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• A partir do século XI, o feudalismo começou a dar sinais de crise.
• Essa época foi marcada pelo renascimento do comércio e da vida urbana, o que provocou alterações significativas nas bases do sistema feudal.
•No final do século X, a Europa passou por um período de paz e segurança.
•Além disso, estavam ocorrendo alguns avanços na economia e na sociedade feudal.
A CHARRUA. O antigo arado foi
sendo substituído pela charrua, um arado com lâmina de ferro
que substituiu do de madeira, e
fazia sulcos mais profundos na terra,
aumentando as possibilidades de
produzir mais.
• Uma inovação foi a disseminação da forja dos ferros nas aldeias.
• Com o término das invasões bárbaras, o metal, antes usado preferencialmente para a fabricação de armaduras e espadas, foi usado na confecção de arados, enxadas e foices mais resistentes do que os de madeira.
Uso de um novo sistema de tração
• Aos poucos, generalizou-se também uma nova maneira de atrelar os animais: pelo peito e não mais pelo pescoço.
• O novo sistema permitiu aproveitar melhor a força de bois e cavalos.
A rotação trienal de cultura
• Consistia em alternar cultivos diferentes, ao longo de três anos, em uma área dividida em três partes.
• A cada ano, enquanto duas áreas forneciam dois produtos distintos, a terceira permanecia em descanso (pousio).
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• Além disso, o desbravamento de terras incultas de florestas e pântanos, bem como o uso da adubação, também melhorava a produtividade agrícola..
• Esse aumento da produção, uma diminuição das epidemias e uma relativa paz depois das grandes invasões, resultaram em um sensível aumento populacional.
• Esse crescimento pode ser visto nos seguintes números:
Século X - 20 milhões de habitantes.
Século XIV - 51 milhões de habitantes.
• A expectativa de vida subiu de 25 para 35 anos entre os séculos XII e XIII.
• Com o aumento da população servil, para evitar gastos, alguns senhores desobrigaram seus camponeses da servidão.
• A iniciativa favorecia a ocupação humana de terras pouco habitadas nos arredores dos feudos.
Com o aumento da produção
agrícola ao final do século XI e
durante o século XII, houve
aumento dos excedentes, o que
intensificou as trocas entre
os feudos.
• Aos poucos, mercadores regulares passaram a comercializar produtos, oferecendo-os na entrada dos castelos, nos pátios dos mosteiros e nos núcleos urbanos.
• As trocas locais e o deslocamento dos mercadores ocasionaram intensa rede de comércio e levaram ao surgimento das feiras.
• O intenso afluxo de mercadores e mercadorias gerou rotas que se transformaram em estradas movimentadas.
• Nos cruzamentos dessas rotas ou de qualquer outro local de grande circulação de pessoas surgiram as feiras medievais.
• As maiores, no entanto, formaram-se em pontos nos quais havia o encontro de rotas comerciais.
• A feira de Champagne tornou-se uma das mais importantes do comércio medieval.
• Havia na Europa duas rotas comerciais principais:
Rota do Sul - cidades de Gênova e Veneza - produtos vindos do Oriente.
A rota do Norte - cidades alemães (região dos mares do Norte e Báltico) - cereais, trigo, pescado e madeiras.
• Com o passar do tempo, as feiras deixaram de ser temporárias e foram se tornando permanentes. Foi dessa forma, ao redor de feiras e das catedrais, que se originaram ou se desenvolveram algumas das principais cidades do Período Feudal.
• Estas foram chamadas de burgos (do latim burgus, que significa fortificação) e seus habitantes receberam a denominação de burgueses.
• Muitas dessas cidades estavam localizadas em terras de um senhor feudal.
• As cidades medievais eram cercadas por muros. Suas ruas eram estreitas e as casas, amontoadas.
• Tal organização espacial propiciava a propagação de incêndios e de doenças contagiosas.
• Entre os séculos X e XIV, a grande migração do campo para a cidade fez com que surgissem construções fora dos muros da cidade.
• O desenvolvimento de novas técnicas agrícolas reduziu a necessidade de mão de obra nos campos.
• Com isso, muitas pessoas foram deslocadas para as cidades, onde passaram a se dedicar ao comércio e ao artesanato.
• Essa população, que em parte se dedicava ao artesanato, necessitava cada vez mais de matéria prima para suas atividades.
• Isso exigia que o campo aumentasse sua produção para vendê-la às cidades.
