Manual Cenoura

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  • d i s q u a l

    optimizao da qualidade e reduo de custos na cadeiade distribuio de produtos hortofrutcolas frescos

    D I S Q U A L

    p r o g r a m a p r a x i s x x i

    Manual de BoasPrticas

  • Instituies do consrcio

  • CARACTERIZAO

    Aspectos GeraisA cenoura pertence famlia Umbelifere e o seu nome cientfico Daucus carota L.

    A origem da cenoura parece estar localizada na sia, na rea doAfeganisto, onde possvel encontrar cenouras em estado espontneo.Cultivada desde h mais de 2 mil anos, foi muito apreciada por determi-nadas classes sociais da Grcia antiga. As primeiras cenouras eram de corbranca, amarela e prpura e no corde-laranja. As variedades actuaisprovm de modificaes destas variedades, iniciadas no sculo XVII, pelosholandeses.

    O consumo regular de cenoura bastante eficaz no combate a doenascomo as anemias e as avitaminoses. O caroteno confere proteco contraalguns cancros e tem efeitos muito benficos na sade da pele e da viso.As cenouras parecem, tambm, oferecer alguma proteco contra a acodos raios ultra-violeta, ajudando a pele a proteger-se contra agressesclimticas e aparecimento de rugas. diurtica e excelente reguladorados mecanismos cardiovasculares e do trnsito intestinal devido pre-sena de compostos celuloso-pcticos e de fibras longas lenhificadaspouco digerveis.

    1

    D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    A cenoura rica em vitaminas A, B,

    C e em caroteno, precursor de vita-

    mina A. Cem gramas de cenoura

    correspondem a 42 calorias (Aubert

    S., 1981).

  • 2D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    A cenoura a hortalia mais utilizada na preparao de alimentos paracrianas aps o desmame, sendo um alimento recomendado em caso dediarreias ou outros distrbios do tubo digestivo. Isto faz com que acenoura seja considerada um produto diettico por excelncia e sejaobjecto de uma vigilncia atenta.

    Caractersticas MorfolgicasA cenoura uma planta bianual, embora seja cultivada como anual, deraiz fusiforme, grossa e carnuda de cor normalmente alaranjada e desabor adocicado. No primeiro ano, em condies normais, desenvolveprimeiro uma roseta de folhas e armazena posteriormente as suas reser-vas na raiz, hipertrofiando-a.

    A cor laranja intensa da cenoura devida ao seu elevado teor em carotenoe elevada taxa de / caroteno, representando um ndice interessante daqualidade e um importante factor de marketing.

    CultivaresA cenoura apresenta uma grande diversidade a nvel da forma, do com-primento e da cor. Podemos distinguir vrios tipos entre os quais: Nantes,Chantenay, Parisiense, Amsterdam, Flakkee e Imperador.

    O mercado em fresco est dominado pela cenoura tipo Nantes que corres-ponde a uma raiz cilndrica lisa, bem arredondada na extremidade, comcolorido intenso e isenta de colo verde ou violeta. Quanto aos outros tiposso utilizados principalmente na indstria de transformao, como porexemplo: para sumos, alimentos para beb e diettica (Chantenay); paracongelao inteiras (Parisiense, mais curtas e redondas e Amsterdam, maiscompridas e finas) e a Flakkee para congelao cortadas (macednia).

    Tendo em ateno o comprimento das razes (curto, semicomprido oucomprido) e o seu perodo de produo (precoce, tardio), poder-se-oagrupar algumas variedades do seguinte modo:- Razes curtas e precoces com incio de produo em Abril/Maio:Banghor, Gurande, S.Mamede, Redonda Parisiense;

  • 3D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    - Razes semi - compridas com incio de produo em Junho/Julho:Nantes, Touchon, Chantenay, Americana;

    - Razes compridas com incio de produo em Agosto/Outubro (produotardia): S.Nicolau, Australiana, Flakkee, Berlicum.

    As cultivares de cenoura semi - compridas so actualmente as mais difun-didas nas principais regies produtoras.

    O ciclo cultural das cultivares precoces de raiz curta e semi-compridadura aproximadamente 3 a 4 meses quando a cultura se realiza naPrimavera/Vero e 5 a 7 meses nos cultivos invernais.

    Zonas de ProduoEm Portugal as zonas de produo mais significativa localizam-se naregio do Ribatejo-Oeste (bidos, Bombarral, Peniche, Montijo, Alcochetee Salvaterra de Magos), Aveiro (Vagos, lhavo, Oliveira do Bairro) e Entre-Douro e Minho (Pvoa de Varzim e Esposende).

    poca de ColheitaCultiva-se ao longo de todo o ano, sendo durante os meses de Junho aNovembro o perodo de maior produo.

    poca de ComercializaoA cenoura comercializada durante todo o ano.

    Caracterizao da Cadeia A cadeia de distribuio da cenoura mais comum apresentada esque-maticamente na Figura 1. Contudo podem existir cadeias mais curtas(entrega directa) onde no acontecem algumas destas fases.

    Perdas Associadas CadeiaEm Portugal no so conhecidas estimativas fiveis das perdas que ocor-rem na cadeia dos frutos frescos. S atravs da identificao e quantifi-cao das perdas que ocorrem nas diferentes fases da cadeia ser possvela optimizao da qualidade e reduo de custos na cadeia de distribuio.

  • 4D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    Quando as condies pscolheita no so apropriadas, podero surgiralteraes na cenoura que vo comprometer a sua comercializao:murchido e perda de peso, emisso de folhas e razes, doenas para-sitrias, aquisio de sabor amargo, alteraes de cor, perda de brilho,danos de refrigerao e alteraes da composio.

    Segundo indicao de uma empresa de distribuio nacional, em 1998 e1999, os principais motivos de rejeio entrada nos entrepostos, so oaparecimento de podrides, alteraes epidrmicas e exemplares par-tidos. entrada nas lojas os acidentes na central e a presena de man-chas castanhas so os motivos de rejeio mais comuns.

    DISTRIBUIO E VENDA

    PR-ARREFECIMENTO

    PREPARAO

    EMBALAGEM

    CONSERVAO

    PRODUO

    COLHEITACAMPO

    TRANSPORTE

    INSTALAES DE CALIBRAO EMBALAGEM E CONSERVAO

    LOJA

    TRANSPORTE

    ENTREPOSTO

    TRANSPORTE

    TRANSPORTE

    Figura 1:Cadeia de distribuio

    tpica da cenoura

  • 5D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    PRODUO

    Condies EdafoclimticasClima A cenoura uma planta de regies temperadas sendo o clima tempera-do martimo bastante favorvel sua produo. exigente relativamente humidade e, em caso de seca, a raiz adquire um aspecto menos ciln-drico, formando-se no seu interior um reticulado fibroso que deprecia ovalor comercial.

    As condies climticas anteriores colheita tm muita importncia nacapacidade de conservao e durao do tempo de vida das cenouras. Achuva e a humidade relativa nas duas semanas que precedem a colheitaso bastante desfavorveis.

