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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras IX International Congress on Pathology and Repair of Structures João PessoaPB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 Manifestações patológicas na construção Manifestações patológicas em uma unidade de produção de radiofármacos no Nordeste Patologies in a radiofarmaceutical production unit in Brazil Cláudio Augusto Pereira de Melo(1); Eliana Cristina Barreto Monteiro(2); Carlos Welligton de Azevedo Pires Sobrinho(3) (1) Arquiteto, UFPE, [email protected] (2) Professor, Doutor, Mestrado POLI-UPE, UNICAP, [email protected] (3) Professor, Mestre, Especialização POLI-UPE, ITEP, [email protected] Escola Politécnica de Pernambuco, Rua Benfica, 455, Madalena, Recife, PE. CEP: 50720-001 Resumo Os estudos das patologias em edificações que inicialmente eram focados apenas nas estruturas de concreto armado, se estenderam a outros subsistemas da edificação como revestimentos em argamassa, pinturas, revestimentos cerâmicos, fissuras e umidade em revestimentos. O objetivo deste trabalho é estudar as manifestações patológicas surgidas durante a construção de uma edificação institucional destinada a produção de radiofármacos localizada em Recife, indentificando suas prováveis causas e propondo soluções para reparo. A edificação apresenta uma série de manifestações patologias tais como eflorescência no porcelanato das fachadas, trincas na alvenaria de vedação, fissuras no piso cimentado do pavimento superior, fissuras no encontro de painéis de gesso acartonado em paredes drywall, entre outras. As manifestações patológicas em edificações têm sua origem em uma série de fatores que variam de acordo com os sintomas apresentados, com a causa geradora dos problemas patológicos ou ainda com as etapas do processo construtivo em que elas ocorrem. Após a correção das patologias existentes na unidade de produção de radiofármacos, deverá ser elaborado um plano de manutenção preventiva que estabeleça um conjunto de atividades para conservar a capacidade funcional da edificação. A produção de radiofármacos requer a elaboração de todos os projetos executivos de engenharia e sua perfeita compatibilização. PalavraChave: Edificação, Patologias em edificações, Manutenção predial Abstract Pathological manifestation studies in buildings were initially focused on reinforced concrete structures. Studies were extended later to other parties of buildings such as mortar coatings, paints, ceramic coatings, cracks and humidity in coatings. The goal of this work is to study the pathologic manifestations that have arisen during the construction of a building projected to be an institutional production of radiopharmaceuticals located in Brazil. Their main causes will be identified and solutions of repair will be proposed. The building features a series of pathologies such as efflorescence in the grout of porcelain tiles applied in facades, cracks in masonry, cracks in the cemented floor of the upper ground, fences in drywall panels, amog others. Pathological manifestations in buildings has its origin in a number of factors that vary depending on the symptoms presented, with the cause of pathological problems generated or even with the stages of the construction process in which they occur. After fixing all existing pathologies in the radiopharmaceuticals production unit, it should be elaborated a plan of preventive maintenance that establishes a set of activities to keep the building’s functional capacity. Radiopharmaceutical productions requires all engineering executive projects done and its perfect compatibility. Keywords: Building, Pathological manifestations in buildings, Building maintenance

Manifestações patológicas na construção · Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de ... como os revestimentos com argamassa, pinturas, revestimentos

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 

Manifestações patológicas na construção 

Manifestações patológicas em uma unidade de produção de radiofármacos no Nordeste 

Patologies in a radiofarmaceutical production unit in Brazil  

Cláudio Augusto Pereira de Melo(1); Eliana Cristina Barreto Monteiro(2);  Carlos Welligton de Azevedo Pires Sobrinho(3)

  (1) Arquiteto, UFPE, [email protected]

(2) Professor, Doutor, Mestrado POLI-UPE, UNICAP, [email protected] (3) Professor, Mestre, Especialização POLI-UPE, ITEP, [email protected]

Escola Politécnica de Pernambuco, Rua Benfica, 455, Madalena, Recife, PE. CEP: 50720-001

Resumo  

Os estudos das patologias em edificações que inicialmente eram focados apenas nas estruturas de concreto armado, se  estenderam  a  outros  subsistemas  da  edificação  como  revestimentos  em  argamassa,  pinturas,  revestimentos cerâmicos,  fissuras e umidade em  revestimentos. O objetivo deste  trabalho é estudar as manifestações patológicas surgidas durante a construção de uma edificação  institucional destinada a produção de radiofármacos  localizada em Recife,  indentificando suas prováveis causas e propondo soluções para reparo. A edificação apresenta uma série de manifestações  patologias  tais  como  eflorescência  no  porcelanato  das  fachadas,  trincas  na  alvenaria  de  vedação, fissuras no piso cimentado do pavimento superior, fissuras no encontro de painéis de gesso acartonado em paredes dry‐wall, entre outras. As manifestações patológicas em edificações  têm  sua origem em uma  série de  fatores que variam de acordo com os sintomas apresentados, com a causa geradora dos problemas patológicos ou ainda com as etapas  do  processo  construtivo  em  que  elas  ocorrem.  Após  a  correção  das  patologias  existentes  na  unidade  de produção de radiofármacos, deverá ser elaborado um plano de manutenção preventiva que estabeleça um conjunto de atividades para conservar a capacidade funcional da edificação. A produção de radiofármacos requer a elaboração de todos os projetos executivos de engenharia e sua perfeita compatibilização. 

 Palavra‐Chave: Edificação, Patologias em edificações, Manutenção predial 

 

Abstract  

Pathological manifestation studies in buildings were  initially focused on reinforced concrete structures. Studies were extended later to other parties of buildings such as mortar coatings, paints, ceramic coatings, cracks and humidity  in coatings. The goal of this work is to study the pathologic manifestations that have arisen during the construction of a building projected to be an  institutional production of radiopharmaceuticals  located  in Brazil. Their main causes will be  identified  and  solutions  of  repair  will  be  proposed.  The  building  features  a  series  of  pathologies  such  as efflorescence in the grout of porcelain tiles applied in facades, cracks in masonry, cracks in the cemented floor of the upper  ground,  fences  in  dry‐wall  panels,  amog  others.  Pathological manifestations  in  buildings  has  its  origin  in  a number  of  factors  that  vary  depending  on  the  symptoms  presented,  with  the  cause  of  pathological  problems generated or even with the stages of the construction process in which they occur. After fixing all existing pathologies in  the  radiopharmaceuticals  production  unit,  it  should  be  elaborated  a  plan  of  preventive  maintenance  that establishes a set of activities to keep the building’s functional capacity. Radiopharmaceutical productions requires all engineering executive projects done and its perfect compatibility.  Keywords: Building, Pathological manifestations in buildings, Building maintenance      

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 

1  Introdução 

Os estudos das manifestações patológicas em edificações que inicialmente eram voltados apenas às estruturas de concreto armado, se estenderam posteriormente a outras partes das edificações, como  os  revestimentos  com  argamassa,  pinturas,  revestimentos  cerâmicos,  fissuras  em revestimentos, instalações hidráulicas e umidade em revestimentos. 

