145
M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

M E T A B O L I S M OEstequiometria e balanço de fluxos

(em perspectiva sistêmica)

Notas de Aula

Manuel Mateus Ventura

Brasília, 2006

Page 2: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

2

• M E T A B O L I S M O• Estequiometria e balanço de fluxos

• (em perspectiva sistêmica)

• Notas de Aula (apresentação em MS - ppt) por Manuel Mateus Ventura

• Brasília, 2006

Page 3: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

3

• Estas notas de aula visam apresentar aos• estudantes de graduação e, particularmente,• aos de pós-graduação, na área de Biologia,• um dos tópicos de maior relevância teórica• e prática, que se insere em Biologia de Sis-• temas. São um esforço didatização.

[email protected] (para contacto).• Disponível em www.manuelmateusventura.pro.br

• jun-2006 corrigido em 11-08-2006

Page 4: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

4

REAÇÕES QUÍMICAS

• Reações químicas ocorrem quando moléculas que se encontram alteram suas

composições e estruturas com reordena- ção de seus átomos constitutivos e surgi-mento de outra(s) molécula(s).

Page 5: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

5

REAÇÕES QUÍMICAS 2

• Equação estequiométrica: indica as es – pécies que participam da reação (reagen - tes e produtos) e suas proporções mole - culares relativas (estequiometria):

a1A1+ a2A2+...+anAn = b1B1+ b2B2 +...+bmBm

ou, de forma mais compacta,

∑r arAr -∑P bPBP = 0

r = 1, 2, ... , n p = 1, 2, ... , m

Page 6: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

6

Equações de reações

• ∑ij aijXj = 0 i = 1, ... , m reações

j = 1, ... , n espécies

R1 a11X1 + a12X2 + ... + a1nXn = 0

R2 a21X1 + a22X2 + ... + a2nXn = 0

-------------------------------------------------------------

Rm am1X1+ am2X2+ ... + amnXn = 0

Page 7: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

7

• A equações estequiométricas em forma

matricial:

a11 a12 ... a1m X1

a21 a22 ... a2m ∙ X2 =

------------------------------- ---

an1 an2 ... anm Xm

a11X1 + a12X2 + ... + a1mXm 0

a21X1 + a22X2 + ... + a2nXm = 0 = 0

---------------------------------------------------

am1X1+ am2X2 + ... + amnXm 0

Page 8: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

8

• Conservação de elementos

A equação estequiométrica deve ser balanceada para os elementos que constituem as espécies moleculares

(reagentes e produtos) que participam

da reação.

Os elementos conservam seus números

atômicos Z.

Page 9: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

9

Matriz de elementos:

Cada de seus elementos dá o número de

átomos de um elemento químico por mo-

lécula de reagente ou produto.

Exemplo, a seguir.

Page 10: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

10

• Consideremos a reação: GLICOSE(G) + ATP = G6P + ADP + H+

Matriz de elementos: G ATP G6P ADP

H + H+ 12 13 12 13 C 6 10 6 10 E = O 6 13 9 10 N 0 5 0 5 P 0 3 1 2

Page 11: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

11

• Conservação da carga:

Em uma reação deve haver balanço de carga elétrica.

Matriz de carga:

para a reação anterior, tem-se

G ATP G6P ADP H+

Cel = 0 -4 -2 -3 1

Page 12: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

12

• Redes de reações químicas• Estamos habituados a ver seqüen-• cias de reações que se ramificam• ao nível de espécies moleculares• que participam das transformações• químicas. Por exemplo: • E• A B C F• D

Page 13: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

13

• Nessas redes, distinguem-se nós• ou vértices, em correspondência• às espécies moleculares e cone- • xões ou arestas que indicam as• transformações químicas entre os nós.• Em sistemas muito complexos, como• os do metabolismo celular, as redes• de multirreações interconectadas• podem ter tamanho enorme,

constituidas por milhares de nós e conexões.

Page 14: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

14

• Redes biológicas são representa-ções abstratas de sistemas biológi-cos, que apresentam muito das propriedades fundamentais dessessistemas.De tais características, destacam-se: a)modularidade, b)robustez ou

resiliência e c)recorrência na utili- • zação de certos elementos.

Page 15: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

15

• Redes de moléculas e reações

entre elas são o centro da atividade celular, a qual resulta, no todo, da combinação de todas essas redes

(metabolismo e seu controle, sinalização, expressão gênica etc.)

Page 16: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

16

• A arquitetura (topologia) de uma rede relaciona-se à sua robustez

ouresiliência, ou seja, a capacidade

deresistência aos agentes externos einternos que podem afetar ou

destruira integridade da rede.

Page 17: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

17

• Redes biológicas são sistemas

dinâmicos, i.e., seu estado global

evolui no tempo.

• A dinâmica de uma rede depende

dos estados internos atingidos

pelos seus vértices e sua evolução

temporal.

Page 18: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

18

• O estudo de redes como um todoestá a levar à descoberta de propri-edades e princípios gerais válidospara as mais diversas redes, inclusi-ve biológicas.Para esse fim, a contribuição de físi- cos tem sido relevante, por meio deuma ferramenta adequada- a mecâ –nica estatística.

Page 19: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

19

• A representação de sistemas biológicos por redes tem a vantagem de permitir o uso de conceitos e procedimentos da teoria dos grafos, a qual tem sido muito usada em tecnologia.

Page 20: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

20

• GRAFOS: representação simbólica

• de interações ou transformações

• entre quaisquer entidades(molécu-

• las,elementos em crcuitos elétricos,

• indivíduos em uma população,ecos-

• sistema ou grupo social,emissores e receptores de informação etc.).

