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FUNDBOX SGFII 22 de fevereiro de 2018 LUSITÂNIA (em liquidação) Relatório de Gestão, exercício de 2017

LUSITÂNIA (em liquidação)...3 LUSITÂNIA (em liquidação) | 22-02-2018 A este valor acrescem custos com comissão de depósito, taxa da CMVM, honorários de advogados e auditoria

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FUNDBOX SGFII

22 de fevereiro de 2018

LUSITÂNIA (em liquidação)

Relatório de Gestão, exercício de 2017

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Ambiente de negócioAmbiente de negócioAmbiente de negócioAmbiente de negócio A economia portuguesa registou, em 2017, o melhor desempenho da década em curso, com uma estimativa, à data da escrita, de crescimento real do PIB de 2,6%, acima da estimativa constante do Orçamento do Estado (1,5%) e da revisão em alta desta por ocasião do Programa de Estabilidade e Crescimento (1,8%).

Este comportamento positivo foi impulsionado pela procura interna, sustentada no crescimento do consumo, sensível à descida do desemprego, e na formação bruta de capital fixo (que cresceu 9,1%) e pelas exportações (7,6%). A política fiscal permaneceu moderadamente expansionista, preterindo o objectivo de redução da dívida pública

muito embora mantendo o consumo público sob apertado controle, como fica patente da taxa de crescimento negativa registada (-0,2%). O efeito da combinação desta política com um desagravamento fiscal significativo sobre os rendimentos do trabalho fez com que o “deficit” orçamental se reduzisse significativamente, fixando-se em 1,5%. A balança comercial manteve-se estável, apesar do crescimento das exportações, devido ao impacto nas importações da recuperação da procura interna.

O final do ano foi positivamente marcado pela revisão em alta do “rating” da República pela Fitch para “investment grade”, seguindo idêntico movimento, em Setembro, da Standard & Poor’s. Os “yields” do soberano português apresentaram uma tendência sustentada de descida durante o ano, fixando-se em 1,938% no final do ano, muito próxima da taxa de crescimento do índice de preços no consumidor para o ano (1,5%).

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Actividade do FundoActividade do FundoActividade do FundoActividade do Fundo Tal como reportado nos anteriores Relatórios e Contas, o Fundo Lusitânia foi constituído a 4 de Abril de 2008 com uma duração inicial de 2 anos.

Teve, por isso e no presente exercício o sétimo ano integralmente decorrido em situação de liquidação, não tendo a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários até à data da escrita, proferido a decisão final quanto ao pedido de prorrogação do prazo de liquidação do Fundo solicitado pela Sociedade Gestora.

Nos termos legais, a Sociedade Gestora diligenciou, em primeira prioridade, para liquidar o Passivo do Fundo. Recorda-se, no entanto, que o Fundo é, desde o exercício de 2010, autor (e, posteriormente, credor reclamante) na acção ordinária que o opõe à sociedade Fernandes & Bragança Lda. (“Fernandes e Bragança”), decorrente do incumprimento, por esta sociedade, das obrigações estabelecidas no contrato-promessa de compra e venda do prédio urbano sito na Av. 1º de Maio, freguesia de São Pedro, concelho de Vila Real, e no âmbito do qual o Fundo pagou, a título de sinal e princípio de pagamento, o valor de € 4.950.000,00. Na sequência do incumprimento da “Fernandes & Bragança”, com a consequente impossibilidade de celebrar a escritura pública de compra e venda do imóvel, o Fundo intentou uma ação de execução específica do aludido contrato-promessa, tendo o tribunal de 1ª instância condenado a “Fernandes & Bragança” ao pagamento da quantia paga pelo Fundo a título de sinal, no já referido montante de € 4.950.000,00, acrescido de juros de mora à taxa legal de 4%, vencidos desde a data de citação até integral pagamento. No exercício de 2017 a cobrança judicial do crédito do Fundo não registou movimentações processuais significativas devido às vicissitudes registadas nos processos judiciais conexos com o processo acima identificado, cuja resolução prévia é condição necessária para o prosseguimento da venda judicial do imóvel. À data da escrita teve o Fundo conhecimento da prolação das decisões dos vários apensos do processo, pelo que, na presente data, a única questão a aguardar decisão judicial prende-se com o valor de venda do imóvel. Com efeito, o agente de execução atribuiu ao activo o valor de € 2.000.000,00, valor este contestado pelo Fundo, que pugnou pela fixação do valor de venda em valor não inferior a € 5.470.000.

