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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Mediação ou Conciliação? Por: Elizabeth Nascimento Galvão Rio de Janeiro Agosto/2010

Mediação ou Conciliação? - AVM · De forma a aprimorar meus conhecimentos e estudar um pouco mais sobre o tema surgiu então o meu interesse pelo assunto e pretendo fazer uma

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Mediação ou Conciliação?

Por: Elizabeth Nascimento Galvão

Rio de Janeiro

Agosto/2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

Mediação ou Conciliação?

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito para obtenção do grau de especialista em Mediação de Conflito com Ênfase em Família. Professora orientadora Maria Esther de Araújo Oliveira.

Rio de Janeiro

Agosto/2010

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AGRADECIMENTOS A Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida.

A meus pais Pedro e Nilza (in memorian)

Ao meu esposo Nilson pelo apoio constante.

A amiga Simone por termos estado juntas em mais uma jornada.

Agradeço a todos que de uma forma direta ou indireta contribuíram para a realização

desse trabalho.

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GALVÃO, Elizabeth do Nascimento. - Título da Monografia – Mediação ou Conciliação? 2010,36 folhas, Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação em Mediação de Conflitos com ênfase em família) – Instituto A Vez do Mestre-UCAM, 2010.

RESUMO O mundo atual exige, para as situações que se apresentam soluções dinâmicas e céleres, sem perder a qualidade e preservando-se as garantias dos indivíduos. A lei 9099/95 abriu uma nova alternativa na busca para o rápido desfecho de conflitos, trazendo para a sociedade uma nova concepção e também uma nova maneira de solucionar conflitos de interesses cujos são geralmente demandados por pequenas causas. É um processo que requer uma mudança de cultura e adaptação da sociedade. Este trabalho tem o objetivo de analisar os meios alternativos de solução de conflitos, tais como a mediação e a conciliação, bem como seus conceitos e as vantagens de sua aplicação, fazendo uma breve análise a respeito dos conflitos inerentes ao ser humano. Palavras-chave: meios alternativos de solução de conflitos, mediação, conciliação, conflitos.

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METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas, através

da utilização de livros, artigos e sites de organizações conhecidas. Este estudo será

embasado pelos seguintes autores: Ângela Hara Buono Mendonça, Eliana reberti

Nazareth, Fernando Tavares Horta, Jose Maria Garcez, Jean François Six, Juan Carlos

Vezzulla, entre outros.

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SUMÁRIO

1. Introdução ...................................................................................................................7

Capítulo 1 – O Processo de Mediação ..........................................................................9

1.1 – Mediação .................................................................................................................9

1.2 – O mediador ............................................................................................................11

1.3 – A atuação do mediador ..........................................................................................12

1.4 – Principais fundamentos da mediação.....................................................................12

1.5 – Vantagens da mediação .........................................................................................13

Capítulo 2 - O Processo de Conciliação ......................................................................15

2.1 – O conciliador .........................................................................................................18

2.2 – O perfil do conciliador ..........................................................................................19

2.3 – A Lei Federal 9099/95 ...........................................................................................20

Capítulo 3 – Definição de Conflito .............................................................................22

3.1 - As principais causas do conflito.............................................................................26

3.2 – Efeitos positivos e negativos do conflito ..............................................................27

3.3 – Crescimento e desenvolvimento dos conflitos .....................................................29

Considerações Finais ....................................................................................................32

Referencia Bibliografia.......................................................................................34

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Introdução

A morosidade dos processos, a falta de acesso à Justiça são alguns dos fatores

atribuídos à ineficiência do Estado, hoje o que se busca são meios alternativos para a

solução de litígios, de essa forma desafogar e melhorar a atuação do Poder Judiciário

face a seu papel na promoção da Justiça.

A mediação quanto a conciliação são meios alternativos de solução de conflitos,

que utilizam um terceiro interveniente neutro ao conflito para resolução de litígios.

Esses métodos são muito utilizados, pois permite uma solução rápida, econômica e

bastante justa aos conflitos sendo possível evitar os desgastes inerentes aos trâmites

judiciais, possibilitando alto grau de satisfação daqueles que adotarem tanto mediação

quanto conciliação na solução de seus conflitos.

De forma a aprimorar meus conhecimentos e estudar um pouco mais sobre o

tema surgiu então o meu interesse pelo assunto e pretendo fazer uma breve abordagem

dos mesmos.

Na mediação, o mediador, que deverá ser neutro e imparcial, auxilia as partes na

resolução do conflito. O mediador busca por meio de uma reflexão, a solução para o

problema que será apresentado, sem interferir ou sugerir termos de condições. Vezzulla

nos diz que “a mediação deve ser flexível, contemplando as necessidades e os

tempos das partes para relacionarem-se e poder chegar ou não a um acordo.”

(p.65)

Em oposição ao mediador, o conciliador visa propor soluções para que as partes

cheguem a um acordo, é cabível a ele fazer propostas e sugestões. A intenção é o

acordo.

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Segundo Tavares “o conciliador apazigua as questões sem se preocupar com

a qualidade das questões. Interfere se necessário, nos conceitos e interpretações dos

fatos, com a utilização de aconselhamento legal ou de outras áreas.” (2002, p.43). É

relevante para a sociedade entender a atuação do mediador e do conciliador e como de

fato tais métodos podem contribuir para uma melhor harmonização das relações e a

busca para a pacificação da sociedade.

A escalada de conflitos a qual caminha a sociedade nos dá mostras de que

precisamos aprender a lidar com as diferenças dentro de parâmetros éticos, morais e de

respeito ao próximo, acompanhando a galope a modernidade. (VEZZULA, 1998)

Na tentativa de mostrar as diferenças existentes entre diversas possibilidades de

autocomposição mediada, vários autores visam definir mediação de conciliação,

atrelando diversos significados a essas definições.

