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Lisboa Cultural | 24 / 30 Outubro ´11

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JOÃO CANIJO, o realizador de SANGUE DO MEU SANGUE, em entrevista exclusiva | FESTIVAL TEMPS D´IMAGES | CONCERTOS À HORA DE ALMOÇO (música) | NÃO SE BRINCA COM O AMOR (teatro) | LE CRI/LES SENTINELLES (dança)

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EntrevistaJoão Canijo, realizador de Sangue do Meu Sangue | Pág. 3

FestivaisFestival Temps d´Images | Pág. 7

MúsicaConcertos à Hora do Almoço | Pág. 9

TeatroNão se brinca com o amor | Pág. 10

DançaLe Cri e Les Sentinelles| Pág. 11

PassatempoDoc Lisboa 2011 | Pág. 12

Curtas | Pág. 13

Em Agenda | Pág. 14

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Edição: CML | Direcção Municipal de Cultura Departamento de Acção Cultural | Divisão de Promoção e Comunicação Cultural Editor: Frederico BernardinoRedacção: Frederico Bernardino, Sara Ferreira Designer: Rute FigueiraCapa: Laurent Phillipe, Les Sentinelles

Contactos: Rua do Machadinho,201249-150 Lisboa | Tel. 218 170 628 [email protected]

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24 a 30 de OUTUBRO´11 #233

Ficha

técn

ica

índice

João Canijo | Pág 3

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JOÃO CANIJO

A REALIDADE NÃO É UM

PAÍS ESTRANHOAclamado pelo público e pela crítica, Sangue do Meu Sangue continua a ser um sucesso nas salas de cinemas nacionais e a ser celebrado nalguns dos mais destacados festivais internacionais de cinema. A mais recente obra de João Canijo é um exercício sublime de realismo, cru e visceral, onde o meio nunca se dissocia da tragédia que assombra a vida sofrida de três mulheres capazes, no limite, de tudo por amor. Após a apresentação do filme na Coreia do Sul, o realizador concedeu uma entrevista exclusiva à Lisboa Cultural onde fala do flagelo dos bairros periféricos, do agora denominado “método Canijo” e das mulheres.

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Depois de tanto desamor em Noite Escura e Mal Nascida, eis Sangue do Meu Sangue, um filme sobre amor incondicional. Como é que aconteceu esta viragem?Exactamente porque ambos, mas sobretu-do o meu último filme de ficção [Mal Nasci-da (2007)], era sobre a falta de amor. Logi-camente, quis agora fazer um filme sobre o amor que não é questionado. Esse era o ponto de partida. Depois, esse amor teria de ser vivido num bairro social, da periferia da cidade. À maneira dos americanos, diria que é a história de uma mãe que arrisca perder uma filha para a salvar e de uma tia que se perde para salvar o sobrinho.

E porquê o bairro social?Quis situar a acção num sítio onde as pes-soas têm de lutar muito pela sobrevivência, onde não têm tempo para elaborar e racio-nalizar pensamentos sobre os sentimen-tos. Limitam-se a vivê-los e a tê-los à flor da pela, de uma maneira muito orgânica. E, era isso que me interessava, não aquele tipo de sentimentos disfarçados ou ocultos por ca-madas de pensamento muito elaborado.

E é assim que mergulha no Bairro Padre Cruz…Aconteceu após muitas viagens no eixo Amadora-Sintra, onde descobri não existi-rem bairros sociais antigos, já que datam todos do final do século passado. No Bair-ro Padre Cruz encontrei uma malha urbana muito especial e descobri uma casa, não

um apartamento, que tivesse sido habitada por duas ou três gerações. Isso era essen-cial para transmitir a ideia da família que está muito enraizada naquele meio.

