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METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COMPUTADORIZADOS –
Aplicação na Gerência de Transportes Urbanos.
Eng. Hugo Pietrantonio - Instituto de Pesquisas Tecnológicas/AET-IPT
Prof. Dr. Antonio Galvão N. Novaes - Escola Politécnica/PTR-USP
RESUMO: O objetivo deste trabalho é fazer uma introdução
metodológica sobre o planejamento de sistemas de informação
computadorizados, os conceitos e técnicas adotados,
exemplificando sua aplicação para a gerência do transporte
coletivo urbano de passageiros.
A gerência do transporte coletivo urbano de passageiros
parece estar assumindo uma posição cada vez mais importante
dentro do conjunto das atribuições do poder público municipal
nas cidades de porte médio brasileiras, e em particular no
Estado de São Paulo.
A tendência dos anos 80 parece ter sido o fortalecimento dos
órgãos locais, mostrando a necessidade da gerência efetiva
dos sistemas de transporte público como um requisito para
administrar mecanismos autônomos de financiamento e manter um
padrão aceitável de custo e qualidade do serviço (evitando o
comprometimento de recursos volumosos, raramente possível com
a escala e eficácia necessárias).
A recuperação pelos municípios da atribuição de fixar as
tarifas dos serviços urbanos (que haviam sido assumidos pelo
CIP-Conselho Interministerial de Preços entre 1976 e 1982) no
novo ambiente político vigente foi um marco notável do
processo de fortalecimento da gerência do transporte coletivo
urbano de passageiros nas maiores e médias cidades. Em
diversos municípios esse processo levou a formas aprimoradas
de administração tarifária e a uma preocupação crescente com
aspectos relacionados com a qualidade e eficiência do
serviço, com a fiscalização da operação, com a informação ao
usuário e com as demais atribuições do setor.
O esforço em aprimorar a gerência do transporte coletivo
urbano de passageiros tem de enfrentar como problema básico a
própria complexidade dos sistemas de transportes urbanos e a
necessidade de modernização dos métodos de atuação.
Nas cidades de porte médio, sistemas baseados somente no
transporte por ônibus (com algumas dezenas de linhas
regulares operadas por algumas centenas de veículos) exigem o
manuseio de um volume considerável de informações para o
planejamento, execução e controle das ações sobre os sistemas
locais. São cerca de 50 a 250 mil viagens que transportam de
1 a 10 milhões de passageiros, mensalmente, que precisam ser
apuradas como dado diário e classificados por tipo e período
do dia de forma a atender às necessidades de dados das
diversas atividades de administração do sistema.
Isto levou ao desenvolvimento de diversas formas de atuação
na gerência do transporte coletivo (incluindo muitas
iniciativas criativas e pioneiras) que tiveram a função de
enfrentar a complexidade da atividade de gerência do
transporte coletivo urbano de passageiros. Nessas
experiências, diversas vezes recorreu-se ao uso de sistemas
computacionais.
Em particular, sistemas de informação gerenciais foram
desenvolvidos por diversas instituições, entre elas o IPT-
Instituto de Pesquisas Tecnológicas com o SITCO, a EBTU-
Empresa Brasileira de Transportes Urbanos com o SITURB e
empresas privadas especializadas em engenharia de transportes
(como o SUAT/BRAP, o SIR/KGS, entre outros)1. Estes sistemas
estão em operação efetiva em diversas cidades, e neste campo
1 Ver os exemplos de PIETRANTONIO/BRANDÃO/CUNHA/01, PROCENGE/02, DELORME/NOGUEIRA/03, PEREIRA/NUNES/04, POLIS/KGS/05, VETEC/BRAP/06 e o trabalho PIETRANTONIO/07, que é a fonte deste artigo.
ainda pode-se esperar um grande impulso em termos de ganhos
de eficiência e de qualidade a partir da maturação de meios
automáticos de aquisição de dados.
Por esse motivo, a gerência do transporte coletivo urbano de
passageiros será tomado como exemplo.
I. Conceitos Básicos para o Planejamento de Sistemas de
Informação Computadorizados
O Sistema de Informação de uma organização será visto como o
sistema administrativo responsável por coletar, armazenar,
processar e distribuir a "informação" na organização, sendo
portanto um sistema de suporte que permea todas as suas
atividades.
A Informação relevante pode ser entendida como o conjunto de
dados que deve ser conhecido pelos indivíduos (ao nível da
consciência) para que suas atribuições possam ser cumpridas
de forma adequada (incluindo os dados manipulados através de
computadores, como uma classe especial de informação).
Para entender melhor o planejamento de sistemas de informação
computadorizados deve-se notar a existência de 5 sistemas de
interesse que precisam ser distinguidos: a Organização (o
sistema objeto), o sistema de informação (global), o sistema
formal de informação, os sistemas automatizados de
processamento de dados, os sistemas de dados (banco de dados)
em computador2.
Naturalmente, a Organização é o sistema fundamental em termos
de conteúdo (atividades) e forma (estrutura) que molda o
sistema de informação. Quando se adota um conceito amplo de
2 Ver a discussão em BLOKDIJK/BLOKDIJK/08, item 3.3.
sistema de informação, é necessário admitir a existência de
meios formais e informais de manuseio das informações na
Organização.
Quando se define o Sistema de Informação como um sistema
administrativo está sendo feita uma delimitação para o
sistema de manuseio da informação reconhecido e integrado à
administração, que é o sistema formal de informação.
Esse parece ser o conceito mais profícuo de Sistema de
Informação para orientar o planejamento de sistemas de
informação computadorizados e exclui de princípio a pretenção
de enfocar o sistema de informação global da Organização,
visto que este é excessivamente complexo e mutável mesmo nos
casos práticos mais simples.
Este conceito serve para diferenciar o Sistema de Informação
de seus componentes, os sistemas automatizados de
processamento de dados e os sistemas de banco de dados em
computador, destacando que estes são partes do sistema formal
de informação apenas se estiverem fortemente articulados com
o processo administrativo na Organização.
A necessidade de compartilhamento e troca de dados e de
informações entre diferentes indivíduos e divisões que atuam
na Organização coloca o requisito de integração no Sistema de
Informação, como responsável por estabelecer uma estrutura e
linguagem de dados compatível (e se possível unificada), que
satisfaça as necessidades principais do conjunto de suas
atividades.
No caso de sistemas de informação computadorizados, esta
visão estabelece o requisito de integração ao Sistema de
Informação de cada sistema automatizado de processamento de
dados e sistema de banco de dados em computador específicos,
mesmo quando dividido em diversos ambientes diferentes (que
por razões práticas ou históricas foram desenvolvidos e
operam separadamente).
Também, as necessidades de informação envolvidas na execução
das atividades de uma organização (além da extensão
horizontal que reflete a amplitude de sua atuação) seguem a
hierarquia existente na sua estrutura administrativa que
estabelece ao mesmo tempo a ligação entre os níveis
estratégico, gerencial e operacional (refletindo o sentido
vertical da execução das funções em cada atividade) e implica
num processo de refinamento (no sentido ascendente) ou
repercussão (no sentido descendente) das informações sobre as
atividades de maneira a atender as necessidades de cada nível
hierárquico.