    Na Tabela 2 esto indicadas algumas das temperaturas ptimas ao longodo crescimento da cenoura.

    Falta de gua:- Dificuldade de penetrao da raiz no

    solo

    Excesso de gua:- Modificaes na forma- Aparecimento de manchas de gua- Maior mortalidade das razes- Aparecimento de fungos

    Temperaturas baixas:- Florao precoce- Razes mais curtas- Colorao fraca- Lenhificao do corao

    Temperatura execessivamente alta:- Colorao mais clara das razes- Tamanho mais reduzido- Forma esfrica

    Regas

    Drenagem

    Cobertura do solo (paillage) comtneis, manta trmica, etc

    Esta

    do h

    dri

    co d

    o so

    loTe

    mpe

    ratu

    ra

    Efeitos Aco preventivaTabela 1:Efeito dos factoresclimticos erespectivas medidaspreventivas nacultura da cenoura

  • 6D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    SoloA planta prefere terrenos arenosos ou areno-limosos, profundos, bemdrenados, com pH entre 6 e 6,5 e ricos em matria orgnica (M.O.). Acenoura no resiste em absoluto acidez do terreno e geralmente con-siderada como uma cultura hortcola sensvel salinidade.

    O crescimento da raiz faz-se em funo de factores como a intensidadede compactao, a textura, a porosidade, a estrutura e a estabilidadeestrutural e ainda a humidade do solo.

    Operaes CulturaisO xito da cultura da cenoura depende, para alm dos factores edafo-climticos, de factores como: a preparao do terreno e as diversasintervenes realizadas pelos agricultores, a rega, tratamentosfitossanitrios e adubaes e da sementeira propriamente dita -semeador e sementes - qualidade do lote, calibre, etc.

    Preparao do TerrenoA preparao do terreno tanto superfcie como em profundidade importante para a implantao da cultura, para o desenvolvimento daraiz e qualidade colheita. A manuteno qualitativa da estrutura do soloe da sua porosidade deve prever o arejamento, a facilidade de penetraodas razes, a actividade radicular, os riscos fitossanitrios (fungos no solo),a actividade de microorganismos e a evoluo da temperatura.

    Alm de melhorar a estrutura do solo, a lavoura permite enterrar os detri-tos vegetais da cultura anterior e incorporar os estrumes e adubaes de

    FASE TEMPERARTURA PTIMA (C)

    Germinao das sementes 16 18

    Fixao do caroteno 15 - 20

    Desenvolvimento da raiz Tar - 13 - 18Tsolo - 23 - 28

    Tabela 2:Temperaturas ptimas

    no desenvolvimentoda cenoura

  • 7D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    fundo. A lavoura deve realizar-se quando o solo apresenta boas condiesde humidade e no deve ser muito profunda (normalmente 25-30 cm)pois corre-se o risco de trazer superfcie a terra menos frtil.

    Aps a incorporao de matria orgnica dever realizar-se uma gradagempara uniformizar a superfcie do terreno, que fica pronto para a desin-feco. Nos solos arenosos, a manuteno da fertilidade depende, em boamedida, da aplicao de quantidades abundantes de matria orgnica.

    O nvel de matria orgnica no solo muito importante j que actua avrios nveis: - propriedades fsicas do solo, - crescimento da planta, - capacidade de troca de caties,- reteno da gua,- actividade biolgica do solo,- migrao dos elementos nutritivos.

    Ao estrumar, devero ser tomadas algumas precaues: - No usar estrume demasiado fresco, j que a aplicao de um estrumemal decomposto, antes da cultura da cenoura, conduz a um aumento derazes bifurcadas.

    - No usar estrume com muita palha, j que podem ser criadas hetero-geneidades no solo e aumentar o nmero de razes bifurcadas.

    Muitas vezes as tcnicas culturais contribuem para a alterao da con-formao geolgica conduzindo a uma diminuio da estabilidade estru-tural o que leva m nutrio da planta e reduo da taxa de matriaorgnica. As prticas a seguir referidas esto na origem destas alteraes,devendo ser evitadas: - As passagens das alfaias em solos demasiado hmidos que induzem aformao de calos e zonas de compactao, originando deformaesradiculares;

    - O aprofundamento excessivo das lavouras que promove a degradaoda matria orgnica;

  • 8D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    - O planeamento incorrecto das regas que pode comprometer a taxa demineralizao da matria orgnica;

    - As rotaes de culturas com fracas restituies, como o milho, batata,alho porro, entre outras.

    DesinfecoA desinfeco do solo pode ser feita com metame sdio. O produto apli-cado no terreno na forma pura, com um tractor onde se instalou umabarra perfurada ligada ao reservatrio do desinfectante. Aps ser apli-cado ao solo, dever ser imediatamente incorporado com uma fresa ousimilar. Como parte do produto se volatiliza, aps a sua incorporao,deve-se regar para obstruir os poros da superfcie, impedindo assim queo gs se escape para a atmosfera.

    Armao dos CamalhesA armao dos camalhes serve para impedir, durante a cultura, a acu-mulao de gua no perfil do solo onde se desenvolvem as razes, facili-tando o seu desenvolvimento, a operao de arranque das razes bemcomo outras operaes culturais como a aplicao de herbicidas,adubaes de cobertura e regas. Estes camalhes tm normalmente 4-5linhas, 1,10-1,20 m de largura e 20 a 25 cm de altura.

    SementeiraOutro dos factores que condiciona o sucesso da cultura a qualidade dassementes. Uma semente de boa qualidade deve estar em bom estado,apta a germinar e ter a garantia da cultivar.

    A preparao da cama para a semente consiste na criao de umacamada de terra suficientemente fina para assegurar um bom contactocom a semente e favorecer a aco dos herbicidas de superfcie. Arolagem favorece a subida de gua por capilaridade e a humidificao dasemente. Uma boa cama para a semente dever incluir:- camada de 4 cm de terra fina a fim de facilitar a germinao,- zona suficientemente porosa e com estrutura homognea com cerca de20-25 cm de profundidade.

  • 9D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    A profundidade da sementeira e a densidade (nmero de cenouras porm2 ou ha) devem permitir o desenvolvimento homogneo das cenourascom o mnimo de concorrncia. Com os semeadores actuais em linhasou em faixas, este problema facilmente ultrapassado desde que cor-rectamente calibrados.

    RegaA manuteno de um teor constante de humidade permite cenoura umaumento no rendimento e melhoria da qualidade. As cenouras bemregadas mostram-se mais lisas do que as que tiveram falta de gua. Estacaracterstica geralmente tomada como um critrio de qualidade.

    Uma boa gesto da rega condicionada pela escolha adequada dos equipa-mentos e pela sua conduo que deve ser feita em funo do clima, danatureza dos solos, do estado da cultura e do sistema cultural. Ao manterum bom nvel hdrico, atravs da prtica de regas ligeiras ou utilizaode cobertura com agro-textil, evita-se uma lexiviao significativa dosnutrientes e a secagem da superfcie.

    Apesar da rega por asperso ser actualmente o sistema mais comum, somuitas vezes criadas, junto s plantas, condies de humidade que favore-cem o desenvolvimento de doenas.

