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Filmes adaptados de livros MANUAL DE CRÍTICA DE MÍDIA

Manual de critica

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Filmes adaptados de livrosMANUAL DE CRÍTICA DE MÍDIA

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Filmes adaptados de livrosMANUAL DE CRÍTICA DE MÍDIA

Ainoã Scatolin . Jefferson Paradello . Leonardo Siqueira

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INDÍCEIntrodução

As diferentes teorias do cinema

Como assistir filmes de maneira crítica

Como ler livros de maneira crítica

Filmes de livros

A relação entre o lirvo e o filme

Filme: um incentivo à leitura!

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Aplicação prática 12

Questionário 15

Referências Bibliográficas 16

Anexos 17

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Filmes adaptados de livros

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Introdução Você já fez a leitura crítica de um filme alguma vez? Como assim, quer dizer que agora dá para “ler” um filme? Dá sim. O roteiro, a direção de fotografia, a trilha sonora e até a escolha dos takes – as diferentes tomadas de câmera – são elementos importantes na hora de analisar uma produção cinematográfica. E, para fazer essa avaliação, conhecer os princípios básicos da teoria do cinema nos ajuda a entender melhor a relação entre imagem e roteiro. O professor da Unicamp, Fernão Ramos, doutor em Artes pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pelas universidades de New York, Califórnia e Montreal, acredita que, apesar de não ser tão jovem, a teoria do cinema é um campo relativamente pouco conhecido. “[Ela] possui uma tradição, já quase centenária, onde são pensados os pressupostos teóricos que envolvem a reflexão sobre a imagem em movimento em sua forma narrativa” (RAMOS, 2000, p. 125). Em outras palavras, fazer a leitura crítica de um filme significa observar a imagem, a movimentação da câmera, o cenário, os gestos, o figurino, o diálogo dos personagens e a narrativa, que é a forma como o diretor conta uma história. Tudo isso nos permite fazer um raio-x dos diferentes elementos empregados em uma trama, facilitando assim a leitura de um filme. De igual modo, os livros também podem ser analisados de forma crítica. E desses, muitos acabam passando por adaptações que vão parar nas telas.

“Um filme é difícil

de explicar, porque é

fácil de entender”

Christian Metz, crítico de filmes

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Como qualquer outro produto cultural, os filmes se dirigem a um público e procuram transmitir uma determinada mensagem. O que veremos nas telas do cinema dependerá daquilo que o diretor tem em mente e das temáticas com as quais ele costuma trabalhar. “Desde a comédia mais engraçada até a tragédia mais triste, os filmes prendem a nossa imaginação, mas também apresentam valores e visões de mundo que admiramos (ou detestamos).” (Godawa, 2004, pág. 11)

O foco pode ser uma visão política, social, as crenças religiosas, econômicas ou mesmo a forma como o cineasta critica tais tópicos. Alguns desses pontos são identificados apenas quando o material produzido é analisado de maneira detalhada. Em alguns casos, essas posições ficam evidentes explicitamente. Em outras, nem tanto. Godawa (2004, pág. 18) lembra que ao mesmo tempo que os filmes refletem a sociedade, eles também a influenciam. E que “os espectadores deveriam entender o que estão consumindo e a natureza do que chamam de diversão.” É por isso que para aqueles que pretendem ter uma experiência mais próxima com o universo cinematográfico precisam conhecer as várias teorias do cinema. Se você quiser aprofundar seu estudo nesse campo, poderá estudar a da Mimese e Catarse, oposições binárias (dualismo), Freudianismo (leia-se Fróidianismo), psicologia cognitiva, Marxismo e Feminismo.

As diferentes teorias do cinema

Aqui, vamos destacar

uma delas, que diz respeito ao estilo

autoral de determinado

cineasta.

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Filmes adaptados de livros

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Os filmes de Quentin Tarantino, por exemplo, sempre têm uma boa dose de violência, vingança e suspense. Em geral, essa é a temática favorita do cineasta. Basta olhar o último filme que o jovem diretor produziu: Bastardos Inglórios. Como já é de costume, Tarantino adora misturar linguagens, época e escolas, tornando a obra única e autoral. Bem do jeitinho dele. Segundo crítica do site Omelete, um dos maiores portais brasileiros voltados à discussão de produtos culturais, o cineasta busca a inspiração para seus filmes em diversas fontes.

