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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
LUCIANA PONTES DE CASTRO
SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE EM AMBIENTES DE TRABALHO
SÃO PAULO 2006
LUCIANA PONTES DE CASTRO
SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE EM AMBIENTES DE TRABALHO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista.
Orientadora: PROFª. DRA. MARIA PRONIN
SÃO PAULO 2006
RESUMO
Este trabalho aborda questões de segurança e acessibilidade dos ambientes de trabalho nos espaços internos das edificações (bancos, indústrias, comércio, escritórios). Define conceitos como acessibilidade, Desenho Universal, pessoa com deficiência, pessoa com mobilidade reduzida, segurança do trabalho, ergonomia, segregação social, ética e cidadania. Discute a importância do cumprimento da lei e do atendimento às normas vigentes. Este estudo questiona o uso dos princípios do Desenho Universal e a sua relação com a legislação.
Palavras-chave: segurança do trabalho; acessibilidade; Desenho Universal; deficiência.
ABSTRACT
This work broaches points of safty and accessibility of the users of internal spaces of workspaces (bank, industries, commerce, offices). Defines concepts as accessibility, Universal Design, people with reduced or non mobility and locomotion, work safety, ergonomy, social segregation, ethics and citizenship. Discusses the importance of following the law and attending the standards. This study broaches the use of the principals of the Universal Design and its relation with the legislation. Keys word: work from safety; accessibility; Universal Design; deficiency.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AMN - Associação Mercosul de Normalização
CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde
CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
CORDE – Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas
CPA - Comissão Permanente de Acessibilidade
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISO - International Standards Organization
IT - Instrução Técnica
MEC – Ministério da Educação e Cultura
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
NR - Norma Regulamentadora
OEA – Organização dos Estados Americanos
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SEPED - Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida
SIANF – Seminário sobre a Acessibilidade ao Meio Físico
USP – Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 09
2 METODOLOGIA........................................................................................................... 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 14
3.1 DESENHO UNIVERSAL................................................................................. 14
3.1.1 Histórico e conceitos........................................................................ 14
3.1.2 Princípios do Desenho Universal..................................................... 16
3.1.3 Diversidade Humana e Antropometria........................................... 19
3.1.4 O Projeto Acessível........................................................................... 20
3.2 ACESSIBILIDADE.......................................................................................... 21
3.2.1 Histórico e conceitos......................................................................... 21
3.2.2 Preocupação com a acessibilidade no Estado de São Paulo.......... 23
3.2.3 Tipos de obstáculos........................................................................... 25
3.2.4 Níveis de acessibilidade.................................................................... 26
3.2.5 Guia de Acessibilidade o Município de São Paulo do ano de
2005............................................................................................................. 27
3.3 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA OU MOBILIDADE REDUZIDA.............. 28
3.3.1 Histórico e termos utilizados............................................................ 28
3.3.2 Conceito de pessoa com deficiência................................................. 29
3.3.3 Conceito de pessoa com mobilidade reduzida................................ 30
3.3.4 Tipos de deficiência........................................................................... 31
3.3.5 Tipo de limitações............................................................................. 33
3.3.6 Soluções de tratamento para as limitações..................................... 34
3.3.7 Dados estatísticos.............................................................................. 35
3.3.8 Direito à inclusão...............................................................................36
3.4 LEGISLAÇÃO.................................................................................................. 38
3.4.1 Estímulo da legislação e o poder do Estado.................................... 38
3.4.2 A Legislação Municipal de São Paulo............................................. 39
3.4.3 Legislação do Estado de São Paulo................................................. 43
3.4.3.1 Decreto Estadual N° 46.076, de 31 de agosto de 2001– Regulamento
de Segurança contra Incêndio do Estado de São Paulo............................. 43
3.4.4 Legislação Federal do Brasil............................................................ 44
3.4.4.1 Constituição Federal........................................................................ 45
3.4.4.2 Lei Federal n° 8.213 de julho de 1991 (lei de cotas) ...................... 46
3.4.4.3 Lei Federal n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000........................ 47
3.4.4.4 Decreto Federal 5.296 de 2 de dezembro de 2004........................... 48
3.4.5 Os Direitos Humanos........................................................................ 49
3.5 NORMAS.......................................................................................................... 49
3.5.1 Quando as normas transformam-se em leis................................... 50
3.5.2 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 9050 do
ano de 2004................................................................................................. 51
3.5.3 Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho–
NRs..............................................................................................................53
3.5.4 Normas e documentos internacionais............................................. 55
3.6 SEGURANÇA DO TRABALHO..................................................................... 57
3.6.1 Prevenção de acidentes..................................................................... 57
3.6.2 O homem, a tarefa e o ambiente...................................................... 58
3.6.3 Prevenção de acidentes e doenças ocupacionais............................. 58
3.6.4 Visita ao Senac.................................................................................. 60
8
3.6.5 Situação da pessoa com deficiência em caso de fuga de
incêndio...................................................................................................... 61
3.6.6 Alarme detector de incêndio e iluminação de emergência............ 62
3.6.7 Formas de comunicação e sinalização............................................. 65
3.6.8 Circulação vertical............................................................................ 69
3.6.9 Circulação horizontal........................................................................74
3.7 ÉTICA E CIDADANIA.................................................................................... 85
3.7.1 Definição e histórico.............................................................. ........... 85
3.7.2 A formação do novo perfil de cidadão............................................ 85
3.7.3 Questões éticas da acessibilidade..................................................... 86
3.7.4 Os ambientes inclusivos e a liberdade............................................. 87
4. ACESSIBILIDADE NOS AMBIENTES DE TRABALHO...................................... 88
4.1 CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS................................................................... 88
4.2 CONDIÇÕES FAVORÁVEIS.......................................................................... 89
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 93
6 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 94
9
1 INTRODUÇÃO
O espaço urbano construído pode muitas vezes apresentar barreiras que limitam
o acesso seguro dos usuários. Estes obstáculos podem contribuir para a ocorrência de
acidentes, exigindo maior esforço físico para a execução de tarefas ou causando desconforto e
discriminação entre os usuários. A acessibilidade inadequada pode impedir ou limitar a
locomoção de pessoas no espaço público da cidade como nas ruas e praças, nos meios de
transportes e também no interior de edifícios.
O objetivo deste trabalho é discutir questões de segurança na aplicação de
conceitos de acessibilidade através dos princípios do Desenho Universal e sua relação com a
legislação e normas vigentes, com enfoque nos locais de trabalho, tais como edifícios de
escritórios, bancos, edifícios industriais, comerciais e outros.
O conceito de Desenho Universal teve origem na ideologia de uma comissão
em Washington, em 1963, de criar projetos que consideram a diversidade humana,
proporcionando o uso adequado dos espaços por pessoas com deficiência. Nos anos 70, um
grupo de arquitetos, engenheiros e desenhistas industriais desenvolveram uma pesquisa de
Desenho Ambiental na Carolina do Norte, com o objetivo de elaborar ambientes e produtos
para o maior número de pessoas possível e sem onerar o custo final. Já nos anos 80, Ron Mace
criou o termo Desenho Universal, sistematizando os conceitos para orientar os profissionais na
elaboração de projetos.
Muitas vezes, nos projetos de ambientes e de produtos, não são levadas em
conta as características antropométricas diversas dos usuários, tais como: altura, peso, etnia,
condições de obesidade, idade, deficiência, mulheres gestantes, entre outros. Considera-se
também o envelhecimento da população e a aquisição de deficiência devido a altos índices de
10
acidentes de trânsito, à carência alimentar, à falta de condições de higiene e aos elevados
índices de violência urbana.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, declara que 10% da
população de cada país tem alguma deficiência. Já a Organização das Nações Unidas
(ONU) afirma haver, no mundo, 600 milhões de pessoas com algum tipo de
deficiência, sendo 400 milhões nos países em desenvolvimento. (CPA, 2005, p. 5)
“O Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou
que 25 milhões de brasileiros têm alguma deficiência, ou seja, 14,5% de toda
população.” (CPA, 2005, p. 5).
“Hoje o Brasil tem 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, que representa
aproximadamente 9% do total da população (...) e, em 2025, será o sexto país no
mundo a ter a população com mais idosos, em números absolutos, com
aproximadamente 32 milhões” (PERITO, 2005).
Os dados mostram a necessidade de promover a eliminação de barreiras no
espaço urbano construído, reduzindo riscos e permitindo o livre acesso e uso para a parcela da
população mais afetada como as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida aos
espaços urbanos construídos e aos produtos, aplicando os conceitos de Desenho Universal
como acesso a todos.
As barreiras, para fins de acessibilidade, são “qualquer entrave ou obstáculo
que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a
possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação (...)” (DECRETO
ESTADUAL N° 5.296, 2004, p. 2). Já a definição de barreiras nas edificações são “as
existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas
áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar” (DECRETO
ESTADUAL N° 5.296, 2004, p. 2).
11
Essas barreiras no espaço urbano construído são problemas muitas vezes
decorrentes de falhas na concepção do projetos ou da execução da obra, acréscimo de área não
prevista, alteração de uso, entre outros, ocorridos pelo descaso ou pela falta de informação dos
profissionais e da sociedade. Com isso, são excluídas as pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida de utilizar o espaço de trabalho. Mas um acesso adequado poderia
beneficiar a todos, independente de sua condição, garantindo a saúde, o conforto e a segurança
dos usuários destes espaços, melhorando a qualidade e reduzindo o tempo de execução das
atividades.
A Lei Federal n° 8.213, de julho de 1991, no artigo 93, obriga todas as
empresas que possuem 100 ou mais empregados a preencher de 2% a 5% de seus cargos com
pessoas reabilitadas ou deficientes, desde que estejam habilitadas para o trabalho, de acordo
com a proporção estabelecida. Esta lei obriga as empresas a adequarem seus espaços de
trabalho para o acesso de pessoas com diferentes padrões antropométricos e com deficiência
ou com mobilidade reduzida.
12
2 METODOLOGIA
Os procedimentos adotados foram estruturados em 4 etapas, sendo que na
primeira etapa, através de pesquisa bibliográfica, procurou-se a definição de alguns conceitos
teóricos para a elaboração deste trabalho tais como acessibilidade, Desenho Universal,
deficiência, ergonomia, segurança, entre outros. O material pesquisado baseou-se em leitura
de textos selecionados em referências bibliográficas de livros nacionais e internacionais, como
de Eduardo Gabriel Saad, Hudson de Araújo Couto, Itiro Lida, Julius Panero, Martin Zelnik,
Selwyn Goldsmith, entre outros, textos em periódicos e sites como o da Prefeitura do
Município de São Paulo e da legislação vigente federal, estadual e municipal. Ainda nesta
primeira etapa foi realizado curso de atualização “Arquitetura Inclusiva – Teoria e Prática”,
oferecido pelo Instituto Brasil Acessível com discussão da acessibilidade.
Na segunda etapa foi realizada visita programada ao Centro Universitário
Senac do Campus de Santo Amaro, sito à Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, n° 823, em
São Paulo. O projeto do conjunto arquitetônico propôs espaços acessíveis a todas as pessoas,
inclusive as com deficiência ou mobilidade reduzida, favorecendo a inclusão social e a
segurança. Esta visita foi documentada com registros fotográficos, relatórios e depoimentos
em entrevista com engenheiro responsável.
Na terceira etapa do trabalho foi elaborada uma sistematização de conceitos de
segurança e acessibilidade, especialmente aos espaços internos das edificações destinadas ao
trabalho, utilizando os princípios do Desenho Universal e a aplicação da legislação e normas
vigentes. Alguns critérios foram observados tais como: entradas acessíveis e adequação de
saídas de emergência, circulação horizontal (corredores e passagens), circulação vertical
(rampas, escadas, corrimãos, elevadores, plataformas), sinalização (visual, sonora e tátil),
condições dos pisos (materiais adequados), paredes, forros, divisórias, portas, janelas,
13
sanitários (dimensionamento adequado dos espaços e equipamentos), distribuição do
mobiliário interno (mesas, cadeiras e peças de mobiliário fixo), equipamentos (bebedouros,
telefones públicos, equipamentos de incêndio e outros), dispositivos (interruptores, alavancas,
campainhas, maçanetas), estacionamentos (dimensionamento e quantificação de vagas,
acessos e rampas), entre outros.
14
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 DESENHO UNIVERSAL
3.1.1 Histórico e Conceitos
A preocupação com o conforto e saúde do trabalhador juntamente com uma boa
produtividade surgiu em 1949, na Inglaterra, com a ciência chamada ergonomia, através de
um grupo de cientistas e pesquisadores. Mas somente a partir da década de 1950, a ergonomia
expandiu-se de acordo com as necessidades do mundo industrializado. Provavelmente essa
preocupação tenha surgido com a evolução do homem pré-histórico ao escolher sua
ferramenta de trabalho, como a pedra que melhor se adaptasse à sua mão. Portanto, esta
preocupação na adaptação de objetos e espaços ao homem sempre esteve presente. A partir da
revolução industrial, as condições do trabalhador europeu nas fábricas eram desumanas, com
longas jornadas de trabalho sem períodos de descanso, possuindo ambientes poluídos, com
crianças, idosos e mulheres grávidas atuando, causando acidentes de trabalho.
Mais tarde, estes problemas também estavam presentes nos Estados Unidos
onde surgiu o taylorismo, com objetivos de racionalizar a produção industrial.
“(...) Na Europa, principalmente na Alemanha, França e países escandinavos,
por volta de 1900, começaram a surgir pesquisas na área de fisiologia do
trabalho. (...) Em 1913, Max Ruber cria, dentro do Instituto Rei Guilherme,
um centro dedicado aos estudos de fisiologia do trabalho que evolui mais
tarde para o atual Instituto Max Plank de Fisiologia do Trabalho, situado em
Dortmund, República Federal Alemã. (...) Na Escandinávia, em Estolcolmo e
Copenhagem, foram criados laboratórios para estudar os problemas de
treinamento e coordenação muscular para o desenvolvimento de aptidões
15
físicas. Nos Estados Unidos surgiu o Laboratório de Fadiga da Universidade
deHavard” (LIDA, 1990, p. 3).
Na época da I Guerra Mundial, entre 1914 a 1917, criou-se a Comissão de
Saúde dos Trabalhadores na Indústria das Munições, em 1915. Terminada a guerra, esta
comissão transforma-se no Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial (LIDA, 1990).
No período da II Guerra Mundial, entre 1939 a 1945, surgiu a tecnologia para a
fabricação de instrumentos destinados a guerra tais como radares, tanques, submarinos,
sistemas contra incêndios e aviões. Como exigia-se dos operadores habilidade em condições
desfavoráveis na guerra, havia alto índice de acidentes, muitos freqüentes e fatais. Esta
situação forçou pesquisas com o objetivo de adaptação destes instrumentos bélicos de acordo
com as características do operador. Em tempo de paz estes conhecimentos foram utilizados
para melhorar as condições de vida da população, particularmente dos trabalhadores. Hoje, a
preocupação com a adaptação do homem no ambiente já está presente em todo o mundo,
através de divulgações de pesquisas realizadas em instituições, contribuindo para ampliar os
conhecimentos já disponíveis, contribuindo na qualidade de vida da população e em particular
dos trabalhadores (LIDA, 1990).
Em 1963 foi criada uma comissão em Washington que tinha como ideologia
desenvolver projetos considerando a diversidade humana e evitando a segregação e exclusão
social. Esta comissão criou um conjunto de leis, normas e informações para que pessoas com
deficiência pudessem utilizar os ambientes. Nos anos 1970, um grupo de arquitetos,
engenheiros e desenhistas industriais desenvolveram uma pesquisa de Desenho Ambiental na
Universidade de Carolina do Norte, com o objetivo de proporcionar ambientes e produtos
adequados para o maior número possível de pessoas e sem onerar com isto o custo final. Já na
década de 1980, Ron Mace denominou estes conceitos de Desenho Universal, criando uma
16
sistematização com o objetivo de orientar os profissionais para a elaboração de projetos
acessíveis a todos os componentes do ambiente.
A utilização dos princípios do Desenho Universal como gerador de ambientes,
produtos, serviços, programas e tecnologias acessíveis, promove a utilização destes com
iguais direitos para todos os usuários, de forma segura e autônoma (CPA, 2005).
“O Desenho Universal deve ser concebido como gerador de ambientes,
serviços, programas e tecnologias acessíveis, utilizáveis eqüitativamente, de forma segura e
autônoma por todas as pessoas (...) (CPA, 2005, p. 6).
Conforme definição da ABNT NBR 9050, Desenho Universal é “Aquele que
visa atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e
sensoriais da população” (ABNT, 2004, p. 3).
