12
Biologia Vivian L. Mendonça ENSINO MÉDIO BIOLOGI A - ANO Volume Ecologia Origem da Vida e Biologia Celular Embriologia e Histologia 1 MANUAL DO PROFESSOR

MANUAL DO PROFESSOR Biologia

  • Upload
    others

  • View
    13

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

BiologiaVivian L. Mendonça

ENSINO MÉDIO

BIOLOGIA 1º- ANO

Vol

ume

EcologiaOrigem da Vida e Biologia Celular Embriologia e Histologia

1MANUAL DO PROFESSOR

Page 2: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

capítulo

Visu

as

Unlim

ited/

Corb

is/Lat

instock

Philippe Psaila/SciencePhot

oLibrary/Latinstock

Introduçãoà Citologia emembranas celulares

2 Célula: tamanho, forma e funçõesA célula é considerada a unidade fundamental de um ser vivo. Existem seres

unice- lulares, ou seja, aqueles formados por uma única célula, como as bactérias, as amebas e as euglenas. Os unicelulares correspondem à maior parte da biodiversidade conhecida.

Os multicelulares possuem mais de uma célula, que atuam em conjunto, de forma harmônica, promovendo o metabolismo do organismo. Como você já sabe, uma célula sempre se origina de uma célula preexistente. As plantas e os animais (com exceção das esponjas) são multicelulares com células organizadas em tecidos. Os fungos e as algas multicelulares não possuem tecidos verdadeiros.

PENSE E RESPONDA

Consulte o glossário etimológico e confira o significado da palavra citologia .

A Euglena é um exemplo de ser vivo unicelular.É um organismo de água doce, com cercade 80 µm de comprimento. A célula é o objeto de estudo desta unidade.

O macaco-azul é um animal da ordem dos primatas, nativo de florestas da África, e se alimenta de folhas das árvores. Seu corpo mede cerca de 50 cm de comprimento, sem considerar a cauda.Lembrando que os animais e as plantas são multicelulares, veja, no detalhe, células epiteliais de primatae células da epiderme da folha.

Gett

y Im

ages

Philippe Psaila/SciencePhot

oLibrary/Latinstock

25 µm

30 µm

152

7Citologia significa estudo (logia) da célula (cito).

COMENTÁRIOSGERAIS

1 Citologia: estudo da célulaNo capítulo 1, há uma breve apresentação do conceito de célula, com a

discus- são do que é essa estrutura e sua composição química básica. Também são apre- sentadas algumas informações sobre processos que ocorrem dentro das células, como a fotossíntese, a respiração celular e a fermentação.

No entanto, essas informações iniciais precisam ser aprofundadas, pois, com- preendendo melhor o que é uma célula e como ela funciona, você poderá tam- bém compreender melhor “o que é a vida”, objeto de estudo da Biologia.

Esses conhecimentos terão um papel importante para a sua vida, pois cuidar da saúde é sinônimo de cuidar de suas próprias células!

Nesta unidade estudaremos Citologia , que significa “estudo da célula”. Vamos iniciá-la analisando tamanho, número e estrutura – e você verá que existem mui- tos tipos de células!

DIV

ULG

ÃO

PN

LD l

Page 3: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Car

o lina

Biol

ogic

al/Vis

uals

Unlimited/Corbis/Lati nstock

Óvulo e espermatozoide da espécie humana. Compare as dimensões dessas duas células. Os espermatozoides medem cerca de 65 µm de comprimento.

ATENÇÃO

O micrometro é um submúltiplo do metro, equivalen- te a um milionésimo do metro (0, 000 001 m), o que corresponde à milésima parte do milímetro. O símbolo que representa o micrometro é µm.

Alga Acetabularia, que é unicelular e pode ser vista a olho nu, mede cerca de 4 cm de comprimento.

