31
XV SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO A Cidade, o Urbano, o Humano Rio de Janeiro, 18 a 21 de setembro de 2018 MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA PAISAGEM CULTURAL E PATRIMÔNIO NÍVEA MACHADO¹, KARENINA MATOS². (1) Estudantes de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí UFPI. Pesquisadoras do Laboratório Urbano da Paisagem- LUPA/UFPI. Campus Universitário Ministro Petrônio Portella, Bairro Ininga. CEP: 64049-550. Teresina, Piauí, Brasil. E-mail: [email protected] (2) Professoras do Departamento de Construção Civil e Arquitetura DCCA/CT/UFPI. Coordenadoras do Laboratório Urbano da Paisagem- LUPA/UFPI. E-mail: [email protected]; Universidade Federal do Piauí RESUMO Tendo em vista que os centros históricos estão intimamente conectados com a população de uma cidade, como memória e identidade, este artigo busca estudar a paisagem cultural do centro histórico de Parnaíba PI. Nesse espaço é possível encontrar arquitetura de três séculos, além de diversas praças e grandes avenidas, e por fim, a paisagem é delineada pelo rio Igaraçú. O estudo baseia-se no diagnóstico do espaço, a partir da análise morfológica, fundamentada nas teorias de Lynch (2010), análise histórica e a análise a partir da vivência do espaço, este diagnóstico foi sintetizado em uma série de mapas e levantamentos fotográficos. Além disso, foram feitas entrevistas com os responsáveis técnicos pelo planejamento urbano do centro histórico da cidade. Como resultado do artigo busca-se responder os seguintes questionamentos: O que torna o centro histórico de Parnaíba uma paisagem única? Como a população se identifica com o centro histórico? Qual a importância do centro histórico para a população parnaibana? Quais as medidas que estão sendo tomadas para a proteção desse espaço? PALAVRAS-CHAVE: Centro Histórico, Paisagem Cultural, Parnaíba.

MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

XV SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO

A Cidade, o Urbano, o Humano Rio de Janeiro, 18 a 21 de setembro de 2018

MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA

PAISAGEM CULTURAL E PATRIMÔNIO

NÍVEA MACHADO¹, KARENINA MATOS². (1) Estudantes de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Piauí – UFPI. Pesquisadoras do Laboratório Urbano da Paisagem- LUPA/UFPI. Campus Universitário Ministro Petrônio Portella, Bairro Ininga. CEP: 64049-550. Teresina, Piauí, Brasil. E-mail: [email protected] (2) Professoras do Departamento de Construção Civil e Arquitetura – DCCA/CT/UFPI. Coordenadoras do Laboratório Urbano da Paisagem- LUPA/UFPI. E-mail: [email protected]; Universidade Federal do Piauí

RESUMO

Tendo em vista que os centros históricos estão intimamente conectados com a população de

uma cidade, como memória e identidade, este artigo busca estudar a paisagem cultural do centro

histórico de Parnaíba – PI. Nesse espaço é possível encontrar arquitetura de três séculos, além de

diversas praças e grandes avenidas, e por fim, a paisagem é delineada pelo rio Igaraçú. O estudo

baseia-se no diagnóstico do espaço, a partir da análise morfológica, fundamentada nas teorias de

Lynch (2010), análise histórica e a análise a partir da vivência do espaço, este diagnóstico foi sintetizado

em uma série de mapas e levantamentos fotográficos. Além disso, foram feitas entrevistas com os

responsáveis técnicos pelo planejamento urbano do centro histórico da cidade. Como resultado do

artigo busca-se responder os seguintes questionamentos: O que torna o centro histórico de Parnaíba

uma paisagem única? Como a população se identifica com o centro histórico? Qual a importância do

centro histórico para a população parnaibana? Quais as medidas que estão sendo tomadas para a

proteção desse espaço?

PALAVRAS-CHAVE: Centro Histórico, Paisagem Cultural, Parnaíba.

Page 2: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

2

MY PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA

ABSTRACT

Considering that the historical centers are closely connected with the population of a city, such as memory and identity, this article seeks to study the cultural landscape of the historical center of Parnaíba city - PI. In this location it is possible to find architecture of three centuries, besides several squares and great avenues, and finally, the landscape is delineated by the Igaraçú river. The study is based on the diagnosis of space, according to the morphological analysis, based on theories of Lynch (2010), historical analysis and the analysis from the experience of space, this diagnosis was synthesized in a series of maps and photographic surveys. In addition, interviews were made with technical officials for the urban planning of the historic city center. As a result of the article, the following questions are answered: What makes the historic center of Parnaíba city a unique landscape? How does the population identify with the historical center? How important is the historical center to the Parnaíba population? What measures are being taken to protect this space?

KEY-WORDS:Historical Center; Cultural Landscape, Parnaíba city .

Page 3: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

3

INTRODUÇÃO

A identidade de uma sociedade está diretamente ligada a forma como ela interage com o seu

habitat e com a forma que ela o molda. Não é possível falar de paisagem cultural sem conectar com

identidade. Brandão (2015), discorre que as identidades têm caráter social e dessa forma os indivíduos

se projetam nelas, internalizando seus significados.

De acordo com Santos (2011), a identidade cultural releva os significados e as experiências de

um povo, demonstrando, assim, seu caráter diversificado. A identidade é um sentimento de

pertencimento, Rodrigues (201?), discorre que a construção da identidade individual ou social é algo

mutável, e reinventa e é subjetiva, e se transforma ao longo do tempo.

De acordo com o Scifoni (2016), a paisagem cultural é um conjunto espacial composto de

elementos materiais construídos, que se associam às dinâmicas naturais e possuem significado para

a sociedade. Do ponto de vista da preservação, a forma de definir o espaço como paisagem cultural

seria em relação a sua peculiaridade e como a sociedade se relaciona com esse espaço; a paisagem

cultural permite o rompimento da dualidade entre patrimônio natural e cultural, e entre o material e

imaterial, de forma que este espaço abrange todas essas práticas (SCIFONI, 2016).

Complementando os conceitos definidos por Scifoni (2016), o IPHAN (201?) define que a

paisagem cultural surge quando há, em um mesmo espaço, características naturais, espaços

construídos e ocupados, modos de produção e atividades culturais e sociais, de forma que todos esses

elementos são responsáveis por carregar a identidade da sociedade, não podendo ser feito de forma

isolada.

