26
30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93 http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 1/26 Comentários à Lei 8.666/93 Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público - Turma 07 B Livro: Comentários à Lei 8.666/93 Impresso por: CAIO JEONES MELO DA SILVA Data: quarta, 30 Set 2015, 22:36 Sumário Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93 Unidade 1 - Disposições Preliminares pág. 2 pág. 3 pág. 4 pág. 5 pág. 6 pág. 7 pág. 8 Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos pág. 2 pág. 3 pág. 4 pág. 5 pág. 6 pág. 7 pág. 8 pág. 9 pág. 10 pág. 11 Unidade 3 - Da Execução dos Contratos pág. 2 pág. 3 pág. 4 pág. 5 pág. 6 pág. 7 pág. 8 pág. 9 pág. 10 Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos pág. 2 pág. 3

MOD 2 _Comentários à Lei

Embed Size (px)

DESCRIPTION

COMENTARIOS DA LEI

Citation preview

Page 1: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 1/26

Comentários à Lei 8.666/93

Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93

Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

Curso: Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público - Turma 07 B

Livro: Comentários à Lei 8.666/93

Impresso por: CAIO JEONES MELO DA SILVA

Data: quarta, 30 Set 2015, 22:36

SumárioMódulo II - Comentários à Lei 8.666/93

Unidade 1 - Disposições Preliminares

pág. 2pág. 3pág. 4pág. 5pág. 6pág. 7pág. 8

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dos Contratos

pág. 2pág. 3pág. 4pág. 5pág. 6pág. 7pág. 8pág. 9pág. 10pág. 11

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

pág. 2pág. 3pág. 4pág. 5pág. 6pág. 7pág. 8pág. 9pág. 10

Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

pág. 2pág. 3

Page 2: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 2/26

pág. 3pág. 4pág. 5pág. 6pág. 7

Exercícios de Fixação - Módulo II

Módulo II - Comentários à Lei 8.666/93

Conhecer os principais dispositivos constantes da Lei nº. 8.666/93;

reconhecer as principais disposições legais relativas à formalização dos

contratos;

avaliar casos e circunstâncias em que se fazem necessárias alterações

contratuais;

listar as regras a serem observadas durante a execução dos contratos e

justificar ocorrências que ensejam rescisão contratual e suas consequências.

Unidade 1 - Disposições Preliminares“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam­se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público,

aplicando­se­lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam

os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se

vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da

respectiva proposta.”

O caput do art. 54 faz menção aos preceitos de Direito Público – tema já abordado no Módulo I. A novidade aqui é que, além das

regras já estudadas, aplicam­se também aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil ou, em alguns

casos, Direito Comercial) – claro, desde que não haja conflito com as normas de Direito Público, pois essas são prioritárias.

Devemos ter em mente que o gestor, sempre que possível, deve participar de todas as etapas da

contratação que ficará sob sua responsabilidade: descrição detalhada do objeto, elaboração do Projeto

Básico ou Termo de Referência (no caso de pregão), pesquisa de preço, procedimento licitatório,

contratação e, finalmente, a gestão propriamente dita da contratação.

Atuando dessa maneira, o gestor terá a possibilidade de auxiliar na instrução da licitação, permitindo o

estabelecimento de cláusulas contratuais claras e precisas, que definam corretamente os direitos,

obrigações e responsabilidades do contratado e da Administração, facilitando assim a gestão do contrato.

pág. 2O art. 54 também obriga a Administração a estar sempre vinculada ao respectivo processo administrativo que deu origem à

contratação, não sendo permitida a alteração, no decorrer da execução, das condições que ensejaram a contratação.

“Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I ­ o objeto e seus elementos característicos;

II ­ o regime de execução ou a forma de fornecimento;

Page 3: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 3/26

III ­ o preço e as condições de pagamento, os critérios, data­base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de

atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV ­ os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o

caso;

V ­ o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;

VI ­ as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII ­ os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII ­ os casos de rescisão;

IX ­ o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X ­ as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI ­ a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII ­ a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

XIII ­ a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele

assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado)

§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no

estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer

questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e

fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº.

4.320, de 17 de março de 1964.”

pág. 3Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade

solicitante, conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência, contendo, no que couber, as seguintes

informações:

a) objeto perfeitamente descrito, com características e quantidades;

b) justificativa da necessidade da contratação;

c) descrição circunstanciada da situação atual e previsão da situação futura;

d) forma e local de execução dos serviços ou recebimento dos bens;

e) prazo para início dos serviços ou de entrega dos bens;

f) condições de recebimento do serviço ou dos bens;

g) formalização e prazo de vigência do contrato;

h) prazo de garantia;

i) previsão dos materiais, instalações ou equipamentos necessários;

j) indicação de pessoal técnico adequado;

Page 4: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 4/26

k) capacidade técnica necessária;

l) planilha de composição de custos;

m) vistoria técnica e regras pertinentes;

n) obrigações da contratada e do contratante;

o) condições de pagamento;

p) acompanhamento e fiscalização do contrato;

q) estimativa de custo;

r) previsão orçamentária;

s) possibilidade de subcontratação, se for o caso;

t) possibilidade de participação de consórcio, se for o caso; e

t) marcas e modelos de referência, quando aplicável, visando facilitar a pesquisa de preço.

No caso de Compras a definição das quantidades a serem adquiridas deve ser estabelecida em função do consumo e da utilização

prováveis, estimados em conformidade com técnicas adequadas.

Um Projeto Básico ou Termo de Referência bem feito se revelará de grande utilidade na elaboração da minuta de contrato que fará

parte do edital da licitação. Essa minuta deverá conter, no mínimo, as cláusulas estabelecidas pelo art. 55.

pág. 4Vale ressaltar que é fundamental ao gestor conhecer bem o objeto contratado e suas características principais; a forma de

execução, condições e prazos estabelecidos em contrato; garantias, direitos e responsabilidades das partes; etc. Nesse sentido,

também recomendamos ao gestor o estudo atento do Projeto Básico ou Termo de Referência, caso não tenha participado de sua

elaboração.

