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MARINA ALVARENGA METODOLOGIA CIENTÍFICA 1ª edição Universidade Braz Cubas - UBC Mogi das Cruzes 2014

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MARINA ALVARENGA

METODOLOGIA CIENTÍFICA

1ª edição

Universidade Braz Cubas - UBC

Mogi das Cruzes

2014

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Reitor: Prof. Maurício Chermann

DIRETORIA DE UNIDADES EDUCACIONAIS

Coordenação Geral Acadêmica - EaD: Prof.ª Dra. Mara Yáskara Paiva Cardoso

Assessoria Administrativa: Adriane Aparecida Carvalho

Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim

Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Taciana da Paz

Edição de Arte: Michelle Carrete

Diagramação: Amanda Holanda, Vanessa Lopes

Ilustração: Noel Oliveira Gonçalves

Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias / MogiPress

1ª edição 2013

O autor dos textos presentes neste material didático assume total

responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.

Proibida a reprodução total e/ou parcial.

© Copyright UBC 2013

Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar

CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP

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Prof.ª Marina Alvarenga1*

* Socióloga com Mestrado em Semiótica, Tecnologias de Comunicação e Educação pela Universidade Braz Cubas

(1997). Professora na Universidade Braz Cubas e na Faculdade Paulo VI, em Mogi das Cruzes - SP. Experiência na área

de Sociologia, Metodologia Científica e Estágio Supervisionado (Administração, Secretariado, Turismo e Licenciaturas).

Experiência no ensino a distância. Co-autora de quatro livros sobre estágio supervisionado: administração, turismo,

secretariado e licenciatura.

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55 SUMÁRIO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7

INTRODUÇÃO 9

U N I D A D E I

CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA 11

1.1 FORMAS DE CONHECIMENTO 14

1.2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 21

1.3 PESQUISA CIENTÍFICA 24

1.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA 29

1.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE I 32

U N I D A D E I I

METODOLOGIA CIENTÍFICA 35

2.1 METODOLOGIA E MÉTODO 36

2.2 MÉTODO CIENTÍFICO 37

2.2.1 MÉTODO DE ABORDAGEM 38

2.2.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO 44

2.3 METODOLOGIA E PESQUISA CIENTÍFICA 46

2.4 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 48

2.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE II 50

U N I D A D E I I I

PESQUISA CIENTÍFICA 53

3.1 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO DE PESQUISA 54

3.1.1 TEMA 55

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6 SUMÁRIO

3.1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 59

3.1.3 HIPÓTESES 64

3.1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 66

3.1.5 JUSTIFICATIVA 68

3.1.6 CRONOGRAMA 70

3.1.7 REFERÊNCIAS 71

3.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 72

3.3 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE III 77

U N I D A D E I V

ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS 79

4.3.1 ELEMENTOS PARA APRESENTAÇÃO DA MONOGRAFIA 81

4.1 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE IV 106

6CONSIDERAÇÕES FINAIS 109

REFERÊNCIAS 111

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77 APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

Cara (o) aluna (o),

Seja bem-vinda (o) à disciplina de Metodologia Científica.

Esta disciplina está presente em todos os cursos de graduação e pós-graduação,

daí você pode ver como ela é importante na sua vida acadêmica. Posso adiantar-

lhe que ela será útil também na sua vida profissional, quando tiver de desenvolver

pesquisas, relatórios ou fazer apresentações.

Você sabia que muitas empresas pedem a apresentação de um tema, no

processo seletivo?

Se não sabia, agora já sabe.

Para fazer a apresentação você precisará de normas, talvez não tão

rígidas quanto no trabalho acadêmico, mas elas vão ajudá-la (o), com

certeza.

A Metodologia Científica é uma disciplina instrumental, por isso, muitas vezes,

não seduz o aluno, mas é preciso empregar esforços para aprendê-la, pois terá de

utilizá-la em toda a sua vida acadêmica.

Então, mãos à obra.

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8 APRESENTAÇÃO

O que você verá nesta disciplina?

Ementa

A disciplina contemplará: O conhecimento. Conhecimento científico. Pesquisa

científica. Métodos e Técnicas de pesquisa. Metodologia e método científico. A

pesquisa científica. Construção do trabalho científico: normas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT).

OBJETIVOS DO LIVRO

• Fornecer subsídios para a construção do conhecimento científico.

• Propiciar condições para a elaboração de trabalhos acadêmico-

científicos.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

• Compreensão e distinção das diferentes formas de conhecimentos.

• Construção do conhecimento científico de acordo com as normas da

ABNT.

Não é fácil elaborar trabalhos acadêmico-científicos, mas você é capaz.

Você precisará de muita leitura e lembre-se, só poderá aprender se

quiser e se esforçar, afinal, ninguém ensina a ninguém!

Vem comigo!

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99 INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

A vida é feita de escolhas e você optou por uma nova jornada em sua vida. O

curso escolhido é uma das exigências para que trilhe o caminho profissional escolhido,

mas para que seja bem sucedido é necessário vencer etapas.

A Metodologia Científica irá lhe proporcionar os métodos adequados para

que você estude, elabore e apresente trabalhos sistematicamente, organizando o

conhecimento.

Há vários bons livros de Metodologia Científica e muitos embasaram este livro,

mas nossa principal fonte foi a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que

normaliza os trabalhos acadêmicos (entre outras coisas).

Você sabe o que é a ABNT?

Então veja!

Conforme informações disponíveis em seu site, “A Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país

[...]”, inclusive a que rege os trabalhos acadêmicos.

Trata-se de uma entidade privada, sem fins lucrativos.

É fácil aprender Metodologia Científica?

Não. Em nossa trajetória profissional percebemos que o aluno, muitas vezes,

sente dificuldade em compreendê-las, por isso é importante que se esforce e não

acumule dúvidas, mas só se aprende fazendo. Neste livro, procuraremos orientá-la

(o), por isso busque ajuda sempre que necessário, pelo comunicador ou pelo fórum,

criados com essa finalidade.

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10 INTRODUÇÃO

Como disse, há bons livros sobre o assunto, mas esse material deve ser usado

com frequência por você, pois está de acordo com as normas mais atuais.

O livro didático é um dos materiais oferecidos na educação a distância, além disso,

é necessário assistir às teleaulas, acessar a plataforma, participar dos fóruns, enviar

dúvidas e realizar as atividades. A plataforma é o meio fundamental de comunicação

nessa modalidade de ensino. É nela que nos encontramos e posso dar-lhe apoio. No

entanto, a despeito de qualquer material é fundamental que se esforce para superar

suas dificuldades e, quando encontrá-las, “passe do plano da lamentação à ação”,

isto é: questione, leia, releia, faça e refaça.

O objetivo deste material é introduzi-lo na prática do trabalho acadêmico-

científico pelo domínio de técnicas adequadas e de acordo com as normas estabelecidas.

Quero adverti-lo ainda de que as informações aqui contidas ainda são escassas

diante de todo o acervo que existe. Há muitos trabalhos publicados sobre o assunto e

você deve procurá-los para complementar sua formação.

Para facilitar sua orientação, este livro está assim estruturado:

1. Conhecimento científico e pesquisa.

2. Metodologia Científica.

3. Pesquisa Científica.

4. Elaboração e Apresentação de Trabalho.

Considerações Finais.

Referências.

Em cada seção você encontrará subseções e indicações de leituras e exercícios

que podem ajudá-lo nessa jornada.

Vamos começar?

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1111UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

1U N I D A D E I CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

OBJETIVOS DA UNIDADE

• Apresentar as características do conhecimento científico e sua

construção;

• Caracterizar as diferentes formas de conhecimento;

• Diferenciar tipos de pesquisa;

• Apresentar técnicas e instrumentos de pesquisa.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

• Análise das diferentes formas de conhecimento e suas características;

• Compreensão sobre o conhecimento científico;

• Identificação das técnicas e instrumentos de pesquisa.

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12 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

O mundo contemporâneo é permeado por informações que são descartadas

no momento seguinte.

O homem está saturado de informações, graças às tecnologias de informação

e comunicação, mas será que isso é conhecimento?

PARA REFLETIR

Se informação fosse conhecimento, o computador seria o mais sábio de

todos os seres, mas não é.

Informações formam um conjunto de dados sobre algum fenômeno ou fato.

E o conhecimento?

Primeiro, precisamos lembrar que só o homem é capaz de produzir conhecimento

e vem, ao longo da história da humanidade, fazendo isso.

Além de produzir conhecimento, o homem pode registrá-lo e repassá-lo a outros

que podem repensá-lo, agregar novas informações e gerar novos conhecimentos.

Vivemos numa época em que se produz conhecimento que, rapidamente, é

superado por novas descobertas.

Você sabe o que é conhecimento?

Conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece

(cognoscente) e o objeto a ser conhecido. O conhecimento não ocorre pelo simples

contato com o objeto, mas por sua apreensão pelo sujeito. Nesse processo de

apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode penetrar em todas as

esferas do conhecimento e tirar conclusões.

• Ex. O homem, enquanto objeto de estudo pode ser conhecido em várias

dimensões: como ser biológico, social, filosófico, religioso, político etc.

É o conhecimento que permite várias explicações para os fenômenos, ou sobre

os objetos.

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1313UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Apesar de todos os fenômenos e fatos estarem interligados, ao longo da

humanidade, o homem desenvolveu várias formas de conhecimento, separados

metodologicamente, para explicar o mundo que o cerca e solucionar situações-

problema.

Você sabe o que é situação-problema?

Situações-problema são indagações que o homem tem acerca de um fenômeno

ou de um objeto, para a qual busca respostas, sejam elas teóricas ou práticas.

PARA REFLETIR

• Como você resolve os problemas que emergem em seu cotidiano?

• Quando adoece, a quem procura?

• Quando perde alguém querido, não pensa em Deus?

• O que você pensa acerca da liberdade, da política, do amor?

Nessas questões você está fazendo uso de diversas formas de conhecimento

para dar respostas às suas indagações. Assim também o fez o homem.

Quer conhecer as formas de conhecimento geradas pelo homem?

Então, veja!

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14 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

1.1 FORMAS DE CONHECIMENTO

As formas de conhecimento geradas pelo homem têm origem, natureza e

características diferenciadas, por isso preste atenção, já que elas estão diretamente

ligadas ao seu modo de viver, ao seu ambiente e desejo de respostas, bem como de

seu processo de apreensão da realidade.

Embora os tipos de conhecimento estejam separados metodologicamente

podem coexistir em uma mesma pessoa, por exemplo: sou professora-

pesquisadora, mas professo uma religião, além disso, estou associada a

um sistema filosófico e convivo com amigos, familiares e vizinhos que

usam conhecimento de senso comum, que aprendo espontaneamente.

Conhecimento mítico

O conhecimento mítico é uma forma de conhecimento baseada na intuição, que

tem origem na percepção que o homem tem sobre o mundo à sua volta e o ajuda a

explicá-lo por meio de representações, expressas por meio de uma linguagem simbólica.

Trata-se de uma narrativa fantástica que cria representações para atribuir sentido

às coisas, por meio de seres sobrenaturais que são responsáveis pelo ser existente

(homem e seu mundo).

Os mitos eram comuns na Antiguidade, em países como o Egito, a Grécia,

Roma e a Mesopotâmia, entre outros.

São características do conhecimento mítico:

• contempla questões existenciais – aborda questões que incomodam o

homem ou lhe causa alegria, dor ou sofrimento, como vida, morte, doença,

guerras, amor, ódio etc.,

• é fragmentado – não gera teorias, apenas explica determinado fenômeno

ou fato;

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1515UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

• é peculiar a um grupo ou cultura – em geral, é localizado e emana de

determinados grupos, de suas experiências, vivências, crenças e expectativas,

embora, muitas vezes, possa ser transmitido a outros grupos por

empréstimo;

• não tem validação – por ser narrativa fantástica, baseada na imaginação

e não em fatos, não pode ser comprovado;

• serve para conduzir os valores, a moral e a ética de uma sociedade

– com base no argumento de que o sobrenatural é que governa o homem

e as coisas, direciona o comportamento do homem, induzindo ao certo e

errado pela ameaça do castigo ou a promessa do prêmio.

Quer conhecer o mito do Minotauro?

Eu apresento.

Esse mito já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro etc.

Conta a lenda, que o Minotauro era uma criatura que tinha o corpo de homem

e a cabeça de touro. Ele era forte, feroz e morava num labirinto na Ilha de Creta.

O Minotauro alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, as quais deveriam

ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviava ao labirinto do monstro.

Durante muito tempo, muitos gregos tentaram matar a fera, mas eram mortos

ou se perdiam no labirinto.

Um dia, Egeu enviou à Ilha de Creta seu filho, Teseu, para matar o Minotauro.

Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, que por ele se apaixonara, um novelo

de lã e uma espada mágica, antes de entrar no labirinto em busca da fera.

Como era inteligente e forte, Teseu enfrentou o Minotauro e com a espada o

matou. Para sair do labirinto voltou pelo caminho que percorrera para encontrá-lo,

pois havia marcado com a lã recebida de Ariadne.

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16 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Sabe o significado desse mito?

Não? Bom, então vejamos.

Segundo o mito, o Minotauro surgiu porque seu pai desrespeitou ao deus dos

mares, Poseidon. Conta a história, que o rei Minos pedira ao deus para que ele se

tornasse rei e teve seu pedido atendido, mas Poseidon pediu em troca o sacrifício

de um lindo touro branco que sairia do mar. Quando isso ocorreu, Minos ficou tão

encantado com a beleza do touro que sacrificou outro em seu lugar.

Poseidon ficou curioso e castigou Minos, determinando que Pasífae, esposa de

Minos, se apaixonasse por um touro, do qual ficou grávida e deu à luz ao Minotauro.

Diante do ocorrido, Minos pediu a Dédalos que construísse um labirinto gigante

para prender a fera, o que foi feito no subsolo do palácio do rei, na cidade de Cnossos,

em Creta.

Anos depois, numa guerra, os atenienses mataram Androceu, outro filho de

Minos, e, após vencer e dominar os atenienses, o rei ordenou que todos os anos fossem

enviados sete rapazes e sete moças de Atenas para serem sacrificados, devorados pelo

Minotauro.

Quando Teseu, ajudado pela astúcia de Ariadne, destrói o monstro, acaba por

contribuir também para salvar outros atenienses e se torna herói.

O mito servia para ensinar aos filhos e outras gerações que não se devia

desrespeitar ou tentar enganar os deuses, pois se assim agissem seriam castigados.

Isso se aplicava também ao respeito aos mais velhos.

Com certeza você conhece alguns mitos, como o de Pandora, de Osíris

e da Fênix.

Não conhece? Não tem problema. Você os encontra em livros e na internet.

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1717UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

DICA DE LEITURA

O poder do mito, de Joseph Campbell.

DICA DE FILME

O mito de Pandora. Disponível no youtube.com.

Conhecimento de senso comum

É a primeira forma com a qual temos contato, no dia a dia.

Em algumas obras é classificado como conhecimento empírico, popular ou

vulgar, mas, modernamente, o termo mais correto é “senso comum”, pela sua origem

que emana do povo, das relações pessoais e dá respostas aos problemas cotidianos.

