Moção Global de Estratégia «Ninguém Fica Para Trás! | Juventude em Proximidade»

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    candidatura de joo torres

    a secretrio-geral da juventude socialista

    Moo Global de Estratgia

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    Uma dcada de progressoUma JS de ideias concretas

    1. Juventude Portuguesa em Proximidade1.1 Economia, Emprego e Habitao1.2 Educao1.3 Ensino Superior e Investigao Cientfica1.4 Empreendedorismo Jovem

    2. Portugal em Proximidade2.1 Ambiente, Desenvolvimento Sustentvel e

    Mobilidade2.2 Coeso Social2.3 Coeso Territorial2.4 Igualdade de direitos2.5 Sade para [email protected] Cultura para Tod@s

    3. Europa e Mundo em Proximidade3.1 Atuao Poltica na Europa e Eleies Europeias3.2 Relaes Internacionais e Cooperao para o

    Desenvolvimento4. Juventude Socialista em Proximidade

    4.1 Relao com Estruturas Locais4.2 Relao com Estruturas Autnomas4.3 Estudos e Formao Poltica

    4.4 Poder Local e Regional e Eleies Autrquicas5. Qualificar a Democracia

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    1819202223262627

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    Pela primeira vez em Portugal, foi desenvolvido um

    sistema de educao com oportunidades para todos.

    A adoo da escola a tempo inteiro e a massificao doensino do ingls e das novas tecnologias desde o primeirociclo do ensino bsico so reformas que promovem umaEscola moderna para o futuro e, ao mesmo tempo, permitemreduzir as historicamente elevadas taxas de reteno eabandono escolar. A diversificao dos currculos no ensinosecundrio, com a criao de cursos profissionais em paralelocom os cursos gerais, permite que mais de 50% dos jovensneste nvel de ensino frequentem estes cursos, obtendo adupla certificao escolar e profissional.

    A criao do programa Novas Oportunidades constituiuuma plataforma inestimvel para o reconhecimento, validaoe certificao de competncias a mais de 1 milho deportugueses, num esforo sem precedentes que procuroucolmatar dcadas de subqualificao da populao ativa.Finalmente, o ensino superior aumentou de forma sustentadao nmero de vagas, com especial nfase para o aumento devagas nos cursos de medicina, ao mesmo tempo que adaptouo sistema ao Processo de Bolonha e reformulou a avaliao e

    acreditao dos ciclos de estudos, numa transformao cujosresultados sero sentidos na prxima dcada.

    Pela primeira vez em Portugal, foi desenvolvido um

    sistema de educao com oportunidades para todos.

    Em 15 anos, o investimento em I&D cresceu de 0,5% doPIB (1995) para 1,6% do PIB (2010), enquanto na dcadaanterior tinha permanecido praticamente inalterado, entre0,4 e 0,5% do PIB. Esta subida significou mais investigadores,mais produo cientfica de elevada qualidade e maisdesenvolvimento tecnolgico. Portugal tinha, em 2010, 8,2investigadores por mil trabalhadores, tendo tido, entre 2005 e2010, uma subida de 40% no nmero de artigos cientficos emrevistas internacionais, a que se juntam quatro anos de balanatecnolgica positiva, entre 2007 e 2011. Este caminho trilhadono desenvolvimento da Cincia e Tecnologia determinantepara a criao de empresas de alto valor acrescentado epara aumentar a capacidade de o nosso pas fazer face sconstantes mudanas do mundo global.

    Uma dcadade progresso

    Portugal viveu um perodo de transformao social e econmica

    na ltima dcada sob a liderana de governos do Partido Socialista.

    Esse legado de progresso, que muito nos orgulha, permitiu e permite

    a Portugal reduzir atrasos estruturais seculares impeditivos de um

    desenvolvimento econmico e social sustentado. Mais ainda, cria

    as condies de base para um futuro mais prspero, com um capital

    humano mais qualificado e com um Estado mais eficaz, ao servio dos

    cidados e da economia.

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    Plano Tecnolgico: Portugal a inovar.

    Portugal foi, em 2010, segundo a Comisso Europeia,o pas lder na disponibilizao de servios pblicos online,subindo 14 posies desde 2005. Esta melhoria da qualidadedos servios colocados disposio dos cidados e dasempresas, atravs do Programa SIMPLEX, tornou o Estadomais eficiente, reduzindo custos e aumentando a capacidade

    de responder aos desafios do sculo XXI. O Carto doCidado, a Empresa Online, o servio de DeclaraesEletrnicas de impostos e a Segurana Social Online foramalgumas das boas prticas referidas pela Comisso Europeia.No plano das novas tecnologias, Portugal atingia em 2010mais de 2,5 milhes de utilizadores de banda larga no serviomvel e 2,1 milhes no servio fixo. Finalmente, o nossopas caminhou decisivamente no sentido de se tornar maissustentvel energeticamente. Em 2010, 52% da eletricidadeconsumida em Portugal teve origem em fontes renovveis,o que sustenta uma aposta num futuro sustentvel ao nvelambiental, mas tambm social e econmico.

    Polticas de Emprego reforam o Emprego Jovem e a

    qualificao profissional.

    Em complemento das apostas decisivas na Escola Pblica eno Plano Tecnolgico, os ltimos quinze anos foram marcadospor mudanas profundas no papel do Estado no mercado detrabalho. Para os jovens em particular, houve um aumento semprecedentes no nmero de estgios nacionais e internacionais

    e a definio de cursos de formao para desempregadosem busca de requalificao profissional. O programa INOVaumentou o nmero de candidatos selecionados de cerca de100, at 2005, para mais de 500, em 2009 e 2010.

    Dcada de avanos sociais sem precedentes.

    Se h legado que esta dcada deixa aos portugueses o dos avanos no que respeita aos direitos sociais. Pela suaimportncia para a JS, destacam-se a despenalizao daInterrupo Voluntria da Gravidez (IVG) e as alteraes aoregime legal do casamento, permitindo o acesso de todosindependentemente da orientao sexual. Entre outras, estasforam conquistas h muito desejadas pela JS, na linha daliberdade individual e da verdadeira igualdade entre todos osPortugueses.

    Mas foi ainda atravs dos governos socialistas que ocorreua modernizao de muitos servios pblicos, fator crucialpara a sua manuteno e desenvolvimento. Foi assim com onovo mapa judicirio e com as reformas no SNS, tendo comoobjetivo prestar servios mais eficientes para um melhorservio pblico em prol dos cidados e da sua qualidade de

    vida, sem ignorar a sensibilidade social imprescindvel notratamento destas matrias.

    A crise das dvidas soberanas destri a consolidao

    oramental feita at 2008.

    O dfice pblico desceu at 2008 para o valor mais baixodesde a entrada na Unio Europeia, valor que estava dentrodo acordado no Pacto de Estabilidade e Crescimento (2,6% doPIB em 2008 contra 6,8% em 2005). Como resposta a umacrise financeira, que teve o seu epicentro nos EUA (crise do

    subprime), os governos mundiais, com a Europa e os EUA cabea, tomaram uma atitude firme na defesa das economiasem detrimento do controlo a todo o custo das finanas pblicas. assim que, quer na Europa, quer nos EUA, so lanadosambiciosos planos de investimento pblico para tentarminimizar os efeitos da crise econmica na vida dos cidadose das empresas, tentando evitar uma situao semelhante que se verificou em 1929.

    A consequncia a mdio prazo destas polticasexpansionistas foi um ataque especulativo contra o Euro,liderado por fundos de cobertura, com a colaborao debancos de investimento e de agncias de notao financeira detransparncia duvidosa, que desvirtuam o primado da poltica

    pela finana e colocam os pases merc dos mercados queeles prprios tinham salvado dois anos antes. A esta posturajuntou-se a titubeante resposta da Europa, incapaz de sefazer ouvir e de ser uma verdadeira Unio poltica, solidriae fraterna. Ficou assim lanado o caminho para ataquesespeculativos contra pases de economias mais frgeis(Grcia, Irlanda e Portugal) e com um contgio eminente aospases centrais no panorama Europeu.

    Hoje, mais do que a crise das dvidas

    soberanas, vive-se uma crise da

    construo Europeia, em que s um

    caminho firme e inequvoco a uma s

    voz pode suster o desmembramento

    do Espao Europeu com consequncias

    imprevisveis escala mundial.

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    Uma JS DEIDEIAS CONCRETAS

    A crise das dvidas soberanas em que vive a Europa eque atinge violentamente Portugal faz crescer a angstiasentida pela sociedade portuguesa e, em particular, pela sua

    juventude. A sinergia entre os motivos da crise e a falta deresposta concertada de uma Europa cada vez mais divididapode conduzir desestruturao do modelo de governaoe organizao socioeconmica que presidiu fundaoe integrao do projecto europeu. Da desagregao dotecido social, fragilizao do setor pblico, e agravamentoda recesso econmica, emerge hoje um clima tpido, deincerteza e desnimo. Vai ganhando fora a tese do rumoinevitvel ao neoliberalismo, que mina a democracia e retiraconfiana aos cidados.

    Agrava-se o desinteresse pela participao cvica e polticae perspetiva-se uma clivagem social de recuperao lentae difcil. Os portugueses e, em particular, os seus jovens,sentem as suas aspiraes pessoais e coletivas coartadas,sentem degradar-se a cada dia as possibilidades para a suaautonomizao socioprofissional e para o equilbrio social eflorescimento econmico das suas comunidades. Um pas emque os Jovens no tm o seu espao, no ganham a sua

    autonomia e no contribuem para o desenvolvimento daeconomia um pas votado ao fracasso.

    Neste clima de crescente tenso social, exige-se dosresponsveis polticos propostas concretas que possam daresperana aos que caram no desemprego, aos que nuncativeram a oportunidade de trabalhar, aos que se vemforados a emigrar, aos que se mantm no pas confrontadoscom baixos rendimentos, aos estudantes que perdem apoiosfinanceiros e benefcios sociais, aos que vivem os problemasdas centralidades urbanas e aos que vivem num interiordespovoado que o Estado parece ter abandonado.

    Acreditamos que no h apenas um caminho a seguir.Acreditamos que possvel resolver os graves problemasque a Europa e Portugal atravessam sem menosprezar osque no tm voz, nem pondo em causa o Estado Social que aEuropa construiu desde o ps-Guerra. Este o nosso caminho:solues concretas para a Juventude e para Portugal, quediscutam as questes do presente, e antecipem as grandescausas do futuro, sempre integrados no contexto europeu,que no queremos nem podemos ignorar. Uma via que, pelafora do exemplo, possa ajudar a qualificar a democraciaportuguesa.

