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1 M E M O R A N D O PRIORIDADES 2 A REGIÃO 1. Introdução O presente estudo da Associação Regional de Juízes é apresentado como alternativa ao projeto original da lavra do E. Tribunal Regional Federal por tratar das prioridades da região, sem o que a Justiça local tornar-se-á inoperante. Para alcançar o número mínimo que ora se apresenta, buscou-se focar nas peculiaridades de cada Estado que compõe a Região: Rio de Janeiro e Espírito Santo. No caso do Rio de Janeiro, enfatizou-se os dois elementos mais gritantes do Estado: densidade populacional, extremamente elevada, a ponto de concentrar a maior densidade demográfica da América Latina com mais de três milhões de pessoas habitando a Baixada Fluminense e o crescimento econômico pujante, incrementados pelo Pré-Sal, seus royalties, e toda a indústria que cresce motivada por tal desenvolvimento notadamente naval, offshore e logística. Da parte do Espírito Santo, temos as distâncias, muito maiores se comparadas em termos absolutos, paralelamente a uma interiorização precária que não resolve o problema do jurisdicionado, o qual, diante de uma Justiça mal estruturada e caótica, segue buscando a Seção Judiciária de Vitória. Em ambos os casos, pretendemos demonstrar, ainda, que a dimensão geográfica da região, aparentemente pequena, não pode criar a falsa impressão de desnecessidade de varas federais. Com efeito, ainda que existam varas instaladas fora das capitais, a interiorização é precária, não atendendo ao jurisdicionado local que se vê ainda obrigado a acorrer às varas da capital, em busca de uma prestação jurisdicional mais eficaz. Atentando para esta realidade e a constatação de que a instalação de varas isoladas não resolve o problema da proximidade entre o cidadão e a Justiça, mas, muito ao revés, o frustra, ao não atender a suas expectativas, ante a ausência de infra-estrutura, paralelamente ao fato de que tal instalação deve se dar no menor prazo possível e com o

M E M O R A N D O - ajuferjes.org.br · 6 O gráfico acima mostra que tal pujança econômica atua como força de atração de uma contínua migração humana, motivada pela crescente

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1

M E M O R A N D O

PRIORIDADES 2A REGIÃO

1. Introdução

O presente estudo da Associação Regional de Juízes é apresentado como

alternativa ao projeto original da lavra do E. Tribunal Regional Federal por tratar das

prioridades da região, sem o que a Justiça local tornar-se-á inoperante.

Para alcançar o número mínimo que ora se apresenta, buscou-se focar nas

peculiaridades de cada Estado que compõe a Região: Rio de Janeiro e Espírito Santo.

No caso do Rio de Janeiro, enfatizou-se os dois elementos mais gritantes do

Estado: densidade populacional, extremamente elevada, a ponto de concentrar a maior

densidade demográfica da América Latina – com mais de três milhões de pessoas

habitando a Baixada Fluminense – e o crescimento econômico pujante, incrementados

pelo Pré-Sal, seus royalties, e toda a indústria que cresce motivada por tal

desenvolvimento – notadamente naval, offshore e logística.

Da parte do Espírito Santo, temos as distâncias, muito maiores se comparadas em

termos absolutos, paralelamente a uma interiorização precária que não resolve o problema

do jurisdicionado, o qual, diante de uma Justiça mal estruturada e caótica, segue buscando

a Seção Judiciária de Vitória.

Em ambos os casos, pretendemos demonstrar, ainda, que a dimensão geográfica

da região, aparentemente pequena, não pode criar a falsa impressão de desnecessidade de

varas federais. Com efeito, ainda que existam varas instaladas fora das capitais, a

interiorização é precária, não atendendo ao jurisdicionado local que se vê ainda obrigado

a acorrer às varas da capital, em busca de uma prestação jurisdicional mais eficaz.

Atentando para esta realidade e a constatação de que a instalação de varas isoladas

não resolve o problema da proximidade entre o cidadão e a Justiça, mas, muito ao revés, o

frustra, ao não atender a suas expectativas, ante a ausência de infra-estrutura,

paralelamente ao fato de que tal instalação deve se dar no menor prazo possível e com o

2

menor custo para os cofres públicos, é que este projeto se volta para a ênfase às

subseções já existentes, garantindo uma melhor estruturação das varas do interior, com

mais infra estrutura e melhoria no atendimento a população local. E tudo, repita-se,

aproveitando a estrutura já existente de modo a reduzir custos e tempo de instalação. A

exceção fica por conta da Baixada Fluminense, onde a elevada densidade demográfica,

muito superior a várias capitais brasileiras, justificaria a difusão de subseções.

Com isso, buscamos tecer um mapa claro das prioridades da região, sempre tendo

em mente os elementos que norteariam a distribuição das 230 varas federais criadas:

demanda processual - inclusive decorrente da competência delegada - densidade

populacional, crescimento demográfico, o Produto Interno Bruto, distância e áreas de

fronteiras, todos estes elementos presentes na região, em números por vezes muito

elevados, conforme se passa a demonstrar.

2 – BAIXADA FLUMINENSE:

Os números aqui impressionam e, por isso, iniciamos por tal subseção,

correspondente a área de maior concentração humana da América Latina, com mais de

três milhões de habitantes, atendidos por apenas 3 varas de competência mista, o que

significaria dizer em termos absolutos que cada vara mista da baixada tem jurisdição

criminal e previdenciária sobre mais de um milhão de pessoas, com uma tramitação de

mais de 90.000 processos, conforme dados anexados levantados pela DIRFO.

O enfoque aqui é atender não apenas à população carente e crescente, mas também

ao desenvolvimento econômico que já existe na região, e, com isso, as ações tributárias e

criminais, notadamente quanto a crimes ambientais. Também busca-se evitar a

redistribuição de feitos de modo a evitar que as varas já “nasçam” com expressão

numérica muito elevada.

