Manual de Normas Técnicas do Ministério da Saúde - Dengue

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  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    Ministerio da SoudeFundocco Nacional de S oude

    DengueInstruCjoespara Pessoalde Combate ao Vetor

    - Manual de Normas Tecnicas -

    Brasilia, abril/2001

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    2001. Minish3rio da Scuds. Fundccco Nacional de Scuds.3 edicdo revisadaE permitida a reproducoo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.Editor:Assessoria de Comunicocdo e Educocco em Soude - Ascom/Pre/FUNASASetor de Autarquias Sui, Quadra 4, BI. N, Sala 517CEP: 70.070-040 - Brasilia/OFDistribuicdo e lnformocdo:Coordenocdo de Yigilancia de Fatores de Riscos Biol6gicos - Cofab/CGYAM/Cenepi/FUNASASAS - Setor de Autarquias Sui, Quadra 04, BI. N, 7 Andar, Sala 720Telefone: (061) 314.6290CEP: 70.070-040 - Brasilia/OF.E-mail: [email protected]: 40.000 exemplaresImpresso no Brasil / Printed in Brazil.

    Ficha Catalogr6fica

    1. Dengue. I. Brasil. Ministerio da Sande. II Brasil. Fundacao Na-cional de Sande.

    Dengue instrucoes para pessoal de eombate ao vetor : manual denormas tecnicas, - 3. ed., rev. - Brasilia: Ministerio da Sande :Fundacao Nacional de Saiide, 2001.84 p. : il. 30 em.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    Sumario

    Introduc;ao 071. Noc;oessobre febre amarela e dengue 091.1. FebreAmarela 091 .2. Dengue 09

    2. Biologia dos vetores 112. 1. Aedes aegypti 11

    2. 1.1. Ovo .. .. .. .. .... 112.1.2. Larva 122 . 1 .3. Pupa 1 32.1.4. Adulto 13

    2.2. Transmissoressilvestres 182.3. Aedes a/bopictus 182.4. Outras especies 18

    2.4.1. Aedes scapularis 182.4.2. Aedes taeniorhynchus 182.4.3. Aedes fluviatilis 192.4.4. Mensonia sp 192.4.5. Limatus durhamii 192.4.6. Culex quinquefasciatus 192.4.7. Anopheles sp 19

    3. Hist6rico de presenc;ado Aedes aegypfi eAedes albopidus no Brasil 234. OrganizaC;aodas operocoes de campo 274.1. Atribuicoes 27

    4.1.1. Agente de soude 274.1.2. Supervisor 274.1.3. Supervisor geral 28

    4.2. ldentificccco do pessoal de campo 294.3. Material de campo 29

    5. Reconhecimento Geogr6fico (RG) 336. A visita domiciliar 357. Criadouros 397.1. Tipos e definicoes de dep6sitos 397.2. Dep6sito inspecionado 397.3. Dep6sito tratado 407.4. Dep6sito eliminado 407.5. Focos e tecnico de pesquisa 407.6. Acondicionamento e transporte de larvas 417.7. Captura de alados 41

    8. EstratificaC;aoentomo-epidemiol6gica dos municipios 438.1 . Desenho de operac;;6espara os estratos 43

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    8.1.1. Munidpios infestados (Estratos I, II e III) 438.1.2. Munidpio n60 infestado (Estrato IV) 438.1 .3. Bloqueio de tronsrnissco 438.1.4. Delirnitocdo de foco 448.2. Fases do PEAa 448.2.1. Fase prepcrotorio 448.2.2. Fase de ataque 448.2.3. Fase de consolidocoo 458.2.4. Fase de monutencco (vigilancia) 458.3. Considerocoes gerais 458.3.1. Localidade 458.3.2. Sublocalidade 458.3.3. Munidpio infestado 458.3.4. Munidpio n60 infestado 45

    9. Pesquisa entomol6gica 479.1. Levantamento de Indice 479.1.1. Tamanho da amostra 489.2. Pesquisa em pontos estroteqicos 499.3. Pesquisa em armadilhas 499.3.1. Ovitrampas 509.3.2. Larvitrampas 509.4. Pesquisa vetorial especial 529.5. Services complementares 52

    10. Tratamento 5310.1. Tratamento focal 5310.1.1. rnetodos simples para c61culo de volume de depositos 5410.2. Tratamento perifocal 5610.2.1 . preporocoo da carga 5610.2.2. Tecnico de oplicocco 5710.2.3. Deposito n60 borrif6veis 5710.3. Tratamento ultra baixo volume - UBV 5710.3.1. Vantagens deste rnetodo 5710.3.2. Desvantagens 5811. Recomendocees quanto 00 manuseio de inseticidas e uso de equipamentos

    de protec;ao individual 6112. Avaliac;ao do colinesterase sangUfnea humana 6313. Controle biol6gico e manejo ambiental 6513.1. Controle bioloqico 6513.2. Manejo ambiental 6614. Participac;ao comunit6ria 6715. Servic;o Maritimo (SM) ou Fluvial(SF) - Servic;o Portu6rio 69

    15.1. Tipos de emborcocoo 6915.1.1. Grandes emborcocoes 6915.1 .2. Medias emborcocoes 69

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    15.2. Dep6sitos pr6prios de emborcccoes 6915.3. Tecnico de inspecoo de emborcccoes 70

    Anexos 71Anexo I - Tabela para uso do temeph6s 73

    - Base de c61culo para os larvicidas 73Anexo II - Tabela para uso do BTl granulado 74Anexo III - Dep6sitos naturais 75

    - Dep6sitos uteis 76- Dep6sitos inservfveis 77

    Anexo IV - Rendimentos do PEAa 78- Porornetros tecnicos para operccco inseticida 79

    Anexo V - Indicadores epidemiol6gicos/entomol6gicos 80

    Gloss6rio 81

    Refer!ncias b ib liogroficas 83

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    IntroduCjGo

    o combate ao Aedes aegypti no Brasil foi institucionalizado de forma sistematiza-da, a partir do seculo XIX, quando diversas epidemias de febre amarela urbana ocorriam nopols, levando a morte milhares de pessoas.

    Desde a criccco do Servico Nacional de Febre Amarela (SNFA), em 1946, diversosmanuais e guias foram produzidos, com instrucoes para 0 controle do vetor. A ultima edicoofoi feita em 1986, j6 pela Superintendencio de Campanhas de Soude Publica (SUCAM),que sucedeu ao Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) que, por sua vez,incorporou 0 SNFA (1956).

    As normas aqui contidas nco representam apenas mais uma revisdo, mas, sobretu-do, trazem importantes mudoncos na forma, modelo e tecnologia de controle paraerrodicccdo do vetor da febre amarela urbana e dengue. Durante decodes. trabalhou-se naperspectiva da errodicocoo do Aedes aegypti, tendo-se conseguido exito por duas vezes.Entretanto, falhas na rnonutencoo possibilitaram a ampla dispersco do vetor. A atual situa-

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    1. NOjoessobre febre amarela e dengue

    1.1. Febre amarela

    A febre amarela e doenco febril aguda, de curta durocco, de natureza viral, comgravidade vorlovel, encontrada em poises da Africa, das Americas Central e do SuI. A formagrave caracteriza-se clinicamente por monifestocoes de lnsuficiencio hepatica e renal, quepodem levar 0 paciente a morte em no maximo 12 dias. E causada por um arboviruspertencente ao genero Flavivfrus da familia Flaviviridae.

    A tronsrnissoo se faz otroves da picada de mosquitos, como o Aedes aegypti (febreamarela urbana) e vcrios especies de Haemagogus (febre amarela silvestre).

    Na forma urbana, que noo ocorre no pais desde 1942, 0 virus e transmitido pelapicada de Aedes aegypti (clclo homem-mosquito-homem);

    Na forma silvestre, a tronsmlssco se faz de um macaco infectado para 0homem,otroves da picada de mosquitos Haemagogus (clclo macaco-mosquito-homem). A febreamarela silvestre na realidade e uma zoonose, doenco pr6pria de animais que passa parao homem. 0 homem nco imunizado se infecta de forma acidental ao ingressar em matasonde 0 virus esto circulando entre os macacos.

    As formas urbana e silvestre diferem apenas epidemiologicamente, nco existindodiferencos etiol6gicas, clinicos, histopatol6gicas ou laboratoriais.

    Febre amarela silvestre: descrita no Brasil em 1937, estando ainda presentenas Regi6es Norte, Centro-Oeste e faixa pre-crnozonico maranhense.

    Febre amarela urbana: e conhecida no Brasil desde 1685, ana de registro daprimeira epidemia, em Recife. Foi responsovel por muitos 6bitos e perdas denatureza econornico e social. Ocorre em forma epidernlcc, com alta letalidade,nos casos que evoluem para formas graves (com hemorragias e ictericia). 0ultimo caso descrito foi em 1942, em Sena Madureira, Acre.

    1.2. DengueE doenco febril aguda caracterizada, em sua forma closslco, por dores musculares

    e articulares intensas. Tem como agente um arbovirus do genero Flavivfrus da familiaFlaviviridae, do qual existem quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecccopor um deles confere protecoo permanente para 0 mesmo sorotipo e imunidade parcial etempororio contra os outros tres, Trata-se, caracteristicamente, de enfermidade de areastropicais e subtropicais, onde as condicoes do ambiente favorecem 0 desenvolvimento dosvetores. Vorios especies de mosquitos do genero Aedes podem servir como transmissoresdo virus do dengue. No Brasil, duas delas estdo hoje instaladas: Aedes aegypti e Aedesalbopictus.

    A tronsrnissoo ocorre quando a femea da especie vetora se contamina ao picar umindividuo infectado que se encontra na fase virernico da doenco, tornando-se, ap6s um

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    periodo de lOa 14 dias, capaz de transmitir 0Virus por toda sua vida otroves de suaspicadas.

    A s infecoes pelo Virus do dengue causam desde a forma clossico (slntomotlco ouossintomdticc] a febre hemorrcqico do dengue (FHD).

    Na forma clossico e doenco de baixa letalidade, mesmo sem tratamento especffi-co. No entanto, incapacita temporariamente as pessoas para 0 trabalho.

    Na febre hemorroqico do dengue a febre e alta, com monifestocoes hernorrcqicos,hepatomegalia e insuficienclo circulat6ria. A letalidade e significativamente maior do quena forma clossico, dependendo da capacidade de atendimento rnedico-hospitolcr da loca-lidade.

    Os primeiros relatos hist6ricos sobre dengue no mundo mencionam a Ilha de Java,em 1779. Nas Americas, a doenco e relatada ha mais de 200 anos, com epidemias noCaribe enos Estados Unidos.

    No Brasil, ho referencios de epidemias por dengue desde 1923, em Niter6i/RJ, semconflrrnccco laboratorial. A primeira epidemia com confirmocoo laboratorial foi em 1982,em Boa Vista (RR),sendo isolados os virus DEN-1 e DEN-4. A partir de 1986, em vcriosEstados da Federccco, epidemias de dengue clcssico tem ocorrido, com isolamento deVirus DEN-1 e DEN-2.

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    2. Biologia dos veto res

    2.1. Aedes aegypfi

    o Aedes aegypti (Linnaeus,1762) e tornbem 0 Aedes albopictus (Skuse, 1894)pertencem ao RAMO Arthropoda (pesarticulados), CLASSEHexapoda (tres pares de patas),ORDEM Diptera (um par de asas anterior funcional e um par posterior transformado emhalteres), FAMILIACulicidae, GENERO Aedes.

    oAedes aegypti e uma especie tropical e subtropical, encontrada em todo mundo,entre as latitudes 35N e 35S. Embora a especie tenha sido identificada ate a latitude45N, estes tem sido achados esporcdicos apenas durante a estocco quente, nco sobrevi-vendo ao inverno.

