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Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 1 Material de estudo para estudantes dos cursos de logística e distribuição. Fonte: NOVAES, G.A. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro- Elsevier, 2007. Terceira Edição revista, atualizada e ampliada. Parte II ível de Serviço Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém escolhemos a de Ronald H. Ballou, que diz: “Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente”. Logística e Distribuição O nível de serviços - Conceitos principais a) Elementos Pré-Transação: Proporcionam um ambiente para que se obtenha um bom nível de serviço. Como exemplos de elementos que proporcionam um bom desempenho no nível de serviço, podem-se citar: • a definição do prazo de entrega da mercadoria após a colocação de um pedido; • procedimentos de troca e devolução; • procedimentos no caso da falta de algum produto; • metodologias de despacho; estabelecimento de planos de contingenciamento, que atendam às greves, desastres naturais e recolhimento de produtos; • entre outros. b) Elementos de Transação: São responsáveis pelos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente. Alguns exemplos podem ser citados, como: • nível de estoque; • habilidade no trato de atraso; • tempo; • qualidade no atendimento • entre outros. N

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Material de estudo para estudantes dos cursos de logística e distribuição.

Fonte: NOVAES, G.A. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de

Janeiro- Elsevier, 2007. Terceira Edição revista, atualizada e ampliada.

Parte II

ível de Serviço

Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém

escolhemos a de Ronald H. Ballou, que diz: “Nível de serviço logístico é a

qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado”, “é o tempo

necessário para se entregar um pedido ao cliente”. Logística e Distribuição

O nível de serviços - Conceitos principais

a) Elementos Pré-Transação:

Proporcionam um ambiente para que se obtenha um bom nível de serviço. Como exemplos de

elementos que proporcionam um bom desempenho no nível de serviço, podem-se citar:

• a definição do prazo de entrega da

mercadoria após a colocação de um

pedido;

• procedimentos de troca e devolução;

• procedimentos no caso da falta de algum

produto;

• metodologias de despacho;

• estabelecimento de planos de

contingenciamento, que atendam às

greves, desastres naturais e recolhimento

de produtos;

• entre outros.

b) Elementos de Transação:

São responsáveis pelos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente. Alguns

exemplos podem ser citados, como:

• nível de estoque;

• habilidade no trato de atraso;

• tempo;

• qualidade no atendimento

• entre outros.

N

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c) Elementos Pós-Transação:

São serviços necessários para apoiar os produtos já entregues aos clientes. Destacam-se:

• instalação;

• garantias;

• retorno de embalagens;

• tratamento de reclamações de clientes;

• tratamento de devoluções de clientes;

• entre outros.

Produto Logístico

Produto Logístico é o produto em si, agregado de valores que geram, no cliente,

o maior nível de satisfação possível.

Se o produto for um bem físico, ele também possui atributos físicos, tais como

peso, volume e forma, que também têm influência no custo logístico. Se o produto for algum

tipo de serviço, ele será composto de intangíveis, como conveniência, distinção e qualidade.

(definição de Ronald H. Ballou).

Classificações do Produto

Os produtos logísticos podem ser classificados em dois grandes grupos:

·Bens de Consumo;

·Bens Industriais.

a. Bens de Consumo: são os bens dirigidos aos consumidores e cujas formas como os

consumidores compram, local e forma de seleção, podem refletir nas seguintes classes:

·Bens de Conveniência; ·Bens de Comparação; ·Bens de uso especial.

1)Bens de conveniência: são os bens que os

consumidores compram com mais

(____________), com pouca pesquisa, de

forma impulsiva e imediata, com pouco

planejamento. Devido a isso, exigem

(____________)(____________)e, por

conseguinte, muitos pontos de venda.

Possuem, normalmente, custos de

distribuição e nível de serviço elevado,

para que consigam a preferência. São

exemplos: Saponáceos, Produtos

alimentícios, itens de tabacaria etc.

Freqüência

grande distribuição

O

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2) Bens de Comparação: são os bens

comprados por (____________) de

(____________), por meio de pesquisa em

muitas lojas, observando-se preço,

qualidade, desempenho, entre outros.

Possuem (____________) (____________)

de (____________) de (____________) e,

por não haver necessidade de tão ampla

distribuição, o custo de distribuição é

menor, se comparado aos bens de

conveniência. São exemplos: automóveis,

“roupas de moda”, mobiliários etc.

meio comparação

menores - quantidades- pontos- venda

3) Bens de Uso Especial: fazem com que os

clientes despendam (____________) para

procurar marcas, categorias particulares de

mercadorias para efetuarem suas compras.

Desse modo, a distribuição não precisa ser

(____________) e a (____________) do

nível de serviço não precisa ser tão alta

quanto aos demais bens. Logo, os custos

de distribuição física são menores. Como

exemplos, podem ser citados: automóveis

feitos sob encomenda, alimentos finos etc.

esforço

ampla - exigência

b. Bens Industriais: são os bens direcionados às empresas e destinam- se à produção de outros

produtos ou serviços.

Uma forma de classificá-los leva em consideração o seu envolvimento nos processos

produtivos. Eles podem ser classificados, como:

·bens que são parte de produtos acabados. Por exemplo: matérias- primas;

·bens que são usados no processo de manufatura: Por exemplo: equipamentos;

·bens que contribuem, indiretamente, no processo produtivo. Por exemplo: material de

escritório.

O Ciclo de Vida do Produto

Os produtos seguem um perfil definido de tempo de vida, se considerados do ponto de vista

de vendas, desde o período de sua inserção no mercado, o atingimento de seu pico de vendas

e posterior declínio.

A relação venda por tempo sugere as seguintes fases em um ciclo de vida:

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·Introdução do produto no mercado;

·Crescimento do nível de vendas;

·Maturidade e atingimento do pico de vendas;

·Declínio.

A existência de vários produtos, em determinada empresa, em momentos diferenciados de

seu ciclo de vida, exigirá do gestor logístico, muita atenção para que se levantem as

necessidades de distribuição deles, por meio de uma estratégia capaz de otimizar o processo

logístico em questão.

A Curva ABC

O conceito de Curva ABC é conseqüência

da observação de especialistas que

constataram ser a maior parte das vendas

gerada por (____________)

(____________) , se considerados em

relação a todos os comercializados. Esse

fenômeno é chamado de curva ABC (ou

curva (____________) ).

poucos - produtos

80-20

Tal conceito é reforçado pelo princípio conhecido como Curva de Pareto, que afirma: “80 %

das vendas provêm de 20 % dos itens da linha de produtos, numa relação 80-20”.

Segundo Ronald H. Ballou (1993): “Vil Fredo Pareto, em 1897, em estudos de concentração de

renda, concluiu que maior parte da riqueza concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela

da população, em proporções de 80% e 20%, respectivamente”.

Características do Produto

O produto, em razão de características próprias, quando avaliado de maneira combinada,

influencia as demais atividades logísticas com implicações na estratégia de distribuição para

que seus custos sejam otimizados.

Essas características, que devem ser consideradas, são:

·Peso;

·Volume;

·Valor;

·Perecibildade;

·Inflamabilidade;

·Substitubilidade.

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Isoladamente e, principalmente nas suas combinações, essas características indicam as

necessidades de transporte, armazenagem, manuseio, estoques e processamento de pedidos.

O Sistema de Transportes

O Sistema de transportes é o componente

logístico que tem como finalidade

movimentar carga, passageiros e serviços.

Sua importância é ainda maior quando

analisamos do ponto de vista dos gastos

logísticos para executá-lo, pois ele absorve

percentuais significativos dos custos

logísticos.