Em resumo, esta conceituação adiciona o entendimento de que o
desenvolvimento de um sistema de informação computadorizado
prepara um produto para a Organização (parte de seu sistema
formal de informação).
Além disso, o requisito de integração no Sistema de
Informação da Organização coloca a necessidade de fazer a
análise de sua atividades a partir da visão global (pelo
menos num nível estratégico, mesmo quando o sistema de
informação atenderá apenas algumas áreas específicas, como é
a regra) de forma a garantir a compatibilidade e estabilidade
do sistema em informatização e otimizar a comunicação dentro
da Organização (horizontal e vertical).
O planejamento do sistema de informação computadorizado tem
como base a análise das atividades da Organização, nos níveis
global da Organização e detalhado das atividades.
A produção do sistema de informação computadorizado inclui um
processo administrativo de implantação do sistema
computacional na operação da Organização.
Portanto, a Organização (o sistema objeto) é o ponto de
partida e de chegada do caminho percorrido no desenvolvimento
de um sistema de informação computadorizado e a eficácia
deste é condicionada e só pode ser medida pela integração com
seu ambiente administrativo e pelo impacto no planejamento,
execução e controle de suas atividades.
II. Objetivos e Diretrizes no Planejamento de Sistemas de
Informação Computadorizados
O conceito adotado para Sistemas de Informação permite também
delimitar o conteúdo da atividade de planejamento de sistemas
de informação computadorizados e avaliar o seu papel dentro
das etapas do seu desenvolvimento.
Admitindo o pressuposto de que tudo o que muda com a
implantação de sistemas de informação computadorizados deve
ser planejado3, a experiênca empírica mostra que há mudanças
significativas:
(1) na organização, relacionadas com a estruturação das
atividades (estrutura de cargos, funções, departamentos) e
das tarefas das pessoas com o Sistema de Informação;
(2) na informação, relacionadas com o conhecimento necessário
para planejar, executar e controlar as tarefas com o Sistema
de Informação;
(3) nos processos, isto é, as atividades administrativas (as
atribuições, o conteúdo, a sequência, as decisões, as
interações) das pessoas com o Sistema de Informação e os
procedimentos incorporados aos sistemas automatizados de
processamento de dados;
(4) nos dados, isto é, a descrição da Organização e das
transações envolvidas nas suas atividades como executadas
pelas pessoas com o Sistema de Informação, em particular nos
3 Ver a discussão em BLOKDIJK/BLOkDIJK/08, item 3.0.
sistemas de banco de dados implantados em computador para
suporte aos sistemas automatizados de processamento de dados.
A magnitude deste impacto na forma de execução das atividades
da Organização é que torna complexo o processo de
planejamento de sistemas de informação computadorizados
(especialmente quando se adiciona os requisitos funcionais da
interação com os usuários) e colocam grande carga sobre a
análise das atividades da Organização como base desse
processo.
Portanto, o planejamento de sistemas de informação
computadorizados deve ter instrumentos para descrever,
analisar e especificar
- a estrutura da Organização em relação com suas atividades
principais, - o fluxo de informações na execução das
atividades da Organização,
- os processos em termos de funções envolvidos e dados
utilizados na execução das atividades da Organização.
Nessa tarefa, o processo de planejamento tem normalmente duas
fontes básicas de informações:
(1) a análise do sistema existente que visa obter uma
descrição e entendimento detalhados da execução das
atividades da Organização e construir um modelo dos aspectos
essenciais dos processos envolvidos e dados utilizados;
(2) a análise técnica das atividades que visa identificar os
problemas ou restrições presentes ou as possibilidades não
exploradas na execução das atividades da Organização, dentro
de sua missão e objetivos, e avaliar as potencialidades e
alternativas trazidas com a informatização das atividades.
Embora inicialmente a ênfase na análise enfocasse o sistema
existente (ou pelo menos considerava essencial dedicar-lhe um
tempo considerável), a conscientização do potencial que a
informatização das atividades tem para as organizações tem
feito deslocar essa ênfase para a análise técnica como forma
de buscar a racionalização dos métodos de tratar a informação
nas atividades das organizações e conceber novos sistemas que
possam superar as limitações dos existentes.4
No que se refere ao Sistema de Informação, (ver o Diagrama 1)
os princípios básicos buscados para administração da
informação5 são:
(1) garantir a produção de informações de boa qualidade;
evitar informações desnecessárias; garantir a manutenção e
atualização das informações;
(2) fazer com que a informação percorra o menor caminho
possível dentro da administração; evitar trajetos repetidos
ou desnecessários; identificar todos os possíveis usuários
das informações e otimizar seu trajeto;
(3) utilizar os meios mais adequados de processamento das
informações (escriturários, técnicos, programas de
computador); integrar coleta e processamento de dados; evitar
duplicidade de coleta e processamento;
(4) utilizar os meios mais adequados de armazenamento das
informações (arquivos convencionais, microfilmes, arquivos em
computador); integrar armazenamento e processamento; evitar
duplicidade de armazenamento;
(5) utilizar os meios mais adequados para transportar as
informações ("office-boys", telefone, rede de computadores);
otimizar comunicação e compartilhamento das informações;
(6) fazer com que os canais de fluxo de informações estejam
permanentemente desobstruidos; evitar congestionamentos e
atrasos nos fluxos de informações; evitar que as informações
4 Ver a discussão no prefácio e no item 5.3 de YOURDON/09. 5 Ver a discussão no item I.1 de SAKAMOTO/TEIXEIRA/MEGALE/10.
sejam perdidas durante os trajetos; garantir que os canais de
informação comuniquem efetivamente todos os seus usuários.
Dados como as condições no ambiente de trabalho, os
requisitos de desempenho (em termos de qualidade, custo ou
prazo), o tipo e volume de informação, a disponibilidade de
equipamentos (ou recursos), devem ser utilizados para
selecionar as principais alternativas promissoras para
incorporação no novo sistema (após sua avaliação em termos de
benefícios e custos).
No entanto, as diretrizes relativas à racionalização da
administração da informação mencionadas representam apenas
parte das preocupações envolvidas no planejamento de sistemas
de informação computadorizados.
Dentro da visão que destaca a idéia de sistema de informação
como um sistema administrativo dentro da Organização,
naturalmente deve existir uma série de preocupações
referentes ao contexto do funcionamento do sistema de
informação computadorizado que tem o objetivo de planejar o
sistema de informação de forma a alinhá-lo com os fins da
Organização, adequá-lo aos meios acessíveis à Organização e
compatibilizá-lo com seu ambiente de utilização.
Estes aspectos são especialmente relevantes na medida em que
a Organização onde será implantado o novo sistema de
informação computadorizado está distante do paradigma de um
organismo consolidado (isto é, com uma estrutura estável,
equilibrada e impessoal), maduro (isto é, em que as
atribuições e competências de cada área são definidas,
conhecidas e exercidas), moderno (isto é, familiarizado e
aberto às técnicas mais atuais, em particular quanto ao uso
de computadores)6.
Muitas vezes, um passo essencial na implantação de sistemas
de informação computadorizados é percorrer um caminho
preliminar em superar certas deficiências da Organização na
direção da preparação da consolidação, amadurecimento e
modernização da sua estrutura administrativa necessários.