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    Os desafios, do tempo presente e do futuro, implicama Juventude Socialista no debate e construo de soluesconcretas, pragmticas e exequveis, em prol da integraoe emancipao social dos jovens e dos cidados maisdesfavorecidos. Esse caminho deve ser prosseguido atravsda promoo do emprego e do desenvolvimento econmicolocal, sustentvel e ecolgico, da organizao dos recursos

    econmicos, baseados na redistribuio e reciprocidade,e do incentivo participao poltica, atravs de modelos einstrumentos de governao locais, cvicos e participativos.

    atravs deste caminho de proximidade com os jovensportugueses e europeus que a Juventude Socialista afirma assuas prioridades para os prximos dois anos, como parte deum caminho de mdio e longo prazo que, no rejeitando o seupassado, procura as solues para o futuro.

    atravs destas prioridades que a Juventude Socialista

    se compromete com uma poltica de proximidade a vriosnveis, atravs da comunicao e do dilogo construtivo, tantono seio da sua estrutura, como com os interlocutores sociais

    representativos da juventude portuguesa, as outras juventudespartidrias, as associaes cvicas, sindicatos, movimentosativistas, associaes de estudantes, investigao cientfica, ecultura; e com as estruturas internacionais com que partilhao iderio, em particular as juventudes socialistas, sociais-democratas e trabalhistas europeias.

    Ser da capacidade de a Juventude Socialista estar emproximidade, por procurar dialogar, conhecer e refletir asaspiraes e anseios da sua gerao e da sua comunidade,e de ser a proximidade, atravs da promoo de polticas decoeso e solidariedade social, que resultar a justa medida dasua influncia, da sua contribuio para o projeto socialista epara a ultrapassagem do momento crtico do pas.

    So dois os desafios fundamentais com que a JS seconfronta: qualificar a democracia e contribuir decisivamentepara o desenho de um novo programa de governo paraPortugal.

    Qualificar a democracia um desafio transversal a todasas estruturas poltico partidrias. De facto, no podemosficar indiferentes perceo de uma considervel franja dasociedade, que olha com desconfiana para partidos polticose juventudes partidrias. O caminho da credibilizao passanecessariamente por ouvir e interpretar as preocupaes e os

    anseios dos cidados, em efetiva proximidade e incutindo nonosso discurso poltico uma dimenso de humildade.

    Nos ltimos meses, tem-se assistido a um notvelacrscimo de participao cvica por parte de jovens emmovimentos cvicos e sociais. Compete JS perceber de queforma pode canalizar estas formas de participao para ointerior da sua estrutura, estabelecendo-se como um espaocredvel de afirmao de mltiplas aspiraes. Reiteramosque a qualificao da democracia um desafio que tangetodo o espectro poltico-partidrio, porquanto s uma aoconcertada pode conduzir ao reforo da confiana nas

    instituies democrticas. A JS cumprir o seu papel nestemomento to exigente da nossa histria.

    O desafio de acompanhar o PS na conceo de um projectopoltico de mdio prazo para a governao do pas, que implicauma profunda discusso ideolgica e programtica, constituiigualmente uma prioridade poltica para a nossa organizao.Particularmente no que concerne s polticas de juventude, deverelevar-se que hoje se apresentam como verdadeiras causasfraturantes da nossa sociedade o acesso ao emprego e, emespecial, a um emprego no precrio o acesso ao ensinosuperior atendendo ao regime claramente insuficientede atribuio de bolsas de estudo o acesso habitao

    tendo uma expresso quase nula os apoios ao arrendamentojovem e a prpria mobilidade. sobretudo em torno destaspreocupaes que a JS deve incidir a sua reflexo poltica,apresentando propostas concretas que reforcem a sua noode utilidade junto de todos os portugueses, porque, em ltimaanlise, essa mesma utilidade que vemos diariamente posta prova pela juventude e demais cidados.

    No obstante a busca de propostas para fazer face crise que atravessamos dever ser uma prioridade paraa JS, impe-se igualmente que saibamos rasgar novoshorizontes na discusso poltica e ultrapassar as barreiras daconvencionalidade. Da mesma forma que, ao longo da ltimadcada, os jovens socialistas tm sabido encontrar novas

    bandeiras polticas progressistas, que tm reforado o carcteridentitrio da nossa organizao, ao longo dos prximosanos teremos de dar sequncia a este permanente desafio,sublinhando a importncia, entre outras, de problemticascomo o dilogo intergeracional ou o conceito de economiasverdes inclusivas.

    Este um projeto de proximidade e devivncia diria, em que a JuventudeSocialista se encontra com os seusapoiantes de base e com a juventudeportuguesa em geral, transformandoeste ideal num caminho conjunto,

    que procura enquadrar, refletir e darresposta aos dilemas da nossa gerao.

    A Juventude Socialista quer promovera apresentao de polticas concretas einovadoras, em prol da salvaguarda domodelo social europeu, da coeso territorial,econmica e geracional, contribuindo assimpara uma plataforma poltica solidria,regional, nacional e europeia.

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    1. Juventude portuguesa

    em proximidade

    1.1. Economia, Emprego e Habitao

    A atual crise das dvidas soberanas, que afeta Portugal e

    a Europa, tem como consequncia direta a degradao daeconomia e o aumento do desemprego. As ltimas previseseconmicas apontam para uma total estagnao do PIB nazona euro este ano e para uma subida de menos de 1% para2013. Para Portugal (tal como para os outros pases maisafetados pela crise) as perspetivas so claramente piores: 3%de contrao do PIB em 2012 e 0.9% em 2013. Em termossociais, a recesso profunda que vivemos tem um reflexoimediato e cruel no aumento do desemprego, em particularpara os jovens, trabalhadores precrios e menos qualificados.Os nmeros do desemprego em Portugal revelam que maisde 35% dos jovens at aos 24 anos e mais de 17% dos 25 aos34 anos esto desempregados, ou seja, que mais de 380 mil

    jovens at aos 35 anos procuram emprego em Portugal.Em finais de 2008, os pases da UE adotaram extensosprogramas de estmulo economia como resposta crisedo subprime, a qual precedeu a crise das dvidas soberanas.Desta vez, a resposta tmida e quase inexistente doslderes europeus tem sido a de privilegiar uma contenooramental a todo o custo, sem atender aos seus efeitoscolaterais para as economias nacionais, europeias e mundiale, consequentemente, para as populaes. Tem feito ainda oseu caminho a diabolizao permanente da interveno doEstado na economia, em geral, e do investimento pblico,em particular, culminando na chamada regra de ourooramental, invivel e impraticvel em pases perifricoscomo Portugal.

    Esta receita de corte abrupto e injustificado no investimentopblico tem levado a um aumento generalizado dodesemprego e, com isso, das prestaes sociais associadas etorna irrelevante a estratgia poltica que pretende reduzir osdfices pblicos ao cortar o dinheiro que chega economia:o dinheiro poupado na reduo do investimento pblico rapidamente consumido pelo aumento das prestaes sociaisde desemprego e pela diminuio das receitas fiscais. No por isso de estranhar, ao contrrio do que diz o atual governo,que as receitas fiscais estejam a descer e tambm no deestranhar, lamentavelmente, a subida do desemprego.

    A Juventude Socialista defende uma maior intervenodo Estado como agente central na dinamizao da economia,apostando no investimento pblico, e a promoo de novosmodelos econmicos, locais, colaborativos e participativos,como resposta destacada recesso econmica europeia, e descapitalizao do sistema financeiro portugus. As soluesassociativistas tm, no atual contexto crtico, o potencialde contribuir para a revitalizao do aparelho produtivonacional e para a criao de emprego precisamente por, ecomparativamente com o setor privado com fins lucrativos,estarem vocacionadas para custos de produo, capital departida e riscos financeiros mais limitados, correspondendode forma mais imediata s necessidades da comunidadeenvolvente.

    A JS defende hoje, como no passado, uma

    consolidao oramental acompanhada de medidas deincentivo economia, incluindo investimento pblico, que

    permitam mitigar os efeitos da austeridade recessoe desemprego colocando a economia ao servio daspopulaes.

    Do ponto de vista social, a recesso da economia temuma consequncia devastadora no aumento dos nmeros dodesemprego, chegando-se a nmeros inimaginveis at hbem pouco tempo. reconhecido que os nmeros alarmantesde desemprego so, em grande parte, devidos ao impacto

    da crise financeira e econmica e s medidas de contenooramental em toda a zona euro. No deixa, contudo, de serverdade que o desemprego estrutural dificilmente ir recuarpara os nveis do incio do sculo XXI, se no adotarmos novosconceitos e novas solues sobre o fenmeno do emprego escala mundial, que enquadrem o progressivo aumento datecnologia e da diminuio da mo-de-obra necessria paraatividades de produo com baixa qualificao.

    O flagelo do desemprego no pode ser entendido comoinevitvel, tal como tnica do atual governo, nem comouma mais-valia para que os cidados saiam da sua zona deconforto. Mais ainda, no se pode aceitar que, a reboque dacrise e do desemprego, sejam delapidados direitos sociais e

    laborais que demoraram dcadas a conquistar, com o falsopretexto da competitividade e da comparabilidade com oexterior. Temos a profunda convico de que a precariedadelaboral que se tem vindo a instalar no conduz criao deum mercado de trabalho justo, qualificado e condigno e noassegura as condies de estabilidade, auto-subsistncia evalorizao pessoal que devida a todos os trabalhadoresesforados e dedicados.

    A JS prope a incluso de estgios nos currculosdos cursos profissionais e discorda da opo de adiaresta experincia para depois da concluso do ensinosecundrio.

    Entendemos que se podem potenciar oportunidades demais e melhor emprego atravs do reforo da ligao devrios atores (sociedade civil, empresas, o ensino profissionale ensino superior, autarquias) como agentes dinamizadores daligao entre o tecido empresarial e a comunidade educativa.

    A JS defende o fomento dos mecanismos de transioentre o perodo de formao e o mercado de trabalho,nomeadamente atravs de:

    (i) reabilitao de estgios de insero profissionalque recuperem os moldes dos projetos INOV,assegurando uma experincia que inclua simultaneamenteuma dimenso nacional e internacional e a possibilidadede renovao automtica do vnculo com a empresa emPortugal (com benefcios fiscais que estimulem a empresa renovao);

    (ii) reativao dos estgios PEPAL - Programa deEstgios Profissionais na Administrao Local e PEPAC- Programa de Estgios Profissionais na AdministraoCentral, com a possibilidade e/ou preferncia de integraonos quadros dos respetivos organismos.

    A JS defende o aumento dos incentivos fiscaisa empresas que recebam pessoas provenientes deprojetos de reinsero social e o fomento de linhas de

    financiamento para a criao de empresas ligadas aprojetos de insero social;

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    A JS prope o aumento da oferta e diversificao decursos a desempregados, adaptando a oferta formativaao mercado laboral envolvente e a agilizao dosprocessos de reinsero na vida activa.