• Grafos são entidades matemáticas.

Page 21: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

21

METABOLISMO• O metabolismo da célula viva é uma rede(“network”) de interconversões de espécies químicas pela qual a célula obtém os blocosestruturais e a energia necessários à sua organização estrutural e funcional.É um conjunto de reações químicas conecta-das e integradas, caracterizado por uma topo-logia e uma dinâmica. As reações são, em ge-ral, catalisadas por enzimas. Além de reações,podem ocorrer processos de transporte.

Page 22: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

22

Genética Proteínas Metabolismo Sinalização

Biologia Celular

Química - Computação- Biologia de sistemas

Page 23: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

23

• ERA PÓS-GENÔMICA

(dados produzidos em alto fluxo por

NMR, MS, 2d-gel, DNA arrays, two-

-hybrids technique etc.)

(com base no Dagstuhl Seminar on

• Integrative Bioinformatics 2004)

• segue

Page 24: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

24

• BIOLOGIA MOLECULAR

• Meta- OGE PRR Prote- Trans-

bolismo ômica criptômica

OGE:organização genômica estrutural

Metabo- PRR:padrões de regiões regulatórias

lômica

Page 25: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

25

CERCA DE 600 BASES DE DADOS E VÁ -

RIAS FERRAMENTAS ANALÍTICAS DISPO-

NÍVEIS NA WEB

CIÊNCIA DA TAREFAS

COMPUTAÇÃO BIOLÓGICAS ( MÈTODOS E (EXPERIMEN-

CONCEITOS) TAIS)

Page 26: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

26

• A N Á L I S E (extração de informação)

• integração desafio

BIOINFORMÁTICA

INTEGRATIVA (novos níveis de entendi-

mento)

CÉLULA VIRTUAL

Page 27: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

27

• O funcionamento de uma célula

• envolve um sistema altamente

• complexo de processos químicos

• interconectados, o metabolismo, cuja

• reconstrução, constitui a meta final da biologia de sistemas.

Page 28: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

28

Metabolismo decompõe nutrientes em mo-

léculas mais simples e energia (catabolismo);

sintetisa moléculas orgânicas complexas (ana-

bolismo), as quais são a base estrutural e

funcional da célula.

Metabolismo compreende:

- reações químicas catalisadas por enzimas

- metabolitos: pequenas moléculas consumi

das e produzidas nos processos químicos.

Page 29: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

29

• Dado o papel relevante das enzimas, po –de-se dizer que o metabolismo celular é aexpressão bioquímica (fenótipo bioquímico)do genoma.1 - Uma enzima pode catalisar mais de umareação química (promiscuidade de subs-trato); as reações catalisadas apresen –tam, geralmente, similaridade.2 – Enzimas podem ser formadas por maisde uma cadeia peptídica e constituir oligô-meros.

Page 30: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

30

3 – Mais de uma enzima podem catalisar

a mesma reação química.

Assim, o número de enzimas não corres –

ponde ao número de genes que as codifi

cam e ao número de reações catalisadas.

Page 31: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

31

• O METABOLISMO E SUA RE-

• GULAÇÃO SÃO AS FUNÇÕES

• MAIS FUNDAMENTAIS DE UMA CÉLULA

Page 32: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

32

• RECONSTRUÇÃO METABÓLICA• identifica, categoriza e interconecta

• genes, proteínas, reações e metaboli-

• tos que participam do metabolismo de

• um sistema biológico para constituir

• uma rede, a qual pode ser usada como

• base para caracterizar crescimento e

• predizer fenótipos celulares.

Page 33: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

33

• Reconstrução metabólica• GENOMA

• SEQUENCIAMENTO (base de dados)

• ANOTAÇÃO• (identificação de segmentos codificantes+• dados bioquímicos e fisiológicos)

• RECONSTRUÇÃO

• da rede metabólica e regulatória

Page 34: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

34

A modelagem e simulação de redes• metabólicas são de grande relevân-• cia para o entendimento quantitati -• vo do metabolismo de um micro-• organismo e servem ao aperfeiçoa-• mento deliberado das capacidades• metabólicas por meio das técnicas• de DNA recombinante (engenharia• metabólica).

Page 35: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

35

SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS:VANTAGENS:podem mostrar a não viabilidade de hipó-teses aparentemente plausíveis e, ao confirmarem uma hipótese, podem

proverpredições quantitativas e mesmo direcio-nar o trabalho experimental.Entretanto, não se deve esquecer deque usam modelos e são simulações.

Page 36: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

36

• A enorme massa de dados de que• se dispõe e que resulta de técnicas• analíticas de alto fluxo (“high • throughput”) está a exigir o aperfei -• çoamento intenso e contínuo de • algorítmos que possibilitem o tra-• tamento computacional para atingir• o entendimento integrado da dinâ-• mica celular (tecnologias- “omics”).

Page 37: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

37

• Os dados que resultam do tra -

• balho experimental com células

• vivas constituem a base para

• trabalhar com a modelagem com-

• putacional do metabolismo.

• Simulação e modelagem,contudo,

• são de relevância em conseguir, a partir desses dados, visão mais pene-

• trante da dinâmica dos sistemas em

• estudo.

Page 38: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

38

• Para ter em mente !

• “The important thing in science is

• not so much to obtain new facts

• as to discover new ways of

• thinking about them.”

• Sir William Bragg

Page 39: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

39

• ABORDAGEM CINÉTICA

• NO ESTUDO DO

• METABOLISMO

Page 40: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

40

• A expressão das velocidades de• reações químicas por equações• diferenciais, com base na lei de• ação das massas, tem possibili-• tado o estudo da evolução no• tempo de sistemas metabólicos• não muito complexos, i.e., em es-• cala subgenômica.

