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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

    Educao Artstica

    As artes no currculo do ensino bsicoAs artes so elementos indispensveis no desenvolvimento da expresso pessoal, social e culturaldo aluno. So formas de saber que articulam imaginao, razo e emoo. Elas perpassam as vidas daspessoas, trazendo novas perspectivas, formas e densidades ao ambiente e sociedade em que se vive.

    A vivncia artstica influencia o modo como se aprende, como se comunica e como se interpretam ossignificados do quotidiano. Desta forma, contribui para o desenvolvimento de diferentes competncias ereflecte-se no modo como se pensa, no que se pensa e no que se produz com o pensamento.

    As artes permitem participar em desafios colectivos e pessoais que contribuem para a construo daidentidade pessoal e social, exprimem e enformam a identidade nacional, permitem o entendimento das

    tradies de outras culturas e so uma rea de eleio no mbito da aprendizagem ao longo da vida.A educao artstica no ensino bsico desenvolve-se, maioritariamente, atravs de quatro grandes reasartsticas, presentes ao longo dos trs ciclos:

    Expresso Plstica e Educao Visual; Expresso e Educao Musical; Expresso Dramtica/Teatro; Expresso Fsico-Motora/Dana.

    No 1. ciclo as quatro reas so trabalhadas, de forma integrada, pelo professor da classe, podendo esteser coadjuvado por professores especialistas.

    No 2. ciclo verifica-se um aprofundamento nas reas da Educao Musical e da Educao Visual.Esta ltima associa-se rea Tecnolgica, dando origem disciplina de Educao Visual e Tecnolgica.

    No 3. ciclo o leque de escolhas disposio do aluno alargado. Permanece a Educao Visual comodisciplina obrigatria e introduzida ou tra rea artstica opcional, de carcter obrigatrio, de acordo coma oferta da escola (Educao Musical, Oficina de Teatro, Dana ou outra.)

    Neste documento parte-se do princpio de que as disciplinas enunciadas so independentes, tendolinguagens, sinais e smbolos prprios (visuais, sonoros, cinticos) e compreendendo um corpo desaberes, conceitos, formas, gneros, tcnicas, processos e significados especficos. Aqui, procura-se o que comum e transmissvel a toda a actividade artstica.

    A definio de competncias especficas, comuns a todas as artes presentes na escola, pretendecontribuir, nomeadamente, para a estruturao das ofertas de escola que excedam o mbito das reasdisciplinares atrs apresentadas, para a realizao de projectos de integrao artstica e, ainda, para aorganizao de actividades artsticas em espaos de enriquecimento curricular.

    Todas as actividades artsticas desenvolvidas na escola, ou a programadas, para serem vividas pelo aluno,quando fundadas nos princpios aqui enunciados, so consideradas parte integrante do currculo doensino bsico.

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    Relao com as competncias gerais

    As competncias artsticas contribuem para o desenvolvimento dos princpios e valores do currculo edas competncias gerais, consideradas essenciais e estruturantes, porque:

    Constituem parte significativa do patrimnio cultural da humanidade;

    Promovem o desenvolvimento integral do indivduo, pondo em aco capacidades afectivas,cognitivas, cinestsicas e provocando a interaco de mltiplas inteligncias;

    Mobilizam, atravs da prtica, todos os saberes que o indivduo detm num determinadomomento, ajudam-no a desenvolver novos saberes e conferem novos significados aos seusconhecimentos;

    Permitem afirmar a singularidade de cada um, promovendo e facilitando a sua expresso,podendo tornar-se uma "mais-valia" para a sociedade;

    Facilitam a comunicao entre culturas diferentes e promovem a aproximao entre as pessoase os povos;

    Usam como recurso elementos da vivncia natural do ser humano (imagens, sons emovimentos) que ele organiza de forma criativa;

    Proporcionam ao indivduo, atravs do processo criativo, a oportunidade para desenvolver a suapersonalidade de forma autnoma e crtica, numa permanente interaco com o mundo;

    So um territrio de prazer, um espao de liberdade, de vivncia ldica, capazes de proporcionara afirmao do indivduo reforando a sua auto-estima e a sua coerncia interna, fundamen-talmente pela capacidade de realizao e consequente reconhecimento pelos seus pares erestante comunidade;

    Constituem um terreno de partilha de sentimentos, emoes e conhecimentos; Facilitam as interaces sociais e culturais constituindo-se como um recurso incontornvel

    para enfrentar as situaes de tenso social, nomeadamente as decorrentes da integrao deindivduos provenientes de culturas diversas;

    Desempenham um papel facilitador no desenvolvimento/integrao de pessoas com necessi-dades educativas especiais;

    Implicam uma constante procura de actualizao, gerando nos indivduos a necessidadepermanente de formao ao longo da vida.

    Experincias de aprendizagemAo longo da educao bsica, o aluno deve ter oportunidade de vivenciar aprendizagens diversificadas,conducentes ao desenvolvimento das competncias artsticas e, simultaneamente, ao fortalecimento dasua identidade pessoal e social.

    Prticas de investigaoPromover projectos de pesquisa em artes. Explorar um determinado tema/situao/problemacom significado para o aluno, baseando a recolha e tratamento da informao num processo quevise a proteco do patrimnio artstico, num quadro de rigor tico.

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    Competncias Especficas Educao Artstica

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    P roduo e realizao de espectculos, oficinas, mostras, exposies, instalaes e outr o sParticipar em realizaes artsticas que propiciem o desenvolvimento de actividades individuaise em grupo e de trabalho interdisciplinar.

    Utilizao das tecnologias da informao e comunicaoCriar oportunidades de trabalho com diferentes programas e materiais informticos, assim comorecursos da Internet.

    Assistncia a diferentes espectculos/exposies/instalaes e outros eventos artsticosAssistir a espectculos de naturezas e orientaes estticas diversificadas.

    Prticas interdisciplinaresDesenvolver projectos com outras disciplinas e reas disciplinares, permitindo a transferncia desaberes.

    Contacto com diferentes tipos de culturas artsticasContactar com diferentes culturas artsticas de diferentes povos e em diferentes pocas,ampliando as referncias culturais e estticas e contribuindo para o desenvolvimento de umaconscincia multicultural.

    Conhecimento do patrimnio artstico nacionalPromover a valorizao do patrimnio artstico e cultural nacional, regional e local de umaforma activa e interventiva. Contemplar trabalhos de investigao que pressuponham recolha,registo, explorao e avaliao de dados e, sempre que possvel, visitas de estudo.

    Intercmbios entre escolas e outras instituiesDesenvolver intercmbios com estudantes de outras escolas de forma a possibilitar o conheci-

    mento recproco, a troca de experincias, a valorizao das diferenas (culturais, religiosas,tnicas...) e dos respectivos patrimnios artstico-culturais.Criar parcerias com instituies sociais, culturais e de recreio, estabelecendo, assim, laosimportantes para a dinamizao cultural da escola.

    Explorao de diferentes formas e tcnicas de criao e de processos comunicacionaisCompreender as formas como os diferentes elementos artsticos interagem e desenvolver acapacidade de seleco e aplicao de tcnicas no processo de criao artstica. Incentivarformas personalizadas de expresso e comunicao.

    Literacia em artesLiteracia em artes pressupe a capacidade de comunicar e interpretar significados usando as linguagensdas disciplinas artsticas. Implica a aquisio de competncias e o uso de sinais e smbolos particulares,distintos em cada arte, para percepcionar e converter mensagens e significados. Requer ainda o entendi-mento de uma obra de arte no contexto social e cultural que a envolve e o reconhecimento das suasfunes nele.

    Desenvolver a literacia artstica um processo sempre inacabado de aprendizagem e participao quecontribui para o desenvolvimento das nossas comunidades e culturas, num mundo onde o domnio deliteracias mltiplas cada vez mais importante.

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    Competncias especficasAs competncias artsticas que o aluno deve desenvolver ao longo do ensino bsico organizam-se, assim,

    em quatro grandes eixos estruturantes e inter-relacionados, constituindo algo que se poder designarcomo literacia artstica.

    A apropriao das competncias realizada de forma progressiva num aprofundamento constante dosconceitos e contedos prprios de cada rea artstica, dando origem a diferentes percursos, de acordocom a especificidade de cada arte.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

    Adquirir conceitos. Identificar conceitos em obras artsticas. Aplicar os conhecimentos em novas situaes. Descodificar diferentes linguagens e cdigos das artes. Identificar tcnicas e instrumentos e ser capaz de os aplicar com correco e oportunidade. Compreender o fenmeno artstico numa perspectiva cientfica. Mobilizar todos os sentidos na percepo do mundo envolvente. Aplicar adequadamente vocabulrio especfico.