É gerado nas relações sociais diretas entre familiares, amigos e vizinhos. Trata-

se do saber popular a que todas as pessoas têm acesso.

De acordo com suas características, o conhecimento de senso comum é:

• superficial – contenta-se com a aparência;

• sensitivo – depende das vivências, estados de ânimo e emoções da vida

cotidiana, das relações pessoais;

• subjetivo – a partir de suas experiências, o sujeito organiza seus

conhecimentos.

• assistemático – não é sistematizado, organizado, nem na forma como é

gerado, nem na sua organização ou validação; e

• acrítico – não passa por análise criteriosa.

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18 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Apesar de sua origem e forma, o conhecimento de senso comum é fundamental

para que o homem possa dar respostas imediatas a situações-problema, tais como:

atravessar uma rua com segurança, embalar uma criança, saber que vai chover etc.

Também quando utilizamos chás porque nossas avós diziam que eram bons,

estamos fazendo uso do conhecimento de senso comum. Da mesma forma está

presente na forma como cozinhamos.

Os diferentes preconceitos também fazem parte do conhecimento de senso

comum e são passados de geração a geração pelo contato direto entre as pessoas.

O conhecimento de senso comum é transmitido de forma direta, nos diversos

grupos sociais, desde o momento que nascemos.

Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico é gerado a partir da busca que o homem faz pela

verdade. Insatisfeito com as explicações aparentes, o filósofo volta-se para seu objeto

de estudo, buscando a sua essência na natureza.

Quanto às suas características é:

• valorativo – tem como ponto de partida hipóteses (respostas temporárias

e aparentemente corretas), as quais podem ser submetidas à observação,

baseadas em observações (experiências) e não em experimentações;

• não verificável – seus enunciados não podem ser confirmados, nem

refutados;

• racional – seus enunciados são logicamente encadeados;

• sistemático – as hipóteses e enunciados visam a uma representação

coerente da realidade estudada, para tentar apreendê-la em sua totalidade;

• infalível e exato – suas hipóteses e postulados não podem ser submetidos

à experimentação.

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1919UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

A Filosofia busca a resposta para as grandes indagações do espírito humano,

para estabelecer leis universais.

Você já ouviu falar do Thomas Hobbes?

Thomas Hobbes viveu entre 1588-1679. Era um filósofo e considerava que o

“homem é o lobo do homem”, ou seja, que o homem é mau por natureza, por isso

criou o Estado, para conter sua maldade e evitar que destrua os outros.

DICA DE LEITURA

O Leviatã, de Thomas Hobbes.

DICA DE FILME

Thomas Hobbes: vida e obra. Disponível em: youtube.com.

Já ouviu falar de Jean-Jacques Rousseau?

Jean- Jacques Rousseau viveu entre 1712-1778. Era filósofo e considerava que “o

homem nasce bom por natureza, mas a sociedade o corrompe”. Para tentar provar suas

teses, por meio de raciocínio lógico, escreveu um romance pedagógico chamado Emílio.

DICA DE LEITURA

Do contrato social, de Jean- Jacques Rousseau.

DICA DE FILME

Jean-Jacques Rousseau: sua obra. Disponível no youtube.com.

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20 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Quem estava certo: Hobbes ou Rousseau?

Não podemos saber quem estava certo. As duas hipóteses estão racionalmente

defendidas em suas obras, de maneira lógica e ordenada, mas não podem ser

comprovadas. Não é possível saber se o homem é bom ou mal por natureza, pois o

homem nasce e vive em grupos e deles sofre influência.

Conhecimento religioso (ou teológico)

O conhecimento religioso trata de questões ligadas ao mundo sobrenatural,

isto é, àquele que transcende a compreensão do homem pelas demais formas de

conhecimento e apoia-se em proposições sagradas.

O conhecimento religioso é:

• valorativo – contém doutrinas consideradas sagradas;

• inspiracional – revelado pelo sobrenatural;

• infalível – porque suas verdades não podem ser contestadas, visto que são

revelações de divindades;

• exato – não têm falhas;

• sistemático – explica a origem, significado, finalidade e destino do homem,

enquanto obra de um criador divino; e

• não verificável – é aceito pela fé, sem contestação.

Entre os livros sagrados, podem-se citar: a Bíblia, os Vedas, o Corão etc.

Exemplo de questões religiosas: ressurreição e reencarnação; criação do homem.

DICA DE LEITURA

Leia o livro de Gênesis, na Bíblia.

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2121UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

DICA DE FILME

Livros históricos no Antigo Testamento. Disponível em youtube.com.

Todas as formas de conhecimento são importantes para o homem, mas nesse curso

você veio atrás do conhecimento científico, por isso vamos tratá-lo num item à parte.

1.2 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O conhecimento científico é o mais recente na humanidade, data de cerca de

dois séculos, com o desenvolvimento do método científico. Diferencia-se dos demais

por sua natureza e método.

Quanto às características, o conhecimento científico é:

• real, factual – preocupa-se com a ocorrência dos fatos, ou seja, como se

manifestam;

• contingente – suas hipóteses ou proposições podem ser verificadas pela

experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento

filosófico;

• sistemático – seu saber é ordenado logicamente e forma uma teoria

(sistema de ideias);

• verificável - as hipóteses podem ser verificadas de forma controlada. Se não

podem ser comprovadas não pertencem ao conhecimento cientifico: ciência;

• falível – por ser resultado de pesquisas, está sempre evoluindo, portanto

não é definitivo, absoluto; e

• aproximadamente exato – novas proposições e o desenvolvimento de

novas tecnologias podem reformular as teorias existentes.

Ex: psicanálise; teoria clássica da administração.

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22 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Apesar de suas diferenças e especificidades, as diversas formas de conhecimento

não são excludentes.

Por exemplo: Um hábil cientista também faz uso das demais formas de

conhecimento, quando reza, cozinha ou coloca sua posição filosófica sobre a

democracia.

Um mesmo objeto pode ser observado tanto pelo homem comum quanto

pelo cientista, mas o conhecimento de senso comum se diferencia do conhecimento

científico pela forma de conhecer (métodos e instrumentos).

Na universidade, sobretudo, você veio em busca do conhecimento científico, por

isso a necessidade dessa disciplina, para que possa organizar e produzir conhecimento de

acordo com as normas estabelecidas. Assim, é preciso desenvolver uma postura e atitudes

adequadas para depois retomar a forma como se constrói o conhecimento científico.

A construção do conhecimento científico se faz por meio da pesquisa científica.

DICA DE LEITURA

Metodologia do trabalho científico, de Cervo , A. L. e Bervian, P. A.

DICA DE FILME

Introdução ao conhecimento científico. Disponível no youtube.com.

PARA REFLETIR

1. Informação e conhecimento são a mesma coisa?

Não. A informação é um conjunto de dados sobre alguma coisa,

enquanto o conhecimento é o resultado da relação que se estabelece

entre o sujeito (cognoscente) e o objetivo (cognoscível).

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2323UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

2. Por que o homem gerou diferentes formas de conhecimento?

O homem gerou diferentes formas de conhecimento porque precisava

de respostas para as situações-problemas que o cercavam. Esse

processo é contínuo e ininterrupto.

3. Se os mitos são narrativas fantásticas por que é considerado

como verdadeiro?

O mito é caracterizado como verdadeiro porque ele não pode ser

falseado, isto é, não há como investigá-lo, assim, é considerado

verdadeiro, mas isso não quer dizer que realmente as coisas

aconteceram ou acontecem da forma como eles expõem.

4. As diferentes formas de conhecimento são excludentes?

Não. Uma vez que o conhecimento é produzido pelo homem, ele

pode, ao mesmo tempo, explicar o mundo sob diversos enfoques, por

exemplo, pode ser um cientista e filósofo ou religioso.

5. Se o conhecimento científico é resultado de pesquisa, por que

se diz que ele é falível?

De fato, o conhecimento científico é resultado de pesquisa, por isso

mesmo é limitado, assim novas descobertas e novas tecnologias podem

levar a novos resultados.

6. Por que na universidade eu tenho que usar o conhecimento

científico?

A universidade é o local em que se produzem os conhecimentos

contemporâneos, como a explicação para os comportamentos, novas

fontes de energia etc., por isso deve usar sempre o conhecimento

científico, que é resultado de investigação sistemática.

De fato, o conhecimento científico é resultado de pesquisa, desta forma é

limitado, assim novas descobertas e novas tecnologias podem levar a novos resultados.

Vamos falar um pouco sobre pesquisa científica?

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24 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

1.3 PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica é o investimento de esforços, de forma sistemática,

organizada, metódica, na busca de resposta a problemas.

Os cientistas buscam o avanço da ciência para a humanidade e o estudante

busca promover pequenos avanços na sua forma de produzir trabalhos acadêmicos,

de acordo com os princípios estabelecidos pela metodologia científica, aprendendo os

primeiros passos para a pesquisa científica. “Os estudantes trabalham cientificamente

quando [...] adquirem a capacidade não só de conhecer as conclusões que lhe foram

transmitidas, mas se habilitam a reconstituir, a refazer as diversas etapas do caminho

percorrido pelos cientistas”. (SANTOS, 1999, p.47)

A finalidade de qualquer pesquisa é contribuir para a evolução do conhecimento

humano, em seus diversos setores. Para tanto, deve ser sistematicamente planejada e

apresentada, de acordo com as normas metodológicas estabelecidas e reconhecidas

pela ciência.

Vamos conhecer alguns conceitos de pesquisa?

Pesquisa é:

• Um “Conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio

lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas

propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. (ANDRADE,

2003, p. 121)

• Um “Procedimento racional e sistemático que tem como objetivo

proporcionar respostas aos problemas propostos”. (GIL, 1987, p. 19)

• Uma “Atividade voltada para a solução de problemas através do

emprego de processos científicos” (CERVO e BERVIAN, 1983, p. 50).

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2525UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

As pesquisas são classificadas segundo vários critérios.

Quanto:

• à natureza – conforme sua finalidade pode ser:

• trabalho científico original – trata-se de uma pesquisa realizada pela

primeira vez, que contribui com novas conquistas e descobertas para o

desenvolvimento do conhecimento científico;

• resumo de assunto – embora dispense a originalidade, deve observar o rigor

científico, metodológico. É baseado em trabalhos já publicados por outros

autores, mas não é uma simples cópia, pois exige análise e interpretação

das ideias e dos fatos, bem como a aplicação das normas da Metodologia

Científica. É o tipo de trabalho mais utilizado nos cursos de graduação.

Você pode estar se perguntando: na graduação não posso fazer um

trabalho científico original?

Poder pode, mas isso exige um centro de pesquisa, conhecimento, equipamento,

tempo disponível, recursos, professores doutores para a orientação. Normalmente esse

tipo de pesquisa se desenvolve nos estabelecimentos que têm essas características,

por exemplo: a Universidade de São Paulo.

Em geral, na graduação, o aluno não dispõe dessas condições, principalmente

de tempo, por isso desenvolve trabalhos que lhe permitam concluir as disciplinas no

semestre que está cursando. Neste caso, o resumo de materiais já publicados se torna

o mais viável para a elaboração das monografias.

Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, as pesquisas podem ser:

• exploratórias – toda pesquisa começa com a etapa exploratória. Sua finalidade

é fornecer mais informações ao pesquisador sobre determinado assunto.

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26 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

A pesquisa exploratória auxilia na delimitação do tema, formulação do

problema e das hipóteses, definir objetivos e direcionar o enfoque do

trabalho que se pretende desenvolver;

• descritivas – nas pesquisas descritivas os fatos são observados,

registrados, analisados e interpretados sem interferência do pesquisador.

Esse tipo de pesquisa é bastante utilizado pelas Ciências Humanas e

Sociais, nas pesquisas de opinião, nas mercadológicas e nos levantamentos

socioecômicos e psicossociais;

• explicativas – é mais elaborada. Depois de registrar, analisar e interpretar

os fenômenos estudados, o pesquisador busca seus fatores determinantes,

isto é, suas causas. Nas pesquisas explicativas é comum o uso do método

experimental, que permite a manipulação e controle das variáveis para se

estabelecer relações de causa e efeito.

Quanto ao objeto

Quando ao objeto, as pesquisas podem ser:

• bibliográfica – pode ocorrer numa etapa inicial da pesquisa ou como um todo;

• de laboratório – quando desenvolvida em condições de controle e as

variáveis podem ser manipuladas;

• de campo – quando a coleta de dados é realizada onde ocorrem os

fenômenos. É muito utilizada nas Ciências Sociais.

Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos técnicos, as pesquisas podem ser:

• bibliográfica – quando utiliza material já publicado. São fontes bibliográ-

ficas: livros (impressos ou eletrônicos), dicionários, enciclopédias, periódicos

(jornais, revistas etc.), fitas gravadas em áudio ou vídeo, relatórios de encon-

tros científicos etc.;

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2727UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

• documental – quando utiliza fontes de informação que ainda não receberam

tratamento científico e analítico. São fontes documentais: tabelas estatísticas,

relatórios de empresas, documentos arquivados em organizações como

igrejas, hospitais, sindicatos e outras, fotografias, correspondência etc.;

• experimental – realiza-se quando um fato ou fenômeno é reproduzido de

forma controlada, para se descobrir os fatores que o produzem ou que são

por ele gerados. A pesquisa experimental, em geral, é feita por amostragem,

que permite a generalização dos resultados válidos por uma amostra para

um universo;

• ex post facto – a pesquisa é realizada após o fato ou fenômeno ter se

consumado. É uma pesquisa que visa a explicar ou entender o fato ou

fenômeno;

• estudo de caso – é realizada quando se busca estudar com profundidade

aspectos de um determinado objeto restrito. O estudo de caso é mais

aplicado nas Ciências Sociais, mas pode ser desenvolvido por outras áreas;

• pesquisa-ação – nesse tipo de investigação os pesquisadores e participantes

envolvem-se no trabalho de modo participativo e cooperativo, a fim de

obter um resultado desejado;

• pesquisa participante – nesse tipo de investigação o pesquisador tem

contato direto com o fenômeno observado no seu próprio contexto. É muito

utilizada nas pesquisas sociais, pela Sociologia e pela Antropologia;

• sociometria – trata-se de um método quantitativo para medir relações

sociais em determinados ambientes, como empresas, escolas, igrejas etc.;

• análise de conteúdo – é uma forma de investigação bastante utilizada

pelas ciências sociais, cujo material advém da comunicação (discursos, cartas,

textos de jornais, relatos etc.). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que

serve de suporte para que se compreenda o sentido simbólico do discurso;

• história de vida – é uma investigação qualitativa, baseada em dados

etnográficos relevantes para se conhecer e analisar determinado fato ou

fenômeno;

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28 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

• levantamento – pode ser uma pesquisa de opinião, de mercado, de

motivação, etc., que busca informações junto a determinado grupo de

interesse sobre alguma coisa.

Podem ser utilizados questionários, formulários ou entrevistas e os dados

obtidos são analisados estatisticamente.

Quanto ao tratamento dos dados

Quanto ao tratamento dos dados, as pesquisas podem ser:

• qualitativas – permitem a análise interpretativa dos fatos ou fenômenos,

a partir de um corte;

• quantitativas – as pesquisas quantitativas usam a estatística como um dos

recursos para a análise interpretativa dos fatos ou fenômenos.

