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. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E NÍVEIS CONTROLE DE INSETOS PRAGA

MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E NÍVEIS CONTROLE DE INSETOS – PRAGA.pdf

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MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E

NÍVEIS CONTROLE DE

INSETOS – PRAGA

O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) - procura

preservar e incrementar os fatores de mortalidade

natural, através do uso integrado de todas as técnicas

de combate possíveis, selelcionadas com base em

parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos.

A implantação do MIP é realizada em três passos:

AVALIAÇÃO DO ECOSSISTEMA

TOMADA DE DECISÃO

ESCOLHA DO MÉTODO DE CONTROLE

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AVALIAÇÃO DO ECOSSISTEMA:

Deve ser realizado através de um programa de

monitoramento, isto é, amostragens periódicas,

visando:

Avaliar a população da praga, amostrando a sua

densidade populacional;

Avaliar a população dos inimigos naturais,

amostrando sua densidade populacional;

Avaliar o estádio fisiológico da planta, verificando

se a planta está no estádio mais sucetível à

praga;

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Avaliar as condições climáticas, verificando se

estão favoráveis à praga;

Acompanhar e verificar os efeitos do método de

redução populacional empregado, sobre os insetos

visados e sobre os insetos não alvo.

TOMADA DE DECISÃO

É efetuada através da análise dos aspectos

econômicos da cultura e da relação custo/benefício do

controle que é determinado pelo nível de controle ou

também pelo nível de dano econômico.

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Tomada de decisões - Dica

Com base na avaliação do ecossistema

combate-se praga se:

A densidade populacional da praga foi igual ou

maior que o nível de controle;

A densidade populacional dos inimigos naturais

estiver abaixo do nível de não-ação;

A planta estiver no estádio sucetível à praga;

As condições climáticas estiverem favoráveis à

praga;

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ESCOLHA DO MÉTODO DE CONTROLE

Uma vez tomada a decisão de adotar medidas de

controle, deverá ser feita opção por um sistema que

poderá envolver um mais métodos de redução

populacional de insetos;

DICA:

Uma análise prévia do histórico da área com relação à

culturas, clima e ocorrência de pragas possibilitará uma

previsão do problemas que deverão ser enfrentados.

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MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

Métodos Absolutos

É o número total de indivíduos de uma determinada

área;

Esse método é pouco utilizado para avaliação

populacional de insetos-praga em agrossistemas

devido ao elevado tempo gasto,pessoal e dinheiro pois

é praticamente impossívelcontar todos os insetos

presentes em um agroecossistema.

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Métodos Relativos

É o número de indivíduos presentes numa amostra.

Ex: número de ácaros existentes num fruto, número de

percevejos presentes no pano de batida colocado

entre as fileiras das plantas, número de bicudos

presentes no tubo caça bicudo.

Índices Populacionais

É a medida dos produtos metabólicos ou efeitos dos

insetos presentes numa amostra. Ex: percentagem de

desfolha, sinais de alimentação do bicudo do

algodoeiro,etc...

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Plano de Amostragem

A amostragem pode ser de 2 tipos:

Comum: é baseada no número fixo de amostras por

unidade de área. Ex: 3 ramos/planta,20 plantas

/talhãoMais usada em agroecossistemas do que a

amostragem sequencial;

Sequencial: envolve um número variável de amostras.

As partes são examinadas ao acaso,

sequencialmente,até que a densidade acumulada

atinja uma das classes previamente estipuladas.

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TIPOS DE CAMINHAMENTO

Representa a maneira como se deve deslocar no

campo para realizar a amostragem;

A forma de caminhamento depende do tipo de

amostragem;

Ex: Quando a amostragem é do tipo sequencial

caminhamento em espiral;

Quando a amostragem é do tipo comum

caminhamento é feito em zig zag, cruz, em formato de

W, U ou pontos.

