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MERDA ARTE QUADRINHOS ILUSTRAÇÃO N5 o Alan Cichela - Alexandre Carvalho - Giovana Medeiros - Juliana Veloso Laborativo - Raissa Beatriz - TiroTTi

Merda magazine 5 dezembro 2014

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Uma vez eu falei para alguém uma frase que li em algum lugar obscuro da literatura underground. Não sei mais onde, nem quando, mas sei exatamente como era, letra por letra: “Em alguns momentos da vida só um palavrão pode expressar o que sentimos”. A revista Merda só tem uma coisa a dizer a vocês que leem e compartilham nosso conteúdo: “Foi um ano ducaralho!”, por alguns motivos bem simples. O primeiro deles é que nem sonhando imaginaríamos que a revista fosse ter um retorno tão bom, tão satisfatório para nós que trabalhamos nela. Obrigado por fazer desse projeto o que ele é. Justamente por esse aumento de alcance estamos mudando algumas coisas na revista, a parte grá ica já conta com o esmero do nosso designer de criação que é o Marcos Keller, um tremendo levante nesse sentido. Já na parte tecnológica seria impossível toda essa dedicação senão fosse pelo grande trabalho do Jonas Esteves, que sempre está a frente de todas as criações, vinculações.

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Page 1: Merda magazine 5 dezembro 2014

M E R D AA R T E Q U A D R I N H O S I L U S T R A Ç Ã O

N 5o

Alan Cichela - Alexandre Carvalho - Giovana Medeiros - Juliana VelosoLaborativo - Raissa Beatriz - TiroTTi

Page 2: Merda magazine 5 dezembro 2014

EDITORIAL

PAISAGEM DE VOCÊ

DA TRANSGRESSÃO AO EXTREMISMO

PERFIL: RAISSA BEATRIZ

PERFIL: GIOVANA MEDEIROS

PERFIL: ALEXANDRE CARVALHO

BOA SORTE

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Alan Cichela

Alexandre Carvalho

Alan Cichela

Laborativo

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M E R D AA R T E Q U A D R I N H O S I L U S T R A Ç Ã O

N 5o

PAPAI NOEL FAZENDO DAS SUAS. JULIANA VELOSO. DEZEMBRO DE 2014

PERFIL: TIROTTI

Page 3: Merda magazine 5 dezembro 2014

EDITORIAL

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Uma vez eu falei para alguém uma frase que li em algum lugar obscuro da literatura under-ground. Não sei mais onde, nem quando, mas sei exatamente como era, letra por letra:

“Em alguns momentos da vida só um palavrão pode expressar o que sentimos”.

A revista Merda só tem uma coisa a dizer a vocês que leem e compartilham nosso conteúdo: “Foi um ano ducaralho!”, por alguns motivos bem simples.

O primeiro deles é que nem sonhando imaginaríamos que a revista fosse ter um retorno tão bom, tão satisfatório para nós que trabalhamos nela. Obrigado por fazer desse projeto o que ele é.

Justamente por esse aumento de alcance estamos mudando algumas coisas na revista, a parte grá�ica já conta com o esmero do nosso designer de criação que é o Marcos Keller, um tremendo levante nesse sentido. Já na parte tecnológica seria impossível toda essa dedicação senão fosse

pelo grande trabalho do Jonas Esteves, que sempre está a frente de todas as criações, vinculações e informações que chegam a todos nossos leitores.

Também não posso esquecer de todos que aceitaram o convite para participar da revista, doando seu tempo e trabalho para fortalecer o conteúdo da revista. Obrigado por não terem se assustado

com nosso nome, mas entendido a ideia tanto quanto nós.

Se a revista ainda está no meio digital hoje, disponibilizada e com um conteúdo sensacional é por conta de vocês. Leitores.

No fundo achávamos que estaríamos fazendo a revista apenas para nós, mas grata surpresa fomos surpreendidos por vocês.

Esse é meu presente de Natal, na verdade eu acho o Natal uma grande sacanagem, daquelas que vem junto com aquele desejo de ser “colonizado”, mas não tenho como fugir de certos clichês, essa edição não deixa de ser um especial de natal, sem aquela lenga-lenga de televisão, sem a

família chata com aqueles problemas escrotos, sem nada disso. Somos uma sincera merda.

