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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INTEGRAÇÃO ACADÊMICA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO BRUNA DUARTE VIEIRA RELATÓRIO FINAL INICIAÇÃO CIENTÍFICA: PIBIC CNPq ( ), PIBIC CNPq Ações Afirmativas ( ), PIBIC UFPR TN ( ), PIBIC Fundação Araucária ( ), PIBIC Voluntária (X), Jovens Talentos ( ), PIBIC EM ( ). INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO: PIBITI CNPq ( ), PIBITI UFPR TN ( ), PIBITI Funttel ou PIBITI Voluntária ( ); (De 01/04/2016 a 31/07/2016) VIDA E OBRA DO ARQUITETO ALEJANDRO ARAVENA Relatório final apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadê- mica da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ UFPR por ocasião do desenvolvimento das atividades voluntárias de pesquisa Edital 2015/2016. NOME DO ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto Departamento de Arquitetura e Urbanismo TÍTULO DO PROJETO: História da Habitação no Continente Americano BANPESQ/THALES: 2014015431 CURITIBA PR 2016

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INTEGRAÇÃO ACADÊMICA

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO

BRUNA DUARTE VIEIRA

RELATÓRIO FINAL

INICIAÇÃO CIENTÍFICA:

PIBIC CNPq ( ), PIBIC CNPq Ações Afirmativas ( ), PIBIC UFPR TN ( ),

PIBIC Fundação Araucária ( ), PIBIC Voluntária (X), Jovens Talentos ( ), PIBIC EM ( ).

INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO:

PIBITI CNPq ( ), PIBITI UFPR TN ( ), PIBITI Funttel ou PIBITI Voluntária ( );

(De 01/04/2016 a 31/07/2016)

VIDA E OBRA DO ARQUITETO ALEJANDRO ARAVENA

Relatório final apresentado à Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadê-mica da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR por ocasião do desenvolvimento das atividades voluntárias de pesquisa – Edital 2015/2016.

NOME DO ORIENTADOR:

Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

TÍTULO DO PROJETO:

História da Habitação no Continente Americano

BANPESQ/THALES: 2014015431

CURITIBA PR

2016

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1 TÍTULO

Vida e obra do arquiteto Alejandro Aravena.

2 RESUMO

Recém ganhador do Prêmio Pritzker 2016 – um dos mais importantes do mundo –,

Alejandro Aravena representa a porta de entrada para o reconhecimento internacional da

arquitetura chilena neste século. De caráter único e diferenciado, a arquitetura da América Latina

vem ganhando espaço e chamando a atenção dos críticos mundiais, sendo o trabalho de Aravena

bastante representativo do caráter social dessa arquitetura, que, por meio de conceitos raramente

vistos, integra a população menos privilegiada e dá a ela melhores oportunidades econômicas.

Nascido em 1967 na capital do seu país, estudou arquitetura na Universidade Católica do Chile,

na qual viria a projetar diversos edifícios, como os de Matemática, Medicina e Arquitetura, além do

Centro de Inovação. Ele também foi professor visitante na Universidade de Harvard (EUA), no

Instituto Universitário de Veneza (Itália) e na Architectural Association in London (Inglaterra).

Ademais, participou de diversos encontros mundiais de arquitetura e inclusive já fez parte, até o

ano de 2015, do júri do Prêmio Pritzker. Atualmente, compõe o escritório Elemental, no qual

realiza projetos de caráter essencialmente social e urbano.

Tendo como objetivo principal estudar a vida e a obra de Alejandro Aravena, esta pesquisa

em iniciação científica, de caráter teórico-conceitual e cunho exploratório, busca, de modo

específico, caracterizar seu trabalho e pensamento, por meio da análise técnica, funcional e

estética de três obras residenciais de sua autoria, sendo elas os conjuntos habitacionais de cunho

social: Quinta Monroy, Iquique (Chile, 2003/04); Monterrey Habitacional, Monterrey (México,

2009/10); e Villa Verde, Constitución (Chile, 2010/13). Como metodologia, adotou-se a revisão

web e bibliográfica, além do estudo descritivo, analítico e comparativo de casos ilustrativos, os

quais já foram executados. Como resultado, constatou-se que as obras sociais de Aravena

possuem um caráter integrador e popular. Através de seu trabalho, busca estimular a população

mais desfavorecida que virá a habitá-las a se desenvolver e crescer economicamente, reservando

um espaço exclusivo para a extensão das casas de acordo com o poder aquisitivo de cada

unidade familiar. Além disso, ele traz um aspecto mais humano às atividades arquitetônicas ao

permitir a alteração individual de cada família em sua residência, eliminando a falta de

personalidade do conjunto popular recém-construído. Conclui-se também a relevância que é dada

às questões de sustentabilidade em cada um de seus projetos, uma vez que Aravena busca

executar construções que não agridam o meio ambiente e, principalmente, reduzam o consumo

de energia.

Palavras-chave: Arquitetura. América Latina. Alejandro Aravena.

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3 OBJETIVOS

Essa pesquisa de iniciação científica tem como objetivo principal estudar a vida e a teoria

do arquiteto chileno Alejandro Aravena, bem como suas obras mais importantes e seu

desenvolvimento ao longo do tempo. Busca-se qualificar o seu trabalho e entender o pensamento

do ganhador do Prêmio Pritzker 2016, por meio da análise de projetos de sua autoria,

relacionando-os com a questão da responsabilidade social do arquiteto perante o ambiente

urbano. Além disso, pretende-se fazer a seleção, descrição e análise de 03 (três) de suas obras

de forma a demonstrar suas preocupações sociais e medidas inovadoras para solucionar e/ou

estimular a ascensão de classes mais desfavorecidas. Do mesmo modo, objetiva-se destacar as

preocupações sustentáveis presentes no seu trabalho, o que reforça a ideia já apresentada nas

últimas premiações da importância da atenção da arquitetura para com o meio socioambiental.

