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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
CAMILA AKEMI MUNIFISA
MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO, UM ESTUDO NA PLURAL
TRANSPORTES DE NATAL
NATAL
2021
2
CAMILA AKEMI MUNIFISA
MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO, UM ESTUDO NA PLURAL
TRANSPORTES DE NATAL
Monografia apresentada ao curso de
Administração da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Orientador: Prof.ª Patrícia Whebber
Souza de Oliveira
Natal, abril de 2021
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas -CCSA
Munifisa, Camila Akemi.
Motivação e satisfação no trabalho, um estudo na Plural
Transportes de Natal / Camila Akemi Munifisa. - 2021.
61f.: il.
Monografia (Graduação em Administração) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Natal, RN,
2021..
Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Whebber Souza de Oliveira.
1. Motivação - Monografia. 2. Satisfação no trabalho -
Monografia. 3. Fatores Motivacionais - Monografia. I. Oliveira,
Patrícia Whebber Souza de. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 658.3
4
CAMILA AKEMI MUNIFISA
MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO NO TRABALHO, UM ESTUDO NA PLURAL
TRANSPORTES DE NATAL
Monografia apresentada e aprovada em ____/____/____ pela Banca
Examinadora composta pelos seguintes membros:
__________________________________ Patrícia Whebber Souza de Oliveira, Dr
Orientador
___________________________________
Antônio Carlos Ferreira
Examinador
___________________________________
Gabriel Martins de Araújo Filho
Examinador
5
Dedico este trabalho aos meus pais por sempre investirem nos meus estudos e me ensinarem a importância da educação.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora professora doutora Patrícia Whebber
Souza de Oliveira, por todo suporte e ensinamentos. Seu apoio foi fundamental
para que eu conseguisse realizar este trabalho.
Agradeço a minha família por sempre estarem ao meu lado me dando
forças para que eu conseguisse concluir a graduação.
Agradeço a todos os meus colegas e professores do curso de
Administração da UFRN pelos momentos de aprendizado, companheirismo e
risos compartilhados.
Agradeço a Deus por todas as oportunidades que tem me concedido.
7
RESUMO
Considerando a importância do desempenho humano para uma empresa
prestadora de serviço, um dos grandes desafios da transportadora é manter a
motivação dos seus funcionários para que estejam alinhados e focados nos
objetivos da empresa. O presente trabalho teve como objetivo mensurar o nível
de motivação e satisfação dos funcionários da Plural Transportes filial de
Natal/RN. Teve como base quatro dimensões da satisfação no trabalho:
remunerações, reconhecimento e recompensas; a natureza e as condições de
trabalho; relacionamento interpessoal e relação do trabalho com os fatores
pessoais, além da identificação dos os fatores motivacionais mais relevantes
para os colaboradores. Como metodologia, a pesquisa se caracteriza como um
estudo de caso de natureza quantitativa, tendo como instrumentos de coleta de
dados um questionário aplicado junto aos colaboradores e realizada uma
entrevista com o gestor. Os resultados demonstraram que, de modo geral, os
colaboradores estão satisfeitos com o trabalho, sendo necessárias melhorias
pontuais em algumas áreas, principalmente em relação aos fatores. estrutura
física, autonomia, treinamento e capacitação, comunicação e questões
pessoais..
Palavras-chave: satisfação no trabalho, motivação, fatores motivacionais.
8
ABSTRACT
Considering the importance of human performance for a service provider
company, one of the major challenges of the carrier is to maintain the motivation
of its employees so that they are aligned and focused on the company's
objectives. This work aimed to measure the level of motivation and satisfaction
of the employees of Plural Transportes, branch of Natal / RN, based on four
dimensions of satisfaction at work: remuneration, recognition and rewards, the
nature and conditions of work, interpersonal relationships and the relationship
between work and personal factors. Likewise, we sought to identify the most
relevant motivational factors for employees. The survey was conducted with all 9
employees of the branch, the data collection was applied a questionnaire
composed of closed questions including, at the end, open questions and an
interview was also conducted with the manager. The results showed that, in
general, employees are satisfied with the work, and occasional improvements are
necessary in some areas, mainly in relation to the factors. physical structure,
autonomy, training and qualification, communication and personal issues.
Keywords: satisfaction at work, motivation, motivational factors
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Pirâmide de Maslow................................................................... .....24
Figura 2 - Paralelo entre a pirâmide de Maslow e a teoria ERC.......................25
Figura 3 - Modelo da Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland..... 27
Figura 4 - Modelo da Teoria da Expectativa de Vroom.................................... 33
Figura 5 - Modelo da Teoria do Estabelecimento de Meta Locke e Latham....35
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Fatores motivacionais mais relevantes para os colaboradores......50
Gráfico 2 - Fatores a serem investidos pela empresa Plural Transportes........51
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Relação entre objetivos específicos e questionário........................43
Quadro 2 - Satisfação com remuneração, reconhecimento e recompensas....45
Quadro 3 - Satisfação com natureza e as condições de trabalho................... 46
Quadro 4 - Satisfação com o relacionamento interpessoal............................. 47
Quadro 5 - Satisfação com relação do trabalho com os fatores pessoais....... 49
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 14
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ...................................... 15
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMNA ........................................ 16
1.3 OBJETIVOS .................................................................................... 18
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................. 18
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................... 18
1.4 JUSTIFIVCATIVA ............................................................................ 18
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... 20
2.1 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO ........................................................ 20
2.1.1 Conceito de motivação no trabalho .......................................... 20
2.1.2 Teorias Motivacionais ................................................................ 22
2.1.2.1 Teoria das Necessidades de Maslow ........................................ 22
2.1.2.2 Teoria ERC de Alderfer ............................................................. 25
2.1.2.3 Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland ................. 26
2.1.2.4 Teorias X e Y de McGregor ....................................................... 28
2.1.2.5 Teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg .......................... 30
2.1.2.6 Teoria da Expectativa de Victor H. Vroom ................................. 32
2.1.2.7 Teoria do Estabelecimento de Metas de Locke e Latham ......... 34
2.2 SATISFAÇÃO NO TRABALHO ....................................................... 37
2.2.1 Conceito de satisfação no trabalho .......................................... 37
2.2.2 Fatores determinantes para a satisfação no trabalho ............. 38
2.2.3 Consequências da satisfação no trabalho ............................... 39
3. METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................... 41
3.1 TIPO DE ESTUDO .......................................................................... 41
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ............................................................... 41
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................................... 42
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DE DADOS .............................................. 43
13
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ......................... 44
4.1 SATISFAÇÃO COM A REMUNERAÇÃO, RECONHECIMENTO E
RECOMPENSAS....................................................................................44
4.2 SATISFAÇÃO COM A NATUREZA E AS CONDIÇÕES DE
TRABALHO .......................................................................................... 45
4.3 SATISFAÇÃO COM O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ..... 47
4.4 SATISFAÇÃO COM A RELAÇÃO DO TRABALHO COM OS
FATORES PESSOAIS ......................................................................... 48
4.5 FATORES MOTIVACIONAIS MAIS RELEVANTES ....................... 49
4.6 FATORES A SEREM INVESTIDOS PELA EMPRESA ................... 51
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................ 52
REFERÊNCIAS ...................................................................................... 55
ANEXOS .................................................................................................. 58
14
1 INTRODUÇÃO
As organizações dependem de seus colaboradores para que consigam
alcançar seus objetivos. Para tanto, necessitam que estes estejam motivados e
alinhados com as metas da empresa. É fundamental que os gestores estejam
constantemente acompanhando o desempenho e as necessidades de seus
funcionários, observando os fatores que os influenciam.
Flores (2016) afirma que as empresas dependem das pessoas para
permanecerem no mercado de forma competitiva e satisfatória, por outro lado,
as atribuições destes profissionais dentro das organizações ocupam grande
parte do seu dia, e um considerável tempo de sua vida, é dessa dedicação e
esforço que depende, sua subsistência, sucesso pessoal e profissional.
A produtividade da empresa por sua vez é influenciada por vários fatores,
sendo o humano, o mais eficaz. Para que haja qualidade de vida no trabalho, as
organizações devem valorizar os empregados considerando-os indivíduos do
seu trabalho e não objetos de produção. (MARASEA; ANDRADE,2006)
Necessidade, motivo ou motivador é um estado ou condição interna que
predispõe o indivíduo a agir. Em contrapartida, temos o que se chama de fator
de satisfação, que nada mais é do que aquilo que satisfaz uma necessidade.
Satisfação é, pois, o atendimento ou eliminação de uma necessidade. Em tais
condições, define-se motivação como uma inclinação para a ação que tem
origem em um motivo (necessidade). A motivação, portanto, decorre das
necessidades humanas, razão pela qual uma pessoa não pode motivar outra.
(FARAH, 2013)
A ideia do estudo surgiu da observação da rotina da empresa, em que se
percebeu que ações da área de gestão de pessoas, muitas vezes, não alcançam
o seu objetivo. Então, considerando a diversidade do comportamento humano,
e que as motivações variam de acordo com a pessoa, foram abordados
estímulos diversificados para buscar concluir o que mais motiva e satisfaz os
colaboradores.
15
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A Plural Transportes cuida da carga dos clientes desde a coleta em toda
a grande São Paulo até a entrega no estabelecimento ou residência do
destinatário em Natal e muitos municípios do interior do Rio Grande do Norte.
A principal especialidade da empresa é o transporte de carga fracionada,
tanto de pessoas físicas como jurídicas, que consiste em agrupar cargas de
diversas naturezas dos clientes, mas devidamente identificadas para uma
precisa separação. Além disso, também são pesadas e cubadas para cálculo do
frete e embarcadas minimizando os custos de frete possibilitando assim oferecer
preços de frete realmente competitivos.
A empresa possui um sistema informatizado TMS (Transportation
Management Systems) totalmente customizado e personalizado criado para
controlar e atender todas as etapas de movimentação da carga fazendo com que
nossa logística seja totalmente diferenciada e altamente eficaz. Além de garantir
segurança total de suas cargas através da Argo Seguros S.A., todas as cargas
possuem seguro contra acidentes, tais como colisão, tombamento e incêndio,
além do seguro de desaparecimento de carga: furtos e roubos.
A concorrência é acirrada na região, pois existem diversas empresas que
oferecem o mesmo serviço, sendo que a empresa busca prestar um serviço
diferenciado, prezando pela pontualidade e honestidade com os clientes e
oferecendo um preço competitivo, já que se observou que as concorrentes se
dividem basicamente em dois grupos: prestam um bom serviço, mas tem um
preço muito alto, ou tem um preço baixo, mas não cumprem o prazo e tem baixa
qualidade no atendimento ao cliente.
Os canais de comunicação disponíveis para os clientes são o telefone
fixo, email, Whatsapp e espaço para envio de mensagens através do site. Não
há a possibilidade de rastreio das mercadorias através do site da empresa, o que
se torna uma desvantagem em relação aos concorrentes.