Se o nome ainda incomoda alguns é porque estamos no caminho certo, não queremos aquele leitor coxinha, na Merda Magazine só a �ina nata das artes, porque é isso que interessa nessa

vida. Quando tudo mais parecer uma mentira, uma ilusão, ou mesmo a matrix, lembre-se que a arte pode ser a saída, escreva, desenhe, pinte, ilustre, ou se for corajoso crie um quadrinho.

Grandes novidades virão a seguir.

Um feliz natal seus merdas!

Alan CichelaDezembro de 2014.

PAISAGEM DE VOCÊ 3 VERSÃO 1 - ALAN CICHELA - NOVEMBRO DE 2014

PAISAGEM DE VOCÊ 1 - ALAN CICHELA - SETEMBRO DE 2014

PAISAGEM DE VOCÊ

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O CHOQUE DOS ACIONISTAS VIENENSESO CHOQUE DOS ACIONISTAS VIENENSES

POR LABORATIVO

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DA TRANSGRESSÃOAO EXTREMISMO:

QUANDO O ARTISTA IRROMPE CONCEITOS MORAIS EM NOME DA ARTE

TINKERBELL

A polêmica é velha, mas a discussão é atual.Quais os limites da arte? A arte pode tudo? Até que ponto transgredir é um ato poético? Em 2007, o artista Guilherme Vargas, também conhecido como Habacuc, foi acusado pela mídia de deixar um cachorro de rua morrer em nome da arte.Se o cachorro morreu, não podemos a�irmar. Mas a polêmica ainda gera discussão. Pesquisas no Google ainda mostram milhares de blogs e petições contra o artista. A obra em questão fazia parte de uma exposição nomeada como Exposição #1 que aconteceu na Galeria Códice em Nicaraguá em agosto de 2007.

O cachorro permaneceu no local por três dias, e dado seu desaparecimento, a mídia instaurou a polêmica: teria Habacuc deixado o cachorro morrer em nome da arte?

Durante algum tempo o artista a�irmava a morte do animal, quando questionado ele rati�icava “Natividad está morto”. Só que na realidade tudo fazia parte do seu projeto maior, uma critica aos veículos midiáticos que se utilizam de tragédias de maneira sensacionalista para auto promoção. Isso �ica evidente na frase “Você é o que você lê.”

Segundo diversas fontes, o artista teria deixado o animal sem comida e água até morrer por inanição. Rapidamente o fato tornou-se mundial, jornais como A Folha arriscaram-se a dizer que essa repercussão tornou Habacuc um dos artistas mais comentados na América do Sul.

Suposições podem ser discutidas, por exemplo, a de que ninguém estava proibido de alimentar o cachorro na exposição, e de que não havia nenhuma indicação que isso não poderia ser feito.

Fato é que, a partir do momento que o artista transpõe um

Aqui �ica claro o posicionamento do artista referente ao contexto de sua obra, desde a escolha do nome do cachorro (Natividad), até as características do animal em relação ao homem morto (sem teto) o que acaba funcionando com ambiguidade a a�irmação de quando questionado: “Natividad está morto”.

A ideia de deixar o cachorro preso na presença dos visitantes transpõe para dentro do espaço artístico o suposto espetácu-lo da morte que poderia ser evitada, tal qual, ocorrido com Natividad Canda, cuja a morte poderia ser evitada por policiais, bombeiros e demais pessoas que assistiam ao ataque. Relatos do artista colocam que policiais foram impedidos pelo dono de atirar nos animais, usando para salvamento os bombeiros com a mangueira de pressão.

Por ultimo a repercussão da mídia sensacionalista que idealiza versões nem sempre comprometidas com a verdade, transmitindo sem censura fotos e vídeos do caso a�irmando sem certeza que o mesmo havia morrido de fome, quando na verdade, meses depois o artista e a diretora da Galeria a�irmam que não.

Outro caso polêmico, é da artista holandesa Katinka Simonse, também conhecida como Tinkebell, e que se inclui na lista de artistas alvo de ativistas e petições, quando em 2004, ganhou fama por matar seu gato, quebrando o seu pescoço, e produzir uma bolsa a partir de sua pele.

A mesma, em 2007, lança o projeto “Save the Males” onde comprou 60 pintinhos de uma fabrica, e colocou-os a venda em uma feira em Amsterdã por 15 euros, sendo que no

cachorro para dentro da galeria e este morre de fome, mudam-se as dimensões e importância, a�inal, quantos cachorros de rua morrem diariamente e não viram noticia?

