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FREDERICO OZANAM RAMOS NETO METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS APLICADA AO SETOR DE ENGENHARIA EM UMA EMPRESA NO RAMO DE ENERGIA Trabalho apresentado ao curso MBA em Gerenciamento de Projetos, Pós- Graduação lato sensu, da Fundação Getulio Vargas como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Gerenciamento de Projetos. ORIENTADOR: ARNALDO LYRIO BARRETO Rio de Janeiro Maio/2016

METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS …

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FREDERICO OZANAM RAMOS NETO

METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS

APLICADA AO SETOR DE ENGENHARIA EM UMA

EMPRESA NO RAMO DE ENERGIA

Trabalho apresentado ao curso MBA em

Gerenciamento de Projetos, Pós-

Graduação lato sensu, da Fundação

Getulio Vargas como requisito parcial para

a obtenção do Grau de Especialista em

Gerenciamento de Projetos.

ORIENTADOR: ARNALDO LYRIO BARRETO

Rio de Janeiro

Maio/2016

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PROGRAMA FGV MANAGEMENT

MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O Trabalho de Conclusão de Curso

Metodologia de Gerenciamento de Projetos aplicada a o Setor de Engenharia

em uma Empresa do Ramo de Energia

elaborado por Frederico Ozanam Ramos Neto

e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso de MBA em Gerenciamento de

Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de

pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Management.

Rio de Janeiro, 05 de Maio de 2016.

André Barcaui

Coordenador Acadêmico Executivo

Arnaldo Lyrio Barreto

Orientador

TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Frederico Ozanam Ramos Neto, abaixo assinado, do curso de MBA em

Gerenciamento de Projetos, Turma GP-91 do Programa FGV Management,

realizado nas dependências da FGV Botafogo - RJ, no período de Maio/2013 a

Dezembro/2016, declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso

intitulado “Metodologia de Gerenciamento de Projetos aplicada ao Setor de

Engenharia em uma Empresa do Ramo de Energia” é autêntico, original e de sua

autoria exclusiva.

Rio de Janeiro, 05 de Maio de 2016.

Frederico Ozanam Ramos Neto

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz...”

“...A beleza de ser um eterno aprendiz...”.

(Gonzaguinha)

Aos meus pais, minhas irmãs e afilhada, paixões da minha vida.

Pela compreensão e carinho durante essa minha caminhada.

AGRADECIMENTOS

Pela oportunidade de compartilhar o conhecimento de todos os mestres desta

unidade de ensino e aos amigos da GP 91, o meu sincero agradecimento. Em

especial ao Professor Arnaldo Lyrio que, com grande competência e maestria,

tornou possível a realização deste trabalho.

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

BI Business Intelligence

CAPEX Capital Expenditure – Despesa de Capital

ERP Enterprise Resource Planning – Sistemas Integrados de Gestão

Empresarial

FRM Folha de Registro da Manutenção Preventiva e Preditiva

GED Gerenciamento Eletrônico de Documentos

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO Padrões internacionais de qualidade que divide em várias categorias

MCE Manutenção Corretiva de Emergência

MPA Manutenção Preventiva Aperiódica

MPP Manutenção Preventiva Periódica

NBR Norma Brasileira Registrada

OM .....Ordem de Manutenção

O&M Operação e Manutenção

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PM Plano de Manutenção Preventiva e Preditiva

PMBOK Project Management Body of Knowledge

PMI .....Project Management Institute

PPUU Programa Parada de Unidade Usina

SGI Sistema de Gestão Integrado

SIN Sistema Integrado Nacional

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processo tradicional de administração da estratégia ................................16

Figura 2: Gerenciamento da Engenharia ................................................................. 25

Figura 3: As pessoas são recursos ou parceiros da organiação?............................. 27

Figura 4: Fluxograma de Mudança .......................................................................... 29

Figura 5: Fluxo de Informações – Índices Desempenho Operacional ..................... 34

Figura 6: Tela do GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos ..................... 36

Figura 7: Comparação entre atividades de recuperação de documentos em papel e

GED........................................................................................................................... 37

Figura 8: Estrutura Típica de Funcionamento de um Sistema ERP ......................... 38

Figura 9: Fluxograma das Informações Confiáveis .................................................. 41

Figura 10: Ferramentas de Gestão .......................................................................... 42

Figura 11: Política de Manutenção ........................................................................... 44

Figura 12: Modelo de uma Planilha das Diretrizes da Manutenção Elétrica ............ 49

Figura 13: Modelo de uma FRM ............................................................................... 50

Figura 14: Modelo de uma RM ................................................................................. 50

Figura 15: Modelo de um Plano de Manutenção Preventiva em equipamentos

auxiliares .................................................................................................................. 51

Figura 16: Modelo de um Programa de Parada de Unidade de Usina ..................... 52

Figura 17: Interfaces da Gerência da Engenharia .................................................... 54

Figura 18: Fluxograma – Etapas para realização de projetos de engenharia .......... 55

Figura 19: Ciclo de Controle (Plan, Do, Check, Action)............................................ 57

Figura 20: Plan.......................................................................................................... 58

Figura 21: Do............................................................................................................. 59

Figura 22: Check....................................................................................................... 59

Figura 23: Action....................................................................................................... 60

Figura 24: Modelo de uma tela do Websupply.......................................................... 62

Figura 25: Análise das respostas dos problemas...................................................... 69

Figura 26: Comparativo do Fluxo Financeiro Anual entre 2014 e 2015 ................... 74

Figura 27: Fator de disponibilidade média da usina anual entre 2013 a 2015 ......... 74

Figura 28: Atendimento à demanda realizada por fonte de energia 2013 a 2015 ... 75

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Indicadores de Desempenho ................................................................. 66

Quadro 02: Processo de Padronização: Causas X Efeitos ...................................... 70

GLOSSÁRIO

Anomalia: Irregularidade, anormalidade, qualquer acontecimento diferente do usual.

Defeito: Qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus

requisitos (NBR 5462-1994).

Diagnóstico: Conhecimento da natureza de uma falha baseada nos sintomas

detectados.

Falha: Término da capacidade de um item desempenhar a função requerida. Depois

da falha o item tem uma pane. A falha é um evento; diferente de pane que é um

estado. Esta ocorrência impede o seu funcionamento. Este conceito como definido

não se aplica a itens compostos somente por software (NBR 5462-1994).

Garantia: Período de tempo durante o qual o fabricante assume a responsabilidade

por falhas e defeitos que ocorram no equipamento.

Histórico de Equipamento: Registro das ocorrências, avarias, reparos e todas as

informações gerais que se referem a um determinado item.

Monitoramento: Ato de obter informações relativas a um item, sem indisponibilidade

operativa, visando ao acompanhamento do estado atual e das tendências de

deterioração do mesmo.

Parada: Situação em que se coloca uma instalação industrial ou parte dela, por

motivos diversos.

Procedimento: Forma específica de executar uma atividade (NBR ISO 8402-1994).

Processo: Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam

insumos (entradas) em produtos (saídas). (NBR ISO 8402-1994).

Sistema: Conjunto de equipamentos/ componentes entre os quais se possa

encontrar ou definir alguma relação no processo produtivo. Este agrupamento é

utilizado para fins gerenciais. Um sistema pode conter subsistemas e um item pode

pertencer somente a um único sistema.

Sobressalentes: Componentes, conjuntos e equipamentos que são completamente

intercambiáveis com itens semelhantes e podem ser usados para repor itens

removidos durante a manutenção.

Vida Útil (Useful Life): Período de vida onde o equipamento produz em condições

normais, a um custo razoável, e pode ser mantido em operação. O termo é aplicado

também a componentes para designar o período no qual as condições de utilização

são preservadas.

RESUMO

Este estudo aborda aspectos importantes relacionados ao gerenciamento de projetos aplicado ao setor de engenharia da empresa LIGHT ENERGIA S.A., procurando analisar falhas e deficiências em consequências da falta de um planejamento efetivo para a contratação de uma empresa (serviço ou material) durante os dois últimos anos, creditando como responsáveis algumas áreas de conhecimento como: o gerenciamento de pessoas, o gerenciamento de integração, o gerenciamento da qualidade e o gerenciamento de aquisições. A complexidade para os trâmites principalmente com o setor de suprimentos para a contratação, desde as exigências de documentação para o cadastro, o recebimento das propostas, as análises, a aprovação e a assinatura do contrato torna-se o processo extenso e moroso. Estes aspectos fazem necessário a utilização de metolodogias eficazes e eficientes procurando agilizar durante todo o processo, tornando possível mensurar e planejar principalmente os marcos contratuais (escopo, tempo e custo) com mais destreza evitando surpresas e desvios na mensalização do CAPEX (montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital) anualmente da empresa. O alcance dos objetivos e metas de uma organização, estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas, modernas ferramentas de gestão e abordagens inovadoras direcionam a empresa para o sucesso e cumprimento de seus valores, visões e missões, tornando cada dia mais referência no segmento, com excelência operacional e satisfação de seus cliente.

Palavras-chave : Gerenciamento de pessoas; Gerenciamento de integração;

Gerenciamento da Qualidade; e Gerenciamento de aquisições.

ABSTRACT

This study addresses important aspects related to project management applied to the company's engineering sector LIGHT ENERGIA S.A., trying to analyze failures and deficiencies consequences of the lack of good planning to hire a company (service or equipment) for the last two years, as responsible crediting some areas of knowledge such as managing people, the integration of management, quality management and procurement management. The complexity of the procedures mainly with the supply sector for hiring, since the documentation requirements for registration, the receipt of proposals, analysis, approval and signing the contract. These aspects are necessary to use effective and efficient metolodogias looking for speed throughout the process, making it possible to measure and plan mainly contractual milestones (scope, time and cost) with more dexterity avoiding surprises and deviations in CAPEX mensalização (amount of money spent the acquisition of capital goods) annually of the company. The achievement of the objectives and goals of an organization, stimulated by the development of new techniques, modern management tools and innovative approaches drive the company to success and fulfillment of their values, visions and missions , making more and more reference in the segment with excellence operational and satisfaction of its customers.

Keywords: People Management; Integration Management, Quality Management and

Acquisitions Management.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................. ................................................... 15

2.1 Justificativa ..................................... ...................................................................... 16 2.2 Metodologia Adotada ............................... ............................................................ 20

2.2.1 Gestão de Pessoas ............................................................................................. 25

2.2.2 Gestão das Informações .................................................................................... 31

2.2.2.1 Gerenciamento de Informação................................................................... .... 31

2.2.2.2 Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) ........................................ 35

2.2.2.3 Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP)...................................... .... 37

2.2.2.4 Sistema de Gestão Integrado – SGI .............................................................. 39

2.2.2.5 Inteligência Empresarial (Business Intelligence - BI) ..................................... 40

2.2.2.6 Informações Confiáveis.............................................................................. .... 41

2.2.2.7 Ferramentas de Gestão.............................................................................. .... 42

2.2.3 Gerência da Operação e Manutenção das Usinas ........................................... 43

2.2.3.1 Política de Manutenção.............................................................................. .... 43

2.2.3.2 Rotinas da Manutenção.............................................................................. .... 44

2.2.3.3 Conceitos da Manutenção.......................................................................... .... 45

2.2.3.4 Estratégias da Manutenção....................................................................... ..... 48

2.2.4 Planejamento da Gerência de Engenharia ............ ........................................... 52

2.2.4.1 Fluxograma de Engenharia......................................................................... ... 54

2.2.4.2 Ciclo PDCA................................................................................................. .... 55

2.2.5 Gestão das Aquisições ............................. ......................................................... 61

2.2.5.1 Gestão de Contratos.................................................................................. .... 61

2.2.5.2 Execução da Engenharia............................................................................ ... 63

2.2.6 Indicador de Desempenho ........................... ...................................................... 64 3 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 69 4 CONCLUSÃO ......................................... .................................................................. 76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ..................................................... 78

12

1 INTRODUÇÃO

De acordo com BOUER; CARVALHO (2005, p. 2), [...] projetos tornaram-se um importante instrumento de mudança e desenvolvimento nas organizações. As principais mudanças organizacionais e as iniciativas para gerar vantagens competitivas têm sido executadas, em sua maior parte, através de projetos organizacionais. Dessa forma, a disciplina gerenciamento de projetos vem ganhando destaque dentro dos modelos de administração e tem-se transformado num fator relevante para prover velocidade, robustez, consistência e excelência operacional na consecução de projetos.

Portanto nos dias de hoje, torna-se um desafio enfrentado por muitas grandes

empresas na busca das boas práticas de projeto e melhorias contínuas de

processos, ocorrendo a necessidade de implantações de soluções inovadoras,

aquisições de novas tecnologias de informação, modernos processos de produção

e flexibilização das relações de trabalho constituindo em um grande diferencial de

competitividade.

Essas abordagens servem de base para estudos e sistematizações que vão

ocorrendo incessantemente no que chama-se de um planejamento estratégico, o

qual se constitui em uma metodologia gerencial que permite o alinhamento e o

estabelecimento dos objetivos, diretrizes, visões e metas da empresa na busca do

alcance do que foi planejado em realidade, trazendo maior eficiência e eficácia a

gestão de projetos no atendimento aos resultados.

A metodologia de gerenciamento de projetos reúne uma série de processos

que devem ser gerenciados. Neste sentido, entende-se que tais processos

oferecem maior visão sobre o andamento dos projetos e contribuem para a tomada

de decisões e direcionamento das ações, consequentemente, resultados mais

efetivos.

HELDMAN (2006, p. 6) confirma,

[...] a importância de aderir à metodologia de gerenciamento de projetos quando diz que “todo projeto é composto por processos, por mais fortuita que seja a abordagem empregada. Há muitas vantagens em organizar projetos e equipes conforme os processos de gerenciamento endossados pelo PMI.

13

Segundo fontes do PMI (2015),

[...] o Project Management Institute - PMI é a maior associação sem fins lucrativos do mundo para profissionais de gerenciamento de projetos, com mais de meio milhão de associados e de Profissionais Certificados em 185 países.

Trabalha ao redor do mundo na divulgação do gerenciamento de projetos que tem como base os padrões de credenciais mundialmente reconhecidas, constante programa de pesquisa e oportunidades de desenvolvimento profissional.

