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8º CONSELHO ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO NOVA FRIBURGO – COORDENAÇÃO DE ESTUDOS DOUTRINÁRIOS ATENDIMENTO FRATERNO MANUAL DO ATENDENTE Baseado no PROJETO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA” Adaptação: Cristina Kramer Francisco Senna Pedro Tarjano Saadia Bastos

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8º CONSELHO ESPÍRITA DE UNIFICAÇÃO

NOVA FRIBURGO – COORDENAÇÃO DE ESTUDOS DOUTRINÁRIOS

ATENDIMENTO FRATERNO

MANUAL DO ATENDENTE

Baseado no “PROJETO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA”

Adaptação:

Cristina Kramer

Francisco Senna

Pedro Tarjano

Saadia Bastos

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QUADRO HORÁRIO CURSO “ATENDIMENTO FRATERNO “

06/09/18

*INTRODUÇÃO

*NO AMBITO DA AÇÃO

*NO LAR

*NO TRABALHO

*NA VIA PÚBLICA

*NO TRANSPORTE COLETIVO

*NA CASA ESPÍRITA

CRISTINA

KRAMER

13/09/18

*O ATENDIMENTO FRATERNO

*O ATENDENTE FRATERNO

*CRITÉRIOS E CONDIÇÕES

*FASES DO ATENDIMENTO FRATERNO

*PROBLEMAS COMUNS

CÂNDIDA

SUSAN

20/09/18

*CONFLITO DE RELACIONAMENTOS

*CONFLITOS SEXUAIS

*DEPRESSÃO

*SÍNDROME DO PÂNICO

*ABUSO DE DROGAS

ROBERTO H.

PEDRO TARJANO

NILTON VIEIRA

SAADIA

22/09/18

*MEDIUNIDADE

*OBSESSÃO

*PROVAS E EXPIAÇÕES

*PERDA DE ENTES QUERIDOS

*DIFICULDADES SÓCIO- ECONÔMICAS

FERNANDO

HELENA

LOUBACK

04/10/18

*PRÁTICAS ESPÍRITAS E

ORIENTAÇÕES COMUNS

*ESTUDO DE CASOS (TEATRO)

*AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO

FRANCISCO

SENNA

GRUPO TEATRO

CRISTINA

KRAMER

Coordenadores: Cristina Kramer, Francisco Senna,

Helena Louback, Pedro Tarjano e Saadia.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................ 1

NO AMBITO DA AÇÃO ................................................................. 2

NO LAR ............................................................................................ 2

NO TRABALHO .............................................................................. 3

NA VIA PÚBLICA ........................................................................... 4

NO TRANSPORTE COLETIVO ...................................................... 4

NA CASA ESPÍRITA ........................................................................ 5

O ATENDIMENTO FRATERNO .................................................... 7

O ATENDENTE FRATERNO .......................................................... 8

CRITÉRIOS E CONDIÇÕES............................................................ 11

FASES DO ATENDIMENTO FRATERNO..................................... 13

PROBLEMAS COMUNS ................................................................. 15

CONFLITOS DE RELACIONAMENTOS ...................................... 16

CONFLITOS SEXUAIS ................................................................... 17

DEPRESSÃO .................................................................................... 18

SÍNDROME DO PÂNICO ............................................................... 19

ABUSO DE DROGAS ..................................................................... 20

MEDIUNIDADE .............................................................................. 21

OBSESSÃO ...................................................................................... 22

PROVAS E EXPIAÇÕES ................................................................ 24

PERDA DE ENTE QUERIDO ......................................................... 25

DIFIICULDADES SÓCIO-ECONÔMICAS ................................... 28

PRÁTICAS ESPÍRITAS E ORIENTAÇÕES COMUNS ............... 30

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INTRODUÇÃO

“VINDE A MIM, TODOS VÓS QUE ESTAIS AFLITOS E SOBREGARREGADOS, E EU VOS ALIVIAREI.”

(JESUS)

“Coloco em primeira instância o Consolo que é preciso oferecer aos que

sofrem, erguer os corações caídos em desespero, arrancar um homem de suas paixões,

do suicídio, detê-lo talvez no limiar do crime!”

(Allan Kardec)

Em Jesus temos o Atendente Fraterno perfeito que, além de ter ensinado às

multidões, através de Seus inolvidáveis discursos, deixou-nos preciosas lições

dialogadas, através das quais o Seu verbo de luz socorreu os indivíduos, cada um

conforme a sua necessidade: o Moço Rico, a Samaritana, a Mulher Equivocada,

Zaqueu, Joana de Cusa e tantos outros, libertando a todos, que se fizeram heróis no

futuro. Se o Divino Mestre disse: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e

sobrecarregados”, também propôs: “Que vos ameis uns aos outros”. Isto como a dizer-

nos assim: “Se estiverdes em condição, vinde diretamente a mim pelos caminhos

formosos da oração, mas se vos sobrecarregardes a ponto de não achardes o caminho

emocional da prece, recorrei a vosso irmão, pois que através dele Eu vos ajudarei”.

Segundo Joanna de Ângelis o Atendimento Fraterno não se propõe a resolver os

desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas propor ao

interessado meios hábeis para a própria recuperação. Assim, mediante conversação

agradável, o atendente deve saber desviar os temas que incidem aos vícios da queixa,

da lamentação, da autopunição, demonstrando que o momento de libertação e de paz

está chegando, mas a ação para o êxito depende do próprio paciente, que deve iniciar,

a partir desse momento, o processo de reforma íntima.

Já Emmanuel, no livro Caminho, Verdade e Vida, explica que “os auxílios do

invisível são incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no

momento oportuno; mas é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de

cooperação, aprendendo a caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no

que é justo e útil, convicto de que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo

permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários à sua condição

de aluno”.

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NO ÂMBITO DA AÇÃO

(Equipe do Projeto “Manoel Philomeno de Miranda”)

Os problemas que aturdem as criaturas humanas, nos dias de hoje, são os mais

diversificados possíveis e vão, desde a necessidade pura e simples do conhecimento, às

angústias superlativas dos que se encontram sobraçando os mais pesados fardos. Nesta

variada gama está a clientela que busca o Atendimento Fraterno dos Centros Espíritas.

Uns perderam entes queridos e não conseguiram superar a dor dessas perdas; outros,

não alcançando um relacionamento estável na vida afetiva ou familiar, transferem para

o convívio social os seus conflitos, desajustando-se e fracassando nas metas

programadas; alguns, pedindo por outros, tocados de compaixão ou incomodados pelo

desequilíbrio daqueles com quem se relacionam; há os vitimados pela pobreza, pelo

desemprego, cuja problemática, conquanto de ordem material, tem raízes e

implicações mais profundas; também, entre essa clientela, se incluem os viciados,

vítimas de si mesmos mas, de certo modo, atingidos pelo meio hostil de uma sociedade

ainda não transformada pelas luzes do Evangelho; incluem-se os doentes de toda

ordem: da mente, do corpo e da emoção, em processos demorados de inadaptação

social; por fim, os que, de uma hora para outra, se vêem a braços com desafios

superiores às suas forças. Todos pleiteando soluções específicas e encaminhamentos

adequados para suas dificuldades.

Em síntese, poderíamos dizer que o alcance do Atendimento Fraterno englobe

as diversas nuances do sofrimento humano e diretamente os problemas engendrados

pelo ego personalístico, que propelem os indivíduos à utilização incorreta do livre

arbítrio. Destaque para a problemática da obsessão, a doença do século, ainda pouco

considerada — pois de permeio com muitos desses conflitos humanos estão as

interferências espirituais variadas, gerando alterações do comportamento e da emoção

de ampliados riscos e consequências.

É o Centro Espírita um campo de trabalho, entre tantos outros, onde o Cristo

espera que a distribuição de Sua misericórdia seja prodigalizada. Todavia, a atividade

de ouvir e orientar-dialogando está presente em todo lugar, é parte da vida, podendo e

devendo ser exercida onde se esteja. Não há quem não se recorde que, em algum

momento da existência, precisou ser ouvido e auxiliado por outrem a encontrar um

rumo, a solucionar um conflito interno. Esse alguém pode ter sido o pai, a mãe, um

professor, um amigo ou mesmo um estranho que se aproximou, providencialmente, a

partir daí fazendo-se o benfeitor a favorecer com elementos decisórios importantes

para o existir. Propomos, a seguir, algumas situações ou oportunidades onde o

Atendimento Fraterno se impõe como dever daqueles que disputam a honra de ajudar e

servir.

NO LAR

Esteja atento ao comportamento psicológico do seu familiar. Registrando algo

de anormal na sua convivência com ele, induza-o a abrir o coração. Possivelmente ele

está precisando de uma palavra de conforto moral, um roteiro orientador para uma

problemática iniciante, que poderá ser contornada em tempo hábil mediante o apoio no

seio da família. Lembre-se, sempre, que Deus ajuda à criatura através de outra criatura.

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Quando notar, no seu filho, os primeiros sinais da conduta anti-social e anti-fraterna,

aborde-o com bondade austera, evitando que a repetição da ocorrência crie o hábito

infeliz. Erradique no nascedouro as raízes do mal, não permitindo que a falta de

atenção lhe tolde a visão do que é mais essencial para a sua própria vida: os deveres

que o amor impõe no cuidado e zelo com as plantas tenras que Deus lhe confiou.

Notando que alguém do círculo familiar vive dificuldades ásperas, inerentes ao

carreiro evolutivo, adiante-se para oferecer sua contribuição de ajuda, tornando-se

solidário. Conquanto não deva assumir por ele os deveres que a ele compete,

contribua, de algum modo, passando as suas experiências e dando, com ele, os passos

necessários para que se sinta seguro e amparado. Receite, incessantemente, o tônico

preventivo do amor, ensinando dentro do lar os caminhos de Deus e da retidão de

caráter, através do próprio exemplo, antes que o “fermento” deteriorado das

influências alheias arraste os filhos d’alma para o corredor escuro das viciações.

