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    Repblica de Angola

    Ministrio do Ensino Superior

    Instituto Superior Politcnico Internacional de Angola

    ISIA

    Trabalho Cientifico de MIC

    AS ETAPAS DA VIDA

    Gesto de Recursos Humanos e Marketing

    Aluno: Ana Maria Francisco Simes Docente: Dr. Pakisi

    Curso: Gesto de RH e Marketing

    Turma: I Ano

    Perodo: Nocturno

    Luanda, aos dias 27 de Junho de 2013.

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    NDECE

    Agradecimentos------------------------------------------------------------------------------1

    Introduo--------------------------------------------------------------------------------------2

    Adolescncia----------------------------------------------------------------------------------4

    FASES DA ADOLESCNCIA

    Adolescncia inicial--------------------------------------------------------------------------5

    Adolescncia propriamente dita ou mdia---------------------------------------------5

    Adolescncia final ou alta adolescncia------------------------------------------------6

    Mudanas corporais-------------------------------------------------------------------------6

    A identidade como tarefa do adolescente Auto-Afirmao e rebeldia------8

    Busca do sentido da vida no mbito da cultura contempornea----------------9

    Auto-conhecimento e auto-aceitao (vou ser eu mesmo) Optar por algo supe

    sempre algo dado; no h liberdade humana absoluta----------------------------10

    Desejo de realizar-se (quero chegar a viver em plenitude) -----------------------10

    Escolha e confronto--------------------------------------------------------------------------10

    A escolha profissional - ocupacional----------------------------------------------------10

    O desenvolvimento intelectual na adolescncia--------------------------------------11

    Operaes lgico-formais ou hipottico-dedutivas-----------------------------------12

    VIDA ADULTA

    O mundo adulto e o processo de amadurecimento humano----------------------13

    Juventude e vida adulta---------------------------------------------------------------------14

    Vida adulta mdia - Amadurecimento e crise da meia-idade----------------------16

    Vida adulta tardia ou segunda vida adulta----------------------------------------------18

    VELHICE----------------------------------------------------------------------------------------20

    Teoria sobre o processo de envelhecimento-------------------------------------------21

    Modificaes corporais-----------------------------------------------------------------------23

    Modificaes na capacidade de rendimento das funes psquicas------------23

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    Modificaes da personalidade-------------------------------------------------------------25

    Os avs--------------------------------------------------------------------------------------------25

    A dor, a doena e a morte--------------------------------------------------------------------26

    Tempo, morte e eternidade------------------------------------------------------------------28

    Concluso----------------------------------------------------------------------------------------19

    Bibliografia----------------------------------------------------------------------------------------30

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    AGRADECIMENTOS.

    Agradeo a Deus como o doador da vida, a meus pais os meus progenitores eao caro professor que tem sido a origem de todos estes esforos pelo facto de

    nos despertar e cultivar a capacidade de investigao cientfica.

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    Introduo

    Todos os seres vivos passam por duas etapas da vida: o nascimento, que quando ela comea; e a morte, que quando ela se encerra. O perodo entre o

    nascimento e a morte varia bastante, de acordo com a espcie e diversosoutros fatores, como a qualidade de vida.

    Os camundongos, por exemplo, costumam viver no mais que quatro anos. Osgorilas geralmente no ultrapassam os 40; e os seres humanos, os 120anos. Vamos nos apegar a este ltimo como o nosso objeto de estudo.

    Costumamos considerar que a vida humana est dividida em fases. A forma dediviso varia bastante, mas, geralmente, ela feita assim:

    Infncia: a fase que vai desde o nascimento at os onze anos deidade. Ela um perodo de muita aprendizagem e novidades, j que quandocomeamos a descobrir o mundo nossa volta e as relaes entre as pessoas;comeamos a falar e a andar, geralmente iniciamos os estudos, aprendemosregras e limites, etc. Aqui, somos bem dependentes de nossos pais e/ouresponsveis.

    Adolescncia: costuma irdos doze aos vinte anos de idade. Nessa fase,ocorrem muitas transformaes no corpo e na nossa mente. Nas meninas, osseios se desenvolvem, o corpo se apresenta mais arredondado, o quadril tende

    a se apresentar mais largo, e surge a menstruao. Nos meninos, a vozcomea a engrossar e algumas vezes, no incio dessa mudana, ela pode seapresentar desafinada. Alm disso, o pnis e os testculos aumentam detamanho. Em ambos h o crescimento do corpo, de forma geral, e de pelos naregio genital e axilas. Nos garotos, tambm, podem surgir pelos no rosto,formando a barba e o bigode. geralmente nessa fase que as pessoas entramna faculdade, e tambm comeam a namorar.

    Fase adulta: consideramos que a fase adulta se inicia aos vinte e um anosde idade. Aqui, as mudanas que ocorrem na adolescncia j se estabilizaram,e a responsabilidade aumenta bastante. Em muitos casos, a pessoa j seapresenta independente financeiramente, de forma completa ou parcial; pormeio do trabalho. geralmente nessa fase que as pessoas costumam terfilhos.

    Velhice: tambm chamada de terceira, ou melhor idade. aqui, ou um poucoantes, que os cabelos comeam a embranquecer, a pele se apresenta maisenrugada e, em muitos casos, principalmente em idade mais avanada, algunsproblemas de sade surgem. Essa fase em que a pessoa apresenta maisexperincia de vida, podendo nos ensinar muitas coisas interessantes. Halguns anos, o incio dessa fase se dava aos sessenta anos de idade: pocaem que muitos se aposentavam. Hoje, a Organizao Mundial de Sade afirma

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    que podemos considerar que a velhice se inicia a partir dos 75, j que muitasdas pessoas de 60, 65 anos de hoje continuam ativas no mercado de trabalho,e com boa qualidade e expectativa de vida.

    Para o nosso trabalho vamos nos ater apenas aos temas; Adolescncia, vidaadulta e velhice, como meio de aprimoramento da vida que se d com adescoberta do Eu (adolescncia).

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    ADOLESCENIA.

    Tempos atrs, a adolescncia no passava de uma sala de espera do mundoadulto. Com o desenvolvimento da sociedade, cada vez mais complexa,

    prolongou-se a durao da fase adolescente, que, at poucas dcadas, quasecoincidia com a puberdade (dos 11 aos 13 anos).

    Nas sociedades tribais primitivas, a passagem do mundo infantil para o adultoera muito breve e seguia normas rgidas.

    Seu incio e seu fim eram claramente definidos por rituais. Em poucas semanasou meses, o adolescente era instrudo nas artes necessrias para obteralimento e defender seu povo; casava-se e assumia de modo pleno a condiode guerreiro, ou seja, de adulto. Hoje, a incorporao ao mundo do trabalho e aatribuio das responsabilidades adultas costumam ser mais precoces no meiorural e nos nveis socioeconmicos mais baixos do que nos nveis mais altos enas zonas urbanas desenvolvidas. Portanto, a durao da fase adolescentevaria no s com as pocas, os pases e as culturas, mas tambm dentro deuma mesma comunidade.

    A necessidade de maior capacitao e educao para que a pessoa possainserir-se no mundo do trabalho com possibilidades de xito leva a umatendncia da sociedade contempornea de favorecer o prolongamento daadolescncia ou de pelo menos alguns de seus aspetos. No caso da populao

    juvenil-estudantil, por exemplo, a extenso dos estudos universitrios e aexigncia posterior de estudos de ps-graduao, residncias ou estgiosdificultam a formao de uma nova famlia, aumentam a dependnciapsicolgica e econmica dos pais e no favorecem a aceitao plena do papele da responsabilidade do adulto.

    Embora a relao do sujeito em desenvolvimento com a sociedade e a culturaseja importante em todas as etapas evolutivas, isso essencial naadolescncia. Ruth Benedict e Margaret Mead,1 em seus trabalhos dePsicologia do Desenvolvimento Comparada, confirmam que a varivel decisiva

    cultural. Tambm J. Stone e J. Church2 consideram a adolescncia umfenmeno cultural distinto daquele estritamente biolgico da puberdade.

    Vejamos de forma breve a etimologia dos conceitos de puberdade e deadolescncia:

    A palavra "puberdade" deriva do latim pubertate, isto , "idade viril", e do verbopubescere, que significa "cobrir-se de plos na regio pbica". Por isso, apalavra "puberdade" usada, em geral, para assinalar o incio da adolescncia,referindo- se especificamente s mudanas corporais.