O Senado aprovou em 2006 a Emenda Constitucional EC 49/2006 que altera a redação do artigo 177 da Constituição Federal para excluir do monopólio da União a produção, a comercialização e a utilização de  radioisótopos de meia‐vida  curta para usos médicos, agrícolas e  industriais. Como fruto desta lei, já existem indústrias da iniciativa privada instaladas em Brasília e Rio Grande do Sul e  outras  em  fase  de  instalação  no  interior  de  São  Paulo  e  em  Fortaleza  com  a  finalidade  de produzir e comercializar radiofármacos de meia‐vida curta para para fins medicinais. 

O objetivo deste  trabalho é estudar as manifestações patológicas surgidas durante a construção de uma edificação  institucional destinada a produção e pesquisa de radiofármacos  localizada no município do Recife. Serão  identificadas as causas prováveis destas patologias e serão apontadas soluções para reparo. Chamar a atenção da comunidade científica e das empresas produtoras de radiofármacos para a importância da elaboração de todos os projetos executivos concernentes ao empreendimento e sua perfeita compatibilização antes do início da obra.  

A Unidade de  Produção  de  Radiofármacos  – UPRA  da  Comissão Nacional  de  Energia Nuclear  ‐ CNEN,  inaugurada em 2009, está  localizada no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na confluência da BR‐101 com a Av. Professor Luís Freire, Cidade Universitária em Recife, PE. Abastece o Pólo Médico de Pernambuco com um  importante contraste para diagnóstico de células concerígenas através de exame de Tomografia por Emissão de Pósitrons – PET Scan. Alguns hospitais em Recife, Natal, Maceió e Fortaleza já recebem o radiofármaco produzido pela UPRA.  

Radiofármacos são substâncias que são utilizadas no diagnóstico e  tratamento de enfermidades dos seres vivos qualquer que seja a via de administração empregada. Atualmente, são utilizados como ferramenta de exploração funcional do organismo em medicina nuclear e como ferramenta diagnóstica de inúmeras doenças empregando técnicas tomográficas como PET (Positron Emission Tomography) e SPECT (Single Photon Emission Computer Tomography). Também são empregados em  tratamentos  de  células  cancerígenas  através  de  radioterapia  além  de  sua  aplicação  em pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos. 

A  síntese  deste  fármaco  é  realizada  com  a  utilização  de  um  acelerador  de  partículas,  também conhecido  como  cíclotron,  para  a  obtenção  do  FDG‐18  (2‐flúor‐2‐deoxi‐D‐glicose)  através  do bombardeio  de  um  átomo  de  oxigênio‐18  da  água  com  prótons  para  formação  de  18F‐  (íon fluoreto). O oxigênio da molécula da água transforma‐se em  fluor radioativo que  tem meia vida curta  (cerca  de  duas  horas).  O  cíclotron  fica  alojado  em  uma  sala  (caverna)  construída  com paredes de concreto armado medindo 2,00m de espessura assim projetada para blindar radiação gama. 

A obra durou dois anos para ser construída ultrapassando o prazo previsto para sua conclusão em dez meses  devido  a  diversos  ajustes  no  projeto  básico  de  engenharia.  Fruto  de  uma  licitação internacional  na  forma  de  empreitada  integral  ou  contratação  em  regime  turn  key,  a  empresa vencedora  deveria  fornecer  o  equipamento  para  a  síntese  do  radiofármaco  em  uma  unidade completa, (consultoria, projeto, infraestrutura, implantação da unidade e treinamento de pessoal), 

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com  todas  as  instalações,  laboratórios  e  escritórios  que  permitissem  seu  adequado funcionamento. 

A estrutura do pavimento térreo foi construída em concreto armado, as paredes são em alvenaria de elevação revestidas externamente com placas cerâmicas que estão apresentando problemas de eflorescência.  O  sistema  de  cobertura  se  constitui  de  telhas  de  fibrocimento  apoiadas  sobre estrutura  metálica  pontaletadas  com  pilaretes  de  alvenaria  que  se  encontram  fissurados.  O pavimento superior, destinado aos equipamentos do sistema de ventilação e exaustão mecânicas, tem  sua estrutura  construída em perfis metálicos que, estando expostos à ação da  chuva, está apresentado sinais de corrosão. Seu fechamento foi construído em alvenaria de blocos de cimento revestidos e brise de PVC. A coberta do Piso Técnico é constituída por telhas em chapa dupla de aço zincado pré‐pintadas com recheio em poliestireno expandido apoiadas sobre perfis metálicos. 

 

 

Fig. 1 – UPRA: Fachada Principal  (Sul). Eflorescência na platibanda da fachada. Fonte: acervo do autor. 

Fig. 2 – UPRA: Fachada Leste (voltada para BR‐101). Fonte: Melo, C. A. P. 2009.  

A edificação apresenta uma  série de manifestações patologias  tais como eflorescência  surgindo através do rejunte do porcelanato aplicado nas fachadas (Fig. 01); trincas surgidas no encontro de panos de alvenaria de vedação com o sistema estrutural da edificação;  fissuras surgidas no piso cimentado  do  Pavimento  Superior;  pisos  e  espelhos  da  escada  de  acesso  ao  piso  superior apresentando  dimensões  diversas;  vedações  em  painéis  dry‐wall  (com  placas  de  gesso acartonado) apresentando fissuras devido a dilatação térmica dos materiais. 

2 Revisão bibliográfica 

A boa técnica de construção civil pode ser dividida em cinco etapas principais: o planejamento que compreende os estudos de viabilidade, o estudo preliminar e o anteprojeto, projeto arquitetônico, especificação de materiais e orçamento, execução da obra e utilização da obra pelo seu usuário final.  De  acordo  com  [1],  a  qualidade  obtida  em  cada  uma  destas  etapas  tem  sua  devida importância no resultado final do produto, assim como na satisfação do usuário e principalmente no controle da incidência de manifestações patológicas na edificação na fase de uso.  

