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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Gerência de Ensino Curso Superior de Engenharia de Produção. KAMILA ZILLI PAVEI RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO MEDIANEIRA 2012

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO - DIEEM · 9 1.1 OBJETIVOS O objetivo principal do estágio foi conhecer e analisar os processos da logística de distribuição, controle e

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

KAMILA ZILLI PAVEI

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MEDIANEIRA

2012

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

KAMILA ZILLI PAVEI

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de estágio curricular supervisionado, apresentado como requisito parcial, do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Medianeira.

MEDIANEIRA

2012

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

TERMO DE ENTREGA

Relatório de estágio curricular supervisionado realizado na Frimesa Cooperativa Central, no

período de 13 de fevereiro a 31 de maio de 2012, perfazendo aproximadamente 440 horas.

___________________________________

Alvaro Luis Piccinin Supervisor do Estágio – FRIMESA

_____________________________

Prof. Dr. Odair Camargo Orientador do Estágio

___________________________________

Kamila Zilli Pavei Estagiária

____________________________________

Prof. André Luis da Silva Responsável pela Atividade de Estágio do Curso

MEDIANEIRA

2012

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Unidades industriais Frimesa e sede em Medianeira. ............................... 11

Figura 2 - Localização das filiais de vendas. ............................................................. 11

Figura 3 - Planilha para controle da produção de Matelândia. .................................. 17

Figura 4 - Planilha para elaboração do levantamento de estoques. .......................... 18

Figura 5 - Formas de armazenagem dos produtos. .................................................. 19

Figura 6 - Fluxo de vendas e transferências. ............................................................ 21

Figura 7 - Tela para digitação da ordem de compra. ................................................. 22

Figura 8 - Tela para gerar o número da carga. .......................................................... 23

Figura 9 - Tela para abertura do chamado. ............................................................... 25

Figura 10 - Tela de consulta da nota fiscal. ............................................................... 26

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Filiais e suas regiões de atendimentos. .................................................. 12

Quadro 2 - Motivos de devolução para abertura do chamado................................... 27

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Representação da porcentagem de devoluções evitadas. ...................... 28

Gráfico 2 - Porcentagem de devolução por motivo. .................................................. 29

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 9

1.3 FRIMESA .............................................................................................................. 9

1.4 FILIAIS ................................................................................................................ 11

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 14

2.1 LOGÍSTICA ......................................................................................................... 14

2.2 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA REVERSA ............................... 15

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................... 16

3.1 PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO ............................ 16

3.1.1 Estoque ............................................................................................................ 17

3.2 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO PARA AS FILIAIS .......................................... 18

3.2.1 Cargas de transferências ................................................................................. 21

3.3 ATENDIMENTO AO CLIENTE ............................................................................ 23

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 30

5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 33

8

1. INTRODUÇÃO

Hoje a logística de distribuição é considerada elemento fundamental para

as empresas que vivem em um mercado globalizado, no qual a concorrência não é

apenas local, mas sim global. A logística com suas ferramentas mostra-se aliada das

empresas, como ótima opção de estratégia competitiva diante do mercado

consumidor.

O setor de logística é tão importante quanto as áreas de marketing,

finanças e produção de uma empresa. Pois é através dele que os serviços e

produtos chegam até seus clientes finais, no tempo e quantidade certa, com o

auxílio de algumas ferramentas de gerenciamento baseadas na Tecnologia da

Informação. Sendo assim, a logística deixa de ser apenas o transporte e

armazenagem de produtos, e passa a ser o ponto forte da cadeia produtiva

integrada com diversas atividades de planejamento e controle da produção.

Para obtenção de um planejamento, controle e distribuição da produção

eficiente, é importante que haja análise dos processos e engajamento entre eles.

Para isso a logística busca gerenciamento coordenado das atividades em vez de

realizá-las individualmente, agregando valor aos produtos e aos serviços fazendo

com que a organização tenha maior força perante o mercado. Deste modo o

relatório descreve as principais atividades que foram acompanhadas e

desenvolvidas durante o período de estágio e que tiveram como finalidade o

aprendizado e vivência na área de logística da Frimesa Cooperativa Central, uma

empresa no ramo de alimentos.

