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Série FINANÇAS PÚBLICAS PARA CONCURSOS Lucas Lautert Dezordi Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br

Livro Financas Publicas Para Concursos

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Série

Série Aprova Concursos Os concursos no Brasil atraem, todos os anos, milhares de pessoas interessadas em conquistar uma vaga em uma instituição pública. Pensando em você, que busca um diferencial e, consequentemente, a aprovação, o IESDE BRASIL S.A. – Inteligência Educacional lança a Série Aprova Concursos. Nos livros e videoaulas você encontra conteúdos cuidadosamente selecionados e editados, questões resolvidas baseadas nos principais concursos, dicas úteis de estudo e muitas outras informações relevantes, apresentadas de forma didática e atraente, para quem deseja passar em um concurso. Conheça alguns títulos da série:

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Série

FINANÇAS PÚBLICAS PARA CONCURSOS

Lucas Lautert Dezordi

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FINANÇAS PÚBLICAS PARA CONCURSOS

Lucas Lautert Dezordi

IESDE Brasil S.A.Curitiba2010

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IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Capa: IESDE Brasil S.A.

Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

D 532f Dezordi, Lucas Lautert. / Finanças Públicas para Concursos. / Lu-cas Lautert Dezordi. — Curitiba : IESDE Brasil S.A.,

2010.64 p. [Série Aprova Concursos]

ISBN: 978-85-387-1281-7

1. Finanças Públicas. 2. Direito Financeiro. 3. Política Fiscal. 4. Concursos. I. Título.

CDD 336.1

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Lucas Lautert DezordiDoutorando e Mestre em Desenvol-

vimento Econômico e Bacharel em Ci-ências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor Ad-junto do Departamento de Economia do Centro Universitário Franciscano do Paraná (Unifae). Professor de Economia e Finanças Públicas do CEC nos cursos preparatórios de Auditor-Fiscal. Pro-fessor convidado para o curso de Polí-ticas Econômicas na América Latina na Faculdade Fachhochschule Münster – Alemanha. Coautor do livro Política Monetária, Bancos Centrais e Metas de Inflação: teoria e experiência brasileira, editado pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ).

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Finanças Públicas: de que se trata? 7

9 | Ordem econômica e ordem financeira: princípios gerais

9 | Princípios constitucionais da ordem econômica

12 | Finanças Públicas na Constituição de 1988

16 | Orçamento: conceito e espécies e natureza jurídica

16 | Princípios orçamentários

Normas gerais de Direito Financeiro 27

29 | Fiscalização e controle interno e externo dos orçamentos

35 | Despesa pública e princípio da legalidade

36 | Técnica de realização da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento

Principais instrumentos da Política Fiscal 47

47 | Receita pública: ingressos e receitas

51 | Preço público e a sua distinção com a taxa

53 | Dívida ativa de natureza tributária e não tributária. Lançamento, inscrição e cobrança

54 | Crédito público

Anotações 63

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Finanças Públicas: de que se trata?

A Política Fiscal consiste no controle do orçamento público, destacando as fontes de arrecadação e as despesas do governo. Envolve, ainda, a ativi-dade econômica da União, estados e municípios ao longo de um exercício fiscal. Seus principais instrumentos são representados pelos tributos diretos e indiretos e suas despesas, e são utilizados para gerar crescimento econô-mico, combater processos inflacionários e melhorar a distribuição de renda a nível regional ou nacional.

A maior participação do governo na economia foi observada a partir da Grande Depressão, na década de 1930. Por exemplo, em 1929 o consu-mo do governo dos Estados Unidos, na sua administração pública, era de 6,3% do PIB1, mas, após a Segunda Guerra Mundial e a implementação do Estado do Bem-Estar, esse valor subiu e permaneceu para uma participa-ção aproximada de 20% do PIB. Nesse sentido, desde a Segunda Guerra as Finanças Públicas ganharam espaço e importância na dinâmica das econo-mias capitalistas.

No Brasil, a maior participação do Estado na economia ocorreu a partir da década de 1980, principalmente em decorrência da Constituição de 1988. Em 1980, os gastos do governo eram de 9% do PIB e no início da década de 1990 até atualmente esse valor subiu para aproximadamente 20% do PIB.

A análise econômica estuda o impacto dos instrumentos das Finanças Públicas no desempenho da atividade produtiva, através das variáveis da Demanda Agregada (DA). A composição da DA é fundamental para compre-ender os impactos da Política Fiscal na economia.

1 PIB: Produto Interno Bruto – mede a geração de riqueza da economia durante um determinado período.

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Finanças Públicas: de que se trata?

A Demanda Agregada (DA) é composta por:

DA = C + I + G + X – M

Sendo:

Consumo das famílias (C);

Investimento das empresas (I);

Gasto do governo (G);

Exportações de bens e serviços (X);

Importações de bens e serviços (M).

Uma política fiscal expansionista consiste em um aumento dos gastos públicos.

↑ DA = C + I + ↑ G + X – M

Nessa situação, o governo amplia suas despesas e o nível de consumo agre-gado se eleva, estimulando a produção e a geração de renda e emprego.

Uma política fiscal contracionista consiste em uma redução dos gastos públicos.

↓ DA = C + I + ↓ G + X – M

Em um caso contrário, o governo reduz seus gastos e, consequentemen-te, o nível de Demanda Agregada. A economia pode entrar em recessão com a queda do produto e a redução na geração de renda e emprego.

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Ordem econômica e ordem financeira: princípios gerais

Princípios constitucionais da ordem econômica

A ordem econômica e financeira é um princípio garantido pela Consti-tuição de 1988. Pode-se argumentar que o Brasil adota o sistema capitalista como forma de orientação da atividade produtiva. O funcionamento do sis-tema de preços de mercado deve orientar os agentes econômicos nas deci-sões de o que, como e para quem produzir. Com isso, se o mercado espera uma forte valorização no preço da soja, para a próxima safra, os agentes devem organizar seus fatores de produção (terras, máquinas, equipamentos e mão de obra) para a produção dessa cultura.

Os meios de produção, portanto, devem pertencer à iniciativa privada para serem livres em sua alocação e, com isso, atender às necessidades do mercado. O Estado brasileiro, pela Constituição Federal de 1988, artigos 170 a 192, versa sobre a ordem econômica e financeira.

Dos princípios gerais da atividade econômica

Comentário:

Os princípios da atividade econômica se apoiam principalmente na forma econômica capitalista, ou seja, na apropriação privada dos meios de produção e na iniciativa privada. Apesar de consagrar essa economia de mercado, existe ênfase clara no elemento humano.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

Comentário:

O bem-estar social é o escopo primeiro da justiça social. Visão de Estado de Bem-Estar para orientar a noção de estado de direito.

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Finanças Públicas: de que se trata?

I - soberania nacional;

Comentário:

Esse princípio implicaria obrigação de o Brasil romper toda a sua dependência dos centros capitalistas desenvolvidos, tornando-se uma nação livre economica e financeiramente.

II - propriedade privada;

Comentário:

Em uma economia de mercado a defesa da propriedade privada torna-se fun-damental. Garantir que os meios de produção (terra e capital) possam ser adqui-ridos por empresas e pessoas é uma condição para o desenvolvimento de uma economia de mercado.

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

Comentário:

Para o desenvolvimento dos mercados, o Estado deve garantir que a economia funcione em uma estrutura de mercado de livre concorrência, visto que a concen-tração de mercado, em muitos casos, inviabiliza o crescimento econômico.

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca de pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte, constituí-das sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer ativida-de econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 171. Suprimido pela Emenda Constitucional n.º 6, de 15 de agosto de 1995.

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Finanças Públicas: de que se trata?

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Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimen-tos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Comentário:

O disposto nesse artigo constitui exercício regular do princípio da soberania econô-mica nacional.

(Disponível em: <www.angelfire.com/ar/rosa01/direitoconstitucional1.html>. Adaptado.)

Como destacado por Szezerbicki (2010), o Estado tem como funções nor-matizar e regular as atividades econômicas através de fiscalização, incentivo e planejamento, juntamente com leis específicas que direcionam o sistema econômico nacional. A ordem econômica está baseada em dois fundamen-tos: a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa.

O Brasil é um país que adota a economia de mercado, contudo não deixa de cumprir seu papel no controle da atividade econômica, intervindo no caso de excessos, o que caracteriza o papel do Estado na regulação e no pla-nejamento econômico. Nesse sentido, uma das premissas básicas da atuação do Estado na economia nacional pressupõe que este atue direta ou indireta-mente em situações de relevância, nas quais impere a segurança do Estado e os interesses coletivos.

Com isso, pode-se inferir que a atuação do Estado na área econômica legitima-se apenas para a proteção dos princípios constitucionais. Mais es-pecificamente na ordem econômica, a intervenção do Poder Público é fun-damental para sanar questões que possam vir a afetar a ordem econômica do país.

A ordem financeira versa sobre os princípios do Sistema Financeiro Nacio-nal (SFN). De acordo com a CF/88, o SFN deve estar estruturado para promo-ver o crescimento econômico sustentável, ou seja, não inflacionário, e servir aos interesses do país. As leis complementares das autoridades financeiras deverão versar sobre a autorização, funcionamento das instituições bancá-rias oficiais, seguradoras, previdências, financeiras, entre outras.

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Finanças Públicas: de que se trata?