    A JS acredita nas vantagens da aprendizagem aolongo da vida e defende a manuteno dos cursos criadosno mbito do programa Novas Oportunidades, com asadaptaes recomendadas pelas experincias entretanto

    adquiridas.

    A JS valoriza as vantagens das iniciativas individuaisou de grupo que visem a criao do prprio emprego edefende a reabertura das inscries no programa CPE -Criao do Prprio Emprego.

    A JS lutar contra a diminuio dos direitoslaborais dos jovens trabalhadores e criar mecanismosadequados denncia judicial e poltica de situaes defalsos recibos verdes e de estgios no remuneradosque violem a legislao aplicvel.

    A JS lutar contra a criao de bloqueios artificiais eilegtimos entrada dos jovens diplomados no mercadode trabalho, nomeadamente aqueles que se baseiam namera lgica corporativa de proteo de determinadaclasse profissional.

    No que se refere ao acesso habitao, dimenso essencialda emancipao jovem, consideramos relevante a criao deplanos para a reabilitao dos fogos urbanos degradados,nomeadamente nos centros das cidades e o povoamento dasregies interiores e insulares.

    A JS prope a criao de planos de requalificaourbana para os centros histricos, com benefcios

    acrescidos para jovens procura de habitao prpria.

    A JS defende a alterao da legislao por forma apermitir a expropriao dos prdios que se encontremdevolutos ao fim de determinado nmero de anos, paracriao de residncias de estudantes ou para habitaojovem.

    A JS defende a revitalizao do mercado dearrendamento justo e de acordo com o real valor dosimveis, com a definio de um conjunto equilibradode direitos e deveres entre arrendatrios e senhorios,salvaguardando a proteo social aos grupos sociaismais vulnerveis (idosos, pessoas com deficincia,pessoas carenciadas, desempregados).

    A JS defende a disponibilizao de imveis retidospelos bancos, a preos inferiores aos que so praticadosno mercado, canalizando-os para jovens, famlias comjovens a cargo, e grupos sociais vulnerveis.

    De forma a dar resposta aos crescentes casos deincumprimento do crdito habitao, que tm vindo aaumentar ao longo dos ltimos anos, a JS defende que aliquidao do emprstimo habitao fique consumadacom a entrega do imvel ao banco, em caso decomprovada dificuldade financeira do agregado familiar.

    A JS defende igualmente a regulao financeira daatividade de emprstimos bancrios, por forma a noonerar casais que se divorciam e outras situaes dealterao do rendimento e condio social do agregadofamiliar.

    A JS defende o reforo e incentivo do programa Porta65, o qual deve ser repensado e definido, aproveitandofogos devolutos, que podem ser usados para resolver as

    carncias habitacionais jovens.

    A JS defende a criao de um programa de habitaosocial atravs da criao de comunidades auto-sustentveis.Esse programa assenta na criao de um bancode voluntariado entre vizinhos, em que estes disponibilizam oalojamento com o objetivo de fomentar os laos sociais e dereforar o dilogo intergeracional entre jovens e idosos comdificuldades financeiras. A participao no programa deveconceder a reduo do Imposto Municipal sobre Imveis (IMI),numa fase inicial.

    1.2. EducaoA sustentabilidade da economia europeia e, portanto, de

    Portugal, far-se- apenas com mais e melhor qualificaoda sua populao. Nesse sentido, a definio adequada daspolticas de educao determinante para aumentar a inclusoe coeso social, e para conseguir maior qualidade de vidapara os cidados. As polticas educativas no podem estarespecialmente condicionadas por objetivos contabilsticos, quenegligenciam as vantagens de uma populao qualificada esimultaneamente desfavorecem a incluso da populao maiscarenciada.

    O adequado investimento na rea da educao tambm relevante para que Portugal possa cumprir os seus

    compromissos internacionais no mbito da estratgia Europa2020. Com efeito, nos prximos 10 anos, os desafios do pasem matria de educao so enormes: at 2020, Portugaldeve diminuir a taxa de sada precoce dos sistemas deeducao e formao (abandono escolar) de 31% para 10% edeve aumentar o nmero de diplomados de ensino superior nafaixa etria 30-34 anos de 21% para 40%.

    Para a JS, a educao um dos pilares centrais da intervenodo Estado, sendo a manuteno e aprofundamento da redepblica de educao uma das suas maiores responsabilidades.Os desafios que Portugal tem pela frente no se compadecemcom uma estratgia de desinvestimento na educao pblica,como aquela que evidenciada pelo atual governo. Umarede pblica de ensino deve ser baseada na oferta pblica dequalidade com recursos humanos, tcnicos e de equipamentosadequados a cada nvel de ensino. Particularmente relevante a necessidade de o Estado assegurar o nmero de professorese auxiliares necessrios para que a educao possa ser feitacom qualidade e verdadeiro acompanhamento pedaggico,em turmas de dimenso adequada.

    A JS permanece irredutvel, hoje mais que nunca, nadefesa e reforo da escola pblica. A defesa da escola eensino pblicos de qualidade, e da escola inclusiva e de gestodemocrtica onde ningum fica para trs, so os principaiseixos de combate e de proposta poltica da JS.

    O presente rumo da Educao, tanto no ensino bsico,como no secundrio, preconizam um recuo em conquistas

    sociais, pedaggicas e curriculares dos ltimos anos comconsequncias gravosas para a qualificao dos jovens

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    portugueses e para a vida das famlias. O desinvestimentoinconsciente de uma das principais reas de interveno doEstado, aliado a uma perceo conservadora sobre a escolae o ensino, retiram o aluno do centro da educao e denegam pedagogia, aos espaos de aprendizagem informal e participao na vida escolar, um lugar na hierarquizao dossaberes que a JS considera fundamental recuperar e reformar.

    A promoo da igualdade de oportunidades como magodo papel da escola pblica na sociedade e como parte

    integrante de uma poltica de defesa do Estado Social sopara a JS objetivos compatveis com a promoo da qualidadee modernizao do ensino e com o combate ao insucessoescolar, como se espelha nas causas e propostas que a JSdefendeu e continua a defender como o alargamento daescolaridade obrigatria, a educao sexual e para a cidadaniaou a utilizao das novas tecnologias ao servio do ensino.

    A reduo de horrios e disciplinas de formao essencial,como via de reduzir o nmero de professores, e o modelo degesto dos mega-agrupamentos, como via da poupana emservios essenciais para os alunos e da formao dos jovens,so o espelho de uma viso economicista da gesto da coisapblica, modelo com o qual no podemos concordar.

    O desprezo pelos modelos de aprendizagem ao longo davida e o aumento do nmero de alunos por turma, que dificultao sucesso e a prtica da pedagogia diferenciada, aliados auma prtica educativa baseada em resultados de curto prazo,revela uma viso conservadora, a que a JS deve respondercom propostas orientadas para um modelo de escola e ensinopblico verdadeiramente para todos.

    Nesse sentido, importa defender a universalizao doensino pr-escolar, que se constitui como um eixo de defesafundamental de aposta nas qualificaes e apoio s famlias.O alargamento da rede de pr-escolar constitui um passofundamental para a garantia da escola pblica e confere aos

    jovens maior capacidade para constituir famlia. A apostana qualidade da oferta pblica do pr-escolar um passo

    essencial para o sucesso das qualificaes e formao doaluno e do indivduo.

    A JS defende, clara e inequivocamente, o primadoda Escola Pblica de qualidade, como um dos eixosessenciais para a incluso social dos jovens portugueses.

    importante tambm valorizar a aposta na ao socialescolar direta e indireta como meio para atingir a igualdade deoportunidades e de aprendizagem. A dificuldade generalizadae crescente das famlias tem que estar presente na realidadedas escolas, reforando a ao social. Propostas comoo projeto-piloto do emprstimo de manuais escolares, aidentificao precoce de situaes de emergncia social e adistribuio de mais e melhores refeies nas escolas, ou adefesa de passes e transportes escolares para jovens, devemser centrais num projeto poltico da JS.

    Face aos recuos que se verificaram na Educao paraa Cidadania, devemos refletir sobre ofertas curricularesque acompanhem todo o percurso do aluno. A disciplinade Formao Cvica, pouco valorizada dentro do quadrode aprendizagem, no dota os alunos das competncias eferramentas enquanto cidados e participantes da vida pblica.No mesmo sentido, importa discutir o modelo da EducaoSexual atualmente existente nas escolas.

    Face aos avanos que foram implementados pelos

    governos socialistas nos ltimos anos, importante manter oque foi feito de bom e garantir a transversalidade do uso das

    novas tecnologias no ensino e os avanos ao nvel do ensinoespecial, hoje com os apoios bastante reduzidos, o que criadificuldades acrescidas para os alunos com necessidadeseducativas especiais.

    A JS defende a universalizao da rede de ensinopr-escolar, que deve possuir uma distribuio territorialadequada a satisfazer as carncias das populaes,seja nos grandes centros urbanos, no interior ou nas

    freguesias rurais.

    A JS defende o uso extensivo das novas tecnologiasdentro da sala de aula de forma transversal a todas asdisciplinas, usando programas didticos, como formade preparar os jovens para um mundo cada vez maisglobal e tecnolgico. Para tal, a JS defende a formao deprofessores na rea da informtica e novas tecnologias, deforma a potenciar os recursos do Plano Tecnolgico existentenas escolas.

    A JS defende que os manuais escolares do 1. ciclodevem ser distribudos gratuitamente s famlias, como

    forma de minorar um dos principais encargos anuais queestas tm com a educao dos seus filhos. Prope-se quea distribuio gratuita seja competncia das autarquias locaisa quem competiria adquirir previamente os referidos manuais.

    A JS defende a continuidade dos programas derequalificao do espao escolar, necessrios para umaexperincia educativa consentnea com os requisitosdo sculo XXI e para a diversificao da ofertaformativa. Para tal, a JS defende a concluso dos projetosde requalificao j aprovados, como medida que anteceda oalargamento da rede escolar.

    Um sistema educativo do sculo XXI tem de ser um auxiliar

    das famlias, permitindo conciliar de forma inequvoca a vidaprofissional com a vida familiar. Um sistema educativo modernotem de preparar os jovens com as melhores ferramentaspara um mundo global em mudana constante. Um sistemainclusivo tem de ser capaz de promover a formao contnuanos diversos nveis de ensino e de criar diferentes caminhospara pblicos cada vez mais diversos.