    A rega excessiva pode provocar ainda alteraes vulgarmente denomi-nadas por manchas de gua que correspondem a pequenas fendas debordos irregulares nas cenouras.

    FertilizaoA fertilizao tem de ser vista em conjunto j que integra numerosasinteraces, particularmente entre a preparao do solo, as adubaes ea rega. No conceito actual de produo orientada para a qualidade e a pro-teco do ambiente contra a poluio exigida prudncia no que respeitaa esta operao.

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    D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R T I C A S - C E N O U R A

    Uma boa gesto da nutrio mineral passa por:- conhecer as extraces da cultura da cenoura,- conhecer o suporte da cultura que passa forosamente por uma anlisede solo,

    - preparar bem o solo (circulao livre da gua, do ar e das razes no solo,para que a cenoura possa absorver facilmente os elementos minerais),

    - usar um plano de adubao racional.

    necessrio notar que a parte area das plantas na altura da colheita ficana parcela: desta maneira restitui-se ao solo uma parte dos elementosextrados.

    AzotoA falta de azoto manifesta-se por um crescimento deficiente e clortico,enquanto que as adubaes excessivas e inadequadas s necessidades,prejudicam e criam as reaces seguintes:- Reduo da taxa de emergncia;- Sensibilidade ao cavity spot;- Aumento do teor em nitratos nas razes;- Reduo do rendimento comercial.

    O azoto pode ser fornecido pelo nitrato de potssio, nitrato de amnio oupor um adubo nitroamoniacal ou amoniacal.

    Sendo um nutriente facilmente lexiviado, a sua aplicao ao solo de umaforma fraccionada parece ser a mais prudente. O fraccionamento em trsaplicaes com 1/5 sementeira e duas aplicaes de 2/5 em cobertura,tem-se revelado o mais apropriado em relao a outras alternativas quepreconizam uma adubao mais reforada sementeira. Isto aconteceporque as necessidades da planta so efectivamente mais baixas nasprimeiras 6 ou 7 semanas do seu ciclo vegetativo.

    Tabela 3:Exportaes da cultura

    de cenoura (kg/ha)(Fonte: Ctifl,1992b))

    Rendimentoton/ha N P2O5 K2O CaO MgO

    40 120 - 200 30 - 70 200 - 400 70 - 150 15 - 20

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    NitratosA forma nitrato a mais corrente e a mais importante no solo. A cenouraabsorve preferencialmente esta forma. A quantidade de nitratos presenteno solo e disponvel para a planta fortemente dependente da fertiliza-o e da mineralizao do azoto.

    A ingesto elevada de nitratos pode causar hipertenso arterial,hipotiroidismo e baixa actividade cerebral. No entanto, o principalproblema est ligado possibilidade de certas enzimas do tubo digestivotransformarem os nitratos em nitritos. Os nitritos assim formados tm afaculdade de tornar no funcional a hemoglobina dos glbulos ver-melhos, provocando principalmente nos bebs, problemas de oxigenaodo sangue. Por sua vez, os nitritos podem combinar-se no aparelho diges-tivo com compostos azotados e formar as nitrosaminas que so poderososagentes cancergenos.

    A concentrao dos nitritos em cenouras aumenta com o tempo dearmazenagem, com a elevao da temperatura e quando h microor-ganismos presentes.

    FsforoEste elemento intervm como transportador de energia, tanto na fotossn-tese como na respirao. Tem uma aco benfica no desenvolvimento dasrazes sendo factor importante na qualidade e no rendimento da cultura.

    PotssioEste elemento possui uma grande mobilidade no interior da planta e temuma funo reguladora nas trocas intercelulares e no transporte dos pro-dutos de sntese. Favorece a sntese dos glcidos e a migrao destassubstncias nos rgos de reserva. O seu papel importante em casode fraca luminosidade.

    A adubao potssica exige o conhecimento dos teores relativos depotssio e magnsio do solo e o fraccionamento das aplicaes (sulfatode potssio em fundo, nitrato de potssio sementeira e de cobertura).

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    As carncias em potssio provocam um enrolamento das folhas que, nasmais velhas, conduzem a queimaduras marginais.

    MagnsioEste elemento constituinte da clorofila indispensvel actividadefotossinttica. necessrio ainda sntese de numerosos elementos e sua reserva. Por isso, a concentrao de magnsio deve ser equilibrada:uma carncia em magnsio provoca sobre as folhas jovens uma cloroseligeira, bastante mais marcada sobre as folhas mais velhas que podemcomear a secar.

    O magnsio deve ser fornecido antes de mais ao solo. Ser no entantonecessrio prevenir o antagonismo que existe com o potssio. Para recu-perao da cultura pode-se efectuar pulverizaes foliares de sulfato demagnsio.

    ClcioEste elemento um dos constituintes da parede celular contribuindo paraa resistncia dos tecidos vegetais. A cenoura tem um nvel de exignciamdio deste elemento.

    BoroEm caso de secura, a carncia de boro parece ser mais frequente. Asreaces da planta so mltiplas:- crescimento reduzido das folhas que tomam uma cor alaranjada,- alterao das razes que nos casos mais graves ficam com cor castanha,- aparecimento de manchas de cor cinzento escuro superfcie dacenoura pouco tempo aps a lavagem (cerca de 1 hora).

    A carncia do boro pode ser colmatada fornecendo ao solo 1 a 3 kg deBorax/ha ou por pulverizaes de Solubor. Note-se que esta pulverizaoter algum efeito na luta contra a podrido cinzenta que aparece nodecurso da armazenagem.

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    Controlo de InfestantesCerca de trs dias aps a sementeira deve ser aplicado um herbicida depr-emergncia. Quando a parte area da cenoura apresentar uma alturade 4-5 cm, poder ser feita uma segunda aplicao de herbicida. As ervasque sobreviverem a estes tratamentos devero depois ser mondadasmanualmente.

    Pragas e DoenasEmbora no seja totalmente eficaz, a rotao de culturas constitui umaimportante preveno na luta contra pragas e doenas do solo ao per-mitir uma reduo significativa das populaes de certos patognicos.

    A proteco da cultura de cenoura, realizada no cumprimento da regula-mentao ambiental nacional e europeia, necessita da parte do produtorde uma ateno acrescida. Com efeito, a proteco da cultura contra asdoenas e pragas, que pode ser de ordem profiltica, gentica e qumica,deve inscrever-se num programa conjunto de conduo da cultura.

    A primeira forma de combate consiste em prevenir os ataques antes queeles ocorram. Assim, deve-se: - escolher as variedades melhor adaptadas s condies climticas daregio e ao ciclo cultural,

    - escolher as variedades mais resistentes e tolerantes s doenas e pragas,- semear em terreno so, bem drenado e evitar excessos de fertilizao,sobretudo azotada,

    - utilizar sementes ss,- praticar uma rotao de culturas suficientemente longa e evitar culturasprecedentes que possam fomentar a doena,

    - evitar deixar cenouras na parcela, aps a colheita.

