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CURSO AVANÇADO DE INVESTIGADOR CRIMINAL 1.ª Edição Produção Independente Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) MÓDULO 1 A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CENTRO DE PESQUISA E ENSINO Núcleo de Investigação Criminal ANO DE 2012 ESCONP

Módulo 1 - A Investigação Criminal

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CURSO AVANÇADO

DE INVESTIGADOR CRIMINAL

1.ª Edição – Produção Independente

Detetive Sérgio Jorge

(Contraespião)

MÓDULO 1

A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

CENTRO DE PESQUISA E ENSINO

Núcleo de Investigação Criminal

ANO DE 2012

ESCONP

NOTA

Este Módulo 1 – A Investigação Criminal e os demais

módulos de instrução são um presente dado aos colegas detetives

profissionais, no qual estou colaborando com minha parte, no

aperfeiçoamento constante dessa maravilhosa profissão que é a

prática detetivesca. Este módulo de estudo contém instruções

destinadas à Comunidade Detetivesca. Trata-se de conteúdo

informativo a todos os Detetives Profissionais, que trabalham na

área da Contra-Informação. Outras edições serão feitas para

revisão, correção, atualização e ampliação do mesmo assunto

tratado neste módulo de ensino e que compõe o Curso Avançado

de Investigador Criminal. Poderão ser publicadas, partes

(separatas) do documento, enquanto ainda, estiver em fase de

elaboração e na medida em que estiver completado cada

parágrafo ou seção de conteúdo informativo.

Solicita-se aos usuários deste documento a apresentação de

sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se

destinem à supressão de eventuais incorreções. Caso isto

aconteça, favor enviar tais conteúdos para um dos E-mails:

[email protected] ou [email protected] .

Detetive Sérgio Jorge (Contra-Espião). Bons Estudos!

Visitem o Site: http://www.serjorsil.wix.com/detetivesergio

E baixem de graça outros MANUAIS

de ESPIONAGEM e INVESTIGAÇÃO

SUMÁRIO

OBJETIVOS DO CURSO AVANÇADO DE INVESTIGADOR CRIMINAL.....04

CONTEXTO DO CURSO AVANÇADO DE INVESTIGADOR CRIMINAL.....06

INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO CRIMINAL................................08

CARACTERÍSTICAS DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL........................09

CIÊNCIAS AFINS E AUXILIARES DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.......11

A TÁTICA E A TÉCNICA NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.................16

METODOLOGIA DO RACIOCÍNIO NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.......23

A ANÁLISE NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.................................25

AS CORRELAÇÕES NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.........................29

A SÍNTESE NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.................................30

O CICLO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL....................................33

ANEXOS

QUADRO 1: ALGUNS ESCONDERIJOS DE DROGAS........................34

FOTOGRAFIAS DE INTERESSE À UMA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

(AMOSTRAS: IMAGENS REAIS)...............................................37

1. Fotografias de DROGAS ENTORPECENTES................................37

2. Fotografias de MORTE VIOLENTA.........................................45

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OBJETIVOS DO CURSO AVANÇADO

DE INVESTIGADOR CRIMINAL

O objetivo deste Curso Avançado de Investigador Criminal é capacitar os

detetives profissionais que o cursam com conhecimentos teóricos e práticos

para, no âmbito da Investigação Criminal e no cumprimento das suas futuras

missões:

Conhecer a Teoria e aplicar corretamente as Táticas e Técnicas da análise dedutiva na descoberta de vestígios, evidências e indícios de cometimento de crimes;

Conhecer e aplicar corretamente as técnicas de preservação e conservação dos vestígios detectados ou de quaisquer outros meios de prova.

Realizar as diligências investigatórias sempre dentro do triângulo da Ética, Sigilo e Legalidade.

Para atingir estes objetivos o Curso Avançado de Investigador Criminal,

está organizado nos seguintes módulos principais:

Módulo 1 – A Investigação Criminal; Módulo 2 – Os Vestígios, as Evidências e os Indícios; Módulo 3 – As Provas; Módulo 4 – Processando o Local do Crime; Módulo 5 – Atividade de Inteligência Aplicada à Investigação Criminal; Módulo 6 – Investigação de Crimes Contra a Pessoa; Módulo 7 – Investigação de Crimes Contra o Patrimônio; Módulo 8 – Investigação de Cibercrimes; Módulo 9 – Técnicas de Interrogatório, Entrevista e Sondagem; Módulo 10 – As Digitais; Módulo 11 – A Contra-Investigação ou Investigação Preventiva; Módulo 12 – Atividade de Inteligência Aplicada à Contra-

Investigação ou Investigação Preventiva; Módulo 13 - Investigação de Acidentes de Trânsito com vítimas; Módulo 14 - Investigação de Crimes de Tráfico de Drogas;

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Vários outros MÓDULOS que serão incorporados ao Curso Avançado de Investigador Criminal paulatinamente e contínuamente.

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CONTEXTO DO CURSO AVANÇADO DE

INVESTIGADOR CRIMINAL

A globalização modificou as condições em que funcionavam os sistemas de

segurança, particularmente em certos tipos de criminalidade. O crime organizado

deixou de respeitar fronteiras, tornando-se transnacional. Houve uma necessária

adaptação das polícias criminais e uma reavaliação que levasse em conta as

características de risco das sociedades modernas.

A luta contra a criminalidade exige, contudo, uma permanente adequação

das soluções legislativas e operacionais tendo em vista a respectiva eficiência,

eficácia e efetividade.

Esta necessidade é pauta de debates nos Fóruns de Segurança, onde se

pretende redefinir as competências em matéria de Investigação Criminal, bem

como, de métodos, técnicas, instrumentos e leis que se adequam melhor ao atual

panorama criminal.

As responsabilidades dos detetives profissionais, nas suas diligências, como

investigadores criminais, são definidas como competências genéricas e

competências específicas, sendo nestas últimas a prevenção e a investigação dos

diversos crimes, sem prejudicar os trabalhos das Polícias Judiciárias (Polícia Civil

e Polícia Federal), estas últimas, possuem competência prioritária pela legislação

na investigação de crimes, mas nada impede que elas possam ser auxiliadas pelos

cidadãos, mormente, profissionais da investigação do setor privado.

Desta realidade surge a necessidade de formar pessoal especializado no

desempenho de funções em setores fundamentais da investigação criminal tais

como na preservação do local do crime, no processamento do local do crime, na

coleta e tratamento de vestígios e no auxílio ao inquérito policial.

Este é fulcro da questão na procura da verdade, pois, para cometer um

determinado ato criminoso o delinquente tem as suas razões, consome recursos

materiais na preparação e execução da atividade criminosa e, deixa marcas

(pistas) da sua presença e ação. É nesta procura incessante, devidamente

balizada pelas regras impostas pela Lei que a ação do detetive criminal deve

desenrolar-se, aliando o raciocínio aos conhecimentos técnicos, na identificação

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 7

do autor no momento em que a prevenção falhou, ou seja, o serviço de

patrulhamento preventivo ou policiamento ostensivo das Polícias Administrativas

(Polícias Militares) que não obteve o êxito esperado.

Pretende-se assim, com este curso avançado de investigação criminal,

conseguir um tratamento cientifico e eficaz da PROVA resultante da prática dos

diversos atos delituosos de natureza criminal através de uma instrução prática

próxima das reais situações no terreno, prevendo a sua necessária e inevitável

exploração científica com vista à sua utilização em sede de julgamento.