A Noctiluca é um organismo unicelular, encontrada nos mares, sendo uma das principais responsáveis pela luminescência que se pode observar nas águas do mar e na areia molhada da praia. Trata-se de uma célula relativamente grande, podendo medir cerca de 1 mm de diâmetro.

0,2 mm

Gett

y Im

ages

Wim

van

Egm

ond/

Visu

als

Unl

imite

d/Co

rbis/

Latin

stoc

k

Seba

stia

n Ka

ulitz

ki/S

hutt

erst

ock

153

capítulo

7Veja texto sobre unidades de medida na seção Vamos criticar o que estudamos?, no final deste capítulo.

2.1 Qual é o tamanho de uma célula?

O nosso corpo é formado por células. Por mais aten- tamente que olhemos para ele, porém, não consegui- mos enxergar nenhuma delas, pois como regra geral as células possuem tamanho inferior ao poder de resolu- ção da vista humana, ou seja, ao menor tamanho que a nossa visão é capaz de distinguir.

O poder médio de resolução da visão humana gira em torno de cem micrometros (100 µm) e as nossas cé- lulas possuem tamanho inferior a esse.

O que acabou de ser dito para o corpo humano é vá- lido também para a estrutura celular dos demais seres vivos: suas células possuem tamanho inferior ao poder de resolução da visão humana, sendo, portanto, infe- riores a cem micrometros.

Existem, no entanto, exceções: o óvulo humano, por exemplo, mede em torno de 200 micrometros de diâmetro.

Há outros exemplos de células visíveis a olho nu em outros seres vivos: células da alga Acetabularia , que vive em água doce, do organismo unicelular marinho do gênero Noctiluca e células da bainha de folhas de bananeira, mostrada na página a seguir.

REFLEXÕESSOBRE O ENSINODE BIOLOGIA

DIV

ULG

ÃO

PN

LD

Page 4: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Bananeira e, no detalhe, corte transversal do pseudocaule, mostrando as grandes células da bainha das folhas.

2.2

Cpudpermcialme u

Edo cfatiacont

q

dto,Hoda

Microscópio utilizado por Robert Hookeno século XVII. No detalhe, visualização do corte de cortiça nesse microscópio. Cada célula tem aproximadamente 100 µm de comprimento.

2. Como é possível observar uma célula que não é visível a “olho nu”?

omo a maioria das células não é visível a olho nu, elas só puderam ser estudadas com o advento de um aparelho que per itiu “ver as coisas pequenas”, o microscópio . Ele era ini- cial ente formado por um sistema de duas lentes de aumento e uma fonte de luz, que iluminava o material a ser observado.

Em 1665, Robert Hooke, um cientista inglês, estava trabalhan- do om um microscópio rudimentar e observou uma delgada fati

de cortiça; ele conseguiu, pela primeira vez, distinguir os con ornos de uma célula. O termo célula é diminutivo de “cela”, que

significa cavidade. Assim, Hooke descreveu pequenas ca- vidades no tecido vegetal que observou. A cortiça é retira-

da do caule de algumas plantas; trata-se de um tecido mor- to, utilizado principalmente para a fabricação de rolhas. O que Hooke observou foi a parede celular que delimita as células das plantas e que permanece mesmo após a morte da célula.

CURIOSIDADE

BananeiraNa bananeira, o que parece caule é formado pelas bainhas entrelaçadas das folhas, não sendo, portanto, um caule verdadeiro e sim um “pseudocaule”.Os índios parecem saber disso, pois chamam a bananeira de “pacoba”, que significa “tudo folha”.

célula

Supe

rsto

ck/G

rupo

Ke

ysto

ne

Pren

saTr

ês

Mus

eu N

acio

nal d

e Sa

úde

e M

edic

ina,

Was

hing

ton

Mus

euNa

ciona

l de Saúde e Med icina

154

capítulo

7

SUGESTÃODE ATIVIDADE

DIV

ULG

ÃO

PN

LD

Page 5: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Células de folha da planta aquática Elodea visualizadasno microscópio de luz, utilizando uma lente de menor aumento(à esquerda) e uma de maior aumento (à direita). Cada célula de Elodea mede cerca de 100 µm de comprimento.