Vários  são os  fatores que  interferem na qualidade  final da obra durante  as diversas  etapas do processo construtivo e dentre eles pode‐se citar:  (I) no planejamento, a definição dos níveis de desempenho desejados; (II) no projeto arquitetônico, a programação de todas as etapas da obra, os  desenhos,  as  especificações,  o  orçamento  e  as  descrições  das  ações;  (III)  nos materiais  de construção,  a  qualidade  e  a  conformidade  com  as  especificações,  (IV)  na  execução  da  obra,  a 

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qualidade e a conformidade com as especificações, e (V) no uso o tipo de utilização previsto para o ambiente construído aliado ao programa de manutenção. [2][3]. 

Para  se  obter  a  diminuição  ou  a  eliminação  dos  problemas  patológicos  deve  haver  um maior controle de qualidade nestas  etapas do processo de  construção. A  abordagem da manutenção deve  também  ser  feita  de  forma  a  contextualizá‐la  no  processo  de  construção,  procurando, durante todas as etapas do processo, situá‐la como um dos fatores relevantes a ser considerado. Devem ser tomadas algumas medidas para assegurar, nas várias etapas do processo construtivo, o delineamento e a projeção de manutenção futura da edificação. [1].  Ainda segundo [1], as decisões tomadas durante as etapas do processo produtivo na construção, bem como o controle de qualidade efetuado durante essas etapas estão  intimamente  ligadas à manutenção e aos futuros problemas patológicos que poderão ocorrer na edificação. 

De acordo com a norma [4], “as edificações são o suporte físico para realização direta ou indireta de  todas  as  atividades produtivas  e possui, portanto, um  valor  social  fundamental.  Todavia,  as edificações  apresentam  uma  característica  que  as  diferencia  de  outros  produtos.  Elas  são construídas  para  atender  seus  usuários  durante muitos  anos  e  ao  longo  deste  tempo  devem apresentar condições adequadas ao uso a que se destinam, resistindo aos agentes ambientais e de uso que alteram suas propriedades técnicas iniciais”. 

3 Metodologia 

Foram  analisadas  as manifestações  patológicas  observadas  durante  a  construção  da  edificação procurando estabelecer uma correlação de seu surgimento com o meio ambiente onde a mesma se insere, os projetos, seu detalhamento, especificações, qualidade do material aplicado, perícia e rapidez da mão de obra utilizada, planejamento e gerenciamento do empreendimento.  

 A  análise  foi  realizada  tomando‐se  como  base  os  projetos  de  arquitetura,  cálculo  estrutural, instalações elétricas e de lógica, instalações de ar‐condicionado, ventilação e exaustão mecânicas do empreendimento bem como os memoriais descritivos e especificações técnicas.   Foram  realizadas diversas  inspeções entre  setembro de 2007 e  setembro de 2009 nos diversos sub‐sistemas  da  edificação  à medida  em  que  estes  eram  executados  com  a  produção  de  farta documentação  fotográfica do andamento da obra e  relatórios  técnicos de acompanhamento da obra.  A maior  parte  dos  dados  disponibilizados  neste  artigo  são  fruto  destas  inspeções  e  dos relatórios de fiscalização. 

4 Resultados 

O projeto de arquitetura apresentado na etapa da  licitação pública  internacional era um projeto básico  constituindo‐se  em  solução  desenvolvida  do  anteprojeto.  Carecia,  no  entanto,  de compatibilização  com os projetos  complementares, o que não  seria bom para  a  construção da obra,  visto  que  poderia  dar  margem  a  arranjos  e  improvisações  durante  a  execução  do empreendimento.  O  projeto  de  arquitetura  foi  objeto  de  18  revisões  ao  logo  de  toda  a  obra acarretando várias  revisões nos demais projetos do empreendimento principalmente no projeto de cálculo estrutural que sofreu dez revisões. (Ver tabela 1).  

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A obra  teve  início com os projetos  incompletos e durante a construção  foram  introduzidas uma série  de  alterações  visando  o  aprimoramento  do  projeto.  Estas  modificações  contribuíram decisivamente  para  a  extrapolação  do  cronograma  inicialmente  previsto.  Foi  constituída  pela CNEN uma  comissão para  fiscalização do andamento da obra: o Grupo Técnico de  Fiscalização. Conforme disposto em contrato, o gerenciamento da obra ficou a cargo da contratada.  

Tabela 1 – Quantidade de revisões realizadas nos projetos 

 A  primeira  etapa  da  obra,  após  os  serviços  de  locação  da  edificação  realizada  através  de topografia, envolveu a execução de estacas do tipo hélice contínua com a finalidade de não causar vibrações significativas que pudessem afetar as edificações vizinhas onde existem equipamentos de  medição  muito  sensíveis.  O  solo  mole,  constituído  basicamente  por  turfa,  facilitou sobremaneira a execução das 40 estacas previstas no Projeto de Fundações que posteriormente foram coroadas com blocos de concreto armado.  No Projeto de Cálculo Estrutural, o Pilar P6 localizado no encontro da parede divisória da Sala de Triagem  de Material  com  o  Depósito  não  foi  deslocado  conforme modificação  do  Projeto  de Arquitetura  ficando  aparente  na  Sala.  Foi  necessário  se  fazer  uma  boneca  em  alvenaria  para escondê‐lo, caracterizando falta de compatibilização entre os projetos de arquitetura e estrutura. A  viga  V119,  posicionada  entre  P4  e  P17  na  Oficina  e  Depósito  que  em  projeto  deveria  ser invertida  para  comportar  as  esquadrias  de  iluminação  e  ventilação  dos  citados  ambientes,  foi posteriormente  reposicionada  caracterizando‐se  falta  de  compatibilização  entre  os  projetos  de arquitetura e cálculo estrutural (parte superior da Fig. 08).  Os  blocos  de  concreto  armado  do  coroamento  das  estacas  receberam  camada  de impermeabilização de base asfáltica em  suas  faces  laterais de modo a  impedir o ataque de  sua armadura por  águas  subsuperficiais,  evitando‐se,  assim,  o processo de  corrosão da  ferragem  e também  a  possibilidade  de  ocorrência  de  reação  álcali‐agregado  –  RAA.  A  infraestrutura  se completou com a execução das cintas de  fundações e do aterro compactado para dar suporte à construção do bunker em concreto armado. Este envolveu a construção de paredes e  teto com 2,00m  de  espessura  que  seriam  responsáveis  pela  blindagem  radiológica  das  Cavernas  do Ciclotron e do Alvo. Utilizaram‐se formas metálicas tipo Pashal de modo a permitir fácil desmolde. Os parafusos metálicos  foram  colocados de  forma desencontrada para evitar problemas  com a blindagem  radiológica. O posicionamento da  ferragem  foi cuidadosamente estudado de modo a 

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

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não transmitir radiação ao longo dos furos deixados pelos parafusos metálicos na altura do plano de maior incidência de radiação.  A superestrutura do bunker projetada em concreto armado fck = 40 MPa com densidade 2,35 foi executada  com  total  controle  da  temperatura  inclusive  com  adição  de  gelo  seco  para  evitar  o surgimento  de  fissuras que  comprometeriam  a blindagem  radiológica da Caverna do Cíclotron. Todo  o  concreto  armado  lançado  na  obra  recebeu  controle  tecnológico  através  de  empresa especializada sendo fornecidos os relatórios de rompimentos dos corpos de prova que atestaram a conformidade  da  resistência  do  concreto  de  acordo  com  o  especificado  no  Projeto  de  Cálculo Estrutural. As inspeções realizadas nas paredes do Bunker não detectaram fissuras.  

