Ma Cartilha Trabalho Escravo

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    ndiceA escravido no Brasil, ontem

    Balaiada: resistncia popular no Maranho

    A escravido hoje no Brasil

    Como o trabalhador levado

    ao cativeiro, hoje

    Trabalho escravono Maranho, hoje

    Direitos do Trabalhador Rural

    Direitos e as Normas Regulamentadoras Rurais

    Quais as leis sobre o trabalho escravo

    Qual o papel da sociedade

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    Como fazer a denunciado trabalho escravo

    Dicas para no cair no trabalho escravo

    Mensagem do Delegadodo Trabalho da DRT-MA

    Fontes de pesquisa

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    Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho 2

    Apresentao

    Trabalho escravo: um crime contra a humanidade

    Nesta cartilha vamos tratar do t rabalho escravo que ainda existe no Brasil.Este fato que nos envergonha a todos no fruto de falta de informao

    de um ou outro empregador.Quem escraviza outros seres humanos sabe muito bem o queest cometendo. Um crime.

    Impor um regime de escravido a trabalhadores um crime contraa humanidade. Um crime contra homens, mulheres, crianas e idosos.

    Pessoas que se encontram em situao de desespero por causado desemprego, da fome, da misria. Por causa da excluso social.

    Vamos tratar do direito de todos viverem com dignidade.

    Vamos mostrar caminhos para acabar com esta mancha que suja o nosso Pas.Em pleno sculo XXI, aps tantas discusses e a criao de normas e regras

    sobre os Direitos Humanos, ainda temos sobre ns a sombra de umpassado histrico vergonhoso: o t rabalho escravo.

    O trabalho escravo no foi extinto h 116 anos como nos ensinamos livros escolares, quando foi assinada a Lei urea, em 1888.

    Ele ainda existe nesse Brasil de dimenses continentais,de uma outra de forma. E faz vtimas todos os dias. Pessoas obrigadas

    a trabalharem em condies desumanas, sem dignidade e liberdade

    Entidades srias, como a Comisso Pastoral da Terra (CPT), da IgrejaCatlica, o Ministrio Pblico do Trabalho, a Organizao Internacional

    do Trabalho (OIT) e rgos do Governo Federal, denunciamque existem entre 25 e 40 mil pessoas escravizadas, atualmente no Brasil.

    O lucro, em todos os tempos e em todos os povos,quando se constitui em critrio e justificativa,

    se alimenta sempre de sangue humano.A escravido uma decorrncia da insacivel

    e inescrupulosa hegemonia do lucro. Ontem e hoje.Na escravido clssica, na escravido africana,

    nesta atual diluda escravido, que pode ser o trabalho infantil

    degradante, ou as maquiladoras nos pores da cidadeou a peonagem flutuante nas fazendas latifundirias.Comprar, vender, roubar vidas humanas

    comrcio natural para quem faz da gannciarazo da prpria vida desumana.

    (Pedro Casaldliga, bispo de So Flix do Araguaia, MT)

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    3 Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho

    ?

    A primeira denncia de trabalho escravo, em tempos modernos, no Brasil,foi feita em 1971, por dom Pedro Casaldliga,

    bispo de So Flix do Araguaia (MT), contra fazendeiros da Amaznia.

    Quem escraviza trabalhadores hoje no Brasil sabe que a lei no permite esseabsurdo. Mesmo assim, por querer ter cada vez mais lucros,empresrios e fazendeiros se aproveitam da misria e impem trabalho escravo.

    Foi o caso, por exemplo, da montadora alem Volkswagen, em 1984.A Volks pode ser considerada desinformada? Nunca! No ent anto, naquele ano,

    ela foi denunciada por ut ilizar t rabalho forado em uma fazenda de suapropriedade, no Vale do Rio Crist alino, no sudest e do Par.

    A impunidade tem de acabarO crime do trabalho escravo no foi extinto ainda no Brasilpor causa da impunidade. Ou seja, no acontece nada para

    quem obtm muito lucro utilizando o trabalho escravo. o que apontam juzes, procuradores,

    entidades como a CPT e pesquisadores sobre o assunto.Existem propostas para que isso mude.

    H uma proposta de mudanas na Constituio(Proposta de Emenda Constitucional PEC)a PEC de nmero 438, do ano de 2001.J foi aprovada pelo Senado Federal e, tambm, em primeira votao

    na Cmara dos Deput ados, em Braslia, em 11 de agosto de 2004.

    Agora s falta ser aprovado numa segunda votao, na Cmara.Este projeto no tem meias-palavras:

    tira as terras de quem utiliza o trabalho escravo.

    A palavra exata CONFISCO.

    Como mudar esta triste histria O que vai mudar esta realidade :

    Uma nova atitude de toda a sociedade.

    A nossa voz denunciando o trabalho feitode sangue, humilhao e dor.

    A exigncia por parte da sociedadede queos responsveis sejam presos.

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    Era um sistema de exploraoe opresso total

    OBrasil foi um dos ltimos pa-

    ses do mundo a abolir, a tornarilegal o trabalho escravo. Nos

    livros de Histria conta-se que a escra-vido acabou em 1888, no final da pocado Imprio. Na verdade, no foi bem as-sim. Mesmo depois do fim da lei que ga-rantia o direito de ter escravos, milhesde antigos escravos continuaram a ser

    tratados como se a escravido no t ivesseacabado.

    Durante trezentos anos...depois da chegada dos portugueses ao

    nosso Pas, milhes de escravos e escravasforam trazidos da frica para trabalharno Brasil. Eram homens, mulheres, velhose crianas, caados como animais e arran-

    Os compradores queriama fora de trabalho daqueles escravos...

    cados fora das suas aldeias, principal-mente na costa ocidental da frica.

    Esses homens e mulheres de cornegra eram capturados, tirados de suastribos, de suas crenas, de seus costu-mes.

    Acorrentados pelo pescoo, eram ar-rastados at as praias da costa africana, jogados em pequenos cubculos dentro

    de navios. Esses navios ficaram conhe-cidos como navios negreiros.

    Muitos morriam durante a travessia doAtlnt ico. Os que chegavam eram vendidosno mercado de escravos, igual a animais. Oque contava para o comprador eram osdentes, a fora muscular, a grossura dotornozelo e dos punhos.

    Com seu suor, estes escravosplan-taram cana-de-acar, cortaram rvoresde Pau-Brasil, criavam gado e exploraramminas de ouro.

    Criaram a riqueza do Brasil. Mas oresultado do seu t rabalho no ficava comeles. Ia tudo para as mos dos donos por-tugueses. Eles eram os senhores abso-

    lutos.