Temos, portanto, como objetivo desse estudo, definir as atribuições da

mediação, bem como da conciliação e comparar as atribuições do mediador e do

conciliador ressaltado suas especificidades.

Em linhas gerais, os aspectos centrais do presente estudo serão desenvolvidos

em três capítulos. O primeiro fará uma abordagem sobre o conceito de mediação. O

segundo será retratado pelo conceito de conciliação. No terceiro capítulo buscaremos

fazer um breve relato conceituando o que é conflito.

A partir da bibliografia especializada procuraremos apontar o posicionamento

dos principais autores acerca das funções do mediador e do conciliador sinalizando a

existência de um debate a esse respeito.

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Capítulo 1. Métodos Alternativos de Solução de Controvérsias

Enquanto que um processo judicial pode se arrastar por anos devido a inúmeros

recursos, os métodos alternativos de resolução de conflitos possibilitam aos envolvidos

o encontro para uma solução de forma pacífica de suas controvérsias, além de

preservarem-se os relacionamentos futuros entre eles.

Graças a esses métodos as pessoas conseguem chegar a um acordo com menos

burocracia, com mais eficiência e rapidez, evitando assim os trâmites e a morosidade do

judiciário. Para exemplificar, citemos Fisher e Ury que citam o exemplo de duas irmãs

que brigavam por uma laranja.

“Depois de finalmente concordarem em dividir a laranja ao meio, a primeira das irmãs pegou sua metade, comeu a fruta e jogou fora a casca, enquanto a outra jogou fora a fruta e usou a casca de sua metade para preparar um bolo. Inúmeras vezes, os negociadores “deixam o dinheiro na mesa” deixam de chegar a um acordo quando poderiam fazê-lo, ou então o acordo a que chegam poderia ter sido melhor para cada um dos lados”. (1981, p.76)

Através do presente estudo iremos abordar dois métodos de solução de

controvérsias que são a mediação e a conciliação, sem a pretensão de esgotarmos o

assunto, de modo a difundir esses meios à Sociedade.

1.1. - Mediação

A mediação é a técnica privada da solução de conflitos que vem demonstrando,

no mundo, sua grande eficiência nos conflitos interpessoais, pois com ela, são as

próprias partes que acham soluções. (VEZZULA,1998,p.16)

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A história da mediação tem início nos anos 70, nos EUA, se difundido para o

Canadá, a China e alguns países da Europa. Diversos são seus contextos de atuação:

comunitário, trabalhista, familiar, educacional, meio ambiente e relações internacionais.

É um processo que vai além do conflito em questão, se propõe na resolução do

conflito, assim como pode transformar decididamente os relacionamentos sem que seja

necessário que se chegue a um acordo ou não. Nazareth nos diz que: a mediação é

destinada a casos mais complexos, em que diversos aspectos devem ser analisados

em conjunto para se chegar a um acordo. (2009, p.32)

Por meio da mediação cada qual terá oportunidade de refletir sobre sua posição

em relação a questões que lhes afligem, tornando próprias suas idéias, interesses e

posições com mais responsabilidade e consciência. Tal processo faz com que as pessoas

transformem suas atitudes de litígio em atitudes voltadas a colaboração, superando suas

disputas e com isso aumentando muito a possibilidade desta abordagem, servindo de

auxílio para que possam, enfim, construir uma sociedade mais igualitária, justa e

pacífica. Para Fiorelli:

“A mediação constitui um processo de transformar antagonismos em convergências, não obrigatoriamente em concordâncias por meio da intervenção de um terceiro escolhido pelas partes.” (2008, p.56)

Para Muskat: “mesmo não se chegando a uma solução definitiva ou a um

acordo, a mediação sempre abre um canal à possibilidade de reformulação e

mudança ética e cultural.” (2003, p.74).

A mediação é um processo sigiloso e voluntário, as partes sentem-se seguras e

livres e podem ou não optar pela mediação como esta sendo uma maneira mais eficaz na

solução de seus conflitos existentes no momento presente ou se preparando para os

conflitos que poderão acontecer no futuro.

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Não deve ser utilizada como um método somente para remediar conflitos, seu

objetivo é proporcionar as partes responsáveis uma maior legitimidade do

procedimento, são as partes responsáveis por resolverem suas questões, não havendo

necessidade da justiça ser acionada para todo e qualquer conflito que possa ser

vivenciado. Mendonça nos mostra que:

“Dentre alternativas amigáveis, vários são os métodos utilizados para a resolução pacífica de diferenças. Os de uso mais comum no Brasil são a negociação profissional, a mediação, a conciliação e a arbitragem, dentre outros).”(2003,p.15)

A mediação poderá ser institucionalizada no Brasil como método de prevenção e

solução de conflitos na esfera civil. É o que determina substitutivo do senador Pedro

Simon (PMDB-RJ a projeto de Lei da deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP). 1

1.2. - O mediador

O mediador é um profissional treinado, qualificado, que conhece muito bem o

universo dos negociadores e das negociações e deve conhecer muito bem a Arte da

Mediação. Ele busca auxiliar as pessoas em litígio, a resgatar o diálogo e por meio deste

encontrar uma solução. Deve proceder no desempenho de suas funções, preservando os

princípios éticos. É escolhido livremente pelas partes que se encontram com

divergências, procurando ajuda-las no âmbito de suas questões, atua com total

imparcialidade nas relações com elas, promove o respeito bem como auxiliá-las na

descoberta de seus reais interesses.

1 Site: http:// CAESP.org/br/modules. php?Projeto de Lei da Câmara nº94, de 2002. Acesso em

12/07/2010).