    Aplicar as linguagens e cdigo de comunicao de ontem e de hoje. Ser capaz de interagir com os outros sem perder a individualidade e a autenticidade. Ser capaz de se pronunciar criticamente em relao sua produo e dos outros. Relacionar-se emotivamente com a obra de arte, manifestando preferncias para alm dos aspectos

    tcnicos e conceptuais. Desenvolver a motricidade na utilizao de diferentes tcnicas artsticas. Utilizar as tecnologias de informao e comunicao na prtica artstica. Intervir em iniciativas para a defesa do ambiente, do patrimnio cultural e do consumidor no

    sentido da melhoria da qualidade de vida.

    Participar activamente no processo de produo artstica. Compreender os esteretipos como elementos facilitadores, mas tambm empobrecedores dacomunicao.

    Ter em conta a opinio dos outros, quando justificada, numa atitude de construo de consensoscomo forma de aprendizagem em comum.

    Cumprir normas democraticamente estabelecidas para o trabalho de grupo, gerir materiais e equipa-mentos colectivos, partilhar espaos de trabalho e ser capaz de avaliar esses procedimentos.

    Apropriao das linguagens elementares das artes

    Desenvolvimento da capacidade de expresso e comunicao

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    Competncias Especficas Educao Artstica

    Valorizar a expresso espontnea. Procurar solues originais, diversificadas, a lternativas para os p roblemas. Seleccionar a informao em funo do problema. Escolher tcnicas e instrumentos com inteno expressiva. Inventar smbolos/cdigos para representar o material artstico. Participar em momentos de improvisao no processo de criao artstica.

    Identificar caractersticas da arte portuguesa. Identificar caractersticas da arte de diferentes povos, culturas e pocas. Comparar diferentes formas de expresso artstica. Valorizar o patrimnio artstico. Desenvolver projectos de pesquisa em artes. Perceber a evoluo das artes em consequncia do avano tecnolgico. Perceber o valor das artes nas vrias culturas e sociedades e no dia-a-dia das pessoas. Vivenciar acontecimentos artsticos em contacto directo (espectculos, exposies...). Conhecer ambientes de trabalho relacionados com actividades artsticas (oficinas de artistas, artesos,

    estdios de gravao, oficinas de construo de instrumentos, salas de ensaio...) e suas proble-

    mticas/especificidades (valores, atitudes, vocabulrio especfico).

    Desenvolvimento da criatividade

    Compreenso das artes no contexto

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    A compreenso do patrimnio artstico e cultural envolve a percepo esttica como resposta s quali-dades formais num sistema artstico ou simblico determinado. Estas qualidades promovem modos deexpresso que incluem concepes dos artistas e envolvem a sensibilidade daqueles que as procuram.

    As investigaes iniciadas no sculo XX na rea da Educao e da Psicologia contriburam para uma com-preenso mais vasta do papel da arte no desenvolvimento humano. Ao longo das ltimas dcadas, asorientaes nesta rea apontam para uma integrao, cada vez mais aprofundada, dos saberes no mbitodas teorias da arte, da esttica e da educao. Destas pesquisas emergiram dados importantes para a com-preenso do sujeito como criador e fruidor. Estas concepes educacionais e artsticas introduziram novaslinhas de orientao, operando mudanas ao nvel torico e prtico, na Educao Visual.

    O paradigma anterior, fundado na convico de que a apreciao e a criao artsticas eram uma questode sentimento subjectivo, interior, directo e desligado do conhecimento da compreenso ou da razo, com-partimentando o cognitivo-racional e o afectivo-criativo, teve como reflexo na prtica escolar, sobretudo nos

    primeiros anos de escolaridade, o entendimento do processo criativo como manifestao espontnea eauto-expressiva, com a valorizao da livre expresso, adiando, consecutivamente, a introduo deconceitos da comunicao visual, antevendo novos modos de fazer e de ver.

    reconhecido que as prticas educativas, influenciadas pela viso expressionstica referida, tm vindo aser abandonadas, dando lugar a aces educativas estruturadas, de acordo com modelos pedaggicosabertos e flexveis, originando umaruptu ra epistemolgica, centrada num novo entendimento sobre opapel das artes visuais no desenvolvimento humano, integrando trs dimenses essenciais:sentir, agir econhecer. Este conhecimento evolui com a capacidade que o sujeito tem de utilizao deferramentas,disponibilizadas pela educao, na realizao plstica e na percepo esttico-visual.

    Assinale-se, por exemplo, a ideia do desenvolvimento da expresso visual, baseada numrepertrio derespostas, em vez de um modelo linear que tem estado patente nas teorias do desenvolvimentopsicolgico e artstico. A aquisio gradual de um conjunto diferenciado de respostas, a desenvolverprecocemente, constitui o objectivo do conhecimento na educao visual.

    O desenvolvimento da percepo esttica e a produo de objectos plsticos envolve o entendimento einterveno numa realidade cultural qual a escola no deve ser alheia. O recurso ao mtodo deresoluo de problemas, como metodologia para a educao visual, tem propiciado a valorizao desolues utilitrias imediatas, negligenciando-se, por vezes, a dimenso esttica das propostas. Apesar daimportncia desta metodologia fundamentada em diferentes momentos de deciso, pesquisa, experi-mentao e realizao, destaca-se, neste contexto, a actividade esttica nas artes visuais como cons-

    titutiva do conhecimento do Universo Visual, relacionando a percepo esttica com a produo deobjectos plsticos.

    A relao entre o Universo Visual e os contedos das competncias formuladas para a educao visualpressupe uma dinmica propiciadora da capacidade de descoberta, da dimenso crtica e participativae da procura dalinguagem apropriada interpretao esttica e artstica do Mundo.

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    Competncias Especficas Educao Artstica Educao Visual

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    Competncias especficas

    Dimenses das competncias especficasAo longo do ensino bsico as competncias que o aluno deve adquirir em Aartes Visuais articulam-se emtrs eixos estruturantes fruio-contemplao, produo-criao, reflexo-interpretao.

    Fruio-contemplao

    Reconhecer a importncia das artes visuais como valor cultural indispensvel ao desenvolvi-mento do ser humano;

    Reconhecer a importncia do espao natural e construdo, pblico e privado; Conhecer o patrimnio artstico, cultural e natural da sua regio, como um valor da afirmao

    da identidade nacional e encarar a sua preservao como um dever cvico;

    Identificar e relacionar as diferentes manifestaes das Artes Visuais no seu contexto histrico esociocultural de mbito nacional e internacional;

    Reconhecer e dar valor a formas artsticas de diferentes culturas, identificando o universal e oparticular.

    Produo-criao

    Utilizar diferentes meios expressivos de representao; Compreender e utilizar diferentes modos de dar forma baseados na observao das criaes da

    natureza e do homem;

    Realizar produes plsticas usando os elementos da comunicao e da forma visual; Usar diferentes tecnologias da imagem na realizao plstica; Interpretar os significados expressivos e comunicativos das Artes Visuais e os processos subja-

    centes sua criao.

    Reflexo-interpretao

    Reconhecer a permanente necessidade de desenvolver a criatividade de modo a integrar novossaberes;

    Desenvolver o sentido de apreciao esttica e artstica do mundo recorrendo a referncias e aexperincias no mbito das Artes Visuais;

    Compreender mensagens visuais expressas em diversos cdigos; Analisar criticamente os valores de consumo veiculados nas mensagens visuais; Conhecer os conceitos e terminologias das Artes Visuais.

    Para a operacionalizao e articulao destes trs eixos e por uma questo metodolgica enumeram-sedois domnios das competncias especificas: a comunicao visual e os elementos da forma.

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    Comunicao visualNo domnio da comunicao visual, ao longo dos trs ciclos do ensino bsico, os alunos devem desen-

    volver as seguintes competncias: Interpretar narrativas visuais; Traduzir diferentes narrativas em imagens; Conceber objectos plsticos em funo de mensagens; Identificar e descodificar mensagens visuais, interpretando cdigos especficos; Utilizar processos convencionais de comunicao na construo de objectos grficos; Aplicar, de forma funcional, diferentes cdigos visuais; Utilizar cdigos de representao normalizada e convencional em diferentes projectos.

    1. ciclo

    Experimentar a leitura de formas visuais em diversos contextos pintura, escultura, fotografia,cartaz, banda desenhada, televiso, vdeo, cinema e internet;

    Ilustrar visualmente temas e situaes; Explorar a relao imagem-texto na construo de narrativas visuais; Identificar e utilizar cdigos visuais e sistemas de sinais; Reconhecer processos de representao grfica convencional.