De início o trabalho apresenta os objetivos e a empresa, logo em seguida

uma revisão bibliográfica sobre os temas relacionados com as atividades realizadas

durante o estágio, como suporte teórico ao relatório. Somente depois serão descritas

as atividades, por fim apresentadas as considerações finais assim como a relação

das atividades com o curso.

9

1.1 OBJETIVOS

O objetivo principal do estágio foi conhecer e analisar os processos da

logística de distribuição, controle e programação da produção.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos foram:

Elaborar planos semanais e mensais de produção para as unidades de

responsabilidade da sede;

Realizar a verificação diária das ordens de produção;

Elaborar resumo de estoque;

Distribuir a produção para as filiais de acordo com os pedidos;

Digitar documentos das transferências de cargas;

Atender aos motoristas, pelo serviço de Call Center da empresa, no

processo de entrega de produtos das filiais até o cliente.

1.3 FRIMESA

Em 1977, época que a maioria das famílias viviam da atividade agrícola,

surge a Sudcoop, composta por quatro cooperativas do sudoeste do Paraná na

cidade de Francisco Beltrão, com o objetivo de auxiliar no escoamento da produção.

Observando as atividades praticadas por produtores surge a oportunidade de

industrialização da carne suína, produzida em grande escala na região, com a

compra do então falido frigorífico Medianeira S/A. A aquisição realizada em 1979,

propiciou junção da Sudcoop com o Frigorífico Medianeira S/A em uma única marca

Frimesa Cooperativa Central, mantida até hoje.

10

Localizada em Medianeira no Estado do Paraná, a empresa iniciou suas

atividades em 1980, abatendo 500 suínos/dia. No mesmo ano a cooperativa entrou

no ramo de processamento de leite, após a aquisição de duas indústrias dos

Laticínios Rainha, industrializando 50 mil litros de leite/dia. Em 1982, mais duas

unidades foram agregadas à Central, Matelândia e Nova Santa Rosa ambas no

Paraná, aumentando a produção com mais 45 mil litros/ dia.

No ano de 1990 foi construída em Marechal Cândido Rondon, a unidade

industrial, para comercialização de queijos finos e derivados, criando a marca

Reggio. Nela iniciou-se a produção de leite longa vida, possibilitando a distribuição

para todo o Brasil. Nos anos seguintes as linhas de carnes e lácteos foram

unificadas numa única marca, Frimesa. Em 2006 outra indústria de leite

pasteurizado foi inaugurada no município de Aurora-SC. Em 2007 a unidade de

Medianeira amplia a planta industrial de carnes, com capacidade para 6.000

suínos/dia, atualmente abate 5.000 suínos/dia em média (REVISTA FRIMESA,

2012).

A empresa é formada por cinco cooperativas filiadas: Copagril, Lar,

Copacol, C. Vale, Primato e 3.900 produtores integrados, estes produzem mais de

um milhão de cabeças de suínos/ano e 170 milhões de litros de leite, que após

processados transformam-se nos 370 itens existentes no mix de produtos

disponíveis aos consumidores (REVISTA FRIMESA, 2011).

Para industrialização a Frimesa Cooperativa Central conta com cinco

indústrias (Figura 1), quatro no Paraná e uma em Santa Catarina. A unidade de

Medianeira (Sede) no Paraná abate e industrializa a carne suína; Marechal Cândido

Rondon, Capanema e Matelândia também no Paraná recepcionam e processam o

leite, assim como a unidade de Aurora em Santa Catarina.

11

Figura 1 - Unidades industriais Frimesa e sede em Medianeira. Fonte: FRIMESA, 2012.

1.4 FILIAIS

Para comercialização dos produtos, a empresa dispõe de sete filiais,

conforme Figura 2.

Figura 2 - Localização das filiais de vendas. Fonte: Adaptado revista Frimesa (2010, p. 21).

12

As filiais são responsáveis pela distribuição, cobrindo as regiões Sul e

Sudeste do Brasil. Destas, Apucarana e Curitiba no Paraná, Itajaí em Santa

Catarina, Canoas no Rio Grande do Sul e no Estado de São Paulo: Bebedouro e

São Paulo (capital). Todas possuem operador logístico para a armazenagem dos

produtos e posterior distribuição de acordo com as vendas realizadas. A empresa

contrata dos operadores, espaço destinado somente à armazenagem de seus

produtos. As regiões que cada filial atende está especificada no Quadro 1.