Já o Decreto 5.296, de 2 de dezembro de 2004 define Desenho Universal a
“concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente
todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de
forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que
compõem a acessibilidade” (DECRETO ESTADUAL N° 5.296, 2004, p.3)
3.1.2 Princípios do Desenho Universal
Os princípios do Desenho Universal consideram a diversidade e habilidade
entre as pessoas. Com o avanço da idade pode ocorrer a redução das funções vitais como
mobilidade, orientação, capacidade sensorial e mental, necessitando de espaços adequados na
questão da acessibilidade. Qualquer pessoa, principalmente no ambiente de trabalho, pode vir
utilizar equipamentos técnicos de auxílio para a locomoção para a compensação de
habilidades diminuídas ou perdidas, como uma lesão temporária que causa a limitação na
17
locomoção. A limitação de locomoção também pode ser gerada por outros fatores como a
pessoa gestante ou a pessoa carregando excesso de volumes (PERITO, 2006).
Os sete princípios básicos do Desenho Universal, de acordo com a Comissão
Permanente de Acessibilidade (CPA) da Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência ou
Mobilidade Reduzida (SEPED) do município de São Paulo,são:
• “ Uso equiparável (para todas pessoas com diferentes capacidades).
• Uso flexível (com leque amplo de preferências e habilidades).
• Simples e intuitivo (fácil de entender).
• Informação Perceptível (comunica eficazmente a informação necessária
através da visão, audição ou olfato).
• Tolerante ao erro (que diminui riscos de ações involuntárias).
• Com pouca exigência de esforço físico.
• Tamanho e espaço para o acesso e o uso inclusive para pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida” (CPA, 2005, p. 6).
A arquiteta Sandra Perito classificou os princípios do Desenho Universal da
seguinte forma:
• Independência (as pessoas devem utilizar o ambiente e produtos com independência, sem
a necessidade de auxílio de outras).
• Igualdade (o ambiente deve gerar oportunidades de uso igual para todos, sem distinção,
sem oferecer desvantagem para determinados grupos ou privilegiando outros grupos de
usuários).
18
• Acessibilidade (as pessoas devem circular sem dificuldades, sem barreiras, com o
ambiente oferecendo espaços e dimensões adequados ao uso, independente das características
dos usuários, como seu tamanho, postura ou habilidades funcionais. Como exemplo do
problema de acessibilidade, existe a catraca de acesso a edifícios que impossibilita o uso de
pessoas com cadeiras de rodas, sendo encaminhadas a outro acesso, favorecendo a exclusão e
discriminação).
• Adaptabilidade (o ambiente deve atender às características e necessidades individuais.
Para isso deve ser adaptável e flexível. Como exemplo de características individuais, existem
as pessoas canhotas, pessoas altas e baixas, entre outras características que devem ser
avaliadas para um projeto).
• Segurança (os ambientes e produtos devem promover o uso seguro em qualquer
circunstância, minimizar os riscos de acidentes e suportar erros, sem conseqüências graves,
decorrentes de ações acidentais ou não intencionadas de todas as pessoas em qualquer
circunstância).
• Pouco esforço físico (os ambientes e produtos podem ser usados com eficiência, com o
mínimo de fadiga e permitirem o conforto do usuário).
• Uso simples e intuitivo (os ambientes e produtos devem ter uso simples, intuitivo,
independente da experiência, capacidade de concentração e domínio de determinado idioma.
Como exemplo, existem placas de sinalização como as de emergência, com figuras e não
simplesmente a escrita).
19
• Perceptível (os ambientes devem ser de fácil entendimento, transmitindo as informações
necessárias aos usuários, de forma efetiva, independente das condições ou das habilidades de
cada pessoa. Como exemplo, existem os degraus sinalizados com cores, alertando os usuários
dos limites e prevenindo acidentes).
• Esteticamente agradável (os ambientes e produtos não devem parecer diferentes,
podendo estar fundidos no conceito arquitetônico do edifício).
• Acessível financeiramente (quando o espaço construído ou produtos forem de uso
comum e não especial, tornam-se acessíveis, como exemplo: a maçaneta universal tipo
alavanca) (PERITO, 2006).
3.1.3 Diversidade Humana e Antropometria
Antropometria é o estudo das medidas das várias características do corpo
humano, como a diferença entre os sexos, variações individuais e étnicas. O problema maior
enfrentado está relacionado às diferentes dimensões das pessoas, de tal forma que uma altura
boa para uma pessoa pode não ser para outra (COUTO, 1995).
Profissionais da arquitetura, urbanismo e da construção civil, muitas vezes,
basearam-se nas dimensões de projetos no homem padrão definido por Ernst Neufert, que foi
pioneiro no estudo de padrões antropométricos. A preocupação para a definição das
dimensões do homem padrão iniciou-se através da necessidade gerada pela industrialização
após a Segunda Guerra Mundial. Porém, este dimensionamento torna-se inviável para os
padrões brasileiros, principalmente quando comparamos a diversidade de padrões e
necessidades das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
20
Estas dimensões de homem padrão elaboradas por Ernst Neufert, foram
reconsideradas pelos critérios do Desenho Universal e apresentada pela NBR 9050, atualizada
no ano de 2004. A Lei Federal 10.098/00, regulamentada em 2004, torna obrigatório o uso de
módulo universal como padrão de dimensionamento, estabelecendo:
O Decreto 5.296 de 2 de dezembro de 2004, “(...) estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade (..)” (DECRETO ESTADUAL N° 5.296,
2004, p.1). Nas condições gerais estabelece: “(...) Devem atender aos princípios do Desenho
Universal, tendo como referências básicas as normas técnicas da acessibilidade da ABNT, a
legislação (...) dos Estados, Municípios e do Distrito Federal (...)” (DECRETO ESTADUAL
N° 5.296, 2004, p.3).
A NBR 9050 do ano de 2004 determina as dimensões referenciais,
considerando as medidas entre 5% a 95% da população brasileira, que são os extremos
correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada. Estas dimensões
foram definidas para pessoas que se locomovem utilizando uma ou duas bengalas, andador
com rodas, andador rígido, muletas em geral, apoio de tripé, bengala de rastreamento, cão
guia, sem órtese (pessoa que se desloca sem o auxílio de instrumentos), com cadeira de rodas
e padrões que atendem a pessoas obesas (ABNT NBR 9050, 2004).
3.1.4 O projeto acessível
O projeto que utiliza os conceitos do Desenho Universal estabelece uma
arquitetura inclusiva, garantindo a qualidade no projeto. Abrange a todas as pessoas,
independente de suas características individuais. O espaço criado é acessível a todos: crianças,
idosos, gestantes, pessoas com diversas estaturas, obesos, usuário de cadeira de rodas ou
muletas, canhotos, destros, entre outras características e não apenas para pessoas com
21
deficiência. Portanto, o Desenho Universal abrange a todos, focaliza a responsabilidade social
e a ética dos profissionais responsáveis pelos projetos.
Criar apenas um desenho acessível com certas soluções de adaptabilidade, que
separa a pessoa deficiente do restante do grupo contribui para a segregação e a discriminação.
O Desenho Universal tem como preceito evitar ambientes isolados ou tratamentos desiguais
de acesso e uso, garantindo seu uso do espaço por todos.
No estudo de um projeto de uma reforma, como exemplo, pode acontecer de
não encontrar a solução ideal de acessibilidade que abrange a todos. Mas os profissionais têm
o dever de abordar todas as soluções técnicas possíveis para que atinja se não todas, mas o
maior número de pessoas possíveis.
Portanto, utilizar os conceitos de Desenho Universal em projetos do espaço
urbano construído é essencial para ampliar o potencial da pessoa com deficiência de atuar nos
ambientes públicos ou privados.
3.2 ACESSIBILIDADE
3.2.1 Histórico e conceitos
As barreiras no espaço urbano construído podem impedir ou dificultar a livre
mobilidade dos usuários, limitando o conforto e a segurança no uso dos espaços, impedindo a
orientação e o entendimento do espaço utilizado e a identificação da sinalização que orienta os
usuários sobre perigos, particularmente para pessoas com limitações auditivas ou visuais.
(Perito, 2006).
Muitos edifícios de escritório, bancos, indústrias ou comércio, apresentam
obstáculos na acessibilidade decorrentes de falhas de projeto, da execução da obra e algumas
22
vezes podem ser também problemas de manutenção. Estes obstáculos podem dificultar ou até
mesmo impedir a utilização do espaço e o desempenho de tarefas.
As barreiras no espaço urbano construído constitui um risco à segurança do
usuário por impedir ou dificultar a livre mobilidade, principalmente da parcela da população
mais atingida, que são as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Estas pessoas
sofrem muitas vezes desnecessariamente, por ter sua locomoção limitada em espaços abertos e
edificações, restringindo sua atuação na sociedade e contribuindo para a sua exclusão social.
A inadequação ou a falta de acesso no espaço edificado impede ou dificulta a freqüência em
uma instituição de ensino e sua atuação profissional.
Está sendo cada vez mais exigida a acessibilidade através da legislação, desde
na elaboração do projeto, com o respeito e a vivência de atividades por quem utilizará o
espaço projetado, interando espaços, pessoas e atividades. O conceito arquitetônico de
Desenho Universal consegue atingir esta necessidade do espaço permitindo o uso por todos,
suprindo as necessidades atuais como as que poderão ocorrer futuramente.
Conforme definição da ABNT NBR 9050, acessibilidade é a “Possibilidade e
condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia
de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.” (ABNT NBR 9050,
2004, p. 2).
Já na Lei n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000, acessibilidade é a
“possibilidade e condição para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios
de comunicação, por uma pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida” (LEI
FEDERAL N° 10.098, 2000, p. 1).
23
Barreira arquitetônica é “(...) Qualquer elemento natural, instalado ou
edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou
equipamento urbano” (ABNT NBR 9050, 2004, p. 2).
Já a Lei n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000 define como barreiras:
“qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a
circulação com segurança das pessoas(...)” (Lei n° 10.098, 2000, p.1). Esta Lei classifica as
barreiras nos transportes, as barreiras “(...) arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias
públicas e nos espaços de uso público; (...) arquitetônicas na edificação: as existentes no
interior dos edifícios; (...) arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de
transportes” (LEI FEDERAL N° 10.098, 2000, p. 1).
O Decreto 5.296, complementa amplia a definição de barreiras nas edificações
como sendo “as existentes no entorno e interior das edificações de uso público e coletivo e no
entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar”
(DECRETO ESTADUAL N° 5.296, 2004, p. 2)
3.2.2 Preocupação com a acessibilidade no Estado de São Paulo
Desde o ano de 1909, o Corpo de Bombeiros atua na área de prevenção de
incêndio. Nesta década foi editado o Regulamento para os Locais de Divertimentos Públicos.
Já em 1936, o Corpo de Bombeiros passou a atuar na fiscalização junto com o Departamento
de Obras. Em 1942 surgiu a Seção Técnica. Em 1947 iniciou-se a emissão de Atestados de
Vistoria. Em 1961 surgiu a Especificação para instalações de Proteção contra incêndio,
referindo-se às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. De 1961 a 1980 o
Corpo de Bombeiros atuou por meio das Especificações do Comandante Geral da Polícia
24
Militar do estado de São Paulo, onde exigia-se apenas extintores, hidrantes e sinalização de
equipamentos (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
No ano de 1983, inicio-se a primeira especificação do Corpo de Bombeiros
passou a exigir: extintores; sistemas de hidrantes; sistema de alarme de incêndio e detecção de
fumaça e de calor; sistema de chuveiros automáticos; sistema de iluminação de emergência;
compartimentação vertical e horizontal; escadas de segurança; isolamento de risco; sistemas
fixos de espuma, CO2, Halon e outras proteções. Já no ano de 1993 passou a vigorar o
Decreto estadual n° 38.069, iniciou-se a publicação em Diário Oficial de Despachos
Normativos, entre outros (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
Alguns incêndios de grandes proporções na cidade de São Paulo contribuíram
para a preocupação com a melhoria dos processos de prevenção contra incêndios. Como
exemplo podemos citar: o Edifício Andraus, ocorrido em 1972, onde o incêndio atingiu todos
os 31 pavimentos de escritórios e lojas, com 6 vítimas fatais e 329 feridas, com a causa em
virtude da grande quantidade de material depositado; o Edifício Joelma, ocorrido em 1974,
onde o incêndio atingiu todos os 25 pavimentos de escritórios e garagens, com 189 vítimas
fatais e 320 feridas, com a causa possível de um curto-circuito; o Edifício Grande Avenida,
ocorrido em 1981 pela segunda vez, onde o incêndio atingiu 19 pavimentos, com 17 vítimas
fatais e 53 feridas, com a causa possível surgida no subsolo; o Edifício Cesp, ocorrido em
1987, nos dois blocos ocorrido através de propagação, com o colapso da estrutura
apresentando desabamento parcial (INSTRUÇÃO TÉNICA N° 02, 2004).
Estas tragédias ocorridas em edifícios na cidade de São Paulo incentivaram
medidas de prevenção de incêndio, como na avaliação da acessibilidade de rotas de fuga na
circulação horizontal e vertical, acesso à viatura do Corpo de Bombeiros à edificação, entre
outros.
25
Os objetivos da prevenção de incêndio são: a garantia da segurança à vida das
pessoas que se encontra dentro do edifício em caso de incêndio; prevenção do início e
propagação do incêndio de todo o edifício; a proteção do conteúdo e da estrutura do edifício;
minimizar os danos materiais de um incêndio (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
Estes objetivos são alcançados através: do controle da natureza e da quantidade
dos materiais combustíveis no edifício; dimensionamento da compartimentação interna, da
resistência ao fogo e do distanciamento entre edifícios; dimensionamento dos sistemas de
detecção,alarme de incêndio, sistemas dos chuveiros automáticos e dos equipamentos manuais
para combate; controle das fontes de ignição e riscos; gerenciamento e manutenção dos
sistemas instalados; controle dos danos ao meio ambientes gerados por um incêndio;
treinamento do pessoal habilitado a combater um princípio de incêndio e coordenar o
abandono seguro da população de um edifício; acesso aos equipamentos de combate à
incêndio; dimensionamento das rotas de escape e dos dispositivos para controle do movimento
de fumaça (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
3.2.3 Tipos de Obstáculos
• Obstáculos físicos
O espaço urbano construído urbano pode conter obstáculos físicos que “(...)
dificultam ou impedem a livre mobilidade de todos os usuários” (PERITO, p. 6).
As pessoas com deficiência ou as que apresentam mobilidade reduzida
temporária ou permanentemente e aquelas sem mobilidade, são as mais prejudicadas na
vivência do espaço urbano construído.
26
• Obstáculos de risco
Os obstáculos de risco limitam e ameaçam o conforto e a segurança no uso dos
espaços, onde devem ser eliminados.
• Obstáculos à compreensão
São obstáculos que impedem o entendimento e orientação, principalmente na
identificação das fontes de perigo para todos os usuários (PERITO, 2006).
Os obstáculos impedem que o usuário se oriente ou reconheça os lugares e
perigos são um aspecto a observar na melhoria da qualidade do espaço urbano construído. Se
as pessoas tornam-se capazes de se orientar e reconhecer os diferentes espaços, adquirem
familiaridade e segurança para utilizá-lo, reduz tensões ou ansiedade gerados por situações
novas.
3.2.4 Níveis de acessibilidade
Eliminar barreiras físicas é apenas uma parte das barreiras enfrentada pela
sociedade. Há diversos tipos de barreiras, como a barreira da inclusão educacional, barreira no
acesso a informações, entre outros.
Segue a classificação dos níveis de acessibilidade encontrado por pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida, segundo a arquiteta Sandra Perito:
• Abordável (quando o espaço urbano construído permite que uma pessoa com deficiência
ou mobilidade reduzida, acesse a edificação da rua à porta de entrada, sem auxílio de outras
pessoas).
27
• Acessível (quando o espaço urbano construído permite que uma pessoa com deficiência ou
mobilidade reduzida, além de acessar pela porta da frente sem auxílio de outras pessoas,
chegando pelo menos na sala de estar ou no saguão de entrada).
• Frequentável por visitantes (quando o espaço urbano construído permite que uma pessoa
com deficiência ou mobilidade reduzida, possa entrar pela porta da frente sem dificuldades e
chegar na sala de estar ou saguão de entrada e cozinha sem assistência e, se necessário auxílio,
ser capaz de usar o lavabo).