Ainda cita o PMI (2015) que os profundos conhecimentos nas boas praticas

de gerenciamentos de projetos, responsabilidade social e ética são a base

fundamental para o papel bem sucedido do gerenciamento de projeto tendo seu

emprego adequado, ocasionando uma maior visibilidade e reconhecimentos das

instituições e organizações.

Para tanto, as empresas necessitam de ambiciosos, grandes e desafiadores

projetos que tragam esses valores em evidência, onde estes projetos irão

oportunizar um aumento da eficiência operacional, dando um retorno financeiro a

empresa, que vem buscando se desenvolver e adequar as mudanças culturas,

melhorando seus resultados para seus investidores e sua imagem perante a

sociedade.

VARGAS (2000, p. 238) ressalta que,

[...] gerenciar um projeto ajuda também a evitar os imprevistos, antecipando as situações desfavoráveis que poderão se apresentar no decorrer do processo, aplicando, imediatamente, ações corretivas e preventivas para não permitir que se consolide o problema. Também aumenta o controle em todas as fases, documenta e facilita as estimativas futuras.

KERZNER (2002, p. 519) menciona que,

[...] é relevante que todas as empresas, mais cedo ou mais tarde, acabam entendendo os conceitos básicos da gestão de projetos. Entretanto, aquelas que chegaram a excelência nesse campo só a conseguiram mediante a implantação e execução bem-sucedidas de processos e metodologias.

O objetivo do presente trabalho é colocar em prática a proposição de uma

metodologia de gerenciamento de projetos para um efetivo planejamento na

contratação de uma empresa (serviço ou material), buscando a melhora contínua

14

na condução das contratações e dos projetos, e possibilitando minimizar possíveis

falhas e deficiências apontadas pelo senso comum dos funcionários da Light

Energia S.A. nos dois últimos anos. E para atingir esse objetivo foram traçados os

seguintes objetivos específicos: levantar os padrões e informações precisas sobre

as conduções das contratações autalmente adotadas; e identificar ferramentas,

fluxos, indicadores e processos que possam promover uma maior integração dos

setores e interação dos indivíduos da empresa estudada.

O capítulo 2 apresentará o desenvolvimento e detalhamento das etapas

contidas na metodologia de gerenciamento de projetos proposta, com enfoque para

um aprofundamento nas teorias, contribuições de estudiosos e tópicos

relacianados aos gerenciamentos de pessoas, de integração, da qualidade e de

aquisições, havendo portanto, uma reestruturação organizacional eminente em

andamento na empresa.

O capítulo 3 abordará a metodologia de um estudo de caso, utilizada nesta

pesquisa que foi baseada nos problemas e experiências vivenciadas de fracasso e

sucesso das pessoas que acompanham e conduzem os contratos junto ao setor de

suprimentos nestes dois últimos anos (2014 e 2015), expondo causas e seus

efeitos deste mapeamento. Será estudado como as ações colocadas em prática e

as implementações em vigor, impactaram diretamente nos resultados obtidos,

observando inúmeros ganhos e benefícios comparados nos demonstrativos

retirados dos relatórios anuais da empresa nestes dois últimos anos.

E para finalizar, nas considerações finais procurou-se sintetizar alguns

conclusões importantes do trabalho fruto do desenvolvimento da metodologia

empregada em forma de pirâmide que quando colocada em prática, tornou mais

eficiente e eficaz as conduções das contratações de um material e/ou serviço

dentro da empresa, trazendo para a empresa números mais expressivos e

significativos no seu balanço anual, alcançando e superando metas que foram

definidas, refletindo em uma maior satisfação e confiança de seus funcionários e

clientes, além de prestar uma maior qualidade no atendimento de seus serviços

prestados se colocando em uma posição de destaque no cenário de fornecimento

de energia nacional.

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O desafio das empresas nos dias atuais na busca de minimizar cada vez mais

falhas nos processos, atrasos inoportunos de materiais ou serviço, impactos na

receita e imprevistos indevidos, tem obrigado as empresas a buscar quebrar

barreiras e paradigmas (HARRISON, 2005). Portanto, implementam reformulações

e estruturações, para investir em mudanças necessárias ao alcance dos resultados

estipulados, seja ele definido com retorno imediato e/ ou a curto prazo, atendendo

as necessidades do mercado cada vez mais competitivo.

Assim, um dos referenciais das empresas para a aplicação das boas práticas

de gerenciamento de projetos é o Project Management Body of Knowledge

(PMBOK) do Project Management Institute (PMI), que fornece as diretrizes e

ferramentas para aplicar no gerenciamento dos projetos.

O PMBOK (PMI, 2013, p.416) diz que,

[...] o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e integração apropriadas de processos de gerenciamento de projetos agrupados logicamente.

São 47 processos que recaem em 5 grupos de processos que nos auxiliam e

são divididos em 10 áreas de conhecimento: integração, escopo, tempo, custos,

qualidade, recursos humanos, comunicações, riscos, aquisições e stakeholders. Os

cinco grupos de processo que diz ao ciclo de vida do projeto são divididos em:

iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento.

VARGAS (2000, p. 7) considera que,

[...] o gerenciamento de projetos é um conjunto de ferramentas gerenciais que permitem que a empresa desenvolva um conjunto de habilidades incluindo conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não repetitivo, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade pré-determinados.

Portanto, apesar de existir várias ferramentas para o gerenciamento de

projetos, entende-se que gerenciar um projeto é atuar de forma pró-ativa,

procurando uma melhor metodologia para melhoria contínua, antevendo aos riscos

existentes e atacando de forma dinâmica, todas as variáveis que podem impactar

negativamente no planejamento do projeto.

16

De acordo com PAGE JONES (1990, p. 83),

[...] o gerenciamento de projetos é definido como sendo a repetida execução das cinco atividades de planejar, reorganizar, integrar, medir e revisar até que sejam alcançados os objetivos do projeto.

Já HARRISON (2005, p. 28). afirma que “a boa administração está associada

à determinação da estratégia que melhor se adapte às forças ambientais, técnicas

e humanas em determinada época, e depois ao trabalho de implementá-la”.

A figura 1 abaixo destaca o método tradicional de desenvolvimento da

estratégia.

Figura 1 – O processo tradicional de administração estratégica Fonte: HARISSON, 2005, p. 28.

2.1 Justificativa

Conforme dados do IBGE (2010), o crescimento populacional cada dia maior

do nosso país, intensificado com o crescente consumo de energia, vem nos

preocupando diante o atual cenário, devido a limitações dos parques de geração

em função dos recursos hídricos estarem quase todos explorados, dificuldade em

se obter licença ambiental para viabilizar/ aprovar novos empreendimentos, fontes

de energias alternativas ainda caras, escassas e as que estão sendo entregues

ainda aguardam a conclusão de infra estrutura para interligação com a malha do

Sistema Integrado Nacional - SIN, sem contar da falta de chuvas que andam nos

atormentando e impactando nossos reservatórios que a cada dia mais estão com

17

os níveis muito baixos, começando a comprometer ao abastecimento de água nas

cidades brasileiras ligando um alerta a população.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (2015) menciona que a geração de

energia tem se tornado cada dia mais importante, levando em consideração que

em condições extremas, influenciadas principalmente pelos períodos de restrições

de operação, impactados pelos baixos níveis dos nossos reservatórios das usinas

hidrelétricas dos parques de geração do país, acabam tendo que produzir em seus

limites, não conseguindo suprir o total de consumo demandado da população,

necessitando de complementação por outras fontes de energias alternativas para

abastecimento.

Há necessidade portanto, em utilizar a produção da geração através de

usinas térmicas em emergência, mas em contrapartida apresentam algumas

desvantagens: tem alto preço de combustíveis, o impacto ambiental e a questão de

que boa parte da matéria prima não ser renovável, com insumos/ recursos

provenientes da combustão do álcool e do bagaço da cana de açucar acaba

onerando no preço desta geração.

Essas séries de acontecimentos, entre outros (realização de Copa do Mundo,

Olimpíadas, etc.), colocaram as concessionárias de energia em destaque, com

visibilidade nacional e mundial, sendo muito exigida, cobrada e fiscalizada pelos

orgãos fiscalizadores na busca da excelência de qualidade dos serviços prestados

aos consumidores.

Ao identifcar as necessidades que a empresa deseja adotar conhecendo o

mercado que ela está inserida, suas limitações, premissas e restrições, decidirá o

melhor caminho a seguir elaborando o plano de estratégia competitiva para a

empresa.

BETHLEM (2004, p.30) afirma que,

[...] para a formação da estratégia da organização, faz-se necessário alguns questionamentos: Acerca da situação atual da empresa: O que a empresa é? O que a empresa faz? Como a empresa está? Onde a empresa está? Sobre as condições futuras da empresa: O que vem por ai? Como vai afetar a empresa?

E a partir daí, a sua definição diante do mercado, como: O que a empresa

será? O que a empresa fará? Como a empresa estará? E, onde a empresa estará?

questiona BETHLEM (2004).

18

De acordo com o senso comum dos funcionários da LIGHT ENERGIA S.A.

seus processos/ sistemas, equipamentos e projetos não estão totalmente

padronizados, definidos, integrados e principalmente registrados como deveriam.

Portanto o cumprimento com êxito nas realizações das atividades estão na maneira

de quem o faz, registrada na memória e experiência das pessoas que as executam.

Além disto, se várias pessoas executam o mesmo trabalho, normalmente cada uma

tem uma visão e faz de um maneira diferente (MYRRHA, 2004).

Em contrapartida tem que tomar cuidado, fazer uma avaliação minusiosa e

criteriosa, diante as definições e decisões para implementações e implantações

das ferramentas/ processos para gerar as rotinas de trabalho visando uma maior

produtividade e não ocorrer um retrocesso ou engessamento de um processo ou

setor, tornando-se ainda mais moroso do que já estava pré estabelecido.

CRUZ (2005, p. 61) complementa que,

[...] “processo é um conjunto de elementos que possam guiar-nos com certeza entre o início do trabalho e seu final, de forma a começarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer, alcançando nossa meta ou objetivo”.

WERKEMA (1995, p. 6) afirma que,

[...] “processo é uma combinação dos elementos equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições ambientais, pessoas e informações do processo, tendo como objetivo a fabricação de um bem ou serviço”.

Esta afirmação é sustentada por SUCUPIRA (2006, p. 5) quando diz que,

[...] “processo é a organização de pessoas, equipamentos, procedimentos, informações, energia e materiais, em atividades de trabalho logicamente inter-relacionadas para atingir os objetivos dos negócios”.

Mas diante a concorrência e o mercado de trabalho aquecido tem se

apresentado uma rotatividade no quadro de funcionários da empresa, tornando-se

fundamental se montar um sistema de padronização que resolva o problema de

previsibilidade tentando fundamentar em um único pensamento e direcionamento.

Sem a obtenção de resultados previsíveis não podemos pensar em melhoria,

pois a partir do momento em que tivermos informações palpáveis de desempenho

conseguiremos ter balizadores existentes para definirmos e traçarmos as novas

19

metas, dando condições para melhoria contínua no alcance dos resultados

estabelecidos.

MEEGEN (2002 p.2) relata que,

[...] a padronização é o caminho seguro para a produtividade e competitividade, pois é uma das premissas onde se assenta o moderno gerenciamento. É obtida, em sua grande parte, de forma voluntária, e consiste de uma atividade sistemática de estabelecer, por intermédio de discussões entre pessoas, o procedimento mais adequado, definindo-o como padrão a ser cumprido na busca da qualidade, a padronização é uma ferramenta gerencial que possibilita a transmissão de informações e dos conhecimentos adquiridos.

Portanto a padronização dos processos de projetos se torna inevitável na

empresa sendo uma técnica que proporcionará reduções das variações dos

processos de um projeto sem prejudicar sua flexibilidade, além da busca da

qualidade total, onde conseguiremos a previsibilidade e manutenção dos

resultados.

A implantação da gestão da qualidade total na empresa, bem como da ISO

9000, envolvem sobre a padronização de processos. Com a consolidação de uma

padronização diminuem-se as chances de se ter dispersões e os resultados

tornam-se mais previsíveis.

MEEGEN (2002 p.26) diz que,

[...] através da utilização contínua de padrões estabelecidos, o desempenho dos sistemas produtivos está assegurado e, também, seus processos e operações, permitindo uma maior produtividade e qualidade.

Conforme descreve MYRRHA (2004), o custo padrão é outro exemplo de

técnica para as empresas controlarem os custos de suas operações e atividades,

quando utilizadas como metas para avaliação de seu desempenho, podendo ser

expressada de três formas:

a) O custo padrão determinado de forma mais ideal sobre o gerenciamento da

operação durante a rotina do trabalho do dia a dia.

b) O custo padrão determinado através de uma meta e os procedimentos para

a execução dos trabalhos são projetados de tal maneira que cada um tenha

condições de assumir a responsabilidade pelos resultados de seu trabalho.

20

c) O custo padrão que está situado entre o ideal e o estimado, é necessário um

planejamento do trabalho a ser executado pelo indivíduo ou pela

organização para avaliação da eficiência da produção, levando em

consideração as deficiências que reconhecidamente existem, mas que não

podem ser sanadas pela empresa, pelo menos no curto prazo.

Assim, de acordo com o senso comum dos funcionários, ao estabelecer e

usar padrões em atividades sistêmicas na organização, contribui para a melhoria

da utilização de sistemas e gera um aperfeiçoamento dos padrões. Conclui-se,

portanto que a padronização é à base para se ter uniformidade das atividades,

gerando uma maior previsibilidade no seu cumprimento, tornando um grande aliado

para o bom gerenciamento dentro da empresa.

Segundo CAMPOS (1992 p.71),

[...] “toda padronização da empresa é estabelecida de tal forma que a execução das tarefas possa ser feita com habilidade. A rotina é estabelecida de tal forma que a administração da empresa possa delegar condução dos processos às pessoas que os operam e passar a se preocupar com os projetos de melhoria que visam a conferir maior competitividade à empresa”.

2.2 Metodologia Adotada

O trabalho proposto aprofundará na discussão de uma metodologia de

gerenciamento de projetos implementada na empresa do setor de energia da

LIGHT ENERGIA S.A., visando agregar uma maior transparência, agilidade e uma

maior assertividade nos processos de contratação (serviço ou material) de uma

empresa, procurando integrar todos setores envolvidos e principalmente focando

na agilidade para conclusão do negócio.