“Como é habitual na cinematografia do cineasta, ele mistura linguagens, épocas e escolas - que praticamente desaparecem no resultado, tornando-se algo só dele.

Dos faroestes de Sergio Leone (que já haviam inspirado Kill Bill Volume 2) vêm a inspiração para a música (Ennio Morricone está na trilha!) e a tensão nos duelos (verbais ou físicos).

De John Ford ele empresta a temática da vingança, todo o “Capítulo 1” e um enquadramento arrancado de Rastros de Ódio (The Searchers, 1956). A criação do personagem Aldo Rayne (Brad Pitt) vem de atores como Aldo Ray (1926-1991) e John Wayne (1907-1979). De um obscuro filme de guerra italiano de 1978 o título do filme. Da nouvelle vague o teor do “Capítulo

3”, com a Shosanna de Mélanie Laurentlembrando as personagens dos filmes de Truffaut... a lista é extensa... e tenho certeza que triplicará quando eu assistir ao filme novamente.

Tarantino, supernerd cinéfilo, apanha todas essas coisas que lhe são queridas, com as quais cresceu, e as transforma. Ele já fez isso antes muitas vezes, mas neste busca uma certa organização sutil separando os gêneros que emula através de uma organização em capítulos. São quase todos excelentes. O problema é justamente quando, superconfiante, ele deixa escapar

uns arroubos pops. Normalmente eles funcionam nas mãos dele, mas aqui - é um filme de época, afinal - causam estranheza em um ou outro momento.

“Cat People (Putting Out Fire)” de David Bowie na Segunda Guerra? Exagero (ainda que a cena daria um videoclipe e tanto se isolada). ” Outra teoria é a famosa luta contra o bem e o mal, o dualismo.

É certo que em alguns filmes, a temática se manifesta de maneira bem evidente, como em Avatar, do diretor americano James Cameron e Confronto dos Deuses, de Christopher Casse e Jéssica Conway. O importante não é decorar as teorias, mas entender os principais elementos de composição de um filme e quais as são as ferramentas disponíveis na hora de avaliá-lo.

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Como assistir filmes de maneira crítica

Em seu livro Looking at Movies, Richard Barsan explica que a teoria cinematográfica e crítica cinematográfica são atividades distintas e que precisam ser bem compreendidas para quem quer estudar esse campo. Teoria, segundo ele, não está ligada apenas ao campo científico, como geralmente se pensa.

Teoria cinematográfica é baseada nos princípios concernentes

a como nós analisamos os filmes. Isso nos dá um modelo de contemplação e

compreensão de várias particularidades dos filmes.

Sendo assim, a teoria cinematográfica é um caminho para olharmos

os filmes de uma perspectiva intelectual ou ideológica. Profissionais e

estudantes frequentemente escrevem usando diversas teorias, todas

aplicáveis ao estudo de um determinado filme, diretor ou grupo de filmes.

Em contraste, a crítica de cinema geralmente é focada na

avaliação artística da obra e apelo ao público. A crítica de cinema toma

duas formas básicas: comentários que são escritos para um público geral, e

aparecem na mídia popular, e os ensaios que são publicados em

revistas acadêmicas para um público erudito. Cada forma de crítica se

concentra na análise e avaliação de um ou mais filmes em uma

linguagem que apela à sua audiência particular.

Brasam, 2007, pág. 316 e 317)

Barsam dá algumas dicas importantes para quem quer fazer análise de obras audiovisuais, os mesmos tópicos com os quais a teoria cinematográfica também se preocupa.

Portanto, você deve ficar atento a: • O texto do filme em si - suas propriedades estruturais e significados

• A conexão do filme com a cultura e história

• A relação entre o filme e arealidade, expressa em dois pontos de vista fundamentais. O primeiro (que nós chamamos de teoria realista) detém, entre outras crenças, que linguagem cinematográfica e tecnologia são capazes de levar o cinema mais perto de nossa experiência do mundo fenomenal - em suma, de alcançar uma representação quase perfeita da realidade. O ponto de vista oposto (teoria formalista) acredita que o cinema é mais que uma mera reprodução da realidade, e que o artista de cinema dá forma à realidade.