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TIPOS DE CAMINHAMENTO

Esquema de Caminhamento em zig-zag

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INSTRUMENTOS DE AMOSTRAGEM

Rede entomológica

Rede de varredura

Armadilhas de solo

Malaise

Armadilha luminosa

Tubo caça – bicudo

Pano de batida

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INSTRUMENTOS DE AMOSTRAGEM

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CAFEEIRO

As principais pragas do cafeeiro são o bicho mineiro do

cafeeiro Leucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonetiidae) e

a broca do café Hypothenemus hampei (Coleoptera:

Scolytidae).

Hypothenemus hampei Leucoptera coffella

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Amostragem Comum – Bicho mineiro do cafeeiro

Caminhamento em zig-zag ou serpenteado( em cafezal

adensado);

Normalmente são analisadas 3 folhas (terço mediano)

por planta, sendo amostradas 20 plantas/talhão –

totalizando 60 folhas/talhão.

Posteriormente, deve-se multiplicar o número de

folhas minadas pela constante 1,67 para obter a

porcentagem de folhas minadas.

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Exemplo: se das 60 folhas amostradas, 16 apresentam

minas, então 16x1,67 obtém-se 26,7% de folhas

minadas.

O nível de controle para o bicho mineiro é de 40% de

folhas minadas no inverno e de 20% de folhas minadas

no verão;

As larvas do bicho mineiro podem ser predadas por

algumas espécies de vespas sociais que também podem

ser amostradas.

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Nesse caso devemos contar o número de folhas com

predação (folhas que apresentam pelo menos uma mina

com sinais de predação por vespa ).

Exemplo: das 16 folhas minadas 9 apresentavam sinais

de predação. Então:

16 folhas minadas ..........9 folhas com sinais de predação

100 folhas minadas..........X

X = 56,2 % de folhas contendo minas com sinais de

predação por vespas.

O nível de Não Ação (NNA) é de 40% de minas com

sinais de predação.

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Amostragem da Broca- do-café

Examinar 500 frutos (cerca de 1 litro de café

verde/cereja) ao acaso na primeira florada /talhão

(normalmente novembro a janeiro,dependendo da região)

realizando caminhamento em zig-zag ou serpenteado .

Após separar os frutos brocados dos sadios,

multiplica-se o número de frutos brocados por 0,2

(constante) . Nesse caso obtém-se a percentagem de

frutos brocados.

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Exemplo:

Supondo que nos 500 frutos amostrados sejam

observados 30 frutos brocados 30 x 0,2 = 6% de

frutos brocados .

O nível de controle recomendado para a broca do café

está entre 3 a 5% de frutos brocados.

Portanto, conforme o exemplo acima, deve ser feito o

controle da broca nesse talhão.

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CITROS

Algumas das principais pragas dos citros são o ácaro

da leprose (Brevipalpus phoenicis ) , o ácaro da falsa

ferrugem (Phyllocoptruta oleivora) , a lagarta minadora

dos citros (Phyllocnistis citrella), as moscas das frutas

(Ceratitis capitata) e (Anastrepha spp.).

Os talhões amostrados devem ter cerca de 2.000

plantas e ser avaliados em intervalos de 7 a 15 dias.

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Ácaro da Ferrugem e Ácaro da Leprose

Para cada talhão de 2.000 plantas, escolhem-se ao acaso

20 plantas, amostrando-se, com auxílio de uma lupa (10x), 3

frutos por planta, anotando-se o número de ácaros encontrado

por fruto em uma única visada (1 cm2).

Nível de Ação:

Praga - chave Níveis de Ação

Ácaro da Ferrugem 10% de frutos com 20 ácaros/cm2

(mercado) ou 30 ácaros/cm2 (indústria)

Ácaro da Leprose 10% de frutos com 1 ou mais ácaros/cm2

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Mosca das Frutas

Para o monitoramento da mosca das frutas utilizam-se

frascos caça-moscas com solução atrativa.

Os frascos são pendurados nas plantas da periferia do

talhão distanciados 50 metros uns dos outros e avaliados a

cada 7 dias.