FILIAL DE VENDA ESTADO CIDADE REGIÃO DE

ATENDIMENTO

FIME

Paraná Medianeira

SEDE

Oeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina e algumas cidades do Rio Grande do Sul.

DEVEN Norte, nordeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais.

FOOD SERVICE Cozinhas de todo Brasil.

INSTITUCIONAL Vendas para grandes instituições de todo Brasil.

EXPORTAÇÃO

Rússia; Uruguai; Hong Kong; China; Chile; Japão; Coréia; Paraguai; Caribe; Holanda; África do Sul; Camarões e Gabão.

FILIAL DE VENDA OPERADOR LOGÍSTICO

ESTADO CIDADE REGIÃO DE

ATENDIMENTO

FIAP

Paraná

Apucarana Norte do Paraná e interior de São Paulo.

FIBA Curitiba Curitiba e região metropolitana.

FISC Santa Catarina Itajaí Santa Catarina.

FIRG Rio Grande do

Sul Canoas Rio Grande do Sul.

FIPA

São Paulo

Bebedouro Interior de São Paulo e Minas Gerais.

FISP São Paulo Grande São Paulo e parte de Minas Gerais.

FIRJ Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro e regiões de Minas Gerais.

Quadro 1 - Filiais e suas regiões de atendimentos. Fonte: Autor, 2012.

Na Sede estão localizadas as instalações das filiais FIME, DEVEN,

Exportação, Institucional e Food Service, as quais realizam processos de vendas

13

aos clientes. Atendem as regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde as outras sete

filiais não fornecem seus serviços.

As filiais FIAP, FIBA, FISC, FIRG, FIPA, FISP e FIRJ possuem parte

administrativa e comercial coordenadas pela própria Frimesa Cooperativa Central.

As funções dos operadores logísticos são: receber os produtos,

armazenar e realizar a expedição após serem repassados os pedidos pela Sede,

sendo o transporte até o cliente terceirizado.

14

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LOGÍSTICA

O conceito de logística definido pelo Council of Supply Chain

Management Professional (2011), associação mundial de profissionais de gestão de

cadeias de abastecimento, descreve:

[...] gestão logística é a parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos que planeja, implementa, controla o fluxo de armazenagem de mercadorias, serviços e informações, de forma eficiente e eficaz, desde a aquisição da matéria prima até o cliente final.

Subtende-se que, nos dias atuais, com a grande competitividade

encontrada no mercado, o planejamento das atividades que circundam o processo

logístico é de fundamental importância, pois pode reduzir custos das atividades,

favorecendo o consumidor final. Para tanto é essencial que o processo seja

conhecido por inteiro, satisfazendo toda a cadeia.

Ao longo dos anos os conceitos logísticos foram sendo aprimorados.

Passando à integrar diversas áreas da produção, dimensionamento e leiaute de

armazéns, disposição de produtos em depósitos, transporte (roteirizarão,

dimensionamento de frota de veículo), distribuição, seleção de fornecedores e

clientes externos, gerando um novo conceito conhecido como logística integrada

(CHING, 2008).

Após desfeitas as barreiras existentes entre as empresas fornecedoras e

clientes, estas devem formar cadeias, administradas como uma única instituição,

promovendo a integração dos processos de cada uma delas, favorecendo as

negociações das atividades para produção. A razão para realização da

administração de uma logística bem estruturada seria em primeiro lugar a redução

dos custos e consequente busca por melhorias nos processos.

Para Ching (2008), o gerenciamento do fluxo, agregação de valor,

controle de materiais e processos, produtos acabados, transporte e distribuição de

bens destinados à venda, desde depósitos intermediários até a chegada aos

15

consumidores, estão dentro das fronteiras englobadas pelos conceitos logísticos.

Conceitos estes que almejam satisfazer as necessidades e preferências dos

consumidores finais, pelos quais a cadeia toda é movimentada.

2.2 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA REVERSA

Em um contexto mais global, a logística de distribuição é responsável

pelos processos subsequentes à fabricação e a eficácia na gestão destes processos

pode representar vantagens competitivas, as quais diferenciarão a empresa de suas

concorrentes (GUERISE, 2006). É ela quem determina a movimentação dos

produtos acabados, identificando como serão os canais de distribuição da empresa

diante do mercado consumidor.