4 INTRODUÇÃO

De modo geral, a América Latina teve seu processo de

colonização baseado na exploração europeia dos recursos

naturais e na desvalorização de qualquer produção indígena

preexistente. No caso hispano-americano, isto levou à imposição

do modelo arquitetônico espanhol e sua adequação às

características locais, o que ocorreu em praticamente todos os

países do continente, do México à Terra do Fogo. Em termos

territoriais, o Chile é muito extenso em comprimento e possui três

faixas climáticas e de relevo totalmente diferenciadas (Figura 1),

para cada qual a arquitetura teve que passar por mudanças de

modo a se adaptar conforme os desafios encontrados. Ao norte, a

presença do clima desértico gerou construções em pedra, barro e

palha, enquanto no litoral central, de clima mediterrâneo, usou-se

adobe e telhas cerâmicas. Por sua vez, no chuvoso sul, o

destaque foi a madeira. (MURAKI et HIRAYAMA, 2013)

Logo, essa diferença climática, que ocorre desde o Deserto

do Atacama, situado ao norte, até o gélido extremo sul, passando

pelas grandes cordilheiras nevadas, as quais percorrem toda a

extensão longitudinal do país – mais de 4.600 km, embora não

ultrapasse 430 km de largura –, fez com que se desenvolvessem

tipologias diferenciadas e únicas na arquitetura chilena. (SUA

PESQUISA, 2016)

FIGURA 1

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Com o passar do tempo, o conhecimento de diferentes técnicas construtivas permitiu a

evolução e também uma maior ocupação do território chileno. Após o fim do Regime Militar no

Chile, ocorrido em 1989, de acordo com Cifuentes (2011), a abertura do país para o mundo trouxe

novamente o aprimoramento tecnológico, além do crescimento econômico e de infraestrutura, o

que possibilitou aos arquitetos chilenos o desenvolvimento de sua própria arquitetura.

O Chile caracteriza-se por um modelo arquitetônico exclusivo, que passou – e ainda passa

– por adaptações constantes para se adequar às contraditórias características de todo o seu

território. No conceito atual de arquitetura chilena podem-se destacar três pontos fundamentais:

simplicidade, economia e funcionalismo. Além disso, a preocupação com a cultura local e o

respeito ao vernáculo vem conferindo ao conjunto de suas obras características jamais vistas

naquele país. (HASSEGAWA, KANESHIRO et DOMINGUES, 2013)

O olhar externo para a arquitetura do Chile mostra-se cada vez mais ativo, concretizando-

se com a recente premiação do arquiteto Alejandro Aravena. Para alguns autores, segundo

Cifuentes (2011), esse olhar pode ser, de certa forma, preocupante, pois não há garantia de que

ele seja totalmente positivo. A estranheza gerada em primeiro plano pelo caráter exótico das

obras chilenas pode gerar críticas pejorativas vindas dos países desenvolvidos. No entanto,

também tem seu mérito por demonstrar originalidade e por não renegar a influência cultural típica,

dando valor e espaço à materialidade local somada à tradição. Ela apresenta um caráter plural e

representa claramente a união entre passado e presente, mantendo viva a memória arquitetônica

– ou reformulando-a de modo a criar uma nova e exclusiva linguagem.

Outro problema comum encontrado na

América Latina refere-se à segregação social:

a diferença entre as classes privilegiadas e as

desfavorecidas normalmente é muito grande,

o que acaba gerando altos índices de

desemprego e desabrigados. Embora

considerado um dos países latino-americanos

mais seguros e com grande capacidade

turística, a desigualdade socioeconômica

sempre esteve presente na sociedade chilena (GHOSE, 2011). É justamente neste ponto que se

destaca a produção arquitetônica de Alejandro Aravena. O maior reconhecimento do seu trabalho

deu-se devido às suas obras de função social, as quais buscam a integração das comunidades

mais pobres à sociedade. Ele estabeleceu enormes conjuntos habitacionais que buscam não

apenas melhorar as condições de vida da parcela mais necessitada da população, como também

fornecer o terreno ao morador, dando-lhe uma chance de ascensão social (Figura 2).

FIGURA 2

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5 REVISÃO DA LITERATURA

O grande vencedor do Prêmio Pritzker1 de Arquitetura no ano de 2016 foi o arquiteto

chileno Alejandro Aravena (Figura 3), cuja atuação destaca-se especialmente por seus projetos

diferenciados no âmbito social, o que traz à tona um tema de grande importância no século XXI,

principalmente nos países latino-americanos, que é a questão da intensa segregação e

desigualdade social ainda existentes em nações que se encontram em processo de

desenvolvimento. De acordo com o júri que o premiou:

Alejandro Aravena está liderando uma nova geração de arquitetos que tem uma compreensão holística do ambiente construído e demonstrou claramente a capacidade de se conectar à responsabilidade social as exigências econômicas, design do habitat humano e da cidade. Poucos têm subido para as demandas da prática de arquitetura como um esforço astuto, bem como enfrentar os desafios sociais e econômicos de hoje. Aravena, a partir de sua terra natal, o Chile, tem alcançado ambos, e ao fazê-lo tem expandido significativamente o papel do arquiteto. (ARQBACANA, 2016, p.1)

Nascido na capital de seu país, Santiago, em 22

de Junho de 1967, Aravena sempre foi bom com

desenhos e também na área de exatas; motivos pelos

quais escolheu o curso de arquitetura. Em 1992,

formou-se pela Facultad de Arquitectura, Diseño y

Estudios Urbanos, da Universidade Católica do Chile

(UC-Chile), viajando logo em seguida para Veneza

(Itália), de modo a estudar os edifícios que tinha visto

durante toda sua graduação. Lá, fez pós-graduação no

ISTITUTO UNIVERSITARIO DI ARCHITETTURA DI VENEZIA –

IUAV, além de outros cursos na Accademia di belle arti

di Venezia. Após isto, voltou entusiasmado para mostrar tudo que queria fazer, mas acabou

conseguindo somente projetos ruins destinados a desaparecerem, decepcionando-o e fazendo-o

parar de trabalhar como arquiteto e abrir um bar. (CARAS, 2016)

Em 1997, ainda de acordo com a revista chilena Caras (2016), ele retomou seus trabalhos

ao participar de um concurso para construir uma igreja para o campus de São Joaquim, da

universidade onde se formou, mas foi desqualificado por apresentar o projeto em uma folha de

papel inadequada. Isto o estimulou ainda mais a querer mostrar seu trabalho e, um ano mais

tarde, foi chamado para participar de outro concurso de arquitetura latino-americana, desta vez do

1 Criado em 1979 pela Fundação Hyatt, sediada em Chicago IL (EUA) e gerida pela família Pritzker – uma das mais ricas dos EUA, responsável por uma rede de mais de 200 hotéis pelo mundo –, este prêmio é considerado o Nobel da

arquitetura, sendo atribuído anualmente ao arquiteto, ainda em vida, cujo trabalho demonstre talento, visão, comprometimento; e que tenha produzido contribuições significantes para a humanidade e o meio ambiente através da arquitetura. (THE PRITZKER ARCHITECTURE PRIZE, 2016b)

FIGURA 3

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prédio de Matemática da mesma instituição. Tornando-se finalista, não somente realizou esta

edificação em 1998, como também os prédios de Medicina (2001) e de Arquitetura (2004), além

do Centro de Innovación Anacleto Angelini (2014); todos pertencentes à UC-Chile.