O Bairro Padre Cruz surpreendeu-o?Apesar de ter uma certa ideia do bairro, sim porque pensava ser um aglomerado de prédios de apartamentos e descobri algo completamente diferente. Apesar de ser o maior bairro social da Europa, há uma parte antiga, mais pequena, que foi a sua génese. O Bairro Padre Cruz foi construído para alo-jar os cantoneiros da Câmara Municipal de Lisboa e foi pensado como uma aldeia, com casinhas baixas e com uma particularidade que em nenhum bairro social do salazaris-mo existe: as ruas pedonais. O que é sur-preendente, e tem graça, é que essas ruas têm escadas, são empedradas, sem trânsi-to e funcionam como pátios comuns…

O ambiente perfeito para o filme…Sabe que muitas vezes as coisas próximas são aquilo que não vimos, e que apenas se descobrem por acaso, ou não tanto por acaso. A minha antiga mulher-a-dias, a Sra. D. Felicidade, que trabalhou para mim du-rante 16 anos e que faz parte da família, vive lá, precisamente na mesma casa que a actual. Acabou por ser a filha dela a servir--me de guia no bairro, permitindo-me, du-rante três meses, fazer entrevistas junto da população e conhecer aquele meio.

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Como descobre aquela casa?Aquela zona do bairro era para ser demolida (agora, devido à crise, já não vai ser). Cerca de metade daquelas casinhas estavam devolutas, portanto foi fácil ter uma casa vazia que pudéssemos remodelar e adaptar ao filme. As pessoas do bairro também nos ajudaram e a casa que escolhemos foi, por sinal, uma das primeiras que visitámos.

O João estuda profundamente o meio onde se passam os seus filmes. Viveu dois anos num bairro social dos arredores de Paris aquando de Ganhar a Vida e percor-reu centenas de bares de alterne para fazer Noite Escura. É ai, no contacto directo com a realidade, que começa o “método Canijo”?Penso que não se pode abordar um assunto que se passa num determinado meio sem o conhecer profundamente. Dou um exemplo: o Guillerme Arriaga, argumen-tista do [Alejandro G.] Iñarritu, quando ganhou um prémio em Cannes, foi questio-nado sobre o tempo que demorava a escrever um argumento; respondeu “agora que já tenho mais prática, demoro dois anos e meio”. Isto sucede porque faz exac-tamente a mesma pesquisa. Eu não posso falar sobre um bairro social sem conhecê-lo.

E como aplica o “método” aos actores?Desta vez fui mais radical e fiz exactamente como queria [risos]. O argumento foi escrito com os actores desde o início. O tema era o amor incondicional num bairro social, havia uma mãe e uma filha, definiu-se que a mãe era mãe solteira e havia uma irmã e outro filho. Depois seguiu-se a construção das personagens, com os actores a definirem profundamente quem eram e a irem trabalhar nas profissões que escolheram para as suas personagens: a Rita Blanco foi trabalhar para um restaurante; a Anabela Moreira trabalhou num cabeleireiro do Centro Comercial Babilónia, na Amadora; a Cleia Almeida e a Teresa Tavares estiveram num super-mercado… Depois, fomos definindo as relações entre as personagens e as situa-ções que poderiam acontecer…

Foi, portanto, um work in progress? Completamente. Que acabou testado durante um mês de improvisações, já com as cenas escritas, respeitando os movimentos emocionais das cenas, sendo dai que saiu o guião definitivo.

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Deixe-me só voltar aos actores e ao desenvolvimento das personagens nas suas profissões… Até que ponto é que essa experiência dá realismo e consistência às interpretações?Ao contrário do que o senso co-mum pensa, adaptar uma persona-gem a um meio não é imitar figuras desse mesmo meio. O processo passa por permitir que o meio entre dentro do actor por contágio. Um exemplo simples: eu sou do Porto e já não tenho grande sotaque; se estiver lá uns dias, o sotaque e o modo de construir as frases voltam naturalmente. E, repare, não estou a imitar ninguém. Acontece, natu-ralmente, por contágio.

Todo este processo garante uma au-tenticidade perturbadora às perso-nagens de Sangue do Meu Sangue e, curiosamente, a personagem do Nuno Lopes – o dealer – surge no filme como um pai extremoso, nada fazendo antever o “monstro” que é.Toda a autenticidade parte do tra-balho e da entrega dos actores e, tal qual como na vida real, as pes-soas são assim. Lembro que há uns bons anos atrás, num restauran-te no Algarve, na mesa ao lado da minha, estava um edil que agora anda com problemas com a justiça a jantar com a família; não imagina como ele era um avô babadíssimo com os netos… [risos]