O gráfico a seguir mostra que esta população não apenas já é muito grande mas

apresenta crescimento continuo, conforme gráfico de estudo populacional dos últimos

anos:

3

Aqui, a proposta são de 8 varas, com sugestão de distribuição nos seguintes

moldes:

Duque de Caxias: (atende também a Belford Roxo para JEF)

O que tem: 3 JEFs (com 11.602 processos)

População de 872.762 hab.

Maior arrecadação do Brasil sem qualidade de capital.

Indústria petroquímica (REDUC/Petrobras).

Texaco, Shell, Esso, Ipiranga, White Martins, Sadia

PIB: 15º do Brasil; 2º do RJ (2005) 18,3 bilhões de reais

Proposta: 2 Varas mistas (exceto execução fiscal) com jurisdição sobre o Município

de Duque de Caxias, e sem redistribuição;

Nova Iguaçu: (atende também a Queimados e Japeri para JEF)

O que tem: 3 JEFs (com 10.007 processos)

População de 865.089 hab.

PIB/capita: R$ 6.937,00; 51º lugar (2005);

45º IDH

2.800.0002.850.0002.900.0002.950.0003.000.0003.050.0003.100.0003.150.0003.200.0003.250.0003.300.0003.350.000

Su

bse

çã

o

S. J

. d

e

Mer

iti

2000 / 2.983.293

2007 / 3.177.743

2009 / 3.299.754

4

Proposta: 2 Varas mistas (exceto execução fiscal) com jurisdição sobre o Município

de Nova Iguaçu, e sem redistribuição;

Belford Roxo: NOVA SUBSEÇÃO

O que tem: NENHUMA VARA FEDERAL

População de 503.102 (mais de meio milhão de pessoas)

PIB: R$ 6.219,00 (2005)

Indústria química-farmacêutica (Bayer)

Proposta: 3 Varas: 2 JEFs e 1 Vara Mista (exceto execução fiscal) com jurisdição

sobre o Município de Belford Roxo, e sem redistribuição, reduzindo a distancia entre

o jurisdicionado e a Justiça que, no caso, se vê obrigado a percorrer até São João ou

Duque de Caxias (JEF) para propor uma ação, ou recorrer a competência delegada da

Justiça estadual, já bastante onerada.

São João de Meriti:

O que tem: 7 Varas Federais com 69.574 PROCESSOS

População Total: 1.057.216 hab (mais de um milhão): São João de

Meriti (469.827hab); Mesquita (190.056 hab); Nilópolis (159.408 hab);

Queimados – Japeri (237.925 hab).

Proposta: 1 JEF com jurisdição sobre 5 cidades (São João de Meriti; Mesquita;

Nilópolis; Queimados e Japeri) além de Execuções Fiscais (pois já conta com

duas varas especializadas)

3. BAIXADA LITORÂNEA: EIXO DO PRÉ-SAL

Aqui, as palavras de ordem são Pré-Sal e os vultosos investimentos que tal

prospecção petrolífera não apenas prometem mas já trouxeram para a região.

Nesta região, também está localizada duas Subseções que, aparte do cresimento

econômico motivado pelo Pré-Sal são de extrema importância para a economia do Estado:

5

Niterói e São Gonçalo: a primeira subseção, reunindo mais de meio milhão de habitantes

(598.615 hab.) sendo apenas 479.384 hab somente em Niterói, que apresenta, ainda a

maior renda per capita nacional entre as não-capitais, é sede da industria naval – offshore,

que gerou, em 2005, 25 mil empregos diretos e encomendas de 50 bilhões, com previsões

de investimentos para o biênio 2010-2012, da ordem de R$ 3,1 bilhões, com ênfase na

construção de plataformas para a Petrobrás.

Por já contar com 7 varas, defende-se, neste ponto, apenas a perda de jurisdição

sobre Marica, que reunida com Saquarema, viria a formar uma nova subseção, alcançando

o total de 187.084 hab, e beneficiando, pr via transversa, duas subseções já bastante

demandadas: a própria de Niterói, com 56.599 processos, e a de São Pedro da Aldeia, com

mais de 18.000 processos.

45

9.4

51

47

4.0

02

47

9.3

84

76

.73

7

10

5.2

94

12

3.4

92

602.876

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

Niterói Maricá Total

2000

2007

2009

Total

6

O gráfico acima mostra que tal pujança econômica atua como força de atração de

uma contínua migração humana, motivada pela crescente oferta de trabalho. Tal

crescimento econômico e populacional somados a uma interiorização precária que não

atende á população já existente na região - conforme demonstram os números de

processos por varas, recomendam a destinação de 9 varas distribuídas na seguinte forma:

Itaboraí

O que tem: 1 Vara Mista com 10.617 processos

Subseção com 388.731 hab (sendo 225.309 somente em Itaboraí - 2009)

PIB/renda per capta crescente: R$ 5.772,00 (2005); R$ 6.900,00 (2007)

Investimentos vultosos da ordem de bilhões de reais: geração de 212

mil empregos e destinatário de 60 bilhões em investimento só para os anos

de 2010, 2011 e 2012

Sede da Comperj (junto com São Gonçalo): Investimento superior 17

bi.: faturamento estimado até 2013 = 20 bilhões por ano

Proposta: 2 Varas Mistas com jurisdição sobre 5 cidades

82

.80

3

18

.20

4

23

.88

7

12

6.8

28

15

.08

9

63

.22

7

52

.46

1

98

.26

8

24

.56

0

25

.24

8

16

2.2

29

19

.71

6

75

.86

9

62

.17

4

10

7.2

85

27

.70

1

26

.63

6

18

0.6

35

22

.19

9

82

.95

1

67

.85

3

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

200.000

2000 2007 2009

Araruama

Armação de Búzios

Arraial do Cabo

Cabo Frio

Iguaba Grande

São Pedro da Aldeia

Saquarema

7

São Pedro da Aldeia:

O que tem: 1 Vara Mista com 18.722 processos

População total de 515.260 hab (mais de meio milhão): Cabo Frio:

180.635hab; Araruama: 107.285;

PIB/capita: R$ 7.198,00 (São Pedro (2006); R$ 8.014,00 (2006) – R$

7.483,00 (2005) (Araruama)

PIB: R$ 6.462.028 milhões (2006 – Cabo Frio) – 51º do Brasil

Fronteira–aeroporto vôos internacionais (Cabo Frio)

Proposta: 3 Varas: 2 JEFs e 1 Vara Mista com jurisdição sobre 6 Municípios (os

mesmos de hoje, apenas excluído a cidade de Saquarema, com 67.853 hab, que

passaria a integrar Subseção com Marica, reunindo 187.084 hab).

Magé:

O que tem: 1 Vara Mista com 8.981 processos (jurisdição sobre Magé e Guapimirim)

População alcançada de 320.688 hab para as duas cidades

Indústria petroquímica : favorecimento com a instalação do Comperj

Proposta: 1 Vara Mista, para atender a demanda dos litígios surgidos a partir do

desenvolvimento econômico patrocinado pelo pré-sal e melhorar a infra-estrutura

local

Gráfico com a evolução populacional da Subseção com as constantes ano/habitantes:

8

São Gonçalo:

O que tem: 2 JEFs; 2 Varas Mistas e 1 Execução Fiscal, para atender à cidade de São

Gonçalo, totalizando 27.420 processos

População: 991.382 hab (quase um milhão)

PIB: 46º do Brasil (2005)

Pólo Industrial: Cia Brasileira de Fósforo, Grupo Gerdau; Grupo Quaker

(Coqueiro); Indústrias Reunidas Mauá

Sede da Comperj (junto com Itaboraí): Investimento superior 17 bi.:

faturamento estimado até 2013 = 20 bilhões por ano

Proposta: 1 Vara Mista para ATENDER AO CRESCIMENTO DA INDUSTRIA

OFFSHORE

Marica + Saquarema: NOVA SUBSEÇÃO

O que tem: NENHUMA VARA FEDERAL

População Total para as duas cidades: 184.084 hab

PIB/capita Maricá: R$ 7.900,00 (2007)

PIB/capita Saquarema: R$ 7.483,00 (2005)

IDH Saquarema: 46º lugar no Brasil

Municípios estratégicos na distribuição e geração de empregos na

indústria petroquímica.

132.4

61

232.1

71

270.9

40

37.9

52

44.6

92

49.7

48

320.688

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

Magé Guapimirim Total

2000

2007

2009

Total

9

Grande acervo, inclusive de competência delegada, reduzindo a

distância entre o jurisdicionado e a seção judiciária (no caso de

Marica, a 60 Km de Niterói, e quanto a Saquarema, a 55 km de São

Pedro, em números aproximados)

Proposta: 2 Varas Mistas, sem redistribuição, reduzindo o impacto sobre as Subseções

de Niterói (que atende a Marica e seus 119.231 hab) e de São Pedro da Aldeia (que

atende á Saquarema e a sua população de 67.853 hab.)

4. NORTE FLUMINENSE:

O conjunto de Municípios abrangidos por tal região já são historicamente

conhecidos em todo o país pela grande circulação financeira, seja pelo petróleo da Bacia

de Campos, seja mesmo pela indústria canavieira, agora patrocinada pelas expectativas

em torno do biocombustível versão mais avançada do metanol, produzido a partir do

álcool da cana de açúcar.

È a ultima fronteira do Estado, antes de alcançarmos o Espírito Santo e Minas

Gerais, sendo expressamente beneficiado também pelo Pré-Sal, cujo vulto de

investimentos são nitidamente visíveis notadamente no Município de Macaé.

Especificamente quanto ao desenvolvimento da industria do petróleo, temos o

reflexo, já visível, dos royalties distribuídos aos Municípios da região, que já receberam

9,38 % de royalties do petróleo em 2009, ou seja, R$ 477.166.654,43 (crédito

acumulado até a competência de outubro).

O desenvolvimento patrocinado pelos royalties é um estágio que alcança toda a

região, conforme tabela abaixo, que traz números ainda maiores para a Subseção de

Campos, que relaciona a distribuição dos royalties do petróleo no ano de 2009 (até a

competência de outubro – depósitos de dezembro):

10

REGIÃO VALOR PERCENTUAL

MUNICÍPIOS DA SUBSEÇÃO DE MACAÉ 477.166.654,43 9,38% MUNICÍPIOS DA SUBSEÇÃO DE CAMPOS 502.096.757,12 9,87%

1A REGIÃO 418.228.557,61 8,22%

2A REGIÃO 3.873.347.889 76,16%

3A REGIÃO 137.940.307,44 2,71%

4A REGIÃO 60.617.493,76 1,19%

5A REGIÃO 595.490.922,59 11,70%

A tabela, aliás, é um retrato do porvir não apenas para a região em tela, mas para

toda a 2a Região, por ser aquela que concentra a plataforma de Pré-Sal que começa a ser

explorada.