De acordo com Magalhães (2017, p. 10), a paisagem cultural, atualmente, é um desafio para a

preservação patrimoniais, pois em sua definição mais genérica refere-se “a obra conjugada do homem

e da natureza”. Diferente do pensamento de Magalhães, Torelly (2017) defende que a paisagem cultural

pode servir para ampliar a perspectiva sobre os centros históricos, permitindo uma ampliação nas

leituras de forma que integre os aspectos naturais, culturais, materiais e imateriais.

Tendo em vista que os Centros Históricos são o embrião da formação das cidades, é

necessário definir o conceito de cidade. Bezerra e Chaves (2014, p. 58) estabelecem cidade como

sendo “a projeção da sociedade sobre um local, isto é, não apenas sobre o local sensível como também

sobre o plano específico, percebido e concebido pelo pensamento, que determina a cidade e o urbano”.

O Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT, 2010) discorre sobre as cidades,

relatando que desde as pequenas aglomerações urbanas às cidades globais, concentram funções

sociais, econômicas, patrimoniais e cívicas; e dessa forma, tornam-se o legado e o futuro das

sociedades.

De acordo com Bezerra e Chaves (2014), a cidade se transforma não apenas em razão do

crescimento da produção material ou a partir das suas consequências nas trocas. Ela também se

transforma em função de modificações profundas no modo de produção, nas relações “idade-campo”,

nas relações de classe e de propriedade.

Da mesma forma que ocorrem as modificações nas cidades, também existem as modificações

nos Centros Históricos, sejam estas mudanças naturais ou planejadas, boas ou ruins. Inegavelmente,

Page 4: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

4

algumas dessas alterações são consequências do crescimento e desenvolvimento não planejado das

cidades.

Os Centros Históricos já foram o palco de todas as interações sociais, econômicas e políticas

durante os primeiros anos do surgimento dos aglomerados urbanos, determinando-os como parte

essencial das cidades. Porém, a partir do desenvolvimento e crescimento urbano, e por consequência

o espraiamento das cidades, ocorreram os processos de descentralização, e muito desses centros

históricos perderam sua função de “coração das cidades” (MENEGUELLO, 2010).

Mesmo ao deixarem de ser o principal palco das interações urbanas, os Centros Históricos não

perderam sua importância, perduraram ao tempo. Hoje possuem valor simbólico e carregam a

identidade das sociedades. Diversas cidades brasileiras passaram e ainda sofrem esse processo de

descentralização e dentro desse contexto e complexidade do tema surgem conceitos de

transformações que se sobrepõem.

De acordo com Mendes (2013), os conceitos de reurbanização, revitalização, reestruturação,

renovação, reabilitação, requalificação etc, são todos provenientes da ideia de transformação urbana,

independente da sua intensidade.

Gehl Institute (2017, p. 3) reflete sobre a vida urbana vibrante, ou seja, urbanidade, e defende

que “esta promove saúde, torna as cidades seguras, além de criar oportunidades econômicas e

influenciar na mobilidade, também cria capital social e enfatiza os vínculos da população com suas

comunidades” (Tradução do Autor).

A requalificação dos centros históricos muito se relaciona com proporcionar urbanidade para

estes locais, que devido as transformações urbanas tornaram-se inertes. Para isso, é de extrema

importância inserir a população nesse planejamento, priorizando dar identidade ao local e/ou preservá-

la.

Segundo Lerner (2001, p. 50), os centros das cidades são pontos de referência maior, porque

é neles que se concentra a maior parte da nossa identidade, da nossa memória. Dessa forma é

necessário exaltar as características essenciais do centro histórico, como a paisagem cultural e o seu

bem patrimonial. Silva (2011, p. 59) relata que têm-se adotado estratégias de proteção, reabilitação,

(re)vitalização, requalificação, tendo por base os elementos simbólicos e a área geográfica onde estes

se encontram:

Dadas as características arquitetônicas, é-lhes atribuída a designação de patrimônio cultural, considerando que têm valor universal. O patrimônio cultural (bens materiais ou imateriais) surge como um elemento que permite promover a economia, valorizar e divulgar a identidade de um território e/ou de uma sociedade.

A partir da reafirmação da importância dos centros históricos dentro das cidades, como espaços

detentores da identidade e memória dos habitantes, este artigo tem como objetivo o estudo da

paisagem cultural do centro histórico de Parnaíba – PI, buscando responder os seguintes

questionamentos: O que torna o centro histórico de Parnaíba uma paisagem tão única? Como a

população se identifica com o centro? Qual a importância do centro histórico para a população

parnaibana? Quais as medidas que estão sendo tomadas para a proteção dessa área?

Page 5: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

5

O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba, englobando seus

problemas e potencialidades, análise morfológica, análise histórica e a análise a partir da vivência do

espaço. Como auxiliador no embasamento teórico foi utilizado o autor Kevin Lynch (2010).

Para a produção do diagnóstico da área central de Parnaíba efetuou-se visitas “in loco” para

compreender os problemas do espaço, além disso, fez-se o levantamento fotográfico da área,

entrevista com os usuários do espaço, com o objetivo de reconhecimento da identidade da área. Além

disso, foi feito uma entrevista com a arquiteta Paula Campaneli, que é responsável pela elaboração do

plano diretor de Parnaíba, com o objetivo de discernir qual o planejamento futuro para a área de estudo.

Como produto final do diagnóstico, foram elaborados mapas sínteses e conceituais que condensam a

pesquisa.

PARNAÍBA E O CENTRO HISTÓRICO

O município de Parnaíba – PI, tem uma área de 436 km² e 140.839 habitantes, foi fundado em

14 de agosto de 1844 e apresenta o segundo maior PIB do estado do Piauí (IBGE, 2010). Parnaíba

está localizada ao Norte do Piauí, na região do Delta do rio Parnaíba, e dista 339 km da capital do

Estado, Teresina (Figura 01). É banhado pelo rio Igaraçu e limita-se, ao Norte, pelo Oceano Atlântico;

ao Sul, por Buriti dos Lopes; a Leste, por Luís Correia; a Oeste, pela Ilha Grande de Santa Isabel (IBGE,

2010). Além disso, o município é servido por duas rodovias federais: a BR-343 (Teresina-Parnaíba) e

BR–402 (Fortaleza-Parnaíba-São Luís).