Finanças Públicas na Constituição de 1988A Política Fiscal tem como objetivo controlar o orçamento público,

identificando suas fontes de arrecadação e despesas em um determinado exercício. O orçamento público brasileiro é chamado de Resultado Fiscal ou Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) que analisa o desempenho fiscal da administração pública entre 1.º de janeiro e 31 de dezembro do ano corrente. São apuradas em três níveis de governo: fede-ral, estadual e municipal.

A Lei Complementar 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – e as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) afirmam que cada ente deverá in-dicar os resultados fiscais preteridos para o exercício financeiro.

Para a elaboração e controle orçamentário, princípios básicos devem ser seguidos. Eles estão expressos na Constituição brasileira e na Lei 4.320/64. Os artigos 163 a 169 da CF/88 versam sobre Finanças Públicas, atribuindo para o Poder Executivo as responsabilidades pelo sistema de planejamento, organização e execução orçamentária. O Poder Executivo, segundo o artigo 165, tem a iniciativa dos seguintes projetos de lei:

Plano Plurianual (PPA); �

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); �

Lei de Orçamento Anual (LOA). �

O PPA define as prioridades do governo pelo período de quatro anos. O projeto de lei do PPA deve ser enviado pelo presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).

Segundo o artigo 165 da Constituição Federal:

§1.° A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Os programas de duração continuada são aqueles com duração superior a um exercício financeiro e que deverão estar previstos no Plano Plurianual de ação governamental.

As metas e prioridades da administração pública federal a serem seguidas pelo Executivo no exercício financeiro subsequente são definidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O projeto de lei deve ser redigido pelo

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Finanças Públicas: de que se trata?

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Executivo e enviado ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano (oito meses e meio antes do encerramento da sessão legislativa). Deverá versar também sobre as despesas de capital, orientando a elaboração do or-çamento anual da União.

Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder Legislativo, a Secreta-ria de Orçamento Federal, órgão do Poder Executivo, consolida a proposta orçamentária de todos os órgãos dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judi-ciário) para o ano seguinte no projeto de lei encaminhado para discussão e votação no Congresso Nacional.

O Poder Executivo deverá encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano (quatro meses antes do encerramento da sessão legislativa). Acompanha o projeto uma mensagem do presidente da república, na qual é feito um diag-nóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.

A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações do go-verno federal no exercício. Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no orçamento. No Congresso, deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamentos e Planos a proposta orçamentá-ria (projeto de lei) enviada pelo Poder Executivo, fazendo modificações que julgar necessárias, por meio de emendas, votando, ao final, o projeto.

A Constituição determina que o orçamento deve ser votado e aprova-do até o final de cada Legislatura (15 de dezembro de cada ano). Depois de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo presidente da República, transformando-se na Lei Orçamentária Anual. De acordo com o art. 165, §5.º, da CF/88, a LOA compreenderá:

I - o Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta e indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o Orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ele vinculado, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

É importante destacar que a Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as re-ceitas e autoriza as despesas do governo de acordo com a previsão de ar-recadação. Com isso, pode-se afirmar que as receitas são estimadas e as despesas são fixas. Se durante o exercício financeiro houver necessidade de

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Finanças Públicas: de que se trata?

realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Exe-cutivo submete ao Congresso Nacional um novo projeto de lei solicitando crédito adicional.

A Constituição Federal de 1988 possibilitou uma maior autonomia fiscal dos estados e municípios e a descentralização dos recursos tributários dispo-níveis. As mudanças nas regras de tributação foram essenciais para atribuir maior independência dos estados e municípios. Assim, por exemplo, foi atri-buída a cada um dos estados e ao Distrito Federal, pelo artigo 155, a com-petência para fixar autonomamente as alíquotas de seu principal imposto: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os estados e, pelo artigo 156, o Imposto Sobre Serviço (ISS) para os municípios. Ade-mais, foi retirada a competência da União de conceder isenções de impostos estaduais e municipais.

As mudanças tributárias impostas pela Constituição de 1988 reduziram significativamente os recursos disponíveis para a União, através do aumento das transferências tributárias e da limitação de suas bases impositivas, sem efetivamente prever as transferências de certos encargos que eram da União e que, agora, deveriam ser repassados para os estados e municípios. A base de cálculo para as transferências tributárias para os estados e municípios se apoia exclusivamente no Imposto de Renda (IR) e no Imposto sobre Produ-tos Industrializados (IPI).

Como consequência, nos primeiros anos pós-Constituição, e diante do agravamento do desequilíbrio fiscal e financeiro da União, o governo federal passou a adotar sucessivas medidas para compensar suas perdas, prejudi-cando a qualidade da tributação e dos serviços prestados. A recomposição de sua receita gerou a criação de novos tributos indiretos e a ampliação nas alíquotas de outros (Cofins e IPI). Esses tributos são, tecnicamente, piores que os tributos diretos (sobre a renda e patrimônio) do ponto de vista da eficiência do sistema econômico. Eles oneram o processo produtivo e relati-vamente são mais caros para a população de baixa renda.

Tributos diretos: incidem diretamente sobre a renda ou sobre o patri- �mônio. Exemplos: Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF); Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); INSS; Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).

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Tributos indiretos: incidem sobre o processo de produção. São de pior �qualidade porque afetam diretamente a formação de preço e oneram relativamente mais os contribuintes de baixa renda. Exemplos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Serviços (ICMS); Imposto Sobre Serviço (ISS); Impostos sobre o Comércio Exterior; Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com isso, pode-se argumentar que o novo sistema tributário introduzido pela Constituição Federal de 1988 resultou em uma queda na qualidade do sistema tributário, com a ampliação da participação dos impostos indiretos. Alguns dos principais problemas do sistema tributário brasileiro são:

o elevado nível da carga tributária para um país de nível médio de ren- �da, como o Brasil;

a falta de equidade, pois a tributação sobre a renda é relativamente �baixa em contrapartida à elevada participação dos impostos inciden-tes sobre bens e serviços na arrecadação total, onerando igualmente, em termos absolutos, pobres e ricos;

efeitos sobre a competitividade, pois os produtos e serviços destina- �dos à exportação têm embutidos uma forte carga tributária, princi-palmente os tributos cumulativos, e as elevadas contribuições sobre a folha de salários – que criam uma grande diferença entre o custo do trabalhador para as empresas e o salário que eles recebem.

Esse fato tem estimulado as relações trabalhistas informais, o que, por sua vez, reduz a própria base de incidência desses tributos e a própria arrecadação. O volume de impostos arrecadados pelo setor público em 2007 somou o correspondente a 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB), informou a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Em 2006, a carga tributária totalizou 34,04% do PIB. Essa variação resultou da combinação dos crescimentos, em termos reais, de 5,4% do PIB e de 9,3% da arrecadação tributária nos três níveis de governo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento do PIB em 2007 foi de 5,7%. Em 2007, a arrecadação tributária da União correspondeu a 70% do total, enquanto os estados reco-lheram 25,6% dos tributos, e os municípios 4,4%.

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Finanças Públicas: de que se trata?

Orçamento: conceito e espécies e natureza jurídica

O orçamento é um documento público que especifica as estimativas e previsões de receitas e despesas e, no Brasil, materializa-se na Lei Orçamen-tária Anual (LOA).

O orçamento público é uma lei que exprime em termos financeiros a alo-cação dos escassos recursos do setor público, com isso é um documento legal que destaca as previsões de receitas e as estimativas de despesas a serem re-alizadas por um ente público, em um determinado exercício financeiro.

Sua natureza jurídica pode ser entendida da seguinte forma: o Orçamen-to Público é um instrumento fiscal pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo período, a realizar as despesas estimadas com base nas receitas previstas.

De acordo com os parágrafos quinto e sexto do artigo 165 da Constitui-ção Federal, a LOA compreende o Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investi-mento das empresas em que a União detém a maioria do capital social com direito a voto, e o Orçamento da Seguridade Social, sendo seu projeto acom-panhado de demonstrativo regionalizado dos efeitos de suas disposições. Esses três orçamentos que constituem a LOA, quando consolidados em um documento único, é chamado de Orçamento Geral da União, possibilitando o conhecimento global das Finanças Públicas.

De acordo com o art. 166 da CF/88, os orçamentos Fiscal e de Investimen-tos, compatibilizados com o Plano Plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

Princípios orçamentáriosO orçamento público é redigido a partir de dez princípios básicos:

Unidade � – no Brasil cada ente da Federação deve apresentar apenas um orçamento; ou seja, um documento Orçamentário para a União e outro para cada estado e município. Não há, em hipótese alguma, multiplicida-de orçamentária, como observado nas Finanças Públicas da década de 1970. Cabe esclarecer que mesmo o Orçamento Geral da União possuin-do três peças (Orçamento Fiscal, Orçamento da Seguridade Social, e Or-çamento de Investimento) isso não representa uma quebra ao princípio

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da unidade, pois o orçamento é único, válido para os três Poderes. O que há é apenas volumes diferentes segundo áreas de atuação do governo.

Universalidade � – nenhuma despesa deve ser realizada sem ser pre-viamente determinada pelo orçamento. As despesas também devem estar condicionadas às receitas estimadas em uma classificação ampla e detalhista do orçamento. A Constituição determina que nenhuma instituição pública que receba recursos orçamentários ou gerencie re-cursos federais pode ficar de fora do orçamento.

Anualidade/periodicidade � – no Brasil, o exercício fiscal é determina-do pelo período de 01/01 a 31/12. E, nesse sentido, o calendário anual estabelece um limite de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve se realizar no exercício que cor-responde ao próprio ano fiscal.