Ensinamentos sonegados no lar, colheita de êxitos diminuída.

NO TRABALHO

Não se isole do companheiro que divide com você as horas estafantes de sua

jornada de trabalho. Estando emocionalmente a ele ligado, em surgindo na vida do

colega a dificuldade moral e o momento inquietante, eis o seu instante de

compartilhar-ajudando, extravasando sentimentos fraternais em ondas de amizade

pura. O verbo, utilizado a serviço da compreensão, é como gotas de remédio oportuno

para minimizar aflições e abrir horizontes alentadores de otimismo e de esperança. Se

hoje você ajuda, mais adiante poderá ser aquele que necessita ser ajudado. Esforce-se

para conservar o bom humor, para que não seja você o interruptor a desligar o circuito

da alegria, destoando dos demais. Porém, a pretexto de estar bem com todos não

comungue com o anedotário vulgar e a conversação vazada em termos maledicentes e

depreciativos. Todos acabarão se acostumando com o seu jeito de ser e respeitando os

valores morais de seu caráter reto. Essa é uma mensagem de auxílio que você passa

silenciosamente. Ante o rastilho de pólvora da desconfiança e da competição

inescrupulosa. seja sua a palavra sensata, a atitude fiel e o comportamento recatado

quanto nobre. É de real valor a presença de alguém que se pronuncie com

equanimidade e justiça onde medra a discórdia. Disfarçada ou não. Defenda princípios

de cooperação, valorizando o esforço de todos. Não explorar nem se deixar explorar é

atitude educativa que abre, sempre, possibilidades para trocas de qualidade superior.

Passe uma mensagem não verbal que traduza a sua alegria de viver, mantendo-se

organizado e disponível. Uma decoração personalizada em sua sala de trabalho, uma

mensagem otimista, emoldurada num quadro de parede ou sobre a sua carteira, pode

ser o toque de sua presença falando à intimidade das outras pessoas.

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NA VIA PÚBLICA

Talvez seja coincidência um encontro inesperado, na rua, com uma pessoa

desconhecida; mas pode ser alguém trazido à sua presença, por Deus, a fim de que

você exercite a capacidade de amar ao próximo. Cumprimentando-a, gentilmente,

ouça-a com a devida atenção, a fim de que possa ser útil e (quem sabe?) ajudá-la na

solução de alguma dificuldade. Suas palavras, envolvidas por um sentimento

empático, podem redirecionar aquela mente, se atribulada, abrindo espaço para que

encontre resposta adequada.

“Um ídolo do voleibol citadino percorria despreocupadamente a via pública,

dirigindo-se ao treinamento diário, quando, inesperadamente, ouviu alguém chamar-

lhe. Voltou-se, curioso, para identificar o apelante e deparou-se com um adolescente

que, de imediato, declarou-se seu admirador incondicional. Conversaram durante

alguns minutos, o suficiente para que o atlético desportista notasse o rosto do rapaz

coberto de feias cicatrizes, dando-lhe uma aparência muito desagradável.

Inquirindo, veio a saber que o jovem sofrera um atropelamento que redundou

naquele ser deformado que estava, agora, diante dos seus olhos, fragilizado e infeliz.

Fizera oito operações plásticas de efeitos benéficos diminutos. Na semana seguinte

iria submeter-se à nona intervenção e encontrava-se muito angustiado. A sua família

não lhe dava a atenção desejada e, naquele encontro casual, estava recorrendo a um

estranho para rogar apoio, compreensão, amizade. Sim, estava pedindo que lhe fosse

feita uma visita ao hospital geral da cidade, onde seria operado, pois a sua

convalescença seria muito difícil de enfrentada, como das vezes anteriores, sem a

presença dos familiares. Sabendo da impossibilidade de atender àquela solicitação,

em decorrência dos compromissos profissionais do clube que defendia, o astro,

religioso que era, aproveitou o ensejo para estimular o rapaz, dizendo-lhe da

excelência da fé em Deus, que a ninguém desampara. Que ficasse tranquilo porque

tinha certeza que, daquela vez, os resultados da cirurgia seriam exitosos. Incutiu

naquela mente juvenil as bênçãos do otimismo, da esperança, e já ia despedir-se,

quando o adolescente segredou-lhe:

— “Não fosse este encontro com você e, talvez, eu desse cabo da minha vida,

pois estava desesperado”.

NO TRANSPORTE COLETIVO

Verifique, sempre, quem está sentado ao seu lado, familiarizando-se com aquela

fisionomia que lhe parece desconhecida. Pense: “Poderá ser alguém que esteja

enfrentando as dificuldades naturais da existência, carregando, nos ombros, difíceis

problemas íntimos; senão, poderá ser um amigo que a vida está me trazendo de volta”.

Tente auscultar o que transita na mente da pessoa, mantendo uma conversação

amistosa; aborde um assunto agradável para sondar-lhe a alma e, notando algum

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indício de qualquer carência relacionada com a personalidade fragilizada, fale da

necessidade da comunhão com o Criador, que sempre dá sinal de Seu amor pelas

criaturas através de uma infinidade de meios, e, em particular, pelos fios invisíveis do

pensamento quando, em prece, a Ele nos ligamos. Demonstre o seu interesse por

aquilo que ele fala pois, assim, terá a oportunidade de prender a atenção do novo

amigo para o que você lhe quer transmitir. E passe-lhe pequenas notas de compreensão

e de interesse, construindo, a partir daquele instante, vínculos novos de amizade

fraternal. É a sua oportunidade para, discretamente, aplicar os recursos de uma

construção de ajuda, sem interesses subalternos. Introduza, nos sentimentos dessa

pessoa, que lhe parece um estranho, a força estimulante da sua afetividade, qual o bom

samaritano que usa dos recursos da caridade ao próximo sem a preocupação de

identificar-se. Não se preocupe em tornar-se inoportuno. Fale sem constrangimento,

atirando a semente de bom humor no solo promissor daquela alma merecedora de

atenção. Sentado ao lado de um rapaz, visivelmente deprimido, na classe de um trem

suburbano, aquele coração gentil conseguiu saber, através de suas habilidades

interpessoais, do grande drama que se escondia naquele coração:

— “Minha prisão envergonhou meus pais. Nenhum dos meus parentes visitou-

me durante os oito anos que passei na Penitenciária Estadual pagando a dívida que

contraí para com a Sociedade.” O rapaz conjecturava que isso tivesse acontecido

porque seus genitores eram pessoas de poucas letras e sem recursos financeiros para

viajar. No entanto, uma grande interrogação o inquietava a todo instante: “Será que

os meus entes queridos já me perdoaram?” Para facilitar as coisas, escrevera

previamente para eles, dizendo que colocassem um aviso qualquer onde o trem iria

parar, a fim de facilitar a sua decisão de continuar viagem ou regressar

definitivamente ao lar. Quando o comboio de ferro se aproximou da cidade, embora

as palavras otimistas e cheias de esperança que o amigo inesperado lhe dissera, o

jovem não estava em condições psicológicas de olhar para a janela com o intuito de

verificar a mensagem que os pais tinham para ele. Seu companheiro de viagem

delicadamente ofereceu-se para essa incumbência, trocando de lugar com ele e se

pondo a observar através da janela. Minutos depois, colocou a mão no braço trêmulo

do ex-sentenciado dizendo em sussurro e emocionado: — Vê, agora. E o rapaz, com

lágrimas incontidas nos olhos, leu a mensagem de boas vindas: — Bem vindo sejas,

filho de nossa alma”.

NA CASA ESPÍRITA

Ao perceber alguém que chega, por primeira vez, a Casa Espírita a que você

está vinculado por laços de afeição e compromissos de serviços, aproxime-se, sorria,

converse... seja alguém a dar boas-vindas com efusão de legítima fraternidade. Esse

não é um trabalho protocolar e formal da responsabilidade exclusiva de quem dirige a

Casa, mas um impulso espontâneo de quem está feliz com a convivência cristã e, por

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isso mesmo, interessado em expandir sentimentos de amizade. Lembre-se que uma

recepção fria traduz apatia injustificável, e que a presença de alguém na Casa Espírita,

por muito tempo despercebida, demonstra que os que estão ali albergados se

encontram enclausurados em si mesmos e pouco interessados na expansão da Boa

Nova na Terra.

Que seja a sua presença na Casa Espírita uma viagem permanente ao coração de

seu irmão. Integre-se no espírito da alegria, disputando a honra de trabalhar, com todos

e entre todos, sem preocupações hegemônicas ou dominadoras. Cordialidade

permanente, silêncio a qualquer impulso maledicente, o máximo de empenho para o

aproveitamento de toda e qualquer contribuição, sem cobranças, exibicionismos,

querelas... Lembre-se de que, em parte, depende de você o clima de amizade que

atrairá os bons Espíritos. Se, marcas do passado e desafios do presente lhe ameaçam o

compromisso com a postura fraternal, discipline os impulsos e cumpra o seu dever de

trabalhar e servir até que possa amar em profundidade.

Não seja você a pedra de escândalo, nem o ácido dissolvente da amizade, mas,

antes de tudo, um ponto de referência para que o amor triunfe. Cuidado com a

indiferença, o desapreço e as preferências para que tais atitudes não maculem a sua

participação no esforço coletivo. Se o companheiro se afastou, conquanto não saiba o

motivo, interesse-se por ele; nada custa um telefonema, uma visita, uma conversa

estimuladora e, se enfermo, a sua presença junto a ele. São essas atitudes deveres

impostergáveis, sem os quais a convivência cristã deixa de ter sentido, tornando-se

igual a outra qualquer. Às vezes, você deixa de adotá-las, não por descaso, mas por

excesso de trabalho ou preocupações com os seus próprios problemas. Todavia, reveja

a atitude e refaça as prioridades, pois os deveres da solidariedade estão em primeiro

lugar no coração do espírita.