    A distribuicco do Aedes aegypti tornbern e limitada pela altitude. Embora nco sejausualmente encontrado acima dos 1.000 metros, ja foi referida sua presence a 2.200 me-tros acima do nfvel do mar, na India e na Colombia (OPS/OMS).

    Por sua estreita ossociccoo com 0 homem, 0 Aedes aegypti e, essencialmente,mosquito urbano, encontrado em maior obundcncio em cidades, vilas e povoados. Entre-tanto, no Brasil, Mexico e Colombia, ja foi localizado em zonas rurais, provavelmente trans-portado de areas urbanas em vasos dornesticos, onde seencontravam ovos e larvas (OPAS/OMS).

    Os mosquitos se desenvolvem otroves de metamorfose completa, e0ciclo de vidado Aedes aegypti compreende quatro fases: ovo, larva (quatro estoqios lorvorlos], pupa eadulto.

    2.1.1. OvoOs ovos do Aedes aegypti medem, aproximadamente, 1mm de comprimento e

    contorno alongado e fusiforme (Forattini, 1962). Sao depositados pela femea, individual-mente, nas paredes internas dos dep6sitos que servem como criadouros, pr6ximos a super-flcie da agua. No momento da postura os ovos sao brancos, mas, rapidamente, adquirema cor negra brilhante (Figura 1).Figura 1

    ovo

    FRENTE LADO FRENTE LADO

    Aedes (lli9!m!Vlf:!I_.!!!9.yp_!Ulinnaeus)

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    A fecundccoo se do durante a postura eo desenvolvimento do embrico se comple-ta em 48 horas, em condicoes fovoroveis de umidade e temperatura.

    Uma vez completado 0desenvolvimento embrioncrlo, os ovos sao capazes de re-sistir a longos perfodos de dessecocco, que podem prolongar-se por mais de um ano. Foi jaobservada a eclosco de ovos com ate 450 dias, quando colocados em contato com aagua.

    A capacidade de resistsncio dos ovos de Aedes aegypti a dessecocoo e um serioobstcculo para sua errodicocco. Esta condicco permite que os ovos sejam transportados agrandes dlstdncios, em recipientes secos, tornando-se assim 0principal meio de dispersdodo inseto [dlspersdo passiva).

    2.1.2.LarvaComo 0Aedes aegypti e um inseto holometab6lico, a fase lorvcrio eo perfodo de

    cllrnentocco e crescimento. A s larvas passam a maior parte do tempo alimentando-se prin-cipalmente de material orqdnico acumulado nas paredes e fundo dos dep6sitos (Figura 2).Figura 2

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    LAKVA

    As larvas possuem quatro estcqios evolutivos. A durocco da fase lcrvorio dependeda temperatura, disponibilidade de alimento e densidade das larvas no criadouro. Em con-dicoes 6timas, 0 perfodo entre a eclosoo e a pupocdo pode nco exceder a cinco dias.Contudo, em baixa temperatura e escassez de alimento, 0 4 estoqio lcrvorio pode prolon-gar-se por vcrios semanas, antes de sua tronsformocoo em pupa.

    A larva do Aedes aegypti e composta de cobeco, t6rax e abdomen. 0abdomen edividido em oito segmentos. 0segmento posterior e anal do abdomen tem quatro brdnquioslobuladas para requlocoo osm6tica e um sifao ou tubo de ar para a respirocdo na superffcieda agua. 0sifao e curto, grosso e mais escuro que 0 corpo. Para respirar, a larva vem asuperffcie, onde fica em posicoo quase vertical. Movimenta-se em forma de serpente, fazen-do um "S" em seu deslocamento. E sensfvel a movimentos bruscos na agua e, sob feixe deluz, desloca-se com rapidez, buscando refugio no fundo do recipiente (fotofobia).

    Na pesquisa, e preciso que se destampe com cuidado 0 dep6sito e, ao incidir 0jato de luz, percorrer, rapidamente, 0 nfvel de agua junto a parede do dep6sito. Com a luz,as larvas se deslocam para 0 fundo. Tendo em vista a maior vulnerabilidade nesta fase, asccoes do PEAa devem, preferencialmente, atuar na fase lcrvorio.FUNASA - abril/200l - pag. 12

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    2.1.3. Pupa

    As pupas ndo se alimentam. E nesta fase que ocorre a metamorfose do estoqlolarval para 0adulto. Quando inativas se montem na superffcie da agua, flutuando, 0quefacilita a ernerqencio do inseto adulto. 0estado pupal dura, geralmente, de dois a tres dias.

    A pupa e divldido em cefalot6rax e abdomen. A cobeco e 0 t6rax sao unidos,constituindo a porcco chamada cefalot6rax, 0que do a pupa, vista de lado, a cporencio deuma virgula (Figura 3). A pupa tem um par de tubos respirat6rios ou "trompetas", queatravessam a agua e permitem a respirocoo.Figura 3

    CEFA lOTORAX

    TROMPETAS RESP lR A T 6R IA SI~;" ~- A BDOMECEF A LOTORAX . .. ..

    Aede s ( Ste g omy ia ) a lb o pic tu s ( Sk u s e ) A edes (S tegom yia) ~ (L innaeu s )

    2.1.4. Adultoo adulto de Aedes aegypti representa a fase reprodutora do inseto. Como ocorre

    com grande parte dos insetos alados, 0adulto representa importante fase de dispersdo.Entretanto, com 0Aedes aegypti e provovel que haja mais transporte passivo de ovos elarvas em recipientes do que dispersco ativa pelo inseto adulto (Figuras 4, 5 e 6 ).

    o Aedes aegypti e escuro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais eum desenho em forma de lira no mesonoto. Nos especirnes mais velhos, 0 "desenho da lira"pode desaparecer, mas dois tufos de escamas branco-prateadas no clipeo, escamas clarasnos tarsos e palpos permitem a identificocoo da especie. 0 macho se distingue essencial-mente da femea por possuir antenas plumosas e palpos mais longos.

    Logo ap6s emergir do estcqio pupal, 0inseto adulto procura pousar sobre as pare-des do recipiente, assim permanecendo durante vdrics horas, 0 que permite 0 endureci-mento do exoesqueleto, das asas e, no caso dos machos, a rotocco da genitalia em 180.

    Dentro de 24 horas ap6s, emergirem, podem acasalar, 0 que vale para ambos ossexos. 0 acasalamento geralmente se do durante 0voo, mas, ocasionalmente, pode se darsobre uma superffcie, vertical ou horizontal. Uma unico inserninccdo e suficiente para fe-cundar todos os ovos que a femea venha a produzir durante sua vida.

    As femeas se alimentam mais freqOentemente de sangue, servindo como fonte derepasto a maior parte dos animais vertebrados, mas mostram marcada predilecoo pelohomem (antropofilia).

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    o repasto sangOfneo das femeas fornece protefnas para 0 desenvolvimento dosovos. Ocorre quase sempre durante 0dia, nas primeiras horas da manha e ao anoitecer. 0macho alimenta-se de carboidratos extrafdos dos vegetais. As femeas tornbern se alimen-tam da seiva das plantas.

    Em geral, a femea faz uma postura ap6s cada repasto sangOfneo. 0intervalo entrea clirnentocoo sangOfnea e a postura e, em regra, de tres dias, em condicoes de tempera-tura satisfat6rias. Com freqOencia, a femea se alimenta mais de uma vez, entre duas suces-sivas posturas, em especial quando perturbada antes de totalmente ingurgitada (cheia desangue). Este fato resulta na vcriocoo de hospedeiros, com disserninocoo do vfrus a v6riosdeles.

    A oviposicco se d6 mais freqOentemente no fim da tarde. A femea gr6vida e atra-fda por recipientes escuros ou sombreados, com superffcie 6spera, nas quais deposita osovos. Prefere 6gua limpa e cristalina ao inves de 6gua suja ou polufda por materia orqdnico,A femea distribui cada postura em v6rios recipientes.

    E pequena a capacidade de dispersoo do Aedes aegypti pelo veo, quando compa-rada com a de outras especies. Nao e raro que a femea passe toda sua vida nas proximi-dades do local de onde eclodiu, desde que haja hospedeiros. Poucas vezes a disperscopelo veo excede os 100 metros. Entretanto, j6 foi demonstrado que uma femea gr6vidapode voar ate 3Km em busca de local adequado para a oviposicdo, quando nco h6 recipi-entes apropriados nas proximidades.

    A dispersco do Aedes aegypti a grandes distcncics se d6, geralmente, como resul-tado do transporte dos ovos e larvas em recipientes.

    Quando nco estdo em acasalamento, procurando fontes de climentocco ou emdispersdo, os mosquitos buscam locais escuros e quietos para repousar.

    A domesticidade do Aedes aegypti e ressaltada pelo fato de que ambos os sexossao encontrados em proporcoes semelhantes dentro das casas (endofilia).

    oAedes aegypti quando em repouso e encontrado nas hcbitccoes, nos quartos dedormir, nos banheiros e na cozinha e, s6 ocasionalmente, no peridomicflio. As superffciespreferidas para 0repouso sao as paredes, mobilia, pecos de roupas penduradas e mosqui-teiros.

    Quando 0Aedes aegypti est6 infectado pelo vfrus do dengue ou da febre amarela,pode haver tronsmlssco transovariana destes, de maneira que, em vari6vel percentual, asfemeas filhas de um especirne portador nascem j6 infectadas (OPAS/OMS).

    Os adultos deAedes aegypti podem permanecervivos em laborat6rio durante meses,mas, na natureza, vivem em media de 30 a 35 dias. Com uma mortalidade di6ria de 10%,a metade dos mosquitos morre durante a primeira semana de vida e 95% durante 0primei-ro meso

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    Figura 4

    CABECA

    P l tOaOSCIDAr - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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    ABDOMEN

    PATA

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    F igura 5

    P AL PO LONGO

    AEDES AEGYPT I

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    rI~BECA D O MAC HO

    TROMBA (PROBOSC IDA)PALI'OCURTO ANTENA

    AN~NA

    o ASPEC TO DO RSAL O A F~MEA

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    F igura 6

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    2.2. Transmissores silvestresOs mosquitos que transmitem a febre amarela silvestre pertencem aos generos

    Haemagogus (Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus, Haemagoguscapricorn ii, Haemagogus spegazzinii) e Sabethes (Sabethes cloropterus). Alguns Aedes sil-vestres (Aedes scapularis, Aedes f/uviatilis, e outros) que, em laborat6rio, tem demonstradocapacidade de tronsmissco, nco foram, contudo, encontrados naturalmente infectados.

    Os Haemagogus sao mosquitos com h6bitos selv6ticos. Seus focos sao encontra-dos quase sempre em cavidades de 6rvores no ambiente silvestre.

    2.3. Aedes a/bopictusEm fins de maio de 1986, ocorreu 0primeiro achado de Aedes albopictus (Skuse,

    1894) no Brasil, em foco localizado na Universidade Rural do Rio de Janeiro, no Munidpiode Itaguaf. Logo a seguir novos focos foram reportados, na Universidade de Vlcoso, emMinas Gerais, e nas proximidades das cidades de Vit6ria e Vila Velha, no Espfrito Santo.

    oAedes albopictus e um especie que se adapta ao domidlio e tem como criadourosrecipientes de uso domestico como jarros, tambores, pneus e tanques. Alern disso, est6presente no meio rural, em ocos de 6rvores, na lmbricccoo das folhas e em oriflcios debambus. Essa amplitude de distrlbuicoo e capacidade de odoptocoo a diferentes ambientese situccoes determina dificuldades para a errcdicccoo otroves da mesma metodologia se-guida para o Aedes aegypti. Alem de sua rnoior volencio ecol6gica, tem como fonte alimen-tar tanto 0 sangue humano como de outros mamfferos e ate aves. Ademais disso, e maisresistente ao frio que 0Aedes aegypti.