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De acordo com Motta e Ferreira,

“O mediador não é um juiz que decide, não é um advogado, que orienta, e não é um terapeuta, que trata. Ele promove a aproximação das partes, trabalha a favor da flexibilidade e da criatividade dos mediados procura favorecer a realização do acordo.” (2007, p.161)

1.3 – A Atuação do mediador

O mediador proporciona uma melhor comunicação entre as pessoas por meio de

uma desconstrução da imagem que uma tem da outra, que geralmente vai por um víeis

negativo, podendo reconstruir essa imagem se utilizando da técnica conhecida como

inversão de papéis, que faz com que cada um se coloque no lugar do outro.

Conforme Calmon para desempenhar seu papel, o mediador há que se apresentar com neutralidade, capacitação, flexibilidade, inteligência, paciência, empatia, sensibilidade, imaginação, energia, persuasão, capacidade para se distanciar de ataques, objetividade, honestidade e perseverança, além de ser digno de confiança e ter senso de humor. (2007, p.121).

O mediador tem na sua figura fundamental importância para que haja um bom

andamento durante o processo de mediação.

1.4 – Princípios Fundamentais da Mediação

Caberá ao mediador pautar sua conduta e acordo com os seguintes princípios:

Imparcialidade, Credibilidade, Competência, Confidencialidade e Diligência.

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•Imparcialidade – Condição fundamental ao mediador, deve procurar

compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores

pessoais venham a interferir no seu trabalho.

•Credibilidade – O mediador deve manter e construir sua credibilidade

perante as artes, sendo independente, franco e coerente.

•Competência – Capacidade para efetivamente mediar a controvérsia

existente. Por isso o mediador somente deverá aceitar a tarefa quando tiver as

qualificações necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das partes.

•Confidencialidade – Os fatos, situações e propostas ocorridas durante a

mediação são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participaram do processo devem

obrigatoriamente manter sigilo sobre todo o conteúdo a ele referente, não podendo ser

testemunhas do caso, respeitando o princípio da autonomia das partes, nos termos por

elas convencionados, desde que não contrarie a ordem pública.

•Diligência – Cuidado e prudência para a observância da regularidade,

assegurando a qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os seus princípios

fundamentais. (www.conima.org.br/mediadores/princípios.htlm em 12/07/2010).

O mediador como profissional dotado de ética se utilizará desses princípios

fundamentais via de regra para melhorar seu desempenho no seu cotidiano profissional

bem como sua conduta, já que não há um padrão, uma receita de bolo para se mediar,

cada um media de sua forma, mas sempre respeitando esses pilares.

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1.5. - Vantagens da mediação

A mediação apresenta várias vantagens enquanto método de resolução de

conflitos quer em termos práticos, quer em termos relacionais e pessoais. Em termos

práticos:

•Diminui os custos inerentes a resolução de conflitos;

•Reduz o tempo médio de resolução de conflitos;

•Permite que os participantes controlem os procedimentos, desde o início

até o fim, uma vez que a decisão de iniciar ou pôr fim á mediação está sempre em suas

mãos;

•Mantém a confidencialidade do conflito;

•É um meio flexível e informal.

E em relação aos termos pessoais e relacionais:

•Permite a melhoria dos relacionamentos entre as partes, ou pelo menos

evita sua deterioração, na medida em que promove um ambiente de colaboração na

abordagem do problema;

•Permite sanar o conflito a medida que o mesmo é tratado a fundo e de

acordo com os critérios valorizados pelas partes e não de acordo com critérios

estabelecidos anteriormente;

•Reduz o desgaste emocional, pois facilita a comunicação entre as partes;

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•Possibilita a efetiva reparação pessoal, uma vez que são as partes que criam

responsavelmente a solução para o problema 2.Como podemos perceber várias são as

vantagens que se pode obter fazendo uso da mediação esta quando bem aplicada trará

muitos êxitos em seus acordos. E Calmon define ainda que:

“A mediação tem como vantagens principais o fato de ser rápida, confidencial, econômica, justa e produtiva. O tempo normalmente gasto em um procedimento de mediação é muito reduzido, sobretudo se comparado ao tempo do processo judicial. Grande parte dos casos são resolvidos em uma só audiência, que pode demorar uma ou duas horas.(2007,p.121)

No próximo capítulo abordaremos a conciliação, outro meio de resolução de

conflitos muito utilizado assim como a mediação para dar celeridade aos processos

judiciais.

2 www.mediadoresdeconflitos.pt/?Area=5...2. Acesso em 12/07/2010.

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Capitulo 2. Conciliação

É um método extrajudicial de solução de controvérsias em que as partes, através

da interferência de um terceiro auxiliar, o Conciliador, resolvem seus conflitos por si

mesmos, mediante um acordo satisfatório a ambas.

A conciliação é “uma forma de resolução de controvérsias na resolução de interesse administrada por um Conciliador investido de autoridade ou indicado pelas partes, a quem compete aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens desvantagens, objetivando sempre a composição entre as partes).” 3

A conciliação é aplicada com larga vantagem em conflitos novos, recentes, que

não diz respeito às partes um relacionamento futuro, em casos de envolvimento afetivo,

e emocional, estes são de natureza passageira e circunstancial. As partes estão focadas

quanto a questão, o problema a ser resolvido já foi logo identificado. Para Fiorelli:

“Este método cooperativo de resolução de conflito tem por objetivo colocar fim ao

conflito manifesto; não necessariamente a solução, estende-se aos elementos nele

ocultos. (2008, p.56). O mesmo autor nos traz um exemplo na seguinte situação:

“Em um acidente de trânsito, limitado a danos materiais, interessa basicamente identificar quem vai pagar a conta e como isso será feito. Não há relação necessária entre as partes, nem anterior e nem posterior á ocorrência; o envolvimento emocional, passados os efeitos do acidente, esgota-se por ação do tempo. ( Idem)”

O propósito da conciliação é tirar proveito de um acordo rápido e com baixos

custos comparando-se aos processos que tramitam na justiça. Pode ser um procedimento

de grande utilidade que merece ser divulgado á sociedade brasileira.

