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MÉTODOS FÍSICOS NO TRATAMENTO DAS DORES AGUDAS E CRÔNICAS. Raquel A Casarotto Fisioterapeuta Doutora em Reabilitação Professora Associada e-mail: [email protected] Tel: 011 - 3091-8424

MÉTODOS FÍSICOS NO TRATAMENTO DAS DORES AGUDAS … · na dor em repouso, edema e função comparada com a aplicação padrão de 20 min. ... Ponto de dor ou de acupuntura (Cheing,

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MÉTODOS FÍSICOS NO TRATAMENTO DAS

DORES AGUDAS E CRÔNICAS.

Raquel A Casarotto Fisioterapeuta

Doutora em Reabilitação

Professora Associada

e-mail: [email protected] Tel: 011 - 3091-8424

Recursos Eletrotermofototerapêuticos utilizados

no controle da dor

-Crioterapia

-Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)

-Corrente Interferencial

-Laserterapia de Baixa Intensidade

-Ondas Curtas

-Ultrassom

- Bolsa de Água Quente

Crioterapia

- Trauma agudo : Utilizar por 20 minutos a cada 2 horas durante as primeiras 24 horas pós

trauma. Bleakley CM (2006) mostrou que aplicações intermitentes – 10 min aplicados - 10

min sem +10 min aplic. foram mais efetivos para dor, porém após 1 semana não houve

na dor em repouso, edema e função comparada com a aplicação padrão de 20 min.

-Mecanismo de ação: Diminui: a velocidade de condução dos nervos periféricos; a

informação aferente à medula; a atividade dos neurônios da região dorsal da medula =

redução da transmissão nociceptiva aos centros cerebrais superiores = diminuição da

percepção da dor .

- Contra-irritação local: bombardeia vias centrais da dor com impulsos frios dolorosos

que ativam vias inibitórias descendentes.

-Para reduzir dor e espasmo muscular: 12 a 15 minutos, sacos de gelo ou criomassagem

são as técnicas mais usuais.

Crioterapia

-Dor Crônica: Utilizar por 20 minutos uma ou duas vezes por dia

Crioterapia

Contra-indicações

1. Ulcerações produzidas pelo frio (edema, bolhas,lesão vascular e necrose)Ela pode ser causada

por utilização do gelo por um período > que 1 h, associada com compressão. Cuidado com as

bolsas de gel, que são muito mais frias que o gelo picado.

2. Cuidados com a aplicação de gelo em nervos superficiais, como o ulnar e o fibular. Pode

acontecer lesão na bainha de mielina ( neuropraxia), ou no axônio (axonotmese).

3. Hipersensibilidade ao frio – urticária.

4. Síndrome de Raynaud

5. Hemoglobinúria - Presença de sangue na urina, provocada pelas células vermelhas lesadas.

6. Crioglobulinemia. É a presença de proteínas sanguíneas anormais, que formam um gel quando

expostas a baixas temperaturas. O gel pode levar a obliteração da circulação, levando a isquemia e

gangrena.

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)

Orientação Clássica

Dores Agudas Dores Crônicas

Alta Frequência e Baixa Intensidade Baixa Frequência e Alta Intensidade

(AF - BI) (BF-AI) TENS Convencional TENS Acupuntura e BURST

Comportas Medulares Ascendentes Sistema Descendente de Controle da Dor (opióides)

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)

Orientação Atual

Intensidade: Realizar a aplicação com a intensidade máxima tolerável para

prevenir o desenvolvimento de tolerância analgésica ( Sato, 2012, Moran, 2011)

Frequência: Alta frequência (Vassal, 2013, Chen,2011); Sem diferença entre

frequências (Francis, 2011).

Tempo de tratamento: Mínimo 30 minutos.

Frequência de Tratamento: Diária

Localização eletrodos: Ponto de dor ou de acupuntura (Cheing, 2009); No sitio de

dor ou á distância (Brown, 2007)

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)

Cuidados e Contraindicações - Não estimular portadores de marca passo cardíaco e outros equipamentos elétricos implantados

(estimuladores do nervo frênico, por exemplo): pode haver interferência entre os aparelhos.

- Não estimular sobre a região dos seios carotídeos e da glote: pode interferir com o controle da PA e

contratibilidade cardíaca.

- Cuidado com pacientes epilépticos não controlados.

- Cuidado com áreas de neoplasias e infeções ativas: os efeitos circulatórios da EE podem agravar

tais condições.

- Cuidado com pacientes incapazes de fornecer informações claras sobre os níveis de estimulação,

como crianças, sujeitos senis, com problemas cognitivos e regiões anestésicas.