Com a adoção da metodologia de gerenciamento de projetos em forma de

pirâmide, haverá grandes mudanças na gestão gerencial da empresa, dando um

maior foco principalmente aos gerenciamento de pessoas, passando pelos

gerenciamentos de integração, qualidade e aquisições que estão diretamente

envolvidos para o alcance dos resultados esperados pela empresa. Tal abordagem

procurará diagnosticar deficiencias nos setores, ferramentas mal incorporadas e

utilizadas, descumprimento de regras pelos funcionários e propor melhores práticas

21

de projeto no alcance dos planejamentos realizados, principalmente no que diz

respeito a prazos e custos.

Também serão apresentadas as principais ferramentas adotadas nos

processos de cada setor, afim de se evitar possíveis lacunas e erros de rotinas e

consequentemente impactos no andamento e conclusão de cada contrato em

vigência. Todas as observações registradas e que serão mencionadas a seguir

foram verificadas e acompanhadas nos dois últimos anos (2014 e 2015) na

empresa.

Atualmente, o planejamento estratégico da empresa está em visibilidade, pois

tem investido e disponibilizado mais recursos nas modernizações dos parques de

gerações, além de realizar reparos preventivos e/ ou emergenciais que vem

garantindo uma maior confiabilidade e performance de seus equipamentos/

sistemas e minimizando as chances de se ter apagões indevidos ou inesperados,

aumentando a confiança de seus clientes.

Para se obter sucesso destas ações e ao planejamento realizado pelos

gerentes do projeto dos setores com êxito no CAPEX (montante de dinheiro

despendido na aquisição de bens de capital) para aquisições de serviços ou

materiais e para o atendimento aos eventos de pagamentos mensais, faz

necessário aquisições/ contratações rápidas e eficientes.

De acordo com o senso comum dos funcionários a sede da LIGHT ENERGIA

S.A. é estruturada por setores, cada setor e gerência responde por suas funções/

atribuições, além de possuir diferentes objetivos, metas e ferramentas de trabalho,

o que não satisfaz as expectativas e necessidades de todas as partes interessadas

como será abordada mais detalhadamente abaixo.

Compreender as limitações ou obsolescências dos modelos de estruturação e

gerenciamento tradicionais das empresas e corrigi-las tornou-se elemento vital, sob

a ótica do gerenciamento de processos, para que as empresas passem a atuar

com destaque no cenário atual.

A abordagem clássica de estruturação das empresas apresenta-se de forma

bastante complexa, com muitos níveis hieráquicos (relações de poder) e com uma

grande quantidade de agrupamentos denominados departamentos. Estes

departamentos, constituídos de um conjunto de seções e setores, são

responsáveis por atividades específicas como as de Finanças, Recursos Humanos,

22

Compras, Jurídico, Engenharia e Comercialização, sendo que cada uma destas

áreas administra os seus próprios recursos e estão voltadas, para a melhoria dos

seus resultados individuas e nem sempre coletiva (MEEGEN, 2002).

Como se observa, neste contexto, nenhum departamento tem

responsabilidade total por um processo completo de trabalho e há a criação de

barreiras interdepartamentais. Esta visão clássica das empresas não permite

visualizar com clareza quem são os clientes e o mercado, quais são os produtos e

serviços e como são os fluxos de trabalho, gerando com isso uma série de

distorções e conflitos internos.

É de extrema importância que os setores se atentem aos cumprimentos dos

procedimentos estabelecidos, normas vigentes adotadas pela empresa, sua

política, missão, valor e código de ética, mas devem principalmente, dar atenção na

interação e integração das pessoas entre os demais setores, promovendo uma

sinergia entre as áreas, alinhando em prol de um objetivo comum. A participação

clara e efetiva de todos os envolvidos em todas as etapas da aquisição, desde o

cadastro da empresa, convite para participação ao edital, da negociação das

propostas técnicas e comerciais, até a assinatura e contratação de um serviço ou

empresa mostra-se transparência e clareza na condução do processo.

Portanto a definição e adoção estrutural organizacional em forma de pirâmide

foi proposta visando alinhar e integrar os setores da empresa, direcionando com

isso as conduções das atividades de uma forma mais transparente, promovendo

mais interação de todos os envolvidos, sem ocorrer a centralização das ações em

uma única pessoa. Evitando possíveis sobrecargas e abrindo precedentes das

informações previlegiadas ou confidenciais estarem direcionadas apenas em quem

o estiver realizando. Assim, na ausência dessa pessoa, os conhecimentos do

andamento do processo estariam comprometidos e alinhados apenas com ela,

estando as tomadas de decisão paralisadas sem execução naquele período,

dependendo da sua disponibilidade.

Também é muito importante que as pessoas estejam capacitadas e

preparadas para ocupar as funções que lhe são designadas, recebendo todos os

treinamentos específicos da área e/ou da empresa, respeitando as condutas e

regras impostas ao exercer suas funções de forma ética e segura, com a convicção

23

de que suas atribuições exercidas estão tendo todo o amparo e suporte dos

superiores imediatos para os resguardarem.

Compete aos gerentes dos setores da empresa depositarem maior confiança

em sua equipe para motivá-los, quando constatarem uma deficiência de um

profissional devem oferecer treinamentos para sua capacitação, além de promover

cursos específicos das ferramentas e/ou processos para um maior suporte tendo

acesso a orientações necessárias para as execuções satisfatórias das atividades

diárias tornado-as mais fáceis e agéis. A atitude de delegar mais autonomia e mais

liberdade no cumprimento das atividades, aumenta o comprometimento e as

responsabilidades de cada um, representando uma maior aproximação entre os

diferentes níves hierárquicos e tendendo a conquistar resultados mais significativos

e expressivos. Assim, cabe aos gerentes apenas o papel de monitoramento/

controle e intervenções pontuais em último caso, para solucionar aquelas

atividades que estejam empacadas, em dificuldade de resolver ou já

comprometidas, evitando futuramente aborrecimentos com: atrasos, desvios no

planejamento e imprevistos indesejáveis.

A organização estrutural do setor de engenharia na área de energia é um

elemento vital para que as organizações possam evoluir dentro do modelo de

Excelência Operacional objetivado pelas empresas em um mercado cada vez mais

competitivo.

O gerenciamento eficiente depende do correto funcionamento de sua infra-

estrutura operacional sendo um dos alicerces, com papel de destaque dentro do

modelo de negócio das empresas.

A metodologia estrutural do gerenciamento de projetos proposta para a

empresa, foi definida e representada em forma de pirâmide, sendo ela sustentada

em pessoas qualificadas, motivadas e embuídas do propósito de contribuir para a

melhoria contínua dos processos, rumo a excelência, eficiência e a produtividade

da empresa, sendo, portanto, fundamental a existência da Gestão de Pessoas que

está inserida na base da pirâmide.

Compondo a segunda camada da pirâmide todas as funções desenvolvidas

pelos setores dependem da Gestão das Informações que devem ser precisas,

confiáveis, bem empregadas e integradas com os demais setores da empresa para

que a informação possa dar celeridade e continuidade aos processos, não ficando

24

paralisada em um setor e/ou pessoa, ou simplismente perdida ou distorcida com o

passar do tempo.

Na terceira camada da pirâmide está representada pela Gerência de O&M

das usinas, que requisitam ao Planejamento da Gerência da Engenharia, suas

eventuais necessidades diante dificuldades encontradas na condução da operação

e manutenção nas instalações, ao deparar com poucos recursos para reparo,

apresentando equipamentos com falhas, obsoletos, descontinuados e poucos ou já

sem sobressalentes para intervirem. Alinhado neste mesmo patamar e por fim, o

Planejamento da Gerência de Engenharia fundamenta o planejamento de novos

projetos e das reais necessidades de modernizações em atendimento as

solicitações do seu principal “cliente” a Gerência de O&M, que com os resultados

obtidos de todos os esforços, refletem no prolongamento da vida util de seus

equipamentos, resultando em processos mais contínuos e confiáveis e definindo o

grau de criticidade dos equipamentos que estão em funcionamento para prever

planejamentos futuros direcionando as ações emergenciais e urgentes para prover

as melhorias.

Em seguida, inserida na quarta camada, os direcionamentos do

planejamento através das modernizações se viabilizam e concretizam na Gestão

das Aquisições, responsável pelas contratações dos serviços e/ ou materiais em

implementação e execução das melhorias, para que na sequência possam vir a ser

medidos através dos indicadores de desempenho e metas da empresa que foram

estipuladas e definidas. Todos estas disciplinas serão trabalhadas e detalhadas

nos tópicos seguintes.

A figura 2 abaixo, representa a estrutura da Metodologia do Gerenciamento

de Projetos para a empresa.

25

Figura 2 – Gerenciamento da Engenharia Fonte: próprio autor 2.2.1 Gestão de Pessoas

Segundo SARSUR (2007, p. 60),

[...] é importante ressaltar que a nova atenção dada às pessoas, volta-se mais ao fato de que “a satisfação da mão-de-obra é o que garante o andamento adequados dos trabalhos” do que “por consideras as pessoas como diferenciais competitivos e preocuparem-se de fato com elas”.

Portanto a produtividade e eficiência das empresas são diretamente

impactadas pelas pessoas que trabalham nas organizações, por essa razão, a

“Gestão de Pessoas” é inserida na base da pirâmide.

O setor de Recursos Humanos da empresa, constantemente busca aplicar

programas específicos de segurança, de ética, de visão, valores e de senso de

dono, que busca estreitar a distância de seus funcionários, os mantendo mais

participativos, presentes e envolvidos no dia a dia da empresa. Estas ações

promovem uma maior motivação para seus funcionários, uma maior eficiência,

eficácia para a execução de suas tarefas e consequentemente trarão outros

benefícios para empresa, tais como:

26

• Maior facilidade na interação e relacionamento com outras pessoas e

outras áreas,

• Mais autonomia nos serviços aos funcionários;

• Reduz custo e tempo das transações entre compradores e

fornecedores;

• Aumenta a qualidade e produtividade dos serviços.

Para CHIAVENATO (1999, p. 9),

[...] existe uma grande diferença entre gerenciar pessoas e gerenciar com pessoas. No primeiro caso, as pessoas são o objeto da gerência, são guiadas e controladas para alcançar determinados objetivos. No segundo caso, as mesmas são elas que guiam e controlam para atingir os objetivos da organização e os objetivos pessoais.

A gestão de pessoas aplicada pelo setor de Recursos Humanos na empresa

se baseia-se fortemente da contribuição das pessoas que a compõem, de como

estes profissionais estão inseridas dentro da organização, estimulados e

capacitados para exercerem as atribuições que lhe foram delegadas,

consequentemente refletirá no desempenho esperado pela empresa.

Segundo FISHER e ALBUQUERQUE (2001, p. 16) gerenciar pessoas ou a

gestão de pessoas é,

[...] a preocupação de muitas organizações para que seus objetivos sejam atingidos, de preferência com a participação de um grupo eficaz e motivado liderado por um gestor que possa ter os seguintes desafios estratégicos nesta atividade: Atrair, capacitar e reter talentos, Gerir competências, Gerir conhecimento, Formar novo perfil do profissional demandado pelo setor, Gerir novas relações trabalhistas, Manter motivação/ clima organizacional, Desenvolver uma cultura gerencial voltada para a excelência, RH reconhecido como contributivo para o negócio, RH reconhecido como estratégico, Conciliar redução de custos e desempenho humano de qualidade, Equilíbrio com qualidade de vida no trabalho e Descentralizar gestão de RH.

Para melhor atender às expectativas e à exigência da gerência, dem ser

adotados treinamentos para desenvolvimento de suas equipes sempre que uma

nova filosofia ou ferramenta de trabalho está para ser adotada pela organização,

garantindo que os ciclos estratégico e operacional possam ser assimilados

completamente e executados de forma correta.

27

Para CHIAVENATO (1999, p. 295),

[...] O treinamento é o processo sistemático de alterar o comportamento dos empregados na direção do alcance dos objetivos organizacionais”. E ainda participa que “o desenvolvimento de pessoas focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas.

CHIAVENATO (1999) reforça ainda a grande importância das pessoas

estarem atrelados no contexto organizacional, sendo a que a questão básica está

em como irá fundamentar seu pensamento tratando-as como recurso ou como

parceiros. Abaixo a figura 3 correlaciona pessoas como recursos x pessoas como

parceiros.

Figura 3 – As pessoas são recursos ou parceiros da organiação? Fonte: CHIAVENATO, 1999, p. 7.

Sendo assim, CHIAVENATO (1999, p. 12) defende que,

[...] os seis processos básicos de Gestão de Pessoas são: processos de agregar pessoas, processo de aplicar pessoas, processo de recompensar pessoas, processo de desenvolver pessoas, processo de manter pessoas e processos de monitorar pessoas.

Assim, os grandes desafios das equipes de trabalhos estão em se preparar

para enfrentar os contratempos no ambiente de trabalho, buscando torná-los mais

produtivos e rentáveis.

28

Os papéis dos gerentes são de extrema importância em todas as fases do

projeto, pois têm a responsabilidade de coordenar a equipe na busca dos melhores

resultados, tendo uma visão do todo e focando na produtividade individual de cada

um. Junto disso, é fundamental que os gerentes saibam delegar tarefas, orientar

tarefas e lidar com pessoas. Afinal, projetos são entregues por uma equipe, não

apenas pelos gerentes.

Antes da execução dos projetos, os gerentes devem definir os papéis de

cada um da equipe, atribuir tarefas de cada um, documentar e delegar as

atividades, tendo sempre um acompanhamento efetivo de sua equipe, utilizando de

técnicas e ferramentas precisas para administrar seu negócio e promover uma

maior interação dos envolvidos. Cabe a eles a função de monitorar e controlar

possíveis riscos eminentes e estarem preparados para mudarem de estratégia

rapidamente, se necessário (ROBERTO, 2015).

Todo processo de mudança cultural de pessoas, rotinas, métodos de

trabalho, de utilização de novas ferramentas e tecnologias exigem procedimentos

que assegurem que a mudança aconteça de forma rápida, produtiva e efetiva em

todas as partes envolvidas. Esta visão sugere que a mudança organizacional

deverá envolver uma mudança de pensamento da organização, refletindo seus

hábitos no cenário atual e suas interações aos processos concluídos e emergentes

(MINTZBERG, 1995).

