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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente Melanoma no Brasil: Tendência Temporal de Mortalidade com Modelagem idade-período-coorte, e Análise de sobrevida em coorte hospitalar Aluno: Gelcio Luiz Quintella Mendes Orientador: Prof. Dr. Sérgio Koifman Tese apresentada com vistas à obtenção do título de Doutor em Ciências na Área de Saúde Pública e Meio Ambiente Rio de Janeiro, fevereiro de 2014

Melanoma no Brasil: Tendência Temporal de … · INCA Instituto Nacional de Câncer ... Alemanha) (Armstrong, 2009, de Vries, ... (Francken, 2008, Romano, 2010)

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Programa de Pós-graduação em

Saúde Pública e Meio Ambiente

Melanoma no Brasil:

Tendência Temporal de Mortalidade com

Modelagem idade-período-coorte,

e Análise de sobrevida em coorte hospitalar

Aluno: Gelcio Luiz Quintella Mendes

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Koifman

Tese apresentada com vistas à obtenção do título de Doutor em Ciências na Área de Saúde Pública e Meio Ambiente

Rio de Janeiro, fevereiro de 2014

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A meus pais,

de onde vim,

a minha mulher,

onde sou,

a meus filhos,

para quando eu vou...

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Agradecimentos

Aos pacientes, sem eles nada faria sentido

Aos meus professores Sergio e Rosalina

À minha esposa Vanessa

À professora Gina

Ao companheiro Carlos José

Às amigas Eloá, Fátima e Irene

Ao amigo Rezende

Aos meus chefes Daniel, Cláudio e Ernani

Aos meus diretores Paulo, Reinaldo e Marcos

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Resumo

Com a transição epidemiológica, as neoplasias ganharam grande relevância

como causa de morbidade e mortalidade, principalmente em uma população que

envelhece. O melanoma tem despertado grande atenção uma vez que é uma das

neoplasias malignas com maior aumento na incidência nas últimas décadas, sendo a

maior causa de morte entre os tumores malignos primários da pele. O principal fator de

risco ambiental (radiação ultravioleta) é conhecido e potencialmente controlável, e a

população com maior exposição ao risco é identificada. Os objetivos deste estudo foram

identificar o comportamento desta doença na população brasileira, e avaliar os padrões

de recidiva e morte de acordo com fatores sociais e do tumor propriamente dito. Foi

realizada uma análise de série temporal, com modelagem idade-período-coorte, que

identificou uma tendência de queda na mortalidade no país para as coortes de

nascimento mais recentes. Na análise da coorte hospitalar em Centro de Referência

Oncológico no Rio de Janeiro, observou-se um aumento na sobrevida global e sobrevida

livre de doença para aqueles indivíduos com maior nível socioeconômico (medido pela

escolaridade), ajustado por outros fatores. Observou-se nesta mesma coorte o risco de

recidiva e morte segundo o estágio da doença na apresentação: risco baixo e constante

no estágio inicial, risco elevado porém decrescente em estágios mais avançados. Por fim

observou-se o comportamento do fator espessura da lesão (índice de Breslow) como

variável contínua em pacientes com melanomas localizados na pele, identificando-se

um componente linear em lesões de até cinco milímetros, tamanho a partir do qual

verifica-se a existência de um platô, com estabilização do risco de recidiva e morte. Este

conjunto de estudos tem impactos potenciais: na avaliação do comportamento desta

doença nas coortes mais jovens, na identificação de aspectos sociais relacionados a

evolução clínica e suas consequências, na determinação do risco e suas repercussões na

política de seguimento dos pacientes, e no entendimento do principal fator determinante

do prognóstico do melanoma em tumores localmente avançados.

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Abstract

As a consequence of the epidemiologic transition, neoplastic diseases became

major sources of morbidity and mortality, especially in aging societies. In this context,

melanoma got lots of attention because it is the malignancy with highest increase in

incidence during the last decades; being responsible for most skin cancer related deaths.

The main environmental risk factors are known, potentially avoidable, and the

population with the highest risk is identifiable. The objectives of this study were to

identify the behavior of this disease in the Brazilian population, and to evaluate the

patterns of relapse and death according to social factors and staging features. A

temporal series analysis with age-period-cohort modeling was developed, that has

shown a trend towards reduction in mortality risk ratio for the younger age cohorts. In

the analysis of the hospital cohort in a reference oncologic center in Rio de Janeiro, an

increase in overall and relapse-free survival was observed for those patients with higher

socio-economic status (measured by school attainment) adjusted by other factors. In this

cohort, the risk of relapse and death according to staging at the moment of diagnosis

was low and constant in initial stages, while elevated and presenting a decline in

advanced stages. Finally, the behavior of the thickness of the lesion (Breslow index) as

a continuous variable presented a linear component for thinner lesions, but for those

thicker than five millimeters, a plateau with stabilization of the risk was observed. As a

whole, these studies may have potential impact on disease evaluation in the younger

cohorts, on the identification of the social aspects and consequences related to

melanoma clinical evolution, on the determination of groups of patients according to the

risk of relapse and on tailoring follow-up policies and prognostication, and the better

understanding of the major prognostic factor for localized tumors.

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Palavras-chave: melanoma; séries temporais; fatores socioeconômicos; fatores

prognósticos; análise de sobrevida

Key-words: melanoma; temporal series; socioeconomic factors; prognostic factors;

survival analysis

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Sumário

1. Introdução 12

2. História do melanoma 14

3. Marco teórico

3.1 Aspectos clínicos 16

3.2 Aspectos terapêuticos 19

3.3 Biologia molecular 21

3.4 Epidemiologia do melanoma 27

3.5 Medidas preventivas 30

3.6 Epidemiologia do melanoma no Brasil 33

3.7 Epidemiologia molecular 35

3.8 Análise de séries temporais 37

3.9 Tendência de mortalidade por melanoma 40

3.10 Comportamento do melanoma segundo nível socioeconômico 41

3.11 Função risco instantâneo 43

3.12 A espessura do melanoma (índice de Breslow) como variável

contínua: componente linear e não linear 45

4 Justificativa 47

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5 Objetivos

5.1 Objetivo geral 48

5.2 Objetivos específicos 48

6 Materiais e métodos 49

7 Artigos

7.1 Artigo 1 50

7.2 Artigo 2 63

7.3 Artigo 3 70

7.4 Artigo 4 86

8 Conclusões 96

9 Referências bibliográficas 100

10 Anexos

10.1 Anexo I Estadiamento segundo TNM 121

10.2 Anexo II Fototipos 122

10.3 Anexo III Distribuição da população brasileira segundo

a cor da pele 122

10.4 Anexo IV Distribuição dos tipos clínico–patológicos

de melanoma em estudos conduzidos no Brasil 122

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10.5 Anexo V Incidência de melanoma no Brasil segundo

Registros de Câncer de Base Populacional 123

10.6 Anexo VI Análise de série temporal e modelagem

idade-período-coorte 125

10.7 Anexo VII Coorte hospitalar de casos de melanoma no

Instituto Nacional de Câncer – 1997 a 2006 128

10.8 Anexo VIII Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 130

10.9 Anexo IX Formulário de coleta de dados 134

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Lista de abreviaturas

AJCC American Joint Committee on Cancer

AKT proteína cinase B

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APC idade-período-coorte (age-period-cohort)

ARIMA modelo autorregressivo integrado com média móvel

CTLA4 cytotoxic T-lymphocyte antigen 4

CPD ciclobutil pirimidina

DALY anos de vida ajustados pela morbidade (disability adjusted life years)

DATASUS Divisão de Informática do SUS

DIPAT Divisão de Patologia do Instituto Nacional de Câncer

DNA ácido desoxirribonucleico

GAM modelo aditivo generalizado (generalized additive model)

GWAS estudo amplo de associação do genoma (genome wide association study)

HR razão de risco (hazard ratio)

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IARC International Agency for Research on Cancer

IMD Índice de Privação Múltipla (Index of Multiple Deprivation)

INCA Instituto Nacional de Câncer

IUV irradiação ultravioleta

taxa de risco (hazard rate)

MAL melanoma acrolentiginoso

MAPK proteína cinase ativada por mitógeno (mitogen activated protein kinase)

MDS melanoma tipo disseminação superficial

MiTF fator de transcrição associado a microftalmia

MLM melanoma tipo lentigo maligna

MN melanoma nodular

mTOR alvo mamífero da rapamicina (mammalian target of rapamycin)

NER excisão e reparo de nucleotídeos (nucleotide excision and repair)

NFB fator nuclear B

NLMS National Longitudinal Mortality Study

NSE nível socioeconômico

OR razão de chances (odds ratio)

PAR risco populacional atribuível (population attributable risk)

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PI3K fosfatidil inositol 3 cinase (phosphatidil inositol 3 kinase)

pOR razão de chances de prevalência

PTEN fosfatase e tensina homólogo

RB retinoblastoma

RCBP Registro de Câncer de Base Populacional

RHC cor do cabelo vermelha (red hair color)

ROS espécies reativas de oxigênio (reactive oxygen species)

RR risco relativo

SBD Sociedade Brasileira de Dermatologia

SEER Surveillance, Epidemiology, End Results

SPF fator de proteção solar (sun protection factor)

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE termo de consentimento livre e esclarecido

TNM Classificação dos Tumores Malignos – Tumor – Linfonodo - Metástase

UICC Union International for Cancer Control

UVA ultravioleta A

UVB ultravioleta B

UVC ultravioleta C

VDR receptor da vitamina D

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1. Introdução

Melanoma é a neoplasia primária da pele que tem origem no melanócito

(Slingluff, 2011). Ele é responsável pela maior parte dos óbitos por câncer cutâneo nos

países desenvolvidos, porém representa apenas 4% das neoplasias dermatológicas

(Miller, 2006). Cerca de 80% dos casos ocorrem em indivíduos brancos (de Vries,

2006). Os dados do National Cancer Database (nos Estados Unidos) revelam que

91,2% dos melanomas têm origem na pele, 5,3% são melanomas oculares, 1,3% têm

origem nas membranas mucosas e 2,2% são tumores de sítio primário indeterminado

(Slingluff, 2011).

O objeto de estudo desta tese restringe-se aos melanomas cutâneos, a partir de

então chamados melanomas. Estes apresentaram aumento na incidência durante a

segunda metade do século XX (Armstrong, 2009, de Vries, 2006), especialmente nas

lesões iniciais, e nos últimos anos vêm apresentando estabilização (formação de platô),

especialmente em países com elevada incidência (Austrália, Estados Unidos, Suécia e

Alemanha) (Armstrong, 2009, de Vries, 2006). Tendências semelhantes foram

observadas na mortalidade (Armstrong, 2009, Slingluff, 2011).

Esta neoplasia tem como principais fatores de risco conhecidos características

inerentes à pele do indivíduo, exposição à irradiação ultravioleta (IUV) e o padrão de

resposta a esta exposição (Armstrong, 2009, de Vries, 2006, Slingluff, 2011). Do ponto

de vista clínico-patológico possui tipos distintos com localizações próprias e

características específicas (de Vries, 2006, Slingluff, 2011), no entanto estes subtipos

guardam correlação limitada com as alterações moleculares (Fecher, 2007).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma relacionam-

se a características do indivíduo (cor da pele, cabelo e olhos, reação da pele exposta a

IUV, desenvolvimento de queimaduras) e do tipo de exposição (recreativa, ocupacional,

intermitente, contínua, bronzeamento artificial), ao passo que os fatores de risco para

morte por melanoma (fatores prognósticos) relacionam-se a características do tumor

(microestadiamento), da extensão da doença no organismo (estadiamento), e

características do indivíduo (faixa etária, sexo, comorbidades) (Tucker, 2009). No

entanto, fatores socioeconômicos podem estar associados ao desenvolvimento de alguns

tumores, bem como à sobrevivência dos indivíduos acometidos (Clegg, 2009). É

importante explorar a associação entre estes fatores e a sobrevivência em um grupo de

pacientes tratados uniformemente, uma vez que tal associação pode representar outros

aspectos além daqueles relacionados ao acesso ao Sistema de Saúde.

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O principal fator determinante da sobrevivência de um indivíduo portador de

melanoma é o estádio (extensão da doença no organismo) na apresentação. Em lesões

restritas à pele, os principais fatores determinantes do prognóstico são a espessura da

lesão (medida em milímetros – índice de Breslow), seguida pela presença de

(micro)ulceração e figuras de mitose (de Vries, 2006, Slingluff, 2011). No entanto, a

espessura não apresenta comportamento linear (para cada unidade de aumento na

espessura, uma mudança proporcional no desfecho) (Balch, 2009), sendo possível que o

aumento na espessura da lesão represente uma mudança (piora) no prognóstico até um

determinado nível, a partir do qual não seja observado tal efeito. Desta maneira, este

limiar pode corresponder à identificação de um ponto a partir do qual o risco de recidiva

e óbito já seja bastante elevado.

Em pacientes submetidos ao tratamento do melanoma, o padrão temporal de

recidiva e sobrevivência relaciona-se ao estádio da doença na apresentação. Este padrão

determina o modo de seguimento pós-tratamento (follow-up), em relação à

periodicidade das consultas e aos exames complementares a serem realizados durante o

seguimento (Francken, 2008, Romano, 2010). É conhecido o fato de que a maioria das

doenças neoplásicas apresenta baixas taxas de recidiva após 5 anos do tratamento, o que

motiva muitos Serviços de Saúde a limitarem o seguimento a este período. Mas uma

mesma doença não possui necessariamente um padrão de ocorrência de recidivas e

óbitos uniforme, podendo este ser distinto segundo outras características, especialmente

o estágio da doença ao diagnóstico (Leiter, 2012). A análise da função de risco

(hazard) (Carvalho, 2011), segundo o estágio, pode identificar padrões temporais de

recidiva com implicações práticas na determinação do seguimento desses indivíduos.

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2. História do Melanoma

O melanoma já era reconhecido desde a Antiguidade, cabendo a Hipócrates sua

primeira descrição. Esta neoplasia também é citada por Rufus de Éfeso, durante a

antiguidade (Rebecca, 2012). Indícios de melanoma metastático foram encontrados em

múmias na América Pré-Colombiana, onde pode ser identificada a presença de melanina

em metástases ósseas (Urteaga, 1966).

Dado a sua raridade e a elevada incidência de outras doenças, especialmente as

infecto-parasitárias, o melanoma não ganhou importância na literatura médica até o

início do século XIX, quando volta a ser reconhecido. As primeiras menções acerca do

melanoma remontam aos séculos XVII e XVIII, em Highmore (1651), Bartholin (1677),

Bonet (1679), Henrici e Nothnagel (1757); Eiselt faz referência a “tumores negros fatais

com metástases e fluido negro no corpo” (1861). Atribui-se a John Hunter, em 1787, a

primeira ressecção de uma massa linfonodal que depois provou tratar-se de um caso de

melanoma. Em 1806, Laennec descreve a “melanose” e em 1820 Norris descreve casos

familiares de melanoma, bem como faz a primeira descrição da doença em língua

inglesa (Jackson, 1973), cabendo a Robert Carswell, em 1838, a designação melanoma.

Nos Estados Unidos, a primeira descrição de um caso de melanoma ocorreu em 1837,

por Isaac Parrish.

A partir da metade do século XIX, com o desenvolvimento de técnicas de

anestesia e de antissepsia, as cirurgias para remoção de tumores passaram a se tornar

factíveis, notadamente com cirurgiões tais como Billroth e Halsted, que lançaram os

fundamentos das cirurgias para remoção de tumores, tais como margens de segurança e

remoção das cadeias de drenagem linfática. As primeiras cirurgias para a ressecção do

melanoma foram realizadas no século XIX, merecendo menção os trabalhos de

Cruveillier na França que descreveu casos de melanoma na mão, pés e genitália, entre

1829 e 1842 (Denkler, 1999), e por Pemberton na Inglaterra em 1858 (Wainstein,

2004), que advogava o uso de margens cirúrgicas amplas e profundas. Em 1840,

Samuel Cooper concluiu que a melanose (melanoma disseminado) deveria ser encarada

como uma doença intratável. No final do século XIX, Herbert Snow (Neuhaus, 2004)

foi um dos pioneiros nos esvaziamentos linfonodais; em 1907 Handley advogava a

ressecção em bloco, do tumor cutâneo com as metástases linfonodais.

Estudos conduzidos a partir da metade do século XX correlacionaram dimensões

do tumor primário com o curso clínico. Merecem menção os trabalhos de Lehman

(Lehman, 1966), Clark (Clark, 1969) e Breslow (Breslow, 1970). Ainda nesta época,

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Mishima (1967) sugeria melanomas com origens e comportamentos distintos. Outros

autores buscaram identificar fatores que descrevessem o risco para o desenvolvimento

de melanoma baseados em características individuais e de exposição (MacKie, 1989).

Estudos atuais têm objetivado a identificação de mutações típicas do melanoma

e a classificação molecular das diversas apresentações da doença (Curtin, 2005),

identificação de alterações moleculares que sejam passíveis de tratamentos (Miller,

2006), e têm avaliado aspectos sociais no desenvolvimento desta doença (Birch-

Johansen, 2008).

Paralelamente, vêm sendo conduzidos estudos com o objetivo de identificar o

benefício da implantação de medidas de saúde públicas tais como rastreio, uso de

protetores solares, e incentivo à prática de hábitos de proteção a exposição ao Sol

(Rager, 2005).

Da última década do século XX até nossos tempos houve um grande acúmulo de

conhecimentos relacionados à biologia molecular do melanoma, às interações do

organismo com o tumor (imunologia tumoral), à fotobiologia. Também passaram a ser

identificados outros fatores de risco relacionados ao entorno do indivíduo, tanto no

tocante ao desenvolvimento da doença como relacionados ao seu curso clínico,

começando a ganhar importância fatores sociais. Com o desenvolvimento da

Epidemiologia Molecular, onde aspectos ligados ao indivíduo ganham importância do

ponto de vista fisiopatológico e de resposta aos tratamentos instalados, é reconhecida a

importância de interações mais profundas que aquelas baseadas tão somente na

exposição a um único agente, levando-se em conta o contexto onde ela ocorre (Susser,

1996).

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3. Marco teórico

3.1 Aspectos clínicos

O melanoma é uma das neoplasias cutâneas mais agressivas, com elevada

capacidade de proliferação, estímulo da angiogênese, comprometimento dos sucessivos

níveis da derme e geração de metástases, por via linfática ou hematogênica (de Vries,

2006, Sligluff, 2011). O achado clínico mais importante no diagnóstico do melanoma

cutâneo é o de “uma lesão pigmentada que muda visivelmente durante um período de

meses a anos” (Halpern, 2009). Esta mudança pode ser gradual sem a percepção do

indivíduo, porém alterações na coloração em períodos muito curtos, de dias, são

tipicamente inflamatórias. Como regra geral, qualquer lesão que mude de cor, forma,

dimensão ou que apresente elevação deve ser prontamente avaliada. Estas

características, como a Assimetria da lesão, irregularidade nos Bordos, variação na Cor

e Diâmetro maior que 5 mm correspondem ao método mnemônico de diagnóstico do

melanoma, o ABCD, desenvolvido a fim de identificar e tratar lesões iniciais e

potencialmente curáveis. Alguns autores advogam a introdução de um quinto critério, o

de Evolução da lesão, ressaltando a importância da mudança nas características de uma

lesão pré-existente (Halpern, 2009). As lesões mais avançadas podem apresentar

sangramento, prurido, dor e ulceração.

Atualmente utiliza-se como método auxiliar no diagnóstico clínico a

dermatoscopia, um método não invasivo baseado em amplificação da imagem cutânea,

com a utilização do dermatoscópio, que torna a epiderme translúcida e permite a

observação de estruturas da epiderme e da derme superficial, torna possível a

identificação de achados diagnósticos que não podem ser avaliados a olho nú

(Vestergaard, 2008). Vários conjuntos de critérios podem ser utilizados para determinar

maior probabilidade da lesão cutânea de fato tratar-se de melanoma (Halper, 2009).

São reconhecidos quatro tipos mais importantes, com características distintas do

ponto de vista clínico e histopatológico (de Vries, 2006, Slingluff, 2011), a saber:

melanoma tipo disseminação superficial (MDS), nodular (MN), acrolentiginoso (MAL)

e lentigo maligno (MLM).

A proporção entre os tipos varia segundo características étnicas e raciais de uma

determinada população, O MDS é o tipo mais frequente nas populações brancas onde

corresponde a cerca de 60% dos casos, porém representa 21% dos casos em populações

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negras; o MAL corresponde a menos de 2% dos melanomas em populações brancas,

porém representa cerca de 40% dos casos entre negros (Halpern, 2009, Wu, 2011).

O MAL tem origem nas palmas, solas e leitos ungueais, e constitui o tipo mais

frequente entre os negros. Sua incidência é semelhante entre brancos e negros, e maior

nas populações hispânicas brancas nos Estados Unidos (Wu, 2011).

Outros tipos menos frequentes são melanoma desmoplásico, amelanótico (não

pigmentado), e verrucoso.

Após a identificação de uma lesão cutânea suspeita, deve ser procedida sua

remoção, preferencialmente completa, para a análise de toda a lesão cutânea, com

margem de cerca de um a dois milímetros (Liégeois, 2009). Neste momento é

realizado o diagnóstico clínico-patológico do melanoma. Informações clínicas, de

dermatoscopia e histológicas devem ser levadas em conta. Em algumas situações pode

ser realizada uma biópsia parcial da lesão, deixando a ressecção completa da mesma

para um segundo tempo, especialmente em lesões extensas que demandam técnicas

cirúrgicas complexas para o fechamento da ferida. Estas biópsias parciais

aparentemente não determinam um pior prognóstico para o paciente, porém

informações relevantes referentes ao microestadiamento podem ser prejudicadas e

obtidas somente quando da remoção completa da lesão (Mills, 2013).

O diagnóstico histopatológico baseia-se em critérios arquiteturais na epiderme

(extensão da lesão, simetria das alterações, padrão de distribuição dos melanócitos,

circunscrição, predomínio de células isoladas versus ninhos de células, configuração da

epiderme), e aspectos citológicos dos melanócitos na epiderme e na derme, além de

maturação celular e atividade mitótica. Alguns autores valorizam ainda a determinação

da fase de crescimento radial versus e vertical na histopatologia (de Vries, 2006).

O principal fator prognóstico para doenças neoplásicas é o estadiamento, ou seja,

a determinação da extensão daquele tumor no organismo, levando em conta aspectos do

tumor primário (T), do eventual comprometimento linfático regional (N) ou a presença

de metástases (M), que compõe o estadiamento pela Union International for Cancer

Control (UICC) (TNM, 2012) e pelo American Joint Committee on Cancer (AJCC)

(Balch, 2009) (Anexo I).

Com relação à lesão cutânea, o patologista fornece informações adicionais,

fundamentais para a determinação do prognóstico e tratamento, definindo grupos com

sobrevida em 5 anos entre 98% e 40%. Estas informações compõem o

microestadiamento. O fator principal é a maior espessura da lesão em milímetros,

medida a partir da “superfície da pele até o ponto mais profundo de invasão” (Breslow,

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1970). Atualmente é aferida a partir do topo da camada granular (de Vries, 2006) e nas

lesões ulceradas, da base da úlcera (Scolyer, 2009). O estadiamento pela UICC/AJCC

recomenda a divisão em até 1 mm (T1), 1 a 2 mm (T2), 2 a 4 mm (T3) e mais de 4 mm

(T4) (Balch, 2009, TNM, 2012). A ulceração (não traumática) é o segundo fator mais

importante na lesão primária (doença localizada na pele – estágios I e II), e o único fator

a reter importância na doença com comprometimento regional (estágio III). As lesões

cutâneas ulceradas são identificadas com “b”, assim uma lesão estadiada com T2,

quando apresenta ulceração passa a ser identificada como T2b, se não, T2a. Os

indivíduos portadores de lesões ulceradas localizadas na pele apresentam sobrevivência

em 5 anos equivalente a indivíduos com lesões não ulceradas uma categoria T acima

(T2b tem sobrevivência semelhante a T3a) (Balch, 2009). O nível de invasão da derme,

descrito por Clark (1969), foi o determinante da categoria T do estadiamento até a

classificação da AJCC de 2002, quando a espessura da lesão passou a ser o principal

critério, sendo atualmente utilizada somente quando a presença de ulceração não pode

ser determinada (Balch, 2009). A presença de mitoses é um fator prognóstico

importante, guarda correlação com a sobrevivência, sua presença determina maior risco

de morte em indivíduos com tumores localizados na pele, independentemente da

espessura ou da presença de ulceração (Thompson, 2011). No estadiamento pela

UICC/AJCC foi incorporada como variável dicotômica no estadiamento, sua presença

em lesões iniciais não ulceradas define a classificação T1b. Quando foi avaliada com

variável contínua, mesmo em lesões mais avançadas, reteve a significância estatística.