A pesquisa qualitativa e quantitativa não são excludentes, ao contrário,

são complementares.

Tudo bem até aqui?

São muitas informações, mas se tiver dúvida não se esqueça de que

estamos no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Pesquisa, leia e envie suas dúvidas.

DICA DE LEITURA

Leia o último relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) e identifique o tipo de pesquisa utilizado.

DICA DE FILME

Assista ao filme “O óleo de Lorenzo” e identifique o tipo de pesquisa

desenvolvido por seu pai.

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2929UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

1.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA

As técnicas e instrumentos de pesquisa correspondem ao aspecto operacional

da investigação. Referem-se aos recursos utilizados para a captação de informações.

Os instrumentos correspondem aos meios para a coleta de dados. Os mais

utilizados são:

• entrevistas – são muito utilizadas nas pesquisas sociais, porque permitem

identificar o que os pesquisados sabem e pensam, bem como observar

a postura corporal, a tonalidade da voz, as emoções, as pausas etc.

As entrevistas exigem a presença do pesquisador junto ao sujeito pesquisado.

• questionários – trata-se de uma série de perguntas (abertas ou fechadas),

ordenadas, referentes ao tema da pesquisa. Depois de coletados, os dados

serão tabulados e analisados.

A aplicação do questionário pode ser feita pelo pesquisador ou por pessoas

por ele treinadas para tal. Se o questionário for enviado (por correio

ou via internet), é necessária uma carta com explicações claras para o

preenchimento correto.

Antes de ser aplicado, é necessário que o questionário passe por um pré-

teste, isto é, que seja aplicado a um pequeno número de pessoas com as

características da amostra a ser aplicada, o que permite correções antes da

aplicação final;

• formulários – são variações do questionário, aplicados sem a presença

do pesquisador. Pode ser usado para coleta de opinião, por exemplo, em

prestadoras de serviços.

• pesquisa de opinião – tem por finalidade investigar atitudes e opiniões

de indivíduos de um determinado segmento sobre determinados fatos ou

fenômenos, possibilitando a identificação de tendências e posições.

Os dados são analisados quantitativamente.

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30 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

Ainda sobre a pesquisa.

A pesquisa científica é sempre sistemática, isto é, planejada, organizada

e registrada.

Sobre a amostra

Em geral, não é possível pesquisar um universo todo sobre determinado

fenômeno, por isso escolhem-se amostras representativas do todo.

As amostram podem ser probabilistas, mais usadas em pesquisas quantitativas,

ou não probabilísticas, mais utilizadas nas pesquisas qualitativas.

Amostras probabilísticas

As amostras probabilísticas mais utilizadas são:

• aleatória simples – garante-se a mesma possibilidade dos componentes do

universo de participarem da pesquisa. Faz uso de sorteios, com numeração

prévia de cada elemento do grupo;

• sistemáticas – os elementos do universo são agrupados e ordenados em

listagens, em arquivos, observando-se critérios como rua, série etc.;

• estratificadas – usadas quando a totalidade do universo pode ser dividida

em subgrupos: sexo, renda, religião, escolaridade etc. Todos os segmentos

têm de apresentar a mesma proporção que representa na totalidade.

Amostra não probabilística

As amostras não probabilísticas podem ser:

• intencionais – quando se quer conseguir a opinião ou conhecer a situação

de pessoas de um determinado segmento sobre algum fato ou fenômeno;

• típicas – quando são selecionados casos típicos sobre determinado

fenômeno, mas que tenham as características de um universo, o que exige

conhecimento do pesquisador sobre o problema investigado;

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3131UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

• cotas – constrói-se uma amostra representativa, com todas as características

do universo, na mesma proporção em que aparecem no universo.

Não é fácil desenvolver pesquisa, mas todos são capazes, para tanto é necessário

que se tenha espírito investigador, disciplina, comprometimento e uma orientação a

ser seguida.

PARA REFLETIR

1. Por que, em geral, na graduação, o aluno desenvolve apenas

pesquisa bibliográfica, se há outros tipos?

Em geral, na graduação, o aluno desenvolve apenas pesquisa biblio-

gráfica devido a fatores como: tempo, recursos, falta de experiência

em pesquisa e pouco contato com o objeto pesquisado.

2. As técnicas e instrumentos de pesquisa são excludentes?

Não. As técnicas e instrumentos de pesquisa são complementares e

seu uso depende do objeto de pesquisa e da finalidade.

3. Quando observo o meu cotidiano estou fazendo pesquisa?

No sentido metodológico não, pois se trata de uma observação

assistemática, isto é, não controlada, aleatória, que pode estar

impregnada de subjetividade e juízos de valor.

4. Se não concordar com o entrevistado, posso questionar sua

resposta?

Não. O pesquisador deve ser neutro. O que está em foco na pesquisa

não é a sua opinião, mas a do sujeito pesquisado.

5. A pesquisa quantitativa é melhor do que a qualitativa?

Não. A escolha por este ou aquele tipo de pesquisa depende do objeto

pesquisado, além disso, a pesquisa qualitativa e a quantitativa podem

ser complementares.

6. Como a história de vida é baseada no relato de pessoas, não

corre o risco de ser distorcida?

Corre, mas, por isso, o pesquisador deve estar preparado, bem como

deve fazer outras pesquisas que fundamentem o fato ou fenômeno

investigado.

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32 UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

1.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE I

Cara(o) aluna(o),

Nesta unidade você aprendeu alguma coisa sobre: as formas de conhecimento,

em especial sobre o conhecimento científico; a pesquisa científica, seus tipos, técnicas

e instrumentos de pesquisa.

No entanto, este material não basta para sua formação, por isso é necessário que

leia outros materiais, assista às teleaulas, quantas vezes forem necessárias, acesse com

frequência o ambiente virtual de aprendizagem, onde encontrará fóruns e atividades

que complementarão sua aprendizagem.

Observe atentamente os prazos para a entrega das atividades.

Não deixe para a última hora, para evitar transtornos.

Observe, atentamente, o que foi solicitado.

Na próxima unidade você conhecerá a diferença entre Metodologia e Método,

tipos de métodos de procedimento e de abordagem e algumas orientações para a

construção de trabalhos.

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3333UNIDADE I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA

TESTE SEU CONHECIMENTO

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3535UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 35

2U N I D A D E I I METODOLOGIA CIENTÍFICA

OBJETIVOS DA UNIDADE

• Compreender o processo de construção do conhecimento científico;

• Diferenciar metodologia e método científico;

• Diferenciar método de abordagem e de procedimento;

• Apresentar diferentes métodos de pesquisa.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

• Compreensão do processo de construção do conhecimento;

• Conhecimento dos vários tipos de métodos;

• Identificação e aplicação dos diferentes métodos de pesquisa.

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36 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA36

2.1 METODOLOGIA E MÉTODO

Cara(o) aluna(o),

Antes de tudo, precisamos diferenciar Metodologia e Método.

Vejamos!

Na prática, Metodologia e Método se confundem.

Metodologia vem do grego: metodos + logo + ia = a arte de dirigir o espírito

na investigação da verdade.

A Metodologia Científica é um conjunto de abordagens, técnicas e processos

utilizados pela ciência para formular e investigar problemas, de forma sistemática.

A Metodologia é o estudo dos métodos da ciência.

Entendeu para que serve a Metodologia Científica?

A Metodologia Científica serve para que você realize trabalhos científicos, de

acordo com as normas, utilizando os métodos adequados para a investigação.

Vamos ver o que é método?

Método, conforme Ruiz (1996), é uma palavra de origem grega, que significa

conjunto de etapas e processo a serem cumpridos na investigação dos fatos ou na

procura da verdade. Em outras palavras, método é o caminho na busca do conhecimento

cientifico para se chegar a algum fim e visa facilitar o trabalho do cientista quanto ao

planejamento, investigação, experimentação e conclusão da verdade sobre os fatos,

de acordo com cada tipo de pesquisa ou ciência.

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3737UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 37

DICA DE FILME

Assista ao filme “Alice no País das Maravilhas” e observe o diálogo

dela com o gato, quando está em uma encruzilhada.

Mande sua observação.

Para escolhermos o método, precisamos saber onde queremos chegar.

Entendeu?

Então, vamos tipificar o método científico.

2.2 MÉTODO CIENTÍFICO

Pode-se afirmar que método científico é o conjunto de processos que se

emprega na investigação. É a linha de raciocínio da pesquisa, a observação sistemática

dos fenômenos da realidade por meio de uma sucessão de passos que são orientados

por conhecimentos teóricos, visando explicar suas causas e correlações.

O método científico tem como característica principal a investigação organizada,

o controle rigoroso das observações e a utilização de conhecimentos teóricos que

fundamentem as afirmações.

Por que você precisa escolher um método?

Você precisa escolher um método porque ele facilita seu trabalho como

pesquisador, quanto:

• ao planejamento;

• à investigação;

• à experimentação; e

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38 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA38

• à conclusão da verdade sobre os fatos.

Bom! Se você precisa usar um método, vamos conhecê-los.

PARA REFLETIR

1. Qual a diferença entre metodologia e método?

Metodologia é o conjunto de procedimentos, técnicas e recursos

necessários para o desenvolvimento de uma pesquisa científica,

enquanto o método é o caminho escolhido para se atingir os resultados

esperados.

2. Por que o gato não conseguiu indicar o caminho a Alice?

O gato não conseguiu indicar o caminho a Alice porque ela não sabia

onde queria chegar.

2.2.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

Os métodos de abordagem “[...] são procedimentos que norteiam o

desenvolvimento das etapas fundamentais de uma pesquisa científica”. (ANDRADE,

2001, p.130-131)

São amplos e permitem uma leitura geral do fenômeno, à forma como ele será

visto e investigado.

Pode-se dizer que o método de abordagem é a forma como o pesquisador olha

o fenômeno.

São métodos de abordagem, de acordo com Ruiz (1999): o dedutivo; o indutivo;

o hipotético-dedutivo e o dialético.

Quer saber um pouco sobre cada um deles?

Vamos lá!

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3939UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 39

• Método dedutivo

O método dedutivo foi desenvolvido pelos racionalistas Descartes, Spinoza e

Leibniz. Este método pressupõe que só a razão pode levar ao conhecimento.

O raciocínio dedutivo tem por objetivo explicar o conteúdo de premissas que,

se verdadeiras, levarão a conclusões verdadeiras. Pressupõe a análise do geral para o

particular.

Essa forma de raciocínio é chamada de silogismo, construção lógica que a partir

de duas premissas, chega a uma terceira decorrente das duas primeiras, conclusão.

(GIL, 1999)

Ex.:

Todo homem é mortal. (premissa maior)

Pedro é homem. (premissa menor)

Logo, Pedro é mortal. (conclusão)

O método dedutivo tem duas características básicas:

• se todas as premissas são verdades, a conclusão deve ser verdadeira; e

• toda a informação ou conteúdo factual já estava, implicitamente, nas

premissas.

Percebeu?

Você já tem uma teoria e analisa um fenômeno particular a partir de seus

pressupostos.

• Método Indutivo

Embora desde Sócrates já existisse o método indutivo, seu desenvolvimento se

dá com os empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume.

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40 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA40

CONHEÇA MAIS

O que é empirismo?

A biografia de Sócrates, Bacon, Hobbes, Locke e Hume.

Indução é o processo mental que, partindo-se de dados particulares,

suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida

nas partes examinadas.

• Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência e não leva

em conta princípios preestabelecidos. Apenas a investigação exaustiva leva

a conclusão.

Como no método dedutivo, no método indutivo o raciocínio é fundamentado

em premissas. Considera que se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é

verdadeira.

Conforme Lakatos e Marconi (1991), no raciocínio indutivo a generalização

(conclusão) decorre de observação de casos da realidade concreta. Para tanto, propõem

três etapas na indução:

a) observação dos fenômenos;

b) descoberta da relação entre eles; e

c) generalização da relação.

Ex.:

O homem Pedro é mortal.

O homem José é mortal.

O homem João é mortal.

____________ __________

Logo, todo homem é mortal.

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4141UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 41

O método indutivo apresenta duas características básicas:

• se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é, provavelmente,

verdadeira, mas não necessariamente verdadeira;

• a conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas

premissas.

Percebeu que ao usar o método indutivo eu busco nos fenômenos do

mesmo tipo, características que se repetem?

Quando não sabemos nada sobre um fenômeno ainda, usamos o método

indutivo para categorizar suas características.

• Método hipotético-dedutivo

O método hipotético-dedutivo confronta as escolas do método dedutivo e do

método indutivo, ou seja, o racionalismo e o empirismo, quanto à maneira de se obter

o conhecimento.

Apesar de ambos os métodos buscarem a verdade, os racionalistas apoiam-se

na razão e intuição concedida aos homens, os empiristas partem da experiência dos

sentidos, a verdade da natureza.

Popper (1975) lançou as bases do método hipotético-dedutivo. Segundo ele,

o único realmente científico porque não se baseia em especulações, mas na tentativa

de eliminação dos erros.

No método hipotético-dedutivo, quando os conhecimentos disponíveis são

insuficientes para explicar um fenômeno surge o problema. O pesquisador levanta

hipóteses (conjecturas) para responder aos problemas.

Popper (1975) propõe três etapas para o método hipotético-dedutivo:

a) Problema – formulação de uma ou mais hipóteses a partir das teorias existentes;

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42 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA42

b) Solução – dedução de consequências na forma de proposições; e

c) Testes de falseamento – tentativas de refutação ou comprovação das hipóteses.

Em síntese, o método hipotético-dedutivo consiste na construção de hipóteses,

que devem ser submetidas à comprovação ou refutação. É um método de tentativas

e eliminação de erros, que não leva à certeza absoluta, pois o conhecimento absoluto

não é alcançado.

Esse método é bem aceito pelos pesquisadores por não conceber um

conhecimento pronto e acabado, pois a ciência está em constante aperfeiçoamento.

Além disso, une o método dedutivo e o indutivo.

• Método dialético

Presente desde a Antiguidade Grega, com Sócrates, a dialética assume

características específicas com Hegel, Engels e Marx.

CONHEÇA MAIS

Pesquise: O que é Antiguidade Grega?

Quem foram Sócrates, Hegel, Engels e Marx?

De acordo com Oliveira (1997), o método dialético busca a verdade por meio

de perguntas e respostas até atingir o ponto crítico do que é falso ou verdadeiro.

O método dialético defende que as coisas estão em constante movimento,

tudo está em processo, em vias de transformação, nada é definitivo, absoluto, tudo é

transitório e há sempre um devir.

O método dialético tem como visão de mundo que nenhum fenômeno da

natureza pode ser compreendido isoladamente dos demais fenômenos que o cercam,

sem os quais não pode ser compreendido e nem explicado.

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4343UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 43

Esse método é muito utilizado nas ciências sociais, visto que se contrapõe às

ciências exatas, que expressam exatidão e certeza absoluta, não permitindo diálogo

ou questionamento sobre o assunto.

O método dialético pressupõe que os fenômenos e fatos submetem-se a um

processo em que se dá continuamente em tese, antítese e síntese.

Vamos exemplificar um fenômeno a partir de uma visão dialética?