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    "Adolescncia" vem de adolescentia, que significa perodo de crescer, dedesenvolver-se. Est implcito no significado que um perodo conflitivo ou decrise, um processo de mudana. Franoise Dolto3 descreve esse perodo comoum purgatrio, similar ao sofrimento do parto, de um segundo nasci-mento

    psicolgico.

    FASES DA ADOLESCNCIA

    Adolescncia inicial

    Tambm chamada "baixa adolescncia", inclui a puberdade. Nas mulheres,ocorre entre os 11 e os 12 anos. Nos meninos, entre os 12 e os 13.

    O desenvolvimento corporal, que j vinha aumentando na pr-adolescncia, alterado pela transformao brusca do organismo infantil, que exige uma

    profunda reorganizao da personalidade. A mudana do tamanho e da formado corpo faz aumentar a necessidade de se transformar em adulto e ascobranas para faz-lo.

    H a diferenciao fsica definitiva entre os sexos, com o aparecimento doscaracteres sexuais primrios e secundrios. A ateno e as energias doadolescente inicial so absorvidas pela problemtica narcisista, isto , areestruturao do esquema corporal e a conquista da identidade. O outro sexo percebido como perigoso. Assim, o adolescente relaciona-se em maior graucom indivduos de seu prprio sexo (grupos de pares do mesmo sexo). Afamlia continua a ser o centro da vida do adolescente, embora ele comece adesprender-se dela.

    Adolescncia propriamente dita ou mdia

    Compreende o perodo entre os 12-13 e os 16 anos. o estgio no qual seconstri a identidade sexual definitiva e desenvolve-se a identidade pessoal.

    O desenvolvimento corporal reduziu seu ritmo e vai adquirindo proporesadultas. A pessoa volta-se para o sexo oposto e forma grupos heterossexuais

    de amigos. Realiza, assim, diversas atividades para se aproximar do outro sexo(desportos, bailes).Nesse perodo, ocorre um distanciamento afetivo da famlia,que vai deixando de ser o centro da existncia da pessoa. Nas tentativas de setomar independente dos pais, so frequentes os atos de rebeldia contra eles econtra a autoridade em geral. Por outro lado, o jovem liga-se firmemente aogrupo formado por seus pares e conforma-se a suas normas e costumes, sexigncias de ser leal aos lderes e "ideologia" do grupo. No plano afetivo, um perodo de ambivalncias, vacilaes e contradies. A confuso e odescontrole so frequentes. uma fase de busca do sentido da vida, dedescoberta de valores e de preocupao tica.

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    Adolescncia final ou alta adolescncia

    O final do perodo adolescente difcil de ser situado no tempo. Varia deacordo com critrios que se adota como mais importantes, como a insero no

    mundo do trabalho, a responsabilidade legal, a separao dos pais, acapacitao profissional. Levando em considerao variveis psicolgicas,como a identidade e a aptido de estabelecer vnculos de intimidade, podemosdizer que as principais aquisies da adolescncia so geralmente atingidasentre os 16 e os 18 anos. uma fase de consolidao e ensaio de modos devida e de relacionamento com os demais. O adolescente vai enfrent-ladependendo de como era e o que conseguiu na etapa anterior, recuperando acalma e o equilbrio; prevalece, ento, uma afirmao positiva de si mesmo. Elej conhece suas possibilidades e limitaes, o que favorece a aquisio deuma conscincia de responsabilidade de uma relao com o prprio futuro.

    o perodo da escolha e da deciso vocacional. A escolha de uma carreira oude uma profisso um dos problemas mais importantes da existncia humanae, desta vez, diferentemente dos problemas da infncia e da adolescnciaprecoce, o adolescente tem de enfrent-lo sozinho, tomando uma deciso queo individualize.

    Os ideais prprios da adolescncia mdia, em geral abstratos, tendem a sersubstitudos por um ideal concebido de forma singular e concreta.

    MUDANAS CORPORAISNo perodo da adolescncia ocorrem modificaes na forma e nas funes docorpo, j que este se transforma, em termos morfolgicos e fisiolgicos, emcorpo adulto.

    As mudanas corporais so determinadas endogenamente e pouco dependemde fatores ambientais. Influncias climticas (como radiao solar etemperatura), alimentares e sociais so importantes apenas quanto aomomento em que as mudanas se manifestam. Alguns pesquisadores

    observaram que em regies frias ou muito quentes ocorre uma demora maiorno amadurecimento sexual dos seres humanos, enquanto nas regies de climatemperado e moderadamente quente a puberdade ocorre mais cedo. DavidPaul Ausubel distingue, no perodo da adolescncia, trs nveis nas mudanascorporais:

    Nvel 1

    Ativao dos hormnios gonadotrficos da hipfise anterior. Esseshormnios-estmulos que provocam as mudanas corporais e sexuais desseperodo.

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    Nvel 2

    Secreo do hormnio do crescimento (somatotrofina).

    Produo de vulos ou de espermatozides nas glndulas de reproduo.

    Aumento dos hormnios da supra-renal.

    Nvel 3

    Desenvolvimento dos caracteres sexuais primrios:

    - aumento do pnis e dos testculos no rapaz;

    - aumento do tero e da vagina na mulher.

    Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundrios:

    - aumento das mamas devido ao desenvolvimento glandular e distribuio degorduras nos jovens;

    - mudana da voz;

    - modificao da cintura e da pelve, aparecimento de plos no pbis e nasaxilas, diferentes de acordo com o sexo;

    - aparecimento da barba no homem.

    Essas mudanas corporais tm incio na pr-adolescncia (estiro puberal).Comeam mais cedo nas meninas, abrangendo entre os 10-11 anos e os 15-16anos, enquanto nos meninos vai dos 11-12 anos aos 16-1 7 anos.

    O aumento da estatura e do peso muito acentuado. As meninas aumentamcerca de 4 a 5 kg no peso e de 7 a 10 cm na altura por ano. Os meninosaumentam de 5 a 6 kg e de 9 a 12 cm anuais.

    O desenvolvimento precoce e rpido de alguns indivduos suscita temores dese tornarem gigantes ou desproporcionais, e desejos de passar despercebidos.

    Da mesma forma, outros sentem angstia quando seu crescimento demora. Aocrescer, todos os jovens sentem-se observados e, ao mesmo tempo que osincomoda o olhar dos outros, preocupam-se em agradar fisicamente aosdemais.

    O crescimento corporal no sincronizado, ou seja, as diferentes partes esubsistemas do corpo desenvolvem-se em ritmos diferentes e em momentosdiversos. Logicamente, isso afeta as propores corporais. As mos e os pscrescem, por exemplo, mais depressa do que os braos e as pernas. As pernasesticam-se antes de se completar o aumento da largura dos ombros. O

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    tamanho adulto atingido primeiro pela cabea, mos e ps. Todas essasmudanas bruscas do corpo exigem uma reelaborao do esquema corporal.

    Em geral, "esquema corporal", "imagem do corpo", "conscincia do corpo" e

    "percepo do corpo" so expresses usadas como sinnimas. Mas h autoresque fazem distino entre percepo do corpo e esquema corporal, dado queesse ltimo conceito pretende abarcar tanto o perceptivo quanto as demaisfunes psquicas.

    A IDENTIDADE COMO TAREFA DO ADOLESCENTE AUTO-AFIRMAOE REBELDIA

    Uma das tarefas essenciais do indivduo na adolescncia chegar a umaautodefinio e valorizao e segurana pessoais. O jovem deve alcanarsua identidade, que se expressa como um comportamento prprio econsistente, a fim de permitir que os demais possam prever em parte as suasaes e obter autonomia suficiente para agir sem necessidade de recorrer autoridade e ao apoio afetivo de seus pais. pessoa, um indivduo e precisaser reconhecido como tal. No quer e nem deve ser considerado filho ou filhade algum. A adolescncia , portanto, marcada pela passagem de umaidentidade reconhecida para uma identidade assumida. Na infncia, embora osujeito j esteja consciente de seu "estar no mundo", sua posio mais dadaque apropriada. A tarefa do adolescente, pelo contrrio, consiste em conquistare atribuir-se um novo lugar, a partir do qual poder desenvolver-se como

    pessoa. Esse novo lugar no deve ser simplesmente reconhecido pelos outros,concedido ou dado; deve ser um lugar descoberto e apropriado pelo prprioindivduo. Implica estar consciente de si mesmo como sujeito de sua atividadee fonte da qual flui o que lhe prprio. O "si mesmo" o centro das iniciativas,e no apenas um lugar atribudo ou de impacto dos estmulos sociais.