    Os homens e mulheres negros eramvendidos nos mercados como animais.Do cais do porto eram levados para tra-balhar nas minas e em fazendas de a-car. Trabalhavam at 18 horas por dia,sem feriado ou descanso.

    Em troca recebiam uma comida mi-servel e um pedao de cho para dor-

    mir. Viviam maltrapilhos e sujos.

    queriam lucrosAssim a gente v que... os escravos eram os trabalhadores daquela poca

    !

    A escravido no Brasil, ontem

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    A resistncia nos Quilombos

    Castigos e chicotadas para os rebeldes...

    Para que t rabalhassem mais, os homense as mulheres eram aoitados peloscapatazes. O grande estudioso da nossa his-

    tria, Darcy Ribeiro, no seu livro O PovoBrasileiro, escreve que toda semana os es-cravos recebiam um castigo. Era para alert-los e ensin-los a no pensar em fuga.

    O senhor de escravos mandava darum castigo que servisse de exemplo paratodos os outros companheiros. Mandava

    cortar os dedos, quebrar os dentes e quei-mar os seios das mulheres e muitas vezesamarrava o escravo no pelourinho paralevar chicotadas.

    No sculo XVI a revolta dos escravoscomeou a crescer e a se organizar. As-sim, em muitas Provncias do Pas, co-mearam a nascer QUILOMBOS. Esteseram formados por negros que fugiamdas fazendas dos colonizadores e criavamsua nova vida no mato.

    Queriam uma vida sem donos,sem escravido.Criaram verdadeiras cidades.

    Organizadas livremente por elesmesmos. Uma nova sociedadecom suas prprias leis.

    L o trabalho no era mais no sistema de escravido.

    Nos Quilombos se trabalhava conjuntamente e para toda a comunidade.Ningum explorava ningum.E no havia o homem branco de chicote na mo.

    No Brasil inteiro se criaram milha-res de Quilombos, como refgio de es-cravos fugidos das fazendas. Seus mo-

    radores eram chamados de Quilombolas.O que resistiu mais tempo e ficoumais famoso foi o de Palmares.

    Era localizado entre Pernambuco eAlagoas.

    Comeou a se formar no comeodos anos 1600. Durou quase um sculo.

    Chegou a ter 30 mil habitantes.Vamos lembrar que Salvador, nesta poca,

    tinha 15 mil habitantes e Recife 10 mil.Essa mult ido de escravos e escra-

    vas, que fugiam das fazendas, criouuma forte organizao interna. A terraera coletiva, mas cada um tinha seupedao de terra.

    Os portugueses, donos das terrasdo Brasil, naquele tempo, tentaramde tudo para esmagar esta experincia

    de liberdade. Foram mais de 16 expedi-es do Exrcito de Portugal e duas ho-landesas, que tentaram destruir o Qui-lombo dos Palmares.

    Aps 50 anos de tentativas, em1695, conseguiram acabar com Pal-mares.Mataram todo mundo.

    Entre os lutadores deste Quilombo,os mais conhecidos foram:

    em sua homenagem que o 20 denovembro o Dia da Conscincia Negra.

    Quilombo dos Palmares... o mais conhecido

    Escravos e escravas no aceitavam esta situao calados.Revoltas isoladas estouravam a toda hora.

    Ganga Zumba, Dandrae Zumbi

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    O Balaio chegou! O Balaio chegou.Cad branco? No h mais branco!

    No h mais sinh!

    Balaiada: Resistncia popular

    no Maranho

    (Cantiga dos Balaios)

    No foi s aqui no Maranho que

    ocorreu uma revolta deste tipo. A Ba-laiada foi uma das cinco principais re-voltas, em vrias provncias do Pas,no sculo XIX.

    Estas revoltas ficaram conhecidas

    com o nome de Cabanagem (PA),Sabinada (BA), Farroupilha (RS)e Praieira (PE).

    O exemplo da luta dos escravos no Maranho

    No Maranho, quase 170 anos atrs... os escravos tambm se organizaramcontra a escravido.

    Fizeram uma grande revoltaconhecida como A Balaiada.

    A Balaiada comeou no dia 13 de dezem-bro de 1838 e teve como centro o Mara-

    nho, mas tambm se estendeu ao Piau.O Maranho era um grande produtorde algodo e de acar. Naquele ano opreo destes produtos baixou no mercadointernacional. Para os t rabalhadores escra-vos a vida ficou mais dura ainda.

    Nesta poca havia umas brigas entreos dois grupos que dirigiam a vida da

    Provncia do Maranho.Os Cabanos eram a favor do governo

    portugus.E os Bem-te-viseram de oposio.Os escravos aproveitaram a briga ent re

    os dois grupos e provocaram uma granderebelio que escapou ao cont role dos doisgrupos polticos.

    Nesta revolta se juntaram negros,ndios e pobres livres mestios.

    Chegaram a formar quilombos de 3 mil pessoas.Criaram sua tropa para se defender dos Cabanos

    e dos Bem-te-vis. Era um exrcito de negros e escravos.No quilombo de Lagoa Amarela, Cosme Bento lutou

    para estabelecer uma escola de ler e escrever

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    Alm dele houve outros lderes popu-lares, como o vaqueiro Raimundo GomesVieira Juta, o Cara Preta, e o ex-escravoCosme Bento das Chagas.

    Os chamados balaios chegaram a orga-nizar um governo independente quandoocuparam o vale do Itapicuru, incluindoa Vila de Caxias.

    A revolta foi conhecida como a Balaiadapor causa de um dos seus lderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira,

    fabricante de cestos e balaios, apelidado de Balaio.

    O movimento acabou em janeiro de 1841.Manoel Francisco, o Balaio, foi morto na luta.

    Cosme Bento foi preso e enforcado.Raimundo Gomes rendeu-se,

    mas morreu quando era levadopara So Paulo.

    Foram quase trs anos de revolta.

    O governo imperial quis sufocar de uma vez o movimento.Nomeou presidente da Provncia e comandante-das-armas

    o coronel Lus Alves de Lima e Silva,mais tarde conhecido como Duque de Caxias.

    A represso foi sangrenta.Houve milhares de mortos.

    A revolta da Balaiadaatingiu boa partedo Estado do Maranho

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    A escravido no Brasil, hoje

    Quando atravessou o rio,o homem virou uma fera com todo mundo.Ele deu uma de gato mesmo. A que a gente foi ver que a histria

    no era mais a que ele falou. O modo de tratamento dele mudou. Estpido, malcriado.

    No era mais aquela pessoa que a gente conhecia em Cana Brava. Mudou totalmente.

    A, quando chegou em Barreiras de Campos, pior ainda.

    Depoimento de trabalhador escravizado, no livroPisando fora daprpria sombra, de Ricardo Rezende Figueira.