InvestInvestInvestInvestimentos do Exercícioimentos do Exercícioimentos do Exercícioimentos do Exercício Não aplicável

Alienações do Alienações do Alienações do Alienações do ExercícioExercícioExercícioExercício Não aplicável

Comentário aos ResultadosComentário aos ResultadosComentário aos ResultadosComentário aos Resultados Conforme contas em anexo, o resultado líquido foi negativo em € 468.293 (em 2016 foi também negativo em € 30.791), maioritariamente por consequência do reajustamento do crédito sobre a Sociedade Fernandes & Bragança em € 450.000, resultante de uma reavaliação externa e independente do activo imobiliário sobre o qual existe um crédito a favor do Fundo.

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A este valor acrescem custos com comissão de depósito, taxa da CMVM, honorários de advogados e auditoria. O valor da unidade de participação fixou-se em € 8,0642 (€ 9,0008 em 2016).

A rentabilidade anualizada desde o lançamento do Fundo fixou-se em –2,18 %.

Proposta deProposta deProposta deProposta de Distribuição de ResultadosDistribuição de ResultadosDistribuição de ResultadosDistribuição de Resultados Propõe-se que o prejuízo apurado seja levado a Resultados Transitados.

Perspectivas para 2018Perspectivas para 2018Perspectivas para 2018Perspectivas para 2018 A actividade da Sociedade Gestora em 2018 centrar-se-á no objectivo de concluir a liquidação do Fundo.

AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos A Sociedade Gestora manifesta os seus agradecimentos

• À J Camilo & Associados, SROC, Auditora do Lusitânia, pelo zelo colocado no acompanhamento da actividade;

• Ao Banco Invest, Depositário do Lusitânia, pela confiança depositada;

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2018

Pelo Conselho de Administração da Sociedade Gestora

______________________________

Joaquim Miguel Calado Cortes de Meirelles

Administrador Delegado

______________________________

Manuel Joaquim Guimarães Monteiro de Andrade

Administrador Delegado

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO LUSITÂNIA (Em Liquidação)

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 2016

(Montantes expressos em Euros)

2017 2016Activo Mais menos Activo Activo

ACTIVO Notas bruto valias valias líquido líquido PASSIVO E CAPITAL DO FUNDO Notas 2017 2016

ACTIVOS IMOBILIÁRIOS CAPITAL DO FUNDOTotal de activos imobiliários - - - - - Unidades de participação 2 5.000.000 5.000.000

Resultados transitados 2 (499.610) (468.819)DISPONIBILIDADES Resultado líquido do exercício 2 (468.293) (30.791)

Depósitos à ordem 7 50 50 12 Total do Capital do Fundo 4.032.097 4.500.390 Total das disponibilidades 50 50 12

AJUSTAMENTOS E PROVISÕESCONTAS DE TERCEIROS Ajustamentos de dívidas a receber 11 450.000 -

Outras contas de devedores 13 4.950.000 4.950.000 4.950.000 Total de Provisões acumuladas 450.000 -Total dos valores a receber 4.950.000 4.950.000 4.950.000

CONTAS DE TERCEIROSComissões e outros encargos a pagar 14 346.183 330.983 Outras contas de credores 14 80.729 93.860

Total de valores a pagar 426.912 424.843

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOSAcréscimos de custos 15 2.964 2.187 Outros acréscimos e diferimentos 15 38.077 22.592

Total de acréscimos e diferimentos passivos 41.041 24.779 Total do Activo 4.950.050 - - 4.950.050 4.950.012 Total do Passivo e Capital do Fundo 4.950.050 4.950.012

Total do número de unidades de participação 2 500.000 500.000 Valor unitário da unidade de participação 2 8,0642 9,0008

O anexo faz parte integrante do balanço em 31 de Dezembro de 2017.

O Contabilista Certificado Pelo Conselho de Administração

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO LUSITÂNIA (Em Liquidação)

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 2016

(Montantes expressos em Euros)

Notas 2017 2016 Notas 2017 2016

CUSTOS E PERDAS CORRENTES PROVEITOS E GANHOS CORRENTESComissões: Total de proveitos e ganhos correntes - -

Outras, de operações correntes 16 17.505 17.513Impostos e taxas: PROVEITOS E GANHOS EVENTUAIS

Impostos indirectos 12 2.187 2.256 Ganhos de exercícios anteriores 18 10.705 - Provisões do exercício: Total de proveitos e ganhos eventuais 1 10.705 -

Ajustamentos de dívidas a receber 11 450.000 - Fornecimentos e serviços externos 17 9.307 11.022

Total de custos e perdas correntes 478.998 30.791

LUCRO DO EXERCÍCIO 2 - - PERDA DO EXERCÍCIO 2 468.293 30.791 478.998 30.791 478.998 30.791

Resultados na carteira de títulos - - Resultados eventuais 10.705 -Resultados de activos imobiliários (9.307) (11.022) Resultados antes de imposto sobre o rendimento (468.293) (30.791)Resultados correntes (478.998) (30.791) Resultados líquidos do período (468.293) (30.791)

O anexo faz parte integrante da demonstração de resultados do exercício findo em 31 de Dezembro de 2017.