Page 41: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

41

Tem sido o procedimento adotadona cinética enzimática, para o estu-do de enzimas individuais ou empequeno número.Exige que sejam conhecidas as cons-tantes de velocidade das reações envol-vidas, o que representa grande obstáculo no estudo de redes metabólicas com-plexas, em escala genômica.

Page 42: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

42

• Contudo,

• eritrócito e mitocôndrio têm tido

seus metabolismos estudados por

via cinética.

Page 43: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

43

Para a reação

k1 aA + bB cC + dD,

k-1

tem-sev = - (1/a)d[A]/dt = - (1/b)d[B]/dt = 1/c)d[C]/dt = (1/d)d[D]/dt v = velocidade da reação

k1, , k-1 = constantes de velocidade

Page 44: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

44

• As equação cinética será

v = v - v = k1[A]α [B]β - k-1[C]γ [D]δ

onde os expoentes indicam a ordem cinética relativa a cada reagente; a ordem cinética da reação,n = α + β + γ + δ. Note-se que as ordems cinéticaspodem não ser necessariamenteIguais aos respectivos coeficientesestequiométricos.

Page 45: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

45

• Seqüências de reações.Seja o seguinte caso simples:

k1 k2

X1 X2 X3

X1´= dX1/dt = - k1[X1]

X2´= dX2/dt = k1[X1] – k2[X2]

X3´= dX3/dt = k2[X2]

[X1]0 + [X2]0 + [X3]0 = [X1]t + [X2]t + [X3]t

estado estacionário: X1´= X2´= X3´= 0

Page 46: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

46

• No estado estacionário, os fluxos

de reação não se anulam, como no

equilíbrio, mas compensam-se de

tal modo que dXi/dt = 0. Neste caso,

as equações diferenciais da cinética

convertem-se em um sistema de

equações algébricas simultâneas.

Page 47: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

47

• Integração das equações cinéticas:

• - em forma analítica ou exata,

possível somente em casos especiais;

• - por métodos numéricos,aproxima-

• dos e computacionais

Page 48: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

48

• Equações cinéticas para sequên-

cias de reações, lineares ou ramificadas, podem ser obtidas pelo método computadorizado de King- Altman, bem conhecido em cinética enzimática.

Page 49: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

49

• Programas para o estudo cinético• do metabolismo:• dos inúmeros disponíveis, indica-• remos os seguintes:• GEPASI Pedro Mendes 1989 -• 2002 //www.gepasi.org;• E-cell2 Keio University;• CellDesigner V. 2.26 2003-2005• The Systems Biology Institute• //www.celldesigner.org

Page 50: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

50

M A T R I Z

E S T E Q U I O M É T R I C A

S um conceito básico

em análise do metabolismo

Page 51: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

51

Matriz estequiométrica (S)• Smn é uma matriz de ordem mxn, onde m filas correspondem ao número de espécies químicas (substratos e produtos) e n colu – nas indicam o número de reações envolven- do essas espécies. Os elementos de S são os coeficientes este- quiométricos aij das espécies que correspon- dem às filas i e colunas j i = 1,2,...,m j = 1,2,...,n

S = aij

aij < 0 substratos aij >0 produtos aij = 0

Page 52: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

52

UM IMPORTANTE CONCEITO

O conceito de matriz estequiométrica é es –

sencial para representar e analisar mate –

maticamente os sistemas metabólicos.

Possibilita o uso da álgebra linear, inclusive

da análise convexa, em bioinformática e

biologia computacional.

Page 53: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

53

Matriz estequiométrica 2 R1 R2 Rn reações j = 1,...,n

a11 a12 ... a1n espécies

S = a21 a22 ... a2n químicas i = 1,...,m

--------------------------------

am1 am2 ... amn

aij : coeficientes estequiométricos

aij < 0 substratos aij > 0 produtos

aij = 0 a espécie molecular i não participa da reação j

Page 54: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

54

• Na matriz estequiométrica, como definida aqui, temos:

a)as filas de S representam as espécies

químicas (substratos e produtos);

b)as colunas de S indicam as reações;

c)os elementos de S são os coeficientes

estequiométricos aij com sinal negativo

para substratos e positivo para produtos.

aij = 0 indica que a espécie i não partici –

pa da reação j.

Page 55: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

55

• Subespaços de S:

a11 a12 ... a1n espécies: 1, ... , m

S = a21 a22 ... a2n reações: 1, ... , n

--------------------------------

am1 am2 ... amn

S pode ser representada tanto pelos vetorescoluna quanto pelos vetores fila:

rT1 a1k ai1

S = c1 ... cn = . ck = . ri = . . . . . . .

rTm amk ain

Page 56: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

56

Subespaço de vetores coluna:

é determinado pelo conjunto de vetores

coluna de S e denotado por R(S).

R(S) determina o espaço de concentração

dinâmico.

Os vetores coluna, que correspondem às

reações químicas da rede metabólica consi-

derada e que constam de S, contribuem

para as variações das concentrações dos

metabolitos.

Page 57: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

57

Subespaço de vetores fila:

é determinado pelo conjunto de vetores fila.

e denotado por R(ST).

No espaço de fila estão as variações de

concentração que contribuem às taxas de

fluxo das reações.