O melanoma possui elevada capacidade de gerar metástases tanto regionais (para

os linfonodos que drenam a região de origem do tumor) quanto sistêmicas. O

comprometimento regional por via linfática corresponde ao estágio III, podendo ocorrer

de forma clinicamente identificável (macrometástases), ou de forma clinicamente oculta

(micrometástases). A avaliação nodal regional, em pacientes sem adenomegalias

palpáveis, é realizada a partir da técnica do mapeamento linfático e biópsia do linfonodo

sentinela. Esta técnica foi desenvolvida durante as décadas de 1980 e 1990, com

elevada sensibilidade e especificidade, tornando-se o procedimento padrão (Morton,

2006). O comprometimento linfonodal regional é estratificado segundo o número de

linfonodos comprometidos (0, 1, 2 a 3 ou 4 e mais), se o comprometimento nodal é

palpável ou não (macro e micrometástase), segundo a presença de lesões linfáticas em

trânsito, e leva em conta a presença de ulceração no tumor primário (Balch, 2009, TNM,

2012). A presença de metástases a distância configura o estádio IV, apesar de sítios

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distintos de implantes configurarem categorias diferentes de M (M1, M2 ou M3), não há

subcategorias no estágio IV (Balch, 2009, TNM, 2012).

3.2 Aspectos terapêuticos

O tratamento do melanoma é realizado de acordo com a extensão da doença, nas

lesões confinadas à pele (estágios I e II) deve-se proceder a remoção da lesão com

margens amplas e a biópsia do linfonodo sentinela (em lesões com mais de 1 mm de

espessura ou que apresentem ulceração ou figuras de mitose) (Wong, 2012). Em

pacientes com comprometimento linfonodal (estágio III), microscópico (pela técnica do

linfonodo sentinela) ou macroscópico (palpável), encontra-se recomendada a cirurgia

com obtenção margens amplas e a remoção da cadeia linfonodal comprometida

(esvaziamento linfonodal), com intenção curativa (Slingluff, 2011), e posteriormente

consideração sobre tratamento adjuvante. Em pacientes portadores de doença

metastática, o tratamento é iminentemente paliativo, com terapia sistêmica (Ministério

da Saúde, 2013).

A principal modalidade terapêutica do melanoma é a cirurgia, sendo a única que

efetivamente pode levar o paciente à cura até o presente momento (Slingluff, 2011). A

cirurgia tem o papel diagnóstico (remoção da lesão – biópsia), estadiamento da doença

regional (biópsia do linfonodo sentinela) (Morton, 2006), obtenção de margens de

segurança adequadas (ampliação de margens) (Thomas, 2004), controle da doença

regional (esvaziamento linfonodal terapêutico) e, em situações especiais, o tratamento

da doença metastática, com objetivo radical (metastasectomia) (Howard, 2012) ou

paliativo.

As margens cirúrgicas guardam relação com a espessura da lesão primária. As

lesões mais espessas (1 a 4 mm) habitualmente são manuseadas com margens maiores

(de cerca de 2 cm) que lesões iniciais (lesões com menos de 1 mm são manuseadas com

margens de 1 cm), não estando claro se lesões com mais de 4 mm devam ser

manuseadas com margens maiores (Slingluff, 2011).

Estudos realizados durante as décadas de 1970 e 1980 evidenciaram que cerca de

20% dos pacientes portadores de melanoma clinicamente localizado na pele possuem

comprometimento nodal regional microscópico. O objetivo da biópsia do linfonodo

sentinela é a identificação do primeiro linfonodo que drena o sítio de origem da lesão

primária, e caso esteja comprometido é possível que outros também estejam, caso

contrário considera-se a lesão confinada à pele. O método envolve a injeção de

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contraste radioativo (linfocintigrafia) e de um corante linfotrópico (azul patente), ambos

os materiais se acumulam no primeiro linfonodo que drena a lesão, e é possível sua

visualização e sua identificação por meio de um contador de irradiação, com elevada

sensibilidade e especificidade. Esta tecnologia não impacta na probabilidade do

paciente ficar curado, mas permite um estadiamento mais preciso, a realização mais

precoce da cirurgia de esvaziamento linfonodal, e a eventual indicação de terapia

adjuvante, com boa tolerância (Morton, 2006). São candidatos a esta biópsia indivíduos

com melanoma clinicamente localizado com lesões com mais de um milímetro de

espessura, que apresentem ulceração ou mitoses (Wong, 2012). Nos indivíduos com

comprometimento do linfonodo sentinela, há elevado risco de envolvimento de outros

linfonodos. Os pacientes que apresentam comprometimento do linfonodo sentinela ou

que apresentam metástases regionais palpáveis são candidatos ao esvaziamento

linfonodal radical. Os indivíduos com as chamadas submicrometástases (menos de 0,1

mm, subcapsulares) possuem baixo risco de envolvimento de outros linfonodos,

havendo no momento estudos em andamento avaliando os resultados alcançados com a

omissão do esvaziamento linfonodal (Morton, 2014).

Os indivíduos com melanoma de alto risco, por apresentarem lesões espessas

(T4a e b) ou por comprometimento linfonodal (estágio III), devem ser avaliados com

relação à indicação de tratamento adjuvante sistêmico com interferon. Esta

imunoterapia, a única aprovada para essa indicação, aumenta consistentemente a

probabilidade de sobrevida livre de doença e tem resultados questionáveis com relação à

sobrevida global (Mocellin, 2010).

Os indivíduos com metástases a distância, não candidatos a cirurgia, têm um

prognóstico reservado, com probabilidade de sobrevida em cinco anos, de acordo com o

sítio de doença, de 5 a 20% (Balch, 2009). O tratamento sistêmico tem cunho

eminentemente paliativo, com a quimioterapia baseada em dacarbazina produzindo

respostas em cerca de 10 a 15% dos indivíduos e impacto questionável na sobrevida

global. Estudos avaliando outros quimioterápicos, isoladamente ou em combinação,

não demonstraram resultados superiores (Korn, 2008). Desde o final da década de 2000

uma grande quantidade de conhecimento vem sendo acumulada acerca da biologia

molecular do melanoma, com a identificação de mutações frequentes em BRAF e cKIT,

que fazem parte de vias de sinalização responsáveis pela proliferação celular (Curtin

2005, Curtin 2006). Estas mutações chamadas driver mutations são fundamentais para

o fenótipo da neoplasia, e foram desenvolvidas medicações específicas para estes alvos

moleculares (McArthur, 2013). Estas novas drogas (vemurafenibe, dabrafenibe,

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trametinibe, imatinibe) demonstraram elevadas taxas de resposta, bem como aumento na

sobrevida global (Chapman, 2012, Flaherty, 2012, Flaherty, 2012a, Guo, 2011,

Haulschild, 2012, Lyle, 2013). Neste período também houve expressivo

desenvolvimento da imunologia, com a identificação dos pontos de checagem

imunológicos (immunologic checkpoints), CTLA-4 e CD28, e PD-1 e PD-L1

(McArthur, 2013). Sua inibição por meio de anticorpos monoclonais (ipilimumabe,

nivolumabe e lambrulizumabe) mostrou-se eficaz no tratamento do melanoma

metastático, com aumento na sobrevida global com o uso de ipilumabe (Hamid, 2013,

Hodi, 2010, Robert, 2011, Wolchock, 2013).

Os principais fatores prognósticos na doença confinada à pele são a espessura da

lesão, a presença de ulceração, mitoses, localização da lesão e sexo. Na doença com

comprometimento linfonodal regional são o número de linfonodos comprometidos, se

macro ou micrometástases e a presença de ulceração no tumor primário. Na doença

metastática, o comprometimento visceral, os níveis sanguíneos da enzima desidrogenase

lática e a capacidade funcional do indivíduo – performance status.

Com relação a outros fatores prognósticos, o sexo feminino está associado a um

melhor prognóstico (Joosse, 2012, Joosse, 2013), indivíduos com história exposição

solar intensa prévia (presença de elastose solar – HR=0,40, e história de exposição

solar intermitente – HR=0,54) também apresentam melhor evolução clínica,

possivelmente às custas de tipos de melanoma com menor agressividade (Berwick,

2005, Nagore, 2014, Rosso, 2008), mutações em BRAF e NRAS (Jackob, 2012, Long,

2011, Moreau, 2012, Nagore, 2014).

3.3 Biologia molecular do melanoma

A principal exposição de risco para o desenvolvimento de melanoma é a IUV,

presente na luz solar. O Sol emite 3 tipos de IUV, a ultravioleta A (UVA - =320 a 400

nm), ultravioleta B (UVB - =280 a 320 nm) e ultravioleta C (UVC - =200 a 280 nm),

a UVC é absorvida pela camada de ozônio na atmosférica, logo as irradiações UVA e

UVB é que têm efeitos biológicos significativos. Cerca de 95% desta irradiação é

composta por UVA e 5% por UVB, porém há grande variação na quantidade de UVB

segundo a latitude, o que não ocorre com a UVA (Pfeifer, 2012, Volkovova, 2012).

Aparentemente ambos os tipos de IUV estão relacionados a lesão do DNA,

carcinogênese, inflamação e propriedades imunossupressoras, e contribuem para o

desenvolvimento de melanoma, porém com maior importância para a UVB (Volkovova,

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2012). É possível que espécies reativas de oxigênio (ROS) geradas pela UVA também

contribuam para a transformação do melanócito. A UVA causa altos níveis de ROS

quando ativa fotossensibilizadores endógenos (porfirinas, quinonas, riboflavina), que

promovem a oxidação de guaninas (Morrot, 2008, Pfeifer, 2012).

A UVB foi implicada na carcinogênese cutânea há décadas, enquanto a

contribuição da UVA permaneceu ignorada. A UVB é principalmente absorvida pelas

células da epiderme (proteínas e DNA) enquanto a UVA penetra nas camadas basal da

derme e atinge até fibroblastos na derme (Marrot, 2008). Estima-se que 99% da IUV

que atinge a camada basal da epiderme, onde estão localizados os ceratinócitos, seja

UVA (Bennett, 2008).

A lesão do DNA pela UVB é causada pela absorção direta de fótons, com a

formação de dímeros entre bases de pirimidina em uma mesma fita. As duas formas

descritas são o dímero de ciclobutil pirimidina (CPD) e os fotoprodutos pirimidina (6-4)

pirimidinona. Os fotoprodutos pirimidina (6-4) pirimidinona são mais facilmente

reparados, assim o CPD contribui com o maior potencial de carcinogenicidade dado o

seu alto nível de indução, baixo reparo pelas enzimas de excisão e reparo de

nucleotídeos (NER) e tolerância a replicação (Marrot, 2008, Pfeifer, 2012). Esta lesões

podem não ser reparadas contribuindo para a introdução de mutações deletérias no

DNA. A UVA também pode produzir estes dímeros, mas necessita de maior energia

que a UVB. A produção de dímeros 8-oxo-deoxiguanosina (8-oxo-dG) pode estar

associada a tensão oxidativa e produção de espécies reativas de oxigênio (Bennett,

2008). Postula-se que a maioria dos melanomas são causados por lesões indiretas do

DNA, e que apenas uma minoria seja causada por lesões diretas (Volkovova, 2012). Um

estudo conduzido no Brasil e no Chile revelou um grande aumento na dose de UVB

com a redução da latitude (em regiões próximas ao Equador a dose foi 12,1 vezes maior

que na Patagônia), ao passo que o aumento na dose de UVA foi menor (2,3 vezes); a

formação de pirimidina (6-4) foi muito maior em baixas latitudes, ao passo que este

gradiente foi menos marcante para a produção de CPD (Schuch, 2012). Estes achados

podem estar relacionados a diferenças na etiopatogenia do melanoma em diferentes

latitudes.

Estudos no gene p53 revelaram que os locais mais frequentes de mutação

coincidem com posições de nucleotídeos onde o processo de reparo das lesões CPD é

mais lento, a distribuição das lesões CPD causadas pela luz solar coincidem com as

mutações no câncer cutâneo (Pfeifer, 2012). Uma localização frequente de lesões no

DNA é nos dinucleotídeos CpG (citosina-guanosina) (ilhas CpG), atribuída a

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deaminação espontânea da 5-metilcitosina e ao fato de ser um sítio preferencial de

ligação de carcinógenos. As transições C>T são particularmente frequentes nas

sequências de nucleotídeos 5’PirimidinaCG (5’TmCG e 5’CmCG) no gene p53 (Pfeifer,

2012). As mutações típicas da exposição a UVB e seus produtos característicos são

confinados a células não basais do carcinoma de células escamosas e da ceratose

actínica, enquanto as lesões características da lesão por UVA foram observadas em

lesões invasivas da derme (Bennett, 2008).

As transições C>T relacionadas a UVB não foram observadas nas duas

principais mutações BRAF V600E ou NRAS Q61L/R mas foram identificadas em RAC1,

STK19 e PPP6C, genes que frequentemente apresentam mutações em amostras de

melanoma (Hodis, 2012)

Os principais fatores de risco relacionados ao indivíduo para o desenvolvimento

do melanoma são a cor da pele e seu comportamento frente a exposição à IUV, a cor

dos olhos e do cabelo. Em indivíduos louros e ruivos, há o predomínio da feomelanina,

que ao reagir com a IUV produz espécies reativas de oxigênio (Bennett, 2008, Marrot,

2008).

A interação entre um agente carcinógeno – irradiação ultravioleta - e um

organismo suscetível, com baixa fotoproteção, potencialmente levam a lesões

disseminadas em macromoléculas, inclusive o DNA. A fotoproteção na pele humana é

realizada pela conversão da interna de moléculas que absorvem o fóton da IUV

[nucleotídeos de DNA, ácido urocânico, proteínas, aminoácidos, melanina (e seus

precursores e metabólitos)] e liberam calor. Neste processo núcleos de determinados

átomos liberam a energia ao interagir com elétrons e causando sua emissão. O DNA

absorve grande quantidade de UVB porém pouco UVA (Volkovova, 2012). A melanina

é um pigmento produzido pelo melanócito que tem como propriedade absorver a IUV.

Existem dois tipos de melanina, a eumelanina e a feomelanina. A eumelanina é um

pigmento negro-acastanhado insolúvel, encontrada no cabelo escuro e nos olhos

castanhos, enquanto a feomelanina é um pigmento avermelhado, solúvel em soluções

alcalinas, encontrada no cabelo ruivo e pele clara. A eumelanina dissipa mais de 99,9%

da IUV como calor.

Outro aspecto da carcinogênese é a imunossupressão induzida pela IUV, através

da inibição da célula de Langerhans (imunossupressão local) e pela produção de

substâncias imunossupressoras pelo ceratinócito (imunossupressão sistêmica) (Marrot,

2008).

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Uma publicação recente que utilizou técnica de sequenciamento de todo o

exoma (whole-exome sequencing) identificou elevada taxa de mutação em amostras de

melanoma (localizados, metastáticos e linhagens celulares), maior que a obervada em

outros tumores sólidos (inclusive câncer de pulmão), e identificou que em genes

mudados em mais de 20% das amostras, 85% das mutações correspondiam a transições

YT>CT, sugerindo que muitas mutações genéticas frequentes em melanoma podem ser

causadas pelos efeitos da IUV (Hodis, 2012).

O modelo de Clark descreve as alterações histológicas que ocorrem na

progressão do melanócito normal ao melanoma. Inicia-se pelo desenvolvimento do nevo

benigno (composto por melanócitos névicos), que apesar de terem perda do controle do

crescimento, raramente progridem para câncer. Nesta etapa, ativação anormal da via da

MAPK (mitogen-activated protein kinase) já é observada, com mutações em BRAF, que

ocorrem em frequências similares àquelas no melanoma (cerca de 50%). Isto sugere

que a transformação a partir do nevo para melanoma requer outros eventos moleculares.

O próximo passo é o desenvolvimento de atipia citológica, no nevo displásico, que pode

surgir a partir de um nevo pré-existente ou de novo. Nesta etapa já podem ser

observadas mutações em PTEN em 25 a 50% dos casos. Em casos de melanoma

familiar, 25 a 40% dos nevos displásicos possuem inativação de CDKN2A (que codifica

duas proteínas supressoras de tumor, p16INK4A

e p19ARF

). A seguir já com a

transformação maligna, observa-se a fase de crescimento radial, quando a lesão passa a

proliferar na epiderme, as atipias não são mais aleatórias mas apresentam-se por toda a

lesão, e as células passam a proliferar na derme papilar, que isoladamente ou como

pequenos ninhos, pode ocorrer a superexpressão da ciclina D1. A fase de crescimento

vertical ou tumorigênica é aquela em que a lesão adquire a capacidade de invasão da

derme formando nódulo e expandindo a derme papilar e invadindo-a. Nesta fase, a lesão

com características malignas passa a apresentar mutações em diversos genes, com perda

de E-caderina, super-expressão de N-caderina, integrina v3 e MMP-2 (proteínas

relacionadas a adesão intercelular) e redução em TRPM1 (melastatina 1) (Miller, 2006).

A ativação anormal da via da MAPK é há muito reconhecida como alteração

importante em muitos tumores. Esta via é composta pelos produtos dos genes RAS,

RAF, MEK e ERK. Um estudo que avaliou a presença de mutações em BRAF (uma das

isoformas do gene RAF que é um gene importante desta via) evidenciou que 66% dos

melanomas naquela amostra apresentavam uma substituição em V599 (posteriormente

identificado como V600), em 80% dos casos V600E (valina por ácido glutâmico), que

resultava em ativação constitutiva da proteína (Davies, 2002). Estudos posteriores

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evidenciaram que esta mutação é necessária para promover o processo de malignidade,

ocorrência esta que caracteriza a mutação condutora (driver mutation) (Mehnert, 2012).

Um estudo avaliou a frequência de mutações em BRAF e NRAS (gene que codifica

proteína da via da MAPK) e evidenciou associação entre mutações nesses genes (que

são habitualmente excludentes) e melanomas originários de pele sem lesão solar crônica

(81% dos casos apresentando mutações), ao passo que tumores com origem na pele com

lesão solar crônica ocorreram em cerca de 20% dos casos. Outros genes comumente

alterados foram CDK4 e CCND1, quando BRAF ou NRAS eram selvagens (wild type)

(Curtin, 2005). Após a ativação sequencial de RAS, RAF, MEK e ERK, pode haver

ativação nuclear da ciclina D1 (CCND1) e consequente progressão do ciclo de divisão

celular e ativação de BCL-2, um gene relacionado à inibição da morte celular

programada (apoptose). As mutações em BRAF são associadas a ulceração do tumor

primário e lesões menos espessas. As mutações em NRAS são menos frequentes que

aquelas em BRAF, estando geralmente associadas à exposição solar crônica, lesões mais

espessas e localização em extremidades (Ellenhorst, 2011).

A via da MAPK é extremamente importante do ponto de vista terapêutico, uma

vez que algumas medicações podem interferir com BRAF e seu alvo MEK (Chapman,

2012, Flaherty, 2012, Flaherty, 2012a, Guo, 2011, Haulschild, 2012, Lyle, 2013).

A via do retinoblastoma (gene RB1) tem grande importância na etiopatogenia do

melanoma, uma vez que um dos mediadores desta via é a proteína de 16kd inibidora da

cinase dependente de ciclina-4 (p16INK4A

) (também conhecida como CDKN2A). Esta

via de sinalização constitui um dos pontos de checagem na transição da fase G1 para a

fase S do ciclo celular, quando há fosforilação de RB1 ocorre a liberação do fator de

transcrição E2F e a progressão do ciclo celular, quando há perda em sua função. Esta

passagem ocorre livremente e defeitos no DNA podem não ser reparados propriamente.

O CDNK2A , cujo principal produto é a proteína p16INK4A

, é um gene supressor de

tumores, e sua mutação é a causa mais comum de melanoma familiar, apesar de ser

relativamente rara na doença esporádica. Nestes casos, ocorre a inativação do gene por

hipermetilação de seu sítio promotor (mecanismo epigenético) (Fecher, 2007). O gene

CDNK2A também tem como produto a proteína p14ARF

cuja atividade relaciona-se a

ligação e inativação de MDM-2 (esta proteína liga-se à proteína p53 e leva a

ubiquitinização e destruição da mesma). A inativação de p16INK4A

permite a proliferação

celular descontrolada pela perda de controle do ciclo celular, ao passo que a inativação

de p14ARF

leva a uma perda da função do produto do gene p53, culminando com perda

de controle sobre ciclo celular e sobre o controle da estabilidade genômica.

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Outra via de sinalização envolvida com a etiopatogenia do melanoma é a via do

fosfatidil inositol 3 cinase (PI3K), que leva a ativação de AKT (proteína cinase B), e

posterior ativação de mTOR (alvo mamífero da rapamicina), NFB (fator nuclear B),

inibição de BAD, etc. Esta via está intimamente ligada a proliferação celular, sobrevida

e invasão. Um inibidor desta via é a proteína PTEN (fosfatase e tensina homólogo) cujo

gene localiza-se no cromossomo 10. É um gene supressor de tumor e ocorre perda de

expressão em 5 a 20% dos melanomas (Fecher, 2007), bem como hipermetilação em

seu sítio promotor (mecanismo epigenético) em 30 a 40% dos tumores metastáticos

(Mehnert, 2012).

As mutações no domínio cinase de c-KIT podem levar à transformação de

melanócitos em células neoplásicas, sugerindo um papel na melanomagênese. Suas

mutações foram relatadas mais comumente em lesões de mucosa, MAL e melanoma

oriundo de pele com lesão solar crônica (Curtin, 2006). Estudos posteriores

evidenciaram percentuais menores, cerca de 10% dos MAL possuem mutações em c-

KIT, ocorrendo em diversas regiões do gene, que quando presente pode representar um

alvo terapêutico (Lyle, 2013).

O produto do gene MiTF (fator de transcrição associado microftalmia) induz a

transcrição de genes relacionados à produção da melanina, incluindo a tirosinase, a

proteína relacionada a tirosinase-1 (Tyrp1) e a dopacromo tautomerase (Dct). Ele é

superregulado por diversas vias tais como: Wnt, hormônio estimulador de melanócitos

alfa (-MSH) e c-KIT / MAPK (Fecher, 2007). Está envolvido na no desenvolvimento e

sobrevivência dos melanócitos e sua mutação pode estar associada ao melanoma

familiar (Mehnert, 2012).

É possível observar que diversas vias de sinalização podem ser responsáveis pela

transformação maligna do melanócito, o que leva a uma tentativa de classificação da

doença baseada nos achados moleculares. Esta classificação tem potenciais implicações

práticas na terapêutica da doença, especialmente nos estágios avançados, mas também

contribui para a compreensão do fenótipo melanoma como um conjunto de doenças

diferentes do ponto de vista molecular com potenciais fatores de risco, distribuições e

cursos clínicos distintos (Miller, 2006, Tremante, 2012, Vidwans, 2011).

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3.4 Epidemiologia do Melanoma

O melanoma é uma das neoplasias que apresentou maior aumento na incidência

e mortalidade durante o século XX e é responsável pela maior parte dos óbitos por

câncer cutâneo (Nikolaou, 2014).