O filme sublinha o fascínio, por um lado, e o desconhecimento, por ou-tro, dos mundos co-existentes na so-ciedade portuguesa. Refiro-me, por

exemplo, à justificação que a Márcia (Rita Blanco) encontra para o caso da filha com um homem casado e bem-sucedido e o desconhecimento revelado por Maria da Luz (Beatriz Batarda), a senhora da alta-socieda-de, em relação à existência de uma realidade que ela não conhece ou não quer ver…Como em todos os meus filmes des-de Sapatos Pretos quero que o es-pectador veja uma parte do Portu-gal que as pessoas sabem que exis-te mas não conhecem. O meu cine-ma é político nesse sentido, porque tenho a convicção que é muito difí-cil pôr o português a olhar para si próprio. Lisboa, por exemplo, não é, de modo algum, aquilo que apa-rece nos bilhetes-postais. Eu pró-prio fiquei surpreendido quando descobri que o melhor do subúrbio é o bairro social – a construção sel-vagem, sem espaço e sem convivia-lidade, é muito pior. Infelizmente, os lisboetas de hoje são maiorita-riamente pessoas que habitam os subúrbios. E essa fórmula de eixo Amadora-Sintra já se espalhou por todo o país… vou, precisamente, fazer um documentário sobre isso.

É um director de actrizes?Não me considero um director. Descobri há muito tempo que não se dirigem actores, trabalha-se com eles. Mas, claro que prefiro traba-lhar com actrizes porque gosto da capacidade de entrega e da dispo-nibilidade que é biologicamente inerente à mulher.

Frederico Bernardino

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página 7ffestivais AS ARTES DA IMAGEM

Pela persistência de quem não desiste, o Festival Temps d´Images acontece, uma vez mais, em Lisboa. O único festival anual transdisciplinar do país vol-ta a trazer aos palcos e a múltiplos espaços expositivos algumas das mais estimulantes produções artísticas que aliam o teatro, a performance ou a dança à imagem em movimento. Os teatros municipais São Luiz e Maria Matos, o CCB, a Fundação EDP, a Carpe Diem, o Teatro Camões, a Cultur-gest, o Palácio Quintela, o Espaço EIRA33, o Museu do Chiado, a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), a Galeria Graça Brandão e a Cinemateca Portuguesa estão em rede, de 27 de Outubro a 23 de No-vembro, para esta nona edição que, apesar dos tempos de crise, se assume uma vez mais na diversidade, originalidade e criatividade de largas dezenas de artistas.

Sendo a imagem em movimento em diálogo com as outras artes a parti-cularidade estratégica do Temps d´Images, o festival volta a promover os Prémios de Cinema para Filmes sobre Arte. Esta competição internacional (das poucas a nível mundial) atingiu este ano mais de duas dezenas de ins-crições vindas de todo o mundo, tendo sido seleccionados 36 obras de 12 países. A presença portuguesa é relevante, destacando-se Ana Vieira… e o que não é visto, de Jorge Silva Melo; Luz Teimosa, de Luis Alves de Matos sobre o fotógrafo Fernando Lemos; ou Ao Vivo (desenhos de palco), de Gil Madalena. Todos os filmes a concurso são exibidos de 14 a 18 de Novembro, no Auditório da FBAU, em três sessões diárias com entrada livre.

Já esta semana, no arranque do festival, o teatro e a dança dominam as atenções com A Voz Humana, de Jean Cocteau, a regressar aos palcos numa encenação Carlos Pimenta (de 28 a 30 de Outubro, no São Luiz Teatro Municipal), e Paulo Ribeiro a estrear, no Teatro Camões, a sua última cria-ção para a Companhia Nacional de Bailado, Du Don de Soi. Até ao final do mês, no São Luiz, há ainda a projecção de Soudwalkers, um documentário de Raquel Castro (28 a 30 de Outubro) e uma conferência sobre o processo de mediação da voz, a partir do espectáculo A Voz Humana e do filme Soun-dwalkers, com Maria Augusta Babo e José Bragança de Miranda.Frederico Bernardino

Festival Temps d´Images 2011

Vários locais

27 Outubro | 23 Novembro

www.tempsdimages-portugal.com

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CINEMATOGRAFIA E MUSICALIDADE

Um ciclo de cinema que propõe abordar o modo como a musicalidade no cinema se reve-la nos diferentes aspectos da mise en scène dos filmes. Do cinema mudo ao contemporâneo, pela Cinemateca Portuguesa vão passar obras de realizadores como Jacques Touneur, João Pedro Rodrigues, Boris Barnet, Max Ophuls, Satyajit Ray, Fernando Lopes ou Paulo Rocha, entre outros, onde é evidente o modo como uma forma cinematográfica está tantas vezes mais mais próxima da musicalidade do que da narrativa.