Ballou (2001) trata a distribuição física como atividade da logística

empresarial que tem a responsabilidade de movimentar, estocar e efetuar o

processamento dos produtos finais, sempre buscando agregar valor aos produtos e

serviços, os fornecendo ao menor custo possível para o cliente final.

Após a produção e distribuição dos produtos, para minimizar custos e

evitar possíveis impactos ambientais que alguns produtos possam vir a causar,

quando dispostos ou descartados em locais inadequados, surge a logística reversa.

Responsável por recolher produtos, embalagens ou matérias, que retornam ao

centro de produção por inúmeros motivos, como problemas de fabricação, por

reparos, itens que são de responsabilidade do fabricante após sua vida útil ou ainda

produtos que retornam para reciclagem.

Para essa atividade existem inúmeras definições cada qual atendendo o

objetivo da sua empresa, Leite (2002) fornece uma relação mais ampla

mencionando que a logística reversa compõe a logística empresarial, a qual

“planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas, do retorno dos bens de

pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-

lhes valor de diversas naturezas”.

16

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO

A produção da empresa é determinada, acompanhada e distribuída pelo

departamento de logística da sede, na área de atuação dos Programadores e

Controladores Logísticos (PCL). Os quais elaboram os planos de produção das

unidades fabris de produtos lácteos e cárneos, acompanham a produção já

realizada, verificam os níveis de estoques e vendas. São responsáveis pela

distribuição dos produtos à cada filial, de acordo com os pedidos repassados pelos

mesmos e também análise de seus estoques.

O planejamento da produção anual, mensal e semanal das unidades

fabris é determinado pelo PCL. Nestes planos constam o que deverá ser produzido,

o volume e os períodos, sendo montados através de reuniões anuais. O plano anual

é dividido em meses de acordo com a demanda prevista. Nesta meta consta a

matéria prima, insumos e produto acabado.

As reuniões mensais são realizadas com a gerência de produção da

unidade fabril de cada área (PCL, compras, embalagens e o encarregado da

indústria) juntamente com a área comercial que, pelas vendas previstas, determinam

quando e quanto deverá ser produzido no mês, sempre considerando o estabelecido

pelo plano anual.

Durante o estágio foram acompanhados os planos para o parque fabril de

Medianeira, que conta com plano mensal, também utilizado na unidade de

Matelândia (com acompanhamento diário), realinhado durante a semana com os

gerentes de produção, se necessário "forçar" algum produto, para cumprir as vendas

programadas. O processo de acompanhamento, por planilha demonstrativa diária,

funciona como ferramenta de auxiliar identificando o que foi e deverá ser produzido

no dia seguinte, sempre verificando os estoques existentes de produtos acabados

na unidade. A Figura 3 ilustra a planilha de acompanhamento diário realizado para

Matelândia.

17

Figura 3 - Planilha para controle da produção de Matelândia. Fonte: FRIMESA, 2012.

Os planos para as outras três unidades, não foram acompanhados, porém

vale ressaltar que as unidades de Capanema e Aurora recebem da sede somente o

plano mensal, com a meta a ser cumprida. Nas produtoras de queijos diversos e

manteiga, a entrada da matéria prima, é quem determina a produção diária.

Para a unidade de Rondon o plano é semanal. A variedade de produtos

(produção diária) é determinada pelos gerentes de produção de acordo com o

volume/dia de matéria prima. O leite é transformado em queijos de tipos diversos e

produtos da linha seca como leites UHT, achocolatado, leite condensado e creme de

leite UHT, estes possuem tempo de produção mais longo e vida útil maior,

favorecendo o processo de distribuição. O volume de produção estabelecido no

planejamento deve ser atingido mensalmente para atender a demanda dos produtos

comercializados.

3.1.1 Estoque

Os estoques existentes dos 370 produtos acabados são contabilizados

em planilhas atualizadas semanalmente, tanto para produtos cárneos quanto

lácteos, conforme exemplo demonstrado através da Figura 4. O objetivo do controle

é acompanhar os estoques de cada produto. Para isso são somados o volume de

estoque por produto existente na unidade produtora, e nos operadores logísticos

(filiais) e o que se encontra em trânsito. Estes valores, comparados aos estoques

mínimos e máximos, mostram o estoque real de cada item. Se este estiver abaixo do

18

estoque mínimo requer cuidados, pois seu volume não atenderá todas as vendas

previstas.