Especificamente no que se refere aos incisos VII e VIII do art. 55, devemos ter em mente

que o gestor deve registrar de forma clara e objetiva os fatos que possam ensejar a

imposição de penalidades ou rescisão do contrato, comunicando­os prontamente ao setor

responsável pela aplicação das sanções.

É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do contrato firmado com o particular, pois, caso contrário,

a Administração não poderá aplicar sanções à contratada. Vejamos o que diz o prof. Marçal Justen Filho: “a Lei faculta a aplicação de

multa ao contratado inadimplente. Porém, se o ato convocatório e o contrato forem omissos, a multa será inaplicável pela

impossibilidade de apuração da quantia da penalidade. Não se admite a remessa à discricionariedade da Administração para aplicar

multa.”

“Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida

prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I ­ caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em

sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos,

conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

Page 5: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 5/26

II ­ seguro­garantia;

III ­ fiança bancária.

§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado

nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo.

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis,

demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo

anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato.

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada

monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao

valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.”

pág. 5A garantia contratual visa assegurar à Administração o cumprimento da obrigação assumida pelo contratado, devendo estar prevista

no instrumento convocatório.

O próprio art. 55, inciso VI, determina que é cláusula necessária em todo contrato a que estabeleça as garantias oferecidas para

assegurar sua plena execução, quando exigidas.

Atenção

Sempre que a Administração entender que não existem riscos que

justifiquem a exigência de garantia, poderá deixar de exigi­la ­ as

contratações de pequeno valor e entrega imediata são exemplos da

ausência de necessidade de garantia.

A garantia, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo ser apresentada sob forma de caução, seguro­

garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser fornecida é uma escolha do contratado. Como algumas garantias têm prazo de

validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário, solicitar sua renovação.

“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto

quanto aos relativos:

I ­ aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados

se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II ­ à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e

sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.

III ­ (Vetado).

IV ­ ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender­se pelo prazo de até 48

(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

§ 1.º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do

contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico­financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,

devidamente autuados em processo:

Page 6: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 6/26

I ­ alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II ­ superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições

de execução do contrato;

III ­ interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV ­ aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;

V ­ impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo

à sua ocorrência;

VI ­ omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,

diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2.º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para

celebrar o contrato.

§ 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4.º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso

II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.”

pág. 6O art. 57 trata dos prazos de duração dos contratos e dispõe sobre a possibilidade de prorrogação de sua execução. De início

destacamos a faculdade da Administração de prorrogar por iguais e sucessivos períodos a prestação de serviços a serem executados

de forma contínua, até o limite de sessenta meses. Ex.: Contratos de limpeza, conservação, cópias reprográficas etc.

Atenção

Em caráter excepcional e devidamente justificado, o prazo de sessenta

meses poderá ainda ser prorrogado por mais doze meses, desde que

devidamente autorizado por autoridade superior. Um exemplo de caso que

justificaria tal prorrogação seria o atraso de uma licitação devido à

interposição de mandados de segurança por parte dos licitantes.

As prorrogações contratuais deverão ser sempre realizadas visando à obtenção comprovada de preços e condições mais vantajosas

para a Administração. Lembramos que o gestor deve sempre ficar atento à duração do contrato sob sua responsabilidade, e avisar

com antecedência à Administração o término de sua validade, bem como o interesse ou não em sua prorrogação.

Já o aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática têm sua duração máxima – já consideradas todas as

prorrogações – limitada a 48 (quarenta e oito) meses.

“Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a

prerrogativa de:

I ­ modificá­los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II ­ rescindi­los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III ­ fiscalizar­lhes a execução;

IV ­ aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V ­ nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do

Page 7: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 7/26

contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na

hipótese de rescisão do Contrato Administrativo.

§ 1.º As cláusulas econômico­financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia

concordância do contratado.

§ 2.º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico­financeiras do contrato deverão ser revistas para que se

mantenha o equilíbrio contratual.”

pág. 7Aqui estão dispostas algumas das prerrogativas da Administração que conhecemos como “Cláusulas Exorbitantes”, já vistas na

Unidade I.

Vale atentar para o disposto no § 2º: sempre que a Administração modificar um contrato unilateralmente para melhor adequação às

finalidades de interesse público, deve verificar se dessa ação derivou algum desequilíbrio contratual (imposição de encargos

excessivos ao contratado), e nessa hipótese, proceder à revisão das cláusulas econômico­financeiras.

Advertimos que a faculdade de alteração unilateral de um Contrato Administrativo pela

Administração refere­se apenas às chamadas “cláusulas de serviço” (ou

“regulamentares”), que dizem respeito ao objeto e sua execução. Tal faculdade não

alcança as chamadas “cláusulas econômico­financeiras”, que dizem respeito à

remuneração do contratado.

Mais uma vez ressaltamos a importância de o gestor registrar todas as ocorrências relativas ao contrato, principalmente as que

ensejarem punições à contratada, pois qualquer imposição de sanção deve sempre ser justificada pela Administração.

“Art. 59. A declaração de nulidade do Contrato Administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,

ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a

data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo­

se a responsabilidade de quem lhe deu causa.”

O art. 59 estabelece que uma vez declarada a nulidade de um Contrato Administrativo, é com se ele nunca houvesse existido,

desconstituindo todos os efeitos já produzidos e não permitindo que outros sejam gerados.

Porém, mais uma vez, a Lei determina à Administração indenizar o particular pelos trabalhos realizados ou bens fornecidos até o

momento da declaração de nulidade – desde que o contratado não tenha sido o causador da declaração de nulidade e tenha agido de

boa­fé.

pág. 8Finalizando a lição, vimos que se aplicam aos Contratos Administrativos as regras de Direito Privado (Direito Civil

ou, em alguns casos, Direito Comercial) – desde que não haja conflito com as normas de Direito Público, pois

essas são prioritárias.

Sempre que possível, o gestor deve participar de todas as etapas do procedimento do qual resultará a contratação.

