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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL MARCADORES FISIOLÓGICOS DO ESTRESSE E PERFIL METABÓLICO DE BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ- DURO, PANTANEIRO E NELORE EM CONFINAMENTO EXPERIMENTAL Liliane Aparecida Tanus Benatti Orientadora: Maria Clorinda Soares Fioravanti GOIÂNIA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

MARCADORES FISIOLÓGICOS DO ESTRESSE E PERFIL

METABÓLICO DE BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ-

DURO, PANTANEIRO E NELORE EM CONFINAMENTO

EXPERIMENTAL

Liliane Aparecida Tanus Benatti

Orientadora: Maria Clorinda Soares Fioravanti

GOIÂNIA

2013

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LILIANE APARECIDA TANUS BENATTI

MARCADORES FISIOLÓGICOS DO ESTRESSE E PERFIL

METABÓLICO DE BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ-

DURO, PANTANEIRO E NELORE EM CONFINAMENTO

EXPERIMENTAL

Tese apresentada para obtenção

do grau de Doutor em Ciência

Animal junto à Escola de

Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás

Área de Concentração:

Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Orientador:

Prof.ª Dr.ª Maria Clorinda Soares Fioravanti – UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Adilson Donizeti Damasceno – UFG

Prof. Dr. José Jurandir Fagliari – UNESP/Jaboticabal

GOIÂNIA

2013

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Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (CIP)

(Sistema de Bibliotecas PUC Goiás)

Benatti, Liliane Aparecida Tanus.

B456m Marcadores fisiológicos do estresse e perfil metabólico de

bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore em

confinamento experimental [manuscrito] / Liliane Aparecida

Tanus Benatti. – 2013.

110 f.; 30 cm.

“Orientadora: Profa. Dra. Maria Clorinda Soares Fioravanti”.

Tese (doutorado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de

Veterinária e Zootecnia, 2013.

Bibliografia.

1. Animais - Proteção. 2. Bovinos - Confinamento. 3.

Bovinos – Metabolismo. 4. Stress (Fisiologia). I. Título.

CDU 636.2(043)

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DEDICATÓRIA

Ofereço, dedico e agradeço:

A família

Alicerce da minha vida!

Aos pais maravilhosos Bom Filho e Cláudia

A Angélica, irmã querida, ao Bernardo, cunhado e irmão verdadeiro

Aos meus sobrinhos, Pedro, Gabriel e Henrique

Amados como filhos!

A Emília, irmã de coração.

A minha orientadora Profa. Maria Clorinda Soares Fioravanti

Pela confiança e apoio sempre presentes...e amizade...

e

Ao saudoso amigo, mestre e orientador Wanderley Pereira de Araújo...

Pelo carinho e amizade eterna!

Dedico

Aos animais:

Aos bovinos do experimento, meu carinho, respeito e gratidão...

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AGRADECIMENTOS

À Maria... Mãe Santíssima que sempre foi à frente abrindo as porteiras

da minha vida! A Santíssima Trindade, por ter me iluminado e guiado até nos

momentos em que fraquejei e duvidei... Dedico e Agradeço!

A querida orientadora, amiga e confidente Profa. Maria Clorinda Soares

Fioravanti por tantas e muitas horas a mim dedicadas, pelos ensinamentos,

competência e ética com que orientou este trabalho... Gracias!

Aos Co-orientadores Prof. Adilson Donizeti Damasceno e Prof. José

Jurandir Fagliari pela atenção dispensada na hora exata, por tudo.

À banca de qualificação pelas sugestões e contribuições valiosas para

a confecção desta Tese: Profa. Dra. Cecília Nunes Moreira, Pesquisadora Dra

Flávia Contijo de Lima, Pesquisador Dr. Marcos Fernando Oliveira e Costa, Prof.

Dr. Adilson Donizeti Damasceno e Profa. Dra.Maria Clorinda Soares Fioravanti.

À Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFG e em especial ao

Ilustre Diretor Prof. Marcos Barcellos Café e a coordenadora da Pós Graduação

Profa. Cintia Silva Minafra e Rezende sempre dispostos e solícitos!

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES) pela concessão da bolsa de doutorado.

Ao Prof. Helder Louvandini, a Dra. Regina Peçanha e sua equipe pela

orientação a respeito do cortisol e processamento deste.

À Profa. Ana Paula Santin, sempre atenciosa, pela ajuda na leitura do

histopatológico.

Ao Pesquisador Marcos Fernando Oliveira e Costa por gentilmente ter

me cedido parte do seu projeto de pós-doutorado, e pelas horas dispensadas para

sanar minhas intermináveis dúvidas.

Ao amigo Gustavo Lage Costa...sem você este trabalho ficaria muito

difícil de ser realizado! Obrigada!

Aos queridos bolsistas de iniciação científica: Neryssa Alencar de

Oliveira, Daniela Cardoso, Romário Gonçalves Vaz Junior e Kamilla Malta

Laudares, obrigada!!!

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Aos funcionários da Fazenda Escola Tomé Pinto da EVZ-UFG. Ao Pós-

Graduando Leonardo Ferreira Cardoso, que com muito carinho, paciência e

dedicação tratou diariamente dos bovinos do experimento.

Aos laboratoristas do HOVET-EVZ-UFG Wesley Francisco Neves,

Helton Freires Oliveira e residente Ashbel Schnaider da Silva.

Aos amigos da Pós- Graduação:

- De Uberlândia: Jussara de Souza Carneiro, Suzana Akemi Tsuruta, Flavia

Martins Costa Resende, Liria Queiroz Luz Hirano, Benner Geraldo Alves e Kelly

Amaral Alves, pelas inúmeras idas e vindas, amizade e companheirismo!!!

- Em especial aos amigos de todas as horas em Goiânia: Danilo Ferreira

Rodrigues e Fernanda Figueiredo Mendes, Gisele Felix, Ivan Salamanca, Juliana

Job Serodio, Laura Marcon, Letícia Furtado, Marcelo Corrêa Canhota, Maria Ivete

de Moura, Thaís Miranda e Yandra Prado.

- Aos demais colegas pós-graduandos pela amizade e convívio sempre agradável!

À Profa. Eliandra Bianchinni pelas horas incontáveis gastas comigo

para entendimento e elaboração do SAS e ao Prof. Fernando Brito pelo auxílio

impagável no desenvolvimento da estatística.

Aos funcionários da pós-graduação Gerson Luiz Barros e Andréia

Oliveira de Santana, pela atenção em todos os momentos. Ao funcionário do

laboratório de Patologia, Antônio S. Silva pelo auxílio na confecção dos blocos de

parafina. À Neide Cardoso dos Santos, funcionária da secretaria da graduação.

Ao Sr Inácio dos Reis, Sr. José Vieira, Sr. Antero Pereira da Fonseca e

ao Sr. Donizeti R. de Lima seguranças atenciosos, de tantas horas do dia ou da

noite empreendidas nesta missão! Obrigada!

A querida D. Levita de Menezes Soares Fioravanti, pelo carinho

maternal com que me acolheu! A Profa e amiga Elisabeth Gonzales!

Aos amigos Gabriela de Godoy Cravo Arduíno, Susana Rieck, Rodrigo

Queiroz, Jaider Mazzio e Walkyria da Silva pelo apoio incondicional!

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“Não há diferenças fundamentais entre

o homem e os animais nas suas

faculdades mentais... os animais, como

os homens, demonstram sentir prazer,

dor, felicidade e sofrimento”

Charles Darwin

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SUMÁRIO

Capitulo 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................... 1 1.1 Introdução.................................................................................................. 1 1.2 Revisão de literatura.................................................................................. 2 1.2.1 Raça Curraleiro Pé-Duro........................................................................ 3 1.2.2 Raça Pantaneiro..................................................................................... 5 1.2.3 Raça Nelore............................................................................................ 7 1.2.4 Confinamento de bovinos de corte......................................................... 8 1.2.5 Bem estar animal.................................................................................... 10 1.2.6 Estresse................................................................................................. 12 1.2.7 Proteínas de fase aguda......................................................................... 17 1.2.8 Perfil hematológico e metabólico............................................................ 27 1.2.9 Alterações patológicas de bovinos em confinamento............................. 28 1.3 Justificativa................................................................................................ 29 1.4 Objetivos.................................................................................................... 30 Referências...................................................................................................... 31 CAPÍTULO 2 – CORTISOL, HEMOGRAMA, E CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE PROTEÍNAS DE FASE AGUDA EM BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ-DURO, PANTANEIRO E NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO

46

Resumo............................................................................................................ 46 Abstract............................................................................................................ 46 2.1 Introdução.................................................................................................. 47 2.2 Material e Métodos.................................................................................... 49 2.3 Resultados................................................................................................. 53 2.4 Discussão.................................................................................................. 58 2.5 Conclusão.................................................................................................. 63 Referências...................................................................................................... 64 CAPÍTULO 3 – PERFIL METABÓLICO, DESEMPENHO E MORFOLOGIA HEPÁTICA E DE LINFONODOS DE BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ-DURO, PANTANEIRO E NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO............................................................................................

71

Resumo............................................................................................................ 71 Abstract............................................................................................................ 71 3.1 Introdução.................................................................................................. 72 3.2 Material e Métodos.................................................................................... 75 3.3 Resultados................................................................................................. 79 3.4 Discussão.................................................................................................. 87 3.5 Conclusão.................................................................................................. 92 Referências...................................................................................................... 92 CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................... 99 Anexos............................................................................................................. 102

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABCCurraleiro Brasileira de Criadores de Curraleiro

ABCPD Associação Brasileira de criadores de Bovinos Curraleiro Pé-

Duro

ACTH Hormônio adrenocorticotrófico

CENA Centro de Energia Nuclear na Agricultura

Cp Ceruloplasmina

CPR Proteína C-reativa

Gcur Grupo Curraleiros Pé-Duro

Gpan Grupo Pantaneiro

Gnel Grupo Nelore

DP Desvio padrão

IC Intervalo de confiança

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

N.D.T Valor energético

N.N.P Nitrogênio não proteico

NRC National Research Council

PFAs Proteínas de fase aguda

P:F Proteína: fibrinogênio

PM Peso molecular

PT Proteínas totais

Relação A:G Relação Albumina: globulina

SAA Amilóide sérica A

SAS Statistical Analysis System

SBCAL Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório

SDS-PAGE Dodecil sulfato de sódio- gel de poliacrilamida

Transf Transferrina

α1-GPA α1-glicoproteína ácida

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

FIGURA 1

Bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro.............................................. 03

FIGURA 2

Bovinos da raça Pantaneiro.......................................................... 05

FIGURA 3

Bovinos da raça Nelore................................................................. 07

FIGURA 4 Eixo hipotálamo (CRH)- Hipófise (hormônio adrenocorticotrófico - ACTH) – adrenal (Glicocorticóides)............................................. 14

FIGURA 5

Mediadores inflamatórios.............................................................. 16

FIGURA 6

Representação esquemática de eletroforese em gel de agarose e fracionamento eletroforético...................................................... 24

FIGURA 7

Gel de eletroforese- SDS- PAGE.................................................. 25

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

TABELA 1 - Valores do eritrograma realizado em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento.......................... 54

TABELA 2

Valores do leucograma realizado em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento......................... 55

TABELA 3

-

Valores da dosagem sérica das proteínas de fase aguda (PFAs), haptoglobina (Hp), ceruloplasmina (Ceru), α1-glicoproteína ácida (GPA), transferrina (Transf), imunoglobulina A (IgA), imunoglobulina G (IgG), proteína não-identificada (PM23) realizada em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento...................................... 56

TABELA 4

-

Valores da dosagem sérica de proteínas séricas, albumina (A), globulina (G), relação A:G, fibrinogênio, relação P:F e cortisol realizada em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento............................................... 57

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CAPÍTULO 3

TABELA 1 Pesos médios (kg) dos grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento...................................................................................... 80

TABELA 2

Ganho médio diário em peso (kg/dia) dos Grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento.............................................................. 80

TABELA 3

Ganho acumulado em peso (kg) nos Grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento................................................................................. 80

TABELA 4

Ganho relativo em peso (% /peso inicial) nos grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento............................................................ 81

TABELA 5

Ganho diário relativo em peso (%/ peso inicial) nos grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento.............................................. 81

TABELA 6

Valores das enzimas ALP, AST e GGT em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento.................................................... 82

TABELA 7

Valores das proteínas séricas, albumina, ureia e creatinina em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento........................................................................................ 83

TABELA 8 Valores glicose e colesterol em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento ...................................................................... 84

TABELA 9

Frequência de macrófagos espumosos no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento...................................................... 85

TABELA 10

Frequência de degeneração microvacuolar no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento..................................................... 85

TABELA 11

Frequência de infiltrado de células mononucleares no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento............................................. 85

TABELA 12

Frequência de fibrose no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento........................................................................................ 86

TABELA 13

Frequência de necrose fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel).durante o período do confinamento........................................................................................ 86

TABELA 14

Frequência de macrófagos espumosos nos linfonodos mesentéricos de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento............................................. 87

TABELA 15 Frequência de hipoplasia e hiperplasia em linfonodos mesentéricos de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento............................................ 87

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LISTA DE QUADROS

CAPÍTULO 2

QUADRO 1

Planejamento experimental......................................................... 50

CAPÍTULO 3

QUADRO 1

Níveis de garantia por quilograma da ração usada no confinamento...............................................................................

76

QUADRO 2

Composição percentual dos elementos usados na ração do confinamento...............................................................................

76 QUADRO 3

Planejamento experimental......................................................... 77

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RESUMO

Com este estudo propôs-se avaliar o desempenho e os marcadores fisiológicos de estresse de bovinos de diferentes raças. Foram avaliados 45 bovinos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) terminados em confinamento. Analisaram-se os índices cortisol, proteínas de fase aguda, hemograma, perfil proteico, energético e a avaliação enzimática em três momentos, M0, M56 e M103; o desempenho ponderal e o exame histopatológico de fragmentos de fígado e linfonodos. Os valores de cortisol em Gnel no M0 foram maiores em relação ao M103. Nos três grupos, os valores do volume globular, hemoglobina, albumina e α-1 glicoproteína ácida foram mais elevados em M103 quando comparados ao M0 e o mesmo ocorreu com a transferrina em Gpan e Gnel. A IgG foi maior em M0 nos três grupos. O fibrinogênio no Gpan e Gnel foi menor em M103 em relação ao M0. O ganho em peso foi satisfatório em todos os grupos. Os valores séricos da ALP e a GGT foram menores em M0 e da AST em M103. Os perfis proteico e energético (colesterol) aumentaram ao longo do experimento. A análise histopatológica do fígado e linfonodos mesentéricos revelou presença de colangio hepatite. O sistema de confinamento para bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore ocasiona discretas alterações no eritrograma e na proteína de fase aguda (α1- glicoproteína ácida). Os perfis metabólico e enzimático, a avaliação histopatológica hepática e de linfonodos indicaram presença de colangiohepatite, e essas alterações aparentemente não comprometeram o desempenho produtivo. Palavras-chave: bem-estar animal, raças locais, perfil metabólico, perfil proteico, cortisol, proteínas de fase aguda.

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STRESS PHYSIOLOGICAL MARKERS AND METABOLIC PROFILE OF CURRALEIRO PE-DURO, PANTANEIRO AND NELLORE CATTLE IN FEEDLOT

ABSTRACT

This study aimed at evaluating the productive performance and physiological markers of stress of bovines from different breeds. We evaluated 45 bovines, Curraleiro Pe-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) and Nellore (Gnel), finished in feedlot. We analyzed cortisol and acute phase proteins levels, hemogram, protein and energetic profiles and enzymatic evaluation at three moments, M0, M56 and M103, we also carried out the histopathological examination of liver and lymph nodes fragments. Cortisol values in Gnel were higher at M0 than at M103. In all groups, the values of globular volume, hemoglobin, albumin and α-1-acid glycoprotein were higher at M0 than at M103, the same occurred to transferrin in Gpan and Gnel. IgG showed higher concentrations at M0 in all three groups. Fibrinogen in Gpan and Gnel was lower at M103 than in M0. Weight gain was satisfactory in all groups. The ALP and GGT serum values were lower at M0 and AST was lower at M103. The protein and the energetic profile (cholesterol) increased throughout the experiment. Histopathological analysis of liver and mesenteric lymph nodes showed cholangiohepatitis. Feedlot system for Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro and Nellore bovines causes discrete alterations in eritrogram and acute phase protein (α-1-acid glycoprotein). Metabolic and enzymatic profiles as well as hepatic and lymph nodes histopathological evaluation showed presence of cholangiohepatitis; however such alterations did not affect productive performance. Keywords: animal welfare, local breeds, metabolic profile, protein profile, cortisol, acute phase proteins.

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1 Introdução

Parte do rebanho brasileiro é criado em sistema intensivo

(confinamento) e tem sua carne destinada tanto para exportação quanto para o

consumo interno. Porém, neste tipo de criação os animais ficam expostos a

situações que inevitavelmente desencadeiam estresse. A exposição ao estresse

pode prejudicar a saúde, pois altera o perfil hematológico e metabólico, além de

afetar negativamente o ganho em peso dos animais. A redução dos efeitos do

estresse tem sido amplamente discutida, principalmente quanto à questão do

bem-estar animal.

A crescente preocupação com o “Bem-estar animal” vem a cada ano

desenvolvendo-se e ganhando notariedade na sociedade e em fevereiro de 2013,

durante a 6ª Cúpula Brasil União Europeia, foi firmado um acordo visando à

criação de animais com o mínimo de estresse, especialmente quando o produto

final é destinado à exportação. Esse acordo favorece, além dos animais, os

próprios criadores, pois a Europa atribui melhores preços a carne de animais com

menores quantidades circulantes de marcadores biológicos relacionados ao

estresse, tais como certas proteínas de fase aguda positivas e o cortisol.

A maior parte do rebanho nacional destinada à produção de carne

bovina é de origem zebuína (Bos indicus) e a raça Nelore e seus cruzamentos é a

mais representativa. Esses animais se adaptaram com sucesso ao Brasil devido

às semelhanças entre clima e solo com o seu país de origem, a Índia. Porém, é

importante lembrar que as raças brasileiras locais, Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro,

Caracu, Mocho Nacional e Crioulo Lageano, descendentes dos bovinos da

Península Ibérica, chegaram ao Brasil muito antes do gado indiano, adaptaram-se

as diferentes condições edafoclimáticas do país, multiplicaram-se sem a

interferência do homem e formaram a base materna do atual rebanho de corte

brasileiro. Portanto, a excelência do Nelore do Brasil é resultado da junção das

características intrínsecas da raça exótica aliada à rusticidade das raças

maternas, que foram otimizadas pelos programas de melhoramento genético.

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Assim como a raça Nelore, as raças Pantaneiro e Curraleiro Pé-Duro

podem contribuir consideravelmente para a produção de carne nacional, em

especial para os pequenos produtores, por serem economicamente viáveis, pois a

rusticidade dessas raças proporciona a redução no seu custo de criação.

Considerando a importância do sistema intensivo na cadeia de

produção da carne bovina brasileira, bem como o potencial de produção das raças

Nelore, Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, torna-se necessária a realização de

estudos que determinem aspectos de saúde e produção dessas raças submetidas

ao estresse do confinamento.

1.2 Revisão de literatura

Durante a colonização do Brasil começaram a chegar os primeiros

bovinos da Península Ibérica e aportaram em três locais: São Vicente (São

Paulo), Pernambuco e Bahia e, a partir daí se espalharam no Território Nacional

(PRIMO, 2004). Assim sendo, os deslocamentos desses bovinos pelas diferentes

regiões determinaram processos de seleção natural de populações distintas e

adaptadas às condições locais. Cada raça ou população é o produto de evoluções

e adaptações através dos séculos, com diferentes pressões de seleção impostas

pelo clima, parasitas, doenças, disponibilidade de alimento e critérios impostos

pelo homem (MARIANTE & EGITO, 2002).

O rebanho de raças locais começou a entrar em processo de extinção

após a introdução do gado de origem indiana (Bos indicus) no Brasil. Os

produtores pecuários, deslumbrados com os novos animais, passaram a enfatizar

sua criação, pois estes bovinos com cupim proeminente e porte elegante geravam

descendentes com vigor híbrido superior aos bovinos europeus. A busca

constante e intensa pelo melhoramento animal aumentou de forma incontrolável o

número desses animais, que atualmente compõem grande parte do rebanho

nacional (MARIANTE & EGITO, 2002).

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1.2.1 Raça Curraleiro Pé-Duro

O Curraleiro Pé-Duro (Figura 1) é a raça local típica dos sertões do

Brasil e provém da união de raças portuguesas e espanholas. Segundo

ATHANASSOF (1957), o Curraleiro Pé-Duro é o descendente direto do gado da

raça Mirandesa e mais particularmente da variedade Beiroa. Entretanto, parece

pouco provável que apenas bovinos Mirandeses tenham dado origem ao gado

Curraleiro Pé-Duro, mas sim um conjunto de animais de diferentes grupos

genéticos, àquela época, ainda não estabelecidas como raças (CARVALHO &

GIRÃO, 1999; CARVALHO et al., 2001).

FIGURA 1 - Bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro Fonte: Rede Centro-Oeste Curraleiro e Pantaneiro

Adaptada ao semiárido do Nordeste brasileiro e a região Centro-Oeste

do país, a raça recebeu o nome Pé-Duro devido à capacidade de caminhar em

solo pedregoso, típico da caatinga, onde animais de casco mais sensíveis não

resistiriam (CARVALHO et al., 2001; CARVALHO et al., 2010). As características

de prolificidade e adaptabilidade levaram a raça a apresentar melhor relação custo

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benefício para a região nordeste e em ambientes de pastagens naturais com

áreas desfavoráveis para a criação de bovinos (CARVALHO, 1997; EGITO, 2007).

Os animais dessa raça apresentam porte pequeno, pouco longilíneo,

cabeça média ou grande, retilínea e moderada ou pesada, chanfro reto, focinho

preto e amplo, bucal branco, olhos médios com óculos completos ao seu redor,

orelha média com presença de pelos, garupa retilínea, anca larga, osso sacral não

proeminente, cauda fina e longa com a vassoura preta, membros proporcionais ao

corpo, cascos médios e preto, pele preta e pelagem variando do vermelho claro

ao amarelo avermelhado, pelos finos e temperamento ativo e dócil. O peso adulto

dos bovinos Curraleiros Pé-Duro é em torno de 250 kg para fêmeas e 374 kg para

machos (FERRO, 2013). A carne desses animais é saborosa, possuem maior

resistência a ecto e endoparasitas, o que reduz a utilização de insumos químicos

como carrapaticidas e medicamentos, fato que tem sido cada vez mais valorizado

por consumidores de carne em todo o mundo e pode ser usado como um

diferencial no mercado (CARVALHO, 2002; FIORAVANTI et al., 2008).

Em 1998, a Associação Brasileira de Criadores de Curraleiro (ABC

Curraleiro), com sede em Mara Rosa, iniciou o levantamento dos plantéis da raça

Curraleiro Pé-Duro, em 2005 a Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade

Federal de Goiás EVZ/UFG promoveu a atualização e expansão deste

levantamento. Foram identificados e registrados 49 criatórios em cinco Estados

brasileiros: Goiás, Tocantins, Bahia, Pará e Piauí, com o total de 3.692 animais

(FIORAVANTI et al., 2011).

Graças ao incansável e insistente trabalho de pesquisadores, criadores

e colaboradores, em dezembro de 2012 a Raça Curraleiro Pé-Duro foi

reconhecida oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA). A portaria de nº 1.150 foi assinada pelo Ministro Mendes Ribeiro Filho e

publicada em 17 de dezembro de 2012. Além de reconhecer a raça, concedeu

também a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Curraleiro Pé-Duro

(ABCPD), com sede em Teresina-PI, autorização para efetuar trabalhos de

registro genealógico desses animais sob o número de Registro no Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento 69/BR (BRASIL, 2012).

