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30 AGO DIA ZERO QUARTA‑FEIRA 16:00 → MUSEU DE LAMEGO 6 PRIMEIRA DAMA Camaleónico na voz, corpo e espírito, Primeira Dama tem‑se servido do piano e de uma escrita apuradíssima para encantar todos com quem se cruza. Apesar de jovem, apetece dizer que já há nele um pouco de todos os grandes cantores nacionais, de Variações a Afonso a Oliveira, encontrando ainda espaço para albergar aquela candura melancólica de Marc Bolan. 16:45 → MUSEU DE LAMEGO 6 TALEA JACTA Talea Jacta são Pedro Pestana (10000 Russos, Tren Go! Sound System) na guitarra e João Pais Filipe (HHY & the Macumbas, etc) na bateria e percussões. Difícil de definir pela fluidez com que se movimentam entre géneros, talvez valha a pena situá‑ ‑los num meio caminho entre o krautrock e o dub para nos orientarmos – ainda que eles arranjem espaço para explorar tudo o que fica pelo meio. 18:15 → MUSEU DIOCESIANO 8 SALLIM A introspeção que Sallim traz até nós é feita de paisagens oníricas, filtros de canela e do indie pop a que a Cafetra Records nos tem vindo a habituar tão docilmente. O saudosismo da música de Francisca Salema faz‑se de melodias que chegam devagarinho, letras que nos fazem viajar no tempo sem pedir licença, e um sentimento de leveza que se instala nos ossos e na alma. 21:30 → CAPELA DO DESTERRO 7 LUCA ARGEL É através da Música Popular Brasileira que Luca Argel encontra o seu motor de criação, recontando fábulas por entre um imprudente dedilhar de cordas, seja no violão ou na guitarra. A viver no Porto desde 2012, Luca Argel escreve para mais linhas que aquelas que lhe dão, dedicando‑se também à poesia e a um Samba Sem Fronteiras, banda da qual é vocalista. 31 AGO QUINTA‑FEIRA 17:15 → PALCO CASTELO 4 COELHO RADIOACTIVO Promessa mais que concretizada, Coelho Radioactivo é um dos nomes dianteiros da nova geração de cantautores portugueses. Nos três anos que passaram entre o essencial “Canções Mortas” e este regresso a Lamego, o Coelho tem‑se desdobrado em variadíssimas personas musicais, o que só aumenta a nossa curiosidade por esta vinda tão certeira. 18:15 → PALCO CASTELO 4 LYFE Oriundo de Lamego e descendente das visões e estéticas de Madlib, J Dilla, Tyler the Creator ou Machintosh Plus, LYFE é um promissor beatmaker que que faz do MPC a sua arma de eleição para arrancar ao ar grooves chillados, ambientes próximos da vaporwave e uma descontração generalizada que promete fazer‑se sentir durante o seu set. 19:15 → PALCO CASTELO 4 NILS MEISEL Criador compulsivo e visionário, Nils Meisel é um dos mais crípticos e originais produtores a actuar em Portugal. Com uma capacidade de improvisar e trabalhar sobre o erro fora do comum, é quando trabalha sem rede e sem géneros que nos deixa deslumbrados por ouvir o que mais ninguém ouve. À semelhança dos japoneses Boredoms, trabalha sob repetições constantes e circulares, modelando de forma quase microscópica a sua música. 21:45 → PALCO ALAMEDA 5 MADRASTA Ativos desde 2013, os Madrasta têm vindo a reescrever o post‑rock à sua mercê, acrescentando‑lhe paisagens cinematográficas, texturas banhadas em psicadelismo e estórias sem voz que falam por si só. O primeiro longa duração, “Matiné”, surgiu no final do ano passado pela Honeysound, e levou o trio aos cantos mais inusitados do país. 22:45 → PALCO ALAMEDA 5 THE TWIST CONNECTION Os The Twist Connection são a prova irrefutável de que menos é mais. A receita é simples: bateria, baixo e guitarra, e deu origem a um dos melhores discos que ouvimos em 2016. “Stranded Downtown” recupera a moribunda escola de rock ‘n’ roll de Coimbra, aliando‑a a influencias garage e punk, que entrecruzam e servem com riffs que nunca perdem o swing e o groove. 