    A proteco qumica o mtodo mais simples, o mais rpido e o maiseficaz, pelo menos a curto prazo. Estas caractersticas, sobretudo a suafcil utilizao, tendem a conduzir a abusos que se saldam por algunsproblemas no terreno, em especial os resduos de pesticidas em quantidadesmuito importantes e o aparecimento de raas resistentes de inimigos das

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    culturas. Os pesticidas utilizados tm frequentemente um efeito perversoacrescido: actuam no apenas sobre o alvo para o qual so homologados,mas tambm sobre o conjunto do ecossistema.

    Embora as doenas da cenoura mais preocupantes sejam aquelas queatacam directamente a raiz, alguns fungos que afectam a parte area, aoenfraquecerem a planta, tm uma repercusso negativa importante sobrea produo e qualidade da raiz. De entre os fungos que afectam mais fre-quentemente a folhagem da cenoura, esto o mldio, a alternaria e o odio.

    Tabela 4:Condies favorveis

    ao aparecimentode pragas e aces

    preventivas

    Pragas

    Mosca da cenoura

    (Psila rosae)

    Nemtodos

    (Heterodera carotae)

    (Pratylenchus spp)

    (Melodoigyne spp)

    AAffddeeooss ((ppiioollhhooss))

    (Cavariella

    aegopodii)

    Sintomas

    Redes de galerias

    na raiz

    Perda de vigor

    Amarelecimento das

    folhas da base

    Avermelhamento

    da folhagem

    Perturbao do

    crescimento normal em

    comprimento (cenouras

    curtas e deformadas,

    frequentemente

    bifurcadas)

    Aparecimento de

    galhas na raiz principal

    e nas secundrias

    Deformaes e

    encrespamento das

    folhas

    Enfraquecimento das

    plantas

    Condies favorveis

    Repetio de culturas

    no mesmo solo

    Presena de

    umbeliferas durante

    todo o ano

    Repetio de culturas

    no mesmo solo

    Temperaturas

    adequadas ao

    desenvolvimento

    da praga

    Presena de

    hospedeiros

    (flora local)

    Meios de luta /Aces preventivas

    Eliminar infestantes

    Utilizar insecticidas

    Promover a luta biolgica

    Rotao de culturas (>5 anos)

    Evitar o transporte de terra de

    zonas infectadas para zonas ss

    Desinfectar os solos

    Utilizar nematodicidas

    Semear nas parcelas infectadas

    espcies com aco nematodicida

    Tratar a flora exterior (arbustos e

    flores)

    Eliminar infestantes

    Promover a luta biolgica

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    Doenas

    Mdio(Plasmopara nivea)

    AAlltteerrnnaarriioossee(mancha negra)(Alternaria dauci)

    Odio (Erysiphe heracleiou Erysipheumbelliferarum eLeveillula taurica)

    PPooddrriiddoo iinnvveerrnnaall(Phytophthora megosperma)

    DDooeennaa ddaass mmaanncchhaass sseeccaass oouuCCaavviittyy ssppoott(Pythium violae e P.sulcatum)

    SScclleerroottiinniiaa oouu bboolloorrbbrraannccoo(SclerotiniaEsclerotiorum)

    RRiizzooccttoonniiaa(Rizoctonia violacea)

    PPooddrriiddoo nneeggrraa(Thielaviopsis basicola e Chalaropsisthielavioides)

    Sintomas

    Manchas amarelas naparte superior dasfolhas e na parte inferior algodo branco e densoPequenas manchasacastanhadas comaurola amarelada nasfolhas mais velhasAspecto queimado caracterstico

    Manchas castanhasesbranquiadaspulverulentasinicialmentearredondadas queacabem por cobrirtodo o fololo

    Manchas vtreasformando um anelcastanho transversal raiz

    Formao de uma oumais manchas elpticastranslcidas, comcontornos bem limitados que provocamconcavidades secas

    Sintomas ao nvel docolo e da base dospecolos sob a forma depodrido mole que ficacoberta de um algodo branco

    Pequenos aglomeradosmiceliares compequenas pontuaesnegras, que mais tardetomam um aspecto dealgodo azulado a violeta caracterstico

    Focos de bolor superficial que mais tarde se tornamcinzentos escuros

    Condies favorveis

    Densidade elevadade plantaoHR elevada (90%)Condensao sobreas plantasTemperatura (10- 25C)Nvel de azoto elevado

    HR (50%-70%)Temperatura (20-25C)Desenvolve-sepreferencialmenteem perodo estivalquente e secoNvel de azoto elevado

    Falta de rotaesRestos da culturainfectadaPresena da gua naforma livre na basedas razesExcesso de guaNvel de azoto elevado

    Solos infectados(Falta de rotao dasculturas)Stress ambiental enutricionalExcesso de guaSolos pesados

    Clima hmido e temperatura amena(15C)Densidades elevadasExcesso de azoto

    Falta de rotaoPresena deinfestantes contaminadosExcesso de gua

    Falta de rotaoPresena de infestantes contaminadasRestos da cultura com inculoCultivo em solosinfectados aliado acondies de conservao quentese hmidas

    Meios de luta /Aces preventivas

    Evitar regar ao fim do diaEvitar perodos hmidos demasiado prolongadosUsar tratamentos preventivoscom fungicidas especficosUtilizar cultivares resistentesUsar fertilizaes azotadas equilibradas

    Usar tratamentos qumicos especficos

    Rotaes de mais de 5 anosEliminar os restos da culturaRealizar drenagensUsar fertilizaes azotadasequilibradas

    Desinfectar os solosEfectuar rotao de culturasUsar tratamentos preventivoscom fungicidas especficosDrenar os solosEfectuar calagensUsar fertilizaes azotadasequilibradas

    Efectuar rotao de culturasUtilizar densidades que permi-tam bom arejamentoProceder a fertilizaes equilibradas Eliminar do campo as plantasdoentes

    Fazer rotaes longasEliminar as plantas doentesDrenar o soloUtilizar na rotao plantasdesfavorveis ou resistentes ao fungo

    Fazer rotaes longasEliminar as plantas doentesdrenar o soloColher e manusear com cuidadoRefrigerar adequadamente

    Tabela 5:Condies favorveisao aparecimento dedoenas e aces preventivas

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    Ao nvel da produo, a podrido negra da cenoura apontada como umaimportante doena de conservao que conduz a importantes perdaspscolheita, essencialmente no Vero.

    - Mldio (Plasmopara nivea) e Alternariose (Alternaria dauci)Durante o perodo vegetativo, devem ser realizados tratamentos preventivoscom Captana, Mancozebe ou Oxicloreto de Cobre+Zinebe (substnciasactivas aconselhadas em proteco integrada) se estiverem reunidas ascondies climticas para o desenvolvimento destes fungos.

    - Odio (Erysiphe heraclei ou Erysiphe umbelliferarum)A luta qumica habitualmente realizada em simultneo com a praticadacontra a Alternaria, embora os produtos indicados para cada doenasejam distintos.