Com o reconhecimento da raça e a realização de estudos sobre a

qualidade da carcaça e da carne de Curraleiro Pé-Duro, espera-se viabilizar uma

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modalidade de exploração sustentável para os criadores desses bovinos,

auxiliando na sua conservação trazendo benefícios para a região, mantendo a

tradição pecuária, com melhoria na disponibilidade de alimento, incremento da

renda familiar, melhoria na segurança alimentar, na qualidade de vida e no bem-

estar da população (NEIVA et al., 2011).

1.2.2 Raça Pantaneiro

O Pantanal ocupa parte do território dos Estados do Mato Grosso e

Mato Grosso do Sul e é caracterizado por sua topografia plana em geral, com

solos inundáveis durante uma grande parte do ano. O bovino Pantaneiro, também

conhecido como Tucura ou Cuiabano (Figura 2) habita essas regiões alagadiças e

descendem do rebanho trazido da Península Ibérica para o Brasil pelos

portugueses e espanhóis (MAZZA et al., 1994).

FIGURA 2 - Bovinos da raça Pantaneiro Fonte: Rede Centro-Oeste Curraleiro e Pantaneiro

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Quando estes animais chegaram ao solo brasileiro, se depararam a

condições edafoclimáticas diferentes daquelas a que estavam habituados e o

processo de adaptação ao novo ambiente gerou mudanças comportamentais e

fisiológicas nestes bovinos europeus. A somatória de processos migratórios de

ocupação do continente sul-americano permitiu a troca de material genético entre

as raças e tipos já formados. As características do solo do Pantanal em geral

plano e alegadiço durante boa parte do ano, somados ao processo de adaptação

destes bovinos que ali viviam, as grandes distâncias e a falta de cercas permitiram

que estes animais se espalhassem e se reproduzissem livremente, adquirindo

características de rusticidade e adaptação ao ambiente em questão, dando origem

aos animais da raça Pantaneiro (PRIMO, 1992; MAZZA et al.,1994).

O gado Pantaneiro possui porte pequeno a médio, com linha dorso

lombar geralmente retilínea; o perfil predominante é subconvexo, com alguns

casos de retilíneo; o focinho é negro e a maioria possui um anel branco ao redor

deste; os chifres possuem forma arredondada saindo lateralmente para cima e

para frente, as orelhas são pequenas com pelos na parte interna; a pelagem

predominante é a de cor amarelo-avermelhada com presença de cor mais escura

nas extremidades e pelos brancos na porção ventral; são dóceis e calmos quando

manejados constantemente e bravios quando criados isoladamente sem contato

com o homem. (MAZZA et al., 1992). O peso adulto é em torno de 324 kg para

fêmeas e 441 kg para macho (MAZZA, 1992). É dotado de admirável resistência

ao ambiente do Pantanal, visto que a raça suporta fortes e prolongadas

inundações permanecendo muitas horas na água para conseguir a forragem

necessária para sua subsistência, bem como os períodos de seca quando

também estão escassos o pasto e a água (PRIMO, 1992).

Com o risco de extinção da raça Pantaneiro surgiu à necessidade de

sua preservação e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) a

incluiu como uma das raças participantes do Programa de Conservação de

Recursos Genéticos Animais – RGA (EGITO et al., 2002; EGITO, 2007).

A vasta extensão do Pantanal e a falta de um trabalho efetivo de

identificação e registro, como o desenvolvido para a raça Curraleiro Pé- Duro,

dificulta a mensuração correta do número de bovinos pantaneiros no Brasil.

Atualmente existem quatro núcleos de conservação in situ desta raça, que

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totalizam números inferiores a 500 animais, localizados nos municípios de

Corumbá, Aquidauana e Rochedo no Mato Grosso do Sul e Poconé no Mato

Grosso (ROMANI, 2012). Esses núcleos de conservação foram criados com o

objetivo de garantir a continuação do patrimônio genético das raças em extinção,

como a Pantaneiro, contando com a viabilidade de projetos de pesquisa que

englobam a caracterização e o uso, com agregação de valor, ao sistema de

produção local, por meio do aumento na produtividade do rebanho e do

desenvolvimento de manejo sustentável (JULIANO et al., 2007).

1.2.3 Raça Nelore

A raça Nelore (Figura 3) teve origem mil anos antes de Cristo, quando

os Arianos (Tribos do Afeganistão e Irã) encaminhavam tais animais para a Índia,

onde eram conhecidos como Ongole, e no Brasil como Nelore, em homenagem

ao local de onde originaram os primeiros animais, da região Nelore, da antiga

Província de Madras, Estado de Andra, situada na costa oriental da Índia

(SANTOS, 1998).

FIGURA 3 - Bovinos da raça Nelore Fonte: Rede Centro-Oeste Curraleiro e Pantaneiro

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A história que transformou o Ongole indiano no Nelore brasileiro teve

início em meados do século XIX, quando datam os primeiros registros da entrada

no país de bovinos zebuínos advindos da Índia. Um destes registros data de 1868,

quando um navio que se destinava à Inglaterra ancorou em Salvador e um casal

de reprodutores acabou sendo comercializado (SANTIAGO, 1987).

Em meados de 1874, o Barão do Paraná adquiriu um casal do gado

Ongole em um zoológico de Londres, repetindo a compra em 1877. Em 1878, um

criador suíço com propriedade no Rio de Janeiro, o Sr. Manoel Ubelhart

Lembgruber comprou um casal no jardim zoológico de Hamburgo (Alemanha) e,

anos mais tarde, realizou novas aquisições aumentando seu rebanho. Dessa

maneira, o Ongole ou Nelore como a raça é conhecida, foi descoberto pelos

brasileiros e foi amplamente difundido no país, com destaque na área reprodutiva,

no cruzamento industrial e na pecuária de corte, tornando o Brasil, um dos

principais países exportadores de carne do mundo (COSTA, 1988).

Os animais desta raça possuem os pelos curtos, finos e lisos, tal

conformação auxilia na eliminação do calor; a pelagem é branco-cinza, e a pele

preta, características físicas importantes que os tornam capazes de refletir,

absorver, irradiar e filtrar as diversas radiações solares dos trópicos. Possuem

bons aprumos, cascos e ligamentos firmes, umbigo curto, vergalho bem

direcionado, com testículos largos, bem conformados e curtos (SARCINELLI et al.,

2007). Os machos adultos chegam a pesar 1.200 kg e as fêmeas entre 500 e 600

kg (SANTOS, 1995). A raça Nelore compõe parte do rebanho criado em

confinamento e é amplamente pesquisada, principalmente em relação ao

melhoramento genético com o objetivo de produzir animais mais produtivos

(FARIA et al., 2002).

1.2.4 Bovinos de corte em confinamento

As exportações de carne bovina do Brasil somaram US$ 5,77 bilhões em

2012, alta de 6,8% em relação ao resultado de 2008, que até então era considerada a

maior exportação registrada, de US$ 5,4 bilhões. Em relação a 2011, o crescimento

foi de 7,3% com a receita de US$ 5,375 bilhões registrada em 2011 (IBGE, 2012).

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O confinamento de gado de corte começou a ser expandido a partir da

década de 80 para a adequada manutenção do rebanho durante o período seco,

fornecendo água e alimentos, pois nesta época ocorria redução na produção de

forragem (entressafra) e, consequentemente, redução de peso dos animais. O

número anual de bovinos confinados e a maior concentração destes são

crescentes, principalmente na região Centro Oeste, devido à logística de produção

de alimentos, menor custo da terra e oferta de mão de obra mais acessível

(LOPES & MAGALHÃES, 2005; MOREIRA et al., 2009).

O investimento no sistema intensivo de criação é alto, mas as

vantagens econômicas compensam gerando retorno rápido do capital investido,

pelo aumento da produtividade por área, maior ganho de peso em períodos

menores, melhor controle sanitário e uso de mão de obra qualificada. O

confinamento pode ser aplicado em pequenas propriedades abrangendo as

categorias bovinas como bezerros desmamados, novilhos e novilhas, e vacas de

descarte até atingirem peso de abate, além de racionalizar o uso da terra,

evitando desmatamentos ou exploração inadequada do solo (PEIXOTO et al.,

1993).

Uma das principais variáveis para o pecuarista avaliar os resultados do

sistema de engorda em confinamentos é o ganho de peso, o que influencia

diretamente na tomada de decisões desse sistema. Pois, os animais em

confinamento atingem o peso ideal para abate com espessura mínima de gordura

em menor tempo, o que os torna mais lucrativos (SOUZA et al., 2009).

Em contrapartida, os bovinos criados em confinamento estão expostos

a fatores estressantes como a superpopulação no piquete, poeira, exposição a

altas temperaturas e outras condições climáticas, como excesso ou falta de

umidade, que são prejudiciais à saúde e ao ganho de peso (MOBERG, 1987).

Um exemplo da influência de fatores estressantes sobre o ganho de

peso dos animais em confinamento é o estresse térmico, pois muitas vezes a

umidade relativa do ar e a temperatura ambiente ultrapassam a zona de conforto

térmico, dificultando a dissipação de calor, consequentemente aumentando a

temperatura corporal levando a um efeito negativo sobre o desempenho desses

bovinos (PEREIRA et al., 2008). O estresse pode também elevar o número de

eritrócitos circulantes, a concentração de hemoglobina e o volume globular;

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interferir nas concentrações séricas das proteínas, ureia, creatinina, sódio,

potássio, cloretos, cortisol sérico, pH, densidade urinária e matéria seca das fezes

(FERREIRA et al., 2009).

As alterações provocadas não somente pelo estresse térmico, mas

também em outras situações estressantes, podem ser observadas pela

diminuição do apetite (MULLER et al., 1994) e por alterações fisiológicas que

abrangem a frequência cardíaca (PAES et al., 2003; PEREIRA et al., 2008), os

constituintes sanguíneos (BIRGEL JÚNIOR et al., 2001; PEREIRA et al., 2008),

temperatura retal, frequência respiratória e as concentrações hormonais

(FERREIRA et al., 2009).

1.2.5 Bem-estar animal

“O bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas

tentativas de se adaptar ao seu ambiente” (BROOM, 1986).

É uma combinação de bem-estar físico e mental advindo de uma dieta

equilibrada e água, em quantidades suficientes para evitar o sofrimento físico e

psicológico de fome e sede e deve ser relacionado às condições de qualidade de

vida, pois interfere positivamente na qualidade da carne, quando há redução do

estresse e instalação do conforto do animal (PARANHOS DA COSTA, 2002).

Alguns aspéctos são importantes para que os bovinos estejam em condições de

bem-estar, como: o espaço em si, permitindo que os animais se locomovam

livremente e mantenham suas atividades em um contexto social equilibrado; os

abrigos, para que possam se proteger dos rigores do clima; os alimentos,

incluindo as forragens, a água e os suplementos (QUINTILIANO & PARANHOS

DA COSTA, 2006). Diante deste contexto, a alimentação correta é fundamental

para o melhor desempenho e ganho de peso e, até o presente momento, pouca

atenção tem sido dada para se entender a ligação entre nutrição e bem-estar

animal (BERTONI et al., 2013). Na prática, o bem-estar é determinado, pelo

sistema de criação e manejo praticado pelos pecuaristas, que são altamente

influenciáveis pelos sinais econômicos recebem do mercado (TREVOR, 2013).

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O código de bem-estar animal, da Inglaterra, Farm Animal Welfare

Council (FAWC), estabelecido para animais de produção, define bem os fatores

que envolvem o bem-estar animal, os princípios básicos das “Cinco Liberdades”

(CHEVILLON, 2001), em que o primeiro princípio diz respeito à liberdade

fisiológica em que há ausência de fome e sede; o segundo refere-se à liberdade

ambiental, em que o ambiente não seja excessivamente quente ou frio, nem

impeça o descanso e atividades normais, assim sendo, deve-se ter ausência de

desconforto térmico ou físico; o terceiro refere-se à liberdade sanitária, em que os

animais devem ser livres de injúrias e doenças; o quarto princípio diz respeito à

liberdade comportamental, dando aos animais a possibilidade para expressar

padrões de comportamento normais e o ambiente deve permitir esse

comportamento de acordo com a espécie e, finalmente, o quinto princípio, a

liberdade psicológica, em que se tem a ausência de medo e ansiedade. O animal

não deve ser exposto a situações que lhe provoquem angústia, ansiedade, medo

ou dor (FRASER & BROOM, 1997; FAO, 2013).

Os indicadores do bem-estar animal podem ser determinados pelas

características biológicas do animal como produtividade, sucesso reprodutivo,

taxa de mortalidade, comportamentos anômalos, atividade da adrenal, grau de

imunossupressão e incidência ou severidade de sofrimentos e doenças (BROOM

& MOLENTO, 2004).

Segundo PARANHOS DA COSTA & PINTO (2006) os comportamentos

anormais podem ser agrupados em categorias que caracterizam indicadores de

problemas de bem-estar, destacando-se: 1) Esteriotipias: pacing (animais

andando de um lado para o outro, sem razão aparente), abanar a cabeça: de

forma exagerada e repetitiva (restrição de espaço/animal), mastigação constante,

enrolar a língua; 2) comportamentos auto-destrutivos: auto-mutilação, lamber e

comer o seu próprio pelo, apetite depravado, hiperfagia e polidipsia; 3)

agressividade exagerada: dirigida a outros animais do próprio grupo; 4) falhas em

funções comportamentais: impotência sexual nos machos, desorientação durante

a cópula, rejeição do neonato, canibalismo maternal, dificuldades para deitar,

levantar e para se locomover; 5) reatividade anormal: apatia, inatividade

prolongada, hiperatividade e histeria; 6) comportamentos no vácuo: atividade

sexual dirigida a estímulos inadequados.

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A espécie bovina, além de produzir alimentos para o consumo humano,

também é dotada de sentimentos, como medo, angústia, pavor, sofrimento,

ansiedade, além de curiosidade (PETERS et al., 2007). São animais que estão

acostumados a conviver em rebanho e quando isolados são predispostos ao

estresse e temem, instintivamente, ambientes estranhos (PARANHOS & COSTA,

2007).

Prevê-se que estudos possam abrir caminho para o desenvolvimento

de diretrizes e políticas capazes de incentivar pesquisadores e agências que

trabalham neste movimento a demonstrar o impacto dessas intervenções em

rendimentos para os agricultores, uma área que tem sido negligenciada até os

dias atuais (FAO, 2013). A manutenção de animais saudáveis é um componente

chave do bem-estar animal, assim como a alimentação sustentável, que aumenta

a sua produtividade e a rentabilidade para o produtor (TREVOR, 2013).

1.2.6 Estresse

Hans Selye (renomado médico austríaco), em julho de 1936, na revista

Nature, se referiu ao estresse entre homens e mulheres, definindo-o como

síndrome de adaptação geral ou síndrome produzida por vários fatores nocivos,

que logo após a exposição, o organismo reage com um determinado padrão

estereotipado de sinais e sintomas, que incluem hipertrofia das adrenais, atrofia

dos órgãos linfóides, transudação pleural e peritonial (KIELING, 2009).

Segundo SELYE (1976) ao estresse pode ser atribuído três fases:

1) Fase de reação de alarme: primeira reação ao fator estresse, sua resistência

diminui e se este for intenso, a morte poderá ocorrer;

2) Fase de resistência: ocorre após a fase do alarme, o animal se adapta e sua

resistência aumenta;

3) Fase de exaustão: o estresse persistente afeta o organismo, que havia se

ajustado, esgotando a energia de adaptação e, consequentemente, ressurge os

sinais de alarme, porém de forma irreversível, ocasionando a morte do animal.

O termo estresse descreve a parte do bem-estar animal deficiente a

qual se refere à falência nas tentativas de enfrentar as dificuldades (BROOM &

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MOLENTO, 2004), ainda, podendo ser definido como um fator nocivo ambiental

sobre um indivíduo que sobrecarrega seus sistemas de controle na tentativa de

adaptação e retorno da homeostase (BROOM, 1993).

Segundo MORBERG (2000), estresse é a manifestação da interação

entre o estressor e a resposta ao estímulo, na qual o organismo tenta evitar ou

reduzir os efeitos do estressor. Os agentes exógenos, como calor, frio, umidade,

fome, sede, infecções, esforços corporais, infestações parasitárias, dor, poluição

sonora, elevada densidade populacional, isolamento, medo, ansiedade, entre

outras, que provocam estresse são denominados estressores. O estresse interfere

na homeostase dos seres vivos e estes desenvolvem uma resposta

comportamental e fisiológica contra o estímulo nocivo ou condição adversa do

ambiente (MAZIERO et al., 2012; PAES, et al., 2012).

Segundos após o estímulo, o eixo simpato-adrenal é ativado

(MORBERG, 1997) resultando na liberação de neurotransmissores adrenérgicos,

adrenalina e noradrenalina, a partir dos nervos simpáticos e da zona medular das

glândulas supra-renais e, dentro de minutos ocorre a liberação de glicocorticóides

pelo córtex da adrenal (Figura 4) aumentando a concentração sérica de cortisol

que pode durar horas na corrente sanguínea (HICKEY et al., 2003). A somatória

do cortisol com a liberação das catecolaminas da medula adrenal induz lipólise,

glicólise e catabolismo proteico, visando reestabelecer o equilíbrio orgânico

(LEFCOURT & ELSASSER, 1995).

O animal estressado constantemente, ao longo do tempo, poderá

desenvolver imunossupressão, pois os glicocorticóides são considerados

imunossupressores endógenos que atuam inibindo a produção de citocinas e

suprimindo a proliferação de linfócitos, ocasionando também redução da produção

e ação de diversos mediadores celulares, incluindo a atividade macrofágica

(CAMPOS et al., 2008).

O cortisol, considerado o hormônio do estresse, aumenta

consideravelmente em situações, como o confinamento, o transporte, ambientes

com temperaturas extremas. A avaliação do cortisol vem se tornando de grande

valia, para estabelecer o bem-estar animal e, consequentemente, auxiliando na

manutenção da homeostase (MARQUES FILHO et al., 2009).

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FIGURA 4 - Eixo hipotálamo (CRH) - Hipófise (hormônio adrenocorticotrófico - ACTH) - adrenal (Glicocorticóides)

Fonte: http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/texto13.htm

O cortisol pode ser quantificado pela técnica de radioimunoensaio de

fase sólida mensurada por reagentes comerciais, por meio de uma avaliação

quantitativa, valendo-se do isótopo de iodo radioativo (I125) emissor de radiação

gama. Este método usa o antígeno marcado radioativamente e anticorpos para

determinar a concentração de antígenos de precisão, sendo muito usado para a

determinação da concentração de hormônios. A concentração do cortisol é

determinada por meio da comparação com uma curva de calibração e os valores

obtidos são inversamente proporcionais à quantidade de hormônio presente na

amostra (RODRIGUES, 2006).

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A concentração plasmática média de cortisol oscila entre 2 e 12 µg/dL e

nos bovinos e esta aumenta cerca de 20 minutos após a exposição ao estresse

agudo, chegando ao seu pico máximo em até duas horas (SILANIVOKE, 2000).

A resposta do animal ao estresse pode ser resumida a partir de três

estágios: 1) reconhecimento de um estímulo estressante; 2) defesa biológica

contra o estímulo estressante; 3) consequências da resposta ao estresse;

portanto, o estresse é causador de efeitos negativos que também afetam a

produtividade devido a atrasos no crescimento e desenvolvimento (MORBERG,

2000).

Nas reações iniciais ocasionadas pelo estresse há influencia do

cortisol, assim como ocorre na injúria tecidual ou infecção levando o fígado a

sintetizar componentes que iniciam uma série de reações complexas, ditas de

fase aguda e a primeira reação durante a fase aguda envolve a resposta

inflamatória local (BAUMANN & GAULDIE, 1994). A inflamação local aciona

diretamente um sistema complexo iniciado por uma rede de proteínas e vários

tipos celulares para ampliar, manter, controlar e eventualmente resolver a reação

inflamatória, reestabecendo o equilíbrio do organismo; estes eventos são

coletivamente referidos como reação de fase aguda ou reação sistêmica da

inflamação, pois acompanham tanto quadros agudos como crônicos. Essas

alterações, distantes do sítio de inflamação, envolvem muitos órgãos e incluem

um grande número de reações comportamentais, fisiológicas, bioquímicas e

nutricionais (CECILIANI et al., 2012).

Dentre essa complexa resposta de fase aguda destaca-se a síntese e a

liberação de mediadores inflamatórios com efeitos agudos sobre a vascularização

como proteínas de fase aguda, cortisol, adrenalina, glicose entre outros

(PERTESEN et al., 2004), demostrados na figura 5, e também liberam os

mediadores inflamatórios sistêmicos advindos dos macrófagos teciduais, dos

quais as citocinas, o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e as interleucinas (IL) 1 e

IL-6 são as principais mediadoras da síntese das proteínas de fase aguda [PFAs]

(KOGIKA et al., 2003).

As citocinas são proteínas solúveis e atuam como sinalizadores

moleculares intra e extracelulares envolvidos na regulação do sistema imune,

ativadas em casos de inflamação, respostas sistêmicas a injúria tecidual e na

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hematopoiese. Suas funções incluem ativação da proliferação e migração celular,

e iniciação da apoptose (KANEKO et al., 2008).

A interleucina-3 (IL-3) é uma das citocinas fundamentais para

hematopoiese, e tem sua produção inibida em situações de estresse,

demonstrando a ligação existente entre sistema nervoso e sistema imune

(BESSLER et al., 2000). As IL-1 e IL-6 e TNF-α induzem efeitos locais como a

expressão de moléculas de adesão e de quimiocinas, facilitando a migração de

leucócitos, e efeitos sistêmicos onde ocorre a síntese de proteínas de fase aguda

(PFAs) (GRUYS et al., 2005; KRZYSZTOF et al., 2008).

FIGURA 5 – Mediadores inflamatórios. As setas azuis representam estimulação, enquanto as setas vermelhas apontam efeito inibitório

Fonte: Adaptação de PETERSEN et al. (2004)

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1.2.7 Proteínas de fase aguda

As PFAs são classificadas de acordo com a intensidade de sua síntese

durante a resposta de fase aguda, sendo denominadas como positivas aquelas

que têm sua produção aumentada, e negativas as que têm sua produção

diminuída (GRUYS et al., 2005). E ainda, de acordo com sua expressão durante o

evento agudo, as negativas (albumina e transferrina), as fortemente aumentadas

(haptoglobina [Hp] e amilóide sérica A [SAA]), as moderadas (α1-glicoproteína

ácida [α1-GPA]) e as fracas (ceruloplasmina, proteína C-reativa [PCR] e

fibrinogênio) (PETERSEN et al., 2004; CRAY et al., 2009; ECKERSALL & BELL,

2010). Há uma controvérsia na literatura em relação a classificação do

fibrinogênio, onde este é considerado excelente marcador de inflamação em

bovinos (JAIN, 1993; MURATA et al., 2004; ECKERSALL et al., 2006; NAZIFI, et

al., 2009).

As citocinas pró-inflamatórias produzidas durante a resposta de fase

aguda sofrem um efeito inibitório decorrente de uma retroalimentação negativa

das PFAs, as quais acabam por regular sua própria síntese. Se o processo

continua, a ação da IL-1 inibe a produção das PFAs (ECKERSALL et al., 2006)

que possuem a capacidade de regular a produção de citocinas pró-inflamatórias e

a atividade de células mononucleares, produzindo assim, uma retroalimentação

negativa (feedback negativo), inibindo a produção de mais citocinas e

consequentemente de mais PFAs (ALMEIDA, 2006).

Durante a resposta inflamatória, a ligação das citocinas aos seus

respectivos receptores nos hepatócitos induz a produção do fator de transcrição

específico do fígado, que promove a transcrição dos genes que codificam diversas

PFAs (KRZYSZTOF et al., 2008). Coincidentemente, os níveis do fator de

transcrição nos hepatócitos que acarretam na transcrição da albumina e

transferrina, diminuem e consequentemente suas concentrações sanguíneas

também (KOGIKA et al., 2003; KANEKO et al., 2008). Desse modo, o fígado do

animal reage ao estresse produzindo as PFAs: proteína C-reativa (CPR),

fibrinogênio, ceruloplasmina, transferrina e alfa1-antitripsina, fundamentais para

coagulação, opsonização, inibição de proteases e outros fenômenos defensivos e

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inflamatórios como a produção das gamaglobulinas (SGANGA et al., 1985; JAIN,

1993; GRUYS et al., 1994).