O Contabilista Certificado Pelo Conselho de Administração

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO LUSITÂNIA (Em Liquidação)

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS MONETÁRIOS PARA OS EXERCÍCIOS

FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 E 2016

(Montantes expressos em Euros)

2017 2016

OPERAÇÕES SOBRE AS UNIDADES DO FUNDOFluxo das operações sobre as unidades do fundo - -

OPERAÇÕES COM ACTIVOS IMOBILIÁRIOSRecebimentos:

Alienação de activos imobiliários (Nota 1)Rendimentos de activos imobiliários - -Adiantamentos por conta da venda de activos imobiliários Outros recebimentos de activos imobiliários

Adiantamento por conta de venda de activos imobiliários - -

- -Pagamentos:

Aquisição de activos imobiliários (Nota 1) - -Aquisição de activos imobiliários (Nota 1)Aquisição de activos imobiliários (Nota 1)Grandes reparações em activos imobiliáriosComissões de activos imobiliáriosDespesas correntes (FSE) em activos imobiliários - -Adiantamento por conta de compra de imóveisOutros pagamentos de activos imobiliários - -

- -Fluxo das operações com activos imobiliários - -

OPERAÇÕES DA CARTEIRA DE TÍTULOSRecebimentos:

Rendimento de títulosResgates/reembolsos de unidades de participação

Pagamentos:Compra de títulosSubscrição de unidades de participaçãoOutras taxas e comissões

Fluxo das operações da carteira de títulos - -

OPERAÇÕES A PRAZO E DE DIVISASRecebimentos:

Juros e proveitos similares recebidosRecebimentos em operações cambiaisRecebimentos em operações de taxa de juroRecebimento em operações sobre cotaçõesMargem inicial em contratos de futurosComissões em contratos de opçõesOutras comissõesOutros recebimentos em operações a prazo e de divisas

Pagamentos:Juros e custos similares pagosPagamentos em operações cambiaisPagamentos em operações de taxa de juroPagamentos em operações sobre cotaçõesMargem inicial em contratos de futurosComissões em contratos de opçõesOutros pagamentos em operações a prazo e de divisas

Fluxo das operações a prazo e de divisas - -

OPERAÇÕES DA CARTEIRA DE TÍTULOSRecebimentos:

Subscrição de unidades de participação - - Pagamentos:

Resgates/reembolsos de unidades de participação - - Pagamento de rendimentos aos participantes - -

Fluxo das operações sobre as unidades do fundo - -

OPERAÇÕES DE GESTÃO CORRENTERecebimentos:

Cobranças de crédito vencido -Juros de depósitos bancários -

Outros Recebimentos Correntes 17.780 5.167 Empréstimos obtidos

17.780 5.167 Pagamentos:

Comissão de gestão -Comissão de depósitário -Despesas com crédito vencidoJuros devedores de depósitos bancáriosImpostos e taxas (4.446) (5.118)Reembolso de empréstimosPagamento de juros de empréstimosOutros pagamentos correntes (13.297) (70)

(17.742) (5.187)

Fluxo das operações de gestão corrente 38 (20)

OPERAÇÕES EVENTUAISRecebimentos:

Ganhos extraordináriosGanhos imputáveis a exercícios anterioresRecebimentos incobráveisOutros recebimentos de operações eventuais

Pagamentos:Perdas extraordináriasPerdas imputáveis a exercícios anterioresOutros pagamentos de operações eventuais

Fluxo das operações eventuais - - Saldo dos fluxos de caixa do exercício 38 (20)

Disponibilidades no início do exercício 12 32

Disponibilidades no fim do exercício 50 12

O anexo faz parte integrante da demonstração dos fluxos monetáriospara o exercício findo em 31 de Dezembro de 2017.

O Contabilista Certificado Pelo Conselho de Administração

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 1

INTRODUÇÃO

O Lusitânia é um fundo de investimento imobiliário fechado gerido pela Fund Box –

Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, SA., que se caracteriza pela

capitalização dos seus rendimentos, podendo a Sociedade Gestora decidir relativamente à

distribuição, integral ou parcial, do rendimento do Fundo. A sua constituição foi

autorizada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em 11 de Outubro de 2007,

tendo iniciado a sua actividade no dia 4 de Abril de 2008, com uma duração inicial de dois

anos, prorrogável por períodos não superiores aquele prazo desde que aprovado pelos

participantes.

A actividade do Fundo está regulamentada pela Lei n.º 16/2015 de 24 de Fevereiro, que

estabelece o regime jurídico dos fundos de investimento imobiliário.