    Erik H. Erikson13 denomina "integridade" a continuidade que o ser humanopersegue durante todo seu ciclo vital. Para esse autor, o processo daidentidade consiste em uma configurao gradual que integra as qualidadesherdadas, as necessidades pulsionais, as habilidades e capacidades, assignificaes representativas, as defesas e sublimaes eficazes e os papisconsistentes que se estabelecem desde a infncia por meio de sucessivassnteses do ego. A identidade refere-se consistncia que caracteriza umindivduo, apesar das mudanas que ocorrem no tempo, medida que eleavana pelos diferentes papis que desempenha na vida.

    A formao da identidade na adolescncia realiza-se a partir das identificaesanteriores, infantis, que se integram a outras. As identificaes com os paismantm seu significado, embora sejam acrescentadas a elas identificaes

    com figuras ideais, com amigos e companheiros e at mesmo com inimigos(identificao com o agressor temido).

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    Vejamos agora quais so as atitudes paternas que aumen-tam as formasindesejadas de rebeldia.

    Muitos pais negam, no admitem o desenvolvimento de seus filhos. Queriam

    que a infncia deles se prolongasse indefinidamente. Admitir o crescimento dosfilhos faz com que esses pais de algum modo aceitem que vo perd-los comocrianas. Rivalizam com os amigos, namorados e novos vnculos dos filhos esentem cime deles porque em suas fantasias representam ladres furtivosdos afetos. Alm disso, significa aceitar que envelheceram e devem buscarnovas metas de vida conjugal e familiar. E como se, ao terminar, o perodo decriao que absorveu tanto tempo e dedicao dos pais deixasse neles umvazio de sentido, uma falta de objetivos para ir em frente. Em vez de definiruma nova misso, refugiam-se no passado. E o que em uma fase da infnciafoi proteo transforma-se agora em superproteo.

    Os pais querem ser imprescindveis, no aceitam a separao do filho, noconfiam nas decises deles, em seus critrios para agir. Decidem por eles eresolvem os problemas deles mais para negar sua autonomia do que paraajud-los.

    BUSCA DO SENTIDO DA VIDA NO AMBITO DA CULTURACONTEMPORNEA

    A adolescncia um perodo de busca. Theodore Lidz afirma que h uma

    "busca interna para descobrir o que , uma explorao exterior para encontrarseu lugar na vida e uma busca em um 'voc' para atingir a intimidade e podercompletar-se".

    Na seo anterior, seguindo Octavio Fernndez Moujn, consideramos aidentidade infantil perdida e as novas necessidades psicolgicas que levam apessoa a elaborar uma "nova" identidade e a preencher o "vazio" provocadopelas perdas infantis.

    Esse vazio interior gera o desejo de indagar sobre o sentido da vida. Outras

    vezes, as modas culturais manipuladoras dos jovens convertem esse vaziointerior em ressentimento e desespero.

    Descobrir o sentido da vida, encontrar o sentido profundo da realidade, no tarefa fcil para o adolescente contemporneo, para o qual dificuldaderepresentada pelas modas culturais que imperam, pretendendo atribuir a eleum papel passivo e uma viso superficial e hedonista das coisas, somam-se osimpedimentos prprios de sua idade e a necessidade de se esforar de modopessoal.

    Em seu contexto sociocultural, o adolescente deve elaborar seu plano de vida,que significa construir a partir do que j (situao particular atual) para poder

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    atingir o que quer ser (pleni-tude ou amadurecimento), o que faz supor que elebusque caminhos para formar-se e aperfeioar-se.

    O plano de vida supe, por parte do adolescente:

    Auto-conhecimento e auto-aceitao (vou ser eu mesmo) Optar por algosupe sempre algo dado; no h liberdade humana absoluta.

    Primeiro preciso aceitar ser quem . Conhecer e aceitar as prpriasqualidades, limites e defeitos, assim como o meio cultural e o momentohistrico em que se encontra.

    A aceitao de si mesmo no significa conformismo nem renncia ao anseio deperfeio, mas sim o abandono das "falsas perfeies", das "falsaspersonalidades". renunciar falsa auto-afirmao, que parte de iluses ou

    personagens idealizados.

    Desejo de realizar-se (quero chegar a viver em plenitude)

    O anseio por afirmar a si mesmo comea com algo difuso: a pessoa quer seralgo, mas no sabe o que nem como alcanar a sua plenitude.

    Tem a tarefa de assenhorear-se de si, tomar o destino nas prprias mos, oque significa s vezes enfrentar a si mesmo e ao mundo, atingir uma ordeminterior e disciplinar-se. Deve impor limites ao espontneo e saber controlar-se.

    A vivncia da liberdade como potncia expansiva e a sua impacinciadificultam essa tarefa.

    Escolha e confronto.

    A vida do adolescente uma escolha incessante entre diversas possibilidades.Escolher um estilo de vida significa sacrificar outros. O conflito de projetosalternativos em jogo deixa o adolescente ansioso: toma conscincia de que impossvel fugir da responsabilidade de dar uma orientao prpria vida e deque o fato de no escolher tambm representa uma escolha. O ser humano

    no predeterminado; deve escolher no contexto de suas possibilidades, deseu momento histrico.

    A escolha profissional-ocupacional

    A escolha de uma carreira ou profisso vital para o adolescente. Pelaprimeira vez, deve tomar uma deciso pessoal em relao aos problemas maisimportantes para a existncia: o da profisso ou ocupao. Essa escolha exigeo conhecimento das prprias atitudes, interesses e valores, das caractersticasde personalidade, possibilidades e limites. Na escolha profissional-ocupacional

    deve ser levado em considerao o plano ou estilo de vida escolhido, alm das

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    caractersticas da ocupao ou profisso a ser desempenhada e a suademanda social.

    A influncia de pais e amigos positiva quando orienta e oferece modelos

    profissionais ou ocupacionais sem exercer presses.Escolhas rpidas e superficiais costumam ser frequentes no caso daqueles queno suportam a confuso e as dvidas de todo o processo de escolhavocacional e tambm no daqueles que reconhecem ser este um tempo deespera e aceitam as presses exteriores para escolher com rapidez. O xito oufracasso dessa escolha afeta profundamente o desenvolvimento pessoal decada indivduo, alm de repercutir na sociedade qual ele pertence. A pessoainsatisfeita no plano ocupacional-profissional realiza mal a sua tarefa, rendemenos e impede o desempenho de outras. Seu problema tambm se projeta

    no entorno familiar e social em que vive.

    Com o desenvolvimento das sociedades, a escolha profissional tornou-se maiscomplexa, pois os estudos e as ocupaes possveis multiplicaram-se a talponto que a informao a seu respeito exige guias e manuais muito extensos.Por isso, a orientao vocacional no pode ser reduzida aplicao de provasou testes psicomtricos e de interesses, com a posterior discusso com oadolescente. um processo longo, que exige a funo orientadora por parte depais, docentes e amigos, e tem incio na infncia, com os jogos, hobbies,estudos extra-escolares que prenunciam a escolha posterior. Deve ser um

    processo integrado e vinculado ao prprio processo educativo. O especialistaem orientao vocacional pode ser til para assessorar os docentes e o jovemnos casos em que a orientao oferecida pelos pais e professores no forsuficiente.

    A escolha ocupacional-profissional um dos elementos que devem ser levadosem considerao, juntamente com o sentido da vida escolhido, ao se pensarsobre o plano de vida ou projeto vital, ou escolher livremente a vocao. Estadeve ser entendida como uma tomada de conscincia do valor mais alto aoqual o sujeito pode aspirar, valor que lhe descoberto por um "outro", cujafuno ser "mediador" e "modelo"; valor que escolhe livremente como ocaminho para encontrar sua felicidade.