Com o aumento crescente do conhecimento na utilização de PFAs

como biomarcadores das condições inflamatórias de animais domésticos, é

provável que estes analitos sejam cada vez mais utilizados no diagnóstico e

prognóstico de desordens imunes, físicas e psicológicas nos animais de produção

(ECKERSALL & BELL, 2010).

a) Albumina

A albumina é a proteína encontrada em maior quantidade no

organismo, perfazendo um total de 35% a 50% das proteínas séricas nos animais.

Sintetizada e secretada pelos hepatócitos, com peso molecular de 66,4 kda, é

uma proteína não glicosilada de 583 aminoácidos e pH 5,6 (ECKERSALL & BELL,

2010).

A concentração da albumina pode ser indicador do conteúdo de

proteína na alimentação, apesar de que suas mudanças no sangue ocorrem

lentamente. PAYNE & PAYNE (1987) sugerem que para detectar mudanças

significativas na concentração sérica da albumina é necessário um período de um

mês, devido à baixa velocidade de síntese e de degradação desta proteína nos

ruminantes. Para KANEKO et al. (2008), em processos agudos, esta proteína se

torna uma das PFAs que estão diminuídas na circulação devido ao seu alto

aproveitamento pelos hepatócitos para síntese das PFAs positivas.

A diminuição da concentração sérica da albumina também pode ser

atribuída à absorção diminuída de proteínas, síntese deficiente de albumina,

excessiva degeneração proteica, ou perda de albumina, na inanição, na

desnutrição e em doenças gastrintestinais crônicas, nas quais há interferência na

digestão e na absorção proteica, e também nas hepatopatias crônicas (COLES,

1986).

Em casos de estresse, a concentração sérica desta proteína diminue,

dando suporte ao descrito por pesquisadores que a albumina é uma PFA negativa

(ECKERSALL & BELL, 2010).

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b) Transferrina

Considerada uma glicoproteína responsável pelo transporte sanguíneo

de ferro a transferrina ou siderofilina está presente na fração β1- globulina e é

composta pela ligação de dois átomos de Fe3+. Atua no controle da absorção do

ferro intestinal bem como na sua distribuição no organismo (ECKERSALL &

BELL, 2010).

A oxidação do Fe2+ a Fe3+ é catalisada pela enzima ferroxidase. A

transferrina libera, para o metabolismo, somente um dos dois átomos de Fe3+ que,

então, se reduz a Fe2+ para as reações de formação de hemoglobina, ferritina

(nos órgãos hematopoiéticos), mioglobina (músculos), de enzimas heme (todas as

células) e para excreção no suor e na bile. O ferro é estocado sob a forma de

ferritina (ferro absorvível) e/ou hemossiderina (forma inabsorvível). Possui efeito

bactericida, pois indisponibiliza o Fe3+ para bactérias quando ocorre um processo

inflamatório (JAIN et al., 2011).

Com vida média em torno de 10 dias, essa proteína responde com

rapidez a mudanças no estado nutricional. A diminuição de sua concentração

sérica pode ser consequência da produção inadequada de transferrina por danos

nos hepatócitos, doença renal, leucemias, resposta de fase aguda e crônica

(ECKERSALL & BELL, 2010). As concentrações séricas elevadas podem indicar

deficiência grave de ferro, desnutrição ou gestação (JAIN, 1993; FUHRMAN et al.,

2004) processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos (ECKERSALL & BELL,

2010).

c) Haptoglobina (Hp)

A Hp é uma glicoproteína composta por duas subunidades alfa (α) e

duas beta (β), sendo que a α possui peso molecular entre 16 e 23 KDa e a β

possui 40KDa e se combinam na forma de cadeia β-α-α-β. Nos ruminantes, os

tetrâmeros de Hp formam polímeros com outros tetrâmeros de Hp e um complexo

macromolecular com peso de 1000 a 2000 KDa. Esta proteína foi descrita pela

primeira vez em 1938 como glicoproteína (α-1) capaz de aumentar a estabilidade

da enzima peroxidase da hemoglobina, quando ocorresse uma diminuição do pH

sanguíneo e, posteriormente, foram descritas funções como ligante de

hemoglobina, com efeito bacteriostático na defesa contra patógenos, por meio do

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complexo Hp-Hb que é reconhecido pelo CD163, presente na superfície dos

macrófagos (PETERSEN et al., 2004). É também considerada estimuladora da

angiogênese, proteína participante no metabolismo de lipídios, no

desenvolvimento de fígado gorduroso em bovinos (PETERSEN et al., 2004) e

efeito imunomodulatório, por inibição na atividade dos granulócitos (CORAZZA et

al.,1997).

Altamente sensível como marcador positivo de inflamação e infecção

nos bovinos (HORADAGODA et al., 1999; ECKERSALL et al., 2006), a Hp tem a

sua concentração sérica aumentada em condições estressantes como o

transporte, o desmame, mudança de ambiente e infestação por parasitos

(FAGLIARI et al., 2007; GANHEIM et al., 2007; QIU et al., 2007; CARVALHO et

al., 2008; NAZIFI et al., 2009).

A diferença entre a Hp nos ruminantes e outras espécies é que essa

pode não estar presente no soro de animais saudáveis, aparecendo somente em

respostas de fase aguda, como descrito por ECKERSALL & BELL (2010), em que

ruminantes hígidos apresentam a concentração sérica de Hp menor que 20 mg/L,

mas pode aumentar para valores maiores que 2 g/L dentro de dois dias após a

infecção retornando a normal, duas semanas após a cura (ECKERSALL et al.,

2007). A Hp é a mais importante PFA em animais de produção e companhia

(CONNER et al., 1988), sendo considerada uma ferramenta útil em confinamento

e abatedouros, no momento de decisão sobre o descarte de animais suspeitos de

enfermidades, inflamação e estresse (TOURLOMOUSSIS et al., 2004).

d) Ceruloplasmina (Cp)

A Cp é uma glicoproteína (α-1GPA) com peso molecular em torno de

115.000 daltons (FAGLIARI et al., 2007). É descrita como uma PFA

transportadora, com importante papel no metabolismo e transporte do cobre,

essencial à eritropoiese, com funções imunológicas e removedoras de espécies

reativas de oxigênio produzidas na inflamação (GRUYS et al., 1994). Apresenta

concentração sanguínea aumentada em casos de processos inflamatórios,

infecciosos virais e parasitários (CECILIANI et al., 2012). Sua diminuição é

relatada ao nascimento, em casos de desnutrição, deficiência de absorção de

nutrientes, doenças renal e hepática, especialmente quando associada à

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intoxicação por cobre (JAIN, 1993).

Embora o fígado a sintetize, outros tipos de células podem sintetizá-la

incluindo monócitos, astrócitos e células de Sertoli e em humanos tem sido uma

ferramenta chave para diagnosticar a Doença de Wilson, que é uma degeneração

hepatolenticular, cuja principal característica é o acúmulo de cobre em níveis

tóxicos (YAPUR et al., 2007).

Sua concentração sérica aumenta em condições estressantes como o

transporte, o desmame, a mudança de ambiente, em parasitoses (FAGLIARI et

al., 2007; QIU et al., 2007; NAZIFI et al., 2009).

e) Amilóide sérica A (SAA)

A SAA recebeu essa nomenclatura devido ao seu envolvimento com a

amiloidose reativa, pois, há relatos que um aumento de SAA na concentração

sanguínea e nos tecidos deva ser um pré-requisito para a precipitação da forma

insolúvel de SAA, sob a forma de fibrilas AA amiloidótica (CECILIANI et al., 2012).

Foram encontrados no genoma humano, três genes e um pseudo-gene que a

codificam, classificados em dois grupos: o de fase aguda e o SAA constitutiva. O

grupo de fase aguda é sintetizado pelo fígado, e também pelos tecidos extra-

hepáticos em bovinos (NGURE et al., 2008).

A SAA é uma proteína de fase aguda pequena, hidrofóbica de peso

molecular em torno de 9 a 14 kda, atua como apolipoproteína constituinte da

lipoproteína de alta densidade (HDL) e que na forma não associada com HDL é

capaz de induzir a produção de citocinas pró-inflamatórias por leucócitos

(ECKERSALL et al., 2001). Considerada uma apoproteína que se liga ao HDL

após a sua síntese, a SAA influencia o metabolismo do colesterol durante as

inflamações causando adesão e quimiotaxia de macrófagos espumosos,

carregados de colesterol no local da inflamação, impedindo assim seu acúmulo e

a formação de placas ateroscleróticas (CECILIANI et al., 2012).

É considerada como marcador positivo altamente sensível de

inflamação e infecção nos bovinos (HORADAGODA et al., 1999; ECKERSALL et

al., 2006) e seus valores sanguíneos aumentam em condições estressantes como

o transporte, o desmame, a mudança de ambiente, em parasitoses (PETERSEN

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et al., 2004, FAGLIARI et al., 2007; GANHEIM et al., 2007; QIU et al., 2007;

CARVALHO et al. 2008; NAZIFI et al., 2009).

f) Alfa-1 glicoproteína ácida (α1-GPA)

Conhecida também como proteína orosomucóide, a α1-GPA, em

bovinos é constituída de 219 resíduos de aminoácidos e tem o seu pH em torno

de 3,5, com peso molecular em torno de 20,5 kda e um alto teor de carboidrato

(45%), com iguais proporções de hexose, hexosamina e ácido siálico, o que a

torna muito estável e muito solúvel, passando pelo filtro glomerular em larga

extensão, resultando em uma meia vida, de apenas cinco dias na circulação

sanguínea em humanos (PICHETH et al., 2002).

Sintetizada pelo fígado, granulócitos e monócitos, possui atividade

tanto pró como antinflamatória e entre suas funções estão: a inibição da resposta

quimiotática e da produção de superóxidos por neutrófilos, a inibição da

agregação plaquetária e a indução da liberação de citocinas de monócitos (IL-1β,

IL-6, IL-12, TNF-α, IL-1Ra e receptor de TNF-α solúvel) (CECILIANI et al., 2012).

A α1-GPA na fase aguda possui propriedades imunomoduladoras, de

reparo e de cicatrização, se liga a fármacos e sua resposta segue de moderada à

relativamente baixa em resposta à injúria tecidual em bovinos (CONNER et al.,

1988). Sua mensuração é indicada no monitoramento do tratamento de doenças,

como a fotossensibilização hepatógena (FAGLIARI et al., 2007).

g) Fibrinogênio

O fibrinogênio é uma glicoproteína hexamérica, com peso molecular em

torno de 340 kda, produzida no fígado e que compoe em média 5% das proteínas

plasmáticas nos mamíferos. Envolvido nas etapas finais da coagulação com

função importante na homeostase e coagulação, além de ser um bom indicador

de resposta a uma infecção aguda nos bovinos (JAIN, 1993; ECKERSALL et al.,

2006).

O fibrinogênio eleva sua concentração sanguínea rapidamente em

resposta a processos inflamatórios e em condições estressantes como transporte,

desmame, troca de habitat, infestações parasitárias (FAGLIARI et al., 2007;

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GANHEIM et al., 2007; QIU et al., 2007; CARVALHO et al. 2008; NAZIFI et al.,

2009), processos infecciosos e neoplásicos (CARREPETO et al., 2006).

h) Proteína C-reativa (CRP)

A CRP foi descrita pela primeira vez em 1930, por Tillet e Francis em

uma reação C de polissacarídeos somáticos do Streptococcus pneumonae em

pacientes cardiopatas e a partir daí, tem sido largamente usada como proteína de

fase aguda em paciente com riscos coronários. Essa proteína possui estrutura

pentamérica com peso molecular de 62 kda, sendo sintetizada no fígado e

liberada no sistema circulatório em resposta a um estímulo inflamatório, sendo

que o mais potente deles é induzido pela IL-6 e a sua concentração sanguínea

eleva-se nas primeiras 24 a 48 horas do início do processo inflamatório (DU

CLOS, 2000).

Essa proteína é utilizada principalmente como um marcador de

inflamação e infecção, pois o mapeamento de seus valores pode ser útil em

determinar a evolução do processo infeccioso ou tratamento (JAIN et al., 2011).

Seus níveis séricos encontram-se aumentados em processos

bacterianos agudos e tendem a valores diminuídos em caso de processos virais

(SCHROEDL et al., 2003; JAIN et al., 2011).

i) Determinação de proteínas de fase aguda

Um dos métodos mais confiáveis para a identificação das PFAs é o

fracionamento eletroforético, seja por meio de separação de cargas elétricas ou

pelo próprio peso molecular das proteínas (KANEKO et al., 2008).

Segundo KANEKO et al. (2008), a eletroforese, em gel de agarose,

evidencia as proteínas separadas de acordo com suas respectivas cargas

elétricas, por meio de forças eletroforéticas e eletroendosmóticas presentes no

sistema que tem os fragmentos proteicos visualizados por meio de um corante

sensível a proteínas, porém, apresenta a desvantagem de permitir o

fracionamento de cinco a sete grupos de proteínas. Em relação as técnicas

envolvendo o suporte em agarose e acetato de celulose com a elaboração de

materiais com alta sensibilidade de fracionamento, foram agrupados três níveis de

qualidade técnica: o nível 1 é a tradicional separação “microzonal”, adequado à

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determinação quantitativa por densitometria das cinco zonas classificadas por

albumina, alfa 1, alfa 2, beta e gama-globulina, as vezes se evidencia a presença

da pré-albumina (Figura 6) (KANEKO et al., 2008); o nível 2 com maior

capacidade resolutiva, por meio da projeção televisiva de imagens bidimensionais,

permite evidenciar diversas proteínas que fazem parte das cinco zonas

eletroforéticas (NAOUM, 1999) e o por fim, o nível 3 é obtido por tecnologia

altamente desenvolvida, o sistema Hi-Phore, o qual possibilita a identificação de

doze proteínas plasmáticas: pré-albumina, albumina, alfa-lipoproteína, alfa-1-

antitripsina, alfa-1-antiquimiotripsina, alfa-2-macroglobulina, haptoglobina,

globulina insolúvel, transferrina, complemento C-3, fibrinogênio e imunoglobulina.

O nível 3 é usado exclusivamente nas interpretações qualitativa e semi-

quantitativa conjuntamente, e deve ser associado aos métodos específicos de

imunoquímica para as dosagens quantitativas (NAOUM, 1999).

FIGURA 6 - Representação esquemática de eletroforese em gel de agarose e fracionamento eletroforético Fonte: BOTTINI (2007)

FAGLIARI et al. (1998), baseados na técnica desenvolvida por

LAEMMILI (1970), descreveram que o dodecil sulfato de sódio (SDS) é um

detergente anfipático cuja função é desnaturar as proteínas e convertê-las numa

estrutura linear, pois, sua forma nativa geralmente é globosa; conferindo-lhes

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assim, densidade uniforme. O SDS as torna carregadas negativamente, para que

quando submetidas ao gel de poliacrilamida, migrem para o polo positivo e, a

velocidade desta migração depende do seu peso molecular, de modo que

proteínas mais pesadas migram mais lentamente e as mais leves mais

rapidamente (Figura 7).

FIGURA 7 - Gel de eletroforese, SDS-PAGE, corado pelo azul de coomassie

Após fracionamento o gel é submetido à coloração, durante 10 minutos,

em solução de azul de coomassie, constituída por 50,0% metanol, 40,0% de

água, 9,75% de ácido acético glacial e 0,25% de azul de coomassie. Em seguida,

o gel passa por solução de ácido acético a 7,0% para retirada do excesso de

corante, até que as frações proteicas se apresentassem nítidas. As concentrações

dessas proteínas são determinadas em densitômetro computadorizado. Como

referência é utilizada uma solução marcadora com pesos moleculares 29.000,

45.000, 66.000, 97.400, 116.000 e 205.000 dáltons (Da) e também proteínas

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purificadas transferrina, haptoglobina, ceruloplasmina, alfa 1-antitripsina e IgG. A

quantificação das PFAs pela técnica SDS-PAGE auxilia na avaliação, em grupo,

da cinética das proteínas de fase aguda durante a resposta inflamatória,

facilitando o estabelecimento do diagnóstico das doenças animais (FAGLIARI &

SILVA, 2002; FAGLIARI et al., 2006).

Com o avanço tecnológico foram desenvolvidas técnicas mais precisas

de mensuração das PFAS, baseadas na formação do complexo antígeno-

anticorpo e que a partir de reagentes comerciais, quantificam isoladamente cada

PFA. São elas: a turbidimetria e a nefelometria. A nefelometria mede a luz

difundida a 90º (prisma) a partir de uma fonte policromática (lâmpada de mercúrio,

laser, tungsténio, silício ou xénon) emitindo vários comprimentos de onda (400 a

800nm), tornando-os mais ou menos sensíveis a partículas com diferentes

tamanhos. Esta técnica é particularmente sensível a partículas relativamente

pequenas (raio menor que 440nm) que seletivamente dispersam pequenos

comprimentos de onda. É altamente sensível na medição de substâncias com

fraca turbidez (OLIVEIRA, 2001).

A turbidimetria baseia-se na intensidade diminuída da luz transmitida

(turbidez) ao atravessar uma amostra em que ocorreu a reação antígeno-

anticorpo, utilizada em equipamentos de grande porte na rotina bioquímica, para

otimização do processo. É uma técnica altamente específica determinando com

exatidão o nível de ligação antígeno-anticorpo insolúvel, ocasionando uma

turbidez cuja intensidade é proporcional à quantidade de antígeno determinado no

espectrofotômetro (THOMAS, 1996).

A eleição entre um de ambos os métodos reside na irradiação da luz

(turbidez da amostra), se extensa é apropriado aplicar a turbidimetria; se é mínima

é apropriado a nefelometria. No caso das PFAs, a nefelometria revela-se melhor,

porque determina a concentração de poucas partes por milhão (ppm), com uma

precisão de 1% ao 5% (KANEKO et al., 2008).

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1.2.8 Perfil hematológico e metabólico

a) Hemograma

Composto pelo eritrograma, integrado pela contagem do número de

hemácias (He), dosagem do teor de hemoglobina (Hb), determinação do volume

globular (VG), determinação dos índices hematimétricos absolutos: volume

corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração

da hemoglobina corpuscular média (CHCM); pelo leucograma que é exame da

série branca, e do plaquetograma (GARCIA NAVARRO, 2005), o hemograma

além fornecer várias informações para avaliação do estado de saúde, também é

utilizado para indicação do estado de estresse dos animais. Em bovinos, a

variação nos índices hematológicos devido ao estresse é menor do que nas

outras espécies (PAES et al., 2000).

A série branca sanguínea dos bovinos reage de forma diferente à

injúria tecidual nestes animais quando comparada a de outras espécies. Enquanto

espécies canina e felina possuem compartimento de reserva leucocitária e que, ao

menor sinal de infecção ou estresse libera um pool de neutrófilos segmentados

aptos à defesa do organismo na corrente sanguínea, porém, os ruminantes

possuem limitações, tendo uma resposta mais tardia a agressão tecidual e

liberando na circulação neutrófilos jovens (THRALL et al., 2007).

Devido a essa particularidade leucocitária nos ruminantes a associação

à investigação de parâmetros proteicos (albumina, globulina e fibrinogênio) é de

grande auxílio na averiguação de enfermidades agudas, do que a interpretação

isolada dos valores leucocitários (SILVA et al., 2008).

Em casos de estresse, os leucócitos são ativados, deflagrando a

produção de novas citocinas, num ciclo de realimentação positiva, só cessando

após a eliminação do agente agressor pelo sistema imune inato e adaptativo,

quando os eventos flogísticos são revertidos por mecanismos homeostáticos

antinflamatórios (RHEN & CIDLOWSKI, 2005).

b) Perfil metabólico

O termo perfil metabólico foi empregado por PAYNE et al. (1970)

referindo-se ao estudo de componentes hemato-bioquímicos, com o intuito de

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avaliar, diagnosticar e prevenir transtornos metabólicos e servindo também como

indicador do estado nutricional.

A utilização do perfil metabólico em bovinos perfaz um método auxiliar

na avaliação de rebanhos com diferentes índices produtivos e reprodutivos, além

de atuar como uma importante ferramenta no diagnóstico clínico de doenças do

metabolismo e atuar como indicador do estresse nestes animais (CONTRERAS,

2000; PEIXOTO & OSORIO, 2007).

Os componentes bioquímicos sanguíneos mais comumente

determinados no perfil metabólico representam as principais vias metabólicas do

organismo (GONZALEZ, 2000). De acordo com SCHELLING (1984), os animais

podem ser avaliados segundo seu perfil energético e proteico. O perfil energético

é representado pela quantificação da glicose, ácidos graxos livres e β-

hidroxibutirato, além da determinação do escore corporal. Segundo PAYNE &

PAYNE (1987), o perfil proteico é representado pela quantificação da albumina e a

ureia, que indicam o estado proteico, respectivamente, em longo e curto prazo.

A interpretação de provas bioquímicas que refletem a integridade e a

função do fígado e rins é complexa, devido à grande variação que estes analitos

podem apresentar em decorrência de diversos fatores, principalmente, regime

alimentar, idade e estado fisiológico (PAYNE & PAYNE, 1987). Outros aspectos

como raça, estresse, manejo e clima, também podem desencadear alterações

bioquímicas que podem refletir-se no perfil metabólico (GONZALEZ & SHEFFER,

2002).

LIMA & FIORAVANTI (2010) preconizaram que ainda devem ser

realizadas pesquisas sobre estabelecimento de padrões de normalidade para

valores bioquímicos em bovinos, pela escassez de dados nos rebanhos

brasileiros. Ressaltam ainda que tais valores de normalidade para as raças sejam

advindos de amostras aleatórias dos indivíduos da população original, permitindo

trabalhar com faixas de variação menores que as mencionadas pela literatura.

1.2.9 Alterações patológicas de bovinos em confinamento

Os problemas no confinamento que afetam o gado de corte envolvem

fatores ou condições que contribuem para a diminuição do desempenho animal

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com consequente prejuízo ao produtor. Dentre esses fatores, estão os que afetam

os animais individualmente, que são os distúrbios metabólicos, as doenças e

intoxicações. As mais frequentes envolvem botulismo, enterotoxemia, doenças de

pele como dermatomicose e dermatofilose, laminite, timpanismo e intoxicação por

uréia (BRANDINI, 1996). Em relação às doenças de ordem hepática, é comum a

ocorrência de abcessos, telangectasias e colangite (VASCONCELOS &

GALYEAN, 2008).

No exame histopatológico, é frequente a presença de macrófagos

espumosos no fígado de bovinos saudáveis (MOREIRA et al., 2009) e é comum a

associação desses macrófagos a presença de colangite (DREIMEIER et al., 1998;

FIORAVANTI et al., 2003; MOREIRA et al., 2009). Dentre a análise

histopatológica dos linfonodos, o linfonodo mesentérico pode apresentar

macrófagos espumosos e, segundo DRIEMEIER et al. (1999), isso ocorre,

supostamente, devido à dieta recebida por esses animais.

Os macrófagos espumosos são células de citoplasma abundante, com

inúmeros vacúolos pequenos de lipídios, aparentemente vazios, que dão ao

citoplasma aparência de espuma podendo ser encontrados em qualquer sítio de

lesão celular e reação inflamatória, como resultado da fagocitose do colesterol das

membranas das células destruídas (COTRAN et al., 1999).

1.3 Justificativa

Como as raças locais brasileiras em risco de extinção, em especial a

Curraleiro Pé-Duro e a Pantaneiro, têm perdido território para a criação de

zebuínos, é necessário à ampliação do conhecimento sobre suas características

fisiológicas e produtivas, como forma de estabelecer métodos para a elaboração

de estratégias de manejo e conservação dessas raças.