A atuação de Aravena acabou por levá-lo a ser convidado pela Universidade de Harvard

(EUA) para ser professor visitante no período de 2000 a 2005. Posteriormente, também lecionou

no Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza, além da London School of Economics e da

Architectural Association in London (Inglaterra). (CARAS, 2016)

Desde 2001, Alejandro Aravena

participa como Diretor Executivo do

ELEMENTAL; um grupo de profissionais que

busca uma arquitetura de caráter social,

envolvendo habitação, espaços públicos,

infraestrutura e transporte. Ele trabalha em

conjunto com os arquitetos Gonzalo Arteaga,

Juan Cerda, Victor Oddó e Diego Torres; e já

possui trabalhos espalhados pelo Chile,

México, EUA, Suíça e China. Aravena

também representa o ELEMENTAL na

cadeira Copec da UC-Chile desde 2006. Em

2010, o grupo teve uma de suas obras mais importantes no seu país de origem: a reconstrução da

cidade de Constitución, que fora destruída pelo terremoto e tsunami ocorridos naquele ano (Figura

4). (THE PRITZKER ARCHITECTURE PRIZE, 2016a)

Ainda em 2010, Aravena foi anunciado membro internacional do ROYAL INSTITUTE OF

BRITISH ARCHITECTS – RIBA, ao mesmo tempo em que foi considerado um dos 20 novos heróis do

mundo pela Revista Monocle. Ele já escreveu três livros: Los Hechos de la Arquitectura (“Feitos

da Arquitetura”, 1999); El Lugar de la Arquitectura (“O Lugar da Arquitetura”, 2002) e Material de

Arquitectura (“Material de Arquitetura”, 2003). (BBC, 2016)

De acordo com a biografia oficial do ganhador no site do The Pritzker Architecture Prize

(2016), ele tem uma intensa atuação na área de arquitetura, tornando-se, em 2011, membro do

Conselho do Programa de Cidades da London School of Economics, além de participar do

Conselho Regional do David Rockefeller Center for Latin American Studies e do Conselho da

Swiss Holcim Foundation desde 2013. É um dos membros fundadores da Sociedade Chilena de

Políticas Públicas, além de líder da Helsinki Design Lab para SITRA2. Foi uma das 100

2 Denomina-se Suomen Itsenäisyyden Juhlarahasto (SITRA) um fundo de inovação finlandês que foi criado em 1967 como parte do Banco da Finlândia, mas hoje em dia opera de forma independente com supervisão do governo daquele país. Com operações financiadas somente por doações e fundos de capital, tem como objetivo, através das

FIGURA 4

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personalidades que contribuíram para a Conferência Rio+20, ocorrida no Rio de Janeiro em 2012,

assim como participou do Global TED Talk 20143.

Devido ao seu destaque no panorama internacional, Alejandro Aravena passou a fazer

parte dos grandes arquitetos do século XXI, sendo também convidado para ser jurado das edições

do Prêmio Pritzker de 2009 a 2015. Seu grande diferencial encontra-se na preocupação social que

permeia todo o seu trabalho, além da sua atuação e posição de proeminência em tantas

Instituições e países. Segundo o último júri do Pritzker – o qual acabou premiando o arquiteto

chileno neste ano de 2016 –, essa conscientização social traz um novo conceito para a

arquitetura: “Através desta abordagem, ele dá à profissão de arquiteto uma nova dimensão, o que

é necessário para responder às exigências atuais e enfrentar os desafios futuros do campo” (THE

PRITZKER ARCHITECTURE PRIZE, 2016, p.1).

O júri ainda coloca que, no caso de sua atuação profissional,

[...] each building shows an understanding of how people will use the facility, the thoughtful and appropriate use of materials, and a commitment to creating public spaces to benefit the larger community [...] What really sets Aravena apart is his commitment to social housing. Since 2000 and the founding of ELEMENTAL, he and his collaborators have consistently realized works with clear social goals. Calling the company a “Do Tank” as opposed to a think tank, they have built more than 2,500 units using imaginative, flexible and direct architectural solutions for low cost social housing

4. (THE PRITZKER

ARCHITECTURE PRIZE, 2016, p.1)

Assim, valoriza o trabalho do arquiteto em desenvolver projetos públicos e de habitações

populares de maneira diferenciada e sustentável, permitindo fundamentalmente a ascenção e o

contato social dessas comunidades.

Sendo um dos mais jovens ganhadores do Pritzker das últimas décadas, com apenas 48

anos de idade, Alejandro Aravena surpreende por seu pensamento igualitário e social, tendo seu

suas atividades, promover a prosperidade econômica da Finlândia por meio do conhecimento científico-tecnológico e inovação. Para tanto, investe em empresas e startups para criar novos negócios rentáveis, enquanto o TEKES – outro fundo governamental da Finlândia – financia empresas ou universidades sem fins lucrativos. Com um total estimado de €651 milhões em investimentos, o SITRA não trabalha com financiamentos estatais, mas somente com seus próprios lucros, estes gerenciados por Mikko Kosonen, seu presidente atual. (N. autora)

3 TED é uma organização sem fins lucrativos dedicada à difusão de ideias, geralmente sob a forma de conversas curtas, com cerca de 18 minutos de duração. Suas atividades começaram em 1984 como uma conferência onde Tecnologia, Entretenimento e Design – daí a sigla em inglês TED – encontravam-se, mas que atualmente abragem quase todos os temas – da ciência à empresa para questões globais – em mais de 100 idiomas. A Global TEDTalk refere-se a

conferência anual de duração de cinco dias e que gera a discussão de ideias, inovações e criatividade ao redor do mundo. (TED, 2016)