A Importância do Sistema de Transportes

Ao observarmos nações desenvolvidas e em desenvolvimento, verificamos a grande influência

que o Sistema de Transportes de cada país exerce como fator de:

• possibilidade de aumento da competição no mercado;

• redução dos preços das mercadorias;

• garantia da economia de escala de produção.

O Sistema de Transportes, ao desenvolver suas atividades, contribui, de maneira direta e

indireta, também, para:

a. Acesso da população a níveis e padrões de vida mais elevados;

b. Disponibilidade de bens para a população;

c. Efeito estabilizador nos preços das mercadorias, principalmente nas entressafras;

d. Existência de uma sadia concorrência entre os produtores;

e. Flexibilidade para a localização da Produção (Parque Industrial), não atrelada aos mercados

consumidores (se for o caso).

Os Modais do Sistema de Transportes

Existem variadas formas de se apresentar o Sistema de Transportes. Didaticamente,

adotaremos a apresentação da seguinte maneira: dividindo-o em subsistema terrestre,

subsistema aquaviário e subsistema aéreo.

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O Subsistema Terrestre:

1) Modal Rodoviário;

2) Modal Ferroviário;

3)Modal Dutoviário (gás, gasolina, óleo diesel, álcool etc.)

b. O Subsistema Aquaviário:

1) Modal Fluvial;

2) Modal Lacustre;

3)Modal Marítimo: de longo curso (alto-mar) ou de cabotagem(sobre a costa).

c. O Subsistema Aéreo:

1) Modal aéreo de carga;

2) Modal aéreo de passageiros.

Os percentuais de participação de cada um dos modais variam em razão de várias

condicionantes, entre as quais podem ser citados o produto ou serviço a ser transportado, seu

valor, sua perecibilidade, a relação custo-benefício, a disponibilidade geográfica do modal de

transporte, do tempo de transporte porta a porta (da fábrica ao cliente), entre outros.

Tempo “Porta a Porta” e variabilidade

O usuário dos transportes deve ter atenção ao tempo real de transporte de seus bens, pois, a

despeito de aviões serem mais velozes para o deslocamento de produtos, de nada adiantaria

transportá-los pelo modal aéreo, usando jatos velozes, se acontecerem atrasos e retenções

excessivas no solo. Desta forma, costuma-se usar o “tempo porta a porta” (que é o tempo

desde a saída do fornecedor até a entrega ao cliente) com base para cálculos de tempo de

transporte.

Outro aspecto fundamental que também deve ser considerado é a variabilidade. Muitas vezes,

a despeito das mercadorias serem transportadas por um único modal (rodoviário, por

exemplo), pode não existir uma precisa duração do tempo de entrega para distâncias iguais,

em razão de aspectos, como: causas climáticas, congestionamentos de tráfego e número de

paradas. Essa variação sinaliza a incerteza no desempenho do transportador e deve ser

considerada no planejamento logístico. 5. Os Transportes Multimodais

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Os Transportes Multimodais são, na atualidade, uma alternativa de transporte de bens e

mercadorias para os gestores logísticos. Sua concepção baseia-se na integração de mais de um

modal para realizar o transporte de produtos. Tais combinações podem ser:

• Ferro-rodoviária; • Ferro-hidroviária; • Ferro- aeroviária;

• Ferro-dutoviária;

• Rodo-aérea;

• Rodo-hidroviária;

• Rodo-dutoviária;

• Hidro-dutoviária;

• Hidro-aérea;

•Aero-dutoviária.

A Carga Conteinerizada

A carga conteinerizada é uma solução para integrar modais, utilizando-se o container-padrão,

que é capaz de transitar por todos os modais, agregando grandes flexibilidades ao Sistema de

Transporte Logístico de carga. Algumas opções de medidas de containeres podem ser

apresentadas:

a. 8 x 8 x 20 pés; b. 8 x 8 x 40 pés.

rmazenagem de Produtos

Necessidades de Espaço Físico

A necessidade da armazenagem consiste no fato de as organizações não poderem prever a

demanda precisamente, ou seja, de maneira 100% segura. Caso essa perfeita coordenação

entre oferta e demanda fosse possível, a produção deveria ter um tempo de resposta

instantâneo e o transporte deveria ser totalmente confiável, com tempo de entrega nulo.

Desse modo, as empresas utilizam os estoques para melhorarem a coordenação entre oferta e

demanda e diminuírem os custos totais.

Os (____________) gastos com

armazenagem e manuseio de materiais são

justificados e compensados por meio dos

custos de (____________) e de

(____________). A empresa reduz custos

produtivos, pois seus estoques

armazenados absorvem (____________)

dos níveis de (____________) devido a

(____________) do processo de

manufatura ou a variações de oferta ou

demanda. Os custos de transporte são

reduzidos, pois a armazenagem permite o

uso de quantidades maiores e mais

econômicas nos lotes de carregamento.

custos – transporte - produção

flutuações – produção

incertezas

A

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A questão é utilizar inventário eficiente para o correto equilíbrio econômico entre os custos de

estocagem, produção e transporte.

Muitas empresas estão evitando ou

minimizando a necessidade de

armazenagem por meio da aplicação do

conceito (____________), que se baseia na

idéia de ajustar o (____________) e a

(____________) no (____________) e na

(____________) , de forma que os

produtos cheguem justamente quando são

necessários. Este conceito tem sido mais

utilizado no suprimento das empresas, pois

os produtos entram, normalmente, como

matérias-primas ou componentes dos

produtos finais. Portanto, se a demanda

por produtos acabados é conhecida com

algum grau de precisão,

conseqüentemente a (____________)

pelos suprimentos que darão origem a

esses produtos também poderá ser

conhecida.

Just-in-time

suprimento – demanda

tempo – quantidade

demanda

Mesmo assim, enquanto existirem descontos para compras ou transportes de grande lote e

incertezas em relação às demandas previstas e nos tempos de aquisição de matérias-primas,

haverá necessidade de estoques.

Outra razão para a existência dos

(____________) é a (____________) de

(____________) e demanda. Por exemplo,

empresas que dependem de matérias-

primas sazonais, como é caso das que

vendem frutas em calda, são obrigadas a

armazenarem produção para que atendam

devidamente seus clientes no período da

entressafra.

estoques

coordenação – suprimentos

Toda vez que fica muito caro coordenar suprimento e demanda de forma precisa, são

necessários estoques. Outro exemplo interessante é o dos fabricantes de ar-condicionado. Um

nível constante de produção é mantido devido à demanda ser incerta durante o ano, com

picos de venda no verão.

Outra situação que serve de razão para a existência da armazenagem é quando ela também

faz parte do processo de produção. Isso ocorre no caso de queijos, vinhos e outras bebidas

alcoólicas, pois esses produtos requerem um tempo para sua maturação ou envelhecimento.

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Outro caso é o dos produtos taxados, quando a armazenagem pode ser usada para segurar a

mercadoria até sua venda, evitando-se o pagamento de impostos.

Do ponto de vista do marketing, a armazenagem ajuda a disponibilizar o produto no mercado,

com prazos de entrega mais favoráveis. A melhoria dos níveis de serviço pode ter efeito

positivo nas vendas.

Localização de Depósitos

Constatada a necessidade por áreas de armazenagem, resta saber qual a localização desse

espaço. Devem-se levar em consideração alguns critérios para a escolha. É importante

escolher o lugar de acordo com uma visão sistêmica de todos os outros depósitos do sistema

logístico da empresa. Algumas organizações chegam a ter 50 locais de estocagem por todo o

país. Após a localização geográfica, deve-se escolher um sítio específico. Alguns fatores

auxiliam e muito nessa escolha e podem ser coletados com advogados locais, agências

governamentais, companhias de utilidades, engenheiros, entre outros. São eles:

• Leis de zoneamento locais;

• Atitude da comunidade e do governo

local em relação ao depósito;

• Custos de construção;

• Disponibilidade e acesso aos sistemas de

transportes;

• Potencial para expansão;

• Situação da mão-de-obra local, como

salários, disponibilidade, produtividade;

• Taxas relativas ao local e à operação de

armazéns;

• Segurança do local (fogo, furto,

inundações etc.);

• Taxas de seguro e disponibilidade de

financiamentos;

• Congestionamento de tráfego nas

redondezas do local;

• Entre outros.