Mais uma vez, cabe destacar que tal desenvolvimento econômico sempre vem

acompanhado de migrações e, portanto, elevado crescimento das populações locais. Por

todos, vide gráfico abaixo que traça a evolução populacional expressiva na última década:

Por serem municípios com expressiva expansão demográfica e de renda,

notadamente por força da indústria petrolífera, recomendamos a destinação para a região

de 5 varas:

13

2.4

61

8.6

66

22

.152

18

.782

36

.419

16

9.5

13

10

.677

27

.086

19

.479

74

.750

18

8.7

87

11

.671

29

.811

19

.875

91

.085

341.229

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

2000 2007 2009

Macaé Carapebus

Casimiro de Abreu Conceição de Macabu

Rio das Ostras Subseção Macaé

11

Macaé:

O que tem: 1 Vara Mista com 9.547 processos (com jurisdição sobre 5 cidades)

População total 341.229 hab (Macaé:188.787 hab; Rio das Ostras –

Casimiro de Abreu – Silva Jardim:143.054; Rio das Ostras: 91.085 hab)

Investimentos de R$ 48,1 milhões (2010 - Rio das Ostras): 35 empresas

instaladas em 2009 (de petróleo a construção); crescimento populacional:

de 45 mil (2005) para 96 mil (2009)

Royalties do petróleo R$163.304.968,50 (jan/ago09 Macaé), ou 9,38%

(2009)

8º Município com o maior PIB do Brasil (2006)

Maior taxa de criação de novos postos de trabalho do interior do estado

(Firjan)

Petrobrás: investimentos de US$ 25,7 bilhões até 2010.

Proposta: 2 Varas Mistas de modo a atender não apenas à demanda populacional

crescente, mas também às lides de vulto econômico e mesmo crimes ambientais, cuja

potencialidade de virem a ocorrer cresce de acordo com o crescimento da região:

exponencialmente.

Campos:

O que tem: 3 Varas Federais com 24.718 processos

População: 605.100 hab (431.839 em Campos): mais de meio milhão de

habitantes espalhados por 7 cidades

Royalties do Petróleo já como reflexo do Pré-Sal:

Município de Quissamã: destinatário de mais de 65 milhões em royalties

do petróleo, até 2009; instalação de 4 fábricas em 2009 (de alimentos a

metalurgia)

Município de São João da Barra: R$ 1,6 bilhão em investimentos por

força do Porto de Açu, atraindo siderúrgicas, cimenteiras, pelotizadoras e

indústrias metal-mecânicas, elevando a soma de investimentos totais para

12

US$ 36,2 bilhões (população de São João da Barra, de 30.348

habitantes pode chegar a 250 mil pessoas em 2025.)

Empregos diretos (construção do Porto de Açu): 2.000 postos

Distribuição dos royalties do petróleo: 9,87% (2009)

PIB de Campos: 12º do Brasil em 2006 com R$ 23.114.742 milhões

Proposta: 2 Varas, sendo 1 Jef e 1 Vara Mista, justamente de modo a atender a

crescente população local em suas demandas diárias de pouca expressão econômica,

bem como às lides de expressão econômica, ambas fruto do desenvolvimento

crescente da região, atendendo a exponencial demanda jurisdicional, que hoje

alcança, na subseção, a fantástica soma de 24.718 processos.

Itaperuna:

O que tem: 1 Vara Mista com quase 8 mil processos (7.774 processos)

População de 300.939 hab: mais de 300 mil pessoas (99.454 hab só em

Itaperuna) espalhadas por 12 cidades

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a melhor atender ao jurisdicionado da subseção, em

numero bastante expressivo ante a o quantitativo elevado de municípios que reúne

mais de 10 municípios, e abarca mais de 300 mil pessoas, sacrificadas por uma

prestação jurisdicional sôfrega (por insuficiente) e pelas longas distancias impostas

para se chegar à Subseção

5. REGIÃO CENTRO-SUL:

Aqui temos instaladas hoje 4 subseções, dentre elas, Resende, com 2 Varas e

Volta Redonda com 2 Jefs e 3 Varas Mistas.

Esta é uma região marcada não apenas por longas distâncias mas por realidades

dispares: de um lado, temos a Subseção de Angra dos Reis, que é sede não apenas de

estaleiros e promete crescimento ante a demanda da indústria naval, por força da bacia do

Pré-Sal, mas, também é pólo de atração de investimentos econômicos relacionados a

13

Turismo (atende a Mangaratiba, Paraty, Rio Claro, além da própria Angra). Ali também

encontra-se instalada a Usina Nuclear de Angra III representa investimento de 7,4 bilhões,

e a evolução deste crescimento populacional nos últimos anos, reflexo também destes

investimentos, pode ser acompanhado no gráfico abaixo:

De outro, temos o interior, representado pela Subseção de Barra do Pirai cuja

população total é de 245.952 hab e faz “fronteira” com os estados de São Paulo e Minas

Gerais, atuando como canal de escoamento da produção que emerge do interior do país.

Por ser ainda uma região com longas distâncias, prevê-se a necessidade de criação

de pelo menos mais uma Subseção, de modo a atender melhor a população do interior do

Estado, que se vê obrigada a percorrer grandes distâncias para recorrer a Justiça Federal

da Capital, que incrivelmente mantém jurisdição sobre parte dos municípios ali instalados,

em que pese, mais uma vez, as distâncias entre estas e a Seção da Capital, ou buscar a

competência delegada da Justiça Estadual – que deve ser entendida como solução

subsidiária e não via principal.

Trata-se do Município de Itaguaí que é atendido pela Capital, tal como Seropédica

e Paracambi em que pese as distâncias: Paracambi, por exemplo, dista cerca de 88 km da

119.

247

148.

476

168.

664

24.9

01

29.2

53

32.5

33

29.5

44

32.8

38

35.7

30

16.2

28

17.2

16

18.3

66

255.293

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

A d

os R

eis

Ma

ng

a.

