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    Julio Jacobo Waiselfisz

    Mapa dasdesigualdadesdigitaisno Brasil

    -

    Ministrio

    da Educao

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    REDE DE INFORMAO TECNOLGICA LATINO-AMERICANA, RITLA

    1 edio 2007

    Realizao

    Rede de Informao Tecnolgica Latino-Americana, RITLA

    Instituto Sangari

    Ministrio da Educao (MEC)

    Diretoria da RITLA

    SHS Quadra 06 conj. A bloco C

    Ed. Brasil XXI Salas 1102 a 1108

    70316-000 Braslia I DF I Brasil

    (55) (61) 3225 7330

    www.ritla.net

    Produo editorial

    AUTOR:Julio Jacobo Waiselfisz Diretor de Pesquisas do Instituto SangariCOORDENAOEDITORIAL: Luciano Milhomem

    APOIOEDITORIAL:Mrcio Arbach

    REVISO:Luciano Milhomem, Leonardo de Castro Pinheiro e Mrcio Arbach

    Impresso no Brasil

    Todos os direitos reservados. permitida reproduo parcial ou total desta obra, desde que seja citada a

    fonte e no seja para venda ou qualquer outro fim comercial. A responsabilidade dos diretos autorais de

    texto e imagens desta obra da rea tcnica.

    PROJETOGRFICOEEDITORAO:Fernanda do ValILUSTRAODECAPA:Marcelo CamposREVISODEPROVAS:Mariana Reis

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    Apresentao 4

    Captulo1 Introduo 11

    Captulo 2 Notas Tcnicas 11

    Captulo 3 Os Indicadores 11

    3.1 Indicadores de Desigualdade de Infouso 11

    3.2 Indicadores de Desigualdades Socioeconmicas 11

    3.3 Indicadores de Estratgias de Superao 11

    Captulo 4 O ndice das Desigualdades Digitais 19

    Captulo 5 Consideraes Finais 23

    Sumrio

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    APRESENTAO

    No dia 3 de julho do corrente ano, tivemos a oportunidade de apresentar outro estudo nessamesma rea: Lpis, Borracha e Teclado Tecnologia da Informao na Educao Brasil e Amrica

    Latina. J apontvamos, naquela oportunidade, que em virtude das srias limitaes de dados e

    de estudos sobre o tema, tanto no pas quanto no resto da Amrica Latina, tnhamos planejado

    dar incio, com a publicao, a uma srie sistemtica de estudos e levantamentos visando subsidiar

    tanto a compreenso de nossa realidade continental, quanto o planejamento das polticas na rea

    das Tecnologias da Informao e da Comunicao.

    Um ms depois, estamos divulgando um segundo trabalho. Desta vez, focando o tema das de-

    sigualdades, com a inteno de caracterizar e detalhar melhor essa temtica para uma realidade

    quase continental como a do Brasil.H o consenso de que o que caracteriza nosso mundo atual a crescente ligao das atividades

    humanas com as tecnologias digitais. Existem diversas realidades no mundo demonstrando que

    essas tecnologias, se bem utilizadas, podem incrementar de forma significativa o desenvolvimento

    econmico, a equidade entre os homens, a capacidade de intercmbio e o enriquecimento cultu-

    ral, o crescimento, a pesquisa e a melhoria educacional. E isso , precisamente, o que est sendo

    chamado de sociedade da informao e do conhecimento, um fenmeno bem recente na hist-

    ria da humanidade, de no mais de trs dcadas, mas que j deixou sua marca em todos os campos

    de atividade humana.

    No entanto, existe o reconhecimento dos diferentes ritmos de expanso das novas tecnologias,

    fato que tornou realidade o que foi denominado brechas digitais. Aplicado inicialmente para indi-

    car as distncias de acesso digital que separam os pases avanados dos restantes, foi crescendo a

    viso de que mais significativas que aquelas so as brechas e fraturas internas separando os que

    tm dos que no tm condies de acesso ao novo universo. Junto com isso, cresce tambm o

    entendimento de que, sem superar as fraturas internas, ser impossvel diminuir as distncias que

    nos separam hoje dos pases avanados.

    Estamos cientes de que esses avanos internos dependem de um grande conjunto de fatores.

    Por um lado, do crescimento econmico, dos progressos na equidade da distribuio da renda, da

    extenso dos benefcios sociais, culturais, educacionais aos setores da populao historicamente

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    excludos. Mas tambm depende de corretos marcos regulatrios no campo das telecomunica-es, que no discriminem reas ou setores da populao, da formao de capital humano espe-

    cializado nessas novas tecnologias, da modernizao tecnolgica do aparelho produtivo, do setor

    comercial e de servios, da administrao pblica. E isso tem a ver, diretamente, com a existncia

    de estratgias e polticas pblicas de incorporao e expanso das redes de informao e de co-

    municao em condies de unificar a vontade pblica e privada no salto para o futuro que nossas

    sociedades ainda devem dar.

    Nesse marco, inscreve-se o presente trabalho, tentando realizar um diagnstico das diversas

    fraturas econmicas, raciais, culturais, educacionais que, ao discriminarem o acesso digital de am-

    plos setores da populao, reforam as divises sociais e econmicas existentes. E esse diagnstico realizado para as 27 unidades federadas do pas, tentando, a partir de uma bateria bem sinttica

    de indicadores, verificar a situao de cada Estado e o caminho que ainda deveremos percorrer, a

    partir das polticas de incluso, para semear novos futuros nessa realidade.

    BEN SANGARI

    Presidente do

    Instituto SANGARI

    CARLOS EDUARDO B I ELSCHOWSKY

    Secretrio de Educao

    Distncia do MEC

    JORG E WE R T H E I N

    Diretor Executivo

    da RITLA

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    1.Waiselfisz, J.J. Lpis, Borracha e Teclado. Tecnologia da Informao na Educao Brasil e Amrica Latina. Braslia,

    RITLA, Instituto Sangari, Ministrio da Educao. 2007, disponvel no site da RITLA: www.ritla.net

    2. IBGE. Acesso Internet e Posse de Telefone Mvel Celular de Uso Pessoal 2005. Rio de Janeiro. IBGE-Nic.Br. 2007

    Captulo 1

    INTRODUO

    Vrios termos tm sido recentemente adotados: infoincluso, infouso, acesso universal, in-

    cluso, alfabetizao digital etc. para designar um fenmeno tambm novo: as pessoas que tm

    condies de acesso s novas tecnologias da informao e da comunicao. Paralelamente, tm

    aparecido no Brasil, e com freqncia crescente, notcias sobre as indubitveis realizaes nesse

    campo: os milhes de pessoas que tm acesso Internet, o tempo mdio que os usurios pas-

    sam navegando na rede ou os milhes de computadores vendidos no ltimo ano. Mas pouco se

    fala do outro lado da moeda: dos que no esto includos, dos no atingidos, das causas que ex-

    plicam por que eles no esto ou das possibilidades, presentes e futuras, de eles tambm virem a

    estar. Noutras palavras, destacam-se as realizaes e os avanos, mas pouco se fala da suficincia

    e do sentido desses avanos.

    O presente trabalho pretende incursionar nesse campo, o das distncias que separam os inclu-

    dos nos benefcios do mundo digital dos demais. Essa preocupao surgiu a partir das verificaes

    realizadas em um recente estudo1, em que foram detectadas as diversas fraturas que existem nesse

    campo. Esse estudo, como tambm o atual, s foi possvel em virtude de uma frutfera iniciativa

    conjunta do Comit Gestor da Internet CGI e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IBGE. Trata-se do suplemento dedicado ao acesso, no Brasil, telefonia mvel celular e, princi-

    palmente, Internet, incorporado na j histrica e abrangente Pesquisa Nacional por Amostra de

    Domiclios do IBGE que, em 2005, coletou dados de uma amostra de mais de 142 mil domiclios2,

    abrangendo mais de 408 mil pessoas.

    Os dados trabalhados nesse primeiro estudo evidenciaram que o Brasil experimentou avanos

    e, em alguns casos, bem significativos. Mas tambm que existem srios problemas ainda por en-

    frentar. Enumerando sucintamente:

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    Captulo 1 Introduo

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    As pessoas com computador no domiclio passaram de 12,5% em 2001 para 18,5% em

    2005 crescimento de 38,4% da mesma forma que pessoas com Internet domiciliar

    passaram de 8,3% para 13,6% crescimento de 62,9% entre essas mesmas datas.

    Apesar desse enorme volume de usurios acima de 31 milhes o Brasil, quanto

    proporo de sua populao total que em 2005 teve acesso Internet (17,2%),

    encontra-se, na Amrica Latina, atrs de Chile (28,9%), Costa Rica (21,3%), Uruguai

    (20,6%) e Argentina (17,8%), e na 76 posio entre os 193 pases do mundo pesqui-

    sados pela Unio Internacional de Telecomunicao (UIT).