    O desenvolvimento intelectual na adolescncia

    Apesar dos numerosos trabalhos sobre a vida social e afetiva do adolescente,pouco se aprofundou o estudo sobre o pensamento prprio desse perodo. Noentanto, na adolescncia que o ser humano adquire a capacidade de pensare de raciocinar alm dos limites do prprio mundo e das realidades prximas. Acriana transforma-se em uma pessoa cujo pensamento ultrapassa o presente

    e torna-se capaz de elaborar teorias acerca de tudo.

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    Esse processo ocorre em funo de um conjunto estruturado e todas asdedues fundamentam-se em fatos possveis no apenas nos fatosempricos observados. Em outras palavras, o adolescente no se satisfaz,mais, com os fatos empricos superficiais e concebe suas observaes como

    ponto de partida ou como prova dentro de um domnio o mais amplo possvel.

    O raciocnio hipottico-dedutivo permite-lhe extrair todas as implicaes depossveis formulaes, e no apenas coordenar diversos fatos do mundo real,como na infncia.

    VIDA ADULTA.

    O mundo adulto e o processo de amadurecimento humano.

    A vida adulta comeou a ser estudada em um perodo relativamente recente,

    embora no se possa negar que as pesquisas psicolgicas foram, a princpio,realizadas com adultos, e no com crianas, adolescentes ou pessoas idosas.Essas pesquisas faziam parte de estudos sobre as funes psquicas, os quaisseguiam o enfoque da Psicologia Geral e tinham um ponto de vista distante daPsicologia do Desenvolvimento. Nesses trabalhos, o estudo do ser humanotinha como base o modelo do adulto, deixando-se de lado as suaspeculiaridades, o que prprio do perodo adulto do desenvolvimento. Noeram estudadas as diferenas entre os adultos de diferentes idades nem asque os separam dos adolescentes, das crianas e dos idosos.

    importante continuar as pesquisas sobre, entre outros aspectos, o conceito eas vivncias da vida madura, o condicionamento cultural na idade adulta, aimportncia do trabalho, do tempo livre e da famlia na vida adulta, alm deconsiderar as mudanas fsicas prprias desse perodo.

    A vida adulta representa tanto a plenitude fsica quanto o comeo do declnio.Este gradual entre os 20 e os 60 anos e pode ser em parte atenuado ouadiado por um estilo de vida saudvel

    No declnio fsico da vida adulta deve ser considerada a forma como as

    funes psicolgicas so afetadas. Na vida diria, todo indivduo utiliza umaparte da capacidade de seus rgos. Cada um desses rgos tem umacapacidade extra, chamada de "reserva de rgo", para ser utilizada emsituaes ou em condies pouco usuais ou estressantes. nessa capacidadede reserva que se produz primeiro o declnio funcional. Por isso, uma pessoade 50 anos mais lenta e cansa-se mais do que uma de 20 quando sobevrios andares pela escada. Por outro lado, no desempenho profissional nafbrica ou no escritrio no se observam diferenas significativas quanto aorendimento entre pessoas de 50 e de 20 anos. Da mesma forma, maior a

    presso arterial de uma mulher grvida de 40 anos do que de uma de 25.Depois do parto, no h diferenas significativas no comportamento funcional

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    dos rgos de ambas. Nos ltimos anos, houve um aumento da expectativa devida, decorrente de vrios fatores, entre os quais os avanos da medicina, aausncia de guerras, que em pocas anteriores dizimaram populaes inteiras,a melhoria das condies sanitrias ou as polticas ou ideologias que propem

    a diminuio do ndice de natalidade. Como consequncia, entre outrosfenmenos, a populao dos pases desenvolvidos formada cada vez maispor pessoas adultas e idosas, enquanto o nmero de crianas diminui. Essapopulao adulta e idosa apresenta novas exigncias tanto para a cincia e aindstria quanto para as diferen-tes instncias culturais.

    difcil distinguir as etapas posteriores adolescncia por causa daimpossibilidade de se determinar limites e momentos-chave comuns a todas aspessoas no transcurso desse ciclo vital.

    Aqui, propomos a seguinte distino:

    juventude ou segunda adolescncia (18 a 25 anos);

    vida adulta jovem ou precoce (25 a 30 anos);

    vida adulta mdia (30 a 50 anos), amadurecimento adulto, crise da meia-idade;

    vida adulta tardia ou segunda vida adulta (50 a 65 anos).

    Juventude e vida adulta.A juventude costuma ser denominada segunda adolescncia, adolescnciasuperior ou perodo de amadurecimento adolescente, devido "moratria" ouprolongamento artificial da adolescncia na sociedade contempornea, jassinalada anteriormente. uma etapa artificial de transio at o indivduochegar autonomia e responsabilidade plena.

    Durante esse perodo, as estruturas intelectuais e morais atingem o auge(como vimos no t. 1, cap. V); diminuem as mudanas fisiolgicas (pice fsico eintelectual); h estabilizao afetiva, ingresso na vida social plena, incio dotrabalho e/ou dos estudos superiores; tambm frequente o incio da vidamatrimonial. A pessoa atinge o auto-sustento social, psicolgico e econmico.

    Do ponto de vista fsico, a poca da plenitude, caracterizada pela juno defora, energia e resistncia. Aos 25 anos, a maior parte das funes corporaisest completamente desenvolvida. Tambm por volta dos 25 anos atinge-se afora muscular mxima2 e, aos 20, a maior agudeza sensorial.

    Os homens atingem sua estatura mxima por volta dos 21 anos e as mulheres,por volta dos 18.

    Levison divide a juventude e a vida adulta jovem em trs estgios:

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    1. Sada do lar (18 a 24 anos): passagem da vida pr-adulta para adulta. Maiorindependncia em relao aos pais, tanto econmica quanto psicolgica. Maiorcontato com instituies que do ao jovem um status "intermedirio" entre oque ele tem na famlia e o que ter na vida adulta (universidade, status de

    estudante; exrcito, status de soldado; empresa, status de estagirio).

    2. Ingresso no mundo adulto (24 a 28 anos): est mais no mundo adulto do queno lar. Explora suas possibilidades de vida.

    Adquire maior autonomia. Constri uma estrutura de vida estvel.

    3. Transio para a quarta dcada (28 a 33 anos): poca de reafirmar oscompromissos assumidos anteriormente luz do que conquistou, e assim seliberar de alguma forma dos afazeres dirios para abrir-se a uma novaperspectiva de vida, com uma gama mais ampla de possibilidades, talvezaquelas deixadas de lado na primeira escolha profissional-ocupacional como"pendncia"

    Erik H. Erikson denomina "vida adulta jovem" as etapas que estamosconsiderando, cuja problemtica central a conquista da intimidade; caso estafracasse, o indivduo cai no isolamento. O adulto jovem j tem uma identidadepessoal definida e preparada para o vnculo de intimidade com os demais.

    Para Erikson, a intimidade supe "a capacidade de entregar-se a afiliaes eassociaes concretas e de desenvolver a fora tica necessria para cumpriresses compromissos, mesmo quando eles podem exigir sacrifciossignificativos". O adulto jovem est capacitado para enfrentar os medos daperda do ego prprios de situaes que exigem o auto-abandono comomovimento de xtase e a entrega, como, por exemplo, a solidariedade entreamigos, a unio sexual, a intimidade do casal. Os medos extremos de perda doego em tais experincias levam ao isolamento, ao distanciamento interpessoal.

    So interessantes os aspectos que Erikson enumera para alcanar averdadeira genitalidade e para que esta tenha um significado social perdurvel:

    1. Mutualidade do orgasmo;

    2. com um companheiro amado;

    3. do outro sexo;

    4. com quem se pode e se deseja partilhar uma confiana mtua;

    5. com quem se pode e se deseja partilhar os ciclos do trabalho, procriao elazer;

    6. a fim de tambm garantir descendncia todas as etapas de umdesenvolvimento satisfatrio.

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    A possibilidade de estabelecer uma relao de intimidade marca o final daadolescncia em termos psicolgicos e desenvolve-se durante a juventude e avida adulta. A seguir, veremos com maiores detalhes o surgimento do vnculode intimidade.

    Vida adulta mdia.

    Amadurecimento e crise da meia-idade.

    Idade madura, idade adulta propriamente dita, idade da plenitude. a pocamdia em que o indivduo pode ver como o curso definitivo da sua vida. Porum lado, percebe que no est no incio de um caminho, que a direo da suavida j est dada. Por outro, pode sentir de forma dramtica que ainda noencontrou um norte. Em ambos os casos, porm, considera necessrio avaliarat onde chegou em sua vida, em seu projeto.

