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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Mecânica Coordenação de Estágio Relatório Final de Estágio Engenharia Mecânica Desenvolvimento de Ligas/Revestimentos depositados por Aspersão Térmica automatizada, resistente ao desgaste à elevada Temperatura. Banca: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz Oscar Regis Junior Felipe Barreto Campelo Cruz Realizado por: Jürgen Harder 936723 Ponta Grossa, 18 de Fevereiro de 201

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Departamento Acadêmico de Mecânica

Coordenação de Estágio

Relatório Final de Estágio – Engenharia Mecânica

Desenvolvimento de Ligas/Revestimentos depositados por

Aspersão Térmica automatizada, resistente ao desgaste à

elevada Temperatura.

Banca: Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz

Oscar Regis Junior

Felipe Barreto Campelo Cruz

Realizado por:

Jürgen Harder

936723

Ponta Grossa, 18 de Fevereiro de 201

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1. TERMO DE APROVAÇÃO

do

ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

por

Jürgen Harder

A Defesa Final desse Estágio Curricular Obrigatório foi realizada em 18 de

fevereiro de 2013 como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Mecânica. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta

pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora

considerou o estágio aprovado.

________________________________________ Prof. Dr. Anderson Geraldo Marenda Pukasiewicz

Prof. Orientador

____________________________________ Prof. Dr. Eng. Felipe Barreto Campelo Cruz

Coordenador de Estágios dos Cursos de Engenharia Mecânica e de Engenharia de

Produção Mecânica

__________________________________ Prof. Dr. Oscar Regis Junior

Membro Titular

____________________________________ Prof. Dr. Thiago Antonini Alves

Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica UTFPR/Campus Ponta Grossa

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa

Coordenação de Engenharia Mecânica

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -

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Lista de Figuras

Figura 1 - Cronograma do Estagio ...................................................................................... 7

Figura 2 - Metodologia para preparo das ligas .................................................................... 9

Figura 3 - Preparação das ligas ......................................................................................... 11

Figura 4 - Moagem das ligas ............................................................................................ 12

Figura 5 - Forno EDG 3000 ............................................................................................. 13

Figura 6 – Sinterização das ligas ...................................................................................... 13

Figura 7 - Perfil de aquecimento do forno ........................................................................ 14

Figura 8 - Gral de Agatá................................................................................................... 14

Lista de Abreviaturas e Siglas

UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Lactec – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

DVSM – Divisão de Sistemas Mecânicos

CATI - Comitê da Área de Tecnologia da Informação

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

TBC – Thermal Barrier Coating – Barreira de Revestimento Térmico

EBPVD – Electron Beam Physical Vapor Deposition - Feixe de elétrons de deposição de

vapor físico

APS – Air Plasma Spray – Asperssão Térmica

YSZ – Yttria-Stabilized Zirconia – Ítria Estabilizando Zircônia

Nb – Nióbio

Gd – Gadolínio

DRX – Difração de Raio-X

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Sumário

1. Identificação .............................................................................................................. 1

2. Responsabilidade pelas Informações.......................................................................... 3

3. Introdução ................................................................................................................. 5

4. Descrição da Empresa ............................................................................................... 6

5. Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio .................................................. 7

6. Dificuldades Encontradas ........................................................................................ 15

7. Áreas de Identificação com o Curso ........................................................................ 16

8. Resultados ............................................................................................................... 17

9. Conclusão ............................................................................................................... 18

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 19

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1. Identificação

São apresentados neste item todos os dados:

DADOS DO ALUNO

Nome: Jürgen Harder;

Registro acadêmico: 936723;

E-mail: [email protected];

Telefone: (42) 3254-1321;

Curso: Engenharia Mecânica;

Ano / Semestre de início do curso: 2007 / 2º;

Ano/ Semestre de término do curso: 2013 / 1º;

DADOS DA EMPRESA

Nome: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - Lactec;

Ramo de atividade: Pesquisa;

Localização: BR-116 – Km 98. Centro Politécnico, 8813. Curitiba – Paraná;

Telefone: (41) 3361-6200;

Página na internet: www.lactec.org.br;

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DADOS DO SUPERVISOR DO ESTÁGIO

Nome: André Ricardo Capra;

Cargo: Engenheiro Mecânico / Pesquisador Pleno II;

E-mail: [email protected];

Telefone: (41)3361-6128;

DADOS DO ESTÁGIO

Setor: DVSM – Divisão de Sistemas Mecânicos;

Início das atividades: 02/04/2012;

Carga horária semanal: 40 horas;

Término das atividades: 01/10/2012

Matrícula: 3348;

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2. Responsabilidade pelas Informações

Seguem os termos de responsabilidades do aluno e do supervisor, referente ao relatório das

atividades desenvolvidas no período de 02/04/2012 a 01/10/2012;

TERMO DE RESPONSABILIDADE DO ALUNO

Eu, Jürgen Harder, assumo a responsabilidade pela veracidade das informações contidas

neste relatório de estágio, apresentado como requisito parcial para obtenção de grau no curso de

Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa.