• Universal (quando o espaço urbano permite que qualquer pessoa possa utilizá-lo sem
dificuldades, todas as atividades necessárias realizadas com independência e sem restrições)
(PERITO, 2006).
3.2.5 Guia de Acessibilidade do Município de São Paulo do ano de 2005
Este guia de acessibilidade foi elaborado para proporcionar a qualquer cidadão
que se interesse pelo assunto e principalmente aos profissionais da arquitetura, urbanistas e da
construção civil, uma consulta mais prática para a elaboração de projetos. As informações
apresentadas foram extraídas de normas técnicas nacionais e internacionais, legislação vigente
no Brasil e na cidade de São Paulo. Participa também com orientações a Comissão
Permanente de Acessibilidade (CPA), órgão ligado à Secretaria Especial da Pessoa com
Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura da cidade de São Paulo. O objetivo deste
guia é de contribuir para a promoção da acessibilidade através do Desenho Universal, que
respeita a diversidade humana e inclui as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida como
forma de inclusão social.
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Os assuntos abordados neste guia baseiam-se na apresentação do Desenho
Universal, uso e dimensionamento das edificações, comunicação e sinalização, legislação e
normas técnicas, definições, entre outros.
3.3 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA OU MOBILIDADE REDUZIDA
3.3.1 Histórico e termos utilizados
Na história da civilização, o termo que refere-se à pessoa com deficiência
passou por diversas alterações. Durante séculos e até por volta dos anos 1990, romances,
nomes de instituições e leis, referiam-se às pessoas com deficiências com o termo “inválidos”.
O termo significava indivíduos inúteis, representando um fardo para a família e sociedade.
Após as duas guerras mundiais e até por volta da década de 1960, utilizou-se o termo
“incapacitados”, “indivíduos sem capacidade” ou “indivíduos com capacidade residual” para
designar pessoas com deficiência. Por volta da década de 1960 até a década de 1980, estes
termos foram substituídos por: “defeituosos” significando indivíduos com deformidade;
“deficientes” significando indivíduos com deficiência física, intelectual, auditiva, visual ou
múltipla; “excepcionais” significando indivíduos com deficiência intelectual. Houve um
movimento em defesa das pessoas “superdotadas”, hoje designado pessoas com altas
habilidades, por apresentarem-se excepcionais e por estarem na outra ponta da curva da
inteligência humana. No ano de 1981, a ONU (Organização das Nações Unidas), deu o nome
de “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”. A palavra acrescentada como substantivo
“pessoas”, antes do termo deficientes auxiliou na imagem desta parcela da população e
substituiu o termo “indivíduos” (SASSAKI, 2005).
29
Por volta de 1988 até 1993, alguns líderes de organizações de pessoas com
deficiência contestaram o termo pessoa com deficiência, alegando que a pessoa inteira seria
deficiente. Foi proposto substituir o termo por “portadores de deficiência”. A partir da década
de 90 até os dias atuais, utilizou-se o termo “pessoas com necessidades especiais” que logo
após foi substituído por “portadores de necessidades especiais”. Porém, com a vigência do art.
5° da Resolução CNE/CEB n° 2, de 11/9/2001, necessidades especiais passou a ser um valor
agregado tanto à pessoa com deficiência quanto outras pessoas. Nesta mesma época surgiram
expressões como pessoas especiais”, “crianças especiais”, “alunos especiais”, “pacientes
especiais”, visando amenizar a palavra deficientes (SASSAKI, 2005).
Foi publicado em maio de 2002, por Frei Betto que escreveu no jornal “O
Estado de São Paulo” um artigo em que propõe o termo “portadores de direitos especiais” e a
sigla PODE. Porém, o termo “portadores” é questionado por sua alusão a carregadores, a
pessoas que carregam ou levam uma deficiência. Já o termo “direitos especiais” contradiz a
equiparação de direitos e não um direito especial e à parte. Qualquer grupo de pessoas poderia
querer ser “portador de direitos especiais” (SASSAKI, 2005).
Na década de 90 e a primeira década do século 21, diversos eventos mundiais
passaram a utilizar o termo “pessoas com deficiência”, por um número cada vez maior de
adeptos. Diversos movimentos de pessoas com deficiência no Brasil debatem sobre o nome
ideal a ser utilizado. Mundialmente estas pessoas querem ser chamadas de “pessoas com
deficiência”, em todos os idiomas (SASSAKI, 2005).
3.3.2 Conceito de pessoa com deficiência
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) pessoa portadora
de deficiência, além daquelas previstas na Lei n° 10.690, de 16 de junho de 2003, a que
30
possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade(...)”
(DECRETOFEDERAL N° 5.296, 2004).
Conforme definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas, pessoa com
mobilidade reduzida é “(...) aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua
capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com
mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, gestante, entre outros” (ABNT NBR
9050, 2004, p. 4).
3.3.3 Pessoa com mobilidade reduzida
O Decreto Federal n° 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) pessoa
com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa
portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se,
permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade,
flexibilidade, coordenação motora e percepção (...) aplica-se, ainda, às pessoas com
idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas com crianças
de colo” (DECRETO FEDERAL N° 5.296, 2004).
Como definição da Associação brasileira de Normas Técnicas, deficiência é a
“(...) redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do
ambiente ou de mobilidade e de utilização das edificações, espaço, mobiliário, equipamentos
urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente” (ABNT NBR 9050, 2004, p.3).
31
3.3.4 Tipos de deficiência física
• Física
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) deficiência física:
alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, tiplegia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das
funções” (DECRETO FEDERAL N° 5.296, 2004).
Algumas definições do conceito sobre deficiência física auxilia, da Ordem de
Serviço Conjunta n° 90, de 27 de outubro de 1998:
“a) paraplegia: Perda total das funções motoras dos membros inferiores;
b) paraparesia: perda parcial das funções motoras dos membros inferiores;
c) monoplegia: perda total das funções motoras de um só membro (podendo ser
membro superior ou inferior);
d) monoparesia: perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser
membro superior ou inferior);
e) tetraplegia: perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores;
f) tetraparesia: perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e
superiores;
g) tiplegia: perda total das funções motoras em três membros;
h) hemiplegia: perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou
esquerdo);
i) hemiparesia: perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito
ou esquerdo);
32
j) amputação: perda total de determinado segmento de um membro (superior ou
inferior);
l) paralisia cerebral: lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo
como conseqüências psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental”
(ORDEM DE SERVIÇO CONJUNTA N° 90, 1998, p.3).
m) ostomia (pessoa que se desloca sem o auxílio de instrumentos);
n) nanismo (deficiência na altura);
o) membros com deformidade congênita ou adquirida.
• Auditiva
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) deficiência
auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida
por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz e 3.000Hz” (DECRETO FEDERAL N°
5.296, 2004, p.1).
• Visual
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) deficiência visual:
cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a
melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da
medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°; ou a
ocorrência simultânea de qualquer das condições anteriores” (DECRETO
FEDERAL N° 5.296, 2004, p.1).
33
• Mental
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera: “(...) deficiência mental:
funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes
dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades
adaptativas, tais como:
1. comunicação;
2. cuidado pessoal;
3. habilidades sociais;
4. utilização dos recursos da comunidade;
5. saúde e segurança;
6. habilidades acadêmicas;
7. lazer; e trabalho” (DECRETO FEDERAL 5.296, 2004, p.1).
• Múltipla
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004, considera “(...) deficiência
múltipla – associação de duas ou mais deficiências” (Decreto 5.296, 2004, p.1).
3.3.5 Tipos de limitações
A classificação apresentada por Sandra Perito (2006), são as seguintes:
• Limitações permanentes
É uma situação definitiva que ocorre quando a pessoa nasce com uma
deficiência ou perde uma habilidade para sempre, podendo ser motora, visual, auditiva.
34
• Limitações temporárias
São limitações sem gravidade por serem temporárias, como a fratura de um
osso ou até decorrente de uma gravidez.
• Limitações evolutivas
São limitações que evoluem decorrentes de doenças degenerativas, que podem
acontecer em qualquer idade ou causadas pelo envelhecimento do corpo.
• Limitações causadas pelo ambiente
O espaço que não esteja adequado às características do usuário, como as físicas,
mentais e sensoriais.
3.3.6 Soluções de tratamento para as limitações
Entre as escolhas possíveis para solucionar o problema das limitações de
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nos espaços urbanos construídos, é a escolha
de uma integração mais ampla possível é a ideal, pois abrange a todos os usuários. Como as
condições financeiras podem restringir a solução de integração, pode levar a uma solução
adaptável somente a determinados grupos de usuários.
O tratamento fornecido a pessoas com limitações na locomoção pode acontecer
em de forma individual, em grupo ou integrada. O tratamento individual trata de uso de
equipamentos como óculos, muletas, entre outros. O tratamento em grupo é quando
acrescenta-se ao ambiente algumas comodidades especiais, como barras de apoio em
sanitários. Já no tratamento integrado, o ambiente é acessível, sendo utilizado por todos,
incluindo pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (PERITO, 2006).
35
• Individual
Onde a deficiência pode ser diminuída com o uso de equipamentos pessoais e
adaptações individuais, como por exemplo o uso de óculos para determinado problema de
visão (PERITO, 2006).
• Grupo
No espaço urbano construído é acrescentado algumas comodidades para
determinados grupos de pessoas, como por exemplo a bacia sanitária adaptada em pré-escola
PERITO, 2006).
• Integrada ou Universal
O espaço urbano construído é projetado de forma a ser acessível e de utilização
de todos, incluindo as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (PERITO, 2006).
3.3.7 Dados estatísticos
“A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, declara que 10% da
população de cada país tem alguma deficiência. Já a Organização das Nações Unidas
(ONU) afirma haver, no mundo, 600 milhões de pessoas com algum tipo de
deficiência, sendo 400 milhões nos países em desenvolvimento.” (CPA, 2005, p. 5)
“O Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou
que 25 milhões de brasileiros têm alguma deficiência, ou seja, 14,5% de toda
população. Outro dado apresentado indicou que na cidade de São Paulo 10,32% dos
cidadãos são pessoas com deficiência” (CPA, 2005, p. 5).
36
“Hoje, o Brasil tem 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, que representa
aproximadamente 9% do total da população e estima-se que em 2020 terá 15% e, em
2025, será o sexto país no mundo a ter a população com mais idosos, em números
absolutos, com aproximadamente 32 milhões (PERITO, 2006, p. 3).
3.3.8 Direito à inclusão
Hoje, muitas empresas estão ampliando as oportunidades de emprego para
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Isto porque as empresas podem além de
cumprir o preenchimento de cotas estabelecido por lei por pessoas com deficiência, pretendem
melhorar a sua imagem de responsabilidade social. Questiona-se quais os procedimentos
seriam justos para que um empregador demita ou contrate um trabalhador com deficiência
física ou mobilidade reduzida.
No Brasil, a Lei n° 8.213 de julho de 1991, conhecida como lei de cotas, exige
que as empresas com mais de 100 funcionários tenham uma porcentagem de profissionais com
deficiência empregados. Porém, apenas esta lei não é o suficiente. Fatores como a falta de
adequação do espaço físico para o uso de pessoas com deficiência, podem impedi-los no
ingresso a um novo emprego. Por esta razão, empresas têm preferências em contratar pessoas
com deficiência auditiva para o preenchimento da cota, pois estas não apresentam dificuldades
no acesso ao edifício de trabalho. As barreiras físicas também podem impedir o ingresso ou
recolocação das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho, porque exige reestruturação
do espaço físico da organização, que geram custos imediatos. Muito se evoluiu com a
elaboração de leis e normas que auxiliam na acessibilidade, assegurando seu direito por lei,
porém nem sempre são cumpridos, nem fiscalizados.
37
A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 10/12/1948 afirma que: “Todo o
homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, à condições justas e favoráveis de
trabalho e à proteção contra o desemprego”(ONU, 1948).
As pessoas deficientes viviam discriminadas, à margem da sociedade e isoladas
do convívio social. Se antes a sociedade via como incapaz uma pessoa com deficiência, hoje
apresenta-se uma nova realidade. Os profissionais com deficiência podem exercer atividades
tão bem como uma outra pessoa e mostrar seu potencial, se a empresa escolher sua função de
forma adequada. Pessoas com deficiência visual ou auditiva, por exemplo, costumam
destacar-se na função de seu trabalho por apresentarem um nível de concentração superior que
a de profissionais com estas funções sensoriais normais. Isto causa surpresa para empresas que
só os contrataram para cumprir a lei de cotas.
“(...) As pessoas deficientes têm o direito à segurança econômica e social e a
um nível de vida descente e, de acordo com suas capacidades, a obter e manter um emprego
ou desenvolver atividades úteis, produtivas e remuneradas e a participar dos sindicatos”
(DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS DEFICIENTES, 1975).
Hoje a sociedade está passando por uma fase de conscientização, em que
percebe-se o valor dos profissionais com deficiência. As empresas que preparam-se para
receber estes profissionais podem, também, integrar algum funcionário que possa ter-se
tornado deficiente devido a um acidente de trabalho, demonstrando o valor da empresa com
seus colaboradores, contribuindo na melhoria do clima da organização e com a questão da
responsabilidade social.
38
3.4 LEGISLAÇÃO
3.4.1 Estímulo da legislação e poder do Estado
Leis e normas direcionam atividades da convivência humana. Devem
representar a vontade coletiva através das limitações que as leis impõe. Todos devem sujeitar-
se às determinações das leis. “As leis só se tornam obrigatórias depois de sancionadas pelo
poder executivo e o seu texto publicado no Diário Oficial correspondente” (LEMBO, 2002,
p. 65).
Entre a população, as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida
apresentam maiores dificuldades de atuar no meio em que vive.
A sociedade costuma adotar três tipos de condutas em relação à pessoa com
deficiência: a atitude de indiferença com exclusão do convívio social, negando-lhe o direito
básico da cidadania; a atitude de caridade, onde a pessoa deficiente torna-se um objeto do
caridoso, portanto, não se enquadra no conceito jurídico de pessoa e não tem direitos e a
atitude paternalista que torna a pessoa com deficiência, apesar de ter direitos, incapacitada de
exercê-los, necessitando de um tutor (ASSIS, 2000).
A legislação também adota estas condutas em relação à pessoa com deficiência.
Quando as leis e normas não se cumprem, existe a indiferença, necessitando de instrumentos
para que se cumpram esses direitos. Quando a cidade não considera o deficiente físico, torna-
se além de uma barreira física, uma barreira que o impede do convívio público, limitando seu
direito à cidadania. A postura da caridade apresenta-se nos benefícios da legislação
previdenciária. Já a postura paternalista é apresentada na Lei n° 8.213 de 1991, que obriga as
empresas a preencherem seus cargos com uma porcentagem de trabalhadores com deficiência,
não definindo sequer a denominação utilizada de pessoa portadora de deficiência para fazer
39
com que a lei se cumpra. A sociedade pode estar em processo de neutralização destes valores
equivocados que se estabeleceu perante a sociedade e refletiu-se na legislação (ASSIS, 2000).
Com a ocorrência das duas guerras mundiais, cresceu o número de pessoas com
deficiência no velho continente, exigindo do Estado uma posição. Já no Brasil, não foram as
guerras mundiais que conscientizaram do problema gerado pela deficiência, sendo o número
de pessoas com deficiência decorrentes a altos índices de acidentes de trânsito, à carência
alimentar, à falta de condições de higiene e aos elevados índices de violência (ARAÚJO,
1994).
A legislação define as posições que cada um deve assumir, sendo de extrema
importância para que se mude a situação que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida
enfrentam hoje. As leis são importantes, mas apenas um primeiro passo. A falta de vontade
política pode ser obstáculo para a conquista da acessibilidade, sendo a falta de continuidade
das políticas públicas possível devido à falta de envolvimento da sociedade.
3.4.2 Legislação Municipal de São Paulo
No município de São Paulo, a estruturação das leis de acessibilidade contribui
para melhorar a condição das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Na década de
1990 foram aprovadas diversas leis no município de São Paulo. O Guia de Acessibilidade do
Município de São Paulo (2005) apresenta as seguintes leis:
• Lei n° 10.508, de maio de 1988: dispõe sobre a construção de passeios públicos.
• Lei n° 10.832, de 5 de janeiro de 1990: locais como cinemas, estádios, circos, teatros,
estacionamentos, locais de competição, casas de espetáculos e similares devem possuir 3%
dos lugares de sua capacidade destinados às pessoas com deficiência física, que devem possuir
o tratamento prioritário.
40
• Lei n° 11.065, de 4 de setembro de 1991: obriga à adaptação dos estádios desportivos para
as pessoas com deficiência, em especial os paraplégicos.
