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Moçambique Junho 2013 Paula Gonçalves Carvalho Email: [email protected] Telef.: 21 310 11 87 Nuno André Coelho Email: [email protected] Telef.: 21 310 11 84 Fax: 21 353 56 94 http://www.bci.co.mz BPI BPI BPI BPI BPI A A A A A ERA ERA ERA ERA ERA DOS DOS DOS DOS DOS RECURSOS RECURSOS RECURSOS RECURSOS RECURSOS NA NA NA NA NATURAIS TURAIS TURAIS TURAIS TURAIS A economia cresceu 7.4% em 2012 com um contributo diversificado dos vários sectores de actividade, registando uma das maiores taxas de crescimento real a nível mundial. Os últimos anos têm sido particularmente positivos para Moçambique, que tem superado o crescimento da região subsariana e se tem aproximado do ritmo de crescimento de países como a China. No entanto, o rápido crescimento do país está ainda relacionado com a reduzida base de partida, dado que Moçambique permanece um dos países mais pobres do mundo. Os índices de desenvolvimento humano e igualdade de géneros de Moçambique continuam em patamares muito baixos. As autoridades do país têm desenvolvido esforços consideráveis no sentido de melhorar os principais indicadores de desenvolvimento humano e social, particularmente com o objectivo de reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna e aumentar as taxas de escolarização. No entanto, estes esforços têm-se revelado insuficientes para elevar os níveis de desenvolvimento do país. A capacidade de atracção de investimento estrangeiro e a exploração de recursos naturais têm sido determinantes para elevar o potencial de crescimento da economia. Apesar de a agricultura continuar a deter um peso muito elevado no PIB, a recente descoberta de grandes reservas de carvão e de gás natural tem estado na base da atracção de investimento para mega-projectos e tem possibilitado um desenvolvimento extraordinário do sector da indústria extractiva. Contudo, a exploração potencial das minas de carvão está ainda muito limitada pelos constrangimentos existentes ao nível dos transportes. As previsões de crescimento são favoráveis, mantendo a economia numa trajectória de expansão rápida. As projecções oficiais apontam para um crescimento de 8.4% este ano para o qual deverá contribuir significativamente o aumento da produção no sector da indústria extractiva, derivada da exploração crescente dos recursos naturais, e da expansão das actividades financeiras. No entanto, as cheias que afectaram o país nos primeiros meses do ano poderão comprometer as previsões mais optimistas. O aumento da incerteza nos mercados das commodities e a lenta recuperação económica dos países mais desenvolvidos poderá também colocar em risco o desempenho da economia, pois o grau de dependência da ajuda internacional ao desenvolvimento mantém-se elevado. A política orçamental continuará expansionista, com o Estado a manter a sua aposta no desenvolvimento de infra- estruturas básicas e a aumentar o apoio social à população, com o objectivo final de estimular o crescimento económico. Por sua vez, a política monetária deverá permanecer restringida pelo aumento recente do nível de preços e pelos riscos de inflação no curto prazo. Caso estes se materializem, tornam-se improváveis novas reduções das taxas de juro directoras até ao final do ano. ESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS

Mocambique Junho 2013 - Banco BPI

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Page 1: Mocambique Junho 2013 - Banco BPI

ESTUDOS ECONÓMICOSE FINANCEIROS

MoçambiqueJunho 2013

Paula Gonçalves CarvalhoEmail: [email protected]

Telef.: 21 310 11 87Nuno André Coelho

Email: [email protected].: 21 310 11 84

Fax: 21 353 56 94http://www.bci.co.mz

BPIBPIBPIBPIBPI

A A A A A ERAERAERAERAERA DOSDOSDOSDOSDOS RECURSOSRECURSOSRECURSOSRECURSOSRECURSOS NANANANANATURAISTURAISTURAISTURAISTURAIS

A economia cresceu 7.4% em 2012 com um contributo diversificado dos vários sectores de actividade, registando umadas maiores taxas de crescimento real a nível mundial. Os últimos anos têm sido particularmente positivos para Moçambique,que tem superado o crescimento da região subsariana e se tem aproximado do ritmo de crescimento de países como aChina. No entanto, o rápido crescimento do país está ainda relacionado com a reduzida base de partida, dado queMoçambique permanece um dos países mais pobres do mundo.

Os índices de desenvolvimento humano e igualdade de géneros de Moçambique continuam em patamares muito baixos.As autoridades do país têm desenvolvido esforços consideráveis no sentido de melhorar os principais indicadores dedesenvolvimento humano e social, particularmente com o objectivo de reduzir as taxas de mortalidade infantil e maternae aumentar as taxas de escolarização. No entanto, estes esforços têm-se revelado insuficientes para elevar os níveis dedesenvolvimento do país.

A capacidade de atracção de investimento estrangeiro e a exploração de recursos naturais têm sido determinantes paraelevar o potencial de crescimento da economia. Apesar de a agricultura continuar a deter um peso muito elevado no PIB,a recente descoberta de grandes reservas de carvão e de gás natural tem estado na base da atracção de investimento paramega-projectos e tem possibilitado um desenvolvimento extraordinário do sector da indústria extractiva. Contudo, aexploração potencial das minas de carvão está ainda muito limitada pelos constrangimentos existentes ao nível dostransportes.

As previsões de crescimento são favoráveis, mantendo a economia numa trajectória de expansão rápida. As projecçõesoficiais apontam para um crescimento de 8.4% este ano para o qual deverá contribuir significativamente o aumento daprodução no sector da indústria extractiva, derivada da exploração crescente dos recursos naturais, e da expansão dasactividades financeiras. No entanto, as cheias que afectaram o país nos primeiros meses do ano poderão comprometer asprevisões mais optimistas. O aumento da incerteza nos mercados das commodities e a lenta recuperação económica dospaíses mais desenvolvidos poderá também colocar em risco o desempenho da economia, pois o grau de dependência daajuda internacional ao desenvolvimento mantém-se elevado.

A política orçamental continuará expansionista, com o Estado a manter a sua aposta no desenvolvimento de infra-estruturas básicas e a aumentar o apoio social à população, com o objectivo final de estimular o crescimento económico.Por sua vez, a política monetária deverá permanecer restringida pelo aumento recente do nível de preços e pelos riscos deinflação no curto prazo. Caso estes se materializem, tornam-se improváveis novas reduções das taxas de juro directorasaté ao final do ano.

ESTUDOS ECONÓMICOSE FINANCEIROS

Page 2: Mocambique Junho 2013 - Banco BPI

Dep. Estudos Económicos e FinanceirosDep. Estudos Económicos e FinanceirosDep. Estudos Económicos e FinanceirosDep. Estudos Económicos e FinanceirosDep. Estudos Económicos e Financeiros

Paula Gonçalves Carvalho Sub-directoraTeresa Gil PinheiroCarmen Mendes CamachoNuno André Coelho

AAAAANÁLISENÁLISENÁLISENÁLISENÁLISE T T T T TÉCNICAÉCNICAÉCNICAÉCNICAÉCNICA

Agostinho Leal Alves

Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94

Email: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected] http://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://www.bancobpi.pt.bancobpi.pt.bancobpi.pt.bancobpi.pt.bancobpi.pt

http://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://www.bpiinvestimentos.pt/Resear.bpiinvestimentos.pt/Resear.bpiinvestimentos.pt/Resear.bpiinvestimentos.pt/Resear.bpiinvestimentos.pt/Researchchchchch http://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://www.bci.co.mz.bci.co.mz.bci.co.mz.bci.co.mz.bci.co.mz

Ilha de Moçambique

ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE Pág.

MOÇAMBIQUEMOÇAMBIQUEMOÇAMBIQUEMOÇAMBIQUEMOÇAMBIQUE

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

Crescimento real elevado marcado pela expansão da produção mineiraCrescimento real elevado marcado pela expansão da produção mineiraCrescimento real elevado marcado pela expansão da produção mineiraCrescimento real elevado marcado pela expansão da produção mineiraCrescimento real elevado marcado pela expansão da produção mineira 0303030303Previsões de crescimento para 2013Previsões de crescimento para 2013Previsões de crescimento para 2013Previsões de crescimento para 2013Previsões de crescimento para 2013 0404040404

Grandes projectos de investimento contribuem significativamente para o PIBGrandes projectos de investimento contribuem significativamente para o PIBGrandes projectos de investimento contribuem significativamente para o PIBGrandes projectos de investimento contribuem significativamente para o PIBGrandes projectos de investimento contribuem significativamente para o PIB 0505050505Revisões negativas ao défice corrente influenciadas pelo investimento estrangeiroRevisões negativas ao défice corrente influenciadas pelo investimento estrangeiroRevisões negativas ao défice corrente influenciadas pelo investimento estrangeiroRevisões negativas ao défice corrente influenciadas pelo investimento estrangeiroRevisões negativas ao défice corrente influenciadas pelo investimento estrangeiro 0606060606

CCCCCONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTO P P P P POLÍTICOOLÍTICOOLÍTICOOLÍTICOOLÍTICO

Permanece impasse entre os dois principais partidosPermanece impasse entre os dois principais partidosPermanece impasse entre os dois principais partidosPermanece impasse entre os dois principais partidosPermanece impasse entre os dois principais partidos 0808080808Eleições presidenciais marcadas para 2014Eleições presidenciais marcadas para 2014Eleições presidenciais marcadas para 2014Eleições presidenciais marcadas para 2014Eleições presidenciais marcadas para 2014 0808080808

PPPPPOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICA O O O O ORÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTALALALALAL

Política orçamental expansionista orientada para o crescimento económicoPolítica orçamental expansionista orientada para o crescimento económicoPolítica orçamental expansionista orientada para o crescimento económicoPolítica orçamental expansionista orientada para o crescimento económicoPolítica orçamental expansionista orientada para o crescimento económico 0909090909Dívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estável 1010101010

SSSSSECTORECTORECTORECTORECTOR M M M M MONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIO EEEEE F F F F FINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIRO

Inflação no início do ano atribui-se ao efeito das cheias, início do ano escolar eInflação no início do ano atribui-se ao efeito das cheias, início do ano escolar eInflação no início do ano atribui-se ao efeito das cheias, início do ano escolar eInflação no início do ano atribui-se ao efeito das cheias, início do ano escolar eInflação no início do ano atribui-se ao efeito das cheias, início do ano escolar einflação importadainflação importadainflação importadainflação importadainflação importada 1111111111Política monetária: Política monetária: Política monetária: Política monetária: Política monetária: trade-offtrade-offtrade-offtrade-offtrade-off entre expansão da base monetária e inflação entre expansão da base monetária e inflação entre expansão da base monetária e inflação entre expansão da base monetária e inflação entre expansão da base monetária e inflação 1111111111Crédito e depósitos em expansãoCrédito e depósitos em expansãoCrédito e depósitos em expansãoCrédito e depósitos em expansãoCrédito e depósitos em expansão 1212121212

DDDDDESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTO H H H H HUMANOUMANOUMANOUMANOUMANO EEEEE S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL

Desenvolvimento humano não tem acompanhado o crescimento económicoDesenvolvimento humano não tem acompanhado o crescimento económicoDesenvolvimento humano não tem acompanhado o crescimento económicoDesenvolvimento humano não tem acompanhado o crescimento económicoDesenvolvimento humano não tem acompanhado o crescimento económico 1414141414

CCCCCONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTO E E E E EMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIAL

Realização de negócios afectada pela envolvente sócio-económicaRealização de negócios afectada pela envolvente sócio-económicaRealização de negócios afectada pela envolvente sócio-económicaRealização de negócios afectada pela envolvente sócio-económicaRealização de negócios afectada pela envolvente sócio-económica 1515151515

BBBBBASEASEASEASEASE DEDEDEDEDE D D D D DADOSADOSADOSADOSADOS 1717171717

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3

E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

CCCCCRESCIMENTORESCIMENTORESCIMENTORESCIMENTORESCIMENTO REALREALREALREALREAL ELEVELEVELEVELEVELEVADOADOADOADOADO MARCADOMARCADOMARCADOMARCADOMARCADO PELAPELAPELAPELAPELA EXPEXPEXPEXPEXPANSÃOANSÃOANSÃOANSÃOANSÃO DADADADADA PRODUÇÃOPRODUÇÃOPRODUÇÃOPRODUÇÃOPRODUÇÃO MINEIRAMINEIRAMINEIRAMINEIRAMINEIRA

Em 2012, Moçambique foi uma das economias com crescimento real mais elevado. A produção interna cresceu 7.4% (em volume),

sustentada por uma aceleração de 8.3% y/y no último trimestre (2.3% q/q após descontados efeitos sazonais). Desta forma, o país

mantém-se como uma das economias com maior crescimento real do PIB nos últimos anos, ultrapassando largamente as taxas de crescimento

da região subsariana, que registou uma expansão de 4.8% no ano passado. A capacidade de atracção de investimento estrangeiro e a

exploração de recursos naturais têm sido determinantes para elevar o potencial de crescimento da economia. De acordo com as estimativas

do Fundo Monetário Internacional, Moçambique estará entre as 15 economias com crescimento real mais elevado pelo menos até 2018.

No entanto, o rápido crescimento do país está ainda relacionado com a reduzida base de partida, dado que Moçambique é um dos países

mais pobres da África Subsariana.

Em 2012, o crescimento da actividade económica voltou a ser bastante diversificado, com uma contribuição repartida pelos vários

sectores de actividade. Em particular, destaca-se o seguinte:

A produção no sector das indústrias extractivassector das indústrias extractivassector das indústrias extractivassector das indústrias extractivassector das indústrias extractivas aumentou 40.8% (em volume) em 2012, contribuindo com 0.8 pontos percentuais

(pp) para o crescimento do Valor Acrescentado Bruto (VAB). O desempenho do sector está sobretudo ligado ao rápido início da

produção de carvão em Moatize e em Benga, mas também ao aumento da produção de alguns minerais, como Tentalite e Zircão. No

entanto, este sector é apenas responsável por 1.7% da produção total interna.

O sector da agricultura, prsector da agricultura, prsector da agricultura, prsector da agricultura, prsector da agricultura, produção animal, caça e silviculturaodução animal, caça e silviculturaodução animal, caça e silviculturaodução animal, caça e silviculturaodução animal, caça e silvicultura contribuiu com 2.0 pp para o crescimento do VAB. Em 2012, a

produção agrícola, responsável por 23.4% da produção total, aumentou 7.1%.

A produção no sector dos transportes e comunicaçõesprodução no sector dos transportes e comunicaçõesprodução no sector dos transportes e comunicaçõesprodução no sector dos transportes e comunicaçõesprodução no sector dos transportes e comunicações, correspondente a 12.3% do PIB, aumentou 10.4% e contribuiu com

1.4 pp para o crescimento do VAB. A introdução da terceira operadora móvel e o incremento no número de investimentos contribuíram

de forma significativa para este desempenho. Alguns dos investimentos têm sido orientados para a modernização da rede de

transportes e infra-estruturas.

A indústria transforindústria transforindústria transforindústria transforindústria transformadoramadoramadoramadoramadora foi responsável por 1.1 pp da taxa de crescimento do VAB, ao registar uma expansão de 13.4%. Foi

o terceiro sector com maior peso na economia (cerca de 12.0% do PIB). O desempenho do sector foi favorecido pela indústria da

alimentação e bebidas, pelo início da produção numa nova fábrica de cimento, e pelo aumento da capacidade produtiva nas

fábricas de cimento da Matola e da Beira.

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

Taxas de crescimento real do PIB têm-se mantido acima dosTaxas de crescimento real do PIB têm-se mantido acima dosTaxas de crescimento real do PIB têm-se mantido acima dosTaxas de crescimento real do PIB têm-se mantido acima dosTaxas de crescimento real do PIB têm-se mantido acima dos6% desde 20016% desde 20016% desde 20016% desde 20016% desde 2001

-4

0

4

8

12

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Áfr. Subs.

Moçambique

China

Índia

Brasil

Fonte: FMI

(%)

0

3

6

9

12

15

2000 02 04 06 08 10 12 14 16

Prev isões FMI

Prev isões EIU

Fonte: FMI, EIU

(%)

Nos próximos anos, a economia deverá continuar a registar taxas de crescimento real elevadas. As previsões são favoráveis, mantendo a

economia numa trajectória de expansão rápida. O governo, no Plano Económico e Social para 2013, projecta uma expansão do PIB de

8.4% para 2013, para o qual deverá contribuir significativamente o aumento da produção no sector da indústria extractiva, derivada da

exploração crescente dos recursos naturais (a extracção do carvão coque, que se estima ter-se fixado em 5 milhões de toneladas em 2012,

deverá crescer 20% no próximo ano; por sua vez, a extracção do carvão térmico, que se iniciou em 2012 com um registo de 930 mil

toneladas, deverá aumentar 61.2%) e da expansão das actividades financeiras, através do aumento da concessão de empréstimos à

economia consequente da expansão esperada no sector produtivo.

Moçambique é um dos países com maiores taxas deMoçambique é um dos países com maiores taxas deMoçambique é um dos países com maiores taxas deMoçambique é um dos países com maiores taxas deMoçambique é um dos países com maiores taxas decrescimento real do PIBcrescimento real do PIBcrescimento real do PIBcrescimento real do PIBcrescimento real do PIB

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

Segundo as projecções oficiais, a produção no sector da indústria extractiva deverá aumentar 18.6% face a 2012 como resultado

da intensificação da produção nas minas de Moatize, Benga e Cahora Bassa. A produção de carvão, pela importância que tem na

produção mineira global, deverá contribuir significativamente para a expansão no sector (espera-se um aumentou de 20.0% na

produção de carvão coque e de 61.2% na produção de carvão térmico). No entanto, estas estimativas podem ficar largamente

No entanto, as previsões para 2013 estão fortemente comprometidas pelas cheias que atravessaram o país nos primeiros meses do ano,

prejudicando sobretudo a agricultura, os transportes e o sector da indústria extractiva. O aumento da incerteza nos mercados das commoditiese da lenta recuperação económica dos países mais desenvolvidos poderá também colocar em risco o desempenho da economia, pois a

tendência de queda da ajuda internacional ao desenvolvimento por alguns dos principais doadores poderá intensificar-se.