    - Doena das manchas secas ou Cavity spot (Pythium violae e P.sulcatum)As manchas secas podem ser acompanhadas por microfendilhamentoslongitudinais que, medida que a raiz engrossa tambm evoluem, podendotransformar-se em fendas que podem ser confundidos com o acidentefisiolgico provocado por desequilbrios hdricos.

    - Sclerotinia ou bolor branco (Sclerotinia sclerotiorum)Pode-se manifestar tanto no campo como durante a conservao, sendono segundo caso uma das doenas mais importantes na diminuio daqualidade ps-colheita. Embora noutros pases se usem alguns pesticidas( base de Benomil, Vinclozolina, Iprodiona, Diclofluanida, Procimidona,etc.) para combater esta doena, em Portugal ainda no se encontranenhuma substncia activa homologada para a cultura.

    - Podrido negra (Thielaviopsis basicola e Chalaropsis thielavioides)Esta doena tipicamente de conservao. Os danos aparecem como con-sequncia de ms condies de conservao: sacos de embalagem insu-ficientemente perfurados, temperatura demasiado elevada e, no menosimportante, uma deficiente qualidade das cenouras colhidas.

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    Se o solo ou a cmara de conservao estiverem contaminados, muitodifcil controlar estes fungos devido sua grande tolerncia aos fungicidas.

    Acidentes FisiolgicosComo factores depreciativos da qualidade e do rendimento da culturaaparecem ainda os acidentes fisiolgicos dependentes principalmente dascondies climticas e pedolgicas. Na Tabela 6 esto indicados os aci-dentes fisiolgicos mais frequentes.

    Acidentes

    Colo verde

    CCeennoouurraass bbiiffuurrccaaddaas

    CCeennoouurraass ffeennddiiddaass

    EEppiiddeerrmmeeeessbbrraannqquuiiaaddaa oouuppaarrddaa

    SSaabboorr aammaarrggoo

    AAppaarreecciimmeennttoo ddeennoovvaass ffoollhhaass ee rraazzeess

    Sintomas

    Aparecimento de coloverde

    Desenvolvimento derazes secundrias quetuberizam

    Rachamento longitudinal

    Formao de pelculade tecidos mortos quevo descamando

    -

    -

    Condies favorveis

    Formao de fendasde retraco no solo

    Certos nemtodos efungosExcesso de gua no soloSolo mal mobilizadoEstrumaes abundantes antes dasementeira

    DesequilbrioshdricosFraca densidade desementeiraGolpes sofridos nasoperaesps-colheita

    Atmosfera com fracahumidade relativaPerda de gua aps acolheitaFerimentos sofridosaps a colheitaLavagem

    Exposio ao etilenoAumento de temperaturas ehumidade baixadurante a conservao

    Perodos prolongadosde armazenagem emcondiesdesfavorveis

    Meios de luta /Aces preventivas

    Praticar amontoa ligeiraSemear em bandas (6-8 cm)

    Desinfeco de solosDrenagem dos solosFertilizaes equilibradasMobilizao do solo

    Boa drenagemManuseamento cuidado

    Conservar em condies de temperatura e humidade adequadasNo armazenar por perodos superiores a 1 ms

    Bom controlo ambiental dentrodas cmaras

    Bom controlo ambiental dentrodas cmaras

    Tabela 6:Condies favorveisao aparecimento deacidentes fisiolgicos,sintomas e preveno

  • Cenouras FendidasO rachamento longitudinal das cenouras pode dever-se a ataques para-sitrios (Pythium, por exemplo). No entanto, mais frequentemente rela-cionado com acidentes fisiolgicos que podem produzir-se antes ou depoisda colheita.

    Sabor AmargoAs leses que a cenoura sofre durante a colheita, sobretudo mecnica, enas operaes de transporte, lavagem, calibragem e embalagem que seseguem, provocam um aumento da sntese de certas substncias, asisocumarinas, que esto directamente ligadas ao gosto amargo dascenouras.

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    Figura 2:Defeitos depreciativos

    da qualidade:1. Falta de firmeza

    (murchas);2. Sujidade;

    3. Bifurcaes;4. Fendas cicatrizadas;5. Colorao verde no

    colo;6. Forma no regular; 7. Excesso de calibre;

    8. Fendas devidas lavagem.

    5.

    6. 7. 8.

    4.

    1. 2. 3.

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    COLHEITA

    Depois de alcanado o desenvolvimento ptimo, as cenouras podemmanter-se por algumas semanas no solo. Porm, apesar das cenourasganharem em peso, a qualidade diminui: as folhas amarelecem, a raizlenhifica no centro, perde sabor, pode rachar e tomar uma cor verde nazona do colo.

    Critrios de Definio da Data de ColheitaA data da colheita depende do estado de desenvolvimento, da aberturade fendas no terreno e do aspecto da cenoura (dimetro, aspecto liso daepiderme, arredondamento da extremidade apical da cenoura). Emborano exista nenhum parmetro fsico-qumico objectivo que defina compreciso a data de colheita, o ndice refractomtrico e a firmeza soactualmente os parmetros mais considerados. Com base no conhecimentodo tempo de durao normal do ciclo cultural, habitual o arranque dealgumas plantas para verificar o estado de desenvolvimento da raiz.

    Figura 3:Campo de cenouras

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    Tcnicas de ColheitaAs operaes de colheita incluem o arranque, a limpeza, a eliminao dafolhagem, se necessrio, e a recolha para recipientes.

    Figura 4:Colheita de cenoura

    Figura 5:Recipientes de recolha de

    cenoura no campo

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    A colheita pode ser manual, semi-mecnica ou mecnica. Actualmente acolheita mecnica est muito desenvolvida devido, sobretudo, s con-siderveis vantagens na reduo dos custos de produo relacionadoscom a mo-de-obra e existncia de cultivares que, pela sua folhagemerecta e resistncia traco, esto bem adaptadas a este tipo de colheita.

    Boas Prticas na Colheita da CenouraAps a colheita, a cenoura degrada-se rapidamente devido ao seu elevadometabolismo. A epiderme comea a descamar e os tecidos em redor doscortes comeam a perder a cor, afectando o aspecto exterior da raiz. Aatenuao dos efeitos de degradao passa por: - Garantir um bom estado sanitrio colheita;- Colher de manh bem cedo, de forma a evitar os perodos de mais calor; - Reduzir ao mnimo o tempo entre a colheita e o acondicionamento; - Colocar os palox ou caixas ao abrigo do sol, para evitar o aumento datemperatura.

    PREPARAO

    DescargaA descarga deve ser cautelosa de forma a que sejam evitados danosmecnicos no produto.

    LavagemA lavagem das cenouras permite a cicatrizao mais rpida das feridas ereduz o aparecimento de podrides, resultado da eliminao de esporose outras formas de propagao de doenas.

    A eficcia desta operao inclui a adio gua de lavagem de fungicidasou desinfectantes de forma a controlar a propagao de doenas.

    Aps a lavagem, a superfcie das cenouras fica hmida e em certas zonasexiste gua livre. por isso aconselhvel a manuteno do produto a

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    baixas temperaturas (0 - 10C) de forma a minimizar a propagao demicroorganismos.