Dimensão da facilidade de Armazenagem

O depósito deve atender às necessidades de estocagem da empresa. Caso esta utilize espaços

próprios conjugados com espaços alugados nos picos de armazenagem, o tamanho ideal do

prédio será aquele que dá o custo mínimo para a combinação dos dois tipos de espaço físico: o

próprio e o alugado (que é mais caro).

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Funções da Armazenagem

As funções da armazenagem são relativas à natureza do serviço que ela desempenha. São elas:

1. Abrigo de produtos: guarda de estoques gerados pelo desbalanceamento entre oferta e

demanda. Garante proteção e outros serviços associados, como manutenção de registros,

rotação de estoques e reparos;

2. Consolidação: no caso de mercadorias originárias de muitas fontes diferentes, a empresa

pode economizar no transporte, se as entregas forem feitas em um armazém, onde as cargas

são agregadas, ou consolidadas, e transportadas em um único carregamento até seu destino

final. Esse tipo de armazém de consolidação é mais freqüente no suprimento de materiais.

3. Transferência e Transbordo: na transferência, fracionam-se quantidades transferidas em

grandes volumes em quantidades menores, demandadas pelos clientes. Estabelece-se um

depósito regional que receberá pequenos volumes, de acordo com a necessidade dos clientes.

O caso do transbordo é semelhante, mas difere do primeiro no fato de que o depósito não

serve para a guarda dos produtos. Ele serve, simplesmente, como o ponto em que os grandes

lotes de entrega terminam sua viagem e em que se originam as entregas dos volumes

fracionados.

4. Agrupamento: empresas com linha extensa de produtos podem fabricá-los de maneira

integral em cada uma de suas plantas industriais. Os clientes, geralmente, compram a linha

completa e, desse modo, podem-se obter economias de produção pela especialização de cada

fábrica na manufatura de uma parte da linha de produtos e, sendo possível entregar a

produção em um depósito, onde os itens são agrupados conforme os pedidos realizados. O

custo de armazenagem é compensado pelos menores custos de manufatura, devido aos

maiores lotes de produção para menos itens em cada planta.

Tipos de Depósito

a. Espaço Físico Próprio:

A maioria das empresas possui espaços de armazenagem próprios. A empresa espera obter

desse investimento vantagens, como:

• diminuição dos custos em relação ao aluguel de terceiros;

• maior grau de controle sobre as operações de armazenagem, gerando operações mais

eficientes e alto nível de serviço;

• o espaço pode ser convertido para outros usos, como a manufatura;

• o espaço pode servir como base para um escritório de vendas, garagem da frota própria,

departamento de transportes ou de compras;

• entre outros.

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Para que se obtenha uma boa taxa de retorno para o investimento feito, a administração deve

assumir mais responsabilidades associadas a leis do trabalho e outras e ao risco da perda de

capital, caso a rentabilidade não se materialize. Devido a esses riscos, muitas vezes a

administração opta por não possuir um espaço próprio.

b. Aluguel de Espaço Físico de Terceiros:

Os armazéns públicos são de grande utilidade para aqueles que precisam expandir ou

contratar espaço físico por curto período de tempo ou realocar sua área de estocagem

freqüentemente. A cobrança, em geral, é feita para períodos tão curtos como um mês e estes

competem com os depósitos próprios, aceitando usuários cujos níveis de armazenamento

mesclam-se de maneira a gerar alto nível de utilização do espaço disponível durante o ano

inteiro. O depósito próprio pode ter períodos de subutilização da capacidade devido à linha

limitada de produtos que armazena.

Os depósitos públicos são versáteis devido ao fato de terem que atender a uma grande

diversidade de usuários. Existem algumas especializações, porém apenas dentro de quatro

categorias mais amplas de produto:

1. Armazéns de “(____________)”: limitam

seus serviços a certos grupos de

mercadorias-padrão. Especializam-se no

manuseio e armazenagem de produtos,

como madeira, algodão, tabaco, entre

outros;

2. Armazéns para (____________):

oferecem manuseio de armazenagem de

produtos granelizados, como, químicos

líquidos, petróleo e derivados etc.;

3. Armazéns (____________): depósitos

refrigerados que servem para guardar

perecíveis, como frutas, vegetais, produtos

farmacêuticos, entre outros.

4. Armazéns para (____________)

(____________) e (____________):

armazenagem e manuseio de bens de uso

doméstico e mobiliário;

5. Armazéns de (____________) em geral:

manuseiam uma grande diversidade de

itens, não exigindo a especialização dos

tipos anteriores.

Commodities

Granéis

frigorificados

utilidades - domésticas – mobiliário

mercadorias

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O depósito público deve ser capaz de atender às necessidades de seus clientes. De acordo com

a Associação Americana dos Profissionais de Armazenagem, os seguintes serviços devem ser

oferecidos:

• Manuseio, armazenagem e distribuição

por volumes por peso;

• Estocagem em trânsito;

• Armazenagem alfandegada;

• Armazenagem sem taxação;

• Ambiente com temperatura e umidade

controladas;

• Aluguel de espaço físico por metro

quadrado;

• Espaço para escritório e exposição,

serviços administrativos especiais e

telefone;

• Informação de tráfego;

• Manuseio e distribuição de veículos

compartilhados com outras

empresas e consolidação de

carregamentos;

• Inventário Físico;

• Facilidades de transmissão de dados;

• Planos de consolidação de fretes;

• Empacotamento e montagem;

• Defumação;

• Marcação, etiquetagem, gravação e

embalamento;

• Entregas postais e expressas;

• Proteção e amarração de carga;

• Carga e descarga de veículos;

• Consertos, montagem de barris,

amostragem, pesagem e inspeção;

• Compilação de relatórios especiais de

estoques;

• Manutenção de entregas para clientes

com crédito;

• Transporte rodoviário local e de longo

curso;

• Pátios de estocagem;

• Serviços portuários; entrega e instalação

de equipamentos;

• Entre outros.

c. Estoque em trânsito:

Refere-se ao tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte durante

sua entrega. Como diferentes alternativas de transporte representam diferentes tempos de

trânsito, o especialista pode selecionar um modal que pode reduzir ou até mesmo eliminar a

necessidade por armazenagem convencional. Essa alternativa é atraente para empresas que

tratam com estoques sazonais e transportes por longas distâncias, como ocorre no caso de

algumas frutas, que são despachadas verdes, e chegam ao seu local de entrega no ponto certo,

ou seja, maduras para a comercialização.

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ontrole de Estoques

O Estoque e sua Finalidade

O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso futuro. Tem,

como objetivo, atender a demanda, assegurando-lhe a disponibilidade de produtos.

Sua formação é onerosa, uma vez que representa de 25% a 40% dos custos totais. Com o

propósito de se evitar o descontrole financeiro, é necessário que haja uma sincronização

perfeita entre a demanda e a oferta de mercadorias. Como isso é impossível, deve-se formar

um estoque essencialmente para atender a demanda, minimizando seus custos de formação.

Como proposto por Nellemann, “devemos sempre ter o produto que você necessita, mas

nunca devemos ser pegos com algum estoque”.