Previsões de crescimento para 2013 assentes na exploração de carvão e no investimento em infra-estruturas de transportePrevisões de crescimento para 2013 assentes na exploração de carvão e no investimento em infra-estruturas de transportePrevisões de crescimento para 2013 assentes na exploração de carvão e no investimento em infra-estruturas de transportePrevisões de crescimento para 2013 assentes na exploração de carvão e no investimento em infra-estruturas de transportePrevisões de crescimento para 2013 assentes na exploração de carvão e no investimento em infra-estruturas de transporte

De acordo com o PES 2013, o documento de estratégia oficial para a implementação dos objectivos de política económica e social

definidos no Programa Quinquenal do Governo para 2010-14, o governo prevê que a produção interna real aumente 8.4% em

2013. Esta previsão assenta sobretudo no dinamismo do sector da indústria extractiva e das actividades financeiras. Os sectores

dos transportes e comunicações e das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas também deverão dar

um forte contributo para o desempenho da economia no ano em curso.

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

0

3

6

9

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Agricultura e pesca Ind. ex trac. Ind. transformadoraComércio Transp. e com. Act. financeirasOutros Fonte: Estat. oficiais

(pontos percentuais) Agricultura e

pesca

29%

Ind. ex tractiv a

2%

Ind. Transf.

13%

Outros

18%

Act.

financeiras

6%

Imobil., alug.

e serv .

empres.

6%

Transp. e

comunic.

14%Comércio

12% Fonte: Estat. oficiais

Tabela 1. Previsões de crescimento, óptica da produção (preços constantes)Tabela 1. Previsões de crescimento, óptica da produção (preços constantes)Tabela 1. Previsões de crescimento, óptica da produção (preços constantes)Tabela 1. Previsões de crescimento, óptica da produção (preços constantes)Tabela 1. Previsões de crescimento, óptica da produção (preços constantes)

VAB por sectores de actividade Valor 2012(1) (milhões MZN) Previsão 2013

Sector primárioSector primárioSector primárioSector primárioSector primárioAgricultura, produção animal e silvicultura 49,744 +4.6%Pescas 2,976 +4.5%Indústria extractiva 3,516 +18.6%

Sector secundárioSector secundárioSector secundárioSector secundárioSector secundárioIndústria transformadora 25,435 +5.8%Electricidade e água 9,450 +5.1%Construção 7,166 +5.6%

Sector terciárioSector terciárioSector terciárioSector terciárioSector terciárioComércio e serv. de reparação 23,581 +5.9%Alojamento, restauração e similares 3,042 +6.2%Transportes e comunicações 26,168 +14.1%Actividades financeiras 11,966 +17.7%Activ. imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas 12,272 +11.8%Administração pública 8,059 +4.1%Outros 6,975 +2.4%

PIBPIBPIBPIBPIB 212,232212,232212,232212,232212,232 +8.4%+8.4%+8.4%+8.4%+8.4%Fonte: Governo de Moçambique, BPINota: (1) O PIB corresponde à soma do Valor Acrescentado Bruto em cada sector de actividade com os impostos líquidos de subsídios sobre produtos, que foram excluídos do quadropor simplificação da exposição.

Maior contributo da indústria de extracção mineira para o VABMaior contributo da indústria de extracção mineira para o VABMaior contributo da indústria de extracção mineira para o VABMaior contributo da indústria de extracção mineira para o VABMaior contributo da indústria de extracção mineira para o VABem 2012em 2012em 2012em 2012em 2012

Estrutura da actividade económica é bastante diversificadaEstrutura da actividade económica é bastante diversificadaEstrutura da actividade económica é bastante diversificadaEstrutura da actividade económica é bastante diversificadaEstrutura da actividade económica é bastante diversificada(peso no VAB de 2012, preços de 2003)(peso no VAB de 2012, preços de 2003)(peso no VAB de 2012, preços de 2003)(peso no VAB de 2012, preços de 2003)(peso no VAB de 2012, preços de 2003)

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

comprometidas pelos efeitos devastadores das cheias no início do ano, que forçaram o encerramento da linha de caminhos-de-

ferro do Sena (a única que faz a ligação entre as minas de Moatize e o porto da Beira) durante duas semanas em Fevereiro. A

empresa brasileira Vale, uma das principais a operar no sector, reduziu a previsão de exportação de carvão para este ano em cerca

de 30%, de 4.9 m/t (cerca de 65% do valor previsto para a produção de carvão no PES 2013) para apenas 3.4 m/t depois de ter

sido impossibilitada de cumprir vários contratos devido à paralisação da circulação ferroviária. O PES 2013 prevê também um

aumento (+6.3%) na produção de gás natural em virtude da recente descoberta de novas reservas de gás no país (estima-se que

as reservas de gás do país sejam as quartas maiores a nível mundial). Moçambique é já o quarto maior produtor mundial de gás

natural, de acordo com a consultora francesa StrategiCo, e a exploração deste recurso poderá tornar o país numa importante

referência no sector energético nos próximos anos.

A expansão da extracção e da exportação de carvão deverá dar um contributo significativo para o sector dos transportes, tornando

necessários investimentos para melhorar a rede de transportes do país e para aumentar a carga de transporte das linhas ferroviárias.

De facto, o desempenho da produção e exportação do carvão continua enfraquecido pela necessidade de uma melhor rede de

infra-estruturas no país que permita fazer a ligação entre as minas os portos marítimos, deixando as minas a produzir muito abaixo

do sua capacidade potencial. A construção da linha ferroviária de Nacala irá impulsionar a produção de carvão, que poderá crescer

a um ritmo de 30% por ano no médio-prazo11111. A produção referente ao sector dos transportes e comunicações, o segundo com

maior peso no PIB, deverá aumentar 14.1% em 2013, com destaque para o crescimento esperado de 65.2% nos transportes

ferroviários e de 10.6% nos transportes rodoviários.

A tendência de redução do preço do carvão nos mercados internacionais poderá também constituir um desafio para o valor das

exportações em 2013. O aumento da produção nos EUA e consequente aumento das exportações tem colocado pressão negativa

sobre o preço do carvão, bem como a procura anémica global no pós-crise financeira de 2008. Desta forma, os produtores

nacionais de carvão poderão ver os seus retornos drasticamente reduzidos.

Por último, a expansão prevista para o sector das actividades financeiras, de 14.1%, está directamente relacionada com o

dinamismo nos restantes sectores produtivos da economia. O volume de crédito concedido deverá aumentar para financiar o

aumento do número de projectos para investimento e para financiar o consumo privado.

GGGGGRANDESRANDESRANDESRANDESRANDES PROJECTOSPROJECTOSPROJECTOSPROJECTOSPROJECTOS DEDEDEDEDE INVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTO CONTRIBUEMCONTRIBUEMCONTRIBUEMCONTRIBUEMCONTRIBUEM SIGNIFICASIGNIFICASIGNIFICASIGNIFICASIGNIFICATIVTIVTIVTIVTIVAMENTEAMENTEAMENTEAMENTEAMENTE PPPPPARAARAARAARAARA OOOOO PIB PIB PIB PIB PIB

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) líquido do exterior em Moçambique praticamente triplicou em 2012 face ao ano anterior,

aumentando de USD 2.7 mil milhões (mm) para 5.2 mm, equivalente a 35.7% do PIB desse ano. O investimento estrangeiro (líquido) tem

sido canalizado sobretudo através dos mega-projectos22222, orientado para o sector da extracção mineira - no ano passado, cerca de 83% do

IDE líquido total foi absorvido pelo sector da indústria extractiva e cerca de 76% foi direccionado a mega-projectos. A exploração dos

recursos naturais de Moçambique, principalmente de carvão e de gás, tem-se assumido como o principal factor de interesse para o IDE e

tem justificado a expansão extraordinária do sector, suportando as elevadas taxas de crescimento da economia.

Em 2011, Moçambique era o 14º país africano com maior stock de IDE bruto, ou o 13º país com maior IDE em percentagem do PIB

segundo dados da UNCTAD. Os dados divulgados por esta instituição para 2012 ainda não foram revelados, mas a julgar pela evolução do

IDE líquido (divulgado pelo Banco de Moçambique), o país poderá ter entrado no top-10 das economias africanas com maior IDE.

A capacidade de atracção de investimento está sobretudo relacionada com a abundância de recursos naturais no país mas também com

os incentivos fiscais para grandes investimentos, como isenção de pagamento de IVA sobre bens de capital e impostos reduzidos sobre a

actividade empresarial. Existem ainda Zonas Francas Industriais, que isentam as empresas que aí estabelecem a sua actividade do

pagamento de determinados impostos e tarifas e que têm um regime especial de apoio ao desenvolvimento e exploração de infra-

estruturas. De facto, apesar do elevado volume de negócios gerado pelos mega-projectos, os impostos pagos por estas empresas são muito

reduzidos (em 2012 o contributo dos mega-projectos para a receita total do orçamento foi de cerca de 3%, equivalente a 513 milhões de

meticais).