    A passagem da vida adulta jovem para a vida adulta mdia implica um certoestado de nimo, mais do que mudanas corporais especficas, comparadascom as que assinalam o incio da adolescncia ou da prpria vida adulta jovem.Em termos fsicos, destacam-se apenas a dilatao e o aumento do corpo.

    O mpeto juvenil substitudo, em parte, por uma maior capacidade deconcentrao, perseverana e resistncia. um perodo em que aumenta ocabedal de experincias pessoais, crescem as atividades individuais e delineia-se a individualidade de modo mais ntido. Predominam a estabilidade, aprofundidade e o sossego. Os estados passionais prprios da adolescncia ejuventude so atenuados e do lugar a sentimentos ou estados sentimentaismais profundos e perdurveis.

    Erik H. Erikson, ao considerar esse estgio da vida adulta, afirma que a suaconquista caracterstica a capacidade generativa; se o indivduo fracassa,enfrenta a estagnao. A capacidade generativa consiste na preocupao emorientar as novas geraes. O conceito de generativo inclui os de produtividadee de criatividade.

    Alm de ser valorizada por aqueles que orienta, a pessoa tambm precisasentir-se necessria, precisa do alento daquilo que produziu e de que devecuidar. Nesse sentido, muito importante a posio de Erikson no que serefere dependncia das crianas e a suposta independncia dos adultos, queseria melhor chamar de autonomia e interdependncia. Ele afirma: "Ainsistncia, hoje muito em moda, de dramatizar a dependncia em relao aosadultos nos faz com frequncia dar pouca importncia dependncia que agerao mais velha tem em relao mais nova".

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    No basta ter filhos para alcanar a capacidade generativa, pois a paternidadeno sinnimo da capacidade generativa e esta, por sua vez, vai almdaquela.

    O mesmo Erikson assinala que a renncia ao direito de procriar, caractersticade pessoas pertencentes a determinadas instituies religiosas, por um ladofacilita a dedicao ao estudo das questes ltimas e a uma relao especialcom Deus; por outro, canaliza-se no cuidado das criaturas necessitadas e dacaridade, o que lhes permite transcender. Em uma mesma linha depensamento, no podemos deixar de citar outros homens e mulheres que, semuma renncia explcita procriao, deixam de lado essa tarefa natural paradedicar suas vidas, generosamente, ao cuidado dos necessitados, a umaprofisso, arte, cincia, ou seja, a atividades transcendentes, que vo almde seus interesses pessoais.

    A capacidade de "perder-se" no encontro com o outro por exemplo, no casalem que se encontram dois corpos e duas personalidades leva a umaexpanso gradual dos interesses do eu. Sem o enriquecimento da vida interior,a pessoa fica estagnada e passa a buscar compulsivamente uma pseudo-intimidade e uma pseudo-identidade.

    Para Erikson, o amadurecimento atingido quando a pessoa, de algumaforma, cuida de coisas e de outras pessoas, consegue adaptar-se aos triunfose desiluses prprios do ser que gera, de outros seres humanos ou produtos e

    idias, marcas que testemunham sua passagem pelo mundo.

    O que caracteriza a personalidade madura uma questo crucial para aPsicologia do Desenvolvimento. Como Cordon Allport, tambm acreditamosque, "ao afirmar que uma pessoa mentalmente s, normal e madura,devemos saber o que so sade, normalidade e maturidade. A Psicologia porsi s no pode nos dizer isso. O juzo tico tambm est a implcito".7

    O conceito de maturidade tirado da prpria natureza e refere-se evoluoque chega ao fim previsto. Amadurecer progredir paulatinamente em direo

    a uma meta. Para C. Pedrosa,'0 o amadurecimento que envolve apersonalidade s pode ser atingido na idade adulta. Os aspectos fundamentaisdesse amadurecimento adulto so:

    harmonia das funes que supem o autogoverno;

    viso global objetiva do mundo. Supe experincia vital e a sada de simesmo, assim como incluso da morte no plano de vida;

    aceitao das limitaes e possibilidades tanto da realidade externa quantoda interna;

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    aceitao de responsabilidades; independncia e espontaneidade nopensamento e na ao;

    autoconfiana e serenidade.

    A experincia um fator de grande importncia com o qual s se pode contar apartir da vida adulta.

    A seguir, transcreveremos uma seleo de pargrafos, extrados da obra dopsiclogo existencialista norte-americano Rollo May11 sobre as dificuldades dohomem na sociedade con-tempornea para reencontrar o caminho do bem-estar interior e alcanar sua plenitude:

    Em qualquer poca, a coragem a virtude necessria ao ser humano paraatravessar a estrada acidentada que leva da infncia maturidade. Mas, numa

    poca de ansiedade, de moral gregria para as massas e isolamento pessoal,a coragem uma virtude sine qua non. Nos perodos em que os costumeseram guias mais consistentes, o indivduo ficava mais protegido em suas crisesde evoluo; mas nos tempos de transio como o nosso ele fica por contaprpria mais cedo e por um perodo mais prolongado. Coragem a aptidopara enfrentar a ansiedade que surge na conquista da liberdade. a inclinaopara diferenciar, sair do reino protetor de dependncia paterna para novosplanos de liberdade e integrao. A necessidade de ser corajoso surge no snesses estgios em que o rompimento com a proteo paterna mais bvio

    tais como o nascimento da autoconscincia, a ida para a escola, aadolescncia, as crises do amor, o casamento e finalmente a morte comotambm a cada passo, quando a pessoa se afasta do ambiente familiar parafronteiras desconhecidas. "Coragem, em ltima anlise", segundo oneurobilogo dr. Kurt Goldstein, "nada mais seno uma resposta afirmativaaos choques da existncia, que precisamos suportar para atualizar a nossaprpria natureza".

    O seu oposto no a covardia, e sim a ausncia de coragem. Dizer quealgum covarde no significa o mesmo que afirmar que ele preguioso.

    Revela simplesmente que uma potencialidade vital no foi realizada, ou estbloqueada.

    O oposto de coragem, quando se procura compreender o problema em nossaprpria poca, a conformidade automtica.

    A coragem para ser autntica dificilmente seria considerada a maior virtude dosnossos tempos.

    Vida adulta tardia ou segunda vida adulta.

    A vida adulta jovem caracterizada pela expanso, pela afirmao de simesmo por meio do casamento, da realizao profissional e da obteno de

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    uma posio social. A vida adulta mdia representa o auge e a poca dereflexo sobre o fim do caminho da vida percebido como um horizonte agoramais prximo. A angstia existencial recrudesce e a pessoa sente ainsignificncia da vida individual em um tempo e em um espao infinitos.

    Inicia-se agora a segunda vida adulta e, parafraseando Carl Gustav Jung,podemos dizer que "ao soar do meio-dia tem incio a descida". E uma etapaque vem aps o meio-dia da vida e governada pela restrio e pela reduoao essencial. O auge da capacidade fsica j passou, sobrevindo o declnio.Surgem as rugas e o cabelo embranquece. Aumenta a queda do cabelo epercebe-se a perda do vigor e do tnus muscular. Surgem os primeiros"achaques", ou lentido fsica, um certo cansao geral e uma perda deelasticidade. Por isso, a pessoa comea a falar "do que sou e do que fui". Somudanas que, por um lado, provocam sentimentos de inferioridade,

    especialmente no trato com pessoas mais jovens. Por outro lado, a pessoapassa a ser considerada pelos demais como algum "de certa idade".

    A diminuio do sentimento do prprio valor mais frequente no caso daspessoas que se fixaram no pseudo-idea da eterna juventude. Muitos negam otranscurso dos anos e vestem-se de acordo com a moda jovem, recorrem cosmtica e cirurgia para alisar a pele. Outros assumem atitudes dehostilidade e ressentimento diante dos jovens, muitas vezes com a justificativade defesa dos valores morais, encobrindo na verdade a inveja que sentemdeles.

    A integridade est associada segurana acumulada do ego. Esse autorrelaciona a integridade do ego do homem adulto com a confiana infantil, que o primeiro dos valores do ego, e afirma que a confiana implica a seguranaquanto integridade do outro. Dessa forma, por exemplo, as crianas notero medo da vida se seus pais ou responsveis tiverem a integridadenecessria para no temer a morte.

