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Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
SEG - Sistema Embrapa de Gestão
Macroprograma 1
Grandes Desafios Nacionais
Projeto em Rede
Anexo do Plano Gerencial
Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da agropecuária
brasileira
Identificação do Líder do Projeto em Rede
Nome: Patrícia Perondi Anchão Oliveira
Unidade de origem: CPPSE
E-mail: [email protected]
Telefone: (16) 3411-5632
Chamada
Chamada: Chamada 01/2009 PAC-EMBRAPA-Priodidades / Macroprograma 1 / 3.4.12
Efeitos das mudanças climáticas globais nos sistemas produtivos, seqüestro de carbono
e emi / Plano Gerencial MP-1
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PROJETO - Descrição
Caracterização do Problema Focalizado pelo Projeto em Rede
O agronegócio nacional responde por importante parte da economia brasileira,
representando 25,4% do PIB brasileiro, sendo que somente a pecuária respondeu por
7,5% do PIB no ano de 2008 (CEPEA, 2010). A produção pecuária brasileira, além de
atender ao mercado interno, ainda vem contribuindo muito para a estabilização
econômica e social do país, revestindo o setor de grande importância. O Brasil se
consolidou nas últimas décadas como o detentor do maior rebanho comercial do mundo
e se destaca no cenário mundial com as exportações de carne, sendo esperado para os
próximos anos aumento significativo na produção de carne, tanto de ruminantes quanto
de monogástricos (AGE/MAPA).
De acordo com a FAO, a produção de proteína animal é responsável por cerca de 1,3
bilhões de postos de trabalho e se constitui em um dos principais meios de subsistência
para cerca de 1 bilhão de pessoas, principalmente nos países mais pobres (FAO, 2006).
Dessa forma, muito embora existam setores de maior expressão econômica, em uma
avaliação global, a produção animal sempre teve uma importância social e política muito
grande. Essas características vêm se acentuando nas últimas décadas, à medida que as
produções primárias (agropecuária) têm se estabelecido e crescido vigorosamente nos
países em desenvolvimento.
Essa migração da produção de proteínas animais para os países em desenvolvimento
é uma tendência apontada por organismos internacionais que vem se consolidando ao
longo das últimas décadas (FAO, 2004). A Figura 1 mostra os dados recentes e as
projeções da distribuição de produção de carnes no mundo.
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Fig. 1 - Produção de carnes em milhões de toneladas entre 1980 e 2030 (Adaptado de
dados da FAO).
Embora no Brasil, a produção extensiva de bovinos de corte ainda seja uma atividade
altamente difundida em praticamente todas as regiões, a suinocultura e a avicultura
vêm ao longo dos anos se consolidando e conquistando mais espaço, apresentando,
além de um crescimento expressivo no número de efetivos, uma expansão dos
rebanhos industriais para regiões aonde, até então, essas produções eram menos
tradicionais (Sudeste e Centro-Oeste). O aumento da produção de monogástricos é uma
tendência mundial por apresentar maior rendimento e por poder ser implantada em
unidades confinadas, demandando menores áreas (Figura 2).
* Valores projetados
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Países em desenvolvimento Países desenvolvidos
Fig. 2 – Produção de ruminantes x monogástricos em milhões de toneladas
(Adaptado de dados da FAO)
A tendência de crescimento desses setores deverá se intensificar nos próximos anos,
visto que o Brasil é freqüentemente citado como sendo a nação que possui o maior
potencial para suprir a crescente demanda mundial por proteína animal, fruto da junção
de uma série de fatores como o baixo custo de mão de obra, o clima favorável e a farta
disponibilidade de terras (FAO, 2006). Na última década, o País já vem ocupando
posição de destaque no cenário mundial, figurando entre os quatro maiores produtores
nas principais cadeias de produção animal, respondendo por 20,7%, 12,8% e 6,4% da
exportação mundial de aves, bovinos e suínos, respectivamente. Estudos recentes
realizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento apontam que em
2018-2019 as exportações de carnes pelo Brasil poderão representar 60,6%, 89,7% e
21% do comércio mundial de carnes bovina, de frango e suína, respectivamente.
Assim, as perspectivas são de que as produções dessas três commodities reunidas
passarão das atuais 24,6 milhões para 37,2 milhões de toneladas em 2018 (MAPA,
2008). Uma das principais preocupações com relação a esse grande crescimento dos
rebanhos industriais está relacionada aos possíveis impactos ambientais, e isso
certamente colocará em evidência o tratamento dispensado pelo nosso país em relação
às questões ambientais.
* Valores
projetados
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O Brasil já é um importante “player” no mercado mundial de commodities agrícolas e
um país singular quando se considera seu potencial de atendimento da demanda
mundial por alimentos, porque além de possuir a maior área agricultável do mundo,
composta por 76,7 milhões de ha de lavouras e 172,3 milhões de ha de pastagens
(IBGE,2006), possui, também, o maior potencial de crescimento da oferta de produtos
agropecuários sem a necessidade de desmatamento para expansão da fronteira
agropecuária.
O crescimento da oferta de produtos agropecuários brasileiros, mantendo-se a área
agricultável atualmente explorada, pode ocorrer de duas formas: pelo aumento da
produtividade do setor agropecuário, e pela conversão de terras de pastagens para as
outras atividades da agricultura. Ambas as formas podem ser largamente alavancadas
pelo aumento da produtividade da pecuária bovina, principalmente devido à vasta,
desconhecida e mal explorada área de pastagem degradada do Brasil, ocupada por
rebanhos com índices zootécnicos, que melhoraram nas últimas décadas (taxa de
desfrute, produção de carne/ha), mas que ainda são inadequados, especialmente
quando se considera a lotação animal média das pastagens ocupadas pelos rebanhos
brasileiros.
Sendo assim, o aumento da produtividade da pecuária está inicialmente relacionado
com o aumento da produção das pastagens, e posteriormente relacionado com a
melhoria dos índices zootécnicos e de genética animal, além da adequação das
questões nutricionais do rebanho brasileiro. Esse aumento de produtividade poderá
ocorrer de forma acentuada, caso haja incentivos para a recuperação de pastagens
degradadas, visando melhor exploração das áreas de pastagens, e incentivos para a
adoção de sistemas de produção melhorados e já consagradas pelo setor técnico.
Os sistemas de produção pecuários, desenvolvidos pelas instituições de pesquisa
brasileiras, sejam confinados ou não, adotam formas mais racionais de produção. Estes
sistemas contemplam boas práticas pecuárias, mecanismos de desenvolvimento limpo,
e colocam à disposição do setor produtivo pacotes tecnológicos que permitem o
aumento da produtividade, concomitantemente aos respeitos ambiental e social. Por
isso, acredita-se, que a adoção dos sistemas de produção melhorados, especialmente
os integrados, e a recuperação e intensificação das pastagens possuam também um
potencial de mitigação dos impactos ambientais das emissões gases de efeito estufa.
Segundo Cerri et al., 2009, a agropecuária bem praticada tem potencial siginificativo de
redução de emissões de GEE.
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Dentre os desequilíbrios ambientais da atualidade relacionados às mudanças
climáticas, a degradação das áreas agricultáveis é um dos pontos mais importantes,
porque provoca a compactação, a falta de aeração dos solos diminuindo a infiltração de
água e aumentando a possibilidade de emissão de gases de efeito estufa, além de o
solo descoberto favorecer o aumento da amplitude térmica que acelera ainda mais o
processo de degradação (Primavesi, 2007). A degradação das pastagens tem sido
apontada como a principal problemática ambiental da pecuária nacional (Zen et al.,
2008). A falta de correção do solo, de fertilização de manutenção, de controle da
erosão associado ao manejo inadequado da planta forrageira tem levado à degradação
de milhões de hectares de pastagens (Oliveira, 2007). Na década de 90, Zimmer et al.,
1994, já chamavam a atenção para o fato de que 30 milhões de hectares de pastagens
de capim-brachiaria estavam degradados e necessitavam de recuperação. Atualmente
existem autores compilando informações de que 80% das pastagens cultivadas estão
estabelecidas em solos degradados (Kluthcouski e Aidar, 2003). Barcellos e Vilela,
2001, também fizeram projeções de que cerca de 80% das áreas com pastagens
cultivadas apresentam algum grau de degradação. Entretanto, a estimativa do valor
correto da área de pastagens degradadas no Brasil é desconhecido e seu conhecimento
é imprescindível e fundamental para o planejamento da agricultura brasileira, fato que
estimulou a construção de um projeto componente abordando a interface entre as
geotecnologias e as pastagens.
A recuperação e intensificação dessas áreas de pastagens, bem como a adoção de
sistemas integrados como a lavoura-pecuária, os sistemas silvipastoris e os sistemas
agrossilvipastoris, permitem aumentar a capacidade de suporte animal e evita a
necessidade de novas áreas destinadas à exploração com pastagens (Oliveira, 2007).
Esse fato pode evitar a pressão de desmatamento sobre a floresta, permitir a
diversificação das propriedades pecuárias, disponibilizar áreas para agricultura e
agroenergia, colocar produtos pecuários mais próximos dos centros consumidores, além
de melhorar a imagem nacional e internacional da pecuária brasileira, desgastada
especialmente pela associação entre pecuária, desmantamento, emissão de gases de
efeito estufa e mudanças climáticas. Em 2008 o CEPEA publicou o estudo “Pecuária de
corte brasileira: impactos ambientais e emissões de gases efeito estufa (GEE)”
elaborado por Zen et al., 2008, no qual são relatados os principais problemas apontados
pelos pesquisadores: a degradação dos sistemas ambientais, a degradação do solo, a
emissão de gases de efeito estufa e a poluição de recursos hídricos. Com exceção da
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última, a subutilização dos recursos naturais (baixa concentração animal) é a principal
responsável pelas externalidades negativas da atividade pecuária. Quanto à emissão de
GEE, a pecuária contribui com cerca de 16% do total, segunda maior. O estudo ainda
enfatiza que, apesar de grande emissora, a pecuária mostra ter um grande potencial de
sequestro de carbono, através de pastagens bem manejadas.
Devido aos acordos internacionais e para contrapor as barreiras não-tarifárias criou-
se uma demanda do governo no sentido de avaliar a emissão de gases na atmosfera,
por meio de inventários em várias escalas de abordagem municipais, estaduais e
nacionais. No mês de Abril de 2009 a revista “Pesquisa FAPESP” veiculou o artigo
“Pastagem contra o aquecimento global” escrito por Marcos Oliveira. Nesse artigo
vários pesquisadores (Odo Primavesi, Magda de Lima, Rosa Shiraishi Frighetto, João
José Demarchi e Alexandre Berndt) que atuam na área expõem a problemática da parte
ambiental da pecuária nacional, e novamente enfatizam as vantagens da recuperação e
intensificação das pastagens como forma de mitigar os impactos ambientais. Nesse
artigo a Dra. Magda Lima da EMBRAPA Meio Ambiente chama a atenção para uma
necessidade de pesquisa muito importante, a avaliação concomitante e integrada dos
vários processos relacionados com emissão e mitigação dos gases de efeito estufa.
Segundo suas palavras “No Brasil ainda não existem estudos quantitativos, com base
experimental, sobre o balanço de carbono, integrando a quantificação de gases
(metano, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio) e sumidouros de carbono nos
diferentes compartimentos dos sistemas de produção pecuária, o que dificulta a
comparação entre os diferentes sistemas de produção atualmente utilizados quanto ao
seu potencial de mitigação”.
As informações gerais e os valores preliminares do Segundo Inventário Brasileiro
das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (BRASIL, 2009)
estimaram a emissão total de gases de efeito estufa brasileira para o ano de 2005 de
2.203.362 Gg CO2eq., sendo a agricultura responsável por 22% das emissões e a
mudança no uso da terra responsável por 57,5%. A emissão de CO2 da agropecuária foi
de 0,9% e da mudança do uso da terra foi de 76,3%. A emissão de metano da
agricultura foi de 71%, composta principalmente pela emissão entérica com 63,3%
(54,1% pelo gado de corte, 7,4% pelo gado leiteiro e 1,9% pelas outras espécies)
seguida pela emissão do manejo dos dejetos animais com 5,5%. O manejo da emissão
de dejetos animais é um fato associado à criação de animais em confinamentos,
especialmente suínos, aves e bovinos. As emissões de óxido nitroso pela agropecuária
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representam 90,6% das emissões nacionais e são provenientes principalmente da
emissão dos solos. Apesar das baixas emissões por unidade de área, como a área de
pastagens no país é muito grande, esta representa cerca de 39,4% das emissões pela
agropecuária.
A emissão entérica de metano, processo natural e intrínseco aos ruminantes,
tendem a acompanhar o crescimento do rebanho e é o que vem ocorrendo, no Primeiro
Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, as emissões
totais de metano da pecuária foram estimadas em 9,1 Tg, sendo 8,8 Tg de origem
entérica e 0,3 Tg do manejo de dejetos animais. Para o ano de 2005, as informações
preliminares do Segundo Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de
Gases de Efeito Estufa (2009) consideram de 12 Tg as emissões de origem entérica.
Além do deslocamento geográfico, o perfil da produção de carnes no mundo
também tem sofrido grandes transformações. Entre 1982 e 1997, o número de granjas
nos Estados Unidos diminuiu 51%, enquanto que a produção animal aumentou 10%
(Gollehon et al., 2001). No Brasil ocorre fenômeno semelhante; de acordo com Miranda
(2005), em pouco mais de 20 anos (entre 1985 e 2003), foi verificada uma redução de
69% no número de produtores de suínos no estado de Santa Catarina (maior rebanho
do Brasil), sendo que nesse mesmo período, o número do efetivo de animais aumentou
75,1%. Esses dados evidenciam o aumento na escala da produção, ou seja, o número
de animais alojados por unidade produtiva vem crescendo de forma expressiva,
aumentando a complexidade do manejo dos resíduos gerados nas granjas e agravando
os problemas ambientais nas regiões de alta concentração de animais.
A contribuição das emissões de gases de efeito estufa provenientes da
agropecuária, especialmente se consideradas as emissões pela mudança no uso da
terra, associado à necessidade de exportações da agropecuária e a pequena quantidade
de resultados levantados no Brasil, colocam o país numa situação muito frágil quando
se considera a necessidade de acordos internacionais dentro de normas e convenções
para a sustenção das exportações, tornando necessários investimentos tanto de
recursos financeiros, quanto de capital humano para pesquisa nessa área.
Durante a 15ª Conferência das Partes, COP15, realizada de 07 a 18 de dezembro de
2009, para as negociações globais em mudanças de clima, o Brasil apresentou
voluntariamente as ações nacionais apropriadas de mitigação (NAMAs), as quais
estabelecem redução de 36,1% a 38,9% das emissões projetadas para 2020. Dentre
tais NAMAs, algumas estão ligadas diretamente à mitigação das emissões de gases de
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efeito estufa relacionadas à atividade pecuária, tais como a recuperação de pastagens,
com a redução de 83 a 104 milhões de toneladas de CO2 equivalente, integração
lavoura-pecuária, com a redução de 18 a 22 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
A melhoria da pecuária também pode suportar parte da redução da emissão por meio da
diminuição da emissão proveniente do desmatamento na Amazônia, no qual o Brasil se
comprometeu a reduzir 564 milhões de toneladas de CO2 equivalente, e do Cerrado, no
qual o Brasil se comprometeu a reduzir a emissão em 104 milhões de toneladas de CO2
equivalente; e em menor escala na redução das emissões pelo uso de plantas fixadoras
de N atmosférico.