____________________________________

Jürgen Harder

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TERMO DE RESPONSABILIDADE DO SUPERVISOR

Eu, André Ricardo Capra, declaro ser verdadeiras as informações contidas neste relatório

de estágio, apresentado por Jürgen Harder como requisito parcial para obtenção de grau no curso

de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa.

____________________________________

André Ricardo Capra

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3. Introdução

Este estágio obrigatório teve como objetivo o aprendizado de competências próprias da

atividade profissional de engenheiro mecânico e a contextualização curricular. Foram possíveis

ao aluno a realização de pesquisas na área de atuação do setor da empresa e atuar no

desenvolvimento dos projetos da empresa.

De acordo com o plano de estágio, o objetivo do estágio foi o desenvolvimento de ligas

cerâmicas com adição de terras raras na forma de pós a serem aplicados em revestimentos de

secções quentes, a realização das misturas das ligas, sinterização, deposição em corpos de prova

por aspersão térmica a plasmas e a caracterização dos revestimentos.

Como a pesquisa realizada neste estagio é algo inovador o patrocinador do projeto solicitou

sigilo de algumas informações do projeto de pesquisa.

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4. Descrição da Empresa

Sediado em Curitiba (PR), o instituto tem se destacado no desenvolvimento,

aperfeiçoamento e aplicação de soluções tecnológicas, contribuindo para o progresso científico,

econômico e social do país.

O LACTEC é um centro de pesquisa tecnológica, sem fins lucrativos, autossustentável, que

através de soluções tecnológicas contribui e promove o desenvolvimento econômico, científico e

social, preservando e conservando o meio ambiente.

Como entidade autossustentável, o LACTEC obtém recursos através da venda de projetos

de Pesquisa e Desenvolvimento e de outros serviços tecnológicos. É responsável por todas as

suas despesas com recursos humanos, instalações e demais custos necessários para sua operação,

não estando vinculada, financeiramente, a nenhuma empresa privada, nem órgão ou empresa

pública.

Foi certificado, no ano 2000, pelo Ministério da Justiça, através da Lei 9.790, como

OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e em 2005, pelo Ministério da

Ciência e Tecnologia, através da Lei 8.248, no CATI (Comitê da Área de Tecnologia da

Informação).

Os associados do LACTEC são a Companhia Paranaense de Energia (COPEL), a

Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP),

a Associação Comercial do Paraná (ACP) e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

Em mais de 50 anos de vida dedicados à ciência e tecnologia, o LACTEC formou valiosas

equipes de pesquisadores e especialistas, que são responsáveis pelo funcionamento de modernas

unidades laboratoriais.

Como centro de pesquisa independente e auto-sustentável, o LACTEC representa um

núcleo de divulgação científica e de transferência de tecnologia, contando com a criatividade de

mais de 500 colaboradores.

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5. Descrição das Atividades Desenvolvidas no Estágio

As atividades realizadas no estagio foram divididas num cronograma a ser seguido durante

os meses do estagio conforme a tabela da Figura 1:

Figura 1 - Cronograma do Estagio

AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS E METODOLOGIA PARA NOVAS LIGAS

Na primeira etapa do cronograma foi feito uma pesquisa e levantamento bibliográfico do

tema do projeto. A seguir segue o resultado desta pesquisa:

As TBCs (barreira de revestimento térmico) podem ser depositados basicamente por dois

métodos: EBPVD e APS, segundo Trucker (2010). Os revestimentos depositados por APS

apresentam como vantagens, diante do processo EBPVD, menor condutividade térmica e maior

tenacidade à fratura.

As ligas mais usadas em revestimentos cerâmicos são a base de zircônia dopada com óxido

de ítrio, para estabilizar a fase tetragonal a altas temperaturas. Estas são conhecidas como YSZ.