• A produção de filmes como o resultado de um sistema de forma de arte, fenômeno econômico, produto cultural e tecnológico

• Nossa relação psicológica com o mundo projetado na tela

• A distinção e relação entre vários tipos de filmes

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Filmes adaptados de livros

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Um filme não deixa de ser um ato de contar histórias. Histórias que há muito são contadas e, hoje, recontadas de diferentes formas. Outro tema que deve ser considerado quando fazemos uma análise, são os recorrentes elementos da mitologia e da cultura com que nos deparamos. Alguns filmes trabalham com a temática Messiânica, aquela em que há um salvador, alguém que possa solucionar os problemas não só da humanidade, mas do planeta. Um exemplo bem conhecido é a trilogia Matrix. Outro, embora recente, é As crônicas de Nárnia.

Voltando às teorias, Barsam acredita que elas não são réguas e que da mesma forma não devem ser um conjunto de achismos que tentam fundamentar algumas idéias. A análise, e mesmo a crítica, não são desenvolvidas da noite para o dia. Por isso, quanto mais você se envolver com a teoria cinematográfica, produção e crítica, mais você estará habilitado para fazer reflexões e interpretações mais precisas e adequadas.

Anotar os pontos mais importante analisados durante a exibição do filme e tentar conectá-lo com acontecimentos

históricos para posterior discussão.

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Como ler livros de maneira crítica Embora a indústria cinematográfica trabalhe a todo o vapor, lançando mensalmente novas obras no mercado, nem tudo o que se produz é essencialmente original. Diversos filmes nasceram primeiro nos livros e depois foram ampliados e contados com mais “realidade” por meio das câmeras. No entanto, também é possível fazer análises de obras literárias.

Ao entrar em contato com ela, procure saber dados sobre o autor, o gênero em que está acostumado a se aventurar e as temáticas que tem mais afinidade. Basicamente, os critérios não se distanciam da análise cinematográfica.

Perceba também a construção da narrativa e a forma como ela trabalha os personagens, seus ideais e todo o contexto que envolve a texto.

Uma pesquisa na internet

pode revelar muitos dados interessantes para que você fique atento aos detalhes antes mesmo de começar a ler o livro.

2. Harry Potter e a Pedra Filosofal: 968.657.000 de dólares

3. Harry Potter e a Ordem da Fênix: 937.000.000 de dólares

4. Harry Potter e o Enigma do Príncipe: 925.956.000 de dólares

5. O Senhor dos Anéis - As Duas Torres: 921.600.000 de dólares

6. Alice no País das Maravilhas: 920.686.000 de dólares

7. Jurassic Park - Parque dos Dinossauros: 919.700.000 de dólares

8. Harry Potter e o Cálice de Fogo: 892.194.000 de dólares

9. Harry Potter e a Câmara Secreta: 866.300.000 de dólares

10. O Código da Vinci: 757.236.000 de dólares

1. Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei: 1.129.219.000 dedólares

Maiores Bilheterias

Fonte: http://www.revistabianchini.com.br

As 10 adaptações literárias que renderam as maiores bilheterias mundiais

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Filmes adaptados de livros

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Filmes de LivrosComo avaliar e interpretar uma adaptaçãoliterária para o cinema

Desde o nascimento do cinema as obras literárias inspiram suas histórias. O que traz à tona a discussão que compara o livro e o filme como lados opostos de uma disputa: é possível produzir bons filmes adaptados?

Nessa disputa, o cinema sempre sai perdendo e é muitas vezes considerado um parasita da literatura.

Em geral, as adaptações são sempre recebidas desfavoravelmente. Quem é que nunca leu um livro e depois de assistir um filme nele baseado (recorde-se desse termo!) frustrou-se e pensou: O livro é muito melhor!

Mas, você já parou para pensar: Melhor em qual sentido?

As críticas e comentários sobre obras adaptadas costumam ser tão negativas a ponto de considerarem a adaptação como uma traição ao original, releituras pobres, cheias de omissão ou resumo de trechos e personagens, importantes que são meramente ignorados pelo cinema.

Isso acontece porque costumamos julgar a qualidade de um filme por sua fidelidade ao original, cobrando que o diretor transcreva a obra para a linguagem audiovisual.

- O livro, quando lido, deixa de pertencer ao autor e passa a pertencer ao leitor. Ou seja, o leitor imagina as cenas, os sons, as cores, as características físicas dos personagens, sem nenhum compromisso com outra visão, senão a sua. O romancista não precisa vestir a personagem ou indicar maiores detalhes da paisagem do lado de fora de seu quarto. Isso já não acontece no filme, que precisa de cenários, figurinos, trilha... Então, quando o leitor chega ao cinema, ele se depara com outra visão: a do diretor.