“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas

escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos

amássemos uns aos outros.”

Francisco Cândido Xavier

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O ATENDIMENTO FRATERNO

O Atendimento Fraterno tem como objetivo principal acolher (receber bem),

ouvir e orientar com segurança todos aqueles que o buscam. O Atendimento Fraterno

tem caráter SIGILOSO.

O conhecimento do ser imortal, da sua preexistência ao berço e sobrevivência

ao túmulo, torna-se indispensável para qualquer cometimento terapêutico em relação

aos problemas e dores humanas. Por isso mesmo, a terapia do amor é de vital

importância, envolvendo o atendido em confiança e ternura, ao mesmo tempo

esclarecendo-o quanto à sua realidade e constituição espiritual. Não se propõe a

resolver os desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas

propor ao atendido os meios hábeis para a própria recuperação.

Segundo Martins Peralva, “o Atendimento Fraterno visa, pois, ser o apoio

efetivo a todos aqueles que vão em busca de um roteiro que os conduza para as esferas

mais altas. É aquela ajuda silenciosa, gentil e amiga que cabe em qualquer parte. É o

arado silencioso de amor que revolve o solo dos corações, retirando a erva daninha da

ignorância”.

O Atendimento Fraterno ajuda a modificar a percepção do problema que o

atendido relata, que se acerca da Casa Espírita com ideias que não correspondem à

realidade. Também não é tratamento psicológico, psicanalítico ou psiquiátrico, pois

invadiríamos o terreno dessas respeitáveis escolas psicoterapêuticas.

Diz Manoel Philomeno de Miranda, através da psicografia de Divaldo Franco,

que: “O Atendimento Fraterno não é um confessionário. Como o próprio nome diz, é

um encontro, no qual se atende fraternalmente àquele que tem qualquer tipo de

carência”.

Apoiando-se nos postulados espíritas, o Atendimento Fraterno abre perspectivas

novas e projeta luz naqueles que se debatem nos dédalos das aflições. Mediante

conversação agradável, evitando-se atitudes de confessionário, o atendente fraterno

deve saber desviar os temas que incidem nos vícios da queixa, da lamentação, da

autopunição, demonstrando que o momento de libertação e paz está chegando, mas a

ação para o êxito depende do próprio paciente, que deve iniciar, a partir desse

momento, o processo de autoterapia.

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O ATENDENTE FRATERNO

O Atendente tem a tarefa de oferecer consolo e/ou orientação à luz da Doutrina

Espírita, à pessoa que busca o Atendimento Fraterno, identificando suas necessidades,

reerguendo sua esperança e orientando para uma nova postura diante da vida.

Uma descoberta importante feita por profissionais da Psicologia foi que a

eficácia da ajuda possível de ser prestada a alguém por um terapeuta não depende tanto

da escola psicológica a que o mesmo está vinculado, mas, sobretudo, a valores

subjetivos relacionados com o seu comportamento — diríamos, seu carisma, o amor

que irradia — que o torna uma pessoa dotada de qualidades interpessoais relevantes e

qualidades íntimas (força interior) que o credenciam para o trabalho. Em sendo uma

pessoa tolerante (sem ser conivente), expressará um respeito e uma aceitação

incondicionais em relação ao ajudado, separando sempre o ser, o Espírito, da

problemática que o inquieta, que deverá ser vista como um jugo, um acessório

incômodo que a personalidade assumiu e, portanto, temporário, que nada tem a ver

com aquele ser de humanas paixões, mas de essência divina, que lhe cabe amar com

todas as veras de seu sentimento.

(...) No espaço do Atendimento Fraterno não há campo para dissimulação da

parte de quem atende, que deverá expressar sentimentos com sinceridade e interesse

real de ajudar. Quando dizemos sinceridade, não estamos aconselhando que a pretexto

de ser real, se deixe de guardar as conveniências e o bom tom. (...)Somente assim ele

inspirará confiança e perceberá adequadamente os sentimentos e emoções do outro a

quem ajuda, recebendo a inspiração dos bons Espíritos e transformando aquela

vivência confusa e deformada da pessoa a quem atende em algo compreensível e

passível de renovação.

É recomendado que o Atendente Fraterno:

✓ Tenha o hábito da oração, pratique o Evangelho no lar e estude

✓ Tenha uma conduta moral elevada dentro e fora da Casa Espírita

✓ Goste de “gente”

✓ Tenha familiaridade com o Evangelho de Jesus

✓ Empatia = sensibilidade para intuir ou perceber a experiência do outro

(desenvolve-se com a prática)

✓ Possua maturidade

✓ Tenha consciência e conhecimento da tarefa

✓ Tenha responsabilidade e pontualidade

✓ Seja ponderado, paciente, humilde, solidário, discreto

✓ Tenha equilíbrio, bom senso, fé e amor

✓ Saiba trabalhar em equipe

✓ Conheça a Doutrina Espírita e a estude sempre

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✓ Conheça a estrutura da Casa Espírita e seja integrado a alguma atividade

✓ Aprimore o seu comportamento constantemente – no lar, no trabalho, na via

pública, etc.

✓ Receba todos com simpatia e amor

✓ Mantenha-se em vigilância para “sintonizar” os “bons espíritos”

✓ Não julgue, não censure e não se escandalize

✓ Conduza o atendimento de modo que ele não se estenda mais do que o tempo

necessário

✓ Saiba ouvir: compreenda as palavras, pensamentos e sentimentos do outro

“entendendo-o com o coração”

✓ Esteja equilibrado emocionalmente e espiritualmente

Vale lembrar que ser fraterno é:

❖ Ser tolerante sem ser conivente

❖ Ser autêntico sem ser grosseiro

❖ Ser sincero sem ser inconveniente

❖ Ser comedido e discreto

❖ Dosar as informações e as orientações que oferece

“Três coisas são necessárias ao Trabalhador Espírita: Disciplina,

disciplina e disciplina !!”

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O ATENDENTE FRATERNO NÃO PODE:

RECOMENDAÇÕES

1. Dar orientação mediunizado (em transe mediúnico);

2. Decidir ou interferir sobre questões pessoais ou íntimas;

3. Prometer cura ou soluções aos problemas individuais;

4. Aproveitar a presença do atendido para vender rifas, convites ou pedir

donativos;

5. Comentar os acontecimentos de reuniões mediúnicas;

6. Dar receituários (fármacos, remédios caseiros, dietas, etc.) ou intitular o

trabalho como de cura ou interferir em tratamentos médicos;

7. Fazer qualquer diagnóstico, mesmo que o atendente seja profissional da área da

saúde, nem indicar nome de profissionais conhecidos seus;

8. Criticar erros alheios, outras instituições religiosas ou outras Casas Espíritas;

9. Ministrar passes durante o Atendimento, haja vista que tal procedimento deve

ser obtido ao final da reunião pública de que o atendido precisa participar (salvo

em situações emergenciais);

10. Orientar se baseando em suas opiniões pessoais;

11. Receber fotos e roupas para “benzimentos” ou afins;

12. Fazer visitas à residência do atendido sob qualquer pretexto relacionado ao

atendimento realizado (saber se o atendido segue as orientações);

13. Envolver-se emocionalmente com os problemas relatados pelo atendido;

14. Receber gratificações, vantagens, presentes ou distinções especiais;

15. Orientar procedimentos fora da prática espírita (Ex.: banhos de qualquer tipo,

rezar missas, fazer simpatias, acender velas, etc.);

16. Agendar novo atendimento com o mesmo atendente;

17. Fazer perguntas ao atendido que causem constrangimento (curiosidade

mórbida);

18. Afirmar que o atendido é médium ou tem problemas de mediunidade

desequilibrada ou que está obsidiado;

19. Demonstrar preconceito;

20. Comentar detalhes do atendimento, identificando pessoas envolvidas,

circunstâncias, endereços, etc. Lembrar-se do caráter sigiloso do atendimento;

21. Fazer comparações entre seus problemas e os do atendido;

22. Discutir ou debater, com o companheiro atendente (ou o atendido), sobre

qualquer assunto ou conduta observada.

“Não façais aos outros o que não gostaríeis que vos fizessem.”

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ATENDIMENTO FRATERNO

CRITÉRIOS E CONDIÇÕES

➢ SABER OUVIR

No desempenho da função do atendente fraterno, um fator muito importante é a

qualidade do ato da audição: — ouvir bem. Normalmente, as pessoas, embora

procurando escutar atentamente, só se inteiram da metade do que ouvem. No período

de minutos conservam somente um percentual muito baixo daquilo que ouviram.

Considerando-se a variedade e a qualidade de fatores que influem sobre a

audição, ouvir é a habilidade mais descuidada da Comunicação Humana. Retiramos de

texto de autor anônimo os seguintes preciosos ensinamentos: “Ouvir é mais produtivo

que falar, em todos os níveis. A pessoa que sabe ouvir é mais simpática, conquista o

interlocutor e, acima de tudo acrescenta ao seu próprio patrimônio cultural, a

informação que o outro exterioriza. Interromper constitui violação do principal objeto

da comunicação humana na audição: fazer com que o outro fale”.

Observações e comentários podem ser guardados até o final da exposição, quando

sempre haverá tempo para dirimir dúvidas. “Ouvir é renunciar. É a mais alta forma de

altruísmo, em tudo quanto essa palavra significa de amor e atenção ao próximo.” O ato

de ouvir, exige, de quem ouve, associar-se a quem fala. É necessário empenho de

quem fala para fazer-se compreender. Qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade

para ouvir. Ouvir é uma técnica mental que pode ser aperfeiçoada em treinamento e

prática.