Microscópio eletrônico detransmissão.

Embora Hooke já houvesse observado a cé- lula em 1665, somente em 1838 foi comprovada por Schleiden a existência de células em plan- tas e em 1839 foi comprovada por Schwann a existência de células em animais.

Esses dois cientistas, Schleiden e Schwann, estabeleceram o que ficou conhecido como doutrina celular : “todo ser vivo é formado por células”.

De fato, existem unicelulares e multicelula- res, mas todos os seres vivos, com exceção dos vírus, são formados por células.

Os microscópios utilizados por Hooke, por Schleiden e por Schwann eram equipamentosque utilizavam a luz para iluminar os objetos a serem estudados. Esse tipo de mi- croscópio é conhecido por microscópio óptico (MO) ou microscópio de luz (ML).

Microscópios ópticos são até hoje muito utilizados para o estudo das células. Existem diversos tipos desses microscópios, e alguns chegam a ter aumentos de até cerca de 2 000 vezes, possibilitando o estudo de várias estruturas celulares.

Os microscópios de luz não são suficientes, en- tretanto, para observação e estudo de algumas estruturas celulares e de detalhes de outras es- truturas. Recorre-se, então, ao microscópio ele- trônico (ME), que permite aumentos de até um milhão de vezes, aproximadamente. Neste caso, não se usa a luz para analisar os objetos, mas sim feixes acelerados de elétrons que atingem o ob- jeto em estudo e fornecem a imagem.

Existem microscópios eletrônicos emprega- dos para analisar cortes extremamente finos de células: eles são chamados M.E. de transmissão (MET). Outro tipo de microscópio eletrônico é empregado na análise da superfície de células, tecidos e mesmo do corpo dos organismos: ele é chamado de M.E. de varredura (MEV).

Um dos modelos atuais de microscópio de luz, usado para o estudo de células.

Claud

eNu

ridsa

ny&

Mar

iePe r

enno

u/Vi

suals

Unlim

ited/

Corbis/

Latinstock

Visu

alsUn

limite

d/Corb

is/Latin

stock

Stev

e Gs

chm

eiss

ner/

Scie

nce

Phot

o Li

brar

y/La

tinst

ock

Andy

Aitc

hiso

n/In

Pi

ctur

es/C

orbi

s/La

tinst

ock

155

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 6: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Imagens de espermatozoides do ser humano obtidas de diferentes tipos demicroscópios: de luz (ML); eletrônico de transmissão (MET) e eletrônico de varredura (MEV). O espermatozoide mede cerca de 65 µmde comprimento.

MULTIMÍDIA

Museu Invivo, Fundação Oswaldo Cruz – A célula<http://www.invivo.fiocruz.br/celula >Aqui você encontra informações relacionadas à história do desenvolvimento dos microscópios e à teoria celular.Acesso em: 21 jan. 2016.

Um tipo especial de microscópio eletrônico de varredura é por tunelamento , ca- paz de oferecer aumentos de até cem milhões de vezes, possibilitando até mesmo a observação da superfície de algumas macromoléculas, como é o caso do DNA.

Para cada tipo de microscópio utilizado, existem técnicas especiais de prepa- ração do material a ser observado. Essas técnicas envolvem a fixação para que o material não se deteriore. No caso do estudo de células ao microscópio de luz, podem-se usar corantes quando necessários. Cada material exige o uso de coran- tes e técnicas diferentes. A imagem de um material obtida por microscópio ele- trônico não é colorida, mas a foto pode ser colorizada artificialmente por meio de programas de computador.

As células eucarióticas são maiores que as procarióticas. Os vírus, com raras exceções, são menores que as menores células já conhecidas e são visíveis apenas ao microscópio eletrônico.

A maioria das células apresenta, portanto, dimensões microscópicas.