A idade mediana encontra-se em torno de 57 anos (Slingluff, 2011), porém varia

segundo o tipo clínico-patológico: MDS tende a surgir em indivíduos mais jovens, o

MN em mais velhos, o LMM, em indivíduos idosos (Lachiewicz, 2008). No mundo, a

incidência média é de 3,3 casos/100.000 homens e 2,8 casos/100.000 mulheres; para o

ano de 2012 são esperados 120.000 casos entre homens e 111.000 casos entre as

mulheres (IARC, 2012), No entanto há grande variação geográfica na distribuição

destes casos, a Austrália e Nova Zelândia têm taxas de incidência elevadas, de 40,3

casos/100.000 homens e 30,5 casos/100.000 mulheres, a América do Norte 16,1

casos/100.000 homens e 12,2 casos/100.000 mulheres, ao passo que a América Latina

2,9 casos/100.000 homens e 2,2 casos/100.000 mulheres, e o norte da África 0,3

casos/100.000 homens e 0,4 casos/100.000 mulheres (IARC, 2012). Isto reflete a grande

variação dos fatores de risco, sejam eles próprios do indivíduo (fenotípicos), sejam eles

ambientais.

No Brasil, estima-se 6000 casos novos por ano, com uma incidência estimada de

3,03 casos/100.000 homens e 2,85 casos/100.000 mulheres (taxas brutas), representando

cerca de 1% de todos os casos de câncer (INCA, 2014), porém estas proporções variam

segundo as regiões geográficas. Para o ano de 2010 foram registrados 1507 óbitos, a

maior parte no Sudeste, seguida das regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com

taxa de mortalidade ajustada de 0,73 óbitos/100.000 habitantes (DATASUS, 2014).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma relacionam-

se às características fenotípicas do indivíduo, ao padrão de exposição ambiental,

principalmente à IUV, e à interação entre o indivíduo e a exposição à IUV.

Os principais fatores de risco relacionados ao indivíduo são: a cor da pele, o cor

dos olhos, a cor do cabelo, a presença de nevos e a presença de nevos displásicos,

história familiar ou pessoal de melanoma.

As características de pigmentação são fortemente associadas ao desenvolvimento

de melanoma. A cor da pele relaciona-se ao risco de desenvolver melanoma uma vez

que a melanina, pigmento que confere a tonalidade à pele também é um dos agentes

responsáveis pela absorção da IUV e sua dissipação; tipos diferentes de melanina,

eumelanina e feomelanina, têm capacidades distintas de absorver a IUV (Bennett, 2008,

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Volkovova, 2012). Uma forma de avaliar a cor da pele e seu comportamento frente à

exposição à IUV é por meio de fototipos, uma classificação desenvolvida por

Fitzpatrick em 1975, a fim de selecionar as doses iniciais da terapia com UVA para

indivíduos de pele branca. Anos depois, esta classificação foi estendida para indivíduos

com pele marrom e negra (Fitzpatrick, 1988). Esta classificação mantém sua validade

até o presente (Anexo II). Metanálise demonstrou que o risco relativo de desenvolver

melanoma foi de 2,06 para indivíduos com pele clara quando comparados com

indivíduos de pele escura (Gandini, 2005a). A cor dos olhos também está relacionada

ao desenvolvimento de melanoma, indivíduos com olhos claros (azuis, verdes, cor de

mel) têm risco 62% maior em comparação com indivíduos com olhos escuros (Gandini,

2005a). A cor clara dos cabelos (louro, ruivo ou castanho claro) está relacionada a um

risco relativo de 1,87 em relação a cor escura, indivíduos com cabelos ruivos têm um

risco relativo de 3,64 (Gandini, 2005a). O risco populacional atribuível para fototipos I

e II foi de 0,27, para a presença de sardas 0,23, para a cor azul dos olhos 0,23, e para

cabelo ruivo 0,1 (Olsen, 2010).

Um fator de risco observado na maioria dos estudos foi a presença de nevos:

quanto maior o número de nevos maior o risco de desenvolver melanoma. A

padronização da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) define as

lesões melanocíticas contáveis como “máculas ou pápulas de coloração marrom ao

negro, razoavelmente bem definidas e com cor mais escura que a pele adjacente. Estas

lesões não têm as características de sardas, lentigos solares, ceratoses seborréicas,

manchas café-com-leite, ou lesões não melanocíticas”. Os nevos atípicos estão

presentes em 2 a 5% dos indivíduos brancos adultos, têm maiores dimensões e

aparência mais variada. Pelo protocolo da IARC, nevos atípicos devem ter um

componente macular em pelo menos uma área, e pelo menos três dos seguintes fatores:

bordos não bem definidos, mais de 5 mm, variação de cor, contorno irregular e presença

de eritema. Em uma metanálise, comparados com indivíduos sem nevos, indivíduos

com 16 a 40 nevos possuíam risco relativo de 1,47, com 101 a 120 nevos, 6,89. A

presença de nevos atípicos também apresentou risco elevado, de 6,36 para cinco nevos

quando comparados com sua ausência (Gandini, 2005b). Estudos com gêmeos indicam

um componente genético no desenvolvimento de nevos, bem como associação entre

exposição solar e o desenvolvimento e número de nevos (Tucker, 2009).

O principal fator de risco ambiental é a exposição à irradiação ultravioleta,

porém esta associação é complexa. Exposição intermitente e história de queimaduras

estão associadas a melanoma nos membros e tronco, ao passo que exposição

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ocupacional associa-se ao desenvolvimento de melanoma na cabeça e pescoço,

especialmente em regiões de baixas latitudes (Nikolaou, 2014).

A queimadura solar é um fator de risco para o desenvolvimento de melanoma, a

pele bronzeada pode comportar-se como uma proteção da mesma forma que a pele

naturalmente escura (Dennis, 2008). A exposição solar está associada ao

desenvolvimento de melanoma; em uma metanálise esta exposição apresentou risco

relativo de 1,34, a exposição solar intermitente, risco de 1,61, a exposição solar crônica,

risco de 0,95 (não significativo), e a história de queimaduras solares, risco de 2,03

(Gandini, 2005c). Com relação às queimaduras, o maior risco foi associado presença de

dor ou formação de bolhas. O risco foi de 1,91 para queimaduras na infância, 1,63 na

adolescência, 1,44 em adultos e 1,59 para queimaduras durante toda a vida (Dennis,

2008).

Existe uma grande variação na quantidade de UVB na luz solar de acordo com a

latitude, ao passo que o nível de UVA não possui esta variação (Volkovova, 2012). A

latitude tem uma associação inversa com a quantidade total de IUV, locais mais

próximos do Equador apresentam maior índice UV (Eide, 2005). Em uma análise

combinada, observou-se uma associação entre exposição solar recreativa e o

desenvolvimento de melanoma no tronco (pOR 1,7) e membros (pOR 1,4) em estudos

realizados em diferentes latitudes. Com relação ao melanoma de cabeça e pescoço não

houve associação com a exposição recreativa, mas houve associação com a exposição

ocupacional em estudos conduzidos em baixas latitudes (pOR1,7); as queimaduras

durante a infância foram associadas ao desenvolvimento de melanoma com pequena

variação entre as latitudes (Chang, 2009). Essa interação entre latitude e exposição

ocupacional no desenvolvimento de melanoma de cabeça e pescoço pode representar

tipos diferentes de melanoma, porém também é plausível que indivíduos com fototipos I

e II tenham uma tendência menor de exercer atividades ocupacionais com exposição

solar, o que torna a exposição diferencial de acordo com a latitude (Chang, 2009).

A exposição à IUV não se faz somente pelas fontes naturais, também ocorre

pelas câmaras de bronzeamento artificial. Esta exposição é considerada carcinogênica

do Grupo 1 pela IARC (evidência suficiente em humanos e em modelos animais, dados

sobre mecanismos de ação robustos em humanos), sua utilização foi banida no Brasil

em 2008 (ANVISA, 2012). Estudos demonstram aumento no risco de desenvolver

melanoma de início precoce (abaixo de 40 anos) em indivíduos com elevada exposição

(mais de 10 sessões), com aumento de duas vezes no risco (Cust, 2011, Han, 2006,

Nielsen, 2012).

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Outras associações encontradas para o desenvolvimento de melanoma cutâneo

são o consumo de álcool em mulheres (mais de sete doses por semana, HR 1,52) (Kubo,

2014), obesidade em homens (efeito estimado - OR=1,31 para sobrepeso e obesidade)

(Sergentanis, 2013), efeito protetor da dieta mediterrânea (peixes – OR=0,65, crustáceos

– OR=0,53, chá – OR=0,42, vegetais – OR=0,50, frutas – OR=0,54) (Fortes, 2008).

Os níveis sanguíneos da vitamina D e sua suplementação foram amplamente

avaliados em várias doenças malignas, com redução da mortalidade (Zheng, 2013),

porém dados em melanoma são controversos, e uma metanálise não demonstrou efeito

em sua ingestão (Gandini, 2009).

Uma associação que vem sendo descrita é a existente entre o diagnóstico de

doença de Parkinson e melanoma, pela qual existiria um risco aumentado de indivíduos

com melanoma desenvolverem doença de Parkinson, possivelmente envolvendo o

metabolismo da dopamina ou sua suplementação (levodopa) (Nikoalou, 2014).

3.5 Medias preventivas

Por ser uma doença com fatores de risco intrínsecos ao indivíduo e à exposição

ambiental conhecidos, e por ter sinais clínicos percebíveis em fases iniciais da doença,

existe a possibilidade da utilização de medidas de prevenção primária e secundária.

Com relação à prevenção primária, dois aspectos devem ser observados: a percepção

das características de risco pelo indivíduo e pelo profissional de saúde, e a limitação da

exposição ambiental.

A percepção de risco entre os dermatologistas e a população é muito distinta.

Em um estudo conduzido na Áustria onde voluntários eram convidados para uma

avaliação dermatológica, foi observado que a concordância entre o especialista e o

indivíduo em relação ao número de nevos, ao fototipo e ao risco de desenvolver

melanoma era reduzida (kappa 0,34, 0,28 e 0,24, respectivamente), porém entre homens

entre 30 e 39 anos e em mulheres entre 20 e 29 anos, esta concordância foi mais elevada

(kappa >0,40) (Richtig, 2008).

A limitação à exposição à IUV é a principal medida preventiva, uma vez que

outros fatores de risco não são evitáveis. Esta proteção é recomendada pela

Organização Mundial da Saúde sempre que o índice ultravioleta atinge valores acima de

três. É importante reconhecer que a exposição excessiva a IUV traz impacto negativo,

pois mesmo com o benefício relacionado ao metabolismo da vitamina D e diminuição

dos eventos esqueléticos, a superexposição a IUV implica em uma perda anual de 1,5

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milhões de anos de vida ajustados pela morbidade (Disably-Adjusted Life Years –

DALY) no mundo (WHO, 2014).

Uma estratégia amplamente difundida é a utilização dos filtros solares. Estes

produtos contêm substâncias que podem ser divididas em dois grupos, os filtros

químicos e os filtros físicos. Os filtros químicos (compostos orgânicos) absorvem a

irradiação UVA e UVB de acordo com suas características químicas, assim algumas

substâncias absorvem UVB, outras absorvem UVA, e algumas ambas as irradiações. Já

os filtros físicos, geralmente compostos inorgânicos (dióxido de titânio e óxido de

zinco), absorvem ambas as irradiações.

O fator de proteção solar (SPF) é uma medida laboratorial, definida como a

quantidade de IUV necessária para produzir uma queimadura em uma pele protegida

pelo filtro em comparação com a pele não protegida. Como o eritema e a queimadura

são mediados pelo UVB, a medida do SPF refere-se apenas à proteção contra esta

irradiação, geralmente a proteção contra UVA é apenas descrita na embalagem do

produto, mas não quantificada. Assim, um filtro com SPF 10 “permite” a passagem de

1/10 da IUV, um filtro com SPF 30, 1/30, um filtro com SPF 50 1/50 da IUV. A dose de

IUV depende tanto da duração quanto da intensidade da exposição. As recomendações

para o uso incluem sua aplicação 15 a 30 minutos antes da exposição e atenção a áreas

tais como face, pavilhões auriculares, mãos, braços e lábios, utilização de quantidades

adequadas (cerca de 30ml para um adulto), reaplicação a cada 2 horas (ou após natação

ou perspiração excessiva) (Jou, 2012, Mulliken, 2012). A utilização de filtros solares

está associada a um maior tempo de exposição a IUV, o que potencialmente anula seus

efeitos fotoprotetores (Elwood, 2009). Dados de estudos observacionais revelam a

ausência de efeito dos filtros solares no desenvolvimento de melanoma, porém foi

descrita uma interação com a latitude, com OR=1,6 para estudos realizados em regiões

com latitude acima de 40º (Gorham, 2007). Um ensaio clínico conduzido na Austrália

revelou uma redução do risco de desenvolver melanoma em indivíduos que utilizaram

diariamente o filtro solar (SPF=16) (HR=0,5, p=0,051) (Green, 2011). Desta forma, há

evidência da redução de risco no desenvolvimento de melanoma para o uso diário de

filtros solares, porém não há evidência para seu uso no contexto recreativo,

potencialmente implicando numa maior exposição a IUV (Elwood, 2009, Gimotty,

2011).

A Organização Mundial de Saúde recomenda como medidas de fotoproteção:

limitar a exposição solar durante as horas de maior incidência (entre as 10 e 16 horas),

procurar sombras, observar o índice UV, utilizar roupas protetoras (chapéus com

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proteção para as orelhas e a nuca, camisas), utilizar óculos escuros com proteção lateral,

utilizar filtros solares (SPF maior que 15), e não utilizar bronzeamento artificial

(Elwood, 2009, WHO, 2014).

Uma simulação do impacto potencial das intervenções sobre a exposição à IUV

na Europa (proteção ao trabalho e lazer ao ar livre, prevenção das queimaduras solares

na infância, abolir uso de bronzeamento artificial, redução da exposição solar nas férias)

sugere redução na incidência de melanoma até 2050 em torno de 20%, porém estas

medidas têm impacto que varia de acordo com características da população e do risco

populacional atribuível à exposição

PARpa = [Ppa X (RRpa – 1)] / [(Ppa X (RRpa – 1) + 1]

Onde PARpa é o risco populacional atribuível ao fotoenvelhecimento, Ppa é sua

prevalência, RRpa é o risco relativo sobre a incidência de melanoma (de Vries, 2012).

A prevenção secundária do melanoma tem sido tema de debate. O melanoma

preenche diversos critérios necessários para a implantação de programas de rastreio

(Bonita, 2006): o comportamento clínico é conhecido, há uma prevalência conhecida, há

uma fase inicial onde a doença pode ser diagnosticada, a evolução dos pacientes

diagnosticados em fases iniciais da doença é melhor, o teste de escolha (exame clínico

da pele) é simples e seguro, a avaliação de indivíduos com teste positivo (dermatoscopia

e biópsia da lesão suspeita) é aceitável, há grupos identificáveis com elevado risco,

porém dados referentes a eficácia do programa são escassos (Elwood, 2009). Um estudo

conduzido na região de Schleswig-Holstein no norte da Alemanha onde a mortalidade

por melanoma foi de 1,9/100.000 habitantes no início da série, o qual envolvia o

treinamento de médicos generalistas e dermatologistas, exame clínico pelos médicos

generalistas e referência aos especialistas em caso de positividade da avaliação. A

população foi motivada a participar da campanha pela mídia. O treinamento foi

realizado no início de 2003, o programa de rastreio foi realizado durante o período de

2003 a 2004 e a população foi seguida até 2009, havendo uma redução da mortalidade

por melanoma de 7,4% ao ano no período de 1999 a 2009 (Katalinic, 2012).

Argumenta-se que este estudo fornece dados suficientes para a introdução de programas

de rastreio em populações de alto risco, porém não há consenso. Um estudo recente

sugere que o treinamento dos médicos generalistas está relacionado a uma redução na

taxa de diagnóstico de lesões tumorigênicas e na proporção destas lesões (Grange,

2014). Por estes dados, aparentemente o treinamento dos médicos generalistas e a

informação à população acerca da doença e seus grupos de risco são importantes no

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diagnóstico precoce, mas a implantação de campanhas populacionais não é consensual

(Elwood, 2009).

3.6 Epidemiologia do melanoma no Brasil

No Brasil o melanoma representa a 13ª causa de câncer entre homens e

mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma, e estima-se 5890 casos novos

para o ano de 2014. Apresenta uma taxa de incidência bruta de 3,03 casos por 100.000

habitantes para os homens e 2,85 para 100.000 entre as mulheres, sendo responsável por

cerca de 1% de todos os casos novos de câncer (INCA, 2014).

O Brasil possui Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) nas capitais

(exceto Rio de Janeiro) e algumas cidades do interior. Informações de alguns destes

Registros evidenciam um gradiente Norte-Sul, com aumento nas taxas de incidência

padronizada: em capitais do Norte e Nordeste estas taxas se aproximam daquelas

encontradas na Ásia e África, ao passo que na Região Sul e Sudeste as mesmas se

aproximam das taxas encontradas no Sul da Europa (IARC, 2012). A maioria dos casos

de melanoma ocorre em indivíduos declarados brancos, porém o Brasil possui uma

ampla diversidade étnica (IBGE, 2010) (Anexo III). Isto explica, em grande parte, a

variação da incidência do melanoma no país.

No Brasil, em 2011, foram registrados 1475 óbitos por melanoma e 1621 óbitos

por outras neoplasias cutâneas, num total de 184.384 óbitos por neoplasias (DATASUS,

2014). Os óbitos concentram-se nas regiões Sul e Sudeste que representam 57,9% da

população brasileira, mas são responsáveis por 78,8% dos óbitos por melanoma. A

mortalidade por melanoma apresentou aumento para todo o país no período de 1980 a

2005 com uma magnitude de 1,1% ao ano, porém com intensidade distinta segundo as

regiões: estabilidade nas regiões Norte e Sudeste, aumento de 1,8% no Nordeste, 2,5%

no Centro-Oeste e 2,4% ao ano no Sul. Em relação à distribuição da mortalidade

segundo o sexo, nos últimos 10 anos da série, verificou-se uma tendência de aumento de

1,1% ao ano para mulheres e 1,6% para homens. As taxas de mortalidade para 2005

foram de 0,73/100.000 habitantes no Brasil, 0,23/100.000 na região Norte e

1,64/100.000 na região Sul (Mendes, 2010).

Por sua grande extensão territorial, o Brasil possui as seguintes faixas de clima

zonal: Equatorial, Tropical de Zona Equatorial, Tropical do Nordeste Oriental, Tropical

do Brasil Central, e Temperado. O clima também pode ser dividido quantos às

temperaturas em: Quente (média >18º C) dividido segundo os meses secos, Subquente

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(entre 15ºC e 18ºC), Mesotérmico brando (entre 10ºC e 15ºC) e Mesotérmico mediano

(<10ºC) (IBGE, 2010). Esta diversidade de climas pode estar associada a exposições

distintas do ponto de vista ocupacional, recreativa, e relacionado ao índice ultravioleta,

uma medida de intensidade da IUV incidente (WHO, 2014). Como o processo de

colonização não foi uniforme, a distribuição dos diversos grupos étnicos varia muito

pelo país, com proporções de indivíduos referidos como brancos, pardos, negros e

índios apresentando grande variação segundo as regiões (IBGE, Censo 2010). A

distribuição do melanoma por subtipos no Brasil aparentemente apresenta grande

variação entre as regiões. Grande parte dos estudos foram conduzidos em hospitais,

com potencial viés de seleção de casos. Os estudos com casos da região Sul revelam

padrões de distribuição semelhantes àqueles reportados em países com elevada

incidência, tais como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, e países da Europa

Ocidental, dados das demais regiões demonstram um aumento paulatino da proporção

da frequência do melanoma acrolentiginoso (Anexo IV).

O melanoma possui maiores taxas de incidência e mortalidade entre indivíduos

brancos, porém no Brasil há múltiplas origens para indivíduos brancos, desde aqueles

cujos antepassados têm origem na Península Ibérica, que frequentemente se apresentam

com característica de pele fototipos III e IV, até os indivíduos com ancestrais

germânicos e eslavos, com fototipos I e II. Estudos de caso-controle conduzidos no

Brasil revelam que indivíduos com ancestralidade italiana e alemã apresentam maior

risco de desenvolver melanoma (Bakos, 2009, Luiz, 2012).

Como a exposição à IUV é o principal fator de risco externo para o

desenvolvimento de melanoma, foi conduzido um estudo avaliando o comportamento

referente à exposição solar em algumas capitais, este revelou maior exposição entre

homens (73 a 82%), entre indivíduos mais jovens (75 a 83%), em pessoas fisicamente

ativas (75 a 85%), a frequência de utilização de chapéus foi maior entre os homens (17 a

30%) e a utilização de filtro solar maior nas mulheres (12 a 23%), com grande variação

entre as regiões. Estas diferenças são atribuídas à latitude e ao tipo da pele (Szklo,

2007). O padrão de exposição e a reação do indivíduo a esta exposição relacionam-se ao

desenvolvimento de melanoma. Um inquérito avaliou a frequência de queimaduras

solares em jovens na região Sul do Brasil, e revelou que 88% dos entrevistados

relataram exposição solar no último verão (2004) e que a prevalência de pelo menos um

episódio de queimadura foi de 49%, maior utilização de protetor solar entre os

indivíduos brancos, os usuários de protetor tiveram maior risco de desenvolver

queimaduras (razão de prevalências de 1,27) (Haack, 2008).

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Com relação à prevenção do melanoma no Brasil, o Instituto Nacional de

Câncer em sua página eletrônica recomenda limitar a exposição solar no horário de 10

às 16h, utilização de chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares (com SPF igual

ou maior que 15), e identifica fatores de risco tais como cor da pele, história familiar de

melanoma, presença de nevo congênito e nevo displásico e a presença de Xeroderma

Pigmentoso (uma doença genética caracterizada por alterações nos mecanismos de

reparo do DNA), e recomenda que pessoas que possuam manchas com prurido,

sangramento ou descamação, lesões pigmentadas que mudam de forma ou cor, ou lesões

que não cicatrizam sejam referidas a um Serviço Médico para avaliação (INCA, 2014).

Para prevenção secundária, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove

campanhas anuais direcionadas ao público em geral, em várias cidades do país desde

1999. Na Campanha Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele 2012, foram

avaliadas 33281 pessoas em todo o país, das quais 13,57% tiveram diagnóstico de

câncer de pele, com 379 casos de melanoma (1,16% do total de indivíduos) (SBD,

2014). Acredita-se que nestas campanhas há seleção de indivíduos com elevado risco

ou lesões suspeitas.

3.7 Epidemiologia molecular

Os principais fatores de risco para desenvolvimento do melanoma são

relacionados ao fenótipo do indivíduo e ao seu padrão de exposição à IUV (Nikolaou,

2014). Estes fatores de risco estão relacionados à maioria dos tumores, porém há outros

fatores que também podem estar associados. Os fatores de risco genéticos são

responsáveis por uma fração dos casos de melanoma diagnosticados, caracterizando

agrupamentos familiares da doença. A história de melanoma em um familiar de

primeiro grau confere um risco adicional de 70% (Gandini, 2005c, Mann, 2009).

História familiar de melanoma ocorre em 10% dos casos; os genes que conferem riso

elevado se manifestam com melanomas em múltiplas gerações de uma família,

múltiplos melanomas primários em um indivíduo, doença de surgimento precoce

(Udayakumar, 2009).

As alterações genéticas que conferem elevado risco são raras e se relacionam a

minoria dos casos de melanoma (alterações de elvada penetrância), ao passo que

alterações genéticas de baixo risco são frequentes na população e potencialmente estão

associadas a um número maior de casos (alterações de baixa penetrância).

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Os principais genes relacionados ao melanoma familial são o CDKN2A e o

CDK4.

O locus CDKN2A codifica duas proteínas, a p16INK4A

(importante na via do

retinoblastoma – RB) e a p14ARF

(importante na via p53). Cerca de 40% a 50% dos

casos de melanoma familial estão associados a este locus. Este é um gene supressor de

tumor e suas mutações habitualmente levam à perda de função. As perdas neste gene

comprometem ambas as vias de controle do ciclo celular. Sua frequência varia

conforme o risco basal de melanoma em uma população, quando há quatro ou mais

indivíduos com melanoma em uma família em populações com baixa incidência de

melanoma, este gene encontra-se mudado em 70% dos casos, ao passo que em

populações com elevada incidência, esta frequência é de 10%. Aparentemente as

mutações neste gene contribuem para maior proporção de casos em países com baixa

frequência de melanoma. A penetrância deste gene é estimada em 30% aos 50 anos e

67% na idade de 80 anos, porém há grande variação geográfica e relacionada à seleção

de indivíduos (Udayakumar, 2009).