    Se a brecha que separa o Brasil dos pases avanados larga a Sua, com 76,2% de

    sua populao acessando a Internet, tem um ndice 4,4 vezes maior que o do Brasil

    as fraturas internas so bem maiores: o ndice de Alagoas (7,6%) 5,4 vezes menor

    que o do Distrito Federal (41,2%). Mas a distncia que separa o grupo de menor ren-da (0,5% de acesso) do grupo de maior renda (77% de acesso) bem maior ainda:

    154 vezes. Fica evidente que as brechas internas por renda, raa/cor, regio geo-

    grfica do pas so muito mais largas e profundas do que as brechas que separam

    o Brasil dos pases avanados.

    Espaos que deveriam promover a democratizao do acesso, como os computa-

    dores nas escolas para os alunos, e centros gratuitos de acesso para a populao,

    beneficiam at agora, em maior medida, os grupos privilegiados. Se nos grupos de

    menor renda o acesso via centros gratuitos de 0,6%, na faixa de renda mais elevada

    esse ndice ultrapassa 4%. Entre os estudantes do ensino fundamental, s 2,5% dos

    mais pobres usaram computador na escola. Esse ndice sobe para 37,3% no grupo de

    alunos de maior nvel de renda.

    Conclui-se no estudo que as tais brechas nada mais so que uma nova forma de

    manifestao das tradicionais diferenas e divises existentes em nossas sociedades

    e no mundo, novas formas de excluso que reproduzem e reforam as diferenas

    pr-existentes.

    Com esse marco, sentimos a necessidade de dar um passo frente, tentando diagnosticar e

    explicar as diferenas de acesso existentes em cada estado e regio.

    Temos que apontar que diferenas sociais sempre existiram na histria da humanidade. Como

    colocvamos num outro estudo3, aspectos biolgicos como sexo, idade, fora, tamanho etc. cons-

    tituiriam, originalmente, fatores de diferenciao individual, determinantes dos diversos papis,

    atividades ou tarefas que os indivduos poderiam assumir na organizao da sociedade: quem

    comandaria o grupo, quem cuidaria das crianas, quem sairia para caar etc.

    3. Waiselfisz, JJ . et al. Relatrio de Desenvolvimento Juvenil 2003. Braslia, UNESCO, 2004,

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    Mas essas diferenas individuais s vieram a se transformar em desigualdades sociais quando

    foram associadas a mecanismos e privilgios no acesso aos recursos, servios, benefcios ou honra-

    rias que a sociedade oferece a seus membros. Noutras palavras, quando alguns papis ou posies

    sociais possibilitaram a quem as exerce se apropriar de uma parcela maior de recursos ou benef-

    cios sociais em relao aos demais indivduos.

    Quando essas desigualdades se originam de fatores totalmente alheios vontade ou ao dos

    indivduos (raa, cor, etnia, gnero, nascena, rea geogrfica etc.) dizemos que existe discrimi-

    nao. Por esse motivo, caracterizamos o presente trabalho como um estudo das desigualdades

    que conformam um processo discriminatrio de determinados indivduos no s dos benefcios

    digitais, mas tambm do conjunto dos benefcios sociais.

    E isso foi realizado a partir de um conjunto sinttico de indicadores em condies de debelar a

    situao de cada UF e, paralelamente, dar um quadro dos campos de interveno necessrios para

    a formulao de polticas pblicas visando democratizar o acesso, dando condies a todos os

    grupos sociais de usufruir de um dos instrumentos da moderna sociedade da informao.

    Dessa forma, no captulo 2, descrevemos os mecanismos metodolgicos e operacionais que

    possibilitaram a elaborao do ndice das Desigualdades Digitais. No terceiro captulo, detalhada

    a situao, por unidade federada e regio, dos diversos indicadores que integram o ndice. No

    captulo quarto, desenvolvido o ndice para, por ltimo, realizar um conjunto de consideraes e

    recomendaes sobre a situao encontrada.

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    Captulo 2

    Notas Tcnicas

    O esquema a seguir sintetiza a estrutura do ndice das Desigualdades Digitais IDD composto

    por trs dimenses e seis indicadores:

    O ndice As Dimenses Os Indicadores

    ndice das

    DesigualdadesDigitais

    Desigualdades de Infouso

    Desigualdades Socioeconmicas

    Estratgias de Superao

    Desigualdades Internet Domiciliar

    Desigualdades de Uso da Internet

    Desigualdades EconmicasDesigualdades Sociais

    Desigualdades de Acesso Gratuito

    Desigualdades de Acesso Escolar

    As dimenses resumem aspectos ou campos em que as desigualdades de acesso digital se ori-

    ginam ou pretendem ser superadas. No j mencionado estudo, tivemos oportunidade de identi-

    ficar diversas reas nas quais as desigualdades se originam: diferenciais geogrficos, de renda, de

    raa/cor etc. Mas todas elas podem ser resumidas em trs grandes dimenses.

    I) Desigualdades de Infouso

    Desigualdades existentes em funo de diferenas entre as diversas reas do pas, notadamen-

    te em sua estruturao regional, que originam condies marcadamente diferenciais de acesso

    aos benefcios digitais. Essa dimenso foi elaborada pela articulao de dois indicadores:

    a) Desigualdades de Internet Domiciliar

    Proporo de pessoas de 10 anos ou mais de idade que possuem computador no do-

    miclio, com conexo de qualquer tipo (cabo, banda larga, satlite etc.), que possibilita

    o acesso Internet.

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    Captulo 2 Notas Tcnicas

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    b) Desigualdades de Uso de Internet

    Proporo de pessoas de 10 anos ou mais de idade que, nos trs meses anteriores

    pesquisa, utilizaram Internet em qualquer local (domiclio, trabalho, escola, centro gra-

    tuito, centro pago, outros locais).

    II) Desigualdades Socioeconmicas

    Dimenso que reflete as possibilidades diferenciais de acesso Internet derivadas das condi-

    es econmicas e sociais dos indivduos. Resulta da combinao de dois indicadores referentes

    renda familiar e raa/cor dos indivduos:

    a) Desigualdades Econmicas

    Indica o diferencial de condies de acesso entre os diversos grupos de renda. Relao

    entre a proporo de pessoas de 10 anos ou mais, pertencentes aos 40% mais pobres

    da populao que usaram a Internet nos ltimos trs meses e a proporo de pessoas

    nas mesmas condies pertencentes aos 10% mais ricos da populao.

    b) Desigualdades sociais

    Indicador que reflete processos de segregao por motivos sociais ou culturais, nes-

    se caso, processos de discriminao racial. Resulta da relao entre a proporo de

    brancos de 10 anos ou mais de idade que usaram a Internet nos ltimos trs meses e a

    proporo de negros nas mesmas condies.

    III) Estratgias de Superao

    Dimenso destinada a verificar em que medida diversos mecanismos, cuja finalidade de-

    veria ser ou a democratizao ou a superao das desigualdades de acesso Internet, esto

    cumprindo seu compromisso ou, pelo contrrio, reforam as fraturas existentes. Nesse caso,

    pretende-se verificar em que medida os centros de acesso gratuito Internet e a informa-

    tizao nos estabelecimentos escolares de Ensino Fundamental encontram-se efetivamente

    focalizando sua atuao nas camadas menos favorecidas da populao. Tambm aqui foram

    utilizados dois indicadores:

    a) Centros gratuitos de acesso

    Indicador dos diferenciais de utilizao dos centros de acesso gratuito ou comunitrio

    Internet por parte dos diversos grupos de renda da populao. Operativamente, re-

    sulta da relao entre a proporo de pessoas de 10 anos de idade ou mais, pertencen-

    tes aos 40% mais pobres da populao que usaram a Internet nos ltimos trs meses

    em um centro gratuito e a proporo de pessoas nas mesmas condies pertencentes

    aos 10% mais ricos da populao.

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    b) Centros Escolares por renda

    Indicador dos diferenciais de utilizao dos laboratrios de informtica nos estabele-

    cimentos escolares de Ensino Fundamental por parte dos diversos grupos de renda

    dos alunos. Operativamente, resulta da relao entre a proporo de estudantes de 10

    anos de idade ou mais que cursam o Ensino Fundamental, pertencentes aos 40% mais

    pobres da populao que usaram a Internet nos ltimos trs meses em estabelecimen-

    to escolar e a proporo de estudantes nas mesmas condies, mas pertencentes aos

    10% mais ricos da populao.

    Elaborao dos ndices

    Os indicadores originais, expressos em termos de percentagens Internet domiciliar e uso da

    Internet ou como relao entre duas categorias brancos/negros ou ricos/pobres foram trans-

    formados visando obter uma mtrica homognea que possibilitasse elaborar uma escala nica.