Legalidade � – o Poder Executivo monta o orçamento e envia ao Legis-lativo um projeto de lei ordinária, por exemplo, o Projeto da Lei Orça-mentária Anual (PLOA). Após a votação no Congresso Nacional o pro-jeto de lei vira o próprio orçamento: LOA. Por isso, argumenta-se que o orçamento é um documento jurídico e, nesse caso, democrático.

Exclusividade � – o foco de discussão e conteúdo deve estar relaciona-do às questões orçamentárias: tributos, receitas, investimentos públi-cos, dívida pública, despesas, entre outros.

Especificação ou discriminação ou especialização � – para o melhor controle orçamentário, as despesas públicas, correntes e de capital, devem ser detalhadamente especificadas de acordo com sua moda-lidade de aplicação.

Publicidade � – quando aprovado, o orçamento deve ser divulgado e publicado no Diário Oficial da União.

Equilíbrio � – esse princípio está relacionado ao equilíbrio das contas públicas. As receitas estimadas devem estar em equilíbrio com as des-pesas fixadas no exercício orçamentário. Desequilíbrios orçamentários devem ser evitados.

Orçamento bruto � – a Lei 4.320/64 estabelece que as despesas e recei-tas devem ser registradas no orçamento pelos seus valores brutos, ou seja, sem deduções de seus valores.

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Não afetação ou não vinculação – a CF/88, no artigo 167, deixa bem claro que é “vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as próprias transferências constitucionais para manutenção e desenvolvimento do ensino e as garantias às operações de crédito por an-tecipação da receita”.

Atividades de aplicação1. (Cespe – adap. Analista de Suporte – Finanças Públicas) Acerca da

ordem econômica e financeira, julgue os itens seguintes em certo (C) ou errado (E).

a) ( ) O Estado brasileiro está baseado em uma economia socialista, com foco na distribuição de riquezas e dos recursos naturais.

b) ( ) A busca pelo pleno emprego é fundamental para se alcançar a dignidade e a promoção da justiça social.

c) ( ) A atividade econômica, segundo as disposições constitucio-nais, está subordinada, entre outros princípios gerais, àquele que privilegia a defesa do meio ambiente, que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral.

d) ( ) A Constituição Federal, neste capítulo, apoia-se no princípio da liberdade em uma economia capitalista. Com isso, a pro-priedade privada torna-se essencial para o desenvolvimento da sociedade.

2. (Esaf – AFRF – 2002) Em relação à composição da receita tributária no Brasil, indique a opção incorreta.

a) Após a reforma tributária de 1988, destacou-se o aumento da par-ticipação das receitas de contribuição, não sujeitas a partilhas com os estados e municípios, como percentual do PIB.

b) A tendência à elevação da carga tributária ao longo dos anos 1990 decorreu principalmente da carga de tributos incidentes sobre bens e serviços, explicada em boa parte pelo crescimento da carga de impostos cumulativos que, do ponto de vista econômico, são de boa qualidade.

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c) No que diz respeito ao Imposto de Renda retido na fonte, desta-cou-se a tendência à maior taxação dos rendimentos de capital, no final dos anos 1990.

d) O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é uma fonte impor-tante de receita do governo federal, sendo o traço mais marcante do imposto a concentração da sua arrecadação em um grupo re-duzido de bens.

e) Na década de 1990, observou-se um aumento da arrecadação do imposto de importação, refletindo os efeitos do processo de aber-tura comercial e da redução das barreiras quantitativas.

3. (Esaf – AFRF – 2005) A Constituição de 1988 teve como objetivo o for-talecimento da Federação. Identifique qual a mudança provocada na tributação pela Constituição, que não é verdadeira.

a) Aumentou o grau de autonomia fiscal dos estados e municípios e descentralizou os recursos tributários.

b) Atribuiu competência a cada um dos estados para fixar autono-mamente as alíquotas do seu principal imposto, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sucessor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM).

c) Reduziu os recursos disponíveis da União, por meio do aumen-to das transferências tributárias e da limitação de suas bases impositivas.

d) Obrigou o governo federal a criar novos tributos e elevar as alíquo-tas dos já existentes, em particular daqueles não sujeitos à partilha com estados e municípios.

e) Obrigou a União a recompor sua receita utilizando outros tributos tecnicamente melhores do que o Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados, do ponto de vista da eficiência do sistema econômico como um todo.

4. (Esaf – AFRF – 2002) Com base na evolução da carga tributária no Bra-sil, nos últimos 30 anos, aponte a única opção incorreta.

a) Ao longo dos anos 1970 e 1980, a carga tributária brasileira oscilou entre 23% e 26% do PIB.

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Finanças Públicas: de que se trata?

b) A menor arrecadação verificada em alguns anos pode ser atribu-ída ao chamado “efeito Tanzi”, que corresponde à queda de arre-cadação real do governo, observada em períodos de aceleração inflacionária.

c) Em 1990, ocorreu significativo aumento da carga tributária, provo-cado pelo Plano Collor, chegando a atingir quase 30% do PIB.

d) Houve forte escalada tributária após a implantação do Plano Real, passando a carga tributária a representar mais de 30% do PIB no final da década de 1990.

e) A elevação da carga tributária ocorrida nos anos 1990 deveu-se, basicamente, ao aumento da carga dos tributos incidentes sobre o patrimônio e a renda.

5. A partir do que é determinado pela Lei do Orçamento, observa-se que o Orçamento Programa:

a) atribui recursos para o cumprimento do processo de emissão de notas de empenho relativas a um conjunto de compras e pagamentos.

b) atribui responsabilidade ao ordenador de despesas em relação ao con-junto de compras, vendas, pagamentos e aceite de emissão de títulos públicos.

c) retira a responsabilidade do gestor público em relação aos objetivos e metas.

d) atribui recursos para o cumprimento de determinados objetivos e me-tas.

6. A Constituição brasileira atribui ao Poder Executivo a responsabilida-de pelo planejamento e orçamento por meio de três instrumentos principais – o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA); em relação a essa estrutura é correto afirmar:

a) O PPA deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Poder Legislati-vo no primeiro ano de mandato apenas para seu conhecimento, e tem duração até o final do mandato.

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Finanças Públicas: de que se trata?

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b) O Executivo envia conjuntamente os projetos da LDO e da LOA para o Poder Legislativo, os quais devem ser votados em conjunto antes do término do ano a fim de serem executados no ano seguinte.

c) Enquanto o PPA é um planejamento para os quatro anos seguintes, incluindo o primeiro ano do mandato subsequente, a LDO estabe-lece as metas e prioridades para o exercício financeiro seguinte.

d) O Poder Executivo envia para o Legislativo inicialmente a LOA, depois de a LOA aprovada e com base nela, o executivo envia ao legislativo a LDO, que estabelece a programação financeira e o cro-nograma mensal de desembolso.

e) O Legislativo só deve aprovar a LDO, pois o PPA é um indicativo das metas do executivo e a LOA é apenas um cronograma de despesas.

7. (Esaf – MPOG Analista – 2009) O modelo de elaboração orçamentária, nas três esferas de governo, foi sensivelmente afetado pelas disposi-ções introduzidas pela Constituição Federal de 1988.

Anualmente, o Poder Executivo encaminha ao Poder Legislativo o pro-jeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que contém:

a) a receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta.

b) as metas e prioridades da administração pública, incluindo as des-pesas de capital para o exercício financeiro subsequente.

c) a receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta.

d) o Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e os inves-timentos das empresas.

e) a despesa realizada no exercício imediatamente anterior.

8. (Cespe – Analista de Suporte – Finanças Públicas – 2006) O processo de elaboração e execução orçamentária do setor público no Brasil é demarcado por um grupo de princípios que estabelecem a amplitude e a forma dos procedimentos a serem adotados. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir em certo (C) ou errado (E).

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Finanças Públicas: de que se trata?

a) ( ) O princípio orçamentário da não afetação ou não vincula-ção tem como única exceção a previsão constitucional para a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento de ensino.

b) ( ) O orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento e não mais que um para dado exercício financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de orçamentos paralelos e possibilitar uma visão e uma gestão globais das Finanças Públicas.

9. (Esaf – Contador – ANA – 2009) Assinale a opção verdadeira a respeito do princípio orçamentário do equilíbrio.

a) É o princípio pelo qual as despesas fixadas e as receitas estimadas são executadas no exercício, cumprindo dessa forma a disposição da Lei Orçamentária Anual.

b) O princípio do equilíbrio orçamentário se verifica pela suficiên-cia das receitas correntes para cobrir as necessidades correntes e de capital.

c) Constitui equilíbrio orçamentário a coincidência dos valores esti-mados com os realizados da receita pública e os valores fixados e realizados da despesa.

d) É a visão pela qual o orçamento de investimento não ultrapassa as receitas de capital dentro do exercício considerado.

e) É o princípio pelo qual o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período.

10. (Cespe – Técnico – TCE - TO – 2008) Os princípios orçamentários são premissas e linhas norteadoras de ação a serem observadas na ela-boração do orçamento público. Assinale a opção correta acerca dos princípios orçamentários.

a) O princípio da unidade permite que o Poder Legislativo conheça, a priori, todas as receitas e despesas do governo e, assim, possa dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização.

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Finanças Públicas: de que se trata?