Pa

rati

Rio

Cla

ro

To

tal

2000

2007

2009

Total

14

sede das vara na Capital e junto com Seropedica e Itaguaí possuem, sozinhos, população

total de 225.765 hab. A localização de vara federal nessa localidade representa, também, a

assunção de grande número de processos de competência delegada à Justiça Estadual. A

questão não passa apenas pela aproximação entre Justiça e população e também é fruto de

repercussões econômicas, das quais não podemos nos afastar de acordo com a própria lei

que criou as varas: Itaguaí, por exemplo, não apenas representa fronteira marítima, mas é

também sede do novo Porto de Itaguaí, antigo Porto de Sepetiba, com projeto para se

estabelecer ali o 1º Porto Concentrador de Cargas do Atlântico Sul – “Hub Port”,

participando com expressiva expansão ante a obras de dragagem e construção de novos

terminais.

Com isso, a criação de ao menos uma Subseção ajudaria, por via transversa, a

“desafogar” não apenas as Varas da Capital – em especial JEFs, já bastante

congestionados – mas a própria Justiça Estadual, livre de sua competência delegada.

Diante deste quadro, sugerimos para esta região a destinação de 4 varas federais,

nos moldes que se passa a traçar:

Angra dos Reis:

O que tem: 1 Vara Mista com mais de 8 mil processos (8.467 processos)

População total de 255.293 hab espalhados por 4 cidades

Sede de pólo naval – offshore (25 mil empregos e encomendas de 50

bilhões (2005)

Estaleiro Keppel Fels, antigo Verolme

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a atender á demanda processual expressiva e que tende a

crescer com o ressurgimento da industria naval na região provocado pela demanda de

plataformas da industria do petróleo

Barra do Piraí:

O que tem: 1 Vara Mista com 6.047 PROCESSOS para atender a 5 municípios

15

População Total: 245.952 hab, concentrados no eixo Valença – Vassouras,

que possuem juntas 109.017 hab (Valença com 74.993 hab)

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a melhor realizar a prestação jurisdicional, evitando a

busca dos Juízos da Capital, distantes de 100 a 130 km de tais cidades, e

concretizando, com isso, de forma responsável o projeto de interiorização.

Itaguaí - Seropédica-Paracambí: NOVA SUBSEÇÃO

O que tem: NENHUMA VARA FEDERAL

População total: 225.765 hab (Itaguaí 103.515 hab; Seropédica 77.618 hab).

Interiorização responsável: Localidades distantes das sedes (Paracambi: 88

km da Capital)

Fronteira marítima: Porto de Itaguaí

Porto de Sepetiba: 1º Porto Concentrador de Cargas do Atlântico Sul-Hub

Port

Industria mineradora: Valesul Alumínio

Proposta: 2 Varas Mistas, com jurisdição sobre as 3 cidades mencionadas, hoje ligadas a

Capital, atendendo a população local, que se verá desobrigada de percorrer, em média

100 KM para propor uma ação diretamente na capital, ao Judiciário Estadual, também

desonerado da competência delegada, e, por via transversa, ás próprias Varas da

Capital, que hoje mantém jurisdição sobre estas cidades, em que pese a distancia,

cumprindo, por fim a interiorização prevista na lei, sem perder de vista a infra-

estrutura necessária.

6. REGIÃO SERRANA:

A última das regiões do interior do Rio de Janeiro a ser analisada é conhecida,

originalmente, pela indústria têxtil e de vestuário que concentra. Ali encontra-se a

Subseção de Teresópolis que reúne 162.075 habitantes a 90 km da capital, ou, em média,

16

2 horas de percurso, por cuidar de região acidentada, com serras, e que conta com uma

única vara com mais de 7 mil processos (7.114 processos).

A novidade aqui a justificar a ampliação do número de varas a serem instaladas no

desenvolvimento econômico que desponta por força da construção do complexo

hidrelétrico de Simplício, o 2o maior do Estado do Rio de Janeiro, o que representa

investimentos da ordem de 2,2 bilhões e gerador de recursos para a industria petrolífera e

derivada do Estado do Rio de Janeiro e para os Municípios de Sapucaia e Três Rios.

Conforme se demonstrou exaustivamente ao longo deste estudo, tal

desenvolvimento vem acompanhado da geração de novos postos de trabalho que, no caso,

seriam cerca de 14 mil novos empregos diretos e indiretos dirigidos à produção de energia

elétrica para o abastecimento das indústrias petrolíferas do Estado. Ademais, conta com

retomada da indústria metalúrgica voltada à produção de vagões para o abastecimento da

rede ferroviária.

O surgimento de tais postos de trabalho também trará em seu bojo a migração de

trabalhadores para a região, aumentando, outrossim, a população de jurisdicionado, hoje

já na casa de quase um milhão de habitantes (974.138 pessoas atendidas no total).

Por tais motivos, sugerimos a destinação de 3 a 5 varas para a região em tela,

conforme se passa a expor:

Três Rios:

O que tem: 1 Vara Mista com mais de 8 mil processos (9.243 processos) e jurisdição

sobre 5 cidades

População total de 154.978 hab com crescente aumento ante o surgimento

exponencial de novos postos de trabalho os investimento

Pólo hidrelétrico: Complexo Anta-Simplicio com investimentos de 1,6 bi.

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a atender não apenas á crescente população, mas ao

próprio desenvolvimento econômico da área

Nova Friburgo:

O que tem: 2 Varas com 13.491 processos para atender a 11 municípios.

17

População total de 323.907 hab

Industria têxtil, vestuário, metalurgia

Cidade de Nova Friburgo: 4º IDH (2000)

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a atender á demanda jurisdicional, que existe e é

expressa pelos números da única vara mista instalada, superando 10.000

processos.

Petrópolis:

O que tem: 2 Varas Mistas com o total de 23.671 processos, ou seja, mais de 11.000 para

cada vara.

População total de 333.178 hab, espalhados por dois municípios, sendo que

312.766 habitantes se concentram em Petrópolis

Pólo de industria têxtil

Proposta: 1 Vara Mista, de modo a atender á demanda jurisdicional, demonstrada pelo

número de mais de 11.000 processos por vara.