Finalidades dos Estoques

Os estoques servem para muitas finalidades. Entre elas, podem-se citar:

• Melhoram o nível de serviço;

• Incentivam economias na produção;

• Permitem economia de escala nas

compras e no transporte;

• Agem como proteção contra aumentos

de preço;

• Protegem a empresa contra incertezas na

demanda e no tempo de ressuprimento;

• Servem como segurança contra

contingências.

Melhora do nível de serviço oferecido

Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que podem ser oferecidos produtos

com mais descontos, com quantidades mais adequadas, com mais vantagens para os clientes

que precisam de fornecimento imediato ou de períodos curtos de ressuprimento. Isso

representa maiores vantagens competitivas, diminuição nos custos e maiores lucros nas

vendas.

Economia na Produção

O menor custo unitário de produção ocorre, geralmente, para grandes lotes de fabricação com

o mesmo tamanho. Considerando que os estoques agem como reguladores entre oferta e

demanda, possibilitam uma produção mais constante, não oscilando com as flutuações das

C

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vendas. Além disso, a força de trabalho pode ser mantida em lotes estáveis e os custos de

preparação de lotes podem ser diminuídos.

Métodos geradores de eficiência no manuseio

• A geração de pequenos lotes de compras para atender às necessidades de produção ou

atender a clientes a partir da manufatura implica maiores custos de fretes, uma vez que não há

volume suficiente para obter descontos oferecidos aos maiores lotes. Outra finalidade dos

estoques é possibilitar descontos no transporte de grandes lotes equivalentes à capacidade

dos veículos, gerando, assim, fretes menores.

Proteção contra Alterações nos Preços

Mercadorias negociadas em mercados abertos, tais como minérios, produtos agrícolas e

petróleo, têm seus preços ditados pelas curvas da oferta e da demanda. Assim, as compras

podem ser antecipadas em razão de aumentos previstos nos preços, gerando estoques que

devem ser muito bem administrados.

Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento

Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos ou seus tempos de

ressuprimento de maneira exata no sistema logístico e, para garantir a disponibilidade do

produto, deve-se formar um estoque adicional (estoque de segurança). Este é adicionado ao

estoque regulador para atender às necessidades da produção e do mercado.8. Proteção contra

contingências

Algumas contingências podem atingir as empresas de maneira inesperada. Como exemplo,

podemos citar greves, incêndios, inundações, entre outras. A manutenção do estoque de

reserva é uma maneira viável de garantir o fornecimento normal nessas ocasiões.

Uma visão do problema dos estoques em diferentes organizações

O problema dos estoques não é o mesmo para os diferentes tipos de organizações. Os

estoques industriais costumam ser maiores do que os do varejo e os do atacado. Se

considerarmos os estoques do ponto de vista de bens duráveis e não-duráveis, pode-se

afirmar que “os bens duráveis, como automóveis, máquinas de lavar e condicionadores de ar,

representam os dois terços restantes, e os bens não duráveis, como roupas e alimentos,

representam cerca de um terço dos estoques totais das empresas”.

Controle do estoque pelo tipo de demanda

Os estoques podem ser controlados, adotando-se diversos tipos de critérios. Se considerarmos

a natureza de sua demanda, teremos as seguintes classificações:

a. Estoques de demanda (____________) :

são estoques daqueles produtos que

requerem ressuprimento contínuo, pois

seus produtos são consumidos durante

todas as fases do ano. Ex: creme dental;

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b. Estoques de demanda (____________):

são estoques de produtos comercializados

em determinados momentos do ano. Ex:

Árvores de Natal;

c. Estoques de demanda (____________):

são estoques cuja venda de seus produtos

não pode ser prevista na íntegra . Ex:

automóveis a gasolina x automóveis a

álcool;

d. Estoques de demanda em

(____________) : ocorre no caso de

produtos que estão sendo retirados do

mercado em razão do declínio da

demanda. Ex: Fitas VHS x DVDs;

e. Estoques de demanda (____________):

ocorrem no caso de itens que são usados

na linha de produção de alguns produtos

acabados. Ex: Pneus de automóveis em

razão das vendas do produto acabado, que

é o automóvel.

permanente

sazonal

irregular

declínio

derivada

Custos do Estoque

a. Custos de Manutenção de Estoque: relativos à manutenção de certa quantidade de itens por

um período de tempo. Representa uma série de custos diferentes, como o custo de

imobilização de capital. O capital imobilizado nos estoques poderia estar sendo investido, por

exemplo, no mercado financeiro. Além disso, devem-se considerar, também, os custos com

impostos e seguros, custos de armazenagem, custos associados ao risco de se manter

estoques.

b. Custos de compras: custos das quantidades requeridas para a reposição do estoque. Os

custos de aquisição incluem, especificamente: custo de se processar pedidos, custo de envio

do pedido até o fornecedor, custo de preparação da produção, custo de manuseio ou

processamento realizado na recepção e custo do preço da mercadoria;

c. Custos de Falta:custos que ocorrem no caso de haver demandas por produtos em falta no

estoque. Podem ser custos de vendas perdidas ou de atrasos.

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Algumas técnicas de controle de estoques

Diante dos diversos métodos existentes para o controle de estoques, os mais tradicionalmente

utilizados são:

a. Métodos de empurrar estoques (tipo

(____________)): utilizado, especialmente,

quando há mais de um depósito no sistema

de distribuição. Ocorre quando o que é

produzido é maior que a necessidade dos

estoques.

b. Métodos de Puxar Estoques (tipo

(____________)): Apenas o estoque

necessário para se atender a demanda

daquele produto precisa ser mantido. As

quantidades mantidas tendem a ser

menores do que no outro método. Um dos

sistemas mais conhecidos de puxar

estoques é o “estoque para a demanda”,

em que os níveis de inventário são

mantidos proporcionalmente às previsões

das demandas dos clientes.

Push

pull

Ponto de Reposição

Conhecido, também, como Método do Estoque Mínimo, objetiva reduzir os custos de

manutenção de estoques, mas sem correr o risco de não se atender a demanda. O objetivo é

encontrar o nível ótimo de estoques para um determinado produto.

Para isso, é necessário que o estoque esteja devidamente controlado e que determine o ponto

de reposição.

A finalidade do ponto de reposição é iniciar o processo de ressuprimento com segurança

suficiente para que não ocorra a falta do material. O PR é calculado multiplicando-se a taxa de

consumo pelo tempo de ressuprimento.

Por exemplo, o consumo previsto dos televisores que estão no seu estoque, por semana, é de

100 unidades. O tempo de ressuprimento (tempo gasto desde que o pedido, por exemplo, das

peças que serão utilizadas na fabricação dos televisores, é feito ao fornecedor até a chegada

do produto para a linha de montagem e sua produção) é de duas semanas. Desse modo, o PR

dos seus televisores é de 200 unidades. Explicando: para que não haja risco de a sua demanda

não ser atendida, seu estoque nunca pode ter menos do que 200 televisores. Essa contagem,

atualmente, pode ser feita por ferramentas de tecnologia, como softwares de computadores

especializados.

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Just-In-Time

A aplicação de algumas técnicas na

produção japonesa permitiu reduzir

estoques, em todos os níveis, incrementar

a capacidade disponível em grandes

investimentos adicionais, diminuir tempos

de fabricação, melhorar a produtividade e

a qualidade dos produtos fabricados etc.

Uma dessas técnicas foi o JIT-

(____________), que tem o objetivo de

dispor da peça necessária, na quantidade

necessária e no momento necessário, pois,

para lucrar, necessita-se dispor do

inventário para satisfazer as demandas

imediatas da linha de produção. De acordo

com a filosofia Just-In-Time, em cada etapa

do processo, produzem-se somente os

produtos necessários para a fase posterior,

na quantidade e no momento exato em

que são demandadas.