A Administração deve estar sempre vinculada ao respectivo processo administrativo que deu origem à contratação, não sendo

permitida a alteração das condições que ensejaram a contratação no decorrer de sua execução.

Page 8: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 8/26

Para que uma contratação possa ser realizada com sucesso, deve ser instruída pelo órgão técnico competente ou pela unidade

solicitante, conforme o caso, com a elaboração de Projeto Básico ou Termo de Referência contendo o maior número possível de

informações que descrevam detalhadamente a contratação solicitada.

É importante que todas as possíveis penalidades constem explicitamente do contrato firmado com o particular, pois caso contrário a

Administração não poderá aplicá­las à contratada.

A garantia contratual de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93, toda vez que exigida, deverá constar do edital da licitação, podendo

ser apresentada sob forma de caução, seguro­garantia ou fiança bancária – a modalidade a ser fornecida é uma escolha do

contratado. Como algumas garantias têm prazo de validade fixo, deve o gestor ficar atento para, sempre que necessário, solicitar

sua renovação.

É faculdade da Administração a prorrogação dos contratos de prestação de serviços a serem executados de forma contínua, até o

limite de sessenta meses. Em caráter excepcional e devidamente justificado, esse prazo poderá ainda ser prorrogado por mais doze

meses, desde que devidamente autorizado por autoridade superior.

Os contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática têm sua duração máxima – já consideradas todas

as prorrogações – limitada a quarenta e oito meses.

Unidade 2 - Da Formalização dos Contratos e da Alteração dosContratos

“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, asquais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seuextrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam porinstrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando­se cópia no processo que lhedeu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo ode pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor nãosuperior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" destaLei, feitas em regime de adiantamento.”

A regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os instrumentos contratuais, devidamente assinados,

serem mantidos nas respectivas repartições públicas, bem como seus posteriores aditamentos. Via de regra, essa não é uma

atribuição do gestor, que deverá manter sob sua guarda apenas cópia do contrato para posteriores consultas, mas não o original.

A regra pode ser estendida por analogia a todos os fatos relativos à gestão dos Contratos Administrativos. Deve o gestor registrar

por escrito todas as ocorrências relativas à gestão, inclusive correspondências trocadas com o contratante. Deve­se evitar ao

Page 9: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 9/26

máximo comunicações verbais com o particular, a regra é TUDO POR ESCRITO.

pág. 2

Atenção

Quanto à obrigatoriedade de formalização dos contratos, a Lei nº. 8.666/93

abre exceção apenas para as pequenas compras de pronto pagamento, desde

que em valor não superior a R$ 4.000,00. Exemplo típico dessa situação são

os gastos efetuados por suprimento de fundos.

“Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua

lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às

cláusulas contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição

indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,

para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art.

26 desta Lei.”

O caput art. 61 trata das informações básicas que devem constar de um Contrato Administrativo, enquanto o parágrafo único cuida

da obrigatoriedade de atendimento de um dos princípios basilares da Administração Pública: A Publicidade.

pág. 3Nesse diapasão, a lei determina que a Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o

quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do contrato. A partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20

dias para publicar o extrato do contrato.

“Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem

como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas

modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí­lo por outros

instrumentos hábeis, tais como carta­contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou

ordem de execução de serviço.

§ 1.º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.

§ 2.º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros

instrumentos hábeis aplica­se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei.

§ 3.º Aplica­se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I ­ aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja

regido, predominantemente, por norma de direito privado;

II ­ aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§ 4.º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e

independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem

obrigações futuras, inclusive assistência técnica.”

pág. 4A tabela abaixo apresenta os limites definidores da modalidade de licitação a ser praticada pela Administração, nos termos do art.

23 da Lei nº. 8.666/93:

Modalidade Obras e Serviços de Eng.ª Compras e Serviços

Page 10: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 10/26

Convite Até R$ 150.000,00 Até R$ 80.000,00

Tomada de Preços Até R$ 1.500.000,00 Até R$ 650.000,00

Concorrência Acima de R$ 1.500.000,00 Acima de R$ 650.000,00

Buscando o informalismo e a agilidade, o legislador facultou à Administração substituir em alguns casos o contrato por outros

instrumentos hábeis, tais como carta­contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de

serviço.

Todas essas modalidades substitutas, no entanto, devem, no que couber, possuir cláusulas ou itens que indiquem as obrigações e os

direitos das partes.

A possibilidade de substituição do instrumento contratual fica restrita às contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de

Dispensas e Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais

Serviços.

Devemos nos lembrar, entretanto, da obrigatoriedade de publicação em extrato desses documentos substitutivos no Diário Oficial,

nos termos do art. 61 da Lei nº. 8.666/93.

Para o gestor, que infelizmente na maior parte das vezes recebe a contratação já concluída, vale o dispositivo para alertá­lo sobre

possíveis equívocos que possam ter ocorrido na fase pré­contratual, e que, uma vez conhecidos, deverão ser informados à

Administração.

“Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo

processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o

pagamento dos emolumentos devidos.”

pág. 5Mais uma vez aqui vemos a preocupação do legislador com a Publicidade dos atos e fatos públicos. Porém, deve o gestor tomar

algumas precauções com relação ao fornecimento indiscriminado de cópias dos autos. Vejamos o caso do Senado, cuja questão é

regulamentada pelo Ato da Comissão Diretora nº. 16/2005.

Nos termos desse normativo, para o atendimento do disposto no art. 63, deve o interessado formalizar requerimento acompanhado

de cópia autenticada da carteira de identidade, comprovante de residência, motivação detalhada do pedido, termo de

responsabilidade devidamente assinado e autenticado, além de, sendo o interessado pessoa jurídica, procuração se o requerente

atuar como representante legal, e cópia do contrato social da empresa, ambos obrigatoriamente reconhecidos em cartório.

Assim, deve o gestor se inteirar das normas de seu órgão que regulamentem o fornecimento de cópias de autos a particulares. Caso

tais normas não existam, é de bom tom colher autorização de seu superior hierárquico para o atendimento do pleito.