Este é um aspecto delicado na medida que o estado pré-
existente pode estar bastante arraigado à cultura da
Organização e dos seus funcionários.
Além disso, a própria introdução da informática na
Organização representa um aspecto a ser observado. Neste
caso, uma visão interessante é a dos estágios de evolução de
Nolan7, segundo a qual o uso da informática passa pelos
estágios
6 Quanto a estes aspectos, ver especialmente DE-MAN/11, QED/12 e EIN-DOR/SEGEV/13. Também é muito importante estudar casos de implantação de sistemas de informação computadorizados em organizações de países em desenvolvimento, em que as restrições decorrentes desses aspectos são bastante fortes. 7 Ver a discussão em TADROSS/14. Esta visão também é analisada em QED/05. Ambos apontam a necessidade de completar a visão básica de Nolan para o contexto atual em que o uso da
- de início que em geral ocorre através da introdução de
aplicações para redução de custos administrativos (que
justificam a aquisição de equipamento e sistemas);
- de contágio que indica a disseminação de sua utilização
através de novas aplicações, em geral operadas
independentemente, significando também um aumento do pessoal
relacionado com sistemas computadorizados;
- de controle que em geral surge em função da necessidade de
organizar a utilização e aumentar a disponibilidade do
equipamento ou dos sistemas;
- de integração que indica a percepção da possibilidade e
necessidade de compartilhamento e comunicação de dados entre
diferentes usuários ou sistemas, exigindo maior controle
sobre o desenvolvimento dos sistemas.
Embora essa visão tenha nascido ainda no tempo dos centros de
processamento de dados baseados em computadores de grande
porte e não deva ser vista como um cronograma rígido a ser
imposto em cada experiência de introdução da informática nas
Organizações, existem certas relações expressas nessa visão
entre o comprometimento de apoio à informatização, o nível de
gastos e de recursos acessíveis, e a familiaridade e
entendimento pelos usuários na implantação de sistemas de
computadorizados que tendem a ser bastante fortes.
Naturalmente, o potencial da informática nos dias de hoje
sugere muitas vezes um papel mais importante para os
sistemas computadorizados como uma iniciativa viável e
desejável, principalmente no que se refere a fortalecer a
posição estratégica da Organização em relação às entidades
com que se relaciona. Entretanto, não se deve deixar de
notar a experiência reunida no entendimento dessas relações e
dos seus condicionantes ambientais.
No que se refere ao ambiente do Sistema de Informação na
Organização, à articulação do Sistema de Informação com os
informática e dos microcomputadores é bastante disseminado, o que não invalida o conteúdo desta primeira abordagem.
fins da Organização e à adequação do Sistema de Informação
aos meios acessíveis à Organização, (ver o Diagrama 2) - os
aspectos e princípios a serem observados são:
(1) buscar um caminho de evolução dentro do contexto atual da
Organização, considerando as dificuldades de alterar sua
estrutura organizacional e os conflitos entre a dinâmica de
tempo e de comportamento existentes e as necessidades de
adaptação em função das mudanças planejadas;
(2) avaliar os sistemas planejados em função dos fins da
Organização e das suas áreas, ponderando a adequação da
informatização como instrumento e a tangibilidade (valor e
rapidez) dos resultados obteníveis, essenciais para
justificar o comprometimento dos recursos necessários;
(3) privilegiar objetivos iniciais de redução de custos e
admitir a independência operacional entre as aplicações nas
fases de início, considerando custos de operação e manutenção
e necessidades de adaptação organizacional, especialmente
quando é preciso adquirir equipamentos ou obter apoio (o que
em geral é mais penoso em organizações de menor porte);
(4) privilegiar objetivos importantes e estratégicos, que
favorecem a posição da Organização em sua relação com
entidades externas (atender, utilizar, competir, colaborar,
controlar), buscando maior presença e eficácia na atuação da
Organização;
(5) condicionar objetivos de integração e comunicação no
sistema de informação aos objetivos da Organização (da
direção, das divisões e dos indivíduos), considerando as
diretrizes e práticas de centralização versus
descentralização vigentes na Organização;
(6) avaliar a viabilidade dos sistemas de suporte à operação
dos sistemas de informação face à essencialidade dos
resultados produzidos, ponderando seus custos de operação e
manutenção e a eficácia relativa aos grupos e meios
alternativos de obter tais resultados;
(7) analisar o ambiente externo da Organização, avaliando a
dinâmica imposta a sua atuação (de tempo e de comportamento)
face ao estilo de administração praticado (em geral função do
tipo de organização e da cultura da direção);
(8) considerar transformações maiores nos sistemas de
informação como mudanças organizacionais, que são em geral
dependentes do nível de consolidação, maturidade e
modernização existentes ou obtidos preliminarmente na
Organização;
(9) considerar transformações maiores nos sistemas de
informação como mudanças culturais (no pessoal interno,
envolvidos diretamente ou indiretamente com os sistemas de
informação, e externo, das entidades relacionadas com a
organização), que são em geral dependentes do clima
psicológico (isto é, estado de expectativa e motivação)
existentes ou obtidos preliminarmente na Organização.
Estes aspectos tem de ser examinados em cada caso, embora
existam certos traços comuns que tendem naturalmente a
destacar certos pontos mais importantes em função do porte
das organizações (por um lado, dada a complexidade das
atividades, por outro lado, dado o grau de estruturação e
impacto nos recursos), o ramo das atividades (dado os
relacionamentos com o ambiente externo, o grau de competição
ou de exigências), do tipo de organização e origem da direção
(dado os objetivos da atuação, a dinâmica das relações no
ambiente interno, o estilo da administração), entre outros.
Estas ponderações visam estabelecer a ligação entre os
sistemas ideais e os sistemas reais, viáveis dentro das
organizações. A partir da visão ideal, deve-se chegar ao
desejável (o que é realmente importante?), ao recomendável (o
que é realmente prioritário?), ao possível (o que está
compatível com os recursos?), ao provável (o que está
compatível com o ambiente?), antes de pensar o real (algo de
imprevisto sempre deve ser esperado!).
III - Método no Planejamento de Sistemas de Informação
Computadorizado
A discussão precedente permite ver com mais clareza quais são
os objetivos e as preocupações do planejamento de sistemas de
informação computadorizados. A consideração das diretrizes
enunciadas para orientar o processo de planejamento deve, no
entanto, partir do entendimento do funcionamento da
Organização e dos requisitos que isto acarreta ao seu Sistema
de Informação.
Esta tarefa tem como base os dados obtidos na análise do
sistema existente e na análise técnica das atividades e não
deve limitar-se a caracterizar a forma como a Organização
funciona num certo momento mas principalmente procurar
explorar as possibilidades de aprimorar sua atuação, por
diversos meios, através do uso de sistemas computadorizados.
De qualquer forma, salvo no caso em que os usuários ou
analistas possuem um conhecimento amplo sobre a execução das
atividades consideradas em diferentes contextos, o
conhecimento do sistema existente permanece um dado
fundamental subjacente à análise através da influência
inevitável na concepção do novo sistema (mesmo quando não há
um compromisso de produzir uma descrição precisa sobre o
sistema existente).