    2. ciclo

    Interpretar mensagens na leitura de formas visuais;

    Conceber sequncias visuais a partir de vrios formatos narrativos. Produzir objectos plsticos explorando temas, ideias e situaes. Descodificar d iferentes produtos grficos. Conceber objectos grficos aplicando regras da comunicao visual composio, relao

    forma-fundo, mdulo-padro. Compreender e interpretar smbolos e sistemas de sinais visuais. Utilizar a simbologia visual com inteno funcional. Aplicar regras da representao grfica convencional emlettering, desenho geomtrico, mapas,

    esquemas e grficos.

    3. ciclo

    Ler e interpretar narrativas nas diferentes linguagens visuais. Descrever acontecimentos aplicando metodologias do desenho de ilustrao, da banda

    desenhada ou do guionismo visual. Reconhecer, atravs da experimentao plstica, a arte como expresso do sentimento e do

    conhecimento. Compreender que as formas tm diferentes significados de acordo com os sistemas simblicos

    a que pertencem. Conceber organizaes espaciais dominando regras elementares da composio. Entender o desenho como um meio para a representao expressiva e rigorosa de formas. Conceber formas obedecendo a alguns princpios de representao normalizada.

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    Competncias Especficas Educao Artstica Educao Visual

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    Elementos da forma

    Neste domnio, ao longo dos trs ciclos do ensino bsico, os alunos devem desenvolver as seguintescompetncias:

    Identificar e experimentar diferentes modos de representar a figura humana; Compreender as relaes do seu corpo com os diferentes objectos integrados no espao visual; Reconhecer diferentes formas de representao do espao; Organizar formalmente espaos bidimensionais e tridimensionais; Utilizar conhecimentos sobre a compreenso e representao do espao nas suas produes; Identificar os elementos integrantes da expresso visual linha, textura e cor; Compreender e utilizar intencionalmente a estrutura das formas atravs da interpretao dos seus

    elementos;

    Relacionar as formas com os factores condicionantes fsicos, funcionais e expressivos damatria; Compreender a natureza da cor e a sua relao com a luz, aplicando os conhecimentos nas suas

    experimentaes plsticas.

    1. ciclo

    Reconhecer o seu corpo e explorar a representao da figura humana. Identificar vrios tipos de espao: vivencial, pictrico, escultrico, arquitectnico, virtual e

    cenogrfico. Reconhecer e experimentar representaes bidimensionais e tridimensionais. Exprimir graficamente a relatividade de posies dos objectos representados nos registos

    bidimensionais. Compreender que a forma aparente dos objectos varia com o ponto de vista. Relacionar as formas naturais e construdas com as suas funes e os materiais que as

    constituem. Perceber que a mistura das cores gera novas cores. Reconhecer a existncia de pigmentos de origem natural e sinttica. Conhecer e aplicar os elementos visuais linha, cor, textura, forma, plano, luz, volume e a sua

    relao com as imagens disponveis no patrimnio artstico, cultural e natural. Criar formas a partir da sua imaginao utilizando intencionalmente os elementos visuais.

    2. ciclo

    Reconhecer as propores e noes de antropometria na representao da figura humana. Compreender as posies relativas entre o observador e os objectos percepcionados. Reconhecer processos de representao do espao a duas dimenses: sobreposio, tamanho

    relativo dos objectos, textura, luz/ cor e perspectiva linear. Organizar com funcionalidade e equilbrio visual os espaos bidimensionais e tridimensionais. Utilizar, nas suas experimentaes bidimensionais, processos de representao do espao.

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    Utilizar elementos definidores da forma ponto, linha, plano, volume, luz/cor, textura eestrutura nas experimentaes plsticas.

    Compreender a estrutura das formas percepcionadas, relacionando as partes com o todo e entre si. Relacionar as formas naturais e ou construdas com as respectivas funes, materiais que as

    constituem e tcnicas. Compreender a relao entre luz e cor, sntese subtractiva, qualidade trmica e contraste. Criar composies bidimensionais e tridimensionais a partir da observao e da imaginao,

    utilizando expressivamente os elementos da forma.

    3. ciclo

    Representar expressivamente a figura humana compreendendo relaes bsicas de estrutura eproporo.

    Compreender a geometria plana e a geometria no espao como possveis interpretaes danatureza e princpios organizadores das formas.

    Compreender as relaes do Homem com o espao: proporo, escala, movimento, ergonomiae antropometria.

    Entender visualmente a perspectiva central ou cnica recorrendo representao, atravs dodesenho de observao.

    Conceber projectos e organizar com funcionalidade e equilbrio os espaos bidimensionais etridimensionais.

    Compreender atravs da representao de formas, os processos subjacentes percepo do

    volume. Compreender a estrutura das formas naturais e dos objectos artsticos, relacionando-os com osseus contextos.

    Perceber os mecanismos perceptivos da luz/cor, sntese aditiva e subtractiva, contraste eharmonia e suas implicaes funcionais.

    Aplicar os valores cromticos nas suas experimentaes plsticas Criar composies a partir de observaes directas e de realidades imaginadas utilizando os

    elementos e os meios da expresso visual.

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    Competncias Especficas Educao Artstica Educao Visual

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    Experincias de aprendizagem

    Indicaes metodolgicas

    Os diferentes contedos a desenvolver na Educao Visual no pressupem uma abordagem sequencial.O facto de as competncias especficas enunciadas neste documento se encontrarem organizadas deacordo com uma determinada estrutura no significa que essa ordem seja um critrio a seguirsistematicamente.

    Os professores podem implementar dinmicas pedaggicas de acordo com a realidade da comunidadeem que se inserem, com o projecto educativo da escola e com as caractersticas dos alunos. Estaarticulao pode concretizar-se a partir de diferentes mbitos de deciso, nomeadamente nos conselhos:Pedaggico, de Docentes, de Disciplina e de Turma, privilegiando uma abordagem transdisciplinar.

    Na gesto do processo de ensino-aprendizagem, cada proposta de trabalho estrutura-se a partir do

    perfil de competncias definido e dos eixos fundamentais considerados: Os saberes especficos da Educao Visual; Os suportes, materiais e tcnicas que permitem a realizao de projectos; Os campos temticos onde as propostas de trabalho se devem inserir, integrando as aprendiza-

    gens e as produes em processos de reflexo e interveno.

    O desenvolvimento curricular deve contemplar:

    A organizao de actividades por unidades de trabalho, entendidas como projectos que impli-cam um processo e produto final, estruturando-se de forma sistemtica, englobando diferentesestratgias de aprendizagem e de avaliao;

    A metodologia deve contemplar vrias formas de trabalho baseadas em aces de naturezadiversa: exposies orais, demonstraes prticas, mostras audiovisuais, investigao bibliogr-fica, recolhas de objectos e imagens, debates, visitas de estudo, trabalhos de atelier, registos deobservao no exterior, frequncia de museus e exposies, entre outras;

    A gesto do tempo de cada unidade de trabalho deve prever que a execuo plstica se realizepermitindo a consolidao das aprendizagens e a qualidade do produto final;

    As situaes de aprendizagem devem ser contextualizadas, cabendo ao professor orientar asactividades de forma a que os contedos a abordar surjam como facilitadores da apreenso doscdigos visuais e estticos, decorram da dinmica do projecto e permitam aos alunos realizaraprendizagens significativas;

    Os temas devero ser relevantes, actuais e orientados por uma viso de escola aberta aopatrimnio artstico e natural, sempre que possvel partindo da relao com o meio envolvente,de propostas dos alunos ou da abordagem ao universo das artes visuais em Portugal;

    A seleco dos meios de expresso visual para a concretizao dos trabalhos dever serdiversificada e permitir, ao longo do percurso escolar do aluno, mltiplas abordagens esttico--pedaggicas;

    As estratgias de ensino devem favorecer o desenvolvimento da comunicao visual individual,a cooperao e a participao em trabalhos colectivos;

    As opes pedaggicas consideradas na elaborao das planificaes devem explorar conceitosassociados compreenso da comunicao visual e dos elementos da forma, desenvolvendo osdomnios afectivo, cognitivo e social;

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    O desenho como instrumento para a construo rigorosa de formas.A apresentao de projectos de arquitectura, de design e de engenharia, permitir aos alunos aaprendizagem da leitura de mapas, plantas, cortes, alados e noes de ergonomia e antropome-tria. Permitir a utilizao de instrumentos de rigor e a aplicao de algumas convenes comoo desenho cotado e as escalas;

    O desenho como sintetizao de informao.A observao de organogramas, esquemas, grficos, diagramas contribui para a estruturaoespacio-temporal de ideias.