4 Em tradução livre da autora: “Cada prédio mostra uma compreensão de como as pessoas vão usá-lo, o emprego ponderado e adequado de materiais, e um compromisso com a criação de espaços públicos para beneficiar a comunidade [...] O que realmente diferencia Aravena é o seu compromisso com a habitação social. Desde 2000 e a fundação do ELEMENTAL, ele e seus colaboradores têm consistentemente realizado trabalhos com objetivos sociais. Chamando a empresa de ‘Do Thank’ em substituição a Think Thank [expressão usada para designar organizações ou instituições que atuam no campo dos grupos de interesse, produzindo e difundindo conhecimento sobre assuntos estratégicos, com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas], o grupo construiu mais de 2.500 unidades [ou seja, agindo na prática ao invés do que somente na teoria], aplicando soluções arquitetônicas criativas, flexíveis e diretas, para a habitação social de baixo custo”.

FIGURA 5

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posicionamento destacado até mesmo por Thomas Pritzker (1950-), filho do fundador do prêmio –

o norte-americano Jay Arthur Pritzker (1922-99) –, que, ao anunciá-lo, disse:

[Aravena] brinda oportunidades económicas a los menos privilegiados, mitiga los efectos de los desastres naturales, reduce el consumo de energía y ofrece un acogedor espacio público [...] claramente ha demostrado la capacidad de vincular la responsabilidad social, las demandas económicas, el diseño de un hábitat humano y la ciudad

5. (BBC, 2016, p.1)

De acordo com a mesma fonte, o arquiteto

chileno pratica um trabalho engenhoso em

encomendas particulares e projetos para o setor

público, representando o ressurgimento de um

arquiteto socialmente mais engajado. Ele mostra como

a arquitetura em seu máximo pode melhorar a vida das

pessoas (THE GUARDIAN, 2014). Entre as suas

principais obras, podem ser citadas: a Quinta Monroy

(Iquique, Chile, 2004); a Escuela de Medicina de la

Universidade Católica (Santiago, UC-Chile, 2004), as

Torres Siamesas do Campus San Joaquín (Figura 5)

(Santiago, UC-Chile, 2005); os dormitórios da St.

Edward’s University (Austin TX, EUA, 2008); o Mirador

Las Cruces (Figura 6) (Jalisco, México, 2010); e a Villa

Verde (Constitución, Chile, 2013); além de várias

outras (ELEMENTAL, 2016). Em 2016, Alejandro

Aravena é o diretor da parte de arquitetura da

importante Bienal de Veneza.

Em matéria do jornal The Guardian (2016), Aravena diz que um dos maiores erros que os

arquitetos cometem é tender a lidar com problemas que só interessam a outros arquitetos.

The biggest challenge is to engage with the important non-architectural issues – poverty, pollution, congestion, segregation – and apply our specific knowledge. It’s not enough to raise awareness. I want people to leave with more tools. We must share the challenges so we are aware of the coming battles

6. (THE

GUARDIAN, 2016, p.1)

5 Em tradução livre da autora: Aravena “dá a oportunidade econômica para os menos privilegiados, atenua os efeitos dos desastres naturais, reduz o consumo de energia, e fornece um espaço público acolhedor [...] Tem demonstrado claramente a capacidade de vincular a responsabilidade social, as demandas econômicas, o projeto de um habita humano e a cidade”.

6 Em tradução livre da autora: “O maior desafio é envolver-se com as importantes questões não arquitetônicas – pobreza, poluição, congestionamento, segregação – e aplicar nosso conhecimento específico. Não é suficiente para aumentar a consciência. Quero que as pessoas saiam com mais ferramentas. Devemos compartilhar os desafios para que estejamos conscientes das próximas batalhas”.

FIGURA 6

FIGURA 5

FIGURA 6

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Alejandro Aravena tornou-se famoso principalmente por seu conhecimento e solução

inesperada para conjuntos de habitações populares. No entanto, seu destaque internacional

também se deve ao seu conhecimento das necessidades coletivas e à sua capacidade de definir

espaços e moldar materiais, além da preocupação com as questões ambientais e sociais. Ele

pode ser considerado um arquiteto estratégico, sendo igualmente um ótimo comunicador. Todos

os seus projetos contam com uma análise profunda da região, inclusive no âmbito

socioeconômico; e sua participação em TEDTalks e congressos tem demonstrado a sua

habilidade em transmitir seu conhecimento através da fala de maneira clara e sintética.

(CASAMONTI, 2015)

A sua escolha para ser diretor da Bienal de Veneza neste ano deu-se especialmente por

sua habilidade de comunicação, uma vez que o principal objetivo dessa exposição é levar suas

ideias para todo o mundo – em especial para os países em desenvolvimento, os quais poderiam

fazer proveito dos seus projetos de habitação social. Segundo ele próprio, em entrevista para a

revista italiana AREA (em tradução livre da autora): “Eu quero desafiar o sentimento de que o

sistema é muito grande para ser mudado [...] Ao invés de ‘não tentem isto em casa’, nós

queremos ‘por favor, tentem isto em casa’!” (McGUIRK, 2015, p.109)

O Chile, por ser um dos países mais desenvolvidos e de melhor economia da América

Latina, não foi o local ideal para o teste das habitações sociais de Aravena. Por isto, seu interesse

em levá-las a outros países do continente (ANDREINI, 2015). O Brasil, por exemplo, já teria sido

citado como um bom local para suas experimentações, inclusive em espaços como as favelas,

onde a construção espontânea poderia ainda ser valorizada com a disposição dos seus projetos.