    Vocno temdireito a nadaVoc no podesair quando quiser

    Voc no podebeber gua potvel quando tiver sedeVocno podeescolher o que fazer depois do trabalho

    Voc s deve trabalhare obedecer ordensVoc est sob a vigilnciade homens armados

    Vejamos como o Ministrio do Trabalho e a OIT definem o trabalho escravo:

    O Ministrio do Trabalho,na Instruo Normativa n1, de 1994, assim define a moderna escravido:

    Condio anloga de escravoque se d atravs de fraude, dvidae reteno de salrios e documentos,ameaa e violncia.

    A Organizao Internacional do Trabalho - OIT,na Conveno n 29, de 1930, assim define o trabalho escravo:

    Trabalho forado todo trabalho ou servioexigido sob ameaa de sanoe para qual no se tenha oferecidoespontaneamente.

    assim...a vida de milhares de homens e mulheres hoje no Brasil

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    Hoje...

    estamos no sculo 21.J se passaram 116 anos da assinatura da Lei urea,aquela que tirou da lei a permisso do trabalho escravo,

    mas o Brasil continua tendo a vergonhado trabalho escravo.

    Vejamos como isto acontece

    A lei no permite mais essa barba-ridade. Existe apenas o interesse desu-mano de donos de terras ou de negciosque s querem saber dos seus lucros.

    So grandes fazendeiros que no

    esto preocupados com o ser humano,mas somente em aumentar suas fazendas

    e seus ganhos. Para isso, eles continuamusando trabalho escravo.

    H tambm grandes indstrias que seaproveitam de produtos em insumosprovenientes do trabalho escravo..

    uma situao de trabalho muitoparecida com aquela da ant iga escravido.

    Mais de um sculo depois do fim oficial da escravido,o Brasil ainda no se livrou da mentalidade da escravido.

    Na situao de escravo, o trabalhador...

    No pode deixar o local onde est trabalhando,porque o patro inventa que h dvidas a pagar.

    Todo o seu salrio tirado pelo fazendeiro.Seus documentos so segurados pela empresa ou fazenda.No tem como voltar para sua casa,

    pois no tem dinheiro para o transporte.

    Violncia fsica e ameaas so praticadas

    pelo dono da empresa ou seus comandados.

    A escravido de hoje a reduo do trabalhador condio semelhante do antigo escravo.

    Tudo isso, na maioria das vezes, feito atravs de paus-mandados dos patresque so apresentados como seguranas ou fiscais.

    Na verdade so capangas que andam armados

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    Como o trabalhador, hoje,

    levado para o cativeiroOs fazendeiros contratam um tipode empreiteiros, conhecidos co-mogatos. Estes viajam de cidadeem cidade procura da sua presa.

    Os gatos procuram caar os futuros es-cravos longe do local de onde ele ir tra-balhar. Assim mais fcil esconder a verdade

    e o trabalhador no tem como fugir.

    sempre a mesma histria jogada noouvido de quem est desesperado poremprego, salrio e algo para comer. Pro-metem um bom trabalho, salrio alto egarantido, alojamento e alimentao boae adequada e j oferecem um adianta-mento em dinheiro para ningum se atre-

    ver a dizer no.

    Eu aceito

    Uma oferta que parece to boa se-guida de uma rpida resposta: aceito.Hoje no so mais os navios negreiros.

    No seu lugar entra o transporte rodo-virio, que pode ser um nibus velho ou

    um caminho, o famoso pau-de-arara.A viagem dura. A iluso de umtrabalho bom esconde a realidade, mesmoque a histria comece a mudar j durantea viagem.

    Quem antes oferecia trabalho digno, agora fecha a cara,fala bravo e j avisa que o transporte e a alimentao

    da viagem vo para a caderneta das dvidas.

    assim que...os trabalhadores se tornam escravos sem saber.

    Quando chegam nos locais de trabalho a histria muda

    Agora...o trabalhador j comea a trabalhar nas derrubadas das matas,nas lavouras de algodo, nas plantaes de cana-de-acar e de frutas,na limpeza de pastos, no conserto de cerca, nos garimpos e nas carvoarias.

    ...e j comea devendo.

    esta a resposta que o gatoespera do trabalhador desesperado.

    ! assim que comea a escravido de hoje

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    Velha e nova escravido

    O trabalhador se torna escravo de uma dvidaque ele no fez.

    Desse jeito...Os trabalhadores no podem sair de onde estosem antes pagar a dvida com o empregador.E a dvida aumenta a cada dia de trabalho.Quanto mais permanecem na fazenda, mais a dvida cresce.

    O padre Ricardo Rezende Figueira,no seu livro Pisando fora da prpria sombra,

    uma pesquisa sobre o trabalho escravo no Sul do Par,diz que a escravido por dvida, no Brasil contemporneo,

    muito parecida com a velha forma de escravido.

    como se o trabalhador entrasseem outro pas. Um Pas que no existeem nenhum mapa.

    Uma terra sem lei, sob a canga da ex-plorao at a ltima gota de sangue.

    A arapuca do trabalho escravo se fazde vrias formas.O trabalhador tem que pagar tudo. O

    alojamento. A comida.Os equipamentos (faces, foices, mo-

    tosserras, entre outros).

    E at botas, luvas e chapus.Tudo vai parar no caderno do gato.

    Como as fazendas ficam distant es dascidades e de out ros locais de comrcio, otrabalhador acaba comprando tudo o que

    precisa por l mesmo.So os produtos de higiene pessoal,remdios, pilhas, cigarro e out ras coisasno sistema de barraco. Ou seja, emlojas improvisadas dentro das prprias fa-zendas, onde tudo mais caro.

    Da porteira para dentro, o trabalhador perde a sua liberdade.Perde o direito garantido no artigo 5, ttulo II,da Constituio Federal que diz:

    Vejamos as armadilhas

    Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza,garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas

    a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana....

    para pegar o escravo

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    Com o aumento da dvida com o gato ou diretamente com o fazendeiro,o trabalhador no pode sair da fazenda nem para visitar a famlia.

    Desse jeito...o trabalhador fica sob a vigilncia e a ameaade homens armados.

    A escravido por dvida no Brasil contemporneorepete a mesma escravidoda poca quando ainda a escravido dos negros era permit ida.

    E hoje, como ontem...

    A ordem no deixar fugir,perseguir, punir e at...

    matar quem tentar sair das fazendas

    a moderna escravido se mantm

    por meio de ameaas, do medo,da punio, da surra e at do assassinato

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    Trabalhador tratado pior do que gadoGrande parte da mo-de-obra recrutada pelos gatos

    vai trabalhar na derrubada de matas para criao de pastos.