Dentro deste contexto, o trabalho será realizado na transportadora de
cargas Plural Transportes, filial de Natal, uma empresa de pequeno porte,
composta por 9 funcionários distribuídos nos setores Operacional, Administrativo
e Comercial.
16
A Plural Logística e Transportes possui matriz em São Paulo - capital e
filial em Natal-RN. A empresa é formada por 2 sócios, um engenheiro e um
administrador, sendo este com mais de 15 anos de experiência no segmento de
transporte rodoviário. Iniciou a sua atividade comercial em 29/07/2014, mas
desde o ano de 2013 iniciaram a pesquisa mercadológica, inclusive visitando
diversas cidades em estados variados que poderiam ser boas opções para o
negócio.
A filial de Natal está localizada próximo ao bairro do Alecrim, onde estão
localizados muitos de seus clientes, facilitando a logística, agilizando as entregas
e reduzindo o gasto com combustível, mão de obra e desgaste de veículos.
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA
Considerando que dentre os elementos fundamentais das grandes
organizações os recursos humanos são de grande importância, ou seja,
indivíduos que mantêm e fazem crescer uma organização, não existem
empresas sem pessoas, pois organizações são organismos vivos, que
necessitam de sinergia, dinâmica, criatividade e racionalidade. Trata-se de um
conditio sine qua non de mútua dependência com benefícios para ambas as
partes, pois as pessoas tornaram-se o principal ativo das organizações,
alinhadas as mudanças mercadológicas, humanísticas e organizacionais.
(FLORES, 2016)
O mundo contemporâneo tem como uma de suas principais
características a exigência pelo alto desempenho e produtividade e, dessa
forma, o mercado exige cada vez mais funcionários motivados a realizarem suas
funções com excelência, de modo a proporcionar melhores resultados. Pode -
se dizer que a motivação é o principal combustível ao desempenho (GIL, 2001).
A satisfação dos colaboradores de uma empresa é um fator fundamental
para a tomada de decisões por parte dos gestores, e também é um importante
indicador da qualidade de vida, influenciando diretamente na produção, seja ela
operacional ou administrativa, e a identificação dos pontos por meio de pesquisa
servirá para nortear em relação à real intenção do empregado, e estar ou não
satisfeito com o trabalho gera muitas consequências profissionais e pessoais,
17
atingindo diretamente o trabalhador em seu comportamento, na saúde e no bem-
estar, seja na esfera pública ou privada (MARQUEZE; MORENO, 2005).
Considerando a importância da mão de obra para uma empresa
prestadora de serviço, um dos grandes desafios da transportadora é manter a
motivação dos seus funcionários para que estejam alinhados e focados nos
objetivos da empresa. Por esta razão estão constantemente buscando praticar
ações no setor de gestão de pessoas com foco na motivação e satisfação dos
funcionários, porém os resultados destas ações nem sempre são os esperados.
A Plural Transportes busca fidelizar seus clientes com base na qualidade
de seus serviços. A empresa nunca definiu como objetivo ter o menor preço do
mercado, mas oferecer um bom serviço com preço justo.
Para uma empresa de transporte de cargas, a qualidade do serviço está
representada pelo cumprimento do prazo de entrega, pela condição da
mercadoria entregue, ou seja, não pode estar avariada ou faltando volumes pela
entrega em si, incluindo a educação e postura dos entregadores, pelo
atendimento ao cliente, tirando dúvidas, realizando cotações e passando
previsões de entrega por email ou telefone e pelo pós venda,
Para entregar um serviço de qualidade, é essencial que os colaboradores
estejam alinhados com os objetivos da organização, que tenham clareza sobre
a sua função, pois cada funcionário cumpre um papel importante e faz a
diferença.
O trabalho foi realizado na empresa Plural Logística e Transportes, com
base somente na filial em Natal/RN, onde ocorre o descarregamento do
caminhão, entrega de mercadorias, e, assim como a matriz, também possui o
setor comercial e de atendimento ao cliente. Esta escolha foi definida
considerando a facilidade de acesso às informações e de observação da rotina
da empresa.
Desta forma, ao final deste estudo, espera-se responder a seguinte
questão central da pesquisa: Qual o nível de motivação e satisfação dos
funcionários da Plural Transportes?
18
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
• Analisar o nível de motivação e satisfação dos funcionários da
Plural Transportes
1.3.2 Objetivos Específicos
• Mensurar o nível de satisfação dos colaboradores com as
remunerações, reconhecimento e recompensas
• Mensurar o nível de satisfação dos colaboradores em relação a
natureza e as condições de trabalho
• Identificar o nível de satisfação dos colaboradores com o
relacionamento interpessoal
• Verificar o nível de satisfação dos colaboradores sobre a relação
do trabalho com os fatores pessoais
• Identificar os fatores motivacionais mais relevantes para os
colaboradores
• Descrever os fatores a serem investidos pela empresa para
aumentar a satisfação no trabalho.
1.4 JUSTIFICATIVA
De acordo com Flores (2016), as organizações necessitam diretamente e
inevitavelmente das pessoas para o desenvolvimento e condução de suas ações
estratégicas, em todos os níveis hierárquicos, com o objetivo central de
atingimento de metas e consolidação em um mercado cada dia mais globalizado.
Gil (2001) explica que há necessidade das organizações reconhecerem
os funcionários como parceiros assim como os fornecedores, acionistas e
19
clientes, já que são os mais íntimos dentro do processo produtivo. Desta forma,
cabe aos administradores reconhecerem e motivarem os empregados.
As empresas precisam compreender as necessidades e desejos de seus
colaboradores para que estejam engajados em alcançar os objetivos
organizacionais. Neste sentido, a qualidade de vida significa a retomada dos
valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da
simplicidade de viver e conviver e, até reaver a religião e a fé. Significa um
ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais
produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de
melhor. (MARASEA; ANDRADE, 2006)
Robbins (2005) destaca que os seres humanos são complexos. Como são
todos diferentes, a possibilidade de fazer generalizações simples e precisas é
limitada Duas pessoas geralmente reagem de maneira diferente a uma mesma
situação, e uma mesma pessoa muda seu comportamento em situações
diferentes. Por exemplo, nem todas as pessoas são motivadas pelo dinheiro, e
o comportamento delas na igreja aos domingos é diferente daquele mostrado na
festa da noite anterior. Isto não significa, evidentemente, que não podemos dar
explicações razoavelmente precisas sobre o comportamento humano ou fazer
previsões válidas. Mas significa que os conceitos de comportamento
organizacional precisam refletir condições situacionais ou contingenciais.
Considerando que o mundo empresarial é alvo de intensas
transformações, os colaboradores são considerados elementos vitais ao
sucesso, principalmente em uma empresa prestadora de serviços, onde a mão
de obra é fundamental para garantir a qualidade do produto entregue ao cliente
final.
A gestão de pessoas é um assunto recorrente, importante e desafiador
que remete à discussão de variados temas. Assim, contribuições teóricas serão
analisadas com vista à ampliação do diálogo sobre as várias dimensões do
homem enquanto gestor.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir, será apresentado o referencial teórico utilizado como base para
o presente trabalho, iniciando com a motivação e suas principais teorias, assim
como, abordará o tema satisfação no trabalho. Será realizada uma relação entre
os conceitos, os colaboradores e seu impacto e as consequências para a
organização.
2.1 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
A motivação é fundamental para a satisfação dos colaboradores. O
objetivo é apresentar o significado da motivação na vida pessoal e profissional
dos colaboradores e os fatores capazes de influenciar a motivação e sua relação
com o desempenho dos profissionais.
Através dos estímulos, os colaboradores conseguem alcançar seus
objetivos pessoais De acordo com Vergara (2000):
Motivação é induzir uma pessoa ou grupo de pessoas, cada qual com suas próprias necessidades e personalidades distintas, a trabalhar para atingir objetivos da organização, ao mesmo tempo em que se trabalha para alcançar os seus próprios objetivos. As necessidades (motivos) causam um desejo interior de sobrepujar alguma falta ou desequilíbrio. Os estímulos, sob a forma de incentivos, são então aplicados para fazerem com que uma pessoa responda e se comporte de tal modo que é atingida a meta de satisfazer às suas necessidades, e a organização consegue o desempenho que deseja.
2.1.1 Conceito de motivação
Robbins (2010, p.196) define motivação como “o processo responsável
pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa
para alcançar determinada meta”. O mesmo afirma que essas três variáveis
estão vinculadas, pois a intensidade (esforço) só é produtiva quando a direção é
favorável ao objetivo e a persistência, que diz respeito ao tempo que uma pessoa
consegue manter esse esforço, é suficiente para alcançar o objetivo. “Os
21
indivíduos motivados mantem-se na realização da tarefa até que seus objetivos
sejam atingidos” (ROBBINS, 2010, p. 197).
A relação da motivação com o comportamento e com o desempenho é
estabelecida espontaneamente tanto pelos cientistas como pelas pessoas
leigas. O comportamento é percebido como sendo provocado e guiado por metas
da pessoa, que realiza um esforço para atingir determinado objetivo. A maioria
dos autores considera a motivação humana como um processo psicológico
estreitamente relacionado com o impulso ou com a tendência a realizar com
persistência determinados comportamentos. A motivação no trabalho, por
exemplo, manifesta-se pela orientação do empregado para realizar com presteza
e precisão as suas tarefas e persistir na sua execução até conseguir o resultado
previsto ou esperado. Geralmente, salientam-se três componentes na
motivação: o impulso, a direção e a persistência do comportamento (MIRCHELL,
1982; KANFER, 1990, 1992; KATZEL e THOMPSON, 1990; LOCKE e LATHAN,
1990; VALLERAND e THILL, 1993, apud TAMAYO e PASCHOAL, 2003).
Tamayo e Paschoal (2003) afirma que a desvinculação entre metas do
trabalhador e estratégias de motivação laboral pode ser um fator relevante no
insucesso relativo de alguns programas de motivação. O conhecimento do perfil
motivacional do trabalhador possibilita o desenvolvimento de programas
diferenciados de motivação dentro da organização, visando a atender metas de
diversos grupos de trabalhadores. Isso não quer dizer que para cada funcionário
seria necessário desenvolver um programa específico, mas que os programas
motivacionais passariam a considerar as especificidades de diferentes equipes
ou setores organizacionais.
Colaboradores motivados e informados estão aptos a gerar grandes
benefícios em termos de produtividade, qualidade de vida, além de proporcionar
um clima organizacional agradável.
Desta forma, ao invés de um único programa para toda uma organização,
estratégias mais específicas e diretivas seriam desenvolvidas, visando atingir os
interesses dos grupos alvo. Ainda que a organização como um todo não esteja
interessada em desenvolver diferentes estratégias motivacionais para seus
vários setores, esta perspectiva permite que cada gestor implante seu próprio
programa para seus trabalhadores. Sendo assim, é possível desenvolver um
programa de motivação que atinja diretamente as metas e valores dos
22
trabalhadores de um determinado setor, sem depender de programas que
estejam sendo desenvolvidos por outros departamentos e unidades da
organização.