(Equipe do Projeto)

A Equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda chama a atenção para outros

fatores, que, muitas vezes, nos passam despercebidos. Embora não sejam

determinantes no sucesso de um atendimento fraterno, podem influir sobremaneira:

A) QUANTO AO AMBIENTE FÍSICO ONDE SE REALIZA O

ATENDIMENTO

TEMPERATURA: tanto o calor como o frio excessivos prejudicam a audição e a

comunicação. O calor irrita, e a irritação produz mal-estar, indisposição e cansaço. Por

sua vez, o frio excessivo deprime levando a um baixo índice no ato de ouvir.

RUÍDO: quando intenso, perturba a audição da mesma forma que o silêncio

absoluto. Foram realizadas experiências com pessoas por técnicos em Comunicação

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Humana na área da audição, chegando-se à conclusão de não existir grande diferença

no rendimento do ato de ouvir em ambiente barulhento ou silencioso, a depender da

capacidade de ouvir bem de cada pessoa.

ILUMINAÇÃO: local demasiadamente iluminado perturba a expressão facial e os

gestos da pessoa que está falando, concorrendo para prejudicar a audição. Conveniente

evitar-se a meia-luz (penumbra), tratando-se de narrativas sérias, como no caso do

Atendimento Fraterno, quando se exige a atenção de quem ouve e um controle e

acompanhamento das expressões corporais do atendido. Iluminação agradável, tipo

sala de estar, seria apropriada.

PSICOSFERA AMBIENTE: a preocupação com a preparação ambiente é

imprescindível, não somente no seu aspecto físico (recinto reservado, assentos

suficientes, limpeza), mas, sobretudo, no âmbito da psicosfera do local onde ocorre a

relação de ajuda, pois os Mentores Espirituais da tarefa ajudam os atendentes, através

da inspiração e da intuição. Deve ser, portanto, um local onde não haja o trânsito de

pessoas, nem tampouco atividades incompatíveis com tarefas de ordem espiritual.

B) QUANTO AO ESTADO EMOCIONAL E MENTAL DO ATENDENTE

INDIFERENÇA: o atendente desinteressado não ouve bem. Nada pesa mais no auto

amor do atendido do que a indiferença com que está sendo ouvido. Quando se

consegue deixar de lado o egoísmo, com o objetivo de ouvir, descobre-se que as

pessoas merecem a nossa atenção e têm dificuldades e problemas que pretendem

compartilhar conosco.

IMPACIÊNCIA: o ato de ouvir exige, de quem ouve, associar-se a quem fala, e vice-

versa. Necessário empenho de quem fala para fazer-se compreendido, e de quem ouve

para compreender. Qualquer emoção perturba o processo da audição. As impaciências

são todas emocionais, portanto, desajustadoras do equilíbrio nervoso de quem está

ouvindo.

PRECONCEITO: o antagonismo apaixonado impossibilita o ato de ouvir bem. A

concordância irrefletida, também. A maior dificuldade na audição está na pessoa

comportar-se objetivamente. Na sua impossibilidade, deve-se tentar a empatia, fazendo

uma projeção imaginativa para colocar-se no lugar de quem está falando. O

preconceito distorce a audição e o ouvinte passa a concentrar-se na procura de

detalhes, de minúcias reais ou imagináveis, que lhe permitam refutar ou aceitar o que

ouve.

PREOCUPAÇÃO: a palavra significa ocupação antecipada. Preocupar é prender a

atenção em pensamentos que fervilham na mente da pessoa que está ouvindo. Com

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atenção presa a uma ocupação antecipada, não será possível ouvir bem. A audição é

uma ocupação interna e exige atenção total. A preocupação é intermitente e, por

norma, não se deve ouvir o atendido quando o ouvinte estiver preocupado. Trata-se do

silêncio mental que o atendente deve esforçar-se por adquirir.

ANSIEDADE: Um hábito que deve ser corrigido, O ouvinte ansioso para provar a sua

rapidez de conclusão, antecipa as palavras do interlocutor, dizendo: “Já sei o que você

vai dizer”. Como não poderia deixar de ser, equivoca-se por precipitação, enganando-

se quanto ao que iria dizer a pessoa que faz a narrativa. Isto demonstra dificuldade de

concentração, provocando uma atenção difusa (e não dirigida) com características de

desinteresse, indiferença e uma série de fatores que concorrem para se ouvir mal, sem

que exista na pessoa que está ouvindo qualquer defeito do aparelho auditivo. Como as

pessoas estão mais propensas a falar do que a ouvir, habituadas a interromper,

acontece um efeito desagradável, quando dois indivíduos resolvem falar ao mesmo

tempo, convencidos de que se farão ouvir levantando o timbre de suas vozes.

FASES DO ATENDIMENTO FRATERNO (AF)

I. CHEGADA À CASA ESPÍRITA:

Os atendentes devem chegar, no mínimo, 20 minutos antes de iniciar a tarefa.

Recomendável que o AF seja realizado em dupla;

II. NO LOCAL DO AF:

Os atendentes deverão ler uma página preparatória de ambiente (pode ser

utilizado o Evangelho segundo o Espiritismo), em seguida, fazer a prece;

III. ATENDER:

O comportamento de polidez e de interesse do Atendente, que deverá saber

receber, ter postura adequada durante a entrevista, aproximar-se (não criar

distâncias por superioridade ou excesso de formalismo), prestar atenção

(concentrando-se para ouvir bem e observar as reações do outro). Queremos

particularizar, neste tópico, uma habilidade especial: o saber ouvir, que, além de

impressionar positivamente pelo grau de empatia que vincula ajudador e

ajudado, assegura, através da memorização, a evocação dos elementos fáticos e

opinativos que o ajudado expressa, favorecendo a orientação. Nada pior do que

um ajudador que não presta atenção e que a cada momento precisa recapitular

com perguntas o que ouviu. É nessa fase do ouvir que começa a brotar na mente

do Atendente a inspiração dos bons Espíritos, que deve ser guardada para, no

momento próprio, nas fases seguintes do atendimento, basear a sua orientação.

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IV. RESPONDER:

Não significa tão somente a devolução de respostas às perguntas formuladas

pelo atendido. Responder perguntas é só uma parte desta fase. Responder é

identificar e confirmar com o próprio ajudado o seu problema principal,

escoimando-o dos acessórios inúteis de sua mente em confusão. E expressar

com os próprios, os sentimentos do outro. É, enfim, perceber a linguagem

corporal do outro e o que ela representa como mensagem a ser correspondida

adequadamente. Não há destaque no Atendimento Fraterno para o ato de

perguntar como iniciativa do atendente, porque a ele pouco é dado perguntar, só

o devendo fazer nas seguintes ocasiões:

Quando não entendeu;

Quando o ajudado, mesmo estimulado, não consegue se expressar, não

consegue traduzir seus sentimentos ou está perdido no âmbito de suas

divagações.

V. PERSONALIZAR:

É o momento do ajudado se descobrir como pessoa, perceber o fato de que não

é um agente passivo diante de sua experiência, mas um atuante, uma pessoa

responsável por seus atos, pensamentos e emoções, alcançando a compreensão

de que os outros podem ser, tão somente, agentes estimuladores dessas emoções

(positivas ou negativas). A partir dai, toma-se consciência de deficiências que

precisam ser alijadas e qualidades a ser aperfeiçoadas no esforço da reconquista

do equilíbrio íntimo. Este é um processo muitas vezes doloroso, mas necessário,

por ser a antecâmara do autodescobrimento, que só pode ser alcançado pelos

caminhos do amor, quando o atendente é capaz de passar essa chama divina,

através de palavras e atitudes gentis, e quando o atendido é capaz de recebê-la

através de uma entrega confiante e esperançosa. É por esta razão que se afirma

serem as duas fases iniciais do atendimento, o atender e o responder,

praticamente definidoras do sucesso da ajuda, pois estes são os momentos do

contato pessoa a pessoa em que o amor deve penetrar a alma do atendido

predispondo-o à transformação.

VI. ORIENTAR

Será a parte mais fácil, se o Atendente conhece bem a Doutrina, cabendo-lhe

organizar a sua expressão de forma clara e simples para transferi-la para o

atendido como informações práticas, a partir das quais se definirá um plano de

ação, que o atendido deverá seguir por iniciativa própria, objetivando a solução

almejada.

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PROBLEMAS COMUNS

Os problemas que se apresentam são os mais variados, desde simples

perturbações espirituais até obsessões graves, passando por problemas de ordem

emocional, física e psíquica. A pessoa que ali está, vê no entrevistador alguém que

pode ajudá-lo a resolver seus problemas. Coloca com confiança a situação que o levou

a buscar ajuda e têm expectativas em melhorar sua condição.

A maioria dos problemas que chegam são da própria criatura. São problemas

psíquicos, dificuldades emocionais e relacionais, conflitos e agitações mentais.

Importante se evitar o viés de enxergar sempre um Transtorno Obsessivo ou

mediúnico na maioria dos casos que chegam. Lembrar-se da lição espírita "Causas

atuais das aflições" e considerar este ensinamento, estimulando o atendido a fazer a

parte dele, tomando a atitude que lhe será recomendada.

São vários os problemas que surgem no Atendimento Fraterno. É necessário

que o atendente fraterno tenha algumas noções básicas (ainda que simples) acerca dos

problemas da personalidade, a fim de não confundi-los com os processos obsessivos,

quando na realidade são conflitos da própria personalidade, transtornos, traumas

psíquicos do individuo, o Espírito encarnado.

O psiquiatra Jorge Andréa, esclarece:

“Essas estruturas doentes, do Espírito ou da Individualidade, imprimem nas

células nervosas desvios metabólicos a refletirem uma intensa gama de personalidades

doentias, consequência de autênticas respostas cármicas.”.

De uma forma muito simples, a personalidade é o resultado de vários fatores em

uma encarnação. A palavra personalidade está vinculada a “persona” que quer dizer

“máscara”. É o papel que a pessoa assume na vida, graças a inúmeros fatores de ordem

educacional, social, histórica, resultado também da interação social.

