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LITERATURA INFORMATIVA (LITERATURA DOS VIAJANTES OU CRÔNICAS DE VIAGENS)

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LITERATURA INFORMATIVA(LITERATURA DOS VIAJANTES OU CRÔNICAS DE VIAGENS)

OBJETIVOS

A TERRA* INFORMAR AO REI OS HABITANTES

AS RIQUEZAS

* DILATAÇÃO DA FÉ CRISTÃ (PREOCUPAÇÃO ESPIRITUAL)

Vamos observar

•Pero Vaz de Caminha e a Carta do descobrimento, enviada a Dom Manuel (01/05/1500).

• Pero de Magalhães Gandavo em 1576, o Tratado da Terra do Brasil.

• Gabriel Soares de Souza (1540/1591), Tratado Descritivo do Brasil, em 1587.

• Fernão Cardim, padre jesuíta (1540/1625) editou o Tratado da Terra e Gente do Brasil.

Pero Vaz de Caminha (1450-1500) na Carta a El Rey Dom Manuel inicia os primeiros relatos sobre a natureza no Brasil Colônia. O autor descreve com encantamento e uma visão utilitarista todas as belezas naturais encontrada no “Novo Mundo”.

Pero de Magalhães Gandavo (?- 1579), em sua obra Tratado da Terra do Brasil e História da Província de Santa Cruz, mesmo sendo considerado um propagandista da imigração, em seus textos o cronista apresenta as riquezas da terra, os recursos naturais e sociais, a partir de uma visão de impacto e encantamento com as quantidades e qualidades que a natureza oferece.

Sobre os autores e suas obras

Gabriel Soares de Souza (1540 ?-1591) em sua obra Tratado Descritivo do Brasil em 1587, nos apresenta a visão do colono e Senhor de Engenho que foi, com uma alta capacidade intelectual e um conhecimento de 17 anos memórias, nas suas crônicas sobre a natureza nos apresenta conhecimento de fitólogo, topógrafo entre outros, mesmo assim o encantamento com as espécimes nativas são ressaltadas demonstradas fazendo comparações com as semelhanças das espécimes européias.

Fernão Cardim (1549 -1625) em sua obra Tratados da Terra e da Gente do Brasil, nos apresenta a visão de um jesuíta, onde com seus conhecimentos nos relata sobre as belezas e grandiosidade da fauna e da flora.

1o. DOCUMENTO – CERTIDÃO DE NASCIMENTO BRASILEIRA

GUARDADA NA TORRE DO TOMBO –EM PORTUGAL

TRADIÇÃO NACIONALISTA UFANISTA

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA

"De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito fremosa. (...) Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muitos bons ares assim frios e temperados como os de entre Doiro e Minho. Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela todo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar essa gente e esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar".

DESCRIÇÃO DA TERRA

"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...) Eles porém contudo andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou animálias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão fremosos que não mais pode ser.”

OS ÍNDIOS

"...Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelos mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de nós as muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha."

AS ÍNDIAS

PARÓDIA FEITA POR OSWALD DE ANDRADE

Meninas da Gare

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentisCom cabelos mui pretos pelas espáduasE suas vergonhas tão altas e tão saradinhasQue de nós as muito bem olharmosNão tínhamos nenhuma vergonha.

“Entre elas andava uma, com uma coxa,do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma”.

AS ÍNDIAS

“Também andava lá outra mulher, nova, com um menino ou menina, atado com um pano aos peitos, de

modo que não se lhe viam senão as perninhas. Mas nas pernas da mãe, e no resto, não havia pano algum”.

AS ÍNDIAS

PERO DE MAGALHÃES GANDAVO

“Tratado da Terra do Brasil”

“História da Província de Santa Cruz”

A motivação básica dos dois livros é atrair os portugueses para a colonização do Brasil, exaltando a riqueza e o clima da colônia.

Primeiro cronista a se referir ao índio como escravo

"E a primeira coisa que (os moradores) pretendem adquirir são escravos para lhes fazerem suas fazendas, e se uma pessoa chega na terra a alcançar dous pares, ou meia dúzia deles (ainda que outra coisa não tenha de seu), logo tem remédio para poder honradamente sustentar sua família; (...)"

Descrição da banana

"Esta planta é mui tenra e não mui alta, não tem ramos senão umas folhas que serão seis ou sete palmos de comprido. A fruita dela se chama banana. Parecem-se na feição com pepinos e criam-se em cachos. (...) Esta fruta é mui saborosa, e das boas, que há na terra: tem uma pele de figo (ainda que mais dura) a qual lhe lançam fora quando a querem comer; mas faz dano à saúde e causa febre a quem se desmanda nela."