Just-in-time

O JIT surgiu no Japão, nos meados da década de 70, com base na literatura acerca da Toyota

japonesa (empresa que desenvolveu o sistema tal como vem sendo introduzido no Brasil, o

que o leva, muitas vezes, a ser chamado de “Sistema Toyota de Produção”).

O sistema Just-In-Time freqüentemente é associado a uma política de redução do estoque de

matérias-primas por meio da sua entrega em intervalos e lotes menores. Na realidade, o

sistema é muito mais abrangente do que essa característica “externa”. Internamente, a fábrica

passa por mudanças no trabalho e no sistema de informações.

De uma maneira geral, dois são os princípios desse sistema de produtividade, Just-in-time e

controle autônomo dos defeitos. O Kanban propriamente dito é um sistema de informações

para administrar o Just-In-Time.

Os objetivos do Just-In-Time são:

• Flexibilizar a empresa;

• Produzir somente os produtos necessários;

• Produzir com qualidade requerida;

• Menor “Lead Time” na concepção de novos produtos;

• Menor “Lead Time” na manufatura;

• Melhor atendimento ao cliente;

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• Menor perda (maior valor agregado ao produto);

. Maior retorno de investimento;

• Redução de estoques em processo, produtos acabados e, eventualmente, de Logística e

Distribuição

• Redução de custos de fabricação;

• Geração de espaço de fábrica;

• Produção por métodos que permitam o envolvimento das pessoas (moral, satisfação,

desenvolvimento, autocontrole);

• Melhoramento contínuo (Kaizen) da qualidade e da produtividade.Síntese

rmazenagem

Depósito visto como um Sistema

O depósito ou armazém é um elemento importante na rede logística. Um elemento desse tipo

deve ser considerado como um componente do sistema logístico global. Agora, ao analisá-lo

em maior detalhe, passamos a vê-lo como um sistema em si mesmo, obviamente não

esquecendo de que é uma parte do todo.

É necessário, desde logo, definir, claramente, os objetivos desse subsistema, tendo em vista

seu papel no sistema logístico global da empresa. Para isso, é importante analisar as funções

que deve desempenhar.

Em segundo lugar, é necessário definir os componentes que formam o sistema analisado.

São eles:

- (____________) – as mercadorias chegam ao armazém ou depósito e devem ser

descarregadas, conferidas e encaminhadas ao ponto de armazenagem. Este componente do

armazém ou depósito é constituído, geralmente, por uma doca de descarga, onde a

mercadoria é conferida e triada.

- (____________) – após recebimento, a mercadoria é deslocada dentro do armazém até o

ponto onde deverá ficar armazenada. Mais tarde, é deslocada, novamente, do ponto de

armazenagem para um outro local, que pode ser a doca de embarque ou uma parte do

A

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armazém destinada à consolidação dos pedidos (acondicionamento, despacho). Esse

deslocamento interno é denominado genericamente de movimentação.

- (____________) – a armazenagem propriamente dita das mercadorias constitui um dos

componentes desse sistema. Como já dissemos, pode durar pouco tempo, em alguns casos, e

períodos relativamente longos, em outros.

- (____________) dos (____________) – em certos tipos de armazém, os pedidos dos clientes,

filiais etc. são preparados em um local específico do depósito. Os produtos são trazidos dos

pontos onde estão armazenados e, a seguir, são acondicionados em caixas, pallets,

containeres ou em outra forma adequada de invólucro. Os invólucros são, então, marcados

externamente com o nome e endereço do destinatário para, depois, serem encaminhados à

doca de embarque.

- (____________)– uma vez pronta para ser distribuída ou transportada, a mercadoria é

embarcada no veículo designado, utilizando, para isso, uma doca apropriada. O processo de

carregamento e despacho do veículo constitui, assim, outro componente do sistema em

estudo.

- (____________) externa e estacionamento – embora muitas empresas transportadoras,

indústrias ou firmas comerciais utilizem as vias públicas para estacionar veículos de carga e,

em alguns casos, usem-nas até mesmo para carga/descarga, o certo é dispor de áreas

apropriadas para isso, reservando parte do terreno para circulação e estacionamento.

Recebimento

Movimentação

Armazenagem

Preparação - pedidos

Embarque

Circulação

Assim, é necessário:

(a) Estabelecer um checklist dos parâmetros relevantes;

(b) Definir e quantificar a medida (ou medidas) de rendimento, por meio de um nível de

serviço adequado;

(c) Definir alternativas para subsistemas, caminhando da pior para a melhor;

(d) Quantificar os recursos necessários por alternativa;

Administração de Compras, Suprimentos e Armazenamento

(e) Calcular os custos para cada alternativa (investimento e custeio) e os respectivos níveis de

serviço;

(f) Selecionar a melhor alternativa tendo em vista o conjunto.

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Os principais são: forma de acondicionamento, densidade, assimetria, grau de periculosidade,

grau de perecibilidade, compatibilidade entre cargas diversas, estado físico (sólido, líquido,

gasoso, pastoso), dimensões da carga, tendo em vista os equipamentos disponíveis.

Um ponto muito importante na análise sistêmica do armazém ou depósito é a inter-relação

desse subsistema com o meio externo. Ele se relaciona com o subsistema transporte e, por

meio deste, com os clientes, em um extremo, e com as fábricas e demais depósitos, no outro.

Princípios Operacionais de Armazenagem

Uma vez tomada a decisão de usar os serviços de um depósito, o passo seguinte é projetar

suas características. A seguir, são apresentados os princípios básicos de projetos de depósitos.

Seja o depósito uma grande instalação operada manualmente, ou uma grande instalação

automatizada, os três princípios apresentados a seguir são de grande relevância: critérios de

projeto, tecnologia de manuseio e plano de armazenagem. Cada um desses princípios é

comentado na seqüência:

- Critérios do Projeto – os critérios para elaboração de projetos de depósitos dependem das

características das instalações físicas e da movimentação dos produtos. Os três fatores a serem

considerados no projeto são o número de andares, a altura útil e o fluxo de produtos.

O projeto ideal de depósitos é de um só nível (ou andar), de forma que produtos não sejam

movimentados verticalmente. Elevadores para transporte de um piso para o outro consomem

tempo e energia. O elevador também constitui um gargalo para o fluxo de produtos, quando

vários encarregados competem pelo o uso de poucos elevadores. Embora nem sempre seja

possível, sobretudo em zonas centrais, onde os terrenos são caros e raros, os depósitos devem

ter apenas um piso.

• Tecnologia de Manuseio – Esse segundo princípio prende-se à eficácia e à eficiência da

tecnologia adotada para o manuseio de materiais. Seus componentes são: continuidade de

movimento e economia de escala na movimentação.

a. Continuidade de movimento é obtida por um movimento mais longo, feito por um

encarregado ou por um equipamento de manuseio, o qual é mais vantajoso do que numerosos

e curtos movimentos como parte dele, feito por vários encarregados. Quando o manuseio de

um mesmo produto é feito por vários encarregados ou por vários equipamentos, pode implicar

perda de tempo e aumento de risco de danos aos produtos. Como regra geral, as

movimentações devem ser mais longas e menos freqüentes possíveis.

b. Economia de escala na movimentação é obtida quando todas as atividades são executadas

com a maior quantidade possível de produtos. Em vez de movimentar caixa por caixa, as

atividades de armazenagem devem ser programadas para movimentar grupos de caixas, em

paletes ou em containeres. Essa unitização exige que grande quantidade de produtos ou

pedidos sejam movimentados ou separados ao mesmo tempo. Embora isso possa aumentar a

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complexidade operacional, já que envolve vários produtos ou pedidos, esse recurso reduz a

quantidade total de atividades e o respectivo custo.