Os problemas da personalidade, na interação social, nas tensões, nos problemas

que surgem, de alguma forma atingem a Individualidade. Segundo o Psicólogo Rollo

May, a origem dos problemas da personalidade é “uma falta de ajustamento das

tensões dentro da personalidade.” A meta, portanto, é ajustar as tensões.

Jorge Andréa elucida:

“Devemos considerar, como personalidade desviada, as condições dinâmicas

que atingem o caráter e cuja intensidade ou grau modificarão a conduta e

consequentemente a vida social. Desse modo, estarão enquadrados os indivíduos que

destoam da média, apresentando tanto agressividade exagerada como passividade

extrema, os desvios sexuais, os alcoólatras, e uma série de disfunções da

personalidade. Geralmente são indivíduos que acham que sua reações são mais

desencadeadas pelo meio em que vivem do que partindo deles próprios.”

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Exemplos:

CONFLITOS DE RELACIONAMENTO

“Basicamente, do ponto de vista da nossa missão na existência humana, temos

três missões a serem realizadas:

1- Purificar nossas inferioridades: curar o medo, a raiva, o pessimismo, a

ansiedade, a tendência de se isolar, a tendência de se magoar, a tendência de se

deprimir, a tendência da agressividade, entre tantas outras emoções negativas.

2- Nos harmonizar com espíritos conflitantes: está nas relações um dos nossos

maiores desafios. Conquistar harmonia, perdoar, aceitar, tolerar, desenvolver a

paciência e o amor incondicional são os maiores desafios que surgem nos

relacionamentos, portanto se configura uma importante meta a ser alcançada.

3- Gerar bons exemplos: é de se esperar que uma pessoa que esteja sintonizada com

o seu Eu superior e a sua essência, que tenha naturalmente a tendência de construir

atitudes que ajudam ao próximo, das mais diversas formas. As atitudes de doação -

em diversos aspectos da existência - e da compaixão surgem como consequência

natural nas pessoas sintonizadas com suas essências.

Em uma relação, encontramos nossas maiores afinidades, bem como nossos

maiores desafios. Em uma mesma pessoa conseguimos encontrar aspectos de total

afinidade e também de falta de afinidade, portanto, as pessoas, ou melhor, as relações

sempre promovem grandes aprendizados e quando não os entendemos e não

evoluímos, sofremos.

- Temos a tendência de achar culpados

- Temos a tendência de querer controlar as pessoas

Infelizmente a falta de paciência, a intolerância, a presunção, a arrogância e o

controle são características negativas presentes na maioria das pessoas que vivem

neste planeta. Talvez pudéssemos excluir não mais do que umas cem pessoas em todo

o globo as quais estão isentas dessas atitudes negativas. Portanto, essa é uma realidade

presente na história das pessoas que vivem uma vida conhecida como normal, e

mesmo que queiramos negar, basicamente, todos somos intolerantes!

“Devemos aprender a aceitar as pessoas como elas são. Manter a liberdade nas

relações, cultivar o respeito pelas vontades alheias e entender principalmente que

ninguém, ninguém mesmo é responsável pela sua felicidade.”

Bruno J. Gimenes ( www.luzdaserra.com.br)

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CONFLITOS SEXUAIS

(HOMOSSEXUALIDADE – BISEXUALIDADE – TRANSEXUALIDADE)

O que diz a ciência A homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Associação Americana de Psiquiatria

em 1973. No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a

homossexualidade como um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos

psicólogos em relação às questões de orientação sexual.

“A Doutrina Espírita oferece subsídios valiosos para auxiliar a compreensão de

tais incógnitas, uma vez que analisa o ser humano sob o prisma holístico. Isto é,

investiga as causas do enigma, pois não se detém apenas no exame dos fatores físicos e

psicológicos inerentes ao ser humano.

O seu estudo, por si só, constitui uma excelente terapêutica, visto que auxilia a

libertação de muitos conflitos e encaminha as pessoas para a tomada de atitudes mais

coerentes e seguras diante da vida. Os benfeitores do Alto, nas questões 200 e 201 de

O Livro dos Espíritos (Ed. FEB), deixam claro que os Espíritos não têm sexo, como o

entendemos, e que podem encarnar ora como homem, ora como mulher. E

complementam – “há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de

sentimentos”.

Portanto, as preferências sentimentais de pessoas por outras do mesmo gênero

nem sempre implicam a existência de conúbio carnal ou o desvirtuamento e o abuso

das faculdades genésicas, abuso esse que também ocorre, expressivamente, entre os

indivíduos heterossexuais. Qualquer pessoa, independentemente de sua orientação

sexual, jamais logrará realização, se se entregar aos excessos no campo da

sexualidade. Nesses casos, o indivíduo sujeita-se a adquirir hábitos nocivos e a viciar-

se nas aberrações da luxúria, essas, sim, contrárias às leis naturais, as quais

convidarão o Espírito imortal a corrigi-las nas futuras encarnações.”

(Revista O Reformador/2010)

“A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns

círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da

criatura para a comunhão afetiva com outra criatura do mesmo sexo, não encontra

explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases

materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação (...) e o

mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em

experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando

atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas

heterossexuais.” (Emmanuel)

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DEPRESSÃO

“É um transtorno do humor, com baixa da atividade geral, levando ao

sofrimento íntimo profundo, desesperança, falta de fé em Deus, em si próprio e na

vida. A ciência médica ainda não tem, claramente, o conhecimento da origem da

depressão. Fala-se em distúrbios dos neurotransmissores a nível do sistema nervoso

central, de herança genética, de pressão social, frustrações, perdas precoces

importantes e outras mais; porém, embora todas as possibilidades acima sejam

verdadeiras como desencadeadoras, não explicam porque alguns indivíduos, sofrendo

as mesmas contingências, não desenvolvem um quadro depressivo. Todas as

possibilidades acima são efeitos e não causas. (...) A causa da depressão vige na alma e

não somente no corpo físico. O conflito do deprimido remonta a causas pretéritas,

provavelmente longínquas, com repercussão no presente.”

Dr. Jaider Rodrigues de Paula - Psiquiatra/ AMEMG(www.nenossolar.com.br)

****

“Podemos dividir a "depressão" em três formas, de acordo com o fator causal:

- Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: Esta depende de um fator externo

desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação, perda de um

ente querido, etc.

- Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: Acidente vascular cerebral

("derrame"), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.

- Depressão Endógena: Por deficiência de neurotransmissores. Exemplos:

depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.

Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos

no Brasil cerca de 21 milhões de deprimidos. Ela afeta todo o ser, acarretando uma

série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida,

tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.

Segundo Emmanuel, a depressão interfere na mitose (divisão) celular,

contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas,

sobretudo a deficiência imunitária facilitando as infecções. Na depressão existe uma

perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização. O indivíduo

perde energia por dois mecanismos principais:

1º) Perde sintonia com a Fonte Divina de Energia Vital: O indivíduo não se amando

como deve, com sentimento de autoestima em baixa, afasta de si mesmo, da sua

natureza divina, elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do

mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente

vibracional negativo que dificulta o acesso da Espiritualidade Maior em seu benefício.

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2º) Gasto Energético Improdutivo: O indivíduo ao invés de utilizar o seu potencial

energético para desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo intensamente as

experiências e os desafios que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos

de autocompaixão, tristeza e lamentações. Sofre e não evolui.”

Dr. Wilson Ayub Lopes (www.feig.org.br)

SÍNDROME DO PÂNICO

A síndrome do pânico como é popularmente conhecida, ou transtorno do pânico

como é designada em psiquiatria, é um transtorno que se caracteriza por crises súbitas

de medo, onde a pessoa pensa que vai morrer naquele momento. Sintomas como

batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, sudorese, tremores, dor no peito,

instabilidade ou sensação de tontura, dentre outros, são os que geralmente acometem

quem sofre uma crise.

Talvez, o que pareça ruim, a partir da primeira crise, torna-se ainda pior, com o

receio do aparecimento de um novo episódio de pânico, já que a pessoa não tem noção

de quando ela virá. Qualquer estímulo interno, como uma dor, tonteira, aceleração

cardíaca, ou fator externo, como um cheiro, a associação a um lugar, podem remeter a

uma recordação da crise anterior, ou das crises anteriores, desencadeando assim uma

nova crise. A qualidade de vida da pessoa tende a ficar agravada, pois geralmente ela

passa a evitar sair de casa, para não se expor a situações que possam ser embaraçosas

ou difíceis de encontrar uma saída caso tenha uma nova crise. É o chamado medo do

medo.

O transtorno do pânico tem uma prevalência de cerca de 1,5 a 2% sobre a

população geral e tem uma preferência três vezes maior para mulheres do que para

homens, por questões hormonais

As causas biológicas estão possivelmente associadas a alguns fatores, como

alterações no funcionamento de determinadas estruturas do córtex cerebral, como

hiper-reatividade do lócus cerúleos, desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal,

modulação do sistema serotoninérgico desregulado, hiperativação da via do medo

condicionado, ligado à amigdala, além de um componente genético moderado. Como

causas psicológicas, podemos citar uma educação castradora por parte dos pais, com

ameaças e chantagens, gerando uma pessoa ansiosa e insegura, com predisposição ao

transtorno.

A visão espírita do transtorno do pânico amplia os horizontes já citados dos

referenciais biológicos e psicológicos, já que remonta às possíveis causas e propõe

uma terapêutica positivamente de mudança do ser espiritual reencarnado.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo 5, temos dois itens que

tratam das causas atuais das aflições e das causas passadas das aflições, onde os

benfeitores maiores nos dizem que tudo aquilo que não foi gerado nesta existência,

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como causa do efeito que agora se experimenta, seguramente esta causa estará em uma

outra existência.