 

Fig. 3a – Corrosão na porta de acesso à Caverna do Alvo. Fonte: acervo do autor. 

 

 

Fig.  3b  –  Porta  de  acesso  à  Caverna  do  Alvo, recuperada. Fonte: Melo, C. A. P. 2009. 

 A  guarnição  (batente)  da  porta  de  acesso  à  Caverna  do  Alvo  (Fig.  3b)  apresentou  sinais  de oxidação no ponto de encontro com o piso  junto ao  trilho da porta do  lado esquerdo de quem entra na caverna  (Fig. 3a). Como a  impermeabilização sobre o bunker ainda não  fora executada naquele momento, as águas pluviais percolaram pelos poros do concreto e chegaram até o piso das  ante‐salas  das  cavernas  procurando  as  partes  mais  baixas  para  se  alojarem.  Na  Fig.  3a observam‐se  sinais da água acumulada. A  fiscalização  recomendou a  recuperação urgente para impedir  que  os  pontos  de  oxidação  se  espalhassem  por  outras  partes  do  batente  da  porta.  A recuperação  envolveu o  lixamento da  superfície  afetada por  corrosão, pintura  com  fundo  anti‐corrosivo a base de zinco e pintura de acabamento com esmalte sintético em duas demãos.  A  execução  da  alvenaria  de  uma  vez  com  tijolos  cerâmicos  20  x  20cm  careceu  de  projeto específico  o  que  provocou  o  surgimento  de  fissuras  nos  encontros  entre  paredes  e  pilares  de concreto armado devido à ausência de elementos de  ligação como  telas metálicas para garantir uma perfeita aderência entre a argamassa de assentamento da alvenaria e a estrutura de concreto (Fig. 4a). As fissuras surgiram nas faces voltadas para o  interior da edificação, antes da execução da pintura da parede.   A  solução  para  o  problema  passou  pela  costura  com  barras  de  aço  espaçadas  em  0,50m amarrando  a  parede  em  alvenaria  de  tijolos  cerâmicos  ao  pilar  de  concreto  armado  conforme pode  ser  observado  na  Fig.  4a.  O  revestimento  do  corredor  do  laboratório  de  Pesquisa  e Desenvolvimento foi recomposto com argamassa de cimento e areia no traço 1:3 e, após a cura, 

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executou‐se a pintura de acabamento com tinta a base de PVA (Fig. 4b). Apesar da execução do reforço na parede, as fissuras voltaram a abrir posteriormente.  Segundo  [5],  um  melhor  sistema  de  recuperação  das  fissuras  seria  a  execução  de  um  sulco retangular ou em forma de “V”, preenchidos com um selante flexível, no que seria a camada de regularização  ou  a  base.  Eles  objetivam,  além  da  vedação,  deixar  que  a  fissura movimente‐se livremente. A largura do sulco pode variar de 10 mm, segundo [6], até 20 mm, de acordo com [7]. Para a profundidade do  sulco, adota‐se o valor de 10 mm.  [7]  recomenda ainda o uso do  sulco retangular em fissuras com movimentações mais intensas, dessolidarizando o selante da base por meio de uma fita crepe, conforme ilustra a Fig. 5(b). Na realidade, esses sistemas nada mais são do que juntas de movimentação as quais não restituem à alvenaria o seu aspecto original. Além disso, restringem‐se a  fissuras verticais ou horizontais e mesmo assim, quando  revestidas, geralmente falham, pois os revestimentos não são capazes de acompanhar as deformações da base.  [8], ao tratar da recuperação de fissuras utilizando juntas de movimentação, sugere ainda que esta seja realizada próxima a  fissura, na alvenaria, após a recuperação da mesma com grampos. Essa situação compromete e modifica o aspecto original da alvenaria, o que na maioria dos casos, não é desejável. Por isso, não é recomendada para a recuperação de fissuras onde há a necessidade de preservar o aspecto original, por exemplo.  

  

Fig.  4a  –  Fissuras  no  encontro das paredes  de alvenaria  e  pilar  de  concreto  tratadas  com armação de aço. Fonte: Melo, C. A. P. 2009.

 Fig.  4b  –  Após  a  colocação  do  aço  aplicou‐se uma camada de massa única e posteriormente pintura látex. Fonte: Melo, C. A. P. 2008.

 Foram especificados para revestimentos das fachadas porcelanato 40 x 40cm Graniti Ônix polido de cor preta e Ibiza polido em cor predominante bege da Cerâmica Elizabeth com espaçamento de 3mm  aplicados  com  argamassa  colante  tipo  AC‐III,  fabricação  Quartzolit.  O  assentamento  do porcelanato em fachadas (Fig. 6) não levou em conta as condições ambientais e climáticas onde a edificação se encontra inserida durante a aplicação das placas cerâmicas. Chuvas alternadas a sol intenso provocaram a penetração de água através do rejunte que reagiram com os componentes da argamassa de emboço provocando o surgimento de eflorescências nas fachadas. O rejunte, tido como  flexível  pelo  fabricante,  não  resistiu  às  variações  de  temperatura  das  placas  cerâmicas sujeitas à ação do sol, fissurando por dilatação térmica. A origem da eflorescência está relacionada com problemas no sistema construtivo empregado. Na presença de água, substâncias agressivas 

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ou sais solúveis podem ser transportados até a superfície da placa cerâmica, formando depósitos esbranquiçados.    A ausência do rufo (chapin) durante a colocação do porcelanato nas fachadas permitiu a passagem da água da chuva que penetrou pelos poros do concreto causando a lixiviação do mesmo, ou seja a  dissolução  e  remoção  dos  compostos  hidratados  da  pasta  de  cimento.  A  água  carreou  o hidróxido de cálcio (CaOH2) presente no concreto para a superfície do porcelanato que reagiu com o  anidrido  carbônico  (CO2)  presente  no  ar  formando  o  carbonato  de  cálcio  (CaCO3).  Este depositou‐se por entre o rejunte das placas cerâmicas formando um manchamento de cor branca.   