Para ajudá-la (o), vamos partir da história.

Houve uma época que a sociedade era escravista. Nessa sociedade havia duas

classes extremas, opostas, conflitantes e antagônicas: de um lado os senhores e de

outro os escravos. Essa sociedade escravista (tese), devido à espoliação dos escravos

trazia em seu bojo conflitos (antítese), pois havia conflitos constantes.

Aos poucos, devido a vários fatores internos e externos, a sociedade escravista

entrou em crise, em colapso e desestruturou-se completamente, dando lugar ao

feudalismo (síntese), que passa a constituir-se como uma nova tese, que também

apresenta duas classes extremas: o senhor feudal e o servo, cujos interesses eram

sempre divergentes (antítese). A decadência do sistema feudal possibilitou a formação

dos fundamentos para o capitalismo (nova síntese), que também traz em si novas

contradições (antítese), e assim por diante.

Entendeu?

Na visão dialética, um estado sucede outro, provocando a sua negação.

Se tiver dúvidas, escreva-me para que eu possa esclarecê-las.

Para a pesquisa há uma série de possibilidades para a escolha do método, mas

esta depende da área e do fenômeno a ser investigado, do tipo de pesquisa, bem

como do orientador.

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44 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA44

2.2.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO

Os métodos de pesquisa relacionam-se às fases da pesquisa. São mais específicos

do que os métodos de abordagem.

Os métodos de procedimento referem-se ao como você realizará a pesquisa.

Entre os métodos de procedimentos temos:

Método experimental

O método experimental fundamenta-se na experiência, enquanto procedimento

controlado para se chegar ao resultado desejado, colocando-se o objeto de estudo

em condições ideais, em laboratórios ou não, após a seleção das hipóteses que serão

investigadas.

Método estatístico

O método estatístico é utilizado nas pesquisas quantitativas e traz elementos

matemáticos.

Seu objetivo é fornecer dados seguros sobre um fato ou fenômeno, de modo a

permitir que o investigador possa analisá-los.

O método estatístico gera gráfico e apresentações analíticas sobre as tendências

dos fenômenos pesquisados, possibilitando sua caracterização e correlação.

Método histórico

O método histórico organiza os dados sob uma perspectiva histórica, de três formas:

• comparando os fenômenos – que existem hoje com suas origens históricas;

• comparando formações anteriores, precursoras do que existe hoje;

• acompanhando a evolução do objeto pesquisado pela história.

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4545UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 45

Método experimental

O método comparativo possibilita o confronto entre vários elementos, de acordo

com seus atributos, permitindo sua análise para identificar semelhanças, diferenças e

correlações entre eles.

DICA DE LEITURA

Métodos e técnicas de pesquisa, de Eva Maria Lakatos.

DICA DE FILME

Método indutivo X método dedutivo. Disponível no youtube.

PARA REFLETIR

1. Há um método específico para cada área do conhecimento?

Não. Os métodos podem ser mais ou menos utilizados em uma ou

outra área do conhecimento, mas podem ser aplicados em qualquer

uma. Depende do objeto de pesquisa e de sua finalidade.

2. O método estatístico só pode ser usado pelas ciências exatas?

Não. O método estatístico também pode ser utilizado nas ciências

humanas, muitas vezes como método complementar.

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46 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA46

2.3 METODOLOGIA E PESQUISA CIENTÍFICA

A Metodologia Científica possibilita um refletir sobre a pesquisa científica.

Para que você possa compreender a importância disso, vejamos o que é ciência.

Para Gil (1999), ciência é conhecimento, não qualquer forma de conhecimento,

mas uma forma que tem por objetivo formular leis que regem os fenômenos,

comprovados por meio da observação e da experimentação.

Refinando o conceito, pode-se definir ciência como uma forma de conhecimento

objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível. (GIL, 1999, p. 20)

Uma vez que o conhecimento é complexo, dada a quantidade e variedade

de fenômenos, as ciências dividiram-se em ramos (como Ciências Sociais, Ciências

Biológicas etc.), com foco específico, de acordo com o objeto, as teorias e a metodologia

utilizada.

A Metodologia Científica ajuda as ciências na identificação de leis dos fenômenos

e fatos, bem como na produção de teorias.

Você sabe o que é teoria?

Conforme Minayo (2004), a palavra teoria vem do grego theorein, ver. Assim,

teoria é todo o conhecimento construído por pesquisadores e fenômenos acerca de

um objeto de pesquisa, visando explicá-lo.

Por mais que as teorias avancem nunca estão completas e podem ser

revistas à luz de novas pesquisas, por isso, pesquisar é um movimento

constante, incessante, para desvendar os fenômenos e fatos, para gerar

novos conhecimentos. No entanto, nenhuma pesquisa parte do nada.

O pesquisador sempre faz uso da experiência acumulada por outros

pesquisadores.

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4747UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 47

Você entendeu o que é pesquisa?

Mais ou menos. Então, vamos explicar.

Para Minayo (2004), pesquisa é uma ação racional e sistemática, cujo objetivo

é buscar solução para os problemas que se apresentam.

A pesquisa se dá de forma organizada, sistemática, metódica, com a finalidade

de verificar hipóteses, comprová-las e gerar teorias.

A “[...] pesquisa é entendida como procedimento de fabricação de conhecimento,

quanto como procedimento de aprendizagem (princípio científico e educativo), sendo

parte integrante de todo processo reconstrutivo de conhecimento”.

Sintetizando, pode-se dizer que a pesquisa científica pressupõe um conjunto de

ações metodicamente organizadas, com procedimentos racionais e sistemáticos, a fim

de solucionar um problema identificado na várias áreas do conhecimento.

Para que pesquisar tanto ou qual o objetivo da pesquisa?

O objetivo essencial da pesquisa é desvendar as leis que regem os fenômenos

e fatos, para que o homem possa intervir, mobilizar forças e assim criar um mundo

melhor que atenda às suas necessidades.

Eticamente, essa é a finalidade da pesquisa, mas não se pode esquecer que o

conhecimento é utilizado pelo homem nem sempre com fins nobres. Por exemplo,

a mesma energia nuclear que pode ser usada na cura de doenças, foi utilizada na

Segunda Guerra Mundial contra ao Japão.

Conforme Gil (2002), os motivos para a pesquisa podem ser práticos ou

intelectuais. Os práticos geram soluções para o fazer e os intelectuais agregam

conhecimento teórico àquilo que se quer desvendar sobre determinados fenômenos.

Em outras palavras, pode-se dizer que temos duas categorias de pesquisa: as

práticas (aplicadas) e as puras (intelectuais).

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48 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA48

Segundo o autor, a pesquisa pura, também chamada de intelectual, visa a

produzir novos conhecimentos para o avanço da ciência e envolve interesses universais,

enquanto a pesquisa aplicada visa a produção de conhecimentos dirigidos à solução de

problemas reais, específicos, direcionados, por exemplo, um problema administrativo.

PARA REFLETIR

1. Qual o papel da Metodologia no processo de construção da

pesquisa?

A pesquisa científica é organizada e metódica, para não induzir

deliberadamente ao erro, por isso a Metodologia é fundamental.

A Metodologia descreve métodos e processos para o desenvolvimento

da pesquisa e sua apresentação.

2. O que é pesquisa científica?

Pesquisa científica é a investigação sistemática, metódica, sobre

determinado fenômeno.

3. Quais as características de um pesquisador?

Um pesquisador precisa ser: esforçado, determinado, comprometido,

ético, cooperativo e empreendedor.

4. Posso desenvolver pesquisa na graduação?

Não só pode como deve, mas, em geral, na graduação, principalmente

na modalidade a distância, as pesquisas são apenas bibliográficas.

2.4 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

Para a produção do conhecimento é preciso envidar esforços e dedicar-se várias

horas ao estudo, à leitura e à observação.

Cada vez mais, exige-se do estudante a produção de conhecimento, salientando-

se seu papel nesse processo de construção, para que se efetive a aprendizagem.

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4949UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 49

Embora o conhecimento esteja necessariamente imbricado na prática cotidiana

do homem, a produção do conhecimento científico tem outras especificidades, como

vimos nos métodos de pesquisa.

A produção do conhecimento possibilita a articulação entre a ideia e ação,

entre a teoria e a prática, que se efetiva na relação do sujeito com o objeto.

Embora todas as áreas do conhecimento já tenham sido contempladas

com inúmeras pesquisas, desenvolvidas ao longo do século XX, ainda há muitas

descobertas e muitas questões que ainda não foram resolvidas, por isso é necessário

dar continuidade às pesquisas. Além disso, novas investigações com o apoio dos

novos recursos tecnológicos podem levar a novas respostas, promovendo a evolução

do conhecimento.

Apesar da importância de se produzir conhecimento, em geral, nas escolas

brasileiras, exceto nos centros de excelência, não há pesquisa a não ser a bibliográfica,

pressuposto básico importante de qualquer investigação. Assim, é fundamental

estimular esta atitude e preparar o acadêmico para que desenvolva pesquisas e

colabore para a produção do conhecimento.

Para se pesquisar, é necessário planejar, refletir sobre o processo de construção

da pesquisa, como se faz com a construção de uma casa, projetando-se todas as etapas.

Esse processo se configura no projeto de pesquisa, tema de nossa próxima unidade.

PARA REFLETIR

1. A pesquisa bibliográfica não é válida?

É sim. A pesquisa bibliográfica é o ponto de partida para qualquer

outro tipo de pesquisa, pois permite que o pesquisador tome contato

com o que já foi investigado sobre determinado fenômeno.

2. Por que, em geral, na graduação só se realizam pesquisas

bibliográficas?

Em geral, na graduação só se realizam pesquisas bibliográficas,

porque além das condições de estudo do acadêmico, que trabalha e

estuda, as escolas não têm um núcleo de pesquisas, nem recursos e

nem professores orientadores.

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50 UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA50

Apesar disso, pesquisar é missão inerente à Universidade e o

Ministério da Educação valoriza muito essa atividade e a publicação

dos resultados.

3. Quem normaliza a pesquisa e sua apresentação?

Como vimos, no Brasil, o órgão responsável pela normalização das

pesquisas em geral é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

4. Onde se pode apresentar os resultados de pesquisa?

Os resultados das pesquisas podem ser apresentados em seminários,

congressos, encontros e/ou publicados em revistas científicas.

5. Como aluna(o) da Universidade Braz Cubas, onde posso

apresentar minha pesquisa?

Como aluna(o) da Universidade Braz Cubas, você pode apresentar sua

pesquisa em qualquer evento científico, mas na própria Universidade

há um encontro anual para socialização dos resultados de pesquisas,

o ENCIBRAC, do qual todos podem participar.

2.5 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE II

Cara(o) aluna(o),

Nesta unidade você aprendeu alguma coisa sobre: metodologia e método; sobre

o método científico quanto à abordagem e o procedimento, quanto à metodologia e

à pesquisa científica para a produção do conhecimento.

No entanto, queremos lembrá-lo que este material não basta para sua

formação, por isso é necessário que leia outros, assista às teleaulas, quantas vezes

forem necessárias, acesse com frequência o ambiente virtual de aprendizagem, onde

encontrará fóruns e atividades que complementarão sua aprendizagem.

Observe atentamente os prazos para a entrega das atividades.

Não deixe para a última hora, para evitar transtornos.

Observe, atentamente, o que foi solicitado.

Na próxima unidade você conhecerá os passos para a elaboração e apresentação

do projeto de pesquisa, de acordo com a ABNT NBR 15287.

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5151UNIDADE II - METODOLOGIA CIENTÍFICA 51

TESTE SEU CONHECIMENTO

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5353UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3U N I D A D E I I I PESQUISA CIENTÍFICA

OBJETIVOS DA UNIDADE

• Descrever as etapas de construção da pesquisa científica;

• Propiciar elementos para a construção do projeto de pesquisa.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

• Compreensão do processo de construção da pesquisa científica;

• Elaboração de projeto de pesquisa.

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54 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Antes de iniciar qualquer pesquisa científica é necessário pensar no que se pretende.

Vamos comparar a pesquisa cientifica com uma casa. Antes de fazer a casa,

para que fique bem feita, é necessário elaborar uma planta. De posse da planta,

calculam-se os gastos com a construção, bem como se pode prever o prazo para a sua

conclusão. O planejamento possibilita a organização das etapas de execução da obra

e evita desperdícios de recursos e de tempo, levando a um melhor resultado.

O que isso tem a ver com a pesquisa cientifica?

Tudo que é planejado tem melhor resultado.

Na pesquisa científica também é fundamental elaborar um plano de pesquisa, o

projeto de pesquisa, que possibilita a organização dos objetivos, métodos e recursos,

entre outros elementos, que servirão de guia para o desenvolvimento da pesquisa,

evitando desperdício de tempo e de recursos.

Uma vez que você entendeu que o projeto de pesquisa é o planejamento,

resta saber como é elaborado.

Vamos lá!

3.1 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO DE PESQUISA

O projeto de pesquisa é normalizado pela ABNT NBR 15287/2011.

As orientações aqui apresentadas seguem rigorosamente essa norma, por isso,

mesmo que consulte outros manuais aplique essas normas em seu trabalho.

Vamos explicitar cada um?

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5555UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3.1.1 TEMA

O tema é o assunto a ser abordado na pesquisa.

Tema é diferente de título. Enquanto o tema remete exatamente àquilo que

será abordado na pesquisa, o título pode ser apenas ilustrativo.

Ex.

Tema: A importância das novas tecnologias de informação e comunicação no

ensino superior.

Título: Novas tecnologias da informação e comunicação: usar ou não?

No trabalho acadêmico, usamos o tema e não o título.

A escolha do tema deve observar alguns fatores:

• pertinência – o tema deve estar vinculado à área de formação do pesquisador.

Por exemplo, se você é da área de administração deverá escolher um tema

nessa área;

• identificação com o assunto – pois fazer uma pesquisa não é tarefa fácil,

por isso deve-se ter algum grau de interesse pessoal pelo assunto;

• tempo – deve-se considerar a disponibilidade de tempo para executar o

trabalho em relação à atividade de pesquisa. É importante também você

observar o prazo determinado para a apresentação do trabalho, já que na

graduação o prazo se esgota com o término da disciplina. Considere isso ao

escolher seu tema;

• acesso à materiais – de nada adianta escolher um tema sobre o qual os

recursos são escassos ou inacessíveis em função da língua etc. Por exemplo,

não adianta escolher um tema que tem ótimas publicações em alemão se

eu não se tenho domínio da língua. Isso não quer dizer que se deve limitar

a pesquisa aos materiais disponibilizados pela universidade na qual se

estuda. Há várias bibliotecas, centros de estudos e mesmo arquivos on- line

certificados que podem ser utilizados.

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56 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Ao usar materiais disponíveis eletronicamente, selecione monografias, teses,

dissertações e artigos científicos, porque são mais confiáveis.

• relevância – que contribuição o trabalho trará? De nada adianta fazer um

trabalho que não interessará a ninguém.

Evite enciclopédias abertas e blogs, pois podem conter informações

distorcidas ou plagiadas.

Quer algumas sugestões de sites para pesquisa?

Aqui vão.