O êxito da investigação criminal não se assenta apenas na obtenção da

confissão do réu, mas sim numa atividade paciente de obtenção de provas com

respeito absoluto pelos direitos e garantias individuais.

É o esforço no trabalho da investigação por encontrar a prova indiciária que

permite a imprescindível conversão da clássica polícia administrativa e judiciária

numa autêntica polícia criminal-cientifica e o incremento do prestígio e confiança

da sociedade no bem-fazer da sua POLÍCIA CRIMINAL.

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INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

O cerne do problema da Investigação Criminal revela-se na necessidade de

determinar como resolver cada caso proposto e em cada momento. Trata-se,

enfim, de saber como pensar, como orientar as múltiplas diligências

investigatórias e como conseguir uma metodologia adequada.

O que se entende então por Investigação Criminal ?

É o conjunto de técnicas e procedimentos legalmente admitidos e utilizados

de uma forma sistemática e metódica no sentido da descoberta de fatos

materiais penalmente relevantes e sua reconstituição histórica.

OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

O objetivo final da Investigação Criminal é, no fundo, a resolução do

problema que o Processo Penal se refere "o de verificar a existência das

infrações, determinar os seus agentes e averiguar a responsabilidade de cada

um", isto é, dar resposta à pergunta fundamental da Investigação Criminal:

QUEM FEZ O QUÊ ? ( O QUE FOI FEITO POR QUEM ? )

* Relação fundamental ato / autor; * Reconstituição mental dos fatos

* Reunir provas e determinar autores

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A reconstituição mental dos fatos ou retrocognição visuográfica, isto é, a

reconstituição histórica orienta-se no sentido de dar resposta às seguintes

questões (hexagrama):

Quem? O quê? Onde? Quando? Como? Por quê?

Não basta apenas conhecer o fato ilícito e/ou o seu autor para que este

seja penalmente responsabilizado e punido. É pois necessário reunir todos os

elementos materialmente relevantes que permita ao Tribunal decidir com certeza

ou convicção.

CARACTERÍSTICAS DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

A Investigação Criminal se reveste de um conjunto de características

peculiares, a saber:

MULTIDISCIPLINARIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE

Várias ciências, técnicas e saberes dão a sua contribuição para que a

Investigação Criminal concretize o seu fim último. Basta lembrar o recurso às

ciências afins e ciências auxiliares.

CIENTIFICIDADE E TECNICIDADE

Com base nas características Multidisciplinar e Interdisciplinar em

consequência do recurso a disciplinas com rigor científico, a investigação

criminal garante a produção científica da prova.

Basta pensar nas potencialidades do Laboratório de Polícia Cientifica a quem a

Investigação Criminal recorre com frequência e as disciplinas científicas

(Biologia, Química, dentre outras) em que se apoia.

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NATUREZA AUXILIAR E INSTRUMENTAL

A Investigação Criminal integra um conjunto de mecanismos que lhe permitem

recolher a prova sobre a qual as instâncias judiciárias vão trabalhar no

sentido da feitura da justiça.

SUPERVISÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E ENQUADRAMENTO LEGAL

DO INQUÉRITO E DILIGÊNCIAS PELO PODER JUDICIÁRIO

Todos os atos da Investigação Criminal devem ser executados no estrito

cumprimento dos princípios constitucionais e das regras do Processo Penal e

outra legislação avulsa, sem contudo esquecer a legitimidade do Poder

Judiciário a quem cabe aplicar a lei e, a supervisão do inquérito policial pelo

Ministério Público. Consequentemente, a supervisão de todas as diligências

investigatórias.

Por exemplo, os meios de prova admissíveis estão perfeitamente definidos no

Código de Processo Penal bem como os meios de obtenção de prova no que diz

respeito aos pressupostos, formalidades e limites.

É nesta perspectiva que se pode dizer que a Investigação Criminal obedece ao

formalismo de atos perfeitamente definidos.

O próprio conceito de Investigação Criminal deixa transparecer a necessidade

de respeitar integralmente as exigências legais quando na mesma se usa a

expressão “... legalmente admitidos...”.

PROCESSAMENTO OBRIGATÓRIO

Depois de se ter conhecimento inequívoco da prática de um ilícito criminal

devem ser implementadas todas as diligências investigatórias no sentido de

alcançar-se o seu cabal esclarecimento e, essencialmente, a determinação do

seu autor.

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 11

CARÁTER ABRANGENTE E ESPECIALISTA

Se, como se referiu anteriormente, tem processamento obrigatório, quer

dizer que a Investigação Criminal faz incidir o seu trabalho sobre uma

multiplicidade de crimes com características peculiares e graus de

complexidade e gravidade muito diferenciados podendo ir do simples furto ao

mais complexo caso de estupro ou de homicídio qualificado.

Conclui-se que o investigador deve possuir uma preparação técnico-

profissional adequada bem como os imprescindíveis conhecimentos ao nível do

processo penal, para que possa investigar com eficiência e eficácia qualquer

ilícito de natureza criminal.

CIÊNCIAS AFINS E AUXILIARES

A Investigação Criminal, socorre-se, normalmente, de um conjunto de

ciências na resolução dos casos que lhe é apresentada. Estas ciências são

classificadas como afins ou auxiliares, devido à sua aproximação direta ou

subsidiária com a Investigação Criminal.

Estas ciências, que se baseiam em processos técnicos e científicos de

investigação, são autônomas, mas face à sua importância, tornam a sua

participação indispensável no processo, devido aos resultados que se podem

obter ou então, partindo-se da segurança na comprovação dos elementos que

fornecem.

Assim, numa rápida referência, podemos considerar como Ciências Afins

da Investigação Criminal:

POLÍCIA CIENTÍFICA ou TÉCNICA – Ocupa-se da aplicação dos

métodos ou meios de investigação sob o ponto de vista científico e técnico, com o

intuiuto de esclarecer um crime e determinar a autoria, partindo da análise e

estudo de vestígios materiais (biológicos, não-biológicos e psíquicos).

É exemplo de trabalho dessas ciências forenses a análise, pelo processo de DNA,

de um cabelo ou vestígio de sangue recolhidos no local do crime no sentido de se

alcançar a identificação do autor. Outro exemplo pode referir-se aos exames

realizados pela Balística (Interna, Externa e de Impacto) com o objetivo de

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 12

determinar se um projétil foi disparado por uma certa arma, podendo ainda

verificar-se esta questão pelo resultado negativo, isto é, concluir que não foi

determinada arma que efetuou o disparo, eliminando-se desta forma uma

suspeita.

PSICOLOGIA JUDICIÁRIA - Fornece à Investigação Criminal um valioso

subsídio quanto à coleta da prova pessoal.

Desta disciplina podem extrair-se regras ou princípios imprescindíveis à

condução conclusiva de uma situação de Entrevista e Interrogatório.

Intervém com especial relevância na apreciação e valorização dos

depoimentos produzidos por menores cuja credibilidade se apresenta suspeita,

dos depoimentos produzidos por testemunhas movidas por certos interesses,

dentre outras.

Pode intervir ainda nos casos de suicídio duvidoso quando sejam

encontrados escritos da vítima - escritos íntimos como um diário - cujo estudo

por um psicólogo possa reforçar a hipótese de suicídio.