Além disso, parece sempre aconselhável introduzir 2 momentos
na análise destinados a formar uma descrição básica
(orientada ou não pela modelagem do sistema existente) e as
descrições de cenários alternativos (orientada
necessariamente para o projeto do novo sistema). Esta
estratégia permite concentrar a atenção, em cada momento
apropriado, nos aspectos de modelagem ou de especificação,
que envolvem ponderações de tipo diferente (independente do
objeto considerado).
O produto do planejamento é a especificação do novo sistema
de informação melhorado em relação ao existente, incluindo a
especificação dos processos em termos de funções executadas
e dos dados armazenados, em particular dos processos
automatizados e dos dados retidos no sistema de informação
computadorizado.
A especificação envolve uma avaliação do custo de produção,
transferência, processamento, armazenamento e manutenção da
informação face ao benefício esperado com sua utilização na
execução das atividades da Organização, segundo os diversos
meios possíveis.
A Figura 1 mostra um esquema das etapas envolvidas no
desenvolvimento de sistemas de informação computadorizados8
compatibilizada com a conceituação apresentada.
O planejamento de sistemas de informação computadorizados
corresponde às etapas de planejamento estratégico de
informações, de análise de processos, dados e funções e de
especificação de sistemas de informação.9
8 Essa representação é baseada em BLOKDIJK/08, ROSENQUIST/15, FELICIANO/FURLAN/WIGAN/16 e CERÍCOLA/17. 9 Essa terminologia e essa visão de conteúdo do processo de planejamento de sistemas de informação computadorizados, apesar de bastante aceita, não é universal. Alguns autores consideram que o planejamento termina na análise funcional e de dados e delimitação da automatização no novo sistema (que é a definição dos requisitos do usuário), colocando a especificação do novo sistema na fase de projeto. Outros autores consideram a especificação como parte essencial do processo de análise, empregando uma terminologia diferente onde a especificação é o detalhamento da implementação (tanto para o sistema existente como para o sistema novo). Como exemplo ver DICKINSON/18.
Estas etapas de planejamento estão mais detalhadas em função
do objetivo deste trabalho, indicando-se a complementação do
desenvolvimento com a fase de produção (projeto,
implementação e implantação de sistemas de informação) que
permite então o inicío da fase de administração (operação,
manutenção e avaliação de sistemas de informação).
Naturalmente, a apresentação do processo como uma sequência
linear de fases ou etapas é um recurso para a apresentação
lógica do conteúdo e das técnicas utilizadas.
No entanto, esta apresentação do processo parece útil dentro
do objetivo de analisar as atividades do planejamento de
sistemas de informação computadorizados, que é o primeiro
passo deste trabalho.
III.1. Planejamento Estratégico de Informações
O planejamento estratégico de informações tem a função de
- caracterizar a Organização e seu ambiente como contexto de
operação do Sistema de Informação, descrevendo sua estrutura
e suas atividades, permitindo formar uma visão integrada e
estável dos processos envolvidos (dados utilizados e funções
executadas) na sua atuação, e
- definir as áreas de interesse para informatização e com
descrição de seus objetivos em relação à Organização.
Na verdade, esta não é uma atividade diretamente relacionada
com o desenvolvimento de um sistema de informação
computadorizado em particular mas é um requisito preliminar
que representa um investimento com o objetivo de atingir a
integração, estabilidade e eficácia no Sistema de Informação,
obtendo produtos permanentes para a Organização como um todo
(que, naturalmente, precisam ser adequados em face de
mudanças estruturais, ambientais ou de estratégia na
Organização). A atividade pode ser vista como uma
generalização da fase de estudo de viabilidade, usualmente
colocada como passo inicial do desenvolvimento, só que com o
ponto de vista global da Organização.
O processo de planejamento estratégico de informações envolve
basicamente as seguintes tarefas10:
(1) o entendimento da visão existente sobre a missão da
Organização e objetivos atribuídos as suas diversas áreas, e
sobre os fatores considerados críticos para o sucesso na
missão e objetivos definidos, e também da orientação
estratégica das mudanças planejadas na Organização;
(2) a descrição do sistema administrativo (estrutura e
atuação), identificação e caracterização das tarefas
operacionais e de planejamento e controle da execução das
atividades (em termos de processos, insumos, produtos e uso
de dados) da Organização e a avaliação do impacto das
mudanças planejadas;
(3) a construção dos modelos corporativos de dados
(identificação de entidades e relacionamentos e organização
do dicionário de dados) e de funções (decomposição funcional
das atividades e organização do dicionário de funções);
(4) a análise técnica do processo de planejamento, execução e
controle das atividades da Organização, definição da
orientação estratégica para a área de informações e definição
das áreas de interesse para informatização com os requisitos
gerais a serem obedecidos ou atingidos em vista do seu papel
na Organização.
A documentação dos resultados obtidos na etapa de
planejamento estratégico de informações pode ser feita
utilizando diversas ferramentas, em especial os diagramas de
decomposição funcional e de entidades-relacionamentos para
representar os modelos corporativos de processos e de dados
(apoiados por dicionários convenientemente organizados). A
simbologia e utilização básica destas ferramentas está
mostrada na Figura 3 do apêndice A.
10 Ver a discussão em FELICIANO/FURLAN/WIGAN/16 e CERÍCOLA/17.
III.2. Análise de Processos, Dados e Funções11
A análise de processos, dados e funções tem a tarefa de
formar uma descrição precisa e consistente do conteúdo das
atividades executadas na área de interesse em termos de
- organização dos processos (delimitação e objetivos, a
sequência de ações, as decisões envolvidas, as interações com
pessoas, a frequência de ocorrência, o controle de
execução, os resultados produzidos, os recursos utilizados),
e
- manuseio de informações (as origens e os destinos de
dados, a manipulação de dados nos processos, os depósitos de
dados utilizados, os fluxos de dados entre as origens,
processos, depósitos e destinos de dados).
Esta é a primeira etapa do desenvolvimento de um sistema de
informação computadorizado específico, dentro da estratégia
adotada neste trabalho, focalizando o entendimento das
atividades da área de interesse num caminho de fixação de
seus requisitos funcionais e de refinamento até o nível
operacional. O primeiro percurso é um exercício de depuração
que busca, a partir da observação dos procedimentos de
execução dos processos (a visão "física"), obter o
entendimento das relações essenciais entre as suas funções (a
visão "lógica"), com uma perspectiva global dos processos. O
segundo percurso é um exercício de detalhamento da descrição
das funções executadas e dos dados utilizados, de uma forma
completa, não ambígua e consistente com a visão global dos
processos e entre si.
11 Uma precisão de linguagem necessária, embora não seja umiversalmente empregada, utiliza função quando a referência é à visão da atividade como procedimento executado (entrada-função-saída) e processo quando a referência é à visào integral da atividade (organização, dados, funções). Sempre que importante essa distinção será adotada.
