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mecanicismo
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O mecanicismo é a doutrina para a qual os processos naturais são
determinados mecanicamente e explicados pelas leis da física e da química,
tendo como metáfora, o relógio, que representa o funcionamento do universo.
Por essa teoria, surge a ideia do determinismo, que é a crença de que qualquer
ação é determinada pelos eventos do passado. Surge, ainda, a noção
de reducionismo, que é a ideia de que, para entender uma ideia ou fato
complexo, basta reduzi-los a ideias ou fatos mais simples, como desmontar um
relógio, para entender seu funcionamento.
A ideia de mecanicismo originou-se na física, com Galileu Galilei (1564-1642) e
com Isaac Newton (1642-1727). A teoria afirmava que qualquer objeto
existente no universo era composto de partículas de matéria em movimento.
Galileu afirmava que, a matéria formava-se de discretos corpúsculos ou átomos
que afetavam uns aos outros mediante o contato direto. Newton, o ápice da
física clássica, mais tarde, sintetizou a matematização e atomização.
Aperfeiçoou a teoria de Galileu, postulando que o movimento resultava das
forças de atração e repulsão que atuavam sobre os átomos. Então, o universo
sendo constituído de átomos em movimento, qualquer efeito físico, que seria o
movimento de cada átomo, resulta numa causa direta, que seria o movimento
do átomo que o atinge. Com isso o funcionamento do universo físico era
comparado ao de qualquer máquina, ou seja, era organizado e preciso. No
século XVII, os cientistas afirmavam que Deus teria projetado o universo com
perfeição, e acreditavam então que, se conseguissem entender as leis do seu
funcionamento, poderiam prever o seu comportamento futuro.
O relógio foi a metáfora que sustentou a ideia mecanicista do século XVII. Eles
eram regulares, previsíveis e exatos, fazendo cientistas e filósofos os
perceberem com modelos para o universo físico. O filosofo francês René
Descartes e o astrônomo alemão Johannes Kepler acreditavam na teoria de
que, o universo fosse um grande relógio arquitetado e programado para
funcionar com regularidade. Fazendo essa comparação, concluía-se que o
universo funcionava perfeitamente sem qualquer interferência externa, desta
forma, a comparação do universo com o relógio abrange a doutrina
determinista, onde o passado determina o presente e este o futuro – este é o
conceito da casualidade mecanicista. Por conseguinte, era muito fácil
desmontar um relógio e verificar a operação das engrenagens. Aplicando-se
então o conceito de reducionismo, ou seja, para entender o mecanismo
operacional das maquinas como o relógio, bastava reduzi-las aos componentes
básicos. Deste modo, para compreender o universo físico, bastava reduzi-lo às
suas pequenas partes, ou seja, as moléculas e os átomos. Assim o
reducionismo vai caracterizar a ciência e por conseguinte a nova psicologia.
Mais tarde, na psicologia, Edward Bradfor Titchener (1867-1927) vai utilizar o
método reducionista em sua teoria para a psicologia, ele apresenta a proposta
de que, deveria reduzir os processos conscientes aos seus componentes mais
simples. Ele segue ainda a visão mecanicista, pois encontram-se nos seus
relatos, que ele enxergava seus observadores como instrumentos mecânicos
de registro, que respondiam de forma objetiva às observações das
características do estimulo observado. Para ele, os indivíduos seriam meras
maquinas neutras e imparciais.
A figura do homem como um robô, pode ser vista em romances e histórias
infantis do século XIX e início do século XX. Era fascinante a ideia de criar
maquinas a imagem e semelhança dos humanos. No livro da romancista
inglesa Mary Wollstonecraft Shelley, Frankenstein, é um ser metade máquina e
metade monstro que acaba destruindo seu criador. No clássico filme O magico
de Oz, está repleto de seres mecânicos, como o homem de lata que procurava
um coração.
Assim, o legado dos séculos XVII ao XIX, o homem era comparado as
maquinas, a aplicação do método cientifico na investigação do comportamento
humano. Em suma, a teoria mecanicista também poderia ser aplicada ao
funcionamento mental humano e o homem seria uma máquina supostamente
capaz de pensar.
Na primeira cena, eles colocam um rebanho de ovelhas amontoadas e em
seguida as pessoas entrando na fábrica do mesmo modo, apressadas e
amontoadas, onde já se começam ver traços de uma doutrina mecanicista,
pois, as pessoas são comparadas a animais, o que leva a pensar que as
pessoas não tem uma identidade própria, são “apenas maquinas imparciais
indo ao trabalho”.
O presidente que seria o que comandava a empresa, comandava as maquinas
humanas, confere diversas vezes em sua gigante TV o desempenho dos
operários, ordenando que aumentem a velocidade e os operários como as
maquinas deviam acompanhar o desempenho.
Surge na cena então, o lendário Charles Chaplin, que mostra-se como um robô
apertando os parafusos, única função que sabe desempenhar, pois mesmo
quando ele troca de turno continua fazendo o movimento como que se,
estivesse apertando os parafusos, e mesmo depois de sair de dentro das
engrenagens, tudo que se pareça com um parafuso ele aperta. Depois, o
chamam de louco, pois ele não consegue parar de apertar os parafusos, e ele
acaba indo por meio as engrenagens, espirito da ideia mecanicista, o relógio
possui suas engrenagem, e o homem visto por ela, também, para eles seria
apenas compreender o funcionamento das engrenagens do relógio para
compreender seu funcionamento, assim como é só reduzir o ser humano a
partículas pequenas (átomos) e compreender seu comportamento previsível.
Então ele é levado a um hospital, uma espécie de sanatório, para curar-se dos
nervos causados pelo trabalho na fábrica.
http://www.infoescola.com/psicologia/historia-da-psicologia/
Schultz e Schultz – Historia da Psicologia Moderna
Matrizes do pensamento psicológico – Luiz Figueiredo