3 Site:www.mediar-s.com.br/conceitos/conciliação)

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Para Sampaio e Neto “o processo de conciliação é destinado a pessoas que

buscam um acordo imediato para dar fim ao processo judicial ou à controvérsia”.

(p.18)

De acordo com o Manual de Conciliação, a conciliação é: ”A forma de

autocomposição, em que os interesses, mediante livre negociação, põem fim ao

conflito de interesses. Não há, portanto, ganhadores ou perdedores, já que ambas

as partes são favorecidas com o acordo por ventura celebrado”. (2005, p.9).

Na conciliação os envolvidos constroem a solução para suas próprias questões e

são responsáveis por seus compromissos assumidos podendo pacificar seus conflitos.

Segundo Garcez “ No Brasil a expressão conciliação tem sido vinculada principalmente ao procedimento judicial, sendo exercida por juizes togados ou leigos, ou por conciliadores bacharéis em direito, e representa, em realidade, um degrau a mais em relação a mediação, isto significando que o conciliador não se limita apenas a auxiliar às partes a chegarem, por elas próprias a um acordo, mas também pode aconselhar e tentar induzir as mesmas a que cheguem a esse resultado, fazendo-as divisar seus direitos, para que possam decidir mais rapidamente. (GARCEZ, 2002, p.67)

O que se espera é que com o estímulo à conciliação, diminua-se o grande

volume de processos que vem crescendo na justiça, gerando uma total insatisfação dos

jurisdicionados.

A sociedade brasileira esta sendo desafiada a uma mudança social e cultural, no

que diz respeito à solução de conflitos. Surge então a necessidade de que sejam criados

novos padrões para reagir e conciliar os conflitos em virtude das grandes e rápidas

mudanças que a sociedade tem passado em diversas áreas e nos cabe informar que

podemos contar tanto com a mediação, que é uma técnica mais indicada para situações

de vínculo de relações sucessivas, pois visa preservar a relação e não somente dar fim

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ao conflito bem como buscar também a conciliação que propõe um acordo rápido,

menos oneroso e que põe fim ao conflito.

Podemos ilustrar com mais clareza as diferenças entre mediação e conciliação

sem a pretensão de qualificar o melhor ou pior método que poderá ser utilizado e sim

como forma de deixar bem mais transparente as suas diferenças e melhor entendimento

para as pessoas da importância de cada uma delas por meio desta visualização.

Esta tabela ilustrativa está disponível no Manual de Mediação de Conflitos do

Poder judiciário do Estado do Rio de Janeiro e com data da vigência em 03/04/2009.

Quais as diferenças entre mediação e conciliação?

Conciliação Mediação Busca a construção de acordos Busca a pacificação social e a

construção de acordos Busca a diminuição das diferenças Busca a sustentabilidade das

diferenças (consenso) Busca a satisfação própria Busca a satisfação mútua (e a de

terceiros indiretamente envolvidos)

Norteada pelo Direito Norteada pelo Direito e pelos interesses e necessidades das partes

Acordo tem a co-autoria das partes e do conciliador (o conciliador opina, sugere e diz o Direito)

Acordo tem genuína autoria das partes (o mediador não opina, não sugere, não oferece parecer técnico de qualquer natureza)

Conciliador atua com imparcialidade; oferece os parâmetros legais

Mediador atua com imparcialidade e neutralidade; parâmetros legais são oferecidos pelos advogados

Olha para o presente: tem a proposta de resolver a questão presente

Olha para o presente e para o futuro: tem a proposta de resolver a questão presente e atuar preventivamente na evitação de lides futuras (resgate da comunicação e da capacidade negocial)

Os advogados representam a voz dos clientes (falam pelo cliente) e trabalham para defender o seu cliente

Os advogados cedem a voz ao seu cliente e passam de defensores a assessores legais das decisões que os clientes estão tomando(decisões que buscam a satisfação de todas as partes)

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Limita-se aos temas que possuem tutela jurídica (previstas por lei)

Ocupa-se dos temas que possuem tutela jurídica e dos que não possuem tutela jurídica (ressentimento, desconfiança, necessidade de reconhecimento)mas interferem no relacionamento social e criam impasses na construção de acordos.

Não é confidencial É confidencial

2.1 - O Conciliador

O conciliador é um terceiro, que é uma pessoa da sociedade, atuando de forma

voluntária, é capacitado através de treinamento específico, é um facilitador do acordo

entre as partes envolvidas, dentro de um contexto apropriado ao entendimento das

mesmas, que atua visando a harmonização das relações e a pacificação social.

O fato é que, nitidamente, existe o consenso da necessidade de certa formação teórico-prática para o mediador poder exercer suas funções. Talvez os melhores cursos utilizem uma carga horária maior que outros, menos completos ou abrangentes, e exista, uma diferença entre eles neste particular. (GARCEZ, 2002, p. 72)

Ao conciliador compete saber o direito e não dizer o direito, e com este

conhecimento conduzir o acordo, tentando pacificar os conflitos. A facilitação do acesso

ao Judiciário constitui garantia do exercício de cidadania. Dessa forma, ante os nítidos

sinais de esgotamento de todos os envolvidos, em especial do Poder Judiciário, o

Conselho Nacional de Justiça não poupou esforços quanto a necessidade de promover o

denominado movimento pela conciliação onde se embandeira o lema “Conciliar é

legal.”4 O Movimento da Conciliação nasceu por iniciativa do CNJ - Conselho Nacional

4 www.conjur.com.br/conciliação_express_são_maior_pacto_social_entre partes. Acesso em

13/07/2010.