• Lei n° 11.101, de 29 de outubro de 1991: trata da entrega de livros das bibliotecas
municipais às pessoas com deficiência física e mental.
• Lei n° 11.250, de 1 de outubro de 1992: determina a isenção de tarifa no sistema de
transporte coletivo do Município às pessoas com deficiência física e mental.
• Lei n° 11.326, de 30 de dezembro de 1992: trata sobre o atendimento aos alunos com
deficiência nas escolas municipais.
• Lei n° 11.345, de 14 de abril de 1993: aborda sobre a adequação das edificações a pessoas
com deficiência.
• Lei n° 11.353, de 22 de abril de 1993: torna obrigatório a rede hospitalar fornecer, se
necessário, próteses e cadeiras de rodas para pessoas com deficiência física.
• Lei n° 11.424, de 30 de setembro de 1993: trata sobre o acesso a cinemas, teatros e casas
de espetáculos a pessoas com deficiência.
• Lei n° 11.441, de 12 de novembro de 1993: trata da instalação ou adaptação de boxe com
sanitários às pessoas que utilizam cadeiras de rodas nos locais de reunião com mais de 100
pessoas e em qualquer uso com mais de 600 pessoas.
• Lei n° 11.506, de 13 de abril de 1994: dispõe sobre vagas especiais em estacionamento
para pessoa com deficiência.
• Lei n° 11.602, de 12 de julho de 1994: trata da adaptação de pelo menos um veículo às
pessoas com deficiência física em todas as linhas de ônibus da cidade.
• Lei n° 11.785, de 26 de maio de 1995: altera a Lei ° 10.205 que disciplina a expedição de
licença de funcionamento da edificação.
• Lei n° 11.865, de 31 de agosto de 1995: determina a inclusão de sinalização em Braille
nos elevadores.
41
• Lei n° 11.987, de 16 de janeiro de 1996: obriga a instalação de pelo menos um brinquedo
destinado a crianças com doenças mentais ou deficiência física.
• Lei n° 11.992, de 16 de janeiro de 1996: dispensa a parada dos ônibus urbanos nos pontos
normais, para desembarque de pessoas com deficiência.
• Lei n° 11.995, de 16 de janeiro de 1996: veda qualquer forma de discriminação no acesso
aos elevadores existentes no Município.
• Lei n° 12.037, de 11 de abril de 1996: determina prioridade para as pessoas com
deficiência no uso de piscinas e outros equipamentos dos clubes municipais.
• Lei n° 12.117, de 28 de junho de 1996: determina o rebaixamento de guias e sargetas para
auxiliar a travessia de pedestres com deficiências físicas.
• Lei n° 12.360, de 13 de junho de 1997: obriga a manutenção de cadeiras de rodas com
cesto acondicionador de compras em supermercados de grande porte.
• Lei n° 12.363, de 13 de junho de 1997: obriga a utilização de cardápios em Braille em
bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis e similares, dentro do Município.
• Lei n° 12.365, de 13 de junho de 1997: obriga o atendimento preferencial a pessoas com
deficiência física, idosos e gestantes nos postos de saúde e hospitais.
• Lei n° 12.368, de 13 de junho de 1997: trata da adequação das unidades esportivas
municipais a pessoas com deficiência, idosos e gestantes.
• Lei n° 12.492, de 10 de outubro de 1997: determina o ingresso a locais públicos e privados
de cães-guia para pessoas com deficiência visual.
• Lei n° 12.561, de 8 de janeiro de 1998: trata da criação de locais específicos reservados
para pessoas que utilizam cadeiras de rodas, nos estádios de futebol e ginásios esportivos.
• Lei n° 12.597, de 16 de abril de 1998: destina-se porcentagem de apartamentos para a
utilização de pessoas com deficiência física localizados nos andares térreos, dos edifícios
construídos pelo Poder Público Municipal.
42
• Lei n° 12.658, de maio de 1998: torna obrigatório nos cinemas, teatros, bibliotecas,
ginásios esportivos, casas noturnas e restaurantes a manter cadeiras especiais para o uso de
pessoas obesas.
• Lei n° 12.815, de 6 de abril de 1999: apresenta nova redação à Lei n 11.424, de 30 de
setembro de 1993, que trata dos acesso de pessoas com deficiência física a cinemas, teatros,
casas de espetáculos e estabelecimentos bancários.
• Lei n° 12.821, de 7 de abril de 1999: obriga estabelecimentos bancários a adaptarem
acessos para pessoas com deficiência física e em rampa quando for necessário para locomoção
com cadeira de rodas.
• Lei n 13.036, de 18 de julho de 2000: obriga o atendimento preferencial aos
estabelecimentos comerciais e similares às gestantes, mães com crianças de colo, idosos e
deficientes.
• Lei n° 12.234, de 6 de dezembro de 2001: obriga hospitais a possuírem macas
dimensionadas às pessoas obesas.
• Lei n° 13.537, de 19 de março de 2003 e Lei n° 14.028, de 8 de julho de 2005: trata sobre
a expedição de licença de funcionamento.
• Lei n° 13.714, de 7 de janeiro de 2004: trata da implantação em determinados edifícios, de
equipamentos de telefonia destinados aos uso de pessoas com deficiência auditiva, da fala e
surdas.
• Lei n° 14.073, de 18 de outubro de 2005: cria o programa municipal de políticas públicas e
ações voltadas às pessoas com deficiência visual.
43
3.4.3 Legislação do Estado de São Paulo
Algumas Leis envolvem diretamente a acessibilidade ao espaço urbano
construído do Estado de São Paulo que são citadas a seguir, baseados no Guia de
Acessibilidade do Município de São Paulo:
• Lei n° 9.086, de 3 de março de 1995: determina a adequação dos projetos, edificações,
instalações e mobiliário da Administração Direta e Indireta aos uso de pessoas com
deficiências.
• Lei n° 9.938, de 17 de abril de 1998: trata sobre os direitos da pessoa com deficiência.
• Lei n° 10.784, de 13 de abril de 2001: assegura o ingresso de cão-guia nos locais públicos
e privados, meio de transporte ou qualquer estabelecimento comercial ou industrial, entre
outros.
• Lei n° 11.263, de 12 de novembro de 2002: trata do estabelecimento de normas e critérios
para a acessibilidade.
• Lei n° 11.369, de 28 de março de 2003: veda qualquer forma de discriminação racial, ao
idoso, à pessoa com deficiência e à mulher.
• Lei n° 11.887, de 1 de março de 2005: trata sobre a adaptação de áreas destinadas ao
atendimento do público e equipamentos de auto-atendimento (CPA, 2005).
3.4.3.1 Decreto Estadual N° 46.076, de 31 de agosto de 2001 – Regulamento de Segurança
contra Incêndio do Estado de São Paulo
Este Decreto cita definições visando o estabelecimento de padrões técnicos,
como altura da edificação, áreas de risco, carga de incêndio, vistoria, entre outros. Foi
reeditado no ano de 2005 por oficiais do Corpo de Bombeiros que trabalharam com
44
representantes da ABNT, Universidade de São Paulo - USP, Instituto de Pesquisas
Tecnológicas - IPT e consultores especialistas.
Artigo 1° - Este regulamento dispõe sobre as medidas de segurança contra
incêndio nas edificações e áreas de risco, atendendo ao previsto no artigo 144 § 5° da
Constituição Federal (...) (DECRETO N° 46.076, 2001, p. 9).
Ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (...) cabe
regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de segurança contra incêndio nas edificações e
áreas de risco (...) (DECRETO N° 46.076, 2001, p. 11).
As normas de segurança previstas neste Regulamento, devem ser observadas na
ocasião de construção da reforma, mudança da ocupação ou uso, ampliação da área construída
e regularização das edificações e áreas de risco. A responsabilidade do cumprimento desde
Regulamento nas edificações e áreas de risco a serem construídas, cabe aos autores e/ou
responsáveis técnicos. Nas edificações e áreas de risco já construídas, a responsabilidade é do
proprietário ou do responsável pelo uso (DECRETO N° 46.076, 2001).
Este Decreto classifica as edificações e áreas de risco, define as medidas de segurança contra
incêndio e seu cumprimento.
3.4.4 Legislação Federal do Brasil
Algumas leis possuem importância fundamental ao tratar do tema
acessibilidade, citadas no Guia de Acessibilidade do Município de São Paulo (2005):
• Lei n° 7.405, de 12 de novembro de 1985: torna obrigatória a colocação do Símbolo
Internacional de Acesso em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas
com deficiência.
45
• Lei n° 7.853, de 24 de outubro de 1989: define como crime, recusar sem justa causa o
acesso de alguém que possua deficiência ou de negar emprego ou trabalho pelo mesmo
motivo.
• Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990: reserva em concurso público, até 20% do total
de vagas oferecidas, desde que as atribuições do cargo sejam compatíveis.
• Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991: obriga a empresa com mais de cem empregados a
preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários readaptados ou pessoas com
deficiência adaptadas.
• Lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000: estabelece normas e critérios para a promoção
da acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (CPA, 2005).
3.4.4.1 Constituição Federal
A Constituição Federal cita no art. 3°, sobre os objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil, como “ (...) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e religiosas (...)” (CPA, 2005, p. 131).
No art. 5° da Constituição cita que “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se (...) o direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade (...)” (CPA, 2005, p. 131).
No art. 7° trata sobre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, visando sua
melhoria em sua condição social. Reserva percentual de cargos e empregos públicos às
pessoas portadoras de deficiência e proíbe “(...) qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência” .
Trata no art. 170, a “(...) redução das desigualdades regionais e sociais (...)
busca do pleno emprego” (CPA, 2005, p. 131).
46
O art. 244 aborda sobre o acesso às pessoas com deficiência garantindo a “(...)
adaptação dos logradouros públicos, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo (...)” (CPA, 2005.p. 132).
A Constituição Federal também cita o dever do Estado com a educação, os
direitos culturais, as práticas desportivas, assistência à saúde, que está diretamente relacionado
com a acessibilidade da pessoa com deficiência física ou mobilidade reduzida.
3.4.4.2 Lei Federal N° 8.213 de julho de 1991 (lei de cotas)
A lei n° 8.213 de julho de 1991, conhecida como lei de cotas, trata no artigo 89
da habilitação e da reabilitação profissional e social da pessoa com deficiência, como meio de
participação no mercado de trabalho e no meio em que vive. De acordo com esta lei, a
reabilitação compreende o fornecimento de aparelhos ou instrumentos de auxílio para a
locomoção, reparação ou substituição dos aparelhos quando desgastados ou por outra
ocorrência e o transporte do acidentado do trabalho quando necessário.
O artigo 93 desta lei, obriga a empresa a preencher de 2% a 5% de seus cargos
com pessoas reabilitadas ou deficientes, que estejam habilitadas para o trabalho, desde que a
empresa tenha de 100 ou mais empregados, de acordo com a proporção estabelecida:
I – até 200 empregados.................................................................................................... 2%;
II – de 201 a 500................................................................................................................ 3%;
III – de 501 a 1.000............................................................................................................ 4%;
IV – de 1.001 em diante..................................................................................................... 5%
Fonte: DATAPREV. Disponível <http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1991/8213.htm>.
Acesso em: 2 de setembro de 2006.
47
Esta obrigatoriedade pode causar mal-estar nas empresas privadas por
empregar as pessoas com deficiência apenas para preencherem as cotas e livrar-se das multas.
É necessário focar no trabalho que poderá ser exercido pelo profissional e não a deficiência. O
agravante se estabelece quando o edifício de trabalho não apresenta condições de acesso para
que a pessoa deficiente possa ser contratada, gerando custos para adaptações quando possível
tecnicamente.
3.4.4.3 Lei Federal 10.098 de 19 de dezembro de 2000
“Art. 1° Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
mediante a supressão de barreiras (...)” (LEI N° 10.098, 2000, p. 1).
Esta Lei define termos como a acessibilidade, tipos barreiras, pessoa portadora
de deficiência ou com mobilidade reduzida, elemento da urbanização, mobiliário urbano e
ajuda técnica.
Cita critérios básicos e normas gerais para direcionar elementos da
urbanização, inclusive de espaços públicos, do desenho e da localização de mobiliário urbano.
Determina também os requisitos mínimos de acessibilidade nos edifícios de uso público,
coletivo ou privado, da acessibilidade nos veículos de transporte coletivo, da acessibilidade
nos sistemas de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e medidas para a eliminação de
barreiras.
Cita as normas estabelecidas pela ABNT como parâmetro para dispor de
espaços reservados para pessoas que utilizam cadeiras de rodas e de lugares para pessoas com
deficiência auditiva e visual (LEI FEDERAL N° 10.098, 2000).
48
3.4.4.4 Decreto Federal 5.296 de 2 de dezembro de 2004
Este Decreto regulamenta a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
“estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida (...)” (DECRETO N° 5.296, 2004, p.
1).
Estão sujeitos a este Decreto, a aprovação de projetos arquitetônicos e
urbanísticos, quando tenham destinação pública ou coletiva. Quando não observado as normas
deste Decreto, serão aplicadas sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis.
Terão legitimidade para acompanhar e sugerir medidas para o cumprimento
deste Decreto, “O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, os
Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, e as organizações representativas de
pessoas portadoras de deficiência (...)” (DECRETO N° 5.296, 2004, p. 1).
Este Decreto também apresenta definições para termos como de acessibilidade
e dos tipos de barreiras, elemento da urbanização, mobiliário urbano e ajuda técnica. Inclui
mais definições, como de edificações de uso público, coletivo e privado, tipos de limitações da
pessoa portadora de deficiência, pessoa com mobilidade reduzida.
É estabelecido o atendimento desta norma e das normas técnicas de
acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, no acesso prioritário
que inclui: assentos de uso preferencial diferenciado e sinalizado, espaços e instalações
acessíveis; mobiliário que corresponda a altura de pessoas em cadeira de rodas; serviços de
atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado por intérpretes da Língua
Brasileira de Sinais – LIBRAS; área especial para embarque e desembarque de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.; admissão de entrada de cão-guia junto
de pessoa portadora de deficiência ou de treinador (DECRETO N° 5.296, 2004).
49
3.4.5 Os Direitos Humanos
As idéias determinantes dos direitos do cidadão não apresentam conseqüências
na vida concreta das pessoas. Os direitos e deveres são estabelecidos por uma sociedade
esclarecida, que precisam ser reivindicados pelos cidadãos (GOUVÊA, 2002).
“Quem determina os direitos de um cidadão?(...) estes direitos só se tornam reais
quando os governos, as organizações civis não governamentais, a sociedade como um
todo, os grandes organismos internacionais, os pensadores e os formadores de
opinião, subscrevem, respeitam, defendem, patrocinam, reclamam estes direitos e
exigem que todos façam o mesmo” (GOUVÊA, 20002, p. 24)
Em 1948, A Declaração Universal dos Direitos do Homem definiu os conceitos
de direitos humanos (CAGGIANO, 2002)
“Data do século XX, a opção pelo uso do rótulo direitos humanos”
(CAGGIANO, 2002, p. 104).
3.5 NORMAS
Norma constitui um mandamento que deve ser cumprido e aplicado. Se não
cumprida, perde-se sua aplicação.
“A palavra norma procede do latim: norma, e na língua alemã tomou o caráter
de uma palavra de origem estrangeira (...) Com o termo se designa um mandamento, uma
prescrição, uma ordem. Mandamento não é, todavia, a única função de uma norma”
(KELSEN, 1986, p.1).
Pode existir conflito entre duas ou mais normas, portanto, a aplicação de uma
norma pode violar o cumprimento de outra, o que não deve existir por ser uma contradição. O
50
conflito pode ser total quando uma norma impõe uma conduta determinada que a outra proíbe,
e o conflito pode ser parcial quando o conteúdo de uma norma só é em parte diferente do
conteúdo de outra norma (KELSEN, 1986).
3.5.1 Quando as normas transformam-se em leis
As normas técnicas são recomendações de uso voluntário, mas passam a ter
força de lei quando mencionadas no corpo de uma lei. É o caso da norma da ABNT NBR
9050 (2004) de acessibilidade que passou a integrar a legislação Federal. As regulamentações
dessas leis estabelecem as penalidades e promovem a fiscalização, que favorece a implantação
da acessibilidade.
“As leis só se tornam obrigatórias depois de sancionadas pelo poder executivo
e o seu texto publicado no Diário Oficial correspondente” (LEMBO, 2002, p.65).
A lei é um instrumento da vontade popular manifestada pelo Estado, onde
todos devem se subordinar às suas determinações. A lei pode ser Federal, Estadual ou
Municipal. (LEMBO, 2002).