    E necess6rio que se promovam levantamentos regulares para a deteccoo de suapresence e 0 aprofundamento de estudos sobre h6bitats naturais e artificiais.Recomenda-se ainda 0desenvolvimento de estudos para ovoliocdo da capacidade

    de dispersdo da especie, incluindo a competitividade com outros vetores, propcqccco pas-siva, capacidade vetorial e de sua porticlpocco na tronsmlssco.

    2.4. Outras especies (figuras 7, 8, 9, 10 e 11)2.4.1. Aedes scapularisColorido geral escuro. E caracterfstica a exlstencio de mancha creme na cobeco e

    dorso. Noo tem oriels brancos nas patas. Pica de preferencio a tarde, pessoas que estoopr6ximas as hobitccoes, como nas varandas. Raramente e encontrado em repouso dentrode casa, uma vez que, logo ap6s a ollmentocoo, volta a seus esconderijos habituais nomeio da veqetocdo. Faz posturas em pecos e alagados ou em outre local onde haja vege-tocco e 6gua acumulada de chuvas recentes.

    2.4.2. Aedes taeniorhynchusColorido escuro. Caracteriza-se por anel branco na prob6scida e por oriels tam-

    bern brancos nas patas. Eo mosquito que, no interior da hobltocdo, mais se parece com osAedes aegypti e Aedes albopictus. Seus hobitos alimentares se assemelham aos do Aedesscapularis, invadindo as casas com mais frequencic. Faz postura em 6guas salobras e seuvoo pode ultrapassar 50 km.FUNASA - abril/200l - pag. 18

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    2.4.3. Aedes fluviatilisColorido pardo escuro. Caracteriza-se por mancha dourada clara na parte supe-

    rior da cobeco. Patascom oneis brancos. E raramente encontrado dentro das casas. Oslocais preferenciais para desova sco as cavidades das pedras e as margens dos rios, mas,recentemente, tem sido encontrado ovipondo na parte externa das casas nos mesmos de-p6sitos em que se encontra Aedes aegypti (coixas d'oquo, tanques, barris, toneis, pneus).

    2.4.4. Mansonia spDe colorocoo escura, e caracterizado pelas asas aveludadas e escuros: patas com

    oneis claros e anel na tromba. Sua picada e dolorosa e 0 voo e longo. Quase nunca eencontrado em repouso nas casas. Os criadouros deMansonia soc lagos, lagoas e alaga-dos, onde existam algumas plantas cquoticos em particular, como goivo, bodoc6 ou baro-nesa (oqucpes). A s larvas do Mansonia respiram utilizando 0tecido poroso das rafzes daplanta.

    2.4.5. Limatus durham;;Mosquito pequeno, fragil, de oporencio multicolorida, tromba comprida e muito

    fina, patas escuras, sem cneis. Nunca invade as casas. Tem como criadouros preferenciaiscrvores e plantas (gravatas, bambus) e ainda cacos de vidro e latas, existentes no ambienteextradomiciliar. Suas larvas se parecem com as do Aedes aegypti quando vistas a olho nu.

    2.4.6. Culex quinquefasciatusE 0mosquito domestico mais comumente encontrado. E de cor parda, quase uni-

    forme, nco apresentando qualquer caracterfstica importante de relevo. Pica ao escurecer esua atividade se prolonga por toda a noite. A femea faz a postura de uma s6 vez (ovosformando "jangada"). Desova de preferencio em criadouros com agua parada e polufdacom materia orqcnico (fossas, valas e outros), podendo desovar eventual mente em dep6-sitos de agua limpa. E transmissor da filariose bancroftiana.

    2.4.7. Anopheles spTornbern chamado mosquito prego porque pousa perpendicularmente na parede.

    As asas tem manchas caracterfsticas. Todas as especies do subqenero Nyssorhynchus temoneis brancos nas patas. A s especies do subqenero Cel/ia, ao qual pertence 0Anophelesgambiae, vistas a olho nu, tem colorccoo uniforme nas patas. Desova preferencialmenteem criadouros naturais com agua limpa e sombreada (Iagoas, brejos, c6rregos, remansode rios e iqcropes).

    Os mosquitos do genero Anopheles sco transmissores da malaria.

    FUNASA - abril/200l - pag. 19

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    Figura 7

    AEDES AEGYPT I CULEX ANOPHELES

    ....,t.. ' . 1 " ' ,-'------- TAMANHO NATURAL

    Figura 8CULEX ANOPHELESEDES AEGYPTI

    ---- --_.PO SIC AO OAS L ARVA S V IV AS R ESPIR AN DOA SUPER F fclE DA AGUA

    FUNASA- abril/200l - pag. 20

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    Figura 9

    AEDES AEGYPTI

    ABDOME

    '." 'PECTEM

    CULEX ANOPHELES

    DETALHES MICROSCOPICOS DE LARVAS

    Figura 10

    AEDES AEGYPTI

    TROMPAS RESPIRATOR IAS

    CULEX

    PALHETAS

    PUPAS

    ANOPHELES

    FUNASA - abril/200l - pag. 21

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    Figura 11

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  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    3. Historico da presenCjado aedes aegypti eaedes albopidus no Brasil

    oAedes aegypti, transmissor de dengue e febre amarela urbana e, provavelmente,oriqinorio da Africa Tropical, tendo sido introduzido nas Americas durante a colonizccdo.Atualmente encontra-se amplamente disseminado nas Americas, Australia, Asia e Africa.

    Conhecido no Brasil desde 0 seculo XVII, sua trajet6ria e descrita a seguir comrefersnclo aos marcos hist6ricos mais relevantes:

    1685 - Primeira epidemia de febre amarela no Brasil, em Recife.1686 - Presenc;ade Aedes aegypti na Bahia, causando epidemia de febre amarela

    (25.000 doentes e 900 6bitos).1691 - Primeira campanha sanitaria posta em protico, oficialmente no Brasil, Reci-

    fe (PE).1849 - A febre amarela reaparece em Salvador, causando 2.800 mortes. Neste

    mesmo ano, 0Aedes aegypti, instala-se no Rio de Janeiro, provocando aprimeira epidemia da doenco naquele Estado, que acomete mais de 9.600pessoas e com 0 registro de 4.160 6bitos.

    1850 a 1899 - 0 Aedes aegypti propaga-se pelo pols, seguindo os caminhos danoveqocoo maritima, 0que leva a ocorrencia de epidemias da doenco emquase todas as provlncias do Imperio, desde 0Amazonas ate 0 Rio Gran-de do SuI.

    1881 - Cornprovocoo pelo medico cubano Carlos Finlay, que 0Stegomyia fasciataou Aedes aegypti e 0transmissor da febre amarela.

    1898 - Adolpho Lutz observa casos de febre amarela silvestre no interior do Estadode Sao Paulo na ousencio de larvas ou adultos de Stegomyia (fato na oca-sioo nco convenientemente considerado).

    1899 - Emilio Ribas informa sobre epidemia no interior de Sao Paulo, em plenamata virgem, quando da abertura do " Nucleo Colonial Campos Sales",sem a presence do Stegomyia (tornbem nco foi dada irnportdncio a esseacontecimento).

    1901 - Com base na teoria de Finlay, Emilio Ribas inicia, na cidade de SorocabaSp,a primeira campanha contra a febre amarela, adotando medidas espe-dficas contra 0Aedes aegypti.

    1903 - Oswaldo Cruz e nomeado Diretor-Geral de Soude Publica e inicia a lutacontra a doenco, que considerava uma "vergonha nacional", criando 0Service de Profilaxia da Febre Amarela.

    1909 - Eliminada a febre amarela da capital federal (Rio de Janeiro).

    FUNASA - abril/200l - page 23

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    1919 - Surtos de febre amarela em seis Estados do Nordeste. Instala-se 0serviceanti-amarflico no Recife.

    1920 - Diagnosticado 0primeiro caso de febre amarela silvestre no Brasil, no SftioMulungu, Municipio de Bom Conselho do Pope-Coco em Pernambuco. Afebre amarela deixa de ser considerada "doenco de cidade".

    1928 a 1929 - Nova epidemia de febre amarela, no Rio de Janeiro, com aconfirmocoo de 738 casos, leva 0 Professor Clementino Fraga a organi-zar nova campanha contra a febre amarela, cuja base era 0 combate aomosquito na sua fase oquotico.

    1931 - 0 governo brasileiro assina convenio com a Fundocoo Rockefeller. 0Service de Febre Amarela e estendido a todo 0 territ6rio brasileiro. 0convenio e renovado sucessivamente ate 1939. Tecnico adotada: comba-te as larvas do Aedes aegypti mediante a utllizccco de petr6leo.

    1932 - Primeira epidemia de febre amarela silvestre conhecida foi no Vale doConed, no Esplrito Santo.1938 - E demonstrado que os mosquitos silvestres Haemagogus capricornii e

    Haemagogus leucoce/aenus podem ser transmissores naturais da FebreAmarela. Mais tarde, comprova-se que Haemagogus spegazzinii, Aedesscapu/aris, 0Aedes fluviatilis e Sabethes c/oropterus sao tornbern trans-missores silvestres.

    1940 - E proposta a errodicocdo do Aedes aegypti, como resultado do sucessoclccnccdo pelo Brasil na errcdicocoo do Anopheles gambiae, transmissorda malaria que, vindo da Africa, havia infestado grande parte do Nordes-te do pais.

    1947 - Adotado 0emprego de dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) no combate aoAedes aegypti;

    1955 - Eliminado 0ultimo foco de Aedes aegypti no Brasil.1958 -A 'IN Conferencic Sanitaria Panamericana, realizada em Porto Rico, decla-

    ra erradicado do territ6rio brasileiro 0Aedes aegypti.1967 - Reintroducdo do Aedes aegypti na cidade de Belern, capital do Para e

    em outros 23 Municipios do Estado.1969 - Detectada a presence de Aedes aegypti em Sao L U I S e Sao Josedo Ribamar,

    no Maranhao.1973 - Eliminado 0ultimo foco de Aedes aegypti em Belern do Para. 0 vetor e

    mais uma vez considerado erradicado do territ6rio brasileiro.1976 - Nova reintroducoo do vetor no Brasil, na cidade de Salvador, capital da

    Bahia.1978 a 1984 - Registrada a presence do vetor em quase todos os Estados brasilei-

    ros, com excecco da reqido omozonico e extremo-sul do pars.FUNASA - abril!2001 - page 24

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    , 986 - Em julho, e encontrado, pela primeira vez no Brasil, 0Aedes albopictus,em terreno da Universidade Rural do Estado do Rio de Janeiro (Municfpiode ltoquoi).

    '994 - Dos 27 Estados brasileiros, 18 estco infestados pelo Aedes aegypti e, seispelo Aedes albopictus.

    '995 - Em 25 dos 27 Estados, foi detectado 0Aedes aegypti e, somente nosEstados do Amazonas e Amopc, nco se encontrou 0 vetor., 998 - Foi detectada a presence do Aedes aegypti em todos Estados do Brasil, com

    2.942 Municfpios infestados, com tronsrnissoo em 22 Estados, Aedesalbopictus presente em 12 Estados.

    , 999 - Dos 5.507 Municfpios brasileiros existentes, 3.535 estavam infestados.Destes, 1.946 Municfpios em 23 Estados e 0Distrito Federal apresenta-ram tronsrnissco do dengue.