Em 2006 a FAO, no artigo “A grande sombra da pecuária”, divulgou que a pecuária
é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa, respondendo por 18% das emissões
mundiais de gases de efeito estufa. Segundo Steinfeld et al., 2006, os bovinos seriam
responsáveis por 9% das emissões de dióxido de carbono (CO2), entre 35 e 40% das
emissões de metano (CH4) e 65% do óxido nitroso (N2O), este último com potencial de
aquecimento 296 vezes maior que o CO2. A repercussão desses estudos preocupou os
segmentos da pecuária nacional e a comunidade científica, que começaram a mobilizar
ações de questionamento e estudo da problemática.
Recentemente, a FAO, 2009, veiculou o artigo “Grasslands: Enabling their potential
to contirbute to greenhouse gas mitigation” em que os pesquisadores sugerem que as
pastagens manejadas adequadamente seriam capazes de sequestrar grandes
quantidades de carbono, realizando a mitigação a custos relativamente baixos, e
inclusive superando as emissões de metano dos sistemas de produção. Entretanto,
poucos são os resultados nacionais (Segnini, et al., 2007; Fernandes, 2010) para as
pastagens intensivas e para os sistemas integrados (ILP, silvipastoril, agrossilvipastoril)
nesse assunto. Existe a necessidade de resultados de pesquisa obtidos de forma a
considerar o balanço entre as emissões de GEE e o sequestro de C, que levantem, de
forma assertiva e incisiva, a existência ou não desse pretenso potencial de mitigação
dos sistemas pecuários melhorados. Para isso se torna necessário a execução de
estudos multidisciplinares para a avaliação do balanço entre as emissões de GEE e o
sequestro de C em pastagens degradadas, em pastagens recuperadas e intensificadas
em diferentes níveis de uso e nos sistemas integrados de produção, no sentido de
verificar o melhor equílibrio entre os malefícios ambientais das emissões de gases de
efeito estufa e os benefícios do sequestro de C, e consequente mitigação dos gases de
efeito estufa, tanto pela pastagem como pela inclusão do componente arbóreo.
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Também o melhor manejo das áreas com pastagens nativas podem contribuir para
promover a sustentabilidade da produção animal preservando a biodiversidade local,
além de contribuir para a preservação de importantes biomas brasileiros, como o
Pantanal, a Caatinga e a região dos Pampas.
Assim, o projeto pretende estimar a participação dos sistemas de produção
agropecuários na dinâmica de gases de efeito estufa visando subsidiar políticas públicas
e alternativas de mitigação. Os sistemas não confinados (extensivo, intensivo, ILP,
silvipastoril, agrosilvipastoril, e sistemas tradicionais, como criações no Pantanal,
Pampa, Caatinga e Ilha de Marajó) serão avaliados de maneira comparativa, tendo como
controle positivo a vegetação natural (florestas e vegetações características de cada
região) e como controle negativo, a pastagem degradada. Os sistemas confinados e
formas alternativas de tratamento de resíduos também serão avaliados para as criações
de suínos, de aves, de bovinos leiteiros e de corte.
Essas avaliações estão bastante aderidas ao PDE da Embrapa e atendem aos
objetivos gerais de garantir a competitividade e a sustentabilidade da agricultura
brasileira, visando o desenvolvimento de metodologias que permitam detectar, avaliar e
mitigar riscos ambientais, e para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia
da qualidade, da segurança e da rastreabilidade de produtos da pecuária, possibilatando
a oferta de produtos seguros e ambientalmente corretos para o mercado nacional e
internacional. Os resultados a serem obtidos no projeto são uma demanda atual de
várias redes de pesquisa e dos Inventários de Emissão e Remoções Antrópicas de Gases
de Efeito Estufa em diversas escalas de abordagem (municipal, estadual e nacional).
Além disso, caso haja balanço positivo, os créditos de carbono decorrentes da
recuperação e intensificação de pastagens, da adoção de sistemas integrados e
sustentáveis e da adoção de sistemas alternativos de tratamento de dejetos animais
poderão, inclusive, gerar renda ao produtor rural e ajudar no cumprimento das NAMAs ,
na preservação das vegetações naturais (florestas, pastagens nativas) e dos biomas em
que elas estão inclusas.
A construção de uma rede para abordar o tema proposto por este projeto é
explicada pela:
necessidade de projetos componentes multidisciplinares repetidos de forma
espaço-temporal para tratar a complexicidade dos estudos simultâneos nos
compartimentos “solo-planta-animal-atmosfera” e suas relações com as
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questões econômicas, ambientais e temporais presentes nos diferentes sistemas
de produção da agropecuária brasileira;
a imprescindibilidade de se organizar a informação para atender ao público
nacional e internacional, às outras redes de pesquisa, à plataforma de mudanças
climáticas, aos inventários nacionais de emissões e remoções antrópicas de
GEE, provendo resultados em melhor grau de aproximação (tier) evitando o uso
de padrões inadequados (default) para as condições brasileiras.
A estrutura do projeto em rede também será importante para integrar assuntos
de extrema relevância ao tema, como as geotecnologias, a modelagem biofísica, o
avanço conceitual em metodologias correlatas e a abordagem econômica das
questões de emissões e remoções antrópicas de GEE pela agropecuária. Para
responder tais questões foi necessário prever trabalhos complementares, como o
mapeamento das pastagens brasileiras, a adaptação e o desenvolvimento de
modelos para condições brasileiras e o levantamento dos apectos econômicos dos
sistemas produtivos.
Hipóteses ou Questões Técnico-Científicas
Esta proposta pretende estimar a participação dos sistemas de produção
agropecuários na dinâmica de gases de efeito estufa, garantir o armazenamento dos
dados primários de forma organizada, integrada e sistematizada possibilitando o
tratamento dos resultados em macrovisão, por meio de modelagem biofísica e
simulação, construção de cenários econômico-ambientais, e uso de geotecnologias para
espacializar e monitorar os recursos naturais, as atividades antrópicas e suas
conseqüências sobre a superfície terrestre, de forma a subsidiar políticas públicas e
alternativas de mitigação e com isso colaborar com os seguintes questionamentos
técnico-científicos:
A recuperação e intensificação de pastagens podem reduzir o impacto da
produção de bovinos do Brasil, em grande parte decorrente da degradação das
pastagens?
Qual a magnitude das emissões de gases de efeito estufa (N2O, CH4, CO2) nos
diferentes sistemas de produção pecuária baseados em pastagens avaliados?
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Qual a magnitude do sequestro de carbono e o potencial de mitigação dos gases
de efeito estufa pelas pastagens e pelo componente arbóreo nos sistemas de produção
avaliados?
Qual o resultado do balanço entre o acúmulo de C e as emissões de GEE nos
sistemas de produção pecuários brasileiros (extensivo, intensivo, ILP, silvipastoril,
agrossilvipastoril e sistemas com pastagens nativas do Pantanal, Caatinga e Pampa), em
comparação com a vegetação natural e a pastagem degradada?
Existe potencial de mitigação de emissões e/ou seqüestro de C nos sistemas de
produção pecuários melhorados já consolidados e difundidos pela Embrapa e outras
instituições de pesquisa?
Qual a magnitude das emissões de gases de efeito estufa (N2O, CH4, CO2) e
amônia nos diferentes sistemas de produção pecuária de confinamentos de bovinos,
suínos e aves?
Sistema de produçao de proteína de origem animal e vegetal, quando bem
manejados, produzem balanço de carbono negativo?
Ecossistemas pastoris naturais, quando manejados com intensidades de pastejo
moderadas, funcionam como filtros, armazenando carbono no solo?
É possível identificar estratégias de mitigação de metano entérico em ruminantes
relacionadas às práticas de manejo e/ou inclusão de ingredientes e subprodutos em
dietas?
É possível identificar estratégias de manejo alternativo de dejetos de animais
confinados como medidas de mitigação da emissão de gases de efeito estufa?
É possível conhecer a espacialização da dejeção de bovinos de corte em pastagens
e identificar estratégias de manejo de dejetos in situ?
Em termos de armazenamento adequado dos resultados é possível criar um
processo de obtenção e análise de requisitos de dados altamente interativo de forma
incremental, com validações intermediárias e constantes por parte dos clientes?
Quais as arquiteturas de softwares e tecnologias devem ser utilizadas para criar
as interfaces de saída, que contemplem a visualização e a extração de dados pelos
diferentes públicos envolvidos no projeto?
A diversidade dos sistemas de produção pecuária, praticados nas principais regiões
produtoras do país, pode ser determinada com o emprego de dados secundários, por
meio de métodos de análise multivariada?
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Os painéis técnicos com produtores e técnicos regionais permitem a coleta de dados
para caracterizar os sistemas de produção pecuária típicos e fornecer os coeficientes
técnicos e econômicos requeridos para a modelagem matemática desses sistemas?
Qual a influência dos diferentes tipos de sistemas de produção e de tratamento dos
resíduos da pecuária na renda dos produtores e no balanço de gases de efeito estufa?
Há ganhos no balanço de emissões e na renda dos produtores com a introdução de
tecnologias mitigadoras de emissões nos sistemas de produção?
Os sistemas de produção típicos podem ser representados por modelos
matemáticos, e estes se constituem em ferramentas úteis para a avaliação ex-ante do
impacto de tenologias e de políticas públicas que visam à mitigação de gases de efeito
estufa?
Os modelos matemáticos permitem a análise ex-ante do tradeoff entre redução na
renda dos produtores (interesses privados) e melhoria no balanço de emissões
(interesses sociais), a partir da introdução de tecnologias e da aplicação de políticas
com o intuito de mitigar as emissões de gases de efeito estufa?
Os modelos matemáticos permitem a construção de cenários futuros do
comportamento das emissões de gases de efeito estufa pela pecuária brasileira,
segundo diferentes tecnologias sejam incorporadas aos sistemas de produção e políticas
públicas sejam implementadas, o que contribui para o melhor emprego dos recursos
públicos?
É possível realizar a avaliação, adaptação e reparametrização de modelos
matemáticos para estimar o balanço de gases de efeito estufa nos diversos processos
biofísicos que ocorrem em sistemas de produção pecuária?
É possível atualizar o mapa de pastagens cultivadas do Brasil por meio de análise de
imagens do satélite Landsat TM?
É possível caracterizar a dinâmica da vegetação em diferentes sistemas de produção
agropecuários através de dados de sensores remotos? Características distintas desta
dinâmica podem auxiliar na identificação e qualificação de alguns dos sistemas de
produção utilizados no País?
Os padrões de acúmulo de carbono no solo poderão ser definidos pelo uso da
geoestatística?
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Estado da Arte
Pode-se considerar que a rede de pesquisa do projeto PECUS é a continuação de
parte da pesquisa realizada pioneiramente pelo projeto Agrogases, com novo enfoque.
O projeto PECUS está inserido nos objetos de estudo da Plataforma Climática da
Embrapa e possui forte interface com outras redes de pesquisa já estabelecidas (como
as que tratam dos vários níveis de atuação dos sistemas integrados ILP, ILPF, PF, com
o AVISAR, com a Rede SCAF) e com outras redes de pesquisa que estão sendo
articuladas como a Rede Flora e a REMA. Outras redes que estavam sendo elaboradas
como o GEODEGRADE e o RumenGases também foram contempladas pelo projeto. O
projeto PECUS poderá também atender demandas relativas a elaboração dos Inventários
de Emissões e Remoções Antrópicas de GEE.
As alterações climáticas e o aquecimento global continuam a ser tópicos de
debate científico e de interesse público (Snyder et al., 2008). O aumento dos “gases de
efeito estufa” (GEEs) na atmosfera tem sido apontado como uma das prinicipais causas
das mudanças climáticas, porque aumentam o potencial de aquecimento global. O
dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) são os principais GEEs.
A presença de metano e óxido nitroso na atmosfera é menor que a de CO2, mas a
mensuração de seus fluxos de emissão é muito importante devido ao potencial de
promoção do efeito estufa de 23 vezes maior para o metano e de 296 vezes maior para
o óxido nitroso em relação ao CO2 (Snyder et al., 2008).
As estimativas nacionais de emissões e remoções antrópicas de gases de efeito
estufa na agropecuária são muito importantes no cenário ambiental mundial atual, pelo
fato de o Brasil liderar a produção e exportação de vários produtos de origem
agropceuária. No contexto da pecuária, o Brasil ocupa posição de destaque no mundo,
com o maior rebanho comercial bovino, com 171,6 milhões de cabeças (IBGE, 2009) e
detém, aproximadamente, 20% do mercado de carne (USDA, 2009), além de ser o
sexto maior produtor mundial de leite (IBGE, 2009).
A situação do Brasil em termos de emissões é bastante similar à da Nova
Zelândia, tal similaridade pode ser atribuída ao fato dos dois países possuírem grande
aptidão em pecuária baseada na exploração de pastagens. Na Nova Zelândia as
emissões de metano e óxido nitroso representam 49,4% das emissões e são largamente
associadas aos solos agrícolas e à fermentação entérica de metano (Saggar et al.,
2007). As emissões de N2O, que representam menos de 10% do CO2 eq. na maioria
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dos inventários mundiais, na Nova Zelândia são de 17%. O mesmo ocorre com o CH4,
sendo a contribuição por emissão por fermentação entérica neozelândeza de 88%,
comparado com 20% no inventário Global (IPCC, 2001). No Brasil, as informações
gerais e os valores preliminares do Segundo Inventário Brasileiro das Emissões e
Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (2009) estimaram a emissão total de
gases de efeito estufa brasileira para o ano de 2005 de 2.203.362 Gg de CO2 eq.,
sendo a agricultura responsável por 22% das emissões e a mudança no uso da terra
responsável por 57,5%. A emissão de metano da agricultura foi de 71%, composta
principalmente pela emissão entérica com 63,3% (54,1% pelo gado de corte, 7,4%
pelo gado leiteiro e 1,9% pelas outras espécies), seguida pela emissão do manejo dos
dejetos animais com 5,5%. O manejo da emissão de dejetos animais é um fato
associado à criação de animais em confinamentos, especialmente suínos, aves e
bovinos. As emissões de óxido nitroso pela agropecuária representam 90,6% das
emissões nacionais e são provenientes principalmente da emissão dos solos. Apesar das
baixas emissões por unidade de área, como a área de pastagens no país é muito
grande, esta representa cerca de 39,4% das emissões pela agropecuária.
A emissão entérica de metano, processo natural e intrínseco aos ruminantes,
tendem a acompanhar o crescimento do rebanho e é o que vem ocorrendo, no Primeiro
Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, as emissões
totais de metano da pecuária foram estimadas em 9,1 Tg, sendo 8,8 Tg de origem
entérica e 0,3 Tg do manejo de dejetos animais. Para o ano de 2005, as informações
preliminares do Segundo Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de
Gases de Efeito Estufa (2009) consideram de 12 Tg as emissões de origem entérica.
No Brasil existem poucos estudos de emissão de gases de efeito estufa nas
produções de suínos e aves. Entre os poucos trabalhos existentes na área de suínos,
podem ser citados alguns estudos de emissão de gás carbônico em solos adubados com
dejetos de suínos (Giacomini e Aita, 2008), e avaliações de potencial de redução de
emissão através do uso de sistemas de tratamentos, tais como biodigestores (Angonese
et al., 2007), no qual a linha base referencial são os índices do IPCC que são
comparados às emissões de gases produzidos em biodigestores em escala reduzida.