“Lei, no sentido técnico desta palavra, só existe quando a norma escrita é constitutiva
de direito, ou seja, quando ela introduz algo de novo com caráter obrigatório (...)
disciplinando comportamentos individuais ou atividades públicas. (...) Nesse quadro,
somente a lei, em seu sentido próprio, é capaz de inovar no Direito já existente, isto é,
de conferir, de maneira originária, pelo simples fato de sua publicação e vigência,
direitos e deveres a que todos devemos respeito” (REALE, 1995, p.163).
“Lei é um preceito comum e obrigatório, emanado do poder competente e
provido de sanção (...) Lei é a norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória na sua
observância, assumindo forma coativa” (MONTEIRO, 1995, p.13).
51
3.5.2 Associação Brasileiras de Normas Técnicas e a ABNT NBR 9050 do ano de 2004
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, foi fundada em 1940,
por técnicos industriais, institutos de tecnologia e entidades oficiais. A Associação de Normas
Técnicas é uma continuidade de reuniões de laboratórios iniciada no Rio de Janeiro em 1937 e
é responsável pela normalização técnica do país. As normas são preparadas através de
produtores, consumidores, órgãos do governo, institutos e técnicos industriais interessados no
assunto (ABNT, 1946).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas foi pioneira na elaboração de
normas técnicas. É uma entidade privada, sem fins lucrativos e não governamental.
“O seu reconhecimento oficial veio em 1962, pela Lei Federal n° 4.150,
quando foi considerada entidade de utilidade pública” (ABNT, 1983, p.3).
É reconhecida como Fórum Nacional de Normalização, através da Resolução
n° 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. Como representante do Brasil, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas é membro fundador da Organização Internacional de Normalização ISO
(International Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Panamericana de
Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização).
(ABNT. Disponível <http://www.abnt.org.br/home_new.asp>. Acesso em 21 de agosto de
2006).
“Tem como objetivo a organização de especificações que definam as qualidades dos
produtos, de normas que estabeleçam regras para a execução de serviços, de padrões
que reduzam os tipos produzidos a um número mais econômico e de terminologias que
uniformizem as designações técnicas de todo o país”(ABNT, 1946, p. 3).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas tem como missão:
“Prover a sociedade brasileira de conhecimento sistematizado, por meio de
documentos normativos, que permita a produção, (...) contribuindo para o
52
desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio ambiente e defesa do
consumidor” (ABNT. Disponível <www.abnt.org.br/home_new.asp>. Acesso
em: 2 de setembro de 2006).
Como a ABNT está dividida em comitês nacionais, entre eles o Comitê
Brasileiro de Acessibilidade, que iniciou sua atuação no ano de 2000. A primeira norma de
acessibilidade da ABNT, a NBR 9050 intitulada "Adequação das Edificações, Equipamentos e
Mobiliário Urbano à pessoa portadora de deficiência" surgiu é do ano de 1985. Já no ano de
2004, a Associação Brasileira de normas Técnicas publicou a segunda edição da ABNT 9050,
substituindo a ABNT NBR 9050, intitulada “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços
e equipamentos urbanos”. Esta norma foi elaborada no Comitê Brasileiro de Acessibilidade,
pela Comissão de Edificações e Meio. Visa proporcionar à maior quantidade possível de
pessoas, a utilização autônoma e segura do ambiente. Possui como ética garantir a
participação da sociedade, em sua atuação (ABNT. Disponível
<www.abnt.org.br/home_new.asp>. Acesso em: 2 de setembro de 2006).
Os critérios e parâmetros técnicos estabelecidos pela ABNT NBR 9050 de
2004, consideraram a mobilidade e percepção do ambiente, com ou se auxílio de aparelhos
específicos como cadeiras de rodas e bengalas de rastreamento, ou qualquer outro que venha a
complementar as necessidades individuais. Devem atender a estes critérios e parâmetros
técnicos estabelecidos por esta Norma projetos, construções, instalações e adaptações de
“edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade”
(ABNT NBR 9050, 2004, p. 1) .
53
3.5.3 Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho – NRs
A Lei Federal n°6.514, de 22 de dezembro de 1977, altera o capítulo V do
Título II da Consolidação das Leis do Trabalho relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
Em suas disposições gerais, estabelece as competências e responsabilidades do órgão de
âmbito nacional competente, das Delegacias Regionais do Trabalho, das empresas e dos
empregados. A lei refere-se aos seguintes itens: inspeção, embargo ou interdição do
estabelecimento, equipamento de proteção individual, edificação, iluminação, conforto
térmico, instalações elétricas, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais,
máquinas e equipamentos, das atividades insalubres ou perigosas, prevenção da fadiga, entre
outros.
As Normas Regulamentadoras (NR) são aprovadas pela Portaria n° 3.214, de 8
de junho de 1978, do capítulo V do Título III, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas
à Segurança e Medicina do Trabalho.
“(...) As Normas regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e
pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis de Trabalho – CLT” (SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO, 2005, P, 21).
As normas que citam a acessibilidade são: NR-8 - Edificações; NR 17
Ergonomia; NR-23 Proteção contra incêndios; NR-24 Condições Sanitárias e de conforto nos
locais de trabalho.
Consta na NR-8 que trata da edificação, no item 8.3 especificamente, com o
título “Circulação” (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2005, P, 101):
54
“(...) Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de
materiais (...) As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser
construídas de acordo com as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito
estado de conservação (...) Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens
dos locais de trabalho, onde houver perigo de escorregamento, serão
empregados materiais ou processos antiderrapantes” (SEGURANÇA E
MEDICINA DO TRABALHO, 2005, P, 101).
A norma de segurança NR-17, trata de ergonomia, estabelecendo adaptações
para as condições e características do trabalho, com o objetivo de proporcionar conforto,
segurança e desempenho mais eficiente para a execução das tarefas. A adequação da
ergonomia do ambiente trabalho é de responsabilidade do empregador. Esta norma aborda
sobre transporte de cargas e descargas de materiais, mobiliários (bancadas, mesas,
escrivaninhas, assentos, painéis, pedais, suporte para pés, entre outros), equipamentos (suporte
para documentos, processamento eletrônico com terminais de vídeo, teclado, entre outros),
condições ambientais (níveis de ruído, índice de temperatura efetiva, umidade do ar e níveis
de iluminamento), e organização do trabalho.
A NR-23 trata da Proteção Contra Incêndios. “Todas as empresas deverão
possuir (...) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de
incêndio” (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2005, p. 339). Trata sobre saídas
(quantidade, largura mínima, sentido de abertura, desobstruídas, sinalizadas), portas incluindo
do tipo corta-fogo (sentido da saída, desobstruídas), escadas, exercício de alerta (identificação
do sinal de alarme, evacuação do local, planos de exercício), entre outros.
Na NR-24 é trata das Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho, quanto a instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos,
55
tratando de sua localização, tipos de revestimentos como de pisos, aberturas para ventilação,
entre outros.
3.5.4 Normas e documentos internacionais
As normas técnicas internacionais de âmbito global são de competência da ISO
(International Standards Organization), ligadas à Organização das Nações Unidas. A
resolução da ISO, de abril de 2000, reconhece o Desenho Universal como um conceito a ser
estendido a todas as normas.
Seguem alguns documentos que constam no sistema da ONU (Organização das
Nações Unidas):
• “1990- Declaração Mundial sobre Educação para Todos/ Unesco;
• 1993- Normas sobe a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com
Deficiência/ ONU (Organização das Nações Unidas);
• 1990- Declaração Mundial sobre Educação para Todos/ Unesco;
• 1993- Normas sobe a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com
Deficiência/ ONU (Organização das Nações Unidas);
• 1993- Inclusão Plena e Positiva de Pessoas com Deficiência em Todos os
Aspectos da Sociedade/ ONU (Organização das Nações Unidas);
• 1994- Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Educação para
Necessidades Especiais/ Unesco;
• 1999- Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Convenção de
Guatemala)/ OEA;
• 2001- Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde
(CIF)/ OMS (Organização Mundial de Saúde) o Internacional de
56
Impedimentos, Deficiência e Incapacidades/ OMS (Organização Mundial de
Saúde)
• 2003- Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e
Dignidade das Pessoas com Deficiência/ ONU (Organização das Nações
Unidas)” (Sassaki, 2005, 15).
Outros documentos de órgãos mundiais:
• “1992- Declaração de Vancouver;
• 1993- Declaração de Santiago;
• 1993- Declaração de Maastricht;
• 1993- Declaração de Manágua;
• 1999- Carta para o Terceiro Milênio;
• 2000- Declaração de Pequim;
• 2000- Declaração de Manchester sobre Educação Inclusiva;
• 2002- Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão;
• 2002- Declaração de Madri;
• 2002- Declaração de Sapporo;
• 2002- Declaração de Caracas;
• 2003- Declaração de Kochi;
• 2003- Declaração de Quito;
• 2004- Declaração Mundial sobre Deficiência Intelectual” (Sassaki, 2005,
p. 19).
57
3.6 SEGURANÇA DO TRABALHO
3.6.1 Prevenção de acidentes
Na ocorrência de um acidente, levanta-se a questão sobre o possível erro
humano. “(...) quando se fala em erro humano, geralmente se refere a uma desatenção ou
negligência do trabalhador” (LIDA, 1990, p. 329).
O ser humano é vulnerável ao erro no trabalho e pode estar envolvido a
diversas situações como a falta de memória, cansaço, preocupações, monotonia,
personalidade, desvio da atenção ou fatos divergentes de regras estabelecidas. Isto pode
provocar o ato inseguro ou a condição insegura. Portanto, estas falhas poderiam ocorrer nos
níveis do “(...) sistema sensorial, no sistema nervoso central e no sistema motor. O erro
humano é resultado das interações homem-trabalho ou homem-ambiente, que não atendam a
determinados padrões esperados” (LIDA, 1990, p. 330).
Um erro humano depende do julgamento do comportamento dito insatisfatório.
Esse julgamento poderá ser feito pelo próprio indivíduo que realizou a ação, desde que tenha
tido regras claras estabelecidas para o objetivo a ser atingido. A descrição das condições reais
encontradas no processo de trabalho também interfere no julgamento do erro. Deve-se
identificar o erro e a freqüência desse erro, para introduzir ações preventivas. Se as pessoas
detectarem e corrigirem seus comportamentos inadequados, a freqüência do erro tende a
diminuir (LIDA, 1990).
Um trabalhador saudável comete menos erros. O ser humano é capaz de
perceber, identificar e corrigir os erros do cotidiano, o que reduz o risco de acidente. Uma
forma de prevenir os erros humanos é:
58
“(...) substituir o homem pela máquina, principalmente em tarefas simples e
repetitivas ou que exijam grandes forças. Contudo, deve-se observar que as
máquinas erram menos, mas dificilmente corrigem os seus próprios erros,
enquanto o ser humano é mais sensível a isso” (LIDA, 1990, p. 332).
Um trabalhador treinado, supervisionado, que executa o trabalho com
satisfação, com ritmo e utilizando espaços adequados, cometerá menos erros. Outra forma de
interferência é a saúde do trabalhador que inclui o bem-estar físico, mental e social,
cometendo menos erros.
3.6.2 O homem, a tarefa e o ambiente
“Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas entre o homem,
a tarefa e o seu ambiente” (LIDA, 1990, p. 333). Para prevenir acidentes é necessária a
avaliação do espaço acessível. Alguns fatores podem contribuir para a prevenção de acidentes
gerados pela acessibilidade inadequada tais como: passagens estreitas ou insuficientes,
locomoção do trabalhador que carrega ou arrasta volumes, percursos de distâncias longas,
entre outros. Os riscos que a acessibilidade inadequada pode provocar são: quedas, excesso de
esforço físico, desconforto, lesões físicas, incompatibilidade com a tarefa a ser executada.
3.6.3 Prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
Há modelos de prevenção que apresentam a cadeia de eventos para que tenha
ocorrido o acidente. Heinrich, em 1959, formulou o modelo chamado “Dominó” de acidente
de trabalho. Com a utilização desta teoria, eliminam-se as causas dos acidentes, evitando-se a
propagação da queda dos dominós (LIDA, 1990).
59
Investigando a ocorrência do acidente utilizando-se a metodologia da “Árvore
de Falhas”, proposto por Leplat e Rasmussen, em 1984, podemos chegar aos fatores reais que
provocaram o acidente. “Para que essa desatenção ou negligência resulte em acidente, houve
uma série de decisões que criaram as condições para que isso acontecesse” (LIDA, 1990, p.
329).
Na cadeia de eventos ocorridos para provocar um acidente, analisamos
primeiramente o acontecimento e questionamos sobre quais condições foram necessárias para
que o acidente acontecesse. Conclui-se que, para a ocorrência do acidente, devem ocorrer
vários eventos simultâneos. Dessa maneira são identificados erros e tomadas as medidas
necessárias para a prevenção de acidentes.
É possível a prevenção de acidentes, baseando-se no estudo da tarefa e nas
probabilidades de falha existentes. Assim, criam-se as barreiras que impedem a propagação da
árvore de falhas. Para a redução de acidentes adota-se um programa de segurança do trabalho
com atuação a longo prazo. É necessária a fixação clara de objetivos e metas a serem
alcançados, definição de uma estrutura e uma organização administrativa para o programa,
envolvendo a todos os trabalhadores, independente da escala hierárquica, além da elaboração
de registros, relatórios e análises estatísticas. O programa deve ter existência formal e possuir
recursos financeiros destinados a sua implementação, contribuindo na eficiência e rapidez das
decisões (LIDA, 1990).
Para explicar a ocorrência do acidente há um conjunto de fatores que interagem entre
si, que são: a tarefa; as máquinas e ferramentas; o trabalhador; a personalidade; a sonolência; a
estrutura organizacional e o ambiente físico. O conhecimento das possíveis situações
perigosas junto a um comportamento adequado reduz os acidentes. Para atuar com práticas
seguras no trabalho, é necessário identificar as situações de risco, examinando relatórios e
levantando informações com os próprios trabalhadores. Depois de identificadas as situações
60
de riscos, é possível classifica-la de acordo com a gravidade e a freqüência de ocorrência, com
intuito de estabelecer prioridades de tratamento. Através destas identificações de riscos é
possível desenvolver práticas seguras de trabalho a serem transmitidas aos trabalhadores
através de treinamentos. O treinamento em segurança visa a transmitir as práticas seguras no
trabalho. No caso da ocorrência de um acidente, o trabalhador deverá saber como proceder
(LIDA, 1990).
A empresa química Dupont (Griffits, 1985), em função do elevado índice de acidentes
em suas fábricas, resolveu instituir um programa global de segurança. Esse programa foi
baseado nos seguintes princípios: todos os acidentes podem ser evitados; segurança é uma
responsabilidade da administração; a segurança deve fazer parte de todos os trabalhos; os
supervisores são responsáveis pela segurança de seus comandados. Esses princípios foram
aplicados na formulação de um programa de segurança para todos os níveis da empresa,
baseando-se nas seguintes etapas: definição da política de segurança; planos setoriais de
segurança; relatórios de acidentes; envolvimento dos trabalhadores; acompanhamento do
programa (LIDA, 1990).
Um programa de segurança do trabalho tem como fim promover a segurança e
saúde de todos os envolvidos no trabalho. É justificado do ponto de vista econômico, pois
além dos prejuízos materiais e despesas com tratamentos médicos, um acidente pode provocar
interrupção na produção e interferir na produção de todos os outros trabalhadores.
3.6.4 Visita ao Senac
Uma visita foi realizada ao Centro Universitário Senac do Campus de Santo
Amaro, sito à Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, n° 823, na cidade de São Paulo, em
61
setembro de 2006. O projeto arquitetônico do Senac propôs espaços que possibilitam o acesso
a todos, inclusive às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Conforme depoimento do engenheiro do Centro Universitário, houve um
evento que motivou a administração para a elaboração do projeto acessível. O evento foi
realizado Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, com um
público próximo de 200 pessoas com deficiência visual. Este projeto teve como objetivo
favorecer a inclusão social e a eliminação de riscos aos usuários.
Com isso, criou-se a necessidade de proporcionar a todas as pessoas a sua
locomoção de forma independente, segura e autônoma. O projeto arquitetônico deste Centro
Universitário “estimula a integração de alunos das diversas Faculdades, professores e
funcionários”(SENAC.Disponível<www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a4509.htm&test
eira=727&unit=CAS&sub=2>. Acesso em 27 de agosto de 2006).