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da Justiça especificamente da Comissão dos Juizados Especiais. Esse movimento visou

criar, entre os operadores do Direito e os jurisdicionados a cultura da conciliação,

através do qual o entendimento entre as partes é sempre o melhor caminho para que se

finalize o processo judicial.

Sem o empenho do conciliador, dificilmente resultará acordo. Entretanto vale

um alerta, o empenho não pode significar forças às partes contra sua vontade, em

situações às vezes constrangedoras. A tarefa do conciliador será sempre adubar as

sementes da solidariedade, da justiça e da paz. É fundamental haver sintonia com a

missão e valores do Juizado Especial. Assim, acordo firmado, sucesso do Juizado

Especial, das partes em conflitos, especialmente do conciliador. 5

2.2 - O perfil do Conciliador

O conciliador deve ter bons conhecimentos das leis além de ter noções básicas

de métodos aplicados à solução de conflitos.

Aragão traça o seguinte perfil do conciliador:

“Partindo do perfil que deve ter o conciliador para interferir na operacionalidade do convencimento das partes, alguns requisitos desenham esta identidade tais como: um nível cultural apropriado, de qualidade, apresentar bom senso de equilíbrio emocional, ser educado, atencioso, cortês; ser ético; e sobretudo ter conhecimento jurídico-social da realidade vivenciada nacionalmente. (2003, p.103)

5 www.recantodasletras.uol.com.br>Todos>Textos jurídicos.

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De acordo com o Manual do Conciliador (2005; p.10), é aconselhável que o

conciliador possua as seguintes características pessoais:

•Neutralidade •Confiabilidade •Sensibilidade para tratar com pessoas •Espírito de equipe e cooperar com o outro conciliador •Buscar soluções alternativas •Fazer sugestões ou proposta de acordo.

O mediador exerce papel fundamental, pois sua atuação conciliatória resulta

muitas vezes na autocomposição, isto é quando as partes, por si, buscam a própria

solução para seus conflitos.

A Lei Federal nº 9099 de 1995 inclui no art. 7º a participação de auxiliar de

justiça, elevando o cargo a figuras dos conciliadores e juízes leigos.

É textual art 7º. Os Conciliadores e juizes leigos são auxiliares da justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre bacharéis de Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência. (ARAGÃO,2003,p.101)

O conciliador, que é um auxiliar precisa ter um bom entendimento e a relevância

do papel que exerce. É ele quem conduzirá o ato processual, explicará os

procedimentos, proporcionará o diálogo, a fim de se obter a solução das controvérsias e

êxito de acordo.

2.3 - Lei Federal 9099/95

O ano de 1995 foi considerado um marco para a justiça aqui no Brasil. A edição

da lei 9099/95 que criou os juizados especiais cíveis e criminais pelos Estados, tornou

mais simples o processo, que passou a ter orientação pelos critérios de economia

processual, simplicidade, celeridade, oralidade e deu ênfase ao processo de conciliação

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que deve ser utilizado sempre que necessário. Surge com isso uma nova dimensão à

prestação da autoridade legal, que passou a incorporar a conciliação de forma ágil,

célere e bem simplificada na tentativa de solução dos litígios. A conciliação destacou-

se não apenas na intenção de se garantir acordos, mas com a intenção de celebrar

acordos que coloquem fim à grande demanda do poder judiciário.

Aragão nos define que: “a sociedade precisa de mais justiça e menos

comércio. De mais direito, e menos espírito litigioso. Se a moeda realiza com

perfeição as relações de troca, é a noção de troca e não de compra que deve regular

a lei”. (2003, p.135)

No que se refere aos avanços da lei 9099/95, Frouxinho (2001, p.127) nos

acrescenta ainda que:

Não infectada pelo vírus do formalismo e por anacrônicas e desnecessárias fases processuais, aquela lei goza de prestígio, pois no início logrou atingir os seus objetivos de aliviar as varas cíveis comuns e oportunizar uma rápida tutela jurisdicional para as chamadas pequenas causas. Mais ainda: tornou concreto o recado constitucional de livre acesso à Justiça, permitindo ao homem comum propor e acompanhar ações, em alguns casos até sem Advogado. Tem, ainda, várias outras virtudes, de conhecimento geral. Observe-se, contudo, que juntamente com o Código de Defesa do Consumidor, a lei dos juizados exacerbou o espírito questionador das pessoas, o que é muito bom, sob a ótica do pleno exercício da cidadania.

Mesmo em sociedades bem organizadas há desentendimentos e conflitos entre

as pessoas e por isso as leis devem proporcionar uma maneira de resolver tais conflitos

pacificamente, através da conciliação ou da mediação cidadãos poderão sanar

problemas do seu cotidiano economizando tempo e dinheiro, dissipando a cultura da

utilização de métodos resolutivos de conflitos e possibilitando a pacificação da

sociedade.

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Capítulo 3. O que é conflito?

Segundo o dicionário Michaellis conflito é definido como luta, combate.

Barulho, desordem, tumulto. Momento crítico. Os conflitos existem desde o início da

humanidade. Não devemos conferir ao conflito, ainda que profundo e complexo, uma

idéia negativa. Afinal dependendo do modo como é administrado pode ser uma fonte de

criatividade, de mudança e de maior produtividade para os indivíduos.

Os conflitos surgem como uma dificuldade em lidar com as diferenças nas

relações e diálogos. Podem ser associado a sentimentos de impossibilidade onde

existem necessidades, diferentes interesses e pontos de vista, as expectativas das

pessoas são múltiplas, os seus valores são diversos.