Com o crescimento do movimento “Bem-Estar Animal” no mundo e

segundo normas propostas no Brasil e na União Europeia quanto ao confinamento

de bovinos de corte, a ausência do estresse, comprovada pelas baixas

concentrações de seus indicadores bioquímicos e hormonais, é cada vez mais

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30

indispensável para a valorização comercial do produto oriundo desse sistema de

criação.

Um destes indicadores de estresse envolve a mensuração de PFAs.

Essas proteínas permitem elucidar a fisiopatologia dos processos patológicos

envolvidos na resposta orgânica a infecções e quadros de estresse, e a sua

quantificação fornece informações importantes sobre a resposta inflamatória de

fase aguda e sua evolução, podendo ser utilizada para avaliar o bem-estar animal

dentro de um sistema de criação.

Neste contexto, a produção de conhecimento sobre a resposta dos

marcadores biológicos de diferentes raças frente a sistemas intensivos de criação

é fundamental para o desenvolvimento da pecuária nacional.

1.4 Objetivos

Objetivou-se com esse estudo avaliar a resposta ao estresse de

bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore terminados em

confinamento.

Os objetivos específicos foram:

Determinar o perfil hematológico de bovinos de diferentes raças terminadas em

confinamento;

Determinar o padrão de resposta ao estresse do confinamento em bovinos de

diferentes raças por meio da quantificação das proteínas de fase aguda e do

cortisol;

Avaliar o perfil metabólico de bovinos de diferentes raças terminadas em

confinamento;

Estabelecer o desempenho de bovinos de diferentes raças terminados em

confinamento e verificar as alterações histopatológicas do fígado e linfonodos.

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CAPÍTULO 2 – HEMOGRAMA, CORTISOL E CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE

PROTEÍNAS DE FASE AGUDA EM BOVINOS DAS RAÇAS CURRALEIRO PÉ-

DURO, PANTANEIRO E NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO

Resumo O principal indicador de estresse é aumento do hormônio cortisol sérico e as proteínas de fase aguda são marcadores biológicos primários no caso de injúria tecidual. Foram avaliados 45 bovinos, 15 Curraleiro Pé-Duro (Gcur), 15 Pantaneiro (Gpan) and 15 Nelore (Gnel) Foram colhidas amostras de sangue para a mensuração do cortisol, proteínas de fase aguda e hemograma em três momentos, dia zero (M0), aos 56 dias (M56) e aos 103 dias (M103) de confinamento. Os valores de cortisol no Gnel foram maiores em M0 (2.97 µg/dL) em relação a M103 (2.53 µg/dL). O volume globular, a hemoglobina e a α-1 glicoproteína ácida foram mais elevados em M103 em Gcur, Cpan e Gnel em relação a M0. A concentração da ceruloplasmina em Gcur e Gpan foi menor em M56 quando comparada ao M0. A IgG apresentou maiores valores em M0 nos três grupos, em relação a M103 e as concentrações de haptoglobina, em Gnel, foram maiores em M0

e M103 em relação ao M56 (p<0,05). A albumina apresentou valores menores em M0 em Gcur, Cpan e Gnel e a transferrina apresentou maiores valores em M103 em Gpan e Gnel quando comparados a M0. O fibrinogênio no Gpan e Gnel foi menor em M103 em relação ao M0. O sistema de confinamento para bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore ocasiona discretas alterações no eritrograma e na proteína de fase aguda (α1- glicoproteína ácida) Palavras-chave: estresse, perfil hematológico, raças locais, sistema intensivo, SDS-PAGE, zebuínos. HEMOGRAM, CORTISOL, AND SERUM CONCENTRATIONS OF ACUTE PHASE PROTEIN OF CURRALEIRO PE-DURO, PANTANEIRO AND NELLORE CATTLE IN FEEDLOT Abstract The main indicator of stress is the increase in serum cortisol, and the acute phase serum proteins are biological markers in case of primary tissue injury. The objective of this study was to evaluate the physiological markers of stress of bovines in feedlot system. We evaluated 45 bovines in the experiment, 15 Curraleiro Pe-Duro (Gcur), 15 Pantaneiro (Gpan) and 15 Nellore (Gnel). We collected blood samples for measurements of cortisol, acute phase proteins and hemogram at three moments: day zero (M0), at 56 days (M56) and at 103 days (M103) of feedlot. Cortisol values in Gnel were higher at M0 (2.97 µg/dL) than at M103 (2.53 µg/dL). The values of hematocrit, hemoglobin and α-1-acid glycoprotein, in Gcur, Cpan and Gnel were higher at M103 compared to M0. The concentration of

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ceruloplasmin in Gcur and Gpan was lower at M56 compared to M0. The IgG values were higher at M0 in the three groups relative to M103 and the concentrations of haptoglobin in Gnel were higher at M0 and M103 relative to M56 (p <0.05). Albumin had lower values at M0 in Gcur, Cpan and Gnel and transferrin values ere higher at M103 in Gpan and Gnel compared to M0. Fibrinogen in Gpan and Gnel was lower at M103 relative to M0. Feedlot system for Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro and Nellore bovines causes discrete alterations in eritrogram and acute phase protein (α-1-acid glycoprotein). Keywords: stress, blood profile, local breeds, intensive system, SDS-PAGE, zebuine.

1 Introdução

Durante a colonização, os portugueses introduziram no Brasil, bovinos

oriundos da Península Ibérica com diversas finalidades, entre elas a alimentação

dos colonos. Tais animais foram submetidos a um longo período de seleção

natural, adquirindo rusticidade, prolificidade e resistência (MARIANTE & EGITO,

2002). Dentre esses bovinos, merecem destaque as raças Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro, pois são animais rústicos que se adaptaram e sobreviveram em

condições adversas, em regiões com pastagens nativas, onde outras raças não

sobreviveriam (BIANCHINI et al., 2006; JULIANO et al., 2007; FIORAVANTI et al.,

2008; TEIXEIRA, 2009).

Com a introdução do Nelore no Brasil em meados do século XX, a

busca constante por melhoramento na produção de carne resultou na expansão

dessa nova raça, principalmente nas regiões Centro Oeste e Sudeste, de modo

que, o número de animais das raças Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, ao longo

dos anos, foi diminuindo e, atualmente, estão sob o risco de extinção, tornando-se

necessária à ampliação do conhecimento sobre suas características fisiológicas e

produtivas como forma de estabelecer métodos para a elaboração de estratégias

de manejo, acompanhamento e conservação das raças (JULIANO et al., 2009).

O número anual de bovinos confinados e a quantidade de sistemas

intensivos de criação são crescentes, principalmente, na região Centro Oeste,

onde a logística de produção de alimentos e a oferta de mão de obra são mais

acessíveis e qualificadas (LOPES & MAGALHÃES, 2005; MOREIRA et al., 2009).

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O desenvolvimento sustentável dos bovinos terminados em confinamento deve

obedecer às diretrizes de bem-estar animal propostas pelo Decreto-Lei n.º

155/2008 (BRASIL, 2008) e pela Europgap (Euro Retailer Produce Working Group

Eurep) que visam, além da proteção à saúde pública, minimizar o estresse em

animais confinados, para obtenção de produtos com maior qualidade e maior

preço comercial e, consequentemente, gerando maior rentabilidade para o

produtor (TREVOR, 2013).

Em sistemas de criação que visam alta produtividade, os bovinos até

então condicionados ao seu habitat natural, quando atingem a fase de terminação

são conduzidos ao confinamento e o estresse consequente do transporte, do novo

ambiente e mesmo do período de adaptação pode abalar o bem-estar desses

animais (PARANHOS DA COSTA et al., 2002).

Como indicador de bem-estar animal, em um primeiro momento, o

hemograma de animais submetidos a situações de desconforto apresenta

alterações como policitemia relativa (contração esplênica) e leucocitose por

neutrofilia e linfocitose (GARCIA NAVARRO, 2005). A espécie bovina, por possuir

particularidades fisiológicas quanto à série branca apresenta uma amplitude

menor quanto aos índices hematológicos quando comparada a outras espécies

(PAES et al., 2012), tornando-se necessária a associação à outros parâmetros

para melhor investigação da resposta desses animais a injúrias agudas (SILVA et

al., 2008).

O principal indicador de estresse é o aumento sérico do hormônio

cortisol. Quando o estresse ocorre, o eixo hipófise-hipotálamo, por meio da

produção e liberação do hormônio adenocorticotrófico (ACTH), induz a glândula

adrenal produzir e liberar cortisol no sangue, aumentando seus valores séricos

(GUYTON & HALL, 2011).

Outros indicadores são as proteínas de fase aguda (PFAs), que

apresentam alta sensibilidade em bovinos, atuando como marcadores biológicos

primários no caso de injúria tecidual (HORADAGODA et al., 1999). As alterações

no organismo provocadas pelo estresse podem ser identificadas pela

quantificação de glicoproteínas, produzidas principalmente pelo fígado, em

resposta a estímulos vindos das interleucina 1 (IL-1) e interleucina 6 (IL-6)

(GRUYS et al., 2005). Segundo CECILIANI et al. (2012), nos bovinos as principais

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PFAs são a haptoglobina (Hp), a amiloide sérica A (SAA), que tem seus aumentos

considerados como fortes, a ceruloplasmina, o fibrinogênio, a α1 glicoproteína

ácida (α1-GPA) como moderado, a fetuína e a proteína C-reativa (PCR) como

fracas, a albumina e a transferrina que diminuem durante a resposta de fase

aguda (PETERSEN et al., 2004).

Assim, considerando-se a grande importância de marcadores séricos

no estudo do estresse, propõe-se com este estudo avaliar a resposta orgânica

frente a uma condição de confinamento de bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro,

Pantaneiro e Nelore, por meio da avaliação do hemograma e da dosagem sérica

de cortisol, haptoglobina, ceruloplasmina, fibrinogênio, α1- glicoproteína ácida,

albumina, globulinas e a transferrina.

2 Material e métodos

O confinamento foi realizado na Fazenda Tomé Pinto, de propriedade

da EVZ/UFG, no Município de São Francisco de Goiás (Latitude: 15°50’ 43.44’S e

Longitude: 49° 15’ 30.86”0). O período experimental teve início em 17/12/2009 e

término em 30/03/2010. Foram utilizados 45 bovinos das raças Curraleiro Pé-

Duro, Pantaneiro e Nelore, machos, inteiros, com idade aproximada de 24 meses,

que constituíram três grupos experimentais: 15 bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur),

15 bovinos Pantaneiros (Gpan) e 15 Nelores (Gnel). Todos os procedimentos foram

realizados obedecendo aos princípios éticos da Sociedade Brasileira de Ciência

em Animais de Laboratório (SBCAL) e as diretrizes de bem-estar animal segundo

Decreto-Lei n.º 155/2008 (BRASIL, 2012).

Os nove piquetes do confinamento, acomodando cinco bovinos de

cada raça, foram compostos de cochos adequados, iluminação, piso, sombra e

área de 8x12/m², espaço suficiente para deixar os animais confortáveis

(QUINTILIANO & PARANHOS DA COSTA, 2006).

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O resumo do planejamento experimental está exposto no quadro 1.

QUADRO 1- Planejamento experimental

Etapa do experimento Período Atividade

Período de adaptação 21 dias Adaptação nutricional e manejo

sanitário

Período experimental

M0 (dia 0)

Colheita de sangue M56 (dia 56)

M103 (dia 103)

No período de adaptação, que consistiu de 21 dias, os bovinos foram

submetidos a manejo sanitário, com vacinação contra febre aftosa e clostridioses

e tratamento com ectoparasiticidas e endoparasiticidas, a base de ivermectina,

conforme calendário profilático recomendado para a região.

O período de confinamento se estendeu aos 103 dias posteriores à

fase de adaptação. Os bovinos receberam alimentação balanceada, duas vezes

ao dia, às 8 horas e às 14 horas, sob a forma de dieta total, com 70% dos

nutrientes provenientes da ração e 30% do volumoso (silagem de sorgo),

considerando o consumo para uma sobra de 5% a 10% do fornecido. Água foi

fornecida à vontade. A ração foi balanceada de acordo com a exigência para a

espécie seguindo as recomendações do National Research Council – NRC (1996)

e os principais ingredientes da ração foram farelo de soja, milho e uréia comercial.

Com os bovinos devidamente imobilizados em brete de contenção

tradicional, foram realizadas três colheitas de sangue ao longo do experimento,

sendo que a primeira ocorreu no último dia do período de adaptação, denominado

momento zero (M0), após jejum prévio de 12 horas. As outras duas colheitas

ocorreram aos 56 dias (M56) e aos 103 dias (M103) da fase de confinamento. Após

venopunção da jugular, foram colhidos 5 ml de sangue em tubos à vácuo

contendo anticoagulante EDTA-K2 (BD Vacutainer®, Becton Dickinson, Juiz de

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51

Fora, MG) para a realização do hemograma e determinação da proteína

plasmática e do fibrinogênio. Essas amostras foram conservadas e transportadas

em caixa térmica contendo gelo artificial (Gelox®).

Para as demais dosagens séricas foram colhidos 10 ml de sangue em

tubo a vácuo sem anticoagulante (BD Vacutainer®, Becton Dickinson, Juiz de

Fora, MG), que foram armazenados e transportados em temperatura ambiente

para posterior centrifugação em macrocentrífuga (Fanem®) não refrigerada, a

4.000 rotações por minuto (RPM) por 10 minutos após retração do coágulo. O

soro foi separado em alíquotas e congelado à -20°C até o momento de

processamento das amostras.

Os exames hematológicos e bioquímicos foram realizados no

Laboratório Multiusuário do Programa de Pós Graduação da EVZ/UFG. O

hemograma foi realizado em aparelho automatizado (BC 2800 Vet®, Mindray®) em

até 12 horas após a colheita. A avaliação da morfologia celular e contagem

diferencial dos leucócitos em esfregaço sanguíneo foram realizadas conforme

JAIN (1993).

A proteína plasmática foi determinada pelo uso do refratômetro. A

quantificação do fibrinogênio foi realizada por meio da técnica de precipitação no

tubo de micro-volume globular a 56ºC (JAIN, 1993).

As análises bioquímicas foram realizadas no espectrofotômetro

semiautomático (Modelo Bio-2000, Bioplus®, São Paulo, SP). A proteína total e a

albumina sérica foram determinadas com reagentes comerciais (Labtest®

Diagnóstica S.A., Lagoa Santa, MG) pelo método colorimétrico, as proteínas

séricas por reação com o biureto e a albumina pela reação do verde de

bromocresol. As globulinas foram obtidas pela subtração do valor da albumina

das proteínas totais. A relação albumina/globulina e a relação

proteína/fibrinogênio foram calculados segundo KANEKO et al. (2008).

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52

O proteinograma foi processado no Laboratório de Apoio à Pesquisa do

Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da FCAV/UNESP/Campus de

Jaboticabal/SP. A separação das frações proteicas foi realizada utilizando-se

eletroforese em gel de acrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS PAGE),

conforme técnica descrita por LAEMMLI (1970). Como referência foi usada

solução marcadora (Labtest® Diagnóstica S.A., Lagoa Santa, MG) marcadores

moleculares 29.000, 45.000, 66.000, 97.400, 116.000 e 205.000 dáltons (Da),

além das proteínas purificadas transferrina, haptoglobina, ceruloplasmina, α1-

antitripsina e IgG (Sigma-Aldrich®, Saint Louis, MO).

As amostras de cortisol foram quantificadas por radioimunoensaio em

fase sólida (RIE), empregando-se do isótopo I125, por meio de reagentes

comercias no Laboratório de Nutrição Animal do Centro de Energia Nuclear na

Agricultura (CENA) da Universidade de São Paulo (USP).

Os dados foram analisados por meio do software Statistical Analysis

System (SAS) 2002-2008 Licenciado para Empresa Brasileira Pesquisa

Agropecuaria - EMBRAPA, Site 70068704, versão 9.2; pela aplicação após

verificação da normalidade dos resíduos pelo teste Shapiro-Wilk, pelo

procedimento Univariate (análise univariada) e da homogeneidade das variâncias,

pelo teste F. Para as variáveis que apresentaram normalidade, foi realizada

análise de variância com o desdobramento das interações entre os três

momentos, nas três raças. Para as variáveis que não apresentaram distribuição

normal de resíduos, foi realizado o teste de Kruskal Wallis. Em todos os

procedimentos foram adotados nível de significância de 5%.

Devido à escassez de pesquisas destinadas as raças locais submetidas

ao confinamento, somente o momento zero (M0) foi comparado com a literatura

encontrada para cada raça.

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53

3 Resultados

No hemograma, a hemoglobina e o volume globular expressaram

valores mais elevados ao fim do confinamento no Gpan e Gnel, e no M56 e M103 em

Gcur (p<0,05). Os resultados referentes ao eritrograma dos bovinos do

experimento estão descritos na tabela 1.

A concentração sanguínea de leucócitos totais e a avaliação absoluta

das células brancas não apresentaram valores significativos (p<0,05) nos três

grupos. Os valores referentes ao leucograma para as três raças testadas estão

expressos na tabela 2.

No Gnel, a concentração sérica da haptoglobina (Hp) no M56 foi menor

(p<0,05) que M0 e M103 e a PFA ceruloplasmina ( Cp) em Gcur e Gpan foi menor em

M56 quando comparada ao M0. Os valores séricos da α 1-glicoproteína ácida

(GPA) nos três grupos foram menores (p<0,05) no M0 em relação a M103. A

transferrina (Transf) demonstrou valores maiores (p<0,05) no M103 em relação a

M0 no Gpan e Gnel. A IgG no Gcur e Gnel teve sua concentração diminuída no M56 e

M103, ao passo que o Gpan, apresentou seus valores diferentes (p<0,05) entre M0 e

M56. Uma proteína não identificada nominalmente com peso molecular de 23.000

Daltons foi observada nas três raças. Os valores encontrados para as proteínas

de fase aguda estão apresentados na tabela 3.

Os três grupos apresentaram valores maiores (p<0,05) no M103 em

relação ao M0 para a concentração sérica de albumina. Os valores referentes à

relação da albumina: globulina foram menores no M0 quando comparados ao M103

no Gpan e no Gnel esses valores foram menores no M56. O fibrinogênio no Gcur

apresentou valores decrescentes (p>0,05) entre M0 e M103 no Gpan e o Gnel.

A dosagem de cortisol sérico no Gnel apresentou maiores valores no M0

aos demais momentos do experimento. Os resultados das proteínas totais,

albumina, globulinas, relação albumina: globulina (A: G), fibrinogênio, relação

fibrinogênio/proteínas e cortisol estão descritos na tabela 4.

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54

TABELA 1 - Valores do eritrograma realizado em bovinos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

Parâmetros

Média (Desvio Padrão) Mediana (Intervalo de Confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

He (10

6/µL)

M0 7,15

(0,84) 7,57

(1,70) 7,84

(0,93) 7,09

(0,43) 7,4

(0,48) 7,68

(0,39)

M56 7,18

(0,95) 7,07

(0,8)

8,04

(1,05) 7,25

(0,86) 7,10

(0,40) 7,47

(0,66)

M103 7,06

(0,78) 7,55 (1,3)

7,99 (1,63)

6,82 (0,47)

7,2 (0,53)

7,33 (0,20)

Hb (g/dL)

M0 9,54

b

(1,04) 9,58

b

(2,30)

10,86b

(1,11) 9,60

(0,53) 9,00

(1,16) 10,60

(0,56)

M56 11,17

a

(2,02) 9,76

b

(1,64) 10,93

b

(1,57) 10,40

(1,02) 9,30

(0,83) 10,20

(0,79)

M103 12,03

a

(1,48) 12,52

a

(2,71)

13,23a

(2,21) 11,90

(0,60) 12,10

(1,37) 12,70

(1,12)

VG (%)

M0 31,31

b

(3,45) 32,42

b

(7,78) 31,63

b

(3,01) 31,40

(1,75)

29,90

(3,94) 30,50

(1,52)

M56 33,86

ab

(3,50)

31,27b

(4,13) 33,12

b

(3,76) 33,50

(1,77) 30,20

(2,09) 32,50

(1,75)

M103 36,30

a

(3,42) 35,46

a

(6,84) 38,15

a

(6,27) 36,00

(1,73) 33,60

(1,90) 36,80

(3,17)

VCM (fL)

M0 43,97

b

(3,59) 42,96

b

(3,88) 40,54

b

(2,63) 44,22

(1,82) 42,71 (1,96)

40,08

(1,33)

M56 47,42

ab

(3,49) 44,31

ab

(3,92) 41,37

ab

(2,62) 47,12

(1,77) 44,56

(1,98) 41,32

(1,33)

M103 51,65

a

(4,17) 47,01

a

(3,92) 48,35

a

(5,04) 52,65

(2,11) 46,40

(1,98) 46,84

(2,55)

HCM (g/dL)

M0 13,39

b

(1,01) 12,67

b

(0,97) 13,90

b

(0,72)

13,15

(0,51) 12,68

(0,49) 13,78

(0,36)

M56 15,55

a

(1,84) 13,79

a

(1,48) 13,64

b

(1,25) 15,93

(0,93) 13,50

(0,75) 13,77

(0,63)

M103 17,08

a

(1,60) 16,62

a

(2,26) 16,75

a

(1,71) 17,00

(0,81) 16,16

(0,14) 16,67 (0,87)

CHCM (%)

M0 30,50

b

(1,51) 29,55

c

(1,22) 34,36

a

(1,93) 30,64

(0,76) 29,49

(0,62) 34,61

(0,98)

M56 32,79

ba

(3,08) 31,14

b

(1,93)

32,97b

(2,04) 31,05

(1,56) 31,21

(0,98) 33,10

(0,50)

M103 33,10

a

(2,11) 35,23

a

(2,36) 34,75

a

(2,79) 32,86

(1,07) 35,14

(1,19) 34,22

(0,91)

He=Hemácias, Hb=Hemoglobina, VG=Volume globular, VCM=Volume corpuscular médio, HCM=Hemoglobina corpuscular média, CHCM=Concentração da hemoglobina corpuscular média. Teste de Kruskall Wallis. Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05).

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55

TABELA 2 - Valores do leucograma realizado em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

Parâmetros

Média (Desvio Padrão) Mediana (Intervalo de Confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Leuco (/ μL)

M0 10586,67 (2651,65)

10126,67 (3271,62)

8673,33 (1877,87)

9700,00 (1341,90)

9400,00 (1655,64)

8800,00 (950,32)

M56 11173,3 (2838,88)

11100,00 (2915,23)

11240,00 (3124,66)

11100,00 (1436,28)

10400,00 (1475,28)

10900,00

(1581,27)

M103 12166,67 (4590,78)

10640,00 (2809,12)

9553,33 (2598,86)

10600,00 (2323,21)

10600,00 (1421,58)

9700,00 (1315,1

8)

Basto (/ μL)

M0 50,53 (136,50)

0,00 (0,00)

0,00

(0,00) 0,00

(69,08) 0,00

(0,00) 0,00

(0,00) M56 30,80

(83,90) 14,67

(56,80) 33,47

(45,08) 0,00

(42,46) 0,00

(28,70) 0,00

(45,08)

M103 20,53

(54,19) 6,47

(25,00) 32,80

(57,53) 0,00

(27,42) 0,00

(12,70) 0,00

(57,53)

Neutro

Seg

(/ μL)

M0 4098,00 (1205,69)

3595,47 (1333,08)

3544,33 (980,45)

3956,00 (610,15)

3198,00 (674,62)

3575,00 (496,17)

M56 3947,87

(1677,49) 4400,87

(1612,50) 4275,73

(2048,01) 3744,00 (848,91)

4620,00 (816,02)

4180,00 (1036,4

2)

M103 4251,47 (1813,49)

3794,53 (1125,94)

3824,67 (1421,78)

3124,00 (917,74)

3640,00 (569,79)

3432,00 (719,51)

Linfo

(/ μL)

M0 5454,13 (1444,21)

5504,33 2070,87

4381,73 1096,01

5170,00 (1047,99)

5170,00 (1047,99)

4400,00 (554,65)

M56 6025,07 (1796,05)

5578,53 (1674,37)

5713,22 (2889,03)

6104,00 (908,91)

5355,00 (847,33)

5200,00 (1462,0

2)

M103 6508,13 (2510,42)

5779,87 (1813,97)

4848,07 (1466,94)

6695,00 (1270,42)

5454,00 (917,98)

4280,00 (742,36)

Mono

(/ μL)

M0 512,87

(332,95) 564,60

(290,79) 298,47

(163,56) 453,00

(168,49) 552,00

(147,16) 264,00 (82,77)

M56 502,53 (336,76)

538,60 (277,99)

493,47 (301,25)

444,00 (170,42)

424,00 (140,68)

498,00 (152,45)

M103 486,60

(376,18)

552,47

(237,00) 357,27

(178,59) 355,00

(190,37) 465,00

(119,94) 324,00 (90,38)

Eos

(/ μL)

M0 471,13 (448,73)

444,13 (253,91)

402,33 (203,59)

410,00 (227,08)

432,00 (128,49)

392,00 (103,03)

M56 667,07 (463,42)

480,20 (252,43)

431,20 (390,40)

486,00 (234,52)

424,00 (127,74)

267,00 (197,57)

M103 750,47

(568,75) 468,53

(346,88) 336,53

(301,43) 618,00

(287,82) 393,00

(175,54) 252,00

(152,54)

Leuco= leucócitos, Basto=neutrófilos bastonetes, neutro seg= neutrófilos segmentados, linfo= linfócitos, mono=monócitos e eos= eosinófilos.Teste de Kruskall Wallis.