CRIMINOLOGIA - menos diretamente relacionada que as anteriores,

contudo de grande importância como ciência que se ocupa do crime como

realidade social e do estudo das suas causas e efeitos.

O conhecimento do motivo do crime, das suas causas próximas e remotas

podem ajudar o investigador a determinar a personalidade do autor, constituindo

um elemento de investigação e de prova indiciária, ou seja, um indivíduo com

aquela personalidade pode cometer outros crimes, fato que exige prevenção.

DIREITO PROCESSUAL PENAL - Um pouco fora do alcance científico que

se tem referido, é útil fazer uma breve referência ao direito processual penal

enquanto disciplina jurídica da investigação.

É esta disciplina que define o quadro geral em que o investigador se

movimenta, e que simultaneamente regula os atos da investigação, definindo o

limite jurídico até onde o investigador pode caminhar, bem como a barreira a

partir da qual cairá no campo daquilo que é juridicamente inaceitável e ilegal

(espionagem e outras ações clandestinas).

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O processo penal está, por tais motivos, profundamente associado à tática

e técnica de investigação, definindo o campo legal de atuação do investigador.

Os atos de investigação, tais como os meios de obtenção de prova, estão

perfeitamente definidos na lei processual penal no que respeita a pressupostos,

formalidades e limites da mesma forma que se encontram regulados os meios de

prova que a técnica executa segundo a forma que considera mais oportuna e

ajustada às circunstâncias de cada caso.

Quanto às ciências auxiliares (forenses) da Investigação Criminal

destacam-se:

MEDICINA LEGAL - Intervém em ilícitos criminais como homicídios,

abortos, crimes de natureza sexual, casos de morte violenta, ofensas corporais e

de forma geral nos casos em que se verifique a violação da integridade física das

pessoas.

A medicina legal fornece também informação quanto à existência de

gravidez, sinais de parto ou aborto, causas da morte do feto, existência de

violação ou tentativa, dentre outras. Havendo vítima fatal fornece indicações

quanto à hora aproximada da morte e suas causas bem como sobre a natureza e

características do instrumento que causou a morte ou qualquer lesão em função

da observação das respectivas lesões.

Diante das potencialidades da Medicina Legal, sempre que se verifique uma

morte suspeita, deve o investigador aproveitar a presença do perito criminal,

para recolher, ainda que com caráter provisório e informal, parecer que permita

acautelar indícios e vestígios bem como seguir uma investigação sobre

pressupostos objetivos em vez de ficar-se à espera do relatório da autópsia o

qual pode demorar algum tempo, repercutindo-se tal demora na perda de

oportunidade em implementar certos atos investigatórios.

DATILOSCOPIA – Estuda o processo e técnicas de identificação do ser

humano por coleta e comparação de impressões digitais.

PSIQUIATRIA FORENSE - Intervêm de imediato quando o investigador

levanta dúvidas quanto à personalidade do criminoso em que aquela lhe pareça

anormal, tendo a psiquiatria como tarefa primordial pronunciar-se quanto à

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provável inimputabilidade do autor do crime fundamentada em possíveis

anomalias de caracter mental.

Não pode o investigador esquecer que toda a responsabilidade penal

assenta na culpa do agente.

A psiquiatria pode igualmente intervir no sentido de esclarecer e explicar

denúncias fictícias fruto de uma imaginação doentia.

Pode acontecer na denúncia de crimes sexuais, em que a mulher se queixe

de ter sido violentada, tudo não passando de falsa denúncia, resultante de uma

demência psíquica.

A psiquiatria pode ainda desempenhar um papel relevante quando alguém

se queixe de ter sido alvo de violação estando privada das suas faculdades de

determinação e uso da razão. A prova dessa privação faz-se pelo exame das

faculdades mentais da ofendida. Pode ser mesmo uma pseudo ofendida em que

aceitou ter relações sexuais e depois, por motivos diversos, se queixa de ter sido

violentada.

QUÍMICA FORENSE - Executa os exames laboratoriais sobre produtos

tóxicos, sangue, álcool, géneros alimentícios, tintas usadas em escritos anônimos

ou falsificados para eventuais comparações, sobre explosivos para identificação

e comparação, incêndios de origem duvidosa, dentre outras.

ANTROPOMETRIA - ciência da autoria de Alphonse Bertillon, que nos

finais do século XIX concluiu pela não alteração do esqueleto humano a partir dos

20 anos de idade, sendo certa a sua variação de pessoa para pessoa. A utilidade

desta ciência se acentua essencialmente na identificação de suspeitos e

cadáveres desconhecidos, na ausência ou impossibilidade de recurso a outros

meios;

SINALÉTICA - consiste em realizar a descrição da pessoa tendo em vista

o seu reconhecimento e identificação, assinalando sintética e metodicamente

todas as características visíveis do aspecto físico da pessoa. São técnicas de

percepção.

Tem esta ciência, como facilmente se compreende, especial relevância no

que respeita à busca, localização e identificação de criminosos desconhecidos,

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 15

cuja fotografia atual não exista ou seja necessário completar ou atualizar para

mais fácil identificação. A ela se poderá recorrer especialmente quando se

procure:

a) Localizar pessoas cuja presença se torne necessária no processo;

b) Localizar criminosos evadidos de prisões;

c) Identificar cadáveres desconhecidos

Claro que a sinalética está hoje, em grande parte dos casos, ultrapassada

por ciências e técnicas mais modernas, especialmente pela datiloscopia, e até

pela fotografia e vídeo, cujos recursos e processos técnicos são atualmente

vastos e completos.

Mas nos casos em que a pessoa procurada tenha sido vista por alguém e

não haja elementos datiloscópicos ou fotográficos utilizados, aí se mostrará a

sinalética de grande utilidade.

Quando o desconhecido tenha sido visto por uma ou mais pessoas, poderão

estas fazer a sua descrição física em termos de se obterem os elementos de

maior interesse para elaborar o chamado retrato falado.

Para o retrato interessa, em primeiro lugar, referir as proporções do

corpo - cabeça, tronco e membros - e depois a sua forma mais detalhada,

designadamente quanto à cabeça e rosto, nos pormenores possíveis.

FOTOGRAFIA e FILMAGEM - A fotografia e filmagem têm para a

investigação criminal um valor incalculável.

Fotografias gerais e de pormenorizadas, efetuadas segundo uma técnica

correta com aparelhos que garantam qualidade, permitem perpetuar no tempo

todo o cenário onde se verificou a prática de um crime.

Ao manter inalterável todo o cenário resultante da observação in loco e

correlações entre a vítima e os restantes vestígios e destes entre si permite não

só no futuro levar a cabo uma rigorosa reconstituição do quadro do crime mas,

também, através de observação pormenorizada das fotos descobrir e identificar

aspectos, eventualmente relevantes, que no ato e in loco tinham sido pouco

valorizados pelo investigador ou tenham passado despercebidos.

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 16

Todo o manancial de informação contido em fotos será, para efeitos de

reconstituição do fato nos termos do CPP, complementado com cróquis

convenientemente elaborados.

A fotografia constitui ainda um importante elemento no processo de

identificação de suspeitos e localização de indivíduos desaparecidos ou alvos de

mandados de prisão.