Page 11: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 11/26

Por fim, “pagamento dos emolumentos devidos“ refere­se aos custos de reprografia das cópias.

“Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar

ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o

direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela

parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento

equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê­lo em

igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade

com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes

liberados dos compromissos assumidos.”

pág. 6O artigo 64 descreve a etapa final do procedimento licitatório, qual seja, convocar o licitante vencedor para a assinatura do contrato,

nos prazos estabelecidos.

Caso o licitante vencedor assine a avença, inicia­se a etapa da gestão e fiscalização do contrato. Somos nós, gestores, assumindo as

rédeas do processo com zelo e profissionalismo.

Se o contrato não for assinado, poderá a Administração convocar os licitantes remanescentes para fazê­lo em igual prazo e nas

mesmas condições propostas pelo primeiro classificado. Os convocados poderão aceitar ou rejeitar a contratação.

A seguir transcrevemos o art. 81 da Lei nº. 8.666/93, que trata de eventuais sanções pela recusa do licitante vencedor em assinar o

contrato:

“Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo

estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando­o às penalidades legalmente

estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não

aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.“

pág. 7“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I ­ unilateralmente pela Administração:

Page 12: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 12/26

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos

limites permitidos por esta Lei;

II ­ por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de

verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial

atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente

contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da

administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico­

financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,

retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,

configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas

obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de

reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:

I ­ (VETADO)

II ­ as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo

entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.

§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos

trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente

corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente

comprovados.

§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando

ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes

para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por

aditamento, o equilíbrio econômico­financeiro inicial.

§ 7º (VETADO)

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações,

compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de

dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser

registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.”

pág. 8O presente artigo traz uma das “Cláusulas Exorbitantes” que estudamos na Unidade I de nosso curso: a Alteração Unilateral do

Contrato.

Page 13: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 13/26

Lembremos:

A alteração unilateral do contrato é prerrogativa prevista no art. 58, inciso I, da Lei nº.

8.666/93, que permite à Administração modificar o contrato, unilateralmente, para

melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do

contratado.

Além da prerrogativa de alterações unilaterais, o artigo também apresenta possibilidades de alterações por acordo entre as partes.

Lembremos que qualquer alteração, seja unilateral ou acordada, deve sempre estar justificada nos autos. Vamos a elas:

Unilateralmente:

· quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica do projeto a uma nova realidade;

· quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos

limites permitidos por esta Lei.

Em ambos os casos, há que se observar os limites fixados pelo parágrafo primeiro, que estabelece: “O contratado fica obrigado a

aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%

(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até

o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.”

Portanto, o gestor deve sempre ter em mente esses limites, de forma que as alterações que se fizerem necessárias não ultrapassem

os 25% do valor do contrato, para mais ou para menos.

O ideal é que o Projeto Básico ou Termo de Referência que originou a contratação seja feito com técnica e rigor, de forma a

dimensionar adequadamente os quantitativos, evitando assim aditamentos ao longo da execução.

Por fim, a Administração deve considerar que um aumento quantitativo dá ao contratado o direito de obter a prorrogação do prazo

contratual, de modo a viabilizar a execução da obra, o fornecimento dos bens ou a execução dos serviços.

pág. 9Por Acordo Entre as Partes:

· quando conveniente a substituição da garantia de execução. Por exemplo, se a instituição financeira que emitiu a garantia em favor

da contatada sofrer uma intervenção por parte do Banco Central. Nesse caso, deve o gestor solicitar que a contratada substitua a

garantia por outra à escolha do particular.

· quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de

verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários. Nos termos do art. 10 da Lei nº. 8.666/93, as obras e

serviços poderão ser executados nas seguintes formas:

I ­ execução direta (quando é realizada pela própria Administração);

II ­ execução indireta (quando a Administração contrata um terceiro), nos seguintes regimes:

· empreitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total);

· empreitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas);

· tarefa (quando se ajusta mão­de­obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais);

· empreitada integral (quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras,

serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de

entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e

Page 14: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 14/26

operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada).

Aqui o gestor terá um papel preponderante, pois é de sua responsabilidade avaliar os critérios técnicos que atestem a inadequação

da forma original de execução contratual, comprovando, ainda, que a solução anteriormente contratada se mostra antieconômica,

ineficaz e inviável. Enfim, deve demonstrar objetivamente que a solução original não atende aos interesses da Administração.

· quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial

atualizado. Devemos observar que a Lei veda a antecipação do pagamento sem a correspondente contraprestação de fornecimento

de bens ou execução de obra ou serviço.

pág. 10A lei procura prever uma ocorrência relativamente comum em obras ou serviços de grande valor, permitindo que se adapte o

contrato a circunstâncias posteriores à sua assinatura que obriguem a alteração do cronograma de pagamento inicialmente

pactuado. Como exemplo temos um atraso na obra decorrente de uma greve geral ou de eventos climáticos imprevisíveis – não há

dolo ou negligência do contratado.

Mais uma vez o gestor desempenhará papel fundamental nessa hipótese, pois caberá a ele relatar e comprovar a ocorrência da

circunstância superveniente.

· para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração

para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico­financeiro inicial do

contrato. O citado reequilíbrio será necessário na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências

incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado.

A Lição 3 da Unidade 1 de nosso curso já tratou com a profundidade adequada a questão do reequilíbrio econômico­financeiro de um

contrato. Vale destacar novamente que a atuação do gestor nesses casos será fundamental no restabelecimento da equação original.