Figura 01: Mapa de Localização de Parnaíba – PI.

Fonte: MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL, 2015.

Page 6: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

6

De acordo com o IBGE (2010), Parnaíba é o segundo município com maior população do

Estado, e possui uma densidade demográfica de 334,51 hab./km². Em relação ao PIB, em 2014, o

município possuía R$ 11.141,42 de renda per capita, ocupando a 17° posição, em relação aos 224

municípios do estado, e a primeira posição em relação a sua microrregião (IBGE, 2010).

Segundo Parnaíba (2016), o município vem experimentando um crescimento urbano

significante (Tabela 01), originado a partir do fluxo migratório das cidades de pequeno porte do litoral

piauiense, do Maranhão e Ceará. Dessa forma, a cidade tem crescido desordenadamente, acima da

sua capacidade de atender as demandas sociais, ocasionando o aumento da pobreza urbana e da

favelização (PARNAÍBA, 2016).

Tabela 01: Evolução da população residente no município de Parnaíba.

Discriminação 1991 1996 1998 2000 2010

Total 127.929 124.593 128.133 134.122 145.705

Urbana 105.104 112.586 115.781 123.062 137.485

Rural 22.825 12.007 12.352 11.060 8.220

Fonte: IBGE, 2010.

Em relação à economia (Tabela 02), Parnaíba se desenvolveu com a indústria do charque e

com a exploração da cera de carnaúba, essa última atividade permanece como produto de exportação

(PARNAÍBA, 2016). A cidade apoia-se no setor primário, a partir da produção agrícola e da pecuária,

além do extrativismo dos recursos naturais, como a pesca; no setor terciário, timidamente, começa a

aflorar os serviços turísticos oferecidos para as praias e para o Delta do Parnaíba, mas a atividade de

comércio ainda é predominante (PARNAÍBA, 2016).

Tabela 02: Empregos gerados por setor e ano em Parnaíba.

Setores 2015 2016 Total Geral

Comércio 2.176 1.974 4.150

Indústria 496 438 934

Serviços 1.268 1.394 2.662

Total 3.940 3.806 7.746

Fonte: Ministério do Trabalho, 2016.

O rio Igaraçu, braço do rio Parnaíba, é um forte elemento da paisagem natural da cidade.

Segundo o IPHAN (2008), desde o início, o rio mostrou-se navegável e era através dele que Parnaíba

se comunicava com outros portos brasileiros e estrangeiros. O rio Igaraçu foi responsável por dar a

característica cosmopolita à cidade, pois era porta de entrada das novidades artísticas e tecnológicas

(IPHAN, 2008).

A relação população-rio em Parnaíba enfrenta problemas decorrentes das ocupações

irregulares das margens do rio, além da existência de inúmeras edificações, como galpões industriais

e portuários, fechados e degradados (Figura 02), demonstrando um afastamento regular das relações

da cidade com o rio (IPHAN, 2008).

Com relação ao centro histórico de Parnaíba, esta área sintetiza uma diversidade de espaços

que ultrapassam os tempos históricos, coexistindo exemplares de arquitetura modernista, colonial e

eclética (PARNAÍBA, 2016).

Page 7: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

7

Figura 02: Galpões Portuários abandonados na margem do rio Igaraçu.

Fonte: MACHADO (2017).

O centro histórico de Parnaíba (Figura 03) possui características bastante peculiares, como por

exemplo a diversidade da paisagem cultural, pois esta abrange o Conjunto Porto das Barcas e galpões

portuários, o Conjunto Praça da Graça, o Conjunto Av. Getúlio Vargas, o Conjunto Praça Santo Antônio

e, por fim, o Conjunto Estação Ferroviária.

Figura 03: Planta de localização das áreas do conjunto histórico e paisagístico de Parnaíba tombadas pelo IPHAN.

Fonte: IPHAN, 2008.

Page 8: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

8

O centro histórico da cidade de Parnaíba consegue abranger uma paisagem moldada através

das instalações portuárias e fabris (IPHAN, 2008). Não muito distante insere-se no olhar do usuário a

estação ferroviária e contornando toda essa paisagem instalam-se edificações com estilo Eclético e Art

Decó (IPHAN, 2008).

Como breve descrição da morfologia urbana de Parnaíba, o IPHAN (2008, p. 6) segue a

sequência histórica:

[...] o núcleo próximo ao rio é marcado por ruas estreitas, de desenho orgânico. Surgem, ao longo do tempo, vias largas, depois avenidas arborizadas e praças de desenho regular. A ponte, com a dimensão e o descompromisso com o entorno, típicos de seu tempo, arremata este processo.

Segundo Parnaíba (2016), a área central da cidade passa por um processo de segregação,

decorrente da criação dos novos eixos axiais que incentivaram o crescimento da cidade no sentido

Leste-Oeste, e devido a integração de loteamentos a leste da via férrea.

O IPHAN (2008) refere-se como problema do centro histórico parnaibano os desequilíbrios

econômicos e sociais da região, pois bastante próximos convivem áreas de intensa valorização e

movimentação econômica, como a Av. Getúlio Vargas (Figura 04) e a Praça da Graça, com outras

abandonadas e degradadas, como os galpões portuários (Figura 05).

Figura 04: Avenida Getúlio Vargas, Parnaíba – PI.

Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 05: Galpões portuários abandonados próximos ao rio Igaraçu.

Fonte: MACHADO, 2017.

Page 9: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

9

Outro problema que aflige o centro histórico de Parnaíba, segundo o IPHAN (2008), é

decorrente da substituição de imóveis antigos, ou sua completa descaracterização, nas zonas de

intensas atividades econômicas, com o objetivo de adaptá-las às novas atividades comerciais.

Atualmente, o problema perdura, muitas fachadas de construções históricas encontram-se modificadas,

enfatizando-se que não há preocupação com o valor cultural e histórico que esses edifícios possuem.

Como a área do centro histórico parnaibano atualmente possui o uso comercial,

predominantemente, apresenta problemas como falta de vitalidade noturna. Mesmo os bairros do

entorno do centro histórico, como o Mendonça Clark, São José, Nova Parnaíba, Campos e Fátima, que

possuem uso residencial, não são suficientes para garantir o movimento na área fora dos horários

comerciais (IPHAN, 2008).