OUTRAS MÍDIAS

O site http://www.google.com.br/search?sourceid=navclient&aq=t&hl=pt-

BR&ie=UTF-8&rlz=1T4ADBF_pt-BRBR313BR313&q=google+academico

pode contribuir na busca sobre trabalhos acadêmico-científicos (artigos,

monografias, dissertações e teses), mas, lembre-se, não faça plágio.

Aqui sugerimos alguns:

• www.capes.gov.br • www.nuteses.ufu.br

• www.cnpq.br • www.filosofia.pro.br

• www.sbpcnet.org.br • www.scielo.org

• www.usp.br • www.cdc.gov/epiinfo

• www.unicamp.br • www.pedagogia.pro.br

• www.ufrgs.br

• www.fee.tche.br/bibvirtual

• www.bu.ufsc.br

• www.sibi.ufrj.br

• www.amrigs.com.br

• www.lancet.com

• www.jama.com

• www.jap.org

• www.sciencedirect.com

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5757UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Delimitação do tema

A pesquisa científica precisa ter foco, ser centrada, por isso o tema é delimitado.

A fim de viabilizar a pesquisa, o tema deve ser delimitado em seu objeto, tempo

e espaço.

Ex.

Tema – Educação

Se o tema ficasse aberto, seria muito amplo e a pesquisa nunca seria concluída.

Delimitação do tema – A educação de pessoas com necessidades especiais, nas

escolas públicas de São Paulo, na última década.

A delimitação permite o direcionamento da investigação, bem como a seleção

de materiais.

Conseguiu entender o que é delimitação?

Vamos fazer uma analogia?

Você resolveu fazer uma viagem ao Nordeste.

Já pensou como o Nordeste é grande?

Ah! É mesmo, então vou para o Ceará?

Ih! Ainda não resolveu o seu problema, porque o Ceará também é

grande.

Resolveu? Vai fazer uma viagem à Fortaleza?

Já melhorou, mas pense o que gostaria de ver ou fazer em Fortaleza para que

não volte frustrado.

O mesmo ocorre na pesquisa científica, porque todos os assuntos são muitos

amplos, por isso precisamos colocar limites no que iremos pesquisar. Isso é delimitar.

A delimitação possibilita foco na pesquisa e apresentação de resultados mais

confiáveis.

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58 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

PARA REFLETIR

Pense em vários temas de pesquisa e delimite-os.

DICA DE LEITURA

“Um desabamento e a notícia de jornal que virou música”, de Alexandre

Inagaki, disponível em: http://pensarenlouquece.com/

Delimite o tema do texto, depois socialize no fórum do AVA.

DICA DE FILME

“O príncipe das marés” e tente delimitar o tema.

Depois de assisti-lo, socialize no fórum do AVA.

Quer saber como otimizar sua pesquisa?

Vamos lá:

• determine com antecedência onde pretende pesquisar (bibliotecas,

organizações não governamentais, sites etc.);

• copie os textos (ou outros documentos, como fotos) que pretende utilizar. Não

se esqueça de anotar todos os dados sobre a fonte de onde foram retirados.

• organize os documentos recolhidos, de acordo com a sua pesquisa. Separe em:

a) tema geral – relacione todas as obras que tratam do assunto e

b) temas específicos – relacione as obras que contém dados específicos sobre o

tema delimitado.

Elabore fichas de leitura, isso facilitará na hora de desenvolver o trabalho.

Pronto! Já pensou no seu tema? Já delimitou?

Então, vamos pensar no problema da pesquisa.

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5959UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3.1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Na verdade, o problema de pesquisa é o elemento que norteia a pesquisa, é seu

ponto de partida.

Trata-se de uma indagação, pergunta à qual o pesquisador deseja responder a

partir de uma hipótese. Assim, deve ser elaborado em forma de pergunta.

Ex.

Como se dá a inclusão das pessoas com necessidades especiais nas escolas

públicas, no Estado de São Paulo?

Como emerge o problema da pesquisa?

O problema da pesquisa emerge a partir da observação sistemática da realidade

ou de leituras sistemáticas.

Sobre o problema de pesquisa

No senso comum, quando falamos em problema podemos pensar em algo que

incomoda, atrapalha ou provoca sofrimento nos indivíduos ou para a sociedade, por

exemplo, o problema do menor abandonado.

Essa é uma visão de problema, mas não a concepção científica.

Então, o que é problema na visão científica?

Para a ciência, problema é qualquer situação, passível de investigação e

discussão, que precisa ser resolvida.

Assim, ao levantar-se um problema é preciso analisar se é científico. Isto é, se

envolve variáveis que possam ser testadas, observadas e/ou manipuladas.

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60 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Um problema de pesquisa pode ter razões de ordem prática ou intelectual. Os

de ordem prática visam solucionar uma questão que se apresenta na realidade, e os

de ordem intelectual dizem respeito à teoria. De qualquer maneira, independente de

sua ordem, sempre há acréscimo para o conhecimento.

Vamos exemplificar isso?

Problemas de ordem prática

Visam a subsidiar ações.

Ex.

1. Quais os fatores motivacionais que interferem na produtividade dos

trabalhadores da linha de produção de alimentos?

A resposta a esse problema pode subsidiar ações para aumentar a motivação

e, consequentemente, a produtividade.

2. Quais fatores contribuem para o aumento da violência entre os jovens, nas

comunidades em situação de risco?

A resposta pode possibilitar propostas para minimizar o problema.

3. Como as novas tecnologias da informação e comunicação podem ser

utilizadas no ensino-aprendizagem em sala de aula?

A resposta pode subsidiar os professores quanto aos recursos e metodologias

a serem utilizados em sala de aula.

4. Quais os riscos para o meio ambiente da implantação da indústria X em um

determinado local?

A resposta pode gerar ações para minimizar esses efeitos ou mesmo para

pressionar as autoridades, com o intuito de que seja impedida a implantação

da indústria naquele local.

Em alguns cursos, na graduação, os trabalhos de conclusão de curso são de

ordem prática, a fim de dar respostas a determinados problemas observados durantes

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6161UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

os estágios, por exemplo. Isso é comum nos cursos ligados à área ambiental, à

educação e a administração.

Os problemas de ordem prática, em geral, exigem pesquisa de campo e

nesta disciplina a pesquisa será apenas bibliográfica.

Problemas de ordem intelectual

Os problemas de ordem intelectual, em geral, dirigem-se a um objeto pouco

conhecido ou a áreas já exploradas para verificação de fenômenos já estudados.

Ex.

Quais as causas da violência nas escolas?

Quais os benefícios da utilização dos mapas conceituais, de David Ausubel, no

ensino da psicanálise?

Qual o perfil da mulher operária na cidade de São Paulo?

Os resultados da investigação de problemas de ordem intelectual podem

subsidiar ações para a solução de problemas.

Você entendeu?

Se ainda tiver dúvidas, encontre-me no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Tente, corrija, reveja, reelabore, mas faça.

Apresentamos algumas orientações para a elaboração do problema.

Elaborar um problema científico não é tarefa fácil, por isso é preciso fazê-lo e

refazê-lo, quando necessário.

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62 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Atitudes necessárias para a elaboração do problema:

• Observação sistemática do objeto a ser estudado.

• Leitura atenta e minuciosa da literatura que se tem sobre o assunto.

• Discussão com pessoas da área e compartilhamento com o orientador.

Dicas para a formulação do problema:

Forma interrogativa

Formular o problema em forma de pergunta é a maneira mais fácil de determiná-

lo, a partir do tema delimitado.

A formulação em forma de pergunta facilita a redação da hipótese.

Clareza e precisão

O problema precisa ser redigido de forma clara e precisa, para que sejam

passíveis de solução e possibilitem a formação da hipótese.

Ao formular o problema, o pesquisador deve ater-se à questão da linguagem e

deve usar termos adequados, pertinentes àquela área do conhecimento.

Juízos de valor, crenças ou visões estereotipadas podem induzir ao erro e

invalidar a pesquisa.

Base teórica

Os problemas científicos não podem ser elaborados a partir de avaliações

subjetivas, impregnadas por juízos de valor.

Ex. Qual a culpa das mulheres que trabalham fora no comportamento das

crianças?

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6363UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Esse tipo de problema traz em si uma visão predeterminada sobre o assunto, por

isso a questão está errada.

Para evitar esse tipo de pergunta (problema) o pesquisador precisa consultar muita

bibliografia, a fim de verificar o que já se falou sobre o assunto e não distorcer ideias.

Possibilidade de solução

Todo problema precisa ser passível de solução, por meio de pesquisas sistemáticas

e controladas.

Por isso não se pode perguntar, por exemplo, qual o sexo dos anjos? Esse tipo

de pesquisa não seria possível por não lidar com um objeto passível de investigação

científica.

Delimitação do problema

Assim como o tema, o problema precisa ser delimitado e suas variáveis

controladas para que se possa chegar a algum resultado, por meio da investigação.

Não posso perguntar, por exemplo, como os homens reagem à traição, pois

a investigação seria infinita, mas poderia restringir o problema e investigar: como

homens brasileiros, jovens (18 a 25 anos), com alta escolaridade, reagem à traição

praticada pela namorada?

Delimitar o problema é estabelecer uma dimensão viável para a pesquisa.

Tudo bem até aqui?

Você pode dizer, na teoria sim, mas vamos ver na prática.

Então, comece a praticar já e envie seu problema para que eu possa

avaliá-lo.

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64 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3.1.3 HIPÓTESES

Hipótese é a resposta provável e temporária ao problema.

Por que provável?

Porque as investigações apontaram para determinada resposta.

Por que temporária?

Porque após a pesquisa, a hipótese pode ser comprovada ou refutada. Se for

comprovada torna-se uma tese.

A hipótese é uma pressuposição, aparentemente correta, que será investigada.

Quando uma hipótese é comprovada?

Quando os resultados da investigação a confirmarem.

Quando uma hipótese é refutada?

Quando os resultados da investigação mostrarem que ela estava errada.

No Brasil, em geral, as hipóteses refutadas não são divulgadas, mas isso pode

ocorrer em qualquer investigação.

Assim como o problema, a hipótese pressupõe leitura e observação.

Exemplo de hipótese:

A inclusão de pessoas com necessidades especiais na escola pública, no Estado

de São Paulo, se dá em classes regulares, com professores habilitados para seu

atendimento.

Você percebeu que é uma afirmação que foi feita com base na observação da

realidade, mas a investigação pode mostrar que, de fato, isso não ocorre na maioria

das vezes, então a hipótese seria refutada, mas a pesquisa levaria a outros resultados.

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6565UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Como o problema, a hipótese envolve pelo menos duas variáveis, isto é,

dois elementos que se inter-relacionam.

Na hipótese acima temos: pessoas com necessidades especiais; escola

pública do Estado de São Paulo; classes regulares e professores habilitados.

Quer aprender a formular hipóteses? Então, preste atenção a essas

orientações.

Para elaborar hipóteses é preciso que o pesquisador seja um bom leitor, tenha

experiência (ainda que teórica) na área e seja criativo.

Fontes para a formulação de hipóteses:

• Senso comum – uma hipótese pode ser resultado da observação dos

fatos no dia a dia, mas a busca de sua comprovação será pela investigação

científica.

• Outras pesquisas – uma hipótese pode emergir da percepção de uma

lacuna do conhecimento em outras pesquisas.

• Teorias – do conjunto de leis, sistematicamente organizadas, acerca de

um assunto, pode-se gerar uma hipótese com a finalidade de ampliar a

verificação, comprovação da teoria.

Características da hipótese:

• Clareza - para que seja operacionalizada, é necessário que esteja claramente

elaborada.

• Especificidade - as hipóteses, assim como o problema, precisam ter um

foco específico, para que a pesquisa seja possível.

• Empirismo - as hipóteses precisam ter referências empíricas, da observação,

e não podem ser impregnadas por juízo de valor: bom, mau, certo, errado etc.

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66 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

• Simplicidade - a hipótese deve ser elaborada de forma simples, para que a

investigação seja possível.

• Viabilidade de serem instigadas - as hipóteses têm de ser passíveis de

investigação com as tecnologias e métodos disponíveis.

• Embasamento teórico - as hipóteses precisam ser vinculadas a alguma

teoria, para que possam ser generalizadas.

Difícil elaborar hipóteses?

É mesmo, por isso leia muito e envie sua hipótese para correção.

PARA REFLETIR

1. Todo problema tem hipótese?

Não. Há fenômenos que por não terem sido investigados ainda não têm

hipótese. O mesmo ocorre com determinados métodos de pesquisa.

2. A hipótese tem de estar relacionada ao problema?

Sim. A hipótese é uma resposta ao problema, que será comprovada,

ou não, por meio de investigação sistemática.

3.1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Os objetivos referem-se às pretensões do pesquisador com o trabalho que será

elaborado, as metas desejadas.

Os objetivos podem ser divididos em gerais e específicos. Os gerais são

amplos (analisar, propor, comparar etc.) e só serão atingidos ao final da pesquisa.

Os específicos são operacionais (identificar, listar, conceituar etc.) e correspondem às

etapas da pesquisa.

É importante que os objetivos sejam escritos com verbos no infinitivo e que

direcionem a investigação do trabalho.

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6767UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Sobre os objetivos gerais

Embora apareçam em primeiro lugar, só serão alcançados ao final da pesquisa.

Sobre os objetivos específicos

Correspondem às etapas do trabalho. Na monografia são abordados nas seções

que expõem o resultado das investigações.

Veja alguns exemplos de objetivos!

Gerais

Analisar a relação do uso das tecnologias de informação e comunicação com

os resultados das avaliações dos alunos do Ensino Médio, da rede estadual de ensino,

do Estado de São Paulo.

Comparar a eficácia do uso dos mapas conceituais de David Ausubel no ensino

da Psicanálise com o uso de metodologia expositiva.

Ex.

Identificar tecnologias de informação e comunicação passíveis de serem

utilizadas em sala de aula.

Conceituar ensino-aprendizagem.

Definir mapas conceituais, segundo David Ausebel.

Os objetivos de seu trabalho precisam ter como norte o tema, o problema

e as hipóteses.

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68 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

PARA REFLETIR

1. Todo trabalho de pesquisa precisa ter objetivos?

Sim, para que o pesquisador possa saber e mostrar o que pretende

com a pesquisa, bem como para usar os métodos adequados para

atingir os objetivos.

2. Os objetivos do projeto de pesquisa não podem mudar?

Podem. Projeto é o planejamento da pesquisa, por isso, sempre que

necessário pode fazer ajustes e corrigir rotas.

3.1.5 JUSTIFICATIVA

Você já percebeu como no cotidiano sempre estamos justificando algo?

Veja só!

O aluno diz que não fez o trabalho porque alguém de sua família adoeceu ou

porque a energia elétrica faltou.

O trabalhador fala que chegou atrasado porque perdeu o ônibus.

A mãe afirma que não pode comprar o brinquedo porque não tem dinheiro.

Todas essas afirmações são justificativas, para explicar ações ou não ações.

No trabalho científico, a justificativa é um texto no qual o pesquisador tenta

convencer o leitor (o professor ou o órgão a que se destina a pesquisa) sobre a

relevância da pesquisa para a sociedade ou para as pessoas focos da investigação.

O texto ressalta a importância do tema escolhido e a necessidade da pesquisa,

bem como os benefícios pretendidos.