11111Para mais detalhes, ver a Caixa 1 do relatório "Quinta avaliação do acordo ao abrigo do instrumento de apoio à política económica e pedido demodificação de critérios de avaliação" do FMI, disponível a 3 de Janeiro de 2013; 22222São considerados mega-projectos os projectos com investimentoinicial de pelo menos USD 500 mil.

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

RRRRREVISÕESEVISÕESEVISÕESEVISÕESEVISÕES NEGANEGANEGANEGANEGATIVTIVTIVTIVTIVASASASASAS AOAOAOAOAO DÉFICEDÉFICEDÉFICEDÉFICEDÉFICE CORRENTECORRENTECORRENTECORRENTECORRENTE INFLUENCIADASINFLUENCIADASINFLUENCIADASINFLUENCIADASINFLUENCIADAS PELOPELOPELOPELOPELO INVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTOINVESTIMENTO EMEMEMEMEM MEGAMEGAMEGAMEGAMEGA-----PROJECTOSPROJECTOSPROJECTOSPROJECTOSPROJECTOS

O défice da balança corrente fixou-se em USD 5.17 mm, equivalente a cerca de 26.2% do PIB (segundo as estimativas do FMI) e 72%

acima do défice de 2011. O défice corrente foi explicado sobretudo pelo elevado valor das importações de bens (USD 6.17 mm, das quais

USD 2.14 mm associados directamente aos mega-projectos) em relação às exportações (USD 3.47 mm, em que cerca de 63% foram

responsáveis pelos mega-projectos) e pela contratação de serviços de construção externos (no valor de USD 1.98 mm). O financiamento

do défice foi sobretudo efectuado com recurso ao IDE - o valor do investimento estrangeiro, USD 5.22 mm, foi inclusive superior ao valor

do défice corrente.

O défice corrente foi revisto em alta em 2011, de 13.3% para 25.8% do PIB, reflectindo principalmente uma revisão em alta das

importações relacionada com a duplicação de importações de bens de investimento (em parte devido aos serviços subcontratados pelos

mega-projectos), de automóveis, de cereais (devido ao início de operações de moagem de cereais) e de electricidade (estas últimas para

compensar o facto de a procura interna ter superado a quota de produção nacional da hidroeléctrica de Cahora Bassa nas horas de ponta).

O défice da balança corrente deverá continuar a agravar-se nos próximos anos reflectindo a crescente actividade do investimento e as

importações necessárias para realizar os grandes projectos de investimento. Segundo o FMI, o défice da balança corrente poderá atingir

os 40.6% do PIB em 2014, depois de descer este ano para os 25.4%, e não deverá descer abaixo dos 30% antes de 2018. Estas previsões

baseiam-se numa perspectiva de evolução favorável do sector de extracção mineira, principalmente da extracção de carvão, que deverá

contribuir para aumentar o IDE dirigido para o sector.

As exportações registaram um comportamento muito positivo face ao ano anterior, determinado sobretudo pelo aumento extraordinário das

exportações de carvão, que se iniciaram em 2011 (o valor das exportações de carvão aumentou de USD 21.2 milhões para 435.5 milhões).

Apesar da descoberta recente de vastas reservas de carvão e do rápido início das suas exportações, a exploração potencial das minas de

carvão está ainda muito limitada pelos constrangimentos existentes ao nível dos transportes. O alumínio continua o principal bem exportado,

apesar de o valor das suas exportações ter sofrido um queda de cerca de 20% como resultado da redução do preço internacional. A quota

Aumento do IDE relacionado com investimento dosAumento do IDE relacionado com investimento dosAumento do IDE relacionado com investimento dosAumento do IDE relacionado com investimento dosAumento do IDE relacionado com investimento dosmega-projectosmega-projectosmega-projectosmega-projectosmega-projectos

Brasil foi o país que mais investiu em Moçambique em 2012Brasil foi o país que mais investiu em Moçambique em 2012Brasil foi o país que mais investiu em Moçambique em 2012Brasil foi o país que mais investiu em Moçambique em 2012Brasil foi o país que mais investiu em Moçambique em 2012

Grande parte do IDE é canalizado para a exploração de recursosGrande parte do IDE é canalizado para a exploração de recursosGrande parte do IDE é canalizado para a exploração de recursosGrande parte do IDE é canalizado para a exploração de recursosGrande parte do IDE é canalizado para a exploração de recursosnaturaisnaturaisnaturaisnaturaisnaturais

Comparação regional de Comparação regional de Comparação regional de Comparação regional de Comparação regional de stocksstocksstocksstocksstocks de IDE (bruto): em 2011, de IDE (bruto): em 2011, de IDE (bruto): em 2011, de IDE (bruto): em 2011, de IDE (bruto): em 2011,Moçambique era o 14º país africano com maior IDEMoçambique era o 14º país africano com maior IDEMoçambique era o 14º país africano com maior IDEMoçambique era o 14º país africano com maior IDEMoçambique era o 14º país africano com maior IDE

0

3,000

6,000

9,000

12,000

15,000

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0

20

40

60

80

Stock % do PIB

(milhões de $US) (%)

Fonte: UNCTAD

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7

E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

AAAAACTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADECTIVIDADE E E E E ECONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICACONÓMICA

das exportações de alumínio no total de exportações diminuiu de 43% para 31% enquanto que a quota das exportações de carvão

aumentou de 0.6% para 13%.

Actividade dos mega-projectos tem contribuido para agravar oActividade dos mega-projectos tem contribuido para agravar oActividade dos mega-projectos tem contribuido para agravar oActividade dos mega-projectos tem contribuido para agravar oActividade dos mega-projectos tem contribuido para agravar odéfice correntedéfice correntedéfice correntedéfice correntedéfice corrente

Alumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdidoAlumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdidoAlumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdidoAlumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdidoAlumínio continua o principal bem exportado, mas tem perdidoquota para o carvãoquota para o carvãoquota para o carvãoquota para o carvãoquota para o carvão

Mega-projectos são responsáveis por mais de metade dasMega-projectos são responsáveis por mais de metade dasMega-projectos são responsáveis por mais de metade dasMega-projectos são responsáveis por mais de metade dasMega-projectos são responsáveis por mais de metade dasexportações de bensexportações de bensexportações de bensexportações de bensexportações de bens

Mega-projectos são também responsáveis por grande parte dasMega-projectos são também responsáveis por grande parte dasMega-projectos são também responsáveis por grande parte dasMega-projectos são também responsáveis por grande parte dasMega-projectos são também responsáveis por grande parte dasimportações de bensimportações de bensimportações de bensimportações de bensimportações de bens

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8

E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

CCCCCONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTO P P P P POLÍTICOOLÍTICOOLÍTICOOLÍTICOOLÍTICO

PPPPPERMANECEERMANECEERMANECEERMANECEERMANECE IMPIMPIMPIMPIMPASSEASSEASSEASSEASSE ENTREENTREENTREENTREENTRE OSOSOSOSOS DOISDOISDOISDOISDOIS PRINCIPPRINCIPPRINCIPPRINCIPPRINCIPAISAISAISAISAIS PPPPPARARARARARTIDOSTIDOSTIDOSTIDOSTIDOS

Estão em curso negociações entre o governo o principal partido da oposição, a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), para

colocar um fim ao clima de violência que começou no início de Abril, envolvendo militantes dos dois principais partidos e forças policiais.

No final da quarta ronda de negociações, que terminou no dia 27 de Maio, foi anunciado que estavam ultrapassadas as primeiras questões

levantadas pela Renamo, que exigia, entre outros, a presença de observadores internacionais nas negociações. Foi também definido que

as negociações estariam concluídas no prazo de um mês. No entanto, a quinta ronda negocial terminou (no dia 11 de Junho) sem um

entendimento devido a divergências relativamente à legislação eleitoral.

A ausência de um ambiente político estável poderia colocar em risco a capacidade de atracção de investimento estrangeiro, pelo que o

diálogo entre os dois principais partidos políticos é essencial para o desenvolvimento económico e social do país.

EEEEELEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕESLEIÇÕES PRESIDENCIAISPRESIDENCIAISPRESIDENCIAISPRESIDENCIAISPRESIDENCIAIS MARCADASMARCADASMARCADASMARCADASMARCADAS PPPPPARAARAARAARAARA 2014 2014 2014 2014 2014

O actual presidente de Moçambique, Armando Guebuza, foi reeleito presidente do partido no poder, a Frelimo (Frente de Libertação de

Moçambique), durante o X congresso do partido que decorreu entre 23 e 28 de Setembro de 2012 na cidade de Pemba, no norte do país.