    Exploraes plsticas bidimensionais

    Na realizao plstica bidimensional o aluno deve experimentar diversas tecnologias: aguarela, guache,tmpera, acrlico, mosaico, cermica (azulejaria), vitral, gravura e colagem.

    O aluno deve proceder, mediante a orientao do professor, a anlises formais e ao desenvolvimentoplstico adequado tendo como referncia as obras de artistas de reconhecido mrito, como NunoGonalves, Gro-Vasco, Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros e Paula Rgo, entre outros.

    Exploraes plsticas tridimensionais

    Na realizao plstica tridimensional o aluno deve experimentar diversos processos da escultura: talhedirecto, modelao e colagem.

    As prticas da escultura podem ser desenvolvidas a partir de materiais naturais e sintticos ou recupera-dos. A experimentao das tecnologias deve estar articulada com meios e materiais disponveis e espec-ficos da regio e com as suas indstrias, recorrendo a madeira, cermica, pedra, metais, vidro, plsticos,entre outros.

    O aluno deve proceder, mediante a orientao do professor, a anlises formais e ao desenvolvimentoplstico adequado, tendo como referncia as obras de artistas de reconhecido mrito como Machado deCastro, Soares dos Reis, Jorge Vieira, Alberto Carneiro, Siza Vieira, entre outros.

    Tecnologias da imagem

    O aluno deve ter a possibilidade de experimentar meios expressivos, ligados aos diversos processostecnolgicos a fotografia, o cinema, o vdeo, o computador, entre outros por si s ou integrados eser capaz de os utilizar de forma criativa e funcional.

    A iniciao na linguagem digital permitir experimentar o de senho assistido por computador e tratamentode imagem na concretizao grfica.

    O aluno deve proceder, mediante orientao do professor, a anlises formais e crticas e ao desenvolvi-mento de projectos, tendo como referncia imagens, filmes ou produtos grficos realizados atravs dasdiversas tecnologias.

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    M sica

    Literacia musical

    A msica um elemento importante na construo de outros olhares e sentidos, em relao ao saber es competncias, sempre individuais e transitrias, porque se situa entre plos aparentemente opostos econtraditrios, entre razo e intuio, racionalidade e emoo, simplicidade e complexidade, entrepassado, presente e futuro.

    As competncias artstico-musicais desenvolvem-se atravs de processos diversificados de apropriao desentidos, de tcnicas, de experincias de reproduo, de criao e reflexo, de acordo com os nveis dedesenvolvimento das crianas e dos jovens.

    As competncias especficas esto pensadas no sentido de providenciar prticas artsticas diferenciadas eadequadas aos diferentes contextos onde se exerce a aco educativa, de forma a possibilitar aconstruo e o desenvolvimento da literacia musical em nove grandes dimenses:

    Desenvolvimento do pensamento e imaginao musical, isto , a capacidade de imaginar erelacionar sons;

    Domnio de prticas vocais e instrumentais diferenciadas; Composio, orquestrao e improvisao em diferentes estilos e gneros musicais; Compreenso e apropriao de diferentes cdigos e convenes que constituem as especi-

    ficidades dos diferentes universos musicais e da potica musical em geral; Apreciao, discriminao e sensibilidade sonora e musical crtica, fundamentada e contex-

    tualizada em diferentes estilos e gneros musicais; Compreenso e criao de diferentes tipos de espectculos musicais em interaco com outras

    formas artsticas; Conhecimento e valorizao do patrimnio artstico-musical nacional e internacional; Valorizao de diferentes tipos de ideias e de produo musical de acordo com a tica do

    direito autoral e o respeito pelas identidades socioculturais; Reconhecimento do papel dos artistas como pensadores e criadores que, com os seus olhares,

    contriburam e contribuem para a compreenso de diferentes aspectos da vida quotidiana e dahistria social e cultural.

    Estas dimenses consubstanciam-se em experincias pedaggicas e musicais diversificadas, baseadasna vivncia e na experimentao artstica e esttica situada em diferentes pocas, tipologias e culturasmusicais do passado e do presente.

    Neste sentido, as competncias especficas propostas e a desenvolver constroem-se de forma a potenciar,atravs da prtica artstica, a compreenso e as interpelaes entre a msica na escola, na sala de aula eas msicas presentes nos quotidianos dos alunos e das comunidades.

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    Relao com as competncias gerais

    As competncias especficas para a msica na escolaridade bsica, tm como centro a pessoa da crianae do jovem, o pensamento, a sociedade e a cultura, numa rede de dependncias e interdependnciaspossibilitadoras da construo de um pensamento complexo. Neste sentido, a msica, como construosocial e como cultura, pode dar um conjunto de contributos para a consolidao das competncias geraisque o aluno dever evidenciar no final do ensino bsico, que se podem sintetizar no seguinte:

    O pensamento artstico-musical, nas suas mltiplas vertentes, implica a mobilizao de saberesculturais, cientficos e tecnolgicos. atravs desta perspectiva relacional e integradora que osproblemas e situaes musicais so abordados e vividos.So diversos os instrumentos, as tcnicas, as formas e as metodologias que se entrecruzam naprtica musical. Partindo da observao e questionamento da realidade, com base nas questesemergentes do quotidiano e nas histrias individuais, procura-se fomentar uma cultura de

    participao, atravs de projectos de natureza interdisciplinar; Consoante os perodos histricos e os diferentes estilos e gneros musicais existem cdigos,

    convenes e vocabulrios especficos dos domnios culturais, cientficos e tecnolgicos queinteragem na compreenso e resoluo de determinados desafios criativos, interpretativos eestticos.Tambm se estimula a criao de novas linguagens ou a improvisao sobre linguagensconhecidas, bem como a sua seleco e articulao para a realizao do trabalho, sua comuni-cao e fundamentao;

    A prtica musical propicia a aquisio de uma terminologia especfica, que contribui paraenriquecer o vocabulrio geral do aluno e que dever ser enquadrada na perspectiva de um usocorrecto da lngua portuguesa. As apreciaes crticas, orais e escritas, que os alunos so convi-dados a fazer no mbito da concepo, apresentao e avaliao da produo musical prpriae dos outros, devem ser rodeadas do maior rigor, devendo constituir momentos de comunicaoefectiva e personalizada.Mtrica, rima, entoao, respirao, colocao de voz, acentuao, intensidade, timbre, expres-sividade, ritmo, fazem parte de uma vasta lista de conceitos e contedos presentes na prticamusical. A apropriao destes conceitos atravs da msica pode contribuir para um melhorentendimento da estrutura da lngua portuguesa e, ao mesmo tempo, armam o aluno com recur-sos no domnio da qualidade, da eficcia e da criatividade presentes na comunicao;

    O vocabulrio especfico das culturas musicais inclui inmeras palavras em lnguas estrangeirasque ajudam a estabelecer uma relao de familiaridade com as diferentes lnguas e deconsciencializao do seu valor patrimonial. O estudo de canes e peas musicais em lnguasestrangeiras um bom exemplo de como a msica pode veicular a motivao e o treino para ouso de diferentes lnguas, para alm de facilitar a comunicao, e em particular, as trocasculturais. Para a pesquisa musical em vrios suportes, nomeadamente no informtico, impres-cindvel o conhecimento de lnguas estrangeiras, uma vez que a grande maioria da informaodisponvel apresentada em lnguas que no o portugus;

    Uma das caractersticas distintivas das artes do espectculo o facto de se desenrolarem emtempo real. Esta caracterstica envolve, entre muitas outras, uma dimenso tripla: criar, produzire controlar emoes, sempre singulares e transitrias. Neste sentido, a adopo de metodologiaspersonalizadas de trabalho e de aprendizagem, de acordo com os objectivos visados, afigura-seuma estratgia fundamental e adequada na educao e formao no domnio artstico;

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    Competncias Especficas Educao Artstica - Msica

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    A criao, interpretao e audio musicais so campos onde a pesquisa, seleco e organiza-o da informao aparecem como aspectos relevantes para explicitar a razo de determinadaopo artstico-musical. atravs desta dinmica que a informao mobilizada se transforma emsaber e conhecimento em aco;

    Nos diferentes tipos de realizao musical, a resoluo de determinados problemas e a tomadade decises tcnicas, estticas e comunicacionais so elementos estruturantes e multidimen-sionais que caracterizam o gesto artstico.O facto de a msica acontecer em tempo real, implica, por parte de quem a faz, uma capaci-dade de tomar decises rpidas e coerentes, tanto sob o ponto de vista tcnico como artstico;

    As prticas musicais favorecem espaos de construo de singularidades, inovaes, mudanase adaptaes a novos cenrios, atravs do desenvolvimento da autonomia e do pensamentodivergente;

    As crianas e os jovens, como seres sociais, movimentam-se em diferentes contextos pelos quaisso influenciados e sobre os quais exercem influncias. A educao e formao artstico--musical um campo potencial para a cooperao com outros em tarefas e projectos comuns,atravs de prticas individuais e colectivas, corporizadas em diferentes tipos de organizaes: daescola s "bandas de garagem", do recital ao espectculo multidisciplinar;

    As prticas vocais e instrumentais, de naturezas culturais diversificadas, so formas de percepoe consciencializao do corpo, numa perspectiva da sua relao com o espao, o tempo e osoutros, com um enfoque especial no respeito pela partilha de contextos comuns. Por outro lado,o envolvimento em prticas artsticas diferenciadas propicia mecanismos de bem-estar e dequalidade de vida.