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56

TABELA 3 - Valores da dosagem sérica das proteínas de fase aguda (PFAs), haptoglobina (Hp), ceruloplasmina (Cp), α1-glicoproteína ácida (GPA), transferrina (Transf), imunoglobulina A (IgA), imunoglobulina G (IgG), proteína não-identificada (PM23) mensuradas em bovinos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

PFAS

(mg/dL)

Média (Desvio Padrão) Mediana (Intervalo de Confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

*Hp

M0 6,97

(1,37) 6,71

(1,44) 9,05

a

(3,45)

6,96

(0.69) 6,48

(0,73) 9,45

(1,75)

M56 5,77

(1,15) 5,89

(2,02) 6,45

b

(3,10) 5,88

(0,58) 5,76

(1,02) 6,01

(1,57)

M103 7,03

(3,06) 7,28

(2,48) 10,40

a

(3,17) 6,81

(1,55) 7,27

(1,26) 10,30 (1,26)

*Cp

M0 37,63

a

(9,72) 44,06

a

(17,16) 41,55

(20,62) 38,29 (4,92)

43,29 (8,68)

37,91 (5,20)

M56 29,94

b

(8,23) 30,08

b

(7,87) 29,70

(10,27) 27,44 (4,16)

30,41 (3,98)

29,76 (10,43)

M103 33,38

ab

(12,79) 39,23

ab

(13,12) 31,18

(13,09) 32,39 (6,47)

37,25 (6,64)

31,26 (6,62)

**GPA

M0 19,21

b

(5,82) 20,50

b

(3,92) 23,77

b

(3,86) 16,99 (2,95)

20,37 (1,98)

24,17 (1,95)

M56 30,43

a

(5,17) 33,62

a

(8,84) 32,92

b

(9,80) 30,95 (2,62)

35,42 (4,47)

33,05 (4,96)

M103 29,51

a

(6,01) 35,30

a

(8,76) 37,89

a

(11,50) 29,45 (3,04)

32,00 (4,43)

35,02

(5,82)

*Transf

M0 246,40 (93,91)

256,48b

(67,83) 304,80

b

(125,38) 263,83 (47,52)

256,30 (34,33)

309,69 (63,45)

M56 276,18

(105,90) 328,71

ab

(80,51) 316,33

ab

(113,50) 270,99 (53,59)

304,5 (40,74)

304,05 (57,44)

M103 331,65 (76,38)

374,88a

(94,57) 389,26

a

(171,40) 335,57 (38,65)

372,67 (47,86)

469,15 (86,74)

**IgA

M0 117,79 (45,77)

109,96 (38,08)

129,73 (56,96)

120,40 (23,16)

109,37 (19,27)

121,18 (28,83)

M56 109,89 (36,66)

112,18 (26,64)

111,95 (27,13)

98,64 (18,55)

103,37 (13,48)

108,62 (13,73)

M103 137,86

(89,31) 96,61

(40,28) 138,39

(51,91) 94,06

(45,20) 86,81

(20,38) 136,05 (26,27)

**IgG

M0 2364,28

a

(841,81) 2217,75

a

(350,07) 2019,6

a

(275,20) 2169,11 (426,01)

2126,08 (177,16)

1966,40 (139,27)

M56 1866,08

b

(282,39) 1926,91

b

(267,40) 1764,69

b

(228,21) 1833,83 (142,91)

1980,96 (135,32)

1793,59 (115,49)

M103 1936,79

b

(224,18) 1987,29

ab

(496,39) 1556,18

b

(146,09) 1954,04 (113,45)

1892,25 (251,20)

1578,28 (73,93)

**PM23

M0 174,19

(39,22) 184,84

b

(29,47) 250,76

a

(246,01) 171,75 (19,85)

184,42 (14,91)

42,61 (21,56)

M56 172,44

(48,68) 218,99

a

(53,27) 212,52

b

(211,28) 175,42 (24,64)

235,90 (26,96)

67,29 (34,05)

M103 150,00

(28,99) 180,97

b

(37,27) 215,85

c

(225,02) 142,44 (14,67)

179,24 (18,86)

56,70 (28,69)

Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05).* Teste de Kruskall Wallis, ** Analise de varianças.

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57

TABELA 4 - Valores da dosagem de proteína total sérca, albumina (A), globulina (G), relação A:G, fibrinogênio, relação P:F e cortisol realizada em bovinos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

Parâmetros

Média (Desvio Padrão) Mediana (Intervalo de Confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

**PT sérica (g/dL)

M0 6,87

(0,45) 7,43

(0,55) 7,35

(0,59) 6,85

(0,28) 7,46

(0,28) 7,45

(0,30)

M56 6,94

B

(0,45) 7,51

A

(0,53) 7,57

A

(0,52) 6,98

(0,23) 7,55

(0,27) 7,43

(0,26)

M103 7,37

(0,34) 7,51

(0,54) 7,48

(0,41) 7,35

(0,17) 7,60

(0,27) 7,48

(0,21)

*Albumina (g/dL)

M0 2,69

b

(0,28) 2,60

b

(0,27) 2,75

b

(0,39) 2,65

(0,14) 2,58

(0,14) 2,86

(0,20)

M56 2,93

a

(0,20) 2,95

a

(0,25) 3,13

a

(0,28) 2,91

(0,10) 2,94

(0,13) 3,13

(0,14)

M103 3,13

a

(0,17) 3,03

a

(0,23) 3,27

a

(0,18) 3,17

(0,09) 3,00

(0,12) 3,29

(0,09)

*Globulina (g/dL)

M0 4,30

(0,54) 4,22

(0,53) 4,25

(0,71) 4,10

(0,25) 5,02

(0,27) 4,62

(0,36)

M56 4,17

(0,50) 4,12

(0,51) 4,13

(0,51) 3,97

(0,27) 4,63

(0,26) 4,40

(0,26)

M103 3,95

(0,33) 3,93

(0,69) 3,88

(0,44) 4,16

(0,17) 4,53

(0,35) 4,17

(0,22)

*Relação A:G

M0 0,66

(0,13) 0,54

b

(0,09) 0,62

a

(0,15) 0,66

(0,07) 0,52

(0,05) 0,64

(0,08)

M56 0,60

(0,11) 0,59

ab

(0,11) 0,57

b

(0,12) 0,74

(0,06) 0,65

(0,06) 0,66

(0,06)

M103 0,64

(0,07) 0,62

a

(0,17) 0,61

a

(0,11) 0,75

(0,04) 0,65

(0,09) 0,78

(0,06)

**Fibrino-gênio

(mg/dL)

M0 486,67

(232,58) 666,67

a

(222,40) 586,67

a

(223,18) 600

(117,70) 600,00

(112,62) 600,00

(112,94)

M56 546,67

(206,56) 493,33

ab

(212,02) 426,67

ab

(198,09) 600

(104,53) 400

(107,29) 400

(100,25)

M103 553,33

(313,66) 420,00

b

(283,35) 413,33

b

(331,38) 400

(158,73) 400

(143,39) 200

(167,69)

*Relação F:P

M0 11,60 (4,49)

18,00 (3,95)

25,00 (7,10)

11,60 (2,30)

11,00 (2,00)

11,67 (3,60)

M56 11,80 (9,11)

18,50 (10,38)

26,50 (11,39)

11,60 (4,60)

15,00 (5,30)

18,50 (6,8)

M103 13,81

(11,73) 21,28

(11,65) 25,62

(12,59) 16,50 (5,90)

19,50 (5,90)

32,0 (6,40)

**Cortisol (ng/dL)

M0 2,97

(2,24) 2,42

(1,37) 2,97

a

(1,02) 3,40

(1,13) 2,04

(0,69) 2,73

(0,52)

M56 2,19

(1,33) 1,89

(1,10) 1,67

b

(0,61) 1,42

(0,67) 1,47

(0,56) 1,78

(0,31)

M103 2,34

(1,83) 1,66

(1,10) 2,53

b

(1,43) 1,67

(0,93) 1,41

(0,56) 2,29

(0,72)

Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05). *Teste de Kruskall Wallis, ** Analise de varianças.

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4 Discussão

Os valores do eritrograma no M0 obtidos no Gcur e Gpan foram similares

aos descritos em literatura, na raça Curraleiro Pé-Duro (PAULA NETO, 2004) e na

raça Pantaneiro (BORGES et al., 2011a). No Gnel, no M0, os valores da

concentração da hemoglobina foram inferiores aos descritos por FAGLIARI et al.

(1998) em adultos da raça Nelore criados em sistema extensivo (9,93 a 15,29

mg/dL).Os três grupos apresentaram aumento na concentração da Hb ao fim do

período do estudo e o mesmo ocorreu com o VG, exceto nos momentos M56 e M0

no Gpan. O aumento do VG e Hb geralmente são resultados de policitemia relativa,

por desidratação ou contração esplênica, quadros não ocorridos neste

experimento, pois os valores do número de hemácias não sofreram alterações,

exceto um leve aumento no M56 no Gnel. Assim, pode-se atribuir a elevação sérica

do VG e Hb à alimentação de qualidade e equilibrada fornecida a esses animais

no confinamento, o que é corroborado por RICHARDSON et al. (2002) ao

afirmarem que a alimentação balanceada contribui para a adequada produção de

células sanguíneas.

Em relação aos índices hematimétricos, o VCM no Gcur, Gpan e Gnel no

M103 apresentaram maiores valores (p<0,05) em relação ao M0. O aumento do

VCM assim como da HCM, por serem obtidos a partir dos valores do VG e Hb,

provavelmente foi decorrente das mesmas causas apresentadas para tais

parâmetros, que foi a alimentação.

O leucograma no M0 apresentou valores, dentro dos parâmetros de

normalidade, similares aos bovinos criados em sistema extensivo descritos para a

raça Curraleiro Pé-Duro (PAULA NETO, 2004), para a raça Pantaneiro (BORGES

et al., 2011a) e para a raça Nelore (FAGLIARI et al., 1998). Os valores

encontrados para os eosinófilos e monócitos no M0 foram similares aos descritos

para as raças Curraleiro Pé-Duro (PAULA NETO, 2004), Pantaneiro (BORGES et

al., 2011a) e Nelore (FAGLIARI et al., 1998). Devido à ausência de diferenças

(p<0,05) para os resultados do leucograma, sugere-se a não ocorrência de

estresse nos animais e também pelo fato desses não apresentarem estereotipias

comportamentais para tal. Sabe-se que aumento dos componentes da série

branca pode ser observado após alguns segundos da descarga adrenérgica e em

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59

minutos após liberação de cortisol, sendo o primeiro liberado no momento da

contenção e punção venosa e o segundo durante o manejo em condições de

desconforto, o que resulta frequentemente em leucocitose por neutrofilia. O

aumento ou diminuição do número de linfócitos, eosinófilos e monócitos

dependerá do momento em que há predominância da secreção de adrenalina ou

cortisol, que resultará em linfocitose ou linfopenia, eosinofilia ou eosinopenia e

monocitose ou monocitopenia, respectivamente, além de policitemia relativa que

poderá ser observada na primeira situação (THRALL et al., 2007; SILVA et al.

2012).

A IgA no M0, teve sua concentração sérica diminuída no Gcur e no Gnel

quando comparados aos valores encontrados em literatura para a raça Curraleiro

Pé-Duro (BARINI, 2007; JULIANO et al., 2009) e para a raça Nelore (FAGLIARI et

al., 2007), respectivamente.

Os valores séricos no M0 da IgG em Gcur e em Gnel foram semelhantes

aos encontrados por JULIANO et al. (2009) para a raça Curraleiro Pé-Duro e por

FAGLIARI et al. (2006) para a raça Nelore. As maiores concentrações séricas

dessa imunoglobulina em Gcur e Gpan foram encontradas no M0 e as menores no

M56. Entretanto, no Gnel os valores foram menores no M103 (p<0,05). O sistema

imunológico dos animais, estimulado durante o manejo profilático (início do

período de adaptação) gerou aumento nos valores das gamaglobulinas nos três

grupos nos momentos iniciais e, ao longo do período experimental, ocorreu

diminuição nos valores séricos dessas proteínas. Outro fator que poderia ter

interferido seria o estresse do transporte, porém existem relatos do

reestabelecimento da homeostase em bovinos 24 horas após do transporte (PAES

et al., 2000).

Os valores referentes à haptoglobina (Hp) no M0 no Gcur foram menores

aos encontrados (7,14 mg/dL a 38,0 mg/dL) por JULIANO et al. (2009). O Gnel

também apresentou valores inferiores quando comparados aos descritos por

FAGLIARI et al. (2007) que variaram entre 32,80 mg/dL a 40,20 mg/dL. Os grupos

apresentaram valores reduzidos de Hp quando comparados aos valores descritos

por CECILIANI et al. (2012) para bovinos hígidos (15,50 mg/dL a 15,40 mg/dL).

Não existem relatos na literatura quanto à mensuração das PFAs em bovinos da

raça Pantaneiro. Embora tenha ocorrido aumento nos valores dessa PFA no Gnel

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60

no M103 em relação ao M56, pode-se somente comparar o M0 aos achados de

literatura, pois tais relatos envolvem somente animais criados em sistema

extensivo e, ainda, o confinamento em questão seguiu as normas de bem-estar

animal, o que provavelmente reduziu os efeitos do estresse, conforme relatado por

ECKERSALL & CONNER (1988) e GANHEIM et al. (2007) que descreveram que

bovinos quando não estão submetidos ao estresse ou doença podem apresentar

níveis reduzidos ou ausentes desta PFA.

Os valores séricos de ceruloplasmina encontrados no Gcur foram

superiores aos observados na literatura (JULIANO et al., 2009), ocorrendo o

mesmo com o Gnel (FAGLIARI et al., 2007; SIMPLICIO, 2011). O Gcur e Gnel não

apresentaram diferenças entre M0 e M103, porém ocorreu uma oscilação destes

valores, com diminuição da Cp no M56. Sendo considerada como fraco marcador

de estresse em bovinos (PETERSEN et al., 2004), sabe-se que essa PFA possui

meia-vida em bovinos em torno de quatro dias, e que está intimamente

relacionada ao metabolismo do cobre (CECILIANI et al., 2012) e ao metabolismo

do ferro, além de atuar como anti-oxidante (ECKERSALL & CONNER, 1988).

As concentrações séricas de α1-GPA no M0 no Gcur apresentaram

resultados similares aos valores encontrados por JULIANO et al. (2009). Os

valores no Gnel foram superiores aos encontrados por FAGLIARI et al. (2007). Os

grupos Gpan e Gnel apresentaram resultados semelhantes aos valores descritos por

CECILIANI et al. (2012), que variaram entre 20 mg/dL e 45,0 mg/dL. Todos os

grupos apresentaram os maiores valores no M103 (p<0,05) em relação aos demais

momentos. A α1-GPA é considerada um marcador moderado para processos

infecciosos em bovinos (CECILIANI et al., 2012), porém não foram encontrados

relatos vinculando a α1-GPA ao estresse. Entretanto, o aumento significativo

dessa PFA nos três grupos, ao fim do experimento, sugere que possa ter ocorrido

um leve estresse durante o período de confinamento, uma vez que não foram

diagnosticadas doenças infecciosas nesses animais.

Os valores séricos de transferrina encontrados no M0 no Gcur foram

semelhantes aos valores (74,73 mg/dL a 409,31 mg/dL) descritos por JULIANO et

al. (2009) para bovinos Curraleiros Pé-Duro. Os valores encontrados no Gnel foram

muito próximos dos valores (271,1 mg/dL ± 21,7) encontrados por FAGLIARI et al.

(2007). A transferrina sérica em momentos de injúria encontra-se diminuída por

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61

ser uma PFA negativa, pois nestas ocasiões, encontra-se ligada a íons de ferro

para prevenção de possíveis danos teciduais (GRUYS et al., 2005), portanto, os

resultados encontrados sugerem que tal situação não ocorreu e provavelmente a

elevação dos valores foi resultado da qualidade da alimentação empregada no

confinamento.

No M0 a proteína PM 23.000 daltons apresentou valores inferiores aos

descritos FAGLIARI et al. (2007), que variaram entre 371,6 ± 28,9 mg/ dL no Gnel.

A existência desta proteína foi também relatada por JULIANO et al. (2009) em

bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro, porém seus valores não foram mensurados.

Nesse estudo, a PM 23.000 apresentou valores diferentes no Gnel nos três

momentos avaliados, sendo encontrado o maior valor no M0. Não se sabe ao certo

a função dessa proteína, somente que se apresenta elevada em processos

inflamatórios agudos, o que não foi o ocorrido com este grupo, visto que seus

valores diminuíram em relação a M0.

Os valores referentes à albumina no M0, nos três grupos, se

encontraram dentro dos valores de normalidade descritos para as raças Curraleiro

Pé-Duro (BARINI, 2007; JULIANO et al., 2009), Pantaneiro (BORGES et al.,

2011b), mas inferior aos encontrados por FAGLIARI et al. (1998) e FIORAVANTI

(1999) e semelhante aos descritos por SILVA et al. (2008) para a raça Nelore. A

albumina, além de ser uma proteína de fase aguda negativa que pode ter seus

valores diminuidos em condições de estresse, é considerada um marcador

nutricional, por se manter basicamente à custa da proteína da dieta. Os bovinos

receberam alimentação balanceada atendendo à demanda nutricional para a

manutenção e ganho de peso de 1 Kg/dia durante o confinamento experimental,

fato que provavelmente não ocorria antes, pois eram criados em manejo

extensivo. Portanto, às concentrações séricas crescentes da albumina podem ser

explicadas pela qualidade dos alimentos fornecidos aos bovinos (CONTRERAS,

2000).

Os valores da relação A:G no M0 no Gcur foram inferiores se comparado

com os resultados encontrados por JULIANO et al. (2009). No Gnel, os resultados

estiveram dentro do parâmetro de normalidade e semelhantes aos relatados por

SILVA et al. (2008). Ao se observar os valores maiores da albumina no M56 e M103

e a não alteração significativa das globulinas em todos os grupos, esperava-se um

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62

aumento da relação A:G no decorrer do experimento, considerando os valores

médios, que aconteceu somente no Gpan. Alguns animais, quando analisados

isoladamente, apresentaram concentração sérica de globulinas mais elevada que

os demais dentro do mesmo grupo e alguns apresentaram variações nos valores

séricos da albumina, o que gerou tal situação. Quando tais valores resultaram na

média considerada, apesar de estarem dentro dos limites sugeridos por KANEKO

et al. (2008) de 0,42 a 0,76 g/dL, observaram-se valores diferentes no Gpan e Gnel.

Uma baixa relação A:G pode refletir superprodução de globulinas, produção de

albumina deficiente ou extravasamento desta da circulação e a alta relação A:G

sugere um déficit de produção de globulinas (KANEKO et al., 2008).

A concentração sérica de fibrinogênio no M0 apresentou valores dentro

dos parâmetros de normalidade no Gcur similares aos descritos por JULIANO et al.

(2009) e no Gnel semelhantes aos encontrados por FAGLIARI et al. (2006) e SILVA

et al. (2008). No Gpan, observou-se no M0 resultados superiores aos citados por

BORGES et al. (2011b), cujos valores oscilaram entre 308,70 mg/dL e 580,70

mg/dL. Os valores dessa proteína no Gpan e Gnel apresentaram decréscimo ao

longo do experimento. O fibrinogênio é considerado uma PFA e tem seus níveis

plasmáticos elevados em casos de mudanças hidro-eletrolíticas, vacinação e

estresse, além de ser excelente marcador de inflamação em bovinos (JAIN, 1993;

MURATA et al., 2004; ECKERSALL et al., 2006; NAZIFI et al., 2009).

Em casos de hiperfibrogenemia, como observado no Gpan no M0, deve-

se estabelecer a relação proteína plasmática: fibrinogênio (PP:F) para

discernimento da causa, se doença ou se desidratação, pois nesta última, devido

à hemoconcentração, todas as proteínas séricas estarão elevadas

transitoriamente e, por conseguinte, o fibrinogênio, por fazer parte deste grupo de

proteínas (SILVA et al., 2008). A relação PP: F ≥15,0 significa que o aumento do

fibrinogênio é relativo e se deve apenas a desidratação; entre 10,0 e 15,0 deve-se

a um processo inflamatório e abaixo de 10,0 significa que o aumento do

fibrinogênio é real e acentuado ocasionado por um processo inflamatório severo

(JAIN, 1993). Segundo esta relação, os animais do Gpan poderiam estar

desidratados no M0 recuperando os valores hídricos nos momentos seguintes do

experimento. Os valores encontrados para a relação PP:F foram semelhantes aos

valores descritos por JULIANO et al. (2009) para a raça Curraleiro Pé Duro,

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63

criados a campo e para animais da raça Nelore criados em confinamento (SILVA

et al., 2008).

O cortisol sérico do Gnel no M0 apresentou valores inferiores aos

descritos por REIS et al. (2006) para a raça Nelore (3,68 µg/dL). GATTO (2007),

trabalhando com Nelore em confinamento e em baias individuais verificaram

valores entre 2,50 µg/dL e 2,95 µg/dL, respectivamente, que foram similares aos

observados no M0 no Gnel. Não há relatos em literatura de quantificação do cortisol

para as raças Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro. SILANIVOKE (2000) descreveu

valores entre 2,0 a 12,0 µ/dL como adequados para o cortisol bovino. O Gcur, Gpan

não apresentaram variações na concentração sérica de cortisol, entretanto, o Gnel

apresentou uma diminuição significativa desse hormônio no M56 e M103 em relação

ao M0. Os animais do Gcur, Gpan e Gnel não apresentaram, em nenhum momento,

esteriotipias características de estresse. À medida que os animais se habituam a

uma determinada situação ou manejo, em que não há desconforto na sua

homeostase, a tendência é que se tornem menos estressados (ANDRIGHETTO et

al., 1999). Os bovinos agressivos tendem a aumentar o nível de estresse em

manejo de contenção constante ao contrário dos animais mais dóceis que se

condicionam a tal situação (GRANDIN, 1988). A docilidade é uma característica

importante no confinamento, pois contribui para sua otimização e, o medo e a

ansiedade são características indesejáveis que resultam em estresse e,

consequentemente, reduzem o bem-estar animal e também o desempenho

(PARANHOS DA COSTA et al., 2002).

5 Conclusão

O sistema de confinamento para bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro,

Pantaneiro e Nelore ocasiona discretas alterações caracterizadas por elevação no

volume globular, na quantidade de hemoglobina e na concentração sérica da

proteína de fase aguda α1-glicoproteína ácida.

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64

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) pelo

financiamento do projeto. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de doutorado.