Desempenham papel relevante também nos acidentes de viação,

independentemente dos seus contornos, nas falsificações de documentos ou

letras.

Os aspectos referidos em relação à fotografia podem aplicar-se ao filme,

sem esquecer que as duas formas de obtenção de imagem são consoantes às

convicções ou certezas dos magistrados e aceitos como prova da prática de certo

ilícito. São provas irrefutáveis, pois uma imagem vale mais que mil palavras.

ELETRÔNICA – é bastante conhecida a utilidade e importância que

atualmente esta ciência pode prestar à Investigação Criminal, através de todo

arsenal de instrumentos altamente sofisticados, salvaguardados os direitos e

garantias fundamentais dos cidadãos;

RAIOS X - esta ciência tem grande aplicação no campo da Investigação

Criminal, sobretudo na localização de projéteis no interior do corpo humano,

objetos suspeitos em bagagens (sem necessidade de proceder a abertura dos

mesmos), especialmente em casos de alarme provocado pela existência de

explosivos no interior de aeronaves, permitindo assim a sua observação, sem

perigo imediato de explosão.

A TÁTICA E A TÉCNICA

Não basta apenas investigar nem descobrir. É preciso provar através da

procura e identificação de elementos de prova materialmente relevante que com

o apoio de meios técnicos, enquadrados na lei e relacionados, permitem

demonstrar quem foi o autor de determinado cime.

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 17

Para tal, na sua ação o investigador para demonstrar, tem que provar,

recorrendo assim a Investigação Criminal a quatro planos que são indissociáveis:

Plano Técnico - os conhecimentos que o investigador utiliza ( ex.:

técnicas de investigação, limites e formalismos previstos na lei, dentre outras. );

Plano Tático - o conjunto de procedimentos técnicos aplicados em

concreto, pelo investigador, a uma situação concreta, em cada caso;

Plano Legal e Ético – as regras, procedimentos e formalidades de

legislação avulsa, da lei penal e essencialmente da lei processual penal, bem como,

da Ética Profissional;

Plano Intelectual – representa o plano da metodologia do raciocínio.

No que diz respeito aos planos técnico e tático apresenta-se uma

referência conjunta em virtude das suas peculiaridades.

É natural que o investigador se depare sucessivamente com uma

multiplicidade de crimes com características próprias, pelo que o modo de

alcançar o seu total esclarecimento depende do tipo de crime e suas

particularidades.

Um homicídio será investigado com recurso a processos e técnicas

diferentes daquelas que se usam no esclarecimento de um crime de furto ou

estupro, não esquecendo contudo eventuais pontos comuns no modo de

investigação. Provavelmente, em todos os crimes se recorrerá à audição de

testemunhas ou à realização de exames.

Contudo os processos de investigação serão específicos para cada caso,

assim como os conteúdos da audição e forma de a executar ou mesmo os

requisitos a esclarecer com realização dos exames.

Estamos falando da técnica e tática de investigação, cujo objeto é o

estudo dos métodos técnicos e psicológicos da investigação legalmente admitidos

e sua utilização.

No conjunto, como se verá a seguir, a técnica e a tática da investigação

abrange o "conhecimento dos métodos ou processos de investigação criminal e o

Núcleo de Investigação Criminal_____________________________________Curso Avançado de Investigador Criminal

Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 18

seu melhor aproveitamento para a descoberta da verdade". Este conceito pode

traduzir-se em questões como :

- Como tem o investigador que reagir perante uma hipótese concreta de

homicídio, de furto, dentre outros.?

- Que fazer perante tais casos?

- Que medidas devem ser tomadas para investigar a autoria do homicídio?

- Que cautelas deverão ser adotadas quanto ao cadáver cuja causa da

morte ainda se desconhece?

- A que processos recorrer e quais as possibilidades técnicas que o

investigador dispõe com o objetivo de elucidar o crime?

O plano técnico diz respeito aos conhecimentos do investigador e regras

de investigação, aos procedimentos técnicos de investigação, aos processos de

atuação previstos na lei processual penal – limites e formalidades - relativamente

a certas espécies de crime que poderão ou não ser aplicados integralmente,

devendo contudo estarem presentes na mente do investigador para eventual

utilização, dependendo das circunstâncias peculiares de cada crime.

Abrange o conjunto dos atos materiais e os procedimentos adequados e

idôneos à demonstração dos factos.

O plano tático tem a ver com o planejamento do trabalho de investigação,

com o estudo da aplicação dos métodos de investigação mais convenientes nas

vertentes técnica, psicológica e processual.

Estando o investigador na posse dos processos técnicos, conhecendo as

potencialidades que as diversas ciências oferecem à tática policial, quando

convenientemente delineada, permite a sua correta e oportuna aplicação a cada

ilícito em concreto. Permite ainda determinar quais os procedimentos técnicos ou

processos científicos que garantam maiores probabilidades de êxito no

esclarecimento do caso concreto em análise.

Desta forma se deduz que o plano de investigação no caso de furto seja

diferenciado daquele que se adotará na investigação do crime de estupro.

No primeiro caso é o local da ocorrência que assume papel relevante, sendo

objeto de exames minuciosos aos vestígios quer se trate de impressões digitais,

instrumentos, sangue, pegadas, etc. Por sua vez o crime de estupro exige o

recurso a outros processos específicos.

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 19

No esclarecimento de um crime em concreto, os dois planos são

absolutamente indissociáveis. A técnica enquanto métodos ou processos de

investigação e a tática entendida como forma mais adequada de aplicação dos

primeiros.

Resta apresentar os planos legal-ético e Intelectual.

O plano legal e ético, engloba o conjunto das regras, competências,

procedimentos e formalidades de legislação avulsa, da lei penal e essencialmente

da lei processual penal (Ex.: meios de prova e meios de obtenção de prova), aos

quais a investigação criminal deve, em absoluto, subordinar a sua atuação,

evitando a nulidade da demonstração dos fatos e, consequentemente, o

esvaziamento do seu valor probatório em sede julgamento. Inclui também os

preceitos da ética-profissional, cuja observância determinará o grau do caráter

moral do investigador.

O plano intelectual representa o plano da metodologia através da qual os

fatos se analisam, correlacionam e se sintetizam de forma lógica e sistemática

num processo sequencial e gerador de novos fatos decorrentes da aplicação das

técnicas e procedimentos referidos anteriormente.

Estamos em condições de dar uma definição de Investigação Criminal

tendo em conta estes quatro planos:

A Investigação Criminal constitui a expressão prática do procedimento a adotar (PLANO TÁTICO), diante de todo o fato que assuma relevância criminal e

sujeito a procedimento judicial, compreendendo um conjunto de técnicas e procedimentos (PLANO TÉCNICO), legalmente admitidos (PLANO LEGAL e ÉTICO) e utilizados de uma forma sistemática e metódica (PLANO INTELECTUAL), no sentido da descoberta de fatos materiais penalmente

relevantes e da sua reconstituição histórica, visando a vários procedimentos

como: Averiguar a existência de um crime; Determinar quem foram os agentes do mesmo; Definir qual o grau de responsabilidade de cada um; Descobrir as provas, no âmbito do processo; Recolher essas mesmas provas.