Figura 4 - Planilha para elaboração do levantamento de estoques. Fonte: FRIMESA, 2012.

O controle dos níveis de estoques facilita o giro da mercadoria, evitando

vencimento da validade do produto. Estes não devem ultrapassar 25% da sua vida

útil armazenados, pois pode prejudicar a comercialização para regiões distantes das

unidades produtoras.

3.2 DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO PARA AS FILIAIS

A distribuição, da produção das unidades fabris para as filiais, ocorre na

sede de segunda a sexta-feira, de acordo com as vendas previstas. Com as cotas e

os pedidos enviados ao PCL é realizada a distribuição. A cota funciona como

parâmetro para distribuição da produção e posterior montagem das cargas, ela

possibilita verificar o volume de estoque do operador, e o quanto será destinado

para transferência. Porém, dependendo do estoque existente nas unidades fabris

pode ocorrer: envio além da cota de produtos para completar cargas e/ou devido a

baixa produção de alguns produtos estes acabam não conseguindo suprir a

necessidade da filial nem mesmo a cota.

19

As cargas são montadas após análise do relatório de estoques gerais

atualizado diariamente. Nele consta as cotas dos produtos para cada filial; os

estoques atualizados das unidades fabris e dos operadores; e ainda os que estão

em trânsito. Com essas informações e os pedidos, a distribuição e montagem das

cargas são realizadas.

A forma de armazenagem deve ser dividida de acordo com o grupo

pertinente. Dependendo do produto são mantidos congelados, resfriados ou à

temperatura ambiente (Figura 5).

Figura 5 - Formas de armazenagem dos produtos. Fonte: Autor, 2012

As cargas são montadas com um único grupo de produtos (congelado ou

resfriado) ou mistas (congelado e resfriado), separados sempre por divisórias (lonas

térmicas que evitam a passagem da corrente fria aspergida da frente do veículo). Os

produtos que ficam na frente mantêm temperaturas mais baixas e os anteriores a

divisória, a uma temperatura superior. Já para os enviados a temperatura ambiente

(linha seca) – leites UHT, achocolatado, leite condensado e creme de leite UHT, são

geralmente despachados em cargas separadas, carregados com produtos resfriados

quando a quantidade é pequena, e em cargas mistas (congelados e

resfriados/ambiente) raras vezes, quando o volume de produtos é baixo e a filial

realmente necessita do produto.

20

Cada linha (grupo específico) é transportada de acordo com a

temperatura de sua armazenagem, os veículos possuem sistema de manutenção da

temperatura. Este transporte é terceirizado, podendo ser feito por carretas com

capacidade de até 35 t. ou cargas menores em caminhões de até 15 t., dependendo

do volume e da disponibilidade da área do transporte para montagem das cargas. O

envio de carretas é mais frequente, pois tem maior espaço físico, compensando o

frete. Alguns pedidos não completam o peso da carga, neste caso são observadas

as cotas dos produtos, individualmente, verificando sua quantidade para adicionar

ao carregamento, se existir produto disponível nos estoques das unidades fabris.

De acordo com a Figura 6, os produtos transferidos para as filiais, são

carregados diretamente das unidades fabris para as filiais e/ou da sede. As cargas

diretas ou fechadas são quando não há necessidade de complemento, ou seja, o

volume requerido pela filial é suficiente para uma carreta/caminhão. As filiais são

responsáveis por cumprir suas metas comercializando os produtos contidos nos

seus armazéns. Porém quando a venda é muito grande, o pedido é repassado para

a sede que envia o carregamento direto para o cliente, minimizando custos de

operador e transporte, carga e descarga, até mesmo deteriorações de produtos em

decorrência do manuseio.

Após os pedidos serem confirmados e a distribuição realizada, as cargas

são montadas e enviadas para o processo de digitação e posterior transporte. A

área do transporte cadastra a carga e informações básicas da nota, motorista e

veículo.

21

Figura 6 - Fluxo de vendas e transferências. Fonte: Autor, 2012

3.2.1 Cargas de transferências

As montagens das cargas de produtos cárneos e lácteos são realizadas

na sede, pelo PCL, no departamento de logística. As atividades de análise dos

estoques, distribuição, montagem, liberação das cargas e digitação, são

responsabilidades realizadas diariamente. Primeiro é verificado com a área de

transporte, quantas carretas e/ou caminhões estarão disponíveis para a região

específica. São feitas, de acordo com os pedidos e a existência de produtos nos

estoques das unidades fabris.