Passado a polêmica, em entrevista, Habacuc esclarece o motivo de sua instalação:

Este trabalho foi fruto de um processo de criação a partir de um fenômeno midiático, quando em 11 de novembro de 2005 na província de Cartago, a mídia em Costa Rica cobriu o a morte de Natividad Canda, nicaraguense, sem teto e viciado em crack. Ele foi devorado por dois cães Rottweiler, na presença da policia e dos bombeiros costa-riquenhos, bem como da imprensa, que cobriu o caso como se fosse um evento. (Ver: http://natividadcanda.blogspot.com/ parte do trabalho que apresento). Este fato causou uma grande tensão em Costa Rica e Nicarágua, e foi alimentado em ambos os países por blogs na internet, imprensa, televisão e até mesmo chegou a confrontos pessoais. E foi a partir desse evento que afetou o dois países, que introduzi em 2007, na Codice Gallery, em Manágua, a "Exposição #1". Com ela pretendia trazer a um espaço artístico reações e comportamentos semelhantes ao que aconteceu com Natividade Canda. Usando o contexto elementos de trabalho, que ilustrem, e promovam reações que nos dizem sobre a nossa condição humana.

término da exposição ela trituraria aqueles que não teriam sido vendidos. Seriam… pois o que ocorreu foram que 51 �ilhotes não foram vendidos, no entanto, a artista foi impossibilitada de tritura-los e acabou sendo presa. Quando questionada de sua atitude, ela coloca que gostaria de focar no fato de que milhões de pintinhos são mortos desta mesma maneira nas bioindústrias, já que são considerados inúteis, pois não põem ovos.

Em 2008, Tinkebell realiza a exposição “Save the Pets”, no qual coloca 95 hamsters em 95 rodas numa galeria de arte em Amsterdam.

Mais uma vez, seu conceito básico era a moralidade da sociedade manter uma dupla relação aos animais, primeiro porque ninguém vai protestar contra um único hamster em uma roda, mas as pessoas vão protestar por 95 hamsters em 95 rodas, e segundo, por levantar a questão de “por que matar e consumir vacas e porcos é socialmente aceito, mas fazer o mesmo com animais de estimação não é?”.

DA TRANSGRESSÃO AO EXTREMISMO

O USO DE ANIMAIS EM OBRAS

FOTOS RETIRADAS DO BLOG DO ARTISTA

1 PIEMONTE, Marianne. Em nome da arte. Revista da Folha. 04 nov. 2007

2 Informações cedidas pelo artista via email, em 21 de novembro de 2012.

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DA TRANSGRESSÃO AO EXTREMISMO08 09

FONTE: ARTNET

MARCOS EVARISTTI E BANKSY

E NO BRASIL

O CASO DO RATO SNIFFY

FINALIZANDOEm muitas das obras aqui levantadas o que se percebe é uma questão de princípios. Pode o artista ter direito de criar obras que desa�iam nossa moral? Até que ponto transgredir é um ato poético? Será o artista isento de tais preceitos éticos e morais? A arte pode tudo? Mas em uma esfera privada, será que ao analisarmos cada caso, não somos também um pouco hipócritas por não observar que, no mundo, coisas em escalas muito piores acontecem diariamente? Habacuc junto a Tinkebell, Evaristti, Banksy, Rick Gibson e demais abordados neste texto, parecem ser considerados como um expoente de uma categoria de artistas da mídia. Ao tomar posições distintas referente as demais questões sociais que estão sendo abordadas por meio de suas produções, ganham notoriedade nos espaços de comunicação tornando-se conhecidos.

Pois, por se tratar de trabalhos extremistas que resultam em uma tempestade de publicidade e crítica, incluindo cartas de ódio, petições e ameaças de morte, acabam por ganhar a mídia, que, por sua vez, manipula os fatos, muitas vezes silenciando o discurso do artista, para noticiar algo que atraia e provoque a sociedade, transmitindo notícias sensacionalistas.