Segundo o IPHAN (2008, p. 30), o problema de vitalidade noturna também é presente no Porto

das Barcas:

Mesmo o Porto das Barcas, objeto de um projeto de revitalização que buscou oferecer opções noturnas de lazer, sabe-se que se mantém graças aos subsídios do Estado e da Prefeitura, pois o turismo incipiente e a pouca procura por parte dos habitantes da cidade não garantem sua autossuficiência econômica.

De modo geral, o IPHAN (2017) descreve que o estado físico do centro histórico de Parnaíba

é satisfatório, tendo em vista que as suas descaracterizações são reversíveis. O órgão reflete que a

falta de uso de algumas edificações históricas é apenas uma estratégia de valorização imobiliária, tendo

em vista o potencial do polo comercial. O IPHAN ainda relata que muitas casas perderam suas funções

residenciais para dar lugar a clínicas médicas, escritórios, lojas e serviços, revelando a desvalorização

do centro como local de moradia.

Além disso, o IPHAN (2017) reflete sofre a descontinuidade do perímetro do conjunto, tendo

em vista a fragmentação do tecido urbano, devido as alterações de funções das edificações, e

consequentes descaracterizações arquitetônicas.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Localização Geográfica e Aspectos Demográficos

O centro histórico de Parnaíba - PI (Figura 06) localiza-se na porção norte do município, às

margens do rio Igaraçu, corresponde ao núcleo inicial de Parnaíba e é responsável por situar as

atividades comerciais mais importantes da cidade.

Page 10: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

10

Figura 06: Localização do Centro Histórico de Parnaíba.

Fonte: Google Earth, 2017.

O centro histórico abrange cinco bairros (Figura 07), o bairro centro, o Mendonça Clark, o

Nossa Senhora do Carmo, o Nossa Senhora de Fátima e o bairro São José. Todos esses núcleos são

o reflexo das primeiras expansões da cidade que iniciou no bairro centro. Em seu entorno direto é

possível encontrar os bairros Nova Parnaíba, Campos e Canta Galo.

A população do centro histórico de Parnaíba (Tabela 01) corresponde à 13.899

(POPULAÇÃO.NET, 2010)1, aproximadamente 10% da população do município, além disso a maior

parte da população apresenta faixa etária entre 15 e 64 anos, possibilitando uma paisagem

movimentada do local.

Tabela 03: População do Centro Histórico de Parnaíba.

Bairros/

Faixa Etária

Centro Mendonça

Clark

Nossa Senhora

do Carmo

Nossa Senhora

de Fátima

São José

0 a 14 anos 14% 28,5% 20,4% 16,9% 19,6%

15 a 64 anos 66,3% 64,1% 68,3% 69% 68,1%

65 anos e + 19,7% 7,4% 11,2% 14,1% 12,3%

Total 1.069 hab 2.593 hab 2.300 hab 2.361 hab 5.576 hab

Fonte: POPULAÇÃO.NET (2010).

1 O site população.net utiliza dos dados do censo de 2010 elaborado pelo IBGE.

Page 11: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

11

Figura 07: Bairros do Centro Histórico de Parnaíba e entorno.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

ASPECTOS HISTÓRICOS E EVOLUÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE

PARNAÍBA

A história do centro antigo de Parnaíba coincide com a história da fundação da cidade, assim,

Parnaíba nasce da necessidade de Portugal, durante o século XVII, de assegurar a sua posse da região

e controlar os grandes latifundiários e exploradores de minérios que se encontravam fora do alcance

da coroa portuguesa (PINHEIRO; MOURA, 2010). Dessa forma, o governo português inicia uma série

de povoações dentro do Brasil, visando essa nova ocupação.

Outro motivo que implica no surgimento de Parnaíba é a necessidade de um ponto estratégico

que conectasse São Luís e Salvador, pois navegar ao longo da costa nesse trecho era difícil,

necessitando de um local para atracação dos navios (PINHEIRO; MOURA, 2010).

De acordo com o IPHAN (2008), Parnaíba foi criada a partir de uma Carta Régia de 1761 que

elevava Oeiras à condição de capital, a mesma carta estabelecia a criação de sete novas vilas a partir

das povoações que já existiam. O centro atual da cidade de Parnaíba não foi a primeira localidade

Page 12: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

12

escolhida para o estabelecimento da vila, o local escolhido era conhecido como “Testa Branca”, que se

localiza, atualmente, próximo ao aeroporto da cidade, na estrada para Luís Correia (PINHEIRO;

MOURA, 2010).

O povoado “Testa Branca” era uma grande fazenda de gado que possuía poucos habitantes e

poucas possibilidades de desenvolvimento. Assim, em 1770 ocorre a transferência da vila para o Porto

das Barcas, posteriormente conhecido como Porto Salgado, que apresentava mais possibilidades de

desenvolvimento (PARNAÍBA, 2016).

Desde 1758, nas margens do Rio Igaraçu funcionava uma série de charqueadas que produziam

e comercializavam carne e couro com outras cidades, até mesmo com a Europa, porém, o Porto das

Barcas já apresentava problema de insalubridade (IPHAN, 2008).

Um dos principais nomes dentro da vila de Parnaíba refere-se ao Domingos Dias da Silva, que

era um comerciante que exportava carne salgada diretamente para a Europa em cinco navios, que

levavam o produto e retornavam com novos produtos que não existiam na vila (PARNAÍBA, 2016).

Com o enriquecimento de Domingos Dias ocorre a construção, entre 1758 e 1770, de sua

residência, conhecida como Casa Grande, que não constituía apenas um prédio, mas era um palecete

que marcou a paisagem urbana da cidade. Após essa construção iniciou-se o processo de consolidação

da arquitetura da cidade, com a construção de outras residências, armazéns e indústrias próximas ao

Porto das Barcas, a Igreja Nossa Senhora da Graça, a Igreja do Rosário etc (PARNAÍBA, 2016).

