13
Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 10 Nº81 Lucchesi entrevista: José Castello MOCIDADE: Italia apre il Carnevale 2005 HISTÓRIA OLÍMPICA: ITÁLIA ENTRE OS GIGANTES DO ESPORTE MUNDIAL ISSN 1676-3220 R$ 4,50

MOCIDADE - comunitaitaliana.com.br · se ela se tornasse cidadã européia”, diz Laino. A história da Lei 91 de 5 de fevereiro de 1992 é mais complicada: depois de emigrarem,

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Diretor - Presidente: Pietro Domenico Petraglia Ano 10 Nº81 Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004 Diretor: Julio VanniDiretor: Julio Vanni

Lucchesi entrevista: José Castello

MOCIDADE:Italia apre il

Carnevale 2005

HISTÓRIA OLÍMPICA:ITÁLIA ENTRE OS GIGANTES

DO ESPORTE MUNDIAL

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2004 Diretor: Julio Vanni

ISS

N 1

676-

3220

R$

4,50

DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIRETOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIRETOR EXECUTIVO:Adroaldo Garani

PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO:Editora Comunità Ltda.

TIRAGEM:30.000 exemplares

ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM:16/09/2004 às 17:30h

DISTRIBUIÇÃO:Rio de Janeiro, Espírito Santo,

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:Rua Visconde de Uruguai, 98Centro – Niterói – RJ – Brasil

CEP: 24030-070Tel/Fax: (21) 2722-0181 /

(21) 2620-6680

E-MAIL:[email protected]

REDAÇÃO:Andressa Camargo, Davi Raposo

e Gisele Maia

REVISÃO / TRADUÇÃOCristiana Cocco

DIAGRAMAÇÃO E ARTE:Alberto Carvalho

COLABORADORES:Franco Vicenzotti – Braz Maiolino

– Lan – Giuseppe D’Angelo (in memoriam) – Pietro Polizzo

– Giovanni Crisafulli – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi –

Luca Martucci – Domenico De Masi – Nanci Bernardi Minuscoli – Vittorio Medioli – Franco Urani

– Francesco Alberoni – Rafaella de Antonellis – Giovanni Meo Zilio - Guido Sonino - Fernanda Maranesi

CORRESPONDENTES:Ana Paula Torres (Roma)Guilherme Aquino (Milão)

Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos

brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira

responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refl etem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista.

La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima

libertà, personali opinioni che non rifl ettono necessariamente il pensiero

della direzione.

ISSN 1676-3220

Filiato all’Associazione

Stampa Italiana in Brasile

e d i t o r i a l

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

OPINIÃO | Serviço ao Leitor2

Gisele Maia

Entretenimento com cultura e informação FUNDADO EM MARÇO DE 1994

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

NOTÍCIAS | Comunidade3

COSE NOSTREJulio Vanni . [email protected]

Do ódio à esperança Egregio Sig. Petraglia,

Sono rimasto letteralmente esterrefatto nel leggere l’articolo pubblicato su Comu-nità Italiana n. 80 del 25.7.2004, nella rubrica “Cose Nostre”, dal titolo Cônsul

Francesco Mariano na justiça pela permanência.Il mio stupore non deriva tanto della notizia da Lei pubblicata sul mio ricorso

al Tribunale Amministrativo del Lazio, in merito al mio periodo di servizio all’este-ro, perché sono cose pubbliche, ma dall’interpretazione, di inaudita gravità, non suffragata da nessun fondamento, secondo la quale, il fatto di ricoprire le funzio-ni di Console Generale a Rio de Janeiro, abbia molto pregiudicato il rapporto del Governo italiano con la città di Rio de Janeiro.

L’altra interpretazione del tutto arbitraria, pure priva di qualsiasi fondamento, è che la mia presenza a Rio de Janeiro avrebbe comportato l’assenza dell’Ambasciatore nello Stato di Rio de Janeiro.

In base alla legge sulla stampa, n. 5250 del 9.2.1967, chiedo che, nel prossimo nu-mero di Comunità Italiana, sia pubblicata la smentita di queste assurde dichiarazioni che sono gratuite, gravemente offensive e lesive della mia dignità professionale.

Francesco MarianoConsole Generale a Rio de Janeiro

ITALIANOS VÍTIMAS EM ASSALTO NO LEBLON

O assalto ao prédio no Leblon, que resultou na morte do alemão Siegfried Otto Schön, foi capa dos principais jornais cariocas do dia 11 de agosto. Em matéria do jornal O Globo, o cônsul da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Sassi, teria tido seu apartamento saqueado. Mas Sassi negou que isso tenha ocorrido. Graças ao seu hábito de sair para caminhar bem cedo, nada aconteceu com ele e com sua esposa, que estava na Itália.

Também morador do prédio, o chefe do Departamento Comercial do Consulado, Livio Angeloni, que já havia saído para o trabalho, não sofreu nenhum dano, apesar de sua mulher ter presenciado o assalto. Ainda assim, acredita que não fi cará nenhum trauma. Com um bom humor inabalável, diz: “São coisas da cidade maravilhosa. Quem achar que é a mais violenta do mundo, que vá para Bagdá!”.

ASSOCIAÇÃO DOS HOMENS DONOS-DE-CASA Para muitos italianos, bom mesmo é cuidar do lar

Começou com um grupo de três amigos de Luc-ca, região central da Toscana, em 1985. Hoje, são quatro mil adeptos. A grande maioria deles é casada. Eles lutam para que o trabalho domésti-co seja reconhecido como profissão, reivindicam aposentadoria e exigem seguro contra acidentes domésticos. Tudo através da Associação dos Ho-mens Donos-de-casa. Eles também têm tentado mudar a mentalidade feminina: grande parte das reclamações ainda vêm das próprias mulheres dos associados, que acham que administrar a casa não é tarefa para os marmanjos.

Mas eles estão cada vez melhores nisso: hoje em dia, a Associação oferece cursos para os que querem aprender as tarefas domésticas e ir ao su-permercado. Estão incluídas aulas de conscienti-zação ambiental, que orientam os alunos a utili-zarem produtos biodegradáveis, por exemplo. Um intensivo de três dias custa 120 euros, ou seja, quase R$500,00. O último foi em fevereiro e, ape-sar do preço elevado, todas as vagas foram preen-chidas nos dois primeiros dias de inscrição.

O Comites – Comitato Degli Italiani all’Estero – do Rio de Janeiro começou, em agosto passado, a reunir assinaturas de descendentes de italianos

que, apesar dos laços sangüíneos, não têm direita à cidadania. O abaixo-assinado possui duas frentes de protesto. Primeiro, contesta as heranças de uma lei italiana de 1912, considerada ilegítima pela Carta Maior da Constituição de 1948, mas cujo atestado de inconstitucionalidade não teve efeito retroativo. Con-testa também uma dos aspectos da Lei número 91 de 5 de fevereiro de 1992.

No primeiro desses casos, a conseqüência prática é que descendentes por parte materna nascidos antes de 1948 (data em que entrou em vigor a Constituição da República, votada após a Segunda Guerra) não são reconhecidos cidadãos. A situação pode ser muito bem ilustrada pelo caso do engenheiro aposentado Arthur Laino Maia. Nascido em 1946, no Rio de Janeiro, fi lho de mãe calabresa e pai brasileiro, ele nunca conseguiu a dupla nacionalidade, apesar dos laços familiares e de uma grande paixão pela cultura italiana. “A família da minha mãe sempre se reunia para relembrar a vida na Itália e isso gerou em mim um grande interesse”, ex-plicou. “Eu sempre quis recuperar o vínculo”.

Em 2002, ele chegou a enviar uma carta a 38 parla-mentares brasileiros de origem italiana (entre os quais estavam Rita Camata, Eduardo Suplicy e José Serra) e ao Congresso italiano pedindo para que eles se pro-nunciassem em relação a essa lei considerada injusta. O documento, publicado na edição 60 de Comunità,

teve grande repercussão e alcançou as mãos de Mirko Tremaglia, ministro dos italianos no exterior. Entretan-to, a primeira manifestação massiva e concreta para a revogação dessa lei é, de fato, o recente abaixo-assi-nado. “No primeiro tempinho livre que tive, fui ao Co-mites apoiar essa iniciativa e pedi a muitos conhecidos que apoiassem também. Hoje, além de tudo, eu tenho uma fi lha morando na Holanda e fi caria mais tranqüilo se ela se tornasse cidadã européia”, diz Laino.

A história da Lei 91 de 5 de fevereiro de 1992 é mais complicada: depois de emigrarem, muitos italianos aca-baram se naturalizando no estrangeiro, a maioria deles para arranjar um emprego público. Ao optarem pela na-turalização, perdiam automaticamente a cidadania de origem. Entre 1992 e 1995, o governo italiano abre, em vários países do exterior, um “período de anistia”, durante o qual aqueles que se naturalizaram no Brasil, por exemplo, poderiam reaver a cidadania italiana sem perder a brasileira. Os fi lhos maiores de idade (18 anos) desses emigrantes, contudo, não foram reconhecidos, o que torna a Lei discriminatória. É exatamente essa situ-ação que o Comites pretende mudar.

Segundo Francesco Perrotta, presidente do Comites do Rio de Janeiro, o recente manifesto vem adquirindo grandes proporções, pois vários países aderiram a ele. “O abaixo-assinado começou na Argentina em maio deste ano, mas agora está correndo todo o mundo”, disse. “A intenção é recolher um número expressivo de assinaturas e encaminhá-las à Comissão da Câmera de Deputados italiana”. (Andressa Camargo)

Recebemos do cônsul geral do Rio de Janeiro, Francesco Mariano, a carta ao

lado em que o ilustre diplomata contesta parte da notícia divulgada nesta coluna sobre a sua demanda na justiça ita-liana para a prorrogação de sua presença no Rio de Janeiro.

Contesta o ilustre cônsul a maneira com que a notícia foi enfocada quando informa que sua ação contra o Ministério das Relações Exteriores estaria prejudicando o bom relacio-namento entre o Governo italiano e o Rio de Janeiro, fato notado a partir de ausência prolongada do embaixador Vin-venzo Petrone na antiga capital do País.

Em nenhum momento tivemos a intenção de ferir sus-ceptibilidades ou prejudicar a boa imagem do cônsul Fran-cesco Mariano que, pela sua fi dalguia e desembaraço, con-quistou o carinho e a admiração não só da comunidade ita-liana do Rio de Janeiro, como também da população carioca ligada à vida diplomática. Como homem público, ele é pas-sível do noticiário geral e das críticas da imprensa livre e conscenciosa. Sendo assim, damos espaço à sua missiva e o aplaudimos por fi car mais tempo entre nós.

Pelo direito de ser italiano

25 ESTRELAS BRASILEIRAS BRILHAM NO FUTEBOL ITALIANO

Quem acompanhar Cam-peonato Italiano de futebol, que começou no dia 11 de setembro, irá conferir a atuação de 25 brasileiros. Este é o maior contingente estrangeiro no torneio, que conta com 166 jogadores de 44 países diferentes. Os argentinos são os segun-dos, com 22 representantes. Depois é a vez dos fran-ceses, com 14, e os uruguaios, que somam 10.

REPRESENTANTE DO PAPA SE REÚNE COM LULA EM NOVA YORK

O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, se encontrará com o presidente Luís Inácio Lula da Silva. No dia 20 de setembro eles discutirão a possibilidade da criação de um Fome Zero Mundial.

ACIB TERÁ ELEIÇÕES

A Associação Cultural Ítalo-Brasileira realizará suas eleições em novembro, para a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal. Alegando problemas particulares, o presiden-te Luigi Filippo não renovará o seu mandato.

A ACIB mantém onze cursos de língua italiana, na capital e no interior, com 2.271 alunos matriculados e um orçamento anual de mais de um milhão de reais.

BRASILE, CUORE DEL MONDO

Já em sua quarta edição, o livro em epígrafe, de Ugo Guadalaxara, editado em Firenze pela Editora Atheneum, se referiu à Comunità italiana, na página 254:

“Il maggiore mezzo di comunicazione degli italo brasiliani, Co-munità Italiana si stampa dal 1994 a Niteroi (Rio de Janeiro) ed é diffuso da Manaus al Rio Grande do Sul (…). É in italiano e in por-toghese, con notizie, interviste, polemiche, critiche, inchieste come quella sul costo della vita in Italia dopo l’adozione dell’euro, con molte tabelle, molti dati. Di rilievo, inoltre un inserto, ‘Mosaico’ curato Mosaico’ curato Mosaico’dall’ Instituto italiano di Cultura, con scritti, fra gli altri, di Francesco Alberoni e Umberto Eco. Entusiasta direttore, presidente ed editore di Comunità Italiana è Pietro Domenico Petraglia, ulteriore direttore Julio Cezar Vanni, della grande ´dinastia´ Vanni-Equi. (…)”

curato

Até fecharmos esta edição, não tivemos notícias animadoras sobre o caso das italianas Simona Pari e Simona Torretta, as duas jovens de 29

anos seqüestradas em Bagdá, no dia 7 de setembro. O chanceller da Itália, Franco Frattini, prefere não

falar, por enquanto, dos resultados de sua missão no Golfo Pérsico. Não sabemos sobre as formas de coo-peração de outros países árabes e sobre as medidas práticas para que as reféns sejam libertadas. Enquanto isso, o presidente Carlo Azeglio Ciampi se junta ao co-ro dos franceses, que passam por situação semelhante com dois jornalistas presos no Iraque, e faz um apelo: “Libertem-nas!”.

As pressões sobre o governo italiano, para que se-jam retiradas as tropas do Iraque, se intensifi cam e as ameaças a Berlusconi são publicadas e renovadas dia-riamente em sites da Internet. Diante de tal cenário, o que fazer para evitar histórias tristes como a do jorna-lista Enzo Baldoni, executado há alguns dias?

Já passa da hora de refl etirmos sobre os fatores que geram tanta incerteza entre os povos e o clima de retorno à barbárie. Na lógica da “guerra para prevenir o terror” e do “terror em resposta às investidas de pre-venção”, a bola de neve já começa com avalanche.

A “Italia Amica” não é mais a terra distante de que só nos resta ter saudades ou lastimar pelos equívocos even-

tualmente cometidos por lá. Com as recentes conquistas para italianos no exterior, deixamos de ser simples espec-tadores. Adquirimos direitos há muito reivindicados, mas eles nos trazem também responsabilidades.

Daqui do Brasil, país que abriga o maior contin-gente de oriundi, poderão sempre brotar novas possi-bilidades; formas de luta que terão a vantagem de um olhar distanciado e, por isso mesmo, capaz de gerar refl exões distintas de quantas haja.

Na matéria “Scuola della Pace” desta edição, o leitor poderá conhecer iniciativas pela não-violência entre os povos. Para muitos, o caminho é a educação, o contato com a realidade e a cultura do outro, e a busca incessante pelo diálogo.

No que se refere ao fortalecimento da Comuni-dade ítalo-brasileira, notícias de esperança: com um abaixo-assinado, descendentes, que estão em diver-sas partes do mundo e não têm o direito à cidadania, continuam brigando pelo “Direito de ser italiano”. O documento já tem uma grande repercussão por aqui e, com uma matéria esclarecedora, Comunità pretende também contribuir.

De resto, os leitores já sabem: entrevistas, lan-çamentos do mercado editorial, costumes e opções de diversão.

Boa leitura!