    Quem tem integridade est sempre pronto para defender a dignidade de seuprprio estilo de vida, embora tambm perceba e tolere os diferentes estilos devida que deram significado ao esforo humano. Isso exige um amor ao ego quesupera o narcisismo, como uma experincia que transmite um sentido espirituale transcendente. Significa um amor novo e diferente em relao aos pais,talvez ausentes, mas sempre presentes como "imagos", e tambm significa aaceitao do prprio ciclo vital.

    A consolidao final, afirma Erikson, permite que a vivncia diante da morteatenue seu carter atormentador (medo da morte). O desespero expressa osentimento de que agora o tempo curto, demasiado curto, para tentar abrir

    novos caminhos e alternativas para alcanar a integridade, pois a morte omomento terminante, e no s determinante; o ltimo instante da sequncia

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    do tempo vivido para realizar o sentido da vida escolhida, para configurar,segundo esse autor, nossa prpria figura.

    VELHICE.

    Embora o estudo do problema da velhice possa ser rastreado at os primeirospensadores da humanidade, muito recente a pesquisa cientfica do processode envelhecimento, assim como o desenvolvimento na Medicina e naPsicologia das especialidades de gerontologia e psicogerontologia. Apsicogerontologia, ou a psicologia evolutiva da velhice, desenvolveu-sepraticamente a partir da dcada de 60. Da mesma forma, a geriatria, oumedicina gerontolgica, uma disciplina que adquiriu impulso depois daSegunda Guerra Mundial, com a consolidao das chamadas sociedades debem-estar e consumo dos pases desenvolvidos. A pediatria j era uma

    especialidade importante no sculo XIX e, no incio do sculo XX, foramconstrudos muitos hospitais infantis em todo o mundo. Porm, a existncia deservios de gerontologia e de uma poltica sanitria para as pessoas idosas,que so to ou mais vulnerveis aos problemas fsicos e psquicos do que ascrianas, limita-se aos ltimos anos.

    Em demografia, quando se faz o grfico da quantidade de habitantes segundoas idades, fala-se de uma "pirmide" populacional. Essa imagem geomtrica usada porque a larga base de sujeitos de poucos anos de vida decresce deforma significativa at se chegar escassa populao idosa. Hoje, na maioria

    dos pases desenvolvidos e at mesmo em alguns em vias dedesenvolvimento, seria preciso falar de "cilindro" populacional ou de "pirmide"invertida, porque a distribuio por idades equilibrou-se ou porque h francopredomnio de adultos e idosos.

    A populao de 65 anos ou mais,16 em 1980, representava 15,5% doshabitantes da Alemanha Federal, 13,5% da populao da Frana e da Itlia,11,4% dos Estados Unidos, 8,2% da Argentina e 3% dos pases africanos. NoBrasil, em 1950, os maiores de 65 anos representavam apenas 4,2% dapopulao; em 30 anos, quase duplicou esse percentual.

    O aumento da populao de idosos deve-se no s maior expectativa de vidagerada pela melhoria das condies sociais e sanitrias, mas tambm diminuio da taxa de natalidade. Nos pases de maior desenvolvimento, onmero de pessoas de idade muito avanada (mais de 85 anos) aumentoumais de 60% nos ltimos dez anos. O aumento da expectativa de vidaprovocou o prolongamento do estgio da velhice e fez com que secomeassem a distinguir etapas nesse estgio, como, por exemplo, pr-senilidade ou senescncia, senilidade, terceira e quartas idades (pessoas

    acima de 80 anos). Na Antiguidade, o sistema de valores dos idosos era emgeral adotado pela sociedade e eles tinham um papel de assessoria e de

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    orientao nas grandes decises da comunidade, como, por exemplo, noschamados Conselhos de Ancios em muitos povos. Nos setores dirigentes dassociedades ainda h valorizao das pessoas idosas, que conservam seuprestgio e poder; a marginalizao hoje ocorre especialmente no caso do

    ancio mdio.

    Considera-se que os principais fatores que influem negativamente no processode envelhecimento so:

    privao de uma atividade ocupacional; condenao passividade: aaposentadoria, s vezes, mais do que um direito adquirido, uma verdadeiracondenao social e econmica;

    doenas fsicas e enfraquecimento corporal;

    lentido das funes psquicas;

    diminuio ou excluso das atividades prazerosas e agradveis da vida;

    medo diante da aproximao da morte.

    A seguir vamos falar do conceito de velhice, das teorias sobre oenvelhecimento e das caractersticas do idoso. Devemos lembrar que oenvelhecimento faz aumentar as diferenas psicolgicas dos sujeitos. Osidosos, ainda que de uma mesma cultura, so muito mais diferentes entre si do

    que as crianas ou os adolescentes. Estes tendem a manifestarcomportamentos mais uniformes entre si.

    Teoria sobre o processo de envelhecimento.

    Desde a Antiguidade, a ateno dos pensadores e dos povos voltou-se paratemas como as causas do envelhecimento, como prolongar a vida, a busca deprocessos de rejuvenescimento (a fonte da eterna juventude).

    No obstante, nas sociedades de bom nvel de vida, 80% das pessoas commais de 65 anos sofrem de pelo menos uma enfermidade crnica; quanto

    quelas com mais de 85 anos, 40% necessitam de algum tipo de ajuda em suavida diria e 20% sofrem de algum grau significativo de processo demencial.

    Assim como a velhice foi comparada enfermidade, comum algum tipo deanalogia entre a criana e o idoso.

    A velhice levaria a uma situao mental semelhante da infncia, como osromanos diziam: senectus est altera pueritia (a senectude uma outrainfncia). Romano Guardini considera muito superficial a analogia entre ainfncia e a velhice, que d a esta o nome de segunda infncia. A criana

    mais frgil e menos capaz de defender-se por si mesma. Alm disso, soidades totalmente diferentes: por um lado, enquanto em uma predomina o

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    crescimento e o futuro, na outra prima a decadncia; por outro, o esforo vitaltende a conservar o j existente e a retardar o processo de deteriorao.

    Na atualidade, as teorias genticas19 afirmam que o ciclo vital, seja de uma

    clula ou organismo, geneticamente determinado. Os genes contm ainformao ou o programa que determina o processo de envelhecimento, demodo semelhante ao que determina a cor dos olhos ou dos cabelos. Essasteorias so em parte comprovveis, dada a existncia, em meios sociais eeconmicos semelhantes, de famlias de pessoas com vida mais longa eenvelhecimento mais tardio.

    Para outras teorias genticas, as clulas morrem como resultado de "erros"que ocorrem na formao de protenas-chave, especialmente de enzimas. Raraa teoria da mutao somtica, o envelhecimento seria o produto do acmulo

    gradual de clulas modificadas, que no funcionam normalmente.

    Os modelos que consideram o idoso marginalizado ignoram tanto as mudanascorporais quanto a problemtica prpria do ancio, como, por exemplo, aatitude em relao iminncia da morte, ou o valor da experincia acumulada,ou o significado de ser av.

    Tudo isso no significa negar a influncia social no processo deenvelhecimento. A sociedade atribui um papel pessoa idosa e dela quedepende, em grande parte, que o envelhecimento transforme-se ou no em um

    problema para o indivduo.Por ltimo, queremos destacar que a velhice no uma mera conveno socialnem se esgota na realidade biolgica.

    Romano Guardini, em um modelo personal-espiritualista, afirma que, medidaque envelhece, a pessoa espera cada vez menos, diminuindo a expectativa e aanlise das possibilidades futuras. Simultaneamente, intensifica-se a sensaode transitoriedade. Os acontecimentos, sem perder seu valor, impressionammenos o idoso, que no os leva to a srio, por julg-los com base em sua

    sabedoria, e no na dinmica adulta.Os que no querem ser velhos e no se aceitam como tal afastam o olhar dofim que se aproxima, aferrando-se ao estgio vital passado e pretendendo svezes equiparar-se aos jovens. Outros capitulam diante do envelhecimento,renunciando busca da plenitude e aferrando-se ao que ainda tm. Estesdesenvolvem um egosmo senil, um af de valer, de dominar tiranicamente seumeio para obter a sensao de que ainda so importantes.

    O velho sbio no ativo, mas irradia sua sabedoria e experincia; seucomportamento manifesta a transparncia de sua vida. Ressaltam-se suaexperincia e sua capacidade de julgamento.