    A recente aprovao do aumento da escolaridadeobrigatria para 12 anos e a crescente vontade de muitosmilhares de portugueses em complementar a sua formaocolocam novos desafios ao sistema educativo. Contudo, estadiversificao no pode implicar a desresponsabilizao dosagentes educativos, nem becos sem sada para um jovem.Sabemos que so tempos de mudana e de aperfeioamentodo sistema e, eventualmente, de repensar o prprio desenhodo sistema educativo, sem deixar ningum para trs. Opomo-nos a uma escolha precoce das crianas e suas famlias. Aoinvs, preconizamos um caminho comum maioritrio at ao9 ano de escolaridade, aps o qual um leque de opes deveser colocado disposio do aluno e suas famlias.

    A JS defende a educao integral do indivduo, naqual as artes, o desporto, a cultura e a cidadania tm umpapel essencial.

    A JS defende um nmero de alunos por turma queesteja de acordo com o nvel de ensino e idade das

    crianas / jovens e que permite uma aprendizagemcorreta por parte dos alunos.

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    A JS defende o regresso s reformas do ensinoespecial, de forma a apoiar devidamente a melhorincluso de alunos com necessidades especiais,beneficiando de turmas reduzidas e programas especiais.

    Para alm disto, consideramos que as escolas devem atuarno sentido de tornar todos os alunos elementos ativos daintegrao dos alunos com necessidades educativas especiaise devem proporcionar a formao essencial a todos os alunos

    no sentido de aprofundar a tolerncia e o apoio mtuo entrecolegas.

    A JS defende o alargamento de apoio psicolgico nasescolas e a verdadeira implementao do Gabinete doAluno em todos os estabelecimentos de ensino.

    A JS repudia a atual verso do Estatuto do Aluno,particularmente no regime de faltas que veio estabelecer,que se revela penalizador para a famlia e no combate oinsucesso ou promove a participao escolar.

    A JS defende o reforo nas medidas de deteo

    precoce de problemas de aprendizagem e da sua correoreduzindo a necessidade de reteno dos alunos e tendoem vista a manuteno do grupo-turma.

    A JS repudia a escolha precoce dos jovens e entendeque o sistema educativo deve ser o mais comum possvelat ao 9 ano de escolaridade.

    A JS defende o reforo e alargamento dos cursosprofissionais no ensino Secundrio, como formade certificao escolar e profissional, repudiando aestigmatizao destes e relevando as suas taxas deempregabilidade.

    A JS advoga a manuteno de um concurso nacional

    de professores em vrias etapas de colocao, o qualconfere transparncia e abrangncia ao sistema decolocao do pessoal docente.

    1.3. Ensino Superior e InvestigaoCientfica

    O aumento do nmero de estudantes inscritos em cursossuperiores assinalvel nos ltimos 15 anos de 290 mil em1995 para 396 mil em 2011. Paralelamente, foram reforadasvagas em setores com claro dfice de profissionais emPortugal, como o caso das Cincias da Sade de 19 mil em1995 para 64 mil em 2011. Ao nvel da formao avanada,Portugal tem aumentado os seus indicadores de nmerode doutoramentos e investigao para nveis prximos damdia europeia: 18 mil estudantes de doutoramento em2011 comparando com menos de 3 mil em 1998. A rpidaexpanso dos sistemas de ensino e investigao faz com queseja necessrio aumentar a qualidade da formao inicial eavanada, permitindo a verdadeira diversificao das missesdas instituies de ensino Superior.

    Para a Juventude Socialista, Portugal no tem diplomadosa mais. A afetao de vagas no pode ser feita exclusivamentecom base nas necessidades imediatas do mercado, nemusando estatsticas gerais de empregabilidade dos cursosque deturpam as realidades locais e regionais. Consideramos

    fundamental que seja pensado o papel do sistema binrioem vigor no nosso pas e que tal reestruturao considere

    o impacto na economia local e regional, que gerado pelaexistncia de instituies de ensino superior, a qualidadeda formao ministrada e a oferta educativa colocada disposio dos estudantes.

    essencial que o debate sobre a reorganizao da redeseja acompanhada por uma reflexo do atual sistema definanciamento do ensino superior que vise, entre outros:a previsibilidade do financiamento das instituies comoforma de permitir um planeamento estratgico adequado; a

    reduo dos custos de frequncia dos estudantes do ensinosuperior, nomeadamente atravs de formas alternativas paracompensar a eliminao ou reduo do valor das propinaspagas atualmente; a compatibilizao entre as misses dasinstituies e a sua forma de financiamento. Finalmente, a atualcrise financeira no pode significar a desresponsabilizao doEstado para com o ensino superior, visvel no aumento dediversas taxas e emolumentos a pagar pelos estudantes que aJuventude Socialista repudia veementemente.

    A JS reafirma o ensino superior como uma prioridadenacional sendo para isso fundamental dotar o sistemade um financiamento ao nvel da mdia Europeia, nico

    caminho para a garantia de um sistema universal e dequalidade para todos.

    A JS defende a necessidade de um grande debatenacional para uma reorganizao da oferta formativae da rede de instituies pblicas, tendo como agentesessenciais as instituies de ensino superior e as suasAssociaes Acadmicas e de Estudantes.

    A JS prope a alterao da lei de financiamentodas instituies de ensino superior, instituindo umabase plurianual de financiamento de forma a melhorara programao estratgica das instituies e a suaevoluo de mdio e longo prazo.

    A JS vai identificar mecanismos fiscais e definanciamento que permitam a eliminao ou reduodas propinas pagas pelos estudantes no momento dafrequncia do ensino superior, sem que tal signifiqueuma reduo no financiamento das instituies.

    A JS defende a limitao das taxas e emolumentospagos pelos Estudantes, que constituem uma formaencapotada de financiamento das instituies de ensinosuperior.

    As instituies de ensino superior so um espao privilegiadode democracia participativa. A evoluo do sistema foi feitacom a participao dos seus elementos internos: docentes,estudantes e funcionrios. As novas exigncias da gestopblica e da responsabilizao dos titulares dos cargos degesto e a necessidade de abrir as instituies sociedademotivou uma profunda transformao do modelo de gesto,em 2007. Este novo modelo produz uma aproximao entrea sociedade civil e o sistema de ensino superior, com apresena de elementos externos nos Conselhos Gerais, queimporta potenciar e melhorar. Com efeito, mais do que asua presena, preciso aproveitar a sua mais-valia para acriao de sinergias que criem valor cientfico, pedaggico,organizacional e financeiro para as instituies melhorarem aformao e investigao ministrada.

    Contudo, a entrada destes elementos externos significou aperda muito expressiva da representatividade dos estudantes

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    (e funcionrios) dos rgos das instituies, o que, desde2007, a Juventude Socialista vem criticando. Esta presena preponderante porque se trata de um momento de participaocvica e democrtica que carece de reforo no momento queatravessamos, potenciando a troca de ideias e a confrontaosaudvel de diferentes pontos de vista para um bem comum a melhoria da qualidade da instituio. Ademais, os estudantesdo ensino superior so, tal como reconhecido em muitospases europeus, cidados adultos especialistas no processo

    ensino-aprendizagem.Ao mesmo tempo preciso reafirmar o papel das

    Associaes Acadmicas e de Estudantes (AAEE) como o deinterlocutor preferencial da perspetiva estudantil numa lgicaestratgica e sistmica. Para isso, importa reforar o seu papela trs nveis: dentro das instituies de ensino superior, comolegtimo representante dos estudantes, fomentando os estadosde dilogo formal e informal com a AAEE; ao nvel do governo,dando a devida ateno aos problemas, anseios e sugestesdas AAEE, nomeadamente, na definio de polticas de ensinosuperior e juventude; e ao nvel das Autarquias, onde asAAEEs so parceiras preferenciais das polticas de juventudeque se consubstanciem na melhoria das condies de vida dos

    jovens.

    A JS prope um aumento da representatividadedos estudantes nos rgos de gesto das instituiesde ensino superior, incluindo das AAEEs, que permitauma presena consequente e no apenas simblica dosestudantes na definio de polticas e estratgias dasinstituies.

    A JS atuar no sentido de sensibilizar para aimportncia das Associaes Acadmicas e de Estudantescomo representantes legtimas dos estudantes e comointerlocutores fundamentais e insubstituveis dasinstituies de ensino superior, Governo e Autarquias

    na definio de polticas que afetem os estudantes, emparticular, e a juventude, em geral.

    Uma das premissas do sistema pblico de educao agarantia de uma verdadeira igualdade de oportunidade entretodos os Portugueses, independentemente da sua proveninciasocioeconmica. Este um esforo sem fim, que exige dosdecisores pblicos uma ateno redobrada em momentosde crise econmica e social. Para a Juventude Socialista, essencial que o Estado garanta as condies adequadas paraque os estudantes de ensino superior com maiores carnciaseconmicas possam ter igual oportunidade de acesso formao superior.

    Nesse aspeto, fundamental que os mecanismos deao social direta e indireta sejam reforados: por um lado,alterando o sistema de bolsas de estudo de forma a permitirum reforo destes apoios para uma vida digna de todos osque frequentam o ensino superior, aumentando o nmero deestudantes que usufrui de bolsas de estudo; por outro lado,alargando a oferta de camas em residncias nas cidadesonde a oferta no esteja a fazer face procura de alojamento,fornecendo cantinas de qualidade para todos a preos sociaise aumentando o leque de servios mdicos e auxiliares aodispor dos estudantes.

    A JS defende o aumento da dotao para a AoSocial Escolar num perodo de grave crise econmica e

    financeira em Portugal, de forma a impedir que jovenscom legtimas ambies a frequentar o ensino superior

    fiquem de fora por motivos econmicos e a minimizartransversalmente os efeitos da crise para os estudantes.

    A JS defende o aumento do limiar de elegibilidadepara receber bolsa de estudo, para que mais alunospossam receber bolsa de estudo e para que esta sejauma real ajuda para a dignificao da vida acadmicado estudante e no sirva apenas para o pagamento dapropina.

    A JS exige a no considerao de dvidas tributriase contributivas para efeito de elegibilidade do acesso abolsa de estudo e a criao de mecanismos que permitamapoiar de forma adequada os agregados familiares comdespesas de sade e de habitao que, por essa via,tenham limitado o seu rendimento disponvel.

    A JS defende prazos de candidatura a bolsas de estudoque permitam o pagamento das mesmas em setembro,o que implica anlises mais cleres dos processos decandidatura e uma responsabilizao do Estado e dainstituio de ensino superior para com este pagamento.

    A JS prope a flexibilizao da concesso de apoiosde emergncia por parte dos Servios de Ao Socialaos estudantes que tenham visto alterada a sua condioeconmica a meio do ano letivo. Estes apoios no podemestar dependentes de burocracias que impeam o seupagamento imediato.