Protesta italo-brasiliana a BellunoL’assessore Zanon: favorire il lavoro per gli emigrati che rientrano nel Veneto

VENEZIA - “Comprendo la grave situazio-ne in cui versano i nostri corregionali di rientro dal Brasile. È proprio per que-sto che la Giunta Regionale del Veneto ha approvato l’allargamento del Progetto Rientro ai veneti di ritorno dai Paesi del Sud America”. Sulla protesta degli ita-lo-brasiliani a Belluno ha preso posizio-ne l’Assessore regionale ai fl ussi migrato-ri della Regione Veneto, Raffaele Zanon.“Purtroppo il problema del lavoro - ha det-to l’assessore - per chi è in attesa della cittadinanza necessita di una vera e pro-pria bonifi ca a livello, quantomeno, re-gionale. Come giustamente fanno notare i nostri corregionali provenienti dal Bra-sile, ci sono delle provincie in cui la pos-sibilità di poter lavorare non è negato, e mi riferisco alla provincia di Treviso”.“Sono necessarie quindi - secondo Zanon - delle azioni che uniformino le direttive che devono seguire le Questure in questi casi specifi ci, in modo che sia garantito l’inse-rimento effettivo dei veneti di rientro dal Sudamerica, i quali - e questo è un netto distinguo rispetto a tutti i cittadini immi-grati che chiedono la cittadinanza - sono in attesa unicamente di un riconoscimen-to, che spetta loro di diritto. I discenden-ti dei veneti sparsi nel mondo infatti - ha affermato l’esponente del governo veneto - soggettivamente sono già cittadini ita-liani, ma oggettivamente chiedono solo un riconoscimento formale di questo status”. “Non è ammissibile - ha aggiunto - che debbano aspettare troppo tempo per que-sto riconoscimento, e in questo senso in-vito tutte le amministrazioni interessate da queste problematiche a velocizzare al massimo le operazioni burocratiche. È ne-cessario uniformare a livello regionale i provvedimenti che riguardano chi è in at-tesa di cittadinanza. Ed è altrettanto ne-cessario snellire l’iter burocratico che le domande di cittadinanza devono seguire”.“A breve - ha concluso Zanon - chiederò ai Questori del Veneto un incontro perché si trovi una linea comune nelle direttive da adottare in questi casi specifi ci, in modo da permettere l’inserimento effettivo dei nostri corregionali di rientro da tutti i Paesi del-l’America Latina, oltre al riconoscimento di un loro sacrosanto diritto: sentirsi Italiani a tutti gli effetti”. (Aise)

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

COMUNIDADE | Social5

RIMINI - Ha partecipato anche il Ministro per gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia al Con-vegno a Rimini, sotto il titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’. Nel corso dell’incontro si è parlato di povertà in Brasile, di favelas, ma anche della generosità e dell’altruismo di mol-ti italiani in Brasile.

Il Ministro Tremaglia ha ricordato anche Ro-setta Brambilla, un’italiana che ha dedicato la sua vita all’aiuto dei favelados, i poveri abitanti delle baraccopoli brasiliane e che il Ministero per gli Italiani nel Mondo ha premiato. E “se nei po-sti sperduti del mondo dove non sono ancora ar-rivati televisione e spazzolino esistono fatti che

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

POLÍTICA | Comunidade4

segnano l’inizio di un mondo nuovo” per Tremaglia il “Mondo nuovo” è anche cominciato quando è iniziato il rispetto assoluto dei diritti, “quando è fi nita la discriminazione nei confronti di milioni di cittadini, quando si è compiuta la democrazia”.

“E la democrazia si è compiuta – ha detto Tremaglia – il 27 dicembre 2001, con la legge n. 459 sul voto degli italiani all’estero”. Il discorso del Ministro per gli Italiani nel Mondo è stato accompagnato da fragorosi applausi. Soddisfatto Tremaglia: “Il calore di queste persone - ha com-mentato - riconosce il lavoro del Ministero per gli Italiani nel Mondo e dell’importanza di far cono-scere all’estero il Modello Italia”. (NIP)

Italiani contro la povertà in BrasileIl Ministro per gli Italiani nel Mondo Mirko Tremaglia ha partecipato, a Rimini, al Convegno dal titolo ‘Il mondo nuovo è già cominciato’

Nella grande pubblicazione commemorati-va del 1922 su “Gli italiani nel Brasile” troviamo delle interesssanti referenze su

personaggi illustri della prima immigrazione ita-liana e molto si riferisce all’Ospedale Umberto I: “Grandi diffi coltà ha dovuto superare la colonia per fondare, sostenere, sviluppare e condurre al-l’attuale grado di importanza dello Ospedale.

Dopo numerosi tentativi fatti per la scelta del terreno, fra gli anni 1902-1903, fi nalmente nel 1904 la colonia vide realizzato il suo sogno. Il terreno scelto fu quello del Morro Vermelho all’avenida Paulista, cioè nella parte più alta e salubre della città”.

Non pochi medici si cimentarono in Brasile da Gian Battista Libero Badarò conosciuto più come giornalista dell’Observador Constitucional, a Luigi Vincenzo De Simoni uno dei fondatori della Società di medicina di Rio de Janeiro nel 1829 e molti altri. “L’Ospedale Umberto I, ema-nazione diretta della colonia italiana, incontrò sin dai suoi inizi le speciali simpatie del conte Matarazzo, chi é stato presidente del Consiglio di amministrazione e personalmente ispeziona-va le infermerie, la farmacia, gli ambulatori, si manteneva a contatto con le suore, coi medici, cogli infermieri e dava a quell’amministrazione quel carattere commerciale che non deve manca-re, anche in una Opera Pia...”

Tra i nomi illustri ci sono Alessandro Siciliano, Francesco Matarazzo, Giuseppe e Nicola Puglisi-Carbone, Egidio Pinotti-Gamba, Giuseppe Marti-nelli, Guglielmo Poletti, Rodolfo Crespi, Antonio De Camillis, Giuseppe Giorgi, Nicola Scarpa. Non dobbiamo scordare la dedicazione e abnegazione delle signore come Zina Puglisi, Maria Pinotti-Gamba, Laura Siciliano, Marina Crespi, Mariangela Jovane-Matarazzo, Filomena Matarazzo.

In questa intervista con il medico Vicente Amato Neto, ex-segretario dello Stato di San Paolo per la Salute, dal 1922 al 1923, scopriamo i motivi che hanno portato all’interdizione dell’ospedale e che esiste un grande interesse della comunità di rivitalizzare l’assistenza ambulatoriale.Comunità Italiana - Perché è stato chiuso l’Ospedale Italiano in San Paolo? Come è la situazione attuale? Vicente Amato Neto - Da parte mia come medico sin dall’inizio ho percepito l’importanza dell’ospe-dale sia per la comunità italiana che per la po-polazione in generale. I servizi erano di un buon livello con l’emodialisi, cardiologia neocirurgia, dovuto allo sforzo che la comunità fece all’inizio del secolo, e era alto il livello professionale dei medici e di tutto il personale che aveva anche un’attività assistenziale oltre che ospedaliera. Ma in un certo periodo percepii un disinteresse ge-nerale nelle attività complessive, benché c’erano ancora alcuni reparti con un buon servizio.

Prof. Vicente Amato Neto intervistato da Venceslao Soligo

CI - Come trovò l’ospedale quando fu alla Segreteria della Salute?Amato - Nel 1992 quando fui Segretario di Stato della Salute, sentii che avevo una buo-na opportunità per tentare ciò che molte persone speravano e fu realizzato un programma di pro-fonda rivitalizzazione dell’Ospedale, furono iden-tifi cate tutte le carenze esistenti, si constatò che la Fondazione era inoperante, con nomi famosi nel suo direttorio ma che non apparivano mai e per-cepì anche della corruzione, un cittadino che poi era il superintendente affi ttava il parcheggio per le automomobili ed intascava i soldi. Nel nuovo

programma di attuazione rimovemmo questo in-dividuo e ristrutturammo la Fondazione con nuovi membri ed assunse la presidenza Guerino Tolo-meo, persona di fi ducia e di prestigio presso la co-munità che io considero un eroe, un patriota.CI - Come si procedette durante la sua perma-nenza come Segretario?Amato - Il governo dello Stato di San Paolo al-l’epoca concordò ad investire 3 milioni di reais come inizio della modernizzazione delle strut-tore ospedaliere e ci mettemmo al lavoro con fi ducia nel futuro.

Infelicemente dopo un anno nella carica di Segretario della Salute fui dimesso perchè ave-vo verifi cato e denunciato un grande numero di irregolarità. Come esempio posso citare l’attuale “Operazione Vampiro” presso il ministero del-la Salute, ebbene uno degli implicati in questo enorme schema di corruzione che è stato di re-cente arrestato, è un individuo che all’epoca at-tuava nella segreteria liberamente avendo l’ap-poggio del governatore al quale aveva fi nanziato parte della campagna elettorale, e questo è solo un esempio. Così fui licenziato, e appena girai le spalle il governo, attraverso la Vigilanza Sanitaria dello Stato, interdittò l’ospedale allegando condi-zioni inappropriate per il suo funzionamento.

Credo che il programma che avevo messo sul tavolo e nel quale il governo aveva dato inizial-mente il suo appoggio avrebbe portato il comples-so ospedaliero al migliore dei livelli dei suoi con-generi. Percepii però che da parte del governo non ci fu sincerità di intenti, c’era qualcosa di losco nei suoi schemi. Così l’ospedale fu chiuso nel 93/94, sentii una certa tristezza anche perché il presiden-te Tolomeo si era coinvolto completamente in tut-to il processo di ricuperazione, sia per patriottismo che per abnegazione, ed avallò di prima persona il prestito govenativo pagandone le consequenze.CI - La comunità italiana aveva un legame con questo ospedale?Amato - Non era solamente della comunità, co-sì come gli altri ospedali in San Paolo, come il Santa Catarina dei tedeschi, l’israelita Albert Einstein, la Benefi cenza Portoghese, il Sirio-Li-banese, il Santa Cruz dei giapponesi ed altri, tutti loro hanno lo spirito della comunità, ma oggi non si possono defi nire come strettamente della colonia, sono obbligati ad integrarsi al si-stema nazionale della Salute, ma il loro vincolo sentimentale è con la colonia.CI - Come si trovava la situazione fi nanziaria in relazione alla famiglia Matarazzo che tanto investì in quest’opera?Amato - Quando facemmo il programma di rivi-talizzazione c’era anche un piano per regolariz-zare i conti con la famiglia Matarazzo ed altri e vedere cosa apparteneva a chi.CI - Come entrò in questa storia il fondo di Pensione del Banco del Brasile, la PREVI?Amato - Seppi di tutto ciò attraverso i giornali, come la Previ entrò in questa storia non ne ho la minima idea.CI - Tutto questo non era stato prestabilito con l’intervento del Governo? Amato - Tutto ciò è servito come una miccia per riaccendere l’interesse della comunità che è ri-masta risentita, rattristata da tutto questo poco chiaro operato dalle parti coinvolte.

Così il 18 marzo scorso nell’insediamento della nuova direzione della Società medica ita-lo-brasiliana, SOMIB, l’idea di accludere nel suo programma di attuazzione l’interesse a rivitaliz-zare l’assistenza ambulatoriale come ospedaliera nella comunità a riscosso ampi consensi, così abbiamo messo assieme circa 40 persone crean-do una commissione per studiare le varie pos-sibilità aperte per la migliore scelta al fi ne di ridare alla comunità italiana di San Paolo e alla popolazione tutta un Ospedale Italiano.

OSPEDALE UMBERTO I, QUALCHE SPERANZA?

Vicente Amato Neto, Luiz Gonzaga Bertelli presidente CIEE, Francisco Dominici Neto, coordinano di lavori della commissione

“L’interesse a rivitalizzare l’assistenza

ambulatoriale come ospedaliera nella

comunità a riscosso ampi consensi”

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Literatura7

imagens da itália

Marco Lucchesi

José Castello vem construindo uma sólida carreira literária, estritamente séria, complexa, atravessada por um sopro de poesia e máximo de

rigor. Intelectual de marca, não abandonou o jornalismo, do qual herdou uma forma clara, precisa e urgente. Tais foram os requisitos para tratar

de Vinícius de Moraes, João Cabral e de Clarice Lispector, dentre tantos outros, como vemos em Inventário de sombras.

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Literatura6

Um homem de idéias

cas (cuja seleção saiu em As melhores crônicas de José Castello, Global Editora, organização e pre-fácio de Leyla Perrone Moisés, 2003) são, na ver-dade, contos. Já disseram, também, que minha biografi a de Vinicius de Moraes (O poeta da pai-xão, Companhia das Letras, 1993) é um romance! E que meu livro de retratos literários (Inventários das sombras, Record, 1999) é, a rigor, uma cole-tânea de contos. Há gente que acha até que meu romance Fantasma (Record, 2001) é uma auto-biografi a disfarçada! Enfi m, me sinto muito con-fortável nessa fronteira de gêneros. Essa posição fronteiriça me dá não só muito mais autonomia, muito mais coragem, como faz com que eu me sinta mais próximo do mundo movediço e frag-mentado em que vivemos.Lucchesi - As biografi as de Vinicius e Cabral revelaram coisas importantes ou ignoradas. Abrangiam um sistema. Uma totalidade po-ética e vital. Depois, segui os rastros de uma nova abordagem, a do livro Inventário de som-bras, onde se percebe um estilo que se torna mais breve e concentrado, como se fossem contos. Vejo outro sinal de transformação nessa passagem do “grande” ao “pequeno”?Castello - De fato, quando escrevi O poeta da paixão, meu primeiro livro, ainda me sentia pre-so ao modelo clássico da biografi a, aquele que pretende “contar tudo”. Gosto muito do livro que fi z, ele guarda bastante a minha cara, se parece com o que acredito que sou. Mas, ainda assim, sei que ele não é um livro perfeito, conheço to-das as falhas, os buracos, as imprecisões, as im-perfeições que guarda. Já pensei até em escrever um segundo livro sobre isso, que se chamaria O que não sei de Vinicius. Foi meditando sobre isso de estarmos defi nitivamente presos a nosso pró-prio olhar, sempre parcial e imperfeito, que re-solvi, a partir de O homem sem alma, livro sobre João Cabral, não me preocupar mais em “contar tudo”, mas em relatar aquilo que vejo e sinto. No caso, o meu próprio olhar sobre João. Foi esse confronto com a imperfeição e minhas próprias limitações, eu creio, que me lançou em direção a uma literatura mais compacta e mais pessoal.Lucchesi - Curitiba, a cidade e o romance. Penso na sua personagem, a do Paulo Leminski, vagando através do fantasma que você cons-truiu, em delicadas remissões, ou concentradas desaparições, num ritmo seguro e envolvente. Como tem sido a reação dos leitores?Castello - Para ser sincero, não creio que meu romance tenha sido muito bem compreendido. Mas, também, não sei se escrevemos um roman-ce para que ele seja compreendido, ou ao con-trário, para que provoque perplexidade, descon-forto, inquietação, desassossego. Leminski, na verdade, talvez nem chegue a ser um persona-gem de meu romance, ele é só uma obsessão do narrador, o arquiteto. O arquiteto ouve uma frase absurda (“Paulo Leminski não morreu”) e, apesar de saber que Leminski está morto e enterrado, sai por Curitiba em sua busca. É uma busca fada-da, desde o início, ao fracasso, mas não estamos todos, desde o início, fadados à mortalidade? E nem por isso deixamos de viver intensamente e de buscar intensamente. Fantasma, eu acho, é um romance de aventuras. Embora tenha muita ação, uma longa peregrinação pela cidade e o entra e sai de vários personagens secundários, é uma aventura interior. O que quer o arquiteto, quando sai em busca de algo que, já sabe, ele

não irá encontrar? Parece-me que ele quer, ape-nas, viver, sentir-se vivo, e nada melhor que a aventura para isso.Lucchesi - A sua versão do fazer literário: dis-ciplina, desespero ou compulsão?Castello - Tudo junto, e um pouco mais. São muitos sentimentos complexos que me levam a escrever. Ora predomina o desejo de me superar, ora o de expor uma visão de mundo, ora o de simplesmente ser “ouvido”. Ora escrevo apenas para existir, ou até para me tranqüilizar e me divertir! Gosto muito de escrever. Claro, há uma parte braçal, de busca das palavras exatas, de convivência com a autocrítica exacerbada, de imenso cansaço mental mesmo. Mas isso se com-pensa com o prazer que dá, o de estar envolvido numa aventura que inclui apenas palavras, que se passa unicamente em sua cabeça, cujo desti-

no depende apenas de você e de mais ninguém. Eu acho que a literatura é, antes de tudo, uma aventura interior. Mesmo para o escritor mais re-alista, mais pragmático, mais preso aos fatos e “sem sentimentos”, ela é uma aventura interior. Lucchesi - Mas você também é um homem do mundo, um ser em trânsito. Sei de suas via-gens, passagens, refl exões. O Egito, a Itália, e tantos outros países... Castello - Realmente gosto muito de viajar. Já estive no Egito, na Grécia, no Marrocos, no México, conheço quase toda a Europa, e em par-ticular a Itália. A Itália é um país muito belo, porque é forte e excessivo: excesso de beleza, de sentimentos, de cores, de diversidades. É muito comum estar viajando pela Itália e, de repente, eu ter umas crises de choro, sem razão alguma, lágrimas compulsivas sem explicação – não por infelicidade, mas o oposto! É muita beleza e isso também é difícil de suportar! Mas, na verdade, tenho uma relação contraditória com as viagens, porque gosto muito de estar em casa, em meu canto, com minha gente, meus livros e meu ca-chorro. Então, para mim, mesmo a mais bela das viagens signifi ca a experiência da saudade. E sou muito fraco para separações, elas me destroem. Mas, esse aspecto solitário e doloroso das via-gens, se me pesa, tento também tirar algum par-tido dele. O sentir-se desligado de seu mundo, de sua rotina, de suas referências, tudo isso nos per-mite olhar nosso próprio mundo à distância e vê-lo de outras perspectivas. Quando viajo, seja pa-ra o Egito, a Itália, ou onde for, estou, um pouco

