato (1983) propôs que a seleção de RH poderia ser definida como a

“escolha entre os candidatos recrutados para um processo seletivo, aqueles mais

adequados aos cargos existentes da organização visando manter ou aumentar a

eficiência e o desempenho no quadro de pessoal”.

Para Rabaglio (2001) a seleção por competência proporciona mais foco para a

escolha de um candidato, maior consistência na identificação de comportamentos,

maior facilidade na avaliação de desempenho futuro, estabelecendo assim, um

processo sistemático que diminui a influência de opiniões, sentimentos ou

preconceitos entre outras vantagens. Para que a seleção por competência possa

proporcionar todas as vantagens apresentadas anteriormente é necessário que o

profissional da área de recursos humanos tenha em mãos o perfil da pessoa a ser

selecionada de acordo com as necessidades da vaga para que possa saber quais

competências precisa identificar nos potenciais candidatos.

Dutra (2008) pondera que o perfil definido para a seleção deve abranger o perfil

profissional e o perfil comportamental esperado da pessoa, e deve ser definido através

das competências que devem ser entregues pela pessoa selecionada, pelo nível de

complexidade dessas entregas e o espaço ocupacional da pessoa dentro da

organização. É importante que a organização liste competências que se mostrem com

dificuldades para aquisição, pois “quanto mais difícil à aquisição da competência,

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menos flexíveis devemos ser no momento da seleção”, pondera (DUTRA, 2000 apud

COSTA, 2008 p. 19).

Após definição das competências definidas o selecionador tem condições de

elaborar as ferramentas para investigar a ausência ou presença das competências

nos candidatos. Outrora, Rabaglio (2001) cita dois métodos que podem ser utilizados:

a entrevista comportamental e as dinâmicas de grupo, após definidas as

competências, cabe ao profissional da área de RH verificar quais competências

podem ser investigadas na entrevista comportamental e quais podem ser verificadas

nas dinâmicas de grupo.

A técnica Contexto, Ação e Resultado (CAR) ainda é citada por Rabaglio

(2001), como apoio a esse processo, assim, ao investigar o passado do candidato é

necessário conhecer em qual contexto ele estava inserido, qual a ação que tomou

para resolver o problema e quais foram os resultados que conseguiu obter com sua

atitude, sendo possível avaliar se o candidato apresenta a competência investigada

de forma a agregar valor para o indivíduo e organização por meio dos resultados

obtidos.

Podem ser aplicados mais de um tipo de técnica na entrevista, buscando

conhecer melhor cada candidato a fim de que a organização faça a melhor escolha,

considero apenas que não existe a definição de um método que seja 100% de sucesso

garantido. Todos têm suas vantagens, assim como podem apresentar desvantagens.

O principal problema é encontrar um profissional que se adapte à organização

e que tenha todas as qualidades necessárias exigidas, ter apenas preparo técnico não

é o essencial atualmente, é importante, entretanto não faz mais a diferença na hora

de contratar, muitas vezes sobra experiência, mas faltam habilidades e atitudes.

Considerando que toda escolha terá por fim uma consequência, assim

caracterizará as vantagens e desvantagens para a escolha da remuneração por

competência. Conforme mencionado anteriormente, há diversas vantagens, talvez

muito além das desvantagens na aplicação desse método, então a organização

deverá avaliar e escolher a melhor opção, obtendo assim o melhor resultado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a revisão e discussão da literatura, considera-se que os desafios

encontrados são pequenos perto das vantagens mencionadas com a remuneração

por competências, mas podemos citar que um dos principais problemas é encontrar

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um profissional que se adapte à organização e que tenha todas as qualidades

necessárias exigidas. Pode-se mencionar também o despreparo do departamento de

recursos humanos e seus executivos na busca desse método, mas, por outro lado,

existem passos a serem seguidos e formas simples de execução, porém, caso não

seja bem executado, alguns critérios estarão seriamente comprometidos dentro da

organização. É muito comum que o trabalhador seja submetido a um treinamento para

que adquira conhecimento, mas, não é oferecida oportunidade de ser levado a aplicar

na empresa, a culpa às vezes é da própria organização por não dar oportunidade

necessária para aplicação do conhecimento adquirido.

Evidencia-se, inegavelmente, a importância do tema e suas potencialidades

para a melhoria do processo de gestão de pessoas na atualidade, dando conta da

competitividade e do desempenho organizacional.

É possível concluir que a remuneração por competências é uma metodologia

que contribui para melhorar o desempenho organizacional, além do fato de ampliar a

possibilidade de que os indivíduos sejam reconhecidos e valorizados, gerando maior

valor agregado para a organização empregadora.

Outra referência importante é o fato de que a remuneração por competências

pode ser posicionada dentre as principais estratégias para os próximos anos,

permitindo assim que a gestão da empresa se consolide com base no

desenvolvimento de conhecimento, fator reconhecidamente adequado às atuais

demandas organizacionais.

O tão divulgado equilíbrio entre os objetivos organizacionais e os objetivos

individuais talvez possa ser encontrado por meio da opção estratégica configurada na

remuneração por competências. A própria consolidação do papel da área de gestão

de pessoas enquanto fator estratégico da organização perpassa pela adequada

aplicação de um modelo de remuneração por competências, num processo contínuo.

Vale registrar que as proposições apresentadas neste artigo não pretendem

esgotar o tema, sendo que na verdade o real propósito é suscitar a continuação do

debate. Um tópico relevante a ser discutido em outros trabalhos é a questão da

relação entre a remuneração por competências e a remuneração normal, posto que a

há grande diferença entre elas, partindo para um estágio posterior, o da competência,

abrindo caminho para a investigação a respeito da inserção profissional do indivíduo

num aspecto mais amplo, não se restringindo à simples lógica das características que

possui enquanto trabalhador, mas sim das que pode desenvolver.

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Com essa disposição, as empresas passam a ter ganhos maiores, pois, se

tornam mais preparadas para competir, porque reúnem pessoas mais qualificadas, o

que é essencial para a sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo. E

as pessoas devem ser cada vez mais polivalentes, para serem reconhecidos e serem

desejadas pelas grandes empresas.

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