 Fig. 5 – Tipos de sulcos: a) sulco em forma de “V”; b) sulco retangular. Fonte: Lordsleem Jr., 

1997.  

 Até  a  fachada  oeste,  que  está menos  exposta  à  ação  da  chuva,  apresentou  eflorescência  no porcelanato de cor cinza escuro.  Interessante notar que a Casa de Força que  tem suas  fachadas revestidas com cerâmica 10 x 10cm Elizabeth linha Cristal nas cores branca e preta não apresentou eflorescência  no  rejunte.  Após  inspeções  e  análises  detalhadas,  concluiu‐se  que  as  pequenas dimensões das placas  cerâmicas propiciaram pouca movimentação das peças permitindo que a argamassa  utilizada  no  rejunte  absorvesse  os  movimentos  oriundos  de  dilatação  térmica impedindo a penetração das águas de chuva.  O chapin de cobre (rufo) inicialmente projetado para a platibanda foi modificado para chapin em porcelanato. Certamente a solução inicial para proteção do respaldo da platibanda (em cobre) era mais eficaz, embora mais cara, e antiestética com relação ao conjunto. O fato é que a ausência do chapin  contribuiu  para  a  penetração  das  águas  de  chuva  por  entre  o  porcelanato  e  sua  base provocando o surgimento de eflorescência.  Paredes para divisões  internas dos escritórios foram executadas com dry‐wall em dias chuvosos, sem as devidas proteções, permitindo que placas de gesso acartonado entrassem em contato com as águas da chuva provocando perda de material que tiveram que ser repostas. A não colocação de fita entre as placas provocou fissuras em diversos pontos destas paredes. Para o acabamento 

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final  das  paredes,  a  fita  foi  colocada  nos  sulcos  dos  painéis  de  gesso  acartonado  conforme recomendação do fabricante e a seguir, pintadas com tinta a base de látex acrílica.   

 Fig.  5  –  Eflorescência no  rejunte do porcelanato cinza da rampa de acesso à saída de emergência. Fachada Oeste. Fonte: Melo, C. A. P. 2011.  

   Fig.  6  –  Eflorescência  no  porcelanato cinza no encontro da Fachada Oeste com a Fachada Sul. Fonte: Melo, C. A. P. 2008. 

Não  foi  elaborado  projeto  de  impermeabilização.  A  execução  imperfeita  do  sistema  de impermeabilização com manta asfáltica provocou uma  série de vazamentos na  laje de  teto que precisou ser refeito. Os vazamentos também foram encontrados no encontro dos tubos de queda de água pluvial e a calha que provocaram manchamentos na pintura  interna das paredes. Esses problemas persistem  e  são motivos da não  aceitação definitiva da obra no presente momento pela Fiscalização.  O telhamento dos  laboratórios e escritórios foi executado com telhas de fibrocimento com 8mm de  espessura  que,  após  sua  montagem,  selaram  não  resistindo  à  incidência  de  chuva  e  sol. Algumas  telhas  chegaram  a  trincar  e  foram  substituídas.  A  área  descoberta  destinada  a manutenção  ao  lado  do  Piso  Técnico  recebeu  piso  cerâmico  antiderrapante.  Foi  prevista  a execução  de  juntas  de movimentação  para  evitar  que  as  placas  cerâmicas  se  soltem  devido  à dilatação térmica dos materiais. Foi aplicado mastique nas juntas para absorção dos movimentos das placas cerâmicas.   O  Piso  Técnico  recebeu  acabamento  com  execução  de  piso  em  cimentado.  Como  não  foram executadas juntas de dilatação formando quadros de 2,00 x 2,00m, surgiram fissuras generalizadas causadas por dilatação térmica da estrutura, que foram posteriormente corrigidas.   O  fechamento  lateral do Piso Técnico  foi executado em platibanda  com ventilação permanente marca Comovent fixada em estrutura auxiliar metálica. Esta estrutura auxiliar apresentou sinais de corrosão em alguns pontos (Fig. 8) sobre a porta de entrada do Piso Técnico. Foi recuperada com lixamento  do  perfil  metálico  atacado  por  corrosão,  aplicação  de  fundo  anticorrosivo  e posteriormente aplicação de duas demãos de esmalte sintético cinza como tinta de acabamento (ao fundo na Fig. 2).  

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Uma  modificação  realizada  na  tubulação  do  sistema  de  exaustão  mecânica  levou  ao reposicionamento  da  chaminé  (ao  fundo  na  Fig.  8).  Tal modificação  impôs  uma  alteração  na fachada  leste,  no  trecho  onde  se  encontra  a  porta  de  acesso  ao  Piso  Técnico.  A  platibanda Comovent foi suprimida neste trecho deixando o perfil de sustentação da mesma exposto à ação das  intempéries.  A  falta  de  compatibilização  entre  o  sistema  de  exaustão  mecânica  e  o posicionamento dos quadros de comando do sistema de ar‐condicionado obrigou tal modificação. Isto gerou acréscimo de serviços na quantidade de piso cerâmico, emboço,  reboco e pintura de paredes,  impermeabilização  do  trecho  de  laje  agora  ocupado  pela  chaminé  e  que  antes  era coberto  com  telhamento  em  cimento  amianto.  Tais  serviços  extras  causaram  impacto  no orçamento final da obra.  

 Fig.  8  –  Piso  Técnico:  corrosão  na  estrutura metálica  auxiliar  da  coberta.  Chaminé reposicionada. Fonte: acervo do autor. 

 Fig.  9  –  Escada  de  acesso  ao  Piso  Técnico localizado  no  pavimento  superior.  Forma  e armadura em execução. Fonte: acervo do autor. 