Referências

1. ANDRIGHETTO, I.; GOTTARDO, F.; ANDREOLLI, D.; COZZI, G. Effect of type

of housing on veal calf growth performance, behavior and meat quality.

Livestock Production Science, Amsterdam, v. 57, n. 2, p 137-145, 1999.

2. BARINI, A. C. Bioquímica sérica de bovinos (Bos taurus) sadios da raça

Curraleiro de diferentes idades. 2007. 104 f. Dissertação (Mestrado em

Ciência Animal) - Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de

Goiás, Goiânia.

3. BIANCHINI, E.; McMANUS, C.; LUCCI C. M.; FERNANDES, M. C.;

PRESCOTT, E.; MARIANTE, A. S.; EGITO, A. A. Características corporais

associadas com a adaptação ao calor em bovinos naturalizados brasileiros.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, n. 9, p. 1443-1448, 2006.

4. BORGES, A. C.; JULIANO, R. S.; BARINI, A. C.; LOBO, J. R.; ABREU, U. G.

P.; SERENO, J. R. B.; FIORAVANTI, M. C. S. Características hematológicas de

bovinos (Bos taurus) sadios da raça Pantaneira. Boletim de Pesquisa e

Desenvolvimento, Corumbá, 13 p. 2011a.

5. BORGES, A. C.; JULIANO, R. S.; BARINI, A. C.; LOBO, J. R.; ABREU, U. G.

P.; SERENO, J. R. B.; FIORAVANTI, M. C. S. Enzimas séricas e parâmetros

bioquímicos de bovinos (Bos taurus) sadios da raça pantaneira Corumbá,

v. 104, 16 p. 2011b.

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65

6. BRASIL. Leis etc. Decreto-Lei n.º 155 de 07 de agosto de 2008 que altera o

Decreto-Lei n.º 64/2000, que transpôs a Diretiva n.º 98/58/CE, que estabelece

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CAPÍTULO 3 – PERFIL METABÓLICO, AVALIAÇÃO PONDERAL E

MORFOLOGIA HEPÁTICA E DE LINFONODOS DE BOVINOS DAS RAÇAS

CURRALEIRO PÉ-DURO, PANTANEIRO E NELORE TERMINADOS EM

CONFINAMENTO

Resumo Os sistemas intensivos de produção na cadeia da carne brasileira representam parcela importante do agronegócio. Objetivou-se com este estudo comparar o desempenho produtivo, o perfil metabólico e as características histológicas do fígado e linfonodos de três raças de bovinos submetidos ao confinamento. Incluíram-se no experimento 45 bovinos, sendo 15 da raça Curraleiro Pé-Duro (Gcur), 15 Pantaneiro (Gpan) e 15 Nelore (Gnel). As amostras de sangue para a determinação do perfil metabólico foram colhidas em três momentos, dia zero (M0), aos 56 dias (M56) e aos 103 dias (M103) de confinamento e foram realizadas 8 pesagens. Após o abate, colheram-se fragmentos de fígado, linfonodos mesentérico, pré-escapular e crural para realização do exame histopatológico. O desempenho ponderal foi satisfatório em todos os grupos. A ALP e a GGT apresentaram valores maiores em M103, e a AST valores menores em M103. O perfil proteico (albumina e ureia) e energético (colesterol) revelaram valores maiores ao fim do experimento em relação ao inicio. Nos três grupos, foram encontrados infiltrados inflamatórios no parênquina hepático, macrófagos espumosos no fígado e linfonodo mesentérico, porém essas alterações não influenciaram no ganho de peso desses animais. O desempenho produtivo das três raças terminadas em confinamento foi considerado adequado, apesar das avaliações laboratoriais (bioquímicas e histológicas) indicarem presença de colangio-hepatite. Palavras-chave: Bioquímica, desempenho ponderal, macrófagos espumosos, raças locais, zebuínos. METABOLIC PROFILE, PERFORMANCE, LIVER AND LYMPH NODES MORPHOLOGY OF CURRALEIRO PÉ-DURO, PANTANEIRO AND NELLORE CATTLE IN FEEDLOT Abstract Intensive beef production systems represent an important part of the Brazilian agribusiness. The objective of this study was to compare the performance, metabolic profile and histological features of the liver and lymph nodes of three cattle breeds subjected to feedlot. We evaluated 45 bovines in the experiment, 15 Curraleiro Pe-Duro (Gcur), 15 Pantaneiro (Gpan) and 15 Nelore (Gnel). We collected blood samples to quantify the metabolic profile at three times: day zero (M0), at 56 days (M56) and at 103 days (M103) of feedlot, and carried-out 8 weighings. After slaughter, fragments of liver, mesenteric, pre-scapular and crural lymph nodes from each animal were collected for histopathological examination. The weight gain was satisfactory in all groups. The ALP and GGT were higher at M103, and AST values were higher at M0. The protein profile (albumin and urea) increased

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throughout the experiment and the energy profile (cholesterol) showed higher values. We found foamy macrophages in the liver and mesenteric lymph nodes in all three groups, but these changes did not affect the weight gain of the animals. The metabolic and enzymatic profiles, histopathological evaluation of liver and lymph nodes in Curraleiro Pe-Duro, Pantaneiro and Nellore cattle breeds in feedlot showed cholangiohepatitis, but the changes did not affect the animals productive performance. Keywords: Biochemistry, foamy macrophages, local breeds, zebuine, weight gain.

1 Introdução

O confinamento é o sistema de criação intensiva, onde bovinos são

dispostos em lotes ou piquetes com área restrita e a alimentação e a água são

oferecidos em cochos. É aplicado a bovinos em terminação, que é a fase da

produção que precede o abate do animal (CARDOSO, 1996). Neste sistema

intensivo de criação é necessário o controle da dieta e monitoramento da resposta

animal com a vantagem de permitir o uso de alimentação estocada, a qual elimina

quase todos os contratempos causados por imprevistos climáticos, além de

permitir a utilização de subprodutos da indústria (COSTA et al., 2002), gerando

maior rentabilidade ao produtor, alavancando o agronegócio.

A avaliação do perfil metabólico foi desenvolvida na década de 70 no

intuito de investigar as doenças de produção que acometiam o rebanho bovino

(WITTWER, 2000). Essa avaliação, conjuntamente com a determinação de alguns

analitos sanguíneos, perfaz um método auxiliar no exame de rebanhos com

diferentes índices produtivos e reprodutivos, sendo também considerada essencial

no diagnóstico clínico de doenças do metabolismo (PEIXOTO & OSORIO, 2007).

Entretanto, o perfil metabólico, não deve ser tratado como exame nutricional do

rebanho, pois seus componentes não indicam a condição nutricional, apesar de

englobar indicadores sanguíneos informativos das interações provocadas pelo

excesso ou pela deficiência de nutrientes na alimentação do rebanho, e de

fornecer informações que possam ser utilizadas em avaliações de testes de

tolerância ao calor e resposta ao estresse (CONTRERAS, 2000; WITTWER,

2000). Essa avaliação do perfil metabólico, quando aplicada a animais confinados

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pode ser associada ao ganho de peso, ao desempenho porcentual e ao ganho de

peso diário, permitindo um conhecimento prévio do tempo de terminação desses

animais, para avaliar a própria eficácia deste sistema (OLIVEIRA, 1999).

Faz parte da averiguação do perfil metabólico de um animal a avaliação

do perfil energético e proteico. Como provas avaliadoras do perfil energético

podem ser utilizadas a concentração plasmática da glicose, a concentração sérica

do colesterol e concentração sérica da enzima aspartato aminotransferase (AST)

(WITTWER, 2000), além do próprio ganho de peso (SCHELLING, 1984). Embora

a glicose plasmática seja considerada um indicador fraco do metabolismo, devido

à resposta insuficiente da glicemia a mudanças nutricionais e a sensibilidade ao

estresse (CONTRERAS, 2000; PEIXOTO & OSORIO, 2007), ainda é um dos

principais índices de energia, especialmente em casos de balanços energéticos

negativos (PAYNE & PAYNE, 1987).

Os dois principais indicadores do metabolismo proteico em ruminantes

são as concentrações séricas de ureia e albumina. A ureia demonstra o estado

proteico recente do animal, enquanto que a albumina representa a resposta de

prazo mais longo (PAYNE & PAYNE, 1987). A síntese da ureia no fígado depende

da quantidade de amônia produzida pelas bactérias ruminais e sua concentração

está diretamente relacionada com os níveis proteicos da ração e da relação

energia/proteína da dieta (WITTWER et al., 1993, GONZALES, et al., 2000). A

concentração proteica da ração com teor inferior à 10%, leva a redução das

concentrações de proteínas no sangue (KANEKO et al., 2008), inicialmente, em

maior grau, da ureia e, tardiamente, dos níveis séricos da albumina, hemoglobina

e volume globular (CONTRERAS, 2000).

Para PAYNE & PAYNE (1987), a albumina é considerada o indicador

mais sensível para se avaliar o perfil proteico de um rebanho, pois, além de ser

sintetizada no fígado e representar a maioria das proteínas séricas, é sensível a

deficiência proteica crônica, tendo seus valores persistentemente baixos, após um

mês de déficit proteico.

Por ser o sítio mais importante de síntese proteica, em especial da

albumina, o fígado em condições patológicas compromete o estado energético e

proteico do animal, promovendo alterações que afetam a atividade de várias

enzimas, o perfil metabólico e a concentração de vários hormônios que acabam

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74

resultando num déficit energético com consequente perda de peso do animal e

gerando resultados negativos para o desempenho animal acarretando prejuízo

econômico no confinamento (PEREIRA et al., 2008; FERREIRA et al., 2009)

Assim, a investigação da higidez do fígado, por meio de testes enzimáticos se faz

necessária, contudo há de se ter cautela, pois a sensibilidade é baixa,

principalmente quando a lesão hepática é pequena e não há focos de necrose

(MOREIRA et al., 2012).

Ainda em relação ao fígado, animais aparentemente saudáveis podem

apresentar alterações hepáticas sub-clínicas, que são constatadas apenas post-

mortem ou por meio de biópsia hepática. Dentre as evidências que associam a

condição anormal do fígado com o desempenho produtivo, FIORAVANTI (1999) e

MOREIRA et al. (2009) descreveram uma correlação negativa entre o número de

macrófagos espumosos no fígado e o peso dos animais. Tal fato foi associado ao

comprometimento da manutenção do aporte energético do organismo, pela injúria

hepática, que, por conseguinte afeta os processos de biossíntese e

biodegradação, resultando em desempenho animal negativo (FIORAVANTI,

1999).

Assim exposto, verifica-se que a avaliação de alguns parâmetros como

os componentes do perfil proteico, energético e algumas enzimas indicadoras do

bom funcionamento hepático do animal está diretamente associada ao

desempenho produtivo de um rebanho, condição essencial para estabelecer o

comportamento metabólico de raças de produção em determinados sistema de

criação (FERREIRA et al.,2009).

Neste sentido, as raças bovinas locais Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro,

embora não tenham recebido influências do homem na sua seleção genética,

apresentam potencial de qualidade de carne semelhante aos da raça Nelore, que

compõe a maioria dos animais em sistema de produção intensiva no Brasil

(COSTA et al., 2011). Além disso, são resistentes a ecto e endoparasitas e a

ambientes de difícil sobrevivência como solo pedregoso (Curraleiro Pé-Duro) e

regiões alagadiças (Pantaneiro). São bovinos dóceis, sendo ideal para pequenos

produtores por facilitar o manejo e favorecer a redução no custo de produção

(FIORAVANTI et al., 2008; COSTA et al., 2011).

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75

Propõe-se neste estudo avaliar o desempenho produtivo, por meio da

avaliação ponderal, do perfil metabólico e das alterações do fígado e linfonodos

em bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore terminados em

sistema intensivo de criação.

2 Material e métodos

O confinamento foi realizado na Fazenda Tomé Pinto, de propriedade

da EVZ/UFG, no Município de São Francisco de Goiás (Latitude: 15°50’ 43.44’S e

Longitude: 49° 15’ 30.86”O). O período experimental teve início em 27/11/2009 e

término em 30/03/2010. Foram utilizados 45 bovinos das raças Curraleiro Pé-

Duro, Pantaneiro e Nelore, machos, inteiros, com idade aproximada de 24 meses,

que constituíram três grupos experimentais: 15 bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur),

15 bovinos Pantaneiros (Gpan) e 15 Nelores (Gnel). Todos os procedimentos foram

realizados obedecendo aos princípios éticos da Sociedade Brasileira de Ciência

em Animais de Laboratório (SBCAL) e as diretrizes de bem-estar animal segundo

Decreto-Lei n.º 155/2008 (BRASIL, 2008).

Os nove piquetes do confinamento, acomodando cinco bovinos de

cada raça, foram compostos de cochos adequados, iluminação, piso, sombra e

área de 8x12/m², espaço suficiente para deixar os animais confortáveis

(QUINTILIANO & PARANHOS DA COSTA, 2006).

No período de adaptação, que consistiu de 21 dias, os bovinos foram

submetidos a manejo sanitário, com vacinação contra febre aftosa e clostridioses

e tratamento com ectoparasiticidas e endoparasiticidas, a base de ivermectina,

conforme calendário profilático recomendado para a região. O período de

confinamento se estendeu aos 98 dias posteriores à fase de adaptação. Os

bovinos receberam alimentação balanceada, duas vezes ao dia, às 8 horas e às

14 horas, sob a forma de dieta total, com 70% dos nutrientes provenientes da

ração e 30% do volumoso (silagem de sorgo), considerando o consumo para uma

sobra de 5% a 10% do fornecido. Água foi fornecida à vontade. A ração foi

balanceada de acordo com a exigência para a espécie seguindo as

recomendações do National Research Council – NRC (1996). Os níveis de

garantia da ração estão no quadro 1 e a composição básica no quadro 2.

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QUADRO 1 - Níveis de garantia por quilograma da ração usado no

confinamento

Elementos Quantidade

Butylated hydroxytoluene (B.H.T). 30,00 mg

Cálcio (máx) 0,70 % Extrato etéreo (min) 3,40 % Fibra bruta (máx) 2,20 % Fósforo (min) 0,50 % Matéria mineral (máx) 6,60 % N.D.T. (Nutrientes digestivos totais)* 74,30 % Nitrogênio não proteico (N.N.P.) Equivalente proteína (máx) 4,30 % Proteína bruta (min) 15,00 % Umidade (máx) 12,00 % Monensina sódica 37,50 mg

*WEISS (1993)

QUADRO 2 - Composição percentual dos elementos usados na ração do confinamento

Elementos Quantidade

(%)

Bicarbonato de sódio 0,00300

Anti-oxidante 0,00300

Rumensin (monensina) 0,03750

Milho grão 86,8000

Cloreto de potássio 0,48100

Oxido de magnésio 55% mg 0,64000

Sulfato de cobre - 25% cu 0,01520

Sulfato de cobalto - 20 / 21 0,00200

Sulfato ferroso - 28% Fe 0,00600

Selenito de sódio - 45% Se 0,00007

Iodato de cálcio 0,00050

Sulfato de cálcio 1,00000

Fosfato bicálcico 18% 1,20000

Calcário dolomítico 0,75262

Sulfato de manganês 31% 0,00536

Sal torrado granulado 1,02600

Cromo orgânico (Cr Org.) 0,00625

Farelo soja tostado 6,50000

Ureia pecuária - 45% 1,50000

Vitamina "E" 500 ui/g 0,00100

Vitamina "A" 1.000.000 ui/g 0,00050

Sulfato de zinco 0,02000

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77

Com os bovinos devidamente imobilizados em brete de contenção

comercial, foram realizadas três colheitas de sangue ao longo do experimento,

sendo que a primeira ocorreu no último dia do período de adaptação, denominado

momento zero (M0), após jejum prévio de 12 horas. As outras duas colheitas

ocorreram aos 56 dias (M56) e aos 103 dias (M103) da fase de confinamento. Após

venopunção da jugular, foram colhidos 5 ml de sangue em tubos à vácuo

contendo anticoagulante fluoreto de sódio e EDTA-K2 (BD Vacutainer®, Becton

Dickinson, Juiz de Fora, MG) para a mensuração da glicose. Para as demais

dosagens séricas foram colhidos 10 ml de sangue em tubo à vácuo sem

anticoagulante (BD Vacutainer®, Becton Dickinson, Juiz de Fora, MG), que foram

armazenados e transportados em temperatura ambiente para posterior

centrifugação em macrocentrífuga, não refrigerada, a 10.000 rotações por minuto

(RPM) por 10 minutos após retração do coágulo. O plasma para determinação da

glicose foi separado dentro de duas horas após a colheita por centrifugação em

macrocentrífuga, não refrigerada, a 3.000 rotações por minuto (RPM) por 5

minutos. O soro foi separado em alíquotas e congelado à -20°C até o momento de

processamento das amostras.

O resumo do planejamento experimental está exposto no quadro 3.

QUADRO 3 - Planejamento experimental

Etapa do experimento

Período Data Atividade

Período de adaptação

21 dias 27/11 a 16/12/2009

Adaptação nutricional e manejo sanitário

Período experimental

M0 (dia 0) P1

17/12/2009 Colheita de sangue Pesagem

P2 31/12/2009 Pesagem

P3 14/01/2010 Pesagem

P4 28/01/2010 Pesagem

M56 (dia 56) P5

11/02/2010 Colheita de sangue Pesagem

P6 26/02/2010 Pesagem

P7 11/03/2010 Pesagem

M103 (dia 103) P8

30/03/2010 Colheita de sangue Pesagem

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78

As provas bioquímicas foram executadas no Laboratório Multiusuário

do Programa de Pós Graduação da EVZ/UFG utilizando-se reagentes comerciais

padronizados (Labtest® Diagnóstica S.A., Lagoa Santa, MG) em

espectrofotômetro semiautomático (Modelo Bio-2000, Bioplus®, São Paulo, SP).

As quantificações enzimáticas e da glicose plasmática foram realizadas em até 12

horas após a colheita. A determinação da atividade sérica das enzimas aspartato

aminotransferase (AST), gama glutamiltransferase (GGT) e fosfatase alcalina

(ALP) foi executada antes do congelamento das alíquotas. A atividade sérica da

AST foi determinada pelo método ultravioleta (UV) otimizado, sem piridoxal

fosfato; a atividade sérica da GGT, pelo método cinético utilizando-se como

substrato glutamil-p-nitroanilida e a atividade sérica da ALP pelo método Roy

modificado, utilizando como substrato a timolftaleína monofosfato.

Os teores séricos de proteína foram determinados pelo método

colorimétrico, por reação com o biureto; da albumina por reação com o verde de

bromocresol; a ureia pelo método enzimático colorimétrico, por reação com a

urease e a creatinina pelo método cinético, por reação com o picrato alcalino. As

concentrações séricas do colesterol e da glicose foram determinadas pelo método

enzimático colorimétrico, em que o colesterol foi submetido a uma reação

catalisada pela enzima colesterol oxidase e a glicose pela enzima glicose oxidase.

Para a quantificação do desempenho ponderal, os animais foram

pesados a cada duas semanas (17 e 31/12/2009; 14 e 28/01/2010; 11 e

26/02/2010 e 11 e 30/03/2010) perfazendo um total de oito pesagens (P1 a P8).

Ao término do confinamento, os bovinos foram abatidos no Frigorífico Minerva

(SIF 431), situado no município de Palmeiras (GO), seguindo os protocolos

preconizados para abate comercial.

Após o abate foram colhidos fragmentos de fígado, linfonodos

mesentérico, pré- escapular e crural de cada animal para posterior realização do

exame histopatológico. Os fragmentos foram fixados em formalina tamponada a

10%.

Após 24 horas da colheita, os fragmentos foram recortados e o fixador

foi trocado e os fragmentos permaneceram nesta solução por mais 24 horas. Em

seguida, após lavagem em água corrente, os fragmentos foram transferidos para

unicassetes e imersos em álcool 70%. Este material foi processado de acordo com

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79

métodos convencionais de histopatologia e corado pela técnica da hematoxilina e

eosina, descrita por LUNA (1968).

Após a coloração, as lâminas tiveram os cortes histológicos fixados em

solução de tolueno (Enthelan®, Merck, Darmstadt). A leitura das lâminas foi

realizada segundo a definição proposta por RAPAPPORT (1973), em que o ácino

hepático é dividido em três zonas: centroacinar ou zona 1, mediozonal ou zona 2 e

periacinar ou zona 3 e as lesões localizadas foram caracterizadas quanto ao tipo

de alteração (degenerativa e inflamatória) e classificadas quanto à extensão (focal,

multifocal e difusa). Verificou-se a frequência dos macrófagos espumosos no

fígado e linfonodos dos bovinos considerando-se sua localização no órgão.

Os dados foram analisados por meio do software Statistical Analysis

System (SAS) 2002-2008 Licenciado para Empresa Brasileira Pesquisa

Agropecuaria- EMBRAPA, Site 70068704, versão 9.2; pela aplicação após

verificação da normalidade dos resíduos pelo teste Shapiro-Wilk, pelo

procedimento Univariate (análise univariada) e da homogeneidade das variâncias,

pelo teste F. Para as variáveis que apresentaram normalidade, foi realizada

análise de variância com o desdobramento das interações entre os três

momentos, nas três raças. Para as variáveis que não apresentaram distribuição

normal de resíduos, foi realizado o teste de Kruskal Wallis. Em todos os

procedimentos foram adotados nível de significância de 5%.

Devido à escassez de pesquisas destinadas as raças locais submetidas

ao confinamento, somente o momento zero (M0) foi comparado com a literatura

encontrada para cada raça.

3 Resultados

Os três grupos apresentaram aumento no peso (tabela 1) no

decorrer do confinamento experimental com ganho médio diário (tabela 2) de 1,48

kg/dia Gcur, 1,45 kg/dia para Gpan e 1,73 kg/dia para o Gnel e um ganho em peso de

54,1 % para o Gcur, 44,42% para o Gpan e 48,25% para o Gnel (tabela 3).

Todos os grupos apresentaram aumento no ganho relativo em peso

(% do peso inicial) nos três primeiros intervalos entre as pesagens e redução nos

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80

dois últimos intervalos (p<0,05) e o mesmo ocorreu em relação ao ganho diário

relativo em peso (% peso inicial). Os respectivos valores estão descritos nas

Tabelas 4 e 5.

TABELA 1- Pesos médios (kg) dos grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro

(Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Ganho

de Peso P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8

Gcur

(n=15) Média (DP)*

264,80c

(50,62) 280,87

c

(66,87) 303,67

b

(71,92) 330,80

b

(78,90) 350,07

b

(83,95) 367,067

a

(87,68) 407,60

a

(86,13) 408,07

a

(84,29)

Gpan

(n=15) Média (DP)*

316,20c

(83,87) 321,07

c

(83,00) 343,60

b

(86,04) 367,93

b

(87,75) 389,33

b

(85,23) 416,80

a

(93,51) 440,67

a

(93,54) 456,67

a

(83,72)

Gnel

(n=15) Média (DP)*

346,80c

(37,18) 346,07

c

(28,06) 369,47

b

(27,08) 401,87

b

(34,34) 428,40

b

(33,31) 468,87

a

(36,78) 489,47

a

(42,99) 508,53

a

(40,83)

*DP= Desvio padrão;Teste: Análise de Variância. Letras minúsculas na mesma linha indicam diferença significativa

(p<0,05)

TABELA 2- Ganho médio diário em peso (kg/dia) dos Grupos Curraleiro Pé-Duro

(Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do

confinamento

PESO (KG) P1-P2 P2-P3 P3-P4 P4-P5 P5-P6 P6-P7 P7-P8

Gcur (n=15) 1,28c 1,72

a 1,92

a 1,39

c 1,30

c 1,57

b 1,35

c

*Dpcur 2,16 0,61 0,86 0,70 0,57 0,81 0,94

Gpan (n=15) 0,35c 1,61

b 1,74

a 1,53

b 1,96

a 1,70

a 1,14

c

*Dppan 0,65 0,47 0,55 0,71 0,80 0,77 1,29

Gnel (n=15) 0,53c 1,67

b 2,31

a 1,90

b 2,89

a 1,47

c 1,36

c

*Dpnel 0,73 0,48 1,08 0,71 1,19 1,73 1,41 *DP= Desvio padrão;Teste: Análise de Variância. Letras minúsculas na mesma linha indicam diferença significativa

(p<0,05)

TABELA 3– Ganho acumulado em peso (kg) nos Grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur),

Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Ganho

de Peso P1-P2 P2-P3 P3-P4 P4-P5 P5-P6 P6-P7 P7-P8

Gcur

(n=15)

Média (DP)*

16,06 (29,91)

38,87 (32,77)

66,00 (40,04)

85,27 (44,16)

102,26 (46,99)

142,80 (72,61)

143,27 (43,15)

Gpan

(n=15)

Média (DP)*

4,87 (9,05)

27,40 (10,86)

51,73 (13,29)

73,13 (15,51)

100,60 (20,66)

124,47 (18,51)

140,47 (22,57)

Gnel

(n=15)

Média (DP)*

6,88

(10,13) 29,38 (9,81)

62,54 (17,09)

87,91 (16,23)

129,34 (20,66)

150,18

(26,91) 167,35 (48,18)

*DP= Desvio padrão.