Page 58: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

58

• Posto (“rank”) de uma matriz, r .• Definição. O posto de uma matriz A é a • ordem da maior sub-matriz quadrada cujo• determinante não é nulo.• Ex.: 3 0 3 3 0 3• A = 2 4 6 detA = 2 4 6 =• 1 5 6 1 5 6• • = 3 4 6 + 3 2 4 = 0• 5 6 1 5

• O posto de A não pode ser 3, pois detA = 0, mas• é igual a 2, como se pode ver.

Page 59: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

59

• Proposição. O posto da matriz A é igual à

dimensão do subespaço de seus vetores

coluna ou vetores fila:

postoA = dimR(A) = dimR(AT) = r

Page 60: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

60

• ESPAÇO –N U LO DE SDefinição. O espaço –n u l o (direito) da

matriz S é o conjunto de todas as soluções

v1

v = ... = v1 ... Vn T

vn

das soluções do sistema de equações Sv = 0,o qual corresponde ao estado estacionário.

Page 61: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

61

O espaço-n u l o é um subespaço e é denotado por N(S) ou nulo(S).

Se r = posto de Smn, tem-se

dimN(S) = n-r , N(S) ┴ R(ST)

N(S) determina o espaço que compreende

os caminhos de estado estacionário da

rede metabólica considerada.

Page 62: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

62

• Espaço-nulo (esquerdo) de Smn é o con –

junto das soluções

y1

y = ... = y1 ... ym T

ym

do sistema de equações

STy = 0 .

É denotado por L = N(ST) ou nulo(ST) e

tem-se dim(ST) = m-r , N(ST) ┴ R(S).

Page 63: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

63

• Seja a equação de balanço dinâmico dx/dt = Sv = 0e multipliquemos ambos os membros por L: Ldx/dt = LSv = 0 Ldx/dt = 0 Lx = const.A última expressão indica que os vetores deL definem as relações de conservação entreconcentrações de metabolitos em uma redemetabólica.

Page 64: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

64

Matriz de espécies (reagentese produtos)

Vetor coluna:

• Xm = X1 X2 ... Xm T

Page 65: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

65

• CONSERVAÇÃO DE ELEMENTOS

• Seja a reação G+ATP = G6P+ADP+H+

G ATP G6P ADP S = -1 -1 1 1

H 12 13 12 13 -1 0 C 6 10 6 10 . -1 = 0 = 0 O 6 13 9 10 1 0 N 0 5 0 5 1 0 P 0 3 1 2 E ∙ ST = 0

Page 66: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

66

• CONSERVAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA

• G ATP G6P ADP S = -1 -1 1 1

Cel= 0 -4 -1 -3

Cel ∙ ST = 0

A ortogonalidade entre Cel e ST indica a conservação da carga.

Page 67: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

67

MATRIZ ESTEQUIOMÉTRICA:um exemplo mais complexo

• Uma seqüência de reações da glicólise:

R1 Glicose(G) + ATP = G6P + ADP + H+

R2 G6P = F6P

R3 F6P + ATP = FBP + ADP + H+

R4 FBP = 63P + DHAP

R5 2G3P + NAD+ + Pi= BPG + NADH + H+

S, a seguir

Page 68: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

68

R1 R2 R3 R4 R5

G -1 ATP -1 -1 ADP 1 1 G6P 1 -1 F6P 1 -1 FBP 1 -1 G3P 1 -2 = S DHAP 1 BPG 1 NAD+ -1 NADH 1 Pi -1 H+ 1 1 1 Posições em branco correspondem a zeros.

Page 69: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

69

S de uma rede metabólica • X1 X2 X3 X5

• X4 X6 X7

• R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7

• X1 -1• X2 1 -1 -1• X3 1 -1 • X4 1 -1• X5 1 -1• X6 1 -1• X7 1 1

Page 70: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

70

Conectividades em S

• S é uma matriz que conecta todas as es-pécies químicas (metabolitos) que partici –pam de um determinada sistema metabóli –co.Propriedades de conectividade.- Número de participação: número de vezes que um

metabolito participa das - reações do sistema. É, no mínimo, 2 para- Metabolitos internos.- Número de moléculas em uma reação: soma- de todos os coeficientes estequiométricos na equação- de uma reação.

Page 71: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

71

Partição de S• A matriz estequiométrica plena S abrangereações internas (n) e metabolitos internos(m) da célula que correspondem a uma par-

tição denotada por Sint. Entretanto, outraspartições ou subpartições podem ser consi-deradas, como para substratos, produtos,Intermediários metabólicos, constituintes debiomassa e reações de troca entre organe-loas e outros compartimentos da célula.

Page 72: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

72

Partição de S

Sint

S =

Sext

Page 73: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

73

Partição de S: exemplo específico R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 Glicose -1 subtratos ------------------------------------------------------------------------- Succin.. 1 Lactato 1 H2 1 produtos Acetato 1 etanol 1 -------------------------------------------------------------------------- PEP 2 -1 -1 NAD+ -1 2 1 2 NADH 1 -2 -1 -2

intermediários CO2 -1 1 ATP 1 1 Acetl-CoA 1 -1 -1

Page 74: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

74

• No sistema metabólico da célula, as espé-• cies químicas que participam das várias• reações são distinguidas como• a) substratos,• b) produtos metabólicos,• c) metabolitos intermediários e• d) produtos de biomassa.• O termo metabolito, freqüentemente, tem• significação abrangente.