Recentemente, foi realizado um estudo comparativo entre as emissões de gás carbônico
e metano entre a compostagem e a esterqueira (manejo padrão utilizado no País), no
entanto esse trabalho também foi realizado em escala piloto (Sardá et al., 2010). Para a
avicultura, os estudos no Brasil se limitam às avaliações de teores de amônia, o qual
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não é diretamente causador de efeito estufa, em ambientes confinados de aviários
visando a questão do bem estar animal (Owada et al., 2007), e estudos de aditivos que
reduziriam a volatilização desse gás em aviários (Medeiros et al., 2008). Revisão
recente visando traçar estratégias de mitigação de emissões (Cerri et. al., 2010)
considera apenas as emissões dos ruminantes, negligenciando as emissões das outras
espécies, embora o artigo ressalte que, certamente existam medidas mitigadoras que
podem ser implantadas para suínos e aves. Assim, é bastante evidente a carência que
existe no País de informações consistentes sobre a real colaboração da produção
intensiva de suínos e aves na emissão de gases de efeito estufa.
Proporcionalmente à importância das estimativas das emissões e remoções de
GEEs está o grau de complexidade na sua obtenção. Quando consideramos o setor de
pecuária com seus sistemas integrados, a situação é ainda mais complexa, devido à
existência dos componentes animal, lavoura e florestas, exigindo avaliações
simultâneas e multidisciplinares. Considerando a natureza e variabilidade das amostras,
especialmente as gasosas; a necessidade de estudos de longa duração para análises da
dinâmica de C; e a complexidade dos sistemas de produção presentes nesses estudos,
tornam necessários esforços redobrados para diminuir as incertezas dos resultados
gerados. A análise racional dessa situação leva a conclusão de que a grande quantidade
de dados complexos, deve ser tratada de forma adequada quanto à organização, ao
armazenamento, à análise, à espacialização e à divulgação dos mesmos. Estas ações
serão contempladas no PC 9, 10, 11 e 12, visando à obtenção de informações e
resultados precisos e reportáveis.
Segundo Saggar et al. (2007), dados explícitos espacialmente e temporalmente
dos fluxos de emissão de óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) do solo e da emissão
entérica de CH4 são necessários para melhor estimar inventários de emissões e
remoções nacionais ou regionais. Hammond et al., 2009 enfatizam que os inventários
de emissões de GEE são baseados em número de animais, em produção, em cálculos de
produção de metano por ingestão de matéria seca, e que, portanto, a segurança nos
valores utilizados são imprescindíveis para a qualidade dos inventários.
No Brasil, os primeiros trabalhos realizados com animais quanto à emissão de
metano foram realizados na década de 90, naturalmente existindo poucos trabalhos
publicados com animais, tanto em confinamento (Berchielli et al., 2003; Pedreira et al.,
2004; Nascimento, 2007; Oliveira et al., 2007; Possenti et al., 2008) como em
pastejo, com gado de corte (Demarchi et al., 2003) e com gado de leite (Primavesi et
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al., 2004a; Pedreira et al., 2009). Esses estudos, além de pioneiros, são de grande
relevância por terem levantado dados divergentes dos valores de referência do IPCC
(1996), para emissão de metano entérico por bovinos, contribuindo para estimativas
mais realistas da pecuária brasileira. De acordo com Berndt (2010), em revisão sobre
trabalhos realizados no Brasil, a média obtida para emissão de metano foi de 51,5
kg/animal/ano.
Estudos com ruminantes demonstram que a emissão de metano depende da
quantidade de alimento ingerido e da qualidade da dieta, sendo que, geralmente, dietas
com elevada digestibilidade proporcionam maior consumo com menor emissão de
metano por unidade de alimento ingerido do que dietas de baixa qualidade (Pedreira et
al., 2004; Oliveira et al., 2007). Hammond et al., 2009, ressaltaram que fatores
intrínsecos aos animais como a microflora ruminal e mais recentemente a técnica do
SF6 também estão sendo considerados, havendo uma certa controvérsia no meio
científico que carece ainda de elucidações. Esses autores mensuraram a emissão de
metano por mais de 3000 animais, consumindo dietas com azevém de diferentes
composições química, usando a técnica do traçador SF6 e câmaras calorimétricas, e,
após modelagem dos resultados, observaram valores semelhantes de 23,4 ± 5,73 kg
CH4/animal por dia para a técnica do SF6 e 23,1 ± 2,89 kg CH4/animal por dia através
de câmaras calorimétricas, porém com maior variação na técnica do traçador SF6. Os
autores encontraram pouca explicação na variação da emissão individual do metano em
função da composição química da dieta, sendo a ingestão de matéria seca e de suas
frações, mais consistentes na explicação da variação da emissão de CH4, e sugeriram
que fatores como as características individuais dos animais e interações entre os
componentes físicos e químicos da forragem devem ser considerados. Nesse sentido o
Projeto Componente 8 “Avanço conceitual em diagnóstico e estratégias de mitigação de
metano entérico em ruminantes no Brasil” torna-se importante, pois suas atividades
permeiam entre os projetos componentes 2 a 7, que estudarão a dinâmica de GEE em
sistemas de produção presentes nos Biomas representativos do Brasil, na tentativa de
elucidar questões atuais da pesquisa com metano entérico.
Projeções de Barioni et al. (2007), sobre as emissões de metano pela pecuária de
corte brasileira, no período de 2007 a 2025, indicam substancial melhoria na eficiência
de produção de carne, com aumentos de 7,4% no rebanho nacional e de 29,3% no
número de abates, proporcionando um aumento de 25,4% na produção de carne e de
apenas 2,9% na emissão de metano, refletindo em uma diminuição de 18% na emissão
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de metano por unidade de carne produzida. Essas projeções pressupõem a utilização de
tecnologias apropriadas de manejo em sistemas de produção da agropecuária.
De Klein and Ledgard (2005), citados por Saggar et al., 2007, colocam a
importância da deposição da urina dos ruminantes no processo de emissão de óxido
nitroso. Já para as fezes Saggar et al., 2007, enfatiza que o N depositado na superfície
do solo pelas fezes está na forma orgânica e sofre baixa mineralização, resultando em
emissões irrelevantes de N2O. Quanto ao óxido nitroso, as dejeções de bovinos em
pastagens brasileiras são responsáveis por 39,4% das emissões antrópicas desse gás
(BRASIL, 2009), sendo que as perdas de N pela urina são maiores do que pelas fezes
(FERREIRA, 1995). De acordo com Saggar et al. (2007), a variabilidade espacial e
temporal das emissões de óxido nitroso são atribuídas à excreção errática dos dejetos
animais, à heterogeneidade espacial dos solos, ao pisoteio animal e compactação
superficial do solo pós pastejo e, às características naturais dos processos de emissão
de N2O ; além do uso de fertilizantes nitrogenados (LIMA, 2006). Os padrões de
distribuição das dejeções nas pastagens (BRAZ et al., 2003; FERREIRA et al., 2004;
MARCHESIN, 2005) podem dificultar a obtenção de estimativas de emissão precisas,
devido a falta de representatividade da área amostrada. De acordo com revisão de
Berndt (2010), as emissões de óxido nitroso, em pastagens dos biomas Cerrado e Mata
Atlântica, são bem menores do que o IPCC sugere. Conforme há a intensificação do uso
das pastagens aumenta a importância das emissões de N2O devido ao maior acúmulo de
dejeções, especialmente a urina, ao aumento no uso de fertilizantes nitrogenados e, em
casos isolados, ao uso de irrigação de pastagens. Nesse ponto, torna-se estratégica a
atividade de caracterização da distribuição geoespacial de fezes e excretas bovinas em
sistema de pastejo intensivo, do plano de ação “Utilização de besouros coprófagos na
mitigação da emissão de gases de efeito estufa (GEE) em áreas de pastagens”.
Um dos focos desse projeto é a hipótese de que a recuperação direta das
pastagens (Oliveira, 2007), e a adoção do manejo intensivo das pastagens e dos
sistemas integrados (ILP, Silvipastoril e agrossilvipastoril) proporcionem um grande
potencial de mitigação dos gases de efeito estufa, devido à elevada produção de massa
de forragem das gramíneas tropicais com eficiência de uso de fertilizantes nitrogenados,
ao acúmulo de matéria-orgânica no solo dos sistemas de pastagens recuperados e
intensificados (Oliveira et.al., 2007; Segnini et. al., 2007; Primavesi, 2007), e à
introdução do componente arbóreo, reconhecido pelo potencial de sequestro de carbono
e mitigação dos gases de efeito estufa. Suporta essa hipótese um número razoável de
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estudos sobre ecossistemas de pastagens nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata
Atlântica, considerando os estoques de C no solo em comparação à vegetação nativa,
indicando que, de modo geral, solos sob pastagem podem acumular C em níveis
semelhantes ou superiores à vegetação nativa, e que a degradação das pastagens
promove perda do C acumulado (CERRI et al., 2006; JANTALIA et al., 2006; Segnini et
al., 2007). Fisher et al. (2007), em revisão de estudos sobre C no solo, em pastagens
introduzidas nas regiões savânicas de Brasil e Colômbia, no período de 1998 a 2004,
observaram que as taxas de deposição de liteira eram subestimadas e,
consequentemente, a produtividade primária líquida e o potencial de mitigação de GEEs.
Tal idéia vai ao encontro do exposto no artigo “Grasslands: enabling their potential to
contribute to greenhouse gas mitigation” veiculado pela FAO, 2009. Nesse artigo os
autores sugerem que existe um potencial técnico de mitigação dos GEEs pelas
pastagens maior que as emissões de metano oriundas dos animais ruminantes e de suas
dejeções.
Estudos com diversas variações de sistemas de integração lavoura-pecuária-
floresta demonstram que o componente florestal propicia inúmeros benefícios que
refletem em melhoria na eficiência de uso da terra (CARVALHO et al., 2001; MACEDO,
2009). Entretanto, são os impactos positivos em variáveis microclimáticas e no
sequestro de carbono que ampliam as possibilidades de uso em cenários de mudanças
climáticas. Sistemas pastoris com 250 a 350 árvores de eucalipto/ha, planejados para
corte das árvores aos oito a doze anos de idade, são capazes de produzir 25 m3/ha/ano
de madeira (OFUGI et al., 2008), o que corresponde a um sequestro anual de cerca de
5 t/ha de C ou 18 t/ha de CO2 eq., e equivale à neutralização da emissão de GEEs de
cerca de 12 bovinos adultos. Entretanto, estudos avaliando o balanço de C nesses
sistemas são escassos no Brasil. Os projetos componentes 2 a 7 dos Biomas, possuem
atividade comum que tem como objetivo preencher esta lacuna.
Em estudo recente, Saggar et al. (2007), mensuraram o fluxo de emissão de GEE
durante dois anos em pastagens neozelandesas e concluíram que as pastagens
funcionaram como um dreno para o metano, com remoção anual de C na forma de CH4
de 0,64±0,14 Kg/ha e argumentaram que, apesar de as pastagens funcionarem como
um dreno para o metano atmosférico, o “New Zeland`s Greenhouse Gas
Inventory/2006” não considera esses valores. Situação semelhante ocorre no Brasil,
mas revestida de maior problemática, devido aos poucos estudos existentes e a
precariedade de infra-estrutura e organização do capital humano envolvido e/ou
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interessado em iniciar trabalhos com esses temas. Apesar dos altos investimentos em
capital financeiro, articulação de equipes, e estruturação de laboratórios, de equipes de
pesquisadores e dos sistemas de produção propostos nos projetos componentes de
número 2 a 7, tais investimentos serão de grande valia para o avanço da pesquisa
nacional nesse tema. Vale ressaltar que a adesão dos pesquisadores à Rede Pecus, e o
entendimento entre eles até o presente momento foi muito superior às expectativas
iniciais, não havendo sequer uma equipe que discordasse do uso comum dos resultados
obtidos organizados em Banco de Dados a ser estruturado (BD-Pecus). Essa situação
consiste em excelente oportunidade para a organização da rede.
Em 2009, na Conferência das Partes (COP-15) sobre mudança do clima, que
ocorreu em Copenhague, na Dinamarca, o Brasil se destacou com avançadas propostas
voluntárias de “Ações de Mitigação Nacionalmente Adequadas” (NAMAs, da sigla em
inglês), com as seguintes metas para 2020, para o setor “agropecuária”: reduções de
83 a 104 Mt de CO2eq com recuperação de pastos, de 18 a 22 Mt de CO2eq com
integração lavoura-pecuária, de 16 a 20 Mt de CO2eq com plantio direto e de 16 a 20
Mt de CO2 eq. com fixação biológica de N (BRASIL, 2010). De acordo com estudo de
Cerri et al. (2010), essas metas são passíveis de serem atingidas com as tecnologias
disponíveis atualmente, entretanto, são necessários estudos mais aprofundados para
quantificar as emissões e o potencial de mitigação de GEEs dessas tecnologias, para
melhor embasar as políticas públicas e orientar a cadeia produtiva.
A obtenção adequada dos resultados prevê a necessidade de padronização e
organização dos dados coletados com máxima automação possível, e a partir desta
organização a disponibilização dos dados para todas as entidades que irão utilizá-los
para análises ou relatórios. O sucesso desta ação depende, além do uso de tecnologias
adequadas para coleta, armazenamento e disponibilização de dados, do
comprometimento dos demais projetos componentes em alimentarem e usarem os
dados mantidos pelo Banco de Dados Pecus (BD-PECUS). Visando garantir e tornar a
inserção e uso dos dados o mais transparente possível, está previsto a concepção de
uma política de dados, contemplando normas elaboradas em comum acordo com todos
os demais membros do projeto, para tal fim. Segundo Cohn (2005) e Shore (2007) para
situações com as características deste projeto, onde todas as fases estão interligadas,
faz-se necessário as interações frequentes com os clientes e o uso de métodos ágeis de
desenvolvimento de software como alternativa mais adequada. Métodos ágeis
enfatizam comunicações em tempo real, preferencialmente face a face, a documentos
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escritos. A maioria dos componentes de um grupo ágil deve estar agrupada em uma
sala ou laboratório. Isto inclui todas as pessoas necessárias para construir o software.
No mínimo, isto inclui os desenvolvedores e os clientes, aqueles que definem o produto,
que tomam decisões sobre o que é necessário programar (Martin, 2002). Maiores
detalhes sobre o estado da arte sobre a construção de banco de dados, da arquitetura e
dos serviços WEB a serem usados podem ser consultados no PC 9 “BD-Pecus:
Plataforma de tecnologia da informação para a organização, integração, sistematização
e extração de dados relacionados à quantificação da emissão de gases de efeito estufa
nos sistemas de produção agropecuária”.
O desenvolvimento, a adaptação ou prolongamento de modelos matemáticos
baseados em processos para estimar o balanço líquido de gases de efeito estufa (GEEs)
em sistemas de produção de bovinos, integrando o sequestro de carbono no solo e o
impacto do uso de insumos são ações importantes para a obtenção de macrovisão
sobre o tema. O projeto componente 10 “Modelagem biofísica e simulação da dinâmica
de gases de efeito estufa em sistemas de produção pecuária” pretende atuar nessa área
com o desenvolvimento de ferramentas analíticas, desenvolvidas e avaliadas a partir de
dados primários gerados pelos PCs verticais do projeto PECUS, para estimar ex-ante o
balanço de GEE em sistemas de produção de bovinos, suínos e aves. Essas ferramentas
apoiarão avaliações socioeconômicas e ambientais do PC11 o qual proverá descrição
detalhada dos sistemas prototípicos de produção e cenários a serem simulados e
avaliados conjuntamente. Estas ferramentas compreenderão: métodos estatísticos;
desenvolvimento de framework de simulação; desenvolvimento de um modelo de
produtividade primária de pastagens; desenvolvimento de um modelo de dinâmica da
matéria orgânica no solo; desenvolvimento de um modelo de emissão entérica de
metano; desenvolvimento de um modelo das emissões provenientes de dejetos;
desenvolvimento de um modelo das emissões de GEEs por suínos e aves;
desenvolvimento de um simulador do balanço de GEE em sistemas de produção de
bovinos, e a avaliação do ciclo de vida de sistemas de produção de bovinos de corte até
o abate.