Porém para temperaturas de combustão muito elevada a liga acaba não atendendo completamente

as exigências de condutividade térmica necessária, pois o gradiente térmico fornecido pelo

revestimento não será suficiente para proteger o metal base em altas temperaturas. Com o intuito

de aumentar a temperatura máxima de trabalho são adicionadas terras raras na liga YSZ para

ajudar a estabilizar a fase e diminuir a condutividade térmica (Hongming e Danqing, 2008).

Existem vários estudos sobre a adição de terras raras como Nióbio, Gadolínio, Tântalo,

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Lantânio, Cério, Háfnio, Samário, Itérbio entre outros nas ligas de YSZ como Almeida (2005),

Raghavan et all (2000) e Vidyavathy e Kamaraj (2009). Nestes estudos são avaliadas as

composições ideais de liga, modos de preparo da liga e comparação entre as características

obtidas e o tipo de liga.

Vários estudos para melhoria de ligas cerâmicas foram realizados com a adição de Nb

(Raghavan et all, 2000) ou Gd (Canova et all, 1999) na liga de YSZ. mas nenhuma em que

houvesse a associação dos dois elementos na mesma liga. Gritzner e Puchner (1993) fizeram

estudos com Nióbio dopando cerâmicas de zircônia variando de 1 a 20% em mol a quantidade de

Nb2O5. Raghavan et all (2000) variaram de 4 a 7% em mol a quantidade de Nb2O5. Almeida

(2005) chegou ao limite máximo de composição YNbO4 a 1400°C: 20mol%, 8mol% de YO1,5

e 12mol% de NbO2,5, sendo a composição ideal de óxido de ítrio 7,4wt% e de Nióbio 10,8wt%.

Apesar de uma taxa maior de nióbio diminuir a condutividade térmica, taxas muito elevada

tendem a formar fase liquida ou “ortorrômbica”. Vidyavathy e Kamaraj (2009) constataram que o

óxido de nióbio parcialmente estabilizando à zircônia acaba com as vacâncias de oxigênio

originadas pela adição de itria e aumenta a temperatura de mudança de fase assim como a

resistência a fratura. A quantidade ideal que aumenta esta resistência é de 1,5mol% de Nb e de

3mol% de itria segundo Kim (1989) .

O Gadolínio é usado com menos frequência pelos pesquisadores e em menor quantidade.

Sua adição ajuda na proteção contra superaquecimento dos componentes de uma turbina a gás e

diminui a condutividade térmica do revestimento além de ajudar na estabilização de fase da

cerâmica. Estudos revelam que a quantidade ideal de gadolínio gira em torno de 1mol% que é

equivalente a aproximadamente 2,8wt% (Canova et all, 1999).

A adição tanto de óxido de Nióbio quanto de óxido de Gadolínio diminui as vacâncias de

oxigênio formadas por causa da Ítria adicionada para estabilizar a zircônia e forma poros que

atuam como isolantes térmicos. Mas valores muito elevados desses elementos começam a

fragilizar a liga por isso é necessário um equilíbrio na adição de elementos novos. Ainda em

relação à condutividade térmica, ela é diretamente proporcional à densidade teórica do material.

Assim adição de óxidos, como o de nióbio diminuem a densidade e consequentemente a

condutividade térmica (Almeida et al.,2009 e PETITJEN et al., 2010).

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DEFINIÇÃO DAS LIGAS A SEREM PREPARADAS

Neste desenvolvimento será utilizada a liga de YSZ com 8% em peso ou 4,5 % em mol de

Y2O3 Al -1075 - Praxair. Nesta liga já atomizada será adicionado o pentóxido de nióbio (Nb2O5)

e o trióxido de gadolínio (Gd2O3) em diversas proporções. Para avaliar a influencia do Nióbio e

do Gadolínio na Zircônia estabilizada com Ítria foi elaborado o seguinte esquema de composição

de Nb2O5 e Gd2O3 nas ligas em quantidade de mols: As 3 primeiras ligas terão somente Nióbio

adicionado a liga base, para efeito de comparação da influencia da quantidade de Nióbio nas

características finais. Na liga 4 serão adicionados Gd e Nb em mistura, para avaliar o

comportamento dos dois elementos associados. As ligas 5 e 6 possuem somente Gadolínio para

verificar o efeito deste elemento nas características do revestimento.