23:45 → PALCO ALAMEDA 5 WHALES As más línguas diriam que temos um claro fascínio por baleias e afinal de contas temos mesmo. Nadadores exímios das mais vastas correntes da indie music (tanto nos campos do rock como da electrónica), os Whales apresentam‑se como um caso promissor no contexto das novas bandas nacionais. 1 SET SEXTA‑FEIRA 17:00 → PALCO OLARIA 2 PALMIERS Em 2017, o psicadelismo faz parte do cânone da música nacional: Ouvimo‑lo a jorrar dos decibéis do rock, mas também em composições eletrónicas e devaneios jazzísticos, numa permeabilidade que não olha a meios. Que o digam os Palmiers, power‑trio que gosta de fazer mais com menos, numa aproximação curiosa à desconstrução e tropicalidade ouvida nos Battles. 18:00 → PALCO CASTELINHO 1 ACID ACID Palavras como transe ou viagem são apenas isso, palavras que não fazem jus à experiência que é cair neste caldeirão de ácido. Apesar da carreira ainda curta, Acid Acid exibe a consistência de quem anda nisto há décadas. Em palco, vemo‑lo como em disco: em toda a sua plenitude, numa aproximação ao kraut de Manuel Gottsching e ao ambient de Harmonia ou Cluster. 19:15 → PALCO CASTELO 4 MARIA Maria, de seu verdadeiro nome David Almeida e um dos mais recentes afiliados da Monster Jinx, tem dado que falar pela fusão contagiante de hip‑hop com house que se ouve em “Isto nem é uma Beat Tape EP”. Gravada no que o próprio apelida de lugar em que beber um café à meia‑noite pode ser difícil, Maria e os seus beats oscilam entre a Detroit de J Dilla e Omar S, a disciplina germânica e os breaks do Reino Unido. 21:30 → PALCO TRC 3 LIVE LOW Criação solitária de Pedro Augusto (um dos cabecilhas do colectivo Faca Monstro), mas rapidamente alargada a banda com a inclusão de Gonçalo Duarte (Equations), Miguel Ramos (NACO, Hitchpop, Torto) e Ece Canil, os Live Low serão porventura das poucas bandas que conseguem traduzir a melancolia portuguesa (deve‑se ler saudade?) numa música que é ao mesmo tempo hipodérmica e hipnótica. 22:30 → PALCO TRC 3 NICE WEATHER FOR DUCKS Referidos como uns “Animal Collective com canções”, os leirienses Nice Weather for Ducks são a banda perfeita para aquelas noites quentes de verão. Depois de passagens pelo Festival Bons Sons, o CBB e o Vodafone Paredes de Coura, os Nice Weather aterram em Lamego e prometem trazer as melhores vibes ao palco do Teatro Ribeiro Conceição. 23:30 → PALCO TRC 3 HARMONIES Criado como um canal ad‑hoc para homenagear Erik Satie e entretanto promovido a banda de direito próprio, o trio de Luís Fernandes (electrónica), Joana Gama (piano) e Ricardo Jacinto (violoncelo) juntou‑se pela primeira vez em 2015 e desde então que se tem apresentado por toda a Europa sob a égide de Satie. Em palco, erguem uma ponte sólida e pertinente entre o classicismo sereno do pianista e a vanguarda electrónica de John Cage. 00:30 → PALCO OLARIA 2 GALGO À celebração do post‑rock junta‑se um certo psicadelismo intrínseco e uma adoração sublimada de ritmos ternários, que tornam Galgo um ser vivo denso, impossível de controlar ou rotular. O paganismo da banda de Oeiras é o ingrediente perfeito para a auto‑descoberta e para a libertação da alma, para que possa, também ela, dançar. 01:30 → PALCO OLARIA 2 STONE DEAD A música aparentemente movida a cerveja e outros aditivos dos Stone Dead é permeada por estruturas orelhudas que não são alheias a uma certa ideia de pop, que nos fazem olhar para lá da descarga decibélica e feérica destes bons rapazes. Chegam a Lamego após uma tour europeia onde demoliram palcos um pouco por toda a parte com os Kilimanjaro. 02:30 → PALCO CASTELINHO 1 BLEID Fundadora da Cratera, autora do programa Operation Mindfuck na Rádio Quântica e presença regular nas noites Príncipe, BLEID tem devastado corpos com sets irrepetíveis em palcos um pouco por todo o lado com um groove que diz tanto ao techno e aos territórios mais densos do ambient e do drone, como à liberdade gingona da música africana. 