São necessárias ações como essas em nome da arte para efetivarem tais discursos? A alternativa desses artistas é coerente? O comportamento deles é “correto”? Quais os limites da arte? Estas respostas ou estes questionamentos deixamos em aberto, para possibilitar uma re�lexão sobre os diversos aspectos inerentes a estas produções. Mesmo porque acreditamos que essas re�lexões e questionamentos fazem parte de cada um destes trabalhos e é o que certamente motiva os artistas.

*Laborativo é um coletivo de artistas formado em 2011 por Ana Clara Picolo (Criciúma/SC,1986), Mauricio Bittencourt (Torres/RS, 1988) e Vanessa Biff (Criciúma/SC, 1990), ambos formados em Artes Visuais – Bacharelado, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense e especialistas em Educação Estética pela mesma instituição. As ações do grupo são voltadas para legitimação da arte enquanto processo, desenvolvendo projetos voltados na intersecção do espaço urbano e da vida cotidiana.

Encontre-nos em:www.laborativo.blogspot.com www.facebook.com/laborativo

Outro artista, que assim como Habacuc e Tinkebell endossam a lista de artistas transgressores e extremistas, é Marco Evaristti, artista dinamarquês nascido no Chile, que em 2000, cria uma instalação que testa o principio do visitante. Ele possibilita ao fruidor matar peixinhos colocados dentro de liquidi�icadores.

Este ato acaba criando várias tensões e colocando-as em discussão (principalmente concepções de moralidade). No trabalho o fruidor pode ser entendido em três categorias: o idiota (quem aperta o botão), o voyeur (que gosta de asssitir) e o moralista (quem julga a situação).

Em uma das mostras onde foi exibida a instalação, no Trapholt Art Museum na Dinamarca, um fruidor apertou o botão e logo depois a polícia mandou tirar a eletricidade e o artista foi processado por estimular as pessoas a atuarem violentamente contra os peixes.Não só esses, mas ao longo da história da arte, outros artistas polemizaram ao usar animais em suas produções, questionan-do os princípios morais em nome da arte:

Em 2003, o famoso gra�iteiro britânico Banksy usou como suporte de sua obra, animais vivos, resultando na exposição Turf War, exposição que incluiu porcos, ovelhas e vacas devidamente tosados e pintados. Apesar das condições serem adequadas e aprovadas pela RSPCA (Sociedade Real para Prevenção da Crueldade contra os Animais), a exposição causou inúmeros protestos de ativistas, ONGs e todos os defensores de plantão, sendo fechada por “razões legais”. No entanto o grande show acabou sendo importante para sua consagração, pois foi uma ação que atraiu multidões. Mais tarde, em 2006, na mostra Barely Legal em Los Angeles, o artista pintaria um elefante de vermelho e o colocaria também em exposição.

Em 1970, Cildo Meireles queimou galinhas vivas em homenagem ao sacri�ício de Tiradentes. Em meio a polêmica, o artista declarou: “Jamais faria aquilo de novo, mas naquela época o que estava em jogo era a vida humana. Para você ter ideia, um representante de uma organização em prol dos animais estava presente e me parabenizou pelo trabalho”.

Em 2010, Nuno Ramos apresenta “Bandeira Branca” com três urubus vivos na 29º Bienal de São Paulo, e mesmo possuindo as licenças exigidas pelos órgãos de preservação ambiental para o uso desses animais, o mesmo, teve que retirá-los da exposição. Nuno ainda a�irma: “A natureza é uma construção humana. Se o cativeiro é o grande problema, então temos que repen-sar toda a nossa alimentação e o modo como lidamos com os animais em todas as esferas”

E recentemente, em 2014, o artista Adel Abdemessed participa da exposição Made by... Feito por Brasileiros com “Usine”, um video que expõe durante um minuto e meio ataques e grunhidos de cobras, galos, cães, escor-piões e outros animais que foram con�inados em um mesmo espaço para que se atacassem. O video foi concebido no México onde é permitido a promoção de brigas entre animais da mesma ou de espécies difer-entes, que no Brasil é considerada crime desde 1934.

Terminamos este texto, que pretendeu mais provocar do que responder, com o caso do rato Sniffy do artista canadense Rick Gibson, que em meados de 1989 pretendia esmagar um rato entre duas telas de pintura com 25 kg de blocos de concreto no centro de Vancouver, com data planejada para acontecer em 6 de janeiro de 1990, a ser transmitido ao público através de jornal, televisão e rádio.