Joanna de Ângelis, espírito, em sua obra Amor Imbatível Amor, afirma que as

raízes do transtorno do pânico encontram-se na criatura que desconsiderou as

Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos genes a

necessidade da reparação dos delitos passados que ficaram sem a retificação, porque

ficaram desconhecidos da justiça humana, porém, não da justiça divina e da própria

consciência. A pessoa abre campo para uma série de resgates, abrindo também campo

para o processo obsessivo, por parte de entidades espirituais que se utilizam dos

arquivos mentais do doente, para manipular seus pensamentos e emoções, criando

quadros aterradores para quem lhe padece o conúbio devastador.

Por isso, o Mestre nos adverte docemente, como encontramos em Mateus 5:25,

concilia-te com o teu inimigo. Isso, porque se podemos nos ter por conta de nossos

melhores amigos, somos também nós mesmos os nossos piores inimigos. Nossos

inimigos maiores são as nossas imperfeições! Nossos piores adversários estão dentro

de nós. Reconciliar é mudar enquanto é tempo. É não permitir-se desencarnar com o

sentimento da culpa, que é tão avassalador. Para aquele que desencarna, a realidade

espiritual é encontrar do outro lado do espelho da vida, aquela realidade que nos

mostra como realmente somos e estamos, sem máscaras a nos ocultar o íntimo.

Rodrigo Ferretti - (www.feig.org.br)

ABUSO DE DROGAS

Históricamente, o uso de substâncias psicoativas sempre existiu em todas as

sociedades desde tempos mais remotos e acompanha o ser humano em uso ritualístico

e festividades. Essa situação perdurou por vários séculos com um aparente controle

social sobre o consumo. No entanto, nas últimas décadas, estamos convivendo com um

crescimento do consumo de substâncias lícitas (como o álcool e o tabaco) e com o

aumento da utilização de substâncias ilícitas como a maconha, cocaína, crack e

ecstasy.

Hoje o uso de substâncias responde por uma parcela importante das internações

psiquiátricas (segundo uma recente pesquisa do ministério da saúde, publicada no

jornal do CFM, essa parcela é de 18% das internações) e está associada a elevadas

taxas de adoecimento psíquico e físico (vários órgãos são afetados). além disso temos

a gravidade das consequências dos episódios de abuso, principalmente acidentes de

trânsito, exposição a comportamento sexual de risco e atos de violência, trazendo

danos individuais e coletivos.

Dependências: É muito importante dizer que a questão da dependência e dos

vícios não se restringe às drogas. A dependência de drogas faz parte de um grande

grupo de dependências e por isso é importante lembrar que as pessoas podem ser

viciadas em drogas, mas também viciadas em trabalho, em comida (temos assim os

transtornos alimentares como as compulsões alimentares e a bulimia nervosa), viciadas

em jogo (jogo patológico), viciadas em sexo (em psiquiatria, são os quadros

conhecidos como satiríase e ninfomania), e há os viciados em pessoas (são

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dependências afetivas, relacionamentos afetivos doentios onde a pessoa se torna objeto

da outra e na sua ausência podemos observar verdadeiras crises de abstinência).

Numa perspectiva médico-espírita a predisposição genética seria uma marca

espiritual, ou seja, temos registrado em nosso DNA alterações secundárias a

desequilíbrios em vida pretéritas – no caso seria a drogadição experimentada em vidas

passadas.

Das dependências aos adoecimentos:

Na visão de Emannuel, nós adoecemos por reter a energia dos objetos da dependência

(tratando-se das dependências de pessoas e objetos).

No livro Caminho, Verdade e Vida, o autor nos fala que “somos proprietários apenas

daquilo que conseguimos levar dentro de nós. O resto é empréstimo Divino. Mas

temos o hábito (ou melhor, o hábito adoecido que chamamos de vício) de reter as

coisas, os objetos, as pessoas e suas energias, e assim vamos adoecendo…”. Veremos

então todo o processo de adoecimento físico, psíquico e perispiritual.

Vontade: “Não há arrastamento irresistível. Uma vez que se tenha vontade de

resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” (Questão 845 de O Livro dos Espíritos).

Todos os recursos terapêuticos são importantes, mas a eficácia de todos eles

dependerá sempre, da vontade da pessoa dependente querer abandonar o vício

(Carlos Eduardo Sobreira Maciel – AMEMG).

MEDIUNIDADE

No entendimento do Espiritismo, mediunidade não é sagrada, não é mística, não

é mágica, não é sobrenatural. Não se alcança através de rituais ou de fórmulas

predeterminadas. A sua prática é racional, equilibrada, transparente, fruto da

persistência e da continuidade. O seu exercício envolve objetivo, planejamento e

estruturação do processo.

A mediunidade não serve para "falar com os mortos", pois os espíritos

desencarnados não se enquadram nesta concepção do imaginário da cultura material. A

mediunidade não se reduz a um balcão de atendimento ao qual se recorre para resolver

problemas. Não serve para dizer o que as pessoas devem fazer ou para decidir seu

futuro, tolhendo o seu livre-arbítrio.

Mediunidade é sintonia e troca de experiência entre espíritos desencarnados e

encarnados. Não há perda de consciência, não há anulação. Há soma das experiências

das partes envolvidas, trazendo superação.

A mediunidade não "serve contra mau olhado" , não "serve para ganhar na

loteria", não serve para justificar comportamentos anormais. Não "serve para

desobsidiar espíritos". Não é "dom", não é "graça", não é castigo ou punição. É

trabalho contínuo para a construção de um momento diferente, evidenciado no

comportamento de cada um.

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A mediunidade não faz milagres. Não concede "poderes" especiais. Ela não é

fonte de todo o conhecimento. Os espíritos encarnados e os desencarnados envolvidos

no processo mediúnico só conhecem alguma coisa na medida de suas experiências e de

suas vivências.

A mediunidade não é exclusiva de algumas pessoas. Ela é uma capacidade, uma

faculdade do espírito, que se aperfeiçoa pelo exercício e esforço pessoal. Ela é de todo

o grupo cultural e está intimamente ligada aos seus valores e sentimentos. A

mediunidade não está pronta e acabada, transforma-se e modifica-se ao longo do

tempo, acompanhando o momento emergente, as situações vividas pelo grupo, a

evolução das pessoas.

Mediunidade é instrumento que auxilia cada pessoa na construção do novo ser,

através do rompimento de seus limites, ampliando a visão de si mesmo, dos outros, da

natureza, de Deus. Mediunidade é expressão de identidade, é sintonia e troca de

experiência. Mediunidade é interação entre os polissistemas material e espiritual.

(Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – www.sbee.org.br)

OBSESSÃO

A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que

resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra

obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de

fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a

subjugação. "(Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XXIII). Assim, tal

fenômeno existiu em todas as épocas da humanidade, de tal modo que, na época de

Jesus, usava-se o termo possessão para denominar os fenômenos de cunho obsessivo.

Recordemo-nos de quando Jesus caminhava e deparou com um homem mentalmente

perturbado. O homem inquiriu o Mestre: "quem és tu?"

Jesus respondeu: "Eu sou Jesus, e tu meu irmão, quem és?"

O homem, totalmente desequilibrado, disse: "Tu não, nós...nós somos legião". Jesus,

sabendo perfeitamente que tratava-se de um processo obsessivo, asseverou: "Legião,

sai dele". E rendendo à perfeição do Mestre os espíritos inferiores foram-se e deixaram

aquele homem em paz.

Assim, "é a obsessão, cobrança que bate às portas da alma. É um processo

bilateral. Faz-se presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança,

sentindo-se ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu

perispírito as matizes de culpa, o remorso ou do ódio que não se extinguiu." (Suely

Caldas Schubert, Obsessão / Desobsessão).

Allan Kardec salienta (A Gênese, pág. 305) que "Nos casos de obsessão grave,

o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que

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neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele..." Ainda nos orienta o Codificador

(mesma obra, pág. 285), que "Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica

à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe

de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta

quando, por sua extensão e irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando

esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material

com quem se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo

ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se os eflúvios

maus são permanentes e enérgicos, podem ocasionar desordens físicas; não é outra a

causa de certas enfermidades". Daí a ideia de que "No conhecimento do perispírito

está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis". (Allan Kardec, O Livro dos

Médiuns, cap. I).

Na auto-obsessão, a mente da pessoa enferma encontra-se numa condição doentia

semelhante às neuroses. É uma situação onde ela atormenta a si mesmo com

pensamentos dos quais não consegue se livrar. Há casos mais graves em que o

paciente não aceita que seu mal resida nele mesmo. As causas deste tipo de obsessão

residem nos problemas anímicos do paciente, ou seja, nos seus dramas pessoais, dessa

ou de outras encarnações. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas da

intimidade do seu ser, que prejudicam-lhe a normalidade psicológica.

Quando se examina esses casos mediunicamente, pode-se encontrar Espíritos

atrasados ou sofredores associados à vida mental dos doentes. Mas, as comunicações

indicam que eles estão ali por causa da sintonia mental com o obsidiado. Agravam seu

mal, mas não são os causadores dele.

Na visão de Emmanuel e Scheyla, apresentadas através das obras psicografadas

por Francisco C. Xavier, as possíveis causas de obsessão são:

▪ A cabeça e mãos desocupadas;

▪ A palavra irreverente;

▪ A boca maledicente;

▪ A conversa inútil e fútil, prolongada;

▪ A atitude hipócrita;

▪ O gesto impaciente;

▪ A inclinação pessimista;

▪ A conduta agressiva;

▪ O apego demasiado às coisas e pessoas;

▪ O comodismo exagerado;

▪ A solidariedade e a caridade ausentes;

▪ Tomar os outros por ingratos ou maus;

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▪ Considerar nosso trabalho excessivo;

▪ O desejo de apreço e reconhecimento;

▪ O impulso de exigir dos outros mais do que de nós mesmos;

▪ Empreender fuga dos problemas e desafios através do álcool ou drogas

psicoativas.