O processo de análise de processos, dados e funções envolve
basicamente as seguintes tarefas12:
(1) a identificação dos processos gerenciais executados na
área de interesse e dos seus requisitos funcionais (eventos
acionadores, informações e recursos utilizados, informações e
recursos produzidos, agentes envolvidos);
(2) a descrição da forma de execução das atividades em termos
de organização dos processos (fluxograma de atividades) e das
dependências essenciais entre as funções executadas em termos
de manuseio das informações (diagramas de fluxo de dados);
(3) o detalhamento do dicionário de funções (eventualmente
com diagramas de dependência de funções) e do dicionário de
dados (eventualmente com quadros de descrição de atributos)
dos processos envolvidos na execução das atividades até o
nível operacional e compatibilização dos modelos de
processos, de funções e de dados.
A documentação dos resultados obtidos na etapa de análise de
processos, dados e funções pode ser feita utilizando diversas
ferramentas. Em princípio, os diagramas de fluxo de dados são
um componentes essencial dos resultados da análise do sistema
na área de interesse (apoiados por dicionários
convenientemente organizados). Quando a análise for baseada
em sistemas existentes, em geral é fácil obter ou produzir
organogramas e fluxogramas administrativos, caso contrário
pode-se utilizar os diagramas de dependência de funções e os
quadros de descrição de atributos para a visão detalhada
sobre a estrutura das funções e dos dados necessária nesta
fase. A simbologia e utilização básica destas ferramentas
está mostrada nas Figuras 1, 2 e 3 do apêndice A.
12 Ver a discussão em FELICIANO/FURLAN/WIGAN/16, YOURDON/09 e CERÍCOLA/17.
III.3. Especificação do Sistema de Informação Computadorizado
A especificação do sistema de informação computadorizado tem
a função de
- conceber o novo sistema a partir da identificação e
avaliação de formas alternativas de atendimento aos
requisitos essenciais de informações das atividades da
área de interesse, considerando o potencial gerado pela
informatização e as limitações operacionais e de recursos,
e
- especificar a versão selecionada para o sistema novo de
modo a definir os dados necessários a sua produção
(projeto, implementação e implantação) de forma precisa e
consistente.
Esta é a segunda etapa do desenvolvimento de um sistema de
informação específico e conclui o planejamento do sistema de
informação computadorizado pela especificação do novo
sistema, seguindo um caminho quase que inverso em relação ao
percorrido na etapa de análise de processos, dados e funções.
No entanto, envolve uma tarefa diferente e essencial de
concepção orientada pelos princípios básicos de administração
da informação, que em geral tem de propor e avaliar alguns
cenários alternativos de execução das atividades para
selecionar a forma mais adequada. A partir desse ponto, o
esforço restante é o de rever ou projetar os modelos
essencial ("lógico", que em princípio não deve ser muito
afetado) e de implementação ("físico", que em geral deve ter
alterações significativas) em função das modificações
introduzidas com o novo sistema.
O processo de especificação de sistemas de informação
computadorizados envolve basicamente as seguintes tarefas13:
(1) a definição de cenários alternativos de execução das
atividades, com delimitação da fronteira de automação, para
avaliação dos custos e benefícios e identificação do grau de
adaptação organizacional de cada alternativa, e seleção da
versão a ser detalhada para produção;
(2) a verificação do modelo essencial de relação entre as
funções executadas em termos de manuseio de informações
(diagrama de fluxo de dados) para o novo sistema e a
definição da forma de execução das atividades em termos de
organização dos processos (fluxograma de atividades) no novo
sistema, destacando a fronteira de interação com o sistema
computacional;
(3) o detalhamento da estrutura das funções (diagrama de
dependência funcional) e da estrutura dos dados (quadro de
descrição de atributos) envolvidos na execução das
atividades no novo sistema até o nível operacional e
verificação dos modelos de processos, de funções e de dados,
especialmente para as funções automatizadas e para os dados
retidos em computador.
A documentação dos resultados obtidos na etapa de
especificação de sistemas de informação computadorizados pode
ser feita utilizando diversas ferramentas, em especial os
diagramas de fluxo de dados para as principais alternativas
consideradas e os diagramas de dependência de funções e os
quadros de definição de atributos para a alternativa
recomendada (que na fase de projeto serão detalhados até
diagramas de estrutura modular e diagramas de estrutura de
13 Ver a discussão em DICKINSON/18. Ver também YOURDON/09, sendo que neste caso, em vista da ênfase do autor em considerar o sistema novo desde as fases iniciais da análise, a especificação do sistema "mistura-se" com todas as etapas do seu planejamento (ver capítulos 4 e 5).
dados). A simbologia e utilização básica destas ferramentas
está mostrada nas Figuras 2, 3 e 4 do apêndice A.
IV. Aplicação para um Sistema de Administração Tarifária na
Gerência do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros
A visão conceitual e metodológica e as ferramentas
apresentadas citadas14 foram utilizadas para analisar as
atividades de gerência do transporte coletivo urbano de
passageiros e planejar a informatização do processo de
administração tarifária, considerando especialmente o
contexto das cidades de porte médio do Estado de São Paulo,
incluindo:
(1) o levantamento do contexto da gerência nos municípios de
porte médio, a partir de uma amostra de municípios do
interior paulista, para caracterizar os componentes da
organização e atuação típica da administração municipal na
área de transportes urbanos;
(2) a análise do conteúdo e das técnicas da Engenharia de
Transportes aplicadas à gerência do transporte coletivo
urbano de passageiros, classificadas por área de preocupação
(estrutura do serviço, desempenho operacional e desempenho
econômico), para identificação de processos e de referências
de dados na organização dos diagramas de decomposição
funcional e de entidades-relacionamentos (que são os modelos
corporativos de processos e de dados), e do dicionário de
dados e processos relacionado;
14 Uma exposição mais detalhada sobre estas ferramentas pode ser encontrada no apêndice A, extraido do trabalho de PIETRANTONIO/07, que é baseado nas referências ZACHMAN/19, FELICIANO/FURLAN/WIGAN/16, DICKINSON/18, LUPORINI/PINTO/20, GANE/SARSON/21, MARTIN/McCLURE/22, SETZER/23.
(3) a avaliação das áreas prioritárias para informatização,
em função da análise realizada, como diretriz geral dentro do
planejamento estratégico de informações e seleção da
administração tarifária como exercício de aplicação;
(4) o levantamento de atividades da administração tarifária
no município de Piracicaba, onde foram foi atingida a forma
mais evoluida dentro da amostra de cidades visitadas, e
avaliação das implicações das diferentes alternativas
recentes implantadas em cidades brasileiras (especialmente no
que se relaciona com a estrutura e apuração de Fundos de
Administração Tarifária como Câmaras ou Fundos de
Compensação, Caixas-Únicos ou Fundos de Melhoria) como
perspectiva de evolução das formas de atuação;
(5) a análise dos requisitos essenciais (modelo "lógico") das
funções e dados envolvidos no processo de administração
tarifária utilizando os diagramas de fluxo de dados e
detalhamento do seu dicionário de dados e processos;
(6) a avaliação da implicação das metodologias de apuração
de custos-padrão e de determinação de pagamentos e
remunerações dos Fundos de Administração Tarifária e das
diversas alternativas de formas de coleta, processamento e
controle de dados de oferta e demanda (Mapas Demonstrativos
Figura 2. DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NA ADMINISTRAÇÃO TARIFARIA – VISÃO GERAL DA IMPLEMENTAÇÃO (--- fronteira de automação)
Figura 3. DIAGRAMA DE DECOMPOSIÇÃO FUNCIONAL DAS FUNÇÕES AUTOMATIZADAS PARA O SISTEMA DE ADMINISTAÇÃO TARIFARIA PROPOSTO
de Movimentação, Fichas de Fiscalização em Garagem, em
Terminais, Fichas de Encerrantes e Relatórios de Cobrador),
para definição de requisitos operacionais e para concepção e
avaliação dos cenários básicos alternativos de informatização
da administração tarifária;
(7) a delimitação da fronteira de automação e da estrutura
dos funções e dados relacionados como detalhamento do sistema
de informação computadorizado proposto.