Marras (2011) afirma que deve-se atentar em atitudes que motivam os
colaboradores, tais como: ter um ambiente de trabalho positivo, facilitar aos
empregados um âmbito para que tomem suas decisões e respeitá-las, mostrar
para o colaborador como seu trabalho pode afetar aos resultados do
departamento ou da companhia, e fazer com que o mesmo se identifique com a
identidade corporativa, aplicando feedback construtivo de seu desempenho
indicando os pontos de progresso e aqueles que podem melhorar.
2.1.2 Teorias Motivacionais
2.1.2.1 Teoria das Necessidades de Maslow
A teoria de Maslow defende que as necessidades humanas tem origem
biológica e estão dispostas em uma hierarquia que deixa implícito que o homem
tem uma propensão para o auto desenvolvimento e o crescimento profissional.
Esta teoria defende que é preciso que as necessidades dos níveis de
desenvolvimento inferiores sejam em parte ou totalmente satisfeitas, para que
as necessidades superiores se tornem motivadoras da conduta humana.
Conforme os indivíduos vão subindo na hierarquia gerencial, as pessoas são
motivadas por necessidades cada vez mais elevadas, por exemplo, gerentes de
diferentes níveis devem ser tratados de forma diferente, sendo assim, pode se
esperar que os funcionários irão sempre querer mais. (ZANELLI, 2004)
Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes,
enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas
(VERGARA,2000).
1) Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as
necessidades humanas, como as necessidades de alimentação (fome e sede),
de sono e repouso (cansaço), abrigo (frio e calor), ou desejo sexual (reprodução
23
da espécie). São as necessidades relacionadas com a própria subsistência e
existência do indivíduo. Sua principal característica é a premência: quando
algumas dessas necessidades não estão satisfeitas, ela domina a direção do
comportamento.
2) Necessidades de segurança: Constituem o segundo nível das necessidades
humanas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário,
físico ou abstrato: a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao
perigo, o desejo da estabilidade, a busca de um mundo ordenado e previsível
são manifestações típicas destas necessidades. As necessidades de segurança
têm grande importância, uma vez que na vida organizacional as pessoas têm
uma relação de dependência com a empresa e onde as ações gerenciais
arbitrárias ou as decisões inconscientes e incoerentes podem provocar incerteza
ou insegurança nas pessoas quanto à sua permanência no emprego.
3) Necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida
associativa do indivíduo com outras pessoas. São as necessidades de
associação, de participação, de aceitação por parte dos colegas, de troca de
amizade, de afeto e amor.
4) Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira
pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto avaliação e autoestima.
Envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação
social e de reconhecimento, de status, prestígio e consideração.
5) Necessidades de auto realização: são as necessidades mais elevadas;
expressam tendência da pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser
tudo o que pode ser. Ex. Auto realização, autodesenvolvimento e
autossatisfação.
24
Figura 1: Pirâmide de Maslow
Fonte: https://blog.opinionbox.com/piramide-de-maslow/.Acesso em: 18/10/2019
Em relação aos pressupostos da Teoria da Hierarquia das Necessidades
de Maslow, Vergara (2000) destaca:
1) Quando uma necessidade de nível mais baixo é atendida, ela deixa de ser
motivadora do comportamento, um nível mais elevado passa a se desenvolver.
2) Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide das
necessidades. Dependendo das circunstâncias da vida as pessoas conseguem
satisfazer um certo nível de necessidades.
3) A medida que as necessidades de níveis menores vão sendo satisfeitas,
outras de níveis mais elevados dominam o comportamento. A necessidade mais
importante monopoliza o indivíduo a organizar as faculdades do organismo para
satisfazê-la.
4) O efeito das necessidades sobre o organismo é global, em conjunto e nunca
isolado, dominando as necessidades mais elevadas desde que as mais baixas
estejam relativamente satisfeitas.
5) Qualquer comportamento motivado é como um canal, pelo qual muitas
necessidades fundamentais podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente.
25
6) A frustração ou possibilidade de frustração da satisfação de certas
necessidades passa a ser considerada uma ameaça psicológica, produzindo
uma reação no comportamento.
De acordo com Maslow (apud ROBBINS, 2005), do ponto de vista da
motivação, esta teoria sugere que, embora jamais uma necessidade possa ser
satisfeita completamente, uma necessidade substancialmente satisfeita extingue
a motivação. Assim, de acordo com a teoria de Maslow, para motivar alguém é
preciso saber em que nível da hierarquia a pessoa se encontra no momento e
focar a satisfação naquele nível ou no patamar imediatamente superior.
2.1.2.2 Teoria ERC de Alderfer
No final da década de 1960, Clayton Alderfer, seguindo a mesma linha de
raciocínio de Maslow, redefiniu as cinco necessidades hierarquizadas, e as
agrupou em três, a de existência (E) que inclui as necessidades fisiológicas e de
segurança, de relacionamento (R) que reúne as necessidades sociais e de
estima, e a de crescimento (C) equivalente à necessidade de auto
realização. (ZANELLI, 2004)
Figura 2: Paralelo entre a pirâmide de Maslow e a teoria ERC
Fonte: http://admteorica.blogspot.com/2016/08/teoria-erc-de-clayton-alderfer.html. Acesso em: 18/10/2019
26
A teoria ERG não pressupõe a existência de uma hierarquia rígida, em
que uma necessidade de nível baixo tenha de ser satisfeita substancialmente
antes se poder seguir adiante. Uma pessoa pode, por exemplo, trabalhar em seu
crescimento pessoal mesmo que necessidades de existência ou de
relacionamento não tenham sido ainda atendidas as três categorias podem
operar simultaneamente. (ROBBINS, 2005)
Ao contrário de Maslow, Clayton Alderfer (apud ZANELLI, 2004) afirmou
que a motivação da conduta humana não obedece apenas o sentido progressivo,
mas também pode ser regressivo na medida em que a frustração encontrada na
necessidade mais elevada poderia fazer com que ela regredisse ao nível
anterior, que seria a necessidade mais concreta em que ela encontrou bons
resultados. Esta teoria é mais coerente com nosso conhecimento das diferenças
entre os indivíduos, pois considera que variáveis como educação, antecedentes
familiares e ambiente cultural podem alterar a importância que cada grupo de
necessidades tem para uma pessoa. E as evidências que demonstram que
pessoas em culturas diferentes classificam as necessidades de maneiras
diversas.
2.1.2.3 Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland
Desenvolvida por David McClelland (1953 apud ZANELLI, 2004), a Teoria
das Necessidades Adquiridas, embora também trate as necessidades como
provenientes de origem biológica, ele não as considera pela perspectiva de
hierarquia, ressalta que as necessidades podem ser aprendidas ou socialmente
adquiridas durante a vida, iniciando-se assim que o indivíduo começa a interagir
com o ambiente e se resumem em três necessidades básicas: de realização, de
poder e de afiliação.
O maior mérito que se atribui ao trabalho de McClelland de acordo com
Ramos (1990),é o que se relaciona com a identificação, categorização e
interrelação das necessidades humanas que se definem como fatores de
motivação.
27
Figura 3: Modelo da Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland
Fonte: http://administracaointerativa.blogspot.com/2015/06/teoria-dasnecessidades-de-mcclelland.html. Acesso em: 18/10/2019
Algumas pessoas buscam a realização pessoal mais do que a
recompensa pelo sucesso em si. Em sua pesquisa sobre a necessidade de
realização, McClelland descobriu que os grandes realizadores se destacam pelo
desejo de fazer algo melhor ou de modo mais eficiente do que já foi feito no
passado. Essa compulsão é a necessidade de realização Eles buscam situações
em que possam assumir a responsabilidade de encontrar soluções para os
problemas, receber rápido feedback para saber se estão melhorando e
estabelecer metas moderadamente desafiadoras.
A necessidade de poder por sua vez é o desejo de impactar, de ter
influência e de controlar as outras pessoas. Os indivíduos que têm esta
necessidade em alta gostam de estar "no comando", buscam influência sobre os
outros, preferem estar em situações competitivas e de status e tendem a se
preocupar mais com o prestígio e a influência do que propriamente com o
desempenho eficaz.
Já a terceira necessidade identificada por McClelland é a de afiliação.
Pessoas orientadas pela necessidade de associação buscam a amizade,
28
preferem situações de cooperação em vez de competição e desejam
relacionamentos que envolvam um alto grau de compreensão mútua.
(ROBBINS, 2005).
Segundo a Teoria das Necessidades de McClelland, a necessidade de
afiliação representa o desejo de manter relações pessoais estreitas e de
amizade. Quando as necessidades prevalecentes são as de afiliação, as
pessoas tendem a ter maior preocupação em manter um adequado
relacionamento social (RAMOS, 1990)
Nesta teoria, McClelland estabelece pontos importantes a serem
avaliados tais como o esforço do indivíduo em busca de feedbacks concretos, a
eleição de modelos a serem seguidos, o estabelecimento de metas com
propostas desafiadoras e um maior controle do indivíduo para com seus
desejos. (ZANELLI,2004).
Esta teoria pode ajudar a identificar qual é a necessidade motivadora
dominante em si, nos seus colegas ou colaboradores da empresa, permitindo
assim melhorar a definição de objetivos, a maneira como o feedback deve ser
dado, qual a melhor maneira de motivar as pessoas e de recompensá-las
2.1.2.4 Teorias X e Y de McGregor
De acordo com Vergara (2000), a melhor maneira de se caracterizar a
velha e ultrapassada cultura empresarial é a abordagem utilizada por McGregor
no início da década de 1960. Para ele, a administração das empresas está
fortemente marcada pelos estilos com que os administradores dirigem o
comportamento das pessoas dentro de suas fronteiras. Existem duas
concepções diametralmente opostas de estilos de direção, ambas baseadas em
concepções antagônicas a cerca da natureza humana: a Teoria X e a Teoria Y.
A primeira é denominada concepção tradicional. A segunda é chamada de
moderna.
As pressuposições da Teoria X:
- As pessoas são preguiçosas e indolentes,
- As pessoas evitam o trabalho e procuram o menor esforço possível,
- As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais
seguras,
29
- As pessoas preferem ser controladas e dirigidas,
- As pessoas são ingênuas e sem iniciativa,
- As pessoas têm pouca imaginação e pouca ambição.
Para facilitar essa ação controladora da empresa, as atividades das
pessoas devem ser simplificadas, padronizadas e dirigidas em função dos
objetivos e necessidades da empresa. Como as pessoas esperam recompensas
a curto prazo, a empresa utiliza incentivos econômicos (como salários)
proporcionando recompensas para o bom trabalho ou punições para aquelas
pessoas que não se dediquem suficientemente para a realização de sua tarefa.