Após a elaboração das ordens para carregamento, realizadas

manualmente, a nota é enviada para digitação da carga e repassadas ao sistema

digitalmente. Esta etapa conta com alguns dados fundamentais: fornecedor

(Frimesa), local de origem do produto (Medianeira, Marechal Candido Rondon,

Matelândia ou Aurora) e destino (UFM, FIAP, FIBA, FISC, FIRG, FIPA, FISP e FIRJ),

como mostra a Figura 7. São inseridos os códigos dos produtos, quantidade e data

de envio, gerando a ordem de compra. Esta contém os itens que serão adicionados

22

à carga, é fornecida para criar a ordem de venda, a qual relaciona os produtos e

quantidades repassados no processo anterior.

Figura 7 - Tela para digitação da ordem de compra. Fonte: Sistema de Informação Frimesa, Oracle®, 2012

Depois de gerada a ordem de venda, esta é usada para o número da

carga (Figura 8). O qual contém todas as informações repassadas na montagem do

pedido, encaminhada para a área do transporte, que cadastra veículo e motorista,

fechando o processo de montagem da carga.

Após a montagem e digitação dos componentes, a nota retorna ao PCL

para análise dos estoques de transferência e liberação das cargas para o

carregamento. Para as unidades Matelândia, Mal. C. Rondon, Capanema e Aurora

as cargas são montadas e cadastradas pelo transporte da sede, sendo enviado o

número da carga por e-mail para serem carregadas.

23

Figura 8 - Tela para gerar o número da carga. Fonte: Sistema de Informação Frimesa, Oracle®, 2012

Na expedição as cargas de transferências sempre são priorizadas,

iniciando o carregamento as 15:00h, devido a distância que os operadores logísticos

estão localizados. Após a finalização dessas, iniciam as das vendas regionais e

demais vendas.

3.3 ATENDIMENTO AO CLIENTE

O atendimento ao cliente via Call Center foi implantado na sede, no ano

de 2008, para atender as urgências/emergências ocorridas durante a entrega das

mercadorias. O serviço prestado busca solucionar problemas que causam,

principalmente, as devoluções. Pelo repasse do problema, que pode ser tanto do

cliente como do próprio motorista, para abertura do chamado, fica mais simples

evitar o retorno dos produtos para a filial que realizou a venda.

24

O processo de venda dos produtos pelas filiais ocorre por vendedores

contratados, responsáveis por efetuar e repassar o pedido. As filiais determinam ao

operador quando a carga deve ser enviada ao comprador, sendo o transporte

terceirizado. Os problemas que ocorrem nas entregas podem ser originados no

próprio pedido repassado pelo vendedor, no carregamento, na quantidade de

produtos enviados e outros ocasionados durante a viagem, atraso, quebra do

veículo ou avarias de produtos. Pode ocorrer ainda do próprio cliente não querer

receber a mercadoria, sem motivo específico. Todos esse motivos e problemas

devem ser repassados ao Call Center. O atendimento surge para resolver o

desacordo, repassando o problema mais rápido possível para a filial de venda e

vendedor específicos, que juntos buscarão agilizar a resolução do transtorno.

A abertura do chamado, realizado pelo pessoal do atendimento ao cliente

(Customer Service), é montado com auxílio de ferramentas digitais e gestão da

tecnologia da informação (TI). O motorista responsável pela carga, liga para o

serviço de Call Center, com algumas informações básicas: nome, placa, telefone e o

número da nota que está apresentado o problema em questão. Pelo número da nota

fiscal (NF) é possível conferir a localidade da entrega, a filial de venda e o vendedor,

além de serem observadas as mercadorias que nela constam. Após repassadas as

informações, a atendente busca a causa da ligação, os motivos para abertura do

chamado, este processo ocorre em telas como ilustrado na Figura 9. São então

enviadas ás filiais de responsabilidade como chamado aberto pelo motorista, com

todos os dados necessários para a resolução. Para auxiliar na abertura dos

chamados, bancos de dados digitais da empresa possibilitam confirmar a existência

da nota fiscal informada pelo motorista.

A página para consulta da nota é demonstrada na Figura 10, pelo número

da nota fiscal pode ser verificado o vendedor, cliente e produtos que constam na

carga, informações sobre o cliente e algumas básicas como nome do motorista e

placas do caminhão, entre outras.