- É impossível converter uma obra literária, palavra por palavra, para um meio completamente diferente como é o cinema. A literatura transmite suas mensagens através da palavra escrita, enquanto o cinema utiliza a imagem em movimento.

O cinema é uma releitura, e, portanto imprime as sensações de

alguém, e não de todos, sobre a obra.

Não tem jeito: adaptações implicam em mudanças da obra escrita!

Os dois principais problemas com esse pré-julgamento são:

Que o preconceito existe é fato, mas de onde ele veio? É uma pergunta difícil de responder, mas uma de suas origens vem da afirmação de que a literatura nasceu primeiro, e como todo meio mais antigo, há o medo de que um suplante o outro. Outra fonte de preconceito seria o medo da imagem, que desde os tempos de Platão é considerada por muitos como uma armadilha ou uma ilusão da verdade.

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Considerando que a adaptação é um tipo de leitura, podemos identificar nela alguns elementos da literatura, como:

Intertextualidade: quando um filme cita explicitamente outro.

Arquitextualidade: quando o título deixa claro qual o gênero, como comédia ou drama.

Metatextualidade: quando há relação do filme com outro, ou com outra manifestação midiática (um quadrinho, um livro...), sem que haja menção explícita dessa relação ou citação.

Paratextualidade: Envolve tudo o que circula junto com o filme, como a propaganda, cartazes, trailers, sites, etc. Esse é um elemento muito explorado nos menus interativos dos DVDs, por exemplo. Uma cena que não entrou no filme mas está lá nos extras pode mudar totalmente sua interpretação sobre ele.

Hipertextualidade: quando o filme é baseado em um texto referência ou um clássico. Como Dom Quixote, por exemplo, que já inspirou muitas adaptações.

Os rankings não mentem

No ranking do American Film Institute (AFI), atualizado em 2007, dos 100 filmes da lista de melhores filmes produzidos, 42 foram adaptados/inspirados em romances ou contos, sete foram baseados em livros de não-ficção, cinco em peças ou musicais de teatro, restando 46 roteiros originais. Se você acha muito, considere ainda que as adaptações para a tela não são a única influência e colaboração da literatura para o cinema. Mesmo quando o roteiro é original (não veio dos livros, nem dos quadrinhos ou vide-game...etc), ainda assim os roteiristas são influenciados por tudo o que já leram.

Existem muitas diferenças técnicas entre um livro e um filme baseado nele.

Linguagem:No cinema toda a informação deve ser audível e visível, por isso é chamada de audiovisual. E isso muda tudo! Dúvida? Então tente um exercício prático: Pedro acordou, e no exato momento em que abriu os olhos, sentiu saudade de Maria. Pronto! Se você sabe ler, entendeu a mensagem acima. Agora imagine a dificuldade de transportar essa frase para a linguagem audiovisual, e, somente com sons e imagens, conseguir que o outro entenda os conceitos apresentados. Palavras como pensar, lembrar, esquecer, sentir, perceber, querer... são fáceis de ler, mas muito difíceis de filmar.

Ordem:A leitura é capaz de conter mais suspense, ou seja, a seqüência das linhas prevê surpresas que a cena evidencia em uma olhada. É possível, em um texto corrido ir liberando as informações aos poucos. Por exemplo: Ele caminhava pela rua escura. Ao virar a esquina se deparou com dois rostos familiares: sua mulher e seu primo. Eles se beijavam apaixonadamente.A adaptação de uma cena como esta para o cinema, quase que fatalmente reduziria o tempo de suspense, uma vez que ao virar a esquina, o personagem já se depararia com sua mulher e seu primo se beijando, sem que os detalhes fossem acrescentados um a um, como na linguagem literária.