O Banco Invest, SA (anteriormente denominado Banco Alves Ribeiro, SA) assume as

funções de depositário do Fundo e, nessa qualidade, tem a custódia de todos os activos

mobiliários, sendo todas as aplicações do Fundo realizadas com este Banco.

Terminado o período de dois anos de actividade estipulado no Regulamento de gestão, o

Fundo entrou em processo de liquidação, conforme comunicado à CMVM. De acordo com

a regulamentação aplicável, o período da liquidação tem o período máximo de um ano,

tendo Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

deliberado a prorrogação do prazo de liquidação do Fundo até 4 de Abril de 2017.

A Entidade Gestora submeteu, em 9 de Março de 2017 novo pedido de prorrogação do

prazo para a liquidação do Fundo junto da CMVM, considerando a morosidade na

recuperação judicial do crédito deste, pretendendo-se a extensão do prazo de liquidação

até 4 de Abril de 2018. Na sequência deste requerimento, a CMVM solicitou diversa

documentação e informação tendo, em Outubro de 2017, notificado a Entidade Gestora do

projecto de decisão de deferimento parcial do requerimento apresentado. A FundBox

apresentou, em sede de audiência de interessados, os fundamentos pelos quais, no seu

entender, deveria a prorrogação do prazo ser conferida pela entidade de supervisão até

Abril de 2018 e solicitou um esclarecimento. A 31 de Dezembro de 2017, a CMVM ainda não

se havia pronunciado sobre o esclarecimento solicitado nem proferido decisão final

relativamente ao requerimento apresentado.

O presente Anexo obedece, em estrutura, ao disposto no Regulamento n.º 2/2005, pelo

que as Notas 1 a 13 previstas que não constam neste anexo não têm aplicação por

inexistência ou irrelevância de valores ou situações a reportar. A Nota introdutória e as

notas posteriores à nota 13 são incluídas com outras informações relevantes para a

compreensão das demonstrações financeiras em complemento às Notas 1 a 13.

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 2

BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS As demonstrações financeiras foram preparadas com base no princípio da liquidação e nos

registos contabilísticos do Fundo, mantidos de acordo com o Plano Contabilístico dos

Fundos de Investimento Imobiliário, estabelecido pela Comissão do Mercado de Valores

Mobiliários, e regulamentação complementar emitida por esta entidade.

As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação das demonstrações

financeiras foram as seguintes:

a) Especialização de exercícios

O Fundo regista os seus proveitos e custos de acordo com o princípio da especialização de

exercícios, sendo reconhecidos à medida que são gerados, independentemente do

momento do seu recebimento ou pagamento.

b) Comissão de Gestão

A comissão de gestão representa um encargo do Fundo, a título de serviços prestados pela

sociedade gestora.

De acordo com o Regulamento de Gestão, esta comissão é calculada diariamente, por

aplicação de uma taxa anual de 0,5% sobre a média aritmética simples, dos valores brutos

globais do Fundo. A comissão é cobrada trimestralmente e tem um valor mínimo anual de

€60.000 (sessenta mil euros). Face à situação do Fundo, a sociedade gestora prescindiu das

comissões de gestão a partir de 27 de Abril de 2012.

c) Comissão de Depósito

Esta comissão destina-se a fazer face às despesas do Banco Depositário referente aos

serviços prestados ao Fundo.

Segundo o Regulamento de Gestão, esta comissão é calculada diariamente, por aplicação

de uma taxa anual de 1.25% sobre a média aritmética simples dos valores líquidos globais

do Fundo. A comissão é cobrada duas vezes por ano e tem um valor mínimo de €15.000

(quinze mil euros).

d) Taxa de Supervisão

Na sequência do decreto-lei n.º 183 / 2003, de 19 de Agosto, que alterou o Estatuto da

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), aprovado pelo decreto-lei n.º 473 /

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 3

99, de 8 de Novembro, com a publicação da Portaria n.º 913-I / 2003, de 30 de Agosto, e

posteriormente atualizada pela Portaria n.º 342-B/2016, de 29 de Dezembro, emitida pela

CMVM, os Fundos são obrigados a pagar uma taxa de 0,0026% aplicada sobre o valor

líquido global do Fundo correspondente ao último dia útil do mês, não podendo a colecta

ser inferior a €200 (duzentos euros) nem superior a €20.000 (duzentos mil euros).

e) Unidades de Participação

O valor de cada unidade de participação é calculado dividindo o Valor líquido global do

Fundo pelo número de unidades de participação em circulação. O valor líquido do

património corresponde ao somatório das rubricas do capital do Fundo, ou seja, unidades

de participação, variações patrimoniais, resultados transitados, resultados distribuídos e

resultado líquido.

As “Variações Patrimoniais” resultam da diferença entre o valor de cada subscrição ou

resgate de unidades de participação e o seu valor base, situação nunca verificada no

Fundo.