Quando a solicitação de mudança for aprovada pelo gerente, será definido o

grau de prioridade para depois definir a ação, conforme representado na figura 4 do

fluxograma abaixo.

29

Figura 4 – Fluxograma de Mudança Fonte: Light Energia, 2014

O fluxograma também conhecido como mapas de processos, é uma

representação gráfica que permite a visualização da sequência de etapas de um

processo, indicando seu fluxo de atividades, ajudando a identificar eventuais fontes

de problemas e oportunidades de melhorias.

MOTTA (2001, p. 224) afirma que,

[...] a mudança organizacional é mais do que um processo de planejamento e ação com vistas a resultados. O processo é incerto, descontínuo e conflitante, envolvendo a ação e reação das pessoas. Certamente, seria mais fácil realizar uma mudança em que todas as pessoas envolvidas aceitassem, com atitudes reais, porém, essa aceitação é um processo complexo na medida em que conduzir a mudança é gerenciar um gap entre a percepção da realidade vivida e a proposta de mudança. A percepção humana a respeito da mudança e as suas reações na forma de resistência tornam-se assim variáveis intervenientes na sua implementação e no seu resultado.

A diretoria da LIGHT ENERGIA S.A. entende que a chave do seu sucesso e

da sua vantagem competitiva está em oferecer e incentivar a qualificação

progressiva dos empregados.

30

O Programa de Treinamento e Desenvolvimento da Light Energia S.A.

destina-se a todos os empregados sejam eles ocupantes dos cargos de carreira

gerencial, técnica ou operacional.

Seu planejamento tem como premissa os requisitos do negócio, diretrizes da

organização, planos de sucessão e está alinhado ao processo de aprendizado, ou

seja, considera os eixos de carreira e os níveis de complexidade para a definição

das soluções de aprendizagem, em um ambiente de constantes mudanças,

referenciados seguir (LIGHT ENERGIA S.A., 2014):

• Identificar necessidades de treinamento;

• Identificar oportunidades de desenvolvimento;

• Obter treinamentos de fontes de competência reconhecida;

• Desenvolver planos de capacitação que levem em consideração:

• Verificar eficácia dos treinamentos realizados;

• Manter matriz de habilidades atualizada;

• Manter os registros de treinamentos.

Outro ponto importante que há necessidade de interferência de pessoas,

bastante usado nas empresas é a terceirização de serviços, mão de obra

qualificada e especializada onde propicia bons resultados para todas as partes

envolvidas. A terceirização deve ser entendida como estratégia de administração,

cujo objetivo é tornar a empresa mais organizada e competitiva.

A terceirização faz parte do constante processo de busca pela maior

eficiência do processo produtivo da empresa que não seja o seu principal foco de

atividade, promovendo uma divisão e distribuição de atividades especializadas que

não sejam de seu interesse. Isto refletirá em uma maior qualidade do serviço

prestado e uma maior produtividade de execução (LIGHT ENERGIA S.A., 2014).

Utilizada como estratégia embutida nos objetivos definidos em geral pela

organização, a terceirização não deve ser tratada apenas para a conquista da

redução de custo. A prática da terceirização pode trazer ganhos expressivos se for

bem empregada, porém, também pode trazer sérios prejuízos caso não se

estabeleça e cumpra aos critérios de qualidade do fornecimento dos serviços

alinhos aos interesses da empresa.

31

De acordo com o senso comum dos funcionários da LIGHT ENERGIA S.A.

da, ocorrem terceirizações que visam otimizar processos, reduzir custos mas a

abordagem está direcionada apenas para um único aspecto: fechar contratos com

o menor preço. Isso é muito preocupante pois não se atentam com a qualidade dos

serviços que serão prestados ou mesmo da estrutura que a empresa irá fornecer,

podendo impactar diretamente em suas atividades, metas, indicadores de

desempenho e a imagem da empresa para seus clientes e acionistas. É importante

conhecer as aptidões, experiências, saude financeira da empresa, se a empresa já

prestou serviços similares em outras organizações do mesmo segmento, sua

política e indicadores de segurança, treinamentos realizados e exigidos para seus

funcionários, entre outros critérios.

2.2.2 Gestão das Informações

BRAGA (2007) descreve que a Gestão da Informação tem todos os recursos

relevantes para a organização, tanto a de recursos gerados internamente, como os

produzidos externamente o que possibilita a interação entre as várias “partes” que

a constituem, e fazendo apelo, sempre que necessário, à tecnologia da informação.

Portanto encontra-se na segunda fatia da pirâmide da figura 02, a “Gestão

das Informações”, onde serão abordados: o Gerenciamento de Informação,

Informações Confiáveis e Ferramentas de Gestão, tratados a seguir.

2.2.2.1 Gerenciamento de Informação

Seguindo a premissa que há um volume muito grande de informações e

estas informações nem sempre estão disponíveis em tempo hábil, faz-se

necessário gerenciar este recurso, que muitas das vezes não é empregado de

forma adequada, afirma MARCHIORI (2002).

A Gestão da Informação tem como objetivo sistematizar as informações de

forma centralizada, para através dos conhecimentos já adquiridos, dados

coletados, padronizações implementadas, irão sanar as deficientes encontradas no

dia a dia. Ao colocar em prática conceitos de Gestão Estratégica aliado à

Tecnologia da Informação o acesso a estas informações se tornam mais ageis e

precisas para as pessoas dentro da empresa.

32

Sendo assim, MCGEE e PRUSAK (1994, p. 24) defendem que,

[...] a informação não é formada apenas por dados coletados, mas sim por dados coletados, organizados, ordenados e submetidos a um determinado contexto, para que, dessa forma, possuam significado. Logo, para que dados se transformem em informação, eles devem ser estruturados, interpretados e inseridos num contexto específico por usuário.

Portanto, a informação serve de base para tomadas de decisões

estratégicas pela empresa. As decisões estratégicas são adotadas pelos gestores,

acionistas e precede toda e qualquer ação, independente do processo

organizacional pelo qual foram tomadas. Possibilita a criação de novos produtos e

serviços e aperfeiçoa a qualidade do processo decisório.

A informação representa, atualmente, uma poderosa "ferramenta" de análise

para a empresa, pois em seu processo de tomada de decisões permite a empresa

a detectar problemas, ameaças, tendências e oportunidades de melhoria em sua

operação, observa (SIQUEIRA, 2005).

Portanto, é inevitável que se procure manter o sistema de controle da

documentação em dia, garantindo uma maior sinergia com outras áreas o que

proporcionará uma maior aproximação entre as pessoas e facilidades em obter as

informações mais atualizadas, logo os controles aos documentos também estarão.

Com o avanço tecnológico, sistemas, processos e equipamentos que estão

sendo instalados nas usinas e escritórios estão possuindo cada vez mais memória

e capacidade de processamento. Consequentemente analisam mais informações

de processo e disponibilizam esses dados em tempo real e na forma de

diagnósticos, históricos ou mesmo gerando uma maior quantidade de informações

disponíveis por softwares e disponível em ferramentas on-line para visualização e

monitoramento.

O uso eficaz destas informações pode melhorar a produtividade da empresa,

mas desde que sejam bem conduzidas, bem estrutura em ferramentas específicas,

bem integradas aos setores e disponíves para os funcionários com uma navegação

amigável. A divulgação e a capacitação das pessoas as novas ferramentas são

primordiais para a disseminação das informações a todos os interessados e ao

alcance dos resultados.

33

Portanto OLETO (2006, p. 59) apresenta,

[...] parâmetros de qualidade da informação, com base em dois focos: a

abordagem da qualidade da informação baseada no pro duto , que lida

com a informação como coisa e atribui a ela características como

“abrangência, acessibilidade, atualidade, confiabilidade, objetividade,

precisão e validade”, e a abordagem da qualidade da informação baseada

no usuário, que busca atender às necessidades de uso da informação,

verificadas por meio de pesquisas, dentre as quais se encontram a

adequação da indexação e classificação das informações, a eficiência na

recuperação destas, sua eficácia, impacto, relevância e utilidade.

Independente da tecnologia de hardware que se utilize, as empresas já

perceberam os benefícios de se empregar um sistema de gerenciamento,

principalmente por fornecer informações precisas e em tempo real, visualizações

gerais de processos, de equipamentos cadastrados por fornecedores, compilação

de dados, gestão de custos e monitoramento do sistema aumentando a eficiência e

facilitando os setores e gerência.

Para que não aconteça uma avalanche de dados inúteis é preciso um

mecanismo padrão de interpretação e apresentação da informação. A figura 5

abaixo apresenta o Fluxograma de Informações – Índices Desempenho

Operacional.

34

Figura 5 – Fluxo de Informações – Índices Desempenho Operacional Fonte:Light Energia S.A. (2014)

Ainda sobre o Gerenciamento da Informação a seguir serão detalhadas

algumas ferramentas utilizadas na Light Energia S. A. como: Gerenciamento

Eletrônico de Documentos (GED), Sistema Integrado de Gestão Empresarial

(Enterprise Resource Planning – ERP), Sistema Integrado de Gestão (SGI) e

Inteligência Empresarial (Business Intelligence - BI).

35

2.2.2.2 Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED)

De acordo com BALDAM (2002), GED é a tecnologia que provê facilidades

para armazenar, localizar e recuperar informações existentes documentadas

através de dados eletrônicos durante todo o seu "Ciclo de Vida".

Segundo considerações de KOCK (1998, p. 23):

[...] “o GED objetiva gerenciar o ciclo de vida das informações desde sua criação até o seu arquivamento. As informações podem, originalmente, estar registradas em mídias analógicas ou digitais em todas as fases de sua vida”.

Para HADDAD (2000, p.14) diz que,

[...] o GED possui suas próprias características, das quais a principal é a de ser um instrumento que possibilita às organizações dinamizar, racionalizar e disseminar o acesso à informação, facilitando desta forma a tomada de decisões para a estratégia das organizações.

Portanto a utilização de sistemas Gerenciamento Eletrônico de Documentos

(GED) na empresa tornou-se eminente, devido à necessidade de lidar com grandes

volumes de informações, permitindo armazenar, compartilhar, mas, sobretudo

controlar os documentos e desenhos antigos evitando extravios ou perdas. Além de

tornar o acesso as informações dos usuários mais rápida e segura, principalmente

aos desenhos técnicos dos equipamentos dispostos nas instalações das usinas

que ficam armazenados em armários no arquivo técnico do escritório da

engenharia e nas usinas, desde suas construções ou mesmo das modernizações

que foram sendo realizadas ao longo do tempo e que já encontram-se

deteriorados.

A figura 6 abaixo apresenta a tela do GED implementado na empresa.

36

Figura 6 – Tela do GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos Fonte: Light Energia S.A. (2014).

De acordo com o senso comum entre os funcionários da empresa, a

implantação do GED também foi feita para melhorar e agilizar o tempo de busca

desses documentos, organizando eletronicamente as instalações da empresa,

dividindo por sistemas e por disciplinas, economizando espaço físico nos armários

dos arquivos técnicos e gerando uma considerável economia de papéis impressos

e armazenados. Porém, é de extrema importância que os documentos sejam

disponibilizados no GED sempre atualizados, quando forem realizadas

modernizações nas instalações ou serviços emergenciais de reparo, ficando

disponível para acesso e consulta sempre a última revisão, tendo veracidade e

confiabilidade das informações a serem pesquisadas.

Na figura 7 do quadro abaixo, serão apresentadas algumas das principais

diferenças entre documentos em papel e no GED:

37

Figura 7 – Comparação entre atividades de recuperação de documentos em papel e GED Fonte: Adaptado de Baldam, Valle e Cavalcante (2002).

2.2.2.3 Sistema Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning – ERP)

A competição global das empresas vem exigindo rapidez na tomada de

decisão, tornando-se fundamental a implementação do sistema para integrar a

produção ao sistema de negócios da empresa, não comprometendo a prazos

estabelecidos a seus clientes, tendo um maior produtividade, qualidade de seus

serviços e consequentemente reduzindo custos diretos e indiretos de desvios que

possam surgir.

Segundo HICKS (1995, p.49):

O ERP está essencialmente ligado a garantir que as decisões de manufatura de uma empresa não sejam feitas sem levar em consideração seus impactos sobre a cadeia de fornecimento, tanto para frente como para trás. Indo mais adiante, as decisões de produção são afetadas e afetam todas as outras áreas da empresa, incluindo a engenharia, contabilidade e marketing. Para tomar melhores decisões, é necessário levar em consideração todas estas importantes intereações dentro da empresa. O softaware é o meio para conseguir esta integração do processo de decissão.

Portanto, de acordo com senso comum entre os funcionários da empresa,

com a implementação do ERP é possível administrar a empresa como um todo,

38

centralizando todas as informações relativas as áreas de negócios, proporcionando

significativas vantagens para quem a gerencia e quem executa as atividades

diárias envolvidos dos processos da empresa.

As principais vantagens do ERP em uma empresa são (DAVENPORT,

1998):

• Redução de custos: Com a facilidade de monitoramento da

organização como um todo, pode rapidamente localizar os processos críticos que

geram despesas e aos insumos estocados, podendo replanejar para evitar

impactos financeiros que este mal imprego possa gerar.

• Otimização do fluxo de informações: Pode definir quais setores

empresariais estão com deficiência e que medidas devem ser tomadas para que o

fluxo de informações flua de forma satisfatória para não interferirem nos processos.

• Otimização no processo de decisão: Com as informações

consolidadas e os processos bem definidos facilitam para as tomadas de decisões

dentro da organização.

CATUNDA (2000, p.12) diz,

[...] no entanto, há pontos negativos envolvidos na adoção desses sistemas. O principal é, sem dúvidas, o alto custo envolvido em sua implementação. A ser mais claro, têm-se os custos de infra-estrutura computacional, de aquisição de licença de uso do ERP, de treinamento e consultoria para a implementação.

Abaixo a figura 8 representa a estrutura típica de funcionamento de um

sistema ERP em uma organização.

Figura 8 – Estrutura Típica de Funcionamento de um Sistema ERP Fonte: DAVENPORT, 1998, p. 316.

39

Segundo HABERKON (2005, p. 22),

[...] ERP é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre todas as atividades da empresa como fabricação, logística, finanças e recursos humanos. É um sistema amplo de soluções e informações. Um banco de dados único, operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações, consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional.