O gene CDK4 também está associado ao melanoma familial e possui elevada

penetrância. Seu produto é a cinase dependente de ciclina 4 (Cdk4), proteína que

participa do ciclo de divisão celular e é modulada pela proteína p16INK4A

. Sua

frequência de mutação é mais baixa que aquela encontrada em CDKN2A, e corresponde

a uma minoria dos casos (Tucker, 2009).

Estes genes de elevada penetrância são responsáveis pela metade dos casos de

melanoma familial. Outros genes de baixo risco geralmente estão associados a traços

fenotípicos tais como cor da pele e cabelo, e fotossensibilidade (Udayakumar, 2009).

O gene MC1R codifica o receptor 1 da melanocortina, uma proteína

transmembrana cuja ativação leva a uma maior produção de eumelanina (em detrimento

da feomelanina). A eumelanina confere maior pigmentação à pele proteção contra a

IUV. Existem várias mutações descritas neste gene associadas ao fenótico RHC (red

hair color) (80% dos indivíduos), presentes em menos de 4% dos indivíduos com

fototipos III e IV (Udayakumar, 2009). As mutações neste gene são associadas a um

aumento de 2 vezes no risco de desenvolver melanoma mesmo ajustado a outros fatores

fenotípicos (Ibarrola-Villava, 2012).

A forma ativa da vitamina D [1,25 hidroxicolecalciferol – 1,25(OH)D3] tem sido

implicada como fator de proteção em diversas neoplasias. Esta vitamina exerce seus

efeitos através do receptor de vitamina D (produto do gene VDR), que foi alvo de

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investigação. A importância dos diferentes SNPs de VDR no risco de desenvolver

melanoma é controversa (Mocellin, 2008, Orlow, 2012, Randerson-Moor, 2009).

Vários estudos de caso-controle foram conduzidos com o objetivo de identificar

genes relacionados ao risco de melanoma. Várias vias de sinalização foram analisadas

como, por exemplo, os genes de excisão e reparo de nucleotídios (nucleotide excision

repair – NER), via do reparo do DNA, via da tensão oxidativa, da glutationa S-

transferase, do metabolismo da melanina (Debniak, Fortes, 2013, Ibarrola -Villava,

2011, Ibarrola -Villava, 2012a, Ibarrola -Villava, 2012b, Landi, 2005, Millikan, 2006,

Zhang, 2010). Estes estudos avaliaram a presença de polimorfismos em nucleotídios

isolados (single nucleotide polymorphisms – SNPs) e o risco de melanoma. Nestes

estudos, diferentes SNPs em um mesmo gene estiveram relacionados a riscos distintos.

Estudos de associação ampla do genoma (GWAS) revelam alguns loci com associação

com o desenvolvimento de melanoma: 16q24.3 (MC1R), 20q11.22

(MYH7B/PIGU/ASIP), 11q14.3 (TYR) e 5p13.2 (SLC45A2) (Chatzinasiou, 2011).

3.8 Análise de séries temporais

Série temporal é uma sequência de informações obtidas regularmente por um

determinado período, cuja análise pode levar à identificação de tendências, de mudanças

nestas tendências e de fatores potencialmente associados a estas mudanças. Essas

informações são obtidas quando da monitorização regular de uma população ou algum

outro fenômeno (material particulado na atmosfera, níveis de ozônio, pluviosidade,

batimentos cardíacos, etc) (Zeger, 2006). Em estudos epidemiológicos frequentemente

são utilizados dados secundários de registros de doenças (especialmente câncer), ou

dados contínuos (como medidas meteorológicas), para a avaliação de tendências

temporais e fatores potencialemtente relacionados a estas varições.

A análise de séries temporais constitui uma modalidade de estudo ecológico,

onde a unidade de análise é o grupo de indivíduos e não o indivíduo isoladamente, as

informações referem-se à experiência de exposição de uma coletividade; portanto as

inferências a serem realizadas devem levar este fato em conta. Por outro lado,

exposições cuja mensuração é difícil (ou impossível) em análises individuais, podem

ser realizadas nestes estudos, que avaliam exposições populacionais em localizações

geográficas distintas (análise espacial) ou em tempos distintos (séries temporais) (Rose,

2001).

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A técnica de análise de uma série temporal deve levar em conta o caráter do

fenômeno em questão, se são fenômenos cuja intensidade varia durante o ano

(epidemias de doenças infecciosas com grande dependência do clima como a gripe e a

dengue) ou em períodos mais longos (relacionados a eventos tais como Olimpíadas e

Copa do Mundo), se são fenômenos que independem de variações de curta duração

(doenças neoplásicas, doenças neurodegenerativas). Em uma análise preliminar é

possível observar a dispersão dos eventos durante o período de estudo e analisar se

existe variação cíclica ou sazonal, tendência ou estrutura de dependência serial

(dependência de um evento com seu antecessor). Outro componente é o chamado ruído

branco, uma variação aleatória da série. Quando se observa estruturas autorregressiva

ou de média móvel, opta-se pelo ajuste pelos modelos autorregressivos integrados com

média móvel (ARIMA) (Morgenstern, 2008).

Na análise de tendência, é importante observar a distribuição dos eventos no

período com o objetivo de encontrar formas funcionais que auxiliem na modelagem, tais

como polinômios de segunda ou terceira ordem, transformações exponenciais ou

logarítmicas (Latorre, 2001).

Em análises de séries temporais de doenças neoplásicas, habitualmente procura-

se analisar a estrutura de tendência, uma vez que são doenças com grande período de

latência entre a exposição e o desfecho – diagnóstico (incidência) ou óbito (mortalidade)

- o que torna os componentes relacionados à sazonalidade ou à ciclicidade de menor

relevância.

Uma vez que estruturas de dependência serial não foram encontradas e não se

observaram componentes cíclicos ou sazonais, uma forma de avaliação da tendência

consiste na avaliação das taxas por técnicas de regressão linear ou log-linear (Poisson),

nesta última com a possibilidade de identificar a variação percentual anual. Por esta

metodologia é possível a quantificar esta tendência (Latorre, 2001). Uma extensão

desta técnica é a regressão por união de pontos (joinpoint regression), onde são

determinados intervalos unidos em pontos específicos, desta forma permitindo a análise

segmentar e de mudanças na tendência (Kim, 2000).

A análise utilizando taxas padronizadas permite a obtenção de medidas

sumárias, porém detalhes importantes podem ser perdidos neste processo. Encontram-

se embutidos nesta avaliação o efeito da idade do indivíduo sobre o fenômeno em

estudo, o momento (período) em que o diagnóstico foi realizado ou ocorreu o óbito, e

características intrínsecas àquele grupo (coorte) a que pertence o indivíduo (Holford,

1991). Por serem doenças relacionadas a exposições de longa duração, associadas a

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39

lesões não reparadas no DNA que se acumulam com o tempo, as neoplasias malignas

são classificadas entre as doenças crônicas não transmissíveis, habitualmente com taxas

de incidência e mortalidade que aumentam com a idade do indivíduo. Exposições que

atinjam toda a população em um determinado momento tais como: fenômenos

ambientais (poluição, acidentes químicos ou nucleares, por exemplo), guerras,

legislações (obrigatoriedade do cinto de segurança, por exemplo), introdução de

tecnologias (penicilina, refrigeração, ressonância magnética, por exemplo), podem

exibir efeitos sobre as taxas de determinadas doenças, independente da faixa etária dos

indivíduos (efeito período). Por fim, algumas exposições que ocorrem especialmente

durante o período perinatal, na infância ou mesmo na adolescência, ou que atingem uma

determinada faixa etária em um momento específico correspondem ao efeito coorte.

Estas geralmente consistem em exposições cujo desfecho ocorre muitos anos após, por

vezes já na senescência (Holford, 1991, Keyes, 2010). A modelagem conhecida como

“idade-período-coorte” (age-period-cohort, APC) tem como objetivo identificar a

importância de cada um destes componentes.

A etapa inicial é a construção de uma tabela onde os anos do evento (período)

são alocados em colunas e cada linha corresponde a uma faixa etária (idade), cada uma

das caselas corresponde ao número de eventos. Observando-se a diagonal pode-se

visualizar o efeito coorte. Esta tabulação é conhecida como diagrama de Lexis.

Constrói-se junto a esta tabela outra com a experiência da população em cada período e

por faixa etária. Habitualmente divide-se o tempo em intervalos semelhantes ao das

faixas etárias, geralmente de 5 anos. O passo seguinte é a construção dos diagramas de

taxa versus idade (observações de cada período conectadas e observações de cada coorte

de nascimento conectadas), taxa versus período e taxa versus coorte. Deve-se assumir

que a taxa é constante para cada um dos intervalos de tempo. Assume-se também que

as observações são independentes. Desta forma, como se trata de um processo de

contagem utiliza-se um modelo de Poisson, deixando-se a população (pessoas-tempo)

como um termo offset, para separá-la da taxa evitando a estrutura de dependência serial;

no entanto, não se assume que haja a distribuição de Poisson dos dados (Carstensen,

2007).

A modelagem inicia-se com a construção de modelos simples envolvendo

somente idade, idade e período, e idade e coorte. Seguem-se os modelos idade-

deslizamento (age-drift), com a extração do logaritmo da tendência linear de período e

coorte.

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40

Um problema inerente à análise APC é o da identificabilidade, uma vez que as

variáveis idade, período e coorte são correlacionadas, o valor de uma delas pode ser

obtido a partir do valor dos outros dois componentes. A estratégia de modelagem

envolve a obtenção da taxa de risco relacionado à idade [em um período de referência

(P0) ou em uma coorte de referência (C0)], a razão de taxas entre um período P e o P0

(ou entre uma coorte C e a C0), e o logaritmo do resíduo da razão de taxas da coorte (ou

período) (efeito de segunda ordem). A escolha de P0 ou C0 é arbitrária pois múltiplas

soluções são possíveis, e deve basear-se em conhecimento prévio e possivelmente

avaliando modelos que ignoram um dos efeitos (idade-período ou idade coorte)

(Morgenstern, 2008).

3.9 Tendência de mortalidade por melanoma

O melanoma apresentou aumento na incidência e mortalidade nas últimas

décadas do século XX (Armstrong, 2009, Bulliard, 2000, Criscione, 2010, de Vries,

2003, Geller, 2013, Sortino-Rachou, 2006, Tanaka, 1999), com tendência de formação

de “plateau” na primeira década do século XXI (Cokkinides, 2012, Erdmann, 2012,

Linos, 2009, Mendes, 2010). Os fatores potencialmente relacionados ao aumento na

incidência relacionam-se a mudanças no padrão de comportamento da população com

relação à exposição recreativa à IUV e migração de indivíduos com características de

elevado risco para áreas com grande exposição, mas também a um aumento na

identificação de casos iniciais e potencialmente não letais de melanoma e mudanças de

critérios histológicos (Criscione, 2010, Dennis, 1999, Weyers, 2012). Provavelmente

uma combinação entre estes fatores resultou no aumento da incidência, especialmente

de lesões iniciais. No entanto, a incidência de lesões espessas, com elevado potencial

de gerar metástases manteve-se constante. Na avaliação da mortalidade, observa-se um

aumento na segunda metade do século XX, seguido por estabilização nas taxas a partir

do final dos anos 1990. Note-se que tratamentos com efetivo aumento na sobrevida de

casos de melanoma avançado foram introduzidos apenas após 2010, com limitada

repercussão nas taxas de mortalidade da população (Chapman, 2011, Flaherty, 2012,

Haulschild, 2012, Hodi, 2010, Robert, 2011). Em estudo prévio realizado no Brasil foi

observado este padrão de mortalidade (Mendes, 2010), fazendo-se necessária uma

avaliação pormenorizada, utilizando modelos de idade-período-coorte a fim de analisar

essa tendência temporal, bem como seus potenciais determinantes.

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As variações nas taxas de mortalidade por melanoma podem estar sujeitas a

efeitos relacionados ao período do óbito, refletindo fatores relacionados ao diagnóstico e

tratamento bem como ao sistema de relato de óbitos, e a efeitos relacionados à coorte de

nascimento e exposições ambientais.

3.10 Comportamento do melanoma segundo o nível socioeconômico

A associação entre nível socioeconômico (NSE) e saúde é conhecida desde o

século XIX. Foi considerado por muito tempo como um potencial fator de confusão

dado sua íntima relação com fatores de risco e doenças (Liberatos, 1988).

Os fatores relacionados ao desenvolvimento de doenças, a sua evolução e

desfecho podem estar relacionados ao NSE. Algumas exposições associam-se a

habitação, trabalho, hábitos e lazer, todas estas situações determinadas pelo NSE, por

outro lado, o acesso ao sistema de saúde também é relacionado a este fator. Desta

forma, um maior NSE pode comportar-se como fator de risco ou como fator de

proteção, de acordo com a doença estudada. Em doenças crônicas, estas diferenças

apresentam grande variação entre países diferentes (Dalstra, 2005).

A mensuração do NSE é realizada de diversas formas, de acordo com o contexto

da investigação e das informações disponíveis (estudos com coleta primária de dados,

estudos com dados secundários, estudos ecológicos, etc.). As medidas de classes sociais

têm como objetivo quantificar a posição do indivíduo na sociedade. Os principais

conceitos vêm dos estudos de Karl Marx e de Max Weber (Liberatos, 1988). Segundo

Marx, o conceito de classe social baseia-se na relação do grupo com os meios de

produção. Já de acordo com Weber, a posição na sociedade baseia-se em três

dimensões: classe (base econômica), status (prestígio na sociedade, acesso às “chances

da vida”) e poder (contexto político). A partir destes conceitos, três indicadores têm

sido utilizados mais frequentemente: ocupação, escolaridade e renda. A ocupação

relaciona-se a exposições ambientais, acesso a moradia e previdência, recompensa

individual e acesso a cuidados médicos; a escolaridade relaciona-se a desfechos na

saúde pela influência nos hábitos de vida, capacidade de resolução dos problemas e

valores; e a renda relaciona-se ao acesso a cuidados médicos e moradia, dieta adequada

e boas condições de trabalho. Há várias abordagens para mensuração da classe social,

tais como escalas de medidas ocupacionais, educacionais e de renda, bem como

medidas combinadas. Estas medidas associam-se de modo distinto segundo o desfecho

analisado, como a mortalidade por neoplasias, desfechos psicológicos, desfechos

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reumatológicos, etc. A escolaridade é a forma de medida menos complexa, com alta

correlação com diversos desfechos, e tem sido amplamente utilizada em estudos

epidemiológicos (Liberatos, 1988).

A mensuração da escolaridade pode ser realizada como variável contínua ou

dividida em grupos segundo os ciclos escolares. Caso possível, a medida como variável

contínua é a de escolha (Liberatos, 1988). Em locais onde a grande maioria da

população possui escolaridade muito elevada ou muito baixa, esta variável passa a ser

de baixo poder discriminatório e as faixas de categorização podem ser diferentes

(Dalstra, 2005).

A incidência e a mortalidade por neoplasias apresentam comportamentos

distintos segundo o NSE dos indivíduos. Um estudo conduzido na Europa demonstrou

diferenças na prevalência de câncer por escolaridade, de acordo com a faixa etária.

Assim, foi observada maior prevalência de câncer entre indivíduos jovens com menor

escolaridade (entre 25 e 59 anos), porém entre indivíduos acima de 60 anos houve maior

prevalência entre indivíduos com maior escolaridade (Dalstra, 2005). Um estudo

conduzido com registros de câncer na Inglaterra, onde o NSE foi avaliado a partir do

código postal da residência e o Índice de Privação Múltipla (IMD 2004), revelou maior

incidência de câncer de pulmão e cérvix entre grupos mais pobres e maior incidência de

melanoma e câncer de mama nos grupos mais favorecidos (Shack, 2008). Em outro

estudo conduzido nos Estados Unidos, a partir de dados do SEER e do National

Longitudinal Mortality Study (NLMS), onde o NSE foi avaliado a partir da

escolaridade, renda familiar e estado de pobreza [relação entre renda e o limiar da

pobreza, definido como renda familiar (de 4 pessoas) menor que US$12.674,00 em

1989] revelou maior razão de taxas para câncer de pulmão, para homens e mulheres

com menor escolaridade e renda, e resultados semelhantes para câncer de mama, cérvix

e próstata, e maior risco para melanoma entre os indivíduos com maior escolaridade

(Clegg, 2009). Estudo conduzido na Nova Zelândia, onde o NSE foi avaliado pelo

índice de privação da Nova Zelândia [(NZDep), uma medida individual que avalia

características selecionadas (acesso a telefone, recebimento benefícios sociais do

governo – means-tested benefit, desemprego, residência em casas com renda abaixo do

limiar de pobreza, acesso automóvel, residência com os pais, qualificação profissional,

propriedade da casa)] revelou que as desigualdades no NSE estavam associadas a maior

mortalidade por neoplasias entre os indivíduos menos favorecidos, especialmente para

câncer de próstata, rim, útero, bexiga e colorretal. Foi observado que a extensão da

doença ao diagnóstico explicaria parte das diferenças observadas (Jeffreys, 2009).

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O melanoma possui padrões de incidência e mortalidade variáveis segundo o

NSE. A incidência de melanoma é maior em indivíduos com maior NSE (Birch-

Johansen, 2008, Clegg, 2009, Jeffreys, 2009, Pérez-Gómez, 2008, Skack, 2008, Youl,

2010), e foi atribuído a: maior exposição recreacional a IUV (Birch-Johansen, 2008,

Pérez-Gómez, 2008, Shack, 2008), maior acesso ao sistema de saúde e remoção precoce

de lesões pigmentadas (Youl, 2011), maior utilização de bronzeamento artificial (Shack,

2008). Outro possibilidade relaciona-se a aspectos étnicos, especialmente em

sociedades profundamente miscigenadas.

Alguns estudos sugerem associação entre NSE e fatores prognósticos ao

diagnóstico do melanoma: indivíduos com maior escolaridade se apresentam com lesões

menos espessas (Mandalá, 2011, Youl, 2010) ou são diagnosticados em estágios mais

precoces (Zell, 2008).

A sobrevida após o diagnóstico mostra-se mais elevada em indivíduos com

maior NSE (Birch-Johansen, 2008, Jeffreys, 2009, Mandalá, 2011, Rachet, 2008, Zell,

2008), especialmente em estudos com dados de registros de câncer, possivelmente

relacionada ao acesso ao sistema de saúde ou a características intrínsecas do melanoma

nas populações segundo o NSE. Uma série de casos tratados em uma única instituição

descreveu uma maior sobrevida para pacientes com NSE mais alto (Mandalá, 2011).

É possível que, além de questões relacionadas ao acesso ao sistema de saúde e

etnia, o NSE possa estar associado a tipos distintos de melanoma, com características

genotípicas e fenotípicas determinantes de desfechos diferentes.

3.11 Função de risco instantâneo

Na avaliação de eventos tempo-dependentes os métodos habituais permitem

determinar a proporção de indivíduos vivos em um determinado período após o

diagnóstico (abordagem não paramétrica – método de Kaplan Meier) ou determinar o

risco relativo entre 2 categorias (abordagem semi-paramétrica – modelo dos riscos

proporcionais de Cox), porém outras informações podem ser importantes.

Uma medida importante é a estimativa de sobrevida condicional, onde a questão

é: qual é a probabilidade de viver até mais um número de anos dado que o indivíduo já

sobreviveu até aquele determinado tempo? Esta é uma pergunta frequente na prática

clínica, especialmente em doenças com elevada letalidade (Zabor, 2013).

Outra questão é a probabilidade de ocorrência de um evento em um determinado

momento, dado que o indivíduo viveu até o momento imediatamente anterior. Esta

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função de risco (hazard) também é conhecida como taxa de incidência, força de

infecção, taxa de falha, força de mortalidade ou força de mortalidade condicional

(Carvalho, 2011), é expressa por

(t) = f(t) / S(t)

(t) = - dln(S(t)) / dt

onde (t) é a função risco, f(t) é a função densidade de probabilidade, S(t) é a função de

sobrevivência. A função risco tem grande importância, pois as doenças ou mesmo

diferentes estágios de uma mesma doença podem ter padrões temporais de falha

distintos. Habitualmente nas doenças malignas espera-se um taxa de falha baixa

imediatamente após o diagnóstico, porém que aumenta rapidamente e após algum tempo

(meses, anos conforme o tumor e seu estádio) começa a diminuir (Colzani, 2011).

Alguns autores têm utilizado a abordagem paramétrica para a avaliação da

função risco pois: 1) permite um melhor ajuste de curvas estimadas pelo modelo

(Colzani, 2011), 2) limitações do modelo de Cox devido à proporcionalidade das taxas

e explicitar uma função de risco flexível (Ding, 2009, Royston, 2001), 3) permite uma

melhor avaliação da proporcionalidade e predição da maturação dos dados (Carroll,

2003) e 4) permite estimativas mais precisas (Zhu, 2011).

As distribuições paramétricas habitualmente utilizadas são a exponencial, a

Weibull, a lognormal, cujas distribuições são

f(t)

Densidade de

probabilidade

S(t)

Função sobrevida

(t)

Função risco

(hazard)

Exponencial f(t) = exp( - t) S(t) = exp( - t) (t) = f(t) / S(t) =

Weibull f(t) = texp( - (t)) S(t) = exp( - (t)) (t) = t

Lognormal f(t) = [1 / (2)1/2] exp {(

- 1 / 2) [(ln(t)-) / ]2}

S(t) = 1 – [(ln(t) - ) / ] (t) = f(t) / S(t)

Onde representa o parâmetro taxa (queda da função de sobrevivência ao longo

do tempo), representa o parâmetro forma, representa a média, 2 representa a

variância e a função de distribuição acumulada da normal (Carvalho, 2011).

A distribuição gama possui maior complexidade, inclusive em sua interpretação.

O melanoma possui padrões de recidiva dependentes do estágio na apresentação,

o que leva a utilização de políticas distintas de seguimento após o tratamento (DeRose,

2011, Francken, 2008, Morton, 2009, Turner, 2011). As recidivas tardias são raras e têm

implicações dramáticas para os pacientes, pois estas falhas sugerem o fenômeno de

adormecimento tumoral, cujo comportamento não é bem conhecido. Acredita-se estar

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associado a escape do sistema imune. A modelagem das recidivas tem grande

importância na avaliação de tratamentos a longo prazo (Faries, 2013, Jones, 2013,

Romano, 2010).

Algumas abordagens de modelagem da função risco de recidiva e óbito do

melanoma têm sido realizadas com técnicas distintas. Observou-se que indivíduos com

estádios iniciais apresentam risco de recidiva estável, mesmo vários anos após o

tratamento, ao passo que indivíduos com lesões avançadas ou com metástases

apresentam um risco maior nos primeiros meses após o diagnóstico, caindo a seguir,

porém mantendo-se mais elevados mesmo cinco anos após (Leiter, 2012, Salama, 2013

Soong, 2009).

3.12 A espessura do melanoma (índice de Breslow) como variável contínua:

componente linear e não linear

A espessura da lesão primária, medida em milímetros a partir do topo da camada

granulosa da epiderme até o ponto mais profundo de invasão [“By means of an ocular

micrometer, the maximal thickness of the lesion was measured from the skin surface to

the deepest point of invasion” (Breslow, 1970)], é o principal fator prognóstico nos

melanomas confinados ao sítio primário (Balch, 2009). Este é o fator que define as

categorias de tumor primário (T) da classificação dos tumores malignos (TNM, 2012).

Sua mensuração é realizada em milímetros e descrita habitualmente como variável

contínua (Scolyer, 2013), sendo avaliada como variável categórica.