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6969UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Em outras palavras, pode-se afirmar que a justificativa é um texto no qual se

apresenta os aspectos sociais e científicos do tema.

Qual a importância da justificativa?

A justificativa é importante porque mostra as razões para se investigar sobre

determinado tema, além de demonstrar a sua importância para a ciência, sociedade,

pesquisador ou público de interesse.

O que deve ser considerado na elaboração da justificativa?

É preciso verificar se é viável com a pesquisa atingir os objetivos desejados,

expostos para convencer o leitor ou orientador, considerando-se os métodos e os

instrumentos da pesquisa.

Cuidado!

Se a pesquisa é bibliográfica, não diga que transformará a realidade, por

exemplo. Intervir na realidade depende de uma pesquisa prática.

Contribuição social-científica da pesquisa

Ao construir a justificativa mostre sua relevância para o contexto em que ela

está inserida, estabelecendo as contribuições dessa pesquisa para a sociedade.

O que não fazer na justificativa

Nesse texto não se deve:

• justificar a hipótese levantada;

• apresentar conclusões.

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70 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Ao elaborar a justificativa, explique:

• por que escolheu esse tema e qual sua relevância no contexto atual;

• quais pressupostos teóricos embasam seus argumentos;

• que contribuições pretende trazer (para si, para a sociedade e para

a ciência).

PARA REFLETIR

1. O que é justificativa empírica?

Justificativa empírica é aquela baseada na realidade, nas experiências

ou observações pessoais.

2. O que é justificativa teórica?

Justificativa teórica diz respeito às teorias que embasam a investigação,

de forma a complementá-las ou revê-las.

3.1.6 CRONOGRAMA

O cronograma tem por finalidade prever o tempo para o desenvolvimento das

atividades relativas à pesquisa, de acordo com a disponibilidade do pesquisador e com

o tempo estipulado para a apresentação do trabalho.

A elaboração do cronograma é pessoal e pode ser dividido por dias, semanas

ou meses, de acordo com critérios definidos pelo autor da pesquisa.

Veja a seguir um modelo.

Considerando que você apresente o projeto de pesquisa em maio de

2013, o tempo será contado a partir desta data.

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7171UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

PERÍODO/ATIVIDADE JUN/2013 JUL/2013 AGO/2013 SET/2013

Levantamento bibliográfico x

Elaboração do projeto x

Coleta de dados x

Tratamento dos dados x

Elaboração final do trabalho x x

Entrega do trabalho x

3.1.7 REFERÊNCIAS

Tratam-se das fontes utilizadas para a elaboração do trabalho, sejam elas livros,

documentos, artigos científicos etc.

As referências, assim como toda a apresentação do trabalho, obedecem aos

critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Todas as fontes, independente do material utilizado (livros, monografias, artigos

on line etc.), devem aparecer em ordem alfabética.

Sites são como prateleiras de uma biblioteca onde estão colocados os

materiais. Assim, quando fizer uso de recurso on- line referencie todos os

dados da obra, como nome do autor, título do texto etc.

Organizações como a ABNT, por exemplo, são considerados autores,

porque são responsáveis pelas informações.

Veja como citar cada fonte no item específico para isso.

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72 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA

Após definir o que pretende, o pesquisador tem de desenvolver e apresentar

o projeto com os seguintes elementos constitutivos, definidos pela norma ABNT NBR

15287/2011:

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

9 Capa

9 Folha de rosto (obrigatória)

9 Sumário (obrigatório)

ELEMENTOS TEXTUAIS

Introdução (obrigatória)

A introdução é um texto no qual se apresentam os seguintes itens:

9 tema;

9 problema;

9 hipóteses (quando couberem);

9 objetivos (geral e específicos) e

9 justificativa.

DESENVOLVIMENTO (OBRIGATÓRIO)

O desenvolvimento é composto pelos seguintes itens:

• referencial teórico – é a exposição da pesquisa bibliográfica desenvolvida,

com citações diretas e indiretas, observando-se as normas da ABNT;

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7373UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

• metodologia da pesquisa - nesse ponto, o pesquisador descreve como

será desenvolvida a pesquisa, incluindo os métodos, técnicas e recursos que

serão utilizados.

Os instrumentos de pesquisa mais utilizados são: a observação direta (em

laboratórios ou no campo); as entrevistas pessoais e os questionários.

Como você viu na Unidade I, há vários tipos e instrumentos de pesquisa, mas no seu curso na Universidade Braz Cubas, você deverá desenvolver um projeto de pesquisa bibliográfica exploratória (Veja o que é isso).Quanto aos recursos serão utilizados livros, monografias, dissertações,

teses e artigos científicos.

Posso fazer pesquisa de campo?

Não, pois na educação virtual na Universidade Braz Cubas definiu-se que a

pesquisa será apenas bibliográfica exploratória, porque uma pesquisa de campo

precisaria passar por um Comitê de Ética e o tempo disponível para a conclusão da

disciplina inviabilizaria isso.

O que é Comitê de Ética?

O Comitê de Ética é um grupo de pessoas, formalmente constituído, registrado

em órgão próprio, que avalia o projeto antes que a pesquisa seja desenvolvida,

observando os procedimentos éticos e metodológicos para segurança dos sujeitos

envolvidos e quanto ao sigilo das informações.

Quando se pretende fazer pesquisa de campo, deve-se procurar o Comitê de

Ética para verificar quais os procedimentos para submeter o projeto de pesquisa à

análise, antes de se iniciar a coleta de dados que envolva pessoas ou animais.

• recursos

Normalmente nas monografias de graduação os recursos não precisam ser

expressos, mas se houver uma instituição financiadora da pesquisa (em geral, no

mestrado, doutorado e pós-doutorado) eles serão necessários.

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74 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

Recursos são os gastos necessários com a pesquisa, seja com:

9 materiais permanentes, com durabilidade prolongada, como computadores,

impressoras e filmadoras;

9 materiais de consumo e pessoais – consumidos durante a realização da

pesquisa, como papel, tinta para impressora e fitas para gravação; e

9 gastos pessoais, como transporte, estagiários e revisores.

• cronograma

Como você viu nos elementos constitutivos do projeto, é a previsão do tempo

para desenvolvimento da pesquisa.

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

• Referências (obrigatórias)

Como você viu, são os dados sobre as fontes utilizadas, em ordem alfabética,

de acordo com a ABNT.

Apenas as obras usadas no texto do trabalho devem ser referenciadas.

São referências e não referências bibliográficas.

• Glossário (opcional)

O glossário é a relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de

sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições. (ABNT

NBR 14.724:2011)

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7575UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

• Apêndice (opcional)

O apêndice é um texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de

complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.

(ABNT NBR 14.724:2011)

• Anexo (opcional)

O anexo é um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de

fundamentação, comprovação e ilustração. (ABNT NBR 14.724:2011)

• Índice (opcional)

O índice é uma lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério,

que localiza e remete para as informações obtidas no texto. (ABNT NBR 14.724:2011)

DICA DE LEITURA

Leia as normas:

• ABNT NBR 14724:2011

• ABNT NBR 15287:2011

São referências e não referências obrigatórias.

A ABNT normaliza as normas gráficas para a apresentação do trabalho,

que são apresentadas a seguir.

• O trabalho deve ser digitado em cor preta.

• Folha A4.

• Margens: Esquerda de superior – 3 cm/ Direita e inferior - 2 cm

• Fonte – Arial ou Times New Roman – no trabalho todo - 12

• Exceto – notas de rodapé, paginação, legendas, fontes de

ilustrações e tabelas – 10.

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76 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

• Espaçamento – 1,5 no trabalho todo.

• Exceto – espaço simples - citações com mais de 3 linhas, notas de

rodapé, fontes de ilustrações e tabelas, legendas.

• Notas de rodapé – dentro das margens, separadas do texto por

um espaço simples e um filete de 5 cm, a partir da margem

esquerda.

• Títulos Indicativos de seção primária – em algarismos arábicos.

• Alinhado à esquerda – número separado do texto por um espaço.

• Ex. 1 O trabalho científico

• Texto – separado por espaço 1,5.

• Subseções – títulos separados do texto que as precede por um

espaço entre linhas = 1,5.

• Evitar títulos com mais de uma linha.

• Títulos sem indicativo numérico – centralizados.

9 Errata

9 Listas

9 Sumário

9 Referências

9 Glossário

9 Apêndice etc.

• As folhas são contadas a partir da folha de rosto, mas a

numeração só deve ser contada a partir da primeira página

textual (introdução).Canto superior direito.

• Algarismos arábicos. – em ordem alfabética, separadas entre si

por um espaço simples, em branco.

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7777UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

3.3 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE III

Cara (o) aluna (o),

Nesta unidade você aprendeu como elaborar e apresentar projetos de pesquisa.

No entanto, este material não basta para sua formação, por isso é necessário que leia

outros materiais, assista às teleaulas, quantas vezes forem necessárias, acesse, com

frequência, o ambiente virtual de aprendizagem, onde encontrará fóruns e atividades

que complementarão sua aprendizagem.

Observe atentamente os prazos para a entrega das atividades.

Não deixe para a última hora, para evitar transtornos.

Observe, atentamente, o que foi solicitado.

Na próxima unidade você conhecerá outras normas para a apresentação de

trabalhos científicos.

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78 UNIDADE III - PESQUISA CIENTÍFICA

TESTE SEU CONHECIMENTO

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7979UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

4U N I D A D E I V ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

OBJETIVOS DA UNIDADE

• Apresentar normas da ABNT para a apresentação de trabalhos.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

• Desenvolvimento e apresentação de trabalhos de pesquisa.

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80 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Cara(o) aluna(o),

Na vida acadêmica, você terá de desenvolver vários tipos de trabalhos acadêmicos,

de acordo com as normas da ABNT, tais como: resumos, resenhas, fichamentos, projetos

de pesquisa e monografia. O projeto de pesquisa foi contemplado na unidade anterior

e nesta será abordada a monografia e normas relativas à apresentação de trabalhos.

Vamos lá!

Conforme Salomon (1995, p.179), monografia é “[...] uma dissertação a

respeito de um assunto único ou a redução da abordagem a um só assunto”.

Antes de fazer a monografia é imprescindível o projeto de pesquisa, para que

o aluno saiba o caminho a ser seguido e os procedimentos a serem adotados, bem

como verifique o que já foi escrito sobre o assunto.

Assim como nos demais trabalhos, o caminho é árduo, exigindo dedicação e

muito estudo, mas todos são capazes de fazer uma monografia.

Durante a execução da monografia, é fundamental que o aluno busque

orientação com o professor.

A elaboração da monografia passa, então, pelo seu planejamento (projeto

de pesquisa), momento em que se define o tema, faz-se a pesquisa bibliográfica, a

documentação, a seleção do material e dos passos a serem seguidos.

Para a sua redação são necessárias três fases:

• da redação provisória – esboço do trabalho;

• redação definitiva – com introdução, desenvolvimento e conclusão; e

• apresentação – de acordo com as normas técnicas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT).

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8181UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

4.3.1 ELEMENTOS PARA APRESENTAÇÃO DA MONOGRAFIA

• CAPA

• FOLHA DE ROSTO (obrigatória)

• ERRATA (se necessário)

• DEDICATÓRIA (opcional)

• AGRADECIMENTOS (opcional)

• EPÍGRAFE (opcional)

• RESUMO (obrigatório)

• SUMÁRIO (obrigatório)

• LISTAS (De acordo com as atuais normas da ABNT, as listas são opcionais.

Siga a orientação de seu professor ou instituição).

• INTRODUÇÃO

• DESENVOLVIMENTO

• CONSIDERAÇÕES FINAIS

• REFERÊNCIAS

• ANEXOS

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82 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Capa

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma organização que

normaliza, entre outras coisas, os trabalhos acadêmicos.

A normalização é importante porque padroniza os trabalhos, facilitando sua

execução e avaliação.

A norma para apresentação de trabalhos acadêmicos é ABNT/NBR 147274:2011.

A capa é um elemento obrigatório no qual devem constar as seguintes informações:

• nome completo do aluno;

• título do trabalho;

• subtítulo, se houver;

• cidade da instituição onde o trabalho deve ser apresentado; e

• ano da entrega do trabalho.

Figura 1 – Modelo de capa (monografia)

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8383UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Folha de rosto

A folha de rosto deve conter os seguintes elementos:

• nome completo do aluno;

• título do trabalho;

• subtítulo se houver;

• natureza do trabalho (monografia, dissertação, tese, para avaliação parcial

ou conclusão de curso ou disciplina); e

• nome da instituição na qual o trabalho deve ser apresentado.

Figura 2 – Modelo de folha de rosto (monografia)

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84 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Ficha catalográfica

Em geral, a ficha catalográfica só é exigida em trabalhos finais de curso, a fim

de que o mesmo possa ser arquivado em bibliotecas, de acordo com as normas de

indexação.

Essa ficha é apresentada no verso da folha de rosto.

ALVARENGA, Marina.

Utilização dos meios de comunicação programada no ensino superior.

Orientação: Profª Drª Maria Stella Tomazzi. Mogi das Cruzes, SP, 1997.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso Semiótica, Tecnologias de

Comunicação e Educação. Universidade Braz Cubas.

Figura 3 – Modelo de ficha catalográfica

Errata

Errata é uma lista das folhas e linhas em que ocorreram erros, observados no

trabalho após sua impressão, seguidas das devidas correções.

É inserida após a capa de rosto.

Ex.

Folha Linha Onde se lê Leia-se

7 8 Pedagoia Pedagogia

Para evitar a errata faça uma rigorosa revisão do trabalho, antes de entregá-lo.

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8585UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Dedicatória

Embora opcional, neste momento o aluno presta homenagem a alguém quando

dedica seu trabalho. Então, é afetiva.

Agradecimentos

Também opcionais, os agradecimentos são elegantes, pois mostram o

reconhecimento do aluno por aqueles que ajudaram na concretização do trabalho.

Epígrafe

Na epígrafe o aluno apresenta uma citação, com indicação do autor, pertinente

ao assunto abordado no texto. Trata-se de um elemento opcional, mas remete o leitor

à reflexão, já nas primeiras páginas.

Resumo

De acordo com a norma ABNT/ NBR – 6028, o resumo em língua vernácula e

em língua estrangeira é obrigatório, mas na graduação a maioria das instituições pede

apenas o resumo em língua portuguesa.

Constam do resumo: os objetivos, a metodologia, o desenvolvimento e as

conclusões do trabalho.

O resumo deve ser escrito de forma clara e objetiva, com frases encadeadas

(não é apenas enumeração de tópicos), em um só parágrafo, com cerca de vinte

linhas, na monografia.

Na redação do resumo é necessário:

• evitar termos redundantes;

• evitar adjetivos; e

• usar frases precisas.

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86 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

No final do resumo devem constar palavras-chave (descritores) escolhidas pelo

aluno, mas que permitem identificar o assunto do trabalho. As palavras-chave também

são usadas na ficha catalográfica, quando a instituição exigir.

Modelo de Resumo

ALVARENGA, Marina. A administração da ação pedagógica para a inclusão da

sociedade da informação. Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, São Paulo.