Portanto, todas as pessoas envolvidas das áreas da empresa terão

condições de monitorar a qualquer momento o mesmo banco de dados no sistema,

acompanhando os pedidos dos clientes que após análise e aprovação do setor

responsável, automaticamente disponibilizará as demais áreas, acesso as

informações para que possam manter atualizadas as pessoas sobre o andamento

do processo e darem a elas, autorizações para prosseguirem conduzindo as

demais etapas do processo.

O ERP também consegue aplicar essa transparência e agilidade a outros

processos da empresa, tal qual manter os funcionários informados sobre seus

benefícios ou decisões financeiras em geral.

2.2.2.4 Sistema de Gestão Integrado – SGI

Segundo FROSINI e CARVALHO (1995, p.40),

[...] um sistema de gestão é conceituado como o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, cujos componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa específica e atingem ou mantém um dado resultado.

Para BENITE (2004, p.99),

A integração pode ser vista como “uma oportunidade para reduzir custos com o desenvolvimento e manutenção de sistemas separados, ou de inúmeros programas e ações que, na maioria das vezes, sobrepõem-se e acarretam gastos desnecessários”.

Portanto, o SGI surge na empresa, buscando realizar a integração dos

processos de qualidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional e

responsabilidade social conforme a execução dos serviços prestados pela

40

empresa. Com a crescente pressão imposta pela diretoria de se fazer mais com

menos, a integração do sistema de gestão, se torna uma excelente oportunidade

para reduzir custos, com a adoção de programas e ações integradas,

desenvolvidas para se evitar sobreposições e manutenções de sistemas separados

que geram gastos desnecessários.

O gerenciamento das normas de gestão específicas (ISO 9001, ISO 14000 e

OHSAS 18001) são sistematizadas e definem a eficácia da organização, seus

impactos aos riscos associados à sua atividade no que diz respeito a qualidade,

gestão ambiental e segurança e saude no trabalho. Por outro lado, e por ser mais

abrangente que as demais normas de gestão, a NBR 16001 define como sistema

de gestão da responsabilidade social que contribue para aumentar a confiabilidade

e a credibilidade do processo de certificação, fazendo com que as empresas

comprometidas com o desenvolvimento sustentável, possam melhor avaliar e

demonstrar às partes interessadas, suas práticas de responsabilidade social.

Segundo VITERBO (1998, p.15):

[...] analisando-se sob o aspecto empresarial, os objetivos de um sistema de gestão são o de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou serviços oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado (através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a satisfação dos funcionários com a organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o respeito ao meio ambiente. As estruturas das normas de gestão são semelhantes e fundem-se num único modelo de gestão.

2.2.2.5 Inteligência Empresarial (Business Intelligence - BI)

Para CHOO (1998 p. 5),

[...] a inteligência empresaria tem uma estreita ligação com a gestão do conhecimento, principalmente em relação à busca de informações e à elaboração de sentido (sense making) em relação ao ambiente externo e à tomada de decisão (decision making). O foco da inteligência empresarial são os sistemas de informação organizacionais.

Portanto, o Business Intelligence (BI) ou Inteligência Empresarial está ligado

à capacidade de tomadas de decisões pelas pessoas em posições estratégicas

dentro da empresa, o alto escalão, sejam acionistas, investidores, presidente ou

diretores, pessoas com poder de adotar mudanças na empresa, para definir o rumo

41

que a empresa passará a seguir, internamente (estrutura, recursos humanos,

financeiros, materiais, etc) ou externamente (mercado, concorrência, econômico,

etc.).

Este é um sistema que provê informações em nível estratégico subsidiado

por adequações, reformulações, adaptações e modernizações que se façam

necessárias diante planejamentos adotados pela alta direção da empresa LIGHT

ENERGIA S.A.

2.2.2.6 Informações Confiáveis

De acordo com o senso comum entre os funcionários da empresa, para se

ter “informações confiáveis” precisam ter alinhados dois fatores primordiais: boas

intenções das pessoas e de competências na condução destas informações,

procurando executar as atividades corretas de forma verdadeiramente objetiva.

Abaixo na figura 9 está representada no fluxograma uma proposição para o fluxo

de informações para se buscar alcançar uma confiabilidade das informações na

empresa.

Figura 9 - Fluxograma das Informações Confiáveis Fonte:Light Energia S.A. (2014)

Gestão Eletrônica de Documentos

Confiabilidade nos processos

de compra

Consulta a documentos

On-line

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Confiabilidade das informações Notas

Técnicas

Informações do ERP

Histórico de

Intervenções

Informações relevantes

42

2.2.2.7 Ferramentas de Gestão

De acordo com o senso comum entre os funcionários da empresa, está

solução proposta promove a proposição para a para implantação de um modelo de

gestão baseado em indicadores e metas, bem como o acompanhento sistemático

da execução e dos resultados. O estabelecimento dessas estratégias para a

empresa nas principais áreas funcionais: operação/ manutenção, financeira,

suprimentos e engenharia direcionará para tomada de decisões mais assertivas.

Portanto, o propósito maior é que se desenvolva não apenas o pensamento

estratégico, mas também a prática de estabelecimento de estratégias para a

empresa, de modo a direcioná-la e guiá-la diante as coletas de todas as

informações necessárias para realizações das atividades do projeto no sentindo de

tomar decisões mais acertadas, que sejam fruto da reflexão, pesquisas e

conhecimento de seu ambiente, de atuação integrados com os demais setores

interessados. Abaixo a figura 10 representa o fluxograma para uma ferramenta de

gestão.

Figura 10: Ferramentas de Gestão Fonte:Light Energia S.A. (2014)

Atendimento as usinas – O&M

Custos

Planos de Ação - PM

Acompanhamento/ Execução

Itens de Controle - FRM

Relatório de Custos (Excel)

Engenharia Aquisições

PPUU

Ferramentas

de Gestão

Especificações Técnicas

OPEX

Suprimentos

Seguro/ Garantia

Jurídico

Contratação

CAPEX

43

2.2.3 Gerência da Operação e Manutenção das Usinas

Na terceira fatia da pirâmide da figura 2 encontram-se a Gerência da

Operação e Manutenção e o Planejamento da Gerência da Engenharia.

Inicialmente irá ser tratado o Gerenciamento da Operação e Manutenção com as

subdivisões a seguir: Política de Manutenção e Rotina das Manutenções.

Todo o gerenciamendo da manutenção das usinas são controlados no ERP.

Tem como objetivo: redução de custos; manter as unidades geradoras e seus

periféricos em funcionamento, logo reduzindo os tempos de não disponibilidade

dos equipamentos, reduzir emergências e número de avarias, aumentar o tempo

de vida útil dos equipamentos, controlar estoque e solicitar apoio da engenheira

para suporte técnico, melhorias e contratação/ modernização de equipamentos

para implementações de novas tecnologias.

2.2.3.1 Política de Manutenção

Cabe lembrar que já houve tempo em que a manutenção era vista como

setor que deveria simplesmente manter em condições satisfatórias os ativos das

empresas, por meios de inspeções, reparos e substituições. Essa mentalidade

permanece até nos dias de hoje em muitas empresas, sendo vista como uma área

que apenas gera gastos dentro do processo produtivo, além de impactar a

operação, quando se tem que fazer intervenções em unidades geradoras e

equipamentos. Porém nos dias de hoje essa mentalidade tem se mudado, a partir

do momento em que a disponibilidade de recursos da operação tornou-se fator

crucial para o atendimento dos objetivos estratégicos das empresas, impactando

diretamente na produção de energia. Portanto, seria impossível pensar no setor de

manutenção como uma área isolada do planejamento estratégico. (MIRSHAWKA e

OLMEDO 1994).

A rigor, trazendo para os dias atuais, fica evidente que as boas formas de se

determinar o grau de criticidade de cada unidade geradora ou equipamento devem

ser estabelecidas conjuntamente entre a manutenção e a operação.

A Política de Manutenção descreve as inter-relações entre os escalões de

manutenção, os níveis de intervenção e os níveis de manutenção a serem

44

aplicados para a manutenção de um item (NBR 5462-1994 – Confiabilidade e

Mantenabilidade). Consiste na estratégia que rege as decisões gerenciais.

A Política de Manutenção define os meios para manter os equipamentos

dentro do desempenho esperado. A partir da Política de Manutenção, definem-se

os Planos de Inspeções, Manutenção e Melhorias, como mostra a figura 11 a

seguir.

Manutenção

Suprimentos

Figura 11 – Política de Manutenção Fonte:Light Energia S.A. (2014)

2.2.3.2 Rotinas da Manutenção

Dentre as estratégias de produção e, mais ainda, dentro as prioridades

competitivas, uma das mais discutidas nos últimos anos é a flexibilidade. Não se

pode ignorar que mudanças estratégicas venham estabelecer objetivos

diferenciados voltados, ora para custos, ora para inovação, ora para qualidade,

enfim várias podem ser as possibilidades de se deparar com prioridade

diferenciada em momentos distintos.

Muito embora vários estudos tenham colocado a preocupação com a

disponibilidade dos recursos necessários para flexibilizar os processos produtivos,

nota-se que, quando o assunto se refere às unidades geradoras e equipamentos,

há uma preocupação maior com novas tecnologias do que com a preservação das

vigentes (SALERNO 1995).

Para AMATO NETO (2001, p. 114), percebe-se, então,

Criticidade de

Equipamentos

Criticidade de Sobressalentes

Política de Manutenção

Gestão de Estoques

Planos de Inspeção

Avaliação de Confiabilidade

Planos de Manutenção

45

[...] um maior direcionamento de foco ao cliente e ao consequente atendimento de suas necessidades e anseios, independente das condições necessárias para atendê-los. É certo que tal preocupação faz parte da grande maioria dos modelos adotados nos últimos anos, levando-se em conta que um cliente mal atendido pode representar um prejuízo enerome para qualquer empresa que queira ser reconhecida como empresa de primeira linha ou, ainda, empresa classe mundial.

Sendo assim, a manutenção, como uma função inerente e relevante para um

bom desempenho produtivo, não pode ter suas políticas estabelecidas com base

em metodologias recomendadas por puro modernismo administrativo ou, ainda

pior, por modismo injustificados. Há a necessidade de se analisar formas de se

estabelecer objetivos de manutenção baseados nos objetivos da produção, assim

como técnicas que possam direcionar tais ações para a melhoria do desempenho

de toda a organização.

Ainda sobre a Rotina de Manutenção a seguir serão detalhados alguns

conceitos da manutenção e estratégias da manutenção empregados na Light

Energia S. A.

2.2.3.3 Conceitos da Manutenção

2.2.3.3.1. Manutenção

Combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de

supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa

desempenhar uma função requerida. A manutenção pode incluir uma modificação

de um item. (ABNT NBR 5462 – 1994).

2.2.3.3.2. Manutenção Planejada

O conceito básico no processo é estabelecer as ações de manutenção do

desempenho da função padrão o “ciclo de vida“ dos equipamentos e/ou

instalações, de maneira planejada, desde a sua introdução no processo produtivo.

Um trabalho de manutenção de forma planejada dentro dos conceitos técnicos da

análise sistêmica das funções é geralmente três vezes mais eficiente do que um

“planejado“ no momento em que surge a oportunidade de intervenção de reparo, ou

seja, quando ocorre a perda da função.

Para implementação da visão sistêmica de manutenção planejada para o

“ciclo de vida dos ativos“, se faz necessário desenvolver times de trabalhos focados

46

no planejamento e na documentação, de acordo com o novo processo de

gerenciamento das atividades de manutenção.

A Manutenção Planejada representa a consolidação das atividades que

compõem a manutenção dia a dia, ou seja, as estruturações básicas da

manutenção, focando a eliminação de defeitos, planejamento e programação,

padronização das tarefas, gestão de materiais e serviços e a eliminação de

retrabalho (fazer certo da primeira vez).

2.2.3.3.3. Manutenção Pró-ativa

Esta manutenção constitui o sucesso da manutenção do dia a dia, utilizando-

se de técnicas preventivas e preditivas, monitora-se o histórico dos equipamentos

para acompanhar a previsibilidade das falhas, a fim de otimizar o processo de

manutenção e reduzir os eventos de falhas.

2.2.3.3.4. Manutenção Preventiva

Manutenção Preventiva é a manutenção efetuada em intervalos

predeterminada, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a

probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item (ABNT NBR

5462 – 1994).

Consiste em programar revisões ou troca de componentes baseados no

fator tempo de utilização. É muito eficaz para problemas simples, porém não

resolve degradações relacionadas a má utilização de componentes ou

componentes com vida útil menor do que a esperada.

Depende muito dos tempos de utilização adotados para troca (normalmente

baseados em estimativas ou levantamentos empíricos), uma vez que se forem

subestimados poderão ocorrer problemas no processo e se forem superestimados

haverá desperdício na troca de um componente que ainda não chegou ao final de

sua vida útil.

2.2.3.3.5. Manutenção Preventiva Periódica (MPP)

Manutenção preventiva programada segue critérios preestabelecidos pela

empresa, utiza-se um período estipulado para intervir no equipamento, podendo ser

47

definida por horas de funcionamento, plano anual, dias calendário, ciclo de

operação, etc. Ex: Manutenção preventiva periódica anual.

2.2.3.3.6. Manutenção Preventiva Aperiódica (MPA)

Manutenção preventiva programada em função da inspeção diária em um

equipamento para verificar sua condição operativa, podendo suspeitar de um

defeito ou falha, portanto, é necessário a intervenção para atuação e normalização.

Ex: Uma OM (Ordem de Manutenção)

2.2.3.3.7. Manutenção Corretiva

Manutenção Corretiva é a manutenção em que a intervenção ocorre apenas

quando um equipamento quebra ou para de funcionar. Em equipamentos de

grande importância na planta industrial, este é um método caro e pouco funcional.

2.2.3.3.8. Manutenção Corretiva de Emergência (MCE)

Manutenção corretiva que é efetuada após a ocorrência de uma pane

destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida.

Não há tempo para programar e planejar o serviço, pois a manutenção tem de ser

iniciada imediatamente.