• Plano de Estocagem – de conformidade com esse terceiro princípio, o projeto de depósitos

deve considerar as características dos produtos, particularmente aquelas relativas à volume,

peso e acondicionamento na estocagem. O volume dos produtos é o principal fator a ser

levado em conta na definição de um plano de armazenagem. Produtos de alta estação devem

ser armazenados em locais onde as distâncias a serem percorridas são menores, como perto

de saídas, e em estantes ou porta-paletes baixos. Assim, só são diminuídas as distâncias dos

percursos, como também é reduzida a necessidade de movimentação vertical dos produtos.

Em contrapartida, produtos de baixa rotação podem ser colocados em lugares distantes de

saídas ou em prateleiras ou porta-paletes mais altos. A passagem a seguir mostra um plano de

armazenagem baseado na movimentação de produtos.

O plano deve seguir uma estratégia adequada para produtos com características especiais de

peso e armazenagem. Itens relativamente pesados devem ser colocados em locais baixos, para

diminuir o esforço e o risco de elevar grandes pesos. Produtos volumosos ou de baixa

densidade exigem maiores espaços para armazenagem. Espaços livres no solo e estantes ou

porta-paletes altos podem ser usados para esses tipos de produto. Itens menores podem ser

guardados em estantes ou gavetas. Um plano integrado de armazenagem deve moldar-se às

características específicas de cada produto.3. Alternativas de Armazenagem

Este item concentra-se em questões relativas às opções de armazenagem: depósitos próprios,

públicos e contratados. Depósitos próprios são administrados pelas empresas proprietárias das

instalações e dos produtos manuseados. Depósitos públicos são operados como um negócio

independente, oferecendo serviços variados, como de armazenagem, manuseio e transporte,

mediante pagamento de uma taxa fixa ou variável.

Os operadores de depósitos públicos oferecem, em geral, serviços relativamente

padronizados, para todos os clientes. A armazenagem contratada é uma evolução das

operações de depósitos próprios e públicos. Ela é “um acordo de longo prazo, mutuamente

vantajoso, que proporciona armazenagem e serviços logísticos especiais e customizados,

exclusivamente para um cliente, no qual o operador e o cliente compartilham riscos da

operação”. As questões mais importantes que diferenciam os operadores de armazenagem

contratada dos operadores de depósitos públicos são: prazo mais longo de prestação de

serviços, serviços customizados, exclusividade e compartilhamento de riscos. As vantagens que

cada um dos tipos oferece são apresentadas a seguir:

• Depósitos próprios: Um depósito próprio é operado pela empresa proprietária da

mercadoria. As instalações podem ser próprias ou alugadas. A decisão a respeito da melhor

estratégia para cada empresa é essencialmente financeira. Nem sempre é possível encontrar

um depósito de aluguel que atenda a todas as necessidades. Depósitos exigem, por exemplo,

muitas atividades de manuseio de materiais, e as instalações existentes, disponíveis para

aluguel, podem não estar adequadamente projetadas. Geralmente, um depósito eficiente

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deve ser planejado, considerando o sistema de manuseio de materiais, a fim de permitir a

máxima eficiência do fluxo de mercadorias.

Empresas do ramo imobiliário estão cada vez mais inclinadas a construir depósitos de

distribuição dentro das especificações de clientes, em regime de arrendamento mercantil. Esse

tipo de construção personalizada existe em muitos mercados, sob contratos de arrendamento

mercantil, para períodos a partir de cinco anos de duração.

As principais vantagens da armazenagem própria são o controle, a flexibilidade, o custo e

outras vantagens intangíveis. Depósitos próprios oferecem mais controle, pois a empresa tem

autoridade absoluta para a tomada de decisões a respeito das atividades e das prioridades nas

instalações. Esse controle facilita a integração das operações do depósito com os outros

procedimentos logísticos internos da empresa.

Depósitos próprios oferecem, geralmente, mais flexibilidade, pois podem ser ajustados

políticas e procedimentos operacionais para atender a necessidades específicas. Empresas

com clientes ou produtos muito especiais são, freqüentemente, motivadas a instalar seus

próprios depósitos.

Depósitos próprios são, geralmente, considerados menos custosos do que depósitos públicos,

porque, nos custos daqueles não são computadas margens de lucro. Assim, tanto os custos

fixos como os custos variáveis são menores. Essa vantagem, todavia, pode ser enganosa, já

que depósitos públicos são, freqüentemente, mais eficientes ou operam com faixas salariais

mais baixas. O importante é proceder às avaliações precisas do total de custos envolvidos,

antes de tomar uma decisão sobre a estratégia a ser adotada.

Por último, depósitos próprios têm certas vantagens intangíveis, particularmente no que diz

respeito à presença no mercado. Um depósito próprio, com o nome da empresa na porta, dá

aos clientes a impressão de pronta resposta e estabilidade. Essa impressão dá, às vezes, uma

vantagem de marketing sobre outras empresas.

• Depósitos Públicos: O uso de depósitos públicos é intensamente adotado em sistemas

logísticos. Praticamente qualquer composição de serviços pode ser combinada com a empresa

operadora, em curto e em longo prazo. Há uma classificação consagrada para depósitos

públicos que se fundamenta na execução de operações especializadas e inclui (1) depósitos

gerais; (2) depósitos refrigerados; (3) depósitos para commodities especiais; (4) depósitos

alfandegados e (5) depósitos de móveis e de utensílios domésticos. Cada tipo de depósito

difere na tecnologia de armazenagem e manuseio de materiais, tendo em vista as

características ambientais e os bens armazenados.

Depósitos gerais são projetados para manusear todo tipo de mercadorias embaladas.

Depósitos refrigerados, de ambiente congelado ou de temperatura intermediária manuseiam e

armazenam alimentos, medicamentos e produtos químicos que exigem baixa temperatura.

Depósitos especiais para commodities são projetados para manusear grandes volumes ou

itens que exigem condições especiais de manuseio, como pneus ou roupas.

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Depósitos alfandegados são licenciados pelo governo para armazenar mercadorias antes do

pagamento de impostos ou direitos alfandegários. Exercem forte controle sobre todas as

movimentações de saída e de entrada de mercadorias, pois exigem preenchimento de

documentos legais para cada movimentação.

Finalmente, os depósitos de móveis e de utensílios domésticos são projetados para manusear

e armazenar itens volumosos, de difícil arrumação. Obviamente, muitos depósitos públicos

oferecem combinações de serviços das modalidades supracitadas.

Depósitos públicos também proporcionam flexibilidade financeira e vantagens a economias de

escala. Muitas vezes, há maior especialização no que diz respeito a habilidades operacionais e

de gerenciamento, pois armazenagem é o seu negócio. Isso significa que o pessoal que se

dedica a essa atividade compreende os riscos inerentes às operações e é motivado a tirar

vantagens das oportunidades de mercado.

Do ponto de vista financeiro, os depósitos públicos podem ter um custo variável mais baixo do

que depósitos próprios equivalentes. O custo variável mais baixo pode decorrer de salários

menores, maior produtividade, ou de economias de escala. Depósitos públicos têm,

certamente, menores custos. Quando o desempenho é avaliado pelo retorno do investimento,

o uso de armazéns públicos pode aumentar, substancialmente, esse retorno.

Os depósitos públicos oferecem outro tipo de flexibilidade, que é a facilidade de mudança de

local, de tamanho de depósito, ou da quantidade de depósitos, para que a empresa responda,

rapidamente, às necessidades de fornecedores, de clientes ou sazonais. Depósitos próprios são

fixos e, relativamente, de difícil mudança, já que têm que ser construídos ou vendidos.

Depósitos públicos podem, ainda, oferecer significativas economias de escala pela diluição de

custos entre clientes. O maior nível de atividades dilui custos fixos e justifica a existência de

equipamentos de manuseio mais eficientes. Esses depósitos, também, podem baixar o custo

de transporte, consolidando cargas de vários clientes.