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b) Em consonância com os princípios da unidade e universalidade, a Constituição Federal determina a inclusão, na Lei Orçamentária Anual (LOA), de três orçamentos: Orçamento Fiscal; Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta ou indire-tamente, detenha a maioria do capital com direito a voto; e Orça-mento da Seguridade Social.

c) O princípio da anualidade foi reforçado pela Constituição Federal, que proíbe a incorporação dos créditos especiais e extraordinários ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

d) Pelo princípio da anualidade, a LOA deve dispor das alterações na le-gislação tributária, que influenciarão as estimativas de arrecadação.

e) De acordo com o princípio do equilíbrio, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, sen-do que esse princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da Constituição Federal e da Lei 4.320/64.

11. O PPA 2008-2011 tem como meta o Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Qualidade e, com isso, é correto afirmar que:

a) a sociedade e os demais ministérios não tiveram participação na elaboração do Plano, pois este foi realizado exclusivamente pelo Ministério do Planejamento.

b) os três desafios básicos são: promover a inclusão social; manter a estabilidade do preço; e reduzir as desigualdades regionais.

c) não está voltado para a ampliação da infraestrutura necessária ao crescimento sustentável da economia.

d) o foco do desenvolvimento está baseado na progressiva incorpo-ração das famílias ao mercado consumidor.

e) busca o crescimento econômico exclusivamente pelo lado da de-manda externa, isto é, pelas exportações de bens e serviços.

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Finanças Públicas: de que se trata?

ReferênciasCLETO, Carlos; DEZORDI, Lucas. Políticas Econômicas. Livro 1, cap. 2, 2002. Cole-ção Gestão Empresarial FAE/Gazeta do Povo.

CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil de 5 de Outubro de 1988. São Paulo: Atlas, 1988.

FERREIRA, Marlos V. Finanças Públicas para Concursos: teoria e 150 questões com gabarito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GIACOMONI, James. Orçamento Público. 14. ed. ampliada, revisada e atualizada. São Paulo: Atlas, 2008.

GIAMBIAGI, Fábio; ALÉM, Ana Cláudia. Finanças Públicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

MATIAS-PEREIRA, José. Finanças Públicas: a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas, 2009.

NASCIMENTO, Edson R. Finanças Públicas Aplicadas. Brasília: Vestcon, 2007.

PALUDO, Augustinho V. Orçamento Público e Administração Financeira e Orçamentária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SZEZERBICKI, Arquimedes da Silva. Os Princípios Gerais da Ordem Econômica Brasileira: avanços e efetividade desde a Constituição Federal de 1988. Disponí-vel em: <www.eptic.com.br/arquivos/Publicacoes/textos%20para%20discussao/textdisc6.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2010.

Gabarito1.

a) E

b) C

c) C

d) C

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Finanças Públicas: de que se trata?

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2. B

3. E

4. E

5. D

6. C

7. D

8.

a) E

b) C

9. E

10. B

11. C

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Normas gerais de Direito Financeiro

A Lei 4.320/64 determina as normas gerais de Direito Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos estados e dos municípios, em conjunto com a atual constituição brasileira, formam a estrutura da Lei Orçamentária Anual e a base legal da contabilidade pública no Brasil.

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3.º dessa lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.

O art. 11 dessa lei classifica a receita nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. Interessante observar que o §3.º do art. 11, com a redação dada pelo Decreto-Lei 1.939, de 20 de maio de 1982, diz que:

§3.º O superávit do orçamento corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o anexo 1, não constituirá item de receita orçamentária.

O §4.º do artigo 11, com a redação dada pelo Decreto-Lei já mencionado, classifica a receita de acordo com o seguinte esquema:

4.º A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema:

RECEITAS CORRENTES �

Receita Tributária �

Impostos

Taxas

Contribuições de Melhoria

Receita de Contribuições �

Receita Patrimonial �

Receita Agropecuária �

Receita Industrial �

Receita de Serviços �

Transferências Correntes �

Outras Receitas Correntes �

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Normas gerais de Direito Financeiro

RECEITAS DE CAPITAL �

Operações de Crédito �

Alienação de Bens �

Amortização de Empréstimos �

Transferências de Capital �

Outras Receitas de Capital �

As receitas correntes estão relacionadas aos impostos diretos e indiretos e à receita sobre a atividade produtiva. As receitas de capital estão voltadas às operações financeiras do Estado.

Em seu art. 2.º, a Lei 4.320 estabelece pela primeira vez os princípios da transparência orçamentária no seu:

Art. 2.º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

§1.º Integrarão a Lei de Orçamento:

I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do governo;

II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na forma do anexo 1;

III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

IV - Quadro das dotações por órgãos do governo e da administração.

§2.º Acompanharão a Lei de Orçamento:

I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;

II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos anexos 6 a 9;

III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

A transparência orçamentária, de acordo com a Lei 4.320/64, envolve os princípios de unidade, universalidade e anualidade, comentados anterior-mente. Com isso, cada ente da federação deverá apresentar um orçamento completo, demonstrativo, identificando claramente as fontes de arrecada-ção estimada e as despesas fixadas, durante o exercício fiscal.

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Normas gerais de Direito Financeiro

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Fiscalização e controle interno e externo dos orçamentos

A elaboração do orçamento público, no Brasil, segue um ciclo integrado que, de acordo com a Constituição Federal de 1988, compreende o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a lei Orçamentária Anual (LOA). Todos esses planos devem ser elaborados pelo Poder Execu-tivo e encaminhados ao Legislativo como projeto de lei. Após a aprovação voltam ao Executivo para que o governo venha a implementar seu plano de governo, através da política fiscal.

Visando fortalecer a interligação dos processos de planejamento e orça-mento (alocação de recursos), a Constituição Federal de 1988 exigiu que o PPA, a LDO e a LOA fossem articulados, interdependentes e compatíveis.

A LDO recebeu a função de unir o PPA e a LOA. Por isso, a LDO pode ser considerada um “esqueleto” da Lei Orçamentária Anual: estabelece, anual-mente, a estrutura para a elaboração do orçamento. Por sua vez, a própria elaboração da LDO deve obedecer aos princípios do PPA.

O artigo 165 da Constituição determina que os orçamentos anuais, nesse caso tanto a LOA como a LDO, precisam ser compatíveis com o PPA.

Art. 165.

[...]

§7.º Os orçamentos previstos no §5.º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o Plano Plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

O artigo 167 da CF exige que emendas que modifiquem a LOA, ou pro-jetos no mesmo sentido, precisam ser compatíveis tanto em relação ao PPA como naquilo que determina a LDO.

Art. 166.

[...]

§3.º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

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Normas gerais de Direito Financeiro

I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;

O superordenamento do PPA sobre a LOA está claro no artigo 167, da CF:

Art. 167.

[...]

§1.° Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob crime de responsabilidade.

A Constituição determina que a elaboração da LDO deva estar relaciona-da às diretrizes fixadas no PPA (CF, art. 166, §4.°). Essa mesma orientação vale para a elaboração da LOA (CF, art. 165, §7.°; CF, art. 166, §3.°, inciso I).

O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da proposta do Plano Plurianual pelo Poder Executivo. Isso ocorre no primeiro ano de governo do presidente, governador ou prefeito recém-empossado ou reeleito.

Ciclo Orçamentário

1. Elaboração e revisão do Plano Plurianual – PPA

(Executivo)

3. Elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias

LDO (Executivo)

2. Elaboração e revisão de planos nacionais,

regionais e setoriais e sua adequação no Legislativo

5. Discussão e aprovação da Lei Orçamentária

Anual – LAO (Legislativo)

4. Elaboração da Propos-ta Orçamentária Anual

– PLOA (Executivo)

6. Execução orçamentária e financeira/controle e avaliação da execução

Plano Plurianual (PPA)Em linhas gerais, o Plano Plurianual (PPA) é elaborado a cada quatro anos.

Sua elaboração é de responsabilidade de todos os Ministérios, coordenada pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPI/MPO)1, e contempla os dispên-dios de capital e as metas físicas que devem ser alcançadas no período.

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1 Acessar o site: <www.planejamento.gov.br>. Acesso em: fev. 2010.

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Normas gerais de Direito Financeiro

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Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)A validade da LDO é anual e aliada ao PPA determina as diretrizes do

orçamento. É uma lei ordinária, regulamentada pelo artigo 165 da CF/88 que estabelece que:

§2.º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da admi-nistração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as altera-ções na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financei-ras oficiais de fomento.

Sua função é, portanto, antecipar e orientar os parâmetros que devem nortear a elaboração do orçamento para o ano seguinte.

O projeto da LDO é elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPO/MPO), com apoio técnico da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (STN/MF) e apresentado até o dia 15 de abril de cada ano ao Congresso Nacional, onde deve ser aprovado até o dia 30 de junho, sob pena da não interrupção do primeiro período da sessão legislativa.

O Ministério do Planejamento esclarece que os programas e ações desta-cados para o exercício a que se refere a LDO são apresentados como anexos ao texto legal. Com o acordo com o FMI em 1998 e a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, foram acrescentados dois anexos à LDO: (i) Anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidos os resultados primários esperados para os próximos exercícios, dando ainda a dimensão da austeridade dessa política; e (ii) Anexo de Riscos Fiscais, onde são elencadas as dívidas que ainda não estão contabilizadas como tal, mas que, por decisão judicial poderão vir a aumentar a dívida pú-blica2. Esse fato se justifica pela necessidade e compromisso do Brasil com o superávit primário consistente para honrar os serviços da dívida pública.