MET

Compare as imagens a seguir, que mostram o mesmo tipo celular – esperma- tozoide do ser humano – visualizado com três microscópios diferentes.

ML

MEV

Davi

d Pa

rker

/Sci

ence

Pho

to

Libr

ary/

Latin

stoc

k

BSIP

/Glo

w

Imag

es

Stev

e Gs

chm

eiss

ner/

Scie

nce

Phot

o Li

brar

y/La

tinst

ock

Reproduçã

o

RECORDE-SE

Uma imagem de DNA obtida por micros- cópio eletrônico de tunelamento está na página 38, no capítulo 1 deste livro.

156

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 7: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

AndrewSyred/Science

PhotoLibrary/Latinstock

Esquema de células ampliadas em escalas diferentes. Os valores fornecidos são valores médios e aproximados.

É muito fácil perceber a existência de células das mais variadas formas: cúbi- cas, cilíndricas, prismáticas, esféricas, fusiformes, estreladas etc. Existem até cé- lulas que mudam constantemente de forma, como acontece com as amebas, que são seres unicelulares.

Movimentos de uma amebaAmeba, um organismo unicelular capaz de mudar sua formapela emissão de pseudópodes. A ameba mede cerca de 0,5 mm de diâmetro, quando em formato arredondado.As amebas são os melhores exemplos de seres unicelulares que mudam

constantemente de forma, pois emitem prolongamentos, chamados pseu- dópodes , com os quais se locomovem e capturam alimentos.

No nosso corpo também existem células capazes de alterar sua for- ma, pois emitem pseudópodes parecidos com os da ameba. Essas célu- las são os macrófagos e alguns tipos de glóbulos brancos do sangue, como os neutrófilos. Graças aos pseudópodes que emitem, essas cé- lulas conseguem englobar bactérias e partículas que invadem o nosso organismo, e depois as destroem. Elas exercem, portanto, função de defesa de nosso corpo.

A maioria das células, no entanto, mantém uma forma relativamente constante de seus contornos.

Osv

aldo

Seq

uetin

/Arq

uivo

da

edito

ra

Osv

aldo

Seq

uetin

/Arq

uivo

da

edito

ra

pseudópodes

ameba (0,5 mm de diâmetro)

paramécio (300 µm de comprimento)

leucócito (15 µm de diâmetro)

fibra muscular não estriada (mede entre 10 µm e600 µm de comprimento) neurônio (o corpo celular pode medir de

10 µm a 100 µm de comprimento)

Spyrogira (100 µm de comprimento)

1 célula

2.3 Qual é a forma de uma célula?Observe as ilustrações seguintes, que representam algumas células:

Células

corpo celular

157

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 8: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

membrana plasmática citoplasma

núcleo

Mitocôndria (em corte) Função:• respiração

Complexo golgiense (em corte)

Funções:• acúmulo e eliminação de

secreções proteicas;• síntese de carboidratos

LisossomosFunção:• digestão intracelular

Retículo endoplasmático granuloso (em corte)

Funções:• transporte de material

dentro da célula;• síntese de proteínas

CentríolosFunções:• participação na

divisão celular;• formação de

cílios e flagelos.

Retículo endoplasmático não granuloso

Funções:• transporte de substâncias• síntese de esteroides• inativação de certos

hormônios;• inativação de substâncias

nocivas ao organismo;• condução intracelular do

impulso nervoso nas células do músculo estriado.

RibossomoFunção:• síntese proteica

Célula eucariótica animal

3 Estrutura básica de uma célula eucariótica

Vamos prosseguir o estudo da célula, suas estruturas e funções, focando a cé- lula eucariótica. Você já sabe que uma célula eucariótica é constituída por três partes básicas: um envoltório – membrana plasmática –, o citoplasma e o núcleo, onde estão os cromossomos, estruturas formadas basicamente por DNA.