2 SET SÁBADO 17:00 → PALCO OLARIA 2 THE NANCY SPUNGEN X Mesmo que vos digam o contrário, não acreditem. O punk não morreu e os minhotos The Nancy Spungen X‑perience estão aí para o comprovar. Colectivo de formação variável cuja sonoridade e postura que nos faz lembrar os dUAS sEMI cOLCHEIAS iNVERTIDAS ou os nova‑iorquinos Dowtown Boys, chegam sob a égide da liberdade para escrever mais uma página na história do festival. 18:00 → PALCO CASTELINHO 1 MOLOCH Os Moloch são uma amalgama sonora em que se perfilam Luís Soares, André Martins e João Silveira, voz que já conhecemos de Burgueses Famintos. Para falar deles nada melhor do que eles próprios que se descrevem‑se como “desert psychadelia punk post‑hardcore extravaganza.” 19:15 → PALCO CASTELO 4 LAMA João de seu nome, Shela para os amigos, é teclista de encantos vários e sensibilidade fora do comum. Nele, ouvimos tanto de prog como de pop como de jazz, num estilo que é só seu e não conseguimos – nem queremos – encontrar em mais ninguém. Traz‑nos o doce “Rubato”, disco construído em família e que, como o próprio Lama, é capaz de iluminar o mundo em redor só pela sua presença. Chega a Lamego depois de nos cruzarmos com ele num Combustão Lenta em 2016, a atravessar num período fértil e com surpresas a pensar no TRC ZigurFest. 21:30 → PALCO TRC 3 CALCUTÁ De há dois anos a esta parte que Calcutá – banda liderada por Teresa Castro – tem sido presença assídua nos palcos nacionais. Tal se deve à entrega de corpo e coração que se ouve no EP de estreia “Over Night” e que a levou a assinar belíssimos concertos no Serralves em Festa e no NOS Alive, espaços que ficaram momentaneamente revestidos pelo mesmo veludo que veste o seu ghost‑rock psicadélico. Fãs de PJ Harvey, alistem‑se e realistem‑se para este momento solene. 22:30 → PALCO TRC 3 THE RITE OF TRIO Jambacore parece coisa vinda do espaço, mas o termo cunhado pelos The Rite of Trio serve na perfeição para traduzir a sonoridade do trio, que tenta unir as pontas soltas entre o jazz atmosférico de Miles Davis e o rock de Zappa. Aparições no Serralves em Festa e na Culturgest têm cimentado o entrosamento cada vez mais oleado do trio, que usa a improvisação como meio de olhar o futuro diretamente nos olhos. 23:30 → PALCO TRC 3 ALEK REIN O heterónimo musical de Alexandre Rendeiro chega‑nos acompanhado por uma banda fora de série para nos levar até “Mirror Lane”, disco‑delícia que cruza a folk com o psicadelismo e que marcou presença nas listas de álbum do ano de quase todas as publicações especializadas no ano passado. Em palco, não anda nada distante do melhor Elliot Smith, indo do mais elétrico ao puramente introspetivo com a facilidade que só os grandes conseguem. 00:30 → PALCO OLARIA 2 PEGA MONSTRO São uma força vital do novo rock feito por cá e a edição de “Alfarroba” e “Casa de Cima” comprovou‑o. As irmãs Maria e Júlia Reis chegam finalmente a Lamego para mostrar as canções certeiras com um quê de punk e outro tanto de shoegaze, depois de terem palmilhado Europa e Brasil à boleia de gente como Panda Bear ou Animal Collective. 01:30 → PALCO OLARIA 2 CHALO CORREIA A cidade arrisca‑se a nunca mais ser a mesma depois da passagem do luandês Chalo Correia pelas suas ruas. Verdadeiro combustível feito pessoa (ou pessoa feita combustível), vem apresentar “Kudiholola” e “Akuá Musseque”, discos indutores de transe perene que se servem do semba e outros ritmos quentes para fazer a festa mais rija que já viram. 02:30 → PALCO CASTELINHO 1 GPU PANIC Projecto paralelo de Tomé Ribeiro (Salto) e alumni da Red Bull Music Academy, os trilhos de GPU Panic não andam distantes do downtempo preconizado por luminários como Mr. Herbert Quain, Massive Attack, entre outros. Com um EP e uma mão cheia de temas na bagagem, rapidamente chamou a atenção sobre si graças os earworms pegajosos que teimam em não nos sair da cabeça.