As lesões espessas, definidas como aquelas com mais de quatro milímetros,

possuem prognóstico desfavorável, os pacientes com tumores espessos e ulcerados

possuem sobrevida em cinco anos de 53% e em dez anos de 39%. Estes tumores

possuem frequentemente outros fatores de mau prognóstico, como ulceração [56,4% no

banco de dados da AJCC (Balch, 2009)] e presença de mitoses [96,3% no mesmo banco

de dados (Thompson, 2011)]. A presença de mitoses, medida como variável discreta,

apresenta um incremento progressivo com o aumento do índice de Breslow até a

espessura de cinco milímetros, a partir da qual forma-se um platô com uma taxa

mitótica média de nove mitoses por milímetro quadrado (Thompson, 2011).

Os pacientes com tumores espessos e ulcerados compõem o estágio IIC do

estadiamento segundo a AJCC e a UICC, com sobrevida em cinco anos semelhante

àquela de pacientes com estágio IIIB (que inclui lesões ulceradas com

comprometimento linfonodal microscópico, e lesões não ulceradas com

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comprometimento nodal macroscópico) (Balch, 2009). É sendo controversa a indicação

da pesquisa de linfonodo sentinela na população de pacientes com tumores com mais de

4 mm de espessura (Rhodes, 2011).

A questão que se impõe é qual o comportamento do índice de Breslow em lesões

espessas, ou seja, se um aumento progressivo deste traz um prognóstico sucessivamente

pior ou não? Um estudo prévio sugere que em tumores definidos como T4, a espessura

deixa de ser um fator prognóstico, permanecendo a presença de ulceração e a taxa de

mitoses (Balch, 2009).

Nas técnicas de regressão utilizadas habitualmente, modelos lineares

generalizados ou modelos multivariados de sobrevida (modelo de riscos proporcionais

de Cox, modelos paramétricos), assume-se que uma variável independente contínua

tenha um efeito linear sobre a variável dependente. No entanto, esta variável contínua

pode não se comportar desta forma sempre, mas apenas em uma faixa de observações.

Uma estratégia para esta modelagem é uma análise segmentar (apenas uma faixa de

valores da variável independente) ou a transformação desta variável (logarítmica,

exponencial). Outra estratégia é a utilização de técnicas de alisamento (smoothing).

Esta estratégia assume que a variável dependente não é mais avaliada como um valor,

mas como uma função polinomial, que permite uma especificação mais flexível da

dependência da resposta das covariáveis (Wood, 2006). Por esta técnica, a variável

independente contínua passa a ser avaliada como um polinômio segmentar de terceiro

grau com seções unidas em pontos chamados nós (cubic spline). Esta técnica foi

inicialmente utilizada nos modelos aditivos generalizados (generalized additive models

– GAM), depois passou a ser aplicada na análise de sobrevivência, como técnica de

suavização (Carvalho, 2011). Por esta técnica, é possível avaliar o componente linear e

a presença de um componente não linear, bem como os coeficientes associados a cada

um dos segmentos da distribuição da variável estudada.

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4. Justificativa

Este estudo se justifica na medida que poucas são as informações populacionais

acerca do melanoma no Brasil. Ainda hoje, a maior parte do referencial teórico provém

de estudos realizados em países com características sociodemográficas e geográficas

distintas, o que traz inconvenientes na análise do melanoma no Brasil. Por ser um país

de dimensões continentais e com grande variação entre regiões, uma análise segmentada

analisando cada uma das regiões em particular se faz necessária. Da mesma forma,

conhecer o perfil dos pacientes com melanoma atendidos pelo Sistema Único de Saúde

(SUS) é relevante, uma vez que pelas características sociais, é plausível que haja

diferenças contrastando com os dados advindos de serviços privados.

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5. Objetivos

5.1 Objetivo geral

Esta tese como objetivo geral aprofundar o conhecimento sobre melanoma no

Brasil, analisando seu comportamento populacional e em uma série de pacientes,

estabelecendo um ponto de referência para estudos acerca desta doença no país e

fornecendo informações para auxiliar na implantação de políticas de controle .

5.2 Objetivos específicos

Determinar o padrão temporal de mortalidade por melanoma no Brasil no

período de 1980 a 2009.

Explorar a distribuição da mortalidade por melanoma no Brasil durante o

período de 1980 a 2009 por meio de modelagem idade-período-coorte buscando

identificar mudanças potencialmente decorrentes de sua distribuição segundo coorte de

nascimento e exposições ambientais.

Avaliar o efeito do nível socioeconômico (NSE) na sobrevida dos pacientes

portadores de melanoma tratados em uma instituição de referência no Rio de Janeiro.

Avaliar o risco de recidiva e morte, após o tratamento do melanoma, em

intervalos regulares de tempo em coorte hospitalar de hospital de referência para a

atenção oncológica no Rio de Janeiro.

Avaliar o comportamento da espessura da lesão como variável contínua em

melanomas localizados na pele (estágios I e II) com relação à sobrevida global e

sobrevida livre de recidiva em uma coorte de um hospital de referência para a atenção

oncológica no Rio de Janeiro.

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6. Materiais e métodos

Para o atendimento dos objetivos estabelecidos, foram elaborados os seguintes

artigos científicos:

Artigo 1 Efeito idade-período-coorte sobre a mortalidade por melanoma no Brasil

Artigo 2 Socioeconomic status as a predictor of melanoma survival in a series of

1083 cases from Brazil: Just a marker of health services accessibility?

Melanoma Research 2013;23:199-205.

Artigo 3 A função risco instantâneo e a sobrevida livre de recidiva e a sobrevida

global: coorte hospitalar de melanoma em hospital de referência

oncológica no Rio de Janeiro

Artigo 4 Avaliação da espessura da lesão (índice de Breslow) como variável

contínua em coorte hospitalar de melanoma: efeito linear e efeito não

linear

Seguem anexos a avaliação da incidência do melanoma segundo dados dos

Registros de Câncer de Base Populacional, notas sobre a construção do banco de dados

e análise da série temporal, construção da coorte de casos hospitalares do Instituto

Nacional de Câncer, bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o

formulário de coleta de dados.

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7.1 Artigo 1

Melanoma mortality trends in Brazil, an Age-Period-Cohort approach

Abstract

Introduction: Melanoma mortality rate increased in many countries during the last 50

years, and incidence patterns have changed during this period. In the last years there is

a trend towards increase in the incidence of thin lesions and stability in thicker tumors.

The objective of this study is to evaluate the temporal trend on of melanoma mortality

in Brazil according to an age-period-cohort modeling.

Materials and methods: Deaths related to cutaneous melanoma in the period of 1980

to 2009 by geographic region and sex were abstracted from the Mortality Information

System (DATASUS) and population features from the Brazilian Institute of Geography

and Statistics. Data were arranged in the Lexis Diagram and rate plots were performed.

A formal age-period-cohort analysis was carried out. Since the full models had better

adjustment and the cohort component was evident, we fit the age-cohort-period model.

Results: In the studied period there were 24,375 deaths from melanoma. In the analysis

of the rate plots it was possible to verify the cohort factor, the mortality rates increase

for age groups over 50 years old, and a possible reduction of rates for groups younger

than 35 years. There was an increase in mortality rate ratio (mRR) until the 1960es

cohort, then the mRR tended to plateau and this trend decreased in the cohorts born in

the late 1980es, suggesting a decrease in mortality to younger generations. When the

geographic regions were analyzed individually, it was seen in most regions a plateau

after the 1960´es and 1970´es. There was no different in the behavior of the mRR

according to sex.

Discussion: The increase in melanoma mortality during the last decades of the 20th

century may be largely a function of a cohort effect encompassing the generations born

up to 1960´es. The stability in the incidence of thicker lesions as well as data presented

in this study suggest that the mortality will not grow up in the next years. It is possible

that these younger cohorts have a less deadly disease.

Keywords: Epidemiology; melanoma; temporal series, age-period-cohort

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Introduction

Melanoma, the most lethal form of skin cancer, presented increase in both

incidence and mortality during the last years of the XX century (1), and in the first

decade of the XXI century trends towards leveling off (2).

Environmental exposures such as changes in the sun exposure behavior (sun

tanning, use of bed tanning, changes in the clothes – bikinis, sunny vacations, among

others) may possibly explain the observations related to incidence, but also changes in

histologic criteria and diagnosis of early lesions contributed to this finding. It is

possible that a combination of such factors in fact occurred. In this whole period, the

incidence of thick lesions remained quite stable.

During the last decades of the last century there was an increase in the mortality

rates, but since the late 1990´s, a trend towards stabilization was observed (1). It is

important to observe that no effective treatment for advanced disease was available until

2010, with limited repercussion in the mortality rates (3). This pattern of mortality was

observed in a previous study in Brazil (4), and an age-period-cohort modeling may help

to explore this temporal trend.

The variations in melanoma mortality rates may have been influenced by effects

related to the period (of death), reflecting issues related to the diagnosis of melanoma

and its registry, as well as true increases in incidence of the disease. It has possibly been

also influenced by effects related to the cohort of birth of the individuals, reflecting

changes in the exposure to the main risk factor, ultraviolet irradiation (5,6).

The objective of this study was to determine the mortality temporal trend

according to age-period-cohort modeling of melanoma deaths occurring in Brazil

between 1980 and 2009.

Material and methods

Data related to melanoma mortality in Brazil were abstracted from the

DATASUS (7), as divided by geographic region, sex and age, for the period between

1980 to 1995 (ICD-9 code 172) and 1996 to 2009 (ICD-10, code C43). It was identified

the number of deaths by year in these categories. Populational data were abstracted

from DATASUS (census and intercensitary projections) (8). Information was available

for the whole country, from the different Geographic Regions and by sex.

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Tables were generated where each line contained the number of deaths (D), the

median population in the period (Y), the median age (A) and the median period of death

(Y), grouping by five years intervals. On such a way, the median point of the ages 30 to

34 years is 32.5 years, and the median point of years 1990 and 1994 is 1992. Cohort of

birth (C) were calculated by subtracting the age from the year of diagnosis (C=P-A)

The distribution of events in a temporal series may have properties similar to

those described by the Poisson distribution (9), which has some properties such as: the

probability (P) of the number of occurrences of an event (X) and its median number

(have equal median and variance.

P(X=x)=e-

x / x!

These events that follow a Poisson distribution, such as counts and rates, may be

analyzed by generalized linear models of Poisson (or log-linear) (10). In these models,

the logarithm of the expected number of events equals to the median effects of age,

period and cohort, and the number of events equals to the exponential of this sum:

ln(E[rij])=ln(ij/Nij)=i+j+k

E[rij]=(ij/Nij)=e(i+j+k)

Where E(rij) is the expected rate for the ith

age and jth

cohort, is the median

value, is the age effect, the cohort effect and the period effect, is the number of

events and N is the population.

It was constructed a Lexis diagram where the mortality rates ware plotted by age

(in lines) and by period (columns). Hence, it was possible to observe the cohort effect in

the diagonals. Then the specific graphs were constructed: age-specific rates by period

of diagnosis, age specific rates by cohort, period specific rates by age and cohort

specific rates by age (11).

To avoid serial correlation, the term (logarithm of the) population (Y) was left as

on risk individuals (offset). The modeling process was done as follows: being the

number of deaths (D) the independent variable, it was adjusted one model with age and

period (AP model), choosing one of the given periods as the reference one (usually the

middle of the series), and a second model with age and cohort (AC model), in the same

way (6). One other model fitted was the age-drift (ADr), where the second term may be

period or cohort (both give the same linear trend). Then it followed the age-cohort-

period (ACP), the variable cohort was fixed in one point (the median point of the

series), and the variable period was fixed in two points (in extremities of the period

length). The variable age represented the rate of occurrence of the event for one specific

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cohort, the variable cohort represented the rate ratio (RR) between the rate in any given

point and the rate of the fixed cohort (second order effect), and the variable period

represented the residual rate ratio. It was also possible to perform the age -period-cohort

(APC), where the cohort was fixed in two points and the period in one point, with a

similar interpretation of the rates. These models were compared by analysis of deviance

(ANODEV).

The drift extraction followed different techniques, the sequential approach, the

method of Holford and the weighted approach; in order to observe changes in the effects

of the parameters, the smoothing parametric function natural splines (third degree

polynomials constrained to be linear on knots) were used (11).

It was performed an analysis of standardized mortality rates (according to Segi’s

World Population) for the whole country, geographic regions and sex, and data relating

to the years 1985 and 2005 were presented.

Results

In the studied period, there were 24,375 deaths in Brazil attributable to

melanoma, most of which in the Southeast Region (table 1). As described in a previous

study (Mendes, 2010), there was an increase in mortality in Brazil in this period, as

analyzed as the whole country, by regions and sex.

By analyzing the rate plots of the whole country, it was possible to verify the

contribution of the age component, as it is predicted for many malignant diseases that

are characteristic of the process of aging. There was an increase in the rates for age

groups over 50 years old and a possible reduction of rates for groups younger than 35

years. This observation was also evident in the analysis of successive cohorts (figure 1).

In the modeling process, the full models, age-period-cohort (APC) and the age-

cohort-period (ACP), had the best fit. Considering that the cohort effect appeared to be

the most relevant, the following analyses were performed according to ACP model.

The different parametrizations, either “Holford”, “Weighted” or “Sequential” had

similar results (figure 2). In relation to cohort effect, there was an increase in the

mortality risk ratio (RR) until the 1960s cohort, followed by a RR plateau, and a further

trend decrease in the cohorts born in the late 1980es (table 2).

The ACP analysis according to the geographic regions revealed quite different

patterns. The mortality rate was lower in the northern regions and higher in the

direction of southern regions (tables 1 and 2). With relation to the cohort effect, a RR

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increase was observed in the North region for the cohorts born until 1920, followed by a

statistically non significant increasing trend. In the Northeast region, an increase in RR

until the late 1960’es followed by a possible plateau was also observed. In the Central-

West region, an increasing mortality RR was observed until late 1960’es, then followed

a downward trend, and no period residual RR was significant for this region. The

Southeast region presented a mortality RR increase until the mid 1940’es cohort,

followed by a statistically significant decrease in the RR for the cohorts born after 1970.

The South region had highest age morality rates, and according to the cohort effect,

there was an increase in the mortality RR for cohorts born until the late 1960’es and

then a leveling off (table 2, figure 3).

The analysis according to sex revealed higher age specific mortality rates for

men. Relatively to cohort effect, the trend was very similar by sex, with no suggestion

of different patterns of mortality (table 2, figure 4).

Discussion

In this study it is possible to observe that both age, period and cohort effects are

present, with different magnitudes. Age is related to both incidence and mortality of

melanoma. Cancer is a disease of aging and its incidence and mortality may increase

parallel to age, as shown in this series. In fact, age is a risk factor for death for

melanoma, with higher mortality for elder patients.

Period effect is observed when there is a change in the rate ratio related to the

year of diagnosis (or death), thus reflecting the effects of exposure to the whole

population along time. Since an ACP modeling was performed, the linear effect of

period was not analyzed, but only the residual RR. In series dealing with registry data

with long time (30 years), there is a possibility that a period effect may be due to

improved registry of melanoma death or even improved diagnosis of the disease,

especially in a country where profound changes in the access to Health Services

occurred in this period with the creation of a national public health system (SUS) in

1988. International series have shown an increase in melanoma incidence over the last

three or four decades, especially due to initial lesions (thin and in situ melanomas), both

with low lethality, and a stability in the incidence of thicker tumors (5,6,12).

Cohort effect refers to exposures that affect a generation, especially during

childhood and adolescence, and that may be observed in disease rates many years later.

This effect was present in this series and deserves some considerations. The first cohort

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was born around 1890 and the last around 1996. During this period of time there were

profound changes in the habits of the population, sunbathing became more and more

frequent. Additionally, vacancies spent on the seaside and the availability of pools may

have increased the exposure to ultraviolet irradiation, the major risk factor to melanoma

(13). On the other hand, there was a massive immigration of Caucasians to Brazil

during the first half of the XX century, and most melanoma deaths were reported from

the regions that received most immigrants from Portugal, Spain, Germany and Italy.

This large aflux was high since the last decades of the XIX century, decreased during

the II World War, and increased until the begining of the 1960’es, when it fell down

(14). There is some evidence that the first or second generation of immigrants have

higher incidence of melanoma (15, 16). It is possible that the proportion of individuals

with fair skin in the population grew up as a result of this migratory pattern,

contributing to increase the incidence and mortality of melanoma. The mortality RR

increased in the whole country and in the geographic regions for those cohorts born

until the late 1940’es. After then, the mortality RR reached to a plateau and even

decreased in the whole country and in the Central-West, Southeast and South regions,

especially in the Southeast region. It is important to mention that the Southeast region

comprised most of the deaths in the period. These findings in mortality are in line with

trends in melanoma incidence in Canada, Australia, New Zealand and Norway (13).

With relation to sex, it was found lower mortality rates for women, a finding

consistent with better prognosis among this group (6, 13, 17). There is no apparent

reason to infer that lower incidence of melanoma in women is responsible for this sex

specific difference. The mortality RR for successive cohorts was similar for both men

and women, suggesting similar temporal trend.

This change in mortality RR for the latter cohorts was observed before the new

drugs directed to the treatment of advanced disease were available, and in a population

with low awareness of skin cancer and high sun exposure (18, 19). It raises the

possibility of changes in sun exposure habits, and even the widespread use of

sunscreens in the last decades, especially for younger individuals.

This study has some limitations. The mortality data came from the Death

Registry – the Mortality Information System – so it is possible that some deaths from

melanoma were not registered as such; the study comprises a long period and changes in

the process of diagnosis, treatment and report of death may have introduced temporal

artifacts. Melanoma is already largely neglected among non-specialists and the process

of diagnosis may be deficient, especially in cities far from the large centers. On the

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other hand, the study has some strengths: a large number of deaths covering the whole

country was analyzed, and the disease has a hard outcome (death), thus limiting data

losses.

In conclusion, this study presents evidences that a cohort effect with decrease in

melanoma mortality RR has occurred for the younger generations, with possible impact

in the reduction of melanoma mortality in the future.

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Tables and graphs

Table 1. Distribution of deaths and standardized mortality rate according to the

Geographic Region and Sex in Brazil, 1980 to 2009.

Region Deaths

1980 to 2009

Standardized rate

Year 1985 Year 2005

North 391 0,221 0,233

Northeast 2214 0,176 0,223

Center-West 1012 0,469 0,528

Southeast 12.684 0,577 0,804

South 8074 0,871 1,584

Men 13.904 0,605 0,877

Women 10.461 0,387 0,592

Brazil 24.375 0,492 0,725

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Table 2. Age-period-cohort estimates according to sex and geographic region,

melanoma deaths in 1980-1996, Brazil North Northeast C-West Southeast South Men Women Brazil

Age*

12.5 0.0042 0.0019 0.0093 0.0172 0.0187 0.0122 0.0101 0.0116

17.5 0.0075 0.0045 0.0157 0.0394 0.0486 0.0304 0.0230 0.0277

22.5 0.0133 0.0105 0.0269 0.0861 0.1188 0.0716 0.0505 0.0628

27.5 0.0240 0.0229 0.0484 0.1706 0.2592 0.1513 0.1022 0.1299

32.5 0.0435 0.0452 0.0918 0.2971 0.4839 0.2770 0.1854 0.2362

37.5 0.0781 0.0816 0.1767 0.4629 0.7914 0.4495 0.3034 0.3844

42.5 0.1361 0.1358 0.3289 0.6668 1.1791 0.6724 0.4557 0.5756

47.5 0.2256 0.2096 0.5631 0.9172 1.6644 0.9641 0.6388 0.8165

52.5 0.3509 0.3041 0.8588 1.2399 2.3037 1.3694 0.8520 1.1264

57.5 0.5201 0.4291 1.2106 1.6704 3.1750 1.9401 1.1141 1.5368

62.5 0.7521 0.6124 1.6654 2.2661 4.4037 2.7435 1.4761 2.1045

67.5 1.0863 0.9198 2.3609 3.1275 6.2123 3.8743 2.0473 2.9354

72.5 1.5958 1.4945 3.5915 4.4225 8.9787 5.467 3.0416 4.2137

77.5 2.3791 2.5792 5.7796 6.3694 13.2176 7.7106 4.7618 6.1833

82.5 3.5729 4.5871 9.5660 9.2580 17.9239 10.8722 7.6526 9.1739

Cohort@

1899.5 0.4398 0.2355 0.3878 0.5710 0.4893 0.4041 0.5403 0.4554

1904.5 0.5044 0.3097 0.4455 0.6500 0.5292 0.4744 0.6103 0.5248

1909.5 0.5765 0.4045 0.5107 0.7366 0.5734 0.5551 0.6871 0.6027

1914.5 0.6546 0.5213 0.5825 0.8270 0.6235 0.6452 0.7683 0.6875

1919.5 0.7359 0.6585 0.6596 0.9158 0.6817 0.7425 0.8502 0.7764

1924.5 0.8163 0.8098 0.7397 0.9956 0.7507 0.8430 0.9280 0.8652

1929.5 0.8907 0.9630 0.8196 1.0578 0.8341 0.9413 0.9957 0.9481

1934.5 0.9549 1.1044 0.8975 1.0953 0.9350 1.0310 1.0488 1.0198

1939.5 1.0140 1.2368 0.9824 1.1115 1.0494 1.1083 1.0935 1.0805

1944.5 1.0778 1.3749 1.0902 1.1134 1.1680 1.1710 1.1400 1.1337

1949.5 1.1583 1.5413 1.2426 1.1088 1.2772 1.2177 1.2001 1.1835

1954.5 1.2590 1.7412 1.4421 1.0969 1.3662 1.2443 1.2709 1.2262

1959.5 1.3718 1.9489 1.6526 1.0689 1.4305 1.2443 1.3306 1.2484

1964.5 1.4842 2.1231 1.8115 1.0170 1.4677 1.2113 1.3531 1.2363

1969.5 1.5827 2.2208 1.8540 0.9386 1.4774 1.1455 1.3183 1.1821

1974.5 1.6647 1.2380 1.7810 0.8429 1.4634 1.0557 1.2350 1.0951

1979.5 1.7317 2.1889 1.6263 0.7406 1.4308 0.9532 1.1213 0.9892

1984.5 1.7866 2.0935 1.4296 0.6401 1.3854 0.8475 0.9943 0.8767

1989.5 1.8331 1.9725 1.2253 0.5472 1.3328 0.7458 0.8680 0.7673

1994.5 1.8756 1.8448 1.0369 0.4653 1.2780 0.6529 0.7518 0.6674

Period#

1982 1.1904 1.1074 1.0403 0.9989 0.9494 1.0346 0.9654 1.0065

1987 1.0329 1.1210 0.9251 0.9080 0.9717 0.9412 0.9613 0.9500

1992 1.0373 0.9778 0.9745 1.0019 1.0438 1.0051 1.0190 1.0119

1997 0.8607 0.8405 1.0446 1.0924 1.0494 1.0336 1.0549 1.0440

2002 0.7339 0.8563 1.0319 1.0446 0.9891 0.9823 1.0224 0.9997

2007 1.1582 1.1209 0.9745 0.9364 0.9817 1.0020 0.9625 0.9850

*mortality rate for each age group per 100,000 individuals, cohort of reference 1939 @

mortality rate ratio for each cohort, reference 1934 #residuals of mortality rate ratio for each period

Bold numbers refer to p<0.05

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Figure 1. Age-period-cohort model: rate versus age, period and cohort plots for the

whole country.

Figure 2. Age-cohort-period (left) and age-period-cohort plots (right): melanoma

mortality in Brazil. Parametrization: “Sequential”=green; “Holford”=red,

“Weighted”=blue

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Figure 3. Age-cohort-period plot: melanoma mortality in the regions North, Northeast,

Center-West, Southeast and South (from left to right).

Figure 4. Age-cohort-period and age-period-cohort graphs according to sex (men-ACP

blue, men-APC red, women-ACP black, women-APC green).