    Por tal motivo, os valores originais percentagens e/ou relao foram normalizados e transfor-

    mados em uma escala de 50 pontos para a mdia do Brasil e 10 pontos para cada desvio padro

    dessa mdia.

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    Captulo 3

    Os Indicadores

    Neste captulo, ser realizada uma sntese da situao de cada um dos indicadores utilizados

    no ndice proposto. Na medida em que, no ndice, os indicadores foram estatisticamente homoge-

    neizados (ver captulo metodolgico) para permitir seu tratamento conjunto, resulta conveniente

    contar com uma idia inicial de seu comportamento nos estados e regies do Brasil. Esse detalha-

    mento ser feito luz de nossa recente publicao sobre o tema4.

    3.1 Indicadores de Desigualdade de Infouso

    Os dois indicadores utilizados com maior freqncia em nvel internacional para verificar a situ-

    ao e o grau de penetrao da Internet so: proporo de pessoas (ou domiclios) que possuem

    computador ligado Internet e proporo de pessoas que acessa a rede mundial. Se o primeiro

    desses indicadores levantado corriqueiramente pelo IBGE, o segundo bem mais espordico,

    mas existem diversas fontes internacionais5que realizam anualmente estimativas bastante ajusta-

    das da situao desse indicador.

    Vemos pela Tabela 1 que 14,7% da populao brasileira de 10 anos de idade ou mais morava,

    no ano de 2005, em domiclios com acesso Internet. Apesar da baixa proporo, ao menos em

    termos internacionais, isso representa 22,5 milhes de pessoas nessa faixa etria que moram em

    domiclios com acesso direto Internet. J a proporo de usurios de Internet bem maior: 21%,

    dado que esse ndice inclui todos os locais de possvel acesso, alm do domiclio trabalho, escola,

    centros gratuitos, centros pagos e outros. Mas, tambm nesse caso, os ndices so muito baixos

    em termos internacionais. Estatsticas disponveis apontam que, nos pases avanados, os nveis de

    acesso triplicam em comparao aos do Brasil.

    Alm disso, os nmeros do pas ainda ocultam profundas desigualdades regionais. Em um

    extremo, o Norte e o Nordeste, com 4,9% e 5,7% de sua populao de 10 anos ou mais de

    4. Waiselfisz, JJ. 2007, op. cit.

    5.International Telecommunication Union. Measuring the Information Society. ICT Opportunity Index and World Telecom-munication/ICT Indicators. Geneva, ITU, 2007.

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    Captulo 3 Os Indicadores

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    idade com acesso Internet no domiclio e 12% e 11,9% dessa mesma populao usuria de

    Internet. Em outro extremo, as regies Sudeste e Sul, com 20,8% e 18,6% de sua populao de

    10 anos ou mais de idade com Internet no domiclio e 26,3% e 25,6% dessa populao usuria

    de Internet.

    As Unidades Federadas apresentam situaes mais extremas ainda, que vo do Maranho, com

    2,1% pessoas com acesso domiciliar e 7,7% de usurios de Internet, ao Distrito Federal, com 31,1%

    e 41,1% respectivamente. Entre esses dois plos, localizam-se as diversas Unidades Federadas e

    Regies, como ser visto no captulo a seguir.

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    Tabela 1

    Populao de 10 anos e mais com Internet nodomiclio e que puseram Internet nos ltimos 3 meses.

    (Por UF e Regio. 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005

    UF/REGIO% InternetDomiciliar

    % UsouInternet

    Acre 6,5 13,2

    Amazonas 5,3 10,5

    Amap 8,2 20,0

    Par 4,1 10,9

    Rondnia 5,2 13,5

    Roraima 5,8 13,5Tocantins 4,8 14,3

    NORTE 4,9 12,0

    Alagoas 4,5 7,6

    Bahia 6,3 12,9

    Cear 5,1 12,9

    Maranho 2,1 7,7

    Paraba 7,5 12,4

    Pernambuco 7,1 13,6

    Piau 4,7 10,4

    Rio Grande do Norte 7,8 12,9

    Sergipe 6,8 12,6

    NORDESTE 5,7 11,9

    Esprito Santo 15,9 23,7

    Minas Gerais 12,6 18,8

    Rio de Janeiro 21,2 26,6

    So Paulo 25,0 29,9

    SUDESTE 20,8 26,3

    Paran 19,1 25,9

    Rio Grande do Sul 16,3 23,2

    Santa Catarina 21,9 29,4

    SUL 18,6 25,6

    Distrito Federal 31,1 41,1

    Gois 9,2 18,9

    Mato Grosso do Sul 12,1 22,5

    Mato Grosso 9,6 18,3

    CENTRO-OESTE 13,7 23,4

    BRASIL 14,7 21,0

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    Captulo 3 Os Indicadores

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    3.2 Indicadores de Desigualdades Socioeconmicas

    Outro campo explicativo das diferenas de acesso deriva de diversas fraturas econmicas, so-

    ciais e culturais. No campo econmico, nosso indicador privilegiado a renda familiar per capita.Para efeito de anlise, o conjunto da populao brasileira foi dividido em 10 grandes grupos de

    igual tamanho segundo sua renda familiar per capita6. A partir dessa categorizao, foram estru-

    turados dois grandes grupos: os 40% da populao de menor renda e os 10% de maior renda. Es-

    tabelecida a proporo de usurios de Internet em ambos os grupos, foi calculada a relao entre

    eles. Quanto maior essa relao, maiores as desigualdades no acesso Internet atribuveis ao fator

    renda. Quanto menor a relao ou mais prxima do valor 1, menor a incidncia do fator renda nas

    condies de acesso rede mundial.

    Procedimento semelhante foi utilizado para analisar a discriminao originada no fator raa/

    cor. Mas aqui os dois grupos comparados foram os que declararam na PNAD 2005 ser brancosou negros7.

    Pelos dados da tabela 2, possvel verificar que, enquanto s 5,7% da populao mais pobre do

    Brasil utilizaram a Internet nos trs meses anteriores pesquisa do IBGE, no grupo que concentra

    os 10% de maior renda, essa proporo foi de 58,7%. Isso representa uma relao de 10,3, isto ,

    o grupo de maior renda utiliza a Internet 10,28 vezes mais que o grupo de menor renda (ou, em

    termos percentuais, 928% mais).

    Nos estados das regies Norte e Nordeste, as desigualdades so maiores que essa mdia na-

    cional (14,7 e 12,6 vezes), com destaque para o estado de Alagoas por seu nvel extremamente

    elevado de desigualdade entre os grupos de renda (o grupo mais rico acessa a Internet 35,6

    vezes mais que o grupo pobre, o que representa um diferencial de 3.460%). Em outro extremo,

    Rio de Janeiro e So Paulo apresentam as relaes mais baixas, as de menor diferenciao: 5,2 e

    6,0 vezes, respectivamente.

    A discriminao por cor ou raa dos indivduos tambm atua como fator incidente nas condi-

    es de acesso Internet. No pas como um todo, 28,3% dos brancos de 10 anos ou mais de idade

    manifestaram ter usado a Internet nos 3 meses anteriores pesquisa. J entre os negros, esse per-

    centual cai para 13,3%. Noutras palavras, brancos acessam a Internet 2,1 vezes mais que os negros,

    isto , mais que o dobro que negros.

    O panorama inter-regional e interestadual extremamente homogneo, dando a entender que

    um mecanismo de discriminao arraigado e espalhado de forma mais ou menos uniforme ao

    longo de todo o pas.

    6. Somatria do total de renda recebida por cada um dos membros do grupo familiar, dividido pelo nmero de

    membros.

    7. O IBGE coleta esse fator por auto-classificao, perguntando ao entrevistado qual sua cor ou raa. Opera com 5

    categorias: branca, parda, preta, indgena e amarela. Dado o escasso nmero de algumas das categorias e para uma

    melhor visualizao dos resultados, trabalhar-se- com 2 categorias: branco e negro, somando nesta ltima as catego-

    rias preto e pardo.

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    Tabela 2

    Uso da Internet segundo Renda FamiliarPer Capita e segundo Raa.