MADRASTA CALCUTÁzigurfest.zigurartists.com/2017/ZigurFest17-Programa.pdf · viajar no tempo sem pedir licença, e um sentimento de leveza que se instala nos ossos e na alma. 21:30

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30 AGO DIA ZERO QUARTA ‑FEIRA16:00 → MUSEU DE LAMEGO 6

PRIMEIRA DAMACamaleónico na voz, corpo e espírito, Primeira Dama tem ‑se servido do piano e de uma escrita apuradíssima para encantar todos com quem se cruza. Apesar de jovem, apetece dizer que já há nele um pouco de todos os grandes cantores nacionais, de Variações a Afonso a Oliveira, encontrando ainda espaço para albergar aquela candura melancólica de Marc Bolan.

16:45 → MUSEU DE LAMEGO 6

TALEA JACTATalea Jacta são Pedro Pestana (10000 Russos, Tren Go! Sound System) na guitarra e João Pais Filipe (HHY & the Macumbas, etc) na bateria e percussões. Difícil de definir pela fluidez com que se movimentam entre géneros, talvez valha a pena situá‑‑los num meio caminho entre o krautrock e o dub para nos orientarmos – ainda que eles arranjem espaço para explorar tudo o que fica pelo meio.

18:15 → MUSEU DIOCESIANO 8

SALLIMA introspeção que Sallim traz até nós é feita de paisagens oníricas, filtros de canela e do indie pop a que a Cafetra Records nos tem vindo a habituar tão docilmente. O saudosismo da música de Francisca Salema faz ‑se de melodias que chegam devagarinho, letras que nos fazem viajar no tempo sem pedir licença, e um sentimento de leveza que se instala nos ossos e na alma.

21:30 → CAPELA DO DESTERRO 7

LUCA ARGELÉ através da Música Popular Brasileira que Luca Argel encontra o seu motor de criação, recontando fábulas por entre um imprudente dedilhar de cordas, seja no violão ou na guitarra. A viver no Porto desde 2012, Luca Argel escreve para mais linhas que aquelas que lhe dão, dedicando ‑se também à poesia e a um Samba Sem Fronteiras, banda da qual é vocalista.

31 AGO QUINTA ‑FEIRA17:15 → PALCO CASTELO 4

COELHO RADIOACTIVOPromessa mais que concretizada, Coelho Radioactivo é um dos nomes dianteiros da nova geração de cantautores portugueses. Nos três anos que passaram entre o essencial “Canções Mortas” e este regresso a Lamego, o Coelho tem ‑se desdobrado em variadíssimas personas musicais, o que só aumenta a nossa curiosidade por esta vinda tão certeira.

18:15 → PALCO CASTELO 4

LYFEOriundo de Lamego e descendente das visões e estéticas de Madlib, J Dilla, Tyler the Creator ou Machintosh Plus, LYFE é um promissor beatmaker que que faz do MPC a sua arma de eleição para arrancar ao ar grooves chillados, ambientes próximos da vaporwave e uma descontração generalizada que promete fazer ‑se sentir durante o seu set.

19:15 → PALCO CASTELO 4

NILS MEISELCriador compulsivo e visionário, Nils Meisel é um dos mais crípticos e originais produtores a actuar em Portugal. Com uma capacidade de improvisar e trabalhar sobre o erro fora do comum, é quando trabalha sem rede e sem géneros que nos deixa deslumbrados por ouvir o que mais ninguém ouve. À semelhança dos japoneses Boredoms, trabalha sob repetições constantes e circulares, modelando de forma quase microscópica a sua música.

21:45 → PALCO ALAMEDA 5

MADRASTAAtivos desde 2013, os Madrasta têm vindo a reescrever o post ‑rock à sua mercê, acrescentando ‑lhe paisagens cinematográficas, texturas banhadas em psicadelismo e estórias sem voz que falam por si só. O primeiro longa duração, “Matiné”, surgiu no final do ano passado pela Honeysound, e levou o trio aos cantos mais inusitados do país.

22:45 → PALCO ALAMEDA 5

THE TWIST CONNECTIONOs The Twist Connection são a prova irrefutável de que menos é mais. A receita é simples: bateria, baixo e guitarra, e deu origem a um dos melhores discos que ouvimos em 2016. “Stranded Downtown” recupera a moribunda escola de rock ‘n’ roll de Coimbra, aliando ‑a a influencias garage e punk, que entrecruzam e servem com riffs que nunca perdem o swing e o groove.