Os depósitos públicos cobram de clientes uma taxa básica para manuseio e armazenagem.

Para o manuseio, a taxa é proporcional à cubagem ou peso da mercadoria. Para a

armazenagem, a taxa é aplicada à quantidade, em volume ou peso, armazenada durante o

mês. Tais taxas, normalmente, excedem os custos de armazenagem própria, considerando

condições equivalentes. No entanto, quando não existe a possibilidade de economias de

escala, no caso de armazenagem própria, os depósitos públicos podem ser uma alternativa

mais barata.

• Depósitos Contratados: os depósitos contratados combinam as melhores características de

armazenagem pública e de armazenagem própria. O relacionamento de longo prazo e o

compartilhamento dos riscos permitem custos menores do que as condições normais de

depósitos públicos, embora, em certos casos, seja necessário investir em um ativo imobilizado

mínimo. Os depósitos contratados podem proporcionar vantagens de especialização,

flexibilidade e economia de escala, por compartilhar em recursos de gerenciamento, mão-de-

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Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 24

obra, equipamento e informação com muitos clientes. Embora seja comum os depósitos

contratados compartilharem recursos com clientes de um mesmo ramo, por exemplo produtos

alimentícios, não é comum que concorrentes diretos queiram compartilhar recursos entre si.

Os depósitos contratados estão, atualmente, expandindo o escopo de seus serviços para

incluírem diferentes atividades logísticas, como transporte, controle de estoque,

processamento de pedidos, serviço ao cliente e processamento de devoluções.4. Estratégia de

Armazenagem

Como é de se esperar, muitas empresas usam uma combinação de depósitos próprios,

públicos e contratados. Depósitos próprios ou contratados são mais indicados em caso de

estoques que se movimenta o ano inteiro. Depósitos públicos são mais usados em estações de

pico de movimento. Em outras situações, depósitos centrais tendem a ser próprios e depósitos

regionais ou depósitos em localizações especiais tendem a ser públicos. Em ambos os casos,

depósitos contratados também podem ser utilizados.

A possibilidade de uso integral de um depósito o ano inteiro é muito remota. Como regra para

o planejamento, um depósito projetado para uso de sua capacidade plena deve ter seu uso

limitado entre 75% a 85% do tempo. Dessa maneira, 15% a 25% constituem espaço a ser usado

em situações de pico. Em tais situações, pode ser vantajoso construir um depósito próprio,

dimensionado para uso pleno durante 75% do tempo, e usar um depósito público para atender

a demanda de pico.

A segunda hipótese de combinar depósitos públicos decorre de exigências de mercado. As

empresas podem considerar que armazéns próprios se justificam em localizações específicas,

em razão de volume de distribuição. Em outros mercados, depósitos públicos podem ser a

opção mais econômica. Em projetos de sistemas logísticos, o princípio a ser adotado é

determinar qual a combinação de estratégias de armazenagem que atendem mais

economicamente aos objetivos de serviço ao cliente.

Uma estratégia integrada de depósitos centra-se em duas questões. A primeira diz respeito à

quantidade de depósitos a ser utilizada. A segunda questão é relativa aos tipos de armazém

que devem ser usados para atender às exigências do mercado. Para muitas empresas, a

resposta é uma combinação que possa ser diferenciada por cliente e por produto. Alguns

grupos de clientes podem ser servidos com mais eficiência por um depósito próprio; outros

grupos podem ser servidos, mais adequadamente, por depósitos públicos.

A figura a seguir mostra outros fatoras que devem ser considerados e a sua possível influência.

Horizontalmente, apresenta uma direção estratégica, que vai de depósito próprio a depósito

contratado e a depósito público. As considerações qualitativas, apresentadas verticalmente

são: (1) sinergias de presença; (2) sinergias com setor; (3) flexibilidade operacional; (4)

flexibilidade de localização e (5) economias de escala.

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As sinergias de presença são as vantagens comerciais de proximidade das instalações onde o

estoque está localizado, claramente identificadas com a empresa (por exemplo, o nome da

empresa exposto na porta). Acredita-se que os clientes se sentem mais à vontade quando os

fornecedores mantêm um estoque localizado a pouca distância. Produtos e clientes que

requerem presença local devem ser servidos por depósitos próprios ou contratados.

As sinergias com o setor são as vantagens operacionais decorrentes do uso de depósitos que

servem empresas do mesmo setor. Empresas do ramo de alimentos, por exemplo, costumam

usufruir vantagens substanciais quando compartilham armazéns públicos com outros

fornecedores do mesmo ramo. A redução dos custos de transporte é a principal vantagem,

pois o uso conjunto de depósitos públicos permite a entrega de cargas consolidadas de vários

fornecedores. Depósitos públicos e contratados aumentam o potencial de sinergia com o

setor.

A flexibilidade operacional advém da habilidade de ajustar políticas e procedimentos internos

para atender a requisitos de produtos e exigências de clientes. Geralmente, depósitos próprios

têm mais flexibilidade operacional, pois operam sob total controle das empresas proprietárias.

Em contrapartida, depósitos públicos geralmente empregam políticas e procedimentos mais

consistentes para todos os clientes, a fim de evitar percalços. Todavia, embora esse raciocínio

indique que depósitos próprios possam oferecer mais flexibilidade operacional, existem

muitos depósitos públicos e contratados que têm demonstrado muita flexibilidade e

capacidade de resposta.

A flexibilidade de localização é a habilidade de ajustar, rapidamente, a localização e a

quantidade de depósitos em razão de mudanças na demanda, tanto sazonais quanto

permanentes. Depósitos públicos e contratados oferecem a flexibilidade de localização que

atende a esses requisitos.

Economias de escala dependem da habilidade de reduzir custos de manuseio de materiais e de

armazenagem, por meio do uso de avançadas tecnologias. Geralmente, depósitos com grande

capacidade volumétrica têm uma situação mais propícia para obter essas vantagens, porque

podem diluir altos custos fixos da tecnologia utilizada. Além disso, o investimento em

equipamentos mecânicos ou automatizados e em tecnologia de informação pode reduzir

custos variáveis diretos. Depósitos públicos e contratados têm, geralmente, condições de

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oferecer maiores economias de escala, pois podem projetar suas instalações e operações para

atender a grandes volumes de múltiplos clientes.

Nos últimos anos, o papel tradicional dos depósitos públicos como locais de armazenagem

complementar alterou-se extraordinariamente. Os negócios atuais dão considerada ênfase à

rotação de estoque e à habilidade de satisfazer, rapidamente, os pedidos de clientes. Para

tanto, a estrutura logística deve ter flexibilidade. Muitos depósitos públicos formaram

parcerias que possibilitaram às empresas-cliente contratarem serviços que incluem o

processamento de pedidos e as respectivas entregas, abrangendo várias cidades dos EUA.

Além disso, essas associações oferecem outros serviços especializados, como controle de

estoque e faturamento.

Alguns depósitos públicos e contratados de grande porte estão também expandindo suas

operações para abrangerem redes de armazéns localizados em mercados-chave. Essa

tendência traz a possibilidade de oferecer às indústrias um serviço de grande utilidade

logística. A partir dessa tendência, todas as funções de atendimento aos clientes das empresas

podem ser executadas por depósitos públicos especialistas em serviços logísticos. Essas

funções compreendem transporte, processamento de pedidos de clientes, controle de

estoque, armazenagem, e alguns aspectos administrativos correlatos, os quais formam o

conjunto de serviços integrados disponíveis. A tendência é de que todas essas facilidades, na

forma de redes de depósitos públicos, aumentem, substancialmente, em quantidade,

cobertura geográfica e capacidade.