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70

7.3 Artigo 3

Hazard rate of relapse and death of patients with melanoma in an oncological

reference centre in Rio de Janeiro, Brazil

Abstract

Introduction: After treatment of malignant diseases, patients are followed up at regular

intervals. However, the schedule of visits and exams remains arbitrary with potential

over or underuse of health resources. The objective of this study is to evaluate hazard

rates of patients with melanoma according to stage on presentation at pre-specified

time-points in an oncologic reference center in Rio de Janeiro, Brazil. Materials and

Methods: Cases of cutaneous melanoma treated at a single public cancer reference

institution in the period between 1997 and 2006 were reviewed and socio-demographic,

clinical and therapeutic features were abstracted. Survival curves (Kaplan Meier) and

semi-parametric proportional hazards model (Cox) stratified by stage were constructed.

Parametric survival evaluation using the Weibull distribution and predicted survival

plots were performed. The hazard rate for each stage was estimated for months 6, 12,

24 and 60, as well as for years 1, 2 and 5 after diagnosis. Results: The cohort was

comprised of 1,414 cases with data available for overall survival and 1,404 cases for

relapse-free survival. The estimates of the parametric model were similar to those

generated by Cox model. The risk of death was low and stable for stage I, had a

statistically significant increase for stage II and a decrease for stages III and IV, with a

higher magnitude. The risk of relapse decreased for stages I, II and III and was stable

for stage IV. Analysis of overall survival analysis of patients with stage IV at diagnosis

and patients who developed metastasis during the follow-up had similar results.

Conclusion: Patients with stage I melanoma had low death and relapse hazard rates.

Patients with stage II had intermediate hazard rates that increased with time, reaching

0.121 in the 5th

year of follow up. Patients with stages III or IV disease had higher

hazard rates that despite the decrease over time, remained high even during the 5th

year.

The hazard rates for relapse followed different trends, decreasing over time for stages I

to III, and with higher magnitudes for stages I and II. This data may help in the

definition of a policy of follow up, in which patients with stage I should be followed in

a more relaxed schedule with no complimentary exams, for a long period extending

over 5 years, patients with advanced lesions should be followed in a more strict

schedule, even 2 years after treatment.

Key-words: melanoma; survival function; hazard rate; Weibull distribution

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Introduction

Melanoma is the most aggressive skin cancer, with relapse usually occurring in

the few years following diagnosis and treatment of the primary lesion. However, some

tumors recur many years later, with high mortality rates. The treatment of localized

disease is based on surgical resection and evaluation of regional lymph nodes, and

whenever regional disease is found, the lymph nodes should be removed. Metastatic

disease is treated according to the extent of disease, site of disease, and functional

capacity of the patient (1).

Despite the lack of a clear distinction between the different forms of disease in

relation to therapy, except the new treatments with molecular targeted drugs,

melanomas should be faced as a group of diseases on pathologic, clinical, epidemiologic

or molecular grounds. The different forms of the disease have unique features and may

have particular clinical courses (2).

Evaluation of time dependent outcomes such as survival, relapse free survival or

post relapse survival represent important analyses that are performed in clinical and

epidemiologic studies. The process of modeling may bring different conclusions

according the method of choice and such information may have further practical

implications. By far, the most popular method of survival analysis is the non-

parametric survival estimation of Kaplan-Meier (KM), a descriptive method with no

assumption of statistical distribution, fit with incomplete (censored) data, and the semi-

parametric proportional hazards model of Cox (CM) whose assumption is that the

hazard ratio remains constant over the studied period. The interpretation of these

analyses is straightforward, both the survival probability of KM curves and the hazard

ratio of CM (3). On the other hand, biological data, especially with long follow up may

have substantial non-proportionality over time, the curves of KM represent the

instantaneous probability of event in the study sample, but not a theoretical model, and

none of these methods allow one to model the hazards over time. Parametric evaluation

of survival, based on a theoretical distribution of the dependent variable, has been

largely replaced by KM and CM model but has characteristics that may be very

attractive in some disease settings, by fitting the data to a pre-specified distribution and

exploring its mathematical properties, such as an extension of generalized linear models

(4, 5, 6, 7, 8).

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The objective of this study is to evaluate the risk of relapse and death over time

(hazards rate) of melanoma patients according to socio-demographic and clinical

characteristics, and to the treatment, fitting parametrical survival models.

Materials and methods

Study design

A case series of all patients with the diagnosis of cutaneous melanoma

diagnosed and treated in the National Cancer Institute in Rio de Janeiro, Brazil in the

period between January 1st,1997 and December 31

st 2006 was ascertained. Cases were

identified by consulting the Pathology Division (DIPAT) database. Socio-demographic

and clinical characteristics, information about treatment and follow up were obtained

directly from patients’ files. All cases had to have a minimum follow up of one month,

to be older than 18 years old, and to have the diagnosis of primary cutaneous melanoma

during the study period. Cases with a previous diagnosis of melanoma who presented in

this period with metastatic lesion were considered as prevalent cases and weren’t

included. Every effort was made in order to identify cases lost to follow up, and

consultation to the Death Certificate Registry was made for those individuals with less

than 5 years of follow up. Individuals alive at the last consultation were censored at that

point.

Ethical aspects

This study was submitted to the Ethics Committee which required a post-

informed consent from patients deemed alive. A list with the name, address and phone

name of these patients was obtained from the Absolute© information system, and the

prepaid letters were properly sent. One thousand twenty five letters were sent and 260

individuals returned them (25.4%) with no observed rejection, so the Ethics Committee

allowed the study without such requirement.

Each year this Institution receives from 100 to 200 new cases of melanoma,

most of them coming from the city of Rio de Janeiro or from its surrounding counties.

They represents 25 to 50% of the cases of melanoma estimated to the State of Rio de

Janeiro, which has a population of 16 million people and an area of 43,780 km2 (9).

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73

Statistical analysis

Overall survival (OS) was computed from the date of diagnosis to death, while

relapse free survival (RFS) was computed from date of diagnosis to the first relapse

(local, regional or distant) or death. The age of the patient on the diagnosis was treated

as a continuous variable. Skin color, marital status, educational level, clinic-pathological

type, site of the tumor, place of diagnosis, TNM staging and tumor thickness (T) were

treated as discrete variables, as well as the year of entry in the cohort.

A descriptive analysis was performed in order to determine the characteristics of

the study population. Survival was estimated by the KM method, univariate and

multivariate analyses were performed with CM by the stepwise method, with

stratification and evaluation of interaction; the final model residuals were determined.

Parametric survival analyses were performed based on exponential, Weibull and

lognormal distributions. These distributions have the following characteristics:

f(t)

Density of probability

S(t)

Survival function

(t)

Hazard function

Exponential f(t) = exp( - t) S(t) = exp( - t) (t) = f(t) / S(t) =

Weibull f(t) = texp( - (t)) S(t) = exp( - (t)) (t) = t

Lognormal f(t) = [1 / (2)1/2

] exp {( -

1 / 2) [(ln(t)-) / ]2}

S(t) = 1 – [(ln(t) - ) / ] (t) = f(t) / S(t)

Where is the scale parameter, is the parameter form that models the variation

of risk on time, is the mean, 2

is the variance and is the cumulative normal

function. In the Weibull distribution, when the parameter approximates to the unity

the hazard becomes constant and is equivalent to the exponential distribution (10).

The parametric model curves were visually compared with those of KM.

Univariate and multivariate analyses were performed by each one of the methods by

stepwise methods and the coefficients were analyzed. Stratified and interaction models

were also performed in order to find out the best fitted model. Variables with p-value of

0.2 or less were evaluated in the multivariated model. The residuals analysis of the final

model was performed with the evaluation of Schoenfeld, Martingale, score, deviance for

CM, and Martingale, score and deviance for parametric models. These models were

compared through the analyses of Akaike information criteria (AIC) and their residual

deviance. Type-I error was set in 0.05.

Hazard rate curves were performed for the variables stage on diagnosis, clinical-

pathologic type and educational level, using data from univariate analyses.

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All analyses were performed with the free software R 2.14.1 (http://www.r-

project.org/).

Results

In the period of the study there were 1,542 new diagnoses of melanoma, of

whom 77 were of mucosal origin or of unknown primary site, 22 were among people

younger than 18 years, and 29 had short follow up times, further 10 patients had no data

regarding relapse free survival. The analyses were done with 1414 cases for survival

and with 1404 cases for relapse free survival.

The characteristics of individuals are presented on table 1. Most of them were

referred as whites (88%); most had low educational level as measured by the school

attainment: 56.7% had less than 9 years; most were married (61.8%), had their

melanoma diagnosis in the Cancer Hospital (51%), had trunk primaries (34.7%) and had

superficial spreading melanoma (53.9%). There was a large proportion of acral lesions

(20.9% of the cases), and most patients were diagnosed at stages I or II (81.9%). The

skin lesions were relatively advanced, with a median thickness of 2.00mm. The

therapeutic approach to this population followed the standards of care of most Cancer

Centers around the World. After 2000, sentinel lymph node biopsy was performed for

lesions thicker than 1.0mm or for those with ulceration. Patients with advanced disease

received systemic therapy that was in most instances low dose interferon or

dacarbazine. It was the institution current policy not to offer adjuvant therapy for high

risk stage III patients.

Survival estimates from Kaplan Meier curves showed 1 year survival 90%, 2

years survival 81.4% and 5 years survival 68%. Survival estimates according to staging

were 98.5%, 96.8% and 90.6% for stage I, 94.5%, 83% and 60.1% for stage II, 67.3%,

44.2% and 27.5% for stage III, and 25.1%, 13.7% and 7.6% for stage IV disease (figure

1).

Parametric estimates of survival and hazard function were performed in order to

evaluate both the survival probability and the risk of relapse or death in a given

moment. The coefficients of the multivariate analyses were evaluated in comparison

with those found with proportional hazard modeling. These coefficients of parametric

models (lognormal and Weibull distributions) were very similar with those of

semiparametric proportional hazards models (CM).

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The parametric models with lognormal and Weibull distributions with better

adjustment of residuals for OS were those without stratification, but for RFS, the

stratified models presented with better adjustment. The semiparametric models with

better adjustment of residuals were the stratified models for both OS and RFS.

A comparison between CM and the parametric lognormal and Weibul models is

not directly possible, but the coefficients were similar, suggesting an adequate fit of the

models to the data (tables 2 and 3).

According to the lognormal distribution model, the risk of death had a different

behavior according to the stage of disease: initial lesions had an increase in risk during

the first 2 years, that declined slowly up to 10 years; stage II risk peaked in the end of

the 3rd

year and remained relatively high during the following years; stage III disease

had a peak in the end of the 1st year, that declined sharply during the following few

years; and stage IV disease had a peak during the first months of the 1st year and

declined afterwards. The risk of relapse for all stages presented with a decrescendo

shape, with higher rates of relapse in the first year of follow up, but the hazard remained

quite high in comparison with the peak values for the initial 4 years for localized lesions

(stages I and II). On the other hand, stage III disease had hazard values twofold higher

in the 1st year, that decreased during the 2

nd year.

According to the Weibull distribution model, stage I lesions had a very low

relapse hazard rate, estimated in 0.04 during the 1st year, and 0.03 during the 5

th year

with a statistical significant trend, and death hazard rate of 0.015 during the 1st year and

0.018 during the 5th

year of follow-up with no significant trend. For stage II the figures

for relapse and death were 0.16 and 0.12, and 0.087 and 0.12, both with statistically

significant trends. The figures of relapse and death for stage III were 0.28 and 0.17, and

0.23 and 0.18, both with statistically significant trend. For stage IV, the figures of

relapse were 0.79 and 0.62 (non-significant trend), and death 0.61 and 0.41, with

statistically significant trend (tables 4, 5, 6 and 7). For patients with stage IV disease,

the risk of death during the 1st month after diagnosis was 12% and it was predicted to be

5% during the 60th

month of follow-up (table 8).

Discussion

The present study showed that patients presenting with different stages of

melanoma have distinct hazards of relapse and survival. It is evident, by analyzing the

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survival curves of these patients, that their risks of events are distinct since the curves

present with divergent shapes since the beginning of the series (figure 1).

The hazard rate can be understood as the instantaneous risk of an event if the

individual survived up to that moment (3). CM informs us about the relative hazards

between 2 groups, the hazard ratio, but does not allow us to identify the hazard of only

one group. In this model it supposes that the hazard ratio remain constant over time, but

this may not be true, especially in series with long follow up. Since the objective of the

present study was to evaluate the hazard rate of separate groups with relation to relapse

and death, it seemed a better approach to evaluate the accelerated failure time (AFT)

parametric distribution of survival. This strategy also allows modeling according to a

pre-specified distribution, with stronger statistical properties (5, 6, 7, 8). The first model

to be evaluated is the exponential one, in fact a negative exponential with constant

hazard, however this situation seems to be very improbable for this cohort, with a

relatively long follow up time and clear patterns of changes in the risk of relapse and

death. Next, it was evaluated the lognormal distribution that seemed to have a better fit

to the data of cancer outcomes: there is an increase in the probability of relapse or death

in the beginning of the series and after some months or years may decrease or form a

plateau. The behavior of the curve seems more related to the natural history of the

malignant tumors and can describe the high rate of relapse or death after the diagnosis

but remains at risk for years after the treatment. The parametric distribution of Weibull

is the most usual form of parametric estimation of survival. The hazard function may be

non-constant, dependent of a parameter gamma; when this parameter equals one the

distribution is the exponential. The hazard rate in this distribution follows a monotonous

distribution, increasing or decreasing, according with the parameter gamma. This

distribution is relatively simple to understand and the parameters have a straightforward

meaning (8).

Both semiparametric and parametric estimations presented with similar

coefficients. Since the parametric estimations are based on negative exponential models,

the signals of the coefficients are symmetric from those of the semiparametric model,

but with equivalent results. It is notable that the parametric models had more precise

estimates, smaller confidence intervals, and with more variables attaining statistical

significance. Both parametrical models presented reasonable adjustment either

stratified or non-stratified. With relation to adjustment, the parametric models had very

similar results of residual deviance and AIC, suggesting interchangeability of

conclusions.

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By analyzing the hazard curves, it was possible to identify different patterns of

relapse according to the different variables such as staging, T category, educational

level and type of melanoma. These variables were entered in the multivariate model

with quite strong effects. It is apparent that the outcomes of individuals with each one of

these characteristics may have specific relapse and survival patterns.

In line with other investigators, it is apparent from this study that follow up

strategies may be tailored according to the risk of relapse (11). Patients with thin

lesions (pT1) may be offered semi-annual or annual visits, but for long periods with no

predefined cut point. On the other hand, patients with more aggressive lesions (stages II

or III) may have a more intense follow up schedule after the diagnosis, but after a

couple of years, they may be left with a more relaxed program (11, 12, 13, 14, 15).

Despite the fact that parametric evaluation of time dependent events isn’t often

seen in medical literature, a growing number of papers shows that the parametric

properties of survival estimation may pose to us a novel way of evaluating complex

relationships of cancer survival. The results of this study are in line with others

conducted among melanoma, breast cancer and ovarian cancer with relation to the

similar results of the coefficients with those from CM, and with the estimation of

hazards (4, 5, 11, 15).

This study has some limitations related to a single institution case series, with

secondary data, and losses of follow up related to the usual clinical practice. It is not

possible to exclude that at least some censoring were informative, but this reflects the

reality of an unselected population of a tertiary public facility of a developing country.

The size of the sample is limited, in fact, some multi-institutional studies of melanoma

presented series that are at least ten times larger, which may improve the precision of

the estimates. On the other hand, there are few studies conducted at a single center with

such a population.

In conclusion, follow up strategies are often based on retrospective data, with

few prospective studies directed to evaluate clinical meaningful properly defined

outcomes, such as survival. The utilization of parametric models in order to model the

hazards of events in large databases may be a useful tool to predict the better strategies

to be evaluated in the gold standard clinical trials.

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Table 1: Characteristics of the study population, hospital cohort of melanoma, National

Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006 Variable Survival analysis

(1414 individuals)

Sex (M:F) 675:739

Age (median) 57.1

Skin color White 1243 (88%)

Non-white 171 (12%)

School attendance Illiterate 125 (8.8%)

Fundamental 677 (47.9%)

High-school 338 (23.9%)

College 255 (18%)

Marital status Married 874 (61.8%)

Non-married 530 (37.5%)

Place of diagnosis Cancer hospital 721 (51%)

Public hospital 162 (11.5%)

Private facility 295 (20.9%)

Topography Head & neck 159 (11.2%)

Trunk 491 (34.7%)

Upper limbs 194 (13.7%)

Lower limbs 276 (19.5%)

Nails 58 (4.1%)

Palms and soles 236 (16.7%)

Type Superficial spreading 763 (53.9)

Nodular 276 (19.5%)

Lentigo maligna 32 (2.3%)

Acrolentiginous 296 (20.9%)

Thickness (Breslow) (mean) (mm)* 2.00 (4.40)

Presence of ulceration ** 509

TNM staging I 632 (44.7%)

II 475 (33.6%)

III 205 (14.5%)

IV 51 (3.6%)

I & II NS*** 51 (3.6%)

Sentinel lymph node biopsy 413

Palliative systemic therapy 167

Number of patients 1997 95 (6.7%)

1998 111 (7.8%)

1999 117 (8.3%)

2000 145 (10.3%)

2001 132 (9.3%)

2002 140 (9.9%)

2003 157 (11.1%)

2004 195 (13.8%)

2005 160 (11.3%)

2006 162 (11.4%)

*information available from 1278 individuals

**information available from 961 individuals

***no information if stage I or II

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Table 2. Coefficients of stratified models of overall survival (1414 individuals, 434

events), hospital cohort of melanoma, National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil,

1997-2006

Lognormal Weibull Cox *

Variable Coefficient p-value coefficient p-value coefficient p-value

Educational

level

Fundamental Ref. Ref. Ref.

High school 0.3447 0.00744 0.2719 0.0189 -0.27764 0.038994

College 0.3896 0.00864 0.3989 0.00454 -0.291949 0.077696

Illiterate -0.2491 0.169 -0.2681 0.0734 0.121255 0.440023

Type

SSM Ref. Ref. Ref.

NM -0.5560 0.0000157 -0.4093 0.000514 0.075640 0.570014

LMM 0.1217 0.707 0.0236 0.908 0.128797 0.727066

ALM -0.4950 0.000264 -0.4629 0.0000785 0.089826 0.497146

Sex

Woman Ref. Ref. Ref.

Male -0.5687 <0.000001 -0.4809 <0.000001 0.440656 0.0000262

Age -0.0110 0.00131 -0.0104 0.00146 0.009829 0.004363

Place of

diagnosis

Cancer

Hospital

Ref. Ref. Ref.

Public

hospital

0.1087 0.504 0.0251 0.864 -0.022517 0.893073

Private

facility

0.3574 0.0123 0.2573 0.0594 -0.223042 0.153442

Log(scale)

TNM=1 0.1369 0.0218 -0.4973 <0.000001

TNM=2 0.3066 <0.000001 -0.0851 0.151

TNM=3 0.7175 <0.000001 0.4222 <0.000001

TNM=4 1.0270 <0.000001 0.7635 <0.000001

*The coefficients of parametric models have the signals changed in relation with those from Cox model

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Table 3. Coefficients of stratified models of relapse-free survival (1404 individuals, 566

events), hospital cohort of melanoma, National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil,

1997-2006

Lognormal Weibull Cox*

Variable Coeficiente p-value coefficient p-value coefficient p-value

Educational

level

Fundamental Ref. Ref. Ref.

High school 0.53562 0.000438 0.34461 0.0120 -0.246802 0.031970

College 0.45854 0.00827 0.45275 0.00591 -0.170172 0.233973

Illiterate -0.29431 0.167 -0.30787 0.0858 0.078664 0.574381

Type

SSM Ref. Ref. Ref.

NM -0.97336 <0.000001 -0.74552 <0.000001 0.170939 0.141598

LMM -0.08558 0.824 -0.11663 0.714 0.319673 0.290047

ALM -0.98719 <0.000001 -0.84811 <0.000001 0.199936 0.084579

Sex

Woman Ref. Ref. Ref.

Male -0.66083 <0.000001 -0.51784 0.000002 0.300311 0.000884

Age -0.00679 0.0858 -0.00896 0.0165 0.006687 0.023994

Place of

diagnosis

Cancer

Hospital

Ref. Ref. Ref.

Public

hospital

0.21314 0.270 0.14266 0.419 -0.176636 0.231854

Private

facility

0.33847 0.0371 0.31514 0.0434 -0.238506 0.072176

Log(scale)

TNM=1 0.46194 <0.000001 -0.11337 0.0775

TNM=2 0.57988 <0.000001 0.29484 <0.000001

TNM=3 0.80401 <0.000001 0.59043 <0.000001

TNM=4 0.92800 <0.000001 0.73553 <0.000001

* The coefficients of parametric models have the signals changed in relation with those from Cox model

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81

Table 4. Theoretical risk of death during months 6, 12, 24, and 60 after the diagnosis of

melanoma, according to stage, parametric survival estimation with Weibull distribution,

National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Risk of death Stage I Stage II Stage III Stage IV

6th

month 0.008 0.0027 0.0279 0.0617

12th

month 0.0085 0.0031 0.0251 0.0520

24th

month 0.0091 0.0035 0.0225 0.0441

60th

month 0.0098 0.0043 0.0196 0.0355

Table 5. Theoretical risk of death during years 1, 2 and 5 after diagnosis of melanoma,

according to stage, parametric estimation with Weibull distribution, hospital cohort of

melanoma, National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Risk of death Stage I Stage II Stage III Stage IV

1st year 0.0157 0.0877 0.2316 0.6093

2nd

year 0.0166 0.1007 0.2084 0.5171

5th

year 0.0180 0.1209 0.1812 0.4163

Trend (p-

value)

0.452 0.0036 0.0141 0.0123

Table 6. Theoretical risk of relapse during months 6, 12, 24 and 60 after diagnosis of

melanoma, according to stage, parametric estimation with Weibull distribution,

National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1980-1996

Risk of relapse Stage I Stage II Stage III Stage IV

6th

month 0.00623 0.02124 0.03915 0.07442

12th

month 0.00555 0.01892 0.03189 0.06662

24th

month 0.00495 0.01686 0.02598 0.05964

60th

month 0.00425 0.01447 0.01981 0.05152

Table 7. Theoretical risk of relapse during years 1, 2 and 5 after diagnosis of melanoma,

according to stage, parametric estimation with Weibull distribution, National Cancer

Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Risk of relapse Stage I Stage II Stage III Stage IV

1st year 0.0415 0.1630 0.2815 0.7979

2nd

year 0.0369 0.1452 0.2293 0.7143

5th

year 0.0317 0.1247 0.1749 0.6171

Trend (p-

value)

0.0387 0.00062 <0.000001 0.123

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82

Table 8. Theoretical risk of death during months 1, 6, 12, 24, 36 and 60 after diagnosis

of metastatic melanoma, according to stage, parametric estimation with Weibull

distribution, National Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Risk of death Metastatic

disease

1st month 0.1193

6th

month 0.0815

12th

month 0.0703

24th

month 0.0607

36th

month 0.0556

60th

month 0.0499

Trend (p-value) <0.0001

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83

Figure 1. Overall survival of melanoma patients according to stage on presentation,

Kaplan Meier estimates and Weibull distribution, hospital cohort of melanoma, National

Cancer Institute, Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

stage I black stage II red stage III green stage IV blue

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86

7.4 Artigo 4

Breslow thickness as a continuous variable in a melanoma cohort at an oncological

reference center in Rio de Janeiro, Brazil : linear and non-linear components

Abstract

Background: Localized cutaneous melanomas (CM) have their clinical course

predicted by microscopic findings in the tumor specimen, mostly Breslow’s thickness

(BTL), ulceration and mitoses. It is not certain whether BTL has a linear relationship

with overall survival (OS) or relapse-free survival (RFS). The aim of this study was to

evaluate BTL´s linear (LC) and its non-linear component (NLC) with relation to

survival. Methods: All consecutive cases of CM treated from 1997 to 2006 at a single

institution were identified, individuals with stage I or II tumors, minimum follow up of

one month and known BTL were selected, socio-demographic data, clinical and

pathological findings, treatment and outcomes were abstracted. Information about

ulceration was missing in more than 30% of cases and it was not evaluated, there was

no information about mitotic rate. Survival was estimated by the Kaplan-Meier method.