    FUNASA - abril/200l - page 25

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    4. OrganizatjGo das operatjoes de campo

    As atividades operacionais de campo seroo desenvolvidas em uma area deobrcnqencio restrita, denominada zona (area de zoneamento), que correspondero a areade otuocco e responsabilidade de um agente de soude. Cada zona devero ter de 800 a1.000 imoveis. Assim, devero existir maior vinculo e identificocoo do agente de soudepublica com a comunidade, onde ele desenvolve 0 seu trabalho.

    A descentrolizocoo das operccoes de campo deve implicar a incorporccco de no-vas atividades e services aos Estados e Municfpios, 0 que, por sua vez, deve determinar 0desenvolvimento de novos modelos de orqonizocco adequados a cada caso particular,preservando as diretrizes gerais do SUS.

    4.1. Alribuitjoes4.1 .1 . Agente de soudeNa orqonizocoo das atividades de campo 0 agente e 0 responscvel por uma zona

    fixa de 800 a 1.000 imoveis, visitados em ciclos bimensais nos municfpios infestados porAedes aegypti. Ele tem como obriqocoo bosico: descobrir focos, destruir e evitar a forma-

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    Orqonizocoo e dlstribuicdo dos agentes dentro da area de trabalho, acompa-nhamento do cumprimento de ltinercrlos, verificocdo do estado dos equipamen-tos, assim como da disponibilidade de insumos;

    Copocltccoo do pessoal sob sua responsabilidade, de acordo com estasinstruc_;6es,principalmente no que se refere a:- conhecimento manejo e monutencoo dos equipamentos de ospersco:- nocoes sobre inseticidas, sua correto rnonipulocdo e dosagem;- tecnico de pesquisa lorvcrio e tratamento (focal e perifocal);- orientocoo sobre 0 uso dos equipamentos de protecoo individual (EPI).

    Controle e supervisco peri6dica dos agentes de soude, Acompanhamento do registro de dados e fluxo de formulorios: Controle de freqOencia e distrlbuicdo de materiais e insumos; Trabalhar em parceria com as cssociocoes de bairros, escolas, unidades descude, igrejas, centros cornunitdrlos, llderoncos socia is, clubes de services, etc.que estejam localizados em sua area de trabalho;

    Avoliocco peri6dica, junto com os agentes, das ccoes realizadas; Avoliocco, juntamente com 0 supervisor-geral, do desenvolvimento das areascom relocoo ao cumprimento de metas e qualidade das ccoes empregadas.

    Recomenda-se que cada supervisor tenha dez agentes de soude sob a sua respon-sabilidade, 0que permitiria, a prindpio, destinar um tempo eqOitativo de supervisdo aosagentes de soude no campo.

    A s recomendac_;6es eventualmente feitas devem ser registradas em caderneta decnotccoes que cada agente de soude devera dispor para isso.

    E ainda func_;eodo supervisor a solucco de possfveis recusas, em auxflio aos agen-tes de soude, objetivando reduzir pendencies, cabendo-Ihe manter atualizados os mapas,croquis e 0 reconhecimento qeoqrofico de sua area.

    Tal como os agentes de soude, tornbem 0supervisor deve deixar no posta de abas-tecimento (PA)0 itlnerorlo a ser cumprido no dia.

    4.1.3. Supervisor geralo supervisor-geral e 0servidor de campo ao qual se atribui maior responsabilida-

    de na execucoo das atividades. E 0responsovel pelo planejamento, acompanhamento,supervisee e ovoliocoo das atividades operacionais de campo. A s suas atividades exigemnco s6 0 integral conhecimento de todos os recursos tecnicos empregados no combate aoAedes aegypti mas, ainda, capacidade de discernimento na solucoo de situccoes nco pre-vistas e muitas vezes emergenciais. Ele e responsovel por uma equipe de cinco supervisores.

    Sco func_;6esdo supervisor-geral: Participar da eloborccoo do planejamento das atividades para 0 combate aovetor;

    Elaborar, juntamente com os supervisores de area, a proqromocoo de supervi-soo das localidades sob sua responsabilidade;

    Supervisionar e acompanhar as atividades desenvolvidas nas areas; Elaborar relat6rios mensa is sobre os trabalhos de supervisee realizados eencominhc-los ao coordenador municipal do programa;

    Dar suporte necessorio para suprir as necessidades de insumos, equipamentos einstrumentais de campo;

    FUNASA - abril!2001 - page 28

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    Participar da orqonlzocco e execucco de treinamentos e reciclagens do pessoalde campo;

    Avaliar, juntamente com ossupervisoresde area, 0desenvolvimento das atividadesnas suas areas, com relocoo ao cumprimento de metas e qualidade das ccoesempregadas;

    Participar das ovoliocoes de resultados de programas no municipio; Trabalhar em parceria com entidades que possam contribuir com as atividadesde campo nas suas areas de trabalho; Implementar e coordenar ccoes que possam solucionar situccoes nco previstasou consideradas de emerqencio.

    4.2. Identificatjao do pessoal de campoPara efeito de ldentlflcocco do pessoal de campo, os agentes recebem um codiqo

    (numero), que obedece a um cadastramento que permita locclizc-lo dentro da equipe, area(subdistrito, distrito) e que 0vincula a determinado supervisor e supervisor-geral. Comoexemplo:o agente n.? 3268/1 - correspondero ao agente 1 da equipe 8, do subdistrito 6(6 Supervisor), da segunda frente de trabalho (2 Supervisor Geral), do distrito 3.

    Outros tipos de identificocdo como matrfcula SlAPE,RG, etc. podem ser utilizados,desde que estejam devidamente cadastrados de forma organizada.

    4.3. Material de campoDe acordo com suas funcoes e quando 0exercicio delas 0exigir, 0Agente de

    Soude e Supervisor devem trazer consigo seguinte material: olcool 70% para remessa de larvas ao loborotorio (ou tubitos previamente dosa-dos com clcool a 70%);

    acetato de etila;* algodao; bcstco agitador;* bacia plcstico pequena; bolsa de lona; bomba aspersora;* bandeira e flomula; caixa com etiqueta para os alados capturados;* croquis e mapas das areas a serem trabalhadas no dia; caderneta de onotccoes: carteira de identidade; capturador de alados;* cola plostico: duas pesca-Iarvas de nylon de cores diferentes, sendo um para coletar amostrasde focos em agua potovel e outre para agua suja;

    escova pequena; espelho pequeno, para examinar depositos pela reflexoo da luz do sol; flanela; fita ou escala metricc: formulorios para registro de dados, em quantidade suficiente para um dia detrabalho

    FUNASA - abril/200l - page 29

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    inseticida, em quantidade suficiente, para 0trabalho de um dia; lompada (foquito) sobressalente; 16pisde cera, azul ou preto; 16pisgrafite com borracha; lanterna de tres elementos em boas condicoes: lixa para madeira; manual de instrucoes: medidas para uso do temeph6s (abate), colher das de sopa 20g ecolher dasde cafe 5g;

    pasta de percalina para guarda de pcpeis, prancheta; picadeira; pipeta tipo conta-gotas; pl6stico preto; sacos pl6sticos com capacidade para 1 kg para guardar 0pesca-Iarvas; tabela para emprego de temeph6s (abate); tubitos e etiqueta para focos; tres pilhas.

    *Estesmateriais e equipamentos nco sao utilizados no trabalho de rotina do agentede LIe tratamento focal. Devem ser previstos para as atividades de tratamento perifocal,captura de alados e por equipes especiais de service complementares.

    Os uniformes para 0trabalho, tanto na cidade como em 6rea rural, obedeceroo amodelos previamente aprovados. Os agentes devem portar um rel6gio de sua propriedade,para registrar no formul6rio hor6rio das visitas domiciliares.

    Para facilitar seu encontro nos locais de trabalho, 0servidor de campo deve disporde bandeiras e flomulas apropriadas, cujas cores e cornbinocoes variam de acordo com aotrlbuicdo do servidor. Devem ser colocadas em predios e emborcocoes sob inspecoo outratamento, enquanto os servidores neles permanecerem.

    Bandeira: e colocada pelos agentes de soude e supervisoresna porta, janela, portaeou grade, a esquerda da sua entrada, de modo que fique perpendicular a fachada dacasaa, para que os supervisores gerais possam localiz6-la mais facilmente.

    Flomula: e colocada em navios, ediffcios de apartamentos, hotels e vilas, ou outrosaglomerados de predios onde h6 um certo nurnero de residencies ou locais com porta deacesso em comum para a rua (Figuras 12 e 13).

    FUNASA - abril!2001 - page 30

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    Figura 12

    . C - = I.1 1o, . . .

    PROG i R AMA De. CONTRO ' LE DA f eBR!e AMARcUFlAMulA.S

    PRE!n IOS:.A gen te ,C he fe de E!quipe~lnspster d e E nd em ia s

    EMIBARCAoOes

    A gen te :~Che fe de Equipe~n s p et,o rd e End em ia s

    +75 o m

    FUNASA - abril/200l - page 31

  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    Figura 13

    P ROG:RAMA D E CO 'NTR QLE D A FE BIR E AM,ARIlA,IDANDEI IRAS ,SUPORTEE IMANE IRA , iDE C O L o c A . .LOS,

    , II,_

    250m

    AGENT! !INS!PET-(}A ID E ENDEMI IAS

    EQ,~I i'! O i l 'tn,ojs1 ; 1 ,!!:!')r,tj'

    :25c:m

    FUNASA - abril!2001 - page 32

  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    5. Reconhecimento Geografico (RG)

    o reconhecimento geografico e atividade previa e condicco essencial para a pro-grama

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    Quando as faces dos quorteiroes (quadras) sao muito extensas ou quando a escas-sez de im6veis torna diflcll ou demorada a procura do nurnero de identlficocdo, a numera-

  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    6. A Visita domiciliarConcedida a licence para a visita (Foto 1),0 servidor inicioro a inspecoo comecon-

    do pela parte externa (patio, quintal ou jardim), seguindo sempre pela direita.Foto 1

    FUNASA - abril/2001 - pag. 35

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    Prosseguir6 a inspecoo do im6vel pela visita interna, devendo ser iniciada pelaparte dos fundos, passando de um comedo a outro ate aquele situado mais a frente. Emcada um deles, a inspecoo deve ser feita a partir da direita (Figura 14).

    F ig ura 1 4Tecnico d o vis ito d e um o coso

    - - - - - - + - - - - - - - - ~ -r --+- -- -+ - - - -~- .,I --~- r -+-I I II II , I I II t Quarto Cozinha ++ t t I+ I 2 I 1I I II. ~- t1-'

    '- -- -+- ---1.-+-'-... 5 '. I-- --+-_I . - , , " WC + II /l - 3, 1.-...L~1- .. It ~ --I (-. '. . . . . -- - ,,I '--I Sara I 6 ;' I I +I I + . . .+ ' + Quarto+ I II 4I I tII L -c{> " - . - ~-------+- ---I

    II.. _ I --+-----+------ Corneco da lnspecao.+ Fim da inspecao extema.o Comeyo da inspecao intema. Fim da inspecao do comodo._. Orientacao da inspecao.Passagem pelo aposento.-? Fim da mspecao intema.

    Conclufda a inspecdo, ser6 preenchida a ficha de visita com registro da data, horade conclusco, a atividade realizada e a identlficocoo do agente de soude.A "Ficha de Visita" ser6 colocada no lado interno da porta do banheiro ou da

    cozinha.FUNASA - abril/2001 - pag. 36

  • 5/14/2018 Manual de Normas T cnicas do Minist rio da Sa de - Dengue

    Nas visitas ao interior das hcbitccoes, 0servidor sempre pediro a uma das pessoasdo im6vel para ocompcnho-lo, principalmente aos dormit6rios. Nestes aposentos, nos ba-nheiros e scnitdrios, sempre botero a porta.