também, viajando para meu próprio mundo, já que, na distância, consigo observá-lo e senti-lo de outra maneira. Resultado: quando volto, nun-ca é para o mesmo Brasil, e isso é também uma parte muito importante das viagens. Lucchesi - Ouvi falar de seu novo romance. Quais os caminhos?Castello - Pergunta complicada, a mais compli-cada, porque é sempre muito difícil, quase im-possível, e também perigoso, falar de um traba-lho em andamento. Mas vamos tentar responder, em nome de nossa bela amizade! Desde que che-guei a Curitiba, há dez anos, venho rascunhando, precariamente, em cadernos, em disquetes, em blocos, três histórias longas. Elas me saíram as-sim, meio embaralhadas, e já cheguei a acreditar inclusive que seriam três histórias entrelaçadas de um mesmo e longo romance, mas depois en-tendi que, na verdade, são três livros diferentes. Elas se tornaram logo obsessões. Ora estou mais preso a uma, ora a outra, isso varia, mas elas estão sempre no meu pé! Nesse sentido, são o oposto do Fantasma, um romance que me saiu de repente, eu não diria contra a minha vontade, mas independente dela. Explico: eu tinha rece-bido a encomenda de um ensaio sobre Curitiba. Tentei escrevê-lo, mas não conseguia me afastar de um mar lamentável de lugares comuns. Estava bem abatido e, para me consolar, comecei a ras-cunhar, de brincadeira, quase que como um jogo, a história de um arquiteto que tinha escrito um ensaio sobre Curitiba, que odiava o ensaio que escreveu e, por isso, resolveu destruí-lo. Essa história do arquiteto foi se impondo com tal in-tensidade que, em dado momento, desisti do en-saio sobre Curitiba (no que fi z muito bem, aliás!) e passei a me dedicar só à história do arquiteto – que se transformou em Fantasma. Pois bem, chegou a hora de acertar as contas com as três histórias que me atormentam há tantos anos. Já escolhi uma delas e comecei a trabalhar no que será meu segundo romance. Prefi ro não falar so-bre ela, porque hoje é uma coisa mas, você sabe, amanhã pode ser outra completamente diferente. Temos um fragilíssimo controle sobre aquilo que escrevemos, a parte maior daquilo que escreve-mos apenas se impõe e nem sabemos por que. E é justamente por isso, pelo que guarda de impre-visível e de surpreendente, que a literatura é uma aventura tão bela.

Lucchesi - Castello, é impossível começar es-sa entrevista – pelo menos para mim – sem evocar os tempos áureos do Jornal do Brasil, em que você dirigia dois prestigiosos su-plementos culturais: Idéias-Livros e Idéias-Debates. Resuma algo desse belo período.José Castello - Foi uma experiência crucial em minha vida, uma ruptura, que terminou por me empurrar, de vez, para a literatura. Devo muito, antes de tudo, ao Roberto Pompeu de Toledo, edi-tor-executivo do JB para a área de cultura, meu superior direto, um jornalista muito culto, com notável vocação para historiador, e um grande es-critor também, que me ajudou a pensar o cader-no. Soube ainda conter e domesticar meus exa-geros e enganos. Havia também a presença cons-tante de outros dois grandes jornalistas: Flávio Pinheiro e Marcos Sá Correa que, com o Pompeu, formavam o trio diretor da redação. Sem eles, te-ria sido impossível todo o investimento que se fez no Idéias: seu desdobramento em Idéias/Livros e Idéias/Ensaios, o pagamento digno aos colabo-radores e a aposta em temas ousados e ines-perados. É indispensável registrar ainda minha imensa gratidão ao amigo Wilson Coutinho, que infelizmente nos deixou no ano passado. Ele era, formalmente, meu subeditor, mas na prática não só funcionava como co-editor, como foi o autor de algumas das mais brilhantes idéias postas em prática nos dois cadernos. Enfi m, tive a sorte, o luxo, de contar com o apoio de profi ssionais de primeiríssima qualidade, e de fazer dois cadernos que tinham uma importância enorme na vida cul-tural do Rio de Janeiro. Mais que nunca, eu mer-gulhei nos livros e na literatura. E assim consegui defi nir, de vez, um desejo que abrigava dentro de mim desde menino, o de me tornar escritor.Lucchesi - Os ideais de Utopia e Revolução são possíveis para os tempos atuais ou fi ca-ram – como querem alguns – soterrados nos anos 80-90 do século XX?Castello - Soterrados não, nunca. Utopia e revo-lução são, na verdade, duas maneiras de falar do sonho e da imaginação, e sem sonhar, sem dar asas à fantasia, o homem e a sociedade não po-dem se transformar. Ocorre que, hoje, já não te-mos mais o direito de alimentar sonhos e utopias

sem conservar, ao mesmo tempo, um pé bem fi n-cado na realidade. Os melhores sonhos são aque-les que podem ser realizados. Sonhos impossíveis, ideais distantes e fantasiosos, utopias que não levam em conta a diversidade da vida e os limites impostos pelo real, não me interessam! Creio que esses ideais “puros” têm servido, ao contrário, como desculpa para o imobilismo, para a vitimi-zação, para uma espécie muito sutil, mas cruel, de masoquismo. E, também, para grandes fanatis-mos. Não somos vítimas de nada, nem do destino, nem do poder, nem de nós mesmos. Temos o dom da vida, que é maravilhosa e espantosa, e nos cabe vivê-la intensamente, mas também serena-mente. Sonhar sim, mas sempre com um olho bem aberto. Até porque aquilo que podemos mudar é

sempre muito pouco, está sempre muito aquém de nossos desejos e esperanças. A isso Freud cha-mou de castração, essa dolorosa experiência de aceitar o quanto somos pequenos e o quanto é difícil mudar, mesmo nas menores coisas. Lucchesi - Pela enésima vez, a pergunta que lhe fazem – em razão justamente de sua tra-jetória: qual será o destino dos suplementos culturais? E em que medida é possível am-pliar o espaço para os livros, poemas, ensaios e debates culturais?Castello - É difícil fazer previsões. Antecipar o futuro, mesmo próximo, é não só perigoso, como

pode ser até arrogante. Em todo caso, penso que o destino dos suplementos culturais está atrelado ao destino da imprensa escrita no mundo de ho-je. Infelizmente, com a explosão da TV a cabo, da internet, da notícia instantânea e imediata – que são uma grande conquista! – os jornais escritos passaram a achar que sua função é a de concorrer diretamente com esses novos veículos. O que é um completo absurdo: ninguém vai esperar o jor-nal de amanhã para ler a notícia a que pode ter acesso nesse momento, seja na CNN, Globonews, Bandnews, seja no site do Globo, ou do Estadão, por exemplo. Num tempo de notícias instantâne-as, em que você pode assistir, agora, ao vivo, a um atentado na Espanha, ou a um bombardeio no Iraque, a função da imprensa escrita passa a ser, sobretudo, a da refl exão, a da organização de idéias, a da meditação. Nesse sentido, se pen-sarmos bem, os suplementos culturais não estão acabando, ao contrário, eles passariam a ser os cadernos principais dos jornais, os “primeiros ca-dernos”, e um resumo das notícias do dia viria, então, num “segundo caderno”. Essa inversão de perspectivas, me parece, é não só a saída para o jornalismo cultural, como a única saída para to-do o jornalismo escrito. Mas, quando digo isso, ainda me sinto bastante solitário... Lucchesi - Quando li – faz algum tempo – um ensaio seu sobre Leonardo da Vinci, tive a certeza de que o seu destino era o de ser escritor. Havia matizes. Colorações. Intensidades. Você acha que houve um rito de passagem para o escritor ou tudo se encami-nhou de modo natural?Castello - Muito difícil responder. Em todo caso, creio que estamos sempre num “rito de passa-gem”, que nunca chegamos a ser inteiramente al-guma coisa – um escritor, por exemplo – e que é essa condição de movimento, essa condição “en-tre” que nos mantém vivos e criativos. Tornei-me escritor, mas continuo a ser jornalista: faço críti-ca literária, entrevistas literárias, enfi m, continuo a ser um repórter, e aliás me orgulho muito disso! Gosto muito dessa dupla identidade, jornalista e escritor, um pouco como os super-heróis.... Ela me dá mobilidade, liberdade. O crítico Wilson Martins, por exemplo, escreveu que minhas crôni-

“Reflexão e organização de

idéias: essa é a saída para o jornalismo

cultural e para todo o jornalismo

escrito”

“É comum estar viajando pela Itália

e, de repente, chorar sem razão alguma. É muita

beleza e isso também é difícil

de suportar!”

I confl itti che il vecchio secolo ci ha consegna-to non sono stati purtroppo debellati e il nuo-vo millennio si apre su un panorama che vede

nascere focolai di violenza e di guerra ingiusta ac-canto a movimenti di nonviolenza e di pace che a livello planetario si sono manifestati con forza.

Abbiamo intervistato il professor Rocco Altieri, docente presso la facoltà di Scienze della pace dell’Università di Pisa, direttore responsabile di Satyagraha (etimologicamente, il potere della nonviolenza che agisce nei confl itti per trasformarli e trascenderli verso realtà di Pace), per capire un pò di più le dinamiche legate ai modelli culturali che permeano le scelte etiche e politiche delle nazioni.Comunità – Se la cultura è il principio che organizza i processi psichici, come capire il confl itto che genera azione violente?Rocco Altieri - La chiave di comprensione del superamento del confl itto in modo non violento è il tema della cultura. Questa è la dimensione attraverso la quale gli individui diventano con-sapevoli del confl itto e rispetto al quale pos-sono farsi carico delle ingiustizie passate e di

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

SOCIAL | Atualidade9Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

SOCIAL | Atualidade8

distorsioni perpetrate dalla storia. Un’autentica pace si può realizzare se avviene un riconosci-mento dell’altro come uomo, un riconoscimento della propria violenza, .

In Palestina, per esempio, la violenza colpi-sce tutte le parti, non c’è un vincitore ma una condizione comune di vittime di tutte le parti in confl itto. Uscire da questa situazione sembra un confl itto irrisolvibile; è possibile solo agendo at-traverso un processo di crescita culturale, presa di coscienza della propria situazione e dell’altro, di rimozione delle ostilità e dei traumi passati.CI - Nel panorama dei confl itti mondali, Afga-nistan, Iraq, Palestina, come è possibile su-perare la guerra?Altieri - Nell’ultimo numero di Satyagraha af-fronto proprio le questioni della pace nel medio-oriente attraverso i saggi di studiosi autorevoli come Gopin, Lederach, Avruch, Abu-Nimer, Do-gliotti Marasso, La Pira.

Oggi il confl itto israeliano è uno dei più ter-ribili: è quasi un secolo che si trascina e sem-bra senza via di uscita. Gopin, un rabbino per la pace che lavora nelle Università americane, è stato attivo come intermediario tra Clinton e Arafat; alla fi ne della sua opera di mediatore, si interroga perché è fallito e da qui vuole ripar-tire. Ritiene che il fallimento è nato proprio dal fatto di considerare il confl itto soltanto in una dimensione politica di dare e avere – l’autono-mia, i territori, la pace.

Si è avviata una trattativa che ha riguardato solo i rappresentanti della politica, ma non la popolazione che invece doveva essere coinvolta in un processo proprio di tipo culturale: promuo-vere l’idea di vivere in una terra federale, dove i due popoli possono stare insieme senza muri.

Per arrivare a questo la trattativa politica serve molto limitatamente: c’è bisogno di un lavoro culturale di incontro in cui i luoghi san-ti – siamo in Terrasanta dove sono nate tutte e tre le religioni monoteiste – non devono esse-re intesi come una appropriazione esclusiva da

parte di una religione ma devono essere proprio i luoghi della memoria, quindi non più motivo di divisione ma simbolo di unione. Così per le sor-genti d’acqua, la terra, modernità e tradizione, modelli di sviluppo agricolo industriale.

In Iraq si vede proprio il fallimento della vio-lenza. Non si aiuta una popolazione a costruire la democrazia con l’esercito a imporre la volontà di dominio. Credo che nei confronti dell’Islam noi saremmo tenuti ad avere un grande rispetto... so-no un miliardo, una parte signifi cativa del mon-do e sono i nostri dirimpettai nel Mediterraneo… l’Europa dovrebbe aprirsi al Mediterraneo… del resto il mondo romano lo aveva compreso… le migrazioni dei popoli si spostano dove vengono dirottate le risorse anche perchè tutta questa abbondanza noi la preleviamo, non è “locale”.CI - L’Educazione può essere una via di ricon-ciliazione per la pace?Altieri - E’ ovvio che la cultura nuova della ri-conciliazione nasce attraverso il processo edu-cativo, che è il perno di tutto questo lavoro, per creare una nuova generazione aperta e solidale al di là delle differenze perché il punto sostan-ziale è che c’è qualcosa che unisce molto di più di ciò che divide. L’umanità è una, quindi una la capacità di intendersi, e le emozioni sono comu-ni a tutti gli uomini.

E’ ovvio che è un’educazione che tiene conto, come anche la cultura, non soltanto dell’aspetto razionale ma anche dell’aspetto emotivo.CI - Martin Buber afferma che alla fi ne della vi-ta quello che conta è quanto un uomo è stato autentico, degno di fi ducia, genuino come indi-viduo che forma e appartiene alla società. Può essere anche questa una via da perseguire?Altieri - In Palestina, come in tante parti del mondo, la nonviolenza agisce attraverso tante gruppi che non appaiono, non sono visibili per-ché i mezzi di trasmissione delle notizie e delle informazioni pongono l’attenzione sempre quasi esclusivamente quando avviene un fatto tragico. Buber si pone questa domanda alla fi ne della vi-ta; in realtà un ragazzo se la pone quando si af-faccia alla vita perché cerca una realizzazione.

La cosa triste invece è che il sistema sociale è tale da frustrare le aspirazioni più autentiche per-ché oggi un giovane non è più padrone della pro-pria vita. C’è un precariato diffuso, una “violenza

strutturale”, la chiama Galtung, e i giovani sono le prime vittime, alla ricerca di un lavoro che sia appagante. Il sistema sociale, invero, vuole dei giovani per sfruttare, ma senza diritti. La possi-bilità di decidere della propria vita viene negata ed è causa di sofferenze che portano all’aumento di suicidio, perdita del senso della vita… rispet-to a questo vedo che se c’è veramente una fascia di emarginazione che però è minoritaria mentre sta crescendo molto la voglia di impegno sociale e politico – anche fuori magari della forma Isti-tuzione partitica. Ci sono tantissimi giovani che preso il diploma, prima ancora di iscriversi al-l’università preferiscono fare questa esperienza di solidarietà diffusa nelle iniziative per la pace, nel volontariato… credo che la solidarietà attiva poi diventi il modo migliore per educarsi perché que-sto deve essere un processo non imposto dall’au-torità. Noi siamo legati ancora troppo al modello autoritario della scuola dove c’è il docente che in-segna e il ragazzo che apprende. L’idea invece di D. Milani come di Paolo Freire in Brasile era quella di condividere un cammino dove c’è un mutuo in-segnamento per un progresso reciproco.

Anche Freire parlava di “coscientizzazione” che signifi ca appunto prendere consapevolezza dei propri diritti e non rifi utare il confl itto perché magari è necessario lottare per ottenere questi diritti. Nonviolenza non è passività ma è invece impegno di verità – Satyagraha - per costruire la giustizia e avviare poi un processo di liberazione.CI - Aldo Capitini parlava di “epoca profeti-ca”: a cosa si riferiva?Altieri - Gli adulti dicono “i giovani cedono al mito della violenza”. Io invece ho un’altra perce-zione. Ora in realtà c’è da parte delle nuove ge-nerazioni un risveglio d’interesse alla solidarietà: ragazzi che partono per il sud del mondo e ce ne sono tantissimi anche se questo non viene evi-denziato. La legge sul servizio civile che ha coin-volto soprattutto le donne (pare che siamo arri-vati già a una richiesta di 60.000 domande) è una scelta a favore della pace, non è un arruolamento militare; hanno scelto di dedicare un anno della propria vita in un’attività utile agli altri.