 A escada de acesso ao Piso Técnico, por tratar‐se de escada secundária, foi projetada com apenas 0,84m de largura e necessitou ser ampliada para 1,40m (Fig. 9) para atender exigências do Corpo de Bombeiros do  Estado de Pernambuco. O  Projeto de Cálculo  Estrutural não  foi devidamente compatibilizado com esta modificação no projeto de arquitetura gerando improvisação durante a execução  da  complementação  da  armadura  e  fôrma  da  escada.  Após  a  concretagem  do complemento  verificaram‐se  discrepâncias  nas  dimensões  do  piso  e  do  espelho  da  escada  em alguns degraus gerando desperdício de material e mão de obra durante a correção.  Na  área  externa  do  Piso  Técnico,  durante  a  execução  dos  serviços  de  impermeabilização, observou‐se que as águas de chuva se acumulavam no trecho  junto à Fachada Norte e  junto ao abrigo dos dutos de ar‐condicionado provenientes dos  laboratórios em direção ao Piso Técnico (Fig. 10). Constatou‐se no local que não existia ralo para esgotar este trecho inclusive previsto no projeto hidro‐sanitário. A manta de  impermeabilização também não subiu por sobre as bases de apoio  dos  condensadores  dos  splits  (à  esquerda  na  Fig.  10)  deixando  tais  bases  expostas  à percolação  de  umidade  que  atingiu  os  escritórios  e  danificou  o  forro.  Estes  problemas  foram sanados  posteriormente. No  interior  do  piso  técnico  a manta  de  impermeabilização  deixou  de envolver dutos do sistema de ventilação e exaustão mecânicas o que provocou a  inundação dos laboratórios durante a realização de teste de estanqueidade.   

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Fig.  10  –  Piso  Técnico,  Área  de Manutenção: teste  de  estanqueidade  dos  serviços  de impermeabilização. Fonte: Melo, C. A. P. 2008. 

 Fig.  11  –  Infiltrações,  manhas  e  bolores  e eflorescência na marquise de acesso à unidade. Fonte: Melo, C. A. P. 2009. 

A marquise de acesso apresentou manchas e bolores no revestimento do teto (Fig. 11) causados por  umidade  proveniente  de  águas  pluviais  devido  a  falhas  durante  a  execução  do  sistema  de impermeabilização que precisou ser refeito (Fig. 16). Ressalte‐se aqui a importância da elaboração do projeto de  impermeabilização bem como  sua perfeita execução para evitar os danos que as águas pluviais podem provocar nos diversos sistemas da edificação, pricipalmente na estrutura de concreto armado.  Detectou‐se  a  entrada  de  água  pluvial  na  Caverna  do  Alvo  através  da  tampa  do  Bunker.  O contrapiso  já  estava  sendo  perfurado  pela  água  (Fig.  12)  que  se  acumulava  nas  placas  de poliestireno expandido  (EPS) que serviram como  junta de dilatação provisória para a tampa (Fig. 13). Apesar da execução do sistema de impermeabilização com manta asfáltica e a construção de uma  coberta  provisória  feita  com  telhas  de  fibrocimento,  sempre  que  chovia  as  águas  pluviais invadiam a  caverna através da  tampa. O  serviço de  impermeabilização da  tampa  foi  refeito e a coberta provisória foi revisada e virou definitiva (Fig. 14).  

 Fig.  12  –  Caverna  do  Alvo:  Contrapiso danificado por água pluvial oriundo da  tampa da Caverna. Fonte: Melo, C. A. P. 2008.

 Fig. 13 –  Tampa da Caverna do Alvo: Abertura no perímetro da tampa com infiltração de águas pluviais. Fonte: Melo, C. A. P. 2008. 

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 O  projeto  de  instalações  hidráulicas  não  contemplou  a  construção  de  caixa  dágua  para alimentação  da  unidade  (Fig.  14).  Esperava‐se  contar  com  a  água  proveniente  da  caixa  dágua existente que alimenta todo o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN), mesmo sabendo‐se que o empreendimento se tratava de uma unidade estratégica cuja produção não poderia parar devido a interrupção do abastecimento d’água por parte da concessionária local. Posteriormente, em mais uma improvisação realizada no decorrer da obra, foi inserida no projeto uma caixa dágua de 5.000 litros em polietileno que foi escondida por uma parede em alvenaria revestida e pintada com tinta PVA (Fig. 15) de modo a se harmonizar com a estética da edificação.  Os  compressores  dos  aparelhos  de  ar‐condicionado  tipo  split  foram  instalados  em  base  de alvenaria na área descoberta do Piso Técnico. A base de alvenaria recebeu impermeabilização com manta  asfáltica.  Foram  construídas  duas minicobertas  com  telhas  de  fibrocimento  de  8mm  de espessura sobre os pontos de descida da tubulação frigorígena que partem dos compressores em direção aos escritórios onde se encontram instalados os split’s para protegê‐los da ação da chuva.  Verificou‐se que o Projeto de Instalações Hidráulicas não foi devidamente compatibilizado com o de Cálculo Estrutural. Não foi previsto no cálculo a fôrma e ferragem dos tanques de decaimento de material radioativo tendo sido objeto de improvisação durante a execução. Além disso, as duas caixas  para  tratamento  de  esgoto  contaminado  foram  transformadas  em  uma  única  em  local estratégico,  próximo  à  Central  de Água Gelada  sem  que  tenha  havido  a  revisão  no  Projeto  de Cálculo Estrutural.  

 Fig.  14  –  Implantação  de  caixa  dágua  com capacidade  para  5.000  l  em  polietileno  não prevista  no  projeto  original,  para  abastecer  a unidade. Fonte: Melo, C. A. P. 2009.  

 Fig.  15  –  Paredes  em  alvenaria  revestida  para esconder  a  caixa  dágua.  Ao  fundo  do  lado esquerdo,  coberta  sobre  tampa da caverna do Bunker. Fonte: Melo, C. A. P. 2009.  

Todo o porcelanato das fachadas foi aplicado com argamassa colante tipo AC‐III marca Quartzolit, com espaçamento de 3mm e rejunte Quartzolit de base epóxi. Foi aplicado porcelanato Elizabeth Granitti Ônix  (preto) em alto  relevo. Nos painéis  restantes  foi utilizado porcelanato  Ibiza polido (bege) para manter a harmonia do conjunto com os outros edifícios do CRCN. Foi colocado rufo em porcelanato no respaldo da platibanda.   