Apesar da diversidade de formas e funções, todas as células eucarióticas apre- sentam algumas estruturas em comum imersas em seu citoplasma, como você pode observar no esquema seguinte, que representa uma célula animal hipotética.

Esquema de célula animal representada com parte removida, com destaquepara as estruturas citoplasmáticas. As estruturas estão ampliadas em diferentes escalas.

Osv

aldo

Seq

uetin

/Arq

uivo

da

edito

ra

158

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 9: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Célula eucariótica vegetal

Cloroplasto (em corte)Função: fotossíntese. cloroplasto mitocôndria vacúolo de

suco celular parede celular

citoplasma

membrana plasmática

ribossomo

complexo golgiense

retículo endoplasmático

granuloso

núcleo

lisossomo

retículo

endoplasmático não granuloso

Retículo endoplasmático, lisossomo, complexo golgiense e mitocôndrias são estruturas citoplasmáticas delimitadas por membranas e recebem o nome de organelas . Além de organelas, há no citoplasma estruturas especiais que são os ribossomos e os centríolos. Cada organela e estrutura têm função específica na célula e você vai estudá-las ao longo deste livro.

Comparando uma célula animal com uma célula vegetal, você pode notar algu- mas diferenças. Observe o esquema seguinte, que representa uma célula vegetal, comparando-o com o esquema que você já viu, de uma célula animal.

Esquema de célula vegetal representada com parte removida, com destaquepara as estruturas citoplasmáticas. As estruturas estão ampliadas em diferentes escalas.

O esquema mostra que a célula vegetal possui um revestimento inexistente na célula animal: a parede celular .

A parede celular é um revestimento que ocorre nas células de muitos seres vivos e geralmente é muito resistente. Nas células vegetais ela é constituída principal- mente por celulose e por essa razão é também conhecida por membrana celuló- sica. A resistência da celulose pode ser considerada equivalente à do aço, quando comparamos pedaços de mesmo comprimento e mesma massa.

No esquema da célula vegetal você pode observar facilmente a presença de duas outras estruturas que não ocorrem na célula animal: os vacúolos de suco ce- lular e os cloroplastos.

Os vacúolos de suco celular estão relacionados com a capacidade da célula ve- getal conter maior ou menor quantidade de água, variando o seu nível de turgor.

Os cloroplastos pertencem a um grupo de organelas conhecidas por plastos. Os cloroplastos têm esse nome devido à presença do pigmento verde clorofila, indispensável para a fotossíntese.

Osv

aldo

Seq

uetin

/Arq

uivo

da

edito

ra

159

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 10: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Ron

B oar

dman

/Fra

nkLa

ne Picture Agenc y/Corbis/Latinstock

Visu

al s

Unlim

ited/

Corbi

s/Latin

stockVi

sua

l sUn

limite

d/Co

rbis/L

atinstock

Denn

isKu

nkel/

Phot

otak

e/GlowImages

Mic

ro w

orks

Colo

r/Pho

totake/

GlowImag es

Prof

M att

hias

Gunz

er/Sci

encePhoto Libra ry/Latinstock

3.1 Forma e função das célulasNos seres multicelulares, há especialização das

cé- lulas de modo que certos grupos celulares desempe- nhem funções distintas das de outros grupos celulares.

No caso da espécie humana, por exemplo, existem numerosas funções a serem exercidas pelo organismo: locomoção, digestão, respiração, excreção, audição, reprodução etc.

Será que as células diretamente ligadas com a lo- comoção, como as musculares, possuem a mesma for- ma e função daquelas que estão diretamente liga- das com a reprodução, com o revestimento do corpo, com a percepção do gosto, com a visão, ou com ou- tras funções?

De modo geral, os organismos multicelulares ori- ginam-se de uma única célula, a célula-ovo ou zigoto. É essa célula que sofre várias divisões e dá origem a todas as células do corpo. Das primeiras divisões ce- lulares sofridas pelo zigoto resultam células embrio- nárias indiferenciadas, isto é, não especializadas em alguma função. Essas primeiras células embrionárias normalmente são arredondadas e possuem núcleo re- lativamente grande.