25

Figura 9 - Tela para abertura do chamado. Fonte: GTI, Frimesa, 2012

26

Figura 10 - Tela de consulta da nota fiscal. Fonte: Sistema de Informação Frimesa, Oracle®, 2012

Os chamados são abertos de acordo com o suposto grupo causador do

transtorno, podem ser derivados em área comercial, logística, clientes, indústria e

administrativo. Estes são divididos em inúmeros fatores que, antes da implantação

do serviço, terminavam em devolução. Atualmente, o repassado pelo motorista,

como problema, é adicionado ao motivo da reclamação, que são padronizados de

acordo com o Quadro 2. O repasse do chamado é feito imediatamente após a

abertura para sua filial de vendas, que deve verificar e resolver, quando possível o

problema em questão. Ao resolver o chamado, a filial fecha-o, sinal que houve

algum acordo satisfatório entre as partes.

Esses problemas acabavam causando a devolução de inúmeros

produtos, prejudicando a distribuição, fazendo com que a carga retorna-se a filial de

venda. Atualmente através da conscientização e orientação ao motorista para

informar os motivos que estão prejudicando suas entregas, as causas podem ser

avaliadas e negociadas on-line pela filial e vendedor junto ao cliente, evitando a

devolução.

27

Quadro 2 - Motivos de devolução para abertura do chamado. Fonte: Frimesa, 2012

O gráfico 1 demonstra o percentual de devoluções evitadas no

atendimento ao transportador, em período de quatro meses consecutivos.

28

Gráfico 1 - Representação da porcentagem de devoluções evitadas. Fonte: Autor, 2012.

Dentre os mais de sessenta motivos que podem ser atribuídos para

abertura dos chamados, os que possuem maior representatividade estão indicados

no Gráfico 2, o qual demonstra que 34 % do total dos chamados abertos em período

de quatro meses, foi referente a três motivos específicos – motorista aguardando

para descarregar, pedido não solicitado ao representante e fora do horário de

recebimento no cliente.

Após a implantação do atendimento ao motorista o nível de devoluções foi

reduzido, favorecendo a imagem da empresa junto aos seus clientes,

proporcionando credibilidade, segurança e confiança nas entregas.

0%

20%

40%

60%

80%

100% 90%

60%

47% 45%

40% 38% 30%

25% 20%

PORCENTAGEM DE DEVOLUÇÕES EVITADAS

FIAP

FIME

FIPA

FIBA

FISC

FISP

FIRG

FIRJ

DEVEN

29

Gráfico 2 - Porcentagem de devolução por motivo. Fonte: Autor, 2012.

15%

10%

8% 58%

PORCENTAGEM DE DEVOLUÇÃO POR MOTIVO

Motorista aguarda para descarregar

Pedido não solicitado - Representante

Fora da horario de recebimento da NF no cliente

Outros

30

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como a empresa tem sua produção determinada pela entrada de matéria

prima, tudo que entra precisa ser industrializado, gerando estoque de alguns

produtos. Para atender ao mercado consumidor sem imprevistos são realizados os

planos, acompanhados e colocados em prática quando adequados, com isso

consegue-se evitar surpresas tanto na hora da industrialização, com falta de

materiais, embalagens, equipamentos e até mesmo espaço para armazenagem,

como na hora da comercialização. O planejamento e acompanhamento do

programado auxilia também a linha de produção das unidades industriais, que

saberão quais equipamentos serão utilizados para cada dia de industrialização.

Os estoques são considerados pela empresa como forma de garantia no

atendimento aos pedidos dos clientes, para alguns produtos que requerem tempo de

produção mais longo, como alguns queijos. A planilha de controle de estoque

utilizada possibilitou a demonstração dos volumes existentes, facilitando a

identificação do produto, para a produção com urgência, para atender as vendas.

A atividade realizada de acompanhar a distribuição da produção para as

filiais, responsabilidade do pessoal do PCL, identifica que logística bem estruturada

na armazenagem, comercialização e distribuição abre ainda mais as portas do

mercado consumidor para a empresa, pois consegue atender no tempo certo e

fornecendo o volume requerido com facilidade.