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

Durante a execução do revestimento das  fachadas surgiu eflorescência de cor esbranquiçada no rejunte do porcelanato  preto. Atualmente  ainda  se observa  o  surgimento de  eflorescência nas Fachadas Sul, Oeste e Norte. Até o porcelanato preto da rampa de acesso à saída de emergência dos laboratórios encontra‐se apresentando eflorescência no rejunte (Fig. 06).  Foi construída uma edícula (Fig. 16) com estrutura em concreto armado, vedação em alvenaria de tijolos cerâmicos de uma vez rebocada e pintada internamente com tinta à base de PVA acrílica. A coberta  foi executada com telhas de  fibrocimento onduladas com calha construída em alvenaria revestida e  impermeabilizada. Os algerozes são de concreto armado. Externamente, as  fachadas das paredes receberam revestimento em cerâmica 10 x 10cm Elizabeth nas cores bege e preto. O piso  interno  recebeu  cerâmica  antiderrapante.  O  agenciamento  externo  recebeu  pavimento intertravado de concreto contido por meio fio de concreto.   Nas inspeções realizadas, não se observou o surgimento de eflorescência por entre o rejunte das placas  cerâmicas  da  Casa  de  Força  (Fig.  16).  Acredita‐se  que  isto  tenha  ocorrido  devido  ao pequeno  tamanho  das  placas  cerâmicas  (10  x  10cm)  e  ao  rejunte  Quatzolit  empregado  que permitiu  a  absorção  da  dilatação  térmica  das  placas  cerâmicas.  Também  não  se  observaram fissuras na altura do fundo da verga existente sobre as portas comprovando a perfeita aderência entre alvenaria estrutural e elementos de concreto.   A remoção da eflorescência deve ser realizada com a  lavagem do porcelanato das fachadas com ácido  orgânico  (ácido  acético,  CH3COOH),  retirada  do  rejunte  existente  e  aplicação  de  rejunte flexível  Sikaflex‐221  cor  cinza‐escuro.  O  Sikaflex‐221  é  um  adesivo  selador  de  poliuretano, monocomponente, com elevada qualidade, utilizado em diversas funções, que cura ao entrar em contato  com  a  umidade  atmosférica  formando  um  elastômero  durável.  De  acordo  com  o fabricante,  Sikaflex‐221  adere  perfeitamente  a  uma  grande  variedade  de  materiais,  sendo apropriado para manter elásticas, de uma forma permanente, vedações que necessitem de grande força adesiva. É apropriado para materiais como madeira, metais, metais com aplicação de primer ou pintura de acabamento (sistema de dois componentes), materiais cerâmicos ou plásticos.  

 Fig. 16: Casa de Força. Cerâmica 10 x 10cm nas cores preta e branca aplicada nas fachadas, sem eflorescência. Fonte: Melo, C. A. P. 2009.

 Fig.  17:  Marquise:  Impermeabilização  sendo refeita  para  sanar  as  manchas  no  teto  do acesso à unidade. Fonte: Melo, C. A. P. 2009.

 

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras                                                                                                                        IX International Congress on Pathology and Repair of Structures                                                                                                                                                        João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013  

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Não foram observados  indícios de manchamentos na parte  inferior das paredes  internas da Casa de  Força  devido  a  ascensão  de  água  por  capilaridade.  A  grama  esmeralda  (Zoysia  Japonica) plantada no  jardim do entorno encosta na parede da Casa de Força, estando a mesma sujeita à ação da umidade proveniente da rega diária das plantas e das chuvas.   Os desenhos as built  (conforme  construído)  relativos às etapas dos diversos  serviços  realizados durante a execução da obra não foram entregues. Desta forma, perdeu‐se a referência do que foi realmente executado. Tais documentos são fundamentais para se ter um registro de tudo que foi efetivamente executado na obra, principalmente no que diz respeito ao real posicionamento das tubulações  embutidas  em  alvenarias,  pisos,  ou  forros,  o  que  facilitará  bastante  os  serviços  de manutenção do empreendimento.   A  Unidade  de  Produção  de  Radiofármacos  foi  concluída  no  final  de  2009.  Após  a  aceitação provisória da obra  realizou‐se a “posta em marcha” da unidade  farmacêutica com os  testes dos equipamentos e  início da produção do radiofármaco FDG‐18, de acordo com as Boas Práticas de Fabricação.  A  aceitação  definitiva  da  obra  depende  ainda  da  solução  de  diversas  pendências contratuais apontadas nos relatórios da Fiscalização.   Com a aceitação definitiva da obra, deverá ser  fornecido o Manual do Adquirente e Usuário de Imóveis segundo a norma [9]. Deverão ser realizadas vistorias periódicas na edificação conforme o disposto no Decreto Estadual  [10] que Regulamenta a Lei nº 13.032, de 14 de  junho de 2006, e alterações, que dispõe sobre a obrigatoriedade de vistorias periciais e manutenções periódicas em edifícios  de  apartamentos  e  salas  comerciais  no  âmbito  do  Estado  de  Pernambuco, especificamente no que concerne às edificações em alvenaria resistente, e dá outras providências. 

5 Conclusão 

Como a Unidade de Produção de Radiofármacos ainda não possui o manual de operação uso e manutenção  das  edificações,  conforme  previsto  na  norma  [9]  sugere‐se  a  contratação  de  um especialista  para  vistoriar  a  edificação  e  elaborar  um  plano  de  manutenção  preventiva  que estabeleça  um  conjunto  de  atividades  para  conservar  a  capacidade  funcional  da  edificação mediante  a  execução  de  serviços  pré‐estabelecidos  em prazos  definidos.  Isso  evitará  surpresas desagradáveis na previsão orçamentária e reduz os custos de manutenção.  Segundo  a  norma  [4],  a  omissão  em  relação  à  necessária  atenção  para  a  manutenção  das edificações pode  ser constatada nos  freqüentes casos de edificações  retiradas de  serviço muito antes de cumprida sua vida útil projetada, causando muitos  transtornos aos seus usuários e um sobrecusto  em  intensivos  serviços  de  recuperação  ou  construção  de  novas  edificações. Seguramente pior é a obrigatória tolerância, por falta de alternativas, ao uso de edificações cujo desempenho atingiu níveis inferiores ao mínimo recomendável para um uso saudável, higiênico ou seguro. Tudo isto possui um custo social que não é contabilizado, mas se reflete na qualidade de vida das pessoas.  Ainda segundo a norma [4], a manutenção não pode ser realizada de modo improvisado e casual posto que seu custo é relevante economicamente no custo global das edificações.   Ela deve ser entendida  como  um  serviço  técnico  cuja  responsabilidade  exige  capacitação  apurada.  Para  se atingir  maior  eficiência  na  administração  de  uma  edificação  ou  conjunto  de  edificações,  é necessária  uma  abordagem  fundamentada  em  procedimentos  organizados  em  um  sistema  de 

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 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

manutenção,  segundo  uma  lógica  de  controle  de  custos  e maximização  da  satisfação  de  seus usuários com as condições oferecidas pelas edificações.  Recomenda‐se que seja  implementada a norma  [4] “Manutenção de Edifícios – Procedimentos”, onde  se  define manutenção  como  sendo  um  conjunto  de  atividades  a  serem  realizadas  para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes a fim de atender as necessidades e segurança de seus usuários. 