A 31 de Dezembro de 2017 o Capital do Fundo é constituído pelo valor base das unidades

de participação, pelo resultado líquido do exercício e pelos resultados transitados,

conforme dados apresentados na nota 2.

f) Regime Fiscal

O regime fiscal alterou a 1 de Julho de 2015. À semelhança do ano de 2014, até 30 de

Junho de 2015, o regime fiscal em vigor era o seguinte:

Os rendimentos prediais líquidos, obtidos no território português, à excepção das

mais-valias prediais, são tributados à taxa autónoma de 25% (vinte e cinco por cento).

Tratando-se de mais-valias prediais, há lugar a tributação, autonomamente, à taxa de

25% (vinte e cinco por cento), que incide sobre 50% (cinquenta por cento) da

diferença positiva entre mais-valias e as menos-valias realizadas no exercício.

Relativamente a outros rendimentos que não prediais, são os mesmos tributados da

seguinte forma:

• Os rendimentos obtidos no território português, que não sejam mais-valias, estão

sujeitos a retenção na fonte, como se de pessoas singulares se tratasse, sendo

recebidos líquidos de imposto ou, caso não estejam sujeitos a retenção na fonte,

são tributados à taxa de 28% sobre o valor líquido obtido no exercício. No dia 1 de

Janeiro de 2013, entrou em vigor a Lei n.º 66-B/2012, publicada em suplemento ao

Diário da República do dia 31 de Dezembro, que veio introduzir diversas alterações

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 4

em matéria tributária, nomeadamente, o aumento para 28% da generalidade das

taxas de retenção na fonte em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares (IRS) incidentes sobre rendimentos de capitais (tais como juros das

obrigações e dos depósitos bancários e dos dividendos);

• Os rendimentos obtidos fora do território português, que não sejam mais-valias,

são tributados, autonomamente, à taxa de 20%, tratando-se de rendimentos de

títulos de dívida, lucros distribuídos e de rendimentos provenientes de fundos de

investimento, e à taxa de 25% nos restantes casos;

• Relativamente às mais-valias, obtidas em território português ou fora, estão

sujeitas a tributação autónoma, como se de pessoas singulares se tratasse, à taxa

de 10% sobre a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias apuradas

no exercício.

O imposto estimado no exercício sobre os rendimentos gerados, incluindo as mais-

valias, é registado na rubrica de “Impostos sobre o rendimento” da demonstração dos

resultados; os rendimentos obtidos, quando não isentos, são assim considerados pelo

respectivo valor bruto em “Juros e proveitos equiparados”.

O Decreto-Lei n.º 7/2015, de 13 de Janeiro, procede à reforma do regime de tributação

dos OIC, onde as principais alterações são a tributação dos participantes à saída em

sede de IRS e IRC e o ativo global líquido dos OIC passam a ser alvo de tributação em

sede do imposto selo. Este regime fiscal entrou em vigor a 1 de Julho de 2015.

1. Na esfera do Fundo:

• O Fundo é tributado em IRC, à taxa geral prevista no respetivo Código

(atualmente fixada em 21%), estando isento de derrama municipal e estadual;

• O lucro tributável corresponderá ao resultado líquido do exercício apurado de

acordo com as respetivas normas contabilísticas, estando no entanto isentos de

rendimentos de capitais, prediais e mais-valias e devendo desconsiderar os

gastos relativos a esses rendimentos, previstos no artigo 23.º-A, do Código do

IRC, e comissões de gestão;

• Os prejuízos fiscais apurados são reportáveis por um período de 12 anos;

• Às fusões, cisões e subscrições em espécie realizadas entre OIC pode ser

aplicado o regime da neutralidade fiscal;

• O Fundo está sujeito às taxas de tributação autónoma previstas no Código do

IRC;

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 5

• Não haverá obrigação de retenção na fonte relativamente aos rendimentos

obtidos pelo Fundo;

• O Fundo será tributado em Imposto do Selo sobre a média mensal do valor

líquido global dos seus ativos à taxa de 0,0125% (por trimestre).

2. Na esfera do participante:

• Os investidores residentes que sejam pessoas singulares serão tributados em

sede de IRS à taxa de 28%, através do mecanismo da retenção na fonte (salvo

se optarem pelo englobamento);

• Os rendimentos pagos a investidores residentes que sejam pessoas coletivas

estarão sujeitos a uma retenção na fonte de IRC provisória (por conta do

imposto devido no final) à taxa de 25% (exceto se os beneficiários

beneficiarem de dispensa de retenção na fonte);

• Os sujeitos passivos não residentes que obtenham rendimentos: (i) distribuídos

por fundos e sociedades de investimento imobiliário ou operações de resgate

de UPs destes fundos estão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 10%; (ii) de

fundos e sociedades de investimento mobiliário, incluindo mais-valias que

resultem do respetivo resgate ou liquidação, estão isentos de IRS ou IRC;