2.2.3.3.9. Manutenção Crítica

Manutenção crítica são atividades em que o conhecimento de manutenção

não é facilmente encontrado no mercado ou então é específico dos equipamentos

do processo da empresa. Exigindo a retenção deste conhecimento por parte da

Gerência de Manutenção através de treinamento e disposição adequada de

documentos (desenhos, histórico de intervenções).

2.2.3.3.10. Manutenção Preditiva

Manutenção Preditiva é uma subdivisão da manutenção preventiva. São as

manutenções que permitem garantir uma qualidade de serviço desejada, sem

impactar no equipamento, pois consiste em realização a verificação através da

aplicação de técnicas de análises de vibração, ultra-som e etc., não necessitando

48

em parada do equipamento para intervir, Ex: Análise de vibração, análise de ultra-

som e etc.

2.2.3.4 Estratégias da Manutenção

O planejamento estratégico da atividade de manutenção consiste em ter as

equipes atuando para evitarem que ocorram falhas, reparos, desarmes indevidos

em seus equipamentos e unidades geradoras da usina, e não apenas na correção

dos mesmos. Mas principalmente para garantir a integridade, disponibilidade das

funções operacionais dos equipamentos e instalações de modo a atender ao

processo normal de operação da geração de energia com confiabilidade, zelando

sempre pela eficiência e eficácia, contribuindo diretamente para o faturamento e

lucro da empresa, segurança da instalação, segurança do pessoal e preservação

do meio ambiente.

As diretrizes da manutenção definem as periodicidades de inspeções para

realizações das manutenções que estão direcionadas na empresa para as

manutenções preditivas e as manutenções preventivas nos equipamentos

eletromecânicos e auxiliares das unidades geradoras que não dependem para

serem realizadas com a unidade geradora parada. Também apresenta uma

descrição suscinta do motivo da intervenção e do planejamento da quantidade de

homem hora para a realização dos serviços, sendo portanto importante o

acompanhamento sistêmico para:

• Focar na manutenção preventiva e preditiva;

• Elaborar e utilizar os procedimentos de manutenção;

• Diagnosticar e solucionar as anomalias detectados;

• Monitorar os equipamentos críticos;

• Cadastrar as anomalias;

• Aumentar a confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos;

Abaixo a figura 12 representa um modelo da planilha das diretrizes da

manutenção preventiva do setor da elétrica para o monitamento e controle dos

equipamentos auxiliares elétricos das usinas.

49

Figura 12: Modelo de uma Planilha das Diretrizes da Manutenção Elétrica Fonte: Light Energia S.A. (2014)

Após a execução das inspeções de rotina são registradas as anormalidades

na Folha de Registro de Manutenção Preventiva – FRM e cadastradas no sistema

ERP.

Abaixo as figuras 13 e 14 mostram um modelo da Folha de Registro de

Manutenção Preventiva para ser seguida em um equipamento da usina.

50

Figura 13: Modelo de uma FRM Fonte: Light Energia S.A. (2014)

Figura 14: Modelo de uma RM Fonte: Light Energia S.A. (2014)

51

Os dados coletados e cadastrados no ERP permite programar as atividades

do Planejamento das Manutenções Preventivas, Manutenções Corretivas

Emergenciais e dos Programas de Parada das Unidades Geradoras Usinas –

PPUUs que são definidas e realizadas anualmente nas usinas, diante planejamento

e priorização das atividades que estão programadas para serem atacadas pela

manutenção e pela engenharia para as novas implementações de serviços

contratados para modernizações de equipamentos ou novas tecnologias.

Abaixo as figuras 15 e 16 mostram um modelo do Plano de Manutenção

Preventivo das Usinas e um modelo do Programa de a Folha de Registro de

Manutenção Preventiva para ser seguida em um equipamento da usina.

Figura 15: Modelo de um Plano de Manutenção Preventiva em equipamentos auxiliares Fonte: Light Energia S.A. (2014)

52

Figura 16: Modelo de um Programa de Parada de Unidade de Usina – PPUU Fonte: Light Energia S.A. (2014)

2.2.4 Planejamento da Gerência de Engenharia

O Planejamento da Gerência de Engenharia encontra-se na terceira fatia da

pirâmide da figura 2, alinhado juntamente com a Gerência de O&M que foi

mencionada anteriormente. A seguir será descrito a importância e o papel de

destaque da Gerência da Engenharia para a empresa LIGHT ENERGIA S.A. com

as subdivisões: Gerência de Engenharia e Ciclo PDCA.

A Gerência da Engenharia atua em projetos de melhoria e modernizações

dos processos de geração de energia das usinas, desde a concepção até a

implementação. A área é também responsável pela gestão de contratos com

53

empresas fornecedoras de serviços e materiais que foram adquiridos. Pode

trabalhar também como suporte aos setores da empresa, tendo flexibilidade diante

eventuais necessidades e disponibilidade de sua equipe.

Como engenharia de melhorias atua ainda na melhoria contínua sustentável

dos processos das usinas da empresa, trabalhando com metas, análise e coleta de

dados para mostrar tendências, análise das melhorias, para sar subsídios para a

Gerência de O&M ajustar os planos de manutenção corretiva planejada, preventiva

e preditiva em planos de melhorias e resultados de monitoramento.

A Gerência da Engenharia, juntamente com outras áreas, busca alternativas

para contornar ou solucionar os problemas encontrados nas usinas como

equipamentos obsoletos que estão sendo descontinuados e sem sobressalentes.

Alguns problemas operacionais, por exemplo, podem ser solucionados

facilmente no curto prazo pela própria equipe de O&M das usinas. Contudo, alguns

problemas de processo podem estar relacionados a inadequações no projeto de

equipamentos, sendo que as ações corretivas associadas podem ser de

médio/longo prazo. Desta forma, o setor estará entrando em contato com a

Gerência da Engenharia para que sejam estudadas, também conjuntamente, as

viabilidades técnica e econômica de se implementar as alterações sugeridas.

As equipes de processo, Gerência de O&M e Gerência de Engenharia irão

trabalhar para definirem então um plano de ação de médio/longo prazo. Desta

forma, a comunicação com as equipes locais de operação, processo e manutenção

será periódica através do envio de relatórios e planos de ações. A efetiva execução

do plano de ação e a eficácia da intervenção proposta será gerenciada pela

engenharia de manutenção. A figura 17 abaixo representa as interfaces da

Gerência da Engenharia.

54

Figura 17 – Interfaces da Gerência da Engenharia Fonte:próprio autor

Ainda sobre o Planejamento da Gerência de Engenharia a seguir serão

detalhadas algumas ferramentas utilizadas na Light Energia S. A. como:

Fluxograma de Engenharia e Ciclo PDCA.

2.2.4.1 Fluxograma de Engenharia

Os objetivos estudados e discutidos pela Gerência da Engenharia são para

tratar oportunidades nas áreas da empresa na busca do aumento da vida útil dos

equipamentos, através do desenvolvimento de novos equipamentos com melhor

performance, tecnologia avançada, promovendo um aumento de disponibilidade

operacional dos mesmos e buscando a redução dos custos atuais.

A LIGHT ENERGIA S.A. na busca de desenvolver seus projetos representa

suas rotinas de atividades no fluxograma abaixo, definindo sua postura quanto aos

pontos estratégicos estabelecidos para suas tomadas de decisões.

ENGENHARIA

SEGURO/

GARANTIA

ADMINISTRAÇÃO

GERÊNCIA DE OPERAÇÃO

E MANUTENÇÃO

SEGURANÇA

SUPRIMENTOS

JURÍDICO

FINANCEIRO

ATIVOS

55

A figura 18 apresenta um fluxograma mostrando as etapas para realizações

de projetos de engenharia.

Figura 18 – Fluxograma – Etapas para realização de projetos de engenharia Fonte:próprio autor.

2.2.4.2 Ciclo PDCA

Várias organizações brasileiras vem fazendo uso de diversas ferramentas

que nem sempre são eficazes para buscar efetivos mecanismos de avaliação de

sua gestão como instrumentos de melhoria.

Portanto a abordagem do ciclo do PDCA busca da melhoria contínua dos

processos de planejar, executar, verificar e agir para atingir os resultados (fins)

necessários à sobrevivência da empresa, reunindo conceitos básicos de

administração, sendo apresentada em uma estrutura clara e simples para ser

compreendida e gerenciada por qualquer organização.

ESCOPO PRELIMINAR

ESTRUTUTA ANALÍTICA DO PROJETO

PLANO DE GERENCIAMENTO DO

PROJETO

QUALIDADE

CUSTO

COMUNICAÇÃO

RECURSOS HUMANOS

GERÊNCIA DA ENGENHARIA

ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE ENGENHARIA

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Para WERKEMA (1995, p. 58),

[...] o ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.

Segundo MOURA (1997, p. 90) descreve,

[...] o ciclo PDCA como uma ferramenta que orienta a sequência de atividades para se gerenciar uma tarefa, processo, empresa, etc.

Todas as definições apresentadas regem uma sequência de atividades a

serem realizadas para que uma empresa atinja seus objetivos. A idéia de

sequênciar atividades está amplamente contida na estrutura do método do Ciclo

PDCA, que será detalhada a seguir.

A Light Energia S.A. entende que para buscar desenvolver o planejamento

adequado e analisar estatisticamente o controle, para ser aplicado na abordagem

de qualquer problema, qualquer situação, promovendo o aprendizado contínuo dos

processos, deverá constantemente aplicar o Ciclo PDCA .

Isto repercute positivamente na tomada de decisão da parte dos gestores,

pois favorece a obtenção de informações oportunas e confiáveis durante a

execução do projeto. A seguir a figura 19 nos mostra o ciclo do PDCA.

57

Figura 19 - Ciclo de Controle do PDCA (Plan, Do, Check e Action) Fonte: Campos (1996, p. 266)

Sendo assim, CAMPOS (1996, p.265) destaca que,

[...] em um primeiro momento, é realizado o planejamento, que envolve estabelecer objetivos, definir recursos, estratégias e selecionar indicadores. Depois, o planejamento é implantado (fazer) em duas etapas. Uma consiste em capacitar o pessoal em relação ao planejado. A outra, na execução das ações propriamente ditas. O ciclo continua com o monitoramento dos procedimentos e resultados que são observados como indicadores previamente estabelecidos. Esses resultados são comparados com aqueles previstos na etapa do planejamento. A partir dessa fase é necessário agir corretivamente, em uma espiral de contínuas melhorias.

Basicamente, o ciclo PDCA consiste em agir em quatro fases,

representadas pelas iniciais, em inglês, dos procedimentos a serem adotados:

Plan, Do, Check, Act, conforme detalhamento das fases abaixo:

2.2.4.2.1 Plan (planejar)

Na primeira fase do ciclo PDCA é considerada como a mais importante, por

ser no início do ciclo a realização de todo o planejamento, que deve ser bem

elaborado e detalhado minuciosamente para garantir a eficácia futura do ciclo, sem

comprometer as fases seguintes, que proverá informações e dados úteis que

embasará as demais etapas do método.

58

Nesta fase deve ocorrer o envolvimento de todas as pessoas interessadas

do ciclo para levantar e traçar um plano de ação efetivo com as definições das

responsabilidades de cada um, definição de objetivos, estratégias e metas a serem

alcançadas, prazos estipulados, recursos despendidos e etc. Basicamente os

passos a serem executados são:

• Identificar o que se quer (coletar dados);

• Estabelecer metas e definir métodos para atingí-las (plano de ação).

A figura 20 abaixo, ilustra um planejamento realizado “in loco” para uma

atividade específica, facilitando no levantamento e discussão das ações a serem

seguidas, os riscos envolvidos, responsabilidades de execução, tempo previsto,

ferramental necessários, que se bem mapeados, ao executar a atividade não

encontrarão dificuldades e nem imprevistos.

Figura 20 – Plan (planejar) Fonte: Siemens, 2006.

2.2.4.2.2 Do (executar)

Na segunda fase, deve ser colocado em prática, a execução de todas as

metas, estratégias e objetivos traçados na fase anterior, e devidamente registrados

em um plano de ação. Essa fase somente será viável se houver a existência de um

plano de ação bem estruturado e detalhado, evitando desvios ou esquecimento de

uma atividade.

Nesta fase, permite-se que o plano de ação seja praticado de forma

organizada, sem comprometimentos a outras atividades, evitando retrabalho,

59

permitindo maior eficácia das medidas a serem tomadas. Os passos a serem

executados são:

• Treinar, educar a equipe com o método definido;

• Executar o que foi planejado (por em prática o plano de ação).

Também, é fundamental para o sucesso da execução das atividades

descritas no plano de ação, que as pessoas inseridas na realização da mesma,

estejam preparadas, engajadas e comprometidas no que foram lhe designadas. A

figura 21 abaixo, ilustra a satisfação de um funcionário em realizar sua atividade

em que foi solicitado.

Figura:21 - Do (executar) Fonte: Ligia Fascioni, 2006.

2.2.4.2.3 Check (verificar)

Na terceira fase é a análise ou verifcação dos resultados alcançados e

dados coletados. Definido como a fase de verificação das ações executadas na

fase anterior, se baseando nos resultados das ações procedentes da fase de

planejamento.

Devido a esse fato, todas as ações deverão ser monitoradas e

formalizadas adequadamente na fase de execução, para que a verificação dos

resultados na fase em questão possa ser realizadada da maneira mais eficaz

possível, podendo ser detectados erros ou falhas. Os passos executados são:

• Medir os resultados obtidos;

• Testar e avaliar o método escolhido.

60

É muito importante que se tenha uma análise criteriosa dos resultados realizado e

planejado na fase de verificação, para que se mitigue os riscos e desvios

eminentes, que possam passar despercebido e comprometer ao planejamento

traçado. A figura 22 abaixo, ilustra a checagem de uma atividade por um

profissional “in loco”, sendo acompanhado por seus projetos.

Figura 22 - Check (verificar) Fonte: Ligia Fascioni 2006 2.2.4.2.4 Action (agir):

Na quarta e última fase é caracterizada como melhoria contínua do processo

de padronização das ações executadas, cuja eficácia foi verificada na fase anterior.

As ações nessa fase devem ser baseadas nos resultados obtidos na fase anterior.

Os passos a serem executados são:

• Corrigir e ajustar o processo para prevenir novas falhas;

• Refletir sobre as causas dos desvios.