Uma visão geral do sistema de informação computadorizado
proposto para a administração tarifária pode ser obtido
examinando a Figura 2, que mostra o diagrama geral de fluxo
de dados com a delimitação da fronteira de automatização, e a
Figura 3, que mostra o diagrama de decomposição das funções
automatizadas.
V. CONCLUSÕES
Em vista do exercício envolvendo a aplicação das metodologias
de planejamento de sistemas de informação computadorizados ao
desenvolvimento de um sistema de administração tarifária para
a gerência do transporte coletivo urbano de passageiros em
cidades de porte médio, pode-se reunir algumas conclusões e
recomendações relacionadas com a adequação das técnicas
utilizadas e com alguns desdobramentos possíveis para
trabalhos futuros.
O conjunto de técnicas utilizadas parece satisfazer as
principais necessidades do planejamento de sistemas de
informação computadorizados. A aplicação em um contexto
consideravelmente complexo como o da gerência do transporte
coletivo urbano de passageiros parece permitir fazer essa
afirmação.
Dentro do conjunto de requisitos enunciados no estudo da
metodologia de planejamento de sistemas de informação
computadorizados, apenas a questão de estabelecer a
consistência entre o modelo de dados e funções parece não
possuir técnicas de auxílio adequadas.
Também, a literatura especializada carece de dados ou
procedimentos mais objetivos para caracterização das
alternativas de implantação de sistemas computadorizados
(relacionados com custo e desempenho das formas de coleta,
armazenamento, processamento e comunicação de dados) e para
avaliação de proposições de diferentes concepções. Muito
provavelmente, isto tem a ver com o ritmo acelerado de
mudanças tecnológicas que ocorrem no campo da informática e
com a existência relativamente curta da Engenharia da
Informação.
A extensão de trabalhos de análise e especificação de
sistemas às áreas de desempenho operacional e planejamento de
linhas, além de outras áreas não destacadas na análise
estratégica, seria muito valiosa para os órgãos de gerência
ou instituições envolvidas no desenvolvimento de sistemas
nessas áreas.
Também, a aplicação desse conjunto de técnicas a outras áreas
ou contextos da Engenharia de Transportes seria muito valiosa
no sentido de exemplificar a consideração de outros aspectos
não essenciais (ou pelo menos não destacados) na análise da
administração tarifária nas cidades de porte médio (que
considerou principalmente os aspectos de generalidade dos
procedimentos e de adequação das fontes de dados.
Por fim, vale indicar uma série de metodologias relacionadas
que poderiam ser objeto de estudo aprofundado quanto a
aplicação na área de Engenharia de Transportes. Entre outros
temas, pode-se citar as metodologias de projeto de sistemas
de informação tradicionais, as metodologias de planejamento e
projeto de sistemas de controle em tempo real ou de sistemas
especialistas, as metodologias e a avaliação de experiências
de implantação de sistemas computacionais.
A importância assumida pela informática na administração dos
negócios de forma geral, que vem evoluindo num ritmo muito
intenso, permite reforçar a visão de um futuro promissor
dessas aplicações na área de transportes. Portanto, estudos
voltados a essa área revestem-se de um interesse e utilidade
inquestionáveis
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS
01. H. PIETRANTONIO, L.M. BRANDÃO, C.B. CUNHA (1988) -
"SITCO - Manual de Uso", 3 volumes, IPT.
02. PROCENGE (1981) - "Sistema de Informações do Transporte
Urbano - SITURB - Sub-sistema Local", 4 volumes, EBTU
03. J.F.M. DELORME, C.E.C. NOGUEIRA (1985) - "Sistema de
Informações Gerenciais dos Transportes Urbanos por Ônibus - o
SITURB II", 1 volume, EBTU.
04. L.C.S.N. PEREIRA, N.T. NUNES (1988) - "SITURB-CPM", 1
volume, EBTU
05. POLIS/KGS (1988) - "Sistema de Informação e
Remuneração", 1 volume, Prefeitura Municipal de Fortaleza
06. VETEC/BRAP (1987) - "SUAT - Sistema Unificado de
Administração do Transporte Coletivo", extrato de relatório
ao CDH, SEPLAN-SP
07. H. PIETRANTONIO (1989) - "Sistemas de Informação
Computadorizados na Gerência do Transporte Coletivo Urbano de
Passageiros em Cidades de Porte Médio", dissertação de
mestrado, EPUSP
08. A. BLOKDIJK, P. BLOKDIJK (1986) - "Planning and Design of
Information Systems", Panda - IBM.
09. E. YOURDON (1988) - "Managing the System Life Cycle", 2a.
edição, Prentice-Hall (tradução em português da Editora
Campus).
10 . F. SAKAMOTO, A. MEGALE, A. TEIXEIRA (1986) - 'Diretrizes
para um Sistema de Informações para a Administração
Municipal", IPT-SCT.
11. W. H. E. DE MAN (1988) - "Establishing a Geographical
Information System in Relation to its Use - a Process of
Strategic Choice" em International Journal of Geographical
Information Systems, v.2/3, pp. 245-261.
12. QED (1989) - "Information Systems Planning for
Competitive Advantage", QED Information Services Inc.
13. P. EIN-DOR, E. SEGEV (1978) - "Managing Management
Information Systems", D.C. Heath and Co. (tradução em
português da Editora Campus).
14. T. S. TADROSS (1985) - "Tendências da Informática e seu
Impacto no Desenvolvimento de Sistemas de P.D. - Vale a Pena
Investir" em Anais do XVIII Congresso Nacional de
Informática, São Paulo, pp. 32-47.
15. C.J. ROSENQUIST (1982) - "Entity Life Cicles Models and
their Applicability to Information Systems Development Life
Cicles" em The Computer Journal, v.25/3, pp. 307-315.
16. A. FELICIANO NETO, J.D. FURLAN, W. WIGAN (1988) -
"Engenharia da Informação - Metodologia, Técnicas e
Ferramentas", McGraw-Hill.
17. O.V. CERÍCOLA (1985) - "Banco de Dados: uma Metodologia
de Desenvolvimento", PRODESP, Coleção Informática - Série
Software 1.
18. B. DICKINSON (1980) - "Developing Structured Systems - A
Methodology Using Strctured Techniques", Yourdon Press.
19. J.A. ZACHMAN (1987) - "A Framework for Information
Systems Architecture" em IBM Systems Journal, vol. 26/3, pp.
276-292.
20. C.E.M. LUPORINI, N.M. PINTO (1985) - "Sistemas
Administrativos: uma Abordagem Moderna de O & M", Atlas.