    Cuidados a ter na Lavagem- controlar o tempo de exposio, - usar gua de qualidade, - regular a temperatura da gua, - eliminar a gua em excesso.

    TriagemA seleco deve ser extremamente rigorosa de modo a evitar a conser-vao de produto que no ir ser comercializado. Devem ser rejeitadasas cenouras secundrias, partidas e podres. Desta forma os custos de con-servao so reduzidos e no caso de podrides evita-se a contaminaode cenouras ss. O produto que foi rejeitado, deve ser recolhido para con-tentor prprio e descartado logo que possvel.

    Pr-ArrefecimentoO arrefecimento feito por asperso com gua fria (hidrocooling), nor-malmente a 00 C e com adio de 2 % de hipoclorito de sdio. Com ochoque trmico pretende-se cortar os efeitos da aco bacteriana.

    Separao em CategoriasExistem trs categorias que diferenciam a qualidade da cenoura: Extra,I e II. Na categoria Extra apenas deve ser encontrado produto de quali-dade superior, com iseno completa de defeitos e com as caractersticasda variedade. Na categoria I includo produto de boa qualidade e comas caractersticas da variedade, sendo permitidos ligeiros defeitos deforma, desenvolvimento e colorao. Na categoria II a cenoura podeapresentar alguns defeitos de forma, de desenvolvimento e de coloraoum pouco mais pronunciados do que na categoria I. No anexo I encon-tram-se especificadas as caractersticas de cada categoria de acordo comas normas em vigor.

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    CalibragemA separao por calibres feita com base no dimetro mximo ou nopeso da raiz (sem rama). Na Tabela 7 apresentada a relao entre o pesoe o calibre.

    * Razes que no sofreram qualquer paragem de crescimento

    ApresentaoA cenoura pode ser comercializada em molhos ou cortada rente ao colo.Quando em molhos, a rama deve ser fresca verde e s. As razes de ummesmo molho devem ter um calibre uniforme. Quando a raiz cortadarente ao colo, a rama deve ser aparada sem danificar a raiz.

    Cuidados a ter na PreparaoNas instalaes:- Limpar regularmente o pavilho (tectos, paredes, cho, rea circun-dante);

    - Limpar regularmente os equipamentos envolvidos na triagem de produtono conforme (cilindros e alvolos) e a linha de calibragem;

    Disposies Categoria Extra Categoria I Categoria II

    Cenouras primor* ecultivares de razes Calibragem facultativa, sendo obrigatrio respeitar:pequenas CCaalliibbrree mmiinnmmoo - 10 mm ou 8g

    CCaalliibbrree mmxxiimmoo - 40 mm ou 150g

    Cenouras de Calibragem conservao e Calibragem obrigatria facultativa, contudovariedades grandes o calibre minmo

    deve ser respeitado

    CCaalliibbrree mmnniimmoo 20 mm ou 50g 20 mm ou 50g 20 mm ou 50g

    CCaalliibbrree mmxxiimmoo 45 mm ou 200g - -

    HHoommooggeenneeiiddaaddee ddee 20 mm ou 150g 30 mm ou 200g -ccaalliibbrree (diferena mxima de calibre entrecenouras da mesmaembalagem)

    Tabela 7:Calibragem ehomogeneidadede calibre

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    - Limpar regularmente as embalagens usadas para a colheita e comer-cializao;

    - Iluminar convenientemente as instalaes;- Formar o pessoal para as operaes especficas.

    Com o produto:- Arrefecer as cenouras imediatamente aps a colheita;- Manipular a cenoura na linha de calibragem durante a seleco, com omaior cuidado;

    - Evitar a condensao ao nvel da epiderme de forma a controlar o desen-volvimento de microrganismos.

    EMBALAGEM

    As cenouras podem ser acondicionadas em sacos plsticos de polietilenoperfurado com capacidade de 1 kg de produto. O uso de perfuraes per-mite o arejamento do produto e evita a acumulao de gua devida a trans-pirao. Os sacos de plstico so por sua vez acondicionados em sacos derede com capacidade para 20 kg de produto. Estes sacos devem ser cor-rectamente paletizados e o peso mximo no deve exceder os 1000 kg. Acenoura tambm comercializada a granel.

    Se comercializadas num curto perodo de tempo, no so necessrias per-furaes nos sacos plsticos das cenouras, no entanto, para perodos con-siderados longos, convm que os sacos sejam perfurados. Embora ascenouras embaladas em sacos de malha permitam um melhor arejamentominimizando o desenvolvimento de patognicos, a proteco contra adesidratao menor.

    Cuidados a ter no Embalamento O contedo de cada embalagem deve ser homogneo no que respeita

    origem, variedade, qualidade e calibre; Numa mesma embalagem os molhos devem ter um peso praticamente

    uniforme e estar regularmente alinhados numa ou vrias camadas;

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    A parte visvel da embalagem deve ser representativa do conjunto; O acondicionamento deve permitir durante a manuteno e transporte

    uma proteco adequada ao produto; Os materiais utilizados no interior da embalagem devem ser novos,

    limpos e tais que no provoquem ao produto quaisquer alteraesexternas ou internas;

    As embalagens ou lotes destinados a expedies a granel devem estarisentas de corpos estranhos;

    As caixas reutilizveis devem estar igualmente limpas e tais que noprovoquem qualquer dano ao produto.

    CONSERVAO

    Perodo de ConservaoA cenoura pode ser conservada por perodos longos, que podem chegaraos 3 meses.

    A aplicao de ozono nas ltimas etapas de uma conservao prolongadapode ajudar a diminuir os ataques fngicos.

    Resposta ao EtilenoA exposio ao etileno induz o desenvolvimento de sabor amargo. Oarmazenamento e transporte com hortofrutcolas produtores de etileno,como tomate, melo ou ma deve por isso ser evitado.

    Resposta Atmosfera Controlada (AC) O uso de AC em cenouras no promove o aumento da vida til em relaoao ar normal. Concentraes de CO2 acima dos 5 % promovem a podridoe baixas concentraes de O2 no so bem toleradas resultando geral-mente no aumento da aco bacteriana.

    Temperatura Humidade relativa

    00C 95-98%

    Tabela 8:Condies ptimaspara a conservaode cenoura

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    Cuidados a ter na Conservao Limpar regularmente as cmaras; Evitar misturas com produtos produtores de etileno; No exceder a capacidade das cmaras; Manter corredores entre paletes de forma a permitir uma correcta cir-

    culao do ar; Identificar adequadamente os contentores (palox); Evitar variaes bruscas de temperatura; Abastecer o ponto de venda medida das necessidades.

    DISTRIBUIO

    ExpedioA distncia entre o local de produo e o de consumo por vezes muitogrande sendo necessrio transporte refrigerado. O transporte com tem-peratura controlada tem custos muito superiores aos do transporte tem-peratura ambiente e por isso a optimizao dos veculos ainda maisimportante.