Outros administradores também pensavam de forma diferente desta
teoria proposta o que fez com que Mcgregor (1960 apud ZANELLI, 2004),
chamasse esse modo alternativo de teoria Y, que seguia os seguintes princípios:
- As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer,
- O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar,
- As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios,
- As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas,
- As pessoas são criativas e competentes,
- A imaginação, a criatividade e a engenhosidade são comuns.
De acordo com a Teoria Y, a tarefa essencial da administração é criar
condições organizacionais e métodos de operação por meio dos quais as
pessoas possam melhor atingir os seus objetivos pessoais, dirigindo seus
esforços em direção aos objetivos da empresa.
O grande desafio para o gerente é passar gradativamente do Estilo X para
o Estilo Y ao longo do tempo. Há que se adaptar o comportamento das pessoas
de forma gradual e paulatina às aproximações sucessivas para se chegar ao
Estilo Y. (VERGARA,2000).
Robbins (2005) se baseia na pirâmide das necessidades de Maslow para
explicar quais são as implicações motivacionais da análise de McGregor. Ele
afirma que a Teoria X parte da premissa de que as necessidades de nível mais
baixo dominam os indivíduos; a Teoria Y, de que as necessidades de nível mais
30
alto são as dominantes. McGregor, pessoalmente, acreditava que as premissas
da Teoria Y eram mais válidas que as da Teoria X. Para maximizar a motivação
dos funcionários, propôs ideias como a do processo decisório participativo, a das
tarefas desafiadoras e de muita responsabilidade e a de um bom relacionamento
de grupo.
2.1.2.5 Teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg
Em 1959, segundo ZANELLI (2004), Herzberg, Mausner e Snyderman
elaboraram a teoria da motivação bifatorial, afirmando que dois conjuntos de
fatores variavam, o primeiro seria os fatores higiênicos que estão relacionados a
fatores externos variando a condição de insatisfação para não satisfação e o
segundo conjunto, fatores motivacionais internos que variavam de satisfação
para não-satisfação. Concluíram que o contrário de satisfação não é a
insatisfação, e sim a não-satisfação.
De acordo com Herzberg (apud ROBBINS, 2005), os fatores que levam à
satisfação no trabalho são diferentes e separados daqueles que levam à
insatisfação. Portanto, os executivos que procuram eliminar os fatores que
geram insatisfação podem conseguir paz, mas não necessariamente a
motivação dos funcionários. Eles vão apaziguar os funcionários, e não motivá-
los. Assim, as condições em torno do trabalho, como a qualidade da supervisão,
a remuneração, as políticas da empresa, as condições físicas de trabalho, o
relacionamento com os outros e a segurança no emprego foram caracterizadas
por Herzberg como fatores higiênicos. Quando os fatores são adequados, as
pessoas não estarão insatisfeitas, mas também não estarão satisfeitas. Se
quisermos motivar as pessoas para o trabalho, Herzberg sugere a ênfase nos
fatores motivacionais, associados com o trabalho em si ou com os resultados
diretos dele.
Para Herzberg (apud VERGARA,2000), dois fatores orientam fortemente
o comportamento humano:
1) Fatores Higiênicos: Estão localizados no ambiente que rodeia as pessoas e
abrange as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Os
principais fatores higiênicos são: o salário, os benefícios sociais, o tipo de
31
gerência que as pessoas recebem, as condições físicas e ambientais de
trabalho, as políticas e diretrizes da empresa, o clima organizacional, os
regulamentos internos, etc. A principal característica dos fatores higiênicos é que
quando eles são ótimos conseguem evitar a insatisfação das pessoas, pois não
conseguem elevar consistentemente a satisfação e, quando a elevam, não
conseguem sustenta-la elevada por muito tempo. Devido a essa influência mais
voltada para a insatisfação, Herzberg dá o nome de fatores insatisfacientes.
2) Fatores motivacionais: Estão relacionados com o conteúdo do cargo e com
a natureza das tarefas que a pessoa executa. Assim sendo, os fatores
motivacionais estão sob controle da pessoa, pois estão relacionados com aquilo
que ela faz e desempenha. Os fatores motivacionais envolvem sentimentos de
crescimento individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de
auto-realização. A característica mais importante dos fatores motivacionais é que
quando são ótimos, eles elevam a satisfação das pessoas no trabalho. Porém,
quando precários, evitam a satisfação. Pelo fato de estarem relacionados com a
satisfação das pessoas, recebem também o nome de fatores satisfacientes.
Herzberg (apud VERGARA, 2000) propõe o enriquecimento das tarefas,
também chamado de enriquecimento de cargo. Consiste na substituição de
tarefas mais simples e elementares do cargo, por tarefas mais complexas, a fim
de acompanhar o desenvolvimento individual de cada empregado, oferecendo-
lhe condições de desafio e de satisfação profissional no cargo, o que pode
ocasionar efeitos altamente desejáveis como: aumento da motivação, aumento
da produtividade, redução do absenteísmo e do turnover, etc. Porém alguns
críticos apontam efeitos indesejáveis como: aumento da ansiedade e do conflito,
sentimento de exploração e redução de relações interpessoais.
As teorias de motivação de Maslow e Herzberg apresentam pontos de
concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg relacionam-se com as
necessidades primárias de Maslow (necessidades fisiológicas e de segurança,
incluindo algumas necessidades sociais), enquanto os fatores motivacionais
relacionam- se com as necessidades secundárias (necessidades de estima e
auto-realização).
32
2.1.2.6 Teoria da Expectativa de Victor H. Vroom
A Teoria da Expectativa de Vroom (1995 apud ZANELLI, 2004) entende
que a motivação é uma força emocional e consciente, que é ativada quando a
pessoa é sujeita a escolher entre diversos planos de ação. A escolha seria
influenciada pelas expectativas individuais e pelas consequências esperadas ao
comparar as diversas alternativas possíveis para a ação a ser tomada. Para ele
as decisões sobre suas ações buscam maximizar seu prazer e seus ganhos e
minimizar seu desprazer e suas perdas.
Sobre a Teoria da Expectativa, Robbins (2005) afirma que:
A teoria da expectativa sustenta que a força da tendência para agir de determinada maneira depende da força da expectativa de que esta ação trará certo resultado, e da atração que este resultado exerce sobre o indivíduo. Em termos mais práticos, esta teoria sugere que um funcionário se sente motivado a despender um alto grau de esforço quando acredita que isto vai resultar em uma boa avaliação de desempenho; que a boa avaliação vai resultar em recompensas organizacionais — como uma bonificação, um aumento de salário ou uma promoção — e que estas recompensas vão satisfazer suas metas pessoais.
De acordo com Ramos (1990), se uma pessoa pensa que tem
possibilidade de executar uma determinada tarefa (instrumentalidade), e que sua
efetiva realização poderá leva-la a alcançar uma meta desejada (expectativa), à
qual atribui grande valor (valência), podemos afirmar que esta pessoa está
altamente motivada.
Vroom (apud ZANELLI, 2004) salienta que a motivação para produzir em
uma empresa é função de três fatores determinantes, a saber:
- Valência: É uma atribuição de qualidade positiva ou negativa aos resultados
pretendidos, em suma é o que faz com que uma pessoa sinta necessidade de
uma promoção;
- Instrumentalidade: É a clareza da relação percebida entre os esforços
necessários e a obtenção do resultado propriamente dito;
- Expectativa: é a intensidade com que a pessoa consegue visualizar a
concretização dos resultados esperados antes de atingi-los.
Assim, o nível de produtividade individual depende da inter-relação entre
esses três fatores determinantes.
33
Vergara (2000) destaca que motivação de produzir é função de:
➢ Força do desejo de alcançar os objetivos individuais - Expectativas
➢ Relação percebida entre produtividade e o alcance dos objetivos
individuais -Recompensas.
➢ Capacidade percebida de influenciar o seu próprio nível de produtividade
- Relações entre expectativas e recompensas
Figura 4: Modelo da Teoria da Expectativa de Vroom
Fonte: https://blog.consultoriacoach.com.br/teoria-da-expectativa/. Acesso em: 18/10/2019
Um exemplo desta teoria é o do indivíduo que almeja uma promoção (alvo
e meta), construindo expectativas de que se demonstrar para seu superior
empenho no trabalho, estendendo sua jornada e mostrando-se disponível para
ajudar os demais colegas de trabalho, terá grande probabilidade de conseguir
seu objetivo.
Para esta ação a motivação dependerá da valência (grau de atração) que
a pessoa atribui à promoção, da adesão à crença de que ela poderá (há
probabilidade) conseguir atingir seu objetivo (expectativa), por meio das
seguintes ações por ele adotadas.
34
A teoria das expectativas, segundo ZANELLI (2004), tem efeitos indiretos
na conduta do indivíduo, pois os resultados, as valências, as expectativas e a
instrumentalidade sofrem restrições ambientais e, em função disto, a classifica
como de nível intermediário de ação.
Em resumo, a essência da teoria da expectativa é a compreensão dos
objetivos de cada indivíduo e as ligações entre esforço e desempenho,
desempenho e recompensa e, finalmente, entre recompensa e alcance das
metas pessoais. Como um modelo de incertezas, a teoria da expectativa
reconhece que não existe um princípio universal que explique a motivação de
todas as pessoas. Além disso, o fato de compreendermos que necessidades
uma pessoa quer satisfazer não assegura que ela perceba o alto desempenho
como o meio necessário para satisfazê-las.(ROBBINS, 2005)
2.1.2.7 Teoria do Estabelecimento de Metas de Locke e Latham
No final da década de 1960, Edwin Locke propôs que a intenção de lutar
por um objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho (ROBBINS, 2005). Ou
seja, um objetivo diz ao funcionário o que precisa ser feito e quanto esforço terá
de ser despendido em seu alcance. As evidências confirmam positivamente a
importância dos objetivos. Mais ainda, pode-se afirmar que objetivos específicos
melhoram o desempenho; que objetivos difíceis, quando aceitos, melhoram mais
o desempenho do que aqueles mais fáceis; e que o feedback também conduz a
melhores desempenhos. (ROBBINS, 2005)
A Teoria do Estabelecimento de Metas de LOCKE E LATHAN (1990 apud
ZANELLI, 2004) sustenta a premissa de que as metas variam em conteúdo e
intensidade. No caso do conteúdo, este pode ser classificado como fáceis ou
difíceis, específicas ou gerais e simples ou complexas. Já a intensidade pode
variar conforme a percepção da importância do comprometimento com a meta.
De acordo com ZANELLI (2004), as metas, segundo orientam a ação por
meio de quatro mecanismos:
- Dirigem a atenção;
- Mobilizam o esforço para a ação;
- Encorajam a persistência da ação;
35
- Facilitam o desenvolvimento de uma estratégia da ação.