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 20

De forma esquemática - do ponto de vista técnico da investigação criminal

e tendo presente os planos descritos - pode visualizar-se em termos sintéticos a

dinâmica investigatória nos dois quadros seguintes:

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 21

NOTÍCIA DO CRIME

Organização Policial

Competência Material

Competência Territorial

Titularidade do direito de participação

Formas e Conteúdo da Participação

Requisitos Formais

Participação Obrigatória/Facultativa

Boletim de Ocorrência/Valor Probatório

Atuação Posterior

PROCESSANDO O LOCAL DO

CRIME

Planejamento Tático-Operacional

Meios Humanos

Meios Materiais

Lugar

Timing

Utilização das Técnicas adequadas

Enquadramento Legal

Medidas cautelares e de Polícia

Ação e Segurança

PROVA MATERIAL PROVA PESSOAL Exames

Perícias

Técnicas Operacionais

Buscas

Revistas

Procedimentos sistemáticos

Teoria dos vestígios

Identificação

Coleta

Preservação

Tratamento

Ciências Auxiliares

Ciências Afins

Enquadramento e Obstáculos Legais

Declarações/Depoimentos

Acareações

Ofendido/vítima

Testemunhas

Declarante/Depoentes

Informantes

Outros

Reconhecimento

Técnicas de Entrevista/Interrog.

Tratamento e análise de

- informação criminal

Enquadramento e obstáculos

legais

FATO CRIMINOSO

Análise

Correlação Análise

Correlação

Síntese Trabalho intelectual da Investigação

QUADRO I

NO LOCAL:

PROVIDÊNCIAS

CAUTELARES

QUANTO AOS

MEIOS DE PROVA

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Detetive Sérgio Jorge (Contraespião) Página 22

TÉCNICAS OPERACIONAIS

Planejamento Tático-Operacional

Meios humanos

Meios materiais

Lugar

Timing

Uso de técnicas adequadas

Enquadramento e obstáculos legais

Modalidades de acção

Medidas cautelares e de polícia

VIGILÂNCIAS VIGILÂNCIAS

Motorizadas

À pé

Mistas

Meios humanos

Meios técnicos

Registros eletrônicos

Motorizadas

À pé

Mistas

Meios humanos

Meios técnicos

Registros eletrônicos

ENTREVISTA / INT. REVISTAS REVISTAS

Vítima

Testemunhas

Suspeito

Produto do crime

Armas

Instrumentos

Vestígios

Revistas de segurança

RECONHECIMENTOS BUSCAS BUSCAS

Pessoais

Fotográficos

Cadáveres

Objetos

Produto do crime

Armas

Instrumentos

Vestígios

Localização de suspeitos

SUSPEITO

( Hipótese Final )

Análise, Correlação e Síntese

Análise de Informação

Suspeito

( Hipótese )

Suspeito

( Hipótese )

QUADRO II

SUSPEITO

( HIPÓTESE FINAL )

OBTENÇÃO / REFORÇO

DA PROVA

LOCALIZAÇÃO

DE SUSPEITO

MATERIAL

PESSOAL

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RECONSTITUIÇÃO

INTERCEPTAÇÕES IDENTIFICAÇÃO

JUDICIÁRIA

Retrocognição

Visuográfica

Meios técnicos

Datiloscopia, Sinalética,

Antropologia Forense...

Meios técnicos

Enquadramento legal Polícia científica

Polícia técnica

DETENÇÕES

Meios motorizados

Armamento

Equipamento

Segurança

METODOLOGIA DO RACIOCÍNIO

A Investigação Criminal assenta necessariamente no pensamento que lhe

serve de guia e orientação que se traduz numa série de atos, operações e

diligências.

Porém, convém desde já sublinhar a existência de dois tipos de

pensamento fundamentais:

► O pensamento intuitivo - enquanto apreensão direta e imediata da

verdade e, por isso, excluindo o raciocínio, apresenta resultados aleatórios e

incertos;

► O pensamento discursivo - baseado fundamentalmente no raciocínio e

desdobrado em dois aspectos:

▪ O operacional (lógica material ou maior – metodologia científica) que

engloba ou implica análise, correlação e síntese, entendidas como um todo;

ORGANIZAÇÃO INTELECTUAL DA

INVESTIGAÇÃO

Análise

Correlação

Síntese

Análise, Correlação e

Síntese

Análise de Informação

Análise

Correlação

Síntese

AUTOR

( Hipótese final)

AUTOR

( Hipótese )

AUTOR

( Hipótese )

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▪ O formal (lógica formal ou menor – especulação filosófica, matemática...)

que se analisa na indução, dedução e analogia.

Assim, o raciocínio, atuando sobre todos os elementos concretos da

investigação, permite:

☼ - Formar os raciocínios (argumentos), juízos (proposições), as ideias

(termos);

☼ - Encadear logicamente esse juízos e ideias, os diferentes elementos e

elaborar hipóteses tendo como meta a prova da verdade dos fatos.

Estamos, por consequencia, em condições de compreender que o método

da Investigação Criminal abrange:

☻ A coleta e exploração dos elementos materiais (matéria de fato);

☻ Os procedimentos gerais do espírito.

Com a matéria de fato, tem o investigador de dispor dos meios apropriados

para trabalhar sobre aqueles que serão, obviamente, os instrumentos

intelectuais. E estes são naturalmente os procedimentos fundamentais e

universais do espírito, a saber:

ANÁLISE CORRELAÇÃO SÍNTESE

DEDUÇÃO INDUÇÃO ANALOGIA

INTUIÇÃO

Deve entretanto notar-se que, destes procedimentos fundamentais, se

impõe o destaque de dois conjuntos elementares:

- Análise, Correlação e Síntese - este conjunto é coerente,

operacional e completo (alguns autores utilizam os quatro pares dialéticos:

análise e síntese; generalização e sistematização; identificação e distinção;

abstração e concreção);

2º Conjunto - Dedução, Indução e Analogia - este conjunto é menos

rigoroso e menos eficaz por ser mais especulativo e menos pragmático.

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E é apenas sobre o primeiro conjunto, por ser aquele com maior interesse

para a nossa matéria que agora nos vamos debruçar.

A ANÁLISE

(sistematização, abstração, diferenciação e análise

propriamente dita)

A Investigação Criminal defronta-se usualmente com fatos revelados por

elementos dispersos e incompletos, vestígios diversos e fragmentados. Assim,

analisar um ilícito criminal é apenas distinguir dois elementos: o ato e o autor

(embora não se fique só por aqui).

A análise permite esmiuçar o possível, com utilidade, para enriquecer o

conhecimento sobre o fato, contudo é necessário saber quais são os seus

instrumentos.

Deste modo é indiferente o volume dos problemas ou das questões postas,

pois a investigação é o percurso do conhecimento judiciário que anda em torno

das questões fundamentais seguintes:

QUANDO ?

Tempo ( data/hora, duração )

ONDE ?

Lugar ( localização/situação )

COMO ?

Modo ( execução e meios )

QUEM ?

Autor ( identidade )

O QUÊ ?

Natureza do fato ( conteúdo, composição )

PORQUÊ ?