Os depósitos públicos procuram executar outros serviços de valor agregado para diferenciar-se

da concorrência. Tradicionalmente, a decisão de usar depósitos públicos tem sido tomada por

causa de economias de escala e flexibilidade. No futuro, a tomada de decisões dessa natureza

será cada vez mais baseada na capacidade de os depósitos públicos e contratados

desempenharem tarefas logísticas mais eficientes e eficazes do que os próprios sistemas das

empresas.

A análise para tomada de decisão entre o uso de depósito próprio e o uso de depósito público

ou contratado é análoga à análise de alternativas entre comprar ou fabricar componentes, ou

de comprar ou não caminhões. Depósitos próprios exigem investimentos substanciais, os quais

devem ter o mesmo retorno de outros investimentos.

O comentário final a respeito do uso de redes de depósitos públicos ou próprios refere-se à

relutância natural das empresas de abdicarem da responsabilidade administrativa, em uma

área tão vital como a logística. Os riscos – possibilidade de perda de controle, problemas com

clientes e falta de habilidade para resolver, rapidamente, falhas de sistemas – são as razões

principais dadas por executivos de logística para não usarem redes de depósitos públicos ou

contratados. Embora muitas empresas usem, exclusivamente, depósitos contratados e

públicos, a situação normal é que cada depósito pertença a um proprietário diferente, com o

controle da rede logística, ficando a cargo da empresa fabricante, atacadista ou varejista.

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Contudo, tem havido mudança significativa com relação ao uso de depósitos contratados e

públicos, por causa da flexibilidade, da economia e das sinergias geradas.Síntese

Esta aula apresentou o sistema armazenagem, seus princípios operacionais e as alternativas de

armazenagem (depósitos próprios, públicos e contratados)

Agora, utilizando a sua capacidade de análise, você tem total condição de fazer a escolha da

alternativa mais adequada para cada situação.

adeia de Valor

Introdução

Vantagens competitivas vêm sendo agregadas ao longo de toda a cadeia de suprimento.

Melhorias contínuas devem ser buscadas em todos os elementos da cadeia, reduzindo-se os

custos, melhorando-se a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes finais. Um

elemento que possibilita uma análise sistematizada do processo é chamado de cadeia de valor.

Os elementos da cadeia de suprimento vão desde o fornecedor da matéria-prima destinada à

fabricação de um produto, até o consumidor final, passando pela manufatura, centros de

distribuição, atacadistas (quando há) e varejistas.

Para atuarem de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimentos, as empresas, além

de implementarem um controle de qualidade adequado, devem priorizar a redução de seus

custos para serem competitivas em um mercado tão globalizado.

A Cadeia de Valor

O conceito da cadeia de valor foi desenvolvido por Michael Porter, professor da Harvard

Business School, e é, atualmente, um dos pilares do moderno Gerenciamento da Cadeia de

Suprimento. Segundo Michael Porter, a cadeia de valor “é o conjunto de atividades realizadas

por uma empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade competitiva”. Podem ser

divididas em “atividades primárias”, como logística, fabricação, marketing, vendas, serviços

pós-venda, e em “atividades secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos

humanos, tecnologia e compras.

O valor

Em um ambiente competitivo, valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar

por aquilo que uma empresa ou indivíduo lhes fornece (PORTER,1989). Um bom exemplo é de

C

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Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 28

uma água sendo vendida em um engarrafamento gigantesco, em um dia de calor insuportável.

O que poderia ser gratuito em sua casa passa a ter um alto valor. O valor não é medido pelo

custo final, mas pela receita total, resultante do preço que a empresa estabelece para o

produto, em razão do mercado e do número de unidades que ela possa vender. A margem de

lucro dar-se-á quando a soma dos custos envolvidos na geração do produto for menor do que

o valor que ela consegue estabelecer para ele. Essa margem, normalmente, é dividida, não em

partes iguais, entre varejista, fabricante, fornecedores, transportadoras, intermediários e

todos os participantes da cadeia de suprimento. A meta de uma empresa competitiva deve ser

aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos e, ao mesmo tempo, minimizar seus

custos globais na cadeia de suprimento.

As Atividades de Valor

As atividades de valor são formadas pelos processos físico-operacionais que a empresa utiliza

para criar um produto com certo valor de mercado. Cada atividade de valor usa diversos

insumos, como recursos humanos, materiais, tecnologia, informação, entre outros, podendo

gerar ativos financeiros, como estoques e contas a receber, e passivos, como contas a pagar.

A cadeia de suprimento é formada por uma seqüência de cadeias de valor e as atividades de

valor são os elementos-chave da vantagem competitiva. A cadeia de valor não é um conjunto

de atividades independentes, mas um sistema de atividades interdependentes.

A cadeia de valor completa é muito extensa, pois envolve a manufatura, seus fornecedores,

outros fornecedores nos segmentos anteriores do processo, varejistas, bem como outros

agentes eventuais, como atacadistas, representantes e distribuidores. Ainda se observa, em

muitos casos, que cada empresa da cadeia de valor tenta tirar o máximo de vantagem para si,

ignorando os possíveis efeitos sobre os demais co-participantes.

Participação da Logística na Cadeia de Valor

A cadeia de valor deve ser trabalhada de forma sistemática e contínua, visando à melhoria da

competitividade de toda a cadeia de suprimento no mercado. O processo não pára por aí e

podem-se conseguir reduções adicionais nos custos das atividades de valor, à medida que o

grupo de empresas que formam a cadeia de valor for aumentando sua participação no

mercado e investindo em novas expansões.

Grande parte das medidas que servem para melhorar a cadeia de valor depende de um bom

desempenho das atividades logísticas. Deixando de tratar somente das operações logísticas

clássicas, a Logística, hoje, passa a agir no campo estratégico, atuando, fortemente, na

concepção, planejamento, implementação e execução dos projetos estratégicos das empresas.

Como exemplo dessas medidas, podem-se citar:

• Implantação de um sistema ECR ou Efficient Consumer Response, com reabastecimento das

lojas do varejista diretamente pelo produtor, com uso de “EDI”;

Page 29: Logística apostila resumo 2

Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição

Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 29

• Parcerias com fornecedores de matéria-prima e de componentes da indústria, visando à

otimização e conseqüente redução nos custos finais;

• Entre outras.

“EDI” e “ECR”

a. EDI, ou Electronic Data Interchange é uma troca automatizada, de um computador para

outro, de informações de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros

comerciais, de acordo com um padrão reconhecido internacionalmente.

O EDI é, sem dúvida, um potencializador para a comunicação de negócios efetiva e eficiente

entre as organizações.

Goldfarb e Prescod mencionam os benefícios subseqüentes, comparados a não ter quaisquer

comunicações eletrônicas com os parceiros de negócio:

• maior celeridade nas encomendas;

• melhor controle do inventário;

• menor flutuação financeira;

• informação completa e em tempo real sobre encomendas e inventário para tomada de

decisão mais apoiada;

• redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros.

As vantagens são tão grandes que não subsiste nenhuma dúvida se a comunicação eletrônica é

ou não algo a atingir, a questão reside em qual tipo de solução é mais adequada para o

negócio e a qual preço.

b. ECR ou Efficiet Consumer Response (Resposta Eficiente ao Consumidor) surgiu nos Estados

Unidos, em 1992, e foi, posteriormente, disseminada em outros países. Nessa filosofia, busca-

se maior integração entre as empresas, e o foco é na eficiência da cadeia de suprimento toda,

ao invés da eficiência individual das partes, possibilitando, assim, reduzir os custos totais do

sistema, dos estoques, e ainda disponibilizar produtos mais frescos, de melhor qualidade e

com preços menores para o consumidor final.