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04 abril 2011 Monotipia

Monotipia04

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4ª edição da #RevistaMonotipia (revista virtual que trata das artes em geral e dos quadrinhos em particular).

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bril 20

11

Monotipia

Um breve blá do editor

uma breve história do tempo

um breve tempo para fazer história

uma história de um breve tempo

uma história do tempo, em breve

um tempo breve na história

um tempo de história, em breve.

E vamos nessa porque o tempo é breve.

Martins “@antiambiente” de Castro, editor

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Morganna Batista @morgannab

Os papéis & transparências

de Ana Koehler

Os papéis & transparências

de Ana Koehler

Monotipia: Qual o peso da educa-ção formal na sua vida, enquanto artista plástica? Ana Koehler: Minha formação em arquitetura foi sem dúvida muito impor-tante pois equipou-me com conheci-mentos mais técnicos de proporção, perspectiva, detalhes construtivos e outras coisas que infelizmente pare-cem ser muito pouco abordadas nos cursos de desenho de hoje. É uma pena, pois são ferramentas excelentes para o desenhista e creio que a falta de um ensino de artes mais sistemáti-co acaba por dar uma formação muito cheia de lacunas para pessoas de grande talento do nosso país.

MT: Qual a importância da pesquisa no trabalho do ilustrador? AK: A pesquisa é fundamental, e nisso não me restrinjo a um campo específi-co (como uma determinada época his-tórica ou estilo artístico), mas à técnica como um todo. Assim como ninguém sabe tudo a respeito de todos os as-suntos e deve pesquisar a iconografia, procurar familiarizar-se com todo o

contexto do que está procurando nar-rar ou retratar, a pesquisa do desenho e da pintura, o treinamento contínuo da técnica são fundamentais para que o artista se recicle sempre, não caindo sempre nos mesmos vícios de expres-são ou gesto. Há que se ter humildade para reconhecer que em qualquer pon-to de nossa carreira, nunca teremos domínio completo e absoluto de um assunto ou técnica, e que o aprendiza-do contínuo deve fazer parte de nossa vida.

MT: Como a aquarela entrou na sua vida? E como é seu processo de trabalho com ela? AK: Eu tomei contato com a aquarela anos atrás como um meio versátil de colorir histórias em quadrinhos, justa-mente por ser fácil de manusear e dei-xar, pela sua transparência, o desenho “aparecer”. Uso materiais bem sim-ples, como pincéis redondos de pêlo de orelha de boi, papéis canson ou sulfite de gramatura 200 ou até me-nos, e tenho um estojo de tintas Win-sor & Newton, essas sim, excelentes

(e caras). Geralmente pinto desenhos que faço em papel de rascunho, para dar uma pausa no trabalho, ou então outros mais elaborados, que passo para um papel de gramatura maior antes de aplicar a tinta.

MT: Como é sua relação com outros materiais? AK: Os materiais que uso hoje em dia são basicamente grafite e aquarela. Gosto de trabalhar com pastel seco, mas é outro tipo de expressão e re-quer um tempo e cuidado bem mais próximo ao que se devota à pintura tradicional. Uso nanquim quase que essencialmente para desenhos mais técnicos, como os que produzo para exposições de arqueologia, e pretendo desenvolver uma pesquisa de cunho historio e plástico no âmbito da técnica da têmpera a ovo.

MT: Do ponto de vista plástico, quais são seus principais referenci-ais? AK: Frans Hals, Egon Schiele, Peter

Paul Rubens, Gustav Klimt, Caravag-gio, Ingres... haveria muitos nomes a citar, e todo um vasto elenco de obras anteriores na História da Arte em que busco inspiração e sobretudo desafio para o meu trabalho.

MT: Você atuou também na indús-tria de jogos eletrônicos e com cur-sos online. Fale um pouco sobre isso. AK: Esse foi um período curto, mas crucial no meu aprendizado de técni-cas digitais, tanto de pintura, desenho de interfaces, modelagem 3D... Hoje não tenho interesse na área de jogos, mas o legado de conhecimento que ficou desse período de trabalho é ab-solutamente inestimável.

MT: Como é esse lance de produzir ilustrações didáticas no campo da arqueologia? AK: Sim, esse é um campo fascinante ao qual também pretendo me dedicar, pois é correlato à pesquisa histórica que desenvolvo para os quadrinhos, e absolutamente fascinante. O ilustrador que trabalha nessa área aprende i-mensamente, pois tem que se familia-rizar com o material que está „explicando‟ em desenhos, e a ilustra-ção como recurso didático é largamen-te utilizado pelos museus no exterior para tornar imediata a compreensão do vistante leigo do que está sendo exposto. Infelizmente, me parece que no Brasil esse recurso ainda é muito pouco utilizado.

MT: Você ilustra para algumas insti-tuições européias, não? O que a levou a focar nesse nicho de merca-do? AK: O mercado europeu tem uma i-mensa variedade de temas e estilos, e um nicho muito forte para histórias em quadrinhos de fundo histórico, o que sempre me atraiu muito. Como sempre direcionei meu trabalho para este ra-mo, creio que naturalmente as coisas começaram a acontecer. Também não há exigência de se desenhar num determinado estilo ou outro, o que também me facilitou, pois eu já tinha um estilo mais ou menos definido quando comecei a trabalhar com eles.

MT: O que são os projetos Byzanti-um e Carthage?

AK: Byzantium é apenas um ramo de

pesquisa que desenvolvo inspirado na

arte bizantina, compreendendo algu-

mas pinturas, releituras e explorações

gráficas de maneira mais ampla e li-

vre... Já “Carthage” é o nome da série

em quadrinhos que estou desenhando

para a Ed. Soleil, da França, e que

narra história das Guerras Púnicas

entre Roma e Cartago em torno de

200 a.C.

Conheça mais do trabalho de Ana Koehler (@anakoe) aqui

http://analuizakoehler.blogspot.com/

http://contratemposmodernos.blogspot.com Rodrigo Chaves @contratempos

http://contratemposmodernos.blogspot.com Wes Samp @oslevados

http://www.cartunista.com.br Maurício Rett @mauriciorett

http://www.overdosehomeopatica.com/ Marco Oliveira Rett @Marc_liveira

http://www.profeticos.net Rafael Marçal @rafaelmarcal

Mário Cau www.mariocau.com

11 de 11

Maneira negra (litografia)

Sem título

Martins de Castro

2010

Paulo Arthur

http://rabiscafe.blogspot.com/ @arthurbo

http://www.profeticos.net Rafael Marçal @rafaelmarcal

Semiótica dos contos-de-fadas:

branca de neve & os meios frios

Era uma vez...

uma imagem sem graça...

Que você, num belo dia,

resolveu olhar mais de perto

E mais perto...

Então você percebeu

que a imagem era formada

por outras imagens menores

Mas que imagens são essas?

Não parecem ser apenas manchas...

E não são!

São rostos!

São várias fotos

do Julio?

Não,

Apenas uma.

Repetida

Váááárias

vezes...

Viu quanta

coisa legal dá

pra fazer com

uma fotinha?

Mil e uma utilidades mesmo...

(ah, é: e todos viveram felizes para sempre...)

Publicada originalmente em 13.8.07, no blog http://antiambiente.blogspot.com

Diego Noivaes @Diego_novaes http://diegonovaes.blogspot.com/