À medida que as células se dividem, ocorre também o processo de diferenciação celular : grupos de células especializam-se na execução de determinadas funções. Nesse processo, as células sofrem modificações em sua estrutura, apresentando forma e função específicas. Normalmente, após a fase de diferenciação celular, as células já diferenciadas que se reproduzem dão origem a células semelhantes a elas, ou seja, igualmente dife- renciadas. A diferenciação celular é assunto que será aprofundado mais adiante, no capítulo 11.

Veja nas imagens desta página alguns exemplos de células do corpo humano, formadas, como todas as outras, a partir da célula-ovo, pelo processo de di- visão e diferenciação celular.

As imagens mostram células fusiformes (fibras mus- culares), células estreladas com prolongamentos (cé- lulas nervosas e célula óssea), células arredondadas capazes de emitir pseudópodes (leucócitos), células discoides (hemácias) e células prismáticas (do tecido epitelial). A forma das células está associada à sua função. Conjuntos de células que atuam de maneira integrada no desempenho de determinadas funções formam os tecidos. Além dos tipos celulares caracte- rísticos, um tecido é formado por substâncias produ- zidas e liberadas por essas células, constituindo um meio ou matriz extracelular.

Tecido muscular estriado esquelético: observe as estrias transversais. Em vermelho, hemácias, que medem cerca de 7 µmde diâmetro.

Hemácias, os glóbulos vermelhos do sangue. Cada hemácia mede cerca de 7 µm de diâmetro.

Um leucócito (em tom azulado) emitindo pseudópodes e englobando esporos defungo (em vermelho), que serão destruídos. Este tipo de leucócito mede cerca de 12 µm de diâmetro.

Célula óssea ou osteócito, que mede cerca de 25 µm em sua maior dimensão.

Corte histológico de tecido epitelial de revestimento, formado por células alongadas sem espaçoentre elas. Cada célula mede cerca de 20 µm de comprimento.

Neurônios (o corpo celular, colorido em amarelo,pode chegar a 100 µm de comprimento).

160

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 11: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

4 Envoltórios das célulasVamos agora analisar as membranas que envolvem as

célu- las e os mecanismos de troca entre a célula e o meio onde está.

Os organismos unicelulares vivem em contato direto com o meio ambiente, mas as células dos multicelulares não ficam em contato direto com o ambiente externo ao corpo, com exceção das células de revestimento.

Independentemente de estarem revestindo o corpo ou com- pondo tecidos mais internos, as células precisam trocar cons- tantemente matéria com o meio externo. Essa troca está sem- pre relacionada com as propriedades da membrana plasmática , estrutura que delimita a célula.

Nos seres em que há parede celular, estrutura externa à membrana plasmática, essa troca também depende das pro- priedades dessa estrutura. Apresentam parede celular as cé- lulas de plantas, de certos protistas, dos fungos e da maioria dos procariontes.

As paredes das células procarióticas são constituídas pelo peptidoglicano , composto típico dos procariontes, formado pela associação de um carboidrato com uma proteína.

Entre os protistas, a parede celular, quando existente, pos- sui composição química muito variada entre os diferentes gru- pos, sendo em alguns formada basicamente por celulose e, em outros, por sílica. Em todos os casos, a parede é permeável.

Neste momento, vamos nos deter apenas na parede celular das plantas, formada principalmente por celulose .

A celulose também está presente na parede celular de al- guns fungos, mas na maioria deles a parede celular é constituí- da principalmente de quitina, que também é um carboidrato, como a celulose.

méo

o. -

-e

Paredes celulares de células vegetais, coloridas em verde. Trata-se de uma estrutura resistente, que dá forma à célula.