    (Por UF e Regio. 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005

    UF/REGIO

    Uso de Internet segundorenda familiarper capita

    Uso de Internet segundo raa/cor

    40% maispobres (1)

    10% maisricos (2)

    Relao 2/1 Branca (1) Negra (2) Relao 1/2

    Acre 3,2 63,5 19,7 23,5 10,2 2,3

    Amazonas 2,9 50,6 17,7 16,6 8,7 1,9

    Amap 6,5 55,3 8,5 29,9 17,4 1,7

    Par 3,1 45,6 14,7 17,1 9,0 1,9Rondnia 3,9 55,6 14,2 19,0 10,5 1,8

    Roraima 5,0 32,3 6,4 20,6 11,6 1,8

    Tocantins 3,6 55,8 15,5 21,4 11,8 1,8

    NORTE 3,4 49,3 14,7 18,5 9,8 1,9

    Alagoas 1,5 53,2 35,6 13,7 4,5 3,0

    Bahia 4,7 51,5 11,1 19,7 11,1 1,8

    Cear 5,1 45,0 8,8 17,8 10,5 1,7

    Maranho 2,9 42,6 14,5 12,5 6,2 2,0

    Paraba 3,4 55,4 16,1 19,3 8,6 2,2

    Pernambuco 4,7 51,9 11,0 19,6 10,2 1,9

    Piau 3,2 54,3 16,8 16,8 8,4 2,0

    Rio Grande do Norte 3,5 61,3 17,6 19,4 9,1 2,1

    Sergipe 3,8 44,9 11,8 17,7 10,5 1,7

    NORDESTE 4,0 50,8 12,6 18,0 9,4 1,9

    Esprito Santo 8,1 63,4 7,8 31,1 18,7 1,7

    Minas Gerais 4,5 54,9 12,3 25,4 13,1 1,9

    Rio de Janeiro 10,1 53,2 5,2 32,7 19,2 1,7

    So Paulo 10,5 62,6 6,0 34,2 19,3 1,8

    SUDESTE 8,3 59,2 7,2 32,1 17,2 1,9

    Paran 7,5 65,2 8,7 29,2 15,6 1,9

    Rio Grande do Sul 6,9 58,0 8,4 24,8 14,4 1,7

    Santa Catarina 9,2 60,7 6,6 31,0 16,5 1,9

    SUL 7,5 61,1 8,1 27,8 15,3 1,8

    Distrito Federal 11,1 75,4 6,8 51,2 33,1 1,5

    Gois 6,6 60,1 9,1 23,6 15,1 1,6

    Mato Grosso do Sul 9,0 62,3 6,9 28,0 16,1 1,7

    Mato Grosso 4,0 63,4 15,7 27,3 13,0 2,1

    CENTRO-OESTE 7,0 67,1 9,5 30,1 18,0 1,7

    BRASIL 5,7 58,7 10,3 28,3 13,3 2,1

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    Captulo 3 Os Indicadores

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    3.3 Indicadores de Estratgias de Superao

    Segundo o ltimo Relatrio de Desenvolvimento Humano8, apesar de leves melhoras nos lti-

    mos anos, o Brasil continua sendo um dos 10 pases do planeta com maior concentrao de renda.

    lgico esperar, em funo dessa realidade, que as possibilidades de posse domiciliar de compu-

    tador e Internet sejam fortemente condicionadas pelas grandes diferenas de renda, originando,

    tambm no campo digital, marcados contrastes. Efetivamente, a PNAD de 2005 permite verificar

    que, enquanto no grupo de 40% de menor renda da populao s 0,8% possui Internet domiciliar,

    nos 10% de maior renda, essa taxa sobe para 56,3%, o que representa uma diferena percentual,

    entre ambos os grupos, de 7.600%.

    Mas tambm seria de se esperar que os locais estruturados sob uma tica universalista, como o

    sistema educacional e/ou os centros pblicos gratuitos de acesso Internet, fossem pautados:

    por critrios democrticos, dando condies de acesso equivalentes para todos os

    grupos,

    ou por estratgias de incluso social, dadas as profundas desigualdades, focalizan-

    do fortemente sua atuao polticas de discriminao positiva nos setores de

    menor renda da populao, rea na qual o Brasil tem longa e efetiva experincia,

    gerada em polticas nacionais como a Bolsa Escola, ou a Bolsa Famlia ou as recen-

    tes cotas para negros nas universidades.

    Mas, pelos dados existentes, oriundos da PNAD de 2005, que permitem diferenciar os locais de

    acesso segundo nveis de renda da populao de 10 anos de idade ou mais, no parece acontecer

    nem uma, nem outra, nem democratizao nem focalizao.

    Se tomarmos como referncia o uso de centros gratuitos por parte da populao, temos como

    resultado:

    a.Sua utilizao como local de acesso extremamente baixa: s 2,1% da populao de

    10 anos ou mais de idade manifestaram ter freqentado um centro gratuito, contra

    10,5% que usaram a rede no domiclio, 8,3% no trabalho, 5,4% na escola e 4,6% em

    centros pagos.

    b.Alm disso, como podemos ver na tabela 3, s 0,9% da populao do grupo de menor

    renda fez uso de centros gratuitos, mas, no grupo de maior renda, essa freqncia foi

    cinco vezes maior: 4,5%.

    c.Regionalmente, todo o Centro-Oeste, salvo Mato Grosso do Sul, prximo da mdia na-

    cional, apresenta ndices elevados de concentrao do acesso.

    8. Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento. Relatrio de Desenvolvimento Humano 2006. A gua para

    l da escassez: poder, pobreza e a crise mundial da gua. New York, PNUD, 2006.

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    d.O Estado de So Paulo o que apresenta os melhores ndices de acesso popular aos

    seus centros gratuitos: com um ndice de 2,4% de uso por parte do grupo de menor

    renda. Esse ndice, embora muito baixo em termos internacionais, o maior que o pas

    registra.

    e.Isso faz tambm que sua relao de desigualdade seja a menor do pas: 1,8, influen-

    ciando fortemente para melhorar a relao da regio Sudeste: 2,7.

    f.Em outro extremo, Alagoas registra o menor ndice de acesso a centros gratuitos dos

    setores de baixa renda: s 0,1% desse grupo manifestou, na pesquisa do IBGE, ter uti-

    lizado centro gratuito nos ltimos trs meses. Isso faz com que o estado apresente os

    maiores ndices de desigualdade no acesso a centros gratuitos: 29,5.

    Tambm a utilizao da Internet por parte de estudantes nos estabelecimentos educacionais

    de ensino no parece ter melhor distribuio. Segundo o Censo Educacional do Ministrio da Edu-

    cao de 2006, tnhamos no pas um total de 659 mil computadores nos estabelecimentos de en-

    sino do pas. Parque que, pelos quantitativos, parece ser impressionante. Mas, no mesmo Censo, o

    prprio Ministrio registra um total de 56,5 milhes de alunos nas diversas modalidades de ensino.

    Esses quantitativos permitem estabelecer um ndice de 1,17 computador para cada 100 alunos 9.

    Bem distante da realidade dos pases avanados. Nos pases da Europa, por exemplo, a mdia para

    esse mesmo ano era de 11,4 computadores para cada 100 alunos. Os quantitativos oscilam de 5,9

    computadores cada 100 alunos na Letnia e na Litunia, at 27,3 na Dinamarca. E isso contandoainda que no Brasil so computadores sem especificao de destinao, como no caso da Europa.

    Assim, o ndice brasileiro deveria ser ainda menor, mas no temos meios, nesse momento, de cal-

    cular a taxa de computadores disponveis para os alunos, diferenciada dos computadores admi-

    nistrativos, para professores etc.

    Mas, apesar dessas limitaes, com esse parque ainda poderia ser realizado um significativo

    esforo de incluso digital nas escolas. Para verificar em que medida isso acontece, tomamos como

    referncia alunos de 10 anos ou mais de idade, que se encontram estudando no Ensino Funda-

    mental. Tomamos como referncia o Ensino Fundamental porque nesse nvel ainda encontramos

    representadas todas as categorias sociais, o que j no acontece no Ensino Mdio, dado o proces-

    so seletivo que acontece na estrutura educacional.

    A tabela 3 permite verificar que, entre os estudantes pobres que freqentam o Ensino Funda-

    mental, s 5,4% utilizaram a Internet na escola nos trs meses anteriores pesquisa. Essa propor-

    o eleva-se para 37,7% quando se trata dos 10% de estudantes mais ricos. Pelo que os dados

    permitem inferir, a discriminao no sistema educacional ainda maior do que a detectada nos

    centros gratuitos acima relatados. Se, nos centros gratuitos, a relao de desigualdade de 5, no

    9. European Commission. Benchmarking Access and Use of ICT in European Schools 2006 .

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    Captulo 3 Os Indicadores

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    sistema de ensino, mbito onde se gera tanto a incluso quanto a discriminao futura, essa rela-

    o maior: 7. Isto , o grupo dos 10% de alunos mais ricos tem sete vezes mais possibilidades de

    acesso em suas escolas do que o grupo dos 40% mais pobres.

    Considerando as diferenas regionais, vemos que os estados do Sudeste e do Sul, salvo Minas

    Gerais, so os que ostentam os menores ndices de desigualdade, com destaque para Santa Cata-

    rina, a menor taxa do pas. Mas, ainda assim, sendo o estado com maior democratizao digital em

    suas escolas, o acesso dos estudantes do grupo de maior renda mais que o dobro daquele dos

    alunos de menor renda.