É possível pensar em diversos meios alternativos para grupos ou pessoas lidarem

com os conflitos. Estes podem ser reparados, ignorados e até modificados funcionando

como um auxiliar para que haja melhor evolução das organizações ou da própria

sociedade. O conflito é um elemento importante seja na dinâmica de instituições ou na

vida pessoal, buscamos atualmente meios alternativos que nos auxiliam da melhor

maneira a como lidar com os conflitos e até mesmo como eliminá-lo dos nossos

relacionamentos, funcionando como uma vacina para eventuais situações conflituosas.

Esses meios alternativos possibilitam a cultura do conflito em cultura do diálogo na

medida em que as próprias pessoas buscam resolver suas questões por si próprias.

Vários autores definem o que são conflitos, entre eles Martinelli nos diz que:

“Existem duas maneiras de encará-los: uma negativista, que encara o conflito como algo apenas prejudicial, devendo ser evitado a todo custo e, não apenas se podendo evita-lo, pelo menos dever-se-ia minimizar seus efeitos. A 2ª alternativa é de encarar o conflito de maneira positiva, procurando verificar aquilo que pode trazer de benefício, em termos de diferenças de opiniões e visões, bem como de possibilidades de aprendizagem e enriquecimento em

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termos pessoais e culturais. Nesse caso já que existem também aspectos negativos, deve-se buscar minimizar seus efeitos, reforçando-se, por outro lado, todos os aspectos positivos que possam advir do conflito.(1998, p.46)

Em alguns níveis, e em determinados momentos, o conflito pode ser necessário

para que os indivíduos não permaneçam num constante processo de estagnação.

Os conflitos não são vistos apenas como negativos a maneira como lidamos com

eles é que pode provocar resistências. Aragão nos traz a seguinte definição:

“O conflito não é uma questão entre partes, mas um duelo. E todo duelo deve terminar em dor, dolo, em luto do outro. O conflito na sua vertente negativa destrói famílias, amizades, sociedades e reputações. O conflito na sua vertente positiva é a entrada real que leva a justiça ao encontro da (re) conciliação”.(2003, p.136)

Para administrar os conflitos deve-se saber exatamente à escolha e estratégias

mais adequadas para se lidar com cada tipo de situações. Não devemos ver o conflito

como sendo somente um estimulador da violência, de ataques físicos ou de disputas,

mas como um processo que tem início no nosso conhecimento e tem o seu término

coma admissão de uma atitude mais adequada e, portanto mais positiva.

O conflito, porque se compõe e se forma a partir de diferentes pontos de vista, se

bem administrado, proporcionará a percepção de diferentes modos de pensar, diferentes

modos de abordara realidade, que se compartilha com o outro. Segundo Chiavenato:

“Conflito e cooperação são elementos integrantes da vida de uma organização (...) Hoje, considera-se cooperação e conflito como dois aspectos da atividade social, ou melhor, ainda, dois lados de uma mesma moeda, sendo que ambos são separadamente ligados na prática. (1987, p.88)

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Desse modo, podemos ver que o conflito não acontece necessariamente entre

duas pessoas, ele pode ainda existir entre dois grupos, uma pessoa e um grupo, um

grupo e uma organização e assim sucessivamente. Percebe-se diante dessa visão que o

conflito está intimamente ligado á coisas que acontecem e as pessoas não esperavam. O

conflito poderá se tornar construtivo ou destrutivo, dependendo da forma como as

pessoas irão saber administrá-lo. Sampaio e Neto acrescentam que “o conflito não se

instala na vida das pessoas físicas ou jurídicas da noite para o dia. Ele cumpre,

como qualquer elemento vital, um ciclo”. (2007, p. 30)

Sampaio e Neto apud Rummel identificaram as fases em que ele se instala e

como o ser humano busca geri-lo. São elas:

•Conflito latente – presente na estrutura do conflito, mas não se encontra

manifesto. Ele acarreta determinado desconforto interno que exige determinada

mudança sob pena de essa pessoa se considerar infeliz.

•Iniciação - instala -se a situação de conflito, com a manifestação de uma

vontade que se contrapõe a outra vontade.

•Busca de equilíbrio de poder – sucedem-se as ações das partes.

•Equilíbrio de poder – pode beneficiar uma ou outra parte.

•Ruptura do equilíbrio - quando uma parte procura provocar mudança a seu

favor em detrimento da outra.

Para Nazareth (2009, p.38) os conflitos estão divididos em três tipos:

intrapessoal, interpessoal e transpessoal. A seguir falemos um pouco de cada um:

•Intrapessoal: É o conflito do indivíduo com ele mesmo. Quando o grau de

insatisfação consigo mesmo é muito alto, é recomendável procurar ajuda da

psicoterapia.

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•Interpessoal: É o conflito entre duas ou mais pessoas ou ainda entre grupos

de pessoas. Os exemplos são as brigas de casais, entre pais e filhos, entre pessoas de

dois ou mais departamentos de uma empresa, etc.

•Transpessoal: É o conflito entre comunidades ou nações. Nesse caso,

situações conhecidas são, por exemplo, a disputa entre árabes e israelenses e as duas

guerras mundiais.

A capacidade de resolver os conflitos depende do diálogo produtivo, de como

devemos tratar uns aos outros. Quando adotamos uma comunicação mais positiva, mais

aberta ao diálogo as nossas discussões, nossos conflitos certamente serão resolvidos

amigavelmente. Freqüentemente, os conflitos ocorrem por motivos que facilmente

poderiam ser superados, mas as pessoas ainda não têm conhecimento suficiente para

buscar um melhor entendimento para resolver sem brigas as suas mazelas.