METODOLOGIA PARA MISTURA E PREPARO DAS NOVAS LIGAS

Com base no método de Xu et al.(2010) e de outros autores como Gritzner e Puchner

(1993), definiu-se a metodologia apresentada na tabela da Figura 2 para o preparo das ligas.

Secagem dos pós Durante 12 horas a 80-120°C

Pesagem dos elementos da liga Nas razões pré-estabelecidas

Mistura dos pós Em suspensão a base álcool isoproílico com bolas de

zircônio por 8 horas

Secagem dos pó Durante 12 horas a 80-120°C

Calcinação dos pós Na temperatura de 1100°C por 4-5 horas

Moagem dos pó Moagem manual com uso de cadinho e “soquete”

Sinterização ao a Na temperatura de 1400°C a 1650°C com

aquecimento de 6°C.min-¹ até os 900°C e depois 3°C.min-¹.

Resfriamento Temperatura ambiente

Moagem dos pós Com bolas de zircônio por 3,12 ou 24horas

Peneiragem Segundo a ABNT 250 usando peneira D50

Avaliação dos pó DRX, e avaliação da densidade estabilidade de fase

Figura 2 - Metodologia para preparo das ligas

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A secagem dos pós deve ser feita para retirar qualquer umidade contida no pó que pode

afetar composição da liga.

A pesagem deve ser feita em balança analítica para ter uma maior precisão da liga,

principalmente no preparo de ligas em baixa escala.

A mistura e moagem dos pós são feitas em moinho de bolas, para refinar a liga e

homogeneizar a granulometria. Com a adição de álcool isopropílico a homogeneização dos

elementos da liga é maior assim como o refino de grão. A adição de meios de moagem de

diferentes tamanhos e elementos ajudam para que o processo seja mais eficiente.

A calcinação é feita para formar o composto de YSZ + terra rara, que até este ponto só é

uma mistura de ligas não um composto em si. As temperaturas para formação do composto

variam bastante de composto para composto, mas em geral isto ocorre a 1100°C para a nossa

liga. Dependendo da necessidade é interessante fazer difração de raios-X no pó depois desta

etapa.

Depois da etapa de calcinação, a liga forma um aglomerado, que é desaglomerado com o

uso de um gral e pistilo.

Quando a fase de uma liga cerâmica não é estabilizada, ocorre a mudança da fase tetragonal

para monoclínica ao se fazer o aquecimento e posterior resfriamento da liga. Nesta transformação

de fase ocorre um aumento de volume na faixa de 3 a 5%, que ultrapassa o limite elástico da liga

e forma trincas (Silveira, 2009). Para evitar esta transformação de fase é feito a sinterização da

liga na temperatura que varia de 1450°C a 1650°C. O tempo de sinterização influencia de forma

significativa na condutividade elétrica do revestimento formado, descobriu-se que este tempo

ótimo é na faixa de 3 horas (Canova, 1999). Para fazer a sinterização é necessário um forno

especial que alcance temperaturas elevadas, e também um recipiente adequado para alojar o pó

durante este processo. Estes recipientes geralmente são navículas de zircônia ou alta alumina que

resistem a temperaturas superiores a 1700°C.

Depois da etapa de sinterização é feito novamente a moagem com moinho de bolas, desta

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vez sem adição de álcool, para desaglomerar o pó sinterizado.

Por último é feito a avaliação dos pós, para verificar a fase formada e o elemento originado.

PREPARO DAS NOVAS LIGAS

Preparo das pré-ligas – 50g

Secagem

A YSZ, o Nb2O5 e o Gd2O3 foram colocados em estufa para secagem a 80°C durante 12

horas.

Pesagem dos elementos da liga

Preparação nas proporções estequiométricas de 50 gramas de cada uma das 6 ligas. Cada

elemento da liga foi pesado separadamente em uma balança analítica Sartorius BP 210S em

cadinhos de porcelana, Figura 3a. Em seguida os elementos de cada liga foram inseridos em potes

separados e identificados, Figura 3b.

(a)

(b)

Figura 3 - Preparação das ligas

Page 16: Modelo de Relatório - DIEEM - Divisão de Estágios e ... · Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Mecânica Coordenação de Estágio Relatório

12

Mistura dos pós

As ligas foram misturadas em moinho de bolas. Para fazer a mistura foram adicionados os

meios de moagem: bolas de alumina, zircônia e cério com diferentes tamanhos, na proporção de

60% do volume do frasco. Em seguida foi adicionada a liga desejada no frasco e álcool

isopropílico em quantidade suficiente para inundar as bolas e o pó. A mistura foi realizada

durante 8 horas. A separação do álcool da liga foi feito com um funil analítico contendo papel

filtro, foi deixado pra secar e depois de seco a liga desprendeu sozinha do papel filtro. A Figura 3

(a) mostra o moinho de bolas utilizado e a Figura 3 (b) os meios de moagem.

