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MODELO - HABEAS CORPUS PREVENTIVO - FAZER PROVA CONTRA SÍ MESMO

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Page 1: MODELO - HABEAS CORPUS PREVENTIVO - FAZER PROVA CONTRA SÍ MESMO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CRIMINAIS DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA ESPECIAL DE CURITIBA –PARANÁ            

NOME COMPLETO EM CAIXA ALTA E NEGRITO, brasileiro, solteiro, profissão, portador do RG nº. XXX e inscrito sob CPF n°. XXX, residente e domiciliado na endereço completo, objetivando não ser obstado em seu direito de ir e vir, não ser obrigado a submeter-se ao chamado bafômetro, nem tampouco penalizado por tal negativa ou sofrer constrangimento físico por parte de representantes do Departamento de Transito (DETRAN) ou Polícia Militar (PM) desta cidade, vem à presença de Vossa Excelência para, nos termos do inciso II e LXVIII do Art. 5º da Constituição Federal, arts. 647 e seguintes do CPP,  impetrar o presente

 HABEAS CORPUS PREVENTIVO

 pelos seguintes fatos e fundamentos: 1 – A Lei 11.705, de 19/06/08, determina que se houver recusa do condutor em submeter-se ao teste do bafômetro, este estará sujeito a multa de R$ 955,00, a suspensão desde logo, do direito de dirigir por doze meses, e retenção do veiculo. Ocorre, no entanto, que a Constituição Federal consagra princípio segundo o qual ninguém pode ser obrigado a fazer prova contra si mesmo. Partindo da premissa de que a Constituição Federal assegura o direito de não fazer prova contra si mesmo, não se há de punir alguém que exercita tal direito. A obrigação de submeter-se ao exame do Etilômetro (bafômetro) se reveste de inconstitucionalidade. 2 - Discorrendo sobre o mesmo, verdadeiro complemento dos princípios do devido processo legal e da ampla defesa, Antonio Magalhães Gomes Filho, citado por Alexandre de Moraes, afirma que.

“O direito a não incriminação constitui uma barreira instransponível ao direito à prova de acusação; sua denegação, sob qualquer disfarce, representará um indesejável retorno às formas mais abomináveis da repressão, comprometendo o caráter ético-político do processo e a própria correção no exercício da função jurisdicional”

 Ora, não se pode punir alguém, ainda que administrativamente, pelo fato de exercitar direito constitucionalmente assegurado. 

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3 - Esta petição fundamenta-se, ainda, na precedente concessão de habeas-corpus preventivo, de teor semelhante, ao Sr. Percival Menon Maricato pelo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Márcio Franklin Nogueira, da 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 08 de julho do corrente, cuja r. decisão não impede que o motorista seja multado caso o estado de embriaguez seja detectado pelo agente de polícia, embora assegure o exercício do direito constitucional de não fazer prova contra si mesmo. 4 - Os jornais, as rádios e os canais de televisão têm mostrado os absurdos que estão sendo cometidos, com a detenção de motoristas que se negam a realizar o exame de alcoolemia, o que não prova estarem embriagados. Fato, que por si só, caracteriza o justo receio que acomete este impetrante-paciente. Pelo exposto, e tendo provado a procedência do seu justo receio, requer o deferimento do presente pedido, expedindo-se com urgência o competente salvo-conduto ao impetrante-paciente, nos termos do art. 660, § 4°, do CPP., cumpridas as exigências e formalidades legais e fazendo-se as necessárias comunicações, tudo por ser de JUSTIÇA.

  

Curitiba. dia de mês de ano  

___________________CRISTIAN MIGUELOAB/PR 53.828