GABRIEL SOARES DE SOUSA

O tratado descritivo do Brasil (1587)

Os índios

"...antes de comer não dão graças a Deus,nem lavam as mãos antes de comer, e depois de comer as limpam nos cabelos, corpos e paus; não têm toalhas, nem mesa, comem sentados, ou deitados nas redes, ou em cócoras no chão, e a farinha comem de arremesso, e deixo outras muitas particularidades que têm no comer e no beber, porque estas são as principais...”

FERNÃO CARDIM

“Há outras castas destes animais que não têm tão mau cheiro; criam-se em casa, e ficam domésticos, e os índios os estimam. Preguiça – A preguiça que chamam do Brasil é animal para ver, parece-se com cães felpudos, os perdigueiros; são muito feios, e o rosto parece de mulher mal toucada; têm as mãos e pés compridos, e grandes unhas, e cruéis, andam com o peito pelo chão, e os filhos abraçados na barriga, por mais que lhe dêem, andam tão devagar que hão mister muito tempo pra subir a uma árvore, e por isso são tomados facilmente: sustentam-se de certas folhas de figueiras, e por isso não podem ir a Portugal, porque como lhes faltam, morrem logo.”

“Neste Brasil há arvoredos em que se acham árvores de notável grossura, e comprimento, de que se fazem mui grandes canoas, de largura de 7 e 8 palmos de vão, e de comprimento de cinqüenta e mais palmos, que carregam como uma grande barca, e levam 20 e 30 remeiros; também se fazem mui grandes gangorras para os engenhos. Há muitos paus como incorruptíveis que metidos na terra não apodrecem, e outros metidos n’água cada vez são mais verdes, e rijos. Há pau santo, de umas águas brancas de que se fazem leitos muito ricos, e formosos. Pau do Brasil, de que se faz tinta vermelha, e outras madeiras de várias cores, de que se fazem tintas muito estimadas, e todas as obras de torno e marcenaria. Há paus de cheiro, como o Jacarandá, e outros de muito preço e estima. Acham-se sândalos brancos em quantidade. Pau daquila em grande abundância que se fazem navios dele, cedros, pau’angelim, e árvore de noz-moscada;e ainda que estas madeiras sejam tão finas, e de tão grande cheiro como as da Índia, todavia falta-lhes pouco, e são de grande preço, e estima.”

LITERATURA JESUÍTICA

Chegada dos jesuitasOs primeiros jesuítas desembarcam no Brasil em 1549, juntamente com o governador Tomé de Sousa.

CRIAÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS RELAÇÃO COM A CONTRA-REFORMA

Objetivos• Trabalho catequético• Criação dos primeiros colégios (ensino passa a ser monopólio dos jesuítas)

DEFESA DOS IDEAIS JESUÍTICOS

• A denúncia contínua dos massacres cometidos contra os nativos.

• A resistência contra a escravidão indígena pelos colonos.

• A luta para organizar os índios em aldeamentos e missões (sociedade comunista cristã primitiva).

• A transmissão da fé católica aos indígenas garante a estes um lugar no mundo (e depois dele).

CRÍTICA AOS JESUÍTAS

• A implacável destruição de valores culturais dos indígenas (poligamia, a antropofagia e a nudez).

• A contestação das crenças (mentirosas e demoníacas).

• A substituição da vida nômade pela vida de aldeamentos (presas fáceis).

• A adoção de uma religiosidade que não podem compreender e que domestica seus instintos de defesa.

PRODUÇÃO JESUÍTICA

•A poesia didática Tinha o objetivo de dar exemplo

moralizantes aos indígenas.

• A poesia sem finalidade catequizadoraRelacionada à necessidade individual de

expressão.

• O teatro pedagógicoBaseado em textos extraídos da Bíblia.

• As cartas de informação Relatavam, aos líderes da Igreja Católica

Portu-guesa, como iam os trabalhos de catequese no Brasil.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA LITERATURA JESUÍTICA

NO BRASIL

PADRES:José de Anchieta

Manuel da Nóbrega

A Santa InêsJosé de Anchieta

Cordeirinha linda, como folga o povo porque vossa vinda lhe dá lume novo!

Cordeirinha santa, de Jesus querida, vossa santa vinda o diabo espanta.

Por isso vos canta, com prazer, o povo, porque vossa vinda lhe dá lume novo.

(...)

A VISÃO DOS VIAJANTES