    Experincias de aprendizagemAo longo da educao bsica todos as crianas e jovens devem ter oportunidade de experienciaraprendizagens diversificadas, em contextos formais e no formais, que visem contribuir para odesenvolvimento da literacia musical e para o pleno desenvolvimento das suas identidades pessoais esociais:

    Experienciar diferentes tipos de instrumentos e culturas musicaisAo longo do seu percurso formativo, as crianas e os jovens devem ter a possibilidade deaprender a cantar segundo diferentes tipologias musicais, da msica tnica erudita, dopop aojazz , entre outras, e a tocar, desde instrumentos populares portugueses a instrumentos electr-nicos, como sintetizadores, de acordo com o seu desenvolvimento pessoal.

    Explorar diferentes processos comunicacionais, formas e tcnicas de criao musicalO desenvolvimento da compreenso das formas como os diferentes elementos sonoros emusicais interagem e se organizam na criao de diferentes tipos de obras musicais um dosaspectos centrais da literacia musical. Os princpios composicionais so instrumentos que ajudam organizao dos sons e das ideias, permitindo a coeso e a singularidade de cada obra.A compreenso e a manipulao destes princpios possibilita o entendimento de como osdiferentes compositores os utilizam para a criao artstica bem como as formas pessoais deexpresso e comunicao.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Produzir e realizar espectculos diversificadosComo arte performativa a msica adquire sentido no mbito da realizao de prticas artsticasem diferentes contextos e espaos, com fins, pressupostos e pblicos diferenciados. Pela suanatureza, a realizao de projectos artsticos diversificados constitui terreno propcio para odesenvolvimento de actividades de trabalho interdisciplinar, individual e em grupo.

    Assistir a diferentes tipos de espectculosA participao, como pblico, em espectculos artstico-musicais de diferentes estilos e orien-taes estticas, como forma de desenvolver, a partir da escola, a apetncia para assistir aespectculos, afigura-se um dos aspectos centrais na diversificao dos contextos de apren-dizagem.

    Utilizar as tecnologias da informao e comunicaoOs diferentes programas educativos e formativos relacionados com a criao, edio, gravao,notao e tratamento do som, assim como os recursos da rede da Internet, so instrumentos quedevem fazer parte dos quotidianos educativos, formativos e artsticos.

    Contactar com o patrimnio artstico-musicalO contacto d irecto com o patrimnio artstico-musical nacional, regional e local, bem como inter-nacional, atravs de visitas de trabalho e de estudo com carcter de recolha, registo, exploraoe avaliao dos dados, afigura-se um aspecto relevante para a compreenso e valorizao destetipo de patrimnio.

    Realizar intercmbios entre escolas e instituiesAs trocas entre estudantes de diferentes comunidades, culturas, religies e etnias possibilitam oconhecimento recproco dos respectivos patrimnios artsticos, musicais e culturais. Tambm osintercmbios com instituies sociais, culturais e de recreio, podem contribuir no s para odesenvolvimento de competncias sociais como tambm para o estabelecimento de redes de

    parcerias e para a dinamizao cultural da escola. Explorar as conexes com outras artes e reas do conhecimento

    Um dos elementos essenciais na formao artstico-musical a compreenso das relaes entrea msica e os diferentes contextos, bem como as formas diversificadas de expresso cultural,cientfica e artstica. A articulao vertical e horizontal com outras reas do conhecimento podecontribuir no s para a transferncia de saberes como tambm para uma compreenso maisprofunda das dimenses artsticas.

    Desenvolver projectos de investigaoNuma actividade investigativa pode explorar-se um determinado tema, situao, problema emaberto. Qualquer tema relacionado com a msica pode ser objecto de actividades investigativas.No mbito da educao e formao no ensino bsico, as histrias das msicas e dos msicos,

    por exemplo, so temas privilegiados para estas actividades.

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    Competncias Especficas Educao Artstica - Msica

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    A msica no currculo

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

    O aluno

    Compreende a msica em relao sociedade, histria e cultura

    Investiga os papis da msica em diferentescontextos sociais, culturais, histricos e estticos

    Compreende as transformaes scio-histricase scio-tcnicas de acordo com os contextos

    Cincias Humanase Sociais

    O aluno

    Compe peas musicais em que utilizaelementos verbais

    Canta diferentes tipos de canes em vriaslnguas

    Desenvolve a comunicao verbal e escritae a apropriao do vocabulrio musical nadescrio, anlise e interpretao dos sons

    Lnguas

    O aluno

    Utiliza padres, sries, permutaes,propores, frmulas, probabilidades e modelosgeomtricos como componentes de criao eimprovisao musical

    Explora a relao entre determinadasoperaes e conjuntos e a criao eimprovisao musical

    Matemtica

    O aluno

    Interpreta e inventa coreografias de mbitos eculturas diferenciadas

    Cria, prepara e apresenta espectculos comdiferentes pressupostos ou para determinadoseventos em que intersecta a dana, o teatro,as artes visuais e audiovisuais

    Realiza video-clips em que combinacoreografias, interpretao musical e tcnicasde manipulao udio e vdeo

    O utras artes

    O aluno

    Explora o fenmeno musical, como, porexemplo, a natureza dos sons, a srie dosharmnicos, como os sons so produzidos

    Explora as relaes entre o som e o meioambiente e as diferentes influncias queafectam o som

    Cincias Fsicase N aturais

    O aluno

    Utiliza e explora as transformaes nos instru-mentos ao longo do tempo e em diferentesculturas musicai s

    Inventa e constri fontes sonoras e instrumentosmusicais

    Utiliza diferentes tipos de tecnologias e software(acsticas e electrnicas) associadas msica

    Manipula, grava e produz materiais em suporteudio, vdeo e multimdia

    Tecnologias

    O aluno

    Utiliza o movimento como reaco a determina-dos sons e obras musicais de diferentes culturas.Incorpora cdigos e convenes atravs domovimento

    Desenvolve a motricidade fina

    Utiliza tcnicas de relaxamento e de controlopsicomotor na preparao e apresentao deinterpretaes vocais e instrumentais

    Expresso e educaofsico-motora

    MS

    ICA(S)

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    Competncias especficas

    As competncias especficas a desenvolver na disciplina de Educao Musical so aqui apresentadas emtorno de quatro grandes organizadores:

    Interpretao e comunicao; Criao e experimentao; Percepo sonora e musical; Culturas musicais nos contextos.

    No entanto, essencial garantir que as aprendizagens conducentes construo de qualquer compe-tncia se devem basear em aces provenientes dos trs grandes domnios da prtica musical -Composio, Audio e Interpretao. A apropriao dos conceitos musicais, vocabulrio e terminologiasmusicais bem como o desenvolvimento de prticas vocais e instrumentais s podem ser considerados

    efectivos se assentarem neste princpio de base.Estes organizadores esto concebidos para serem trabalhados de uma forma interdependente, conformeilustra a figura seguinte.

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    Competncias Especficas Educao Artstica - Msica

    OUVIRIN TERPRETAR

    COMPOR

    Culturas musicaisnos contextos

    Criaoe experimentao

    Intepretaoe comunicao

    Percepo sonorae musical

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    Interpretao e comunicao

    No mbito deste organizador, o aluno desenvolve a musicalidade e o controlo tcnico-artstico atravs doestudo e da apresentao individual e em grupo de diferentes interpretaes. Canta e toca, individual ecolectivamente, utilizando tcnicas e prticas musicais apropriadas e contextualizadas. Contacta comdiferentes instrumentos musicais, acsticos e electrnicos. Cria, utiliza e apropria-se de formas diferen-ciadas de notao musical (convencional e no convencional).