Quindi sarei assolutamente fi ducioso rispet-to alle nuove generazioni; questi sono indicatori di una profezia che dà speranza. Vedo invece che gli adulti vogliono magari distorcere, strumen-talizzare, soffocare questa aspirazione e ricerca autentica dei giovani.CI - Costruire la pace…Altieri - I confl itti hanno un alone d’ambiguità non risolvibile in modo netto e secondala logica binaria di vero e falso, giusto e sbagliato. Più utile è il ricorso a una ermeneutica “sfumata”, che tiene insieme le dissonanze, i paradossi e le ragioni di tutte le parti del confl itto.

Trascendere la logica binaria signifi ca esami-nare quel cono d’ombra che comprende le emo-zioni, le cosmologie profonde che condizionano lo svolgimento del confl itto e che non sono ri-ducibili alla sola razionalità. Fernandez paventa una soluzione possibile tra intenzione e azione positiva parlando della metafora, non in senso aristotelico di fi gura retorica ma come qualco-sa legata al processo cognitivo che include la memoria e la razionalità, la cultura e la comuni-cazione. Marc Gopin sostiene che si può costrui-re la pace se si sviluppano nuove metafore che siano capaci di far comprendere agli avversari i

punti di vista dell’altro - l’immedesimarsi nell’al-tro -, che la scuola dell’interazionismo simbolico chiama Sé generalizzato.

Se le vittime non ricevono un riconoscimen-to dei torti subiti spesso prevale il senso dell’in-giustizia e la memoria fa crescere la paura che tutto possa ripetersi. Occorrono metafore di ve-rità, pentimento, riparazione.

I rituali possono aiutare per mezzo dei lin-guaggi metaforici a curare le ferite: si pensi ad un funerale, teatro spesso di odio e rivendica-zione. Alcuni gruppi di Parent’s Circle – una as-sociazione che unisce le famiglie delle vittime – nella rielaborazione della perdita subita pren-dono coscienza della comune condizione di vit-time della violenza e rafforzano così la propria volontà di pace.CI - Quale fi nalità e prospettiva di lavoro of-fre questo corso di laurea.

Altieri - Se la guerra ha bisogno di un apparato militare per produrre soldati, l’Università e gli operatori di pace hanno bisogno di un luogo di studio, di formazione.

Da tre anni siamo riusciti per la prima volta in Italia ad avere a Pisa questo luogo perché, si ritorna al discorso iniziale, la cultura occidentale prevalente ha sempre ritenuto che la guerra fosse un fatto inevitabile. L’uomo si impegna a combat-tere le malattie, e successi ne ha avuti, si pensi alle scoperte scientifi che, l’igiene, le medicine.

Possiamo allora immaginare anche la guerra come un sintomo di una malattia che va curata e

quindi ha bisogno di persone che abbiano gli stru-menti conoscitivi per risolvere i problemi e quindi sanare le situazioni, prevenire il confl itto e trovare delle modalità di soluzione. Servono professionisti del dialogo, della mediazione, dell’educazione.

Una società ha Educatori perché non vuole che ci siano cittadini in guerra gli uni con gli altri. Questo vale a livello planetario, nella so-cietà mondiale, quindi risolvere i problemi della violenza ha un valore universale.

Dove si sono potenze c’è bisogno di persone che siano mediatori e operatori di pace.

Nel corso di laurea si studia come agire ai vari livelli – economico, politico, psicologico, sociale, culturale – per costruire una rete che porti fuori dalla guerra. Molti hanno guardato con scetticismo alla nascita di questa facoltà, ma dove la guerra dilaga c’è bisogno di opera-tori di pace; anzi il detto evangelico “il campo è grande ma gli operai sono pochi”, vale anche in questo caso.

Ovvio che chi va a lavorare nell’ambito della pace ha bisogno di un minimo di generosità… ma attenzione, il militare rischia molto di più… è quando ti presenti armato che inneschi un meccanismo di ritorsione…

Maria CoppolecchiaLaureanda in Scienze della

Formazione Università di Macerata

La guerra è un sintomo di

malattia che ha bisogno di persone

che abbiano gli strumenti conoscitivi

La cultura nuova della riconciliazione nasce attraverso il processo educativo

Scuola della pace

Copertina della rivista Satyagraha

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Música11Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Música10

L’esposizione Tropitália: a nova música italiana è stata aperta al pubbli-co il 9 settembre nel Centro Cultural da Justiça Federal – Rio de Janei-ro. Per chi ancora non conosce artisti di grande successo in Italia come

Jovanotti, Pino Daniele, Franco Battiato o Vasco Rossi, ecco un’opportunità per aggiornarsi e, anche per chi ne è già fan, non mancano sorprese.La mostra è stata divisa in tre spazi tematici che occupano 400 m2 del secondo piano del Centro Cultural. La prima sala ospita immagini di 20 di questi cantautori che compongono lo scenario attuale della musica italia-na. I visitanti possono assistere a vari videoclip, vedere foto e scoprire curiosità sugli artisti. Tutto allo stesso tempo, dato che questo materia-le, specialmente montato per l’evento, viene esibito da otto proiettori multimedia. Nel secondo spazio si trova un omaggio ai nomi della musica brasiliana che hanno fatto successo in Italia negli ultimi 30 anni. Il pub-blico può vedere, su grandi pannelli, versioni italiane di parole di Chico Buarque, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius, Djavan e Adriana Calcanhoto, tra gli altri. Visto che la sala è insonorizzata, le melodie vengono sentite in sottofondo. Nell’ultimo spazio è messa in evidenza l’opera di Sergio Pap-palettera che, oltre al lavoro di regista di videoclip, è anche il designer responsabile per la creazione di innumerevoli copertine di CD di questa generazione di nomi italiani poco conosciuti in Brasile.

Inoltre, nel Teatro del Centro Culturale ha avuto luogo, alle 19.30 dei giorni 9, 10 e 11 settembre, un concerto di Franco Cava , cantautore ca-rioca che è diventato famoso in Italia dopo aver lanciato sul mercato un intero CD con versioni in portoghese dei lavori di Jovanotti, sui quali ha inserito un po’ di ritmo di samba. “Franco si è sempre dedicato molto agli studi della musica italiana. Parlarne con lui è stato la scintilla che mi ha acceso la curiosità ed è stato il punto di partenza per Tropitália”, raccon-ta Antonio Cava che, come si capisce dal cognome, è fratello di Franco. “Franco avrà degli ospiti, uno al giorno, ma i nomi ancora non sono stati defi niti. Li stiamo scegliendo a dito”, aggiunge Antonio.

Invece per la cerimonia di apertura di Tropitália – che ha avuto luogo l’8 settembre, solo per invitati – si sono fatti presenti personaggi impor-tanti, come il protagonista della mostra Sergio Pappalettera e Max de To-massi, giornalista responsabile per alcune delle versioni italiane di canzoni

brasiliane, come Âmbar, di Adriana Calcanhoto. Redattore e presentatore di un programma di ra-dio sul Brasile a Roma, Max ha detto a Comunità che l’organizzazione di una mostra come questa è fondamentale per “uffi cializzare la relazione d’amore esistente da anni tra le culture popolari italiana e brasiliana.”

Secondo Antonio Cava, Tropitália servirà anche per rafforzare, nelle più recenti generazioni di discendenti, l’interesse per la cultura della loro terra di origine. “Loro devono sviluppare i propri mezzi di iden-tifi cazione con l’Italia e smetterla di vivere i ricordi dei genitori”, ha detto. Comunque l’esposizione è stata allestita per attrar-re persone di tutte le età e nazionalità: “Ho cercato di creare l’am-biente propizio affi n-ché tutti si emozioni-no con queste canzo-ni”, ha aggiunto.

UNA GENERAZIONE COSMOPOLITA

Antonio Cava che, oltre ad altre cose, ha già organizzato una grande mostra su vita e opera di Fe-derico Fellini, sempre presso il Centro Cul-tural da Justiça Fede-ral, ci ha raccontato che durante mesi si è dedicato personal-mente alla ricerca dei migliori nomi dell’attuale mercato fonografi co italiano per fare questo lavoro: “Ho deciso di visitare i più grandi negozi di CD di Roma. En-travo in uno e rimanevo là dentro quasi 4 ore. Ne uscivo e entravo in un altro. Ascoltavo tut-to ciò che era lanciato sul mercato. Le guardie di sicurezza mi guardavano già un po’ in ca-gnesco”, scherza.

Antonio spiega che nelle opere di questi arti-sti esiste un grande denominatore comune: la mi-stura, l’eclettismo. Indagando le loro biografi e in Internet, dice di aver scoperto infl uenze non sol-tanto nordamericane, ormai egemoniche in tempi di globalizzazione, ma pure africane, pachistane-si, irlandesi e, soprattutto, brasiliane. “Questa generazione presenta una sonorità cosmopolita e viene a provare che la musica leggera italiana non è costituita soltanto dalla canzone romantica”, ha detto. “Stiamo parlando di persone che riesco-no ad unire il pop al rap o al blues.”

Il nome Tropitália è stato deciso giusta-mente dovuto a questa caratteristica, come riferimento e riverenza al movimento brasilia-no chiamato Tropicalismo – ideato da Caetano Veloso e Gilberto Gil verso la metà degli Anni ’60 –, che ha diffuso gli ideali di un’arte an-tropofagica valorizzando, quindi, la diversità

musicale a partire dall’assimilazione di espe-rienze straniere attraverso la Musica Popolare Brasiliana – la MPB.

Malgrado siano cosmopoliti, la maggior par-te di questi cantautori italiani ancora non ha conquistato un pubblico fedele in Brasile. Ma visto che il legame culturale tra i due Paesi è sempre stato molto forte, Antonio crede che,

prima o poi, il mer-cato brasiliano li ap-prezzerà. “Riconosco vari indizi di questa ricettività: dobbiamo considerare che l’ar-tista più quotata in Brasile, campione di vendite, Marisa Mon-te, ha avuto un gran-de successo con Bem que se quis, versione di una canzone di Pi-no Daniele, “E po’ che fa’. Quem de nós dois, di Ana Carolina, è una canzone di Gianluca Grignani”, ha spie-gato, mettendo in risalto che le icone della musica leggera romantica come Lau-ra Pausini, Eros Ra-mazzotti ed Amedeo Minghi fi niscono con l’aprire la strada alle produzioni meno co-nosciute in Brasile.

Questo può essere provato, secondo An-tonio, dal fatto che uno dei CD più ven-duti in Brasile negli ultimi mesi è una col-lezione di temi ita-liani per telenovelas

(Som Livre), in cui famose canzoni romantiche dividono lo spazio con le produzioni dei più giovani: “Lí troviamo Tiziano Ferro, per esem-pio, con le sue infl uenze del pop inglese e del blues americano”.

Tropitáliapresenta legami traMPB e musica italiana

Andressa Camargo

Max di Tomassi tra i cantautori

Arnaldo Antunes e Carlinhos

Brown, sucessi in

Italia

Franco Cava in cerca di sucesso in Italia

“Questa generazione

presenta una sonorità

cosmopolita e viene a provare che la musica leggera italiana non è

costituita soltanto dalla canzone

romantica. Stiamo parlando di persone

che riescono ad unire il pop al rap o

al blues”

Alle parole di Antonio si aggiungono quelle di Max De Tomassi: “Attraverso versioni e colla-borazioni, proviamo che esiste una grande stima da ambedue le parti”, ricorda. “La maggior parte degli artisti italiani considera la musica brasilia-na come una delle espressioni popolari più intel-ligenti e ben fatte del mondo.”

La mostra-spettacolo Tropitália: a nova mú-sica italiana è stata organizzata con l’appoggio dell’Istituto Italiano di Cultura e rimarrà aperta fi no al 31 ottobre. L’entrata è gratuita.

Servizio:

Centro Cultural da Justiça Federal Av. Rio Branco, 241,

Centro - Rio de Janeiro Orario di funzionamento: dalle 12.00 alle 19.00.

Ciò che esiste di più attuale nel mercato fonografico italiano sarà a disposizione del pubblico a Rio de Janeiro

Buon Mangiare, Mocidade! A arte está na me-sa. Con questo tema la scuola di samba Mo-cidade Independente di Padre Miguel vuole

rendere omaggio alla cultura italiana nel carnevale del 2005. La notizia è stata uffi cialmente annun-ciata il 2 agosto, presso il Consolato d’Italia di Rio de Janeiro. Durante l’evento sono saliti sul pal-co del teatro 30 componenti della batteria che, sotto la reggenza di Mestre Bira, hanno unito il ritmo del samba a quello della tradizionale “Fu-niculí Funiculà”, interpretata da Paulo Henrique, che usava abiti focloristici tipici della Sardegna. Vecchi temi sono stati ricordati da Roger Linhares, nuovo interprete della scuola. In una improvvisata pista di danza della Sala Italia si sono presentate anche quattro baiane, tre passiste e una coppia di mestre-sala e porta-bandeira, Rogério Dornelles e Priscila Rosa.

Con una piccola bandiera italiana messa al-l’occhiello, il presidente della Mocidade, Paulo Vianna, ha parlato con la platea nella quale si trovavano, tra giornalisti, membri della comunità italiana e invitati di Padre Miguel, oltre 300 per-sone, secondo i calcoli dell’addetto stampa della scuola. “Questo è il punto di partenza per il gior-no della sfi lata. Sicuramente l’Italia sarà ben rap-presentata davanti al popolo brasiliano e ai 164 paesi che ricevono le immagini della sfi lata della Marquês de Sapucaí”, ha detto Vianna.

Nell’intervista ceduta a Comunità, Vianna ha anche detto che il tema gli è stato suggerito da due commercianti italiani di Rio, che volevano un samba sulla culinaria italiana: “Io gli ho detto che l’Italia era molto di più e ho fatto fare una ricerca”, racconta Paulo. Il risultato è stato un immenso quadro sui diversi aspetti dell’infl uenza italiana su

di noi, nell’arte, nella moda, nel cibo, nella musica. “Ho cominciato subito a scartare altri temi”.

Cosí la comunità italiana sa già per chi fare il tifo nel 2005: “Grazie alla divulgazione che il carnevale riceve in tutto il mon-do, la cultura italiana resterà in evidenza, il che mi dà un’enorme soddisfazione”, ha detto il console Francesco Mariano, che non si troverà in Brasile per il prossimo carnevale, giacché in ottobre termina il suo tempo di servizio all’estero. “È un peccato. Ma se-guirò tutto in televisione”, promette.

L’ARTE È IN TAVOLA

La Mocidade sceglierà la canzone vincitrice del samba in ottobre, ma il carnevalesco1 Paulo Menezes è già riuscito a portare a termine la concezione visuale della sfi lata: i carri allegorici hanno comin-ciato ad essere costruiti all’inizio di luglio e tutte le maschere sono già state disegnate. Lavorando per la prima volta con la comunità di Padre Miguel, Paulo Menezes è entusiasta del tema. “È stata una

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CAPA | Carnaval 200512

CARNEVALE 2005:

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CAPA | Carnaval 200513

Mocidade porta Italia sulla pista del sambaTIM sará il maggiore sponsor della scuola di samba, che ha presentato ufficialmente il suo tema nella Casa d’Italia Francesco Mariano, Priscila Rosa, Rogério Dornelles e

Paulo Vianna exibem a bandeira da Mocidade

Storia della Mocidade

O puxador Paulo Henrique interpreta uma tarantella em ritmo de samba. Abaixo: apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira

Il Gremio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel è stato fondato il 10 novembre 1955, originario dall’Independente Futebol Clube.

La Scuola ha adottato i colori della squadra: verde e bianco e, nel 1959, è entrata a far parte del gruppo principale del carnevale carioca con il tema “Da Apoteose ao Samba”. Già a partire dal suo esordio la sua batteria ha guadagnato la fama dovuto alla famosa “paradinha” creata da Mestre André.

Con il tema “O Descobrimento do Brasil”, del carnevalesco Arlindo Rodrigues, la Mocidade si è consacrata campionessa nel 1979. L’anno seguente Fernando Pinto diventava il carnevale-sco, e ha portato il secondo campionato alla scuola nel 1985, con il tema “Ziriguidum 2001, um Carnaval das Estrelas”.

La squadra verde e bianca ha vinto un’altra volta nel 1990, con l’entrata dei due carneva-leschi Renato Lage e Lílian Rabelo. Il tema era “Vira, Virou, a Mocidade chegou”. Nel 1991 ha conquistato il bicampionato con l’indimenticabile “Chuê, Chuá, as Águas Vão Rolar”. Nel 1992, malgrado non sia riuscita ad ottenere il titolo di campionessa, ha fatto un’altra bella sfi lata: “Sonhar Não Custa Nada, ou Quase Nada” è diventato l’inno di Padre Miguel e viene cantato ancora oggi dai tifosi della scuola e da componenti di altre associazioni. La Mocidade ha vinto nuovamente nel 1996 (sommando un totale di cinque vittorie nel gruppo principale) col tema “Criador e Criatura”, fi rmato da Renato Lage.