A produção baseada em boas práticas pecuárias (que engloba a parte ambiental)
pode exigir um patamar de preço dos produtos agrícolas, especialmente com relação às
carnes, diferente dos existentens atualmente, podendo haver necessidade de definição
de incentivos adequados para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
Nesse aspecto, contar com instrumentos adequados de modelagem e de análise
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econômica ex-ante que permitam a configuração de cenários futuros, conforme
diferentes tecnologias sejam adotadas e opções de políticas públicas sejam
implementadas, é uma estratégia muito interessante para a cadeia pecuária brasileira. O
estudo da parte econômica desses sistemas está previsto no PC 11 “Avaliação
econômica de alternativas tecnológicas para mitigação de gases de efeito estufa em
sistemas de produção da pecuária brasileira” e atenderá a necessidade de se avaliar os
impactos econômicos da introdução de alternativas tecnológicas mitigadoras dos gases
de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção típicos da pecuária, nos diferentes
biomas brasileiros, com vistas a subsidiar a formulação de políticas públicas em prol da
mitigação.
Devido à possibilidade de se adquirir dados sobre grandes extensões geográficas,
as geotecnologias tornaram-se importantes ferramentas para espacializar e monitorar os
recursos naturais, as atividades antrópicas e as conseqüências destas atividades sobre
a superfície terrestre. A convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas
reconhece a importância do carbono orgânico no solo (COS) e aponta a necessidade
das quantificações dos estoques de COS e suas mudanças. O entendimento dos
estoques e alterações do COS em escalas regionais e nacionais é necessário para a
futura compreensão do ciclo global do C, de forma a relacionar as respostas dos
ecossistemas terrestres às mudanças climáticas e com isso subsidiar as políticas
públicas nas tomadas de decisões sobre o uso e manejo das terras. Em termos de
mapeamento de pastagens cultivadas, os dados mais recentes e mais confiáveis são os
do Censo Agropecuário de 2006 do IBGE (IBGE, 2009) e os do mapeamento de
remanescentes de cobertura vegetal dos biomas brasileiros do Ministério do Meio
Ambiente (MMA, 2007). Porém, esses dados necessitam ser atualizados.
Quanto à caracterização espectro-temporal da cobertura vegetal nas áreas
amostrais por meio de técnicas de sensoriamento remoto, dados oriundos de sensores
remotos vêm sendo continuamente utilizados na classificação e acompanhamento da
cobertura vegetal em diversas áreas de interesse, como a detecção de desflorestamento
(INPE/MCT, 2010), avaliação das mudanças no uso e cobertura das terras (Eva et al,
2004) e avanços de culturas agrícolas (Rudorff et al, 2005). Em grande parte destes
estudos, a dinâmica das áreas de pastagens é de grande importância, uma vez que este
é o destino de parte das áreas desflorestadas e representa grande porcentagem das
terras cultivadas no País, que possui 106 milhões de ha de pastagens plantadas (IBGE,
2010). Trabalhos vêm sendo executados para a caracterização espectral de pastagens
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em diferentes regiões do País. Sano et al. (2002), utilizando radiômetro de campo,
foram capazes de diferenciar espécies forrageiras plantadas no Cerrado brasileiro.
Contudo, a qualificação dessas pastagens quanto à sua produtividade não foi possível.
Szakács (2003), no entanto, relatou que dados de reflectância, particularmente nas
bandas do infravermelho, estão correlacionados aos níveis de produção das pastagens.
As mesmas faixas de reflectância foram utilizadas em índices de vegetação
infravermenlho (NDII) por Numata et. al (2007) para avaliar a produção das forragens no
estado de Rondônia. Neste estudo os autores utilizaram técnicas de análise de mistura
espectral, correlacionando fatores biofísicos da pastagem com informações obtidas de
sensores remotos orbitais e medidas em campo. Tais trabalhos tem se concentrado na
classificação e qualificação de áreas de pastagens extensivas, principal sistema de
produção pecuária utilizado no País. No entanto, novos sistemas de produção vêm
surgindo, mesclando diferentes plantas forrageiras às pastagens tradicionais ou até
mesmo outros produtos agrícolas, como é o caso dos sistemas de ILPF. Desta forma, a
caracterização destes diferentes arranjos agropecuários se faz necessária, através da
caracterização espectral da cobertura vegetal e do monitoramento desta cobertura
durante o ciclo produtivo, sendo tais ações contempladas no PC Geopecus. A descrição
destas características espectrais é o primeiro passo para se realizar a identificação
desses sistemas de forma remota.
Ao considerar as variáveis relacionadas à dinâmica de carbono, deve-se considerar
também a distribuição espacial dos pontos de observação para detecção da existência
de dependência espacial. Esta pressuposição assume que os pontos de observação são
dependentes, o que, na maioria dos casos, acontece nos estudos envolvendo as
ciências da terra (SRIVASTAVA, 1996). Para tanto, a análise geoestatística incorpora,
além da análise da distribuição estatística dos dados coletados, também as relações
espaciais entre estes, na forma de correlação entre os pontos amostrados, pois de
acordo com Vieira (2000), amostram mais próximas, dentro de uma mesma mancha de
solo, são mais parecidas do que as mais distantes.
Ramalho et al. (2000) e Costa (2002) relataram que fatores com o clima, tipo de
solo, o relevo, a geologia e os processos erosivos, influenciam na distribuição espacial
das variáveis relacionadas à dinâmica do C no sitema solo-planta-atmosfera e com isso
na capacidade produtiva dos solos. Áreas extremamente heterogêneas, onde a variação
espacial e temporal das propriedades do solo afeta o rendimento das culturas, levam os
agricultores e especialistas em solos a se preocuparem com o problema, na tentativa de
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otimizar os recursos para os sistemas. Dessa maneira, sistemas de informações
geográficas, que ajudam a identificar espacialmente os pontos de amostragem, e análise
da variabilidade espacial utilizando técnicas com a geoestatística (VIEIRA, 2000;
GREGO et al., 2006) são ferramentas poderosas no estudo das variáveis relacionadas à
dinâmica do C no sistema solo-planta-atmosfera, por possibilitarem a análise das
variações espaciais que irão colaborar na interpretação dos resultados obtidos nos
sistemas produtivos agropecuários. Observou-se com a geoestatística a variabilidade
espacial de atributos químicos do solo estava relacionada com a topografia do terreno e
com o método de preparo do solo. Grego & Vieira (2005) encontraram variabilidade
espacial nas propriedades do solo mesmo numa parcela de 900 m2. Trabalhos com
solos paulistas em áreas com vinhedos e adjacências têm demonstrado haver
dependência espacial dos teores de cobre e zinco (VALLADARES et al., 2006;
VALLADARES et al., 2007). Desta forma, o PC Geopecus atuando em conjunto com os
PCs dos Biomas determinarão a distribuição espacial de variáveis relacionadas à
dinâmica de carbono e de suas relações, para auxiliar na otimização do manejo
adequado do solo, minimizando os efeitos da agropecuária no aumento da concentração
dos GEE na atmosfera. Além de auxiliar na indicação do manejo do solo que o torne
mais produtivo a imediato e em longo prazo.
As vantagens edafoclimáticas do Brasil permitem o desenvolvimento de inúmeros
tipos de sistemas de produção com sucesso técnico e econômico, e fazem com que a
pecuária brasileira caracterize-se pela grande diversidade de seus sistemas de produção.
Convivem, por vezes numa mesma região, sistemas com elevada diferenciação no que
tange à escala produtiva, ao uso dos fatores de produção (terra, trabalho, capital físico
e capital financeiro) e de tecnologias, tanto de manejo quanto de utilização de insumos
agroindustriais. À variabilidade dos sistemas de produção associa-se a diversidade de
situações edafoclimáticas e sociais que caracterizam a realidade brasileira. Tem-se,
portanto, uma miríade de situações que aumenta a complexidade na formulação de
políticas públicas efetivas em relação ao setor, inclusive aquelas voltadas à mitigação
dos gases de efeito estufa. Sendo assim, apesar de o projeto PECUS ter sido construído
de forma a concatenar uma equipe que pudesse estudar boa parte da problemática da
emissão e remoção antrópica de GEE na pecuária brasileira, não só realizando
mensurações, mas organizando a informação e dando a ela um tratamento em escala de
abrangência nacional por meio de modelagem biofísica, de análise econômica e de uso
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de geotecnologia, ainda existirão muitas lacunas e interfaces que deverão ser estudadas
ao longo dos anos e pelas gerações futuras.
Estratégia de Ação
O projeto em rede “Pecus” é composto por 12 projetos componentes que são
complementares entre si e possuem por objetivo geral estimar a participação dos
sistemas de produção agropecuários na dinâmica de gases de efeito estufa, visando
subsidiar políticas públicas e alternativas de mitigação. Trata-se de uma ação conjunta
entre a Embrapa e várias instituições de pesquisa brasileiras, especialmente institutos
de pesquisa e universidades estaduais e federais.
O projeto componente 1 é o de “Gestão da Rede Pecus” e prevê o
gerenciamento técnico e financeiro do projeto, de forma a garantir a obtenção de
resultados válidos, comparáveis e reportáveis dos fluxos de emissão de GEE e do
sequestro de carbono, por meio da padronização e sistematização dos métodos de
avaliação nos diferentes sistemas de produção locados nos principais Biomas
brasileiros, e da capacitação e assessoramento das equipes na implantação das
metodologias discutidas no “Workshop sobre métodos de quantificação dos fluxos de
GEEs e balanço de C e N nos sistemas de produção agropecuária”, ocorrido de 7 a 9 de
abril de 2010 (anexo 1), no qual foram criados comitês de pesquisadores que redigiram
os protocolos mínimos de pesquisa de acordo (anexo 2 do PC Gestão) com os
requerimentos do IPCC e com a troca de experiência entre os mais de 60 especialistas
participantes do evento.
Também é foco do projeto componente 1 de Gestão, o gerenciamento das
informações e dos conhecimentos gerados pela rede Pecus de forma integrada, com o
auxílio de ferramentas de TI (tecnologia da informação), no sentido de apoiar a gestão
do projeto; garantir a interface do projeto com o público interno e externo e com outras
redes de pesquisa (Rede Agritempo, Rede Flora, ILPF, Avisar, Rede REMA, Plataforma
de Mudanças Climáticas, Demandas de Inventários, entre outras); fortalecer a imagem
da rede, especialmente no que se refere ao uso de critérios científicos imparciais para
levantamento de informações; buscar parcerias, subsidiar tomadas de decisão; e
preparar futuras ações de transferência de tecnologia, considerando os níveis
estratégico, comercial e social de atuação da rede Pecus.
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Os projetos componentes 2 a 7 “Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas
de produção da agropecuária no BIOMA N” (N = Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica,
Pampa, Caatinga e Meio Norte e Amazônico) são aqueles que, como o próprio título diz,
estudarão a dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
agropecuária de pequenos e grandes ruminantes em pastagens e em confinamento, e de
criação de suínos e aves em granjas nos principais Biomas Brasileiros. O objetivo
principal desses projetos é avaliar a emissão de GEE e o balanço de C em sistemas de
produção agropecuários, tendo como controle positivo a vegetação natural, e como
controle negativo, a pastagem degradada, indicando o potencial de mitigação das ações
de manejo melhoradas. Nesses projetos componentes serão avaliados o sistema
extensivo, o sistema intensivo, a integração lavoura pecuária, o sistema silvipastoril, o
sistema agrossilvipastoril, todos para a produção de pequenos e grandes ruminantes; os
sistemas característicos de cada Bioma como o sistema pantaneiro de produção de
bovinos, o sistema de produção de bubalinos na Ilha de Marajó, o sistema de produção
de caprinos na Caatinga e o sistema de produção de bovinos e ovinos em pastagens
nativas do Pampa também serão focos de estudo. A criação de bovinos em
confinamento e a produção de suínos e aves confinados, bem como o tratamento dos
seus dejetos também serão estudados nos Biomas Mata Atlântica e Cerrado, onde se
concentra a produção desses animais em larga escala comercial. Algumas ações de
mitigação, ainda não contempladas nos sistemas produtivos, também serão estudadas
nos Biomas, como tratamentos alternativos de dejetos de suínos e aves, e o uso de
besouros coprófagos para a redução das perdas de nutrientes devido à distribuição
errática dos dejetos animais mantidos em pastagens.
A estruturação dos projetos componentes por Biomas foi idealizada de forma
uniforme, baseada nos protocolos mínimos de metodologias acordados e descritos pelo
comitê técnico, respeitando-se as peculiaridades de cada Bioma. Apesar de possuírem
estrutura vertical, as atividades de pesquisa sobre a quantificação da emissão,
sequestro e balanço de GEE estão presentes em todos os PCs, ou seja, dentro de cada
Bioma, eles apresentam forte aspecto multidisciplinar e confere transversabilidade aos
PCs de Biomas 2 a 7, conforme será requerido pelas atividades a serem executadas e
descritas a seguir:
Aquisição, instalação e operacionalização do funcionamento dos cromatógrafos e
outros equipamentos que farão as determinações de GEE atendendo a um
grande aporte de amostras diárias, o que será necessário na avaliação
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simultânea dos processos da dinâmica de C e N nos quatro compartimentos
solo-planta-animal-atmosfera;
Quantificação do fluxo de emissão de GEE (óxido nitroso, metano e dióxido de
carbono) nos diferentes sistemas de produção;
Quantificação do fluxo de emissão de metano entérico de animais mantidos nos
sistemas de produção em estudo;
Avaliação dos componentes produtivos das pastagens, das lavouras, da floresta
plantada e da vegetação natural;
Avaliação do desempenho dos animais;
Mensuração do acúmulo de carbono no solo nos sistemas de produção com
pastagem, na lavoura, na floresta plantada e na vegetação natural;
No caso de sistemas confinados, além das emissões de GEEs (CO2, N2O e CH4),
ainda serão estimados as perdas por amônia (NH3) nas instalações
predominantes de produção de animais (aves, bovinos e suínos) confinados, nos
sistemas de manejo e armazenamento de efluentes tradicionais, e nos sistemas
alternativos de tratamento de efluentes com potencial de mitigação dos GEEs;
Quantificação do balanço de C nos sistemas de produção por meio da
organização dos resultados em base única, com o objetivo de calcular o balanço
entre o sequestro de C e a emissão de GEE e o potencial de mitigação desses
sistemas de produção;
Coleta de dados para análise econômica dos sistemas de produção, por meio do
levantamento, organização e avaliação, segundo estruturação proposta pelo PC
de análise econômica-ambiental;
Abastecimento do banco de dados do projeto (PECUS), por meio da inclusão dos
dados de pesquisa requeridos para organização da informação, modelagem
biofísica e análise sócio-econômica-ambiental.
O diferencial dos projetos componentes por Biomas é a avaliação dos vários
processos relacionados com emissão e mitigação dos gases de efeito estufa de forma
concomitante e integrada, contemplando o conjunto solo-planta-animal-atmosfera, o
que lhes confere forte caráter interdisciplinar, especialmente quando se considera que
os pesquisadores deverão trabalhar no componente planta com grandes culturas como
as pastagens, as lavouras da ILP (milho, sorgo, soja, adubos verdes), e as florestas
plantadas dos sistemas agrosilvipastoris (pinus, eucalipto).