Móbil ( motivo )

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Só uma análise rigorosa possibilita resultados satisfatórios, o que quer

dizer que se põem as seis questões fundamentais de modo sistemático e que

relativamente a cada elemento - resposta se renovam as mesmas seis questões

até lograr resposta completa ao que se pretende esclarecer. De uma forma esquemática:

ELEMENTOS

QUESTÕES RESPOSTAS QUESTÕES RESPOSTAS

A

B

C

D

E

F

1

2

3

4

5

6

a

b

c

d

e

f

1

2

3

4

5

6

O mesmo é dizer que:

À 1ª série de questões fundamentais ( 6 ) se segue a 2ª série ( 6 ) e assim

sucessivamente, isto é, à 2ª série de questões a investigação pode dispor de 36 respostas ( 6x6 ),

à 3ª série 216 respostas ( 36x6 ), à 4ª série 1296 ( 216x6 ), ...

Um exemplo ilustrará o que se pretende significar:

Após se ter deslocado ao local e constatar o fato, um detetive

profissional relata ao respectivo chefe de equipe o que apurou, do modo seguinte:

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QUANDO ?

- 10 de Fevereiro de 2012

ONDE ?

- Av. 109, Praç. João Moreira, Capinópolis, MG

O QUÊ ?

- Homicídio da Sr.ª Jéssica de Oliveira

COMO ?

- Com arma de fogo

QUEM ?

- Homem branco, corpulento, de camisa azul e

jeans desbotado

PORQUÊ ?

- Móbil aparente, crime passional

Trata-se, como se vê, de respostas elementares referentes ao contexto

geral do ato criminoso, mas que, sendo insuficientes, devem ser melhoradas e

aprofundadas.

Deste modo, se tomarmos em conta que o que se referiu antes de modo

esquemático, estamos agora em posição de questionar as respostas obtidas à

primeira série de questões.

Tomando, por exemplo, em consideração o resultado obtido à pergunta

"COMO ?" ( da primeira série, repete-se ) e que foi com "arma de fogo", a

investigação poderá lograr algumas precisões necessárias no quadro da segunda

série de questões.

Observe-se:

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QUEM ?

Tipo de arma (pistola, revólver), marca, modelo,

propriedade, dentre outras, independentemente dela

ter sido deixada, ou não, no local do crime

O QUÊ ?

Constituição, composição, estado, aspecto,

características da arma (vista geral, cano, órgão de

segurança, modificações introduzidas, dentre outras);

obviamente, em termos de técnica de investigação,

intervirão a Medicina Legal, a Polícia Científica

(quanto à determinação do calibre do projétil, dentre

outras)

ONDE ?

O lugar (origem, proveniência) de onde veio a arma: -

lugar de fabricação, compra, posse

* onde está? ( localização )

* Por onde veio? ( itinerário, trajeto,

transporte )

* Para onde vai? ( destino )

QUANDO ?

A arma: - antes do contato, no momento e depois do

ato (intervalo temporal de cada fase) - cruzar a

questão ONDE?

COMO ?

Modo e mecanismo de funcionamento, de ação e de

utilização ( conforme ou não conforme ) desta arma

PORQUÊ ?

Móbeis da escolha da arma ( razões, pretextos,

motivos )

Convém, no entanto, tomar em consideração uma advertência fundamental:

A Investigação Criminal tem os seus objetivos fixados na Lei, os quais

têm que ser atingidos em tempo útil com eficácia.

Os instrumentos de análise referidos só se justificam pela necessidade de

se obterem elementos úteis e não para se lograrem elementos já conhecidos ou

repetidos.

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Para melhor completar a utilidade do instrumento de análise, observe-se o

quadro seguinte que procura dar de forma sintética o conteúdo e a significação

das questões fundamentais:

QUESTÕES

PALAVRAS - CHAVE

PALAVRAS COMPLEMENTARES

O QUÊ ?

Conteúdo, composição

constituição

Capacidade, volume, forma, peso, cor,

valor, estado, utilização, aspecto

ONDE ?

Lugar, localização,

situação

Colocação, posição, local

QUANDO ?

Momento:

* data/hora

* duração

* demora

Antes, durante, depois de tal ou tal

acontecimento, chegada, partida ...

COMO ?

Meios de execução

Procedimento, instrumentos, modo de

emprego, funcionamento, força,

cadência, especialização ...

QUEM ?

Identidade de uma

pessoa, origem de um

objeto, individualização

de um fato

Propriedade, marca ou número de um

objeto

PORQUÊ ?

Móbeis, motivos,

causas, razões

Condições, finalidade, para quem,

antecedente, causas imediatas e

remotas, estado.

AS CORRELAÇÕES

A correlação é de estrema importância para a Investigação Criminal. Como

relação mútua entre dois termos que é, na reconstituição do ato criminoso, não

basta somente a análise, pois é necessário também uma intrincada e apertada

malha de correlações.

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Se a análise interessa, como se viu, pelos elementos do ato criminoso e

do(s) suspeito(s), as correlações hão-de tentar estabelecer entre uns e outros a

tal relação mútua. Tomam-se, por assim dizer, os elementos analisados para

serem confrontados entre si e eventualmente ligados com intuiuto a fazer

ressaltar, inventariando e analisando os pontos de concordância (a considerar), os

pontos discordantes (a rejeitar) e, é claro, os pontos duvidosos.

As correlações desdobram-se em dois tipos fundamentais a distinguir:

Correlações iniciais - que concorrem após a análise do ato e, por

conseguinte, antes da análise do suspeito, e tendentes à designação deste são

efetuadas com recurso quer aos elementos do ato, quer entre estes e outros

atos (é a função das unidades de tratamento da informação criminal);

Correlações normais - que se seguem à designação do suspeito e à sua

análise e que relacionam continuamente o ato ao homem e ambos a outros atos e a

outros delinquentes (especialmente visível no caso de reincidentes), nos termos

referidos acima.

A quantidade e a qualidade dos pontos correlacionados determinam:

O valor da hipótese;

A orientação das investigações a concretizar nas fases seguintes.

Acresce-se que o instrumento de correlação proposto permite definir o

modo de executar as diligências (ouvir, indagar, confirmar, proceder a buscas,

controlar, vigiar, ... ) a realizar no âmbito de uma investigação.

A SÍNTESE

(generalização, concreção, identificação, adição sinérgica,

síntese propriamente dita).

É a operação intelectual que permite conceber novas combinações com

base nos elementos dispersos (constatados, analisados, correlacionados) e dar-

lhes uma nova "unidade".

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O objetivo da síntese é o de orientar o conjunto dos procedimentos gerais

do espírito no sentido da elaboração de hipóteses.

Compreende-se por isso que a síntese se estruture em duas fases:

Fase de reagrupamento - dos pontos certos e objetivos, revelados e

inventariados pela análise e correlações;

Fase de interpretação - da elaboração de um encadeamento intelectual

coerente que abrange:

Pontos conhecidos;

Pontos desconhecidos ou imprecisos.

O reagrupamento consiste em “arrumar”, dar ordem aos elementos do

conhecimento (tempo, lugar, ...) previamente estabelecidos através das

correlações.

A interpretação, por seu lado, requer maior prudência e sensibilidade já

que arrasta uma decisão pessoal do responsável pela investigação.

A interpretação pretende dar significação aos elementos partindo dos

pontos conhecidos para os obscuros ou imprecisos. pretensão essa que se revela

na formulação das hipóteses que, desse modo, é o resultado da síntese e

especialmente da sua fase de interpretação.

Por isso o número de hipóteses que se formula é em função dos elementos

conhecidos.

Assim, quanto menores ou mais imperfeitos forem os elementos mais

numerosas serão as hipóteses.