Luskin em sua obra sobre o perdão ensina as pessoas a como aprender a perdoar e a

lidar com sentimentos que podem ser destrutivos e segundo ele:

“O perdão é a sensação de paz que emerge quando você assume seu sofrimento em termos menos pessoais, assume a responsabilidade de como se sente e torna-se um herói e não uma vítima na história que relata. O perdão é a experiência da serenidade no momento presente, não muda o passado, mas modifica o tempo atual.” (2007, p.95)

Quanto mais as pessoas ficam remoendo suas mágoas e seus sofrimentos menos

dispostas a se abrirem ao perdão estarão, perdoar não significa aceitar pacificamente

todos os males que nos fazem mais aprender a lidar no cotidiano com as situações

difíceis e dolorosas que porventura farão parte da nossa vida.

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O perdão significa que, embora ferido, você opta por se magoar e sofrer menos.

O perdão significa que você se torna parte da solução. O perdão é para você e para

ninguém mais. (LUSKIN, 2007, p.95)

Escolhemos pelo perdão porque faz bem para nós e para a sociedade. Quando

perdoamos, ajudamos a nós mesmos e provavelmente nos tornaremos exemplos para os

outros até conseguirmos atingir à tão sonhada paz mundial. Perdoar não é fácil, simples

necessita treinamento diário e força de vontade, é um aprendizado constante, muito

eficaz contra os ressentimentos e crises que causam os indesejáveis sofrimentos.

3.1 - As principais causas dos conflitos

O conflito pode surgir de várias causas. Entre estas podemos citar:

A. Choques de interesses individuais, grupais e organizacionais;

B. Lutas pelo poder;

C. Inveja;

D. Fofocas;

E. Frustrações por promessas não cumpridas;

F. Falhas de comunicação;

G. Mudanças estruturais;

H. Intrigas ou colegas com mais tempo de empresa;

I. Apadrinhamento de profissionais incompetentes;

J. Nepotismo

Como podemos observar, “as causas dos conflitos podem ter diversas origens, e

o modo com que identificamos e tratamos poderá acentuar o problema ou dar solução a

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eles sem maiores danos ou prejuízos”. 6 Não é fácil recuperar a calma depois de sermos

destratados. Em menor ou maior grau, todos nós somos afetados quando nos

defrontamos com injúrias, abandonos ou mentiras. Surge a mágoa quando algum fato ou

acontecimento que realmente esperávamos ou desejávamos que acontecesse não se

concretizou. Surge ainda quando a pessoa não consegue ou não aprendeu ainda a lidar

bem com o fato de não obter aquilo que mais desejava e permite que isso permaneça na

mente por um longo período. Quanto menos atenção dermos às coisas ruins que nos

acontece, menos rancor e mágoas estarão guardados e armazenados na mente.

3.2 - Efeitos positivos e negativos dos conflitos

Quando temos alguma reação mediante às coisas que acontecem para as outras

pessoas ou para nós mesmos, podemos ser capazes de reconhecer o sofrimento, mas não

precisamos estar ou ficar presos a eles. Em relação aos sofrimentos que acometem

outras pessoas isso é mais fácil de ser feito, mas também é possível com os nossos

sofrimentos e nossas angústias. É mais fácil lidarmos com as afrontas, as controvérsias

quando podemos reconhecer aquilo que nos está causando algum dano.

De acordo com Martinelli:

“Muitas vezes, as partes envolvidas nos conflitos sentem uma série de sensações de dor, antagonismo e hostilidade. Os sentimentos negativos intensos podem trazer conclusões precipitadas e descabidas sobre os motivos, atitudes e intenções do outro, e reduzir o contato entre pessoas, estendendo o conflito além do seu problema original, levando a ruptura no relacionamento”. (1998, p. 48)

Todo insulto carrega dentro de si tanto o pessoal como o impessoal. Cada

sofrimento pessoal pode ser visto apenas como uma experiência comum. Ser ferido é 6 Site www.artigonal.com>carreira-manual para administração de conflitos

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algo comum mesmo que nos traga algum tipo de dor. Se nos é difícil reconhecer o

caráter impessoal, estabelecemos uma etapa para a formação da mágoa e nos

precipitamos com atitudes que só nos levarão a não buscar soluções para o problema

que estamos vivendo deixando espaços para que ocorram rupturas e ao invés de sanar as

questões estaremos alimentado-as tornando muito mais difícil a comunicação e o

entendimento com aqueles que nos causaram algum tipo de dano.

Martinelli nos sugere em sua análise sofre o conflito que:

“Aquele que se preocupa em ajudar a solucionar o conflito procura que seu comportamento seja benéfico aos outros. O negociador pondera que as pessoas sempre levam em conta quando há coisas para serem feitas e procura ajuda quando sente que pode beneficiar as pessoas (porém muitas vezes o faz retirando-se e deixando que as pessoas aprendam com seus próprios erros).” (1998, p.49)

Os conflitos destrutivos acontecem quando as pessoas sentem-se insatisfeitas e

desmotivadas; o conflito torna-se mais significativo do que a tarefa a ser desempenhada

e desvia as pessoas de lidarem com as questões que realmente são relevantes; levar as

pessoas ou os grupos a se tornarem cooperativos entre si. Nesse sentido os conflitos

podem ser construtivos, quando ajudam a abrir a discussão de uma questão ou resultam

em um problema que está sendo solucionado, contribuindo para aumentar o nível

individual de interesse e envolvimento em uma questão, bem como para que as pessoas

possam descobrir habilidades que possuem, mas que ainda não havia se manifestado.

(MARTINELLI, 1998, p. 49).

Parece estranho assimilar a idéia de os conflitos também possuem seu lado

positivo, mas é verdade que essa idéia constata quer a nível de grupo ou a nível pessoal.