Linho da Nova Zelândia (Phormium tenax), variedade de folhas amareladas. As plantas dessa espécie fornecem fibras resistentes, derivadas de tecidos ricos em lignina. Elas podem medir até 3 m de altura.

4.1 Parede celular das células de plantas

A parede celular das células vegetais é feita de celulose, u polissacarídeo que confere resistência mecânica à célula. Ela é permeável, propiciando a passagem tanto do solvente quanto do material dissolvido das soluções com as quais entra em contat .

Além de celulose, a parede celular contém outros compos- tos e em alguns casos pode sofrer impregnações e modifica- ções. Certas impregnações podem diminuir a permeabilidade e aumentar a resistência mecânica da parede. A impregnação de lignina, por exemplo, pode determinar extraordinário au- mento da resistência física, mas impermeabiliza a célula, que acaba morrendo. Tecidos vegetais ricos em células mortas em função da adição de lignina à parede celular são usados na fa- bricação de fibras têxteis, como o linho e a juta.

Geof

f Ki

dd/S

cien

ce P

hoto

Li

brar

y/La

tinst

ock

RECORDE-SE

Membrana plasmáticaPresente em todos os tipos celulares.Parede celularPresente nas células procarióticas e nas eucarióticas de plantas, fungos e alguns protistas. Em cada grupo, possui diferentes composições químicas.

Dennis Kunkel/GlowIm

ages

20 µm

161

capítulo

7D

IVU

LGA

ÇÃ

O P

NLD

Page 12: MANUAL DO PROFESSOR Biologia

Outra impregnação importante é a suberifi- cação : as células próximas à periferia do caule têm suberina associada à parede celular. A su- berina é pouco permeável e impede as trocas gasosas, levando essas células à morte. O con- junto das células mortas ricas em suberina for- ma um tecido chamado súber, que constitui um isolante térmico das plantas. Em algumas espé- cies de plantas o súber é muito espesso, sendo empregado para fazer a cortiça comercial usa- da em rolhas e outros produtos.

Em células de revestimento de folhas de cer- tas espécies de plantas há deposição de cera na superfície exposta da parede celular. A cera atua impedindo a perda de água da célula para o meio externo.

Na parede celular pode haver deposição de cutina, formando uma cutícula que protege partes da planta contra a evaporação. A cutícula é normalmente bem desenvolvida em plantas de regiões secas (plantas xerofíticas), sendo ob- servada principalmente nas partes expostas ao ar, como acontece com as folhas, por exemplo.

Durante o amadurecimento dos frutos, a pa- rede celular passa por processo de gelificação , adquirindo um aspecto de mucilagem.

PENSE E RESPONDA

cortiça tem propriedades isolantes.

cortiça pode ter diversos

Você já viu o que acontece com uma rolha de cortiça colocada em uma vasilha com água? A cortiça flutua na água. Sobre a cortiça, responda em seu caderno:

a. Explique o que é a cortiça.b. Relacione sua explicação à imagem da página 154, que

mostra a visualização de cortiça no microscópio de Hooke. O cientista inglês observou células vivas?

c. Por que a cortiça flutua na água? Utilize seus conhecimentos sobre densidade para responder.

d. Consultando o material de Física, procure descobrir por que a cortiça tem propriedades isolantes.

A cortiça pode ter diversos usos comerciais, como confecção de rolhas e de estruturas isolantes, tanto de som quanto de calor.

Extração de cortiça da árvore conhecida como sobreiro (Quercus suber), em Portugal. A cortiça é obtida do súber desenvolvido dessa árvore e sua extração não prejudica a planta, desde que seja feito de modo adequado.

Cord

elia

Mol

loy/

Scie

nce

Phot

o Li

brar

y/La

tinst

ock

Char

les O

’Rea

r/Co

rbis/

Latin

stoc

k

Flavio Nigro/Acervo do

fotógrafo

162

capítulo

7Para comentários a respeito das questões da seção Pense e responda, consulte o Manual.

DIV

ULG

ÃO

PN

LD