Andressa Camargo / Gisele Maia

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Per complementare questa iniziativa, la TIM esige, da ognuno dei suoi partner, una contro-parte sociale. Secondo Galvão, è stato cosí con i produttori del TIM Festival e del Premio TIM di Musica, e cosí sarà pure con i dirigenti della Mocidade. “La scuola è già in possesso di al-cuni progetti, mancano delle ade-guazioni, defi nire dei dettagli”. Il presidente della scuola, Vianna, aggiunge: “Ha coinciso tutto, vi-sto che le nostre attività con la co-munità sono molte: tagliamo capelli, applichiamo fl uoro, diamo borse di alimenti, raccogliamo e distribuiamo indumenti usati. Con la società, tutto questo verrà ampliato”.

La Mocidade Independente di Padre Mi-guel entrerà nella Marquês de Sapucaí con otto carri e circa 3600 componenti il 5 febbraio, alle ore 21, aprendo la sfi lata del Gruppo Speciale di Rio de Janeiro.

felice coincidenza, visto che i personaggi di Pier-rot, di Colombina e di Arlequim sono diventati, da molto tempo, il mio marchio registrato, essendo legati essenzialmente alle feste di carnevale”, ha detto. “Adesso potrò sfruttarle ancor di più, dovu-to alle loro origini italiane”. Inoltre ha aggiunto che creazioni di Michelangelo e Da Vinci saranno parti fondamentali della sfi lata, e rappresenteran-no l’eredità artistica e intellettuale che gli italiani hanno disseminato per il mondo.

Nella pista il tema sarà raccontato in otto parti: Commedia dell’Arte (l’arte teatrale), Ve-nezia (l’arte delle feste), Opera (l’arte musica-le), Rinascimento (l’arte delle arti), Tecnologia (l’arte delle scienze), Culinaria (l’arte del sapo-re), Moda (l’arte delle passerella) e Modernismo (l’eredità dell’arte). In quest’ultima parte del tema, saranno messe in evidenza le infl uenze artistico-culturali che hanno lasciato l’impronta dell’immigrazione italiana in Brasile. “Artisti ita-liani che sono venuti in Brasile e artisti brasilia-ni discendenti da italiani hanno aiutato a fon-dare il maggior movimento artistico brasiliano, il Modernismo”, spiega Paulo Menezes.

TIM: “siamo stati sedotti da questo omaggio”Tema scelto, carnevalesco soddisfatto. Il

passo seguente della scuola era quello di andare in cerca di uno sponsor. “Siamo riusciti a fi rma-re un contratto con una grande azienda italiana e ne siamo felici”, ha concluso Paulo Vianna, attraendo le attenzioni su due rappresentan-ti della TIM presenti all’evento, Mario Cohen e Mozart Galvão. Seduti accanto al console Fran-cesco Mariano, i due dirigenti hanno assistito alle presentazioni di ritmisti e hanno avuto in regalo, direttamente dalle mani di Priscila Rosa, una bandiera creata appositamente per quell’oc-casione: da una parte, il simbolo verde e bianco della Mocidade Independente, dall’altro una fu-sione delle bandiere brasiliana e italiana.

Mario Cohen dice che due sono stati i motivi che hanno portato l’azienda ad accettare la so-cietà con la scuola. Il primo di essi, ovviamente, è stato il tema scelto. “Siamo una grande corpo-ration italiana ospite qui e siamo stati sedotti da questo omaggio al nostro Paese di origine”. Il secondo si collega al grande progetto sociale nell’area musicale portato avanti dalla multina-zionale da più di un anno, che si chiama TIM Mu-sica nelle Scuole. Secondo Cohen, quest’attività raggiunge circa 10mila bambini delle periferie di alcune delle maggiori capitali brasiliane – San Paolo, Salvador, Recife, Belém e Porto Alegre.

Footnotes1 ‘carnevalesco’ è il nome dato al creatore del tema, delle maschere e dell’intera concezione della sfi lata della scuola di samba di appartenenza.

“L’Italia sarà ben rappresentata davanti

al popolo brasiliano e ai 164 paesi che ricevono le

immagini della sfilata della Marquês de Sapucaí”.

PAULO VIANNA

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Eventos14

Christian

Quasi cinquemila persone hanno assistito alle presentazioni del pianista Christian Leotta in Brasile. Acclamato dal pubblico e dalla stampa, Leotta ha fi nito la sua tournée nel sudest il cin-

que agosto nella Sala Itália, presso l’Istituto Italiano di Cultura di Rio de Janeiro. Nato a Catania, in Sicilia, 25 anni, Leotta è diventato famoso nel mondo perché riesce ad eseguire con maestria le 32 sona-te per pianoforte di Ludwig van Beethoven, impresa rara che gli ha reso una medaglia, ricevuta dalle mani del Presidente della Repubbli-ca Italiana, Carlo Azeglio Ciampi, nell’aprile di quest’anno.

Le stesse 32 sonate, divise in otto concerti separati, hanno costitui-to il repertorio della tournée brasiliana – che ha toccato le città di Vit-toria (ES), Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro, sommando sette presen-tazioni – e di quella estera, svolta in Italia, Svizzera, Olanda e Messico.

In un’ intervista rilasciata a Comunità, il giovane artista ha spie-gato i motivi dell’importanza di Beethoven per la storia. “È stato l’uo-mo che ha provocato il passaggio dallo stile Classico del sec. XVIII a quello Romantico del sec. XIX, cambiando per sempre alcune regole musicali e promuovendo lo sviluppo molto più rapido di altre. I miei studi personali sulla sua vita e opera sono stati di grande aiuto per una migliore comprensione del corso della musica”, ha detto Leotta.

Al pianista dispiace che i rappresentanti della “vera musica” co-me, per esempio, Mozart o Villa-Lobos (il suo preferito tra i brasi-liani), siano sempre meno ascoltati dalle nuove generazioni e crede che i media abbiano una buona parte di colpa in questa alterazione delle preferenze popolari, visto che trasformano la musica in puro commercio. “Se un giovane vede la televisione per ore durante la giornata, tutto ciò che vedrà saranno video di pop o rock e, se i suoi riferimenti sono questi, come potrà provare Beethoven?”, dice.

Leotta ha cominciato a studiare musica agli otto anni, quando ha detto a suo padre, un professore di fi losofi a, che gli sarebbe piaciuto diventare direttore d’orchestra. “A casa mia si sono sempre ascoltati i classici, ma nessuno mi ha trascinato fi no al Conservatorio, ho de-ciso da solo che volevo questo per me”, ha detto “e ancora penso di trovarmi davanti ad un’orchestra”.

Quando aveva 17 anni, Leotta si è laureato, con lode, al Conser-vatorio Giuseppe Verdi, di Milano e, da quel momento in poi, si è perfezionato negli studi di piano in varie parti del mondo. È anche passato, tra altri, dal Tureck Bach Research Foundation of Oxford, in Inghilterra. Oggigiorno si dedica alla registrazione di una serie di nove Cd, in cui si troveranno, divise tra di essi, le 32 sonate che l’hanno reso famoso: “si prevede che queste registrazioni arrivino in Brasile tra marzo e aprile del 2005”, promette.

Andressa Camargo

Dopo sette concerti nel sudest, il pianista italiano ritorna in Italia per dedicarsi alla registrazione di Cd

conquista il BrasileLeotta

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Teatro15

Considerado um dos mais importantes grupos de teatro da Eu-ropa, o Teatro Tascabile di Bergamo (TTB) esteve de passa-gem pelo Brasil para apresentações nas cidades de Belo Hori-

zonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Fundado em 1973 pelo diretor italiano Renzo Vescovi, o TTB logo ganhou destaque no meio artís-tico internacional pelas experiências realizadas em duas áreas bastante originais: o teatro de rua e o teatro-dança oriental. Para a turnê brasileira, foram escolhidos dois espetáculos: Valse e E d’amuri t’arricuordi. (Andressa Camargo)

O Teatrode Bérgamo

TExtos clássicos do teatro mediterrâneo estão sendo revisitados por diretores brasileiros como Augusto Boal e Antonio Abujamra no Ciclo de Leituras Brasil Mediterrâneo. Promovido pelo Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro,

o projeto foi inaugurado em 13 de setembro, com a apresentação de A Paz, de Aris-tófanes, e contará com mais oito edições, que acontecerão às segundas-feiras, no Planetário da Gávea.

Segundo a dramaturga Alessandra Vannucci, organizadora do evento, as peças saem do eixo dominante da cultura burguesa: “o riso catártico do povo é prota-gonista desse teatro da miséria, em que a humanidade assume os mais extraordi-nários papéis”, diz ela. Já para o diretor do IIC, Franco Vicenzotti, é importante difundir esses clássicos no Brasil, devido à latinidade das línguas mediterrâneas. “Além disso, os textos agradam a todas as faixas etárias”.

Nas próximas sessões serão interpretados: Asno de ouro, de Apuleio (dia 20/09); A des-coberta da América, de Dario Fo (27/09); Filumena Maturano, de Eduardo de Filippo (04/10); Mosqueta, de Angelo Beolco (18/10); Diálogo de Salomão e Marcolfo, de uma autor anônimo (25/10); Esta noite se improvisa, de Luigi Pirandello (08/11), Bafafá, de Carlo Goldoni (22/11) e A mandrágora, de Nicolau Machiavel (29/11). (Andressa Camargo)

Diretores brasileiros relêem clássicos mediterrâneos

Serviço:Ciclo de Leituras Brasil Mediterrâneo

Local: Planetário da Gávea – Rua Padre Leonel Franca, 240. Tel.: (21)

2540-8041 / (21) 2540-8042 Horário: 20h30 Entrada Franca

A comunidade italiana de Petrópolis recebeu um

belo presente da Prefeitu-ra local. Trata-se da Festa D’Itália, montada sobre o cenário da antiga Compa-nhia Petropolitana de teci-dos (Bairro da Cascatinha), onde muitos imigrantes trabalharam. A abertura do evento, realizada em 17 de setembro, contou com apre-sentação do coral Municipal e show de Jerry Adriani. Os festejos se prolongaram pe-los dias 18 e 19, durante os quais, entre outras atra-ções, houve performance do grupo Tarantolado, show de Fred Rovella e Missa Campal celebrada pelo Bispo Philip-po Santoro. (A.C.)

O Ministério das Relações Exteriores Italiano, o Instituto Italiano de Cul-

tura de São Paulo e o Instituto Italiano para o Comércio Exterior decidiram home-nagear a cidade de São Paulo pelos seus 450 anos. Para tanto, se uniram na orga-nização da mostra Shape Mission: design automobilístico no Turim e no Piemonte. A exposição, que será aberta ao público em 15 de outubro, ocupará 700m2 do Ins-tituto Tomie Ohtake e reunirá protótipos automobilísticos, ferramentas e desenhos técnicos, além de alguns modelos de car-ros italianos em tamanho real. (A.C.)

Serviço: Instituto Tomie Ohtake

Av. Brigadeiro Faria Lima, 201. São Paulo – SP. Tel: (11) 2245 1900

Horário de funcionamento: de terça a domingo, de 11 às 20h.

Entrada franca.

notas culturais

Os fotógrafos italianos Alessan-dro Puccinelli e Michelle Tabuc-

cahi apresentam parte de seu traba-lho em exposição intitulada Os Tra-balhadores da Toscana, que entrou em cartaz no dia 16 de setembro, no SESC de Santo André – SP. Pro-movida pelo Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, a mostra co-loca em foco o operariado toscano em suas mais tradicionais ativida-des, como a produção de vinho, fa-bricação têxtil, mineração. (A.C.)

Serviço: Os Trabalhadores da Toscana fi cará

em cartaz até 10 de outubroEndereço SESC:

Rua Tamarutaca, 302. Vila Guiomar, Santo André. Horário de funcionamento:

das 9 às 18h

VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI VERONESEVIAGGI

VE

RO

NE

SE

VIA

GG

IV

ER

ON

ESE

VIA

GG

I VE

RO

NE

SE

VIA

GG

IV

ER

ON

ESE

VIA

GG

I

VERONESEVIAGGIVERONESEVIAGGIVERONESEVIAGGI

CONSULTE NOSSAS PROMOÇÕESem 6x sem juros

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

COMUNIDADE | Literatura17

Amelia Sparano na noite de lançamento, na Livraria da

Travessa, em Ipanema

Uma das mais importantes e tra-dicionais companhias de dança do mundo chegará ao Brasil: o

Balé do Teatro Scala de Milão. Com duas temporadas, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, o grupo vem trazendo uma novidade: a esco-lha de 50 crianças brasileiras, 25 de cada uma das cidades, para participa-rem das apresentações. A montagem escolhida foi “Sonho de Uma Noite de Verão”, obra-prima de 1962, coreogra-fada pelo mestre Georges Balanchine. Sendo este o ano do centenário de seu nascimento, os espetáculos fazem parte da turnê comemorativa.

Biagio Tambone, um dos mestres da companhia, e a bailarina Ana Bota-fogo serão os responsáveis pela sele-ção de dois grupos, um carioca e outro paulista, formados por 24 meninas, en-tre 11 e 14 anos, e 1 menino de cinco anos de idade. A exigência é que todos tenham boas noções de balé clássico e freqüentem escolas de dança.

A companhia virá completa ao pa-ís, com cenários e fi gurinos originais, totalizando mais de 120 bailarinos no

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

CULTURA | Dança16

Div

ulga

ção

Rio e São Paulo recebemo balé do Scala di Milano

palco. O Teatro Scala de Milão, berço do balé no mundo, ao lado do Opera de Paris, é o único autorizado a dan-çar a obra-prima de Balanchine, além da companhia fundada pelo próprio coreógrafo nos Estados Unidos.

SERVIÇO

SÃO PAULO - THEATRO MUNICIPALDisque Dell’Arte SP(11) 6163-508724 de Setembro

(Sexta-feira) - 21:00h25 de Setembro

(Sábado) - 21:00h26 de Setembro

(Domingo) - 11:00h e 17:00h

RIO DE JANEIRO - THEATRO MUNICIPALDisque Dell’Arte RJ(21) 3235-854530 de Setembro

(Quinta-feira) - 20:30h01 de Outubro (Sexta-feira) - 20:30h

02 de Outubro (Sábado) - 21:00h03 de Outubro (Domingo) - 17:00h

Datas e horários sujeitos a alteração

A literatura, assim como outras artes, perdeu importantes contribuições por conta da di-fi culdade de acesso das mulheres aos am-

bientes em que as letras eram tema principal. Ain-da assim, o olhar poético feminino sempre marcou presença. Hoje em dia, elas têm mais oportunida-des de mostrar talento sem que isso signifi que so-frer certos preconceitos. Privilégio só para as no-vas gerações? Nem sempre. A italiana Amelia Spa-rano, aos noventa e dois anos, acaba de reeditar e lançar um livro: A Espectadora. Apesar de não ser autobiográfi co, é um título sugestivo para quem, do alto de sua longa vivência, pode se considerar uma observadora diferenciada.

Ela tirou os originais da gaveta em 2002, de-pois da morte do marido, com quem conviveu du-rante 60 anos. Ler, excluir trechos e refazer outros do livro que recebeu uma Menção Especial na dé-cada de 80 foi uma maneira de se agarrar à vida. Para isso, não poupou esforços. Em vez de tirar a poeira da antiga máquina de escrever, Amelia decidiu ter aulas de informática. Afi nal, o irmão acabara de presenteá-la com um computador que, longe de causar espanto ou gerar a conhecida aversão tecnológica, não rara a pessoas bem mais novas, foi uma “tábua de salvação”, como a pró-pria autora defi niu.

A literatura sempre fez parte da vida de Amelia Sparano, embora tenha abandonado sua máquina de escrever em diversos momentos, so-bretudo enquanto se dedicava aos fi lhos. Com contos e romances premiados, aqui e na Itália, ela foi vítima de um câncer, na década de 60 e, depois de algumas cirurgias, resolveu descansar. Como? Escrevendo.

Já em 1941, havia sido uma das primeiras co-locadas em um concurso nacional de monografi a, explorando o tema “maternidade na arte”. Nessa época, Mussolini fazia discursos em que defendia que a mulher havia sido feita para a maternida-de assim como o homem para a guerra. Ao mesmo tempo, o governo fascista incentivava, por exemplo, a pro-dução acadêmi-ca feminina, já que o contin-

gente masculino estava recrutado.Aluna da Universidade de Gênova, mas não re-

gularmente inscrita, Amelia participou do concurso por insistência de um professor que lhe conseguiu uma carteira ofi cial de estudante. Foi assim que ela fez parte do grupo das 100 universitárias escolhi-das, em todo o país, que lotaram o cassino de San Remo, então às moscas, já que a maioria de seus clientes estava empenhada no esforço de guerra.