Durante o TEDTalk do Rio de Janeiro, Aravena – que é casado com uma brasileira – citou a

capital carioca como um espaço onde suas propostas poderiam ter uma boa adequação. No

entanto, as barreiras governamentais impedem o desenvolvimento da iniciativa, não só no Brasil,

mas também em outros países7. (CLEMENTE et MOURA, 2014; MOURA, 2016)

Analisando alguns trabalhos do arquiteto, pode-se observar seu caráter teórico e

estratégico de construção. O projeto de reconstrução da cidade chilena de Constitución (Figura 4),

por exemplo, demonstra sua habilidade em projetos urbanos e prevenções de futuros desastres –

no caso, tsunamis. Através do plantio de uma floresta entre a costa e a cidade afetada, uma

possível onda gigante vinda mar teria sua força reduzida ao atingir primeiramente as árvores e

depois as construções. Percebe-se igualmente a sua grande habilidade construtiva, por exemplo,

no edifício criado para a St. Edward’s University (Figura 7), situado em Austin TX (EUA).

7 Aravena tentou implantar o conceito de meias casas em São Paulo, em 2008, sem sucesso. "Foi uma experiência decepcionante", afirmou em entrevista a revista Época, em 2012. "[Disseram-me] que grandes construtoras que financiam campanhas políticas faziam lobby para ganhar os contratos e entregar casas prontas". (MOURA, 2016)

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O prédio contém os dormitórios dos estudantes,

e foi feito todo em tijolos, usando o modelo mexicano,

em contraste com a fachada interior, toda executada

com paredes em vidro colorido, no estilo

estadounidense (REVISTA DETAIL, 2009). O trabalho

com a materialidade continua no prédio do Centro de

Innovación Anacleto Angelini da UC-Chile, onde ocorre

a inversão da materialidade: o modelo da arquitetura

moderna é invertido e disposto de forma que o edifício

se feche em si mesmo. As paredes externas são

compostas de concreto reforçado (Figura 8) enquanto o

interior é livre, em vidro, direcionado para um átrio interno (Figura 9). Essa estética é justificada

pela preocupação com a ventilação e gasto energético de um edifício desse porte. A ventilação

cruzada torna-se possível e a sua solidez auxilia na redução do consumo energético. (REVISTA

ARQUITECTURA VIVA, 2014)

O método de projeto de Alejandro Aravena

conta com a importância da materialidade e o uso

dela para criar algo inesperado e novo. Os

problemas são tratados como equações e as

soluções são sempre volumes surpreendentes, de

modo que o contato constante com a forma não

mude a surpresa que ela gera (SARKIS, 2016).

Além de tudo, ele busca formas e voumes que

sejam intrigantes; muitas vezes contrastantes e

até mesmo opostos, para que cada ponto possua

uma perspectiva diferente e gere uma sensação

diferente.

A visão de Aravena sobre arquitetura

resume-se em uma única palavra: síntese. Não

simplificação, mas síntese. Para ele, a

capacidade de sintetizar permite identificar a

maneira mais estratégica de projetar uma forma que seja simultânea. Esse processo deve levar

aos itens irredutíveis do projeto, ou seja, aos fatores elementais que não podem ser retirados e

que trazem o sentido ao edifício. (ANDREINI, 2015). Ele acredita que o uso do conhecimento

específico que cada arquiteto possui pode ajudar a solucionar problemas não específicos, no

caso, públicos, sociais, etc., trazendo assim um novo pensamento e desafio para os arquitetos do

FIGURA 7

FIGURA 8

FIGURA 9

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século XXI: a busca da solução de problemas antigamente tratados como sendo apenas do Poder

Público. E, apesar do destaque do seu escritório no âmbito social, em entrevista à revista italiana

AREA (em tradução livre da autora), ele diz:

No lugar de “social” no sentido convencional do termo, eu prefiro usar o termo “problema compartilhado”. A esfera social é, na verdade, composta por uma visão moral e ética. Eu não estou convencido pela frase “sou melhor porque lido com problemas sociais”, ELEMENTAL nunca nem quis ter essa atitude. Nós não nos consideramos particularmente boas pessoas, mas acreditamos ser bons designers. (2015, p.114)

Outra característica do estúdio

ELEMENTAL derivada da base projetual

através da síntese é a simplificação dos

problemas e a maior importância dada à

funcionalidade, além de sempre privilegiar a

ação que está sendo feita em detrimento da

estética. Na mesma entrevista, Aravena diz

o seguinte, com respeito ao projeto da

Escuela Ayelén (Figura 10), construída na

cidade de Rancagua, no Chile (em tradução

livre da autora):

Na verdade, como você deve ter percebido, o teto circular da Escuela Ayelén não é um círculo perfeito [...] Eu queria um círculo perfeito, mas o orçamento não permitia isso. Ter contruído 1.000 m

2 cobertos onde crianças durante as

horas de escola estão protegidas do sol e da chuva é mais importante do que a perfeição de um círculo. Eu posso viver com um círculo daquele jeito? Sim, porque a vida embaixo daquele teto tem um espaço que não tinha antes. O preço que paguei foi um circulo imperfeito. (REVISTA AREA, 2015, p.115)

6 MATERIAIS E MÉTODOS

De caráter exploratório e cunho teórico-conceitual, esta pesquisa foi baseada em revisão

web e bibliográfica com estudo de casos, realizando-se por meio da investigação, seleção e coleta

de fontes impressas, nacionais e internacionais; ou ainda publicadas on line, que tratavam direta

ou indiretamente sobre a vida, o pensamento e a obra do arquiteto chileno Alejandro Aravena.

Além de material para registro computacional, gráfico e fotográfico, utilizou-se as instalações

físicas destinadas ao docente-adjunto; autor do projeto a que esta pesquisa em iniciação científica

está vinculada e lotado na subárea de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, em Regime

de Dedicação Exclusiva, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (UFPR), com a

participação de 01 (uma) discente do curso de graduação, autora do presente relatório.

Em suma, a metodologia de pesquisa seguiu as seguintes etapas:

FIGURA 10

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11

a) Revisão Bibliográfica e Coleta de Dados:

Esta etapa baseou-se na pesquisa web e bibliográfica sobre a contextualização do

problema (Arquitetura latino-americana e arquitetura no Chile), além do resumo biográfico

e caracterização profissional do arquiteto chileno em questão, procurando assim

fundamentar teoricamente e dar subsídios às próximas etapas da pesquisa.

b) Seleção e Mapeamento de Obras:

Esta etapa envolverá a identificação e descrição de, no mínimo, 03 (três) exemplares de

arquitetura residencial proposta por Alejandro Aravena, os quais possuam materiais e

informações suficientes para pesquisa e análise, seja em meios bibliográficos como

eletrônicos.

c) Análise e Avaliação dos Casos:

Nesta fase buscou-se analisar três obras residenciais do arquiteto, de forma a observar as

diferentes soluções adotadas para atingir o intuito social da habitação. Foi analisado,

principalmente, em nível social, verificando as intenções do arquiteto e os resultados

obtidos através do seu projeto.

d) Conclusão e Redação Final:

Prevê-se o fechamento desta pesquisa através da elaboração do RELATÓRIO FINAL DE

PESQUISA, além de material expositivo por ocasião do Evento de Iniciação Científica da

UFPR – EVINCI, previsto para outubro de 2016.