    A JS prope o reforo da ao social indireta paramitigar os efeitos da crise econmica em Portugal ecomo forma de reduzir os custos de frequncia no ensinosuperior atravs de, entre outros, cantinas a preossociais, alojamento em residncias e cooperativasde estudantes, apoio para a compra de livros e outro

    material escolar, e o acesso universal a passes detransporte.

    A JS defende a criao de apoios especficos para osestudantes que se encontram a fazer estgio curricularfora do concelho onde se situa a instituio de ensinosuperior.

    Quando nos referimos igualdade de oportunidadesde acesso ao sistema de educao, no podemos esquecertambm os estudantes que esto confrontados com limitaesmaiores que as socioeconmicas: os estudantes comnecessidades educativas especiais. Para estes estudantes preciso um esforo redobrado que exige de todos umaateno particular. A JS entende que estes estudantesmerecem condies dignas para a sua experincia educativa,pedaggica e cientfica que minimize os seus condicionalismos.

    A JS atuar no sentido de reduzir as condicionantese dificuldades criadas a estes alunos, denunciandoos obstculos que ainda se colocam sua integraoeducativa (barreiras arquitetnicas e obstculospedaggicos).

    A JS prope a afetao de pelo menos 5% do valor doFundo de Ao Social para atribuio de ajudas tcnicasaos estudantes com necessidades educativas especiais.

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    Uma situao que merece especial ateno a dosestudantes provenientes dos Pases Africanos de LnguaOficial Portuguesa e de Timor-Leste (PALOPT). uma honrae um privilgio contar em Portugal com tantos estudantesque partilham a mesma lngua e a mesma base cultural. AJuventude Socialista defende hoje, como sempre defendeu,a existncia de condies dignas de vida e de frequncia doensino superior para todos os estudantes. Atualmente, muitosestudantes PALOPT no tm acesso a bolsa de estudo, nem

    por parte do seu governo, nem por parte do Estado portugus,o que leva a situaes de misria que repudiamos em absoluto. necessria uma verdadeira co-responsabilizao dos pasesde origem e de acolhimento bem como a flexibilizao dovisto de estudante que permita complementar a bolsa com umtrabalho.

    A JS far o diagnstico dos problemas que se colocamaos alunos nesta situao e, em articulao com asAssociaes Acadmicas e de Estudantes, apresentarpropostas para a sua resoluo.

    De modo a criar condies mnimas para a subsistncia

    destes estudantes, a JS defende que os estudantes PALOPTque frequentem o ensino superior ao abrigo dos acordosde cooperao devem ter condies para trabalhar porconta de outrem, sem que isso afete a validade do seuvisto.

    A criao de uma rea europeia de ensino superior umadas traves mestras da construo europeia nos ltimos 10anos. De facto, a comparabilidade dos graus e da formaoministrada em qualquer pas europeu uma premissaessencial para a livre circulao de pessoas e para o mercadonico. A prpria noo de Europa e de cidadania europeiaprecisa de ser baseada na mobilidade de pessoas que falamlnguas diferentes e que habitam em pases de culturas

    distintas. O apoio poltico e social a programas de mobilidade,como o Erasmus, parte fundamentalmente da constatao deque so alicerces da construo de uma Europa que se quercada vez mais solidria e aprofundada, que veja reduzidos osnacionalismos e que aceite a diferena como parte integranteda sua riqueza histrica e social. Ao longo dos ltimos 25anos, mais de 2 milhes de jovens estudaram em outro paseuropeu. Mas a ambio muito maior, querendo-se chegara 20% dos estudantes em 2020. Para isso, preciso um fortecrescimento das verbas para o Programa Erasmus e umadistribuio destas verbas de acordo com o nvel de vida dopas de destino de cada estudante. A Portugal cabe prosseguireste longo caminho, com firmeza e com determinao, naprocura de mais e melhores condies financeiras para os

    jovens portugueses, to afetados pela sua periferia geogrficae econmica.

    A JS reafirma a importncia de continuar a fomentara mobilidade de estudantes, no sentido de atingir osobjetivos acordados a nvel europeu: atingir em 2020 onvel de 20% de estudantes com um perodo de estudosno estrangeiro durante a sua formao.

    A JS trabalhar junto dos seus interlocutoreseuropeus, nomeadamente ECOSY e eurodeputados doPS, no sentido de encontrar solues para a falta definanciamento do Programa Erasmus, consequncia da

    crise econmica que a Europa atravessa.

    A JS defende uma deciso europeia ao nvel do valor eatribuio das Bolsas Erasmus que reduza as assimetriasnacionais e oferea as mesmas condies de vida a todosos jovens envolvidos no programa, independentementedo seu pas de origem e de destino.

    A JS atuar no sentido de sensibilizar as instituiesde ensino superior para reduzirem os entravesadministrativos mobilidade estudantil e reafirmar aimportncia dos programas de mobilidade internacional,

    no s do ponto de vista cientfico e acadmico, mastambm enquanto facilitadores da cidadania europeia,da emancipao jovem e da promoo da tolerncia e daaceitao da diferena.

    O aumento do nmero de graduados em Portugal tempermitido o desenvolvimento do vetor de investigao einovao, quer nas instituies de ensino superior, quer emoutras entidades pblicas e privadas. Nesse sentido, muitocontribuiu o aumento do nmero das bolsas de doutoramentoe ps-doutoramento concedidas pela Fundao para a Cinciae a Tecnologia (FCT). No entanto, o crescimento do nmerode investigadores fez tambm surgir novos problemas,

    prprios de um sistema em expanso, como so a dificuldadede absoro dos novos doutores pelo mercado de trabalhonacional (provocando uma fuga de crebros dos jovensmais qualificados) e a falta de estabilidade dos vnculos dosinvestigadores s instituies. O valor da bolsa de subsistnciamensal para os bolseiros de doutoramento est inalterada nos980 desde a entrada em vigor do Euro em Portugal, o quesignificou uma perda de mais de 20% do poder de compra emrelao ao salrio mnimo nacional, nos ltimos 10 anos.

    Portugal necessita de fomentar ainda mais o seu tecidoeconmico assente na inovao e na mais-valia tecnolgicados seus produtos. Para isso, a prossecuo e reforo doinvestimento em Cincia e Tecnologia so vitais para odesenvolvimento sustentado do nosso pas. O investimento

    feito nos ltimos anos significativo: passmos de 0,5% doPIB investidos em I&D, em 1995, para cerca de 1,6%, em 2011.Precisamos de cativar os nossos melhores investigadores,dando-lhes as condies para que se mantenham no seu pas,ao mesmo tempo que teremos de ser atrativos para captarestudantes e investigadores em diversas partes do mundo. Osprogressos ao nvel das publicaes cientficas internacionaisso muito significativos e exigem continuidade. O prximopasso o da consolidao do sistema e o da alavancagem dainvestigao para a sua aplicao.

    Ao nvel da aplicao da tecnologia de ponta e dainvestigao aplicada, Portugal tem condies mparespara a sua concretizao. Necessitamos coletivamente defomentar a capacidade de transformar a investigao emvalor acrescentado e de capacitar o nosso tecido econmicodo capital humano de que precisa para se modernizar einovar num mercado cada vez mais global. Importa valorizara relao que dezenas de institutos associados a instituiesde ensino superior tm desempenhado no tecido econmico,colaborando directamente com empresas na definio deestratgias e produtos. A um pas perifrico sem riquezasnaturais, exige-se que use de forma eficiente o seu principalativo: os seus cidados.

    A JS defende a gradual substituio das bolsas deInvestigao, doutoramento e ps-doutoramento, porcontratos de trabalho a termo certo, com remunerao

    indexada s carreiras da funo pblica e tendo em contaa qualificao do investigador.

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    A JS entende a urgncia da renovao dos quadrosdocentes das instituies de ensino superior, atravsda contratao dos doutores formados pelo sistema deinvestigao nacional e internacional, como forma decontinuar o seu progresso cientfico e de inovao.

    A JS prope o reforo da carreira de Investigador,como verdadeira via paralela, digna e comparvel carreira docente, lgica face diferenciao de misses

    das instituies de ensino superior e ao aumento daInvestigao e Desenvolvimento em Portugal.

    A JS defende a manuteno do sistema definanciamento pblico dos projetos e centros deinvestigao por parte da FCT como parte essencial daestratgia de desenvolvimento tecnolgico e cientficoem Portugal.

    A JS defende o reforo dos estmulos para a contrataode doutorados pelas empresas, nomeadamente pelaspequenas e mdias empresas, como forma de qualificar omercado de trabalho nacional, reduzir a fuga de crebros

    e potenciar a aposta feita na qualificao. Estes estmulospodem ser ao nvel da reduo do pagamento da TaxaSocial nica ou outros benefcios fiscais ou na manutenode apoios aos doutorados para trabalhos de Investigao eDesenvolvimento feitos em contexto empresarial.

    1.4. Empreendedorismo Jovem

    As transformaes econmicas, sociais e culturais dasltimas dcadas colocam a iniciativa individual jovem, emesmo o auto-emprego, como uma das reas fulcrais da aogovernativa do presente e do futuro. A definio de estratgiasnacionais (quer ao nvel central, quer autrquico) para apoio

    e fomento do empreendedorismo jovem assumem hoje umpapel central, particularmente, em contextos econmicosdifceis como os que atravessamos. O objetivo a mdioe longo prazo transformar o tecido social, econmico eempresarial/associativo nacional, apostando em novos tiposde organizaes sem fins lucrativos to necessrias numasociedade em mudana como a nossa e em indstrias deelevado valor acrescentado, resultado lgico da aposta naqualificao, investigao e inovao feita nos ltimos 15 anos.

    No obstante a sua importncia social e econmica, temsido reduzida a capacidade do Estado em se adaptar aosnovos desafios criados por uma sociedade mais inovadorae empreendedora, para a qual a burocracia e a morosidadedos sistemas administrativo e fiscal acabam por inviabilizaralgumas boas ideias. , por isso, necessrio continuaro esforo de desburocratizao do Estado, iniciado peloPS, em 2005. Como em outros setores, cabe ao Estadopromover as boas ideias, facilitar a inovao e proteger osempreendedores em caso de insucesso. A JS preconiza umacultura empreendedora fomentada pelo sistema educativo,com desenvolvimento no ensino profissional e no ensinosuperior e sustentada por mecanismos de apoios criao,implementao e desenvolvimento de ideias com e sem finslucrativos.