O Centro Universitário possui todos os espaços amplos e acessíveis, projetados
para possibilitar o acesso e o uso por todos, inclusive de pessoas com deficiência física ou
mobilidade reduzida. No edifício do centro universitário foram instalados pisos com
sinalização tátil, rampas, corrimãos, elevadores, sanitários adequados, sinalização e
iluminação de emergência, entre outros.
O campus possui uma biblioteca que permite a circulação de cadeirantes entre
as estantes e o espaço Braille. Este centro universitário possui também centro de convenções e
edifícios destinados ao uso acadêmico.
3.6.5 Situação da pessoa com deficiência em caso de fuga de incêndio
No caso de inoperância de equipamentos tais como elevadores, plataformas,
esteira e escada rolantes, deve ser garantida a segurança de pessoas com deficiência ou
62
mobilidade reduzida através de procedimentos e pessoal treinado para auxílio (ABNT NBR
9050, 2004).
Na definição que conta na NBR 9050 do ano de 2004, rota de fuga é o ‘“(...)
trajeto contínuo, devidamente protegido por portas, corredores, antecâmeras,
passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas ou outros dispositivos de saída ou
combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um incêndio de
qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço externo, protegido do
incêndio” (NBR ABNT 9050, 2004, p. 4).
O Decreto Estadual n° 46.076 do ano de 2001 cita que os acessos destinados a
pessoas com deficiência devem observar também os critérios da ABNT NBR 9050.
3.6.6 Alarme detector de incêndio e iluminação de emergência
A iluminação de emergência se substitui a iluminação artificial normal que
pode falhar, principalmente em caso de incêndio. Por isso, deve ser alimentada por baterias ou
por motogeradores de acionamento automático, a partir da falha do sistema de alimentação de
energia elétrica. A previsão da iluminação de emergência deve ser realizada nas rotas de fuga
como corredores, acessos, passagens, antecâmaras e patamares de escadas (INSTRUÇÃO
TÉCNICA N° 02, 2004).
A iluminação de emergência deve ser suficiente e adequada para permitir a
saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção da alimentação normal
de energia elétrica e garantir a execução de socorro. A iluminação de emergência, com
finalidade de promover a segurança, pode ser de balizamento e de aclaramento. A iluminação
de balizamento é associada à sinalização de indicação de rotas de fuga, para orientar a direção
e o sentido que as pessoas devem seguir. A iluminação de aclaramento tem o objetivo de
63
iluminar as rotas de fuga para que os usuários do edifício não tenham dificuldades de
locomoção (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
Segundo a ABNT NBR (2004), as formas de sinalização de emergência são:
• Visual
As formas de comunicação e sinalização visual são realizadas através de textos
ou figuras. Para estabelecer os parâmetros visuais são considerados ângulos nos planos
vertical e horizontal, com a pessoa na situação em pé ou sentada (ABNT NBR 9050, 2004).
A sinalização visual deve atender a requisitos de textura, dimensionamento,
contraste de cor dos textos e das figuras, dependendo da iluminação do ambiente,
apresentando acabamento fosco. Os textos devem apresentar as mesmas informações em
Braille, contendo apenas uma oração, na forma ativa e afirmativa, enfatizando a maneira
correta de se realizar uma tarefa (ABNT NBR 9050, 2004).
Todo degrau ou escada deve ter a borda do piso sinalizada em cor contrastante
com a do acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura, podendo estar restrita à
projeção dos corrimãos laterais (ABNT NBR 9050, 2004).
Os alarmes visuais devem possuir as características: aparência intermitente; luz
em xenônio de efeito estroboscópico ou equivalente; intensidade mínima de 75 candelas; taxa
de flash entre 1 Hz e 5 Hz; instalados a uma altura superior a 2,20 m acima do piso ou a 0,15
m inferior ao teto mais baixo; instalados a uma distância máxima de 15 m a 30 m (ABNT
NBR 9050, 2004).
64
• Tátil
As formas de comunicação e sinalização tátil de caracteres em relevo, Braille
ou figuras em relevo. As informações em Braille não dispensam a sinalização visual com
caracteres ou figuras em relevo, exceto em folhetos informativos (ABNT NBR 9050, 2004).
Os planos e mapas táteis devem apresentar superfícies inclinadas de até 15%
em relação ao piso, contendo informações em Braille e instaladas entre 0,90 m e 1,10 m de
altura. Devem apresentar uma reentrância na sua parte inferior de no mínimo 0,30 m de altura
e 0,30 m de profundidade para permitir a aproximação de uma pessoa utilizando cadeira de
rodas (ABNT NBR 9050, 2004).
Na sinalização tátil dos corrimãos de escadas e rampas, recomenda-se a
utilização de anel com textura contrastante com a superfície do corrimão, instalado a 1,00 m
antes das extremidades e apresentando sinalização em Braille, informando sobre os
pavimentos no início e no final das escadas fixas e rampas (ABNT NBR 9050, 2004).
A sinalização tátil no piso pode ser do tipo alerta ou direcional, apresentando
cor contrastante com a do piso adjacente, sobrepostas ou integradas ao piso existente. A
textura da sinalização tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos tronco-cônicos,
perpendicular ao sentido de deslocamento, nas situações que indicam: obstáculos suspensos,
rebaixamentos de calçadas; início e término de escadas fixas, escadas rolantes e rampas,
localizadas junto às portas dos elevadores e junto a desníveis. Já a sinalização tátil direcional,
deve apresentar a textura com seção trapezoidal, com relevos lineares, no sentido de
deslocamento, com largura entre 20 cm e 60 cm e cromodiferenciada em relação ao piso
adjacente. No caso do piso adjacente apresentar textura, recomenda-se que a sinalização tátil
seja lisa (ABNT NBR 9050, 2004).
Recomenda-se a utilização da composição da sinalização tátil de alerta e
direcional, atendendo às condições: quando houver mudança de direção entre duas ou mais
65
linhas de sinalização tátil direcional; quando houver mudança de direção formando ângulo
superior a 90°; nos rebaixamentos de calçadas, nas portas de elevadores; nas faixas de
travessia e nos pontos de ônibus (ABNT NBR 9050, 2004).
• Sonora
As formas de comunicação e sinalização sonora são realizadas através de
recursos auditivos (ABNT NBR 9050, 2004).
A sinalização sonora deve estar associada e sincronizada à sinalização visual.
Toda mensagem deve ser precedida de um prefixo ou de um ruído característico para chamar
atenção do ouvinte. Os alarmes sonoros devem emitir sons com intensidade de no mínimo
15dB acima do ruído de fundo. (ABNT NBR 9050, 2004).
Os alarmes sonoros devem atender às condições: intensidade e freqüência entre
500 Hz e 3000 Hz; freqüência variável alternado entre som grave e agudo; intermitência de 1
a 3 vezes por segundo; intensidade de no mínimo 15 dBA superior ao ruído médio do local ou
5dBA acima do ruído máximo do local. Recomendam-se valores entre 35 dBA e 40 dBA em
ambientes internos e entre 60 dBA a 80 dBA para ambientes externos (ABNT NBR 9050,
2004).
3.6.7 Formas de comunicação e sinalização
• Permanente
É a sinalização utilizada em espaços com função definida, identificando
espaços de um ambiente ou da edificação. No mobiliário, identificam-se os comandos a serem
utilizados (ABNT NBR 9050, 2004).
66
• Direcional
Esta sinalização indica a direção de um percurso, associada a setas indicativas
de direção junto a textos, figuras ou símbolos. Na forma tátil apresenta os recursos como a
linha-guia ou o piso tátil (ABNT NBR 9050, 2004).
• De emergência
É a sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência ou
para alertar quanto a um perigo iminente dos espaços e edificações (ABNT NBR 9050, 2004).
“As rotas de fuga e as saídas de emergência devem ser sinalizadas com informações
visuais e sonoras (...) Nas escadas que interligam os diversos pavimentos, inclusive
nas de emergência, junto à porta corta-fogo, deve haver sinalização tátil e visual
informando o número do pavimento ou podendo ser instalada nos corrimãos (...) Em
saídas de emergência devem ser instalados alarmes sonoros e visuais (...) Os
mecanismos e dispositivos de emergência devem conter informações táteis e visuais,
representadas através de símbolos (...) Recomenda-se que em quartos e sanitários de
hotéis, instituições de idosos e hospitais sejam instalados telefones, campainhas e
alarmes de emergência visuais, sonoros e vibratórios (...)” (ABNT NBR 9050,
2004, p. 38).
Nas áreas de resgate, a porta de acesso deve ser identificada com sinalização
em material fotoluminescente ou ser retroiluminada e utilizada a figura de sinalização
correspondente à área de resgate para pessoas com deficiência.
• Temporária
É a sinalização utilizada para indicar informações provisórias que podem ser
alteradas periodicamente (ABNT NBR 9050, 2004).
67
• Símbolos
Símbolo internacional de acesso
Na indicação de acessibilidade às edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos devem constar o símbolo internacional de acesso. Este símbolo é
representando por uma estilização de uma pessoa em cadeira de rodas, com o fundo azul com
a figura em branco, com o fundo preto com a figura branca ou com o fundo branco com a
figura em preto. A finalidade é indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços,
edificações, mobiliário e equipamentos que permitem a utilização por pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida. A aplicação deve ser feita em local visível ao público, sendo utilizada
principalmente nos seguintes locais acessíveis: entradas; áreas e vagas de estacionamento de
veículos; embarque e desembarque; sanitários; áreas de assistência para resgate, refúgio,
saídas de emergência; áreas reservadas para cadeira de rodas; equipamentos de uso exclusivos
para uso de pessoas com deficiência (ABNT NBR 9050, 2004).
Símbolo internacional de pessoas com deficiência visual
A representação do símbolo internacional de pessoas com deficiência visual é
através de uma figura estilizada de uma pessoa se locomovendo utilizando a bengala de
rastreamento, com o fundo azul e a figura em branco, ou com o fundo branco com o fundo em
preto ou com o fundo em preto e a figura em branco. A finalidade é de indicar a existência de
equipamentos, mobiliário e serviços destinados à população com deficiência visual (ABNT
NBR 9050, 2004).
68
Símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva
A representação do símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva,
consiste em uma figura estilizada de uma orelha com uma faixa em diagonal, com a figura em
branco sobre o fundo azul, ou com a figura em branco sobre o fundo preto ou com a figura em
preto com o fundo branco. Deve ser utilizado em todos os locais, equipamentos, produtos
procedimentos ou serviços voltados para a população com deficiência auditiva (ABNT NBR
9050, 2004).
O local determinado para o posicionamento do intérprete de Libras – Língua
brasileira de sinais – deve ser identificado com o símbolo internacional de pessoas com
deficiência auditiva, para orientar os usuários (ABNT NBR 9050, 2004).
Símbolos internacionais de sanitários acessíveis
Estes símbolos devem ser utilizados em todos os sanitários, de acordo com
cada situação como: sanitário feminino; sanitário masculino; sanitários masculino e feminino;
sanitário familiar; sanitário feminino acessível; sanitário masculino acessível; sanitários
masculino e feminino acessíveis; sanitário familiar acessível (ABNT NBR 9050, 2004).
Símbolos de circulação vertical
Devem ser utilizadas para sinalização de rotas acessíveis, como a utilização de
elevador, escada rolante, escada rolante com degrau para cadeira de rodas, escada, escada com
plataforma móvel, rampa ou esteira rolante (ABNT NBR 9050, 2004).
Símbolos internacionais de comunicação
Os símbolos internacionais de comunicação destinam-se para a indicação de
telefone, telefone com teclado, telefone com amplificador sonoro (ABNT NBR 9050, 2004).
69
Selo de Acessibilidade da cidade de São Paulo
A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e mobilidade Reduzida -
SEPED, por meio da Comissão Permanente de Acessibilidade - CPA, emite o Selo de
Acessibilidade mediante à vistoria, conforme Decreto Municipal 45.552 do ano de 2004, às
edificações que são acessíveis a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (CPA,
2005).
3.6.8 Circulação Vertical
• Rampas
Conforme definição que consta na NBR 9050 do ano de 2004, rampa é a “(...)
inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento. Consideram-se
rampas aquelas com declividade igual ou superior a 5%” (ABNT NBR 9050, 2004, p.4).
Já a definição que consta na NBR 9050 do ano de 2004, guia de balizamento é
o “(...) elemento edificado ou instalado junto aos limites laterais das superfícies de piso,
destinado a definir claramente os limites da área de circulação de pedestres, perceptível por
pessoas com deficiência visual” (ABNT NBR 9050, 2004, p. 3).
A inclinação das rampas deve ser calculada e estabelecida de acordo com a
equação e tabelas apresentadas na ABNT NBR 9050 do ano de 2004, assim como em caso de
patamares e reformas. A projeção dos corrimãos pode incidir dentro da largura mínima da
admissível para a rampa em até 10 cm de cada lado. A largura das rampas deve ser
estabelecida de acordo com o fluxo das pessoas. Recomenda-se a largura de 1,50 m e a largura
mínima de 1,20 m. Quando não houver paredes, as rampas devem incorporar guias de
70
balizamento com altura mínima de 0,05 m. Para rampa em curva admite-se inclinação máxima
de 8,33% e o raio mínimo de 3,00 m do perímetro interno da curva (ABNT NBR 9050, 2004).
• Degraus e Escadas
Devem estar associados à rampa ou ao equipamento de transporte vertical os
degraus e escadas. Não devem ser utilizados espelhos vazados dos degraus e escadas fixas. Na
utilização do espelho inclinado, a projeção da aresta não deve avançar 1,5 cm sobre o piso. A
dimensão do espelho de degraus isolados deve ser entre 0,16 m e 0,18 m. Deve-se evitar
espelhos com dimensão entre 1,5 cm e 15 cm, sendo recomendável espelhos com altura entre
0,15 m e 0,18 m. O dimensionamento de pisos e espelhos deverá ser constante em toda a
escada (ABNT NBR 9050, 2004).
As escadas fixas que possuírem lances curvos ou mistos, deve atender a ABNT
NBR 9077. A inclinação transversal máxima é de 1%. A largura das escadas é estabelecida de
acordo com o fluxo de pessoas, conforme a ABNT NBR 9077. Recomenda-se a largura de
1,50 m e o mínimo de 1,20 m. O primeiro e último degraus devem estar distantes 0,30 m da
área de circulação adjacente. As escadas fixas devem possuir patamar a cada 3,20 m de
desnível e sempre que houver mudança de direção (ABNT NBR 9050, 2004).
Nas escadas de segurança e rotas de fuga, as larguras devem permitir a
desocupação de pessoas de todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro, sendo
normalmente de 2,20 m para hospitais e entre 1,10 m a 1,20 m para outras ocupações. Para a
utilização da escada, o número previsto de pessoas é baseado na lotação da edificação,
calculada em função das áreas dos pavimentos e do tipo de ocupação. As descargas das
escadas devem possuir acesso exclusivo para o pavimento localizado ao nível da rua. Saídas
no átrio do edifício também poderão ser aceitas, caso sinalizado as saídas finais alternativas,
entre outros (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
71
Estas escadas de segurança devem ser construídas com materiais
incombustíveis, possuindo altura ergométrica nos degraus e corrimãos, piso antiderrapante,
enclausuradas com paredes resistentes ao fogo e possuindo portas corta-fogo. É importante um
corrimão intermediário para escolas ou outras ocupações onde há crianças ou pessoas de baixa
estatura (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
As portas incluídas na rotas de fuga não podem ser trancadas, mas devem
dispor de fechamento automático e abertura no sentido do fluxo. Não devem possuir degraus
junto à soleira e a abertura da porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga.
A única porta admitida é com dobradiças de eixo vertical e com único sentido de abertura e
dependendo da situação, ser à prova de fumaça, corta-fogo ou ambas. A largura mínima do
vão livre deve ser 0,80 m (INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
• Elevador vertical, inclinado ou de segurança
O elevador vertical deve atender integralmente a ABNT NBR 13994, referentes
a sinalização, dimensionamento e características gerais. Externamente ao elevador, deve
constar a sinalização tátil e visual informando a instrução de uso, indicação da posição de
embarque e indicação dos pavimentos atendidos (ABNT NBR 9050, 2004).
O elevador de segurança é necessário em casos de edifícios altos, devendo ser
alimentado por circuito próprio e concebida de forma a não sofrer interrupção de
funcionamento em caso de incêndio. Devem poder ser operados pela brigada de incêndio do
edifício ou pelos bombeiros e localizar-se em área protegida dos efeitos de incêndio. Para
estabelecer o número necessários destes elevadores, deve levar-se em conta as áreas dos
pavimentos e as distâncias a percorrer para serem alcançados de vários pontos do pavimento
(INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 02, 2004).