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81

TABELA 4- Ganho relativo em peso (% /peso inicial) nos grupos Curraleiro Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Ganho

de Peso P1-P2 P2-P3 P3-P4 P4-P5 P5-P6 P6-P7 P7-P8

Gcur

(n=15) Média (DP)*

5,50b

(11,32) 8,09

a

(3,42) 8,96ª (4,05)

5,81b

(2,79) 4,93

b

(3,34) 5,6

b

(3,24) 1,63

c

(14,50)

Gpan

(n=15) Média (DP)*

1,71c

(2,96) 7,20

b

(2,29) 7,42

a

(2,83) 6,18

b

(3,01) 6,31

b

(1,95) 6,01

b

(3,11) 4,19

c

(4,72)

Gnel

(n=15) Média (DP)*

2,12c

(3,01) 6,50

b

(1,57) 8,93ª (3,98)

6,35b

(2,27) 9,73

b

(3,95) 4,48

c

(5,38) 4,06

c

(11,04)

*DP= Desvio padrão; Teste: Análise de Variância

TABELA 5- Ganho diário relativo em peso (%/ peso inicial) nos grupos Curraleiro

Pé-Duro (Gcur), Pantaneiro (Gpan) e Nelore (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo

Ganho

de Peso

Diário

(%)

P1-P2 P2-P3 P3-P4 P4-P5 P5-P6 P6-P7 P7-P8

Gcur

(n=15) Média (DP)*

0,39b

(0,29) 0,58

b

(0,20) 0,64

a

(0,22) 0,42

b

(0,23) 0,33

b

(1,12) 0,45

b

(0,44) 0,13

c

(0,13)

Gpan

(n=15) Média (DP)*

0,12c

(0,21) 0,50

a

(0,20) 0,53

a

(0,20) 0,44

b

(0,22) 0,50

a

(0,14) 0,43

b

(0,22) 0,30

c

(0,34)

Gnel

(n=15) Média (DP)*

0,15c

(0,22) 0,46

b

(0,11) 0,64

a

(0,28) 0,45

b

(0,16) 0,65ª (0,26)

0,34b

(0,41) 0,29

c

(0,79)

*DP= Desvio padrão;Teste: Análise de Variância. Letras minúsculas na mesma linha indicam diferença significativa (p<0,05)

Os três grupos apresentaram valores maiores no M103 quando

comparados ao M0 em relação às concentrações séricas da ALP, AST e GGT,

exceto o Gcur que apresentou maiores valores da AST no M56 em relação ao M0 e

M103 Os valores obtidos para as concentrações séricas enzimáticas estão

expressos na tabela 6.

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82

TABELA 6- Valores das enzimas ALP, AST e GGT em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento.

Enzimas

Média * (desvio padrão)

Mediana (intervalo de confiança)

Gcur

(n=15) Gpan

(n=15) Gnel

(n=15) Gcur

(n=15) Gpan

(n=15) Gnel

(n=15)

ALP

(U/L)

M0 87,27 b

(45,61)

57,47b

(35,21)

98,87 b

(43,86)

76,00

(23,08)

50,00

(12,76)

84,00

(22,20)

M56 157,33a

(57,53)

81,13a

(28,15)

180,27a

(40,31)

133,00

(29,11)

81,00

(14,25)

185,00

(20,40)

M103 203,27a

(90,88)

95,00a

(38,38)

157,40a

(85,28)

177,00

(45,99)

81,00

(19,42)

136,00

(43,16)

AST

(U/L)

M0 56,20b

(10,22)

67,53a

(14,44)

66,53a

(17.80)

56,00

(5,17)

69,00

(7,31)

68,00

(9,01)

M56 70,51a

(16,74)

76,84a

(9,68)

79,87a

(8.80)

65,00

(8,47)

75,00

(4,90)

82,00

(4,45)

M103 48,47c

(13,20)

47,20 b

(12,79)

44,87b

(12.59)

45,00

(6,68)

42,00

(6,47)

39,00

(6,37)

GGT

(U/L)

M0 24,48b

(4,80)

21,08c

(3,26)

21,71b

(5,90)

25,50

(2,43)

20,40

(1,65)

20,40

(2,99)

M56 26,33ab

(2,85)

25,85b

(3,97)

25,82a

(4,87)

26,40

(1,44)

26,20

(2,01)

26,20

(2,46)

M103 32,91a

(13,20)

36,33a

(7,21)

34,21a

(8,91)

30,60

(6,68)

35,70

(3,65)

30,70

(4,51)

ALP= fosfatase alcalina; GGT= gama glutamiltransferase; AST= aspartato aminotransferase. * Teste de Kruskall Wallis, letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05).

Os valores das concentrações séricas da albumina e da ureia foram

menores no M0 quando comparados ao M56 e M103 nos três grupos ao longo do

experimento. Os valores referentes ao perfil proteico estão descritos na tabela 7.

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83

TABELA 7 - Valores das proteínas séricas, albumina, ureia e creatinina em

bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero

(M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

Parâmetros

Média*

(Desvio Padrão)

Mediana

(Intervalo de confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

PT

(g/dL)

M0 6,87

(0,45)

7,43

(0,55)

7,35

(0,59)

6,85

(0,28)

7,46

(0,28)

7,45

(0,30)

M56 6,94

(0,45)

7,51

(0,53)

7,57

(0,52)

6,98

(0,23)

7,55

(0,27)

7,43

(0,26)

M103

7,37

(0,34)

7,51

(0,54)

7,48

(0,41)

7,35

(0,17)

7,60

(0,27)

7,48

(0,21)

Alb

(g/dL)

M0 2,69

b

(0,28) 2,60

b

(0,27) 2,75

b

(0,39) 2,65

(0,14) 2,58

(0,14) 2,86

(0,20)

M56 2,93

a

(0,20) 2,95

a

(0,25) 3,13

a

(0,28) 2,91

(0,10) 2,94

(0,13) 3,13

(0,14)

M103 3,13

a

(0,17) 3,03

a

(0,23) 3,27

a

(0,18) 3,17

(0,09) 3,00

(0,12) 3,29

(0,09)

Ureia

(mg/dL)

M0 23,80

b

(2,48)

22,60b

(3,76)

25,00b

(2,42)

24,00

(1.26)

22,00

(1,75)

24,00

(1,22)

M56 25,87

b

(4,05)

26,07b

(3,33)

27,93b

(3,22)

26,00

(2.05)

26,00

(1,69)

28,00

(1,63)

M103 30,73

a

(3,79)

30,07a

(2,69)

33,00a

(2,90)

29,00

(1.92)

30,00

(1,36)

34,00

(1,47)

Creat

(mg/dL)

M0 1,38

(0,21)

1,39

(0,18)

1,66

(0,22)

1,35

(0,11)

1,33

(0,09)

1,65

(0,11)

M56 1,40

(0,20)

1,48

(0,20)

1,68

(0,21)

1,40

(0,10)

1,44

(0,10)

1,75

(0,11)

M103 1,41

(0,19)

1,49

(0,16)

1,63

(0,25)

1,40

(0,10)

1,46

(0,08)

1,78

(0,13)

PT sérica= proteínas totais séricas, Alb= albumina, Creat= creatinina. *Teste: Análise de varianças. Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05).

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84

O perfil da glicose plasmática variou nas três raças ao longo do período

experimental, apresentado valores crescentes apenas para a raça Curraleiro Pé-

Duro. O colesterol sérico apresentou concentrações mais elevadas no M103 em

relação ao M0 no Gcur e Gpan. Os valores encontrados para o perfil energético

estão descritos na tabela 8.

TABELA 8- Valores glicose e colesterol em bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) no dia zero (M0), 56 (M56) e 103 (M103) de confinamento

Parâmetros

Média **

(Desvio Padrão)

Mediana

(Intervalo de confiança)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

Gcur

(n=15)

Gpan

(n=15)

Gnel

(n=15)

*Glicose

(mg/dL)

M0 62,33

c

(17,55)

99,20a

(45,40)

135,07a

(54,83)

58,00

(8,88)

85,00

(22,98)

134,00

(27,75)

M56 71,67

b

(11,63)

71,33b

(14,43)

94,53b

(14,50)

70,00

(5,89)

73,00

(7,30)

98,00

(7,34)

M103 100,53

a

(11,03)

99,53a

(15,35)

125,80ab

(24,29)

100,00

(5,58)

96,00

(7,77)

118,00

(12,30)

*Colesterol

(mg/dL)

M0 77,80

c

(8,07)

99,13b

(25,20)

135,73

(21,89)

79,00

(4,08)

90,00

(12,75)

140,00

(11,08)

M56 85,13

b

(6,20)

106,80ab

(22,95)

140,00

(21,05)

8700

(3,14)

97,00

(11,61)

142,00

(10,65)

M103 90,93

a

(5,35)

115,13a

(21,31)

140,00

(14,47)

90,00

(0,70)

109,00

(10,78)_

142,00

(7,32)

*Teste: Analise de varianças. **Letras minúsculas na mesma coluna indicam diferença significativa (p<0,05).

Em relação ao exame histológico nos três grupos raciais houve a

presença de macrófagos espumosos, tanto no fígado quanto no linfonodo

mesentérico. A fibrose hepática foi restrita ao espaço porta. As frequências de

macrófagos espumosos, degeneração, infiltrados de células mononucleares,

fibrose e necrose no fígado estão descritos nas tabelas 9, 10, 11, 12 e 13,

respectivamente; incluindo em cada item, a distribuição e localização destas

alterações.

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85

TABELA 9- Frequência de macrófagos espumosos no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento.

Grupo

MACRÓFAGOS ESPUMOSOS

Quantidade Distribuição Localização

Ausente Presente Focal Multifocal Z1 Z2 Z3 EP

Gcur

(n=15) 11 4 2 2 1 1 2 0

Gpan

(n=15) 8 7 3 4 0 0 6 1

Gnel

(n=15) 10 5 5 0 0 1 3 1

Total 29 16 10 6 1 2 11 2 *Z1= zona 1; Z2= zona 2; Z3= zona 3 e EP=espaço porta

TABELA 10 - Frequência de degeneração microvacuolar no fígado de bovinos

Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Degeneração Distribuição Localização

Ausente Presente Focal Multifocal Z1 Z2 Z3 EP Gcur

(n=15) 6 9 2 7 1 0 8 0

Gpan

(n=15) 6 9 2 7 0 3 6 0

Gnel

(n=15) 7 8 2 6 0 1 7 0

Total 19 26 6 20 1 4 21 0 *Z1= zona 1; Z2= zona 2; Z3= zona 3 e EP=espaço porta

TABELA 11- Frequência de infiltrado de células mononucleares no fígado de

bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento.

Grupo Infiltrado inflamatório Distribuição Localização *

Ausente Presente Focal Multifocal Z1 Z2 Z3 EP

Gcur

(n=15) 3 12 2 10 2 0 0 10

Gpan

(n=15) 3 12 4 8 2 0 0 10

Gnel

(n=15) 2 13 8 5 4 0 0 9

Total 8 37 14 23 8 0 0 29 *Z1= zona 1; Z2= zona 2; Z3= zona 3 e EP=espaço porta

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TABELA 12- Frequência de fibrose no fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Frequência Fibrose Distribuição Localização *

Ausente Presente Focal Multifocal Z1 Z2 Z3 EP Gcur

(n=15) 10 5 2 3 0 0 0 5

Gpan

(n=15) 14 1 1 0 0 0 0 1

Gnel

(n=15) 11 4 4 0 0 0 0 4

Total 35 10 7 3 0 0 0 10 *Z1= zona 1; Z2= zona 2; Z3= zona 3 e EP=espaço porta

TABELA 13- Frequência de necrose fígado de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento

Grupo Frequência Necrose Distribuição Localização*

Ausente Presente Focal Multifocal Z1 Z2 Z3 EP

Gcur

(n=15) 13 2 1 1 0 0 0 2

Gpan

(n=15) 15 0 0 0 0 0 0 0

Gnel

(n=15) 12 3 3 0 0 0 0 3

Total 40 5 4 1 0 0 0 5

*Z1= zona1; Z2= zona 2; Z3= zona 3 e EP=espaço porta

Os resultados histológicos dos linfonodos mesentéricos dos animais do

Gcur, Gpan e Gnel, em relação à frequência de células espumantes estão descrito na

tabela 14. A frequência de linfonodos mesentéricos hipoplásicos e hiperplásicos,

estão descritos na tabela 15. Os linfonodos pré-escapular e crural dos animais

deste estudo não apresentaram alterações significativas.

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TABELA 14 - Frequência de macrófagos espumosos nos linfonodos mesentéricos de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento.

Grupo Macrófagos espumosos Distribuição Localização

Ausente Presente Focal Multifocal Cortical Medular Gcur

(n=15) 7 8 1 7 6 2

Gpan

(n=15) 7 8 3 5 7 1

Gnel

(n=15) 10 5 1 4 4 1

Total 24 21 5 16 17 4

TABELA 15 - Frequência de hipoplasia e hiperplasia em linfonodos mesentéricos de bovinos Curraleiros Pé-Duro (Gcur), Pantaneiros (Gpan) e Nelores (Gnel) durante o período do confinamento

Grupos Sem alterações Hipoplasia Reativos Gcur

(n=15) 12 0 3

Gpan

(n=15) 8 6 1

Gnel

(n=15) 15 0 0

Total 35 6 4

4 Discussão

Os bovinos do Gcur ,Gpan e Gnel apresentam características fenotípicas

diferentes, principalmente as relacionadas ao tamanho e ao peso. Todos os

grupos apresentaram uma curva de crescimento em ganho de peso satisfatória e

semelhante ao demonstrado por LOPES et al. (2008), que ressaltaram que o

ganho em peso diário acima de 1,3 kg representa uma maior rentabilidade ao

produtor e seu peso ao abate deve ser em torno de 500 kg. O peso médio final

dos bovinos do Gcur foi de 408,67 kg, superior ao peso esperado para adultos

criados extensivamente que é de 374 kg (FERRO, 2013). No Gpan o resultado foi

semelhante, o peso ao final do confinamento foi de 456,67 e o peso esperado para

adultos criados extensivamente é de 441 kg (MAZZA, 1992). O Gnel apresentou

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88

peso médio de 508,53 kg, valor semelhante ao preconizado por LOPES et al.

(2008), como rentável para animais confinados.

Os valores encontrados para a ALP em M0 foram superiores quando

comparados aos valores da literatura para a raça Curraleiro Pé-Duro (17,99 U/L a

37,57 U/L) descritos por BARINI (2007) e semelhantes aos valores (45,60 U/L a

127,96 U/L) descritos por BORGES et al. (2011) para a raça Pantaneiro. O Gnel

apresentou valores séricos para a ALP no M0 similares aos descritos por

FAGLIARI et al. (1988) (90,14 U/L -100,88 U/L) para a raça Nelore. Em todos os

grupos, a ALP apresentou valores maiores a partir de M56 (p<0,05).

Provavelmente, esse aumento da atividade sérica da ALP foi decorrente da

colangio-hepatite observada na histopatologia.

A atividade sérica da enzima AST apresentou no M0 valores

semelhantes aos da literatura para a raça Curraleiro Pé-Duro em que variaram

entre 37,24 U/L a 70,20 U/L (BARINI, 2007) e na raça Pantaneiro entre 61,71 U/L

a 91,53 U/L (BORGES et al., 2011). No grupo Nelore, os valores de AST foram

similares aos descritos por FIORAVANTI (1999), AMORIM et al. (2003) BRUM

(2006) e MOREIRA et al. (2012) que variaram de 34,50 U/I a 98,60 U/L. Apesar

das lesões detectadas na histopatologia hepática, as concentrações séricas da

AST ao término do confinamento experimental foram menores que os valores

basais. Esta situação é corroborada por MOREIRA et al. (2012) ao afirmarem que

a sensibilidade das provas enzimáticas é baixa, principalmente quando a lesão

hepática é pequena e não há focos extensos de necrose.

Os valores da atividade sérica da GGT no M0 no Gcur foram

semelhantes aos relatados na literatura, que variam de 12,41 U/L a 31,15 U/L

(BARINI, 2007). No Gpan os valores foram ligeiramente superiores a referência que

está entre 12,76 U/L e 20,46 U/L (BORGES et al., 2011). O Gnel apresentou

valores da concentração sérica da GGT semelhantes aos descritos por FAGLIARI

et al (1998), BRUM (2006) e MOREIRA et al. (2012), que estão entre 10,50 U/L e

43,51 U/L. A atividade sérica da GGT apresentou valores progressivamente

crescentes ao longo do experimento nos três grupos, demonstrando um

comportamento semelhante à ALP, provavelmente também em decorrência da

colangio-hepatite. A GGT é considerada o melhor marcador de hepatopatias

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89

crônicas em ruminantes, pois esta enzima é altamente sensível a alterações no

ducto biliar e a colestase (MOREIRA et al., 2012).

Os valores das proteínas séricas foram similares ao descritos em

literatura para as raças Curraleiro Pé-Duro (BARINI, 2007), Pantaneiro (BORGES,

et al., 2011) e Nelore (FAGLIARI, et al., 1998; FIORAVANTI, 1999; AMORIM, et

al., 2003; BRUM, 2006 e SANDRINI, 2006), significando que tanto no

confinamento como no sistema a campo, esses animais são eficazes na

conversão das proteínas encontradas no volumoso e concentrado pelos

organismos ruminais em aminoácidos, depois em amônia e em ácidos graxos de

cadeia ramificada, e em decorrência dessa cadeia bioquímica o animal apresenta

um perfil proteico satisfatório. A concentração sérica da albumina foi similar ao

descrito na literatura para as raças Curraleiro Pé-Duro (BARINI, 2007; JULIANO et

al., 2009), Pantaneiro (BORGES et al., 2011) e Nelore (BARROS FILHO, 1995;

SANDRINI, 2006; SILVA et al, 2008). Os três grupos analisados apresentaram

concentrações séricas maiores no M56 e M103 para a albumina. Tais valores

podem ser explicados pela dieta balanceada aplicada no confinamento, diferente

da alimentação do sistema extensivo. A albumina, além de ser uma importante

reserva protéica, atua nos transportes de aminoácidos, ácidos graxos livres,

metais e bilirrubina, sendo também considerada um bom marcador nutricional

(CONTRERAS, 2000).

A concentração sérica da ureia apresentou valores similares aos

encontrados em literatura para o Gcur (BARINI, 2007; JULIANO et al., 2009), Gpan

(BORGES et al., 2011) e Gnel (FIORAVANTI, 1999; AMORIM et al., 2007). O

animais do Gnel apresentaram valores no M0 superiores aos observados por

FAGLIARI et al. (1998) (12,43 a 23,91 mg/dL) e inferiores aos encontrados por

SANDRINI (2006) (26,70 a 31,17 mg/dL). Essa divergência entre valores

demonstrados na literatura deve-se a alimentação, provavelmente com diferentes

concentrações proteicas nas dietas desses animais, a maioria criada a campo. Os

valores de ureia encontrados no Gcur, Gpan e Gnel foram maiores (p <0,05) ao fim do

confinamento experimental. Ocorrem picos oscilatórios nas concentrações séricas

diárias da ureia, principalmente no período pós-prandial, devido à rápida

fermentação seguida da absorção da amônia, elevando assim, as taxas de ureia

(PEIXOTO & OSORIO et al., 2007). A elevação sérica ureia denota uma resposta

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90

positiva ao adequado aporte proteico da dieta empregada no confinamento

associada ao crescente ganho de peso, reforçando as observações de PEIXOTO

et al. (2010).

As concentrações de creatinina sérica apresentaram valores

semelhantes aos descritos para as raças Curraleiro Pé-Duro (BARINI, 2007),

Pantaneiro (BORGES et al., 2011) e Nelore (FAGLIARI et al., 1998) demonstrando

que esses animais não possuíam lesões renais capazes de alterar a taxa de

filtração glomerular (THRALL et al., 2007).

Os teores plasmáticos de glicose foram parecidos aos descritos para as

raças Curraleiro Pé–Duro (BARINI, 2007), Pantaneiro (BORGES et al., 2011) e

Nelore (AMORIM et al., 2007). O Gcur apresentou flutuação nos valores da glicose

ao longo dos momentos. No Gpan e Gnel as concentrações séricas de glicose foram

menores em M56, porém em M103, tornaram a aumentar. Em animais bem nutridos,

as concentrações normoglicêmicas são constantes e um quadro hipoglicêmico

pode ocorrer em casos de deficiência hormonal ou um déficit energético muito

severo, o que não foi o caso nos animais deste estudo (PEIXOTO & OSÓRIO,

2007).

O colesterol apresentou valores similares aos expostos na literatura em

M0 no Gcur (73,50 a 123,14 mg/dL) descritos por BARINI (2007) e no Gpan (83,68 a

192,08 mg;dL) relatados por BORGES et al. (2011). No Gnel houve semelhança

entre os valores descritos por FIORAVANTI et al. (1999) (92,54 a 144,42 mg/dL) e

AMORIM et al. (2007) (63,25 a 155,08 mg/dL). O Gcur apresentou valores séricos

de colesterol crescentes ao longo do experimento e no Gpan essas concentrações

foram maiores no M103 em relação ao M0. As oscilações nos valores séricos de

colesterol podem ser decorrentes da dieta empregada no rebanho (AMORIM et al.,

2007) e seu aumento indica excesso de gordura na dieta (WITTWER, 2000,

GONZALES & SCHEFFER, 2003).

Na análise histopatológica hepática desses animais, a presença de

macrófagos espumosos, isolados ou aglomerados foi maior no Gpan, seguido de

Gcur e Gnel, porém não houve diferença significativa entre os grupos. Esses

macrófagos apresentaram sua localização predominante na zona 3, que é

composta por hepatócitos próximos da veia hepática terminal, provavelmente

estas células foram formadas antes da entrada desses animais no confinamento,

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91

devido ao tipo de alimentação recebida previamente, uma vez que eram bovinos

criados extensivamente e alimentados com gramíneas do gênero Brachiaria.

Esses achados histológicos coincidem com os descritos por FIORAVANTI (1999)

e MOREIRA et al. (2009). Para DRIEMEIER et al. (1998) a presença de

macrófagos espumosos está relacionada à absorção entero-hepática de

substâncias presentes na alimentação.

Nos três grupos, os linfonodos mesentéricos apresentaram macrófagos

espumosos, a maioria na região cortical. Neste estudo, a frequência de

macrófagos espumosos foi maior no linfonodo mesentérico no Gcur e Gpan quando

comparados com a frequência destes no fígado. Para o Gnel as frequências foram

semelhantes no fígado e linfonodo mesentérico. A estreita relação entre a

quantidade de macrófagos espumosos no fígado e linfonodos mesentérios

também foi descrita por DRIEMEIER et al. (1998) e MOREIRA et al. (2009).