    Emcada visita ou inspecoo ao im6vel, 0agente de soude deve cumprir sua atividadeem companhia de moradores do im6vel visitado, de tal forma que possa transmitir informa-coes sobre 0trabalho realizado e cuidados com a hobltocco.

    FUNASA - abril/2001 - pag. 37

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    7. Criadouros

    lodos os dep6sitos que contenham agua deveroo ser cuidadosamente examina-dos, pois qualquer deles podero servir como criadouro ou foco de mosquitos (Anexo II). Osreservat6rios de agua para 0consumo deverco ser mantidos tampados.

    Os dep6sitos vazios dos im6veis, que possam conter agua, devem ser mantidossecos, tampados ou protegidos de chuvas e, se inservfveis, eliminados pelos agentes emoradores. 0 agente de soude recornendoro aos residentes manter 0im6vel e os quintaisem particular, limpos e impr6prios a procriocoo de mosquitos.

    7.1. Tipos e definicjoo de depositos (anexo II) Caixa d '6gua: e qualquer dep6sito de agua colocado em nfvel elevado, permi-tindo a distribuicdo do llquido pela gravidade. A s caixas d'agua podem ser divi-didos em duas categorias: as acessfveis e as de diffcil acesso, que requeremprovidencios ou operocoes especiais. Caixas d'agua acessfveis sao as que po-dem ser facilmente examinadas por estarem a pequena altura ou porque hacondicoes locais que permitem 0 acesso a elas. As caixas d'agua que estiveremvedadas, a prova de mosquito, nco serdo abertas para a lnspecco, mas serdoassinaladas no boletim como inspecionadas.

    Tanque: e dep6sito geralmente usado como reservat6rio de agua, colocado aonfvel do solo. Dep6sitos como banheiras ou caldeiras velhas por exemplo, usa-dos como tanques serdo classificados como tal.

    D ep6s itos de barro: sao os potes, moringas, talhas e outros. D ep6s itos de made ira: barris, toners e tinas. P neus: os pneus sao, muitas vezes, responsoveis por reinfestocoes a distdncio,de areas livres do Aedes aegypti. Todos os pneus inservfveis, quando possfvel,deveroo ser removidos para eliminccdo. Os utilizoveis, depois de inspecionadose secos devem ser mantidos em ambiente coberto, protegidos da chuva.

    R e cip ie n te s n atu ra is : incluem-se af colecoes de agua encontradas em cavidadesde crvores e no embrincamento de folhas.

    C acim bas , p oc;os e cis te rn as: sao escovocoes feitas no solo, usados para capta-

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    7.3. Deposito tratadoE aquele onde foi aplicado inseticida (Iarvicida ou adulticida).

    7.4. Deposito eliminadoE aquele que foi destrufdo ou inutilizado como criadouro.

    7.5. Focose tecnica de pesquisaTodos os dep6sitos que contenham 6gua devem ser inspecionados, utilizando-se 0

    pesca-Iarva com ou sem a ajuda de fonte luminosa (Ianterna e/ou espelho). A tecnico decoleta segue a mesma orientocoo da visita domiciliar.

    Ao destampar os dep6sitos para inspecoo deve-se ter cuidado no sentido de evitarque larvas e pupas se refugiem no fundo dos dep6sitos. A inspecoo com 0pesca-Iarvas e atecnico preferencialmente utilizada no caso da coleta em pneus. 0 uso de concha de alumf-nio pode ser mais eficaz nessa situocoo.

    No caso de uso do pesca-Iarvas, deve-se de infcio percorrer, rapidamente, a super-ffcie da 6gua com 0instrumento, visando surpreender as larvas e pupas que af estejam. Emseguida, percorre-se com 0pesca-Iarva todo 0volume de 6gua, fazendo movimento emforma de um "8", descendo ate 0fundo do dep6sito. Recolhe-se entco 0material retido nopesca-Iarva, transferido-o para pequena bacia, j6 contendo 6gua limpa. Af 0material eexaminado. Com 0 uso da pipeta sugam-se as larvas e/ou pupas que forem encontradas,transferindo-as para a palma da mao a fim de se retirar 0excesso de 6gua. A seguir passa-se 0material para os tubitos com 61cool dosado ate um numero m6ximo de dez tubitos.

    Deve-se repetir a passagem do pesca-Iarvas no dep6sito ate que se tenha seguran-co de que j6 nco ha nenhuma larva ou pupa ou que j6 se tenha coletado 0m6ximo de dezexemplares.

    No caso de inspecco em dep6sito com muita materia orqonlcc, 0material coletadocom 0pesca-Iarva deve ser colocado em bacia pl6stica com 6gua limpa, repetindo-se essaoperocco sucessivamente (repassando 0material da bacia para 0pesca-Iarvas) ate que 0material fique limpo e possa ser observado a olho nu, permitindo assim a captura das larvase/ou pupas com a pipeta.

    Todo cuidado deve ser tomado nestas sucessivas passagens para que as larvas/pupas nco fiquem aderidas ao material retido no pesca-Iarvas.Em dep6sitos de pequenas dimensoes 0 conteudo pode ser passado diretamente

    para 0pesca-Iarvas (6gua de vasos de planta, de garrafas, pratos de plantas, bacias, bal-des, outros) ou as larvas e/ou pupas coletadas diretamente com 0uso de pipeta, passandopara a palma da mao e a seguir, para os tubitos.

    Todos os tubitos devem ser acompanhados de etiqueta de ldentificccdo, em queconstorco: equipe, nome, numero do agente, numero da amostra eo tipo de dep6sito ondefoi coletada a amostra. Deve ser colocada no interior do tubito, ou colada a ele.

    Os focos encontrados devem ser exibidos aos moradores da casa. Nessa ocosicodevem ser orientados a respeito da necessidade de protecoo ou de destlnocoo mais ade-quada para os dep6sitos.FUNASA - abril/2001 - pag. 40

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    Nos municfpios negativos para Aedes aegypti, sob vigilancia entomol6gica, quan-do a pesquisa lorvcrio for negativa mas forem encontradas exuvios, essas devem ser coletadaspara posterior exame laboratorial.7.6. Acondicionamento e transporte de larvas

    Os exemplares coletados nos focos nco devem, salvo expressa recomendocco, sertransportados vivos da casa ou local de inspecoo. Com isso, ficam reduzidas ao rnlnimo aspossibilidades de dispersco por transporte do material coletado. Para isso, cada agentedeve dispor de tubitos com clcool a 70% nos quais serdo colocadas, no maximo, dez larvaspor tipo de dep6sito.

    Cada agente cdotoro uma numerocco crescente para os focos lorvorios encontra-dos, a partir do nurnero um, seguindo sequenciolrnente ate 0 numero 999, quando entdo anumerocco e retomada a partir do um.

    7.7. Captura de aladosA captura de alados objetiva: levantamento de Indice: vigilancia em localidades nco infestadas; inspecco em navios e avi6es.Para a captura de alados poderco ser utilizados 0"puce de fil6" ou algum capturador

    de succco. Os mosquitos deverco ser mortos com acetato de etila e transferidos para caixaspreparadas com naftalina, usadas para acondicionamento e remessa.

    Os especirnes poderco ser convenientemente dispostos com ajuda de plnco deponta fina (relojoeiro). Recomenda-se cuidado especial nessa operocoo para evitar danifi-cocco do material coletado, 0 que pode comprometer a clcssiflcocoo tcxonornico a serrotineiramente feita em laborat6rio.

    Como medida de sequroncc, pode-se gotejar 0acetato de etila na parte interna datampa, garantindo-se com isso a imobilidade do mosquito.

    Todos os exemplares de Aedes aegypti eAedes a/bopictus coletados em um mesmoim6vel devem ser acondicionados num mesmo recipiente.

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    8. Estratificajaoentomo-epidemiologica dos municipios

    A estrotificocco dos munidpios para efeito operacional do PEAa foe-se-c segundoo enfoque de risco com base em dados entorno-epidemioloqicos.

    Estrato I: areas com tronsrnissoo de dengue clcssico pelo menos por dois anosconsecutivos ou nco, com clrculocoo sirnultdneo ou sucedcneo de mais de umsorotipo, com risco de ocorrencia da febre hernorroqico por dengue, e/ou ocor-rencia de casos de FHD.

    Estrato II: areas com tronsrnlssoo de dengue clossico. Estrato III: areas infestadas pelo Aedes aegypti. Estrato IV: areas nco infestadas (sem 0vetor).

    8.1. Desenho de operaCjoo para os estratos8.1.1. Municfpios infestados (estratos I, II e III): Levantamento de Indice amostral e tratamento focal em ciclos bimensais. Pesquisa entomoloqico nos pontos estroteqicos em ciclos quinzenais, comtratamento qulrnico mensal, ou quando necessorio.

    Atividades de lnformccdo, educocoo e cornunicocoo em soude (IEC), buscandoa consclentizocdo e porficipocoo comunitdrio na prornocoo do saneamento do-miciliar.

    Arrostco de limpeza em munidpios ou bairros visando a elirninocoo ou remoccodos depositos predominantes.

    Requlorlzocdo da coleta publica de lixo. Bloqueio da tronsrnissoo de dengue (quando necessorio}.8.1.2. Municfpio nco infestado (estrato IV): Levantamento de Indice amostral em ciclos qucdrirnenscis, Pesquisa entomoloqlco nos pontos estroteqicos em ciclos quinzenais. Pesquisa entomoloqlco com ovitrampas ou larvitrampas em ciclos semanais. Atividades de lEe, buscando a conscientizocoo e porticlpocoo cornunitcrio naprornocoo do saneamento domiciliar.

    Requlorlzocdo da coleta publica de lixo. Service marltimo ou fluvial e service portuorio nas cidades portucrios que man-tenham intercdrnbio com areas infestadas, por meio de ernborcocoes.

    Delirnltccco de foco (quando necessorio}.Em todos os munidpios, independentemente do estrato, recomenda-se que sejam

    sempre priorizadas no programa as intervenc_;6esde busca e ellrninocco de focos do vetor,e educocoo em soude, que sao as medidas de maior impacto na reducoo das populocoesdo mosquitos.

    8.1.3. Bloqueio de trcnsmissooNas localidades infestadas far-se-a 0bloqueio da tronsmissoo de dengue, opos

    lnvestiqccco epidernloloqico conclusiva acerca do sorotipo viral circulante.

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    Neste caso, sera feita a cplicocoo de inseticida em UBY, sempre concomitante comas medidas de controle lorvorio, nas seguintes situccoes:

    Emareas onde a tronsrnissoo de dengue (casos aut6ctones) ja tenha sido confir-mada por isolamento de Virus ou sorologia.

    Quando da notlficocoo de caso suspeito procedente de reqioo ou pais ondeesteja ocorrendo a tronsmlssco por um sorotipo nco circulante naquele munici-pio.

    Quando da confirmocdo de caso importado em municipio do estrato III.Nestas situccoes devera ser realizado 0 controle lcrvorio com elirninccoo e trata-

    mento de focos, concomitante com a ut i l izccdo de equipamentos de UBV portoteis paranebulizocdo domiciliar nas areas de tronsmlssoo focais delimitadas (no mlnimo nove quar-teir6es em torno do caso) em apenas um ciclo. Se necessorio complementar 0 bloqueio datronsmissoo com UBV pesado na area delimitada em ciclos semanais (ver item 10.3).