Cinemateca Portuguesa14 a 19 e 21 e 22 de Novembro

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DU DON DE SOIUma criação de Paulo Ribeiro

O antigo director artístico do Ballet Gulbenkian apresenta a sua última criação na abertura do Fes-tival Temps d´Images. Inspirado no universo cine-matográfico de Andrei Tarkovski, Ribeiro propõe “uma coreografia com grande dimensão, humana, espiritual e orgânica” que recusa debruçar-se num ou noutro filme do grande cineasta russo. O que in-teressa são os tempos da “poética do corpo” a criar “dinâmicas essenciais para dar matéria espiritual ao movimento”, à semelhança daquilo que é o legado artístico de Tarkovski. A interpretação está a cargo da Companhia Nacional de Bailado.

Teatro Camões

27 de Outubro a 6 de Novembro

BOMBAS OU (PEQUENAS EXPLOSÕES A SÓS)

texto e encenação de Susana Vidal

“Construíamos bombas em casa… depois do almo-ço…depois de beber um simples café quente… de-pois de fazer amor… depois de adormecer os nos-sos filhos… todos os dias, sem descanso, esse era o nosso trabalho.” Segunda parte de uma trilogia sobre memórias, ideias e imagens de fácil combus-tão, iniciada por Susana Vidal no Cinema São Jorge, em Setembro. As interpretações estão a cargo de Maria João Garcia, Carla Ribeiro e Sara de Castro.

Fundação EDP 6 e 7 de Novembro

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A música clássica está de regresso aos Paços do Concelho e ao emblemático Cinema São Jorge para mais Concertos à hora de almoço. Numa iniciativa promovida conjuntamente pela autarquia lisboeta, pela Metropolitana e

pela EGEAC, EEM, na próxima sexta-feira dia 28, às 13 ho-ras, nos Paços do Concelho, pode assistir a um recital onde a violinista Diana Tzonkova e o contrabaixista Ercole de Con-ca vão presentear o público com temas de Daniele Furlan e Giovani Bottesini.

O Foyer do Cinema São Jorge, por sua vez, acolherá os so-listas Stéphanie Manzo, na harpa, e Fernando Llopis, no vibrafone, que vão interpretar obras de Johann Sebastian Bach. De entre o alinhamento, destaque especial para a in-terpretação da peça Jesus, alegria dos homens, com arranjo de Dewey Owens.

Os Concertos à hora de almoço prolongam-se até Março do próximo ano, realizando-se mensalmente, sempre às sex-tas-feiras, pelas 13 horas. De entrada livre, esta é uma ex-celente oportunidade de assistir a concertos de música de câmara com solistas da Metropolitana, em locais emblemá-ticos situados no coração da cidade.Sara Ferreira

página 9mmúsica

O REINO DO AMOR

Concertos à hora de almoço Recital de Violino e VibrafonePaços do Concelho

Recital de Violino e ContrabaixoCinema São Jorge

28 de Outubro | 13h

Entrada livre

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Quase nove anos depois, os Artistas Unidos voltam a ter casa em Lisboa. Depois dos anos inesquecíveis d´ A Capital, a companhia fun-dada em 1995 por Jorge Silva Melo, assinou um protocolo com a Reitoria da Universidade de Lisboa para ocupar o Teatro da Politéc-nica. O espaço agora renovado, e inaugurado no passado dia 19 de Outubro, fica situado mesmo à entrada do Jardim Botânico e conta com uma sala-estúdio e uma sala para exposições.

Para abrir o mais jovem espaço cultural da cidade, um clássico in-temporal: Não se brinca com o amor. Escrito pelo poeta e dramatur-go francês Alfred de Musset, em 1836, a peça vem bem a propósito, ou não fosse ela uma espécie de invenção da juventude, para usar as palavras do encenador Jorge Silva Melo. Os protagonistas são dois jovens fidalgos, Perdican (Elmano Sancho) e Camille (Catarina Wallenstein), que num jogo impetuoso e pueril de amor e repulsa acabam por provocar uma tragédia. Comédia de costumes, mas também tragédia amorosa, Não se brinca com o amor integra a série “comédias e provérbios”, que o autor de La Confession d’un Enfant du Siècle escreveu na ressaca da relação amorosa que manteve com George Sand.