PROVAS E EXPIAÇÕES

Um dos princípios da Doutrina Espírita é a reencarnação, entendida pelos

orientadores espirituais como necessária à evolução humana, pois “uma só existência

corpórea é claramente insuficiente para que o Espírito possa adquirir todo o bem que

lhe falta e de desfazer de todo o mal que traz em si.”

Para nos auxiliar no processo ascensional, Deus nos concede o livre arbítrio,

uma vez que, se o homem “(…) tem liberdade de pensar, tem também a de agir.”

Podemos, então, afirmar que o ser humano é o árbitro do seu destino e que cada

escolha, independentemente das suas motivações ou justificativas, acionam a lei de

causa e efeito em qualquer plano de vida que se situe: o físico ou o espiritual.

O uso do livre arbítrio são ações que provocam reações, no tempo e no espaço.

As boas escolhas produzem progresso evolutivo, enquanto as escolhas infelizes geram

provações ou expiações que se configuram como mecanismos evolutivos,

moduladores da lei de causa e efeito, claramente consubstanciada no planejamento

reencarnatório de cada indivíduo. Daí Emmanuel afirmar: “A lei das provas é uma das

maiores instituições universais para a distribuição dos benefícios divinos.”

Para melhor compreensão do assunto, Emmanuel especifica também a diferença

que há entre prova (ou provação) e expiação: “A provação é a luta que ensina ao

discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual. A

expiação é pena imposta ao malfeitor que comete um crime.”

Percebe-se, portanto, que a prova assemelha-se a uma corrida de obstáculos que

tem o poder de impulsionar o progresso humano. As provas sempre existirão, mesmo

para Espíritos superiores, por se tratarem de desafios evolutivos. A expiação,

contudo, representa uma contenção temporária da liberdade individual, necessária à

reeducação do Espírito que, melhor utilizando o livre arbítrio, reajusta-se às

determinações das leis divinas.

As provações podem ser difíceis, não resta dúvida, mas, por seu intermédio, o

Espírito é colocado em situações que o afastam do estado de inércia em que ora

permanece ou se compraz, proporcionando-lhe, ao mesmo tempo, oportunidades

para que ele possa trabalhar a melhoria das suas atuais condições de vida.

Nas expiações, o Espírito vê-se colocado prisioneiro das más ações cometidas,

pelo uso indevido do livre arbítrio. Para que não se prejudique mais, renasce sob

processos de contenção que, obviamente, produzem sofrimentos, sobretudo se o ser

espiritual ainda não consegue apreender o valor da dor como instrumento de educação

e cura espirituais.

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Em O Céu e o Inferno, Allan Kardec lança outras luzes a respeito do tema,

quando explica que o arrependimento das faltas cometidas é o elemento chave para

liberar o Espírito das provações dolorosas e das expiações. O Codificador, assim se

expressa: Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias

para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza as

dores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação,

contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.

Nesses termos, a libertação do Espírito, ou reparação, indica ser a etapa final da

expiação porque, perante os códigos divinos, não nos é suficiente expiar uma falta, é

preciso anulá-la, definitivamente, da vida do Espírito imortal, pela prática do bem.

A reparação consiste em fazer o bem a quem se havia feito o mal. Quem não

repara os seus erros nesta vida por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa

existência posterior em contato com as mesmas pessoas a quem prejudicou, e em

condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o seu devotamento,

e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.

(www.febnet.org.br)

PERDA DE ENTES QUERIDOS

A dor causada pela perda dos entes amados atinge a todos nós com a mesma

intensidade. É a lei da vida a que estamos sujeitos. Quando nascemos, nossa única

certeza absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morremos.

Não costumamos pensar muito na morte, não fazendo ela parte das nossas

preocupações mais imediatas. Vamos levando a vida sem pensar que um dia

morremos. Mas daí vem o inesperado, e quando nos deparamos ela bate a nossa porta

arrebatando-nos um ente amado.

Então sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que nunca mais “o

veremos” aumenta mais a dor. Dor alguma é comparável a essa. Ceifando a alegria de

viver de quem fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor,

deixando vigorosas marcas no campo emocional. Mesmo na vida física há separações

traumáticas, longas e às vezes definitivas. Na morte, então a saudade e a vontade de ter

outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível.

A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se

encontram vivos no corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.

Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente amado,

demorando a se recuperar da dor pela partida deste. O chamado período de luto. O

período de luto é influenciado por vários fatores, dentre estes a idade, saúde, cultura,

crenças religiosas, segurança financeira, vida social, antecedentes de outras perdas ou

eventos traumáticos e principalmente quando a morte ocorreu repentinamente, de uma

forma brusca, como acontece em desastres, acidentes ou por ato de violência. Cada um

desses fatores pode aumentar ou diminuir a dor do luto.

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Mas porque é tão dolorosa a perda, ou melhor, a separação de um ente amado?

Justamente, porque os amamos, e porque os amamos queremos tê-los continuamente

junto a nós, e isso é natural, portanto, não necessita de explicações! Vivemos em

função uns dos outros, se aquele que amamos se vai... Como não sentir? A

impossibilidade de se conversar, ouvir a voz, tocar no ente amado que partiu, é

devastador para aquele que ficou. Uma foto, um aroma, uma música bastam para

lembrar o ente querido e a dor da sua ausência reaparece cada vez mais forte

acompanhada da saudade causticante!

Diante de tão terrível e amarga dor, aonde procurar consolo? Aonde procurar

respostas? O que fazer e qual a nossa atitude mais correta para sobrevivermos a ela?

Para entender a atitude dos espíritas diante da dor da perda de entes queridos, é

preciso entender a visão espírita da morte!

Toda a religião espiritualista tem em comum a crença na imortalidade da alma.

No entanto, o Espiritismo acrescenta e difere das demais, porque nos mostra que além

de imortal, a alma após a morte mantém sua individualidade, se aperfeiçoa e evolui

pela pluralidade das existências (reencarnação) e existe a comunicação entre os que se

encontram no Mundo Espiritual e aqueles que se encontram no mundo material.

Diante da imortalidade da alma a morte é, pois, a destruição do corpo físico,

comum a todos os seres biológicos, seja pelas transformações orgânicas, pelo desgaste

à medida que nele se movimenta, ou por uma agressão violenta!

Considerando que o Espírito está em constante crescimento e renovação, a

morte é um meio de transição e não um ponto final, possibilitando assim através da

reencarnação mudança de ambientes e projetos de vida! Vejamos o que diz o Livro dos

Espíritos.

Questão153: “Em que sentido se deve entender a vida eterna?”

R: “A vida do espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira.

quando o corpo morre, a alma retorna a vida eterna”

Segundo consolo que encontramos na Doutrina Espírita: possibilidade de

comunicação entre os encarnados e os desencarnados! A possibilidade da comunicação

com o ser querido leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma

palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido e que lhes minore a dor da

enorme saudade que sentem.

No entanto, é necessário se precaver contra a urgência desenfreada de se obter

essa comunicação, principalmente quando é recente a desencarnação. Nesse caso,

sabemos que ela não é impossível, mas não é recomendada porque, e isto é natural e

previsível para todos os recém desencarnados, há um período de adaptação do Espírito

a sua nova realidade. Não podemos esquecer também que as condições em que se

encontram os Espíritos no mundo espiritual, se dão pelo próprio espírito, ou seja, pelas

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escolhas, a forma como viveu enquanto encarnado, seus méritos e suas necessidades!

Diante disso, a comunicação pode ser impedida ou não possível por um determinado

tempo.

Em segundo, as comunicações são acompanhadas de uma necessidade e de uma

utilidade! Temos que entender que o mundo espiritual não está para nos servir a

qualquer hora ou custo, para saciar desejos desenfreados, isso pode abrir portas para

mistificações e até obsessões. Por isso toda e qualquer comunicação deve ser vista com

cautela e seriedade!

Então, as pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de

receberem uma mensagem de um ente querido desencarnado, estejam avisadas de que

este contato nem sempre é possível. Às vezes passam-se meses e até anos antes de

obterem uma palavra ou mensagem. Nem os médiuns, nem os Espíritos estão

obrigados a nos dar as respostas que queremos, mas se a Misericórdia Divina permitir,

com certeza será recebida, como podemos comprovar por tantas psicografias,

posteriormente publicadas em livros, recebidas por Francisco Candido Xavier,

mensagens consoladoras e esperançosas para pais, filhos, amigos...

Em O Evangelho Segundo Espiritismo, no capitulo V, Instruções dos Espíritos

no item perda de pessoas amadas e mortes prematuras (Sansão, antigo membro da

Sociedade Espírita de Paris, 1863) diz: “A morte prematura é quase sempre um grande

benefício que Deus concede ao que se vai. Sendo assim preservado das misérias da

vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição, aquele que morre na flor da

idade não é vítima da fatalidade, pois, Deus julga que não lhe será útil permanecer

maior tempo na Terra.”

Continuando, esclarece Sansão: “Regozijai-vos em vez de chorar quando apraz

Deus retirar um dos seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele

fique para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que

vêem na morte a separação eterna. Mas vós espíritas, sabeis que a alma vive melhor

quando livre de seu invólucro corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem-amados

estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus

pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento, mas

também as vossas dores sem razão os afligem, porque revelam uma falta de fé e

constituem uma revolta contra a vontade de Deus!”

(Nara Cristina Goulart – www.ceafoz.org.br)

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DIFICULDADES SÓCIO-ECONÔMICAS

E outras aflições:

“As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas

origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; a

outra, fora desta vida.

Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as

consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos

homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu

orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de

perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos!

Quantas uniões infelizes porque resultaram dos cálculos do interesse ou da

vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissensões de disputas funestas,

poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças

e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!

(...)A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O

homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios.

Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua

vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela,

enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.”

(E.S.E. Cap. 5 – Bem aventurados os aflitos)

Em um mundo inferior como o nosso, habitado por homens de diferentes

condições intelectuais e morais, as desigualdades sociais tornam-se por vezes

chocantes. Conquanto sejam naturais as desigualdades individuais resultantes do

desenvolvimento das aptidões de cada um, em mundos inferiores, como a Terra, as

desigualdades sociais são agravadas pelo orgulho e pelo egoísmo do homem, e se

refletem nas instituições, nos governos, na legislação e nos costumes humanos. Por

isso é que os Espíritos Superiores, respondendo à indagação do Codificador, tornaram

claro que a desigualdade das condições sociais não se deve à lei natural, sendo obra do

homem e não de Deus (O Livro dos Espíritos, q. 806.). Nesse caso, a organização

social é susceptível de aperfeiçoamento no tempo, como, aliás, vem sucedendo.

O mundo progrediu muito no decorrer dos últimos séculos em função das

conquistas vinculadas à liberdade e à igualdade. Mas ainda há focos de injustiças nas

sociedades modernas, tais como a discriminação racial e da mulher e as desigualdades

sociais impostas pela pobreza extrema.

Outra desigualdade social injustificável perante as leis divinas, principalmente

depois das conquistas resultantes do progresso científico e dos princípios morais e

éticos aceitos por todas as religiões, é a imposta pela pobreza extrema de indivíduos,

famílias e comunidades. Essa mácula social da extrema pobreza sempre existiu no

mundo e sobrevive não somente nas nações reconhecidamente pouco desenvolvidas

economicamente, mas também nas mais ricas comunidades internacionais. Já existe

uma consciência mundial que não é mais aceita os extremos de pobreza e de miséria

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em um mundo que já tem condições de erradicá-las, desde que haja planificação

adequada e espírito de fraternidade e compreensão das sociedades humanas. Pobres

sempre existiram e continuarão a existir em um mundo de expiações e provas como o

nosso. A igualdade absoluta das riquezas é pura utopia com que sonharam certos

filósofos. Essa igualdade, se fosse possível, por convenção ou imposição legal, em

breve seria "desfeita pela força das coisas", uma vez que a ela "se opõe a diversidade

das faculdades e dos caracteres".

Nós, espíritas, graças aos ensinos e postulados da Doutrina Consoladora, temos

posição definida diante das desigualdades oriundas do egoísmo, do orgulho e da

indiferença dos homens. Sabemos que há necessidade de mais compreensão, mais

amor e fraternidade, mais instrução e educação para todos, para que os problemas

sociais encontrem as soluções dentro das leis naturais, que precisam ser conhecidas e

vivenciadas.

(Juvenir Borges de Souza em, O Reformador – fev/2002)

As "Casas Espíritas", como se apresentam no Brasil, são locais onde se

apresentam necessitados de todos os tipos. Ora, o lema do Espiritismo é "Fora da

Caridade não há salvação", e assim temos procurado atender, na medida do possível,

aos necessitados do corpo e da alma dando maior ênfase ao atendimento das

necessidades da alma porque temos consciência da extensão destas carências que se

acumulam de reencarnação em reencarnação. A assistência social, porém, tem sido

cuidada porque através dela podemos trazer novas almas à compreensão divina e

também sanar os nossos próprios débitos advindos de um passado onde

negligenciamos os deveres para com a família, a pátria, a profissão, o poder, a religião,

etc.

Tentando ajudar esses irmãos em dificuldades, vamos também aprendendo e

corrigindo nossas falhas anteriores onde negamos apoio e compreensão aos irmãos em

luta. A "sopa", a "cesta-básica", os "medicamentos", as "roupas" e toda assistência que

fazemos a esta parte de necessitados que comparecem às casas espíritas, podem estar

representando uma devolução de itens essenciais que nós, no passado, negamos a esses

mesmos irmãos ou a outros com quem convivemos. Quanto ao fato deles se

acomodarem e só nos procurarem para "receberem algo", pode acontecer realmente.

A Assistência Social deve haver nas Casas Espíritas. Apenas ela não deve ser

maior do que a assistência espiritual, eixo de todo trabalho espírita. Se for possível ter

um Clínico Geral ou um Farmacêutico para melhor atendimento dos irmãos carentes,

devemos tê-los, mas que isso não prejudique as tarefas de reeducação espiritual de

todos os que chegarem em busca de auxílio.

(André Luiz G. Alencar – www.celd.org.br)

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PRÁTICAS ESPÍRITAS E ORIENTAÇÕES COMUNS

Tendo em vista que comumente surgem informações relacionando a Doutrina

Espírita com as atividades de jogos de tarô, cartas, quiromancia, e outras (radiestesia

ou utilização de varetas ou pêndulos para detecção de doenças ou outros desajustes,

cromoterapia, descarregos, etc.) a Federação Espírita Brasileira esclarece como se

desenvolve a prática espírita:

* Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai

de graça o que de graça recebestes”.

* A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro

do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

* O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas

práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos (casamento,

batizado, extrema-unção), concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas

ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia,

pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

* O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo

a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.

* A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma

faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da

religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.

* Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da

Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

* O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para

a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e

entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença,

nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que

cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

As orientações mais comuns, de acordo com as práticas Espíritas são:

❖ A PRECE

_ A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele;

é pôr-se em comunicação com Ele. Três coisas podemos propor-nos por meio

da prece:

• louvar,

• pedir,

• agradecer.

(Livro dos Espíritos, questão 659)

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❖ A FLUIDOTERAPIA (água e passes)

A fluidoterapia, como o próprio nome indica, é o tratamento feito com fluidos,

ou seja, através dos passes e da água fluidificada. Os Espíritos superiores explicam

através da codificação, que as mãos servem como instrumento para a transmissão

do magnetismo humano que, com as energias distribuídas pelos Espíritos,

constituem o passe espírita.

Para que se realize a conjugação dos fluidos do plano espiritual com os do

médium passista, ressaltamos não ser necessário que dê passividade ao Espírito que

vem cooperar. A associação de energias se verifica sem que isto seja preciso. A

aproximação de um Amigo do plano extra físico, atende ao apelo do médium

passista feito através da prece e estando este receptivo e preparado para a doação

fluídica.

❖ ESTUDO DO EVANGELHO NO LAR

Trata-se de um encontro semanal, sendo previamente marcado o dia e a

hora, (devendo ser repetido sempre no mesmo dia e hora da semana) com o

objetivo de reunir a família em torno dos ensinamentos evangélicos, à luz do

Espiritismo, e sob a assistência dos Benfeitores Espirituais. Pode-se realizar a

reunião sozinho, pois estamos cercados pelos amigos “invisíveis”. Para tanto, é

necessário fazer em plena voz, normalmente.

O estudo do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade

em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e

sublimação. A Boa Nova seguiu da Manjedoura para as praças públicas e

avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes. A

palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, certo,

se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos

nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações

que nos competem no tempo.

Roteiro da Reunião:

1. Leitura, sem comentários, de uma página de um livro (por exemplo, Pão Nosso,

Fonte Viva, entre outros);

2. Prece inicial;

3. Leitura e comentários de um tópico de O Evangelho segundo o Espiritismo,

estudado de forma sequencial;

4. Ter próximo um copo com água e ao final, bebê-la;

5. Prece de encerramento.

"Organizemos o nosso agrupamento doméstico do Evangelho. O Lar é o coração do organismo social.

Em casa, começa nossa missão no mundo." Scheilla (do livro Luz no Lar)

"Porque onde estiverem reunidos em meu nome, lá estarei presente." Jesus. (MATEUS, 18:20.)

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OUTRAS ORIENTAÇÕES

Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa

iniciação nos ideais do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis

Naturais, através da divulgação do Espiritismo. Simultaneamente convoca-nos à sua

observância como o único caminho para que nos libertemos de sentimentos inferiores

como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, geradores de todos os nossos infortúnios.

Somente assim nos habilitaremos a viver felizes, contribuindo para a construção de um

mundo melhor e uma sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria

renovação.

O Atendente Fraterno pode também orientar ou estimular o atendido a:

a. Participar das reuniões de Estudo Público;

b. Participar de cursos e seminários oferecidos pela Casa Espírita;

c. Ler as Obras Básicas Espíritas;

d. Habituar-se a leitura de obras edificantes;

e. Colocar seu nome (ou de terceiros) e endereço na pauta (caderno ou caixa) para

orações;

f. Procurar tratamento médico ou psicológico quando a queixa principal se tratar

de doença. Praticar exercício físico sob orientação ou procurar a Assistência

Social. Se o atendido já o fez e não observou melhoras, pode-se orientá-lo a

buscar uma segunda opinião com outro profissional, se possível;

g. Buscar atividades voluntariamente no bem.

OBSERVAÇÃO

O Atendente Fraterno deve encaminhar o caso à Reunião Privada (Mediúnica,

Desobsessão, Irradiação) para a devida orientação dos Benfeitores Espirituais,

preenchendo ficha específica para tal cometimento, quando o atendido apresentar:

1) Ideias suicidas ou homicidas;

2) Doenças graves (mental ou orgânica) ou de difícil diagnóstico;

3) Fixação em ideias deprimentes ou perturbadoras;

4) Raiva ou ódio exacerbados;

5) Depressão, síndrome do pânico ou medos irracionais;

6) Abuso de álcool ou outras drogas;

7) Pesadelos constantes ou sonhos repetitivos;

8) Comportamento bizarro ou criminoso (ex.: sadismo, masoquismo, pedofilia,

prostituição, auto-flagelação, etc.);

9) Perturbações quando vê ou ouve espíritos, ou sente “sair” do corpo, ou tem

“apagões”, lembrando ou não do que fez ou falou;

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de

coração; encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”

(Mateus 11:28-30)