    8.1.4. Delimitoc;oo de focoNas localidades nco infestadas, far-se-a a delimltocdo de foco quando a vigiloncia

    entomol6gica detectar a presence do vetor. E , portanto, uma atividade exclusiva de municl-pios nco infestados (estrato IV)

    Na dellrnltocoo de foco, a pesquisa lcrvorio eo tratamento focal devem ser feitosem 100% dos im6veis incluldos em um raio de ate 300 metros a partir do foco inicial,detectado em um ponto estroteqico ou armadilha, bem como a partir de um levantamentode Indice ou pesquisa vetoriaI espacial positiva.

    8.2. Fases do PEAa8.2.1. Fose preporctericNa fase preparat6ria, serco feitos 0 recrutamento e copocitocoo dos recursos hu-

    manos, e planejamento das estroteqios e metodologias a serem adotadas, a estimativapara cqulsicco de materiais, inseticidas e equipamentos, 0levantamento de Indice paradefinir a distribuicdo espacial do vetor eo reconhecimento geografico da area a ser traba-Ihada.

    8.2.2. Fose de otoqueOs trabalhos de combate ao vetor comecorn nesta fase. A s atividades definidas

    deveroo ser executadas obedecendo os itinerdrios elaborados por zonas de trabalho . Serooinspecionados 100% dos im6veis, pontos estroteqicos (PE)e terrenos baldios das zonas naslocalidades infestados pelo vetor. Os dep6sitos positives para formas imaturas de mosqui-tos, que nco possam ser eliminados ou removidos, serdo tratados. 0monitoramento dosIndices de infestocdo e distribuicdo do Aedes aegypti, bem como 0tipo de recipiente prefe-rencialmente usados pelo vetor como criadouros sao fundamentais para dirigir as ccoes.

    A estroteqio central do combate ao vetor devera ser realizada otroves das seguintesatividades: manejo ambiental (saneamento domiciliar); educccdo em scude, elirninocdoffsica de criadouros e tratamento de criadouros com larvicidas ou adulticidas, quandoindicados.

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    8.2.3. Fase de ccnsolidcccoEsta fase tem como objetivo consolidar a errcdicccco do Aedes aegypti. Nela se-

    rdo desenvolvidas as atividades da fase de ataque, exceto 0 tratamento, procurando garan-tir a elirninccdo dos resfduos da infestocoo, tendo em vista a possibilidade da permonenciode ovos em condicoes de eclodir tardiamente.

    8.2.4. Fase de mcnutenceo (vigilancia)A vigiloncia entomol6gica e a metodologia que sera utilizada nesta fase, em todas

    as localidades negativas e naquelas inicialmente positivas, onde 0vetor foi erradicado.Nesta fase, serdo usadas as armadilhas de oviposicoo (ovitrampas e larvitrampas) e inspecoesem pontos estroteqicos, Naquelas localidades portucrios que mantenham intercdrnbio comareas infestadas por meio de emborcccoes, serdo implantados, olern de armadilhas epontos estroteqicos, tombern 0 service marltimo ou fluvial e 0 service portuorio.

    o trabalho de vigiloncia tem por objetivo evitar reinfestocoes das localidades. Nes-se sentido, 0trabalho tem que ser permanente.

    S.3. Consideratjoes gerais8.3.1 . LocalidadeE determinada area com um ou mais im6vel com denominocoo pr6pria e li-

    mites naturais ou artificiais bem definidos, com acesso comum. Exemplo: cidade, vila, po-voado, fazenda, sitio e outros.

    8.3.2. SublocalidadeE a area parcial de uma localidade que se deseja particularizar para que seja

    melhor operacionalizada ou estudada. Exemplo: bairro, quadra, favela, etc.8.3.3. Municfpio infestado

    E aquele no qual 0evantamento de fndice detectou a presence do Aedes aegyptidomiciliado.

    8.3.4. Municfpio nco infestadoE aquele no qual 0levantamento de fndice noo detecta a presence do vetor.o municipio infestado passa a ser considerado nco infestado quando permanecer

    pelo menos 12 meses consecutivos sem a presence do vetor, conforme levantamentos defndice bimensais.

    A deteccco de Aedes aegypti exclusivamente em pontos estroteqicos e armadilhasnco caracteriza 0 municipio como infestado.

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    9. Pesquisa entomol6gica

    Consiste basicamente na pesquisa regular para deteccco de focos de Aedes aegypti,desenvolvida otroves das seguintes atividades:

    9.1. Levantamento de Indice:9.2. Pesquisa em pontos estroteqicos:9.3. Pesquisa em armadilhas;9.4. Pesquisa veto ria I especial;9.5. Services complementares.Para a errcdlcocoo da febre amarela urbana e dengue e prioritorio 0monitoramento

    do Aedes aegypti. Assim, sera constituido um sistema de ombito nacional de vigilonciaentomol6gica, descentralizada sob a responsabilidade de Estados e Municfpios.

    No caso do Aedes albopictus, nco se dispoe de conhecimento suficiente sobre abiologia e comportamento do vetor e de sua irnportdncio na tronsrnissco do dengue e febreamarela urbana no Brasil. Sua grande valencia ecol6gica determina dificuldades no dese-nho de metodologia apropriada mas, desde que se comprovou em laborat6rio sua capaci-dade de tronsrnissdo, a especie e potencialmente vetora. Com isso, ainda que nco se con-fira prioridade a sua errcdlcccoo no curso das operocoes de combate ao Aedes aegypti, aidentlficccdo do Aedes albopictus merecera as mesmas medidas de combate.

    9.1. Levantamento de indices (LI)

    E feito por meio de pesquisa lcrvdric, para conhecer 0grau de infestocco, disper-sao e densidade por Aedes aegypti e/ou Aedes albopictus nas localidades. 0 LI tero perio-dicidade bimensal nas localidades infestadas ou quadrimensais naquelas nco infestadas.

    9.1 .1 . Rotina das areas infestadasNas localidades infestadas, 0 levantamento de Indice amostral e feito continua-

    mente , junto com 0tratamento focal ( LI + T). Idealmente, a coleta de larvas para determi-nar os Indices de infestocoo deve ser realiazada em todos os im6veis com focos de mosqui-tos.

    Alternativamente, a amostragem para 0 levantamento de Indice pode ser delineadade modo a apresentar siqnificdncio estatlstica e garantir a representocco na pesquisa larva riade todos os quorteiroes (quadras) existentes na localidade. Desta maneira, elege-se comounidade de lnfestocco 0 im6ve l e como unidade de dispersco 0 qucrtelreo.

    Os Indices de lnfestocoo Predial e de Breteau em cada localidade serdo calculadospor zona de trabalho. Desse modo, cada grupo de aproximadamente 1.000 im6veis (zona)tern um Indice de infestocoo de toda a area a cada do is meses, independentemente dotamanho da localidade.

    Estabelecendo-se um nlvel de conflonco estatlstica de 95%, com margem de errode 2% para uma infestocoo estimada em 5%, seroo co le tadas la rv as e/ou pupas em 33%dos im6veis existentes na zona (LI a 1/3), que serdo inspecionados na sua totalidade, ouseja, todos os im6veis sao inspecionados, mas a coleta e realizada em um terce dos im6veisvisitados.

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    Essa atividade e a unico em que se enumerorco os cielos, onde 0primeiro se iniciaem janeiro e 0ultimo em dezembro. Portanto, s6 se enumeram cielos dentro do ano.

    9.1.2. Levantamento amostral instcntoneoEste levantamento aplica-se as situccoes em que se deseja avaliar 0impacto de

    medidas de controle vetorial, em areas recern-lnfestcdos ou como subsidio a supervisoo doEstado e da FUNASA, para avaliar os programas municipais.

    Neste caso somente os im6veis da amostra serco visitados e inspecionados. Assim,o tamanho rnlnimo da amostra foi determinado estabelecendo-se um nivel de conficnco de95% e uma margem de erro de 2%, considerando-se uma infestocoo estimada de 5%.

    Segundo estes pcrornetros, 0 nurnero de im6veis amostrados sera determinadopelo nurnero de im6veis existentes na localidade, conforme os estratos seguintes:

    1. localidade com ate 400 im6veis - pesquisa de 100% dos im6veis existentes:2. localidade com 401 a 1.500 im6veis - pesquisa 33% dos im6veis, ou de 1/3dos im6veis exlstentes:3. localidades com 1.501 a 5.000 im6veis - pesquisa de 20% dos im6veis, ou de

    1/5 dos im6veis exlstentes:4. localidade com mais de 5.000 im6veis - pesquisa de 10% dos im6veis, ou de 1/

    10 dos im6veis existentes.Exemplo: 0 Municipio de Jatar possui 17.000 im6veis, onde serco trabalhadas a

    sede (cidade) Jatar com 10.000 im6veis e a Vila Fcrnesio com 3.000. Na sede serdo traba-Ihados 1.000 im6veis, ou seja, uma amostra de 10%, e na Vila Forneslo 600 im6veis (20%).

    Nesta amostra, todos os quorteiroes (ou quadras) devem ter pelo menos um im6velinspecionado.

    No caso da sede, em cada qucrteiroo (ou quadra) inicia-se a inspecco pelo primei-ro im6vel e, com deslocamento no sentido hororio, contam-se nove im6veis para a seguirinspecionar 011 im6vel (2 da amostra). E, assim, sucessivamente. No caso do im6velestar fechado, a inspecoo se faro naquele imediatamente posterior.

    Na situocoo anterior, para efeito de deterrninocco do 3 im6vel da amostra, acontagem se inicia a partir do ultimo im6vel fechado.

    Durante a inspecoo por amostragem, entre um im6vel e outre a ser investigado,ocasionalmente, 0im6vel a ser inspecionado sera um ponto estroteqico (PE). Neste caso, sefaro a pesquisa neste im6vel e no pr6ximo, sendo a contagem feita a apartir deste ultimoim6vel.

    9.2. Pesquisa em Pontos Estrategicos (PE)Ponto estroteqico e 0local onde ho grande concentrocco de dep6sitos preferenci-

    ais para a desova do Aedes aegypti, ou seja, local especialmente vulnerovel a introducoodo vetor.Os pontos estroteqicos devem ser identificados, cadastrados e constantemente

    atualizados, sendo inspecionados quinzenalmente, (Foto 2).FUNASA - abril/2001 - pag. 48

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    Foto 2

    Sao considerados pontos estroteqicos os im6veis com grande concentrocoo dedep6sitos preferenciais: cerniterios, borracharias, dep6sitos de sucata, dep6sitos de materi-ais de construcco, garagens de transportadoras, entre outros. Em media, representam 0,4%dos im6veis existentes na localidade, ou um ponto estroteqico para cada 250 im6veis.

    9.3. Pesquisa em Armadilhas (PAr)Armadilhas de oviposicco sao dep6sitos com 6gua estrategicamente colocados

    em localidades negativas para Aedes aegypti, com 0objetivo de atrair as femeas do vetorpara a postura dos ovos. A s armadilhas sao divididos em ovitrampas e larvitrampas.

    9.3.1. OvitrampasSao dep6sitos de pl6stico preto com capacidade de 500 ml, com 6gua e uma

    palheta de eucatex, onde serdo depositados os ovos do mosquito. A inspecoo das ovitrampase semanal, quando entdo as palhetas serco encaminhadas para exames em laborat6rio esubstitufdas por outras.

    A s ovitrampas constituem rnetodo sensfvel e econornico na deteccco da presencede Aedes aegypti, principalmente quando a infestocoo e baixa e quando os levantamentosde Indices larv6rios sao pouco produtivos. Sao especialmente uteis na deteccco precoce denovas infestocoes em 6reas onde 0 mosquito foi eliminado.

    Devem ser distribufdas na localidade na proporcco media de uma armadilha paracada nove quortelroes, ou uma para cada 225 im6veis, 0que representa tres ou quatro porzona.