Com a reeleição de Armando Guebuza, que está a completar o segundo mandato como presidente do país, surge a dúvida sobre quem será

o representante do Frelimo nas próximas eleições presidenciais, no final de 2014. Desde o Dia da Independência, em 1975, que o

presidente do partido no poder tem sido também o presidente da República. No entanto, segundo a Constituição do país, cada presidente

não pode exercer mais de dois mandatos sucessivos, pelo que Armando Guebuza deverá, em 2014, abrir espaço para a sua sucessão. Este

processo de transição será atentamente acompanhado pelos observadores internacionais, pois a forma como irá decorrer dará indicações

sobre o aprofundamento da vivência democrática no país. De facto, não obstante o sucesso alcançado pelas políticas de pacificação, a

ausência de forças na oposição com alguma robustez e capacidade de gerar alternativas políticas e de suscitar confronto de ideias capazes

de contribuir para o avanço mais célere no caminho do desenvolvimento, poderá colocar em causa os progressos alcançados até agora.

Tudo indica que a Frelimo manter-se-á como principal partido após as eleições de 2014. Todavia, não se excluem potenciais focos de

instabilidade, que poderão surgir associados ao encarecimento de produtos básicos, perante eventuais suspeitas de favorecimento ou

corrupção, ou mesmo associados ao desenvolvimento de alguns projectos com impacto no modo de vida das populações locais. Os

acontecimentos recentes vêm evidenciar a necessidade de alcançar um crescimento inclusivo que, entre outros, passa pelo planeamento

e análise de todos os potenciais impactos sócio económicos de cada projecto de investimento. O apoio ao desenvolvimento de um sector

privado robusto, fora dos sectores associados aos recursos naturais e com maior utilização de mão de obra constitui outro dos elementos

assenciais na procura de um modelo de crescimento e desenvolvimento inclusivos.

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PPPPPOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICA O O O O ORÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTALALALALAL

A política orçamental de Moçambique dos próximos três anos deverá continuará a ser guiada pelo Instrumento de Apoio à Política

Económica (IAPE) do FMI. No início do mês de Maio ficou concluída a 6ª e última avaliação de Moçambique ao abrigo do IAPE 2010-13,

que terminou com o acordo para a criação de um novo programa até 2016 (a sua aprovação está ainda sujeita a aprovação pelo conselho

executivo do FMI). O pedido para a criação de um novo programa está alinhado com os esforços de combate à pobreza e de implementação

de uma estratégia de desenvolvimento, pelo que o novo IAPE deverá focar-se principalmente em apoiar o investimento público em infra-

estruturas e em reforçar a base tributária e melhorar a gestão pública por força a conseguir aumentar a despesa pública direccionada para

as áreas prioritárias de acção social (desenvolvimento agrícola, saúde, educação e protecção social).

O combate à pobreza e o alcance de um crescimento mais inclusivo permanecem as prioridades do governo de Moçambique na proposta

para o Orçamento de Estado de 2013, consistente com o PARPA para 2011-13 e com o Programa Quinquenal do Governo (PQG) para

2010-1433333. De acordo com o PQG, o governo deve desempenhar um papel fundamental em estimular o desenvolvimento do capital

humano, em garantir a adequação de infra-estruturas de apoio económico e social, e em fornecer bens e serviços básicos para a população.

PPPPPOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICA ORÇAMENTORÇAMENTORÇAMENTORÇAMENTORÇAMENTALALALALAL EXPEXPEXPEXPEXPANSIONISTANSIONISTANSIONISTANSIONISTANSIONISTAAAAA ORIENTORIENTORIENTORIENTORIENTADAADAADAADAADA PPPPPARAARAARAARAARA OOOOO CRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTO ECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICO

Educação

Saúde

Agricultura e

desenv . rural

Governação,

seg. e just.

Outros

Benefícios

sociais

Infra-estruturas

Fonte: Est. oficiais

A política orçamental continuará expansionista, com o Estado a

manter a sua aposta no desenvolvimento de infra-estruturas básicas

e a aumentar o apoio social à população, com o objectivo final de

estimular o crescimento económico. A despesa pública deverá

aumentar 10% para um total de 175.0 mil milhões de meticais,

Plano de despesa pública para 2013Plano de despesa pública para 2013Plano de despesa pública para 2013Plano de despesa pública para 2013Plano de despesa pública para 2013Receitas e despesas públicas deverão continuar a aumentar nosReceitas e despesas públicas deverão continuar a aumentar nosReceitas e despesas públicas deverão continuar a aumentar nosReceitas e despesas públicas deverão continuar a aumentar nosReceitas e despesas públicas deverão continuar a aumentar nospróximos anospróximos anospróximos anospróximos anospróximos anos

Financiamento públicoFinanciamento públicoFinanciamento públicoFinanciamento públicoFinanciamento público

MZN milhões % do PIB2012 2013 2012 2013

Défice primário 34.6 43.0 8.3 8.9Donativos 34.7 19.1 8.4 4.1Empréstimos externos 29.6 37.6 7.2 7.8Crédito interno 3.2 3.6 0.8 0.7Fonte: Ministério das Finanças de Moçambique.

3 3 3 3 3 De acordo com o PQG, o governo deve desempenhar um papel fundamental em estimular o desenvolvimento do capital humano, em garantir aadequação de infra-estruturas de apoio económico e social, e em fornecer bens e serviços básicos para a população.

reflectindo o compromisso do governo em reduzir os níveis de pobreza e de promover o investimento privado no país. O Orçamento de

Estado para 2013 prevê que cerca de 30% da despesa pública seja canalizada para infra-estruturas - 17.3% para a construção e/ou

remodelação de estradas, 9.5% para o sector da água e obras públicas e 2.1% para o sector dos recursos minerais e energéticos - num

esforço para melhorar a competitividade interna do país. A educação receberá 30% do total da despesa do Estado, o desenvolvimento rural

receberá 20.3% e a saúde 19.6%. A despesa com o pessoal, prevista em quase metade da despesa total, será determinantemente

influenciada pela capacidade negocial dos trabalhadores. Com o aumento do salário mínimo dos funcionários públicos em 7%, os

trabalhadores mais qualificados poderão também exigir aumentos salariais, colocando pressão adicional sobre esta componente da despesa.

A ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamentoA ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamentoA ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamentoA ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamentoA ajuda oficial diminuiu em 2012, afectada pelo abrandamentoda economia mundialda economia mundialda economia mundialda economia mundialda economia mundial

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PPPPPOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICA O O O O ORÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTRÇAMENTALALALALAL

A proposta do Orçamento de Estado para 2013 prevê um défice de 61.0 mil milhões de meticais antes de donativos, o equivalente a

12.6% do PIB, abaixo dos 16.3% previstos para 2012 (ainda não são conhecidos os valores finais). No entanto, este défice pode já ter

ficado comprometido pelo aumento da despesa em resposta às cheias que devastaram algumas regiões no início do ano.

O governo espera arrecadar 114.0 mil milhões de meticais em receita fiscal durante o ano em curso, o que corresponde a um aumento de

cerca de 7% relativamente ao orçamento de 2012. Este aumento da receita deverá reflectir a evolução positiva da actividade económica

e o aumento do pagamento dos direitos de exploração pelas empresas do sector mineiro.

O défice deverá ser financiado maioritariamente com recurso a empréstimos do exterior (equivalentes a 7.8% do PIB, o equivalente a

cerca de 62% do total do défice) e donativos (4.1% do PIB), enquanto que os restantes 0.7% deverão ser financiados com recurso a

empréstimos domésticos. A ajuda externa deverá diminuir drasticamente (o OE para 2013 prevê uma redução de 43% face a 2012),

explicada em parte pela recessão prolongada na zona euro e também pelo fraco progresso registado na redução da pobreza, combate à

corrupção e melhoria da governação, o que tem desiludido os principais doadores internacionais. Ainda assim, Moçambique deverá

continuar um dos países com maiores influxos de ajuda externa ao desenvolvimento, bem acima da média da África Subsariana.

Dívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estávelDívida pública permanece estável

0

100

200

300

400

500

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017

0

20

40

60

80

100

Dív ida pública % do PIB (ELD)Fonte: FMI

MZN mil milhões %

Prev isões

O rácio entre a dívida pública e o PIB tem-se mantido relativamente

estável em 40% desde 2006, ano em que o FMI aprovou a

Iniciativa Multilateral do Alívio da Dívida que estabeleceu o perdão

de toda a dívida com montante vivo incorrida com a instituição

antes de 2005. O esforço exigido pelos planos de investimento

em infra-estruturas públicas e em outros sectores prioritários para

os próximos anos deverão aumentar os valores nominais da dívida

e do défice público, mas o seu efeito sobre os rácios destas

variáveis em relação ao PIB deverá ser atenuado pelas elevadas

taxas de crescimento económico.