23:45 → PALCO ALAMEDA 5

WHALESAs más línguas diriam que temos um claro fascínio por baleias e afinal de contas temos mesmo. Nadadores exímios das mais vastas correntes da indie music (tanto nos campos do rock como da electrónica), os Whales apresentam ‑se como um caso promissor no contexto das novas bandas nacionais.

1 SET SEXTA ‑FEIRA17:00 → PALCO OLARIA 2

PALMIERSEm 2017, o psicadelismo faz parte do cânone da música nacional: Ouvimo ‑lo a jorrar dos decibéis do rock, mas também em composições eletrónicas e devaneios jazzísticos, numa permeabilidade que não olha a meios. Que o digam os Palmiers, power ‑trio que gosta de fazer mais com menos, numa aproximação curiosa à desconstrução e tropicalidade ouvida nos Battles.

18:00 → PALCO CASTELINHO 1

ACID ACIDPalavras como transe ou viagem são apenas isso, palavras que não fazem jus à experiência que é cair neste caldeirão de ácido. Apesar da carreira ainda curta, Acid Acid exibe a consistência de quem anda nisto há décadas. Em palco, vemo ‑lo como em disco: em toda a sua plenitude, numa aproximação ao kraut de Manuel Gottsching e ao ambient de Harmonia ou Cluster.

19:15 → PALCO CASTELO 4

MARIAMaria, de seu verdadeiro nome David Almeida e um dos mais recentes afiliados da Monster Jinx, tem dado que falar pela fusão contagiante de hip ‑hop com house que se ouve em “Isto nem é uma Beat Tape EP”. Gravada no que o próprio apelida de lugar em que beber um café à meia ‑noite pode ser difícil, Maria e os seus beats oscilam entre a Detroit de J Dilla e Omar S, a disciplina germânica e os breaks do Reino Unido.

21:30 → PALCO TRC 3

LIVE LOWCriação solitária de Pedro Augusto (um dos cabecilhas do colectivo Faca Monstro), mas rapidamente alargada a banda com a inclusão de Gonçalo Duarte (Equations), Miguel Ramos (NACO, Hitchpop, Torto) e Ece Canil, os Live Low serão porventura das poucas bandas que conseguem traduzir a melancolia portuguesa (deve ‑se ler saudade?) numa música que é ao mesmo tempo hipodérmica e hipnótica.

22:30 → PALCO TRC 3

NICE WEATHER FOR DUCKSReferidos como uns “Animal Collective com canções”, os leirienses Nice Weather for Ducks são a banda perfeita para aquelas noites quentes de verão. Depois de passagens pelo Festival Bons Sons,

o CBB e o Vodafone Paredes de Coura, os Nice Weather aterram em Lamego e prometem trazer as melhores vibes ao palco do Teatro Ribeiro Conceição.

23:30 → PALCO TRC 3

HARMONIESCriado como um canal ad ‑hoc para homenagear Erik Satie e entretanto promovido a banda de direito próprio, o trio de Luís Fernandes (electrónica), Joana Gama (piano) e Ricardo Jacinto (violoncelo) juntou ‑se pela primeira vez em 2015 e desde então que se tem apresentado por toda a Europa sob a égide de Satie. Em palco, erguem uma ponte sólida e pertinente entre o classicismo sereno do pianista e a vanguarda electrónica de John Cage.

00:30 → PALCO OLARIA 2

GALGOÀ celebração do post ‑rock junta ‑se um certo psicadelismo intrínseco e uma adoração sublimada de ritmos ternários, que tornam Galgo um ser vivo denso, impossível de controlar ou rotular. O paganismo da banda de Oeiras é o ingrediente perfeito para a auto ‑descoberta e para a libertação da alma, para que possa, também ela, dançar.

01:30 → PALCO OLARIA 2

STONE DEADA música aparentemente movida a cerveja e outros aditivos dos Stone Dead é permeada por estruturas orelhudas que não são alheias a uma certa ideia de pop, que nos fazem olhar para lá da descarga decibélica e feérica destes bons rapazes. Chegam a Lamego após uma tour europeia onde demoliram palcos um pouco por toda a parte com os Kilimanjaro.

02:30 → PALCO CASTELINHO 1

BLEIDFundadora da Cratera, autora do programa Operation Mindfuck na Rádio Quântica e presença regular nas noites Príncipe, BLEID tem devastado corpos com sets irrepetíveis em palcos um pouco por todo o lado com um groove que diz tanto ao techno e aos territórios mais densos do ambient e do drone, como à liberdade gingona da música africana.