Multivariate analyses were performed by the Cox model. BTL was evaluated as a

continuous variable, and the LC and NLC by the technique of smoothing, using p-

splines. Results: There were 1465 cases of CM, 51 with no follow up, 137 had no

information about BTL and 202 had advanced stages. This analysis is based on 1075

cases. In the Cox model, age, sex and BTL were associated with both OS and RFS. In

the analysis of LC and NLC of BTL, it was found that both LC and NLC were

statistically significant for OS and RFS. There was an increase in the HR as BTL

increased in those lesions thinner than 4mm, then such increase was not as evident and

lesions with more than 10mm had a similar OS and RFS (plateau). Conclusions: BTL

is one of the most powerful prognostic criteria for patients with stage I and II CM. The

risk of death increases linearly for thin lesions up to 4mm, lesions thicker than 10mm

behave as a uniform group with no further decrease in OS or RFS. In conclusion, BTL

may not behave as a linear function, it has a LC for thinner lesions, but for thicker

lesions, above 10mm, further increase in BTL may add no more risk.

Key-words: melanoma; survival; staging; statistics

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87

Introduction

Melanoma is the most lethal skin cancer, and in Brazil it is predicted that 17% of

the diagnosed patients will ultimately succumb from this disease (1). In lesions

restricted to the skin, the clinical behavior is predicted by findings in the surgical

specimen, mostly the thickness of the lesion (Breslow’s index), the presence of (micro)

ulceration and mitoses, these factors compose the AJCC T category. Patients with stages

I and II (clinically localized) disease may have life expectations ranging from 53% to

95% 10-years survival (2).

Statistical analysis of data related to the behavior of the thickness of the lesion as

a continuous variable is not conclusive. Most of the classifications use this index as a

categorical variable and in fact, the landmarks of 1.00mm, 2.00mm and 4.00 mm are

somewhat arbitrary, based on data modeling and adherence to common practice (3).

Thicker lesions may in fact compose a large group of tumors highly prevalent in

countries with low melanoma incidence (4) or with limited access of the population to

the health system (4, 5). In this sense, only 9% of the patients in the AJCC database

belong to the T4 category, where tumor thickness measured as a continuous variable

had not presented risk estimates with statistical significance (2).

The aim of this study was to evaluate the contribution of thickness of the lesion

as a continuous variable, the linear and its potential non-linear component as survival

predictors in a cohort of melanoma patients treated at a reference oncology center in

Brazil.

Materials and methods

A case series of cutaneous melanoma patients treated at a single cancer referral

center in Rio de Janeiro, Brazil, was ascertained from 1997 to 2006. All cases were

identified through the Department of Pathology Registry, their medical files were

reviewed, and data related to socio-demographic, clinical and pathological findings,

treatment and outcomes were abstracted. Cases of melanoma restricted to the skin with

a minimum follow up of at least one month and with information about Breslow

thickness of the lesion were selected.

Available information about ulceration was missing in more that 30% of cases

ant thus it was not evaluated. Additionally, information about mitotic rate was not

available. Sentinel lymph node biopsy procedure was not routinely performed at the

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88

institution until 2000, and even after this year, not all patients had it. When analyses

were restricted to sentinel node biopsy-staged patients, the results remained unchanged.

A descriptive analysis was performed, survival analysis was estimated by non-

parametric curve of Kaplan-Meier. Multivariate analysis was performed by the semi-

parametric proportional hazards method (Cox model). Variables which presented p<0.2

in the univariate model were evaluated in the multivariate model by the stepwise

method. In this modeling, Breslow thickness was evaluated as a continuous linear

variable and as a continuous nonlinear variable. The graphical analysis of the

Martingale residuals of the empty model against the independent variable, with

application of lowess technique (locally weighted scatterplot smoothing), allowed the

observation of this variable behavior (6). The variable with nonlinear behavior was

placed in the model with inclusion of splines (smoothing technique where the variable is

analyzed as a 3rd

degree polynomial function) (6). Martingale and deviance residuals

were analyzed graphically, and Schoenfeld residuals by 2 statistics. The alfa-error was

set in 0.05. All analyses were performed with the software R (www.r-project.org).

Results

In the studied period there were 1465 diagnosed cases of melanoma, 1415

(96.6%) had a minimum follow up required, 137 (9.3%) had no information about

Breslow thickness and 202 (13.8%) had initial melanoma stages III or IV. This analysis

is based on 1075 cases of melanoma stages I and II, whose main characteristics are

listed on table 1.

Overall survival and relapse free survival, as ascertained by the Kaplan method

in 1, 2 and 5 years are shown in table 2.

In the proportional hazards model, the variables that showed an association with

overall survival on univariate analysis were: age (as a continuous variable, HR 1.029,

95% CI 1.02 to 1.039), sex (HR 1.855, 95% CI 1.425 to 2.414), Breslow thickness

(HR=1.087, 95% CI 1.073 to 1.101); school attendance (being fundamental level the

reference) for high school (HR=0.683, 95% CI 0.488 to 0.954) and for college

(HR=0.663, 95% CI 0.454 to 0.968); site (being head and neck the reference) for nails

(HR=2.187, 95% CI 1.087 to 4.401) and palms and soles (HR=1.914, 95% CI 1.139 to

3.217), and type of the lesion (being superficial spreading the reference) for nodular

melanoma (HR=2.322, 95% CI 1.675 to 3.218) and acral-lentiginous melanoma

(HR=2.73, 95% CI 1.98 to 3.76).

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89

In the multivariate analysis of overall survival, the variables that remained in the

model were age (as a continuous variable HR 1.018, 95% CI 1.008 to 1.028), sex (HR

1.607, 95% CI 1.23 to 2.1), Breslow thickness (HR=1.07, 95% CI 1.054 to 1.086) and

type of the lesion (being superficial spreading the reference) for nodular melanoma

(HR=1.476, 95% CI 1.042 to 2.092) and acral-lentiginous melanoma (HR=1.448, 95%

CI 1.02 to 2.056).

The variables that showed an association with relapse-free survival on univariate

analysis were age (as a continuous variable HR 1.023, 95% CI 1.016 to 1.03), sex (HR

1.628, 95% CI 1.316 to 2.014), Breslow thickness (HR=1.075, 95% CI 1.064 to 1.087),

school attendance (being fundamental level the reference) for high school (HR=0.727,

95% CI 0.557 to 0.95) and for college (HR=0.703, 95% CI 0.519 to 0.951), site (being

head and neck the reference) for nails (HR=2.059, 95% CI 1.162 to 3.648) and palms

and soles (HR=1.916, 95% CI 1.279 to 2.871), type of the lesion (being superficial

spreading the reference) for nodular melanoma (HR=2.573, 95% CI 1.972 to 3.355) and

acral-lentiginous melanoma (HR=3.066, 95% CI 2.359 to 3.984), civil status (being

single the reference) for widows (HR=1.603, 95% CI 1.089 to 2.361), skin color (being

whites the reference) for non-whites (HR=1.558, 95% CI 1.057 to 2.297), and the year

of diagnosis (p<0.05 for years 2004, 2005 and 2006, as compared with 1997, the first

year of entry in the cohort).

In the multivariate analysis of relapse-free survival, the variables that remained

in the model were age (HR 1.013, 95% CI 1.006 to 1.021), sex (HR 1.414, 95% CI

1.138 to 1.756), Breslow thickness (as a linear component, in millimeters) (1.06, 95%

CI 1.045 to 1.074), type (being superficial spreading the reference) for nodular

melanoma (HR 1.917, 95% CI 1.451 to 2.537) and acral-lentiginous melanoma (HR

1.928, 95% CI 1.449 to 2.567), and period of diagnosis (p<0.05 for years 2005 and

2006, being 1997 the reference).

When the Breslow thickness was evaluated in relation to its linear and non-linear

components, both for overall and relapse-free survival, it was found that both the linear

and the non-linear components were statistically significant.

For overall survival, the final model retained age (HR 1.02, 95% CI 1.01 to

1.03), sex (HR 1.56, 95% CI 1.20 to 2.04) and Breslow thickness, both the linear

component (HR 1.088, p<0.0001) and the non-linear component (p<0.0001). There was

a linear increase in the hazard ratio as the thickness increased, especially in those

thinner lesions (less than 4mm), afterwards such increase was not as evident and there

was a trend towards a plateau (figure1).

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90

For relapse-free survival, the final model retained age (HR 1.012, 95% CI 1.005

to 1.019), sex (HR 1.342, 95% CI 1.082 to 1.665), period (p<0.05 for years 2005 and

2006, being 1997 the reference year) and Breslow thickness, both the linear component

(HR 1.086, p<0.0001) and the non-linear component (p<0.0001). There was also a

linear increase in the risk as the thickness increased up to 5.0 or 6.0mm, further

followed by a plateau (figure 2).

Residuals of the final models were analyzed by Schoenfeld, Martingale and

Deviance methods, both for overall and for relapse-free survival, and showed good

adequacy with the models.

Discussion

The maximal vertical thickness of melanoma (Breslow’s index) represents the

most powerful prognostic criteria of patients with skin restricted melanoma patients (2).

The points that define the different risk categories are arbitrary, despite the good

agreement while defining prognostic categories. The risk of death increases quite

linearly for thin lesions, which compose the vast majority of patients.

There is some controversy regarding the usefulness of categorizing continuous

variables, considering that much information may be lost (7). Most melanomas

diagnosed nowdays are thin lesions, with fairly god prognosis (8). However, in areas of

the world where melanoma is less frequent such as Latin America, Asia and Africa, it

often presents with more advanced lesions, with poorer prognosis.

It is not clear what is the prognostic significance of thickness in lesions defined

as T4 (more than 4mm), if there is a continuum of risk as the Breslow thickness

increases. The prognosis of this group is dismal when there is tumor ulceration,

showing a 5 and a 10 years overall survival of 53% and 40%, respectively.

Thicker lesions are associated with lower socioeconomic status, age (thicker in

older individuals), sex (men use to have thicker lesions), civil status (thicker among

non-married) (9).

This study was conducted in Latin America, where incidence rates are lower,

and offers the possibility of evaluating thicker lesions with regard to clinical evolution

in a Tertiary Cancer Care Center. It was apparent that the prognosis was directly related

to the thickness of the lesion in thinner tumors, with an apparently linear component, up

to 4 or 5mm. However, whenever thicker lesions had no such a behavior, they tended to

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91

form a plateau, and the coefficients no longer increased as the thickness of the lesion

did.

This may be related to biologic factors of the lesion, in fact the prognosis of

patients with T4 lesions, especially those ulcerated and with mitoses, is poor (10, 11).

These lesions are present with vertical growth phase which is associated with

angiogenesis and a high tendency to develop systemic metastasis in over 50% of the

cases. Once the tumor cells get access to the systemic circulation, the evolution of the

disease depends on factors related to the cell survival in hypoxic environments, the

growth rate and the interaction with the host, which are the determinants of

development of metastatic deposits. These findings have been observed in the database

of AJCC 2009. In that publication, the authors found that for T4 lesions thickness no

longer was a significant prognostic factor, but ulceration and mitotic rate were the

strongest determinants of survival (2). It is possible that other factors beyond thickness,

ulceration and mitoses are responsible for the prognosis of this group of patients (10).

There is some controversy regarding the usefulness of sentinel lymph node

biopsy in patients with thick lesions (12, 13, 14). In this sense, one analysis found that

the discriminatory effect of positive sentinel lymph node was lost for thicker lesions

(15).

This study had some weaknesses: cases were identified retrospectively, the data

was obtained for clinical and administrative reasons, follow up was incomplete for some

individuals, and there was no information about mitotic rate and ulceration for most

patients. However, this was the larger cohort of consecutive patients treated in a tertiary

referral cancer center in Latin Amrica where melanoma is not so frequent. Additionally,

all patients were identified and evaluated by the same group of surgeons and clinicians,

the performed exclusions do not seem to be differential, and there is no reason to

believe that censoring was informative. Since most of the relapses occur in the 2 or 3

initials years following diagnosis, longer follow-up may not have added additional

information.

In conclusion, the analysis of the presented dataset suggests that Breslow

thickness may not behave as a continuum variable. Hence, clinicians may be aware of

the importance of other prognostic factors such as presence of ulceration and mitoses

also for thicker lesions. This should be kept in mind on the design of clinical trials of

adjuvant treatment for high risk stage II tumors.

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92

Table 1: Characteristics of the patients, Cancer Hospital, National Cancer Institute

(INCA), Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Characteristic

Number (Percentuals)

Sex Male 486 (45.2)

Female 589 (54.8)

Skin color White 964 (89.7)

Non-white 111 (10.3)

School attendance Fundamental 483 (44.9)

High School 282 (26.2)

College 220 (20.5)

Illiterate 76 (7.1)

Unknown 14 (1.3)

Marital status Single 119 (11.1)

Married 676 (62.9)

Divorced 59 (5.5)

Widows 131 (12.2)

Unknown 10 (9.3)

Anatomic site Head and neck 108 (10.0)

Trunk 402 (37.4)

Upper limbs 170 (15.8)

Lower limbs 209 (19.4)

Nail beds 34 (31.6)

Soles and palms 152 (14.1)

Clinic-pathological Superficial spreading 643 (59.8)

Nodular 196 (18.2)

Lentigo maligna 27 (2.5)

Acrolentiginous 187 (17.4)

Unclassified 22 (2.0)

Stage I 615 (57.2)

II 460 (42.8)

Thickness (Breslow) Median 1.69mm

Mean 3.51mm

Table 2: overall survival and relapse free survival, Cancer Hospital, National Cancer

Institute (INCA), Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

Overall survival Relapse free survival

Stages I&II Stage I Stage II Stages I&II Stage I Stage II

1 year 97% 98.5% 95% 86.5% 94.4% 76.1%

2 years 91.2% 96.7% 83.8% 77.9% 91.1% 60.2%

5 years 78.2% 90.7% 60.8% 67% 83.6% 44.3%

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93

Figure 1: Overall survival – predicted coefficients and thickness, Cancer Hospital,

National Cancer Institute (INCA), Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

0 10 20 30 40 50

-10

12

34

5

thickness (Breslow)

pre

dic

ted

co

effic

ien

ts

predicted coefficients and thickness for overall survival

Curve of the coefficients

Confidence Interval

Figure 2: Relapse-free survival – predicted coefficients and thickness, Cancer Hospital,

National Cancer Institute (INCA), Rio de Janeiro, Brazil, 1997-2006

0 10 20 30 40 50

-10

12

34

thickness (Breslow)

pre

dic

ted

co

effic

ien

ts

predicted coefficients and thickness for relapse-free survival

Curve of the coefficients

Confidence Interval

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8. Conclusões

O conjunto de trabalhos apresentado ressalta a complexidade da distribuição e da

atenção ao melanoma do ponto de vista epidemiológico e clínico no Brasil.

Com relação à distribuição da doença no país, observam-se taxas de incidência

em capitais que variam desde riscos elevados na região Sul, que se assemelham àquelas

observadas em países da Europa, e taxas reduzidas nas regiões Norte e Nordeste, que se

assemelham às taxas observadas no Sudeste Asiático e África. Observa-se um gradiente

Norte Sul que num primeiro momento pode parecer equivocado, dados as taxas mais

elevadas se apresentarem em locais com maior latitude, porém há grande correlação

entre a latitude e o percentual de brancos, assim como suas características étnicas. Por

serem as características fenotípicas responsáveis pelo maior risco populacional

atribuível, este fato explica esta observação.

Os dados sobre a mortalidade seguem um padrão semelhante ao da incidência,

maiores taxas nas regiões Sul e Sudeste, que se aproximas às taxas observadas na

Europa e Estados Unidos, e taxas mais baixas nas regiões Norte e Nordeste, se

assemelhando àquelas observadas em outros países da América Latina. Na análise da

mortalidade observou-se um incremento na taxa de mortalidade associado ao aumento

da idade, e um efeito coorte intenso, com elevação sucessiva da razão de taxas de

mortalidade para as coortes nascidas até o meio da década de 1960. A partir de então,

esta razão de taxas se estabiliza (em relação à taxa de referência), e nas coortes mais

recentes, a partir da década de 1980, a razão de taxas passa a ser menor que a unidade.

A partir do início da década de 1960 observa-se uma redução da imigração européia

para o Brasil (IBGE, 2007). Este comportamento sugere uma queda na mortalidade por

melanoma nas coortes de nascimento mais recentes, e é possível que este

comportamento esteja relacionado a uma queda da incidência ou a uma mudança no

comportamento da doença. Dados internacionais indicam um aumento na incidência de

leões iniciais, inclusive do melanoma in situ, e estabilidade na incidência de lesões mais

espessas (tumorigênicas); não sendo esperado um comportamento diferente do

melanoma nessa população. Este estudo foi conduzido com informações obtidas numa

era anterior ao surgimento das novas medicações com elevada atividade no tratamento

de pacientes com doença metastática. Nesse período também não ocorreram alterações

significativas no tratamento da doença localizada ou locorregional que sabidamente

tivessem impacto na sobrevida dos pacientes. Uma situação que ocorreu durante esta

série temporal foi a criação do Sistema Único de Saúde – SUS, que permitiu melhora do

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acesso ao cuidado médico, com suas implicações diagnósticas e terapêuticas, porém esta

mudança a princípio teria uma grande repercussão no componente período, e não no

componente coorte. Embora não seja possível descartar este efeito, sua magnitude não

foi necessariamente elevada. É possível que os casos de melanoma que ocorreram nesta

população tenham mudado sua agressividade durante o tempo, com uma mudança no

padrão de exposições ambientais, possivelmente relacionada ao prognóstico diferente

entre melanomas com e sem dano solar crônico. O principal fator de risco ambiental

para desenvolvimento de melanoma é a exposição à IUV na infância. Os casos de

melanoma associados à exposição solar aparentemente têm um curso menos agressivo.

Assim, como as mudanças no padrão de exposição a IUV que ocorreram no decorrer

destas décadas têm maior repercussão no desenvolvimento de câncer de pele entre as

crianças, observa-se este efeito coorte.

A observação de uma série de casos de melanoma tratados em uma única

instituição por um mesmo grupo de médicos, com critérios de matrícula, diagnóstico,

tratamento e seguimento padronizados, permitiu a observação de fatores poucos

discutidos, porém com relevância.

O nível socioeconômico é uma variável sabidamente associada ao

desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, ao desenvolvimento de

câncer e a mortalidade por câncer. O melanoma não constitui exceção a esta regra. A

informação relacionada à mortalidade foi observada principalmente em estudos

ecológicos, porém dados de avaliação de casos são exíguos. Nessa série de casos foi

observada uma associação entre escolaridade e sobrevida de pacientes com melanoma,

mesmo quando ajustada por estágio, sexo, idade, cor, tipo clínico-patológico,

localização da lesão, local de diagnóstico e período (ano) do diagnóstico. Observou-se

uma redução do risco de recidiva e morte de 24%, logo uma variável com elevado

impacto neste modelo. Esta foi uma população cuja abordagem diagnóstica e

terapêutica foi semelhante entre grupos de diferentes escolaridades, logo questões tais

como acesso ou extensão da doença ao diagnóstico não podem ser responsáveis pela

diferença observada. É possível que haja diferenças do ponto de vista molecular entre os

tumores que predominam entre os grupos, determinando desfechos distintos, porém tal

avaliação não foi objeto desta tese.

A observação do padrão de recidiva e morte por melanoma é um aspecto que

chama a atenção dos clínicos há muito tempo, havendo relatos de recidiva da doença

mesmo décadas após seu diagnóstico e tratamento, especialmente daquelas lesões

iniciais, supostamente curadas. A avaliação do padrão de recidivas foi realizada por

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outros grupos, revelando uma experiência similar: em tumores avançados, há um padrão

decrescente com as recidivas e óbitos ocorrendo durante os primeiros anos, se

estendendo por uma década, ao passo que as lesões iniciais habitualmente têm baixas

taxas de recidiva, porém com um padrão de estabilidade nas mesmas, que se mantém

durante muitos anos. Este fato traz consigo algumas repercussões, em especial para as

lesões iniciais: o seguimento destes pacientes pode ser realizado a intervalos maiores

(ou eles devem ser informados que o risco de recidiva é baixo), porém não deve ser

considerada sua interrupção após alguns poucos anos já que este risco se mantém. Por

serem infrequentes as recidivas no estágio I, a realização de exames complementares

não contribui para uma melhora nos desfechos oncológicos, o que potencialmente gera

economia de recursos no Sistema de Saúde.

A avaliação da espessura da lesão (índice de Breslow), conhecida há cerca de

cinco décadas como poderoso fator de discriminação, é mensurada de forma contínua

em milímetros, sendo analisada de forma categórica para fins de classificação. É

reconhecido o prognóstico desfavorável associado a lesões espessas, a elevada

probabilidade de desenvolver recidiva local, metástases regionais e sistêmicas. No

entanto, não está claro qual o comportamento de lesões mais espessas, se o aumento

sucessivo da espessura confere um pior desfecho ou se este efeito não se altera a partir

de um determinado limiar. O fator espessura da lesão foi avaliado como variável

contínua com comportamento linear ou com comportamento linear e não linear. O efeito

linear foi observado nas lesões mais finas, porém quando estas lesões possuíam

espessura superior a quatro milímetros, observou-se um comportamento não linear e, a

partir de dez milímetros de espessura, observou-se um plateau no risco, sugerindo que

lesões muito espessas têm um prognóstico uniformemente ruim. Estes achados estão

em concordância com dados do American Joint Committee on Cancer, que demonstram

que para lesões com mais de quatro milímetros, os principais fatores prognósticos

passam a ser a presença de ulceração e o índice mitótico. É relevante o estudo das lesões

avançadas em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, com incidência

relativamente baixa desta doença, uma vez que as lesões diagnosticadas tendem a ser

espessas, porém com menor volume de informações prognósticas e terapêuticas.

Os estudos dermatopatológicos, epidemiológicos, clínicos e moleculares em

melanoma apresentaram grande incremento no decorrer da última década,

especialmente impulsionados pelo reconhecimento desta doença tratar-se de um

problema de Saúde Pública (em países de elevada incidência) e pela disponibilidade de

novas medicações eficazes em pacientes com doença metastática. A maioria destes

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99

estudos foi conduzida em países ricos, responsáveis pela maioria dos casos novos

(82,3%) e óbitos (65,3%), porém as regiões mais pobres do mundo, incluindo a América

Latina, detém 34,7% dos óbitos, uma parcela significativa em uma população pouco

estudada (IARC, 2014).

Esta contribuição amplia o conhecimento desta doença no Brasil, com elementos

que podem trazer impacto em suas estratégias preventivas e terapêuticas.

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socioeconomic status and treatment. Journal of Clinical Oncology 2008;26:66-75.

Zhang M, Qureshi AA, Guo Q, Han J. Genetic variation in DNA repair pathway genes

and melanoma risk. DNA Repair 2011;10;111-6.

Zheng Y, Zhu J, Zhou M, Cui L, Yao W, Liu Y. Meta-analysis of long-term vitamin D

supplementation on overall mortality. PLoS ONE 2013;8:e82109.