Para além do teatro, na Sala das Janelas, o espaço expositivo do Te-atro da Politécnica, está patente uma exposição de escultura e de-senhos do artista Ângelo de Sousa, um “velho” amigo dos Artistas Unidos, desaparecido no último mês de Março. Frederico Bernardino

página 10tteatro

NÃO SE BRINCA COM O AMOR

Não se brinca com o amorArtistas Unidos

Teatro da Politécnica

Até 19 de NovembroQuarta | 19h

Quinta e sexta | 21hSábado | 16h e 21h

www.artistasunidos.pt

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Le Cri (O Grito) Les Sentinelles (As Sentinelas)

Maria Matos Teatro Municipal28 e 29 de Outubro | 21h30

Preço: 12€ (ver descontos)

www.teatromariamatos.pt

Uma vida inesperada que corresponda a todas as nossas expectativas. Este poderá ser o propósito de Nacera Belaza. Aquilo que a coreógrafa argelina tenta alcançar em todas as peças, esculpir esta vida, dar-lhe um corpo, torná-lo palpável e, por fim, deixá-lo diluir-se no espaço infinito dos nossos corpos.

Com uma carreira marcada por um percurso autodidacta, à procura de uma conciliação entre o amor pela dança e a sua fé, Nacera Belaza viveu uma juventude impedida de dançar, pois a dança era considerada um veículo de sedução e frivolidade. “Em bom rigor, foi a proibição que me levou a fazer as perguntas certas sobre o meu desejo profundo de dançar e sobre o que queria apresentar em palco. Danço com a minha fé, mas levei quase 20 anos a encontrar o meu caminho e descobrir as opções performativas adequadas”, revela a coreografa que apresenta, no Maria Matos Teatro Municipal, aquela que foi considerada a coreografia revelação do ano de 2008, Le Cri (O Grito). Para Belaza “esta peça está dentro de nós, fica na vertical, cria raízes e emerge. O grito acontece quando a âncora não deixa ir. É uma ideia simples, sem fim e vital.”

A par de Le Cri, a coreógrafa junta-se ainda em palco à sua irmã Dalila Belaza em Les Sentinelles (As Sentinelas). Duas criações que convidam à descoberta de uma dança minimal e austera, uma poética do vazio. No dia 28 de Outubro, após o espectáculo, a coreógrafa vai estar à conversa com o público para debater e conversar sobre a sua obra e o seu percurso tão singular.Sara Ferreira

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GRITO DE FÉ

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WADANS WELT – VON DER WÜRDE DER ARBEITde Dieter Schumann (Alemanha, 2010)Culturgest | 26 Out | 16h

ME LLAMO ROBERTO DELGADOde Javier Loarte (Espanha, 2010)ABENDLANDde Nikolaus Geyrhalter (Áustria, 2011)Cinema São Jorge | 27 Out | 20h

MICHEL PETRUCCIANIde Michael Radford (França, Itália, Alemanha, 2011)Cinema São Jorge | 28 Out | 18h

PIXINGUINHAde Thomaz Farkas, Ricardo Dias (Brasil, 2006)ONDE A CORUJA DORMEde Simplício Neto, Márcia Derraik (Brasil, 2010)Cinema São Jorge | 28 Out | 21h

GOLDEN DAWNde Salomé Lamas (Portugal, Holanda, 2011)YAMA NO ANATAde Aya Koretzky (Portugal, 2011)Culturgest | 29 Out | 18h30

MAMA AFRICAde Mika Kaurismäki (Finlândia, África do Sul, Alemanha, 2011)Cinema São Jorge | 30 Out | 18h

As “Visitas Comentadas” da Direcção Municipal de Cultura da Câ-mara Municipal de Lisboa e a Lisboa Cultural convidam-no a ir ao doclisboa 2011 - IX Festival Internacional de Cinema. Temos convi-tes duplos para os primeiros leitores que nos contactem através do número de telefone 218 170 600. Esta semana, convidamo-lo a marcar presença nas seguintes sessões:

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VENHA AO DOC COM A LISBOA CULTURAL

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O documentário francês Le temps des grâces (O Tempo das Graças), de Dominique Marchais, ganhou o Grande Prémio Ambiente do CineEco 2011. Um inquietante filme sobre o mundo agrícola francês nos dias de hoje, que é também um apelo a uma tomada de consciência relacionada com a forma negligente como tratamos a nossa terra. Under Control (Sob Controlo), de Volker Sattel recebeu o Prémio Especial do Júri, enquanto Angst, da portuguesa Graça Castanheira foi distinguido com a Menção Honrosa.