Page 75: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

75

• Coeficientes estequiométricos:• αij para substratos Xs ; βij para produtos• metabólicos Xp; γij para constituintes de• biomassa Xb; gij para metabolitos interme-• diários Xint.• Para as j reações, tem-se

∑j ∑i αijXs + ∑j ∑i βijXp + ∑j ∑iγijXb + ∑j ∑igijXint =0

A seguir, em forma matricial :

Page 76: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

76

• Estequiometria global da célula em forma• matricial:

ATXs + BTXp+ ΓTXb + GTXint = 0ou ainda, por partição da matriz estequio –métrica única para o sistema. • ST Xs

• -------------------- Xp = 0•

------------------------------ Xb

• -------------------- Xint

• --------------------

Page 77: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

77

REAÇÕES E FLUXOS

• As reações químicas do metabolismo podem ser vistas como fluxos de matéria associados a trocas de energia e processos de transporte.

Ao serem referidas, reações são quase sem- pre tomadas como os fluxos que ocorrem através delas. As redes metabólicas são fluxos interconecta- dos que a célula viva mantém sob controle por me – canismos de modulação enzimática (ativação e ini- rição) e regulação da expressão de genes.

Page 78: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

78

Fronteiras em sistema metabólicos• Sistemas metabólicos podem ser delimi –

tados por fronteiras, físicas ou não.

Ao ser definida a fronteira, tem-se

- interior, onde está o sistema metabólico

considerado;

- exterior .

Fluxos internos ocorrem no interior e fluxos

externos entre o interior e o exterior.

Page 79: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

79

Rede metabólica

• v6 b2

• v3 D E

• b1 v1 v2 v4

A B C

• v5

• F G

• v7 b3

• fronteira

Page 80: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

80

• Matriz estequiométrica da rede:

• R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 b1 b2 b3

• -1 -1 A• 1 -1 B• 1 -1 1 -1 C• S = 1 -1 -1 D • 1 -1 E• 1 -1 F• 1 -1 G

Page 81: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

81

• Vetor de concen- Vetor de fluxo

tração v1

• v2

• x1 v3

x = x2 v = v4

. v5

. v6

. v7

xm b1

b2

b3

Page 82: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

82

O vetor de fluxo é função das concentra –

ções e das constantes cinéticas k das

reações:

v = v (kj) j = 1, 2, ... , n

kj são parâmetros experimentais de difícil

determinação e nem sempre disponíveis.

As velocidades de reação são funções não

lineares das concentrações dos metabolitos,

na forma dada na cinética química.

Page 83: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

83

• Equação de balanço dinâmico :

• dx/dt = S ∙ v • Estado estacionário:

• dx/dt = S ∙ v = 0• Metabolitos intermediários não variam

• suas concentrações dentro do intervalo de tempo dos experimentos. São consumi-

• dos na mesma taxa em que são produzi-

• dos.

Page 84: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

84

• O estado estacionário, onde dXi/dt = 0, é• uma idealização, matematicamente van-• tajosa.• A escala de tempo dos processos enzimá-• ticos, comparada com a dos vários pro –• cessos fisiológicos, justifica a aproxima –• ção do estado estacionário.• O tempo t não está presente nas equa – • ções de balanço do estado estacionário.

Page 85: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

85

dx/dt = S ∙ v = 0

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 b1 b2 b3

• v1 -v1-b1

-1 -1 v2 v1-v2

1 -1 v3 v2-v3+v4-v5

1 -1 1 -1 v4 v3-v4-v6

1 -1 -1 v5 = v7-b2

1 -1 v5 v5-v7

1 -1 v6 v7-b3

1 -1 b1

b2

b3

Page 86: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

86

• A consideração do estado estaci-• onário permite substituir sistemas• de equações diferenciais em sis-• temas de equações algébricas li-• neares.• As derivadas dx/dt não mais apa-• recem.

Page 87: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

87

• Para ilustração, tome-se a rede metabólica (grafo) simples:

• b1 v1 b2

• X1 X2

• v2 v3 v4

• X3

Page 88: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

88

• O balanço de fluxo em estado• estacionário:• dx/dt = S ∙ v = o Xi

´ = dX1´/dt

• v1

• X1´ -1 -1 0 0 -1 0 v2 0

• X2´ = 1 0 1 -1 0 -1 v3 = 0

• X3´ 0 1 -1 1 0 0 v4 0

• b1

b2

Page 89: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

89

• v1

• -1 -1 0 0 -1 0 v2 -v1-v2-b1

• 1 0 1 -1 0 -1 v3 = v1+v3-v4-b2

• 0 1 -1 1 0 0 v4 v2-v3+v4

• b1

b2

Page 90: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

90

Balanço de fluxos em estado

• estacionário

• dX1/dt = -v1-v2-b1 = 0

• dX2/dt = v1+v3-v4-b2 = 0

• dX3/dt = v2-v3+v4 = 0

Page 91: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

91

• RESTRIÇÕES ADICIONAIS

• Sobre fluxos internos:

• vj ≥ 0 j = 1, . . . ,n

• Sobre fluxos externos:

• exterior sistema bj ≤ 0

• exterior sistema bj ≥ 0

Page 92: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

92

• CONE DE FLUXOS

• n >> m : o número de reações

• excede de muito o número de

• metabolitos, o que correspon –

• de a dizer que o número de

• colunas de S é muito maior do

• o número de filas.

Page 93: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

93

• Os sistemas de equações line-

• ares homogêneas formados

• pelas equações de balanço di-

• nâmico do estado estacionário,

• S ∙ v = 0,

• têm um número infinito de solu-

• ções em seu espaço-nulo.

Page 94: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

94

• Ao tomar em conta as restri –• ções (inequações) impostas • ao sistema, a análise convexa• mostra que o espaço de solu-• ção é um cone poliédrico com-• vexo, o qual contém todos os• pontos do espaço-nulo de co-• ordenadas não negativas, mais• os pontos correspondentes aos• fluxos externos de coordenadas• negativas.