Pesquisas demonstram que, em termos de conteúdo, as metas
claramente especificadas são os verdadeiros fatores motivadores da conduta
humana no trabalho. Não basta solicitar a alguém que dê o melhor de si, isto é
inespecífico, não ajuda a pessoa visualizar o que se espera dela. Além de se
especificar as metas, deve-se torna-las objetivos quantificáveis a serem
atingidos em um espeço de tempo, sendo necessário que o indivíduo as valorize,
perceba-as como desafiadoras e não facilmente atingíveis por qualquer um
(ZANELLI, 2004).
Ramos (1990) defende que o ciclo do processo motivacional de Locke
parte do desejo (valor), da tradução desse desejo em intenções (metas), da ação
para concretizar intenções (desempenho), da satisfação alcançada com os
resultados do desempenho e da reorientação dos valores, metas e desempenho
a partir de feedbacks.
Figura 5: Modelo da Teoria do Estabelecimento de Metas de Locke e Latham
Fonte: LOCKE (1975 apud RAMOS 2019). http://www.periodicos.usp.br/psicousp/article/view/34427/37165.Acesso em: 18/10/2019
36
A definição de metas e objetivos como defende Locke e Latham (1990
apud ZANELLI, 2004), influencia na motivação, pois ambos funcionam como
referências claras, possibilitando à pessoa antecipar cognitivamente os
resultados a serem alcançados. As metas e os objetivos não são suficientes para
manter a motivação em níveis elevados, pois há fatores moderadores que
interferem no processo, tais como a clareza de objetivos, a dificuldade das
tarefas, a aceitação da meta pela pessoa, as características individuais e a
presença de feedback gerencial. Meta muito fácil ou meta muito difícil pode não
contribuir para o desempenho eficaz, a primeira porque subestima as
potencialidades e a segunda porque depende de um adequado ajuste entre o
grau de dificuldade da meta e as habilidades pessoais.
Derci (1971 apud ZANELLI, 2004), em sua teoria cognitiva afirma que as
pessoas tendem a avaliar suas ações com base nas atribuições de suas causas
ou razões. Quando o controle do desempenho individual está no próprio
indivíduo, e suas recompensas estão baseadas em fatores externos, como um
alto salário, por exemplo, há grandes chances de seu bom desempenho estar
relacionado ao fato dele ser bem pago. No caso contrário, quando alguém realiza
uma tarefa de certa forma monótona e recebe em troca recompensas externas
insatisfatórias, pois o clima de trabalho é ruim, a jornada de trabalho é extensa
e o salário é baixo, torna-se bastante provável que atribua o resultado a fatores
do próprio indivíduo.
Nesta teoria, afirma-se que recompensas extrínsecas podem vir a diminuir
a motivação intrínseca e por sua vez a ação intrinsicamente motivadora está
localizada externamente, e não internamente, contribuindo para gerar
dependência de recompensas externas.
Na opinião de Robbins (2005), existe pouca controvérsia sobre o fato de
que objetivos claros e difíceis conduzem a níveis mais altos de produtividade.
Esta evidência nos leva à conclusão de que a teoria da fixação de objetivos
oferece uma das mais poderosas explicações sobre esta variável dependente. A
teoria, entretanto, não enfoca o absenteísmo, a rotatividade ou a satisfação com
o trabalho.
37
2.2 SATISFAÇÃO NO TRABALHO
Partindo do pressuposto de que a satisfação do colaborador tem relação
direta com seus resultados e consequentemente com o alcance dos objetivos e
metas da organização, pretende-se abordar a evolução da satisfação no
trabalho, as mudanças nos conceitos e como na prática a organização pode
elaborar ações que podem melhorar a satisfação dos seus colaboradores, assim
como quais ações podem influenciar negativamente ou não ter o efeito esperado.
Spector (2003, p. 241) afirma que a satisfação no trabalho pode refletir
em vários pontos da organização. Um primeiro impacto na empresa pode vir da
relação da satisfação com o desempenho do empregado.
2.2.1 Conceito de satisfação no trabalho
É conveniente separar os conceitos de satisfação e de motivação, pois
embora relacionados, medem coisas diferentes. A confusão entre os termos
motivação e satisfação tem sido considerada como causa de falhas na
formulação de hipóteses e na seleção de instrumentos de pesquisas,
especialmente naquelas destinadas a correlacionar satisfação no trabalho com
produtividade (PÉREZ RAMOS,1980, apud MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
A satisfação no trabalho é um fenômeno amplamente estudado e esse
interesse decorre da influência que a mesma pode exercer sobre o trabalhador,
afetando sua saúde física e mental, atitudes, comportamento profissional, social,
tanto com repercussões para a vida pessoal e familiar do indivíduo como para
as organizações (CURA,1994; LOCKE, 1976; PÉREZ-RAMOS, 1980;
ZALEWSKA1999a, 1999b, apud MARTINEZ ; PARAGUAY, 2003).
Satisfação no trabalho é um fenómeno de difícil definição, pois é um
estado subjetivo que varia de pessoa para pessoa, uma vez que diferentes
pessoas perante situações idênticas reagem e valorizam aspectos diferentes
(FRASER,1983, apud MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
A diferença entre motivação e satisfação é assinalada por STEUER
(1989), ao explicitar que motivação manifesta a tensão gerada por uma
necessidade e satisfação expressa a sensação de atendimento da necessidade.
38
O funcionário satisfeito está mais propenso a não faltar no trabalho, a não
assumir comportamentos destrutivos e a ter uma saúde melhor do que um
funcionário insatisfeito (ROBBINS, 2010)
O trabalho é valorizado de maneiras diferentes: para alguns é uma parte
muito importante da vida; para outros, é apenas um aspecto da vida que existe
para prover outras necessidades (CAVANAGH, 1992, apud MARTINEZ;
PARAGUAY, 2003).
As pessoas desejam dinheiro porque este lhes permite não só a
satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança, mas também dá plenas
condições para a satisfação das necessidades sociais, de estima e de auto
realização (SORIO apud ESPINOLA, 2013).
Locke (apud ZANELLI el. at., 2004, p.302) definiu a satisfação no trabalho
como “um estado emocional, positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou
de suas experiências” definição que tem, ainda hoje, impacto importante para o
conceito. Desta forma, o homem usa de sua bagagem individual de crenças e
valores para avaliar seu trabalho e essa avaliação resulta num estado emocional
que, se for agradável, produz satisfação, e, se for desagradável, leva à
insatisfação. Portanto, satisfação no trabalho é uma variável de natureza afetiva
e se constitui num processo de avaliação das experiências no trabalho.
A definição de Lock (1969) para insatisfação no trabalho não é a de um
fenômeno distinto da satisfação no trabalho, mas a de seu oposto semântico,
ambos compondo os dois extremos do mesmo fenômeno. Em outras palavras,
“não existe um limite superior de satisfação absoluta, enquanto o limite inferior
funde-se de forma indistinguível na insatisfação, a qual não tem limite inferior
absoluto” (FRASER, 1983, p. 56, apud MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
2.2.2 Fatores determinantes para a satisfação no trabalho
De acordo com Siqueira (2008), a expressão “satisfação no trabalho”
representa a totalização do quanto o indivíduo que trabalha vivencia
experiências prazerosas no contexto das organizações, portanto investigar
satisfação no trabalho significa avaliar o quanto os retornos ofertados pela
empresa em forma de salários e promoção, o quanto a convivência com os
39
colegas e as chefias e o quanto a realização das tarefas propiciam ao empregado
sentimentos gratificantes ou prazerosos.
Sobre a influência na variação da satisfação dos funcionários em relação
à organização, Siqueira (2008, p. 266) afirma que:
Pode haver pouca variação do nível de satisfação nos funcionários, as suas características pessoais, o ambiente físico da empresa ou a estrutura da organização. Por outro lado, pode haver forte impacto, fatores sócio organizacionais, como valores organizacionais, percepção de justiça, de suporte e reciprocidade que emergem das relações de trocas sociais entabuladas entre empregados e organização. Onde a satisfação no trabalho seria um sentimento extremamente sensível às políticas e praticas gerenciais, especialmente as que defendem os procedimentos e a distribuição de retornos para os comportamentos de trabalhadores, que revelam se a empresa está comprometida com seus colaboradores.
As variações na satisfação no trabalho são resultados de diferenças na
natureza do trabalho em que podem ser considerados todos os aspectos
psicossociais do trabalho, tais como demandas da tarefa, papel do indivíduo na
organização, relacionamentos interpessoais, possibilidades de desenvolvimento
de carreira, clima e estrutura organizacional (CAVANAGH, 1992, apud
MARTINEZ; PARAGUAY, 2003),
Segundo Robbins (2010), os fatores que determinam a satisfação no
trabalho são: trabalho mentalmente desafiador, recompensas justas, condições
de trabalho desafiadoras e colegas que ofereçam apoio, com destaque para o
apoio do chefe como grande determinante para a satisfação.
2.2.3 Consequências da satisfação no trabalho
Para Martinez e Paraguay (2003), as consequências da satisfação no
trabalho compreendem:
• Saúde: A satisfação no trabalho tem sido associada à saúde do
trabalhador, onde indivíduos mais satisfeitos com seu trabalho
apresentam melhor qualidade de saúde e menor ocorrência de doenças,
tanto no que se refere à saúde física (fadiga, dificuldade respiratória, dor
de cabeça, perda de apetite, aumento do colesterol, doença cardíaca
aterosclerótica) como mental, assim como tem sido apontada como um
fator associado a longevidade, onde indivíduos mais satisfeitos
40
apresentaram menor incidência de problemas de saúde e maior
longevidade.
• Da mesma forma, é um dos principais componentes para a satisfação
geral com a vida, desta forma, também é importante para a saúde mental
do indivíduo na medida em que aquela pode ter uma extensão de seu
efeito para a vida particular e, ao contrário, caso ocorra a insatisfação no
trabalho, será acompanhada de desapontamento que permeará a vida do
indivíduo, afetando seu comportamento fora do trabalho (CODA, 1986,
apud MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
• Qualidade de vida: A satisfação no trabalho influencia a satisfação com a
vida por meio da generalização das emoções do trabalho para a vida fora
do trabalho e de atitudes decorrentes, que também podem afetar,
especificamente, as relações sócio familiares (LOCKE, 1976, apud
MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
• Comportamento: O nível de satisfação no trabalho afeta o
comportamento, sob forma de ausentismo, evitando faltas, atrasos,
pausas prolongadas e não autorizadas, rotatividade, queda da
produtividade, greves, protestos, acidentes de trabalho, dependência de
álcool ou drogas (LOCKE, 1976; PÉREZ-RAMOS, 1980; ZALEWSKA,
1999a, 1999b, apud MARTINEZ; PARAGUAY, 2003).