21. C. GANE, T. SARSON (1979) - "Structured Systems Analysis:
Tools and Techniques", Prentice-Hall (tradução em português
da Editora Campus).
22. J. MARTIN, C. McCLURE (1985) - "Diagramming Techniques
for Analysts and Programmers", Prentice-Hall.
23. W. SETZER (1986) - "Banco de Dados - Conceitos, Modelos,
Gerenciadores, Projeto Lógico, Projeto Físico", Edgar
Blucher.
Apêndice A - Ferramentas de Apoio na Análise e Modelagem para
Sistemas de Informação Computadorizados
Sistemas de Informação são suficientemente complexos para
exigir técnicas especiais de organização da informação
coletada e produzida durante seu desenvolvimento. Essa
documentação, além de ser o meio fundamental para transmitir
os resultados obtidos nas fases intermediárias do processo,
deve servir para minorar a dificuldade de entendimento e a
inibição de alterações presentes na representação de grandes
sistemas. São, portanto, ferramentas essenciais ao processo
de descrição, de análise e modelagem, e de especificação.
Retomando o que foi dito na discussão sobre a metodologia de
planejamento de sistemas de informação computadorizados, é
necessário ter instrumentos para descrever, analisar e
especificar
- a estrutura da Organização em relação com suas atividades
principais,
- o fluxo de informações na execução das atividades da
Organização,
- os processos envolvidos e dados utilizados na execução das
atividades da Organização.
Na literatura sobre análise e desenvolvimento de sistemas
existe uma variedade enorme de técnicas sugeridas para
utilização como apoio a organização e execução das suas
tarefas, o que certamente reflete variações na visão sobre a
metodologia de trabalho mais adequada mas também
idiossincrasias relacionadas com preferências por recursos
verbais ou gráficos, um ou outro tipo de simbologia,
diferenças que encobrem um significado básico comum. Pode-se
também enfatisar a necessidade de trocar informações com
diversos tipos de interlocutores durante o processo de
desenvolvimento, cada um tendo familiaridade com diferentes
tipos de representações e interesse em diferentes aspectos
relativos ao sistema de informação computadorizado15.
Por esse motivo, a seleção de técnicas para utilização no
apoio ao planejamento de sistemas de informação
computadorizados orientou-se pela busca de um conteúdo
compatível com as necessidades descritivas enunciadas
anteriormente, além do requisito de aceitação no meio técnico
relacionado (que incluiu a área de análise de sistemas
administrativos, em vista da visão metodológica adotada).
A seguir, essas técnicas selecionadas serão apresentadas e
comentadas, mostrando sua função e simbologia básica, de
forma a permitir o entendimento do seu papel em relação às
tarefas envolvidas no planejamento de sistemas de informação
computadorizados e dos resultados pretendidos em cada etapa
da análise realizada nos próximos capítulos.
15 Ver, por exemplo, a analogia feita por ZACHMAN/01 com o desenvolvimento de produtos em outras áreas de serviços.
A.1 - Técnicas de Descrição de Sistemas Administrativos
Um primeiro grupo de técnicas é bastante utilizado para a
descrição de sistemas administrativos: os organogramas
administrativos e os fluxogramas de atividades16.
Os organogramas administrativos descrevem as relações
hierárquicas (isto é, de subordinação e de responsabilidade)
na estrutura formal da Organização e são importantes porque
refletem, em geral, a forma de divisão do trabalho na
Organização. Este aspecto está implícito na
departamentalização da sua estrutura administrativa, que tem
um papel organizador e delimitador na forma de execução das
atividades.
Os fluxogramas de atividades descrevem as tarefas realizadas
e documentos utilizados no fluxo normal de execução das
atividades dentro da estrutura da Organização e são
importantes como descrição (detalhada) do seu processo de
trabalho num nível operacional. A atenção neste caso é
voltada para a descrição precisa do processo de trabalho,
como base do seu entendimento.
A Figura A.1 mostra esquematicamente a forma e as convenções
principais utilizadas na representação de organogramas
administrativos e fluxograms de atividades.
Essas técnicas são especialmente adequadas para descrição dos
sistemas existentes no que se refere a sua estrutura formal.
Os fluxogramas de atividades, em particular, são uma
ferramenta de descrição muito eficaz na análise dos sistemas
existentes ou detalhamento operacional na fase de implantação
dos sistemas de informação.
16 Ver uma descrição detalhada e comparação com outros meios de representação em LUPORINI/PINTO/02.
No entanto, para a tarefa de fixação dos requisitos
funcionais das atividades do sistema na etapa de análise
básica, descrições deste tipo incorporam uma série de
informações decorrentes de uma implementação particular dos
processos examinados, que são detalhes desnecessários e
prejudiciais nas fases de entendimento e concepção, por
exemplo, levando a utilizar outros meios de representação.
A.2 - Técnicas de Descrição de Sistemas de Informação
Um segundo grupo de técnicas preocupa-se basicamente em
descrever o sistema de informação da Organização de uma forma
adequada ao processo de planejamento de sistemas de
informação computadorizados: os diagramas lógicos de fluxo de
dados e os dicionários de dados e funções17.
Os diagramas de fluxo de dados são uma descrição lógica do
processamento de dados envolvido na execução das atividades
da Organização na área de interesse definida para o sistema
de informação e são importantes porque permitem a
representação dos elementos essenciais no sistema de
informação (origens e destinos de dados, processos de
manipulação de dados, depósitos de dados e fluxos de dados).
O objetivo dos diagramas de fluxo de dados é principalmente o
de descrever as interrelações funcionais entre os processos
executados em cada atividade (sem preocupação com a
organização ou detalhamento dos procedimentos). Além disso, a
descrição pode ser feita em níveis crescentes de
detalhamento, numa abordagem de refinamentos sucessivos.
Os dicionários de dados e funções são uma forma organizada de
registrar a informação relevante sobre as referências
introduzidas nos diagramas de fluxo de dados e são
importantes para manter todos estes detalhes num local único
e evitar duplicidades ou ambiguidades na fonte de dados sobre
o sistema de informação utilizados pelos analistas.
17 Ver a descrição clássica de GANE/SARSON/03 e uma aplicação extensiva em DICKINSON/04.
A Figura A.2 mostra esquematicamente a forma e as convenções
principais utilizadas na representação de diagramas de fluxo
de dados e o conteúdo do dicionário de dados e funções.
Estas técnicas permitem executar a parte fundamental da
análise das atividades da Organização utilizando uma visão
integrada dos processos (dados e funções) envolvidos. São
também uma forma efetiva de controlar a complexidade na fase
de planejamento e uma forma precisa de especificar o que deve
ser atingido na fase de projeto, em termos funcionais, e
mesmo uma visão inicial da estratégia de implementação do
sistema computacional.
No entanto, o dicionário de dados e funções, apesar de ser
uma forma adequada para registro das definições de dados e
processos identificados durante o estudo da área de
interesse, não fornece um meio de visualização global da
estrutura dos dados e da estrutura dos processos descritos, o
que é uma informação muito importante para orientar o
projeto, o que em geral leva a buscar meios mais sugestivos
(diagramáticos) de apresentação da estrutura das funções e
dados.