O nível de risco atribuído pelas maiores agências de rating à dívida

pública de Moçambique (em moeda estrangeira) tem permanecido

estável desde 2007 no segundo maior nível dentro da classificação

Rácio dívida pública-PIB deverá manter-se estável nos próximosRácio dívida pública-PIB deverá manter-se estável nos próximosRácio dívida pública-PIB deverá manter-se estável nos próximosRácio dívida pública-PIB deverá manter-se estável nos próximosRácio dívida pública-PIB deverá manter-se estável nos próximosanosanosanosanosanos

de investimento especulativo. No entanto, desde Julho de 2012 que a Fitch tem o outlook em positivo, indicando que as perspectivas para

melhoria do rating são favoráveis. O outlook positivo é suportado pela expansão da actividade relacionada com a exploração de recursos

naturais, particularmente com o aumento da produção de carvão e com as perspectivas de se iniciar a produção de gás. No entanto, esta

agência alerta para a necessidade de se complementar o elevado ritmo de expansão económica com a criação de condições para um

ambiente propício à actividade empresarial e com progressos mais significativos na redução da pobreza e na promoção do desenvolvimento

humano.

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

SSSSSECTORECTORECTORECTORECTOR M M M M MONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIO EEEEE F F F F FINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIRO

IIIIINFLAÇÃONFLAÇÃONFLAÇÃONFLAÇÃONFLAÇÃO NONONONONO INÍCIOINÍCIOINÍCIOINÍCIOINÍCIO DODODODODO ANOANOANOANOANO AAAAATRIBUITRIBUITRIBUITRIBUITRIBUI-----SESESESESE AOAOAOAOAO EFEITOEFEITOEFEITOEFEITOEFEITO DASDASDASDASDAS CHEIASCHEIASCHEIASCHEIASCHEIAS, , , , , INÍCIOINÍCIOINÍCIOINÍCIOINÍCIO DODODODODO ANOANOANOANOANO ESCOLARESCOLARESCOLARESCOLARESCOLAR EEEEE INFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃO IMPORIMPORIMPORIMPORIMPORTTTTTADAADAADAADAADA

Os preços do consumo sofreram nova aceleração nos primeiros meses de 2013, depois de em 2012 terem registado uma variação média

anual de 2.6% explicada sobretudo pela estabilidade de preços na segunda metade do ano. Em Maio deste ano a inflação anual acelerou

para 4.9%, que compara com 2.0% em Dezembro, devido principalmente ao impacto das cheias em Janeiro e Fevereiro, que destruiu

colheitas agrícolas, danificou linhas ferroviárias e reduziu a oferta de bens alimentares.

O aumento anual do nível de preços global também tem sido influenciado significativamente pelo aumento de preços dos serviços de

educação, nomeadamente das propinas e de material escolar, associado ao início do ano escolar (em Janeiro); ao aumento dos preços

internacionais de algumas commodities com impacto significativo na inflação interna (caso do arroz, trigo e óleos alimentares) e pelo

efeito de inflação importada, quer através do aumento de preços na África do Sul (principal fornecedor de bens alimentares), quer através

da depreciação do metical face ao dólar americano.

Para 2013, o Banco de Moçambique prevê a persistência de riscos de inflação, que se deverão materializar numa taxa de inflação média

anual de 7.0%, ou numa inflação anual de 6.5% em final de período, em linha com os objectivos do governo inseridos no PES. Esta

projecção é determinada sobretudo pela inflação importada dos principais parceiros comerciais de Moçambique, principalmente de África

do Sul, e pela expectativa de estabilização do metical. Outros factores deverão também condicionar a evolução da inflação, nomeadamente

o desenvolvimento da actividade económica mundial (com provável impacto sobre o comércio externo), a probabilidade de ocorrência de

cheias ou a alteração do preço dos bens administrados (principalmente do preço dos combustíveis e dos transportes).

PPPPPOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICAOLÍTICA MONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIA: : : : : TRADETRADETRADETRADETRADE-----OFFOFFOFFOFFOFF ENTREENTREENTREENTREENTRE EXPEXPEXPEXPEXPANSÃOANSÃOANSÃOANSÃOANSÃO DADADADADA BASEBASEBASEBASEBASE MONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIAMONETÁRIA EEEEE INFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃOINFLAÇÃO

O aumento recente do nível de preços tem conduzido a uma política monetária prudente, cujo principal objectivo é garantir a estabilidade

de preços44444. Caso os riscos para a inflação se materializem, tornam-se improváveis novas reduções das taxas de juro directoras até ao final

do ano.

O Banco de Moçambique (BoM) iniciou um ciclo de redução das taxas de directoras em Julho de 2011, quando a inflação regressou a

níveis consistentes com o objectivo da política monetária. A taxa aplicável a facilidade permanente de cedência foi reduzida em 7 pontos

percentuais até aos actuais 9.5% e a taxa de juro aplicável aos depósitos foi reduzida em 2.75 pp para 2.25%. As principais taxas de

mercado - as taxas Maibor (taxa de mercado monetário interbancário) e as taxas dos Bilhetes do Tesouro - sofreram também quedas

acentuadas neste período como consequência do relaxamento da política monetária.

4 4 4 4 4 O objectivo para a inflação é anunciado anualmente pelo governo no Plano Económico e Social e na proposta de Lei do Orçamento de Estado,detendo o Banco de Moçambique (BoM) autonomia para actuar em consonância com os objectivos definidos através dos seus instrumentos depolítica monetária - operações de mercado aberto (estas baseiam-se em leilões de Bilhetes do Tesouro, operações de compra de BT com revenda- Repo - e operações de venda de BT com recompra - Reverse Repo), controlo de reservas obrigatórias e intervenções no mercado cambialinterbancário. As facilidades permanentes de cedência e de depósito, cuja taxa de juro é fixada pelo BoM, têm como função suprimir excessosde liquidez ou para satisfazer necessidades de liquidez overnight.

Nos últimos meses, as taxas Maibor têm-se mantido estáveis. No

entanto, os juros exigidos no mercado primário de BT estão a aumentar

gradualmente desde Novembro, à medida que as expectativas de

inflação diminuem os retornos reais esperados. A intervenção do

BoM tem consistido em manter as taxas de juro das facilidades de

cedência/depósito inalteradas e em manter a expansão da base

monetária controlada, consistente com um aumento do crédito que

não coloque em risco a estabilidade de preços no médio-prazo.

0.0%

5.0%

10.0%

15.0%

20.0%

Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13

Fonte: Est. oficiais

Inflação volta a acelerar no início de 2013Inflação volta a acelerar no início de 2013Inflação volta a acelerar no início de 2013Inflação volta a acelerar no início de 2013Inflação volta a acelerar no início de 2013

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

SSSSSECTORECTORECTORECTORECTOR M M M M MONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIO EEEEE F F F F FINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIRO

A evolução do câmbio é fundamental para a estabilidade deA evolução do câmbio é fundamental para a estabilidade deA evolução do câmbio é fundamental para a estabilidade deA evolução do câmbio é fundamental para a estabilidade deA evolução do câmbio é fundamental para a estabilidade depreçospreçospreçospreçospreços

Taxa de juro dos Bilhetes do Tesouro limitadas pelosTaxa de juro dos Bilhetes do Tesouro limitadas pelosTaxa de juro dos Bilhetes do Tesouro limitadas pelosTaxa de juro dos Bilhetes do Tesouro limitadas pelosTaxa de juro dos Bilhetes do Tesouro limitadas pelosinstrumentos de política monetáriainstrumentos de política monetáriainstrumentos de política monetáriainstrumentos de política monetáriainstrumentos de política monetária

20

25

30

35

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Jun-09 Jun-10 Jun-11 Jun-12 Jun-13

2

3

4

5

6

USD/MZN ZAR/MZN (ELD) Fonte: Bloomberg

0%

5%

10%

15%

20%

Abr-10 Set-10 Fev -11 Jul-11 Dez-11 Mai-12 Out-12 Mar-1391 dias 182 dias 364 diasTx . depósito Tx . cedência

Fonte: BoM

Fonte: os espaços em branco nas séries dos BT significam que não se

realizaram operações nos meses correpondentes

CCCCCRÉDITORÉDITORÉDITORÉDITORÉDITO EEEEE DEPÓSITOSDEPÓSITOSDEPÓSITOSDEPÓSITOSDEPÓSITOS EMEMEMEMEM EXPEXPEXPEXPEXPANSÃOANSÃOANSÃOANSÃOANSÃO

O aumento do crédito à economia tem vindo a acelerar desde meados de 2012, em grande parte devido aos efeitos desfasados da política

monetária e à expansão dos sectores produtivos.

A redução das taxas directoras e a expansão da base monetária estão a transmitir-se a uma redução nas taxas activas cobradas pelos

bancos nos empréstimos, o que tem contribuído para o aumento do stock de crédito: em Março deste ano, o crédito tinha aumentado

23.5% yoy, que compara com um aumento de 6.3% em Março do ano anterior. Para além da redução das taxas de juro, a procura tem sido

também influenciada pelo dinamismo da actividade económica, sobretudo pelo crescimento das relações comerciais de Moçambique com

o resto do mundo.