    Situao diametralmente oposta a que se registra em Alagoas, onde os alunos de maior renda

    utilizam a Internet escolar 76,9 vezes (7.590%) mais do que os alunos mais pobres do estado.

    Poder-se-ia alegar que essas desigualdades se explicam porque os clculos anteriores incluem

    matrculas de escolas privadas, que recrutam os alunos de maior renda e so tambm as mais bem

    equipadas. No cabe dvida dessa realidade. Sem entrar no mrito da questo, isto , por que as

    escolas pblicas so deficitrias em sua infra-estrutura, inclusive a digital, podemos verificar o que

    acontece quando desagregamos as escolas pblicas. Como temos poucos casos de renda elevada

    em escolas pblicas, alm de a PNAD ser um levantamento amostral, e trabalhar com poucos casos

    pode aumentar, e muito, o erro das estimativas, decidiu-se, para esse caso, dividir a populao es-

    colar no Ensino Fundamental em dois grandes grupos: os 50% de menor renda familiar per capita

    e os 50% de maior renda. Os resultados podem ser vistos na tabela 4.

    Excluindo os alunos das escolas particulares, ainda temos uma desigualdade de 2,7 vezes. Nou-

    tras palavras, os 50% de maior renda utilizam a Internet nas escolas pblicas de Ensino Fundamen-

    tal, 170% mais do que os alunos de menor renda.

    Com isso, verifica-se que a disponibilizao de acesso Internet em espaos que deveriam atuar

    como mecanismos de incluso digital na realidade refora a elevada discriminao que se observa

    no uso privado domiciliar. Se as polticas pblicas de desenvolvimento digital (nos estabelecimen-

    tos pblicos de ensino ou nas comunidades) tiveram a inteno de incluir os setores com escassas

    ou nulas condies de acesso Internet ou ainda de democratizar as condies de uso, o resultado

    parece ser reforar mais a concentrao existente nos grupos com melhores condies econmi-

    cas e sociais.

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    Tabela 3

    Uso da Internet segundo local de uso:centros gratuitos para a populao de 10 anos ou mais

    nas escolas de Ensino Fundamental.(Por Nvel de Renda, UF e Regio. 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005

    UF/REGIO

    % Populao de 10 anos ou mais queusou Internet em Centros Gratuitos,

    segundo renda familiarper capita

    % Estudantes de 10 anos ou mais doEnsino Fundamental que usou Internet

    na escola, segundo renda familiar w

    40% maispobres (1)

    10% maisricos (2)

    Relao2/1

    40% maispobres (1)

    10% maisricos (2)

    Relao2/1

    Acre 0,9 3,3 3,6 1,5 19,1 13,1

    Amazonas 0,5 1,4 2,7 1,7 33,1 19,3Amap 0,8 1,3 1,5 2,3 23,1 10,2

    Par 0,4 3,4 9,4 1,7 27,6 16,7

    Rondnia 0,6 2,8 4,4 3,3 23,5 7,1

    Roraima 0,3 2,1 6,2 2,5 15,3 6,2

    Tocantins 0,5 6,7 12,3 3,1 23,1 7,4

    NORTE 0,5 3,1 6,5 2,0 25,6 12,8

    Alagoas 0,1 3,0 29,5 0,2 15,4 76,9

    Bahia 0,9 3,8 4,1 3,4 21,2 6,3

    Cear 0,6 1,9 3,2 4,2 30,1 7,2

    Maranho 0,3 2,9 9,1 1,8 14,3 7,8

    Paraba 0,5 5,7 11,9 3,1 21,6 6,9

    Pernambuco 0,4 2,5 5,5 4,0 40,3 10,1

    Piau 0,4 5,4 14,5 2,0 42,9 21,4

    Rio Grande do Norte 0,4 3,2 7,6 2,1 19,0 9,2

    Sergipe 0,2 6,6 28,2 2,1 40,0 18,7

    NORDESTE 0,5 3,4 6,3 3,0 27,7 9,2

    Esprito Santo 0,3 2,0 5,8 10,3 53,3 5,2

    Minas Gerais 0,5 3,7 7,2 3,8 34,1 8,9

    Rio de Janeiro 1,7 4,1 2,4 7,3 27,4 3,8

    So Paulo 2,4 4,3 1,8 13,5 44,5 3,3

    SUDESTE 1,5 4,1 2,7 8,9 39,0 4,4

    Paran 1,4 4,8 3,4 9,2 57,0 6,2

    Rio Grande do Sul 0,8 4,4 5,7 9,7 45,0 4,6

    Santa Catarina 1,2 6,3 5,3 15,9 34,1 2,2

    SUL 1,1 5,0 4,5 10,4 45,8 4,4

    Distrito Federal 1,9 12,8 6,8 8,0 32,7 4,1

    Gois 0,8 5,2 6,1 5,2 41,2 8,0

    Mato Grosso do Sul 1,1 4,9 4,5 13,8 55,6 4,0

    Mato Grosso 0,9 6,3 6,8 4,9 44,4 9,0

    CENTRO OESTE 1,0 8,4 8,1 7,0 40,3 5,7

    BRASIL 0,9 4,5 5,0 5,4 37,7 7,0

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    Captulo 3 Os Indicadores

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    Tabela 4

    Uso da Internet por estudantes de 10 anos ou maisem Escolas Pblicas de Ensino Fundamental.

    (Por Nvel de Renda, UF e Regio. 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005

    UF/REGIO

    % Estudantes de 10 anos e mais do Ensino Fundamental Pblico,que usou Internet na Escola, segundo Renda Familiar Per Capita

    50% mais pobres (1) 50% mais ricos (2) Relao 2/1

    Acre 1,6 4,5 2,9

    Amazonas 2,4 8,3 3,4

    Amap 2,8 6,1 2,2

    Par 1,3 6,6 5,1

    Rondnia 3,1 5,3 1,7

    Roraima 3,2 5,3 1,7

    Tocantins 3,8 10,4 2,8

    NORTE 2,1 7,0 3,4

    Alagoas 1,1 9,8 9,0

    Bahia 3,3 6,1 1,8

    Cear 4,1 11,0 2,7

    Maranho 1,7 2,0 1,2

    Paraba 3,1 12,0 3,9

    Pernambuco 3,7 9,3 2,5

    Piau 1,5 5,6 3,7Rio Grande do Norte 2,0 8,5 4,2

    Sergipe 1,5 5,1 3,3

    NORDESTE 2,9 7,5 2,6

    Esprito Santo 10,5 18,5 1,8

    Minas Gerais 4,6 13,2 2,8

    Rio de Janeiro 6,6 12,8 1,9

    So Paulo 14,4 19,4 1,3

    SUDESTE 9,6 16,8 1,7

    Paran 9,8 20,9 2,1

    Rio Grande do Sul 10,0 17,2 1,7

    Santa Catarina 18,4 29,3 1,6SUL 11,3 21,8 1,9

    Distrito Federal 8,1 13,3 1,7

    Gois 5,4 13,5 2,5

    Mato Grosso do Sul 13,6 24,5 1,8

    Mato Grosso 5,0 10,9 2,2

    CENTRO-OESTE 7,1 14,4 2,0

    BRASIL 5,9 15,8 2,7

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    Mapa das desigualdades digitais no Brasil

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    27

    Captulo 4

    O ndice das Desigualdades Digitais

    Como esclarecido no captulo introdutrio, os indicadores analisados no captulo trs, expres-sos originalmente como percentagens Internet domiciliar e uso de Internet ou como relao

    entre duas categorias brancos/negros ou ricos/pobres foram convertidos em uma mtrica co-

    mum: padronizados e transformados em uma escala em que a mdia do Brasil representa 50 pon-

    tos e cada desvio padro, 10 pontos.

    Considerando que as escalas propostas pretendem representar os nveis de discriminao exis-

    tentes em cada um dos indicadores ou dimenses, quanto maior seu valor de escala, maiores as

    desigualdades encontradas. Dado que 50 pontos representam a mdia nacional, quanto mais pr-

    ximo desse valor, mais perto o estado se encontra da mdia nacional. Quanto mais distante dessa

    mdia para cima, maiores as desigualdades encontradas. Quanto mais baixos os ndices estabele-

    cidos para um estado, menores as desigualdades.

    A tabela 5 detalha os valores, no ndice, de cada indicador e dimenso, para cada Unidade Fe-

    derada e cada regio do pas. A tabela 6 organiza os dados das Unidades Federadas de acordo com

    sua posio relativa em cada indicador e dimenso.

    Por ltimo, um mapa referenciando o ndice das Desigualdades Digitais em cada UF e 10 figuras

    subseqentes, em que apresentada, de forma grfica, a situao dos estados em cada indicador

    e dimenso.