    A vida do gado desses pastos melhor do que a dos trabalhadores escravizados. O gadorecebe tratamento de primeira.

    e o trabalhador jogado em alojamentos fedidos e sujos. O gado alimentado com raes balanceadas.

    e o trabalhador come at comida estragada e com vermes O gadorecebe vacinao com controle computadorizado.

    e o trabalhador doente jogado em estradas longe das fazendas.

    Vejamos o depoimento para a revista Problemas Brasileiros do maranhense

    Manuel, que trabalhava numa fazenda na AmazniaFizeram aude para o gado beber e ns bebamos e usvamos tambm.

    O fiscal de servio andava armado.

    Se o pessoal quisesse ir embora sem terminar a tarefa,eles ameaavam, e a o sujeito voltava

    Ele t rabalhava de domingo a domingo, sem pagamento, em t roca apenas de arroz,feijo e lona para dormir. Os gatos informavam a Manuel que ele e os outroscompanheiros tinham comido o pagamento. Para ter dinheiro, ele teria de

    trabalhar mais. Eles dizem que a lei no ent ra na fazenda.

    Apesar de todo o terror, Manuel conseguiu escaparda fazenda onde era escravizado

    e fez a denncia para garantir os seus direitos

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    O Estado do Maranho um Estado de economia sobretudo agrria.

    Nosso Estado tem vrios recursos naturais. Temos muitos rios.E temos boas condies do solo.

    Hoje, 32% do territrio maranhense utilizado para a agricultura.

    Segundo estudo do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica),de 1996, a populao urbana e a do campo so quase do mesmo tamanho

    - 2.711.557 (51,92%) moram nas regies urbanas

    - 2.511.008 (48,08%), nos campos maranhenses.

    O Trabalho Escravo

    no Estado do MaranhoMeu verso rastro, singelo e sem graaNo entra na praa, no rico salo

    Meu verso s entra no campo e na roa Nas pobre paioa, da serra ao serto

    (Poeta da Roa, Patativa do Assar)

    Hoje, o Maranho est sentindo as conseqncias

    da entrada do sistema capitalista no campo.No Sul do Estado se formaram grandes plantaes de soja,que produzem grandes riquezas, mas pouqussimos empregos.

    O Maranho fica no oitavo lugar doBrasil e o segundo da regio Nordeste, emtamanho de t erritrio. Sua extenso de333.365,6 km2.

    OMaranho, por exemplo, maior do quea Itlia e a Inglaterra e pouco inferior ao Japo.

    A explorao da terra por grandes

    empresas um fenmeno recente noEstado. At a dcada de 40, o total de reaque estava nas mos de particulares era de10%. A grande parte do territrio, aindanaquela poca, constitua-se em terrasdevolutas, ou seja, terras de propriedade

    do Estado e de frent e de expanso cam-ponesa.

    De 1970 para c aparecem falsos donosdaquelas terras. Antes elas pertenciamao Estado e agora caem facilmente nasmos de grandes proprietrios. o quese chama de grilagem. Ou seja, terras p-

    blicas que passam a ter falsos donos.A origem dos trabalhadores do campovem de descendentes de t ribos indigenas,de escravos trazidos da frica, de qui-lombolas, de catadores de produtos dafloresta, de ribeirinhos, entre outros.

    Quem faz a festa com essa imensa riqueza... so os exportadores.

    De novo.. . a concentrao da riqueza nas mos de poucos!

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    A Comisso Pastoral da Terra (CPT) do Maranho diz que:

    As vrias polticas de desenvolvimento do Estadofavoreceram grandes indstrias e latifndios.

    Com a chegadas das grandes empresas do Sul e do Centro-Oeste,veio junto a grilagem tambm. Ou seja, muitas dessas empresasse apropriaram de terras que no eram delas. Terras griladas.

    Os camponeses foram cada vez mais empurradospara fora dos campos maranhenses,sem alternativa de sobrevivncia.

    A terra onde o campons podia produzir algopara si e suas famlia ficou reduzida

    a 30 metros ao longo de rodovias.

    as 14 maiores propriedades controlam

    um milho e 600 mil hectares de terras.por outro lado...mais de 70% das propriedades rurais esto

    abaixo de cinco hectares. So muito pequenas.

    Esta a origemda escravido

    O Maranho um Estado

    onde h...umaenorme cercaSo as cercas

    dos latifndios empurrandoos trabalhadores rurais nasgarras do trabalho escravo.

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    Maranho: Triste trofu de exportador de escravos

    O Estado do Maranho ganha o trofu de uma triste disputa: o campeo de exportao de mo-de-obra escrava.

    Nossos trabalhadores maranhenses so levados como escravospara todo o Brasil, principalmente para o sul do Par.

    O segundo Estado que mais exporta escravos o nosso vizinho Piau.Aqui, como l, a mesma pobreza, fome e misria.

    o Maranho no s exportamas tambm explora mo-de-obra escrava

    A OIT (Organizao Internacional do Trabalho) informa que...

    Quase 40%de todo o trabalho escravo utilizado

    no Brasil vem do Maranho

    A maior part e dessa mo-de-obra vai parar nas grandes fazendas e latifndiosdo Par, que utiliza 60% do trabalho escravizado no Pas.

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    Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho 18

    Brasiliano, maranhense de Pinheiro,depois de uma noite perigosa de fuga do

    trabalho escravo, chegou a Rio Maria,no Par, onde contou seu sofrimento.Havia sido contratado em Araguana,Tocantins, pelo gato Z do Tombo, emagosto de 1995. Como no tinha di-nheiro, Z do Tombo lhe adiantou 20reais para o hotel e comprar miudezas.

    Com outros 18 jovens do Maranhoe Piau, Brasiliano viajou para a fazendano municpio de Xinguara. Iam receber50 reais por alqueire e a comida era degraa. Na fazenda, encontraram outros45 homens. A alegria da viagem, aesperana de ganhar dinheiro, de vercoisa nova e boa, desapareceu. Pela carados outros homens, o grupo do Brasiliano

    percebeu que tinha se enrolado.A juquira no rendia, era mais difcil

    do que pensavam. A comida no prestava.O preo da cantina do gato era umabsurdo. Um comprimido para dor custava4 reais e meio, enquanto na rua era 80centavos; o sabonete 2 reais, na rua 30centavos; a barra de sabo 1 real, na rua25 centavos; o par de botinas 18 reais,na rua 8 reais, a dvida s crescia.

    Quanto mais trabalhavam, maisdeviam. Pior ainda era o medo. Eles nopodiam nem ir ao mato fazer precisocom calma, pois eram vigiados peloscapangas da fazenda.