7. CAPITAL:

A demanda da capital existe e estaria concentrada na especialização de varas, de

modo a não apenas prestar uma jurisdição mais célere mas, também, mas eficaz, ante a

especificidades de algumas matérias, tal como aquelas relacionadas ao INPI (Marcas e

Patentes), a execução fiscal e ao crime, além das demandas de massa, objeto dos juizados

especiais.

Não se pode, ainda, afastar da realidade histórica do Estado: ex-capital da republica,

é notório o grande número de servidores públicos civis e militares, surgindo aqui, em

primeira mão, muitos dos pleitos que alcançam os Tribunais Superiores em matérias

relacionadas a demandas administrativas.

Ainda, por força desta realidade histórica, concentra-se na Cidade do Rio de Janeiro

a maior parte das sedes de diversas autarquias, como o INPI, a ANS e a ANCINE, o que

atrai para a cidade a propositura de ações que emergem do Brasil inteiro: exemplo

18

clássico foram as ações propostas pelos Planos de Saúde contra a tabela TUNEP editada

pela ANS. Ainda que contassem com representação da AGU nos Estados ed origem dos

autores, as decisões de declinou foram terminantemente refutadas nas instancias

superiores, inclusive Superior Tribunal de Justiça, ao fundamento de que os feitos

deveriam correr no domicilio do réu, com sede na Capital do Rio de Janeiro.

Com efeito, os números falam por si. Hoje, em tramitação no Rio de Janeiro temos:

1.181 PROCESSOS, tendo como parte o INPI, e se concentrando em apenas

4 Varas, que se dividem no julgamento matéria patentária e matérias

previdenciárias;

93.470 PROCESSOS em 9 JEFs;

384.385 PROCESSOS em 12 Varas de execuções fiscais: 8 na Capital, 2 em

SJM, 1 em São Gonçalo e 1 em Niterói, com arrecadação de R$ 620.867.580,47

somente entre janeiro e maio de 2009;

86.859 PROCESSOS autuados como sob a matéria de servidor publico civil

e 21.367 PROCESSOS distribuídos a título de “servidor público militar” e

2.244 Processos que contam como parte a ANS e ANP, TUDOS de

competência exclusiva das Varas Cíveis da Capital e JEFs.

Diante deste quadro, com tais peculiaridades, é que entendemos pela total

necessidade de 15 Varas na Capital, eximindo-nos de sugerir especializações, ante o

colapso iminente das especializadas supra arroladas.

ESTUDO DE INTERIORIZAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL NO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO

A questão do espírito Santo, tal como esboçada da introdução deste trabalho

relaciona-se muito mais às distancias, ainda que não haja grandes concentrações humanas

no interior, o que dificulta, a todas as luzes, o acesso do jurisdicionado a Justiça Federal:

19

com efeito do Município de Itaguaçu até a Capital Vitória são 127 km, apenas a titulo de

exemplo.

Tais distâncias, somada a uma interiorização precária, apenas veio a agravar,

tornando mais dramática a realidade da Justiça federal no estado.

Mais uma vez como exemplo, citamos o caso de Cachoeiro de Itapemirim: com

703.627 jurisdicionados, fruto da destinação de 31 municípios àquela subseção, foram

instaladas ali apenas 2 varas. O caos e a ausência de uma efetiva prestação da Justiça pode

ser antevista pelos números: são ao todo quase 20.000 processos (19.653 processos)

divididos entre 1 Vara Cível, com 8.553 processos, e 1 Vara Criminal, com 10.865

processos, concentrado em cada uma, e respectivamente, a competência do JEF Cível e

JEF Criminal.

Paralelamente a uma interiorização semi-acabada, temos, tambèm para o esiprito

santo e seus municípios os reflexos do pré-Sal, aqui expressos por R$ 291.869.176,47 de

royalties do petróleo recebidos em 2009 (competência de outubro – depositada em

dezembro), consoante a tabela in verbis:

REGIÃO VALOR PERCENTUAL

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO E

MUNICÍPIOS CAPIXABAS

291.869.176,47 5,73%

1A REGIÃO 418.228.557,61 8,22%

2A REGIÃO 3.873.347.889,22 76,16%

3A REGIÃO 137.940.307,44 2,71%

4A REGIÃO 60.617.493,76 1,19%

5A REGIÃO 595.490.922,59 11,70%

Assim, diante de tal realidade própria do Estado do Espírito Santo,

defendemos a destinação exclusiva de varas para o interior do Estado. Com isso, não

apenas criar-se-ia infra-estrutura para as varas já ali instaladas, tornando a interiorização

uma realidade, mas beneficiaria, por via transversa, as varas da Capital, ao fortalecer a

jurisdição das varas do interior e criar subseções novas, o que reduziria a jurisdição das

varas da capital, sem perder de vista a ratio da lei 12.011/09.

Com isso, sugerimos para o Espírito Santo 6 varas federais.

20

Cachoeiro do Itapemirim:

O que tem: 2 Varas Federais, com quase 20.000 processo (19.653 processos) para atender

a 31 municípios: Município de Presidente Kennedy: mais de R$ 79 milhões

em royalties em 2009 (300% a mais que em 2007)

População total de mais de meio milhão de habitantes (703.627 hab)

Proposta: 2 Varas Federais, uma Cível outra Criminal, de modo a prestar efetivamente

jurisdição ante a grande concentração de municípios reunidos, somada a

demanda jurisdicional comprovadamente existente.

Linhares:

O que tem: 1 Vara Federal, com 5.241 processo

população total é de 277.675 hab.

jurisdição sobre 6 cidades, dentre elas Aracruz com 86.658 hab

Distancia 142 KM da Capital

Proposta: 1 Vara Federal, de modo a reforçar e melhorar a estrutura da vara já existente.