Lei Orçamentária Anual (LOA)A LOA abrange apenas um exercício fiscal. De acordo com os parágra-

fos 5.° e 6.° do artigo 165 da Constituição Federal, a LOA compreende o

2 Acessar o site: <www.planejamento.gov.br>.

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Normas gerais de Direito Financeiro

Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investimento e o Orçamento da Seguri-dade Social. É de responsabilidade de todos os Ministérios, sendo coorde-nada pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPO/MPO) e encaminhada até o dia 31 de agosto de cada ano ao Congresso Nacional, que deve discuti-la, emendá-la e, finalmen-te, devolvê-la para sanção presidencial até o encerramento da sessão legis-lativa em dezembro.

Cabe ao Executivo consolidar as propostas de todos os poderes, pois o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Ministério Público têm autonomia para elaborar suas propostas orçamentárias.

Se os demais poderes não encaminharem as propostas orçamentárias dentro do prazo da LDO, o Executivo deve considerar os valores da LOA em vigência (ajustados aos limites da LDO). Se as propostas dos demais poderes forem encaminhadas em desacordo com os limites estabelecidos pela LDO, o Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação e envio dos projetos de lei para a apreciação do Legislativo.

Após a aprovação do projeto pelo Legislativo, cabe ao executivo geren-ciar e executar o orçamento, depois que o Congresso o aprova. No Congres-so Nacional, a proposta é primeiramente analisada por uma comissão mista de parlamentares (senadores e deputados) e depois apreciada por todo o plenário. Os parlamentares podem apresentar emendas ao projeto ori-ginal, individual ou coletivamente. No caso da LOA, eles podem modificar os créditos orçamentários previstos para cada órgão ou entidade pública, por exemplo.

O Legislativo tem a tarefa, mediante controle externo, de zelar pela boa execução do orçamento. Isso porque o Legislativo recebeu da Constituição a função da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-monial da União e das entidades da administração direta e indireta.

A Lei 4.320/64 dispõe sobre os controles internos e externos do orçamento:

TÍTULO VIII - DO CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

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Normas gerais de Direito Financeiro

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II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II - DO CONTROLE INTERNO

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do tribunal de Contas, ou órgão equivalente.

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subsequente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.

Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em temos de unidades de medida, previamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que for instituído para esse fim.

CAPÍTULO III - DO CONTROLE EXTERNO

Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§1.º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Em resumo, argumenta-se que cada um dos poderes tem papel fundamen-tal na concepção, formulação, execução e controle do orçamento federal:

Executivo: elaboração, execução e controle interno. �

Legislativo: apreciação, aprovação e controle externo (com auxílio �do TCU).

Judiciário: julgamento de irregularidades aferidas no controle. �

Ministério Público: quando acionado, realiza investigação e abre pro- �cesso para incriminar os responsáveis por irregularidades.

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Normas gerais de Direito Financeiro

Com relação ao Tribunal de Contas da União, a Constituição Federal de 1988 deixa claro:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

X - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

O ciclo orçamentário deixa claro que o Poder Legislativo tem a capacidade de realizar o controle externo da execução orçamentária que fica a cargo do Poder Executivo. Esse poder será realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU), como determinado e detalhado pelo artigo 71 da Constituição.

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Normas gerais de Direito Financeiro

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Despesa pública e princípio da legalidadeA Lei 4.320/64 classifica a despesa orçamentária de dois modos:

Despesas correntes: são despesas da administração pública com a �finalidade de promover a execução e manutenção da ação governa-mental. Elas não estão vinculadas diretamente à ampliação da capa-cidade produtiva da economia. Suas rubricas são dadas por despesas com pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida interna e externa. São computadas também as despesas de custeio (despesas destinadas à manutenção e operação de serviços públicos anterior-mente criados e instalados) e as transferências correntes.

Despesas de capital: ocorre quando a administração pública amplia �a capacidade produtiva da economia, através da formação bruta de capital público – realização de obras, compra de máquinas e equipa-mentos novos.

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguinte esquema:

Despesas correntesDespesas de custeio

Pessoa CivilPessoal MilitarMaterial de consumoServiços de terceirosEncargos diversos

Transferências correntesSubvenções sociaisSubvenções econômicasInativosPensionistasSalário Família e abono familiarJuros da dívida públicaContribuições de Previdência SocialDiversas transferências correntes

Despesas de capitalInvestimentos

Obras públicasServiços em regime de programação especialEquipamentos e instalaçõesMaterial permanenteParticipação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou agrícolas

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Normas gerais de Direito Financeiro

Inversões financeirasAquisição de imóveisParticipação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades comerciais ou financeirasAquisição de títulos representativos de capital de empresa em funcionamentoConstituição de fundos rotativosConcessão de empréstimosDiversas inversões financeiras

Transferências de capitalAmortização da dívida públicaAuxílios para obras públicasAuxílios para equipamentos e instalaçõesAuxílios para inversões financeirasOutras contribuições

A Lei 4.320/64 determina claramente a diferença entre as despesas corren-tes e de capital. É fundamental destacar que as despesas correntes podem estar subdivididas em despesas de custeio (consumo do governo) e despe-sas de transferências. Em relação às despesas de capital podem-se classificá- -las em investimentos públicos (obras, equipamentos, material permanente, entre outros), inversões financeiras e transferências de capital.

Sendo assim, pode-se afirmar que as despesas correntes representam os gastos da administração pública com os programas sociais e as despesas de capital e a ampliação da capacidade produtiva da economia via construção de rodovias, ferrovias, aeroportos, hospitais, escolas, entre outros. O Progra-ma de Aceleração do Crescimento (PAC) é classificado como despesa de ca-pital, por exemplo.

Técnica de realização da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento

As despesas devem ser autorizadas pela Lei Orçamentária Anual e pos-teriormente percorrem, necessariamente, três estágios, previstos na Lei 4.320/64: empenho, liquidação e pagamento.

EmpenhoO ato de realizar a reserva de dotação orçamentária, conhecido como

empenho, é de fato o primeiro estágio e fundamental para o controle da

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Normas gerais de Direito Financeiro

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execução do orçamento. Cabe destacar que o empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

Em termos operacionais, para cada empenho será extraído um documen-to denominado “nota de empenho” que indicará o nome do credor, a repre-sentação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

LiquidaçãoA liquidação é o segundo estágio da despesa pública e consiste em ve-

rificar se a despesa foi realizada de maneira correta. Cabe ao ordenador da despesa verificar três pontos:

a origem e o objeto do que se deve pagar; �

a importância exata a pagar; �

a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. �

Em termos operacionais e de controle, é emitida a nota de lançamento, para registrar a liquidação da despesa.

PagamentoO pagamento é o estágio final do processo da despesa pública. Nesse

caso, o pagamento é realizado em decorrência do serviço prestado. E, assim, ocorre a emissão da ordem bancária em favor do credor.

Atividades de aplicação1. (Cespe – BB/Certificação – Setor Público – 2009) O PPA 2008-2011 or-

ganiza as ações do governo em três eixos: crescimento econômico, agenda social e educação de qualidade. O plano estabelece as me-tas e as prioridades a serem cumpridas pelo governo, que, ao mesmo tempo, são referências ao setor privado.

(Mensagem Presidencial do Plano Plurianual 2008-2011.

Brasília: Presidência da República, v. I do PPA, 30/8/2007.)

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Normas gerais de Direito Financeiro

Tendo o fragmento de texto acima como referência, assinale a opção correta relativa ao PPA.

a) O PPA define as prioridades e metas a serem atingidas por meio da execução dos programas e ações previstos na LOA. Para que isso ocorra, a LDO deve definir quais serão as diretrizes para a elabora-ção do plano.

b) O PPA deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as des-pesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

c) Com base no PPA, o setor privado da economia define a sua estra-tégia de investimento e de orçamento, uma vez que o plano traz importantes informações sobre a economia brasileira e os investi-mentos públicos do país para o período de oito anos.

d) Os programas finalísticos que integram o PPA são aqueles voltados à oferta de serviços ao Estado, para a gestão de políticas públicas e para o apoio administrativo. Para tanto, são importantes as ações que atendam ao objetivo de cada programa e a sua priorização na LDO.

e) A gestão do PPA independe dos princípios de eficiência, eficácia e efetividade; contudo, compreenderá a implementação, o monito-ramento, a avaliação e a revisão anual dos programas. Para tanto, o Poder Executivo manterá sistemas de informações gerenciais e de planejamento para apoio à gestão do plano.

2. Elaboração, estudo/aprovação, execução e avaliação são sequências das etapas desenvolvidas pelo processo orçamentário denominado:

a) Plano de Diretrizes Orçamentárias.

b) Ciclo Orçamentário.

c) Plano Plurianual.

d) Planos Orçamentários Anuais.

e) Sistema de Planejamento Integrado.

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3. (Esaf – MPOG Analista – 2009) A Lei 4.320/64 estabelece dois siste-mas de controle da execução orçamentária: interno e externo. Se-gundo a Constituição Federal de 1988, não é objetivo do sistema de controle interno:

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual.

b) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

c) avaliar a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.

e) fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congê-neres, a Estado, Distrito Federal ou a Município.