    A JS pretende o reforo dos estmulos fiscais atividade empreendedora. A outro nvel o Estado, deve usar

    os canais internacionais para aumentar a visibilidade das ideiasinovadoras e criativas dos jovens empreendedores, ajudando

    no esforo para a captao de fundos internacionais, de redesde parceiros e para a promoo do que de melhor se faz emPortugal. Consideramos importante refletir sobre a presenade jovens empreendedores nas misses empresariais ea realizao de misses especializadas que permitam umcontacto prximo entre os empreendedores e importantescapitais de risco nacionais e internacionais.

    A JS defende a incluso de jovens empreendedores

    das mais diversas reas em misses oficiais aoestrangeiro, como forma de promover o acesso aosmercados externos e sua internacionalizao e facilitar acaptao de investidores para o nosso pas.

    A JS defende a actuao das entidades consularescomo facilitadores do acesso a redes, business angelse capitais de risco tecnolgico, cultural e social,promovendo sesses presenciais por videoconfernciaque juntem os jovens empreendedores e potenciaisinvestidores e parceiros.

    O sistema educativo tem de usar a sua capacidade

    transformadora de mdio e longo prazo para desenvolver umacultura empreendedora e tolerante para com o risco, o xitoe o fracasso. Para isso, imprescindvel, desde o primeirociclo do ensino bsico, a criao de momentos de trabalho emgrupo, pesquisa, entrevistas a pessoas estranhas ao espao-turma. Ou seja, necessrio o desenvolvimento de projetosmultidisciplinares, acompanhados, mas autnomos. Era esta,em grande medida, a ideia subjacente disciplina de rea deProjeto, que o atual governo extinguiu. Reduzir a Escola aoensino das matrias estruturantes torna-a mais pobre e menospreparada para vencer desafios.

    Ao nvel do ensino secundrio, nomeadamenteprofissionalizante, e do ensino superior, relevante aprofundaro conjunto de competncias adquiridas anteriormente que

    impliquem a procura de respostas fora do contexto de aula, aresoluo de problemas e a realizao de trabalhos em contextoorganizacional. Importa ainda alertar os empreendedores paraa responsabilidade de darem o exemplo e partilharem a suaexperincia com os jovens.

    A JS defende um sistema educativo integral quedesenvolva competncias de trabalho autnomo,que implique a construo de projeto e iniciativas nombito da turma e da escola, semelhana do que erapreconizado pela rea Projeto, e cujo corolrio oaumento da cultura empreendedora dos jovens.

    A JS apoiar iniciativas para o reforo do voluntariadoassociativo dentro da prpria escola (clubes,associaes de estudantes e jovens), como forma decomplementaridade da educao formal.

    Um dos momentos crticos para o sucesso de umempreendedor a passagem da ideia conceptual para a criaode um produto ou servio tecnolgico, artstico-cultural, deapoio social colocado disposio da sociedade. nesteperodo que o Estado deve desempenhar um papel importantea vrios nveis: na instalao da empresa em incubadoras, asquais permitem o acesso a servios auxiliares comunicaes,equipamento, recursos humanos, gesto e a um espao detrabalho; a disponibilizao de apoios financeiros e jurdicos

    para a patenteao nacional e internacional de dispositivose tcnicas; ou a criao de incentivos para a constituio de

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    capitais de risco que juntem empreendedores de segundagerao, empresas e capital pblico. De entre estes aspectos,merece relevo o apoio ao registo de patentes e salvaguardade direitos de autor, para o qual preciso um esforo nacionalno sentido de ter juristas preparados para a sua conceoe escrita, e a constituio de capitais de risco em volume eabertura que permitam o singrar das boas ideias. Estes apoiosdevem ser lanados e geridos atravs do IAPMEI e da AICEP,de acordo com programas especficos lanados para o efeito.

    As JS atuar no sentido de sensibilizar as direesdas incubadoras de empresas a inclurem no seu interiororganizaes de diversos tipos empresariais, artsticase sociais como forma de promover a criao de clusters,a interao e a troca de experincias entre todos os queinovam e empreendem numa dada regio.

    A JS defende a criao de um programa pblicopara apoiar o registo de patentes e salvaguarda dedireitos de autor em contexto nacional e internacional,nomeadamente, atravs de apoio jurdico e financeiropara custear as verbas associadas a essa operao.

    Em relao ao jovem empreendedor necessrio definir oseu estatuto e regime jurdico. No podemos admitir que jovensque arriscam, sendo diariamente desafiados a empreendere inovar, sejam posteriormente confrontados com a falta deproteo social que vigora neste momento. Uma sociedade queaceita o risco uma sociedade que entende o fracasso comoparte do processo de aprendizagem de um empreendedor.Consideramos importante pensar a criao de um estatutode jovem-empreendedor que o proteja nos primeiros anos dedesenvolvimento da empresa, nomeadamente, com acesso aosubsdio de desemprego e demais prestaes sociais. O apoiodeve ser mantido at que a maturidade da empresa estejasalvaguardada, de acordo com regras estabelecidas inerentes

    ao tipo de empresa ou organizao a ser criada, tal comoacontece atualmente em muitos pases.

    A JS defende a criao do estatuto do jovemempreendedor, o qual possibilite o acesso a prestaessociais e benefcios fiscais a jovens que, tendoarriscado na criao de uma empresa prpria, sevejam confrontados com situaes de desemprego,maternidade e paternidade ou quaisquer outros motivosprevistos no Cdigo do Trabalho. A manuteno do estatutode Jovem Empreendedor deve ser assegurada at ao momentoda maturidade empresarial, devendo para isso ser adotadoscritrios como a faturao, o nmero de trabalhadores e oestdio de desenvolvimento do produto.

    O empreendedorismo deve ser encarado como umaoportunidade para diminuir as assimetrias regionais,promovendo a fixao de jovens nas regies do interior dopas. Nesse sentido, consideramos importante refletir sobreos critrios de concesso de apoios a empresas e outrasorganizaes nas regies mais desfavorecidas, nomeadamenteaquelas que se integrem em setores estratgicos, como abiotecnologia, o turismo, o ambiente e as energias renovveis,a agricultura, as indstrias criativas, design e txtil, os recursosmarinhos e a requalificao urbana.

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    2. PORTUGAL EM

    PROXIMIDADE

    2.1. Ambiente, desenvolvimentosustentvel e mobilidade

    Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais efuturas geraes so metas fundamentais da Humanidade econstituem uma orientao poltica basilar da Unio Europeia.Neste campo, coloca-se o dilema entre a manuteno de ummodelo econmico que sustente a populao mundial e agarantia da preservao do meio ambiente e do planeta Terra.

    A resoluo desta questo passa pela promoo dodesenvolvimento sustentvel, expresso celebrizada pelaComisso Brundtland (1963) e, desde ento, o roteiro desucessivas conferncias internacionais. Nestes fruns, a UnioEuropeia tem pautado a sua atuao pela forte conscinciaambientalista e preocupao com o futuro do planeta, opesformuladas atravs da Estratgia para o Desenvolvimento

    Sustentvel (2001, revista em 2005). Mas, face tmidaresposta e concesses dos EUA, e relativa negligncia daspotncias emergentes, focalizadas no seu prprio crescimentoeconmico, os avanos globais no rumo da sustentabilidadetm sido dspares. O exemplo mais recente, a Conferncia daONU sobre o Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20), em junhode 2012, chegou a resultados insuficientes. A sua resoluo,aprovada por mais de 190 pases, promove um plano dedez anos em prol de padres de consumo e produo maissustentveis, mas deixou de fora os mecanismos financeirosnecessrios para o seu suporte.

    A inequvoca necessidade que sentimos hoje de gerirracionalmente os recursos naturais e de preservar o planetaTerra surge depois de dcadas de sobre explorao desses

    mesmos recursos, a qual colocou em causa a sustentabilidadedo desenvolvimento. As polticas mundiais devem direcionarde forma enrgica e consequente a sua ateno para novasformas de promover o crescimento econmico, atravs demodelos de produo, comrcio e consumo sustentveis,particularmente nas reas das energias renovveis, indstria,construo, transporte, agricultura.

    Enquanto estrutura da esquerda democrtica, parteintegrante da matriz ideolgica da JS a defesa dos valoresambientais e ecolgicos, pelo que iremos reforar anossa atuao neste domnio. Temos que ser individual ecoletivamente militantes mais ativos na defesa dos valoresambientais, promovendo o voluntariado ambiental, o turismorural ou a reciclagem e uso eficiente dos recursos naturais.

    Adicionalmente, devemos acompanhar a atuao dogoverno, no hesitando em denunciar os retrocessos quese antecipam para o domnio da sustentabilidade ambiental,como por exemplo a desregulamentao do setor florestal,com a provvel expanso dos eucaliptais e da especulaoimobiliria nas reas naturais protegidas, e a implementaoda Estratgia Nacional para os Recursos Geolgicos Recursos Minerais, que enquadra uma srie de concessesmineiras, sem o devido conhecimento pblico da previsodo seu impacto ecolgico, ou dos moldes da sua regulao emonitorizao ambiental.

    Afigura-se essencial assegurar o controlo pblico sobre agesto da gua, o que implica a plena regulao do setor e a

    garantia da qualidade dos recursos hdricos. A racionalizaodo seu uso dever passar, em grande medida, pela eliminao

    das perdas ao longo da rede de abastecimento e pelapromoo de comportamentos responsveis, com impacto nafixao de tarifas.

    A JS valoriza a importncia do crescimento econmico,mas recusa que este seja feito custa do futuro e daqualidade de vida das prximas geraes.

    Em particular, necessrio mitigar os efeitos nocivos da

    energia fssil e dos seus usos mais relevantes (transportese indstria) e fomentar o uso de energias renovveis cadavez mais eficientes. Em conformidade com o legado dosltimos governos socialistas e, em particular, com a EstratgiaNacional para a Energia 2020, importa valorizar a utilizao daenergia elica, hidrulica, hidroeltrica, ondas, maremotriz ecorrentes martimas, energia azul, biomassa, biocombustvel,geotrmica, e solar, no enquadramento de uma estratgiatransversal e multi-setorial.

    Consideramos ser igualmente importante a continuaoda aposta na eficincia energtica dos edifcios. Devemosincentivar a investigao em prol de novos materiais e soluesconstrutivas, mas devemos tambm encontrar mecanismos

    reforados para apoiar as indstrias que se esforcem poradotar planos de optimizao do consumo de eletricidade.Adicionalmente, devemos focalizar a eficincia energticacomo um critrio cada vez mais acessvel e relevante,que permita a um comprador escolher a sua habitao deacordo com a melhor perspetiva sobre os custos e benefciosassociados eficincia daquela.

    A JS defende a implementao de verdadeiraspolticas de melhoria da eficincia energtica dosedifcios pblicos.

    A JS defende a continuidade do esforo nacional nosentido da diminuio da nossa dependncia energtica,

    reforando as fontes de energia renovvel.