Colatina:

O que tem: 1 Vara Federal , 5.384 processos

População total de 349.455 hab

Jurisdição sobre 15 cidades

Distância 136 km da Capital

Proposta: 1 Vara Federal, ante a concentração de municípios reunidos, de modo a

melhorar a infra-estrutura da justiça federal na região.

Cariacica: NOVA SUBSEÇÃO

O que tem: NENHUMA VARA FEDERAL

População total de mais de meio milhão de pessoas: 519.109 habitantes

(Cariacica: 365.859 habitantes; área total: 285,03 quilômetros quadrados)

21

Jurisdição sobre cidades de Cariacica, Viana, Domingos Martins, Marechal

Floriano, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá

34 Varas da Justiça Estadual

PIB 2007de Cariacica : R$ 3,04 bilhões

Setores moveleiro, de confecção, metalmecânico, logística e siderurgia:

ArcelorMittal

Maior porto seco da América Latina

Proposta: 2 Varas Mistas, atendendo a concentração humana e desonerando a justiça

federal da Capital que atende a tais municípios, correspondente a 3.374 processos, apenas

para JEFs de Vitória

6 TOTAL: 50 varas

Mínimo viável: 35 varas

PROPOSTA SUBSIDIÁRIA DE NOVAS SUBSEÇÕES:

O presente trabalho prima, por linha de atuação, pelo reforço das subseções já

existentes, apenas sugerindo a criação de novas subseções em situações extremas, sempre

visando aos maiores benefícios com os menores custos. Nada obstante, apresenta-se a

seguir a alternativa de criação de outras subseções, igualmente necessárias, ainda que fora

do esquema de prioridades supra traçado, sempre parametrizando as escolhas das sedes a

partir dos dados população – desenvolvimento econômico exaustivamente supra expostos.

São elas:

1) Subseção de Rio das Ostras: fruto de desmembramento da Subseção de

Macaé. Alcançaria a população da própria Rio das Ostras, Casemiro de Abreu e Silva

Jardim, que juntas contam com 143.054 hab. Instalação de 2 varas.

2) Subseção de Cabo Frio: desmembramento da Subseção de São Pedro

d’Aldeia. População de 180.635 hab. Vide dados econômicos supra.

22

3) Subseção de Valença: fruto do desmembramento da Subseção de Barra do

Piraí e da Capital. Alcançaria Valença, Vassouras, Rio das Flores (jurisdição de Barra do

Piraí) e Paty do Alferes, Miguel Pereira e Engenheiro Paulo de Frontin (jurisdição da

Capital), englobando mais de 182.633 hab; assumindo a competência delegada; e

aproximando o jurisdicionado da sede da Justiça Federal: a distância entre Paty do Alferes

e a Capital é de 127 km, enquanto o Município de Miguel Pereira dista 120 km e o

Município Paulo de Frontin dista 101 km, trajeto a que o jurisdicionado se vê obrigado a

percorrer para propor a ação. A providencia desafogaria, também, as varas/juizados da

Capital. Sugestão de 2 varas federais.

4) Subseção de Santo Antônio de Pádua: fruto do desmembramento das

Subseções de Nova Friburgo, Campos e Itaperuna. Alcançaria 7 cidades: Santo Antônio

de Pádua, Itaocara, Aperibé, Cambuci, Miracema, Cantagalo e São Sebastião do Alto,

com população total de 118.296 hab, aproximando o jurisdicionado com a sede da vara,

por força da distância das sedes, além da assunção da competência delegada. Sugestão de

instalação de 2 varas.

5) Subseção de Aracruz: hoje vinculada a Linhares, possui população de 78.658

hab. Tornando-se sede de vara, representará assunção de processos de competência

delegada. Possui PIB de R$ 2.377 bilhões e uma renda per capita/ano de 32 mil reais por

habitante, fundamentados na Aracruz Celulose, a modernização e diversificação do Porto

de Barra do Riacho, com investimentos da Petrobrás/Transpetro (terminal de

beneficiamento e transporte do Gás Liquefeito de Petróleo – GLP); “Projeto Portocel

2”(duplicação do terminal portuário especializado em celulose e madeira) por onde já é

escoado a produção da Aracruz Celulose, Cenibra, Veracel e Suzano Bahia Sul (70%

da produção nacional de celulose de fibra curta branqueada, e ainda, sal e peróxido de

hidrogênio, com 900.000 m2 de retroárea). Sede da Justiça do Trabalho, conta com 8

varas estaduais, responsável por 1.754 processos de competência delegada originados

dos municípios que integrariam a Subseção proposta: Aracruz, Ibiraçu, Fundão, Santa

Teresa, Itarana, Laranja da Terra e João Neiva. Carência de 2 varas.

23

6) Subseção de Serra: também vinculada a Capital Vitória, possui população de

404.688 hab, com área de 547km2, o mais extenso da região metropolitana de Vitória.

Conta com dois grandes pólos industriais, os Civit I e II (Centro Industrial de Vitória)

e PIB de R$ 4,0 bilhões para R$ 7,2 bilhões, entre 2002 e 2005, significando um

crescimento equivalente a 82,3%. Tornando-se sede de vara, representará assunção de

processos de competência delegada, contando hoje com 24 varas estaduais, e desonerar a

Justiça da Capital, hoje com 3.488 processos de JEFs originários de moradores de Serra.

Possui carência de 2 varas.

7) Subseção de Guarapari: Propõe-se que seja criada uma Subseção em

Guarapari que conta com 104.534 hab, abrangendo os Municípios de Anchieta, Alfredo

Chaves, Guarapari (sede), Iconha, Marechal Floriano e Piúma, todos vinculados a capital

e a Cachoeiro do Itapemirim, com jurisdição sobre 31 municípios. A população total

seria de 181.760 hab. Possui 3.345 feitos de competência federal delegada, 16 Varas da

Justiça Estadual e sede de Vara da Justiça do Trabalho. Redução da distância entre o

jurisdicionado e as sedes das varas: Anchieta, por exemplo, dista 86 km de Vitória.