• Os rendimentos obtidos por sujeitos passivos residentes em paraísos fiscais, por

entidades que sejam detidas direta ou indiretamente em mais de 25% por

residentes e por beneficiários que não apresentem prova de que são não

residentes, ficarão sujeitos às taxas de retenção na fonte definitiva de 25%,

28% ou 35% (consoante os casos);

• Os sujeitos passivos não residentes que não tenham efetuado prova atempada

do seu estatuto poderão solicitar o reembolso total ou parcial do imposto que

tenha sido retido na fonte, durante um prazo de dois anos;

• Para efeitos da aplicação deste regime, os rendimentos decorrentes da

detenção de unidades de participação em fundos de investimento imobiliário

e da titularidade de participações sociais em sociedades de investimento

imobiliário, incluindo as mais-valias que resultem da transmissão onerosa,

resgate ou liquidação, são considerados rendimentos de bens imóveis.

Bases de apresentação das Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras, compostas pelo Balanço, Demonstração dos Resultados e

Demonstração dos Fluxos Monetários, foram elaboradas e estão apresentadas segundo o

disposto no Regulamento da CMVM n.º 2/2005, de 14 de Abril, o qual estabelece o regime

a que deve obedecer a contabilidade dos Fundos de Investimento Imobiliário.

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 6

O Regulamento n.º 2/2005 impõe a divulgação de informação que desenvolva e comente as

quantias incluídas nas demonstrações financeiras ou permita o conhecimento de factos ou

situações que, não tendo expressão naquelas, são úteis para a tomada de decisões por

parte dos respectivos utilizadores.

O presente Anexo obedece, em estrutura, ao disposto no referido Regulamento, pelo que

as notas omissas não têm aplicação neste fundo.

2. CAPITAL DO FUNDO

O Património do Fundo é representado por unidades de participação com um valor base

de €10 (dez euros) cada. A movimentação no Capital do Fundo no exercício de 2017 foi a

abaixo descrita:

2017

Saldo em 31-12-2016 Subscrições Resgates

Distribuição de

rendimentos

Aplicação do

resultado de 2016

Resultado líquido

do exercício

Saldo em 31-12-2017

Unidades de participação 5.000.000 - - - - - 5.000.000

Variações patrimoniais - - - - - - -

Resultados transitados (468.819) - - - (30.791) - (499.610)

Resultados distribuídos - - - - - - -

Resultado líquido do exercício (30.791) - - - 30.791 (468.293) (468.293)

4.500.390 - - - - (468.293) 4.032.097

Número de unidades de participação 500.000 500.000

Valor da unidade de participação 9,0008 8,0642

3. INVENTÁRIO DOS ACTIVOS DO FUNDO

2017 Juros Valor

Liquidez Quantid. Moeda Decorridos Global

7.1.2 Depósitos à ordem DO Banco Invest 0% EUR - 50

-

50

2017 Juros Valor

Outros valores a regularizar Quantid. Moeda Decorridos Global

9.1.5. Outros ativos Outros EUR 4.950.000

9.2.6. Outros passivos Outros EUR (917.953)

4.032.047

Valor Liquido Global do Fundo (VLGF) 4.032.097

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 7

6. CRITÉRIOS E PRINCÍPIOS DE VALORIZAÇÃO

Os imóveis, quando adquiridos, serão valorizados no intervalo compreendido entre o custo

de aquisição e a média das avaliações efectuadas, nos termos da legislação e

regulamentação aplicável.

7. DISCRIMINAÇÃO DA LIQUIDEZ DO FUNDO

2016

Contas Saldo em 31-12-2017

Saldo em 31-12-2017

Numerário - -

Depósitos à ordem 50 12

Depósitos a prazo - -

Unidades de participação em fundos de tesouraria

-

-

Total 50 12

2015

Contas Saldo em 31-12-2016

Saldo em 31-12-2015

Numerário - -

Depósitos à ordem 12 32

Depósitos a prazo - -

Unidades de participação em fundos de tesouraria

-

-

Total 12 32

8. CONTAS DE TERCEIROS

2017

Contas / Entidades

Devedores p/ rendas vencidas

Outros devedores Soma

Fernandes & Bragança 4.950.000

Total - 4.950.000 -

2016

Contas / Entidades

Devedores p/ rendas vencidas

Outros devedores Soma

Fernandes & Bragança 4.950.000

Total - 4.950.000 -

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 8

9. COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA

As políticas seguidas em 2017 são idênticas às adoptadas em 2016, pelo que existe

comparabilidade nas rubricas de balanço e demonstração de resultados.