A globalização consolidou a sociedade da informação, a qual exige o repensar das

práticas pedagógicas e da administração da ação educativa. Este artigo visa apresentar

reflexões sobre a educação universitária na sociedade globalizada e sua importância no

processo democrático de inclusão no contexto social brasileiro, bem como a pontuar

mudanças necessárias na escola, focando o uso das tecnologias de informação e

comunicação e a formação dos professores para atuarem no espaço da sociedade da

informação. De acordo com a pesquisa bibliográfica, a discussão sobre a inclusão na

sociedade globalizada tem de remeter-se às possibilidades de acesso às tecnologias

de informação e comunicação na comunidade escolar e na ação pedagógica, para

viabilizar a construção de sujeitos autônomos, capazes de atuarem na sociedade em

que estão inseridos. É necessário que a instituições revejam sua missão e estratégias

para a administração do conhecimento e de formação de professores e alunos. A

inclusão na sociedade da informação perpassa pelo acesso e domínio das tecnologias

de informação e comunicação e a escola tem papel fundamental nesse processo, visto

que entre suas funções está a de criar condições para que o sujeito seja produtor e

reelaborador do conhecimento e de seu entorno.

Palavras-chave: Educação/ Tecnologias de informação e comunicação (TICs)/Inclusão.

Sumário

De acordo com a ABNT/ NBR 6027, sumário é a enumeração das principais

divisões, seções e outras partes do trabalho, conforme aparecem no texto, acompanhas

da página inicial.

As divisões devem ser numeradas com algarismos arábicos. Se houver subdivisões

usa-se a numeração progressiva.

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8787UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Modelo de Sumário

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

1 LEITURA 4

1.1 A importância da leitura 5

1.2 Tipos de leitura 7

1.3 Fases da leitura 8

2 ANÁLISES 10

2.1 Textual 11

2.2 Temática 12

2.3 Interpretativa 12

2.4 Problematização 13

2.5 Síntese 14

3 TIPOS DE TRABALHO CIENTÍFICO 14

3.1 Projeto de pesquisa 22

3.2 Monografia 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

REFERÊNCIAS 33

ANEXOS 35

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88 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Introdução

A introdução é a parte inicial do trabalho e deve apresentar a delimitação do

tema tratado, os objetivos, a justificativa e outros elementos que possibilitem ao leitor

situar-se no trabalho.

Embora a introdução seja a primeira parte textual do trabalho deve ser escrita

por último, para que seja mais clara e objetiva.

Desenvolvimento

O desenvolvimento é o elemento central do trabalho de pesquisa. Nesse o

pesquisador segue uma construção lógica (elaborada no projeto de pesquisa, mas que

pode ser alterada) para apresentar os resultados de sua investigação.

Esta parte do trabalho é dividida em seções, de acordo com a necessidade, incluem-

se também as análises dos dados coletados, sejam eles em campo ou bibliográficos.

As seções seguem a numeração arábica:

Ex.

1 Educação Infantil no Brasil

1.1 Concepção de criança no século XXI

1.2 O Estatuto da Criança e do Adolescente

1.2.1 O Direito à Educação

2 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBN 9394/96)

2.1 O direito da criança à educação

2.2 Limites para a efetivação do direito da criança à educação

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8989UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

O pesquisador inicia a seção citando seu objetivo específico e segue apresentando

o resultado da pesquisa.

A linguagem da redação tem de ser impessoal, por isso não se escreve, por

exemplo, “concluo que...”; “concluímos que...”; “eu acho que...”.

Todas as seções devem estar articuladas, assim procure fechar cada uma fazendo

gancho para a seguinte.

Orientações para o desenvolvimento da fundamentação teórica

A fundamentação teórica é a exposição das ideias que fundamentam a pesquisa,

utilizando várias fontes para a sua composição.

É nesse momento que, muitas vezes, aparecem o plágio, isto é, o aluno copia

trabalhos de outros autores, mas nada constrói de seu. Embora na fundamentação

teórica apareçam citações literais (cópias), devem ser usadas com equilíbrio e articuladas

com as ideias do pesquisador.

A ABNT NBR 14724 normaliza o uso de citações diretas e indiretas.

Escrever não é tarefa fácil, principalmente se não estamos habituados, mas

todos os alunos são capazes, para tanto é preciso empenho e dedicação. É necessário

observar algumas regras de redação, bem como escrever, avaliar e reescrever quantas

vezes forem necessárias.

Para o desenvolvimento de seu trabalho o aluno deve contar com a orientação

do professor, com o qual deve estabelecer uma relação de parceria, a fim de superar

as dificuldades.

As orientações sobre leitura, análises e fichamentos devem ser observadas na

elaboração do desenvolvimento.

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90 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Para expressar o conteúdo desejado:

• redija parágrafos curtos (no máximo dez linhas);

• use linguagem simples, objetiva e direta;

• nunca use gírias ou termos populares. Use a linguagem formal, sem

pedantismos;

• use os termos técnicos, pertinente à área pesquisada;

• somente utilize palavras estrangeiras quando não houver correspondência

na língua portuguesa. Quando usar termos ou expressões estrangeiras use

itálico. Ex. benchmarking, know-how;

• utilize a forma impessoal. Ex. Pretende-se, verifica-se;

• evite advérbios. Ex. Normalmente, geralmente;

• nunca use o achismo: eu acho que, acredito que. O pesquisador só faz uma

afirmação quando tem certeza;

• verifique a grafia e o significado das expressões utilizadas;

• faça revisão gramatical, quando tiver dúvidas. Cuidado com a concordância

verbal e nominal;

• evite excesso de elementos gráficos, como figuras e tabelas. Só use

quando necessário. Quando utilizá-los, inclua-os onde são mencionados,

proporcionando uma leitura fluida;

• não quebre tabelas e gráficos;

• cite a fonte de figuras, tabelas, gráficos etc. Nunca se aproprie da produção

de outros;

• faça citações literais para fundamentar seu trabalho, mas evite o excesso

para que não se transforme numa “colcha de retalhos”;

• evite expressões dúbias ou chulas;

• tenha um livro de gramática sempre à mão, para verificar o uso de expressões,

conjunções, vírgulas, pronomes;

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9191UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• tenha um livro de metodologia científica sempre à mão, para verificar as

normas (Adquira livros publicados nos dois últimos anos);

• tenha um dicionário sempre à mão para verificar a grafia e o significado das

palavras;

• consulte as normas do Acordo Ortográfico;

• quanto usar citação que cabe sigla pela primeira vez escreva por extenso e a

sigla entre parênteses. Ex. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Depois pode usar apenas a sigla;

• só use notas de rodapé para inserir uma informação adicional que não cabe

no texto; e

• use citações diretas e indiretas.

O trabalho acadêmico exige fundamentação que envolve a exposição de ideias

corroboradas por outras pesquisas, que podem ser apresentadas em forma de citação

e/ou paráfrases.

Citação é a transcrição literal de uma ideia tirada de um texto ou obra. São

escritas exatamente como aparecem nas fontes consultadas.

• As citações diretas, com até três linhas, são inseridas no próprio texto,

entre aspas e acompanhadas pelo sobrenome do autor, ano e página.

Ex.

“A ciência tal como a conhecemos é, de fato, uma criação dos últimos trezentos

anos”. (BRONOWSKI, 1977, p.85)

Os dados completos sobre a obra da qual foi tirada a citação serão apresentados

nas referências.

A indicação da fonte da citação depende da relação do texto, por isso pode

aparecer no começo ou no final da afirmação.

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92 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Quando o sobrenome do autor está entre parênteses, todas as letras

são maiúsculas. Quando está fora apenas a primeira letra é maiúscula,

conforme a gramática define.

• As citações diretas com mais de três linhas aparecem em destaque no

texto, em parágrafo independente, sem aspas, com recuo de quatro cm da

margem esquerda, escritas em espaço simples, com letra menor do que o

texto (se o texto é escrito com fonte 12, as citações com mais de três linhas

são escritas com fonte 10).

Ex.

Na sociedade da informática, é necessário discutir e normatizar os direitos de

propriedade intelectual, devido à facilidade para copiar todo tipo de material.

Não é tão fácil, como no caso do livro, determinar quem é o autor

de textos eletrônicos, principalmente os produzidos na internet. Os

padrões legislativos sobre direitos autorais estão baseados na noção de

obras ou trabalhos fixos. O copyright depende de uma linha divisória

entre as obras, que marque onde um texto termina e outro começa.

(MÁTTAR NETO, 2002, p.113)

Os pesquisadores devem pautar sua conduta na ética, a fim de não se

apropriarem das produções de outras, mas muitas vezes isso não ocorre devido à

facilidade de “copiar e colar” textos de outros.

No trabalho acadêmico, as referências de onde foram tiradas as citações

aparecem no final do trabalho.

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9393UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• nas citações indiretas não se usam as aspas e nem se indicam a página de

onde foram tiradas, porque não são literais, porém o sobrenome do autor e

da fonte tem de ser expressos.

• citações de citações são aquelas que fazemos uso, mas não foram tiradas

do autor original, mas citadas por aquele que estamos utilizando. Devem ser

evitadas, mas quando usadas usa-se a expressão latina apud para identificá-la.

Ex.

“Considerando aquilo que conhecemos, o raciocínio nos permite descobrir

coisas adicionais afins”. (LIPMAN apud MÁTTAR NETO, 2002, p.54)

• apud é uma expressão latina que significa citado por. Esse tipo de citação

deve ser evitado, pois empobrece o trabalho. Use-a apenas quando não

tiver acesso ao original.

• citações de informações - são aquelas obtidas por meio de canais informais,

como palestras, aulas, e que não foram publicadas. Após a citação, deve-se

indicar entre parênteses informação verbal, complementando os dados em

nota de rodapé.

Ex.

Figueiredo (2007) observa que a indisciplina escolar é uma reação do aluno à

forma como ele é tratado pela família e pela escola. (informação verbal) .

• citação de trabalho em fase de elaboração – após a citação, esse dado

deve ser mencionado, indicando-se os dados completos em nota de rodapé.

Ex.

De acordo com Alvarenga (2010), o turismo em regiões pouco exploradas

deve ser acompanhado por diversos agentes sociais, tais como sociólogos,

antropólogos, psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, a fim de minimizar

o impacto sobre as populações locais (em elaboração).

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94 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• citação de trabalho em fase de impressão – se um trabalho citado está

comprovadamente em fase de impressão, isso deve ser mencionado ao final

da citação e as referências apresentadas em nota de rodapé.

Ex.

“O estágio supervisionado proporciona ao aluno vivenciar a teoria e rever a

prática”. (TAVARES, 2010, p.3) (no prelo)

• citações indiretas de diversas obras de um mesmo autor na mesma

citação - os anos são separados por vírgula.

Ex.

O estágio supervisionado sempre deve ser precedido por um projeto, a fim de

direcionar a observação do estagiário. (ALVARENGA, 2003, 2005 e 2007).

• citações indiretas de diversas obras de diferentes autores na mesma

citação

Ex.

O projeto de pesquisa é fundamental para que o aluno organize sua investigação

(ANDRADE, 1999; MÁTTAR NETO, 2002; SEVERINO, 2002).

• citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em

um mesmo ano – faz a distinção pelo acréscimo de letras minúsculas, em

ordem alfabética, de acordo com a mais atual.

Ex.

“Conclusão é a parte textual na qual são retomados os objetivos e as hipóteses

para avaliação do pesquisador”. (ANTUNESa1 , 2001, p.45)

1 ANTUNES, Marcos. Como fazer um trabalho científico? Palestra proferida no Curso de Administração da Universidade Braz Cubas, 2007a.

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9595UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

“A Metodologia Cientifica é uma disciplina instrumental que deve ser utilizada

pelo aluno em todos os trabalhos acadêmicos”. (ANTUNESb2 , 2001, p.45)

Na segunda citação da obra o nome do autor é substituído por um traço

contínuo, com10 espaços.

Orientações para citações

Documentos anônimos, no todo ou na parte, de autoria coletiva

A citação de obras anônimas, eventos, obras de autoria múltipla, etc.

Ex.

Segundo a Organização das Nações Unidas (2009, p.3) ...

Omissões de textos, interpolações, acréscimos ou comentários

Para indicar omissões de texto, usam-se colchetes.

Ex.

“A escolha cuidadosa de palavras, para que os termos adquiram propriedade,

torna a frase mais logicamente construída [...]”. (FAULSTICH, 2000, p. 49)

[...] indica trecho omitido.

“O país [Brasil] passa por um momento de crescimento econômico, não avança

no combate à desigualdade social”. (ALVARENGA, 2010)

[Brasil] indica um acréscimo. No texto completo o leitor sabe que se trata do

Brasil, mas quando fazemos apenas uma citação isso tem de ser indicado.

2 ______________. A importância da Metodologia Científica. Palestra proferida no Curso de Administração da Universidade Braz Cubas, 2007b.

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96 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Grifos

Os grifos são usados para enfatizar trechos de uma citação. Evita-se negritar o

trecho que se deseja destacar, por tornar o texto visualmente agressivo. Assim,

utilizam-se as expressões “grifo nosso” e “grifo do autor”.

Ex.

“As equipes são fundamentais para o desempenho do trabalho e a busca de

situações-problema”. (SANTOS, 2010, p.37, grifo nosso).

“A liderança democrática deve tomar cuidado para não perder o rumo das

metas desejadas”. (REVI, 2010, p.26, grifo do autor)

Palavras estrangeiras

São escritas em itálico, mas só devem ser usadas quando não há correspondente

na língua portuguesa.

Ex.

“Com a globalização, a prática do benchmarking tornou-se comum nas

organizações”. (FREITAS, 2009, p.35)

Apresentação de autores

• Um autor – sobrenome, seguido pela data (nas citações indiretas) e também

da página (nas citações diretas).

Ex.

Máttar Neto (2002) observa que definir ciência não é tarefa fácil.

Segundo Mattar Neto (2002, p.1), “Para aqueles que opõem aos progressos

advindos da industrialização, a ciência é o terror da humanidade [...]”.

• dois autores ou três – são unidos por vírgula e pela preposição e, seguidos

pela data (nas citações indiretas) e também da página (nas citações diretas)

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9797UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Ex.

Segundo Cervo e Bervian (2002), a leitura informativa passa por várias fases.

• quatro ou mais autores – Indica-se o primeiro autor seguido pela expressão

latina et. al. que significa e outros, seguida pelo ano e número da página.

Ex.

CARRAHER, T. et. al. (1988, p.35)

• vários trabalhos – a citação de vários trabalhos ocorre quando o

pesquisador, para corroborar suas afirmações, utiliza várias fontes com

pensamentos confluentes. Os autores são apresentados em ordem alfabética

ou cronológica.

Ex.

Ordem cronológica

Freire (1990); Demo (1992); Libâneo (2001) e Cretella (2003)

Ordem alfabética

Cretella (2003); Demo (1992); Freire (1990) e Libâneo (2001).

Há outros casos de citações que exigirão consulta às normas da ABNT, haja vista

que a produção intelectual é vasta e dinâmica, inclusive por meios eletrônicos.

• notas de rodapé – são previstas e normalizadas na ABNT NBR 1052 e

têm por finalidade esclarecer algum ponto que não cabe inserir no texto

ou completar alguma informação. Atualmente, recomenda-se reduzi-las ao

mínimo a fim de não comprometer a leitura do texto.