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para os estudos de caso foram escolhidas 03 (três) obras de caráter residencial, perfil

coletivo e cunho social para exemplificar o trabalho do arquiteto e justificar seu grande destaque

em nível mundial. Alejandro Aravena ganhou destaque na arquitetura internacional por suas

soluções inovadoras e também pela busca pessoal da melhoria das condições de segregação

social, em especial na América Latina. Para demonstrar seu trabalho e ilustrar algumas das

soluções adotadas, selecionou-se três projetos de arquitetura de HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL (HIS) e que recentemente foram disponibilizados no site do grupo ELEMENTAL com a

intenção de serem reaproveitados em outros países latino-americanos como ação

socioambiental, a saber:

CASO I – Conjunto Habitacional Quinta Monroy (2003/04) – Iquique, Chile

CASO II – Conjunto Habitacional Monterrey (2009/10) – Monterrey, México

CASO III – Conjunto Habitacional Villa Verde (2010/13) - Constitución, Chile

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O conjunto Quinta Monroy (Figura 11) teve seu

projeto realizado entre 2003 e 2004 pelo estúdio

ELEMENTAL, do qual participaram os arquitetos

Alejandro Aravena, Alfonso Montero, Tomás Cortese

e Emilio de la Cerda, sob encomenda do governo

chileno. A proposta com 5.000 m2 deveria instalar 100

famílias que ocupavam espaços irregulares no centro

da cidade de Iquique, situada na Região de Tarapacá,

ao norte do Chile. (ARAVENA, 2009)

Com um orçamento de US$ 7.500 por família,

ainda segundo o artigo de Aravena na Revista ARQ|A,

buscou-se criar o melhor espaço para abrigar as 100

famílias e permitir ampliações (Figura 12). A partir

disto, pensou-se em uma planta térrea, para permitir o

crescimento horizontal, além de um pavimento

vertical, tanto para reduzir as dimensões de cada lote

quanto permitir a ampliação de andares.

Outro ponto levado em consideração pelos projetistas foi o desenvolvimento de

residências que se valorizassem com o tempo, em uma área urbana não periférica e isolada,

mas, ao contrário, em um terreno bem localizado e com acesso à saúde, lazer, trabalho e

transporte. Logo, o projeto contou com pequenas moradias incompletas (30 m2) de classe média,

a fim de serem ampliadas individualmente por cada morador. (DELAQUA, 2012a)

ESTUDO DE CASO I Conjunto Habitacional Quinta Monroy Iquique, Chile

2003/04

FIGURA 11

FIGURA 12

Implantação do Conjunto Residencial FIGURA 13

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Ainda de acordo com Delaqua (2012a), foi pensado também em um espaço coletivo como

área de convivência entre as habitações, unindo grupos de 20 famílias em cada espaço,

tornando o convívio mais próximo e criando a relação de vizinhança (Figura 13). Como 50% das

edificações seriam construídas pelos próprios moradores, buscou-se a criação de uma moldura

para controlar essa ampliação e torná-la mais fácil (Figura 14). As residências originais contam

com cômodos mais difíceis de serem executados, como cozinha, sanitários, escadas e paredes

divisórias, deixando os demais como responsabilidade dos moradores (Figuras 15 a 17).

FIGURA 14

FIGURA 15

FIGURA 16

FIGURA 17

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Desenvolvido sob encomenda do governo de

Nuevo Léon – um dos 31 Estados do México, situado

ao noroeste do país – o projeto do conjunto

habitacional Monterrey (Figura 18) conta com 70

habitações implantadas em um terreno de 0,6

hectares, este situado na cidade de mesmo nome em

um bairro de classe média denominado Santa

Catarina, com cerca de 230.000 habitantes. A

densidade das habitações exigiu uma solução parecida

com a de Iquique, porém o clima desértico da região

necessitou adaptações. (DELAQUA, 2012b)

Ainda conforme Delaqua (2012b), o orçamento

para o projeto, desenvolvido entre 2009 e 2010, foi de

US$ 20.000 por habitação, representando mais do

dobro dos conjuntos construídos no Chile. Porém, a

legislação mexicana e as regulamentações acabaram

encarecendo a edificação, o que ainda justificou a

proposta característica do escritório da autoconstrução

(Figuras 19 e 20). Este foi o primeiro projeto do

ELEMENTAL executado fora dos limites chilenos; e

contou com a grande capacidade mexicana de

autoconstrução, garantindo uma ampliação promissora

nas edificações (Figuras 21 e 22).

ESTUDO DE CASO II Conjunto Habitacional Monterrey Monterrey, México

2009/10

FIGURA 18

FIGURA 19

FIGURA 20

FIGURA 21

FIGURA 22

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O projeto propõe um edifício contínuo de três andares de altura, composto pela

sobreposição de uma habitação (primeiro nível) e um apartamento duplex (segundo e terceiro

nível) (Figura 23). Ambas as unidades estão projetadas para facilitar técnica e economicamente

o desejado padrão final de classe média, do qual se entrega inicialmente a “primeira metade”

(40m2), a qual contém as áreas úmidas como banheiros e cozinha, as escadas e a delimitação

do espaço construtível, deixando para o cenário ampliado uma habitação de mais de 58m2 e um

duplex de cerca de 76m2. (DELAQUA, 2012b)

Como a região é de clima desértico, segundo a mesma fonte, de modo a facilitar a

manutenção das áreas verdes na vizinhança, estas foram dispostas no interior das edificações,

formando um grande parque interno ao conjunto e gerando uma área de espaço coletivo para

integração da vizinhança (Figuras 24 e 25). De acordo com os próprios arquitetos, buscou-se

“marcar e ritmar (mais do que controlar) a construção espontânea a fim de evitar a deterioração

do entorno urbano, e por outro, facilitar, para cada família, o processo de ampliação. A cobertura

contínua, proposta sobre cheios e vazios, protege da chuva as zonas de ampliação e garante o

perfil definitivo do edifício” (p.01).