    Naquele sofrimento, Brasiliano aindaouviu histria de pees que tentaram fugire foram mortos. Apesar do medo, o rapazdecidiu fugir e o amigo Nonato foi junto.

    Numa noite sem lua, deixando asredes atadas para no despertar sus-

    peitas, os dois enfrentaram a mata. Semlanterna, se perderam e acabaram sen-do descobertos pelo gato. Brasilianoconsegiu fugir de novo, perdendo a ca-misa e as sandlias. Fugiu s de caloe, infelizmente, Nonato ficou para trs.De longe, ouviu tiros. Naquele momentoimaginou que seu amigo poderia j estar

    morto. Caminhou muito, passou fome,bebeu gua podre e se machucou atconseguir alcanar a estrada e pegaruma carona.

    Felizmente, Brasiliano chegou at

    a Vila Boa Esperana. L, foi diretoprocurar o Sindicato dos TrabalharesRurais para contar sua histria e

    pedir ajuda.

    Os companheiros do Sindicato pro-videnciaram um bom prato de comidapara Brasiliano e depois foram juntosinformar as autoridades competen-tes sobre o acontecido, inclusivedenunciar a possvel morte de seuamigo.

    Em seguida, Brasiliano e dezenasde trabalhadores, com a ajuda dosindicato, moveram uma ao traba-lhista contra o gato e o fazendeiro.

    Meses depois, mediante acordo na

    Justia, receberam boa parte do que

    tinham ganhado na fazenda, e cadaum voltou para casa levando um poucode dinheiro para sua famlia. O fazen-deiro e o gato responderam a pro-cesso crime na Justia.

    O caso de Brasiliano: um maranhense escravizado

    (Relato extrado do panfleto da Campanha da CPT contra a escravido no BrasilDe Olhos abertos para no acabar escravo)

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    19 Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho

    Principais direitos do Trabalhador

    e da Trabalhadora RuralVamos relembrar um pouco da nossa HistriaOs trabalhadores e as trabalhadoras, no Brasil,sempre lutaram para ter direitos no trabalho.Foi muito difcil, mas aps mais de 40 anos de luta,o Governo de Getlio Vargas foi forado a concedero que hoje chamamos de Leis Trabalhistas.

    Para alcanar essa vi t ria, homens e mulheres t iveram

    que fazer muitas greves, manifestaes.Muitos foram perseguidos, presos, torturados e at mortos.

    Em 1943, foi assinada a CLT,a Consolidao das Leis Trabalhistas

    Os trabalhadores rurais no foram includos na CLT

    Lembramos: Esta vitria no caiu do cu. No veio de mo beijada.Custou muita lutados trabalhadores rurais.

    Em 1988, com a nova Constituio Federal, as Leis Trabalhistas passaram a valer

    tambm para os trabalhadores e as trabalhadoras rurais

    Vejamos os principais direitos trabalhistas hojeI ndeni zao em caso de demisso de forma arbit rria e sem justa causa.Seguro-desemprego, em caso de demisso involuntria, durante trs mesesFundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS) para quem demitido.O salrio no poder ser reduzido, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo.Ningum pode receber menos do que o salrio mnimo.Dcimo terceiro salrio com base no salrio integral.Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.

    Horas extraordinrias pagas com, no mnimo, 50% a mais do que no horrio normal.Frias anuais de 30 dias, com pagamento de um tero a mais do que o salrio normal.Licena gestante para a trabalhadora, com a durao de 120 dias.Garantia de emprego gestante e pagamento integral do salrio da licena.Licena paternidade de cinco dias.Pagamento de adicional para as atividades penosas, insalubres ou perigosas.Direito aposentadoria.

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    MUI TO IMPORTANTE:Ningum pode trabalhar sem Carteira de Trabalhoassinada. Nela tem de estar escrito:

    O valor do salrioA jornada de trabalhoE todas as informaes sobre o contrato de trabalho

    O empregador no pode ficar com a Carteira Profissionaldo trabalhador ou trabalhadora por mais de 48 horas.

    e... ATENO:

    Vejamos o que garante a Lei 5.889

    1- A jornada de trabalhono pode passar de oito horas dirias ou 44 horassemanais

    2- obrigatrio descanso de uma hora para repouso ou alimentaoem jornada de durao superior a seis horas

    3- O intervalo mnimo entre uma jornada e outra de 11 horas

    4- Trabalho noturno tem de se pago com 25% de acrscimo Trabalho noturno na lavoura das 9h da noite at 5h da manhTrabalho noturno na pecuria das 8h da noite at s 4h da manhATENO: proibido trabalho noturno para menores de 18 anos

    5- Moradia:O desconto pela ocupao de moradia de at 20% do salrio6- Alimentao:S pode ser descontado pela alimentao at 25% do salrio

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    mas... ateno moradia e alimentao!1. A moradia deve ter dormitrio, cozinha e sanitrio com boailuminao, ventilao e gua potvel. E s pode ser usada por uma famlia.

    2. O alojamento deve ter camas ou beliches bons, deve ter armrios paracada trabalhador, rede eltrica segura, iluminao. Os banheiros precisam terportas, sanitrios e tm de ser limpos todos os dias. Devem, tambm,ser separados por sexo,

    3. O refeitrio precisa ser coberto, ter mesas e bancos, lavatrios, pisobom, ter ventilao. E estar em perfeito estado de limpeza.

    4. A alimentao tem de ser de boa qualidade, farta e sadia.

    E se o trabalhador rural for enganado...tem at cinco anos para exigir, na Justia,direitos que no foram pagos.E prazo de at dois anos aps o trmino do contrato.

    Quanto ao trabalho dos menores... proibido qualquer tipo de trabalho

    para os menores de 14 anos.

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    Vamos entender melhor alguns direitosque muitos patres desrespeitam

    FriasTem direito a frias de 30 dias quem estiver trabalhandopara o mesmo empregador durante um ano. Veja como esse direito:O empregador dever avisar ao trabalhador a data das suas frias 30 dias antesAs frias devem ser pagas dois dias antes de o trabalhador comear as frias

    O trabalhador deve colocar a data e assinar o contracheque das frias

    Acidente do TrabalhoQuando ocorre um acidente com o trabalhador deve ser feita a CAT, Comunicao deAcidente do Trabalho. Essa comunicao tem de ser entregue ao trabalhador acidentado

    (ou seus familiares), ao sindicato dos trabalhadores rurais e ao INSS. Em 24 horas!

    Dcimo terceiro salrioA primeira parcela deve ser paga de fevereiro a 30 de novembro.

    A segunda parcela do dcimo terceiro deve ser paga at 20 de dezembro.

    Adicional de insalubridadeDeve ser pago para quem trabalha em atividades insalubres.