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O projeto componente 8 “Avanço conceitual em diagnóstico e estratégias de
mitigação de metano entérico em ruminantes no Brasil” pretende estudar soluções para
um dos principais problemas das emissões de GEE no Brasil, a emissão de metano
entérico, seu objetivo é avançar conceitualmente em metodologias de avaliação e
estratégias de mitigação de metano entérico em ruminantes no Brasil. Esse projeto dará
suporte no desenvolvimento de metodologias nos locais onde não será possível utilizar
as metodologias tradicionais para a mensuração da emissão do mentao entérico.
Os projetos componentes 9, 10, 11 e 12 possuem forte estrutura transversal e irão
garantir o armazenamento dos dados primários de forma organizada, integrada e
sistematizada possibilitando o tratamento dos resultados em macrovisão, por meio de
modelagem biofísica e simulação, construção de cenários econômico-ambientais, e uso
de geotecnologias como ferramentas para espacializar e monitorar os recursos naturais,
as atividades antrópicas e as conseqüências destas atividades sobre a superfície
terrestre.
O projeto componente 9 “Plataforma de tecnologia da informação para a
organização, integração, sistematização e extração de dados relacionados à
quantificação da emissão de gases de efeito estufa nos sistemas de produção
agropecuária” pretende desenvolver e manter uma plataforma computacional para
permitir o armazenamento, recuperação e análise de dados necessários à quantificação
da emissão de gases de efeito estufa na agropecuária, considerando políticas de uso e
controle de acesso aos dados e interfaces com os demais Projetos Componentes.
Também pretende oferecer interfaces para extração de dados automatizada para outras
redes de Pesquisa e para os Inventários de Emissão de Gases de Efeito Estufa.
O projeto componente 10 “Modelagem biofísica e simulação da dinâmica de gases
de efeito estufa em sistemas de produção pecuária” tem por objetivo desenvolver,
adaptar ou estender modelos matemáticos baseados em processos para estimar o
balanço líquido de gases de efeito estufa (GEEs) em sistemas de produção de bovino
integrando o sequestro de carbono no solo e o impacto do uso de insumos. Esse PC
culmina com o desenvolvimento de ferramentas analíticas, desenvolvidas e avaliadas a
partir de dados primários gerados pelos Projetos Componentes dos Biomas da rede
PECUS, para estimar ex-ante o balanço de GEE inicialmente em sistemas de produção
de bovinos, suínos e aves. Essas ferramentas apoiarão avaliações socioeconômicas e
ambientais do Projeto Componente 11 “Avaliação econômica de alternativas
tecnológicas para mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
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pecuária brasileira”, o qual proverá descrição detalhada dos sistemas prototípicos de
produção e cenários a serem simulados e avaliados conjuntamente.
O Projeto Componente 11 “Avaliação econômica de alternativas tecnológicas para
mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de produção da pecuária brasileira”
tem por objetivo avaliar os impactos econômicos da introdução de alternativas
tecnológicas mitigadoras dos gases de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção
típicos da pecuária, nos diferentes biomas brasileiros, com vistas a subsidiar a
formulação de políticas públicas em prol da mitigação. O que se espera, ao final do
projeto, é contar com instrumentos adequados de modelagem e de análise econômica
ex-ante que permitam a configuração de cenários futuros, conforme diferentes
tecnologias sejam adotadas e opções de políticas públicas sejam implementadas,
sempre com o propósito de definir incentivos adequados para a mitigação das emissões
de gases de efeito estufa.
O projeto componente 12 “GEOPECUS - Geotecnologias Aplicadas à Dinâmica de
Gases de Efeito Estufa na Agropecuária Brasileira” tem por objetivo aplicar
geotecnologias para o entendimento das relações de causa e efeito entre as atividades
agropecuárias e os processos de emissões de gases de efeito estufa, gerando subsídios
para decisões de manejos que sejam sustentáveis agronômica e ambientalmente e
pretende realizar a atualização do mapa de pastagens cultivadas do Brasil, a
caracterização espectro-temporal da cobertura vegetal nas áreas amostrais por meio de
técnicas de sensoriamento remoto, a análise espacial e temporal das variáveis
monitoradas (relativas à dinâmica de carbono) nos sistemas de produção avaliados por
meio da geoestatística e a disponibilização dos mapas e das imagens de satélite das
regiões pertinentes ao projeto em um ambiente de WebGIS interativo, em diferentes
escalas de abordagem em sincronia com os outros projetos componentes e redes de
pesquisa.
Nas Figuras 3 e 4 podem ser observados os fluxogramas com as interações dentro
dos Projetos Componentes de Bioma e entre os Projetos Componentes e na Tabela 1 os
sistemas de produção a serem avaliados.
O montante financeiro orçado para o projeto foi bastante reduzido em relação à
quantidade total de recursos necessária para executar uma rede dessa dimensão devido
aos projetos já aprovados que comporão a rede, à infra-estrutura existente na Embrapa
e nas Instituições parceiras e ao aproveitamento de resultados de outras redes como
Avisar e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
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Tabela 1. Sistemas de Produção a serem avaliados pelo Projeto PECUS
Bioma Identificação do Sistema de Produção
Melhorado Cidade, Estado Espécie Animal e Aptidão Categoria
Amazônia Sistema de produção intensivo de bubalinos
mantidos a pasto Belém, PA Bubalinos (carne e leite) bezerros desmamados
Amazônia Sistemas Silvipastoris Belém, PA Bubalinos (carne e leite) fêmeas jovens, machos jovens, fêmeas lactação
Amazônia Sistemas Pecuários de corte em várzea PA, AM Bubalinos e Bovinos (corte) adultos jovens
Amazônia Sistemas de ILPF em matas de babaçu Santa Luzia do
Paruá, MA Bovino (corte) garrote
Amazônia Sistema de Produção com pastagens
consorciadas
Rio Branco e
municípios
próximos, AC
Bovino (corte) cria-recria e engorda
Caatinga Sistema CBL - Caatinga, Búffel e Leguminosas
(integrante dos modelos ILPF para o semi-árido) Petrolina, PE Caprinos (corte)
Matrizes, reprodutores, animais em crescimento e
animais recém-nascidos
Caatinga Sistema Agrossilvipastoril desenvolvido para o
semiárido brasileiro Sobral, CE Ovinos (corte) Matrizes
Cerrado Sistema integração lavoura - pecuária - floresta Planaltina, DF Bovino (corte) novilha
Cerrado Sistema de integração lavoura - pecuária Planaltina, DF Bovino (corte) garrote
Cerrado Sistema de integração lavoura - pecuária Dourados, MS Bovino (corte) novilha
Cerrado Sistema de integração lavoura - pecuária -
floresta Campo Grande, MS Bovino (corte) novilha
Cerrado Sistema Agropastoril Santo Antônio de
Goiás, GO Bovino (corte) garrote
Cerrado Sistema de integração lavoura - pecuária -
floresta Ponta Grossa, PR Bovino (corte) garrote e/ou novilha
Mata
Atlântica
Bovinos de corte - Sistema Intensivo de Manejo
da Pastagem Pirassununga, SP Bovino (corte) novilhas
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Mata
Atlântica
Bovino de corte - Sistema Intensivo de Manejo da
Pastagem São Carlos, SP Bovino (corte) garrote
Mata
Atlântica
Bovino leiteiro - Sistema Intensivo de Manejo da
Pastagem São Carlos, SP Bovino (leite) vacas
Mata
Atlântica Experimento de integração lavoura - pecuária
São Miguel das
Missões, RS Bovino (corte) garrote
Mata
Atlântica Intensivo, ILP, ILPF e Silvipastoril São Carlos, SP Bovino (corte) recria ou recria/engorda - garrote
Mata
Atlântica Confinamento Pirassununga, SP Bovídeos (corte) garrote HPB, búfalos e garrotes nelore
Mata
Atlântica Confinamento Campinas, SP Suínos e aves (corte) suínos e aves
Mata
Atlântica Confinamento Concórdia, SC Suínos e aves (corte) suínos e aves
Mata
Atlântica
Confinamento (tratamento alternativo de dejetos
animais) Concórdia, SC Suínos e aves (corte) suínos e aves
Pampa Pastagem natural manejada com diferentes níveis
de intensificação Bagé, RS Bovino (corte) garrote
Pampa Experimento de integração lavoura - pecuária Eldorado do Sul, RS Ovinos (corte) cordeiros
Pampa Manejo da oferta de forragem Eldorado do Sul, RS Bovino (corte) novilha em recria
Pantanal Sistema extensivo de bovinocultura de corte Corumbá, MS Bovino (corte) bezerros, novilhas, garrotes, vacas em lactação,
vacas solteiras
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Impactos Potenciais
A rede Pecus promoverá a coordenação e integração dos esforços de
pesquisa na temática de Emissão de Gases de Efeito Estufa - GEE na agropecuária,
fomentando parcerias e ações conjuntas e desafiando os pesquisadores a atuarem
de forma integrada e multidisciplinar sobre tema comum de pesquisa em prol do
desenvolvimento de sistemas agropecuários sustentavéis. São esperados avanços
na fronteira do conhecimento de sistemas de produção de bonivos de corte,
bovinos leiteiros, ovinos, caprinos, suínos, aves e bubalinos e dos produtos da
integração como os grãos e a madeira. Outros impactos esperados neste projeto
serão a formação, o fortalecimento e a ampliação da parceria científica com os
países onde há exploração de Biomas semelhantes aos brasileiros, como o Pampa
e Amazônia, para a exploração pecuária.
A rede Pecus irá auxiliar na definição de estratégias de manejo para
mitigação e/ou compensação das emissões de GEE. Como as emissões de GEE,
provenientes do solo ou dos animais, representam perdas e ineficiência nos
sistemas de produção agropecuários, tais estratégias proporcionarão maior
produtividade e rentabilidade para a pecuária nacional, bem como o uso mais
racional dos recursos naturais, especialmente a terra e os recursos hídricos. Os
sistemas integrados (ILPF, LP, Silvipastoril) poderão auxiliar na economia do setor
pecuário por meio da diversificação e flexibilidade frente ao risco agrícola dos
sistemas exclusivos de produção pecuária, especialmente pela comercialização da
madeira e produção de grãos. Os sistemas integrados trarão benefícios adicionais,
como a manutenção dos serviços ambientais e a conservação da biodiversidade, e
poderão prover indicadores para construção de protocolos de análise do impacto
ambiental e para certificação dos produtos agropecuários com baixa emissão de
GEE, ou mesmo, com mitigação.
No caso da intensificação e consorciação de pastagens, mesmo em se
tratando de sistemas exclusivos de pecuária, os resultados obtidos também
poderão ser usados para incentivar políticas públicas para a recuperação e
intensificação de pastagens, diminuindo a pressão sobre as áreas de floresta,
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cedendo área para a agricultura e para a produção de bioenergia, fomentando a
diversificação das atividades agrícolas, conservando os recursos ambientais das
áreas de pastagens. Esse fato também consistiria em impacto ambiental, social e
econômico bastante positivo, principalmente em vista de que a pecuária ocupa a
maior fração das terras agrícolas, ainda com eficiência de uso muito baixa dos
recursos naturais.
A consolidação da rede Pecus permitirá a mensuração da emissão de GEE e o
sequestro de C nos diferentes sistemas agropecuários brasileiros e contribuirá para
a elaboração de inventários de emissões e remoções antrópicas de GEE, visando à
elaboração de políticas públicas. Poderá ainda fornecer subsídios técnico-
científicos ao governo brasileiro, para o estabelecimento de estratégias de
promoção e defesa da pecuária brasileira no cenário internacional, contribuindo
para incremento nas exportações brasileiras com foco na qualidade e maior valor
agregado dos produtos, e para o atendimento de controvérsias às potenciais
barreiras não-tarifárias.
As conclusões emanadas da parte econômica e, em especial as informações
oriundas da modelagem de sistemas de produção e composição de cenários
futuros, terão potencial para serem empregadas no planejamento regional e na
formulação de políticas públicas apropriadas à mitigação dos gases de efeito
estufa. Tais políticas devem estar orientadas em direção ao melhor balanço de
emissões, com mínimo impacto, ou com efeito positivo na renda dos produtores.
Trata-se de informações relevantes para apoio ao cumprimento das metas de
redução das emissões, assumidas pelo Brasil na COP-15 perante a sociedade
internacional.
O uso de modelagem biofísica permitirá o estudo de cenários futuros e,
assim, o desenvolvimento de modelos validados para as condições estudadas,
podendo fornecer indicativos da vulnerabilidade do ambiente e da atividade
econômica, frente às mudanças ambientais globais e outros cenários. A
identificação e a avaliação dos modelos matemáticos existentes para a estimação
das emissões e do balanço de gases de efeito estufa pela pecuária são necessárias
para subsidiar uma posição de autonomia e liderança do Brasil nos fóruns
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internacionais de discussão, e na negociação das questões climáticas. Isso devido
à capacidade de contrapor estimativas geradas por cientistas e entidades
estrangeiras com relação às estimativas nacionais com modelos e metodologias
desenvolvidas e adequadas àqueles países, de validade questionável e não avaliada
para o nosso país. A validação ou não da confiabilidade das ferramentas existentes
pode, portanto, dar ao Brasil condições de aceitar ou rechaçar estimativas
estrangeiras e de produzir suas próprias estimativas de modo confiável.
Em termos de espacialização da situação brasileira, este projeto fará uso
das geotecnologias, no sentido de fornecer instrumentos de tomada de decisão,
como a atualização do mapeamento de pastagens cultivadas do Brasil, que irão
subsidiar e contribuir para os estudos de simulação e modelagem previstos no PC
10 – Modelagem bioeconômica e análise de cenários em mitigações de emissões
de GEE pela agropecuária brasileira, além de outras demandas nacionais e a
caracterização espectro-temporal da cobertura vegetal nas áreas amostrais por
meio de técnicas de sensoriamento remoto, que poderão resultar em técnicas que
sejam eficientes na discriminação de níveis de degradação em pastagens através
de técnicas de sensoriamento remoto, tornando o planejamento de recuperação
regional e mais preciso.
Pesquisas relacionadas à emissão de metano entérico, muitas vezes, têm
sido interpretadas e exploradas de forma segmentada e equivocada pela mídia,
colocando a pecuária no mesmo patamar do setor de transportes e
desconsiderando o fato da base da alimentação da pecuária brasileira ser as
pastagens, que possui grande potencial de mitigação. Isso pode tornar um risco
para o agronegócio nacional. No Projeto PECUS, pretende-se realizar um tabalho
especial na área de comunicação, disponibilizando informações conceituais de
forma clara, adotando-se critérios científicos imparcias, em meios de comunicação
apropriados e de ampla difusão, com intuito de informar a comunidade científica e
a sociedade em geral a real importância da emissão de gases de origem entérica
pela pecuária.
Em termos sociais, a rede Pecus proporcionará a formação de recursos
humanos, com o treinamento de alunos de graduação, pós-graduação e pós
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doutoramento, com o trabalho de formação junto aos profissionais da mídia e com
o trabalho de difusão e extensão junto ao setor produtivo, ao setor de educação e
à sociedade de maneira geral. Entende-se que a diversificação da produção e o
aumento no valor agregado dos produtos pecuários podem contribuir para a
permanência do pecuarista na área rural.