CORPORAÇÕES DE OFÍCIO
• Associações de artesãos - Controlavam a qualidade dos produtos, os horários de funcionamento de cada oficina e dos respectivos trabalhadores, o preço das mercadorias e o método de fabricação.
• Funcionavam também, como uma associação de ajuda mútua entre artesãos.
• Cada corporação era organizada segundo uma rígida hierarquia:
Mestre artesão, possuía uma oficina, ferramentas e matéria-prima; Aprendiz, o jovem que se empregava na
oficina do mestre apenas para aprender a profissão; Jornaleiro, trabalhava e recebia por
jornadas previamente combinadas (recebiam pela jornada de serviços realizados).
• Um novo segmento social se desenvolveu: a burguesia.
• Ela era composta de comerciantes, banqueiros, armadores de navios e cambistas, sobretudo.
• Os comerciantes, por sua vez, organizavam-se em GUILDAS, cujos objetivos eram a regulamentação das práticas comerciais e a manutenção do monopólio sobre o comércio local.
Os burgueses não se encaixavam no sistema de ordens que organizou a sociedade feudal: clero, nobreza e servos.
As comunas • Com o objetivo de poder gerir seus negócios e
suas vidas com o mínimo de interferência, os burgueses se uniram e formaram comunas.
• Estas eram associações de moradores com o objetivo de buscar soluções para problemas que fossem de interesse coletivo dos habitantes da cidade, além da aquisição do terreno onde ela estava localizada.
• A compra do terreno, que geralmente pertencia a um feudo, garantia ao burgo a sua autonomia e a desobrigação de recolher tributos ao senhor feudal.
CIDADES FRANCAS
• Conseguiam sua independência mediante um pagamento ao senhor; pagavam um valor em indenização aos nobres, que em troca lhes concediam a carta de franquia.
• Por meio dela, eram transferidos aos burgueses os direitos de cobrar impostos e organizar tropas militares.
CIDADES COMUNAIS
• Nem sempre os nobres concordavam com tal emancipação, o que gerou vários conflitos com os burgueses.
• As cidades comunais, conseguiam sua independência iniciando um confronto.
• O Renascimento Comercial foi também responsável pela maior circulação de moedas, que voltaram a ser necessárias para facilitar as trocas.
• Como as feiras atraíam comerciantes de diferentes regiões da Europa, circulavam diferentes moedas, com valores distintos.
O CAMBISTA
O cambista realizava, nas feiras medievais, os cálculos de conversão e o câmbio entre as moedas.
Com o tempo, o cambista passou a realizar empréstimos a juros ou depósitos.
Foram expedições militares o objetivo de expulsar turcos
islamizados de lugares considerados
santos para o cristianismo ( a
Terra Santa). Entre estes, a cidade
de Jerusalém.
As expedições militares receberam tal denominação de Cruzadas pelo fato de seus integrantes usarem como símbolo a cruz, bordada em suas vestes ou pintada em suas armaduras.
• No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém.
• Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096 e 1099), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (islâmicos) da Terra Santa.
• Além de retomar Jerusalém, o papa
pretendia recuperar a
influência sobre o território do
Império Bizantino, perdida quando
ocorreu o Cisma da Igreja, em 1054.
Movidas pela fé, cerca de 150 mil pessoas atenderam ao apelo do papa.
Nobres, camponeses, mendigos, mulheres e até crianças partiram nessas expedições.
• Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição.
• Foram oito as cruzadas oficiais, que se estenderam de 1096 a 1270.
• A única Cruzada que obteve êxito foi a primeira.
O principal objetivo das Cruzadas, reconquistar Jerusalém, se misturou a interesses econômicos e políticos.
Aliviar as tensões sociais da Europa resultantes do crescimento demográfico.
Refazer a unidade da igreja cristã, que estava separada desde o Cisma do Ocidente.
Interesses econômicos de comerciantes europeus, principalmente os italianos, no Oriente, além do ganho com a produção e a comercialização de embarcações, armas, alimentos e demais recursos necessários para a realização das campanhas militares.
Interesses de nobres falidos que desejavam fazer fortuna no Oriente.
• Da Quarta Cruzada em diante, os interesses comerciais foram colocados acima dos interesses religiosos.
• Essa expedição não chegou a atingir Jerusalém, mas tomou Constantinopla em 1203 (os cruzados saquearam Constantinopla).