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    Modificaes corporais.

    As modificaes corporais so mais notrias entre os 75 e os 80 anos(involuo ou decrepitude). O idoso encurva-se, seus ligamentos e articulaes

    enrijecem-se, seus ossos ficam frgeis, o tecido muscular perde elasticidade,sua atividade metablica e sua capacidade respiratria diminuem. Portanto, eleperde mobilidade, agilidade e autonomia; seus movimentos so, em geral, maisdesajeitados.

    A diminuio da irrigao sangunea afeta as extremidades, em especial ocrebro, que muito sensvel reduo de oxignio. Produz-se tambm umadiminuio da velocidade condutora dos nervos ("perda de reflexos").

    A deteriorao das funes sensoriais no inevitvel, como demonstrado porpesquisas atuais. Um estudo realizado nos Estados Unidos com pessoas de100 anos de idade mostrou que 9% enxergavam bem sem culos, 62% tinhamboa viso com culos, 29% tinham dificuldades de viso mesmo com culos e4% eram cegas. Outras pesquisas apresentam dados semelhantes quanto possvel e temida deteriorao das funes auditivas, gustativas ou olfativas.Na dificuldade para o exerccio sensorial no podemos deixar de reconhecer ainterveno do mecanismo defensivo de negao, que fica evidente tanto emestudos minuciosos de laboratrio quanto nas experincias cotidianas.

    A preocupao com o corpo e o declnio fsico manifesta-se claramente nas

    conversas das pessoas idosas. Predominam os comentrios sobre doenas,acidentes, operaes, funcionamento intestinal, ingesto de alimentos. umatemtica que as une por serem da mesma gerao e tambm um dosmotivos que em parte isola-as do restante de se A sexualidade do idoso, damesma forma que a da criana, foi negada durante muito tempo,principalmente antes da redefinio do conceito introduzido por Freud. Essaescola considera que aceitar a sexualidade dos idosos significa aceitar asexualidade dos prprios pais, que se estende geralmente a todas as pessoasmais velhas. H a uma barreira difcil de ser superada. us congneres.

    Modificaes na capacidade de rendimento das funes psquicas.

    Muitas pesquisas atuais afirmam que as funes psicolgicas modificam-se deforma diversa no decorrer da vida, e assim questionam a diminuio dacapacidade intelectual na velhice. Consideram que a inteligncia umaunidade funcional de faculdades primrias relativamente independentes entresi, que agem em conjunto, em constelaes especficas, para a soluo dosdiversos problemas, e nas diferentes etapas vitais ocorrem deslocamentos ereorganizaes dessas funes.

    As funes psicolgicas atingem seu ponto mximo em momentos diferentes.Assim, por exemplo, na juventude predominam as funes que podem ser

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    definidas como a inteligncia fluida (agilidade mental, capacidade decombinao, orientao em situaes novas) e com a idade aumentam asfaculdades compreendidas no conceito de inteligncia cristalizada(conhe-cimentos gerais, saber com base na experincia, vocabulrio,

    compreenso da linguagem). Desse modo, algumas teorias afirmam que, almde no haver diminuio do rendimento intelectual, produz-se uma modificaoqualitativa, ou seja, surgem outras modalidades do complexo ato humano depensar. Nesse perodo vital, como em outros, por exemplo na infncia, ummeio estimulante fundamental para a manuteno das faculdadesintelectuais.

    Quanto aprendizagem, h diferenas significativas entre os adultos e osidosos. Estes exigem mais tempo e material mais organizado e menoscomplexo do que aqueles. No processo de aprendizagem, so mais sujeitos a

    perturbaes que os jovens e os adultos. Por exemplo, as pausas intercaladasdurante os exerccios, que fazer melhorar os resultados da aprendizagem nosjovens, no caso dos idosos geralmente pioram-no. A aprendizagem por partes mais favorvel aos jovens, enquanto a global o para os idosos.

    O adulto com formao intelectual deixa de lado os elementos acidentais etrabalha com fatores essenciais e generalizaes. Por isso, a decadncia dorendimento intelectual maior no caso do idoso de menor formao.

    A disposio interna para captar e reter fundamental no caso dos idosos que

    conservam a capacidade de aprender.

    Muitos perdem essa capacidade porque se fecham realidade e a novasexperincias que podem ser frustrantes (retirada ou recuo do ego).

    comum ouvir falar da dificuldade de memria do idoso, que o tornaria poucoconfivel para algumas tarefas. Porm, o problema de perda da memria pequeno e ocorre apenas com alguns tipos de memria. A mais afetada pelaperda da capacidade devido idade a memria secundria, aquela querecupera um dado vrios minutos ou horas depois de ser apresentado

    pessoa, e no a memria primria, a qual permite recordar um dado poucotempo depois de ter sido informado.

    Paradoxalmente, os idosos conservam a informao mnemnica do acontecidomuitos anos antes (memria terciria).

    A funo intelectual, a memria e a aprendizagem so as mais questionadasno rendimento senil. Os pesquisadores atuais, porm, jogam por terra essascrenas e enfatizam as diferenas qualitativas entre o idoso e o jovem ou oadulto em seus desenvolvimentos e conquistas.

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    Modificaes da personalidade.

    As modificaes corporais anteriormente mencionadas favorecem a constantemodificao da imagem fsica. Os ajustes so acompanhados de sentimentos

    depressivos de perda e de temores pela crescente vulnerabilidade e lentidodo corpo para adaptar-se s exigncias do meio. Isso diminui a auto-estima, oque leva os idosos a negar o envelhecimento ou a atribuir todos os seusproblemas a dores fsicas, projetando todos os seus conflitos e inseguranasno corpo (tendncia hipocondria).

    Marta Leonor Mndez,31 seguindo o modelo de Arminda Aberastury sobre oslutos da adolescncia, prope os quatro lutos bsicos da velhice descritos aseguir:

    1. O luto pelo corpo potente. E uma tomada de conscincia do declnio fsico.

    2. O luto pelo papel paternal. Ocorre quando o papel de tipo paternal, ou ageneratividade qual se refere Erikson, no pode ser desempenhado total ouparcialmente devido a impedimentos fsicos, psquicos ou sociais(enfermidades, internao). Tambm ocorre quando o indivduo passa do papelpaterno para o da nova identidade de av.

    3. O luto pelo papel social. Desencadeia-se devido aposentadoria, perda dopapel profissional e econmico.

    4. O luto pela perda de relaes objetais significativas (descatexizao), como,por exemplo, as perdas de amigos e familiares ou a viuvez. O indivduo aferra-se ao passado, que foi gratificante, em detrimento da possibilidade atual decomunicar-se com os demais.

    Nesse instante da vida, a personalidade, como constante relao entre o eu e omundo, um mundo visto a partir do ego e um ego influenciado pelo mundo, objeto de um retraimento, de uma volta cada vez maior para o mundo interior.Disso decorrem a elevao das defesas diante do externo e a dor causadapelos aspectos perdidos da personalidade, que sempre est em constante

    mudana.

    Os avs.

    O relacionamento entre os avs e os netos o vnculo adulto mais significativodepois da relao entre pais e filhos. Arthur Kornhaber,32 em suas pesquisas,descobriu que as crianas que mantinham estreita ligao com pelo menos umdos avs eram diferentes daquelas que o faziam de forma intermitente oupouco frequente. As de estreito vnculo com os avs tinham um alto sentido depertena famlia e comunidade, uma melhor socializao. Nelas, diminua a

    atitude de preconceito em relao aos idosos, porque se sentiam amadas porpessoas de idade avanada, e tambm diminua o medo da velhice.

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    Os avs oferecem aos netos, pelo simples fato de estar com eles, um marcomais geral de controle (continncia) e aceitao afetiva. Alm disso, oferecem-lhes um espao e encontro pessoal diferente do oferecido pelo grupo de parese pelos pais.

    Nesse espao, os netos podem aprender com as experincias dos avs, pormeio de histrias de outros tempos e de outros modos de vida. Os avsrepresentam a segunda linha de segurana para a criana.