    A JS ir defender a revitalizao das iniciativas parao apoio co-gerao, micro-gerao e mini-gerao deenergia e a adoo de iniciativas fiscais que penalizemas indstrias poluentes e apoiem as indstrias verdes.

    A JS prope a criao de incentivos fiscais sindstrias que coloquem fontes de energias renovveisna exata proporo da reduo do consumo de energiafssil.

    A JS mantm a sua posio de rejeio da energianuclear, enquanto opo insegura e extempornea. Emseu lugar, a nossa prioridade foca-se nas energias limpase renovveis. neste domnio que devemos continuar aapostar, em particular nas sinergias entre as instituies deensino superior e o setor empresarial e industrial, no sentidode aumentar a eficincia energtica e diminuir os custos decontexto.

    A JS defende a continuidade do esforo europeu nosentido de uma economia mais limpa e sustentvel.

    No prximo mandato, a Juventude Socialista dar tambmdestaque necessidade da promoo de polticas que facilitema deslocao diria dos jovens, trabalhadores, estudantes e

    famlias, para o emprego ou escola, de forma eficiente esustentvel. Consideramos que o sistema pblico deve ser

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    valorizado e apoiado, tendo em vista a reduo da emisso depoluentes, do tempo mdio de deslocao das populaes edo trnsito dentro das cidades, reduzindo desta forma o tempomdio de deslocao. Por isso, cremos que a existncia deum sistema de transportes pblico multimodal deve ser umelemento estruturante das polticas de mobilidade.

    Em relao rede de transportes, elemento estruturantede uma poltica de mobilidade, a Juventude Socialistadefende a existncia de transportes pblicos eficientes e

    coordenados, de forma a melhorar as deslocaes diriasde milhes de portugueses. Em particular, uma apostaforte na energia eltrica afigura-se com um potencial muitointeressante, enquanto meio de transporte limpo e sustentvele, simultaneamente, capaz de apaziguar as diferenas ao nveldo acesso a uma rede de transportes pblicos integrada. Aeste respeito, deve ser dada a devida ateno ao transporteescolar e aos apoios a conceder aos estudantes.

    A JS defende o reforo dos transportes pblicos,incluindo o transporte escolar, como garante primrio danecessidade de transportes dos cidados.

    A JS defende o regresso dos passes 4-18 e sub-23,com descontos de 50%, como forma de estimular o usodos transportes pblicos por parte dos jovens e o reforodo transporte escolar assegurado pelas autarquiaslocais.

    A JS prope a criao de novos apoios e descontospara jovens e estudantes em transportes no urbanos.

    A JS prope a limitao seletiva do uso do automvelindividual dentro dos centros das grandes cidades, comoforma de reduzir os seus nveis de poluio, e aumentara qualidade de vida dos seus moradores e trabalhadores.

    A JS defende a criao de programas de estmuloao desenvolvimento de negcio em novos meios detransporte, como sejam os de carpooling ou carsharing.

    A JS advoga a criao de parques de estacionamentogratuito na periferia das cidades em locais articuladoscom as redes de transportes pblicos j existentes.

    A JS defende um reforo das ciclovias nas reasurbanas e periurbanas, bem como um programa dealuguer gratuito de bicicletas usando recursos financeirosgerados pelo Imposto sobre Produtos Petrolferos.

    A JS prope a promoo de medidas de incentivo utilizao de carro eltrico, tais como iseno de taxasde estacionamento e reduo de taxas de portagem paraos veculos equipados com esta tecnologia.

    2.2. Coeso Social

    A coeso social tem desde sempre sido, no umsubproduto, mas um ponto central das polticas socialistas,sociais democratas e trabalhistas. Esta viso, assente nanoo de que as desigualdades so no apenas injustas,mas perniciosas em si prprias, tem enformado todas aspolticas da esquerda. A avaliao sobre o contributo positivo

    ou negativo na coeso social tem sido o teste fundamental aqualquer poltica de esquerda nos ltimos sculos.

    Com base nesta viso, construiu-se o Estado SocialEuropeu, seguindo o modelo social-democrata de organizaosocial, poltica e econmica. Assim, desde a II GuerraMundial, tem-se procurado mitigar as diferenas entre pobrese ricos e entre as sucessivas geraes, o que permitiu oestabelecimento de 50 anos de paz na Europa Ocidental,facto praticamente indito nos sculos anteriores. No entanto,nas ltimas dcadas, muitos tm sido os recuos em termosde coeso social. No podemos esquecer a importncia da

    redistribuio dos rendimentos e da riqueza e da eficcia dossistemas fiscais nesta tica. necessrio analisar como estestm sido desvirtuados, das mais variadas formas, ao longo dosltimos anos, em benefcio dos que mais tm, mas sobretudodos rendimentos do capital, tendo tudo isto contribudo paraum acentuar das desigualdades sociais.

    Tem sido notria a tendncia, nas ltimas dcadas,para que as diminuies de impostos se faam custada progressividade dos sistemas e as suas subidas sejamconsumadas atravs dos impostos mais injustos. Nestecontexto, necessria uma profunda reflexo sobre a efetivarelao entre a tributao do trabalho e a tributao do capital(sem esquecer o patrimnio, que pode ser entendido como

    rendimento acumulado em tempos de impostos mais baixos)., assim, fundamental discutirmos que modelo fiscal nospermite ter uma sociedade cada vez mais coesa e com menosdesigualdades, ao invs de um Estado que apenas arrecadamais receita para equilibrar o dfice.

    Em Portugal, existe um problema de equidade do sistemafiscal. Apesar de a mdia dos nossos impostos (quer incluindo,quer excluindo as contribuies para a Segurana Social) empercentagem do PIB ser inferior mdia da Unio Europeia,o peso dos impostos indiretos, em especial do IVA, maiselevado do que na mdia da Unio Europeia. O IVA, sendoregressivo, o mais injusto dos impostos e este enviesamentodo nosso sistema fiscal fere diretamente a sua capacidaderedistributiva.

    Assim, a JS defende uma reorientao do nossosistema fiscal, com maior aposta nos impostos diretos,nomeadamente o IRS, imposto progressivo porexcelncia, em detrimento do IVA, de forma no apenasa aumentar a justia do nosso sistema fiscal, comotambm a aproxim-lo da fiscalidade da restante UnioEuropeia.

    A JS defende um maior nmero de escales no IRS,de forma a assegurar uma maior progressividade, nos atravs da diviso dos existentes, como da criao deescales suplementares, com taxas progressivamentemaiores, para os mais altos rendimentos.

    A JS advoga a criao de uma taxa sobre as transaesfinanceiras, pondo um freio no capital especulativo eforando uma moralizao no sistema financeiro.

    A JS defende uma aproximao, com vista equiparao, dos impostos pagos pelo rendimento dotrabalho e pelos rendimentos de capital.

    A JS estudar a reintroduo do Imposto sobreSucesses e Doaes, extinto em 2003 pelo Governo deDuro Barroso.

    O Estado Social proporcionou-nos a sociedade mais justa

    e inclusiva que alguma vez existiu, mas so muitos os novosdesafios que se colocam a um modelo que tem meio sculo de

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    existncia e se v assim confrontado com dificuldades para asquais no estava preparado. O envelhecimento da populao,com baixas taxas de natalidade associadas ao aumento daesperana mdia de vida, o crescente peso dos setoresde alto valor acrescentado ou capital intensivos (com umcontributo reduzido em termos de emprego) e a concorrnciainternacional com pases onde os direitos sociais so parcosou inexistentes so alguns dos desafios que esto por superarcom a reforma do Estado Social.

    Neste cenrio, nossa responsabilidade conseguirresponder a estas situaes sem destruir os direitos sociais,como pretende a direita, mas com o aprofundamento de umEstado Social inteligente e eficiente. Pretendemos tambmmanter a centralidade do debate em torno do prprio modelode Segurana Social e do seu financiamento, no numa lgicaneoliberal de capitalizao, mas de forma a aprofundar a suacomponente redistributiva.

    A JS defende a utilizao de parte dos impostos sobreos rendimentos do capital como forma de reforar asustentabilidade financeira da Segurana Social, semreduo de prestaes, nem aumentos de contribuies.

    A JS prope tambm um compromisso claro da partedo Estado com a criao de uma efetiva rede pblica delares de idosos, como parte integrante da sua funosocial de prestao de cuidados s famlias.

    A promoo da natalidade, como forma de assegurar asustentabilidade demogrfica da nossa sociedade, tem de seruma prioridade desde j, no s porque ela j vista comofundamental mas tambm porque as reformas nesta matrias surtiro efeito aps muitos anos, no podendo assim serignorado o contributo fundamental que a imigrao tambmpode desempenhar a esse nvel no curto prazo.

    A JS prope a definio de polticas integradas denatalidade, nomeadamente:

    (i) a universalizao da rede pblica de ensino pr-escolar;

    (ii) o reforo substancial do abono de famlia paracrianas e jovens, de forma a que seja uma efetivaajuda nos custos que uma famlia incorre com os seusfilhos e no um mero valor simblico;

    (iii) a possibilidade do abono de famlia paracrianas e jovens ser pago numa nica prestao;

    (iv) a extenso do perodo de licena parental atao 1. ano de vida da criana;

    (v) a introduo de benefcios fiscais para empresasque permitam o tele trabalho a trabalhadores comfilhos at aos 3 anos de idade.

    Tem sido uma tendncia nos diversos governos europeusa opo por uma retrica que pretende colocar em confrontodiferentes geraes, fomentando um discurso divisionrio deprivilegiados contra desfavorecidos. Esta opo pelo confrontogeracional procura fomentar um sentimento de injustia entreos mais jovens. Urge refletir sobre este fenmeno e recusar aperda de direitos cvicos, sociais e laborais das novas geraes,

    sob o falso argumento da competitividade e da inevitabilidade.A Europa no pode competir com baixos salrios nem pode

    consentir uma degradao do seu modelo social. Ademais, aEuropa no pode reduzir a democracia a um mero exerccioformal.

    A procura da conflitualidade geracional temfomentado desconforto nas relaes entre as vrias geraese tem contribudo para instigar alguma tenso social. Torna-se, por isso, necessrio reforar o clima de fraternidade eentreajuda entre os mais novos e os mais velhos, de modoa valorizar os laos intergeracionais que so imprescindveis

    para salvaguardar a coeso social.

    Assim, a JS defende a manuteno dos direitossociais e laborais do modelo social europeu e repudiaveementemente a perda desses direitos e a constanteprecarizao dos novos contratados.

    No seguimento daquilo que so as melhores prticas einovaes em vrios pases do mundo, consideramos que ainda necessrio introduzir em Portugal os novos modelos deao social, interveno comunitria e empreendedorismosocial, vocacionados para a superao das diversas formasde desigualdade socioeconmica, designados genericamente

    por Terceiro Setor.