A relação entre o livro e o filme

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Filmes adaptados de livros

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1. A Bússola de Ouro (2007)

2. O Código da Vinci (2006)

3. Amor em Jogo (2005)

4. Memórias de uma Gueixa (2005)

5. O Som do Trovão (2005)

6. Tróia (2004)

7. Bridget Jones - No Limite da Razão (2004)

8. Vanity Fair - Feira das Vaidades (2004)

9. Revelações (2004)

10. O Gato (2003) e O Grinch (2000)

Foi mal! As 10 piores adaptações literárias

Fonte: revista norte-americana Entertainment Weekly

Realidade:Umberto Eco diz que "toda a narrativa se apóia parasiticamente no conhecimento prévio que o leitor tem da realidade". Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, começa com a seguinte frase:“Era o tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo – O canto dos mineirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe.” Com isso, ele inicia o romance, mas somente informa o que acredita ser necessário ao entendimento do leitor. Cabe a este imaginar o rei e seu tempo, a cor e o calçamento das ruas, bem como a aparência dos mineirinhos. No caso do cinema, alguém precisa interpretar essas informações e transformá-las em imagem para que façam sentido na tela.

Tempo:Enquanto com o livro cada um estabelece seu próprio ritmo de leitura, um filme tem a mesma duração para qualquer pessoa que o assista. E quem determina esse tempo não é o telespectador e sim o autor, o que não acontece com os romances.

Apesar das diferenças, o cinema sempre aprendeu com a literatura. Além de filmar suas histórias, ele reproduziu várias de suas estruturas narrativas, entre outras:

Embora os filmes criem a imagem, a leitura cria a imaginação e é está que impulsiona escritores e cineastas. As adaptações são importantes, entre tantas outras características, pelo simples fato de que incentivam a leitura. E isso sim é uma justificativa que vale à pena!

- O flash-back - A cronologia

- A dramaticidade- A subjetividade

- A rapidez na mudança de

assunto

- O entretenimento- O esforço

para registrar a condição humana

- O poder da tragédia

- O realismo

- O humor como forma de filosofia

- O prazer no sofrimento alheio- A narração off - O autor como

personagem

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Filmes: um incentivo à leitura! Quando os irmãos Lumiére inventaram o cinema, eles jamais imaginaram como a evolução do invento influenciaria tantos setores da nossa sociedade. O que era para ser somente entretenimento hoje se destaca entre as demais artes por seu poder criativo e reflexivo sobre todas as esferas do cotidiano: literatura, história, geografia, filosofia, direitos humanos, histórias reais e fictícias, fatos do cotidiano, da política, dos anseios, frustrações e medos dos seres humanos. Além da diversão, o cinema modifica nossa forma de enxergar o mundo e a nós mesmos. Uma boa notícia para pais e educadores é que existem muitos filmes baseados em livros, o que se traduz em uma ótima ferramenta para o incentivo da leitura em casa e nas salas de aula. Lendo e assistindo ao filme, crianças, adolescentes e jovens conseguem treinar aptidões de interpretação (do enredo, personagens, cenários...), analisar os detalhes, reler sua realidade, examinar questões sociais a partir de uma ótica própria e compartilhar seus valores.

A educação cinematográfica independe do bom ou mau juízo da obra, pois de qualquer maneira o contato com tais produtos culturais produz enriquecimento cultural, desde que incentivada a reflexão sobre a vida além das imagens.

APLICAÇÃO PRÁTICA

A seguir, você encontrará sinopses e informações

sobre adaptações de romances para o cinema. Elas constituem uma lista sugerida para a aplicação prática das informações

encontradas nesse manual, e para o incentivo de

troca de informações e experiências advindas do cruzamento entre leitura

do livro e a posterior visualização do filme. Disponibilizamos um

questionário anexo para incentivar o casamento de ambos os produtos

midiáticos.

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Filmes adaptados de livros

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APLICAÇÃO PRÁTICA

Baseado em livro infantil homônimo de L. Frank BaumDireção: Victor Fleming, Richard Thorpe, King VidorRoteiro: L. Frank Baum, Noel LangleyGênero: Fantasia/MusicalOrigem: Estados UnidosDuração: 101 minutosClassificação indicativa: Livre

Sinopse: Após um tornado em Kansas, Dorothy vai parar com sua casa e seu cachorro na fantástica Oz, onde as coisas são coloridas, bonitas e mágicas. Porém, o seu maior desejo é retornar de volta para casa, para isso ele deve encontrar um mágico, que lhe mostrará como realizar esse seu desejo. Para chegar até ele, contudo, Dorothy viverá uma aventura inesquecível através do caminho de tijolos amarelos.