É de suma importância o pronto atendimento na atividade quando

constatado uma irregularidade, promovendo a melhoria continua, atuação rápida,

podendo vir a afetar em algumas horas a mais despredidas naquela atividade ou

gastos a mais de material, porém, em algumas situações, a morosidade e o

descaso, pode vir a comprometer várias atividades ou até mesmo, em um

equipamento diretamente envolvido na atividade. A figura 23 abaixo, ilustra ações

tomadas por um profissional nas barras estatóricas de um gerador comprometido

durante sua instalação, evitando que se tenha danos irreversíveis.

61

Figura 23 – Action (agir) Fonte: Siemens, 2006.

Portanto em todo projeto, é necessário identificar soluções e recomendar

ações e através de diagnósticos realizados por profissionais especializados para a

avaliação de processos e/ou análise de dados, buscando minimizar as

possibilidades de falhas do projeto, evitando perdas e gastos indejados.

2.2.5 Gestão das Aquisições

Na quarta fatia da pirâmide da figura 2, encontra-se a Gestão da Aquisições,

com as subdivisões detalhadas a seguir: Gestão de Contratos e Execução da

Engenharia.

2.2.5.1 Gestão de Contratos

CASSIVI (2006, p. 249) cita que,

[...] com o aumento de importância das atividades logísticas, o ambiente mundial competitivo se transformou, gerando o avanço das cadeias de suprimentos integradas, e um potencial de terceirização e crescimento da colaboração entre parceiros de negócios e competidores.

Portanto, a Gestão de Contratos tem como objetivo efetivar os processos de

compras de materiais, bens e serviços necessários ao alacance dos objetivos da

empresa. É um dos principais pilares da empresa tendo uma considerável

importância estratégica, pois é um dos locais em que se aplicam os recursos

62

orçamentários existentes. Entende-se como gestão de contratos: compra,

aquisição e guarda dos materiais, bens e serviços necessários à manutenção e ao

desenvolvimento da empresa

Para isso são necessários empregos de ferramentas, sistemas e plataformas

tecnológicas, permitindo que empresas, compradores e fornecedores, possam

estar integrados, alinhados e conectados para facilitar uma compra, venda, gestão

sobre o contrato e dar abertura para a comunicação eletronicamente, sem ser

presencial ou momentânea, permitindo agilizar o processo sem depender da

disponibilidade da pessoa que estiver envolvida no processo, podendo flexibilizar o

acompanhamento ao andamento do processo online a qualquer momento.

CASSIVI (2006, p. 253) destaca ainda,

[...] que o uso das ferramentas eletrônicas colaborativas no ambiente produtivo traduz dois principais processos de inovação: os que promovem visibilidade entre os parceiros e os de suporte a implementação das estratégias da cadeia de suprimentos. Essas ferramentas habilitam a troca de informação em tempo real e o desenvolvimento de softwares auxilia na produção de informação em maior quantidade e qualidade. Sem dúvidas, essas mudanças alteraram o cenário em que as empresas se relacionam e ajudam a mitigar a complexidade envolvida no tema.

VEREECKE e MUYLLE (2006, p. 1176) destacam que,

[...] enquanto a colaboração no nível operacional é guiada por melhoria de eficiência das transações, a colaboração em um nível estratégico depende do compartilhamento ou ajuste dos objetivos das empresas e diferente formas de relacionamentos devem ser encorajadas ao longo da cadeia para que esses objetivos sejam alcançados.

A seguir a figura 24 nos mostra uma tela ilustrativa do Websupply

apresentando transações possíveis para serem realizadas.

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Figura 24 - Modelo de uma tela do Websupply Fonte: Light Energia S.A. (2014)

2.2.5.2 Execução da Engenharia

A equipe da engenharia tem como atividade principal dar apoio a Gerência

de O&M das usinas, contratar novos serviços e/ ou reparos dos equipamentos ou

sistemas da usina, contrator projetos e obras de modernizações dos parques de

geração, contribuindo para o bom funcionamento dos equipamentos com menor

índice de falhas, maior disponibilidade e menor custo, respeitando as Normas de

Segurança e do Meio Ambiente. Para isso as equipes de operação e manutenção

das usinas devem estar envolvidas e em dia com as programações planejadas isto

se faz através de inspeções, manutenções preventivas, corretivas, manutenções

por oportunidades e paradas programadas.

A equipe de manutenção é responsável por controlar: desgastes de

componentes, falhas, temperaturas anormais, sujeiras, contaminações e anomalias

em geral dos equipamentos, mantendo a disponibilidade dos equipamentos para

uma eficiência operacional dos mesmos, assim contribuindo para o processo

produtivo da LIGHT ENERGIA S.A.

64

2.2.6 Indicador de Desempenho

Na última fatia e mais estratégica da figura 2 está os Indicadores de

Desempenho para avaliar aspectos como a programação da execução da

manutenção, com seus resultados impactados na operação e refletidos diretamente

na receita da empresa. Portanto, propõe-se um conjunto de indicadores destinados

a medir a qualidade dos processos de manutenção para serem monitorados e

controlados.

Sem indicadores é quase impossível avaliar o desempenho de uma

organização e identificar os seus pontos fracos. A forma de avaliação destes

indicadores, junto com outros práticas de manutenção, baseados com conceitos

universais, irão facilitar ao profissional da área, a lidar com aplicações típicas que

incluem desde o planejamento de intervenções, programas de paradas de

máquinas, comissionamento de instalações, até a execução do serviço.

Partindo de definições genéricas de indicadores de desempenho como:

Confiabilidade, Eficiência, Eficácia, Produtividade, Qualidade entre outros, define-

se métodos e fórmulas para avaliação das atividades de manutenção.

Os indicadores de manutenção são desenvolvidos e utilizados pelos

gestores visando atingir as metas operacionais definidas pelas empresas. Devem

indicar onde e quais processos podem ser otimizados, conduzidos de modo a ter

um desempenho mais satisfatório.

Os indicadores fornecem os subsídios que irão direcionar tais mudanças,

possibilitando maximizar a eficiência e a melhoria dos resultados globais, além de

fornecer valores, que representam informações racionais e objetivas, as quais

quantificam o desempenho e eliminam o nível de subjetividade das medidas.

Devem ser utilizados também, para indicar pontos fracos e da sua analise facilitar a

identificação dos possíveis problemas que estão causando resultados indesejados.

A seguir representaremos abaixo na tabela alguns indicadores levantados

que são mais empregados na empresa LIGHT ENERGIA S.A. mostrando base de

cálculos para os indicadores buscando estabelecimento de metas para alcançar os

resultados esperados:

65

Item de Controle Descrição Forma de Cálculo

DIC Duração de interrupção

Individual

Intervalo de tempo que, no período de observação, em cada unidade consumidora do conjunto considerado ocorreu descontinuidade de energia elétrica.

FIC Frequência de Interrupção

Individual

Número de interrupções ocorridas, no

período de observação, em cada unidade

consumidora do conjunto considerado.

DEC

Duração Equivalente de

Interrupções por Unidade

Consumidora

Intervalo de tempo que, em média, no

período de observação, em cada unidade

consumidora do conjunto considerado

ocorreu descontinuidade da distribuição de

energia elétrica.

FEC

Frequência Equivalente de

Interrupções por Unidade

Consumidora

Número médio de interrupções ocorridas,

em média, no período de observação, em

cada unidade consumidora do conjunto

considerado.

Eficiência (%)

Percentual de horas padrão

produzidas em relação ao total

de horas reais trabalhadas

Eficiência = Σ horas padrão produzidas / Σ

horas reais trabalhadas

Retrabalho (%)

Relação entre as horas de

retrabalho e o total de Hh

executados no período

Retrabalho = Σ Hh retrabalho / Σ Hh total

Produtividade

(%)

Percentual de horas padrão

produzidas em relação às

horas diretas totais

Produtividade = Σ horas padrão

produzidas / Σ horas diretas totais

Unidades de produção (ou

movimentação) por hora

trabalhada

Produtividade = ton / hora

Rendimento (%)

Relação entre as horas

efetivamente trabalhadas e o

total de horas calendário

Rendimento = tempo operação / HC

Disponibilidade física (%)

Percentual de tempo em que o

equipamento ou sistema esteve

disponível para operar

DF = [(HC – HM) / HC] x 100

HC = horas calendário

HM = horas de manutenção (preventiva e

corretiva)

Disponibilidade

Intrínseca (%)

Relação entre o tempo médio

entre falhas e o tempo médio

para reparo

DI = MTBF / MTBF + MTTR

66

Utilização da

mão-de-obra

(%)

Percentual de horas reais

trabalhadas em relação às

horas diretas totais

Utilização = Σ horas reais trabalhadas / Σ

horas diretas totais

Utilização (%) Percentual do tempo utilizado

em relação ao tempo disponível

Utilização = tempo operação / tempo

disponível

Cumprimento

da programação

(%)

Percentual dos serviços

realizados em relação aos

serviços programados em um

período determinado

%Cump prog = Σ Hh executados / Σ Hh

programado

Cumprimento

das rotas de

inspeção (%)

Percentual entre as rotas de

inspeção realizadas e as rotas

de inspeção programadas

Cump. insp = Σ Hh de inspeção realizadas

/ Σ Hh de inspeção programadas

Índice de

manutenção

planejada (%)

Relação entre as horas de manutenção planejada e as

horas totais de manutenção no período

%Manut. Planej = Σ Hh de manutenção planejada / Σ Hh total de manutenção

Taxa de

Perfomance

devido à

manutenção (%)

Percentual de tempo em que o

sistema esteve operando sem

perdas de produtividade devido

a problemas de manutenção

Tx perf = [(HO – HPC) / HO] x 100

HO = horas operadas

HPC = Horas de perdas convertidas

Tempo médio

entre falhas –

MTBF (h)

Relação entre o tempo de

operação e o número de falhas

dos equipamentos

MTBF = (to(1)+to(2)+...+to(n)) / n

to = tempo de operação

n = número de ocorrências

Kilometragem

média entre

falhas – MKBF

(Km)

Relação entre kilometragem

percorrida e o número de falhas

dos equipamentos (Ferrovia)

MKBF = (ko(1)+ko(2)+...+ko(n)) / n

ko = tempo de operação

n = número de ocorrências corretivas

Tempo médio

para reparo –

MTTR (h)

Relação entre o tempo de

reparo dos equipamentos e o

número de falhas

MTTR = (tp(1)+tp(2)+...+tp(n)) / n

tp = tempo de parada corretiva

n = número de ocorrências corretivas

Tempo médio

entre ações de

manutenção –

MTBM (h)

Relação entre o tempo de

operação e as ações de

manutenção de qualquer

natureza

MTBM = (to(1)+to(2)+...+to(n)) / n

to = tempo de operação

n = número de ocorrências de qualquer

natureza

Tempo médio

de intervenções

preventivas e

corretivas –

Relação entre o tempo de

interrupção de qualquer

natureza e o número de

intervenções (inclui atrasos por

MDT = (tp(1)+tp(2)+...+tp(n)) / n

tp = tempo de parada

n = número de ocorrências de qualquer

natureza

67

MDT (Mean

Downtime) (h)

motivos administrativos ou

logísticos)

Custo horário

de manutenção

Relação entre o custo

executado e o total de horas

trabalhadas

Custo horário = R$ / horas trabalhadas

Quadro 1 – Indicadores de Desempenho Fonte: Light Energia S.A. (2014)

Ainda, abaixo estão descritos mais alguns indicadores de desempenho

importantes voltado para a manutenção empregados na Light Energia S.A. , que

são agregados na contabilidade para os cálculos de disponibilidade de geração das

unidades geradoras, definindo as metas anuais específicas das gerências e da

organização como um todo, listados a seguir:

• Árvore de Falhas: Método lógico sequencial de acontecimentos utilizado

para a análise da confiabilidade de um item. Técnica de análise de riscos.

• Análise de Falhas: Exame lógico e sistemático de um item que falhou, para

identificar e analisar o mecanismo, a causa e as conseqüências da falha

(NBR 5462-1994).

• Análise de Modos de Falha e de seus Efeitos (FMEA): Identificação e

avaliação dos itens passíveis de falhas e das conseqüências dessas falhas.

• Homem-hora (Hh): Quantidade de empregados que estão trabalhando

multiplicado pelo tempo, medido em horas.

• Horas Calendário: É o tempo medido horas, sem considerar a utilização do

equipamento.

• Capabilidade (Capability): Capacidade de um item atender a uma demanda

de serviço de determinadas características quantitativas, sob dadas

condições externas. As condições internas se referem, por exemplo, a

qualquer combinação de subitens em pane ou não (NBR 5462-1994).

• Confiabilidade (Reliability): Capacidade de um item desempenhar uma

função esperada durante um intervalo de tempo. (NBR 5462-1994).

• Disponibilidade (Availability): Capacidade de um item estar em condições de

executar uma certa função em um dado instante ou durante um intervalo de

tempo determinado (NBR 5462-1994).

• Eficiência: Medida de comparação do que foi feito e o que deveria ser feito.

68

• Mantenabilidade (Maintenability): Capacidade de um item ser mantido ou

recolocado em condições de executar as suas funções requeridas, sob

condições de uso especificadas. (NBR 5462-1994). O mesmo que

Manutenibilidade.

• Manutenibilidade: O mesmo que mantenabilidade.

• Taxa de Falhas: Número de avarias de um item por unidade de tempo. É o

inverso do “tempo médio entre falhas”.

• Taxa de Freqüência de Acidentes: Número de acidentes por milhão de

homens-hora trabalhados.

• Taxa de Reparos: Número de reparos efetuados em relação ao tempo total

de reparo. É o inverso do “tempo médio para reparo”.

• Tempo de Operação: Tempo durante o qual o equipamento se mantém

trabalhando de modo satisfatório para o operador.

• Tempo de Parada (Downtime): Tempo (de calendário) em que um item ou

equipamento não está apto a desempenhar totalmente a função esperada.

• Tempo de Reparo: Parte do tempo de manutenção corretiva durante a qual

são executadas as ações de reparo de um item (NBR 5462-1994).

• Tempo de Restabelecimento: Intervalo de tempo entre a ocorrência de uma

falha e a colocação do item em estado de disponibilidade (NBR 5462-1994).

• Tempo entre Falhas: Tempo acumulado entre duas falhas consecutivas de

um item reparado (NBR 5462-1994).