    Deve ser levado em conta que os indicadores e dimenses que compem o ndice representam

    escalas de discriminao, isto , valores mais elevados na escala significam maiores nveis de dis-

    criminao ou desigualdade.

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    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    28

    UF/REGIO

    Desigualdades

    deInternet

    Domiciliar

    deUsode

    Internet

    deInfouso

    Econmicas

    Raciais

    Socioeco-

    nmicas

    deAcesso

    Gratuito

    deAcesso

    Escolar

    Estratgias

    deSuperao

    ndicedas

    Desigualdades

    Digitais

    Acre 61,0 55,7 58,3 56,2 61,8 59,0 42,6 55,5 49,0 55,5

    Amazonas 62,6 59,2 60,9 42,4 58,6 50,5 40,5 65,1 52,8 54,7

    Amap 58,7 47,1 52,9 35,7 43,8 39,8 37,9 51,0 44,4 45,7

    Par 64,1 58,7 61,4 42,0 53,8 47,9 55,2 61,1 58,2 55,8Rondnia 62,6 55,3 59,0 38,7 52,9 45,8 44,1 46,2 45,2 50,0

    Roraima 61,9 55,3 58,6 38,1 40,4 39,2 48,2 44,8 46,5 48,1

    Tocantins 63,2 54,3 58,7 39,3 55,1 47,2 61,7 46,7 54,2 53,4

    NORTE 60,8 60,8 60,8 56,2 63,6 59,9 54,2 65,1 59,6 60,1

    Alagoas 63,6 63,0 63,3 81,3 87,7 84,5 75,3 82,8 79,1 75,6

    Bahia 61,3 56,2 58,7 38,1 47,9 43,0 43,6 45,0 44,3 48,7

    Cear 62,8 56,1 59,4 35,4 44,2 39,8 41,6 46,4 44,0 47,7

    Maranho 66,8 62,8 64,8 45,8 53,5 49,7 54,6 47,4 51,0 55,1

    Paraba 59,6 56,8 58,2 54,2 56,0 55,1 60,7 45,9 53,3 55,6

    Pernambuco 60,2 55,2 57,7 43,1 47,9 45,5 46,7 50,8 48,8 50,7

    Piau 63,4 59,4 61,4 45,9 57,2 51,6 66,6 68,4 67,5 60,1

    Rio Grandedo Norte

    59,2 56,1 57,7 50,2 58,5 54,3 51,3 49,5 50,4 54,1

    Sergipe 60,6 56,6 58,6 35,0 49,1 42,1 75,9 64,1 70,0 56,9

    NORDESTE 59,6 60,9 60,2 58,4 56,8 57,6 53,2 55,2 54,2 57,4

    Esprito Santo 48,4 42,3 45,3 34,1 42,7 38,4 47,4 43,2 45,3 43,0

    Minas Gerais 52,9 48,5 50,7 43,4 50,0 46,7 50,4 49,0 49,7 49,0

    Rio de Janeiro 41,3 38,5 39,9 35,2 38,5 36,9 39,8 41,0 40,4 39,1

    So Paulo 36,4 34,3 35,4 37,7 39,7 38,7 38,5 40,4 39,4 37,8

    SUDESTE 38,9 41,1 40,0 53,6 39,7 46,7 35,9 42,0 39,0 41,9

    Paran 44,1 39,4 41,8 41,2 44,0 42,6 42,1 44,8 43,5 42,6

    Rio Grandedo Sul

    48,0 42,9 45,4 36,0 43,6 39,8 47,2 42,4 44,8 43,4

    Santa Catarina 40,4 35,0 37,7 41,5 40,6 41,1 46,2 38,6 42,4 40,4

    SUL 42,0 42,1 42,0 48,3 42,7 45,5 44,7 42,0 43,4 43,6

    Distrito Federal 28,2 19,9 24,0 30,0 41,0 35,5 49,6 41,5 45,6 35,0

    Gois 57,3 48,5 52,9 30,3 44,7 37,5 48,0 47,6 47,8 46,1

    Mato Gros-so do Sul

    53,5 43,8 48,6 36,5 41,2 38,9 44,5 41,4 43,0 43,5

    Mato Grosso 56,8 49,2 53,0 49,2 55,5 52,3 49,6 49,2 49,4 51,6

    CENTRO-OESTE 48,7 45,1 46,9 33,4 47,2 40,3 62,0 45,7 53,8 47,0

    BRASIL 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0

    Tabela 5

    ndice das Desigualdades Digitais. Indicadores e Dimenses.(Brasil, 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005Nota: Maior valor no ndice representa maior discriminao ou desigualdade

    Mapa_desigualdades_digitais.indd28 28 11/12/2007 17:29:17

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    29

    Tabela 6

    ndice das Desigualdades Digitais. Ordenamento por Estados.(Por Indicador e Dimenso. Brasil, 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005Nota: Maior valor no ndice representa maior discriminao ou desigualdade

    UF/REGIO

    InternetDomiciliar

    UsodeInternet

    Desigualdades

    deInfouso

    Desigualdades

    Econmicas

    Desigualdades

    Raciais

    Desigualdades

    Socioeconmicas

    CentrosGratuitos

    segundoRenda

    AcessoEscolar

    segundoRenda

    Estratgiasde

    Superao

    ndicedas

    Desigualdades

    Digitais

    Alagoas 3 1 2 1 1 1 2 1 1 1

    Piau 4 3 4 6 5 6 3 2 2 2

    Sergipe 12 7 11 24 13 16 1 4 3 3

    Par 2 5 3 11 9 9 6 5 4 4

    Paraba 14 6 13 3 6 3 5 17 5 5

    Acre 11 11 12 2 2 2 21 6 6 6

    Maranho 1 2 1 7 10 8 7 13 7 7

    Amazonas 8 4 5 10 3 7 24 3 8 8

    Rio Grande do Norte 15 9 15 4 4 4 8 9 9 9

    Tocantins 5 15 8 14 8 10 4 14 10 10

    Mato Grosso 18 16 16 5 7 5 11 10 11 11

    Pernambuco 13 14 14 9 15 13 16 8 12 12

    Rondnia 7 13 7 15 11 12 19 16 13 13

    Minas Gerais 20 17 19 8 12 11 9 11 14 14

    Bahia 10 8 9 16 14 14 20 18 15 15Roraima 9 12 10 17 25 21 12 19 16 16

    Cear 6 10 6 22 17 19 23 15 17 17

    Gois 17 18 17 26 16 25 13 12 18 18

    Amap 16 19 18 21 19 20 27 7 19 19

    Mato Grosso do Sul 19 20 20 19 22 22 18 24 20 20

    Rio Grande do Sul 22 21 21 20 20 18 15 22 21 21

    Esprito Santo 21 22 22 25 21 24 14 21 22 22

    Paran 23 23 23 13 18 15 22 20 23 23

    Santa Catarina 25 25 25 12 24 17 17 27 24 24

    Rio de Janeiro 24 24 24 23 27 26 25 25 25 25

    So Paulo 26 26 26 18 26 23 26 26 26 26Distrito Federal 27 27 27 27 23 27 10 23 27 27

    Mapa_desigualdades_digitais.indd29 29 11/12/2007 17:29:18

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    30/48

    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    30

    Mapa

    ndice das Desigualdades Digitais. (Brasil, 2005)

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados PNAD/IBGE. 2005Nota: Maior valor no ndice representa maior discriminao ou desigualdade

    AM

    54,7

    RR48,1

    AC55,5

    PA

    55,8

    AP45,7

    MT51,6

    RO50,0

    MA55,1

    PI60,1

    TO53,4

    BA48,7

    CE47,7

    GO46,1

    MS43,5

    RS43,1

    SC40,4

    PR42,6

    SP37,8

    MG

    49,0

    RJ39,1

    ES43,0

    SE56,9

    AL75,6

    PB55,6

    RN54,1

    PE50,7

    at 42,0

    42,0 a 46,0

    46,0 a 50,0

    50,0 a 55,0

    55,0 a 76,0

    DF35,0

    Mapa_desigualdades_digitais.indd30 30 11/12/2007 17:29:25

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    31/48

    31

    Figura 1

    ndice de Desigualdades de Internet Domiciliar

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    DF

    SP

    SC

    RJ

    PR

    RS

    ES

    MG

    MS

    MT

    GO

    AP

    RN

    PB

    PE

    SE

    AC

    BA

    RR

    AM

    RO

    CE

    TO

    PI

    AL

    PA

    MA

    SESU

    CO

    NE

    NP

    38,9 42,0

    48,7

    59,6

    60,8

    Regio

    28,2

    36,4

    40,4

    41,3

    44,1

    48,0

    48,4

    52,9

    53,5

    56,8

    57,3

    58,7

    59,2

    59,6

    60,2

    60,6

    61,0

    61,3

    61,9

    62,6

    62,6

    62,8

    63,2

    63,4

    63,6

    64,1

    66,8

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Mapa_desigualdades_digitais.indd31 31 11/12/2007 17:29:25