Em termos institucionais a estruturação da rede Pecus poderá permitir maior
valorização da marca Embrapa, dos seus empregados e dos seus produtos.
O risco de resistência à aceitação dos resultados obtidos e modelos
desenvolvidos pela equipe no âmbito de avaliações e negociações nacionais e
internacionais será mitigado por meio de uma forte política de publicação dos
modelos e resultados das análises em periódicos e revistas especializadas, de
forma a contar com respaldo da comunidade. Adicionalmente, os modelos
contarão com código aberto, de forma que sejam facilmente submetidos a
escrutínio pela comunidade científica e órgãos internacionais competentes. A
possibilidade de rejeição da apropriação dos modelos e resultados pelos ministérios
e órgãos competentes será contornada por meio da divulgação e treinamento para
instâncias dos órgãos competentes, particularmente o Ministério da Agricultura.
Questões Relacionadas à Propriedade Intelectual e Apropriação de
Resultados
Como o projeto PECUS prevê a criação de um banco de dados, o BD-PECUS,
está prevista no início do projeto uma atividade para a elaboração da política de
uso e acesso aos dados coletados. Esta política será elaborada pelo comitê gestor
(composto pela líder do projeto e pelos líderes de cada projeto componente) e por
outros representantes juntamente com todas as instituições participantes e tratará
da elaboração de instrumentos que garantam compromisso e acesso aos dados
das instituições responsáveis. Os resultados obtidos serão inseridos no Banco de
Dados do Projeto Pecus de acordo com a política de uso e acesso aos dados
coletados. Os dados gerados pelos PAs serão transferidos para o banco de dados
dos PCs, pelos seus respectivos líderes. Os dados consolidados dos PCs serão
transferidos para o banco de dados do projeto PECUS, pelo líder do PC ou por
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processo a ser implementado pelo PC – “Plataforma de tecnologia da informação
para a organização, integração, sistematização e extração de dados relacionados à
quantificação da emissão de gases de efeito estufa nos sistemas de produção
agropecuária”.
Serão produzidos artigos técnico-científicos para divulgação dos resultados
de cada Atividade e/ou Plano de Ação e/ou dos Projetos Componentes e/ou Projeto
PECUS, em periódicos indexados, em publicações da Série Embrapa, em matérias
jornalísticas nas diversas mídias e em outras oportunidades que surgirem. Nas
publicações e nas divulgações na mídia, serão respeitados os direitos dos autores
e mencionados, obrigatoriamente, a fonte de financiamento e o projeto
institucional da Embrapa, bem como as instituições parceiras pertinentes naquela
ocasião, relativa a cada atividade, PA ou PC.
Os produtos (fotografias, filmagens, livros, peças promocionais) e tecnologias
(banco de dados, software) serão protegidos conforme leis federais, Política
Institucional de Gestão de Propriedade Intelectual nº 22/1996 e Resolução
Normativa nº14/2001 de propriedade intelectual da Embrapa e a legislação vigente
sobre propriedade intelectual (www.mct.gov.br/legis/prop_intelec.htm). O registro
e a proteção desses materiais serão processados em concordância com as normas
e diretrizes das instituições participantes e de contratos institucionais a serem
realizados a partir da definição precisa da participação dos parceiros.
Todos os experimentos pertencentes ao Projeto iLPF estão cadastrados no
banco de dados do Projeto iLPF (Projeto Transferência de Tecnologia em iLPF) da
Embrapa em parceria com a Bunge
(http://ilpf.cnpms.embrapa.br/template.php?idcategorias=2). Esses experimentos
são utilizados como unidades de referência tecnológica (URTs), para realização de
dias-de-campo e palestras, para treinamento de recursos humanos e para captação
e fortalecimento de parcerias.
Envolvimento do Setor Privado
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No caso do Bioma Cerrados as principais parcerias com o setor privado foram
firmadas com as empresas Bunge (fornecimento de fertilizantes), Unipasto
(fornecimento de sementes e mão-de-obra para o projeto) e Ramires
Reflorestamentos (fornecimento de mudas de eucalipto e de maquinário para
plantio). Foram identificadas, como potenciais parcerias, empresas ligadas ao setor
de confinamento de bovinos e frigoríficos (p.e., JBS Friboi) e ao setor de
reflorestamento (p.e., Klabin). A da rede de TV Canal do Boi fará a cobertura
jornalística dos experimentos realizados na Embrapa Gado de Corte.
No Bioma Mata Atlântica as principais parcerias são com a empresa CRI-
Genética Avançada para o fornecimento de sêmen para o rebanho leiteiro,
Frigomor na manutenção dos resfriadores de leite, a Sadia e BRFoods no setor de
Suínos e Aves e a empresa Bungue com fornecimento parcial de fertilizantes para
as Unidades de iLPF. Já foi prospectado pelo setor de comunicação e negócios do
CPPSE grande interesse pelos resultados de vários segmentos da iniciativa privada,
como empresas de insumos, imprensa, associações e conselhos de classe e
mesmo os produtores rurais, entretanto devido a natureza dos resultados,
parcerias somente serão realizadas após a definição de política de uso dos
resultados.
No projeto componente “Plataforma de tecnologia da informação para a
organização, integração, sistematização e extração de dados relacionados à
quantificação da emissão de gases de efeito estufa nos sistemas de produção
agropecuária” não está previsto o envolvimento do setor privado, dada a
inexistência desta demanda por parte do projeto PECUS. Porém, caso futuramente
venha a se tornar necessário esta estrutura, configurado como um setor que possa
alimentar ou usar os dados do BD-Pecus, é possível, via o mecanismo de controle
de acesso, o uso de padrões abertos para representação de dados para estabelecer
parcerias com o setor privado.
No projeto componente “Avaliação econômica de alternativas tecnológicas
para mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de produção da pecuária
brasileira” a participação do setor privado se dá por meio do fornecimento de
dados pelos produtores e por outros setores das cadeias produtivas. O setor
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privado também será responsável pela disponibilização dos espaços físicos para
execução de diversas atividades de coleta de dados em campo.
Riscos e Dificuldades
Os líderes dos projetos componentes dos Biomas, que englobam a maioria
dos experimentos de campo desse projeto, citam as inexperiências com a
metodologia de mensuração de metano entérico em condições práticas de campo
(metodologia que emprega o gás traçador SF6) e com as análises dos outros GEEs,
tanto nos ambientes abertos quanto nos ambientes confinados, como riscos e
dificuldades, por ainda se tratarem de assunto de inovação em alguns casos e
necessitarem de adequações na metodologia. Entretanto, as ações propostas pelo
PC de Gestão do Projeto PECUS, que já realizou o Workshop “Workshop sobre
Métodos de quantificação dos fluxos de GEEs e balanço de carbono e nitrogênio
nos sistemas de produção agropecuária” (ANEXO1) para as diferentes equipes
conhecerem as metodologias, e criou comitês técnicos, que elaboraram os
protocolos mínimos de pesquisa (ANEXO 2) foram esforços já implemetados para
contornar esse problema. Além disso, está previsto no PC de Gestão, cursos de
capacitação, visitas técnica e treinamentos, além de workshops e reuniões no
sentido de minimizar esses riscos e dificuldades.
Como a base das pesquisas dos PCs de Bioma e do Avanço Conceitual é
realizada em cromatografia, sendo altamente recomendado que os cromatográfos
estejam próximos aos sítios de amostragem e capazes de receberem um grande
aporte de amostras (equipados com admissão automática), um risco muito grande
ao projeto é o não investimento nessa infra-estrutura. Não havendo resultados de
campo será impossível executar os outros Projetos Componentes (BD-Pecus,
GEOPECUS, Economia e Modelagem Biofísica).
Outro ponto a ser considerado é que, apesar de terem sido treinados nesse
assunto durante seus programas de pós-graduação, muitos pesquisadores não
estão atuando nessa área de pesquisa por falta de articulação das equipes e falta
de infra-estrutura laboratorial, especialmete quanto à existência de cromatógrafos
próximos aos sítios de amostragem. Isso é um risco e uma oportunidade ao
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mesmo tempo. Trazer esse profissional para trabalhar novamente nessa área pode
ser um grande sucesso e motivação do pesquisador, porém criar a expectativa e
depois não garantir que o profissional e sua equipe tenham a infra-estrutura e
apoio adequados pode se tornar uma frustação muito grande, e motivo de
desmotivação para trabalhos futuros na mesma área de pesquisa, o que exigirá
esforços rebobrados para motivar novamente as pessoas.
Outro risco é se houver uma demora exacerbada para a aquisição dos
equipamentos CG e alguns materiais (especialmente das cangas) que precisam ser
importados e adquiridos no início do projeto. A Gestão previu um ano para a
liberação dos recursos, compra e instalação dos equipamentos, capacitação das
equipes em CG e importação dos consumíves. O correto seria prever mais tempo,
especialmente para aquelas unidades que não possuem pessoal capacitado em
cromatografia, entretanto, a necessidade de geração de resultados rápidos para
abastecer os outros PCs, não permite maior tempo para essa fase. Certamente
será um desafio cumprir os prazos propostos no projeto PECUS, entretanto, como
não existe linha de financiamento para adquirir infra-estrutura e capacitar equipes,
as atividades serão executadas concomitantemente com a adequação da
infraestrutura e capacitação da equipe, caso contrário o atraso será maior ainda,
porque é muito improvável que ocorra a estrutruração desarticulada para posterior
execução do projeto de pesquisa.
As adversidades climáticas, como seca, enchentes, geadas também são
motivos de preocupação, devido ao grande número de experimentos de campo
propostos no projeto PECUS.
Um grande risco aos experimentos é a entrada acidental de fogo, o que
geraria uma séria interferência nos resultados a serem obtidos, comprometendo o
trabalho. Trabalhos rotineiros para evitar esse risco têm sido conduzidos nas
fazendas experimentais, em parceria com os proprietários das fazendas vizinhas,
tais como construção de aceiros e vigilância constante nas épocas mais críticas.
Caso isso ocorra, o efeito do fogo será incluído como parâmetro de estudo,
principalmente no que diz respeito às emissões de gases de efeito estufa.
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Quanto a escassez de mão-de-obra para a realização dos experimentos e
atividades com computador, estão sendo solicitadas bolsas de estudo para alunos
de graduação, pós graduação e pós doutorado, tanto nesse projeto quanto em
projetos para agência de fomento de maneira geral. Contudo, a falta de modalidade
de bolsas de pós-graduação e pós-doutorado pela Embrapa reduz as possibilidades
de completar a equipe de execução do projeto.
Espera-se uma menor aceitação das tecnologias de iLPF, em curto prazo, por
parte dos pecuaristas, que, historicamente, mostram-se mais resistentes às
mudanças em seus sistemas de produção, em relação aos agricultores. Nesse
sentido, foram sugeridas estratégias de difusão da tecnologia voltadas às
especificidades daquele setor produtivo, que podem ser desenvolvidas nas próprias
URTs do projeto iLPF, especialmente na região dos Cerrados.
Na estrutura utilizada para o projeto Pecus, o projeto componente
“Plataforma de tecnologia da informação para a organização, integração,
sistematização e extração de dados relacionados à quantificação da emissão de
gases de efeito estufa nos sistemas de produção agropecuária” tornou-se um
ponto de aglutinação de todos os dados trafegados pelos projetos. A origem dos
dados a partir dos projetos relacionados aos biomas e a saída para os demais
projetos consumidores de dados, elevam a responsabilidade deste projeto em
apresentar rapidamente resultados e manter a qualidade no processo de evolução
deste no decorrer da execução. Neste aspecto, torna-se importante e com um
fator de risco alto, a etapa de organização dos requisitos de entrada e saída, e a
compatibilidade entre eles. Estes requisitos, embora sejam originários de
documentações providas pelos respectivos projetos, devem ser constantemente
validados, o que exige uma forte interação com as equipes dos projetos. Desta
forma, manter o fluxo de comunicação adequado e o controle de mudanças e
níveis de responsabilidades torna-se um desafio; e a não execução adequada desse
item, pode representar atraso e comprometer os resultados esperados. A
proximidade de trabalho entre os membros do Comitê Gestor do projeto PECUS, a
participação das equipes dos demais projetos componentes neste PC e a
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43
organização de reuniões técnicas de validação são ações que minimizarão o risco
de eventuais atrasos.
Em relação às tecnologias que devem ser adotadas, baseadas em software
livre, e das quais a Embrapa Informática Agropecuária tem experiência comprovada
pelo uso em vários de seus projetos, não se espera rejeição. Apenas atenção deve
ser dada no processo de construção das planilhas de entrada e das interfaces de
saída.
Os modelos econômicos desenvolvidos no PC “Avaliação econômica de
alternativas tecnológicas para mitigação de gases de efeito estufa em sistemas de
produção da pecuária brasileira” serão alimentados com os dados advindos dos
coeficientes técnicos e econômicos dos sistemas de produção dos PCs de Biomas.
Também são alimentados com informações do PC “Modelagem biofísica e
simulação da dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção
pecuária”, que estima (via simulação) o balanço líquido de GEEs em sistemas de
produção de bovinos, integrando o sequestro de carbono no solo e o impacto do
uso de insumos, para as condições brasileiras. O PC de Modelagem por sua vez,
emprega os dados dos PCs transversais (por Bioma) do Projeto PECUS para
estimar tais resultados. Deste modo, a validação dos modelos econômicos com
dados detalhados a partir do Projeto PECUS (balanço de emissões por sistema de
produção e por Bioma) depende da execução das coletas de dados e análises pelos
seus projetos componentes transversais.
O calendário do Projeto PECUS mostra que os prazos para a consolidação
da infraestrutura e conclusão da coleta, processamento e análise dos dados dos
PCs transversais se estendem até junho de 2014. Consequentemente, os
resultados do PC Modelagem Biofísica – que alimentam diretamente os modelos
econômicos - estendem-se ao final do Projeto. Para cumprimento dos prazos, os
modelos desenvolvidos pelo PC Economia poderão vir a serem testados e avaliados
com valores médios nacionais disponíveis, ou com resultados preliminares das
pesquisas de campo do Projeto PECUS. De qualquer forma, o PC de Economia
disponibilizará um conjunto de ferramentas voltadas à modelagem de sistemas de
produção agropecuários; ao acoplamento de modelos biofísicos e econômicos e à
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44
análise econômica ex-ante de políticas públicas, instrumental este que poderá ser
empregado tanto na análise dos dados conclusivos do Projeto PECUS, quanto em
outros projetos com objetivos similares.
Outro risco relacionado à formulação dos modelos matemáticos e à
construção de cenários se refere à necessidade de recursos para aquisição de
softwares para análise estatística e para modelagem matemática avançada.
Ademais, a não liberação de recursos financeiros no prazo planejado pode
comprometer a sincronia das ações do projeto.
Adicionalmente, a consecução dos resultados esperados pelo PC de
Economia contempla o acesso a dados e informações oriundas de outras
instituições. Do IBGE se requerem dados relativos ao Censo Agropecuário
(microdados), dados socioeconômicos e ambientais, especialmente para a
elaboração da tipologia de produtores; do CEPEA, informações relacionadas às
séries históricas regionais de preços, coeficientes técnicos de produção, entre
outros, requeridos na formulação dos modelos matemáticos e nas análises
econômicas; da Rede Agritempo da Embrapa, dados de temperatura e precipitação,
com a mesma finalidade. Para minimizar os riscos de não se contar com tais dados
nos momentos oportunos, existem ou estão em andamento convênios
institucionais com as instituições detentoras dos dados, o que não impede,
entretanto, que se tenha que pagar por alguns deles. O PC Economia prevê,
sempre que necessária, a compra de informações para se garantirem os dados
imprescindíveis à formulação dos modelos dos sistemas de produção típicos e dos
cenários de mitigação.