Certo que, na manhã do dia proposto, um grupo de ativistas dos direitos dos animais da Fundação Lifeforce con�iscou o instrumento que o artista usaria para esmagar Sniffy.Devido a este acontecimento, Gibson chegou ao local sem Sniffy e comunicou ao público que ali o aguardava, que havia retornado o rato para a loja de animais onde ele tinha adquirido.

O que é interessante é que Sniffy iria morrer de qualquer maneira, já que foi retirado de uma loja de animais que vende ratos vivos como alimento para cobras e lagartos.Dessa maneira, ele encorajou a multidão para ir para a loja de animais e resgatar Sniffy antes de ter sido vendido como comida de cobraMais tarde naquele dia, Sniffy foi comprado da loja de animais por Peter Hamilton, da Fundação Lifeforce. A história ganhou conhecimento, aparecendo em vários meios de comunicação.No �inal das contas, vale observar que Sniffy ganhou notoriedade e reconhecimento, pois do contrário seria apenas mais um rato morto servindo de comida para cobras e lagartos, mas a possibilidade de se morrer em nome da arte o fez �icar conhecido como o rato Sniffy. Se é que para ele isso importa!

3 - Sobre este assunto ver Banksy vs. Cow Parade: Os limites da arte urbana, disponivel em: <http://laborativo.blogspot.com.br/2012/09/banksy-vs-cow-parade-os-limites-da-arte.html>

4 - Trechos extraídos da ISTOÉ INDEPENDENTE. Entre a arte e o cativeiro. Edição: 2135 | 08.Out.10

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FOTO RETIRADA DO SITE OFICIAL DO ARTISTA

FOTOS RETIRADAS DO SITE OFICIAL DO ARTISTA

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10 11PERFIL: TIROTTI

PERFIL

TIROTTINasceu em São Paulo, capital [1957] e muda para Joinville [1993] em função da transferência da empresa onde atuava com o desenvolvimento de produtos. Teve a sua formação em Design na FAAP [São Paulo, 1986], onde conheceu a arte em detalhes, nas aulas de estética e história da arte do professor Herbert Duschenes, o su�iciente para dirigir mais atenção à área das artes visuais. Com o mestrado em Design, UFSC [Florianópolis, 2003] acentua a docência universitária, nos cursos de artes e design, assim aguça mais ainda a dedicação ao processo de criação em artes. Em decorrência ao prêmio conquistado no 8º Salão dos Novos de Joinville [1997], pois passa a ser visto como artista, recebe o convite de Linda Pool, então coordenadora da Casa da Cultura para uma exposição individual: Minudências na Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew [1998]. Com isso é também convidado para ser integrante da 28ª Coletiva de Artistas de Joinville, fato que inicia a carreira em participações de exposições coletivas e salões, alguns como prêmio aquisição de obra: Seres Outros [9º Salão Chapecoense de Artes - 2011], A Porta da Caverna no sec. XXI [9° Salão de Artes de Itajaí – 2003]. Com a participação de editais e convites realiza as exposições individuais: Degradação no Galpão 13 da AAPLAJ [2008]; Memória pele – Galeria de Arte Contem-porânea da Fundação Cultural de Criciúma [2011]; O possível fragmento - Galeria de Arte do SESC Chapecó [2013]; Memória locus sala 30 – Museu de Arte de Blumenau [2013; Memória locus – AAPLAJ – Galpão da Associação de Artistas Plásticos de Joinville [2014]; Memória locus – Museu Nacional do Mar em São Francisco do Sul [2014] e O possível fragmento – Museu de Arte de Joinville [2014]. Tem grande participação na política cultural da cidade e atua também na produção de vídeos narrativos como diretor de arte. Hoje se aposenta da carreira ligada a indústria para se dedicar, com leve carga horária na docência do cinema e vídeo e, com dedicação total à produção simbólica das artes visuais.

Contato: [email protected] | tirotti.blogspot.com

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12 13PERFIL: TIROTTI

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14 15PERFIL: RAISSA BEATRIZ

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PERFIL

RAISSA BEATRIZPossui graduação em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2004). Foi aluna particular do Artista Plástico e professor titular da UNICAMP Álvaro de Bautista Beijo. É artista plástica e professora universitária: no curso de Museologia do UNIBAVE (Centro Universitário Barriga Verde) em Orleans, no Curso de Artes Visuais do PARFOR em Araranguá e no curso de Tecnologia em Design de Moda do SENAI em Criciúma. Participa em intervenções neurocirúrgicas na reconstrução craniana, através da confecção da calota com placas de titânio (Cranioplastias).