Prémio Jardin d’Europe para portugueses Sofia Dias e Vítor Roriz

Teatro Nacional D. Maria II solidário

Dia de Drummond de Andrade na Casa Fernando Pessoa

Le temps des grâces vence CineEco 2011

A dupla de coreógrafos portuguesa Sofia Dias e Vítor Roriz foi distinguida com aquele que é considerado o mais importante prémio para a emergente dança contemporânea europeia: o Prix Jardin d’Europe. Um gesto não passa de uma ameaça é o titulo da coreografia que apresentaram e lhes valeu o reconhecimento por parte de um júri internacional composto por oito críticos. A coreografia, que teve a sua estreia em Julho deste ano, no Centro Cultural de Belém, volta a ser apresentada, em Lisboa, de 24 a 26 de Novembro no Espaço Alkantara.

Num gesto de solidariedade para com a Casa do Artista, instituição que apoia, promove e dignifica os artistas portugueses, o Teatro Nacional D. Maria II está a promover sessões extra dos espectáculos Amadeus e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, a realizar-se no dia 1 de Novembro. Amadeus junta em palco Diogo Infante e Ivo Canelas, que dão vida a Antonio Salieri, compositor da corte austríaca no século XVIII, e Wolfgang Amadeus Mozart, respectivamente. De Rainer Werner Fassbinder, As Lágrimas Amargas de Petra von Kant marca a estreia do cineasta António Ferreira na encenação, em resposta a um repto lançado por Custódia Gallego.

Poeta, cronista e tradutor, Carlos Drummond de Andrade vai ser homenageado na Casa Fernando Pessoa (CFP) no próximo dia 31 de Outubro. A partir das 10 horas, e até às 18, no auditório da CFP será projectado o filme No meio do caminho, acompanhado da leitura do poema em várias línguas. Às 18h30, será projectado, em estreia mundial, o filme Consideração do Poema, um panorama da obra poética de Drummond a partir de leituras de figuras da cultura brasileira, como Caetano Veloso, Chico Buarque ou Adriana Calcanhotto.

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:::Música:::

O castelo do Barba azulO Maria Matos Teatro Municipal associa-se à Gulbenkian Música e apresenta O Castelo do Barba Azul. Pela mão da Philharmonia Orchestra, e do seu maestro Esa-Pekka Salonen, uma das maiores obras de Bartók ganha aqui uma nova vida. Com a ajuda do colectivo londrino de artes digitais, Yeast Culture, o cenário que rodeia a orquestra será palco da projecção de uma série de filmes criados para a ocasião, onde se poderão ver os diferentes ambientes das salas do castelo e as emoções dos dois protagonistas. Um espectáculo musical para ver no dia 24 de Outubro, às 21 horas, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.

:::TeaTrO:::

Há Lírica no Bivaque!Simão Rubim, que durante anos fez parte do elenco d’ As Obras Completas de William Shakespeare, apresenta-se na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro com Há Lírica no Bivaque! Um espectáculo de e com Simão Rubim, que combina jazz e poesia, com o Quarteto de Manuel Lourenço. De estrutura livre e sempre diferente em cada sessão, no dia 28 de Outubro, pelas 21h30, o actor promete combinar a invenção musical e o espírito do improviso jazzístico com a liberdade da poesia e da conversa teatral directa com o público.