    Assim, defendemos um continuado apoio aoempreendedorismo social, em especial de basecooperativa, mutualista ou ligada ao poder local que,pela sua proximidade, mais facilmente responde ssituaes especficas de carncia que muitas vezes soidentificadas.

    Encontram-se atualmente suspensos muitos projetos co-financiados pelo programa PARES, por falta de pagamento deuma das parcelas de investimento, o que coloca em causa nos a finalizao de um equipamento social necessrio, comotambm a prpria sustentabilidade financeira das empresas

    que executam as obras.

    A JS defende que o Governo deve encontrar ummecanismo adicional de financiamento que assegure aconcluso destes projetos em curso que ainda no seencontram finalizados.

    A Juventude Socialista defende responsavelmente umcontrolo apertado fraude nos apoios sociais, reconhecendo,todavia, que no se podem colocar em causa importantesmecanismos de incluso social pelo simples facto de serimpossvel erradicar todos os casos fraudulentos. Nopodemos considerar ser mais prioritrio fiscalizar, perseguirou punir quem recebe indevidamente uma modesta prestaosocial do que quem tem fugido s suas obrigaes fiscais ousociais ao longo de sucessivos anos.

    A JS defende um combate srio e firme fraude e evaso fiscal, que so, no nosso pas, de dimenso talque a sua erradicao resolveria, em grande medida, osatuais constrangimentos oramentais.

    2.3. Coeso territorial

    O desenvolvimento harmonioso do pas no compatvelcom uma viso que ope o interior ao litoral ou o espao rural

    ao espao urbano. Nesta discusso, importa abandonar odiscurso da Interioridade contra a Litoralidade e conceber que

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    o desenvolvimento econmico do pas se faz com a coesoentre estas dimenses. Analisar seriamente a problemticadas assimetrias regionais perceber que todo o territrio tempotencial e que se devem aprofundar os momentos em quese pensa uma estratgia de desenvolvimento conjunta, quev ao encontro do princpio da coeso.

    sabido que o modelo de desenvolvimento econmico dopas no tem conseguido harmonizar os ndices de poder decompra com a solidez que seria exigvel e expectvel. Enquanto

    os ncleos urbanos de pequena dimenso proporcionam maiorqualidade ambiental, proximidade humana, custo reduzido dosterrenos e segurana, aumentam os custos com aglomeraesdemogrficas excessivas nas grandes reas metropolitanas etorna-se ainda mais desigual o investimento pblico entre osdiversos territrios do pas. A dicotomia entre o litoral comgrandes centros em expanso e o interior em desertificaoimpe alteraes urgentes nas polticas territoriais, quemitiguem de forma efectiva estas tendncias. Impe-se umaagenda poltica clara e objectiva para as regies menosdesenvolvidas.

    Contrariamente ao que muitos pensam, a recuperaoeconmica de Portugal e a consolidao das finanas pblicas

    depende muito mais de mudanas estruturais na forma comoo territrio administrado do que de medidas imediatas oude curto prazo com carcter exclusivamente paliativo. Urgerepensar o modelo poltico e administrativo que temos, paraque o desenvolvimento econmico se faa de forma maisharmoniosa e descentralizada, ao longo de todo o territrionacional, atravs do qual as populaes do interior nocontinuem votadas ao esquecimento, e as oportunidades nose concentrem apenas beira-mar.

    Neste contexto, a concretizao da regionalizaoadministrativa deve ser ponderada como uma soluovivel e abertamente discutida. Sabemos que, ainda queesta no venha resolver todos os problemas do pas, podecontribuir para que o pas cresa de forma mais racional,

    mais equilibrada e com maior considerao pela vontadedas populaes locais. Esta descentralizao administrativapermitir o desenvolvimento de polticas que conduzam reduo das assimetrias regionais, nomeadamente atravsda discriminao socioeconmica positiva das regies maisexcludas, despovoadas e empobrecidas do pas, ao mesmotempo que nos dotamos de uma democracia de maiorproximidade.

    A JS defende a regionalizao administrativa, comoforma de descentralizar o investimento, diminuir aburocracia e fomentar a democracia de proximidade.

    Para alm do aprofundamento da descentralizaoadministrativa, devemos denunciar vivamente a forma comoparte da populao portuguesa tem sido esquecida e penalizadaao nvel dos investimentos pblicos e da distribuio derecursos, com o encerramento de centros de sade, hospitais,tribunais, vias de transporte ferrovirio e com o pagamento deantigas auto-estradas sem custos para o utilizador (ex-SCUT).

    O fim das discriminaes positivas nas ex-SCUT insere-se nesta lgica de desconsiderao dos problemas daszonas mais desfavorecidas do pas, o que se revela da maiorinjustia para com as populaes servidas por essas viasde comunicao. Para alm da falta de solidariedade querepresenta, o pagamento de determinadas vias de acesso vemtornar irrelevante o investimento que foi feito nas regies mais

    desfavorecidas, pois vai condicionar gravemente o potencialde crescimento econmico que estas ainda detinham.

    A JS defende solues que discriminem positivamentea utilizao destas vias rodovirias por parte doscidados que vivem nas regies mais desfavorecidase propor regimes de desconto seletivo ou isenesabsolutas, nomeadamente para determinadas atividadeseconmicas.

    As dificuldades financeiras que vivemos colocam sriasdificuldades ao desenvolvimento econmico, que comeam,

    desde logo, com as dificuldades no acesso ao financiamento.E se estas dificuldades so graves em todo o pas, muito maiso sero em regies de menor crescimento econmico, comalguma dependncia do investimento pblico e com tecidoseconmicos mais frgeis. Por isso, as polticas pblicas devemcontribuir no sentido de uma igualdade de acesso a infra-estruturas e conhecimentos, para o equilbrio entre zonasurbanas e rurais e para a gesto eficaz do patrimnio naturale cultural, permitindo que as diferentes regies do territriopotenciem os seus recursos. Esse trabalho ser conseguido,em boa parte, se for possvel captar nova populao einvestimentos para as zonas mais despovoadas.

    Nesse sentido, a JS defende a generalizao dosincentivos fixao de jovens e famlias nos concelhosdo interior, tais como: oferta de bolsas de estudo paraformao profissional e superior, garantia de educaopr-escolar (creches e jardim-escola), atribuio desubsdios natalidade ou criao de bolsas de terrenoscom infra-estruturas a preos controlados.

    A JS defende tambm a criao de planos de apoio aoinvestimento, com iseno de derrama, para indstriase empresas que se fixem em concelhos do interior, namedida da criao de postos de trabalho.

    Deve continuar a ser uma preocupao o apoio ao

    crescimento econmico de todas as regies do pas, estimulandoas potencialidades locais, fazendo apostas estratgicas dedesenvolvimento e criando condies para a implementaode um tecido empresarial e industrial fora das grandes reasmetropolitanas. Defenderemos, por isso, a valorizao dascapacidades instaladas, a promoo de produtos locais, osvalores e patrimnios regionais e uma melhor competitividadeassociada identidade regional. Nessa tica, a agricultura devevoltar a ser vista como um meio essencial de desenvolvimentodas regies mais desfavorecidas, aproveitando o potencial dedeterminados nichos de mercado, como a agricultura biolgica,e desenvolvendo servios que lhe podem ser associados,como o turismo rural e ambiental, atravs da implementaode estratgias de marketing territorial.

    A JS defende a valorizao do meio rural e das suaspotencialidades e apoiar a resoluo dos problemas quese colocam aos jovens agricultores, atores principais nadinamizao do espao rural.

    2.4. Igualdade de direitos

    A Constituio da Repblica Portuguesa, no seu artigo 13.,estabelece que Ningum pode ser privilegiado, beneficiado,prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquerdever em razo de ascendncia, sexo, raa, lngua, territrio

    de origem, religio, convices polticas ou ideolgicas,instruo, situao econmica, condio social ou orientao

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    sexual. Tambm a Carta dos Direitos Fundamentais da UnioEuropeia estabelece os valores que nos guiam: proibida adiscriminao em razo, designadamente, do sexo, raa, corou origem tnica ou social, caractersticas genticas, lngua,religio ou convices, opinies polticas ou outras, pertena auma minoria nacional, riqueza, nascimento, deficincia, idadeou orientao sexual.

    com base nestes valores progressistas e humanistas quea JS esteve sempre na primeira linha da defesa dos direitos dos

    cidados, da conquista da sua cidadania plena e da igualdadeaos olhos da sociedade. Desde sempre, a JS defendeuaqueles que precisavam de um apoio poltico com propostasque permitiram quebrar as barreiras do conservadorismo,da indiferena e da intolerncia, promovendo avanoscivilizacionais que muito nos orgulham.

    Ao longo dos anos, temos defendido uma sociedade livrede discriminaes fundadas no gnero, orientao sexual,identidade de gnero, origem racial, religio, convices,ou quaisquer outras e temos pugnado por um mundo semestigmas e defendendo o direito liberdade individual. Comconvico, temos defendido polticas de promoo dos direitosde todos os cidados s suas opes de vida pessoais, que no

    interferem nas liberdades alheias, em nome da pluralidadesocial e respeito pela conscincia individual. Exemplos comoa distribuio de preservativos, a despenalizao da IVG, ocasamento sem discriminao em funo da orientao sexualou a educao sexual nas escolas so marcos da qualidade daspropostas polticas da JS na transformao de Portugal parauma sociedade mais livre, aberta, moderna e efectivamente

    justa.Por isso, a Juventude Socialista tem a obrigao de estar

    altura da sua histria e continuar o papel vital de transformar,atravs do debate pblico e poltico, as mentalidades da nossasociedade e da nossa estrutura sociopoltica. dessa posturaque surge a exigncia da adoo por casais do mesmo sexo,que pretende acabar com uma discriminao da lei da adoo

    e do casamento civil.A JS tem a obrigao permanente de defender a igualdade.

    Esta luta comeou h muito, com temas hoje tomados porgarantidos, e continuar at que todos sejam efetivamenteiguais. Somos os herdeiros dos que lutaram pelo fim da penade morte. Somos os herdeiros dos que lutaram pelo direitouniversal de voto. Somos os herdeiros dos que aboliram aescravatura, lutaram contra a segregao racial e hoje lutampelo fim real da discriminao. Somos os herdeiros dosmovimentos de emancipao das mulheres que defenderamontem, como ns defendemos hoje, a efetivao da igualdadede gnero. Somos os herdeiros daqueles que lutaram contraa criminalizao da homossexualidade, depois pela suaaceitao, pelo direito ao casamento e, hoje