11. AJUSTAMENTOS E PROVISÕES

2017

Contas

Saldo em 31-12-2016 Aumentos Reduções

Saldo em 31-12-2017

Ajustamentos para crédito vencido - 450.000 - 450.000 Provisões para encargos

-

-

-

-

Total - 450.000 - 450.000

2016

Contas

Saldo em 31-12-2015 Aumentos Reduções

Saldo em 31-12-2016

Ajustamentos para crédito vencido - - - - Provisões para encargos

- -

-

-

Total - - - -

Em 2017 foi solicitada a uma avaliador externo independente uma reavaliação do ativo

imobiliário que fez parte da carteira imobiliária do Fundo e que está na origem do crédito

no montante de 4.950.000 euros sobre a Sociedade Fernandes & Bragança. Da reavaliação

resultou um ajustamento desfavorável no crédito no valor de 450.000 euros decorrente da

revisão em baixa do valor de mercado do imóvel.

12. IMPOSTOS

Os impostos suportados pelo Fundo em 2017 apresentam a seguinte composição:

2017 2016

Impostos Indiretos: Imposto Selo 2.187 2.256

Total de Impostos suportados 2.187 2.256

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 9

13. DISCRIMINAÇÃO DAS RESPONSABILIDADES COM E DE TERCEIROS

O Fundo é, desde o exercício de 2010, autor (e, posteriormente, credor reclamante) na

acção ordinária que o opõe à sociedade Fernandes & Bragança Lda. (“Fernandes e

Bragança”), decorrente do incumprimento, por esta sociedade, das obrigações

estabelecidas no contrato-promessa de compra e venda do prédio urbano sito na Av. 1º de

Maio, freguesia de São Pedro, concelho de Vila Real, e no âmbito do qual o Fundo pagou,

a título de sinal e princípio de pagamento, o valor de € 4.950.000,00.

Na sequência do incumprimento da “Fernandes & Bragança”, com a consequente

impossibilidade de celebrar a escritura pública de compra e venda do imóvel, o Fundo

intentou uma ação de execução específica do aludido contrato-promessa, tendo o tribunal

de 1ª instância condenado a “Fernandes & Bragança” ao pagamento da quantia paga pelo

Fundo a título de sinal, no já referido montante de € 4.950.000,00, acrescido de juros de

mora à taxa legal de 4%, vencidos desde a data de citação até integral pagamento.

A “Fernandes & Bragança” interpôs recurso da aludida decisão, tendo o Tribunal da

Relação de Guimarães confirmado a decisão do Tribunal de 1ª instância, favorável ao

Fundo.

O Fundo executou judicialmente a decisão do Tribunal da Relação de Guimarães,

pugnando pela conversão do arresto (que o Fundo havia requerido e obtido para

salvaguarda do património da “Fernandes & Bragança”) em penhora, com a consequente

venda judicial do imóvel e a consequente ampliação da quantia exequenda para €

6.071.683,85. Como o imóvel objecto da execução do Fundo se encontrava já penhorado

no âmbito de processo executivo pré-existente (instaurado pela “Mercadomus – Mediação

Imobiliária Lda” contra a “Fernandes & Bragança” - a correr sob o n.º 762/14.8T8CHV –

Juízo de Execução do Tribunal de Chaves) a penhora foi suspensa. Nestes termos, o Fundo

apresentou a sua reclamação de créditos no processo executivo pré-existente, a qual

aguardou por várias decisões judiciais referentes aos processos apensos, tendo sido

proferidas sentenças já em Janeiro de 2018.

Em suma, no exercício de 2017 a cobrança judicial do crédito do Fundo não registou

movimentações processuais significativas devido às vicissitudes registadas nos processos

judiciais conexos com o processo acima identificado, cuja resolução prévia é condição

necessária para o prosseguimento da venda judicial do imóvel.

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 10

Em Janeiro de 2018, teve o Fundo conhecimento da prolação das decisões dos vários

apensos do processo, pelo que, na presente data, a única questão a aguardar decisão

judicial prende-se com o valor de venda do imóvel. Com efeito, o agente de execução

atribuiu ao activo o valor de € 2.000.000,00, valor este contestado pelo Fundo, que

pugnou pela fixação do valor de venda em valor não inferior a € 5.470.000.

14. CONTAS DE TERCEIROS - PASSIVO

Esta rubrica integra as contas, “Comissões e Outros Encargos” que envolve as Comissões de

Gestão e do Depositário e a Taxa de Supervisão, que à data se encontravam por liquidar,

bem como a rubrica “Outras Contas de Credores” a qual evidencia honorários de auditoria

e de advogados por pagar no final de 2017.

15. ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS PASSIVOS

As contas de acréscimos e diferimentos passivos integram: os “Acréscimos de custos”, nos

quais incluem Taxas de Justiça pagas pela Fund Box no âmbito do processo judicial contra a

Bragança & Fernandes justificando o aumento do valor entre 2017 e 2016.