Page 95: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

95

• Palsson & Schuster propõem

• que o espaço inteiro de fluxo,

• no qual estão contidas as so-

• luções do sistema, representa

• a capacidade da rede metabó-

• lica considerada.

Page 96: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

96

• CONE DE FLUXO (estado estacionário)

p1p3

p2

p4

pi arbitrários, somente para ilustração

Page 97: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

97

• “Caminhos extremos”• (extreme pathways)• Constituem um número míni –• mo de vetores que, por combi-• nação linear, podem gerar • qualquer vetor do cone de• fluxo:• v = ∑i wipi , wi ≥ 0 , i = 1, ... , k

Page 98: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

98

• Caminhos extremos:• são as arestas do cone poliédri –• co; • não podem ser representados por• combinações de quaisquer outros• vetores do cone, lembrando o que• ocorre com os vetores de base de• um espaço vetorial; são “conicamen-• te independentes” (Schilling).

Page 99: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

99

• Caminhos extremos:

• qualquer vetor do cone polié -

• drico pode ser representado

• por combinação linear não ne-

• gativa dos vetores de caminho

• extremo.

Page 100: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

100

• Cada caminho-extremo de um

• cone poliédrico corresponde a um conjunto de fluxos que sa-

• tisfaz à equação de balanço

• de massa mais as restrições.

Page 101: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

101

• Restringindo o cone de estado

• estacionário:

• vimos que esse cone contem

• um número infinito de solu –

• ções;

• somente algumas soluções

• têm significação fisiológica.

Page 102: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

102

• Restrições relativas a fluxos ex-• ternos têm que ser considera-• das, além das que já foram• citadas, tais como o organismo,• ambiente, disponibilidade de• substratos, transporte por difu-• são e outras.• Todas essas restrições resultam• em diminuição do espaço de fluxo.

Page 103: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

103

• DISTRIBUIÇÃO OTIMIZADA

• DE FLUXOS

• pode ser computada com re-

• lação a uma certa função-objeti-

• vo,linear, Z = ∑j cjvj .

Page 104: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

104

• Escolhida a função-objetivo Z,

• a otimização (minimização/maxi-

• mização) de S∙v =0 + restrições é um problema de

• programação linear (PL), geral –

• mente resolvido pelo algorítmo

• simplex.

Page 105: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

105

• A escolha de Z:• a função Z deve atender à maxi-• mização (ou minimização) de• uma determinada característica• da rede metabólica:• crescimento celular (max.);• concentração de um determina-• do metabolito (max./mini.);• demanda de energia (mini.)• etc.

Page 106: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

106

Determinação dos caminhos

extremos de uma rede metabó-

lica pelo algorítmo de Shilling:

Schlling,C.H.,Letscher,D. and

Palsson,B.O. 2000. J. theor.

Biol. 203: 229-248.

Page 107: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

107

• Retome-se a rede metabólica (grafo):

• b1 v1 b2

• X1 X2 • v2 v3 v4

• X3

• e, a seguir, sua matriz S.

Page 108: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

108

• v1 v2 v3 v4 b1 b2 • X1

-1 -1 0 0 -1 0 • S = X2 1 0 1 -1 0 -1 • X3 0 1 -1 1 0 0

• 3 metabolitos• 4 fluxos internos, 2 fluxos externos

Page 109: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

109

• Matriz inicial: ST unida a I4x4

• X1 X2 X3

• 1 -1 1 0 v1

• T(0)= 1 -1 0 1 v2

• 1 0 1 -1 v3

• 1 0 -1 1 v4

• T(E) 1 -1 0 b1

• 1 0 -1 b2

Page 110: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

110

• Na matriz inicial, identificar os metabolitosque não têm fluxos externos a eles associa-dos e cujo número é denotado por μ .O metabolito X3, como se pode ver, é o úni-co a não estar associado a um fluxo externo.Assim, tem-se μ = 1.A seguir, forme-se uma nova matriz por cópia detodas as filas de T(0) que contenham um zerona coluna de ST que corresponda a X3. No ca-so presente, copia-se somente a 1a. fila.Em continuação, sejam adicionadas todas as combi-nações possíveis, de tal modo que se tenha zero nacoluna que corresponde a X3.

Page 111: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

111

• Do procedimento anterior, tem-se • X1 X2 X3 • 1 -1 1 0 v1

• 1 1 -1 1 0 v2 • T( μ) = 1 1 0 0 0 v3

• 1 -1 0 b1

• 1 0 -1 b2

Page 112: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

112

• A partir da matriz T(μ), é formada a matriz• final T(final):• v1 v2 v3 v4 b1 b2

• p1 1 0 0 0 -1 1 • T(final)= p2 0 1 1 0 -1 1 • p3 0 0 1 1 0 0• • donde os caminhos extremos: • p1 = v1 – b1+b2 , p2 = v2 + v3 -b1+b2

• p3 = v3 + v4

Page 113: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

113

• Exemplo• Verifique se o vetor • v = 5 2 3 -3 6 1 T • está contido no cone de fluxo da• rede metabólica em consideração• 5• v1 v2 v3 v4 b1 b2 2 p1 1 0 0 0 -1 1 3 0 p2 0 1 1 0 -1 1 -3 = 0 = 0 p3 0 0 1 1 0 0 6 0• 1

Page 114: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

114

• Rede metabólica (grafo):

• b1 v1 p1 b2

• X1 X2

• p2 v2 v3 v4

• X3 p3

• com “caminhos extremos” indicados

Page 115: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

115

MATRIZ ESTEQUIOMÉTRICA

Análise por

DECOMPOSIÇÃO DE VALOR

SINGULAR (SVD) Por conveniência, é usada a abreviação em

inglês.