Por fim, quando se tratar de mero reajuste de preços com previsão contratual, tal como a recomposição de índices econômicos, não

se pode aí falar em alteração contratual, devendo o caso ser tratado por simples apostilamento (anotação ou registro administrativo,

que pode ser realizado no verso do próprio termo de contrato, ou por termo ato separado, juntado aos autos do processo

administrativo respectivo).

pág. 11Ao final da lição, você aprendeu que a regra geral para os Contratos Administrativos é a forma escrita, devendo os

instrumentos contratuais, devidamente assinados, serem mantidos nas respectivas repartições públicas, bem como

seus posteriores aditamentos. No caso de pequenas compras de pronto pagamento, desde que em valor não

superior a R$ 4.000,00, pode ser dispensada a formalização de contrato.

Atenção

Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus

representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número

do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, e a sujeição dos

contratantes às normas da Lei e às cláusulas contratuais.

Page 15: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 15/26

A Administração deve enviar o extrato para a imprensa oficial até o quinto dia do mês seguinte ao da assinatura do contrato – a

partir daí, a imprensa oficial dispõe de 20 dias para publicar o extrato do contrato.

O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e

inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em

que a Administração puder substituí­lo por outros instrumentos hábeis (contratações realizadas por meio de Convite, ou ainda de

Dispensas e Inexigibilidades até os valores de R$ 150 mil para Obras e Serviços de Engenharia, e R$ 80 mil para Compras e Demais

Serviços).

Os contratos podem ser alterados:

Unilateralmente:

. quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica do projeto a uma nova realidade;

. quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto.

Por Acordo Entre as Partes:

. quando conveniente a substituição da garantia de execução;

. quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de

verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

. quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial

atualizado;

. para restabelecer o equilíbrio econômico­financeiro do contrato.

Unidade 3 - Da Execução dos Contratos

“Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as

cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas

consequências de sua inexecução total ou parcial.”

Neste ponto iniciamos os estudos relativos à execução dos contratos, que balizam a atuação do gestor, sempre vinculada à lei e aos

termos do contrato.

“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente

designado, permitida a contratação de terceiros para assisti­lo e subsidiá­lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com

a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos

observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas

a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.”

O art. 58 da Lei nº. 8.666/93 estabelece ser uma prerrogativa da Administração fiscalizar a execução de

seus contratos. Portanto, para a execução desse poder­dever, o art. 67 determina a designação de um representante da

Page 16: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 16/26

Administração para acompanhar e fiscalizar a execução contratual.

pág. 2No Senado, em complementação ao dispositivo da lei, o Ato da Comissão Diretora nº. 2, de 13 de fevereiro de 2008, em seu art. 3º,

expressa que tal representação deverá ser exercida por um gestor e um substituto. Vejamos:

“Art. 3º Para todo e qualquer contrato celebrado pelo Senado Federal será designado um gestor titular e um gestor substituto, nos

termos deste Ato.”

Porém, não está excluída a possibilidade de a gestão ser exercida por mais de umservidor, especialmente porque a lei fala em “representante”,sem restringir otermo a um único servidor. Esse também é o entendimento da Advocacia doSenado, que assim se manifestou:

“A Lei nº. 8.666/93 impõe à Administração a prerrogativa e o dever de fiscalizar aexecução dos contratos (art. 58, III), sendo que o art. 67 determina oacompanhamento e a fiscalização por um representante daAdministração, especialmente designado para a gestão, bem como autoriza acontratação de terceiros para assisti­lo ou subsidiá­lo com informações.

O fato da literalidade do caput do art. 67 da referida lei estabelecer que um representante da Administração, especialmente

designado, acompanhará a execução do contrato, não nos parece ser um impedimento para que esse acompanhamento seja feito por

uma comissão representante, isto é, nada impede que a fiscalização seja realizada por uma comissão de servidores, desde que

especialmente designados para exercer a fiscalização.

O que importa fundamentalmente a nosso ver é que a Administração cumpra a finalidade do que a doutrina chama de ‘poder­dever

de acompanhar atentamente a atuação do particular’, fiscalizando de perto a execução do contrato, tal como estabelecido no art. 58,

III, da Lei de Licitações e Contratos.

pág. 3Portanto, se a Administração entender ser conveniente que em alguns contratos, em razão da complexidade, especialidade e/ou

quantidade das obrigações decorrentes do objeto, a fiscalização será melhor exercida por uma comissão de representantes, ao invés

de apenas um, não vemos qualquer óbice legal impedindo que possa fazê­lo, desde que entenda conveniente e oportuno.”

(Informação nº. 130/2006 – Proc. Nº. 015.902/06­4)

A fiscalização dos contratos de que trata o art. 67, além de poder ser exercida por mais de um servidor, também pode ser assistida

ou subsidiada por terceiros estranhos aos quadros do órgão, devidamente contratados para tal. Tal prerrogativa deve estar

devidamente justificada nos autos do processo, como no caso de uma contratação com objeto muito técnico, que requeira

Page 17: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 17/26

conhecimentos específicos que o gestor ou outro servidor do Órgão não possua.

Mais uma vez devemos frisar a necessidade de o gestor, sempre que possível, registrar por escrito

todas as ocorrências relativas ao contrato, bem como evitar comunicações informais com a contratada,

procurando sempre fazê­lo por meio de correspondências oficiais.

Por fim, nada impede que o gestor recorra ao seu superior hierárquico ou a técnicos especialistas de seu

Órgão para dirimir eventuais dúvidas que porventura surjam ao longo da gestão contratual.

“Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço,

para representá­lo na execução do contrato.”

Da mesma forma que a Administração designa um representante para acompanhar aexecução do contrato, o particular também deverá indicar um preposto para representá­lo, formando assim um canal de comunicação entre a Administração e o contratado.

Cabe ao gestor avaliar e referendar a indicação do representante da empresa, pois, sejustificadamente recusado, deverá o contratado indicar novo preposto.

pág. 4“Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o

objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.”

Novamente constatamos a responsabilidade do gestor, pois recai sobre seus ombros a obrigação de verificar a correta execução do

contrato, determinando o reparo e correção de eventuais problemas constatados.