(a)

(b)

Figura 4 - Moagem das ligas

Secagem

As ligas foram deixadas em estufa novamente até a calcinação, na temperatura de 50°C.

Calcinação

As ligas foram colocadas para calcinar a 1100°C por 5 horas em um forno EDG 3000,

Figura 5, com rampa regulável de aquecimento até 1000°C de 10/C/min e de 5°C/min até

1100°C. A temperatura de aquecimento é controlada para evitar um choque térmico na liga, o que

poderia afetar a microestrutura formada.

Page 17: Modelo de Relatório - DIEEM - Divisão de Estágios e ... · Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Mecânica Coordenação de Estágio Relatório

13

Figura 5 - Forno EDG 3000

Sinterização

Para esta etapa foi necessário a aquisição de navículas de combustão que resistissem a altas

temperaturas, figura 5a.

(a)

(b)

Figura 6 – Sinterização das ligas

Foram pesados 20 gramas em balança analítica de cada liga e dividido em duas navículas

grandes, Figura 6a. Em seguida foi levado ao forno Lindenberg/Blue para sinterizar a 1350°C,

figura 6b. Com aquecimento de 6°C/min até 900°C e 3°C/min até 1350°C, com rampa de descida

até 100°C de 5°C/min, conforme a Figura 7:

Page 18: Modelo de Relatório - DIEEM - Divisão de Estágios e ... · Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Mecânica Coordenação de Estágio Relatório

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Figura 7 - Perfil de aquecimento do forno

Depois de retirado do forno a liga foi moída em gral de ágata, Figura 8, e guardado em

estufa a 50°C até o dia do ensaio de DRX. O processo foi repetido para todas as ligas.

Figura 8 - Gral de Agatá

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6. Dificuldades Encontradas

Houve dificuldades na hora da execução do projeto com relação a grande dependência de

pessoas fora do setor de trabalho para execução do projeto, o que causou atrasos no cronograma.

Outra dificuldade enfrentada no estagio foi em relação ao tema do projeto, que trabalhava

praticamente com ligas cerâmicas, um assunto pouco abordado durante o curso, o que necessitou

de uma pesquisa aprofundada para conhecer este tipo de material.

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7. Áreas de Identificação com o Curso

Durante o estágio, nas atividades desenvolvidas, foi requerido conhecimento de diversas

áreas aprendidas durante o curso. Na parte inicial do projeto foi realizada uma pesquisa

aprofundada do tema do projeto, para isso foram importantes as disciplinas de Metodologia de

Pesquisa e Trabalho de Conclusão. Para entender o projeto e desenvolver as ligas cerâmicas

foram importantes as disciplinas de Ciência dos Materiais e Materiais de Construção Mecânica I

e II, a primeira foi importante para entender as reações intermoleculares da liga, fator de

empacotamento e microestrutura das ligas. A disciplina de Materiais de Construção Mecânica I e

II foi aplicada nas noções básicas sobre cerâmicas. E por fim ainda foi aplicada a disciplina de

Analise de Produtos Soldados, para identificar e analisar a liga e revestimento formado.

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8. Resultados

As relações interpessoais, dificuldade de muitos engenheiros mecânicos, puderam ser

trabalhadas e aperfeiçoadas durante o período do estágio.

O contato com o ambiente empresarial e envolvimento no projeto contribuíram para o

amadurecimento profissional na área da engenharia mecânica.

Durante o estagio também foi possível a aprendizagem de operação de inúmeros

equipamentos relacionados à pesquisa, tal como forno de altas temperaturas e microdurometro

para ensaio.

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9. Conclusão

O estágio foi importante para aplicar a teoria adquirida nas aulas na pratica do dia a dia na

empresa. Com o envolvimento no projeto, foi possível aprender a se comunicar com pessoas

diferentes todos os dias, além de aprender a conviver num ambiente empresarial.

A área das cerâmicas foi bastante empregada durante as atividades de estagio, porém

durante o período de estudo na universidade esta área não foi muito abordada, seria interessante

esta área ser lecionada numa matéria optativa futuramente.

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Referências Bibliográficas

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