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120

Zhu HP, Xia X, Yu CH, Adnan A, Liu SF, Du YK. Application of Weibull model for

survival of patients with gastric c ancer. BMC Gastroenterology 2011;11:1

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121

Anexos

Anexo I. Estadiamento do melanoma – TNM / AJCC

Tumor Grupamento por estágios

Dimensões Ulceração Estágio T N M

T1a < 1mm Não IA T1a 0 0

T1b < 1mm Sim IB T1b 0 0

Mitoses T2a 0 0

T2a 1 – 2mm Não IIA T2b 0 0

T2b 1 – 2mm Sim T3a 0 0

T3a 2 – 4mm Não IIB T3b 0 0

T3b 2 – 4mm Sim T4a 0 0

T4a >4mm Não IIC T4b 0 0

T4b >4mm Sim IIIA T1a-4a N1a,2a 0

Linfonodo IIIB T1a-4a N1b,2b,2c 0

Número Dimensões T1b-4b N1a,2a,2c 0

N0 0 IIIC T1b-4b N1b,2b 0

N1a 1 Micro qqT N3 0

N1b 1 Macro IV qqT qqN 1

N2a 2 – 3 Micro

N2b 2 – 3 Macro

N2c Lesão em trânsito sem LNs

N3 4 ou mais

Linfonodos confluentes

Lesão em trânsito com LNs

Metástases

Local LDH

M0 Ausência

M1a LN, TCSC Normal

M1b Pulmão Normal

M1c Outras Normal

qualquer elevada

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Anexo II. Fototipos segundo Fitzpatrick

Cor da pele Fototipo Queimadura solar Bronzeamento

Branca I Sim Não

II Sim Mínimo

III Sim Sim

IV Não Sim

Marrom V Não Sim

Negra VI Não Sim

Anexo III. Distribuição da população brasileira (percentual) por Regiões, segundo a cor

da pele

Norte

Nordeste

Centro-

Oeste

Sudeste

Sul

Total

Branco 23,45046 29,44142 41,8404 55,16531 78,47257 47,7337

Não branco 76,54954 70,55858 58,1596 44,83469 21,52743 52,2663

Anexo IV. Distribuição dos tipos clinicopatológicos de melanoma em estudos

conduzidos no Brasil

Região (estado) Autor Ano Sexo MDS (%) MN (%) LMM (%) MAL (%)

Sul (SC)

Populacional

Moreno 2012 Masc 59,1 23,8 7,4 4,5

Fem 68,3 17,8 7,4 3,3

Nordeste (PI)

Hospitalar

Vilanova 2013 Masc 15,5 56,7 10,3 10,3

Fem 18,6 52,8 9,5 10,6

Sudeste (MG)

Hospitalar

Brandão 2013 Ambos 35,1 6 35,7 17,2

Sudeste (SP)

Hospitalar

Ferrari Jr 2008 Ambos 39,6 21,2 16,4 22

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123

Anexo V: A incidência de melanoma segundo os Registros de Câncer de Base

Populacional

Os dados acerca da incidência foram obtidos a partir da página eletrônica do

Instituto Nacional de Câncer José de Alencar – INCA -

http://www.inca.gov.br/cancernobrasil/2010/, onde foram identificadas as taxas por

sexo– CID C43. Foram obtidos dados acerca da distribuição étnica das cidades com

registros de câncer (Aracajú, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba,

Fortaleza, Goiânia, Jaú, João Pessoa, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife,

Salvador e São Paulo) na página eletrônica do IBGE (Censo de 2010)

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_resultados_amos

tra.shtm e foi calculada a proporção de indivíduos brancos, e sua posição geográfica

(latitude e altitude) nas páginas eletrônicas http://itouchmap.com/latlong.html e

http://altitude.cidademapa.com.br/.

Uma análise exploratória inicial foi conduzida a fim de determinar a distribuição

dos casos pelo país e as correlações entre as variáveis. Foi realizada uma análise

exploratória dos dados, avaliando a distribuição da incidência segundo as regiões

geográficas, latitude, altitude e proporção de brancos. Foi realizado um teste correlação

de Pearson entre latitude e proporção de brancos,que mostrou-se elevada (r=0,794).

A seguir foi realizada uma análise de regressão linear, uma vez que a medida

utilizada é de taxa de incidência medida como variável contínua, e não como contagem;

entraram no modelo variáveis cujo p-valor foi menor que 0,2 na análise univariada. Foi

considerado estatisticamente significante p<0,05.

A população brasileira advém da mistura de três raças (Petruccelli, 2013). Cerca

de 47,7% dos indivíduos se autodenominam brancos, mas a distribuição é heterogênea

no país: na região Norte 23,4% se declaram brancos, ao passo que na região Sul 78,5%

assim o fazem (IBGE, Censo 2010).

Pelos dados dos RCBP, a distribuição da incidência segue uma padrão Norte –

Sul, menores taxas relatadas nas capitais da região Norte, seguidas por Nordeste,

Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Os dados eferentes a Palmas aparentemente são

discrepantes, mas os demais seguem um padrão em crescente (Figura).

Observou-se um aumento na incidência de acordo com a latitude das capitais e

de acordo com a proporção de brancos, porém existe forte correlação entre o a

proporção de brancos e a latitude (r=0,79, p<0,0001). Como estas as variáveis possuem

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grande colinearidade, foram realizadas análises separadas entre as possíveis variáveis

entrando proporção de brancos ou latitude entre as variáveis independentes.

O melhor modelo foi aquele em que permaneceu somente a proporção de

brancos (=7,5999, p=3,18x10-5

, r2=0,40). O modelo com latitude mostrou aumento na

taxa de incidência associada a um aumento na latitude (=0,1603, p=6,03x10-5

,

r2=0,381).

Observa-se no Brasil o aumento na incidência de melanoma relaciona-se com a

proporção de indivíduos declarados brancos na população, independente da localização

(litoral ou interior) ou altitude .

Figura: taxa incidência por 100.000 habitantes de melanoma segundo sexo - dados dos

RCBP

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Anexo VI. Análise de série temporal e modelagem idade-período-coorte

Construção do Banco de Dados

Dados referentes a mortalidade por melanoma foram obtidos a partir da página

eletrônica do DATASUS, em Informações da Saúde (TABNET) - Estatísticas Vitais,

(http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&VObj=http://tabnet.dat

asus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10) dividida por Regiões, sexo e faixa etária,

para os períodos de 1980 a 1995 (CID-9, código 172) e 1996 a 2009 (CID-10, código

C43). Foi identificado o número de óbitos por ano nestas categorias. Dados referentes

aos censos de 1980, 1991 e 2000, bem como as projeções intercensitárias foram

identificados para cada um dos grupos na página eletrônica do DATASUS, em

Informações de Saúde (TABNET) – Demográficas e Socioeconômicas

http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0206&VObj=http://tabnet.data

sus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/pop.

Os casos foram agrupados por faixa etária de 5 anos e por período de 5 anos, a

população em pessoas-ano foi agrupada da mesma forma. Foi compilada uma tabela

onde em cada linha observa-se o número de óbitos (D), a experiência em pessoas-ano

no período (Y), a faixa etária (A), e o período do óbito (P). Como os dados faixa etária

do óbito correspondem a intervalos de 5 anos, utilizam-se como idade o ponto médio do

intervalo período (por exemplo, de 30 a 34 anos, o ponto médio é 32,5 anos), e o

período do óbito passa a ser organizado em grupos de 5 anos (por exemplo, de 1990 a

1994, o período é referido como 1992). Assim cada coluna representa o número de

óbitos no período (D), a população do período (em pessoas ano, pela soma das

estimativas de cada ano) (Y), a idade (A) e o período (P) do óbito. O termo coorte (C) é

calculado a partir da relação C=P-A (Carstensen, 2007).

Modelagem idade-período-coorte

A etapa inicial foi a obtenção dos gráficos de taxa versus idade (observação

longitudinal correspondendo a cada coorte, observação transversal, correspondendo a

um período), taxa versus período e taxa versus coorte. Seguiu-se a construção de um

diagrama de Lexis, uma tabela onde as colunas representam os períodos e as linhas, as

faixas etárias, e as caselas são as taxas de mortalidade. Neste diagrama, a diagonal

representa a as taxas de uma determinada coorte (Carstensen, 2007).

Diagrama de Lexis: taxa de mortalidade por melanoma/100,000 pessoas-ano

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Período

Idade 1982 1987 1992 1997 2002 2007

12,5 0,010849 0,006236 0,00928 0,014498 0,024671 0,023969

17,5 0,020259 0,028984 0,030103 0,061812 0,071563 0,064304

22,5 0,070681 0,095111 0,07562 0,143128 0,108358 0,138798

27,5 0,16951 0,163569 0,195904 0,272186 0,256699 0,203309

32,5 0,262622 0,284218 0,347367 0,433958 0,45793 0,373255

37,5 0,422203 0,395407 0,426361 0,610311 0,631179 0,566256

42,5 0,560175 0,570965 0,716557 0,763999 0,8522 0,826892

47,5 0,865212 0,846688 0,799376 1,048867 1,13167 1,162086

52,5 1,106091 1,086139 1,286764 1,434679 1,426351 1,565683

57,5 1,506438 1,517238 1,643064 1,716784 1,841378 1,860472

62,5 1,621446 1,519436 2,260324 2,137872 2,252804 2,403209

67,5 2,068862 2,192909 2,612651 2,703734 3,081334 2,914627

72,5 2,695328 2,64663 3,450706 3,412964 3,527476 3,898364

77,5 2,895819 3,051853 4,176998 5,631906 7,206871 9,122246

Na análise da série temporal por modelagem APC, os eventos seguem uma

relação log-linear com a idade, período-calendário e coorte de nascimento, e métodos

com o estimador de máxima verossimilhança de Poisson devem ser utilizados, porém

não necessariamente seguindo a distribuição de Poisson (Carstensen, 2007, Tarone,

1996). Esta distribuição tem algumas propriedades: probabilidade (P) do número de

ocorrências de um evento X e, uma constante que denota o número médio de

ocorrências deste evento, média e variância iguais (Pagano, 2000), assim:

P(X=x)=e-

x / x!

Variáveis que obedecem a distribuição de Poisson, tais como contagens ou taxas,

podem ser analisadas segundo modelos lineares generalizados de regressão de Poisson

ou log-lineares (Dobson, 2008). Nestes modelos, tem-se que o logaritmo do número

esperado de um dado evento é igual ao efeito médio mais efeitos relacionados a idade,

período e coorte, ou então: o número de eventos é igual ao exponencial da soma de

efeitos relacionados a idade, período e coorte:

ln(E[rij])=ln(ij/Nij)=i+j+k

E[rij]=(ij/Nij)=e(i+j+k)

Na utilização de modelos lineares generalizados, assume-se a independência

entre as observações. A utilização de taxas não é apropriada pois a população de uma

dada coorte a “acompanha”, e assim estes indivíduos estarão representados a cada etária

subsequente, da mesma forma que os casos serão provenientes daquela população.

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127

Utiliza-se na modelagem o número de pessoas-ano (Y) como indivíduos a risco (offset)

(Carstensen, 2007).

A identificabilidade ocorre pois uma vez que há uma relação direta entre idade,

período e coorte, e um destes fatores pode ser obtidos a partir dos dois outros. Torna-se

necessária uma restrição.

Inicialmente ajusta-se o modelo por idade e período (AP), um segundo modelo

por idade e coorte (AC) e um modelo completo com as três variáveis. Compara-se os

resultados dos três e caso um dos modelos de dois fatores não tenha pior ajuste que o

modelo completo, opta-se por este modelo com dois fatores, aceita-se que o terceiro

fator não tem qualquer efeito (Meira, 2013).

Quando se observa que o modelo com os três fatores é o que melhor explica o

fenômeno, fazem-se necessárias soluções para o problema da identificabilidade. As

mais importantes são as funções de penalização, a utilização de dados individuais e as

funções estimáveis.

Segue-se a parametrização, que deve ser representativa, compreensível e

reconhecível, estimável na prática e permita a reconstrução das taxas ajustadas a partir

dos valores relatados. Escolhe-se uma coorte de referência (h(c0)=0) e procede-se o

modelo idade-coorte

log[(a,c)]=f(a)+h(c)

onde f(a) é o logaritmo da taxa idade específica na coorte c0, e h(c) é o logaritmo

da razão de taxas da coorte c comparada com c0.

Deve-se fixar o valor central da coorte (c0) e dois pontos na escala do período

(iguais a zero). Assim a função idade será interpretada como o logaritmo da taxa idade

específica na coorte c0, ajustada para o efeito período; a função coorte como o logaritmo

da razão de taxas entre a coorte c e c0, e a função período terá zero em média com

inclinação zero, interpretada como o logaritmo da razão de taxas relativo à predição

idade-coorte (logaritmo do resíduo da razão de taxas). Pode-se também fixar um

período (p0) e dois pontos da coorte em zero, com as apropriadas interpretações.

Para suavizar eventuais mudanças nas tendências entre os períodos e coortes,

utilizam-se medidas de suavização com splines. Desta forma os fatores coorte e período

não são mais analisado como variável dummy, mas como um conjunto de polinômios de

terceiro grau unidos por retas suaves. Utilizam-se as splines naturais neste processo.

A parametrização é escolhida de acordo com informações a priori, pela

observação dos dados nos gráficos e diagrama de Lexis, a fim de identificar os efeitos

mais importantes.

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Anexo VII - Análise de sobrevivência: a construção da coorte

Casos de melanoma foram identificados junto ao registro da Divisão de

Patologia (DIPAT) do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar (INCA) a partir de

uma lista de todos os materiais (tecidos, lâminas e blocos) recebidos que tiveram o

diagnóstico de melanoma (CID-O morfológico M-8720/3, M8730/3, M-8745/3, M-

8722/3, M-8720/2, M-8744/3, M-8742/3, M-8741/3, M-8761/3, M-8740/3, M-8723/3,

M-8721/3, M-8743/3) no período de 01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2006.

Foram selecionados os registros referentes a lesões primárias da pele.

Por solicitação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/INCA) foi enviada uma

carta aos pacientes supostamente vivos.

Uma lista com os nomes dos pacientes supostamente vivos foi elaborada pelo

Sistema de Informações Absolute do INCA, contendo o endereço e o contato telefônico

dos pacientes constante no cadastro da Instituição.

Um envelope selado contendo 2 cópias do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), bem como uma pequena carta informando acerca da pesquisa em

curso, e um envelope (previamente selado) de retorno do TCLE para o Hospital do

Câncer I, Seção de Oncologia Clínica. No TCLE também constavam os telefones dos

CEPs do INCA e da ENSP/FIOCRUZ, e do investigador. Estas foram enviadas 1025

cartas no período de dezembro de 2008 a junho de 2009, das quais 260 retornaram

(25,4%). Nenhuma delas registrou resposta negativa para sua participação no estudo,

tendo CEP então autorizado o prosseguimento do estudo sem tal pré-requisito.

Os prontuários foram solicitados junto ao Arquivo Médico do Hospital do

Câncer I (HC-I) a fim de serem analisados. As informações pertinentes foram anotadas

em ficha padronizada, constando identificação (sexo, cor, data de nascimento, data da

matrícula no INCA), dados sócio-demográficos (estado civil, ocupação, escolaridade,

local de residência, local de nascimento), diagnóstico (data da entrada do material no

DIPAT, local de realização da biópsia, tipo clínico-patológico, topografia da lesão na

pele, espessura da lesão, nível de Clark, presença de ulceração, comprometimento

linfonodal regional, presença de metástases, localização das metástases, performance

status, presença de segundo tumor), tratamento efetuado (cirurgia, pesquisa de

linfonodo sentinela, radioterapia, terapia sistêmica, com suas respectivas datas),

evolução (data da última consulta, recidivas).

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As variáveis cor, estado civil, ocupação, local de residência (por bairro no Rio

de Janeiro ou município), local de nascimento (cidade, estado ou país), local de

realização da biópsia (INCA, hospital público ou hospital privado), tipo clínico-

patológico, topografia da lesão, estadiamento e localização das metástases foram

tratadas como variáveis discretas. As variáveis sexo, presença de ulceração,

comprometimento linfonodal regional, presença de metástases, pesquisa de linfonodo

sentinela e presença de segundo tumor primário foram tratadas como variáveis

dicotômicas. A variável cor foi reagrupada em indivíduos brancos e não brancos, a

variável estado civil foi reagrupado em indivíduos casados e não casados, a variável

escolaridade foi reagrupada em indivíduos com até 8 anos de estudo e 9 anos ou mais de

estudo; estas variáveis com esta formatação foram tratadas como variáveis dicotômicas.

As variáveis espessura da lesão, idade, sobrevida global, sobrevida livre de recidiva

local, sobrevida livre de recidiva regional, sobrevida livre de recidiva a distância e

sobrevida livre de recidiva foram tratadas como variáveis contínuas. O ano de entrada

na coorte foi analisado como variável discreta.

A data de início da contagem do tempo foi a data de entrada do tecido (de

biópsia) no DIPAT, uma vez que alguns pacientes tinham diagnóstico prévio de outras

doenças que motivaram sua matrícula no INCA. Metade dos pacientes teve seu

diagnóstico em outros serviços e foram referidos para o INCA, neste grupo a data de

início da contagem do tempo foi no momento do registro do material histopatológico no

DIPAT. Os indivíduos que enviaram resposta ao TCLE tiveram a data de censura

coincidente com a data de envio do mesmo, para os que não responderam, foi a censura

coincidiu com a data da última anotação no prontuário. A data de óbito foi aquela

registrada no prontuário, foi realizada uma busca no Registro de Certificados de Óbito

para aqueles indivíduos com seguimento inferior a 5 anos, aqueles óbitos identificados

foram computados, bem como suas respectivas datas.

Foi utilizado o programa Microsoft Access para a construção deste banco de

dados; sua formatação e cálculos de idade, tempo de sobrevivência, tempo para

recidiva, etc, foram realizados com o programa Microsoft Excel, salvas como .csv.

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Anexo VIII: o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Melanoma Invasivo:Mortalidade no Brasil e Sobrevida Hospitalar em Centro de Referência Oncológica no Rio de Janeiro

Nome do Voluntário: ________________________________________________

Você está sendo convidado(a) a participar de um estudo clínico Melanoma Invasivo:

Mortalidade no Brasil e Sobrevida Hospitalar em Centro de Referência Oncológica no Rio

de Janeiro que envolve revisão dos prontuários dos pacientes portadores de melanoma

tratados neste hospital.

Como a maioria das informações relacionadas ao diagnóstico, tratamento e os resultados do

tratamento do melanoma vem de estudos em hospitais de outros lugares do mundo, tais como

Europa e Estados Unidos, é necessária a avaliação do comportamento desta doença em nossa

população, que apresenta características distintas daquelas populações onde foram realizados

a maioria dos estudos.

Para que você possa decidir se quer participar ou não deste estudo, precisa conhecer

seus benefícios, riscos e implicações.

OBJETIVO DO ESTUDO

Este estudo tem como objetivos identificar de que forma os pacientes se apresentam

no Hospital do Câncer I (local do diagnóstico inicial,o tamanho da lesão, se comprometia outros

locais do corpo), o tratamento realizado (cirurgia, radioterapia ou quimioterapia), e o

acompanhamento dos pacientes (se apresentaram recidiva da doença, se permanecem vivos).

A partir destas informações será possível traçar um perfil dos pacientes do INCA tratados no

período de 1997 a 2006, avaliar os resultados do tratamento, identificar o benefício das

diversas formas de tratamento realizadas.

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO

Se você concordar em participar deste estudo seu prontuário será analisado pelo

investigador principal (Dr. Gelcio Mendes da Seção de Oncologia Clínica do Hospital do Câncer

I), as informações serão anotadas em uma ficha específica, e passados posteriormente pelo

mesmo para uma tabela (banco de dados). Sua ficha receberá uma numeração e a partir de

então sua identidade será mantida em sigilo.

RISCOS

A coleta das informações para este estudo não afetará seu tratamento e acompanhamento

pelos médicos deste Hospital. Não haverá qualquer contato seu com o investigador

relacionada ao estudo.

BENEFÍCIOS

Espera-se que o conhecimento gerado a partir deste estudo possa trazer informações

para os médicos que acompanham pacientes portadores de melanoma, permitindo uma

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131

avaliação dos resultados do tratamento. Permitirá também conhecer melhor o perfil dos

pacientes que procuram a Instituição para o tratamento desta doença.

MÉTODO ALTERNATIVO

Não existem outros tratamentos alternativos aos já realizados. Caso não deseje

participar do estudo, retornar esta cópia sem assinar.

ACOMPANHAMENTO, ASSISTÊNCIA E RESPONSÁVEIS

Seu acompanhamento no Hospital permanece o mesmo, sem qualquer interferência do

estudo.

CARÁTER CONFIDENCIAL DOS REGISTROS

Além da equipe de saúde que cuidará de você, seus registros médicos poderão ser

consultados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do INCA e equipe de pesquisadores

envolvidos.

Seu nome não será revelado ainda que informações de seu registro médico sejam

utilizadas para propósitos educativos ou de publicação, que ocorrerão independentemente dos

resultados obtidos.

TRATAMENTO MÉDICO EM CASO DE DANOS

Todo e qualquer dano decorrente do desenvolvimento deste projeto de pesquisa, e que

necessite de atendimento médico, ficará a cargo da instituição. Seu tratamento e

acompanhamento médico independem de sua participação neste estudo.

CUSTOS

Não haverá qualquer custo ou forma de pagamento para o paciente pela sua

participação no estudo.

BASES DA PARTICIPAÇÃO

É importante que você saiba que a sua participação neste estudo é completamente

voluntária e que você pode recusar-se a participar ou interromper sua participação a qualquer

momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tem direito. Em caso de

você decidir interromper sua participação no estudo, a equipe assistente deve ser comunicada

e a coleta de amostras para os exames relativos ao estudo será imediatamente interrompida.

O médico responsável por sua internação pode interromper sua participação no estudo

a qualquer momento, mesmo sem a sua autorização.

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GARANTIA DE ESCLARECIMENTOS

Nós estimulamos a você ou seus familiares a fazerem perguntas a qualquer momento

do estudo. Neste caso, por favor, ligue para o Dr. Gelcio Mendes no telefone 21-2506-6028 Se

você tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo clínico, também

pode contar com um terceiro contato imparcial, o Comitê de Ética em Pesquisa do INCA, Rua

André Cavalcanti 37, telefone 21 – 3233-1410 ou 3233-1353, e com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública – FIOCRUZ, Rua Leopoldo Bulhões 1480 –

térreo, telefone 21-2598-2863.

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DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO E ASSINATURA

Li as informações acima e entendi o propósito deste estudo assim como os benefícios

e riscos potenciais da participação no mesmo. Tive a oportunidade de fazer perguntas e todas

foram respondidas. Eu, por intermédio deste, dou livremente meu consentimento para participar

neste estudo.

Entendo que meu prontuário será analisado pelo investigador principal do estudo e não

receberei compensação monetária por minha participação neste estudo.

Eu recebi uma cópia assinada deste formulário de consentimento.

__________________________________ ____ / _____ / _____

(Assinatura do Paciente) dia mês ano

_______________________________________________________

(Nome do Paciente – letra de forma )

__________________________________ ____ / ____ / _____

(Assinatura de Testemunha, se necessário) dia mês ano

Eu, abaixo assinado, expliquei completamente os detalhes relevantes deste estudo ao

paciente indicado acima e/ou pessoa autorizada para consentir pelo paciente.

__________________________________________ ____ / ____ / ____

(Assinatura da pessoa que obteve o consentimento) dia mês ano

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Anexo IX - Formulário de Coleta de Dados

O Melanoma no INCA Número Ficha de coleta de dados Clínicos Demografia Nome: Matrícula: Data do nascimento: Data da Matrícula: CPF Sexo: Cor referida: Naturalidade: Nacionalidade Ocupação: Residência: Escolaridade Bairro: Município: CEP: Estado civil:

Apresentação

Data do diagnóstico: Número peça Local da lesão: Tipo clínico / histológico Espessura da lesão: Nível de Clark: Ulceração: LNs regionais: Metástases: Sítio LDH: PS Estágio Inicial T N M Segundo primário Tipo Data: Tratamento Ressecção do tumor primário Local: Data da cirurgia Ampliação de margens: Data da cirurgia

Esvaziamento linfonodal

LN sentinela Região LN+ Data da cirurgia Esvaziamento Região LN+ Data da cirurgia

Ressecção de metástases

Sítio Cirurgia realizada Data da cirurgia

Radioterapia

Sítio Dose Data da radioterapia

Terapia sistêmica 1

Indicação Droga Data do início Data do término PS Resposta Recidiva Data da recidiva

Terapia sistêmica 2

Indicação Droga Data do início Data do término PS Resposta Recidiva Data da recidiva Seguimento Recidiva Local Data da última consulta ou recidiva Regional Data da última consulta ou recidiva Sistêmica Sítio Data da última consulta ou recidiva

Última informação acerca do paciente

Óbito Data da última consulta ou óbito