Devem aparecer no final da página, a fim de facilitar a leitura fluida e o acesso

a elas sempre que necessário. A informática facilitou a vida do acadêmico para a

inserção das notas de rodapé, pois basta usar a ferramenta inserir nota.

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98 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Sugere-se que o aluno use a formatação automática: inserir – referência – nota

de rodapé abaixo do texto – OK.

Quanto ao conteúdo, as notas de rodapé podem ser:

• bibliográficas – quando indicam fontes relativas às afirmações contidas no

texto. Incluem traduções ou explicações referentes a termos estrangeiros ou

técnicos que não são de domínio público. Deve-se evitar a apresentação de

todas as referências das obras citadas, pois elas são apresentadas em tópico

próprio (referências).

• explicativas – trata-se de comentários pessoais e observações do autor. No

caso de obras no prelo, citações verbais ou material em elaboração, elas se

fazem necessárias.

Nas notas de rodapé é comum o uso de termos, expressões e abreviaturas

latinas, mas devem ser evitadas porque dificulta a leitura.

Só podem ser utilizadas quando fazem referência às notas de uma mesma

página. Na primeira citação as referências devem ser completas.

Expressões utilizadas nas notas de rodapé:

• ibidem ou ibid = na mesma obra

• idem ou id – do mesmo autor

• op. cit. = na obra citada

• loc. cit. – no lugar citado

• passim = aqui e ali, em vários trechos ou passagens

• cf. = confira

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9999UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• sic = assim mesmo, desta maneira

Ex.

“Pesquisa da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora revelou que não se pode

relacionar, como é feito, a televisão e o rádio com a violência” . (FAULSTICH,

2000, p.17)

“A gênese da violência urbana, de acordo com o cientista [Goldberg], localiza-

se entre as diferenças que caracterizam o meio rural e o urbano”. (FAULSTICH,

2000, p.17)

Embora previstas, as notas de rodapé bibliográficas podem ser dispensadas

quando as citações estão pós-datadas, ou seja, seguidas do sobrenome do

autor, ano e páginas, mas são comuns quando usamos várias obras de um

mesmo autor.

Referências

É a apresentação das fontes consultadas e citadas no trabalho, de acordo com a

ABNT/NBR 6023. Devem ser apresentadas em ordem alfabética independente do tipo

de matéria (livros, artigos, palestras, vídeos, softwares, consultas on- line etc.).

A forma de apresentar os diferentes materiais será apresentada em tópico

específico.

Glossário (opcional)

É uma lista de termos técnicos específicos da área.

Apêndices (opcional)

Também opcionais, os apêndices são textos elaborados pelo autor do trabalho.

São indexados com letras maiúsculas e acompanhados por título.

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100 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Anexos

O anexo é um elemento pós-textual opcional e só deve ser utilizado quando

estritamente necessário para a compreensão do trabalho.

Os recursos eletrônicos facilitaram a inserção de documentos ou parte de

documentos no próprio texto, o que diminui o número de anexos utilizados.

Anexos são textos ou documentos não elaborados pelo autor da monografia e

tem por finalidade reforçar alguma afirmação constante no texto.

Os anexos são indexados com letras maiúsculas e acompanhados de títulos,

bem como da fonte de informação.

Índice (opcionais)

Lista de palavras que facilitam sua busca no texto.

Orientações para a apresentação de trabalhos

Agora que você viu, em linhas gerais, como apresentar uma monografia, lembramos

que as mesmas normas gráficas do projeto devem ser aplicadas no seu trabalho.

As normas estão na Unidade III no próprio corpo do texto. As citações

com mais de três linhas são apresentadas em um parágrafo independente,

com letra menor do que o texto.

Se o texto é digitado com fonte 12, a citação é 11 ou 10.

As citações até três linhas aparecem entre aspas, aquelas com mais de

três linhas são apresentadas sem aspas, com espaço simples, sem itálico

ou negrito, e com recuo de 4 cm, a partir da margem.

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101101UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Antes de enviar seu trabalho, faça uma revisão cuidadosa e confira a

formatação.

Apresentação de referências

Já abordamos sobre as referências anteriormente, mas nesse tópico apresentamos

como referenciar diferentes obras.

Hoje, na graduação são exigidas apenas as referências gerais do trabalho, em

ordem alfabética, de acordo com as ABNT NBR 6023 (ago. 2002).

Todas as obras são apresentadas em ordem alfabética, independente de sua

natureza (escrita, oral, on- line etc.).

Referencie todas as fontes citadas no texto e apenas elas.

As referências são alinhadas à esquerda, com espaço em branco entre

elas. Contêm elementos:

• essenciais – têm de aparecer em todas as referências (Autor, título,

edição, local, editora e data de publicação); e

• complementares – variam conforme a referência e o grau de exigência

da instituição, conforme a graduação para o qual o trabalho é exigido.

Normalmente, na graduação solicitam-se apenas os elementos essenciais.

Nos programas de pós-graduação são exigidos também os complementares, como o

número de indexação (ISBN).

O recurso negrito é utilizado para destacar títulos ou periódicos, conforme a ABNT.

Pode-se também usar, com a mesma finalidade, o itálico, no entanto, é preciso padronizar.

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102 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

As referências são apresentadas após os elementos textuais (depois das

considerações finais).

Qualquer abreviatura deve seguir a ABNT NBR 105222.

As referências são obrigatórias e contribuem para a credibilidade do trabalho.

São apresentadas em ordem alfabética, sem distinção de materiais.

Para efeito didático, nesta apostila apresentamos exemplos de alguns materiais,

mas sempre que tiver dúvidas consulte a norma da ABNT NBR 6023/2002.

• Um autor

MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na era da Informática.

São Paulo: Saraiva, 2002.

• Dois autores

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. São

Paulo: Prentice Hall, 2002.

• Mais de três autores

ANDERY, Maria Amália et. al. Para compreender a ciência: uma perspectiva

histórica. 7. ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo/ São Paulo: EDUC, 1996.

• Organizador, coordenador etc.

LEVISKY, D. L. (org.). Adolescência e violência: ações comunitárias na prevenção

“conhecendo, integrando e multiplicando”. São Paulo: Casa do Psicólogo/

Hebraica, 2001.

Normalmente, não se usam aspas nas referências. Nesse caso as aspas

fazem parte do título.

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103103UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• Entidade coletiva

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMEN-

TAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997.

• Eventos

I SIMPÓSIO DA SAÚDE. Ética e profissão. 2006. Mogi das Cruzes, SP. Universidade

Braz Cubas.

• Legislação

BRASIL. Medida provisória n.1569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diário

Oficial [da República Federativa do Brasil], Poder Executivo, Brasília, DF, 14 de

dezembro de 1997. Seção 1, p.29514.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília, DF, Poder

Executivo, 5 de outubro de 1988.

• Autoria não determinada

DESIGUALDADE social na sociedade brasileira. Folha de Itapeti, Itapeti, SP, 22

out. 2009.

Quando não se identifica o autor do texto, inicia-se pelo título.

Quando o material for um periódico (Revistas, jornais), o grifo não é no

título, mas no nome do meio de comunicação.

• Periódicos no todo

REVISTA de Antropologia Social. Curitiba, PR: Universidade Federal do Paraná,

2008. Semestral.

• Artigos de periódicos

SÁEZ, O. C. Lévi-Strauss, ciência e renúncia. Revista de Antropologia Social.

Curitiba, Pr: Universidade Federal do Paraná, 2008. v. 9, n. 2 (2008).

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104 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

• Entrevistas

CABRAL, Otávio. O PMDB é corrupto. Veja SP, São Paulo, n. 2100, p. 5-7, 18

fev. 1988. Entrevista concedida a Jarbas Vasconcelos.

• Monografia, dissertação ou tese

ALVARENGA, M. A utilização dos meios de comunicação dirigida no ensino

superior. Dissertação (Mestrado) – Programa de pós-graduação em Semiótica,

Tecnologias de Informação e Educação, Universidade Braz Cubas, Mogi das

Cruzes, SP, 1997. 120 p.

• Documento eletrônico

TEIXEIRA, R. C. História dos ciganos no Brasil. Recife: Núcleo de Estudos Ciganos,

2008. Disponível em <http://ns1.dhnet.org.br/direitos/sos/ciganos/a_pdf/

teixeira_hist_ciganos_brasil.pdf.>. Acesso em 12 jan. 2010.

• Dicionários e enciclopédias

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de

Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

• Programas de Televisão e Rádio

GLOBO REPÓRTER. Repórter fica cara a cara com leoa em safári a pé. Rio de

Janeiro: Globo, 15 de janeiro de 2010. Programa de TV.

• CD ROM

EMBRAPA. Pantanal: um passeio pelo paraíso ecológico. Rio de Janeiro: Sony

Music, 1990. 1 CD ROM..

• Capítulos de livros

PERALVA, A. Violência brasileira entre crescimento da igualdade e fragilidade

institucional. In: LEVISKY, D. L. (org.). Adolescência e violência: ações comunitárias

na prevenção “conhecendo, integrando e multiplicando”. São Paulo: Casa do

Psicólogo/ Hebraica, 2001. p. 25-36.

• Capítulos de livros com mesma autoria do livro ou do organizador,

coordenador etc.

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105105UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

LEVISKY, D. L. (org.). Apresentação. In: __________. Adolescência e violência:

ações comunitárias na prevenção “conhecendo, integrando e multiplicando”.

São Paulo: Casa do Psicólogo/ Hebraica, 2001. p. 11-23.

• Artigos de revistas

DAL PINO, Elizabete Gouveia. As fornalhas do universo. Ciência Hoje. São

Paulo, v.27. n.160, p.30-37, maio 2001.

• Artigos de jornal

AZEVEDO, D. O presidente convida igrejas cristãs para um diálogo sobre o

pacto. Folha de S. Paulo. 22 out. 1999. Disponível em <www.providafamilia.

org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em 22 out. 2009.

• Trabalho apresentado em congresso

ALVARENGA, Marina. A administração da ação pedagógica para a inclusão

da sociedade da informação. Comunicação apresentada no II Encontro de

Educação do Alto do Tietê – II EDUCAT, Universidade Braz Cubas, Mogi das

Cruzes, São Paulo, 2007.

MOREIRA, A. F. B. Multiculturalismo, Currículo e Formação de Professores. In:

SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA, 2., 1998, Santa Cruz do Sul.

Anais. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998. p. 15-30.

Os exemplos apresentados não esgotam a possibilidade de fontes, assim sempre

que necessário consulte a NBR 6023/2002 da ABNT.

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106 UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

4.1 CONSIDERAÇÕES DA UNIDADE IV

Cara(o) aluna(o),

Nesta unidade você aprendeu como apresentar trabalhos acadêmicos.

No entanto, este material não basta para sua formação, por isso é necessário

que leia outros, assista às teleaulas, quantas vezes forem necessárias, acesse, com

frequência, o ambiente virtual de aprendizagem, onde encontrará fóruns e atividades

que complementarão sua aprendizagem.

Observe atentamente os prazos para a entrega das atividades.

Não deixe para a última hora, para evitar transtornos.

Observe, atentamente, o que foi solicitado.

Esperamos que este material seja bastante útil. Consulte-o com frequência.

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107107UNIDADE IV - ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

TESTE SEU CONHECIMENTO

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5

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109109CONSIDERAÇÕES FINAIS 109

6CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento deste livro didático apontamos por uma trajetória que o

colocasse em contato com a forma do trabalho acadêmico, orientando-o quanto às

normas para a elaboração de trabalhos.

A Metodologia Científica é um conjunto de métodos e técnicas utilizados pela

ciência que possibilita a construção do conhecimento cientifico, de forma sistemática,

mas é preciso envidar esforços para aplicá-la corretamente.

Fazer trabalhos acadêmicos não é fácil, mas é necessário, pois se trata de uma

exigência em todos os cursos.

O material apresentado não esgota as informações, por isso você deve

comprometer-se a buscá-las, a aprofundá-las, por meio de muita leitura.

Para o desenvolvimento de bons trabalhos, é preciso que mantenha disciplina e

organização, observando sempre os prazos para a entrega de atividades.

Antes de enviar seu trabalho faça uma revisão rigorosa.

Bom trabalho!

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111111 REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico.

4.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 6023: 2002. Informação e

Documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

__________. NBR 6024: 2002. Informação e Documentação – Numeração

progressiva das seções de um documento escrito - Apresentação. Rio de Janeiro:

ABNT, 2002.

__________. NBR 6027: 2002. Informação e Documentação – Sumário -

Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

__________. NBR 14.724: 2011. Informação e Documentação – Trabalhos

acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

__________. NBR 15.287: 2011. Informação e Documentação – Projeto de

pesquisa – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:

Prentice Hall, 2002.

FAULSTICH, Enilde L. de. Como ler, entender e redigir um texto. 12. ed. Petrópolis,

RJ: Vozes, 2000.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 2.ed. São Paulo: Atlas,

1991.

MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na era da Informática.

3.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

MEDEIROS, J. B. Redação científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisa,

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112 REFERÊNCIAS

TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4.

ed. São Paulo : Atlas, 1996.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia

de trabalhos científicos. Belo Horizonte: Interlivros, 1974.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez,

2002.

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113113 RESPOSTAS COMENTADAS 113

RESPOSTAS COMENTADAS

UNIDADE I

1. d)

Conhecimento e informação não são as mesmas coisas. Conhecimento é o resultado da apreensão

do objeto pelo sujeito e informação é um conjunto de dados, os quais podem ser transformados

em conhecimento.

2. a)

O conhecimento científico é falível, porque apesar de ser obtido de forma sistemática, novas

pesquisas, novas descobertas e o uso de novas tecnologias pode levar a novos resultados.

3. b)

O conhecimento religioso ou teológico é considerado infalível, porque como resultados do

sobrenatural não pode ser falseado, isto é, não pode ser investigado para ser comprovado. Assim,

sua verdade baseia-se na fé.

UNIDADE II

1. a)

O método dialético percebe os fenômenos e fatos num movimento constante de tese, antítese e

síntese, que devem ser percebidos pelo pesquisador.

2. c)

A metodologia permite a organização dos passos, instrumentos e procedimentos necessários para

a consecução de respostas.

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114 RESPOSTAS COMENTADAS114

3. d)

A ciência é metódica, exige rigor e sistematização do conhecimento para comprovar os fatos e

fenômenos, a fim de desvendar leis gerais e formular teorias.

UNIDADE III

1. a)

O projeto é a previsão das etapas da pesquisa, por isso é o planejamento da pesquisa.

2. b)

O problema é a questão, indagação a ser investigada e a hipótese é a resposta provável e temporária

ao problema.

3. a)

A ABNT NBR 15287:2011 normaliza o projeto de pesquisa.

UNIDADE IV

1. c)

A monografia é a apresentação da pesquisa, de forma sistemática, completa, com a apresentação

dos resultados obtidos.

2. a)

A monografia deve ser redigida de forma impessoal, considerando-se que o pesquisador deve ser

neutro.

3. b)

As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética, independente do tipo de material e

da ordem em que aparecem no corpo do trabalho.