As generalidades do método referidas podem ver-se numa perspectiva

didática, que não traduz obrigatoriamente a realidade, pois nesta não são tão

visivelmente compartimentadas, nos seguintes dois esquemas:

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Constatação do

fato punível Análise

(Isolar, decompor )

Correlação

(Comparar,

aproximar,

confrontar)

Síntese

(reagrupar)

Hipóteses

(avaliação,

ordenação,

escolha) Execução

Ordens dadas

Resultado

(informações)

Exploração

(avaliação,

ordenação)

Análise Correlação

Síntese

Hipóteses

Ordens

dadas Execução

Resultado

Exploração Análise Correlação

Síntese

Hipótese Execução Ordens

dadas

Resultado

Exploração Elementos

de prova

Solução

(suspeito,

por exemplo)

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O CICLO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

RACIOCÍNIO

EXPLORAÇÃO das

INFORMAÇÕES

1

2

3

AVALIAÇÃO

ORDENAÇÃO

INSERÇÃO

na fase do

raciocínio

MODALIDADES

DE EXECUÇÃO

EXPLORAÇÃO das

INFORMAÇÕES

ORDENS

- Missões

- Meios humanos

e materiais

- Lugar

- Horário

- Limitações

Jurídicas

2

ANÁLISE

- ato

- homem

CORRELAÇÃO

- Determinação dos pontos

comuns, divergentes, para

esclarecimento

SÍNTESE

- Elaboração das hipóteses

1

3

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QUADRO 1:

Uma prévia do Módulo 14 – Investigação de Crimes de Tráfico de Drogas

do Curso Avançado de Investigador Criminal do autor Detetive Sérgio

Jorge (Contraespião).

ALGUNS ESCONDERIJOS DE DROGAS

Onde se encontram dissimuladas ou escondidas as drogas

entorpecentes?

A dissimulação só conhece limites na imaginação dos traficantes e

consumidores de drogas ilícitas, os processos têm evoluído no velho confronto

com os meios de combate, sejam eles policiais, familiares ou educacionais.

Qualquer processo de dissimulação serve, desde que lhe dê garantias de

iludir ou despistar a ação das autoridades policiais, dos pais e professores.

Assim a experiência diz-nos que, neste autêntico confronto entre a

imaginação do traficante e a do detetive profissional, se oculta a droga em locais

tão diversos como:

NO INDIVÍDUO:

ORGANISMO VESTUÁRIO OBJ. USO PESSOAL

Colado ou entre o soutien e os

seios Interior das solas dos sapatos Haste de cachimbo, pulseiras,

jóias, colares

Céu da boca, nariz , ouvidos Botões falsos, chapéu de

mulher, fita do chapéu Tubo de pílulas, rolo fotográfico,

ovos de plástico

Membros artificiais Interior das meias Tampões higiênicos

Engolidos, com ou sem fio

preso, nos dentes Orifício dentro do cinto,

fechos de correr ou fivelas Canetas, bolsas e maços de

cigarro

No interior da vagina, reto ou

nádegas Forros dos casacos, golas, nó

de gravatas e lenço Aparelhos de gesso, muletas

ocas

Entre os dedos dos pés Nas cuecas ou calcinhas Aparelhos de surdez

Cabelo ou sob cabeleiras

artificias

Punhos de camisa ou casaco Bengalas ou cabo de guarda-

chuvas

Sob dentadura postiça Sob ligaduras Fraldas de criança

No interior do estômago Sob o forro de capacete de

motociclista

Livros com paginas cortadas de

forma a obter-se um espaço no

seu interior

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NOS LOCAIS (veículos, residências...):

VEÍCULOS AVIÕES/BARCOS RESIDÊNCIAS

No filtro do ar ou carburador Ventiladores Eletrodomésticos

Atrás dos faróis e pedais Lastros e fundos falsos Recipientes com arroz

Para-lamas e para-choques Depósitos diversos No interior de objetos

Tubos de ventilação e

aquecimento

Porões Locais com substâncias de fortes

odores, gasolina, etc.

Invólucros estanques suspensos

no radiador, depósito da

gasolina

Casa das máquinas e

motores

Compartimentos falsos, teto, chão,

parede, mobília, buracos cavados,

sótão, etc.

Atrás do painel de instrumentos Mastros No interior de portas

Sob o rádio, tapetes, teto e

forro

Poço e trem de

aterrissagem

Nos arredores do local, enterrado

Calota e Pneu sobresselente ,

câmaras de ar

Coletes e salva-vidas Dentro dos esgotos

Compartimentos acionados por

chaves ou interruptores

Recipientes do lixo Junto a animais, cães, galinhas,

gado

Estofados dos bancos e painéis

das portas

Placas Dentro de persianas, caixas de

eletricidade

Atrás da placa de matricula Compartimentos diversos No interior dos sanitários

Topo e lados do guarda-luvas Mercadorias transportadas Brinquedos

Contudo, corre-se o risco dos locais atrás mencionados estarem, neste

momento, desatualizados, pois a diversidade de situações que podem ocorrer, e

ocorrem, no dia a dia de um investigador criminal, são de grande amplitude, dado

que as mesmas resultam de ações humanas e, por isso, impossível se torna

catalogá-las, identificá-las e preveni-las todas elas.

Por isso, para além dos locais indicados, deve deixar-se guiar pela sua

intuição e aprofundar a revista até onde lhe pareça conveniente.

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Recomenda-se especial cuidado sempre que seja encontrada tinta fresca

ou parafusos e porcas recentemente removidos ou substituídos.

É de realçar que, para a detecção de drogas, podemos ter o auxílio dos

cães farejadores e quando utilizados para que se aumente a eficácia deste modo

de detecção de drogas, devem ser observados os procedimentos abaixo

mencionados antes das equipes cinotécnicas iniciarem o trabalho delas:

manter fechadas as portas e janelas do ou dos compartimentos;

manter fechados todos os sistemas de ventilação, aquecimento e/ou

ar condicionado;

não retirar do interior qualquer objeto ou bagagem;

providenciar a saída de qualquer animal que eventualmente, se possa

encontrar no interior;

não desmontar qualquer componente ou acessório, nem mexer em

coisa alguma;

evitar que alguém, eventualmente portador de drogas, se desfaça

das mesmas.

É certo que a solução será ter os conhecimentos teóricos e práticos

suficientes para que, face a uma situação real, e de acordo com a experiência

profissional e pessoal, a inteligência de cada um, a sagacidade e a argúcia que

devem ser apanágio dos detetives profissionais, seja possível resolver, de forma

positiva, a situação dada.

Uma situação que cada vez mais se coloca ao detetive profissional, em

geral, é a do confronto com substâncias suspeitas principalmente hoje, quando

percebemos um aumento das drogas sintéticas, de difícil análise, tanto por parte

da autoridade policial como por parte do tribunal, pois ainda não se encontram

disponíveis testes rápidos de campo.

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FOTOGRAFIAS 1: AS DROGAS

Uma prévia do Módulo 14 – Investigação de Crimes de Tráfico de

Drogas do Curso Avançado de Investigador Criminal do autor Detetive Sérgio

Jorge (Contraespião).