CONSEQUÊNCIAS DAS CRUZADAS • Aumento do comércio entre o
Ocidente e o Oriente com a reabertura do mar Mediterrâneo. Assim, os comerciantes levaram para a
região da Europa produtos de luxo, como perfumes, tecidos finos e joias. Comercializavam também as
especiarias, como a noz-moscada, o cravo, o gengibre e o açúcar.
•Renascimento comercial e urbano, surgimento e ascensão econômica da burguesia.
A procura por esses produtos ajudou a reaquecer o comércio, atividade que declinou durante o período da Alta Idade Média (séculos V a X).
Após o aumento populacional gerado pela maior produtividade, a
Europa viveu um período relativamente
longo de fome, epidemias e violência,
denominado “crise do século XIV”.
• Apesar da expansão das terras produtivas, do uso do arado e da rotação de culturas, a produção agrícola da sociedade feudal não conseguiu acompanhar as necessidades alimentares de uma população crescente.
• A partir de 1250, registrou-se uma mudança climática importante que trouxe consequências desastrosas para a sociedade medieval do Ocidente.
Uma sucessão de más colheitas, resultante de verões excessivamente frios e chuvosos.
Os cereais não amadureceram e faltou o sal, usado para conservar a carne.
Até mesmo os animais usados para transporte e para o arado fossem utilizados como alimento.
Sementes que eram guardadas para as próximas plantações foram também consumidas.
• Estabeleceu-se uma fome generalizada.
• Camponeses famintos vagavam de vila em vila em busca
de alimento.
• A violência, o roubo e os crimes se
tornaram mais frequentes
A PESTE NEGRA • Violenta bactéria, trazida do Oriente, matou 1/3
da população europeia.
• Tornou-se uma epidemia que atingiu inúmeras pessoas na Europa entre os anos de 1347 e 1351.
• Chegou à Europa provavelmente pela Rota da Seda.
• Transmitida por ratos, a bactéria veio em pulgas que se alojavam nos ratos que infestavam os porões dos navios vindos do Oriente.
PESTE BUBÔNICA
• Causava bubões (grandes feridas
negras, principalmente nas axilas e na virilha).
• Essa manifestação da doença era transmitida pela picada da pulga
do rato contaminado.
• Demorava até três semanas para causar
a morte da pessoa infectada.
PESTE PNEUMÔNICA
• Transmitida de indivíduo a indivíduo.
• A pneumônica era mais cruel do que a
bubônica.
• Matava suas vítimas entre dois ou três
dias de intenso sofrimento.
• Grupos como coveiros, médicos e padres eram mais atingidos por razões profissionais.
• As zonas rurais eram mais poupadas que as cidades, pois nas cidades havia maior concentração de pessoas, logo maior o contágio.
• O misticismo atribuiu à peste um castigo divino, o que deu origem a um forte fanatismo religioso.
• Muitos artistas usaram a peste como inspiração para suas obras.
A GUERRA DOS CEM ANOS (1337-1453)
• Conflito envolvendo a França e a Inglaterra que durou 116 anos.
• Motivada pela sucessão do trono francês e pela disputa pela região de Flandres (continente europeu).
• A disputa se deu entre Filipe de Valois, proclamado rei da França depois da morte de Carlos IV (último da dinastia dos Capetos) e Eduardo III da Inglaterra, que se considerava herdeiro do trono francês pela linha materna.
• Contudo, na França, a Lei Sálica impedia a sucessão monárquica por linhagem materna.
• Por isso, Filipe de Valois assumiu o poder com o título de Felipe VI.
• Participação de Joana d’Arc –
jovem francesa que lutou na guerra.
• Foi queimada pelos ingleses acusada de
bruxaria)
• Vitória francesa.
• As revoltas camponesas ocorreram na Europa devido a exploração dos servos.
• Após a Peste Negra, a população europeia diminuiu muito.
• Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes.
• Em regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais.
• Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.
Fragmentação do sistema feudal
• Por volta do início do século XV, a Europa
Ocidental mostrava as consequências da crise que ocorrera no século anterior. Eram:
a redução da população,
uma crise econômica,
o enfraquecimento do poder políticos dos nobres que resultou no fortalecimento dos reis.
• Muitos dos camponeses que sobreviveram às guerras e às pestes rumaram para as cidades, nas quais poderiam trabalhar com o comércio.
• Com a redução do poder da nobreza, ela, como compensação, buscou aumentar o refinamento de seus hábitos e de seu vestuário.
• Os burgueses enriquecidos se uniram ao nobres, por meio de casamentos, buscando status e projeção social.