72
• Plataforma elevatória
A plataforma elevatória de percurso vertical aberta deve vencer desníveis de até
2,00 m em edificações de uso público ou coletivo e desníveis de até 4,00 m em edificações de
uso particular. A plataforma elevatória de percurso vertical com caixa enclausurada deve
vencer desníveis de até 9,00 m em edificações de uso público ou coletivo (ABNT NBR 9050,
2004).
A plataforma elevatória de percurso inclinado pode ser utilizada em edificações
de uso público ou coletivo, desde que possua parada programada nos patamares ou pelo
menos a cada 3,20 m de desnível. Na área de espera para embarque da plataforma elevatória
de percurso inclinado deve haver sinalização tátil e visual, com o objetivo de informar a
obrigatoriedade de acompanhamento por pessoal habilitado durante sua utilização. A
sinalização visual deve demarcar a área para espera de embarque e o limite da projeção do
percurso do equipamento aberto ou em funcionamento (ABNT NBR 9050, 2004).
• Esteira rolante e escada rolante
As esteiras e escadas rolantes devem possuir sinalização visual e tátil
informando as instruções de uso. Nas esteiras rolantes deve haver a sinalização visual
informando a obrigatoriedade de acompanhamento por pessoal habilitado durante sua
utilização por pessoas em cadeira de rodas, quando a inclinação for superior a 5%. Nas
escadas rolantes com plataforma para cadeiras de rodas, deve haver sinalização visual e tátil
informando as instruções de uso. A sinalização visual deve informar a obrigatoriedade de
acompanhamento por pessoal habilitado, em caso de uso por pessoa com cadeira de rodas
(ABNT NBR 9050, 2004).
73
• Corrimãos e guarda-corpos
Os corrimãos e guarda-corpos devem ser compostos de materiais rígidos,
fixados firmemente às paredes, barras de suporte ou guarda-corpos. Os corrimãos devem ser
instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das escadas fixas e das rampas. A largura
dos corrimãos deve ser entre 3,0 cm e 4,5 cm e sem arestas vivas. Deve possuir um espaço
mínimo de 4,0 cm entre a parede e o corrimão. A seção deve ser preferencialmente circular.
Os corrimãos, quando embutidos nas paredes, devem possuir distância de 4,0 cm da parede de
fundo e da face superior da reentrância (ABNT NBR 9050, 2004).
“Os corrimãos laterais devem prolongar-se pelo menos 30 cm antes do início e
após o término da rampa ou escada, sem interferir com áreas de circulação (...)” (ABNT
NBR 9050, 2004, p. 46).
As extremidades dos corrimãos devem ser recurvadas. Para rampas e
opcionalmente escadas, os corrimãos laterais devem ser instalados a duas alturas, de 0,92 m e
0,70 m do piso. Os corrimãos laterais devem ser contínuos e sem interrupção nos patamares.
Quando as escadas ou rampas possuírem largura superior a 2,40 m é necessário instalação de
corrimão intermediário. Estes corrimãos intermediários devem ser interrompidos quando o
comprimento do patamar for superior a 1,40 m. Os guarda-corpos devem ser utilizados em
escadas e rampas que não forem isoladas por paredes, atendendo a ABNT NBR 9077 (ABNT
NBR 9050, 2004).
• Desníveis de grelhas, juntas de dilatação, capachos, forrações, carpetes, tapetes, tampas de
caixas de inspeção e de visita.
Devem ser evitados em rotas acessíveis, desníveis no piso de até 5 mm que não
precisam de tratamento especial. Desníveis entre 5 mm até 15 mm devem ser tratados em
74
forma de rampa, com inclinação máxima de 50%. Desníveis superiores a 15 mm devem ser
considerados como degraus (ABNT NBR 9050, 2004).
As grelhas e juntas de dilatação devem estar localizadas de preferência fora do
fluxo principal de circulação. Quando instaladas transversalmente, os vãos resultantes devem
ter, no sentido transversal ao movimento da circulação, dimensão máxima de 15 mm (ABNT
NBR 9050, 2004).
Os capachos devem ser embutidos no piso e nivelados, com o desnível não
excedendo a 5 mm. Os carpetes e forrações devem possuir as bordas fixadas firmemente ao
piso e aplicados de forma a evitar o enrugamento da superfície. A altura da felpa do carpete
não deve ser superior a 6 mm. Deve ser evitada a utilização de manta ou forro sob o carpete.
Recomenda-se evitar a utilização de tapetes em rotas acessíveis (ABNT NBR 9050, 2004).
As tampas de caixas de inspeção e de visita devem apresentar-se niveladas com o piso. As
tampas devem ser firmes, estáveis e antiderrapantes. A eventual textura de sua superfície não
pode ser similar à dos pisos táteis de alerta ou direcionais (ABNT NBR 9050, 2004).
3.6.8 Circulação Horizontal
• Corredor ou passagem
A NBR 9050 do ano de 2004 estabelece larguras de corredores ou passagens
em casos de : uma pessoa em cadeira de rodas; uma pessoa em pé acompanhando ao lado de
uma pessoa com cadeiras de rodas e; duas pessoas lado a lado utilizando cadeira de rodas
(ABNT NBR 9050, 2004, p. 7).
A dimensão dos corredores deve ser de acordo com o fluxo de pessoas,
assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As larguras mínimas de corredores em
edificações e equipamentos urbanos são: 0,90 m para corredores de uso comum com extensão
75
de até 4,00 m; 1,20 m para corredores de uso comum com extensão de até 10,00 m, e 1,50 m
para corredores com extensão superior a 10,00 m; 1,50 m para corredores de uso público;
maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas, conforme aplicação da fórmula apresentada
na ABNT NBR 9050 (ABNT NBR 9050, 2004).
Em situações onde a adequação dos corredores seja impraticável, devem ser
implantados bolsões de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma
cadeira de rodas em 180°, com um bolsão a cada 15,00 m e com a largura mínima de corredor
de 0,90 m (ABNT NBR 9050, 2004).
• Portas
A ABNT NRB 9050 exemplifica as dimensões dos espaços necessários junto às
portas, para a transposição da pessoa utilizando cadeira de rodas. As portas, inclusive de
elevadores devem possuir um vão livre mínimo de 0,80 m. O acionamento deverá requerer
força humana igual ou inferior a 36 N. As portas devem ser abertas com um único movimento
e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, na altura entre 0,90 m e 1,10 m (ABNT NBR
9050, 2004).
Devem possuir um puxador horizontal associado à maçaneta, as portas de
sanitários, vestiários e quartos acessíveis em locais de hospedagem e de saúde. Já as portas do
tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20 m do piso, localizada entre o eixo
vertical central da porta e o lado oposto às dobradiças da porta. Quando forem acionadas por
sensores ópticos, estes devem estar ajustados para detectar pessoas de baixa estatura, crianças
e usuários de cadeiras de rodas, além de dispositivo de segurança que impeça o fechamento da
porta sobre a pessoa (ABNT NBR 9050, 2004).
76
Em portas de correr, devem ser previstos trilhos na sua parte superior e os
trilhos inferiores devem estar nivelados com a superfície do piso. Nas portas de correr e
sanfonadas, deve ser previsto o vão livre de 0,80 m (ABNT NBR 9050, 2004).
Em locais de práticas esportivas, a dimensão mínima das portas deverá ser de
1,00 m, para que atenda às pessoas que utilizam cadeira de rodas. Se houver porta giratória,
catraca ou qualquer tipo de obstáculo que impossibilite o acesso de uma pessoa que utiliza
cadeira de rodas deverá existir acesso alternativo situado o mais próximo possível e sinalizado
(CPA, 2005).
• Janelas
A altura das janelas deve considerar os limites de alcance visual, exceto em
locais onde deva prevalecer a segurança e a privacidade. Cada folha ou módulo da janela deve
ser operado com um único movimento, utilizando somente uma das mãos (ABNT NBR 9050,
2004).
• Dispositivos
A altura de dispositivos é essencial para garantir o alcance e manuseio da
maioria das pessoas, inclusive da pessoa com cadeira de rodas. Interruptores, campainhas e
alarmes devem possuir alturas entre 0,60 m a 1,00 m. As tomadas devem possuir alturas entre
0,40 m a 1,00 m. Dispositivos para comando de janela devem possuir alturas entre 0,60 m a
1,20 m. As maçanetas das portas em os comandos de precisão devem possuir alturas entre
0,80 m a 1,00 m. Comandos de aquecedores, registros, interfones e quadros de luz devem
possuir alturas entre 0,80 m e 1,20 m. Já os dispositivos para inserção e retirada de produtos
devem possuir alturas entre 0,40 m a 1,20 m (CPA, 2004).
77
• Condições dos pisos
“Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e antiderrapantes, sob qualquer
condição, que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas
ou carrinhos de bebê). Admite-se inclinação transversal da superfície de até 2% para
pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%.
Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas (...)” (ABNT NBR 9050,
2004, p. 39).
O piso tátil de alerta deve ser utilizado para sinalizar situações que envolvem
risco de segurança. Já o piso tátil direcional deve ser utilizado na ausência ou descontinuidade
de linha-guia identificável, como guia de caminhamento em ambientes ou quando houver
caminhos preferenciais de circulação (ABNT NBR 9050, 2004).
Conforme a definição que consta na NBR 9050 do ano de 2004, piso cromo-
diferenciado é o “(...) piso caracterizado pela utilização de cor contrastante em relação as
áreas adjacentes e destinado a constituir guia de balizamento ou complemento de informação
visual ou tátil, perceptível por pessoas com deficiência visual” (ABNT NBR 9050, 2004, p.
4).
Já a definição que consta na NBR 9050 do ano de 2004, piso tátil é o “(...) piso
caracterizado pela diferenciação de textura em relação ao piso adjacente, destinado a
constituir alerta ou guia, perceptível por pessoas com deficiência visual” (ABNT NBR 9050,
20004, p. 4).
• Módulos de referência para circulação utilizando cadeiras de rodas
É estabelecido o módulo de referência, que corresponde à projeção de 0,80 m
por 1,20 m no piso, que é o espaço ocupado por uma pessoa utilizando cadeira de rodas. Há
78
também o espaço para manobras com rotação de cadeiras de rodas e áreas para transferência
com assentos de altura semelhantes e utilização de barras de apoio (ABNT NBR 9050, 2004).
Existe estabelecido também, conforme definição da NBR 9050 do ano de 2004,
a área de aproximação que é o “(...) espaço sem obstáculos para que a pessoa que utiliza
cadeira de rodas possa manobrar, deslocar-se, aproximar-se e utilizar o mobiliário ou o
elemento com autonomia e segurança” (ABNT NBR 9050, 2004, p. 2).
Para a área de aproximação deve ser garantido o posicionamento frontal ou
lateral, considerando-se as dimensões máximas, mínimas e confortáveis para o alcance, sendo
utilizado em condições com a pessoa na posição em pé, sentada, em cadeira de rodas, em
relação à superfície de trabalho, com a pessoa executando forças de tração e compressão, em
relação ao uso de dispositivos de comando ou acionamento (ABNT NBR 9050).
• Saídas de emergência e rotas de fuga
As rotas de fuga devem atender à ABNT NBR 9077. Quando dispostas em
ambientes fechados, as rotas de fuga devem ser sinalizadas e iluminadas com dispositivos de
balizamento, conforme a ABNT NBR 10898 (ABNT NBR 9050, 2004).
É necessário que as edificações possuam meios adequados de fuga, que
permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança de qualquer ponto do edifício para um
local livre da ação do fogo, calor e fumaça. Os meios internos de acesso à edificação, como as
saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas na evacuação contribuem para o
resgate de pessoas (Instrução Técnica n° 02, 2004).
O número de saídas de emergência depende dos tipos de ocupação, em função
da altura do edifício, dimensões em planta e características construtivas. A distância a
percorrer em caso de fuga é a distância do ponto mais distante de um pavimento até o acesso à
uma saída do mesmo pavimento, que também varia de acordo com o tipo de ocupação e
79
características construtivas do edifício e da existência de chuveiros automáticos. As saídas
devem estar localizadas de forma que os ocupantes escolham a melhor rota de escape. Sendo
mais de uma escada de emergência, deve haver mais de 10 m entre elas para que um único
foco de incêndio não impossibilite a saída (Instrução Técnica n° 02, 2004).
Quando nas rotas de fuga, houver escadas de emergência, devem ser previstas
áreas de resgate com espaço reservado e demarcado para o posicionamento de pessoas em
cadeiras de rodas, dimensionadas conforme o módulo de referência apresentado na ABNT
NBR 9050 do ano de 2004. A área deve ser ventilada, reservada fora do fluxo principal de
circulação e sinalizada. Deve ser previsto um módulo de referência a cada 500 pessoas ou
fração (ABNT NBR 9050, 2004).
As rotas de fuga deverão apresentar: portas de acesso sinalizada com material
fotoluminescente; áreas de resgate, sinalizadas no piso com área de 0,80 m x 1,20 m,
localizadas fora do fluxo de circulação e com boa ventilação; possuir figura de sinalização de
área de resgate; possuir piso tátil e visual junto às portas de saídas de emergência, informando
o número do pavimento; ter nas saídas de emergências, alarmes sonoros e visuais (CPA,
2005).
• Sanitários e vestiários
Os sanitários e vestiários devem prever as condições: locais de grande fluxo de
pessoas sugere-se a criação de um sanitário familiar ou unissex para uso comum par ao caso
de auxílio de um acompanhante; possuir no mínimo 5% do total de peças sanitárias e
vestiários para o uso das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; localização
próxima à circulação principal; portas com aberturas externas nos boxes de sanitários e
vestiários; possuir barras de apoio com material resistente, fixadas em superfícies rígidas e
estáveis; recomenda-se a instalação de uma bacia infantil para o uso de pessoas de baixa
80
estatura ou crianças; espaço para transposição para a utilização de boxes e bacias sanitárias;
sinalização com o Símbolo Internacional de Acesso; acessórios como saboneteira, entre
outros, ao alcance das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; deve ser previsto um
sanitário acessível por pavimento e a instalação de campainhas, alarmes ou interfones a 0,40m
do piso nos sanitários isolados (CPA, 2005).
Os lavatórios devem garantir: área de aproximação para usuários em cadeira de
rodas, sem o uso de colunas ou gabinetes; dispositivo de proteção para o sifão e a tubulação;
comandos de torneira tipo monocomando, alavanca ou célula fotoelétrica; barras de apoio,
espelhos em posição vertical a uma altura de no máximo 0,90 m ou quando inclinado a 10° a
uma altura máxima de 1,10 do piso acabado (CPA, 2005).
• Mobiliário interno
O mobiliário deve possuir aspectos que atendam às necessidades das pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida, como o uso de telefones, bebedouros, balcões de
atendimento, máquinas de auto-atendimento e em locais como bibliotecas, restaurantes,
refeitórios, cozinhas e copas, entre outros.
Os telefones acessíveis devem prever: área de aproximação frontal e lateral
para usuários de cadeira de rodas; 5% de aparelhos adaptados ou um aparelho do total
acessível aos usuários em cadeira de rodas para ambientes externos e pelo menos um aparelho
acessível por pavimento, junto aos demais aparelhos; Comandos a uma altura máxima de 1,20
m; sinalização com Símbolo Internacional de Acesso; piso tátil de alerta na projeção do
aparelho telefônico; 5% dos aparelhos com amplificador de sinal para ambientes externos e
um por andar para ambientes interno; possuir fio com o mínimo 0,75 m de comprimento
(CPA, 2005).
81
Nos bebedouros é fundamental garantir um percentual de unidades acessíveis
às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, o que vai beneficiar também as crianças,
por exemplo. Os bebedouros devem: possuir área de aproximação frontal ara pessoas em
cadeiras de rodas; conter dispositivos de acionamento na frente ou na lateral próximo da
borda, permitindo a operação manual; bebedouros do tipo garrafão, filtros e similares cm fácil
acesso aos copos, posicionados entre 0,80 m e 1,20 m. A bica deve ter altura de 0,90 m com
altura livre inferior mínima de 0,73 m e estar localizada no lado frontal do bebedouro (CPA,
2005).
Nos balcões de atendimento, a legislação municipal de são Paulo obriga a
existência de caixas especiais ou de atendimento preferencial às pessoas com deficiência,
idosos e gestantes. Balcões altos prejudicam os usuários em cadeira de rodas e pessoas de
baixa estatura no uso de forma autônoma. Devem ser garantidos: altura máxima de 0,90 m na
face superior e altura livre inferior mínima de 0,73 m; área de aproximação frontal com pelo
menos 0,90 m de largura e 0,30 m de profundidade livre sob o balcão (CPA, 2005).