2 SET SÁBADO17:00 → PALCO OLARIA 2

THE NANCY SPUNGEN XMesmo que vos digam o contrário, não acreditem. O punk não morreu e os minhotos The Nancy Spungen X ‑perience estão aí para o comprovar. Colectivo de formação variável cuja sonoridade e postura que nos faz lembrar os dUAS sEMI cOLCHEIAS iNVERTIDAS ou os nova ‑iorquinos Dowtown Boys, chegam sob a égide da liberdade para escrever mais uma página na história do festival.

18:00 → PALCO CASTELINHO 1

MOLOCHOs Moloch são uma amalgama sonora em que se perfilam Luís Soares, André Martins e João Silveira, voz que já conhecemos de Burgueses Famintos. Para falar deles nada melhor do que eles próprios que se descrevem ‑se como “desert psychadelia punk post ‑hardcore extravaganza.”

19:15 → PALCO CASTELO 4

LAMAJoão de seu nome, Shela para os amigos, é teclista de encantos vários e sensibilidade fora do comum. Nele, ouvimos tanto de prog como de pop como de jazz, num estilo que é só seu e não conseguimos – nem queremos – encontrar em mais ninguém. Traz ‑nos o doce “Rubato”, disco construído em família e que, como o próprio Lama, é capaz de iluminar o mundo em redor só pela sua presença. Chega a Lamego depois de nos cruzarmos com ele num Combustão Lenta em 2016, a atravessar num período fértil e com surpresas a pensar no TRC ZigurFest.

21:30 → PALCO TRC 3

CALCUTÁDe há dois anos a esta parte que Calcutá – banda liderada por Teresa Castro – tem sido presença assídua nos palcos nacionais. Tal se deve à entrega de corpo e coração que se ouve no EP de estreia “Over Night” e que a levou a assinar belíssimos concertos no Serralves em Festa e no NOS Alive, espaços que ficaram momentaneamente revestidos pelo mesmo veludo que veste o seu ghost ‑rock psicadélico. Fãs de PJ Harvey, alistem ‑se e realistem ‑se para este momento solene.

22:30 → PALCO TRC 3

THE RITE OF TRIOJambacore parece coisa vinda do espaço, mas o termo cunhado pelos The Rite of Trio serve na perfeição para traduzir a sonoridade do trio, que tenta unir as pontas soltas entre o jazz atmosférico de Miles Davis e o rock de Zappa. Aparições no Serralves em Festa e na Culturgest têm cimentado o entrosamento cada vez mais oleado do trio, que usa a improvisação como meio de olhar o futuro diretamente nos olhos.

23:30 → PALCO TRC 3

ALEK REINO heterónimo musical de Alexandre Rendeiro chega ‑nos acompanhado por uma banda fora de série para nos levar até “Mirror Lane”, disco ‑delícia que cruza a folk com o psicadelismo e que marcou presença nas listas de álbum do ano de quase todas as publicações especializadas no ano passado. Em palco, não anda nada distante do melhor Elliot Smith, indo do mais elétrico ao puramente introspetivo com a facilidade que só os grandes conseguem.

00:30 → PALCO OLARIA 2

PEGA MONSTROSão uma força vital do novo rock feito por cá e a edição de “Alfarroba” e “Casa de Cima” comprovou ‑o. As irmãs Maria e Júlia Reis chegam finalmente a Lamego para mostrar as canções certeiras com um quê de punk e outro tanto de shoegaze, depois de terem palmilhado Europa e Brasil à boleia de gente como Panda Bear ou Animal Collective.

01:30 → PALCO OLARIA 2

CHALO CORREIAA cidade arrisca ‑se a nunca mais ser a mesma depois da passagem do luandês Chalo Correia pelas suas ruas. Verdadeiro combustível feito pessoa (ou pessoa feita combustível), vem apresentar “Kudiholola” e “Akuá Musseque”, discos indutores de transe perene que se servem do semba e outros ritmos quentes para fazer a festa mais rija que já viram.

02:30 → PALCO CASTELINHO 1

GPU PANICProjecto paralelo de Tomé Ribeiro (Salto) e alumni da Red Bull Music Academy, os trilhos de GPU Panic não andam distantes do downtempo preconizado por luminários como Mr. Herbert Quain, Massive Attack, entre outros. Com um EP e uma mão cheia de temas na bagagem, rapidamente chamou a atenção sobre si graças os earworms pegajosos que teimam em não nos sair da cabeça.