Contas de Terceiros - Passivo

2017 2016 Comissões e outros encargos a pagar

Sociedade Gestora 210.660 210.660 Banco Depositário 135.000 120.000 Entidades Avaliadoras de Imóveis 123 123 Autoridades de Supervisão

400 200

346.183 330.983

Outras contas de credores

Imposto Sobre o Rendimento 25 25

Outros credores 80.704 93.835

80.729 93.860

Total 426.912 424.843

Acréscimos e Diferimentos Passivos

2017 2016 Imposto de Selo

504 563

Outros Custos a Pagar

2.460 1.625

Outros acréscimos e diferimentos 38.077 22.592

Total 41.041 24.779

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 11

16. COMISSÕES E TAXAS

Os valores apresentados foram calculados com base nos valores mínimos e máximos

presentes no Regulamento de Gestão.

Comissões e Taxas

2017 2016 Comissões e Taxas

Comissão Gestão - -

Comissão de depósito

15.000 15.000 Taxa de Supervisão

2.400 2.402

Outras comissões

105 111

Total 17.505 17.513

17. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS

A 31 de Dezembro de 2017 a rubrica de “Fornecimentos e serviços externos” apresenta um

saldo de €8.384. Encontram-se contabilizados nesta rubrica essencialmente, os custos

incorridos com avaliações e auditoria relacionados com a atividade do Fundo.

18. GANHOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Nesta rubrica está contabilizado o ganho associado ao perdão acordado com a “RCA –

Rosa, Correia & Associados, SROC, S.A.” de parte da dívida do Fundo a esta entidade por

serviços prestados em exercícios anteriores.

2017 2016 Fornecimentos e Serviços externos

Auditoria 1.230 1.230

Contencioso e Notariado

- 739 Honorários

8.002 9.053

Outros

75 -

Total 9.307 11.022

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 12

19. REMUNERAÇÕES PAGAS PELA SOCIEDADE GESTORA

De acordo com o definido no nº 2 do art. 161.º do Regime Geral dos Organismos de

Investimento Coletivo, o montante total de remunerações do exercício de 2017 pagas pela

Fund Box – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. aos seus

colaboradores no âmbito da gestão do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado

Lusitânia, é como segue:

Remunerações 31-dez-17

Remunerações Fixas 16.286

Remunerações Variáveis 0

Total

O valor acima apurado baseou-se no peso do ativo líquido do fundo (3%) no ativo líquido

da totalidade dos fundos geridos pela sociedade gestora aplicado ao total de

remunerações pagas aos colaboradores dessa sociedade durante o ano de 2017 (574.311

euros).

De referir que o número de colaboradores afetos à gestão do fundo ao longo do ano de

2017 foi de 26 pessoas.

Não foram pagas quaisquer comissões de desempenho à sociedade gestora do fundo, não

tendo esta última exercido atividades com impacto significativo no perfil de risco do

fundo.

20. EVENTOS SUBSEQUENTES

Como referido na nota 13, foi o Fundo informado, através dos seus mandatários das

decisões dos vários apensos do processo executivo n.º 762/14.8T8CHV, que corre termos

junto do Juízo de Execução do Tribunal de Chaves, as quais datam de 1 de Janeiro de 2018.

As decisões proferidas visaram, em suma, sanar as questões que os vários intervenientes

nos processos conexos ao do Fundo haviam suscitado. Assim, foi julgada improcedente a

oposição à execução apresentada pela “Fernandes & Bragança”. Foi igualmente definida

judicialmente a titularidade do crédito da “Mercadomus – Mediação Imobiliária Lda”,

entretanto insolvente, sobre a aludida “Fernandes & Bragança”. Neste âmbito, o Tribunal

considerou válida a cessão parcial do crédito outorgada pela sociedade insolvente a favor

da “Monte Real Consultoria, Sociedade Unipessoal, Lda”, declarando as referidas

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FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO “LUSITÂNIA” (Em liquidação)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASEM 31 DE DEZEMBRO DE 2017

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2017 13

sociedades co-titulares do crédito sobre a “Fernandes & Bragança”, as quais passaram a co-

exequentes, na proporção de 50% do crédito para cada entidade.

Com a resolução destas matérias, o processo aguarda apenas pela decisão judicial

referente valor de venda a atribuir ao imóvel, como indicado na nota 13.

Relativamente ao procedimento de prorrogação do prazo para a liquidação do Fundo,

informa-se que, em Janeiro de 2018, a CMVM enviou um e-mail à Entidade Gestora

esclarecendo os termos do projecto de decisão no que se refere à respectiva produção de

efeitos. À data da escrita, não foi ainda proferida decisão final pela entidade de

supervisão.

O Contabilista Certificado Pelo Conselho de Administração

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