Alertamos também que cabe ao gestor firmar os termos de recebimento provisório ou definitivo, entendidos como:

Recebimento Provisório ­ É o recebimento preliminar do objeto contratado, que deverá ser examinado em confronto com as

exigências legais e contratuais. Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado, discriminando pormenorizadamente o

objeto recebido. O recebimento provisório não exonera a contratada de suas responsabilidades contratuais e legais, nem lhe dá

quitação de suas obrigações.

Recebimento Definitivo ­ É o reconhecimento da Administração, mediante termo circunstanciado, da correta execução e da entrega

total do objeto do contrato. Isto se dá após o recebimento provisório, sempre precedido de todas as verificações, medições, testes,

vistorias, ou seja, todos os exames que atestem a exata correspondência entre o contratado e o objeto recebido.

“Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou

dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão

interessado.”

O art. 70, de certo modo de maneira redundante, atribui ao contratado a responsabilidade por danos causados à Administração ou a

terceiros, decorrentes da execução do contrato, mesmo que de forma involuntária.

A lei ainda esclarece que o fato de a Administração acompanhar e fiscalizar a execução do contrato não pode ser considerado como

atenuante da falha do particular. Em outras palavras, a contratada não pode alegar que a fiscalização efetuada pela Administração a

Page 18: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 18/26

exime de eventuais erros observados posteriormente.

pág. 5Porém, deve o gestor se esforçar ao máximo para prevenir a ocorrência de falhas durante a execução da obra ou serviço, pois, nos

termos de entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, o Estado responde perante terceiros, solidariamente com o

contratante, pelos danos causados na execução de obra ou serviço.

“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do

contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração

Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das

obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do

contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº. 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 3º (Vetado)”

Atenção

O art. 71 exime a Administração das dívidas da contratada que não

guardem relação com o contrato, porém a responsabiliza, de modo

solidário com o particular, por eventuais débitos previdenciários

gerados pela execução do Contrato Administrativo.

Isso significa que somente determinadas dívidas relacionadas ao contrato poderão ser cobradas da Administração, e mesmo assim

após o insucesso da cobrança direta do contratado. Primeiro tenta­se receber do particular, e somente em caso de insucesso da

cobrança é que a Administração pode ser acionada para efetuar os devidos recolhimentos.

pág. 6Vale destacar que o artigo fala somente em débitos previdenciários, mas o Tribunal Superior do Trabalho já sumulou a questão,

definindo que os débitos trabalhistas também devem ser incluídos na responsabilidade solidária da Administração, caso se constate

que houve falha na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da contratada:

“Súmula Nº. 331 do TST.

...

IV ­ O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador de

serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

V ­ Os entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,

caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei nº. 8.666/93, especialmente na fiscalização do

cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não

decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI ­ A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao

período da prestação laboral.”

Page 19: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 19/26

Novamente constatamos a importância da atuação do gestor, pois a responsabilidade solidária da Administração citada na lei

somente ocorrerá em caso de falha na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da contratada.

Portanto, especialmente nos casos de contratos de terceirização de mão­de­obra, deve o gestor, antes de autorizar o pagamento de

qualquer fatura, verificar se a empresa realizou o recolhimento de todos os encargos trabalhistas e previdenciários (INSS, FGTS,

salário, 13º. salário, vale­transporte, vale­refeição etc.).

pág. 7Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes

da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

A subcontratação é permitida em lei, mas só será admitida nos limites e condições previstas no edital, e quando a execução da

prestação envolver objeto complexo, de difícil execução por uma única pessoa. Além disso, exige­se a comprovação de capacitação

da subcontratada para a execução de sua parte do contrato. É o caso da maioria das obras de grande porte, como a construção de

um edifício público.

Ressaltamos que na hipótese de subcontratação, a Administração não estabelece nenhuma relação jurídica direta com a

subcontratada, mas a responsabilidade desta é solidária com a contratada na execução do contrato.

“Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I ­ em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas

partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas

partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado

o disposto no art. 69 desta Lei;

II ­ em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação.

§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far­se­á mediante termo circunstanciado e, nos

demais, mediante recibo.

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem

ético­profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos

excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou

procedida dentro dos prazos fixados, reputar­se­ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias

anteriores à exaustão dos mesmos.”

pág. 8O art. 73, a princípio, parece fazer uma diferenciação entre os responsáveis pelo recebimento provisório (pelo responsável por seu

acompanhamento e fiscalização) e pelo recebimento definitivo (por servidor ou comissão designada pela autoridade competente).

Tal diferenciação pode existir, mas não invalida a possibilidade de um único servidor – no caso o gestor – realizar ambos os

recebimentos, como normalmente ocorre na maioria dos Órgãos da Administração Pública.

Todavia, sempre que o gestor se sentir inseguro para firmar o recebimento definitivo devido à complexidade do objeto, deve

solicitar formalmente ao seu superior hierárquico a formação de comissão especial destinada a tal.

Page 20: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 20/26

O importante, para a própria segurança do gestor do contrato, é que o objeto seja recebido definitivamente nos prazos

estabelecidos, pois, caso isso não aconteça, tal circunstância poderá caracterizar inexecução contratual, motivo para a rescisão

unilateral do contrato.

Porém, isso não significa que o gestor deve receber definitivamente algo em desconformidade com o contrato. Lembramos que

nessa hipótese deve o gestor determinar a correção das eventuais desconformidades, e só após os devidos reparos receber

definitivamente o objeto do contrato.

O recebimento definitivo tem, entre suas consequências, a liberação das garantias

contratuais de que trata o art. 56 da Lei nº. 8.666/93 – quando existentes ­, bem como o

início da contagem dos prazos de garantia técnica e, também, de prescrição e de

decadência para possíveis ações judiciais.

pág. 9“Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I ­ gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II ­ serviços profissionais;

III ­ obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos,

equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.”

O art. 74 traz alguns objetos contratuais que dispensam o recebimento provisório, mas não o recebimento definitivo – em muitos

casos é praticamente impossível o recebimento provisório. Nesses casos o gestor deve registrar o recebimento do bem, obra ou

serviço, de forma simplificada, mediante recibo.