    O valor de 10%, 20% e 30% do salrio mnimo, conforme o nvel de insalubridade.

    Adicional de periculosidade de 30% do salrio base e para quem exercer funo periculosa. Ateno: o mesmo trabalhador no pode receber os dois adicionais.

    AposentadoriaPor idade: 60 anos para homem e 55 para mulher.

    Por tempo de servio: 35 anos de trabalho para homem e 30 anos de trabalho para mulher

    Pagamento do salrioO salrio tem de ser pago at o quinto dia til de cada ms.O pagamento deve ser feito com a entrega, por parte do empregador, de um contracheque(ou holerite) para o trabalhador. Esse contracheque deve ter as seguintes informaes:valor do salrio base, valor das horas extras quando forem feitas, valor do FGTS, descontos.

    Alguns direitos e as

    Normas Regulamentadoras1

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    ATENO... Ganhar por fora est por fora!Tudo o que o trabalhador ganhar pelo trabalho realizado deve constar

    no contracheque. Ganhar por fora prejudica trabalhadores e trabalhadorasna hora do pagamento das horas extras, das frias,

    do dcimo terceiro salrio e at na hora da aposentadoria.

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    23 Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho

    Direitos estabelecidos pelasNormas Regulamentadoras Rurais NRRs

    Uma NRR uma lei especial que regulamenta algum pontode uma profisso ou um trabalho especfico.

    NRR n1 Institui normas de Segurana e de Higiene do Trabalho Rural.

    NRR n 2 Determina que em propriedade rural com 100 ou mais trabalhadores sejaformado o Servi o Especializado em Preveno de Acidentes do Trabalho Rural (SEPATR).

    NRR n 3 - Determina que o empregador tem de fornecer de graa equipamento deproteo individual (EPI ) para preservar e proteger a vida do t rabalhador e da t rabalhadora.Esse EPI pode ser vrias coisas, como: capas, capacete, chapu, bon, prot etoresfaciais, viseiras, culos de segurana, mscaras respiratrias, proteo audit iva, aventais,

    jaquetas, mangas, luvas, calas, botas e calados de segurana.

    NRR n 4 Determina que deve ser formada Comisso I nt erna de Preveno deAcidentes (CI PA) em propriedades com 20 ou mais t rabalhadores.

    Sobre o trabalho rural h vrias NRRs. importante conhecer estas normas para exigira sua aplicao atravs dos rgos responsveis

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    Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho 24

    Convenes internacionais da OITO t rabalho escravo alvo de convenes, leis e princpios int ernacionais.

    Conveno n29Em 1930, a Organizao Int ernacional do Trabalho (OI T) apresentoua conveno n 29 sobre o Trabalho Forado, que trata da eliminaodo trabalho forado ou obrigatrio.

    Conveno n105Em 1957, a OI T publ ica a conveno n 105 sobre a Abol io do TrabalhoForado, que probe o uso de toda forma de trabalho forado ou obrigatriocomo meio de coero ou de presso/ educao polt ica.

    Ateno: O Brasil assinou essas duas convenes,isto , se comprometeu a cumpri-las.

    Princpios Fundamentais da OITEm 1998, a OIT faz a declarao sobre os Princpios

    e Direitos Fundamentais no Trabalho.

    Nesta declarao os pases-membro da OIT firmamum compromisso de respeitar, promover e aplicaros princpios fundamentais e direitos no trabalho, como:

    Quais as leis sobre

    o Trabalho Escravo

    11

    22

    H leis nacionais e internacionais que probem o trabalho escravo.Elas so conhecidas como Convenes Internacionais,

    Princpios, Cdigos e Leis. Vamos analisar caso a caso.

    Liberdade de associao e organizao sindical

    Reconhecimento efetivo do direi to de negociao colet ivaEliminao de todas as formas

    de trabalho forado ou obrigatrio

    Abolio do trabalho infantil.

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    25 Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho

    Cdigo Penal Brasileiro

    Artigo 149 , alterado pela Lei 10.803, de dezembro de 2003,

    trata da situao que reduzalgum condio anloga de escravo, quersubmetendo-o a trabalhos forados ou jornadaexaustiva, quer sujeitando-o a condies degradantesde trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,sua locomoo em razo de dvida contradacom o empregador ou preposto.

    33

    crime tambm, com a mesma pena: Impedir o trabalhador de usar qualquer meio de transporte

    a fim de ret-lo no local de trabalho.

    Manter vigi lncia ostensiva no local de t rabalhoou se apoderar de documentos ou objetos pessoaisdo trabalhador, com o fim de ret-lo no local de trabalho.

    Artigo 203, tambm do cdigo penal.Prev pena de deteno de 1 ano a 2 anos, multa,alm de pena correspondente violncia, para dois casos:

    Obrigar algum a usar mercadorias de determinado estabeleciment o,para impossibilitar o desligamento do servio em virtude de dvida;I mpedir algum de se desligar de servios de qualquer natureza,mediante coao ou por meio de retenode seus documentos pessoais ou contratuais.

    Artigo 207 , alterado pela Lei n 9.777, de dezembro de 1998.

    Estabelece pena de 1 a 3 anos e multa para quemalicia trabalhadores, com o fim de lev-los

    de uma para outra locali dade do terri t rio nacional.

    A pena para esse crime derecluso, de 2 a 8 anos, e multa,alm da pena correspondente violncia

    Este o crime de aliciar para escravizar

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    Constituio Federal44 A Constituio Federal do Brasil a lei mxima do pas

    No seu captulo 1, garante

    a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho

    No artigo 5 , diz:Todos so iguais perante a lei, sem distino dequalquer natureza, garantindo-se aos brasileirose aos estrangeiros, residentes no Pasa inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade...

    Consolidao das Leis do TrabalhoNo artigo 462

    A Consolidao das Leis do Trabalho, CLT,probe o sistema segundo o qual o empregador mantmo empregado no trabalho em servido por dvida.

    Plano Nacional de Combate ao Trabalho Escravo Em maro de 2004, o governo brasileiro assumiu oficialmente,

    perante a Organizao das Naes Unidas (ONU), que aindaexistem situaes de trabalho escravo no Brasil.

    No dia 11 de maro, de 2003 , o Governo lanou oPlano Nacional de erradicao do Trabalho Escravocom 76 medidas.

    Entre estas medidas, est a que impede proprietriosque utilizam o trabalho escravo a ter acesso a linhasde crdito e incentivos fiscais da Sudene, Sudam,Banco da Amaznia, Banco do Nordeste,Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico

    e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econmica Federal.