O controle deve ser feito quando for verificada a presença

de um adulto em média por frasco.

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SOJA

As principais pragas da soja são: lagarta da soja

(Anticarsia gemmatalis), lagarta falsa medideira

(Pseudoplusia includens), Lagarta elasmo (Elasmopalpus

lignosellus), broca-das-axilas ou broca dos ponteiros

(Epinotia aporema) entre outras. Percevejos: verde (Nezara

viridula), verde pequeno (Piezodorus guildinii),

percevejo marrom (Euchistus heros) ;

As amostragens devem ser realizadas semanalmente,

utilizando o método do pano de batida ou pelo índice de

desfolha. O número de amostras depende do tamanho da

área.

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Tamanho do Talhão Número de Amostras

Até 10 ha 6 pontos de amostragem

10-30 8 pontos de amostragem

31-100 10 pontos de amostragem

> 100 Subdividir a área em talhões

menores

Exemplo de número de amostras

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Pragas Épocas Níveis de Controle

Lagartas desfolhadoras Antes do florescimento

Após florescimento

40 lagartas> 1,5cm ou 30% desf.

40 lagartas> 1,5cm ou 15% desf.

Broca das Axilas Até a formação das vagens 30% dos ponteiros atacados

Broca das vagens Formação e enchimento das

vagens

10% de vagens atacadas

20 lagartas por amostragem

Percevejos Formação de vagens até a

maturação fisiológica

4 percevejos> 5mm por

amostragem(grãos);

2 percevejos> 5mm por

amostragem(sementes);

Níveis de Controle das Pragas da soja

Desf = desfolha

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Lagarta elasmo (Elasmopalpus

lignosellus) Broca das Axilas (Epinotia aporema )

Lagarta da soja Anticarsia gemmatalis ) Lagarta Falsa –medideira (Pseudoplusia

includens)

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Percevejo verde

(Nezara viridula) Percevejo verde pequeno

(Piezodorus guildini)

Percevejo marrom

(Euchistus heros)

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Amostragem de pragas com auxílio

do pano de batida

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ALGODOEIRO

As principais pragas são: bicudo do algodoeiro

(Anthonomus grandis), lagarta rosada do algodoeiro

(Pectinophora gossypiella), curuquerê do algodoeiro

(Alabama argillacea) , lagarta da maçã do algodoeiro

(Heliothis virescens), pulgões (Aphis gossypii e Myzus

persicae), ácaro rajado (Tetranychus urticae), ácaro vermelho

(Tetranychus ludeni) entre outros.

Número de levantamentos/semana Fase da cultura

1 Até o florescimento

2 Florescimento até o primeiro capulho

3 Primeiro capulho até a colheita

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Praga Época de Ocorrência Parte Amostrada Nível de Controle

Pulgão Até 60 dias plantas 70% plantas atacadas

Tripes Até 30 dias Folhas 6 indivíduos/folha

Ácaro rajado 80-110 dias plantas 10% atacadas

Ácaro branco 70-100 dias plantas 40% atacadas

Bicudo Após 40-50 dias até o

final

Botões

florais/grandlure

10% atacadas / 1 adulto

armadilha

Curuquerê 90 -140 dias plantas 2 lagartas/planta ou 25%

de desfolha

Lagarta da maçã 70 – 120 dias plantas/

virelure

20% dos ponteiros com

ovos ou 15% ponteiros

com lagartas; 10 adultos

armadilha

Lagarta rosada 80 -120 dias Maças/gossyplure 5% das maçãs atacadas;

10 adultos armadilha

Percevejos 90 – 140 dias Plantas 20% de infestação (rajado e

manchador).

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Lagarta Rosada - Pectinophora

gossypiella

Lagarta das maças – Heliothis virecens

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Bicudo do Algodoeiro – Anthonomus grandis

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MILHO

Principais pragas: lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda),

lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagarta rosca

(Agrotis spp.), lagarta da espiga (Helicoverpa zeae).