A digitação da carga disponibiliza informações no banco de dados da

empresa, etapa importante onde o pedido passa a fazer parte do sistema, podendo

ser consultada a qualquer momento, para conferência de dados. Qualquer erro no

repasse do pedido prejudica a imagem da filial que realizou a solicitação da

mercadoria, pois dependendo da localidade da filial o produto pode demorar até dois

dias para ser entregue novamente.

Com a implantação do sistema de Call Center, a abertura e envio dos

chamados com os problemas causados durante as entregas e retornos das cargas à

filial de origem obteve redução significativa. Em quatro meses, por exemplo, o

atendimento evitou devolução de até 90% dos chamados abertos de ocorrências de

origem da FIAP. Algumas das ocorrências podem ser solucionadas em minutos, nas

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de negociações e confirmações de pedidos. Com a utilização do serviço de

atendimento ao motorista as entregas passaram a ter maior credibilidade e

confiança dos clientes.

Esta atividade se relacionou com a disciplina Sistema de Informações

Gerenciais, pois é uma forma de Tecnologia da Informação (TI), em que são

disponibilizadas as informações às filiais que realizaram a venda e buscam

solucionar as ocorrências evitando inúmeras devoluções. Também relaciona-se a

essa atividade a disciplina Logística, pois a solução do problema evita a volta do

produto ao operador, reduzindo as operações de logística reversa, garantindo a

confiança nas entregas e credibilidade da empresa.

As atividades vivenciadas proporcionaram contato aprofundado com

alguns conhecimentos adquiridos durante o curso, facilitando a visualização da

prática, enriquecendo o aprendizado. A atividade de programação da produção,

desenvolvida durante o estágio, relembra algumas passagens de Planejamento e

Controle de Produção I e II da matriz curricular, pois realiza o plano de produção

buscando evitar o excesso. Verificando se o planejamento será suficiente para

atender a demanda ou as ordens de produção terão que ser ajustadas, para

equilibrar a diferença entre o que está sendo produzido e a real demanda do

mercado.

O controle de estoques se relaciona também as disciplinas já citadas

incluindo a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Todas identificam formas de controle

de estoques para minimizar custos, assim como busca identificar a planilha

desenvolvida pela empresa demonstrando como variam os estoques, se estão além

do limite permitido, produzindo excesso de produtos parados, ou se estão dentro do

planejado para atendendo a demanda.

A distribuição da produção tem relação com a Logística, especificamente

conhecimentos da distribuição, pelo fato de buscar a otimização dos envios das

mercadorias, sempre com o máximo de aproveitamento dos veículos nas cargas

encaminhadas às filiais. Para a etapa de digitação das cargas utilizou-se alguns

conhecimentos da disciplina Sistemas de Informações Gerenciais para efetuar a

inclusão das cargas no banco de dados do sistema informatizado, que armazena e

possibilita consultas.

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Em suma foi o complemento ideal entre sonhos e realidade, a área

acadêmica e a industrial, as deduções teóricas e a prática plena, a importância do

trabalho em equipe auxiliado pela tecnologia em prol dos sucessos profissionais e

empresariais.

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5. REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

CHING, Hong Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada: supply chain. São Paulo: Atlas, 2008.

Council of Supply Chain Management Professional. Supply chain management definitions. Estados Unidos, 2011. Disponível em: < http://cscmp.org/aboutcscmp/definitions.asp>. Acesso em: 09 de Nov. de 2011.

GUERISE, Luciana C. Aplicação do conceito de logística integrada na exportação de açúcar e suco de laranja pelo Porto de Santos. 2006. 148p. (Dissertação de Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Gestão de Negócios. Universidade Católica de Santos, Santos. 2006.

LEITE, P. R. Logística Reversa: Nova área da Logística Empresarial (1ª parte). Revista Tecnologística, São Paulo, p. 102 - 109, 15 mai. 2002.

Revista FRIMESA. De norte a sul. Medianeira: edição no 45. Novembro/Dezembro de 2010.

Revista FRIMESA. Frimesa: uma história de amizade com milhares de famílias. Medianeira: edição no 51. Novembro/Dezembro de 2011.

Revista FRIMESA. Meta cumprida. Medianeira: edição no 52. Janeiro/Fevereiro de 2012.

Site FRIMESA. Uma história de sucesso. Medianeira – PR. 2012. Disponível em: <http://www.frimesa.com.br/br/frimesa_apresentacao.php>. Acesso em: Abr. de 2012.