6 Considerações finais 

Este  trabalho analisa  a  construção de uma edificação da  indústria  farmacêutica. Cabe  à equipe multidisciplinar encarregada da elaboração dos projetos,  trabalhar de  forma  integrada para que todos os projetos estejam perfeitamente compatibilizados e perfeitamente detalhados antes de sua entrega ao cliente. Ressalta‐se a importância do detalhamento arquitetônico para que na obra não haja  improvisações por  falta solução adequada para a execução de determinado sistema da edificação.  Ressalta‐se  ainda  a  importância  do  projeto  de  alvenaria  que  deveria  detalhar  o  encontro  das paredes  com  os  elementos  de  concreto,  acunhamento  no  encontro  com  as  vigas  de  respaldo, coxins de apoio, etc. para evitar a  fissuração das paredes ocasionadas por dilatação  térmica da estrutura de concreto armado.  Deveria  ter sido dada  importância ao projeto de  impermeabilização, uma vez que a maioria das manifestações  patológicas  são  causadas  por  penetração  de  umidade  nos  diversos  sistemas  da edificação.  Corrosão  de  armaduras,  eflorescências,  manchas,  bolores  são  exemplos  de manifestações patológicas causadas por penetração de água de chuva ou de águas subsuperficiais nas estruturas de concreto.  Concluiu‐se que a maioria das manifestações patologicas observadas na Unidade de Produção de Radiofármacos  do  CRCN  se  originaram  durante  as  etapas  do  seu  processo  construtivo, principalmente em dias chuvosos. Assim, ao se executar a construção de um empreendimento da indústria  farmacêutica  é  fundamental  que  seja  garantido  o  controle  de  qualidade  em  todas  as etapas construtivas, com um planejamento bem detalhado, que permita uma visão clara do que será executado; um projeto que atenda os requisitos mínimos de qualidade; a escolha correta dos materiais; uma execução obedecendo ao projeto e as especificações. É fundamental que a fase de uso da edificação seja orientada com manuais de utilização da edificação.  Reforça‐se  a  necessidade  da  importância  da  elaboração  de  um  projeto  arquitetônico  bem detalhado  e  compatibilizado  com  os  projetos  complementares  para  a  perfeita  execução  do empreendimento. As  revisões nos projetos, quando necessárias, devem  ser  realizadas antes da contratação da obra. Além disso, só um projeto executivo completo confere condições adequadas para perfeita orçamentação do empreendimento visto que o  índice de  incertezas durante a  fase de  elaboração  da  planilha  orçamentária  com  a  previsão  dos  serviços  será  bastante  reduzido proporcionando se encontrar o preço real do empreendimento. Isto posto, os órgãos públicos que contratam serviços técnicos de engenharia só deverão fazer a licitação da obra de posse de todos os projetos executivos do empreendimento.  

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Alerta‐se  as  empresas  interessadas  na  produção  e  comercialização  de  radiofármacos  para  a importância da elaboração de  todos os projetos executivos concernentes ao empreendimento e sua perfeita  compatibilização  antes do  início da obra. Caderno de  encargos, detalhamento dos serviços,  memoriais  descritivos,  orçamento  pormenorizado  e  cronograma  são  elementos fundamentais  para  um  correto  gerenciamento  da  obra  que  vai  prevenir  a  má  execução  dos serviços e o surgimento de manifestações patológicas nos diversos sistemas da edificação além de garantir  a  entrega  da  obra  dentro  do  pazo  previsto.  Isto  vai  proporcionar  o  retorno  do investimento dentro dos prazos estabelecidos para a realização do empreendimento. 

Referências 

 [1] Costa  Jr M P, Silva M G. A  influência do processo produtivo no controle de patologias e nos processos  de  manutenção.  Revista  Engenharia,  Ciência  e  Tecnologia  ‐  Volume  6.  Nº4  ‐ julho/agosto;  2003.  [2]  Picchi  F,  Agopyan  V.  Sistemas  da  qualidade  na  construção  de  edifícios.  Boletim  técnico  da escola Politécnica da USP, BT/PCC/104, São Paulo: EDUSP; 1993.  [3]  Dórea  S  C,  Silva  L  F.  Estudo  sobre  índices  da  patologia  das  construções:  paralelo  entre  a situação mundial e a brasileira. In: V Congresso iberoamericano da patologia de las construciones – CONPAT 99. Proceedings; 1999. Montevideo – Uruguai. p. 609‐616.  [4]  Associação  Brasileira  de  Normas  Técnicas.  NBR  5674:  Manutenção  de  edificações  ‐ Procedimento. Rio de Janeiro; 1999.  [5] Lordsleem Jr A C. Sistemas de recuperação de  fissuras da alvenaria de vedação: avaliação da capacidade  de  deformação.  Dissertação  (Mestrado)  apresentada  à  Escola  Politécnica  da Universidade de São Paulo, São Paulo; 1997.  [6] Tokazi A et al. Manual técnico de manutenção e recuperação.  São Paulo, FDE; 1990.  [7] Thomaz E. Trincas em Edifícios – causas, prevenção e  recuperação/Ercio Thomaz. São Paulo. Editora PINI; 1989. 194p.  [8] Duarte R B. Correção de fissuras em alvenarias.  In: Seminário sobre  manutenção de edifícios, 1., Porto Alegre; 1988.     Anais.   Porto   Alegre, UFRGS  ‐ Curso de Pós‐graduação em Engenharia Civil; 1988.  p.87‐98.  [9]  ______ NBR  14037: Manual  de  operação,  uso  e manutenção  das  edificações  –  Conteúdo  e recomendações para elaboração e apresentação. Rio de Janeiro; 1998, 5 p.  [10] Pernambuco. Governo. Decreto Estadual Nº 33.747, de 06 de agosto de 2009. Regulamenta a Lei  nº  13.032,  de  14  de  junho  de  2006,  e  alterações,  que  dispõe  sobre  a  obrigatoriedade  de vistorias periciais e manutenções periódicas em edifícios de apartamentos e  salas comerciais no âmbito do Estado de Pernambuco, especificamente no que concerne às edificações em alvenaria resistente, e dá outras providências. Palácio do Campo das Princesas, Recife; 2009, 9 p. Disponível em:  <http:  //www.prpe.mpf.gov.br  /internet/Legislacao/Administracao‐Publica/Decretos  / DECRETO ‐ ESTADUAL ‐ N1‐33.747‐DE‐06‐DE‐AGOSTO‐DE‐2009. Acesso em: 21/01/2013.