Segundo Pinheiro e Moura (2010), havia um documento do século XVIII, redigido pelo ouvidor-

mor Antônio José de Morais Durão, intitulado “A Descrição da Capitania de São José do Piauí (1772)

”, onde é mencionado a prosperidade de Parnaíba, devido ao Porto das Barcas e, também, descrevia

a estrutura urbana da vila, destacando a Igreja Matriz construída em pedra de cantaria.

A primeira planta cartográfica de Parnaíba é proveniente de 1798 (Figura 08), é possível

observar a ocupação ao longo do rio Igaraçu e as ruas próximas ao Porto das Barcas, além da

existência da Praça da Graça abrigando a Igreja Nossa Senhora das Graças e a Igreja do Rosário, e

também a demarcação do pelourinho ao centro da praça. Nessa cartografia também há a indicação da

Rua Grande, atual Avenida Presidente Getúlio Vargas, que seria a linha indicadora da expansão da

cidade (IPHAN, 2008).

A segunda cartografia data de 1809 (Figura 09), e possui uma configuração bastante

semelhante com a de 1798, as diferenças relacionam-se ao aparecimento de uma segunda praça, que

corresponde ao local de um mercado edificado posteriormente, e a mudança do pelourinho para essa

nova praça (IPHAN, 2008).

De acordo com Pinheiro e Moura (2010), o segundo mapa também acompanha uma elevação

que facilita o entendimento da paisagem urbana da época, é possível visualizar a presença de novos

sobrados, como o Sobrado de Dona Auta ou “Sobrado Mirante”, que atualmente abriga o Instituto

Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba; além de uma pequena capela.

Page 13: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

13

Figura 08: Primeira Cartografia de Parnaíba (1798).

Fonte: IPHAN, 2008.

Figura 09: Segunda Cartografia de Parnaíba (1809).

Fonte: IPHAN, 2008.

Page 14: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

14

Em 1944 é que Parnaíba foi elevada à condição de cidade, isso decorre da sua vocação

comercial consequente da localização geográfica próxima ao rio Igaraçu. Com a instalação da

Companhia de Navegação na cidade, ocorreu o estímulo ao estabelecimento de novas empresas,

proporcionando a circulação de renda na região e conferindo seu caráter cosmopolita, recebendo

influências da Europa, da América e do sul do Brasil (PINHEIRO; MOURA, 2010).

Como resultado dessas influências têm-se as características arquitetônicas das edificações

na Avenida Getúlio Vargas, que era e continua sendo, o eixo de conexão das atividades portuárias ao

centro da cidade, e que em 1940 passou a conectar também a estação ferroviária da cidade (IPHAN,

2008).

É possível encontrar arquitetura de três séculos na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Porto

das Barcas visualiza-se uma arquitetura luso-brasileira, configurando casas térreas e sobrados, na

continuidade da avenida encontram-se exemplares de arquitetura eclética e por fim uma arquitetura

com elementos de art déco (PINHEIRO; MOURA, 2010).

ASPECTOS URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO DO CENTRO HISTÓRICO DE

PARNAÍBA

Para analisar os aspectos urbanísticos e arquitetônicos da cidade foram elaborados uma série

de mapas que auxiliaram na compreensão do espaço, como mapas de cheios de vazios, mapa de

vegetação, mapa do sistema viário, mapa de usos e mapa de gabaritos.

Além disso, foram feitas visitas ao centro histórico que permitiram visualizar a sua forma de

ocupação pelos habitantes da cidade, desse modo, foram encontrados problemas sociais que não

conseguem ser visualizados apenas em forma de mapas, mas serão esclarecidos em forma de imagens

e relatos da experiência.

O centro de Parnaíba reúne uma variedade paisagística, englobando algumas das principais

edificações da cidade, além de praças, equipamentos de lazer e cultura. Como forma de situar o leitor

na região foi elaborado um mapa que sintetiza as principais construções e espaços do centro de

Parnaíba e que por muitas vezes serão mencionados nessa análise como pontos de referências (Figura

10).

Dessa forma, é possível citar os seguintes espaços:

1. Porto das Barcas: antiga área portuária da cidade que atualmente abrange uma das poucas áreas

de diversão noturna do centro, possui diversos restaurantes e lojas de artesanatos, seu entorno é

marcado por galpões portuários e industriais, a maioria encontra-se abandonados ou/e em ruínas;

2. Casa Inglesa: construção bastante emblemática do centro de Parnaíba, por sua arquitetura

eclética, pertencia a família inglesa Clark que comanda negócios a partir da exploração da cera

de carnaúba;

3. Casa Grande: Uma das primeiras construções de Parnaíba, pertencia a Domingos Dias da Silva

e posteriormente passou para Simplício Dias;

Page 15: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

15

4. Hotel Delta: edificação de art déco que substituiu construções que foram demolidas no século XX

(IPHAN, 2008), o térreo da construção funciona como uma galeria comercial, abriga também o

Cine Delta;

5. Igreja Nossa Senhora das Graças: a Igreja Matriz da cidade;

6. Praça das Graças: principal para do centro da cidade, possui em seu traçado diversos espelhos

d’água que se encontram desativados;

7. Igreja do Rosário: conhecida por Igreja dos escravos;

8. Mercado Público Municipal

9. Santa Casa de Misericórdia: hospital local;

10. Praça da Santa Casa de Misericórdia, abriga a edificação com o mesmo nome;

11. Praça dos Poetas;

12. Praça Coronel Jonas;

13. Praça Santo Antônio: principal ponto de espera do transporte coletivo;

14. Colégio Nossa Senhora das Graças;

Figura 10: Mapa Geral do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Page 16: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

16

15. Esplanada da Estação: abriga a antiga estação de trem da cidade, um exemplar da locomotiva e

uma tenda que se encontra fechada;

16. AABB: Associação Atlética Banco do Brasil;

17. Calçadão Beira Rio: espaço que abriga restaurantes, funciona principalmente no período noturnas

e recebe muitos turistas.

O mapa de cheios e vazios (Figura 11) do centro histórico de Parnaíba revela a grande

quantidade de vazios urbanos que o espaço possui, a área delimitada pelo bairro centro é a que se

encontra mais densa de construções, porém bairros como Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora

do Carmo e Mendonça Clark apresentam um espaçamento grande entre as suas construções, mas a

maior quantidade de vazios ainda se encontram nos espaços central das quadras, formado pelo espaço

que sobra no fundo de cada edificação.