Figura A 2. Técnicas de Descrição de Sistemas de Informação
DADOS FUNÇÕES
- elementos de dados - fluxos de dados
DICIONÁRIO DE - estrutura de daods - processos
DADOS E FUNÇÕES - depósitos de dados - procedimentos
- entidades externas - requesitos
A.3 - Técnicas de Descrição de Estruturas de Dados e Funções
Um terceiro grupo de técnicas tem o objetivo de descrever com
maior detalhe a estrutura dos dados e a estrutura dos
processos envolvidos: os diagramas de entidades e
relacionamentos e os diagramas de decomposição funcional, que
permitem a descrição compatível com o nível estratégico e são
detalhados nos quadros de descrição de atributos e diagramas
de dependência de funções18.
Os diagramas de entidades e relacionamentos descrevem as
referências de dados utilizados pelo sistema de informação
(as entidades) e os relacionamentos entre estas entidades que
são importantes para os processos executados.
Os diagramas de decomposição funcional descrevem a hierarquia
de processos gerenciais envolvidas na execução de uma
atividade, dando uma visão global da organização do processo
de trabalho.
Os quadros de descrição de atributos são um detalhamento das
características das entidades identificadas (sua descrição em
termos de dados) e os relacionamentos que a referenciam,
segundo os diagramas de entidade-relacionamento gerais.
Os diagramas de dependência de funções descrevem a sequência
de procedimentos e decisões envolvidas na execução de cada
processo gerencial identificado nos diagramas de decomposição
funcional.
Portanto, esses instrumentos permitem dar uma visão global da
estrutura dos dados e funções envolvidas e detalhar as
18 Ver uma descrição detalhada e comparação com outros meios de representação em MARTIN/McCLURE/05 e uma discussão especial sobre os diagramas de entidade-relacionamento em SETZER/06 e sobre os diagramas de decomposição funcional em FELICIANO/FURLAN/WIGAN/07.
características de cada entidade ou processo identificado, de
forma consistente.
A Figura A.3 mostra esquematicamente a forma e as convenções
principais utilizadas nos diagramas de dados e processos
citados.
A transição entre esses 2 níveis ou formas de representação
utilizadas na especificação de dados e funções envolve também
um aprofundamento na análise do sistema de informação.
Quanto a estrutura das funções, no nível estratégico a
preocupação básica é a de identificar a hierarquia de
processos gerenciais (isto é, unidades de responsabilidade na
execução das atividades, com produtos ou serviços definidos)
relacionados com cada área de atividades da organização, como
base da descrição do conteúdo das atividades em termos de
funções e dados. Já no nível de análise deve-se detalhar a
organização do processo de execução das funções (insumos,
produtos, controle) e os procedimentos envolvidos no trabalho
(tarefas), em especial para as funções automatizadas.
Quanto a estrutura dos dados, no nível estratégico a
preocupação básica é a de identificar as principais
referências de dados envolvidas nas atividades da organização
e delinear seus atributos importantes (em termos de classes
de dados), de forma a padronizar a linguagem de dados e
determinar o papel das entidades dentro da perspectiva global
da organização. Já no nível de análise deve-se detalhar a
descrição das entidades com o objetivo de compatibilizá-la
com a descrição das funções e obter uma visão consistente dos
processos executadas, em especial para os dados retidos em
computador.
Figura A 3 Técnica de Descrição de Dados e Funções – Especificação.
DIAGRAMAS DE ENTIDADES E RELACIONAMENTOS
DIAGRAMAS DE DECONPOSIÇÃO FUNCIONAL
Na fase de projeto esses diagramas são mais detalhados até
atingir o nível de descrição necessário para implementação do
sistema computacional (por exemplo, utilizando diagramas de
estrutura de dados e diagramas de estrutura modular como
mostrado na Figura A.4).
No aspecto de projeto, a operação de sistemas complexos em
ambientes multiusuários e de redes de computadores tem
aproximado bastante a metodologia de projeto de sistemas de
informação com a metodologia de projeto de sistemas de
controle em tempo real, adicionando informações sobre a
monitoração dinâmica das tarefas solicitadas pelos diversos
usuários em diferentes estágios de operação dos sistemas de
informação.
Figura A 4 Técnicas de Descrição de Dados e Funções – Projeto
Diagramas de Estrutura de Dados Diagramas Estrutura Modular
ENTIDADE A
Identificador atributos
item transposto
descrição de procedimentos: pseudo-código
estruturado descrição de itens: rótulos e
validade
Neste caso, as atividades de controle correspondem
basicamente à interface com os usuários que solicitam tarefas
aos sistemas computadorizados que são tratados como sinais
(fluxo de dados para controle e não para processamento) para
determinar alterações na alocação de tarefas a executar pelo
sistema computadorizado. Esta função de monitoração do
ambiente de operação do sistema computacional e de
determinação da forma de funcionamento ao longo do tempo é o
que diferencia uma atividade de controle (que só trata sinais
e define o funcionamento) de uma atividade de processamento
de dados.
Portanto, pelo menos na fase de projeto os diagramas de fluxo
de dados podem ser enriquecidos e transformados em diagramas
de controle e fluxo de dados e a dinâmica de evolução da
alocação de atividades do sistema computacional pode ser
descrita através de diagramas de transição de estados (como
exemplificados na Figura A.5), que na modelagem de sistemas
de controle em tempo real são introduzidos mesmo na etapa de
modelagem de processos, dados e funções.
Na verdade, estes níveis de descrição da estrutura de dados e
funções (tanto no planejamento quanto no projeto de sistemas
de informação) são aqueles em que é maior a variedade de
técnicas de diagramação sugeridas por diferentes autores e
foram selecionadas apenas as consideradas mais importantes
para o objetivo desse trabalho. Aliás, vale notar que tanto
quanto a expressividade das técnicas escolhidas deve-se
buscar atingir um aprofudamento e disciplina adequados nos
seus exercícios de aplicação.
Figura 5. TÉCNICAS DE DESCRIÇÃO DE CONTROLE DE PROCESSOS
DIAGRAMA DE CONTROLE E FLUXO DE DADOS
DIAGRAMA DE CONTROLE E FLUXO DE DADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS
01. J.A. ZACHMAN (1987) - "A Framework for Information
Systems Architecture" em IBM Systems Journal, vol. 26/3, pp.
276-292.
02. C.E.M. LUPORINI, N.M. PINTO (1985) - "Sistemas
Administrativos: uma Abordagem Moderna de O & M", Atlas.
03. C. GANE, T. SARSON (1979) - "Structured Systems Analysis:
Tools and Techniques", Prentice-Hall (tradução em português
da Editora Campus).
04. B. DICKINSON (1980) - "Developing Structured Systems - A
Methodology Using Strctured Techniques", Yourdon Press.
05. J. MARTIN, C. McCLURE (1985) - "Diagramming Techniques
for Analysts and Programmers", Prentice-Hall.
06. W. SETZER (1986) - "Banco de Dados - Conceitos, Modelos,
Gerenciadores, Projeto Lógico, Projeto Físico", Edgar
Blucher.
07. A. FELICIANO NETO, J.D. FURLAN, W. WIGAN (1988) -
"Engenharia da Informação - Metodologia, Técnicas e
Ferramentas", McGraw-Hill.