Os equipamentos de auto-atendimento devem ter na quantidade de pelo menos
um por pavimento, por tipo de serviço acessível a pessoas com deficiência. Deve garantir:
área de aproximação frontal para usuários em cadeira de rodas; instrução sonora, visual e tátil
para a transmissão das mensagens, possibilitando o uso por pessoa com deficiência visual e
auditiva; garantir a privacidade na troca de informações; os teclados, bem como o leitor de
cartões e o conector de fone de ouvido devem estar localizados a uma altura entre 0,80 m e
1,20 m em relação ao piso; os teclados numéricos devem possuir o mesmo arranjo do teclado
telefônico; os caixas de auto-atendimento bancário devem atender a NBR 152050 da ABNT
(CPA, 2005).
As bibliotecas devem possuir: 5% das mesas, terminais de consulta e acesso à
internet acessíveis às pessoas com deficiência; área para manobra de cadeira de rodas a cada
82
15 metros nos corredores entre as estantes; altura dos fichários entre 0,80 m e 1,20 m;
distância entre estantes de no mínimo 0,90 m; recomenda-se que as bibliotecas possuam
publicações em Braille ou outros recursos audiovisuais (CPA, 2005).
Restaurantes, refeitórios e similares devem possuir: no mínimo 5% do total das
mesas adequada ao uso por pessoa em cadeira de rodas; ao menos um cardápio em Braille; no
caso de balcões, alimentos, copos, pratos e bebidas ao alcance das mãos e visíveis para uma
pessoa que utiliza cadeira de rodas (CPA, 2005).
As mesas devem possuir 5% das unidades para refeições ou trabalho acessíveis
ao usuário de cadeira de rodas; devem estar localizadas junto a rotas acessíveis; devem possuir
área de aproximação frontal; deve haver largura mínima de 0,90 m entre as mesas para
circulação (CPA, 2005).
As cozinhas e copas devem possibilitar: área de aproximação frontal à pia;
alcance manual confortável entre 0,80 m e 1,20 m; pias com altura máxima de 0,85 m e
inferior livre mínima de 0,73 m; permitir a aproximação aos equipamentos (CPA, 2005).
• Estacionamentos
Os estacionamentos de uso coletivo devem oferecer, próximas da entrada,
vagas exclusivas para veículos conduzidos ou que transportem pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. As vagas devem atender os requisitos: localização próxima ao acesso
principal do edifício para garantir o deslocamento menor possível, livre de barreiras ou
obstáculos; piso nivelado, firme e estável; faixa adicional à vaga para circulação de cadeiras
de rodas com largura mínima de 1,20 m; rebaixamento da guia quando necessário; sinalização
horizontal pintada no piso e vertical identificada com placa de acordo com o Símbolo
Internacional de Acesso (CPA, 2005).
83
O número de vagas, de acordo com a NBR 9050 do ano de 2004, é de uma
vaga reservada para o número total de vagas 11 a 100 e de 1% de vagas reservadas do número
total de vagas acima de 100. Já o Código de Obras e Edificações do município de São Paulo
do ano de 1992, estabelece a reserva de vagas de 1% para o estacionamento privativo com
mais de 100 vagas ou a reserva de vagas de 3% para estacionamento coletivo com mais de 10
vagas (CPA, 2005).
As vagas reservadas, no município de São Paulo, seguem o Código de Obras e
Edificações com a dimensão de 3,50 m x 5,50 m (CPA, 2005).
A Secretaria Municipal de Transportes da Prefeitura de São Paulo disponibiliza
o cartão DEFIS - DSV, que é uma autorização para o estacionamento de veículo na via
pública, em vagas especiais sinalizadas com o Símbolo Internacional de acesso.
“É emitido para pessoas com deficiência física ambulatória nos membros inferiores
ou em decorrência de incapacidade mental e também para pessoas com mobilidade
reduzida temporária com alto comprometimento ambulatório, obrigados ou não a se
locomover através de cadeiras de rodas, aparelhos ortopédicos ou próteses
temporária ou permanentemente” (CPA, 2005, p. 60).
• Piscinas
As piscinas devem prever: acesso à água por meio de equipamentos de
transferência, como rampas submersas ou degraus; banco de transferência ligado a uma
plataforma submersa; utilização de banco de transferência que deve estar associado à rampa
ou escada; superfícies antiderrapantes ao redor da piscina, do banco de transferência, da
plataforma submersa e dos degraus; o acesso por degraus submersos exige corrimãos triplos
(com alturas diferenciadas) em ambos os lados; as bordas da piscina, banco de transferência e
degraus devem ser arredondados (CPA, 2005).
84
Recomenda-se a instalação de barras de apoio nas bordas internas das piscinas
e o nível da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do assento do banco (CPA,
2005).
• Locais de reunião
Todas a edificações com o uso de grande público, devem atender às normas de
adequação ao uso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os assentos destinados
a esta parcela da população devem estar distribuídos pelo recinto, recomendando-se que
estejam dispostos pelo recinto nos diversos setores e com as mesmas condições de serviços
que os demais usuários. Estes lugares devem possuir boa visibilidade e acústica. A escolha do
lugar na platéia deve ser uma opção do usuário e não uma imposição do estabelecimento
Tanto os espaços para cadeiras de rodas como as poltronas para obesos devem ser integradas
aos demais assentos, facilitando o uso em caso de acompanhantes. Os assentos para obesos
devem ter largura igual a dois assentos adotados no local (CPA, 2005).
A ABNT NBR 8050 do ano de 2004 e a Lei Municipal de São Paulo n° 12.658
(1998) estabeleceu a relação da capacidade total dos assentos para o espaço para pessoas em
cadeira de rodas, assentos para pessoas com mobilidade reduzida e para pessoas obesas (CPA,
2005).
No palco e nos bastidores com desníveis, admite-se a rampa. Na
impossibilidade da utilização da rampa, deve-se utilizar equipamento eletromecânico. Ao
menos um dos camarins deve ser acessível a mulheres e outro a homens (CPA, 2005).
Todos os locais com capacidade para mais de 600 pessoas, independente de seu
uso, devem atender aos requisitos de acessibilidade. Todos os edifícios de uso público ou
coletivo, que serão construídos, reformados ou ampliados, deverão seguir os requisitos
mínimos de acessibilidade (CPA, 2005).
85
3.6 ÉTICA E CIDADANIA
3.7.1 Definição e histórico
A ética é um conjunto de regras e comportamentos. “Desde a antiga Grécia, o
nome “ética” sempre foi utilizado por aqueles que dispunham a investigar questões referentes
ao comportamento humano e à vida em sociedade” (Gouvêa, 2002, p. 10).
A ética refere-se à reflexão teórica, racional e sistemática humana. As questões
éticas provocam a reflexão e propõem valores, porque “(...) envolvem direitos e deveres,
justiça e injustiça, lei e punição, proibição e liberdade, responsabilidade e marginalidade,
conduta pessoal e relacionamentos humanos” (GOUVÊA, 2002, p. 10).
A consciência ética do cidadão é tentar viver com princípios e conduta
baseados na razão, com os valores sendo universais.
3.7.2 A formação do novo perfil de cidadão
De acordo com a Resolução aprovada pela Assembléia Geral da Organização
das Nações Unidas(1975):
“As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana.
As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas
deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma
idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão
normal e plena quanto possível” (DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DAS
PESSOAS DEFICIENTES, 1975).
Com o passar do tempo, o que era normal para uma geração pode passar a ser
inaceitável por outra. Movimentos surgidos na sociedade de forma localizada tornam-se fatos
86
mundiais através da globalização. Os hábitos e as exigências da sociedade mudam. A
sociedade está cada vez mais exigindo melhores condições de vida e conseqüentemente
soluções para a melhoria do trabalho. Os trabalhadores devem ser considerados de forma mais
humana, como seres integrais (DUL, 1991).
Ser uma pessoa eticamente consciente (...) significa importar-se com a possibilidade
da existência (...) com a tentativa de encontrar valores e também de tentar viver
segundo princípios e padrões de conduta inteiramente calcados na razão, lembrando
que estes valores, princípios e padrões terão que ser, por definição, universais”
(GOUVÊA, 2002, p. 13).
É preciso a consciência e responsabilidade dos indivíduos para busca de uma
sociedade mais humana e feliz.
3.7.3 Questões éticas da acessibilidade
Vivemos a todo instante, por escolhas que somos obrigados a fazer por força
das circunstâncias, como os procedimentos e deveres que constam nas normas e legislação.
Para ser um cidadão não basta apenas que viva em sociedade. O indivíduo pode
viver em sociedade e não ter todos os direitos de um cidadão típico. Em nossa sociedade há
pessoas com direitos não reconhecidos ou se reconhecidos, não são de fato direitos. Uma
pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida poderá não cumprir seu direito de ir e vir, se
uma barreira do ambiente a impede.
87
3.7.4 Os ambientes inclusivos e a liberdade
As desigualdades sociais através de toda a história direcionaram um convívio
entre as pessoas marcadas pela exclusão.
A liberdade de opinião, de expressão, do direito de ir e vir, da mídia são
algumas das liberdades de um cidadão. Problemas sociais são fáceis de serem identificados,
porém o difícil é resolvê-los, como o caso de pessoas com deficiência. Nunca se viveu em um
ambiente tão consciente dos deveres éticos, que nos conduzem ao respeito ao semelhante.
Através de projetos adequados para os espaços urbanos construídos, é
diminuído ou eliminado o preconceito, o constrangimento, a falta de oportunidades iguais, a
rejeição de indivíduos e a segregação social.
88
4 APLICABILIDADE DOS CONCEITOS DE SEGURANÇA E ACESSIBILIDADE
NOS AMBIENTES DE TRABALHO
4.1 CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS
• Riscos à segurança dos usuários
Os riscos eliminados no espaço acessível beneficiam a todos os usuários, assim
como funcionários e empresas, porque reduz custos gerados por afastamento ou interrupção na
produção, aumentando a qualidade e reduzindo o tempo de execução do produto ou serviço.
• Desconhecimento dos princípios do Desenho Universal e da legislação
O desconhecimento de princípios básicos de acessibilidade, como os princípios
do Desenho Universal pela população, órgãos públicos e privados, impedem que seja
promovida a acessibilidade.
• Descaso ou falta de preocupação social
Mesmo que a sociedade, os órgãos públicos e privados tenham conhecimento
dos princípios básicos para a promoção da acessibilidade, se houver descaso ou falta de
preocupação social, torna-se inviável.
• Desigualdades sociais marcadas pela exclusão
A falta de acesso ou o acesso inadequado, principalmente de pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida, cria a exclusão no uso do ambiente, proporcionando
maior desigualdade social. Um acesso separado do acesso de uso comum também segrega
pessoas, podendo favorecer a criação de guetos.
89
• Escassez de profissionais que aplicam os conceitos de acessibilidade
Há profissionais na construção civil, como arquitetos e engenheiros, que não
aplicam os conceitos de acessibilidade de forma devida. Muitos por falta do conhecimento
adequado da aplicabilidade nos projetos gerados pela deficiência de sua formação ou por falta
de atualização. A situação agrava-se quando o espaço não possui um profissional responsável.
• Falta ou insuficiência da fiscalização
A falta ou insuficiência da fiscalização incentiva a elaboração de espaços sem o
auxílio de profissional responsável.
• Acréscimo de custos da construção ou adaptação de edificações
Quando a acessibilidade em um edifício não é prevista gera custos maiores para
sua adaptação. Se os custos para a promover a acessibilidade adequada for elevado, pode-se
criar um mal estar geral que provoca a desistência de sua utilização.
4.2 CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
• Redução de riscos
Reduzir riscos nos espaços beneficia a todos as pessoas, sendo de fundamental
importância para a preservação da vida, na utilização do espaço com conforto e com facilidade
para a execução de tarefas.
90
• Utilização do Desenho Universal
O Desenho Universal considera a diversidade humana, com a sistematização de
conceitos que promovem a acessibilidade, como o uso do espaço por todas as pessoas com
diferentes capacidades, uso flexível, uso simples e intuitivo, informação perceptível,
tolerância ao erro, pouca exigência e esforço físico, espaços com acesso e uso para pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida.
• Elaboração de projetos adequados
Barreiras arquitetônicas e urbanísticas são projetados. Portanto, uma mudança
em relação ao projeto pode tornar os ambientes mais agradáveis permitindo a utilização com
independência por todos.
• Ampliação e atualização da Legislação e Normas
A legislação e normas devem estar sempre atualizadas e ampliadas, de acordo
com as necessidades da sociedade, como na promoção da acessibilidade.
• Maior fiscalização e rigor das penalidades
Se não houver fiscalização ou se as penalidades forem brandas, dificulta o
cumprimento das leis que exigem a promoção da acessibilidade.
• Conscientização do Estado e a mobilização popular
Nada impede que a sociedade e o governo se mobilizem para acabar com a falta
de inclusão social. E para isso pode-se incentivar a acessibilidade nos espaços urbanos
construídos.
91
• Educação e ética
A educação enfrenta o desafio de formar cidadãos com consciência ética. A
ética é o melhor caminho para construir as relações sociais, podendo iniciar-se através do
estudo da literatura existente.
• Liderança do mercado imobiliário
Se os consumidores exigirem ambientes e produtos acessíveis, o mercado
imobiliário terá que se adaptar para atendê-los.
• Pesquisas de viabilidade econômica
Incentivar pesquisas para tornar viável os custos de ambientes e produtos
acessíveis beneficia a sociedade, incentivando o cumprimento de normas e da legislação
vigente.
• Incentivo do Estado
O Estado pode incentivar a utilização da acessibilidade aos ambientes e
produtos, reduzindo impostos, incentivando pesquisas de viabilidade econômica, ampliando e
revisando leis.
• Preocupação social para a boa imagem das empresas
A empresa que possui preocupação social é bem vista por toda a sociedade e
por outras empresas, gerando benefícios aos funcionários e ampliando a obtenção de lucro.
92
• Inclusão social
A liberdade do direito de ir e vir são algumas das liberdades de um cidadão.
Porém, algumas pessoas, como as que possuem deficiência ou mobilidade reduzida, podem
ser impedidas de acessar determinados ambientes ou acessam de forma restrita ou separada de
outros usuários. Através de projetos adequados para os espaços urbanos construídos, pode-se
diminuir ou eliminar o preconceito, o constrangimento, a falta de oportunidades iguais, a
rejeição de indivíduos, promovendo a inclusão social.
• A influência da mídia
A mídia, como a televisão, o rádio, entre outras, exerce influência na sociedade,
podendo ser aliada na luta contra injustiças, apresentando denúncias, pesquisando
irregularidades, entre outras (Gouvêa, 2002).
93
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação de conceitos do Desenho Universal na concepção dos espaços
urbanos e de produtos beneficia à toda a sociedade, principalmente às pessoas com deficiência
e com mobilidade reduzida. Minimaliza os riscos de acidentes dos usuários, otimizando os
esforços para a execução de tarefas com segurança e conforto, além de promover a inclusão
social. A acessibilidade com segurança deve ser uma meta na concepção de projetos
elaborados por engenheiros, arquitetos, urbanistas e desenhistas industriais.
A fiscalização do cumprimento da legislação e das normas técnicas com
relação à segurança e à acessibilidade no espaço construído no Brasil, cabe ao poder público.
A Lei Federal n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000 permite que organizações representativas
de pessoas com deficiência tenham legitimidade para acompanhar o cumprimento dos
requisitos da acessibilidade dessa lei. Isto faz com que toda a sociedade passe a ter o direito de
atuar na fiscalização, descentralizando o poder único exercido pelo Estado. Deve haver a
cobrança da sociedade dos órgãos públicos, para que os espaços tornem-se acessíveis.
A lei federal n° 8.213 de julho de 1991 estabeleceu a porcentagem de cotas
para o preenchimento de cargos em empresas por pessoas com deficiência. Esta lei cria a
necessidade de espaços acessíveis nos ambientes de trabalho.
As pesquisas que propõem soluções para o uso do espaço acessível deveriam
ser incentivadas pelo Estado e financiadas por empresas. O mercado imobiliário tem
condições de atender aos consumidores que exigem maior conforto e segurança. Já as
empresas procuram promover uma boa imagem, associada a questões sociais, gerando maior
credibilidade e reduzindo riscos à segurança dos trabalhadores.
94
6 REFERÊNCIAS
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