69

3 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso tem como objetivo tratar as ineficiências

apontadas pelo senso comum dos funcionários da empresa, com adoções de

soluções inovadoras para principalmente a contratação de um material e/ ou

serviço, procurando mitigar os impactos financeiros apresentados ao longo dos

dois últimos anos na empresa e apresentados nos relatórios anuais que são

divulgados.

Essas ineficiências foram acompanhadas na Gerência da Engenharia, pelos

gestores responsável pelas elaborações das especificações técnicas para

contratração de um material e/ ou serviço, e responsável por acompanhar de perto

o contrato quando firmado, não conseguindo ter um planejado adequado para

estimar os prazos de pagamento mes a mes e das datas firmadas para as entregas

definidas no edital, atendendo os interesses de seus clientes e da gerência com a

disponibilização de recursos para a liberação do pagamento.

Ao colocar em prática a proposição de uma metodologia de gerenciamento

de projetos, que identificou vantagens competitivas para os setores e para a

empresa como um todo, refletiu diretamente para uma maior disponibilidade

operacional e maior lucro financeiro.

Com estas implementações, observa-se inúmeros ganhos e benefícios,

sendo portanto, necessária uma sólida reestruturação e reorganização da empresa,

ficando em um lugar de destaque e estratégico dentro da organização.

Portanto, foi realizada uma pesquisa interna de satisfação dos funcionários

da Gerência de Engenharia, para levantar as dificuldades encontradas por cada

um, trocar experiências com outros gestores, tirar lições aprendidas dos contratos

já vivenciados, que gerou o levantamento e os números expostos na figura 25

abaixo.

Os reflexos destas ações impactaram diretamente nos resultados esperados

pela empresas, pelos investidores e diretores, alcançando os objetivos e metas que

foram estabelecidas para o ano, trazendo para o mercado mais confiança e para

seus clientes uma maior satisfação, além de uma maior qualidade no atendimento

dos serviços prestados.

Os problemas relacionados na pesquisa foram baseados nas experiências

das pessoas que conduzem os contratos já em andamento pelo setor de

70

suprimentos. Os resultados da pesquisa realizada podem ser observados na figura

25, do gráfico abaixo:

Figura 25 – Análise das respostas dos problemas Fonte: próprio autor

A partir dos resultados obtidos acima, foram verificadas algumas causas e

efeitos levantados na empresa LIGHT ENERGIA S.A., mostrando as

consequências e reflexos da pouca maturidade em gerenciamento de projetos, com

processo de padronização de alguns documentos ainda em implantação, sistemas

e de ferramentas. Enquanto problemas como estes não forem mapeados e

atacados, os esforços da organização para a busca dos resultados esperados

nunca seriam atingidos ou alcançados.

De acordo com o senso comum dos funcionários, pode-se apresentar na tabela

abaixo alguns apontamentos que foram levantados internamente na empresa,

destacando suas possíveis deficiências correlacionando aos efeitos que são

gerados sobre estas observações.

71

CAUSAS

EFEITOS

Inexistência de manuais de procedimentos

contendo os critérios;

Improvisação de procedimentos e

indefinição de responsabilidades;

Setores executores sobrecarregados de

serviços;

Stress de quem atuam na área; mau

atendimento aos projetos; atraso de

atendimento de prazo;

Descrição insuficiente nas especificações

de serviço e ou materiais;

Aquisições que não atendem às

necessidades, atraso na contratação;

Burocracia exagerada da Administração; Demora na efetivação das aquisições;

Distância no relacionamento com os

compradores;

Demora na efetivação das aquisições;

Falta de treinamento para os compradores; Despreparo nas negociações com os

fornecedores;

Falta de treinamento para a equipe técnica

responsável pela elaboração das

Especificações Técnicas;

Despreparo e demora na Elaboração

Técnica para aquisição de um serviço/

equipamento ou empresa;

Falta de orientação para o executor da

Especificação Técnica;

Retrabalho e demora na efetivação das

aquisições;

Quadro 2 – Processo de Padronização: Causas X Efeitos Fonte: próprio autor

As ferramentas aplicadas pela empresa nos dois últimos anos (2014 e 2015)

foram minimamente detalhadas ao longo deste trabalho, servindo de estudos e

parâmetros para a realização da nossa pesquisa. Estas ferramentas básicas são

propostas pelo PMBOK (PMI, 2013).

Os documentos dos projetos presentes no setor de engenharia da empresa,

auxiliaram nas investigações aos problemas que ocorreram durante algumas

contratações e que poderiam continuar a ocorrer durante novas conduções de

contratação. Porém, com informações úteis, que devem ser adotados em projetos

futuros, servirá de base e de lições aprendidas, para que problemas como estes,

não ocorram novamente, impactados por vivências de sucesso e fracasso já

enfrentadas nestes dois últimos anos (2014 e 2015).

Ao analisar as causas relacionadas aos problemas enfrentados pela

empresa e pelos setores, foram atacadas os efeitos apontados na tabela acima,

72

com utilização de ferramentas implementadas e que foram detalhadas ao longo

deste trabalho, agregando fluxos e informações corretas tornando os processos

mais eficientes e eficazes nas conduções das contratações de um material e/ou

serviço dentro da empresa.

Ao utilizar a metodologia em forma de pirâmide, buscou-se gerenciar, definir

o grau de envolvimento de cada um direcionando a responsabilidade e o

envolvimento das pessoas durante a condução dos processo com a utilização das

ferramentas adequadas de qualidade, aquisições, integração e de pessoas como:

Fluxograma, Folha de Registro, Ciclo do PDCA, Sistema de Gestão Integrado e

Gerênciamento Eletrônico de Documentos, ou mesmo softwares integrados aos

setores como: Business Intelligence (BI), Enterprise Resource Planning (ERP),

Websupply que deram suporte, disponibilizando informações precisas, confiáveis e

atualizadas, para facilitar o acompanhamento dos processos internos e externos da

empresa agilizando na conclusão da contratação.

De acordo com o senso dos funcionários ao analisar as causas relacionadas

aos problemas encontrados, verificou-se que a falta de conhecimento técnico

também acarreta grandes dificuldades desde a aquisições de um material e/ou

serviço ou mesmo na execução do contrato. Para isso a adotação de ferramentas

propondo a melhoria contínua na busca de otimizar a execução dos processos,

possibilitando a redução de custos e o aumento da produtividade se fez necessário.

A aplicação das ferramentas em todas as fases do projeto levou ao

aperfeiçoamento e ajustamento do caminho que o empresa deve seguir (mesmo os

processos considerados satisfatórios são passíveis de melhorias).

Entretanto fica claro que, estas ferramentas, metodologias de

gerenciamento, modernos softwares, além de treinamentos específicos focando

mais participação dos funcionários aos processos internos e externos da empresa

refletiram em resultados alcançados nos anos consideravelmente, porém nada

adianta o investimento se as pessoas envolvidas nestes processos, não estarem

dedicadas e empenhadas para o cumprimento de seu papel dentro da organização.

Conforme o Relatório de Sustentabilidade de 2015 divulgado pela LIGHT

S.A. e disponível para visualização e download no site: http://ri.light.com.br/ptb,

menciona que :

73

[...] o ano de 2015 foi marcado por importantes desafios. O país vem passando pela maior recessão dos últimos 25 anos, com grande impacto na atividade econômica. Houve ainda o aumento do custo de energia advindo da continuidade do acionamento das usinas térmicas, em função da crise hidrológica iniciada em 2014. (LIGHT S.A., 2015).

O relatório ainda afirma que:

O realismo tarifário que passou a ser adotado no setor, com reajustes que somaram 86% desde novembro de 2014 na área de concessão da Light, não evitou a necessidade de novos financiamentos em um ambiente de escassez de crédito e consequente elevação nos custos de captação. Além disso, o reajuste das tarifas associado a uma deterioração do cenário econômico impactaram nossos clientes, aumentando as taxas de inadimplência (piora de quase quatro pontos percentuais com relação ao ano anterior, puxada principalmente pelo setor público) e a propensão ao furto de energia”. “A despeito do cenário adverso, a empresa manteve seus compromissos de investimento, que totalizaram R$ 943,9 milhões, perseguindo a redução das perdas, a robustez da rede, a melhoria da qualidade e o fornecimento de energia”. “Com relação ao cenário para o setor, esperamos que o ano de 2016 seja mais equilibrado. A companhia vive um ciclo de ajustes em decorrência do cenário econômico, combinado com o redirecionamento na gestão do grupo Light. (LIGHT S.A., 2015).

Ainda das transcrições relatadas acima, a Diretoria da Light fundamentou e

trabalhou cinco prioridades para o ano de 2015:

• Aumentar eficiência operacional na distribuição: aperfeiçoar os

mecanismos de combate ao furto de energia;

• Aperfeiçoar gestão de custos: buscar eficiências, a fim de permitir ganhos

em despesas e custos operacionais;

• Otimizar investimentos: ajustar programa de investimentos em um patamar

condizente com a atual realidade de mercado, com o objetivo de priorizar ações

que tragam retorno em um prazo mais curto, seja em redução de perdas de

energia, seja em melhoria da qualidade do fornecimento;

• Fortalecer fluxo de caixa e reduzir endividamento: garantir disciplina do uso

do capital e assegurar gestão de caixa prudente.

• Evoluir no modelo de gestão de pessoas: fomentar cultura interna voltada

para a conquista de resultados sustentáveis, valorizando as pessoas, a segurança

e a ética”.

74

Reafirmamos o compromisso da Light em permanecer apoiando a política de desenvolvimento sustentável, seja junto aos clientes, ao Rio de Janeiro, como também ao Pacto Global e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A preocupação com a transparência, a objetividade e a clareza na comunicação com todos os stakeholders e o compromisso com a ética e as melhores práticas da governança corporativa constituem a garantia do reconhecimento da Light junto ao mercado. Há nove anos consecutivos, a Light integra a carteira do ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa. A companhia está na lista das empresas mais sustentáveis do Guia Exame de Sustentabilidade e é reconhecida como uma das 100 empresas mais inovadoras do país pelo ranking do Valor Econômico. Estamos certos que iniciamos 2016 com um modelo de gestão focado em eficiência e rentabilidade, buscando sempre a excelência em tudo o que fazemos em especial nas relações com os nossos Clientes, Acionistas, Parceiros e demais stakeholders. Agradecemos a confiança depositada na companhia!. (LIGHT S.A., 2015).

Na figura 26 abaixo, apresentam-se os dados extraídos do Relatório de

Sustentabilidade divulgado pela LIGHT S.A. apresentando seus indicadores

específicos do setor elétrico aplicáveis à companhia e seu balanço financeiro. O

Relatório completo e detalhado encontra-se disponível no site

http://ri.light.com.br/ptb para visualização e download.

Figura 26 – Comparativo do Fluxo Financeiro Anual entre 2014 e 2015 Fonte: Relatório de Sustentabilidade Light S.A. (2015)

75

O Balanço Patrimonial de uma empresa, tem a finalidade de representar de

maneira sintética e ordenada todos os recursos e valores do patrimônio e financeiro

integrantes da companhia, em uma determinada data. (SANTOS et al., 2003).

Na figura 27 abaixo, apresentamos os fatores de disponibilidade média das

usinas da Light por instalação e em percentual, extraídos do Relatório de

Sustentabilidade 2015.

Figura 27 – Fator de disponibilidade média da usina anual entre 2013 a 2015 Fonte: Relatório de Sustentabilidade Light S.A. (2015)

Observar na figura 28 abaixo, apresentamos os percentuais de atendimento

à demanda realizada por fonte de energias alternativas entre os anos de 2013 a

2015.

Figura 28 – Atendimento à demanda realizada por fonte de energia 2013 a 2015 Fonte: Relatório de Sustentabilidade Light S.A. (2015)

76

4 CONCLUSÃO

Uma boa saída para a excelência organizacional é sem dúvida estar sempre

buscando atualizações, seja através de novas alternativas a soluções inovadoras,

eficientes e eficazes, influenciadas pelas lições aprendidas as experiências e

vivências enfrentadas dos projetos já concluídos e/ ou em andamento dentro da

empresa. Tornando-se necessário e viável novas implementações na busca

contínua para a melhoria da gestão dos projetos.

A metodologia implementada em forma de pirâmide, permitiu efetuar uma

avaliação da evolução da empresa nos dois últimos anos (2014 e 2015),

detalhando os procedimentos e ferramentas implementadas, apresentando

inúmeros ganhos representados no Relatório de Sustentabilidade 2015 que foi

divulgado e disponibilizado pela Light S.A.

Diante pesquisa entre os funcionários da empresa foi observado pela

maioria que houve uma maior integração e interação de todos os funcionários dos

setores envolvidos na condução dos processos, principalmente para contratação

de um material e/ ou serviço.

Portanto, com informações confiáveis e disponíveis a qualquer momento, foi

colocado em prática as ferramentas específicas de gerenciamento de projetos

neste trabalho, agilizando a condução do processo de contratação de um material

e/ ou serviço, trazendo para o empregado a responsabilidade de acompanhar,

controlar e monitorar as informações de forma mais precisas, passo a passo.

Dando a oportunidade de acompanhar a evolução do projeto, alinhado aos

objetivos que são esperados pela gerência e facilitando o seu planejamento, para

minimizar os desvios.

O papel das pessoas durante a condução dos processos merece também

todo o destaque dentro dos resultados obtidos, pois durante a pesquisa foi

constatado que as ferramentas tratadas, seguindo o guia PMBOK, são de

conhecimento de grande parte dos funcionários que lidam com as contratos e

buscam aperfeiçoar a gestão destas contratações sempre, a fim de minimizar os

impactos causados por atrasos e/ou falhas.

77

O conhecimento que foi adquirido das ferramentas tratadas, não implicam

para que as próximas contratações sejam 100% satisfatórias, mas o potencial de

acerto e auxílio no andamento destes novos contratos serão bem maior.

Por fim, a melhoria continua dos projetos aplicados com o desenvolvimento

das pessoas, alinhado com seus empenhos e comprometimentos, mostram

maturidade esperada na condução dos projetos dentro da organização, sendo uma

das peças chave rumo ao resultado dentro da empresa. Algumas soluções foram

apresentadas neste trabalho demonstram que simples ações e com boas

aplicações trazem resultados imediatos significativos e prosperam resultados

melhores futuros.

78

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