FIGURA 23

FIGURA 24

FIGURA 25

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O Residencial Villa Verde (Figuras 26 e 27),

realizado entre 2010 e 2013, na cidade de

Constitución, Região do Maule (Chile), foi

desenvolvido a pedido da empresa florestal Arauco,

como forma de apoiar seus trabalhadores a obterem

suas casas próprias. O orçamento ofertado, conforme

Márquez, situou-se entre a faixa estipulada pelo

FONDO SOLIDARIO DE LA VIVIENDA (FSV), ou seja, entre

US$25.000 e US$ 40.000.

Apesar do orçamento elevado, foi adotado pelo

ELEMENTAL o modelo de autoconstrução para poder

elevar o padrão da edificação, sendo o valor extra

utilizado na construção das partes complexas, como

banheiros e cozinhas em alto padrão. O objetivo era

ter como resultado final uma moradia melhor do que

seria se fosse entregue completa. Diferente dos casos

anteriores, o Villa Verde possui sua estrutura toda em

madeira pinus (Figuras 28 e 29), visando a maior

sustentabilidade (MÁRQUEZ, 2013).

Totalmente financiado pela

Arauco8, o conjunto habitacional atingiu

uma área construída final 5.688 m2. A área

estimada inicial das edificações era de

aproximadamente 57m², mas acabou

atingindo 85m² com a expansão e o

conjunto atualmente possui 484 casas.

(DIVISARE JOURNAL)

8 A empresa florestal Arauco já desenvolveu cerca de 9.000 unidades habitacionais em cerca de 30 cidades diferentes no Chile, tendo todas mais ou menos de 10 a 20.000 habitantes, ou seja, cidades que acabaram sofrendo um grande impacto com essas obras de cunho social, especialmente por possuírem um pior padrão urbano. (MÁRQUEZ, 2013)

ESTUDO DE CASO III Conjunto Habitacional Villa Verde Constitución, Chile

2010/13

FIGURA 26

FIGURA 27

FIGURA 27

FIGURA 28

FIGURA 29

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Ainda de acordo com Márquez (2013), a importância desse projeto é que, por um lado, foi

permitido aos arquitetos pensarem em um projeto para o nicho da política de habitação.

Desenvolveu-se uma tipologia inovadora e competitiva, a qual se queria deliberadamente ampliar

uma possível contribuição para a habitação social latino-americana (Figuras 30 e 31). Poder-se-

ia ter tomado uma das mais econômicas tipologias criadas pelo ELEMENTAL e utilizado o

dinheiro extra para terminá-las, preenchendo o vazio que famílias esperavam para ser concluído.

Contudo, pensou-se novamente na aplicação do princípio da construção incremental e na

priorização dos componentes mais complexos, desta vez com padrões mais elevados, tanto para

o inicial como para o cenário final (Figuras 32 e 33).

FIGURA 30

FIGURA 31

FIGURA 32

FIGURA 33

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18

De modo a comparar os conjuntos residenciais anteriormente descritos, montou-se o

quadro abaixo, no qual se pode perceber diferenças e semelhanças nas obras projetadas pelo

escritório de Aravena. Apesar do aumento gradativo de orçamento, a intenção dos projetos

manteve-se sempre a mesma, ou seja, buscar o máximo aproveitamento do espaço construído e

a melhor moradia para os usuários, contando com a ampliação e conclusão da obra por parte

deles próprios. Sendo assim, a solução de construção em conjunto com os moradores permitiu

um gasto inicial maior nas partes da casa que seriam entregues concluídas, o que aumentou a

qualidade final da construção.

Obra CASO I CASO II CASO III

Conjunto Habitacional

Quinta Monroy Monterrey Villa Verde

Local (Região do país)

Inquique (Norte do Chile)

Monterrey (Noroeste do México)

Constitución (Centro do Chile)

Período de Construção

2003/04 2009/10 2010/13

Área da Unidade (Capacidade de

ampliação)

30m2

(com capacidade até 60m

2)

40m2 (com capacidade até

58m2 ou duplex de 76m

2)

57m2

(com capacidade até 85m2)

Área do Conjunto (N. de unidades)

5.000m2

(cerca de 100 unidades) 6.000m

2

(cerca de 70 unidades) 5.688m

2

(484 unidades ao todo)

Material de Construção

Estrutura e vedação em blocos de concreto

Estrutura e vedação em blocos de concreto

Estrutura e vedação em madeira pinus

Padrão Classe média Classe média Classe média alta

Custo Estimado (US$ por unidade)

7.500 20.000 De 25.000 a 40.000

Particularidade do Projeto

Previsão de área de convivência para cada 20

unidades

Parque interno como espaço coletivo (criação de

microclima)

Projeto desenvolvido junto à iniciativa privada (Empresa

florestal Arauco)

Observou-se ainda que, com o passar dos anos, o programa das habitações proposto

pelo ELEMENTAL foi sendo desenvolvido e, assim, cada modelo foi se adequando ao resultado

esperado, por meio de praças internas, jardins exclusivos ou agrupamento em conjuntos

menores. Cada localidade acabou tendo a sua própria tipologia de implantação, mas sempre

buscando a integração dos moradores e a criação de vizinhanças ativas.

Conclui-se através desses estudos que o maior objetivo de Aravena como arquiteto foi

sempre a melhoria social. Seu trabalho torna-se uma maneira de reorganizar a sociedade e de

trazer novas formas de inclusão, as quais dão novas oportunidades àqueles que virão a habitar

seus conjuntos. Pôde-se constatar que seu principal destaque se dá nos projetos de HIS e a

partir desses modelos percebeu-se um padrão de pensamento e uma grande potencialidade

para seu reaproveitamento nas demais cidades latino-americanas que necessitem de uma maior

inclusão social.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forte intenção social presente nas obras de Alejandro Aravena pôde ser confirmada por

meio dessa pesquisa e compreendida de maneira clara e objetiva. Pode-se perceber a vontade

do arquiteto pela busca do melhor resultado para o futuro morador e, principalmente, a busca

pela inclusão tanto social quanto da vizinhança. A partir dos estudos de caso foi possível concluir

a importância da contribuição de Aravena para o mundo ao mostrar soluções inovadoras e de

caráter socioambiental, em especial para os países subdesenvolvidos, compreendendo assim o

motivo do destaque do seu trabalho e reconhecimento internacional através do Prêmio Pritzker

2016. Aravena representa o início da valorização dos arquitetos latino-americano em nível

mundial, assim como traz a atenção do mundo para os países menos privilegiados, abrindo

espaço para novos e futuros destaques na arquitetura sustentável contemporânea.