4. (FGV – Auditor – TC – RJ – 2008) Em relação ao Tribunal de Contas da União (TCU), assinale a afirmativa incorreta.

a) Ao TCU compete apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as nomeações para cargo de provimento em comis-são, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.

b) Compete ao Tribunal de Contas da União apreciar as contas pres-tadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento.

c) Entendendo o TCU irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

d) Segundo a CRFB/88, as decisões do Tribunal de que resulte impu-tação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

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Normas gerais de Direito Financeiro

e) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

5. (Esaf – Analista de Finanças e Controle – 2008) Do ponto de vista fiscal, o défice público é medido a partir do Resultado Primário. Isso posto, é correto afirmar:

a) O Resultado Primário corresponde à diferença entre receitas não financeiras e despesas não financeiras.

b) Entende-se por receita não financeira: a receita orçamentária arreca-dada, mais as operações de crédito, as receitas de privatização e as receitas provenientes de rendimentos de aplicações financeiras.

c) Entende-se por despesa não financeira: a despesa total, aí incluí-das aquelas com amortização e encargos da dívida interna e exter-na (amortização mais juros).

d) Do ponto de vista fiscal, ou pelo critério “acima da linha”, ocorre défice público quando o total das receitas não financeiras é supe-rior às despesas não financeiras.

e) Nos casos em que o total das receitas próprias de um ente público (sem considerar empréstimos) é inferior às despesas realizadas, te-mos um superávit primário.

6. (Esaf – AFRF – 2002) De acordo com os fundamentos de finanças públi-cas, assinale a única opção correta.

a) O défice público é equivalente à diferença entre o valor dos inves-timentos privados e a poupança do governo em conta-corrente.

b) O défice nominal é menor que o défice primário, diferença essa que é tanto menor quanto maior for a taxa de inflação no período em consideração.

c) A carga tributária líquida representa o total de impostos arrecada-dos no país.

d) O financiamento do défice público tem como única fonte de recur-sos a venda de títulos públicos ao setor privado.

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e) O conceito de Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) contempla, como setor público, o governo central, os go-vernos regionais (estados, municípios e distrito federal), a Previ-dência Social, as empresas estatais e as agências descentralizadas.

7. (Cespe, BB/Certificação – Setor Público – 2009) Acerca das despesas públicas do governo federal, assinale a opção correta.

a) A venda de bens móveis que tenham sido legalmente apreendi-dos pela Receita Federal do Brasil e que não sirvam para o poder público deve ocorrer por meio de concurso.

b) A liquidação global das despesas ocorre quando o montante a ser pago for previamente conhecido, e se dá via nota de empenho, de forma parcelada.

c) As transferências correntes como contrapartida pelo fornecimento direto de bens e serviços referem-se às despesas correntes de re-cursos transferidos para entidades de direito público ou privado.

d) Pela programação orçamentária e financeira, o ente público abre a todos os interessados a possibilidade de formularem propostas para a celebração de contrato de fornecimento de bens e serviços.

e) Quando a União concede um empréstimo ocorre uma inversão financeira. Por outro lado, se ela estiver amortizando um emprés-timo que constituirá receita de capital, estará efetuando uma transferência de capital. Ambos os casos referem-se a despesas de capital.

8. (FCC/ICMS-SP – 2006) A constituição de dívida pública e a amortização de empréstimos enquadram-se, na classificação orçamentária, como:

a) despesas correntes.

b) despesas de capital.

c) transferência de capital.

d) receitas de capital.

e) receitas correntes.

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Normas gerais de Direito Financeiro

9. (FGV – Auditor – TC – RJ – 2008) Em relação à despesa pública, assinale a afirmativa incorreta.

a) Liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobató-rios do respectivo crédito.

b) Empenho de despesa é ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

c) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis.

d) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após regular liquidação.

e) É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

10. (FGV – Auditor – TC – PA – 2008) Com base nas normas gerais sobre Finanças Públicas, assinale a afirmativa incorreta.

a) A competência da União para emitir moeda será exercida exclusi-vamente pelo Banco Central.

b) É facultado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

c) O Banco Central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

d) As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central.

e) As disponibilidades de caixa dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das em-presas por ele controladas, serão depositadas em instituições fi-nanceiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

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Normas gerais de Direito Financeiro

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ReferênciasCLETO, Carlos; DEZORDI, Lucas. Políticas Econômicas. Livro 1, cap. 2, 2002. Cole-ção Gestão Empresarial FAE/Gazeta do Povo.

CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil de 5 de Outubro de 1988. São Paulo: Atlas, 1988.

FERREIRA, Marlos V. Finanças Públicas para Concursos: teoria e 150 questões com gabarito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GIACOMONI, James. Orçamento Público. 14. ed. ampliada, revisada e atualizada. São Paulo: Atlas, 2008.

GIAMBIAGI, Fábio; ALÉM, Ana Cláudia. Finanças Públicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

MATIAS-PEREIRA, José. Finanças Públicas: a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas, 2009.

NASCIMENTO, Edson R. Finanças Públicas Aplicadas. Brasília: Vestcon, 2007.

PALUDO, Augustinho V. Orçamento Público e Administração Financeira e Or-çamentária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SZEZERBICKI, Arquimedes da Silva. Os Princípios Gerais da Ordem Econômica Brasileira: avanços e efetividade desde a Constituição Federal de 1988. Disponí-vel em: <www.eptic.com.br/arquivos/Publicacoes/textos%20para%20discussao/textdisc6.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2010.

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Normas gerais de Direito Financeiro

Gabarito1. B

2. B

3. B

4. A

5. A

6. E

7. E

8. D

9. C

10. B

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Principais instrumentos da Política Fiscal

Receita pública: ingressos e receitasA despesa governamental é sustentada pela receita pública a qual con-

siste no ingresso de caráter não devolutivo auferido pelo poder público, em qualquer esfera governamental. Esses ingressos consistem na somatória de impostos, taxas, contribuições e outras receitas.

A Lei 4.320/64 representa um passo importante para a Classificação da Receita Pública Orçamentária. No capítulo II da referida lei, intitulado “da re-ceita”, o texto legal trata das entidades de Direito Público interno, ou seja, da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e respectivas autar-quias, explicitando em seu próprio corpo.

Receita origináriaÉ a receita obtida pela exploração do patrimônio público, via alienação

de bens ou serviços. A arrecadação é fruto da atividade produtiva do Estado. Pode-se destacar, como exemplo, as receitas patrimoniais, receitas agrope-cuárias, receitas comerciais e receitas de serviço.

Receita derivadaSão receitas compulsórias e impostas de forma coercitiva aos cidadãos e

podem estar na forma de tributos, taxas, contribuições, penalidades e repa-rações de guerra.

Resultado fiscal do setor públicoO crescimento das despesas públicas ao longo do tempo deve obedecer

à própria dinâmica da dívida pública sobre o PIB1 real (capacidade de paga-mento) ao longo do tempo.

1 Produto Interno Bruto.

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Principais instrumentos da Política Fiscal

O crescimento do défice público acima da expansão do PIB real pode tornar a dinâmica da dívida insustentável e o Estado insolvente. Com isso, devemos analisar com detalhes o crescimento das despesas públicas. Em primeiro lugar, vamos definir claramente o conceito de défice público. A tabela a seguir indica o saldo do governo em conta-corrente (SG), ou seja, a poupança do governo.

Atenção, o fato de o governo apresentar poupança, não significa que ele não tenha défice público. Esses conceitos estão interligados, mas são diferentes.

Conta-corrente do setor público

Débitos Créditos

Consumo do governoTransferênciasSubsídiosJuros da dívida públicaSaldo do governo em conta-corrente (SG)

Impostos diretosImpostos indiretosOutras receitas correntes (líquidas)

Utilização das receitas correntes Total de receitas correntes

Em Finanças Públicas, a poupança do governo, como destacado pela tabela, é determinada por:

SG = (impostos diretos e indiretos + outras receitas correntes) – (consumo do governo + transferências + subsídios + juros da dívida interna e externa)

E o défice público (Necessidade de Financiamento do Setor Público) como sendo o Investimento do Governo (IG) descontado o saldo do governo em conta-corrente.

Défice público = IG – SG

No Brasil, o défice público é calculado pelo Banco Central e, de forma complementar, pela Secretaria do Tesouro Nacional. As Necessidades de

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Principais instrumentos da Política Fiscal

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Financiamento do Setor Público (NFSP) são apuradas pelo conceito de caixa e, assim, calculadas no mês efetivo dos desembolsos. A exceção é a despesa com juros da dívida interna e externa que são contabilizados pelo regime de competência, no mês do fato gerador da despesa.

A NFSP pode ser obtida através do cálculo do défice primário, operacional e nominal. Suas metodologias podem ser: acima da linha ou abaixo da linha. Na ótica acima da linha o Ministério da Fazenda apura o desempenho fiscal mediante o fluxo de receitas e despesas orçamentárias em determinado pe-ríodo. Pela metodologia abaixo da linha o Banco Central apura o desempe-nho fiscal por intermédio do cálculo de variação do endividamento líquido em um determinado período.

As Necessidades de Financiamento são apuradas nos três níveis de gover-no: federal, estadual e municipal. A partir da publicação da Lei Complemen-tar 101/2000, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, as Leis de Diretrizes Orçamentárias de cada ente deverão indicar os resultados fiscais pretendi-dos para o exercício financeiro ao que a lei se referir e os dois seguintes.