FOTO 1

Plantação de papoula de ópio FOTO 2

Cápsula de papoula s/ pétalas

FOTO 3

Preparação de uma dose

FOTO 4

Heroína branca e instrumentos de consumo

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FOTO 5

Heroína castanha, mais usual ao nível da rua FOTO 6

Pacotes de Heroína em palhinhas

FOTO 7

Pacote de Heroína tradicional FOTO 8

Modo de acondicionamento em meias e gramas para venda.

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FOTO 9

Depressores na forma de comprimidos

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FOTO 12

Riscos de Cocaína e um Pacote

FOTO 13

Consumo de riscos de Cocaína através de um canudo

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FOTO 14

Estimulantes – Anfetaminas em comprimidos

FOTO 15

Aspecto característico da folha de cannabis

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FOTO 16

Liamba e respectivo cigarro

FOTO 17

Liamba e instrumentos para fazer um cigarro

FOTO 18

Queijos de Haxixe

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FOTO 19

Placas de Haxixe

FOTO 20

Tabletes de 250 gramas de haxixe e linhas prontas para

traficar

FOTO 21 e 22

Várias formas de LSD

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FOTO 23 a 42

Ecstasy

NOTA: O diâmetro dos comprimidos variam entre os 8 mm e 10 mm.

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FOTOGRAFIAS 2 – MORTES VIOLENTAS (morte não-natural)

Uma prévia do Módulo 6 – Investigação dos Crimes Contra a Pessoa do

Curso Avançado de Investigador Criminal do autor Detetive Sérgio Jorge

(Contraespião).

FOTO 2

Devido ao estado adiantado de

decomposição obriga a que a identificação

se processe através da Arcada Dentária

FOTO 1

Devido ao estado de decomposição obriga

que a identificação se processe através da

Técnica Datiloscópica

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FOTO 3, 4 e 5

Devido ao estado adiantado de decomposição, ou à falta de identificação, obriga que a

identificação se processe através de outros elementos: vestuário – tatuagens – objeto de adorno

( no caso um anel )

FOTO 6, 7 e 8

Cadáveres em estado de completa rigidez cadavérica

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FOTO 9 e 10

Livores cadavéricos formados em posição de decúbito dorsal. As zonas de contato com o solo,

devido à pressão exercida, não apresentam a mesma coloração.

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FOTO 11

Na água a pele fica enrugada ou

macerada – mãos de lavadeira

FOTO 12

Destruição do cadáver devido a mordeduras de cães e gatos

FOTO 13

Tumefação e coloração esverdeada na zona

abdominal, indiciam o inchaço do processo

putrefativo.

FOTO 14

Numa fase posterior, observa-se o

enegrecimento e separação da epiderme do resto

dos tecidos.

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FOTO 15

Decomposição avançada, evidenciando a

tumefação e distorção dos traços fisionômicos,

resultantes da imersão, há cerca de três dias, em

água quente.

FOTO 16

A decomposição chega passados vários

dias ao estado de putrefação.

FOTO 17 e 18

Avançado estado de decomposição de cadáver, já cobertos com insetos - larvas

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FOTO 19

Cadáver encontrado num estado de quase total preservação devido às condições favoráveis -

fenômeno de mumificação.

FOTO 20

Escoriações resultante do arrastamento contra uma

superfície áspera, permitindo, determinar a direção

do traumatismo.

FOTO 21

Equimose resultante de contusão, evidenciando o

formato do objeto que a produziu.

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FOTO 22

Múltiplos hematomas, não recentes FOTO 23

Múltiplas lesões contundentes com recurso a um

machado

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FOTO 24

Várias lesões provocadas por um objeto

corto-perfurante, a dispersão dos golpes

indicia uma situação homicida

FOTO 25

Vestuário da vítima, correspondência entre os

cortes encontrados no corpo e no vestuário.

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FOTO 26

Incisões múltiplas de cortes paralelos, indício de uma situação típica de suicídio

FOTO 27

As lesões na palma da mão, levam a presumir que a vítima assumiu, perante o agressor, uma

atitude de defesa ativa.

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FOTO 28, 29, 30 e 31

Ferimentos provocados por disparo de arma de fogo. Circundando o orifício de entrada, de contornos

circulares, pode visualizar-se a orla de contusão. No orifício de saída pode visualizar-se o derrame de

tecido pulmonar e sangue.

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FOTO 32, 33, 34 e 35

Observação de um disparo com recurso a uma câmara de alta velocidade. Diferentes marcas

deixadas pelos impactos de acordo com as distâncias do disparo.

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FOTO 36

Disparo de contato. Circundando o orifício de entrada, de contornos

irregulares, pode visualizar-se a queimadura e o negro fumo.

FOTO 37

Disparo à queima roupa. Circundando o orifício de entrada, de

contornos regulares, pode visualizar-se a tatuagem e a queimadura, o

negro fumo e impregnação de partículas de pólvora incombusta.

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FOTO 38

Disparo à curta distância. Apresentam formato circular com bordas

regulares, circundado pela tatuagem, negro de fumo.

FOTO 39

Disparo à longa distância. Circundando o orifício de entrada, de

contornos circulares e regulares, pode visualizar-se apenas a orla de

contusão.

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FOTO 40

Disparo de arma de caça. Disparo à muita curta distância em que ao efeito destrutivo dos

projéteis junta-se o resultante da expansão de gases em câmara fechada.

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FOTO 41

Disparo de arma caçadeira. Disparo efetuado à curta distância devido ao aglomerado de

chumbos.

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FOTO 42

Morte por asfixia – engasgamento - através da entrada de folhas de papel na cavidade bucal.

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FOTO 43

Morte por asfixia – sufocação. A cor de rosa viva indicia intoxicação com monóxido de

carbono

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FOTO 44

Suicídio por asfixia – enforcamento. A colocação de uma peça de roupa entre o laço constringente

e o pescoço, atitude tipicamente suicida.

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FOTO 45

Suicídio por asfixia – enforcamento. Com a colocação do nó do laço em posição atípica

assimétrica.

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FOTO 46

Suicídio por asfixia – enforcamento. Verifica-se a obliquidade do sulco em relação ao pescoço

da vítima e a maior profundidade do mesmo.

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FOTO 47

Suicídio por asfixia – enforcamento. Verifica-se a obliquidade do sulco em relação ao

pescoço da vítima e o formato de V invertido.

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FOTO 48

Morte por asfixia – estrangulamento. Verifica-se a existência de dois sulcos, o que prova que

houve um afrouxamento em relação à posição inicial e um reaperto em diferente local.

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FOTO 49

Morte por asfixia – esganamento. As flores deixadas indiciam crime passional.

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FOTO 50

Cianose na face e lábios, característico das mortes por asfixia.

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FOTO 51

Petéquias nos olhos. Resultam da rotura de pequenos vasos sanguíneos, frequente em

situações de morte por asfixia.

FOTO 52

Morte por asfixia – afogamento. Nestes casos o aparecimento de um cogumelo de espuma

esbranquiçada na boca, constitui reação vital.

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FOTO 53

Morte por asfixias – afogamento. Recém nascido morto pela própria mãe. Nestes casos a

putrefação inicia-se pelo tórax e cabeça, dando origem a um fenômeno denominado “cabeça

de negro”

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Este manual é uma produção independente.

Autor: Detetive Sérgio Jorge da Silva (Contraespião).

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Módulo 2 – Os Vestígios, as Evidências e os Indícios

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