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Os conflitos intrapessoais são positivos porque depois de ultrapassados nos tornamos

capazes de responder de maneira mais adaptada à situação em que estamos vivendo.

Em situações em que algumas tentativas de resolução de conflitos foram em vão,

onde a comunicação precisa ser restabelecida e as pessoas ainda possuem algum laço

dentro dos seus relacionamentos, esses conflitos podem ser resolvidos mediante um

mediador que é um terceiro imparcial que auxilia as partes para que elas sejam autoras

das suas próprias decisões.

3.3 - Crescimento e desenvolvimento dos conflitos

Um conflito, geralmente se origina como uma pequena diferença de opinião, o

que pode muitas vezes se agravar e torna-se uma hostilidade franca e que se torne

destrutivo entre pessoas ou entre grupos. Martinelli apud Hodgson(1996, p.212)

apresentou um modelo descrevendo diferentes níveis de conflito que mostram

claramente como os conflitos podem evoluir: os níveis de conflito. São eles:

• Nível 1 Discussão - Normalmente é racional, aberta, objetiva.

• Nível 2 Debate – Neste estágio, as pessoas podem começar a fazer

generalizações e buscam padrões de comportamento. O grau de objetividade começa a

se reduzir.

• Nível 3 Façanhas - As duas partes demonstram uma grande falta de confiança no

caminho escolhido pela outra parte.

• Nível 4 Imagens fixas – São estabelecidas imagens preconcebidas, da outra

parte. É mostrada uma pequena objetividade e as posições começam a se tornar fixas e

rígidas.

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• Nível 5 “Loss of face” – Torna-se difícil para cada uma das partes retirarem-se,

por isso caracterizaria “ficar com a cara no chão”.

• Nível 6 Estratégias – A comunicação se restringe a ameaças, demandas e

punições.

• Nível 7 Falta de humanidade – Frequentemente começam acontecer os

comportamentos destrutivos. Os grupos começam a sentir-se e verem-se como menos

humanos.

• Nível 8 Ataques de nervos - A autopreservação passa a ser a única motivação.

Indivíduos ou grupos preparam-se para atacar e ser atacados.

• Nível 9 Ataques generalizados - Não há outro caminho a não ser um lado

vencendo e o outro perdendo. Para Martinelli:

“O modelo apresentado pode ser aplicado a qualquer tipo de conflito, desde uma pequena discussão entre duas pessoas até uma guerra, envolvendo vários países. Porém, quanto maior o nível que o conflito atinja, independente do tipo de conflito, maior será a dificuldade de solucioná-lo. Se o conflito é ignorado ou reprimido, ele tende a crescer e se agravar. Porém se ele é reconhecido e são tomadas ações construtivas, então ele pode ser resolvido mais facilmente, podendo inclusive tornar-se uma força positiva para a mudança”. (1998, p.53)

Diferentemente do que as pessoas pensam os conflitos quando bem

administrados tendem a gerar mudanças comportamentais nos indivíduos. Saber

administrar as situações provenientes dos conflitos é essencial tanto para os indivíduos e

organizações, podendo ser vistos como uma fonte formadora de transformações, pois

das tensões surgidas nos conflitos, dos diferentes interesses das pessoas envolvidas é

que surgem oportunidades de crescimento recíproco.

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Considerações Finais

A sociedade brasileira vem enfrentando desafios ao que se refere às mudanças

políticas, sociais, sócio-econômicas e culturais, principalmente ao fato de lidarmos com

nossos conflitos. Surge a necessidade de regulamentar com mais rapidez a

complexidade de conflitos vivenciados pelas pessoas.

Apesar da falta de acesso a Justiça e de toda sobrecarga, a população

independente de renda espera poder contar com o poder judiciário na busca de resolução

de seus conflitos.

Visto que os conflitos resultam da própria existência humana, métodos

alternativos de solução de controvérsias como mediação e conciliação também resultam

do aparecimento de situações geradas por conflitos. Sempre que surgirem essas

situações, as pessoas poderão se utilizar tanto da mediação como da conciliação.

Podemos constatar que apesar da nossa cultura conflituosa e cheia de rivalidades

mediação e conciliação, estarão presentes nos mais variados tipos de processo.

Há certa falta de clareza entre o processo de mediação e de conciliação, como

por exemplo, o fato de pessoas acharem que estão realizando mediação, quando na

verdade estão participando do processo de conciliação. Construir uma solução pautada

na satisfação mútua não necessariamente implica em ceder em prol do outro, mas buscar

uma forma mais cooperativa de interagir com ele.

Estabelecer uma clara diferença entre mediação e conciliação possibilitará que

nossa cultura conte com mais um instrumento para que possamos acessar com mais

celeridade a justiça, assim abrir possibilidades para que possamos nos beneficiar de

ambos os recursos e de suas distinções. E na medida em que os conflitos devem ser

vistos e abordados em seu sentido positivo, isto é se fazendo entender como fator

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gerador de produtividade, de troca de opiniões, torna-se fundamental a utilização dos

meios alternativos que nesse estudo abordou mediação e conciliação.

Quando surge o procedimento de solução pacífica de conflitos, não se deve ter

em mente que haverá vencedores e vencidos, mas sim, partes que, juntamente com o

apoio de um profissional técnico, um especialista no assunto, visam buscar alternativas

simultâneas, o que é melhor para ambos os lados, com vistas a reconciliar a controvérsia

de forma razoável e com eficácia para aqueles envolvidos.

Sabemos que o assunto está longe de se esgotar, pois muito há que se discutir

sobre o tema escolhido, no sentido de explorá-lo, aprimorá-lo e aperfeiçoá-lo e, porque

não, divulgá-lo enquanto cultura e como meio de oferecer opções rápidas e econômicas

no que se refere à resolução de conflitos.

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