Em nível federal, as NFSPs são apuradas separadamente pelos orçamen-tos fiscal e da seguridade social e pelo orçamento de investimentos. O re-sultado dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social recebe o nome de “Necessidades de Financiamento do Governo Central”, enquanto o resultado do Orçamento de Investimentos recebe o nome de “Necessidades de Finan-ciamento das Empresas Estatais”.

A Lei de Responsabilidade Fiscal exige que sejam apurados os seguintes resultados fiscais:

Défice primário: é contabilizado � NFSP pela diferença entre as Despe-sas Primárias e as Receitas Primárias, excluindo as despesas e receitas financeiras (juros). Nesse caso, não devemos contabilizar na conta-cor-rente do governo os débitos com juros da dívida pública e créditos de receitas financeiras do Estado.

Receitas primárias: correspondem ao total das receitas orçamentárias �deduzidas as operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações financeiras e retorno de operações de crédito (juros e amortizações), o recebimento de recursos oriundos de empréstimos concedidos e as receitas de privatizações.

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Principais instrumentos da Política Fiscal

Despesas primárias: correspondem ao total das despesas orçamentá- �rias deduzidas as despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com a aquisição de títulos de capital integralizado e as des-pesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.

Resultado primário: fundamental para identificar a capacidade de pa- �gamento da dívida pública. No Brasil, o superávit primário do setor pú-blico de aproximadamente 4% do PIB é utilizado para o pagamento dos juros e das amortizações das dívidas interna e externa.

Défice operacional: é representado pela soma do Resultado Primário �acrescido das despesas líquidas com juros reais. Com isso, no cálculo da poupança do governo (SG) deve-se debitar o pagamento de juros reais (descontando a taxa de inflação) da dívida pública. É relevante para países que apresentam um processo inflacionário significativo.

Défice nominal: é representado pela soma do Resultado Primário acres- �cido das despesas líquidas com juros nominais. Nesse sentido, deve-se calcular a poupança do governo (SG) debitando o pagamento de juros nominais da dívida pública. É conhecido também como o resultado total do setor público.

Resultados primários, operacionais e nominais para a economia bra-sileira: 1995 a 2009* (valores anuais e em % do PIB)

AnoResultado Primário

Resultado Operacional

Resultado Nominal

Juros reaisJuros

nominais

1995 –0,25 4,57 6,66 4,82 6,91

1996 0,09 3,14 5,42 3,05 5,33

1997 0,88 3,99 5,67 3,11 4,78

1998 –0,01 6,91 7,4 6,92 7,41

1999 –2,92 3,09 9,03 6,01 11,95

2000 –3,24 1,09 4,18 4,33 7,41

2001 –3,38 1,28 4,76 4,66 8,14

2002 –3,21 0,14 9,61 3,35 12,82

2003 –3,34 1,27 3,79 4,61 7,14

2004 –3,81 –1,53 2,62 2,28 6,42

2005 –3,93 2,64 3,17 6,57 7,1

2006 –3,24 1,93 3,45 5,17 6,69

2007 –3,46 –0,88 2,66 2,58 6,11

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Principais instrumentos da Política Fiscal

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AnoResultado Primário

Resultado Operacional

Resultado Nominal

Juros reaisJuros

nominais

2008 –3,69 –1,67 2,09 2,02 5,77

2009* –1,59 3,96 3,58 5,55 5,17

* Para 2009, acumulado em 12 meses em agosto. Os valores negativos do Resultado Primário

em porcentagem do PIB indicam um superávit. NFSP calculada pela metodologia “abaixo da

linha” com desvalorização cambial.

O quadro acnterior indica a evolução dos Resultados Primários, Opera-cionais e Nominais do setor público consolidado (federal, estadual e munici-pal) acumulados em 12 meses e em porcentagem do PIB. A partir de 1999, o Brasil passa a perseguir inicialmente um superávit primário do setor público acima dos 2,5% do PIB, em virtude do acordo firmado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em 2005, o superávit primário sem desvalorização cambial foi de 3,93% do PIB e o gasto com juros reais e nominais representaram 6,57% e 7,10% do PIB, respectivamente. Com isso, o défice operacional = –3,93 + 6,57 = 2,64% e o défice nominal = –3,93 + 7,10 = 3,17%.

Preço público e a sua distinção com a taxaNo Direito Tributário, preço público e tarifa são como sinônimos. No Di-

reito Administrativo, parte da doutrina afirma que preço público é gênero e tarifa é espécie. A tarifa seria o preço público especificamente cobrado pela prestação de serviços públicos. Os outros preços públicos, como o cobrado pela administração pelo uso de um bem público, seriam preços públicos não tarifários.

No caso da remuneração dos serviços públicos específicos e divisíveis, o Estado, em tese, pode optar por adotar o regime contratual, e cobrar preço público, ou regime tributário legal, e cobrar taxa.

Os serviços gerais e indivisíveis como, a segurança pública, não podem, de modo nenhum, ser remunerados nem por taxa nem por tarifa. A única forma de custear os serviços gerais e indivisíveis é com as receitas gerais do Estado, especialmente as decorrentes de impostos (salvo no caso da contri-buição de iluminação pública, que é uma contribuição destinada ao custeio de um serviço geral e indivisível).

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Principais instrumentos da Política Fiscal

Os preços públicos podem ser exigidos por pessoas jurídicas de direito privado, inclusive não integrantes da Administração Pública, como as con-cessionárias de serviços públicos, e por pessoas jurídicas de direito público.

Ou seja, podem ser sujeitos ativos da relação jurídica concernente a um preço público pessoas jurídicas de direito privado ou público. As taxas so-mente podem ter como sujeitos ativos as pessoas jurídicas de direito pú-blico. Todos os tributos e multas são receitas derivadas. O nome “derivada” indica que a receita provém (deriva) do patrimônio de outrem, em geral dos particulares, não do próprio Estado.

O preço público é receita derivada. Uma receita é derivada quando o Estado a obtém em razão de seu poder de império, de sua supremacia pe-rante os particulares. Os preços públicos não estão sujeitos a princípios espe-cíficos de Direito Tributário, mas sim aos princípios de Direito Administrativo. A principal consequência é que os preços são previstos em contratos admi-nistrativos, não em leis, os aumentos e reajustes decorrem do contrato, não de lei, e o aumento pode ser cobrado imediatamente, sem que se fale em anterioridade, noventena ou qualquer outro prazo relacionado ao princípio tributário da não surpresa. A cobrança dos preços públicos é proporcional ao uso, por exemplo, luz e telefone.

Preços públicos não podem ser cobrados pelo exercício regular do poder de polícia ou pela utilização potencial do serviço público. A posição do STF sobre o pedágio é que este é uma espécie tributária, do tipo taxa. Já para parte da doutrina, o pedágio pode ser taxa ou tarifa, a critério do legislador.

O Código Tributário Nacional, no artigo 3.º, define tributo como

[...]

Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

[...]

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação indepen-dente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

[...]

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

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Principais instrumentos da Política Fiscal

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[...]

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Dívida ativa de natureza tributária e não tributária. Lançamento, inscrição e cobrança

Segundo o art. 201 do Código Tributário Nacional:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

De fato, em linhas gerais a Dívida Ativa é o crédito público não extinto que o contribuinte deve aos cofres públicos.

No artigo 202, sobre a inscrição da Dívida Ativa, a referida lei indicará obrigatoriamente:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

A Dívida Ativa pode ser tributária ou não tributária – ambas incluem juros, multas e atualizações:

Dívidas Ativas Tributárias são créditos da Fazenda Pública provenien- �tes de obrigação legal relativas a tributos e inscritos como tal nos res-pectivos registros.

Dívidas Ativas não Tributárias estão relacionadas aos demais créditos �da Fazenda Pública, provenientes de obrigação legal ou contratual, inscritos como tal no registro próprio.

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Principais instrumentos da Política Fiscal

O controle do lançamento tributário está ligado ao princípio da legalidade.

A inscrição da Dívida Ativa constitui-se em um controle administrativo da legalidade, assim compete à autoridade administrativa realizar o controle administrativo da legalidade.

Crédito públicoO crédito público consiste na capacidade do setor público em obter re-

cursos da iniciativa privada ou de instituições internacionais, por meio de empréstimos. Um governo com credibilidade e capacidade de pagamento terá facilidade em obter esses empréstimos. Em linhas gerais, quando a fi-nança pública está relativamente equilibrada e a dinâmica da razão dívida pública sobre o PIB está decrescente, o setor público tem uma excelente ca-pacidade de financiamento, com juros baixos e prazos longos. Destaca-se que o crédito público (empréstimo) gera a dívida pública.

Atividades de aplicação1. (Esaf – Analista de Finanças e Controle – 2008) De acordo com o Ma-

nual Técnico do Orçamento, tanto na edição 2008 quanto na edição 2009 (1.ª versão), sobre a classificação de receitas e despesas públicas é correto afirmar:

a) Receitas devem ser classificadas como Financeiras (F), quando seu valor é incluído na apuração do Resultado Primário no conceito acima da linha, ou Primárias (P), quando seu valor não é incluído nesse cálculo.

b) A classificação funcional da despesa reflete a estrutura organiza-cional e administrativa governamental e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.

c) As receitas não financeiras são basicamente as provenientes de operações de crédito, de aplicações financeiras e de juros.

d) Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas

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últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, são classificadas como inversões financeiras.

e) As receitas provenientes dos tributos, contribuições, patrimoniais, agro-pecuárias, industriais e de serviços são classificadas como primárias.