Para a organização, a satisfação dos colaboradores está vinculada
também à satisfação dos seus clientes, auxiliando no alcance das metas da
empresa e melhorando seus resultados financeiros. Em relação a esta
consequência da satisfação, Robbins (2005) afirma que:
As evidências indicam que funcionários satisfeitos aumentam a satisfação e a lealdade dos clientes. Isso acontece porque a retenção ou a perda de clientes nas empresas de serviços dependem muito da maneira como eles são tratados pelo pessoal de linha de frente. Funcionários satisfeitos costumam ser mais amáveis, alegres e atenciosos— traços apreciados pelos clientes. Como os funcionários satisfeitos tendem a permanecer mais tempo no emprego, há maior probabilidade de os clientes encontrarem rostos familiares e receberem o atendimento que já conhecem. Estes aspectos são responsáveis pela construção da satisfação e da lealdade dos clientes. Esta relação também parece ser aplicável ao sentido inverso: funcionários descontentes podem aumentar a insatisfação dos clientes.
41
3. METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
O presente trabalho busca analisar o nível de motivação e satisfação dos
colaboradores da Plural Transportes
Em relação à análise da satisfação e motivação dos colaboradores, optou-
se por uma pesquisa quantitativa em formato de estudo de caso,
De acordo com Richardson (1999), a pesquisa quantitativa caracteriza-se
pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações
quanto no tratamento por meio de técnicas estatísticas como média, desvio-
padrão, coeficiente de correlação, entre outros. Dado maior precisão dos
resultados, evitando distorções na análise e maior segurança quanto às
inferências.
A pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, com a análise de
dados coletadas nos questionários e observação da rotina da empresa.
Para Vergara (2011 p.42), “a pesquisa descritiva expõe características de
determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também
estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”. Este tipo de
pesquisa é realizado em uma área que se pretende trazer mais conhecimento e
proporcionar uma visão mais explícita sobre determinado assunto.
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
A pesquisa foi realizada na filial de Natal da Plural Transportes e como a
empresa não conta com um número elevado de colaboradores, o trabalho foi
realizado com todos os 9 funcionários, sendo a amostra censitária.
Os participantes trabalham em setores diversos, como administrativo,
comercial, operacional e logístico, o que contribuirá para a compreensão das
diferentes necessidades de acordo com a função exercida.
42
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Para coletar as informações relacionadas às práticas da área de gestão
de pessoas da empresa, foi realizada uma entrevista com o gestor, assim como
a rotina da empresa foi observada.
A coleta de dados foi aplicado um questionário composto por perguntas
fechadas ao tema da pesquisa incluindo ao final, perguntas abertas.
Não foram abordados os dados de perfil dos colaboradores, pois
considerando o número reduzido de funcionários, seria fácil a identificação dos
mesmos, o que poderia levar a indução de respostas fictícias.
A escala de Likert foi utilizada por ser uma alternativa de mensurar dados
comportamentais. Nessa escala, os entrevistados se posicionam de acordo com
a concordância atribuída ao item e a intensidade dessa concordância.
Autoestima, depressão, religiosidade, são alguns dos exemplos comumente
mensurados através dessa escala (JÚNIOR; COSTA, 2014)
A grande vantagem da escala de Likert é sua facilidade de manuseio, pois
é fácil a um pesquisado emitir um grau de concordância sobre uma afirmação
qualquer. Adicionalmente, a confirmação de consistência psicométrica nas
métricas que utilizaram esta escala contribuiu positivamente para sua aplicação
nas mais diversas pesquisas (JÚNIOR; COSTA, 2014).
Para cada questão relacionada ao tema da pesquisa, o colaborador
atribuirá notas de 1 a 4, de acordo com a sua opinião em relação à concordância
com cada afirmação, sendo 1 discorda e 4 concorda completamente. A
somatória da pontuação refletirá a percepção dos colaboradores em relação às
ações até o momento praticadas pelo setor de gestão de pessoas da empresa.
Quanto maior a pontuação, maior a satisfação do colaborador.
Na segunda etapa, foi solicitado que os colaboradores escolhessem 3
(três) fatores entre 12 (doze) listados, que o motivam para o trabalho. E depois,
foi abordada uma questão pedindo a opinião, em quais aspectos a Plural
Transportes deveria investir para estimular a motivação dos seus colaboradores.
As perguntas serão respondidas de forma voluntária e anônima.
43
Quadro 1 – Relação entre objetivos específicos e questionário
Objetivo específico Questões
Verificar o nível de satisfação dos colaboradores com as remunerações, reconhecimento e recompensas
6,7,12,20
Analisar o nível de satisfação dos colaboradores em relação a natureza e as condições de trabalho
1,2,3,4,8,9,10,11
Identificar o nível de satisfação dos colaboradores com o relacionamento interpessoal
14,15,16,17,18,19
Analisar o nível de satisfação dos colaboradores sobre a relação do trabalho com os fatores pessoais
5,13,21,22,23
Fonte: dados da pesquisa
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise quantitativa dos dados coletados foi utilizada técnicas de
estatística básica, como média e desvio padrão.
De acordo com Gil (1999), a análise dos resultados tem como objetivo
organizar os dados levantados com o intuito de possibilitar a identificação das
respostas precisas ao tema investigado.
44
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa e com base nos
objetivos específicos e referencial teórico as análises são realizadas
considerando a satisfação/insatisfação dos funcionários e os fatores
motivacionais que consideram mais relevantes.
4.1 SATISFAÇÃO COM A REMUNERAÇÃO, RECONHECIMENTO E
RECOMPENSAS
Em relação a satisfação com a remuneração, reconhecimento e
recompensas, o fator reconhecimento do trabalho pela empresa, obteve a maior
média, 3,55, .
Os itens sobre ter oportunidade de progressão de carreira e a
remuneração estar adequada as responsabilidades do cargo obtiveram a mesma
média, 3,44, resultado também satisfatório.
O fator oportunidade de treinamento e capacitação, apresentou a menor
média, 2,77, porém este também foi o fator com maior desvio padrão, 1,20. Para
a maior parte dos colaboradores não são ofertados cursos de capacitação, assim
como os treinamentos acontecem somente quando o colaborador inicia na
empresa e posteriormente de acordo com as necessidades observadas pelo
gestor, não são realizados treinamentos periódicos.
Associando a teoria de Maslow à questão de salário, como fator de
motivação, verifica-se que, indiretamente, o salário contribui de forma
significante, isto é, o salário está intrínseco a satisfação das necessidades
básicas.
Em relação a teoria de Herzberg, o salário pode gerar a insatisfação,
porém não gera satisfação.
Conforme afirmado por Sorio (apud ESPINOLA, 2013), a questão
financeira vai além da satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança,
mas também possibilita a satisfação das necessidades sociais, de estima e de
auto realização.
45
Na teoria de Herzberg (apud VERGARA,2000), esta categoria trata de
fatores higiênicos, que embora não motivem, em sua ausência também são
fatores desmotivadores.
Quadro 2 – Satisfação com a remuneração, reconhecimento e recompensas
Questão Média Desvio Padrão
6. Tenho oportunidade de progressão de carreira 3,44 0,53
7. A minha remuneração está adequada as responsabilidades do meu cargo
3,44 0,53
12. O meu trabalho é reconhecido pela empresa 3,55 0,73
20. Tenho oportunidades de treinamento e capacitação 2,77 1,20
Nível de satisfação 3,33 0,36
Fonte: Dados da pesquisa, 2021
4.2 SATISFAÇÃO COM A NATUREZA E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
O fator com a maior média, 3,77 foi sobre ter compromisso com o trabalho,
de fato é observado pelo gestor, pois a assiduidade dos colaboradores indica o
quanto eles estão comprometidos com as atividades e entregas dentro da
empresa.
Obtiveram a mesma média, 3,66, as questões sobre gostar do trabalho
que executa, estar envolvido com as médias da instituição, sentir-se seguro no
cargo que ocupa e sentir-se responsável pelas tarefas que realiza. Resultado
que demonstra que os colaboradores estão satisfeitos com estes fatores.
Destaco o resultado da questão gostar do trabalho que realiza como bastante
relevante, pois foi o segundo fator motivacional mais mencionado pelos
colaboradores na pesquisa.
Em relação a participar diretamente da organização do meu trabalho
obteve média 3,44, satisfatória, porém abaixo da maior parte dos fatores, o que
pode representar um reflexo da falta de autonomia e liberdade mencionada por
alguns colaboradores.
Sobre a natureza do trabalho e as condições oferecidas pela empresa, as
menores médias, 2,88, foram sobre o ambiente físico e autonomia e liberdade
no trabalho. A primeira trata sobre o ambiente físico, item também destacado
pelo gestor quando questionado sobre as necessidades de melhoria. Da mesma
46
forma, foi o fator com maior desvio padrão, uma possível justificativa para este
resultado seria o fato de que nem todos trabalham na mesma área, o vendedor
fica externo, no escritório o ambiente é adequado, possui bons móveis e ar
condicionado e como a copa foi citada pelo gestor como área com maior urgência
de melhoria, nem todos os colaboradores almoçam na empresa.
A segunda, sobre os colaboradores terem autonomia e liberdade no
trabalho (natureza do trabalho), considerando o alto desvio padrão (0,93), a
maior parte dos colaboradores são ajudantes de carga, e esta função não
possibilita muita autonomia, as tarefas no geral são mais engessadas, enquanto
as funções de vendedor e auxiliar administrativo possuem maior autonomia em
suas tarefas.
Robbins (2005) afirma que as questões que tratam da natureza, as
condições de trabalho, o ambiente que o rodeia e a conduta da empresa. estão
relacionadas aos fatores higiênicos da teoria de Hezberg.
Quadro 3 – Satisfação com a natureza e as condições de trabalho
Questão Média Desvio Padrão
1. Gosto do trabalho que executo 3,66 0,50
2. O ambiente físico é adequado para realização das minhas tarefas
2,88 0,93
3. Tenho compromisso com o meu trabalho 3,77 0,44
4. Estou envolvido com as metas da instituição 3,66 0,50
8. Sinto-me seguro (a) no cargo que ocupo 3,66 0,50
9. Tenho autonomia e liberdade no meu trabalho 2,88 0,93
10. Sinto-me responsável pelas atividades que realizo 3,66 0,50
11. Participo diretamente na organização do meu trabalho 3,44 0,53
Nível de satisfação 3,45 0,45
Fonte: Dados da pesquisa, 2021
47
4.3 SATISFAÇÃO COM O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
O item que trata sobre o relacionamento interpessoal e sobre a
comunicação e relação com os superiores obtiveram as maiores médias, 3,66.
Por outro lado, sobre a comunicação com os colegas de trabalho, a média
foi 3,22 e em relação aos funcionários serem informados sobre os assuntos que
os afetam, obteve a menor média, 3,11. Desta forma, verifica-se que ainda que
a comunicação e o relacionamento com os superiores sejam satisfatórios, alguns
assuntos considerados importantes para os colaboradores, não são tratados.