O principal risco associado ao estudo da atualização do mapeamento de
pastagens cultivadas do Brasil do PC Geopecus é o atraso na liberação de recursos
ou corte nos gastos que possam comprometer os trabalhos de campo. Por se
tratrar de plano de ação cujo objetivo é testar métodos, no plano de ação 3 do PC
Geopecus os riscos referem-se à possibilidade de se negar as hipóteses, apesar de
que hipóteses negadas também sejam resultados. Ainda no PC Geopecus
preocupa-se com a disponibilização dos dados primários colhidos nos sistemas de
produção e com a população amostral adequada às técnicas geoestatísticas. Para
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45
que tais dificuldades não ocorram, reuniões prévias serão realizadas de forma a
sincronizar os objetivos deste plano de ação com as ações dos projetos
componentes 2,3,4,5,6 e 7.
Quanto ao projeto componente de Modelagem Biofísica, alguns pontos
críticos do projeto são: desenvolvimento de software nos pontos de
implementação do framework de simulação, implementação dos modelos de cada
um dos processos, e na implementação do simulador; obtenção dos dados
necessários para a parametrização e avaliação dos modelos; geração e
documentação dos modelos de processos. Para mitigação do risco de atraso no
desenvolvimento do software duas estratégias complementares foram adotadas:
divisão do trabalho de desenvolvimento em mais de um responsável e contratação
de serviços de terceiros.
Existem riscos de rejeição das ferramentas computacionais ou da não
apropriação dos resultados analíticos pelos ministérios competentes e de
resistência pelos órgãos internacionais competentes. O risco de resistência à
aceitação dos modelos desenvolvidos pela equipe no âmbito de avaliações e
negociações internacionais será mitigado por meio de uma forte política de
publicação dos modelos e resultados das análises em periódicos estrangeiros e
congressos internacionais, de forma a contar com respaldo da comunidade
científica internacional. Adicionalmente, os modelos contarão com código aberto,
de forma que sejam facilmente submetidos a escrutínio pela comunidade científica
e órgãos internacionais competentes. A possibilidade de rejeição da apropriação
dos modelos e resultados pelos ministérios e órgãos competentes será mitigada
por meio da divulgação e treinamento para instâncias dos órgãos competentes,
particularmente o Ministério da Agricultura.
Medidas de Segurança Ambiental, Biológica e Pessoal
As áreas experimentais serão utilizadas de acordo com suas aptidões
agrícolas e as culturas, conduzidas por meio de tecnologias apropriadas, exceto
um dos tratamentos controle (pastagem degradada). Serão utilizadas
espécies/cultivares comerciais, adaptadas às condições edafoclimáticas da região.
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46
Para as atividades de campo e que requeiram o uso de agrotóxicos, as
pessoas envolvidas deverão fazer uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI),
bem como serão utilizados produtos recomendados para a(s) cultura(s), de acordo
com a legislação vigente, e respeitados os períodos de carência.
As análises químico-bromatológicas serão realizadas em laboratórios
adequados, por técnicos especializados, adotando-se normas de segurança do
trabalho, especialmente no que diz respeito ao uso de EPI´s, à manipulação de
produtos químicos, ao nível de exposição do usuário e ao grau de
comprometimendo à saúde, entre outros. Os resíduos das análises serão tratados
e, ou descartados conforme recomendação da vigilância sanitária e das normas
internas da Embrapa.
Os animais serão manejados de forma humanitária, por pessoal especializado,
e serão tomadas todas as medidas sanitárias necessárias, para satisfazer ao bem-
estar animal, de acordo com as boas práticas agropecuárias. Os projetos
envolvendo a utilização de animais experimentais seguirão as normas dos comitês
locais de ética em experimentação, envolvendo animais da instituição onde a
atividade será desenvolvida. Este procedimento será também adotado pelas
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes de cada instituição, para a
Segurança Pessoal dos membros do projeto envolvidos com atividades de
laboratório ou de campo.
A metodologia para estimativa da biomassa vegetal nas fitofisionomias
arbóreas prevê coletas destrutivas e transporte de madeira. Para tanto serão
tomadas as providências necessárias à obtenção de licenças ambientais para a
coleta e o transporte desse material, junto aos órgãos competentes. Também
serão solicitadas autorizações junto ao SISBIO para transporte de material
biológico, por precaução.
O processo de coleta de dados para os PCs de Economia, Modelagem
Biofísica, BD-Pecus e Geopecus não acarretará em ações que possam
comprometer o ambiente ou as pessoas envolvidas, mas de qualquer forma serão
tomadas medidas preventivas para segurança pessoal das equipes de trabalho.
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Será fomentada a forma humanitária e ética para o relacionamento entre os
membros do projeto, de forma a manter a integridade física e mental dos
integrantes e garantir o máximo respeito entre os membros do projeto. Durante as
reuniões e Workshops os prazos serão revisados e as equipes serão incentivadas a
realizarem trabalho condizente com a capacidade de sua equipe, evitando o
comprometindo não factível, pois esse tipo de atitude pode afetar negativamente a
qualidade dos resultados obtidos.
Estratégia de Gestão do Projeto em Rede
O projeto Gestão tem por finalidade garantir a exequibilidade das atividades
de pesquisa propostas no projeto em rede, de forma coesa, informada, articulada e
com ações de trabalho claramente definidas e aceitas, de forma que os membros
da equipe possam convergir para os objetivos propostos. Haverá a promoção da
integração transversal de três formas, que serão asseguradas pela Gestão do
Projeto PECUS e pela Gestão de cada Projeto Componente:
1. Entre Planos de Ação nos Projetos Componentes de Biomas, que
possuem atividades mutidisciplinares e uniformizadas na pesquisa de campo por
meio de protocolos mínimos de metodologia, respeitando-se as peculiaridades
entre os Biomas, e nas atividades relacionadas à parte econômica e de criação de
base de dados (Figura 3);
2. Entre os Projetos Componentes, onde as infomações geradas nos
experimentos de campo dos Projetos Componentes de Biomas (Amazônico,
Pantanal, Pampa, Mata Atlântica, Caatinga) e de Avanço Conceitual serão
trabalhadas pelos Projetos Componentes Gestão, GEOPECUS, BD-Pecus, Economia
e Modelagem Biofísica (Figura 4);
3. Entre o Projeto PECUS e outras estruturas da Embrapa, das Instituições
de Pesquisa e do setor produtivo. Já na concepção da rede PECUS houve uma
forte interação com o setor de transferência de tecnologia, uma vez que o projeto
foi construído de forma a utilizar toda a tecnologia gerada e transferida nos
projetos de pesquisa e transferência de tecnologia consolidados da Embrapa nos
temas de Integração Lavoura Pecuária Floresta; Intensificação da pecuária; Balde
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Cheio; Melhoramento Genético de Forrageiras de Gramíneas Tropicais e
Leguminosas, especialmente nos sistemas que usarão consorciação de pastagens,
Produção de Suínos e Aves, Tratamento Alternativo de Dejetos de Suínos e Aves,
Projeto AVISAR e dos Banco de Dados dos Sistemas de Produção da Embrapa. A
partir do momento que o Projeto PECUS gerar seus primeiros resultados haverá a
interação com outras redes de Pesquisa (Integração Lavoura-Pecuária, Rede Flora,
Rede REMA, SCAF), especialmente pela forma como foram construídos os PCs
Geopecus, BD-Pecus, Economia e Modelagem Biofísica prevendo essa necessidade
de interação e também será possível atender à Plataforma de Mudanças
Climáticas, aos Inventários de Emissões e Remoções Antrópicas nas diversas
escalas, às Associações, aos Conselhos de Classe do Setor Produtivo, à Mídia e às
Organizações não Governamentais por meio de Plano de Ação próprio do Projeto
Componente Gestão (Figura 6 do Item Informações adicionais).
Dessas interações serão gerados produtos nas áreas de Produção de
Publicações Técnicas Desenvolvimento de Produtos, Tecnologias e Processos,
Produção Técnico-Científica, Transferência de Tecnologia e Promoção da Imagem,
destancando-se os softwares e as bases de dados criadas, pela importância que
representarão para o futuro dos estudos nesse tema por serem mecanismos de
análise geral, macrovisão.
O projeto Componente Gestão será composto por três planos de ação, 1.
Gestão Técnica, 2. Gestão Financeira e 3. Estratégia de Gestão da Informação e
do Conhecimento para ações de Comunicação, Negócios e Transferência de
Tecnologia da Rede Pecus. Será formado um Comitê Gestor com a líder do projeto
e os líderes de PCs, esse comitê gestor criará um conselho composto por
pesquisadores especialistas na área técnica e estratégica do tema para consultas e
avaliações, também será formado um comitê técnico que servirá de suporte para
as ações de capacitação nas pesquisas de campo, inclusive na área de economia,
conforme organograma colocado a seguir.
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Figura 5. Organograma de gestão da Rede Pecus
Na Gestão Técnica é importante ressaltar que, além de todo o suporte
necessário para a concretização dos experimentos de campo desde a implantação,
análises físico-químicas e bromatológicas, coleta e organização dos resultados na
área econômica e resultados de campo, criação de base de dados, será dada
enfâse muito grande para treinamento e capacitação das equipes, devido às
deficiências já diagnosticadas em competências para a realização das avaliações
nos experimentos de campo. Em muitas ocasiões, mesmo considerando-se o nível
de projeto componente de biomas e não de plano de ação, faltam competências
imprescindíveis, uma vez que para alcançar o objetivo proposto é necessário
conhecimento multidisciplinar nas áreas de emissão de gases de efeito estufa,
dinâmica de carbono e nitorgênio, ciclagem de nutrientes, solos, produção e
nutrição vegetal, produção e nutrição animal, etologia, economia, além do
INOVAÇÃO
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conhecimentos na área de extensão rural para poder gerenciar tecnicamente os
sistemas de produção.
No Plano de Ação “Gestão Estratégia da Informação e do Conhecimento
para ações de Comunicação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Rede
Pecus” foi considerado uma premissa muito importante do projeto PECUS que é o
objetivo de levantar informações sobre a problemática de emissão e remoções
antrópicas de Gases de Efeito Estufa, dentro dos padrões internacionais, com
imparcialidade e critério científico e divulgá-los com transparência condizente ao
tema, estabelecendo relação de confiança com o público em geral. Nesse sentido
foi proposto esse PA que atuará na criação de página eletrônica do projerto, em
mecanismos de comunicação eletrônica nos mais diferentes graus, no exercício da
gestão de conhecimentos, informações e aprendizagens por meio do uso
experimental do ambiente e-l@r, no atendimento e treinamento da mídia no tema
estudado, no desenvolvimento de material para divulgação do projeto tendo
também o objetivo de captar parcerias, inclusive institucionais, na realização de
eventos de eventos de aproximação com os públicos de relacionamento
(stakeholders) sobre o tema do projeto (ONG’s, governo e formadores de opinião)
e no mapeamento do conhecimento gerado pela rede por meio do desenvolvimento
de mapas conceituais.
A gestão financeira também envolverá os membros do Comitê Gestor. No
Plano de Ação “Gestão Financeira” serão realizadas atividades para assegurar a
correta aplicação de recursos, bem como a solicitação e acompanhamento das
informações a fim de ocorrer distribuição orientada dos recursos aos responsáveis.
A gestão financeira empregará planilhas de controle da distribuição orçamentária,
realizará as solicitações de recursos e elaborará relatórios quadrimestrais do
emprego dos mesmos. Haverá estímulos para que esses recursos sejam captados
de forma externa por meio de envio de projetos para outras fontes. Entretanto,
vale lembrar que, dada a situação de falta de infra-estrutura e de capacitação de
equipes, quando se considera o nível nacional, para a rede funcionar haverá
necessidade de um cerne financeiro robusto e consolidado, se isso ocorrer haverá
mais facilidade para se catalisarem futuras captações financeiras.
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O Comitê Gestor e o Comitê Técnico realizarão uma reunião de planejamento
no início do projeto. Caso seja necessário será solicitado o apoio do Conselho do
Projeto PECUS. Poderão ser realizadas reuniões extraordinárias e regionais de
planejamento. Serão realizados três workshops nacionais de avaliação e
planejamento, o primeiro nove meses após o início do projeto, ou quando a compra
e funcionamento dos equipamentos estiverem avançados, o segundo dois anos
após quando houver resultados dos experimentos e o Workshop no último
semestre para discutir a finalização dos trabalhos e o destino da rede de pesquisa.
No primeiro ano serão realizados cursos de capacitação. No workshop inicial será
discutida a política de dados. Durante a fase experimental serão realizadas visitas
técnicas (comitê técnico) aos projetos componentes para acompanhamento das
pesquisas e para suporte técnico dos pesquisadores, nessa fase também serão
realizadas reuniões técnicas incluindo os membros dos PCs 1; 9; 10; 11 e 12
(Gestão, Banco de Dados, Modelagem Biofísica; Avaliação Econômica, Ambiental e
Geotecnologias) e Comitê Gestor para assegurar o fluxo de informações entre os
PCs de Biomas, Avanço Conceitual e os PCs que tratarão os resultados do projeto.
Os responsáveis por Atividades e responsáveis por Planos de Ação realizarão
relatórios quadrimestrais, enviados por via eletrônica para os líderes de PCs e por
conseguinte para os membros do Comitê Gestor. Além disso, caberá também ao
comitê gestor encaminhar todos os convênios entre as instituições envolvidas no
projeto. O mecanismo principal de comunicação até o momento tem sido o e-mail,
mas outros mecanismos serão implantados durante o projeto conforme as
necessidades. A seguir está descrito o cronograma das atividades, de forma geral
e resumida.
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Cronograma Geral de Gestão
jan/12 jan/13 jan/15
jan/11 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 dez/12 jan/14 nov/14
Visitas
Comitê
Técnico
Reuniões Técnicas nos Biomas
PCS1; 9; 10; 11 e 12
(Gestão, Banco de Dados,
Modelagem Biofísica;
Avaliação Econômica,
Ambiental e Geotecnologias) e
Comitê Gestor
Reunião Comitê
Gestor e Comitê
Técnico e
Conselho
Workshop
Inicial
Visitas Comitê
Técnico
Workshop Final
Cursos de
Capacitação
Técnica
Workshop Acompanhamento
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Cronograma Resumido Projeto PECUS
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Jan/2011 a
Dez/2011
Jan/2012 a
Dez/2012
Jan/2013 a
Dez/2013
Jan/2014 a
Dez/2014
Compra de equipamentos e adaptação infra-estrutura X
Capacitação Equipes X X
Workshop Inicial X
workshop Acompanhamento X X
Mapeamento das Áreas Pastagens X X
Fase experimental a Campo nos Sistemas de Produção com a geração de
Dados Primários e Balanço GEE X Sequestro C X X
Levantamento Dados Econômicos nos Sistemas de Produção X X X
Definição política de uso e acesso aos dados coletados X
Estruturação do banco de Dados Pecus X X
Abastecimentos do Banco de Dados Pecus X X X
Modelagem Biofísica X X X X
Tipifição e Caracterização dos Sistemas de Produção Pecuários X X
Formulação de Modelos econômicos dos Sistemas de Produção X X
Avaliação integrada Econômico Ambiental de cenários de mitigação GEE X X
Oferecimento de Interface para extração de dados automatizada para público
interno e externo (outros projetos, inventários, Instituições de Classe) X
Ações de Gestão Estratégia de Gestão da Informação e do Conhecimento
para ações de Comunicação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Rede
Pecus.,
X X X X
Ações de Gestão Financeira e Fomento à captação de recursos X X X X
Avaliação do Futuro da Rede X X
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Participação em Outros Projetos e Financiamentos
A presente proposta conta com captações de recurso que tornaram possível a
estruturação da Rede PECUS, os valores estão apresentados nas Tabelas 2 a 7 e
somam cerca de R$ 8 milhões de reais, sem computar a infra-estrutura já existente nas
Unidades da Embrapa. Todos os projetos abaixo foram aprovados por integrantes da
Rede Pecus. Os recursos solicitados pela rede PECUS excluem esse montante já
captado.