2. (Esaf – AFRF – 2002) Identifique a única afirmativa errada relativa à Receita Pública contida na Lei de Responsabilidade Fiscal.

a) À União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios cabe instituir, prever e efetivamente arrecadar todos os tributos de sua competência institucional.

b) As três esferas de governo, ao explorarem adequadamente sua base tributária, auxiliarão o cumprimento de metas fiscais e a alo-cação das receitas para diferentes despesas.

c) Somente o governo federal demonstrará que a renúncia de receita foi considerada na Lei Orçamentária Anual (LOA).

d) Tanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias quanto a Lei do Orçamento Anual deverão conter um demonstrativo da estimativa e das medi-das de compensação da renúncia de receita.

e) A renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios seguintes.

3. (Esaf – Analista Contábil-Financeiro – Sefaz – CE – 2006) O demonstra-tivo da execução orçamentária do Setor Público, em um determinado exercício, apresentou o seguinte resultado em unidades monetárias:

Receita Receita Tributária = $3.000.000 Receita de Aplicações Financeiras = $600.000 Receita de Operações de Crédito = $500.000

Despesa Despesas Correntes = $2.000.000 Despesa de Juros da Dívida Pública = $350.000 Despesa de Capital = $500.000 Despesa de Amortização da Dívida Pública = $700.000

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Identifique, nas opções abaixo, o montante que corresponda ao resulta-do primário desse exercício.

a) $1.050.000.

b) $550.000.

c) $700.000.

d) $500.000.

e) $200.000.

4. (Esaf/CGU/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção falsa.

a) A Lei 4.320/64 classifica receita pública em orçamentária e extra-orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do orçamento.

b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital.

c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de con-tribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de transferência e outras.

d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão computados na apuração do resultado financeiro e eco-nômico do exercício.

e) A receita extraorçamentária não pertence ao Estado, possuindo ca-ráter de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.

5. (Cespe, BB/Certificação – Economia e Finanças, 2009) Em toda econo-mia, o orçamento do setor público retrata, de um lado, a origem dos recursos utilizados pelo governo e, de outro, sua alocação nos diversos tipos de gastos. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

a) Os gastos com juros e amortização da dívida devem ser incluídos no orçamento de capital.

b) A receita decorrente da arrecadação de impostos integra, obriga-toriamente, o orçamento de capital.

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c) A poupança do governo em conta-corrente é considerada origem de recursos no orçamento de capital.

d) O produto da contratação de novas dívidas constitui receita do or-çamento corrente.

e) Os gastos com investimentos do governo são considerados em grupo destacado, que não faz parte do orçamento corrente nem do orçamento de capital.

6. (Esaf/CGU/2006) Com relação ao défice público e dívida pública, não se pode afirmar que:

a) para avaliar o estímulo do governo à atividade econômica em ter-mos de complementação da demanda privada, há interesse em se medir o tamanho do défice público.

b) quando o défice público é menor do que zero, o governo está fa-zendo uma política fiscal contracionista.

c) se o défice público for maior do que zero, o governo estará contri-buindo para aumentar a demanda.

d) caso o governo incorra em um défice, o gasto que supera a receita deverá ser financiado de alguma forma.

e) quanto menor for o estoque da dívida pública, maior será o gasto com juros.

7. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2008) A política fis-cal pode ser dividida em duas grandes partes: a política tributária e a política de gastos públicos. No que se refere à política fiscal, assinale a única opção incorreta.

a) Quando o governo aumenta os gastos públicos, diz-se que a polí-tica fiscal é expansionista.

b) Os gastos do governo podem ser divididos em dois grandes gru-pos: despesas correntes e as de capital.

c) A política fiscal será expansionista ou contracionista dependendo do que o governo está pretendendo atingir com a política de gastos.

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d) O governo também pode atuar sobre o sistema tributário de for-ma a alterar as despesas do setor privado (entre bens, entre con-sumo e investimento, por exemplo) e a incentivar determinados segmentos produtivos.

e) As despesas correntes do governo referem-se às despesas que o governo efetua para manter e aumentar a capacidade de produ-ção de bens e serviços no país (construção de escolas e de hospi-tais, por exemplo).

8. Denomina-se preço público:

a) a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituí-da em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamen-te vinculada.

b) a prestação pecuniária, decorrente da livre manifestação do com-prador, exigida pelo Estado, por órgão estatal, ou por entidade liga-da ao Poder Público, pela venda de um bem material ou imaterial.

c) a prestação pecuniária decorrente de tributo instituído para fazer face ao custo de obras públicas de que resulte valorização imobiliária.

d) a obrigação do sujeito passivo, que surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo.

e) a prestação pecuniária exigida pelo Poder Público, decorrente de tri-buto cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independen-te de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

9. (Esaf – Assistente Técnico Administrativo – 2009) As taxas, no modelo constitucional brasileiro:

a) terão caráter pessoal e serão graduadas de acordo com a capaci-dade econômica do contribuinte.

b) não poderão ter base de cálculo própria de imposto.

c) serão seletivas e não cumulativas.

d) serão informadas pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade.

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e) terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal.

10. (MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento – 2008) Acerca de receitas públicas, assinale a opção incorreta.

a) Algumas receitas derivadas dos entes da Federação podem ser vinculadas à prestação de garantia ou contra garantia à União, mas não ao pagamento de débitos para com esta.

b) Tanto a taxa quanto o preço público têm pagamento compulsório, mas só a primeira pode ser cobrada pela mera disposição de um serviço público.

c) A estimativa do impacto orçamentário-financeiro e o atendimento à Lei de Diretrizes Orçamentárias são condições necessárias, mas não suficientes à renúncia de receita.

d) A receita originária caracteriza-se fundamentalmente pelo fato de sua percepção não ter o caráter coercitivo próprio da atividade do Estado.

e) Concessões de isenção em caráter não geral estão compreendidas no conceito legal de renúncia de receita.

11. (Esaf – Assistente Técnico Administrativo – 2009) De acordo com o Có-digo Tributário Nacional, o termo de inscrição em dívida ativa, autenti-cado pela autoridade competente, indicará, obrigatoriamente:

a) o nome do devedor, dos corresponsáveis e, sob pena de nulidade, o domicílio ou residência de um e de outros.

b) a data em que foi inscrita.

c) a origem e a natureza do crédito, não se exigindo a exata disposi-ção da lei em que seja fundado.

d) a quantia devida, incluindo-se os juros de mora, dispensando-se a apresentação dos meios utilizados para os cálculos dos valores.

e) o número e a origem do processo administrativo de que se origi-nou o crédito, com transcrição dos termos mais importantes para exata identificação do devedor.

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12. (Cespe, BB/Certificação – Setor Público, 2009) Assinale a opção cor-reta acerca das operações de crédito para financiamento de proje-tos públicos.

a) Uma das formas de financiamento de projetos públicos é a rea-lização de operações de crédito entre o BB e a União, visando à antecipação de tributos antes da ocorrência do seu fato gerador.

b) As regras de contingenciamento do crédito ao setor público vá-lidas para as instituições do sistema financeiro são estabelecidas pelo BACEN, por meio de resoluções editadas pelo Conselho Mo-netário Nacional.

c) O BB pode receber, a título de garantia de operação de crédito realizada com as entidades do setor público, notas promissórias correspondentes a compromissos assumidos com empreiteiros de obras ou prestadores de serviços.

d) O BB pode realizar contratação de operações de crédito com es-tados e municípios, desde que o contrato não tenha por objetivo o financiamento das despesas correntes e o refinanciamento de dívidas contraídas com outra instituição.

e) As operações de crédito que vão de encontro às disposições da LRF são consideradas nulas e devem ser canceladas, devolvendo- -se o principal, como juros e encargos financeiros devidos. Durante o período da devolução, o ente poderá receber apenas as transfe-rências voluntárias.

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ReferênciasCLETO, Carlos; DEZORDI, Lucas. Políticas Econômicas. Livro 1, cap. 2, 2002. Cole-ção Gestão Empresarial FAE/Gazeta do Povo.

CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil de 5 de Outubro de 1988. São Paulo: Atlas, 1988.

FERREIRA, Marlos V. Finanças Públicas para Concursos: teoria e 150 questões com gabarito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GIACOMONI, James. Orçamento Público. 14. ed. ampliada, revisada e atualizada. São Paulo: Atlas, 2008.

GIAMBIAGI, Fábio; ALÉM, Ana Cláudia. Finanças Públicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

MATIAS-PEREIRA, José. Finanças Públicas: a política orçamentária no Brasil. São Paulo: Atlas, 2009.

NASCIMENTO, Edson R. Finanças Públicas Aplicadas. Brasília: Vestcon, 2007.

PALUDO, Augustinho V. Orçamento Público e Administração Financeira e Or-çamentária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SZEZERBICKI, Arquimedes da Silva. Os Princípios Gerais da Ordem Econômica Brasileira: avanços e efetividade desde a constituição federal de 1988. Disponível em: <www.eptic.com.br/arquivos/Publicacoes/textos%20para%20discussao/tex-tdisc6.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2010.

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Gabarito1. E

2. C

3. D

4. C

5. C

6. E

7. E

8. B

9. B

10. B

11. B

12. D

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Anotações

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Série

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Série

FINANÇAS PÚBLICAS PARA CONCURSOS

Lucas Lautert Dezordi

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