O aumento dos depósitos nas instituições de crédito tem sido determinante para financiar a expansão do mercado de crédito (o stock de

crédito em relação ao PIB duplicou entre 2005 e 2012, subindo de 14% para 28%). O crescimento dos depósitos tem sido superior ao

crescimento do crédito apesar da redução das taxas aplicáveis aos depósitos. Se por um lado a diversidade de produtos financeiros para

aplicação de poupança é reduzida, por outro lado os depósitos têm sido influenciados pelo acréscimo de entradas de capitais no país e

pela volatilidade cambial. De facto, os depósitos em moeda estrangeira correspondem a cerca de 33% dos depósitos totais. Por último, o

sector bancário ainda não se encontra muito alavancado: o rácio de transformação de depósitos em crédito está em 73%, o que significa

que por cada 1 metical em depósitos, existem 0.73 meticais em crédito no balanço das instituições de crédito.

0%

20%

40%

60%

Mar-10 Set-10 Mar-11 Set-11 Mar-12 Set-12 Mar-13

Base monetária Crédito DepósitosFonte: BoM

(Var. homólogas)

8

13

18

23

28

Mar-10 Mar-11 Mar-12 Mar-13

Emp. 180 dias Emp. 1 anoDep. 180 dias Dep. 1 ano

(%)

Fonte: BoM

Taxas de juro bancárias encontram-se em queda, como reacçãoTaxas de juro bancárias encontram-se em queda, como reacçãoTaxas de juro bancárias encontram-se em queda, como reacçãoTaxas de juro bancárias encontram-se em queda, como reacçãoTaxas de juro bancárias encontram-se em queda, como reacçãoà política monetáriaà política monetáriaà política monetáriaà política monetáriaà política monetária

Efeito desfasado da política monetária: crédito, depósitos eEfeito desfasado da política monetária: crédito, depósitos eEfeito desfasado da política monetária: crédito, depósitos eEfeito desfasado da política monetária: crédito, depósitos eEfeito desfasado da política monetária: crédito, depósitos ebase monetária estão a acelerarbase monetária estão a acelerarbase monetária estão a acelerarbase monetária estão a acelerarbase monetária estão a acelerar

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SSSSSECTORECTORECTORECTORECTOR M M M M MONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIOONETÁRIO EEEEE F F F F FINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIROINANCEIRO

60%

70%

80%

90%

Mar-10 Mar-11 Mar-12 Mar-13

Fonte: BoM, BPI

-40%

-20%

0%

20%

40%

60%

2008 2009 2010 2011 2012 2013

0

10

20

30

40

Depósitos ME (v ar. % anual) USD/MZN (ELD)

(USD/MZN)

Fonte: BoM, Bloomberg

Rácio de transformação de depósitos em créditoRácio de transformação de depósitos em créditoRácio de transformação de depósitos em créditoRácio de transformação de depósitos em créditoRácio de transformação de depósitos em crédito Depósitos em moeda estrangeira sensíveis a variações cambiaisDepósitos em moeda estrangeira sensíveis a variações cambiaisDepósitos em moeda estrangeira sensíveis a variações cambiaisDepósitos em moeda estrangeira sensíveis a variações cambiaisDepósitos em moeda estrangeira sensíveis a variações cambiais

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

DDDDDESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTO H H H H HUMANOUMANOUMANOUMANOUMANO EEEEE S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL

DDDDDESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTO HUMANOHUMANOHUMANOHUMANOHUMANO NÃONÃONÃONÃONÃO TEMTEMTEMTEMTEM ACOMPACOMPACOMPACOMPACOMPANHADOANHADOANHADOANHADOANHADO OOOOO CRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTO ECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICOECONÓMICO

Os índices de desenvolvimento humano e igualdade de géneros de Moçambique são dos mais baixos no mundo. As autoridades do país têm

desenvolvido esforços consideráveis no sentido de melhorar os principais indicadores de desenvolvimento humano e social, particularmente

com o objectivo de reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna e aumentar as taxas de escolarização. No entanto, estes esforços

têm-se revelado insuficientes para elevar os níveis de desenvolvimento do país. Moçambique está colocado no 185º lugar no Índice de

Desenvolvimento Humano de 2013, numa lista que engloba 187 países, apenas à frente do Níger e da República Democrática do Congo.

Apesar de se terem registado progressos significativos no contexto social desde 1990, Moçambique continua muito atrás dos restantes

países da África Subsariana em todos os indicadores sociais. Ao nível da saúde, o número de anos de vida esperados à nascença, 50.7,

apenas é menor na República Democrática do Congo. Na média dos países da região Subsariana, a esperança média de vida é de 54.9

anos. A pobreza extrema afecta uma grande maioria da população de Moçambique. O Produto Interno Bruto per capita fixou-se em USD

906 PPP (preços de 2005) em 2012, apenas 45% da média dos países da África Subsariana. Entre 1980 e 2012, o PNB pc aumentou

106%, mas continua num nível bastante baixo. Adicionalmente, em 2008 cerca de 81.8% da população vivia com menos de USD 2 (PPP)

por dia e 59.6% encontrava-se em numa situação de pobreza extrema, vivendo com menos de USD 1.25 (PPP) por dia (de acordo com os

valores mais recentes disponibilizados pelo Banco Mundial).

Também nos níveis de educação Moçambique fica bem atrás dos restantes países africanos. O número médio de anos de escolaridade da

população adulta é o mais reduzido a nível mundial: os 1.2 anos de escolaridade média dos adultos em Moçambique contrastam largamente

com os 4.7 anos médios na África Subsariana, apesar de os 9.2 anos de escolaridade esperados à nascença estarem em linha com a média

da região (9.3). A taxa de abandono escolar é ainda muito elevada, estimando-se que cerca de 64.6% dos alunos a frequentar o ensino

primário não concluem os estudos, e a taxa de alfabetização de adultos encontra-se apenas nos 56.1%.

A desigualdade entre os géneros é marcante, o que leva Moçambique a ocupar o 125º lugar no Índice de Desigualdade de Géneros (numa

lista que engloba 148 países). Apenas 39.2% dos assentos parlamentares são ocupados por mulheres, apenas 1.5% das mulheres tem

pelo menos o ensino secundário completo (que compara com uma taxa de 6% nos homens), apesar de a taxa de participação no mercado

de trabalho ser mais elevada entre as mulheres do que entre os homens (86% vs. 82.9%).

Com o objectivo de reduzir os níveis de pobreza e alcançar um crescimento económico inclusivo, o Plano de Acção Para Redução da

Pobreza Absoluta (PARPA) 2011-14, define as linhas gerais da estratégia do governo e projecta uma redução na taxa de incidência da

pobreza para 54.7% em 2014. Este programa foi criado para apoiar a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, cujo

principal objectivo é reduzir para metade a percentagem da população que vive numa situação de pobreza extrema até ao ano de 2015.

Promover a igualdade dos géneros, reduzir a mortalidade infantil e garantir que todos os rapazes e raparigas concluam o ensino primário

são outros objectivos a atingir até 2015.

Indicadores sociais, 2012Indicadores sociais, 2012Indicadores sociais, 2012Indicadores sociais, 2012Indicadores sociais, 2012

Ranking IDH Esperança de vida Anos de escolaridade Número médio de anos PNB per capita(em 187 países) à nascença esperados (crianças) de escolaridade (adultos) (2005 US$ PPP)

Moçambique 185 50.7 9.2 1.2 861Níger 186 55.1 4.9 1.4 701Rep. Democ. do Congo 187 48.7 8.5 3.5 319Angola 148 51.5 10.2 4.7 4,812

África Subsariana - 54.9 9.3 4.7 2,010

Para comparação:Portugal 43 79.7 16 7.7 19,907Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

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E.E.F. - Moçambique * Junho 2013

CCCCCONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTOONTEXTO E E E E EMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIAL

RRRRREALIZAÇÃOEALIZAÇÃOEALIZAÇÃOEALIZAÇÃOEALIZAÇÃO DEDEDEDEDE NEGÓCIOSNEGÓCIOSNEGÓCIOSNEGÓCIOSNEGÓCIOS AFECTAFECTAFECTAFECTAFECTADAADAADAADAADA PELAPELAPELAPELAPELA ENVOLENVOLENVOLENVOLENVOLVENTEVENTEVENTEVENTEVENTE SÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIO-----ECONÓMICAECONÓMICAECONÓMICAECONÓMICAECONÓMICA

O contexto sócio-económico de Moçambique é um principal obstáculo à concretização de negócios no país, que ocupa actualmente a 146ª

posição do ranking Doing Business de 2013 (num total de 185 países), publicado anualmente pelo Banco de Mundial, descendo 7

posições face ao ano anterior.

O acesso à electricidade (posição 174) e o registo de propriedade (ranking 155) são os factores que mais dificultam a actividade

empresarial no país. Os empreendedores precisam de 117 dias e um custo de 2,395% do rendimento per capita para conseguirem obter

uma ligação de electricidade permanente (comparando com 103 dias e um custo de 92.5% do rendimento per capita na OCDE).