    Ensaia, apresenta e dirige publicamente peas musicais com princpios estticos e comunicacionaisdiversificados. Explora como diferentes tcnicas e tecnologias podem contribuir para a interpretao e acomunicao artstico-musical. Faz gravaes udio e vdeo das interpretaes realizadas. Reflecte sobreas interpretaes realizadas e avalia-as crtica e informadamente.

    Criao e experimentaoNo mbito deste organizador, o aluno explora, compe, arranja, improvisa e experiencia materiaissonoros e musicais com estilos, gneros, formas e tecnologias diferenciadas. Utiliza a audio, imagi-nao, conceitos e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e aprtica artstica, aumentando progressivamente o nvel de aprofundamento, de complexidade e desofisticao.

    Adquire e explora conhecimentos e saberes prprios de diferentes tcnicas vocais e instrumentais, dediferentes estticas e culturas musicais, para a criao sonora e musical, bem como cdigos e formasdiferenciadas de representao grfica dos sons. Manipula os materiais para funes comunicacionais eestticas especficas. Apropria-se de diferentes tcnicas de produo e de captao sonora. Utiliza

    diferentes tipos de software musical, sequencializao MIDI e recursos da Internet. Faz gravaes udioe vdeo do trabalho criativo realizado.

    Percepo sonora e musical

    No mbito deste organizador, o aluno ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os diferentescdigos e convenes que constituem o vocabulrio musical de vrias culturas, atravs da audio, domovimento e da prtica vocal e instrumental. Desenvolve a discriminao e a sensibilidade auditiva.Apropria-se de diferentes formas e smbolos (convencionais e no convencionais) de notao grfica dosom. Utiliza terminologia e vocabulrio adequado de acordo com as tradies musicais do passado e do

    presente.Investiga e utiliza fontes sonoras convencionais e no convencionais, electrnicas e outras, paracompreender e interiorizar os conceitos e estruturas que enformam e organizam as obras musicais.Transcreve, com tecnologias apropriadas e graus de complexidade diferentes, melodias, ritmos eharmonias. Avalia e compara diversas obras musicais com gneros, estilos e origens culturais diferen-ciadas. Selecciona msica com determinadas caractersticas para eventos especficos.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Culturas musicais nos contextos

    No mbito deste organizador, o aluno desenvolve o conhecimento e a compreenso da msica como

    construo social e como cultura. Partilha as msicas do seu quotidiano e da sua comunidade, investi-gando as obras musicais como expresses de identidade individual e colectiva.

    Reconhece a contribuio das culturas musicais nas sociedades contemporneas. Enquadra o fenmenomusical em determinados acontecimentos, tempos e lugares e compara estilos, gneros e estticasmusicais em relao aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e no ocidentais.Compreende as relaes entre a msica, as outras artes e reas de conhecimento, identificandosemelhanas e diferenas tcnicas, estticas e expressivas.

    O quadro seguinte representa graficamente os diferentes tipos de interpelaes entre os organizadoresapresentados anteriormente e os grandes domnios da prtica musical.

    Da anlise deste quadro inferem-se os diferentes tipos de interligaes e complexidades que esto

    subjacentes ao acto de aprender e, consequentemente, ao acto de ensinar. Interligaes e complexidadesque devem estar presentes em cada momento da aprendizagem, independentemente do enfoqueprincipal, do nvel de aprofundamento e das tipologias e culturas musicais utilizadas.

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    Competncias Especficas Educao Artstica - Msica

    Compreende a msica em relao sociedade, histria e cultura

    Compreende as relaes entre a msica,as outras artes e reas de conhecimentoatendendo perspectiva scio-histrica,

    sociotcnica e cultural

    InterpretarCompor

    Ouvir

    Analisa, descreve, compreendee avalia auditivamente produtos e

    processos musicais

    Interpreta, sozinho e em grupo(canto e instrumento), diferentesgneros e tipologias musicais

    Improvisa, compe e faz arranjosa partir de elementospredefinidos ou outros

    Adquire diferentes cdigose convenes de leitura,

    escrita e notao musicais

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    Interpretao e comunicao

    No final do ensino bsico, o aluno:

    Canta sozinho e em grupo, com preciso tcnicoartstica, peas de diferentes gneros estilos etipologias musicais;

    Toca sozinho e em grupo pelo menos um instrumento musical utilizando tcnicas instrumentaise interpretativas diferenciadas de acordo com a tipologia musical;

    Prepara, apresenta e dirige pequenas peas e/ou espectculos musicais de mbitos diferenciados; Participa, como intrprete, autor e produtor em recitais e concertos com diferentes pressupostos

    comunicacionais e estticos e para pblicos diferenciados; Partilha, com os pares, as msicas do seu quotidiano; Investiga e avalia diferentes tipos de interpretaes utilizando vocabulrio apropriado.

    Tipo de situaes de aprendizagem

    1. ciclo

    Canta as suas msicas e as dos outros, utilizando diversas tcnicas vocais simples. Toca as suas msicas e as dos outros, utilizando instrumentos acsticos, electrnicos, convencionais

    e no convencionais. Apresenta publicamente peas musicais utilizando instrumentos e tcnicas interpretativas simples. Explora diferentes cdigos e convenes musicais na msica gravada e ao vivo. Responde a conceitos, cdigos e convenes musicais na msica gravada e ao vivo.

    2. Ciclo

    Prepara, dirige, apresenta e avalia peas musicais diferenciadas, atendendo diversidade de funese pressupostos.

    Ensaia e apresenta publicamente interpretaes individuais e em grupo de peas musicais emgneros e formas contrastantes de acordo com as intenes e caractersticas prprias de cada autor,estilo e gnero.

    Analisa diferentes interpretaes das mesmas ideias, estruturas e peas musicais em estilos egneros variados.

    3. ciclo

    Prepara, ensaia, dirige, grava e avalia interpretaes individuais e em grupo de diferentes peas,gneros e estilos musicais de acordo com as intenes dos autores/compositores.

    Investiga e analisa os modos como os diferentes media e as tecnologias influenciam a produosonora, as funes e sentidos musicais.

    Utiliza a anlise crtica para enformar e avaliar as diferentes interpretaes. Ensaia e apresenta publicamente interpretaes individuais e em grupo de peas musicais em

    gneros e formas contrastantes de acordo com as intenes e caractersticas prprias de cada autor,estilo e gnero.

    Prope diferentes tipos de interpretaes para uma mesma pea musical utilizando vocabulrioapropriado e argumentao tcnica, artstica e esttica.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Percepo sonora e musical

    No final do ensino bsico, o aluno:

    Compreende como se utilizam e articulam os diferentes conceitos, cdigos e convenes etcnicas artsticas constituintes das diferentes culturas musicais;

    Analisa obras vocais, instrumentais e electrnicas de diferentes culturas musicais utilizandovocabulrio apropriado e de complexidade diversificada;

    Descreve, auditivamente, estruturas e modos de organizao sonora de diferentes gneros,estilos e culturas musicais atravs de vocabulrio apropriado;

    L e escreve em notao convencional e no convencional diferentes tipologias musicaisrecorrendo tambm s Tecnologias da Informao e Comunicao;

    Investiga diferentes modos de percepo e representao sonora.

    Tipo de situaes de aprendizagem

    1. ciclo

    Explora e responde aos elementos bsicos da msica. Identifica e explora a qualidade dos sons. Explora e descreve tcnicas simples de organizao e estruturao sonora e musical. Identifica auditivamente mudanas rtmicas, meldicas e harmnicas. Utiliza vocabulrio e simbologias simples e apropriadas para descrever e comparar diferentes tipos

    de sons e peas musicais de diferentes estilos e gneros.

    2. ciclo Reconhece um mbito de padres, estruturas, efeitos e qualidades dos sons. Identifica auditivamente, escreve e transcreve elementos e estruturas musicais, utilizando tecno-

    logias apropriadas. Identifica e utiliza diferentes tipos de progresses harmnicas. Completa uma msica pr-existente, vocal e/ou instrumental. Transcreve e toca de ouvido diferentes peas musicais com estilos diferenciados a uma ou duas

    vozes. Identifica auditivamente e descreve diferentes tipos de opes interpretativas.

    3. ciclo

    Utiliza a audio, actividades prticas e tecnologias para descrever as estruturas musicais, bem comopara escrever, transcrever e transpor diferentes estilos e culturas musicais.

    Transcreve e toca de ouvido peas musicais com estilos diferenciados e diferentes nveis decomplexidade, a duas ou mais vozes.