Alertamos, porém, que o art. 74 é autorizativo ­ se o gestor entender que cabe recebimento provisório, pode assim proceder.

“Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas

exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.”

O art. 75 alerta para a obrigatoriedade do particular custear todos os testes e exames necessários ao recebimento do objeto do

contrato. Porém, tais provas técnicas deverão estar especificadas no ato convocatório, até porque farão parte da planilha de custos

para a formação do preço do licitante.

Convém destacar que os ensaios, testes e demais provas a que se refere a lei não são cláusulas obrigatórias dos editais, podendo

ser exigidos ou não, segundo conveniência da Administração. Mas, se forem exigidos, devem estar presentes no edital.

“Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.”

Page 21: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 21/26

O art. 76 se refere à faculdade da rejeição do objeto contratado pelo gestor, fato que ensejará inúmeras consequências que

apresentaremos na lição seguinte.

Importante salientar que tanto o recebimento como a rejeição do objeto são de competência do gestor. Deve o gestor analisar e

avaliar o objeto que está sendo entregue, recebendo integralmente, parcialmente, ou rejeitando­o, sempre de forma fundamentada.

É sempre prudente que o gestor, ao pretender rejeitar no todo ou em parte obra, serviço ou fornecimento executado, permita que o

contratado apresente suas contra­razões, que devem ser avaliadas e julgadas à luz dos dispositivos contratuais.

pág. 10

Vimos nesta lição que a execução dos Contratos Administrativos deve ser acompanhada e fiscalizada por um

gestor/fiscal ou comissão especialmente designada para a tarefa, permitida a contratação de terceiros para

auxiliá­los. De forma análoga, o contratado deve indicar um preposto para representá­lo perante a Administração.

O gestor, sempre que possível, deve registrar por escrito todas as ocorrências relativas ao contrato, bem como evitar comunicações

informais com a contratada, procurando sempre fazê­lo por meio de correspondências oficiais.

O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do

contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Recebimento Provisório ­ É o recebimento preliminar do objeto contratado, que deverá ser examinado em confronto com as

exigências legais e contratuais. Deve ser feito de forma expressa, por termo circunstanciado, discriminando pormenorizadamente o

objeto recebido.

Recebimento Definitivo ­ É o reconhecimento da Administração, mediante termo circunstanciado, da correta execução e da entrega

total do objeto do contrato.

Recai sobre o contratado a responsabilidade por danos causados à Administração ou a terceiros, decorrentes da execução do

contrato, mesmo que de forma involuntária.

Antes de autorizar o pagamento de qualquer fatura, deve o gestor verificar se o contratado realizou o recolhimento de todos os

encargos trabalhistas e previdenciários (INSS, FGTS, salário, 13º salário, vale­transporte, vale­refeição etc.), pois a Administração

responde subsidiariamente, nas mesmas condições do contratado, caso evidenciada sua conduta culposa na fiscalização do

cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora.

A subcontratação da execução de parte de um contrato é permitida em lei, mas só será admitida nos limites e condições previstas

no edital, e quando a execução da prestação envolver objeto complexo, de difícil execução por uma única pessoa.

A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato. É sempre

prudente que o gestor, ao pretender rejeitar no todo ou em parte obra, serviço ou fornecimento executado, permita que o contratado

apresente suas contra­razões, que devem ser avaliadas e julgadas à luz dos dispositivos contratuais.

Unidade 4 - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos“Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou

regulamento.”

Aqui a lei passa a tratar os casos de inexecução contratual e desfazimento do contrato. O dispositivo em comento estabelece que a

inexecução total ou parcial enseja rescisão.

Entretanto, a sua interpretação não pode ser literal, a ponto de se pretender rescindir o contrato por qualquer violação contratual.

Deve o gestor, tendo em mente o princípio da razoabilidade – a sanção aplicada à irregularidade deve ser proporcional à infração

cometida pelo particular –, realizar uma avaliação séria das ocorrências contratuais, avaliando o risco ao interesse público.

Page 22: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 22/26

Vale, mais uma vez, lembrar que a fiscalização contratual não é somente uma prerrogativa da

Administração, mas sim um dever, cabendo inclusive ao gestor a responsabilização por desídia

no cumprimento dessa tarefa. Esse é o princípio da responsabilidade pessoal do agente público

estabelecido no art. 37, §6º, da CF/88:

“Art. 37. ...

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços

públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra

o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

pág. 2“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I ­ o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II ­ o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III ­ a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do

fornecimento, nos prazos estipulados;

IV ­ o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V ­ a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;

VI ­ a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou

parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII ­ o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim

como as de seus superiores;

VIII ­ o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67 desta Lei;

IX ­ a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X ­ a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI ­ a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII ­ razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da

esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XIII ­ a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato

além do limite permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;

XIV ­ a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em

caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o

mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas

desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do

cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV ­ o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou

fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem

interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja

normalizada a situação;

XVI ­ a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos

Page 23: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 23/26

prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII ­ a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato;

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e

a ampla defesa.”

pág. 3De acordo com a doutrina normalmente aceita pela maioria dos juristas, a rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de

quatro formas, a saber:

Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da Administração.

Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes.

Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação movida por qualquer das partes.

Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade de ambas as partes. Seria o caso do falecimento do

contratado, por exemplo, ou ainda da falência da empresa.

Mais uma vez devemos ter em mente o princípio da razoabilidade antes de determinar a

rescisão de um Contrato Administrativo. Pequenas falhas que não colocam em risco a execução do objeto não são motivos

suficientes para a rescisão de um contrato. O que provoca a rescisão é inexecução que coloque em risco o interesse público.

É interessante observar neste dispositivo o desequilíbrio em

favor da Administração que a lei estabelece. Nos motivos de

rescisão elencados no art. 78, somente os incisos XIII à XVI

constituem casos de rescisão provocados pela

Administração.