Figura 11: Mapa de Cheios e Vazios do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

O mapa de vegetação (Figura 12) reflete a forma como a massa vegetal se distribuí pelo centro

histórico, é possível perceber que ainda há uma grande quantidade de vegetação rasteira e de grande

porte espalhadas nos espaços entre as quadras, porém parte do trecho da beira-rio já não possui mais

vegetações, e em outras áreas da beira-rio a faixa verde é estreita, com edificações muito próximas.

Page 17: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

17

Figura 12: Mapa de Vegetação do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Um problema encontrado refere-se a falta de árvores para sombreamento das vias, a maior

concentração da vegetação encontra-se nas praças da Graça (Figura 13) e Santo Antônio (Figura 14),

que formam uma grande área sombreada. Outro espaço que se destaca é o entorno da estação

ferroviária (Figura 15), porém essa área quase não possui árvores, mas comporta uma grande

quantidade de vegetação rasteira.

Figura 13: Vegetação na Praça da Graça.

Fonte: MACHADO, 2017.

Page 18: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

18

Figura 14: Vegetação da Praça Santo Antônio.

Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 15: Vegetação do entorno da Estação Ferroviária.

Fonte: MACHADO, 2017.

Em relação ao sistema viário (Figura 16), o centro histórico de Parnaíba é servido por três

avenidas principais, a avenida Presidente Getúlio Vargas (Figura 17) que interliga o Porto das Barcas

à Estação Ferroviária, conectando o eixo leste - oeste do centro; a avenida Chagas Rodrigues (Figura

18), que recebe o fluxo das outras duas avenidas e das ruas secundárias, além disso, conecta o centro

no sentido norte – sul; e a avenida Nações Unidas (Figura 19) que contorna a região norte da beira-rio.

Em relação ao transporte público, Parnaíba ainda não é servida por ônibus, o transporte é feito

através de minivans que não possuem padronização. A quantidade de pontos de espera é muito

pequena para essa área tão ampla, a avenida das Nações Unidas não chega a ser abastecida por esse

tipo de transporte.

Page 19: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

19

Figura 16: Mapa do Sistema Viário do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Figura 17: Avenida Presidente Getúlio Vargas.

Fonte: MACHADO, 2017.

Page 20: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

20

Figura 18: Avenida Chagas Rodrigues.

Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 19: Avenida Nações Unidas.

Fonte: MACHADO, 2017.

O principal ponto de espera do transporte público localiza-se na praça Santo Antônio, que

recebem o fluxo do comércio/serviços do centro e de escolas, como o Colégio Nossa Senhora das

Graças, localizado na mesma praça, e o colégio Dez, que se encontra próximo ao Porto das Barcas.

Porém, este ponto principal não possui estrutura para atender a população, sendo possível encontrar

pessoas sentadas no meio-fio das calçadas e em estruturas improvisadas para esperar o seu transporte

(Figuras 20 e 21).

Page 21: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

21

Figura 20: População esperando o transporte público nas calçadas da Praça Santo Antônio.

Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 21: Ponto de espera do transporte público na Praça Santo Antônio.

Fonte: MACHADO, 2017.

Com relação aos usos (Figura 22) do centro histórico é possível observar no mapa a presença

de uma grande quantidade de comércios e de residências. Os comércios localizam-se,

predominantemente, no entorno da praça da Graça, já as residências encontram-se nas bordas do

centro, podendo perceber o distanciamento do núcleo central.

Page 22: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

22

Figura 22: Mapa de usos do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Outro aspecto importante é em relação a quantidade de edificações abandonadas, dispostas,

principalmente, no lado oeste da beira-rio, próximo ao porto das barcas, estas edificações são galpões

portuários e industriais abandonados, a maioria apresenta-se em estado de ruína ou malconservado.

Em relação aos comércios e serviços estabelecidos no centro antigo de Parnaíba, muitos deles

utilizam edificações históricas, e acabam por descaracterizá-las seja por falta de informação sobre

como preservá-las ou por conta do olhar voltado apenas para o seu negócio (Figura 23).

Figura 23: Construções Históricas ocupadas por comércios.

Fonte: MACHADO, 2017.

Page 23: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

23

Quanto às praças, o centro é abastecido por seis espaços, a praça da Graça (Figura 24), que

corresponde a primeira implantada no centro, a praça Santo Antônio (Figura 25), que concentra o

principal ponto de espera do transporte público dessa região, a Esplanada da Estação (Figura 26), que

abrange o complexo da Estação Ferroviária, a praça da Santa Casa de Misericórdia (Figura 27), que

abriga a instituição com mesmo nome, a praça dos Poetas (Figura 28) e a Praça Coronel Jonas (Figura

29), essas duas últimas abrigam uma grande quantidade de comércio informal.

Figura 24: Praça da Graça. Figura 25: Praça Santo Antônio.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 26: Esplanada da Estação. Figura 27: Praça da Santa Casa de Misericórdia.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2013.

Figura 28: Praça dos Poetas. Figura 29: Praça Coronel Jonas.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: PARNAÍBA, 2015.

O entorno da praça da Graça também é marcado pela presença de uma grande quantidade

de instituições, como as Igrejas Matriz e do Rosários, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco

do Nordeste, a Câmara Municipal e a Casa da Indústria.

Page 24: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

24

Há também doze espaços que foram transformados em estacionamentos, que antes no

mesmo espaço abrigavam antigas construções, em alguns é possível visualizar os seus resquícios.

Não é uma mancha muito expressiva dentro do mapa, mas se observa ser uma tendência dentro do

centro antigo, pois há a preferência dos proprietários em demolir as construções em risco,

transformando-as em estacionamentos para conseguir lucro, do que reformá-las e preservar parte da

história da cidade.

Com relação ao gabarito das edificações (Figura 30), a maioria possui apenas um pavimento,

e a segunda mancha de maior expressão são de edificações com dois pavimentos, demonstrando uma

paisagem bastante homogênea e sem grandes barreiras visuais.

Destaca-se uma edificação de seis pavimentos localizada na avenida Presidente Getúlio

Vargas que corresponde ao Hotel Delta de Parnaíba (Figura 31), este abriga o Cine Delta, muito

utilizado pela população durante os anos de 2008 até 2014, pois perdeu espaço para o novo cinema

instalado no Parnaíba Shopping, que apresentava melhores condições. Hoje o Cine Delta encontra-se

fechado, sua entrada funciona de abrigo para moradores de rua, passando a sensação de descuido e

insegurança (Figura 32).