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    9.3.2. LarvitrampasA s larvitrampas soc dep6sitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados, dis-

    postos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto, tais como portos fluviaisou marltimos, aeroportos, terminais rodovicrios, ferrovicrios e terminais de carga, etc. Noodevem ser instaladas em locaisonde existam outras opcoes para a desova do Aedes aegypti,como e 0 caso dos pontos estroteqicos.

    A s larvitrampas devem ser instaladas a uma altura aproximada de 80 cm do soloem sltios preferenciais para 0vetor na fase adulta. A finalidade bosico e a deteccco precocede infestocoes importadas.

    Cuidado especial deve ser tomado para que a agua das larvitrampas ocupe ape-nas 2/3 da capacidade da mesma, de modo a deixar uma superffcie interna da parededisponfvel para a desova. Durante a inspecdo, que e rigorosamente semanal, deve serpriorizada inicialmente a captura de mosquitos adultos. Em seguida, faz-se a busca deovos, larvas, pupas e exuvios em numero maximo de dez.

    F oto 3

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    Cada armadilha deve conter sigla de identificccdo do 6rgao responsovel pelainspecdo, escrita em tinta branca na face externa do dep6sito, seguida do nurnero de con-trole. A ficha de visita devero ser colocada em pequena tabuleta presa ao dep6sito oupr6ximo a ele.

    o responsovel pela inspecoo deve dispor de listagem contendo todas as armadilhasinstaladas e de croquis da area com a lndicocdo dos locais onde elas se encontram.

    Sob nenhum pretexto deve ser ampliado ou interrompido 0perfodo semanal devisita as armadilhas, pois, nesse caso, qualquer armadilha abandonada ou visitada irregu-larmente passa a ser um excelente criadouro. Em caso de impedimento para a inspecco,elas devem ser recolhidas.

    Qualquer armadilha que resulte positiva para Aedes aegypti deve ser escovada eflambada para que possa ser reutilizada, ou eliminada, sendo entoo substitufda por outra.

    9.4. Pesquisa vetorial especialEa procura eventual de Aedes aegypti em funcoo de den uncia da sua presence em

    areas nco infestadas e, no caso de suspeita de dengue ou febre amarela, em area ate entdosem tronsrnissdo. No caso de denunclo da presence do vetor, a pesquisa e atividade com-plementar, noo devendo interferir no trabalho de rotina de combate.

    E a atividade que tornbern pode ser realizada quando houver interesse de algumapesquisa entomol6gica diferenciada.

    9.5. ServiCjos complementaresNas grandes metr6poles infestadas pelo Aedes aegypti, existem situocoes peculia-

    res que dificultam ou impossibilitam a inspecoo de 100% dos dep6sitos pelos agentes darotina na fase de ataque (LIe tratamento). Eo caso dos dep6sitos suspensos de diffcil acesso(calhas, caixas d'agua, bromelios e outros vegetais que acumulam agua), ediffcios em cons-trucco, grandes ferros-velhos, terrenos baldios, etc.

    Considerando que numa campanha de errodicocoo nco pode haver pendencio deim6veis nem de dep6sitos, 0trabalho nestes casos deve ser feito por equipes especiais, depreferencio motorizadas, e equipadas com escadas, cordas, fac6es, luvas, botas de canolongo, olern do material de rotina do agente.

    Os itinercrios das equipes de services complementares serco feitos pelos supervisoresdas zonas. Estas equipes s6 devem atuar quando realmente 0trabalho nco poder ser feitopelos agentes da rotina.

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    10. Tratamento

    o combate ao Aedes aegypti pode ser feito tornbern pela cplicocoo de produtosqufmicos ou biol6gicos, otroves do tratamento focal, tratamento perifocal e da osperscoaeroespacial de inseticidas em ultrabaixo-volume (UBV).

    10.1. Tratamento focalConsiste na cplicocoo de um produto larvicida nos dep6sitos positives para formas

    imaturas de mosquitos, que nco possam ser eliminados mecanicamente. No im6vel comum ou mais dep6sitos com formas imaturas, todos os dep6sitos com agua que nco pude-rem ser eliminados serdo tratados. Em areas infestadas bem delimitadas, desprovidas defonte de abastecimento coletivo de agua, 0 tratamento focal deve atingir todos os dep6sitosde agua de consumo vulneroveis a ovlposicoo do vetor.

    Os larvicidas utilizado na rotina do PEAa sco:Temeph6s granulado a 1% (Abate, Larvin, Larvel e outros), que possui baixa toxicidade

    (empregado em dose in6cua para 0 homem, mas letal para as larvas).Bacillus furinghiensis israelensis (BTl) que e um inseticida biol6gico que podero ser

    utilizado de maneira rotativa com 0 temeph6s, evitando 0 surgimento de resistencio daslarvas a estes produtos.

    Metoprene, substdncio onoloqo ao horrnonio juvenil dos insetos, que atua nas for-mas imaturas (larvas e pupas), impedindo 0 desenvolvimento dos mosquitos para a faseadulta.

    Eventualmente, 0cloreto de S6dio ou sal de cozinha, em solucoo a 3%, tornbempodero ser utilizado como larvicida

    Tanto 0 temeph6s quanta 0 BTl eo metoprene, soo agentes de controle de mosqui-tos, aprovados pela Orqonizocoo Mundial da Soude para uso em agua de consumo huma-no, por suas caraterfsticas de inocuidade para os mamfferos em geral eo homem.

    A s regras para 0 tratamento focal, quanta ao deslocamento e sequencia a serseguida pelo servidor nos im6veis, sco as mesmas mencionadas para a inspecco predial.Inicialmente, tratam-se os dep6sitos situados no peridomidlio (frente, lados e fundo doterreno) e, a seguir, os dep6sitos que se encontram no interior do im6vel, com a inspecoocomedo a comedo, a partir do ultimo, sempre da direita para esquerda.

    Noo serdo tratados: Latas, plostico, e outros dep6sitos descortoveis que possam ser eliminados. Garrafas, que devem ser viradas e colocadas ao abrigo da chuva; Utensflios de cozinha que sirvam para acondicionar e cozer alimentos; Dep6sitos vazios (sem agua); Aqucrios ou tanques que contenham peixes. Vasos sonitcrios, caixas de descarga e ralos de banheiros, exceto quando a casaestiver desabitada.

    Bebedouros de anima is;FUNASA - abril/2001 - page 53

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    Os bebedouros de animais onde forem encontradas larvas ou pupas devem serescovados e a agua trocada no maximo a cada cinco dias.

    Os dep6sitos com peixes nco serdo tratados com temeph6s. Nestes casos, serdorecomendadas aos moradores formas alternativas para 0 controle de focos, podendo-seutilizar 0BTl eo metoprene.

    Os pequenos dep6sitos como latas vazias, vidros, plcsticos, cascas de ovo, decoco, e outros, que constituem 0lixo dornestico, devem ser de preferencio acondicionadosadequadamente pelos moradores, para serem coletados pelo service de limpeza publica.Caso isso, por algum motivo, nco ocorra, devem ser eliminados pelo agente.

    Para evitar que 0larvicida se perca nos dep6sitos que sao lavados pelos moradoresou onde a agua esto sujeita a constante renovccco, como as caixas d'cquo. cisternas ecalhas mal colocadas, ele deve ser colocado nesses dep6sitos, envolvido e amarrado emum pano. Este artiffcio conhecido como "boneca de larvicida" vem sendo utilizado emalguns Estados desde a Campanha de Errodlcocco do Aedes aegypti, no Para, em 1967.

    10.1 .1 . Metodos simples para celculo do volume de depositosPara que 0tratamento focal com larvicida tenha eficocio assegurada, e necessorio

    que 0pessoal de operocdo saiba determinar com precisco a quantidade de inseticida a seraplicada em relccoo ao volume de agua, a fim de se obter a concentrocoo corretc. No casodo temeph6s, a concentrocco e de uma parte por rnilhco, equivalente a um grama deingrediente ativo em um rnilhdo de mililitros de agua (1.000 litros).

    o tratamento com 0temeph6s e feito de acordo com a capacidade do dep6sito enco com a quantidade de agua existente nele, a excecoo de cisternas ou pocos tipo"ornczonicos" (cacimba), cujo tratamento sera feito conforme a quantidade de agua exis-tente.

    Metodo 0. 1 - Para calcular 0 volume de dep6sitos retangulares

    V= volumeC= comprimentoL= larguraH = altura

    Exemplo: Supondo que um tanque tenha 120 centimetres de comprimento, 100centimetres de largura e 100 centlmetros de altura, fazendo 0emprego da f6rmula tem-se:

    v = 120 x 100 x 100 = 1.200.000 centimetres cubicos (1.200 litros)Desde que se sabe que um litro de agua ocupa 0 volume de um dedmetro cubico,

    devem-se tomar as medidas nessa unidade, facilitando com isso 0colcu!o.Ou seja, V = 12 dm x 10 dm xl 0 dm = 1.200 dedmetros cubicos ou 1.200 litros.

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    Metodo n.o 2 - Para calcular 0volume de depositos cilfndricosTomam-se as medidas tornbern em decfmetros.

    V= volumeK= 0,8 (valor constante)[)2= didrnetro ao quadradoH= altura

    diarnetro

    01~. : ' . J- - - _Exemplo: Supondo que uma cisterna tenha 15 decfmetros de diometro e 20decfmetros de altura, empregando a formula, temos:

    V= kx (D x D) x H = 0,8 x 15 x 15 x 20 = 3.600 litros.

    Metodo n.o 3 - Para calcular 0volume de depositos triangulares

    V= volumeB= baseL= larguraH= altura2= constante

    ..-. --=;::b=a=se==~

    Estetipo de deposito e encontrado freqOentemente em cantos internos de depen-dencios residenciais ou nco, como opcco de aproveitamento do espcco formado pelaintersecoo de duas paredes.

    Exemplo: Supondo que um deposito de forma triangular tenha 20 decfmetros debase, 8 decfmetros de largura e 12 decfmetros de haltura, aplicando-se a formula tem-se:v = (20 x 8 x 12)/2 = (160 x 12)/2 = (80 x 12) = 960 dedmetros cubicos (960 litros)

    Para determinar a altura de uma cisterna, caixa d'6gua, ou deposito semelhante,utiliza-se uma vara ou, na falta dela, uma corda ou cordco que atinja 0fundo do deposito.Com um objeto amarrado a ponta, leva-se a corda bem esticada ate tocar 0 fundo emarca-se 0nfvel da 6gua.

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    A medida encontrada correspondero a altura procurada. No caso de cisternas ou"pecos cmczonlcos", a quantidade de temeph6s e calculada em Iuncdo do volume deagua existente.0dicrnetro do dep6sito sera medido internamente.

    10.2. Tratamento perifocalConsiste na oplicocoo de uma camada de inseticida de a

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    10.2.2. Tecnico de cpliccccoDurante 0 tratamento perifocal sao exigidos cuidados no sentido de que 0 opera-

    dor esteja protegido e 0 inseticida nco seja posta em contato com pessoas, possoros, outrosanimais domesticos e alimentos. Noo deve ser aplicado na parte interna de dep6sitos cujafinalidade e armazenar agua destinada ao consumo humano.

    Sao utilizado para 0 tratamento perifocal os equipamento de ospersco e compres-sao com capacidade para dez litros, e bico apropriado ( 8002).

    o equipamento deve ser colocado no ombro esquerdo e 0 agente coloca-se afrente do dep6sito a ser tratado, segurando 0 sistema de descarga com a mao direita, demaneira que, ao esticar 0 broco, 0 bico fique a uma distcnclo de 4Scm da superffcie a serborrifada, com uma velocidade de cplicocco que permita cobrir 22cm de superffcie emcada segundo.