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    32/48

    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    32

    Figura 2

    ndice de Desigualdades de Uso de Internet

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    41,1

    42,1

    45,1

    60,8

    60,9

    DF

    SP

    SC

    RJ

    PR

    ES

    RS

    MS

    AP

    GO

    MG

    MT

    TO

    PE

    RO

    RR

    AC

    CERN

    BA

    SE

    PB

    PA

    AM

    PI

    MA

    AL

    SE

    SU

    CO

    NO

    NE

    Regio

    19,9

    34,3

    35,0

    38,5

    39,4

    42,3

    42,9

    43,8

    47,1

    48,5

    48,5

    49,2

    54,3

    55,2

    55,3

    55,3

    55,7

    56,1 56,1

    56,2

    56,6

    56,8

    58,7

    59,2

    59,4

    62,8

    63,0

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Mapa_desigualdades_digitais.indd32 32 11/12/2007 17:29:27

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    33/48

    33

    Figura 3

    Dimenso: Desigualdades de Infouso

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    DF

    SP

    SC

    RJ

    PR

    ES

    RS

    MS

    MG

    AP

    GO

    MT

    RN

    PE

    PB

    AC

    SE

    RRBA

    TO

    RO

    CE

    AM

    PI

    PA

    AL

    MA

    SE

    SU

    CO

    NE

    NO

    Regio

    24,0

    35,4

    37,7

    39,9

    41,8

    45,3

    45,4

    48,6

    50,7

    52,9

    52,9

    53,0

    57,7

    57,7

    58,2

    58,3

    58,6

    58,6 58,7

    58,7

    59,0

    59,4

    60,9

    61,4

    61,4

    63,3

    64,8

    40,0

    42,0

    46,9

    60,2

    60,8

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Mapa_desigualdades_digitais.indd33 33 11/12/2007 17:29:27

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    34/48

    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    34

    Figura 4

    ndice de Desigualdades Econmicas

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    DF

    GO

    ES

    SE

    RJ

    CE

    AP

    RS

    MS

    SP

    RR

    BA

    RO

    TO

    PR

    SC

    PA

    AMPE

    MG

    MA

    PI

    MT

    RN

    PB

    AC

    AL

    COSU

    SE

    NO

    NE

    Regio

    33,448,3

    53,6

    56,2

    58,4

    81,3

    56,2

    54,2

    50,2

    49,2

    45,9

    45,8

    43,4

    43,142,4

    42,0

    41,5

    41,2

    39,3

    38,7

    38,1

    38,1

    37,7

    36,5

    36,0

    35,7

    35,4

    35,2

    35,0

    34,1

    30,3

    30,0

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Mapa_desigualdades_digitais.indd34 34 11/12/2007 17:29:28

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    35/48

    35

    Figura 5

    ndice de Desigualdades Raciais

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    RJ

    SP

    RR

    SC

    DF

    MS

    ES

    RS

    AP

    PR

    CE

    GO

    PE

    BA

    SE

    MG

    RO

    MAPA

    TO

    MT

    PB

    PI

    RN

    AM

    AC

    AL

    SESU

    CO

    NE

    NO

    Regio

    39,742,7

    47,2

    56,8

    63,6

    87,7

    61,8

    58,6

    58,5

    57,2

    56,0

    55,5

    55,1

    53,853,5

    52,9

    50,0

    49,1

    47,9

    47,9

    44,7

    44,2

    44,0

    43,8

    43,6

    42,7

    41,2

    41,0

    40,6

    40,4

    39,7

    38,5

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Mapa_desigualdades_digitais.indd35 35 11/12/2007 17:29:28

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    36/48

    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    36

    Figura 6

    Dimeso: Desigualdades Socioeconmicas

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    DF

    RJ

    GO

    ES

    SP

    MS

    RR

    AP

    CE

    RS

    SC

    SE

    PR

    BA

    PE

    RO

    MG

    TO

    PA

    MA

    AM

    PI

    MT

    RN

    PB

    AC

    AL

    COSU

    SE

    NE

    NO

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Regio

    40,345,5

    46,7

    57,6

    59,9

    84,5

    59,0

    55,1

    54,3

    52,3

    51,6

    50,5

    49,7

    47,9

    47,2

    46,7

    45,8

    45,5

    43,0

    42,6

    42,1

    41,1

    39,8

    39,839,8

    39,2

    38,9

    38,7

    38,4

    37,5

    36,9

    35,5

    Mapa_desigualdades_digitais.indd36 36 11/12/2007 17:29:30

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    37/48

    37

    Figura 7

    ndice de Desigualdades de Acesso Gratuito

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    AP

    SP

    RJ

    AM

    CE

    PR

    AC

    BA

    RO

    MS

    SC

    PE

    RS

    ES

    GO

    RR

    MT

    DF

    MG

    RN

    MA

    PA

    PB

    TO

    PI

    AL

    SE

    SESU

    NE

    NO

    CO

    Regio

    35,944,7

    53,2

    54,2

    62,0

    75,9

    75,3

    66,6

    61,7

    60,7

    55,2

    54,6

    51,3

    50,4

    49,6

    49,6

    48,2

    48,0

    47,4

    47,2

    46,7

    46,2

    44,5

    44,143,6

    42,6

    42,1

    41,6

    40,5

    39,8

    38,5

    37,9

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

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    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    38

    Figura 8

    ndice de Desigualdades de Acesso Escolar

    SC

    SP

    RJ

    MS

    DF

    RS

    ES

    PR

    RR

    BA

    PB

    RO

    CE

    TO

    MA

    GO

    MG

    MT

    RN

    PE

    AP

    AC

    PA

    SE

    AM

    PI

    AL

    SUSE

    CO

    NE

    NO

    Regio

    42,042,0

    45,7

    55,2

    65,1

    82,8

    68,4

    65,1

    64,1

    61,1

    55,5

    51,0

    50,8

    49,5

    49,2

    49,0

    47,6

    47,4

    46,7

    42,4

    46,2

    45,9

    45,0

    44,8

    44,8

    43,2

    42,4

    41,5

    41,4

    41,0

    40,4

    38,6

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    Mapa_desigualdades_digitais.indd38 38 11/12/2007 17:29:31

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    39

    Figura 9

    Dimenso: Estratgias de Superao

    SP

    RJ

    SC

    MS

    PR

    CE

    BA

    AP

    RS

    RO

    ES

    DF

    RR

    GO

    PE

    AC

    MT

    MG

    RN

    MA

    AM

    PB

    TO

    PA

    PI

    SE

    AL

    SESU

    CO

    NE

    NO

    Regio

    39,043,4

    53,8

    54,2

    59,6

    79,1

    70,0

    67,5

    58,2

    54,2

    53,3

    52,8

    51,0

    50,4

    49,7

    49,4

    49,0

    48,8

    47,8

    46,5

    45,6

    45,3

    45,2

    44,8

    44,4

    44,3

    44,0

    43,5

    43,0

    42,4

    40,4

    39,4

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    Mapa_desigualdades_digitais.indd39 39 11/12/2007 17:29:32

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    Captulo 4 O ndice das DEsigualdades Digitais

    40

    Figura 10

    ndice das Desigualdades Digitais

    Fonte: Indicadores construdos a partir dos microdados da PNAD 2005

    DF

    SP

    RJ

    SC

    PR

    ES

    RSMS

    AP

    GO

    CE

    RR

    BA

    MG

    RO

    PE

    MT

    TORN

    AM

    MA

    AC

    PB

    PA

    SE

    PI

    AL

    SE

    SU

    CO

    NE

    NO

    Regio41,9

    43,6

    47,0

    57,4

    60,1

    75,6

    60,1

    56,9

    55,8

    55,6

    55,5

    55,1

    54,7

    54,153,4

    51,6

    50,7

    50,0

    49,0

    48,7

    48,1

    47,7

    46,1

    45,7

    43,5

    43,4

    43,0

    42,6

    40,4

    39,1

    37,8

    35,0

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

    Brasil

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    Mapa das desigualdades digitais no Brasil

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    43

    Captulo 5

    Consideraes Finais

    Como ficou evidente ao longo do trabalho, as diversas desigualdades socioeconmicas quecaracterizam o Brasil determinam fortemente as condies de acesso aos benefcios das mo-

    dernas tecnologias da informao. Se, em 2005, o pas tinha acima de 32 milhes de usurios

    da Internet, isso representava aproximadamente 17% de sua populao, ndice bem baixo, se

    comparado com os dos pases avanados, e menor, inclusive, que os de vrios pases da Amrica

    Latina, como Chile, Costa Rica, Argentina e Uruguai. Isso sem contar a grande concentrao do

    acesso nos setores de renda elevada. J para os 40% da populao de menor renda, esse acesso

    possvel s para 5,7% da populao.