Secundárias: Percevejo castanho, bicho bolo ou coró), larva

arame, broca da cana de açúcar, etc...

Tamanho do Talhão Número de Amostras

Até 10 ha 6 pontos de amostragem

10-30 8 pontos de amostragem

31-100 10 pontos de amostragem

> 100 Subdividir a área em talhões

menores

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Praga Época de Ocorrência Parte amostrada Nível de controle

Lagarta do cartucho Até 60 dias plantas 20% de plantas

atacadas

Lagarta elasmo Até 30 dias plantas 3% de plantas

atacadas

Lagarta rosca Até 30 dias plantas 3% de plantas

atacadas

Larva arame Início da cultura sementes Média de 2 larvas por

ponto

Bicho bolo ou coró Início da cultura sementes Média de 1 larva por

ponto

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FEIJÃO

Principais Pragas: Cigarrinha verde (Empoasca kraemeri),

mosca branca (Bemisia spp.), vaquinhas (Diabrotica

speciosa, Cerotoma spp.), lagarta-elasmo (Elasmopalpus

lignosellus), lagarta rosca (Agrotis spp.).

Para vaquinha, minadora e lagartas desfolhadoras, existe

uma sugestão de amostragem :

Nela deve-se amostrar 100 pontos ao acaso/ até 5ha e

fazer a coleta de 1 folíolo para aferição visual da desfolha.

O nível depende da fase da cultura.

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Na amostragem para cigarrinha verde do feijoeiro deve-se

amostrar 100/folíolos/até 5 ha, contando-se o número de

cigarrinhas por folíolo. O nível de controle é igual a 2

cigarrinhas por folíolo.

Fase da Cultura Nível de Controle

Até 20 dias 40% de desfolha

20 a 30 dias 30% de desfolha

30 a 45 dias 20% de desfolha

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Mosca branca – Bemisia tabaci

Cigarrinha verde - Empoasca kraemeri

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Arroz

As principais pragas da cultura do arroz de sequeiro são os

cupins subterrâneos Syntermes spp. Procornitermes spp. e

Cornitermes spp. e a lagarta elasmo (Elasmopalpus

lignosellus).

As principais pragas do arroz irrigado são a bicheira-do-

arroz ou gorgulho aquático Helodytes faveolatus,

Neobagous sp., Hydrotimetes sp. e Oryzophagus oryzae e

o percevejo do grão Oebalus spp. Podem-se citar, ainda, o

percevejo do colmo Tibraca limbativentres e as lagartas

desfolhadoras Mocis latipes e Spodoptera frugiperda.

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Arroz

A amostragem dessas pragas é feita caminhando em zig-

zag na área, avaliando 5 pontos a cada 10 ha. Em cada

ponto devem ser avaliadas as plantas presentes em 1m2.

Praga Técnicas de Amostragem

Lagarta Elasmo Avaliação da % de plantas com

sintoma de ataque

Bicheira da raiz Avaliação do n˚ de larvas presentes

numa peneira.

Percevejo do grão Contagem do n˚ de insetos/m2

Percevejo do colmo Contagem do n˚ de insetos/m2

Lagarta desfolhadora Avaliação da % de desfolha

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Arroz

O nível de controle de pragas do arrozeiro é:

Praga Nível de Controle

Lagarta Elasmo 10% das plantas atacadas

Bicheira da raiz 18 larvas por soqueira

Percevejo do grão 3 percevejos/m2 ou 1

percevejo/100 panículas

Percevejo do colmo 3 percevejos/m2

Lagarta desfolhadora 50% de desfolha

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Adulto de Oryzophagus oryzae (A), larva de último instar (B), raízes

danificadas por larvas e raízes normais (C)

Adulto do percevejo do colmo (Tibraca

limbativentris).

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Adulto do percevejo-do-grão

Oebalus ypsilongriseus

Lagarta desfolhadora Spodoptera

frugiperda Lagarta desfolhadora Mocis latipes