Sua tese baseada em fi losofi a da arte, longe de reproduzir o conservadorismo do Duce, fala-va da importância da mulher como ícone de re-presentação artística mítico-religiosa. “Não quis escrever as baboseiras que Mussolini esperava que moças como eu dissessem”, comenta. E completa: “O cristianismo pegou a mentalida-de judaica de um Deus único. Com isso, o povo italiano, sentiu saudades de uma Deusa. O que aconteceu ao longo da história? Pintaram a Ma-donna, por exemplo, como fez Raffaello”.

Ainda na Itália, também chegou a traduzir sonetos, redigiu textos para operetas, e escreveu contos. Veio para o Brasil acompanhar seu mari-do, com quem se casou em 1942. Ele, Carlos Spa-rano, era fi lho de um diplomata brasileiro, nas-cido na Itália. O objetivo da viagem era receber uma herança deixada pela mãe dele, brasileira, e fazer as pazes com o pai, com quem havia brigado por causa de Amelia. Isso porque a escritora, dez anos mais velha, o conheceu quando ele só con-tava 16. Começou o namoro com disputas de na-tação que valiam o beijo da moça, que nunca se preocupou com o teor da aposta porque sempre ganhava e não tinha que pagar o prêmio. Mas não adiantou. Casaram-se e, quando estava grávida do terceiro fi lho, vieram para o Brasil.

Deixaram para trás uma Itália em ruínas: fer-rovias desativadas por falta de trilhos, estradas inviáveis, pontes destruídas. Faltava comida. Vieram para um país nem tão desconhecido, não só devido às origens do marido. O convívio de Amelia com a avó portuguesa colaboraram para que a barreira lingüística jamais fosse um pro-blema para ela.

Aqui, encontrou uma atmosfera um pouco diferente. Não só porque estava mais distante do que havia sido o epicentro do horror. Finan-ceiramente, desde o início, a realidade se mos-trou mais favorável. O marido, conta Amélia, re-cebeu uma fazenda que logo modernizou, trans-formando-a numa grande empresa de extração de feldispato – muito utilizado na fabricação de louças e porcelanas. Poucos anos depois do gol-pe militar, por volta de 67, o setor se retraiu. Venderam imóveis para não demitirem empre-

gados. Logo veio a solução: da mesma fazenda, viram que era possível extrair granito. A prospe-ridade, então, voltou à família.

Apesar disso, Amelia Sparano diz não gostar de luxo e se orgulha por ter andado de ônibus até os 88 anos, o que só deixou de fazer quando fraturou o braço direito. Até que o marido ado-ecesse, quando já completava 90, ainda fazia compras no supermercado e andava sozinha nas ruas do Rio, trazendo sacolas nas mãos, apesar de ter passado a utilizar os serviços de táxi, por força das circunstâncias.

Ao ser perguntada sobre a freqüência com que escreve, responde com um sorriso despre-ocupado de quem soube viver a vida: “Quando calha”. E acaba calhando todo dia. “Mas é sem-pre uma coisa diferente. Às vezes contos, outras, poesias, traduzo textos meus antigos”.

Ela diz que toma notas e depois passa tudo para o computador. Se vê algum problema em uti-lizar a tecnologia? Nenhum. Tem e-mail e acessa a Internet. Mas lamenta que já não enxergue tão bem e precise ser auxiliada pela secretária. Esta aprendeu italiano com a própria Amelia, para que as difi culdades de visão da autora não fossem um impedimento para sua avidez por conhecimento.

A ESPECTADORA

Num cenário rural, mas impregnado de urba-nidade, a história descortina os confl itos gera-dos por disparidades sociais, políticas e econô-micas. A decadência de uma família da aristocra-cia do campo, o choque entre gerações, precon-ceito e atraso em tempos modernos são alguns dos elementos que compõem o texto.

As críticas ao conservadorismo, à mentalidade exploradora e à sociedade hipócrita são feitas por uma personagem-espectadora (não por acaso) que, deslocada em uma festa de bodas, é dona de um olhar crítico, quase exterior à narrativa. Em constantes diálogos consigo mesma, é o elemen-to de ligação para que a história seja compreendi-da em sua totalidade e não nos escape a refl exão sobre alguns fracassos das elites brasileiras.

Gisele Maia

ServiçoAdquira o livro no site da Editora Comunità:

www.comunitaitaliana.com.br/livros/livros.htm

Vida em prosa e versoAos 92 anos, a italiana Amelia Sparano publica mais um livro e mantém o hábito diário de escrever

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

ESPORTE | Atualidade19

O oitavo lugar geral conquistado pela Itália não representa uma de suas melhores cam-panhas olímpicas, mas não foge muito à

média histórica registrada. Das 25 Olimpíadas até aqui, desde Atenas 1896, a Itália só não partici-pou de duas. De lá para cá, os italianos mantive-ram-se entre os dez principais países no cenário esportivo mundial em quase todas as edições dos Jogos – com exceção de quatro. A pior posição conquistada foi o décimo quarto lugar geral, nas Olimpíadas de Montreal, em 1976 - motivo de de-cepção para os italianos.

Em Atenas 2004, a Itália disputou medalha a medalha a sétima posição com a França, que aca-

Olimpíadas 2004: Itália permanece entre os gigantes do esporte mundial

1896 - A Itália não participou da pri-meira edição dos Jogos da Era Moderna, em Atenas. Os Estados Unidos foram o país a obter mais medalhas de ouro, abrindo a nova fase do esporte mundial como o favorito, apesar da Grécia, se-gunda colocada, ter conquistado mais que o dobro de medalhas no total, con-tando com as de prata e bronze.

1900 – Desta vez em Paris, a Itália fi cou em oitavo lugar, atrás da Alemanha, Austrália, Su-íça, Bélgica, Grã Bretanha, Estados Unidos e a nação número um daquele ano, a anfi triã Fran-ça, que conquistou 29 medalhas de ouro de um total de 101 – uma enorme distância para os vice norte-americanos, que subiram ao pódio 49 vezes, 20 das quais ao lugar mais alto.

1904 - Curiosamente, depois de uma atuação sig-nifi cativa em Paris, nenhum atleta italiano participou dos jogos de Saint Louis. Mais uma vez os estaduni-denses foram os favoritos, com 232 medalhas, 74 das quais de ouro. O nada ame-açador segundo lugar fi cou para Cuba, com cinco ouros conquistados, três pratas e três bronzes.

1908 - Um indício de re-cuperação para os italianos veio com as Olimpíadas de Londres. As duas vitórias, uma na ginástica, com Alberto Braglia, e outra na categoria dos pesos ligeiros de luta greco-romana, com Enrico Porro, mais duas medalhas de prata, foram sufi cientes para garantir a nona posição no quadro geral. No topo, o time da casa: a Grã-Bretanha conquistou 139 medalhas, subindo ao degrau mais alto do pódio 50 vezes. Em seguida, os Estados Unidos e a Suécia.

1912 - Em Estocolmo, todas as vezes que a Itália subiu ao pódio ocupou o espaço dos campeões. Foram ape-nas três medalhas, mas todas de ouro. O que na classifi cação geral resultou no décimo primeiro lugar. Mais uma vez os donos da casas tiveram o melhor desempenho: a Suécia conquistou 65 meda-lhas, 25 de ouro. Foi seguida pelos Estados Unidos e pela Grã-Bre-tanha.

bou se saindo melhor. Ainda assim, os azuis se re-afi rmaram entre os primeiros da União Européia, na frente de gigantes como a Inglaterra e a Espa-nha. Em relação ao número total de premiações, o desempenho foi semelhante ao das duas últimas edições dos Jogos: ao todo, 32 pódios em Atenas – foram 34 em Sidney, 35 em Atlanta.

Para que todos pudessem conhecer melhor a participação da Itália ao longo da Era Olímpica Moderna, Comunità preparou uma linha do tem-po, onde será possível verifi car dados e conhecer algumas curiosidades.

1920 – Nas Olimpíadas de Anversa, a Itália galga quatro posições em relação aos jogos anteriores e torna-se a sétima nação do espor-te mundial, com 13 medalhas de ouro. Cinco vitórias foram da equipe de esgrima, que tinha em Nedo Nadi um líder inconteste. Durante a cerimônia em que recebeu a sua segunda medalha de ouro, Nadi foi interpelado pelo rei da Bélgica, intrigado por já ter dado os cumpri-mentos e premiado o esgrimista dois dias antes. Foi quando Nadi respondeu: “Com a permissão de Vossa Majestade, nos veremos ainda outra vez aqui”. E não deu outra: ele venceu também a prova de espada em equipe.

1924 – Os jogos retornaram a Paris. Desta vez, a Itália tem a melhor colocação da história, apesar de isto não ter represen-tado um recorde quanto ao número de medalhas. Foram 16 no total, oito de ouro – cinco a menos que nas Olimpíadas de Anversa. A falta de Nedo Nadi foi sentida: sem ele, os “azuis” da esgrima tiveram que se contentar com uma única vitória. O país a conquistar mais medalhas foram os Estados Unidos, com 44 ouros, num total de 98 subidas ao pódio. Logo atrás vieram os fi nlandeses, os franceses, os britânicos e, então, os italianos.

1928 – Na IX edição das Olimpíadas modernas, em Amsterdam, a Itália manteve-se como o quinto país no quadro geral de medalhas. Foram sete de ouro, mas o frenesi fi cou por conta do bronze conquistado pelo futebol. Na semifi nal, os “azuis” jogaram contra os uruguaios, campeões de 1924 e então favoritos ao título. Quem abriu o placar foi Baloncieri, mas os uruguaios tiveram o resto da partida para marcar mais três gols. Deixaram para os italianos apenas a chance de um terceiro lugar, o que de fato aconteceu. O público comemorou o resultado do time, e muitos ainda tiveram a oportunidade de ver vários dos jogadores brilharem como campeões das Copas do Mundo de 1934, em Roma, e de 1938, em Paris.

1932 - Em Los Angeles, os italianos obtiveram um êxito jamais repe-tido: terminaram os jogos como a segunda maior nação do esporte, atrás dos norte-americanos. Para os azuis, foram 12 medalhas de ouro, 12 de prata e 12 de bronze. Desta vez, também foi maior o número de esportes que se destacaram: de todas as vitórias, quatro foram da ginástica, três do ciclismo, duas da esgrima, uma da luta greco-romana, uma do tiro e outra do atletismo.

1936 – Os Jogos de Berlim, na Alemanha de Hitler, fi cou marcado na história. Foi lá que Ondina Valla, do atletismo, se consagrou como a primeira das italianas a conquistar um ouro olímpico. A Itália terminou na quarta posição do ranking. Em primeiro, segundo e terceiro fi ca-ram, respectivamente, os alemães, os norte-americanos e os húngaros.

1948 – Em Londres, realizou-se a Olimpíada simbólica da paz. Mas era ainda muito frágil: numa Europa recém-saída da Guerra, foi difícil para os atletas italianos evitarem o olhar avesso das delegações de outros países e a lembrança de Mussolini. Ainda assim, a Itália manteve-se entre os cinco países com mais medalhas de ouro. Fo-ram, ao todo, oito: arremesso de disco, canoagem, duas no ciclismo, pólo-aquático, esgrima, luta greco-romana e pugilismo. O quinto lugar conquistado a colocou atrás apenas da França, Hungria, Suécia e dos Estados Unidos – novamente os primeiros na classifi cação geral.

1952 – Dezesseis anos depois de Ondina Valla, outra vez uma atleta italiana é mo-tivo de orgulho: Irene Camber, que chegou às Olimpíadas de Helsinque sem constar no hall das favoritas, foi vitoriosa no tor-neio de fi oretto. A Itália manteve o posto ocupado em Londres: quinta posição na classifi cação geral, novamente com oito medalhas de ouro. Mas alguns sinais de mudanças no cenário mundial surgem. Os norte-americanos, de novo os primeiros co-locados, dividem o pódio geral com a União Soviética, em segundo lugar, e a também comunista Hungria, em terceiro.

1956 – Em Melbourne, a Itália realizou a proeza de ocupar um pódio inteiro: na prova individual de esgrima, os azuis estavam representados nos três degraus, com Carlo Pavesi, Giuseppe Delfi no e Edoardo Mangiarotti. Mais uma vez, fo-ram oito vitórias , repetindo também o quinto lugar geral das duas Olimpíadas anteriores. Os soviéticos conquistaram para si o status de favoritos no esporte mundial, com 35 medalhas de ouro, de um total de 96. Foram seguidos pelos Estados Unidos, que obtiveram 32 vitó-rias em 74 subidas ao pódio.

1960 – Finalmente, depois de instituídos há 64 anos, os Jogos foram parar em Roma. O funda-dor das Olimpíadas modernas, Pierre de Coubertan, em 1908, havia proposto que as competi-ções se realizassem na “Cidade Eterna”, para que se resgatasse o classicismo das manifestações da antiga Grécia. Mas, na época, a capital italiana não reunia as condições necessárias para sediar o evento máximo do es-porte. No entanto, mais de meio século depois, o mundo pôde presenciar um cenário único durante a realização dos jogos: as competições de luta foram na Basilica di Massenzio; as provas de ginástica tiveram como palco as Terme di Caracalla; o hipis-mo ganhou a Piazza di Siena e a maratona se desenvolveu ao longo da estrada antiga de Roma, com passagem pelo Arco di Constantino. A dona da casa terminou em terceiro no quadro geral, com 13 medalhas de ouro. Os vice norte-americanos leva-ram 34 e os soviéticos, nova-mente os primeiros, subiram ao topo do pódio 42 vezes.

1964 – Em Tóquio, o italiano Abdon Pamich teria sua última chance de lutar pelo ouro olímpico. O atleta, durante toda a maratona de 50 quilômetros, manteve-se na liderança. No trigésimo oitavo quilôme-tro, ao se “reabastecer”, ingeriu um chá muito gelado que não caiu bem e ele teve que parar. O inglês Nihil passou, então, à frente, e permaneceu com uma vantagem de vinte segundos. Mas, nos últimos qui-lômetros, Pamich acelerou e garantiu a tão sonhada medalha, chegando ainda 19 segundos antes de Nihil. Foram 10 ouros para a Itália, em quinto lugar outra vez, atrás da Alemanha, Japão, União Soviética e Estados Unidos.

1968 – Na Cidade do México, a Itália obteve apenas três medalhas de ouro, fi cando em décimo terceiro lugar geral – um resultado melhor apenas do que o registrado em 1912. Uma das vitórias foi de Klaus Dibiasi, no salto ornamen-tal da plataforma. Ele havia sido prata em Tóquio, no trampolim. Primeiro, segundo e terceiro lugar para Estados Unidos, União Soviética e Japão, res-pectivamente.

18961900

19041908

19121920

19241928

19321936

19481952

1972 – Nas Olimpíadas de Munique, os azuis tiveram um desempenho um pou-co melhor: subiram três posições em relação à Cidade do México. O décimo lugar geral deveu-se às cinco medalhas de ouro do salto ornamental (com o bicampeonato de Klaus Dibiasi), hi-pismo, tiro e duas vezes no esgrima. O destaque, no entanto, foi para Novella Caligaris, prata nos 400 metros nado-livre, e bronze nos 800 livre e 400 Medley. Foi a primeira vez que a nata-ção da Itália chegou ao pódio.

1976 – Em Montreal, os italianos foram vitoriosos por duas vezes, fi cando com a décima quarta posição geral. Mas uma das medalhas de ouro representou um feito inédito: o tricampeonato olímpico de Klaus Dibiasi. A grande vencedora de Montreal foi a União Soviética.

1980 – A XXII edição dos Jogos Olímpicos foi em Moscou, onde a Itália teve uma sig-nifi cativa recuperação no quadro geral: de volta ao quinto lugar, os italianos saíram da então capital soviética com oito medalhas de ouro. Uma delas veio de Sara Simeoni, o que representou a segunda vitória do atletismo feminino depois de Ondina Valla.

1984 – A Itália quebrou seus recordes nas Olimpíadas de Los Angeles: apesar de ter se mantido no quinto lugar geral, foram 14 medalhas de ouro. Três delas no atletismo – outro feito inédito. A equipe de esgrima trouxe mais três, ciclismo, pugilismo, canoagem, pentathlon moderno, tiro, luta greco-romana e levantamento de peso. No quadro geral, a Itália fi cou atrás da China, Re-pública Federal da Alemanha, Romênia e Estados Unidos – os campeões e donos da casa.