Figura 30: Mapa de gabaritos do centro histórico de Parnaíba.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Page 25: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

25

Figura 31: Cine Delta. Figura 32: Moradores de rua utilizando o Cine Delta como abrigo.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Também há outros dois prédios, localizados na avenida Presidente Getúlio Vargas e o outro

voltado para a Praça da Graça, que apresentam, respectivamente, sete e cinco pavimentos, eles

abrigam a Federação de Indústria do Estado do Piauí – FIESPI.

Os galpões portuários localizados próximos ao Porto das Barcas foram construídos alinhados

na faixa beira-rio oeste, tornam-se barreiras para a paisagem do rio, que fica escondida para a

população (Figura 33).

Figura 33: Galpão Portuário em ruínas que impede a visualização do Rio Igaraçu.

Fonte: MACHADO, 2017.

ANÁLISE METODOLÓGICA

Para analisar a morfologia do centro histórico de Parnaíba (Figura 34) utilizou-se da

metodologia de Lynch (2010), o autor separa cinco elementos formais para a análise, os bairros visuais,

que correspondem às manchas urbanas que possuem o traçado ou/e paisagem parecidos; os limites,

que seriam barreiras que delineiam o crescimento do espaço; pontos nodais, que são pontos de

convergência da população; e, por fim, os marcos visuais, que são elementos que se sobressaem na

paisagem urbana.

Page 26: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

26

Analisando os bairros visuais do centro é possível perceber 14 manchas diferentes no traçado,

algumas delas se repetem dentro do espaço, como por exemplo, as áreas com maior quantidade de

residências, pois apresentam dimensões de lotes semelhantes. Outro bairro visual que se repete são

as manchas dos galpões portuários.

Figura 34: Mapa de morfologia urbana do centro histórico de Parnaíba baseado na metodologia de Lynch (2010).

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

Em relação aos limites do centro histórico foi possível encontrar o rio Igaraçu e a Estação de

trem de Parnaíba, que corresponde a um grande complexo que causa impacto na paisagem e torna-se

uma barreira.

Quanto aos principais caminhos, correspondem as principais avenidas do centro histórico, a

avenida Chagas Rodrigues, avenida Presidente Getúlio Vargas e a avenida Nações Unidas, percebe-

se também dois polos geradores de fluxo intenso, que correspondem a ponte Simplício Dias, que traz

a população da Ilha Grande de Santa Isabel, e o fluxo proveniente da avenida São Sebastião, uma das

principais vias da cidade.

Os pontos nodais encontrados são definidos como as praças e áreas de lazer do centro, como

a praça da Graça, a praça Santo Antônio, a praça Coronel Jonas, a praça dos Poetas, a praça da Santa

Casa de Misericórdia, além do Mercado Municipal, o Porto das Barcas e o calçadão Beira-rio, outros

dois pontos que aparecem são o corredor de comércios informais que interliga a praça da Graça à

Page 27: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

27

praça Coronel Jonas (Figura 35), e o campo de futebol improvisado nas margens do rio Igaraçu (Figura

36).

Figura 35: Comércios informais próximo à praça da Graça Figura 36: Campo de futebol nas margens do rio Igaraçu

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Foram traçadas as áreas de influências de cada ponto nodal, algumas delas se confundem,

como a da praça da Graça e o corredor com comércios informais, também de misturam as áreas de

influências do calçadão Beira-rio e do campo de futebol nas margens do rio Igaraçu. Em algumas outras

áreas os raios de influências se cruzam, como os raios da praça da Graça, da Praça Santo Antônio e

das Praças Coronel Jonas e dos Poetas.

Com relação aos marcos visuais, é possível encontrar dois monumentos dispostos na praça

da Graça (Figura 37) e na Praça Santo Antônio (Figura 38), uma fonte de água (Figura 39) e a

locomotiva na Esplanada da Estação (Figura 40). Há, também, os marcos votados para a zona portuária

do centro, que são a grua (Figura 41), a rampa náutica (Figura 42), as ruínas de pilares em pedras de

um galpão portuário (Figura 43), um deck de madeira que avança sobre o rio (Figura 44) e a cobertura

de três galpões portuários (Figura 45).

Figura 37: Monumento na praça da Graça. Figura 38: Monumento Centro Cívico na praça Santo Antônio.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Page 28: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

28

Figura 39: Fonte de água na Esplanada da Estação Figura 40: Locomotiva na Esplanada da Estação.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 41: Grua. Figura 42: Rampa Náutica

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 43: Ruínas de pilares em pedras de um galpão portuário.

Figura 44: Deck de madeira sobre o rio Igaraçú.

Fonte: MACHADO, 2017. Fonte: MACHADO, 2017.

Figura 45: Cobertura de Galpões Portuários.

Fonte: MACHADO, 2017.

Page 29: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

29

É possível reafirmar a variedade da paisagem urbana do centro de Parnaíba a partir dessa

análise, porém, também é possível visualizar que a zona sul do centro concentra a área mais atrativa

da região, o que converge para as zonas leste e norte tornarem-se espaços inativos.

RESULTADO DAS ENTREVISTAS

Foram realizadas duas entrevistas com a arquiteta Paula Campanelli, responsável pelo plano

diretor de Parnaíba, em 2017, com o objetivo de entender quais os futuros planos da gestão municipal

para o centro histórico da cidade. Foi possível constatar que não existe nenhum plano de incentivo a

recuperação do espaço, a visão da gestão municipal gira em torno do desenvolvimento da cidade para

abraçar sua crescente demanda de transporte público e novas habitações.

Dessa forma, a cidade inicia o processo de estudo sobre o plano de mobilidade urbana, que

será implantado em 2018, que, como afirma a arquiteta, não será feito um estudo minucioso, como a

área exige, serão feitas alterações rápidas para adaptar o centro histórico para as novas frotas de

ônibus e interligações de vias. Percebe-se a falta de preocupação dos próprios gestores com a

paisagem cultural da cidade, que aos poucos vai sendo substituída por um novo panorama de

desenvolvimento urbano.