Page 116: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

116

• DECOMPOSIÇÂO DE VALOR• SINGULAR (SVD) DE UMA • MATRIZ.• Definição matemática.• Seja Amxn uma matriz de elementos reais,

• geral. • A decomposição de valor singular de• Amxn é a fatoração A = Umxm∑mxn(Vnxn

)T,• onde Umxm = “matriz de vetores singu-• lares esquerdos”, ∑mxn= matriz diagonal e• Vnxn= “matriz de vetores singulares direitos” .

Page 117: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

117

• Os elementos da matriz diagonal ∑mxn são

• os valores singulares: σ1≥ σ2 ≥ ... ≥ σn ,

• os quais são as raizes quadradas (não nu-• las) dos autovalores (eigenvalores) de • AAT e ATA.• U contém o espaço de coluna e o espaço• nulo esquerdo.• V contém o espaço de fila e o espaço nulo• de A.• O espaçp de fila contém informação • termodinâmica.

Page 118: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

118

Colunas de U e V fornecem bases orto –normais para os 4 subespaços fundamen –tais de S.As primeiras colunas de U e V fornecembases ortonormais para os espaços de co –luna e fila, respectivamente.As restantes m-r colunas de U dão uma base ortonormal para o espaço-nulo esquer-do.As n-r colunas de V dão uma base orto –normal para o espaço-nulo.

Page 119: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

119

• Mapeamento entre vetores singulares• S = U ∑ VT

• SV = U ∑ VTV = U ∑

• Svk = σkuk

• S mapeia o vetor singular direito sobre o vetor singular esquerdo por

• meio do valor singular correspondente.

Page 120: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

120

• SVD tem aplicações em várias áreas de• ciência e técnica e pode ser usada para• Identificar e caracterizar os aspectos bio-• químicos dominantes da rede metabólica. • SVD mostra aspectos interessantes e de• utilidade da matriz decomposta, os quais• não são aparentes na matriz original.• A análise de S por SVD, a despeito de

não tratar explicitamente da dinâmica da• rede considerada, fornece informação• topológica sobre relações sistêmicas entre• metabolitos e fluxos.

Page 121: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

121

• SVD torna evidentes aspectos úteis e im-• portantes da matriz decomposta,os quais• não podem ser vistos diretamente a par-• tir da matriz original. • As matrizes componentes U, ∑ ,V são, em• geral, ortogonais e independentes.• Os vetores singulares(modos) são ortonor-• mais.• UTU = Imxm VTV= Inxn

Page 122: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

122

• Combinação linear de metabolitos e de fluxos.

• dx/dt = S∙v S= U∑VT

• multiplicando por UT

• UT dx/dt = UTU∑VTv = ∑VTv

• d(ukTx)/dt = σk(vk

Tv) k = 1,...,r• r : posto de S ; uk :vetor sing. esquer;• Vk : vetror singular direito.

Page 123: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

123

• Continuação

Do procedimento anterior, vemos que há

uma combinação linear de fluxos

vkT∙ v = vk1 v1 + vk2 v2 +... + vkn vn

que movimenta uma combinação linear de

Metabolitos. Os vk são contrbuições de eigen-

reações.

ukT∙ u = uk1 x1 + uk2 x2 +...+ ukr xm

em uma extensão dada por σk (valor singu-

lar). Os uk equivalem aos coeficientes este -

quiométricos sistêmicos.

Page 124: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

124

Desde que, em SVD, os vetores singulares

são ortonormais um ao outro, cada dos k mo-

vimentos é desacoplado dos demais.

Então, a combinação linear de concentrações

dada para ukT∙u pode ser considerada como

uma reação sistêmica desacoplada e impul –

sionada pela combinação linear de reações

definidas em vkT∙ v .

As reações metabólicas sistêmicas ou eigen-

reações podem descrever a rede metabólica

como um todo.

Page 125: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

125

• Seja

• U ∑ VT

• SV = U ∑ VT V = U ∑

• Assim, tem-se Svk = σkuk

• o que significa que S mapeia o vetor singu-

• lar direito sobre o vetor singular esquerdo,

por meio do valor singular relativo.

Page 126: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

126

• Tratamento semelhante ao dado acima tem

sido usado em análise de expressão de genes

por SVD.

Alter, O., Brown, P.O., Botstein,D. Singular

Value decomposition for genome-wide

expression data processing and modeling.

PNAS 97(18) 10101-10106 (2000)

Page 127: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

127

• Computação dos valores singulares

• Tomemos uma simples reação de isome-

• rização que consiste na interconversão

• v1

• AB BA ou X1 X2

• v2

• A decomposição de valor singular (SVD)

• da matriz estequiométrica (S) dessa reação

• é obtida como a seguir:

Page 128: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

128

• Continuação

• v1 v2

X1 -1 1 = 2-1/2 -1 1 2 0 2-1/2 1 -1

X2 1 -1 1 1 0 0 1 1

• S = U ∙ ∑ VT

A 2a. coluna de U compreende o espaço-nulo

esquerdo de S.

A 2a. fila de VT compreende o espaço-nulo

(direito) de S.