Adicionalmente, são necessários 42 dias e um custo de 8% do valor da propriedade, quase o dobro do necessário na OCDE, para registar

legalmente uma propriedade, um valor que se pode tornar superior uma vez que apenas os custos oficiais são contabilizados.

Por outro lado, a protecção dos investidores é um dos factores que mais ajuda à criação de novos negócios no país. O índice de protecção

dos investidores está apenas 0.1 pontos abaixo da média dos países da OCDE: numa escala de 0 a 10, Moçambique apresenta um valor

de 6.0. A facilidade de os investidores processarem dirigentes por condutas impróprias recebe quase a cotação máxima: 9.0.

Os principais factores adversos à concretização de negócios estão relacionados com o acesso ao financiamento, corrupção e fraca qualidade

das infra-estruturas existentes, de acordo com o World Economic Forum. Pelo contrário, a instabilidade das políticas conduzidas pelo

governo e a fraca saúde pública são os factores que menos prejudicam a actividade empresarial.

A competitividade externa é particularmente afectada pelas infra-estruturas, saúde pública, educação e desenvolvimento do sector financeiro.

Moçambique ocupa a posição 138 (num total de 144 países) do Índice de Competitividade Global de 2012-13, publicado pelo Banco

Mundial, em que a qualidade global das infra-estruturas, particularmente das estradas, e o reduzido número de subscrições de linhas de

comunicação são os pilares que pesam mais negativamente na classificação das infra-estruturas do país. Por sua vez, o ranking da saúde

é afectado principalmente pelas elevadas taxas de incidência de malária, tuberculose e VIH, pela elevada mortalidade infantil e pela

reduzida esperança média de vida, enquanto que a frequência de ensino superior (secundário e terciário) e a fraca qualidade do ensino

primário são os factores que mais prejudicam a educação.

Posição de Moçambique nos pilares do Posição de Moçambique nos pilares do Posição de Moçambique nos pilares do Posição de Moçambique nos pilares do Posição de Moçambique nos pilares do ranking ranking ranking ranking ranking Doing BusinessDoing BusinessDoing BusinessDoing BusinessDoing Business(146/185)(146/185)(146/185)(146/185)(146/185)

Principais obstáculos à realização de negóciosPrincipais obstáculos à realização de negóciosPrincipais obstáculos à realização de negóciosPrincipais obstáculos à realização de negóciosPrincipais obstáculos à realização de negócios

49129

135

96

105

147

155134

132 174

Abertura de empresas

Ob. de alav arás de

construção

Ob. de electricidade

Registo de propriedades

Obtenção de crédito

Protec. de inv estidores

Pag. de impostos

Comércio entre fronteiras

Ex ec. de contratos

Res. de insolvências

Fonte: Relatório Doing Business 2013

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Principais Indicadores EconómicosPrincipais Indicadores EconómicosPrincipais Indicadores EconómicosPrincipais Indicadores EconómicosPrincipais Indicadores Económicos

20102010201020102010 2011E2011E2011E2011E2011E 2012E2012E2012E2012E2012E 2013P2013P2013P2013P2013PPopulação (milhões) 22.4 23.0 23.7 24.4PIB per capita US$ PPC 1,014.2 1,089.9 1,169.2 1,263.0Fonte: INE de Moçambique, FMI.

Produto Interno BrutoProduto Interno BrutoProduto Interno BrutoProduto Interno BrutoProduto Interno Bruto

20102010201020102010 2011E2011E2011E2011E2011E 2012E2012E2012E2012E2012E 2013P2013P2013P2013P2013PPIB (mil milhões MZN), preços correntes 315.0 365.3 414.4 482.9PIB (mil milhões USD), preços correntes 9.55 12.57 14.60 15.77

Composição do PIB (por sectores)Composição do PIB (por sectores)Composição do PIB (por sectores)Composição do PIB (por sectores)Composição do PIB (por sectores)Agricultura, pecuária, silvicultura e pescas 28.3% 28.6% n.d. n.d.Comércio e serviços de reparação 14.7% 15.5% n.d. n.d.Indústria transformadora e construção 15.5% 14.6% n.d. n.d.Transportes e comunicações 9.1% 9.0% n.d. n.d.Alug. Imob. e Serv. Prest. Emp. 4.7% 4.3% n.d. n.d.Electricidade e água 4.2% 4.1% n.d. n.d.Educação 3.9% 3.7% n.d. n.d.Serviços financeiros 3.8% 3.5% n.d. n.d.Indústria de extracção mineira 1.3% 1.4% n.d. n.d.Outros 14.4% 15.4% n.d. n.d.

Fonte: INE de Moçambique, FMI.

Previsões para o crescimento de Moçambique (t.v.r. do PIB, %)Previsões para o crescimento de Moçambique (t.v.r. do PIB, %)Previsões para o crescimento de Moçambique (t.v.r. do PIB, %)Previsões para o crescimento de Moçambique (t.v.r. do PIB, %)Previsões para o crescimento de Moçambique (t.v.r. do PIB, %)

2012F2012F2012F2012F2012F 2013P2013P2013P2013P2013P 2014P2014P2014P2014P2014P 2015P2015P2015P2015P2015PProposta do Orçamento de Estado para 2013 7.5 8.4 - -FMI (WEO Abr 13) 7.5 8.4 8.0 8.0Economist Intelligence Unit (Abr 13) 7.4 7.0 7.5 7.8Fonte: Ministério das Finanças de Moçambique, Economist Intelligence Unit, FMI.

Base de DadosBase de DadosBase de DadosBase de DadosBase de Dados

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Índice de Preços no ConsumidorÍndice de Preços no ConsumidorÍndice de Preços no ConsumidorÍndice de Preços no ConsumidorÍndice de Preços no Consumidor

20102010201020102010 20112011201120112011 2012E2012E2012E2012E2012E 2013P2013P2013P2013P2013PTaxa de Inflação (média anual) 12.7% 10.4% 2.1% 5.4%Taxa de Inflação (final período) 16.6% 5.5% 2.2% 4.5%Fonte: INE Moçambique.

Sector ExternoSector ExternoSector ExternoSector ExternoSector Externo

20102010201020102010 20112011201120112011 2012P2012P2012P2012P2012P 2013P2013P2013P2013P2013PExportações (USD milhões) 2,333.3 2,776.3 - -Importações (USD milhões) 3,512.4 4,187.1 - -Saldo bal. corrente, antes de donativos (%PIB) -24.3 -32.1 -31.2 -30.0Saldo bal. corrente, após donativos (%PIB) -17.4 -25.8 -26.9 -26.3Reservas internacionais brutas (USD milhões) 2,099.0 2,428.0 2,723.0 2,874.0Fonte: Banco de Moçambique, FMI.

Contas PúblicasContas PúblicasContas PúblicasContas PúblicasContas Públicas

20102010201020102010 20112011201120112011 2012P2012P2012P2012P2012P 2013P2013P2013P2013P2013P Receita Total (%PIB) 29.5 30.0 29.7 28.7 Despesa Total (%PIB) 33.4 34.4 32.7 33.4 Saldo Orçamental (%PIB) -3.9 -4.3 -3.0 -4.7Fonte: FMI.

Principais Varáveis FinanceirasPrincipais Varáveis FinanceirasPrincipais Varáveis FinanceirasPrincipais Varáveis FinanceirasPrincipais Varáveis Financeiras

20102010201020102010 20112011201120112011 20122012201220122012 2013 (*)2013 (*)2013 (*)2013 (*)2013 (*)TTTTTaxa de Câmbioaxa de Câmbioaxa de Câmbioaxa de Câmbioaxa de Câmbio

Final de períodoFinal de períodoFinal de períodoFinal de períodoFinal de períodoUSD/MZN 32.40 27.13 29.70 30.70EUR/MZN 43.37 35.16 39.18 40.45

MédiaMédiaMédiaMédiaMédiaUSD/MZN 34.34 29.05 28.27 30.58EUR/MZN 45.52 40.40 36.35 40.24

TTTTTaxas diraxas diraxas diraxas diraxas directoras (final de período)ectoras (final de período)ectoras (final de período)ectoras (final de período)ectoras (final de período)Fac. permanente de liquidez 15.50 15.00 9.50 9.50Fac. permanente de depósito 4.00 5.00 2.25 2.25

TTTTTaxas meraxas meraxas meraxas meraxas mercado interbancário (média período)cado interbancário (média período)cado interbancário (média período)cado interbancário (média período)cado interbancário (média período)Maibor 3M 16.23 16.87 14.61 13.34Maibor 12M 17.89 18.53 16.29 15.04

TTTTTaxas de juraxas de juraxas de juraxas de juraxas de juro activas (média período)o activas (média período)o activas (média período)o activas (média período)o activas (média período)180 dias 20.97 23.92 22.49 20.70Mais de 2 anos 21.04 23.45 22.94 21.30

Source: Bloomberg, Banco de Moçambique, BPI.Note: * Valores calculados com dados disponíveis a 2 de Maio.

Base de DadosBase de DadosBase de DadosBase de DadosBase de Dados

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