As hipóteses contidas no inciso IX (decretação de falência ou a instauração de insolvência civil) devem ser previamente decretadas

pelo Judiciário, ou seja, pressupõem a existência de sentença judicial de declaração de falência ou, na hipótese de insolvência civil,

de declaração judicial que determina o vencimento antecipado das dívidas da empresa e a arrecadação dos bens passíveis de

penhora.

Page 24: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 24/26

As razões de interesse público mencionadas no inciso XII podem ser entendidas como situações de significativa relevância,

amplamente conhecidas, nas quais a autoridade superior considere inviável a continuação da execução do contrato. (exemplos:

estado de calamidade, frustração de receitas públicas que inviabilizem os pagamentos, grave crise cambial etc.).

pág. 4As reduções contratuais superiores a 25% (inciso XIII) – ou 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento – também

configuram motivos para a rescisão contratual.

Por fim, o inciso XVIII faz menção à proibição constitucional de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de

qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

“Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I ­ determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II ­ amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a

Administração;

III ­ judicial, nos termos da legislação;

IV ­ (Vetado).

§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este

ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

I ­ devolução de garantia;

II ­ pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III ­ pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (Vetado).

§ 4º (Vetado).

§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por

igual tempo.”

Nos termos do art. 79, a rescisão por ato unilateral ocorrerá nas hipóteses contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78, exercendo a

Administração suas prerrogativas.

Já nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da relação contratual poderá ocorrer segundo acordo entre

as partes ou por meio de decisão judicial.

A lei estabelece ainda que caso o particular não tenha sido o causador da rescisão, terá direito de ser ressarcido de todos os seus

prejuízos, inclusive devolução da garantia, recebimento de pagamentos devidos até a data da rescisão, além do custo de

desmobilização.

pág. 5O custo de desmobilização é aquele que o particular já despendeu em função do início da execução do objeto contratado. Por

exemplo, é o caso de uma obra em que o contrato é rescindido logo no seu início, tendo a empresa montado o canteiro de obra.

Todo o custo de montagem e desmontagem do canteiro e outros que comprovadamente tenham sido realizados para o início da

execução do contrato deverão ser ressarcidos.

Page 25: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 25/26

Vale mais uma vez repisar o tema responsabilidade pessoal do gestor, pois a sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão

contratual por culpa da Administração, dando margem a pedido indenizatório par parte do particular. Como exemplo temos o

pagamento com atraso pela desídia do gestor; a oposição do gestor, sem justificativa plausível, ao pagamento de qualquer direito do

particular; ou ainda, entre tantas possibilidades, qualquer atitude do gestor que dificulte ou impeça o particular de executar suas

obrigações.

Marçal Justen Filho assevera que “Essas considerações são imperiosas, para evitar que decisões individuais desastrosas

desemboquem em condenações judiciais milionárias. Tem­se verificado, na experiência dos Tribunais, que decisões meramente

subjetivas do agente público produzam o nascimento de pretensões indenizatórias de montante vultosíssimo. Encerrado o processo,

os orçamentos públicos sofrem grande oneração. O particular recebe indenizações extraordinárias. E, não obstante tal, o agente

público que atuou para produzir tal resultado não sofre qualquer consequência. É imperioso, portanto, que o agente público tome

consciência de que o equívoco em suas decisões poderá produzir consequências pelas quais ele responderá pessoalmente – essa é

uma das vias para evitar a situação alarmante que ora se verifica.”

pág. 6“Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções

previstas nesta Lei:

I ­ assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II ­ ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários

à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III ­ execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV ­ retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à

obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.

§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de

determinadas atividades de serviços essenciais.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou

Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no

inciso I deste artigo.”

O art. 80 estabelece uma série de consequências que se apresentam nos casos de rescisão por ato unilateral, fortalecendo o

primado da supremacia do interesse público sobre o privado.

Apesar de terem aparência de punição, tais consequências não têm natureza

sancionatória, sendo a efetiva punição por inadimplemento tratada em outros dispositivos

da lei. O que o artigo busca é limitar os possíveis prejuízos da Administração com a

rescisão do contrato.

Page 26: MOD 2 _Comentários à Lei

30/09/2015 Comentários à Lei 8.666/93

http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=23359 26/26

Dessa forma, o art. 80 permite à Administração assumir o objeto em execução, no estado e local em que se encontrar, passando a

executá­lo de maneira direta ou contratando outra empresa para a execução (execução indireta).

pág. 7

Vimos nesta lição, que a inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, porém deve o gestor, tendo

em mente o princípio da razoabilidade, realizar uma avaliação séria das ocorrências contratuais. Pequenas falhas

que não colocam em risco a execução do objeto não são motivos suficientes para a rescisão de um contrato. O que

provoca a rescisão é inexecução que coloque em risco o interesse público.

A rescisão de um Contrato Administrativo pode ocorrer de quatro formas, a saber:

Rescisão Administrativa ou Unilateral – realizada por ato unilateral da Administração.

Rescisão Amigável – acontece por acordo entre as partes.

Rescisão Judicial – determinada pelo Judiciário motivado por ação movida por qualquer das partes.

Rescisão de Pleno Direito – ocorre de forma independente de vontade de ambas as partes. Seria o caso do falecimento do

contratado, por exemplo, ou ainda da falência da empresa.

A rescisão de um Contrato Administrativo por ato unilateral ocorrerá nas hipóteses contidas nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da

Lei nº. 8.666/93. Já nos casos de rescisão motivada por atos da Administração, o término da relação contratual poderá ocorrer

segundo acordo entre as partes ou por meio de decisão judicial.

Caso o particular não tenha sido o causador da rescisão, terá direito de ser ressarcido de todos os seus prejuízos, inclusive

devolução da garantia, recebimento de pagamentos devidos até a data da rescisão, além do custo de desmobilização.

O gestor deve sempre atuar de modo responsável e vinculado à lei, pois a sua atuação concreta poderá levar a uma rescisão

contratual por culpa da Administração, dando margem a pedido indenizatório por parte do particular.

Exercícios de Fixação - Módulo II

Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do curso Direito Administrativo para Gerentes no Setor Público.

Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de

Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do

conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.