O fator sobre existir cooperação entre o grupo de trabalho apresentou
média 3,55, a questão sobre ter boa relação com os colegas de trabalho obteve
média 3,44, ambas com alto desvio padrão, o que pode representar que
determinados grupos apresentam maior cooperação do que outros..
De acordo com McClelland (apud RAMOS, 1990), a necessidade de
afiliação sendo mais significativa, as pessoas tendem a ter maior preocupação
em manter um adequado relacionamento social
Quadro 4 – Satisfação com o relacionamento interpessoal
Questão Média Desvio Padrão
14. Existe cooperação entre meu grupo de trabalho 3,55 0,73
15. Tenho boa relação com os colegas de trabalho 3,44 0,73
16. A comunicação com os colegas de trabalho é satisfatória 3,22 0,83
17. Os funcionários são informados sobre os assuntos que os afetam
3,11 0,60
18. A comunicação com os meus superiores é satisfatória 3,66 0,71
19. A relação com os meus superiores é satisfatória 3,66 0,50
Nível de satisfação 3,44 0,23
Fonte: Dados da pesquisa, 2021
48
4.4 SATISFAÇÃO COM A RELAÇÃO DO TRABALHO COM OS FATORES
PESSOAIS
Sobre a satisfação dos funcionários com a relação do trabalho com os
fatores pessoais, a maior média (3,77) foi sobre o equilíbrio do trabalho com a
vida pessoal. A carga horária de trabalho, devido às horas extras, é extensa, por
esta razão, na opinião do gestor, seria uma dificuldade para os colaboradores
equilibrar o horário com a vida pessoal, porém de acordo com o resultado da
pesquisa, este fator não parece ser um problema.
Sobre o trabalho que realiza ser muito importante e relevante para o
colaborador, a média foi 3,66, bastante satisfatória, refletindo o compromisso e
assiduidade dos colaboradores já mencionado nas questões anteriores.
Os fatores concordo com as políticas praticadas pela instituição e a
empresa oferece incentivos para a minha realização pessoal apresentaram a
mesma média, 3,55. Ambas foram mencionadas na entrevista com o gestor, as
políticas praticadas pela empresa podem não estar muito claras para alguns
colaboradores por falta de reuniões e em relação a “falta de incentivos para a
minha realização pessoal” pode ser resultado da falta de disponibilidade do
gestor para compreender as necessidades individuais dos colaboradores, assim
como o fato de ter mencionado sobre os incentivos serem diferenciados para
apensa alguns colaboradores.
A menor média (3,00) foi, sobre as questões pessoais serem
consideradas pela empresa. Este fator também pode ter relação com o fato
mencionado pelo gestor sobre a falta de tempo para compreender as
dificuldades, problemas e questões pessoais dos colaboradores. Este também
obteve o maior desvio padrão, pois a proximidade com os gestores é maior para
o setor comercial e administrativo, possibilitando maior diálogo e solução de
problemas.
As questões pessoais podem estar relacionadas com fatores higiênicos
da teoria dos dois fatores de Hezberg quando tratam dos aspectos do trabalham
que influenciam na vida pessoal ou podem ser classificados como fatores
motivacionais se considerada a possiblidade de desenvolvimento pessoal ou de
crescimento, uma promoção dentro da empresa em termos de cargo ou
responsabilidade. (MARRAS,2011)
49
Quadro 5 – Satisfação com a relação do trabalho com os fatores pessoais
Questão Média Desvio Padrão
5. Concordo com as políticas praticadas ela instituição 3,55 0,53
13. O trabalho que realizo é muito importante e significativo para mim
3,66 0,50
21. As questões pessoais são consideradas pela empresa 3,00 0,71
22. Consigo equilibrar a relação do trabalho com a minha vida pessoal
3,77 0,44
23. A empresa oferece incentivos para a minha realização pessoal
3,55 0,53
Nível de satisfação 3,51 0,30
Fonte: Dados da pesquisa, 2021
4.5 FATORES MOTIVACIONAIS MAIS RELEVANTES PARA OS
COLABORADORES
Foi solicitado aos colaboradores que escolhessem até três fatores que
mais os motivassem a trabalhar, foi destacado que se tratava de uma pergunta
pessoal, pois a motivação é algo interior, que está dentro de cada pessoa de
forma particular.
Entre os fatores que mais motivam os colaboradores a trabalhar,
destacaram-se o reconhecimento com 66,7% de citações e os fatores
remuneração e gostar do trabalho foram igualmente mencionados por 55,6% dos
colaboradores.
A necessidade de reconhecimento, a mais mencionada pelos
colaboradores como fator motivacional, de acordo com a Teoria de Maslow (apud
VERGARA,2000) se enquadrada nas necessidades de estima, são as
necessidades relacionadas com a aprovação social, de status, prestígio e
consideração.
Incentivos para o desenvolvimento pessoal foi mencionado por 33,3% dos
entrevistados, enquanto considerar questões pessoais, oportunidade de
progressão e relacionamento foram mencionados por 22,2% dos entrevistados.
Os fatores estabilidade e autonomia foram mencionados por somente 1
colaborador, cada, o que demonstra não serem questões de alta relevância para
os colaboradores de maneira geral.
50
Não foram mencionados por nenhum colaborador os fatores relacionados
a estrutura física, oportunidade de treinamento e capacitação e integração da
equipe que são os fatores higiênicos na abordagem de Herzberg, assim a
estrutura física da empresa ainda que seja um fator que esteja causando
insatisfação, não é considerado para os entrevistados um fator que os motive a
trabalhar.
O resultado deste fator está diretamente ligado a Teoria dos dois fatores
de Hezberg (apud VERGARA,2000), a estrutura física, se enquadra nos fatores
higiênicos, que são aqueles necessários para evitar que o funcionário fique
insatisfeito em seu trabalho, porém, eles não são capazes de fazer com que ele
se sinta completamente satisfeito.. Já gostar do trabalho e o reconhecimento
profissional são considerados fatores motivacionais, capazes de motivar os
colaboradores quando atendidos.
Gráfico 1 – Fatores motivacionais mais relevantes para os colaboradores
Fonte: Dados da pesquisa
0 1 2 3 4 5 6 7
Remuneração
Reconhecimento
Estabilidade
Relacionamento
Autonomia
Gostar do Trabalho
Oportunidade de progressão
Considerar questões pessoais
Incentivos para desenvolvimento pessoal
Fatores motivacionais mais relevantes
51
4.6 FATORES AS SEREM INVESTIDOS PELA EMPRESA PARA AUMENTAR
A SATISFAÇÃO NO TRABALHO
Em relação aos fatores que a empresa deve priorizar ao realizar
melhorias, foi solicitado que escolhessem até três alternativas, também eram
aceitas outras sugestões, mas a única sugestão foi sobre melhoria na copa,
apenas detalhando o fator estrutura física.
O fator mais mencionado foi sobre a estrutura física, citada por 66,66%
dos colaboradores, esta resposta está alinhada com a opinião do gestor, pois na
entrevista destacou a necessidade de melhorias na estrutura do galpão em
diversos aspectos.
Em seguida, com 33,33% das escolhas, ficaram os fatores treinamento e
capacitação, estabilidade e remuneração.
Incentivos para desenvolvimento pessoal e autonomia foram
mencionados por 22,22% dos colaboradores.
Apenas 1 colaborador mencionou relacionamento como fator a ser
investido pela empresa.
Os fatores reconhecimento, comunicação com os colaboradores e
considerar os problemas pessoais não foram mencionados.
Gráfico 2 – Fatores a serem investidos pela empresa Plural Transportes
Fonte: Dados da pesquisa
0 1 2 3 4 5 6 7
Remuneração
Estrutura física
Estabilidade
Relacionamento
Autonomia
Treinamento e capacitação
Incentivos para desenvolvimento pessoal
Outros - Melhorar a copa
Fatores a serem investidos pela empresa
52
A média geral do questionário sugere que os colaboradores concordam
com as afirmações apresentadas, portanto estão satisfeitos com a empresa.
Alguns fatores específicos tiveram médias baixas, estes precisam ser
melhorados com urgência e a partir do resultado do questionário, foi possível
identificar razões para insatisfação que não haviam sido identificadas
anteriormente pelos gestores, assim como puderam verificar os fatores
motivacionais mais relevantes para estes colaboradores.
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
A pesquisa identificou que em relação ao objetivo geral, os colaboradores
estão satisfeitos com a empresa.
Quanto ao objetivo especifico relacionado a remuneração,
reconhecimento e recompensas, este apresentou a menor média geral, porém
ainda com resultado satisfatório. Os fatores sobre a natureza e as condições de
trabalho e relacionamento interpessoal obtiveram resultados similares,
apresentando satisfação por parte dos colaboradores. O quesito que trata sobre
a relação do trabalho com os fatores pessoais, obteve o melhor resultado,
apresentando grande satisfação dos colaboradores de modo geral.
Os fatores motivacionais destacados pelos colaboradores na pesquisa
foram: gostar do trabalho, reconhecimento e remuneração. Sobre os pontos a
serem melhorados pela empresa, os mais mencionados foram: estrutura física,
treinamento e capacitação, estabilidade e remuneração.
De acordo com o resultado do questionário, para alguns colaboradores, a
questão estrutura física não é um fator causador de insatisfação, enquanto para
outros é algo relevante, considerando que este almoça no galpão e utiliza a copa
como área de descanso.
O gestor também menciona que o setor operacional ainda possui
necessidades relacionadas a estrutura física e sociais, enquanto os setores
administrativo e comercial, já teriam estas necessidades atendidas, com foco
nos níveis mais altos da pirâmide, como estima e realizações pessoais.
53
Como recomendações para a empresa sugere-se que, considerando que
foi um fator mencionado tanto pelo gestor como pelos colaboradores, melhorias
na estrutura física do galpão devem ser priorizadas, sugere-se reformar a área
da copa, construir uma área de descanso para os colaboradores, instalar
exaustores para reduzir o calor e reformar o local onde armazenam seus objetos
pessoais.
No intuito de melhorar a satisfação em relação a remuneração,
reconhecimento e recompensas, recomenda-se elaborar um plano de cargos,
carreiras e salários, desta forma seria possível reconhecer o mérito dos
colaboradores tanto por tempo de empresa como pelo desempenho. Através
desta ferramenta, os colaboradores terão acesso as condições para melhorar
sua remuneração, tornando o reconhecimento mais justo e transparente.
É necessário que a organização defina com clareza seus objetivos e os
transmita para os colaboradores, para que estes tenham uma referência,
influenciando na motivação dos mesmos.
Uma sugestão é que o alcance da meta seria convertido em recompensa
para os funcionários, no intuito de aumentar sua produtividade a partir da união
de todo grupo para alcançar um objetivo claro que trará uma contrapartida para
os colaboradores.