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O Castelo do Barba Azul

Cinema

- Doclisboa | Até 30 de Outubro | Vários locais | www.doclisboa.org

- estrelas de Hollywood | Até Dezembro | Segundas-feiras, 21h30 Casa da Achada – Centro Mário Dionísio www.centromariodionisio.org

- Ciclo Presidentes de Latino américa | Até 22 de Fevereiro | Quartas-feiras | 19h | Casa da América Latina | http://casamericalatina.pt

exPosições

- arte universal | Pintura, fotografia e tapeçaria | Até 31 de Outubro | Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Grandella21 771 23 10

- Jogos do nosso tempo | Até 12 de Novembro | Biblioteca Municipal Palácio Galveias | Campo Pequeno | 21 780 30 20

- Transitions - Honrar o Passado, seguir em Frente | Até 13 de Novembro | Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva | www.fasvs.pt

- Deserto | De Miguel Branco | Até 13 de Novembro | Pavilhão Branco do Museu da Cidade | www.museudacidade.pt

- Duarte Pacheco – Do Técnico ao Terreiro do Paço | Até 23 de Novembro | Instituto Superior Técnico de Lisboa | Átrio do pavilhão central | Entrada livre | 21 841 76 22

- Useless? | Até 27 de Novembro | MUDE – Museu do Design e da Moda | www.mude.pt

- Mostra bibliográfica sobre a vida e obra de Manuel da Fonseca e alves Redol | Até 30 de Novembro | Biblioteca Municipal de São Lázaro | Rua do Saco, 1 | 21 885 26 72

- Public Technologies | Peças artísticas que incluem tecnologia na sua concepção e representação | Até 9 de Dezembro | Jardim do Palácio Galveias

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A Voz das Vitimas

::: ExposiçõEs:::

A Voz das VítimasPor um lado, e como o próprio nome indica, pretende dar voz às vítimas da ditadura e contextualizar adequadamente a repressão que sofreram e, por outro, não esquecer também a própria história patrimonial do Aljube. A Voz das Vítimas é uma mostra documental patente na antiga cadeia do Aljube que, depois de ter sido vista por mais de 11.000 pessoas, se mantém em exposição até ao final do ano. Se ainda não a viu, aproveite esta oportunidade, porque é preciso não esquecer.

:::ExposiçõEs:::

introspectiva, de Filipe AlarcãoA partir de 25 de Setembro, o MUDE – Museu do Design e da Moda apresenta a terceira edição do Creative Lab. Intros-pectiva, de Filipe Alarcão, é uma colecção de cerca de 20 objectos que inclui peças conceptuais, experimentais, exclusivas, de edição limitada e outras que serão pro-duzidas industrialmente. Esta é a primeira exposição individual desde há 15 anos de Alarcão, que conta já com um vasto cur-rículo como docente, investigador, desig-ner de produto, industrial e de interiores, tendo arrecadado o Prémio Nacional de Design em 1994.

- Tempos de Vista - o Espaço em paralexe | De Inês Teles, Joana Gomes, Magda Delgado, Margarida Mateiro, Maria Sassetti e Xana Sousa | Até 18 de Dezembro | Observatório Astronómico de Lisboa | www.oal.ul.pt

- Óscar Cardoso – Guitarreiro | Até 30 de Dezembro | Museu do Fado | www.museudofado.pt

- Homem Cristo, Vida e obra | Até 31 de Dezembro | Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Cidade Universitária | 21 780 27 60

- orphelia Reclinada | Fotografia de Caseirão | Até 31 de Dezembro | Casa Fernando Pessoa | http://mundopessoa.blogs.sapo.pt

- Retratos em barro | Até 8 de Janeiro | Entrada livre | Museu Bordalo Pinheiro | Campo Grande 382 | www.museubordalopinheiro.pt

- introspectiva | De Filipe Alarcão | Até 15 de Janeiro | MUDE – Museu do Design e da Moda | www.mude.pt

- Morte ao Design! Viva o Design! | Até 15 de Janeiro | MUDE – Museu do Design e da Moda

MúsiCA

- Música de Câmara por Franz Dörsam (fagote) e Alexandra simpson (piano) | Obras de Hlouscheck, Lenz, Kuester, Fucik, Junge e Elgar | 28 de Outubro | 18h30 | Casa Fernando Pessoa | www.mundopessoa.blogs.sapo.pt

ouTRos EVEnTos

- siT.CoM Comunidade de Leitores | Traga o livro da sua vida | 27 de Outubro | 18h30 | Entrada livre, mediante marcação prévia | Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro | 21 754 90 30

- o Barulhamento do Mundo | Até 28 de Janeiro | Vários locais | www.africacont.org