- Não aplicar EE sobre áreas onde haja solução de continuidade na pele (escoriações, cortes, feridas,

etc).

- Não use aparelhos de EE de baixa freqüência próximo a equipamentos de Diatermia (OC, MO): risco

de perda do controle dos parâmetros de estimulação.

Corrente Interferencial

Duas correntes portadoras de média freqüência:

Uma fixa em 4000 Hz

Outra variando entre 4.001 e 4.200 Hz

Determinam uma corrente de batimento em baixa freqüência e modulada em amplitude:

Entre 1 e 200 Hz Mecanismos de ação e modo de utilização = TENS

Corrente Interferencial

Diferença entre TENS e Corrente

Interferencial

Teoricamente, as correntes de média frequência seriam mais

confortáveis (?).

Sem diferença clínica no tratamento de patologias (Facci, 2011;

Johnson, 2003)

Laserterapia de Baixa Intensidade

Mecanismos de ação

Redução nos marcadores inflamatórios: prostaglandina E2,

interleucina 1β, fator de necrose tumoral α.

Redução do estresse oxidativo e fadiga muscular.

Inibição da transmissão nas fibras A ∆ e C. (Chow, 2009)

Supressão da atividade da Bradicinina e Substância P (Chow,

2011)

Liberação de Serotonina do SNC (Chow, 2011)

Laserterapia de Baixa Intensidade

Parametrização

Janela terapêutica

Comprimento de onda para analgesia 808 a 904 nm.

Energia por ponto: 3 a 8 Joules por ponto.

Número de pontos: Na coluna, no mínimo 6. A cada 2

cm na área alvo

Aplicação sobre área dolorosa.

Laserterapia de Baixa Intensidade

Contraindicações

-Pacientes com carcinoma ativo ou suspeito

-Irradiação direta sobre o útero gravídico

-Irradiação sobre os testículos

-Áreas de hemorragia

Cuidados

- Tratamento em áreas fotossensíveis

- Pacientes com epilepsia

Termoterapia

-Ondas Curtas (OC) e Ultrassom (US): Calor profundo

-Bolsa de Água Quente: Calor Superficial

-Tempo de Aplicação:OC e Bolsa de Água Quente (20 min)

-US: 3 Minutos por área correspondente ao tamanho do cabeçote

Termoterapia

- Vasodilatação

-Aumento da elasticidade e diminuição da viscosidade dos tecidos

- Faixa terapêutica: 40° a 45°

-A estimulação dos receptores sensoriais de calor pode ativar o

mecanismo de comporta medular.

-Redução do Espasmo Muscular via redução de isquemia (Wright,

2001)

-Efeito Sedativo

Cuidados e Contraindicações no uso do Calor

- Pacientes com déficit vascular

- Cuidados com imersão de grandes áreas, como turbilhão para

todo o corpo em pacientes com alteração de PA.

- Pacientes com dermatite de contato podem piorar seus quadros

- Sangramentos

- Infecção, hemofilia, fragilidade vascular

- Neoplasias

Terapia da Moda

-Estimulação magnética transcraniana

-J-P Lefaucheur (2007)

TERAPIA NOVA

- Estimulação transcraniana por corrente contínua

TERAPIA NOVA

Estimulação transcraniana por corrente contínua ( ETCC)

Hazime ( Tese USP ainda não publicada) compararam o uso da ETCC, ETCC+ TENS e

TENS em pacientes com lombalgia crônica. Os resultados demonstraram efeitos

analgésicos clinicamente importantes da ETCC+EEP (MD = -2,6 IC95% = -4,4 a -0,9) e EEP

isolada (MD = -2,2 IC95% = -3,9 a -0,4) comparada ao grupo sham, mas não da ETCC

isolada (MD = -1,7 IC95% = -3,4 a -0,0). Além da manutenção do efeito analgésico por até

três meses a ETCC+EEP obteve maior proporção de respondedores em diferentes pontos

de corte. Os resultados sugerem que tanto a ETCC+EEP quanto EEP isolada são eficazes

em curto prazo para o alívio da dor lombar crônica inespecífica. No entanto o efeito

analgésico mais duradouro aliado a maior proporção de respondedores indicam um

possível efeito aditivo e sinérgico da ETCC+EEP no alívio da dor em pacientes com dor

lombar crônica não específica. Os nossos resultados não apoiam o uso da ETCC no

regime de tratamento utilizado.

Obrigada pela Atenção

Raquel A. Casarotto