    Nessas condies de elevada concentrao, resulta utpico, e at paradoxal, priorizar a incluso

    digital pela via individual para aqueles que vivem no nvel da subsistncia e muitas vezes nem isso.

    E essa foi, at hoje, a poltica preponderante da expanso digital, em detrimento de estratgias co-

    letivas ou sociais. Os quantitativos da PNAD/IBGE de 2005 so claros ao destacar essa prioridade:

    enquanto 10,5% da populao de 10 anos de idade ou mais acessou a Internet em seu domiclio, s

    2,1% o fizeram em centros gratuitos. Mais ainda, esses centros gratuitos, por diversos motivos, como

    localizao, finalidade etc., acabam sendo mais utilizados pelos setores de maior renda.

    O que chamamos de estratgias sociais consiste na estruturao de espaos em condies de incen-

    tivar a utilizao e o acesso coletivos, priorizando os setores excludos, a populao de menor renda.

    Em maio de 2007, o Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia - IBICT - divul-

    gou os resultados da pesquisa de seu Observatrio de Polticas Pblicas de Incluso10, apontando

    que o pas teria 108 programas de Incluso Digital, atuando em quase 3.000 municpios do pas,

    via 16.722 pontos de incluso digital PIDs. Desse total, 43 correspondem a iniciativas do terceiro

    setor e as restantes, propostas federais, estaduais e/ou municipais. Mas a grande maioria recebe,

    direta ou indiretamente, financiamento pblico11.

    10. http://inclusao.ibict.br/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=162&Itemid=527,

    consultado em 19/07/2007

    11. Segundo a mesma fonte, 60% dos programas contam com financiameto federal, sem contar com o das outras esfe-

    ras de governo.

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    Captulo 5 Consideraes Finais

    44

    Em 2005, segundo a mesma fonte, o pas tinha em torno de 12 mil PIDs. O aumento do perodo

    foi em torno de 40%. Considerando que, em 2005, o IBGE registrava 2,1% da populao de 10 anos

    ou mais de idade usando centros gratuitos, e descontando o incremento populacional do perodo,

    verificaramos que, na atualidade, esses 2,1% de uso no ano de 2005 passaram para 2,8%, propor-

    o que ainda pode ser considerada extremamente deficitria em funo da situao de excluso

    econmica e digital acima referida.

    No campo da informatizao educacional, indicador no s para o diagnstico da situao atual

    como tambm, e principalmente, do futuro da excluso no pas, encontramos problemas seme-

    lhantes. Por um lado, a insuficincia da ao. Pelos dados da PNAD 2005, s 11,6% dos alunos do

    Ensino Fundamental tiveram condies de ter acesso Internet em suas escolas, caindo para 8,5%

    quando desagregadas as escolas pblicas. Por outro lado, como tivemos oportunidade de verificar

    no captulo 2, tambm aqui os benefcios da informatizao acompanham bem de perto a condi-

    o socioeconmica dos estudantes.

    Mas, nesse campo da informatizao educacional, encontramos sinais claramente alentadores.

    A proposta, contida no recente Plano de Desenvolvimento da Educao PDE do

    Ministrio da Educao, de dotar com Laboratrios de Informtica todas as escolas

    pblicas do pas at 2010, alm de conexo de banda larga para as 17 mil escolas

    de Ensino Mdio.

    No mesmo Plano, a inteno de priorizar o desenvolvimento educacional dos 2000

    municpios de menor ndice de Desenvolvimento Humano.

    As propostas que circulam no Legislativo em vias de aprovao, entre elas a de

    dotar escolas com um computador para cada 10 alunos.

    A recente designao de uma Coordenao Nacional das Polticas de Incluso Di-

    gital, visando superar a fragmentao e a setorizao e tornar mais eficientes as

    polticas de incluso digital.

    Deve ficar claro que o at aqui exposto no representa uma crtica aos programas de inclu-

    so j implantados, muitos deles meritrios e significativos, nem s realizaes que esses pro-gramas evidenciam. O que queremos apontar , simplesmente, que tais esforos esto sendo

    insuficientes para superar as desigualdades. Com o ritmo atual, demoraremos algumas dca-

    das para atingir os nveis que pases avanados apresentam hoje. E, nesse futuro, tais pases

    j devero estar em outro patamar, bem mais distante. Por outro lado, com o direcionamento

    e focalizao atual, grande parte dos esforos pblicos dever continuar sendo apropriadas

    pelos setores que, de forma privada, j concentram os benefcios sociais e econmicos, refor-

    ando as desigualdades existentes.

    No detalharemos cada um dos programas de incluso ou democratizao digital existen-

    tes, nem sequer os mais relevantes. Tal descrio, pormenorizada, pode ser encontrada no site

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    45

    do IBICT 12. Mas, da anlise desse conjunto de iniciativas de incluso aliada realidade das estats-

    ticas apresentadas, possvel verificar algumas questes relevantes.

    Em primeiro lugar, uma preocupante fragmentao e setorizao das estratgias de incluso.

    Faz-se algo sobre o tema na rea educacional, na sade, na cincia e tecnologia, nas comunica-

    es, no terceiro setor, nas empresas etc.

    Isso acontece pela ausncia de uma poltica pblica de Estado, que estabelea as metas, as es-

    tratgias, os investimentos necessrios e os papis institucionais visando diminuir as desigualda-

    des existentes. Em diversos pases do mundo que tiveram nos ltimos anos significativos avanos

    nessa rea, como Finlndia ou Chile, essa poltica surgiu de um enorme acordo nacional pblico/

    privado, que atuou a modo carta de navegao rumo sociedade da informao e do conheci-

    mento para as prximas dcadas.

    Em segundo lugar, e fazendo parte ainda da construo dessa poltica pblica, a urgente neces-

    sidade de revisar as atuais estratgias de expanso dos espaos coletivos de acesso, no sentido de

    intensificar drasticamente o ritmo de sua expanso e de reverter o atual processo de concentrao

    do acesso. Se isso j se encontra previsto nas propostas do PDE para o campo educacional, ao

    informatizar a totalidade das unidades escolares, no fica claro nem explcito no campo da estru-

    turao dos centros de acesso gratuito.

    Um ltimo aspecto que ainda deve ser destacado, refere-se ao processo de informatizao de

    nossas escolas, acima indicado.

    Deve-se considerar, em primeiro lugar que, segundo o Censo Escolar de 2006, o pas contava

    com 36.816 escolas pblicas com laboratrios de informtica (29.890 com conectividade) que con-

    centravam um total de 636 mil computadores. Em segundo lugar, na atualidade (o Censo data de

    incios de 2006), esses quantitativos devem ser ainda maiores, sem contar com a forte expanso

    que dever acontecer at o ano 2010, quando a totalidade das escolas dever ter laboratrio co-

    nectado, segundo as propostas do PDE acima indicado. Em terceiro lugar, esses laboratrios per-

    manecem, na maior parte dos casos, totalmente ociosos nos finais de semana ou fora do horrio

    de funcionamento das aulas.

    Experincias realizadas desde 2002 pelo Programa de Incluso Digital do Escola Aberta de Per-

    nambuco, utilizando mais de 100 laboratrios escolares para ministrar cursos gratuitos de inform-

    tica bsica e acesso gratuito a computador e Internet, possibilitaram verificar o enorme impactode incluso, dada a capilaridade e localizao das unidades escolares selecionadas e os custos

    enormemente baixos de implementao.

    Como expusemos no trabalho anterior, estamos cientes de que esse modelo concentrador e

    excludente no uma fatalidade histrica, um fenmeno natural diante do qual s nos resta nos

    precaver. So muitas as evidncias que indicam, de forma clara e convincente, que pela via de

    uma proposta inclusiva e democrtica que se poder garantir que as novas tecnologias da infor-

    12. http://inclusao.ibict.br/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=139&Itemid=302&limit=11

    &limitstart=0

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    Captulo 5 Consideraes Finais

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    mao e da comunicao cumpram seu papel social, gerando melhor qualidade de vida para o

    conjunto da populao. Tambm no campo digital, da mesma forma que nas outras reas, como

    sade, educao, segurana alimentar etc., trabalhar para reduzir ou para eliminar as diferenas

    trabalhar para enfrentar as desigualdades no mundo e criar uma sociedade mais justa para seus

    membros. Se no tomarmos deciso ou atuarmos a respeito, se no formularmos ou apoiarmos

    firme e decididamente medidas que diminuam as desigualdades existentes ou que limitem sua

    consolidao, estaremos s reforando o crculo perverso da excluso.

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