9 REFERÊNCIAS E FONTES DE ILUSTRAÇÕES

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FONTES DE ILUSTRAÇÕES

Figura Disponível em: Acesso

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02 http://e.glbimg.com/og/ed/f/original/2016/01/13/quinta_monroy_housing_2004_iquique_chile_2.jpg 23/04/2016

03 https://static.dezeen.com/uploads/2016/01/Alejandro-Aravena_portrait_sq.jpg 11/04/2016

04 http://estaticos.efe.com/efecom/recursos2/imagen.aspx?lVW2oAh2vjOcB7yiBTS8fXQhDMyaCFgPQ4TncnkXVSTX-P-2bAoG0sxzXPZPAk5l-P-2fU5UOeDyOWsgkkmtjIbo8lJbbQ-P-3d-P-3d

23/04/2016

05 http://images.adsttc.com/media/images/500e/c4df/28ba/0d0c/c700/03a1/slideshow/stringio.jpg?1414325767

23/04/2016

06 http://images.adsttc.com/media/images/5281/7aeb/e8e4/4ee4/6e00/0115/slideshow/Ruta-Peregrino-6153.jpg?1384217313

23/04/2016

07 http://images.adsttc.com/media/images/5011/4f2e/28ba/0d70/4200/005f/large_jpg/stringio.jpg?1414100806

23/04/2016

08 http://samsunshine.co/wp-content/uploads/2016/01/UC-Innovation-Center-Santiago-Chile-2014alejandro-aravena.jpg

23/04/2016

09 http://samsunshine.co/wp-content/uploads/2016/01/Innovation-Center-interior.jpg 23/04/2016

10 http://www.australiandesignreview.com/wp-content/uploads/2016/01/032_MSAIC_21.jpg 23/04/2016

11 http://images.adsttc.com/media/images/5010/2df1/28ba/0d42/2200/0ff7/slideshow/stringio.jpg?1414338615

25/05/2016

12 http://images.adsttc.com/media/images/5010/2dd8/28ba/0d42/2200/0ff3/large_jpg/stringio.jpg?1414338617

25/05/2016

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21

13 http://images.adsttc.com/media/images/5010/2df7/28ba/0d42/2200/0ff8/large_jpg/stringio.jpg?1414338625

25/05/2016

14 http://images.adsttc.com/media/images/5709/8a9f/e58e/ce64/aa00/00be/slideshow/Planta1.jpg?1460243093

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15 http://arktetonix.com.br/wp-content/uploads/2012/10/quinta-moroy-elemental-10.jpg 06/06/2016

16 http://arktetonix.com.br/wp-content/uploads/2012/10/quinta-moroy-elemental-08.jpg 06/06/2016

17 https://meiaum.files.wordpress.com/2016/01/aravena-quinta-monroy-housing-chile-fase-construc3a7c3a3o-2.jpg

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18 http://images.adsttc.com/media/images/5008/9c11/28ba/0d50/da00/1300/slideshow/stringio.jpg?1414055834

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19 http://images.adsttc.com/media/images/5008/9c28/28ba/0d50/da00/1307/large_jpg/stringio.jpg?1414055858

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20 http://images.adsttc.com/media/images/5008/9c4b/28ba/0d50/da00/1311/large_jpg/stringio.jpg?1414055877

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21 https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/cd/85/01/cd8501e8fa05105d3dd6484c2bd9b875.jpg 06/06/2016

22 https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/c5/b4/1d/c5b41dd2587414b70d3b6946d4bc236e.jpg 06/06/2016

23 http://3.bp.blogspot.com/-b9vCBNIW4fY/UJlOtkHgm8I/AAAAAAAAAPc/WqP4Zh4E-oQ/s1600/1.jpeg 06/06/2016

24 http://images.adsttc.com/media/images/5008/9c89/28ba/0d50/da00/1323/large_jpg/stringio.jpg?1414055914

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25 http://www.designboom.com/cms/images/ridcue/monti06.jpg 06/06/2016

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27 http://images.adsttc.com/media/images/5280/51c9/e8e4/4e95/f600/0091/slideshow/PVT_VILLAVERDE_14.jpg?1394555265

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28 http://images.adsttc.com/media/images/5280/5173/e8e4/4e58/3000/0098/slideshow/PVT_VILLAVERDE_02.jpg?1394555244

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31 https://atfpa3y4.files.wordpress.com/2016/04/disenoarquitectura-cl-elemental-alejandro-aravena-villa-verde-plantas.jpg?w=750

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32 http://images.adsttc.com/media/images/5280/5240/e8e4/4e95/f600/0094/slideshow/Details_01.jpg?1394555278

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10 PARECER DO ORIENTADOR

Este trabalho de iniciação científica cumpriu o cronograma inicial, permitindo atingir os objetivos,

não ocorrendo atrasos e imprevistos. Seu desenvolvimento junto ao professor-orientador permitiu a

complementação e publicação de material didático do curso de arquitetura e urbanismo da UFPR. A

aluna apresentou interesse e dedicação satisfatórias na elaboração das tarefas indicadas pelo professor-

orientador, permitindo o desenvolvimento adequado da pesquisa. Tratando-se de um trabalho

introdutório sobre o tema e da vastidão de questões possíveis de serem abordadas em investigações

nesse campo de trabalho, considera-se que os resultados atingidos são satisfatórios aos meios

utilizados e também aos fins pretendidos.

DATA E ASSINATURAS Curitiba, julho de 2016.

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Acadêmica Bruna Duarte Vieira

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Prof. Dr. Antonio Manoel N. Castelnou Nt