Nos linfonodos crural e pré-escapular, em todos os grupos, não foram

observadas alterações significativas, inclusive houve a ausência de macrófagos

espumosos, confirmando a hipótese de DRIEMEIER et al. (1998) da influência da

absorção no intestino de substâncias junto aos nutrientes sobre a presença dos

macrófagos espumosos no fígado e nos linfonodos próximos aos intestinos.

O Gcur, Gpan e Gnel apresentaram infiltrado de células mononucleares com

predomínio no espaço porta, semelhante ao relatado por MOREIRA et al. (2009).

A presença de infiltrado inflamatório mononuclear com predomínio no espaço

porta acompanhado de fibrose sugere um quadro de colângio-hepatite, alterações

que também foram demonstradas pelo aumento da atividade enzimática da ALP e

GGT descritos anteriormente.

Apesar das alterações histopatológicas e do aumento das atividades das

enzimas ALP e GGT, os animais do confinamento experimental desse estudo não

apresentaram sinais clínicos de enfermidade hepática nem lesões macroscópicas.

Já foi demonstrada a correlação negativa entre o número de macrófagos

espumosos no fígado e o ganho de peso (FIORAVANTI, 1999), desse modo pode-

se supor que caso as lesões histopatológicas do fígado não estivessem presentes,

o desempenho dos bovinos dos três grupos teria sido ainda melhor.

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92

5. Conclusão

O desempenho produtivo das três raças terminadas em

confinamento foi considerado adequado, apesar das avaliações laboratoriais

(bioquímicas e histológicas) indicarem presença de colangio-hepatite.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) pelo

financiamento do projeto. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de doutorado.

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93

Patologia Clínica Animal) - Curso de Pós-graduação em Clínica Veterinária,

Universidade de São Paulo.

5. BORGES, A. C.; JULIANO, R. S.; BARINI, A. C.; LOBO, J. R.; ABREU, U. G.

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http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/BP106.pdf. (acesso em 03 out.

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6. BRASIL. Leis etc. Decreto-Lei n.º 155 de 07 de agosto de 2008 Altera o

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94

11. COSTA, M. F. O.; EGITO, A. A. do; FIORAVANTI, M. C. S.; JULIANO, R. S.

Qualidade da carne: podemos evitar a extinção de raças bovinas

naturalizadas? Corumbá: Embrapa Pantanal, 2011. 3 p.(Embrapa Pantanal.

Artigo de Divulgação na Mídia, 149). Disponível em:

<http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/ADM149>. Acesso em: 06

jun. 2011.

12. DRIEMEIER D.; BARROS S. S.; PEIXOTO P. V.; TOKARNIA C. H.;

DÖBEREINER J.; BRITO M. F. Estudo histológico, histoquímico e

ultraestrutural de fígados e linfonodos de bovinos com presença de

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13. DRIEMEIER, D.; DÖBEREINER, J.; PEIXOTO, P. V.; BRITO, M. F. Relação

entre macrófagos espumosos (“foam cells”) no fígado de bovinos e ingestão

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v. 19, n. 2, p. 79-83, 1999.

14. FAGLIARI, J. J.; SANTANA, A. E.; LUCAS, F. A.; CAMPOS FILHO, E.; CURI,

P. R. Constituintes sangüíneos de bovinos lactantes, desmamados e adultos

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15. FERREIRA, F; CAMPOS, W. E; CARVALHO, A. U; PIRES, M. F. A;

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16. FERRO, R. A. C. Morfologia e morfometria de um rebanho de bovinos

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Goiânia. 2013.

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17. FIORAVANTI, M. C. S.; Incidencia, avaliações clínica,laboratorial e

anatomopatológica da intoxicação subclínica por esporodesmina em

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medicina veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.

18. FIORAVANTI, M. C. S.; SERENO, J. R. B.; NEIVA, A. C. G. R.; ABUD, L. J.;

LOBO, J. R.; ANDRADE, D. F.; CARDOSO, W. S.; MACHADO, J. R. L.

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CERRADO, 9., 2008, Brasília. Anais eletrônicos... [CD-ROM], Brasília:

EMBRAPA Cerrados, 2008.

19. GONZÁLEZ, F. H. D.; BARCELLOS , J.; PATIÑO, H. O.; RIBEIRO, L. A. Perfil

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Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p.108. 2000.

20. GONZÁLEZ, F. H. D.; SCHEFFER, J. F. S. Perfil sanguíneo: ferramenta de

análise clínica, metabólica e nutricional. In: SIMPÓSIO DE PATOLOGIA

CLÍNICA VETERINÁRIA DA REGIÃO SUL DO BRASIL, 1., 2003, Porto

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21. JULIANO, R. S.; FIORAVANTI, M. C. S.; FAGLIARI, J. J.; SILVA, P. C.;

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Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 61, n. 3,

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22. KANEKO, J. J. Clinical biochemistry of domestic animals. 7.ed. San Diego:

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23. LOPES, M. A.; SANTOS, G.; MAGALHÃES, G. P. Efeito do ganho de peso na

rentabilidade da terminação em confinamento de bovinos de corte. Revista

Brasileira de Agrociencia, Pelotas, v. 14, n. 1, p.135-141, 2008.

24. LUNA, L. G. Manual of histologic staining methods of the Armed Forces

Institute of Pathology. 3.ed. New York: McGraw-Hill, 1968. 258 p.

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25. MAZZA, M. C. M.; MAZZA, C. A.; SERENO, J. R. B.; SANTOS, S. A. L.;

MARIANTE, A. S. Phenotipical characterization of Pantaneiro cattle in Brazil.

Archivos Zootecnia, Córdoba, v.41, n.154(extra), p.477-484, 1992.

26. MOREIRA, C. N.; MORAIS, M.; GARCIA, E. C.; CABRAL NETO, S; ARAUJO,

E. G.; FIORAVANTI , M. C. S. Bovinos alimentados com Brachiaria spp E

Andropogon gayanus: alterações histológicas de fígado e linfonodos Ciência

Animal Brasileira, Goiânia, v. 10, n. 1, p. 206-218, 2009.

27. MOREIRA, C. N.; SOUZA, S. N.; BARINI, A. C.; ARAÚJO, E. G.;

FIORAVANTI, M. C. S. Serum γ-glutamyltransferase activity as an indicator of

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Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.64, n.6, p.1403-1410,

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28. NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of beef

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29. OLIVEIRA, R. C. Ganho de peso, características de carcaça e composição

corporal de novilhos, em regime de pastejo, em capim-elefante, durante a

estação chuvosa.1999. 109p Dissertação (Mestrado em Zootecnia) –

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30. PAYNE J. M.; PAYNE S. The metabolic profile test. Oxford: Oxford

University Press, 1987. 348 p.

31. PEIXOTO, L. A. O.; OSÓRIO, M. T. M. Perfil metabólico protéico e energético

na avaliação do desempenho reprodutivo em ruminantes: revisão bibliográfica.

Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 13, n.3, p. 299-304, 2007.

32. PEIXOTO, L. A. O.; OSÓRIO, M. T. M.; OSÓRIO J. C. S.; NÖRNBERG, J. L.,

PAZINI, M. Desempenho reprodutivo e metabólitos sanguíneos de ovelhas Ile

de France sob suplementação com sal orgânico ou sal comum durante a

estação de monta. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, v.39, n.1, p. 191-

197. 2010.

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33. PEREIRA, A. M.; BACCARI Jr., F.; TITTO, E. A.; ALMEIDA J. A. Effect of

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hormones concentration in Alentejana, Mertolenga,Frisian and Limousine

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34. QUINTILIANO, M. H. E PARANHOS DA COSTA, M. J. R. (2007) [CD ROM].

Manejo Racional de Bovinos de Corte em Confinamentos: Produtividade e

Bem-estar Animal In: IV SINEBOV, 2006. Seropédica, Anais… Seropédica,

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35. RAPPAPORT, A. M. The structural and functional units of the human liver (liver

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36. SANDRINI, C. N. M. Avaliação clínico-laboratorial e desempenho de

bovinos alimentados com capim brachiaria e andropogon. 2006. 118f.

Tese (Doutorado em Ciência Animal) Escola de veterinária e Zootecnia-

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37. SCHELLING, G. Monensin mode of action in the rumen. Journal Animal

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38. SILVA, E. B.; FIORAVANTI, M. C. S.; SILVA, L. A. F.; ARAÚJO, E. G.;

MENEZES, L. B.; MIGUEL, M. P.; VIEIRA, D. Característica leucocitária,

relação albumina/globulina, proteína plasmática e fibrinogênio de bovinos da

raça Nelore, confinados e terminados a pasto. Ciência Rural, Santa Maria,

v.38, n.8, p.2191-2196, 2008.

39. THRALL, M. A.; BAKER, D. C.; CAMPBELL, T. W.; DENICOLA, D.;

FETTMAN, M. J., LASSEN, E. D.; REBAR, A.; WISER, G. Hematologia e

bioquímica clínica veterinária. São Paulo: Roca; 2007. 582p.

40. WEISS, W.P. Method estimates available energy value for ruminants.

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41. WITTWER, F. Marcadores bioquímicos no controle de problemas metabólicos

nutricionais em gado de leite. In: GONZÁLES, F. H. D.; BARCELLOS, J. O.;

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2000.

42. WITTWER, F.; OPITZ, H.; REYES, J.; CONTRERAS, P. C.; BOHMWALD, H.

Diagnóstico de desbalance nutricional mediante la determinación de urea em

muestras de leche de rebaños bovinos. Archivos de Medicina Veterinária,

Valdivia, v.25, p.165-172, 1993.

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os bovinos das raças consideradas locais, Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiros, introduzidos à época da colonização do Brasil pelos Portugueses,

vêm decrescendo em número, desde a expansão de criação de outras raças,

como a Nelore, entretanto, essas raças demandam alto custo de criação. Nesse

ínterim, os Curraleiros Pé-Duro e os Pantaneiros, relegados a um segundo plano,

passaram por seleções genéticas naturais que permitiram se adaptar a condições

mais inóspitas, como em solos pedregosos e inundados, o que lhes conferiu

rusticidade e, em consequência, maior resistência às afecções físicas ou

biológicas e menor gasto para sua manutenção, em virtude da baixa exigência

para sobreviver.

A despeito dessa evolução, as raças locais estão em risco de extinção.

A sua aptidão tanto para produção de leite e de carne, certamente é bem vinda

para os produtores desprovidos de grandes recursos para a criação de bovinos

mais exigentes. Contudo, tal realidade não está à janela em virtude inicialmente do

encantamento dos produtores pelo desempenho do Nelore no Brasil e em

segundo, pela falta de dados científicos que comprovem que as raças locais, além

de melhor adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras, apresentam

também, desempenho produtivo semelhante ao apresentado pelos bovinos da

raça Nelore.

Para contribuição com informações referentes à fisiologia das raças

locais e melhor entender os aspectos sobre a relação de alguns marcadores

biológicos de estresse relacionados à produtividade em sistema de confinamento,

em conjunto com uma raça já bem estudada, o Nelore, foi proposto este estudo,

que apresentou as seguintes considerações:

O sistema de confinamento, quando obedece às diretrizes de bem-estar animal,

em que se valoriza o espaço, áreas de sombreamentos, a dieta empregada, a

iluminação, o piso e o fornecimento de água, consiste em um meio adequado

para a criação de bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro e Nelore,

pois esses animais apresentaram valores de parâmetros de produtividade

adequados;

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As características temperamentais dos animais das raças Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro contribuem para boa produtividade destes animais, semelhante à

raça Nelore.

O confinamento experimental não ocasiona estresse, pois não houve aumento

das concentrações séricas do cortisol nos três grupos e, nos bovinos da raça

Nelore esses valores foram maiores no inicio do período experimental quando

comparados aos valores dos M56 e M103.

Embora o estresse não tenha se caracterizado, os valores encontrados para a

PFA α1-glicoproteína ácida sugerem que esta proteína pode ser melhor

indicadora de estresse ou marcador precoce desse, quando comparada a

haptoglobina, até então considerada um excelente marcador de estresse em

bovinos.

Estudos futuros deverão ser realizados para melhor elucidação a respeito dos

valores encontrados para os marcadores de estresse em animais criados em

confinamentos adequados ao bem-estar dos bovinos.

Supõe-se que a alimentação empregada no confinamento interferiu

positivamente no desempenho produtivo, nos níveis séricos de albumina,

transferrina, ureia, glicose, colesterol, além de influenciar na síntese de

hemoglobina, ceruloplasmina e na concentração de volume nos diferentes

momentos de colheita de sangue.

Os bovinos das raças Curraleiro Pé- Duro, Pantaneiro e Nelore, apesar de não

apresentarem sinais clínicos de afecções hepáticas, apresentaram macrófagos

espumosos no fígado e nos linfonodos mesentéricos.

Mesmo com a presença de macrófagos espumosos e alterações hepáticas

sugestivas de colangio-hepatite, confirmada pelo aumento das atividades

enzimáticas da ALP e GGT, os animais das raças Curraleiro Pé-Duro,

Pantaneiro e Nelore apresentaram desmpenho produtivo satisfatório.

Provavelmente, o ganho em peso desses animais poderia ser maior se não

houvesse alterações hepáticas, devendo ser realizados mais estudos para

averiguação do desempenho produtivo dos animais das raças Curraleiro Pé-

Duro, Pantaneiro e Nelore sem alterações hepáticas.

Baseado no exposto, os bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro,

Pantaneiro e Nelore avaliados neste estudo responderam positivamente ao

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confinamento mesmo apresentando alterações de algumas variáveis do

hemograma, da proteína de fase aguda (α1-glicoproteína ácida) e um provável

quadro de colangio-hepatite. Os animais das raças locais mostraram-se aptos ao

confinamento e apresentaram índices produtivos semelhantes aos animais da raça

Nelore.

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ANEXO 1

X25’

X15’

X35’

AA5’

AA5’

H. HARRIS2”-1 ½’

AA 5’

ÁGUA TORNEIRA

8’

AA5’

AA5’

AA5’

DIFERENCIALHCL5%

MERGULHO RÁPIDO

ÁGUA TORNEIRA 8’

HIDRATAÇÃO

A 901’

A-801’

A- 701’

X15’

X25’

X35’

ÁGUA TORNEIRA 8’

Eosina AMARELA

+- 1 ½’

A 701’

A-801’

A-901’

DESIDRATAÇÃO

PROTOCOLO DE COLORAÇÃO HEMATOXILINA

.Corresponde a minutos׳ *

Fonte: Esquema de coloração hematoxilina adaptado de LUNA, 1968

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ANEXO 2

SOLUÇÕES EMPREGADAS NA ELETROFORESE (SDS-PAGE)

GEL DE SEPARAÇÃO A 10% 11,9 mL de água deionizada

5,9 mL de Tris HCl 2 M, pH 8,8 ± 0,1

10,5 mL de Acrilamida/Bis (30% T / 1,87 C)

1,7 mL de glicerol

0,63 mL de EDTA 0,5 M, pH 8,3 ± 0,1

0,63 mL de lauril sulfato de sódio (SDS) a 10%

242 L de persulfato de amônio a 10% preparado no dia do uso

27 L de TEMED

GEL DE EMPILHAMENTO A 4% 3,95 mL de água deionizada

0,6 mL de Tris HCl 0,617 M, pH 6,8 ± 0,1

1 mL de Acrilamida/Bis (30% T / 1,87% C)

300 L de glicerol

123 L de EDTA 0,5 M, pH 8,3 ± 0,1

123 L de lauril sulfato de sódio (SDS) a 10%

60 L de persulfato de amônio a 10% preparado no dia do uso

13 L de TEMED

TRIS HCl – 2 M – pH 8,9 (GEL DE CORRIDA) Tris Base (PM: 121,1) - 121,1g

Completar para 500 mL com água deionizada.

Acertar para pH 8,9;

Filtrar a solução e guardar em geladeira.

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TRIS HCl 0,617 M (GEL EMPILHADOR) Tris Base (PM: 121,1) - 7,475g

Completar para 100 mL com água deionizada.

Acertar para pH 6,8;

Filtrar a solução e guardar em geladeira.

ACRILAMIDA/BIS (30% T / 1,87% C) Acrilamida para eletroforese Sigma (PM: 71,08) - 73,6g

N,N metileno bisacrilamida para eletrofose - 1,4g

Completar para 250 mL com água deionizada;

Aquecer se necessário.

EDTA 0,5 M

(Etilenodinitrilo) ácido tetracético tetrassódico (PM: 380,2) - 19,01g

Completar para 100 mL com água deionizada.

Acertar para pH 8,3.

LAURIL SULFATO DE SÓDIO (SDS) 10%

Lauril sulfato de sódio Sigma (PM: 288,4) -. 10,0g

Completar para 100 mL com água deionizada.

COOMASSIE BLUE 0,2% (BRILLIANT BLUE R – 250)

Metanol …....………………………………………………………....... 500 mL

Ácido acético ................................................................................. 100 mL

Água bi destilada ............................................................................ 400 mL

Coomassie blue (Brilliant blue R) ................................................... 2,0 g

Deixar em repouso durante duas horas e filtrar.

GEL MIX (TAMPÃO DA AMOSTRA PARA PROTEÍNAS DESNATURADAS) Lauril sulfato de sódio 10% ............................................................. 10,0 mL

EDTA 0,5 M ..................................................................................... 4,0 mL

Tris fosfato 0,617 M, pH 6,8 ............................................................ 5,0mL

Mercaptoetanol ................................................................................ 3,0 mL

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Glicerol ............................................................................................. 10,0 mL

Água deionizada ............................................................................. 18,0 mL

Azul de bromofenol (Bromphenol Blue)............................................ 5,0 mg

Separar em frações de uso (450 ou 900 L) – manter no freezer até o

momento do uso.

PERSULFATO DE AMÔNIA 10% Persulfato de amônia ................................................................................ 0,1g

Água deionizada .....................................................................................1,0 mL

(Preparar no momento da confecção do gel).

DESCORANTE

Metanol................................................................................................250,0 mL

Ácido acético ......................................................................................100,0 mL

Completar para 1.000 mL com água deionizada.

Para acelerar o processo de descoloração, os géis podem ser colocados em

estufa a 40°C.

TAMPÃO DE CORRIDA CONCENTRADO (10X) Trizma Base ................................................................................. 63,2g

Glicina............................................................................................... 39,9g

SDS.................................................................................................. 10,0g

Completar para 1.000 mL com água deionizada.

Obs: para o uso na corrida usar o tampão de corrida diluído.

TAMPÃO DE CORRIDA DILUÍDO (tampão de uso na cuba) Medir 100 mL do tampão de corrida concentrado (10X) e completar o volume

para 1.000 mL.

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PREPARAÇÃO DAS ALÍQUOTAS DO MARKER E DAS PROTEÍNAS

PURIFICADAS

8 L de marker

2 L de gel mix

Congelar até o momento do fracionamento ou preparar na hora do uso.

PBS – CÁLCIO FREE (TAMPÃO FOSFATO SALINA)

NaCl ................................................................................................. 2,0g

KCl ................................................................................................... 0,0625g

Na2HPO4 .......................................................................................... 12 g

H2O .................................................................................................. 0,2875g

KH2PO4........................................................................................................................................... 0,05g

53

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ANEXO 3

TÉCNICA DE ELETROFORESE – SDS-PAGE

ATENÇÃO: Fazer de usar luvas (Acrilamida e Bis – produtos neurotôxicos).

Preparação das placas

Lavar com água corrente, enxaguar com água destilada e limpar com álcool

ABS,

Passar vaselina em ambos os lados dos espaçadores,

Cuba nova – colocar no suporte e apertar as tarraxas,

Cuba antiga - Prender as placas com clips (7) sendo 2 em cada lado da placa e

3 na parte inferior,

Fixar ou manter a placa na posição vertical (em pé),

Marcar 2 pontos de referência 1,0 a 1,5 centímetros abaixo do comprimento do

pente (marca para o gel de separação).

Preenchimento das Placas

Preencher com o gel de separação “Separating Gel” até a marca dos 2 pontos

de referência anteriormente anotados,

Adicionar algumas gotas de álcool absoluto (etanol), suficientes para formar uma

película no topo do gel (± 0,6 mL),

Aguardar a polimerização (aproximadamente 10 a 60 minutos). Caso não

solidifique em 1 hora, fazer nova solução aumentando a quantidade de TEMED

ou de persulfato de amônio,

Remover o etanol da placa e aguardar até secar,

Adicionar o gel de empilhamento “Stacking Gel” até preencher totalmente a

placa,

Colocar os pentes,

Aguardar 1 hora para polimerizar. A partir daí pode ser recoberta por plástico e

guardada em geladeira por 1 ou 2 dias.

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Preparação do Stacking Gel 4%

STACKING GEL 4%

1 gel 2 géis 3 géis 4 géis 5

géis

Água deionizada 3,95 mL 7,9 mL 11,85 mL

15,8 mL

19,75 mL

Tris HCl 0,617 M, pH 6,8 ± 0,1

0,60 mL 1,2 mL 1,80 mL

2,4 mL 3,0 mL

Acrilamida/Bis (30% T/ 2,67% C)

1,0 mL 2,0 mL 3,0 mL 4,0 mL 5,0 mL

Glicerol (cortar a ponta da ponteira

para pipetar) 300 µL 600 µL 900 µL

1200 µL

1500 µL

EDTA 0,5 M, pH 8,3

123 µL 246 µL 369 µL 492 µL 615 µL

SDS a 10% 123 µL 246 µL 369 µL 492 µL 615 µL

Persulfato de amônio a 10%

54 µL 108 µL 162 µL 216 µL 270 µL

TEMED 11 µL 22 µL 33 µL 44 µL 55 µL

Fixação das Placas na Cuba

Retirar 3 clips da parte inferior da placa e o espaçador correspondente,

Retirar os demais clips ou o suporte,

Retirar o pente,

Colocar a placa na cuba e fixar com 4 clips (2 de cada lado),

Adicionar solução tampão de corrida na parte superior da cuba até cobrir o gel

com os espaços onde receberão as amostras (± 1 cm acima do gel)

Observar se existe vazamento,

Colocar 5 µL de cada amostra (pipeta de Hamilton).

Preparação das Amostras e Corrida Eletroforética

Identificar os eppendorfs e adicionar:

30 µL de PBS

10 µL da amostra de soro a ser analisada (ou de acordo com a quantidade de

proteína),

20 µL de gel mix (no momento da corrida),

Aquecer sobre água em ebulição por 10 minutos,

Retirar 5 µL da amostra e colocar na placa contendo o gel e o tampão de corrida.

Não se esquecer de usar a amostra referência (Padrão),

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Adicionar tampão na parte inferior da cuba (no mínimo 1 cm acima do final do

gel), evitando o excesso de espuma. Retirar as bolhas de ar que se formam no

local onde existia o separador, com o auxílio de uma seringa e agulha,

Conectar a cuba à fonte de energia, regulando para 90 volts. Após a passagem

da amostra para o gel de separação “separating gel” (aproximadamente 90

minutos), aumentar em torno de 20%,

Terminar a corrida e desligar a fonte,

Retirar o gel da placa cuidadosamente e colocá-lo para corar e fixar em

Coomassie blue 0,2% durante aproximadamente 2 horas,

Retirar o excesso de corante (fazer a descoloração) até que o gel fique

transparente,

Fazer leitura em densitômetro,

Fazer os gráficos com as proteínas.

CURVA DE REGRESSÃO DO PADRÃO

1. Abrir o programa “marcar pontos”;

2. Selecionar a amostra “7” de cada gel. Ex: LIL 8-7 ou CAJ14-7;

3. Após aberto, coloque no radar (Radar Auto-scale);

4. Clique em P-calib => make P-curve;

5. Coloque a linha sobre o 1º pico verdadeiro e de um clique com o mouse;

6. Digite no quadro “Value” o valor “200” e de OK;

7. Repetir o passo anterior e digitar os valores: 116, 97, 66, 55, 45, 36, 29, 24 e

20. Quando chegar ao valor de número 20, não clique em “OK”, clique em

“Last”;

8. Depois clique em Curve, Value axis “Log” Order Line e OK.

9. Depois salve com o mesmo nome da amostra, Ex: LIL8-7 ou CAJ13-7.

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