Anchieta possui mineradora Samarco (investimento de R$ 3,1 bilhões na construção da

3ª Usina de Pelotização de minério de ferro, inaugurada em 2008), Petrobrás (“Unidade

de Tratamento de Gás Sul Capixaba”, responsável pelo processamento de gás natural

produzido nos campos de petróleo no litoral Sul do Espírito Santo, correspondendo a

investimentos de R$ 1,1 bilhão); nova siderúgica da Companhia Vale do Rio Doce

(noticia no sítio da CVRD na Internet) com a criação de 18 mil empregos e elevado

fluxo migracional. Designação de 2 varas.

CONCLUSÃO:

Note-se que os dados e números impressionantes de que dispusemos sequer são os

mais atualizados, não computando eventos certos e que, indubitavelmente, trarão

repercussão para a região, tal como as Olimpíadas, e mesmo a exploração da bacia do pré-

sal, apenas antevista nos números de 4 e 5 anos atrás, quando existia mera expectativa.

24

Nossa proposta principal prevê a destinação de 27 varas para o interior do estado

do rio de Janeiro, 15 para a capital e 6 para o estado do espírito Santo, totalizando 50

varas, com margem de negociação para 35 varas, mediante a exclusão de todas as varas da

Capital, as quais, em que pese imprescindíveis, estamos dispostos a sacrificar para obter

um números mínimo de varas que nos garanta a sobrevivência da Justiça Federal para os

próximos anos, assegurando a prestação jurisdicional, em especial se tomarmos em conta

eventos certos tais como as Olimpíadas e o crescimento da exploração petrolífera nos 2

Estados com o pré-sal, e a incerteza de quando seria aprovada uma nova lei de varas que

contemplasse tais aspectos.

Trazemos, ainda, um estudo alternativo que reforça a criação de novas subseções,

a ser apreciado conforme a conveniência do órgão decisório e sem prejuízo do estudo

principal que prevê as varas essenciais. É dizer: tais subseções seriam acrescidas àquelas

contempladas no estudo principal.

Repisamos, por fim, os elementos aqui destacados e que atuaram como base do

presente estudo de instalação de varas.

Assim, é que a Densidade Demográfica muito acentuada na região,

notadamente no Estado do Rio de Janeiro, com municípios com população acima de

70.000 hab e subseções atendendo a mais de meio milhão de pessoas em sua maioria,

somado ao Alto desenvolvimento econômico crescente, observado a partir da

comparação do PIB dos municípios, renda per capita e PIB comparativo por ano, foram os

2 elementos essenciais aqui considerados e trabalhados.

Ainda, não se pode perder de vista fatos futuros, mas certos, e que, portanto, não

podem ser descartados. Seus reflexos em números, ainda não podem ser certificados, mas

que causarão grande impacto na região, tal como o Pré-Sal, Olimpíadas e Copa do

Mundo.

25

Neste contexto, alertamos para a necessidade de relativizar o conceito distância,

confrontando-o com o elemento tempo: em que pese a aparente curta distância entre os

municípios, particularidades geográficas como serras e formações geológicas, conjugadas

com o grande trafego nas estradas intermunicipais, próprios da pujança econômica,

tornam a locomoção dentro do(s) Estado(s) bastante sacrificante para o jurisdicionado,

recomendando alguns desmembramentos (em especial com atenção a índice de

desenvolvimento econômico versus população) e, em outros casos, reforço de subseções

já existentes de modo a promover uma melhor prestação jurisdicional e atrair a população

para a jurisdição de seu domicilio, e não obrigando-a a se dirigir à Capital.

Por derradeiro, destacamos, mais uma vez, os motivos que nos levam a defender a

implantação de Varas em subseções já existentes: a Economia na implantação das

Varas. Com o modelo adotado buscou-se reforçar a estrutura de subseções já existentes, o

que promoveria a melhoria de infra-estrutura e atendimento da população, preferindo-a à

criação esporádica de varas isoladas, sem estrutura e incapazes de atender à demanda de

uma população crescente. Hoje o modelo de interiorização concebido para a região se

mostra ineficaz, com a distribuição de varas únicas para atender a mais de 5 municípios

em sua maioria, o que as torna anti-produtivas e precárias, com mais processos do que as

varas das capitais, e mostrando-se incapaz de assumir a própria competência delegada a

Justiça Estadual. A criação de novas subseções também é prevista, porém, apenas em

hipóteses de total imprescindibilidade, indicada prioritariamente conforme os elementos

população versus crescimento econômico assim o indiquem.

Nestes termos, o número de varas sugerido, de 50, com possibilidade de alcançar

até 35, seria o mínimo existencial para a região, sob pena de, caso não observada, levar ao

colapso o Judiciário federal desta região, com repercussões nefastas na produtividade –

não há como cobrar produção sem infra-estrutura – e para a própria economia do Estado e

do país, diante da fuga de capital estrangeiro, com dificuldades para financiar o pré-sal e

exposição do país no exterior, inclusive diante de eventos internacionais como

Olimpíadas.

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Agradecemos a atenção e leitura do presente trabalho, construído no intuito de

contribuir, com dados claros, no processo decisório de distribuição de varas.

Caio Márcio Gutterres Taranto Juiz Federal Substituto

Caroline Medeiros e Silva Juíza Federal Substituta

Hudson Targino Gurgel

Juiz Federal

Paulo César Villela Souto Lopes Rodrigues Juiz Federal Substituto

Fabrício Fernandes De Castro

]Juiz Federal Substituto - Presidente Da Ajuferjes