    De infcio, deve ser feita a oplicccdo na parede externa do dep6sito, de cima parabaixo, que continua em faixas verticais com superposicoo de Scm. E necessorio girar 0dep6sito quando seu tamanho 0permita ou rodeo-lo da direita para a esquerda quando forfixo ou demasiadamente grande.

    Na superffcie pr6xima ao dep6sito tratado aplica-se 0 inseticida ate um metro dedistoncio em volta dele.

    10.2.3. Depositos nco borrifaveisNoo se borrifcrco, em sua face interna, os recipientes que armazenam agua para 0

    consumo humano, como caixas d'oquo, toneis, tanques e outros, os quais devem ser man-tidos hermeticamente fechados durante 0 tratamento.

    Dep6sitos expostos a chuvas tornbern nco receberco 0 tratamento perifocal.

    10.3. Tratamento a Ultrabaixo Volume - UBVConsiste na oplicocoo espacial de inseticidas a baixfssimo volume. Nesse rnetodo

    as partfculas sao muito pequenas, geralmente se situando abaixo de 30 micras de didme-tro, sendo de lOa 1S micras de didrnetro medio, 0 ideal para 0combate aoAedes aegypti,quando 0 equipamento for do tipo UBV pesado.

    o uso deve ser restrito a epidemias, como forma complementar para promover aropldo interrupcoo da tronsrnissco de dengue ou de febre amarela, de preferencio associ-ado a rnutirdo de limpeza e eliminocdo de dep6sitos.

    Devido ao reduzido tamanho das partfculas, este rnetodo de oplicocdo atinge asuperffcie do corpo do mosquito mais extensamente do que otroves de qualquer outre tipode pulverizocco.

    10.3.1 . Vantagens deste metodo: reducoo ropido da populocoo adulta de Aedes; alto rendimento com maior area tratada por unidade de tempo;

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    melhor adesividade das partfculas ao corpo do mosquito adulto; por serem as partfculas muito pequenas e leves, sao carregadas pelo ar, po-dendo ser lcnccdos a distencios compatfveis com a largura dos quortelroes.

    10.3.2. Desvantagens: exige mco-de-obro especializada; sofre lnfluenclo do vento, chuva e temperatura. pouca ou nenhuma eeoc sobre as formas imaturas do vetor; eeoc corrosiva sobre pintura de outomoveis, quando 0tamanho medic daspartfculas do inseticida for superior a 40 micras;

    necessidade de cssistencio tecnico especializada; elimina outros insetos quando usado de forma indiscriminada.; noo elimina mais que 80 % dos mosquitos; nenhum poder residual.

    Cuidados especiais devem ser observados para obter-se exito na oplicocoo deinseticida a Ultra baixo-Volume. Para isso, recomenda-se que a pulverizccdo com equipa-mento pesado seja sempre feita na parte da manho, bem cedo, ou ao anoitecer, uma vezque nessesperfodos do dia normalmente nco existe correntes de ar significativas, que pode-riam influenciar a eficccic da oplicocdo, olern de facilitar a operacionalidade do conjuntoUBV devido a menor intensidade do trofeqo urbano de vefculos nesses horcrios,

    o rnetodo noo devero ser empregado quando a velocidade do vento for superior a6 km/hora para que as partfculas aspergidas nco sejam transportadas para fora da areaobjeto de tratamento.

    Quando a rncquino pulverizadora for do tipo montada sobre vefculo, a velocidaddeste nunca deve ultrapassar 16 km/hora durante 0processo de cplicocco. Neste caso, aboquilha do pulverizador deve ser direcionada para as casas, obedecendo a um angulo delnclinocdo de aproximadamente 45 graus, com yazoo regulada de acordo com 0inseticidautilizado e velocidade do vefculo, (Foto 5).

    F oto 5

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    Durante a cplicocoo 0agente evitoro 0contato do inseticida com os olhos e de-mais partes do corpo: nco trotoro 0interior de Iobricos, dep6sitos ou ormozens que conte-nham olirnentos: nco faro oplicocoo em areas com plontocoes de verduras, cereais, frutas.Devera ter cuidado especial para que as rncquinos estejam bem reguladas de modo queproduzam partfculas que nco manchem pinturas de carro, mormores e outras. Deveracuidar ainda para que 0local de limpeza das moquinos seja sempre em areas distantes derios, c6rregos ou locais que tenham animais, evitando-se, assim, envenenamento ou apoluicco do ambiente.

    o tratamento pelo rnetodo UBV deve ser feito em ciclos semanais para que sejamatingidos os adultos provenientes de ovos e larvas remanescentes. Recomenda-se que 0tratamento seja feito em uma cobertura completa na area selecionada, no menor espccode tempo posslvel, repetindo-se 0 tratamento na semana seguinte.

    A UBV portofil vem sendo utilizada como forma complementar a UBV pesada, prin-cipalmente nas areas de diffcil acesso, como favelas, e sao utilizados os seguintes equipa-mentos na oplicocoo de inseticidas por UBV portotil, (Foto 6):

    Nebulizador

    portotil: motorizado.

    Foto 6

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    11. RecomendaCjoesquanto ao manuseio de inseticidas e usode Equipamentos de ProteCjaoIndividual (EPI)

    o combate ao Aedes aegypti eAedes a/bopictus envolve algumas vezes0controlequfmico mediante 0 uso de produtos inseticidas que pertencem ao grupo dosorganofosforados e dos piretroides.

    Evidentemente, 0 manuseio desses inseticidas implica cuidados que visam a pre-vencco de acidentes, bem como a monutencoo da soude do trabalhador que, por necessi-dade de rnonipulocdo, rnontern contato direto com tais produtos.

    A monipulocdo dos inseticidas requer:

    em relccoo ao uso de temephos, e recomendado que seja evitado 0contatoprolongado direto do inseticida com a pele. 0 inseticida deve ser transportadosempre em sacos pl6sticos, ate0momento da oplicccdo:

    em relccoo ao uso de piretroides e organofosforados, PM ou GT-UBY, osaplicadores devem evitar 0 contato direto do produto com a pele, na formula-

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    12. AvaliaCjoo da colinesterase sanguinea humana

    A Colinesterase e a enzima responsovel pela hidrolise (destruicoo) da acetil-colina.Esta encontra-se presente nas sinapses (terminac_;6esnervosas), servindo como mediadoraqufmica da tronsrnissco de impulsos nervosos otroves de fibres pre-qonqlionorespcrossirnpoticos e p6s-ganglionares sirnpcticos. A acetil-colina, quando em excesso, e pre-judicial. Para evitar isso, a colinesterase sangOfnea quebra a acetil-colina quase instantane-amente, inativando-a, a medida que ela vai sendo elaborada. Essa reocco qufmica doorigem a colina e ao ccido ccetico, ambos inofensivos para oorganismo.

    Existem dois tipos de colinesterases: acetilcolinesterase ou colinesterase verdadeira[eritrocitdrio] existente nas hemocics, no tecido nervoso enos rnosculos estriados, sendoesta a de maior irnportdncio na destruicdo da acetil-colina; e a pseudocolinesterase ouinespedfica, presente em quase todos os tecidos, principalmente no ffgado, no plasma,pancreas e no intestine delgado e em menor concentrocco no sistema nervoso central eperilerico. A pseudocolinesterase encontrada no soro diminui antes daquela encontradanas herncclcs, sendo portanto, indicador biol6gico da exposicoo a inseticidasorga nofosforados.

    Os inseticidas organofosforados e carbamatos sao poderosos inibidores dacolinesterase, sendo os organofosforados muito utilizados atualmente em soude publica,em especial pelo PEAa. Com objetivo de garantir a protecoo da soude dos manipuladoresdesses inseticidas, os convenios do PEAa que estdo sendo celebrados atualmente com Esta-dos e Munidpios contern clousulo em que se comprometem a garantir aos manipuladoresdesses produtos exames peri6dicos e uso de equipamento de protecco individual (EPI).

    A colinesterase pode sofrer alterac_;6escom dirninuicdo da sua concentrocoo basalem pessoas que sao expostas constantemente a esses inseticidas. Os valores da colinesterasepodem sofrer diminuicdo tornbem em pacientes portadores de alguma doenco hepaticas(hepatite viral, doenco amebiana, cirrose, carcinomas, conqestco hepatica por insuficienciocardfaca), desnutricco, infecc_;6esagudas, anemias, infarto do rniocordio e dermatomiositee alcoolismo.

    Considerando que os nfveis basais da colinesterase sofrem voriocoes de uma pes-soa para outra, e importante realizar 0teste basal (pre-exposlcoo) antecipadamente naspessoas que irdo ter contato com organofosforados e carbamatos.

    A dosagem peri6dica da colinesterase sangOfnea em manipuladores dessesinseticidas e obrigat6ria, devendo ser realizada no mfnimo a cada seis meses, podendoreduzir-se este perfodo a criterio do medico coordenador ou do medico agente da inspecoode trabalho ou, ainda, mediante neqociocoo coletiva de trabalho. A FUNASNMS, otrovesdo seu service medico, definiu que a periodicidade dos exames devero ser quinzenal, e,para cada resultado encontrado, hovero um procedimento que vai desde 0afastamentotempororio ate 0definitive afastamento das atividades com inseticidas.

    A ovoliocoo dos resultados depende do kit em uso. Atualmente, existem dois testesde campo: um que determina a atividade collnesterosico e 0outre a sua inibic_;aoe kitsespectrofotornetricos. Tais resultados devem ser correlacionados com os antecedentes pato-16gicos do paciente.

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    Finalmente, 0usc dos equipamentos de protecoo individual (EPI) e 0apropriadomanuseio desses inseticidas constituem medidas de suma importdncio na prevencoo dasoude do trabalhador.

    Nesse sentido, constituirdo objeto de permanente preocupocco por parte dos res-ponsoveis pela proqromccco e execucco do combate ao Aedes aegypti as normasregulamentadoras de prevencoo e controle da soude dos grupos ocupacionais incumbidosdas atividades descritas neste Manual.

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    13. Controle biol6gico e mene]e ambiental

    o controle de vetores em uma concepcoo atualizada procura contemplar ideios deinteqrocco de rnetodos e estroteqios. Entende-se dentro desse princlpio que se devem tra-balhar racionalmente diversos rnetodos dentro de um enfoque ecol6gico. No combate aoA ed es a eg yp ti, 0PEAa procura trabalhar essa abordagem juntamente com a concepcco dadescentrolizocdo. Nesse contexto, sao abordadas de maneira sucinta algumas formas demanejo, principalmente de manejo ambiental e biol6gico, ja que 0 controle qulrnico temum capitulo pr6prio neste Manual.

    13.1. Controle biol6gicoo controle biol6gico existe na natureza, reduzindo naturalmente a populocoo de

    mosquitos otroves da predccoo, do parasitismo, da competicoo e de agentes pat6genosque produzem enfermidades e toxinas. Atualmente, existem pesquisas no sentido de utilizaro controle biol6gico, que teria a grande vantagem de minimizar os danos ambientais que osinseticidas comuns podem causar. Algumas pesquisas estdo sendo feitas com base no usode algumas especies predadoras (peixes larv6fagos, copepodos], parasitas (nemat6ides) epat6genos (protozoorios - microsporldios , Bacillus produtores de toxinas, fungos e virus).Estes ultirnos, agem como inseticidas de natureza biol6gica, pad roo que foge ao mecanis-mo clossico da requlocoo biol6gica.

    Nessa concepcoo de larvicidas biol6gicos, temos hoje produtos c