Mostras: Mostra de Artes Plásticas do Centro de Artes da UDESC realizada no Museu de Arte de Santa Catarina, 2002. Mostra Arte Inverno da OAB. 2004. Mostra O�icial do Salão Jovem Artista do Governo do Estado de Santa Catarina e do Grupo RBS, 2008. 12 Salão de Arte de Itajaí, 2010. Pretexto de Jaraguá do Sul, 2012.

Contato: [email protected] ou

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16 17PERFIL: RAISSA BEATRIZ

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18 19PERFIL: GIOVANA MEDEIROS

PERFIL

GIOVANA MEDEIROSNatural de Criciúma- SC, Giovana aprendeu a desenhar copiando Cavaleiros do Zodíaco e Sailor Moon na TV e com revistinhas de Mangá da banca. Continuou desenhando até a vida adulta, onde tentou aplicar a vontade de desenhar num “emprego de verdade” trabalhando para Indústria da confecção criando estampas. Nessa brincadeira acabou se formando em Design de Moda, mas depois de algum anos dedicados à esse meio, descobriu que desenhar bonequinhos, e fazer histórias em quadrinhos sobre a própria rotina nas horas vagas ,ainda era sua maior paixão. Em 2011 foi fazer intercambio em Dublin, e lá acabou conhecendo a Ballyfermot College onde estudou Ilustração por dois anos – lá aprendeu muitas coisas, apesar de nunca ter se adaptado ao chá com leite da cantina. Desde então tem se dedicado à carreira de Ilustração, criando ilustrações pro�issionalmente para livros, revistas,estamparia, internet, e qualquer outro meio em que os “bonequinhos” possam ser aplicados. (Mas vez ou outra ainda desenha Sailor Moon).

Contato: [email protected]: www.giovanamedeiros.comTumblr: giovanamedeiros.tumblr.comTwitter @giovanamedeirosFacebook: https://www.facebook.com/illosgiovana

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20 21PERFIL: GIOVANA MEDEIROS

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22 23PERFIL: GIOVANA MEDEIROS

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PERFIL

ALEXANDRE CARVALHONaquele terreno baldio havia um tubarão de duas cabeças. Ao menos era o que diziam. Eu passava por lá todos os dias. Era caminho. Na dúvida, atravessava a rua. Conforme relatos, o tubarão aparecera ao menos oito vezes, com as bocas bem abertas e os dentes muito a�iados. Tinha uma cor azulada e cracas mais antigas que a Terra grudadas ao corpo. As barbata-nas eram cobertas de lama e mato para ajudar na camu�lagem. Às vezes, durante a madrugada, o tubarão de duas cabeças emitia sons repetidos feito eco. Os sons eram secos. E toda a fúria deles podia ser traduzida como saudades do mar. Por isso, em noites de lua cheia, algumas pessoas da vizinhança criaram o costume de derramar baldes de água com sal no terreno. Especulava-se se o tubarão teria também dois corações. Um mau e outro bom. Diziam até que os dois eram voltados para o mal. E até que um já teria sido bom um dia. Eu tinha mais sobre o que pensar. Tarefas, compromissos, amigos, família. Vida corrida. Um dia não atravessei a rua. Passei bem em frente ao terreno baldio. No outro, parei, voltei-me e disse em alto e bom som que não tinha medo algum. Que tudo aquilo era bobagem. Invenção de quem não possuía mais nada para fazer. No terceiro dia resolvi entrar no terreno. Caminhei com passos �irmes sendo observado por todos. Eu queria mesmo fazer aquilo. Ouviu-se, então, um som seco e repetido, seguido de uma gargalhada.

alexandrecarvalho-arte.blogspot.com

24 25PERFIL: ALEXANDRE CARVALHO

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26 27BOA SORTE

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2628 29BOA SORTE

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EXPEDIENTEMERDA MAGAZINE É IDEALIZADA POR ALAN CICHELA,

JONAS ESTEVES E MARCOS KELLER.

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EDITOR: ALAN CICHELA

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃO: MARCOS KELLER

VERSÃO DIGITAL: JONAS ESTEVES

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