    Os avs exercem influncia sobre a criao tanto de modo direto quantoindireto. Diretamente, ao administrar, por exemplo, cuidados, levando ascrianas a passear, orientando-as com seus relatos; indiretamente, orientandoou apoiando os pais da criana. Alguns avs fogem de seu papel ("j crieimeus filhos e j cumpri meu papel"); outros competem com os pais pela

    educao dos netos e so ento recriminados por ser intrometidos econtroladores. Ser av ou av, em termos normais, supe uma relaoharmoniosa no seio familiar entre as trs ou quatro geraes (no caso de haverbisavs) e a dedicao famlia como filosofia de vida. Permite um maiorintercmbio entre os membros e ajuda a repartir os papis e responsabilidades,de maneira que os pais no se vejam amarrados, como no caso dofuncionamento da famlia nuclear. Dessa forma, a famlia extensa podesolucionar os problemas da educao das crianas com seus prpriosre-cursos, sem recorrer sociedade (por exemplo, creches e esco-las paracuidar do beb enquanto a me trabalha).

    importante, porm, levar em considerao que, em muitos casos, os paisdelegam a criao e a educao de seus filhos aos avs, seja porquenecessidades imperiosas levam a mulher a trabalhar fora do lar, seja porqueela tem necessidade de se desenvolver profissionalmente. Em qualquer umdesses casos ocorre um desvio de funes: os avs, de algum modo, ocupamo lugar dos pais, j que estes, devido a suas propostas sociais, assumem maiso papel de provedores que o de orientadores, ou seja, o papel daqueles queacompanham, que escutam; daqueles que permanecem como um referencial

    constante, a quem recorrer a qualquer momento.A maioria dos idosos prefere viver independentemente, embora em estreitocontato social e emocional com os filhos e netos. H uma busca de maiorproximidade interior, ao mesmo tempo que se tenta manter o distanciamentoexterior.

    A dor, a doena e a morte.

    Viktor Frankl afirma que no existe na vida nenhuma situao sem sentido.Mesmo os aspectos da existncia humana que poderiam ser considerados

    negativos, como o sofrimento e a enfermidade, podem, com a disposio e aatitude adequadas, ser transformados quando se encontra um porqu. Essa

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    atitude diante das limitaes da vida e do destino coloca em jogo a realizaodos "valores de atitude", na qual o homem um ser consciente e responsvelpela formao de seu prprio sentido.

    A doena ou a proximidade da morte nos levam a aproveitar ao mximo asoportunidades para a realizao desses valores.

    O idoso e sua famlia enfrentam a doena, a dor e a morte com um terceiropersonagem, que o mdico. O tringulo ancio-famlia-mdico interage dediferentes formas, s vezes mveis e carregadas de fantasias.

    A doena mobiliza fantasias, afetos e papis nos membros do ncleo familiar.Assim, uma enfermidade sbita comove e obriga a uma modificao sbita depapis, diferentemente da enfermidade crnica, que permite uma adequaoprogressiva da famlia situao. Muitas vezes, delega-se ao irmo ou irmsolteiros o papel de cuidar do idoso doente. Em alguns casos, h competiopara cuidar do enfermo, ou discusses por delegar o cuidado ao que ocupa opapel de enfermeiro. Sempre, porm, so mobilizadas culpas e hostilidadesentre familiares, que se acusam mutuamente de no dar ou de dar o cuidadonecessrio.

    Essas representaes atualizam velhas pendncias no resolvidas.

    No devemos adoecer com o doente, mas sim acompanh-lo. Por isso, importante a atitude da famlia diante dele. E um momento importante no spara transmitir nimo e oferecer cuidados, mas tambm para poder viver osentido da vida e do adoecer. Partilhar a vida de um enfermo, seus valores eatitudes permite-nos muitas vezes modificar os prprios hbitos,comportamentos e at mesmo nossa forma de vida, o sentido de nossas vidas.Da mesma maneira, permite-nos pensar sobre nossa enfermidade e morte.

    O nascimento e a morte eram at pouco tempo atrs acontecimentos familiaresque ocorriam no lar. Mas agora, nas grandes cidades desenvolvidas, a morte negada ou expulsa da vida cotidiana e familiar. A maioria das pessoas morre

    em hospitais ou em casas de repouso, sob os cuidados do mdico ou daenfermeira.

    Nesses locais, muitas vezes com alta complexidade tcnica, a famlia enfrenta,diante dos mdicos e na ausncia do idoso doente, duas atitudes extremas: porum lado, h os que propem desde a eutansia at outras medidas paraantecipar a morte e evitar a dor; por outro, h tentativas de prolongar a vida demodo artificial. Assim, alguns enfrentam a morte com uma atitude onipotente,que os converte em "donos" desse instante final, enquanto outros deixam o serquerido quase apenas na companhia de aparelhos, separado "mecanicamente"

    dos rostos daqueles que mais amou e pelos quais viveu.

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    Fundamentalmente, est em jogo, aqui, o sentido da vida e da morte do idosoenfermo, e isso que a famlia e a sociedade devem respeitar, buscando emuma morte digna uma terceira soluo.

    Tempo, morte e eternidade.Nestas pginas finais queremos apresentar para reflexo o pensamento deEduardo Spranger, que est vinculado ao desenvolvimento da existnciahumana, com seus temas fundamentais, suas crises, suas realizaes. Esseautor considera que, se algum limita a vida ao transcorrer biolgico, talvez novalha a pena viv-la nem desde o incio e muito menos no final.

    Porm, se leva em considerao que esta vida humana, como vida espiritual, portadora de sentido, transcendente, a pessoa eleva-se a outra dimenso.Uma vida sem esse contedo no digna de se viver. Vive-se apenas para oscontedos que do sentido. Mais ainda: tambm se morre por eles.

    O idoso, de alguma forma, encontra-se com os dias cumpridos, muito alm datemporalidade; da no haver nada mais enigmtico do que a relao quemantm com o tempo. Para ele, como se o passado se fizesse presente ecomo se sua juventude estivesse mo; outros, porm, aferram-se aomo-mento presente talvez como tentativa de det-lo; h uma terceira instncia:a dos mais vigorosos, que penetram o futuro com o olhar claro da "sabedoria".

    aqui que o passado impregnado de eternidade, extinguiram-se o vir a ser ea ao para deixar em seu lugar a sabedoria contemplativa. Como decorrncia,o idoso v o mundo e a vida humana como sub specie aeternitatis, ou seja, sobo olhar da eternidade.

    O idoso retirou seu Eu do mundo, afastou-se da luta diria e, no retorno para ainterioridade, ao ncleo mais ntimo do seu ser, comprova que algo se salvoudaquela corrente tempestuosa e tumultuosa da vida passada. A interioridaded testemunho de um eterno sentido que transcende a ordem tempo-espao domundo. Como consequncia, existimos com e na esperana de transcender a

    morte. Tentamos, de diferentes modos, super-la: seja na recordao de nossafamlia ou amigos, seja na criao de uma obra de arte ou em outracristalizao de projeto nosso, como uma fbrica, uma inveno ou aconstruo de um objeto; seja, talvez, na ltima sementeira de flores para umaprimavera que no veremos; h tambm aqueles que transcendem a morteenquanto desejam e esperam outra vida, j no sujeita matria, dor, doena, que lhes permita alcanar e contemplar o Absoluto, Deus.

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    Concluso

    Os motivos que me levaram a escolher este tema deve-se ao facto de a vidaconstituir o nico meio de que nos dispomos para aprimorar a alma. Falar da

    etapa da vida refletir sobre o homem no seu devir, as dificuldades, asemoes e at a sua angstia (na fase de morte). Carece explicao, a cadafase e pessoas com suas particularidades e peculiaridades qui a influnciada idiossincrasia do meio em que esteja inserido.

    Portanto, e acredito piamente que s no auge da etapa da vida humana ohomem sente realizao, independentemente de ou no viver cada etapa complenitude, uma vez a cada uma delas ser motivao para mudanas, isto , orumo ser a meta final.

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    Bibliografia

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    - Erikson, E. H. Infncia e sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 1974;Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro, Guanabara, 1987.

    - Guardini, R. A aceitao de si mesmo: as idades da vida. So Paulo,

    Palas Athena, 1987.

    - Spranger, E. Psicologia de Ia edad juvenil, Madrid, Rev. de Occidente,

    1948, cap. II.

    - Fonte: ONU Organizao das Naes Unidas.

    - Griffa, Maria Cristina ; Moreno, Jos Eduardo Editora: Paulinas;

    Chaves para a psicologia do desenvolvimento Tomo 2, 2010.