CONCLUSÃO

Como conclusão da análise sobre o centro histórico de Parnaíba é possível definir que essa

paisagem cultural possui todas as características para ser a identidade da população parnaibana,

porém o espaço não é devidamente acolhido por conta do estado de conservação em que se encontra.

Percebe-se que há uma pequena tentativa do IPHAN em preservar o centro parnaibano, porém,

não é o bastante, pois os problemas de abandono, degradação e descaracterização das construções

históricas é crescente. E o provável cenário é que as gestões só iniciem suas tentativas de recuperação

quando a paisagem estiver completamente modificada.

Para salvaguardar a paisagem cultural de Parnaíba não basta recuperar suas construções,

praças e grandes avenidas, é necessário torna-la a identidade da população, para que haja uso do

espaço e este não se torne, mais uma vez, ocioso. Além disso, a população tem o papel fundamental

de cuidar dessa paisagem cultural, como uma extensão dos seus valores, princípios e de sua própria

casa.

REFERÊNCIAS

BEZERRA, Aline Maria Marques; CHAVES, César Roberto Castro. Revitalização Urbana: Entendendo o processo de requalificação da paisagem. Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento Sustentável da UNDB. n. 1. Agosto2014 – Semestral. Disponível em: <www.undb.edu.br/publicacoes/arquivos/rev._ceds_n.1_-_revitaliza%C3%A7%C3%A3o_urbana_entendendo_o_processo_de_requalifica%C3%A7%C3%A3o_da_paisagem_-_aline_bezerra.pdf>. Acesso em: 20 set. 2017.

Page 30: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

30

BRANDÃO, Joseane Paiva Macedo. Identidade. In: REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO, Bettina; TEXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Org.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2015. GEHL INSTITUTE. A Mayor’s Guide to Public Life. Gehl Institute: 2017. Disponível em: < https://mayorsguide.gehlinstitute.org/>. Acesso em: 18 set. 2017. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 2010. Censo Populacional. Parnaíba-PI. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2017. IGOT. Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. Centros Históricos. 2010. Disponível em: <www.repositorio.ul.pt/bitstream/10451/3862/8/igotul000916_tm_3.pdf>. Acesso em: 23 set. 2017. IPHAN. Centro Histórico de Parnaíba. 2017. Disponível em: <www.crcfundacpiaui.wordpress.com/2017/01/03/centro-historico-de-parnaiba/ >. Acesso em: 23 set. 2017. IPHAN. Cidades do Piauí testemunhas da ocupação do interior do Brasil durante o século XVIII: Conjunto Histórico e Paisagístico de Parnaíba. 2008.

IPHAN. Paisagem Cultural. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/899/>. 201?. Acesso em 11 out 2017.

LERNER, Jaime. In: ALMEIDA, Marco Antonio Ramos de (Apresentação). O centro da metrópole: reflexos e propostas para a cidade democrática do século XXI. São Paulo: Terceito Nome: Viva o Centro: Imprensa Oficial do Estado, 2001. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. MAGALHÃES, Cristiane Maria. Patrimônio e paisagem cultural: reflexões sobre a preservação das paisagens urbanas contemporâneas. Revista CPC, São Paulo, n.15, p. 07-26, 2013. Disponível em: <www.revistas.usp.br/cpc/article/view/61287/64223>. Acesso em 11 out 2017. MENEGUELLO. Cristina. O coração da cidade: observações sobre a preservação dos centros históricos. IPHAN, 2008. Disponível em: <www.portal.iphan.gov.br/uploads/temp/coracao_da_cidade.pdf.pdf>. Acesso em: 23 set. 2017. MENDES, Luís. A regeneração urbana na política de cidades: inflexão entre o fordismo e o pós-fordismo. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 5, n. 1, p. 33 – 45, jan./jun. 2013. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/urbe/v5n1/a04v5n1>. Acesso em: 19 set. 2017. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Flutuação do emprego formal: dados por município. 2016. Disponível em: <www.bi.mte.gov.br/bgcaged/caged_isper/index.php#>. Acesso em: 28 fev. 2018. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL. Mapa Rodoviário do Piauí. 2015. Disponível em: <www.transportes.gov.br/images/bit/pdf/mapas/pi.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018.

PARNAÍBA, Prefeitura Municipal de. Volume I: Diagnóstico e Prognóstico. 2016.

PINHEIRO, Áurea; MOURA, Cássia. Conjunto Histórico e Paisagístico de Parnaíba. Cadernos do Patrimônio Cultural do Piauí. v. 2. Teresina: IPHAN, 2010.

POPULAÇÃO.NET. População dos Bairros Brasileiros. 2010. Disponível em: < http://populacao.net.br/bairro-buscar.php>. Acesso em: 12 nov 2017. RODRIGUES, Donizete. Património cultural, memória social e identidade: uma abordagem antropológica. Lisboa: 201?. Disponível em: <www.ubimuseum.ubi.pt/n01/docs/ubimuseum-n01-pdf/CS3-rodrigues-donizete-patrimonio-cultural-memoria-social-identidade-uma%20abordagem-antropologica.pdf>. Acesso em: 22 out 2017.

Page 31: MINHA PARNAÍBA, NOSSA PARNAÍBA - anpur.org.branpur.org.br/wp-content/uploads/2018/09/1_83068.pdf · O artigo foi estruturado como um diagnóstico do centro histórico de Parnaíba,

31

SANTOS, Luciano dos. As Identidades Culturais: Proposições Conceituais e Teóricas. Revista Rascunhos Culturais, Coxim/MS, v. 2, n. 4, p. 141-157, 2011. Disponível em: <www.revistarascunhos.sites.ufms.br/files/2012/07/4ed_artigo_9.pdf>. Acesso em: 22 out 2017.

SEBRAE. Rota das Emoções. 2010. Disponível em: <www.rotadasemocoes.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2018. SILVA, Ana Marina Ribeiro. Requalificação Urbana: O exemplo da intervenção Polis em Leiria. 2011. 175 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2011.

SCIFONI, Simone. Paisagem cultural. In: GRIECO, Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Org.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2016. TORELLY, Luiz Philippe. Paisagem Cultural: uma contribuição ao debate. 2088. Disponível em: <www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/09.100/1869>. Acesso em: 12 out 2017.