    O carregamento para o transporte deve ser feito em condies de tem-peratura e humidade relativa ptimas, referidas anteriormente, sendonecessrio o mesmo cuidado e precaues referidos para as etapasanteriores.

    Apesar de normalmente serem usados veculos refrigerados entre o entre-posto e a loja, nas outras fases da cadeia de distribuio, a cadeia de frio muitas vezes interrompida. Acresce o facto dos veculos transportaremcargas mistas com diferentes exigncias ao nvel da temperatura e humi-dade relativa. Actualmente j existem carros com divisrias mveis queadmitem duas ou trs temperaturas diferentes permitindo assim o trans-porte simultneo de produtos congelados e frescos. Por exemplo, naausncia deste tipo de transporte podem ser usados pequenos con-tentores com refrigerao autnoma.

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    Cuidados a Ter Durante o CarregamentoOs problemas mais comuns na expedio so devidos a variaes de tem-peratura. Para que estes problemas sejam evitados devem ser tomadas asseguintes precaues antes de carregar o veculo:- Arrefecer previamente a galera frigorfica temperatura recomendadae testar o sistema de circulao de ar;

    - Colocar o produto no veculo de transporte temperatura pretendida,uma vez que no transporte refrigerado apenas se mantm a temperaturado produto (sem o arrefecer);

    - Estacionar o veculo de transporte o mais prximo possvel da cmarafrigorfica onde se encontra armazenado o produto e sempre que pos-svel ligar estes dois por um tnel. Uma alternativa interessante passapela existncia de um cais refrigerado para expedio permitindo queo carregamento se faa directamente para o veculo. O cais deve estarisolado do exterior por portas de bandas de borracha que se ajustam aoperfil do veculo;

    - Uma vez iniciado efectuar o carregamento sem demora;- Se o processo de carga for interrompido por qualquer motivo, fechar asportas e ligar o aparelho de frio at que sejam retomadas as operaes;

    - Fechar a porta do veculo e pr os ventiladores em funcionamento assimque as paletes estejam na galera;

    - Garantir que durante o transporte o produto no sofre oscilaes impor-tantes de temperatura;

    - No carregar lotes onde tenham sido detectadas temperaturas anormais;- Limitar a altura mxima de carregamento, para garantir uma boa repar-tio de ar sobre todo o compartimento do veculo, prevendo um espaolivre de 10 a 20 cm abaixo do tecto;

    - Assegurar a limpeza, externa e interna, do veculo e garantir a ausnciade qualquer cheiro e/ou humidade no interior da caixa.

    frequente o carregamento deste tipo de produtos em veculos de trans-porte secundrio sem pr refrigerao, obrigando-se o sistema de frio doveculo a fazer o arrefecimento. Esta prtica deve ser evitada porquecomo o sistema de frio est dimensionado apenas para manter a tem-peratura, o arrefecimento lento.

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    VENDA

    Manipulao no Ponto de VendaNo ponto de venda tambm necessrio que sejam tomadas algumas pre-caues de modo a no comprometer todo o processo anterior: - Proteger da luz;- Evitar variaes bruscas de temperatura;- Conservar em cmara frigorfica a temperaturas entre 5 e 100C;- Abastecer o ponto e venda medida das necessidades.

    Exposio no Ponto de VendaO sucesso da venda dos produtos passa tambm pela forma como os pro-dutos so apresentados ao consumidor, deve-se assim:- Rotular de forma visvel e precisa;- Expor em quantidade suficiente;- Iluminar e arranjar bem o produto; - Cuidar diariamente da apresentao e limpeza do espao destinado venda dos produtos;

    - Colocar na banca/expositor apenas embalagens limpas;- Manter as etiquetas sempre limpas;- No colocar os produtos em contacto com o pavimento.

    Como Comprar Cenoura de QualidadeA cenoura dos legumes mais resistentes, sendo possvel conservardurante vrios dias no frigorfico e manter as suas qualidades iniciais. Noentanto, para que isso seja possvel, devem escolher-se razes bem colo-ridas, firmes, no engelhadas, no rachadas, estaladias e de pele viosa.

    Como Conservar Correctamente a CenouraQuando guardada na parte inferior do frigorfico e cenoura tem um tempode vida til de 5 a 6 dias.

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    ANEXO I Normas oficiais de qualidade para a cenoura(Regulamento CE n 730/99, de 7 de Abril)

    1. Definio do Produto

    A presente norma diz respeito s cenouras das variedades (cultivares) deDaucus carota L. que se destinem a ser apresentadas ao consumidor no esta-do fresco, com excluso das cenouras destinadas transformao industrial.

    2. Disposies Relativas Qualidade

    O objectivo da norma definir as caractersticas de qualidade que ascenouras devem apresentar depois de acondicionadas e embaladas.

    2.1. Caractersticas MnimasEm todas as categorias, tendo em conta as disposies previstas paracada categoria e as tolerncias admitidas, as cenouras devem apresentar-se:- inteiras,- ss; so excludos os produtos que apresentem podrides ou outrasalteraes que as tornem imprprias para consumo,

    - limpas, isto :- para as razes lavadas, praticamente isentas de matrias estranhas visveis,- para as outras razes, incluindo as razes lavadas envolvidas em turfapura, praticamente isentas de quaisquer impurezas grosseiras,

    - firmes,- praticamente isentas de parasitas,- praticamente isentas de ataques de parasitas,- no lenhosas,- no espigadas,- no bifurcadas e desprovidas de razes secundrias,- isentas de humidades exteriores anormais, isto , suficientementeenxutas aps a lavagem eventual,

    - isentas de odores e/ou sabores estranhos.

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    O desenvolvimento e o estado das cenouras devem permitir-lhes:- suportar o transporte e as outras movimentaes a que so sujeitas,- chegar ao lugar de destino em condies satisfatrias.

    2.2. ClassificaoAs cenouras so classificadas em trs categorias a seguir definidas:

    a) Categoria extraAs cenouras classificadas nesta categoria devem ser de qualidade supe-rior obrigatoriamente lavadas e devem apresentar as caractersticas davariedade ou do tipo varietal.

    No devem apresentar defeitos, com excepo de alteraes muito ligeirase superficiais, desde que estas no prejudiquem o aspecto geral do pro-duto, nem a sua qualidade, conservao ou apresentao na embalagem.

    As razes devem:- ser lisas,- ter aspecto fresco,- ter forma regular,- no estar gretadas,- apresentar-se isentas de contuses e fendas,- apresentar-se isentas de danos causados pelo gelo.

    Ficam excludas as cenouras que apresentem uma colorao verde ouviolcea/prpura no colo.

    b) Categoria IAs cenouras classificadas nesta categoria devem ser de boa qualidade edevem apresentar as caractersticas da variedade ou do tipo varietal.

    As razes devem:- ter aspecto fresco.

    Podem, no entanto, apresentar ligeiros defeitos a seguir indicados, desde

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    que estes no prejudiquem o aspecto geral do produto, nem a sua quali-dade, conservao e apresentao:- ligeiros defeitos de forma,- ligeiros defeitos de colorao,- pequenas fendas cicatrizadas,- pequenas fendas ou gretas devidas manuteno ou lavagem.