Tabela 2 - Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
agropecuária do Bioma Cerrado
Título ou n. projeto Total Fonte
Projeto macroprogama 3 número 03.09.02.011.00.00 105 317,80 Embrapa
Protocolo 15282.285.5622.22102009 - chamada n° 08/2009 –
PPP 23.658,10
FUNDECT/CNPq
MP4 – TT iLPF 12.000,00 Bungue -
Embrapa
Convênio Iniciativa Privada (mudas) 5.000,00 Ramires
Convênio Iniciativa Privada (sementes pastagens) 1.000,00 Unipasto
Projeto Finep/Embrapa 113.400,00 Projeto
Finep/Embrapa
Projeto 02070200900.07.12 40.000,00 Embrapa
MP4 – Ttsilpf 39.773,00 Embrapa
“Estudos fundamentais em sistemas agrossilvipastoris para a
região bioclimática 1 no Estado do Paraná” 135.296,39 IAPAR
Total 370.127,49
Tabela 3 – Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
agropecuária do Bioma Mata Atlântica
Título ou n. projeto Total Fonte
Contrapartida
Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
Infra-estrutura laboratorial (laboratório de
biogeoquímica) e de campo experimental *
580.000,00 UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
Bolsas de Doutorado três alunos, bolsa de
Mestrado dois alunos de Mestrado e bolsa de
Iniciação Científica de dois alunos *
201.000,00 UFRGS
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Universidade de São Paulo – Infra-estrutura de
campo de laboratório para a execução do
projeto
210.000,00 USP- FZEA
Insituto de Zootecnica – Infra-estrutura de
campo e laboratório para a execução do
projeto
60.000,00 IZ- Nova Odessa
Total 1.051.000,00
Captação de recursos de outras fontes
Projeto MP2 –– Dinamica de gases do
nitrogênio e carbono - uma visão integrada e
multidisciplinar - em quatro sistemas de
pastagens para pecuária bovina com ênfase
nas perdas gasosas, na maximização da
eficiência de uso dos fertilizantes nitrogenados
e no potencial de mitigação - CPPSE
357000,00 EMBRAPA
Bolsa de Pós-Doutorado: Quantificação de
Gases Efeito Estufa Liberados por Bovinos,
Avaliando Diferentes Sistemas de Pastagens”
Pós-doutorado Empresarial - CPPSE
38.400,00 CNPq
Projeto: Desenvolvimento de sistemas de
produção agropecuária, com característica de
baixa emissão de carbono: desafios e
oportunidades ao agronegócio do RS.- UFRGS
113.000,00 FAPERGS/CNPq
Projeto: Sistemas silvipastoris como estratégia
de aumento de sustentabilidade das pastagens
- CPPSE
134.000,00 CNPq
Projeto Carbon Tracker and Water availability:
controls of Land Use and Climate Changes -
CNPMA
994.932,00 FAPESP-MCT-CNPq-
PRONEX-PFPMCG
Covênio CRI Genética Avançada 20 000,00 Setor Privado
Total 1.657.332,00
Recursos serão usados entre os PCs Mata Astlântica e Pampa
Tabela 4 – Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
agropecuária do Bioma Pampa
Título ou n. projeto Total Fonte
Laboratório de Biogeoquímica Ambiental (cromatógrafo
Shimadzu 2014) recém adquirido 400.000,00 UFRGS
Bolsas de Doutorado três alunos 129.600,00 UFRGS
Bolsa de Iniciação Científica 7.200,00 UFRGS
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Potencial de sistemas de integração lavoura-pecuária para
seqüestro de carbono e mitigação das emissões de gases de
efeito estufa. 480957/2007-0
48.540,00
CNPq
Seqüestro de C no solo e mitigação das emissões de gases
de efeito estufa na integração lavoura-pecuária PA N°
317/07
36.000,00
Fundação
Agrisus
Desenvolvimento de sistemas de produção agropecuária, com
característica de baixa emissão de carbono: desafios e
oportunidades ao agronegócio do RS. Valor total 550.000,00
113.000,00
FAPERGS/CNPq
PRONEX
Animal Change – projeto aprovado, porém valor não
divulgado
Ainda não
divulgado União Européia
Total 734.340,00
Tabela 5 – Dinâmica de gases de efeito estufa em sistemas de produção da
agropecuária do Bioma Caatinga
Título ou n. projeto Total Fonte
Estoque e dinâmica do fluxo de Carbono no Bioma Caatinga R$1.845.096,80 Embrapa M2
Total R$1.845.096,80
Tabela 6 - Avanço conceitual em diagnóstico e estratégias de mitigação de metano
entérico em ruminantes no Brasil
Título Total Fonte
Embrapa Gado de Leite
O uso potencial de co-produtos de biodiesel como suplementos
e mitigadores de metano em dietas de bovinos à base de
forrageiras tropicais
150.940,00 Embrapa
Produção e qualidade da forragem e desempenho animal em
pastagens de gramíneas tropicais submetidas a diferentes
estratégias de manejo
180.990,00
Embrapa
Manejo de capim-elefante de diferentes tipos morfológicos com
base na interceptação da radiação incidente 46.320,40
Embrapa
Produção de manteiga naturalmente enriquecida com ácido
linoléico conjugado (CLA) e avaliação do seu potencial em
melhorar indicadores específicos associados à doença de
Alzheimer
74.860,00
Embrapa
Uso da glicerina bruta como ingrediente nas dietas para vacas
em lactação 89.539,20
Embrapa
Produção de sementes, germinação, perfilhamento e
estabelecimento de novas plantas oriundas da ressemeadura
natural de Brachiaria decumbens em pastagens arborizadas
25.714,00
Embrapa
Associação de critérios morfofisiológicos, produtivos e
estruturais no manejo do capim-elefante sob desfolha
intermitente
47.405,64 Fapemig
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
SEG - Sistema Embrapa de Gestão
57
Exploração Intensiva de Gramíneas Tropicais na Pecuária de
Leite 100.621,66 CNPq
Potencial forrageiro de clones de capim-elefante anão sob
pastejo de lotação rotativa 74.070,00 CNPq
Estratégias de manipulação de dietas de bovinos para
diminuição de impactos ambientais e sociais gerados pelas
cadeias produtivas do leite
330.000,00 CNPq
Suplementação de forrageiras tropicais com óleo de girassol
para produção de leite com perfil de ácidos graxos mais
adequado ao consumo humano
49.560,00 FAPEMIG
Utilização do óleo de girassol em dietas baseadas em
forrageiras tropicais para produção de leite com perfil de ácidos
graxos mais adequado ao consumo humano
49.941,79 CNPq
Forrageiras e alimentos alternativos do Nordeste - Tabela de
composição de alimentos e estratégias de formulação de dietas
de melhor benefício bioeconômico para bovinos leiteiros
500.000,00 CT-Agro
Embrapa Cerrados
Potencial de emissão de metano, composição química e
degradabilidade de gramíneas forrageiras para ruminantes no Bioma
Cerrado
40.000,00 EMBRAPA
Universidade Federal de Minas Gerais
Novas opções de suplementação forrageira para a cadeia produtiva
do leite do estado de minas gerais 118.684,04 FAPEMIG
Total 1.878.646,73
Tabela 7 – Avaliação econômica de alternativas tecnológicas para mitigação de gases
de efeito estufa em sistemas de produção da pecuária brasileira
Título ou n. projeto Total Fonte
Projeto Avisar – Painéis de Tipificação e localização espacial
dos principais sistemas de produção pecuária
200.000,00 Embrapa
Total 200.000,00
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
SEG - Sistema Embrapa de Gestão
58
Informações adicionais
Haverá grande interação entre o Projeto PECUS e outras estruturas da Embrapa,
de Instituições de Pesquisa e o setor produtivo, conforme pode ser visualizado no
diagrama das Figuras 6 e7. Já na concepção da rede PECUS houve uma forte interação
com o setor de transferência de tecnologia, uma vez que o projeto foi construído de
forma a utilizar toda a tecnologia gerada e transferida nos projetos de pesquisa e
transferência de tecnologia consolidados da Embrapa e de outras instiuições de
pesquisa nos temas de Integração Lavoura Pecuária Floresta; Intensificação da pecuária;
Balde Cheio; Melhoramento Genético de Forrageiras de Gramíneas Tropicais e
Leguminosas, especialmente nos sistemas que usarão consorciação de pastagens,
Produção de Suínos e Aves, Tratamento Alternativo de Dejetos de Suínos e Aves,
Projeto AVISAR e dos Banco de Dados dos Sistemas de Produção da Embrapa. A partir
do momento que o Projeto PECUS gerar seus primeiros resultados haverá a interação
com outras redes de Pesquisa (Integração Lavoura-Pecuária, Rede Flora, Rede Grãos,
Rede REMA, SCAF), especialmente pela forma como foram construídos os PCs
Geopecus, BD-Pecus, Economia e Modelagem Biofísica prevendo essa necessidade de
interação e também será possível atender à Plataforma de Mudanças Climáticas, aos
Inventários de Emissões e Remoções Antrópicas nas diversas escalas, às Associações,
aos Conselhos de Classe do Setor Produtivo, à Mídia e às Organizações não
Governamentais por meio de Plano de Ação próprio do Projeto Componente Gestão.
As outras duas redes que estão sendo propostas, com ênfase em florestas (Rede
Flora) e com ênfase na produção de grãos (Rede Grãos) devem trabalhar com os
mesmos protocolos de coleta e armazenamento de dados proporcionando dessa forma
uma visão conjunta do setor agrícola e florestal brasileiro (Figura 8). A rede é uma
oportunidade de aumentar o sinergismo entre as equipes, assim como a integração de
novos membros e aumento de profissionais capacitados para um tema de tamanha
relevância para o país.
Como se destaca na Figura 8, com enfoque mais amplo e dentro da plataforma
de mudanças climáticas da Embrapa, este projeto procurou oferecer estrutura que será
aproveitada nas Redes Flora e Grãos, completando uma estrutura preconcebida de
forma integrada para permitir dar as respostas nacionais demandadas nas negociações
internacionais sobre as mudanças climáticas. Essas três propostas preenchem a lacuna
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mais importante dentro da plataforma de mudanças climáticas, que se refere ao balanço
de C e emissão de GEE nos sistemas produtivos e proposição de ações de mitigação e
adaptação.
Na figura 8, ao se olhar na direção da face sombreada vê-se a estrutura de cada
um dos projetos, Pecuária (Pecus), Grãos e Florestas (Flora), abordando os sistemas
naturais ou produtivos em cada um dos biomas e quatro camadas transversais, fazendo
a integração da informação entre os biomas. Ao se concentrar na outra face de frente
para a Figura 8, pode-se analisar a integração dos três projetos, respondendo às
demandas nacionais por informações sobre a emissão total dos Biomas, combinando-se
as emissões parciais de Pecuária, Florestas e Culturas Agrícolas, ao que também dá
suporte os sistemas transversais de modelagem dos sistemas biofísicos,
socioeconômicos, sensoriamento remoto e sistemas de informação.
Os PCs transversais se estruturam para fazer a integração dos três projetos.
Assim, tanto a estrutura, quanto a estratégia de ação do PCs tranversais procuraram
gerar mecanismos comuns que certamente serão aproveitados na Rede Flora e Rede
Grãos. Essa estratégia visa facilitar a interação no desenvolvimento das três propostas e
permitir que seus resultados sejam integráveis em análises e simulações mais
abrangentes, considerando os diversos sistemas dentro de um mesmo bioma.
A articulação da proposta de Grãos (ou culturas agrícolas) já está agendada para
23 a 25 de novembro, a pré-proposta da Rede Flora e esta proposta sendo estruturada
nos mesmos moldes deve permitir ao país realizar inventário nacional mais adequado à
realidade brasileira e com respaldo científico para que possa ser defendido e aceito pela
comunidade internacional. Esse respaldo é essencial, como forma de transferência de
tecnologia e suporte à definição de políticas públicas, para que o Brasil deixe de ser
indiretamente penalizado pelos cálculos de acordo com os padrões internacionais do
IPCC e ganhe maior poder de negociação no que tange a agenda agrícola e ambiental,
envolvendo as questões de mudanças climáticas e de economia de baixa emissão de
carbono, que poderão se tornar alvo de barreiras comerciais não tarifárias em futuro
próximo.
Obviamente que resultados pontuais como artigos científicos, eventos, palestras,
entre outros são importantes para se alcançar os objetivos propostos, entretanto os
resultados mais robustos previstos neste projeto relativos aos balanços entre emissões
e remoções antrópicas de GEE, atividades de monitoramento, criação de base de dados
e produção de softwares e simuladores serão ainda mais importantes para o sucesso
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dessas interações e longevidade da rede. Presume-se que a rede PECUS deverá ter
longevidade alta, devido às crescentes necessidades de avaliações das ações antrópicas
no ambiente terrestre.
Conforme pode ser visto no item Participação em Outros Projetos e
Financiamentos, a rede PECUS vem se estruturando por meio de aprovação recente de
projetos dispersos pelo país e até no exterior. A não aprovação da Rede significa,
dentre outros aspectos, a perda de oportunidade de organizar essas equipes, que
apresentaram alta adesão à Rede (inclusive superior às expectativas da líder dessa
proposta), concordando em alimentar com dados primários o projeto componente BD-
PECUS.
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Figura 6. Relacionamento da Rede Pecus com outras estruturas de P&D&TT&I
(Redes de Pesquisa, Projetos de TT, Inventários de Emissão e Remoções
Antrópicas de GEE, Sociedade em Geral) e com o futuro da própria rede.
REDE PECUS
Tecnologias consolidadas por outras redes de pesquisa com potencial de mitigação (Sistemas Intensivo, ILPF,
ILP, Silvipastoril, Confinamentos, Consorciação de Pastagens,
Tratamento alternativo de dejetos animais, Avanços nutricionais na forma de ingredientes ou aditivos em dietas
etc…) e Sistemas Tradicionais
Realização de avaliações das emissões e remoções de
GEE, Organização da Informação, Modelagem
Biofísica e Economia, Geotecnologias
Geração de produtos que irão retroalimentar as tecnologias
geradas e o próprio futuro da Rede Pecus com macro visão e atender ao público de forma geral (outras redes da Embrapa, Inventários,
Políticas Públicas, Sociedade de forma Geral)
Avanço do Conhecimento em metodologias e
inforrmações
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Figura 7. Áreas de atuação da Rede PECUS dentro da Plataforma de Mudanças Climáticas. (Fonte: Figura cedida pelo pesquisador Giampolo Queiroz Pellegrino)
Figura 8. Interação entre as redes Flora, Grãos e Pecus. (Fonte: Figura cedida pelo pesquisador Giampolo Queiroz Pellegrino)
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SEG - Sistema Embrapa de Gestão
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Anexo 1. Workshop Métodos de Quantificação dos Fluxos de Gases
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Sistemas de Produção da Agropecuária