    Identifica e utiliza progresses harmnicas de diferentes estilos e gneros. Acrescenta ou desenvolve linhas vocais e instrumentais em peas pr-existentes. Escreve e improvisa utilizando tipos de estruturas e convenes diversificadas e com graus de

    complexidade crescente.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Culturas musicais nos contextos

    No final do ensino bsico, o aluno:

    Compreende a msica como construo social e como cultura em diferentes perodos histricose contextos diversificados;

    Reconhece os diferentes tipos de funes que a msica desempenha nas comunidades; Compreende e valoriza o fenmeno musical como patrimnio, factor identitrio e de

    desenvolvimento social, econmico e cultural; Compreende as diferentes relaes e interdependncias entre a msica, as outras artes e reas

    do conhecimento; Investiga os modos como as sociedades contemporneas se relacionam com a msica.

    Tipo de situaes de aprendizagem

    1. ciclo

    Reconhece a msica como parte do quotidiano e as diferentes funes que ela desempenha. Identifica diferentes culturas musicais e os contextos onde se inserem. Produz material escrito, audiovisual e multimdia ou outro, utilizando vocabulrio simples e

    apropriado.

    2. ciclo

    Identifica e compara estilos e gneros musicais tendo em conta os enquadramentos socioculturaisdo passado e do presente.

    Investiga funes e significados da msica no contexto das sociedades contemporneas. Relaciona a msica com as outras artes e reas do saber e do conhecimento em contextos do

    passado e do presente. Produz material escrito, audiovisual e multimdia ou outro, utilizando vocabulrio adequado. Troca experincias com msicos e instituies musicais.

    3. ciclo

    Descreve, analisa e compara diferentes tipologias musicais, estilos e gneros, na sua relao comos diferentes contextos e temporalidades passadas e presentes.

    Investiga a produo e as interpretaes musicais no contexto das sociedades contemporneas(disco/ video-clips /etc).

    Investiga os diferentes processos tecnolgicos de mediao entre os compositores, os intrpretes eos pblicos.

    Produz material escrito, audiovisual e multimdia utilizando vocabulrio apropriado e complexo. Investiga diferentes contributos da msica nas sociedades contemporneas. Realiza investigaes acerca dos msicos e das instituies musicais nos contextos.

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    Competncias Especficas Educao Artstica - Msica

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    Experincias de aprendizagem

    Nas actividades dramticas os alunos devero desenvolver uma srie de competncias, fsicas, pessoais,relacionais, cognitivas, tcnicas, de forma que possam expressar-se criativamente, improvisando einterpretando pela forma dramtica. No processo de aprendizagem os alunos devem desenvolvercontinuamente a utilizao do corpo, voz e imaginao enquanto veculos de expresso e comunicao.

    Procura-se desenvolver competncias individuais aliceradas e sustentadas no seio do desenvolvimentodo grupo, atravs de actividades de:

    Explorao dos instrumentos expressivos: corpo, voz, espao; Explorao temtica pela improvisao; Criao de dramatizaes; Pesquisa activa e criativa baseada na interaco com pessoas, espaos, vivncias diferenciadas

    que permitam o aprofundamento da criao dramtica; Pesquisa documental (b ibliogrfica, videogrfica, sonora...) que estimule o crescimento criativo; Explorao das potencialidades interdisciplinares na criao de um projecto dramtico; Alargamento de referncias atravs da assistncia a espectculos; Concretizao de projectos com pblico; Promoo e participao em iniciativas de intercmbio de experincias, tais como mostras,

    encontros ou festivais de teatro com e para jovens.

    Competncias especficas ao longo dos 1., 2. e 3. ciclos

    Estes princpios destinam-se a contribuir para a orientao das mais variadas prticas dramticas emcontexto escolar:

    Prticas previstas para o 1. ciclo, quer orientadas pelo professor generalista, quer por umprofessor especialista, numa perspectiva integradora;

    Prticas desenvolvidas no 2. ciclo enquanto actividades de enriquecimento curricular e docontexto lectivo das vrias disciplinas;

    Prticas previstas para o 3. ciclo no mbito da disciplina Oficina de Teatro e projectos dram-ticos de enriquecimento curricular.

    Princpios orientadores para a expresso dramtica/ teatr o

    ao longo dos trs ciclos do ensino bsico: Explorao das possibilidades expressivas do corpo, voz, espao e objectos; Explorao das capacidades de improvisao e dramatizao; Explorao das caractersticas ldicas da expresso dramtica como estratgia de dinamizao

    de grupos; Experimentao da expresso pelo drama; Promoo da diversidade de referncias para construo do "gosto pessoal"; Implementao de hbitos de fruio teatral; Mobilizao das comunidades educativas atravs das prticas teatrais.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Competncias especficas da expresso dramtica/ teatr o

    1. ciclo

    Relacionar-se e comunicar com os outros. Explorar diferentes formas e atitudes corporais. Explorar maneiras pessoais de desenvolver o movimento. Explorar diferentes tipos de emisso sonora. Aliar gestos e movimentos ao som. Reconhecer e reproduzir sonoridades. Explorar, individual e colectivamente, diferentes nveis e direces no espao. Utilizar, recriar e adaptar o espao circundante. Orientar-se no espao atravs de referncias visuais, auditivas e tcteis. Utilizar e transformar o objecto, atravs da imaginao. Explorar o uso de mscaras, fantoches e marionetas. Mimar atitudes, gestos e aces. Realizar improvisaes e dramatizaes a partir de histrias ou situaes simples. Participar na criao oral de histrias. Observar, escutar e apreciar o desempenho dos outros.

    2. ciclo

    (As competncias a seguir enunciadas podero ser desenvolvidas no mbito das vrias disciplinas,projectos educativos e clubes que se proponham utilizar as prticas dramticas, dado estas no estaremcontempladas como disciplina no 2. ciclo)

    Utilizar o corpo e a voz na construo de personagens. Construir histrias para serem improvisadas. Transformar formas narrativas em formas dramticas. Explorar criativamente diferentes formas de dizer textos. Investigar e improvisar a partir de temas provenientes de outras reas do conhecimento. Inventar, construir e utilizar adereos e cenrios.

    Identificar e valorizar o teatro entre outras formas artsticas.

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    Competncias Especficas Educao Artstica Expresso Dramtica/Teatro

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    3. Ciclo

    Evidenciar aprendizagens significativas do conhecimento de si, do outro e do mundo, atravsdos processos dramticos.

    Desenvolver uma prtica reflexiva tendente a romper com esteretipos culturais, preconceitosraciais e outros.

    Desenvolver estratgias de comunicao, relaes interpessoais, trabalho de equipa, resoluode problemas e tomadas de deciso.

    Desenvolver e consolidar capacidades nos domnios da expresso e comunicao vocal ecorporal.

    Exercitar a escrita dramtica criativa. Desenvolver projectos que compreendam a construo e manipulao de mscaras, fantoches,

    marionetas e sombras.

    Construir e utilizar cenrios, adereos e figurinos. Explorar as potencialidades dramticas do uso da luz e do som. Reconhecer e utilizar estruturas dramticas e cdigos teatrais. Planificar, produzir e apresentar um projecto teatral. Reflectir e avaliar criticamente o trabalho produzido no seio do grupo. Compreender a diversidade das artes e do teatro. Desenvolver a conscincia e o sentido esttico.

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais

    Dana

    Introduo

    O que ser que afinal h de to especial e particular nas artes para que se torne to premente, hoje,inclu-las de forma mais consubstanciada e presente na actividade escolar?

    Por que sentimos ns a necessidade de defender a causa da sua verdadeira participao no enigmticoe fascinante processo de ensinar e aprender?

    Por que persiste o sentimento de que ser necessrio adicionar a essa "viagem de descobertas" essesistema de "transaces" em que consiste o ensino, a participao e a problematizao das artes?

    O que estar por detrs deste desejo?

    Finalmente, a possibilidade de um mundo com outra "luz"?

    Danar humano. uma actividade mgica, baseada na beleza da energia humana, enquanto movimentoproduzido pelo corpo. Envolve o pensamento, a sensibilidade e o corpo, no seu agir, e explora a naturezado indivduo, na sua propulso para saltar, conquistar o ar, no seu impulso para viver. A dana umamatria de confluncia de vrios aspectos identitrios da natureza humana que s atravs daprtica ganham forma visvel e vivencial.