    No dia 31 de julho de 2003, o Governo criou a ComissoNacional de Erradicao do Trabalho Escravo-CONATRAE

    No dia 18 de novembro de 2003, e novamente em26 de julho de 2004 o Governo federal divulgou uma

    lista suja das empresas e fazendeiros que utilizammo-de-obra escrava. Na primeira havia 52 empresase na segunda 49. A lista ser atualizada a cada seis meses.

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    55

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    Qual o papel da SociedadeO papel de cada um de ns no combate

    ao trabalho escravo muito importante.

    A sociedade, eu, voc, ns,precisamos denunciar a escravizao nos campospara os rgos do Governo, a CPT e organizaes

    que existem para combater o trabalho escravo

    e...mais e mais homens, mulheres e crianascontinuaro sendo escravizados, continuaro trabalhando por um prato de comida estragada,

    por um pedao de cho para dormir.

    E... vivendo sem dignidade humana.Enquanto isso...a mo que escraviza

    continuar impune e cada vez mais rica,cada vez mais cheia de dinheiro.

    No podemos aceitar...que num Brasil como o nosso, abenoado por uma naturezamaravilhosa,com tanta terra, com um povo trabalhador,

    existam empresas e fazendeirosque no respeitem a vida humana

    Se ficarmos calados,se ficarmos de olhos fechados,

    se ficarmos mudos e cegos...

    as barbaridades continuaro

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    Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho 28

    O trabalhador que cair na armadilha do trabalho escravoou qualquer pessoa que souber da prtica deste crime

    deve fazer a denncia a qualquer uma destas entidades

    Como denunciar

    o trabalho escravo

    Delegacia Regional do Trabalho ( DRT)Comisso Pastoral da Terra ( CPT)

    Centro de Defesa de AailndiaSindicato de Trabalhadores Rurais

    Polcia Rodoviria FederalPolcia Federal ( PF)

    Ministrio Pblico Estadual

    Quando constatada o crimedo trabalho escravo...

    O Grupo de Fiscalizao s pode ir embora depois...de registrar a infrao, conforme a lei.

    os fiscais libertam imediatamente os trabalhadoresali encontrados e o proprietrio obrigado

    a pagar todos os direitos trabalhistas.

    Essas entidades encaminharo suas denncias

    para a Fiscalizao Mvel do Ministriodo Trabalho e do Emprego ( MTE) .

    Esta, junto com o Ministrio Pblico do Trabalhoe a Polcia Federal, organizar

    a operao de fiscalizao.

    Vai levantar as condies s quaisesto submetidos os trabalhadoresda propriedade denunciada.

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    29 Erradicao do Trabalho Escravo no Maranho

    Telefones teis

    cada um carregue estes telefones

    Polcia Rodoviria Federal - (98) 221-2547Polcia Federal ( PF)

    Ministrio Pblico Estadual - (98) 219-1600Delegacia Regional do Trabalho/ MA - (98) 213-1965 e 213-1950 So Lus:Av. Mal Castelo Branco, 789, So Francisco, CEP 65.076-091

    Subdelegacia de Bacabal (99) 621-2873 e 621-2683(Av. Get lio Vargas, 890 Centro CEP 65.700-000)

    Subdelegacia de Imperatriz(99) 525-3315 e 525-3090)(Rua Gonalves Dias, 206 Centro CEP 65.900-210)

    Procuradoria Regional do Trabalho/ MA - (98) 235-3850Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Aailndia(99) 538-2383

    Comisso Pastoral da Terra/ MA - em So Lus(98) 222-4243- em Balsas (98) 541-2843

    Federao dos Trabalhadores na Agricultura/ MA Fetaema(98) 232-6172 e 232-6721

    Procuradoria da Repblica do Maranho (98) 232-1555Coordenao Nacional do Grupo Especial de Fiscalizao Mvel

    (61) 317-6176 / 317-6435

    Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Balsas: (99) 541-2338

    e...passe adiante

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    Cuidados com a armadilha

    do trabalho escravoOtrabalhador e a trabalhadoraprecisam tomar muito cuidadopara no cair na armadilha dotrabalho escravo.

    Os gatos tm boa lbia e jogam coma necessidade do trabalhador, cansado de

    tanta inj ust ia e desigualdade.

    Eis as dicas prticas para o trabalhadorno cair no trabalho escravo.

    Levante o mximo de informao sobre o trabalho oferecidoPegue o nome do fazendeiro e do gato ( empreiteiro)Pegue o nome e o endereo ( localidade) da fazendaAcerte o tempo de durao do trabalho e j marque a data de retornoPea, com detalhes, o tipo de atividade a ser desenvolvidaDeixe todas essas informaes com os familiares, amigos, vizinhos.

    E tambm com o Sindicato dos trabalhadores rurais, associaes, etc.

    Exija do gato um contrato de trabalho por escrito e carteira assinadaApresente o contrato de trabalho ao sindicato dos trabalhadores rurais oude sua categoria

    No aceite trabalho de qualquer pessoa, sem saber muito bem quem ela

    Exija a certido liberatria da DRT/ MA

    Mas...mesmo assim, mesmo com tantos

    problemas, com ameaas de vida, ainda melhor garantir a vida e a dignidadeda pessoa humana.

    melhor para cada pessoa e para

    todo o Maranho.

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    e no esquea...nmeros dos telefones no bolso!

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    DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO NO MARANHO

    TERMO DE DENNCIA TRABALHO RURAL

    Dados da Propriedade:

    Nome do proprietrio:............................................................................. .......................

    Nome do estabelecimento:...............................................................................................

    Endereo:......................................................................................................................

    Ponto de referncia:.......................................................................................................

    Caractersticas da contratao:Foram contratados por um gato: ( ) sim ( ) noForam contratados em qual municpio:.............................................................................Meio de transporte ut ilizado: nibus ( ) caminho ( ) outro ( )Salrio prometido:

    Caractersticas do Alojamento:Barraco aberto coberto de lona? sim ( ) no ( )Barraco de madeira coberto de telhas? sim ( ) no ( )gua potvel? sim ( ) no ( )Famlias dormem junt o com os demais t rabalhadores? sim ( ) no ( )

    Armas? sim ( ) no ( ) Trabalhadores so vigiados: sim ( ) no ( )Outras:

    Caractersticas do Trabalho:Atividade desenvolvida pelos trabalhadores:......................................................................Recebem equipament os de proteo ? sim ( ) no ( )Caso positivo, quais?.............................................................Horrio de trabalho: das .... ... ... s.... ... ...Quando se acident am so socorridos? sim ( ) no ( )Intervalo para almoo: das .......... s..........No local de trabalho h gua potvel para beber? sim ( ) no ( )

    Podem sair nos fins de semana? sim ( ) no ( )Qual a origem dos trabalhadores? Maranho ( ) Out ro Estado ( )

    Remunerao e descontosA carteira de trabalho foi assinada? sim ( ) no ( )A alimentao descontada do salrio? sim ( ) no ( )Recebem salrios pelo menos uma vez por ms?sim ( ) no ( )H caderneta de anotaes da cantina? sim ( ) no ( )So vendidas bebidas alcolicas ? sim ( ) no ( )Os equipamentos de proteo: chapu, luva, botas etc so descontados do salrio? sim ( ) no ( )Outras:

    InformanteH informant e disposto a acompanhar a equipe de fiscalizao? sim ( ) no ( )Caso positivo, no citar por escrito o nome, mas instruir como encontr-lo:Outras informaes:

    Encaminhar via fax (98) 2277064 ou atravs de pessoa da sua confiana.