    Para as razes cujo comprimento no exceda 10 centmetros, admitidauma colorao verde ou voilcea/prpura no colo, at ao limite de 1 cen-tmetro; para as outras razes, o limite de 2 centmetros.

    c) Categoria IIEsta categoria abrange as cenouras que no podem ser classificadas nascategorias superiores, mas respeitam as caractersticas mnimas acimadefinidas.

    Podem apresentar os defeitos a seguir indicados, desde que mantenhamas caractersticas essenciais de qualidade, conservao e apresentao:- defeitos de forma e colorao,- fendas cicatrizadas que no atinjam o corao,- fendas ou gretas devidas manuteno ou lavagem.

    Para as razes cujo comprimento no exceda 10 centmetros, admitidauma colorao verde ou violcea/prpura no colo, at ao limite de 2 cen-tmetros; para as outras razes, o limite de 3 centmetros.

    3. Disposies Relativas Calibragem

    O calibre determinado pelo dimetro mximo ou pelo peso da raiz (semrama).

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    a) Cenouras primores (razes que no sofreram qualquer paragemde crescimento) e variedades pequenasO calibre mnimo fixado em 10 milmetros de dimetro ou 8 gramas depeso.

    O calibre mximo fixado em 40 milmetros de dimetro ou 150 gramasde peso.

    b) Cenouras de Conservao e Variedades GrandesO calibre mnimo fixado em 20 milmetros de dimetro ou 50 gramasde peso.

    Para as cenouras da categoria Extra, o calibre mximo no pode exceder45 milmetros de dimetro ou 200 gramas de peso e a diferena de dimetroou a diferena de peso entre a raiz mais pequena e a maior contidas namesma embalagem no deve exceder 20 milmetros ou 150 gramas.

    Para as cenouras da categoria I, a diferena de dimetro ou a diferenade peso entre a raiz mais pequena e a maior contidas na mesma embalagemno deve exceder 30 milmetros ou 200 gramas.

    As cenouras classificadas na categoria II devem apenas satisfazer as dis-posies relativas ao calibre mnimo.

    4. Disposies Relativas s Tolerncias

    Em cada embalagem ou lote, no caso de cenouras expedidas a granel, soadmitidas tolerncias de qualidade e de calibre no que respeita a produtosque no satisfazem os requisitos da categoria indicada.

    4.1. Tolerncias de Qualidadea) Categoria extra- 5 % em peso de razes que no correspondam s caractersticas da cate-goria, mas que estejam em conformidade com as da categoria I ou sejam

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    excepcionalmente admitidos nas tolerncias desta categoria;- 5 % em peso, de razes com um ligeiro vestgio de colorao verde ouviolcea/prpura no colo.

    b) Categoria I- 10 % em peso de razes que no correspondam s caractersticas da cate-goria, mas que estejam em conformidade com as da categoria II ou sejamexcepcionalmente admitidos nas tolerncias desta categoria. Ficam, noentanto, excludas desta tolerncia as cenouras partidas e/ou desprovidasda sua extremidade;

    - 10 %, em peso, de cenouras partidas e/ou desprovidas da sua extremidade.

    c) Categoria II- 10 %, em peso, de razes que no correspondam s caractersticas dacategoria nem s caractersticas mnimas, com excluso dos produtosafectados por podrido ou qualquer outra alterao que os tornemimprprios para consumo;

    - Alm disso, para as cenouras partidas so admitidas at ao limite de25 %, em peso.

    4.2. Tolerncias de CalibrePara todas as categorias, 10% em peso de razes que no correspondams disposies relativas aos requisitos de calibragem.

    5. Disposies Relativas Apresentao

    5.1. HomogeneidadeO contedo de cada embalagem ou lote, no caso de expedio a granel,deve ser homogneo e consistir apenas em cenouras da mesma origem,variedade ou tipo varietal, qualidade e calibre (desde que, no que respeitaa este ltimo critrio, a calibragem seja obrigatria).

    A parte visvel do contedo da embalagem ou do lote, no caso de produtosa granel, deve ser representativa do conjunto.

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    5.2. ApresentaoAs razes podem ser apresentadas em diferentes formas:

    a) Em molhosAs razes so apresentadas com a rama que deve ser fresca, verde e s.As razes de um mesmo molho devem ter um calibre sensivelmente uni-forme.

    Numa mesma embalagem, os molhos devem ter um peso sensivelmenteuniforme e estar regularmente alinhados numa ou vrias camadas.

    b) Cortadas Rente ao ColoA rama deve ser aparada ou cortada junto ao colo, sem danificar a raiz.

    As razes podem ser apresentadas:- em pequenas embalagens,- dispostas em vrias camadas ou no acamadas na embalagem,- a granel (carregamento directo num meio ou num compartimento de ummeio de transporte) para a categoria II.

    5.3. AcondicionamentoAs cenouras devem ser acondicionadas de modo a assegurar uma pro-teco conveniente do produto.

    Os materiais utilizados no interior da embalagem devem ser novos, limpose tais que no possam causar aos produtos alteraes externas ou internas. autorizado o emprego de materiais e nomeadamente, de papis ou selosque contenham indicaes comerciais, desde que a impresso ou arotulagem sejam efectuadas com uma tinta ou uma cola no txicas. Asembalagens, ou lotes, no caso da expedio a granel, devem estar isentasde corpos estranhos.

    No caso de cenouras lavadas envolvidas em turfa pura, a turfa utilizadano considerada um corpo estranho.

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    6. Disposies Relativas Marcao

    Cada embalagem deve trazer, em caracteres agrupados do mesmo lado,legveis, indelveis e visveis do exterior, as seguintes indicaes:

    6.1. IdentificaoEmbalador e/ou expedidor nome e endereo ou identificao simblicaemitida ou reconhecida por um servio oficial. Contudo sempre que sejautilizado um cdigo (identificao simblica), a indicao embaladore/ou expedidor (ou uma abreviatura equivalente) deve figurar naproximidade desse cdigo (identificao simblica).

    6.2. Natureza do Produto- se o contedo no for visvel do exterior:

    - cenouras em molhos ou cenouras,- cenouras primores ou cenouras de conservao.

    - se for caso disso cenouras envolvidas em turfa, mesmo se o contedofor visvel do exterior,

    - nome da variedade ou do tipo varietal, para a categoria Extra.

    6.3. Origem do ProdutoPas de origem e, eventualmente, zona de produo ou designaonacional, regional ou local.

    6.4. Caractersticas Comerciais- categoria,- calibre, expresso pelos dimetros ou pelos pesos mnimos e mximos(facultativo),

    - nmero de molhos para as cenouras apresentadas em molhos.

    6.5. Marca Oficial de Controlo (facultativa)Para as cenouras expedidas a granel (carregamento directo num meio ounum compartimento de um meio de transporte), as indicaes acimareferidas devem constar de um documento que acompanha a mercadoria oude uma ficha colocada de forma visvel no interior do veculo de transporte.