    No contexto escolar podemos pensar a dana como um mecanismo privilegiado para estimular osalunos a conhecer formas expressivas de pensar, percepcionar e compreender, a partir da actividadefsica de se mover. Atravs de um vasto conjunto de experincias de energia organizada, chegar essncia da dana.

    em torno das influncias sociais sobre o indivduo que a histria da dana se vai desenvolvendo,denunciando assim, sempre, as suas origens. O movimento no surge do vazio. Ele consequncia deum tecido complicado de vivncias, de muitas histrias que h que continuar a contar e a transformar,dando expresso ao comportamento cultural atravs de um meio de comunicao no verbal.

    O movimento humano est fortemente impregnado de significados e emoes, mostra-nos os valores, asatitudes, as crenas de uma cultura atravs da produo fsica de aces, gestos e posturas. No domnioartstico ser fcil de confirmar que o estilo, a estrutura, o contedo e a prpria interpretao de umapea coreogrfica so, em parte, determinados pela viso de sociedade que se tem.

    Eis a possibilidade de aprendizagem de uma linguagem, enraizada na realidade socio-cultural, queprope ao aluno um universo rico de comunicabilidade atravs da materialidade do corpo, capaztambm de produzir conceitos de maior elaborao, como o caso da abstraco, elemento essencial nojogo coreogrfico.

    Saliente-se ainda a vocao interdisciplinar da dana, veja-se, por exemplo, a sua relao ancestral coma msica, que prope contactos com o ritmo, a dinmica e a matemtica. Ou o caso das relaes entrea dana e o espao, podendo facilmente transitar para reas como a geometria, a geografia e mesmo aarquitectura.

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    Os elementos fundamentais que sustentam o saber da dana, enquanto forma de conhecimento, seja eleantropolgico, social, psicolgico, poltico ou artstico, e que nesta perspectiva devero ser vividos pelosalunos em nveis progressivos de complexidade e interaco, ao longo dos nove anos de escolaridade,convergem para aquilo que a matria intrnseca e essencial desta arte: o CORPO, como instrumento deaprendizagem e construo da linguagem coreogrfica.

    Relao com as competncias gerais

    Tratando-se de uma actividade profundamente enraizada na histria do homem, danar propiciaao aluno um quadro de referncias cognitivas, culturais, sensoriais e estticas que contribuem para umamelhor compreenso do mundo. A dana cumpre funes que, na essncia, permanecem intactasdesde o princpio dos tempos, sejam elas funes rituais, mgicas, comunicacionais, diplomticas,ldicas, estticas ou, simplesmente, como fonte de felicidade.

    Porque est inscrita na histria e no gesto humano, a dana pode ter um papel importante na apro-priao das competncias gerais, definidas para a educao bsica, uma vez que elas tm como centroo aluno, o pensamento, a sociedade e a cultura, numa interdependncia muito familiar natureza e linguagem da dana.

    O ensino da Dana, nesta perspectiva, proporciona a aquisio de um vocabulrio de movimento e deum novo quadro de referncias espcio-temporais. Estes, transformar-se-o em instrumentos de comuni-cao, para que o aluno possa abordar e pesquisar saberes culturais, cientficos e tecnolgicos, presentesnas matrias curriculares, assim como em situaes e problemas do quotidiano, atravs da linguagem dadana.

    A competncia em dana implica, desde logo, a aptido para integrar e traduzir diferentes linguagens,atravs do movimento. Uma vez sedimentado o conhecimento do vocabulrio de movimento essencial,o aluno poder chamar ao seu trabalho coreogrfico linguagens especficas de outras reas do sabercultural, cientfico e tecnolgico. Um exemplo possvel: fazer um vdeo-dana sobre a movimentao dasclulas.

    No desenvolvimento das competncias especficas em Dana coexistem trs grandes reas de aco:Interpretao, Composio e Apreciao. Nesta ltima, um trabalho de anlise e discusso colectiva domovimento, assim como a mostra de filmes e a pesquisa bibliogrfica, e em suportes electrnicos, deinformao sobre dana, conduziro o aluno a um discurso, oral e escrito, crtico e fundamentado,sempre norteado pelo correcto uso da lngua portuguesa.

    O conhecimento de lnguas estrangeiras revela-se essencial para a pesquisa de informao sobre dana,uma vez que a grande maioria da bibliografia e documentao videogrfica, bem como quase toda ainformao disponvel atravs da Internet, apresentada em lnguas estrangeiras. A terminologia prpriada dana pode ser um elemento de motivao para a aprendizagem de lnguas estrangeiras e , segura-mente, veiculadora das mesmas.

    Existe, nas competncias aqui definidas, uma filosofia fundeada num quadro de respeito e valorizaoda individualidade. A diversidade de leituras do mundo, bem como os diferentes recursos, motivaes ecompetncias, que se encontram numa turma de jovens bailarinos, constituem um terreno propcio percepo e troca de metodologias, rotinas, tcnicas, "truques", conselhos e sua experimentao. Estadimenso emprica, associada ao conhecimento tcnico e informao sobre dana, factor determi-nante na consolidao de uma metodologia ou de uma opo esttica prpria.

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    Competncias Especficas Educao Artstica Dana

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    Competncias especficas

    As competncias que todos os alunos devem desenvolver, em Dana, ao longo dos trs ciclos do ensinobsico, fundamentam-se nos seguintes aspectos:

    Compreenso da dana enquanto forma de arte; Desenvolvimento de experincias e capacidades na rea da interpretao (agir e danar); Desenvolvimento de experincias e capacidades na rea da composio (imaginar e coreograf ar); A aptido para analisar e apreciar a dana atravs da observao e discusso de materiais

    coreogrficos, dentro e fora da escola.

    As competncias especficas da disciplina de Dana organizam-se em torno de quatro temas referen-ciais, os elementos da dana (CORPO, ESPAO, ENERGIA e RELAO). Estes elementos sero desen-volvidos ao longo dos trs ciclos, atravs de um aprofundamento progressivo, devendo conduzir a um

    conhecimento elementar do movimento humano, tendo em vista uma ideia de dana globalizante, deaprendizagem rigorosa, mas tambm acessvel a todos.

    O aluno competente em Dana, no final do ensino bsico, dever saber reconhecer e analisar estesquatro temas fundamentais, para poder produzir solues coreogrficas criativas e conducentes a umdiscurso coreogrfico prprio:

    O corpo o qu? Que movimentos pode o corpo fazer? O espao onde? Onde pode o corpo danar? A energia como? Que modos, qualidades ou dinmicas pode o corpo descobrir e assumir? A relao com quem, com qu e em que ambincia? Como que o corpo se

    relaciona consigo prprio quando dana sozinho, como se relaciona com o corpo

    ou corpos de outros quando dana em grupo? Como pode tambm relacionar-secom coisas e objectos? Como se deixa influenciar por ambientes diversos? Ser queestes introduzem outros modos de relao com o seu corpo e consigo prprio?

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    Competncias Especficas Educao Artstica Dana

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    1. ciclo

    Conhecer e vivenciar os elementos da dana:

    Corpo e o seu mapa; Espao e suas grandes direces; Energia e as qualidades do movimento; Relao com os outros, objectos e ambientes.

    2. ciclo

    Estabelecer relaes entre os elementos da dana (corpo, espao energia e relao) aprofun-dando conhecimentos apreendidos anteriormente.

    Desenvolver experincias interdisciplinares com base em problemas da actualidade mundial,nacional e pessoal.

    Alargar o mbito vivencial da dana, cruzando esse conhecimento com o de outras reascurriculares.

    3. ciclo

    Consolidar os elementos da dana, terica e praticamente, numa perspectiva de acesso danacomo cultura:

    Iniciao a uma histria da dana; Desenvolvimento da noo da importncia de diferentes tcnicas de dana, assim como

    estratgias de composio coreogrfica e sua anlise crtica; Criao e produo de um espectculo de dana dentro da escola (idealmente com o apoio

    de coregrafos/artistas).

    Os contedos concretos devem ser decididos e geridos pelo professor, de acordo com as caractersticasdo grupo e os programas e orientaes curriculares em vigor. Os nveis de desempenho, a fixar para

    cada um dos trs ciclos, devem ser pensados de acordo com uma lgica de complexidade progressivade conceitos.

    No entanto, deve ter-se em conta que os nveis de desempenho no podem ser aplicados de formaindiscriminada a todos os alunos, sendo necessrio atender s caractersticas e percursos de cada umdeles.Assim, embora a maioria dos alunos consiga compreender, criar e interpretar curtas sequncias de danae pequenos trabalhos coreogrficos, preciso notar que alguns desenvolvero com maior mestria capaci-dades tcnicas e performativas, outros, distinguir-se-o mais pela capacidade analtica e menos pela

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    Currculo Nacional do Ensino Bsico Competncias Essenciais