O mágico de OZ (The Wizard of Oz, 1939)

Baseado em livro homônimo de C.S. LewisDireção: Andrew AdamsonRoteiro: Andrew Adamson, Ann Peacock, Christopher Markus, Stephen McFeely, C.S. LewisGênero: Aventura/FantasiaOrigem: EUA/Reino UnidoDuração: 143 minutosClassificação indicativa: 10 anos

Sinopse: Os imãos Lucy, Susan, Edmund e Peter vivem na Inglaterra, na 2ª Guerra Mundial. Eles moram com um professor misterioso, costumam brincar de esconde-esconde e acabam descobrindo um guarda-roupa mágico, que leva ao mundo mágico de Nárnia, que já foi um lugar pacífico mas hoje vive sob um pesado inverno causado pela Feiticeira Branca, Jadis. Com a ajuda do governante leão Aslam, as crianças lutarão pela libertação do mundo.

Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, 2005)

Baseado em livro homônimo de Roald DahlDireção: Tim BurtonRoteiro: John August, Roald Dahl Gênero: Aventura/FantasiaOrigem: EUA /Reino UnidoDuração: 106 minutos

Sinopse: Um grupo de crianças vence o concurso das barras de chocolate Wonka e tem acesso à misteriosa, mágica e fantástica fábrica de chocolate, onde segredos bizarros da fabricação do produto estavam até então trancafiados a sete chaves. Uma nova visão sobre o livro de Roald Dahl, depois da versão de 1971.

A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory, 2005)

Classificação indicativa: Livre

Baseados em livro homônimo de Winston GroomDireção: Robert ZemeckisGênero: Comédia/DramaRoteiro: Eric Roth, Winston GroomOrigem: Estados Unidos

Sinopse: Forrest Gump é um jovem problemático, de QI bem inferior ao resto da população. Por conta do acaso, ele participa dos fatos mais importantes da história dos Estados Unidos em um período de 40 anos.

Forrest Gump - O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994)

Duração: 142 minutosClassificação indicativa: 14 anos

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Baseados em livro homônimo de J.K. Rowling

Sinopse: Primeiro filme da série, conta o início da história. Resgatado da posse de seus negligentes tios, um garoto com poderes mágicos e com um grande segredo de infância vai parar na escola para magos Hogwarts, onde enfrentará muitos perigos e viverá várias aventuras.

Harry Potter e a Pedra Filosofal (Harry Potter and the Sorcerer’s Stone, 2001)

A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring, 2001)Direção: Peter JacksonRoteiro: J.R.R. Tolkien, Fran Walsh, Peter Jackson, Philippa Boyens Gênero: AventuraOrigem: Estados UnidosDuração: 178 minutosClassificação indicativa: 14 anosSinopse: Primeira parte da trilogia épica que conta as aventuras iniciais de Frodo, Aragorn, Gandalf e cia. para a destruição do Um Anel que, se for reavido pelo Inimigo, trará a escuridão à Terra-Média até o fim de seus tempos. Vencedor de quatro Oscar foi um sucesso enorme de bilheteria.

Direção: Chris ColumbusRoteiro: J.K. Rowling, Steve KlovesGênero: Aventura/FantasiaOrigem: Estados Unidos/Reino UnidoDuração: 152 minutosClassificação indicativa: 12 anos

O Retorno do Rei(The Lord of the Rings: The Return of the King, 2003)Direção: Peter JacksonRoteiro: Fran Walsh, J.R.R. Tolkien, Philippa Boyens, Peter JacksonGênero: Ação/Aventura/DramaOrigem: EUA/Nova ZelândiaDuração: 201 minutoClassificação indicativa: 14 anos

Sinopse: Parte final da trilogia épica venceu 11 Oscar e igualou-se a Titanic e Bem-Hur como um dos maiores vencedores do prêmio de todos os tempos. As hordas de Sauron atacam o mundo dos homens com todas as suas forças, e parece que apenas um milagre - ou a improvável destruição do Um Anel por Frodo e Sam - trarão a paz à Terra-Média.

As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, 2002)Direção: Peter JacksonRoteiro: J.R.R. Tolkien, Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair, Peter JacksonGênero: Ação/Aventura/FantasiaOrigem: Alemanha/EUA/Nova ZelândiaDuração: 179 minutosClassificação indicativa: 14 anosSinopse: Frodo e Sam entram continuam sua jornada em busca da destruição do Anel, enquanto o mundo dos homens é abalado por um novo inimigo, fiel a Sauron: Saruman, o mago branco, que tem o objetivo de acabar com todos que não se juntarem à sua vontade. Para combatê-lo, Gandalf, Aragorn, Gimli e Legolas, com a ajuda de outros armam suas defesas para a batalha.