1988 – Em Seoul, a Itália continua entre os dez países com maior nú-mero de vitórias olímpicas, mas per-de quatro posições na classifi cação geral. Das medalhas de ouro, uma foi perdida para sempre: a equipe de canoagem composta por Pietro Poli, Gianluca Farina, Davide Tizzano e Agostino Abbagnale, depois da pre-miação, foi jogada na água, como parte da celebração. Mas Agostino, procurando apoiar-se dentro d`água, segurou-se em Tizzano e, com isso, arrancou a medalha do pescoço do companheiro. Foram várias buscas, mas a medalha fi cou no fundo do Rio Misari, na Coréia do Sul.

1992 – As Olimpíadas de Barcelona re-servou grandes surpresas para os azuis, apesar do resultado fi nal ter sido o décimo primeiro lugar geral. Numa fi nal contra os donos da casa, a equipe de pólo-aquáti-co conquista a vitória e o chamado time “settebello” retorna à Itália com um ouro que não se repetia há 32 anos. Foram seis vitórias italianas num total de 19 pódios.

1996 – Em Atlanta, a Itália volta a ter um dos melhores desempenhos da história com a conquista de 13 meda-lhas de ouro. Na classifi cação geral, fi cou em sexto lugar. Uma das vitó-rias foi do ginasta Jury Chechi, que quatro anos antes tinha sofrido uma contusão no pé direito às vésperas da abertura das Olimpíadas de Barcelona.

2000 – Nos Jogos de Sidney, os italianos novamente levaram para casa treze medalhas de ouro. Várias delas vieram da natação, com Domenico Fioravanti, nos 100 e 200 metros peito, e Max Rosolino, nos 200 metros misto. Outras medalhas saíram das águas, com a equipe de canoagem, duas vezes do caiaque e vela. Na esgrima, foram mais três. E duas outras no ciclismo e uma no judô. Na classifi -cação geral, os azuis fi caram em sétimo lugar.

19561960

19641968

19721976

19801984

19881992

19962000

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

ESPORTE | Atualidade18

Atenas

Paris

St. LouisLondres

Estocolmo

Antuérpia

Paris

Amsterdan

Los Angeles

Berlin

Londres

Helsinque

MelbourneRoma

Tóquio

México

Munique

Montreal

Moscou

Los Angeles

Seoul

BarcelonaAtlanta

Sydney

Disputa entre o italiano Italo Santelli, 6º, e o francês Jean-Baptiste Mimiague, 2º colocado

O maratonista Dorando Pietri

Os ginastas de exercício de solo: o húngaro Stephen Pelle (ouro), o suíço Georges Miez (prata) e o italiano Mario Lertora (bronze)

Vista do Estádio Pan-Athenian durante a corrida dos 110m com barreiras

Alberto Braglia, primeiro colocado nos exercícios de ginástica individual e por equipe

Edera Cordiale-Gentile, prata no arremesso de disco

Os cavaleiros Raimondo D’Inzeo e seu irmão Piero, ganharam prata e bronze respectivamente

Klaus Dibiasi durante as competições de saltos ornamentais

Josefa Idem, prata no K1 500m na canoagem

Antonio Rossi, ouro no K1 500m na canoagem

O ciclista Fabio Casartelli medalhista de ouro

Sprint em uma disputa feminina

Pietro Mennea correndo para o ouro nos 200m

O maratonista Stefano Baldini, corre para o ouro na prova que encerrou os Jogos de Atenas

Gisele Maia

Fernanda Maranesi / Gisele Maia

Siamo al Satyricon. Lo scopo di questa pagina é quello di presentare un Risto-rante ed un suo piatto italiano.

Non é facile dunque parlare del Satyricon, il Ristorante piú conosciuto di Rio in Brasile e non solo. Tutte le guide dedicate alla gastro-nomia nominano persaggi illustri e conosciu-tissimi di ogni nazionalitá che hanno in varie occasioni dichiarato il loro entusiasmo per piatti nostrani degustati proprio qui; io stessa ve ne potrei nominare alcuni che ho avuto il piacere di accompagnare e non lo faccio solo perché l´elenco é troppo lungo. Il proprieta-rio, Miro Leopardi, da tanti anni in Brasile, tanti da aver ormai imbrattato con molte espressioni “cariocas” il suo imperdibile ac-cento romanesco, era un serio ristoratore giá in Italia quand´era molto giovane e, trasferi-

Satyricon

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

GASTRONOMIA21

TRIMARE

Para o tartare:100g de atum fresco100g de salmão fresco100g de robalo fresco100g de pargo fresco

Para o molho robalo:2 colheres de sopa de azeite extravirgem2 colheres de cebolinha (parte branca) picadasuco de 1⁄2 laranjasal e pimenta do reino a gostosalsinha fresca picada para decorar - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do robalo.

Para o molho do pargo:2 colheres de sopa de azeite extravirgem2 colheres de cebolinha (parte branca)suco de 1⁄2 limão1⁄4 de alho bem picadosal e pimenta-do-reino a gostosalsinha para decorar - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do pargo.

Para o molho do salmão:2 colheres de sopa de azeite extravirgem1 colher de chá de cebolinha (parte branca) picadasuco de 1⁄2 limão1 colher de chá de endro fresco picadosal e pimenta do reino a gosto - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do salmão.

Para o molho do atum:2 colheres de sopa de azeite extravirgem1 colher de chá de cebola ralada1⁄4 de dente de alho bem picado2 colheres de sopa de purê de tomatemolho de pimenta malagueta a gostosal a gosto1 colher de salsinha fresca picada - Misture bem todos os ingredientes e sirva acompanhado do atum.

Modo de preparo

1 – Limpe bem os peixes e corte-os em fi lés, retirando a espinha e a pele.2 – Com uma faca bem afi ada, corte o robalo e o pargo em fatias bem fi nas no sentido horizontal, acompanhando o sentido do fi lé.3 – Com o salmão e o atum prepare o tartare, picando os peixes em pedaços bem miudinhos. Acrescente os respectivos molhos e misture bem. Faça uma bolha e achate formando um hambúrguer.4 – Na hora de servir, arrume os fi lés de robalo e pargo, separadamente, no canto de cada prato. Coloque os molhos desses peixes em uma tigela à parte em frente ao prato. No outro canto de cada prato, disponha os hambúrgueres de salmão e atum. Sirva com pedaços de limão.

Mar

celo

Val

le

A experiência adquirida por Miro Leopardi na Itália e a vontade de conhecer me-lhor o ramo da pesca o levou a diver-

sos países. Foi este o motivo que o trouxe ao Brasil pela primeira vez, em 1974. Por aqui, a riqueza pesqueira era pouco explorada. Ha-via muito camarão, produto que na Europa já andava escasso, mas não existia um mercado consolidado, seja para o consumo interno ou para a exportação.

Segundo ele, conhecer o Brasil foi uma surpresa agradável. Melhor ainda porque aqui encontrou sua mulher, Marly, que é também sócia de Miro. Com motivos de sobra para não mais deixar o país, em 1976 inaugurou seu primeiro restaurante - o Pirata -, no Le-blon. Três anos depois, chegou a vez do Oá-sis, em Búzios. Esta, aliás, foi a cidade que, na época, escolheu para viver e abrir o pri-meiro Satyricon, em 1981.

O Satyricon de Ipanema data de 1985, quando Miro já acumulava experiência o su-

tosi a Rio, ha continuato a difendere le nostre piú classiche tradizioni culinare, utilizzando quanto di meglio offra il mercato locale e se-guendo con attenzione l´evoluzione del gusto che richiede piatti sempre piú “sani” e meno elaborati. Da questo storia ha avuto origine il mio piatto di pesce preferito, diventato ormai un classico, le cui varianti sono minime e do-vute solamente a qualche tipo di pesce diverso ogni tanto, che vengono scelte per tale uso i migliori del momento. Si chiama: “Trimare” e presenta cinque tipi di carpaccio ed altrettan-ti di “tartare”, odorosi di erbette aromatiche. É un piatto al quale non puó rendere giustizia una descrizione, almeno non una mia, per cui posso solo dire che il solo modo per conoscerlo é degustandolo, meglio se accompagnato da un “Roero Arneis” di Bruno Giacosa.

Non é il solo piatto imperdibile del Satyricon, basterebbe segnalare, ad esempio, i sontuosi gamberi rossi, dei quali parleremo in altra occasione.

Oltre ai complimenti a Miro non possiamo non ricordare la presenza di Marly, padrona di casa sempre im-peccabile, che ha molto contribuito al grande successo di questo Ristorante.

fi ciente para acreditar no sucesso da investi-da. No entanto, ele afi rma que ainda é muito difícil manter um restaurante de tradição no Brasil, mesmo na zona sul carioca. Na Itália, apesar dos custos também serem altos, existe um mercado maior e as pessoas frequentam mais os ambientes sofi sticados.

Afi nal de contas, não estamos falando de uma pizzaria. Será que não? Pois, em 1998, ele também inaugurou o que hoje é, segundo os críticos, o lugar onde se come a melhor pizza do Rio de Janeiro: a Capricciosa. Atualmente, são quatro delas em locais privilegiados: Ipa-nema, Barra da Tijuca e Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, além de Búzios. “Sabe qual é, hoje, o maior concorrente do Satyricon? A Ca-pricciosa! Eu fi caria com ciúmes se eu não fosse o dono dela também!”, brinca Miro.

Miro Leopardi ao lado de Vittorio del Gatto, relações públicas do Satyricon

O endereço do Satyricon é:Rua Barão da Torre nº192 - Ipanema

Tel: (21) 2521-0627Rio de Janeiro - Brasil

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

ECONOMIA | Atualidade20

La rivista settimanale VEJA del 25 Agosto ri-porta una pagina pubblicitaria con la linea di autocarri IVECO costruiti nel moderno

stabilimento di Sete Lagoas – Minas Gerais, ag-giungendosi al leggero DAILY giá qui fabbricato da alcuni anni insieme al DUCATO della FIAT AU-TOMOVEIS, la linea pesante e media EUROCARGO ed EUROTECH che prima era prodotta in Argenti-na, sulla base delle strategie Mercosud.

Ora tutti i veicoli sono 100% brasiliani e de-stinati al Brasile ed all´America Latina.

L´IVECO (Industrial Vehicles Corporation) era nata nel 1975, dall´unione tra la FIAT VEI-COLI INDUSTRIALI di Torino, l´OM di Brescia che apparteneva da tempo alla FIAT e la MAGYRUS DEUTZ di Ulm Germania che si associava com un 20% - poi ritirato - nella nuova Company.

Agli autocarri FIAT aveva dato impulso eccezio-nale la prima guerra mondiale e poi le altre succes-sive. Qualcuno si ricorderá del fi lm “La Grande Guer-ra”, le impervie strade dolomitiche di terra che por-tavano al fronte e le colonne di camions FIAT che si inerpicavano bravamente carichi di truppe, armi e rifornimenti. Poi, sui deserti africani ed in Etiopia, aveva reso servizi ineguagliabili il mitico FIAT 682, un autocarro pesante FIAT di facilissima manuten-zione, capace di affrontare le strade piú diffi cili e, si dice, di fl uttuare addirittura sul deserto. Era rima-sto in produzione per un 40 anni, prodotto alla SPA di Torino e montato in Libia, Etiopia, Nigeria

L´OM di Brescia era piú rivolta a veicoli leg-geri e medi, distinti con graziosi nomi di animali (Leoncino, Tigrotto, Orsetto, Cerbiatto ed altri), tecnologia assai avanzata specie nei motori fatti in collaborazione com la svizzera Saurer.

La MAGYRUS DEUTZ era specializzata in veicoli pesanti per servizi speciali e pompieri, tutti dotati con il famoso motore Deutz raf-freddato ad aria.

Io ero entrato all´IVECO pochi mesi dopo la sua costituzione, ritornando a Torino dopo avere realizzato le industrie FIAT in Brasile. Avrei dovu-to assumere la direzione commerciale della FIAT VEICOLI INDUSTRIALI in Italia ed all´estero, poi la responsabilitá delle iniziative oltremare, suc-cessivamente quella della sola America Latina.

Non avevo alcuna esperienza del settore, ma mi ero conquistato qualche benemerenza in quanto, nel 1973, avevo contribuito a rompere il ghiaccio tra FIAT ed ALFA ROMEO, avviando una trattativa con la FNM, Fabrica Nacional de Moto-res di Xerem - Rio de Janeiro, in cui Alfa Romeo, oltre a fabbricare l´automobile mod. 2300, co-struiva autocarri pesanti da cantiere con motore diesel di 11 litri, vecchi ma collaudatissimi (una specie di FIAT 682) ed assai apprezzati, comple-tamente verticalizzati in quell´immenso stabili-mento tropicale e con un mercato solo domesti-co ma non male, di un 3.000 unitá all´anno.

Tra i bresciani dell´OM che avevano preso il so-pravvento all´IVECO pur dovendosi trasferire a Tori-no ed i milanesi dell´ALFA ROMEO sorse una specie di solidarietá lombarda che agevoló una partecipa-zione FIAT al 43% del capitale FNM, con l´intento di fabbricarvi la linea leggera e medio medio/pesante di derivazione OM ed affi ancare all´autocarro indu-striale FNM uno FIAT da trasporto piú moderno.

Si trattó di un´operazione condotta – dagli anni 75 al 77 - con grande entusiasmo e dovizia di investimenti, con assunzione FIAT dell´intero capitale FNM ed una complessa integrazione con altre iniziative congeneri IVECO in Sud America.

Purtroppo, il decollo dell´iniziativa avvenne in coincidenza con una fortissima e persisten-te contrazione dei mercati che gli specialisti di marketing non avevano previsto, motivata dallo smorzamento generale dell´espansione economi-ca ed anche dal fatto che le strade sud-america-ne erano migliorate ed in parte asfaltate, per cui gli autocarri potevano fare servizi piú rapidi e durare piú a lungo a scapito del mercato. Quindi

l´iniziativa FNM ebbe durata di pochi anni e fu chiusa verso il 1984.

A parte questa disavventura iniziale, l´IVECO ebbe in Europa un notevole consolidamento che le consente una partecipazione al 20% del mercato, seconda dopo MERCEDES. In Spagna acquistó la fabbrica PEGASO dove concentra le fabbricazione dei carri pesanti, in Francia costituí una joint-ven-ture paritetica con la RENAULT per la fabbricazione di autobus Irisbus. In Turchia funziona da tem-po con successo una joint-venture con la locale TOFAS per la produzione di vari modelli di veicoli parzialmente nazionalizzati. In Cina poi, fu costi-tuita da alcuni anni un´altra joint-venture con un gruppo locale per la produzione dei veicoli leggeri DAILY che, sull´onda dell´espansione eccezionale di questo Paese, sta andando assai bene. Ed i pro-dotti sono tecnologicamente all´avanguardia.

In America Latina le iniziative industriali an-darono a comprensibile rilento, ma mi pare che ormai si parta sul serio. Non sará certo facile inserirsi in Brasile, Argentina, Venezuela etc., mercati disputatissimi dalle maggiori marche internazionali ma, al solito, potrá costituire un fattore importante la preferenza dei discendenti di italiani (sperando che sappiano che l´IVECO é in gran parte derivata da FIAT/OM), una volta rassicurati sul prodotto e sulla ferma volontá di restare e consolidarsi.

Speriamo che si tratti di un´altra iniziativa di successo nello Stato del Minas Gerais.

L´IVECO IN BRASILEFranco Urani

Il Gruppo Comolatti guidato dal giovane pre-sidente CEO Sergio Comolatti ha realizzato

un accordo, per quattro anni iniziali, con l’Uni-versità Fondazione Getulio Vargas, una delle più prestigiose del Brasile nella quale gli alunni che per primo entreranno all’Università potranno di-sporre di una sala con le più moderne tecnologie delle discipline dell’insegnamento.

Direttori del settore industriale e dell’insie-me dei mezzi di trasporto, della Fondazione, personalità del mondo accademico e culturale oltre che della comunità italiana erano presenti alla cerimonia d’apertura.

Il discorso augurale è stato proferito dal prof. Francisco Mazzucca e concluso da Sergio Comolatti che ha sottolineato l’importanza per il

settore industriale di partecipare con le univer-sità a questo programma integrativo di forma-zione e di trasferenza di teconologia.

Tutto ciò ha dimostrato la vocazione indu-striale e sociale del Gruppo Comolatti in pro-muovere la formazione professionale ed univer-sitaria dei nostri giovani.