Com base na comparação realizada por Robbins (2005) entre a pirâmide
das necessidades de Maslow e a Teoria X e Y de McGregor, para explicar quais
são as implicações motivacionais desta análise, em que afirma que a Teoria X
parte da premissa de que as necessidades de nível mais baixo dominam os
indivíduos, por outro lado, na Teoria Y, as necessidades de nível mais alto são
as dominantes, os resultados da entrevista e a observação da rotina da empresa
sugerem que a visão da empresa em relação ao setor operacional partem da
premissa X, enquanto o setor comercial e administrativo consideram as
premissas da Teoria Y.
Considerando que o conhecimento do perfil motivacional do trabalhador
possibilita o desenvolvimento de programas diferenciados de motivação dentro
da organização, no intuito de atender metas de diversos grupos de
trabalhadores, considerando as especificidades de diferentes equipes ou setores
organizacionais, algumas ações na área de gestão de pessoas podem ser
elaboradas dividindo em dois grupos: administrativo e comercial e operacional.
54
Da mesma forma, é recomendável que a questão relacionamento e
comunicação com os gestores seja diferenciada, pois ainda que a média tenha
sido satisfatória para estas questões, a afirmação “os funcionários são
informados sobre os assuntos que os afetam” obteve a menor média da
categoria, assuntos específicos sobre as questões do trabalho são tratadas com
frequência com os setores comercial e administrativo, pois estão sempre
próximos dos gestores, já o setor operacional, pouco encontra os gestores,
somente para tratar de assuntos individuais no início ou final do expediente.
Para solucionar esta questão sugere-se realizar reuniões periódicas para
tratar dos assuntos específicos de cada função, dar feedback, ouvir sugestões e
reclamações. Realizar confraternizações com maior frequência também
estreitaria as relações entre os diferentes setores.
De acordo com a Teoria de Herzberg (apud VERGARA,2000), as
necessidades de melhorias na estrutura física, de remuneração e de
relacionamento interpessoal apontadas pelos colaboradores como questões a
serem melhoradas, são considerados fatores higiênicos, estes estão
relacionados com a insatisfação dos colaboradores e por esta razão precisam
ser solucionados com urgência.
No intuito de aumentar a satisfação dos colaboradores, com base nas
respostas da última pergunta do questionário, observa-se a necessidade de
trabalhar os fatores motivacionais, como os que possibilitam crescimento
individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de autorrealização.
Com base no resultado do questionário, sugere-se investir em treinamento e
capacitação e possibilitar maior autonomia aos colaboradores mais experientes.
Conclui-se que, ainda que a média geral seja favorável, alguns pontos
específicos devem ser priorizados. Com base na média do questionário, da entrevista
com o gestor e das sugestões dos colaboradores para melhorias, pode-se destacar que
investimentos na estrutura física do galpão e em treinamento e capacitação são
necessários, assim como é recomendável possibilitar maior autonomia aos
colaboradores, desenvolver a comunicação sobre assuntos pertinentes a função de
cada colaborador e buscar compreender as questões pessoais.
55
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TAVARES FILHO, João Pedro. Estudo da Satisfação no Trabalho: uma
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VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas,
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57
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.
São Paulo: Atlas, 2000.
ZANELLI, José Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo E.; BASTOS, Antonio V.
B. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed,
2004
58
ANEXOS
1. ANEXO – Questionário
Pesquisa sobre Satisfação e Motivação na Plural Transportes filial
de Natal
Prezado colaborador, esta pesquisa tem como objetivo conhecer sua
percepção sobre seu trabalho e as condições que o cercam.
Ressalto que sua opinião é muito importante, portanto seja sincero em
suas respostas. Esclarecemos que você não será identificado. Agradeço pela
sua colaboração.
Responda as questões abaixo em relação ao seu trabalho na Plural
Transportes considerando a seguinte escala:
1. Discorda
2. Nem concorda nem discorda
3. Concorda
4. Concorda completamente
1. Gosto do trabalho que executo
2. O ambiente físico é adequado para realização das minhas tarefas
3. Tenho compromisso com o meu trabalho
4. Estou envolvido com as metas da instituição
5. Concordo com as políticas praticadas ela instituição
6. Tenho oportunidade de progressão de carreira
7. A minha remuneração está adequada as responsabilidades do meu cargo
8. Sinto-me seguro (a) no cargo que ocupo
9. Tenho autonomia e liberdade no meu trabalho
10. Sinto-me responsável pelas atividades que realizo
11. Participo diretamente na organização do meu trabalho
59
12. O meu trabalho é reconhecido pela empresa
13. O trabalho que realizo é muito importante e significativo para mim
14. Existe cooperação entre meu grupo de trabalho
15. Tenho boa relação com os colegas de trabalho
16. A comunicação com os colegas de trabalho é satisfatória
17. Os funcionários são informados sobre os assuntos que os afetam
18. A comunicação com os meus superiores é satisfatória
19. A relação com os meus superiores é satisfatória
20. Tenho oportunidades de treinamento e capacitação
21. As questões pessoais são consideradas pela empresa
22. Consigo equilibrar a relação do trabalho com a minha vida pessoal
23. A empresa oferece incentivos para a minha realização pessoal
2. Quais dos fatores abaixo mais te motivam a ir trabalhar? Assinale até 3 alternativas
Remuneração
Estrutura física do local de trabalho
Reconhecimento
Estabilidade
Relacionamento com os colegas
Integração da equipe
Autonomia para trabalhar
Gostar do seu trabalho
Oportunidade de treinamento e capacitação
Oportunidade de progressão na carreira
Questões pessoais levadas em conta
Incentivos para desenvolvimento pessoal
60
3. . Em sua opinião, em quais aspectos a Plural Transportes deveria investir para
aumentar a sua satisfação no trabalho? Escolha até 3 alternativas
Remuneração
Estrutura física do local de trabalho
Reconhecimento
Estabilidade
Relacionamento entre a equipe
Possibilitar maior autonomia para trabalhar
Comunicação com os colaboradores
Treinamento e capacitação
Considerar os problemas pessoais
Incentivos para desenvolvimento pessoal
Outras sugestões:
61
2. ANEXO – Entrevista com o gestor
Pesquisa sobre Satisfação e Motivação na Plural Transportes filial
de Natal
Prezado gestor, esta pesquisa tem como objetivo compreender a
percepção dos colaboradores sobre a empresa. Para tanto, é essencial
compreender e conhecer as ações na área de gestão de pessoas e a opinião do
gestor da área. Desta forma, gostaria de solicitar que responda as questões
abaixo de acordo com o que é praticado na Plural Transportes filial de Natal..
1. A empresa possui uma área de gestão de pessoas definida?
Não, por se tratar de uma empresa de pequeno porte, os gestores
cuidam de todas as áreas em conjunto, compartilham as suas opiniões
e decidem juntos sobre a maior parte dos problemas.
2. Com qual frequência são realizadas ações no intuito de melhorar
a satisfação dos colaboradores?
Não existe uma frequência definida, conforme percebemos a
necessidade e de acordo com a disponibilidade de recursos
financeiros, são realizadas melhorias.
3. Com qual frequência estas ações trazem o resultado esperado?
Acontece com certa frequência de realizarmos uma ação achando que
para os colaboradores será um benefício, mas acaba não agradando.
4. Em relação as remunerações e recompensas praticadas pela
empresa, qual a sua opinião?
Dentro das possibilidades da transportadora, considero
adequadas, para a maioria seguimos o que está em convenção
coletiva, porém para alguns funcionários que estão conosco há mais
tempo e que são considerados fundamentais para a empresa, o valor
é diferenciado e para estes oferecemos bonificações anuais. Por outro
lado, entendo que há ajustes a serem feitos e principalmente alguma
62
desigualdades em valores salariais como, por exemplo, entre ajudante
de carga e motorista. Com tempo pretendemos realizar ajustes.
5. Sobre as condições de trabalho oferecidas, você as considera
adequadas?
Sinceramente acho que precisamos melhorar diversos pontos,
como a estrutura física, principalmente a copa, mas como estávamos
com a intenção de mudar de galpão para um com mais espaço,
acabamos deixando de fazer alguns investimentos na estrutura do
galpão.
As condições para quem trabalha no escritório são satisfatórias,
a estrutura é boa e confortável, também não são realizadas cobranças
em relação ao serviço, devido o tempo de empresa do colaborador,
assim como para o setor comercial que fica a maior parte do dia
externo e tem total autonomia sobre as suas atividades.
Alguns detalhes de equipamentos também deixam a desejar,
talvez manutenções mais frequentes ajudariam, mas falta tempo para
que possamos realiza-las, assim como a temperatura no galpão
também precisa de uma solução. Ainda assim, os colaboradores são
bastante assíduos, raramente ocorrem faltas.
6. Em relação a comunicação e relacionamento entre a equipe, qual
a sua opinião?
A comunicação é feita no geral de maneira informal, o que
possibilita que ocorram ruídos, consequentemente a falta de
compreensão e algumas confusões no dia a dia. Estamos buscando
formalizar e documentar alguns procedimentos para facilitar e deixar a
comunicação mais clara.
Sobre o relacionamento entre a equipe, neste momento está
boa, já tivemos problemas de atritos entre os colaboradores, mas
acredito que foram solucionados e esta equipe consegue conviver em
harmonia. Alguns desentendimentos no dia a dia considero normais,
pois o trabalho é pesado e desgastante, o convívio das equipes é
63
muito próximo, passam praticamente o dia todo juntos, além disso
todos temos dias em que não estamos muito bem.
Em relação ao relacionamento com os superiores, buscamos
tratar da mesma forma todos os colaboradores, mas naturalmente os
funcionários das áreas mais próximas aos gestores, como os setores
administrativo e comercial, tem uma relação mais próxima aos
gestores, desta forma obtém mais informações e gera uma relação de
maior confiança se comparado com o setor operacional.
7. Na área de gestão de pessoas, quais as melhorias que em sua
opinião são necessárias para aumentar a satisfação dos
colaboradores?
Eu destaco alguns pontos mais urgentes de melhorias, como a
estrutura da copa, maior controle da distribuição e utilização de EPIs,
o calor dentro do galpão também é preocupante, então pretendemos
colocar exaustores no teto para amenizar a temperatura,
confraternizações mais frequentes acredito que melhorariam o
relacionamento e aproximariam os colaboradores de setores
diferentes e separar um tempo para ouvir as reclamações e sugestões
dos funcionários, na correria do dia a dia, é difícil separar um tempo
para buscar entender as dificuldades, preocupações e problemas dos
colaboradores. Principalmente dos ajudantes e motoristas, que por
passarem a maior parte do dia nas entregas, encontramos somente
na entrada e na saída.
Existe uma questão na área de transportes de carga que é a
sazonalidade, normalmente no início de ano o movimento é fraco e no
final do ano os funcionários fazem bastante horas extras, tornando a
rotina bastante cansativa.