Page 129: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

129

• Computação dos valores singulares • Seja a matriz estequiométrica S3x6 corres-• pondente à rede metabólica anterior:• v1 v2 v3 v4 b1 b2 • X1

-1 -1 0 0 -1 0 • S = X2 1 0 1 -1 0 -1 • X3 0 1 -1 1 0 0 • A SVD de S pode ser obtida pelo usodo matrix-calculator acessado em//www.bluebit.gr/matrix-calculator/ calculate.asp(resultado a seguir)

Page 130: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

130

• Decomposição SVD:• U=• -0.082 0.858 0.508 0.000 0.000 0.000• 0.802 -0.245 0.544 0.000 0.000 0.000• -0.591 -0.452 0.068 0.000 0.000 0.000

• ∑ =

• 2.361 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000• 0.000 1.953 0.000 0.000 0.000 0.000• 0.000 0.000 0.782 0,000 0.000 0.000• 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000• 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000• 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000

• V=

0.375 -0.565 0.047 -0.734 0.000 0.000 -0.216 -0.671 0.205 0.419 0.363 -0.392 0.590 0.106 -0.159 0.210 0.700 0.285 -0.590 -0.106 0.159 -0.210 0.337 0.677 0.035 -0.439 -0.649 0.314 - 0.363 0.392 -0.340 0.126 - 0.696 -0.314 0.363 -0.392

Page 131: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

131

• MODOS ELEMENTARES

• DE FLUXO

Page 132: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

132

• Modo de fluxo:

• distribuição de fluxos estacionários

• que mantêm proporções fixas.

• 1

• v1

• 2 3

• v2

• v1 / v2 = constante

Page 133: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

133

• Formalmente, o modo de fluxo, M, é

• definido com o conjunto

• M = {V Є Rr: V = λ V*, λ >0} ,

• satisfazendo às condições:

• estado estacionário, SV* =0;

• para reações irreversíveis, tem-se

• que um subvetor de V, V*irr >=0.

Page 134: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

134

• Modo elementar de fluxo:• um modo de fluxo indecomponí-• vel;• compreende um conjunto mínimo de reações enzimáticas irreversíveis• e em regime estacionário;• o conjunto de modos elementares• E é único para uma dada rede meta-• bólica.

Page 135: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

135

• Por computação dos modos ele-

• mentares de fluxo (E), uma rede

• metabólica pode ser decomposta

• em partes mínimas, sob a condi-

• ção de estado estacionário.

• Os aspectos essenciais da estru-

• tura da rede podem tornar-se apa-

• rentes.

Page 136: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

136

• Combinação linear de fluxos:• uma distribuição de fluxos pode • ser representada por uma com-• binação linear de fluxos elemen-• tares:• V = λ1e1 + λ2e2 + ... = ∑i λiei

λi ≥ 0

Page 137: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

137

• ANÁLISE DE ROTAS

• METABÓLICAS POR MODOS

• ELEMENTARES DE FLUXO• Schuster,S., Fell, D., Dandekar, T. :

• A general definition of metabolic pathways

• useful for systematic organization and

analysis of complex metabolic networks.

Nature Biotechnol. 18(2000) 326-332.

Page 138: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

138

• O programa usado para computar

• modos elementares de fluxo E

• em redes metabólicas:

• Y A N A• 2003-2004 Dep Bioinformatics, Univ. of

• Würzburg• //yana.bioapps.biozentrum.uni-wuerzburg.de

Page 139: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

139

• O algorítmo sobre o qual YANA é

• baseado não será detalhado aqui.

• Pode ser achado em• //www.mpi-magdeburg.mpg.de/de/research/projects/• 1010/1014/1020/mfaeng/mfapric.html• //www.biomedcentral.com/1471-2105/6/135

Page 140: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

140

• Como ilustração, pode ser executado o• exemplo (contido na distrbuição do YANA)

que permite computar os modos elementares de fluxo para a rota das fosfopentoses (arquivo glycolysis+ppp.sbm).

• A matriz estequiométrica da sub-rede con-• siderada é computada de início.• Dados de entrada e saída são listados e gra-• ficados.

Page 141: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

141

• ANÁLISE DE BALANÇO DE• FLUXOS EM REDES META-• BÓLICAS.• PROGRAMA DE COMPUTADOR• FBA versão 2.0• por Jeremy S. Edwards e• Bernhard Palsson

Page 142: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

142

• Capacidades do “software” FBA:

• Calcula distribuições ótimas de

• fluxo para função-objetivo defini-

• da pelo usuário.

• Permite estudar o efeito da supres-

• são de genes.

• Gera mapa de fluxos.

Page 143: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

143

• Um excelente “primer” de FBA

• (Nature Biotechnology) e uma

• versão de demonstração do pro-

• grama podem ser obtidos de

• //gcrg.ucsd.edu/downloads/fba.html

Page 144: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

144

• Um programa interativo de demons-

• tração (FBA/MOMA) para E. coli,

• computa fluxos metabólicos e pos-

• sibilta prever efeitos resultantes

• da supressão de gene(s).

• Pode ser usado em:

• //atlas.med.harvard.edu/moma/

Page 145: M E T A B O L I S M O Estequiometria e balanço de fluxos (em perspectiva sistêmica) Notas de Aula Manuel Mateus Ventura Brasília, 2006

145

• Leitura sugerida:

• Palsson, B.O. Systems Biology-• Properties of Reconstructed Networks. • Cambridge University Press. 2006. • Stephanopoulos, G.N.,Aristidou. A.A.,Nielsen, J. Metabolic• Engineering. Academic Press. 1988.• Meyer,C.D. Matrix analysis and applied linear algebra.

SIAM. Philadelphia. 2003.• Boldrini, J.L. et al. Álgebra Linear. Harper & Row• do Brasil(editora Harbra Ltda.).3a.ed.1986. • Campbell, H.G. Matrices with Applications.Mere-

• dith Corp. New York. 1968.