Il Gruppo Comolatti del settore di auto-riposizione, rivendita di veicoli pesanti, di pneumatici, del settore immobiliario, del tu-rismo e dell’intrattenimento occupa tra im-pieghi diretti ed indiretti circa 2.500 persone e commercializza 75.000 prodotti. Il suo bi-glietto da visita è il ristorante Terrazzo Italia, con una delle viste panoramiche più spettaco-lari di San Paolo. (V.S.)

All’apetura della Sala nella FGV Sergio Comolatti espone gli obiettivi del suo Gruppo nell’integrarsi con il sistema Universitario

Comolatti all’avanguardia culturale e tecnologica

Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas LettereLettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas Lettere Cartas LettereLettere Lettere

Sou presidente da Associação Ami-gos do Piemonte do Rio de Janeiro,

mas, mais do que isso, sou uma ita-liana que veio criança para o Brasil e que procura compreender e trabalhar a favor de uma união de culturas que, sem dúvida nenhuma, tem sido muito importante na formação deste país. Falta aos italianos na Itália sabe-rem um pouco mais quem somos nós.Escrevo-lhe para parabenizá-lo pelo Editorial do número 80 desta ótima revista e gostaria de manifestar mi-nha tristeza pelas palavras de Ales-sandra Meineri que, pelo que enten-di, é uma italiana residente na Itália e que veio conhecer o Brasil através de um ou mais períodos de estágio em empresas italianas. Lamento sua indignação e lamento por seu desco-nhecimento da história da imigração deste país. Aliás, isso demonstra co-mo somos pouco conhecidos pela Itá-lia de origem. Acredito que isso mu-dará se a Itália desenvolver uma po-lítica de relações internacionais com mais amplitude, e em todos os níveis (imprensa inclusive, como bem dito por você, ou intercâmbio acadêmico concreto através da agência brasileira ligada ao MEC, que é a área em que eu trabalho, por isso a cito). Afi nal, o Brasil é o País que possui o maior contingente de descendentes italia-nos, creio eu.

HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO II

Tenho 33 anos, me formei em Direito e possuo MBA em Telecomu-nicações. Sou diretor de Relação com Agências & Governo pela

Sociedade Brasileira de Telecomunicações, presidente do Partido PSL do Diretório Municipal de Indaiatuba-SP, conselheiro da Socie-dade Ítalo-Brasileira e cônsul da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Como ítalo-brasileiro, discordo completamente de Alessandra Meineri. Acredito que ela não conheça bem São Paulo e a comuni-dade italiana que aqui reside: a Itália é, sim, muito bem represen-tada em nossa sociedade. Quero lembrar que o IRE (Italianos Re-sidentes no Exterior) ajuda bastante no crescimento social, eco-nômico e cultural deste país, não tendo absorvido como defeito a tal comodidade que, simplória e ignorantemente, ela atribui ao nosso povo. Veja, por exemplo, o que representa para o Brasil e o mundo a Sociedade Esportiva Palmeiras e o Palestra Itália.

Sobre a matéria publicada, não sei como vocês verifi cam o trabalho dos jornalistas no Rio de Janeiro, mas,

em São Paulo, os descendentes de italia-nos são perseguidos até hoje pela mídia. Para comprovar isso, basta ler Imigração e futebol – O caso Palestra Itália (José Renato de Campos Araújo, Editora Suma-ré). Portanto, se o embaixador Vincenzo Petrone não convidou a imprensa a parti-cipar do pleito na Embaixada, ele deve ter suas razões.

Para fi nalizar, gostaria de dizer que sou assinante da Comunità Italiana há dois anos e gosto das matérias publicadas, apesar de nunca ter encontrado sequer uma reportagem sobre a Sociedade Esportiva Pal-meiras, fundada em 26/08/1914 com o no-me Società Palestra Itália.

Alessandro [email protected]

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

OPINIÃO | Cartas23

De nosso lado, ainda concordando com você, acho que se houvesse um maior índice de participação no as-sociativismo e fossemos mais unidos, também poderíamos fazer muito pela manutenção e valorização da cultura ítalo-brasileira. É importante salientar que hoje o associativismo não se limi-ta em reunir testemunhos das imigra-ções, mas é um instrumento de forte ligação com as regiões italianas que pode concretizar muitas idéias sempre a favor da união de duas culturas.

O que o mundo nos reserva é a aproximação entre culturas e não a separação. Acho que as associações deveriam ter uma grande parti-cipação de jovens, que serão protagonistas de uma nova mobilida-de social. São nossos ítalo-brasileiros ou brasileiros que irão para a Itália estudar ou trabalhar e serão os italianos que vi-rão para o Brasil. Todos irão aprender algo, dos dois la-dos. Mas precisam ser incentivados.

Gabriella Rossi [email protected]

trabalho dos jornalistas no Rio de Janeiro, mas,

e futebol – O caso Palestra ItáliaRenato de Campos Araújo, Editora Suma-ré). Portanto, se o embaixador Vincenzo Petrone não convidou a imprensa a parti-cipar do pleito na Embaixada, ele deve ter suas razões.

sou assinante da dois anos e gosto das matérias publicadas, apesar de nunca ter encontrado sequer uma reportagem sobre a Sociedade Esportiva Pal-meiras, fundada em 26/08/1914 com o no-me Società Palestra Itália.

separação. Acho que as associações deveriam ter uma grande parti-cipação de jovens, que serão protagonistas de uma nova mobilida-de social. São nossos ítalo-brasileiros ou brasileiros que irão para a Itália estudar

HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO III

Il numero 80 della vostra rivista riporta la lettera della signo-ra Alessandra Meineri. Mi dispiace che sia venuta fi n quà per

conoscere un’altra cultura e sia rimasta delusa.Mi sembra che non abbia cercato un’altra cultura facilmente

reperibile, afro-brasiliana, nordestina, gaucha o semplicemen-te constatare come persone di etnie o religioni diverse vivono in armonia. Non voglio difendere la cultura locale, le virtù dei brasiliani, perché non ne hanno bisogno. Da molti anni vivo in Brasile, mantenendo sempre un piede in Italia dove passo lun-ghi periodi, ho così una esatta visione dei due paesi.

Recentemente ho scritto un libro, edito in Italia, ed in un capitolo che allego analizzo tre città che ben conosco: New York, Buenos Aires e São Paulo mi sembra che potrebbe servi-re alla signora Meineri a cui consiglio, se mi permette, di stare tranquilla, digerire ed essere convinta che noi non pensiamo solo ad arrichirci, non aumentiamo il dislivello sociale, non ci sentiamo superiori a nessuno e molto meno trattiamo con di-sprezzo i brasiliani.

I lettori di Comunità Italiana hanno il diritto di sapere in quale istituzione italiana, a São Paulo, la signora Meineri abbia fatto il suo “stage” e se per caso ha usufruito di una borsa di studio o qualche facilitazione elargita dallo stato italiano.

Colgo l’occasione per inviarLe cordiali saluti e congraturar-La per la qualità della rivista.

Vittorio RomanelliVromanelli@hotmail .com

IL NUOVO CGIE

È fatta. Per la prima volta sono due i rap-presentanti del C.G.I.E. (Consiglio Genera-

le Italiani all’Estero) che rappresentano San Paolo, la più grande città italiana all’Estero, alla Farnesina.

Di fatti, dalla riunione di fi ne fi ugno a Brasi-le sono usciti il coro delle 4 voci Antonio Laspro e Claudio Pieroni (San Paolo), Walter Petruzziel-lo (Curitiba) e Mario Araldi (Belo Horizonte) presso il Ministro degli affari Esteri, sede del C.G.I.E. per i prossimi cinque anni.

Manifestazioni di giubilo in tutta San Pao-lo. Secondo Giuseppe Marcheggiano, un voto avvocato della Comunità, “Finalmente è stata rimediata magnifi camente la situazione, abbia-mo oggi due nostri rappresentanti, al Consiglio Generale. È stata cosi cancellata la “fi guraccia” della passata legislatura, quando una città come San Paolo, non aveva nessuno presso il MAE”.

Particolarmente felice il Presidente del Comi-tes, Rita Blasioll Costa la quale dopo i risultati ha cosi affermato! “Sono orgogliosa di essere il Presidente di uma Comunità come questa. Sono sicura che isieme a Pieroni e a Laspro, faremo um ottimo lavoro per il futuro”.

Per moi invece la situazione è mista: da una parte siamo contenti per il risultato ottenuto, dall’altra un pò rattristati per il risultato alquan-to strano per il numeri. A Pieroni 51 voti a La-spro invece “38”. Come qual?

I due correvano insiene, (forse Pieroni ha pre-so la scorciatoial) uno o due voti di differenza si possono capire, tredici per la verità sono un’esa-gerazione tra “la buona idea” (51) e la Corea (38º parallelo) c’è qualcosa che induce al sospetto, non convince, è un “ambo secco... chianoscuro!”

È vero che in politica vale tutto, vince chi in-ganna di più, trapolle mosse, contromosse, inbo-scate, è uma partita a scacchi. Vince chi inganna meglio... gli avversari, no gli alleati, sai chiaro.

A parte queste considerazioni, non esito a formulati pubblicamente i miei complementi per la tua “Comunità Italiana” sempre carica di ser-vizi, “reportage”, interviste di indubbio interes-se e dal taglio giornalistico di prima qualità.

Te lo dico com la massima sincerità e anche co-me consigliere delle F.U.S.I.E. (Federazione Unitária Stampa Italiana all”Estero) non solo come membro Del C.G.I.E. “diamo a Cesare quel che è di Cesare”.

Inoltre, ci tengo a puntualizzare che il sot-tosoritto non ha nessuna intezione di rappresen-tare a Roma, “solo San Paolo”, ma bensì tutto il Brasile, come precrive la legge.

Anzi colgo l’occasione per ringraziare, dalle colonne del giornale da te diretto, tutti coloro i quale hanno avuto fi ducia nel miei confronti, con loro suffragio.

Sicuro di contare – sulla tua cortese disponi-bilità, caro Direttore, ti ringrazio anticipatamen-te e colgo l’occasione per inviarti oltre, al mio indirizzo (“sono disponibile fi n d’ora per tutti i connazionali”) anche i più cordiali saluti.

Avv. Antonio [email protected]

Rio de Janeiro, 25SET2004 | Nº 81

OPINIÃO | Cartas22

RISPOSTA

CARO DIRETTORE,

Ho ricevuto la mail del 23 agosto da lei in-viatami per conoscenza e scrittale dal signor

Antonino Condorelli di Natal il quale, collegan-dosi a un mio articolo del 2 novembre 2002 (!) pubblicato dal suo giornale su “Ingresso in Ita-lia per ragioni di lavoro: quota riservata agli Italo-Argentini”e riferendosi anche a un mio precedente articolo pubblicato su “La Padania” il 19 febbraio 2002 intitolato “Emigranti italini, ritorno grazie alla Lega”, accusa me e il giornale “La Padania” di “razzismo” per avere auspicato prima, e per essersene rallegrati poi che il Mini-stero del Lavoro e delle Politiche Sociali Italia-no, nel suo decreto-fl ussi 2002, in applicazione della Legge Bossi-Fini, abbia riservato “una quo-ta di ingressi per motivi di lavoro a 4.000 perso-ne di origine italiana residenti in Argentina. Si è previlegiata per ora l’Argentina data la gravis-sima crisi economica che si è abbattuta su quel paese amico la quale coinvolge i discendenti di tanti italiani che a partire dall’ ‘800 l’hanno po-polata e fatta crescere facendo onore a quell’Ita-lia che li ha spesso dimenticati”. L’auspicio di un “canale preferenziale” per gli oriundi italiani ai fi ni del rientro nella loro patria per motivi di la-voro, fatto proprio, fra l’altro, dall’Assemblea del Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, par-tiva dalla premessa che nel Decreto-fl ussi 2001 erano previste delle “quote speciali per l’inseri-mento nel nostro mercato del lavoro di tunisini, marocchini, somali e soprattutto di albanesi ma non c’era menzione dei nostri oriundi”. Nel set-tembre dello stesso anno il Governo Italiano, su

INDIGNAÇÃO E REPÚDIO

Considero uma vergonha que seu site publique colunas como a de Giovanni Meo Zilio, onde

se afi rma que os descendentes de italianos resi-dentes no exterior deveriam gozar de um canal privilegiado para entrar na Itália por motivos de trabalho por serem “naturalmente mais afi ns” do que “albaneses, tunisianos, marroquinos etc” a se integrarem no “nosso contexto histórico, lin-güístico-cultural e social”.

O colunista - que escreveu no diário La Pa-dania, de conhecido cunho racista, em se tra-tando do veículo de informação do partido Le-ga Nord, que nasceu pregando a separação do Norte da Itália do Sul pela suposta “superiori-dade étnica” da população da primeira - acata deste jeito a arcáica e bárbara concepção se-gundo a qual o que tem prioridade na hora de determinnar as políticas públicas de um país é o critério étnico-racial e não os direitos funda-mentais de todos os seres humanos, que lhes correspondem em quanto tais. De fato, toda pessoa - independente de sua naconalidade e de qualquer outra condição, seja ela econômi-ca, racial, cultural, religiosa, de gênero, opção sexcual etc. - tem direito de ir e vir livremente e escolher onde viver e trabalhar, e todo Estado

NOTA DA REDAÇÃO

Apesar da indignação dos leitores, é im-portante observar um aspecto positivo: equivocada ou não, a opinião da jovem Alessandra Meineri gerou uma breve re-fl exão que interessa a todos nós. Há que se reavaliar o papel das instituições de representação da comunidade italia-na no exterior, não com o intuito de fazer críticas que não levem a lugar al-gum, mas com o objetivo de fortalecer a imagem da Itália e seus descendentes no Brasil. O tema precisa estar presen-te nas nossas pautas de discussão, nos mais diversos ambientes. Comunità é apenas um dos tantos espaços que devem servir de cenário para debater questões tão relevantes para nós. E que os leitores estejam à vontade para emi-tirem suas opiniões sempre!

Quanto à Società Palestra Itália, Alessandro, sabemos que nem sempre é possível dar conta da variedade de assuntos que interessam e envolvem a comunidade italiana no Brasil. O que prova o quão rica e presente é a cul-tura da Itália e grande é a nossa res-ponsabilidade.

HOMENAGEM A GIUSEPPE D’ANGELO

Foi com muita emoção que li o número especial do Mosaico em homenagem ao

D´Angelo. Caminhar pelas palavras de seus amigos fez-me sentir sua presença ainda mais forte, e sua ausência mais difícil.

Meu profundo agradecimento a você, a Franco Vicenzotti e a todas as pessoas que participaram dessa edição marcada pelo entusiasmo e amor ao próximo, sen-timentos com os quais D´Angelo trilhou sua existência.

Marinete D´[email protected]

HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO E ASSOCIATIVISMO

tem o dever de garantir os direitos civis e polí-ticos e os direitos econômicos, sociais e cultu-rais (entre eles, condições de trabalho dignas) para qualquer ser humano, independente de ser tunisiano, marroquino, albanês ou descendente de italianos no exterior.

Por estas razões, manifesto repúdio e indig-nação perante colunas como a do senhor Meo Zilio e espero que, nas próximas edições, esta revista rejeite opiniões racistas, discriminató-rias e contrárias aos valores democráticos e os direitos humanos.

Antonino Condorelli Natal - RN

proposta del Ministro per gli Italiani nel Mondo, on. Tremaglia, approvò l’inserimento di un emenda-mento al D.D.L. in itinere intitolato “Modifi che al DL 25 -7-1998, n. 286”, sulla disciplina del-l’immigrazione che prevedeva quote riservate di ingresso ai lavoratori di origine italiana per par-te di almeno uno dei genitori fi no al terzo grado in linea retta di ascendenza residenti nei paesi non comunitari.

Nel settembre del 2000 d’altronde il Comi-tato organizzatore della Pre-conferenza latino-americana realizzata in Montevideo in prepa-razione della Prima Conferenza degli Italiani nel Mondo aveva approvato, come raccoman-dazione, una mozione in favore del “canale preferenziale” per i nostri concittadini e oriun-di all’estero ai fini di un loro inserimento nel mercato del lavoro, anche “tenuto conto che gli italiani e gli oriundi italiani all’estero pre-sentano caratteri di omogenietà culturale, lin-guistica e religiosa con i loro confratelli d’Ita-lia”. Pertanto il Governo italiano ha recepito un’istanza che, oltre ad essere obiettiva, non proveniva solo dalla Lega ma dal Consiglio Ge-nerale degli Italiani all’Estero che rappresenta appunto tutti gli Italiani all’estero.

Quanto alle considerazioni che il signor Condorelli scrive sulla Lega Nord e sul suo gior-nale “La Padania” esse si commentano da sé: “de minimis non curat pretor”.

Prof. Giovanni Meo Zilio