Trilogia Senhor dos Anéis - Baseados em livros homônimos de J.R.R. Tolkien

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Filmes adaptados de livros

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Questionário1- Qual é a mensagem do filme?Ela é diferente da mensagem do livro? Por quê?

2 - Quais são as principais semelhanças entre o livro e o filme?

3 - E quais são as principais diferenças?

4 - O que o diretor do filme deixou de fora, mas você achava importante colocar?

5 - E o que ele inseriu no filme que você considera desnecessário?

6 - O que foi mais chocante para você, no livro?

7 - O que foi mais chocante para você, no filme?

8 - Em ambos os casos, o que chocou foi contra algum princípio que você tem? Qual?

Não existe certo ou errado. As perguntas refletem opiniões pessoais e funcionam como um incentivo para o pensamento crítico.

9 - Você já assistiu outros filmes desse mesmo diretor? Se sim, notou algo em comum? Se não, pesquise outro filme dele e assista para identificar essa resposta.

10 - Existe dualismo (a luta do bem contra o mal) no enredo do filme ou do livro?Como você identificou isso?

11 - Que tipo de sociedade o filme e o livro retratam? O que você pensa disso?

12 - O que você aprendeu do filme/livro sobre história ou cultura?

13 - O filme expressa uma realidade possível de acontecer?

14 - Quais as semelhanças entre o filme e a realidade que você vive hoje?

15 - Quais as diferenças?

16 - Qual é a cena mais bonita do filme?

17 - Qual é a passagem mais bonita do livro?

18 - E quais são as mais feias?

19 - Quando lemos um livro imaginamos os personagens, as roupas, os cenários, os sons... O que o filme mostrou e era exatamento como você tinha imaginado em sua visão do livro?

20 - O que era diferente?

21 - O filme ajudou você a entender melhor o livro?

22 - O que o filme mostrou (de história, de lições morais...) e você ja sabia?

23 - Esse filme lembra algum outro que você já assistiu? Por quê?

24 - O que você sentiu quando leu o livro?E ao ver o filme, foi a mesma coisa?

25 - Pesquise em jornais, revistas ou internet noticías que estão acontecendo no mundo agora e que tenham algo a ver com a história do livro/filme. Anote suas considerações.

26 - Analise o cartaz do filme (Anexo). O que mais se destaca?

27 - Agora que você já leu o livro e assistiu o filme, pense: por que esse cartaz foi construído dessa forma?

28 - Na sua opinião, essa é a melhor forma de se fazer um cartaz para esse filme?

29 - Se você fosse construir o seu próprio cartaz, como seria?Desenhe-o.

30 - Se você fosse dar outro nome para essa mesma história, qual seria?

Depois de

refletir sobre

o livro e o

filme, agora

é hora de

colocar a mão

na massa

e produzir

conhecimento

com os

métodos

que você

aprendeu.

Releia as

respostas

e escreva

uma redação

em formato

de crítica

inserindo a

sua opinião

sobre esses

dois produtos

estudados.

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MANUAL DE CRÍTICA DE MÍDIA

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Referências BibliográficasBARSAM, Richad. Looking at movies: an introduction to film. Nova York: NY. W. W. Norton &Company, Inc., 2007

GODAWA, Brian. Cinema e fé cristã: vendo filmes com sabedoria e discernimento. Viçosa: MG: Ultimato, 2004.

OSBORNE, TODY. The Art of Adaptation. Disponível em: http://www.hollywoodlitsales.com/cf/journal/dspJournal.cfm?intID=2766

RAMOS, Fernão e MIRANDA, Luís Felipe de. Enciclopédia do Cinema. Brasileiro. São Paulo: Editora SENAC, 2000.

Dicas de filmes sobre a temática literária e biografias. Disponível em <http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/dicas-filmes-sobre-tematica-literaria-biografias.htm> Acesso em 24 jun. 2010 Andrade, Regina. Castas estrelas! Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79721999000300012&script=sci_arttext> Acesso em 24 jun. 2010

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