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    Fontes de pesquisa- FIGUEIRA, Ricardo Rezende. Pisando fora da prpria sombra. CivilizaoBrasileira, So Paulo, 2004

    - RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. Companhia das Letras. 1997

    - VV.AA. Trabalho Escravo no Brasil Contemporneo. Edies Loyola, So Paulo,1999

    - SAKAMOTO, Leonardo. Reportagem Nova Servido. Publicada em ProblemasBrasileiros, 2002

    - BRETON, Binka Le. Vidas Roubadas, a escravido moderna na Amaznia

    brasileira. Ed. CPT/ Loyola, So Paulo 2002Pesquisas em portais na internet:

    - Revista Problemas Brasileiros

    - Brasil de Fato

    - Revista Sem Front eiras

    - Agncia de Notcias ADITAL

    - Rede Social de Just ia e Direitos Humanos

    - Projeto Vida de Negro - PVN

    - Centro de Cultura Negra do Maranho (CCN-MA)

    - Agncia Carta Maior

    - Organizao Internacional do Trabalho - OIT

    - Observatrio Social- Comisso Pastoral da Terra - Secretaria Nacional

    - Revista Tipiti - Revista Eletrnica das ONGs do Maranho

    - ONG Reprter Brasil

    - Ministrio do Trabalho e Emprego

    - Ministrio Pblico do Trabalho

    - Portal Nacional de Direito do Trabalho

    - Secretaria de Inspeo do Trabalho

    - Secretaria Especial dos Direitos Humanos

    - Procuradoria Federal dos Direitos do Cidado

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    1 Erradiao do Trabalho Escravo n o Brasil

    Caderno de Formao

    Erradicao do Trabalho Escravo

    no MaranhoFrum Estadual de Erradicaodo Trabalho Escravo no Maranho

    Av. Mal. Cast elo Branco, 789,

    So Francisco - Cep. 65.076-09

    So Luiz MA 70.300-968

    Tel-fax: (98) 213-1965 e 213-1950

    E-mail:[email protected]

    Outubro/ 2004

    Frum Estadual de Erradicao

    do Trabalho Escravo no Maranho

    FOREM/ MA

    Delegacia Regional do Trabalho

    no Estado do Maranho DRT/ MA

    Procuradoria do Trabalho da 16 Reg.

    Procuradoria da Repblica no MA

    Trib. Regional do Trabalho da 16 Reg.

    Superint. da Polcia Federal-MA

    Superint. da Polcia Rodoviria

    Federal do Maranho

    Procuradoria Geral de Just ia do MA

    IBAMA So Luis e Imperatriz

    INSS So Luis e Imperatriz

    OAB/ MA

    INCRA/ MA

    Escola Agrotcnica Fed. de So Luis/ MA

    Unive rsidade Fede ral do Maranho

    Centro de Defe sa da Vida e dos

    Di re i t o s Humanos de Aailndia - MA

    Centro de Cultura Negra / MA

    Comisso Pastoral da Terra / MA

    Federao dos Trabalhadores na

    Agricultura do Estado do Maranho

    Soc. Maranhense dos Direi tos HumanosCons . Est. do Trabalho CONSET/ MA

    Gerncia de Estado

    de Desenvolvimento Social GDS

    Insti tuto de Capacitao Comunitria

    Frum Carajs

    Pesquisa e RedaoRosngela Ribeiro Gil

    ColaboradoresCent ro de Defesa da Vida e dos Direit os

    Humanos de Aailndia

    Grupo de Fiscalizao Rural da DR/ MA

    CPT Nacion al

    Projeto Editorial GrficoNcleo Pirat ininga de Comunicao - NPC

    EdioCludia Sant iago -MTB 14915

    Fotografia

    Joo Robert o Ripper e Samuel Tosta

    RevisoSandra Pssaro

    Produo GrficaDeisedris de Carvalho

    Tiragem10.000 exemplares

    Distribuio Gratuita

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    1 Erradiao do Trabalho Escravo n o Brasil

    Mensagem

    do Delegado do TrabalhoPrezados maranhenses,

    Essa cart ilha uma das peas de campanha do Frum Estadual de

    Erradicao do Trabalho Escravo, que composto por vrias inst ituies

    pblicas e civis e coordenado pelaDelegacia Regional do Trabalho no

    Maranho. Faz parte does foro do Governo fede ral para acabar de ve z

    com o trabalho escravo e todas as outras formas que no garantam a

    dignidade e a liberdade do trabalhador.

    Todas as denncias que chegam

    DRT so apuradas, com o cuidado de

    no expor a vida da pessoa que

    denuncia.Para ent rar em cont ato com a

    gente fcil. Vejam os t elefones da DRT e

    parceiros na pgina 30 desta Cart ilha.

    Estamos disposio de t odo t rabalhador e

    de toda trabalhadora.

    O trabalho e scravo, no nosso Estado e no nosso Pas, s vai acabar

    quando a Justia reinar e a misria for expulsa da nossa sociedade.

    Quando for fe ita a reforma Agrria e todo homem e mulher puderem

    trabalhar e ganhar decentemente para viver bem com sua famlia.

    Enquanto isso vamos combater a impunidade.Vamos acabar com at ranqilidade de quem acha que nunca vai ser punido, faa o que faa.

    O t rabalho escravo vai acabar quando todos os proprietrios rurais que se

    valem desse tipo de horror forem devidamente punidos.

    O trabalho no pode signifi car dor, morte, muti lao, doenas ou

    perigos.

    O trabalho deve ser fonte de vida, de dignidade e de respei to.

    Ubirajara do Pindar Almeida SousaDelegado Regional do Trabalho do Maranho

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    1 Erradiao do Trabalho Escravo n o Brasil

    Apoios:

    Pior do que no conseguir trabalho

    no conseguir sair dele

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    TrabalhoEscravo

    no Maranho

    Frum Estadual de Erradicao